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23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
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Autoria: Dra. Ana Celeste da Cruz David 
Revisão técnica: Dra. Karine Araujo Silveira
METODOLOGIA CIENTÍFICA
QUAIS OS RISCOS DA
PRÁTICA DO PLÁGIO
EM PESQUISAS?
23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
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Introdução
Você já pensou sobre as bases da organização da convivência social? No mundo
em que vivemos, imersos na tecnologia digital; em comunidades virtuais; espaço
inde�nido; tempo �exível e �uído, em que tudo acontece aqui e em todo lugar; de
globalização e fragmentação, em que as fronteiras são imprecisas; quais são as
bases organizadoras da convivência social?
Pela rede mundial de computadores circulam saberes, valores, emoções,
conhecimentos e toda sorte de conteúdo. Mas o que esses conteúdos dizem?
Para quem dizem? Com que �nalidade? O que calam, silenciam e omitem? São
dizeres que aspiram ao bem e à felicidade?
Desde o legado da �loso�a clássica greco-romana, o embate acerca da razão
humana, virtude e paixões, tem ocupado lugar de destaque em discussões, quer
no âmbito do conhecimento empírico, quer no âmbito teleológico ou cientí�co.
Essa discussão é, por si só, uma construção social, cultural e histórica, ou seja,
cada sociedade, em seu tempo, institui o que é o bem e a felicidade, quem tem
acesso a esses bens e como pode dispor deles. Essa distribuição é parte,
também, do legado sócio-histórico.
A conduta do homem moderno, a expressão de seus sentimentos, suas
emoções, suas vontades, suas aspirações e ações manifestam o senso moral, a
ideia de justo e injusto, certo e errado, bem como balizam a liberdade de
decisões e juízos de valor sobre nós mesmos e sobre o outro. Contudo, hoje, em
relações presencias, face a face, ou em relações mediadas por tecnologias em
espaços virtuais, será que é necessário perguntar quais são as bases
organizacionais da convivência social?
Neste capítulo, você terá a oportunidade de discutir aspectos éticos na pesquisa
cientí�ca, além dos compromissos éticos do pesquisador. Assim, poderemos
re�etir sobre o que é ser autor e sobre a conduta do plágio como obstáculo para
a formação do autor. Você verá, também, como se elabora o planejamento da
pesquisa, da projeção dos capítulos à elaboração do cronograma, até a
�nalização com o checklist das diferentes etapas do processo de pesquisa.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 54 minutos.
4.1 Aspectos éticos na pesquisa
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Essa tarefa de pensar sobre aspectos éticos da pesquisa é complexa, pois a
conotação do termo “ética” é, em si, carregada de sentido e difícil de ser
apreendida. Desde a discussão dos primeiros �lósofos gregos até os dias de
hoje, temos que debater sobre os aspectos éticos é necessário.
A palavra “ética” vem do grego “ethos”, ou seja, uma ciência da conduta, o �m
para o qual a conduta do homem deve se orientar, um comportamento
responsável, o justo e o injusto em sentido amplo. Porém, resta-nos saber qual
conduta deve ser a orientadora.
Aliás, você saberia responder quais condutas bene�ciam o bem comum?
Acrescenta-se à discussão a questão de que, ao falar em
ética, a noção de moral se apresenta como se não fosse
possível discutir sobre a primeira sem citar a segunda, quase
como expressões sinônimas. Contudo, uma distinção se faz
necessária. Sobre a ética, temos que é um “[...] ramo da
�loso�a que fundamenta cientí�ca e teoricamente a discussão
sobre valores, opções (liberdade), consciência,
responsabilidade, o bem e o mal, o bom e o ruim” (NOSELLA,
2008, p. 256). Já a moral, por sua vez, é a dimensão
pragmática da conduta humana, ou seja, os hábitos, os
costumes, o modo ou a maneira de viver, a moral ou o imoral.
Entre a natureza da ciência, do saber cientí�co questionador
das certezas estabelecidas e da discussão dos valores éticos,
o debate entre o bem e o mal está posto desde Platão, para
quem cabia à Filoso�a estabelecer os limites, a medida certa
da ciência por meio da ética �losó�ca do homem livre, pois a
condição de existência do servo era natural e não se constituía
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Desde Rousseau (1750) a questão ética se faz presente: 
um problema cientí�co, nem ético. Em Aristóteles, ao poder
político caberia garantir a felicidade dos cidadãos (livres), e a
esse poder também competia estabelecer o limite da ciência. 
No período medieval, a ciência foi paralisada em razão das
condições do pensamento dogmático, do limite à liberdade de
pensamento e da curiosidade. Nesse ponto, é importante
esclarecermos a diferença entre a concepção de ciência
desde a antiguidade, o período medieval ou, mesmo, a era
moderna (século XVII); e a concepção de ciência moderna a
partir do século XVIII. Vale destacarmos que, em cada uma
dessas épocas, “[...] a ideia de natureza é diferente; em cada
uma delas métodos empregados são diferentes; em cada uma
delas o que se deseja conhecer é diferente” (CHAUI, 2010, p.
