Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 ASPECTOS HISTÓRICOS ......................................................................... 5 
2 NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA PROGRAMAS E SERVIÇOS ................. 8 
3 ORGANIZAÇÃO, FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL.... ................................................................................................................... 9 
3.1 Conselhos de Assistência Social ........................................................ 10 
3.2 Financiamento da Assistência Social ................................................. 11 
3.3 Fundo Nacional de Assistência Social ................................................ 12 
3.4 Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Assistência 
Social.............. ........................................................................................................... 13 
3.5 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS1 ... 13 
3.6 Estrutura do Ministério de Desenvolvimento Social ........................... 15 
3.7 Princípios da Política de Assistência Social ....................................... 16 
4 CRIAÇÃO, DISCUSSÃO E MONITORAMENTO DAS POLÍTICAS 
SOCIAIS... ................................................................................................................. 18 
5 A TRAJETÓRIA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
SUAS....... ................................................................................................................. 21 
6 A NORMA OPERACIONAL BÁSICA – NOB/SUAS ................................ 24 
7 PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: CONDIÇÃO PARA A GESTÃO 
PÚBLICA DO SUAS ................................................................................................. 27 
8 A IMPORTANCIA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL .... 31 
8.1 Funções da política pública de assistência social para extensão da 
proteção social brasileira ........................................................................................... 32 
8.2 Instâncias de articulação, pactuação e deliberação ........................... 36 
9 PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF ............. 38 
 
10 NORMAS OPERACIONAIS BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................ 40 
11 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SUAS .................................. 43 
12 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 47 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno, 
 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e 
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em 
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que 
serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
Bons estudos!
 
5 
 
1 ASPECTOS HISTÓRICOS 
De acordo com SANTANA et, al (2013) para entender a evolução das políticas 
sociais no Brasil ao longo dos anos, é necessário rever a trajetória, ou seja, da história 
ao longo da implementação do sistema de proteção social. 
A partir do avanço do capitalismo industrial ocorrido na década de 1930 o qual 
ocasionou uma intensificação da exploração da força de trabalho bem como do 
agravamento significativo nos níveis de desigualdade social, ocasionando assim, um 
aprofundamento das expressões da questão social, principalmente da pobreza. 
Nesse contexto social, surgiu a necessidade de construção de um sistema de 
proteção social, portanto, esse sistema surgiu como compensatório, ou seja, 
buscando regularizar ou reduziras mazelas sociais existentes ao longo do século XX. 
As lutas populares em busca de proteção, e ainda a aplicação dos direitos civis 
e sociais, bem como a Constituição Federal do Brasil de 1988, definem e implementam 
a chamada Seguridade Social, por meio da qual, a Assistência Social, Previdência 
Social e Saúde constituem a tríade que sustenta esta política no país. 
 Emerge então a partir da Constituição Cidadã de 1988, a Assistência Social, 
firmada como política pública que tem por objeto atender a todos que dela necessitar, 
assim, se configura a partir de então como direito do cidadão e dever do Estado. 
Versa o art. 203 da Constituição Federal de 1988: A assistência social será 
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: 
* Lei nº 8742, de 7.12.1993, que dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências. 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
* Lei nº 8842, de 4.1.1994, que dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o 
Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
 
6 
 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (BRASIL, 
1988) 
Ainda o art. 204, estabelece: As ações governamentais na área da assistência 
social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no 
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
* Lei nº 8742, de 7.12.1993, que dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências. 
* Lei nº 8069, de 13.7.1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, e dá outras providências. 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de 
assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua 
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. (NR) 
* Acrescentado pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro 
de 2003. (BRASIL, 1988) 
Vale destacar que tal direito é ratificado: 
 Pela Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS nº 8.742 de 1993 e, 
 Pelo Sistema Único de Assistência Social - SUAS, 2005. 
 
7 
 
Assim, por meio de um sistema descentralizado e participativo todos 
contribuem na elaboração de medidas que visam assistir e defender os cidadãos que 
se encontram em situação de vulnerabilidade social. 
A Política Nacional de Assistência Social - PNAS, 2004, se encontra amparada 
nos estatutosEm áreas com espalhamento ou dispersão populacional, por meio 
do deslocamento de sua equipe. 
O PAIF, criado em 18 de abril de 2004 (Portaria nº 78), pelo Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, aprimorou a proposta do Plano 
Nacional de Atendimento Integrado à Família – PNAIF, implantado pelo Governo 
Federal no ano de 2003. Em 19 de maio de 2004, o PAIF tornou-se “ação continuada 
da Assistência, social”, passando a integrar a rede de serviços de ação continuada da 
Assistência Social, financiada pelo Governo Federal (Decreto 5.085/2004). 
Segundo o CFESS – Conselho Federal de Serviço Social, os Centros de 
Referência Especializados de Assistência Social - CREAS foram instituídos para o 
atendimento das demandas da PSE – Programa de Saúde na Escola, de média 
complexidade para as pessoas que tiveram seus direitos violado como: violência 
física, exploração sexual, violência psicológica ou negligência, mas que ainda mantêm 
vínculos familiares e comunitários (CFESS, 2005). 
O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - 
PAEFI abrange esta complexidade e está direcionado a crianças e adolescentes, 
mulheres, idosos e pessoas em situação de rua. 
Já no caso de crianças e adolescentes há o Programa de Erradicação do 
Trabalho Infantil - PETI e ainda o Serviço de Orientação e Acompanhamento a 
Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa (CFESS, 2005). 
Quanto aos serviços da PSE de alta complexidade, estes visam à proteção 
integral de famílias e indivíduos que se encontram em situações de abandono, 
ameaça ou que tiveram seus direitos violados necessitando sair do seu núcleo familiar 
para serem acolhidos provisoriamente em locais adequados que ofereçam boas 
condições de moradia, de higiene, de segurança (CFESS, 2005) 
Os serviços que podem ser prestados são Acolhimento Institucional para 
alojamento institucional, casais, alojamento temporário ou com tudo incluído, 
Acolhimento na República; Acolhimento em casa acolhedora e protetora em situações 
de desastre e emergência. 
 
40 
 
Em 2004, foi criado também o Programa Bolsa Família - Lei nº 10.836, de 9 de 
janeiro de 2004, regulamentada pelo decreto nº 5.209 de 17 de setembro de 2004, 
que unificou em um único programa de transferência de renda os benefícios Bolsa 
Escola, Bolsa Alimentação e Programa Auxílio-Gás. Hoje são milhões de famílias em 
situação de vulnerabilidade atendidas pelo benefício. 
 
10 NORMAS OPERACIONAIS BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
De acordo com SILVEIRA (2011), em 2005, o CNAS aprovou a Norma 
Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB/SUAS (Resolução 
nº 130, de 15 de julho de 2005), assinalando o pacto federativo preconizado pela 
LOAS e pela PNAS, as responsabilidades de gestão e de financiamento de cada um 
dos entes federados e objetivando a integração da rede de serviços e a busca da 
continuidade e da padronização de sua oferta nos equipamentos públicos e nas 
entidades privadas de Assistência Social. 
Em 2006, foi aprovada a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos 
do SUAS – NOB-RH/SUAS (Resolução nº 269, de 13 de dezembro de 2006 
e Resolução nº 01, de 25 de janeiro de 2007) que contém todos os princípios 
e diretrizes nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do SUAS e 
significou um importante instrumento normativo para o reconhecimento 
institucional do trabalho assistencial, sendo um grande desafio a sua 
implementação em âmbito estadual e municipal (SILVEIRA, 2011). 
Já em 2009, segundo o autor supracitado, a Tipificação Nacional dos Serviços 
Sócio assistenciais - Resolução CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009, padroniza 
os serviços prestados pelas redes de assistência social e representa um grande 
desafio para os governos na implementação e organização de serviços padronizados 
para atender às necessidades de proteção social do cidadão. 
Em 2011, foi aprovada a Lei nº 12.435, de 06 de julho de 2011, atualmente 
conhecida como a Lei do SUAS trazendo mudanças bastante significativas no texto 
da LOAS. 
 
41 
 
Ainda de acordo com SILVA (2005), se num primeiro momento a LOAS 
objetivou a normatização da política conforme as indicações da CF/1988, em 2011 
buscou aprimorar e legalizar em seu conteúdo os avanços trazidos pela PNAS 2004, 
pela NOB/SUAS 2005 e pela NOB/RH 2006, e outras normativas subsequentes, na 
implantação e implementação da política, através do esforço com que a União, os 
estados e, principalmente, os municípios fizeram e continuam fazendo a fim de se 
adequarem aos novos preceitos. 
A NOB/SUAS 2012, aprovada pela Resolução CNAS nº 33, de 12 dezembro 
de 2012, veio preencher uma lacuna da NOB/SUAS 2005, que após sete 
anos, desde sua aprovação, não continha o conjunto lega: leis, decretos, 
portarias e resoluções da CIT e do CNAS, desenvolvido a partir da 
implantação do SUAS, necessitando da inclusão das medidas adotadas ao 
aprimoramento da gestão e à operacionalização do sistema, ocorridas 
durante o período (SILVA, 2012). 
Ainda conforme o autor mencionado acima, além do modelo de adesão ao 
sistema ter se tornado inócuo em função das necessidades de aperfeiçoamento, 
havendo a necessidade de novos instrumentos de gestão, com pactuação de 
responsabilidades compartilhadas e metas, bem como a necessidade de 
aprimoramento dos serviços, programas, projetos e benefícios dos SUAS. 
A partir disso, foram incorporados os seguintes avanços normativos: 
 
A alteração da LOAS pela Lei nº 12.435/2011, que dispõe sobre a organização da 
AS em um sistema descentralizado e participativo denominado SUAS. 
O Decreto nº 7.788/2012, que regulamenta o Fundo Nacional de AS e estabelece o 
co-financiamento por meio dos blocos de financiamento do SUAS. 
O Decreto nº 7.736/2012, que regulamenta o repasse do IGD SUAS. 
O Decreto nº 5.209/2004, que cria o Programa Bolsa família e regulamenta o IGD-
PBF. 
O Decreto nº 7.734/2010, que institui o Censo SUAS. 
A Resolução CNAS nº 109/2009, que aprova a Tipificação Nacional de Serviços 
Sócio assistenciais. 
A Resolução CIT nº 08/2010, que institui o Protocolo de Gestão Integrada dos 
serviços, benefícios sócio assistenciais e transferências de renda para atendimento 
 
42 
 
de indivíduos e famílias beneficiárias do PBF, PETI, BPC e benefícios eventuais, no 
âmbito do SUAS. 
A Resolução CIT nº 05/2010, que institui, de forma pactuada, as metas de 
desenvolvimento dos CRAS por períodos anuais, visando sua gradativa adaptação 
aos padrões normativos do SUAS, com início em 2008 e término em 2013. 
A Resolução CIT nº 17/2010, que estabelece as prioridades nacionais para o Pacto 
de Aprimoramento da Gestão Estadual e do DF para o quadriênio 2011-2014. 
A Resolução CNAS n º 32/2011, que estabelece percentual dos recursos do SUAS, 
financiados pelo governo federal que poderão ser gastos no pagamento de 
profissionais que integrarem as equipes de referência, conforme o art. 6 º da Lei n º 
8.742/1993. 
 
