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SEGURIDADE SOCIAL: A POLÍTICA 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O SUAS
2
Juscilene Galdino da Silva
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2023
 SEGURIDADE SOCIAL: A POLÍTICA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL E O SUAS
1ª edição
3
2023
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
Homepage: https://www.cogna.com.br/
Diretora Sr. de Pós-graduação & OPM
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Giani Vendramel de Oliveira
Revisor
Flaviana Aparecida de Mello
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Silva, Juscilene Galdino da
Seguridade social: política de Assistência Social e o 
Suas/ Juscilene Galdino da Silva, – Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2023.
32 p.
ISBN 978-65-5903-431-4
1. Direitos sociais. 2. Assistência. 3. SUAS. I. Título.
CDD 362.10425
_____________________________________________________________________________ 
 Raquel Torres – CRB 8/10534
S586s 
© 2023 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
https://www.cogna.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Direitos sociais: Marco históricos importantes _______________ 07
A Política de Assistência Social no Brasil ______________________ 21
Principais Serviços Socioassistênciais do SUAS ______________ 33
Debate contemporâneo sobre a política de assistência social no 
Brasil: Avanços e desafios ___________________________________ 44
SEGURIDADE SOCIAL: A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
E O SUAS
5
Apresentação da disciplina
A Política de Assistência Social e o Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) no Brasil desempenham um papel fundamental na promoção 
do bem-estar e na garantia de direitos dos cidadãos. Por meio da 
assistência social, busca-se atender às demandas das pessoas em 
situação de vulnerabilidade e garantir-lhes acesso a serviços e benefícios 
essenciais.
No contexto dos direitos sociais (Tema 1), é importante ressaltar alguns 
marcos históricos que foram fundamentais para a consolidação dos 
direitos conquistados. A Constituição Federal de 1988 representa um 
ponto crucial nesse sentido, reconhecendo a assistência social como 
direito do cidadão e atribuindo ao Estado a responsabilidade de sua 
efetivação. 
Ao adentrar o tema específico da política de assistência social no 
Brasil, com o Tema 2 serão exploradas suas características e princípios 
fundamentais. Será discutido como essa política tem evoluído ao longo 
do tempo, adaptando-se às necessidades da população e buscando 
proporcionar proteção social de forma inclusiva e integrada.
No Tema 3 sobre o âmbito do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS), serão apresentados os principais serviços socioassistenciais 
disponibilizados à população brasileira. Esses serviços, que englobam 
desde o acolhimento e o atendimento a famílias em situação de 
vulnerabilidade até o apoio à inclusão produtiva, visam promover a 
autonomia e a melhoria das condições de vida dos cidadãos.
6
Por fim, no Tema 4 será realizado um debate contemporâneo sobre 
a política de assistência social no Brasil, abordando os avanços 
conquistados ao longo dos anos, bem como os desafios que ainda 
persistem. Serão discutidas questões relacionadas à história da política 
de assistências, aos ganhos para a população ao longo das décadas, à 
influência do papel econômico no modo de construção e condução da 
política social e à efetivação dos direitos no contexto atual, destacando a 
importância de uma abordagem crítica e reflexiva sobre o tema.
Esta disciplina é estruturada em quatro temas principais, cada um com 
suas particularidades e contribuições para o entendimento da política 
de assistência social e do SUAS no Brasil. Por meio da análise conceitual, 
do estudo dos marcos históricos e da compreensão das conquistas da 
Seguridade Social, busca-se uma visão ampla e aprofundada sobre o 
tema, considerando a dinâmica política e social do país.
7
Direitos sociais: Marco históricos 
importantes
Autoria: Juscilene Galdino da Silva
Leitura crítica: Flaviana Aparecida de Mello
Objetivos
• Compreender os direitos sociais e sua consolidação.
• Refletir sobre as políticas sociais no âmbito 
brasileiro.
• Elencar alguns avanços e desafios para a sua 
efetivação.
8
1. Direitos sociais: conceito, contexto histórico 
e suas influências no panorama nacional
De modo geral, os direitos sociais são direitos fundamentais do sujeito, 
que são verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em 
um Estado Social de Direito, com o objetivo de garantir ou ir em direção 
à igualdade social. É dada, nesse momento, uma espécie de avanço e 
emancipação simbólica e principalmente histórica dos indivíduos, já que 
o direito social se manifesta na realidade material. No Século XIX, as 
demandas por direitos sociais tiveram o seu primeiro ápice até então, 
tal fato se deu no contexto anteriormente citado, o da vida no trabalho, 
com a chegada da Revolução Industrial1. Os direitos sociais então 
surgiram em prol da classe operária durante a Revolução Industrial na 
Europa, iniciada no século XVIII e elaborada conforme avanços que se 
arrastaram até o século XIX. Algumas das mudanças incluem redução 
da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil, salário-mínimo, 
dentre outras igualmente importantes.
Um ponto importante a se mencionar está na literatura de Burdeau, ele 
nos traz, que:
Após a guerra de 1914/1918 as declarações de direitos conhecem um 
impulso enorme. Nos Estados criados ou transformados pela guerra, 
assembleias constituintes adotam nos preâmbulos das constituições 
um bom número de artigos fixando as bases políticas e sociais do novo 
regime. Elas registram o nascimento de novos direitos saídos da evolução 
da vida social; eles remetem ao dever do Estado, não mais simplesmente a 
garantia de independência jurídica do indivíduo, mas sobretudo a criação 
de condições necessárias para assegurar-lhe a independência social. 
O individualismo é corrigido pelo reconhecimento da legitimidade das 
intervenções do Estado em todos os domínios em que se possa demandar 
a solidariedade social. (Burdeau, 1996, p. 68)
1 Revolução Industrial foi o processo que levou à substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia huma-
na pela energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril nos países da Europa 
e da América do Norte.
9
A igualdade material entre os indivíduos só poderia ser atingida diante 
da modificação do papel do Estado. Se antes ele se ausentou, com o 
aparecimento do Estado social a igualdade passa a ser assegurada, pelo 
menos na lei, mediante dupla atuação estatal: o aumento da intervenção 
estatal nas relações contratuais e a imposição de obrigações ao Estado, 
de forma que passou a estar comprometido com a manutenção de 
prestações em favor da população.
Com todas as mudanças na atuação estatal, o Estado passa a ter um 
aparato para a promoção, através de legitimidade para intervenções, 
visando a garantia dos direitos individuais, fomentando políticas de 
amparo. No entanto, semBolsa Família, já citado 
anteriormente. De acordo com dados do Ministério da Cidadania, em 
2020, o Bolsa Família beneficiou mais de 14 milhões de famílias em 
todo o país, proporcionando melhorias significativas nas condições 
de vida dessas famílias. Mas, outra política social relevante é a criação 
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que busca organizar e 
articular a oferta de serviços e programas de assistência em todo o 
país. O SUAS tem como objetivo central promover a inclusão social, a 
autonomia e a melhoria das condições de vida das pessoas em situação 
de vulnerabilidade. Através do SUAS, são disponibilizados serviços como 
os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de 
Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), que atuam no 
50
acolhimento, orientação e encaminhamento de indivíduos e famílias em 
situação de risco ou violação de direitos.
A criação dos conselhos de assistência social, como o Conselho Nacional 
de Assistência Social (CNAS) e os conselhos estaduais e municipais, 
foi um marco importante. Esses espaços de participação permitem 
que a sociedade civil, por meio de organizações e movimentos sociais, 
tenha voz ativa na formulação, implementação e monitoramento das 
políticas sociais. Os conselhos são responsáveis por discutir e deliberar 
sobre as diretrizes, metas e ações dos programas sociais, garantindo a 
transparência e a democratização na gestão dessas políticas.
Além disso, os avanços tecnológicos têm contribuído para ampliar a 
participação popular. Através de plataformas digitais e ferramentas de 
comunicação, a sociedade civil tem sido capaz de se engajar de maneira 
mais ampla, participando de consultas públicas, enviando contribuições 
e acompanhando de perto as decisões e a implementação das políticas 
sociais.
Os resultados desses avanços são visíveis em diversos aspectos. Houve 
uma expansão significativa da cobertura e do acesso aos programas 
sociais, beneficiando um maior número de pessoas em situação 
de vulnerabilidade. O Bolsa Família, por exemplo, alcançou mais 
de 14 milhões de famílias em 2020, representando um incremento 
considerável em relação aos primeiros anos de sua implementação.
Em suma, os avanços da política de assistência social no Brasil são 
notáveis, trazendo melhorias significativas na vida das pessoas em 
situação de vulnerabilidade. No entanto, é fundamental que se 
mantenha o compromisso com a ampliação do acesso, a qualidade dos 
serviços prestados e a promoção da participação popular, visando a 
construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária. Por fim, 
será importante identificar e reconhecer os desafios que as políticas de 
assistência social ainda enfrentam.
51
3. Os desafios das políticas sociais
A conjuntura “político-econômica-social” sofreu grandes mudanças após 
a pandemia que ocorreu entre os anos de 2019 e 2022, e, para falarmos 
de política social, é preciso estar atento em como esse cenário impactou 
o mundo do trabalho e consequentemente a área social. Os processos 
que marcaram a história do país são agravados pelo que ocorre desde o 
período anterior à pandemia, de profunda crise do capital. Houve uma 
reestruturação no mundo do trabalho que impacta profundamente 
a vida do trabalhador, por meio da reestruturação produtiva que 
vem após os períodos de expansão do fordismo2 e taylorismo3 como 
modos de produção, que expressavam um campo de luta sindicalista 
dos trabalhadores, e que perderam a força. As indústrias fordista 
e taylorista passaram a assumir estratégias do modo de produção 
toyotista japônes4, reduzindo assim a mão de obra e eliminando postos 
de trabalho. Percebemos que a necessidade de conciliação discutida 
anteriormente não seria mais relevante se adotarmos uma abordagem 
mais radical, pois a financeirização e a supremacia do capital já estão 
intrinsecamente sobrepondo-se aos interesses sociais no contexto das 
políticas públicas.