223). 
Em descontínuos e diferentes movimentos, a história da
ciência, no modo de conhecer elaborado, vai sendo
transformada a partir de mudanças provocadas por
acontecimentos importantes, como o surgimento das
universidades, espaço de re�exão e produção de
conhecimento; a criação das cidades; os diferentes modos de
produção e de organização social; bem como da separação
entre poder da Igreja e do Estado. Assim, nesse processo de
rupturas, o conhecimento cientí�co vai se produzindo. 
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De acordo com Santos (2004), regressamos à questão de origem entre ciência e
ética, tecnologia e virtude, conhecimento prático que usamos para resolver as
nossas vidas e conhecimento cientí�co e tecnológico, sempre e continuamente
produzido por poucos, mas inacessível para muitos.
Jean Jacques Rouseau (1712-1778) foi um �lósofo do século XVIII. Ele
defendia os ideais da justiça e da paz igualmente entre soberanos, ricos e
pobres. Para ele, a origem da desigualdade entre os homens seria
agravada com a instituição da propriedade privada, incluindo o início da
formação da sociedade civil e o trabalho assalariado. Sua ideia era a
criação de um contrato social como mecanismo de mediação das
relações entre os homens.
VOCÊ O CONHECE?
[...] há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma
razão de peso para substituirmos o conhecimento vulgar que
temos da natureza e da vida e que partilhamos com os
homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento
científico produzido por poucos e inacessível à maioria?
(SANTOS, 2004, p. 16). 
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Figura 1 - Einstein mencionava que adquirir autoridade com o estudo natural deu a ele uma
responsabilidade sobre o reino social.
Fonte: 360b,Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há a foto de Einstein na frente de
um quadro com algumas equações.
No século XX, após duas Guerras Mundiais, pensadores como Gramsci, Brecht e
Sartre rea�rmaram a necessidade de questionar a ligação “[...] entre virtude e
ciência, entre ética e pesquisa, entre autoridade política e consciência individual.
Não se pode pesquisar sem saber para que se faz isso” (NOSELLA, 2008, p. 264).
Devemos à ética, então, as perguntas sobre a conduta do homem (livre): em que
sentido deve-se orientar? Qual é o comportamento responsável diante dos
problemasenfrentados pela humanidade? 
Uma consideração formulada por Almeida (2008, p. 356), em sua re�exão sobre
a ética, diz que “[...] o ser ético é também aquele que continuamente se pergunta
sobre a própria moral – o que é um exercício de percepção da ‘provisoreidade’ da
moral”. Dessa forma, a ética é um exercício dinâmico que acompanha a
formação do estudante e do pesquisador.
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Esses questionamentos quanto à ética se dão de forma a alcançar a conduta do
Homem, mas também são postas para cada um em sua individualidade, em sua
condição humana, como na antiguidade clássica do “conhece-te a ti mesmo”. A
“[...] ética e a sua eterna capacidade de nos fazer perguntar sobre o bem [...]”
(ALMEIDA, 2008, p. 355), assim, na atualidade das comunidades virtuais, redes
sociais e �uxos cada vez mais acelerados, as questões éticas se tornam
complexas e tomam nova forma, ainda que a tecnologia informacional alcance
de maneira desigual as fronteiras.
Dessa forma, em nossa sociedade informacional atual de relações mediadas por
tecnologias digitais, em que hipertextos e artefatos audiovisuais circulam
velozmente, compete perguntar de quem é a autoria? Quem é o plagiador? Qual
é a ética da ciência?
O conceito de autoria está ligado à responsabilidade de algo. Assumir a autoria é
se responsabilizar pelo dizer, pelo discurso, ainda que ele, em sua originalidade,
carregue outros discursos, de outros autores. De acordo com a abordagem
freireana (2007), a educação da sociedade deve almejar torná-la composta por
seres autônomos, na acepção da possibilidade humana de fazer suas próprias
escolhas, de acordo com sua liberdade moral e intelectual. Nesse sentido de
liberdade, repousa a responsabilidade do autor, bem como de sua autoria.
A lei de direitos autorais no Brasil de�ne o autor como aquela pessoa ou aquelas
pessoas indicadas ou identi�cadas nas obras como suas criadoras intelectuais.
