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VICECONT INTRODUCAO A ECONOMIA

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economia.indb 1 12/03/2012 12:30:53
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
economia.indb 2 12/03/2012 12:30:53
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
economia.indb 3 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
978-85-02-13914-5
978-85-02-13914-5
AGRADECIMENTOS
Nossos agradecimentos:
•	 a nossas esposas, cujo apoio e compreensão foram fundamentais para a elaboração deste livro;
•	 ao André, Andressa, Cláudia, Fábio, Karina e Paulo, nossos filhos, razão última de nossa 
existência;
•	 ao Cláudio Roberto da Silva Carmo, mestre em Economia pela USP, pela revisão técnica dos 
capítulos deste livro;
•	 ao Reinaldo Pinto Silva, cuja expertise garantiu a correção de todos os apêndices matemáticos 
deste livro;
•	 aos diversos leitores que nos ajudaram a detectar incorreções no livro, em especial ao leitor 
José Marcos de Castro Martins e a nossa amiga Marly Job de Oliveira.
ESTE LIVRO É DEDICADO AOS NOSSOS ALUNOS, CUJAS DEMONSTRAÇÕES DE APREÇO 
PELO TRABALHO DESENVOLVIDO NAS SALAS DE AULA CONSTITUÍ RAM A MOTIVAÇÃO PRIMEIRA 
PARA A SUA CONSECUÇÃO.
 São Paulo, fevereiro de 2012.
 Paulo Eduardo V. Viceconti
 Silvério das Neves
economia.indb 5 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
economia.indb 6 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
PREFÁCIO À 1a EDIÇÃO
Conheci Paulo Viceconti no final dos anos 60, quando, logo depois de formado, comecei a 
lecionar na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 
onde recebi meu diploma de Economista em 1967. Paulinho, como o chamávamos, não só era o 
melhor aluno da classe, como, também, era muito instigante, sempre questionando os professores 
sobre o que estavam lecionando e, frequentemente, colocando-os em apuros, quando suas expli-
cações não eram convincentes. Para alguns professores, inseguros, era considerado um terror. Para 
mim foi um estímulo importante no início da minha carreira, pois não só levava-me a preparar melhor 
as aulas, como também suas perguntas sempre me abriam a cabeça para novos conhecimentos.
Trabalhei com ele, também, na assessoria conjunta Banco Central – Ministério da Fazenda, 
instalada em 1968 em São Paulo, pelo Ministro Delfim Neto, sob a chefia do economista Paulo Yokota. 
Nessa época, eu havia sido transferido do Banco do Brasil para o Banco Central e estava, também, 
em processo de integrar-me à USP. Nessa assessoria, Paulo Viceconti revelou-se também um 
excelente funcionário, sempre colaborando, com seu espírito crítico aguçado e, às vezes, irreverente.
Essa sua característica de instigador às vezes incomodava superiores hie rárquicos inseguros que 
não percebem a importância desse tipo de colaboração. Posteriormente, fui estudar em Harvard, 
nos E.U.A., num programa de Doutorado e lá percebi que esse espírito crítico era incentivado 
e até recompensado. Lá, para se obter a nota máxima, nunca se podia apenas repetir o que foi 
ensinado em classe. Era preciso ir além disso e recordo-me que, numa das vezes em que consegui 
a nota máxima, foi porque consegui demonstrar que estava errada uma fórmula incluída num 
artigo de um professor.
Por perceber em Paulo Viceconti um grande potencial, procurei incentivá-lo em direção à carreira 
acadêmica, onde poderia dedicar-se integralmente à docência e à análise científica de temas 
econômicos. Ele, porém, optou por seguir uma carreira no setor público, tendo passado por várias 
funções e cargos, o que fazia com grande facilidade, em face de sua enorme capacidade de passar 
em concursos públicos.
Vez por outra, encontrava-me com ele e brincava dizendo que ele era “uma vocação científica a 
serviço da burocracia”. Não que eu tivesse nada contra a burocracia – inclusive passei por ela –, mas 
preferia vê-lo em atividades de docência e pesquisa, onde seu talento poderia ser melhor disseminado.
Como em muito na vida, as coisas dão voltas, mas acabam fluindo para os caminhos mais 
adequados. Assim, foi com grande satisfação que vi Paulo Viceconti dedicar-se à atividades docentes, 
ainda que não em tempo integral, e à elaboração de textos didáticos, que são de enorme valia para 
os estudantes e o público em geral. Examinei alguns de seus livros e vi que são trabalhos compe-
tentes e muito úteis. Ainda assim, entretanto, não me dava inteiro por contente, pois seus livros eram 
concentrados na área de Contabilidade e, também, do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, com 
a Economia ficando um pouco de lado.
Agora, não tenho mais o que reclamar. Paulo Viceconti retornou à Economia e com este seu texto 
“Introdução à Economia”, escrito em conjunto com o Prof. Silvério das Neves, volta a colaborar mais 
precisamente na área em que começou e na qual revelou e continua a revelar seu enorme talento. 
Portanto, já é hora de também refrasear o que eu dizia dele anteriormente, completando que, além de 
uma vocação científica a serviço da burocracia, o é também da Economia, da docência e da muito 
útil, penosa, difícil e talvez pouco recompensadora tarefa de escrever livros didáticos.
Se tenho dúvidas a respeito de esta última tarefa ser ou não uma que recompensa o autor, tenho, entre-
tanto, toda a certeza de que será altamente proveitosa para o leitor que tiver o privilégio de debruçar-se 
sobre este novo texto de Paulo Viceconti e Silvério da Neves.
 São Paulo, novembro de 1995.
 Roberto Macedo
economia.indb 7 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
APRESENTAÇÃO
 Esta edição marca o início da parceria dos autores com a Editora Saraiva, amplamente 
conhecida do público leitor. Nesse momento, julgamos importante tecer alguns comentários sobre 
a elaboração de nossas obras.
 Os autores foram auditores fiscais da Receita Federal até o ano de 1998, quando se aposen-
taram. Paralelamente à carreira pública, ambos se tornaram muito conhecidos como professores de 
cursos preparatórios para concursos públicos, notadamente na área fiscal.
 Quem já deu aula em qualquer desses cursos preparatórios, sabe a dificuldade de ministrar 
aulas para um público altamente heterogêneo, já que normalmente os concursos na área fiscal 
admitem pessoas formadas em qualquer tipo de graduação de nível superior.
 Por amarem o que fazem e considerar as aulas como uma espécie de missão que lhes foi 
confiada, os autores sempre deram o melhor de si na tentativa de levar ao público leigo os conhe-
cimentos básicos de Contabilidade e Economia, que são matérias reconhecidamente áridas para 
aqueles que nela não são graduados.
 Nossos alunos sempre mostraram um grande apreço pelas nossas aulas, nos prestigiando 
sempre em nossas mudanças de cursos preparatórios. Esse apreço, aliado ao fato de querermos 
fazer um material adaptado ao nosso modo de dar aula, com muitos exemplos práticos para facilitar 
o entendimento, acabou nos levando a elaborar várias obras na área. 
 Acreditamos, inclusive, ter iniciado o mercado altamente promissor de livros específicos 
para concursos, que hoje tem a presença maciça de outras editoras.
 Pouco a pouco, várias universidades também passaram a adotar os nossos livros, atraídas 
pelo que julgamos o nosso grande diferencial: didática na exposição da teoria, muitos exemplos e 
casos práticos, além de vários exercícios e testes de fixação.
Não temos certeza do futuro que nos aguarda em nossa presente parceria com a Editora Saraiva. 
Mas, uma coisa podemos assegurar ao público leitor: a nossa permanente busca de melhoria 
constante no conteúdo técnico e didático de nossos livros, bem como a constante atualização dos 
mesmos. Isso é sobremodo importante, nesse momento em que a contabilidade brasileira está 
convergindo suas normas para asinternacionais. 
 Nosso desejo sincero é que todos os leitores possam extrair ensinamentos úteis para sua 
vida profissional da leitura de nossas obras.
 Um abraço e até breve!
 .
 Os autores
economia.indb 8 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Sumário
Introdução à Economia
1. O prOblema ecOnômicO fundamental ............................................................................................ 1
1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA ........................................................................................................................... 1
1.2 PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL .................................................................................................. 2
1.3 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO ........................................................................................... 2
1.4 OS FATORES DE PRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5
1.5 SISTEMA ECONÔMICO ................................................................................................................................. 5
1.6 FLUXOS ECONÔMICOS NUMA ECONOMIA DE MERCADO. OS MERCADOS DE FATORES E DE BENS.............5
1.7 MICRO E MACROECONOMIA ........................................................................................................................ 7
1.8 VARIÁVEIS-FLUXO E VARIÁVEIS-ESTOQUE ................................................................................................... 7
TESTE DE FIXAÇÃO ............................................................................................................................................. 8
2. a demanda e a Oferta ........................................................................................................................... 13
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS ............................................................................................................ 13
2.2 A DEMANDA ................................................................................................................................................ 15
2.3 A OFERTA .................................................................................................................................................... 17
2.4 O EQUILÍBRIO DE MERCADO NA CONCORRÊNCIA PERFEITA .................................................................. 18
2.5 MUDANÇA NO PREÇO DE EQUILÍBRIO DE MERCADO EM VIRTUDE DE DESLOCAMENTO ..................... 20
2.6 DIFERENÇA ENTRE VARIAÇÃO NA DEMANDA E NA QUANTIDADE DEMANDADA .................................... 26
2.7 TRATAMENTO MATEMÁTICO DAS FUNÇÕES DEMANDA E OFERTA REVISITADO ..................................... 27
TESTE DE FIXAÇÃO ........................................................................................................................................... 30
3. el asticidades .......................................................................................................................................... 37
3.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE .................................................................................................................... 37
3.2 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA ....................................................................................................... 37
3.3 FATORES QUE INFLUENCIAM EPD ............................................................................................................. 39
3.4 RELAÇÕES ENTRE EPD E A RECEITA TOTAL DOS PRODUTORES (RT) ..................................................... 39
3.5 ASPECTOS MATEMÁTICOS DE EPD ........................................................................................................... 40
3.6 ELASTICIDADE-RENDA DA PROCURA ........................................................................................................ 45
3.7 ELASTICIDADE-CRUZADA DA PROCURA ................................................................................................... 47
3.8 ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA ........................................................................................................... 47
3.9 INCIDÊNCIA DE UM TRIBUTO SOBRE VENDAS NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA 48
APÊNDICE MATEMÁTICO .................................................................................................................................. 56
TESTE DE FIXAÇÃO ........................................................................................................................................... 63
economia.indb 9 12/03/2012 12:30:54
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
4. pOr trás da curva de demanda: ..................................................................................................... 71
4.1 PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR ............................................................................................................ 86
4.2 CURVAS DE INDIFERENÇA.......................................................................................................................... 72
4.3 LIMITAÇÃO ORÇAMENTÁRIA....................................................................................................................... 76
4.4 EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR ................................................................................................................... 79
4.5 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ....................................................................................................................... 84
4.6 EXCEDENTE DO CONSUMIDOR.................................................................................................................. 86
TESTE DE FIXAÇÃO ........................................................................................................................................... 88
5. teOria da firma ...................................................................................................................................... 91
5.1 A TEORIA DA PRODUÇÃO ........................................................................................................................... 91
5.2 OS CUSTOS DE PRODUÇÃO ...................................................................................................................... 96
5.3 EQUILÍBRIO DA FIRMA NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA .................................................. 104
5.4 EQUILÍBRIO NO MONOPÓLIO ................................................................................................................... 114
5.5 EXCEDENTE DOS PRODUTORES. CONCEITO ......................................................................................... 117
APÊNDICE MATEMÁTICO ................................................................................................................................ 118
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 121
6. a fixaçãO dOs preçOs em mercadOs ........................................................................................... 131
6.1 CRÍTICAS À ABORDAGEM DA MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS COM BASE NO CUSTO MARGINAL ............ 121
6.2 UMA TEORIA ALTERNATIVA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO: A CONSTÂNCIA DO CUSTO VARIÁVEL MÉDIO 121
6.3 O EQUILÍBRIO DA FIRMA NUM MERCADO COMPETITIVO. O BREAK-EVEN POINT ................................ 133
6.4 O EQUILÍBRIO DA FIRMA NUM MERCADO NÃO COMPETITIVO. A FIXAÇÃO DO PREÇO PELO 
 CRITÉRIO DO MARK UP............................................................................................................................. 135
APÊNDICE MATEMÁTICO ................................................................................................................................ 135
TESTES DE FIXAÇÃO .......................................................................................................................................136
7. cOntabilidade naciOnal ................................................................................................................... 139
7.1 CONTABILIDADE NACIONAL E A MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA ......................................... 139
7.2 PRODUTO, RENDA E DESPESA ............................................................................................................... 140
7.3 DIFERENTES CONCEITOS DE PRODUTO .................................................................................................. 150
7.4 CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA ..................................................................................................... 158
7.5 PRODUTO REAL E PRODUTO NOMINAL ................................................................................................ 160
7.6 CONTAS NACIONAIS ................................................................................................................................ 162
APÊNDICE ........................................................................................................................................................ 184
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 186
8. O balançO de pagamentOs .............................................................................................................. 199
8.1 BALANÇO DE PAGAMENTOS .................................................................................................................... 199
8.2 ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS ........................................................................................ 199
8.3 FORMA ALTERNATIVA DE APRESENTAR O BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES ......................... 205
8.4 O SIGNIFICADO DO SALDO DO BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES. PASSIVO ......................... 206
 EXTERNO LÍQUIDO .................................................................................................................................... 206
8.5 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................... 207
8.6 NOVO CRITÉRIO DE APRESENTAÇÃO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS DO BRASIL ............................ 212
8.7 A TAXA DE CÂMBIO ................................................................................................................................... 213
8.8 RELAÇÃO DE TROCA ................................................................................................................................ 221
8.9 A TAXA DE CÂMBIO REAL ......................................................................................................................... 221
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 222
9. a mOeda .................................................................................................................................................... 233
9.1 ORIGENS E FUNÇÃO DA MOEDA ............................................................................................................. 235
9.2 MEIOS DE PAGAMENTO. OFERTA MONETÁRIA. QUASE-MOEDA ............................................................ 233
9.3 CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA ...................................................................................................... 237
9.4 O PROCESSO DE EXPANSÃO DA MOEDA ESCRITURAL ......................................................................... 238
9.5 AS CONTAS DO SISTEMA MONETÁRIO .................................................................................................... 240
9.6 O MULTIPLICADOR DOS MEIOS DE PAGAMENTO ................................................................................... 243
9.7 POLÍTICA MONETÁRIA. MECANISMOS DE CONTROLE MONETÁRIO ...................................................... 245
9.8 A TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA ...................................................................................................... 246
9.9 A DEMANDA DE MOEDA ........................................................................................................................... 248
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 250
economia.indb 10 12/03/2012 12:30:55
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
10. O mOdelO keynesianO simples ..................................................................................................... 255
10.1 CLÁSSICOS X KEyNES ........................................................................................................................... 255
10.2 AS HIPÓTESES DO MODELO .................................................................................................................. 257
10.3 CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO DO MODELO .............................................................................................. 258
10.4 COMPOSIÇÃO DA DEMANDA AGREGADA ............................................................................................. 259
10.5 DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RENDA DE EQUILÍBRIO ......................................................................... 262
10.6 MUDANÇAS NA DEMANDA AGREGADA E VARIAÇÕES NA RENDA DE EQUILÍBRIO 
 OS MULTIPLICADORES ........................................................................................................................... 271
10.7 INJEÇÕES X VAZAMENTOS .................................................................................................................... 269
10.8 A IGUALDADE ENTRE A POUPANÇA E O INVESTIMENTO ...................................................................... 272
APÊNDICE MATEMÁTICO ................................................................................................................................ 275
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 281
11. O mOdelO keynesianO ..................................................................................................................... 289
11.1 O MODELO EM UMA ECONOMIA FECHADA .......................................................................................... 289
11.2 O MERCADO DE PRODUTOS E A FUNÇÃO IS ........................................................................................ 290
11.3 O MERCADO MONETÁRIO E A FUNÇÃO LM .......................................................................................... 294
11.4 O EQUILÍBRIO DA ECONOMIA................................................................................................................. 296
11.5 AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA E O DESEMPREGO ..................................................................... 297
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 306
12. mOdelO is-lm para uma ecOnOmia aberta .............................................................................. 311
12.1 HIPÓTESES BÁSICAS DO MODELO ........................................................................................................ 311
12.2 A CURVA BP ............................................................................................................................................ 312
12.3 AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL NUMA ECONOMIA ABERTA ........................................................ 315
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 329
13. inflaçãO ...............................................................................................................................................333
13.1 CONCE ITO ............................................................................................................................................... 333
13.3 TIPOS DE INFLAÇÃO .............................................................................................................................. 335
13.4 A CURVA DE PHILLIPS ........................................................................................................................... 339
13.5 A INFLAÇÃO INERCIAL ........................................................................................................................... 339
13.6 O IMPOSTO INFLACIONÁRIO ................................................................................................................. 340
APÊNDICE MATEMÁTICO ................................................................................................................................ 340
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 343
14. finaças p úblicas ............................................................................................................................... 347
14.1 OBJETIVOS DA POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA. BENS PÚBLICOS E A AÇÃO GOVERNAMENTAL 347
14.2 DISPÊNDIO PÚBLICO. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................ 350
14.3 PRINCÍPIOS DA TRIBUTAÇÃO ................................................................................................................. 353
14.4 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS .......................................................................................................... 354
14.5 TRIBUTOS PROGRESSIVOS, REGRESSIVOS E PROPORCIONAIS ......................................................... 365
14.6 OS EFEITOS DA INFLAÇÃO SOBRE A ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA ..................................................... 369
14.7 ELASTICIDADE-RENDA DOS IMPOSTOS E DO SISTEMA TRIBUTÁRIO .................................................. 372
14.8 A CURVA DE LAFFER ............................................................................................................................. 372
14.9 DÉFICIT E SUPERÁVIT PÚBLICO. CONCEITOS E FONTES DE FINANCIAMENTO ................................... 374
APÊNDICE ....................................................................................................................................................... 378
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 380
15. O mOdelO de cOnsumO cOm restriçãO Orçamentária intertempOral e a 
equivalência ricardiana ...................................................................................................................... 385
15.1 AS PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR E A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL 385
15.2 O ÓTIMO DO CONSUMIDOR .................................................................................................................. 390
15.3 VARIAÇÕES NA RENDA ........................................................................................................................... 390
15.4 VARIAÇÕES NA TAXA REAL DE JUROS .................................................................................................. 391
15.5 RESTRIÇÃO DE CRÉDITO ....................................................................................................................... 393
15.6 EQUIVALÊNCIA RICARDIANA .................................................................................................................. 394
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 399
economia.indb 11 12/03/2012 12:30:55
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
16. crescimentO ecOnômicO. .............................................................................................................. 403
16.1 A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO MACROECONÔMICA .................................................................................. 403
16.2 MODELO DE CRESCIMENTO DE SOLOW SEM CRESCIMENTO POPULACIONAL E ............................. 405
16.3 MODELO DE SOLOW COM CRESCIMENTO POPULACIONAL ................................................................ 411
16.4 MODELO DE SOLOW COM CRESCIMENTO POPULACIONAL E PROGRESSO TECNOLÓGICO 414
16.5 - APÊNDICE MATEMÁTICO ...................................................................................................................... 416
TESTE DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 417
17. prOvas resOlvidas de cOncursOs ............................................................................................. 421
AFTN - 2005 - PROVA DE ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS ....................................................................... 421
RESOLUÇÃO ................................................................................................................................................... 424
PROVA ICMS 2006 - ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS ............................................................................. 427
RESOLUÇÃO ................................................................................................................................................... 432
18. resOluçãO dOs testes de fixaçãO ............................................................................................. 435
CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................................................... 435
CAPÍTULO 2 ..................................................................................................................................................... 440
CAPÍTULO 3 ..................................................................................................................................................... 448
CAPÍTULO 4 ..................................................................................................................................................... 459
CAPÍTULO 5 ..................................................................................................................................................... 463
CAPÍTULO 6 ..................................................................................................................................................... 476
CAPÍTULO 7 ..................................................................................................................................................... 477
CAPÍTULO 8 ..................................................................................................................................................... 493
CAPÍTULO 9 ..................................................................................................................................................... 508
CAPÍTULO 10 ................................................................................................................................................... 513
CAPÍTULO 11 ................................................................................................................................................... 526
CAPÍTULO 12 ................................................................................................................................................... 535
CAPÍTULO 13 ................................................................................................................................................... 539
CAPÍTULO 14 ................................................................................................................................................... 541CAPÍTULO 15 ................................................................................................................................................... 545
CAPÍTULO 16 ................................................................................................................................................... 547
Índice al fabéticO-remissivO ............................................................................................................... 551
economia.indb 12 12/03/2012 12:30:55
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
O pr oblema 
econômico fundamental
1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA
Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços 
que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. 
A Economia não é uma ciência exata cujas leis ou proposições sejam passíveis de verificação 
ou de experimentação em laboratórios. Por essa razão, embora os economistas estejam de acordo 
entre si sobre muitos fatos relativos à ciência1 também discordam sobre muitos outros, conforme se 
perceberá no decorrer deste livro.
1.2 PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL
A Economia estuda, pois, a relação que os homens têm entre si na produção dos bens e serviços 
necessários à satisfação dos desejos e aspirações da sociedade. 
Ocorre que as necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Isto porque o ser humano, 
pela sua própria natureza, nunca está satisfeito com o que possui e sempre deseja mais coisas.
Por outro lado, os recursos produtivos (ou fatores de produção) que a sociedade conta para efetuar 
a fabricação de bens e serviços (a extensão de terra agriculturável e demais recursos naturais, o 
volume de mão de obra disponível para o trabalho e a quantidade de máquinas e equipamentos que 
a sociedade possui) têm caráter finito ou limitado.
Há, portanto, uma contradição. Os desejos e necessidades da sociedade são ilimitados e os 
recursos para efetivar-se a produção dos bens e serviços que devem atendê-los são limitados.
1 Por exemplo, é amplamente aceito que um aumento da procura por um bem no mercado normalmente tem como consequência a elevação do 
seu preço (ver Capítulo 2).
Capítulo 1
A curva de possibilidades de produção. 
Tarefas do sistema econômico. 
O funcionamento de uma economia de mercado.
1
Introdução à Economia
economia.indb 1 12/03/2012 12:30:55
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Silvio Pereira
Realce
Capítulo 01
2
Isto nos leva à seguinte proposição: por mais rica que a sociedade seja (por mais recursos 
produtivos de que disponha), os fatores de produção serão sempre escassos para efetivar a fabri-
cação de todos os bens e serviços que essa mesma sociedade deseja. Ou seja, ela terá que efetuar 
escolhas sobre quais os bens e serviços deverão ser produzidos, da mesma forma que o cidadão 
comum, contando com um salário de determinado valor, não pode naturalmente consumir todos os 
bens e serviços que deseja, devendo escolher entre eles quais poderá adquirir e que estejam ao 
alcance de sua renda.
Por este fato, a Economia muitas vezes também é definida como a ciência que estuda a 
escassez ou a ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção dos múltiplos bens 
que a sociedade deseja.
1.3 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
A Curva de Possibilidades de Produção (CPP) é um recurso utilizado pelos economistas para 
ilustrar o problema da escassez.
Por ser um conceito abstrato, vamos fazer uma aproximação do que seria a CPP numa situação 
mais próxima da realidade: suponhamos que uma empresa tenha 10 máquinas e 40 trabalhadores e 
que tenha apenas dois produtos na sua linha de fabricação: parafuso tipo A e parafuso tipo B. Adi-
cionalmente, suponhamos também que, por um determinado prazo de tempo, a empresa não possa 
comprar mais máquinas e nem contratar trabalhadores adicionais e que não haja nenhuma inovação 
tecnológica no processo de fabricação do produto.
Assim, os pressupostos são:
a) os recursos produtivos são fixos ou constantes;
b) o conhecimento tecnológico é constante;
c) somente dois produtos são passíveis de fabricação.
O diretor da empresa encomenda ao engenheiro responsável pelo Departamento de Produção 
um levantamento de quais são as possibilidades de produção da empresa utilizando-se plena-
mente e da forma mais eficiente possível todos os fatores de produção da empresa (ou seja, 
os 40 trabalhadores e as 10 máquinas - todos os trabalhadores e máquinas plenamente utilizados e 
efetuandose a produção da forma mais eficiente possível).
O engenheiro, obedecendo tais ordens, faz o seguinte levantamento de produção:
 PARAFUSO A PARAFUSO B
20 0
18 1
15 2
11 3
 6 4
 0 5
Se todos os recursos produtivos da fábrica fossem utilizados somente para a produção do parafu-
so A, obter-se-iam 20 unidades do mesmo. Caso se desejasse produzir uma unidade de B, recursos 
produtivos alocados na fabricação do parafuso A deveriam ser deslocados para B e haveria uma 
perda de 2 unidades de A. Aumentos sucessivos na produção de B levariam a reduções também 
sucessivas na fabricação de A até atingir-se um outro ponto-limite: caso todos os fatores fossem 
utilizados na produção de B, obter-se-iam 5 unidades deste tipo de parafuso.
O seguinte gráfico poderia ser montado para ilustrar as possibilidades de produção contidas no 
mapa levantado pelo engenheiro, colocando-se no eixo das abscissas (horizontal) a produção de A e 
no das ordenadas (vertical), a de B:
O problema econômico fundamental
economia.indb 2 12/03/2012 12:30:55
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3
Introdução à Economia
No gráfi co, os pontos de produção são unidos por uma curva (a CPP) no pressuposto de que a 
fabricação possa ser contínua (ou seja, possam produzir-se quantidades fracionadas dos parafusos, 
tais como 2 1/4, 3 1/2 etc).
Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfi co da CPP da empresa:
1) A produção do parafuso B é mais difícil de ser feita do que a do parafuso A; de fato, a 
produção máxima possível de B é de 5 unidades enquanto a de A é de 20 unidades;
2) Os pontos da Curva de Possibilidade de Produção expressam a quantidade máxima 
possível da produção de um dos bens, dada a produção do outro. Por exemplo, se a 
empresa desejar produzir 11 unidades do bem A, ela poderá fabricar, no máximo, utilizando 
todos os fatores de produção da forma mais efi ciente possível, 3 unidades do bem B.
3) Um ponto dentro da curva signifi ca uma produção abaixo ou aquém das possibilidades da 
empresa; se ela resolver produzir, digamos, 6 unidades de A e 3 unidades de B, alguns dos 
recursos produtivos fi carão ociosos ou não serão utilizados da forma mais efi ciente, 
já que a empresa poderia perfeitamente aumentar a produção de A para 11 unidades sem 
ter que diminuir a produção de B.
4) Um ponto fora da curva signifi ca uma produção acima ou além das possibilidades da 
empresa; por exemplo, não é possível que ela produza 11 unidades de A e 4 de B, já que o 
máximo possível de B, quando se fabrica 11 de A, é de 3 unidades. Este ponto de produção 
só poderia ser atingido se houvesse um aumento na quantidade dos fatores de produção 
ou uma inovação tecnológica, fatos que aumentariam as possibilidades de produção da 
empresa; lembremo-nos, entretanto, que ambas as variáveis foram supostas constantes 
para traçarmos a curva.
5) O fato mais importante a ser constatado é de que aumentos na produção de um bem, se a 
empresa estiver trabalhando em pontos situados na CPP, só poderão ser efetuados 
à custa de decréscimos na produção do outro.
Tudo o que foi falado até agora a respeito desta hipotética empresa poderia ser aplicado a uma 
sociedade em que apenas dois tipos de bens pudessem ser produzidos e para a qual a quantidade 
de fatores de produção e o nível tecnológico fossem dados (constantes). Desse modo, a CPP ilustrao problema da escassez: os recursos produtivos são limitados e não podem atender à produção de 
todos os bens e serviços que seriam precisos para satisfazer as necessidades humanas. A sociedade, 
para obter mais do bem A, precisaria sacrifi car a produção do bem B e vice-versa.
A quantidade perdida do bem A que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção de B 
é denominada de custo de oportunidade (ou de transformação).
Observamos, no exemplo numérico, que a quantidade de A que a empresa (ou a sociedade) deve 
abandonar para obter uma unidade adicional de B é crescente.
O problema econômico fundamental
economia.indb 3 12/03/2012 12:30:55
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Capítulo 01
4
UNIDADE ADICIONAL DE B 
1ª 
2ª 
3ª
4ª
5ª 
 PERDA DE A (CUSTO DE OPORTUNIDADE)
2 (20-18)
3 (18-15)
4 (15-11)
5 (11-6)
6 (6-0)
O fato de o custo de oportunidade ser crescente faz com que a Curva de Possibilidades de Pro-
dução tenha sua concavidade (curvatura) voltada para baixo ou para a origem:
Repare, por exemplo, que se a perda de A para obter-se uma unidade adicional de B fosse sempre 
igual (constante), tal como na tabela a seguir, a CPP seria representada por uma linha reta:
 A B
20 0
16 1
12 2
 8 3
 4 4
 0 5
 
Os economistas são de opinião que a CPP apresenta a concavidade voltada para baixo, porque 
o custo de oportunidade de produzir B em termos de A é crescente.
A razão do custo de oportunidade ser crescente é de que, à medida que se deslocam fatores de 
produção que são adequados à produção de A para a fabricação de B ou vice-versa, estes fatores 
serão cada vez menos efi cientes.
Assim, trabalhadores especializados na produção de A ao serem transferidos para a de B serão 
bem menos produtivos. Da mesma forma, a terra que é utilizada no cultivo de um produto agrícola 
não necessariamente se presta, com a mesma efi ciência, à cultura de outro. Ou seja, a produção adi-
cional de B que se obtém diminuindo a produção de A é decrescente ou cada vez menor. Esta última 
proposição corresponde à famosa lei da Produtividade Marginal decrescente ou lei dos rendimentos 
decrescentes que será analisada no Capítulo 4.
O problema econômico fundamental
economia.indb 4 12/03/2012 12:30:56
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5
Introdução à Economia
1.4 OS FATORES DE PRODUÇÃO
A maioria dos economistas2 classifica os fatores de produção da sociedade em três categorias:
1) Recursos naturais ou terra;
2) Mão de obra ou trabalho;
3) Capital.
São considerados recursos naturais somente os elementos da natureza suscetíveis de se-
rem incorporados às atividades econômicas. O volume desses recursos depende, entre outros 
fatores, da evolução tecnológica (que determina a possibilidade de aproveitamento de matérias-pri-
mas e fontes de energia, do avanço da ocupação territorial, das facilidades de transporte e do levan-
tamento de existências)3. Assim, um recurso mineral numa grande floresta cuja exploração é inviável 
por não existir um meio de transporte adequado para levá-lo aos grandes centros consumidores não 
faz parte do estoque de recursos naturais (não é fator de produção) da economia.
É considerada, como fator de produção Trabalho, a População Economicamente Ativa (PEA) 
da sociedade.
A população de um país é constituída pelos seus habitantes. Se da população subtrairmos as 
pessoas que não estão em idade de trabalhar (os muitos jovens ou os muito idosos), chegaremos 
ao conceito de População Ativa. Se da população ativa computarmos apenas as pessoas que estão 
procurando emprego no mercado formal de trabalho (excluindo, por exemplo, estudantes e donas de 
casa), obteremos a População Economicamente Ativa (PEA).
A PEA é constituída por empregados e desempregados. A parcela da PEA que está empregada é 
denominada População Ocupada. O quociente entre a parcela desempregada da PEA e o seu total 
é denominada de taxa de desemprego da economia.
O fator de produção Capital corresponde ao conjunto dos edifícios, máquinas, equipamentos e 
instalações que a sociedade dispõe para efetuar a produção. Este conjunto é denominado de esto-
que de capital da economia. Quanto mais bens de capital4 dispuser a economia, mais produtiva ela 
será (ou seja, mais bens e serviços poderá produzir). Observe que o conceito de capital como fator 
de produção é um pouco diferente da palavra Capital usada na linguagem comum, quando é utilizada 
para designar uma quantia em dinheiro (ou outro ativo financeiro) que determinada pessoa possui para 
iniciar um determinado negócio.
1.5 SISTEMA ECONÔMICO
Sistema Econômico é a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades 
econômicas que, conforme visto no item 1.1, são as atividades de produção, circulação, distribuição 
e consumo de bens e serviços. 
Tendo em vista que as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos são limita-
dos, qualquer sistema econômico terá que enfrentar três problemas básicos:
a) o que produzir - ou seja, a sociedade terá que fazer uma escolha, dentro do leque de possibi 
lidades de produção que tenha, quais os produtos e respectivas quantidades que serão fabricados.
b) como produzir - a sociedade terá que escolher também quais os recursos produtivos que 
serão utilizados para a fabricação dos produtos elegidos, dado o nível tecnológico nela 
existente; como esses recursos são escassos, é sempre conveniente que sejam utilizados 
da forma mais eficiente para que o Custo de Produção seja o menor possível.
c) para quem produzir - a sociedade terá também que decidir como seus membros participarão 
da distribuição dos resultados de sua produção, ou seja, se todos participarão igualmente 
desses resultados ou, em caso contrário, quais deles serão os mais ou menos beneficiados.
A maneira como esses problemas são resolvidos numa economia capitalista de mercado, que é a 
forma de sistema econômico predominante no mundo contemporâneo, é apresentada a seguir.
2 Alguns como ROSSETTI, incluem ainda como fatores de produção a capacidade tecnológica e a capacidade gerencial
3 Conforme Antonio Castro e Carlos Lessa, Introdução à Economia, Editora Forense Universitária, Capítulo I.
4 Sobre a classificação dos bens utilizada pelos economistas, veja a resposta ao exercício resolvido n. 1.
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economia.indb 5 12/03/2012 12:30:56
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Capítulo 01
6
1.6 FLUXOS ECONÔMICOS NUMA ECONOMIA DE MERCADO. OS MERCADOS DE FATORES E DE BENS.
Numa versão simplifi cada do funcionamento de uma economia de mercado, há que se distinguir 
dois agentes econômicos fundamentais: as unidades produtivas ou empresas e as unidades 
consumidoras ou proprietários dos fatores de produção (ou famílias).
As unidades produtivas, como próprio nome indica, são as unidades produtoras de bens e 
serviços. Numa economia de mercado, tal produção é efetuada por pessoas jurídicas denominadas 
empresas, utilizando os fatores de produção (recursos naturais, trabalho e capital) que são cedidos 
a elas pelos proprietários dos mesmos em troca de uma remuneração, que é denominada renda.
Os proprietários dos fatores de produção (os capitalistas que detêm a propriedade do capital, os 
assalariados e demais trabalhadores que possuem o fator de produção trabalho e as pessoas que são 
donas dos recursos naturais) utilizam a renda originária da cessão de seu uso para as empresas para 
comprar os bens e serviços que estas produzem e que satisfaçam às suas necessidades. O valor total 
destas compras é denominado dispêndio.
Observe que a empresa é um agente econômico distinto do capitalista, seu proprietário, que faz 
parte das famílias5.
O diagrama a seguir resume o que foi exposto:O diagrama a seguir resume o que foi exposto:
A renda, a remuneração paga pelas empresas pelo uso dos fatoresde produção, é classifi cada 
pelos economistas em quatro grandes categorias:
•	os salários, que são a remuneração do fator de produção trabalho; nesta categoria são 
incluídas também as comissões, os honorários de profi ssionais liberais, os ordenados dos 
executivos, enfi m todas as remunerações relativas ao trabalho, mesmo que não-assalariado.
•	os juros e lucros, que são a remuneração do fator de produção capital: observe que o lucro 
das empresas, mesmo que não distribuído, é considerado renda dos sócios ou acionistas 
da empresa pois, em última análise, pertence a eles6.
•	os aluguéis, que são a remuneração dos proprietários dos recursos naturais e de bens de 
capital arrendados a terceiros. 
A distribuição dos benefícios resultantes da produção (para quem produzir) dependerá da 
quantidade de cada fator de produção utilizado e da contribuição de cada um deles para a efeti-
vação da produção, ou seja, de sua produtividade. Assim, por exemplo, países em que o trabalho 
não-qualifi cado seja abundante e o capital escasso, tendem a pagar salários bastante baixos, embora 
os juros e os lucros sejam mais elevados. Os trabalhadores qualifi cados, por sua vez, por serem 
menos abundantes e mais produtivos, tendem a receber remunerações mais altas.
5 Os proprietários de empresas individuais e os profi ssionais liberais participam simultaneamente dos dois grupos: enquanto unidades produtoras 
são considerados integrantes do agente econômico empresas e, enquanto proprietária de fatores de produção, das famílias.
6 Mesmo os lucros não-distribuídos pelas empresas pertencem a seus sócios e acionistas; se a companhia, por exemplo, vier a se extinguir, a 
importância correspondente a estes lucros será paga a eles.
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7
Introdução à Economia
A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é tomada em conjunto pelas 
unidades consumidoras (que constituirão a demanda por bens e serviços) e pelas unidades produto-
ras (que farão a oferta de bens e serviços). O mecanismo de equilíbrio entre essas duas forças se dá 
no mercado, onde são determinados os preços e quantidades transacionados dos diversos bens e 
serviços.
A resposta à questão de como produzir será dada pela concorrência entre os produtores, 
que deverão adotar a combinação de fatores de produção que proporcione o menor custo da 
produção.
1.7 MICRO E MACROECONOMIA
Microeconomia* é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de 
um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos 
compradores e vendedores de tais bens, tais como o mercado de automóveis, 
de produtos agrícolas etc.
Macroeconomia** é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como 
um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume 
da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema 
econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial.
* micro, em grego, significa pequeno.
 ** macro, em grego, significa grande.
Nos Capítulos 2 a 6 deste livro, os temas tratados pertencem ao domínio da Microeconomia. Nos 
demais (7 a 13), ao da Macroeconomia.
1.8 VARIÁVEIS-FLUXO E VARIÁVEIS-ESTOQUE
As variáveis econômicas podem ser divididas em dois tipos: variáveis-fluxo e variáveis-estoque.
As variáveis-fluxo são aquelas que são medidas em determinada unidade de tempo (ano, semes-
tre, trimestre, mês, semana, dia etc.). São exemplos de variáveis-fluxo:
•	consumo de bens e serviços
•	salários pagos
•	 lucro das empresas
•	compras de matérias-primas
•	 renda paga aos fatores de produção
•	exportações e importações
•	nascimentos e óbitos
•	empréstimos e respectivas amortizações
•	a taxa de variação dos preços de um país
As variáveis-estoque são aquelas medidas em determinada data. São exemplos:
•	estoque de mercadorias
•	estoque de matérias-primas
•	capital nominal investido numa empresa
•	a população de um país
•	a População Economicamente Ativa
•	estoque de capital de um país
•	dívida interna e externa de um país
•	a quantidade de moeda em circulação no país
•	os preços dos bens e serviços
•	a taxa de câmbio
A inter-relação entre as variáveis-fluxo e estoque pode ser retirada da Hidráulica (ramo da Física): 
conhecendo-se a vazão de água de uma torneira aberta, pode-se calcular o tempo em que um 
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Capítulo 01
8
reservatório, que receba essa vazão, fica cheio, bastando dividir-se a capacidade do reservatório em 
litros pela vazão, medida em litros por unidade de tempo. Assim, se uma torneira despeja 50 litros 
de água por hora (variável-fluxo), o reservatório, cuja capacidade é de 500 litros por hipótese, ficará 
cheio em 10 horas.
Observe que o volume de água no reservatório é uma variável-estoque contínua. A cada momento 
do tempo, o nível do reservatório se altera em função da vazão de água da torneira no interregno entre 
eles. A variável-estoque, portanto, é influenciada pelo valor da variável-fluxo.
Em Economia, há também vários exemplos de inter-relação entre essas variáveis. Veja-se o caso 
da dívida externa de um país. Trata-se de uma variável-estoque (é medida numa determinada data) e 
seu valor é influenciado pelos fluxos dos empréstimos e amortizações dos mesmos (que são medidos 
em intervalos de tempo). Outro exemplo é a relação entre a produção de bens de capital (investimento) 
e o estoque de bens de capital de um país (veja, a respeito, o Capítulo 7 deste livro).
TESTES DE FIXAÇÃO
01. Constitui um bem de capital:
a) os bens e serviços que se destinam ao atendimento direto das necessidades humanas;
b) os bens que aumentam a eficiência do trabalho humano;
c) os bens e serviços que entram na produção de outros bens e serviços;
d) ações, letras de câmbio e certificados de depósito bancário a prazo;
e) nenhuma das alternativas anteriores.
02. A Curva de Possibilidade de Produção é utilizada nos manuais de economia para ilustrar um 
dos problemas fundamentais do sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados 
(escassez) e não podem satisfazer todas as necessidades ou desejos, por outro é necessário 
realizar escolhas. Essa curva, quando construída para dois bens, mostra:
a) os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens;
b) a quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total de mão de obra;
c) a quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos indivíduos dessa 
sociedade;
d) quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes 
e com determinada tecnologia;
e) a impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade visto que os recursos são 
escassos.
03. Os pontos de uma Curva de Possibilidade de Produção expressam:
a) as combinações de máxima produção obtenível de dois bens correspondentes a um deter-
minado Custo de Produção, dada a tecnologia;
b) as combinações de mínima produção obtenível de dois bens, quando a dotação disponível dos 
 fatores é plenamente utilizada, dada a tecnologia;
c) as combinações de máxima produção obtenível de dois bens, quando a dotação disponível 
dos fatores é plenamente utilizada, dada a tecnologia;
d) as combinações de níveis de produção obteníveis de dois bens correspondentes ao máximo 
lucro, dada a tecnologia;
e) as combinações de produção obtenível de dois bens correspondentes à máxima utilidade 
alcançada pelos consumidores, dada a tecnologia e o preço das mercadorias.
04. Uma Curva de Possibilidade de Produção com a concavidade voltada para origem implica:
a) custos crescentes de transformação deum produto em outro;
b) custos decrescentes de transformação de um produto em outro;
c) custos constantes de transformação de um produto em outro;
d) rendimentos crescentes de escala;
e) rendimentos constantes de escala.
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Introdução à Economia
05. Em relação à Curva de Possibilidades de Produção, é correto afi rmar que:
a) trata-se de um conceito dinâmico, pois mostra como a sociedade pode aumentar a produção 
de bens e serviços à medida que aumentem a disponibilidade de fatores de produção e/ou 
o conhecimento tecnológico;
b) se ela é côncava em relação à origem, isto implica que o custo de transformação de um 
produto em outro (custo de oportunidade) é decrescente;
c) se a produção da sociedade é representada por um ponto dentro da curva, isto signifi ca que 
está se utilizando todos os fatores de produção disponíveis com a máxima efi ciência possível;
d) ela mostra que mesmo uma sociedade muito desenvolvida tem que efetuar escolhas em 
relação à produção de bens e serviços;
e) é possível aumentar-se simultaneamente a produção de vários bens e serviços na sociedade, 
mesmo que os fatores de produção da mesma estejam sendo plenamente utilizados com a 
melhor tecnologia disponível.
06. Em relação à Curva de Possibilidades de Produção abaixo, uma das afi rmações é falsa. Identifi que-a.
a) a Curva de Possibilidades de Produção só se desloca a longo prazo, em função do aumento 
do número de ofertantes;
b) cada combinação de X e Y signifi ca uma possibilidade de utilização ótima dos fatores produ-
tivos;
c) a produtividade física marginal de cada recurso produtivo decresce com a maior utilização 
de cada um deles;
d) as combinações de X e Y que formam a curva esgotam a utilização de recursos produtivos 
da economia;
e) os fatores de produção são escassos.
07. No gráfi co abaixo, a Curva de Possibilidades de Produção de produção de uma economia é 
representada pela linha cheia ligando os pontos A e B.
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Capítulo 01
10
O deslocamento da curva para a posição ocupada pela linha interrompida que liga os pontos 
A e C é compatível com a causa seguinte:
a) progresso tecnológico aplicável à produção de cada um dos dois bens, mantidas constantes 
as dotações dos demais recursos produtivos;
b) redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem Y, mantidas constantes 
as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y;
c) progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem Y, mantidas constantes 
as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y;
d) redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem X, mantidas constantes 
as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y;
e) progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem X, mantidas constantes 
as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y.
08. O problema econômico fundamental de qualquer sociedade é:
a) o que produzir;
b) para quem produzir;
c) como produzir;
d) todas as assertivas anteriores;
e) nenhuma das assertivas anteriores.
09. As famílias fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, do seguinte modo:
a) constituem a demanda em ambos os mercados;
b) constituem a demanda no mercado de bens e a oferta no mercado de fatores;
c) constituem a demanda no mercado de fatores e a oferta no mercado de bens;
d) constituem a oferta em ambos os mercados;
e) somente fazem parte do mercado de bens.
10. Define-se como Acumulação:
a) o processo de expansão ou de melhoria qualitativa dos recursos de produção preexistentes.
b) a redução da taxa de ociosidade;
c) a melhoria de qualidade dos bens e serviços produzidos;
d) entesouramento de moeda;
e) a geração de poupanças governamentais.
11. Aponte a afirmativa falsa.
a) recursos produtivos, bens e serviços são ditos econômicos quando são relativamente escassos;
b) o conjunto dos elementos da natureza não necessariamente se identifica com o de recursos 
naturais da economia;
c) empresas que se dedicam unicamente ao transporte de mercadorias são unidades produtivas 
do setor terciário da economia;
d) automóveis podem ser bens de consumo durável ou bens de produção;
e) há pleno-emprego quando toda a população em idade de trabalhar está empregada.
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Introdução à Economia
12. Assinale a afirmação falsa.
a) um modelo simplificado da economia classifica as unidades econômicas em famílias e 
empresas, que interagem em dois tipos de mercados: mercados de bens de consumo 
e serviços e mercados de fatores de produção;
b) os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as empresas, enquanto o fluxo 
contrário, de moeda, destina-se ao pagamento de salários, aluguéis, dividendos e juros;
c) os mercados desempenham cinco funções principais: - I. estabelecem valores ou preços; II. 
organizam a produção; III. distribuem a produção; IV. racionam os bens, limitando o consumo 
à produção; e V. prognosticam o futuro, indicando como manter e expandir a capacidade 
produtiva;
d) a Curva de Possibilidades de Produção dos bens X e Y mostra a quantidade mínima de X que 
deve ser produzida, para um dado nível de produção de Y, utilizando-se plenamente os recursos 
existentes;
e) a inclinação da Curva de Possibilidades de Produção dos bens X e Y mostra quantas unidades 
do bem X podem ser produzidas a mais, mediante uma redução na produção do bem Y.
13. A População Economicamente Ativa de uma economia é o total das pessoas
a) em condições de trabalhar e que demandam serviços do fator trabalho no mercado de fatores;
b) em idade de trabalhar e que ofertam serviços do fator trabalho no mercado de fatores, estejam 
ou não empregadas;
c) em idade de trabalhar, que ofertam força de trabalho no mercado de fatores e estão efetiva-
mente empregadas;
d) em idade de trabalhar, que demandam força de trabalho no mercado de fatores e estão 
efetivamente empregadas;
e) que conseguem emprego, quando a economia se encontra abaixo do pleno-emprego.
14. Quanto ao funcionamento de uma economia fechada e sem governo, constituída, exclusiva-
mente, de dois bens, X e Y, é incorreto afirmar que:
a) reduções em quantidades constantes na produção do bem X, mantida fixa a dotação dos 
recursos, inclusive tecnológicos, aplicáveis à produção dos bens, causam acréscimos 
decrescentes na produção do bem Y, devido à lei dos custos sociais crescentes;
b) o aumento da dotação de determinados recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y, 
mantida constante a dotação de, pelo menos, um desses recursos, desloca para fora a Curva 
de Possibilidades de Produção da economia, com deslocamentos sucessivamente menos 
expressivos em virtude da lei dos rendimentos decrescentes;
c) o fluxo real de recursos produtivos, no sentido das unidades familiares para as de produção, 
tem como contrapartida monetária o fluxo dos pagamentos pela aquisição dos bens e serviços 
produzidos com o emprego daqueles recursos produtivos;
d) um ponto externo à Curva de Possibilidades de Produção é inacessível à economia, desde que 
se mantenham constantes as dotações dos recursos produtivos, inclusive os tecnológicos;
e) o fluxo monetário de pagamento pela utilização dos recursos produtivos constitui a renda 
das unidades familiares.
GABARITO
1. B 2. D 3. C 4. A 5. D 6.A 7. E
8. D 9. B 10. A 11. E 12. D 13. B 14. C
 