Compreendendo o contexto em que as políticas sociais se inserem, 
é fundamental abordar o fenômeno da financeirização, pois ele 
desempenha um papel significativo na atual configuração econômica. 
Nesse processo, o setor financeiro assume uma posição central na 
economia, exercendo influência dominante na alocação de recursos, 
na geração de lucros e nas tomadas de decisões econômicas. A 
2 O fordismo é um sistema de produção em massa desenvolvido por Henry Ford no início do século XX. Caracte-
riza-se pela produção em larga escala, padronização dos produtos, divisão do trabalho e utilização de máquinas e 
tecnologias avançadas.
3 O taylorismo é um sistema de organização do trabalho desenvolvido por Frederick Taylor no final do século XIX. 
Ele busca aumentar a eficiência e a produtividade por meio da divisão detalhada das tarefas e do controle rigoroso 
dos processos de trabalho.
4 O toyotismo, também conhecido como Sistema Toyota de Produção, é um modelo de produção que foi desen-
volvido pela Toyota no Japão, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Resumidamente, o toyotismo busca 
eliminar desperdícios e maximizar a eficiência ao longo de toda a cadeia produtiva.
52
financeirização está intrinsecamente relacionada a mudanças 
estruturais na economia global, como a liberalização financeira, a 
desregulamentação, o avanço tecnológico e a busca incessante por 
retornos financeiros cada vez mais elevados. Esses elementos são 
relevantes para compreendermos as dinâmicas que permeiam as 
políticas sociais e as transformações que ocorrem no âmbito econômico, 
destacando a importância de uma abordagem crítica e abrangente no 
desenvolvimento e implementação dessas políticas.
Uma das características marcantes da financeirização é a crescente 
interconexão entre a esfera financeira e as demais esferas da economia, 
como a produção, o consumo e o trabalho. A financeirização também 
pode ter implicações sociais, políticas e culturais. Ela pode levar a uma 
maior desigualdade econômica, concentrando poder e riqueza nas 
mãos de instituições financeiras e investidores privilegiados. Além 
disso, pode aumentar a instabilidade e a volatilidade no mercado 
financeiro, como evidenciado pelas crises financeiras. Como isso afeta 
as políticas sociais? A lógica da financeirização muitas vezes promove 
a privatização e mercantilização de serviços sociais. A ideia de que os 
serviços sociais devem ser tratados como commodities sujeitas às leis 
de oferta e demanda pode levar à redução do acesso universal a esses 
serviços, especialmente para os mais vulneráveis. Isso pode resultar em 
desigualdades e exclusão social.
Além disso, existem vários outros fatores resultantes de processos como 
este que formam a base do tecido das desigualdades sociais no Brasil. A 
financeirização contribui para a ampliação das desigualdades sociais e 
econômicas, questões como essas foram atenuadas durante a pandemia 
do ano de 2019. Por exemplo, podemos notar que durante esse período 
houve um aumento na procura pelo Centro de Referência de Assistência 
Social (CRAS) devido aos impactos socioeconômicos provocados pela 
crise sanitária. A pandemia trouxe consequências como o aumento do 
desemprego, a redução da renda familiar, a falta de acesso a serviços 
básicos e a vulnerabilidade social, o que pode ter levado mais pessoas 
53
a buscar assistência e suporte por meio do CRAS. É sabido que o CRAS 
faz parte da Política Nacional de Assistência Social, que é regulamentada 
pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), sendo uma das unidades 
públicas mais afetadas durante os governos de 2019 a 2021.
3.1 As questões ideológicas
Na perspectiva das discussões contemporâneas que envolvem 
o desmonte das políticas sociais temos o campo de valores do 
conservadorismo como suporte de interesses a favor do nosso modo 
de produção econômico. No Brasil o capital se assimila a valores 
ideológicos quando necessário. Estamos considerando que existe um 
modo capitalista de pensar, que não se restringe à produção material, 
masAcesso em: 7 
set. 2023.
MARQUES, R. O lugar das políticas sociais no capitalismo contemporâneo. 
Disponível em: https://periodicos.ufes.brargumentum/article/view/10517. Acesso 
em: 7 set. 2023.
MESTRINER, M. L. O Estado entre a filantropia e a assistência social. 3. ed. São 
Paulo: Cortez, 2008.
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FaPa1Oy8kQ65voJ4T345.pdf
https://periodicos.ufes.brargumentum/article/view/10517
58
	Sumário
	Apresentação da disciplina
	Direitos sociais: Marco históricos importantes
	Objetivos
	1. Direitos sociais: conceito, contexto histórico e suas influências no panorama nacional
	2. Avanços
	3. Considerações finais
	Referências
	A Política de Assistência Social no Brasil
	Objetivos
	1. Apontamentos sobre a história da política da Assistência Social no Brasil
	2. Compreendendo as especificidades da Constituição Federal de 1988: a gênese da inclusão da assist
	3. Compreendendo a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, além de alguns desafios da a
	Referências
	Principais Serviços Socioassistênciais do SUAS
	Objetivos
	1. Principais serviços socioassistenciais do SUAS
	2. Os principais agentes do SUAS
	3. A importância do SUAS e as suas formas práticas de implementação
	Referências
	Debate contemporâneo sobre a política de assistência social no Brasil: Avanços e desafios
	Objetivos
	1. Apontamentos sobre a história da política de assistência social até a atualidade
	2. Alguns avanços consideráveis com relação às políticas sociais no Brasil
	3. Os desafios das políticas sociais
	Referênciasa manutenção constante e atualização desses 
parâmetros, as camadas mais afetadas socialmente serão e são em 
vários momentos prejudicadas. Já que percebemos que o Estado e a 
população são formativamente corpos distintos, de interesses distintos, 
diante disso os pactos surgem e estão suscetíveis à instabilidade de 
interesses, de onde eles mesmo foram criados.
Um dos pontos iniciais importantes de comparação para a compreensão 
desse surgimento é a efetivação do Welfare State (Estado de bem-estar 
social), o modelo do século XX de intervenção estatal, pós-primeira 
Segunda Guerra, que fortalece o setor público e é o responsável por 
ativar e gerir os mecanismos de proteção social, sendo também o meio 
que abre caminho para as políticas sociais. A política social segue a 
conveniência das políticas de avanço popular, já que atenderá a essas 
necessidades populares, mas, sobretudo, aos objetivos econômicos, 
assim como complementa Pereira (p. 27, 2011):
É esta característica da política social – herdada não propriamente da 
ordem burguesa, mas de todos os modos de produção divididos em classe 
(escravista, feudal, capitalista) – que faz dela, conforme Mishra, um fato 
ao mesmo tempo longevo e contemporâneo, além de simultaneamente 
positivo e negativo, diferenciando-o do Welfare State.
Apesar disso, podemos reconhecer aqui que não há a “‘A’ Política Social”, 
correto? A Política Social se dá de formas diferentes e é atravessada por 
10
aspectos e contextos culturais e sociais diversos, sendo conveniente ou 
não, tanto para a população, quanto para o Estado; então as políticas 
sociais não são exclusivamente um meio de afirmação e dominação 
burguesa, visto que há a oscilação entre a apropriação feita pela 
população e afastamento dela.2
Um grande desafio é ampliar a assistência, já que essas intervenções 
não são suficientes. O Estado passou a oferecer serviços públicos mais 
específicos, materializando-se em prestações relativas no campo da 
saúde, educação, proteção à velhice e à invalidez. Com a modernidade 
da ideia de Estado social, agora essa prestação é um direito garantido 
por lei, mesmo que não plenamente em alguns casos. Com isso, vale 
salientar aqui que postura em relação a essa ruptura de interesses deve 
se manter crítica, para a constante melhoria analítica do aluno, não só 
referente à sua área de conhecimento, mas também para a função ativa 
da profissão.
Neste ponto, se pararmos para uma breve análise, para que o regime 
democrático fosse eficiente, as condições econômicas precisariam 
ser o meio pelo qual a liberdade do indivíduo e os seus direitos sejam 
usufruídos. Sem essa liberdade, entramos em um estado de contradição 
constante. Assim como Dalmo de Abreu Dallari (2004, p. 46) aponta, 
“afirmar que todos são iguais perante a lei; é indispensável que sejam 
assegurados a todos, na prática, um mínimo de dignidade e igualdade 
de oportunidades”.
Diante de contradições e obstáculos, o Estado social de direito só 
encontrou condições propícias ao seu surgimento no início do século 
XX, como decorrência de diversos fatores, tais como a luta dos 
sindicalistas europeus pelo reconhecimento de direitos trabalhistas, 
o caos instaurado com o advento da I Guerra Mundial e a vitória dos 
2 PERIERA, P. A. Política social contemporânea: concepções e configurações no contexto da crise capitalista. 
In: COSTA, L. C.; NOGUEIRA, V. M. R.; SILVA, V. R. (org). A política social na América do Sul: perspectivas e 
desafios no século XXI [on-line]. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2013. pp. 15–26. 
11
bolcheviques russos em 1917, além do desenvolvimento pós II Guerra 
Mundial.     