Os desafios no processo de implementação do SUAS são inúmeros e se 
ocupam principalmente das questões que se referem às atribuições dos estados e dos 
municípios e sua participação no co-financiamento da política de assistência social. 
 A União ficou com a responsabilidade da coordenação da Política de 
Assistência Social e na elaboração de normativas de orientação ao seu 
funcionamento e aprimoramento e no repasse de incentivos financeiros aos 
estados e municípios, para o co-financiamento das ações e serviços (SILVA, 
2015). 
Os municípios, por sua vez, ficaram com a execução dos programas, projetos, 
serviços e benefícios, cabendo-lhes também a alocação de recursos próprios para a 
participação no co-financiamento dos serviços sócio assistenciais. Já os estados 
ficaram com a responsabilidade e o papel da assessoria técnica aos municípios sobre 
a gestão do SUAS, a implantação de serviços regionalizados da PSE de média 
complexidade,com cobertura para municípios de pequeno porte I, e o co-
financiamento dos serviços sócio assistenciais, com alocação de recursos próprios no 
fundo estadual (SILVA, 2015). 
 
 
43 
 
11 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SUAS 
As atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social, 
independentes de suas áreas de atuações, sejam elas realizadas na política de 
assistência ou em outros espaços sócio ocupacionais, são orientadas e norteadas por 
direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de 
Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos 
profissionais, quanto pelas instituições empregadoras (CEFSS, 2009). 
No que se refere aos direitos dos assistentes sociais, o art. 2º do Código de 
Ética assegura, prevê: 
 Livre exercício das atividades inerentes à profissão; 
 Participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na 
formulação e implementação de programas sociais; 
 Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e 
documentação, garantindo o sigilo profissional; 
 Desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; 
 Aprimoramento profissional de forma contínua; 
 Pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se 
tratar de assuntos de interesse da população; 
 Ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a 
prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, 
cargos ou funções; 
 Liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os 
direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus 
trabalhos. (BRASIL, 1993) 
 
Tratando-se dos deveres desse profissional, tem-se no art. 3º do Código de 
Ética o seguinte: 
 Desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e 
responsabilidade, observando a Legislação em vigor; 
 
44 
 
 Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
profissão; 
 Abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos 
comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes; 
 Participar de programas de socorro à população em situação de 
calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e 
necessidades. (BRASIL, 1993) 
Consequentemente, o perfil dos assistentes sociais que atuam na política 
previdenciária deve se distanciar das tradicionais abordagens funcionalistas e 
pragmáticas que sustentam as práticas conservadoras que tratam as situações sociais 
como questões pessoais e devem ser tratadas individualmente. 
O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional, 
demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na 
identificação dos determinantes socioeconômicas e culturais das desigualdades 
sociais. 
Os Parâmetros para atuação dos assistentes sociais na Política de Assistência 
Social constituem-se num dos instrumentos para a aproximação do projeto ético 
político do Serviço Social a uma Assistência Social como direito social e que tem que 
atender a quem dela necessitar. 
Os mesmos parâmetros reformulam as competências gerais dos assistentes 
sociais em qualquer espaço sócio ocupacional e, especialmente, no campo da 
assistência social: 
 
Apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações 
sociais numa perspectiva de totalidade. 
Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as 
particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país e as particularidades 
regionais. 
 
45 
 
Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio 
histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de 
ação contidas na realidade. 
Identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular respostas 
profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas 
articulações entre o público e o privado. 
 
São essas competências que permitem ao profissional como um sujeito que é 
afetado tanto pelas condições objetivas e subjetivas do trabalho, realizar a análise 
crítica da realidade, para a partir daí, estruturar seu trabalho e estabelecer os 
procedimentos específicos necessários ao enfrentamento das situações e demandas 
sociais que se apresentam ao seu cotidiano. 
 As diversas atribuições dos assistentes sociais, no âmbito da Política de 
Assistência Social abrangem as seguintes dimensões interventivas complementares 
e indissociáveis: 
1 – Dimensão que engloba as abordagens individuais, familiares ou grupais na 
perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e 
equipamentos públicos; 
2 – A vertente da intervenção coletiva com os movimentos sociais de forma a 
socializar o trabalho de informação, advocacia e divulgação; 
3 – Dimensão de intervenção profissional voltada para inserção nos espaços 
democráticos de controle social e construção de estratégias para fomentar a 
participação; 
4 – Dimensão de gerenciamento, planejamento e execução direta de bens e 
serviços a indivíduos, famílias, grupos e coletividade; 
5 - Dimensão que se materializa na realização sistemática de estudos e 
pesquisas que revelem as reais condições de vida e demandas da classe trabalhadora 
e possam alimentar o processo de formulação, implementação e monitoramento da 
política de assistência social; 
6 – Dimensão pedagógico-interpretativa e socializadora de informações e 
saberes no campo dos direitos, da legislação social e das políticas públicas, dirigida 
 
46 
 
aos diversos sujeitos da política: gestores públicos, dirigentes de entidades 
prestadoras de serviços, trabalhadores, conselheiros e usuários. 
O avanço que se tem em relação a gestão do trabalho no SUAS é a 
NOB/RH/2006, no entanto, trata-se de um ganho político, pois, como observamos os 
trabalhadores do SUAS, e o assistente social em sua maioria, inserido nessa política 
ainda estão inseridos na política de forma preconizada, através de cargos 
comissionados, contratos temporários entre outros. 
 Cabendo o entendimento que esse processo não se trata somente dos 
trabalhadores da política de assistência, mas decorre-se do processo conjuntural que 
atinge o conjunto dos trabalhadores, pautados na destituição de direitos, flexibilização 
e precarização do trabalho. 
Contudo, mesmo diante dos desafios pontuados, entendemos que a atuação 
do assistente social na política de assistência social orientado pelo conjunto de 
saberes específicos da profissão, composto essencialmente pelo desenvolvimento de 
três dimensões: a dimensão teórico-metodológico, dimensão ético-política e a 
dimensão técnico operativa. 
 Proporcionam ao profissional a superação das abordagens tradicionais 
conservadoras da assistência social e os capacitam para a implementação de ações 
que parem de uma análise crítica sobre a particularidade da questão social e fortaleça 
a assistência social como política pública de ampliação de proteção social e das 
formas de democratização da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
12 BIBLIOGRAFIA 
ARRETCHE, Marta T.S. Mitos da descentralização: mais democracia e eficiência nas 
políticas públicas? Revista Brasileira de Ciências Sociais. n.31, ano 11, junho de 
1996. 
 
BARROS, Ricardo Paes e FOGUEL, Miguel Nathan. Focalização dos gastos 
públicos sociais e Erradicação da Pobreza no Brasil. Brasília. IPEA, 2000. 
 
BEHRING, Elaine Rossetti. Política social: fundamentos e história. 3. ed. - São 
Paulo: Cortez, 2007. 
 
BENEVIDES, Maria Victoria. A Questão Social no Brasil - os direitos econômicos e 
sociais como direitos fundamentais. Revista Videtur Letras. vol. 3, 2001. 
 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
 acesso em: dez. de 2021. 
 
BRASIL, Decreto-Leinº 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em: Acesso em: dez. de 2021. 
 
BRASIL, Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Disponível em: Acesso em: dez. de 2021. 
 
BRASIL, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Disponível em: 
 Acesso em: jan. de 2021. 
 
BRASIL, Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011. Disponível em: Acesso em: jan.de 2021. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
 
48 
 
BRASIL, Decreto nº 7.788, de 15 de agosto de 2012. Disponível em: Acesso em: dez. de 2021. 
 
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política 
Nacional de Assistência Social. Brasília, nov. 2004. 
 
BRASIL, Norma Operacional Básica NOB/SUAS - Construindo as bases para a 
implantação do sistema único de assistência social. Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência 
Social. Brasília, 2005. 
 
BRASIL, Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS – 
NOBRH/SUAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
Secretaria Nacional de Assistência Social. Brasília, 2006. 
 
BRASIL, Ministério da Fazenda. Secretaria de Política Econômica. Posição do 
Brasil no Ranking das Maiores Economias do Mundo em 2005. Brasília, 2007. 
 
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho 
Nacional de Assistência Social. Resolução CNAS nº 33 de 12 de dezembro de 2012. 
 
 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Democracia, Estado Social e Reforma 
Gerencial. RAE. São Paulo, 2010. 
 
CAMAROTTI, Ilka e SPINK, Peter. O que as Empresas podem Fazer pela 
Erradicação da Pobreza. São Paulo: Instituto Ethos, 2003. 
 
CARVALHO, José Murilo de. 1939 – Cidadania no Brasil: o longo caminho. José 
Murilo de Carvalho. - Civilização Brasileira, 2008. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
 
49 
 
CFESS. Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de 
Assistência Social. Brasília: 2011. 
 
COELHO, Simone de Castro Tavares. Terceiro Setor - Um Estudo Comparado 
entre Brasil e Estados Unidos. Cap. 2, p. 57-79. São Paulo: SENAC, 2000. 
 
FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas 
públicas no nível local de governo. RAP- Revista de Administração Pública, 2001. 
 
FARAH, Marta Ferreira Santos. Inovação e governo local no Brasil contemporâneo. 
In: JACOBI, Pedro e PINHO, José Antônio. Inovação no campo da gestão pública 
local: novos desafios, novos patamares. Rio de Janeiro: 2006. 
 
IAMAMOTO, Marilda. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. São Paulo: Cortez, 2006. 
 