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A demanda e a oferta
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS
O mercado é o local onde se encontram os vendedores e compradores de determinados bens 
ou serviços. Antigamente, a palavra mercado tinha uma conotação geográfica que hoje não mais 
subsiste, uma vez que os avanços tecnológicos nas comunicações permitem que haja transações 
econômicas até sem contato físico entre o comprador e o vendedor, tais como nas vendas por 
telefone.
Os economistas classificam os mercados da seguinte forma:
• Concorrência perfeita - Trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes fatores:
a) existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores, de tal forma 
que cada vendedor e cada comprador, individualmente, representam muito pouco no total do 
mercado (mercado atomizado);
b) o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas participantes do mercado 
fabricam produtos rigorosamente iguais que não se distinguem um dos outros por qualidade, 
marca, rótulo e quaisquer outras características (produto padronizado);
c) há livre entrada e saída de empresas no mercado; qualquer empresa pode entrar ou sair do 
mercado a qualquer momento, sem quaisquer restrições das demais concorrentes, tais como práticas 
desleais de preços, associações de produtores visando impedir a entrada de empresas novas etc.
d) perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento, pelos compradores e vendedores, 
de tudo o que ocorre no mercado; assim, por exemplo, se uma empresa obtiver uma inovação 
tecnológica no processo produtivo, as outras saberão deste fato imediatamente.
e) perfeita mobilidade dos recursos produtivos; isto significa que a mão de obra e os outros 
insumos utilizados na produção podem ser facilmente deslocados da fabricação de uma 
mercadoria para outra; além disso, no mercado dos fatores de produção vigora também a 
concorrência perfeita, de tal forma que cada empresa poderá adquirir a quantidade desejada 
do fator por um preço que será fixado concorrencialmente.
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita não é facil-
mente encontrado na prática, embora possa se afirmar que os mercados que mais se aproximam 
dela são os mercados de produtos agrícolas.
Capítulo 2
Estruturas de mercado. Função demanda. 
Função oferta. Preço de equilíbrio no mercado de concorrência 
perfeita. Escassez e excedente. Tabelamento.Deslocamentos das curvas 
de demanda e de oferta.
13
Introdução à Economia
economia.indb 13 12/03/2012 12:30:57
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
14
Capítulo 02
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para servir como um pa-
radigma (referencial de perfeição) para análise dos outros mercados. Ou seja, o mercado de 
concorrência perfeita é o mercado ideal, ao qual serão referenciados os mercados de concorrên-
cia imperfeita (existentes no mundo real e listados a seguir) para se verificar no que diferem do 
modelo idealizado.
• Monopólio - é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor. O mo-
nopólio pode ser legal ou técnico.
Monopólio legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a primazia no mercado. Exem-
plo: até 1995, no Brasil, a empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) possuía, por lei, o monopólio 
das atividades de extração e refino do petróleo.
Ocorre o Monopólio técnico quando a produção através de única empresa é a forma mais 
barata de fabricação do produto. Ou seja, quanto maior o tamanho da empresa (escala), menor o 
Custo Médio de fabricação do produto. As atividades de geração e distribuição de energia elétri-
ca são apontadas na literatura especializada como exemplo deste tipo de monopólio.
•	Oligopólio - é o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em que, 
apesar de existir um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes domi-
na a maior parte do mercado. São exemplos de oligopólios a indústria automobilística e a 
indústria de bebidas, entre muitas outras. Embora não haja barreiras explícitas, o poderio 
das grandes firmas que dominam o mercado é um fator desestimulante à entrada de novas 
empresas no oligopólio.
• Monopsônio - é um mercado em que há apenas um único comprador. Imaginemos, por 
exemplo, uma região em que há um número expressivo de pequenos produtores de leite e 
apenas uma grande usina onde este leite pode ser pasteurizado. A usina será a única opção 
de venda para os produtores, de modo que ela terá condições de impor preços para a com-
pra do leite.
• Oligopsônio - é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de com-
pradores ou ainda em que, embora haja um grande número de compradores, uma pequena 
parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das compras ocorridas no 
mercado. A indústria automobilística, por exemplo, constituída por um pequeno número de 
empresas, tem um poder oligopsonista em relação à indústria de autopeças, uma vez que 
é responsável por um grande volume das compras da produção desta última. As grandes 
empresas beneficiadoras de produtos agrícolas também formam um oligopsônio em relação 
aos agricultores, já que compram uma parcela expressiva da produção destes.
• Concorrência Monopolística - trata-se de um mercado em que, apesar de haver um gran-
de número de produtores (e, portanto, ser um mercado concorrencial), cada um deles 
é como se fosse monopolista de seu produto, já que este é diferenciado dos demais. A 
diferenciação do produto se dá por meio de características do mesmo, tais como, quali-
dade, marca (griffe), padrão de acabamento, existência ou não de assistência técnica etc. 
Exemplos de mercados de concorrência monopolística são as lojas de confecções e os 
restaurantes. Nestes últimos, por exemplo, o produto (a comida) é diferenciada pela natu-
reza (pode ser comida chinesa, japonesa, alemã, italiana, brasileira típica etc), qualidade 
(boa, regular, ruim etc), pelas instalações (luxuosas, simples, médias) e por variados outros 
fatores.
Esta não é a única classificação possível dos mercados, embora seja a mais utilizada. Na res-
posta à questão n. 1 dos exercícios resolvidos, é exposta a classificação de Stakelberg.
Uma importante diferenciação entre as estruturas de mercados reside no grau de controle que 
vendedores e compradores têm sobre o preço pelo qual o produto é transacionado no mercado.
Na concorrência perfeita, nenhum vendedor ou comprador, considerado isoladamente, tem 
influência (ou seja, poder de determinação) sobre o preço de mercado. De fato, nenhum vende-
dor conseguirá vender o produto por um preço superior ao preço de mercado, já que, existindo 
um grande número de outros vendedores e o produto sendo homogêneo, o comprador sim-
plesmente fará a aquisição numa outra empresa concorrente. Similarmente, nenhum comprador 
conseguirá comprar o produto a um preço abaixo do de mercado, já que existindo um grande 
número de consumidores, o vendedor sabe que, se não vender para ele, venderá para outro.
Neste mercado, portanto, é somente a influência conjunta de todos os vendedores (representa-
da pela oferta do produto no mercado) e de todos os compradores (representada pela demanda do 
produto no mercado) quem determina o preço de mercado, conforme será exposto no decorrer deste 
Capítulo.
Nas demais estruturas de mercado, ou o vendedor ou o comprador, isoladamente, pode 
impor um preço ao mercado. No monopólio, por exemplo, o único vendedor tem poder quase que 
A demanda e a oferta
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ªEdição
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Introdução à Economia
absoluto1 para fixar o preço para o produto que lhe for mais conveniente. No oligopólio, os poucos 
vendedores existentes podem se unir para evitar a concorrência entre eles e impor um preço ao 
mercado. Na concorrência monopolística - embora o poder do vendedor em fixar preços seja menor 
que no monopólio e no oligopólio, uma vez que existe um grande número de concorrentes - o fato 
de seu produto ser diferenciado dos demais lhe dá uma certa autonomia para determinar o seu preço. 
Da mesma forma, no oligopsônio e no monopsônio, o comprador tem o poder de impor seu preço aos 
vendedores, já que é responsável por uma parcela significativa da demanda do mercado.
2
2.2 A DEMANDA2
2.2.1 CONCEITO
A demanda de um determinado bem (doravante, denominado de bem X) é dada pela quan-
tidade deste bem que os compradores (doravante, denominados de consumidores) desejam 
adquirir num determinado período de tempo3. Ela será representada pelo símbolo DX.
A demanda do bem X depende de uma série de fatores. Os economistas consideram como 
mais relevantes os seguintes fatores:
• o preço do bem X (PX) - de fato, esta é a variável mais importante para que o consumidor 
decida o quanto vai comprar do bem; se o preço for considerado barato, provavelmente ele 
adquirirá maiores quantidades do que se for considerado caro;
•	a renda do consumidor (Y) - embora muitas vezes o consumidor considere atrativo o preço 
do bem X, ele pode não ter renda suficiente para comprálo como, por exemplo, se o bem 
X for um carro de luxo; por outro lado, se a renda do consumidor aumentar num período de 
tempo, provavelmente ele adquirirá maiores quantidades do bem X a um determinado nível 
de preço do que antes e menores, se a renda diminuir, de forma que esta é uma variável que 
condiciona a decisão de consumo;
• o preço de outros bens (PZ) - se o consumidor deseja adquirir manteiga, por exemplo, ele 
não olhará somente o preço desta mas também o preço de bens substitutos4 tais como a 
margarina ou o requeijão cremoso; da mesma forma, se ele desejar adquirir arroz, considerará 
não somente o preço do arroz, mas também o do feijão já que, em nosso país, o consumo 
destes bens está frequentemente associado um ao outro5.
•	os hábitos e gostos dos consumidores (H) - esta é uma das variáveis das mais importan-
tes porque, embora o preço do bem X esteja adequado, inclusive comparado ao de bens 
substitutos e o consumidor possua renda para adquiri-lo, muitas vezes deixa de fazê-lo por 
não estar habituado ou condicionado ao seu consumo6.
Matematicamente, pode-se expressar a demanda do bem X através da seguinte expressão:
 DX = f (PX, Y, PZ, H etc.)
onde a letra f significa que DX é função de e a palavra etc. abarca as outras possíveis variáveis 
que influenciam o consumo do bem X, mas que não serão considerados em nossa análise.
A demanda do bem X é, portanto, a resultante da ação conjunta ou combinada de todas 
essas variáveis. Entretanto, para que se possa analisar o efeito na demanda de uma mudança no 
valor de uma variável considerada isoladamente, os economistas recorrem à hipótese do coete-
ris paribus, expressão latina que significa tudo mais permanecendo constante.
Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda do bem X se o preço 
do mesmo aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis que influenciam a deman-
da permaneçam com o mesmo valor7, de modo que a variação da demanda seja atribuível 
exclusivamente à variação do preço.
Nesse caso, podemos reescrever a demanda do bem X como sendo apenas a função do 
preço de X, já que as demais variáveis ficam com seu valor inalterado:
1 É claro que mesmo o monopolista tem de respeitar as condições da demanda para fixar seus preços. Se a Petrobras estabelecer o preço da 
gasolina em $ 100,00 o litro, praticamente nada venderá pois tornará o custo do transporte absurdamente elevado.
2 Demanda e Procura são expressões sinônimas. Da mesma forma, quantidade procurada e quantidade demandada também são sinônimos.
3 Assim, a demanda pode ser semanal, quinzenal, mensal, anual etc.
4 Bens substitutos são bens em que o consumo de um substitui o consumo de outro, tais como manteiga e margarina, chá e café, carne de vaca 
e carne de porco etc. São também denominados bens sucedâneos.
5 Bens cujo consumo está associado são denominados bens complementares.
6 Por exemplo, há uma crença de que não se deve consumir leite com manga; uma campanha publicitária bem feita que demonstre que esta crença 
não tem validade científica e que a combinação destes dois bens é saborosa poderá induzir ao aumento do consumo de ambos.
7 Observe que a suposição não é de que as outras variáveis não existam, mas apenas de que o seu valor permanece inalterado durante a 
análise.
A demanda e a oferta
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Capítulo 02
 __
DX = f (PX), sendo que Y = Y (constante)
 __
 PZ = PZ (constante)
 __
 H = H (constante).
A esta relação denominaremos de função da demanda do bem X e à sua representação 
gráfi ca será chamada de curva de demanda do bem X.
Supondo-se que o bem X seja perfeitamente divisível, ou seja, possa ser consumido em 
quantidades tão pequenas quanto se deseje8, sua curva de demanda provavelmente assumirá 
o formato a seguir:
ou seja, é uma curva descendente da esquerda para a direita, evidenciando o seguinte fato, 
também chamado de lei da procura: a quantidade procurada do bem X varia inversamente ao 
comportamento do seu preço, ou seja, se o preço do bem X aumentar, a sua quantidade deman-
dada diminuirá e se o preço de X diminuir, a quantidade procurada do bem aumentará.
Matematicamente, pode-se dizer que a Demanda (ou Procura) do bem X é uma função inversa 
ou decrescente do seu preço.
Embora seja perfeitamente aceitável ao bom senso comum que a quantidade procurada do 
bem X varie inversamente ao seu preço, os economistas justifi cam tal comportamento da deman-
da em função de dois efeitos:
a) efeito-renda - quando o preço do bem X aumenta, o consumidor fi ca, em termos reais, mais 
pobre9 e, portanto, irá reduzir o consumo do bem; o inverso ocorrerá se o preço do bem X diminuir.
b) efeito-substituição - se o preço do bem X aumenta e o de outros bens fi ca constante, o con-
sumidor procurará substituir o seu consumo pelo de outro bem similar; se o preço diminuir, 
o consumidor aumentará o consumo do bem X às expensas da diminuição do consumo dos 
bens sucedâneos.
2.2.2 EXCEÇÕES À LEI DA PROCURA
Há duas exceções à lei da procura: os chamados bens de giffen e bens de Veblen.
Os bens de Giffen são bens de pequeno valor, porém de grande importância no orçamento 
dos consumidores de baixa renda. Caso haja uma elevação em seus preços, seu consumo parado-
xalmente tende a aumentar, uma vez que, embora seu preço tenha sido majorado, são ainda 
mais baratos que os demais bens; como ao consumidor após o aumento, sobra menos renda, 
ele não poderá adquirir outros bens (por serem mais caros) e acabará consumindo maiores 
quantidades do bem de Giffen10.
8 Desse modo, a função demanda será uma função contínua.
9 Como foi suposto que a renda do consumidor é constante, o aumento do preço do bem reduz a quantidade máxima possível de compra, ou 
seja, o consumidor está mais pobre.
10 Um economista e estatístico inglês chamado Robert Giffen deu origem ao nome de bens de Giffen: no século XIX, ele observou que o consumo 
de pão nas classes mais pobres de Londres paradoxalmente aumentava quando seu preço subia; a explicação era de que, antes do aumento 
do preço do pão, os consumidores pobres ainda podiam comprar alguns outros bens que eram mais caros do que o pão; após a elevação do 
preço do pão não sobrava renda sufi ciente aos pobres para adquirir os outros produtos mais caros e, consequentemente, acabavam consu-
mindo maiores quantidades do pão, que ainda era o bem mais baratoque podiam comprar.
A demanda e a oferta
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Introdução à Economia
Os bens de Veblen são bens de consumo ostentatório, tais como obras de arte, joias, tapeçarias 
e automóveis de luxo. Como o objetivo de seu consumidor é mostrar aos outros que é possuidor de 
grande renda (e não o consumo do bem em si), quanto mais caros, mais são procurados.
Tanto os bens de Giffen como os de Veblen têm curvas de demanda com inclinação positiva, ou seja, 
ascendentes da esquerda para a direita.
2.2.3 CURVA DE DEMANDA DO MERCADO
Tudo o que foi exposto até agora referia-se ao consumidor individual, mas vale também para o 
mercado como um todo, já que a curva de demanda do mercado resulta da agregação das curvas 
individuais.
Assim, por exemplo, se o mercado for composto por dois consumidores (A e B), ter-se-ia:
Ao preço de 10, a demanda do mercado é de 35 unidades do bem X (20 unidades deman-
dadas pelo consumidor A mais 15 pelo consumidor B). Ao preço de 8, de 68 unidades (40 por 
A e 28 por B). Portanto, agregando-se as demandas individuais a cada nível de preço possível, 
obtém-se a demanda do mercado.
2.3 A OFERTA
A quantidade do bem X, por unidade de tempo, que os vendedores desejam oferecer no 
mercado constitui a oferta do bem X. Similarmente à demanda, a oferta também é infl uencia-
da por diversas variáveis, entre elas:
• o preço do bem X (PX): para decidir qual será a quantidade a ser oferecida no mercado, 
sem dúvida em primeiro lugar, os vendedores levarão em consideração o nível de preço 
do bem X;
•	preço	dos	insumos	utilizados	na	produção	(Pi):	alterações	nos	níveis	de	preço	das	maté-
rias-primas, dos combustíveis, da energia e de outros insumos terão como consequência 
alterações na quantidade a ser ofertada no mercado; 
• tecnologia (T): inovações tecnológicas que reduzam o Custo de Produção do bem X ou 
propiciem sua produção em maiores quantidades ao mesmo custo tornarão sua oferta 
mais abundante;
• preço de outros bens (Pz): o agricultor, por exemplo, ao considerar quanto produzirá 
de milho levará em conta não apenas o preço do mesmo mas também o preço de uma 
cultura alternativa tal como a do feijão; este mesmo fato pode ocorrer também com pro-
dutos industriais, quando a fábrica tem a opção de produzir mais de um bem (dois tipos 
de parafusos ou pneus, por exemplo).
A demanda e a oferta
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Capítulo 02
Matematicamente, pode-se expressar a oferta do bem X (OX) pela seguinte função:
OX = f(PX, Pi, T, PZ etc.
11)
Assumindo-se a hipótese do coeteris paribus:
OX = f(PX)
expressão que é denominada função de oferta do bem X; a sua representação gráfi ca, mos-
trada a seguir, é denominada de curva da oferta do bem X.
A oferta do bem X é uma curva ascendente da esquerda para a direita, mostrando que, quanto 
maior o preço, maior será a quantidade que os produtores desejarão oferecer no mercado.
A oferta do bem X é portanto, uma função direta ou crescente do preço. Os economistas ex-
plicam esse formato da curva de oferta com base no comportamento dos custos de produção, 
supostos crescentes no curto prazo12.
Da mesma forma como a demanda, a oferta de mercado resulta da somatória das ofertas 
individuais de cada produtor.
2.4 O EQUILÍBRIO DE MERCADO NA CONCORRÊNCIA PERFEITA
2.4.1 CONCEITO
Nesta seção, será mostrado como a oferta e a demanda do bem X conjuntamente determi-
nam o preço de equilíbrio no mercado de concorrência perfeita. O preço de equilíbrio é defi nido 
como o preço que iguala as quantidades demandadas pelos compradores e as quantidades 
ofertadas pelos vendedores, de tal modo que ambos os grupos fi quem satisfeitos.
Veja o gráfi co a seguir:
O gráfi co apresenta as curvas de demanda e oferta do bem X e sua interaçãono mercado.
11 Refere-se a outras possíveis variáveis que possam infl uenciar a oferta tal como, por exemplo, o clima no caso de produtos agrícolas.
12 Assunto que será abordado no Capítulo 5.
A demanda e a oferta
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Introdução à Economia
Suponha-se que o mercado comece trabalhando ao preço de $ 20. A este preço, os vende-
dores estarão dispostos a oferecer 150 unidades do bem X, porém os compradores só desejam 
adquirir 60 unidades. A quantidade transacionada no mercado ao preço de $ 20 será portanto, de 
60 unidades e haverá um excedente (excesso de quantidade ofertada sobre a demandada) de 90 
unidades (150 unidades ofertadas menos 60 adquiridas pelos compradores).
Nesse caso, os vendedores não estarão satisfeitos porque ficaram com um estoque indese-
jado de 90 unidades nas mãos. Para livrar-se do excedente, oferecerão o bem X a preços mais 
baixos, de modo que a tendência que será observada no mercado é a baixa do preço de X. 
Logo, o mercado não está em equilíbrio, já que o preço está flutuando.
Ao inverso, suponha-se agora que o mercado iniciou trabalhando ao preço de $ 10. Ocorrerá 
uma escassez (excesso de quantidade demandada sobre a ofertada) no mercado, já que os 
compradores desejarão adquirir 170 unidades do bem X, enquanto os vendedores estarão dis-
postos a oferecer apenas 40 (escassez de 130 unidades). Os compradores ficarão insatisfeitos e, 
para adquirir o produto que está escasso no mercado, oferecerão preços maiores pelo mesmo para 
induzir a oferta a aumentar. A tendência no mercado será, portanto, a de elevação do preço de X.
Ao preço de $ 14 correspondente à intersecção das duas curvas, ocorrerá o equilíbrio no 
mercado. Nesse caso, tanto os vendedores desejam oferecer quanto os compradores tencionam 
adquirir 100 unidades do bem X. Ambos os grupos estarão satisfeitos e a tendência do mercado 
será que o preço de $ 14 e a quantidade de 100 unidades fiquem estáveis (ou seja, em equilíbrio).
O preço e a quantidade de equilíbrio somente serão alterados no mercado se ocorrer um des-
locamento das curvas de oferta e procura, assunto a ser tratado no item 2.5 a seguir.
2.4.2 TRATAMENTO MATEMÁTICO
Embora os economistas refiram-se às curvas de demanda e de oferta, estas também podem 
ser expressas linearmente (ou seja, na forma de uma linha reta) como, por exemplo:
 QDX = 280 – 4PX (demanda)
 QOX = -20 + 2PX (oferta)
onde:
 QDX = quantidade demandada (ou procurada) do bem X
 QOX = quantidade ofertada do bem X
 PX = preço do bem X
Estas duas retas evidenciam as funções de procura e oferta do bem X. De fato, supondo-se 
diversos possíveis níveis de preço no mercado, aplicando-se a função, obter-se-iam as respecti-
vas quantidades procuradas e ofertadas13:
Observando-se a tabela acima, percebe-se facilmente que o preço de equilíbrio é $50, já que, 
nesse caso, as quantidades ofertadas e demandadas são iguais em 80 unidades. Preços maiores 
que $50 teriam como consequência um excedente no mercado e menores que $50, uma escas-
sez e, portanto, não seriam de equilíbrio.
13 Na realidade, infinitos preços são possíveis. Na tabela, colocou-se apenas quatro.
PX QDX = 280 – 4PX QOX = – 20 + 2PX
30 280 – (4 x 30) = 160 – 20 + (2 x 30) = 140
40 280 – (4 x 40) = 120 – 20 + (2 x 40) = 160
50 280 – (4 x 50) = 180 – 20 + (2 x 50) = 180
60 280 – (4 x 60) = 140 – 20 + (2 x 60) = 100
A demanda e a oferta
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Capítulo 02
Para se obter o preço de equilíbrio, dadas as funções da oferta e da procura, ao invés de 
construir a tabela, seria mais fácil igualar-se as quantidades demandadas e ofertadas (já que o 
preço de equilíbrio iguala as duas quantidades):
 280 – 4PX = – 20 + 2PX
 300 = 6PX
 PX =
 300 = 50
 6
2.4.3 TABELAMENTO
A definição teórica de mercado em concorrênciaperfeita (ver item 2.1) pressupõe a não inter-
venção governamental no processo de fixação de preços. Entretanto, é possível que o governo, por 
razões de política econômica, julgue conveniente tabelar os preços de um mercado em concorrên-
cia perfeita que perderá, portanto, essa condição. Nesse caso, se o governo tabelar o preço num 
valor inferior ao de equilíbrio, ocorrerá escassez do bem (excesso de quantidade demandada sobre 
a ofertada).
Utilizando-se os dados numéricos do exemplo precedente, caso o governo fixe o preço de 
mercado em $40, haverá uma escassez de 60 unidades, pois a quantidade demandada a este 
preço será de 120 unidades e a oferta, de 60.
Tendo em vista que a solução adequada para esta escassez, que seria a elevação do preço 
de mercado, não é possível pois o mesmo está tabelado, não há outra alternativa a não ser a ad-
ministração da escassez. Esta pode assumir a forma de filas no mercado (os primeiros a chegar 
ao mercado são atendidos e os demais não) ou do surgimento de um mercado paralelo (mercado 
negro), onde a mercadoria é negociada com pagamento de um sobrepreço que é denominado de 
ágio14. Outra forma de administrar a escassez seria a imposição de um racionamento por parte do 
governo, em que a cada consumidor seria permitida uma determinada cota máxima de aquisição 
do produto para que todos (ou quase todos) possam ser atendidos.
2.5 MUDANÇA NO PREÇO DE EQUILÍBRIO DE MERCADO EM VIRTUDE DE DESLOCAMENTO
 DAS CURVAS DE OFERTA E PROCURA
2.5.1 DESLOCAMENTOS DAS CURVAS DE DEMANDA
A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas variá-
veis que supusemos constantes quando traçamos a curva (renda do consumidor, preço dos outros 
bens e hábitos e gostos) mudar de valor. Ela se deslocará para a direita da posição original quando 
a mudança do valor da variável antes suposta constante contribuir para aumentar a demanda e para a 
esquerda da posição original quando contribuir para diminuir a demanda. Os exemplos seguintes 
esclarecerão a questão.
2.5.1.1 MUDANÇA NA RENDA DOS CONSUMIDORES (Y)
2.5.1.1.1 BENS NORMAIS
Bens normais são aqueles cujo consumo aumenta à medida que a renda do consumidor se eleva.
Suponha-se que a um determinado nível de renda dos consumidores, a curva de demanda do 
bem X apresente os seguintes pares de preços e quantidades procuradas:
PX QPX
10 100
11 90
12 81
13 76
14 Na prática, filas e ágio também podem resultar da existência de um açambarcamento por parte dos vendedores. O açambarcamento consiste 
na não-colocação no mercado, pelos vendedores, de uma parte da produção com objetivo de elevar artificialmente os preços do bem. O 
açambarcamento não pode existir no mercado de concorrência perfeita em virtude da hipótese de transparência nesse mercado (ver item 2.1).
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Introdução à Economia
A representação gráfi ca desta curva seria:
Caso a renda dos consumidores se eleve (portanto, estão mais ricos), provavelmente15 eles au-
mentarão também as quantidades demandadas do bem X de tal forma que, para os possíveis níveis 
de preços:
onde QPX = quantidades procuradas ao nível de renda antigo
 QP’X= quantidades procuradas ao nível de renda novo.
No gráfi co, a situação fi caria assim:
A nova curva de demanda (D’X) situa-se à direita da curva de demanda antiga (DX), indicando 
que, para cada nível de preço de mercado possível, os consumidores estarão dispostos a 
adquirir maiores quantidades do bem X, porque estão com maior nível de renda que antes.16
15 Utilizamos a palavra provavelmente porque há uma exceção à esta regra, os chamados bens inferiores, que serão tratados a seguir.
16 Observe que este efeito-renda é similar ao analisado no subitem 2.2, com a diferença de que lá, o preço do bem X se alterava e a renda 
permanecia constante
PX QPX QPX’
10 100 110
11 90 100
12 81 91
13 76 86
A demanda e a oferta
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22
Capítulo 02
Qual será o refl exo no mercado do deslocamento para a direita da curva de demanda? 
O gráfi co a seguir demonstrará isso:
Como a curva de demanda nova (D’X) está à direita da antiga (DX), a intersecção da curva de 
oferta de X (OX) com D’X dará origem a um preço e quantidade de equilíbrio (P’E e Q’E) maiores 
que o preço e a quantidade de equilíbrio antigos (PE e QE). Ou seja, o aumento da demanda do 
bem X em função da elevação da renda dos consumidores (refl etido no deslocamento da curva 
de procura para a direita de sua posição original) tem como consequência uma elevação no pre-
ço de mercado e na quantidade nele transacionada.
Caso a renda monetária dos consumidores diminua ao invés de se elevar, o raciocínio é inverso: 
a diminuição da demanda do bem X em função do decréscimo da renda, que será refl etido no des-
locamento da curva para a esquerda de sua posição original, provocará uma diminuição no preço 
de mercado e na quantidade transacionada.
Veja o gráfi co a seguir:
2.5.1.1.2 BENS INFERIORES
Bens inferiores são bens cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumen-
ta e aumenta quando o consumidor fi ca mais pobre. Um exemplo típico é a carne de segunda. Se o 
consumidor tiver sua renda aumentada, ele diminui a procura por carne de segunda, substituindo o 
seu consumo por carne de primeira, mais cara (por ser de qualidade melhor) porém agora acessível 
graças ao aumento da renda. Se a renda do consumidor diminui, ocorre o fenômeno inverso: ele 
reduz o consumo de carne de primeira e aumenta o da carne de segunda.
Se o bem X for um bem inferior, o aumento de renda dos consumidores reduz a sua deman-
da, a curva desloca-se para a esquerda e o preço e a quantidade de equilíbrio diminuem. Um 
decréscimo na renda dos consumidores terá consequências inversas. Veja os gráfi cos a seguir:
A demanda e a oferta
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Introdução à Economia
2.5.1.2 MUDANÇAS NOS PREÇOS DE OUTROS BENS (PZ)
Um determinado bem z pode ter as seguintes relações com o bem X:
a) z é um bem de consumo independente de X;
b) z é substituto de X;
c) z é complementar de X.
Quando z e X são independentes, o preço de z nada tem a ver com a demanda de X. Assim, 
por exemplo, feijão e automóveis são bens de consumo independente: alterações no preço do 
feijão não provocarão nenhuma modifi cação na demanda de automóveis e vice-versa.
Entretanto, quando z e X são substitutos ou complementares, modifi cações no preço de um 
ocasionam mudanças na demanda do outro, conforme será demonstrado a seguir.
2.5.1.2.1 BENS SUBSTITUTOS
São aqueles bens em que o consumo de um deles exclui (mesmo que parcialmente) o consu-
mo do outro. Exemplos: manteiga e margarina, café e chá, carne de vaca e carne de porco etc. 
Observe que a substituição não precisa ser total, ou seja, se o consumidor adquirir manteiga ele 
necessariamente não deixa de comprar margarina, basta o fato de ele comprar maiores quantida-
des de manteiga implicar uma certa redução do seu consumo de margarina.
Se z e X são substitutos, o aumento no preço do bem z tornará seu consumo menos atrativo 
que o do bem X, de maneira que a demanda deste último deverá se elevar e seu preço e a quan-
tidade de equilíbrio no mercado também aumentarão. Efeitos inversos ocorrerão no mercado de 
X se o preço de z diminuir. Veja os gráfi cos:
2.5.1.2.2 BENS COMPLEMENTARES
São os bens cujo consumo é feito geralmente de forma simultânea, ou seja, o consumo de um 
complementa o do outro. Exemplos: pão e manteiga, café e leite, caderno e caneta, microcompu-
tador e impressora etc. Observe que, da mesma forma que a substitubilidade, a complementariedade 
A demanda e a oferta
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Silvio Pereira
Realce
Silvio Pereira
Realce
Atenção
Mudanças no preço de X não provocam deslocamentos na curva de demanda. O des-
locamento, no caso, é ao longo da própria curva. Consultar a respeito o item 2.6 deste 
Capítulo e a resposta à questão n. 15 dos testes de fi xação.
24
Capítulo 02
não precisa ser total, ou seja, o consumo de um implicar necessariamente no consumo do outro, 
bastando que o consumo de ambos seja associado de alguma forma.
Se z e X são complementares, o aumento no preço de z provocará uma diminuição no seu 
consumo no mercado; como o seu consumo está associado ao de X, a demanda deste também 
tenderá a diminuir, deslocando a curva para a esquerda e provocando uma queda no preço e na 
quantidade de equilíbrio do mercado do X. Efeitos inversos ocorrerão se o preço de z diminuir.
2.5.1.3 HÁBITOS E GOSTOS DOS CONSUMIDORES
Esta variável é infl uenciada principalmente por campanhas de publicidade e propaganda do 
bem X. Por exemplo, se uma campanha publicitária convencer o consumidor que o consumo de 
um determinado produto faz bem a saúde, a demanda deste deverá aumentar e, consequente-
mente, elevar seu preço e quantidade de equilíbrio.
A demonstração gráfi ca desta proposição está a seguir:
2.5.2 DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA
A curva de oferta se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas variá-
veis que foram supostas constantes ao se traçar a curva (preço dos insumos, tecnologia, preço 
de outros bens etc.) mudar de valor. Se a mudança do valor da variável aumentar a oferta, ela se 
deslocará para a direita e se diminuir, para à esquerda da posição original.
A demanda e a oferta
economia.indb 24 12/03/2012 12:31:00
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
25
Introdução à Economia
Suponhamos, por exemplo, a curva de oferta do bem X apresentasse os seguintes preços 
e quantidades:
e que um dos insumos que é utilizado na produção de X (na proporção de um para um) tivesse 
seu preço aumentado em $ 1. Como o Custo de Produção unitário do bem X está mais caro em 
$ 1, os produtores, para fabricar as mesmas quantidades do bem X, desejarão elevar os preços 
em $ 1 também para que seu lucro permaneça inalterado. Logo, a nova curva de oferta será:
No gráfi co, teríamos:
Verifi ca-se que a curva de oferta deslocou-se para a esquerda de sua posição original. Tecni-
camente, diz-se que a oferta diminuiu, pois para os mesmos preços possíveis, os produtores estão 
dispostos a oferecer menores quantidades do bem no mercado (por exemplo, ao preço de $ 11, os 
produtores ofereciam 120 unidades do bem X no mercado; após o aumento do preço do insumo, eles 
oferecem apenas 110 unidades).
Em princípio, sempre que o Custo de Produção é aumentado, a oferta diminui e sua curva se des-
loca para a esquerda de sua posição original; se o Custo de Produção é reduzido, ocorre o inverso17.
A consequência da diminuição da oferta é um aumento do preço e redução da quantidade tran-
sacionada do bem X no mercado:
17 A oferta também poderá aumentar ou diminuir em função da variação do número de empresas no mercado; se entrarem no mercado mais 
empresas produzindo o bem X, sua oferta aumentará e a curva de oferta deslocar-se-á para a direita; se empresas desistirem de fabricar o bem 
X, saindo de seu mercado, ocorrerá o inverso.
PX QDX
10 110
11 120
12 130
13 140
PX O’X
11 (10 + 1) 110
12 (11 + 1) 120
13 (12 + 1) 130
14 (13 + 1) 14014 (13 + 1) 14014 (13 + 1) 140
A demanda e a oferta
economia.indb 25 12/03/2012 12:31:00
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Capítulo 02
Se a oferta tivesse aumentado, o deslocamento da curva para a direita provocaria a diminui-
ção do preço e elevação da quantidade de equilíbrio no mercado:
2.6 DIFERENÇA ENTRE VARIAÇÃO NA DEMANDA E NA QUANTIDADE DEMANDADA
Mudanças no preço de X não provocam o deslocamento da curva de demanda. A mudança no 
valor da demanda ocorre, nesse caso, ao longo da própria curva. Suponhamos, por exemplo, que 
a oferta diminui e a curva respectiva se desloca para a esquerda, conforme análise feita no subitem 
2.5.2.
Observe que a diminuição da oferta deslocou a respectiva curva para a esquerda, ocasionan-
do a mudança do preço de equilíbrio P0 para P1, mais alto. A consequência é que a quantidade 
demandada se reduziu de Q0 para Q1. 
Quando os consumidores reduzem a quantidade adquirida do bem X em virtude da elevação 
de seu preço no mercado, a curva de demanda não se desloca.Nesse caso, fala-se que houve 
uma redução da quantidade demandada do bem X.
Caso os consumidores reduzam a quantidade adquirida do bem X porque ocorreu uma dimi-
nuição de preço do bem Z, que é substituto de X, a curva de demanda do bem X se desloca para 
esquerda, conforme análise efetuada no subitem 2.5.1.2.1:esquerda, conforme análise efetuada no subitem 2.5.1.2.1:
A demanda e a oferta
economia.indb 26 12/03/2012 12:31:00
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Introdução à Economia
Nesse caso, fala-se que houve uma redução na demanda do bem X. Observe que a redução 
da demanda do bem X ocorre apesar de seu preço de equilíbrio ter caído de P0 para P1. Isso não 
significa, entretanto, uma negação de lei da demanda.
De fato, a lei da demanda assevera que quantidade procurada do bem X é função inversa de 
seu preço (ver subitem 2.2.1). A lei é demonstrada pela inclinação negativa da curva de demanda. 
Note que a nova função de demanda de X (D’x) continua negativamente inclinada, à semelhança 
de Dx, confirmando a vigência da lei que, como vimos, depende da hipótese coeteris paribus.
O que ocorreu é, como o preço do bem substituto variou de valor, a hipótese coeteris 
paribus deixou de existir e a curva de demanda inteira se desloca para a esquerda, ocasio-
nando a coexistência de preço de mercado mais baixo e, apesar disso, redução na quantidade 
adquirida do bem X.
Em resumo:
•	se	a	curva	de	demanda	se	desloca,	houve	uma	variação	da	demanda	do	bem	X
•	se	a	variação	ocorre	na	própria	curva	de	demanda,	então	houve	uma	variação	na	
quantidade demandada do bem X
Veja a resolução do teste de fixação n.15 para esclarecimentos suplementares, bem como o 
item 2.7 a seguir.
2.7 TRATAMENTO MATEMÁTICO DAS FUNÇÕES DEMANDA E OFERTA REVISITADO
2.7.1 FUNÇÃO DEMANDA
Conforme visto na seção 2.2, a demanda do bem X pode ser expressa matematicamente da 
seguinte forma:
 DX = f(PX, Y, PZ, H etc.)
Assumindo-se que a função demanda seja linear, pode-se ter, por exemplo:
 QDX = – 2PX + 0,05Y – 1,5 PZ
Supondo-se que as variáveis assumam os seguintes valores:
 PX = 10
 Y = 1.000
 PZ = 8
segue-se que:
 QDX = ( – 2 x 10) + (0,05 x 1.000) – (1,5 x 8)
QDX = – 20 + 50 – 12
QDX = 18
ou seja, caso a renda dos consumidores seja 1.000, o preço de um outro bem seja 8 e o pre-
ço do bem X seja 10, a quantidade demandada do bem X será de 18 unidades por unidade de 
tempo.
Aplicando-se a hipótese do coeteris paribus, se for suposto que a renda do consumidor e o 
preço do outro bem permaneçam constantes em 1.000 e 8, respectivamente, obter-se-á a curva 
de demanda do bem X:
 QDX = – 2PX + (0,05 x 1.000) – (1,5 x 8)
 QDX = – 2PX + 50 – 12
 QDX = 38 – 2PX
A demanda e a oferta
economia.indb 27 12/03/2012 12:31:00
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Capítulo 02
A representação gráfi ca da reta seria:
Note que a quantidade de 38 unidades seria a quantidade máxima possível demandada pelos 
consumidores caso o preço do bem X (hipótese altamente irrealista) fosse zero, ou seja, o bem X 
não tivesse custo algum para o consumidor. 
Observe também que 19 é o preço que anula a demanda do bem X, ou seja, nenhum consu-
midor estaria disposto a pagar este preçopara adquiri-lo. 
Caso a renda dos consumidores aumentasse para 1.200, a curva da demanda se deslocaria 
para a direita, pois:
 QDX = – 2PX + (0,05 x 1.200) – (1,5 x 8)
QDX = – 2PX + 60 - 12
 QDX = 48 – 2PX (nova curva de demanda D’X)
O aumento da renda deslocou a curva de demanda para a direita de sua posição original, logo 
X é um bem normal, conforme análise teórica do subitem 2.5.1.1.1.
Se, em vez do nível de renda, o preço do outro bem é que tivesse variado, por exemplo de 8 
para 10, ter-se-ia:
 QDX = – 2PX + (0,05 x 1.000) – (1,5 x 10)
QDX = – 2PX + 50 – 15
 QDX = 35 – 2PX (nova curva de demanda D’X)
A demanda e a oferta
economia.indb 28 12/03/2012 12:31:01
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Introdução à Economia
e a curva de demanda deslocou-se para a esquerda da posição original. Logo, conforme 
análise no subitem 2.5.1.2., X e z são complementares, pois o aumento do preço de 2 dimi-
nuiu a demanda de X.
Poderíamos ter chegado às mesmas conclusões apenas analisando os sinais dos coefi cientes 
das variáveis na função demanda:
a) o sinal do coefi ciente da variável renda é positivo (+ 0,05): isto signifi ca que se a renda aumen-
tar, o valor de QDX aumentará também; logo, o bem X é normal. Caso o sinal do coefi ciente 
fosse negativo, um aumento da renda diminuiria QDX; logo, o bem X seria inferior.
b) o sinal do coefi ciente do preço do outro bem é negativo (-1,5): isto signifi ca que se o preço 
do outro bem aumentar, QDX diminuirá; logo, X e z são complementares. Se o sinal do coefi -
ciente fosse positivo, um aumento em PZ aumentaria também QDX e X e z seriam substitutos.
c) X não é um bem de Giffen; de fato, o coefi ciente de Px é negativo, indicando uma relação 
inversa entre o preço e a quantidade demandada do bem X. Caso o sinal do coefi ciente de 
Px fosse positivo, X seria um bem de Giffen, pois o aumento do seu preço ocasionaria uma 
elevação na sua quantidade demandada.
Note que a função demanda também pode ser expressa colocando-se o preço do bem X 
como função da quantidade demandada. Assim, se:
QDX = 48 – 2PX
então:
2PX = 48 – QDX
PX =
 48 – 1 QDX 
 2 2
PX = 24 – 0,5 QDX
2.7.2 FUNÇÃO OFERTA
Se assumirmos uma função oferta linear, poder-se-ia ter, por exemplo:
QOX = 6PX – 3Pi
onde Pi = preço dos insumos
Supondo-se Pi = 10 constante, a função passa a ser:
QOX = 6PX – 30
A demanda e a oferta
economia.indb 29 12/03/2012 12:31:01
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Capítulo 02
Observe que, para preços inferiores a 5, os produtores nada oferecerão ao mercado, uma vez 
que o custo do insumo torna proibitiva a produção.
Se Pi baixasse de 10 para 6, ter-se-ia:
QOX = 6PX – (3 x 6)
QOX = 6PX – 18
A curva da oferta se desloca para a direita, uma vez que a redução do preço do insumo tornou 
a produção mais barata.
TESTES DE FIXAÇÃO
01. O mercado de um bem X se caracteriza por um grande número de produtores e poucos compra-
dores. A denominação técnica de um mercado desse tipo é:
a) monopólio;
b) oligopólio;
c) monopsônio;
d) oligopsônio;
e) concorrência monopolística.
02. Oligopólio signifi ca:
a) o mesmo que concorrência perfeita;
b) uma situação em que o número de fi rmas no mercado é grande, mas os produtos não são 
homogêneos;
c) uma situação em que o número de fi rmas concorrentes é pequeno;
d) a condição especial da concorrência perfeita que se acha próxima do monopólio;
e) que as fi rmas são monopolistas entre si.
03. Quais dos seguintes pares são incompatíveis?
a) perfeita competição - muitos vendedores;
b) monopsônio - um único comprador;
c) monopólio - um único vendedor de um bem com substitutos próximos;
d) oligopólio - poucas fi rmas vendendo produtos que são substitutos próximos;
e) concorrência monopolística - produtos diferenciados.
04. Um mercado de concorrência monopolística é aquele em que atuam:
a) um grande número de pequenas fi rmas que vendem produtos diferenciados;
b) um pequeno número de grandes fi rmas que vendem produtos diferenciados;
c) um grande número de pequenas fi rmas que vendem produtos homogêneos;
d) um pequeno número de grandes fi rmas que vendem um produto homogêneo;
e) um pequeno número de grandes fi rmas que vendem produtos que são substitutos próximos.
A demanda e a oferta
economia.indb 30 12/03/2012 12:31:01
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Realce
Silvio Pereira
Realce
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Realce
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Realce
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Realce
31
Introdução à Economia
05. No Brasil, qual dos seguintes produtos é produzido numa estrutura de mercado oligopolista?
a) milho;
b) eletricidade;
c) roupas;
d) automóveis;
e) café.
06. Não se inclui entre os determinantes da procura individual:
a) o preço do bem;
b) a renda do consumidor;
c) o preço dos outros bens;
d) a quantidade ofertada do bem;
e) o gosto ou preferência do indivíduo.
07. A forma de uma curva de oferta normal implica que, coeteris paribus:
a) quanto maior o preço, maior será a quantidade demandada;
b) quanto menor o preço, menor será a quantidade demandada;
c) quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada;
d) quanto menor o preço, maior será quantidade ofertada;
e) a quantidade ofertada independe do preço.
08. Considere F (falsa) ou V (verdadeira) cada uma das proposições abaixo sobre o modelo de 
equilíbrio de mercado, de oferta/demanda. A seguir, assinale a alternativa correta.
1. ( ) Uma curva típica de demanda evidencia, coeteris paribus, que as quantidades procuradas 
diminuem à medida que os preços aumentam.
2. ( ) Na curva de oferta, coeteris paribus, quanto mais se elevam os preços de um produto, 
menores serão as quantidades, por período de tempo, que os produtores estarão 
dispostos a produzir, embora nem sempre estejam aptos no curto prazo.
3. ( ) O preço de equilíbrio é, efetivamente, o único preço que harmoniza os interesses confli-
tantes dos produtores e dos consumidores.
4. ( ) Os preços e as quantidades demandadas, coeteris paribus, variam na mesma direção: 
quanto mais altos aqueles forem, maiores estas serão.
5. ( ) Uma curva típica de oferta evidencia, coeteris paribus, que as quantidades ofertadas 
crescem à medida que os preços aumentam.
a) F, V, F, V, F;
b) V, F, V, F, V;
c) F, V, F, F, V;
d) V, F, V, V, F;
e) V, F, F, F, V.
09. Num mercado de concorrência perfeita, a oferta e procura de um produto são dadas, respecti-
vamente, pelas seguintes equações:
 QS = 48 + 10P
 QD = 300 – 8P
onde QS, QD e P representam, na ordem, a quantidade ofertada, a quantidade demandada e o preço 
do produto. A quantidade transacionada, nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio, será:
a) 2 unidades;
b) 188 unidades;
c) 252 unidades;
d) 14 unidades;
e) 100 unidades.
A demanda e a oferta
economia.indb 31 12/03/2012 12:31:01
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Capítulo 02
10. Admitidas as seguintes equações:
 Demanda: QDX = 4.000 – 500 PX
 Oferta: QSX = – 2.000 + 1.000 PX.
o preço de equilíbrio será de:
a) $ 1.000,00; 
b) $ 1.504,00; 
c) $ 500,00;
d) $ 1.001,30; 
e) $ 1.500,00.
11. Numa economia em concorrência perfeita, as curvas de oferta e procura de determinado produto 
são Ps = 0,4x + 4 e Pd = 16 - 0,2x onde Ps, Pd e x representam, respectivamente, os preços de 
oferta e demanda e a quantidade. O governo tabela o preço de venda em 10. Em consequência, 
a demanda excederá a oferta em:
a) 15 unidades;
b) 30 unidades; 
c) 10 unidades;
d) 25 unidades;e) 5 unidades.
12. Observe o gráfi co abaixo e selecione a afi rmação a ele pertinente:
a) suponha que o governo decida tabelar o preço da maçã em $ 40,00 por unidade; nesse caso, 
haveria escassez de maçãs no mercado;
b) houve superprodução de maçãs, porque as condições climáticas foram favoráveis e, conse-
quentemente, o preço de mercado caiu para $ 40,00 por maçã;
c) a oferta de maçãs se elevaria para 300 milhões, caso o governo tivesse decidido fi xar o preço 
mínimo em $ 100,00 por maçã;
d) o preço de equilíbrio de mercado é insufi ciente para atender a demanda;
e) a produção de maçãs é insufi ciente; logo, torna-se necessária a importação.
A demanda e a oferta
economia.indb 32 12/03/2012 12:31:01
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Introdução à Economia
13.
O gráfi co acima representa o equilíbrio de mercado de um bem X, sendo D e S as curvas de 
demanda e oferta de X, respectivamente, P0, o preço de equilíbrio e q0, a quantidade de equilíbrio. 
Sabe-se que X é substituto de um outro bem Y. Se ocorrer uma elevação do preço de Y, com 
tudo o mais permanecendo constante, haverá repercussões no mercado de X, levando-o num 
primeiro impacto, a uma situação do desequilíbrio. Caso haja tempo para que o mercado de X 
se reequilibre, deve-se esperar:
a) uma elevação do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará para a es-
querda, mantendo-se fi xa a posição da curva de demanda;
b) uma elevação do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se deslocará para a 
direita, mantendo-se fi xa a posição da curva de oferta;
c) uma redução do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará para a direita, 
mantendo-se fi xa a posição da curva de demanda;
d) uma redução do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se deslocará para a 
esquerda, mantendo-se fi xa a posição da curva de oferta;
e) que o preço de X permaneça constante, porque ambas as curvas de oferta e de procura se 
deslocarão simultaneamente.
14. Sabe-se que o bem X é complementar do bem Y e que o mercado de X encontrase em equilíbrio. 
Se ocorrer uma redução no preço de Y, com tudo o mais permanecendo constante, haverá reper-
cussões no mercado de X. Não havendo tempo para que o mercado se reequilibre, observar-se-á 
a constituição de um excesso da:
a) oferta sobre a demanda no mercado, com tendência à redução do preço de X;
b) demanda sobre a oferta no mercado, com tendência à elevação do preço de X;
c) oferta sobre a demanda no mercado, com tendência à elevação do preço de X;
d) demanda sobre a oferta no mercado, com tendência à redução do preço de X;
e) demanda de X sobre a oferta de Y, com aumento dos preços de ambos os bens.
15. Dado o gráfi co abaixo da demanda do bem X:
A demanda e a oferta
economia.indb 33 12/03/2012 12:31:02
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Capítulo 02
Podemos afirmar que, tudo o mais mantido constante:
a) quando aumenta a renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a 
direita, se este bem for inferior;
b) quando aumenta o preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem 
X desloca-se para a esquerda;
c) quando aumenta o preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X 
desloca-se para a esquerda;
d) quando aumenta o preço do bem X, a curva de demanda de X desloca-se para a direita;
e) quando aumenta o preço do bem X, a curva de demanda de X desloca-se para a esquerda.
16. Assinale a afirmação que seja compatível com um deslocamento para a direita da curva de 
oferta de um bem específico:
a) alterações da preferência do consumidor por determinadas marcas, por influência de propaganda;
b) alterações de renda dos consumidores de preços de bens concorrentes ou de distribuição 
de renda no mercado consumidor;
c) aumentos de produtividade do trabalho e redução de impostos indiretos das firmas produtoras 
do bem específico;
d) desvalorização da taxa de câmbio e elevação do salário real dos empregados das empresas 
produtoras do bem específico;
e) aumento das taxas de juros reais e de aluguéis industriais.
17. A demanda de um bem normal X é expressa pela equação Q = a - bP, onde Q é a quantidade 
demandada do bem, P é o preço do bem e a e b são parâmetros.
Aumentando a renda dos consumidores:
a) a e b aumentam de valor;
b) a e b diminuem de valor;
c) a mantém-se constante e b aumenta de valor;
d) a aumenta de valor e b mantém-se constante;
e) a e b mantêm-se constantes.
18. Assinale a alternativa correta, assumindo-se um mercado de concorrência perfeita:
a) se o preço de mercado for circunstancialmente maior que o preço de equilíbrio, haverá um 
excesso de quantidade demandada sobre a quantidade ofertada e o preço tenderá a cair;
b) um aumento no preço de equilíbrio de mercado provocado por um aumento da demanda 
fará com que, imediatamente, haja um deslocamento para a direita da curva de oferta já que, 
quanto maior o preço, maior a oferta;
c) um aumento nos preços dos insumos utilizados na produção conjugado com um aumento do 
número de produtores de um determinado bem fará necessariamente com que a curva de 
oferta se desloque para a direita;
d) um aumento de preço do bem complementar fará com que a curva de demanda do bem X se 
desloque para a esquerda e, coeteris paribus, provocará o aumento de seu preço de equilíbrio;
e) se as curvas de demanda e oferta forem expressas pelas equações abaixo:
Q = 100 – 10P
Q = – 2 + 2P
 
