Prévia do material em texto
2011 Prevenção no Combate a SiniStroS Prof. Maurício Saturnino Sestrem Copyright © UNIASSELVI 2011 Elaboração: Prof. Maurício Saturnino Sestrem Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 371.77 S494p Sestrem, Maurício Saturnino. Prevenção no Combate a Sinistros/ Maurício Saturnino Sestrem. Centro Universitário Leonardo da Vinci –: Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2011.x ; 194.p.: il Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-311-2 1. Prevenção de Acidentes 2. Cuidados e Prevenção I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Impresso por: III aPreSentação Caro(a) Acadêmico(a)! No âmbito da segurança do trabalho, a prevenção e o combate a sinistro são de grande importância em razão dos danos que podem ser provocados por um incêndio. Um incêndio pode causar mortes, destruir a edificação e locais de trabalho como, por exemplo: fábricas, lojas, escolas e locais onde há aglomeração de pessoas, como: centros de recreação, shopping centers, teatros, cinemas dentre outros. Os incêndios podem destruir fábricas completas e com elas, fontes de trabalho em prejuízo do trabalhador e da economia do país. Para que sejam evitados estes danos, é necessário que os trabalhadores observem as normas de segurança de prevenção e combate a incêndios. Por esta razão, é indispensável o conhecimento dos conceitos básicos relativos ao estudo do incêndio, das explosões e de sua extinção, dos principais aspectos prevencionistas e das ações adequadas na ocorrência de sinistros. Na Unidade 1, é apresentada a conceituação básica referente ao estudo do fogo, a ocorrência das explosões e da extinção de incêndios. Com relação ao estudo do fogo, são apresentados os conhecimentos da química e física do fogo e a classificação de incêndios. Com relação às explosões, foram descritas as principais características que podem ocorrer em incêndios como: de gás, de pó, de fumaça e BLEVE. No tópico a respeito da extinção de incêndios, destacam-se os métodos de extinção de incêndio: controle ou retirada do material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento da reação em cadeia. Enfocando as determinações previstas na NR 23 – Proteção contra incêndios, na Unidade 2, estão descritos os principais aspectos a serem considerados nas ações e nas medidas construtivas de prevenção e proteção contra incêndios, no sistema de controle da fumaça, nas classes de fogo e nos principais agentes extintores de incêndios apropriados a cada classe, na proteção por extintores portáteis, na extinção de incêndio por água e na proteção contra incêndios por hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos (sprinklers). Na Unidade 3, são tratados os principais temas relacionados às etapas da metodologia para a elaboração do plano de emergência, à formação da brigada de incêndios, aos sistemas de detecção e alarme de incêndio (SDAI) e à estrutura e finalidade dos órgãos de defesa civil. Prof. Maurício Saturnino Sestrem IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII UNIDADE 1: INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS ......................................................................... 1 TÓPICO 1: QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO ...................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 A NATUREZA DO FOGO ................................................................................................................... 3 2.1 TRIÂNGULO DO FOGO ................................................................................................................ 5 2.2 REAÇÃO EM CADEIA ................................................................................................................... 5 3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA ............................................................................. 7 4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................................................................................... 10 5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO ............................................................................ 12 6 INCÊNDIO ............................................................................................................................................. 15 6.1 FASES DO INCÊNDIO .................................................................................................................... 16 6.1.1 Etapa Inicial ............................................................................................................................. 16 6.1.2 Etapa Crescente ....................................................................................................................... 16 6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida........................................................................................... 17 6.1.4 Etapa Final ............................................................................................................................... 18 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 24 TÓPICO 2: CLASSIFICAÇÃO DO FOGO ......................................................................................... 25 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25 2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS .............................................. 25 2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA ......................................................................................................delimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências de incêndios haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que este oxigênio é utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, esta quantidade de oxigênio tende a decrescer. Com isto as chamas sofrem uma diminuição e chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição das chamas, os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados de íons que reagirão com o oxigênio quando em contato com ele. Basta o contato com o ar para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. • A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmente consumidos na queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação com o ar. Estes resíduos compõem a fumaça. • A combustão completa ou combustão ideal ocorre nos casos em que nas reações químicas a totalidade das moléculas do combustível reage completamente com as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias estáveis. • A combustão completa, também chamada de queima limpa, é obtida na queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul. 32 • A queima total de um combustível ocorre quando todo o material combustível existente no ambiente é atingido e a combustão completa ocorre na combinação estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. • A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A chama exerce influência na intensidade do incêndio e, portanto, considera-se como a combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada durante o combate. • A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou gás queimando, mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos combustíveis líquidos ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente gasoso. • Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como sendo combustão viva. Para que ocorra a combustão viva basta a liberação de uma quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que se possa determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a unidade de volume da reação química e a energia de ativação. • A potência de uma combustão é caracterizada pela quantidade de calor ou de energia liberada em um intervalo de tempo. Esta medida da quantidade de energia é normalmente expressa em kJ/s ou kW. • O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido popularmente como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo em que a reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre lentamente. Este fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão viva e produz luz, calor e fumaça. Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial do combustível sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em combustão e esta superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica a ocorrência de temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de incêndios ocorre a incandescência. • Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela pode transformar-se em combustão viva. Por esta razão, se ocorrer a ventilação inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do material combustível. • A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno de 10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para continuar a reação química. • A combustão lenta é potencialmente mortal, embora seja muito lenta, em razão da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre a incandescência nos seguintes casos: queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, 33 tais como: carvão, fumo, espuma ou algodão em colchões; queima de mistura de combustíveis como no caso de sofás em que se combinam tecidos com polímeros ou algodão e queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já queimados tais como em: carvoarias ou lixões. • A combustão espontânea é uma forma de combustão em que o processo de queima não necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de combustão estudados anteriormente. O início a um processo de queima neste tipo de combustão geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível com exposição ao ar. Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição orgânica do material e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua percepção. Em alguns casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto faz com que apenas se perceba a combustão quando a ela for grave. • Em materiais em que pode ocorrer a combustão espontânea como: o fósforo branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. 34 Para exercitar seu aprendizado, resolva as questões a seguir: 1 Explique como se pode perceber que há diferentes formas de combustão. 2 Descreva como se classifica a combustão. 3 Discorra sucintamente sobre os tipos de combustão classificados de acordo com a formação dos produtos da combustão. 4 Apresente a descrição sucinta dos tipos de combustão classificados com relação à velocidade da reação. 5 Descreva sucintamente a combustão espontânea. AUTOATIVIDADE 35 TÓPICO 3 EXPLOSÕES UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Uma explosão se caracteriza por uma liberação de energia repentina que produz uma onda expansiva capaz de causar danos (DISTRITO FEDERAL, 2006). Há explosões que ocorrem por sobrepressão e podem ser decorrentes de processos químicos em indústrias ou simplesmente por efeitos físicos, como quando ocorre o aquecimento na parte externa de um recipiente até atingir uma sobrepressão. Este tipo de explosão por vapor em líquido em expansão conhecido como BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion). Este termo tem sua origem relacionada aos problemas das caldeiras a vapor. Este termo também é empregado quando, num depósito que contém gás liquefeito de petróleo (GLP), ocorre um incêndio, que libera o conteúdo inflamável e este conteúdo ao entrar em combustão produz uma bola de fogo. Essa explosão gera uma onda que se expande de forma radial em todas as direções. Há casos de explosão por combustão ou explosão química como ocorre na maioria das explosões como consequência de incêndios em vazamentos de GLP ou da fumaça. Os gases combustíveis existentes no interior da fumaça quando acumulados em ambientes poucos ventilados, podem entrar em combustão subitamente com a entrada de oxigênio no ambiente. Neste caso, a explosão de fumaça ou backdraft ou backdraught como é conhecida estudaremos mais adiante. 2 EXPLOSÃO DE GASES Distrito Federal (2006) classifica a explosão como deflagração ou detonação. Uma deflagração ocorre quando a velocidade do deslocamento de ar é abaixo de 340 m/s e uma detonação ocorre quando esta velocidade é superior a 340 m/s. Deflagrações são, por exemplo: as explosões de fumaça ou do GLP no ambiente, pois a velocidade do deslocamento do ar é menor e abaixo de 340 m/s. As explosões por deflagração emitem uma onda de choque tal que é capaz de abalar a estrutura da edificação, causando a morte de quem estiver ocupando o ambiente. Nos casos de combinação entre o gás combustível e o ar, há a possibilidade de ocorrer uma explosão. Como já estudamos, os gases somente poderão entrar em combustão quando há uma quantidade suficiente de gás combustível, ou seja, quando a sua concentração estiver dentro dos limites de inflamabilidade ou limites de explosividade. 36 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS Os limitesde explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o C de temperatura e a um ATM de pressão ao nível do mar. Qualquer variação de temperatura e de pressão alterará os limites de inflamabilidade ou de explosividade. Por exemplo, em caso de aumento de pressão e de temperatura, haverá a diminuição do limite inferior e o aumento do limite superior. Portanto, haverá um aumento da faixa de inflamabilidade ou explosividade, e com isto haverá um aumento do risco de explosão. Algumas misturas submetidas à alta temperatura podem atingir um limite superior de inflamabilidade ou explosividade de 100%. Já no caso de diminuição da pressão e da temperatura, o efeito será inverso. Essa condição de variabilidade da faixa de inflamabilidade quando a substância for submetida a situações anormais caracteriza a importância de se adotarem cuidados adicionais nos casos de atendimento às emergências com a presença destas substâncias. Observe as faixas de inflamabilidade de alguns gases representadas no gráfico da figura a seguir. FIGURA 9 – GRÁFICO COMPARATIVO DA FAIXA DE INFLAMABILIDADE DE GASES COMUNS FONTE: Distrito Federal (2006, p. 52) TÓPICO 3 | EXPLOSÕES 37 Observe, na figura anterior, a faixa de inflamabilidade do monóxido de carbono, gás presente na fumaça. Perceba que para que ocorra uma explosão de fumaça, bastam aproximadamente 13% deste gás no ambiente e calor. UNI Percebe-se que a fumaça que é composta basicamente por monóxido de carbono (CO), apresenta uma faixa de inflamabilidade muito próxima da faixa de inflamabilidade do acetileno e do hidrogênio, gases considerados explosivos. O risco de explosão é influenciado pelas condições do recipiente que contém o material combustível. O tanque subterrâneo de combustível existente nos postos de gasolina, por exemplo, se estiver cheio, não haverá o risco de explosão, por proporcionar uma mistura muito rica de vapor de gás. No entanto, no caso de haver pouco combustível no tanque, ou seja, se o tanque estiver quase vazio, gradualmente o gás será liberado no interior do tanque proporcionando uma mistura ideal com o ar, ou seja, dentro da faixa de inflamabilidade. Nesta condição, para que ocorra uma explosão bastará uma fonte de calor. O risco de explosão é maior quando o caminhão tanque abastece os tanques subterrâneos dos postos de gasolina, pois nesta situação, geralmente eles estão quase vazios. Dentro destas condições, um cigarro aceso, ou uma simples eletricidade estática bastará para deflagrar uma explosão. A fricção ou choque entre materiais diferentes que gera uma diferença de potencial nas cargas elétricas produz a eletricidade estática. Para equilibrar o número de elétrons entre os materiais, eles saltam de um material para outro na forma de descarga elétrica. Essa forma de geração de eletricidade, embora pequena, é poderosa e pode chegar a uma temperatura acima de 1000o C. Apesar de ser capaz de gerar calor em nível elevado, esta energia se dissipa muito rapidamente e não possibilita a inflamabilidade da maioria dos combustíveis mais comuns tais como: madeira, tecido e papel. Os gases liberados pelos líquidos inflamáveis, existentes nas distribuidoras de derivados de petróleo e postos de gasolina podem entrar em combustão com esta energia e até mesmo deflagrar a explosão. Por isto, devem- se adotar sistemas de aterramento e rígidas medidas de segurança durante as operações de abastecimento dos tanques de armazenamento de inflamáveis. 38 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar explosões. Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, tais como: grãos, pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite em pó, serragem etc. A explosão de pó é resultado da combustão explosiva da mistura do ar com a poeira combustível, que inflama rapidamente quando em contato com uma fonte de calor. A ocorrência desta explosão depende de fatores tais como: • tamanho das partículas de pó em suspensão – a explosividade é maior quanto menor for o tamanho das partículas; • umidade – quanto menor a umidade, maior será o risco de explosão; • misturas híbridas – pós-formados por partículas de diferentes materiais tendem a ter uma explosividade maior, podendo ser deflagrada com menos energia; • tempo em suspensão – o risco de explosão será maior, quanto mais tempo a poeira estiver em suspensão; • concentração de oxigênio – a maior facilidade em ocorrer a reação química da combustão está relacionada à maior concentração de oxigênio na mistura. Para a medição de maneira prática do risco de qualquer ambiente cheio de poeira, pode-se estender o braço e se não conseguir enxergar a sua mão, então neste caso, trata-se de mistura explosiva. Outra checagem refere-se à verificação da quantidade de pó depositado nas superfícies, sendo que é tolerado até um milímetro de poeira sobre as superfícies. Geralmente, a explosão pode ser deflagrada se a temperatura da mistura da poeira com o ar estiver em torno de 330o C a 400o C. Embora esta temperatura seja maior que a temperatura suficiente para se deflagrar a explosão na mistura gás e ar. Ela pode ser verificada nas partes quentes das máquinas industriais ou até mesmo de fornos, como os existentes nos silos. Observe os dados de explosividade de pós de produtos agrícolas na tabela a seguir TABELA 4 – DADOS DE EXPLOSIVIDADE DE PÓS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS 3 EXPLOSÕES DE PÓ FONTE: Distrito Federal (2006, p. 56) TÓPICO 3 | EXPLOSÕES 39 4 BLEVE O BLEVE – Boiling liquid expanding vapor explosion é a explosão em recipientes que contenham líquidos que decorrem do aumento da pressão nas superfícies externas destes recipientes provocado por aquecimento e fervura do líquido, chegando a ultrapassar a capacidade de resistência do recipiente. Após ultrapassar a capacidade de resistência, surgem fissuras na estrutura do recipiente, por onde é liberado vapor de maneira violenta. Observe as fases do desenvolvimento do BLEVE na figura a seguir. FIGURA 10 – FASES DO DESENVOLVIMENTO DE UM BLEVE. Fonte de calor próximo aquece o tanque A pressão do tanque aumenta devido ao calor Devido ao aumento de pressão, a válvula de segurança permite a liberação do gás FONTE: Distrito Federal (2006, p. 57) Também poderá ocorrer o BLEVE devido a danos ou falhas na estrutura do cilindro. Distrito Federal (2006) esclarece: Para se compreender melhor esse fenômeno, basta lembrar-se da pipoca: o líquido dentro da casca dura do milho é aquecido, ferve e exerce uma pressão contra esta até que se rompa, resultando em um núcleo cozido que escapou da sua casca enquanto a pressão interne se igualava à do ambiente. (DISTRITO FEDERAL, 2006, p. 58) 40 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS O BLEVE pode ocorrer, por aquecimento de qualquer recipiente utilizado para o armazenamento ou transporte de líquidos ou gás, tais como: caminhões tanque (figura a seguir) ou reservatórios. FIGURA 11 – CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS FONTE: Distrito Federal (2006, p. 59) Perceba que qualquer recipiente que contenha líquidos é suscetível à ocorrência do BLEVE, sendo eles inflamáveis ou não. UNI 5 EXPLOSÃO DE FUMAÇA – BACKDRAFT OU BACKDRAUGHT A explosão da fumaça aquecida é deflagrada de forma rápida e violenta. A explosão da fumaça que está acumulada no ambiente com pouco oxigênio, ocorre no exato momento em que o oxigênio entra em contado com esta massa de gases aquecidos. A figura a seguir demonstra o momento em que ocorre esta explosão numa situação de combate a um incêndio, atingindo dois bombeiros que estão na escada. TÓPICO 3 | EXPLOSÕES 41 FIGURA 12 – EXPLOSÃO DE FUMAÇA ATINGINDO DOIS BOMBEIROS NA ESCADA FONTE: Distrito Federal (2006, p. 150) Esta situação inadequada de contato da fumaça com o ar do ambiente pode acontecer por ocasião da entrada dos bombeiros antes de ser providenciado o escoamento apropriado da fumaça. Isto também pode ocorrerpelo rompimento dos vidros de uma janela em consequência da pressão proporcionada pela fumaça sobre a janela. A figura a seguir, demonstra como a operação inadequada de combate a um incêndio, em razão de não se estabelecer um escoamento da fumaça antes de entrarem no ambiente. 42 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS FIGURA 13 – EVOLUÇÃO DE UM BACKDRAFT POR AÇÃO INADEQUADA NO COMBATE AO INCÊNDIO FONTE: Distrito Federal (2006, p. 151) Em ambiente com janelas e portas fechadas ou sem janelas, com a combustão se desenvolvendo em seu interior, a quantidade de oxigênio tende a diminuir e a temperatura a aumentar. Para que exista a chama a concentração de oxigênio no ambiente deve ser de aproximadamente 15%, portanto as chamas irão diminuir até a sua extinção completa. Esta situação pode indicar a extinção do incêndio. No entanto, ao entrar o ar neste ambiente fechado, sem que se promova o escoamento da fumaça previamente, o oxigênio presente no ar em contato com a fumaça resultará em uma rápida deflagração, produzindo uma onde de choque de maneira imediata. Esta onde de choque pode provocar, inclusive, o colapso da estrutura da edificação. TÓPICO 3 | EXPLOSÕES 43 Para evitar o backdraft, o combate a incêndios em ambientes fechados deve- se realizar com muito cuidado. UNI Na ocorrência de incêndios, recomenda-se a verificação da existência de indícios que indicam a possibilidade de ocorrência do backdraft, tais como: • presença de fumaça escura e densa, circulando pelo ambiente ou saindo de qualquer abertura existente no ambiente; • presença de poucas chamas que se acendem e se apagam, próximas das aberturas; • movimento da fumaça de maneira pulsante, causado pela pressão elevada no interior do ambiente sinistrado; • vidros das janelas escurecidos com a presença de manchas provocadas pela condensação da fumaça; • portas e fechaduras quentes, aquecidas pelas altas temperaturas desenvolvidas no interior. Esta situação pode ser detectada com observando se a água aplicada sob a forma de pulsos de jatos de neblina sobre a porta evapora rapidamente; • emissão de sons semelhantes ao assobio ou rugidos provocados pela passagem da fumaça pelas frestas; • presença de óleo depositado nas molduras de janelas, impressão causada pela mistura de água e fuligem que são produzidos pela combustão. 44 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você viu que: • A explosão se classifica como deflagração ou detonação. Uma deflagração ocorre quando a velocidade do deslocamento de ar é abaixo de 340 m/s e uma detonação ocorre quando esta velocidade é superior a 340 m/s. Deflagrações são, por exemplo: as explosões de fumaça ou do GLP no ambiente, pois a velocidade do deslocamento do ar é menor e abaixo de 340 m/s. As explosões por deflagração emitem uma onda de choque tal que é capaz de abalar a estrutura da edificação, causando a morte de quem estiver ocupando o ambiente. • Os limites de explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o C de temperatura e a uma atmosfera ao nível do mar de pressão. Em caso de aumento de pressão e de temperatura, haverá a diminuição do limite inferior e o aumento do limite superior. Portanto, haverá um aumento da faixa de inflamabilidade ou explosividade, e com isto haverá um aumento do risco de explosão. Algumas misturas, submetidas à alta temperatura, podem atingir um limite superior de inflamabilidade ou explosividade de 100%. Já no caso de diminuição da pressão e da temperatura, o efeito será inverso. • O risco de explosão é influenciado pelas condições do recipiente que contém o material combustível. O tanque subterrâneo de combustível existente nos postos de gasolina, por exemplo, se estiver cheio, não haverá o risco de explosão, por proporcionar uma mistura muito rica de vapor de gás. No entanto, no caso de haver pouco combustível no tanque, ou seja, se o tanque estiver quase vazio, gradualmente o gás será liberado no interior do tanque proporcionando uma mistura ideal com o ar, ou seja, dentro da faixa de inflamabilidade. Nesta condição, para que ocorra uma explosão bastará uma fonte de calor. • O risco de explosão é maior quando o caminhão tanque abastece os tanques subterrâneos dos postos de gasolina, pois nesta situação, geralmente os mesmos estão quase vazios. Dentro destas condições, um cigarro aceso, ou uma simples eletricidade estática bastará para deflagrar uma explosão. • A fricção ou choque entre materiais diferentes que gera uma diferença de potencial nas cargas elétricas produz a eletricidade estática. Para equilibrar o número de elétrons entre os materiais, os elétrons saltam de um material para outro na forma de descarga elétrica. Essa forma de geração de eletricidade, embora pequena, é poderosa e pode chegar a uma temperatura acima de 1000o C. 45 • Apesar de ser capaz de gerar calor em nível elevado, esta energia eletrostática se dissipa muito rapidamente e não possibilita a inflamabilidade da maioria dos combustíveis mais comuns tais como: madeira, tecido e papel. Os gases liberados pelos líquidos inflamáveis, existentes nas distribuidoras de derivados de petróleo e postos de gasolina podem entrar em combustão com esta energia e até mesmo deflagrar a explosão. Por isto, devem-se adotar sistemas de aterramento e rígidas medidas de segurança durante as operações de abastecimento dos tanques de armazenamento de inflamáveis. • Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar explosões. Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, tais como: grãos, pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite em pó, serragem etc. • A explosão de pó é resultado da combustão explosiva da mistura do ar com a poeira combustível, que inflama rapidamente quando em contato com uma fonte de calor. A ocorrência desta explosão depende de fatores tais como: tamanho das partículas de pó em suspensão – a explosividade é maior quanto menor o tamanho as partículas; umidade – quanto menor a umidade maior será o risco de explosão; e misturas híbridas – pós-formados por partículas de diferentes materiais tendem a ter uma explosividade maior, podendo ser deflagrada com menos energia; tempo em suspensão – o risco de explosão será maior, quanto mais tempo a poeira estiver em suspensão; concentração de oxigênio – a maior facilidade em ocorrer a reação química da combustão está relacionada à maior concentração de oxigênio na mistura. • Para a medição de maneira prática do risco de qualquer ambiente cheio de poeira, pode-se estender o braço e se não conseguir enxergar a sua mão, então neste caso, trata-se de mistura explosiva. Outra checagem refere-se à verificação da quantidade de pó depositado nas superfícies, sendo que é tolerado até um milímetro de poeira sobre as superfícies. Geralmente, a explosão pode ser deflagrada se a temperatura da mistura da poeira com o ar estiver em torno de 330o C a 400o C. Embora esta temperatura seja maior do que a temperatura suficiente para se deflagrar a explosão na mistura gás e ar, ela pode ser verificada nas partes quentes das máquinas industriais ou até mesmo de fornos, como os existentes nos silos. • O BLEVE – Boiling liquid expanding vapor explosion é a explosão em recipientes que contenham líquidos que decorrem do aumento da pressão nas superfícies externas destes recipientes provocadas por aquecimento e fervura do líquido, chegando a ultrapassar a capacidade de resistência do recipiente. Após ultrapassar a capacidade de resistência surgem fissuras na estrutura do recipiente, por onde é liberado vapor de maneira violenta. 46 • Poderá ocorrer o BLEVE devido a danos ou falhas na estrutura do cilindro. O BLEVE pode ocorrer, também, por aquecimento de qualquer recipiente utilizado para o armazenamento ou transporte de líquidos ou gás, tais como: caminhões tanque ou reservatórios. • A explosão da fumaça ou backdraft aquecida é deflagrada de forma rápida e violenta. A explosão da fumaçaque está acumulada no ambiente com pouco oxigênio, ocorre no exato momento em que o oxigênio entra em contado com esta massa de gases aquecidos. • Uma situação inadequada de contato da fumaça com o ar do ambiente pode acontecer por ocasião da entrada dos bombeiros antes de ser providenciado o escoamento apropriado da fumaça. Isto também pode ocorrer pelo rompimento dos vidros de uma janela em consequência da pressão proporcionada pela fumaça sobre a janela. • Em ambiente fechado com janelas e portas fechadas ou sem janelas, com a combustão se desenvolvendo no interior dos mesmos, a quantidade de oxigênio tende a diminuir e a temperatura a aumentar. Para que exista a chama a concentração de oxigênio no ambiente deve ser de aproximadamente 15%, portanto as chamas irão diminuir até a sua extinção completa. Esta situação pode indicar a extinção do incêndio. No entanto, ao entrar o ar neste ambiente fechado, sem que se promova o escoamento da fumaça previamente, o oxigênio presente no ar em contato com a fumaça resultará em uma rápida deflagração, produzindo uma onda de choque de maneira imediata. Esta onda pode provocar o colapso da estrutura da edificação. • Recomenda-se a verificação da ocorrência de indícios que indicam a possibilidade de ocorrência do backdraft, tais como: presença de fumaça escura e densa; presença de poucas chamas que se acendem e se apagam, próximas das aberturas; movimento da fumaça de maneira pulsante; vidros das janelas escurecidos com a presença de manchas provocadas pela condensação da fumaça; portas e fechaduras quentes, aquecidas pelas altas temperaturas desenvolvidas no interior. Emissão de sons semelhantes ao assobio ou rugidos provocados pela passagem da fumaça pelas frestas e presença de óleo depositado nas molduras de janelas, impressão causada pela mistura de água e fuligem que são produzidos pela combustão. 47 Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões a seguir: 1 Explique a deflagração e a detonação. 2 Os limites de explosividade ou de inflamabilidade são estabelecidos a 21o C de temperatura e a uma atmosfera ao nível do mar de pressão. Descreva os efeitos do aumento ou da redução da pressão e da temperatura no ambiente. 3 Apresente as condições de risco de explosão dos tanques subterrâneos de combustíveis. 4 Discorra de maneira sucinta sobre a geração de eletricidade estática e o risco de explosão de tanques decorrentes desta eletricidade. 5 Há deflagrações que são produzidas por poeiras, que podem provocar explosões. Estas poeiras podem ser de alumínio, ou de produtos orgânicos, tais como: grãos, pesticidas, açúcar, produtos farmacêuticos, plásticos, leite em pó, serragem etc. Escreva sucintamente sobre a explosão de pó e as maneiras práticas de identificação deste risco. 6 Apresente a definição de BLEVE e descreva as condições que possibilitam a sua ocorrência e os principais cuidados a serem seguidos para se evitar este risco de explosão. 7 Discorra sucintamente sobre a explosão da fumaça ou backdraft, as condições que possibilitam a sua ocorrência e os principais cuidados a serem considerados para evitá-la. AUTOATIVIDADE 48 49 TÓPICO 4 EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A combustão ou fogo se desenvolve por meio da combinação dos quatro componentes: combustível, comburente, energia de ativação (calor) e reação em cadeia. Estes componentes constituem o já conhecido tetraedro do fogo. Os métodos de extinção estão relacionados à retirada de um ou mais destes componentes, interrompendo a reação química e assim extinguir o incêndio. Objetivando a extinção de incêndio, a partir destes princípios foram desenvolvidos os seguintes métodos ou processos, apresentados por Distrito Federal (2006): • controle ou retirada do material combustível; • resfriamento; • abafamento; e • rompimento da reação em cadeia. 2 CONTROLE OU RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL Este processo refere-se ao isolamento das chamas ou ainda ações de proteção dos bens também conhecida como salvatagem. Este método se resume na promoção de atividades necessárias para o controle ou a retirada do material combustível não atingido pelo incêndio. São atividades rápidas e simples executadas pelos bombeiros, tais como: o deslocamento do botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) do local sinistrado para um local seguro; drenagem para a retirada do líquido combustível de um reservatório quando atingido por incêndio, com a aplicação de equipamentos e procedimentos específicos. A retirada ou controle do material exige muito cuidado, pois envolve o desenvolvimento de atividades em locais próximos ao local atingido pelo incêndio. Estes materiais combustíveis podem se incendiar se forem atingidos por uma fonte de calor que seja suficiente para iniciar a reação química de decomposição térmica. Neste caso, o bombeiro que estiver realizando o trabalho de retirada do material estará se expondo ao risco de sofrer danos pessoais. Por esta razão, todos estes trabalhos de retirada de material deverão ser realizados com o uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado. São realizados os trabalhos que envolvem a retirada de material, como por exemplo: 50 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS • retirada da mobília que não foi atingida por incêndio existente em ambiente afetado pelas chamas; • manter afastamento dos móveis que estejam próximos à parede aquecida, para evitar que iniciem o processo de ignição; • executar um aceiro, removendo todos os materiais existentes ao redor do local incendiado, fazendo com que exista uma área de segurança que evite a propagação do incêndio; • retirada do botijão de GLP dos locais sinistrados. Exemplos de ações relativas ao controle de material: • fechar as portas de todos os ambientes que não tiverem sido atingidos pelo incêndio; • fechar as janelas localizadas no pavimento superior ao local do incêndio. Isto dificultará a entrada da fumaça nestes pavimentos e consequentemente o contato do material combustível existente com a fonte de calor presente na fumaça; • interromper o fornecimento de GLP fechando o registro da central do gás existente na edificação. Há situações em que é muito difícil proceder à retirada de material, normalmente, em decorrência do peso ou das dimensões dos materiais, ou ainda em virtude do risco de se agravar as condições do incêndio com a retirada do material ou mesmo por não haver pessoal suficiente para que se cumpra com todas as atividades com eficiência. Nestas situações, procede-se à salvatagem. Este método se destina à proteção dos materiais que não podem ser retirados de um local durante as operações de combate a incêndio. A salvatagem consiste em cobrir com lonas e cordas os materiais para protegê-los das chamas, da fuligem, do calor e inclusive da água utilizada no combate. Deve-se cuidar, ao realizar o processo de retirada, para que seja preservada a cena do sinistro, buscando mover somente os materiais estritamente necessários, para não prejudicar os trabalhos de perícia de incêndio. 