Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Cuidados com a Linguagem Escrita no
Laudo Pericial
A linguagem utilizada no laudo pericial é de extrema importância para a clareza, objetividade e
compreensibilidade do documento. É fundamental que o perito psicólogo se atente a alguns cuidados
para garantir a qualidade e a eficácia da comunicação escrita. O laudo pericial psicológico, como
documento técnico-científico, representa não apenas a conclusão do trabalho do perito, mas também
serve como instrumento fundamental para a tomada de decisões judiciais que podem impactar
significativamente a vida das pessoas envolvidas.
1 1. Clareza e Objetividade
O laudo deve ser redigido com linguagem
clara, precisa e concisa, evitando termos
técnicos excessivos e jargões que possam
dificultar a compreensão do leitor. A
objetividade é crucial, priorizando a
descrição dos fatos e das conclusões da
avaliação, sem adentrar em interpretações
subjetivas ou opiniões pessoais. Por
exemplo, ao invés de escrever "o avaliando
apresentou comportamento aparentemente
ansioso", é mais adequado descrever
"durante a avaliação, o indivíduo
apresentou inquietação motora, sudorese e
fala acelerada". Quando necessário utilizar
termos técnicos, estes devem ser
adequadamente explicados em linguagem
acessível.
2 2. Imparcialidade e Neutralidade
A linguagem utilizada no laudo deve
transmitir imparcialidade e neutralidade,
evitando expressões que demonstrem
favoritismo ou tendenciosidade em relação
a qualquer parte envolvida no processo. O
perito deve se apresentar como um
profissional objetivo, que busca apresentar
os fatos de forma imparcial e neutra, sem
influenciar a decisão judicial. É importante
evitar adjetivações desnecessárias ou
juízos de valor, como "mãe negligente" ou
"pai dedicado", substituindo-os por
descrições objetivas dos comportamentos
observados. Além disso, deve-se manter
uma distância profissional adequada,
evitando o uso de diminutivos ou
expressões que denotem familiaridade
excessiva.
3 3. Linguagem Formal e Adequada
O laudo pericial é um documento jurídico e,
por isso, exige o uso de linguagem formal e
adequada à sua natureza. É importante
evitar gírias, coloquialismos e expressões
informais que possam comprometer a
seriedade e a credibilidade do documento.
A linguagem deve ser formal, concisa e
precisa, demonstrando o rigor técnico e
científico da avaliação. Por exemplo, deve-
se utilizar "criança" em vez de "pequeno",
"genitora" em vez de "mãezinha", e evitar
expressões como "super ansioso" ou
"mega importante". É fundamental manter a
consistência no uso dos termos técnicos e
jurídicos ao longo de todo o documento,
sempre priorizando a clareza e a precisão
da comunicação.
4 4. Coerência e Concisão
O laudo deve apresentar uma estrutura
lógica e coerente, com informações
organizadas de forma clara e concisa. A
concisão é fundamental para evitar
redundâncias e garantir que o leitor
compreenda facilmente as informações
apresentadas. É importante evitar
informações desnecessárias ou repetitivas,
focando no essencial para a compreensão
da avaliação. O texto deve seguir uma
sequência lógica, com parágrafos bem
estruturados e conexões claras entre as
diferentes seções do laudo. As informações
devem ser apresentadas de forma
progressiva, partindo dos dados mais
básicos para as análises mais complexas,
sempre mantendo a coesão textual e a
articulação entre as ideias apresentadas.
O laudo pericial é um documento de suma importância no processo judicial, pois serve como base para
a tomada de decisões importantes. A linguagem utilizada no laudo deve ser cuidadosamente elaborada
para garantir a clareza, objetividade e confiabilidade das informações apresentadas, contribuindo para a
justiça e a proteção dos direitos envolvidos. É fundamental que o perito psicólogo revise
cuidadosamente seu texto, verificando não apenas aspectos gramaticais e ortográficos, mas também a
adequação da linguagem ao contexto jurídico e às necessidades específicas do caso em questão. Um
laudo bem redigido não apenas facilita a compreensão por parte dos operadores do direito, mas
também contribui para a credibilidade da Psicologia como ciência no contexto jurídico.

Mais conteúdos dessa disciplina