IAMAMOTO, Marilda; CARVALHO, Raul. Relações sociais e serviço social no 
brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 34. ed. – São Paulo: 
Cortez, 2011. 
 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: Acesso em: 
2008. 
 
IPEA, Políticas Sociais – Acompanhamento e Análise. Vol. 13. Edição Especial. 
2007. 
 
MARTINELLI, Lúcia Maria. Serviço social: Identidade e alienação. São Paulo: 
Cortez, 2009. 
 
MENDONÇA, Ricardo. Se o país é rico, por que há tantos pobres? In: CANELA, 
Políticas Sociais e os Desafios para o Jornalismo. São Paulo: Cortez, 2008. 
 
 
50 
 
 
NUNES, Edison. Poder local, descentralização e democratização: um encontro 
difícil. São Paulo em Perspectiva,1996. 
 
OLIVEIRA, Chico, “O Ornitorrinco”, p. 121-150, in: Oliveira, Francisco, Crítica à 
razão dualista e o ornitorrinco. S. Paulo: Boitempo, 2003. 
 
POCHMANN, Márcio. Proteção Social na Periferia do Capitalismo – 
Considerações sobre o Brasil. São Paulo: São Paulo em Perspectiva, 2004. 
 
PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Destaques - 
Relatório do Desenvolvimento Humano. 2006. 
 
PRZEWORSKY, Adam. Capitalismo e social democracia. Tradução Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 
 
PRZEWORSKY, Adam. Estado e economia no capitalismo. Tradução Argelina 
Cheibub Figueiredo, Pedro Paulo Zahluth Bastos. Rido de Janeiro: Relume-
Dumará, 1995. 
 
QUINONERO, Camila Gomes. et al. Princípios e diretrizes da Assistência Social: 
da LOAS à NOB SUAS, 2013. 
 
RAICHELIS, Raquel. O assistente social como trabalhador assalariado: desafios 
frente às violações de seus direitos. In: Revista Serviço Social e Sociedade. n. 107. 
São Paulo: Cortez, 2011. 
 
RIBEIRO, Darcy. Sobre o Óbvio. In: CANELA, Políticas Sociais e os Desafios para 
o Jornalismo. São Paulo: Cortez, 2008. 
 
 
 
51 
 
ROCHA, Sônia. Alguns Aspectos Relativos à Evolução 2003-2004 da Pobreza e 
da Indigência no Brasil. 2006. 
 
SADER, Emir. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 
Rio de Janeiro: Paz e terra, 1995. 
 
SANTOS, Edina Maria de Souza. O trabalho profissional do assistente social na 
área da assistência social no município de Santo Antônio de Jesus: reflexões 
sobre os limites e possibilidades. Cachoeira, 2012. 
 
SCHWARTZMAN, Simon. As Causas da Pobreza. Ed. FGV, Rio de Janeiro. 2004. 
Redução da desigualdade, da pobreza, e os programas de transferência de 
renda, 2006. 
 
SILVEIRA, Jucimeire Isolda. Gestão do Trabalho: Concepção e significado para o 
SUAS. In: BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição necessária. Brasília: 
MDS; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. 
 
SILVA, Jeane Andreia Ferraz. Serviço Social e Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS): Reflexões sobre o trabalho profissional. Revista Ser Social: Brasília, 2005. 
 
SPOSATI, Aldaíza. Proteção social e seguridade social no Brasil: pautas para o 
trabalho do assistente social. Serviço Social & Sociedade. n. 116, p. 652-674, 2013. 
 
TELLES, V. S. Direitos sociais. Afinal do que se trata? Belo Horizonte: UFMG, 
2006. 
 
URANI, André. Desigualdade e pobreza no Brasil. In: CANELA. Políticas Sociais 
e os Desafios para o Jornalismo. São Paulo: Cortez, 2008.legais, além de instituída como política pública de direito social, 
assegurada pela Constituição, sistematizada e aprovada a partir do SUAS, e 
normatizada pelo LOAS, buscando garantir a universalidade dos direitos sociais e 
acesso aos serviços sócios assistenciais. 
 (...) os movimentos sociais contribuíram para a conformação dos novos 
arranjos das políticas sociais brasileiras, fazendo sua inserção tanto na 
gestão quanto no controle social. Foi a partir da Constituição Federal de 1988, 
que houve um reconhecimento dos direitos humanos sociais como um 
avanço significativo. Pela primeira vez o homem brasileiro era tratado como 
cidadão, como sujeito e possuidor de direitos, dentre os quais estava o direito 
à Seguridade Social. (RIZOTTI, 1998) 
A Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, de 1993, que estabelece os 
objetivos, princípios e diretrizes das ações, por meio desta lei que determina ainda em 
relação a assistência social que: seja organizada por um sistema descentralizado e 
participativo, o qual deverá ser composto pelo poder público e pela sociedade civil. 
NOGUEIRA (2013) menciona que após a IV Conferência Nacional de 
Assistência Social foi então deliberada a implantação do Sistema Único de Assistência 
Social - SUAS, que passou a articular meios, para que houvesse realmente a 
execução dos programas voltados a prestação de serviços e benefícios sócio 
assistenciais. 
Isto posto, o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, foi planejado e ainda 
executado pelos governos: federal, estadual e municipal, em parceria com a 
sociedade civil. 
Assim, o SUAS tem por objetivo organizar os serviços, programas e benefícios 
que serão destinados a milhões de brasileiros, em todas as faixas etárias. 
Destarte que desde então o Sistema Único integra uma política pactuada 
nacionalmente, que prevê uma organização participativa e descentralizada 
da assistência social, com ações voltadas para o fortalecimento da família. 
Baseado em critérios e procedimentos transparentes, o Sistema altera 
fundamentalmente operações como o repasse de recursos federais para 
 
8 
 
estados, municípios e Distrito Federal, a prestação de contas e a maneira 
como serviços e municípios estão hoje organizados. O marco oficial para a 
implantação do Sistema foi quando o Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS) aprovou a Norma Operacional Básica do SUAS, 
estabelecendo um conjunto de regras que disciplinam a operacionalização da 
Assistência Social e a transição do antigo para o novo modelo (LACERDA, 
2014). 
LACERDA (2014) menciona ainda que as ações do SUAS possuem como base 
as orientações da Política Nacional de Assistência Social - PNAS, aprovada pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, em 2004, e pela NOB SUAS 2012, 
publicada em 03 de janeiro de 2013. 
Assim, por meio da resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012, que 
representa um marco fundamental na estruturação do SUAS, além de imprimir um 
salto qualitativo na gestão do SUAS, bem como na oferta de serviços sócio 
assistenciais em todo o território nacional, tendo como base a participação e o controle 
social. 
Assim, uma das inovações do SUAS é a classificação dos municípios em três 
níveis de gestão: Inicial, Básica e Plena, que, de acordo com a capacidade de gestão 
que cada cidade tem de executar e co-financiar os serviços da assistência social. 
 
2 NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA PROGRAMAS E SERVIÇOS 
As ações e serviços de Assistência Social são divididas em duas categorias de 
atenção ao cidadão: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e 
de Alta Complexidade. Esta divisão foi definida em 2004, na Política Nacional de 
Assistência Social que organiza programas, serviços, projetos e benefícios sócio 
assistenciais de acordo com a complexidade do atendimento. O Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS) passa a adotar estas categorias. 
 
 
 
 
 
9 
 
Proteção Social Básica 
São ações de caráter preventivo e o objetivo é fortalecer os laços familiares e 
comunitários. Exemplos: Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), ações 
voltadas para crianças de zero a seis anos de idade. 
Proteção social especial de média complexidade 
São ações destinadas a situações onde os direitos do indivíduo e da família já foram 
violados, mas ainda há vínculo familiar e comunitário. Um exemplo é o Programa 
de Erradicação do Trabalho Infantil, que retira do trabalho crianças com idades 0 e 
16 anos. O programa exige uma estrutura técnica e operacional maior do que os 
classificados como proteção básica, com atendimento individualizado e 
monitoramento sistemático. O Sentinela, programa que combate à exploração e o 
abuso sexual de crianças e adolescentes, é um outro serviço de alta complexidade. 
Proteção social especial de alta complexidade 
Atende a casos onde os direitos do indivíduo ou da família já foram violados, e 
também quando o vínculo familiar é rompido. Eles garantem proteção integral - 
moradia, alimentação, trabalho - para quem está em situação de ameaça, 
necessitando deixar o núcleo familiar ou comunitário. Abrigos e albergues são 
alguns exemplos de serviços de proteção social de alta complexidade. 
 
3 ORGANIZAÇÃO, FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
Conforme mencionado no capítulo anterior a Assistência Social busca se 
organizar baseada na descentralização e na participação social, o que significa dizer 
que há distribuição das responsabilidades entre a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios. 
Assim a participação social ocorre por meio dos Conselhos de Assistência 
Social bem como da parceria com as Entidades Beneficentes de Assistência Social, 
de modo que compete à União coordenar a Política Nacional de Assistência Social, 
 
10 
 
além de conceder o Benefício de Prestação Continuada aos idosos e portadores de 
deficiência carentes e prestar apoio financeiro aos Estados, DF e Municípios. 
Assim, compete aos Estados coordenar o Plano Estadual de Assistência Social 
além de prestar apoio financeiro aos Municípios, inclusive para o pagamento do 
auxílio-natalidade e do auxílio-funeral. 
É de competência dos Municípios coordenar o Plano Municipal da Assistência 
Social, bem como destinar recursos para a execução dos programas e projetos de 
Assistência Social, além de efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e do auxílio-
funeral; e executar as ações de assistência social. 
3.1 Conselhos de Assistência Social 
Os Conselhos de Assistência Social são órgãos deliberativos, de atuação 
permanente, e se encontram instituídos em cada esfera de Governo, os quais 
possuem uma composição paritária, com metade dos membros representando o 
Governo e metade representando a sociedade. 
De acordo com o Conselho Nacional de Assistência Social que é composto por 
18 (dezoito) membros, sendo 9 (nove) representantes do Governo Federal e 9 (nove) 
representantes de organizações da sociedade civil. 
Cujas atribuições se encontram a seguir: 
 Expedir as normas gerais para a Assistência Social. 
 
 Aprovar a Política Nacional de Assistência Social 
 
 Aprovar a proposta orçamentária para a Assistência Social. 
 