3 RESFRIAMENTO O resfriamento diz respeito às operações destinadas à retirada do calor existente na combustão. Trata-se do método que os bombeiros mais utilizam na a aplicação de agentes extintores buscando a redução da temperatura do incêndio para uma temperatura abaixo do ponto de ignição do material combustível presente no local. A figura a seguir representa uma ação de resfriamento no combate a incêndio. TÓPICO 4 | EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS 51 FIGURA 14 – BOMBEIROS PROMOVENDO O RESFRIAMENTO COM ÁGUA FONTE: Distrito Federal (2006, p. 92) Mesmo que muitas vezes seja feita, utilizando-se a água, a operação de resfriamento também pode ser realizada utilizando-se da ventilação tática. Esta ventilação objetiva o escoamento dos gases aquecidos presentes na fumaça do local sinistrado para a retirada do calor existente no ambiente. A figura a seguir representa a ação de ventilação.O resfriamento evita que outros materiais sejam afetados por um nível de calor que possibilite a sua ignição, buscando limitar o incêndio aos materiais que já estão em combustão. UNI 52 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS FIGURA 15 – RESFRIAMENTO PELA PROMOÇÃO DE VENTILAÇÃO FONTE: Distrito Federal (2006, p. 93) 4 ABAFAMENTO A prática deste método objetiva diminuir a presença de oxigênio disponível para a reação química da combustão até que a concentração de oxigênio não possibilite a sua continuidade. Neste processo, estão incluídas as ações que promovem o isolamento do combustível em relação ao comburente, dificultando a reação do oxigênio presente no ar com os gases produzidos na combustão. Normalmente, quanto menor for o tamanho da fonte de incêndio, haverá maior facilidade de se aplicar o abafamento. O método de abafamento envolve ações como: • colocar a tampa em uma panela que estiver em chamas; • cobrir o material em combustão com um cobertor; • cobrir um líquido em chamas com espuma; • bater o fogo com abafadores manuais. TÓPICO 4 | EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS 53 5 ROMPIMENTO DA REAÇÃO EM CADEIA Este processo envolve a aplicação de substâncias que neutralizam a capacidade do comburente de reagir com o combustível, o que impede a capacidade de produção de novos íons pela combustão. Existem substâncias químicas como o halon, por exemplo, que reagem com os íons liberados pela combustão e sem a presença destes íons não há como continuar o processo de rompimento das moléculas de combustível cessando a combustão. LEITURA COMPLEMENTAR ATMOSFERA EXPLOSIVA – FATORES INFLUENTES Claudio Betenheuser Carlos Rodrigo Ferreira Osvaldo Thibes Chaves de Oliveira Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás, vapor ou pó no ar é tal que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho provoca a explosão. Para que se inicie uma explosão, três elementos são necessários: Combustível + oxigênio + faísca = explosão. A combinação acima forma o Triângulo do Fogo. Atualmente é mencionado também um quarto elemento: a reação molecular, formando então o Tetraedro do Fogo. Observa-se que o oxigênio do ar está presente em quase todo o processo produtivo em questão. É preciso saber que uma faísca ou uma chama não é indispensável para que se produza uma explosão. Um aparelho pode, por elevação de temperatura em sua superfície, atingir a temperatura de inflamação do gás e provocar a explosão. (MACCOMEVAP, 2004) Tecnicamente falando, uma explosão é uma onda de combustão – ou de deflagração (que também é uma combustão com chama intensa) – que se propaga livremente inicialmente movendo-se a uma velocidade menor que o som (300 m/s); se não confinada, essa frente de chamas viaja inicialmente com pouca rapidez, mas a velocidade aumenta logo após a ignição, formando uma onda de alta pressão. Como os processos industriais geralmente não são projetados para suportar as pressões desenvolvidas em uma explosão, ocorre(m) ruptura(s) no(s) ponto(s) mais fraco(s), liberando a onda de choque geralmente acompanhada de fogo, tudo com efeitos altamente destrutivos. 54 UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS Para a deflagração da explosão de pó, é preciso que ocorram os seguintes elementos e condições: • Combustível: é o pó em suspensão. Poeiras são partículas sólidas geradas mecanicamente por manuseio, moagem, raspagem, esmerilhagem, impacto rápido, detonação etc., de materiais inorgânicos e orgânicos – aqui se classificam os grãos e farelos. As poeiras não tendem a flocular, a não ser sob ação de forças eletrostáticas. Elas se depositam pela ação da gravidade. São encontradas em dimensões perigosas que vão de 0,5 a 10 mícron. São expressas em mppc – milhões de partículas por pé cúbico de ar, g/m3 ou mg/m3 de ar. • Oxigênio, facilmente disponível na maior parte das operações industriais. • Concentração mínima de pó misturado no ar. É a quantidade de material em suspensão dentro de uma faixa passível de explodir, definida como Limites de Explosividade Superior e Inferior. Abaixo ou acima destes limites não ocorre a explosão. Quanto mais fino o pó, maior o poder de deflagração e maior a velocidade da mesma. • Pó seco: quanto maior a umidade do material, bem como a do ar, mais difícil se torna a deflagração do mesmo, pois a água residual ao evaporar, empobrece o ambiente, deslocando o oxigênio existente. Quanto mais seco, porém, mais suscetível fica. • Uma Fonte de Ignição, gerada por um uma chama qualquer, uma faísca de solda, combustão espontânea, faíscas por fricção – atrito entre partes metálicas, ou riscos eletrostáticos inerentes do processo de produção ou de elementos do transporte pneumáticos. • Um Espaço Confinado: a maior parte das operações industriais se dá em espaços fechados. Se for eliminado um dos fatores acima, a explosão por pó não ocorrerá. (FENWAL PROTECTION SYSTEMS, 2003) FONTE: Extraído de: BETENHEUSER, Claudio; FERREIRA, Carlos Rodrigo; OLIVEIRA, Osvaldo Thibes Chaves de. Explosão de pó em unidades armazenadoras e processadoras de produtos agrícolas e seus derivados estudo de caso. Ponta Grossa, 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho). Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Ponta Grosa. 55 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste tópico, você viu que: • Os métodos de extinção estão relacionados à retirada de um ou mais destes componentes, interrompendo a reação química e assim extinguir o incêndio. Objetivando a extinção de incêndio, a partir destes princípios foram desenvolvidos os seguintes métodos ou processos: controle ou retirada do material combustível; resfriamento; abafamento; e rompimento da reação em cadeia. • O método de controle ou retirada do material combustível refere-se ao isolamento das chamas ou ainda ações de proteção dos bens também conhecida como salvatagem. Este método se resume na promoção de atividades necessárias para o controle ou a retirada do material combustível não atingido pelo incêndio. São atividades rápidas e simples executadas pelos bombeiros, tais como: o deslocamento do botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) do local sinistrado para um local seguro; drenagem para a retirada do líquido combustível de um reservatório quando atingido por incêndio, com a aplicação de equipamentos e procedimentos específicos. • A retirada ou controle do material exige muito cuidado, pois envolve o desenvolvimento de atividades em locais próximos ao local atingido pelo incêndio. Estes materiais combustíveis podem se incendiar se forem atingidos por uma fonte de calor que seja suficiente para iniciar a reação química de decomposição térmica. Neste caso, o bombeiro que estiver realizando o trabalho de retirada do material estará se expondo ao risco de sofrer danos pessoais. Por esta razão, todos estes trabalhos de retirada de material deverão ser realizados com o uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado. • São exemplos de trabalhos que envolvem a retirada de material: retirada da mobília que não foi atingida por incêndio existente em ambiente afetado pelas chamas; manter afastamento dos móveis que estejam próximos à parede aquecida, para evitar que iniciem o processo de ignição; executar um aceiro, removendo todos os materiais existentes ao redor do local incendiado, fazendo com que exista uma área de segurança que evite a propagação do incêndio; retirada do botijão de GLP dos locais sinistrados. • São exemplos de ações relativas ao controle de material: fechar as portas de todos os ambientes que não tiverem sido atingidos pelo incêndio; fechar as janelas localizadas no pavimento superior ao local do incêndio. Isto dificultará a entrada da fumaça nestes pavimentos e consequentemente o contato do material combustível existente com a fonte de calor presente na fumaça; interromper o fornecimento de GLP fechando o registro da central do gás existente na edificação.56 • Há situações em que é muito difícil proceder à retirada de material, normalmente, em decorrência do peso ou das dimensões dos materiais, ou ainda em virtude do risco de se agravar as condições do incêndio com a retirada do material ou mesmo por não haver pessoal suficiente para que se cumpra com todas as atividades com eficiência. Nestas situações, procede-se à salvatagem. Este método destina- se a proteção dos materiais que não podem ser retirados de um local durante as operações de combate a incêndio. A salvatagem consiste em cobrir com lonas e cordas os materiais para protegê-los das chamas, da fuligem, do calor e inclusive da água utilizada no combate. • Deve-se cuidar, ao realizar o processo de retirada, para que seja preservada a cena do sinistro, buscando mover somente os materiais estritamente necessários, para não prejudicar os trabalhos de perícia de incêndio. • O resfriamento diz respeito às operações destinadas à retirada do calor existente na combustão. Trata-se do método que os bombeiros mais utilizam, com a aplicação de agentes extintores, buscando a redução da temperatura do incêndio para uma temperatura abaixo do ponto de ignição do material e combustíveis presentes no local. • Mesmo que muitas vezes seja feita utilizando-se a água, a operação de resfriamento também pode ser realizada utilizando-se da ventilação tática. Esta ventilação objetiva o escoamento dos gases aquecidos presentes na fumaça do local sinistrado para a retirada do calor existente no ambiente. • A prática do método do abafamento objetiva diminuir a presença de oxigênio disponível para a reação química da combustão até que a concentração de oxigênio não possibilite a continuidade da mesma. Neste processo, estão incluídas as ações que promovem o isolamento do combustível em relação ao comburente, dificultando a reação do oxigênio presente no ar com os gases produzidos na combustão. • Normalmente, quanto menor for o tamanho da fonte de incêndio, haverá maior facilidade de se aplicar o abafamento. O método de abafamento envolve ações como, por exemplo: Colocar a tampa em uma panela que estiver em chamas; cobrir o material em combustão com um cobertor; cobrir um líquido em chamas com espuma; bater o fogo com abafadores manuais. • O rompimento da reação em cadeia envolve a aplicação de substâncias que neutralizam a capacidade do comburente de reagir com o combustível, o que impede a capacidade de produção de novos íons pela combustão. Existem substâncias químicas como o halon, por exemplo, que reagem com os íons liberados pela combustão e sem a presença destes íons não há como continuar o processo de rompimento das moléculas de combustível cessando a combustão. 57 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Explique sucintamente o método de extinção de incêndio por retirada ou controle de material combustível. 2 Descreva de maneira sucinta o método de extinção de incêndio por resfriamento. 3 Discorra sucintamente sobre processo de extinção de incêndio por abafamento. 4 Apresente a descrição sucinta da extinção por rompimento da cadeia dos tipos de combustão classificados com relação à velocidade da reação em cadeia. 58 59 UNIDADE 2 INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • reconhecer os principais aspectos a serem considerados nas ações de pre- venção e proteção contra incêndios; • descrever as medidas construtivas relativas à prevenção e proteção contra incêndios estabelecidas pela NR 23 – Proteção contra incêndios; • identificar a importância da existência do sistema de controle da fumaça em incêndios e interpretar o seu funcionamento; • caracterizar as classes de fogo e os principais agentes extintores de incên- dios apropriados a cada classe; • relacionar os quesitos exigidos pela NR 23 – proteção contra incêndios relativas à proteção por extintores portáteis; • interpretar as determinações da NR 23 – relativas à extinção de incêndio por água; • descrever os principais aspectos relativos à proteção contra incêndios por hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos (sprinklers). Esta unidade está dividida em cinco tópicos, sendo que no final de cada um deles você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos desenvolvidos. TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS TÓPICO 2 – SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA TÓPICO 3 – AGENTES EXTINTORES TÓPICO 4 – EXTINTORES PORTÁTEIS TÓPICO 5 – EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 60 61 TÓPICO 1 PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A causa dos incêndios costuma ser o erro humano ao possibilitar o contato de um combustível com uma fonte de calor como, por exemplo, quando se coloca uma vela acesa em local que possa ser alcançada por uma cortina. Para que se produza um incêndio é necessário um combustível, uma fonte de calor e alguma situação que ponha estes elementos em contato e na presença do ar ou outro material oxidante. Então, baseando-se neste conhecimento é possível reduzir o risco de ocorrência de incêndio com a adoção de estratégias de redução da presença de combustível, de eliminação das fontes de calor, ou ainda impedir o contato entre o combustível e a fonte de calor. 2 SEGURANÇA PATRIMONIAL A Segurança patrimonial contempla a segurança dos bens, das pessoas e das informações. A proteção da edificação e de seus ocupantes contra os acidentes resultantes do fogo é dividida em medidas preventivas e medidas corretivas. Berto (1991) citado por Mitidieri (2008) apresenta as medidas de prevenção e proteção contra incêndios inerentes ao processo produtivo e as relativas ao uso do edifício. Estas medidas possibilitam maior eficiência e segurança nas atividades de combate ao incêndio e resgate das pessoas e contemplam os cuidados para: • evitar o início do incêndio; • limitar o crescimento do incêndio; • extinguir o incêndio na fase inicial; • limitar a propagação do incêndio; • retirada segura dos ocupantes; • evitar a propagação do incêndio entre as edificações; e • evitar o colapso da estrutura dos edifícios. A prevenção contra incêndio diz respeito à aplicação de medidas de precaução para evitar a ocorrência do incêndio. As medidas relativas à proteção objetivam proteger a vida humana, a edificação e os bens materiais dos possíveis danos após a ocorrência de incêndio na edificação. Estas medidas de proteção são aplicadas quando há falhas na aplicação das medidas de prevenção resultando no surgimento do incêndio. UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 62 2.1 MEDIDAS PARA EVITAR O INÍCIO DO INCÊNDIO As principais medidas a serem adotadas em qualquer local e que visam evitar o início do incêndio são: • dimensionar e executar corretamente as instalações para a execução dos serviços; • manter um afastamento seguro entre as fontes de calor e os materiais combustíveis; • colocar a sinalização de emergência; • estocar e manipular corretamente os líquidos combustíveis e inflamáveis e também qualquer produto perigoso; • realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva das instalações e equipamentos que podem gerar um princípio de incêndio; • conscientizar os usuários das instalações a respeito das ações inerentes à prevenção de incêndios. A norma regulamentadora NR20 – líquidos combustíveis e inflamáveis – define líquido combustível como todo líquido cujo ponto de fulgor seja igual ou superior a 70o C e abaixo de 93,3o C. A mesma norma define líquido inflamável como todo líquido cujo ponto de fulgor seja menor do que 70o C e pressão de vapor que não ultrapasse 2,8 kg/cm2 absoluta a 37,7o C. UNI 2.2 CUIDADOS PARA LIMITAR O CRESCIMENTO DO INCÊNDIO O crescimento do incêndio após seu início pode ser dificultado com a aplicação de alguns procedimentos, entre os quais os principais são: • controlar a quantidade de materiais combustíveis aplicados na construçãodas instalações e edificações e no desenvolvimento do processo produtivo; • controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo. TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 63 As características de reação ao fogo são determinadas por meio de ensaios de laboratórios. O conhecimento destas características possibilita o emprego de materiais mais resistentes