A lei prevê, ainda, a criação intelectual coletiva, ou seja, a coautoria por meio do
grau de participação na criação da obra. A autoria, então, é objeto de
4.1.1 Autoria e plágio
A mentira é uma prática humana que ocupa a discussão �losó�ca. O
pensamento teológico de Tomás de Aquino classi�cava a mentira em
viciosa (ato de enganar), o�ciosa (para alcançar algum bem) e jocosa (ato
de divertir), sendo atos considerados pecado. Atualmente, com a
circulação de conteúdo via internet, a expressão fake news, ou notícias
falsas, tem ocupado os noticiários e a vida dos internautas. Assim, cabe
uma re�exão: como pensar na ética em tempos de fake news?
VOCÊ SABIA?
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normatização em códigos de ética de diferentes pro�ssões envolvendo a
produção de artigo cientí�co, bem como a produção de patentes, marcas e o
desenho industrial. 
Aprender a autoria e assumir a posição de autor exige o que Freire (2007) chama
de curiosidade epistemológica, ou seja, a capacidade crítica crescente de
aprender e conhecer o que se faz e o motivo para se fazer. Isto é, as intenções,
os condicionantes de um determinado fazer e a ocultação ou o silenciamento de
outros tantos fazeres. Entretanto, essa autoria pretendida é controversa porque
parte do saber diz respeito a pensar e, como ele questiona a autoridade e duvida
do instituído, ocupa lugar entre forças do saber e do poder, pois, assim, está em
“[...] jogo a cidadania que sabe pensar para poder melhor intervir” (DEMO, 2008,
p. 70).
Nessa discussão, Demo (2008) atribui à autoria dois sentidos igualmente
práticos. O primeiro é o de forjar no autor a atitude re�exiva de quem é capaz de
construir um texto próprio, com base na autoridade do argumento. O segundo
sentido é o da intervenção social e política, visando transformar a sociedade de
maneira crítica e responsável.
O sentido da autoria envolve professores e estudantes da educação básica e
universitária a quem Demo (2008) dirige sua crítica. Ele a�rma que um professor
não é autor, pois sua formação docente não incluiu a competência leitora entre
seus objetivos. Demo (2008) também critica o ensino destituído da pesquisa, da
formação do pesquisador crítico, criativo e instigador. Além disso, menciona a
O Código Penal trata em sessão especí�ca dos crimes contra a
propriedade intelectual. O crime de violação aos direitos autorais, no art.
184 do código, diz que violar os direitos de autor e os que lhe são conexos
gera detenção de três meses a um ano, ou multa. Na literatura jurídica,
encontra-se casos de litígio de plágio de músicas entre autores
renomados e clássicos da literatura, como a obra Romeu e Julieta, do
dramaturgo inglês Willian Shakespeare.
VOCÊ SABIA?
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prática docente que se contenta em “dar aula”, como se essa ação não fosse
uma aventura, na qual cada um constrói e reconstrói seu próprio caminho, cheio
de surpresas e desa�os. 
Vale questionarmos, aqui, como �ca a prática docente frente à formação da
autoria em época de expansão da internet e seus espaços colaborativos de
aprendizagem. Em tempos de hipertextos disponíveis sobre toda sorte de temas,
acessíveis ao alcance de um click, como estabelecer os limites éticos da
autoria? Você, leitor, em uma escala de zero a dez, o quanto se considera um
autor?
Uma pesquisa de campo sobre plágio na universidade com estudantes
graduandos do curso de Letras revelou que 36,84% assumem já terem cometido
plágio de texto; 21% plagiaram, mas não assumem; e 41,1% dizem não ser a
favor do plágio (SILVA, 2008). A ocorrência de plágio na graduação e mesmo na
pós-graduação não é prerrogativa dos estudantes do curso de Letras, sendo uma
realidade presente no ensino atual da geração do “copia e cola”. Os
entrevistados justi�caram o uso do plágio principalmente pela facilidade e pela
exposição dos materiais, bem como uma aparente sensação de liberdade, de
que o conteúdo circulado pela internet não possui autoria identi�cada e pode ser
copiado na íntegra ou parcialmente apropriado. Essa situação é reveladora da
emergência do tema para os ensinos básico, superior e de pós-graduação, além
de para as comunidades cientí�ca e acadêmica de modo geral, pois o problema
também existe entre esses pares.
O texto “Ética e Cidadania do Conhecimento”, escrito pelo professor Pedro
Demo, alerta sobre o perigo do saber como artimanha colonizadora,
discutindo sobre o conhecimento e a pobreza política e ética. Você pode
ler o artigo completo clicando no botão a seguir.
Acesse (https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o)
VOCÊ QUER LER?
https://docs.google.com/document/pub?id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o
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O plágio, sendo assim, não se constitui apenas quando a obra é apropriada
indevidamente em sua totalidade, sendo que a apropriação parcial ou conceitual
de uma ideia original, sem o devido crédito autoral, também se constitui como
plágio e deve ser evitada. Essa é uma questão ética a ser discutida no ambiente
escolar e acadêmico, a�nal, o acesso a esse universo informacional está posto,
resta saber o que somos capazes de fazer com ele e como dirigir nossa conduta
de forma responsável, seja individual ou coletivamente.
