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DIREITO DO CONSUMIDOR 
O Código de Defesa do Consumidor trata-se de um microssistema legislativo baseado em normas de ordem principiológicas que rege as relações de consumo, com normas de natureza pública e privada. 
Princípios aplicáveis ao Direito do Consumidor
Artigo 4º - A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pelo art. 7º da Lei n. 9.008, de 21.3.1995).
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal ), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
X - prevenção e tratamento do superendividamento como forma de evitar a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
1. Vulnerabilidade
Todo consumidor, em regra, é considerado vulnerável, por isso a presunção absoluta.
- Objetiva a manutenção de uma relação equilibrada entre o Fornecedor e o Consumidor.
- Vulnerabilidade OU Hipossuficiência: Como visto em alhures, todo consumidor é vulnerável. Entretanto, nem sempre um consumidor é hipossuficiente.
A vulnerabilidade do consumidor se manifesta em diferentes planos.
vulnerabilidade fática, que decorre naturalmente da maior capacidade econômica e social dos agentes envolvidos no mercado de consumo.
vulnerabilidade técnica, que impede que o consumidor tenha acesso às informações sobre o produto ou o serviço que pretende adquirir. Era frequente que o fornecedor guardava, zelosamente, os seus segredos, o que levava, não raras vezes, o consumidor a adquirir produtos com desempenho muito aquém ou além de suas reais necessidades, o que os tornava inúteis ou insuficientes.
vulnerabilidade jurídica, representada pelo pouco conhecimento dos direitos do consumidor, e dos mecanismos para defendê-los.
O Código enfrentou todos estes desafios e criou poderosas ferramentas para eliminar ou reduzir, sensivelmente, a desigualdade, em todos os planos acima referidos.
No que pertine à vulnerabilidade fática, o Código adotou algumas soluções, que horrorizaram os processualistas ortodoxos, como, por exemplo, a inversão do ônus da prova, além de assegurar assistência jurídica integral e gratuita para os consumidores hipossuficientes
Quanto à vulnerabilidade técnica podemos citar a obrigatoriedade de os fornecedores informarem, de maneira clara e inteligível, ao homem comum as qualidades e riscos do produto, bem como a maneira de utilizá-los.
No plano da vulnerabilidade jurídica surgiram os Juizados Especiais, os PROCONs, as associações e tantas outras instituições de defesa dos consumidores.
2. Transparência
Transparência é a conduta não ardilosa, baseada na boa-fé e lealdade.
Também nele está inserido o dever de informar, que recai sobre os ombros dos fornecedores, para que os consumidores possam decidir, com segurança e pleno conhecimento, se lhes interessa, ou não, celebrar o contrato e quais os riscos que está disposto a suportar.A transparência que agora se exige, desde a oferta, a publicidade e na redação das cláusulas do contrato, representa uma das mais eficazes proteções que o Código confere aos consumidores.
E diante da possibilidade de o fornecedor malicioso violar o dever de transparência, redigindo cláusulas nebulosas, reticentes, sibilinas, o melhor antídoto fornecido pelo Código está em seu art. 47, segundo o qual as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
3. Informação
Esse princípio parte de uma dualidade de núcleos: Dever de informar e o dever de ser informado. 
Se destina, acima de tudo, a eliminar ou mitigar a vulnerabilidade técnica do consumidor.
A omissão da informação pode caracterizar publicidade enganosa. O consumidor tem o direito a informação certa, clara e precisa acerca do preço, quantidade, riscos e contra indicações dos produtos. 
4. Segurança
Ao fornecedor cabe assegurar que os produtos ou serviços postos no mercado de consumo sejam seguros, não causem dano, de qualquer espécie, aos consumidores. 
Não se permite, sob pena de severas sanções, que alguém coloque no mercado produtos e serviços defeituosos ou perigosos.Aqueles que trazem risco inerente, como antes anotado, deverão conter a informação adequada e completa quanto a ele e a maneira de evitá-lo ou minimizá-lo.
-> Os danos decorrentes da falta de segurança nos produtos ou serviços são de responsabilidade objetiva do fornecedor, dispensando a comprovação de dolo ou culpa, bastando apenas o nexo e o dano.