Mas como isso se deu no nosso contexto? Com o surgimento 
do capitalismo e o surgimento e crescimento do processo de 
industrialização no Brasil, também ascende o papel da classe 
trabalhadora e dos movimentos sociais. Na conjuntura apresentada, 
não havia ainda as leis trabalhistas. Em 1º de maio de 1943, sob 
o governo de Getúlio Vargas, temos a Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT). Até então, o cenário apresentava o crescimento 
do movimento liderado por Luís Carlos Prestes, que viria a propagar 
o ideal revolucionário, o que desemboca no histórico de greves dos 
trabalhadores no Brasil; em paralelo aos ideais do partido integralista 
conservador.
A classe operária, extremamente explorada, passou a se organizar para 
reivindicar direitos e melhores condições de trabalho. De tal modo, as 
reivindicações passaram a incomodar o Estado. Os trabalhadores já se 
viam em condição de injustiça e de exploração (Iamamoto; Carvalho, 
1983).
Dando um salto histórico maior em relação aos direitos sociais, a 
primeira Constituição Brasileira inspirada na de Weimer, também 
ensaiava a origem de uma cartilha de função social. Isso nos trouxe, por 
meio dos atravessamentos dos movimentos citados, à atual Constituição 
Brasileira (1988), responsável por uma extensa garantia de direitos 
fundamentais, como estipulado em seu Artigo 6º, em relação à saúde, 
trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência, dentre outros. Já 
trazendo novamente os anos 40, temos os trabalhadores alcançaram 
algumas conquistas importantes, como a criação da CLT3.
3 A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) ocorreu apenas em 1943: foi criada por meio do Decreto-Lei nº 
5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas. Para consultar a Lei, acesse o 
site: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-5452-1-maio-1943-415500-publicacaoorigi-
nal-1-pe.html. Acesso em: 16 maio 2023.
12
Figura 1 – Balança Social
Fonte: Shutterstock.com
O período de 1930 a 1945 foi marcado, no Brasil, pela “Era Vargas”, 
período de grandes conquistas para os trabalhadores, como 
resultado das suas reivindicações, ainda que com caráter conservador 
(NASCIMENTO; SILVA; ALGEBAILE, 2002). Nesse período, também 
foram estabelecidas algumas medidas relacionadas à aposentadoria e 
pensão, como a criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos 
Industriários (IAPI) por meio da Lei no 367, de 31 de dezembro de 1936. 
O objetivo principal dos IAPs era reorganizar o setor previdenciário. 
Além disso, a Legião brasileira de assistência (LBA) foi fundada em 1942 
por Darcy Vargas, para apoiar soldados brasileiros que participaram da 
2ª Guerra Mundial.
Vale salientar novamente que o Brasil passou por ondas autoritárias, 
com repressão aos movimentos sociais dos trabalhadores. Todavia, 
foi na década de 1980 que muitos direitos foram consolidados com a 
13
Constituição Federal de 1988. Como já apontado, houve um avanço 
considerável, comparado aos anos anteriores marcados pela repressão 
e perseguição a direitos básicos fundamentais; sendo a maior parte 
dessas conquistas fruto do trabalho coletivo. Adiante poderemos 
observar como isso se deu.
2. Avanços
Você consegue identificar quais são os avanços importantes que temos 
historicamente na luta por direitos? Como reafirma Nascimento, Silva 
e Algebaile (2002, p. 10), “de 1945 a 1964 o país não representou 
mudanças significativas em políticas sociais. Foram mantidas as 
estruturas construídas no período anterior, havendo, no máximo, 
expansão de alguns setores”. Então, apesar dos esboços da Era Vargas, 
explicitados anteriormente, as políticas sociais passaram por altos 
e baixos, principalmente em relação às dificuldades impostas pela 
Ditadura Militar.
Por meio de uma intensa mobilização popular, a Assembleia Nacional 
Constituinte de 1987–1988 contou com a participação significativa da 
sociedade brasileira em sua elaboração. Durante esse processo, diversas 
organizações, atuando no congresso constituinte, propuseram emendas 
populares de grande relevância. Como resultado desse esforço coletivo, 
a Constituição Federal de 1988 foi promulgada. Notou-se, a partir dessa 
Constituição, um considerável avanço nas políticas públicas de maneira 
abrangente.
Os direitos sociais elencados na Constituição são prestações materiais 
(orientam a atuação estatal)que devem ser patrocinadas pelo Estado, 
não podendo se abster desse dever.
14
Figura 2 – Constituição Federal de 1988
Fonte: Shutterstock.com
Nos últimos 30 anos, vivemos um período de afirmação dos direitos 
sociais, garantidos de forma constitucional. O Título II da Constituição 
contempla os Direitos e Garantias Fundamentais — artigos 5° a 17 —, 
constando, ainda, o Capítulo dos Direitos Sociais.
O art. 6º prevê como direitos sociais: “a educação, a saúde, o trabalho, 
a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”. Os Direitos 
dos Trabalhadores são assegurados dentro deste Capítulo, reservado 
aos Direitos Sociais (artigos 6º a 11º).
No Título II – Dos direitos e garantias fundamentais, Capítulo II: Dos direitos 
sociais, art. 6º da Constituição Brasileira de 1988, Art. 6º, diz: São direitos 
sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
15
A garantia dos direitos sociais preconizados na política de Assistência 
Social é dada por meio de políticas sociais que deverão ser ofertadas 
pelo Estado, de acordo com a perspectiva de Montaño (2000, p. 21): 
“as políticas sociais não são mecanismos lógico-formais estáveis de um 
Estado supraclassista de bem-estar, ou de um Estado apenas funcional 
ao capital, senão o resultado contraditório, tenso e instável destas lutas”.
O último Título da Constituição é o VIII, que contempla a Ordem Social e 
possui 8 Capítulos, dentre os quais:
1. O II, que trata da Seguridade Social (inscrita nos arts. 194 a 
204), englobando normas referentes à Saúde (arts. 196 a 200), à 
Previdência Social (arts. 201 a 202), e à Seguridade Social (art. 203 
a 204);
2. O III, sobre Educação, Cultura e Desporto (arts. 205 a 217);
3. O VI, referente ao Meio Ambiente (art. 225); e
4. O VII, que trata da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso 
(arts. 226 a 230).
Tais direitos sociais, associam-se a garantias de direitos individuais e 
direitos coletivos dos sujeitos. O Estado, portanto, deverá desenvolver 
políticas públicas para assegurá-los.
Você provavelmente já ouviu discursos que atribuem à massa brasileira 
uma certa comodidade diante da realidade? Porém, a população, 
ou melhor, a classe trabalhadora compartilha de diversas nuances e 
opressões, saindo dela a força motriz que gera a crítica, os movimentos 
e as manifestações, como mostra a nossa história política. Assim como o 
então constituinte Ulysses Guimarães discursou solenemente durante a 
promulgação da constituição:
16
[...] Há, portanto, representativo e oxigenado sopro de gente, de 
rua, de praça de favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinheiras, 
de menores carentes, de índios, de posseiros, de empresários, de 
estudantes, de aposentados, de servidores civis e militares, atestando 
a contemporaneidade e autenticidade social do texto que ora passa a 
vigorar. (Trecho extraído de Discurso de Ulisses Guimarães em 05 de 
outubro de 1988)
Ao que se refere à democracia participativa, ganhamos também por 
meio da criação de conselhos específicos (Conselhos Gestores de 
Políticas Públicas), que passaram a atuar nos níveis federal, estadual e 
municipal, tendo membros da sociedade civil, além dos do Estado. Inclui-
se igualmente as políticas de Seguridade Social, da educação, da criança 
e do adolescente, que deverão ser descentralizados.
2.1 Desafios
Como você pode imaginar, os direitos tiveram e ainda têm muitos 
desafios pela frente. Com base nas referências de estudo a seguir, 
apresentamos então esses grandes desafios que se confrontam com 
a efetivação dos direitos sociais, sendo alguns desses desafios: a falta 
de investimento em políticas essenciais, a retração de verbas e a 
defasagem das políticas neoliberais. Aliás, essas últimas fazem com que 
a responsabilidade do Estado recaia sobre a sociedade civil, fazendo 
surgir a denominada filantropia social, caso à parte, que se caracteriza 
pela transferência de responsabilidades e por meio do qual o Estado se 
abstém de investimentos em políticas sociais.
Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-
se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em 
um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições 
de vida aos hipossuficientes, visando a concretização da igualdade social, 
e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art.1º, 
IV, da Constituição Federal. (Moraes, 2011, p. 206)
17
 As novas exigências do grande capital, em consequência do projeto 
neoliberal, resumiram-se na flexibilização, desregulamentação e 
privatização.
Significa dizer que o avanço neoliberal impacta diretamente a vida dos 
sujeitos, que, sem perceber, perdem direitos sociais já conquistados, 
com argumentos infundados do neoliberalismo. Por mais que a 
organização dos movimentos sociais esteja agindo para levar a 
informação e atualização sobre perdas, há a máquina de informação 
geracional que ganha em partes, tornando ainda um certo grupo de 
sujeitos alienados.
Você provavelmente já ouviu discursos em entrevistas e jornais de 
representantes da nossa sociedade citando as dificuldades econômicas 
para implementação de ações básicas, certo? Bom, os gastos públicos 
realmente existem, mas o redirecionamento financeiro a certos setores 
sociais são investimentos e não gastos efetivos. Porém, os argumentos 
neoliberais para justificar a falta de investimento do Estado em políticas 
sociais e/ou em direitos sociais são principalmente relacionados a essa 
“contenção de gastos” do Estado. “[...] conclama-se a necessidade de 
redução e/ou o não investimento de reduzir a ação do Estado para 
o atendimento das necessidades das grandes maiorias mediante a 
restrição de gastos sociais [...]” (Iamamoto, 2008, p. 144).