 Acompanhar e avaliar a gestão dos recursos e a execução dos 
programas e projetos pelos Estados e Municípios. 
Diante disso os Conselhos de Assistência Social dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios devem aprovar os respectivos Planos de Assistência Social 
 
11 
 
além de exercer as funções de fiscalização e controle dos programas e projetos de 
assistência social em cada uma dessas esferas de Governo. 
 
3.2 Financiamento da Assistência Social 
Quanto ao financiamento da Assistência Social, uma vez que é dever do 
Estado, torna-se o Estado o responsável por financiar tais ações, assim, a Assistência 
social é então financiada com os recursos orçamentários da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, bem como por meio de contribuiçõessociais pagas 
pelas empresas e também pelos trabalhadores, além de percentual da arrecadação 
dos concursos de prognósticos ou loterias, administrados pela Caixa Econômica 
Federal. 
No âmbito da União, esses recursos são alocados no Fundo Nacional de 
Assistência Social. Nos Estados, Distrito Federal e Municípios, os recursos vão para 
os respectivos Fundos de Assistência Social. 
O Decreto nº 7 788/2012 criou uma alternativa ao financiamento social através 
do Bloco Doador, permitindo uma maior flexibilidade na utilização dos fundos e 
facilitando a gestão financeira. 
Sem prejuízo do disposto no artigo 30 da LOAS, sabe-se que existem 
condições para a transferência de recursos da União para outras entidades, 
nomeadamente a constituição e o funcionamento efetivo de: 
 Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo 
e sociedade civil. 
 
 Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos 
Conselhos de Assistência Social. 
 
 Plano de Assistência Social. 
 
12 
 
 Comprovação orçamentária dos recursos próprios destinados à 
Assistência Social, alocados em seus respectivos Fundos de Assistência 
Social. (BRASIL, 1993) 
3.3 Fundo Nacional de Assistência Social 
 O Fundo Nacional de Assistência Social é responsável pelo pagamento do 
Benefício de Prestação Continuada aos idosos e aos portadores de deficiência 
carentes, bem como pelo apoio financeiro aos programas e projetos de Assistência 
Social executados pelos Estados, DF e Municípios. Para que recebam recursos do 
Fundo Nacional de Assistência Social, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
devem organizar-se, criando o Conselho e o Fundo de Assistência Social e 
elaborando o Plano de Assistência Social. 
Podemos alegar que os fundos efetuam os seguintes pontos positivos: 
 
Concentram os recursos a serem utilizados para atingir os objetivos da assistência 
social previstos na LOAS por intermédio do repasse regular e automático. 
Simplificam os processos de trabalho. 
Aperfeiçoam o controle e avaliação dos serviços e ações. 
Permitem a reprogramação de saldos e a não devolução deste ao final do exercício 
à União. 
Auxiliam no avanço do processo de descentralização político-administrativa. 
Oportunizam a implementação do comando único em cada esfera de governo. 
Viabilizam o financiamento compartilhado no SUAS. 
Fortalecem o Controle Social. 
Aprimoram os processos de comprovação de gastos. 
Fornecem publicidade dos gastos realizados na assistência social. 
Facilitam o acompanhamento das ações e a fiscalização dos gastos pela população, 
pelos conselhos de assistência social e pelos gestores locais, estaduais e federal. 
 
 
 
13 
 
 
REIS (2019) elucida que, é claro que os fundos desempenham um papel 
fundamental no desenvolvimento da política de assistência social, uma vez que 
proporcionam meios de transparência e racionalizada a recurso, além de ampliar as 
possibilidades de participação popular, alavancando o alcance da efetivação da 
promoção da proteção social, da vigilância sócio assistencial e da defesa de direitos. 
 
3.4 Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Assistência Social 
De acordo com o que ensina PINHEIRO (2006) o Fundo de Assistência Social 
deve ser criado por cada Estado e Município, bem como no Distrito Federal, de forma 
que para esses fundos são repassados recursos orçamentários da União, com vistas 
ao co-financiamento dos programas e projetos de Assistência Social. 
Devendo os Estados também repassar recursos do Fundo Estadual de 
Assistência Social para os Fundos Municipais de Assistência Social, assim estarão 
cumprindo a sua responsabilidade no co-financiamento de programas e projetos e do 
pagamento do auxílio natalidade e do auxílio-funeral. 
3.5 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS1 
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é responsável 
pelas políticas nacionais de desenvolvimento social, de segurança alimentar e 
nutricional, de assistência social e de renda de cidadania no Brasil, além de ser gestor 
do Fundo Nacional de Assistência Social. 
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome possui um conjunto 
de seis programas, sendo cinco finalísticos e um programa de gestão. São eles: 
 Acesso à Alimentação. 
 
 Erradicação do Trabalho Infantil. 
 
 
14 
 
 Proteção Social Básica. 
 
 Proteção Social Especial. 
 
 Transferência de Renda com Condicionalidades. 
 
 Bolsa Família. 
 
 Programa Gestão da Política de Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome. 
Embora o Departamento, desde a sua criação em 2004, tenha ampliado suas 
atividades e objetivos de serviço (especialmente graças ao seu crescente volume de 
recursos financeiros), algumas limitações permanecem, por exemplo, envolve infra -
estrutura inadequada, com seu pessoal e sistemas informatizados. Além disso, no 
âmbito do desenvolvimento do plano plurianual 2008-2011, é necessário discutir todas 
as ações que devem responder às diferentes vertentes do desenvolvimento social, 
bem como à sua inerente interdisciplinaridade. 
A criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS 
ocorrida em 2004, foi resultado da vontade política de tratar a superação da pobreza 
e da fome como uma das principais prioridades do país. 
A grandeza deste desafio exigiu a reorganização de estruturas e marcos legais, 
para que fosse possível desenvolver de forma célere e articulada, as políticas de 
inclusão social, transferência de renda condicionada, assistência social e segurança 
alimentar e nutricional. 
Neste curto período de existência foi possível criar um sistema de proteção 
social que sustenta uma definida estratégia de combate à pobreza, em especial da 
pobreza extrema. O Ministério coordenava o Sistema Único de Assistência Social - 
SUAS, dava suporte ao funcionamento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional - SISAN, fazia a coordenação das ações Inter setoriais de superação da 
pobreza extrema, no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria e era responsável pelo maior 
 
15 
 
programa de transferência de renda condicionada do mundo, o Programa Bolsa 
Família, que beneficiava diretamente 50 milhões de pessoas. 
O MDS também era responsável pela gestão do Fundo Nacional de Assistência 
Social - FNAS, do Fundo Nacional de Combate e Erradicação da Pobreza - FNCP. 
As políticas são desenvolvidas e implementadas em parceria com estados e 
municípios, com ações pactuadas e por meio de repasses de capital a fundo. 
Organizações da sociedade civil também estavam integradas aos sistemas 
unificados e desempenham funções importantes, tanto na área de assistência social 
quanto de inclusão produtiva e segurança alimentar e nutricional. 
Instâncias colegiadas participavam do ciclo de tomada de decisão e avaliação 
de políticas públicas de desenvolvimento social, com o Conselho Nacional de 
Assistência Social - CNAS, a Comissão Inter gestores Tripartite - CIT e o Conselho 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA, este último ligado à 
Presidência da República. Essa articulação entre gestores federais, estaduais, 
municipais e sociedade civil estabeleceram uma sólida rede de proteção e promoção 
social que quebra o ciclo de pobreza e promoveram a conquista da cidadania a 
milhões de brasileiros. 
3.6 Estrutura do Ministério de Desenvolvimento Social 
A Secretaria Nacional de Assistência Social se trata de um órgão responsável 
pela gestão nacional da Política Nacional de Assistência Social, cujo objetivo é de 
consolidar o direito à Assistência Social em todo o país. 
Já a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania é o órgão responsável pela 
implementação da Política Nacional de Renda e de Cidadania no país, e, por meio do 
Programa Bolsa Família e do Cadastramento Único, ou seja, identificação das famílias 
em situação de pobreza de todos os Municípiosbrasileiros. 
A Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é o órgão promotor 
de ações voltadas ao combate à fome, e, busca assegurar o direito do cidadão ao 
acesso diário à comida, em quantidade, qualidade e regularidade. 
 
16 
 
SPOSATI (2013) ainda menciona em relação ao Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome, na rede mundial de computadores da Secretaria Nacional 
de Avaliação e Gestão da Informação, órgão esse responsável pela geração de 
informações necessárias ao acompanhamento, avaliação e monitoramento das 
políticas sociais a cargo do MDS. 
A Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias é um órgão responsável 
por fomentar parcerias com entidades da sociedade civil além da interlocução com os 
governos federal, estaduais e municipais, com vistas ao combate à exclusão social. 
Atualmente, cerca de 57 milhões de brasileiros participam dos programas de 
assistência social, segurança alimentar e transferência de renda do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS. 
O qual por meio do denominado Sistema Único de Assistência Social – SUAS 
que a partir de uma série de inovações que visam mudar diretamente a gestão dos 
serviços e também o atendimento à população pobre. 
3.7 Princípios da Política de Assistência Social 
Num Estado democrático de direitos, têm-se os princípios como uma 
aproximação entre o direito e a ética, no caso, ética pública na política social, assim 
elencados no artigo 204 da Constituição de 1988, onde conforme já mencionado 
anteriormente, encontram-se neste artigo duas diretrizes da política de assistência 
social, as quais estão relacionadas à descentralização político-administrativa e à 
participação da população bem como o controle social. 
O artigo 203, da CF/88 prescreve os objetivos que antecedem de que “a 
assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social”. (BRASIL, 1988) 
A Magna Carta refere-se aos benefícios e serviços gratuitos que são prestados 
e disponibilizados sem discriminação a quem necessita, sobretudo, de acesso e 
garantia de direitos, no respeito pela autonomia dos cidadãos e pelas diferenças 
culturais, regionais, sociais, religiosas e territoriais. 
 