Segundo afirma o Código, considera-se defeituoso o produto quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, o mesmo se aplicando aos serviços.Defeito, portanto, é o que ofende a segurança, sendo capaz de causar dano.
* Convém frisar, que não serão considerados nocivos à segurança os produtos ou serviços que, por sua natureza já oferecem riscos, arremata-se como exemplo: Faca, venenos…
5. Equidade 
Considera-se exagerada a vantagem que se mostra excessivamente onerosa ao consumidor, gerando um desequilíbrio entre as partes, ferindo o espírito norteador que fundamenta a existência do Direito do Consumidor. 
São nulas de direito cláusulas que estabeleçam obrigações iníquas e abusivas, colocando em desvantagem o consumidor, ou que sejam incompatíveis com a boa fé e equidade.
6. Confiança 
O consumidor confia que o produto ou o serviço que lhe são oferecidos são seguros e correspondem à qualidade descrita pelo fornecedor.Confia que as informações que lhe foram prestadas são verdadeiras, completas e adequadas, e que, se apesar disso, sobrevier um dano, ele será integralmente reparado.É a confiança que confere credibilidade ao mercado de consumo, incentivando e aquecendo a demanda.
7. Reparação integral
Se o consumidor sofrer um dano lhe é assistido o direito ao ressarcimento ou compensação integral efetiva, compreendendo todos os danos dela advindos, tais como materiais, morais e a imagem. 
- Súmula 402, STJ: “ O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa em contrário.- Este princípio poderá ser relativizado se o consumidor contribuir, de algum modo, para o dano.
8. Interpretação mais favorável 
- As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, por se entender que a parte mais forte, em regra, é quem redige os contratos de consumo, que em suamaioria assumem a forma de contrato de adesão.
- As cláusulas dúbias, obscuras, contraditórias ou omissas deverão ser interpretadas em favor do consumidor.
- Este princípio não resguarda somente as cláusulas contratuais, mas também as leis em geral que, em conflito, deverão ser interpretadas a favor da parte mais vulnerável da relação.
9. Boa fé objetiva
- Trata-se do princípio do direito contratual mais importante na contemporaneidade, pois exige das partes contratantes o dever de agir com lealdade, transparência e respeito às normas, assim, mantendo a relação harmônica na constância do contrato.
10. Adimplemento substancial
- Trata-se da possibilidade de, em se tendo adimplido parte razoável da obrigação, não caber ao credor o direito de resolver o contrato e reintegrar-se na posse do produto, porém a dívida permanece incólume e cabendo ao credor apenas cobrar as prestações inadimplidas.
- Em suma, se o consumidor já pagou parte considerável da dívida não será razoável o fornecedor tomar para si o bem com o fundamento do não pagamento de pequena parte das prestações.
11. Da ação governamental: (Cabe ao Estado não apenas desenvolver atividades nesse sentido, mediante a instituição de órgãos públicos, como também incentivar a criação de associações civis)
a) órgãos públicos
•Procon (S.P. Fundação)
•Codecon
•Ceacon
•Delegacia de Defesa do Consumidor
b) incentivar criação associações civis:
•Adecon (R.G.S - Pioneira)
•AVITIPO - associação das vítimas de tipo. 
•Ass. Vítimas Atrasos/Vöos
•Ass. Sistema Financeiro/Habitação
•Ass. Usuários Computadores e Acessórios
•Ass. De Pais e Alunos de Escolas Particulares
•Nossa cultura não tem tradição associativa
c) PRESENÇA ESTADO MERCADO/CONSUMO
· Aplicação sanções/código
•Secretaria Nacional do Consumidor - Decreto 7.7B8, 28.05.2012
•Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor
(DPDC) - combate cartéis/monopólios
•CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econôm
Lei 4.137/62 - alt. 8.884/94
Fornecedor X consumidor 
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica que desenvolve atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Quem compra como fornecedor é para ser utilizado para terceiros( venda ). 
Quem compra como consumidor é para ser utilizado para pessoa. 