 então o preço de equilíbrio de mercado será igual a $ 8,50.
A demanda e a oferta
economia.indb 34 12/03/2012 12:31:02
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Introdução à Economia
19. Dado o diagrama abaixo, representativo do equilíbrio no mercado do bem X, assinale a alter-
nativa correta.
a) X é um bem de Giffen;
b) Tudo mais constante, o ingresso de empresas produtoras no mercado do bem X provocaria 
elevação do preço de equilíbrio do bem X;
c) O mercado do bem X é caracterizado por concorrência perfeita;
d) Tudo mais constante, um aumento na renda dos consumidores provocaria um aumento no 
preço de equilíbrio do bem X, se este for inferior;
e) Tudo mais constante, a diminuição no preço do bem Y, substituto do bem X, levará a um 
aumento no preço de equilíbrio de X.
20. A função de demanda por um determinado bem X(DX) é dada pela seguinte equação:
Dx = Y
1/3 . PZ
–1/4 . PX
–2
onde:
Y = renda nominal dos consumidores
PZ = preço do bem Z
PZ = preço do bem X
Pode-se concluir que:
a) se a renda nominal dos consumidores diminuir, haverá um aumento de Dx.
b) X é um bem inferior.
c) X é um bem de Giffen.
d) Z é substituto de X.
e) Z é complementar de X.
gABARITO
1. D 2. C 3. C 4. A 5. D
6. D 7. C 8. B 9. B 10. B
11. A 12. A 13. B 14. B 15. B
16. C 17. D 18. E 19. C 20. E
A demanda e a oferta
economia.indb 35 12/03/2012 12:31:02
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Silvio Pereira
Realce
economia.indb 36 12/03/2012 12:31:02
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Elasticidades
3.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE
Na teoria econômica, o termo elasticidade significa sensibilidade. Assim, em economia, quando se 
afirma que a demanda do bem X é elástica em relação a seu preço, o que se pretende dizer é que os 
consumidores do bem X são sensíveis a alterações de seu preço; caso este aumente, por exemplo, 
os consumidores diminuirão de forma significativa a quantidade procurada do bem X.
Ao reverso, quando se afirma que a demanda do bem X é inelástica, quer-se dizer que os con-
sumidores do bem X mudarão muito pouco a sua quantidade procurada mesmo que o preço se eleve 
substancialmente.Neste Capítulo, estudar-se-ão quatro conceitos de elasticidade, três deles relativos à demanda 
e um à oferta:
•	 Elasticidade-preço da demanda;
•	 Elasticidade-renda da demanda;
•	 Elasticidade-cruzada da demanda;
•	 Elasticidade-preço da oferta.
3.2 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
Suponha-se o seguinte comportamento da demanda de dois bens A e B:
1º momento
2º momento
 
DEMANDA DE A
PA QDA
10 100
12 60
DEMANDA DE B
PB QDB
20 80
24 76
Capítulo 3
Elasticidades preço, renda e cruzada da procura.
Elasticidade-preço da oferta. Incidência de um imposto
indireto no mercado de concorrência perfeita.
37
Introdução à Economia
economia.indb 37 12/03/2012 12:31:02
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Capítulo 03
38
Observe-se que ambos os bens tiveram seus preços majorados em 20%, já que PA passou de 
10 para 12 (o aumento de 2 representa 20% do preço antigo de 10) e PB passou de 20 para 24 (o 
aumento de 4 representa 20% do preço antigo de 20).
Entretanto, o comportamento da quantidade demandada dos dois bens foi radicalmente diferente. 
Enquanto a QDA diminuiu 40% (decresceu de 100 para 60 e a redução de 40 representa 40% da 
quantidade anterior de 100), a QDB diminuiu apenas 5% (passou de 80 para 76, a redução de 4 re-
presentando 5% da quantidade original de 80).
À vista deste comportamento, pode-se afirmar que a demanda de A é elástica, ou seja, sensível 
a variações dos preços enquanto a demanda de B é inelástica ou pouco sensível à citada variação.
3.2.1 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA (Epd)
O coeficiente de elasticidade-preço da demanda (doravante denominado Epd) é uma medida nu-
mérica da sensibilidade da demanda em relação ao preço. É definido pela seguinte razão1:
 variação porcentual da quantidade demandada
Epd = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 variação percentual do preço
Assim, no caso do bem A citado anteriormente:
EpdA =
 40% = 2
 20%
e, no caso do bem B:
EpdB = 
 5% = 1/4 = 0,25
 20% 
Se o valor absoluto de Epd 2 for:
a) maior que 1, a demanda do bem é considerada elástica em relação a seu preço;
b) menor que 1, a demanda do bem é considerada inelástica em relação a seu preço;
c) igual a 1, a demanda do bem apresenta elasticidade unitária em relação ao preço.
Uma outra forma de apresentar Epd seria:
 Δ QD/QDOEpd = ––––––––––
 ΔP/Po
onde:
Δ QD = variação absoluta na quantidade demandada
QDO = quantidade demandada original
ΔP = variação absoluta no preço
PO = preço original
1 Como se verá mais adiante, existe uma medida mais precisa para a elasticidade-preço da demanda (subitem 3.5.2).
2 O valor relativo de Epd (ou seja, levando-se em consideração o sinal da variação) é sempre um número negativo (exceto nos casos de bens 
de Giffen e de Veblen), já que a variação da quantidade demandada é inversa à do preço. Assim, no caso dos bens A e B, os valores relativos de 
Epd seriam:
 40% (redução % de QDA)
EpdA = ––––––––––––––––––––––––––––––––- = – 2 + 20% (aumento % de PA)
 – 5%
EpdB = ––––– = – 0,25 +20%
Por convenção, no cálculo de Epd, geralmente se considera apenas o valor absoluto do coeficiente. Esta convenção tem um sentido prático, uma 
vez que inequivocamente a demanda de A é mais elástica do que a de B, entretanto -2 é menor que -0,25. Nem todos os economistas, entretanto, 
seguem esta convenção. Na exposição que se segue, adotaremos a convenção de considerar o coeficiente de Epd pelo seu valor absoluto, ou seja, 
ele será sempre um número positivo. Entretanto, em alguns testes de fixação, que foram inspirados em provas de concursos públicos, poderá aparecer 
o coeficiente de Epd pelo seu valor relativo.
Elasticidades
economia.indb 38 12/03/2012 12:31:02
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
39
Introdução à Economia
Rearranjando a expressão acima:
Epd = ΔQD . PO
 QDO ΔP
Epd = PO . ΔQD
 QDO ΔP
Utilizando esta fórmula para os bens A e B:
EpdA = 
 10 . 40 = 400 = 2
 100 2 200
EpdB = 20 . 4 = 80 = 0,25
 80 4 320
3.3 FATORES QUE INFLUENCIAM EPD
Embora rigorosamente, somente se possa afirmar que a demanda do bem X é elástica ou não 
em relação a seu preço a partir de uma comprovação empírica3 , existem algumas regras práticas 
atribuídas a Marshall4 que permitem uma avaliação a priori do valor de Epd:
1) quanto maior o grau de utilidade do produto para o consumidor, menos elástica será 
sua demanda; de fato, se o bem X é um produto essencial para o consumidor, aumentos em 
seu preço reduzirão muito pouco a sua quantidade adquirida e, ao reverso, diminuições no seu 
preço aumentarão muito pouco o seu consumo. Desse modo, produtos de primeira necessidade, 
tais como gêneros alimentícios, roupas e serviços de escola, tendem a ter demanda inelástica 
e produtos de consumo supérfluo, tais como perfumes e joias, apresentam geralmente demanda 
elástica em relação a seu preço.
2) quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica será sua demanda; novamente, uma 
proposição bastante lógica: se o preço do bem X aumentar e houver substitutos para o seu consumo, 
o consumidor poderá reagir adquirindo maiores quantidades dos bens substitutos e menores quanti-
dades do bem X; caso, entretanto, isto não seja possível pela ausência de substitutos, o consumidor 
terá que continuar adquirindo o bem X e sua demanda será pouco afetada pelo aumento de seu preço.
3) quanto menor o preço do bem X e, portanto, seu peso no orçamento do consumidor, 
menos elástica será sua demanda; uma caixa de fósforos, por exemplo, custa $ 0,30; se 
seu preço dobrar (aumentar 100%), é pouco provável que seu consumo diminua significativa-
mente já que continua a ser um produto muito barato, pouco representativo no orçamento do 
comprador; ao contrário, se o preço de um automóvel de luxo aumentar, é quase certo que sua 
demanda será significativamente afetada.
3.4 RELAÇÕES ENTRE EPD E A RECEITA TOTAL DOS PRODUTORES (RT)
A Receita Total dos produtores (RT) corresponde ao seu faturamento, ou seja, resulta da multipli-
cação das quantidades vendidas do bem X pelo seu preço de venda.
É importante lembrar que, como o valor da venda é igual ao valor da compra, a Receita Total dos 
produtores (RT) também é igual ao dispêndio total dos consumidores (DT).5
3.4.1 DEMANDA ELÁSTICA
Se a demanda do bem X é elástica, um aumento do preço no mercado reduzirá e uma diminuição do 
preço elevará a Receita Total dos produtores.
Embora aparentemente paradoxal, a explicação destes fatos é simples: se a demanda é elástica (Epd > 1), 
a variação porcentual da quantidade procurada é maior, em valor absoluto, que a respectiva variação do preço.
3 Ou seja, analisando-se variações de preços e quantidades demandadas efetivamente ocorridas no mercado.
4 Alfred Marshall (1842-1924), famoso economista inglês, autor de Principles of Economics.
5 Portanto, as conclusões que aqui forem tiradas sobre as relações entre Epd e RT também valem para Epd e DT.
Elasticidades
economia.indb 39 12/03/2012 12:31:02
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Capítulo 03
40
Como RT resulta da multiplicação dessas duas variáveis, que atuam em sentido contrário, a va-
riação da quantidade procurada, por ser maior, prevalece e faz com que RT varie na sua direção, que 
é inversa à do preço.6
Assim, por exemplo, no caso do bem A citado no item 3.2:
 PA QDA RT 
 10 100 10 X 100 = 1.000
 12 60 12 X 60 = 720
O preço aumentou 20%, mas a quantidade se reduziu numa proporção maior (40%), fazendo 
com que a Receita Total dos produtores diminuísse de 1.000 para 720.
3.4.2 DEMANDA INELÁSTICA
Se a demanda do bem X é inelástica, um aumento ou diminuição do seu preço no mercadoacar-
retarão mudanças no mesmo sentido na Receita Total dos produtores, ou seja, ela se elevará ou se 
reduzirá, respectivamente.
Assim, por exemplo, no caso do bem B citado no item 3.2:
PB QDB RT
20 80 1.600
24 76 1.824
O preço aumentou 20% e a quantidade demandada reduziu-se em apenas 5%. Nesse caso, a 
variação do preço prevalece e a RT aumenta de 1.600 para 1.824.
3.4.3 DEMANDA COM ELASTICIDADE UNITÁRIA
Neste caso, a variação porcentual do preço é anulada pela variação da quantidade procurada na 
mesma proporção e em sentido contrário, de tal modo que a Receita Total dos produtores 
não se altera.7
3.5 ASPECTOS MATEMÁTICOS DE EPD
3.5.1 CARACTERÍSTICAS DA PORCENTAGEM E REFLEXO NO CÁLCULO DE EPD. 
 ELASTICIDADE-PREÇO NO ARCO.
Suponha-se que as vendas de uma determinada fábrica sejam normalmente de 1.000 unidades. 
Num dado mês t, devido a fatores sazonais, as vendas dobraram, passando de 1.000 para 2.000 e 
no mês seguinte (t + 1) retomaram seu nível normal.
O crescimento porcentual das vendas no mês t será:
 Acréscimo de vendas
–––––––––––––––––––––––––––––––– x 100 = 1.000 x 100 = 100%
 Quantidade vendida original 1.000
No mês t + 1, o decréscimo porcentual será:
 Decréscimo de vendas 
–––––––––––––––––––––––––––––––– x 100 = 1.000 x 100 = 50%
 Quantidade vendida original 2.000
Observa-se que a mesma variação absoluta de 1.000 unidades deu origem a duas variações por-
centuais distintas, uma de 100% e a outra de 50% apenas. A razão disto é que a quantidade utilizada 
como base de cálculo da porcentagem foi de 1.000 no primeiro caso e de 2.000 no segundo.
6 Veja também uma prova matemática no apêndice deste Capítulo.
7 Atenção: Esta proposição somente se verifica quando se utiliza o conceito mais preciso de Epd, descrito no subitem 3.5.2, a seguir.
Elasticidades
economia.indb 40 12/03/2012 12:31:03
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41
Introdução à Economia
Esta característica da porcentagem implica em que, em boa parte dos casos, o cálculo de Epd 
varie conforme o preço que se toma como ponto de partida. Por exemplo, caso o preço do bem X 
aumente de 10 para 12,50 e a quantidade procurada, consequentemente, se reduza de 100 para 80 
unidades, Epd será:
 PX QPX
 1º momento 10,00 100
 2º momento 12,50 80
 Epd variação % de QPX = ––––––––––––––––––––
 (P=10) variação % de PX
 Epd 20% 20 = –––––––––––– = 0,8
 (P=10) 25% 25
Entretanto, se a situação for invertida, ou seja, o preço diminuir de 12,50 para 10 e a quantidade 
se elevar de 80 para 100, ocorrerá:
 PX QPX
 1º momento 12,50 80
 2º momento 10,00 100
 Epd 25% = ––––––– =1,25
 (P=12,50) 20% 
Desse modo, se tomarmos como situação original o preço de 10, Epd será 0,8 e a demanda 
será considerada inelástica enquanto que, se o preço original for 12,50, Epd será 1,25 e a demanda será 
considerada elástica.
Uma das formas de se evitar esta dificuldade é o cálculo da elasticidade no arco. Ao invés de se 
calcular Epd para os preços de 10 e 12,50, procede-se ao cálculo para o intervalo entre os preços 
de 10 e 12,50 (ou seja, para o arco da curva de demanda entre estes dois preços), de acordo com a 
seguinte fórmula:
 Δ Q 
 Q1 + Q2 
 Epd no arco = 2 
 ΔP 
 P1 + P2 
 2 
 
ou seja, a variação porcentual da quantidade procurada e do preço é calculada em relação, res-
pectivamente, à média das quantidades e preços no 1o e 2o momentos.
No caso em tela:
 20 
 Epd 90 20 11,25 225 = –––– = ––––– . –––––– = ––––– = 1
(10,00 < P < 12,50) 2,5 90 2,5 225
 11,25
Logo, a elasticidade-preço da demanda, calculada no arco, é igual a 1.
3.5.2 UM CÁLCULO MAIS PRECISO DE EPD
No subitem 3.2.1, definimos Epd como:
 variação % de QPEpd = ––––––––––––––––––
 variação % de P
Elasticidades
economia.indb 41 12/03/2012 12:31:03
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Capítulo 03
42
ou:
 PO ΔQEpd = –––– . ––––
 QO ΔP
Esta defi nição de Epd, embora correta, é imprecisa (cometem-se erros no seu cálculo). Para maior 
precisão, as variações do preço e da quantidade procurada devem ser infi nitesimais (tão pequenas 
quanto se deseje), de tal forma que Epd seja o produto de fração PO/QO pelo limite da razão ΔQ/ΔD 
quando ΔP tende para zero:
 PO lim ΔQEpd = –––– . ––––
 QO ΔP → 0 ΔP
ou:
 PO dQEpd = –––– . ––––
 QO dP
 dQ
A expressão dP corresponde à derivada da quantidade demandada em relação ao preço. No 
apêndice a este Capítulo, são dadas as regras mais simples de derivação.
3.5.3 DEMANDA LINEAR E A EPD
Caso a demanda do bem X seja representada por uma linha reta (demanda linear), Epd será vari-
ável e crescente ao longo da reta8, conforme gráfi co a seguir:
Ou seja, a cada preço Epd terá um valor diferente (ver subitem 3.5.1) e à medida que o preço 
aumenta, Epd se eleva também. Assim, no ponto A da reta (quando Px = 0), Epd será zero também. 
Para preços maiores que zero, Epd será positiva. Até o ponto C (correspondente ao ponto médio do 
segmento AB), Epd será menor que 1. No ponto C, igual a 1 e acima de C, maior que 1.
8 Ver uma demonstração geométrica desta propriedade no Apêndice Matemático deste Capítulo.
Elasticidades
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43
Introdução à Economia
Suponha-se a seguinte função de demanda linear:
QDX = 600 – 5 PX
correspondente ao seguinte gráfi co:
O ponto médio corresponde ao preço de 60 (média entre zero e 120) e à quantidade de 300 (mé-
dia entre zero e 600).
Vamos calcular a Epd correspondente ao preço de 60, utilizando como referência para o cálculo o 
preço de 120 (que reduz a quantidade procurada para zero). Assim:
 PX QPX
 60 300
 120 0
 variação % de QPx Epd = ––––––––––––––––––
 variação % de Px
 100 % Epd = –––––––– = 1
 (P=60) 100 % 
Se tomarmos um preço abaixo de 60 (abaixo do ponto médio) como 40, correspondente à 
quantidade procurada de 400 (Q = 600 – 5 x 40 = 400), e calcularmos Epd caso o preço au-
mente para 60, tem-se:
 PX QPX
 40 400
 60 300
 P ΔQ Epd = ––– . ––––
 Q ΔP
 40 100 4.000Epd = ––– . –––– = –––––– = 0,5
 (P=40) 400 20 8.000
 ou seja Epd < 1.
Exemplo prático
Elasticidades
economia.indb 43 12/03/2012 12:31:03
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Capítulo 03
44
Se tomarmos um preço acima de 60 (acima do ponto médio), tal como 90, correspondente à 
quantidade procurada de 150 tem-se:
 PX QPX
 90 150
 60 300
 90 150 Epd = ––– . –––– = 3
 (P=90) 150 30 
 ou seja9, Epd > 1.
3.5.4 CASOS ESPECIAIS DE DEMANDA LINEAR
 (A) Demanda anelástica (B) Demanda infi nitamente elástica
O gráfi co A mostra que os consumidores adquirirão sempre a mesma quantidade do bem X, 
qualquer que seja o preço. Nesse caso, em que a quantidade demandada não apresenta qualquer 
sensibilidade em relação ao preço (Epd = 0, pois QD não varia), a demanda é denominada de total-
mente inelástica. Usam-se também os termos completamente ou absolutamente inelástica, ou ainda 
anelástica (o prefi xo a indica ausência de).
No gráfi co B, os consumidores do bem X adquirirão tantas unidades do bem quanto as que forem 
oferecidas pelos produtores no mercado, desde que o preço seja P. A preços diferentes de P, os 
consumidores nada comprarão. Este tipo especial de demanda do bem X é denominado de demanda 
infi nitamente (ou completamente ou perfeitamente) elástica.
3.5.5 EPD CONSTANTE
Há determinadas curvas de demanda que, contrariando a regra exposta no subitem 3.5.1, apre-
sentam elasticidade constante em toda sua extensão, ou seja, a elasticidade é sempre a mesma 
qualquer que seja o preço do bem X.
Em curvas do tipo:
Q = k ou Q = k P-α
 Pα
em que k e α são constantes positivas, Epd também é constante e igual a α (vide prova no apên-
dice matemático).
9 Usando o conceito de derivada, o cálculo é mais simples. Assim: Epd = P . dQ . Lembrando que |dQ/dP| para a função Q = 600 – 5Px é igual a 5, vem:
 Q dP
 Epd 60 = –––– . 5 = 1 
(P = 60) 300 
e da mesma forma para os outros.
Elasticidades
economia.indb 44 12/03/2012 12:31:03
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45
Introdução à Economia
Exemplos
Q = 1.000 P–2 = 1000 → Epd = 2
 P2
Q = 0,5 P–1 = 0,5 → Epd = 1
 P
Q = 30.000 P–½ = 30.000 → Epd = ½
 P½
Em curvas do tipo:
P = k , onde k e ß são constantes positivas, Epd = 1/ß
 Qß
Exemplos
P = 4000 Q–2 → Epd = ½
P = Q–1 → Epd = 1
P = Q–1/3 → Epd = 3
3.6 ELASTICIDADE-RENDA DA PROCURA
3.6.1 CONCEITO
O coeficiente de elasticidade-renda da procura tem por objetivo medir a sensibilidade da demanda 
do bem X em relação a variações na renda do consumidor (Y).
 variação % da quantidade procurada (QP)
ER = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 variação % da renda do consumidor (Y)
Assim, por exemplo, se a renda dos consumidores se elevar de 1.000 para 1.300 e as quantidades 
demandadas dos bens A, B, C e D apresentarem o comportamento exposto na tabela a seguir:
 Bens Quantidade demandada
 Y = 1.000 Y = 1.300
 A 40 36
 B 50 60
 C 60 78
 D 20 30
temos que:
1) ER (bem A) = – 10% = –1/3
 30%
Observe-se que a quantidade procurada do bem A diminuiu quando a renda aumentou. Logo, 
A é um bem inferior. O coeficiente de elasticidade-renda dos bens inferiores é negativo, refletindo o 
comportamento inverso entre QP e Y.10 
2) ER (bem B) = 
 20% = 2/3 < 1
 30% 
O coeficiente do bem B é positivo (logo B é um bem normal). Entretanto, ele é menor que 1, 
indicando que B tem demanda inelástica (pouco sensível) em relação à renda.
3) ER (bem C) =
 30% = 1
 30%
10 Note que se a renda diminuísse, a quantidade demandada do bem inferior teria aumentado e ER seria, nesse caso, negativa também.
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Capítulo 03
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Nesse caso, o bem C apresenta elasticidade-renda da demanda unitária.
4) ER (bem D) = 50% = 5/3 > 1
 30%
O bem D apresenta ER > 1, logo sua demanda é elástica em relação à variação da renda. Este 
tipo de bens são denominados de bens superiores (supérfl uos ou de luxo).
3.6.2 RELAÇÃO ENTRE ER E A IMPORTÂNCIA DO BEM X NO ORÇAMENTO DO CONSUMIDOR
O quadro abaixo sintetiza essas relações:
VALOR DE ER IMPORTÂNCIA NO ORÇAMENTO
 > 1 - Aumenta quando a renda se eleva.
 - Diminui quando a renda decresce.
 = 1 - Permanece a mesma, quer a renda
 diminua ou aumente.
 < 1 - Diminui quando a renda se eleva.
(inclusive negativa) - Aumenta quando a renda decresce.
Uma explicação destas relações pode ser encontrada na resposta ao teste de fi xação n. 19, no 
fi m deste Capítulo.
3.6.3 A CURVA DE ENGEL
Quando analisamos a curva da demanda no Capítulo 2, pressupusemos que a renda do consu-
midor (e as outras variáveis que infl uenciam a demanda) permanecesse constante e apenas o preço 
do bem X variasse:
Se, entretanto, supusermos que Px e as demais variáveis permaneça constante e apenas a renda 
do consumidor varie, obteríamos a chamada Curva de Engel:
Elasticidades
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47
Introdução à Economia
A Curva de Engel nada mais é, portanto, que a relação entre a quantidade demandada do bem 
X e a renda do consumidor, supostas constantes todas as demais variáveis que afetam a pro-
cura. Seu nome deve-se aos trabalhos do estatístico alemão Ernest Engel (1821-1896), pioneiro nos 
estudos que relacionavam os gastos dos consumidores com alimentos e o crescimento de sua renda. 
Engel formulou a seguinte relação, conhecida como Lei de Engel: à medida que a renda aumenta, 
diminui a participação dos gastos com alimentos no orçamento do consumidor.11
3.7 ELASTICIDADE-CRUZADA DA PROCURA
A elasticidade-cruzada da demanda mede a sensibilidade da demanda do bem X a variações nos 
preços de outros bens (PZ):
 variação % da quantidade procurada do bem X
Elasticidade-cruzada = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 variação % do preço do bem Z
Conforme visto no Capítulo 2 (subitem 2.5.1.2), X e Z podem ser substitutos, complementares 
ou de consumo independente.
A tabela a seguir sintetiza as relações entre X e Z e o respectivo coeficiente de elasticidade-
-cruzada:
Relação entre X e Z 
 Valor relativo da Valor absoluto da
 elasticidade-cruzada elasticidade-cruzada
substitutos > 0, positivo > 1, demanda elástica
 < 1, demanda inelástica
complementares < 0, negativo = 1, elasticidade unitária
consumo independente igual a zero —
Assim, por exemplo, se o preço do bem Z aumenta 10% e a quantidade procurada de X diminuiu 
em 15%:
Ecruzada = –15% = –1,5
 +10%
Como o sinal da elasticidade-cruzada é negativo, X e Z são complementares. De fato, o preço 
do bem Z aumentou e a quantidade procurada de X diminuiu, o que indica que X e Z têm uma 
relaçãode complementariedade em seu consumo (ver subitem 2.5.1.2.2 do Capítulo 2).
O valor absoluto da elasticidade-cruzada é maior que um, logo, a demanda de X é elástica em 
relação ao preço de Z.12
3.8 ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
3.8.1 CONCEITO
A elasticidade-preço da oferta (Epo) mede a sensibilidade da oferta a variações no preço do bem X:
 variação % da quantidade ofertada do bem X13
Epo = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 variação % do preço do bem X
11 Isto implica que os alimentos, em geral, tem ER < 1 (veja a subseção precedente); entretanto, atenção: alguns alimentos sofisticados como o caviar, 
camarões e lagostas, podem apresentar ER>1
12 Veja também, a respeito, as respostas aos testes de fixação nos 17 e 18 deste Capítulo.
13 Observe que Epo é sempre um número positivo, pois o preço e a quantidade ofertada variam na mesma direção.
Elasticidades
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Capítulo 03
48
Valores de Epo Grau de Elasticidade
 >1 Oferta Elástica
 <1 Oferta Inelástica
 =1 Oferta de elasticidade unitária
3.8.2 OFERTA LINEAR
Quando a oferta é linear, as seguintes relações são válidas, conforme o formato da reta de oferta:
Estas relações são demonstradas geometricamente no apêndice matemático deste Capítulo.
3.9 INCIDÊNCIA DE UM TRIBUTO SOBRE VENDAS NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
3.9.1 TIPOS DE IMPOSTOS SOBRE VENDAS
Os impostos sobre vendas podem ser de dois tipos:
a) com alíquotas ad valorem (sobre o valor): é o tipo mais comum de imposto sobre vendas 
onde o montante a ser pago resulta da multiplicação de uma alíquota, que é expressa em por-
centagem, sobre o valor da venda.
Exemplo
Valor da Venda = $ 100.000,00
(x) Alíquota Porcentual = 10% 
(=) Imposto = $ 110.000,00
No Brasil, o ICMS e o ISS, entre outros, são impostos ad valorem.
b) com alíquota específi ca (sobre a quantidade vendida): são impostos cujo montante a pa-
gar é apurado multiplicando-se a quantidade vendida do produto pela alíquota que é expressa 
por um determinado valor em moeda a pagar por unidade vendida.
Exemplo
Quantidade vendida = 10.000 unidades
(x) Alíquota específi ca = $ 3 por unidade
(=) Imposto = $ 30.000,00
Elasticidades
economia.indb 48 12/03/2012 12:31:04
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49
Introdução à Economia
O IPI que incide sobre cervejas e refrigerantes no Brasil é um exemplo de imposto específi co.
Em países infl acionários, o imposto específi co tem a desvantagem de exigir sucessivos reajustes 
em sua alíquota para evitar os efeitos prejudiciais da infl ação sobre sua arrecadação14.
Nesta seção, será analisado inicialmente o efeito da incidência15 de um imposto específi co sobre 
vendas num mercado de concorrência perfeita. Entretanto, as conclusões que serão tiradas são 
aplicáveis também aos impostos ad valorem, conforme se verá no subitem 3.9.5.
3.9.2 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO ESPECÍFICO
Suponhamos um mercado de concorrência perfeita cujas curvas de demanda e de oferta sejam 
expressas pelas funções a seguir:
QD = 390 – 3P (demanda)
QO = –10 + 2P
O preço e a quantidade de equilíbrio deste mercado são 80 e 150, respectivamente16:
–10 + 2P = 390 – 3P
5P = 400
PE = 80
QE = –10 + (2 x 80) = 150
e o gráfi co do equilíbrio de mercado será:
Se, nesse mercado, o governo impuser um tributo específi co (t) de $ 2 por unidade vendida, o 
Custo de Produção das empresas ofertantes aumentará unitariamente neste valor17. A curva de oferta, 
em consequência, deslocar-se-á para a esquerda da posição original, uma vez que os produtores 
quererão agora receber $ 2 a mais por unidade vendida para oferecer as mesmas quantidades ante-
riormente oferecidas no mercado:
 
 18
Alguns dos níveis de 
preços possíveis
76
78
80
82
84
Oferta após o Imposto18 
Q = -14 + 2P
138
142
146
150
154
Oferta antes do Imposto
Q = -10 + 2P
142
146
150
154
158
14 No imposto ad valorem, o valor das vendas é reajustado automaticamente pela infl ação, o que torna desnecessária qualquer correção.
15 A análise também pode ser adaptada para a majoração de um tributo já incidente sobre o mercado.
16 Em caso de dúvida, consultar o Capítulo 2, subitem 2.4.2.
17 A repercussão é similar ao aumento do preço do insumo discutido no Capítulo 2, subitem 2.5.2.
18 A explicação de como fazer para se obter o novo valor da função será feita no decorrer da exposição deste subitem.
Elasticidades
economia.indb 49 12/03/2012 12:31:05
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Capítulo 03
50
Observe que os produtores para oferecer, por exemplo, 142 unidades no mercado desejavam 
receber $ 76 por cada uma, antes do imposto. Após o imposto, como precisam transferir ao governo 
$ 2 por cada unidade vendida, desejarão receber $ 78. Da mesma forma, para produzir 146 unidades 
desejarão receber $ 80 em vez de $ 78 e assim por diante.
Como as intenções dos vendedores mudaram, haverá um deslocamento da curva de oferta de 
sua posição original. Como o Custo de Produção aumentou, a oferta diminuirá e, portanto, a curva 
deslocar-se-á para a esquerda (ver subitem 2.5.2 do Capítulo 2).
A nova função de oferta é obtida substituindo-se o valor de P na função antiga por (P - t).19 Assim, 
no caso:
QO = – 10 + 2P (oferta antiga)
QO = – 10 + 2(P – 2) (oferta nova)
QO = – 10 + 2P – 4
QO = – 14 + 2P
e o novo preço de equilíbrio de mercado será20:
QD = 390 – 3P (demanda)
QO = – 14 + 2P (oferta nova)
 – 14 + 2P = 390 – 3P
 5P = 404
 P = 404 ÷ 5
 P’E = 80,80
e a nova quantidade de equilíbrio:
Q’E = –14 + (2 x 80,80) = 147,6
Grafi camente:
A consequência, no mercado de concorrência perfeita, da imposição do tributo específi co, foi o 
aumento do preço de equilíbrio (de $ 80,00 para $ 80,80) e a redução da quantidade transa-
cionada no mercado (de 150 para 147,6 unidades).
19 Parece paradoxal subtrair o tributo ao invés de somá-lo, porém este é o procedimento correto. A antiga função de oferta passará a representar o 
preço sem imposto, portanto, substitui-se P por P – t.
20 Repare que a função demanda não se desloca, pois o que vai se alterar no mercado com a incidência do imposto é o preço de equilíbrio e, conforme 
visto ao fi nal do subitem 2.5.1.3 do Capítulo 2, mudanças no preço não deslocam a curva de demanda; a modifi cação da quantidade de demanda se 
faz ao longo da curva.
Elasticidades
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51
Introdução à Economia
3.9.3 REPARTIÇÃO DO ÔNUS TRIBUTÁRIO
Refaçamos o gráfi co do equilíbrio de mercado após a imposição do imposto específi co, apresen-
tado no subitem anterior:
A imposição do tributo aumentou o preço de equilíbrio e reduziu a quantidade transacionada 
no mercado. Isto signifi ca que os consumidores reagiram à elevação do preço reduzindo o total da 
quantidade adquirida do bem de 150 para 147,6 unidades. Entretanto, eles continuam comprando o 
produto (embora em menor quantidade) e estão pagando $ 80,80 por cada unidade ao invés de $ 80, 
ou seja, $ 0,80 a mais.
Esta diferença entre o preço de equilíbrio novo ($ 80,80) e o antigo ($ 80) é denominada de par-
cela do tributo paga pelo consumidor (PPC).
Os produtores, por sua vez, antes da imposição do imposto, recebiam $ 80 por unidade vendida. 
Após o imposto, tiveram reduzida a quantidade vendida para 147,6 unidades em vez de 150. Além 
disso, estão recebendo liquidamente, por unidade vendida, $ 80,80 (novo preço) menos $ 2,00 do 
tributo, ou seja, $ 78,80. Recebem, portanto, $ 1,20 a menos. Este valor é denominado de parcela 
paga pelo produtor.21
Note que o valor do tributo (t) corresponde à soma de PPC comPPP:
t = PPC + PPP
$ 2,00 = $ 0,80 + $ 1,20
Nesse caso, a maior parcela do tributo é suportada pelos produtores (60% do valor) enquanto os 
consumidores respondem pelos 40% restantes.
3.9.4 FATORES QUE DETERMINAM A REPARTIÇÃO DO ÔNUS TRIBUTÁRIO
A divisão do ônus tributário entre produtores e consumidores se faz de acordo com as elasticida-
des-preço da demanda e da oferta do bem X22:
 eo
PPC = t . –––––––––
 ed + eo
 ed
PPP = t . –––––––––
 ed + eo
onde:
eo = elasticidade-preço da oferta
ed = elasticidade-preço da demanda
21 Repare que, no mercado de concorrência perfeita, o produtor não consegue transferir totalmente o ônus tributário porque ele não tem controle sobre 
o preço, que é determinado impessoalmente pelo mercado. Todavia, em mercados onde o produtor determina seu preço, ele pode transferir totalmente 
o tributo para o consumidor. Por exemplo, se ele cobra $20 por unidade e há a imposição de um tributo unitário de $1, ele reajusta o preço para $21. A 
única perda que ele poderá incorrer é a perda de vendas em função de seu preço estar mais elevado (caso a demanda não seja totalmente inelástica).
22. Veja demonstração matemática no apêndice.
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Capítulo 03
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Suponhamos um caso radical, em que a demanda é totalmente inelástica, ou seja, Ed = 0. Então:
 eoPPC = t . ––––––––– = t
 0 + eo
 0
PPP = t . ––––––––– = 0
 0 + eo
ou seja, o consumidor suporta inteiramente o tributo. Veja o gráfi co:
3.9.4.1 EXEMPLO
Tome-se dados do mercado referidos no subitem 3.9.2, onde as funções de demanda e de oferta, 
antes da imposição do tributo eram:
QD = 390 – 3P
QO = –10 + 2P
Determinou-se então:
PE = 80
QE = 150
Calculando-se Ed e Eo para esse preço e quantidade de equilíbrio, tem-se que:
ed (P = 80) = 80 . 3 = 240 = 24 
 150 150 15
eo (Q = 150) = 80 . 2 = 160 = 16 
 150 150 15
Logo, após a imposição do tributo específi co (t = 2):
 2.16
 eo 15 32 15PPC = t .––––––– = ––––––– = ––– . ––– = 0,80
 ed+eo 24 +16 15 40
 15 15
 2.24
 ed 15 48 15PPP = t .––––––– = ––––––– = ––– . ––– = 1,20
 ed+eo 24 +16 15 40
 15 15
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Introdução à Economia
Observe-se que:
1º) Os produtores suportaram um ônus mais pesado do tributo (60% x 2,00 = 1,20) porque a 
elasticidade da demanda, em módulo, ao preço de equilíbrio antes do imposto e equivalente 
a 24, era maior que a respectiva elasticidade de oferta ao mesmo preço. 
 15
2º) O cálculo da repartição do ônus, quando se trata de equações lineares, pode ser simpli-
ficado, substituindo-se ed e eo pelos respectivos coeficientes da variável P nas funções de 
demanda e oferta:
PPC = 2 . 2 = 4 = 0,80
 3 + 2 5
PPP = 2 . 3 = 6 = 1,20
 3 + 2 5
3.9.5 IMPOSTOS AD VALOREM SOBRE VENDAS
Os impostos ad valorem sobre as vendas podem ser de dois tipos:
1º) cobrados por fora, ou seja, o imposto é uma porcentagem sobre o preço de venda antes de 
computado o imposto.
Exemplo
Preço de venda sem o imposto: $ 100,00
(+) Imposto por fora com alíquota de 10%: $ 10,00
(=) Preço de venda com o imposto: $ 110,00
No Brasil, um imposto deste tipo é o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
2º) cobrados por dentro, ou seja, o imposto é uma porcentagem sobre o preço de venda, onde já 
está incluído o imposto.
Exemplo
Preço de venda com o imposto: $ 100,00
(–) Imposto por dentro à alíquota de 10%:
(10%xR$100,00) ($ 10,00)
(=) Preço de venda sem o imposto: $ 90,00
No Brasil, um imposto deste tipo é o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Um imposto ad valorem que seja cobrado por dentro é mais oneroso para o contribuinte.
Siga o exemplo a seguir:
I - Preço de venda sem imposto : $ 100,00
(+) Imposto por fora (10%) : $ 10,00
(=) Preço com imposto : $ 110,00
II - Preço de venda sem imposto : $ 100,00
(+) Imposto por dentro
•			Alíquota	nominal	10%	=
 Alíquota efetiva 11,11% : $ 11,11
(=) Preço com imposto : $ 111,11
(–) Imposto a 10% : ($ 11,11)
(=) Preço sem imposto : $ 100,00
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economia.indb 53 12/03/2012 12:31:05
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Capítulo 03
54
A diferença é que, no imposto de vendas por dentro, a alíquota de 10% incide sobre um preço de 
venda que inclui o próprio imposto e, portanto, a alíquota efetiva cobrada sobre o preço sem imposto 
é de 11,11%.
3.9.5.1 INCIDÊNCIA DOS IMPOSTOS AD VALOREM
3.9.5.1.1 IMPOSTOS POR FORA
Tome-se como exemplo o mercado referido no subitem 3.9.2, onde as funções de demanda e 
oferta era dadas por:
QD = 390 – 3P
QO = – 10 + 2P
e em que o preço e a quantidade de equilíbrio antes do imposto eram, respectivamente, 
 PE = 80 e QE = 150.
Se houver a incidência de um imposto ad valorem e por fora de 10%, os produtores, para oferecer 
a mesma quantidade desejarão preços mais altos em 10%, por exemplo:
Preços antes do Imposto Preço após o imposto Quantidade Ofertada
 76 76 x 1,10 = 83,6 142
 78 78 x 1,10 = 85,8 146
 80 80 x 1,10 = 88,0 150
 82 82 x 1,10 = 90,2 154
 84 84 x 1,10 = 92,4 158
O gráfi co da nova reta de oferta será:
Para de achar a equação da nova reta de oferta, basta substituir, na antiga função, P por P .
 1 + t
De fato, por exemplo, se:
88 = 80 (1 + 0,10) = 80 . 1,1
onde:
88 = preço após imposto
80 = preço antes do imposto
0,10 = alíquota em porcentagem
tem-se que:
80 = 88 .
 1,1
A antiga função continuará a representar o preço sem imposto (P). Para achar a nova, substitui-se 
P por P .
 1 + t
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economia.indb 54 12/03/2012 12:31:06
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Introdução à Economia
Substituindo-se em nosso exemplo temos:
QO = – 10 + 2 ( P )
 1,1
QO = – 10 + 2 P
 1,1
No equilíbrio:
QD = QO
390 – 3P = – 10 + 2 P
 1,1
3P + 2 P = 400
 1,1
3P + 1,818182 P = 400
4,818182 P = 400
P’E = 83,02
O preço líquido recebido pelo produtor será:
P’E = 83,02 = 75,47
1,1 1,1 
e o valor do tributo (T) será:
T = 10% x 75,47 = 7,55
de tal modo que:
P’E = 83,02
(–) T = (7,55) 
(=) P’E – T = 75,47
A parcela paga pelo consumidor e pelo produtor serão respectivamente:
PPC = 83,02 – 80 = 3,02
PPP = 80,00 – 75,47 = 4,53
Observe-se que o ônus é repartido também em função de eo e ed, como no caso dos impostos 
específicos. Aplicando-se a fórmula do subitem 3.9.4.1., 2ª observação:
PPC = 7,55 . 2 = 7,55 . 0,4 = 3,02
 2 + 3
PPP = 7,55 . 3 = 7,55 . 0,6 = 4,53
 2 + 3
3.9.5.1.2 IMPOSTOS POR DENTRO
Nesse caso, os produtores desejarão preços 11,11% mais altos para oferecer a mesma quantidade:
Preços antes do Imposto Preço após o imposto Quantidade ofertada
 76 76 x 1,1111 = 84,44 142
 78 78 x 1,1111 = 86,67 146
 80 80 x 1,1111 = 88,88 150
 82 82 x 1,1111 = 91,11 154
 84 84 x 1,1111 = 93,33 158
Elasticidades
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Capítulo 03
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O gráfi co da nova reta será:
Para achar a nova reta de oferta, substitui-se nafunção antiga P por P (1 – t).
Logo:
QO = – 10 + 2 [P (1 – 0,1)]
QO = – 10 + 2 . P . 0,9
QO = – 10 + 1,8 P
O equilíbrio novo será:
390 – 3P = – 10 + 1,8 P
4,8 P = 400
P = 400
 4,8
P’E = 83,33
O tributo (T) a ser pago e o preço líquido recebido pelo produtor serão, respectivamente:
T = 83,33 . 10% = 8,33
P’E – T = 83,33 – 8,33 = 75
Por sua vez, P.P.C. e P.P.P. serão:
PPC = 83,33 – 80 = 3,33
PPP = 80 – 75 = 5,00
e correspondem às fórmulas:
PPC = 8,33 . 2 = 3,33
 2 + 3
PPP = 8,33 . 3 = 5,00
 2 + 3
APÊNDICE MATEMÁTICO
Regras simples de derivação
1. A derivada de uma constante é zero.
y = x, sendo que x = k (constante)
d y = 0
d x
Exemplo: y = 10
d y = 0
dx
Elasticidades
economia.indb 56 12/03/2012 12:31:06
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57
Introdução à Economia
2. A derivada da n-ésima potência de uma variável é igual ao produto de n pela (n-1)-ésima po-
tência da variável.
y = xn
d y = n x n–1
d x
Exemplos:
a) y = x4
d y = 4x4–1 = 4 x3
d x
b) y = x1
dy = 1 x1–1 = 1 x0 = 1
dx
c) y = x1/8
y = 1/8 x1/8–1 = 1/8 x–7/8
d) y = 1 = x–3
 x3
d y = – 3 x–3–1 = – 3 x–4 = – 3 . 1 
d x x4
3. A derivada do produto de uma constante por uma função diferenciável é igual ao produto do cons-
tante pela derivada da função.
y = k xn, k = constante
d y = k . n . xn–1
d x
Exemplos:
a) y = 4 x3
d y = 4 . 3. x2 = 12 x2
d x
b) y = 1.000 = 1.000 x
–5
 x5
dy = (– 5) . 1.000 . x–6 = – 5.000 x–6
dx
4. A derivada da soma algébrica de funções diferenciáveis é igual a soma algébrica das derivadas 
das funções.
y = w + z
onde w = f(x)
 z = g (x)
dy = dw + dz
dx dx dx
Exemplos:
a) y = 4 x2 + 2x
dy = 8x + 2
dx
b) y = 10x3 – 2x2 + 8x – 100
dy = 30x2 – 4x + 8
dx
Elasticidades
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Capítulo 03
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5. A derivada do produto de duas funções diferenciáveis é igual ao produto da primeira pela derivada 
da segunda mais o produto da segunda pela derivada da primeira.
y = w . z
onde w = f (x)
 z = g (x)
 dy = w . dz + z dw 
d x dx dx
Exemplos:
a) y = x . (x3 – 5)
dy = x . 3x2+ (x3 – 5)
dx
dy = 3x3 + x3 – 5 = 4x3 – 5
dx
b) y = (x3 – 4) (x2 + 2)
d y = (x3 – 4) . 2x + (x2 + 2) 3x2
d x
dy = 2x4 – 8x + 3x4 + 6x2 = 5x4 + 6x2 – 8x
dx
Observação: A derivada do quociente de duas funções diferenciáveis
(y = w ) é um caso particular da derivada do produto (y = w . 1 ).
 z z
Subitem 3.4.1:
Suponhamos um preço P0 e quantidade demandada Q0 numa curva de procura de um bem X 
qualquer. Por alguma razão qualquer, o preço aumenta para P1 e, consequentemente, a quantidade 
se reduz para Q1. O dispêndio total dos consumidores na aquisição de X no primeiro momento é DT0 
= P0 x Q0. No momento seguinte, é DT1 = P1 x Q1.
Sabendo-se que a demanda de X é elástica (ou seja, maior que 1), a variação porcentual da quan-
tidade procurada é maior que a variação porcentual do preço, ou seja:
 ΔQ
 Q0 ΔQ ΔPE = ––––– > 1 ⇒ ––––– > –––––
 ΔP Q0 P0
 P0
logo, DT1 = P1 x Q1 = (P0 + ΔP) (Q0 – ΔQ)
 DT1 = P0Q0 + ΔPQ0 – ΔQP0 – ΔPΔQ
dividindo-se ambos os membros da equação por DT0 = P0Q0, vem:
DT1 = 1 + ΔP – ΔQ – ΔP . ΔQ
DT0 P0 Q0 P0 Q0
DT1 – 1 = ΔP – ΔQ – ΔP . ΔQ
DT0 P0 Q0 P0 Q0
Como, ΔQ > ΔP
 Q0 P0
o segundo membro da equação é negativo e, portanto, primeiro também o é. 
Logo, DT1 < DT0, ou seja, o dispêndio total dos consumidores diminui quando o preço de X aumenta 
e sua demanda é elástica em P0.
Elasticidades
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Introdução à Economia
Subitem 3.5.3:
Veja o gráfi co abaixo:
Se a reta AC representar uma curva de demanda, podemos calcular a elasticidade-preço no ponto 
B geometricamente, como se demonstra a seguir:
BD = preço
OD = quantidade procurada no preço BD
ED = P . ΔQ
 Q ΔP
Como a demanda é uma reta, o coefi ciente ΔQ é constante em todos os pontos e na situação
 ΔP
do diagrama pode ser representado por DC .
 BD
Logo: ED = 
 BD . DC = DC 
 OD BD OD
No ponto médio do segmento AC, DC = OD e a ED = 1. Para pontos situados acima do ponto 
médio, DC > OD e ED > 1. Para pontos situados abaixo do ponto médio, DC < OD e ED < 1.
Subitem 3.5.5:
Sabemos que a elasticidade-preço é:
Ep = P . ΔQ
 Q ΔP
Para variações infi nitesimais do preço, a expressão se transforma em:
Ep = P . dQ , onde dQ = derivada de Q em relação a P.
 Q dP dP
No caso de funções de demanda do tipo Q = k , 
 Pα
dQ = k . (–α) . p –(α+1)
dP
Logo: EP = P . dQ = P . k (–α) . P 
– (α +1)
 Q dP Q
como Q = k . P –α,
EP = P . k . (–α) . P 
– (α + 1)
 kP –α
Como P = P (α+1) ⇒ Ep = – α
 P−α
Como Epd é sempre um número negativo, por convenção, usa-se o valor absoluto; logo, Epd = α
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Capítulo 03
60
Subitem 3.8.2:
1. reta de oferta passando pela origem:
AB = preço
OB = quantidade ofertada ao preço
EPo = 
 P . ΔQ
 Q ΔP
Sendo a oferta linear, ΔQ é constante em todos os pontos da reta e pode ser representado,no
 ΔP
diagrama, pela razão OB, onde OB seria o acréscimo de quantidade quando o preço passa de zero 
para AB.
 
