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2011
Prevenção no Combate 
a SiniStroS
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
371.77
S494p Sestrem, Maurício Saturnino.
 Prevenção no Combate a Sinistros/ Maurício Saturnino 
 Sestrem. Centro Universitário Leonardo da Vinci –: 
 Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2011.x ; 
 
 194.p.: il
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-311-2
 1. Prevenção de Acidentes 2. Cuidados e Prevenção I. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
Impresso por:
III
aPreSentação
Caro(a) Acadêmico(a)!
No âmbito da segurança do trabalho, a prevenção e o combate a sinistro 
são de grande importância em razão dos danos que podem ser provocados 
por um incêndio. Um incêndio pode causar mortes, destruir a edificação e 
locais de trabalho como, por exemplo: fábricas, lojas, escolas e locais onde há 
aglomeração de pessoas, como: centros de recreação, shopping centers, teatros, 
cinemas dentre outros. Os incêndios podem destruir fábricas completas e 
com elas, fontes de trabalho em prejuízo do trabalhador e da economia do 
país. Para que sejam evitados estes danos, é necessário que os trabalhadores 
observem as normas de segurança de prevenção e combate a incêndios. Por 
esta razão, é indispensável o conhecimento dos conceitos básicos relativos ao 
estudo do incêndio, das explosões e de sua extinção, dos principais aspectos 
prevencionistas e das ações adequadas na ocorrência de sinistros.
Na Unidade 1, é apresentada a conceituação básica referente ao 
estudo do fogo, a ocorrência das explosões e da extinção de incêndios. Com 
relação ao estudo do fogo, são apresentados os conhecimentos da química 
e física do fogo e a classificação de incêndios. Com relação às explosões, 
foram descritas as principais características que podem ocorrer em incêndios 
como: de gás, de pó, de fumaça e BLEVE. No tópico a respeito da extinção 
de incêndios, destacam-se os métodos de extinção de incêndio: controle ou 
retirada do material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento 
da reação em cadeia. 
Enfocando as determinações previstas na NR 23 – Proteção contra 
incêndios, na Unidade 2, estão descritos os principais aspectos a serem 
considerados nas ações e nas medidas construtivas de prevenção e proteção 
contra incêndios, no sistema de controle da fumaça, nas classes de fogo e 
nos principais agentes extintores de incêndios apropriados a cada classe, 
na proteção por extintores portáteis, na extinção de incêndio por água 
e na proteção contra incêndios por hidrantes, mangotinhos e chuveiros 
automáticos (sprinklers).
Na Unidade 3, são tratados os principais temas relacionados às etapas 
da metodologia para a elaboração do plano de emergência, à formação da 
brigada de incêndios, aos sistemas de detecção e alarme de incêndio (SDAI) 
e à estrutura e finalidade dos órgãos de defesa civil.
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1: INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS ......................................................................... 1
TÓPICO 1: QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO ...................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A NATUREZA DO FOGO ................................................................................................................... 3
2.1 TRIÂNGULO DO FOGO ................................................................................................................ 5
2.2 REAÇÃO EM CADEIA ................................................................................................................... 5
3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA ............................................................................. 7
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................................................................................... 10
5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO ............................................................................ 12
6 INCÊNDIO ............................................................................................................................................. 15
6.1 FASES DO INCÊNDIO .................................................................................................................... 16
6.1.1 Etapa Inicial ............................................................................................................................. 16
6.1.2 Etapa Crescente ....................................................................................................................... 16
6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida........................................................................................... 17
6.1.4 Etapa Final ............................................................................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 24
TÓPICO 2: CLASSIFICAÇÃO DO FOGO ......................................................................................... 25
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25
2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS .............................................. 25
2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA ......................................................................................................delimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências de incêndios 
haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que este oxigênio é 
utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, esta quantidade 
de oxigênio tende a decrescer. Com isto as chamas sofrem uma diminuição e 
chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição das chamas, 
os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados de íons que 
reagirão com o oxigênio quando em contato com ele. Basta o contato com o ar 
para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. 
• A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmente consumidos na 
queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação 
com o ar. Estes resíduos compõem a fumaça.
• A combustão completa ou combustão ideal ocorre nos casos em que nas reações 
químicas a totalidade das moléculas do combustível reage completamente com 
as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias estáveis. 
• A combustão completa, também chamada de queima limpa, é obtida na 
queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem 
devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul. 
32
• A queima total de um combustível ocorre quando todo o material combustível 
existente no ambiente é atingido e a combustão completa ocorre na combinação 
estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. 
• A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A chama 
exerce influência na intensidade do incêndio e, portanto, considera-se como a 
combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada durante 
o combate.
• A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou gás queimando, 
mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos combustíveis líquidos 
ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente gasoso.
• Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como sendo 
combustão viva. Para que ocorra a combustão viva basta a liberação de uma 
quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que se possa 
determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a unidade 
de volume da reação química e a energia de ativação. 
• A potência de uma combustão é caracterizada pela quantidade de calor ou de 
energia liberada em um intervalo de tempo. Esta medida da quantidade de 
energia é normalmente expressa em kJ/s ou kW. 
• O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido popularmente 
como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo em que a 
reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre lentamente. Este 
fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão viva e produz 
luz, calor e fumaça. Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial 
do combustível sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em 
combustão e esta superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica 
a ocorrência de temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de 
incêndios ocorre a incandescência. 
• Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela pode 
transformar-se em combustão viva. Por esta razão, se ocorrer a ventilação 
inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do 
material combustível. 
• A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno de 
10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados 
altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material 
combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para 
continuar a reação química.
• A combustão lenta é potencialmente mortal, embora seja muito lenta, em razão 
da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre a incandescência nos 
seguintes casos: queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, 
33
tais como: carvão, fumo, espuma ou algodão em colchões; queima de mistura de 
combustíveis como no caso de sofás em que se combinam tecidos com polímeros 
ou algodão e queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já 
queimados tais como em: carvoarias ou lixões.
• A combustão espontânea é uma forma de combustão em que o processo 
de queima não necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de 
combustão estudados anteriormente. O início a um processo de queima neste 
tipo de combustão geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível 
com exposição ao ar. Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição 
orgânica do material e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua 
percepção. Em alguns casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto 
faz com que apenas se perceba a combustão quando a ela for grave.
• Em materiais em que pode ocorrer a combustão espontânea como: o fósforo 
branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão 
amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não 
se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da 
temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. 
34
Para exercitar seu aprendizado, resolva as questões a seguir:
1 Explique como se pode perceber que há diferentes formas de combustão. 
2 Descreva como se classifica a combustão.
3 Discorra sucintamente sobre os tipos de combustão classificados de acordo 
com a formação dos produtos da combustão.
4 Apresente a descrição sucinta dos tipos de combustão classificados com 
relação à velocidade da reação.
5 Descreva sucintamente a combustão espontânea.
AUTOATIVIDADE
35
TÓPICO 3
EXPLOSÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Uma explosão se caracteriza por uma liberação de energia repentina que 
produz uma onda expansiva capaz de causar danos (DISTRITO FEDERAL, 2006). 
Há explosões que ocorrem por sobrepressão e podem ser decorrentes de processos 
químicos em indústrias ou simplesmente por efeitos físicos, como quando ocorre 
o aquecimento na parte externa de um recipiente até atingir uma sobrepressão. 
Este tipo de explosão por vapor em líquido em expansão conhecido como BLEVE 
(Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion). Este termo tem sua origem relacionada 
aos problemas das caldeiras a vapor. Este termo também é empregado quando, 
num depósito que contém gás liquefeito de petróleo (GLP), ocorre um incêndio, 
que libera o conteúdo inflamável e este conteúdo ao entrar em combustão produz 
uma bola de fogo. Essa explosão gera uma onda que se expande de forma radial 
em todas as direções. 
Há casos de explosão por combustão ou explosão química como ocorre na 
maioria das explosões como consequência de incêndios em vazamentos de GLP 
ou da fumaça. Os gases combustíveis existentes no interior da fumaça quando 
acumulados em ambientes poucos ventilados, podem entrar em combustão 
subitamente com a entrada de oxigênio no ambiente. Neste caso, a explosão de 
fumaça ou backdraft ou backdraught como é conhecida estudaremos mais adiante.
2 EXPLOSÃO DE GASES
Distrito Federal (2006) classifica a explosão como deflagração ou detonação. 
Uma deflagração ocorre quando a velocidade do deslocamento de ar é abaixo de 
340 m/s e uma detonação ocorre quando esta velocidade é superior a 340 m/s. 
Deflagrações são, por exemplo: as explosões de fumaça ou do GLP no ambiente, 
pois a velocidade do deslocamento do ar é menor e abaixo de 340 m/s. As explosões 
por deflagração emitem uma onda de choque tal que é capaz de abalar a estrutura 
da edificação, causando a morte de quem estiver ocupando o ambiente.
Nos casos de combinação entre o gás combustível e o ar, há a possibilidade 
de ocorrer uma explosão. Como já estudamos, os gases somente poderão entrar 
em combustão quando há uma quantidade suficiente de gás combustível, ou 
seja, quando a sua concentração estiver dentro dos limites de inflamabilidade ou 
limites de explosividade.
36
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
Os limitesde explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o 
C de temperatura e a um ATM de pressão ao nível do mar. Qualquer variação 
de temperatura e de pressão alterará os limites de inflamabilidade ou de 
explosividade. Por exemplo, em caso de aumento de pressão e de temperatura, 
haverá a diminuição do limite inferior e o aumento do limite superior. Portanto, 
haverá um aumento da faixa de inflamabilidade ou explosividade, e com isto 
haverá um aumento do risco de explosão. Algumas misturas submetidas à 
alta temperatura podem atingir um limite superior de inflamabilidade ou 
explosividade de 100%. Já no caso de diminuição da pressão e da temperatura, o 
efeito será inverso.
Essa condição de variabilidade da faixa de inflamabilidade quando a 
substância for submetida a situações anormais caracteriza a importância de se 
adotarem cuidados adicionais nos casos de atendimento às emergências com a 
presença destas substâncias.
Observe as faixas de inflamabilidade de alguns gases representadas no 
gráfico da figura a seguir.
FIGURA 9 – GRÁFICO COMPARATIVO DA FAIXA DE INFLAMABILIDADE DE GASES COMUNS
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 52)
TÓPICO 3 | EXPLOSÕES
37
Observe, na figura anterior, a faixa de inflamabilidade do monóxido de carbono, 
gás presente na fumaça. Perceba que para que ocorra uma explosão de fumaça, bastam 
aproximadamente 13% deste gás no ambiente e calor.
UNI
Percebe-se que a fumaça que é composta basicamente por monóxido de 
carbono (CO), apresenta uma faixa de inflamabilidade muito próxima da faixa 
de inflamabilidade do acetileno e do hidrogênio, gases considerados explosivos.
O risco de explosão é influenciado pelas condições do recipiente que 
contém o material combustível. O tanque subterrâneo de combustível existente 
nos postos de gasolina, por exemplo, se estiver cheio, não haverá o risco de 
explosão, por proporcionar uma mistura muito rica de vapor de gás. No entanto, 
no caso de haver pouco combustível no tanque, ou seja, se o tanque estiver quase 
vazio, gradualmente o gás será liberado no interior do tanque proporcionando 
uma mistura ideal com o ar, ou seja, dentro da faixa de inflamabilidade. Nesta 
condição, para que ocorra uma explosão bastará uma fonte de calor.
O risco de explosão é maior quando o caminhão tanque abastece os 
tanques subterrâneos dos postos de gasolina, pois nesta situação, geralmente eles 
estão quase vazios. Dentro destas condições, um cigarro aceso, ou uma simples 
eletricidade estática bastará para deflagrar uma explosão. 
A fricção ou choque entre materiais diferentes que gera uma diferença 
de potencial nas cargas elétricas produz a eletricidade estática. Para equilibrar o 
número de elétrons entre os materiais, eles saltam de um material para outro na 
forma de descarga elétrica. Essa forma de geração de eletricidade, embora pequena, 
é poderosa e pode chegar a uma temperatura acima de 1000o C. Apesar de ser capaz 
de gerar calor em nível elevado, esta energia se dissipa muito rapidamente e não 
possibilita a inflamabilidade da maioria dos combustíveis mais comuns tais como: 
madeira, tecido e papel. Os gases liberados pelos líquidos inflamáveis, existentes 
nas distribuidoras de derivados de petróleo e postos de gasolina podem entrar em 
combustão com esta energia e até mesmo deflagrar a explosão. Por isto, devem-
se adotar sistemas de aterramento e rígidas medidas de segurança durante as 
operações de abastecimento dos tanques de armazenamento de inflamáveis.
38
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar 
explosões. Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, tais como: 
grãos, pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite em pó, serragem etc.
A explosão de pó é resultado da combustão explosiva da mistura do ar 
com a poeira combustível, que inflama rapidamente quando em contato com 
uma fonte de calor. A ocorrência desta explosão depende de fatores tais como: 
• tamanho das partículas de pó em suspensão – a explosividade é maior quanto 
menor for o tamanho das partículas;
• umidade – quanto menor a umidade, maior será o risco de explosão;
• misturas híbridas – pós-formados por partículas de diferentes materiais tendem 
a ter uma explosividade maior, podendo ser deflagrada com menos energia;
• tempo em suspensão – o risco de explosão será maior, quanto mais tempo a 
poeira estiver em suspensão;
• concentração de oxigênio – a maior facilidade em ocorrer a reação química da 
combustão está relacionada à maior concentração de oxigênio na mistura.
Para a medição de maneira prática do risco de qualquer ambiente cheio 
de poeira, pode-se estender o braço e se não conseguir enxergar a sua mão, então 
neste caso, trata-se de mistura explosiva. Outra checagem refere-se à verificação da 
quantidade de pó depositado nas superfícies, sendo que é tolerado até um milímetro 
de poeira sobre as superfícies. Geralmente, a explosão pode ser deflagrada se a 
temperatura da mistura da poeira com o ar estiver em torno de 330o C a 400o C. 
Embora esta temperatura seja maior que a temperatura suficiente para se deflagrar 
a explosão na mistura gás e ar. Ela pode ser verificada nas partes quentes das 
máquinas industriais ou até mesmo de fornos, como os existentes nos silos.
Observe os dados de explosividade de pós de produtos agrícolas na tabela 
a seguir
TABELA 4 – DADOS DE EXPLOSIVIDADE DE PÓS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS
3 EXPLOSÕES DE PÓ
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 56)
TÓPICO 3 | EXPLOSÕES
39
4 BLEVE
O BLEVE – Boiling liquid expanding vapor explosion é a explosão em 
recipientes que contenham líquidos que decorrem do aumento da pressão nas 
superfícies externas destes recipientes provocado por aquecimento e fervura 
do líquido, chegando a ultrapassar a capacidade de resistência do recipiente. 
Após ultrapassar a capacidade de resistência, surgem fissuras na estrutura do 
recipiente, por onde é liberado vapor de maneira violenta. Observe as fases do 
desenvolvimento do BLEVE na figura a seguir.
FIGURA 10 – FASES DO DESENVOLVIMENTO DE UM BLEVE.
Fonte de calor
próximo aquece
o tanque
A pressão do tanque
aumenta devido ao 
calor
Devido ao aumento de
pressão, a válvula de
segurança permite a 
liberação do gás
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 57)
Também poderá ocorrer o BLEVE devido a danos ou falhas na estrutura 
do cilindro. Distrito Federal (2006) esclarece:
Para se compreender melhor esse fenômeno, basta lembrar-se da 
pipoca: o líquido dentro da casca dura do milho é aquecido, ferve e 
exerce uma pressão contra esta até que se rompa, resultando em um 
núcleo cozido que escapou da sua casca enquanto a pressão interne se 
igualava à do ambiente. (DISTRITO FEDERAL, 2006, p. 58)
40
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
O BLEVE pode ocorrer, por aquecimento de qualquer recipiente utilizado 
para o armazenamento ou transporte de líquidos ou gás, tais como: caminhões 
tanque (figura a seguir) ou reservatórios.
FIGURA 11 – CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 59)
Perceba que qualquer recipiente que contenha líquidos é suscetível à 
ocorrência do BLEVE, sendo eles inflamáveis ou não.
UNI
5 EXPLOSÃO DE FUMAÇA – BACKDRAFT OU BACKDRAUGHT
A explosão da fumaça aquecida é deflagrada de forma rápida e violenta. 
A explosão da fumaça que está acumulada no ambiente com pouco oxigênio, 
ocorre no exato momento em que o oxigênio entra em contado com esta massa 
de gases aquecidos. A figura a seguir demonstra o momento em que ocorre esta 
explosão numa situação de combate a um incêndio, atingindo dois bombeiros 
que estão na escada.
TÓPICO 3 | EXPLOSÕES
41
FIGURA 12 – EXPLOSÃO DE FUMAÇA ATINGINDO DOIS BOMBEIROS NA ESCADA
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 150)
Esta situação inadequada de contato da fumaça com o ar do ambiente 
pode acontecer por ocasião da entrada dos bombeiros antes de ser providenciado 
o escoamento apropriado da fumaça. Isto também pode ocorrerpelo rompimento 
dos vidros de uma janela em consequência da pressão proporcionada pela fumaça 
sobre a janela. 
A figura a seguir, demonstra como a operação inadequada de combate a 
um incêndio, em razão de não se estabelecer um escoamento da fumaça antes de 
entrarem no ambiente. 
42
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
FIGURA 13 – EVOLUÇÃO DE UM BACKDRAFT POR AÇÃO INADEQUADA NO 
COMBATE AO INCÊNDIO
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 151)
Em ambiente com janelas e portas fechadas ou sem janelas, com a 
combustão se desenvolvendo em seu interior, a quantidade de oxigênio tende 
a diminuir e a temperatura a aumentar. Para que exista a chama a concentração 
de oxigênio no ambiente deve ser de aproximadamente 15%, portanto as chamas 
irão diminuir até a sua extinção completa. Esta situação pode indicar a extinção do 
incêndio. No entanto, ao entrar o ar neste ambiente fechado, sem que se promova 
o escoamento da fumaça previamente, o oxigênio presente no ar em contato com 
a fumaça resultará em uma rápida deflagração, produzindo uma onde de choque 
de maneira imediata. Esta onde de choque pode provocar, inclusive, o colapso da 
estrutura da edificação. 
TÓPICO 3 | EXPLOSÕES
43
Para evitar o backdraft, o combate a incêndios em ambientes fechados deve-
se realizar com muito cuidado.
UNI
Na ocorrência de incêndios, recomenda-se a verificação da existência de 
indícios que indicam a possibilidade de ocorrência do backdraft, tais como:
• presença de fumaça escura e densa, circulando pelo ambiente ou saindo de 
qualquer abertura existente no ambiente;
• presença de poucas chamas que se acendem e se apagam, próximas das aberturas;
• movimento da fumaça de maneira pulsante, causado pela pressão elevada no 
interior do ambiente sinistrado;
• vidros das janelas escurecidos com a presença de manchas provocadas pela 
condensação da fumaça;
• portas e fechaduras quentes, aquecidas pelas altas temperaturas desenvolvidas 
no interior. Esta situação pode ser detectada com observando se a água aplicada 
sob a forma de pulsos de jatos de neblina sobre a porta evapora rapidamente;
• emissão de sons semelhantes ao assobio ou rugidos provocados pela passagem 
da fumaça pelas frestas;
• presença de óleo depositado nas molduras de janelas, impressão causada pela 
mistura de água e fuligem que são produzidos pela combustão. 
44
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você viu que:
• A explosão se classifica como deflagração ou detonação. Uma deflagração ocorre 
quando a velocidade do deslocamento de ar é abaixo de 340 m/s e uma detonação 
ocorre quando esta velocidade é superior a 340 m/s. Deflagrações são, por 
exemplo: as explosões de fumaça ou do GLP no ambiente, pois a velocidade do 
deslocamento do ar é menor e abaixo de 340 m/s. As explosões por deflagração 
emitem uma onda de choque tal que é capaz de abalar a estrutura da edificação, 
causando a morte de quem estiver ocupando o ambiente.
• Os limites de explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o C de 
temperatura e a uma atmosfera ao nível do mar de pressão. Em caso de aumento 
de pressão e de temperatura, haverá a diminuição do limite inferior e o aumento 
do limite superior. Portanto, haverá um aumento da faixa de inflamabilidade ou 
explosividade, e com isto haverá um aumento do risco de explosão. Algumas 
misturas, submetidas à alta temperatura, podem atingir um limite superior de 
inflamabilidade ou explosividade de 100%. Já no caso de diminuição da pressão 
e da temperatura, o efeito será inverso.
• O risco de explosão é influenciado pelas condições do recipiente que contém o 
material combustível. O tanque subterrâneo de combustível existente nos postos 
de gasolina, por exemplo, se estiver cheio, não haverá o risco de explosão, por 
proporcionar uma mistura muito rica de vapor de gás. No entanto, no caso de 
haver pouco combustível no tanque, ou seja, se o tanque estiver quase vazio, 
gradualmente o gás será liberado no interior do tanque proporcionando uma 
mistura ideal com o ar, ou seja, dentro da faixa de inflamabilidade. Nesta 
condição, para que ocorra uma explosão bastará uma fonte de calor.
• O risco de explosão é maior quando o caminhão tanque abastece os tanques 
subterrâneos dos postos de gasolina, pois nesta situação, geralmente os mesmos 
estão quase vazios. Dentro destas condições, um cigarro aceso, ou uma simples 
eletricidade estática bastará para deflagrar uma explosão. 
• A fricção ou choque entre materiais diferentes que gera uma diferença de potencial 
nas cargas elétricas produz a eletricidade estática. Para equilibrar o número de 
elétrons entre os materiais, os elétrons saltam de um material para outro na forma 
de descarga elétrica. Essa forma de geração de eletricidade, embora pequena, é 
poderosa e pode chegar a uma temperatura acima de 1000o C. 
45
• Apesar de ser capaz de gerar calor em nível elevado, esta energia eletrostática 
se dissipa muito rapidamente e não possibilita a inflamabilidade da maioria dos 
combustíveis mais comuns tais como: madeira, tecido e papel. Os gases liberados 
pelos líquidos inflamáveis, existentes nas distribuidoras de derivados de petróleo 
e postos de gasolina podem entrar em combustão com esta energia e até mesmo 
deflagrar a explosão. Por isto, devem-se adotar sistemas de aterramento e rígidas 
medidas de segurança durante as operações de abastecimento dos tanques de 
armazenamento de inflamáveis.
• Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar explosões. 
Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, tais como: grãos, 
pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite em pó, serragem etc.
• A explosão de pó é resultado da combustão explosiva da mistura do ar com a 
poeira combustível, que inflama rapidamente quando em contato com uma fonte 
de calor. A ocorrência desta explosão depende de fatores tais como: tamanho 
das partículas de pó em suspensão – a explosividade é maior quanto menor o 
tamanho as partículas; umidade – quanto menor a umidade maior será o risco 
de explosão; e misturas híbridas – pós-formados por partículas de diferentes 
materiais tendem a ter uma explosividade maior, podendo ser deflagrada com 
menos energia; tempo em suspensão – o risco de explosão será maior, quanto 
mais tempo a poeira estiver em suspensão; concentração de oxigênio – a maior 
facilidade em ocorrer a reação química da combustão está relacionada à maior 
concentração de oxigênio na mistura.
• Para a medição de maneira prática do risco de qualquer ambiente cheio de 
poeira, pode-se estender o braço e se não conseguir enxergar a sua mão, então 
neste caso, trata-se de mistura explosiva. Outra checagem refere-se à verificação 
da quantidade de pó depositado nas superfícies, sendo que é tolerado até um 
milímetro de poeira sobre as superfícies. Geralmente, a explosão pode ser 
deflagrada se a temperatura da mistura da poeira com o ar estiver em torno 
de 330o C a 400o C. Embora esta temperatura seja maior do que a temperatura 
suficiente para se deflagrar a explosão na mistura gás e ar, ela pode ser verificada 
nas partes quentes das máquinas industriais ou até mesmo de fornos, como os 
existentes nos silos.
• O BLEVE – Boiling liquid expanding vapor explosion é a explosão em recipientes 
que contenham líquidos que decorrem do aumento da pressão nas superfícies 
externas destes recipientes provocadas por aquecimento e fervura do líquido, 
chegando a ultrapassar a capacidade de resistência do recipiente. Após ultrapassar 
a capacidade de resistência surgem fissuras na estrutura do recipiente, por onde 
é liberado vapor de maneira violenta. 
46
• Poderá ocorrer o BLEVE devido a danos ou falhas na estrutura do cilindro. O 
BLEVE pode ocorrer, também, por aquecimento de qualquer recipiente utilizado 
para o armazenamento ou transporte de líquidos ou gás, tais como: caminhões 
tanque ou reservatórios.
• A explosão da fumaça ou backdraft aquecida é deflagrada de forma rápida e 
violenta. A explosão da fumaçaque está acumulada no ambiente com pouco 
oxigênio, ocorre no exato momento em que o oxigênio entra em contado com 
esta massa de gases aquecidos. 
• Uma situação inadequada de contato da fumaça com o ar do ambiente pode 
acontecer por ocasião da entrada dos bombeiros antes de ser providenciado o 
escoamento apropriado da fumaça. Isto também pode ocorrer pelo rompimento 
dos vidros de uma janela em consequência da pressão proporcionada pela fumaça 
sobre a janela. 
• Em ambiente fechado com janelas e portas fechadas ou sem janelas, com 
a combustão se desenvolvendo no interior dos mesmos, a quantidade de 
oxigênio tende a diminuir e a temperatura a aumentar. Para que exista a chama 
a concentração de oxigênio no ambiente deve ser de aproximadamente 15%, 
portanto as chamas irão diminuir até a sua extinção completa. Esta situação 
pode indicar a extinção do incêndio. No entanto, ao entrar o ar neste ambiente 
fechado, sem que se promova o escoamento da fumaça previamente, o oxigênio 
presente no ar em contato com a fumaça resultará em uma rápida deflagração, 
produzindo uma onda de choque de maneira imediata. Esta onda pode provocar 
o colapso da estrutura da edificação. 
• Recomenda-se a verificação da ocorrência de indícios que indicam a possibilidade 
de ocorrência do backdraft, tais como: presença de fumaça escura e densa; presença 
de poucas chamas que se acendem e se apagam, próximas das aberturas; 
movimento da fumaça de maneira pulsante; vidros das janelas escurecidos 
com a presença de manchas provocadas pela condensação da fumaça; portas 
e fechaduras quentes, aquecidas pelas altas temperaturas desenvolvidas no 
interior. Emissão de sons semelhantes ao assobio ou rugidos provocados pela 
passagem da fumaça pelas frestas e presença de óleo depositado nas molduras de 
janelas, impressão causada pela mistura de água e fuligem que são produzidos 
pela combustão. 
47
Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões a seguir:
1 Explique a deflagração e a detonação.
2 Os limites de explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o C 
de temperatura e a uma atmosfera ao nível do mar de pressão. Descreva os 
efeitos do aumento ou da redução da pressão e da temperatura no ambiente.
3 Apresente as condições de risco de explosão dos tanques subterrâneos de 
combustíveis.
4 Discorra de maneira sucinta sobre a geração de eletricidade estática e o risco 
de explosão de tanques decorrentes desta eletricidade.
5 Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar 
explosões. Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, 
tais como: grãos, pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite 
em pó, serragem etc. Escreva sucintamente sobre a explosão de pó e as 
maneiras práticas de identificação deste risco.
6 Apresente a definição de BLEVE e descreva as condições que possibilitam a 
sua ocorrência e os principais cuidados a serem seguidos para se evitar este 
risco de explosão. 
7 Discorra sucintamente sobre a explosão da fumaça ou backdraft, as 
condições que possibilitam a sua ocorrência e os principais cuidados a serem 
considerados para evitá-la.
AUTOATIVIDADE
48
49
TÓPICO 4
EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A combustão ou fogo se desenvolve por meio da combinação dos quatro 
componentes: combustível, comburente, energia de ativação (calor) e reação em 
cadeia. Estes componentes constituem o já conhecido tetraedro do fogo. Os métodos 
de extinção estão relacionados à retirada de um ou mais destes componentes, 
interrompendo a reação química e assim extinguir o incêndio. Objetivando a 
extinção de incêndio, a partir destes princípios foram desenvolvidos os seguintes 
métodos ou processos, apresentados por Distrito Federal (2006):
• controle ou retirada do material combustível;
• resfriamento;
• abafamento; e 
• rompimento da reação em cadeia. 
2 CONTROLE OU RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL
Este processo refere-se ao isolamento das chamas ou ainda ações 
de proteção dos bens também conhecida como salvatagem. Este método se 
resume na promoção de atividades necessárias para o controle ou a retirada 
do material combustível não atingido pelo incêndio. São atividades rápidas e 
simples executadas pelos bombeiros, tais como: o deslocamento do botijão de gás 
liquefeito de petróleo (GLP) do local sinistrado para um local seguro; drenagem 
para a retirada do líquido combustível de um reservatório quando atingido por 
incêndio, com a aplicação de equipamentos e procedimentos específicos.
A retirada ou controle do material exige muito cuidado, pois envolve 
o desenvolvimento de atividades em locais próximos ao local atingido pelo 
incêndio. Estes materiais combustíveis podem se incendiar se forem atingidos 
por uma fonte de calor que seja suficiente para iniciar a reação química de 
decomposição térmica. Neste caso, o bombeiro que estiver realizando o trabalho 
de retirada do material estará se expondo ao risco de sofrer danos pessoais. Por 
esta razão, todos estes trabalhos de retirada de material deverão ser realizados 
com o uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado.
São realizados os trabalhos que envolvem a retirada de material, como 
por exemplo:
50
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
• retirada da mobília que não foi atingida por incêndio existente em ambiente 
afetado pelas chamas;
• manter afastamento dos móveis que estejam próximos à parede aquecida, para 
evitar que iniciem o processo de ignição; 
• executar um aceiro, removendo todos os materiais existentes ao redor do 
local incendiado, fazendo com que exista uma área de segurança que evite a 
propagação do incêndio;
• retirada do botijão de GLP dos locais sinistrados.
Exemplos de ações relativas ao controle de material:
• fechar as portas de todos os ambientes que não tiverem sido atingidos pelo 
incêndio;
• fechar as janelas localizadas no pavimento superior ao local do incêndio. Isto 
dificultará a entrada da fumaça nestes pavimentos e consequentemente o contato 
do material combustível existente com a fonte de calor presente na fumaça;
• interromper o fornecimento de GLP fechando o registro da central do gás 
existente na edificação.
 
Há situações em que é muito difícil proceder à retirada de material, 
normalmente, em decorrência do peso ou das dimensões dos materiais, ou ainda 
em virtude do risco de se agravar as condições do incêndio com a retirada do 
material ou mesmo por não haver pessoal suficiente para que se cumpra com 
todas as atividades com eficiência. Nestas situações, procede-se à salvatagem. 
Este método se destina à proteção dos materiais que não podem ser retirados de 
um local durante as operações de combate a incêndio. A salvatagem consiste em 
cobrir com lonas e cordas os materiais para protegê-los das chamas, da fuligem, 
do calor e inclusive da água utilizada no combate. 
Deve-se cuidar, ao realizar o processo de retirada, para que seja preservada 
a cena do sinistro, buscando mover somente os materiais estritamente necessários, 
para não prejudicar os trabalhos de perícia de incêndio. 
3 RESFRIAMENTO
O resfriamento diz respeito às operações destinadas à retirada do calor 
existente na combustão. Trata-se do método que os bombeiros mais utilizam na a 
aplicação de agentes extintores buscando a redução da temperatura do incêndio 
para uma temperatura abaixo do ponto de ignição do material combustível 
presente no local. A figura a seguir representa uma ação de resfriamento no 
combate a incêndio.
TÓPICO 4 | EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
51
FIGURA 14 – BOMBEIROS PROMOVENDO O RESFRIAMENTO COM ÁGUA
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 92)
Mesmo que muitas vezes seja feita, utilizando-se a água, a operação de 
resfriamento também pode ser realizada utilizando-se da ventilação tática. Esta 
ventilação objetiva o escoamento dos gases aquecidos presentes na fumaça do 
local sinistrado para a retirada do calor existente no ambiente. A figura a seguir 
representa a ação de ventilação.O resfriamento evita que outros materiais sejam afetados por um nível de 
calor que possibilite a sua ignição, buscando limitar o incêndio aos materiais que já estão 
em combustão.
UNI
52
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
FIGURA 15 – RESFRIAMENTO PELA PROMOÇÃO DE VENTILAÇÃO
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 93)
4 ABAFAMENTO
A prática deste método objetiva diminuir a presença de oxigênio disponível 
para a reação química da combustão até que a concentração de oxigênio não 
possibilite a sua continuidade. Neste processo, estão incluídas as ações que 
promovem o isolamento do combustível em relação ao comburente, dificultando 
a reação do oxigênio presente no ar com os gases produzidos na combustão. 
Normalmente, quanto menor for o tamanho da fonte de incêndio, haverá 
maior facilidade de se aplicar o abafamento. O método de abafamento envolve 
ações como:
• colocar a tampa em uma panela que estiver em chamas;
• cobrir o material em combustão com um cobertor;
• cobrir um líquido em chamas com espuma;
• bater o fogo com abafadores manuais.
TÓPICO 4 | EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
53
5 ROMPIMENTO DA REAÇÃO EM CADEIA
Este processo envolve a aplicação de substâncias que neutralizam 
a capacidade do comburente de reagir com o combustível, o que impede a 
capacidade de produção de novos íons pela combustão. Existem substâncias 
químicas como o halon, por exemplo, que reagem com os íons liberados pela 
combustão e sem a presença destes íons não há como continuar o processo de 
rompimento das moléculas de combustível cessando a combustão.
LEITURA COMPLEMENTAR
ATMOSFERA EXPLOSIVA – FATORES INFLUENTES
Claudio Betenheuser 
Carlos Rodrigo Ferreira 
Osvaldo Thibes Chaves de Oliveira
Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás, vapor ou pó no 
ar é tal que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de 
um aparelho provoca a explosão. Para que se inicie uma explosão, três elementos 
são necessários:
Combustível + oxigênio + faísca = explosão.
A combinação acima forma o Triângulo do Fogo. Atualmente é 
mencionado também um quarto elemento: a reação molecular, formando então o 
Tetraedro do Fogo. Observa-se que o oxigênio do ar está presente em quase todo 
o processo produtivo em questão. É preciso saber que uma faísca ou uma chama 
não é indispensável para que se produza uma explosão. Um aparelho pode, por 
elevação de temperatura em sua superfície, atingir a temperatura de inflamação 
do gás e provocar a explosão. (MACCOMEVAP, 2004)
Tecnicamente falando, uma explosão é uma onda de combustão – ou de 
deflagração (que também é uma combustão com chama intensa) – que se propaga 
livremente inicialmente movendo-se a uma velocidade menor que o som (300 
m/s); se não confinada, essa frente de chamas viaja inicialmente com pouca 
rapidez, mas a velocidade aumenta logo após a ignição, formando uma onda de 
alta pressão.
Como os processos industriais geralmente não são projetados para 
suportar as pressões desenvolvidas em uma explosão, ocorre(m) ruptura(s) no(s) 
ponto(s) mais fraco(s), liberando a onda de choque geralmente acompanhada de 
fogo, tudo com efeitos altamente destrutivos.
54
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
Para a deflagração da explosão de pó, é preciso que ocorram os seguintes 
elementos e condições:
• Combustível: é o pó em suspensão. Poeiras são partículas sólidas geradas 
mecanicamente por manuseio, moagem, raspagem, esmerilhagem, impacto 
rápido, detonação etc., de materiais inorgânicos e orgânicos – aqui se classificam 
os grãos e farelos. As poeiras não tendem a flocular, a não ser sob ação de forças 
eletrostáticas. Elas se depositam pela ação da gravidade. São encontradas em 
dimensões perigosas que vão de 0,5 a 10 mícron. São expressas em mppc – 
milhões de partículas por pé cúbico de ar, g/m3 ou mg/m3 de ar.
• Oxigênio, facilmente disponível na maior parte das operações industriais. 
• Concentração mínima de pó misturado no ar. É a quantidade de material em 
suspensão dentro de uma faixa passível de explodir, definida como Limites de 
Explosividade Superior e Inferior. Abaixo ou acima destes limites não ocorre 
a explosão. Quanto mais fino o pó, maior o poder de deflagração e maior a 
velocidade da mesma.
• Pó seco: quanto maior a umidade do material, bem como a do ar, mais difícil 
se torna a deflagração do mesmo, pois a água residual ao evaporar, empobrece 
o ambiente, deslocando o oxigênio existente. Quanto mais seco, porém, mais 
suscetível fica.
• Uma Fonte de Ignição, gerada por um uma chama qualquer, uma faísca de 
solda, combustão espontânea, faíscas por fricção – atrito entre partes metálicas, 
ou riscos eletrostáticos inerentes do processo de produção ou de elementos do 
transporte pneumáticos.
• Um Espaço Confinado: a maior parte das operações industriais se dá em espaços 
fechados.
Se for eliminado um dos fatores acima, a explosão por pó não ocorrerá. 
(FENWAL PROTECTION SYSTEMS, 2003)
FONTE: Extraído de: BETENHEUSER, Claudio; FERREIRA, Carlos Rodrigo; OLIVEIRA, Osvaldo 
Thibes Chaves de. Explosão de pó em unidades armazenadoras e processadoras de produtos 
agrícolas e seus derivados estudo de caso. Ponta Grossa, 2005. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho). Departamento de Engenharia 
Civil, Universidade Estadual de Ponta Grosa.
55
RESUMO DO TÓPICO 4
 Neste tópico, você viu que:
• Os métodos de extinção estão relacionados à retirada de um ou mais destes 
componentes, interrompendo a reação química e assim extinguir o incêndio. 
Objetivando a extinção de incêndio, a partir destes princípios foram desenvolvidos 
os seguintes métodos ou processos: controle ou retirada do material combustível; 
resfriamento; abafamento; e rompimento da reação em cadeia. 