Ex: Um médico compra um ultrassom e aparelhos médicos para o consultório e compra um tapete é uma televisão para o consultório. Ele comprou os aparelhos como fornecedor e comprou o tapete e a televisão como consumidor. 
Camelô é fornecedor? Sim, desde que haja habitualidade na sua atividade.
É importante frisar que fornecedores de serviços são também os profissionais liberais, quando atuam nesta qualidade, embora sua responsabilidade civil, em decorrência de danos causados aos clientes, seja, por exceção, aferida pela teoria da culpa provada, e não pela objetiva, como nos demais casos.
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
O destinatário final é aquele que irá usufruir do produto. 
Ex: comprei uma caneta pra mim. Sou a destinatária final. Comprei uma caneta para Lucas, Lucas é o destinatário final, o consumidor . 
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriundos de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Inciso V
• Deve o Poder público proteger o consumidor adotando procedimentos para que os produtos e serviços tenham padrões de qualidade, de segurança, de durabilidade e desempenho.
• Bem sabemos que essa infra-estrutura é dispendiosa para o Estado suportar o ônus para montagem e funcionamento de centros de pesquisa e avaliações tecnológicas dos produtos.
• Riscos potencializados p/ código
DIREITO BÁSICO DO CONSUMIDOR 
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
PERIGOSO (compromete a vida saúde segurança do consumidor.
se mal utilizado) possibilidade do dano: gás de cozinha, remédios, gasolina, etc.
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
NOCIVO (certeza do dano) - cocaína, veneno
Educação. Formal e informal - Res. ONU 39/248 - Item 32 (10.04.85)
Supermercado Sta. Catarina (livre escolha).
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
Dúvidas/"composição" - Segredo Industrial (resguardado pelo art.
55 § 49) - indicação de elementos que integram o produto
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
Publicidade (seção autônoma - art. 36)
Métodos Coercitivos (art. 42), desleal, cláusulas abusivas (art. 51)
Informação (art. 46); interpretação (art. 47)
 pré-contrato (art.48)
desistência (art. 49); garantia contratual (art. 50).
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Teoria IMPREVISÃO OU SUPERVENIÊNCIA
Resultante da Cláusula "REBUS SIC STANTIBUS".
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
PREVENÇÃO (fornecedores) - "Recall*
REPARAÇÃO (Instrumentos Processuais)
Danos Morais - Pessoa Jurídica
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
Acesso aos órgãos judiciários: (Juizados Especiais e Varas
Especializadas)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
- Processo civil (princípio geral: tenho que provar o fato constitutivo do meu direito - art. 373/CPC.)
- Verossímil a alegação
- Consumidor hipossuficiente
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra unidade, conforme o caso. (Incluídopela Lei nº 14.181, de 2021)
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
Responsabilidade civil nas relações de consumo
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 	I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
- Aquilo que é personalíssimo não é cabível a reexecução. 
 	II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 	III - o abatimento proporcional do preço.
 	§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
 	§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Vício do produto e fato do produto 
Fato do produto - ausência de segurança. Causa um dano.É derivado de danos do produto ou serviço, também chamada de acidentes de consumo.
Considera-se como sendo fato do produto todo e qualquer acidente provocado por produto, ou serviço, que causar dano ao consumidor, estendendo-se a todas as vítimas do evento.
Fato no Produto: São os “defeitos” que exorbitam o campo da aplicação do produto atingindo a integridade física ou patrimonial do consumidor.
Fato no Serviço: São os danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como informação insuficiente ou inadequada sobre seus riscos
Supõe a ocorrência de três pressupostos: 
1 - defeito no produto
2 - eventus damni
3 - relação de causalidade entre defeito e evento do dano
Vício do produto - defeito de adequação do produto. Desconformidade do produto/serviço compromete sua prestabilidade/servibilidade (arts. 18/25). São os vícios que tornam o produto impróprio para o consumo, não atendendo às suas legítimas expectativas, diminuindo o seu valor.
Se não produziu dano, não é fato, é vício. 
Os bens ou serviços fornecidos podem ser afetados por vícios de qualidade ou de quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária (art. 18, do CDC).
Ex: um carro na garagem está com o freio quebrado, está parado, não houve dano, é vício. Agora, se ele está na rua e o freio falhou, é fato, pois houve dano. 