ao fogo. UNI 2.3 PROVISÕES PARA EXTINGUIR O FOGO NA FASE INICIAL Ao iniciar um incêndio, a sua extinção depende de um conjunto de ações voltadas à provisão nos locais de recursos necessários entre as quais se destacam: • disponibilizar equipamentos portáteis de extinção; • disponibilizar sistema de mangotinhos (figura a seguir) e hidrantes; • disponibilizar sistema de chuveiros automáticos; • disponibilizar sistema de detecção e alarme de incêndio; • disponibilizar sinalização de emergência; • realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de proteção disponibilizados; • elaborar planos de atuação específicos para a extinção inicial do incêndio; • treinar todos os usuários para o combate do incêndio na fase inicial de maneira adequada; • formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada de incêndio. FIGURA 16 – SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS. FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 64 “Mangotinhos são tubos flexíveis feitos de borracha utilizados para o combate apenas aos princípios de incêndio ou para a proteção ou a interrupção da continuidade dos incêndios. Em geral, trabalham com alta pressão e baixa vazão” (DISTRITO FEDERAL, 2006, p. 58). UNI 2.4 MEDIDAS PARA LIMITAR A PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO Para limitar ou restringir a propagação de um incêndio em um local determinado, além de serem adotados aqueles cuidados indicados para evitar o seu crescimento, torna-se necessário adotar algumas medidas principalmente com relação à: • compartimentar os ambientes tanto no sentido horizontal como no sentido vertical; • realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos aplicados na composição da compartimentação; • controlar a existência de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas. Um exemplo simples de compartimentação é uma cabine de pintura que em alguns casos inclui equipamentos para proporcionar melhor isolamento por meio de cortina d’água que possibilita a retenção das partículas em dispersão. UNI 2.5 CONDIÇÕES PARA RETIRADA SEGURA DOS OCUPANTES Na ocorrência de um incêndio, uma das atividades que se faz necessária é a evacuação ou a retirada com segurança das pessoas que estiverem ocupando os locais sinistrados. Para que se consiga retirá-los com segurança, destacam-se as seguintes medidas principais: TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 65 • disponibilizar sistema de detecção e alarme; • disponibilizar sistema de comunicação de emergência; • disponibilizar rotas ou saídas de emergência que permitam o deslocamento das pessoas com segurança; • disponibilizar sistema de iluminação de emergência; • disponibilizar um sistema que permita controlar o movimento da fumaça produzida pelo incêndio; • realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos a serem utilizados para garantir a retirada dos ocupantes com segurança; • controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo. • elaborar planos para, com segurança, executar a operação de retirada dos ocupantes em situações de emergência; • treinar periodicamente os ocupantes dos locais para executar a evacuação de emergência de acordo com os planos elaborados; • formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada para coordenar a evacuação em situações de emergência. 2.6 MEDIDAS PARA EVITAR A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ENTRE AS EDIFICAÇÕES As principais medidas a serem adotadas para dificultar a propagação de um incêndio de uma edificação para outra são: • manter uma distância segura entre os edifícios; • controlar para que materiais resistentes ao fogo sejam empregados na construção das paredes externas dos edifícios; • controlar a presença de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas. 2.7 CONDIÇÕES PARA EVITAR O COLAPSO DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS A proteção da vida das pessoas, dos edifícios e dos bens existentes em locais sinistrados depende também da resistência da estrutura destes edifícios para suportar altas temperaturas sem entrarem em colapso. Para isto, as principais condições a serem consideradas são: • utilizar elementos resistentes ao fogo na construção das estruturas das edificações e; • empregar materiais resistentes ao fogo na construção das paredes externas das edificações. UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 66 3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL No âmbito da segurança do trabalho, a norma regulamentadora que estabelece as determinações direcionadas à prevenção e proteção contra incêndios é a NR 23 – Proteção contra incêndios. A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – determina que todas as empresas devem ter: proteção contra incêndios; saídas em número suficiente e dispostas de maneira a possibilitar a rápida retirada do pessoal dos locais de trabalho, em caso de incêndio, equipamento de combate a incêndio em quantidade suficiente para possibilitar o combate na fase inicial do incêndio e pessoas treinadas para o correto uso dos equipamentos de combate a incêndio. Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas pela NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, elevadores, portas corta-fogo e sistemas de alarme. 3.1 SAÍDAS A quantidade e dimensões das saídas em todos os locais devem ser definidas para possibilitar rapidez e segurança na evacuação dos seus ocupantes em caso de incêndio. Neste sentido, deverão ser atendidos os seguintes quesitos: • aberturas com largura igual ou maior a 1,20m; • sentido da abertura para a parte externa do local de trabalho; • corredores contínuos iluminados e sem escadas ou degraus, nas situações de impossibilidade de se dispor de saídas diretas de cada local, com largura igual ou maior a 1,20m e sempre estejam desobstruídos e mantidos seguros; • todas as saídas, corredores de acesso e saídas devem ter indicação da direção de saída mediante a utilização de placas ou sinais luminosos; • deverão ser dispostas de tal maneira que os ocupantes não tenham que percorrer mais do que 15 metros nos locais de risco grande e 30 metros nos locais de risco pequeno ou médio. • deverão ser providos de rampa os pisos de níveis diferentes de forma a contorná- los. Para indicar o sentido da descida deverá haver uma placa indicativa no início da rampa. TÓPICO 1 | PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 67 QUADRO 4 – RISCO DE FOGO EM FUNÇÃO DA CLASSE DE OCUPAÇÃO DA TARIFA DE SEGURO INCÊNDIO FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. O quadro anterior apresenta o risco de fogo em função da classe de ocupação do estabelecimento. A classe de ocupação é obtida mediante enquadramento da atividade principal desenvolvida na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil (TSIB) do IRB – Instituto de Resseguros do Brasil. Conforme o artigo 31o da Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil, os riscos são divididos em 13 Classes de Ocupação, conforme a atividade principal desenvolvida e a carga de incêndio do local. UNI 3.2 PORTAS Os tipos de portas que são admitidas para as saídas são as de batente e as corrediças horizontais. Todas as portas de batentes, internas e de saída devem: abrir no sentido da saídae estar situadas de modo a não obstruir as vias de passagem, ao serem abertas. As portas de acesso às escadas devem ser instaladas de modo que não diminuam a largura disponível dessas escadas. As portas de saída devem estar instaladas de modo a serem visíveis, e mantidas sempre desobstruídas e livres de qualquer obstáculo que dificulte o acesso e a sua vista. UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 68 Durante as horas de trabalho não se permite que as portas de entrada, de saída ou de emergência existentes nos prédios das empresas, sejam presas ou fechadas à chave ou com o emprego de ferrolhos. Nestes horários e nestas portas, poderão ser adotados dispositivos de segurança que permitam que as mesmas sejam abertas com facilidade por qualquer pessoa no interior da edificação. As portas de emergência nunca devem ser fechadas pelo lado externo. 3.3 ESCADAS, ELEVADORES E PORTAS CORTA-FOGO Todas as plataformas, patamares e escadas deverão ser construídos com o emprego de material incombustível e resistente ao fogo. Os poços dos elevadores e monta-cargas existentes em construções com mais de dois pavimentos, devem ser constituídos de material resistente ao fogo. Deverão ser dotadas de portas corta-fogo as caixas de escadas. Estas portas deverão possibilitar que sejam abertas com facilidade pelos dois lados e fechar-se automaticamente. As portas corta-fogo deverão ser construídas em conformidade com a NBR 11742 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e ter o tempo de resistência ao fogo que for estabelecido pelo corpo de bombeiros Estadual. Para conhecer mais detalhes a respeito da porta corta-fogo, leia o artigo: SILVA, Ana Cláudia Meneguci. Porta corta- fogo para saídas de emergência. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. UNI 3.4 SISTEMAS DE ALARME Deverá ser instalado um sistema de alarme que permita a percepção dos sinais emitidos em todos locais da edificação de estabelecimentos com risco elevado ou médio. Em cada pavimento da edificação deverá haver dispositivos de acionamento do sistema de alarme adotado em quantidade suficiente. Os sons de alarme emitidos pelas sirenes ou campainhas devem ser diferentes em tonalidade e altura de todos os sons emitidos pelos dispositivos acústicos existentes no estabelecimento. Nos pavimentos, os dispositivos de acionamento de alarme deverão estar dispostos nas áreas comuns de acesso. Estes dispositivos devem estar em lugar visível e dentro de caixas lacradas com tampa de plástico ou vidro e que seja fácil quebrá-la. Nesta caixa deverá estar escrito: “Quebrar em caso de emergência”. 69 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • É possível reduzir o risco de ocorrência de incêndio com a adoção de estratégias de redução da presença de combustível, de eliminação das fontes de calor, ou ainda impedir o contato entre o combustível e a fonte de calor. • A Segurança patrimonial contempla a segurança dos bens, das pessoas e das informações. A proteção da edificação e de seus ocupantes contra os acidentes resultantes do fogo é dividida em medidas preventivas e medidas corretivas. • As medidas de prevenção e proteção contra incêndios inerentes ao processo produtivo e as relativas ao uso do edifício contemplam os cuidados para: evitar o início do incêndio; limitar do crescimento do incêndio; extinguir o incêndio na fase inicial; limitar a propagação do incêndio; retirada segura dos ocupantes; evitar a propagação do incêndio entre as edificações e evitar o colapso da estrutura dos edifícios. • A prevenção contra incêndio diz respeito à aplicação de medidas de precaução para evitar a ocorrência do incêndio. As medidas relativas à proteção objetivam proteger a vida humana, a edificação e os bens materiais dos possíveis danos após a ocorrência de incêndio na edificação. Estas medidas de proteção são aplicadas quando há falhas na aplicação das medidas de prevenção, resultando no surgimento do incêndio. • As principais medidas a serem adotadas em qualquer local e que visam evitar o início do incêndio são: dimensionar e executar corretamente as instalações para a execução dos serviços; manter um afastamento seguro entre as fontes de calor e os materiais combustíveis; colocar a sinalização de emergência; estocar e manipular corretamente os líquidos combustíveis e inflamáveis e também qualquer produto perigoso; realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva das instalações e equipamentos que podem gerar um princípio de incêndio; conscientizar os usuários das instalações a respeito das ações inerentes à prevenção de incêndios. • Os cuidados para limitar o crescimento do incêndio são: controlar a quantidade de materiais combustíveis aplicados na construção das instalações e das edificações e no desenvolvimento do processo produtivo; controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo. • As principais provisões para extinguir o fogo na fase inicial são: disponibilizar equipamentos portáteis de extinção; disponibilizar sistema de mangotinhos e hidrantes; disponibilizar sistema de chuveiros automáticos; disponibilizar sistema 70 de detecção e alarme de incêndio; disponibilizar sinalização de emergência; realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de proteção disponibilizados; elaborar planos de atuação específicos para a extinção inicial do incêndio; treinar todos os usuários para o combate do incêndio na fase inicial de maneira adequada; formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada de incêndio. • Para restringir a propagação de um incêndio em um local determinado, além de serem adotados aqueles cuidados indicados para evitar o crescimento do incêndio torna-se necessário adotar algumas medidas principalmente com relação a: compartimentar os ambientes tanto no sentido horizontal como no sentido vertical; realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos aplicados na composição da compartimentação e controlar a existência de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas. • As principais condições para retirada segura dos ocupantes em locais sinistrados são: disponibilizar sistema de detecção e alarme; disponibilizar sistema de comunicação de emergência; disponibilizar rotas ou saídas de emergência que permitam o deslocamento das pessoas com segurança; disponibilizar sistema de iluminação de emergência; disponibilizar um sistema que permita controlar o movimento da fumaça produzida pelo incêndio; realizar periodicamente a manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos a serem utilizados para garantir a retirada dos ocupantes com segurança; controlar as características de reação ao fogo de todos os materiais existentes nos locais, tanto das edificações, como das instalações e aqueles utilizados no processo produtivo; elaborar planos para, com segurança, executar a operação de retirada dos ocupantes em situações de emergência; treinar periodicamente os ocupantes dos locais para executar a evacuação de emergência de acordo com os planos elaborados; formar e manter devidamente treinada uma equipe de brigada para coordenar a evacuação em situações de emergência. • As principais medidas a serem adotadas para evitar a propagação do incêndio entre as edificações são: manter uma distância segura entre os edifícios; controlar para que materiais resistentes ao fogo sejam empregados na construção das paredes externas dos edifícios; controlar a presença de materiais combustíveis nos locais próximos às fachadas. • As principais condições a serem consideradas para evitar o colapso da estrutura são: utilizar elementos resistentes ao fogo na construção das estruturas das edificações e empregar materiais resistentes ao fogo na construção das paredes externas das edificações.• Com relação à legislação de segurança patrimonial no âmbito da segurança do trabalho, a norma regulamentadora que estabelece as determinações direcionadas à prevenção e proteção contra incêndios é a NR 23 – Proteção contra incêndios. 71 • A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – determina que todas as empresas necessitam ter proteção contra incêndios, saídas em número suficiente e dispostas de maneira a possibilitar a rápida retirada do pessoal dos locais de trabalho, em caso de incêndio, equipamento de combate a incêndio em quantidade suficiente para possibilitar o combate na fase inicial e pessoas treinadas para o correto uso dos equipamentos. • Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas pela NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, elevadores, portas corta-fogo e sistemas de alarme. • De acordo com a NR-23, a quantidade e dimensões das saídas em todos os locais devem ser definidas para possibilitar rapidez e segurança na evacuação dos seus ocupantes em caso de incêndio. Neste sentido, deverão ser atendidos os seguintes quesitos: aberturas com largura igual ou maior a 1,20m; sentido da abertura para a parte externa do local de trabalho; corredores contínuos iluminados e sem escadas ou degraus, nas situações de impossibilidade de se dispor de saídas diretas de cada local, com largura igual ou maior a 1,20m e sempre estejam desobstruídos e mantidos seguros; todas as saídas, corredores de acesso e saídas devem ter indicação da direção de saída mediante a utilização de placas ou sinais luminosos; deverão ser dispostas de tal maneira que os ocupantes não tenham que percorrer mais do que 15 metros nos locais de risco grande e 30 metros nos locais de risco pequeno ou médio; deverão ser providos de rampa os pisos de níveis diferentes de forma a contorná-los. Para indicar o sentido da descida deverá haver uma placa indicativa no início da rampa. • Os tipos de portas que são admitidas, pela NR - 23, para as saídas são as de batente e as corrediças horizontais. Todas as portas de batentes internas e de saída devem: abrir no sentido da saída e estar situadas de modo a não obstruir as vias de passagem ao serem abertas. • As portas de acesso às escadas devem, de acordo com a NR-23, ser instaladas de modo que não diminuam a largura disponível dessas escadas. As portas de saída devem estar instaladas de modo a serem visíveis, e mantidas sempre desobstruídas e livres de qualquer obstáculo que dificulte o acesso e a sua vista. Durante as horas de trabalho, não se permite que as portas de entrada, de saída ou de emergência existentes nos prédios das empresas, sejam presas ou fechadas à chave ou com o emprego de ferrolhos. Nestes horários e nestas portas, poderão ser adotados dispositivos de segurança que permitam que as elas sejam abertas com facilidade por qualquer pessoa no interior da edificação. As portas de emergência nunca devem ser fechadas pelo lado externo. • A NR – 23 estabelece que todas as plataformas, patamares e escadas deverão ser construídos com o emprego de material incombustível e resistente ao fogo; os poços dos elevadores e monta-cargas existentes em construções com mais de dois pavimentos, devem ser constituídos de material resistente ao fogo e 72 deverão ser dotadas de portas corta-fogo as caixas de escadas. Estas portas deverão possibilitar que sejam abertas com facilidade pelos dois lados e fechar- se automaticamente. • Deverá ser instalado um sistema de alarme, como estabelece a NR – 23, que possibilite a percepção dos sinais emitidos em todos locais da edificação dos estabelecimentos com risco elevado ou médio. Em cada pavimento da edificação deverá haver dispositivos de acionamento do sistema de alarme adotado em quantidade suficiente. Os sons de alarme emitidos pelas sirenes ou campainhas devem ser diferentes em tonalidade e altura de todos os sons emitidos pelos dispositivos acústicos existentes no estabelecimento. Nos pavimentos, os dispositivos de acionamento de alarme deverão estar dispostos nas áreas comuns de acesso. Estes dispositivos devem estar em lugar visível e dentro de caixas lacradas com tampa de plástico ou vidro e que sejam fácil de quebrá-las. Nesta caixa deverá estar escrito: “Quebrar em caso de emergência”. 