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O que é o supereu na Psicanálise?
Na Psicanálise, o supereu é uma instância psíquica que se forma durante o desenvolvimento da criança,
por volta dos cinco anos de idade. Ele é resultado da internalização das normas, valores e proibições da
sociedade e do ambiente familiar, especialmente as figuras parentais, principalmente a figura paterna.
Este processo de formação está intimamente ligado à resolução do complexo de Édipo, quando a
criança abandona seus desejos edípicos e identifica-se com os valores parentais.
O supereu funciona como um juiz interno, uma consciência moral que nos impõe regras e julga nossos
pensamentos, sentimentos e ações. Ele nos faz sentir culpa, vergonha e remorso quando transgredimos
as normas internalizadas. O supereu é responsável por nosso senso de moralidade, ideal de perfeição e
exigência. Em situações cotidianas, podemos perceber sua atuação quando, por exemplo, sentimos
culpa ao comer algo que consideramos "proibido" ou quando nos criticamos excessivamente por um
erro cometido no trabalho.
De acordo com Freud, o supereu é dividido em duas partes: o ideal do ego e a consciência moral. O
ideal do ego representa as aspirações e desejos do indivíduo, enquanto a consciência moral representa
as proibições e restrições. O supereu busca reprimir os impulsos do id, que são considerados
inaceitáveis pela sociedade. Esta dinâmica cria uma constante tensão psíquica, onde o ego precisa
mediar os conflitos entre as exigências do supereu e os desejos do id.
O supereu pode ser bastante rigoroso e crítico, levando a sentimentos de culpa, ansiedade e depressão.
Ele também pode ser muito influente no desenvolvimento de neuroses e outros problemas psicológicos.
O supereu, portanto, desempenha um papel crucial na organização psíquica, regulando o
comportamento e a moral do indivíduo.
É importante destacar que a intensidade da atuação do supereu varia de pessoa para pessoa,
dependendo de fatores como a educação recebida, experiências traumáticas e o ambiente cultural. Um
supereu muito rígido pode levar a um perfeccionismo patológico e autocobrança excessiva, enquanto
um supereu pouco desenvolvido pode resultar em comportamentos antissociais e dificuldades em
respeitar limites.
Na prática clínica psicanalítica, trabalha-se para encontrar um equilíbrio saudável na atuação do
supereu. Isso envolve ajudar o paciente a reconhecer padrões de autocrítica excessiva, compreender a
origem de suas exigências internas e desenvolver uma relação mais flexível e compassiva consigo
mesmo. O objetivo não é eliminar o supereu, mas sim torná-lo um aliado no desenvolvimento psíquico,
permitindo que o indivíduo mantenha seus valores morais sem ser excessivamente punido por suas
falhas e imperfeições.

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