- Podem ser vícios de qualidade ou quantidade;
- O vício no produto não exclui o direito à indenização por Danos Morais.
- Intrínseco ao produto.
- em situação de vício no produto o consumidor poderá em não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço.
Vício no Serviço: São os vícios de qualidade que tornem o serviço impróprio para o consumo, diminuindo o valor ou em desconformidade com anúncios publicitários.
Prazo decadencial do vício:
Produtos duráveis: 90 dias
Produtos não duráveis: 30 dias
- os prazos supracitados aplicam-se apenas para os vícios de fácil constatação.
 Em senso vício oculto – redibitório, inicia-se a contagem no instante em que fica evidenciado o vício.
Art.18.
Existe um prazo de até 30 dias para a loja reparar o vício/produto.
 Se não for reparado nesse tempo, o consumidor tem 3 alternativas: 
1 substituição do produto por outro igual. 
2 devolução do valor do produto. 
3 Abatimento proporcional do preço em relação ao vício. 
O consumidor pode fazer uso das alternativas a qualquer momento e quem irá responder é o fornecedor. 
· São impróprios para uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 26. 
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
 I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; 
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. 
§ 2° Obstam a decadência: 
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; 
II – (Vetado). 
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. 
Prazo prescricional do fato:
Prescreve em cinco anos a pretensão para a reparação de danos causados por fato no produto ou serviço.
Art. 27. 
Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 
Parágrafo único. (Vetado).
OBS! 
Vício do produto: responsabilidade solidária entre fornecedor e comerciante.
Fato do produto: Responsabilidade Subsidiária do comerciante em relação ao fornecedor.
Excludentes de responsabilidade
1. O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
 I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
2. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
3. I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
4. II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. Obs! O ônus da prova é do fornecedor, a quem cabe provar a inexistência do defeito
5. Fortuito interno é aquele que guarda relação com a atividade desenvolvida pelo ofensor. Não exime o fornecedor de responsabilidade.
6. Fortuito externo é aquele dano que não tem nenhuma relação com a atividade desenvolvida pelo ofensor. Afasta o dever de indenizar.
DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A chamada teoria da “desconsideração” ou da “penetração” ao véu da personalidade da personalidade jurídica, da autonomia almejada aos bens sociais da pessoa jurídica, constitui técnica ou meio direcionado a controlar o seu uso imoderado e absoluto, através do abuso do direito e da fraude.
A desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento excepcional do qual o Poder Judiciário se vale para combater o uso indevido da autonomia da pessoa jurídica.
Art. 28. 
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
 	§ 1° (Vetado).
 	§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
 	§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
 	§ 4° As sociedadescoligadas só responderão por culpa.
 	§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
 Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
De nada adiantaria o sistema de proteção ao consumidor, especialmente quanto ao regime jurídico dos contratos, sem que fossem criadas regras específicas para regulamentar as práticas comerciais, que no passado favoreciam os fornecedores, em razão da vulnerabilidade dos consumidores.
O capítulo V do Código de Defesa do Consumidor - CDC trata relações de consumo, ou seja, daquelas operações que tem por fim escoar os produtos e os serviços que estão à disposição do consumidor.
O CDC brasileiro, ao contrário de outros códigos, incluiu dentro das práticas tanto os atos pré-venda como os atos pós-venda. 
Assim, passamos a definir cada um deles:
Pré-venda se pode citar a OFERTA e a PUBLICIDADE, que são atos destinados a concretizar futura relação comercial.
Em segundo, atos 
Pós-venda, quais sejam a COBRANÇA DAS DÍVIDAS , que é ato que somente vai existir após a realização de um contrato.
1. OFERTA
A oferta é o ato pelo qual uma das partes da relação de consumo, o fornecedor, manifesta sua intenção de contratar e quais as condições do contrato que pretende assinar. Ou seja, o fornecedor oferece e demonstra o produto para que ele seja adquirido, sendo a oferta obrigada a seguir os requisitos impostos no CDC, devendo conter informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa para que o consumidor tenha uma noção completa do que ele está contratando. Ainda, deverá descrever as características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia e prazo de validade, como também, riscos que apresentem à saúde ou segurança do consumidor.