Na internet, o material disponível se encontra protegido por sistemas de
licenciamento do tipo convencional “Todos os direitos reservados” e o sistema
“Alguns direitos reservados”. O último permite a livre manipulação, distribuição,
compartilhamento e replicação dos conteúdos como forma difusora de
conhecimentos.Esse sistema possui formas diferenciadas de licença em seis
tipos de gradação, que pode ser desde a renúncia quase total, por parte do autor,
até nível mais restrito; isso signi�ca que o autor original decide a melhor maneira
de disponibilizar seu material. De toda forma, é exigida a identi�cação do autor
da obra e que obras sucessivas, elaboradas com base nesse sistema, estejam
disponíveis para compartilhamento, manipulação, distribuição e replicação. 
A discussão sobre autoria e plágio no meio acadêmico, da ciência e da pesquisa,
envolve aspectos éticos e morais em sua dimensão pragmática de respeito a
hábitos e costumes em formação e (de) formação. Ou seja, em tempo de
produção compartilhada, a noção de autoria e plágio tende a construir novos
signi�cados.
O vídeo Autoria, pirataria e plágio na era digital apresenta a discussão do
professor Sérgio Abranches no II Simpósio Hipertexto e Tecnologias na
Educação de Recife. Ele trata da cibercultura como realidade, em que
práticas e signi�cações sobre autoria estão sendo modi�cadas enquanto
novas redes societárias e tecnológicas estão sendo tecidas. Você pode
ver clicando no botão a seguir.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
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Todos os projetos de pesquisa cientí�ca, em qualquer área de conhecimento que
envolva seres humanos, são obrigados a se submeterem a uma análise em seus
aspectos cientí�cos e éticos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP), ligada ao Conselho Nacional de Saúde, preconiza que devem existir
Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) em instituições que desenvolvam
pesquisas com seres humanos. Esses comitês são compostos de forma
multidisciplinar, multipro�ssional e independente, reunindo especialistas,
cientistas e leigos. Os CEP têm como �nalidade avaliar que as pesquisas
realizadas sejam cienti�camente �dedignas, metodologicamente corretas,
moralmente aceitáveis e socialmente relevantes (BRASIL, 2007).
A criação internacional de Comitês de Ética em Pesquisa tem origem na
formulação do Código de Nuremberg (1947), em razão das atrocidades
cometidas por médicos e cientistas durante o regime nazista contra o povo
judeu. Esse código foi revisado e complementado pela Declaração de Helsinque
(1964-2000) da Associação Médica Mundial. O Brasil acompanha essa
tendência mundial desde 1996, mediante Resolução do Conselho Nacional de
Saúde n. 196/96, atualizada pela Resolução n. 466/2012 (SCHRAMM, 2004).
4.2 Dilemas
O texto “Ética em Pesquisa: os desa�os das pesquisas em ciências
humanas e sociais para o atual sistema de revisão ética”, de Érica Silva e
Everton Pereira, aborda a avaliação de projetos de pesquisa envolvendo
seres humanos, mediante experiências dos autores no Comitê de Ética
em Pesquisa. Você pode entender melhor sobre os impactos disso lendo
o artigo clicando no botão a seguir.
Acesse (https://goo.gl/TTrjMa)
VOCÊ QUER LER?
https://goo.gl/TTrjMa
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O protocolo de avaliação por membros do CEP requer do pesquisador a
submissão do projeto de pesquisa, acompanhado do documento de
consentimento livre e esclarecido dos indivíduos e populações a serem
pesquisadas, bem como a documentação comprobatória da instituição de
origem do pesquisador de que a pesquisa será efetuada de acordo com as
regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde. Como registra Minayo
(2005, p. 161), “[...] no caso de populações consideradas vulneráveis, como é o
caso dos indígenas e das crianças, os protocolos são mais exigentes e requerem
mais tempo para sua efetiva obtenção”. No caso de estudantes dos cursos de
pós-graduação stricto sensu (doutorado e mestrado), o pesquisador, apoiado por
seu orientador, encaminham todo o procedimento. 
O uso da Resolução n. 466/2012 como norma regulamentar para as pesquisas
envolvendo seres humanos vem sendo objeto de discussão por parte dos
pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, adeptos da pesquisa de
abordagem qualitativa, considerando a inadequação dos seus princípios
positivistas. Como apresenta Guerreiro (2016, p. 2620), “[...] inúmeras
publicações brasileiras discutem as solicitações inadequadas que os CEP
fazem, em especial em relação às pesquisas qualitativas”.