Após breves avanços, as políticas de investimento para a área social 
tiveram um corte em 96% durante os anos de 2019 a 2022, período 
correspondente ao Governo Bolsonaro, essencialmente direitista, e 
igualmente alinhado à burguesia, ao que, segundo a Assessoria de 
Imprensa da CNTSS/CUT (2022):
A nova direção o CNAS vem denunciado a situação gravíssima de 
“desfinanciamento” com as reduções orçamentárias impostas à Assistência 
Social pelo governo Bolsonaro. Em reunião do CNAS de 17/09, foi aprovado 
pelo Colegiado uma Nota denunciando e repudiando o corte de 96% nos 
18
recursos destinados às despesas discricionárias da Proteção Social no 
âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para 2023.
Tais momentos citados aqui pretendem exemplificar o quanto o modo 
de se fazer política se alinha à estrutura econômica predominante. 
Algumas hipóteses trazem que as fragilidades que já vinham sendo 
apresentadas, antes mesmo de alguns cenários, se devem aos alicerces 
do tecido social, ou seja, à proteção social trazida pela Constituição 
Federal de 1988, que, para Rodrigues (2012, p. 53), “sua meta (limitou-
se) a emersão de uma seguridade assistencial, ou seja, de um padrão 
público de proteção social rebaixado”.
Barroco (2003) acredita na possibilidade de se entender que o cenário 
atual provoca na sociedade uma descrença nas causas coletivas e no 
aumento da competitividade, aspectos não indissociáveis de posturas 
individualistas nas relações sociais.
Então, para que você compreenda como se deram os direitos sociais, 
se torna imprescindível reavaliarmos temas que tangem a economia e 
a política, visto que as políticas sociais são geradas e ao mesmo tempo 
confrontadas pelo neoliberalismo.
3. Considerações finais
Nas discussões aqui levantadas foram destacados alguns elementos 
importantes sobre os direitos sociais brasileiros, para a sua melhor 
compreensão do todo, com direcionamentos intencionais aos direitos 
trabalhistas e posteriormente aos avanços da Constituição Brasileira de 
1988.
Mesmode caráter conservador, alguma mobilização resultou em 
algumas conquistas por parte da classe trabalhadora. No entanto, 
é importante destacar que não houve uma ruptura total com o 
19
liberalismo, com a implementação de políticas sociais pelo Estado. 
O que houve foi a adoção de uma roupagem, porque o Estado se 
viu pressionado pela classe trabalhadora a atender algumas de suas 
reivindicações, durante o período de industrialização do país.
Cabe destacar, nessa discussão, que apesar de breves avanços e 
regulamentações que se dão a partir dos anos 2000, o que se percebe é 
a perda de direitos e o retrocesso em todas as áreas, visto que há uma 
presença forte de interesses que não pretendem reparar seus danos.
Referências
BARROCO, M. L. S. Ética e serviço social: fundamentos ontológicos. 2. ed. São 
Paulo: Cortez, 2003.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 1 jan. 2017.
BURDEAU, G. Droit constitutionel et instituitions politiques. Paris, 
Librairie Géneral de Droit et de Jurisprudence,1996.
CNTSSCUT. Cortes no orçamento da Assistência Social feitos por Bolsonaro 
Foram debatidos em Audiência Pública na Câmara Federal. Disponível em: 
http://www.cntsscut.org.br/destaques/4143/cortes-no-orcamento-da-assistencia-
social-feitos-por-bolsonaro-foram-debatidos-em-audiencia-publica-na-camara-
federal. Acesso em: 29 abr. 2023.
DALLARI, D. A. Direitos humanos e cidadania. 2. ed. Reform. São Paulo: Moderna, 
2004.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e serviço social no brasil: 
esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 1983.
MONTAÑO, C. La política social: espacio de inserción laboral y objeto de reflexión 
del Servicio Social. In: Política Social Hoy. Brasil: Cortez Editora, 2000.
MORAES, A. Direito Constitucional. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2011
NASCIMENTO, A.; SILVA, A. F.; ALGEBAILE, M. E. Estado, mercado e trabalho: 
neoliberalismo e políticas sociais. In: NEVES, L. L. (org.). O empresariamento da 
Educação: novos contornos do ensino superior no Brasil dos anos 1990. São Paulo: 
Coletivo de Estudos sobre Política Educacional e Ed. Xamã, 2002.
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20
RODRIGUES, M. P. O exercício profissional 30 anos depois do Congresso da Virada. 
Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, 2012. Disponível em: https://
revistas.ufrj.br/index.php/praiavermelha/issue/viewIssue/746/256. Acesso em: 28 
abr. 2023.
PEREIRA, P. A. P. Política social: temas e questões. São Paulo: Cortez, 2008, 214p.
https://revistas.ufrj.br/index.php/praiavermelha/issue/viewIssue/746/256
https://revistas.ufrj.br/index.php/praiavermelha/issue/viewIssue/746/256
21
A Política de Assistência Social no 
Brasil
Autoria: Juscilene Galdino da Silva
Leitura crítica: Flaviana Aparecida de Mello
Objetivos
• Contextualizar a política de Assistência Social no 
Brasil.
• A construção da História do Serviço Social no Brasil 
através da Constituição de 1988.
• A Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, 
assim como os desafios atuais.
22
1. Apontamentos sobre a história da política 
da Assistência Social no Brasil
O surgimento da Assistência Social, reconhecida hoje como “política 
social”, se encontra em âmbito mundial, relacionado sempre à ascensão 
e ao crescimento do capitalismo (Bering; Boschetti, 2007).
A herança da desigualdade social se dá de maneira específica no 
Brasil, assim como nos demais países que passaram pela invasão e 
implementação do colonialismo. No Brasil tardiamente em 1889 ocorre a 
abolição da escravização por meio da Lei Áurea devido aos movimentos 
de resistência dos escravizados, mas principalmente para facilitar as 
transações comerciais do Brasil com países abolicionistas. Infelizmente 
a abolição se limitou apenas à efetivação jurídica e não às concessões 
de direitos necessárias para que os ex-escravizados pudessem então se 
estabelecer, como defendiam os grupos abolicionistas.
Paralelamente, com a formação da República, houve o direcionamento 
de seus investimentos a áreas de desenvolvimento que envolvia 
a agricultura, a indústria e o comércio. Ao mesmo tempo em que 
embranquecia a população para o apagamento da história negra e de 
seus abusos sofridos. Houve campanhas abolicionistas e republicanas 
que estavam travando disputas pelo avanço social da igualdade, 
embora os cafeeiros do oeste paulista tivessem os seus interesses 
prevalecidos. No entanto, as relações de poder entre os setores não 
se movimentavam tanto. O que culmina na revolução burguesa de 
progresso lento até o ano de 1922, período em que surgem, ao mesmo 
tempo, o tenentismo, o Partido Comunista Brasileiro e a Semana de Arte 
Moderna de 22.
O surgimento do capitalismo no Brasil também coincide com o 
surgimento do seu processo de industrialização. Ao longo do tempo, ele 
cresceu na mesma proporção que crescia o número de trabalhadores 
23
industriais, os quais não tinham garantia alguma de direitos trabalhistas, 
nem condições básicas de sobrevivência (décadas de 1930 e 1940).
De acordo Sposati (2004), a primeira grande instituição de Assistência foi 
a Legião Brasileira de Assistência (LBA), a qual teve sua origem marcada 
pela presença forte das mulheres, bem como pelo patriotismo latente.
A Assistência Social tem a sua origem ainda nos âmbitos da filantropia, 
o que muda com o tempo tornando a definição de Assistência Social 
atualizada conforme os seus avanços. Mas aqui iniciou-se, portanto, 
o período do assistencialismo no Brasil, com o objetivo de atender 
às famílias dos brasileiros que foram à guerra. Essa organização se 
expandiu, formando um grupo de primeiras-damas, atuando em todo o 
Brasil, reforçando um modelo assistencialista, o qual não era baseado 
em políticas, mas em benesses, uma ação contrária à entrega de um 
direito legítimo.
Em outubro de 1942, a L.B.A. se torna uma sociedade civil de finalidades 
não econômicas, voltadas para “congregar as organizações de boa 
vontade”. Aqui a assistência social como ação social é ato de vontade e não 
direito de cidadania. (Sposati, 2004, p. 20)
A atuação da LBA se deu pela maior parte da extensão do país, incluindo 
alguns dos seguintes serviços1, como assistência social, assistência 
judiciária, atendimento médico-social e materno-infantil, entre outros.
Posteriormente, foi criado o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), 
que objetivava atender às fundações privadas e de filantropia que 
promoviam assistência (Mestriner, 2001).
Entre o período do Estado Novo (Era Vargas) até a atualidade houve 
avanços consideráveis e muitos desafios para que a consolidação da 
Assistência Social fosse efetivamente vista como direito e não como ação 
1 Texto produzido para a Capacitação Regional de Conselheiros Estaduais e Municipais de Assistência Social 
em agosto de 2020.
24
caritativa, caracterizada pelo clientelismo e patrimonialismo2 
 para a população.