• O método de controle ou retirada do material combustível refere-se ao isolamento 
das chamas ou ainda ações de proteção dos bens também conhecida como 
salvatagem. Este método se resume na promoção de atividades necessárias para 
o controle ou a retirada do material combustível não atingido pelo incêndio. 
São atividades rápidas e simples executadas pelos bombeiros, tais como: o 
deslocamento do botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) do local sinistrado 
para um local seguro; drenagem para a retirada do líquido combustível de um 
reservatório quando atingido por incêndio, com a aplicação de equipamentos e 
procedimentos específicos.
• A retirada ou controle do material exige muito cuidado, pois envolve o 
desenvolvimento de atividades em locais próximos ao local atingido pelo 
incêndio. Estes materiais combustíveis podem se incendiar se forem atingidos 
por uma fonte de calor que seja suficiente para iniciar a reação química de 
decomposição térmica. Neste caso, o bombeiro que estiver realizando o trabalho 
de retirada do material estará se expondo ao risco de sofrer danos pessoais. Por 
esta razão, todos estes trabalhos de retirada de material deverão ser realizados 
com o uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado.
• São exemplos de trabalhos que envolvem a retirada de material: retirada 
da mobília que não foi atingida por incêndio existente em ambiente afetado 
pelas chamas; manter afastamento dos móveis que estejam próximos à parede 
aquecida, para evitar que iniciem o processo de ignição; executar um aceiro, 
removendo todos os materiais existentes ao redor do local incendiado, fazendo 
com que exista uma área de segurança que evite a propagação do incêndio; 
retirada do botijão de GLP dos locais sinistrados.
• São exemplos de ações relativas ao controle de material: fechar as portas de 
todos os ambientes que não tiverem sido atingidos pelo incêndio; fechar as 
janelas localizadas no pavimento superior ao local do incêndio. Isto dificultará a 
entrada da fumaça nestes pavimentos e consequentemente o contato do material 
combustível existente com a fonte de calor presente na fumaça; interromper o 
fornecimento de GLP fechando o registro da central do gás existente na edificação.56
• Há situações em que é muito difícil proceder à retirada de material, normalmente, 
em decorrência do peso ou das dimensões dos materiais, ou ainda em virtude do 
risco de se agravar as condições do incêndio com a retirada do material ou mesmo 
por não haver pessoal suficiente para que se cumpra com todas as atividades 
com eficiência. Nestas situações, procede-se à salvatagem. Este método destina-
se a proteção dos materiais que não podem ser retirados de um local durante as 
operações de combate a incêndio. A salvatagem consiste em cobrir com lonas e 
cordas os materiais para protegê-los das chamas, da fuligem, do calor e inclusive 
da água utilizada no combate. 
• Deve-se cuidar, ao realizar o processo de retirada, para que seja preservada a 
cena do sinistro, buscando mover somente os materiais estritamente necessários, 
para não prejudicar os trabalhos de perícia de incêndio. 
• O resfriamento diz respeito às operações destinadas à retirada do calor existente 
na combustão. Trata-se do método que os bombeiros mais utilizam, com a 
aplicação de agentes extintores, buscando a redução da temperatura do incêndio 
para uma temperatura abaixo do ponto de ignição do material e combustíveis 
presentes no local. 
• Mesmo que muitas vezes seja feita utilizando-se a água, a operação de 
resfriamento também pode ser realizada utilizando-se da ventilação tática. Esta 
ventilação objetiva o escoamento dos gases aquecidos presentes na fumaça do 
local sinistrado para a retirada do calor existente no ambiente. 
• A prática do método do abafamento objetiva diminuir a presença de oxigênio 
disponível para a reação química da combustão até que a concentração de 
oxigênio não possibilite a continuidade da mesma. Neste processo, estão incluídas 
as ações que promovem o isolamento do combustível em relação ao comburente, 
dificultando a reação do oxigênio presente no ar com os gases produzidos na 
combustão. 
• Normalmente, quanto menor for o tamanho da fonte de incêndio, haverá maior 
facilidade de se aplicar o abafamento. O método de abafamento envolve ações 
como, por exemplo: Colocar a tampa em uma panela que estiver em chamas; 
cobrir o material em combustão com um cobertor; cobrir um líquido em chamas 
com espuma; bater o fogo com abafadores manuais.
• O rompimento da reação em cadeia envolve a aplicação de substâncias que 
neutralizam a capacidade do comburente de reagir com o combustível, o que 
impede a capacidade de produção de novos íons pela combustão. Existem 
substâncias químicas como o halon, por exemplo, que reagem com os íons 
liberados pela combustão e sem a presença destes íons não há como continuar o 
processo de rompimento das moléculas de combustível cessando a combustão.
57
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Explique sucintamente o método de extinção de incêndio por retirada ou 
controle de material combustível. 
2 Descreva de maneira sucinta o método de extinção de incêndio por 
resfriamento.
3 Discorra sucintamente sobre processo de extinção de incêndio por abafamento.
4 Apresente a descrição sucinta da extinção por rompimento da cadeia dos 
tipos de combustão classificados com relação à velocidade da reação em 
cadeia.
58
59
UNIDADE 2
INCÊNDIOS – ASPECTOS 
PREVENCIONISTAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer os principais aspectos a serem considerados nas ações de pre-
venção e proteção contra incêndios;
• descrever as medidas construtivas relativas à prevenção e proteção contra 
incêndios estabelecidas pela NR 23 – Proteção contra incêndios;
• identificar a importância da existência do sistema de controle da fumaça 
em incêndios e interpretar o seu funcionamento;
• caracterizar as classes de fogo e os principais agentes extintores de incên-
dios apropriados a cada classe; 
• relacionar os quesitos exigidos pela NR 23 – proteção contra incêndios 
relativas à proteção por extintores portáteis;
• interpretar as determinações da NR 23 – relativas à extinção de incêndio 
por água;
• descrever os principais aspectos relativos à proteção contra incêndios por 
hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos (sprinklers).
Esta unidade está dividida em cinco tópicos, sendo que no final de cada um 
deles você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos 
desenvolvidos.
TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
TÓPICO 2 – SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA
TÓPICO 3 – AGENTES EXTINTORES
TÓPICO 4 – EXTINTORES PORTÁTEIS
TÓPICO 5 – EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
60
61
TÓPICO 1
PREVENÇÃO E PROTEÇÃO 
CONTRA INCÊNDIOS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A causa dos incêndios costuma ser o erro humano ao possibilitar o 
contato de um combustível com uma fonte de calor como, por exemplo, quando 
se coloca uma vela acesa em local que possa ser alcançada por uma cortina. Para 
que se produza um incêndio é necessário um combustível, uma fonte de calor 
e alguma situação que ponha estes elementos em contato e na presença do ar 
ou outro material oxidante. Então, baseando-se neste conhecimento é possível 
reduzir o risco de ocorrência de incêndio com a adoção de estratégias de redução 
da presença de combustível, de eliminação das fontes de calor, ou ainda impedir 
o contato entre o combustível e a fonte de calor.
2 SEGURANÇA PATRIMONIAL
A Segurança patrimonial contempla a segurança dos bens, das pessoas e 
das informações. A proteção da edificação e de seus ocupantes contra os acidentes 
resultantes do fogo é dividida em medidas preventivas e medidas corretivas. 
Berto (1991) citado por Mitidieri (2008) apresenta as medidas de prevenção e 
proteção contra incêndios inerentes ao processo produtivo e as relativas ao uso do 
edifício. Estas medidas possibilitam maior eficiência e segurança nas atividades 
de combate ao incêndio e resgate das pessoas e contemplam os cuidados para:
• evitar o início do incêndio;
• limitar o crescimento do incêndio;
• extinguir o incêndio na fase inicial;
• limitar a propagação do incêndio;
• retirada segura dos ocupantes; 
• evitar a propagação do incêndio entre as edificações; e
• evitar o colapso da estrutura dos edifícios.
A prevenção contra incêndio diz respeito à aplicação de medidas de 
precaução para evitar a ocorrência do incêndio. As medidas relativas à proteção 
objetivam proteger a vida humana, a edificação e os bens materiais dos possíveis 
danos após a ocorrência de incêndio na edificação. Estas medidas de proteção são 
aplicadas quando há falhas na aplicação das medidas de prevenção resultando no 
surgimento do incêndio. 
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
62
2.1 MEDIDAS PARA EVITAR O INÍCIO DO INCÊNDIO
As principais medidas a serem adotadas em qualquer local e que visam 
evitar o início do incêndio são:
• dimensionar e executar corretamente as instalações para a execução dos serviços;
• manter um afastamento seguro entre as fontes de calor e os materiais combustíveis; 
• colocar a sinalização de emergência;
• estocar e manipular corretamente os líquidos combustíveis e inflamáveis e 
também qualquer produto perigoso;
• realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva das instalações e 
equipamentos que podem gerar um princípio de incêndio;
• conscientizar os usuários das instalações a respeito das ações inerentes à 
prevenção de incêndios.
A norma regulamentadora NR20 – líquidos combustíveis e inflamáveis – 
define líquido combustível como todo líquido cujo ponto de fulgor seja igual ou superior 
a 70o C e abaixo de 93,3o C. A mesma norma define líquido inflamável como todo líquido 
cujo ponto de fulgor seja menor do que 70o C e pressão de vapor que não ultrapasse 2,8 
kg/cm2 absoluta a 37,7o C.
UNI
2.2 CUIDADOS PARA LIMITAR O CRESCIMENTO DO 
INCÊNDIO
O crescimento do incêndio após seu início pode ser dificultado com a 
aplicação de alguns procedimentos, entre os quais os principais são:
• controlar a quantidade de materiais combustíveis aplicados na construçãodas 
instalações e edificações e no desenvolvimento do processo produtivo;
• controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes 
nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no 
processo produtivo.
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
63
As características de reação ao fogo são determinadas por meio de ensaios 
de laboratórios. O conhecimento destas características possibilita o emprego de materiais 
mais resistentes ao fogo.
UNI
2.3 PROVISÕES PARA EXTINGUIR O FOGO NA FASE INICIAL
Ao iniciar um incêndio, a sua extinção depende de um conjunto de ações 
voltadas à provisão nos locais de recursos necessários entre as quais se destacam:
• disponibilizar equipamentos portáteis de extinção;
• disponibilizar sistema de mangotinhos (figura a seguir) e hidrantes;
• disponibilizar sistema de chuveiros automáticos;
• disponibilizar sistema de detecção e alarme de incêndio;
• disponibilizar sinalização de emergência;
• realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos 
de proteção disponibilizados;
• elaborar planos de atuação específicos para a extinção inicial do incêndio;
• treinar todos os usuários para o combate do incêndio na fase inicial de maneira 
adequada;
• formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada de incêndio.
FIGURA 16 – SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS.
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
64
“Mangotinhos são tubos flexíveis feitos de borracha utilizados para o combate 
apenas aos princípios de incêndio ou para a proteção ou a interrupção da continuidade 
dos incêndios. Em geral, trabalham com alta pressão e baixa vazão” (DISTRITO FEDERAL, 
2006, p. 58).
UNI
2.4 MEDIDAS PARA LIMITAR A PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO
Para limitar ou restringir a propagação de um incêndio em um local 
determinado, além de serem adotados aqueles cuidados indicados para evitar 
o seu crescimento, torna-se necessário adotar algumas medidas principalmente 
com relação à:
• compartimentar os ambientes tanto no sentido horizontal como no sentido 
vertical;
• realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos 
aplicados na composição da compartimentação;
• controlar a existência de materiais combustíveis nos locais próximos às 
fachadas.
Um exemplo simples de compartimentação é uma cabine de pintura que 
em alguns casos inclui equipamentos para proporcionar melhor isolamento por meio de 
cortina d’água que possibilita a retenção das partículas em dispersão.
UNI
2.5 CONDIÇÕES PARA RETIRADA SEGURA DOS OCUPANTES
Na ocorrência de um incêndio, uma das atividades que se faz necessária 
é a evacuação ou a retirada com segurança das pessoas que estiverem ocupando 
os locais sinistrados. Para que se consiga retirá-los com segurança, destacam-se as 
seguintes medidas principais:
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
65
• disponibilizar sistema de detecção e alarme;
• disponibilizar sistema de comunicação de emergência;
• disponibilizar rotas ou saídas de emergência que permitam o deslocamento 
das pessoas com segurança;
• disponibilizar sistema de iluminação de emergência;
• disponibilizar um sistema que permita controlar o movimento da fumaça 
produzida pelo incêndio;
• realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva de todos os 
equipamentos a serem utilizados para garantir a retirada dos ocupantes com 
segurança;
• controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes 
nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no 
processo produtivo.
• elaborar planos para, com segurança, executar a operação de retirada dos 
ocupantes em situações de emergência;
• treinar periodicamente os ocupantes dos locais para executar a evacuação de 
emergência de acordo com os planos elaborados;
• formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada para coordenar 
a evacuação em situações de emergência.
2.6 MEDIDAS PARA EVITAR A PROPAGAÇÃO DO 
INCÊNDIO ENTRE AS EDIFICAÇÕES
As principais medidas a serem adotadas para dificultar a propagação de 
um incêndio de uma edificação para outra são:
• manter uma distância segura entre os edifícios;
• controlar para que materiais resistentes ao fogo sejam empregados na 
construção das paredes externas dos edifícios;
• controlar a presença de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas.
2.7 CONDIÇÕES PARA EVITAR O COLAPSO DA 
ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS
A proteção da vida das pessoas, dos edifícios e dos bens existentes em 
locais sinistrados depende também da resistência da estrutura destes edifícios 
para suportar altas temperaturas sem entrarem em colapso. Para isto, as principais 
condições a serem consideradas são:
• utilizar elementos resistentes ao fogo na construção das estruturas das 
edificações e;
• empregar materiais resistentes ao fogo na construção das paredes externas das 
edificações.
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
66
3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL
No âmbito da segurança do trabalho, a norma regulamentadora que 
estabelece as determinações direcionadas à prevenção e proteção contra incêndios 
é a NR 23 – Proteção contra incêndios.
A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – determina 
que todas as empresas devem ter: proteção contra incêndios; saídas em número 
suficiente e dispostas de maneira a possibilitar a rápida retirada do pessoal dos 
locais de trabalho, em caso de incêndio, equipamento de combate a incêndio em 
quantidade suficiente para possibilitar o combate na fase inicial do incêndio e 
pessoas treinadas para o correto uso dos equipamentos de combate a incêndio.
Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas 
pela NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, 
elevadores, portas corta-fogo e sistemas de alarme.
3.1 SAÍDAS
A quantidade e dimensões das saídas em todos os locais devem ser 
definidas para possibilitar rapidez e segurança na evacuação dos seus ocupantes 
em caso de incêndio. Neste sentido, deverão ser atendidos os seguintes quesitos:
• aberturas com largura igual ou maior a 1,20m;
• sentido da abertura para a parte externa do local de trabalho;
• corredores contínuos iluminados e sem escadas ou degraus, nas situações de 
impossibilidade de se dispor de saídas diretas de cada local, com largura igual 
ou maior a 1,20m e sempre estejam desobstruídos e mantidos seguros;
• todas as saídas, corredores de acesso e saídas devem ter indicação da direção 
de saída mediante a utilização de placas ou sinais luminosos;
• deverão ser dispostas de tal maneira que os ocupantes não tenham que 
percorrer mais do que 15 metros nos locais de risco grande e 30 metros nos 
locais de risco pequeno ou médio. 
• deverão ser providos de rampa os pisos de níveis diferentes de forma a contorná-
los. Para indicar o sentido da descida deverá haver uma placa indicativa no 
início da rampa.
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
67
QUADRO 4 – RISCO DE FOGO EM FUNÇÃO DA CLASSE DE OCUPAÇÃO DA TARIFA 
DE SEGURO INCÊNDIO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
O quadro anterior apresenta o risco de fogo em função da classe de ocupação 
do estabelecimento. A classe de ocupação é obtida mediante enquadramento da atividade 
principal desenvolvida na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil (TSIB) do IRB – Instituto de 
Resseguros do Brasil. Conforme o artigo 31o da Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil, os riscos 
são divididos em 13 Classes de Ocupação, conforme a atividade principal desenvolvida e a 
carga de incêndio do local.
UNI
3.2 PORTAS
Os tipos de portas que são admitidas para as saídas são as de batente e as 
corrediças horizontais. Todas as portas de batentes, internas e de saída devem: 
abrir no sentido da saídae estar situadas de modo a não obstruir as vias de 
passagem, ao serem abertas.
As portas de acesso às escadas devem ser instaladas de modo que não 
diminuam a largura disponível dessas escadas.
As portas de saída devem estar instaladas de modo a serem visíveis, e 
mantidas sempre desobstruídas e livres de qualquer obstáculo que dificulte o 
acesso e a sua vista. 
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
68
Durante as horas de trabalho não se permite que as portas de entrada, 
de saída ou de emergência existentes nos prédios das empresas, sejam presas ou 
fechadas à chave ou com o emprego de ferrolhos. Nestes horários e nestas portas, 
poderão ser adotados dispositivos de segurança que permitam que as mesmas 
sejam abertas com facilidade por qualquer pessoa no interior da edificação. As 
portas de emergência nunca devem ser fechadas pelo lado externo.
3.3 ESCADAS, ELEVADORES E PORTAS CORTA-FOGO
Todas as plataformas, patamares e escadas deverão ser construídos com o 
emprego de material incombustível e resistente ao fogo. 
Os poços dos elevadores e monta-cargas existentes em construções com 
mais de dois pavimentos, devem ser constituídos de material resistente ao fogo.
Deverão ser dotadas de portas corta-fogo as caixas de escadas. Estas 
portas deverão possibilitar que sejam abertas com facilidade pelos dois lados e 
fechar-se automaticamente. 
As portas corta-fogo deverão ser construídas em conformidade com a NBR 
11742 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e ter o tempo de resistência ao 
fogo que for estabelecido pelo corpo de bombeiros Estadual. Para conhecer mais detalhes 
a respeito da porta corta-fogo, leia o artigo: SILVA, Ana Cláudia Meneguci. Porta corta-
fogo para saídas de emergência. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
UNI
3.4 SISTEMAS DE ALARME
Deverá ser instalado um sistema de alarme que permita a percepção 
dos sinais emitidos em todos locais da edificação de estabelecimentos com risco 
elevado ou médio. Em cada pavimento da edificação deverá haver dispositivos de 
acionamento do sistema de alarme adotado em quantidade suficiente. Os sons de 
alarme emitidos pelas sirenes ou campainhas devem ser diferentes em tonalidade 
e altura de todos os sons emitidos pelos dispositivos acústicos existentes no 
estabelecimento. 
Nos pavimentos, os dispositivos de acionamento de alarme deverão estar 
dispostos nas áreas comuns de acesso. Estes dispositivos devem estar em lugar 
visível e dentro de caixas lacradas com tampa de plástico ou vidro e que seja fácil 
quebrá-la. Nesta caixa deverá estar escrito: “Quebrar em caso de emergência”.
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• É possível reduzir o risco de ocorrência de incêndio com a adoção de estratégias 
de redução da presença de combustível, de eliminação das fontes de calor, ou 
ainda impedir o contato entre o combustível e a fonte de calor.
• A Segurança patrimonial contempla a segurança dos bens, das pessoas e das 
informações. A proteção da edificação e de seus ocupantes contra os acidentes 
resultantes do fogo é dividida em medidas preventivas e medidas corretivas. 
• As medidas de prevenção e proteção contra incêndios inerentes ao processo 
produtivo e as relativas ao uso do edifício contemplam os cuidados para: evitar 
o início do incêndio; limitar do crescimento do incêndio; extinguir o incêndio 
na fase inicial; limitar a propagação do incêndio; retirada segura dos ocupantes; 
evitar a propagação do incêndio entre as edificações e evitar o colapso da 
estrutura dos edifícios.
• A prevenção contra incêndio diz respeito à aplicação de medidas de precaução 
para evitar a ocorrência do incêndio. As medidas relativas à proteção objetivam 
proteger a vida humana, a edificação e os bens materiais dos possíveis danos 
após a ocorrência de incêndio na edificação. Estas medidas de proteção são 
aplicadas quando há falhas na aplicação das medidas de prevenção, resultando 
no surgimento do incêndio.
• As principais medidas a serem adotadas em qualquer local e que visam evitar 
o início do incêndio são: dimensionar e executar corretamente as instalações 
para a execução dos serviços; manter um afastamento seguro entre as fontes de 
calor e os materiais combustíveis; colocar a sinalização de emergência; estocar 
e manipular corretamente os líquidos combustíveis e inflamáveis e também 
qualquer produto perigoso; realizar periodicamente a manutenção preventiva 
e corretiva das instalações e equipamentos que podem gerar um princípio de 
incêndio; conscientizar os usuários das instalações a respeito das ações inerentes 
à prevenção de incêndios.
• Os cuidados para limitar o crescimento do incêndio são: controlar a quantidade de 
materiais combustíveis aplicados na construção das instalações e das edificações 
e no desenvolvimento do processo produtivo; controlar as características de 
reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, 
como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo.
• As principais provisões para extinguir o fogo na fase inicial são: disponibilizar 
equipamentos portáteis de extinção; disponibilizar sistema de mangotinhos e 
hidrantes; disponibilizar sistema de chuveiros automáticos; disponibilizar sistema 
70
de detecção e alarme de incêndio; disponibilizar sinalização de emergência; 
realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos 
de proteção disponibilizados; elaborar planos de atuação específicos para a 
extinção inicial do incêndio; treinar todos os usuários para o combate do incêndio 
na fase inicial de maneira adequada; formar e manter devidamente treinada uma 
equipe de brigada de incêndio.
• Para restringir a propagação de um incêndio em um local determinado, além 
de serem adotados aqueles cuidados indicados para evitar o crescimento do 
incêndio torna-se necessário adotar algumas medidas principalmente com 
relação a: compartimentar os ambientes tanto no sentido horizontal como no 
sentido vertical; realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva 
dos equipamentos aplicados na composição da compartimentação e controlar a 
existência de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas.
• As principais condições para retirada segura dos ocupantes em locais sinistrados 
são: disponibilizar sistema de detecção e alarme; disponibilizar sistema de 
comunicação de emergência; disponibilizar rotas ou saídas de emergência que 
permitam o deslocamento das pessoas com segurança; disponibilizar sistema 
de iluminação de emergência; disponibilizar um sistema que permita controlar 
o movimento da fumaça produzida pelo incêndio; realizar periodicamente a 
manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos a serem utilizados 
para garantir a retirada dos ocupantes com segurança; controlar as características 
de reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, 
como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo; elaborar planos 
para, com segurança, executar a operação de retirada dos ocupantes em situações 
de emergência; treinar periodicamente os ocupantes dos locais para executar a 
evacuação de emergência de acordo com os planos elaborados; formar e manter 
devidamente treinada uma equipe de brigada para coordenar a evacuação em 
situações de emergência.
• As principais medidas a serem adotadas para evitar a propagação do incêndio 
entre as edificações são: manter uma distância segura entre os edifícios; controlar 
para que materiais resistentes ao fogo sejam empregados na construção das 
paredes externas dos edifícios; controlar a presença de materiais combustíveis 
nos locais próximos às fachadas.
• As principais condições a serem consideradas para evitar o colapso da estrutura 
são: utilizar elementos resistentes ao fogo na construção das estruturas das 
edificações e empregar materiais resistentes ao fogo na construção das paredes 
externas das edificações.• Com relação à legislação de segurança patrimonial no âmbito da segurança do 
trabalho, a norma regulamentadora que estabelece as determinações direcionadas 
à prevenção e proteção contra incêndios é a NR 23 – Proteção contra incêndios.
71
• A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – determina que 
todas as empresas necessitam ter proteção contra incêndios, saídas em número 
suficiente e dispostas de maneira a possibilitar a rápida retirada do pessoal dos 
locais de trabalho, em caso de incêndio, equipamento de combate a incêndio 
em quantidade suficiente para possibilitar o combate na fase inicial e pessoas 
treinadas para o correto uso dos equipamentos.
• Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas pela 
NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, elevadores, 
portas corta-fogo e sistemas de alarme.
• De acordo com a NR-23, a quantidade e dimensões das saídas em todos os 
locais devem ser definidas para possibilitar rapidez e segurança na evacuação 
dos seus ocupantes em caso de incêndio. Neste sentido, deverão ser atendidos 
os seguintes quesitos: aberturas com largura igual ou maior a 1,20m; sentido 
da abertura para a parte externa do local de trabalho; corredores contínuos 
iluminados e sem escadas ou degraus, nas situações de impossibilidade de se 
dispor de saídas diretas de cada local, com largura igual ou maior a 1,20m e 
sempre estejam desobstruídos e mantidos seguros; todas as saídas, corredores 
de acesso e saídas devem ter indicação da direção de saída mediante a utilização 
de placas ou sinais luminosos; deverão ser dispostas de tal maneira que os 
ocupantes não tenham que percorrer mais do que 15 metros nos locais de risco 
grande e 30 metros nos locais de risco pequeno ou médio; deverão ser providos 
de rampa os pisos de níveis diferentes de forma a contorná-los. Para indicar o 
sentido da descida deverá haver uma placa indicativa no início da rampa.
• Os tipos de portas que são admitidas, pela NR - 23, para as saídas são as de 
batente e as corrediças horizontais. Todas as portas de batentes internas e de 
saída devem: abrir no sentido da saída e estar situadas de modo a não obstruir 
as vias de passagem ao serem abertas.
• As portas de acesso às escadas devem, de acordo com a NR-23, ser instaladas 
de modo que não diminuam a largura disponível dessas escadas. As portas 
de saída devem estar instaladas de modo a serem visíveis, e mantidas sempre 
desobstruídas e livres de qualquer obstáculo que dificulte o acesso e a sua 
vista. Durante as horas de trabalho, não se permite que as portas de entrada, 
de saída ou de emergência existentes nos prédios das empresas, sejam presas 
ou fechadas à chave ou com o emprego de ferrolhos. Nestes horários e nestas 
portas, poderão ser adotados dispositivos de segurança que permitam que as 
elas sejam abertas com facilidade por qualquer pessoa no interior da edificação. 
As portas de emergência nunca devem ser fechadas pelo lado externo.
• A NR – 23 estabelece que todas as plataformas, patamares e escadas deverão 
ser construídos com o emprego de material incombustível e resistente ao fogo; 
os poços dos elevadores e monta-cargas existentes em construções com mais 
de dois pavimentos, devem ser constituídos de material resistente ao fogo e 
72
deverão ser dotadas de portas corta-fogo as caixas de escadas. Estas portas 
deverão possibilitar que sejam abertas com facilidade pelos dois lados e fechar-
se automaticamente. 
• Deverá ser instalado um sistema de alarme, como estabelece a NR – 23, que 
possibilite a percepção dos sinais emitidos em todos locais da edificação dos 
estabelecimentos com risco elevado ou médio. Em cada pavimento da edificação 
deverá haver dispositivos de acionamento do sistema de alarme adotado em 
quantidade suficiente. Os sons de alarme emitidos pelas sirenes ou campainhas 
devem ser diferentes em tonalidade e altura de todos os sons emitidos pelos 
dispositivos acústicos existentes no estabelecimento. Nos pavimentos, os 
dispositivos de acionamento de alarme deverão estar dispostos nas áreas comuns 
de acesso. Estes dispositivos devem estar em lugar visível e dentro de caixas 
lacradas com tampa de plástico ou vidro e que sejam fácil de quebrá-las. Nesta 
caixa deverá estar escrito: “Quebrar em caso de emergência”.
73
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Discorra sobre o conhecimento em que se baseia a estratégia de redução do 
risco incêndio.
2 Apresente o que se entende por prevenção e proteção contra incêndios.
3 O que se entende por segurança patrimonial e discorra sobre a legislação 
de segurança patrimonial relativa à proteção contra incêndios no âmbito da 
segurança do trabalho.
4 As medidas de prevenção e proteção contra incêndios inerentes ao processo 
produtivo e as relativas ao uso do edifício contemplam os cuidados para 
as seguintes situações: evitar o início do incêndio, limitar do crescimento 
do incêndio, extinguir o incêndio na fase inicial, limitar a propagação do 
incêndio, retirada segura dos ocupantes, evitar a propagação do incêndio 
entre as edificações e o colapso da estrutura dos edifícios. Discorra 
sucintamente sobre as principais medidas relativas a cada situação.
5 Relacione o que a NR 23 – Proteção contra incêndios – determina o que as 
empresas devem possuir.
6 Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas 
pela NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, 
elevadores, portas corta-fogo e sistemas de alarme. Descreva resumidamente 
as principais disposições relacionadas a cada uma.
74
75
TÓPICO 2
SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A existência de um sistema de controle da fumaça, corretamente integrada 
com as demais medidas comentadas no tópico anterior, proporciona uma série de 
benefícios na ocorrência de incêndios entre os quais se destacam:
• redução da temperatura por meio da ventilação, protegendo a estrutura das 
edificações de colapso;
• melhoria da visibilidade da rota de fuga;
• manutenção de atmosfera mais limpa;
• prevenção contra danos em decorrência da fumaça;
• prevenção de danos desnecessários por água em decorrência da melhor 
visibilidade no combate;
• redução de gastos relativos à limpeza; e
• redução dos gastos com o incêndio.
2 PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA
Para melhor compreensão do sistema de controle de fumaça, estudaremos 
como se processa a propagação da mesma. Cunha e Martinelli Junior (2008) 
apresentam as características da propagação da fumaça desde a fase inicial do 
incêndio. No início, ela sobe para o teto rapidamente, conforme demonstra a 
figura a seguir.
FIGURA 17 – FUMAÇA NA FASE INICIAL DO INCÊNDIO
FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 259)
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
76
Na sequência, se propaga na região próxima ao telhado e afasta-se 
progressivamente do local em que é gerada, conforme representado na figura a 
seguir.
FIGURA 18 – PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA NA REGIÃO PRÓXIMA AO TETO
FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260)
Se não houver uma saída, a fumaça irá preenchendo todo o interior da 
edificação, como se observa na figura a seguir.
FIGURA 19 – PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA NA REGIÃO PRÓXIMA AO TETO
FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260)
Cunha e Martinelli Junior (2008) demonstram a importância de se 
determinar um sistema de controle, ao apresentar a característica da velocidade 
de desenvolvimento da fumaça, demonstrando a dispersão em 50 segundos num 
espaço de 100 metros, representada na figura a seguir. 
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA
77
FIGURA 20 – DISPERSÃO DA FUMAÇA EM 50 SEGUNDOS
FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260)
3 TIPOS DE VENTILAÇÃO
10 segundos
100 metros
20 segundos
100 metros
30 segundos
100 metros
40 segundos
100 metros
50 segundos
100 metros
O sistema de controle da fumaça pode ser implantado por ventilação 
natural ou por ventilação monitorada.3.1 VENTILAÇÃO NATURAL
A ventilação natural é propiciada ao se dispor de saídas para possibilitar a 
movimentação da fumaça considerando as forças naturais, mais especificamente 
no interior da edificação. Esta movimentação será realizada em função:
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
78
• da diferença de temperatura entre os gases aquecidos e o ar na parte interna e 
externa da edificação;
• da diferença de altura entre as aberturas de exaustão e a abertura que possibilita 
a entrada de ar;
• da movimentação do calor que se eleva por convecção;
• da direção e velocidade do vento.
Pode-se utilizar a ventilação de incêndio de maneira conjugada com a 
ventilação natural de uso diário para fins de conforto térmico, com as seguintes 
vantagens principais:
• ventilação sem geração de ruído;
• dispensa cuidados especiais de manutenção;
• baixo custo;
• sem possibilidade de falhas no funcionamento;
• fácil instalação e
• adequação automática da capacidade de insuflação de acordo com a velocidade 
de aumento da temperatura.
Contudo, a eficácia deste sistema de ventilação pode ser prejudicada por 
fatores, tais como:
• A fluência com o ar externo pode ser prejudicada pela ação do vento exercendo 
pressão para o interior da edificação, fator particularmente influenciado pela 
topografia e existência de outras edificações nas vizinhanças. A figura a seguir 
representa por meio de setas a ação do vento que ao se deparar com a parede da 
edificação anexa à edificação em que ocorre o incêndio, exerce pressão direcionada 
ao interior da mesma, dificultando a saída da fumaça.
FIGURA 21 – SETAS INDICANDO A AÇÃO A PRESSÃO DO VENTO PARA O 
INTERIOR DA EDIFICAÇÃO
FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 262)
• No momento imediatamente após o início do incêndio, a ventilação pode não 
ocorrer com eficiência a não ser que aconteça uma ventilação previamente.
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA
79
3.1.1 Funcionamento da Ventilação Natural 
Ao ser aquecido o ar torna-se menos denso em virtude de sua expansão. 
Como a densidade é menor do que a densidade do ar mais frio ao seu redor o ar 
quente flutua em relação ao ar mais frio das proximidades. Quanto mais próximo 
da fonte de calor, maior será a aceleração de elevação do ar e a sua velocidade ao 
subir dependerá da:
• altura com relação à fonte de calor;
• diferença da temperatura existente entre o ar das proximidades e o ar 
aquecido. Em razão de que na medida em que o ar aquecido se eleva, ele vai 
se misturando com o ar mais frio existente e com isso perde temperatura. Ao 
perder temperatura, torna-se mais denso, e com isso poderá parar de subir 
passando a se espalhar horizontalmente, sobre o ar levemente mais frio.
Portanto, esta movimentação natural do ar aquecido pode ser facilitada 
com a existência de aberturas em nível mais baixo e no nível mais alto. O ar 
aquecido que sairá pela abertura no nível mais alto será reposto pelo ar mais frio 
que entrar pela abertura do nível mais baixo.
3.2 VENTILAÇÃO MONITORADA
Este tipo de ventilação baseia-se no movimento do ar provocado por um 
exaustor movido por motor elétrico. Com relação à ventilação natural este tipo de 
ventilação apresenta certas vantagens tais como:
• não depende da altura da construção, da pressão do vento e das correntes de 
ar aquecidos;
• é possível prever o desempenho e ser acionado repetidas vezes;
• a operação dos exaustores pode ser direcionada contra uma resistência do 
exterior, como por exemplo, a pressão do vento;
• é possível direcionar o ar fresco para onde for necessário com a temperatura e 
a velocidade mais adequadas.
No entanto, este sistema apresenta algumas desvantagens, entre as quais 
se destacam:
• não há aumento da velocidade na movimentação do ar de acordo com o aumento 
da temperatura do ar aquecido, somente com o aumento da velocidade do 
exaustor;
• para que o exaustor se mantenha funcionando durante um incêndio, há a 
necessidade de se manter a fonte de energia e os fios condutores de energia 
devem ser resistente ao fogo;
• há geração de ruído;
• não se recomenda para insuflar o ar, pois a entrada pode resfriar a fumaça;
• pode aumentar o risco de ocorrência de curto-circuito.
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• A existência de um sistema de controle da fumaça, corretamente integrada com 
as demais medidas comentadas no tópico anterior, proporciona uma série de 
benefícios na ocorrência de incêndios entre os quais se destacam: redução da 
temperatura por meio da ventilação, protegendo a estrutura das edificações de 
colapso; melhoria da visibilidade da rota de fuga; manutenção de atmosfera mais 
limpa; prevenção contra danos em decorrência da fumaça; prevenção de danos 
desnecessários por água em decorrência da melhor visibilidade no combate; 
redução de gastos relativos à limpeza; e redução dos gastos com o incêndio.
• Para melhor compreensão do sistema de controle de fumaça estudaremos como se 
processa a sua propagação. No início, a fumaça sobe para o teto rapidamente, na 
sequência se propaga na região próxima ao telhado e afasta-se progressivamente 
do local em que é gerada. Se não houver uma saída, a fumaça irá preenchendo 
todo o interior da edificação.
• O sistema de controle da fumaça pode ser implantado por ventilação natural ou 
por ventilação monitorada.
• A ventilação natural é propiciada ao se dispor de saídas para possibilitar a 
movimentação da fumaça considerando as forças naturais, mais especificamente 
no interior da edificação. Esta movimentação será realizada em função da 
diferença de temperatura entre os gases aquecidos e o ar na parte interna e 
externa da edificação, da diferença de altura entre as aberturas de exaustão e a 
abertura que possibilita a entrada de ar, da movimentação do calor que se eleva 
por convecção e da direção e velocidade do vento.
• Pode-se utilizar a ventilação de incêndio de maneira conjugada com a ventilação 
natural de uso diário para fins de conforto térmico, com as seguintes vantagens 
principais: ventilação sem geração de ruído dispensa cuidados especiais de 
manutenção, baixo custo, sem possibilidade de falhas no funcionamento, fácil 
instalação e adequação automática da capacidade de insuflação de acordo com 
a velocidade de aumento da temperatura.
• Contudo, a eficácia do sistema de ventilação natural pode ser prejudicada por 
fatores, tais como: a fluência com o ar externo pode ser prejudicada pela ação 
do vento exercendo pressão para o interior da edificação, fator particularmente 
influenciado pela topografia e existência de outras edificações nas vizinhanças. 
No momento imediatamente após o início do incêndio, a ventilação pode não 
ocorrer com eficiência a não ser que aconteça uma ventilação previamente.
81
• O sistema de ventilação natural funciona da seguinte maneira: ao ser aquecido, 
o ar torna-se menos denso em virtude de sua expansão. Como a densidade é 
menor do que a densidade do ar mais frio ao seu redor, o ar quente flutua em 
relação ao ar mais frio das proximidades. Quanto mais próximo da fonte de calor, 
maior será a aceleração de elevação do ar e a velocidade ao subir dependerá da 
altura com relação à fonte de calor e diferença da temperatura existente entre o 
ar das proximidades e o ar aquecido. 
• Na medida em que o ar aquecido se eleva, ele vai se misturando com o ar 
mais frio existente e com isso perde temperatura. Ao perder temperatura, o ar 
torna-se mais denso, e com isso poderá parar de subir passando a se espalhar 
horizontalmente, sobre o ar levemente mais frio. Portanto, esta movimentação 
natural do ar aquecido pode ser facilitada com a existência de aberturas em nível 
mais baixo e no nível mais alto. O ar aquecido que sairá pela abertura no nível 
mais alto será reposto pelo ar mais frio que entrar pela abertura do nível mais 
baixo.