73 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Discorra sobre o conhecimento em que se baseia a estratégia de redução do risco incêndio. 2 Apresente o que se entende por prevenção e proteção contra incêndios. 3 O que se entende por segurança patrimonial e discorra sobre a legislação de segurança patrimonial relativa à proteção contra incêndios no âmbito da segurança do trabalho. 4 As medidas de prevenção e proteção contra incêndios inerentes ao processo produtivo e as relativas ao uso do edifício contemplam os cuidados para as seguintes situações: evitar o início do incêndio, limitar do crescimento do incêndio, extinguir o incêndio na fase inicial, limitar a propagação do incêndio, retirada segura dos ocupantes, evitar a propagação do incêndio entre as edificações e o colapso da estrutura dos edifícios. Discorra sucintamente sobre as principais medidas relativas a cada situação. 5 Relacione o que a NR 23 – Proteção contra incêndios – determina o que as empresas devem possuir. 6 Com relação às determinações construtivas das edificações estipuladas pela NR 23, destacam-se aquelas relacionadas a: saídas, portas, escadas, elevadores, portas corta-fogo e sistemas de alarme. Descreva resumidamente as principais disposições relacionadas a cada uma. 74 75 TÓPICO 2 SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A existência de um sistema de controle da fumaça, corretamente integrada com as demais medidas comentadas no tópico anterior, proporciona uma série de benefícios na ocorrência de incêndios entre os quais se destacam: • redução da temperatura por meio da ventilação, protegendo a estrutura das edificações de colapso; • melhoria da visibilidade da rota de fuga; • manutenção de atmosfera mais limpa; • prevenção contra danos em decorrência da fumaça; • prevenção de danos desnecessários por água em decorrência da melhor visibilidade no combate; • redução de gastos relativos à limpeza; e • redução dos gastos com o incêndio. 2 PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA Para melhor compreensão do sistema de controle de fumaça, estudaremos como se processa a propagação da mesma. Cunha e Martinelli Junior (2008) apresentam as características da propagação da fumaça desde a fase inicial do incêndio. No início, ela sobe para o teto rapidamente, conforme demonstra a figura a seguir. FIGURA 17 – FUMAÇA NA FASE INICIAL DO INCÊNDIO FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 259) UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 76 Na sequência, se propaga na região próxima ao telhado e afasta-se progressivamente do local em que é gerada, conforme representado na figura a seguir. FIGURA 18 – PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA NA REGIÃO PRÓXIMA AO TETO FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260) Se não houver uma saída, a fumaça irá preenchendo todo o interior da edificação, como se observa na figura a seguir. FIGURA 19 – PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA NA REGIÃO PRÓXIMA AO TETO FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260) Cunha e Martinelli Junior (2008) demonstram a importância de se determinar um sistema de controle, ao apresentar a característica da velocidade de desenvolvimento da fumaça, demonstrando a dispersão em 50 segundos num espaço de 100 metros, representada na figura a seguir. TÓPICO 2 | SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA 77 FIGURA 20 – DISPERSÃO DA FUMAÇA EM 50 SEGUNDOS FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 260) 3 TIPOS DE VENTILAÇÃO 10 segundos 100 metros 20 segundos 100 metros 30 segundos 100 metros 40 segundos 100 metros 50 segundos 100 metros O sistema de controle da fumaça pode ser implantado por ventilação natural ou por ventilação monitorada.3.1 VENTILAÇÃO NATURAL A ventilação natural é propiciada ao se dispor de saídas para possibilitar a movimentação da fumaça considerando as forças naturais, mais especificamente no interior da edificação. Esta movimentação será realizada em função: UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 78 • da diferença de temperatura entre os gases aquecidos e o ar na parte interna e externa da edificação; • da diferença de altura entre as aberturas de exaustão e a abertura que possibilita a entrada de ar; • da movimentação do calor que se eleva por convecção; • da direção e velocidade do vento. Pode-se utilizar a ventilação de incêndio de maneira conjugada com a ventilação natural de uso diário para fins de conforto térmico, com as seguintes vantagens principais: • ventilação sem geração de ruído; • dispensa cuidados especiais de manutenção; • baixo custo; • sem possibilidade de falhas no funcionamento; • fácil instalação e • adequação automática da capacidade de insuflação de acordo com a velocidade de aumento da temperatura. Contudo, a eficácia deste sistema de ventilação pode ser prejudicada por fatores, tais como: • A fluência com o ar externo pode ser prejudicada pela ação do vento exercendo pressão para o interior da edificação, fator particularmente influenciado pela topografia e existência de outras edificações nas vizinhanças. A figura a seguir representa por meio de setas a ação do vento que ao se deparar com a parede da edificação anexa à edificação em que ocorre o incêndio, exerce pressão direcionada ao interior da mesma, dificultando a saída da fumaça. FIGURA 21 – SETAS INDICANDO A AÇÃO A PRESSÃO DO VENTO PARA O INTERIOR DA EDIFICAÇÃO FONTE: Cunha e Martinelli Junior (2008, p. 262) • No momento imediatamente após o início do incêndio, a ventilação pode não ocorrer com eficiência a não ser que aconteça uma ventilação previamente. TÓPICO 2 | SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA 79 3.1.1 Funcionamento da Ventilação Natural Ao ser aquecido o ar torna-se menos denso em virtude de sua expansão. Como a densidade é menor do que a densidade do ar mais frio ao seu redor o ar quente flutua em relação ao ar mais frio das proximidades. Quanto mais próximo da fonte de calor, maior será a aceleração de elevação do ar e a sua velocidade ao subir dependerá da: • altura com relação à fonte de calor; • diferença da temperatura existente entre o ar das proximidades e o ar aquecido. Em razão de que na medida em que o ar aquecido se eleva, ele vai se misturando com o ar mais frio existente e com isso perde temperatura. Ao perder temperatura, torna-se mais denso, e com isso poderá parar de subir passando a se espalhar horizontalmente, sobre o ar levemente mais frio. Portanto, esta movimentação natural do ar aquecido pode ser facilitada com a existência de aberturas em nível mais baixo e no nível mais alto. O ar aquecido que sairá pela abertura no nível mais alto será reposto pelo ar mais frio que entrar pela abertura do nível mais baixo. 3.2 VENTILAÇÃO MONITORADA Este tipo de ventilação baseia-se no movimento do ar provocado por um exaustor movido por motor elétrico. Com relação à ventilação natural este tipo de ventilação apresenta certas vantagens tais como: • não depende da altura da construção, da pressão do vento e das correntes de ar aquecidos; • é possível prever o desempenho e ser acionado repetidas vezes; • a operação dos exaustores pode ser direcionada contra uma resistência do exterior, como por exemplo, a pressão do vento; • é possível direcionar o ar fresco para onde for necessário com a temperatura e a velocidade mais adequadas. No entanto, este sistema apresenta algumas desvantagens, entre as quais se destacam: • não há aumento da velocidade na movimentação do ar de acordo com o aumento da temperatura do ar aquecido, somente com o aumento da velocidade do exaustor; • para que o exaustor se mantenha funcionando durante um incêndio, há a necessidade de se manter a fonte de energia e os fios condutores de energia devem ser resistente ao fogo; • há geração de ruído; • não se recomenda para insuflar o ar, pois a entrada pode resfriar a fumaça; • pode aumentar o risco de ocorrência de curto-circuito. 80 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • A existência de um sistema de controle da fumaça, corretamente integrada com as demais medidas comentadas no tópico anterior, proporciona uma série de benefícios na ocorrência de incêndios entre os quais se destacam: redução da temperatura por meio da ventilação, protegendo a estrutura das edificações de colapso; melhoria da visibilidade da rota de fuga; manutenção de atmosfera mais limpa; prevenção contra danos em decorrência da fumaça; prevenção de danos desnecessários por água em decorrência da melhor visibilidade no combate; redução de gastos relativos à limpeza; e redução dos gastos com o incêndio. • Para melhor compreensão do sistema de controle de fumaça estudaremos como se processa a sua propagação. No início, a fumaça sobe para o teto rapidamente, na sequência se propaga na região próxima ao telhado e afasta-se progressivamente do local em que é gerada. Se não houver uma saída, a fumaça irá preenchendo todo o interior da edificação. • O sistema de controle da fumaça pode ser implantado por ventilação natural ou por ventilação monitorada. • A ventilação natural é propiciada ao se dispor de saídas para possibilitar a movimentação da fumaça considerando as forças naturais, mais especificamente no interior da edificação. Esta movimentação será realizada em função da diferença de temperatura entre os gases aquecidos e o ar na parte interna e externa da edificação, da diferença de altura entre as aberturas de exaustão e a abertura que possibilita a entrada de ar, da movimentação do calor que se eleva por convecção e da direção e velocidade do vento. • Pode-se utilizar a ventilação de incêndio de maneira conjugada com a ventilação natural de uso diário para fins de conforto térmico, com as seguintes vantagens principais: ventilação sem geração de ruído dispensa cuidados especiais de manutenção, baixo custo, sem possibilidade de falhas no funcionamento, fácil instalação e adequação automática da capacidade de insuflação de acordo com a velocidade de aumento da temperatura. • Contudo, a eficácia do sistema de ventilação natural pode ser prejudicada por fatores, tais como: a fluência com o ar externo pode ser prejudicada pela ação do vento exercendo pressão para o interior da edificação, fator particularmente influenciado pela topografia e existência de outras edificações nas vizinhanças. No momento imediatamente após o início do incêndio, a ventilação pode não ocorrer com eficiência a não ser que aconteça uma ventilação previamente. 81 • O sistema de ventilação natural funciona da seguinte maneira: ao ser aquecido, o ar torna-se menos denso em virtude de sua expansão. Como a densidade é menor do que a densidade do ar mais frio ao seu redor, o ar quente flutua em relação ao ar mais frio das proximidades. Quanto mais próximo da fonte de calor, maior será a aceleração de elevação do ar e a velocidade ao subir dependerá da altura com relação à fonte de calor e diferença da temperatura existente entre o ar das proximidades e o ar aquecido. • Na medida em que o ar aquecido se eleva, ele vai se misturando com o ar mais frio existente e com isso perde temperatura. Ao perder temperatura, o ar torna-se mais denso, e com isso poderá parar de subir passando a se espalhar horizontalmente, sobre o ar levemente mais frio. Portanto, esta movimentação natural do ar aquecido pode ser facilitada com a existência de aberturas em nível mais baixo e no nível mais alto. O ar aquecido que sairá pela abertura no nível mais alto será reposto pelo ar mais frio que entrar pela abertura do nível mais baixo. • A ventilação monitorada baseia-se no movimento do ar provocado por um exaustor movido por motor elétrico. Com relação à ventilação natural, este tipo de25 2.2 COMBUSTÃO COMPLETA ........................................................................................................... 26 3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO ..................................... 27 3.1 COMBUSTÃO VIVA ....................................................................................................................... 27 3.2 COMBUSTÃO LENTA .................................................................................................................... 28 4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA ......................................................................................................... 29 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 31 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 34 TÓPICO 3: EXPLOSÕES ........................................................................................................................ 35 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35 2 EXPLOSÃO DE GASES ....................................................................................................................... 35 3 EXPLOSÕES DE PÓ ............................................................................................................................. 38 4 BLEVE...................................................................................................................................................... 39 5 EXPLOSÃO DE FUMAÇA – BACKDRAFT OU BACKDRAUGHT ............................................. 40 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 44 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47 TÓPICO 4: EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS .......................................................................................... 49 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49 2 CONTROLE OU RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL ............................................... 49 3 RESFRIAMENTO ................................................................................................................................. 50 Sumário VIII 4 ABAFAMENTO ..................................................................................................................................... 52 5 ROMPIMENTO DA REAÇÃO EM CADEIA .................................................................................. 53 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 53 RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 55 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 57 UNIDADE 2: INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS .................................................. 59 TÓPICO 1: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ............................................... 61 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61 2 SEGURANÇA PATRIMONIAL ......................................................................................................... 61 2.1 MEDIDAS PARA EVITAR O INÍCIO DO INCÊNDIO .............................................................. 62 2.2 CUIDADOS PARA LIMITAR O CRESCIMENTO DO INCÊNDIO ......................................... 62 2.3 PROVISÕES PARA EXTINGUIR O FOGO NA FASE INICIAL ............................................... 63 2.4 MEDIDAS PARA LIMITAR A PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO ............................................. 64 2.5 CONDIÇÕES PARA RETIRADA SEGURA DOS OCUPANTES .............................................. 64 2.6 MEDIDAS PARA EVITAR A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ENTRE AS EDIFICAÇÕES ................................................................................................................................. 65 2.7 CONDIÇÕES PARA EVITAR O COLAPSO DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS .................. 65 3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ...................................................................... 66 3.1 SAÍDAS .............................................................................................................................................. 66 3.2 PORTAS ............................................................................................................................................. 