A Constituição Federal de 1988 instituiu a Assistência social como política 
de direitos sob a ótica da proteção social, juntamente com a previdência 
social e a saúde, que é o tripé da seguridade social, de acordo com 
capítulo II, Art. 194: a Seguridade Social “compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade 
destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social”.  Ainda no mesmo artigo, a Constituição Federal de 88 
atribui tal responsabilidadeao Estado. Veja:
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I. universalidade da cobertura e do atendimento;
II. uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais;
III. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços;
IV. irredutibilidade do valor dos benefícios;
V. equidade na forma de participação no custeio;
VI. diversidade da base de financiamento;
VII. caráter democrático e descentralizado da gestão 
administrativa, com a participação da comunidade, em 
especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
A Assistência Social atenderá pessoas carentes socialmente, sem 
exigência de contribuição, como forma de assegurar o mínimo 
2 O Clientelismo e o Patrimonialismo são sistemas políticos e sociais. No Clientelismo as relações de poder 
são baseadas na troca de favores entre os líderes políticos e os seus votantes/seguidores, conhecidos como 
clientes. Já no Patrimonialismo o político age de maneira autoritária direta em sua atividade pública do cargo 
que já ocupa, assim não há separação clara entre os interesses públicos e privados.
25
existencial, materializando a dignidade da pessoa humana. Veja a 
diferença entre a previdência Social, Saúde e Assistência Social.
Figura 1 – A tríade da Seguridade Social
 
Fonte: elaborada pela autora.
1. A Assistência Social atende principalmente os sujeitos que estão 
na linha de pobreza ou, ainda, em estado de miséria.
2. A saúde é de acesso universal, ou seja, na Constituição Federal de 
88, no art. 196, garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução de danos causados pela desigualdade social.
3. Já a Previdência Social consiste nas contribuições feitas por 
trabalhadores (ou não trabalhadores, mas que contribuem), 
com o intuito de prover alguma subsistência na incapacidade de 
trabalhar posteriormente.
As três se completam, visto que têm como objetivo atingir os mesmos 
grupos. Importante frisar que essas garantias estão previstas na 
Constituição de 1988, Art. 203.
Seguridade Social
2- Assistência Social
26
No ano de 2004, após discussões nacionais, o congresso aprova a 
Política Nacional de Assistência Social, na ótica de implementação do 
Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
No ano seguinte, ou seja, em 2005, ocorreu a edição de uma Norma 
Operacional Básica que definiu as bases para a implantação do Sistema 
Único de Assistência Social. Os instrumentos de regulação da Política de 
Assistência Social em vigor são, portanto, a CF/88, a LOAS/93, a Política 
Nacional de Assistência Social/2004 e a Norma Operacional Básica/
SUAS/2005. 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é um modelo de gestão 
que organiza a Política de Assistência Social no Brasil que, dentre seus 
objetivos, também fornece apoio aos indivíduos, famílias e comunidade 
no enfrentamento de suas vulnerabilidades.
Para atingir a finalidade são ofertados serviços, benefícios, programas e 
projetos sociais à população. A criação do SUAS está ligada diretamente 
ao reconhecimento da Assistência Social como direito do cidadão 
e dever do Estado na Constituição Federal de 1988. São alguns dos 
objetivos do SUAS: 
 I. consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e 
a cooperação técnica entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios que, de modo articulado, operam a 
proteção social não contributiva e garantem os direitos dos 
usuários;
 II. estabelecer as responsabilidades da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, na organização, regulação, 
manutenção e expansão das ações de assistência social;
 III. definir os níveis de gestão, de acordo com estágios de 
organização da gestão e ofertas de serviços pactuados 
nacionalmente;
27
(Norma Operacional Básicas do SUAS – NOB/SUAS, 2012).
Para garantir o alcance dos objetivos, é essencial a organização de suas 
ações. Desse modo, a Assistência Social é dividida em dois tipos de 
proteção, a Básica e a especial. A partir dessa divisão entre as proteções 
sociais que são organizadas, as ações e os serviços buscam atender aos 
grupos de acordo com a sua necessidade.
Algumas das legitimações também envolvem a Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS), formulada em 2004, estabelecendo os 
princípios e diretrizes para a implementação do SUAS e a Tipificação 
Nacional de serviços Socioassistenciais, aprovada pela Resolução nº 
109/2009 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Esse último 
documento estabelece a divisão dos serviços entre as Proteções Sociais 
Básica e Especial, e essa tipificação tem o objetivo de padronizar e 
qualificar os serviços socioassistenciais.
A aprovação da LOAS, da PNAS, da tipificação e a constituição do SUAS 
significam um grande avanço no campo dos direitos sociais. A garantia 
dos mínimos sociais é uma conquista muito importante no processo de 
redemocratização do país.  Tais documentos delimitaram atribuições 
municipais, estaduais e federais, resultando na criação da rede de 
serviços socioassistenciais, bem como a sua descentralização, como os 
CRAS e os CREAS; o que veremos a seguir.
2. Compreendendo as especificidades da 
Constituição Federal de 1988: a gênese da 
inclusão da assistência social
A Constituição Federal de 1988 é o primeiro grande marco da história do 
Brasil, que garante direitos básicos que independem de características 
pessoais de cada cidadão. O exercício da cidadania se dá através de 
28
direitos que garantem a integridade e desenvolvimento humano, como 
vemos a seguir:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e a 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
(Brasil, 1988, [s. p.])
O processo de redemocratização da década de 1980 possuía um 
conteúdo reformista no intuito de delinear, na Constituição Cidadã, 
políticas sob os princípios da universalização, responsabilidade pública 
e gestão democrática (Alvarenga, 2011), constituindo um cenário político 
neoliberal visando amenizar a situação precária de grande parte da 
população brasileira, embora as condições econômicas internas e 
internacionais fossem desfavoráveis (Behring; Boschetti, 2011).
A Assistência Social passa a ser inserida no âmbito da seguridade social, 
o assistencialismo reformulado ganha a qualidade de política pública, 
assim como as políticas específicas de saúde e previdência. Com isso, 
os direitos sociais sofrem uma expansão nunca vista em contextos 
anteriores, que passam a ser gerados pelo novo modelo de Estado 
assumido, o de bem-estar social.
Você já se perguntou alguma vez sobre a eficácia ou legitimação do 
termo igualdade? É importante destacarmos mais uma vez que os 
discursos que valorizam o esforço pessoal como uma espécie de 
garantia de oportunidades e dignidade básica são impraticáveis, já 
que nós, sujeitos, partimos de realidades díspares e as oportunidades 
decorrem de pontos específicos de privilégios usufruídos pela classe 
social.
Na legitimação legal a Assistência Social é prevista, como vemos a 
seguir:
29
Art. 203 A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos:
I. a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência 
e à velhice;
II. o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III. a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV. a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V–a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Portanto, essa etapa se torna importante para compreendermos 
a natureza das diretrizes normativas básicas.A Assistência Social 
passa a ser uma prestação que tem como objetivo alcançar a mínima 
equalização de direitos por meio da concessão de benefícios. Assim, 
como vimos anteriormente, os princípios da assistência são sustentados 
pelo LOAS3.
3. Compreendendo a Proteção Social Básica e a 
Proteção Social Especial, além de alguns 
desafios da atualidade
A Proteção Social Básica (PSB) é um conjunto de serviços, programas, 
projetos e benefícios da Assistência Social, com o objetivo de 
prevenir situação de vulnerabilidade e de risco social, por meio de 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento 
3 O Art. 4 da Lei n. 8.742, de 1993.
30
de vínculos familiares e comunitários (Lei Orgânica da Assistência Social 
— LOAS, 1993). A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, por 
meio da Resolução nº 109/2009 do Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS), tipifica os seguintes serviços da proteção social básica:
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) busca 
fortalecer e desenvolver as capacidades familiares, promovendo o 
enfrentamento de dificuldades e a melhoria da qualidade de vida.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) tem como 
objetivo estimular o convívio social, fortalecer os vínculos familiares e 
comunitários, além de desenvolver habilidades e potencialidades de 
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.
A proteção social básica também inclui o Serviço de Proteção Social 
Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas, que visa 
promover o acesso aos direitos e a autonomia dessas pessoas por meio 
de visitas domiciliares, orientações e acompanhamento.
Outro serviço é o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado 
a Famílias e Indivíduos (PAEFI), destinado a famílias e indivíduos em 
situação de violência, negligência, abuso, exploração ou outras formas 
de violação de direitos. O objetivo é promover o enfrentamento dessas 
situações e fortalecer os vínculos familiares.
Já os Serviços da Proteção Especial, tipificados pela Resolução nº 
109/2009 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), são 
voltados para o atendimento de famílias e indivíduos que se encontram 
em situações de maior vulnerabilidade e risco social. Seguem os 
principais serviços dessa modalidade:
O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, 
Idosas e suas Famílias visa garantir proteção, inclusão social e melhoria 
da qualidade de vida dessas pessoas. É oferecido por meio de ações 
31
como atendimento especializado, orientação, acompanhamento e apoio 
sociofamiliar.
O Serviço de Proteção Social Especial para Crianças e Adolescentes 
com Direitos Violados tem como objetivo assegurar a proteção 
integral de crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados. 
Proporciona o atendimento especializado, acolhimento, orientação e 
encaminhamento adequados para essas situações.
O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas em Situação 
de Rua busca atender pessoas que vivem nas ruas, promovendo o 
acesso a direitos, à reintegração familiar, à reinserção social, além de 
dar autonomia. Envolve a oferta de acolhimento, abordagem social, 
orientação e encaminhamento para serviços e benefícios.
O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas em Situação 
de Trabalho Infantil busca combater e prevenir o trabalho infantil, 
oferecendo atendimento especializado, apoio sociofamiliar, inclusão 
em serviços e programas socioassistenciais, além de articulação com 
outros setores para garantir a proteção integral dessas crianças e 
adolescentes.