• A ventilação monitorada baseia-se no movimento do ar provocado por um 
exaustor movido por motor elétrico. Com relação à ventilação natural, este tipo 
de25
2.2 COMBUSTÃO COMPLETA ........................................................................................................... 26
3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO ..................................... 27
3.1 COMBUSTÃO VIVA ....................................................................................................................... 27
3.2 COMBUSTÃO LENTA .................................................................................................................... 28
4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA ......................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 34
TÓPICO 3: EXPLOSÕES ........................................................................................................................ 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 EXPLOSÃO DE GASES ....................................................................................................................... 35
3 EXPLOSÕES DE PÓ ............................................................................................................................. 38
4 BLEVE...................................................................................................................................................... 39
5 EXPLOSÃO DE FUMAÇA – BACKDRAFT OU BACKDRAUGHT ............................................. 40
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47
TÓPICO 4: EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS .......................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 CONTROLE OU RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL ............................................... 49
3 RESFRIAMENTO ................................................................................................................................. 50
Sumário
VIII
4 ABAFAMENTO ..................................................................................................................................... 52
5 ROMPIMENTO DA REAÇÃO EM CADEIA .................................................................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 57
UNIDADE 2: INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS .................................................. 59
TÓPICO 1: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ............................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61
2 SEGURANÇA PATRIMONIAL ......................................................................................................... 61
2.1 MEDIDAS PARA EVITAR O INÍCIO DO INCÊNDIO .............................................................. 62
2.2 CUIDADOS PARA LIMITAR O CRESCIMENTO DO INCÊNDIO ......................................... 62
2.3 PROVISÕES PARA EXTINGUIR O FOGO NA FASE INICIAL ............................................... 63
2.4 MEDIDAS PARA LIMITAR A PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO ............................................. 64
2.5 CONDIÇÕES PARA RETIRADA SEGURA DOS OCUPANTES .............................................. 64
2.6 MEDIDAS PARA EVITAR A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ENTRE AS 
EDIFICAÇÕES ................................................................................................................................. 65
2.7 CONDIÇÕES PARA EVITAR O COLAPSO DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS .................. 65
3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ...................................................................... 66
3.1 SAÍDAS .............................................................................................................................................. 66
3.2 PORTAS ............................................................................................................................................. 67
3.3 ESCADAS, ELEVADORES E PORTAS CORTA-FOGO ............................................................. 68
3.4 SISTEMAS DE ALARME ................................................................................................................ 68
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
TÓPICO 2: SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA .................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA .......................................................................................................... 75
3 TIPOS DE VENTILAÇÃO .................................................................................................................. 77
3.1 VENTILAÇÃO NATURAL ............................................................................................................ 77
3.1.1 Funcionamento da Ventilação Natural ................................................................................ 79
3.2 VENTILAÇÃO MONITORADA ................................................................................................... 79
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82
TÓPICO 3: AGENTES EXTINTORES ................................................................................................. 83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 CLASSES DE FOGO ............................................................................................................................ 83
3 PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES ........................................................................................... 85
3.1 ÁGUA ................................................................................................................................................ 86
3.2 PÓS PARA EXTINÇÃO .................................................................................................................. 87
3.3 ESPUMA ........................................................................................................................................... 88
3.4 GÁS CARBÔNICO .......................................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................................ventilação apresenta certas vantagens tais como: não depende da altura da 
construção, da pressão do vento e das correntes de ar aquecidos; é possível 
prever o desempenho e ser acionado repetidas vezes; a operação dos exaustores 
pode ser direcionada contra uma resistência do exterior, como por exemplo, a 
pressão do vento; é possível direcionar o ar fresco para onde for necessário com 
a temperatura e a velocidade mais adequadas.
• No entanto, o sistema de ventilação monitorada apresenta algumas desvantagens, 
entre as quais se destacam: não há aumento da velocidade na movimentação 
do ar de acordo com o aumento da temperatura do ar aquecido, somente 
com o aumento da velocidade do exaustor; para que o exaustor se mantenha 
funcionando durante um incêndio, há necessidade de se manter a fonte de 
energia e os fios condutores de energia devem ser resistente ao fogo; há geração 
de ruído; não se recomenda para insuflar o ar, pois a entrada de ar pode resfriar 
a fumaça e pode aumentar o risco de ocorrência de curto-circuito.
82
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Discorra sobre os benefícios de um sistema de controle da fumaça.
2 Descreva a propagação da fumaça.
3 Apresente como se processa a ventilação natural.
4 Discorra sobre os benefícios da ventilação natural.
5 Relacione os fatores que prejudicam a eficácia da ventilação natural.
6 Descreva o funcionamento e as vantagens da ventilação monitorada em 
relação à ventilação natural.
7 Apresente as desvantagens da ventilação monitorada.
83
TÓPICO 3
AGENTES EXTINTORES
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios – determina 
para as empresas a obrigatoriedade de possuírem equipamento suficiente para 
possibilitar o combate do fogo quando este estiver iniciando. Esta norma estabelece 
também critérios para a instalação apropriada de sistema de proteção por água 
e por extintores. Nestes critérios são considerados: as classes de fogo, a classe de 
ocupação segundo a tarifa de seguro incêndio do Brasil, o tipo de agente extintor, 
quantidade de extintores e a localização e sinalização dos mesmos.
2 CLASSES DE FOGO
A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a 
proteção contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo produzida 
nestes locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as seguintes classes 
de fogo: classe A, classe B, classe C e classe D.
O fogo de classe A é aquele gerado em materiais de fácil combustão e 
queima em sua superfície e profundidade. Após a queima, o fogo deixa resíduos 
como: papel, madeira, tecidos, fibra etc.
A classe B é designada ao tipo de fogo produzido pelos produtos 
considerados inflamáveis que na queima não deixa resíduos e a combustão se 
processa somente na superfície, como: óleos, vernizes, gasolina, graxas, óleos etc.
O tipo de fogo classe C é caracterizado por ocorrer em equipamentos 
elétricos energizados tais como: motores, quadros de distribuição, fios, 
transformadores etc.
84
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
É importante observar que para que o fogo seja de classe C os equipamentos 
elétricos deverão estar energizados, ou seja, deverão estar conectados a alguma fonte de 
energia elétrica. Se estes equipamentos elétricos não estiverem conectados a alguma fonte 
de energia, como por exemplo, quando estocados em algum depósito, o fogo gerado neste 
depósito será de classe A.
UNI
O fogo de classe D é aquele que ocorre em materiais pirofóricos como 
zircônio, titânio e magnésio. Distrito Federal (2006) inclui nesta classe os seguintes 
materiais: antimônio, selênio, lítio, alumínio fragmentado, potássio, sódio, zinco, 
tório, zircônio, urânio, cálcio e plutônio.
Estes metais podem estar presentes em galpões e depósitos, ou ainda 
serem utilizados nos processos industriais. O quadro a seguir apresenta as 
utilizações de alguns destes materiais.
QUADRO 5 – ALGUNS METAIS DA CLASSE DE FOGO D E RESPECTIVA UTILIZAÇÃO 
Elemento Principal utilização
antimônio
ligas de estanho; 
revestimentos de cabos, moldes, soldaduras, tubos; 
fogos de artifício, fulminantes e balas tracejantes.
lítio lubrificantes (graxas) de alto desempenho;
baterias.
magnésio
flashes fotográficos;
artefatos pirotécnicos e bombas incendiárias;
construção de aviões, mísseis e foguetes.
potássio
fertilizantes (sais de potássio);
medicamentos e sabões (carbonato de potássio - K2CO3 );
fotografias (brometo de potássio – KBr);
explosivos (nitrato de potássio - KNO3).
selênio
fabricação de células fotoelétricas;
câmeras de TV e máquinas xerográficas;
baterias solares e retificadores;
banhos fotográficos;
vulcanização da borracha;
fabricação de retificadores de selênio;
fabricação de hidrocarbonetos provenientes do petróleo.
TÓPICO 3 | AGENTES EXTINTORES
85
sódio Iluminação pública.
titânio
componente de liga para alumínio, molibdênio, manganês;
componente de liga para ferro e outros metais;
fabricação de aviões, mísseis e naves espaciais;
próteses ósseas e implantes dentários;
tintas.
zinco
ligas de latão e para soldas;
tipografia;
baterias e soldas;
produção de peças fundidas sob pressão;
indústria automobilística, de equipamentos elétricos e outras;
revestimento (galvanização) de peças de aço.
zircônio
reatores nucleares;
indústrias químicas;
confecção de imãs supercondutores;
indústrias de cerâmica e vidro;
laboratórios.
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 112)
Pirofóricos são materiais que se inflamam facilmente em contato com o ar.
UNI
3 PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES
De acordo com Distrito Federal (2006), os agentes extintores são substâncias 
utilizadas para a extinção de um incêndio conforme as propriedades químicas ou 
físicas destas pela retirada de um dos elementos componentes do tetraedro do fogo.
Somente podem ser comercializados no Brasil agentes extintores que 
tenham a aprovação do Sistema Brasileiro de Certificação, cujo principal órgão é o 
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial. Os agentes 
extintores devem atender os requisitos mínimos exigidos que se encontram nas 
Normas Brasileiras (NBR) que são aprovadas pela ABNT – Associação Brasileira 
de Normas Técnicas. As normas técnicas sobre o emprego dos agentes extintores 
em aparelhos que são apresentados pela NR – 23 são as seguintes:
• Água – NBR 11.715.
• Espuma mecânica – NBR 11.751.
• Pós para extinção de incêndio – NBR 10.721.
• Gás carbônico – NBR 11.716.
86
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
3.1 ÁGUA
Na fase líquida, a água é o agente extintor que mais se utiliza em combates 
a incêndios e foi durante muito tempo o único agente extintor utilizado. Em razão 
de suas propriedades químicas e físicas e, por estar disponível na natureza, ainda 
é largamente empregado. Esta preferência baseia-se na sua eficiência decorrente 
das seguintes características:
• mudar o seu estado físico de líquido para vapor a 100oC;
• absorver muito calor para a mudança de estado físico de líquido para vapor. 
A mudança de estado físico da água de líquido para vapor provoca uma 
redução da concentração de oxigênio no ambiente e absorve o calor da combustão. A 
água em incêndio atua com eficiência promovendo o abafamento e o resfriamento.
UNI
No entanto, mesmo que a água dificulte a manutenção do processo de 
combustão ao absorver calor da reação, o vapor produzido poderá aumentar o 
risco de queimaduras e desconforto térmico para as pessoas atuantes no combate 
ao incêndio. A água em excesso pode provocar muita destruição, não se transforma 
em vapor, se acumula no ambiente e é desperdiçada, causando muitos danos. A 
água em excesso e desperdiçada em uma situação de combate a incêndio pode:
• provocar danos nos móveis, utensílios e máquinas localizados em outros 
ambientes e que não foram atingidos pelas chamas;
• gerar a necessidade de se danificar partes estruturais do imóvel, como o 
rompimento de paredes ou provocar outros danos para que se possaesgotar a 
água acumulada durante ou após um incêndio;
• acarretar em uma sobrecarga na estrutura do edifício e 
• possibilitar acidentes ao encobrir buracos ou outros riscos para as pessoas 
atuantes no combate em um incêndio. 
A utilização de água no combate a incêndio apresenta algumas 
desvantagens:
• dificuldade de recobrir a superfície em combustão e de penetrar no material 
em razão da alta tensão superficial. A tensão superficial promove a separação 
da água em esferas evitando que se espalhe sobre a superfície.
TÓPICO 3 | AGENTES EXTINTORES
87
A tensão superficial da água é a força que existe na sua superfície decorrente 
das ligações fortes entre as moléculas. Para perceber o efeito desta tensão superficial, pode-
se proceder à seguinte experiência na própria casa: sobre alguma superfície que esteja 
seca, derrame algumas gotas de água. Poderá ser percebida a formação de pequenas 
esferas. Sobre esta superfície, após secá-la, espalhe um pouco de detergente formando 
uma fina película. Logo após, espirre algumas gotas de água sobre esta película e observe 
que a água se espalha sobre a superfície e por se neutralizar, na tensão superficial não se 
formarão aquelas gotas redondas de água formadas anteriormente.
UNI
• o rápido escoamento, provocado pela baixa viscosidade, faz com que a água 
permaneça sobre a superfície do material por pouco tempo; 
• quando utilizada no combate a incêndios em líquidos inflamáveis, a água em 
razão da densidade mais alta do que a densidade do líquido inflamável, não 
permanece sobre a superfície do líquido inflamável que estiver incendiando;
• por ser condutora de eletricidade, a aplicação de água é inadequada para incêndios 
em equipamentos elétricos energizados pelo risco de choque elétrico inerente; e
• para o combate de incêndio em materiais pirofóricos também não é indicada 
a utilização de água em virtude de que estes materiais em combustão reagem 
com o oxigênio presente na água e isto favorece a ocorrência de uma violenta 
liberação de calor. 
3.2 PÓS PARA EXTINÇÃO
O pó utilizado para combater o incêndio conhecido como pó químico seco 
passou a ser denominado pó para a extinção de incêndio a partir do início da 
década de 90. Trata-se de pó constituído de pequenas partículas de:
• bicarbonato de potássio ou de sódio, para combater incêndios em gases ou 
líquidos inflamáveis e combustíveis sólidos ou;
• fosfato monoamônico, para o combate de incêndio em combustíveis sólidos, 
em líquidos ou gases e em equipamentos elétricos energizados.
A qualquer um destes tipos são adicionadas substâncias para evitar a 
absorção de umidade e a formação de “pedras”, mantendo a condição adequada 
de fluidez ao pó.
A extinção quase imediata da chama quando o pó é aplicado, ocorre 
devido às seguintes características extintoras:
• abafamento – o pó ao ser aquecido se decompõe termicamente e libera dióxido 
de carbono e vapor d’água, que isolam o oxigênio (comburente) da reação 
química de combustão.
88
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
• resfriamento – o calor liberado na combustão é absorvido pelo pó.
• diminuição da radiação das chamas – o combustível é protegido do calor 
radiado pela nuvem produzida pelo pó sobre as chamas.
• rompimento da reação em cadeia – quando aplicado sobre a chama, o pó influencia 
a concentração de íons resultantes da reação em cadeia, diminuindo sua capacidade 
de reação com o comburente e como resultado a chama se apagará.
3.3 ESPUMA
Trata-se do resultado da busca em encontrar um agente extintor mais 
adequado do que a água para o combate a incêndios, que fosse capaz de suprir 
as desvantagens apresentadas pela mesma quando, por exemplo, aplicada ao 
combate a incêndio em líquidos derivados de petróleo. A espuma é resultado 
da adição de agentes, que diminuem a tensão superficial da água, chamados de 
agentes tensoativos. Estes aditivos melhoram a propriedade de espalhamento da 
água sobre a superfície do material em combustão e facilitam sua penetração. 
As espumas no estado líquido são semelhantes a bolhas, que por apresentarem 
uma densidade e tensão superficial menor do que a água se espalham quando 
aplicadas sobre qualquer material em chamas, promovendo o isolamento do 
contato com o oxigênio do ar. 
Para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis derivados de 
petróleo, aplica-se a espuma à base de AFFF (aqueous film-forming foam: espuma 
formadora de filme aquoso), mais eficiente por formar sobre a superfície do 
líquido em combustão uma película. Em incêndios de combustíveis polares, 
como é o caso do álcool, o AFFF deve conter em sua composição, uma substância 
chamada polissacarídeo, para evitar que o álcool ataque a espuma.
Por possuir água em sua composição também não é indicado o uso da 
espuma para combate em incêndios em equipamentos elétricos energizados e em 
produtos pirofóricos.
3.4 GÁS CARBÔNICO
Trata-se de gás inerte de grande utilização, também denominado dióxido 
de carbono (CO2) ou anidrido carbônico. A extinção ocorre por abafamento, pois 
dilui e retira o oxigênio presente na combustão e também por resfriamento por 
sua baixa temperatura. Não é condutor de eletricidade e, portanto, recomendado 
para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados. Também 
é indicado para a extinção de incêndio em líquidos ou gases inflamáveis. Por 
não deixar resíduos, torna-se indicado para locais com equipamentos sensíveis 
à umidade, como computadores, por exemplo. Em razão de que seu poder 
de resfriamento é inferior ao da água não se recomenda o gás carbônico para 
incêndios em combustíveis sólidos. Por ser um gás asfixiante também não se 
recomenda o seu uso por ação humana em ambientes confinados.
89
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• A norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios – estabelece 
critérios para a instalação apropriada de sistema de proteção por água e por 
extintores. Nestes critérios, são considerados: as classes de fogo, a classe de 
ocupação segundo a tarifa de seguro incêndio do Brasil, o tipo de agente extintor, 
quantidade de extintores e a localização e sinalização. 
• A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a proteção 
contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo produzida nestes 
locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as seguintes classes de 
fogo: classe A, classe B, classe C e classe D.
• O fogo de classe A é aquele gerado em materiais de fácil combustão e queima 
em sua superfície e profundidade, deixando resíduos, como: papel, madeira, 
tecidos, fibra etc. A classe B é designada ao tipo de fogo produzido pelos produtos 
considerados inflamáveis que na queima não deixam resíduos e a combustão 
se processa somente na superfície, como: óleos, vernizes, gasolina, graxas, 
óleos etc. O tipo de fogo classe C é caracterizado por ocorrer em equipamentos 
elétricos energizados, tais como: motores elétricos, quadros de distribuição, 
fios, transformadores etc. O fogo de classe D é aquele que ocorre em materiais 
pirofóricos como zircônio, titânio, magnésio, antimônio, selênio, lítio, alumínio 
fragmentado, potássio, sódio, zinco, tório, zircônio, urânio, cálcio e plutônio. 
Estes metais da classe D podem estar presentes em galpões e depósitos, ou ainda 
ser utilizados nos processos industriais. 
• Os agentes extintores são substâncias utilizadas para a extinção de um incêndio 
conforme as propriedades químicas ou físicas destas pela retirada de um dos 
elementos componentes do tetraedro do fogo. Somente podem ser comercializados 
no Brasil agentes extintores que tenham a aprovação do Sistema Brasileiro de 
Certificação, cujo principal órgão é o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia 
e Qualidade Industrial. Os agentes extintores devem atender aos requisitos mínimos 
exigidos que se encontram nas Normas Brasileiras (NBR) que são aprovadas pela 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. As normas técnicas sobre o 
emprego dos agentesextintores em aparelhos que são apresentados pela NR – 23 
são as seguintes: água – NBR 11.715; espuma mecânica – NBR 11.751; pós para 
extinção de incêndio – NBR 10.721; gás carbônico – NBR 11.716.
• Na fase líquida, a água é o agente extintor que mais se utiliza em combates a 
incêndios e foi durante muito tempo o único agente extintor utilizado. Em razão 
de suas propriedades químicas e físicas e por estar disponível na natureza ainda 
90
é largamente empregado. Esta preferência baseia-se na sua eficiência decorrente 
das seguintes características: mudar o seu estado físico de líquido para vapor 
a 100o C; absorver muito calor para a mudança de estado físico de líquido para 
vapor. 
• Mesmo que a água dificulte a manutenção do processo de combustão ao absorver 
calor da reação, o vapor produzido poderá aumentar o risco de queimaduras e 
desconforto térmico para as pessoas atuantes no combate ao incêndio. A água 
em excesso pode provocar muita destruição, não se transforma em vapor, se 
acumula no ambiente e é desperdiçada, causando muitos danos. A água em 
excesso e desperdiçada em uma situação de combate a incêndio pode provocar 
danos nos móveis, utensílios e máquinas localizados em outros ambientes e que 
não foram atingidos pelas chamas; gerar a necessidade de se danificar partes 
estruturais do imóvel, como o rompimento de paredes ou provocar outros danos 
para que se possa esgotar a água acumulada durante ou após um incêndio; 
acarretar em uma sobrecarga na estrutura do edifício e possibilitar acidentes ao 
encobrir buracos ou outros riscos para as pessoas atuantes no combate em um 
incêndio. 
• A utilização de água no combate a incêndio apresenta algumas desvantagens: 
dificuldade de recobrir a superfície em combustão e de penetrar no material 
em razão da alta tensão superficial; o rápido escoamento, provocado pela baixa 
viscosidade, faz com que a água permaneça sobre a superfície do material por 
pouco tempo; quando utilizada no combate a incêndios em líquidos inflamáveis, a 
água em razão da densidade mais alta do que a densidade do líquido inflamável, 
não permanece sobre a superfície do líquido inflamável que estiver incendiando; 
por ser condutora de eletricidade, a aplicação de água é inadequada para 
incêndios em equipamentos elétricos energizados pelo risco de choque elétrico 
inerente. Para o combate de incêndio em materiais pirofóricos também não é 
indicada a utilização de água em virtude de que estes materiais em combustão 
reagem com o oxigênio presente na água e isto favorece a ocorrência de uma 
violenta liberação de calor. 
• O pó utilizado para combater o incêndio conhecido como pó químico seco passou 
a ser denominado pó para a extinção de incêndio a partir do início da década 
de 90. Trata-se de pó constituído de pequenas partículas de: bicarbonato de 
potássio ou de sódio, para combater incêndios em gases ou líquidos inflamáveis 
e combustíveis sólidos ou fosfato monoamônico, indicado para o combate de 
incêndio em combustíveis sólidos, em líquidos ou gases e em equipamentos 
elétricos energizados. A qualquer um destes tipos são adicionadas substâncias 
para evitar a absorção de umidade e a formação de “pedras”, mantendo a 
condição adequada de fluidez ao pó.
• A extinção quase imediata da chama, quando o pó é aplicado diretamente 
sobre ela, ocorre devido às seguintes características extintoras: abafamento – o 
91
pó ao ser aquecido pelo fogo se decompõe termicamente e libera dióxido de 
carbono e vapor d’água, que isolam o oxigênio (comburente) da reação química 
de combustão; resfriamento – o calor liberado na combustão é absorvido pelo 
pó; diminuição da radiação das chamas – o combustível é protegido do calor 
radiado pela nuvem produzida pelo pó sobre as chamas; rompimento da reação 
em cadeia – quando aplicado sobre a chama o pó influencia a concentração de 
íons resultantes da reação em cadeia diminuindo sua capacidade de reação com 
o comburente e como resultado a chama se apaga.
• A espuma é resultado da busca em encontrar um agente extintor mais adequado 
do que a água para o combate a incêndios, que fosse capaz de suprir as 
desvantagens apresentadas quando, por exemplo, aplicada ao combate a incêndio 
em líquidos derivados de petróleo. A espuma é resultado da adição de agentes 
na água, que diminuem a tensão superficial, chamada de agente tensoativo. Estes 
aditivos melhoram a propriedade de espalhamento da água sobre a superfície 
do material em combustão e facilitam a penetração da mesma neste material. 
As espumas no estado líquido são semelhantes a bolhas, que por apresentarem 
uma densidade e tensão superficial menor do que a água se espalham quando 
aplicadas sobre qualquer material em chamas, promovendo o isolamento do 
contato com o oxigênio do ar. 
• Para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis derivados de petróleo, 
aplica-se a espuma à base de AFFF (aqueous film-forming foam: espuma formadora 
de filme aquoso), mais eficiente por formar sobre a superfície do líquido em 
combustão uma película. Em incêndios de combustíveis polares, como é o caso 
do álcool, o AFFF deve conter em sua composição, uma substância chamada 
polissacarídeo, para evitar que o álcool ataque a espuma.
• Por possuir água em sua composição também não é indicado o uso da espuma 
para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados e em produtos 
pirofóricos.
• Trata-se de gás inerte de grande utilização, também denominado dióxido de 
carbono (CO2) ou anidrido carbônico. A extinção ocorre por abafamento, pois 
dilui e retira o oxigênio presente na combustão e também por resfriamento por 
sua baixa temperatura. Não é condutor de eletricidade e, portanto, recomendado 
para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados. Também é 
indicado para a extinção de incêndio em líquidos ou gases inflamáveis. Por 
não deixar resíduos, torna-se indicado para locais com equipamentos sensíveis 
à umidade, como computadores, por exemplo. Em razão de que seu poder 
de resfriamento é inferior ao da água não se recomenda o gás carbônico para 
incêndios em combustíveis sólidos. Por ser um gás asfixiante também não se 
recomenda o seu uso por ação humana em ambientes confinados.
92
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a 
proteção contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo 
produzida nestes locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as 
seguintes classes de fogo: classe A, classe B, classe C e classe D. Descreva cada 
uma destas classes de fogo.
2 Discorra sobre o que são os agentes extintores e as condições que devem ser 
atendidas para sua comercialização no Brasil.
3 Apresente sucintamente a ação da água como agente extintor, os aspectos a 
serem considerados na utilização da água no combate a incêndio e as suas 
desvantagens.
4 Apresente resumidamente os aspectos relativos ao uso da espuma no combate 
a incêndios.
5 Comente de maneira sucinta os aspectos relativos ao uso do pó para a extinção 
de incêndios.
6 Apresente sucintamente os aspectos inerentes à aplicação do gás carbônico 
no combate a incêndios.
AUTOATIVIDADE
93
TÓPICO 4
EXTINTORES PORTÁTEIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece 
que todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para 
possibilitar o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os 
aparelhos devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto e esta informação 
consta nos rótulos dos extintores, conforme demonstra a figura a seguir. 
FIGURA 22 – RÓTULO DE EXTINTOR INDICADO PARA O COMBATE 
AO FOGO DE CLASSES B E C
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
Há também extintores que possuem um rótulo que além de indicar a 
classe de fogo para a sua utilização, também indicam as classes de fogo para asquais a sua aplicação é proibida, de acordo com os exemplos da figura 23 e 24.
94
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
FIGURA 23 – RÓTULO DE EXTINTOR COM CLASSES DE FOGO ÀS QUAIS É INDICADO E 
PROIBIDO O SEU USO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010
FIGURA 24 – RÓTULO DE EXTINTOR PARA USO EM FOGO DE 
CLASSE A E PROIBIDO PARA AS CLASSES B E C
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
O extintor de espuma, representado na figura a seguir, é indicado para 
combate aos fogos classe A e B.
TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS
95
FIGURA 25 – EXTINTOR DE ESPUMA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
O extintor de gás carbônico (CO2), representado na figura a seguir, deverá 
ser usado preferencialmente para combate aos fogos das classes B e C, também é 
admitido o seu uso no combate aos fogos de classe A.
FIGURA 26 – EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO
2 
)
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
96
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
O extintor de pó químico seco para utilização no combate aos fogos de 
classes B e C. Para combate do fogo de classe D, o pó químico deverá ser especial 
e apropriado para cada material combustível.
FIGURA 27 – EXTINTOR DE PÓ
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
O extintor de água pressurizada, representado na figura a seguir, ou a 
água-gás é indicado para utilização no combate aos fogos classe A, com capacidade 
que varia entre 10 e 18 litros.
FIGURA 28 – EXTINTOR DE ÁGUA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS
97
O balde de areia poderá ser usado como variante para extinção por 
abafamento nos fogos de classes B e D e a limalha de ferro fundido poderá ser 
usada como variante para extinção por abafamento nos fogos de classe D.
2 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE EXTINTORES
A NR 23 determina que deverá haver no mínimo dois extintores para 
cada pavimento. Esta norma estabelece também que a quantidade de unidades 
extintoras é estabelecida em função da área protegida por cada unidade e da 
distância máxima a ser percorrida. Porém a área protegida por cada unidade 
extintora e a distância máxima a ser percorrida depende da classe de ocupação 
segundo a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB – Instituto de Resseguros 
do Brasil. 
QUADRO 6 – ÁREA COBERTA POR UNIDADE EXTINTORA E DISTÂNCIA MÁXIMA PERCORRIDA 
FONTE: BRASIL (2010)
A unidade extintora é determinada em função do tipo de substância e da 
capacidade dos extintores conforme apresentado no quadro a seguir:
98
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
QUADRO 7 – UNIDADE EXTINTORA EM FUNÇÃO DA SUBSTÂNCIA E DA CAPACIDADE DOS 
EXTINTORES
FONTE: BRASIL (2010)
Para melhor compreensão vamos supor a necessidade de se distribuir os 
extintores de modo a atender as determinações da NR – 23 em um local com as 
seguintes características:
• a classe de ocupação é 8 pela Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil; e
• a área a ser protegida totaliza 375 m2 (15m x 25m).
Para atender exigência correspondente à área a ser protegida, conforme 
indicado no quadro 6, são necessárias 3 (três) unidades extintoras, pois para a 
classe de ocupação 8, uma unidade extintora protege uma área de 150 m2. A 
quantidade de extintores é obtida em função das substâncias empregadas e da 
capacidade do extintor, conforme o quadro 7. Porém deve ser atendida também 
a condição relativa à máxima distância a ser percorrida estipulada no quadro 6. 
De acordo com esta condição, para este local em estudo, qualquer ponto dentro 
da área protegida deve estar no máximo a 10 metros de distância do extintor. 
Esta limitação da distância a ser percorrida com o extintor em locais com muitas 
paredes internas pode resultar em aumento da quantidade de extintores.
Esta condição relativa à distância máxima a ser percorrida com o extintor em 
caso de combate proporciona: rapidez e limitação do cansaço do operador do extintor.
UNI
TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS
99
3 SINALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES
A NR 23 estabelece que os extintores deverão estar posicionados em locais 
de fácil visualização, de fácil acesso e de onde haja menor probabilidade de ter o 
acesso bloqueado em caso de incêndio. 
O extintor deve ser instalado em local assinalado por uma seta larga 
vermelha com bordas amarelas ou por um círculo vermelho. No piso abaixo do 
extintor, deverá ser pintada uma área de no mínimo 1m x 1m. Esta área do piso 
nunca poderá ser obstruída. A parte superior do extintor não deverá estar a mais 
de 1,60 metros do piso. Estas condições estão representadas na figura a seguir.
FIGURA 29 – SINALIZAÇÃO DO LOCAL DE INSTALAÇÃO DO EXTINTOR DE 
ACORDO COM A NR 23
FONTE: O autor
Os rebordos dos baldes contendo material para a extinção do fogo, não 
poderão estar a uma distância acima do piso menor do que 0,60 m e nem maior 
do que 1,50 m. 
Quando os extintores estiverem sobre rodas, como o extintor de água 
representado na figura a seguir, deverá garantir sempre o seu livre acesso para 
qualquer ponto da fábrica. 
100
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
FIGURA 30 – EXTINTOR DE ÁGUA SOBRE RODAS
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010
Segundo a NR 23, não se admite que pilhas de materiais deixem encobertos 
os extintores.
4 INSPEÇÃO DE EXTINTORES
A NR 23 estabelece que cada extintor existente na empresa deverá ter uma 
ficha, representada na figura a seguir, para registrar as informações de controle 
de inspeção.
TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS
101
FIGURA 31 – MODELO DA FICHA DE CONTROLE DE INSPEÇÃO DE EXTINTORES DA NR 23
FONTE: BRASIL (2010)
A cada mês deverá o extintor necessita ser examinando em:
• seu aspecto externo;
• estado de conservação dos lacres;
• o manômetro daqueles extintores do tipo pressurizado;
• se não estão entupidos a válvula de alívio e o bico do extintor.
Uma etiqueta de identificação deve estar fixada no corpo do extintor e 
protegida contra possíveis danos aos dados que devem estar registrados nela:
• data em que o extintor foi carregado;
• data para a sua recarga; e
• o número de identificação.
Os extintores de pressão injetada, a cada semestre deverão ser pesados. 
Em caso de perda de peso superior a 10% do peso original, a sua recarga deve ser 
providenciada.
A recarga anual deverá ser providenciada com o extintor de Espuma. As 
recargas dos extintores deverão ser realizadas por empresas certificadas pelo 
INMETRO.
102
RESUMO DO TÓPICO 4
 Neste tópico, você viu que:
• A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece que 
todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para possibilitar 
o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os aparelhos 
devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto e esta informação consta 
nos rótulos dos extintores. 
• Há também extintores que possuem um rótulo que além de indicar a classe de 
fogo para a sua utilização também indica as classes de fogo para as quais a sua 
aplicação é proibida.
• O extintor de espuma é indicado para combate aos fogos classe A e B. O extintor 
de gás carbônico (CO2) deverá ser usado preferencialmente para combate aos 
fogos das classes B e C, também é admitido o seu uso no combate aos fogos 
de classe A. O extintor de pó químico seco para utilização no combate aos 
fogos de classes B e C. Para combate do fogo de classe D, o pó químico deverá 
ser especial e apropriado para cada material combustível. O extintorde água 
pressurizada ou a água-gás é indicado para utilização no combate aos fogos 
classe A, com capacidade que varia entre 10 e 18 litros.
• O balde de areia poderá ser usado como variante para extinção por abafamento 
nos fogos de classes B e D e a limalha de ferro fundido poderá ser usada como 
variante para extinção por abafamento nos fogos de classe D.
• A NR 23 determina que deverá haver no mínimo 2 extintores para cada 
pavimento. Esta norma estabelece também que a quantidade de unidades 
extintoras é estabelecida em função da área protegida por cada unidade e da 
distância máxima a ser percorrida. Porém a área protegida por cada unidade 
extintora e a distância máxima a ser percorrida depende da classe de ocupação 
segundo a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB – Instituto de Resseguros 
do Brasil. 
• A unidade extintora é determinada em função do tipo de substância e da 
capacidade dos extintores.
• A NR 23 estabelece que os extintores necessitam estar posicionados em locais 
de fácil visualização, de fácil acesso e onde haja menor probabilidade de ter o 
acesso bloqueado em caso de incêndio. 
103
• O extintor deve ser instalado em local assinalado por uma seta larga vermelha 
com bordas amarelas ou por um círculo vermelho. No piso abaixo do extintor, 
deverá ser pintada uma área de no mínimo 1m x 1m. Esta área do piso nunca 
poderá ser obstruída. A parte superior do extintor não deverá estar a mais de 
1,60 metros do piso. 
• Os rebordos dos baldes, contendo material para a extinção do fogo, não poderão 
estar a uma distância acima do piso menor do que 0,60 m e nem maior do que 
1,50 m. 
• Quando os extintores estiverem sobre rodas, deverá se garantir sempre o seu 
livre acesso para qualquer ponto da fábrica. 
• Segundo a NR 23, não se admite que pilhas de materiais deixem encobertos os 
extintores.
• A NR 23 estabelece que cada extintor existente na empresa deverá ter uma 
ficha para registrar as informações de controle de inspeção. 
• Cada mês deverá ser inspecionado visualmente cada extintor examinando: 
seu aspecto externo; estado de conservação dos lacres; o manômetro daqueles 
extintores do tipo pressurizado; se não estão entupidos a válvula de alívio e o 
bico do extintor.
• Uma etiqueta de identificação deve estar fixada no corpo do extintor e protegida 
contra possíveis danos aos dados que devem estar registrados nela que devem 
ser: data em que o extintor foi carregado; data para a sua recarga; e o número 
de identificação.
• Os extintores de pressão injetada, a cada semestre, deverão ser pesados. Em 
caso de perda de peso superior a 10% do peso original, a sua recarga deve ser 
providenciada.
• A recarga anual do extintor de espuma deverá ser providenciada. As recargas 
dos extintores deverão ser realizadas por empresas certificadas pelo INMETRO.
104
Exercite seus conhecimentos resolvendo as questões a seguir:
1 A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece 
que todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para 
possibilitar o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os 
aparelhos devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto. Descreva os 
tipos de extintores portáteis e as respectivas classes de fogo para as quais é 
indicado.
2 Discorra sucintamente sobre os critérios a serem atendidos, de acordo com 
a NR 23 – Proteção contra incêndios, para a determinação da quantidade e 
distribuição dos extintores a serem instalados em todos os estabelecimentos 
ou locais de trabalho.
3 Discorra sucintamente sobre as exigências da NR 23 – Proteção contra 
incêndios relativa à sinalização e localização dos extintores.
4 Apresente resumidamente os quesitos estipulados pela NR 23 – Proteção 
contra incêndios inerentes à inspeção de extintores.
AUTOATIVIDADE
105
TÓPICO 5
EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A extinção por meio de água é exigida pela norma regulamentadora NR – 23 
– Proteção contra incêndios para os estabelecimentos que desenvolvem atividades 
industriais com 50 empregados ou mais, para que se possa extinguir o fogo de 
classe A na fase inicial, a qualquer tempo. Para isto, este sistema de proteção por 
água deverá contar com uma reserva de água específica e pressão adequada. 
2 EXIGÊNCIAS DA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
A água deverá ser captada por pontos situados em locais de fácil acesso e 
mantidos protegidos contra qualquer possibilidade de serem danificados. Estes 
pontos disponíveis para a captação da água e as tubulações do sistema deverão 
ser testados com frequência com o objetivo de se evitar a acumulação de resíduos.
Ainda de acordo com a NR 23, nunca poderá ser empregada a água para 
o combate aos fogos: 
• de Classe B, exceto se for pulverizada na forma de neblina;
• de Classe C, exceto quando se tratar de água pulverizada; e
• de Classe D.
Com relação ao emprego da água por meio de chuveiros automáticos 
(sprinklers), as exigências da referida norma são as seguintes:
• os seus registros deverão estar sempre abertos, somente se admitindo o 
fechamento por ordem do responsável pela manutenção e inspeção quando 
forem realizar estas operações.
• para assegurar a dispersão da água de maneira eficaz, deve-se manter um 
espaço de pelo menos 1,0m (um metro) na região abaixo e ao redor de cada 
ponto de saída dos chuveiros automáticos.
106
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
3 PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS, HIDRANTES E SPRINKLERS
Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008) enaltecem a utilização da água 
definindo como o agente extintor mais completo. Em virtude de que mesmo não 
resultando na completa extinção, colabora no isolamento dos riscos por meio do 
resfriamento do material combustível da vizinhança e facilita a aproximação dos 
bombeiros ao fogo para a aplicação de outros agentes extintores. O sistema exigido 
pela NR 23 de fornecimento de água para o combate ao incêndio que pode ser por 
hidrantes, mangotinhos ou chuveiros automáticos (sprinklers) tem a finalidade de 
proporcionar o controle e a rápida e eficiente extinção de um incêndio. (GOMES, 
1998 apud OLIVEIRA, GONÇALVES e GUIMARÃES, 2008)
O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado 
ou diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os 
métodos de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e vapor. 