67 3.3 ESCADAS, ELEVADORES E PORTAS CORTA-FOGO ............................................................. 68 3.4 SISTEMAS DE ALARME ................................................................................................................ 68 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73 TÓPICO 2: SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA .................................................................... 75 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75 2 PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA .......................................................................................................... 75 3 TIPOS DE VENTILAÇÃO .................................................................................................................. 77 3.1 VENTILAÇÃO NATURAL ............................................................................................................ 77 3.1.1 Funcionamento da Ventilação Natural ................................................................................ 79 3.2 VENTILAÇÃO MONITORADA ................................................................................................... 79 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 80 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82 TÓPICO 3: AGENTES EXTINTORES ................................................................................................. 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 CLASSES DE FOGO ............................................................................................................................ 83 3 PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES ........................................................................................... 85 3.1 ÁGUA ................................................................................................................................................ 86 3.2 PÓS PARA EXTINÇÃO .................................................................................................................. 87 3.3 ESPUMA ........................................................................................................................................... 88 3.4 GÁS CARBÔNICO .......................................................................................................................... 88 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................................ventilação apresenta certas vantagens tais como: não depende da altura da construção, da pressão do vento e das correntes de ar aquecidos; é possível prever o desempenho e ser acionado repetidas vezes; a operação dos exaustores pode ser direcionada contra uma resistência do exterior, como por exemplo, a pressão do vento; é possível direcionar o ar fresco para onde for necessário com a temperatura e a velocidade mais adequadas. • No entanto, o sistema de ventilação monitorada apresenta algumas desvantagens, entre as quais se destacam: não há aumento da velocidade na movimentação do ar de acordo com o aumento da temperatura do ar aquecido, somente com o aumento da velocidade do exaustor; para que o exaustor se mantenha funcionando durante um incêndio, há necessidade de se manter a fonte de energia e os fios condutores de energia devem ser resistente ao fogo; há geração de ruído; não se recomenda para insuflar o ar, pois a entrada de ar pode resfriar a fumaça e pode aumentar o risco de ocorrência de curto-circuito. 82 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Discorra sobre os benefícios de um sistema de controle da fumaça. 2 Descreva a propagação da fumaça. 3 Apresente como se processa a ventilação natural. 4 Discorra sobre os benefícios da ventilação natural. 5 Relacione os fatores que prejudicam a eficácia da ventilação natural. 6 Descreva o funcionamento e as vantagens da ventilação monitorada em relação à ventilação natural. 7 Apresente as desvantagens da ventilação monitorada. 83 TÓPICO 3 AGENTES EXTINTORES UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios – determina para as empresas a obrigatoriedade de possuírem equipamento suficiente para possibilitar o combate do fogo quando este estiver iniciando. Esta norma estabelece também critérios para a instalação apropriada de sistema de proteção por água e por extintores. Nestes critérios são considerados: as classes de fogo, a classe de ocupação segundo a tarifa de seguro incêndio do Brasil, o tipo de agente extintor, quantidade de extintores e a localização e sinalização dos mesmos. 2 CLASSES DE FOGO A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a proteção contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo produzida nestes locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as seguintes classes de fogo: classe A, classe B, classe C e classe D. O fogo de classe A é aquele gerado em materiais de fácil combustão e queima em sua superfície e profundidade. Após a queima, o fogo deixa resíduos como: papel, madeira, tecidos, fibra etc. A classe B é designada ao tipo de fogo produzido pelos produtos considerados inflamáveis que na queima não deixa resíduos e a combustão se processa somente na superfície, como: óleos, vernizes, gasolina, graxas, óleos etc. O tipo de fogo classe C é caracterizado por ocorrer em equipamentos elétricos energizados tais como: motores, quadros de distribuição, fios, transformadores etc. 84 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS É importante observar que para que o fogo seja de classe C os equipamentos elétricos deverão estar energizados, ou seja, deverão estar conectados a alguma fonte de energia elétrica. Se estes equipamentos elétricos não estiverem conectados a alguma fonte de energia, como por exemplo, quando estocados em algum depósito, o fogo gerado neste depósito será de classe A. UNI O fogo de classe D é aquele que ocorre em materiais pirofóricos como zircônio, titânio e magnésio. Distrito Federal (2006) inclui nesta classe os seguintes materiais: antimônio, selênio, lítio, alumínio fragmentado, potássio, sódio, zinco, tório, zircônio, urânio, cálcio e plutônio. Estes metais podem estar presentes em galpões e depósitos, ou ainda serem utilizados nos processos industriais. O quadro a seguir apresenta as utilizações de alguns destes materiais. QUADRO 5 – ALGUNS METAIS DA CLASSE DE FOGO D E RESPECTIVA UTILIZAÇÃO Elemento Principal utilização antimônio ligas de estanho; revestimentos de cabos, moldes, soldaduras, tubos; fogos de artifício, fulminantes e balas tracejantes. lítio lubrificantes (graxas) de alto desempenho; baterias. magnésio flashes fotográficos; artefatos pirotécnicos e bombas incendiárias; construção de aviões, mísseis e foguetes. potássio fertilizantes (sais de potássio); medicamentos e sabões (carbonato de potássio - K2CO3 ); fotografias (brometo de potássio – KBr); explosivos (nitrato de potássio - KNO3). selênio fabricação de células fotoelétricas; câmeras de TV e máquinas xerográficas; baterias solares e retificadores; banhos fotográficos; vulcanização da borracha; fabricação de retificadores de selênio; fabricação de hidrocarbonetos provenientes do petróleo. TÓPICO 3 | AGENTES EXTINTORES 85 sódio Iluminação pública. titânio componente de liga para alumínio, molibdênio, manganês; componente de liga para ferro e outros metais; fabricação de aviões, mísseis e naves espaciais; próteses ósseas e implantes dentários; tintas. zinco ligas de latão e para soldas; tipografia; baterias e soldas; produção de peças fundidas sob pressão; indústria automobilística, de equipamentos elétricos e outras; revestimento (galvanização) de peças de aço. zircônio reatores nucleares; indústrias químicas; confecção de imãs supercondutores; indústrias de cerâmica e vidro; laboratórios. FONTE: Distrito Federal (2006, p. 112) Pirofóricos são materiais que se inflamam facilmente em contato com o ar. UNI 3 PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES De acordo com Distrito Federal (2006), os agentes extintores são substâncias utilizadas para a extinção de um incêndio conforme as propriedades químicas ou físicas destas pela retirada de um dos elementos componentes do tetraedro do fogo. Somente podem ser comercializados no Brasil agentes extintores que tenham a aprovação do Sistema Brasileiro de Certificação, cujo principal órgão é o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial. Os agentes extintores devem atender os requisitos mínimos exigidos que se encontram nas Normas Brasileiras (NBR) que são aprovadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. As normas técnicas sobre o emprego dos agentes extintores em aparelhos que são apresentados pela NR – 23 são as seguintes: • Água – NBR 11.715. • Espuma mecânica – NBR 11.751. • Pós para extinção de incêndio – NBR 10.721. • Gás carbônico – NBR 11.716. 86 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 3.1 ÁGUA Na fase líquida, a água é o agente extintor que mais se utiliza em combates a incêndios e foi durante muito tempo o único agente extintor utilizado. Em razão de suas propriedades químicas e físicas e, por estar disponível na natureza, ainda é largamente empregado. Esta preferência baseia-se na sua eficiência decorrente das seguintes características: • mudar o seu estado físico de líquido para vapor a 100oC; • absorver muito calor para a mudança de estado físico de líquido para vapor. A mudança de estado físico da água de líquido para vapor provoca uma redução da concentração de oxigênio no ambiente e absorve o calor da combustão. A água em incêndio atua com eficiência promovendo o abafamento e o resfriamento. UNI No entanto, mesmo que a água dificulte a manutenção do processo de combustão ao absorver calor da reação, o vapor produzido poderá aumentar o risco de queimaduras e desconforto térmico para as pessoas atuantes no combate ao incêndio. A água em excesso pode provocar muita destruição, não se transforma em vapor, se acumula no ambiente e é desperdiçada, causando muitos danos. A água em excesso e desperdiçada em uma situação de combate a incêndio pode: • provocar danos nos móveis, utensílios e máquinas localizados em outros ambientes e que não foram atingidos pelas chamas; • gerar a necessidade de se danificar partes estruturais do imóvel, como o rompimento de paredes ou provocar outros danos para que se possaesgotar a água acumulada durante ou após um incêndio; • acarretar em uma sobrecarga na estrutura do edifício e • possibilitar acidentes ao encobrir buracos ou outros riscos para as pessoas atuantes no combate em um incêndio. A utilização de água no combate a incêndio apresenta algumas desvantagens: • dificuldade de recobrir a superfície em combustão e de penetrar no material em razão da alta tensão superficial. A tensão superficial promove a separação da água em esferas evitando que se espalhe sobre a superfície. TÓPICO 3 | AGENTES EXTINTORES 87 A tensão superficial da água é a força que existe na sua superfície decorrente das ligações fortes entre as moléculas. Para perceber o efeito desta tensão superficial, pode- se proceder à seguinte experiência na própria casa: sobre alguma superfície que esteja seca, derrame algumas gotas de água. Poderá ser percebida a formação de pequenas esferas. Sobre esta superfície, após secá-la, espalhe um pouco de detergente formando uma fina película. Logo após, espirre algumas gotas de água sobre esta película e observe que a água se espalha sobre a superfície e por se neutralizar, na tensão superficial não se formarão aquelas gotas redondas de água formadas anteriormente. UNI • o rápido escoamento, provocado pela baixa viscosidade, faz com que a água permaneça sobre a superfície do material por pouco tempo; • quando utilizada no combate a incêndios em líquidos inflamáveis, a água em razão da densidade mais alta do que a densidade do líquido inflamável, não permanece sobre a superfície do líquido inflamável que estiver incendiando; • por ser condutora de eletricidade, a aplicação de água é inadequada para incêndios em equipamentos elétricos energizados pelo risco de choque elétrico inerente; e • para o combate de incêndio em materiais pirofóricos também não é indicada a utilização de água em virtude de que estes materiais em combustão reagem com o oxigênio presente na água e isto favorece a ocorrência de uma violenta liberação de calor. 3.2 PÓS PARA EXTINÇÃO O pó utilizado para combater o incêndio conhecido como pó químico seco passou a ser denominado pó para a extinção de incêndio a partir do início da década de 90. Trata-se de pó constituído de pequenas partículas de: • bicarbonato de potássio ou de sódio, para combater incêndios em gases ou líquidos inflamáveis e combustíveis sólidos ou; • fosfato monoamônico, para o combate de incêndio em combustíveis sólidos, em líquidos ou gases e em equipamentos elétricos energizados. A qualquer um destes tipos são adicionadas substâncias para evitar a absorção de umidade e a formação de “pedras”, mantendo a condição adequada de fluidez ao pó. A extinção quase imediata da chama quando o pó é aplicado, ocorre devido às seguintes características extintoras: • abafamento – o pó ao ser aquecido se decompõe termicamente e libera dióxido de carbono e vapor d’água, que isolam o oxigênio (comburente) da reação química de combustão. 88 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS • resfriamento – o calor liberado na combustão é absorvido pelo pó. • diminuição da radiação das chamas – o combustível é protegido do calor radiado pela nuvem produzida pelo pó sobre as chamas. • rompimento da reação em cadeia – quando aplicado sobre a chama, o pó influencia a concentração de íons resultantes da reação em cadeia, diminuindo sua capacidade de reação com o comburente e como resultado a chama se apagará. 3.3 ESPUMA Trata-se do resultado da busca em encontrar um agente extintor mais adequado do que a água para o combate a incêndios, que fosse capaz de suprir as desvantagens apresentadas pela mesma quando, por exemplo, aplicada ao combate a incêndio em líquidos derivados de petróleo. A espuma é resultado da adição de agentes, que diminuem a tensão superficial da água, chamados de agentes tensoativos. Estes aditivos melhoram a propriedade de espalhamento da água sobre a superfície do material em combustão e facilitam sua penetração. As espumas no estado líquido são semelhantes a bolhas, que por apresentarem uma densidade e tensão superficial menor do que a água se espalham quando aplicadas sobre qualquer material em chamas, promovendo o isolamento do contato com o oxigênio do ar. Para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis derivados de petróleo, aplica-se a espuma à base de AFFF (aqueous film-forming foam: espuma formadora de filme aquoso), mais eficiente por formar sobre a superfície do líquido em combustão uma película. Em incêndios de combustíveis polares, como é o caso do álcool, o AFFF deve conter em sua composição, uma substância chamada polissacarídeo, para evitar que o álcool ataque a espuma. Por possuir água em sua composição também não é indicado o uso da espuma para combate em incêndios em equipamentos elétricos energizados e em produtos pirofóricos. 3.4 GÁS CARBÔNICO Trata-se de gás inerte de grande utilização, também denominado dióxido de carbono (CO2) ou anidrido carbônico. A extinção ocorre por abafamento, pois dilui e retira o oxigênio presente na combustão e também por resfriamento por sua baixa temperatura. Não é condutor de eletricidade e, portanto, recomendado para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados. Também é indicado para a extinção de incêndio em líquidos ou gases inflamáveis. Por não deixar resíduos, torna-se indicado para locais com equipamentos sensíveis à umidade, como computadores, por exemplo. Em razão de que seu poder de resfriamento é inferior ao da água não se recomenda o gás carbônico para incêndios em combustíveis sólidos. Por ser um gás asfixiante também não se recomenda o seu uso por ação humana em ambientes confinados. 