Os desafios da Proteção Social Básica (PSB) e Proteção Social Especial 
(PSE) incluem recursos financeiros limitados, demandas crescentes 
por serviços socioassistenciais, necessidade de capacitação e 
formação profissional, articulação intersetorial eficiente, superação 
de desafios culturais e estigma, e implementação de monitoramento 
e avaliação eficazes. Para enfrentar esses desafios, é necessário 
investir em recursos adequados, fortalecer a capacitação dos 
profissionais, promover a integração entre diferentes setores, 
combater preconceitos e estigmas, e aprimorar os sistemas de 
monitoramento e avaliação. Assim, será possível garantir uma 
proteção social mais abrangente e efetiva para as pessoas em 
situação de vulnerabilidade e risco social.
32
Referências
ALVARENGA, L. V.-B. H. A focalização e universalização na política social 
brasileira: opostos e complementares. Texto para Discussão 56, CEDES/UFF, 2011.
BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: 
Cortez, 2007.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 1 jan. 2017.
BRASIL. Lei 8742, de 1993. Dispõe sobre a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. 
Brasília, DF: Presidência da república, 1993.
BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e combate à Fome-MDS, Brasília, 
DF: Presidência da república, 2009.
BRASIL. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – 
MDS. Brasília, DF: Presidência da república, 2005a.
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NOB/SUAS. Brasília, DF: Presidência da república, 2005b.
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BRASIL. Política Nacional de Assistência social – PNAS. Brasília, DF: Presidência 
da república, 2000.
MESTRINER, M. L. O Estado entre a filantropia e a assistência social. 3. ed. São 
Paulo: Cortez, 2008.
SPOSATI, A. A menina Loas: um processo de construção da assistência social. São 
Paulo: Cortez, 2004.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
33
Principais Serviços 
Socioassistênciais do SUAS
Autoria: Juscilene Galdino da Silva
Leitura crítica: Flaviana Aparecida de Mello
Objetivos
• Compreender quais são os Serviços 
Socioassistenciais do Suas.
• Conhecer os principais agentes do SUAS, bem como 
a sua importância no âmbito da Assistência Social.
• 	Refletir	sobre	a	importância	do	sistema	e	apresentar	
os seus principais agentes.
34
1. Principais serviços socioassistenciais do 
SUAS
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é um sistema brasileiro que 
organiza e regula a política de assistência social no país. Ele foi criado 
pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e trabalha de maneira 
articulada com outros sistemas, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e 
o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
O objetivo principal do SUAS é garantir o acesso aos direitos 
socioassistenciais para indivíduos e famílias que se encontram em 
situação de vulnerabilidade social. Isso inclui pessoas em situação 
de pobreza, desemprego, violência, abuso, negligência, entre outros 
contextos de vulnerabilidade.
O sistema é composto por uma rede de serviços, programas, projetos e 
benefícios socioassistenciais, que são oferecidos nos diferentes níveis de 
governo (federal, estadual e municipal) em parceria com organizações da 
sociedade civil. Esses serviços abrangem desde a proteção social básica, 
que busca prevenir situações de risco, até a proteção social especial, 
voltada para o atendimento de situações de maior complexidade e 
gravidade.
O SUAS também tem como princípios a participação social, 
a descentralização político-administrativa, a integralidade, a 
universalidade	e	a	equidade.	Isso	significa	que	a	participação	da	
sociedade civil na formulação e acompanhamento das políticas 
é valorizada, que a responsabilidade pela implementação é 
compartilhada entre os diferentes entes federativos, que os serviços 
devem abranger as necessidades de forma integrada e abrangente, 
que o acesso aos benefícios deve ser garantido a todos os cidadãos e 
que as desigualdades devem serenfrentadas.
35
Durante	a	década	de	1990,	ocorreram	avanços	significativos	na	
descentralização das políticas públicas, incluindo a área da assistência 
social.	É	possível	afirmar	com	precisão	que,	antes	da	promulgação	da	
Constituição de 1988, as políticas públicas eram menos estruturadas, 
havendo dispersão de ações entre diferentes órgãos que buscavam 
alcançar os mesmos objetivos. Como consequência, havia uma 
dispersão	de	recursos	e	dificuldades	em	atender	plenamente	às	
necessidades sociais.
Já a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) é uma legislação 
fundamental que estabelece a estrutura básica e os princípios 
fundamentais de uma determinada entidade ou instituição. Ela serve 
como uma espécie de constituição interna, delineando as normas e 
diretrizes que regem o funcionamento e a organização da entidade 
em questão. No contexto brasileiro, a expressão “Lei orgânica” é 
frequentemente	utilizada	para	se	referir	às	leis	orgânicas	municipais.	
Essas leis são normas fundamentais que regem a organização político-
administrativa dos municípios, estabelecendo, por exemplo, a estrutura 
do poder executivo e legislativo municipais, as competências do 
município, os direitos e deveres dos cidadãos, entre outros aspectos.
A LOAS de um município é elaborada e aprovada pela Câmara de 
Vereadores e deve estar em conformidade com a Constituição Federal e 
as leis estaduais. Ela é considerada a lei mais importante do município, 
sendo responsável por estabelecer as bases legais para a governança 
local. Além das leis orgânicas municipais, existem também outras 
leis orgânicas que podem ser aplicadas a diferentes instituições ou 
entidades, como as leis orgânicas das Forças Armadas, que regulam a 
estrutura, atribuições e funcionamento dessas instituições militares.
A	LOAS	define	os	princípios,	os	objetivos,	as	diretrizes	e	as	bases	do	
Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que é o sistema responsável 
pela organização e regulação da política de assistência social no Brasil. O 
SUAS é implementado em parceria entre os governos federal, estaduais 
36
e municipais, bem como com a participação da sociedade civil. Além 
de direitos e deveres dos cidadãos no âmbito da assistência social, 
como	já	citamos,	ela	define	os	tipos	de	serviços,	programas,	projetos	e	
benefícios socioassistenciais que devem ser oferecidos, bem como os 
critérios para acesso a esses serviços. Além disso, a lei também aborda 
a	gestão	do	SUAS,	as	fontes	de	financiamento,	as	responsabilidades	dos	
entes federativos e a participação social na formulação e no controle das 
políticas sociais.
A	Constituição	Federal	de	1988	dedica	um	capítulo	específico	à	
Seguridade Social, que engloba a assistência social, a saúde e a 
previdência social. Esse capítulo é o Capítulo II do Título VIII, intitulado 
“Da	Ordem	Social”,	mais	especificamente	nos	artigos	194	a	204.
Os	artigos	203	e	204	da	Constituição	são	particularmente	relevantes	
para	a	assistência	social.	O	artigo	203	estabelece	que	a	assistência	
social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição,	visando	à	proteção	à	família,	à	maternidade,	à	infância,	
à	adolescência	e	à	velhice,	bem	como	a	promoção	da	integração	ao	
mercado de trabalho.
O	artigo	204	estabelece	que	a	organização	da	assistência	social	será	
realizada pelo poder público, com a participação da sociedade, mediante 
políticas integradas e ações conjuntas dos governos federal, estaduais, 
do Distrito Federal e municipais.
A LOAS, como mencionado anteriormente, foi instituída pela Lei nº 
8.742/1993	e	detalha	as	diretrizes,	os	princípios,	as	responsabilidades	e	
as modalidades de benefícios e serviços da assistência social, de acordo 
com os preceitos constitucionais.
No	entanto,	a	LOAS	sofreu	uma	atualização	no	ano	de	2011,	quando	a	
Norma Operacional Básica NOB – SUAS alcança um novo patamar, por 
meio	da	aprovação	da	Lei	nº	12.435	em	2011,	a	qual	estabelece	a	plena	
37
integração do Sistema Único de Assistência Social no âmbito da Lei 
Orgânica	da	Assistência	Social.	Isso	significa	que	o	SUAS	passou	a	ser	
parte essencial da legislação que rege a assistência social no país.
Essa atualização enfatiza a importância do SUAS como um sistema 
unificado	e	articulado,	com	o	objetivo	de	promover	a	proteção	social	
e garantir direitos aos cidadãos em situação de vulnerabilidade. A lei 
estabelece diretrizes para a organização, estruturação e funcionamento 
do SUAS, bem como os princípios que devem orientar as ações e 
serviços sociais.
Além	disso,	a	Lei	nº	12.435	reforça	a	participação	e	o	controle	social	
na política de assistência social, estabelecendo a criação de conselhos 
de assistência social em todos os níveis (federal, estadual e municipal) 
e garantindo a participação da sociedade civil na formulação, 
implementação e avaliação das políticas sociais.
Mas a partir desse panorama geral, como ocorreu de fato a criação 
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Brasil? Bom ela 
foi impulsionada por um conjunto de fatores e atores ao longo do 
tempo. Diversos movimentos sociais, organizações da sociedade civil, 
acadêmicos,	profissionais	da	área	de	assistência	social	e	gestores	
públicos contribuíram para a formulação e implementação do SUAS.
A luta por direitos sociais e a garantia da proteção social são demandas 
históricas no Brasil. O movimento de reconhecimento da assistência 
social como política pública e o estabelecimento de um sistema 
unificado	e	integrado	ganharam	força	com	a	Constituição	Federal	de	
1988.
A Constituição de 1988 foi um marco importante ao reconhecer a 
assistência social como um direito do cidadão e como parte integrante 
da seguridade social, ao lado da saúde e da previdência social. Ela 
estabeleceu os princípios e diretrizes gerais para a assistência social, 
38
como a universalidade do atendimento, a descentralização político-
administrativa, a participação da sociedade, entre outros.