(FERREIRA 1987 apud OLIVERIA, GONÇALVES e GUIMARÃES 2008) 
O jato compacto é produzido à alta pressão. Trata-se de um jato forte 
de água proporcionado por um esguicho que possui um orifício (requinte) de 
descarga de forma circular. Este método precede a extinção por resfriamento 
e o sucesso na extinção depende da imediata proximidade da água ao objeto 
incendiado e resultando na vaporização da mesma.
O jato na forma de vapor é obtido com a fragmentação da água em 
partículas de diâmetro microscópico, também chamada de neblina. Nesta forma 
de neblina, a água abrange o máximo de superfície em comparação com ela 
no estado líquido. Isto possibilita na máxima capacidade de absorção do calor 
existente. A água na forma de neblina quando utilizada no combate a incêndio 
é transformada em vapor, e neste estado continua atuando na extinção por 
abafamento. Desta forma, o poder de extinção do incêndio por água passa a 
ser aumentado principalmente em locais confinados. (FERREIRA, 1987 apud 
OLIVEIRA, GONÇALVES e GUIMARÃES, 2008)
A água na forma de neblina aplicada pelo sistema de hidrantes e de 
mangotinhos proporciona maior eficiência ao combate a incêndios tanto em locais 
confinados como em locais abertos bem como em líquidos inflamáveis.
3.1 PROTEÇÃO POR HIDRANTES E MANGOTINHOS
Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008) salientam que os sistemas de 
proteção por hidrantes e mangotinhos são sistemas fixos de combate a incêndio 
com funcionamento sob comando libera a água para ser direcionada ao foco com 
vazão de acordo com o grau do risco de incêndio do local que busca proteger, 
para sua extinção oucontrole na sua fase inicial.
TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
107
Deste modo, pode-se proceder ao início do combate ao incêndio pelos 
próprios usuários do local antes dos trabalhos da equipe do Corpo de Bombeiros, 
além de colaborar com o fornecimento de água, o que se torna muito importante 
principalmente em edifícios altos. Em edifícios altos o hidrante de recalque 
representado na figura a seguir, localizado no piso tem a função de disponibilizar 
o fornecimento de água pela viatura do Corpo de Bombeiros ao sistema de 
proteção fixo existente, que estão integrados conforme representado na figura 
33. O hidrante de recalque deverá possuir uma válvula de retenção que impeça a 
saída de água com a abertura do registro.
FIGURA 32 – HIDRANTE DE RECALQUE COM VÁLVULA DE RETENÇÃO (SETA)
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 95)
FIGURA 33 – ESQUEMA VERTICAL DE SISTEMA DE HIDRANTE DE PAREDE
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 95)
108
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
O melhor desempenho do sistema é obtido com a maior familiaridade pelos 
usuários da edificação, para que estejam confiantes e motivados a utilizá-lo na 
ocorrência de um incêndio. 
O sistema de proteção por hidrantes pode contar com pontos de captação de 
água de uma saída chamada hidrante de saída simples, ou de duas saídas chamado 
de hidrante de saída dupla. O sistema de hidrante de parede está junto à parede e 
pode estar dentro de uma caixa ou abrigo. A figura a seguir, contém basicamente:
• as mangueiras (figura 35) com juntas de engate rápido tipo storz (figura 36); 
• chaves de mangueira de engate rápido tipo storz, podendo ser simples, dupla ou tripla 
(figura 37);
• esguichos podendo ser: tipo agulheta (figura 38) para jato sólido, tipo regulável 
(figura 39) formador de jato compacto ou de neblina.
FIGURA 34 – ESQUEMA VERTICAL DE SISTEMA DE HIDRANTE DE PAREDE DE SAÍDA SIMPLES.
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 87)
TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
109
FIGURA 35 – MANGUEIRA DE HIDRANTE
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 57)
FIGURA 36 – DETALHE DA JUNTA DE ENGATE RÁPIDO TIPO STORZ DAS 
MANGUEIRAS
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 69)
110
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
FIGURA 37 – CHAVES DE MANGUEIRA
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 67)
FIGURA 38 – DETALHE DO ESGUICHO TIPO AGULHETA
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 64)
FIGURA 39 – ESGUICHO TIPO REGULÁVEL
FONTE: Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008, p. 237)
TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
111
O sistema de proteção por mangotinhos, figura a seguir, apresenta maior 
facilidade de operação em razão das pequenas vazões, do menor diâmetro das 
mangueiras e da disposição das mangueiras enroladas em carretel proporcionando 
mais agilidade nas ações de combate aos começos de incêndio. 
FIGURA 40 – MANGOTINHOS 
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 98)
3.2 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS OU SPRINKLERS
De acordo com Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008), trata-se de um 
sistema fixo de proteção contra incêndio por água. Este sistema é automático 
por entrar em operação quando se inicia um foco de incêndio, liberando água 
de forma rápida em uma densidade apropriada ao risco protegido para controle 
e extinção do na fase inicial. Em função do menor tempo decorrido entre ser 
detectado o incêndio e o início do seu combate tem a sua eficácia reconhecida. 
Além de dispensar a ação humana para o início do combate este sistema possui 
outra característica importante relativa ao acionamento do alarme de maneira 
simultânea com o início do combate, possibilitando a saída dos usuários da 
edificação do local sinistrado com segurança.
 
Quando em operação em grandes áreas sem compartimentação como, 
por exemplo, um galpão destinado a depósito, este sistema opera como em 
compartimentação concentrando a descarga de água no foco de incêndio e 
evitando que o fogo se propague e isto reduz os danos.
112
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
 Os chuveiros automáticos, ou sprinklers, são equipamentos termos-
sensíveis que reagem a uma temperatura previamente determinada, direcionando 
uma descarga de água sobre uma área apropriada. Possuem um dispositivo 
acionado por um elemento termo-sensível como, por exemplo, solda eutética 
(figura a seguir) ou bulbo de vidro. A solda eutética é obtida pela fusão de dois 
ou mais metais formando uma liga com ponto de fusão em temperatura mais 
baixa. Normalmente, nos chuveiros são utilizadas soldas compostas de estanho, 
cádmio, chumbo, e bismuto, pois possuem pontos de fusão bem definidos.
FIGURA 41 – PARTES DO CHUVEIRO AUTOMÁTICO COM ELEMENTO 
TERMO-SENSÍVEL TIPO SOLDA EUTÉTICA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
O chuveiro automático com o dispositivo de acionamento termo-sensível, 
tipo ampola ou bulbo (figura a seguir), é constituído de uma ampola de vidro 
especial, contendo em seu interior um líquido que se expande e uma bolha de ar. 
Com a expansão do líquido pela ação do calor, a bolha de ar que está no interior da 
ampola é comprimida e é absorvida pelo líquido provocando um aumento rápido 
da pressão até romper o bulbo e, desta forma a válvula ou o tampão é liberado.
TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
113
FIGURA 42 – TEMPERATURA DE ROMPIMENTO DOS BULBOS DE SPRINKLERS CONFORME A COR
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 117)
Os chuveiros automáticos, com relação à descarga de água, podem ser 
classificados em: chuveiro-padrão (spray), chuveiro tipo antigo e chuveiro lateral.
O chuveiro-padrão (spray) – constituído por defletor em uma posição que 
projeta a descarga de água para baixo, com quase nada ou muito pouco de água 
direcionada ao teto. A água é liberada abaixo do plano do defletor e a distribuição 
do jato é direcionada totalmente sobre o foco do incêndio na forma hemisférica 
conforme demonstra a figura a seguir.
FIGURA 43 – DESCARGA DE ÁGUA DO SPRINKLERS NA FORMA HEMISFÉRICA
FONTE: Disponível em: . 
Acesso em: 30 maio 2010.
114
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
O chuveiro tipo antigo – neste tipo de chuveiro automático o defletor 
direciona parte da água liberada para o teto e o restante é projetado para baixo, 
com a forma de distribuição do jato é aproximadamente esférica. 
O chuveiro lateral (sidewall) – neste sistema a água é projetada para frente 
e para os lados, na forma de um quarto de esfera, sendo que um pouco de água é 
aspergida para trás indo contra a parede.
LEITURA COMPLEMENTAR
ASPECTOS DA TECNOLOGIA DE ATOMIZAÇÃO DA ÁGUA
Felício Pedro da Costa Neto 
Fernando B. Mainier
O sistema de água atomizada é um meio de combate a incêndio que utiliza 
gotas de água com diâmetros menores que 1000 μm. O uso de água atomizada 
para o controle eficiente de supressão ou extinção de incêndio, como incêndio em 
recintos fechados contendo hidrocarbonetos, requer volumes limitados de água, 
devido à grande área de atuação e o aumento de volume em razão da vaporização 
das gotas o que proporciona a absorção de calor.
O volume reduzido de água é um fator positivo em relação ao sistema de 
splinkers ou de dilúvio, devido ao reduzido dano causado pela água. Água tem 
propriedades físicas favoráveis para extinção de incêndio, sua alta capacidade 
calorífica e o alto calor latente de vaporização podem absorver significativa 
quantidade de calor da chama combustível. A água, além disso, multiplica de 
volume 1640 vezes quando evapora, resultando na redução do oxigênio e vapores 
combustíveis na circunvizinhança da chama e dos combustíveis. Com a formação 
de pequenas gotas, a eficiência da água aumenta na extinção do incêndio, devido 
o aumento significante da área de sua superfície coberta pela água, que está 
disponível para absorção de calor e evaporação.
Segundo Pietrzk e Ball (1983), quando a água é aspergida no compartimento, 
nem todas as gotas formadas estarão envolvidas diretamente no processode 
extinção do incêndio, ou seja, estão distribuídas com base no seguinte mecanismo: 
• Gotas que são pulverizadas antes de alcançar o incêndio;
• Gotas que penetram na chama ou alcançam as superfícies em combustão sob as 
chamas, inibindo assim, a pirólise, resultando a vaporização e consequentemente 
a redução da concentração de oxigênio;
TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA
115
• Gotas que incidem contra as paredes, piso e forro do compartimento caso 
estejam quentes, resultando no seu resfriamento, reduzindo a temperatura do 
ambiente;
• Gotas que originam vapor, criando uma convecção no compartimento e 
contribuindo para o resfriamento das chamas do incêndio, dos gases quentes, 
do compartimento e de outras superfícies;
• Gotas que molham os combustíveis em áreas adjacentes, prevenindo a expansão 
do incêndio.
Com base nas pesquisas desenvolvidas por Braidech e Rasbash (1957), 
Drysdale (1985), Ravigururajan e Beltron (1989), Wighus (1990), Suh e Atreya 
(1995) e Mawhinney (1995) os mecanismos de extinção de incêndio com água 
atomizada podem ser classificados em: primários e secundários.
Os mecanismos primários podem ser classificados em resfriamento, 
deslocamento do oxigênio presente no ar e diluição do vapor combustível:
• O resfriamento pode ocorrer sob duas formas: o resfriamento da chama e o 
resfriamento da superfície dos combustíveis. O resfriamento da chama por 
água atomizada é atribuído, primeiramente, à conversão da água em vapor que 
ocorre quando altas quantidades de gotículas de água entram com contato com 
a chama e se vaporizam rapidamente. O resfriamento do combustível é feito 
principalmente pela convecção do vapor de água. As gotas alcançam regiões 
onde não houve combustão; portanto, a água atomizada pode ser aplicada para 
o resfriamento tanto da chama e como a superfície da região entre a superfície 
dos combustíveis e a chama.
• O deslocamento do oxigênio presente no ar pode acontecer no compartimento 
confinado ou em local aberto. Quando a névoa de água entra em contato com a 
chama, há formação de vapor, e a água vaporiza, expandindo em cerca de 1640 
vezes seu volume líquido inicial. A expansão volumétrica da água vaporizando 
rompe a mistura do ar (oxigênio) na chama, diluindo a concentração de oxigênio 
no vapor combustível e consequentemente reduzindo a combustão. O impacto 
de diluição de oxigênio por névoa de água na extinção de fogo é dependente das 
propriedades do combustível. Isto porque, a quantidade mínima de oxigênio 
livre requerida para sustentar a combustão varia com o tipo de combustível. 
Para a maioria dos combustíveis oriundos de hidrocarbonetos, a concentração 
crítica de oxigênio para manter a combustão é de aproximadamente 13%.
• A diluição do vapor combustível ocorre quando as gotículas de água sob a 
forma de vapor competem com a vaporização do combustível. Desta forma, o 
vapor do combustível é diluído abaixo do limite inferior de inflamabilidade da 
mistura ar/combustível ou quando a concentração de oxigênio necessário para 
sustentar a combustão está reduzida abaixo de um nível crítico, o incêndio será 
extinto.
Os mecanismos secundários podem ser classificados em: atenuação de 
radiação e efeitos cinéticos:
116
UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS
• A atenuação do calor ocorre quando o vapor de água em suspensão sobre 
superfície de combustível atua como absorvedor da energia radiante, ou seja, 
bloqueando o calor radiante pela névoa, o fogo diminui de intensidade e há a 
redução da vaporização ou da taxa de pirólise sobre o combustível. A atenuação 
da radiação depende do diâmetro e da densidade da gota. Um dado volume 
de água criará uma barreira mais eficiente contra radiação, se é composta de 
gotículas em névoa densa, em comparação com gotas grandes. O comprimento 
de onda da radiação é também importante na determinação da atenuação da 
radiação da névoa. A absorção da radiação será maior se os diâmetros das 
gotas estiverem mais próximos do comprimento da onda de radiação.
• O efeito cinético da água atomizada na chama pode gerar um acréscimo do 
incêndio. Tal efeito ocorre com a colisão da superfície da chama com a névoa, 
aumentando, consequentemente, a taxa entre o oxigênio e o combustível. A 
adição de vapor de água na mistura ar/combustível poderá fazer com que haja 
aumento da temperatura da chama ou até a redução formando CO (monóxido 
de carbono) e produção da fuligem (partículas de carbono). Estes efeitos estão 
associados às variações de temperatura nas reações químicas no interior da 
chama.
FONTE: COSTA NETO, Felício Pedro da; MAINIER, Fernando B. A utilização da tecnologia de 
água atomizada (water mist) como agente extintor de incêndio em instalações offshore. In: 
V Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2008, Resende/RJ. Anais do V Simpósio de 
Excelência e Gestão em Tecnologia, 2008.
117
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você viu que:
• A extinção por meio de água é exigida pela norma regulamentadora NR – 
23 – Proteção contra incêndios para os estabelecimentos que desenvolvem 
atividades industriais com 50 empregados ou mais, para que se possa extinguir 
o fogo de classe A na fase inicial, a qualquer tempo. Para isto, este sistema de 
proteção por água deverá contar uma reserva de água específica e pressão de 
água adequada. 
• A água deverá ser captada por pontos situados em locais de fácil acesso e 
mantidos protegidos contra qualquer possibilidade de serem danificados. 
Estes pontos disponíveis para a captação da água e as tubulações do sistema 
deverão ser testados com frequência com o objetivo de se evitar a acumulação 
de resíduos.
• Ainda de acordo com a NR 23, nunca poderá ser empregada a água para o 
combate aos fogos: de Classe B, exceto se for pulverizada na forma de neblina; 
de Classe C, exceto quando se tratar de água pulverizada; e de Classe D.
• Com relação ao emprego da água por meio de chuveiros automáticos 
(sprinklers), as exigências da referida norma são as seguintes: os seus registros 
deverão estar sempre abertos, somente se admitindo o seu fechamento por 
ordem do responsável pela manutenção e inspeção quando realizar estas 
operações e para assegurar a dispersão da água de maneira eficaz, deve-se 
manter um espaço de pelo menos 1,0 m (um metro) na região abaixo e ao redor 
de cada ponto de saída dos chuveiros automáticos.
• A água é definida como o agente extintor mais completo. Em virtude de 
que mesmo não resultando na completa extinção colabora no isolamento 
dos riscos por meio do resfriamento do material combustível da vizinhança 
e facilita a aproximação dos bombeiros ao fogo para a aplicação de outros 
agentes extintores. O sistema exigido pela NR 23 de fornecimento de água 
para o combate ao incêndio que pode ser por hidrantes, por mangotinhos ou 
chuveiros automáticos (sprinklers), tem a finalidade de proporcionar o controle 
e a rápida e eficiente extinção de um incêndio.
• O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado ou 
diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os métodos 
de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e vapor. O 
jato compacto é produzido à alta pressão, trata-se de um jato forte de água 
proporcionado por um esguicho que possui um orifício (requinte) de descarga 
118
de forma circular. Este método precede a extinção por resfriamento e o sucesso 
na extinção depende da imediata proximidade da água ao objeto incendiado 
e resultando na vaporização da mesma. O jato, na forma de vapor, é obtido 
com a fragmentação da água em partículas de diâmetro microscópico, também 
chamada de neblina. Nesta forma de neblina, a água abrange o máximo de 
superfície em comparação com ela mesma no estado líquido. Isto possibilita na 
máxima capacidade de absorção do calor existente. A água na forma de neblina 
quando utilizada no combate a incêndio é transformada em vapor, e neste 
estado continua atuando na extinção por abafamento. Desta forma, o poder deextinção do incêndio por água passa a ser aumentado principalmente em locais 
confinados. A água na forma de neblina aplicada pelo sistema de hidrantes e 
de mangotinhos proporciona maior eficiência ao combate a incêndios tanto em 
locais confinados como em locais abertos, bem com em líquidos inflamáveis.
• Os sistemas de proteção por hidrantes e mangotinhos são sistemas fixos de 
combate a incêndio com funcionamento sob comando que libera a água para 
ser direcionada ao foco do incêndio. Com a vazão de acordo com o grau do 
risco de incêndio do local que busca proteger, possibilita a sua extinção ou 
controle na sua fase inicial. Deste modo, pode-se proceder ao início do combate 
ao incêndio pelos próprios usuários do local antes dos trabalhos da equipe 
do Corpo de Bombeiros, além de colaborar com o fornecimento de água, o 
que se torna muito importante principalmente em edifícios altos. Em edifícios 
altos, o hidrante de recalque, localizado no piso tem a função de disponibilizar 
o fornecimento de água pela viatura do Corpo de Bombeiros ao sistema de 
proteção fixo existente, que estão integrados. O hidrante de recalque deverá 
possuir uma válvula de retenção que impeça a saída de água com a abertura do 
registro. O melhor desempenho do sistema é obtido com a maior familiaridade 
com o mesmo pelos usuários da edificação, para que estejam confiantes e 
motivados a utilizá-lo na ocorrência de um incêndio. 
• O sistema de proteção por hidrantes pode contar com pontos de captação de 
água de uma saída chamada hidrante de saída simples, ou de duas saídas, 
chamada hidrante de saída dupla. O sistema de hidrante de parede está junto 
à parede e pode estar dentro de uma caixa ou abrigo, contendo basicamente: as 
mangueiras; chaves de mangueira; e esguichos.
• O sistema de proteção por mangotinhos apresenta maior facilidade de 
operação em razão das pequenas vazões, do menor diâmetro das mangueiras 
e da disposição das mangueiras enroladas em carretel, proporcionando mais 
agilidade nas ações de combate no começo de incêndio. 
• O chuveiro automático ou sprinklers é um sistema fixo de proteção contra 
incêndio por água. Este sistema é automático por entrar em operação quando se 
inicia um foco de incêndio, liberando água de forma rápida em uma densidade 
apropriada ao risco protegido para controle e extinção do na fase inicial. Em 
119
função do menor tempo decorrido entre ser detectado o incêndio e o início do 
seu combate, tem a sua eficácia reconhecida. Além de dispensar a ação humana 
para o início do combate ao incêndio, este sistema possui outra característica 
importante relativa ao acionamento do alarme de maneira simultânea com o 
início do combate, possibilitando a saída dos usuários da edificação do local 
sinistrado com segurança. 
• Quando em operação em grandes áreas sem compartimentação como, por 
exemplo, um galpão destinado a depósito, este sistema opera como em 
compartimentação concentrando a descarga de água no foco de incêndio e 
evitando que o fogo se propague e isto reduz os danos. 
• Os chuveiros automáticos ou sprinklers são equipamentos termos-sensíveis 
que reagem a uma temperatura previamente determinada, direcionando uma 
descarga de água sobre uma área apropriada. Possuem um dispositivo acionado 
por um elemento termo-sensível como, por exemplo, solda eutética ou bulbo 
de vidro. A solda eutética é obtida pela fusão de dois ou mais metais formando 
uma liga com ponto de fusão em temperatura mais baixa. Normalmente, nos 
chuveiros são utilizadas soldas compostas de estanho, cádmio, chumbo, e 
bismuto, pois possuem pontos de fusão bem definidos.
• O chuveiro automático com o dispositivo de acionamento termo-sensível tipo 
ampola ou bulbo é constituído de uma ampola de vidro especial, contendo em 
seu interior um líquido que se expande e uma bolha de ar. Com a expansão 
do líquido pela ação do calor, a bolha de ar que está no interior da ampola é 
comprimida e é absorvida pelo líquido provocando um aumento rápido da 
pressão até romper o bulbo e, desta forma a válvula ou o tampão é liberado.
• Os chuveiros automáticos, com relação à descarga de água, podem ser 
classificados em: chuveiro-padrão (spray), chuveiro tipo antigo e chuveiro 
lateral. O chuveiro-padrão (spray) – constituído por defletor em uma posição 
que projeta a descarga de água para baixo, com quase nada ou muito pouco 
de água direcionada ao teto. A água é liberada abaixo do plano do defletor e 
a distribuição do jato é direcionada totalmente sobre o foco do incêndio na 
forma hemisférica. O chuveiro tipo antigo – neste tipo de chuveiro automático 
o defletor direciona parte da água liberada para o teto e o restante é projetado 
para baixo, com a forma de distribuição do jato é aproximadamente esférica. 
O chuveiro lateral (sidewall) – neste sistema, a água é projetada para frente e 
para os lados, na forma de um quarto de esfera, sendo que um pouco de água 
é aspergida para trás indo contra a parede.
120
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Discorra sucintamente sobre a extinção por meio de água estipulada pela 
norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios.
2 O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado 
ou diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os 
métodos de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e 
vapor. Descreva cada um destes métodos.
3 A exigência relativa à extinção de incêndio por meio de água da NR 23 
pode ser atendida com a instalação de hidrantes, mangotinhos e chuveiros 
automáticos (Sprinklers). Discorra sucintamente sobre cada um destes 
sistemas fixos de proteção.
AUTOATIVIDADE
121
UNIDADE 3
AÇÕES EM SINISTROS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer as etapas da metodologia para a elaboração do plano de emer-
gência;
• identificar os tipos de brigadas e indicar os principais aspectos a serem 
considerados na formação da brigada de incêndios;
• abordar as principais características do sistema de detecção e alarme de 
incêndio (SDAI) e descrever os aspectos de seus componentes;
• definir a estrutura e a finalidade dos órgãos de defesa civil.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no final de cada 
um deles, você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os respectivos 
conhecimentos.
TÓPICO 1 – PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
TÓPICO 2 – BRIGADAS DE INCÊNDIO
TÓPICO 3 – DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 
TÓPICO 4 – ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL
122
123
TÓPICO 1
PLANOS DE EMERGÊNCIA 
PARA INCÊNDIOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Qualquer interrupção nas atividades de uma empresa afetará 
negativamente a produção. Esta interrupção decorrente de um incêndio ou 
uma explosão pode chegar a ser muito prolongada ou até mesmo paralisar as 
atividades da empresa sinistrada. Embora os seguros ofereçam indenizações à 
maior parte dos prejuízos decorrentes de um incêndio, não há garantias para a 
continuidade da produção e para a continuidade dos níveis de negócio com os 
clientes após um longo período de interrupção.
Portanto, a direção da empresa deve estudar os perigos de incêndio e 
explosão, avaliando o potencial de perdas e implantar as medidas necessárias 
para controlar o risco, com o objetivo de eliminar ou minimizar a incidência 
destas catástrofes e estabelecer um plano de emergência para incêndios.
O êxito de um plano de emergência depende em grande parte da 
participação generalizada tanto dos trabalhadores como da direção, e isto deve 
ser considerado na sua elaboração.
2 ETAPAS DE UM PLANO DE EMERGÊNCIAS
Gill e Leal (2008), ao apresentar a metodologia para a elaboração do plano 
de emergência para incêndio, ressaltam que este processo envolve a execução e 
coordenação de diversas tarefas. Esta metodologia baseia-se em cinco passos:
• estabelecimento da equipe;
• análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios;
• desenvolvimento do plano de emergências;• implementação do plano;
• gestão da emergência.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
124
Esta metodologia apresentada é resultado de estudos empíricos consagrados 
baseados em: FEMA. FEDERAL EMERGENCY MANAGEMENT AGENCY. Emergency 
Management Guide for Business & Industry. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
UNI
2.1 ESTABELECIMENTO DA EQUIPE
O plano de emergência pode ser elaborado por um profissional habilitado 
ou por um grupo específico de pessoas. O trabalho de elaboração deste plano por 
um grupo de pessoas, por contar com os profissionais indispensáveis ao êxito, 
é mais produtivo e se desenvolve com mais sinergia. Esta condição de trabalho 
com a participação de maior número de pessoas favorece o intercâmbio de maior 
número de melhores informações. Em virtude da discussão baseada em suas 
experiências nas respectivas áreas de trabalho, há um aumento da participação, 
maior ênfase e maior percepção do processo de elaboração do plano.
Para este trabalho em equipe cujo tamanho dependerá do porte da 
empresa, das características operacionais e dos recursos disponíveis, devem 
ser estabelecidos na fase inicial os membros da equipe que serão os executivos 
e os membros que participarão como consultores. A participação de pessoas 
dos diferentes setores dá a oportunidade para que cada pessoa traga as suas 
informações pertinentes para o plano de emergência. Os membros das seguintes 
áreas podem ser convocadas: 
• diretoria;
• gerência;
• recursos humanos;
• manutenção e engenharia;
• segurança e saúde do trabalho e meio ambiente;
• segurança patrimonial;
• relacionamento com a comunidade;
• recursos orçamentários, financeiros e de marketing;
• jurídico;
• compras e
• financeiro.
Na fase inicial da elaboração do plano de emergência, há necessidade de 
algumas determinações relativas à organização da equipe. Para isso precisa ser 
providenciado:
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
125
• Estabelecimento da autoridade: A liderança da equipe deve ser exercida pela 
pessoa que estiver ocupando o cargo de gerente ou o maior cargo da empresa. 
Os níveis hierárquicos superiores devem determinar por escrito a designação 
de autoridade específica de cada participante. Porém esta designação não 
deve ser tão rígida para não constranger os demais integrantes e dificultar as 
manifestações livres de suas ideias.
• Declaração da missão: O comprometimento por parte da direção da empresa 
é também demonstrado por uma declaração de maneira formal emitida pela 
direção da empresa. Esta declaração deverá ser precisa e concisa e clara. O 
objetivo do plano deve abranger todas as áreas da empresa e a definição das 
autoridades e a estrutura da organização da equipe de planejamento.
• Estabelecimento de um programa e do orçamento: A alocação de recursos 
necessários para a elaboração e implantação de um plano de emergência é um 
dos pontos fundamentais para o seu desenvolvimento. Deve-se estabelecer 
uma agenda de trabalho, contendo os prazos de cada etapa do programa. De 
acordo com a mudança na busca de uma definição mais clara das prioridades 
devem ser adaptados os prazos de maneira adequada. Para os gastos iniciais 
é necessário um orçamento que contemple itens como: pesquisa incluindo 
os serviços de consultoria necessários, realização de seminários, e demais 
despesas para o processo de seu desenvolvimento.
2.2 ANÁLISE DOS RISCOS E DA CAPACIDADE DE COMBATE 
A INCÊNDIOS
Esta etapa refere-se à coleta das informações referentes às normas e leis 
relacionadas às emergências, às formas de se analisar os possíveis riscos de 
incêndio e à capacidade disponível de ação objetivando o seu combate. Nesta 
coleta de informações, devem ser considerados:
As diretrizes e políticas internas: as ações descritas no plano de emergência 
quando em execução não poderão entrar em conflito com as orientações vigentes 
na empresa. Estas ações devem estar sintonizadas com as outras políticas e 
ações adotadas pela empresa. Para estabelecer esta condição de sintonia para 
a elaboração do plano de emergência devem ser consideradas as informações 
contidas nos seguintes documentos: programa para a retirada das pessoas do 
interior de edificações de maneira organizada; programa relativo à proteção contra 
incêndio; plano de segurança e saúde do trabalho; determinações relativas às 
políticas ambientais; determinações relativas à segurança patrimonial; condições 
a serem atendidas estabelecidas nos contratos de seguro; procedimentos relativos 
às questões orçamentárias e financeiras; política de fechamento da empresa; 
regulamentações inerentes ao trabalho dos empregados; programas relativos aos 
materiais perigosos; avaliação dos quesitos de segurança do processo produtivo; 
programa de gerenciamento de risco; política de aumento de capital e programas 
de auxílio mútuo. 
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
126
Boa parte do sucesso da execução de um plano de emergência depende de 
que na sua elaboração sejam consideradas as condições ambientais internas e externas à 
empresa.
UNI
• Reuniões com os grupos externos: para melhor sintonia com o ambiente 
externo à empresa, há necessidade de reuniões com os representantes de 
órgãos governamentais e representantes da comunidade para debate sobre as 
possíveis emergências e os recursos existentes para o atendimento por parte 
destes órgãos. Também convém que sejam contatados outros órgãos tais como: 
agência ambiental, concessionárias de energia elétrica e de água, corpo de 
bombeiros e indústrias localizadas nas vizinhanças. 
• Identificação dos códigos e regulamentos: devem ser identificadas e 
estabelecidas as ações de tal maneira que estejam em sintonia com as leis e 
normas das esferas federal, estaduais e municipais relativas que mantenham 
ligação com a elaboração de plano de emergência. 
• Identificação das operações, serviços e produtos que sejam críticos ou vitais 
para o negócio da empresa: cada grupo de atividades desenvolvidas no interior 
das edificações possui características próprias e pontos críticos. A elaboração 
do plano de emergência deve considerar as informações que são necessárias 
e prioritárias para se avaliar os possíveis impactos gerados em situações de 
emergências e determinar as medidas que são necessárias tais como: pontos 
críticos do processo de produção; pontos críticos relativos ao fornecimento em 
especial quando há um único fornecedor; problemas decorrentes da interrupção 
do fornecimento de: gás, energia, água e telefone; pessoas, equipamentos e 
operações que são vitais para a continuidade do funcionamento das instalações.
• Identificação dos recursos e capacidades internos: trata-se de reconhecer os 
recursos que poderiam ser necessários numa emergência com destaque para: 
brigadistas de atendimento em situações de emergências, profissionais da 
vigilância, equipe de gerenciamento de emergência, equipe encarregada da 
retirada de pessoas das edificações com segurança, equipamentos de combate 
a incêndio, equipamentos para os primeiros socorros, sistema de alarme, 
sistemas de comunicação, equipamentos de proteção individual, sistemas de 
proteção respiratória, sistemas geradores de energia elétrica.
• Identificação dos recursos externos: há vários recursos externos que são 
necessários em situações de emergência. Há certas condições que necessitam 
de acordos formais para se estabelecer os relacionamentos com: defesa civil, 
hospitais, corpo de bombeiros, prestadores de serviços de manutenção 
(elevadores, prediais, geradores e maquinários), fornecedores dos equipamentos 
a serem utilizados nas emergências, corretores de seguro. 
• Análise do contrato de seguro: em reunião com os profissionais do seguro da 
empresa, podem-se estudar as possíveis ações a serem adotadas. 
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
127
Algumas companhias de seguro contam com profissionais especializados 
em análise de riscos de incêndio e logicamente têm interesse em disponibilizaros 
conhecimentos destes profissionais relativos aos cuidados a serem adotados em situações 
de emergências.
UNI
• Realização da análise de vulnerabilidade: vários são os métodos para análise 
de risco incêndio, sendo os mais comuns: lista de verificações (checklist), análise 
histórica de acidentes, análise preliminar de perigo e análise de modo de falha. 
O acesso facilitado às informações disponibilizado pela internet possibilita 
a realização de um levantamento dos históricos dos acidentes ocorridos em 
atividades semelhantes desenvolvidas na empresa. Pode-se também adotar 
um método mais simples como a matriz de análise de vulnerabilidade.
2.2.1 Matriz da Análise de Vulnerabilidade
Constituída de um método simples de estimar a probabilidade de 
ocorrência de situações de emergência, da avaliação do nível de influência 
dos seus impactos e da avaliação dos recursos internos e externos de proteção 
existentes. Esta matriz consiste na elaboração de uma planilha, representada 
no quadro a seguir. Para cada tipo de emergência possível de se ocorrer, na 
empresa ou na comunidade onde a empresa está localizada, que é registrado na 
primeira coluna, anota-se na coluna correspondente a avaliação numa escala de 
1 a 5. Na segunda coluna é registrada a avaliação relativa à probabilidade de 
ocorrência sendo que a probabilidade mais baixa é representada pelo número 1 
e a probabilidade mais alta é representada pelo número 5. Na terceira, quarta e 
quinta coluna coloca-se o número de 1 a 5 sendo que o número 1 diz respeito ao 
baixo nível de impacto e o número 5 refere-se ao alto nível de impacto. Na terceira 
coluna registra-se a avaliação relativa ao impacto humano, ou seja, o impacto 
para as pessoas que podem ser afetadas pela situação de emergência. Na quarta 
coluna é anotada a avaliação relativa ao impacto ao patrimônio, ou seja, o impacto 
aos bens materiais. A quinta coluna está relacionada ao impacto nos negócios da 
empresa. Para as anotações da sexta e sétima coluna a avaliação deve ser feita 
considerando o grau de proteção ao incêndio relacionado aos recursos, sendo 
que se registram numa escala de 1 a 5 o grau respectivo sendo 1 aos recursos 
considerados fortes e 5 os recursos considerados fracos. Na oitava e última coluna 
registra-se a soma dos valores anotados na respectiva linha. O tipo de emergência 
que apresentar o maior valor na coluna que apresenta o total será a emergência 
de maior gravidade. E ao contrário daquele em que constar o menor valor será 
o tipo de emergência de menor gravidade. Isto possibilita classificar os tipos de 
emergências por ordem de gravidade.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
128
QUADRO 8 – MATRIZ DE ANÁLISE DE VULNERABILIDADE 
FONTE: Adaptado de: Gill e Leal (2008, p. 319)
2.2.1.1 Tipo de emergência 
Ao relacionar os tipos de emergências possíveis, percebe-se que eles 
podem ocorrer por várias causas e percebe-se também que podem existir vários 
tipos de emergência. Para auxiliar neste levantamento, recomenda-se que sejam 
considerados os seguintes fatores:
• Históricos: registro de ocorrências ocorridas na comunidade tais como: 
incêndios, acidentes de transportes, inundações e problemas estruturais 
apresentados pelas edificações. 
• Geográficos: resultantes da localização, considerando-se os riscos resultantes da 
proximidade da empresa com: áreas inundáveis, estabelecimentos industriais 
ou comerciais que transportem, armazenem ou produzam produtos perigosos 
e rotas de transporte intenso, portos ou aeroportos. 
• Tecnológicos: os riscos que podem resultar de falhas no sistema ou processo 
produtivo. Estas possibilidades são relativas aos riscos de incêndios, 
vazamentos e explosões dos produtos perigosos; falhas que podem ocorrer 
nos sistemas de segurança, na telecomunicação, no sistema de comutação, 
no sistema de resfriamento ou aquecimento, no sistema de alarme ou outro 
sistema de notificação de emergência.
• Erros humanos: são as emergências que podem ser resultantes dos erros 
dos funcionários. Neste sentido, verifica-se se os treinamentos destinados 
aos funcionários objetivam proporcionar o desenvolvimento dos trabalhos 
com segurança. Verifica-se também se os funcionários conhecem as ações 
necessárias em situações de emergência. Pois, em situação de emergência 
um procedimento errôneo de um funcionário pode aumentar a gravidade da 
emergência. Considerada como a maior causa de emergências o erro humano 
nos locais de trabalho podem ser resultantes de deficiência na manutenção, 
treinamento deficiente, imprudência, negligência, abuso de drogas e fadiga.
• Físicos: são os riscos que podem ser resultantes de projetos construtivos 
das edificações da empresa. As características físicas das edificações podem 
aumentar a gravidade de eventual emergência. Neste aspecto são consideradas 
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
129
as características físicas apresentadas pelas instalações, dos processos perigosos, 
dos locais destinados ao armazenamento de combustíveis, do arranjo físico do 
local, das iluminações existentes, das rotas destinadas às saídas de emergência 
e da proximidade de áreas destinadas a abrigo ou à proteção.
• Regulamentação: considera-se que o usuário da edificação pode lidar com 
riscos de acidentes ou emergências. São considerados os riscos resultantes de 
impedimento de acesso às instalações, interrupção no fornecimento de energia 
elétrica, desativação das linhas de comunicação, rompimento das adutoras de gás, 
danos decorrentes de água, danos decorrentes da fumaça danos nas estruturas 
das edificações, contaminação da água ou do ar, explosões, pessoas em recintos 
fechados, rompimento da estrutura das edificações, acidentes com produtos 
químicos, nucleares, físicos e biológicos relacionados à existência de vírus.
2.2.1.2 Probabilidade
Trata-se de uma avaliação subjetiva da probabilidade de ocorrência 
relativa a cada emergência. 
2.2.1.3 Potencial de impacto humano
Este quesito diz respeito à gravidade do impacto de cada emergência. 
Devem ser verificadas as possibilidades de ferimentos ou a morte.
2.2.1.4 Potencial de impacto material
Considera-se a potencialidade de danos materiais em relação a custos de 
reposição dos materiais, custo de uma reposição temporária necessária.