Podemos destacar, ainda, que controvérsias sobre o abuso de poder por parte
dos CEP; do tipo corporativo por parte dos seus membros — nem sempre
organizados —, considerando o equilíbrio representativo das diferentes áreas do
conhecimento; con�itos de interesses; e existência de preconceitos têm sido
objetos de registros nos meios cientí�co e acadêmico. Nesse sentido, “[...] o
conjunto formado por regulamentações, normas e comitês continua sendo um
importante meio, senão para eliminar todos os abusos, pelo menos para reduzi-
los de acordo com a atenção de seus representantes” (SCHRAMM, 2004, p. 777).
Assim, pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, membros do GT-
CHS/CONEP, depois de longo processo (2013-2016) participativo e solidário de
análise e avaliação da Resolução n. 466/2012, alcançaram a publicação da
Resolução n. 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa
em ciências humanas e sociais, reivindicação há muito aguardada por
pesquisadores da área.
Os dilemas enfrentados por pesquisadores e acadêmicos podem ser observados
por diferentes prismas, desde aqueles de ordem pragmática, epistemológica,
metodológica ou administrativa até os de gestão ou ordem �nanceira. Em todos
eles a questão ética e a responsabilidade do pesquisador são evidentes e
norteiam ou devem nortear suas escolhas.
O �nanciamento de pesquisas avançadas no país é uma questão delicada e
controversa. Agências de fomento à pesquisa e tecnologia — como o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cientí�co e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação
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de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) — e fundações
estaduais de amparo à pesquisa têm sido alvos de contingenciamento dos
recursos orçamentários previstos para o desenvolvimento de suas ações,
comprometendo a formação de novos pesquisadores e a continuidade de
pesquisas em andamento.
A recente história da humanidade está repleta de alertas ao pesquisador, como a
pesquisa em busca de novas fontes de energia, que resultou na construção da
bomba de hidrogênio, dizimando as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki
em agosto de 1945. Temos, também, o caso brasileiro ocorrido na cidade de
Goiânia em 1987, conhecido como Césio 137, fato pouco pesquisado em sua
origem e repercussão, conhecimentos para serem investigados e difundidos na
população para que nunca mais se repitam. Esses alertas fazem o pesquisador
re�etir sobre os caminhos e os sentidos da ciência, além da complexa formação
de novos pesquisadores.
Em suas considerações sobre a questão ética da pesquisa, Nosella (2007, p.
267) aponta como principal problema ético a contradição entre uma “[...]
superconcentração de riquezas e o aumento desmedido da pobreza”, resultante
da crescente produção de riquezas concentradas em uma pequena parcela da
população e da estagnação dos modelos de desconcentração das riquezas em
grande parcela da população assalariada ou dependente de planos de
atendimento social, que �cam distante das riquezas produzidas.
Diante dos desa�os que se impõem ao pesquisador e da responsabilidade social
e política no desempenho de sua ação na produção do conhecimento cientí�co,
sua difusão à re�exão sobre a ética pro�ssional e a consistente formação
cientí�ca se con�guram como um compromisso assumido desde as primeiras
etapas do projeto depesquisa. 
Um planejamento tem como uma das suas principais características a
�exibilidade e o caráter articulador entre as diferentes etapas de uma
determinada ação. O planejamento da pesquisa deverá acompanhar o
pesquisador desde o início do trabalho até a conclusão e divulgação dos
resultados. Todos os aspectos deverão constar do planejamento inicial, e, com
4.3 Planejamento da pesquisa: projeção dos
capítulos e cronograma
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as ocorrências, as correções e adequações ao planejamento deverão ser
ajustadas. Para uma pesquisa que conta com aporte de recursos de agência de
fomento à pesquisa, o planejamento será ainda mais relevante e detalhado.
O planejamento bem formulado esclarece de forma minuciosa algumas
questões, conforme vemos na �gura a seguir.
Figura 2 - Elementos de composição de planejamento de pesquisa.
Fonte: Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
#PraCegoVer
Na imagem, há um esquema sobre os elementos
de composição de planejamento de pesquisa.
No esquema, há vários círculos interligados com
as palavras o quê?, porquê?, para quê?, onde?,
como?, quando? e quanto?. No meio dos
círculos, há outro círculo com a palavra plano.
Antes mesmo de iniciar o plano de trabalho, o pesquisador, logo após a de�nição
do tema e do problema de pesquisa, deverá proceder ao que Lakatos e Marconi
(2017) chamam de estudos preliminares. Esses estudos têm como objetivo
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veri�car o estado da arte do tema escolhido, ou seja, são estudos realizados
com o intuito de inventariar e mapear a produção cientí�ca em determinada área
de conhecimento. Com esse estudo, o pesquisador veri�ca as tendências
teóricas mais relevantes de abordagem do tema, o tipo de metodologia
recorrente ao estudo da temática, principais autores interessados no tema, as
críticas e os obstáculos apontados, além das lacunas existentes nos estudos
mapeados. Embora seja um estudo preliminar, o material levantado será
aproveitado na pesquisa como subsídio para análises posteriores ou como
parâmetro ao que está sendo proposto. 