AB
Logo:
EPo = 
AB . OB
 OB AB
EPo = 1
2. reta de oferta, com intercepto negativo no eixo dos preços: reta de oferta, com intercepto negativo no eixo dos preços:
No caso:
AB = preço
OB = quantidade ofertada ao preço AB
CB = ΔQ
AB ΔP
CB é o acréscimo de quantidade quando o preço aumenta de zero para AB (que é o acrés-
cimo de preço).
Logo:
EPo =
 AB . CB
 0B AB
EPo =
 CB < 1, pois CB < OB
 OB
Observe que ao preço DE, EPo =
 CE 
 OE
Elasticidades
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61
Introdução à Economia
Como DE > AB e CE > CB23, conclui-se que EPo se eleva quando o preço de mercado aumenta 
 OE OB
(embora continue sendo menor que 1).
3. reta de oferta, com intercepto positivo no eixo dos preços:reta de oferta, com intercepto positivo no eixo dos preços:
No caso:
AB = preço
OB = quantidade ofertada ao preço AB
OB = ΔQ
AC ΔP
OB é o acréscimo de quantidade quando o preço passa de BC para AB e AC é o acréscimo de 
preço (quando ele se eleva de BC para AB ).
Logo:
EPo =
 AB . OB > 1 , pois AB > AC
 OB AC
Ao preço mais elevado DE :
EPo =
 DE
 DF
Como DE < AB
24 , à medida que o preço aumenta, EPo diminui (embora continue sendo maior que 1). DF AC
Subitem 3.9:
O gráfi co abaixo representa o que ocorre no mercado do bem X após a imposição de um imposto 
específi co de t unidades monetárias sobre a quantidade transacionada do bem X.
onde:
P0 = preço de equilíbrio original
Q0 = quantidade de equilíbrio original
S’X = nova curva de oferta após a imposição do 
imposto.
P1 = novo preço de equilíbrio após o imposto.
Q1 = nova quantidade de equilíbrio após o 
imposto.
23 Se, a uma fração menor que 1, adicionarmos um número positivo tanto no numerador quanto no denominador, a nova fração será maior que a 
anterior. Assim, CE = CB + x será maior que CB .
 OE OB + x OB
24 A prova é o contrário da nota 22; se a fração é maior que 1 e adicionarmos um número positivo ao numerador e ao denominador, afração é 
menor que a anterior.
Elasticidades
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Capítulo 03
62
ΔP, que é igual a P1 – P0, representa a parcela do imposto que é paga pelosconsumidores. É a 
diferença entre o novo preço de equilíbrio e o preço original.
ΔP’, que é igual a P0 – P’, representa a parcela do imposto que é paga pelos produtores. É a di-
ferença entre o preço de equilíbrio original e o preço efetivamente recebido pelos produtores após o 
imposto (P’ = P1 – t)
Note que: ΔP + ΔP’ = t (1)
Por outro lado:
ED = P0 . ΔQ , sendo que ΔQ = Q1 – Q0 
 Q0 ΔP
logo:
ΔP = P0 . ΔQ . 1 (2)
 Q0 ED
e E0 = P0 . ΔQ , logo
 Q0 ΔP’
ΔP’ = P0 . ΔQ . 1 (3)
 Q0 E0
Com base nas equações (2) e (3), vem:
 P0 1 ––– . ΔQ . –––
 ΔP Q0 ED–––––––– = –––––––––––––––––––––––––––––––
ΔP’+ ΔP P0 1 P0 1 ––– . ΔQ . ––– + ––– . ΔQ . –––
 Q0 E0 Q0 ED
 1 1 ––– ––– 
 ΔP ED ED 1 ED . E0–––––––– = –––––––––– = ––––––– = ––– . –––––––
ΔP`+ ΔP 1 1 ED+ E0 ED E0 + ED ––– + ––– –––––––
 E0 ED E0 . ED
 ΔP E0–––––––– = –––––––
ΔP`+ ΔP ED + E0 
Lembrando a equação (1), vem:
 ΔP E0 E0–––– = ––––––– logo, ΔP = t . –––––––
 t ED + E0 ED + E0
Pergunta no 16 dos Testes de Fixação:
A função demanda é:
 Q = 2.000 – 5P
A Receita Total dos produtores corresponde à multiplicação do preço pela respectiva quantidade 
vendida a este preço:
Elasticidades
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63
Introdução à Economia
RT = P x Q
RT = P x (2.000 – 5P)
RT = 2.000P – 5P2
dRT = 2.000 – (2 x 5) P2–1
 dP
dRT = 2.000 – 10P
 dP
A Receita Total é máxima quando dRT = 0, logo:
 dP
2.000 – 10P = 0
10P = 2.000
P = 200
ao nível de preço de 200, RT é máxima, e igual a 200.000 (observe que, quando P = 200, pela 
curva de demanda, Q = 1.000).
Observe que, para preços maiores do que 200, dRT é negativa, ou seja, a Receita Total decresce
 dP
quando o preço aumenta, e para preços menores que 200 , dRT é positiva, ou seja, RT aumenta
quando o preço se eleva. dP
Poder-se-ia, similarmente, fazer:
Q = 2.000 – 5P
5P = 2.000 – Q
P = 400 – 1/5 Q
RT = (400 – 1/5 Q) Q
RT = 400Q – 1/5 Q2
dRT = 400 – 2/5 Q
 dQ
400 – 2/5 Q = 0
Q = 1.000, a quantidade para a qual RT é máxima.
Se Q > 1.000, RT é decrescente, pois dRT < 0.
 dQ
Se Q < 1.000, RT é crescente, pois dRT > 0.
 dQ
TESTES DE FIXAÇÃO
01. Uma curva de procura se exprime por P = 10 – 0,2X, onde P representa o preço e X, a quantidade. 
O mercado se encontra em equilíbrio ao preço P = 2. O preço varia para P = 2,04 e, tudo o mais 
mantido constante, a quantidade se equilibra em X = 39,8. A elasticidade-preço da demanda 
ao preço usual de mercado é:
a) 0,02;
b) 0,05;
c) 0,48;
d) 0,25;
e) nenhuma das anteriores.
Elasticidades
economia.indb 63 12/03/2012 12:31:07
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Capítulo 03
64
02. A elasticidade-preço da procura do produto A é igual a –0,1. Se o preço desse produto aumentar 
em 2%, a quantidade procurada deverá:
a) diminuir em 2%;
b) aumentar em 2%;
c) diminuir em 20%;
d) diminuir em 0,2%;
e) aumentar em 0,2%.
03. A elasticidade-preço da demanda do bem X é 0,5. Esta informação permite concluir que:
a) uma elevação do preço de X determina uma elevação de sua demanda em proporção maior 
que a elevação do preço;
b) uma redução do preço de X determina uma elevação de sua demanda em proporção maior 
que a redução do preço;
c) uma elevação do preço de X determina uma redução de sua demanda em proporção menor 
que a elevação do preço;
d) uma redução do preço de X determina uma redução de sua demanda em proporção menor 
que a redução de preço;
e) uma elevação de preço de X não altera sua demanda.
04. A elasticidade-preço da demanda de um bem é 1,8 e a quantidade demandada ao preço 
atual de mercado é de 5.000 unidades. Caso o preço do bem sofra uma redução de 5%, a 
quantidade demandada passará a ser:
a) 4.550 unidades;
b) 5.550 unidades;
c) 5.000 unidades;
d) 5.450 unidades;
e) 4.450 unidades.
05. O Sr. Almeida afirma que comprará ingresso para todos os jogos de seu time. A elasticidade-
-preço da procura por ingressos do Sr. Almeida é:
a) maior que 1;
b) igual a 1;
c) menor que 1;
d) indeterminada;
e) nenhuma das anteriores.
06. Uma curva de demanda retilínea possui elasticidade-preço da procura igual a 1:
a) em todos os pontos;
b) na intersecção com o eixo dos preços;
c) na intersecção com o eixo das quantidades;
d) no ponto médio do segmento;
e) abaixo do ponto médio do segmento.
07. Se a curva de demanda for representada por uma reta negativamente inclinada, é correto 
afirmar que:
a) a elasticidade-preço da demanda é igual a 1 no ponto médio desta reta;
b) a elasticidade-preço é variável e sempre de valor acima de 1 abaixo do ponto médio da reta.
c) a elasticidade-preço é constante e igual a 1 em todos os pontos da reta;
d) a elasticidade-preço é constante, mas nada se pode afirmar sobre seu valor sem conhecer 
a equação da reta;
e) a elasticidade-preço é variável e sempre de valor menor que 1 acima do ponto médio da reta.
Elasticidades
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
65
Introdução à Economia
08. Observe o gráfi co abaixo, que representa uma hipotética curva de demanda linear pelo bem 
X e assinale a afi rmação correta:
a) a demanda de X apresenta elasticidade decrescente com o preço;
b) a demanda de X apresenta elasticidade variável e crescente com o preço;
c) a demanda de X é elástica em qualquer nível de quantidade;
d) a demanda de X é elástica apenas para as grandes quantidades adquiridas;
e) a demanda de X é anelástica em relação ao preço.
09. Se um bem tem demanda elástica em relação a variações em seu preço:
a) sua curva de demanda será uma reta paralela ao eixo dos preços;
b) um aumento no seu preço, tudo o mais constante, provoca aumento no dispêndio do consu-
midor com o bem;
c) sua curva de demanda será uma reta paralela ao eixo das quantidades necessariamente;
d) um aumento no seu preço será sempre mais que proporcional à variação na quantidade demandada;
e) um aumento no seu preço, tudo o mais mantido constante, provoca redução no dispêndio 
do consumidor com o bem.
10. A curva de procura por um determinado bem é expressa pela função Q = 1.000.
 P3
Pode-se afi rmar que:
a) se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão menos renda na aquisição 
desse produto;
b) se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão menos renda na aquisição 
desse produto;
c) se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão mais renda na aquisição 
desse produto;
d) se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão o mesmo volume de renda na 
aquisição desse produto;
e) o dispêndio total dos consumidores na aquisição do produto aumenta na mesma proporção 
do aumento do preço de mercado.
11. Um determinado bem tem procura elástica em relação a seu preço. Então, se o preço desse 
bem aumenta, tudo o mais permanecendo constante, o gasto total do consumidor com o bem:
a) aumenta;
b) diminui;
c) permanece constante;
d) aumenta indefi nidamente;
e) diminui indefi nidamente.
Elasticidades
economia.indb 65 12/03/2012 12:31:08EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 03
66
12. Numa determinada região agrícola, detectou-se o seguinte fenômeno: nos anos de más safras 
de ambos os produtos, a receita dos produtores de batatas aumenta enquanto a dos produ-
tores de maçãs diminui; nos anos de boas safras, ocorre o inverso. Logo, pode-se concluir 
que provavelmente:
a) a demanda de batatas é inelástica;
b) a demanda de maçãs é inelástica;
c) batatas e maçãs são bens complementares;
d) a demanda de batatas e a de maçãs são ambas elásticas;
e) a elasticidade-renda da maçã é menor que a da batata.
13. Se for possível identificar a curva de demanda de um bem,
a) ela mostrará necessariamente uma relação inversa entre preços e quantidades demandadas;
b) a intensidade da variação da quantidade demandada em função de variações no preço, 
tudo mais constante, variará, necessariamente, ao longo da curva;
c) ela mostrará que as quantidades demandadas e os preços variam na mesma direção, 
se o bem for inferior;
d) a elasticidade-preço da demanda será uma constante ao longo da curva, se a função de 
demanda for da forma P = Q–1;
e) o dispêndio do consumidor com o bem permanecerá constante, qualquer que seja a variação 
no preço do bem, se a função for do tipo P = Q–α, sendo α maior que 1.
14. Quanto à função demanda, é correto afirmar:
a) um aumento no preço do bem deixará inalterada a quantidade demandada do bem, a menos 
que também seja aumentada a renda nominal do consumidor;
b) um aumento no preço do bem, tudo mais constante, implicará aumento do dispêndio do consu-
midor com o bem, se a demanda for elástica com relação a variações do preço desse bem;
c) se essa função for representada por uma linha reta negativamente inclinada, o coeficiente 
de elasticidade-preço será constante ao longo de toda essa reta;
d) se essa função for representada por uma linha reta paralela ao eixo dos preços, a elasticidade-
-preço da demanda será infinita;
e) se a demanda for absolutamente inelástica com relação a modificações no preço do bem, a 
função demanda será representada por uma reta paralela ao eixo dos preços.
15. Se, para um bem X, a função de oferta for PS = 20 + 10 QS, sendo PS o preço de oferta e QS 
a quantidade ofertada do bem X, e o consumidor sempre demandar 10 unidades do produto 
por período de tempo (qualquer que seja o preço de X):
a) o preço de X em situação de equilíbrio será de 20 unidades monetárias;
b) o preço de X em situação de equilíbrio será de 80 unidades monetárias;
c) o bem X é inferior, necessariamente;
d) o preço de X em situação de equilíbrio será de 120 unidades monetárias;
e) o bem X é produzido em condições de monopólio puro.
16. Se a curva de demanda do bem X é expressa pela função linear Q = 2.000 – 5P, pode-se afirmar que:
a) a elasticidade-preço da procura é constante em toda a extensão da reta;
b) a elasticidade-preço correspondente ao preço de 300 é igual a 1/3;
c) se o preço de mercado do bem X aumentar de 300 para 310, a Receita Total dos produtores 
também aumentará;
d) sem os dados relativos à função correspondente à oferta do bem X, não se pode determinar 
a elasticidade-preço da procura;
e) a Receita Total dos produtores é máxima quando o preço de mercado do bem X for 200.
Elasticidades
economia.indb 66 12/03/2012 12:31:08
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
67
Introdução à Economia
17. A elasticidade-cruzada da demanda entre dois bens é negativa, logo esses bens são:
a) complementares. 
b) substitutos;
c) inferiores;
d) bens de Giffen;
e) de consumo independente um do outro.
18. A elasticidade-cruzada da demanda do bem X em relação ao preço do bem Y é –1,5. A partir 
desta informação pode-se concluir que o bem X é:
a) substituto de Y, com demanda elástica em relação ao preço de Y;
b) complementar de Y, com demanda inelástica em relação ao preço de Y;
c) substituto de Y, com demanda inelástica em relação ao preço de Y;
d) complementar de Y, com demanda elástica em relação ao preço de Y;
e) inferior.
19. A proporção da renda gasta na aquisição de carne cresce à medida que aumenta a renda do 
indivíduo (mantidos constantes os preços). Logo, a elasticidade-renda da carne é para ele:
a) zero;
b) negativa;
c) menor que 1;
d) maior que 1;
e) igual a 1;
20. Numa pesquisa sobre orçamentos familiares em determinada região,observou-se que:
I - Sempre que a renda do consumidor aumenta, o consumo do bem X aumenta mais que 
proporcionalmente;
II - Sempre que o preço do bem X aumenta, a demanda do bem Y aumenta também e em 
proporção menor que o aumento do preço de X;
III - Sempre que o preço do bem Z diminui, a demanda de X aumenta em proporção maior 
que a queda do preço de Z;
IV - Sempre que o preço de X diminui, há um aumento de sua quantidade demandada em 
proporção menor que a queda do preço.
Então, pode-se afirmar que:
a) X e Z são complementares e a demanda X é inelástica em relação ao preço de Z;
b) a demanda de X é inelástica em relação a seu preço;
c) a demanda de X é inelástica em relação à renda do consumidor;
d) X e Y são complementares e a demanda de Y é inelástica em relação ao preço de X;
e) X e Z são substitutos.
21. Pela teoria da demanda, bens superiores são aqueles para os quais:
a) a elasticidade-renda da demanda é maior do que zero;
b) a elasticidade-renda da demanda é maior do que um;
c) a elasticidade-preço da demanda é maior do que zero;
d) a elasticidade-preço da demanda é menor do que um;
e) a elasticidade-renda da demanda é negativa.
Elasticidades
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Capítulo 03
68
22. Se um aumento de 1% no preço do produto aumentar em cerca de 2% a quantidade ofertada, 
a curva de oferta de um produto será:
a) inelástica;
b) de elasticidade unitária;
c) elástica;
d) horizontal;
e) infinitamente elástica.
23. Suponha-se que o mercado de batata de Irecê (Bahia) apresente uma estrutura considerada 
de concorrência perfeita, com demanda mensal dada pela equação QD = 1.000 - 2P, em que 
QD é a quantidade, em quilos, mensalmente demandada, e P é o preço por quilo. Embora a 
produção mensal de batata em Irecê seja estável e se situe em torno de 800 quilos, uma praga 
reduziu-a inesperadamente a 500 quilos. 
Em consequência, 
a) o preço do quilo deverá sofrer um aumento de 100%, para manter o mercado em equilíbrio;
b) no intervalo de preços definido pelas duas situações de oferta, antes e depois da praga, a 
demanda mensal no município de Irecê será elástica com relação aos preços;
c) embora ofertando menos, os produtores de Irecê experimentarão um aumento de receita, 
com os novos preços de equilíbrio;
d) a oferta mensal, no município de Irecê, será sempre insuficiente para atender à demanda, 
qualquer que seja o preço cotado no mercado;
e) a curva de oferta mensal, em Irecê, tornar-se-á perfeitamente elástica em relação aos preços.
24. Para uma indústria em concorrência perfeita, a oferta do produto é dada por QS = 3P – 2. Se 
a demanda for dada por QD = 100 – 10P, a imposição de um tributo específico igual a $ 2,00, 
fará com que o preço de equilíbrio seja (desprezando-se os algarismos a partir da terceira 
casa decimal):
a) 7,84;
b) 8,30;
c) 7,32;
d) 9,38;
e) 6,30.
25. Num mercado em concorrência perfeita, o governo estabelece um imposto específico sobre 
determinado produto. A incidência do imposto se dará, simultaneamente, sobre produtores e 
consumidores:
a) se as curvas de oferta e demanda forem absolutamente inelásticas;
b) se a curva de demanda for absolutamente inelástica e a de oferta algo elástica;
c) se a curva de demanda for infinitamente elástica e a oferta absolutamente inelástica;
d) se as curvas de oferta e demanda forem algo elásticas;
e) em nenhum dos casos mencionados nas alternativas anteriores.
26. Em relação à introdução de um imposto específico sobre um bem produzido em concorrência 
perfeita, sabe-se que:
a) a incidência sobre os produtoresserá tanto maior, quanto menor for a elasticidade-preço da 
curva de oferta, dada a elasticidade da demanda;
b) a incidência sobre os produtores será tanto maior, quanto menor o valor do imposto;
c) o imposto específico é pago somente pelo produtor, logo depende da alíquota do imposto;
d) a incidência sobre os produtores e sobre os consumidores será a mesma independentemente 
das elasticidades-preço das curvas de oferta e procura do bem;
e) a incidência sobre os produtores só depende da elasticidade da demanda.
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Introdução à Economia
27. Dadas as equações abaixo que representam a demanda e a oferta em um mercado de concor-
rência perfeita de um bem X:
 QD = 400 – 10P
 QS = 22 + 4P
então, é incorreto afirmar que, se o governo impuser um imposto específico de $ 7,00 por unidade 
vendida:
a) o novo preço de equilíbrio do bem X é $ 29,00;
b) o consumidor vai pagar $ 5,00 a mais pelo bem X;
c) o produtor após a instituição do imposto, deixa de receber $ 5,00 por cada unidade vendida 
de X em relação ao mercado sem o imposto;
d) a elasticidade-preço da demanda ao preço de equilíbrio sem o imposto é maior em valor 
absoluto, que a elasticidade-preço da oferta ao mesmo preço;
e) a incidência do imposto se dará mais sobre os produtores do que sobre os consumidores.
28. A incidência sobre os consumidores de um imposto específico arrecadado dos produtores é menor:
a) quanto mais inelástica for a curva de demanda;
b) quanto mais elástica for a curva de oferta;
c) quanto mais elástica for a curva de demanda;
d) quanto menor for o valor do imposto;
e) sempre, quaisquer que sejam as elasticidades-preço da oferta e da demanda.
29. Se, num mercado de concorrência perfeita, as curvas de demanda e de oferta forem represen-
tadas pelas equações abaixo:
 P = 1.000 – 20Q e P = 40 + 4Q
então é incorreto afirmar que:
a) se o preço deste mercado for tabelado pelo governo em $ 160,00, ocorrerá uma escassez de 
12 unidades do bem X no mercado;
b) a imposição de um imposto específico de $ 24,00 por unidade vendida do bem X fará com 
que o preço de mercado aumente para $ 220;
c) a elasticidade-preço da demanda ao preço de equilíbrio vigente no mercado é igual a 0,5 e, 
portanto, a demanda do bem X é inelástica a este preço;
d) se o preço de equilíbrio de mercado aumentar para $ 400,00 em função de uma diminuição 
da oferta, o dispêndio total dos consumidores com a aquisição do bem X aumenta;
e) se a demanda do bem X fosse elástica no preço de equilíbrio de mercado, diminuições da 
oferta acarretariam o aumento do preço de equilíbrio de mercado e a diminuição da Receita 
Total dos produtores.
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Capítulo 03
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30. Um mercado de concorrência perfeita de um determinado produto é representado pelas 
seguintes funções:
 QD = 400 – 4P
 QO = – 20 + 2P
Se o governo impuser uma tributação sobre vendas nesse mercado, assinale a alternativa correta:
a) se o imposto a ser instituído for do tipo específico e com alíquota igual a $ 3,00 por cada 
unidade vendida, os consumidores terão de passar a pagar um preço unitário de $ 73,00 
para adquirir o produto;
b) se o imposto a ser instituído for do tipo ad valorem e por fora com alíquota de 10%, o produtor 
passará a receber, após o imposto, um preço líquido de, aproximadamente, $ 65,17;
c) se o imposto a ser instituído for do tipo ad valorem e por dentro com alíquota de 10%, o 
valor do imposto, por cada unidade vendida, quando o mercado estiver em equilíbrio, será, 
aproximadamente $ 6,56;
d) as parcelas pagas pelo consumidor e pelo vendedor do tributo a ser instituído serão, em 
porcentagem, iguais quer seja um imposto específico ou ad valorem;
e) se o imposto a ser instituído for do tipo ad valorem e por dentro os consumidores passarão a 
ter que pagar um preço unitário de $ 77,00 para adquirir o produto, caso a alíquota adotada 
seja 10%.
GABARITO
1. D 2. D 3. C 4. D 5. C
6. D 7. A 8. B 9. E 10. A
11. B 12. A 13. D 14. E 15. D
16. E 17. A 18. D 19. D 20. B
21. B 22. C 23. C 24. B 25. D
26. A 27. B 28. C 29. C 30. D
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 4
Por trás da curva de demanda:
a teoria do consumidor
4.1 PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR
4.1.1 CONCEITO
Supondo-se, para simplificar, que existam apenas dois bens na economia, X e Y, uma ordenação 
de preferências é um sistema que permite ao consumidor avaliar, entre duas cestas1 A e B contendo 
quantidades diferentes de X e Y, se prefere A a B, ou B a A, ou se é indiferente às duas.
4.1.2 PRINCÍPIOS (PREMISSAS) DA ORDENAÇÃO DE PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR
4.1.2.1 EXAUSTIVIDADE
A ordenação de preferências deve ser completa, ou seja, todas as combinações possíveis de bens 
e serviços devem ser classificadas em termos de preferência.
4.1.2.2 TRANSITIVIDADE
Se o consumidor prefere a cesta A à cesta B e a cesta B à cesta C, então, ele prefere A à C. 
Analogamente, se ele é indiferente entre as cestas A e B e prefere a cesta A à C, então B também é 
preferível a C e assim por diante.
4.1.2.3 NÃO SACIEDADE (QUANTO MAIS, MELHOR)
A maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor quantidade do mesmo. O princípio da 
não saciedade também é conhecido como princípio da monotonicidade das preferências.
1 Uma cesta é uma combinação das quantidades dos bens X e Y. Representa-se determinada cesta por (x, y), onde x é o número de unidades do 
 bem X e y, o número de unidades do bem Y.
71
Introdução à Economia
economia.indb 71 12/03/2012 12:31:08
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
72
Capítulo 04
4.1.2.4 CONVEXIDADE
As preferências do consumidor são supostas estritamente convexas. Isso signifi ca que, dadas duas 
cestas de bens igualmente preferidas pelo consumidor (ou seja, ao consumidor é indiferente consumir 
a cesta A ou a cesta B), qualquer cesta que represente uma combinação entre os valores das duas 
cestas é preferível a elas. Assim, por exemplo, se ao consumidor é indiferente consumir a cesta A (10 
unidades do bem X e 2 unidades do bem Y) ou a cesta B (4 unidades do bem X e 8 unidades do bem Y), 
a cesta C, contendo 7 unidades de X e 5 unidades de Y (ou seja, 50% da quantidade da cesta A – 5 de 
X e 1 de Y – mais 50% da quantidade da cesta B – 2 de X e 4 de Y) é preferível à A ou à B.
4.2 CURVAS DE INDIFERENÇA
4.2.1 CONCEITO
As curvas de indiferença representam as combinações de quantidades (cestas) de dois bens X e 
Y que proporcionam ao consumidor o mesmo nível de satisfação, ou seja, ocupam o mesmo lugar na 
sua ordenação de preferências. Ao consumidor é indiferente, por exemplo, consumir a cesta A (Y0, 
X0) ou B (Y1, X1): 
O formato das curvas de indiferença (decrescentes da esquerda para a direita e convexas 
em relação à origem dos eixos) é justificado pelas propriedades das mesmas (ver subitens 
4.2.3.4 e 4.2.3.5).
4.2.2 MAPA DE CURVAS DE INDIFERENÇA
O mapa de curvas de indiferença é representado por um conjunto de curvas de indiferença que 
retratam, de forma completa, a ordenação de preferências dos consumidores.
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
4.2.3 PROPRIEDADES GERAIS DAS CURVAS DE INDIFERENÇA
4.2.3.1 CONTINUIDADE
Como foi assumido que a ordenação das preferências é completa (subitem 4.1.2.1), as curvas de 
indiferença são contínuas, ou seja, defi nidas para qualquerquantidade de X e Y pertencente ao conjunto 
de números reais positivos (R+). 
4.2.3.2 CURVAS DE INDIFERENÇA MAIS ALTAS SÃO PREFERÍVEIS 
Essa propriedade das curvas é explicada pela premissa quanto mais melhor (não saciedade).
Uma curva de indiferença mais alta, ou seja, situada à direita de outra, agrada mais ao consumidor 
pois a mesma quantidade de X é combinada com uma maior quantidade de Y ou vice-versa. Logo, as 
combinações de X e Y da curva C2 são preferíveis às da curva C1.
4.2.3.3 CURVAS DE INDIFERENÇA NÃO SE CRUZAM
Essa propriedade é explicada pela premissas da transitividade e da não saciedade. 
Suponhamos que duas curvas de indiferença pudessem se cruzar: 
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Nota
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Capítulo 04
As curvas C1 e C2 têm uma cesta em comum, que é A. Sendo assim, o consumidor seria indife-
rente às cestas A e C (por pertencerem à curva de indiferença C1 ) e às cestas A e B (pertencem à 
C2). Logo, pelo princípio da transitividade, o consumidor seria indiferente, também, às cestas B e C. 
Entretanto, isso seria impossível, já que B implica uma maior quantidade de Y mantendo a mesma 
quantidade de X do que C, o que contraria o princípio da não saciedade.
4.2.3.4 INCLINAÇÃO NEGATIVA
As curvas de indiferença são descendentes da esquerda para direita, ou seja, sua inclinação é 
negativa. Isso signifi ca que o consumidor, ao renunciar a uma determinada quantidade de consumo 
do bem Y, exige, para que seu nível de satisfação permaneça o mesmo, uma maior quantidade do 
bem X e vice-versa. A razão entre as quantidades de X e Y envolvidas nessa troca é denominada 
Taxa Marginal de Substituição (TMS). Essa propriedade também é explicada pelo princípio da não 
saciedade, uma vez que uma cesta com uma maior quantidade de Y com a mesma quantidade de X 
é preferível à outra com menor quantidade de Y e a mesma de X.
A defi nição precisa de TMS é, para variações infi nitesimais de X:
lim ∆Y = dy
∆ → 0 ∆X dx
No restante desse texto, a menos que estatuído expressamente o contrário, usaremos a defi nição 
precisa de TMS, uma vez que as curvas de indiferença são supostas contínuas.
4.2.3.5 TMS DECRESCENTE
No subitem precedente (4.2.3.4),verifi cou-se que a TMS é negativa, ou seja, o consumidor somente 
considerará igualmente preferíveis duas cestas A e B, caso a cesta B tenha menor quantidade do bem 
Y que a cesta A, se B contiver uma quantidade maior do bem X que compense a diminuição do bem Y.
Poder-se-ia pensar que essa variação compensatória na quantidade do bem X fosse exatamente 
igual à perda da quantidade do bem Y ou pelo menos exatamente igual a uma proporção fi xa da perda 
do bem Y.
Assim, caso a cesta A contivesse 10 unidades do bem Y e 5 unidades do bem X e a cesta B 
tivesse 8 unidades do bem Y, então ela deveria ter 7 unidades do bem X (2 unidades de Y trocadas 
por 2 de X). Ou ainda, a cesta B poderia ter 6 unidades de X (2 unidades de Y trocadas por 1 unidade 
de X). Assumindo-se esse raciocínio, a curva de indiferença seria representada por uma função linear:
Taxa Marginal de Substituição
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
Entretanto, é geralmente aceito que, ao longo da curva de indiferença, quantomais do bem X o 
consumidor possuir, menor a quantidade do bem Y que ele estará disposto a abrir mão para obter 
uma unidade adicional de X (ou vice-versa). Ou seja, o valor de TMS diminui à medida que se deslo-
que para baixo e para a direita ao longo da curva de indiferença. Essa propriedade é decorrente da 
premissa da convexidade das preferências (ver subitem 4.1.2.4). Grafi camente, a convexidade das 
preferências pode ser descrita assim:
Dadas as duas cestas A e B integrantes da curva de indiferença C1, qualquer cesta constante 
do segmento de reta AB é preferível à qualquer uma das duas. Isto é devido ao pressuposto da não 
saciedade, já que todas elas estão à direita de C1. Em termos matemáticos, as preferências são 
convexas quando, dado t, 0<t<1, qualquer cesta C, que represente uma combinação [t. A + (1–t) B] 
é preferível à A e à B.
Observe que para obter um igual aumento na quantidade consumida do bem X (∆x = ∆x’), o 
consumidor estará disposto a abrir mão de cada vez menos unidades do bem Y (∆y’ < ∆y). Portanto, 
além da TMS ser negativa, o seu valor absoluto é declinante quando se substitui, progressivamente, 
unidades de Y por X ou vice-versa. A curva de indiferença, em função disso, é convexa, ou seja, tem 
sua concavidade voltada para cima.
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Capítulo 04
4.2.3.5.1 SIGNIFICADO ECONÔMICO DA TMS DECRESCENTE
Para se entender o porquê da TMS decrescente, basta entender o princípio da utilidade marginal 
decrescente. O consumo de um bem traz utilidade à pessoa que o desfruta, mas quanto maior é o seu 
consumo, cada dose adicional (marginal) do bem traz cada vez menos utilidade ao consumidor.
Assim, o consumidor estará sempre disposto a consumir maiores quantidades do bem X (princípio 
da não saciedade), todavia, ao mesmo tempo, estará disposto a ceder cada vez menores quantidades 
do bem Y em troca.
4.2.4 A FUNÇÃO UTILIDADE
A função utilidade é uma função que atribui um número, denominado índice de utilidade, a todas 
as cestas da ordenação de preferências do consumidor.
A função utilidade tem duas propriedades importantes:
I - se o consumidor é indiferente entre duas cestas A e B, o índice de utilidade é igual para as duas
II - se o consumidor prefere a cesta A à B, o índice de utilidade de A é maior que B.
Função Utilidade (U) : U = (XY)
Essa função utilidade é obtida pelo produto da quantidade de X pela de Y.
Então se U = 40, ou seja, o índice de utilidade é 40, todas as cestas que satisfi zerem a relação 
XY = 40 estão na mesma curva de indiferença. É o caso, entre outros, da cesta A (8 de X e 5 de Y), 
da cesta B (4 de X e 10 de Y) e da cesta C (2 de X e 20 de Y). A cesta D (6 de X e 10 de Y) é preferível às 
cestas A, B ou C porque o índice de utilidade de D é 60 enquanto o daquelas é 40.
4.3 LIMITAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
4.3.1 CONCEITO
A limitação orçamentária do consumidor é a sua renda nominal.
Supondo-se dois bens X e Y, a reta da limitação orçamentária é o lugar geométrico das cestas 
(combinações) de consumo de X e Y que exaurem a renda nominal do consumidor.
Para traçar-se tal reta, basta calcular a quantidade máxima de Y que seria possível comprar utilizando-se 
toda a renda do consumidor e marcá-la no eixo das ordenadas. Faz-se o mesmo com X e marca-se no eixo 
das abscissas. Após, basta unir-se esses dois pontos e estará traçada a reta da limitação orçamentária.
Assim, por exemplo, caso o preço de X (Px) seja 10 e o de Y (Py), 20 e a renda do consumidor (R), 
600, traçar-se-á a seguinte reta de limitação orçamentária:
Exemplo
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Introdução à Economia
Obtém-se o ponto A dividindo-se 600 por 20 e o ponto D, dividindo-se 600 por 10. Unindo-se os 
pontos, obter-se-á a reta representada pela seguinte equação:
R = Px X + Py Y = 10 X + 20 Y
Ou seja, os pontos sobre a reta são combinações de consumo dos dois bens em que toda a renda 
do consumidor é gasta.
Por exemplo, no ponto B, são consumidas 20 unidades de Y e 20 de X, tal que:
600 (R) = 10 (Px). 20 (X) + 20 (Py) . 20 (Y).
No ponto C, de forma análoga, tem-se:
600 = 10 . 40 + 20 . 10
4.3.2 INTERCEPTOS E INCLINAÇÃO DA RETA ORÇAMENTÁRIA
Temos que:
R = Px . X + Py . Y = 10 X + 20 Y
Reordenando:
Py .Y = R – Px . X
 R PxY = ––– – ––– . X
 Py Py
Ou seja, expressando Y em termos de X, o intercepto da funçãocorresponde a R/Py (a quantidade 
máxima de Y que pode ser adquirida com R) e sua inclinação, ao preço relativo de X em termos de 
Y (Px/Py).
O preço relativo de X em relação a Y expressa quantas unidades a mais de Y são obtidas se o 
consumidor renunciar ao consumo de uma unidade de X e vice-versa.
 1
Em nosso exemplo: Y = 30 – –– X
 2
Note que Px/Py é 1 , significando que o preço de X é metade do de Y (preço relativo). Se repetirmos
 2
o mesmo procedimento para X, obter-se-á:
 R PyX = –––– – –––– . Y
 Px Px
ou, no caso:
X = 60 – 2 Y
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Capítulo 04
4.3.3 MUDANÇA NA INCLINAÇÃO DA RETA ORÇAMENTÁRIA
Caso haja uma mudança nos preços relativos de X e Y, a inclinação da reta também modifi car-se-á. 
Se, por exemplo, o preço de X permanecer 10 e o de Y, aumentar para 30, ter-se-á:
Em R2 (a nova reta de limitação orçamentária), a nova quantidade máxima possível de ser ad-
quirida de Y passa a ser 600/30 = 20. O preço relativo de X em relação a Y . (Px/Py) é igual a (1/3). 
(10/30). Logo:
 1Y = 20 – – X
 3
A nova reta (R2) é menos inclinada que a anterior (R1), signifi cando que, agora, para cada unidade 
de X abandonada, o consumidor obtém uma menor quantidade de Y.
 Px 15 3
Se Px aumentasse (por exemplo, para 15), e Py fi casse constante, ––––– = ––––– = ––––– Py 20 4
e as conclusões seriam ao contrário:
 3Y = 30 – X
 4
A nova reta é mais inclinada que a anterior, signifi cando que, para cada unidade de X abandonada, 
o consumidor obtém maior quantidade de Y.
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
4.4 EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR
4.4.1 CONCEITO
O consumidor estará em equilíbrio quando, dadas sua restrição orçamentária e o mapa de indiferença, 
ele escolhe a cesta de consumo que maximize a sua satisfação.
Logicamente, pode-se imaginar que isto ocorrerá quando o consumidor atingir a curva de indife-
rença mais alta possível, dada a sua limitação orçamentária. Pode-se demonstrar, matematicamente, 
que a curva mais alta possível é aquela que é tangenciada pela reta de limitação orçamentária, ou seja, 
aquela cuja declividade é igual à da reta orçamentária. (Veja subitem 4.4.2, a seguir).
A melhor combinação possível é constituída pela cesta (Y0, X0). Nessa cesta, a inclinação da reta orça-
mentária R (dada por Px ), em módulo, é igual à da curva de indiferença C3 (dada pela TMS = 
dY).
 Py 
dX
4.4.2 PROVA MATEMÁTICA
A maximização da satisfação do consumidor, dada a sua restrição orçamentária, pode ser encon-
trada através da utilização da técnica dos multiplicadores de Lagrange. Nossa tarefa é maximizar a 
utilidade (U) associada às cestas de consumo dadas por pares ordenados de X e Y:
U = f (X, Y)
sujeita à restrição orçamentária:
R = Px . X + Py . Y
Essa maximização, sujeita a restrições, é transformada na maximização da seguinte função:
L = U (X,Y) – λ (Px X + Py Y – R)
onde λ é a letra utilizada para designar o multiplicador de Lagrange, cuja função é assegurar que 
a restrição orçamentária seja obedecida. 
O valor máximo de L é encontrado calculando-se as derivadas parciais dessa variável em relação à 
X, Y e λ, igualando-as a zero e resolvendo o sistema subsequente. Aplicando a técnica à uma função 
de utilidade U = X . Y, com Px = 2, Py = 5 e renda = 100, vem:
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Capítulo 04
Maximizar L = XY – λ (2X + 5Y – 100)
∂L
––– = Y – 2λ = 0, ou seja, Y = 2λ (1)
∂X
∂L
––– = X – 5λ = 0, ou seja, X = 5λ (2)
∂X
∂L
––– = 2X + 5Y–100 = 0 (3)
∂λ 
Logo, substituindo-se o valor de Y e X de (1) e (2) na equação (3), vem:
10λ + 10λ – 100 = 0
 100
λ = –––– = 5 
 20
Y = 2λ = 10
X = 5λ = 25
Ou seja, a cesta ótima é dada por X = 25 e Y = 10. Qualquer outra cesta, que obedeça à restrição 
orçamentária, proporciona um índice de utilidade inferior a 250, que é o valor proporcionado pela cesta 
ótima (U = XY = 25x10 = 250).
4.4.3 MUDANÇA NO PREÇO DE UM BEM. CURVA DE DEMANDA DO BEM
Se o bem X aumentar de preço e o preço do bem Y permanecer o mesmo, o preço relativo de 
X em termos de Y se elevará, o que provocará uma alteração na reta de limitação orçamentária, que 
fi cará mais inclinada:
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
O aumento do preço de X, ceteris paribus, implica no deslocamento da reta de limitação orça-
mentária de R1 para R2 e, consequentemente, muda a cesta ótima, que era A (Y0,X0) para B (Y1, X1).
O aumento do preço do bem X, normalmente, implica na redução da quantidade adquirida de X 
na cesta ótima do consumidor. O inverso também é verdadeiro, ou seja, a redução do preço de X tem 
como consequência o aumento de seu consumo.
Efetuando-se várias mudanças nos preços do bem X, pode-se calcular as quantidades do bem X 
que constam das cestas de consumo ótimo correspondentes a cada mudança. Interligando-se esse 
pontos, obtém-se a chamada Curva Preço-Consumo (CPC):
No caso, os aumentos do preço do bem X provocaram o deslocamento da reta orçamentária de 
R1 para R2 e R3. As tangências dessas retas com as curvas de indiferença mostram que as quantida-
des ótimas do bem X passam a ser, respectivamente, X2 e X3.
Colocando-se os resultados obtidos num gráfi co cujo eixo das ordenadas represente Px , e o das 
abscissas, a quantidade consumida de X (Qx) em cada cesta ótima correspondente aos diversos Px, 
obtém-se a curva de demanda de X (Dx):
Conforme já analisado, a curva de demanda normalmente é decrescente da esquerda para a di-
reita, pois aumentos de Px reduzem a quantidade ótima de X e diminuições de Px provocam elevação 
da quantidade ótima de X.
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Capítulo 04
4.4.3.1 DECOMPOSIÇÃO DO EFEITO-PREÇO
O aumento de Px e a consequente redução de Qx na cesta ótima pode ser decomposta em dois 
efeitos: efeito-renda e efeito-substituição. Veja o gráfi co a seguir, similar ao apresentado no subitem 
precedente, quando se analisou o efeito do aumento do preço do bem X:
A quantidade ótima de X diminui de X1 para X2 em virtude de PX ter aumentado, fazendo a 
reta de limitação orçamentária R1 mudar para R2.
O efeito-substituição decorre do fato do preço do bem X ter aumentado enquanto o de Y 
permaneceu constante. Isso significa que o bem X está mais caro em relação ao bem Y, o que 
fará com que o consumidor substitua o seu consumo pelo de Y.
O efeito-renda decorre do fato de o consumidor estar mais pobre, em termos reais, em vir-
tude do preço de X ter subido e sua renda nominal não ter se alterado.
Para se mensurar ao efeito-substituição, isoladamente, supõe-se que foi dado um aumento 
compensatório de renda para o consumidor de forma que ele permaneça em equilíbrio na mes-
ma curva de indiferença de antes do aumento de Px (C1). Isso é feito desenhando-se uma reta 
(R3) de mesma inclinação que a nova reta de restrição orçamentária (R2) e que tangencie C1. 
O ponto B representa as novas quantidades de X e Y consumidas e que resultam apenas do 
efeito-substituição. Logo, o efeito-substituição corresponde à redução do consumo do bem de 
X1 para X3.
O efeito-renda é a diferença, no caso negativa, entre a nova quantidade consumida X2 e a 
quantidade consumida X3,decorrente do efeito-substituição.
4.4.4 MUDANÇA NA RENDA DO CONSUMIDOR. A CURVA RENDA-CONSUMO 
 E A CURVA DE ENGEL
A variação da renda do consumidor implica no deslocamento da reta de restrição orçamentária. 
O aumento da renda, coeteris paribus, provoca um deslocamento paralelo da referida reta para a 
direita e a diminuição da renda, para a esquerda. Como consequência, haverá novos pontos de 
equilíbrio na escolha ótima do consumidor:
efeito-
-substituiçãoefeito-renda
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Introdução à Economia
A união dos diversos pontos de equilíbrio do consumidor origina a chamada curva renda-consumo.
Escolhendo-se um dos bens X e Y, pode-se colocar no gráfi co os vários pares de renda do con-
sumidor e quantidade ótima consumida do bem, obtida da curva de renda-consumo. Esses pares 
formam a curva de Engel (ver subitem 4.63 do Capítulo 4):
A curva de Engel corresponde à curva de demanda quando apenas a renda do consumidor é 
alterada, ceteris paribus. Normalmente, há uma relação positiva entre a renda do consumidor e a 
quantidade demandada do bem. Todavia, no caso dos bens inferiores (ver subitem 4.5.2, a seguir), 
essa correlação é negativa:
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Capítulo 04
4.5 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
4.5.1 NORMAIS
São bens cuja curva de demanda é negativamente inclinada. O efeito-substituição e o efeito-renda 
têm sentido inverso ao da variação do preço. Se Px aumenta, ambos os efeitos são negativos; se Px 
diminui, positivos. A decomposição do efeito-preço em efeito-substituição e efeito-renda para esse 
tipo de bem já foi analisada no subitem 4.4.3.1.
Esse tipo de bem também apresenta resposta positiva a variações na renda nominal do consumi-
dor. Se esta aumenta, o consumo de um bem normal se eleva também.
4.5.2 INFERIORES
Nesse tipo de bem, a curva de demanda também é negativamente inclinada. Entretanto, o efeito-
-renda atua no sentido inverso do efeito-substituição, embora, seu valor, em módulo, seja inferior a 
esse último. 
Assim, se Px aumenta, o consumidor fi ca mais pobre e tende a consumir maiores quantidades 
do bem X (por exemplo, X é carne de segunda). O efeitorenda é positivo. Entretanto, o consumidor 
substituirá o bem X por outros bens (carne de porco, de galinha etc.) e o efeito-substituição, negativo, 
suplanta o efeito-renda. Veja o gráfi co:
O efeito-renda (diferença entre X2 e X3) é positivo no caso, embora menor que o efeito-substituição 
negativo (diferença entre X3 e X1).
4.5.3 DE GIFFEN
O bem de Giffen é um bem inferior em que o efeito-renda suplanta o efeito-substituição. 
Desse modo, quando Px se eleva e o consumidor fi ca mais pobre, passa a consumir maiores 
quantidades do bem X. O efeito-renda é positivo e é maior, em módulo, que o efeito-substituição 
efeito-substituição
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
negativo. Em virtude disso, o bem de Giffen constitui uma exceção à lei da demanda, ou seja, a quan-
tidade demandada é função direta do preço.
No caso o efeito-renda positivo (diferença entre X2 e X3) é maior que o efeito-substituição negativo 
(diferença entre X3 e X1). 
4.5.4 BENS SUBSTITUTOS E COMPLEMENTARES
4.5.4.1 SUBSTITUTOS PERFEITOS
Os bens que são substitutos perfeitos um do outro são representados por curvas de indiferença 
lineares:
Esse caso representa uma exceção à propriedade da convexidade das curvas de indiferença (ou 
à propriedade das preferências convexas).
O exemplo clássico dos bens substitutos perfeitos são os casos de bens para os quais o X con-
sumidor não percebe nenhuma diferença entre eles, os lápis de cor de duas cores distintas: azuis e 
vermelhos, por exemplo. Há razões bastante fortes para supormos que o consumidor é absolutamen-
te indiferente a trocar um lápis vermelho por um lápis azul e vice-versa.
efeito-renda
efeito-substituição
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Nota
Os bens podem ser substitutos imperfeitos, ou seja, o consumidor percebe alguma diferença 
entre eles; nesse caso, as curvas de indiferença entre esses bens tenderão ao normal, apresen-
tando algum grau de convexidade.
86
Capítulo 04
4.5.4.2 COMPLEMENTARES (COMPLEMENTOS) PERFEITOS
São complementares ou complementos perfeitos os bens que são consumidos em proporções 
fi xas, ou seja, o consumo de um é feito em conjunto com uma determinada proporção do consumo 
do outro. 
Um exemplo clássico é o caso dos sapatos direitos e sapatos esquerdos. Só há sentido, para uma 
pessoa normal, em consumir ambos juntos. Nesse caso, as curvas de indiferença para esses bens 
terão a seguinte forma:
A cesta de consumo A (3 sapatos direitos e 3 sapatos esquerdos) tem o mesmo valor para o con-
sumidor que as cestas B (8 sapatos direitos e 3 esquerdos) e C (3 sapatos direitos e 8 esquerdos) já 
que os pares excedentes não têm utilidade, isoladamente, para ele. As curvas de indiferença não são 
curvas propriamente ditas mas consistem em duas retas perpendiculares.
Esse caso é uma exceção ao princípio da não saciedade.
Nota
Os bens podem ser complementares imperfeitos; nesse caso, o seu consumonão se faz em 
proporções fi xas e a curva de indiferença tende a ser convexa,ou seja, formato normal.
4.6 EXCEDENTE DO CONSUMIDOR
O excedente do consumidor é uma medida, em unidades monetárias, dosbenefícios totais que os 
consumidores têm ao adquirirem uma determinada quantidade do bem X ao preço de mercado.
A origem do excedente do consumidor está no fato de que os consumidores estão dispostos a 
pagar mais que o preço de equilíbrio do bem X por algumas das unidades da quantidade total que 
adquirem no mercado.
Tomemos, por exemplo, a demanda linear de um consumidor QDx = 20 – P, reproduzida no gráfi co 
a seguir e suponhamos que o preço de mercado seja 10.
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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Introdução à Economia
Para adquirir a primeira unidade do produto, o consumidor estaria disposto a pagar até R$ 19,00. 
Como o preço de mercado é de R$ 10,00, o consumidor tem um excedente de R$ 9,00 quando adquire 
a primeira unidade do bem X.
Para adquirir a 2ª unidade do bem X, o máximo que o consumidor estaria disposto a pagar seria R$ 
18,00. Logo, ele ganha R$ 8,00 quando compra essa 2ª unidade, já que o preço de mercado é R$ 10,00.
Em relação à terceira unidade, o preço máximo que o consumidor pagaria seria R$ 17,00. Seu ex-
cedente, portanto, é R$ 7,00 (R$ 17,00 – R$ 10,00).
Portanto, para cada quantidade adquirida do bem X, o excedente do consumidor é a diferença entre 
o preço máximo que ele pagaria para obter aquela quantidade e o preço de mercado.
Repetindo-se esse processo para variações infi nitesimais da quantidade lembre-se que a função 
demanda do consumidor é contínua - até atingir a quantidade efetivamente comprada pelo consumidor 
e somando-se os excedentes respectivos, o valor a ser obtido corresponde à área sombreada do gráfi co 
a seguir:
A área do triângulo ABC é:
 R$ 10,00 X R$ 10,00
∆ABC = ––––––––––––––––––– = R$ 50,00
 2
e corresponde ao excedente do consumidor.
O excedente do consumidor numa curva de procura de mercado é calculado de forma análoga à 
utilizada para a curva de procura individual.
a seguir:
economia.indb 87 12/03/2012 12:31:14
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88
Capítulo 04
TESTES DE FIXAÇÃO
01. É uma propriedade das curvas de indiferença:
a) terem inclinação positiva;
b) terem sua concavidadevoltada para baixo;
c) quanto mais altas, menos preferíveis;
d) representarem a oferta de dois bens;
e) nunca se cruzarem.
02. O fato de as curvas de indiferença entre dois bens A e B serem convexas em relação à origem 
significa que a Taxa Marginal de Substituição de A por B é, em relação à quantidade consumida 
do bem B:
a) crescente;
b) decrescente;
c) constante;
d) nula;
e) inicialmente crescente e depois decrescente.
03. A Taxa Marginal de Substituição no consumo do bem X pelo bem Y é dada pela razão entre as (os):
a) produtividades marginais do capital e do trabalho;
b) utilidades marginais dos bens X e Y;
c) utilidades médias dos bens X e Y;
d) custos marginais na produção de X e Y;
e) custos médios na produção de X e Y.
04. O efeito total de uma variação de preços na escolha de equilíbrio do consumidor se decompõe 
nos seguintes efeitos:
a) preço e riqueza;
b) renda e riqueza;
c) renda e substituição;
d) renda e preço;
e) riqueza e substituição.
05. A curva de demanda de um bem (que não seja inferior) tem inclinação negativa porque, em relação 
à variação do preço do bem X,
a) o efeito-renda é sempre negativo;
b) o efeito-substituição atua em sentido oposto ao do efeito-renda;
c) o efeito-renda e o efeito-substituição são negativos;
d) o efeito-renda é positivo;
e) o efeito-substituição é positivo.
06. Para um bem de Giffen, a quantidade demandada:
a) aumenta, quando seu preço diminui;
b) aumenta, quando seu preço aumenta;
c) aumenta, quando a renda do consumidor cresce;
d) se mantém inalterada, quando seu preço diminui;
e) se mantém inalterada, quando seu preço aumenta.
07. Considerando-se apenas dois bens X e Y, no ponto de escolha ótima do consumidor:
a) a TMS (Taxa Marginal de Substituição) de curva de indiferença é maior que a inclinação da 
reta de restrição orçamentária;
b) a TMS da curva de indiferença é inferior à razão relativa dos preços de X e Y;
c) a inclinação da reta de restrição orçamentária é superior à razão relativa dos preços de X e Y;
d) a razão relativa dos preços de X e Y é inferior à TMS da curva de indiferença;
e) a inclinação das curvas de indiferença e da reta de restrição orçamentária são iguais;
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
89
Introdução à Economia
08.Tomemos uma economia com dois bens, X e Y, com preços Px = 1 e Py = 1, respectivamen-
te. Para um consumidor cuja função utilidade seja dada por U = X.Y, e que possua uma ren-
da total M de seis unidades monetárias, a cesta de consumo que lhe maximiza a satisfação é:
a) X = 3, Y = 3;
b) X = 3, Y = 2;
c) X = 2, Y = 3;
d) X = 2, Y = 2;
e) X = 0, Y = 6.
09. Considere um indivíduo que dispende sua renda no consumo de apenas dois bens. É cor-
reto afirmar que:
a) a inclinação da limitação orçamentária mede a proporção segundo a qual os dois bens podem 
ser permutados sem alteração na renda do consumidor;
b) a inclinação da limitação orçamentária é alterada quando os preços dos dois bens variam 
na mesma proporção;
c) a inclinação das curvas de indiferença depende do preço relativo dos dois bens;
d) somente um ponto da curva de demanda individual é associado à maximização de utilidade 
do consumidor;
e) a quantidade ótima da cesta consumida independe do preço dos bens.
10. Com relação à demanda, preço e renda, é correto afirmar que:
a) a curva de preço-consumo é representada graficamente pela relação entre o preço do bem 
(medido no eixo vertical) e a quantidade consumida daquele bem (medida no eixo horizontal);
b) a curva de Engel tem sempre inclinação positiva;
c) para bens normais, o efeito-renda é sempre menor (em valor absoluto) que o efeito-substituição;
d) para bens de Giffen, o efeito-renda é sempre maior (em valor absoluto) que o efeito-substituição;
e) a curva de renda-consumo é representada graficamente pela curva de Engel.
11. Com relação à teoria do consumidor, é incorreto afirmar que:
a) a premissa de que as preferências são completas implica que é possível ordenar todas as cestas 
de bens disponíveis no mercado;
b) as curvas de indiferença são geralmente convexas com relação à origem porque a Taxa Marginal de 
Substituição diminui ao longo das curvas (à medida que nos deslocamos para baixo e para a direita);
c) quando a Taxa Marginal de Substituição é constante, os bens são complementos perfeitos;
d) no ponto de escolha ótima do consumidor, a Taxa Marginal de Substituição é sempre igual à razão 
entre os preços
e) a Taxa Marginal de Substituição num determinado ponto da curva de indiferença é medida pelo valor 
absoluto da inclinação da curva nesse mesmo ponto.
12. A teoria da demanda baseia-se nas decisões dos consumidores e requer o conhecimento de 
como são formadas as suas preferências. A esse respeito, julgue os itens abaixo:
I - as preferências são convexas quando dado t, 0 < t < 1, qualquer cesta representada [t A + 
(1 - t) B] é preferível à A e à B;
II - tanto a posição como a forma das curvas de indiferença, para um consumidor particular, 
dependem unicamente de suas preferências, não sendo afetadas pelo nível de renda e pelos 
preços de mercado;
III - supondo que, para um determinado consumidor, raquetes e bolas de tênis sejam comple-
mentos perfeitos, a variação da demanda de raquetes resultante de uma redução do preço 
desse produto dever-se-á tão somente ao efeito-renda;
 IV - a inclinação e os interceptos da curva de restrição orçamentária dependem dos preços rela-
tivos dos bens e da renda do consumidor.
economia.indb 89 12/03/2012 12:31:14
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
90
Capítulo 04
 Pode-se afirmar que:
a) as proposições I e II estão incorretas;
b) apenas as proposições II e IV estão corretas;
c) há apenas uma proposição incorreta;
d) todas as proposições estão corretas;
e) todas as proposições estão incorretas.
13. Imagine um consumidor que consuma apenas dois bens e cujas preferências possam ser repre-
sentadas pela função de utilidade U (x, y) = xa yb, na qual x e y são as quantidades consumidas dos 
dois bens, e a e b são constantes reais e positivas. Com relação à demanda desse consumidor é 
correto afirmar que:
a) a demanda pelo bem y é elástica, ou seja, possui um valor, em módulo, superior à unidade;
b) dada a renda do consumidor, o volume do dispêndio realizado por ele com a aquisição do 
bem x não depende do preço do mesmo;
c) a demanda pelo bem x é inelástica;
d) o bem x é um bem inferior;
e) o bem y é um bem de Giffen.
14. Dada a função utilidade do consumidor definida como U (X, Y) = X0,5 + Y0,5 e a restrição orça-
mentária, onde é dada a Renda (R) e os preços de X e Y respectivamente, podemos concluir que 
o consumo de X e Y que maximiza o bem estar do consumidor será igual a:
a) X* = [Px / (Px 2 + PxPy)] e Y* = [Px / (Py2 + PxPy)];
b) X* = [Py / (Px 2 + PxPy)] e Y* = [Py / (Py2 + PxPy)] R;
c) X* = [(Py / (Px2 + PxPy)] R e Y* = [P2y / (Py2 + PxPy)];
d) X* = [Py / (Px2 + PxPy)]R e Y* = [Px / (Py2 + PxPy)] R;
e) X* = [Px / (Px + PxPy)] e Y* = [Px / (Py + PxPy)].
15. A equação de demanda de um bem por um consumidor é expressa por: p = 100 – q, onde p 
é o preço e q a quantidade adquirida do bem. O excedente do consumidor quando o preço 
do bem for igual a 90, é:
a) 1.000;
b) 100;
c) 90;
d) 50;
e) 10.
Por trás da curva de demanda: a teoria do consumidor
GABARITO
1. E 2. B 3. B 4. C 5. C
6. B 7. E 8. A 9. A 10. D
11. C 12. D 13. B 14. D 15. D
economia.indb 90 12/03/2012 12:31:14
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Capítulo 5
Teoria da firma
A função de produção. Custos de produção. 
Equilíbrio da empresa a curto prazo na concorrência perfeita 
e no monopólio.
5.1 A TEORIA DA PRODUÇÃO
5.1.1 A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
A quantidade do bem X que poderá ser fabricada num determinado período detempo é função di-
reta da quantidade dos fatores de produção (ou insumos1) utilizados no processo produtivo. A relação 
técnica existente entre estas duas variáveis é denominada função de produção.
Assim, por exemplo, supondo-se que a produção dependa apenas dos fatores de produção 
capital e trabalho:
 Y = 2 K0,5 L 0,5
onde:
 Y = Quantidade Produzida do bem X por unidade de tempo
 K = quantidade do fator de produção capital
 L = quantidade do fator de produção trabalho
 2 = valor do parâmetro que mede o conhecimento tecnológico
Dada a função de produção acima, se L = 81 trabalhadores, K = 16 máquinas,
 Y seria2: 
 Y = 2 . √16 . √81
 Y = 2. 4. 9
 Y = 72 unidades
Caso houvesse uma inovação tecnológica e o parâmetro respectivo se alterasse de 2 para 3, à 
mesma quantidade de insumos corresponderia uma produção de:
1 A palavra insumo é a expressão equivalente, em nossa língua, ao termo inglês input.
2 Lembrando que K 0,5 = K 1/2 = √ K
91
Introdução à Economia
economia.indb 91 12/03/2012 12:31:14
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Capítulo 05
92
Y = 3 . √16 . √81
Y = 108 unidades
Um outro exemplo, mais complexo, de função de produção seria:
 Y = 3 L2 K 2 – 0,01 L3 K3
Se K = 10 e L = 20, ter-se-ia:
 Y = 3(202 .102) – 0,01 (203 . 103)
 Y = 120.000 – 80.000
 Y = 40.000 unidades.
5.1.2 O CURTO E LONGO PRAZO
O curto prazo é definido como um período de tempo em que pelo menos um dos fatores de pro-
dução é considerado fixo, ou seja, sua quantidade utilizada permanece constante. Se uma empresa, 
por exemplo, não pode alterar a quantidade de máquinas utilizadas na produção num período de 6 
(seis) meses, o curto prazo desta empresa corresponde a esses 6 meses.
No longo prazo, todos os fatores de produção são considerados variáveis, ou seja, as empresas 
têm condições de mudar a quantidade utilizada de todos eles. No exemplo precedente, o longo prazo 
é o período de tempo superior a seis meses.
A função de produção mencionada no item precedente:
 Y = 2 K 0,5 L 0,5
é de longo prazo, já que ambos os insumos são variáveis. Caso, por exemplo, o estoque de capital 
de 16 máquinas seja considerado fixo:
 Y = 2 . √16 . L 0,5
 Y = 2 . 4 . L 0,5
 Y = 8 L 0,5
que corresponderia à função de produção de curto prazo, onde o fator de produção capital é fixo 
e o trabalho, variável.
5.1.3 COMPORTAMENTO DA PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO
O que ocorrerá com a produção caso se varie quantidade utilizada de um insumo, mantendo-se 
constante a do outro3? A teoria econômica responde a esta questão através da chamada lei dos 
rendimentos decrescentes ou lei das proporções variáveis, cujo enunciado está reproduzido a seguir:
Se adicionarmos quantidades de uma mesma magnitude de um fator de produção variável 
a uma quantidade fixa de outro, os acréscimos na produção serão inicialmente crescentes, 
porém depois se tornarão decrescentes podendo, inclusive, assumir valores negativos.
Para ilustrar como opera a lei dos rendimentos decrescentes, suponhamos que um agricultor dispo-
nha de uma determinada área de terra para cultivar (que é, portanto, um fator fixo, já que sua quantidade 
não pode ser alterada a curto prazo) e que introduza na produção, sucessivamente, um trabalhador a 
mais de cada vez. Os resultados deste experimento estão evidenciados na tabela abaixo:
3 Ao longo deste Capítulo, por simplicidade, faremos a suposição de que existem apenas dois fatores de produção.
Teoria da firma
economia.indb 92 12/03/2012 12:31:14
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
93
Introdução à Economia
Analisando-se os dados fornecidos pela tabela, observa-se que a introdução do primeiro trabalha-
dor na produção fez com que esta aumentasse de zero para 10, portanto, um acréscimo de 10. Com 
a utilização de dois trabalhadores, a produção muda de 10 para 22, um acréscimo de 12 unidades. 
Com três, o acréscimo é de 14, já que a produção passa de 22 para 36 unidades e com quatro, de 
16 (52 unidades menos 36).
Até esse momento, em que a proporção terra/trabalhador ainda era grande, os acréscimos na pro-
dução eram crescentes. A partir do quinto trabalhador, a produção aumenta a taxas decrescentes 
(ou seja, os acréscimos na produção serão decrescentes), porque o espaço de terra que cada tra-
balhador tem para trabalhar é cada vez menor. Esta redução relativa da proporção do fator fi xo atinge 
seu ápice quando é introduzido do décimo primeiro trabalhador, que passa a atrapalhar os outros ao 
invés de ajudar, devido à limitação do espaço. Em decorrência, a produção diminui em vez de se elevar.
Se assumirmos que a produção e o número de trabalhadores sejam variáveis contínuas, a relação 
existente entre os dois pode ser representada pela seguinte função:
Até a utilização do quarto trabalhador (inclusive), a produção aumentava a taxas crescentes. A 
partir do quinto, a produção continua se elevando, porém a taxas decrescentes (acréscimos de pro-
dução decrescentes). A introdução do décimo primeiro trabalhador acarreta uma queda na produção.
Número de
Trabalhadores
Produção
Acréscimo na Produção 
provocada por 
trabalhador
um trabalhador 
adicional
Produção média 
por trabalhador 
empregado
(1) (2) (3) (4) = (2) ÷ (1)
 0 0 - -
 1 10 10 10
 2 22 12 11
 3 36 14 12
 4 52 16 13
 5 65 13 13
 6 77,4 12,4 12,9
 7 87,5 10,1 12,5
 8 96 8,5 12
 9 99 3 11
10 100 1 10
11 99 - 1 9
Teoria da fi rma
economia.indb 93 12/03/2012 12:31:14
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Capítulo 05
94
Se também representarmos por funções contínuas o acréscimo de produção por trabalhador 
(também chamado de Produtividade Marginal do fator trabalho 4) e a produção média por trabalha-
dor empregado (também denominada de Produtividade Média do fator trabalho), ter-se-ia o seguinte 
formato de curvas:
Tanto a Produtividade Média (PMe) como a marginal (PMg) têm a forma de uma letra U invertida, 
pois ambas são crescentes de início, atingem um máximo e em seguida passam a decrescer. O valor 
máximo de PMe é de 13 unidades, quando são empregados 5 trabalhadores, e o valor máximo de 
PMg é de 16 unidades, quando 4 trabalhadores são utilizados.
As seguintes relações são válidas entre PMe e PMg:
a) enquanto a Produtividade Marginal for maior que a média, esta última é crescente;
b) quando PMg e PMe forem iguais, PMe é máxima; isto é facilmente observável no gráfi co: quando 
as duas curvas se interceptam, PMe está no seu ponto de máximo;
c) quando a Produtividade Marginal for menor que a média, esta última é descrescente5.
5.1.4 A PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO
A possibilidade, no longo prazo, do aumento da quantidade de todos os fatores de produção 
(capital, trabalho e outros) pressupõe que a empresa pode alterar inclusive o tamanho de suas insta-
lações, ou seja, a escala de suas operações.
Na produção de longo prazo, a questão passa ser o que ocorrerá com o volume produzido caso 
seja dado um acréscimo na proporção utilizada de todos os fatores, ou seja, um aumento na escala 
das atividades da empresa.
Se as quantidades dos insumos aumentarem numa dada proporção e a produção também au-
mentar na mesma proporção, teremos a ocorrência de rendimentos constantes de escala. Caso a 
4 A Produtividade Marginal de um fator é defi nida, de forma mais precisa, como a derivada primeira da função de produção no curto prazo em 
relação ao fator variável, ou seja, se:
Y = f (K, L), onde K = fator constante e L = fator variável, então:
∂ Y = Produtividade Marginal do fator variável
∂ L
5 Aos que tiverem difi culdade de entender esse raciocínio, cuja compreensão é vital para o adequado entendimento da teoria, proporemos oseguinte exercício, mais simples: suponha-se um aluno que, no decorrer das 5 provas do ano letivo tenha obtido o desempenho exposto no 
quadro a seguir.
Provas Nota Média
 1ª 3 3
 2ª 5 4
 3ª 7 5
 4ª 5 5
 5ª 4 4,8 
Observe que à medida que a nota em cada prova (nota marginal) se elevou de 3 para 5 e depois para 7, a nota média foi sucessivamente aumentando 
(de 3 para 4 e para 5). Na 5ª prova, a nota marginal de 4 (menor que a média) puxou a média para baixo. Para os leitores que tenham conhecimento 
de cálculo diferencial, as relações entre PMe e PMg estão demonstradas no apêndice matemático deste Capítulo.
Teoria da fi rma
economia.indb 94 12/03/2012 12:31:15
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
95
Introdução à Economia
produção aumente numa proporção maior, ter-se-á rendimentos crescentes de escala e caso ela 
aumente numa proporção menor, rendimentos decrescentes de escala.
Uma função de produção do tipo:
Y = m Kα Lβ
poderá apresentar (veja prova matemática no apêndice):
•	rendimentos crescentes de escala, se α + β > 1
•	rendimentos constantes de escala, se α + β = 1
•	rendimentos decrescentes de escala, se α + β < 1
Assim, por exemplo, se:
1) Y = 2 K L
 caso K = 4 e L = 10,
 Y = 2 . 4 . 10 = 80
Se triplicarmos o volume dos fatores de produção (triplicarmos a escala), K = 12 e L = 30 e a 
produção será:
Y = 2 . 12 . 30 = 720
A produção mais que triplicou, portanto, houve a ocorrência de rendimentos crescentes de 
escala (também são denominados de economias de escala).
2) Y = 3 K 0,5 L 0,5
 caso K = 4 e L = 9,
 Y = 3 . 
 Y = 3 . 2 . 3 = 18
Se a quantidade de fatores for quadruplicada (K = 16 e L = 36), ter-se-á:
Y = 3 . 
Y = 3 . 4 . 6 = 72
e a produção será quadruplicada também (rendimentos constantes de escala).
3) Y = 4 K0,5 L0,25
se K = 4 e L = 81,
Y = 4 . 
Y = 4 . 2 . 3
Y = 24
Se for dobrada a quantidade de fatores (K = 8 e L = 162), a produção será:
Y = 4. 
Efetuando-se os cálculos, verifica-se que:
Y ≅ 40
ou seja, a produção menos que dobrou, ocorrendo rendimentos decrescentes de escala (tam-
bém denominados deseconomias de escala).
√8 . √1624
√4 . √814
√4 . √9
√16 . √36
Teoria da firma
economia.indb 95 12/03/2012 12:31:15
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Capítulo 05
96
5.2 OS CUSTOS DE PRODUÇÃO
5.2.1 NO CURTO PRAZO
Para se conhecer os custos de produção de uma empresa, é preciso saber-se a forma da função 
de produção, que determinará as quantidades de insumos necessárias para se fabricar as várias pos-
síveis quantidades do bem X, e o preço desses insumos6.
Desse modo, se a função de produção for:
 Y = 3 L2 K2 – 0,01 L3 K3
e o estoque de capital for fixo e igual a 1, ter-se-á, no curto prazo:
 Y = 3 L2 – 0,01 L3
Logo, se forem empregados 10 trabalhadores, o volume correspondente da produção será:
 Y = (3 . 102) – (0,01 . 103)
 Y = 290
Se o preço do fator capital (PK) for de $ 1.000,00 e o do fator mão de obra (PL) for $ 400,00, o 
Custo Total de produção (CT) de 290 unidades do bem X será:
CT = PK . K + PL. L
CT (290) = (1.000 . 1) + (400 . 10) = 5.000
Se forem empregados 11 trabalhadores, o volume e o Custo Total da produção passam a ser:
Y = (3 . 112) – (0,01 . 113)
Y ≅ 350
CT ( y ≅ 350) = (1.000 . 1) + (400 . 11) = 5.400
No curto prazo, como pelo menos um dos fatores de produção é fixo, o Custo Total de produção 
será composto por um Custo Fixo (relativo ao insumo fixo), que será invariável qualquer que seja o 
volume de produção, e por um Custo Variável (relativo ao insumo variável) que será tanto maior quanto 
maior for o volume de produção.
CT = CF + CV
onde:
CT = Custo Total
CF = Custo Fixo
CV = Custo Variável
No exemplo dado, o Custo Fixo é de $ 1.000,00 (relativo ao estoque de capital) e o Custo Variável 
(relativo ao fator de produção trabalho) $ 4.000,00, quando a produção for 290 unidades do bem X. 
Quando esta aumenta para 350 unidades, o Custo Fixo permanece $ 1.000,00 e o Custo Variável se 
eleva para $ 4.400,00. 
6 Em nossa análise, suporemos que os preços dos fatores de produção são constantes, ou seja, a empresa poderá adquirir a quantidade que 
necessitar sempre ao mesmo preço.
Teoria da firma
economia.indb 96 12/03/2012 12:31:15
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97
Introdução à Economia
5.2.2 CUSTOS MÉDIOS E CUSTO MARGINAL
Dividindo-se o Custo Total pela Quantidade Produzida, obtém-se o Custo Médio (Cme):
 CT
Cme = ––––––
 q
Como CT = CF + CV, vem:
 CF + CV
Cme = –––––––––––
 q
 CF CV
Cme = –––– + –––––
 q q
CF é o Custo Fixo Médio (CFme), que é obtido dividindo-se o Custo Fixo pela Quantidade Produzida.
 q
CV
 q 
é o Custo Variável Médio (CVme), que resulta da divisão do Custo Variável pela respectiva 
Quantidade Produzida.
O Custo Médio corresponde à soma do Custo Fixo Médio (CFme) com o Custo Variável Médio (CVme):
Cme = CFme + CVme.
O Custo Marginal (CMg) é definido como o acréscimo do Custo Total quando se fabrica uma uni-
dade adicional do produto.
CMg = ∆CT , quando7 ∆Q = 1.
 ∆Q
5.2.3 COMPORTAMENTO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO
O exemplo numérico que exporemos a seguir reflete, de maneira bastante simplificada, a visão que 
os economistas têm sobre o comportamento dos custos de produção no curto prazo.
Numa determinada empresa (Cia. ALPHA), em que o volume mensal de produção possível varia 
entre zero e dez unidades, o comportamento dos custos está representado na planilha abaixo:
7 A definição mais precisa de Custo Marginal é:
CMg = lim ∆CT , ou seja, CMg = dCT .
 ∆Q→0 ∆Q dQ
Quantidade Custo Custo Custo Custo Fixo Custo Custo
Produzida Fixo Variável TOTAL Médio Variável médio Médio
 (Q) (CF) (CV) (CT) (CFme) (CVme) (Cme)
 (1) (2) (3) (4)=(2)+(3) (5) = (2)÷(1) (6)=(3)÷(1) (7) = (5) + (6)
 0 15 - 15,00 - - -
 1 15 2,00 17,00 15,00 2,00 17,00
 2 15 3,50 18,50 7,50 1,75 9,25
 3 15 4,50 19,50 5,00 1,50 6,50
 4 15 5,75 20,75 3,75 1,44 5,19
 5 15 7,25 22,25 3,00 1,45 4,45
 6 15 9,25 24,25 2,50 1,54 4,04
 7 15 12,51 27,51 2,14 1,79 3,93
 8 15 17,50 32,50 1,88 2,19 4,07
 9 15 25,50 40,50 1,67 2,83 4,50
 10 15 37,50 52,50 1,50 3,75 5,25
Teoria da firma
economia.indb 97 12/03/2012 12:31:15
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Capítulo 05
98
Se a empresa nada produzir, ela terá $ 15,00 de Custo Fixo. Se ela fabricar uma unidade do pro-
duto, seu Custo Total será de $ 17,00 correspondente à soma de $ 15,00 do Custo Fixo com o Custo 
Variável de $ 2,00. Caso a empresa produza duas unidades, o Custo Total aumenta para $ 18,50 pois, 
embora o Custo Fixo permaneça em $ 15,00, o Custo Variável da fabricação aumenta para $ 3,50. 
Da mesma forma, a produção de três unidades eleva o Custo Total para $ 19,50, pois o Custo Variá-
vel correspondente é de $ 4,50, e assim por diante. A produção máxima de 10 unidades implica um 
Custo Total de $ 52,50 ($ 37,50 de Custo Variável mais de $ 15,00de Custo Fixo).
O Custo Fixo Médio (CFme) resulta da divisão do Custo Fixo (CF) pelos possíveis volumes de 
produção. À medida que a produção aumenta, o CFme diminui, pois o valor constante de $ 15,00 
é dividido por uma Quantidade Produzida cada vez maior. Se colocarmos os valores de CFme num 
gráfi co, a curva que seria obtida (supondo-se que a produção seja variável contínua) é decrescente 
da esquerda para a direita:
O Custo Variável Médio (CVme) é obtido dividindo-se o Custo Variável (CV) pelas respectivas 
quantidades produzidas. Assim, o Custo Variável Médio correspondente à produção de 5 unidades é 
de $ 1,45 ($ 7,25 ÷ 5). 
Observe-se que o Custo Variável Médio de início é decrescente (até a produçãoda 4ª unidade), 
atinge um mínimo (na produção da 4ª unidade) e depois passa a crescer.
Se colocarmos o comportamento da CVme no gráfi co, ele será representado por uma curva em 
forma da letra U:
O Custo Médio (Cme) pode ser obtido de duas formas:
a) da divisão do Custo Total (CT) pelas quantidades produzidas;
b) pela soma do Custo Fixo Médio (CFme) com o Custo Variável Médio (CVme).
As duas maneiras de calcular Cme devem dar o mesmo resultado (exceto por erros de aproxima-
ção nos cálculos).
Assim, por exemplo, o Custo Médio de se produzir dez unidades do bem X é de $ 5,25, que tanto 
pode ser obtido dividindo-se o Custo Total de $ 52,50 por 10, como pela soma de $ 1,50 (CFme) com 
$ 3,75 (CVme).
Teoria da fi rma
economia.indb 98 12/03/2012 12:31:15
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99
Introdução à Economia
A curva representativa do Cme é obtida pela agregação das curvas de CFme e de CVme, apre-
sentando também a forma de U :
Um ponto muito importante a ser observado é que a curva do Cme, à medida que a Quantidade 
Produzida se eleva, tende a se aproximar da curva CVme, refl etindo o decréscimo cada vez maior do 
CFme em função do aumento da produção.
O Custo Marginal é obtido calculando-se o acréscimo do Custo Total de produção quando se 
produz uma unidade adicional do bem X:
O Custo Marginal é decrescente de início e depois crescente, apresentando também a caracte-
rística forma de U:
 Q Custo Custo Marginal = Acréscimo em CT
 Total decorrente de uma unidade produzida a mais
 0 15,00 —
 1 17,00 17,00 - 15,00 = 12,00
 2 18,50 18,50 - 17,00 = 11,50
 3 19,50 19,50 - 18,50 = 11,00
 4 20,75 20,75 - 19,50 = 11,25
 5 22,25 22,25 - 20,75 = 11,50
 6 24,25 24,25 - 22,25 = 12,00
 7 27,51 27,51 - 24,25 = 13,26
 8 32,50 32,50 - 27,51 = 14,99
 9 40,50 40,50 - 32,50 = 18,00
10 52,50 52,50 - 40,50 = 12,00
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Capítulo 05
100
É interessante notar que o Custo Marginal também pode ser obtido calculando-se o acréscimo do 
Custo Variável Total quando se produz uma unidade adicional do bem X. O leitor poderá comprovar 
esse fato facilmente, fazendo uma tabela similar à precedente para o Custo Variável Total.
Isso ocorre porque o Custo Marginal (custo de produzir uma unidade adicional do bem) indepen-
de do Custo Fixo Total.
5.2.4 A GEOMETRIA DAS CURVAS DE CUSTO
5.2.4.1 A RELAÇÃO ENTRE AS CURVAS DE PMe E PMg COM AS CURVAS DE CVme E CMg
As curvas do CVme e CMg apresentam comportamento inverso ao das curvas da PMg e Pme, 
conforme representado nos gráfi cos a seguir:
Observa-se que, enquanto as curvas de Pme e PMg são crescentes, as curvas do CVme e CMg, 
respectivamente, são decrescentes. Quando PMe e PMg passam a ser decrescentes, CVme e CMg, res-
pectivamente, são crescentes. Os pontos de máximo de PMe e PMg (representados, respectivamente, pelas 
quantidades Q0 e Q1) correspondem aos pontos de mínimo de CVme e CMg.
Uma prova matemática destes fatos, para os leitores que possuam conhecimentos de cálculo 
diferencial, é apresentada no apêndice a este Capítulo. Entretanto, o raciocínio pode ser ilustrado com 
um exemplo numérico simples, que será exposto a seguir, e um exemplo numérico mais completo, a 
ser descrito no subitem 5.2.4.3.
Uma empresa de sapatos possui um único empregado, cuja produção é de 20 pares ao mês. Seu 
salário mensal é de $500,00. O Custo Médio de cada sapato será (considerando-se apenas o custo 
da mão de obra):
 $ 500,00
Custo Médio: ––––––––––– = $ 25,00 por par
 20
O operário participa de um treinamento especializado para aumentar sua produtividade; após isso, 
passa a produzir 25 pares por mês. Caso o seu salário não se altere8, o Custo Médio diminui para:
 $ 500,00
Custo Médio: ––––––––––– = $ 20,00 por par
 25
8 Daí a importância da suposição de que os preços dos fatores de produção são constantes, conforme exposto na nota de rodapé n. 6.
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101
Introdução à Economia
Verifi ca-se que, quando a produtividade do fator variável aumenta, o Custo de Produção diminui, 
desde que o preço do fator permaneça constante. Ou seja, o comportamento da produtividade é o 
inverso do custo e vice-versa.
5.2.4.2 RELAÇÕES ENTRE Cme, CVme E CMg
Se juntarmos as curvas do CMg, do CVme e do Cme num mesmo gráfi co:
 Observa-se que a curva de Custo Marginal intercepta as curvas de CVme e Cme no ponto de míni-
mo destas. Ao mesmo tempo, percebe-se que, enquanto o CMg for menor que CVme e Cme, ele puxa 
ambos para baixo e quando for maior, para cima. A lógica deste comportamento9 é similar à apresentada 
para a relação entre a Produtividade Marginal (PMg) e Produtividade Média (PMe) no subitem 5.1.3.
5.2.4.3 EXEMPLO NUMÉRICO
Os dados constantes da tabela I, expostos a seguir, representam a função de produção de uma 
empresa, sendo que L signifi ca o número de trabalhadores (fator de produção variável), Q, a Quan-
tidade Produzida mensalmente em unidades, ∆Q/∆L, a Produtividade Marginal dos trabalhadores e 
Q/L, a Produtividade Média dos mesmos.
9 Uma prova matemática é apresentada no apêndice a este Capítulo.
TABELA 1 - FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
L Q ∆Q/∆L Q/L
0 0
1 5 5 5,00
2 12 7 6,00
3 21 9 7,00
4 32 11 8,00
5 45 13 9,00
6 60 15 10,00
7 77 17 11,00
8 91,9 14,9 11,49
9 103,5 11,6 11,50
10 114,5 11 11,45
11 125 10,5 11,36
12 132 7 11,00
13 137 5 10,54
14 140 3 10,00
15 141 1 9,40
16 140 -1 8,75
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economia.indb 101 12/03/2012 12:31:16
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Capítulo 05
102
Observe que a Produtividade Marginal (PMgL) atinge seu máximo (17) quandosão empregados 
7 trabalhadores. A Produtividade Média (PMe) máxima é de 11,5 unidades por trabalhador (L = 9) e 
também podemos notar que o valor da Produtividade Marginal (11,6) é aproximadamente igual ao da 
média10, mostrando que ambas as curvas de produtividade se interceptam nesse ponto.
Se supusermos adicionalmente que o custo do fator de produção fixo (Custo Fixo Total) equivale 
a $ 19,00 e que o salário mensal de cada trabalhador é de $ 20,00, pode-se montar os dados da 
tabela II, correspondente aos custos de produção da empresa. O Custo Variável Total (CVT) é obtido 
multiplicando-se o número de trabalhadores pelo salário mensal ($20,00). O Custo Total (CT), con-
forme já visto, corresponde à soma do Custo Fixo Total (CFT) com o Custo Variável Total (CVT). Os 
custos médios (CFme, CVme e Cme) são obtidos dividindo-se cada tipo de custo (CFT, CVT e CT) pela 
Quantidade Produzida (Q). O Custo Marginal é obtido pela divisão entre o acréscimodo Custo Total 
(∆CT) e o acréscimo da quantidade Q (∆Q).
Pode-se constatar agora com nitidez, as relações entre a Produtividade Marginal do fator variável 
(PMgL) e o Custo Marginal (CMg). A PMgL é crescente até a introdução do 7º trabalhador (veja tabela 
1), quando atinge seu máximo, que é de 17 unidades, e daí em diante passa a decrescer. O Custo 
Marginal tem comportamento inverso: ele é decrescente até a introdução do 7º trabalhador, correpon-
dente ao nível de produção de 77 unidades (veja tabela 2), quando atinge seu valor mínimo de aproxi-
madamente $ 1,18. A partir desse ponto, passa a aumentar. 
Da mesma forma, pode-se analisar que o comportamento da Produtividade Média do fator trabalho 
(PmeL) é inverso ao do Custo Variável Médio (CVme). A Produtividade Média é crescente até atingir o 
valor máximo de 11,5 unidades, correspondente ao emprego de 9 trabalhadores. Observe que o Custo 
Variável Médio decresce até que se empregue esse mesmo número de trabalhadores, quando atinge 
seu valor mínimo ($1,7391). A partir do 9º trabalhador, Pme é decrescente e CVme, crescente.
10 A pequena diferença observada entre os dois valores deve ser creditada à imprecisão dos cálculos, uma vez que o exemplo está baseado em variações 
discretas do número de trabalhadores em vez de variações infinitesimais.
TABELA 2 - CUSTOS DE PRODUÇÃO
L Q CF CV CT CFme CVme Cme Cmg
0 0 19 0 19 - - - -
1 5 19 20 39 3,8000 4,0000 7,8000 4,0000
2 12 19 40 59 1,58 3,3333 4,9167 2,8571
3 21 19 60 79 0,90 2,8571 3,7619 2,2222
4 32 19 80 99 0,59 2,5000 3,0938 1,8182
5 45 19 100 119 0,42 2,2222 2,6444 1,5385
6 60 19 120 139 0,32 2,0000 2,3167 1,3333
7 77 19 140 159 0,25 1,8182 2,0649 1,1765
8 91,9 19 160 179 0,21 1,7410 1,9478 1,3423
9 103,5 19 180 199 0,18 1,7391 1,9227 1,7241
10 114,5 19 200 219 0,17 1,7467 1,9127 1,8182
11 125 19 220 239 0,15 1,7600 1,9120 1,9048
12 132 19 240 259 0,14 1,8182 1,9621 2,8571
13 137 19 260 279 0,14 1,8978 2,0365 4,0000
14 140 19 280 299 0,14 2,0000 2,1357 6,6667
15 141 19 300 319 0,13 2,1277 2,2624 20,0000
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economia.indb 102 12/03/2012 12:31:16
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103
Introdução à Economia
É também importante registrar, conforme já analisado no subitem 4.2.4.2, que as curvas de CMg 
e CVme se interceptam no ponto de mínimo desta última. Isso ocorre quando se introduz o 9º traba-
lhador, quando os valores desses dois custos são aproximadamente iguais ($ 1,7241 e $ 1,7391). O 
mesmo fato pode ser observado na intersecção entre as curvas de CMg e Cme, correspondente à 
introdução do 11º trabalhador ($ 1,9048 e $ 1,9120). Convém ressaltar, conforme já explicado ante-
riormente, que os valores não são exatamente iguais por se estar trabalhando com variações discretas 
das funções de custos de produção, ao invés de contínuas.
5.2.4.4 CUSTO TOTAL
Se relacionarmos a Quantidade Produzida e o respectivo Custo Total de produção (supondo-se 
que ambos sejam variáveis contínuas) obter-se-á a curva representada no gráfi co seguinte, cujo for-
mato está associado ao da curva de Custo Marginal.
Nos estágios iniciais da produção, quando o Custo Marginal é decrescente, o Custo Total aumen-
ta a taxas decrescentes. No gráfi co, isto é representado pela curvatura da curva de CT voltada para 
baixo (até a Quantidade Produzida Q0).
A partir do momento em que o Custo Marginal passa a crescer, a curva CT aumenta a taxas 
crescentes, fato representado por sua curvatura voltada para cima (após Quantidade Produzida Q0).
A quantidade Q0 representa o ponto de mínimo da curva marginal.
5.2.5 NO LONGO PRAZO
No longo prazo, como todos os insumos são variáveis, a determinação dos custos de produção 
é um processo mais complexo, pois uma mesma quantidade do bem X pode ser obtida através de 
infi nitas combinações de quantidades dos insumos (supondo-se que a produção e os insumos sejam 
variáveis contínuas e que estes últimos sejam substituíveis entre si).
De fato, se a função de produção for:
 Y= 2 . K . L
a Quantidade Produzida, por exemplo, de 64 unidades do bem X, pode ser alcançada utilizando-se 
qualquer combinação dos fatores de produção cujo produto seja 32, tal como K = 2 e L = 16, K = 1 
e L = 32, K = 8 e L = 4 etc.
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economia.indb 103 12/03/2012 12:31:16
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Capítulo 05
104
Nesse caso, é preciso determinar qual é a combinação dos fatores de produção que resulta no 
menor Custo de Produção para empresa. Isto dependerá dos preços relativos dos fatores.
A título ilustrativo, no exemplo da função de produção citado anteriormente, caso PK = 10 e PL=20, 
as quantidades a serem utilizadas de K e L são , respectivamente, de 8 e 4 de forma a minimizar o 
custo de produzir 64 unidades.11
Desse modo, cada Quantidade Produzida do bem X no longo prazo está associada a uma par-
ticular combinação dos fatores de produção que torna o seu Custo de Produção o mínimo possível. 
O conjunto de todas essas combinações de fatores de custo mínimo é denominado de caminho de 
expansão da fi rma.
Se supusermos que, ao longo do caminho de expansão da empresa, haja a ocorrência inicial de 
rendimentos crescentes de escala e, após determinado nível de produção, de rendimentos decrescen-
tes de escala, é possível demonstrar-se que, se os preços dos fatores de produção permanecerem 
constantes, as curvas de Custo Médio e de Custo Marginal no Longo Prazo (CMeLP e CMgLP, respec-
tivamente) também apresentarão a característica forma de U e se interceptarão no ponto em que 
CMeLP é mínimo:
Observe-se que, no longo prazo, como todos os insumos são variáveis, não há Custo Fixo, mas 
somente Custos Variáveis. Desse modo, o Custo Médio é igual ao Custo Variável Médio.
5.3 EQUILÍBRIO DA FIRMA NO MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
A empresa estará em equilíbrio num mercado de concorrência perfeita quando estiver maximizan-
do (tornando máximo) seus lucros, ou seja, quando a diferença entre a Receita Total (valor total do 
faturamento) e o Custo Total de produção for a maior possível.
5.3.1 CURVA DE DEMANDA PARA O PRODUTO FABRICADO PELA EMPRESA
No mercado de concorrência perfeita, conforme visto no Capítulo 2, o preço do bem é determina-
do pelas forças impessoais da oferta e da procura. 
Isto signifi ca que, para a empresa produtora do bem X, o seu preço é fi xo (ou constante) e que 
poderá vender toda a sua produção por aquele preço.
Se a empresa quiser vender por um preço mais alto que o de mercado, não conseguirá nenhuma 
venda, pois ela é pequena no mercado e o produto é homogêneo, de tal forma que os compradores 
recorrerão a outro fornecedor. 
Vender por um preço mais baixo que o de mercado seria um contrassenso, já que ela pode ven-
der toda a sua produção pelo preço de mercado e lucrar mais. Além disso, a baixa do preço seria 
contraproducente pois, como o mercado de concorrência perfeita é transparente, todos os demais 
concorrentes fariam o mesmo, anulando o eventual efeito favorável da redução.
11 Para a determinação da combinação ótima dos fatores que minimiza o custo de produzir uma determinada quantidade do produto, é necessário a 
utilização do método matemático de mínimos condicionados, ou seja, a técnica do multiplicador de Lagrange já descrita no subitem 4.4.2 do Capítulo 
4. No equilíbrio, as quantidades empregadas de K e L para minimizar o custo devem ser proporcionais aos preços dos fatores:
 K = 
PL
 L PK
de tal forma que:
 PK . K = PL . L
QUANTIDADE RECEITA CUSTO LUCRO
PRODUZIDA TOTAL TOTAL TOTAL
(1) (2) (3) (4) = (2) - (3)
10 10,00 15,00 (15,00)
11 15,0017,00 (12,00)
12 10,00 18,50 1(8,50)
13 15,00 19,50 1(4,50)
14 20,00 20,75 1(0,75)
15 25,00 22,25 1(2,75
16 30,00 24,25 1(5,75
17 35,00 27,51 1(7,49
18 40,00 32,50 1(7,50
19 45,00 40,50 1(4,50
10 50,00 52,50 1(2,50)
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economia.indb 104 12/03/2012 12:31:17
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105
Introdução à Economia
Logo, a demanda pelo produto fabricado pela empresa é infi nitamente elástica12 no nível de preço 
praticado pelo mercado. 
Equilíbrio da oferta e demanda Demanda pelo bem X
 do bem X no mercado produzido pela empresa
A empresa, no mercado de concorrência perfeita, não podendo alterar o preço do produto, pode 
escolher apenas o quanto produzir, ou seja, o nível de produção que lhe garanta o lucro máximo.
5.3.2 MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO PELA ÓTICA DA RECEITA TOTAL VERSUS CUSTO TOTAL
5.3.2.1 A RECEITA TOTAL
Como já foi dito, o Lucro Total (LT) é máximo quando a diferença entre a Receita Total (RT) e o 
Custo Total (CT) for a maior possível.
Em termos gráfi cos, a Receita Total de uma empresa em concorrência perfeita é representada por 
uma reta que passa pela origem e cuja inclinação é dada pelo preço de mercado do bem X.
Assim:
RT = P . Q
P = preço de mercado
Q = quantidade vendida
Se o preço de mercado do bem X for $ 5,00, no caso da Cia. ALPHA citado no subitem 5.2.3, a 
Receita Total para uma produção possível que varie de zero a dez unidades será:
12 Sobre elasticidade infi nita, ver o subitem 3.5.4 do Capítulo 3.
 Preço de Quantidade RECEITA
Mercado (SP) Vendida (Q) TOTAL (RT)
 (1) (2) (3) = (1) x (2)
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
5,00
 0,00
 5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
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Capítulo 05
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Representando a Receita Total num gráfi co, ter-se-ia:
 ∆RT
A inclinação da reta, dada por ––––––– é constante e igual a 5, pois cada unidade a mais vendida 
rende $ 5,00 para a empresa. 
 ∆Q
5.3.2.2 O CUSTO TOTAL
O Custo Total, por sua vez, será representado pela curva exposta no subitem 5.2.4.3:
5.3.2.3 MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS
Na Tabela a seguir, onde estão reproduzidos os dados de Receita Total e Custo Total da Cia. 
ALPHA, observa-se que o lucro é máximo quando a Quantidade Produzida for de 8 unidades:
QUANTIDA DE RECEITA CUSTO LUCRO
 PRODUZIDA TOTAL TOTAL TOTAL
 (1) (2) (3) (4) = (2) - (3)
0 0,00 15,00 (15,00)
1 5,00 17,00 (12,00)
2 10,00 18,50 (8,50)
3 15,00 19,50 (4,50)
4 20,00 20,75 (0,75)
5 25,00 22,25 2,75
6 30,00 24,25 5,75
7 35,00 27,51 7,49
8 40,00 32,50 7,50
9 45,00 40,50 4,50
10 50,00 52,50 (2,50)
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Introdução à Economia
O gráfi co abaixo sintetiza as relações entre RT e CT:
Até a produção da 4a unidade, a empresa apresenta prejuízo, pois o Custo Total é maior que a Receita 
Total. A partir da 5a unidade, a situação se inverte e a empresa apresenta lucro, que alcança um máximo de 
$ 7,50 na 8a unidade. A partir da 10a unidade, a empresa volta a apresentar prejuízo.
5.3.3 MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO PELA ÓTICA DA RECEITA MARGINAL VERSUS CUSTO MARGINAL
5.3.3.1 A RECEITA MARGINAL
A Receita Marginal (RMg) é o acréscimo na Receita Total decorrente da venda de uma unidade 
adicional do bem X.13
Num mercado de concorrência perfeita, a Receita Marginal é igual ao preço do bem X (P), pois 
sendo este fi xo, cada unidade vendida a mais proporciona ao produtor um acréscimo de receita exa-
tamente igual ao preço.
No caso da Cia. ALPHA, RMg = P = $ 5,00
 Q Receita Total Receita Marginal 
 0 0,00 —
 1 5,00 5,00 - 0,00 = 5,00
 2 10,00 10,00 - 5,00 = 5,00
 3 15,00 15,00 - 10,00 = 5,00
 4 20,00 20,00 - 15,00 = 5,00
 5 25,00 25,00 - 20,00 = 5,00
 6 30,00 30,00 - 25,00 = 5,00
 7 35,00 35,00 - 30,00 = 5,00
 8 40,00 40,00 - 35,00 = 5,00
 9 45,00 45,00 - 40,00 = 5,00
10 50,00 50,00 - 45,00 = 5,00
13 A RMg é defi nida mais precisamente como:
RMg = lim ∆RT, ou seja, RMg = d RT .
 ∆Q→0 ∆Q Q
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Capítulo 05
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A representação gráfi ca de RMg é de uma reta paralela ao eixo das quantidades:
5.3.3.2 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO
A empresa tornará máximo seu lucro quando o acréscimo de Receita Total originado pela produ-
ção de uma unidade adicional do bem X for exatamente igual ao acréscimo no Custo Total decorrente 
dessa produção. Ou seja, a empresa deverá produzir a quantidade n tal que a Receita Marginal desta 
n-ésima unidade seja igual ao respectivo Custo Marginal.14
 