2.2.1.5 Potencial de impacto nos negócios da empresa
Este quesito relaciona-se ao potencial de perda da fatia no mercado em 
que a empresa atua. São considerados os impactos decorrentes da interrupção 
da continuidade nos negócios, impossibilidade dos funcionários irem ao local 
de trabalho, impossibilidade dos clientes irem à empresa, não cumprimento 
das obrigações contratuais pela empresa, interrupção no fornecimento dos 
suprimentos fundamentais à realização das atividades e interrupção das 
atividades relativas à distribuição dos produtos. 
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
130
2.2.1.6 Potencial relativo aos recursos internos e externos
Esta avaliação está relacionada à capacidade de resposta às emergências 
pelos recursos internos e externos. A pontuação deste item será menor quanto 
melhor forem estes recursos. Devem ser consideradas as respostas aos seguintes 
questionamentos:
• A capacidade de resposta adequada para a situação de emergência analisada 
depende de quais recursos?
• A resposta oferecida pelos recursos externos se processa na rapidez necessária?
No caso de não contar com os recursos adequados, deve-se buscar corrigir 
o problema considerando o seguinte:
• Desenvolvimento de procedimentos adicionais de emergência:
• realização de treinamentos adicionais necessários;
• aquisição de equipamentos adicionais;
• estabelecimento de planos de auxílio mútuo;
• estabelecimento de acordos e contratos com empresas especializadas.
2.2.1.7 Somatório das pontuações
Apresenta a soma dos valores estimados para cada emergência. Quanto 
menor for o escore melhor será considerado o risco. 
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO
Baseando-se nas informações obtidas nos estudos e levantamentos 
realizados para89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92
TÓPICO 4: EXTINTORES PORTÁTEIS ............................................................................................. 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE EXTINTORES ................................................................ 97
3 SINALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES ............................................................ 99
IX
4 INSPEÇÃO DE EXTINTORES .........................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
TÓPICO 5: EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA ..............................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 EXIGÊNCIAS DA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ...........................................105
3 PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS, HIDRANTES E SPRINKLERS ...................................106
3.1 PROTEÇÃO POR HIDRANTES E MANGOTINHOS ..............................................................106
3.2 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS OU SPRINKLERS ...................................................................111
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
UNIDADE 3: AÇÕES EM SINISTROS .............................................................................................121
TÓPICO 1: PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS ....................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 ETAPAS DE UM PLANO DE EMERGÊNCIAS ............................................................................123
2.1 ESTABELECIMENTO DA EQUIPE ............................................................................................124
2.2 ANÁLISE DOS RISCOS E DA CAPACIDADE DE COMBATE A INCÊNDIOS .................125
2.2.1 Matriz da Análise de Vulnerabilidade ...............................................................................127
2.2.1.1 Tipo de emergência ..........................................................................................................128
2.2.1.2 Probabilidade .....................................................................................................................129
2.2.1.3 Potencial de impacto humano .........................................................................................129
2.2.1.4 Potencial de impacto material ..........................................................................................129
2.2.1.5 Potencial de impacto nos negócios da empresa ............................................................129
2.2.1.6 Potencial relativo aos recursos internos e externos ......................................................130
2.2.1.7 Somatório das pontuações ................................................................................................130
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO ...........................................................................................130
2.3.1 Componentes do Plano de Emergência ............................................................................130
2.3.2 Processo de Desenvolvimento do Plano ............................................................................131
2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ...............................................................................................133
2.4.1 Integração do Plano de Emergência ...................................................................................133
2.4.2 Treinamento dos Empregados ............................................................................................134
2.4.2.1 Plano de treinamento .......................................................................................................134
2.4.3 Avaliação do Plano ...............................................................................................................134
2.5 GESTÃO DA EMERGÊNCIA ......................................................................................................135
2.5.1 Ações de Segurança Patrimonial ........................................................................................137
2.5.2 Coordenação das Ações da Equipe de Resposta Externa ...............................................137
2.5.3 Comunicações .......................................................................................................................138
2.5.4 Plano de contingência ..........................................................................................................138
2.5.5 Comunicações de Emergência ............................................................................................138
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144
TÓPICO 2: BRIGADAS DE INCÊNDIO ..........................................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 TIPOS DE BRIGADA ........................................................................................................................145
3 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO ..............................................................................146
4 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE ABANDONO ..........................................................................147
4.1 COMPONENTES DA BRIGADA DE ABANDONO ................................................................147
X
4.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA BRIGADA DE ABANDONO ...................................... 148
5 TREINAMENTO DAS BRIGADAS ............................................................................................ 149
6 SOCORRO ÀS VÍTIMAS NUM INCÊNDIO ........................................................................... 149
6.1 SEGURANÇA DE CENA ........................................................................................................ 149
6.2 ANÁLISE DA VÍTIMA .............................................................................................................. 150
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................151
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 155
TÓPICO 3: DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO ................................................................ 157
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 157
2 DEFINIÇÕES BÁSICAS ................................................................................................................ 157
3 SELEÇÃOo preenchimento da matriz de análise de vulnerabilidade, o 
analista percebe as emergências possíveis e os recursos disponíveis para enfrentá-
las. Para o desenvolvimento do plano destacam-se as seguintes áreas: 
• componentes do plano de emergência; 
• processo de desenvolvimento do plano de emergência.
2.3.1 Componentes do Plano de Emergência 
O plano deverá contemplar os seguintes itens:
• Sumário executivo: nele deverá conter o propósito do plano de forma clara, a 
política de gerenciamento de emergências das instalações, as autoridades e as 
responsabilidades de cada pessoa-chave, os tipos de emergência passíveis de 
ocorrer e os locais designados para o gerenciamento das operações de emergência. 
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
131
• Elementos da gestão da emergência: contendo uma breve descrição sobre 
direção e controle, as comunicações, segurança à vida das pessoas, proteção aos 
bens, abrangência da comunidade, trabalhos de restauração e de recuperação, 
a administração e a logística. 
• Procedimentos definidos para a resposta de emergência: o papel de cada 
um nestas situações de emergência e os locais para onde devem se dirigir é 
esclarecido por meio destes procedimentos. Desenvolvidos na forma de checklist, 
para que rapidamente possam ser acessados tanto pela alta administração, 
como pelo pessoal encarregado da resposta e como também pelos demais 
funcionários. Nestes procedimentos são estabelecidas as ações necessárias 
para a avaliação da situação, a proteção dos clientes, dos empregados, dos 
visitantes, das informações vitais da empresa, dos equipamentos e de outros 
bens; manter a empresa funcionando, a falta de água, a falta de energia elétrica, 
os casos de inundações, os casos de ameaça de bomba e de acidente de trânsito.
• Documentos de apoio: estes documentos servem para provimento das várias 
informações necessárias ao coordenador e devem incluir listas de todas 
as pessoas a serem acionadas na emergência, suas atribuições e respectivos 
telefones, lista dos recursos disponíveis e plantas e mapas da edificação 
indicando a localização dos hidrantes, das linhas de gás e combustíveis, de 
cada edificação, áreas confinadas, rotas de fuga, dos produtos perigosos, dos 
hidrantes e dos bens de alto valor. 
2.3.2 Processo de Desenvolvimento do Plano
Para que seja implementado o plano de emergência as seguintes 
ações são necessárias: identificação dos desafios e priorização das atividades, 
identificação das metas e das etapas, elaboração de uma lista com indicação dos 
responsáveis pelas tarefas e do momento em que será executado, equilibrar as 
áreas problemáticas e as deficiências de recursos observadas no preenchimento 
da matriz da análise de vulnerabilidade.
O processo de desenvolvimento do plano abrange as seguintes ações: 
• escrever o plano: cada parte do plano deverá ser escrita por um funcionário 
integrante da equipe. Deve-se estabelecer o formato mais apropriado para 
cada seção ou departamento da empresa. Deverá ser estabelecido também 
um cronograma com metas específicas com prazo de tempo adequado. Este 
cronograma deverá contemplar as etapas: primeira minuta, análise e correções, 
segunda minuta, estabelecimento dos procedimentos para as simulações para 
o treinamento, com aplicação de dinâmicas ou encenação, de atendimento 
em casos de acidentes, procedimentos para o treinamento de acidentes com 
emprego de veículos de emergência e participação de profissionais, versão 
final, impressão e distribuição;
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
132
• estabelecer um programa para o treinamento: deve ser definido um 
departamento ou uma pessoa que se encarregará do programa de treinamento 
para a operacionalização das ações do plano de emergências;
• continuar a coordenação das atividades com órgãos externos: devem ser 
mantidos encontros periódicos com os profissionais dos órgãos governamentais 
e membros das organizações da comunidade. Apresente o plano de emergências 
mesmo que não necessite da aprovação. No contato com estas pessoas, além 
de se obter sugestões e informações valiosas, deve-se verificar as exigências 
estaduais e locais referentes à necessidade de comunicar e de se relatar as 
emergências e incluir nos procedimentos. Deve ser estabelecido um modo de 
atuação para que as ações dos órgãos externos ocorram com maior rapidez e 
com melhor coordenação possível. Neste sentido, algumas definições devem 
ser estabelecidas, tais como:
• Quais são as vias de acesso ao interior do estabelecimento que serão 
disponibilizadas para as unidades de resposta?
• Quem são as pessoas indicadas da empresa às quais deverá se reportar a 
unidade de resposta?
• Como poderão ser identificadas estas pessoas?
• Como se estabelecerá a comunicação entre o pessoal responsável pelas 
instalações e o pessoal da unidade de resposta externa?
• Quem será encarregado de liderar ou coordenar as atividades das unidades de 
resposta externa?
• Qual será o tipo de identificação que as autoridades deverão exigir para permitir 
o acesso ao interior das instalações de pessoas-chaves durante a emergência?
• manter contato com as outras áreas da empresa: em empresas de grande porte, 
é necessário que haja comunicação com os outros setores para incorporar 
nos procedimentos as seguintes informações: a maneira adotada pelo setor 
para efetuar as notificações de emergência; as situações para as quais se faz 
necessário o auxílio mútuo; quais seriam as unidades de apoio que seriam 
destinadas em caso de emergência; nomes e respectivos números de telefone 
das pessoas-chave. 
• analisar, realizar treinamentos e revisar o plano: deve ser feita a distribuição da 
primeira minuta para que os membros da equipe analisem e revisem quando for 
necessário. Uma segunda análise é obtida a partir das observações verificadas 
num exercício de simulação com os gerentes e as pessoas-chave da gestão. 
Esta simulação se faz em uma sala descrevendo o cenário e questionando os 
participantes quanto às suas funções e suas ações diante da situação hipotética. 
As observações resultantes deste exercício servem de base para a identificação 
das áreas em que há confusão ou casos de sobreposição de funções ou ações 
que deverão ser corrigidas no plano. Deve-se corrigir o plano promovendo as 
modificações no mesmo.
• obter a aprovação final: o plano final, contendo todas as páginas numeradas, 
deve ser aprovado pelo nível mais alta da chefia administrativa e a gerência ou 
diretoria para a obtenção da aprovação por escrito.
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
133
• distribuir o plano: coloca-se o plano final em pastas e procede-se à distribuição 
do mesmo mediante assinatura de comprovante de recebimento, através do 
qual assumem a responsabilidade de mantê-lo atualizado com relação às 
alterações posteriores. Devem-se verificar as partes do plano que seriam 
interessantes que sejam divulgadas aos órgãos governamentais, tomando o 
cuidado de não divulgar as partes confidenciais da empresa. O plano final 
deve ser distribuído para o nível mais elevado da chefia administrativa e os 
gerentes, os membros-chave da gestão de resposta a emergências, matriz da 
empresa, os órgãos de emergência existentes na comunidade (somente as 
partes que não contenham informações confidenciais da empresa e que podem 
ser divulgadas). As pessoas-chave recebem uma cópia do plano e deverão 
mantê-la em suas residências. Os empregados deverão ser informados sobre o 
plano de emergência e sobre a programação de treinamento.
2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO
Além de implicar na sua execução durante uma emergência, a 
implementação do plano de emergência envolve a execução das recomendações 
feitas na fase de análise de vulnerabilidade, a integração do plano com as 
operações da empresa, o treinamento dos empregados e a avaliação do mesmo. 
2.4.1 Integração do Plano de Emergência
O plano de emergência deve estar integrado com as demais operações 
da empresa e deve formar parte da cultura da empresa.Para tanto, torna-se 
necessário o desenvolvimento de atividades que possibilitem: despertar a atenção 
do pessoal para o tema, treinar e educar o pessoal, testar os procedimentos e o 
envolvimento de todos os níveis de gerência e de todos os setores e, ainda se 
necessário, o envolvimento da comunidade no planejamento. O desenvolvimento 
destas atividades pode fazer com que a gestão de emergência seja uma parte 
integrante do cotidiano das pessoas. 
A resposta aos seguintes questionamentos poderá auxiliar na análise do 
nível de integração do plano de emergência com as demais atividades operacionais 
da empresa:
• O apoio da diretoria às responsabilidades definidas no plano é estabelecido em 
que grau?
• Os setores de pessoal e finanças incorporaram na sua totalidade os conceitos de 
planejamento de emergência?
• De que maneira o processo de definições de funções e de avaliação dos 
empregados pode incorporar as responsabilidades de gestão de emergência?
• É possível a divulgação a respeito da preparação para emergências por meio 
dos manuais dos empregados, jornais da empresa ou das correspondências?
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
134
• Quais são os lembretes visíveis ou cartazes que seriam úteis?
• Em uma emergência as pessoas têm domínio sobre o que devem fazer?
• De que maneira todos os níveis da empresa podem ser envolvidos na avaliação 
do plano?
2.4.2 Treinamento dos Empregados
Assim como todos os empregados, os visitantes devem ter também 
algum nível de integração com o plano de emergência da empresa ou até 
mesmo participar de um treinamento específico. Este nível de integração pode 
ser adquirido através da realização periódica de diálogos ou simples conversas 
com o objetivo de analisar as ações e os treinamentos para o uso apropriado 
dos equipamentos pelas equipes de resposta, treinamentos para a evacuação do 
pessoal e exercícios com uma simulação bem próxima da situação real.
2.4.2.1 Plano de treinamento 
Para que um plano de treinamento possa ser desenvolvido é necessária 
a definição de responsabilidades. Para isto, além de serem destinadas aos 
empregados, devem ser consideradas as necessidades de informações e de 
treinamento para visitantes, terceirizados e para aquelas pessoas com papéis 
específicos designados no plano. Devem ser estabelecidas as respostas aos 
seguintes questionamentos para um período de 12 meses:
• Quais são as pessoas a serem treinadas?
• Quais são as pessoas que ministrarão o treinamento?
• Quais são os tipos de treinamentos que serão ministrados?
• Quais são as datas e os locais em que serão ministrados os treinamentos?
• Como será avaliada e documentada cada sessão do treinamento?
2.4.3 Avaliação do Plano
Pelo menos uma vez por ano deve ser realizada uma auditoria nas instalações 
para registrar as deficiências. Para esta auditoria devem ser considerados vários 
itens entre os quais se destacam os seguintes questionamentos:
• De que maneira podem ser envolvidos todos os níveis de gerência na atualização 
e avaliação do plano?
• Há tratamento adequado para equilibrar a falta de recursos e as áreas com 
problemas identificadas na análise de vulnerabilidade?
• As lições apreendidas nos eventos reais e nos exercícios estão expostas nos 
planos?
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
135
• As responsabilidades dos membros da equipe de gestão e de resposta a 
emergências são compreendidas pelos mesmos?
• É realizado treinamento para os novos membros?
• O plano considera as alterações físicas do arranjo físico das instalações ou as 
alterações nos processos produtivos?
• Os registros descritivos dos locais e as fotos estão atualizados?
• Estão sendo alcançados os objetivos dos treinamentos realizados?
• Houve mudança nos riscos existentes nas instalações?
• Os nomes dos integrantes das equipes de resposta, suas respectivas funções e 
números de telefones estão atualizados?
• Há o desenvolvimento de atividades direcionadas a integrar a gestão de 
emergência em outros processos de outras instalações?
• Os órgãos e entidades da comunidade são informados do plano de emergência?
• Os órgãos e entidades da comunidade participam da avaliação do plano?
Esta auditoria anual é necessária, mas para aprimorar o processo de 
melhoria, além disto, há a necessidade de avaliar e modificar o plano nas seguintes 
ocasiões:
• Após a realização de cada treinamento ou exercício.
• Ao término de cada ação de emergência.
• Sempre que ocorrerem alterações no pessoal.
• Quando ocorrerem alterações nas responsabilidades do pessoal.
• Quando ocorrerem mudanças no arranjo físico ou no projeto das instalações.
• Quando ocorrerem alterações nas políticas ou nos procedimentos.
Todas as alterações e atualizações do plano de emergência devem ser 
comunicadas aos interessados.
2.5 GESTÃO DA EMERGÊNCIA
As ações inerentes ao comando das operações de reposta às emergências 
devem atender a alguns princípios básicos. O comando deve ser exercido por 
uma pessoa que assuma de maneira formal o cargo e a chefia das operações para 
o atendimento das ocorrências. 
Brunacini (1985) citado por Gill e Leal (2008) apresenta várias 
recomendações a serem praticadas nos exercícios com simulações de situações 
próximas da situação real e que também auxiliam a organização da gestão da 
emergência. Dentre estas recomendações destacam-se:
• As sete funções de comando na gestão da emergência:
a. Assumir, comprovar e posicionar o comando; 
b. avaliar a situação; 
c. organizar, manter e controlar as comunicações; 
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
136
d. reconhecer a estratégia a ser adotada, desenvolver um plano de combate e 
designar; 
e. estabelecer o atendimento na condição de emergência; 
f. examinar, avaliar e revisar o plano de combate; e
g. dar continuidade, transferir e concluir o comando.
• Elaborar uma planilha para registrar todas as informações importantes tais 
como: croqui do local, as situações de combate designadas para as equipes e os 
comandantes de cada equipe.
No comando da gestão de qualquer emergência, deve-se procurar 
conhecer:
• O tipo de emergência e sua intensidade.
• É um dos tipos de emergência previstos no plano de emergência? Se for um dos 
tipos de emergência previsto, devem-se acionar os procedimentos previamente 
ensaiados. No caso de tratar-se de um tipo de emergência não previsto do 
plano, deve ser estabelecido um plano específico de ações para este tipo de 
emergência e indicar as tarefas necessárias e as pessoas que devem executá-las.
Para melhor definir o cenário para ser utilizado nas simulações próximas 
da situação real e também para aplicação na situação de emergência real, devem 
ser considerados certos fatores, tais como: o horário, o local e condições climáticas. 
Há também os fatores inerentes ao tipo de emergência, ao prédio e às instalações 
sinistradas. Em casos de incêndio na edificação, podem ser considerados fatores 
como: o pavimento atingido, o risco de propagação, o tipo de construção e as 
características dos locais vizinhos. Outros fatores relativos às consequencias que 
também devem ser considerados são: as pessoas em risco, possíveis danos ao 
meio ambiente, os objetos de maior valor a serem preservados. A verificação 
destes fatores possibilita que se tenha uma ideia da situação existente, tanto 
numa emergência real como no caso de uma simulação próxima da situação real.
Há também a necessidade de se obter as informações sobre os recursos 
existentes, como por exemplo: características da estrutura de comando disponível, 
equipes disponíveis para o combate, nível do treinamento dos membros destas 
equipes, os equipamentos ou viaturas disponíveis, tipo e quantidade de agentes 
extintores disponíveis.
TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS
137
Todas estas orientações têm o objetivo de indicar o procedimento necessário 
com relação ao levantamento do maior número de informações básicas destinadas a 
subsidiar o processo de tomada de decisões na gestão de emergência. Cada plano deve 
serdesenvolvido de maneira adequada às circunstâncias apresentadas na situação de 
emergência.
UNI
2.5.1 Ações de Segurança Patrimonial
O local onde se desenvolve a situação de emergência dever ser isolado 
logo após a sua descoberta. A própria pessoa que descobre a situação, se possível, 
deve buscar tornar o local seguro e controlar o acesso. Para esta operação de 
isolamento devem-se tomar as precauções necessárias para que ninguém seja 
colocado em risco. Os cuidados básicos de segurança são ações, tais como: fechar 
as portas e janelas, colocar barreiras temporárias após a retirada das pessoas com 
segurança e fechar arquivos e gavetas.
Deve-se assegurar que operações mais específicas de segurança somente 
sejam executadas por pessoal treinado. O acesso ao interior dos locais onde se 
desenvolve a situação de emergência deve ser restrito às pessoas diretamente 
responsáveis pelo combate.
2.5.2 Coordenação das Ações da Equipe de Resposta 
Externa
Gill e Leal (2008) enfatizam a falta de legislação específica no Brasil, que 
estabeleça com clareza o comando nos locais de emergência. Normalmente o 
comando das operações é passado para a autoridade pública que estiver presente 
no local. Para que isto ocorra da melhor maneira possível, recomenda-se que 
previamente se estabeleça um acordo entre a empresa sinistrada e as organizações 
de resposta externa. A pessoa da empresa que estiver no comando das operações 
de resposta interna fornece ao comandante da equipe de resposta externa, 
geralmente um oficial do corpo de bombeiros, um relatório completo da situação.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
138
2.5.3 Comunicações
O desenvolvimento adequado de qualquer atividade empresarial 
depende essencialmente da comunicação. As comunicações em emergências 
são fundamentais para: alertar as pessoas sobre os perigos, coordenar todas as 
atividades de resposta, manter familiares e empregados que estiverem de folga 
informados sobre as ocorrências, manter contato com fornecedores e clientes.
2.5.4 Plano de contingência
Deve ser desenvolvido um programa para tratamento de todas as 
contingências, considerando os seguintes fatores:
• as funções desempenhadas diariamente nas instalações e as todas as vias de 
comunicações utilizadas para suas operações;
• o impacto nos negócios da empresa decorrentes da interrupção nos sistemas de 
comunicações;
• o impacto da interrupção nos sistemas de comunicações nas operações de 
emergência;
• a prioridade da comunicação em todas as instalações. Deve-se restabelecer a 
comunicação em caso de interrupção por situação de emergência de acordo 
com esta prioridade;
• determinar os procedimentos para que sejam restaurados os sistemas de 
comunicação;
• buscar informações a respeito da capacidade de resposta dos fornecedores 
do sistema de comunicação da empresa. Determine as ações direcionadas à 
restauração dos serviços. 
• estabelecer as necessidades de suporte das comunicações para cada função 
dos negócios da empresa. Este suporte pode ser oferecido por opções como: 
telefones e mensageiros.
2.5.5 Comunicações de Emergência
As unidades da empresa podem necessitar desempenhar funções 
específicas em uma emergência e para isto se deve fornecer sistema de comunicação 
necessário. 
139
 Neste tópico, você viu que:
• A metodologia para a elaboração do plano de emergência baseia-se em cinco 
passos: estabelecimento da equipe, análise dos riscos e da capacidade de combate 
a incêndios, desenvolvimento do plano de emergências, implementação do 
plano e gestão da emergência.
• A participação de pessoas dos diferentes setores dá a oportunidade para que 
cada uma traga as suas informações pertinentes para o plano de emergência. 
Os membros das seguintes áreas podem ser convocados: diretoria, gerência, 
recursos humanos, manutenção e engenharia, segurança e saúde do trabalho 
e meio ambiente, segurança patrimonial, relacionamento com a comunidade, 
recursos orçamentários, financeiros e de marketing, jurídico, compras e 
financeiro.
• Na fase inicial da elaboração do plano de emergência, há necessidade de 
algumas determinações relativas à organização da equipe. Para isso deve 
ser providenciado o estabelecimento da autoridade, declaração da missão e 
estabelecimento de um programa e do orçamento. 
• A etapa de análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios refere-se à 
coleta das informações referentes às normas e leis relacionadas às emergências, 
às formas de se analisar os possíveis riscos de incêndio e à capacidade 
disponível de ação objetivando o seu combate. Nesta coleta de informações 
devem ser consideradas as diretrizes e políticas internas, as reuniões com os 
grupos externos, a identificação dos códigos e regulamentos, a identificação das 
operações, serviços e produtos que sejam críticos, identificação dos recursos e 
capacidades internos, identificação dos recursos externos, análise do contrato 
de seguro, realização da análise de vulnerabilidade.
• A Matriz da Análise de Vulnerabilidade é constituída de um método simples 
de estimar a probabilidade de ocorrência de situações de emergência, a 
avaliação do nível de influência dos seus impactos e a avaliação dos recursos 
internos e externos de proteção existentes. Esta matriz consiste na elaboração 
de uma planilha, em que para cada tipo de emergência possível de ocorrer, na 
empresa ou na comunidade onde a empresa está localizada, que é registrado na 
primeira coluna. Anota-se na coluna correspondente a avaliação numa escala 
de 1 a 5. Na segunda coluna, é registrada a avaliação relativa à probabilidade de 
ocorrência sendo que a probabilidade mais baixa é representada pelo número 1 
RESUMO DO TÓPICO 1
140
e a probabilidade mais alta é representada pelo número 5. Na terceira, quarta e 
quinta colunas coloca-se o número de 1 a 5 sendo que o número 1 diz respeito 
ao baixo nível de impacto e o número 5 refere-se ao alto nível de impacto. Na 
terceira coluna registra-se a avaliação relativa ao impacto humano, ou seja, o 
impacto para as pessoas que podem ser afetadas pela situação de emergência. 
Na quarta coluna é anotada a avaliação relativa ao impacto ao patrimônio, ou 
seja, o impacto aos bens materiais. A quinta coluna está relacionada ao impacto 
nos negócios da empresa. Para as anotações da sexta e sétima coluna, a avaliação 
deve ser feita considerando o grau de proteção ao incêndio relacionado aos 
recursos, sendo que se registra numa escala de 1 a 5 o grau respectivo sendo 1 
aos recursos considerados fortes e 5 os recursos considerados fracos. Na oitava 
e última coluna, registra-se a soma dos valores anotados na respectiva linha. 
O tipo de emergência que apresentar o maior valor na coluna que apresenta 
o total será a emergência de maior gravidade. E ao contrário aquele em que 
constar o menor valor será o tipo de emergência de menor gravidade. Isto 
possibilita classificar os tipos de emergências por ordem de gravidade.
• O plano de emergência deverá contemplar os seguintes itens: sumário 
executivo, elementos da gestão da emergência, procedimentos definidos para 
a resposta de emergência e documentos de apoio.
• Para que seja implementado o plano de emergência, as seguintes ações 
são necessárias: identificação dos desafios e priorização das atividades, 
identificação das metas e das etapas, elaboração de uma lista com indicação dos 
responsáveis pelas tarefas e do momento em que será executado, equilibrar as 
áreas problemáticas e as deficiências de recursos observadas no preenchimento 
da matriz da análise de vulnerabilidade.
• O processo de desenvolvimento do plano abrange as seguintes ações: escrever 
o plano, estabelecer um programa para o treinamento, continuar a coordenação 
das atividades com órgãos externos, manter contato com as outras áreas da 
empresa, analisar, realizar treinamentos e revisar o plano, obter a aprovação 
final e distribuir o plano. 
• Além de implicar na sua execução durante uma emergência, a implementação 
do plano de emergência envolve:a execução das recomendações feitas na fase 
de análise de vulnerabilidade, a integração do plano com as operações da 
empresa, o treinamento dos empregados e a avaliação. 
• O plano de emergência deve estar integrado com as demais operações e 
deve formar parte da cultura da empresa. Para tanto, torna-se necessário 
o desenvolvimento de atividades que possibilitem despertar a atenção do 
pessoal para o tema, treinar e educar o pessoal, testar os procedimentos e o 
envolvimento de todos os níveis de gerência e de todos os setores e, ainda se 
necessário, o envolvimento da comunidade no planejamento. 
141
• Assim como todos os empregados, os visitantes devem ter também algum 
nível de integração com o plano de emergência da empresa ou até mesmo 
participar de um treinamento específico. Este nível de integração pode ser 
adquirido através da realização periódica de diálogos ou simples conversas 
com o objetivo de analisar as ações e os treinamentos para o uso apropriado 
dos equipamentos pelas equipes de resposta, treinamentos para a evacuação 
do pessoal e exercícios com uma simulação bem próxima da situação real.
• Para que um plano de treinamento possa ser desenvolvido, é necessária 
a definição de responsabilidades. Para isto, além de serem destinadas aos 
empregados, devem ser consideradas as necessidades de informações e de 
treinamento para visitantes, terceirizados e para aquelas pessoas com papéis 
específicos designados no plano. 
• Pelo menos uma vez por ano deve ser realizada uma auditoria nas instalações 
para registrar as deficiências. 
• O comando das operações de reposta às emergências deve ser exercido por uma 
pessoa que assuma de maneira formal o cargo e a chefia das operações para 
o atendimento das ocorrências. Dentre as recomendações a serem praticadas 
nos exercícios com simulações de situações próximas da situação real e que 
também auxiliam a organização da gestão da emergência destacam-se: As 
sete funções de comando na gestão da emergência: 1. assumir comprovar e 
posicionar o comando; 2. avaliar a situação; 3. organizar, manter e controlar as 
comunicações; 4. reconhecer a estratégia a ser adotada, desenvolver um plano 
de combate e designar; 5. estabelecer o atendimento na condição de emergência; 
6. examinar, avaliar e revisar o plano de combate; e 7. dar continuidade, 
transferir e concluir o comando. Elaborar uma planilha para registrar todas as 
informações importantes, tais como: croqui do local, as situações de combate 
designadas para as equipes e os comandantes de cada equipe.
• No comando da gestão de qualquer emergência, deve-se procurar conhecer: o 
tipo de emergência e sua intensidade. É um dos tipos de emergência previstos 
no plano de emergência? Se for um dos tipos de emergência previsto, devem-
se acionar os procedimentos previamente ensaiados. No caso de tratar-se de 
um tipo não previsto do plano de emergência, deve ser estabelecido um plano 
específico de ações para este tipo de emergência e indicar as tarefas necessárias 
e as pessoas que devem executá-las.
• Para melhor definir o cenário para ser utilizado nas simulações próximas da 
situação real e também para aplicação na situação de emergência real, devem 
ser considerados certos fatores. São fatores tais como: o horário, o local e 
condições climáticas. Há também os fatores inerentes ao tipo de emergência, ao 
prédio e às instalações sinistradas. Em casos de incêndio na edificação, podem 
ser considerados fatores como: o pavimento atingido, o risco de propagação, 
142
o tipo de construção e as características dos locais vizinhos. Outros fatores 
relativos às consequencias que também devem ser considerados são: as pessoas 
em risco, possíveis danos ao meio ambiente e os objetos de maior valor a serem 
preservados. A verificação destes fatores possibilita que se tenha uma ideia da 
situação existente tanto numa emergência real como no caso de uma simulação 
próxima da situação real. Há também a necessidade de se obter as informações 
sobre os recursos existentes, como por exemplo: características da estrutura de 
comando disponível, equipes disponíveis para o combate, nível do treinamento 
dos membros destas equipes, os equipamentos ou viaturas disponíveis, bem 
como tipo e quantidade de agentes extintores.
• Para a segurança patrimonial, o local onde se desenvolve a situação de 
emergência deve ser isolado logo após a sua descoberta. A própria pessoa que 
descobre a situação, se possível, deve buscar o local seguro e controlar o acesso. 
Para esta operação de isolamento, devem-se tomar as precauções necessárias 
para que ninguém seja colocado em risco. Os cuidados básicos de segurança 
são ações tais como: fechar as portas e janelas, colocar barreiras temporárias 
após a retirada das pessoas com segurança e fechar arquivos e gavetas. Deve-
se assegurar que operações mais específicas de segurança somente sejam 
executadas por pessoal treinado. O acesso ao interior dos locais onde se 
desenvolve a situação de emergência deve ser restrito às pessoas diretamente 
responsáveis pelo combate.
• O comando das operações de emergência é passado para a autoridade pública 
que estiver presente no local. Para que isto ocorra da melhor maneira possível, 
recomenda-se que previamente se estabeleça um acordo entre a empresa 
sinistrada e as organizações de resposta externa. A pessoa da empresa que 
estiver no comando das operações de resposta interna fornece ao comandante 
da equipe de resposta externa, geralmente um oficial do corpo de bombeiros, 
um relatório completo da situação.
• O desenvolvimento adequado de qualquer atividade empresarial depende 
essencialmente da comunicação. As comunicações em emergências são 
fundamentais para: alertar as pessoas sobre os perigos, coordenar todas as 
atividades de resposta, manter familiares e empregados que estiverem de folga 
informados sobre as ocorrências, manter contato com fornecedores e clientes.
• Deve ser desenvolvido um programa para tratamento de todas as contingências, 
considerando os seguintes fatores: as funções desempenhadas diariamente nas 
instalações e todas as vias de comunicações utilizadas para suas operações, o 
impacto nos negócios da empresa decorrentes da interrupção nos sistemas de 
comunicações, o impacto da interrupção nos sistemas de comunicações nas 
operações de emergência, a prioridade da comunicação em todas as instalações 
e deve-se restabelecer a comunicação em caso de interrupção por situação de 
143
emergência de acordo com esta prioridade, determinar os procedimentos 
para que sejam restaurados os sistemas de comunicação, buscar informações 
a respeito da capacidade de resposta dos fornecedores do sistema de 
comunicação da empresa e determinar as ações direcionadas à restauração dos 
serviços, estabelecer as necessidades de suporte das comunicações para cada 
função dos negócios da empresa sendo que este suporte pode ser oferecido por 
opções como telefones e mensageiros.
• As unidades da empresa podem necessitar desempenhar funções específicas 
em uma emergência e para isto deve-se fornecer o sistema de comunicação 
necessário. 
144
Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões que seguem:
1 O primeiro passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência 
é o estabelecimento da equipe. Discorra sucintamente sobre os principais 
aspectos relativos a este passo.
2 O segundo passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência 
é a análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios. Comente 
sucintamente as principais características desta etapa.
3 Apresente resumidamente o método da Matriz da Análise da Vulnerabilidade.
4 Descreva sucintamente o terceiro passo da metodologia para a elaboração do 
plano de emergência que trata do desenvolvimento do plano de emergência.
5 Discorra sobre os principais aspectos inerentes à implementação do plano 
de emergências que corresponde ao quarto passo da metodologia para a 
elaboração do plano de emergência.
6 Comentede maneira sucinta a respeito da gestão de emergências que é 
relativa ao quinto passo da metodologia para a elaboração de emergência.
AUTOATIVIDADE
145
TÓPICO 2
BRIGADAS DE INCÊNDIO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Na história da humanidade, há registros de grandes incêndios, com efeitos 
devastadores, por falta de meios adequados para exercer o controle. Contudo, 
o avanço tecnológico propiciou condições para a organização direcionada à 
prevenção e ao combate dos incêndios, levando à promoção das primeiras 
equipes de combate a incêndio, chamadas de brigadas de incêndios. 
A eficiente segurança contra incêndios depende da existência do número 
e do tipo apropriado de equipamentos de proteção instalados de acordo com 
as características do local, da manutenção apropriada destes equipamentos e 
da existência de pessoal treinado para a utilização de maneira adequada dos 
equipamentos de proteção para um combate eficiente.
A necessária ação rápida do combate ao princípio do incêndio é 
proporcionada pela presença de pessoas treinadas nos locais sinistrados ou 
nas vizinhanças. Neste sentido, deve ser formada uma brigada de combate até 
mesmo em regiões que contam com corpo de bombeiros profissionais, pois eles 
não conseguem garantir um combate rápido em todos os locais onde ocorrem.
2 TIPOS DE BRIGADA
Camilo Junior e Leite (2008), ao apresentarem os aspectos inerentes à 
formação de brigadas de incêndios, classificam, de maneira mais simplificada, as 
brigadas em três grupos:
• brigadas de incêndios: são as brigadas designadas para combater os incêndios 
nas edificações na sua fase inicial e constituída por funcionários treinados de 
vários setores da empresa e que ocupam os vários pavimentos das edificações 
da empresa.
• brigadas de abandono: formada pelos funcionários especificamente treinados 
para operacionalizar a retirada do pessoal que ocupa a edificação. Em razão de 
saírem do local juntamente com o pessoal em situações de emergência. Estes 
funcionários não participam das ações da brigada de incêndio.
• brigadas de emergências: são aquelas que realizam as operações das brigadas 
de incêndio e também as atividades das brigadas de abandono. Estas brigadas 
atuam nas situações de emergências específicas tais como: vazamento de 
produtos perigosos, inundações, explosões etc.
146
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
As brigadas também podem ser classificadas considerando o local de 
atuação, como: brigadas comerciais, brigadas industriais e brigadas residenciais. 
Para atuação nos prédios, a formação das brigadas deve atender às exigências 
relativas à sua altura.
3 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO
Camilo Junior e Leite (2008) ressaltam que atualmente há uma tendência 
para que os órgãos reguladores das brigadas de incêndios e o corpo de bombeiros 
concentrem suas determinações nos critérios básicos a serem atendidos para 
a formação da brigada. Estes órgãos transferem ao responsável pelo local a 
ser protegido, a definição, de acordo com os riscos existentes nestes locais, da 
melhor composição da brigada e da qualificação mínima que deverão possuir os 
membros.
Contudo, para que se possa saber se o dimensionamento da brigada está 
adequado às características do risco apresentado na edificação a ser protegida, 
pode-se realizar uma análise baseando-se nos equipamentos instalados. Na 
aplicação deste método de verificação, apresentado por Camilo Junior e Leite 
(2008), do dimensionamento, devem ser considerados os seguintes fatores:
• os equipamentos de prevenção e combate existentes devem atender às normas 
estabelecidas pelo corpo de bombeiros;
• deve haver número suficiente de pessoal habilitado para a operação dos 
equipamentos de proteção;
• por segurança, recomenda-se que um hidrante de parede seja operado por três 
pessoas habilitadas, no mínimo;
• a rapidez e eficiência, no manuseio de duas unidades extintoras por uma 
pessoa habilitada ocorrem nos primeiros 5 minutos após um sinistro; e
• Em caso de incêndio em uma edificação, nunca serão utilizados todos os 
hidrantes existentes ao mesmo tempo.
