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RESPONSABILIDADE CIVIL
· 02/09/2024 - trabalho 1 (1,5)
· 23/09/2024 - prova discursiva (2,0)
· 21/10/2024 - trabalho 2 (1,5)
· 11/11/2024 - simulado OAB (2,0)
· 25/11/2024 - prova objetiva (3,0)
1º Bimestre - 12/08
1. Aspectos teóricos
· Dever jurídico primário: dever/obrigação presente no contrato
· Dever jurídico secundário: ideia da responsabilidade - surge/decorre diante do descumprimento da obrigação anterior/primária
· Dimensões da responsabilidade
a. Independência das instâncias: A responsabilidade pode ser gerada em três esferas diferentes e independentes (penal, civil e administrativas). *A decisão do juízo criminal, sobre autoria e materialidade, vincula e prevalece sobre os juízos das outras esferas (Art. 935, CC)
2. Dever de reparação: uma vez que se apura que alguém violou um dever jurídico primário, surge a responsabilidade no dever de repará-lo
2.1. Ato ilícito: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” (art. 186, CC)
a. Ação ou omissão: praticou ou deixou de praticar uma conduta
b. Dolo ou culpa: de forma voluntária ou com negligência/imperícia
c. Violação a direito
d. Causar dano a alguém
2.2. Abuso de direito (art. 187, CC): Abuso de um direito legítimo - quando o titular de um direito o exerce excedendo os limites impostos pelo seu fim, pela boa-fé e bons costumes.
2.3. Não constituem atos ilícitos (art. 188, CC): atos praticados em legítima defesa, no exercício regular de um direito, ou a fim de remover perigo iminente
3. Dever de reparação: aquele que, por praticar ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo (art. 927)
4. Requisitos
a) Conduta: ativa ou omissiva
b) Dano;
c) Nexo causal: nexo entre a conduta e o dano - deve-se comprovar que foi aquela conduta que gerou aquele dano
5. Responsabilidade quanto à culpa
5.1. Responsabilidade subjetiva: aquela que além de comprovar a conduta, dano e nexo causal, tem que ser feita uma análise a respeito da culpa
· Apuração de culpa
5.2. Responsabilidade objetiva: casos que não deve se comprovar a culpa - só será objetiva quando tiver uma lei prevendo 
· Independe da existência de culpa
· Dispensa a existência de dolo ou culpa
· Responsabilidade de fornecedor para com consumidor é objetiva (independe de dolo/culpa)
· Teoria do risco: aquele que está exercendo uma atividade que gera risco, ele é obrigado a assumir a responsabilidade, independentemente de culpa (caso de responsabilidade objetiva - a responsabilidade está configurada pela existência do ato ilícito
*Art. 927, P. único
*A atividade fim, por sua natureza, deve gerar risco ela tem que ser realizada habitualmente
· Outras hipóteses são aquelas previstas em lei (animal, incapaz, comércio)
· Conduta
· Excludente de ilicitude
a. Estado de necessidade: o sujeito se obrigou a cometer aquele ato ilícito, pois se não o fizesse, causaria um dano ainda maior
· Se o agente pratica a conduta em estado de necessidade (evitando um mal maior), não deverá indenizar o dano
· Art. 930. No caso do inciso II do art. 188 (legítima defesa, estado de necessidade), se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
· Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem causou o dano (art. 188, inciso I).
b. Legítima defesa: perigo atual e iminente que deve ser evitado
c. Estrito cumprimento do dever legal: o sujeito comete ato ilícito se não cumpre sua função
d. Exercício regular do direito: como por exemplo uma pessoa que está cobrando uma dívida, está exercendo seu direito
· Dano
· Espécies
a. Patrimoniais: dano material - engloba tanto aquilo o que a parte efetivamente perdeu, mas também o que ela deixou de lucrar (art. 402, CC)
b. Extrapatrimoniais: danos morais
c. Estéticos: STJ permite cumulação de dano material, moral e estético
· Aquele que gera deformidade física na pessoa
d. Perda de uma chance: indenização por ter perdido uma chance de lucro
· 
· Nexo causal
· Conceito: liame entre a conduta e o dano
· Tem que ter nexo de causa tanto na responsabilidade objetiva, quanto subjetiva
· Teorias
1. Equivalência das condições: todas as condutas que antecedem o dano, mas sem as quais o dano não teria ocorrido, são igualmente capazes de gerar o dano
2. Causalidade adequada: é a causa que foi adequada para gerar o dano
· Nem todas as condições que levam a um resultado são igualmente importantes, e que a causa deve ser adequada à produção do resultado
3. Causalidade direta: teoria que considera que apenas uma ação que produz diretamente um resultado pode ser considerada a causa do evento.