89 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você viu que: • A norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios – estabelece critérios para a instalação apropriada de sistema de proteção por água e por extintores. Nestes critérios, são considerados: as classes de fogo, a classe de ocupação segundo a tarifa de seguro incêndio do Brasil, o tipo de agente extintor, quantidade de extintores e a localização e sinalização. • A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a proteção contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo produzida nestes locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as seguintes classes de fogo: classe A, classe B, classe C e classe D. • O fogo de classe A é aquele gerado em materiais de fácil combustão e queima em sua superfície e profundidade, deixando resíduos, como: papel, madeira, tecidos, fibra etc. A classe B é designada ao tipo de fogo produzido pelos produtos considerados inflamáveis que na queima não deixam resíduos e a combustão se processa somente na superfície, como: óleos, vernizes, gasolina, graxas, óleos etc. O tipo de fogo classe C é caracterizado por ocorrer em equipamentos elétricos energizados, tais como: motores elétricos, quadros de distribuição, fios, transformadores etc. O fogo de classe D é aquele que ocorre em materiais pirofóricos como zircônio, titânio, magnésio, antimônio, selênio, lítio, alumínio fragmentado, potássio, sódio, zinco, tório, zircônio, urânio, cálcio e plutônio. Estes metais da classe D podem estar presentes em galpões e depósitos, ou ainda ser utilizados nos processos industriais. • Os agentes extintores são substâncias utilizadas para a extinção de um incêndio conforme as propriedades químicas ou físicas destas pela retirada de um dos elementos componentes do tetraedro do fogo. Somente podem ser comercializados no Brasil agentes extintores que tenham a aprovação do Sistema Brasileiro de Certificação, cujo principal órgão é o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial. Os agentes extintores devem atender aos requisitos mínimos exigidos que se encontram nas Normas Brasileiras (NBR) que são aprovadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. As normas técnicas sobre o emprego dos agentesextintores em aparelhos que são apresentados pela NR – 23 são as seguintes: água – NBR 11.715; espuma mecânica – NBR 11.751; pós para extinção de incêndio – NBR 10.721; gás carbônico – NBR 11.716. • Na fase líquida, a água é o agente extintor que mais se utiliza em combates a incêndios e foi durante muito tempo o único agente extintor utilizado. Em razão de suas propriedades químicas e físicas e por estar disponível na natureza ainda 90 é largamente empregado. Esta preferência baseia-se na sua eficiência decorrente das seguintes características: mudar o seu estado físico de líquido para vapor a 100o C; absorver muito calor para a mudança de estado físico de líquido para vapor. • Mesmo que a água dificulte a manutenção do processo de combustão ao absorver calor da reação, o vapor produzido poderá aumentar o risco de queimaduras e desconforto térmico para as pessoas atuantes no combate ao incêndio. A água em excesso pode provocar muita destruição, não se transforma em vapor, se acumula no ambiente e é desperdiçada, causando muitos danos. A água em excesso e desperdiçada em uma situação de combate a incêndio pode provocar danos nos móveis, utensílios e máquinas localizados em outros ambientes e que não foram atingidos pelas chamas; gerar a necessidade de se danificar partes estruturais do imóvel, como o rompimento de paredes ou provocar outros danos para que se possa esgotar a água acumulada durante ou após um incêndio; acarretar em uma sobrecarga na estrutura do edifício e possibilitar acidentes ao encobrir buracos ou outros riscos para as pessoas atuantes no combate em um incêndio. • A utilização de água no combate a incêndio apresenta algumas desvantagens: dificuldade de recobrir a superfície em combustão e de penetrar no material em razão da alta tensão superficial; o rápido escoamento, provocado pela baixa viscosidade, faz com que a água permaneça sobre a superfície do material por pouco tempo; quando utilizada no combate a incêndios em líquidos inflamáveis, a água em razão da densidade mais alta do que a densidade do líquido inflamável, não permanece sobre a superfície do líquido inflamável que estiver incendiando; por ser condutora de eletricidade, a aplicação de água é inadequada para incêndios em equipamentos elétricos energizados pelo risco de choque elétrico inerente. Para o combate de incêndio em materiais pirofóricos também não é indicada a utilização de água em virtude de que estes materiais em combustão reagem com o oxigênio presente na água e isto favorece a ocorrência de uma violenta liberação de calor. • O pó utilizado para combater o incêndio conhecido como pó químico seco passou a ser denominado pó para a extinção de incêndio a partir do início da década de 90. Trata-se de pó constituído de pequenas partículas de: bicarbonato de potássio ou de sódio, para combater incêndios em gases ou líquidos inflamáveis e combustíveis sólidos ou fosfato monoamônico, indicado para o combate de incêndio em combustíveis sólidos, em líquidos ou gases e em equipamentos elétricos energizados. A qualquer um destes tipos são adicionadas substâncias para evitar a absorção de umidade e a formação de “pedras”, mantendo a condição adequada de fluidez ao pó. • A extinção quase imediata da chama, quando o pó é aplicado diretamente sobre ela, ocorre devido às seguintes características extintoras: abafamento – o 91 pó ao ser aquecido pelo fogo se decompõe termicamente e libera dióxido de carbono e vapor d’água, que isolam o oxigênio (comburente) da reação química de combustão; resfriamento – o calor liberado na combustão é absorvido pelo pó; diminuição da radiação das chamas – o combustível é protegido do calor radiado pela nuvem produzida pelo pó sobre as chamas; rompimento da reação em cadeia – quando aplicado sobre a chama o pó influencia a concentração de íons resultantes da reação em cadeia diminuindo sua capacidade de reação com o comburente e como resultado a chama se apaga. • A espuma é resultado da busca em encontrar um agente extintor mais adequado do que a água para o combate a incêndios, que fosse capaz de suprir as desvantagens apresentadas quando, por exemplo, aplicada ao combate a incêndio em líquidos derivados de petróleo. A espuma é resultado da adição de agentes na água, que diminuem a tensão superficial, chamada de agente tensoativo. Estes aditivos melhoram a propriedade de espalhamento da água sobre a superfície do material em combustão e facilitam a penetração da mesma neste material. As espumas no estado líquido são semelhantes a bolhas, que por apresentarem uma densidade e tensão superficial menor do que a água se espalham quando aplicadas sobre qualquer material em chamas, promovendo o isolamento do contato com o oxigênio do ar. • Para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis derivados de petróleo, aplica-se a espuma à base de AFFF (aqueous film-forming foam: espuma formadora de filme aquoso), mais eficiente por formar sobre a superfície do líquido em combustão uma película. Em incêndios de combustíveis polares, como é o caso do álcool, o AFFF deve conter em sua composição, uma substância chamada polissacarídeo, para evitar que o álcool ataque a espuma. • Por possuir água em sua composição também não é indicado o uso da espuma para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados e em produtos pirofóricos. • Trata-se de gás inerte de grande utilização, também denominado dióxido de carbono (CO2) ou anidrido carbônico. A extinção ocorre por abafamento, pois dilui e retira o oxigênio presente na combustão e também por resfriamento por sua baixa temperatura. Não é condutor de eletricidade e, portanto, recomendado para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados. Também é indicado para a extinção de incêndio em líquidos ou gases inflamáveis. Por não deixar resíduos, torna-se indicado para locais com equipamentos sensíveis à umidade, como computadores, por exemplo. Em razão de que seu poder de resfriamento é inferior ao da água não se recomenda o gás carbônico para incêndios em combustíveis sólidos. Por ser um gás asfixiante também não se recomenda o seu uso por ação humana em ambientes confinados. 92 Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 A determinação do tipo de agente extintor a ser disponibilizado para a proteção contra incêndio em cada local será em função da classe de fogo produzida nestes locais. A NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece as seguintes classes de fogo: classe A, classe B, classe C e classe D. Descreva cada uma destas classes de fogo. 2 Discorra sobre o que são os agentes extintores e as condições que devem ser atendidas para sua comercialização no Brasil. 3 Apresente sucintamente a ação da água como agente extintor, os aspectos a serem considerados na utilização da água no combate a incêndio e as suas desvantagens. 4 Apresente resumidamente os aspectos relativos ao uso da espuma no combate a incêndios. 5 Comente de maneira sucinta os aspectos relativos ao uso do pó para a extinção de incêndios. 6 Apresente sucintamente os aspectos inerentes à aplicação do gás carbônico no combate a incêndios. AUTOATIVIDADE 93 TÓPICO 4 EXTINTORES PORTÁTEIS UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece que todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para possibilitar o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os aparelhos devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto e esta informação consta nos rótulos dos extintores, conforme demonstra a figura a seguir. FIGURA 22 – RÓTULO DE EXTINTOR INDICADO PARA O COMBATE AO FOGO DE CLASSES B E C FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. Há também extintores que possuem um rótulo que além de indicar a classe de fogo para a sua utilização, também indicam as classes de fogo para asquais a sua aplicação é proibida, de acordo com os exemplos da figura 23 e 24. 94 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS FIGURA 23 – RÓTULO DE EXTINTOR COM CLASSES DE FOGO ÀS QUAIS É INDICADO E PROIBIDO O SEU USO FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010 FIGURA 24 – RÓTULO DE EXTINTOR PARA USO EM FOGO DE CLASSE A E PROIBIDO PARA AS CLASSES B E C FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. O extintor de espuma, representado na figura a seguir, é indicado para combate aos fogos classe A e B. TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS 95 FIGURA 25 – EXTINTOR DE ESPUMA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. O extintor de gás carbônico (CO2), representado na figura a seguir, deverá ser usado preferencialmente para combate aos fogos das classes B e C, também é admitido o seu uso no combate aos fogos de classe A. FIGURA 26 – EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO 2 ) FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. 96 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS O extintor de pó químico seco para utilização no combate aos fogos de classes B e C. Para combate do fogo de classe D, o pó químico deverá ser especial e apropriado para cada material combustível. FIGURA 27 – EXTINTOR DE PÓ FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. O extintor de água pressurizada, representado na figura a seguir, ou a água-gás é indicado para utilização no combate aos fogos classe A, com capacidade que varia entre 10 e 18 litros. FIGURA 28 – EXTINTOR DE ÁGUA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS 97 O balde de areia poderá ser usado como variante para extinção por abafamento nos fogos de classes B e D e a limalha de ferro fundido poderá ser usada como variante para extinção por abafamento nos fogos de classe D. 2 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE EXTINTORES A NR 23 determina que deverá haver no mínimo dois extintores para cada pavimento. Esta norma estabelece também que a quantidade de unidades extintoras é estabelecida em função da área protegida por cada unidade e da distância máxima a ser percorrida. Porém a área protegida por cada unidade extintora e a distância máxima a ser percorrida depende da classe de ocupação segundo a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB – Instituto de Resseguros do Brasil. QUADRO 6 – ÁREA COBERTA POR UNIDADE EXTINTORA E DISTÂNCIA MÁXIMA PERCORRIDA FONTE: BRASIL (2010) A unidade extintora é determinada em função do tipo de substância e da capacidade dos extintores conforme apresentado no quadro a seguir: 98 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS QUADRO 7 – UNIDADE EXTINTORA EM FUNÇÃO DA SUBSTÂNCIA E DA CAPACIDADE DOS EXTINTORES FONTE: BRASIL (2010) Para melhor compreensão vamos supor a necessidade de se distribuir os extintores de modo a atender as determinações da NR – 23 em um local com as seguintes características: • a classe de ocupação é 8 pela Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil; e • a área a ser protegida totaliza 375 m2 (15m x 25m). Para atender exigência correspondente à área a ser protegida, conforme indicado no quadro 6, são necessárias 3 (três) unidades extintoras, pois para a classe de ocupação 8, uma unidade extintora protege uma área de 150 m2. A quantidade de extintores é obtida em função das substâncias empregadas e da capacidade do extintor, conforme o quadro 7. Porém deve ser atendida também a condição relativa à máxima distância a ser percorrida estipulada no quadro 6. De acordo com esta condição, para este local em estudo, qualquer ponto dentro da área protegida deve estar no máximo a 10 metros de distância do extintor. Esta limitação da distância a ser percorrida com o extintor em locais com muitas paredes internas pode resultar em aumento da quantidade de extintores. Esta condição relativa à distância máxima a ser percorrida com o extintor em caso de combate proporciona: rapidez e limitação do cansaço do operador do extintor. UNI TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS 99 3 SINALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES A NR 23 estabelece que os extintores deverão estar posicionados em locais de fácil visualização, de fácil acesso e de onde haja menor probabilidade de ter o acesso bloqueado em caso de incêndio. O extintor deve ser instalado em local assinalado por uma seta larga vermelha com bordas amarelas ou por um círculo vermelho. No piso abaixo do extintor, deverá ser pintada uma área de no mínimo 1m x 1m. Esta área do piso nunca poderá ser obstruída. A parte superior do extintor não deverá estar a mais de 1,60 metros do piso. Estas condições estão representadas na figura a seguir. FIGURA 29 – SINALIZAÇÃO DO LOCAL DE INSTALAÇÃO DO EXTINTOR DE ACORDO COM A NR 23 FONTE: O autor Os rebordos dos baldes contendo material para a extinção do fogo, não poderão estar a uma distância acima do piso menor do que 0,60 m e nem maior do que 1,50 m. Quando os extintores estiverem sobre rodas, como o extintor de água representado na figura a seguir, deverá garantir sempre o seu livre acesso para qualquer ponto da fábrica. 100 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS FIGURA 30 – EXTINTOR DE ÁGUA SOBRE RODAS FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010 Segundo a NR 23, não se admite que pilhas de materiais deixem encobertos os extintores. 4 INSPEÇÃO DE EXTINTORES A NR 23 estabelece que cada extintor existente na empresa deverá ter uma ficha, representada na figura a seguir, para registrar as informações de controle de inspeção. TÓPICO 4 | EXTINTORES PORTÁTEIS 101 FIGURA 31 – MODELO DA FICHA DE CONTROLE DE INSPEÇÃO DE EXTINTORES DA NR 23 FONTE: BRASIL (2010) A cada mês deverá o extintor necessita ser examinando em: • seu aspecto externo; • estado de conservação dos lacres; • o manômetro daqueles extintores do tipo pressurizado; • se não estão entupidos a válvula de alívio e o bico do extintor. Uma etiqueta de identificação deve estar fixada no corpo do extintor e protegida contra possíveis danos aos dados que devem estar registrados nela: • data em que o extintor foi carregado; • data para a sua recarga; e • o número de identificação. Os extintores de pressão injetada, a cada semestre deverão ser pesados. Em caso de perda de peso superior a 10% do peso original, a sua recarga deve ser providenciada. A recarga anual deverá ser providenciada com o extintor de Espuma. As recargas dos extintores deverão ser realizadas por empresas certificadas pelo INMETRO. 102 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste tópico, você viu que: • A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece que todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para possibilitar o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os aparelhos devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto e esta informação consta nos rótulos dos extintores. • Há também extintores que possuem um rótulo que além de indicar a classe de fogo para a sua utilização também indica as classes de fogo para as quais a sua aplicação é proibida. • O extintor de espuma é indicado para combate aos fogos classe A e B. O extintor de gás carbônico (CO2) deverá ser usado preferencialmente para combate aos fogos das classes B e C, também é admitido o seu uso no combate aos fogos de classe A. O extintor de pó químico seco para utilização no combate aos fogos de classes B e C. Para combate do fogo de classe D, o pó químico deverá ser especial e apropriado para cada material combustível. O extintorde água pressurizada ou a água-gás é indicado para utilização no combate aos fogos classe A, com capacidade que varia entre 10 e 18 litros. • O balde de areia poderá ser usado como variante para extinção por abafamento nos fogos de classes B e D e a limalha de ferro fundido poderá ser usada como variante para extinção por abafamento nos fogos de classe D. • A NR 23 determina que deverá haver no mínimo 2 extintores para cada pavimento. Esta norma estabelece também que a quantidade de unidades extintoras é estabelecida em função da área protegida por cada unidade e da distância máxima a ser percorrida. Porém a área protegida por cada unidade extintora e a distância máxima a ser percorrida depende da classe de ocupação segundo a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB – Instituto de Resseguros do Brasil. • A unidade extintora é determinada em função do tipo de substância e da capacidade dos extintores. • A NR 23 estabelece que os extintores necessitam estar posicionados em locais de fácil visualização, de fácil acesso e onde haja menor probabilidade de ter o acesso bloqueado em caso de incêndio. 