Esse mapeamento é denominado por Bonin (2010, p. 07) como a pesquisa da
pesquisa, pois “[...] permite visualizar os problemas já enfrentados na
investigação, os conhecimentos obtidos e daí trabalhar na formulação de
questionamentos que tragam à luz novas dimensões dos fenômenos”. A autora
rea�rma que essa opção metodológica potencializa a autoconstrução do
pesquisador, atuando na formação individual e da pesquisa em equipes de
trabalho.
De posse de todo esse mapeamento, o pesquisador elabora o anteprojeto de
pesquisa para ter uma ideia sistematizada dos aspectos teóricos e
metodológicos do trabalho. Programas de pós-graduação comumente requerem
aos candidatos a apresentação do anteprojeto de pesquisa em processos
seletivos. É a intenção de pesquisa organizada sistematicamente, embora se
saiba que, até o produto �nal �car pronto em de�nitivo, muitas modi�cações
serão efetuadas.
Tomando como exemplo os cursos de pós-graduação, após a aprovação no
processo seletivo, o pesquisador deverá apresentar à comissão do curso ou ao
orientador o projeto de pesquisa de�nitivo. Contudo, este também sofrerá
ajustes no decorrer do aprofundamento dos estudos. De acordo com Koche
(2016, p. 122), “[...] o planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema
a ser investigado, da sua natureza, e situação espaço temporal em que se
encontra, quanto da natureza e nível de conhecimento do investigador”. Assim, a
estrutura do projeto de pesquisa pode conter variações para atender exigências
particulares do programa de pós-graduação, da agência de fomento �nanciadora
ou do centro de pesquisa ao qual será apresentado.
Ressalva feita, podemos observar a estrutura do projeto de pesquisa baseado na
formatação proposta por Lakatos e Marconi (2017) com o quadro a seguir.
23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sU5q3LatjLFXHA%2bTRCb3yw%3d%3d&l=VHXHu5WZ4e2iGRVyEoLaQA%3d%3d&cd=n… 16/30
Quadro 1 - Modelo de estrutura geral do projeto de pesquisa com seus itens característicos.
Fonte: LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 216.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro com três colunas e 34
linhas sobre o modelo de estrutura geral do
projeto de pesquisa com seus itens
característicos. Na primeira coluna, há os itens,
na segunda coluna, os elementos e na terceira
coluna, os quesitos.
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Ao relatar a experiência da pesquisa de avaliação do “Projeto Cuidar”, em que
atuou como coordenadora, Minayo (2005, p. 161) destaca como algumas etapas
de preparação da pesquisa contínua de difícil execução, exempli�cando o que é
preciso: 
O plano de trabalho da pesquisa deverá prever todas as etapas de sua execução,
desde a de preparação até as etapas �nais de produção do relatório e divulgação
dos resultados. Cada etapa tem sua natureza e di�culdades particulares. Um
plano bem articulado e continuamente atualizado, por exemplo, permite a
solução de entraves em tempo hábil e recursos disponíveis.
O modelo didático de �uxograma de pesquisa apresentado por Koche (2016) se
divide em quatro etapas dinâmicas. Observe:
- Obter permissões oficiais ou oficiosas para a realização da
pesquisa;
- Selecionar e capacitar uma equipe para o trabalho de
campo;
- Listar e preparar todos os suprimentos, equipamentos e
instrumentos que serão necessários;
- Organizar os detalhes da estadia, como hospedagem e
transporte;
- E, a depender do tipo de estudo, torna-se vital elaborar uma
agenda, um roteiro de atividades, fazendo contatos prévios,
marcando visitas, entrevistas e outros tipos de ação
investigativa.
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Quadro 2 - Modelo didático de fluxograma de projeto de pesquisa em quatro etapas dinâmicas e
interligadas.
Fonte: Adaptado de KOCHE e CARLOS, 2016, p. 127.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro com oito linhas sobre
o modelo didático de fluxograma de projeto de
pesquisa em quatro etapas dinâmicas e
interligadas. Na primeira linha, há a 1ª etapa de
preparação e delimitação do problema. Na
terceira linha, há a 2ª etapa de construção do
plano. Na quinta linha, há a 3ª etapa de
execução do plano. Na sétima linha, há a 4ª
etapa de construção e apresentação do relatório.
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O plano de trabalho de pesquisa, além de ser uma exigência metodológica por
parte da instituição de vinculação do pesquisador, instituição de ensino ou
agência de fomento à pesquisa, é o mecanismo didático, epistemológico e
metodológico instituidor da pesquisa cientí�ca. Como a�rma Koche (2016, p.