· Esta teoria desconsidera outros eventos ou causas remotas que possam ter influenciado o resultado.
DEVER DE INDENIZAR
· A regra geral é a responsabilidade subjetiva (depende da comprovação da culpa). As exceções são (a responsabilidade é objetiva, ou seja, independe de culpa): 
a) Teoria do risco: atividade que por si só gera risco (mineradora) - responsabilidade objetiva
b) Hipóteses previstas em lei: incapaz, produto/serviço, animal
1. Responsabilidade do incapaz
· Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
2. Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
· Art. 931
· O fato de alguém colocar o produto em circulação já é responsabilizado objetivamente pelo dano causado
3. Responsabilidade pelo ato dos animais (936)
· É o dono do animal que responde
· Responsabilidade objetiva
4. Responsabilidade por edifícios em juízo
· O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta (ainda que o imóvel esteja alugado)
· Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
· Art. 938: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”.
5. Responsabilidade por atos de terceiro (932)
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem causou o dano (art. 188, inciso I).
6. Responsabilidade Contratual e Extracontratual
a. Origem: 
i. Contratual: responsabilidade que tem origem de um contrato (relação prévia) - art. 927
ii. Extracontratual: responsabilidade que deriva de um ato ilícito - direito das obrigações
b. Previsibilidade dos danos: 
i. Contratual: os danos são mais previsíveis, pois é possível antever quais danos podem ser decorrentes daquela relação
ii. Extracontratual: existe uma menor previsibilidade dos danos
c. Ônus da prova:
i. Contratual: o autor (lesado) só precisa provar/alegar que houve descumprimento contratual - apenas a alegação do descumprimento
· Com isso, o ônus de provar a existência do pagamento, por exemplo, recai para o réu
ii. Extracontratual: incide a regra geral
· Ônus do autor provar a conduta, o nexo causal e o dono - os fatos constitutivos de seu direito
· Cabe ao réu provar os fatos extintivos, modificativos do direito do autor
d. Prescrição: perda da pretensão
· Ocorre quando o direito subjetivo é afetado com o decurso do tempo
· É um agir do sujeito (decadência é a perda do direito potestativo)
i. Contratual: regra geral do art, 205 (10 anos)
ii. Extracontratual: art. 206, § 3º: pretensão de reparação civil prescreve em 3 anos
· Esse artigo só é para a responsabilidade extracontratual
e. Efeito da mora
i. Obrigação contratual, positiva, líquidae com prazo: a mora inicia a partir data do vencimento 
ii. Responsabilidade contratual, sem prazo definido (para se considerar vencida, deve haver a cobrança/interpelação): a data de início da mora será a da notificação ou da citação 
iii. Obrigação de não fazer, negativa: o devedor é havido por inadimplente desde o dia que pratica o ato que lhe era vedado
iv. Responsabilidade extracontratual: os juros de mora fluem a partir do evento danoso (súmula 54/STJ)
· Regresso
Art. 934 do CC: Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188 (legítima defesa, estado de necessidade), se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem causou o dano (art. 188, inciso I).
Exemplos:
· Caso de médico que, por desatenção, causa danos permanentes no paciente, que necessitam de tratamento e, ainda, o impedem de trabalhar durante um período: o médico deverá indenizar o paciente pelas despesas do tratamento, pelos lucros cessantes até o fim da convalescença e pensão pelo trabalho que se inabilitou

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