Camilo Junior e Leite (2008) recomendam a adoção do método simples 
de verificação da adequação do número de brigadistas em função do número de 
hidrantes e de extintores, com a aplicação da seguinte fórmula:
extintoreso o
o ( n de hidrantes 3 ) ( n de 2 )n de brigadistas
2
× + ÷
=
TÓPICO 2 | BRIGADAS DE INCÊNDIO
147
4 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE ABANDONO
Para a retirada das pessoas que ocupam os locais em situação de 
emergência, de maneira segura e o mais rápido possível, conduzindo-as para um 
local seguro, são necessárias algumas ações relativas ao procedimento chamado 
de abandono do local.
As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado 
e abandono orientado. No abandono coordenado, as ações da brigada treinada 
atendem a um plano previamente estabelecido, formado por um conjunto 
de regras e atividades a serem atendidas pelos seus membros. Neste plano, a 
cada membro é designada uma função específica, e o pessoal é treinado para as 
situações de emergência, sabendo como agir durante a operação de abandono 
do local. No abandono orientado, a brigada treinada coloca-se em locais 
predeterminados durante a ocorrência de uma situação de emergência, e orienta 
os ocupantes indicando o caminho que deverá ser percorrido para a saída rápida 
e segura na edificação, indicado para os casos em que o pessoal não conhece os 
procedimentos a serem adotados como normalmente ocorre em shoppings, lojas 
de departamentos e outros locais de acesso ao público em geral.
4.1 COMPONENTES DA BRIGADA DE ABANDONO
Na organização da brigada de abandono coordenado os componentes 
devem ter funções definidas coerentes com as várias responsabilidades necessárias 
para a retirada dos ocupantes dos locais sinistrados. Basicamente as funções e 
responsabilidades respectivas são as seguintes:
• coordenador-geral com a responsabilidade por todas as decisões e operações 
de abandono tem as seguintes atribuições: determinar o início das operações 
de abandono, controlar a saída das pessoas ocupantes de todos os pavimentos 
e liberar ou proibir o retorno das pessoas aos locais sinistrados; 
• coordenador de andar com a responsabilidade pelo controle das atividades 
de abandono dos ocupantes do seu pavimento tem as seguintes atribuições: 
determinar a organização dos ocupantes em fila, conferir e verificar visualmente 
se estão todos os ocupantes de seu andar na fila, inspecionar todas as áreas 
do pavimento sob sua responsabilidade, determinar a saída do local o mais 
rápido possível pelos ocupantes do local sinistrado, conferir todo o pessoal 
verificando em uma listagem elaborada previamente logo após a chegada ao 
local externo preestabelecido para a reunião dos mesmos. Dispensar atenção 
especial, para as pessoas portadoras de necessidades especiais, pessoas idosas, 
crianças e gestantes.
• puxa-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser 
a primeira integrante da brigada de abandono. É responsável para iniciar a 
saída do local de maneira organizada, com as seguintes atribuições: assumir o 
local indicado previamente assim que ouvir o alarme indicado uma situação 
148
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
de emergência no local, determinar a velocidade a ser desenvolvida durante a 
saída, de acordo com o treinamento específico recebido, auxiliar na manutenção 
da ordem e da calma do grupo, formar a fila indiana para a saída, intercalando, 
homem e idoso, homem e mulher e criança. 
• cerra-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser a 
última integrante da brigada de abandono. É responsável pelo fechamento de 
todas as portas existentes no trajeto após passarem por elas, com as seguintes 
atribuições: auxiliar o coordenador do andar a conferir o pessoal da fila, evitar a 
flutuação da fila, proibir brincadeiras, espaçamento entre os integrantes da fila, 
conversas em excesso ou atrasos na saída e auxiliar as pessoas quesofrerem 
mal súbito ou acidentes.
• auxiliar é a pessoa que integra a brigada de abandono à qual não é determinada 
uma função específica. Esta pessoa normalmente identificada por um bóton 
pode realizar diversas tarefas tais como: substituir o cerra-fila ou o puxa-fila ou 
mesmo o coordenador de andar, em caso de falta e auxiliar a vistoriar as áreas 
do local sinistrado.
Nos casos em que não é possível a formação de uma brigada de abandono 
com treinamento coordenado, deve ser montado um plano de abandono do tipo 
orientado adicionando a função de monitor para o trajeto com a responsabilidade 
de orientar o fluxo das pessoas para as saídas mais próximas e mais adequadas, 
posicionando-se nos pontos estratégicos visando facilitar a visualização e também 
a saída rápida e segura do local pelos ocupantes.
4.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA BRIGADA DE 
ABANDONO
O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para a 
execução do abandono do local. Também é necessária a participação de palestras 
sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos básicos a serem 
seguidos como:
• apanhar os seus pertences pessoais;
• maneiras corretas de desligamento dos equipamentos elétricos;
• encaminhar-se ao local indicado previamente no plano de abandono;
• no caso de estar acompanhado por visitantes, acompanhá-los até a fila e colocá-
los à sua frente e orientá-los quanto aos procedimentos necessários. Você é 
considerado responsável por eles;
• nunca usar os elevadores;
• não fumar e nem rir;
• a operação de saída nunca poderá ser interrompida;
• nunca retornar ao local sinistrado;
• ao alcançar o andar térreo, dirigir-se para o local designado previamente para 
a reunião do pessoal;
• manter-se em silêncio e aguardar a verificação visual e rápida efetuada pelo 
coordenador de andar;
TÓPICO 2 | BRIGADAS DE INCÊNDIO
149
• obedecer às orientações dadas pelos componentes da brigada de abandono;
• andar em ordem, permanecer na fila indiana e evitar a sua flutuação;
• evitar a produção de ruído desnecessário e
• não retirar a roupa do corpo.
5 TREINAMENTO DAS BRIGADAS
As brigadas de abandono de local e de incêndios devem ser submetidas 
a treinamentos periódicos, com a realização de exercícios de simulação e ter um 
plano de ação de emergências definido.
6 SOCORRO ÀS VÍTIMAS NUM INCÊNDIO
O atendimento às vitimas antes de serem encaminhados ao hospital, é 
uma das principais atividades exercidas pelas pessoas que integram a brigada 
de incêndio. Este atendimento pré-hospitalar busca garantir, a integridade das 
pessoas acidentadas, garantindo a condição de sobrevida ou evitando piorar as 
lesões até serem atendidas por uma equipe especializada.
Camilo Junior e Leite (2008) considerem fundamental a preparação do 
brigadista para dar atendimento às pessoas afetadas nas situações típicas de 
emergências e adicionalmente possuírem alguma noção para as situações atípicas 
que podem ocorrer tais como: desmaios, convulsões, crises etc.
6.1 SEGURANÇA DE CENA 
Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis 
vítimas devem ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos 
potenciais para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Nestas situações, é 
fundamental a observância dos seguintes procedimentos:
• sinalização e isolamento adequado do local de atendimento;
• verificação da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
adequado;
• em todos os casos, deve-se acionar o corpo de bombeiros pelo telefone de 
emergência 193;
• liberação com segurança e com a maior rapidez possível da via trafegável;
• atenção especial a outros riscos, tais como: contaminação, agressões vindas de 
terceiros, explosões etc.
Após estes procedimentos, podem-se iniciar os trabalhos de análise da 
vítima.
150
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
6.2 ANÁLISE DA VÍTIMA
O método de análise primária da vítima é conhecido como método Dr. 
ABCDE. Esta nomenclatura formada com as iniciais em inglês da sequência das 
seguintes ações:
D – danger (perigo): trata dos procedimentos descritos na segurança de 
cena.
R – responsive (responsividade): verificação do nível de consciência da 
vítima. Esta verificação é realizada com as seguintes ações: chamar a vítima 
por meio de estímulo verbal e tátil, por três vezes no mínimo, ou colocar a mão 
no ombro e perguntar se a vítima está bem. Diante da confirmação do estado 
de inconsciência da vítima, deve ser aplicado o colar cervical e solicitar ajuda 
imediatamente.
A – airway (liberação das vias aéreas): ação de desobstrução das vias aéreas 
verificando a presença de pequenos objetos na boca da vítima.
B – breathing (respiração): na hipótese de não serem observados nos sentidos 
da vítima a sequência ver, ouvir e sentir devem-se realizar duas ventilações de 
resgate, de preferência com a aplicação de barreira, máscara ou do reanimador 
manual e, se não for possível, utilizar estes equipamentos aplicar a respiração 
boca a boca, como último recurso.
C – circulation (circulação): deve ser verificada a presença de pulso 
apalpando o pulso central da pessoa adulta ou da criança ou braquial no caso 
de ser um bebê. Caso não for observada a presença de pulso, deve ser iniciada 
imediatamente a reanimação cardiorrespiratória, com a compressão torácica. Se 
houver disponibilidade, pode ser fundamental a aplicação do desfibrilador.
D – disability: distúrbios neurológicos detectados com a aplicação de 
estímulo doloroso, simetria do tamanho e forma das pupilas ou abertura 
espontânea dos olhos.
E – exposition (exposição): observar a existência de possíveis ferimentos ou 
lesões, retirando as vestes para o diagnóstico.
Em todas estas situações devem ser aplicados os conhecimentos relativos 
aos primeiros socorros.
UNI
151
 Neste tópico, você viu que:
• As brigadas de incêndios são classificadas, de maneira mais simplificada, 
em três grupos: brigadas de incêndios, brigadas de abandono e brigadas de 
emergência.
• Brigadas de incêndios: são as brigadas designadas para combater os incêndios 
nas edificações na sua fase inicial e constituída por funcionários treinados de 
vários setores da empresa e que ocupam os vários pavimentos das edificações 
da empresa.
• Brigadas de abandono: formada pelos funcionários especificamente treinados 
para operacionalizar a retirada do pessoal que ocupa a edificação. Em razão de 
saírem do local, juntamente com o pessoal, em situações de emergência, estes 
funcionários não participam das ações da brigada de incêndio.
• Brigadas de emergências: são aquelas que realizam as operações das brigadas 
de incêndio e também as atividades das brigadas de abandono. Estas brigadas 
atuam nas situações de emergências específicas tais como: vazamento de 
produtos perigosos, inundações, explosões etc.
• As brigadas também podem ser classificadas considerando o local de atuação, 
como: brigadas comerciais, brigadas industriais e brigadas residenciais. Para 
atuação nos prédios a formação das brigadas deve atender as exigências 
relativas à sua altura.
• Atualmente há uma tendência para que os órgãos reguladores das brigadas de 
incêndios e o corpo de bombeiros concentrem suas determinações nos critérios 
básicos a serem atendidos para a formação da brigada. Estes órgãos transferem 
ao responsável pelo local a ser protegido, a definição, de acordo com os riscos 
existentes nestes locais, da melhor composição da brigada e da qualificação 
mínima que deverão possuir os membros da mesma.
• Para o dimensionamento da brigada devem ser considerados os seguintes 
fatores: os equipamentos de prevenção e combate existentes devem atender as 
normas estabelecidas pelo corpo de bombeiros; deve haver número suficiente 
de pessoal habilitado para a operação dos equipamentos de proteção; por 
segurança, recomenda-se que um hidrante de parede seja operado por três 
pessoas habilitadas, no mínimo; a rapidez e eficiência, no manuseio de duas 
unidades extintoras por uma pessoa habilitada ocorrem nos primeiros5 
minutos após um sinistro e em caso de incêndio em uma edificação, nunca 
serão utilizados todos os hidrantes existentes ao mesmo tempo.
RESUMO DO TÓPICO 2
152
• Um método simples de verificação da adequação do número de brigadistas 
considera que o número de brigadistas necessários é a metade da soma do 
número de hidrantes multiplicado por três com a metade do número de 
extintores. 
• As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado e 
abandono orientado. No abandono coordenado, as ações da brigada treinada 
atendem a um plano previamente estabelecido, formado por um conjunto 
de regras e atividades a serem atendidas pelos seus membros. Neste plano, 
a cada membro é designada uma função específica e o pessoal é treinado 
para as situações de emergência, sabendo como agir durante a operação de 
abandono do local. No abandono orientado, a brigada treinada coloca-se em 
locais predeterminados durante a ocorrência de uma situação de emergência 
e orienta os ocupantes indicando o caminho que deverá ser percorrido para a 
saída rápida e segura, indicado para os casos em que o pessoal não conhece os 
procedimentos a serem adotados, como, normalmente, ocorre em shoppings, 
lojas de departamentos e outros locais de acesso ao público em geral.
• Na organização da brigada de abandono coordenado, os componentes devem 
ter as seguintes funções: coordenador-geral, coordenador de andar, puxa fila, 
cerra fila e o auxiliar. 
• O coordenador-geral com a responsabilidade por todas as decisões e operações 
de abandono tem as seguintes atribuições: determinar o início das operações 
de abandono, controlar a saída das pessoas ocupantes de todos os pavimentos 
e liberar ou proibir o retorno das pessoas aos locais sinistrados.
• O coordenador de andar com a responsabilidade pelo controle das atividades 
de abandono dos ocupantes do seu pavimento tem as seguintes atribuições: 
determinar a organização dos ocupantes em fila, conferir e verificar visualmente 
se estão todos os ocupantes de seu andar na fila, inspecionar todas as áreas 
do pavimento sob sua responsabilidade, determinar a saída do local o mais 
rápido possível pelos ocupantes do local sinistrado, conferir todo o pessoal 
verificando em uma listagem elaborada previamente logo após a chegada ao 
local externo preestabelecido para a reunião dos mesmos e dispensar atenção 
especial, para as pessoas portadoras de necessidades especiais, pessoas idosas, 
crianças e gestantes.
• O puxa-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para 
ser a primeira integrante da brigada de abandono. É responsável para iniciar 
a saída do local de maneira organizada, com as seguintes atribuições: assumir 
o local indicado previamente assim que ouvir o alarme indicado uma situação 
de emergência no local, determinar a velocidade a ser desenvolvida durante a 
saída de acordo com o treinamento específico recebido, auxiliar na manutenção 
da ordem e da calma do grupo, formar a fila indiana para a saída intercalando, 
homem e idoso, homem e mulher e criança. 
153
• O cerra-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser 
a última integrante da brigada de abandono. É responsável pelo fechamento 
de todas as portas existentes no trajeto após passarem pelas mesmas, com as 
seguintes atribuições: auxiliar o coordenador do andar a conferir o pessoal 
da fila, evitar a flutuação da fila, proibir brincadeiras, espaçamento entre 
os integrantes da fila, conversas em excesso ou atrasos na saída, auxiliar as 
pessoas que sofrerem mal súbito ou acidentes.
• O auxiliar é a pessoa que integra a brigada de abandono a qual não é determinada 
uma função específica. Esta pessoa normalmente identificada por um bóton 
pode realizar diversas tarefas tais como: substituir o cerra-fila ou o puxa-fila ou 
mesmo o coordenador de andar, em caso de falta e auxiliar a vistoriar as áreas 
do local sinistrado.
• Nos casos em que não é possível a formação de uma brigada de abandono 
com treinamento coordenado, deve ser montado um plano do tipo orientado 
adicionando a função de monitor para o trajeto com a responsabilidade de 
orientar o fluxo das pessoas para as saídas mais próximas e mais adequadas, 
posicionando-se nos pontos estratégicos visando facilitar a visualização e 
também a saída rápida e segura do local pelos ocupantes.
• O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para 
a execução do abandono do local. Também é necessária a participação de 
palestras sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos a 
serem seguidos como: apanhar os seus pertences pessoais, maneiras corretas 
de desligamento dos equipamentos elétricos, encaminhar-se ao local indicado 
previamente no plano de abandono, no caso de estar acompanhado por 
visitantes, acompanhá-los até a fila e colocá-los à sua frente e orientá-los 
quanto aos procedimentos necessários. Você é considerado responsável por 
eles. Recomenda-se nunca usar os elevadores, não fumar e não rir. A operação 
de saída nunca poderá ser interrompida e nunca retornar ao local sinistrado. 
Ao alcançar o andar térreo, dirigir-se para o local designado previamente para 
a reunião do pessoal, manter-se em silêncio e aguardar a verificação visual 
e rápida efetuada pelo coordenador de andar, obedecer às orientações dadas 
pelos componentes da brigada de abandono, andar em ordem, permanecer na 
fila indiana e evitar a sua flutuação e evitar a produção de ruído desnecessário 
e não retirar a roupa do corpo.
• As brigadas de abandono de local e de incêndios devem ser submetidas a 
treinamentos periódicos, com a realização de exercícios de simulação e ter um 
plano de ação de emergências definido.
• O atendimento às vitimas antes de serem encaminhados ao hospital, é uma 
das principais atividades exercidas pelas pessoas que integram a brigada de 
incêndio. Este atendimento pré-hospitalar busca garantir, a integridade das 
pessoas acidentadas, garantindo a condição de sobrevida ou evitando piorar 
as lesões até serem atendidas por uma equipe especializada.
154
• Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis vítimas, 
devem ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos 
potenciais para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Nestas situações, 
é fundamental a observância dos seguintes procedimentos: sinalização e 
isolamento adequado do local de atendimento; verificação da utilização do 
Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado; em todos os casos, deve-
se acionar o corpo de bombeiros pelo telefone de emergência 193; liberação com 
segurança e com a maior rapidez possível da via trafegável; atenção especial a 
outros riscos, tais como: contaminação, agressões vindas de terceiros, explosões 
etc. Após estes procedimentos, podem-se iniciar os trabalhos de análise da 
vítima.
• O método de análise primária da vítima é conhecido como método Dr. ABCDE, 
esta nomenclatura formada com as iniciais em inglês da sequência das seguintes 
ações: D – danger (perigo): trata dos procedimentos descritos na segurança de 
cena. R – responsive (responsividade): verificação do nível de consciência da 
vítima. Esta verificação é realizada com as seguintes ações: chamar a vítima por 
meio de estimulo verbal e tátil, por três vezes, no mínimo ou colocar a mão no 
ombro e perguntar se a vítima está bem. Diante da confirmação do estado de 
inconsciência, deve ser aplicado o colar cervical e solicitar ajuda imediatamente. 
A – airway (liberação das vias aéreas): ação de desobstrução das vias aéreas 
verificando a presença de pequenos objetos na boca da vítima. B – breathing 
(respiração): na hipótese de não serem observados nos sentidos da vítima a 
sequência ver, ouvir e sentir devem-se realizar duas ventilações de resgate, de 
preferência com a aplicação de barreira, máscara ou do reanimador manual e, 
se não for possível utilizar estes equipamentos aplicar a respiração boca a boca, 
como último recurso. C – circulation(circulação): deve ser verificada a presença 
de pulso apalpando o pulso central da pessoa adulta ou da criança ou braquial 
no caso de ser um bebê. Caso não for observada a presença de pulso, deve ser 
iniciada imediatamente a reanimação cardiorrespiratória, com a compressão 
torácica. Se houver disponibilidade, pode ser fundamental a aplicação do 
desfibrilador. D – disability: distúrbios neurológicos detectados com a aplicação 
de estímulo doloroso, simetria do tamanho e forma das pupilas ou abertura 
espontânea dos olhos. E – exposition (exposição): observar a existência de 
possíveis ferimentos ou lesões retirando as vestes para o diagnóstico. 
155
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 As brigadas de incêndios são classificadas, de maneira mais simplificada, em três 
grupos: brigadas de incêndios, brigadas de abandono e brigadas de emergência. 
Discorra sobre cada um destes grupos.
2 Comente a respeito dos fatores a serem considerados no dimensionamento 
da brigada e do método simples de verificação da adequação do número de 
brigadistas. 
3 As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado 
e abandono orientado. Descreva as ações das brigadas em cada uma destas 
situações.
4 Na organização da brigada de abandono coordenado, os componentes devem 
ter as seguintes funções: coordenador-geral, coordenador de andar, puxa-fila, 
cerra-fila e o auxiliar. Discorra sobre cada uma destas funções.
5 O que deve ser feito nos casos em que não é possível a formação de uma brigada 
de abandono com treinamento coordenado?
6 O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para a 
execução do abandono do local. Também é necessária a participação de palestras 
sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos básicos. Descreva 
estes procedimentos.
7 Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis vítimas devem 
ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos potenciais 
para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Relacione os procedimentos a 
serem observados nestas situações.
8 Comente sucintamente sobre cada um dos passos do método de análise primária 
da vítima.
156
157
TÓPICO 3
DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A norma regulamentadora NR 23 – Proteção Contra Incêndios exige nos 
locais de risco médio e elevado, a instalação de sistemas de alarme que emita 
sinais perceptíveis em todos os locais da edificação. A operação de abandono do 
local sinistrado, de modo seguro e rápido dos ocupantes de uma edificação, é 
facilitada por meio da detecção do fogo na sua fase inicial. Com a rápida detecção 
do incêndio, pode-se providenciar rapidamente o combate ao fogo e evitar a 
perda de vidas, dos danos aos bens e demais perdas resultantes dos incêndios.
Alguns sistemas de detecção e alarme de incêndio estão projetados para 
iniciar de maneira automática as ações de combate ao fogo, ativando sistemas 
fixos de proteção instalados no recinto sinistrado. O sistema de detecção e 
alarme de incêndio é formado pelos seguintes componentes básicos: detectores 
automáticos de incêndio, meios de sinalização para o aviso, acionadores manuais, 
fonte de alimentação elétrica, painel de controle e circuitos elétricos. Basicamente 
o funcionamento do sistema inicia com os detectores ou acionadores manuais. A 
percepção da existência de incêndio no sistema é realizada pelos detectores ou 
acionadores manuais. O sinal emitido pelo detector de incêndio ou pelo acionador 
manual é enviado do local onde está ocorrendo o fogo até a central de alarme 
ou central de processamento. O sistema de processamento da central recebe este 
sinal e ativa o meio de sinalização para o aviso que pode ser visual, sonoro ou 
pelos dois meios. Este aviso tem como objetivo alertar os ocupantes e também 
ativar componentes auxiliares para início das operações de outros sistemas.
2 DEFINIÇÕES BÁSICAS
O sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é constituído por 
equipamentos interligados com o objetivo de produzir um alarme ou ativar uma 
ação de maneira automática para a extinção do fogo caso seja acionado um dos 
seus componentes em razão da presença de uma das possíveis características 
físico-químicas apresentadas por um incêndio. 
Araújo e Silva (2008) ao abordarem as principais características do sistema 
de detecção e alarme de incêndio, para melhor compreensão, apresentam as 
definições básicas das partes componentes:
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
158
l central de detecção e alarme de incêndio: é um equipamento que além de 
recepcionar os sinais provenientes dos circuitos de detecção e alarme e convertê-
los em indicativos adequados, comanda e controla os outros componentes do 
sistema;
FIGURA 44 – CENTRAL DE CONTROLE
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• central supervisora: este equipamento é interligado a uma ou várias subcentrais, 
por intermédio de uma fiação própria. Esta rede de fiação é controlada, contra 
um possível curto-circuito ou contra uma interrupção da interligação, pela 
central supervisora, que também pode atuar sobre as subcentrais. Porém no 
caso de interrupção da interligação com uma subcentral, a mesma deve ter 
uma programação própria de funcionamento;
• subcentral: constituída por todos os componentes relativos à supervisão 
dos circuitos de detecção e de comando com programação e fonte de bateria 
própria é uma central de detecção, controle e alarme autônomo. Mesmo 
supervisionada por outra central, a subcentral, em caso de alarme, pode 
ativar os alarmes, os controles e a sinalização independentemente do controle 
da central que a supervisiona. O controle da subcentral é feito por meio da 
supervisão dos circuitos realizado pela central supervisora. Esta subcentral 
poderá ter controles manuais externos, porém, em situações nas quais, o lugar 
de instalação da mesma não pode ser vigiado de maneira permanente, e de 
forma a se evitar acionamentos indevidos. Estes controles devem ser cobertos 
com dispositivos que somente permitam sua abertura por pessoal autorizado;
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
159
• painel repetidor: destina-se à sinalização de maneira visual e/ou sonora, das 
ocorrências detectadas no local da instalação. O comando deste equipamento 
é realizado pelos detectores ou pela central. Pode ter os indicadores do tipo 
sinótico no qual no quadro está desenhada a planta da edificação contendo a 
indicação da região supervisionada representado na figura a seguir ou ter os 
indicadores com texto escrito representado na figura 46;
FIGURA 45 – PAINEL REPETIDOR COM QUADRO SINÓTICO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
FIGURA 46 – PAINEL REPETIDOR COM INDICADORES NA FORMA DE TEXTO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• detector automático pontual: é um dispositivo ativado pela presença de 
fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio 
de ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. Estes equipamentos 
estão representados na figura a seguir;
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
160
FIGURA 47 – DETECTOR AUTOMÁTICO PONTUAL
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• detector automático de temperatura: ativado pela presença de fenômenos 
físicos, atua quando a temperatura do ambiente (térmico) ou a variação 
da temperatura num determinado espaço de tempo (termovelocimétrico) 
verificada no local de instalação ultrapassar um valor predeterminado. A 
figura a seguir apresenta o detector automático de temperatura; 
FIGURA 48 – DETECTORAUTOMÁTICO DE TEMPERATURA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
detector automático de fumaça: atua na presença de fenômenos químicos 
e é ativado pela presença de gases e/ou partículas visíveis ou não, e também de 
outros produtos decorrentes da combustão na região abrangida pelo seu raio de 
ação no local de sua instalação. Os dois tipos de detectores automáticos de fumaça 
são: os iônicos que são utilizados em locais onde há possibilidade de formação 
de combustão, podendo ser invisível ou de fumaça, antes da propagação do 
incêndio e os óticos que são utilizados em locais onde há expectativa de formação 
de fumaça, antes da propagação do incêndio e funcionam por obscurecimento e 
por reflexão. Este detector está representado na figura a seguir;
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
161
FIGURA 49 – DETECTOR AUTOMÁTICO DE FUMAÇA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 
maio 2010.
• detector linear: este equipamento atua na ocorrência da presença de gases e/ou 
partículas, tantos visíveis como invisíveis, e dos demais produtos decorrentes 
da combustão, ou nos casos de variação anormal da temperatura verificados 
ao longo de uma linha física ou imaginária de detecção formada pela ligação 
entre o transmissor e o receptor dos sensores óticos automáticos posicionados 
nos pontos extremos desta linha. A figura a seguir demonstra este tipo de 
equipamento;
FIGURA 50 – DETECTORES LINEARES
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
162
l detector automático de chama: este detector está programado para atuar na 
ocorrência, dentro da área de captação deste equipamento, de uma radiação 
de energia, tanto dentro como também fora do espectro visível, decorrente de 
um incêndio em sua fase inicial. A figura a seguir representa um modelo de 
detector automático de chama; 
FIGURA 51 – DETECTOR AUTOMÁTICO DE CHAMA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• acionador manual: este componente após ser acionado pelo usuário da 
edificação transmite a informação indicando um princípio de incêndio. A 
figura a seguir apresenta um acionador manual;
FIGURA 52 – ACIONADOR MANUAL
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
163
• indicador: trata-se de um componente que sinaliza de maneira visual ou sonora, 
quando acionado de maneira automática pela central ou pelos acionadores 
manuais, as ocorrências relativas ao sistema de detecção e alarme de incêndio. 
A figura a seguir representa alguns tipos de indicadores;
FIGURA 53 – INDICADORES
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• avisador: componente controlado pela central e destinado a chamar a atenção 
dos usuários que ocupam a área em perigo das edificações em perigo;
• indicador sonoro: componente que emite sinais acústicos quando é acionado o 
alarme;
• indicador visual: componente que emite sinais visuais quando o alarme é 
ativado;
• avisador sonoro e visual de alerta: componente que emite tanto sinais visuais 
como audíveis, combinados. Contudo não se permite a utilização de somente 
avisadores visuais em locais ocupados por pessoal não qualificado. Nestes 
locais, o sistema deve ser complementado com avisador acústico. O avisador 
utilizado nos casos de alertas a obstáculos, às saídas de emergência e outras 
situações, podem ser somente do tipo visual, desde que não sejam utilizados 
como primeiro alarme;
• circuito de detecção: trata-se de circuito que possua instalado nele os acionadores 
manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do sistema de 
detecção e alarme. A figura a seguir apresenta o circuito de detecção;
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
164
FIGURA 54 – CIRCUITO DE DETECÇÃO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• circuito de detecção classe A: este circuito possui uma linha de retorno à 
central, para evitar que seja paralisado o seu funcionamento no caso de ocorrer 
uma interrupção em qualquer ponto do circuito. Recomenda-se que esta linha 
de retorno siga um trajeto diferente do trajeto da linha proveniente da central 
à qual o circuito está interligado. A figura a seguir representa este tipo de 
circuito;
FIGURA 55 – CIRCUITO DE DETECÇÃO CLASSE A
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 
2010.
• circuito de detecção classe B: este circuito é desprovido da linha de retorno 
à central, de forma a evitar uma paralisação no funcionamento por eventual 
interrupção em qualquer ponto. A figura a seguir apresenta este tipo de circuito;
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
165
FIGURA 56 – CIRCUITO DE DETECÇÃO CLASSE A
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• circuito de sinalização e de alarme: neste circuito estão instalados os avisadores 
e/ou indicadores. Este circuito pode ser instalado em classe A;
• circuito auxiliar: destina-se à supervisão e/ou ao comando de componentes 
relacionados à prevenção e/ou combate a incêndio. Este circuito pode ser 
instalado em classe A;
• proteção necessária contra a ação do fogo e defeitos: esta proteção dos circuitos de 
alarmes, detecção, controles auxiliares, alimentação, central, sinalização e fiação 
de interligação visa garantir o funcionamento do sistema por um período de 
tempo que seja suficiente para proteger vidas e patrimônio. O sistema de detecção 
e alarme não pode colocar em risco as pessoas ou os bens supervisionados na 
ocorrência de curto-circuito ou qualquer interrupção na fiação.
• alarme geral: o acionamento de forma simultânea de todos os alarmes para 
o início das operações de abandono do local, inclusive a sinalização para o 
abandono é realizado por este alarme com programação específica na central. De 
acordo com o tipo de edificação e de sua ocupação e do tipo de central utilizada, 
considerando os riscos a serem supervisionados é definida a forma de se ativar 
este alarme e os elementos de segurança contra o mau uso deste alarme.
Após estudarmos todas estas partes componentes de um sistema de detecção 
e alarme de incêndio, podemos melhor compreender o seu funcionamento e os seus 
mecanismos de segurança intrínseca.
UNI
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
166
3 SELEÇÃO DO SISTEMA
Para definição do sistema mais eficaz a ser adotado em determinado local 
ou equipamento, é necessário um estudo das características próprias da edificação 
e de sua ocupação. Deve-se planejar um sistema que seja capaz de integrar os 
dispositivos de forma a gerar informação confiável relacionada à ocorrência 
de princípio de incêndio e de controlar todos os dispositivos de segurança 
interligados e os equipamentos de combate automático instalados na edificação. 
Araújo e Silva (2008) apresentam a seguinte classificação para o sistema 
de detecção e alarme de incêndios:
• sistema convencional;
• sistema endereçável;
• sistema microprocessado.
3.1 SISTEMA CONVENCIONAL
Trata-se de um sistema simples e por esta razão as informações tratadas 
no sistema são bem limitadas. Neste sistema são geradas informações baseadas 
na transmissão das informações relativas aos níveis de tensão apresentados pelo 
circuito. Os níveis de informaçõesproduzidas na central são limitados a quatro 
situações: falha, alarme, operação normal e circuito aberto ou em curto. Estas 
centrais não possuem uma central de processamento das informações.
3.2 SISTEMA ENDEREÇÁVEL
Este sistema conta com uma central de processamento das informações, 
e é capaz de disponibilizar a exata localização do ponto onde foi acionado o 
alarme. Cada dispositivo de acionamento possui um “endereço” específico e 
isto possibilita a sua localização na edificação de maneira precisa. Conhecido 
o endereço, sabe-se com precisão o local da edificação onde está ocorrendo o 
possível princípio de incêndio.
A central de processamento controla todo o sistema e apresenta as 
informações por meio de visor de cristal líquido. Neste sistema, há uma limitação 
do número de componentes, pois o processamento das informações torna-se 
lento na medida em que ocorre o aumento do número de endereços.
Como cada fabricante desenvolve sua própria codificação, somente se 
comunicam os equipamentos do sistema do mesmo fabricante. 
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
167
3.3 SISTEMA MICROPROCESSADO
Este sistema também conhecido como sistema inteligente por utilizar a 
tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea as várias informações 
que transitam no sistema por meio de um único canal de transmissão. Isto 
possibilita tornar disponível pela central um conjunto de informações a respeito 
das diversas ocorrências. Este sistema apresenta as seguintes vantagens em 
comparação com os outros tipos:
• gerencia maior número de informações ao mesmo tempo;
• propicia informações mais detalhadas;
• fornece informações mais confiáveis;
• possibilita ações mais complexas e é capaz de integrar além de informações 
relativas à detecção e alarme, também as informações relacionadas com a 
supervisão e/ou segurança. 
Dentre as desvantagens apresentadas por este sistema destacam-se as 
seguintes:
• necessitam de operadores mais qualificados para a sua operação;
• antes de se iniciar a instalação, devem ser previstas as lógicas de funcionamento.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
168
LEITURA COMPLEMENTAR
DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
Major PM Carlos Henrique de Araújo
Capitão PM Adilson Antonio da Silva
Introdução e conceitos básicos
A proposta conceitual do sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) 
é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e 
seguro dos ocupantes do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando 
assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitar contaminação do meio 
ambiente. As ações de combate ao fogo podem ser iniciadas automaticamente 
pelo sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI), por meio do acionamento 
de um dispositivo de supressão ao fogo como, por exemplo, o disparo do sistema 
de gases limpos dentro de uma sala de CPD. O SDAI é constituído basicamente 
pelos seguintes componentes: detectores automáticos de incêndio, acionadores 
manuais, painel de controle (processamento), meios de aviso (sinalização), fonte 
de alimentação elétrica e infraestrutura (eletrodutos e circuitos elétricos).
O SDAI possui três elementos básicos dentro do conceito operacional 
do sistema, que podemos descrevê-los como detecção, processando e aviso 
(sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe” 
(detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processando do sinal do 
detector de incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central 
de processamento ou central de alarme. Por último, o sistema de processamento 
da central ativa o aviso por meio de sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo 
de alertar os ocupantes e também acionar dispositivos auxiliares para operação de 
outros sistemas (como por exemplo: sistema de controle de fumaça, pressurização 
das escadas, abertura e fechamento de portas ou dampers, acionamento de 
elevadores ao piso de descarga, acionar chamadas telefônicas etc.).
A detecção de um incêndio ocorre por intermédio dos fenômenos físicos 
primários e secundários de uma combustão. Podemos citar como exemplos de 
fenômenos físicos primários a radiação visível e invisível do calor da chama 
aberta e a variação de temperatura do ambiente devido a um incêndio e exemplos 
de fenômenos secundários a produção de fumaça e fuligem.
O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se evitar a 
ocorrência de alarmes falsos. Os fenômenos secundários são mais fáceis de serem 
detectados, pois tais efeitos não se confundem com as condições de um ambiente 
TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
169
em situação normal, o que permite definir uma sensibilidade maior de atuação 
do sensor; já o ajuste de um sensor para detectar a variação de temperatura do 
ambiente em razão de uma combustão traz maior dificuldade, pois variações de 
temperatura ocorrem em um ambiente em situação de normalidade.
Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores 
de temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há 
necessidade de se levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode 
sofrer aquecimento devido principalmente à radiação solar, iluminação ou 
sistemas de condicionamento de ar, formando um colchão de ar quente que não 
permite o contato da fumaça ou do calor gerado no princípio de um incêndio 
com o detector no teto, impedindo ou retardando a detecção. Esse fenômeno 
é chamado de estratificação. Quando o ar (contendo partículas de fumaça) 
aquecido por meio da combustão do incêndio, torna-se menos denso que o ar 
ambiente, a fumaça gerada não terá força de ascensão suficiente para vencer este 
efeito e não atingirá o detector no teto. Quando as proporções do fogo aumentar, 
a temperatura da coluna de ar em ascensão aumentará e poderá vencer o efeito 
da estratificação, ocorrendo então a detecção, porém retardada. Em ambientes 
dotados de sistemas de ar-condicionado e/ou tetos cujas características de isolação 
permitam um aumento ou diminuição da temperatura no ambiente, provocados 
por influências externas (por exemplo, sol, ventos, frios, etc.), poderá ocorrer o 
fenômeno da estratificação (ver figura a seguir).
Resfriamento do ar na subida
A fumaça não atinge o teto e os
detectores não acionam
Estratificação da fumaça
Detectores automáticos
Luminária
Sol
Radiação solar com
aquecimento do teto
Radiação
Colchão de ar quente
impenetrável para a fumaça
Figura – Efeito da estratificação da fumaça
FONTE: ARAÚJO, Carlos Henrique de; SILVA, Adilson Antonio da. Detecção e alarme de 
incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008.
170
Neste tópico, você viu que:
• O sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é constituído por 
equipamentos interligados com o objetivo de produzir um alarme ou ativar uma 
ação de maneira automática para a extinção do fogo caso seja acionado um dos 
seus componentes em razão da presença de uma das possíveis características 
físico-químicas apresentadas por um incêndio. 
• Central de detecção e alarme de incêndio: é um equipamento que além de 
recepcionar os sinais provenientes dos circuitos de detecção e alarme e convertê-
los em indicativos adequados, comanda e controla os outros componentes do 
sistema.
• Central supervisora: este equipamento é interligado a uma ou várias subcentrais, 
por intermédio de uma fiação própria. Esta rede de fiação é controlada, contra 
um possível curto-circuito ou contra uma interrupção da interligação, pela 
central supervisora, que também pode atuar sobre as subcentrais. Porém no 
caso de interrupção da interligação com uma subcentral, a mesma deve ter 
uma programação própria de funcionamento.