 RMg = CMg
Caso a Receita Marginal da n-ésima unidade seja maior que o respectivo Custo Marginal, a em-
presa deverá produzi-la pois aumentará seu Lucro Total (portanto, o lucro ainda não é máximo). Caso 
ocorra o contrário, o Custo Marginal é maior que a Receita Marginal, a empresa deverá reduzir a 
produção pois a unidade adicional fabricada diminuiria seu Lucro Total (o que mostra que a empresa 
já ultrapassou a produção de lucro máximo).
No caso da Cia. ALPHA, utilizando-se as informações já fornecidas, ter-se-ia:
Por exemplo, a 6ª unidade do bem X provoca uma Receita Marginal de $ 5,00 contra um Custo 
Marginal de $ 2,00. A decisão de produzi-la tem como consequência um Lucro Marginal (acréscimo 
ao Lucro Total) de $ 3,00. Com efeito, o Lucro Total de produzir 5 unidades é de $ 2,75 e o de 6, $ 
5,75. Como RMg > CMg, a empresa ainda não atingiu o Lucro Total máximo.
Por outro lado, a produção da 9ª unidade do bem X reduz o Lucro Total da empresa em $ 3,00, já 
que seu Custo Marginal ($8,00) é maior que a Receita Marginal ($5,00). Este fato sugere que a empre-
sa deve reduzir a produção se quiser maximizar o lucro.
14 Esta é a condição necessária, mas não sufi ciente. É preciso que CMg seja crescente, conforme demonstrado no apêndice matemático.
 Receita Custo Lucro 
Q Marginal (RMg) Marginal (CMg) Total (LT)
 0 0,00 - (15,00)
 1 5,00 2,00 (12,00)
 2 5,00 1,50 (8,50)
 3 5,00 1,00 (4,50)
 4 5,00 1,25 (0,75)
 5 5,00 1,50 2,75 
 6 5,00 2,00 5,75 
 7 5,00 3,26 7,49 
 8 5,00 4,99 7,50 
 9 5,00 8,00 4,50 
10 5,00 12,00 2,50 
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109
Introdução à Economia
A empresa terá lucro máximo se produzir 8 unidades do bem X. Nesse caso, sua RMg ($5,00) é 
igual ao seu CMg ($4,99), indicando que a empresa deve estabilizar sua produção nessa quantidade 
que lhe proporciona o lucro máximo (7,50).
Grafi camente, o equilíbrio seria assim representado:
Se agregarmos a curva de Custo Médio no gráfi co acima, obter-se-á:
OA = quantidade de equilíbrio (maximizadora de lucro)
OE = preço de mercado
Observe que a área do retânguloOADE, por corresponder à multiplicação de OA por OE, repre-
senta a Receita Total da empresa na venda da quantidade maximizadora de lucro.
A área do retângulo OABC representa o Custo Total dessa mesma quantidade, já que resulta da 
multiplicação do Custo Médio AB pela quantidade OA.
Por decorrência, a área do retângulo CBDE, por corresponder à diferença entre duas, representa o 
Lucro Total máximo auferido pela empresa em equilíbrio no mercado de concorrência perfeita.
No caso da Cia. ALPHA:
área OADE = $ 5,00 x 8 = $ 40,00
(–) área OABC = $ 4,06* x 8 = $ 32,50
área CBDE = $ 0,94 x 8 = $ 27,50
*Custo Médio: obtido pela divisão do Custo Total pela quantidade (oito unidades).
5.3.4 A CURVA DE OFERTA DE CURTO PRAZO DA INDÚSTRIA EM 
UM MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
5.3.4.1 PONTO DE FECHAMENTO DA EMPRESA
Suponha-se uma empresa num mercado de concorrência perfeita, cujas curvas de custo estejam 
reproduzidas no gráfi co a seguir, em que o preço de mercado, que era P0, variou para P1 e depois P2, 
em função de alterações na demanda de mercado: 
 Receita Custo Lucro 
Q Marginal (RMg) Marginal (CMg) Total (LT)
 0 0,00 - (15,00)
 1 5,00 2,00 (12,00)
 2 5,00 1,50 (8,50)
 3 5,00 1,00 (4,50)
 4 5,00 1,25 (0,75)
 5 5,00 1,50 2,75 
 6 5,00 2,00 5,75 
 7 5,00 3,26 7,49 
 8 5,00 4,99 7,50 
 9 5,00 8,00 4,50 
10 5,00 12,00 2,50 
Teoria da fi rma
economia.indb 109 12/03/2012 12:31:18
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Capítulo 05
110
Quando o preço era P0, pela condição de maximização de lucros, a empresa produziria Q0 uni-
dades do bem X. Ao preço P1, mais alto, a empresa produziria Q1 unidades (Q1 > Q0) pois o preço 
P1 intercepta a curva de Custo Marginal mais para cima desta. Ao preço de P2, mais baixo que P0, a 
empresa fabricaria menos unidades do bem X (Q2 < Q0), pois o preço P2 interceptaria a curva de Custo 
Marginal num ponto mais baixo desta.
Observe-se que, nos três níveis de preços mencionados, P > Cme, de modo que a empresa au-
feriria lucros. Porém, o que ocorreria se a reta de preço interceptasse a curva de Custo Marginal num 
ponto em que o preço fosse menor que o Custo Médio? Veja o gráfi co a seguir:
Nesse caso, P3 (segmento OE ) é menor que o Custo Médio de produzir, Q3 unidades (segmento 
OC ) e a empresa opera com prejuízo. Note que a área do retângulo OADE, nesse caso, é menor que a 
área de OABC, evidenciando que o valor Receita Total é inferior ao do Custo Total. A empresa deverá 
encerrar sua atividades nessa caso?
Para se responder adequadamente a esta última questão, devemos introduzir no gráfi co a curva 
do Custo Variável Médio. 
Teoria da fi rma
economia.indb 110 12/03/2012 12:31:18
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111
Introdução à Economia
No gráfi co acima, o preço de mercado é igual ao Custo Marginal no ponto em que a curva deste 
intercepta a de Custo Variável Médio, ou seja, no ponto de mínimo desta última.
A área do retângulo OADE representa agora não só a Receita Total da empresa como também o seu 
Custo Variável Total.15
Como a área de OABC representa o Custo Total, a área do retângulo EDBC representa o prejuízo da 
empresa, que no caso é igual ao seu Custo Fixo Total. Observe que o segmento BD é a diferença, entre o 
Custo Médio e o Custo Variável Médio, correspondendo, portanto, ao Custo Fixo Médio. A multiplicação 
de BD por OA (Quantidade Produzida) é igual ao Custo Fixo Total da empresa.
Pode-se concluir que, na posição de equilíbrio da fi rma, desde que o preço de mercado seja 
maior que o Custo Variável Médio, a empresa não deve deixar de produzir, pois estando em 
operação ela terá um prejuízo menor que o Custo Fixo, enquanto que, nada produzindo, ela terá 
como prejuízo o Custo Fixo na sua totalidade.
Caso o preço de mercado no equilíbrio seja igual ao Custo Variável Médio, é indiferente à empresa deixar 
de produzir ou produzir a quantidade de equilíbrio, já que em ambos os casos o prejuízo será igual ao Custo 
Fixo Total. Ela poderá permanecer no mercado, à espera que as condições de preço ou de custo melhorem.
Se o preço de mercado, no equilíbrio, for menor que o Custo Variável Médio, a empresa deverá 
encerrar as sua atividades, já que produzindo seu prejuízo seria superior ao Custo Fixo Total.
5.3.4.2 CURVA DE OFERTA DA EMPRESA
A partir da análise desenvolvida no subitem precedente, pode-se concluir que, desde que o nível 
de preço de mercado seja superior ou igual ao Custo Variável Médio na posição de equilíbrio da fi rma, 
ela terá interesse em permanecer no mercado.
Logo, se o preço de mercado for igual ao Custo Marginal da empresa (condições de equilíbrio = 
maximização de lucro) e simultaneamente, maior ou igual que o Custo Variável Médio, a empresa ofer-
tará a Quantidade Produzida correspondente no mercado e sua curva de oferta individual coincidirá 
com a da curva de Custo Marginal a partir do ponto em que esta intercepta a de Custo Variável Médio 
(no ponto de mínimo desta), conforme gráfi co a seguir:
5.3.4.3 CURVA DE OFERTA DA INDÚSTRIA
A curva de oferta da indústria é a somatória, para cada nível de preço, das curvas individuais de 
oferta das fi rmas:
Firma A Firma B
Indústria:
Firma A + Firma B
15 Observe que, neste caso, P=CVme, pois P=CMg e CMg = CVme. Ou seja, na quantidade de equilíbrio, o preço é igual ao Custo Marginal dessa 
unidade que, por sua vez, é igual ao Custo Variável Médio de se produzir a quantidade de equilíbrio.
Teoria da fi rma
economia.indb 111 12/03/2012 12:31:19
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Capítulo 05
112
5.3.4.4 EQUILÍBRIO SIMULTÂNEO DO MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA E DAS 
 EMPRESAS PARTICIPANTES
É importante destacar que, na concorrência perfeita, o equilíbrio de cada empresa participante 
do mercado (ou seja, a determinação da quantidade a ser produzida que maximizará seu lucro) e o do 
mercado (ou seja, a determinação do preço e da quantidade de equilíbrio) se dá simultaneamente. Isso 
significa que, ao mesmo tempo o mercado decide quais são os preços e a quantidade de equilíbrio e 
cada empresa decide quanto irá produzir do bem X, sendo que cada um dos processos interage 
com o outro.
Faremos um exemplo algébrico simples para tentar esclarecer melhor esse fenômeno simultâneo. 
Suponhamos que, em um mercado de concorrência perfeita, haja 100 empresas com a mesma curva 
de Custos Totais, dada pela função CT = 0,5 q2 + 2q + 20 e uma curva de demanda de mercado igual 
a P = 20 – 0,05Q, onde q representa a Quantidade Produzida por cada produtor e Q, a Quantidade 
Produzida pelo mercado.
Então, a curva de oferta de mercado, conforme demonstrado no subitem precedente (4.3.4.3) 
será o somatório das quantidades ofertadas por cada produtor a cada preço possível no mercado. Ou 
seja, todos os produtores têm a mesma curva de Custo Marginal correspondente a:
CMg = dCT ⇒ CMg = q + 2
 dQ
Na concorrência perfeita, a condição de equilíbrio do produtor é P = CMg. Logo, a curva de oferta 
de cada empresa será P = q + 2 .
A curva de oferta de mercado corresponderá ao somatório das 100 retas de oferta de cada empresa:
 100
100 P = ∑ = q + 100 . 2
 i = 1
 100
Como = ∑ q = Q, tem se:
 i = 1
100 P = Q + 200
P = Q/100 + 2 ⇒ expressão correspondente à oferta de mercado. Como no equilíbrio de mer-
cado, a oferta (Q/100 + 2) é igual à demanda (20 – 0,05 Q), tem-se:
0,01Q + 2 = 20 – 0,05 Q
0,06Q = 18
Q = 18/0,06 = 300
A quantidade de equilíbrio é, portanto,300 unidades do bem X. Substituindo-se na curva da de-
manda, acha-se o preço correspondente (preço de equilíbrio):
P = 20 – (0,05 . 300) = 5
A quantidade a ser ofertada por cada produtor será:
q = Q/100 = 300/100 = 3
Teoria da firma
economia.indb 112 12/03/2012 12:31:19
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113
Introdução à Economia
Fazendo-se os gráfi cos correspondentes:
onde é mostrado que, simultaneamente, atingem-se o equilíbrio de mercado e o de cada produtor 
individual.
5.3.5 EQUILÍBRIO NO LONGO PRAZO
5.3.5.1 LUCROS NORMAIS E EXTRAORDINÁRIOS NO CURTO PRAZO
Os economistas consideram que, além dos custos de produção explícitos (os relacionados com a 
aquisição dos fatores de produção), deve ser incorporada ao cálculo do Custo Total de produção uma 
taxa normal de lucro, correspondente ao custo de oportunidade do fator capital.16
De fato, se empresário empregasse o capital empatado em sua fábrica num uso alternativo como, 
por exemplo, emprestando-o a terceiros no mercado fi nanceiro, ele obteria um determinado retorno. 
Este retorno alternativo denomina-se Custo de Oportunidade do Capital.
Segundo os economistas, este custo de oportunidade (que seria um custo implícito) deve ser adi-
cionado aos Custos Totais de produção da empresa. Como este custo de oportunidade representa 
um retorno normal do capital empregado, se o empresário igualar a Receita Total com o Custo Total 
de produção ele já está obtendo uma determinada taxa de lucro, que é considerada normal. Isto ocor-
rerá quando a empresa igualar a Receita Marginal (= preço) com o Custo Marginal no ponto em que 
este corta a curva de Custo Médio no seu ponto de mínimo, já que, nesse caso, valem as seguintes 
relações:
P = RMg = CMg = Cme e RT = CT.
Caso a Receita Total, no equilíbrio, seja superior ao Custo Total de produção, a empresa estaria 
auferindo lucros extraordinários. Veja os gráfi cos a seguir:
16 Sobre o conceito de custo de oportunidade, consultar o Capítulo 1.
Fazendo-se os gráfi cos correspondentes:
Teoria da fi rma
economia.indb 113 12/03/2012 12:31:19
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Capítulo 05
114
5.3.5.2 LUCRO NORMAL NO LONGO PRAZO
No longo prazo, o equilíbrio da fi rma no mercado de concorrência perfeita também é dado pela 
igualdade entre o preço prevalecente no mercado e o Custo Marginal de produção:
 P = CMgLP
A inexistência de barreiras à entrada de novas fi rmas no mercado faz com que este equilíbrio 
necessariamente se dê no ponto em que o Custo Médio de produção seja mínimo, conforme repre-
sentado no gráfi co abaixo:
uma vez que, se existem empresas no mercado do bem X conseguindo obter lucros extraordiná-
rios no curto prazo (ver subitem precedente), empresas produtoras de outros bens que estão conse-
guindo taxas normais de lucro nos seus ramos de atividade serão atraídas para o mercado do bem X, 
aumentando a oferta e reduzindo o preço de mercado. Esse processo continuaria ocorrendo até que 
a taxa de lucro do mercado do bem X voltasse a níveis normais, ou seja, quando a Receita Total de 
cada produtor igualar seu Custo Total de produção (P=Cme). 
Isto signifi ca que, no longo prazo, o preço do bem X no mercado de concorrência perfeita tende a 
se igualar ao Custo Médio mínimo de sua produção.
5.4 EQUILÍBRIO NO MONOPÓLIO
5.4.1 NO CURTO PRAZO
Os custos da empresa monopolista apresentam o mesmo comportamento que foi analisado para 
uma empresa em concorrência perfeita, já que as condições objetivas que regulam a produção (função de 
produção e preço dos insumos) são as mesmas, independendo do tipo de mercado em que atua a fi rma:
A diferença entre os mercados de concorrência perfeita e monopólio reside no formato da curva de 
demanda pelo produto fabricado pela empresa. No primeiro, conforme já analisado no subitem deste 
Capítulo, a demanda é infi nitamente elástica ao preço de mercado. No segundo, como existe um 
único produtor, a curva de demanda pelo produtor da empresa é a própria curva de demanda do 
mercado, que normalmente apresentará alguma elasticidade-preço.
Teoria da fi rma
economia.indb 114 12/03/2012 12:31:19
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115
Introdução à Economia
Em termos práticos, isto signifi ca que o monopolista, para que o mercado absorva maiores quantida-
des do produto, tem que baixar os preços. Em consequência, a Receita Marginal do monopolista, em 
vez de ser igual ao preço, como na concorrência perfeita, é sempre menor que o preço. O exemplo 
numérico a seguir esclarecerá a questão. Suponhamos que a demanda pelo produto do monopolista 
seja linear e dada pela função abaixo:
QD = 20 – P
Construindo-se uma tabela para cálculo da Receita Total (RT) e da Receita Marginal (RMg) para 
cada nível de quantidade demandada (QD), tem-se que:
Percebe-se que, por exemplo, se o monopolista estiver vendendo 3 unidades do produto ao preço 
unitário de R$ 17,00 e quiser aumentar suas vendas para 4 unidades, ele terá que baixar o preço unitário 
para R$ 16,00, o que lhe acarretará uma Receita Marginal positiva de R$ 13,00 (que é, entretanto, inferior 
ao preço de R$ 16,00).
P QD RT RMg
20 0 0 -
19 1 19 19
18 2 36 17
17 3 51 15
16 4 64 13
15 5 75 11
14 6 84 9
13 7 91 7
12 8 96 5
11 9 99 3
10 10 100 1
 9 11 99 -1
 8 12 96 -3
 7 13 91 -5
 6 14 84 -7
 5 15 75 -9
 4 16 64 -11
 3 17 51 -13
 2 18 36 -15
 1 19 19 -17
 0 20 0 -19
Teoria da fi rma
economia.indb 115 12/03/2012 12:31:20
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Capítulo 05
116
Se a curva de demanda do monopólio for linear, a Receita Marginal será representada por uma reta 
que cruza o eixo dos preços no mesmo lugar da reta de demanda e interceptará o eixo das quantidades 
numa distância equivalente à metade do intercepto da curva de demanda17.
Exemplifi cando para a função demanda QD = 20 – P:
A Receita Marginal praticamente se anula para a quantidade vendida de 10 unidades (que corres-
ponderia à quantidade OA no gráfi co) e torna-se negativa a partir de 11 unidades. A Receita Marginal 
não se anula para QD = 10 pelo fato de estarmos trabalhando, nesse exemplo, com o conceito menos 
preciso de RMg = ∆RT/∆Q, em vez do conceito preciso RMg = dRT/dQ.
O monopólio, à semelhança da empresa em concorrência perfeita, também maximizará lucros 
quando a Receita Marginal da n-ésima unidade igualar o respectivo Custo Marginal. A representação 
gráfi ca do equilíbrio pode ser visualizada a seguir.
A reta de Receita Marginal intercepta a curva de Custo Marginal no ponto B. A quantidade corres-
pondente ao lucro máximo (QE) é portanto, medida no segmento OA . O preço pelo qual será vendido 
o bem X (PE) é equivalente ao segmento AD e o respectivo Custo Médio de produção, ao segmento 
AC. Como PE > CmeE, o monopólio está auferindo lucros extraordinários no curto prazo.
5.4.1.1 EXEMPLO ALGÉBRICO
Suponhamos uma empresa monopolista cuja função de custos seja CT = 2Q2 + 4Q + 20. A demanda de 
mercado é dada pela função P = 40 – Q. 
A quantidade de equilíbrio do monopólio é aquela para qual: 
RMg = CMg
O Custo Marginal (CMg) é obtido derivando-se a função de Custo Total (CT) em relação à quantidade Q:
Cmg = dCT
 dQ
CMg = 4Q + 4
17 Veja demonstração no apêndice.Teoria da fi rma
economia.indb 116 12/03/2012 12:31:20
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117
Introdução à Economia
A Receita Marginal (RMg) é a derivada da função de Receita Total (RT) em relação à quantidade Q. 
Então, tem-se que:
RT = P x Q
P = 40 – Q
RT = (40 – Q) . Q
RT = 40Q – Q2
 dRTRMg = –––– = 40 – 2Q
 dQ
Igualando-se CMg e RMg
4Q + 4 = 40 – 2Q
6Q = 36
Q = 6
O preço de mercado correspondente é:
P = 40 – 6
P = 34
5.4.2 NO LONGO PRAZO
Como existem barreiras à entrada de novas fi rmas no mercado, ao contrário do que ocorre no mercado de 
concorrência perfeita, no monopólio o produtor pode continuar auferindo lucros extraordinários no longo prazo.
5.5 EXCEDENTE DOS PRODUTORES. CONCEITO
A curva de oferta dos produtores, num mercado de concorrência perfeita, corresponde à somatória, para 
cada nível de preço possível no mercado, das curvas de Custo Marginal de cada um deles (veja os subitens 
5.3.4.2 a 5.3.4.4).
O Custo Marginal corresponde, por sua vez, à derivada do Custo Total em relação à Quantidade Produ-
zida. Foi visto no último parágrafo do subitem 5.2.3, que o Custo Marginal independe dos Custos Fixos e, 
por essa razão, corresponde também à derivada do Custo Variável Total em relação à Quantidade Produzida.
A operação de integração, em matemática, corresponde à operação inversa da derivação. Portanto, se 
a derivada do Custo Variável Total é o Custo Marginal, a integral do Custo Marginal é o Custo Variável Total. 
A integral do Custo Marginal dos produtores (ou seja, o Custo Variável Total) de uma determinada quan-
tidade transacionada no mercado corresponde a área que está por baixo da curva de oferta. Veja o gráfi co a 
seguir, onde o Custo Variável Total corresponde à área do polígono ObaQe:
Teoria da fi rma
economia.indb 117 12/03/2012 12:31:20
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Capítulo 05
118
A diferença entre a Receita Total dos produtores e o Custo Variável Total é denominada excedente 
dos produtores. No gráfico, ele é representado pelo triângulo baPE. Observe que o excedente 
dos produtores corresponde ao Lucro Total antes de diminuídos os Custos Fixos de produção. Assim 
sendo, podemos obtê-lo da seguinte maneira:
 Excedente dos Produtores (–) Custos Fixos = Lucro Total dos Produtores;
 ou
 Excedente dos Produtores = Receita Total (–) Custos variáveis totais
APÊNDICE MATEMÁTICO
Subitem 5.1.3
Relação entre Pme e Pmg no Curto Prazo
Se a função de produção de curto prazo for:
 y = f (x1, x2)
onde y = produção
 x1 = fator de produção variável
 x2 = fator de produção fixo
Pme e Pmg serão:
 y
Pme = –––––
 x1
 ∂y
Pmg = –––––
 ∂ x1
Pme é máxima quando:
∂ (y / x1)––––––––– = 0
 ∂ x1
∂ (y / x1) ∂ y 1 1––––––––– = –––––– . –––– y . ––––
 ∂ x1 ∂x1 x1 x1
2
∂ (y / x1) 1 ∂y y––––––––– = –––– ( –––– . –––– ) (1)
 ∂ x1 x1 ∂x1 x1
 1 ∂(y / x1) ∂y y ,Como –––– é um número positivo, –––––––– somente será zero quando –––– = –––– 
 x1 ∂x1 ∂x1 x1
ou seja, quando Pme = Pmg.
 ∂ (y / x1)Da expressão (1), verifica-se também que ––––––––– é maior que zero (portanto, Pme é crescente)
 ∂x1 
quando Pmg > Pme e menor que zero (Pme decrescente) quando Pmg < Pme.
Teoria da firma
economia.indb 118 12/03/2012 12:31:20
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119
Introdução à Economia
Subitem 5.1.4
Rendimentos Crescentes, Constantes e Decrescentes de Escala
Se y = m Kα Lβ, então se for dado um acréscimo proporcional g na quantidade de todos os fatores, ter-se-á:
 y +∆y = m (gK)α (gL)β
 y +∆y = m gα Kα gβ Lβ
 y +∆y = g (α + β) m KαLα
como y = m Kα Lβ, vem:
 y + ∆y = g (α+β) y
 y + ∆y
 ––––––– = g 
(α+β)
 