17 
 
Assim a seguridade social no Brasil foi regulamentada pela Lei nº 8.742 de 
1993, a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS - alterada pela Lei nº 12.435, de 6 
de julho de 2011. 
Além disso, a Política Nacional de Assistência Social, com base no artigo 204 
da Constituição da República Federativa do Brasil, enfatizou a importância da 
participação da sociedade civil, tanto na implementação de programas de informação 
por meio de entidades filantrópicas, quanto de assistência social, e no âmbito do ao 
mesmo tempo, participando, formulando e controlando ações em todos os níveis. 
Sem a presença ativa da sociedade civil, a política de assistência social não se 
concretiza de acordo com os princípios e diretrizes que a orientam, ou seja, sem a 
participação de forças qualificadas e militares nível político da sociedade civil, modelo 
consagrado na lei orgânica de a assistência social é desconsiderada. 
Assim, o modelo de democracia participativa adotado pelo Brasil, evidencia que 
o exercício da cidadania se dá através da participação popular, não somente através 
dos direitos políticos, ou seja, votar e ser votado, como também, através da 
participação efetiva dos membros da sociedade nas decisões governamentais, 
inclusive no que toca ao tema da assistência social. 
Assim, um dos maiores desafios neste processo de formulação de políticas foi 
criar mecanismos para garantir a participação dos usuários em conselhos e fóruns 
como atores sub-representados. 
Conforme estabelece o art. 1º: A assistência social, direito do cidadão e dever 
do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos 
sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e 
da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. (BRASIL, 1993) 
Necessidades essas advindas da condição de desproteção, de inseguranças 
sociais que não se limitam ao fator renda, pois se têm dimensões protetivas sócio 
assistenciais relacionadas à acolhida, autonomia, pertencimento, vinculação e 
convivência familiar, social e comunitária. 
Além disso, a Política Nacional de Assistência Social, na perspectiva do 
Sistema Único de Assistência Social, ressalta o campo da informação, monitoramento 
e avaliação, salientando que as novas tecnologias da informação e a ampliação das 
possibilidades de comunicação contemporânea têm um significado, um sentido 
 
18 
 
técnico e político, podendo e devendo ser consideradas como canais estratégicos, 
para uma melhor atuação para as políticas sociais e novas concepções de uso, 
monitoramento e avaliação da informação no campo da política de assistência social. 
As políticas nacionais de assistência social representam com precisão a 
materialidade do conteúdo da assistência social, porém, para que os direitos dos 
usuários sejam respeitados, ela precisa ser redefinida que faz- se necessário a 
participação ativa da sociedade, tanto na proposição, quanto na fiscalização da 
prestação dos serviços sócio assistenciais. 
Enfim, ao se constatar a dimensão e reflexos que a Política Nacional de 
Assistência Social trouxe para o campo da Assistência Social, faz-se necessário 
posteriormente verificar o que vem a ser o Sistema Único de Assistência Social, bem 
como quais os instrumentos que este utiliza para operacionalização e concretização 
dos direitos sócio assistenciais no Brasil. 
 
4 CRIAÇÃO, DISCUSSÃO E MONITORAMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS 
Relativamente ao campo da avaliação e monitoramento de políticas públicas, a 
realidade brasileira, especificamente, quando se trata de políticas sociais possui 
muitas particularidades. 
Por exemplo a negligência quando se trata das reformas administrativas do 
Estado é uma dessas particularidades e, apesar das tentativas de instaurar modelos 
de gestão que sejam descentralizados e participativos, o patrimonialismo continua 
presente nas relações sociais assim, o Estado brasileiro permanece burocrático e 
centralizador. 
 Não obstante, quando o país avança no processo de fortalecimento da 
democracia e da participação social, bem como nas políticas públicas, passa a sofrer 
influências de medidas neoliberais, repercutindo na gestão pública democrática, 
devido às características fortes do modelo de gestão. 
 
19 
 
 Cabe destacar que esse modelo regulatório existe no Estado do Brasil e será 
de grande importância para a institucionalização da função de avaliação, bem como 
para a utilização de seus resultados. 
No Brasil, até os anos 1970 ocorriam avaliações sistemáticas somente nas 
áreas de saúde e educação, de modo que tais estudos se limitavam a medir o alcance 
das metas além de adequar os meios aos objetivos dos programas. 
Entretanto, nas demais áreas das políticas sociais, a avaliação era 
descontínua, pontual e, muitas vezes, não era exigida. 
Vale ressaltar que devido à conjuntura econômica, política e social, este cenário 
começou a mudar na década de 1980, onde, a avaliação de políticas sociais, ganhou 
grande relevância em função da conjuntura socioeconômica, assim, o agravamento 
das expressões relativas a questão social e a escassez de recursos exigiam políticas 
sociais mais eficientes. 
Além das reivindicações dos movimentos sociais por meio de políticas 
universais bem como o debate sobre a participação da sociedade civil nas discussões 
e decisões políticas. 
Assim, houve uma expansão da avaliação por meio de organismos 
internacionais de financiamento, como por exemplo o Banco Mundial, que passaram 
a exigi-la como condição para o repasse de recursos, impondo assim os termos 
clássicos de eficiência, potência e eficácia. 
 A partirdaí a avaliação ganha fôlego com base em dois níveis: o nível 
econômico, com o objetivo de contribuir para a busca de soluções que permitam 
aumentar os lucros na utilização de recursos; e a democratização, cujo 
desdobramento estará relacionado à necessidade de produção de informações que 
equipem as pessoas na luta pelos direitos civis, do ponto de vista político. 
Isto posto as experiências iniciais brasileiras, tiveram grande influência da 
perspectiva tecnicista norte-americana, que se baseava no funcionalismo clássico, 
possuindo uma preocupação excessiva com instrumentais técnicos e metodológicos 
com claro viés positivista. Nesse sentido, essa abordagem ignora a política social 
como uma intervenção na realidade, envolvendo diferentes públicos, condicionada por 
interesses e expectativas. 
 
20 
 
Embora a lei de assistência social tenha acompanhado o movimento de 
modernização da gestão do Estado, pode-se dizer que, de fato, os instrumentos de 
gestão ainda são vistos do ponto de vista técnico e operacional ponto de vista da 
ferramenta. 
A legislação na área de assistência social tem se estruturado tendo como uma 
de suas premissas integrar a informação, o monitoramento e a avaliação como fatores 
que, além de permitirem a melhoria da gestão, dos serviços prestados, programas, 
projetos e interesses, podem contribuir para o controle social da sociedade sobre o 
estado. Estes elementos devem ser expressos de forma clara entre eles e também 
entre os entes federados, pelo que estão sujeitos às regras gerais do governo federal, 
mas os cantões e comunas podem e devem desenvolver ferramentas de serviço 
público próprias, dependendo das características locais. 
A NOB/SUAS de 2012 estabelece entre as responsabilidades dos Estados o 
apoio técnico aos municípios na estruturação e implantação de seus sistemas 
municipais de assistência social e, ainda, a instalação e coordenação de 
sistema estadual de monitoramento e avaliação das ações da assistência 
social, de âmbito estadual e regional, por nível de proteção básica e especial, 
em articulação com os sistemas municipais e validados pelo sistema federal 
(BRASIL, 2012). 
Já a PNAS – Política Nacional de Assistência Social/2004, prevê que os 
municípios, que estejam, habilitados na gestão básica e plena do SUAS, igualmente 
assumem a responsabilidade de estabelecer um plano de acompanhamento, 
monitoramento e avaliação. 
Ainda, segundo o documento mencionado, os municípios devem: “instituir plano 
de acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações de proteção social na 
rede própria e na rede prestadora de serviços, em associação com o sistema estadual 
e ainda com o sistema federal, ambos pautados nas diretrizes da PNAS/2004 
(BRASIL, 2004). 
Considerando que o SUAS se trata de um sistema orgânico e articulado entre 
as três esferas do governo, cuja responsabilidade pela realização de seu 
monitoramento e avaliação é da União, Estados e Municípios. 
 
21 
 
Tal processo de gestão precisa ser bem elaborado para que, ao mesmo tempo 
em que envolva os entes federativos, inclua também todos os aspectos do SUAS e 
não gere sobreposições e contradições, o que é um grande desafio. 
Sabe-se ainda que, no modelo federativo brasileiro, estados e municípios são 
entes com autonomia política e administrativa e, além disso, possuem competências 
comuns. 
Contudo, a articulação entre competências comuns e a necessidade de uma 
coordenação mínima exige políticas articuladas e com definição clara das 
responsabilidades. 
 Quanto ao monitoramento e avaliação da política de assistência social, ainda 
falta definição do papel de cada sindicato na implementação da política. 
 Nesse sentido, o governo federal favorece o monitoramento e a avaliação dos 
serviços, programas e projetos financiados, os programas de apoio aos estados e os 
municípios ainda enfrentam muitos desafios, dificuldades técnicas e políticas na 
elaboração de seu próprio plano de monitoramento e avaliação. 
5 A TRAJETÓRIA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 
Conforme menciona BEHRING (2007) a Assistência Social, diversamente da 
previdência social, não é contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que 
dela necessitarem. 
Desse modo realiza-se a partir de ações integradas entre a iniciativa pública, 
privada e da sociedade civil, tendo por objetivo garantir a proteção social: 
 À família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e 
adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de 
trabalho, reabilitação e promoção de integração à comunidade para as 
pessoas com deficiência e o pagamento de benefícios aos idosos e às 
pessoas com deficiência. 
Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, 
descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo 
específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira. 
Consolida o modo de gestão compartilhada, o co-financiamento e a 
 
22 
 
cooperação técnica entre os três entes federativos que, de modo articulado e 
complementar, operam a proteção social não contributiva de seguridade 
social no campo da assistência social (IPEA, 2008). 
Já em 6 de julho de 2011, a Lei 12.435 é sancionada, buscando garantir a 
continuidade do SUAS, o Sistema organiza as ações da assistência social em dois 
tipos de proteção social. 
A primeira se trata de uma Proteção Social Básica, visa a prevenção de riscos 
sociais e pessoais, atuando por meio da oferta de programas, projetos, serviços e 
benefícios a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social. 
Já a segunda se trata da Proteção Social Especial, voltada para famílias e 
pessoas em situação de perigo e cujos direitos foram violados por negligência, abuso, 
abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos. 
O SUAS é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de 
assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas 
pela Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, Lei Orgânica da Assistência Social - 
LOAS. Art. 9º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, conforme suas 
competências, previstas na Constituição Federal e na LOAS, assumem 
responsabilidades na gestão do sistema e na garantia de sua organização, qualidade 
e resultados na prestação dos serviços, programas, projetos e benefícios sócio 
assistenciais que serão ofertados pela rede sócio assistencial. 
O SUAS inclui também a prestação de serviços de apoio, prestando serviços a 
públicos específicos, ajudando a remediar situações de vulnerabilidade. Também 
administra a vinculação das entidades e entidades de assistência social ao sistema, 
mantém o Cadastro Nacional de Organizações e Organizações de Assistência Social 
e concede a certificação a entidades filantrópicas. 
Ao se abordar a implementação de políticas públicas, é impossível deixar de 
considerar e determinar a relação institucional entre diferentes poderes, portanto, é 
necessário mencionar o papel do Poder Legislativo e do Poder Judiciário no 
andamento das políticas públicas desafios que o Executivo Distrital. 
Poderes que o governo federal enfrenta no SUAS, que reconhece 
explicitamente que o Executivo é responsável pela implementação, mas, no processo, 
 