• Subcentral: constituída por todos os componentes relativos à supervisão 
dos circuitos de detecção e de comando com programação e fonte de bateria 
própria é uma central de detecção, controle e alarme autônomo. Mesmo 
supervisionada por outra central, a subcentral, em caso de alarme,DO SISTEMA .............................................................................................................. 166
3.1 SISTEMA CONVENCIONAL .................................................................................................. 166
3.2 SISTEMA ENDEREÇÁVEL ...................................................................................................... 166
3.3 SISTEMA MICROPROCESSADO ........................................................................................... 167
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................170
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 174
TÓPICO 4: ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL .................................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 175
2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC .......................................................... 175
3 CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL - CONDEC ................................................... 176
3.1 COMPETÊNCIA DO CONDEC .............................................................................................. 176
4 SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SEDEC .................................................... 177
5 COORDENADORIAS REGIONAIS DE DEFESA CIVIL – CORDEC ................................ 177
6 COORDENADORIAS ESTADUAIS DE DEFESA CIVIL E DO DISTRITO FEDERAL – 
CEDEC .............................................................................................................................................. 178
7 COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL – COMDEC ............................. 178
7.1 NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE DEFESA CIVIL – NUDEC ............................................ 179
8 ÓRGÃOS SETORIAIS ....................................................................................................................179
9 ÓRGÃOS DE APOIO ......................................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................189
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................191
1
UNIDADE 1
INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer os componentes constituintes do fogo e os fenômenos ineren-
tes à ocorrência de incêndios;
• identificar os diferentes tipos de combustão;
• caracterizar as explosões que podem ocorrer em incêndios: de gás, de pó, 
de fumaça e de BLEVE;
• interpretar os métodos de extinção de incêndio: controle ou retirada do 
material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento da reação 
em cadeia.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no final de cada um 
deles você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos 
desenvolvidos.
TÓPICO 1 – QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
 
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
TÓPICO 3 – EXPLOSÕES
TÓPICO 4 – EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
1 INTRODUÇÃO
A norma regulamentadora NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho estabelece que entre as atividades dos 
profissionais integrantes do SESMT (Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho) está incluída, além das atividades 
prevencionistas e de atendimento de emergência, a elaboração de planos para:
• controle dos efeitos de catástrofes; 
• disponibilizar os meios para se combater os incêndios e; 
• o salvamento e atendimento imediato às vítimas dos incêndios.
O objetivo deste tópico é revisar alguns princípios fundamentais e 
contribuir para a compreensão do desenvolvimento dos incêndios.
O acesso às Normas Regulamentadoras está disponibilizado no seguinte 
site do Ministério do Trabalho e Emprego: .
NOTA
2 A NATUREZA DO FOGO
Em primeiro lugar, é necessário conhecer o que é e como se produz o 
fogo, para que se possa combatê-lo com eficácia. Entende-se que o fogo é uma 
combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores desprendidos 
por uma substância combustível são combinados rapidamente com o oxigênio do 
ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética de certas reações 
químicas exotérmicas de oxidação-redução. Para que se possam produzir estas 
reações químicas, é necessária a existência de uma substância combustível e um 
comburente, assim como algumas condições energéticas favoráveis. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
4
Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e 
devem se dar na proporção adequada de concentração entre o combustível, o 
comburente e a uma temperatura determinada:
• combustível;
• comburente e;
• calor.
A seguir, descrevemos cada um destes componentes:
• Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar 
vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação 
exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em 
que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos 
componentes (sólido, líquido e gasoso). 
• Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é 
um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento 
ativo da reação de combustão. 
• Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção 
do fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contato 
constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos 
com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. 
Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são:
• Naturais: Sol e raio.
• Elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos.
• Químicas: reações e fermentação.
• Processos de soldadura e corte: trabalhos com chama aberta e faíscas.
A tabela a seguir apresenta a temperatura estimada de algumas fontes de 
calor.
TABELA 1 – ESTIMATIVAS DA TEMPERATURA DE ALGUMAS FONTES DE 
CALOR
FONTE: GRIMWOOD (2003) apud Distrito Federal (2006, p.16)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
5
2.1 TRIÂNGULO DO FOGO
Pode-se perceber que é totalmente necessário para se produzir o fogo. É 
necessário que estejam em contato os três elementos comentados: combustível, 
comburente e calor, em proporção e temperatura adequada. 
Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os 
três lados de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os 
outros dois, conforme demonstrado na figura a seguir. Para que se produza o 
fogo, devem permanecer em contato os três componentes do triângulo. 
FIGURA 1 – TRIÂNGULO DO FOGO
SÓLIDOS
LÍQUIDOS
GASOSOS
OXIGÊNIO
ENERGIA INICIAL QUE
PROVOQUE CALOR
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
2.2 REAÇÃO EM CADEIA
Segundo Seito (2008), há também outra teoria sobre o fogo, na qual além 
dos três elementos do triângulo do fogo (combustível, comburente e calor), se 
considera um quarto fator: a reação em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto são 
quatro fatores que compõem o tetraedro do fogo representado na figura a seguir.
Esta teoriapode 
ativar os alarmes, os controles e a sinalização independentemente do controle 
da central que a supervisiona. O controle da subcentral é feito por meio da 
supervisão dos circuitos realizado pela central supervisora. Esta subcentral 
poderá ter controles manuais externos, porém, em situações nas quais, o lugar 
de instalação não pode ser vigiado de maneira permanente, e de forma a se 
evitar acionamentos indevidos, devem-se manter estes controles cobertos com 
dispositivos que somente permitam sua abertura por pessoal autorizado.
• Painel repetidor: destina-se à sinalização de maneira visual e/ou sonora, das 
ocorrências detectadas no local da instalação. O comando deste equipamento 
é realizado pelos detectores ou pela central. Pode ter os indicadores do tipo 
sinótico em que no quadro está desenhada a planta da edificação contendo a 
indicação da região supervisionada ou ter os indicadores com texto escrito.
• Detector automático pontual: é um dispositivo ativado pela presença de 
fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio de 
ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. 
RESUMO DO TÓPICO 3
171
• Detector automático de temperatura: ativado pela presença de fenômenos 
físicos, atua quando a temperatura do ambiente ou a variação da temperatura 
num determinado espaço de tempo verificada no local de instalação ultrapassar 
um valor predeterminado. 
• Detector automático de fumaça: atua na presença de fenômenos químicos e é 
ativado pela presença de gases e/ou partículas visíveis ou não, e também de 
outros produtos decorrentes da combustão na região abrangida pelo seu raio 
de ação no local de sua instalação. Os dois tipos de detectores automáticos 
de fumaça são: os iônicos que são utilizados em locais onde há possibilidade 
de formação de combustão, podendo ser invisível ou de fumaça, antes da 
propagação do incêndio e os óticos que são utilizados em locais onde há 
expectativa de formação de fumaça, antes da propagação do incêndio e 
funcionam por obscurecimento e por reflexão.
• Detector linear: este equipamento atua na ocorrência da presença de gases e/ou 
partículas, tantos visíveis como invisíveis, e dos demais produtos decorrentes 
da combustão, ou nos casos de variação anormal da temperatura verificados 
ao longo de uma linha física ou imaginária de detecção formada pela ligação 
entre o transmissor e o receptor dos sensores óticos automáticos posicionados 
nos pontos extremos desta linha. 
• Detector automático de chama: este detector está programado para atuar na 
ocorrência, dentro da área de captação deste equipamento, de uma radiação de 
energia, tanto dentro como também fora do espectro visível, decorrente de um 
incêndio em sua fase inicial. 
• Acionador manual: este componente após ser acionado pelo usuário da 
edificação transmite a informação indicando um princípio de incêndio. 
• Indicador: trata-se de um componente que sinaliza de maneira visual ou sonora, 
quando acionado de maneira automática pela central ou pelos acionadores 
manuais, as ocorrências relativas ao sistema de detecção e alarme de incêndio. 
Pode ser sonoro quando emite sinais acústicos, ou visual quando emite sinais 
visuais 
• Avisador: componente controlado pela central e destinado a chamar a atenção 
dos usuários que ocupam a área em perigo das edificações em perigo. Pode ser 
avisador sonoro e visual de alerta componente que emite tanto sinais visuais 
como audíveis, combinados. Contudo não se permite a utilização de somente 
avisadores visuais em locais ocupados por pessoal não qualificado. Nestes 
locais, o sistema deve ser complementado com avisador acústico. O avisador 
utilizado nos casos de alertas aos obstáculos, às saídas de emergência e outras 
situações, podem ser somente do tipo visual, desde que não sejam utilizados 
como primeiro alarme.
172
• Circuito de detecção: trata-se de circuito que possua instalado nele os 
acionadores manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do 
sistema de detecção e alarme. 
• Circuito de detecção classe A: este circuito possui uma linha de retorno à 
central, para evitar que seja paralisado o seu funcionamento no caso de ocorrer 
uma interrupção em qualquer ponto do circuito. Recomenda-se que esta linha 
de retorno siga um trajeto diferente do trajeto da linha proveniente da central 
a qual o circuito está interligado. 
• Circuito de detecção classe B: este circuito é desprovido da linha de retorno 
à central, de forma a evitar uma paralisação no funcionamento por eventual 
interrupção em qualquer ponto do mesmo. 
• Circuito de sinalização e de alarme: neste circuito estão instalados os avisadores 
e/ou indicadores.
• Circuito auxiliar: destina-se à supervisão e/ou ao comando de componentes 
relacionados à prevenção e/ou combate a incêndio. 
• Proteção necessária contra a ação do fogo e defeitos: esta proteção dos circuitos 
de alarmes, detecção, controles auxiliares, alimentação, central, sinalização, e 
fiação de interligação visa garantir o funcionamento do sistema por um período 
de tempo que seja suficiente para proteger vidas e patrimônio. 
• Alarme geral: o acionamento de forma simultânea de todos os alarmes para 
o início das operações de abandono do local, inclusive a sinalização para o 
abandono é realizado por este alarme com programação específica na central. 
De acordo com o tipo de edificação e de sua ocupação e do tipo de central 
utilizada considerando os riscos a serem supervisionados é definida a forma 
de se ativar este alarme e os elementos de segurança contra o mau uso deste 
alarme.
• O sistema convencional é um sistema simples e por esta razão as informações 
tratadas no sistema são bem limitadas. Neste sistema são geradas informações 
baseadas na transmissão das informações relativas aos níveis de tensão 
apresentados pelo circuito. Os níveis de informações produzidas na central 
são limitados a quatro situações: falha, alarme, operação normal e circuito 
aberto ou em curto. Estas centrais não possuem uma central de processamento 
das informações.
• O sistema endereçável conta com uma central de processamento das 
informações, e é capaz de disponibilizar a exata localização do ponto onde 
foi acionado o alarme. A central de processamento controla todo o sistema e 
apresenta as informações por meio de visor de cristal líquido. Neste sistema, 
173
há uma limitação do número de componentes, pois o processamento das 
informações torna-se lento na medida em que ocorre o aumento do número de 
endereços. Como cada fabricante desenvolve sua própria codificação, somente 
se comunicam os equipamentos do sistema do mesmo fabricante. 
• O sistema microprocessado também conhecido como sistema inteligente 
por utilizar a tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea 
as várias informações que transitam no sistema por meio de um único canal 
de transmissão. Isto possibilita tornar disponível pela central um conjunto 
de informações a respeito das diversas ocorrências. Este sistema apresenta 
as seguintes vantagens em comparação com os outros tipos: gerencia maior 
número de informações ao mesmo tempo; propicia informações mais 
detalhadas; fornece informações mais confiáveis; possibilita ações mais 
complexas, e é capaz de integrar além de informações relativas à detecção e 
alarme, também as informações relacionadas com a supervisão e/ou segurança. 
Dentre as desvantagens apresentadas por este sistema destacam-se as seguintes: 
necessitam de operadores mais qualificados para a sua operação e antes de se 
iniciar a instalação devem ser previstas as lógicas de funcionamento.
174
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Apresente a definição de sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI).
2 Entre os componentes de controle do SDAI há a central de detecção e alarme, 
a central supervisora e a subcentral. Descreva resumidamente cada um destes 
componentes.
3 O painel repetidor é um componente do SDAIdestinado à sinalização. 
Apresente as suas características de funcionamento.
4 O detector automático pontual é um dispositivo ativado pela presença de 
fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio de 
ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. Discorra sucintamente 
sobre os tipos de detectores do SDAI.
5 O SDAI possui também acionador manual, indicadores e avisadores. 
Descreva estes componentes.
6 O circuito de detecção do SDAI é o circuito que possui instalado nele os 
acionadores manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do 
sistema de detecção e alarme. Descreva os circuitos componentes do SDAI.
7 Descreva as características da proteção necessária contra a ação do fogo e 
defeitos.
8 Descreva os aspectos do funcionamento do alarme geral.
9 Apresente as características dos sistemas de detecção e alarme de incêndios 
convencional e endereçável.
10 O sistema microprocessado também conhecido como sistema inteligente 
por utilizar a tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea 
as várias informações que transitam no sistema por meio de um único canal 
de transmissão. Apresente as vantagens e desvantagens apresentadas por 
este sistema em comparação com os demais
175
TÓPICO 4
ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
As situações de sinistros em razão da potencialidade dos danos possíveis 
podem necessitar da atuação dos órgãos de defesa civil, portanto torna-se 
importante conhecer as estruturas e as finalidades destes órgãos. 
A Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC é responsável pela 
coordenação das atividades de defesa civil no território nacional. O objetivo 
da defesa civil é reduzir desastres. Neste sentido, realiza ações direcionadas à 
prevenção, à preparação para as emergências e para os desastres, à resposta aos 
desastres e à reconstrução, de maneira multissetorial atuando nas três esferas 
governamentais – federal, estadual e municipal, contando com a participação 
da comunidade. As ações integradas entre os órgãos do SINDEC proporcionam 
eficiência e eficácia diferenciada por seu efeito multiplicador e potencializador. 
Em virtude de que as ocorrências de desastres são registradas no município, 
é de extrema importância a atuação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil 
– COMDEC que é o órgão municipal de defesa civil, embora todos os órgãos do 
SINDEC também tenham suas atribuições neste sentido. 
2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC
O Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC é composto pelos seguintes 
órgãos: o Conselho Nacional de defesa Civil - Condec como órgão superior; a 
Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC como órgão central; as Coordenadorias 
Regionais de Defesa Civil – CORDECs como órgãos regionais, as Coordenadorias 
Estaduais de Defesa Civil e do Distrito Federal - CEDEC como órgãos estaduais e 
do Distrito Federal, as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil – COMDECs 
como órgãos municipais, órgãos setoriais e órgãos de apoio. (BRASIL, 2010)
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
176
3 CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL - CONDEC
O CONDEC forma parte da estrutura regimental do Ministério da 
Integração Nacional. É um órgão colegiado de caráter, deliberativo, normativo e 
consultivo, com a finalidade de formular e deliberar a respeito das diretrizes do 
governo em matéria de defesa civil. O CONDEC é formado por um Plenário, um 
Comitê Consultivo, pelos Comitês técnicos e pelos Grupos de Trabalho.
O plenário do CONDEC tem como presidente o Secretário Nacional de 
Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional e é formado por representantes 
dos Ministérios e dos órgãos da Administração Pública Federal, nomeados pelo 
Ministro de Estado da Integração Nacional. 
O Comitê Consultivo é uma unidade de assessoria do CONDEC, composto 
pelos titulares dos órgãos de defesa civil estaduais, regionais e do Distrito Federal.
Os Comitês Técnicos e os Grupos de Trabalho são estabelecidos pelo 
Presidente do CONDEC, objetivando a promoção de estudos e elaboração das 
propostas sobre os temas específicos, para serem submetidos ao plenário do 
Conselho que determinará no momento da sua criação os objetivos específicos, a 
composição e o prazo para o término do trabalho.
3.1 COMPETÊNCIA DO CONDEC
 O CONDEC desenvolve suas atividades com as seguintes finalidades:
• aprovação das normas e procedimentos relacionados à articulação das 
atividades do governo federal, com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, e também relacionadas com a cooperação de instituições privadas, 
buscando coordenar as atividades de defesa civil;
• aprovação e atualização da política nacional de defesa civil e das diretrizes da 
ação do governo relativas ao tema;
• emitir recomendações dirigidas aos vários órgãos, que integram o SINDEC, 
relativas às atividades prioritárias que possibilitam a prevenção ou minimização 
dos desastres naturais ou os desastres provocados pela ação humana;
• aprovação dos critérios para que se declare, homologue e reconheça uma 
situação de emergência ou de estado de calamidade pública;
• aprovação dos programas e planos globais e setoriais preparados pelo SINDEC;
• decidir a respeito das ações de cooperação estrangeira ou internacional, de 
interesse do SINDEC de acordo com as normas vigentes;
• aprovação da composição de comissões técnicas interinstitucionais para 
realizar estudos, trabalhos especializados e pesquisas de interesse da defesa 
civil;
• designação de grupos de trabalhos interinstitucionais emergenciais visando à 
articulação e agilidade das ações do governo federal nas situações de desastre 
de grande intensidade;
TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL
177
• aprovação dos critérios técnicos a serem observados na análise e aprovação das 
obras e dos serviços, direcionados à prevenção dos riscos, minimização dos 
danos e recuperação das áreas danificadas pelos desastres;
• elaboração do regimento interno, que determinará a respeito do seu 
funcionamento, bem como apresentar propostas de alterações;
• encaminhamento do regimento interno para a aprovação do Ministro de Estado 
da Integração Nacional.
4 SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SEDEC 
A finalidade da Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da 
Integração Nacional está baseada no desenvolvimento das seguintes atividades 
principais:
• articulação e coordenação das ações de Defesa Civil;
• promoção, articulando com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, da 
organização e da implementação das COMDECs, ou órgãos correlatos, e dos 
NUDECs, ou das entidades correlatas;
• definição das áreas que são prioritárias para os investimentos que contribuam 
para a minimização das vulnerabilidades dos Municípios, dos Estados, do 
Distrito Federal e também das macrorregiões geográficas do Brasil;
• implantação e operacionalização do Centro Nacional de Gerenciamento de 
Riscos e Desastres – CENAD;
• implementação das ações de maneira articulada dos órgãos que integram o 
SINDEC – Sistema Nacional de Defesa Civil;
• participação no Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro – SIPRON, 
como órgão setorial responsável pela proteção da população nos casos de 
emergências radiológicas e/ou nucleares.
5 COORDENADORIAS REGIONAIS DE DEFESA CIVIL – 
CORDEC
 Os CORDECs têm como finalidade:
• ornar compatíveis e consolidados os programas e os planos estaduais de Defesa 
Civil relacionados ao planejamento regional;
• a realização de estudos a respeito da probabilidade de ocorrência de desastre 
de qualquer origem, a respeito de sua incidência, extensão e consequência; e
• a coordenação das ações regionais de Defesa Civil nas suas áreas de atuação 
nas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
178
6 COORDENADORIAS ESTADUAIS DE DEFESA CIVIL E DO 
DISTRITO FEDERAL – CEDEC
As CEDECs podem criar as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC 
para formar parte da sua estrutura e definir suas atribuições com o objetivode 
articular e coordenar as atividades de defesa civil no conjunto dos Municípios 
que estejam dentro de suas áreas de atuação. As CEDECs são encarregadas de 
desenvolver suas atividades com as seguintes finalidades:
• articulação, coordenação e gerenciamento das ações de defesa civil em nível 
estadual;
• elaboração e implementação dos programas, planos e projetos, em nível 
estadual, relacionados ao tema;
• capacitação dos recursos humanos para o desenvolvimento das atividades de 
defesa civil; 
• promoção da inclusão dos princípios de defesa civil, nos currículos escolares da 
rede estadual e do Distrito Federal de ensino fundamental e médio, fornecendo 
todo o apoio ao pessoal docente no desenvolvimento de material pedagógico-
didático para essa finalidade.
7 COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL – 
COMDEC
O prefeito do município é o responsável pela criação de uma COMDEC, 
embora as autoridades locais ou os cidadãos da comunidade possam tomar 
a iniciativa para sua criação, quando conscientes da necessidade das ações 
específicas deste órgão para a segurança da população. 
A COMDEC pode criar Distritais de Defesa Civil, ou órgãos correlatos, 
para integrar a sua estrutura e determinar as suas atribuições, com o objetivo de 
articular e realizar os procedimentos de defesa civil nas áreas determinadas em 
distritos, bairros ou localidades do Município. 
As COMDECs ou os órgãos correlatos desenvolvem atividades com as 
seguintes finalidades: 
• articulação, coordenação e gerenciamento das atividades de defesa civil em 
nível municipal;
• promoção de uma ampla participação da comunidade nas atividades inerentes 
à defesa civil, em especial em relação às respostas a desastres e à reconstrução;
• promoção de uma mobilização da comunidade e a implantação de NUDECs, ou 
instituições correlatas, em especial nas escolas de nível médio e fundamental, 
e nas áreas de riscos intensificados e, também a implantação de programa de 
treinamento das pessoas voluntárias;
TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL
179
• promoção de sua articulação com as Regionais Estaduais de Defesa Civil – 
REDEC, ou os órgãos correlatos, e a participação ativa dos Planos de Apoio 
Mútuo – PAM, de acordo com o princípio de auxílio mútuo entre os municípios; 
• promover a criação e a articulação de centros de operações e desenvolver 
atividades relacionadas à monitorização, alarme e alerta, com a finalidade de 
otimizar a previsão de desastres.
7.1 NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE DEFESA CIVIL – NUDEC
Os NUDECs, ou as entidades correlatas, operam como centros de reuniões 
e desenvolvimento de debates entre as comunidades locais e a COMDEC e atuam 
no planejamento, promoção e coordenação das atividades de defesa civil, com as 
seguintes finalidades:
• desenvolver a avaliação dos riscos de desastres e preparar mapas temáticos 
relativos às ameaças, as vulnerabilidades dos cenários e às áreas de riscos 
intensificados;
• promover medidas preventivas estruturais e não estruturais, objetivando a 
redução dos riscos de desastres;
• elaborar planos de contingência e destinados às operações, com o objetivo de 
dar resposta aos desastres e de exercícios de simulação, para melhorá-los;
• treinar as pessoas voluntárias e as equipes técnicas para a atuação em situações 
de desastres;
• desenvolver articulações com os órgãos de monitorização, alerta e alarme, 
objetivando a otimização da previsão de desastres; 
• organizar planos de chamadas, objetivando a otimização do estado de alerta 
em situações de desastre iminente.
8 ÓRGÃOS SETORIAIS
A participação no SINDEC, das secretarias, entidades e órgãos vinculados 
de nível federal, em conjunto com o órgão central, desenvolvem-se de acordo 
com as seguintes finalidades:
• Ministério da Justiça: coordenação das atividades do Sistema Nacional de 
Segurança Pública e os procedimentos das Polícias Federais, objetivando 
preservar a ordem pública, a segurança das pessoas e do patrimônio nas 
regiões em situação de desastre;
• Ministério da Defesa: coordenação das operações articuladas das Forças 
Singulares nos procedimentos de defesa civil;
• Ministério das Relações Exteriores: coordenação das atividades inerentes às 
relações com outros países e com organismos estrangeiros e internacionais, 
referente à cooperação financeira, logística, científica e técnica e atuações 
conjuntas nos procedimentos de defesa civil;
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
180
• Ministério da Fazenda: adoção das medidas de cunho fiscal, financeiro e 
creditício, objetivando o atendimento das populações nas regiões em estado de 
calamidade pública ou em situação de emergência;
• Ministério dos Transportes: adoção de medidas para preservar e recuperar os 
sistemas viários e os terminais de transportes marítimos, terrestres e fluviais, 
nas regiões atingidas pelos desastres, e realizar o controle do transporte de 
produtos perigosos;
• Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: promoção de 
procedimentos destinados à prevenção dos desastres provocados especialmente 
por pragas animais e vegetais, adoção de medidas destinadas ao atendimento 
das populações nas regiões atingidas pelos desastres;
• Ministério da Educação: cooperação no programa de desenvolvimento de 
recursos humanos e difusão, por meio da atuação das redes de ensino informal 
e formal, dos conteúdos didáticos relacionados à prevenção dos desastres e à 
defesa civil e, por meio da atuação das universidades federais, a realização e 
difusão de pesquisas sismológicas de interesse do SINDEC;
• Ministério da Cultura, a promoção do desenvolvimento do senso inerente à 
percepção de risco por parte da população brasileira e contribuição para o 
aumento na mudança cultural relativa à redução dos desastres;
• Ministério do Trabalho e Emprego: promoção de ações visando à prevenção 
ou minimização dos acidentes de trabalho e dos danos aos trabalhadores em 
situações de desastres;
• Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome: prestação de assistência 
social às populações das regiões em situação de desastre e fornecimento dos 
suprimentos necessários, especialmente alimentos, à sobrevivência.
• Ministério da Saúde: implementação e supervisão das atividades de saúde 
pública, fornecimento de medicamentos, controlar a qualidade da água e 
dos alimentos e promover a saúde em situações de desastre; promoção da 
implantação de atendimento pré-hospitalar e de unidades de emergência, 
supervisão e elaboração dos planos para a mobilização e segurança dos 
hospitais em situações de desastre; e difusão, em nível comunitário, das técnicas 
de reanimação cardiorrespiratória básica e das ações de primeiros socorros;
• Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: proposição das 
medidas que objetivam a minimização dos danos provenientes de situações de 
desastres aos meios produtivos nacionais e participação ativa na prevenção de 
desastres humanos de natureza tecnológica;
• Ministério de Minas e Energia: planejamento e promoção da redução da 
degradação ambiental causada pela mineração e garimpos, monitorar as 
condições hidrológicas e os deflúvios de barragens pertencentes aos sistemas 
hidrelétricos e às bacias hidrográficas;
• Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: priorizar alocação dos recursos 
destinados à assistência para as populações e para a realização dos serviços e 
obras de prevenção e de recuperação nas regiões com riscos de desastres e em 
estado de calamidade pública ou em circunstância de emergência;
TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL
181
• Ministério das Comunicações: adoção de medidas com o objetivo de garantir e 
priorizar os serviços de telecomunicações em regiões afetadas pelos desastres 
e promover a participação dos órgãos de comunicação nas ações de prevenção 
e preparação, e também mobilizar os radioamadores, nas circunstâncias de 
desastres;
• Ministério da Ciência e Tecnologia: desenvolvimento de pesquisas e estudos 
que possibilitem o estabelecimento das áreas de riscos, eo fornecimento das 
informações para orientar as atividades da defesa civil e para as análises 
relacionadas às previsões meteorológicas;
• Ministério do Meio Ambiente: estabelecimento das normas, padrões e critérios 
inerentes ao controle e à proteção do meio ambiente, ao uso de maneira 
racional dos recursos naturais renováveis objetivando a redução de desastres; 
fornecimento dos dados e das análises referentes ao monitoramento dos rios e 
açudes, com relação às atividades da defesa civil e a promoção do controle das 
cheias e inundações;
• Ministério do Esporte: incentivar as práticas esportivas objetivando a redução 
das vulnerabilidades relativas aos desastres humanos de natureza social e aos 
riscos inerentes à juventude marginalizada;
• Ministério do Turismo: proposição de medidas objetivando a redução dos 
impactos negativos nas atividades ligadas ao turismo, nas situações de desastre;
• Ministério da Integração Nacional: promoção e coordenação das ações do 
SINDEC, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e articular os planos 
de desenvolvimento regional com as atividades para prevenir e minimizar os 
danos causados nas situações de desastre;
• Ministério do Desenvolvimento Agrário: contribuição para reduzir os desastres 
humanos nas áreas relativas às suas atividades;
• Ministério das Cidades: gerenciar a aplicação dos recursos destinados a políticas 
de desenvolvimento urbano objetivando a recuperação e a reconstrução de 
moradias para a população de baixa renda que foram afetadas pelos desastres 
e as obras e serviços de saneamento nas regiões de risco;
• Ministério da Previdência Social: apoio às populações que são flageladas, no 
âmbito de suas atribuições;
• Casa Civil da Presidência da República: apoiar por meio de levantamentos 
efetuados pelo Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM;
• Gabinete de Segurança Institucional: apoio ao SINDEC, por meio de ações de 
informações e outras atividades relativas às suas atribuições;
• Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais: articulação das 
atividades dos diversos escalões e poderes do governo em apoio ao SINDEC;
• Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da 
República: apoio ao SINDEC nas ações de divulgação;
• Comando do Exército: cooperação com as atividades de resposta aos desastres 
e de reconstrução e com as ações de busca e salvamento; participação nos 
procedimentos para prevenção e reconstrução; apoio das atividades de defesa 
civil com material, pessoal e meios de transporte;
UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS
182
• Comando da Marinha: coordenação dos procedimentos relativos à redução dos 
danos inerentes às situações de sinistros fluviais e marítimos e participação nas 
atividades de salvamento de náufragos; apoio aos procedimentos de resposta a 
desastres, com hospitais fluviais, verificados na Amazônia; apoio às atividades 
de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; 
• Comando da Aeronáutica: coordenação das atividades de evacuação 
aeromédica e missão de misericórdia, cooperação com as atividades de busca 
e salvamento, apoio às atividades de defesa civil com material, pessoal e meios 
de transporte.
É permitida a participação no SINDEC em nível estadual e municipal dos 
órgãos federais localizados nos Estados e nos Municípios, por meio da atuação 
de seus representantes nos respectivos Conselhos. Nos estados ou municípios, a 
atuação dos órgãos setoriais correspondem aos de nível federal e desenvolvem 
suas atividades de defesa civil em consonância com as suas atribuições legais, e 
ação conjunta com os respectivos órgãos de defesa civil, de acordo com os âmbitos 
de suas jurisdições.
9 ÓRGÃOS DE APOIO
Os órgãos de apoios desenvolvem ações específicas de acordo com as suas 
atividades normais, por meio da articulação previamente estabelecida com os 
órgãos de coordenação do SINDEC.
183
RESUMO DO TÓPICO 4
 Neste tópico, você viu que:
• A Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC é responsável pela coordenação 
das atividades de defesa civil no território nacional. O objetivo da defesa civil 
é reduzir desastres. Neste sentido, realiza ações direcionadas à prevenção, à 
preparação para as emergências e para os desastres, à resposta aos desastres e à 
reconstrução, de maneira multissetorial atuando nas três esferas governamentais 
– federal, estadual e municipal contando com a participação da comunidade. 
As ações integradas entre os órgãos do SINDEC proporcionam eficiência e 
eficácia diferenciada por seu efeito multiplicador e potencializador. 
• Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC é composto pelos seguintes 
órgãos: o Conselho Nacional de defesa Civil - CONDEC como órgão superior; 
a Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC como órgão central; as 
Coordenadorias Regionais de Defesa Civil – CORDECs como órgãos regionais, 
as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil e do Distrito Federal - CEDEC 
como órgãos estaduais e do Distrito Federal, as Coordenadorias Municipais de 
Defesa Civil – COMDECs como órgãos municipais, órgãos setoriais e órgãos 
de apoio (BRASIL, 2010). 
• O CONDEC forma parte da estrutura regimental do Ministério da Integração 
Nacional é órgão colegiado de caráter, deliberativo, normativo e consultivo, 
com a finalidade de formular e deliberar a respeito das diretrizes do governo 
em matéria de defesa civil. O CONDEC é formado por um Plenário, um Comitê 
Consultivo, pelos Comitês técnicos e pelos Grupos de Trabalho.
• O plenário do CONDEC tem como presidente o Secretário Nacional de Defesa 
Civil do Ministério da Integração Nacional e é formado por representantes dos 
Ministérios e dos órgãos da Administração Pública Federal, nomeados pelo 
Ministro de Estado da Integração Nacional. 
• O Comitê Consultivo é uma unidade de assessoria do CONDEC, composto 
pelos titulares dos órgãos de defesa civil estaduais, regionais e do Distrito 
Federal.
• Os Comitês Técnicos e os Grupos de Trabalho são estabelecidos pelo Presidente 
do CONDEC, objetivando a promoção de estudos e elaboração das propostas 
sobre os temas específicos, para serem submetidos ao plenário do Conselho que 
determinará no momento da sua criação os objetivos específicos, a composição 
e o prazo para o término do trabalho.
184
• O CONDEC desenvolve suas atividades com as seguintes finalidades: aprovação 
das normas e procedimentos relacionados à articulação das atividades do 
governo federal, com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e também 
relacionadas com a cooperação de instituições privadas, buscando coordenar 
as atividades de defesa civil; aprovação e atualização da política nacional 
de defesa civil e das diretrizes da ação do governo relativas ao tema; emitir 
recomendações dirigidas aos vários órgãos, que integram o SINDEC, relativas 
às atividades prioritárias que possibilitam a prevenção ou minimização dos 
desastres naturais ou os desastres provocados pela ação humana; aprovação 
dos critérios para que se declare, homologue e reconheça uma situação de 
emergência ou de estado de calamidade pública; aprovação dos programas 
e planos globais e setoriais preparados pelo SINDEC; decidir a respeito das 
ações de cooperação estrangeira ou internacional, de interesse do SINDEC 
de acordo com as normas vigentes; aprovação da composição de comissões 
técnicas interinstitucionais para realizar estudos, trabalhos especializados 
e pesquisas de interesse da defesa civil; designação de grupos de trabalhos 
interinstitucionais emergenciais visando à articulação e agilidade das ações do 
governo federal nas situações de desastre de grande intensidade; aprovação 
dos critérios técnicos a serem observados na análise e aprovação das obras e 
dos serviços, direcionados à prevenção dos riscos, minimização dos danos e 
recuperação das áreas danificadas pelos desastres; elaboração do regimento 
interno, que determinará a respeito do seu funcionamento, bem como 
apresentar propostas de alterações; encaminhamento do regimentointerno 
para a aprovação do Ministro de Estado da Integração Nacional.
• A finalidade da Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da 
Integração Nacional está baseada no desenvolvimento das seguintes atividades 
principais: articulação e coordenação das ações de Defesa Civil; promoção, 
articulando com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, da organização 
e da implementação das COMDECs, ou órgãos correlatos, e dos NUDECs, 
ou das entidades correlatas; definição das áreas que são prioritárias para os 
investimentos que contribuam para a minimização das vulnerabilidades dos 
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e também das macrorregiões 
geográficas do Brasil; implantação e operacionalização do Centro Nacional de 
Gerenciamento de Riscos e Desastres – CENAD; implementação das ações de 
maneira articulada dos órgãos que integram o SINDEC – Sistema Nacional 
de Defesa Civil; participação no Sistema de Proteção ao Programa Nuclear 
Brasileiro – SIPRON, como órgão setorial responsável pela proteção da 
população nos casos de emergências radiológicas e/ou nucleares.
• Os CORDECs têm como finalidade: tornar compatíveis e consolidados os 
programas e os planos estaduais de Defesa Civil relacionados ao planejamento 
regional; a realização de estudos a respeito da probabilidade de ocorrência 
de desastre de qualquer origem, a respeito de sua incidência, extensão e 
consequência; e a coordenação das ações regionais de Defesa Civil nas suas 
áreas de atuação nas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
185
• As CEDECs podem criar as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC 
para formar parte da sua estrutura e definir suas atribuições com o objetivo 
de articular e coordenar as atividades de defesa civil no conjunto dos 
Municípios que estejam dentro de suas áreas de atuação. As CEDECs são 
encarregadas de desenvolver suas atividades com as seguintes finalidades: 
articulação, coordenação e gerenciamento das ações de defesa civil em nível 
estadual; elaboração e implementação dos programas, planos e projetos, em 
nível estadual, relacionados ao tema; capacitação dos recursos humanos para 
o desenvolvimento das atividades de defesa civil; e promoção da inclusão 
dos princípios de defesa civil, nos currículos escolares da rede estadual e do 
Distrito Federal de ensino fundamental e médio, fornecendo todo o apoio ao 
pessoal docente no desenvolvimento de material pedagógico-didático para 
essa finalidade.
• O prefeito do município é o responsável pela criação de uma COMDEC, embora 
as autoridades locais ou os cidadãos da comunidade possam tomar a iniciativa 
para sua criação, quando conscientes da necessidade das ações específicas deste 
órgão para a segurança da população. A COMDEC pode criar Distritais de 
Defesa Civil, ou órgãos correlatos, para integrar a sua estrutura e determinar 
as suas atribuições, com o objetivo de articular e realizar os procedimentos 
de defesa civil nas áreas determinadas em distritos, bairros ou localidades do 
Município.
• As COMDECs ou os órgãos correlatos desenvolvem atividades com as seguintes 
finalidades: articulação, coordenação e gerenciamento das atividades de Defesa 
Civil em nível municipal; promoção de uma ampla participação da comunidade 
nas atividades inerentes à Defesa Civil, em especial em relação às respostas a 
desastres e à reconstrução; promoção de uma mobilização da comunidade e a 
implantação de NUDECs, ou instituições correlatas, em especial nas escolas 
de nível médio e fundamental, e nas áreas de riscos intensificados e, também a 
implantação de programa de treinamento das pessoas voluntárias; promoção 
de sua articulação com as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC, ou os 
órgãos correlatos, e a participação ativa dos Planos de Apoio Mútuo – PAM, 
de acordo com o princípio de auxílio mútuo entre os Municípios; e promover 
a criação e a articulação de centros de operações e desenvolver atividades 
relacionadas à monitorização, alarme e alerta, com a finalidade de otimizar a 
previsão de desastres.
• Os NUDECs, ou as entidades correlatas, operam como centros de reuniões 
e desenvolvimento de debates entre as comunidades locais e a COMDEC e 
atuam no planejamento, promoção e coordenação das atividades de defesa 
civil, com as seguintes finalidades: desenvolver a avaliação dos riscos de 
desastres e preparar mapas temáticos relativos às ameaças, as vulnerabilidades 
dos cenários e às áreas de riscos intensificados; promover medidas preventivas 
estruturais e não estruturais, objetivando a redução dos riscos de desastres; 
elaborar planos de contingência e destinados às operações, com o objetivo 
de dar resposta aos desastres e de exercícios de simulação, para melhorá-los; 
186
treinar as pessoas voluntárias e as equipes técnicas para a atuação em situações 
de desastres; desenvolver articulações com os órgãos de monitorização, alerta 
e alarme, objetivando a otimização da previsão de desastres; e organizar planos 
de chamadas, objetivando a otimização do estado de alerta em situações de 
desastre iminente.