Após a promulgação da Constituição de 1988, várias leis, normativas e 
debates foram realizados para avançar na consolidação da assistência 
social como política pública. A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), 
de	1993,	desempenhou	um	papel	fundamental	ao	estabelecer	as	bases	
para a organização e a regulamentação da assistência social no Brasil.
Além disso, a mobilização de diversos atores sociais, como 
trabalhadores da área, entidades representativas, movimentos sociais, 
usuários dos serviços e academia, contribuiu para a construção do SUAS. 
Esses atores pressionaram por mudanças, pela garantia de direitos e 
pela implementação de uma política de assistência social mais ampla, 
integrada e participativa.
Temos com isso que não há um único incentivo ou protagonista na 
criação	do	SUAS,	mas	sim	uma	série	de	influências	e	esforços	coletivos	
que contribuíram para a sua formulação e implementação. O processo 
envolveu um debate amplo e contínuo, com a participação de diferentes 
segmentos da sociedade em busca de uma política de assistência social 
mais efetiva e inclusiva.
2. Os principais agentes do SUAS
Existem atores e grupos que desempenharam papéis importantes no 
incentivo	à	criação	e	implementação	do	Sistema	Único	de	Assistência	Social	
(SUAS) no Brasil, são eles: os movimentos sociais, como o Movimento 
Nacional de População de Rua, o Movimento Nacional de Luta pela 
Moradia, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, entre 
outros, os quais têm lutado pela garantia de direitos e pela inclusão social, 
destacando a importância da assistência social como política de proteção.
39
As entidades representativas, que são organizações representativas 
de	assistentes	sociais	e	outros	profissionais	da	área,	como	o	Conselho	
Federal de Serviço Social (CFESS) e a Associação Brasileira de Saúde 
Coletiva (ABRASCO), os quais têm contribuído com a formulação de 
propostas e defesa de políticas sociais mais amplas e integradas.
O papel das Universidades e da Academia na atuação de professores, 
pesquisadores e instituições acadêmicastêm produzido estudos e 
pesquisas que embasam teoricamente o desenvolvimento do SUAS. 
Instituições como a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade 
Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (UFRJ) têm desempenhado papéis relevantes nesse sentido.
Os Gestores Públicos, tanto em âmbito federal quanto estadual e 
municipal, como ministros, secretários e dirigentes de órgãos de 
assistência social, têm tido papel fundamental na implementação do 
SUAS e na articulação com outros setores governamentais.
Além deles, os usuários dos serviços, que são as pessoas em situação 
de vulnerabilidade social que utilizam os serviços socioassistenciais, têm 
participado de espaços de diálogo e mobilização, contribuindo com suas 
vivências e demandas para a construção de políticas mais adequadas e 
inclusivas.
2.1 A importância do Conselho Federal de Serviço Social 
(CFESS)
No contexto do SUAS, o CFESS desempenha um papel relevante 
na construção e implementação das políticas sociais, incluindo 
a assistência social. Ele tem participação ativa na formulação de 
diretrizes e normativas que orientam a atuação dos assistentes 
sociais no âmbito do SUAS.
40
O	CFESS	contribui	para	a	qualificação	profissional,	promove	debates,	
realiza	pesquisas,	oferece	capacitações	e	orienta	os	profissionais	da	
área de assistência social. Além disso, o CFESS também atua na defesa 
dos direitos dos usuários e na luta pela garantia de uma política de 
assistência social mais ampla e inclusiva.
Dessa forma, o CFESS tem uma relação importante com a LOAS e 
o SUAS, buscando fortalecer a Assistência Social e contribuir para 
a	consolidação	de	políticas	sociais	que	atendam	às	demandas	da	
população vulnerável e promovam a justiça social.
3. A importância do SUAS e as suas formas 
práticas de implementação
Alguns	pontos	são	válidos	para	destacarmos	e	refletirmos	melhor	sobre	
esse resumo de um sistema tão importante quanto o SUAS. São eles:
• Garantia de direitos: o SUAS é fundamental para a garantia dos 
direitos sociais e para a promoção da cidadania. Ele proporciona 
o acesso a serviços, benefícios e programas socioassistenciais de 
forma universal, contribuindo para a redução das desigualdades e 
para a inclusão social.
• Integração e articulação: o SUAS promove a integração e a 
articulação entre os diversos níveis de governo, setores e políticas 
públicas. Essa integração é essencial para o atendimento integral 
das demandas das famílias em situação de vulnerabilidade, 
evitando a fragmentação das ações e otimizando os recursos 
disponíveis.
• Enfrentamento das desigualdades: o SUAS possui um papel 
estratégico no enfrentamento das desigualdades sociais. Por 
meio da oferta de serviços e benefícios socioassistenciais, ele 
41
contribui para a redução da pobreza, da exclusão social e para o 
fortalecimento da autonomia e da emancipação das pessoas em 
situação de vulnerabilidade.
• Participação social: o SUAS valoriza a participação social e a 
construção coletiva das políticas sociais. Ele busca envolver a 
sociedade civil, os usuários dos serviços e a comunidade em 
geral	na	definição,	no	monitoramento	e	na	avaliação	das	ações	
e serviços socioassistenciais, fortalecendo a democracia e a 
transparência.
• Abordagem territorial: o SUAS adota uma abordagem territorial, 
levando em consideração as particularidades e as demandas de 
cada localidade. Essa abordagem permite uma maior adequação 
das	políticas	e	ações	às	realidades	locais,	considerando	as	
especificidades	culturais,	socioeconômicas	e	geográficas	de	cada	
região.
Além disso existem formas práticas de Implementação do SUAS como 
os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que são unidades 
de atendimento da assistência social presentes nos municípios. Eles 
oferecem serviços e ações de proteção social básica, como orientações 
e encaminhamentos para acesso a benefícios sociais, atendimento 
a famílias em situação de vulnerabilidade, acompanhamento de 
programas de transferência de renda, atividades socioeducativas, entre 
outros.
O	já	citado	PAIF,	ou	Serviço	de	Proteção	e	Atendimento	Integral	à	
Família, é um serviço realizado pelos CRAS, o qual visa fortalecer a 
convivência familiar e comunitária, promovendo a inclusão social. Ele 
oferece	apoio	e	orientação	às	famílias	em	situação	de	vulnerabilidade,	
buscando fortalecer os vínculos familiares, desenvolver habilidades 
parentais, estimular a participação social e fomentar a autonomia e o 
protagonismo das famílias.
42
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é 
uma ação realizada também nos CRAS e em outros equipamentos 
socioassistenciais que busca promover a convivência, o fortalecimento 
de vínculos e o desenvolvimento de habilidades e potencialidades 
de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em situação de 
vulnerabilidade social. São oferecidas atividades socioeducativas, 
culturais, esportivas e de lazer, contribuindo para o desenvolvimento 
pessoal e social dos participantes.
Além disso, existem benefícios socioassistenciais ofertados pelo 
SUAS, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é uma 
transferência	de	renda	para	idosos	e	pessoas	com	deficiência	em	
situação de vulnerabilidade, e o Programa Bolsa Família, que é um 
programa de transferência de renda para famílias em situação de 
pobreza ou extrema pobreza.
Portanto, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) representa 
um	marco	significativo	na	organização	e	integração	das	políticas	de	
assistência social no Brasil, promovendo a descentralização, articulação 
intersetorial e a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais. 
Por meio de suas diversas formas de implementação, como os CRAS, 
o PAIF, e a articulação com outras políticas públicas, o SUAS busca 
garantir a proteção social e o fortalecimento dos vínculos familiares e 
comunitários, contribuindo para a inclusão social e o desenvolvimento 
integral dos cidadãos em situação de vulnerabilidade.
Referências
ALVES, A. A. F. Assistência social: história, análise crítica e avaliação. Curitiba, PR: 
Juruá	Editora,	2009.
BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 
1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. 
Brasília,	DF:	Presidência	da	República,	1993.
43
BRASIL.	Ministério	do	Desenvolvimento	Social	e	Combate	à	Fome;	Conselho	
Nacional de Assistência Social. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos 
do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS. Brasília, DF: Presidência 
da	República,	2006.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional.	16.	ed.	São	Paulo:	Cortez,	2009.
44
Debate contemporâneo sobre a 
política de assistência social no 
Brasil: Avanços e desafios
Autoria: Juscilene Galdino da Silva
Leitura crítica: Flaviana Aparecida de Mello
Objetivos
• Trazer alguns pontos importantes sobre o cenário 
geral da assistência social.
• Rememorar o viés econômico enquanto uma 
das principais influências de força na sociedade 
brasileira; e
• Elencar alguns avanços e desafios do cenário atual
45
1. Apontamentos sobre a história da política de 
assistência social até a atualidade
As Políticas de Assistência Social surgem no mundo moderno (na 
sociedade capitalista), como uma resposta do Estado ao agravamento 
daquilo que chamamos de “Questão social”. Esta questão, de maneira 
simplificada, refere-se à desigualdade estruturante do capitalismo, a 
qual no Brasil emerge na década de 1930, na Era Vargas, quando a 
classe operária brasileira se impõe no cenário político, reivindicando 
seus direitos em relação à área trabalhista.