 y
Como y + ∆y = acréscimo proporcional na produção,
 y
Se α + β = 1, o acréscimo proporcional na produção será igual a g
Se α + β > 1, maior que g
Se α + β < 1, menor que g.
Subitem 5.2.4.1
Relações inversas entre Pme e CVme e entre Pmg e Cmg.
Sabe-se que:
1. Cmg = d CT
 d y
 ∂ y 
2. Pmg = ––––––, onde x1 = insumo variável
 ∂ x1
Por sua vez:
3. CT= PX1. x1 . + PX2 . x2, onde PX1 = preço do insumo variável
 PX2 = preço do insumo fixo
 d CT
logo, ––––– = P x1
 d x1
 d CT
 d CT d x14. –––––– = ––––––
 d y ∂y 
 ∂x1
 d CT P x1Logo: – ––––– = ––––––
 d y ∂y 
 ∂x1
Como PX1 é uma constante positiva, segue-se que o Custo Marginal apresenta comportamento 
inverso ao da Produtividade Marginal do fator variável. De forma similar, pode-se demonstrar o mesmo 
para CVme e Pme. 
Teoria da firma
economia.indb 119 12/03/2012 12:31:21
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Capítulo 05
120
Subitem 5.2.4.2
Relações entre Cme e Cmg
Cme = CT y
Cmg = d CT d y
Cme é mínimo quando:
d CT /y
––––––– = 0
 d y
d CT /y 1 d CT 1
––––––– = ––– . ––––– – CT . ––
 d y y dy y2
d CT /y 1 d CT CT 
––––––– = ––– . ( ––––– – –– ) (1)
 d y y dy y
como 1/y > 0, segue-se que, no ponto de no mínimo de Cme, Cmg = Cme.
Se Cmg > Cme, a expressão (1) é maior que zero, logo Cme é crescente. 
Se Cmg < Cme, a expressão (1) é menor que zero, logo Cme é decrescente.
Subitem 5.3.3.2
Lucro Máximo Quando Rmg = Cmg
Sabe-se que:
LT = RT – CT
para que LT seja máximo, é necessário e suficiente que:
 d LT
1) –––– = 0 
 d y 
 d2 LT
2) –––– < 0 
 d y2 
Como:
d LT d RT d CT
–––– = ––––– – –––––
 d y d y d y
d LT 
–––– = RMg – CMg
 d y 
Por outro lado;
d2 LT d2 RT d2 CT
––––– = ––––– – –––––
 d y2 d y2 d y2
 d2 LT 
para que ––––– <0 , é preciso que:
 d y2 
 d2 CT d2 RT 
–––––– > ––––– 
 d y2 d y2 
 d2 CT ou seja, a taxa de crescimento do Custo Marginal expressa por –––––– deve ser maior que a da
 d y 
 d2 RT 
 Receita Marginal –––––– Como se sabe que RMg é constante na concorrência perfeita, sua taxa de
 d y2 
crescimento é nula, fato que implica que a taxa de crescimento de CMg é positiva, ou seja, que 
o Custo Marginal estará crescendo no ponto de equilíbrio.
Teoria da firma
economia.indb 120 12/03/2012 12:31:21
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121
Introdução à Economia
Subitem 5.4.1
A Receita Marginal no Monopólio
Se a função demanda é linear do tipo:
P = a – b Q
a função Receita Total (RT) será:
RT = P x Q
RT = (a – b Q) . Q
RT = aQ – bQ2
 d RT
Como RMg = –––––– , então
 d Q
RMg = a – 2 bQ
A função RMg corta o eixo das quantidades na metade da distância da função demanda, pois 
quando P = 0:
TESTES DE FIXAÇÃO
Suponha uma função de produção representada pela tabela a seguir e responda às questões 01 a 04:
 TERRA MÃO DE OBRA PRODUÇÃO
fator fi xo fator variável TOTAL
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
 10
 30
 60
 80
 95
102
105
105
 99
 90
 1
 2
 3
 4
 5
 6
 7
 8
 9
10
Teoria da fi rma
economia.indb 121 12/03/2012 12:31:21
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Capítulo 05
122
01. A Produtividade Média da mãode obra quando a produção for 60 será:
a) 60;
b) 20;
c) 15;
d) 30;
e) nenhuma das anteriores.
02. A Produtividade Marginal da mão de obra quando a produção for 102 será:
a) 17;
b) 15;
c) 7;
d) 13;
e) nenhuma das anteriores.
03. A Produtividade Marginal da mão de obra será igual a zero quando a produção for:
a) 30;
b) 99;
c) 102;
d) 105;
e) nenhuma das anteriores.
04. O nível de produção para o qual a Produtividade Média iguala a marginal será:
a) 30;
b) 105;
c) 95;
d) 160;
e) 80;
05. Dada a disponibilidade de fatores Capital (K) = 100 e Trabalho (L) = 144 e a função de produção Y = 1,5 
K0,5 L0,5, onde Y representa o produto, a Produtividade Média da mão de obra, caso ambos os fatores 
sejam plenamente empregados, será:
a) 1,25;
b) 2,50;
c) 1,42;
d) 0,22;
e) nenhuma das anteriores.
06. Supondo uma função de produção com um fator de produção variável e um fixo, pode-se afirmar 
que quando a Produtividade Média do fator variável igualar-se à Produtividade Marginal:
a) a Produtividade Média deste fator está no seu mínimo;
b) a Produtividade Marginal deste fator está no seu máximo;
c) a Produtividade Média deste fator está no seu máximo;
d) nada se pode afirmar;
e) as alternativas b e c estão corretas.
Teoria da firma
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
123
Introdução à Economia
07. Considerando-se os gráfi cos a seguir, que retratam uma função de produção com um insumo 
variável, em que ponto se iniciam os rendimentos decrescentes?
a) no ponto A;
b) no ponto B; 
c) no ponto C;
d) no ponto D;
e) em nenhum deles.
08. Considere uma função de produção do tipo Cobb-Douglas: Y = ALα K1–α, onde Y é o produto, A 
é uma constante, L é trabalho e K é capital. As produtividades marginais do trabalho e do capital 
são dadas, respectivamente, por:
a) α ; 1– α
b) α ALα K–α ; (1-α) ALα-1 K1–α
c) (α–1) ALα Kα ; α ALα–1, K1–α
d) α ALα–1 K1–α ; (1– α) ALα K –α
e) (1– α) ALα Lα ; (1– α) ALα, Kα
09. Dada a função de produção Q = 40 Kα Lβ, onde K é capital e L é o trabalho, se α = β = 0,5, K = 
81 e L = 484, o produto total será igual a:
a) 10.000;
b) 8.960;
c) 7.920;
d) 11.450;
e) 6.340.
10. Utilizando-se os dados da questão anterior, se a quantidade dos fatores de produção fosse do-
brada, o produto total seria:
a) 22.900; 
b) 11.880; 
c) 23.760;
d) 15.840;
e) 20.000.
Teoria da fi rma
economia.indb 123 12/03/2012 12:31:21
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Capítulo 05
124
11. O custo de produção é defi nido como sendo de curto prazo, quando:
a) o período de produção é menor do que um ano;
b) pelo menos um fator é fi xo;
c) todos os fatores são variáveis;
d) os fatores são limitados;
e) todos os fatores são livres.
12. A tradicional curva de custo médio no curto prazo tem a forma de U devido a:
a) Lei das proporções variáveis;
b) Constância do preço do fator variável;
c) Lei das proporções variáveis e a constância do preço do fator fi xo;
d) Lei das proporções variáveis e a constância do preço do fator variável;
e) Constância do preço do fator fi xo;
13. Dividindo-se os custos totais de uma fi rma em fi xos e variáveis e considerando-se que:
1) os primeiros estão associados ao uso invariável de um fator de produção, logo não variam 
com o nível de produção;
2) os últimos variam com o volume de fatores e se alteram com o nível de produção;
Pode-se afi rmar, então, que quando opera a lei dos rendimentos decrescentes;
a) os custos totais médios sempre crescem com o aumento da produção;
b) os custos fi xos médios e os custos variáveis médios sempre aumentam com a expansão da produção;
c) os custos fi xos médios declinam com a expansão da produção, e os variáveis médios primei-
ramente declinam e depois aumentam com a expansão da produção;
d) os custos fi xos médios não se alteram com a expansão da produção, somente os variáveis 
médios diminuem;
e) os custos totais médios são sempre declinantes com o aumento da produção.
14. Uma análise das curvas de custo marginal, custo médio e custo variável médio permite afi rmar 
que, no intervalo em que:
a) a curva de custo marginal é crescente, as curvas de custo médio e custo variável médio 
também são crescentes;
b) a curva de custo marginal é decrescente, a curva de custo médio é crescente, ao passo que 
a curva de custo variável médio é decrescente;
c) a curva de custo marginal é crescente, ela intercepta as curvas de custo variável médio e de 
custo médio nos seus pontos de mínimo;
d) a curva de custo marginal é crescente, ela intercepta somente a curva de custo variável médio 
em seu ponto de mínimo, pois o custo médio é sempre maior que o custo marginal;
e) a curva de custo marginal é decrescente, tanto a curva do custo médio como a do custo 
variável médio são crescentes.
15. Na diagramação em sequência apresentada,
a curva IV representa:
Teoria da fi rma
economia.indb 124 12/03/2012 12:31:22
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125
Introdução à Economia
a) a curva do custo total médio;
b) a curva do custo marginal;
c) a curva do custo fixo médio;
d) a curva somatório da curva do custo marginal mais a curva do custo fixo médio;
e) a curva do custo variável médio.
As questões de 16 a 19 são baseadas nas seguintes informações: no seu nível atual de produção 
de 400 unidades, uma firma sabe que seu custo marginal é $ 4,00. a um nível de produção de 
300 unidades, o custo marginal é de $ 3,00 e igual ao custo total médio. o preço do produto que 
está sendo produzido é de $ 5,00, num mercado de concorrência perfeita.
16. Para maximizar o lucro, a firma:
a) deverá aumentar a produção;
b) deverá manter a produção no seu nível atual;
c) deverá diminuir a produção;
d) precisará de mais informações para saber se deve ou não aumentar a produção;
e) deverá aumentar o preço.
17. A 400a unidade adiciona ao Lucro Total:
a) $ 5,00;
b) $ 4,00; 
c) $ 2,00;
d) $ 1,00;
e) $ 0,50.
18. Se a firma operasse no nível de produção onde o custo total médio seja mínimo, o lucro seria (em $):
a) 300,00;
b) 400,00;
c) 600,00;
d) positivo, mas as informações são insuficientes para determinar o nível exato;
e) zero.
19. A firma estará em equilíbrio a curto prazo, quando:
a) estiver maximizando lucro;
b) custo marginal = receita marginal;
c) custo marginal = $ 5,00;
d) todas as afirmações acima estão corretas;
e) nenhuma das afirmações acima está correta.
20. O custo marginal de uma empresa que opera em concorrência perfeita é expresso pela função 
CMg = 3x2 – 12x + 25, sendo CMg o custo marginal de produção e x a quantidade produzida e o 
preço do produto é $ 40,00. A produção de lucro máximo a curto prazo para esta empresa é de:
a) 5 unidades;
b) 6 unidades; 
c) 7 unidades;
d) 8 unidades;
e) 15 unidades.
Teoria da firma
economia.indb 125 12/03/2012 12:31:22
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Capítulo 05
126
21. Observe a tabela a seguir e assinale a afi rmação que mais se associa a ela:
 CUSTOS DE CURTO PRAZO DE UMA EMPRESA HIPOTÉTICA
Quant. Custo Custo Custo Custo Custo Custo Variável
 Fixo Variável Total Marginal Médio Médio
0
1
2
3
4
5
35
35
35
35
35
35
 -
24
40
60
85
115
35
59
75
95
120
150
-
24
16
20
25
30
-
59
38
32
30
30
-
24
20
20
21
23
a) se o preço de mercado do produto dessa empresa for 21, ela irá produzir 4 unidades;
b) se o preço de mercado for 20, a empresa operará em suas melhores condições se produzir 
apenas 2 unidades;
c) se o preço de mercado for 23, a empresa obterá seus melhores resultados produzindo 5 
unidades, alcançando assim o máximo de sua capacidade;
d) se o preço de mercado for 25, a empresa terá lucros que lhe permitirão elevar a capaci-
dade produtiva;
e) se o preço de mercado se situar entre 25 e 30, a empresa irá produzir entre 4 e 5 unidades.
22. Para se determinar os custos de uma empresa em concorrênciaperfeita é necessário conhe-
cer-se apenas:
a) o preço dos fatores variáveis e fi xos;
b) a função produção;
c) a função produção e o preço dos fatores variáveis;
d) a função produção e o preço dos fatores variáveis e fi xos;
e) a função produção e o preço dos fatores fi xos.
23. De acordo com a teoria microeconômica, uma diferença básica entre a fi rma que opera em con-
corrência perfeita e a fi rma que opera como monopolista é:
a) o monopolista não pode cobrar um preço que lhe proporcione um lucro substancial, ao passo 
que o concorrente perfeito sempre pode;
b) o concorrente perfeito pode vender quanto queira a determinado preço, enquanto o monopolista 
tem que reduzir seu preço, sempre que quiser qualquer aumento de suas vendas;
c) a elasticidade da procura diante do monopolista tem um valor maior do que a elasticidade da 
procura frente ao concorrente perfeito;
d) o monopolista procura maximizar lucros, enquanto que o concorrente perfeito procura igualar o 
preço ao custo médio;
e) o monopolista apresenta uma curva de custo médio sempre decrescente, enquanto que o 
concorrente perfeito não apresenta nenhuma curva de custos.
24. Admitida a situação a seguir diagramada como traduzindo a produção de equilíbrio da empresa sob 
concorrência perfeita no curto prazo, qual o nível de produção que maximizará o Lucro Total?
Teoria da fi rma
economia.indb 126 12/03/2012 12:31:22
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127
Introdução à Economia
Onde: RT = Receitas Totais
 CT = Custos Totais
a) No nível de produção A;
b) No nível de produção B;
c) No nível de produção C; 
d) No nível de produção D;
e) No nível de produção E.
25. Uma fi rma em concorrência imperfeita se distingue de uma fi rma em concorrência perfeita porque 
sua(s) curva(s) de:
a) custo marginal é ascendente;
b) custo marginal é descendente;
c) receita marginal é ascendente; 
d) receita marginal é descendente;
e) custo e receita marginais coincidem.
26. Uma empresa em concorrência perfeita tem sua estrutura de custos definida pela função 
CT = 4Q2 + 60 Q + 56.
Supondo que o preço de mercado de seu produto seja 300, esta empresa ofertará no mercado, 
por período de tempo:
a) 30 unidades;
b) 40 unidades; 
c) 52 unidades;
d) 26 unidades;
e) 20 unidades.
27. Uma empresa monopolista tem seus custos e sua demanda representados pelo gráfi co seguinte:
Se a Companhia decidir obter o maior lucro possível, o preço deverá ser fi xado em:
a) OB;
b) OC; 
c) OA; 
d) OF; 
e) OG.
Teoria da fi rma
economia.indb 127 12/03/2012 12:31:22
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Capítulo 05
128
28. A intervenção do governo pode reduzir os lucros do monopólio impondolhe um imposto unitário. 
Neste caso, no curto prazo, o monopólio transfere parte da carga desta nova taxa unitária para o 
consumidor, na forma de um preço maior e uma menor produção da mercadoria.
Traduzindo-se este acréscimo tributário como um novo Custo Variável, o que ocorrerá com as 
curvas de Custo Médio (CMe) e de Custo Marginal (CMg) do monopólio em questão?
a) Ambas (CMe e CMg) permanecem inalteradas;
b) Ambas (CMe e CMg) deslocam-se para baixo;
c) Ambas (CMe e CMg) deslocam-se para cima;
d) A CMe desloca-se para cima e a CMg desloca-se para baixo;
e) A CMe desloca-se para baixo e a CMg desloca-se para cima.
29. Um monopolista tem, respectivamente, as seguintes curvas de demanda e Custos Totais de Produção:
P = 2.000 - 10Q e
CT = 10.000 + 50 Q + 5 Q²
onde: P = preço
 Q = quantidade
 CT = Custos Totais de Produção
A quantidade vendida que maximiza o lucro do monopolista é:
a) 100; 
b) 65; 
c) 13; 
d) 195; 
e) 92.
30. Utilizando os dados da questão 29, o Lucro Total máximo do monopolista é (em $):
a) 87.750; 
b) 42.250; 
c) 34.375;
d) 21.125; 
e) 53.375.
Utilize as informações a seguir para responder as questões nº 31 a 33
Um mercado em concorrência perfeita tem 1.000 empresas com a mesma
curva de Custo Total (CT), dada pela função:
 