Em outras palavras: “Ofereceu? Tem que cumprir.”
· No caso de oferta veiculada via telefone ou reembolso postal, deverá conter, ainda, o nome do fabricante e seu endereço
Responsabilidade quanto a oferta:
· Trata-se de uma responsabilidade solidária entre o fornecedor e os prepostos ou representantes autônomos.
Em caso de recusa a oferta:
· Caso haja recusa no cumprimento da oferta, o consumidor pode:
· escolher entre o cumprimento forçado da obrigação ou a;
· aceitação de outro bem ou serviço equivalente em troca do primeiro.
· Mas, caso já tenha sido firmado o contrato, o consumidor pode:
· exigir sua rescisão, com restituição do que já foi pago, monetariamente atualizado, e a perdas e danos.
Em todos os casos é devida indenização por perdas e danos.
· Logo, deve-se observar que tal disposição implica no fato de que o fornecedor deverá manter a oferta, mesmo que tenha ocorrido erro na sua veiculação.
Observação:
Enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto, os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição. 
Exemplo: Se você tem um veículo, e o mesmo continua em fabricação, é obrigatório que haja peças de reposição para ele. Além disso, caso seja cessada a produção, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo.
Artigos:
 Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
 	Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
 	Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. 
 	Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
 	Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
 	Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
 Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. 
 	Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
 	Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
 	I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
 	II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
 	III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
2. PUBLICIDADE
A publicidade é o meio pelo qual a oferta poderá ser veiculada e, por tal motivo, apresenta os mesmos requisitos e regime de responsabilização daquela. 
“MEIO DE INFLUÊNCIA”
· É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Publicidade enganosa:
· Aquela que vicia a vontade do consumidor criando-lhe uma expectativa que não será atendida, seja em relação ao produto ou serviço, preço, garantia…
· Qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
· Considera-se ainda publicidade enganosa por omissão quando o fornecedor deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
Publicidade abusiva:
· Aquela que distorce a realidade agredindo outros valores importantes ao consumidor tais como moral, respeito, intimidade, segurança…
· aquela discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Ônus da prova:
· A prova sobre a enganosidade ou abusividade do anúncio cabe ao fornecedor do produto. É um caso de inversão do ônus da prova sem a necessidade de declaração judicial, por ter expressa previsão legal.
Observação:
· Para os casos de veiculação de publicidade enganosa ou abusiva o CDC prevê várias sanções àquele que a veicula, uma delas é a contrapropaganda, que é medida judicial que visa proteger o consumidor da oferta ofensiva. A imposição de contrapropaganda é uma responsabilidade à qual fornecedores ficam sujeitos ao anunciarem propagandas enganosas. A contrapropaganda tem o objetivo de desfazer os efeitos negativos provocados pela publicidade falsa, corrigindo informações a favor do consumidor.
 Artigos:
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
 	Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
 	Art. 37. É proibida TODA publicidade enganosa ou abusiva.
 	§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmopor omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
 	§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
 	§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
 	§ 4° (Vetado).
 	Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
São práticas comerciais, nas relações de consumo, que ultrapassam a regularidade do exercício de comércio e das relações entre fornecedor e consumidor .
São consideradas algumas práticas abusivas pelo CDC:
· venda casada
· recusa de fornecimento
· remessa sem solicitação
· prevalecimento abusivo em relação à hipossuficiência do consumidor
· vantagem excessiva
· execução de serviço sem orçamento
· repasse de informação depreciativa
· descumprimento de normas expedidas por órgão oficiais
· recusa de bens ou de prestação de serviços
· elevação injustificada de preços
· aplicação de índice ou fórmula de reajuste diverso do legal ou do contratual e abuso quanto aos prazos
Observação:
1. Nos casos em que o consumidor receber algum produto sem tê-lo solicitado, o produto que lhe foi enviado será considerado amostra grátis, pelo CDC.
2. Poderá, ainda, ser cobrada pelo fornecedor uma taxa pela elaboração do orçamento, uma vez que a lei não proíbe tal prática e, em alguns casos, este ato pode demandar-lhe esforço.