• A participação no SINDEC, das secretarias, entidades e órgãos vinculados de 
nível federal, em conjunto com o órgão central, desenvolvem-se de acordo com 
as seguintes finalidades: Ministério da Justiça: preservar a ordem pública, a 
segurança das pessoas e do patrimônio nas regiões em situação de desastre; 
Ministério da Defesa: coordenação das operações articuladas das Forças 
Singulares; Ministério das Relações Exteriores: relacionamento com outros 
países e com organismos estrangeiros e internacionais, referente à cooperação 
financeira, logística, científica e técnica; Ministério da Fazenda: adoção das 
medidas de cunho fiscal, financeiro e creditício, objetivando o atendimento 
das populações nas regiões em estado de calamidade pública ou em situação 
de emergência; Ministério dos Transportes: preservar e recuperar os sistemas 
viários e os terminais de transportes marítimos, terrestres e fluviais, nas regiões 
atingidas pelos desastres, e realizar o controle do transporte de produtos 
perigosos; Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: prevenção 
dos desastres provocados especialmente por pragas animais e vegetais, e 
atendimento das populações nas regiões atingidas pelos desastres; Ministério 
da Educação: cooperação no programa de desenvolvimento de recursos 
humanos e difusão nas redes de ensino informal e formal, dos conteúdos 
didáticos relacionados à prevenção dos desastres e à defesa civil e, nas 
universidades federais, com a realização e difusão de pesquisas sismológicas 
de interesse do SINDEC; Ministério da Cultura: desenvolvimento do senso 
inerente à percepção de risco por parte da população brasileira e aumentar a 
mudança cultural relativa à redução dos desastres; Ministério do Trabalho e 
Emprego: prevenção ou minimização dos acidentes de trabalho e dos danos 
aos trabalhadores em situações de desastres; Ministério de Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome: assistência social às populações das regiões 
em situação de desastre e fornecimento dos suprimentos necessários à 
sobrevivência. Ministério da Saúde: atividades de saúde pública, fornecimento 
de medicamentos, controlar a qualidade da água e dos alimentos e promover a 
saúde em situações de desastre; atendimento pré-hospitalar e de unidades de 
emergência, mobilização e segurança dos hospitais em situações de desastre; e 
difusão, em nível comunitário, das técnicas de reanimação cardiorrespiratória 
básica e das ações de primeiros socorros; Ministério de Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior: minimizar os danos provenientes de situações 
de desastres aos meios produtivos nacionais e prevenção de desastres 
humanos de natureza tecnológica; Ministério de Minas e Energia: redução 
da degradação ambiental causada pela mineração e garimpos, monitorar as 
condições hidrológicas e os deflúvios de barragens pertencentes aos sistemas 
hidrelétricos e às bacias hidrográficas; Ministério do Planejamento,Orçamento 
e Gestão: priorizar recursos para a assistência às populações e para a realização 
dos serviços e obras de prevenção e de recuperação nas regiões com riscos 
187
de desastres e em estado de calamidade pública ou em circunstância de 
emergência; Ministério das Comunicações: garantir e priorizar os serviços de 
telecomunicações em regiões afetadas pelos desastres e promover a participação 
dos órgãos de comunicação nas ações de prevenção e preparação, e também 
mobilizar os radioamadores, nas circunstâncias de desastres; Ministério da 
Ciência e Tecnologia: desenvolvimento de pesquisas e estudos que possibilitem 
o estabelecimento das áreas de riscos, e o fornecimento das informações para 
orientar as atividades da defesa civil e para as análises relacionadas às previsões 
meteorológicas; Ministério do Meio Ambiente: estabelecimento das normas, 
padrões e critérios inerentes ao controle e à proteção do meio ambiente, ao uso 
de maneira racional dos recursos naturais renováveis objetivando a redução de 
desastres; fornecimento dos dados e das análises referentes ao monitoramento 
dos rios e açudes, com relação às atividades da defesa civil e a promoção do 
controle das cheias e inundações; Ministério do Esporte: incentivar as práticas 
esportivas objetivando a redução das vulnerabilidades relativas aos desastres 
humanos de natureza social e aos riscos inerentes à juventude marginalizada; 
Ministério do Turismo: proposição de medidas objetivando a redução dos 
impactos negativos nas atividades ligadas ao turismo, nas situações de desastre; 
Ministério da Integração Nacional: promoção e coordenação das ações do 
SINDEC, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e articular os planos 
de desenvolvimento regional com as atividades para prevenir e minimizar 
os danos causados nas situações de desastre; Ministério do Desenvolvimento 
Agrário: reduzir os desastres humanos nas áreas relativas às suas atividades; 
Ministério das Cidades: recuperação e a reconstrução de moradias para a 
população de baixa renda que foram afetadas pelos desastres e as obras e 
serviços de saneamento nas regiões de risco; Ministério da Previdência Social: 
apoio às populações que são flageladas, no âmbito de suas atribuições; Casa 
Civil da Presidência da República: apoiar por meio de levantamentos efetuados 
pelo Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM; Gabinete de Segurança 
Institucional: apoio ao SINDEC, por meio de ações de informações e outras 
atividades relativas às suas atribuições; Secretaria de Coordenação Política 
e Assuntos Institucionais: articulação das atividades dos diversos escalões 
e poderes do governo em apoio ao SINDEC; Secretaria de Comunicação de 
Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República: apoio ao SINDEC 
nas ações de divulgação; Comando do Exército: cooperação com as atividades 
de resposta aos desastres e de reconstrução e com as ações de busca e 
salvamento; participação nos procedimentos para prevenção e reconstrução; 
apoio das atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; 
Comando da Marinha: coordenação dos procedimentos relativos à redução do 
dano inerentes às situações de sinistros fluviais e marítimos e participação nas 
atividades de salvamento de náufragos; apoio aos procedimentos de resposta a 
desastres, com hospitais fluviais, verificados na Amazônia; apoio às atividades 
de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; e Comando da 
Aeronáutica: coordenação das atividades de evacuação aeromédica e missão 
de misericórdia, cooperação com as atividades de busca e salvamento, apoio às 
atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte.
188
• É permitida a participação no SINDEC em nível estadual e municipal dos 
órgãos federais localizados nos Estados e nos Municípios, por meio da atuação 
de seus representantes nos respectivos Conselhos. Nos Estados ou Municípios, 
a atuação dos órgãos setoriais corresponde aos de nível federal e desenvolvem 
suas atividades de defesa civil em consonância com as suas atribuições legais, 
e ação conjunta com os respectivos órgãos de defesa civil, de acordo com os 
âmbitos de suas jurisdições.
• Os órgãos de apoios desenvolvem ações específicas de acordo com as suas 
atividades normais, por meio da articulação previamente estabelecida com os 
órgãos de coordenação do SINDEC. 
189
AUTOATIVIDADE
Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:
1 Discorra sobre a atuação da SEDEC e suas finalidades.
 
2 Descreva a formação do SINDEC.
3 Apresente a estrutura do CONDEC e sua finalidade.
4 Discorra sobre as finalidades do CORDEC.
5 Apresente as finalidades das atividades das CEDECs.
6 Descreva as finalidades do COMDEC e do NUDEC.
7 Apresente de maneira sucinta as principais finalidades de cada órgão setorial 
do SINDEC.
8 Discorra sobre a atuação dos órgãos de apoios do SINDEC.
190
191
REFERÊNCIAS
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de incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 
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processadoras de produtos agrícolas e seus derivados estudo de caso. Ponta 
Grossa, 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia 
de Segurança do Trabalho). Departamento de Engenharia Civil, Universidade 
Estadual de Ponta Grosa.
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habitacional de baixo custo estruturado em aço. Belo Horizonte, 2007. 
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de Acidentes do Trabalho: Aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2005.
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DISTRITO FEDERAL. Manual básico de combate a incêndio do corpo de 
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192
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construtivos diante do fogo - reação ao fogo. In.: A Segurança contra incêndio 
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NR4 – Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2010.
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ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de Acidentes: abc da segurança do 
trabalho. São Paulo: Atlas, 2002.
193
ANOTAÇÕES
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194
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____________________________________________________________originou-se ao observar o comportamento de alguns agentes 
extintores, como o halon, cuja rapidez de efeito de extinção não era compreensível 
aplicando-se somente a teoria do triângulo do fogo. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
6
De acordo com Seito (2008 p. 278), o halon não foi mais utilizado no combate 
a incêndio, por ser uma substância que destrói a camada de ozônio. “A proibição do 
uso, comercialização e importação do halon foi regulamentada no Brasil por meio das 
Resoluções do CONAMA de número 13 de 13/12/95 e número 229 de 20/08/97, depois 
substituídas pelo número 267 de 14/09/2000”.
UNI
A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível 
se decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. 
Estes produtos combinam-se com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e 
gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca 
novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma 
reação em cadeia que autoalimenta o fogo.
FIGURA 2 – TETRAEDRO DO FOGO
FONTE: Distrito Federal (2006, p.14)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
7
3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA
Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. 
Um jato de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, demonstrado na 
figura que segue, com a entrada de ar fechada, pode entrar em ignição e queimar como 
chama de difusão, produzindo-se a combustão naquelas zonas em que o combustível 
gasoso e o ar se misturam por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta 
luminosidade amarela, indicando a presença de pequenas partículas de fuligem 
resultantes da combustão incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, 
outras, porém, emergem pela ponta da mesma para formar a fumaça. 
FIGURA 3 – BICO DE BUNSEN
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são 
misturados antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável 
ou explosiva, sempre que o nível de concentração de gás, vapor ou pó e ar se 
encontram entre o LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o 
LSEI – limite superior de explosividade ou inflamabilidade. O quadro a seguir 
apresenta os limites de explosividade de algumas substâncias.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
8
QUADRO 1 – LIE E LSE DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS
FONTE: Seito (2008, p. 38)
Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração 
de gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior 
e superior) é uma mistura não inflamável.
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
9
Lembre-se que quando se abre a entrada de ar num bico de Bunsen, se 
estabiliza a chama da pré-mistura.
UNI
Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se 
uma pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. 
A mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois 
a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a 
substância combustível e transformar a mesma em dióxido de carbono e água. 
Esta situação pode ser demonstrada na reação da queima do gás propano ( ):3 8C H
3 8 2 2 2 2 2C H 5O 18,8N 3CO 4H O 18,8N+ + = + +
Perceba que o nitrogênio (N2), apesar de estar presente nesta combinação, 
por estar presente no ar, não participa na reação.
UNI
Neste caso, para que a mistura estequiométrica de propano e ar entre 
em combustão, basta uma faísca elétrica quase imperceptível como aquela que 
pode ser produzida por uma pessoa ao caminhar por um carpete sintético e tocar 
um objeto que esteja conectado a terra. Numa atmosfera de oxigênio puro (sem 
a presença de nitrogênio), a energia necessária é menor. A chama de difusão 
associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra a forma de combustão 
que se observa quando um combustível líquido ou sólido queima com chama. 
Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da substância combustível 
gerados na superfície da fase condensada. A velocidade de abastecimento destes 
vapores depende da sua velocidade de combustão na chama de difusão. A energia 
se transfere da chama para a superfície, gerando, assim, a energia necessária para 
produzir os vapores. Nos combustíveis líquidos, ocorre um processo simples de 
evaporação, mas nos combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente 
de energia para que ocorra a decomposição química do combustível e para romper 
as grandes moléculas, transformando-as em fragmentos menores capazes de se 
evaporar e se liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que 
se mantenha o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
10
O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância, 
transformando-as em moléculas ou átomos como resultados da ação do calor, denomina-
se pirólise ou decomposição térmica. (DISTRITO FEDERAL, 2006).
UNI
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é 
importante para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para 
esta compreensão, estudaremos as formas de transmissão de calor:
• Condução: o calor é transmitido através de substâncias condutoras, podendo 
provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentado no aumento 
da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem 
submetidos a uma fonte de energia. O calor é transmitido entre as partículas, 
perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte.
• Convecção: O ar quente e os gases liberados pela combustão tendem a se elevar 
por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem os materiais com os 
quais tenham contato. Por esta razão, as correntes de ar são muito perigosas em 
caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos materiais altamente 
inflamáveis.
• Radiação: O calor é transmitido em ondas e em todas as direções. Assim, todos 
os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua temperatura 
de ignição. Muitos incêndios são provocados pelo calor radiante. São comuns os 
incêndios originados pela aproximação de estufas a cortinas ou outros materiais 
combustíveis. 
Para melhor entendimento da transferência de calor por condução e 
convecção, observe a figura a seguir.
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
11
FIGURA 4 – AÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO E CONVECÇÃO EM 
MADEIRA, PARA DUAS POSIÇÕES DIFERENTES
FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 39)
Observe no lado esquerdo da figura a seguir, a representação do fogo em 
uma placa de madeira na posição horizontal, o fenômeno da convecção com a 
elevação dos gases quentes resultantes de queima da madeira. A propagação da 
chama é lenta, pois se dá somente por condução.
No lado direito da figura que segue, com a representação do fogo em uma 
placa de madeira na posição vertical, observa-se a rápida propagação da chama, 
pois o aquecimento da madeira se dá por condução e por convecção.
Para melhor entendimento da transferência de calor por radiação, observe 
o incêndio em uma edificação que é atingida por radiação do calor gerado por um 
incêndio num edifício localizado no outro lado da via que os separa, representado 
na figura a seguir. 
FIGURA 5 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE EDIFÍCIOS POR RADIAÇÃO 
TÉRMICA
FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 40)
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
12
5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO
A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua 
temperatura superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente 
para, uma vez iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos 
podem ser classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura 
mínima para que se libereum vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície.
QUADRO 2 – PONTO DE FULGOR DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 
2010.
Observe no quadro anterior, que algumas substâncias liberam vapor ou uma 
mistura de ar inflamável mesmo quando submetidas a temperaturas muito baixas.
UNI
Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de 
difusão, é necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como 
ponto de ignição. Estes conceitos são aplicáveis também aos combustíveis 
sólidos, mesmo que as temperaturas são mais altas devido às exigências da 
decomposição química. O ponto de ignição encontra-se normalmente acima dos 
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
13
300 o 
 C dependendo do combustível. A facilidade de ignição de um material sólido 
depende, portanto, da facilidade com que se eleva sua temperatura superficial 
até alcançar o ponto de ignição, por exemplo, mediante a exposição a um calor 
radiante ou a um fluxo de gases quentes. 
Os sólidos de fina espessura, como as maravalhas (figura a seguir), 
queimam com grande facilidade porque têm uma massa térmica baixa, ou seja, 
necessitam de uma quantidade relativamente reduzida de calor para aumentar 
sua temperatura até o ponto de ignição. No entanto, quando se aplica calor a uma 
superfície de um material sólido de grande espessura, parte do calor passa da 
superfície ao interior, o que reduz o aumento da temperatura em sua superfície. 
FIGURA 6 – MARAVALHA
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
• No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor 
se aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta.
• No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da fonte de 
calor.
UNI
A temperatura de ignição de alguns materiais comumente presentes em 
incêndios é apresentada no quadro a seguir.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
14
QUADRO 3 – TEMPERATURA DE IGNIÇÃO DE ALGUNS MATERIAIS
Material Temp. de 
ignição (°C)
Fluxo de liberação de 
energia (KW/m²)
Madeirite (0,635cm) 390 16
Madeirite (1,27cm) 390 16
Madeirite resistente ao fogo (1,27cm) 620 44
Compensado (6,35mm) 298 10
Compensado (3,175mm) 365 14
Compensado envernizado (3,4mm) 400 17
Compensado laqueado 400 17
Placa de fibra isolante térmico 355 14
Espuma rígida (2,54cm) 435 20
Espuma flexível (2,54cm) 390 16
Poliestireno (5,08cm) 630 46
Policarbonato (1,52mm) 528 30
Polímero PMMA tipo C (1,27cm) 378 15
Polímero PMMA polycast (1,59mm) 278 9
Carpete n.°1 de algodão padrão 465 23
Carpete n.°2 de algodão não tratado 435 20
Carpete n.°2 de algodão tratado 455 22
Carpete mistura de nylon/algodão 412 18
Carpete acrílico 300 10
Placa de gesso comum (1,27mm) 565 35
Placa de gesso resistente ao fogo 
(1,27cm) 510 28
Placa de gesso com papel prensado 412 18
Cobertura asfáltica 378 15
Cobertura de fibra de vidro 445 21
Vidro reforçado com poliéster 
(2,24mm) 390 16
Vidro reforçado com poliéster 
(1,14mm) 400 17
FONTE: Quintiere (1997) apud Distrito Federal (2006, p. 19)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
15
6 INCÊNDIO
Segundo Distrito Federal (2006), um incêndio é a manifestação de 
uma combustão incontrolada, conforme apresentado na figura a seguir. Nesta 
combustão, participam os materiais combustíveis que formam parte dos 
edifícios ou uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na 
indústria e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, 
são apresentados como substâncias combustíveis. Ainda que estas substâncias 
apresentem uma grande variedade de acordo com o seu estado químico e físico, 
quando em combustão têm um comportamento similar, ainda que apresentem 
algumas diferenças tais como: 
• facilidade com que se inicia a combustão (ignição);
• velocidade com que se desenvolve a combustão (propagação da chama); e
• intensidade da combustão (velocidade de liberação de calor).
FIGURA 7 – INCÊNDIO EM LOCAL DESTINADO A DEPÓSITO DE MATERIAIS
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010.
Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, 
é possível quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de 
um incêndio, o que permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos 
incêndios em geral. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
16
Os materiais combustíveis estão em toda parte e, em determinadas 
condições, podem entrar em combustão se lhes for aplicada uma fonte de ignição 
capaz de iniciar uma reação em cadeia. No início deste processo, a substância 
combustível reage com o oxigênio do ar liberando energia (calor) e gerando 
produtos resultantes da combustão, alguns dos quais podem ser tóxicos. Torna-
se necessário, portanto, compreender com clareza os mecanismos de ignição e 
combustão. Normalmente, a maioria dos incêndios é produzida em materiais 
sólidos como, por exemplo, a madeira, mas também, ocorre em combustíveis 
líquidos e gasosos. 
6.1 FASES DO INCÊNDIO
A queima se processa em etapas definidas claramente, tanto em incêndios 
florestais, como em incêndios em veículos ou em incêndios de edificações. A partir do 
reconhecimento dos diferentes estágios, pode-se compreender o desenvolvimento 
do incêndio e realizar o combate com as ferramentas e táticas mais adequadas a 
cada um deles. A eficiência no combate a incêndio depende do conhecimento de 
cada uma das etapas e das técnicas apropriadas a serem adotadas.
 
Distrito Federal (2006) descreve as etapas do incêndio como: inicial, 
crescente, totalmente desenvolvida e final. 
6.1.1 Etapa Inicial
Após a ignição do material combustível, inicia-se esta etapa. Nesta 
fase, tanto o oxigênio como o combustível são abundantes no ambiente. Num 
espaço de tempo maior, a temperatura mantém-se relativamente baixa e inclui o 
aparecimento do incêndio, restringindo-se ao foco inicial. Da combustibilidade 
e quantidade do material em combustão e dos materiais que estiverem nas 
proximidades irá depender o desenvolvimento do incêndio nesta fase.
6.1.2 Etapa Crescente
Esta etapa é relativa à incubação do incêndio. Nos incêndios em ambientes 
fechados, de acordo com o progresso da combustão, a fumaça e os gases aquecidos 
produzidos pela combustão, por convecção se elevam e ocupam a região próxima 
ao teto. As chamas aumentam e há uma redução da concentração de oxigênio 
para 20%. Dependendo da quantidade e forma do material combustível existente 
no ambiente, haverá uma propagação mais rápida. A temperatura inicial desta 
fase ainda não é muito alta, porém o aumento na quantidade de calor liberado 
é exponencial e em um curto período de tempo. Nesta condição, os materiais 
existentes no ambiente virão a sofrer a pirólise. A temperatura, nesta fase, se eleva 
de aproximadamente 50oC para 800oC, em pouco tempo. 
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
17
A forma e o tamanho do ambiente influenciarão no desenvolvimento 
do fogo: o incêndio se desenvolve mais facilmente em espaços menores. Em 
ambientes mais fechados com pouca abertura para a ventilação natural, tais como 
portas e janelas, por exemplo, o incêndio irradiará mais calor para os materiais 
não atingidos pelo mesmo. 
Todos os materiais existentes no local atingirão o seu ponto de ignição 
na parte final desta etapa, as chamas atingirão o ambiente inteiro. Esta situação 
é também denominada flashover. A propagação do calor se processa para fora e 
para cima do combustível, por condução e convecção.
6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida
Nesta etapa, também denominada de fase de queima livre ou estável, 
o incêndio se desenvolve de maneira mais forte, utilizando cada vez mais 
combustível e oxigênio. A temperatura continuará a se elevar acima de 800o 
C. Há um intenso acúmulo de gases aquecidos e fumaça. Há uma redução na 
concentração de oxigênio para18%, e muita diferença nesta concentração entre a 
região próxima ao piso com relação à região próxima ao teto. Na região próxima 
ao piso é quase normal a concentração de oxigênio e a temperatura é confortável 
ainda. Na região próxima ao teto há o aumento rápido da camada de gás e da 
temperatura. Por esta razão, torna-se importante realizar as ações de combate 
agachado ou de joelhos. Esta fase está basicamente relacionada à propagação do 
incêndio e sofrerá as seguintes influências:
• em ambiente fechado, o ambiente inteiro é tomado pelas chamas e dependerá 
da concentração de oxigênio;
• em ambiente aberto, poderá ocorrer a dispersão da massa gasosa e dependerá 
da quantidade de combustível.
No início, em razão da maior disponibilidade de oxigênio, o incêndio se 
desenvolve de maneira semelhante ao incêndio com boas condições de ventilação. 
Mesmo que esteja se desenvolvendo em ambiente confinado, o comportamento 
do incêndio é controlado pelas condições de queima do material combustível. 
Normalmente, esses incêndios apresentam duas camadas distintas: uma camada na 
parte superior formada por fumaça e outra camada de ar na parte inferior. Nesta 
condição, a queima gerará os mesmos produtos que são resultantes da combustão do 
mesmo material realizada em local aberto. 
O incêndio que se desenvolve em ambientes fechados, promoverá uma 
diminuição da concentração de oxigênio. Nestes casos, o oxigênio disponível 
controlará a produção de calor, a velocidade e inclusive a extinção do incêndio. Há 
também, nestas situações, somente a camada de fumaça que praticamente preencherá 
o ambiente inteiro. Nesses incêndios nos quais o controle dos mesmos é resultante da 
ventilação, a combustão no interior do ambiente será incompleta.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
18
6.1.4 Etapa Final
Esta etapa também é denominada fase decrescente ou estágio de brasa. A 
etapa se inicia no momento em que a maior parte do combustível e do oxigênio 
existente no local já foi consumida pelo incêndio. Com isso, há uma tendência 
de diminuição das chamas que passam a buscar oxigênio em qualquer abertura. 
Nesta situação, a concentração de oxigênio se reduz para 16%. Caso a concentração 
de oxigênio seja reduzida para 15% ou menos, haverá a extinção das chamas e 
permanecerão apenas as brasas. 
No teto, a temperatura permanece muito elevada e o ambiente é preenchido 
por fumaça e gases aquecidos, podendo em alguns casos conter gases perigosos. 
A visibilidade no local é praticamente nula. A temperatura do ambiente diminui 
gradativa e lentamente. No ambiente há pouco oxigênio, e isto, se o local não 
for ventilado fará que a temperatura diminua e apaguem as chamas e as brasas 
existentes. 
Observe na figura a seguir as variações da temperatura com relação às 
fases do incêndio desenvolvidas no decorrer do tempo.
FIGURA 8 – GRÁFICO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA NO DECORRER DO TEMPO DE 
UM INCÊNDIO
FONTE: Grimwood (2003) apud Distrito Federal (2006, p. 121)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
19
Na tabela a seguir são apresentadas as principais características de cada 
fase desenvolvida durante um incêndio. 
TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DE CADA FASE DO INCÊNDIO
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 121)
20
Neste tópico, você viu que:
• Fogo é uma combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores 
desprendidos por uma substância combustível são combinados rapidamente 
com o oxigênio do ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética 
de certas reações químicas exotérmicas de oxidação-redução.
• Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e devem se 
dar na proporção adequada de concentração entre o combustível e o comburente 
e a uma temperatura determinada: combustível, comburente e calor.
• Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar 
vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação 
exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em 
que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos 
componentes (sólido, líquido ou gasoso). 
• Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é 
um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento 
ativo da reação de combustão. 
• Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção do 
fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contanto 
constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos 
com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. 
• Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são: naturais: Sol e 
raio; elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos; 
químicas: reações e fermentação; processos de soldadura e corte: trabalhos com 
chama aberta e faíscas.
• Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os três lados 
de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os outros dois. 
Para que se produza o fogo devem permanecer em contato os três componentes 
do triângulo: combustível, comburente e calor. 
• Há também outra teoria sobre o fogo, em que além dos três elementos do triângulo 
do fogo (combustível, comburente e calor), se considera um quarto fator: a reação 
em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto, são quatro fatores que compõem o 
tetraedro do fogo.
• A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível se 
decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
Estes produtos se combinam com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e 
gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca 
novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma 
reação em cadeia que autoalimenta o fogo. 
• Um incêndio é a manifestação de uma combustão incontrolada. Nesta combustão, 
participam os materiais combustíveis que formam parte dos edifícios ou 
uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na indústria 
e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, são 
apresentados como substâncias combustíveis. 
• Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, é possível 
quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de um incêndio, 
o que nos permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos incêndios em 
geral. 
• Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. Um jato 
de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, com a entrada de ar 
fechada, pode entrar em ignição e queimar como chama de difusão, produzindo-
se a combustão naquelas zonas em que o combustível gasoso e o ar se misturam 
por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta luminosidade amarela, 
indicando a presença de pequenas partículas de fuligem resultantes da combustão 
incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, outras, porém, emergem 
pela ponta da mesma para formar a fumaça. 
• Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são misturados 
antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável ou explosiva, 
sempre que o nível de concentração de gás, vapor, pó e ar se encontrem entre o 
LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o LSEI – limite superior 
de explosividade ou inflamabilidade. 
• Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração de 
gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior 
e superior) é uma mistura não inflamável. 
• Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se uma 
pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. A 
mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois 
a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a 
substância combustível e transformá-la em dióxidode carbono e água. 
• Numa atmosfera de oxigênio puro (sem a presença de nitrogênio), a energia 
necessária é menor. 
• A chama de difusão associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra 
a forma de combustão que se observa quando um combustível líquido ou 
sólido queima com chama. Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da 
22
substância combustível gerados na superfície da fase condensada. A velocidade 
de abastecimento destes vapores depende da sua velocidade de combustão na 
chama de difusão. A energia se transfere da chama para a superfície, gerando, 
assim, a energia necessária para produzir os vapores. 
• Nos combustíveis líquidos ocorre um processo simples de evaporação, mas nos 
combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente de energia para 
que ocorra a decomposição química do combustível e para romper as grandes 
moléculas transformando-as em fragmentos menores capazes de se evaporar e se 
liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que se mantenha 
o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. 
• O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância 
transformando-as em moléculas ou átomos, como resultado da ação do calor, 
denomina-se pirólise ou decomposição térmica.
• A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é importante 
para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para esta 
compreensão, estudamos as formas de transmissão de calor: condução, convecção 
e radiação.
• Condução ocorre quando o calor é transmitido através de substâncias condutoras, 
podendo provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentada no aumento 
da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem 
submetidos a uma fonte de energia, o calor é transmitido entre as partículas, 
perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte de 
calor. 
• Convecção ocorre quando o ar quente e os gases liberados pela combustão 
tendem a se elevar por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem 
os materiais com os quais tenha contato. Por esta razão, as correntes de ar são 
muito perigosas em caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos 
materiais altamente inflamáveis. 
• Radiação ocorre quando o calor é transmitido em ondas e em todas as direções, 
assim todos os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua 
temperatura de ignição. 
• A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua temperatura 
superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente para, uma vez 
iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos podem ser 
classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura mínima para 
que se libere um vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície.
• Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de difusão é 
necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como ponto de 
ignição. 
23
• No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor se 
aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta.
• No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da 
fonte de calor.
• A etapa inicial do incêndio apresenta as seguintes características principais: 
as chamas mantêm-se no foco inicial; há muito combustível; há oxigênio em 
abundância; mantém-se a temperatura ambiente; o espaço de tempo é de curta 
duração. 
• Na etapa crescente as principais características apresentadas pelo incêndio são: as 
chamas se propagam para os materiais combustíveis existentes nas proximidades; 
ainda há combustível em abundância; há a diminuição da concentração de 
oxigênio; ocorre um aumento da temperatura de maneira exponencial; a massa 
de gás e fumaça se elevam por convecção. 
• A etapa totalmente desenvolvida do incêndio é identificada pelas seguintes 
características: ocorre a generalização do incêndio em todo o ambiente; o 
combustível disponível para alimentar o processo de combustão passa a ser 
limitado; a concentração de oxigênio diminui e é restrita; há grandes diferenças 
entre a temperatura da região próxima ao teto e a região próxima ao piso; o calor 
é irradiado da região próxima ao teto em direção à região próxima ao piso. 
• Na fase final do incêndio, as características apresentadas são: as chamas 
diminuem ou se apagam; não há combustível disponível para manutenção do 
processo de combustão; há uma concentração baixa de oxigênio; a temperatura 
é muito alta, e diminui lentamente; há a presença de muita fumaça e brasa; há 
risco de ignição da fumaça se for injetado ar no interior do ambiente. 
24
Exercite seus conhecimentos adquiridos, resolvendo as questões a 
seguir:
1 Explique o que se entende por fogo.
2 Discorra sobre o triângulo do fogo e seus componentes.
3 Descreva o tetraedro do fogo e seus componentes.
4 Apresente a definição de incêndio.
5 Discorra sobre cada uma das formas de combustão de um gás inflamável.
6 Apresente as características de uma mistura inflamável de tipo 
estequiométrico.
7 Descreva a reação térmica indispensável para que se mantenha o fluxo de 
vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão na combustão dos 
combustíveis.
8 Apresente a definição de pirólise ou decomposição térmica.
9 Descreva as formas de transmissão de calor.
10 Discorra sobre as diferenças entre ponto de fulgor e ponto de ignição.
11 Apresente resumidamente as principais características de cada fase 
desenvolvida no incêndio.
AUTOATIVIDADE
25
TÓPICO 2
CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A combustão ou fogo libera geralmente luz e energia em quantidade 
bastante para ser perceptível. De acordo com Distrito Federal (2006), a existência 
de luz em uma chama nem sempre se verificará. A queima do hidrogênio é um 
exemplo que produz somente vapor d’água através da reação química com o 
oxigênio. No entanto, mesmo que não seja visível a chama, muita energia se 
produz neste processo. Por esta razão, o processo denomina-se combustão. Isto 
demonstra que há diferentes tipos de combustão. Distrito Federal (2006) classifica 
a combustão com relação à: 
• formação de produtos da combustão: completa ou incompleta;
• sua velocidade de reação: viva ou lenta.
Há também a combustão espontânea, apresentada em separado, por suas 
particularidades.
2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS
Com relação a esta classificação, a combustão é completa ou incompleta. 
Há também a combustão espontânea que será apresentada em separado, por suas 
particularidades.
2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA
Trata-se da forma de combustão mais comum caracterizada pela produção 
de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis produzidos pelo 
rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as moléculas de oxigênio 
e passarão a formar outras substâncias. Esse processo produzirá uma quantidade 
maior de chama e calor, e dependerá de uma ação externa para sua paralisação e 
extinção das chamas. As características das construções em geral, integradas por 
compartimentos delimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências 
de incêndios haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que 
este oxigênio é utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, 
esta quantidade de oxigênio tende a decrescer. Com isto, as chamas sofrem uma 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
26
diminuição e chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição 
das chamas, os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados 
de íons que reagirão com o oxigênio quando em contato com este. Basta o contato 
com o ar para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. 
Nestes casos, as ações de combate deverão ser cuidadosas e de acordo com as 
técnicas apropriadas, para se evitar a explosão da fumaça, conhecida como 
brackdraft, que estudaremos mais adiante. 
A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmenteconsumidos 
na queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação com 
o ar. Estes resíduos compõem a fumaça.
UNI
2.2 COMBUSTÃO COMPLETA
Há casos em que a totalidade das moléculas do combustível reage 
completamente com as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias 
estáveis. Nestes casos, ocorre a combustão completa ou combustão ideal, e são 
gerados apenas dióxido de carbono (CO2) e água (H2 O). Temos como exemplo a 
combustão do metano. Nesta combustão, ao reagir uma molécula de metano (CH4) 
com duas moléculas de oxigênio (O2) será formada uma molécula de dióxido de 
carbono e duas moléculas de água (H2 O), de acordo com a equação:
4 2 2 2CH O CO 2H O+ = +
Normalmente, nos incêndios, por ocorrer uma mistura mais rica em 
metano ou outro combustível, há a também a formação de monóxido de carbono 
(CO) além da geração de dióxido de carbono (CO2). O monóxido de carbono é 
instável e reage com o oxigênio, rompendo outra molécula e forma outros produtos 
instáveis. Neste processo, ocorre uma reação em cadeia de maneira semelhante 
ao que ocorre com o gás hidrogênio e com a maior parte dos combustíveis. Ao ser 
retirado qualquer um dos componentes do tetraedro do fogo, haverá a extinção 
do mesmo.
TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
27
Os trabalhos de prevenção e combate aos incêndios dependem muito dos 
conhecimentos inerentes ao controle deste processo.
UNI
A combustão completa ou também chamada de queima limpa é obtida 
na queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem 
devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul.
 
No entanto, convém atentar para a diferença entre a queima total e a 
combustão completa. A queima total de um combustível ocorre quando todo o 
material combustível existente no ambiente é atingido pela queima, e a combustão 
completa ocorre na combinação estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. 
3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO
Com relação à velocidade da combustão, a combustão é viva ou lenta.
3.1 COMBUSTÃO VIVA
A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A 
chama exerce influência na intensidade do incêndio, e, portanto, considera-se 
como a combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada 
durante o combate.
A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou 
gás queimando, mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos 
combustíveis líquidos ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente 
gasoso.
Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como 
sendo combustão viva. Para que ocorra a combustão viva, basta a liberação de 
uma quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que 
se possa determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a 
unidade de volume da reação química e a energia de ativação. 
Na etapa inicial da combustão, o nível de energia pode ser de 
aproximadamente 1.000 (103) kW / m3. Esta quantidade de energia é suficiente 
para em um segundo elevar em 1 o C a temperatura de 1 grama de água. 
 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
28
Distrito Federal (2006) salienta que a potência de uma combustão é 
caracterizada pela quantidade de calor ou de energia liberada em um intervalo 
de tempo. Esta medida da quantidade de energia é normalmente expressa em 
kJ/s ou kW. Os níveis máximos de liberação de calor (picos) de alguns materiais 
são apresentados na tabela a seguir.
TABELA 3 – NÍVEIS MÁXIMOS DE LIBERAÇÃO DE CALOR
FONTE: National Fire Protection Association (NFPA) 921 apud Distrito Federal (2006, p. 35)
3.2 COMBUSTÃO LENTA
O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido 
popularmente como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo 
em que a reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre 
lentamente. Este fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão 
viva e produz luz, calor e fumaça. 
Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial do combustível 
sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em combustão e esta 
superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica a ocorrência de 
temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de incêndios ocorre a 
incandescência. 
Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela 
pode transformar-se em combustão viva. Por esta razão se ocorrer a ventilação 
inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do 
material combustível.
TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
29
Um cigarro aceso sobre um colchão poderá dar início a uma combustão 
lenta, que, em seguida, poderá resultar em combustão viva.
UNI
A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno 
de 10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados 
altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material 
combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para 
continuar a reação química.
Essa combustão em incêndios é potencialmente mortal, embora seja 
muito lenta, em razão da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre 
a incandescência nos seguintes casos:
• queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, tais como: carvão, 
fumo, espuma ou algodão em colchões;
• queima de mistura de combustíveis como no caso de sofás em que se combinam 
tecidos com polímeros ou algodão;
• queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já queimados tais 
como em: carvoarias ou lixões.
4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
Trata-se de uma forma de combustão em que o processo de queima não 
necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de combustão estudados 
anteriormente. O início a um processo de queima neste tipo de combustão 
geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível com exposição ao ar. 
Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição orgânica do material 
e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua percepção. Em alguns 
casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto faz com que apenas se 
perceba a combustão quando a mesma for grave.
Em materiais em que pode ocorrer este tipo de combustão como: o fósforo 
branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão 
amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não 
se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da 
temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
30
A reação química gerada nestes casos pode resultar tanto em uma combustão 
lenta ou incandescência como em uma chama ou combustão viva.
UNI
31
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você viu que:
• Pode-se perceber que há diferentes formas de combustão: há combustão ou fogo, 
que libera geralmente luz e energia em quantidade bastante para ser perceptível. 
No entanto, há casos em que a existência de luz em uma chama nem sempre se 
verificará. A queima do hidrogênio é um exemplo que produz somente vapor 
d’água através da reação química com o oxigênio. No entanto, mesmo que não 
seja visível a chama, muita energia se produz neste processo, por esta razão a 
este processo também se denomina combustão. 
• A combustão se classifica com relação à: formação de produtos da combustão, 
completa ou incompleta; sua velocidade de reação: viva ou lenta e há também 
a combustão espontânea.
• Combustão incompleta é a forma de combustão mais comum caracterizada 
pela produção de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis 
produzidos pelo rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as 
moléculas de oxigênio e passarão a formar outras substâncias. Esse processo 
produzirá uma quantidade maior de chama e calor e dependerá de uma ação 
externa para sua paralisação e extinção das chamas. 
• As características das construções, em geral, integradas por compartimentos

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