23 
 
as ações e intervenções de outros atores são envolvidas sem esforço. Força para 
aprofundá-lo. 
O SUAS possui uma estrutura que dialoga com os diferentes ambientes 
institucionais, com os diversos setores da sociedade e de governos. Sua estrutura tem 
cobertura em todo o território brasileiro e se operacionaliza a partir das competências 
estabelecidas, cujo lugar privilegiado de execução e prestação dos serviços é o lugar 
do cidadão, o território de convivência de diferentes cidadãos. 
O tamanho do território é relevante na análise do SUAS, requer pensar na sua 
organização, definir capacidade, atribuições dos entes associados,hierarquia político-
administrativa, além de definir onde o serviço é efetivamente prestado à sociedade, 
mas não exclui ou isenta qualquer público administração, porque onde quer que 
esteja, o princípio ainda é a cooperação e o compartilhamento entre unidades 
associadas à participação social. 
De acordo com o que preleciona SILVEIRA (2011) o SUAS reorganiza os 
serviços, programas, projetos e benefícios relativos à assistência social considerando 
as cidadãs e os cidadãos que dela necessitam. 
Além de garantir a proteção social básica e especial de média e alta 
complexidade, tendo a centralidade na família e base no território, ou seja, o espaço 
social onde seus usuários vivem, tendo como raiz de fundo uma gestão participativa 
e controle social, o SUAS desenha o futuro da Assistência Social no País, e seu 
aprimoramento é matéria de conquista cotidiana de todos os estados, DF, municípios 
e União. 
Com inúmeros desafios para se consolidar como sistema de políticas públicas, 
entender o SUAS significa entender um valor político e moral: a assistência social é 
direito do cidadão e dever do Estado. É essa consolidação de conquistas que vai além 
e forma a base para o rompimento com a felicidade mundana. 
É na unidade estatal local do SUAS, o CRAS, que é possibilitado, na maioria 
das vezes, o primeiro acesso das famílias e indivíduos aos direitos sócio assistenciais 
e, portanto, à proteção social básica. 
 É o CRAS que organiza a rede local de serviços sócio assistenciais, ainda 
assim é por meio do CRAS que a proteção social se aproxima da população, de modo 
a reconhecer a existência das desigualdades sociais. 
 
24 
 
É no CRAS que as políticas sociais agem em forma de uma rede visando a 
redução das desigualdades, apoiando a prevenção e mitigando em situações de 
vulnerabilidade e risco social, bem como quando identificam e estimulam as 
potencialidades locais, modificando a qualidade de vida das famílias que vivem 
nessas localidades. 
 
6 A NORMA OPERACIONAL BÁSICA – NOB/SUAS 
De acordo com SILVA (2005) a Norma Operacional Básica - NOB consagra os 
eixos estruturantes para a realização do pacto a ser efetivado entre os três entes 
federados e as instâncias de articulação, pactuação e deliberação, visando a 
implementação e consolidação do Sistema Único de Assistência Social - SUAS no 
Brasil. (BRASIL, 1993) 
A primeira NOB no âmbito da assistência social foi aprovada em 1997 
(Resolução CNAS n.º 204, de 04/12/1997), que reuniu em um único documento norma 
que disciplinou o processo de descentralização político-administrativo entre os três 
entes da Federação e a “Sistemática Operacional para financiamento das Ações” 
desta política, estabelecendo os níveis de gestão, a operacionalização e a sistemática 
de financiamento, os critérios compartilhados e prestação de contas de serviços, 
benefícios, programas e projetos, além da constituição de um comitê consultivo 
tripartite (CIT). 
SPOSATI (2013) mencionou que os primeiros NOBs, mesmo que objetivassem 
regular a política estabelecida na CF/88, como se dizia, a tratavam, por assim dizer, 
com uma visão conservadora e neoliberal, princípio dos subsídios. Por exemplo, duas 
das diretrizes estabelecidas no Padrão de Desempenho Básico de Suporte Social de 
1998 estão documentadas. 
Com o diferencial de ser a primeira NOB que versou sobre o SUAS, sistema 
instituído pela Política Nacional de Assistência Social de 2004, em observância à 
deliberação da IV Conferência Nacional de Assistência Social, foi aprovada pela 
 
25 
 
Resolução CNAS nº 130, de 15/07/2005, a NOB/SUAS-2005 incorporou e aprimorou 
as conquistas que foram alcançadas com as normativas anteriores. 
 Aborda também os níveis de gestão, as responsabilidades das unidades de 
consórcio, as capacidades dos níveis de acordo e deliberação, as ferramentas de 
gestão e a atualização e aperfeiçoamento do capítulo de co-financiamento e dos 
critérios de partilha. 
Referente aos princípios da NOB/SUAS-2005, estes estão expressos como de 
tipologia “organizativos”, ou seja, imprimem uma dada forma de organização com 
vistas à implementação/operacionalização da assistência social enquanto política 
pública e direito social. 
 Ainda, quanto ao seu conteúdo, alguns dos princípios desta NOB apresentam 
correlação com as diretrizes da LOAS e não propriamente com os respectivos 
princípios: 
 
A “Universalização dos direitos sociais”, o princípio organizativo de fixação de 
níveis básicos de cobertura num sistema compreendido por benefícios, serviços, 
programas, projetos e ações de Assistência Social de provisão compartilhado entre 
entidades afiliadas; garantir o acesso aos direitos de assistência social para todos 
os necessitados; articulação da cobertura com outras políticas econômicas e 
sociais, especialmente as de Previdência Social. 
Frente ao processo de aprovação das diversas Normas Operacionais Básicas – 
NOBs, por meio de resoluções do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, 
portanto, decorrentes da participação de diversos setores societários/organizados, 
tanto do Estado quanto da sociedade civil, tem-se o aprimoramento e adensamento 
desta política–Pressupõe-se um adensamento, pois, a prioridade, se as diretrizes e, 
principalmente, os princípios fundamentam político-juridicamente a política de 
assistência social e faculta coerência ao Sistema Único de Assistência Social/SUAS 
(a unicidade e a lógica), numa linha histórica tem-se a LOAS de 1993 que teve 
importantes e profundas alterações em 2011 por meio da Lei nº 12.435, 
principalmente pela incorporação do Sistema Único de Assistência Social. 
 
26 
 
O Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios, 
serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se 
qualquer comprovação vexatória de necessidade”, que houvesse a referência de 
normas operacionais básicas que estabelecessem padrões de desempenho, 
padrões de qualidade e referencial técnico-operativo; além de expressar a “Proteção 
Proativa” como princípio da Proteção Social. 
A Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projeto assistenciais, 
bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua 
concessão, estabeleceu o princípio organizativo a parti de sistema democrático e 
participativo de gestão e de controle social através: 
a) dos Conselhos e das Conferências de Assistência Social realizadas a cada 
biênio organizadas e sustentadas pela respectiva esfera de governo; 
b) da publicação de dados e informações referentes às demandas e 
necessidades, da localização e padrão de cobertura dos serviços sócio 
assistenciais; 
c) de canais de informação e de decisão com organizações sociais parceiras, 
submetidos a controle social, por meio de audiências públicas; 
d) mecanismos de audiência da sociedade, de usuários, de trabalhadores 
sociais 
e) conselhos paritários de monitoramento de direitos sócio assistenciais; 
f) conselhos de gestão dos serviços. (BRASIL, 1993) 
 
A NOB/SUAS disciplina a gestão pública da política de assistência social no 
território brasileiro, exercida de modo sistêmico pelos entes federativos, em 
consonância com a Constituição da República de 1988, a Lei Orgânica da Assistência 
Social - LOAS e as legislações complementares a ela aplicáveis. Caráter do Sistema 
Único de Assistência Social – SUAS. 
Ainda sobre os princípios organizativos presentes na NOB/SUAS-2005, 
constata-se que o de Matricialidade sócio familiar foi reafirmado como 
“Princípio da Proteção Social”. Continuando sobre a linha histórica de 
normatizações da política de proteção sócio assistencial brasileira, a partir da 
análise dos princípios e diretrizes, na NOB/SUAS-2012 - Resolução CNAS nº 
 
27 
 
33, de 12 de dezembro de 2012, observa-se que há “Diretrizes Estruturantes 
e Princípios Organizativos” do Sistema Único, além de haver a continuidadesobre os avanços da Lei nº 12.435/2011. (QUINONERO, 2013) 
 Ainda segundo QUINONERO (2013) dentre os princípios organizativos de que 
trata a NOB em vigor, existe a reafirmação da gratuidade da assistência social, assim, 
a assistência social é prestada sem que haja a exigência de contribuição ou qualquer 
forma de contrapartida, porém devendo ser observado o disposto no art. 35 do 
Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. 
 
7 PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: CONDIÇÃO PARA A GESTÃO 
PÚBLICA DO SUAS 
Para compreender os diversos aspectos envolvidos na gestão do SUAS, 
destaca-se o conceito de público como categoria central para a construção de um 
espaço social democrático. 
 O conceito de poder público aqui adotado parte do pressuposto de que a 
constituição é parte integrante da democratização da vida social, através da 
consolidação do Estado nas diversas circunstâncias - e da sociedade civil nas suas 
diversas formas representativas, capaz de incorporar os interesses crescentes da 
maioria da população nos processos de tomada de decisão política. 
A aplicação deste conceito holístico de público, como meio democrático de 
sobrevivência e resolução de problemas que afetam os direitos civis e, portanto, 
desafiam a sociedade e o Estado, não implica remover a responsabilidade estrita do 
Estado de garantir seus direitos e universalidade. 
 No caso das políticas de assistência social, a prioridade do Estado em sua 
atuação é claramente definida pela LOAS, como garantia aos beneficiários do acesso 
universal aos direitos e serviços sociais. 
Ao mesmo tempo, enfatiza que a participação social é a condição básica para 
o exercício do controle social e para a ativação da capacidade dos atores sociais de 
criarem marcas lógicas sociais no espaço da produção política. 
 