3. O valor orçado terá validade pelo prazo de 10 dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. Desse modo, uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
Tabelamento de preços:
Havendo tabelamento de preços, o fornecedor deverá respeitar o valor fixado e, caso haja abuso, o consumidor tanto poderá pedir a restituição do excesso ou o desfazimento do negócio.
Artigos:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
 	I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
 	II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
 	III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
 	IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
 	V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
 	VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
 	VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
 	VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
 IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; 
 	X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
 XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
 XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. 
 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
 XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. 
 	Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
 	Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
 	§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
 	§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
 	§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
 	Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
O CDC, de forma expressa, proibiu a utilização de qualquer meio que pudesse expor o consumidor ao ridículo e também a prática de ameaças, coação, constrangimento e afirmativas falsas e traz uma sanção civil para aquele que cobrar dívida em valor maior que o real. Ocorrendo tal fato o fornecedor deverá repetir o indébito em dobro, sem prejuízo de indenização por danos materiais e morais. Entretanto, para a aplicação da sanção é necessário que o valor cobrado seja indevido e o consumidor JÁ O TENHA PAGO. Ressalta-se que esta sanção é apenas para casos de cobrança extrajudicial, uma vez que, para cobranças judiciais, se aplicará o Código Civil.
Observação: 
· Caso tenha ocorrido um engano justificável, apurado em ação judicial, o credor terá de restituir o valor de forma simples, sem prejuízo, ao consumidor, de receber indenização por danos morais e materiais.
Artigos:
 Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
 	Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. (PARA QUE ELE TENHA DIREITO AO INDÉBITO ELE DEVE TER PAGO E NÃO SÓ COBRADO).
 	Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
1. Banco de dados e cadastro de consumidores
Os fornecedores mantêm cadastro dos consumidores com os quais realizam, ou já realizaram, contrato. Entretanto, tais cadastros, se utilizados indiscriminadamente, podem gerar danos aos consumidores.
Prazo das informações negativas:
· O CDC trouxe previsão expressa quanto ao prazo para que as informações negativas possam ser arquivadas, fixando-o em CINCO ANOS em seu artigo 43, § 1º, in fine. Vedou também quese arquivassem informações onde já se consumou a prescrição do crédito e informações pessoais do consumidor, limitando apenas às informações de consumo (comerciais).
Inserção de dados pessoais:
· Para a inserção de dados, o consumidor deverá ser comunicado da mesma, terá livre acesso aos dados e poderá retificá-lo e, não sendo atendido qualquer destes requisitos, o ato caracteriza abuso de direito e o consumidor terá direito a reparação (danos morais e materiais).
· Na tentativa de facilitar os acessos aos dados, os cadastros de consumidores foram considerados pela lei entidades de caráter público possibilitando, assim, a utilização de ações como o habeas data.
Cadastro de fornecedores:
· Os cadastros de fornecedores são bancos de dados mantidos por órgãos de defesa do consumidor onde se inserem as reclamações dos consumidores contra os fornecedores
· Para tais cadastros são aplicadas as mesmas regras que para os cadastros de consumidores, sendo amplo o acesso aos dados lá arquivados e sendo aplicado o prazo máximo de cinco anos para o armazenamento das informações.
· As informações constantes nos cadastros devem ser divulgadas. Tanto que a lei determinou o prazo mínimo de uma vez a cada ano para que ocorra a divulgação. Determinou também que a divulgação deverá ser pública para que atinja o maior número possível de consumidores.
Artigos:
 Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
 	§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
 	§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
 	§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.
 	§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
 	§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
 § 6 Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 	Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
 	§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.
 	§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
 	Art. 45. (Vetado).
SÚMULA 323 -
A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco 
anos, independentemente da prescrição da execução. 
· O título vai permanecer até quando tiver cobrança pois o que está prescrito é a execução, a ação cambiária, o título continua. 
Súmulas. Enunciado 359 do STJ: 
“Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.”
· AR - aviso de recebimento. A única obrigação do cadastro de crédito é enviar a notificação.
Súmula 404 STJ:
É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.
Súmula. Enunciado 385 do STJ: 
"Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento."

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