133), “[...] sem o projeto o investigador corre o risco de desviar-se do problema
que quer investigar, recolhendo dados desnecessários ou deixando de obter os
necessários”. 
O projeto de pesquisa, portanto, orienta o pesquisador na de�nição do plano de
trabalho, ou seja, esse documento permite ao pesquisador um trabalho metódico
e sistematizado, atenção aos prazos estabelecidos e recursos disponíveis,
evitando desgaste de esforços e resultados.
A distribuição dos capítulos, seções e subseções deve ser orgânica, em uma
correspondência lógica das ideias tratadas. Como ensina Castro (2011, p. 58),
“[...] a criação dos capítulos e o batismo dos títulos não são tarefas separadas”.
É um trabalho que requer atenção aos detalhes da produção, a�nal, nem sempre— ou na maior parte das vezes — o autor cria títulos alternativos e provisórios,
capítulos são ordenados e reordenados, até a versão �nal ser considerada
satisfatória e receber a aprovação �nal. Além disso, vale destacar que o trabalho
não deve ser longo em demasia, com inúmeras divisões em seções e subseções,
nem fragmentado a ponto de comprometer a coesão, a sequência lógica e deixar
o leitor perdido na leitura do texto. Cada capítulo deve explicitar integralmente
seu conteúdo, encadeando início, meio e �m, pois, “Em uma redação bem-feita,
há uma fronteira natural, nascida da própria forma de construir o texto” (CASTRO,
2011, p. 60).
A estratégia principal para chegar a uma redação satisfatória dos títulos de
capítulos e seções é a leitura analítica do texto. Com uma leitura objetiva e
analítica, o autor consegue identi�car as ideias-chave do texto e, a partir delas,
chegar ao título ideal, pois eles devem informar e antecipar ao leitor às principais
ideias do conteúdo do texto, convidando-o à leitura. 
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Figura 3 - Estabelecer prazos e cumprir as metas definidas no plano de trabalho de pesquisa deve ajudar a
preservar esforços e resultados.
Fonte: nasirkhan,Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há uma representação de uma
planilha com retângulos em níveis maiores e
menores nas cores verde, roxa, vermelha e
amarela.
Um aspecto estratégico e de grande relevância do plano de trabalho é o
cronograma da pesquisa. Nele, devem constar as principais ações previstas para
a realização do trabalho e sua distribuição no prazo de tempo determinado à
pesquisa. Portanto, sua elaboração vai depender do prazo informado pela
instituição de origem do pesquisador. A elaboração do cronograma também está
condicionada à complexidade da pesquisa, equipes envolvidas e �nanciamento,
ou seja, todos os aspectos merecem atenção para a elaboração do cronograma
de maneira ajustada às necessidades do trabalho. 
Considerando um programa de pós-graduação com duração prevista de quatro
anos, e realização de plano de trabalho geral, a organização do cronograma pode
ser dada conforme o quadro a seguir.
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Quadro 3 - Modelo didático sugestivo de cronograma de trabalho de pesquisa distribuído no período de
quatro anos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro com seis colunas e 29
linhas sobre o modelo didático sugestivo de
cronograma de trabalho de pesquisa distribuído
no período de quatro anos. Na primeira coluna,
há a atividade/período, na segunda coluna, há o
ano de 2011, na terceira coluna, há o ano de
2012, na quarta coluna, há o ano de 2013, na
quinta coluna, há o ano de 2014 e na sexta
coluna, há o ano de 2015.
O modelo apresentado se constitui uma orientação didática. Cada instituição de
ensino, agência de fomento à pesquisa ou órgão demandante do trabalho
poderá estipular diferentes formas de organização do cronograma, com etapas
especí�cas e de�nição de prazos sempre de forma ajustada ao prazo �nal de
entrega do trabalho. 
23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
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Assim como a fase inicial do trabalho de pesquisa é repleta de expectativas, a
fase �nal também guarda seus desa�os e promessas. A etapa de encerramento
do projeto de pesquisa deve ser cuidadosamente planejada e acompanhada de
atenção. Estratégias especialmente planejadas para essa etapa podem ser de
grande ajuda.
O checklist se constitui uma técnica ou estratégia utilizada em revisões técnicas
na área de tecnologia da informação, com a intenção de certi�car a qualidade e
a con�abilidade dos produtos desenvolvidos. Ele é aplicável na veri�cação de
documentação de análise, projeto de arquitetura, design, codi�cação e testes em
geral.
O checklist pode ser entendido como uma lista de critérios ou lista de
veri�cação, isso vai variar de acordo com a área de aplicação, como na
enfermagem ou na engenharia. Na literatura, é possível encontrar variados
modelos de checklist para uso em áreas diversas, como na medicina, em
procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de mensurar indicadores de qualidade
da assistência médica. Nesse caso, o checklist pode ser organizado em etapas. 