Precisamos lembrar que nos anos de 1930 grupos minoritários 
passam a ser atendidos por políticas específicas de intenção 
filantrópica. Quando eleito, o presidente Fernando Henrique Cardoso 
trouxe para a assistência social um programa chamado Comunidade 
Solidária, entregue à primeira-dama Ruth Cardoso, que pretendiacom isso ser uma rede assistencial apoiada nas iniciativas do 
cidadão, das ONGs, das entidades religiosas, e algumas iniciativas 
mais progressistas mesmo solidárias. Temos aqui uma atuação que 
dificilmente se relacionaria diretamente aos interesses da população 
de fato, pois se assemelharia a uma moeda de troca, a ajuda, ao 
assistencialismo, ou seja, as ideias no imaginário brasileiro sobre 
as políticas sociais já são geradas por uma fonte essencialmente 
problemática que traz a estigmatização dos programas e serviços até 
o século XXI.
Em paralelo a esse cenário, a primeira lei que regulamenta a Assistência 
Social é de 1993, para que as políticas de seguridades contidas na 
Constituição Federal de 1988 fossem regulamentadas. Enquanto esses 
processos demonstravam o esforço dos profissionais em solidificar e 
trazer a regulamentação de seus processos temos este contraponto, já 
citado anteriormente.
46
De modo geral, todas as políticas nascem do resultado desse confronto 
de interesses de classe e para atender a necessidade do Estado de 
controlar e responder as demandas da classe trabalhadora. Assim, 
as políticas atuaram por um bom tempo de maneira desarticulada, 
infelizmente sendo movidas mais por interesses políticos do que como 
uma resposta efetiva do estado brasileiro ao reconhecimento dos 
direitos de seu cidadão.
O Assistencialismo no Brasil é caracterizado pelo suprimento de 
necessidades imediatas sem estabelecer vínculo ou acompanhamento 
da evolução das pessoas atendidas. Essa prática pode ser realizada 
por qualquer cidadão, não necessariamente por profissionais de nível 
superior. No entanto, recebe críticas por não apresentar um caráter 
resolutivo diante dos problemas sociais enfrentados pelo país. Em 
contextos de crise econômica e vulnerabilidade social, o assistencialismo 
pode se tornar uma ferramenta de sobrevivência para parcelas da 
população em situação de precariedade, embora não ofereça soluções 
estruturais para os desafios sociais enfrentados pelo país. Então, no 
Brasil, a rede socioassistencial formada por entidades assistenciais 
começa a atuar por um viés religioso e se expande entre 1930 e 1940, 
passando a ser integrada por organizações que hoje chamamos de 
ONGs e algumas instituições ligadas a fundações empresariais como 
bancos (Fundação Bradesco e Fundação Itaú, no passado e presente), 
dentre outras.
Isso contribuiu pare que houvesse um distanciamento do discurso de 
aquisição de direitos e proteção básica, pois essas organizações estão 
vinculadas às suas próprias afeições morais enquanto instituições 
privadas; mas ainda não são apenas esses problemas que tornam as 
entidades prejudiciais, aqui é importante focalizarmos no cerne de que: 
o Estado deveria agir diretamente, este que é institucionalizado sob leis 
e atribuições específicas, e, na sua falta, as entidades agem. E é nesse 
processo que as políticas de assistência têm a ideia de ação filantrópica 
reforçada.
47
Ainda no ano de 20231, no município de São Paulo 95% dos serviços 
na área da assistência social são conduzidos por rede de entidades 
socioassistencialistas A A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 
(Apae), é um grande exemplo dessas entidades, com as quais o Estado 
não consegue concorrer em atuação. As Apaes promovem ações de 
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e inclusão social de 
pessoas com deficiência intelectual, múltipla ou autismo, bem como a 
defesa de seus direitos.
Podemos afirmar que há políticas dentro das políticas sociais, pois estas 
estão intrinsicamente gerando resultado de uma interação entre as 
forças políticas. Então o Estado é um grande favorecedor dos processos 
de acumulação do capital, acionando mecanismos que favorecem 
esta acumulação. A crise de 2008 demostrou que o Estado apoia os 
banqueiros contra a quebra, mas, por outro lado, conforme a disputa 
entre as forças, ele também atua oferecendo serviços para atenuar os 
confrontos de classe. Com isso, as políticas sociais demonstram que 
não podem ser avaliadas apenas tecnicamente, pois existem modelos e 
sentidos políticos destas “políticas”.
Tanto na saúde quanto na assistência temos que as políticas são 
profundamente tensionadas por essa disputa societária de projetos 
entre divisão de mundo e divisão de sociedade, e são pressionadas pelos 
interesses do neoliberalismo que propõe a redução dessa política. Assim 
como já aconteceu em cenários europeus com o Estado de bem-estar 
social.
O Estado Brasileiro, como outros estados da América Latina, construiu-
se como um importante aliado da burguesia no país atendendo à lógica 
da expansão do capitalismo no continente. Assim como os processos de 
colonização, destruiu os povos originários e escravizou pessoas africanas 
trazidas a força para o país. Nunca houve o reconhecimento de direitos 
a esses grupos. Tudo isso se conecta com a história que esbarra nas 
1 FONIF, 2023.
48
questões fundamentais do século XXI, como o racismo, a luta pela terra 
e as questões de gênero. Então, existem traços dessa história que se 
condicionam para um constante papel de ação e reinvindicação desses 
direitos.
A Constituição Federal de 1988 amplia o sistema protetivo brasileiro, 
na área da assistência social. É inegável que o Governo Lula da Silva 
(2003–2007/2007–2011) amplia a área de assistência. Tanto os governos 
de Lula, quanto os de Dilma Rousseff (2011–2016) nos proporcionaram 
grandes marcos. O Bolsa Família, como vimos anteriormente, reuniu vários 
benefícios e serviços em uma única construção formal. De acordo com 
dados divulgados pelo Ministério da Cidadania do Brasil em setembro 
de 2021, o Programa Bolsa Família já beneficiou mais de 14 milhões de 
famílias ao longo dos anos. Essas famílias incluem milhões de pessoas em 
situação de pobreza e extrema pobreza, especialmente aquelas que vivem 
em áreas de maior vulnerabilidade social. Cerca de 79% das pessoas que 
recebiam os serviços do programa só tinham essa fonte de renda, sendo 
esse valor muito ínfimo, mas que naquele contexto nos mostra o nível de 
miserabilidade em que a população se encontrava.
Outro ponto é que no início do mandato de Lula, uma parte da 
população vivia uma situação de invisibilidade na sociedade brasileira 
por não ter o registro geral (RG), assim não acessavam políticas sociais. 
Grande parte dessas pessoas viviam nos rincões dos estados na região 
norte e nordeste. Já em 2011, ao ser criado o Programa Brasil sem 
Miséria, o objetivo era prestar serviços na área da saúde, da assistência 
e dos direitos básicos de modo geral. Então, ainda naquele momento, 
grande parte da população estava despossuída de direitos e acesso à 
informação, oportunidades de trabalho e de formação, mesmo após as 
políticas de seguridade elencadas na Constituição Federal de 1988 e as 
primeiras políticas lulistas posteriores.
O que esse cenário nos mostra? Havia um conjunto de políticas 
voltadas à tentativa de reparação da situação em que o país estava. 
49
Alguns autores apontam essa política de Lula como uma política 
neodesenvolvimentista, que, basicamente, de um lado amplia a área 
social e de outro lado facilita/favorece a entrada e fortalecimento do 
neoliberalismo no campo financeiro. Dessa forma, podemos concluir 
que a premissa de que as demandas do capital não coincidem com as 
demandas do trabalho e da sobrevivência é amenizada por meio dessa 
conciliação. As políticas sociais então possuem certa autonomia maior 
que as tentativas anteriores, porém ainda disputam com os interesses 
econômicos.
2. Alguns avanços consideráveis com relação 
às políticas sociais no Brasil
No cenário brasileiro, as políticas sociais, especialmente as da área da 
assistência social, desempenharam um papel crucial na transformação 
do país ao longo das últimas décadas. Essas políticas têm como objetivo 
principal promover a proteção social e garantir o acesso a direitos 
básicos para os cidadãos em situação de vulnerabilidade.
Um exemplo emblemático é o ProgramaAcesso em: 7 
set. 2023.
MARQUES, R. O lugar das políticas sociais no capitalismo contemporâneo. 
Disponível em: https://periodicos.ufes.brargumentum/article/view/10517. Acesso 
em: 7 set. 2023.
MESTRINER, M. L. O Estado entre a filantropia e a assistência social. 3. ed. São 
Paulo: Cortez, 2008.
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FaPa1Oy8kQ65voJ4T345.pdf
https://periodicos.ufes.brargumentum/article/view/10517
58
	Sumário
	Apresentação da disciplina
	Direitos sociais: Marco históricos importantes
	Objetivos
	1. Direitos sociais: conceito, contexto histórico e suas influências no panorama nacional
	2. Avanços
	3. Considerações finais
	Referências
	A Política de Assistência Social no Brasil
	Objetivos
	1. Apontamentos sobre a história da política da Assistência Social no Brasil
	2. Compreendendo as especificidades da Constituição Federal de 1988: a gênese da inclusão da assist
	3. Compreendendo a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, além de alguns desafios da a
	Referências
	Principais Serviços Socioassistênciais do SUAS
	Objetivos
	1. Principais serviços socioassistenciais do SUAS
	2. Os principais agentes do SUAS
	3. A importância do SUAS e as suas formas práticas de implementação
	Referências
	Debate contemporâneo sobre a política de assistência social no Brasil: Avanços e desafios
	Objetivos
	1. Apontamentos sobre a história da política de assistência social até a atualidade
	2. Alguns avanços consideráveis com relação às políticas sociais no Brasil
	3. Os desafios das políticas sociais
	Referências

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