 CT = 10 + 3 q + q2
onde:
q = Quantidade Produzida por cada empresa.
A curva de demanda de mercado é dada pela função:
 P = 21 – 0,001 Q
onde:
P = preço de mercado
Q = quantidade demandada no mercado.
31. O preço de equilíbrio de mercado é:
a) 6;
b) 9;
c) 12; 
d) 15;
e) 18.
32. A quantidade ofertada por cada uma das 1.000 empresas no equilíbrio será:
a) 6;
b) 9;
c) 12; 
d) 18;
e) 26.
Teoria da firma
economia.indb 128 12/03/2012 12:31:22
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129
Introdução à Economia
33. O Lucro Total de cada empresa corresponderá a:
a) 6;
b) 12;
c) 18;
d) 21;
e) 26.
34. Considere uma indústria perfeitamente competitiva, formada por 100 fi rmas iguais que produzem 
um produto homogêneo, usando a mesma tecnologia. O custo marginal de cada fi rma é dado pela 
expressão: CMg = 10 + 2q, onde q é a quantidade produzida pela fi rma. Assumindo que Q é a 
quantidade ofertada pela indústria como um todo, e p, o preço cobrado pelo produto, a curva de 
oferta da indústria será representada pela função:
a) Q = 200 p + 1.000;
b) Q = 50 p – 500;
c) Q = 5 p + 100;
d) Q = 2 p + 1.000;
e) Q = 0,5 p – 5.
35. Dada a curva de demanda enfrentada por uma empresa monopolista, para níveis de demanda 
diferentes de zero, a receita marginal sempre será:
a) superior à receita média;
b) superior ao custo marginal;
c) inferior à receita média;
d) igual à receita média;
e) inferior ao custo marginal.
36. Se uma empresa opera em um mercado de concorrência perfeita, a curva de demanda com a 
qual ela se defronta é:
a) horizontal, isto é, perfeitamente inelástica;
b) horizontal, isto é, perfeitamente elástica;
c) vertical, isto é, perfeitamente inelástica;
d) vertical, isto é, perfeitamente elástica;
e) negativamente inclinada e com baixa elasticidade-preço.
37. Com o intuito de maximizar seus lucros, uma fi rma deve escolher o nível de produto onde
a) o custo médio é mínimo;
b) o custo variável médio é mínimo;
c) o custo variável médio é igual ao preço;
d) o custo marginal é igual à receita marginal;
e) o custo marginal é mínimo.
38. 
Teoria da fi rma
economia.indb 129 12/03/2012 12:31:23
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 05
130
O gráfi co anterior apresenta as curvas de custo variável médio (Cvme) e de custo fi xo médio (Cfme) 
de uma fi rma. Considerando as informações apresentadas, a quantidade de produto que proporciona 
o menor custo total médio é:
a) menor que 100;
b) igual a 100;
c) maior que 100, porém menor que 500;
d) igual a 500;
e) maior que 500.
39. A função de produção de uma empresa é dada por q = 2 x3 – x2, onde x ≥ 1 é o número de horas 
trabalhadas e q é o número de unidades de produto. O valor da Produtividade Marginal do trabalho 
quando x = 4 horas trabalhadas é:
a) menor que 10;
b) maior que 10 e menor que 50;
c) maior que 50 e menor que 100;
d) maior que 100 e menor que 150;
e) maior que 150.
40. O gráfi co abaixo apresenta a curva de custo médio de longo prazo de uma empresa, com o intervalo 
de produção dividido em três partes (I, II e III). A produção apresenta economias de escala na(s) parte(s)
a) I 
b) II
c) III 
d) I e II
e) II e III
 GABARITO
 1. B 2. C 3. D 4. E 5. A
 6. C 7. B 8. D 9. C 10. D
11. B 12. D 13. C 14. C 15. B
16. A 17. D 18. C 19. D 20. A
21. E 22. D 23. B 24. C 25. D
26. A 27. A 28. C 29. B 30. E
31. D 32. A 33. E 34. B 35. C
36. B 37. D 38. E 39. C 40. A
Teoria da fi rma
economia.indb 130 12/03/2012 12:31:23
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Capítulo 6
A fixação dos preços em mercados
competitivos e não competitivos: 
a abordagem do mark up
Críticas à abordagemmarginalista. 
Constância do custo
Variável médio no intervalo de produção relevante. 
Determinação do break-even point. Fixação de preço com base no mark up.
6.1 CRÍTICAS À ABORDAGEM DA MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS COM BASE NO CUSTO MARGINAL
Conforme se viu no Capítulo precedente, a teoria econômica convencional está assentada no 
princípio de que as empresas procuram maximizar seus lucros produzindo a quantidade n tal que a 
Receita Marginal iguale o Custo Marginal dessa n-ésima unidade.
Na concorrência perfeita, o preço é determinado pelo mercado e cabe a cada empresa, em parti-
cular, decidir apenas a quantidade que produzirá de modo a maximizar seu lucro.
No monopólio, a empresa determina simultaneamente o preço que irá praticar e a quantidade que 
irá produzir para que seus lucros sejam os maiores possíveis.
A teoria do equilíbrio da firma, com base na análise marginal, resumida nos parágrafos anteriores, 
embora inatacável do ponto de vista do rigor formal, tem sofrido muitas críticas de economistas que 
argumentam que seus pressupostos não correspondem à realidade dos fatos.
Uma das críticas é que a maioria das empresas, na prática, não faz estimativasdo Custo Marginal1. 
De fato, a análise microeconômica tradicional assume quetanto a produção quanto os custos margi-
nais variam continuamente (a famosacurva na forma de U referida no Capítulo 5) e, seguramente, não 
é fácil estimaresta função de produção contínua e os custos a ela associados.
Um outro ponto importante a ser destacado é que toda essa teoria damaximização dos lucros 
depende particularmente da hipótese de que o Custo Marginal é crescente. Como será demonstrado 
a seguir, caso o Custo Marginal seja constante e inferior ao preço de venda, não haverá, dentro de 
um intervalo de produção relevante, limites ao crescimento dos lucros. Nesse caso, as empresas não 
estariam interessados em maximizar os lucros, mas sim em aumentar seu volume de vendas e elevar 
sua participação no mercado em que atuam.
6.2 UMA TEORIA ALTERNATIVA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO: A CONSTÂNCIA DO 
 CUSTO VARIÁVEL MÉDIO.
Uma forma alternativa de representar o comportamento dos Custos de Produção de uma em-
presa é supor que, num determinado intervalo de produção relevante, a produtividade dos fatores de 
1 Uma pesquisa pioneira sobre o assunto foi desenvolvida por R. L. Hall e C. J. Hitch na Universidade de Oxford nos anos precedentes à 2ª Guerra Mundial, 
cujos principais resultados estão sumarizados em Price Theory and Business Behavior, Oxford Economic Papers, 1939. Veja também a respeito, o livro 
de Paolo Sylos Labini, famoso economista italiano, Oligopólio e Progresso Técnico, Coleção Os Economistas, da Editora Nova Cultural.
131
Introdução à Economia
economia.indb 131 12/03/2012 12:31:23
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 06
132
produção variáveis e, consequentemente, os Custos Variáveis Médios, são constantes 2. A formaliza-
ção desse modelo está resumida a seguir:
Os Custos de Produção 3 da empresa são divididos em dois grupos:
a) Custos Variáveis - são os custos atribuíveis diretamente aos produtos e que são supostos variar 
proporcionalmente ao nível de produção num intervalo relevante. São, por exemplo, os gastos com 
as matérias-primas e com a mão de obra empregada diretamente na produção. O total destes 
custos é denominado Custo Variável Total (CVT). 
b) Custos Fixos - são os custos comuns à produção de vários produtos e que somente podem ser 
a eles atribuídos mediante um critério de rateio. São supostos invariáveis em relação ao nível de 
produção. Exemplo: gastos com aluguel da fábrica e com o pagamento de serviços de limpeza e 
de segurança. O total destes custos é denominado Custo Fixo Total (CFT).
O gráfi co a seguir demonstra o comportamento destes custos em relação ao nível de produção:
O Custo Variável Total (CVT) muda proporcionalmente ao nível de produção. Caso nada se produ-
za, o CVT é nulo. O CVT correspondente à produção, por exemplo, de 6 unidades é, respectivamente, 
o dobro e o triplo dos correspondentes à produção de 3 unidade e de 2 unidades. 
O Custo Fixo Total (CFT) mantém-se o mesmo qualquer que seja o nível de produção da empresa. 
Assim, por exemplo, quer a empresa nada produza ou produza bastante, o gasto com o aluguel do 
imóvel da fábrica será o mesmo. 
O Custo Total (CT) da empresa corresponde à soma do Custo Variável Total com o Custo Fixo Total:
CT = CFT + CVT
Dividindo-se a expressão acima pela Quantidade Produzida q, tem-se:
CT = CFT + CVT
 q q q
ou
Cme = CFme + CVme
onde:
Cme = Custo Total Médio ou apenas Custo Médio
CFme = Custo Fixo Médio
CVme = Custo Variável Médio
2 Essa, de fato, é a abordagem utilizada pela Contabilidade de Custos no chamado Custeio Variável. Consultar a respeito, o livro dos autores, de igual 
nome, Capítulos 4 e 8.
3 O termo Custos de Produção é utilizado pelos contadores como sinônimo de todos os gastos ocorridos com a produção física dos bens. Os gastos 
ocorridos na etapa de comercialização dos bens são denominados despesas (veja a respeito o livro Contabilidade de Custos, citado, Capítulo 3). 
Entretanto, os economistas não costumam fazer tal distinção, de forma que esta expressão será utilizada nesse Capítulo para designar todos os 
gastos necessários à produção e comercialização dos bens.
A Fixação dos Preços em Mercados Competitivos e não Competitivos: A Abordagem do Mark Up
economia.indb 132 12/03/2012 12:31:23
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
133
Introdução à Economia
O comportamento de tais custos pode ser expresso grafi camente da forma abaixo:
O Custo Fixo Médio (CFme) é decrescente, pois os custos fi xos totais se diluem à medida que a 
Quantidade Produzida aumenta.
O Custo Variável médio (CVme) é constante, pois o Custo Variável Total é suposto variar proporcio-
nalmente com o nível de produção. Assim, se temos que gastar o dobro de matéria-prima para dobrar 
o nível de produção, o gasto de matéria-prima por unidade produzida é fi xo.
O leitor está convidado a comparar os gráfi cos de Custos de Produção deste Capítulo com os 
do Capítulo 5, subitem 5.2.4, e verifi car a diferença existente entre eles. A razão da diversidade entre 
as curvas está na suposição da constância do Custo Variável Médio e, portanto, do Custo Marginal.
6.3 O EQUILÍBRIO DA FIRMA NUM MERCADO COMPETITIVO. O BREAK-EVEN POINT.
Suponhamos uma empresa que vá atuar num mercado competitivo, de tal forma que ela terá de 
aceitar o preço deste mercado como um dado. Seu objetivo imediato será o de produzir e vender uma 
quantidade que, no mínimo, garanta que sua Receita Total seja igual ao Custo Total (em que, portanto, 
não aufi ra lucro mas que também não incorra em prejuízo) denominada de break-even point (ponto 
em que as receitas e custos e igualam).
O preço de mercado do produto fabricado pela empresa é $ 20. Logo, a Receita Total (RT) da 
empresa será $ 20 multiplicado pela Quantidade Produzida:
RT = 20 Q
Os Custos Fixos Totais da empresa equivalem a $ 120. Logo:
CFT = 120
O Custo Variável Médio da empresa é de $ 16. Logo, o Custo Variável Total será $ 16 multipli-
cado pela Quantidade Produzida:
CVT = 16 Q
A quantidade de equilíbrio (Q*) pode ser determinada grafi camente como sendo a quantidade 
correspondente à intersecção das retas da Receita Total (RT) e Custo Total (CT).
Exemplo
A Fixação dos Preços em Mercados Competitivos e não Competitivos: A Abordagem do Mark Up
economia.indb 133 12/03/2012 12:31:24
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Capítulo 06
134
Algebricamente 4, Q* corresponde à quantidade que iguala RT e CT:
RT = CT
20 Q = 120 + 16 Q
20 Q – 16 Q = 120
4 Q = 120
Q* = 30 unidades
De fato, se Q = 30:
RT = 20 x 30 = 600
CFT = 120
CVT = 16 x 30 = 480
LT (Lucro Total) = RT – CT
 = 600 – 120 – 480 = 0
A empresa, produzindo e vendendo 30 unidades, não tem lucro nem prejuízo.Se produzir e vender 
uma quantidade maior que 30, auferirá lucros e se menor que 30, prejuízos:
Observe que, para que haja o break-even point, é necessário que a reta da Receita Total seja 
mais inclinada, em relação à origem dos eixos, que a reta do Custo Total. Isto implica que o preço de 
mercado (P) seja maior que o Custo Variável Médio (CVme), ou seja, que a Margem de Contribuição 
Unitária (MCu ) seja positiva:
Preço de Mercado (P)
(–) Custo Variável Médio (CVme ) 
(=) Margem de Contribuição Unitária (MCu)
A Margem de Contribuição Unitária corresponde à diferença positiva entre P e CVme e, conceitual-
mente, representa o quantum monetário obtido na venda de cada unidade do produto que a empresa 
poderá utilizar para amortizar os Custos Fixos e auferir lucros.
4 Uma demonstração algébrica genérica é dada no apêndice a este Capítulo.
Notas
1. Este modelo representa mais adequadamente, a nosso ver, a situação de uma empresa nova 
num mercado competitivo em que ela é tomadora de preços (price taker) do que o modelo de 
concorrência perfeita abordado no Capítulo anterior.
2. É claro que a resultante imediata deste modelo é que há o interesse da empresa em expandir o 
máximo possível sua produção e vendas, já que isto implica lucros totais maiores. Entretanto, 
há fatores limitativos a esta conclusão simplista: um deles é a capacidade produtiva da empresa, 
cuja expansão tem como consequência o aumento dos Custos Fixos e a modifi cação do 
break-even point para uma quantidade maior; o outro fator é que, ocorrendo uma grande expan-
são da empresa, ela passa, pelo seu volume de produção e vendas, a infl uenciar na fi xação do 
preço de mercado e deixa de ser tomadora de preços.
A Fixação dos Preços em Mercados Competitivos e não Competitivos: A Abordagem do Mark Up
economia.indb 134 12/03/2012 12:31:24
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
135
Introdução à Economia
6.4 O EQUILÍBRIO DA FIRMA NUM MERCADO NÃO COMPETITIVO. A FIXAÇÃO 
DO PREÇO PELO CRITÉRIO DO MARK UP.
Se a empresa atua num mercado não competitivo, ela pode fixar autonomamente o preço de seu 
produto.
A fixação do preço será feita com base no Custo Variável Médio adicionado de uma porcentagem 
sobre este custo, denominada de mark up, cuja finalidade será a de propiciar uma Margem de Contri-
buição Unitária positiva de tal forma que a empresa possa amortizar seus Custos Fixos e obter lucro:
P = CVme (1 + m)
onde:
m = porcentagem do mark up
CVme = $ 50
m = 100%
P = 50 (1 + 100%)
P = 50 . 2
P = 100
P =100
( – ) CVme = (50)
( = ) MCu = 50
6.4.1 DETERMINAÇÃO DO MARK UP
A análise dos fatores determinantes da porcentagem de mark up é muito complexa e foge do 
escopo introdutório deste livro5. 
Entretanto, a título de ilustração, pode-se citar dois fatores que influenciam a determinação 
do mark up:
1) O tamanho da planta da empresa e o volume de Custos Fixos a ela associados. De fato, 
parece, lógico que, quanto maior o volume de Custos Fixos a amortizar, maior deverá ser a 
porcentagem do mark up6.
2) A elasticidade-preço da demanda do mercado (Epd). Quanto menor Epd, ou seja, quanto mais 
inelástica for a demanda do produto, é lícito supor que a empresa poderá fixar maiores porcen-
tagens de mark up, já que os consumidores têm grande necessidade do produto e preços mais 
elevados implicam receitas totais mais expressivas.
APÊNDICE MATEMÁTICO
DETERMINAÇÃO ALGÉBRICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO EM UNIDADES E EM MOEDA 
CORRENTE
Chamando de:
Pv = Preço de Venda
Q = Quantidade vendida
CF = Custo Fixo
CVu = Custo Variável Unitário (ou Custo Variável Médio)
MCu = Margem de Contribuição Unitária = Pv – CVu
5 O leitor interessado deve consultar o livro de Sylos Labini citado na nota de rodapé n. 1, onde é feito um estudo pormenorizado do tema. Também é 
recomendável a leitura do livro de Alfred Eichner, The Megacorp Oligopoly: Micro Foundations of Macro Dynamics, Cambridge University Press.
6 Esta observação foi feita por Michal Kalecki, Teoria da Dinâmica Econômica - Capítulo 1, Coleção Os Pensadores - Abril Cultural.
Exemplo
A Fixação dos Preços em Mercados Competitivos e não Competitivos: A Abordagem do Mark Up
economia.indb 135 12/03/2012 12:31:24
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 06
136
Tem-se que:
RT = Pv . Q
CT = CF + (CVu . Q)
No break-even point, RT = CT, logo:
Pv . Q = CF + (CVu . Q)
Pv . Q – CVu . Q = CF
Colocando Q em evidência:
Q (Pv – CVu) = CF
Q . MCu = CF
Q = CF/MCu
O Ponto de Equilíbrio (PE), em unidades, resulta da divisão do Custo Fixo pela Margem de Con-
tribuição Unitária.
De fato, se Pv = $ 15 e CVu = $ 10, cada unidade produzida e vendida contribui com $ 5 para o 
resultado da empresa. Caso os Custos Fixos sejam iguais a $100, há a necessidade de se vender 
$100 ÷ $5 = 20 unidades do produto para se recuperar o valor dos mesmos e começar a dar lucro.
Para se achar o PE em $, basta multiplicar o PE em quantidade pelo preço de venda:
PE ($) = PE (Q) . Pv
PE ($) = CF . Pv
 MCu
ou rearranjando:
PE ($) = CF ÷ (MCu ÷ Pv) = CF 
 MCu/Pv
O ponto de Equilíbrio, em $, resulta da divisão do Custo Fixo pela porcentagem que a Margem de 
Contribuição Unitária representa do Preço de Venda. De fato, no exemplo citado anteriormente, a MCu 
de $ 5 representa 1/3 do Preço de Venda ($ 15). Logo,
PE ($) = $ 100 = $ 100 x 3 = $ 300
 1/3
que é o mesmo resultado que chegaríamos multiplicando as 20 unidades correspondentes ao PE 
em quantidade pelo Preço de Venda ($ 15).
TESTES DE FIXAÇÃO
As informações a seguir deverão ser utilizadas para responder os exercícios
de 01 a 06:
• Preço do bem num mercado competitivo : $ 50,00
• Composição do Custo Variável Médio:
- Material Direto .......................... $ 10,00 por unidade
- Mão de Obra Direta .................... $ 8,00 por unidade
• Custo Fixo Total : R$ 2.080,00
A Fixação dos Preços em Mercados Competitivos e não Competitivos: A Abordagem do Mark Up
economia.indb 136 12/03/2012 12:31:24
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137
Introdução à Economia
01. O break-even point da empresa corresponde à Quantidade Produzida de (em unidades):
a) 50;
b) 52; 
c) 41;
d) 65;
e) 100.
02. A Receita Total da empresa no break-even point corresponde a (em $):
a) 2.600,00;
b) 2.050,00; 
c) 3.250,00; 
d) 5.000,00;
e) 2.050,00.
03. A Margem de Contribuição Unitária é de (em $):
a) 40,00;
b) 32,00;
c) 50,00;
d) 42,00;
e) 2.080,00.
04. Caso a empresa produza 100 unidades do bem, o seu Lucro Total será de (em $):
a) 1.120,00;
b) 560,00; 
c) 2.920,00;
d) 1.920,00;
e) zero.
05. Se a empresa aumentar sua produção de 100 para 150 unidades do bem, o aumento de seu lucro 
será de (aproximadamente):
a) 50%; 
b) 98%; 
c) 26%; 
d) 305%;
e) 143%.
06. Se a empresa aumentar a sua produção de 150 para 225 unidades, o aumento de seu lucro será 
de (aproximadamente):
a) 188%; 
b) 143%; 
c) 88%;
d) 100%;
e) 48%.
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economia.indb 137 12/03/2012 12:31:24
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Capítulo 06
138
07. Se uma empresa monopolista absoluta na produção do bem X for constrangida a pagar ao go-
verno, como tributo, uma quantia fixa por período de tempo, independentemente da Quantidade 
Produzida de X no período (responda na ótica da análise marginalista):
a) Reduzirá a produção e aumentará o preço de venda;
b) Manterá inalterados a Quantidade Produzida de X e o preço de venda, não transferindo o 
tributo ao consumidor;
c) Transferirá integralmente o tributo ao consumidor, dados os poderes de mercado que detém.
d) Manterá inalterado o preço e reduzirá a produção;
e) Manterá a produção inalterada e aumentará o preço de venda na medida da divisão do tributo 
pelovolume da produção.
08. Responda à questão n. 7, assumindo-se que a empresa monopolista fixe seus preços com base 
no mark up e que a curva de demanda de seus produtos seja algo elástica.
GABARITO
1. D 2. C 3. B 4. A 
5. E 6. C 7. B 8. A
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economia.indb 138 12/03/2012 12:31:24
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Contabilidade nacional
Capítulo 7
7.1 CONTABILIDADE NACIONAL E A MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Neste Capítulo, iniciamos o estudo da Macroeconomia. Conforme já definido no Capítulo 1, a 
Macroeconomia estuda o funcionamento da economia como um todo e seu objetivo é identificar e 
medir as variáveis que determinam o volume da produção total de bens e serviços, o nível de emprego 
e o nível geral de preços do sistema econômico.
Enquanto a Microeconomia lida com as decisões individuais de produtores e consumidores, a 
Macroeconomia trata do somatório das transações que são realizadas pelas entidades que intervêm no 
processo produtivo da economia. Estes somatórios são denominados de Agregados e as entidades 
que realizam as transações, de Agentes Econômicos.
A Contabilidade Nacional é o ramo da Macroeconomia que tem por objeto de estudo as técnicas 
de mensuração da atividade econômica como um todo, ou seja, a mensuração dos Agregados.
7.1.1 OS AGENTES ECONÔMICOS
As entidades que realizam as transações econômicas são classificadas em quatro grandes categorias: 
Empresas, Famílias, Governo e o Resto do Mundo.
As empresas são as entidades produtoras de bens e serviços. Para efetuar suas atividades produ-
tivas, as empresas compram os serviços dos fatores de produção (terra, trabalho e capital), pagando por 
eles uma remuneração. Numa economia de mercado, o objetivo das empresas é a obtenção de lucros.
As famílias são as entidades que fornecem os serviços dos fatores de produção às outras en-
tidades, recebendo em troca uma remuneração pelo seu uso. Conforme já explicado no Capítulo 1, 
a empresa (unidade produtora) é um agente econômico distinto do capitalista (seu proprietário, sócio 
ou acionista), que faz parte das famílias. Os proprietários de empresas individuais e os profissionais 
liberais autônomos participam simultaneamente dos dois grupos; enquanto unidades produtoras 
fazem parte das empresas e enquanto proprietários do fator de produção de capital, das famílias.
O governo é constituído pelos órgãos da chamada Administração Direta, seja em nível federal, 
estadual e municipal, que prestam serviços que são consumidos pela coletividade em conjunto, tais 
como os referentes à defesa da soberania nacional, à administração da justiça, à educação gratuita etc. 
O governo não tem por objetivo auferir lucro ao proporcionar estes serviços e, por isto, as empresas 
Mensuração da atividade econômica. 
As óticas do produto, renda e despesa. 
Diferentes conceitos do produto: produto bruto e líquido, produto interno e 
nacional, a custo de fatores e a preço de mercado. 
Renda nacional, renda pessoal e renda pessoal disponível. 
Carga tributária bruta e líquida. 
Produto real e produto nominal. 
Esquema das contas nacionais. Contas nacionais do Brasil. 
139
Introdução à Economia
economia.indb 139 12/03/2012 12:31:24
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 7 Contabilidade Nacional
140
públicas e as sociedades de economia mista, das quais o governo seja sócio ou acionista, por visarem 
lucro, são incluídas entre as empresas.
O resto do mundo compreende todas as entidades que pratiquem atos econômicos com o 
país para o qual se está elaborando a Contabilidade Nacional e que tenham sua residência fora das 
fronteiras geográficas deste.
7.2 PRODUTO, RENDA E DESPESA 
Três Agregados Macroeconômicos são muito importantes: o Produto, a Renda e a Despesa.
O Produto corresponde ao valor total de bens e serviços finais que foram produzidos pela so-
ciedade num determinado intervalo de tempo1.
Por produção, entende-se qualquer atividade que aumente o valor de um bem ou serviço já 
existente. Desse modo, considera-se produção não somente a transformação de uma matéria-prima 
num produto novo, mas também as atividades comerciais e de prestação de serviços em geral, 
inclusive as de intermediação financeira. 
Por outro lado, não são consideradas no cálculo do Produto as transações que envolvam troca 
de ativos que não tenham sido produzidos no período corrente, como, por exemplo, prédios ou au-
tomóveis usados.
Bens e serviços finais são aqueles que irão satisfazer diretamente as necessidades de seus 
usuários2, não sendo utilizados como insumos na produção de outros bens3.
A Renda corresponde ao somatório das remunerações recebidas pelos proprietários dos fatores 
de produção como retribuição pela utilização de seus serviços nas atividades produtivas.
A Despesa é o total dos gastos efetuados pelos agentes econômicos na aquisição dos bens e 
serviços finais produzidos pela sociedade. 
Uma identidade fundamental na Contabilidade Nacional é a de que:
PRODUTO = RENDA = DESPESA
Para entendermos como é feita a mensuração destes agregados macroeconômicos, bem como 
para verificarmos a identidade fundamental, recorreremos a um exemplo bastante simplificado da 
economia de um país4.
As hipóteses simplificadoras serão as seguintes:
1) Inexistência de governo e de transações econômicas com outros países; no jargão da teoria 
econômica, isto equivale a dizer que a economia é fechada e sem governo;
2) Existência de apenas três empresas (A,B,C) na economia;
3) As empresas vendem toda a sua produção seja aos consumidores ou a outras empresas; ou 
seja, tudo que é produzido é vendido, o que equivale a dizer que não há variação do nível 
de estoques5 da economia;
4) Os proprietários dos fatores de produção gastam toda a sua renda na aquisição de bens de 
consumo, ou seja, não há poupança.
1 Os agregados são fluxos, ou seja, grandezas que devem ser medidas em um período de tempo a ser convencionado. Pode ser ano, semestre, trimestre, 
mês etc, porém a medida usual é o ano.
2 Denominados usuários finais.
3 Bens utilizados como matérias-primas na produção de outros bens são denominados bens intermediários.
4 A Contabilidade Nacional, na economia real, lida com milhares de transações entre os agentes econômicos. Entretanto, para podermos visualizar os 
agregados, temos que recorrer a simplificações da realidade.
5 Se a produção for maior do que as vendas, os estoques de mercadorias do final do período serão maiores que os do início do período. Isto é chamado 
de variação positiva de estoques. Se ocorrer o inverso, haverá variação negativa de estoques.
economia.indb 140 12/03/2012 12:31:25
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
141
Introdução à Economia
As demonstrações de resultado6 das empresas estão reproduzidas a seguir:
A Empresa A não compra nenhum bem intermediário para efetuar sua produção. Toda sua pro-
dução no período é vendida para a Empresa B. Dos $ 200 de receita obtida, $ 150 são utilizados para 
pagamento de salários, juros e aluguéis e $ 50 constituem o lucro da empresa. Embora este último 
não constitua necessariamente um pagamento (no sentido de desembolso monetário) aos fatores de 
produção, pois pode não ser distribuído aos sócios, assumiremos por ora a hipótese de que o seja 
na sua totalidade.
A Empresa B utiliza os bens que adquire da Empresa A para fabricar os seus produtos. Efetua 
vendas à Empresa C no valor de $ 220 e aos consumidores finais7 no valor de $ 160, perfazendo um 
total de $ 380. Descontado o valor das compras junto à A, da receita de vendas sobram $ 180, que 
constituem pagamento aos proprietários dos fatores de produção ($ 90 de salários, $ 10 de juros, $ 
15 de aluguéis e $ 65 de lucros).
6 Demonstração contábil onde sãocotejadas as receitas e despesas de uma empresa. Se as receitas forem maiores que as despesas, a empresa auferiu 
lucro. Caso ocorra o contrário, incorreu em prejuízo.
7 A palavra final é usada aqui no sentido de que o bem, ao ser vendido ao consumidor, em princípio não circula mais no sistema econômico, uma vez 
que se destina a satisfazer os desejos e necessidades daquele. Mesmo que um bem de consumo possa ser vendido, em segunda mão, a um outro 
consumidor, o grupo famílias continua sendo o usuário final do bem.
EMPRESA A 
DESPESAS RECEITAS
Pagamentos a fatores de produção: Vendas à Empresa B 200
Salários 100 
Juros 30 
Aluguéis 20 
Lucro 50 
Total 200 Total 200
 EMPRESA B 
DESPESAS RECEITAS
Compras da Empresa A 200 Vendas à Empresa C 220
Pagamentos a fatores de produção: Vendas aos consumidores finais 160
Salários 90 
Juros 10 
Aluguéis 15 
Lucro 65 180
Total 380 Total 380
 EMPRESA C 
DESPESAS RECEITAS
Compras da Empresa B 220 Vendas aos consumidores finais 520
Pagamentos a fatores de produção: 
Salários 160 
Juros 20 
Aluguéis 5 
Lucro 115 300 
Total 520 Total 520
economia.indb 141 12/03/2012 12:31:25
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 7 Contabilidade Nacional
142
Por sua vez, a Empresa C obtém uma receita da ordem de $ 520, vendendo seu produto totalmente 
aos consumidores finais. Paga $ 220 pelas compras efetuadas da Empresa B e $ 300 aos proprietários 
dos fatores de produção ($ 160 de salários, $ 20 de juros, $ 5 de aluguéis e $ 115 de lucros). 
Se agregarmos8 as demonstrações de resultado das três empresas, obter-se-á uma demonstração 
consolidada do agente econômico empresas:
Considerando-se que as compras e vendas entre as empresas figuram simultaneamente a débito 
(despesa) e a crédito (receitas) da conta das empresas, pode-se eliminá-las, obtendo-se, então:
Embora as pessoas físicas integrantes do agente econômico famílias não tenham contabilidade, 
não é difícil de imaginar que, se fizessem a demonstração de suas receitas e despesas e estas fossem 
agregadas, o resultado final seria uma demonstração simétrica à da apresentada para as empresas:
7.2.1 O PRODUTO
Qual teria sido o valor do Produto dessa economia? Numa primeira aproximação, seríamos ten-
tados a afirmar que corresponderia ao valor da produção de todos os bens e serviços da economia 
que, no caso em exame, seria de:
Produção e Vendas da Empresa A = $ 1.200
idem Empresa B = $ 1.380
idem Empresa C = $ 520 
Total $ 1.100
8 Agregar = somar.
 CONTA DAS EMPRESAS
DESPESAS RECEITAS
Compras de empresas 420 Vendas para empresas 420
Pagamentos a fatores de produção: Vendas a consumidores finais 680
Salários 350 
Juros 60 
Aluguéis 40 
Lucros 230 680
Total 1100 Total 1100
 CONTA DAS EMPRESAS
 DÉBITO (DESPESAS) CRÉDITO (RECEITAS)
 
 Pagamentos a fatores de produção: Vendas a consumidores finais 680
 Salários 350 
 Juros 60
 Aluguéis 40 
 Lucros 230 
 Total 680 Total 680
economia.indb 142 12/03/2012 12:31:25
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
143
Introdução à Economia
Entretanto, uma reflexão mais acurada nos alertaria de que, no total das vendas da Empresa B ($ 
380), estão computados $ 200 de compras de bens intermediá rios vendidos pela Empresa A. Idêntico 
fato ocorre na Empresa C, onde, no total de vendas de $ 520, estão embutidas compras junto à Empresa 
B no valor de $ 220. 
Isto significa que, no total de valor da produção de $ 1.100, as vendas de bens intermediários, cujo 
valor foi de $ 420, estão computadas duas vezes (uma vez, pela venda propriamente dita e a segunda, 
pelo fato de seu valor estar embutido no valor do bem que ajudaram a fabricar).
Então, o verdadeiro valor do Produto deve ser obtido diminuindo-se o valor das compras de in-
sumos intermediários (denominado de Consumo Intermediário) do Valor Bruto da Produção (nome que 
se dá ao agregado que corresponde ao somatório do valor da produção de todos os bens e serviços):
Valor Bruto da Produção = $ 1.100
(–) Consumo Intermediário = (420)
(=) Produto = $ 1.680
Observe que uma forma alternativa de obter o Produto seria o de computar apenas o valor da 
produção dos bens e serviços finais, ou seja, dos bens e serviços que irão atender a usuários finais, 
não sendo utilizados como insumos para a produção de outros bens9. Em nosso exemplo, os bens 
finais são aqueles vendidos aos consumidores pelas empresas B ($160) e C ($ 520), totalizando $ 680. 
Note-se, também, que este é o valor registrado a crédito na Conta das Empresas. 
Há ainda uma terceira forma para cálculo do Produto. Ela corresponde ao somatório dos valores 
adicionados pelas unidades produtoras. Valor adicionado ou Valor Agregado, como o próprio nome 
indica, é o valor que cada empresa adicionou ou agregou no processo produtivo e é igual ao valor 
da produção de cada empresa deduzidas suas compras de bens intermediários. Em nosso exemplo:
7.2.2 A RENDA
A renda corresponde ao somatório das remunerações pagas aos proprietários dos fatores de produção.
Fazendo-se a soma dessas remunerações em nosso exemplo, ter-se-ia:
9 Numa economia fechada e sem governo, os bens finais são os bens de consumo (usuário final = consumidor) e os bens de capital (usuário final = empresa). 
 Unidades Valor da Compras de bens Valor 
 Produtoras Produção intermediários Adicionado
 (1) (2) (3) (4) = (2) - (3)
 A . 200 - 200
 B . 380 200 180
 C . 520 220 300
 Total 1.100 420 680
Remunerações Empresa A Empresa B Empresa C Total
Salários 100 90 160 350
Juros 30 10 20 60
Aluguéis 20 15 5 40
Lucros 50 65 115 230
Total = Valor 
Adicionado 
200 180 300 680
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
144
 O total das remunerações é de $ 680, valor idêntico ao do Produto. Portanto, pode-se concluir que:
PRODUTO = RENDA
ou seja, todo Produto gera uma Renda de igual valor. Observe-se que essa igualdade está assegu-
rada pela inclusão do lucro na renda, já que o valor adicionado por cada empresa, com esta inclusão, 
fica exatamente igual aos pagamentos aos fatores de produção.
Note também que, em nosso exemplo, a Renda corresponde ao valor registrado a crédito na Conta 
das famílias.
7.2.3A DESPESA
Os gastos realizados pelos agentes econômicos com a aquisição dos bens e serviços finais pro-
duzidos por esta sociedade corresponderam, em nosso exemplo, ao dispêndio efetuado pelas famílias 
para a compra dos bens de consumo fabricados pelas empresas B e C , ou seja, $ 160 mais $ 520 = 
$ 680, valor que coincide com o do Produto e da Renda, assegurando nossa identidade fundamental:
PRODUTO = RENDA = DESPESA
Este valor da despesa é encontrado, no caso em tela, na coluna do débito da Conta das Fa-
mílias e na coluna do crédito da Conta das Empresas (já que o valor das compras é igual ao das 
vendas e vice-versa).
O leitor atento não deixará de ter observado que, em nosso exemplo, supusemos que as empresas 
venderam todos os produtos que fabricaram e que, portanto, poderíamos ter forçado a igualdade entre 
o Produto e a Despesa. A seguir, entretanto, esta hipótese não será feita e a igualdade vai subsistir, 
conforme será demonstrado.
7.2.4 TRATAMENTO DA VARIAÇÃO DE ESTOQUES
No caso de a produção do período superar o volume de vendas, os bens não vendidos ficarão 
estocados e representarão um acréscimo ao estoque inicial de bens que havia no início do período 
causando uma variação positiva de estoques. Se as vendas forem maiores que a produção, isto implica 
necessariamente uma redução do estoque inicial (variação negativa de estoques).
No primeiro caso, a produção não vendida faz parte do Produto, porque os bens foram fabricados 
no período. Para manter a igualdade entre Produto e Despesa, supõe-se que os referidos bens foram 
adquiridos pelos próprios fabricantes para o reforço dos estoques. Embora à primeira vista, pareça 
que este tratamento contábil introduza um viés na aferição dos lucros das empresas, na verdade ele é 
plenamente legítimo, pois os referidos estoques serão avaliados a preço de custo.
Um exemplo simples esclarecerá a questão. Suponhamos uma empresa comercial sem estoques 
iniciais que, num determinado período, adquira mercadorias no valor de $ 200 e revenda 80% do que 
comprou por $ 300.
O custo das mercadorias que foram vendidas (80% do que foi comprado) será:
80% x $ 200 = $ 160
e os estoques finais da empresa (20% do que comprou) valerão $ 40 (20% x $ 200).
A apuração do resultado nesta empresa será:
DESPESAS RECEITAS 
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 160 Vendas 300
Lucro 140 
 
Total 300 Total 300
economia.indb 144 12/03/2012 12:31:25
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145
Introdução à Economia
O tratamento da Contabilidade Nacional será o de somar os $ 40 de Variação de Estoques tanto 
no lado do débito como no do crédito, não alterando, portanto, o valor do lucro:
 
Note que o valor adicionado pela companhia, em ambos os casos, é igual a 140.
Caso as vendas sejam maiores que a produção, adota-se o procedimento inverso. Suponha, por 
exemplo, que a empresa tinha um estoque inicial de 20 unidades a $ 1 a unidade ($ 20), tenha com-
prado 100 unidades a $ 1 (compras de $ 100) e vendido 115 unidades por $ 200. A Demonstração de 
Resultado será:
O estoque final das mercadorias será de $ 5 (5 unidades a $ 1). Houve, pois, uma variação 
negativa de estoques no valor de $ 15, pois o estoque inicial era de $ 20. Este será o tratamento na 
Contabilidade Nacional:
O valor adicionado pela companhia, em ambos os casos, será igual a 85.
7.2.5 O INVESTIMENTO BRUTO E O INVESTIMENTO LÍQUIDO
O termo Investimento Bruto é utilizado em Economia para designar a compra de bens de ca-
pital novos pelas empresas com o objetivo de ampliar ou melhorar a sua capacidade produtiva10. Os 
investimentos brutos representam um acréscimo ao estoque de capital da economia.
Por outro lado, uma parte dos bens de capital em uso na economia poderá sofrer desgaste 
físico ou obsolescência tecnológica. Isto representará um decréscimo no estoque de capital e será 
denominado depreciação.
A diferença entre o Investimento Bruto e a Depreciação é denominada Investimento Líquido e 
representa o acréscimo líquido sofrido pelo estoque de capital da economia em um período:
10 A aquisição de bens imóveis pelas famílias, por convenção, também é computada como investimento na Contabilidade Nacional. O governo também 
pode comprar bens de capital e, nesse caso, trata-se de Investimento Público e não Investimento Privado (ver subitem 7.6.4 deste Capítulo).
DESPESAS RECEITAS
 
Compras de Mercadorias 
(bens intermediários) 200 Vendas a consumidores 300
Lucro 140 Variação dos Estoques 40
 
Total 340 Total 340
DESPESAS RECEITAS
 
Custo das Mercadorias Vendidas Vendas a consumidores 200 
115u x $ 1 115 
Lucro 85 
 
Total 2 00 Total 200
DESPESAS RECEITAS
 
Compras de Mercadorias 100 Vendas a Consumidores 200
Lucro 85 Variação negativa de estoques (15)
 
Total 185 Total 185
economia.indb 145 12/03/2012 12:31:25
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 7 Contabilidade Nacional
146
 
 Estoque de Capital Estoque de Capital Investimento
 no fim do período no início do período Líquido
 
= +
Assim, por exemplo, se uma economia tem 10 (dez) máquinas em condições de funcionamento 
no início do período, este é seu estoque de capital naquele momento. No período, são produzidas e 
compradas três máquinas novas enquanto uma das máquinas velhas se deteriora totalmente, tornando-se 
imprestável. O investimento líquido será igual a 2 (duas) máquinas e o estoque de capital, no final do 
período, consistirá em 12 (doze) máquinas em condições de funcionamento11.
7.2.6 VARIAÇÃO DE ESTOQUES E O INVESTIMENTO LÍQUIDO
As variações positivas de estoques da economia ocorrem quando a produção não é totalmente 
vendida no período. O excesso da produção sobre vendas representam bens que não foram consu-
midos no período e que estarão disponíveis para consumo futuro. Por significarem um acréscimo ao 
patrimônio da socie dade12, tais variações são computadas como investimento da economia.
Para evitar confusão terminológica, a soma dos Investimentos Brutos com a Variação de Estoques 
é denominada Investimento Total.
Por outro lado, as variações negativas de estoques originadas por um valor de vendas superior ao 
da produção corrente, por representarem decréscimo ao patrimônio da sociedade, são deduzidas13 do 
total do Investimento da economia.
7.2.7 A IDENTIDADE CONTÁBIL ENTRE A POUPANÇA E O INVESTIMENTO LÍQUIDO
Esta identidade contábil é de vital importância para o entendimento da teoria keynesiana que será 
desenvolvida no Capítulo 10 deste livro, de modo que vamos examiná-la com muita atenção.
Numa economia fechada e sem governo, a produção de bens finais terá apenas duas utilizações: 
ou será consumida pelas famílias (bens de consumo) ou será acumulada pelas empresas (sob a forma 
de bens de capital e de Variação de Estoques). Desse modo, pode-se escrever que:
Y = C + It 
onde:
Y = Produto
C = Consumo das Famílias = Aquisição de bens de consumo
It = Investimento total da Economia = Aquisição de bens de capital 
novos + Variação de Estoques.
Por outro lado, sabe-se que toda produção final gera uma renda de igual valor. Logo, Y = Produto 
= Renda. A renda, em uma economiafechada e sem governo, é totalmente apropriada pelas famílias e 
pode ter duas utilizações: ser usada para financiar a aquisição de bens de consumo ou ser poupada.
Logo:
Y = C + S 
onde:
S (provém do inglês saving) = Poupança
11 A depreciação também pode ser parcial. Seria mais correto afirmar que as dez máquinas antigas sofreram um desgaste parcial equivalente à perda 
total de uma delas.
12 São acréscimos ao que se poderia chamar de Ativo Total do país.
13 Computadas com valor negativo.
economia.indb 146 12/03/2012 12:31:26
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
147
Introdução à Economia
Substituindo Y por C+It , tem-se que:
C + It = C + S
ou:
It = S
Portanto, neste tipo de economia, as poupanças realizadas pelas famílias é que financiam os inves-
timentos totais realizados pelas empresas.
Numa economia aberta e com governo, como se verá no item 7.6 deste Capítulo, às poupanças 
das famílias devem ser acrescidas as Poupanças do Governo e do Resto do Mundo como fonte de 
financiamento dos investimentos. No tocante aos investimentos, eles podem ser efetuados pelas em-
presas e também pelo governo (que também é um adquirente de bens de capital – ver subitem 7.6.4). 
De que forma as poupanças das famílias financiam os investimentos realizados pelas empre-
sas? Normalmente, é através do chamado mercado financeiro ou mercado de capitais. A renda não 
consumida é aplicada pelas famílias na aquisição de ativos financeiros, tais como depósitos a prazo 
fixo, letras de câmbio, fundos de investimento bancários e outros, que rendem juros. As instituições 
financeiras utilizam os recursos captados das famílias dessa forma para emprestar às empresas, que 
podem então efetuar seus investimentos.
Existem, entretanto, outras duas formas de financiamento das empresas que prescindem da 
utilização do mercado financeiro: os lucros não distribuídos e a depreciação.
Conforme vimos no Capítulo 1, os lucros, mesmo que não distribuídos, fazem parte da renda das 
famílias pois, em última análise, pertencem aos proprie tários do fator de produção capital. Entretanto, 
caso não sejam distribuídos, não estão à disposição das famílias para serem utilizados na aquisição 
de bens de consumo e, portanto, integram automaticamente a Poupança das Famílias. Como esses 
recursos estão em poder das empresas, elas podem utilizá-los para financiar seus investimentos, sem 
necessidade de recorrer ao mercado de capitais.
A depreciação, como já visto, corresponde ao desgaste parcial dos bens de ca pital da economia 
em virtude de sua utilização nas atividades produtivas. As empre sas registram a depreciação em sua 
contabilidade como uma despesa, reduzindo as sim o lucro (que é renda das famílias). Esta despesa de 
depreciação não representa, en tretanto, nenhum desembolso monetário para a empresa14, de tal forma 
que este recurso também fica à disposição da empresa para o financiamento de seus investimentos. 
7.2.7.1 EXEMPLO LÍQUIDO
Voltando aos dados da economia hipotética referida no início deste item, vamos introduzir as 
seguintes modificações:
• do total de vendas de $ 200 da Empresa A para a Empresa B, $ 20 se referem à venda de 
uma máquina nova produzida por A e $ 180, a bens intermediários.
• todas as empresas terão desgaste em suas máquinas e equipamentos, correspondente ao 
consumo parcial destes na produção de bens e serviços; contabilmente, isto representará 
uma despesa de depreciação e, por ser despesa, reduzirá o lucro das empresas. Suporemos 
os seguintes valores:
14 Nesse sentido, é diferente, por exemplo, de uma despesa com aquisição de matérias-primas utilizadas na produção, que deve ser paga à vista ou 
a curto prazo.
 EMPRESAS DESPESA DE DEPRECIAÇÃO
 
 A 10
 B 5
 C 15
 Total 30
economia.indb 147 12/03/2012 12:31:26
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
148
♦ a Empresa C não consegue vender toda a sua produção para os consumidores finais; as 
vendas aos consumidores corresponderão a $ 480, havendo, portanto, uma variação positiva 
de estoques de $ 40.
♦ dos lucros auferidos pela Empresa C , 10% não serão distribuídos aos sócios. 
As novas demonstrações de resultado serão:
Observe que:
a) A compra da máquina efetuada pela Empresa B não é uma despesa no sentido contábil, pois a 
máquina não será totalmente consumida no processo produtivo, e, portanto, integrará o Ativo 
Fixo da empresa. Assim, o gasto com esta aquisição não fará parte da sua demonstração de 
resultado. A utilização dessa máquina na produção ocasionará seu desgaste parcial, valor que 
será consignado pela despesa de depreciação;
b) A variação positiva de estoques de $ 40 é registrada como se fosse uma venda da Empresa C para 
si mesma, conforme já exposto no subitem 7.2.4.
EMPRESA A
DESPESAS RECEITAS
Depreciação 10 Venda de bens à empresa B 
Salários 100 -bem de capital 20
Juros 30 -bens intermediários 180
Aluguéis 20 
Lucros 40 
Total 200 Total 200
EMPRESA B
DESPESAS RECEITAS
Compras de bens intermediários Vendas à Empresa C 220
da Empresa A 180 Vendas a consumidores finais 160
Depreciação 5 
Salários 90 
Juros 10 
Aluguéis 15 
Lucros 80 
Total 380 Total 380
EMPRESA C
DESPESAS RECEITAS
Compras da Empresa B 220 Vendas a Consumidores Finais 480
Depreciação 15 Variação de Estoques 40
Salários 160 
Juros 20 
Aluguéis 5 
Lucros 
- Distribuídos 90 
- Não distribuídos 10 100
 