4.4 Finalização do projeto: checklist
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Figura 4 - Um checklist pode ser utilizado para atender demandas diversas em diferentes setores
produtivos, de serviços e na educação.
Fonte: Kullapol,Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem, há a foto de um caderno, nele está
escrito a palavra checklist e logo abaixo há nove
quadradinhos em branco um em baixo do outro.
Na educação, a técnica vem sendo utilizada de diferentes maneiras, como na
educação especial para análise e acompanhamento de funcionalidades
corporais, motoras e ambientais dos estudantes. Já na metodologia cientí�ca, a
literatura registra sua difusão e aplicação no controle e na veri�cação de
projetos de pesquisa. 
Para entendermos melhor sobre o assunto, analisaremos um caso na sequência.
23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
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Uma experiência realizada por Pinheiro e Bezerra (2014) relata o
desenvolvimento de metodologia didática para a elaboração de projeto de
pesquisa, tendo como fundamento a autoavaliação e como estratégia para a
aplicação de checklist. A experiência foi realizada entre 2010 e 2013, com 11
turmas dos cursos de graduação de Sistema da Informação, Engenharia de
Software e Rede de Computadores. O trabalho foi proposto com base nos
critérios utilizados pela banca de avaliadores da instituição.  As pesquisadoras
criaram um checklist de critérios para ser utilizado como recurso didático da
disciplina de Projeto de Pesquisa, visando a orientação para elaboração do
projeto por meio de autoavaliação. Como resultado �nal, Pinheiro e Bezerra
(2014) apresentam os critérios de referência para avaliação de TCC conforme o
quadro na sequência.
A professora Dora é orientadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso
(TCC) em cursos de graduação. Nesse semestre, ela possui dez
orientandos de diferentes áreas. Os projetos de pesquisa já estão em
andamento, e, com a proximidade do �nal do prazo, a di�culdade para
acompanhar todos os alunos só aumenta.
Na reunião de departamento, Dora expôs aos colegas sua di�culdade em
atender uma turma com muitos alunos com projetos de pesquisa com
interesses de áreas tão diversi�cadas. Assim, uma de suas colegas, da
área de Tecnologia da Informação, sugeriu que a professora adotasse o
uso de checklist com os alunos para ter maior controle da produção de
cada um em relação ao andamento do projeto e aos prazos
estabelecidos. Com a adoção da estratégia, Dora poderia orientar os
estudantes e listar o que será necessário para a etapa �nal de entrega do
projeto de pesquisa de cada um deles, revisando aspectos não
satisfatórios.
Juntas, as professoras organizaram o checklist e Dora pôde colaborar
com os alunos na etapa �nal de conclusão e entrega do TCC.
ESTUDO DE CASO
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Quadro 4 - Modelo de aplicação de checklist como estratégia de autoavaliação na elaboração de projeto
de pesquisa.
Fonte: PINHEIRO e BEZERRA, 2014, p. 1608.
#PraCegoVer
Na imagem, há um quadro com duas colunas e
19 linhas sobre o modelo de aplicação de
checklist como estratégiade autoavaliação na
elaboração de projeto de pesquisa. Na primeira
coluna, há as partes do projeto e na segunda
coluna, há os critérios de avaliação.
Para o pesquisador, contar com o checklist como recurso de veri�cação das
diferentes etapas do projeto e, com isso, proceder aos ajustes necessários, pode
se tornar uma estratégia de grande relevância. Ademais, vale ressaltar que a
composição do checklist vai depender do objetivo da sua aplicação, a escolha
dos dados e a de�nição dos critérios a serem validados. Dessa forma, o
pesquisador �naliza o projeto de pesquisa com uma visão geral de todo o
trabalho realizado. 
23/08/2022 19:17 Metodologia Científica
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Concluímos mais um capítulo, agora relativo aos aspectos da formação do
pesquisador como autor, sua responsabilidade frente às questões éticas e seu
posicionamento em relação a prática de plágio entre os acadêmicos e ao
enfrentamento de problemáticas e controvérsias no campo da pesquisa
cientí�ca. Com isso, também �nalizamos a disciplina de Metodologia Cientí�ca.
Assim, você já sabe que uma pesquisa envolve planejamento sistemático,
controle de ações, recursos materiais — de tempo e �nanceiros — e gestão de
equipe de pesquisa em grandes projetos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
discutir aspectos éticos nos diferentes tipos de pesquisas;
compreender a formação da autoria;
reconhecer os obstáculos da prática do plágio para a
formação da autoria;
entender a responsabilidade do pesquisador frente aos
dilemas éticos na pesquisa;
compreender como sistematizar o planejamento da
pesquisa;
aprender como elaborar um cronograma;
aplicar o checklist para de acompanhamento e avaliação
do projeto pesquisa.
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