28 
 
Para RAICHELIS (2011) no novo patamar do SUAS, de construção da 
assistência social como campo de definição política, tal conceito de público implica, 
pois, imprimir às práticas desenvolvidas por órgãos governamentais e por 
organizações não-governamentais, compromissos com a alteração dos índices 
sociais visando a melhoria da qualidade de vida dos seus usuários. Para isso a 
implantação de sistemas oficiais de informação, de monitoramento e avaliação, são 
ferramentas estratégicas para a publicação da Política de Assistência Social. 
Tais sistemas favorecem a gestão democrática, o controle social e a 
participação ampla, contemplando: 
 
A disponibilização de um conjunto de dados e informações que possam subsidiar 
as decisões quanto a benefícios, serviços, programas e projetos a serem 
implantados. 
A utilização de indicadores de avaliação de impactos e resultados da Política. 
A implementação do sistema de acompanhamento do desempenho da rede sócio 
assistencial. 
 
O fortalecimento da dimensão comunitária da assistência social, portanto, requer a 
ampla divulgação de informações qualificadas, o diálogo entre o Estado e a sociedade 
civil, garantindo transparência e visibilidade da política nesta área. 
A concretização do público na assistência social pressupõe, conforme 
RAICHELIS (2011), entre outros elementos: 
 
A participação da população na definição de prioridades voltadas ao atendimento 
de suas necessidades sociais. 
Visibilidade e transparência das informações a serem veiculadas a todos os sujeitos 
e organizações integrantes do sistema de assistência social, principalmente os 
usuários dos serviços. 
O exercício do controle social na perspectiva de democratização das decisões sobre 
conteúdos e padrões de atendimento dos serviços, programas, projetos e benefícios 
assistenciais. 
 
29 
 
Incorporação de interesses coletivos nos espaços públicos decisório fortalecendo a 
representação das organizações populares. 
A consolidação da cultura pública visando a superação da cultura autoritária e 
burocrática ainda presente no campo da assistência social. 
 
Assim, a implementação de tais diretrizes vai apontar para a necessidade de 
adequação dos arranjos institucionais, com definição de novas regras e 
procedimentos e, mais ainda, para uma profunda mudança na ordenação 
programática da assistência social. 
A implantação do SUAS é uma etapa fundamental na regulamentação da 
política de assistência social e muito importante para o seu reconhecimento como 
política pública de salvaguardas. Como resultado de uma extensa construção de 
história social, o SUAS visa estabelecer um modelo de governança descentralizada 
que supere a trajetória de centralização, dispersão e ruptura que tem marcado sua 
política de assistência social brasileira. 
A constituição de um sistema de gestão é uma demanda reconhecida desde a 
aprovação da LOAS, cinco anos após seu reconhecimento como parte da Seguridade 
Social brasileira, na Constituição Federal. 
Destaque também para as ferramentas de gestão do SUAS, que demonstram 
avanços técnicos e financeiros de organização e planejamento em três áreas de 
gestão: Planejamento da assistência social; despesas; monitoramento, avaliação e 
gestão da informação; e relatório de gestão anual. 
20 anos após a aprovação do LOAS, a implantação do SUAS trouxe uma série 
de importantes inovações e avanços. 
Tendo em vista o conceito de assistência social, não se pode negar que a 
instituição SUAS tenta tirar a assistência social da filantropia e criar diretrizes, critérios 
e marcos legais fortes, antes indisponíveis e de difícil estruturação dentro de um 
estado federal, há fortes disparidades nacionais e locais. A definição conceitual da 
assistência como política de proteção social presente no PNAS e no SUAS amplia 
suas características e funções ali identificadas, rompendo com a nomenclatura 
histórica existente até então. 
 
30 
 
Entretanto, apesar de esse novo arcabouço teórico-normativo comportar uma 
série de importantes mudanças, não é isento de introduzir e/ou reproduzir 
conceitos conservadores, além de estar ausente um debate que abarque as 
determinações mais fundamentais da pobreza e da desigualdade social como 
estruturais da sociedade, cuja contradição fundamental se localiza na luta de 
classes (BEHRING, 2007). 
A implementação deste processo de mudança institucional dependerá 
fundamentalmente dos conceitos que irão moldar e orientar os sistemas de 
assistência social nos diferentes níveis de governo. O Plano de Assistência Social, 
coordenado pelo órgão de governo com os Municípios e o Fundo, faz parte da gestão 
pública do SUAS. 
O conceito de Assistência Social realizada na forma de proteção social básica 
e proteção social especial média e alta complexidade, exige que essas formas de 
proteção sejam inseridas no conjunto de proteções prestadas pela Previdência Social. 
Portanto, essa é uma condição necessária para não cometer erros na 
formulação e operacionalização das políticas de assistência social separadamente 
das demais políticas que compõem a seguridade social. Se assim não fosse, 
poderíamos erroneamente defini-lo como dotado de exclusividade e como se só ele 
pudesse dar conta da multiplicidade de situações que as manifestações do problema 
social representam para as intervenções do Estado. 
Na implementação da proteção social básica, é um desafio para o SUAS 
encontrar coerência com a proteção social garantida pela saúde, seguridade social e 
demais políticas públicas, para estabelecer programas conjuntos e de prevenção. 
Essa breve explicação sobre os avanços e limitações da Assistência Social 
permite inferir que tais processos fazem parte de um movimento mais amplo cujas 
decisões estão enraizadas nas atuais transições sociais. Todo o aparato regulatório 
em questão é fruto de intensas lutas para direcionar e dinamizar o formato e o lugar 
que a assistência social ocupa na esfera da proteção social dos Estados Unidos. 
Ou seja, a direção social da política mencionada é frequentemente contestada 
por projetos sociais antagônicos.Podemos dizer, portanto, que existem áreas de 
protesto, mas o contexto atual mostra o predomínio de um projeto conservador que 
deu à Ajuda Social uma abordagem seletiva e caritativa. 
 
31 
 
8 A IMPORTANCIA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL 
O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo 
cuja função é gerir os conteúdos específicos da assistência social do setor de proteção 
social brasileiro: 
 
Consolida o modo de gestão compartilhada, o co-financiamento e a cooperação 
técnica entre os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, 
operam a proteção social não contributiva de seguridade social no campo da 
assistência social. 
Estabelece a divisão de responsabilidades entre os entes federativos (federal, 
estadual, Distrito Federal e municipal) para instalar, regular, manter e expandir as 
ações de assistência social como dever de Estado e direito do cidadão no território 
nacional. 
Fundamenta-se nos compromissos da PNAS/2004. 
Orienta-se pela unidade de propósitos, principalmente quanto ao alcance de direitos 
pelos usuários. 
Regula em todo o território nacional a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades 
do sistema cidadão de serviços, benefícios, programas, projetos e ações de 
assistência social, de caráter permanente e eventual, sob critério universal e lógica 
de ação em rede hierarquizada de âmbito municipal, distrital, estadual e federal. 
Respeita a diversidade das regiões, decorrente de características culturais, 
socioeconômicas e de políticas em cada esfera de gestão, da realidade das cidades 
e da sua população urbana e rural. 
Reconhece que as diferenças e desigualdades regionais e municipais que 
condicionam os padrões de cobertura do sistema e os seus diferentes níveis de 
gestão devem ser consideradas no planejamento e execução das ações. 
Articula sua dinâmica às organizações e entidades de assistência social com 
reconhecimento pelo SUAS. 
 
 
 
32 
 
São eixos estruturantes da gestão do SUAS: 
 
Precedência da gestão pública da política. 
Alcance de direitos sócio assistenciais pelos usuários. 
Matricialidade sócio familiar. 
Territorialização. 
Descentralização político-administrativa. 
Financiamento partilhado entre os entes federados. 
Fortalecimento da relação democrática entre estado e sociedade civil. 
Valorização da presença do controle social. 
Participação popular/cidadão usuário. 
Qualificação de recursos humanos. 
Informação, monitoramento, avaliação e sistematização de resultados. 
 
8.1 Funções da política pública de assistência social para extensão da 
proteção social brasileira 
A assistência social no Brasil, como política pública, tem base constitucional, 
no âmbito do sistema previdenciário. Pelos resultados que produz na sociedade - e 
tem potencial de gerar - caracteriza-se como uma política pública com protagonismo 
e cidadania universais, capaz de ampliar a agenda das políticas públicas. 
Os direitos sociais são garantidos a todos os brasileiros, de acordo com suas 
necessidades e independentes de seus rendimentos, quanto à condição inerente de 
direitos. 
A assistência social, assim como a saúde, é direito do cidadão que depende 
de sua contribuição prévia e deve ser provido pela contribuição de toda a 
sociedade. Ocupa-se de prover proteção à vida, reduzir danos, monitorar 
populações em risco e prevenir a incidência de agravos à vida face às 
situações de vulnerabilidade (BEHRING, 2007). 
A proteção social da assistência social atende às vítimas, fragilidades, 
situações adversas, vulnerabilidades e riscos enfrentados por pessoas, pessoas e 
 
33 
 
suas famílias na trajetória do ciclo de vida devido às imposições sociais, econômicas, 
políticas e atentados à dignidade. 
Por meio de suas atividades, a assistência e proteção social cria aquisições 
materiais, sociais e educacionais para os cidadãos e suas famílias, a fim de: atender 
às suas necessidades de reprodução produção social da vida pessoal e familiar; 
desenvolver suas habilidades e talentos para interação social, resistência e 
autocontrole. 
A PNAS/2004 resolveu a questão da proteção social do ponto de vista da 
articulação com outras políticas no campo social para trabalhar por uma estrutura que 
garanta bons direitos e condições de vida. 
Assim, o princípio da proteção social atinge um patamar que se orienta pela 
tentativa de realização de um novo projeto de desenvolvimento social onde não se 
possa reivindicar a universalização da seguridade social e dos direitos de proteção 
público sem um componente correto e suficiente das políticas de ajuda em nível 
nacional. 
Manter uma política de financiamento do capital comprometido a par de uma 
política de assistência social baseada principalmente na transferência de renda como 
estratégia para minimizar os maiores prejuízos do destrutivo progresso do capitalismo 
contemporâneo. A discussão sobre a luta contra a pobreza tornou-se central para 
estabelecer um consenso em torno do projeto atual. 
A posição cada vez mais privilegiada da pobreza no debate das políticas sociais 
significa que as formas assumidas para abordar a questão social impedem a 
generalização dos direitos sociais. 
O problema não é apenas a prioridade da pobreza como categoria analítica 
para pensar as políticas sociais, mas a forma e o tratamento dos "pobres", conhecidos 
por suas fragilidades. Eles, indocumentados, aparecem no discurso tecnocrático 
reinventado por um novo tipo de moral vigilância. 
Essa implementação tem implicações importantes para a política de assistência 
social, uma vez que sua prioridade atual é o combate à pobreza. 
A tardia institucionalização da Política de Assistência Social deu-se num 
ambiente onde a intervenção nas questões sociais, com enfoque no combate dirigido 
à pobreza, aprofundou o processo de reestruturação de ideias. Ideologias e ideologias 
 