Total 520 Total 520
economia.indb 148 12/03/2012 12:31:26
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149
Introdução à Economia
Consolidando-se as demonstrações de resultado das empresas (obtida eliminando-se as transações 
com os bens intermediários):
Note que:
a) O valor registrado na coluna do débito na conta das empresas representa o valor do Produto, pois 
representa todos os gastos necessários para efetivar a produção dos bens e serviços (inclusive 
o lucro);
b) O valor registrado na coluna do crédito representa o agregado Despesa, pois como o valor de toda 
venda é igual ao valor da respectiva compra, nele estão totalizados todos os gastos efetuados 
pelos agentes econômicos com a aquisição dos bens e serviços finais (inclusive a Variação de 
Estoques). 
 A Conta das Famílias ficará assim representada:
Repare que:
a) O valor da Renda apropriado pelas famílias é de $ 670 e não coincide com o valor do Produto que é 
de $ 700;
b) isto, entretanto, não significa que a identidade contábil entre Renda e Produto não prevaleça;
c) o que ocorre é que o Produto, na conta das empresas, está registrado pelo conceito Bruto e a Renda, 
na conta das famílias, está registrada pelo conceito Líquido; a diferença entre esses dois conceitos 
é o valor da depreciação (veja o item 7.3, a seguir), que é de $ 30;
d) os lucros não distribuídos, no valor de $ 10, integram a renda das famílias;
e) as famílias receberam $ 670 de renda, mas só gastaram $ 640, logo tiveram uma poupança 
de $ 30; destes $ 30, $ 10 se referem a lucros não distribuídos pelas empresas e os restantes 
$ 20 correspondem a ativos financeiros em poder das famílias.
A identidade contábil entre a poupança e o investimento será demonstrada numa conta denominada 
Conta Consolidada de Capital, onde se registrarão, no lado do crédito, as origens dos recursosrepre-
sentadas pela poupança e pela depreciação e, no lado do débito, as aplicações de recursos representadas 
pelos investimentos totais (veja maiores detalhes sobre essa conta no subitem 7.6.2.1.4)
CONTA DAS EMPRESAS
DÉBITO CRÉDITO
Depreciação 30 Vendas a consumidores finais 640
Salários 350 Vendas de bens de capital 20
Juros 60 Variação de Estoques 40
Aluguéis 40 
Lucros 
Distribuídos 210 
Não distribuídos 10 220
Total 700 Total 700
CONTA DAS FAMÍLIAS
DÉBITO CRÉDITO
Consumo das Famílias 640
Poupança (Renda não consumida) 30
Remuneração recebidas das Empresas (Renda)
Salários 350
Juros 60
Aluguéis 40
Lucros (inclusive não distribuídos) 220
Total 670 Total 670
economia.indb 149 12/03/2012 12:31:26
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
150
Pode-se concluir que, nessa economia, as empresas tomaram emprestado das famílias o valor 
equivalente a $ 20 no mercado financeiro para efetuarem seus investimentos totais de $ 60. Os restantes 
$ 40 provieram de recursos que já estavam à disposição delas, resultantes de Lucros Retidos ($ 10) e de 
despesa de depreciação não desembolsadas ($ 30).
7.3 DIFERENTES CONCEITOS DE PRODUTO
Da mesma forma que, na Contabilidade Geral, existem diversos conceitos de lucro, tais como lucro 
bruto, lucro operacional, lucro antes do Imposto de Renda, lucro líquido do exercício etc, dependendo 
da maneira como o lucro é definido, na Contabilidade Nacional também existem diversos conceitos de 
Produto, dependendo de sua definição.
7.3.1 PRODUTO BRUTO E PRODUTO LÍQUIDO
Nas atividades de produção de bens e serviços, o estoque de capital da economia sofre um desgaste 
físico parcial que é denominado depreciação.
O Produto Bruto corresponde ao somatório do valor da produção de bens e serviços finais da 
economia, sem que se deduza deste total nenhuma parcela a título de depreciação.
No cálculo do Produto Líquido, esta dedução é efetuada de modo que:
 PRODUTO LíQUIDO = PRODUTO BRUTO menos DEPRECIAçãO
ou
 PRODUTO BRUTO = PRODUTO LíQUIDO mais DEPRECIAçãO
7.3.2 PRODUTO INTERNO E PRODUTO NACIONAL
Para se entender a distinção entre os conceitos de Produto Interno e Produto Nacional, são 
necessárias algumas considerações sobre as relações econômicas entre o país e o exterior (denominado 
doravante de resto do mundo) que estão resumidas no fluxograma abaixo15:
15 No fluxograma, somente estão registradas as transações correntes, que correspondem à compra e venda de bens e serviços. Há também as tran-
sações de capital, que serão analisadas no Capítulo seguinte sobre o Balanço de Pagamentos.
 CONTA CONSOLIDADA DE CAPITAL
DÉBITO CRÉDITO
Investimento em Ativo Fixo 20 Depreciação 30
Variação de Estoques 40 Poupança Líquida das Famílias
 - Lucros não Distribuídos 10 
 - Demais poupanças 20 30
Total 60 Total = Poupança Bruta do 
 Setor Privado 60
economia.indb 150 12/03/2012 12:31:26
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151
Introdução à Economia
Exportação de bens e serviços = Importação do Resto do Mundo
Prestação ao exterior de serviços de
fatores de produção de propriedade
de residentes no país
= Renda recebida
do Exterior
Importação
de bens e serviços
= Exportação do Resto do Mundo
Recebimento pelo país dos serviços de fatores de produção de 
propriedade de residentes no exterior = Renda enviada para o exterior
O valor das exportações de bens e serviços do país para o exterior está computado no Produto, 
pois se trata de produção efetuada pelo país. Por outro lado, as importações não fazem parte do 
Produto, pois não se trata de produção do país e sim do resto do mundo.
Entretanto, para efetuar a produção interna, o país utiliza serviços de fatores que são de propriedade 
de residentes no exterior. Por exemplo, a Volkswagen brasileira conta com a participação de capital 
estrangeiro, já que uma boa parte de suas ações são de propriedade da Volkswagen alemã (capital de 
risco). Algumas empresas brasileiras tomam dinheiro emprestado no exterior para financiamento de suas 
atividades produtivas (capital de empréstimo). Como contrapartida à prestação de serviços do capital 
estrangeiro na produção interna, são remetidos lucros e juros para o exterior.
Inversamente, a produção que é realizada pelo resto do mundo também utiliza fatores de produção 
de propriedade de residentes no país. Assim, por exemplo, uma filial do Supermercado Pão de Açúcar 
em Portugal tem aporte de capital brasileiro.
O Produto Interno corresponde ao valor de bens e serviços finais produzidos dentro das fron-
teiras geográficas do país. No seu valor estão computadas as exportações e não estão incluídas 
as importações. Para sua efetivação, foram utilizados fatores de produção pertencente a 
residentes no país e a residentes no exte rior.
O Produto Nacional corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos exclusivamente 
com o uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país. Ou seja, o Produto Nacional 
possui uma parcela que é produzida no país e uma parcela que é produzida no exterior, ambas cor-
respondentes à produção com o uso de fatores de propriedade de residentes. 
Para se medir a contribuição dos fatores para a produção de bens e serviços, é utilizada a renda 
paga pelas empresas pelo seu uso. Assim, a contribuição que os fatores de produção estrangeiros 
prestaram para a elaboração do Produto Interno é medida pela renda paga a eles (por exemplo, juros 
e lucros). Esta renda é denominada Renda Enviada para o Exterior. De forma similar, a contribuição 
de fatores de residentes no país para a produção do resto do mundo é medida pela Renda Recebida 
do Exterior.
Desse modo, pode-se definir que:
Produto Nacional = Produto Interno menos a Renda enviada 
para o Exterior mais a Receita recebida do Exterior
ou
Produto Interno = Produto Nacional mais a Renda enviada 
para o Exterior menos a Receita recebida do Exterior
RESTO DO 
MUNDOPAíS
economia.indb 151 12/03/2012 12:31:26
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
152
 
Produção interna de bens e serviços finais = $ 440 bilhões
Renda enviada para o exterior = $ 3,5 bilhões
Renda recebida do Exterior = $ 0,5 bilhão
Produto Interno (PI) = $ 440 bilhões
Produto Nacional (PN) = $ 440 (–) $ 3,5 + $ 0,5 = $ 437 bilhões
Logo, a produção efetuada no país (Produto Interno) foi de $ 440 bilhões. A produção efetuada com o 
uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país (Produto Nacional) foi um pouco menor, 
$ 437 bilhões.
Uma outra forma de expressar as relações entre PI e PN é através da utilização da chamada Renda Líquida 
enviada ou recebida do Exterior. A Renda Líquida é enviada para o exterior quando a Renda Enviada 
é maior que a Recebida. Caso ocorra o contrário, a Renda Líquida é recebida do Exterior. Assim, no 
caso do exemplo precedente, a Renda Líquida enviada para o Exterior é de $ 3 bilhões, porque a Renda 
Enviada é superior à Renda Recebida nessa importância. Redefinindo-se as expressões:
Os países maisdesenvolvidos e que são exportadores líquidos de capital tendem a apresentar Renda 
Líquida Recebida do Exterior e seu Produto Nacional normalmente é maior que o Produto Interno. O 
contrário ocorre com países menos desenvolvidos.
7.3.2.1 COMBINAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS DE PRODUTO
Se o Produto é medido no conceito Interno e no conceito Bruto, ou seja, é o somatório do valor dos 
bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras geográficas do país e sem que se exclua desse total o 
desgaste do estoque de capital verificado no período, então ter-se-á o Produto Interno Bruto (PIB).
Se o Produto é medido no conceito Interno e no conceito Líquido (excluindo-se a depreciação),tem-se 
o Produto Interno Líquido (PIL). Segue-se, de imediato, que:
PIL = PIB (–) Depreciação
ou 
PIB = PIL (+) Depreciação
Se o Produto é medido no conceito Nacional e no conceito Bruto, ou seja, é o somatório do 
valor da produção de bens e serviços finais produzidos pelos fatores de produção de propriedade de 
residentes no país e sem excluir deste valor a depreciação, ter-se-á o Produto Nacional Bruto (PNB). O 
Produto Nacional Líquido (PNL) será:
 Produto Nacional Produto Interno menos a Renda Líquida Enviada para o Exterior
 ou
 Produto Interno mais a Renda Líquida Recebida do Exterior.
 Produto Interno Produto Nacional mais a Renda Líquida Enviada para o Exterior
 ou
 Produto Nacional menos a Renda Líquida Recebida do Exterior.
Exemplo
economia.indb 152 12/03/2012 12:31:27
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
153
Introdução à Economia
PNL = PNB (–) Depreciação
ou
PNB = PNL (+) Depreciação
7.3.3 PRODUTO A CUSTO DE FATORES E A PREÇO DE MERCADO
O Produto, como já ressaltado, é o somatório do valor da produção dos bens e serviços finais da 
economia. A agregação de bens e serviços de natureza heterogênea para se encontrar o valor do Produto 
só é possível porque se usam os preços como medida do valor da produção.
Se os preços utilizados para se mensurar o Produto são os preços correntes praticados no mercado 
de bens e serviços, ter-se-á o Produto a preços de mercado. 
O custo de fatores é o preço que cobre os custos de produção dos bens e serviços, inclusive 
o lucro empresarial. Corresponde ao preço que seria cobrado pelo produtor se não existissem os 
Impostos Indiretos16 e os Subsídios.
Os Impostos Indiretos são aqueles que incidem sobre a venda dos bens e serviços,como por 
exemplo o ICMS, o IPI e o ISS. Subsídios são transferências que o governo realiza para as empresas 
com o objetivo de reduzir o preço de mercado dos produtos. Os subsídios funcionam como se fosse 
impostos indiretos negativos pois, em vez de aumentar o preço dos produtos, os reduzem.
O Produto a Preços de Mercado se diferencia do Produto a Custo de Fatores pela importância 
correspondente ao valor dos Impostos Indiretos deduzidos os Subsídios:
Produto a Preços de Mercado = Produto a Custo de Fatores 
mais os Impostos Indiretos e menos os Subsídios
ou
Produto a Custo de Fatores = Produto a Preços de Mercado 
menos os Impostos Indiretos e mais os Subsídios
7.3.3.1 OUTRA VEZ A COMBINAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS DE PRODUTO. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Na seção 7.3.2.1, havíamos definido quatro conceitos de Produto: PIL, PIB, PNL e PNB.
Com a distinção entre os conceitos de preços de mercado e custo de fatores, passar-se-á a ter oito:
 • PILpm • PILcf
 • PIBpm • PIBcf
 • PNLpm • PNLcf
 • PNBpm • PNBcf
Para que se tenha uma visão mais concreta do significado de cada um desses oito conceitos de 
Produto, vamos fazer o seguinte exercício de fixação, referente a uma economia hipotética onde, por 
simplicidade, será suposta a existência de uma única empresa. Num determinado ano, foram efetuadas 
as seguintes transações:
• a empresa importou matérias-primas do exterior no valor de $ 100;
• produziu bens e serviços que, avaliados a preços de mercado, equivaleram a $ 1.200; toda 
16 Também usa-se a denominação Tributos Indiretos.
economia.indb 153 12/03/2012 12:31:27
EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 7 Contabilidade Nacional
154
a produção foi vendida no período, sendo $ 1.000 a consumidores finais e $ 200 no merca-
do externo;
• a depreciação do Ativo Fixo da empresa no período foi de $ 50:
• a empresa pagou impostos indiretos sobre vendas no valor de $ 260 e recebeu subsídios no 
valor de $ 30; 
• foram efetuadas as seguintes remunerações aos proprietários dos fatores de produção:
Salários pagos a residentes no país: $ 320
Juros pagos a: 
 . Residentes no país $ 140 
 . Residentes no exterior $ 30 $ 170
Lucros de: 
 . Residentes no país $ 280 
 . Residentes no exterior $ 150 $ 430
Total $ 820
• os residentes no país receberam $ 60 a título de remuneração por serviços de fatores de 
produção prestados ao exterior.
Supor-se-á, também para fins de simplificação, que a única função do governo desta economia é 
arrecadar impostos indiretos e pagar subsídios e que para desenvolver estas atividades o governo não 
precisa contratar funcionários17. 
Pede-se calcular os oito agregados macroeconômicos referentes aos diversos conceitos de Produto.
RESOLUçãO
Inicialmente, para melhor visualização, vamos montar a conta de apuração do Resultado da empresa 
X, onde serão demonstradas a débito todas as suas despesas e a crédito, todas as suas receitas. O valor 
do subsídio, por representar uma recuperação de custos, é uma receita (crédito) mas, por convenção, 
será lançado no lado do débito com sinal negativo. 
17 O porquê desta hipótese será esclarecido no subitem 7.6.3 deste Capítulo.
EMPRESA X
DÉBITO CRÉDITO
Importação de bens intermediários 100 Vendas 
Despesa de Depreciação 50 . Consumidores Finais 1.000
Impostos Indiretos 260 . Exportações 200
(Subsídios) (30) 
Salários 320 
Juros Pagos 
•	 a Residentes no país 40 
•	 a Residentes no exterior 30 70 
Lucros 
•	 Residentes no país 280 
•	 Residentes no exterior 150 430 
 
Total dos débitos 1.200 Total dos créditos 1.200
economia.indb 154 12/03/2012 12:31:27
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155
Introdução à Economia
1) PIBpm
O PIBpm corresponde ao valor da produção interna dos bens e serviços finais, avaliados a preços 
de mercado. A economia produziu $ 1.200 dos quais devem ser deduzidos os $ 100 referentes 
à importação de matérias-primas (que não são produção interna). Logo:
PIBpm = 1.200 (–) 100 = 1.100.
2) PIBcf
O PIBcf corresponde ao valor da produção interna de bens e serviços finais, porém avaliados a custo 
de fatores. Para achar o seu valor, deve-se deduzir do PIBpm os impostos indiretos e os subsídios:
PIBcf = PIBpm (–) Impostos Indiretos (+) Subsídios = 1.100 (–) 260 (+) 30 = 870
3) PILpm
Valor da produção interna dos bens e serviços finais avaliados a preço de mercado, descontado o 
desgaste físico do estoque de capital da economia no perío do (depreciação):
= PIBpm (–) Depreciação
= 1.100 (–) 50 = 1.050
4) PIL cf
Idem ao PILpm, só que a avaliação é feita a custo de fatores:
= PIBcf (–) Depreciação
= 870 (–) 50 = 820
Poder-se-ia também achar o PILcf da seguinte forma (entre outras):
= PILpm (–) Impostos Indiretos (+) Subsídios
= 1.050 (–) 260 (+) 30 = 820
5) PNLpm
Valor da produção nacional (efetuada com fatores de produção de propriedade de residentes no 
país) dos bens e serviços finais avaliados a preços de mercado, deduzida a depreciação:
= PIL pm (+) Renda Recebida do Exterior (–) Renda enviada ao exterior
= 1.050 (+) 60 (–) 180 = 930
A renda enviada ao exterior é a soma dos juros pagos ($30) e dos lucros remetidos ($150). A renda 
recebida do exterior corresponde aos $ 60 auferidos pelos residentes no país em virtudede pres-
tação de serviços de fatores de produção para o Resta do Mundo.
6) PNLcf = 
Idem PNLpm, com avaliação feita a custo de fatores:
= PNLpm (–) Impostos Indiretos (+) Subsídios
= 930 (–) 260 (+) 30 = 700
7) PNBpm 
Idem PNLpm, sem deduzir a depreciação:
= PNLpm + Depreciação
= 930 + 50 = 980
8) PNBcf
Idem PNLcf, sem deduzir a depreciação:
= PNLcf + Depreciação
= 700 + 50 = 750
7.3.4 RENDA INTERNA E RENDA NACIONAL
Vimos no item 7.2 a identidade contábil fundamental entre o Produto, a Renda e a Despesa.
Esta identidade vale para cada um dos oitos conceitos do Produto, de tal forma que:
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
156
PIBpm = RIBpm = DIBpm
PIBcf = RIBcf = DIBcf
e assim por diante.
Em particular, nos interessam as identidades entre os Produtos Interno e Nacional Líquido a custo 
de fatores (PILcf e PNLcf) e as Rendas Interna e Nacional Líquida a custo de fatores (RILcf e RNLcf), 
respectivamente.
Observando-se a demonstração do resultado da empresa X no item anterior , percebemos que:
PILcf = RILcf = 820
Os $ 820 que compõem a Renda Interna Líquida a custo de fatores (que, por convenção, é deno-
minada apenas Renda Interna) são o total das remunerações pagas aos proprietários dos fatores de 
produção que colaboraram na produção interna de bens e serviços, independentemente de serem 
residentes no país ou no exterior: 
 Salários 320 
 Juros 
•	 Residentes no País 40 
•	 Residentes no Exterior 130 170 
 Lucros 
•	 Residentes no País 280 
•	 Residentes no Exterior 150 430 
 (=) Renda Interna 820 
Por outro lado:
PNLcf = RNLcf = 700
Os $ 700 que compõem a Renda Nacional Líquida a custo de fatores (por convenção, denominada 
apenas Renda Nacional) correspondem ao total das remunerações pagas aos proprietários dos fatores 
de produção que são residentes no país:
 Salários de residentes recebidos no país 320
 Juros de residentes recebidos no país 340
 Lucros de residentes recebidos no país 280
 (=) Renda de residentes recebida no país 640
 Renda de residentes recebida do Exterior 60
 (=) Renda Nacional 700
7.3.5 RENDA PESSOAL E RENDA PESSOAL DISPONÍVEL
Para fins da teoria macroeconômica que será exposta no Capítulo 10, um dos agregados mais 
importantes é o chamado Consumo Pessoal ou Consumo das Famílias, que corresponde ao total 
dispendido pelas famílias com a aquisição de bens de consumo.
A renda com que as famílias contam para poderem consumir bens e serviços é denominada Renda 
Pessoal Disponível. Ela é obtida da seguinte forma:
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157
Introdução à Economia
RENDA NACIONAL
(–) Impostos Diretos e Contribuições previdenciárias pagos pelas empresas
(–) Lucros Retidos pelas empresas (não distribuídos)
(–) Outras Receitas Correntes do Governo
(+) Transferências às Famílias (Governo e Resto do Mundo)
(=) RENDA PESSOAL
(–) Impostos Diretos e Contribuições Previdenciárias pagos pelos indivíduos
(=) RENDA PESSOAL DISPONÍVEL
Percebe-se que, da Renda Nacional, uma parcela não chega às famílias, porque é capturada pelo governo 
através da cobrança de Impostos diretos18 e contribuições previdenciárias, bem como de outras receitas de 
natureza não-tributária que o governo arrecada do setor privado (Outras Receitas Correntes do Governo).
Também não compõem a Renda Pessoal Disponível os lucros não distribuídos (retidos) pelas empresas, 
já que estes recursos não estão efetivamente à disposição das famílias para consumir ou poupar.
Por outro lado, as famílias recebem Transferências Correntes do Governo, que são pagamentos a título 
de pensões, aposentadorias, seguro-desemprego etc. Estes pagamentos são denominados transferências 
porque não correspondem à remuneração por serviços prestados por fatores de produção. Incluem-se 
também, entre as transferências, os donativos líquidos recebidos do exterior19. 
A parcela da Renda Pessoal Disponível não utilizada para adquirir bens de consumo é denominada 
de Poupança das Famílias. Logo, pode-se afirmar que:
RENDA PESSOAL DISPONíVEL = CONSUMO DAS FAMíLIAS 
(+) POUPANçA DAS FAMíLIAS
7.3.6 RENDA DISPONÍVEL DO SETOR PRIVADO E DO SETOR PÚBLICO. RENDA NACIONAL 
 DISPONÍVEL. RENDA NACIONAL BRUTA
A Renda Disponível do Setor Privado (RDSPv) corresponde à soma da Renda Pessoal Disponível 
(RPD) com os Lucros Retidos (LR) e as transferências correntes (TRE) recebidas pelas empresas (do 
Governo e do resto do mundo):
RDSPr = RPD + LR + TREG + TRERM
Para obter-se a expressão para a Renda Disponível do Setor Privado a partir da Renda Nacional, 
veja o demonstrativo a seguir, elaborado a partir da definição de Renda Pessoal Disponível, explicada 
no subitem precedente:
Renda Nacional
(–) Lucros Retidos
(–) Impostos Diretos (ID)
(–) ORCG
(+) TRFG (famílias)
(+) TRFRM (famílias) .
(=) Renda Pessoal Disponível
(+) Lucros Retidos
(+)TREG (empresas)
(+) TRERM(empresas) .
(=) Renda Disponível do Setor Privado
18 Impostos que incidem sobre a renda e o patrimônio das pessoas. Também é usada a expressão Tributos Diretos.
19 Consulte o Capítulo 8, a respeito das transferências efetuadas entre o país e o exterior.
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
158
Eliminando-se a rubrica Lucros Retidos que aparece, simultaneamente, com sinal positivo e nega-
tivo, e denominando simplesmente de TRG e TRRM a soma das transferências efetuadas pelo Governo 
e resto do mundo, respectivamente, às famílias e às empresas, obtém-se:
Renda Nacional
(–) ID
(–) ORCG
(+) TRG
(+) TRRM .
(=) Renda Disponível do Setor Privado 
ou:
RDSPr = RN – II – ORCG + TRG + TRRM
 
A Renda Disponível do Setor Público (RDSPu) corresponde ao total das Receitas Correntes do 
Governo (Impostos Indiretos, Impostos Diretos e Outras Receitas – siglas ID, II e ORCG) menos as 
Transferências (TRG) e Subsídios (SU) efetuados pelo governo ao setor privado:
RDSPu = II + ID + ORCG – TRG – Su
 
A Renda Nacional Disponível (RND) corresponde à soma de RDSPr com RDSPu:
RND = RDSPr + RDSPu
 
Como os Impostos Diretos, as Transferências do Governo e ORCG aparecem com sinais trocados 
em RDSPr e RDSPu e são, por essa razão, eliminadas na soma, a Renda Nacional Disponível corresponde 
a soma da Renda Nacional com os Impostos Indiretos líquidos de Subsídios e com as Transferências 
correntes recebidas do resto do mundo:
RND = RN + II – Su + TRRM
 
A Renda Nacional Disponível Bruta (RNDB) corresponde à soma de RND com a depreciação:
 
RNDB = RND + Depreciação
 
A RNDB representa a soma dos recursos que o setor privado e o setor público têm à sua disposição 
para consumir ou poupar. A diferença entre o seu valor e a soma do consumos finais do setor privado 
(C) e do setor público (G) corresponderá à Poupança Interna Bruta.
7.4 CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA
7.4.1 CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA (CTB)
A Carga Tributária Bruta é um indicador que visa medir quanto da produção gerada internamente 
no país é destinada a financiar os Gastos do Governo através da receita tributária:
CTB (em %) = Receita Tributária do Governo x 100
 PIBpm 
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159
Introdução à Economia
Classifica-se como Receita Tributária a arrecadação dos tributos em todos os níveis de governo 
(federal, estadual e municipal), inclusive o valor das contribuições para a seguridade social, tais como a 
COFINS (Contribuição para o Financia mento da Seguridade Social) o PIS (Contribuição para o Programa 
de Integração Social), a CSLL (Contribuição sobre o LucroLíquido) e as contribuições previdenciárias 
pagas ao INSS.
No Brasil, os tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria) e as contribuições para a se-
guridade social são classificados em apenas duas categorias : Tributos Indiretos e Tributos Diretos.
Os Tributos Indiretos são aqueles que incidem sobre a produção, a venda, a circulação ou 
o consumo de bens e serviços. Enquadram-se nessa categoria, entre os tributos mais conhecidos:
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
• ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
• ISS (Imposto sobre Serviços)
• IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
• II (Imposto de Importação)
Os Tributos Diretos são aqueles que incidem sobre a renda e o patrimônio de pessoal ou enti-
dades. Entre os mais conhecidos, estão enquadrados nesta categoria:
•		IR	(Imposto	sobre	a	Renda)
•		IPVA	(Imposto	sobre	a	Propriedade	de	Veículos	Automotores)
•		IPTU		e	ITR	(Imposto	sobre	a	Propriedade	Territorial	Urbana	e	Imposto	Territorial	Rural)
No Brasil, as contribuições sociais, via de regra, são classificadas entre os Tributos Diretos.
Exemplo 
PIBpm = $ 440 bilhões
Tributos Diretos = $ 450 bilhões
Tributos Indiretos = $ 460 bilhões
CTB (em %) = 50+60 x 100 = 25%
 440
7.4.2 CARGA TRIBUTÁRIA LÍQUIDA
Nem toda a Receita Tributária do Governo está à disposição deste para gastar ou poupar. Uma 
parcela dela retorna à sociedade sob a forma de pagamentos de subsídios às unidades produtoras ou de 
transferências feitas pelo governo às famílias. 
A Carga Tributária Líquida é um indicador do peso líquido do governo sobre os recursos da sociedade:
CTL em % = Receita Tributária do Governo menos (Subsídios + Transferências) x 100
 PIBpm
Exemplo
 
PIBpm = $ 440 bilhões
Tributos Diretos = $ 450 bilhões
Tributos Indiretos = $ 460 bilhões
Transferências = $ 436 bilhões
Subsídios = $ 438 bilhões
CTL (em %) = (50+60 – (36+8) x100=25%
 440
economia.indb 159 12/03/2012 12:31:28
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
160
7.4.3 DEFINIÇõES ALTERNATIVAS
Alguns economistas denominam de Carga Tributária Bruta o montante da arrecadação tributária 
do governo e de Índice de Carga Tributária Bruta (ICTB) o percentual que esta representa do PIBpm.
Assim, no exemplo dado no subitem 6.4.1, ter-se-ia:
Carga tributária Bruta (CTB) = Tributos Diretos + Tributos Indiretos
CTB = $ 50 bilhões + $ 60 bilhões = $ 110 bilhões
índice de Carga Tributária Bruta (ICTB) = CTB x 100
 PIBpm
ICTB = $ 110 bilhões X 100 = 25%
 $ 440 bilhões
A mesma observação pode ser feita para a Carga Tributária Líquida.
Essa diferença de definições é apenas de ordem semântica e tanto faz usar uma como outra.
Entretanto, não nos parece correto, definir Carga Tributária incluindo nesse conceito, além dos 
Tributos Diretos e Indiretos, as Outras Receitas Correntes Líquidas do Governo, conforme é defendido 
por alguns autores.
A razão é que nesta última rubrica, segundo a Fundação IBGE, estão incluí das receitas de origem 
não tributária, tais como Receitas Patrimoniais (receitas de aluguéis de patrimônio imobiliário do governo 
e receitas de dividendos das ações do governo em empresas públicas, entre outras), e são deduzidos 
os juros pagos ao exterior pelo governo em função de sua Dívida Pública Externa.
Assim sendo, não nos parece adequado incluir a rubrica Outras Receitas Correntes Líquidas do 
Governo no cálculo da Carga Tributária Bruta (ou Líquida). Veja, a respeito, a resolução do teste de 
fixação n. 28.
7.4.4 CONCEITO FIBGE
A Fundação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), órgão encarregado de compilar 
as Contas Nacionais do Brasil, utiliza os conceitos de Carga Tributária Bruta e Líquida tais como definidos 
nos subitens 7.4.1 e 7.4.2, respectivamente, ao publicar as estatísticas referentes a esses indicadores 
na economia brasileira (o site da FIBGE é www.ibge.gov.br)
7.5 PRODUTO REAL E PRODUTO NOMINAL 
O Produto Nominal corresponde ao valor do Produto medido em termos da moeda corrente no 
país. É obtido pelo somatório do valor da produção de todos os bens e serviços finais de uma econo-
mia, conforme já explicado no item 7.2.
Produto Nominal = 
onde i = bens e serviços finais.
Portanto, o Produto Nominal pode aumentar ou diminuir em função de variações tanto nos preços 
quanto nas quantidades produzidas dos bens e serviços finais.
O Produto Real corresponde ao quantum físico de bens e serviços finais produzidos pela economia. 
Ou seja, o Produto Real somente varia em função de modificações nas quantidades efetivamente produzidas.
Se o Produto Nominal aumentou num determinado período, para sabermos se este crescimento está 
correlacionado com um aumento das quantidades físicas produzidas, é necessário que se tenha uma infor-
mação de qual foi a variação de preços no período. Esta pode ser obtida pela construção de um índice 
de preços (deflator).
∑ 
n
i = 1
Pi x Qi
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161
Introdução à Economia
 Existem várias formas de se construir índices de preços. Em apêndice a este Capítulo, serão apre-
sentados dois dos mais populares: o de Laspeyres e o de Paasche. No momento, trabalhar-se-á com 
a hipótese de que os índices de preços (ou seja, a variação dos preços entre dois períodos de tempo) 
sejam conhecidos e tratar-se-á de calcular a variação do Produto Real. 
Exemplo
Como o índice de preços aumentou de 100 para 120 em 19X1, pode-se concluir que a inflação 
de 19X1 foi de 20%. Em 19X2, foi de 15%, pois o índice aumentou de 120 para 138 (o aumento de 18 
representa 15% do índice-base de 120). 
Para se construir uma série histórica do Produto Real, é necessário se escolher um índice de preços 
como referência. Digamos que se escolha o índice de 19X2 (o mais recente). Como o Produto Nominal 
de X2 foi calculado a preços do próprio ano de X2, o que se tem a fazer é achar o valor do Produto dos 
anos de X0 e X1 utilizando-se como referência os preços de X2. Isto é feito de forma indireta através de 
uma regra de três:
1) 19X0
 $ 12.000,00 está para 100 (índice de preços de X0)
 assim como
 X está para 138 (índice de preços de X2)
 
 logo: X = 138 x $ 12.000.00 = $ 16.560,00 
 100
O Produto de 19X0, se tivesse sido medido com a utilização dos preços de 19X2, em vez dos de 
19X0, equivaleria a $ 16.560,00.
2) 19X1
 $ 15.840,00 está para 120
 assim como
 X está para 138
 
logo: X = 138 x $ 15.840.00 = $ 18.216,00 
 100
A série histórica do Produto Real (Produto Nominal a preços constantes de 19X2) ficaria assim:
Dados do País ALPHA:
 Ano Produto Nominal ($) índice de Preços
 19X0 12.000.00 100
 19X1 15.840,00 120
 19X2 17.305,20 138
 Ano Produto Real Taxa de Crescimento Real 
 ($ de 19X2) em relação ao ano anterior
 19X0 16.560,00 -
 19X1 18.216,00 10%
 19X2 17.305,20 (-) 5%
economia.indb 161 12/03/2012 12:31:28
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
162
Olhando-se a série do Produto Nominal apenas, poder-se-ia pensar que a produção da economia 
tivesse crescido em todo o período. Tirando-se o efeito da inflação da série nominal, percebe-se que, 
concretamente, a economia cresceu em 19X1 e decresceu em 19X2.
De forma similar, poder-se-ia utilizar os preços de X0 ou de X1 como referência. Os valores do 
Produto Real teriam mudado de valor, mas a sua taxa de crescimento ficaria inalterada (veja a resolução 
do teste de fixação n. 18 deste Capítulo). 
7.6 CONTAS NACIONAIS7.6.1 AS CONTAS DOS AGENTES ECONÔMICOS
O objetivo da Contabilidade Nacional não é apenas o da mensuração dos agregados macroeco-
nômicos. Em termos mais amplos, a Contabilidade Nacional visa fazer um registro sistemático (contábil) 
dos atos econômicos que realizam entre si as diversas entidades do país.
Os atos econômicos são as atividades de produção, consumo ou acumulação de bens e serviços.
As Entidades ou Agentes Econômicos que realizam os atos econômicos são divididos em quatro gran-
des categorias, já nossas conhecidas (ver subitem 7.1.1): Empresas, Famílias, Governo e Resto do Mundo.
Os registros dos atos econômicos, de acordo com sua natureza, são efetuados por meio do uso 
de Contas.
Como cada entidade produz (gerando renda de igual valor), consome (utilizando as rendas apropria-
das a partir da atividade produtiva) e acumula capital (amplia seu patrimônio com a renda não consumida), 
cada uma delas terá três contas: Conta de Produção, Conta de Utilização de Rendas e Conta de Capital.
Os registros das transações nas contas são efetuados pelo método das partidas dobradas, ou seja, a 
cada débito numa conta corresponde um crédito em outra conta. Em função da utilização deste método, 
as contas terão um equilíbrio interno (o total dos débitos na conta se iguala sempre ao total dos créditos) e 
o sistema de contas (as contas em seu conjunto) terá também um equilíbrio (o total dos débitos em todas 
as contas se igualarão ao total de créditos de todas as contas).
Como os agentes econômicos são em número de quatro e cada um possuiria três contas (Produção, 
Utilização de Rendas e Acumulação de Capital), o sistema de Contas Nacionais teria um total de doze contas.
Na prática, cada país, ao fazer a sua Contabilidade Nacional, faz consolidações em algumas das 
referidas contas com o objetivo de reduzir seu número e produzir informações mais compactadas.
7.6.2 AS CONTAS NACIONAIS DO BRASIL
Até o ano de 1986, as Contas Nacionais do Brasil eram elaboradas pela Fundação Getúlio Vargas 
(FGV). A partir desta data, a responsabilidade pela sua elaboração passou para a Fundação Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística (FIBGE).
A estrutura das Contas Nacionais dos dois órgãos apresentam algumas diferenças entre si, que 
serão comentadas a seguir.
7.6.2.1 METODOLOGIA ADOTADA PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
As Contas Nacionais eram constituídas por cinco contas:
1) Conta de Produção;
2) Conta de Apropriação;
3) Conta Corrente do Governo;
4) Conta das Transações com o Exterior;
5) Conta Consolidada de Capital.
Os lançamentos em cada conta recebem um número. O número entre parênteses após cada lan-
çamento representa a contrapartida. 
7.6.2.1.1 CONTA DE PRODUÇÃO
Esta conta corresponde a uma conta consolidada das demonstrações de resultado das unidades 
produtivas do país.
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163
Introdução à Economia
CONTA DE PRODUÇÃO
DÉBITO CRÉDITO
1.1. Renda Interna Líquida = PILcf (2.6) 1.6. Consumo das famílias (2.1)
1.2. (+) Impostos Indiretos (3.5) 1.7. Consumo do Governo (3.1)
1.3. (–) Subsídios (3.2) 1.8. Formação Bruta de Capital Fixo (4.1)
1.4. (+) Depreciação	(4.4)	 						•	Governo
							(=)	PIBpm	 						•	Setor	Privado
1.5. (+) Importação de bens e serviços (5.3) 1.9. Variação de Estoques (4.2)
 1.10.Exportação de bens e serviços (5.1)
 TOTAL DA OFERTA TOTAL DA PROCURA POR
 BENS E SERVIçOS BENS E SERVIçOS
A seu débito, estão demonstradas todas as despesas incorridas para a produção interna dos bens 
e serviços finais e mais os lucros das empresas, acrescidos do valor das importações de bens e serviços. 
As despesas incorridas correspondem a:
1) pagamentos aos proprietários dos fatores de produção, residentes ou não no país, cujo somatório 
corresponde à Renda Interna (o lucro está incluído nesse item);
2) pagamentos de impostos indiretos líquidos do recebimento de subsídios;
3) depreciação do ativo fixo das empresas 20.
Observe que o lado do débito da conta é o somatório do PIBpm da economia com as Importações 
de bens e serviços, agregado que é denominado OFERTA GLOBAL ou TOTAL DA OFERTA DE BENS 
E SERVIçOS. A Oferta Global corresponde ao total de bens e serviços que estão, potencialmente, à 
disposição para serem absorvidos (consumidos) pelos agentes econômicos do país. 
A crédito da Conta de Produção, estão demonstradas as vendas de bens e serviços finais efetuadas 
pelas unidades produtivas aos agentes econômicos (Famílias, Empresas, Governo e Resto do Mundo).
Como toda venda corresponde a uma compra de igual valor, o total das vendas finais é 
igual ao total das compras finais e, portanto, o crédito da conta demonstra o total da PROCURA DE 
BENS E SERVIçOS ou DEMANDA FINAL.
Assim, as compras de bens de consumo e serviços pelas famílias constituem o chamado CON-
SUMO DAS FAMíLIAS ou CONSUMO PESSOAL. As compras de bens de consumo e serviços feitas 
pelo governo, o CONSUMO DO GOVERNO ou CONSUMO DAS ADMINISTRAçÕES PÚBLICAS. As 
compras de bens de capital novos pelas empresas e pelo governo, FORMAçãO BRUTA DE CAPITAL 
FIXO ou INVESTIMENTO. A VARIAçãO DE ESTOQUES, conforme já explicado no subitem 7.2.4, é 
considerada compra das empresas para si mesmas e as compras efetuadas pelo resto do mundo são 
chamadas de EXPORTAçÕES DE BENS E SERVIçOS.
A partir do equilíbrio interno da CONTA DE PRODUçãO (total de débitos igual ao total de créditos), 
pode-se extrair a seguinte identidade contábil:
PIBpm + M = C + I + Ve + G + X
onde:
PIBpm = Produto Interno Bruto a preços de mercado.
M = Importação de bens e serviços
C = Consumo Pessoal
I = Formação Bruta de Capital Fixo
Ve = Variação dos Estoques
G = Consumo do Governo
X = Exportação de bens e serviços
20 Compare com a conta da empresa X apresentada no exercício do subitem 7.3.3.1, que consiste numa versão simplificada da Conta de Produção.
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Capítulo 7 Contabilidade Nacional
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Essa identidade também pode ser apresentada da seguinte forma, obtida deslocando-se o valor 
das importações, com o sinal trocado, para o lado esquerdo da mesma:
PIBpm = C + I + Ve + G + X M
Em relação às contrapartidas da Conta de Produção, elas serão comentadas quando forem anali-
sadas as respectivas contas onde foram lançadas. Cabe observar, entretanto, que a contrapartida tem 
natureza inversa ao lançamento efetuado na Conta de Produção. Assim, por exemplo, o Consumo Pes-
soal, que corresponde às vendas de bens de consumo feitos pelas empresas às famílias, será lançado a 
crédito da Conta de Produção por ser uma receita de vendas, porém a débito da Conta de Apropriação, 
por ser uma despesa das famílias. 
7.6.2.1.2 A CONTA DE APROPRIAÇÃO
A CONTA DE APROPRIAçãO é uma conta consolidada onde está consignada a apropriação da 
renda gerada na atividade produtiva interna bem como as transferências feitas pelo governo ao setor 
privado21 e a utilização que foi dada a estes recebimentos.
A Renda Interna corresponde ao pagamento aos fatores de produção (residentes ou não no país) pela 
sua contribuição para que se efetive a produção interna.
As Transferências, como já visto no subitem 7.3.5, são pagamentos ao setor privado que não 
correspondem à prestação corrente de serviços dos fatores de produção: pensões, aposentadorias, 
seguro-desemprego etc. Por convenção, os juros da dívida pública interna pagos pelo governo 
também são considerados como transferências.
O lado do débito da conta consigna a utilização dos recebimentos lançados no lado do crédito. 
Uma parte da Renda Interna gerada na atividade produtiva interna é capturada pelo governo sob a 
forma de Impostos Diretos e outras receitas de natureza não-tributária que são denominadas Outras 
Receitas Correntes do Governo (ORCG)22, e outra parte é capturada, de forma líquida, pelo resto do 
mundo(ver subitem 7.3.2 deste Capítulo). Caso a Renda Líquida seja recebida pelo exterior, ela deverá 
ser lançada do lado do crédito da conta.
O restante da renda pertence ao setor privado. Deduzidos os gastos das famílias com a aquisição 
de bens de consumo, a diferença corresponde à chamada POUPANçA LíQUIDA DO SETOR PRIVADO, 
que como vimos no subitem 7.2.7, é constituída pelos Lucros Retidos pelas empresas e por outras 
formas de Poupança das Famílias.
21 A Conta de Apropriação corresponde a uma agregação das contas de utilização das rendas das empresas e das famílias. 
22 ORCG é composta das receitas de aluguéis de imóveis de propriedade do governo, de dividendos por ele recebidos de empresas públicas etc.
CONTA DE APROPRIAÇÃO
DÉBITO CRÉDITO
2.1. Consumo das famílias (1.6) 2.6. Renda Interna (1.1)
2.2. Impostos Diretos (3.6) 2.7. Transferências (3.3)
2.3. Renda Líquida enviada para o exterior (5.4) 
2.4. Outras Receitas Correntes do Governo (3.7) 
2.5. Poupança Líquida do Setor Privado (4.3) 
UTILIZAçãO DOS RECEBIMENTOS TOTAL DOS RECEBIMENTOS
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Introdução à Economia
7.6.2.1.3 CONTA CORRENTE DO GOVERNO
A CONTA CORRENTE DO GOVERNO corresponde à conta consolidada de todas as esferas do 
Poder Público (municipal, estadual e federal). A débito, são lançadas as despesas. A crédito, as receitas.
A diferença entre as receitas e despesas correntes do governo é denominada de Poupança do 
Governo ou Saldo em Conta Corrente do Governo.
O Consumo do Governo corresponde aos bens de consumo e serviços ad quiridos pelo governo 
das unidades produtivas e mais os salários pagos ao funcionalismo.
Os Impostos Indiretos e Diretos, os Subsídios e as Transferências já foram suficientemente explicados 
em outros itens deste Capítulo.
É importante notar que o Investimento do Governo, correspondente à aquisição de bens de capital 
novos, não está computado nesta conta e sim na CONTA CONSOLIDADA DE CAPITAL, exposta a seguir 
(Veja a respeito o subitem 7.6.4).
7.6.2.1.4 CONTA CONSOLIDADA DE CAPITAL
A CONTA CONSOLIDADA DE CAPITAL registra a seu débito a aplicação dos recursos da economia 
na formação bruta de capital fixo e na variação dos estoques e, a seu crédito, as fontes de financiamento 
dessas aplicações, a saber, a Poupança Bruta do Setor Privado (Poupança Líquida do Setor Privado mais 
a Depreciação), a Poupança do Governo em Conta Corrente e a Poupança Externa.
A soma da Depreciação com a Poupança Líquida do Setor Privado é denominada Poupança 
Bruta do Setor Privado.
A soma da Poupança Bruta do Setor Privado com a Poupança do Governo é denominada Pou-
pança Interna Bruta ou apenas Poupança Interna.
A Poupança Externa é a Poupança do Resto do Mundo, assim entendida como a diferença entre 
os recebimentos e os pagamentos dos residentes do exterior e será analisada no subitem seguinte.
CONTA CORRENTE DO GOVERNO
DÉBITO CRÉDITO
3.1. Consumo do Governo (1.7) 3.5. Impostos Indiretos (1.2)
3.2. Subsídios (1.3) 3.6. Impostos Diretos (2.2)
3.3. Transferências (2.7) 3.7. Outras Receitas Correntes do Governo (2.4) 
3.4. Poupança em Conta Corrente 
 do Governo (4.5) 
 UTILIZAçãO DAS TOTAL DAS
 RECEITAS CORRENTES RECEITAS CORRENTES
CONTA CONSOLIDADA DE CAPITAL
DÉBITO CRÉDITO
4.1. Formação Bruta de Capital Fixo (1.8) 4.3. Poupança Líquida do Setor Privado (2.5)
•	Governo 4.4. Depreciação (1.4)
•	Setor Privado 4.5. Poupança em Conta Corrente do Governo (3.4)
4.2. Variação de Estoques (1.9) 4.6. Poupança Externa (5.2)
 TOTAL DA APLICAçãO DOS TOTAL DOS RECURSOS PARA 
 RECURSOS = INVESTIMENTOS FINANCIAMENTO DOS 
 TOTAIS INVESTIMENTOS
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EDITORA SARAIVA - Introdução à Economia - Silvério das Neves - 11ª Edição
Capítulo 7 Contabilidade Nacional
166
A Conta Consolidada de Capital reflete a identidade contábil entre a poupança e o investimento 
total, já comentada no subitem 7.2.7 deste Capítulo.
7.6.2.1.5 CONTA DE TRANSAÇõES COM O EXTERIOR
Esta conta reflete o movimento das transações de bens e serviços entre o país e o exterior, inclusive 
os serviços prestados pelos proprietários dos fatores de produção, fluxos já comentados no subitem 
7.3.2 deste Capítulo. Estas transações são chamadas de transações correntes.
CONTA DE TRANSAÇõES COM O EXTERIOR
DÉBITO CRÉDITO
5.1. Exportação de bens e serviços (1.10) 5.3. Importação de Bens e Serviços (1.5)
5.2. Poupança Externa (4.6) 5.4. Renda Líquida Enviada para o Exterior (2.3)
UTILIZAçãO DAS RECEITAS TOTAL DAS RECEITAS
Observe que os recebimentos do resto do mundo estão logicamente no lado do crédito da conta, 
porém com a terminologia do ponto de vista do país para o qual estão sendo elaboradas as Contas 
Nacionais. Assim, por exemplo, as exportações do resto do mundo para o país, que correspondem a 
um recebimento dele, estão registradas com a denominação Importação de Bens e Serviços pois, do 
ponto de vista do país, são importações. Da mesma forma a Renda Líquida recebida pelo Exterior que 
é registrada a seu crédito é denominada Renda Líquida enviada para o Exterior, que é a terminologia 
do ponto de vista do país (está remetendo renda para o exterior).
As Exportações de bens e serviços do país para o exterior são registradas a débito da conta do 
resto do mundo, pois do ponto de vista deste último são importações pelas quais deve efetuar os 
pagamentos correspondentes.
A diferença entre os recebimentos e os pagamentos efetuados pelo resto do mundo, relativos ao 
movimento de transações correntes, é denominado de Poupança Externa. 
Alerte-se que, se o exterior tiver Poupança Externa positiva, os seus recebimentos em transações 
correntes superaram os pagamentos. Na ótica do país para o qual estão sendo montadas as Contas 
Nacionais, ocorreu o inverso, ou seja, os pagamentos em transações correntes superaram os rece-
bimentos, o que equivale a dizer que o saldo das Transações Correntes23, para o país, foi deficitário 
enquanto que, para o exterior, foi superavitário. Por isso se diz que uma Poupança Externa positiva 
equivale a um Déficit no Balanço de Pagamentos em Conta Corrente do país.
Se o exterior tiver Poupança Externa Negativa, ocorrerá o contrário: o país apresentará Superávit 
no Balanço de Pagamentos em Conta Corrente.
7.6.2.2 METODOLOGIA DA FIBGE DE 1986 ATÉ 1995
A partir de 1986, as Contas Nacionais do Brasil passaram a ser elaboradas pela Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), que reduziu o número de contas para quatro, consolidando 
as contas de APROPRIAçãO e CONTA CORRENTE DO GOVERNO em apenas uma conta denominada 
RENDA NACIONAL DISPONíVEL BRUTA.
A estrutura destas contas é apresentada a seguir. A FIBGE divulgava, em separado das demais, 
a Conta do Governo que também será reproduzida aqui.
23 Este saldo também é denominado Saldo do Balanço de Transações Correntes ou Saldo do Balanço de Pagamentos em Conta Corrente. Consultar, 
para maiores detalhes, o Capítulo 8.
economia.indb 166 12/03/2012 12:31:29
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Introdução à Economia
CONTA 3 - CONTA DE CAPITAL
DÉBITO CRÉDITO
3.1. Formação bruta de capital fixo (1.6) 3.3. Poupança bruta (2.3)
 3.1.1 Construção 3.4. Menos: saldo em transações correntes 
 com o resto do mundo (4.9)
 3.1.1.1 Administrações públicas 
 3.1.1.2 Empresas e famílias 
 3.1.2 Máquinas e equipamentos 
 3.1.2.1 Administrações públicas

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