34 
 
de segurança sustentam a reflexão e formulação de políticas sociais, dificultando a 
deve ser justamente a intersetorialidade que tal política deve ter com as demais 
políticas públicas. 
No mesmo sentido, é importante a análise de Mota (2008), ressaltando que as 
orientações e a organização da política de assistência social contemporânea indicam 
que o direito à assistência social assume cada vez mais um papel. Integração ”na 
sociedade, em substituição ao direito ao trabalho. 
Desse modo, surge não apenas como uma forma legalmente instituída de tratar 
os excluídos do mercado de trabalho, mas também de mantê-los ativos no setor de 
consumo, assumindo uma capacidade social na reprodução da força de trabalho. 
Assim, podemos perceber que essa extensão, apesar dos avanços, foi legitimada por 
uma lógica contrária a esses propósitos que embasaram a formulação da Constituição 
Federal de 1988. A perspectiva sinaliza a possibilidade de um sistema previdenciário 
universal. 
O que se provou é uma unidade contraditória no quadro previdenciário 
brasileiro. Há um processo de privatização da saúde e da seguridade social e 
construção de uma lógica cidadão-consumidor, além do foco da assistência social. 
Ademais, essa centralidade da política em relação às demais que compõem a 
seguridade social, bem como a expansão inconteste de seus recursos, se realiza não 
por um expressivo investimento na consolidação de uma rede de serviços sócio 
assistenciais pública, universal e de qualidade, mas pela prevalência dos PTR. 
Tais programas, apesar do seu impacto no quadro geral da pobreza neste país, 
têm alcançado a dualidade, sendo por um lado o SUAS com deficiência, com diversos 
serviços de assistência social e, por outro, a transferência de atendimento direto à 
população, principalmente por meio do programa Bolsa Família. 
Quando a assistência social se estende pela ampliação do número de PBFs 
em detrimento do próprio SUAS, ou da rede de serviços que assume e reivindica, uma 
série de efeitoscolocam graves limitações. 
A contribuição da assistência social nesta ótica, implementada como política 
pública instituída, deve se dar por meio de uma estrutura político-administrativa que 
enfatize a fundamental importância do processo de alocação. 
 
35 
 
De acordo BEHRING (2007) em relação ao redesenho do papel e da escala 
espacial de organização dos serviços do Estado Brasileiro, que possa facilitar a 
transferência, em blocos de competências, das ações para os territórios mais 
próximos da população e de suas necessidades, e a distribuição dos recursos 
financeiros e operacionais de forma mais equitativa, articulando corretamente a 
participação dos municípios, do Distrito Federal, dos estados e da União seja no co-
financiamento, seja na implementação dos benefícios e na execução direta e, ou, 
compartilhada dos serviços sócio assistenciais, nos moldes e nas condições que o 
pacto Inter setorial irá estabelecer. 
Na verdade, o problema de operar um modelo liberal exige o planejamento de 
medidas de política de assistência social que atendam às necessidades sociais e 
coletivas, mas também possam operar de acordo com muitas necessidades 
individuais e individuais, privativamente, a partir da situação de vida da família. 
Esta norma se baseia nos parâmetros de proteção elencados na PNAS / 2004, 
delineando sua especificidade na área de política social, responsabilidade do Estado 
para com os cidadãos brasileiros, proteção social oportunista etc. e proteção social 
especial para médio e alto escalão de complexidade. 
A assistência social prioriza as preocupações das famílias e de seus membros, 
de acordo com seu território, dando preferência àqueles com histórico de fragilidade, 
vulnerabilidade e presença de vítimas na comunidade. 
BEHRING (2007) elucida que a primazia do cuidado familiar visa valorizar o 
caráter preventivo da proteção social, de forma a fortalecer os vínculos e vínculos 
sociais pertencentes a seus membros e indivíduos, de forma que a capacidade e a 
qualidade de sua qualidade de vida sejam compatíveis com a percepção humana e 
os direitos sociais. 
De acordo com a PNAS/2004 as funções da assistência social são: a proteção 
social é classificada entre a proteção básica e a proteção especial; vigilância social; e 
proteger o direito à assistência social. 
 
36 
 
8.2 Instâncias de articulação, pactuação e deliberação 
BEHRING (2007) destaca que ao longo dos anos de implantação do SUAS, 
com o pleno funcionamento desses espaços e instituições, muitos avanços foram 
observados quando analisamos os desafios identificados no Plano Decenal 2005 -
2015, ou seja: superar o conceito de ação social para políticas jurídicas com base na 
proteção social. 
 As regras do SUAS definem parâmetros e um único comando; dinamismo na 
execução dos serviços e benefícios em território nacional na ótica da universalização 
do acesso. 
Uma nova lógica na política de financiamento com definições de 
responsabilidades das unidades de consórcio, transferência de recursos para fundos, 
acordo sobre critérios de compartilhamento de recursos; o nível de atendimento às 
lideranças políticas com a profissionalização do território; a criação de mecanismos e 
ferramentas de planejamento, monitoramento e avaliação; entre outros. 
Todos esses avanços não teriam sido possíveis, em uma sociedade 
democrática, sem o fortalecimento do tratado federal SUAS, com o funcionamento de 
fóruns e espaços de negociação, pactuação e contemplação da concretização e 
reconhecimento da política de assistência social, enquanto cidadania. 
O SUAS, na sua concepção, possui espaços de diálogos permanentes, com 
atribuições de negociações, pactuações e deliberações nos três entes federados. 
 
 Comissões Inter gestores Bipartite - CIB’S. 
 Comissão Inter gestores Tripartite – CIT. 
 Conselhos, Colegiado Estadual e Municipal de Gestores da Assistência 
Social. 
 Esses espaços considerados instâncias da gestão pública da assistência 
social tem como missão primar pelos princípios e diretrizes organizativas do SUAS. 
Diante disso são princípios organizativos do SUAS: 
 
 
37 
 
Universalidade: 
Correspondem à cobertura de benefícios, serviços, programas e ações da 
Assistência Social entre os entes federativos; na garantia de acesso aos direitos 
sócio assistenciais; na articulação com as demais política. 
Gratuidade: 
Corresponde à ausência de custos para o usuário no momento de acesso, o que 
não implica que a população seja isenta de contribuir par financiamento do 
sistema através de impostos e taxas. 
Integralidade da Proteção Social: 
Corresponde as ações articuladas entre os serviços/equipes nos níveis de proteção 
e suas complexidades. 
Intersetorialidade: 
Corresponde ao princípio de gestão da Política Social que preconiza a integração 
das políticas nos processos de desenvolvimento, implementação, monitoramento e 
avaliação. Busca superar a dispersão de políticas, respeitando a especificidade de 
cada setor. 
Equidade: 
Corresponde ao reconhecimento e exercício igualitário dos direitos da comunidade, 
sem restringir o acesso aos mesmos ou discriminar as diferenças que constituem 
os diferentes segmentos que a integram, um contexto associado à equidade e 
equidade. 
 
O princípio da democratização e o mote da descentralização, contidos na 
Constituição Federal de 1988 e na LOAS, concretizam-se com a constituição e 
fortalecimento de órgãos de pactuação, unificação e deliberação. 
 
Articulação 
São espaços abertos de participação, com funcionalidade direcionada aos níveis 
federal, estadual, federal e municipal, podendo ser implantados em âmbito regional. 
São constituídos por organizações governamentais e não governamentais com o 
 
38 
 
objetivo expresso de: assessorar; união de conselhos; fórum estadual, regional ou 
municipal; associações comunitárias, entre outras. 
Pactuação 
Por tratado, na gestão da assistência social, entendemos as negociações 
estabelecidas com a anuência dos respectivos níveis de governo, para a 
implementação da política, não para pressupor um processo de renúncia, voto ou 
mesmo um processo de deliberação. A contratação dessas agências somente é 
possível com a anuência de todas as entidades envolvidas, formalizada por meio 
da publicação do contrato e sujeita à deliberação das agências. 
Deliberação 
Os conselhos nacionais, estaduais, federais e municipais são os supostos órgãos 
do sistema descentralizado e participativo de assistência social, conforme previsto 
na PNAS / 2004 na forma do SUAS. O CNAS, instituído pelas LOAS e Conselhos 
dos demais setores, regidos pela referida lei e instituídos por lei particular, é 
permanente e de igual composição entre governo e sociedade civil. Estão 
vinculados ao Poder Executivo e sua estrutura dentro da Administração do Estado 
é responsável por coordenar a Política de Apoio Social, dando-lhes apoio 
administrativo, garantindo a distribuição orçamentária para suas atividades. 
 
9 PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF 
Nesse sentido, a oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à 
Família - PAIF, de caráter continuado, tem a função protetiva da família, na forma de 
evitar que vínculos familiares e/ou comunitários sejam rompidos, permitindo o acesso 
dos usuários aos programas de transferência de renda como o Bolsa Família - BF e o 
Benefício de Prestação Continuada - BPC. 
O Programa de Atenção Integral à Família do PAIF é o principal programa de 
proteção social básica do Sistema Único de Apoio Social do SUAS. Desenvolve ações 
duradouras e serviços básicos para famílias em situação de vulnerabilidade social na 
unidade do CRAS. O PAIF visa fortalecer os vínculos família-comunidade, os direitos 
 
39 
 
fundamentais à proteção social e ampliar a capacidade de proteção social e 
prevenção de situações de risco no território dos CRAS.O PAIF é necessariamente 
ofertado no CRAS.

Mais conteúdos dessa disciplina