103 • O extintor deve ser instalado em local assinalado por uma seta larga vermelha com bordas amarelas ou por um círculo vermelho. No piso abaixo do extintor, deverá ser pintada uma área de no mínimo 1m x 1m. Esta área do piso nunca poderá ser obstruída. A parte superior do extintor não deverá estar a mais de 1,60 metros do piso. • Os rebordos dos baldes, contendo material para a extinção do fogo, não poderão estar a uma distância acima do piso menor do que 0,60 m e nem maior do que 1,50 m. • Quando os extintores estiverem sobre rodas, deverá se garantir sempre o seu livre acesso para qualquer ponto da fábrica. • Segundo a NR 23, não se admite que pilhas de materiais deixem encobertos os extintores. • A NR 23 estabelece que cada extintor existente na empresa deverá ter uma ficha para registrar as informações de controle de inspeção. • Cada mês deverá ser inspecionado visualmente cada extintor examinando: seu aspecto externo; estado de conservação dos lacres; o manômetro daqueles extintores do tipo pressurizado; se não estão entupidos a válvula de alívio e o bico do extintor. • Uma etiqueta de identificação deve estar fixada no corpo do extintor e protegida contra possíveis danos aos dados que devem estar registrados nela que devem ser: data em que o extintor foi carregado; data para a sua recarga; e o número de identificação. • Os extintores de pressão injetada, a cada semestre, deverão ser pesados. Em caso de perda de peso superior a 10% do peso original, a sua recarga deve ser providenciada. • A recarga anual do extintor de espuma deverá ser providenciada. As recargas dos extintores deverão ser realizadas por empresas certificadas pelo INMETRO. 104 Exercite seus conhecimentos resolvendo as questões a seguir: 1 A norma regulamentadora NR 23 – Proteção contra incêndios – estabelece que todos os estabelecimentos deverão possuir extintores portáteis para possibilitar o combate ao fogo em sua fase inicial. Estabelece também que os aparelhos devem ser adequados à classe de fogo a ser extinto. Descreva os tipos de extintores portáteis e as respectivas classes de fogo para as quais é indicado. 2 Discorra sucintamente sobre os critérios a serem atendidos, de acordo com a NR 23 – Proteção contra incêndios, para a determinação da quantidade e distribuição dos extintores a serem instalados em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho. 3 Discorra sucintamente sobre as exigências da NR 23 – Proteção contra incêndios relativa à sinalização e localização dos extintores. 4 Apresente resumidamente os quesitos estipulados pela NR 23 – Proteção contra incêndios inerentes à inspeção de extintores. AUTOATIVIDADE 105 TÓPICO 5 EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A extinção por meio de água é exigida pela norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios para os estabelecimentos que desenvolvem atividades industriais com 50 empregados ou mais, para que se possa extinguir o fogo de classe A na fase inicial, a qualquer tempo. Para isto, este sistema de proteção por água deverá contar com uma reserva de água específica e pressão adequada. 2 EXIGÊNCIAS DA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS A água deverá ser captada por pontos situados em locais de fácil acesso e mantidos protegidos contra qualquer possibilidade de serem danificados. Estes pontos disponíveis para a captação da água e as tubulações do sistema deverão ser testados com frequência com o objetivo de se evitar a acumulação de resíduos. Ainda de acordo com a NR 23, nunca poderá ser empregada a água para o combate aos fogos: • de Classe B, exceto se for pulverizada na forma de neblina; • de Classe C, exceto quando se tratar de água pulverizada; e • de Classe D. Com relação ao emprego da água por meio de chuveiros automáticos (sprinklers), as exigências da referida norma são as seguintes: • os seus registros deverão estar sempre abertos, somente se admitindo o fechamento por ordem do responsável pela manutenção e inspeção quando forem realizar estas operações. • para assegurar a dispersão da água de maneira eficaz, deve-se manter um espaço de pelo menos 1,0m (um metro) na região abaixo e ao redor de cada ponto de saída dos chuveiros automáticos. 106 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS 3 PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS, HIDRANTES E SPRINKLERS Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008) enaltecem a utilização da água definindo como o agente extintor mais completo. Em virtude de que mesmo não resultando na completa extinção, colabora no isolamento dos riscos por meio do resfriamento do material combustível da vizinhança e facilita a aproximação dos bombeiros ao fogo para a aplicação de outros agentes extintores. O sistema exigido pela NR 23 de fornecimento de água para o combate ao incêndio que pode ser por hidrantes, mangotinhos ou chuveiros automáticos (sprinklers) tem a finalidade de proporcionar o controle e a rápida e eficiente extinção de um incêndio. (GOMES, 1998 apud OLIVEIRA, GONÇALVES e GUIMARÃES, 2008) O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado ou diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os métodos de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e vapor. (FERREIRA 1987 apud OLIVERIA, GONÇALVES e GUIMARÃES 2008) O jato compacto é produzido à alta pressão. Trata-se de um jato forte de água proporcionado por um esguicho que possui um orifício (requinte) de descarga de forma circular. Este método precede a extinção por resfriamento e o sucesso na extinção depende da imediata proximidade da água ao objeto incendiado e resultando na vaporização da mesma. O jato na forma de vapor é obtido com a fragmentação da água em partículas de diâmetro microscópico, também chamada de neblina. Nesta forma de neblina, a água abrange o máximo de superfície em comparação com ela no estado líquido. Isto possibilita na máxima capacidade de absorção do calor existente. A água na forma de neblina quando utilizada no combate a incêndio é transformada em vapor, e neste estado continua atuando na extinção por abafamento. Desta forma, o poder de extinção do incêndio por água passa a ser aumentado principalmente em locais confinados. (FERREIRA, 1987 apud OLIVEIRA, GONÇALVES e GUIMARÃES, 2008) A água na forma de neblina aplicada pelo sistema de hidrantes e de mangotinhos proporciona maior eficiência ao combate a incêndios tanto em locais confinados como em locais abertos bem como em líquidos inflamáveis. 3.1 PROTEÇÃO POR HIDRANTES E MANGOTINHOS Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008) salientam que os sistemas de proteção por hidrantes e mangotinhos são sistemas fixos de combate a incêndio com funcionamento sob comando libera a água para ser direcionada ao foco com vazão de acordo com o grau do risco de incêndio do local que busca proteger, para sua extinção oucontrole na sua fase inicial. TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 107 Deste modo, pode-se proceder ao início do combate ao incêndio pelos próprios usuários do local antes dos trabalhos da equipe do Corpo de Bombeiros, além de colaborar com o fornecimento de água, o que se torna muito importante principalmente em edifícios altos. Em edifícios altos o hidrante de recalque representado na figura a seguir, localizado no piso tem a função de disponibilizar o fornecimento de água pela viatura do Corpo de Bombeiros ao sistema de proteção fixo existente, que estão integrados conforme representado na figura 33. O hidrante de recalque deverá possuir uma válvula de retenção que impeça a saída de água com a abertura do registro. FIGURA 32 – HIDRANTE DE RECALQUE COM VÁLVULA DE RETENÇÃO (SETA) FONTE: Distrito Federal (2006, p. 95) FIGURA 33 – ESQUEMA VERTICAL DE SISTEMA DE HIDRANTE DE PAREDE FONTE: Distrito Federal (2006, p. 95) 108 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS O melhor desempenho do sistema é obtido com a maior familiaridade pelos usuários da edificação, para que estejam confiantes e motivados a utilizá-lo na ocorrência de um incêndio. O sistema de proteção por hidrantes pode contar com pontos de captação de água de uma saída chamada hidrante de saída simples, ou de duas saídas chamado de hidrante de saída dupla. O sistema de hidrante de parede está junto à parede e pode estar dentro de uma caixa ou abrigo. A figura a seguir, contém basicamente: • as mangueiras (figura 35) com juntas de engate rápido tipo storz (figura 36); • chaves de mangueira de engate rápido tipo storz, podendo ser simples, dupla ou tripla (figura 37); • esguichos podendo ser: tipo agulheta (figura 38) para jato sólido, tipo regulável (figura 39) formador de jato compacto ou de neblina. FIGURA 34 – ESQUEMA VERTICAL DE SISTEMA DE HIDRANTE DE PAREDE DE SAÍDA SIMPLES. FONTE: Distrito Federal (2006, p. 87) TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 109 FIGURA 35 – MANGUEIRA DE HIDRANTE FONTE: Distrito Federal (2006, p. 57) FIGURA 36 – DETALHE DA JUNTA DE ENGATE RÁPIDO TIPO STORZ DAS MANGUEIRAS FONTE: Distrito Federal (2006, p. 69) 110 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS FIGURA 37 – CHAVES DE MANGUEIRA FONTE: Distrito Federal (2006, p. 67) FIGURA 38 – DETALHE DO ESGUICHO TIPO AGULHETA FONTE: Distrito Federal (2006, p. 64) FIGURA 39 – ESGUICHO TIPO REGULÁVEL FONTE: Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008, p. 237) TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 111 O sistema de proteção por mangotinhos, figura a seguir, apresenta maior facilidade de operação em razão das pequenas vazões, do menor diâmetro das mangueiras e da disposição das mangueiras enroladas em carretel proporcionando mais agilidade nas ações de combate aos começos de incêndio. FIGURA 40 – MANGOTINHOS FONTE: Distrito Federal (2006, p. 98) 3.2 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS OU SPRINKLERS De acordo com Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008), trata-se de um sistema fixo de proteção contra incêndio por água. Este sistema é automático por entrar em operação quando se inicia um foco de incêndio, liberando água de forma rápida em uma densidade apropriada ao risco protegido para controle e extinção do na fase inicial. Em função do menor tempo decorrido entre ser detectado o incêndio e o início do seu combate tem a sua eficácia reconhecida. Além de dispensar a ação humana para o início do combate este sistema possui outra característica importante relativa ao acionamento do alarme de maneira simultânea com o início do combate, possibilitando a saída dos usuários da edificação do local sinistrado com segurança. Quando em operação em grandes áreas sem compartimentação como, por exemplo, um galpão destinado a depósito, este sistema opera como em compartimentação concentrando a descarga de água no foco de incêndio e evitando que o fogo se propague e isto reduz os danos. 112 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS Os chuveiros automáticos, ou sprinklers, são equipamentos termos- sensíveis que reagem a uma temperatura previamente determinada, direcionando uma descarga de água sobre uma área apropriada. Possuem um dispositivo acionado por um elemento termo-sensível como, por exemplo, solda eutética (figura a seguir) ou bulbo de vidro. A solda eutética é obtida pela fusão de dois ou mais metais formando uma liga com ponto de fusão em temperatura mais baixa. Normalmente, nos chuveiros são utilizadas soldas compostas de estanho, cádmio, chumbo, e bismuto, pois possuem pontos de fusão bem definidos. FIGURA 41 – PARTES DO CHUVEIRO AUTOMÁTICO COM ELEMENTO TERMO-SENSÍVEL TIPO SOLDA EUTÉTICA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. O chuveiro automático com o dispositivo de acionamento termo-sensível, tipo ampola ou bulbo (figura a seguir), é constituído de uma ampola de vidro especial, contendo em seu interior um líquido que se expande e uma bolha de ar. Com a expansão do líquido pela ação do calor, a bolha de ar que está no interior da ampola é comprimida e é absorvida pelo líquido provocando um aumento rápido da pressão até romper o bulbo e, desta forma a válvula ou o tampão é liberado. TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 113 FIGURA 42 – TEMPERATURA DE ROMPIMENTO DOS BULBOS DE SPRINKLERS CONFORME A COR FONTE: Distrito Federal (2006, p. 117) Os chuveiros automáticos, com relação à descarga de água, podem ser classificados em: chuveiro-padrão (spray), chuveiro tipo antigo e chuveiro lateral. O chuveiro-padrão (spray) – constituído por defletor em uma posição que projeta a descarga de água para baixo, com quase nada ou muito pouco de água direcionada ao teto. A água é liberada abaixo do plano do defletor e a distribuição do jato é direcionada totalmente sobre o foco do incêndio na forma hemisférica conforme demonstra a figura a seguir. FIGURA 43 – DESCARGA DE ÁGUA DO SPRINKLERS NA FORMA HEMISFÉRICA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. 114 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS O chuveiro tipo antigo – neste tipo de chuveiro automático o defletor direciona parte da água liberada para o teto e o restante é projetado para baixo, com a forma de distribuição do jato é aproximadamente esférica. O chuveiro lateral (sidewall) – neste sistema a água é projetada para frente e para os lados, na forma de um quarto de esfera, sendo que um pouco de água é aspergida para trás indo contra a parede. LEITURA COMPLEMENTAR ASPECTOS DA TECNOLOGIA DE ATOMIZAÇÃO DA ÁGUA Felício Pedro da Costa Neto Fernando B. Mainier O sistema de água atomizada é um meio de combate a incêndio que utiliza gotas de água com diâmetros menores que 1000 μm. O uso de água atomizada para o controle eficiente de supressão ou extinção de incêndio, como incêndio em recintos fechados contendo hidrocarbonetos, requer volumes limitados de água, devido à grande área de atuação e o aumento de volume em razão da vaporização das gotas o que proporciona a absorção de calor. O volume reduzido de água é um fator positivo em relação ao sistema de splinkers ou de dilúvio, devido ao reduzido dano causado pela água. Água tem propriedades físicas favoráveis para extinção de incêndio, sua alta capacidade calorífica e o alto calor latente de vaporização podem absorver significativa quantidade de calor da chama combustível. A água, além disso, multiplica de volume 1640 vezes quando evapora, resultando na redução do oxigênio e vapores combustíveis na circunvizinhança da chama e dos combustíveis. Com a formação de pequenas gotas, a eficiência da água aumenta na extinção do incêndio, devido o aumento significante da área de sua superfície coberta pela água, que está disponível para absorção de calor e evaporação. Segundo Pietrzk e Ball (1983), quando a água é aspergida no compartimento, nem todas as gotas formadas estarão envolvidas diretamente no processode extinção do incêndio, ou seja, estão distribuídas com base no seguinte mecanismo: • Gotas que são pulverizadas antes de alcançar o incêndio; • Gotas que penetram na chama ou alcançam as superfícies em combustão sob as chamas, inibindo assim, a pirólise, resultando a vaporização e consequentemente a redução da concentração de oxigênio; TÓPICO 5 | EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA 115 • Gotas que incidem contra as paredes, piso e forro do compartimento caso estejam quentes, resultando no seu resfriamento, reduzindo a temperatura do ambiente; • Gotas que originam vapor, criando uma convecção no compartimento e contribuindo para o resfriamento das chamas do incêndio, dos gases quentes, do compartimento e de outras superfícies; • Gotas que molham os combustíveis em áreas adjacentes, prevenindo a expansão do incêndio. Com base nas pesquisas desenvolvidas por Braidech e Rasbash (1957), Drysdale (1985), Ravigururajan e Beltron (1989), Wighus (1990), Suh e Atreya (1995) e Mawhinney (1995) os mecanismos de extinção de incêndio com água atomizada podem ser classificados em: primários e secundários. Os mecanismos primários podem ser classificados em resfriamento, deslocamento do oxigênio presente no ar e diluição do vapor combustível: • O resfriamento pode ocorrer sob duas formas: o resfriamento da chama e o resfriamento da superfície dos combustíveis. O resfriamento da chama por água atomizada é atribuído, primeiramente, à conversão da água em vapor que ocorre quando altas quantidades de gotículas de água entram com contato com a chama e se vaporizam rapidamente. O resfriamento do combustível é feito principalmente pela convecção do vapor de água. As gotas alcançam regiões onde não houve combustão; portanto, a água atomizada pode ser aplicada para o resfriamento tanto da chama e como a superfície da região entre a superfície dos combustíveis e a chama. • O deslocamento do oxigênio presente no ar pode acontecer no compartimento confinado ou em local aberto. Quando a névoa de água entra em contato com a chama, há formação de vapor, e a água vaporiza, expandindo em cerca de 1640 vezes seu volume líquido inicial. A expansão volumétrica da água vaporizando rompe a mistura do ar (oxigênio) na chama, diluindo a concentração de oxigênio no vapor combustível e consequentemente reduzindo a combustão. O impacto de diluição de oxigênio por névoa de água na extinção de fogo é dependente das propriedades do combustível. Isto porque, a quantidade mínima de oxigênio livre requerida para sustentar a combustão varia com o tipo de combustível. Para a maioria dos combustíveis oriundos de hidrocarbonetos, a concentração crítica de oxigênio para manter a combustão é de aproximadamente 13%. • A diluição do vapor combustível ocorre quando as gotículas de água sob a forma de vapor competem com a vaporização do combustível. Desta forma, o vapor do combustível é diluído abaixo do limite inferior de inflamabilidade da mistura ar/combustível ou quando a concentração de oxigênio necessário para sustentar a combustão está reduzida abaixo de um nível crítico, o incêndio será extinto. Os mecanismos secundários podem ser classificados em: atenuação de radiação e efeitos cinéticos: 116 UNIDADE 2 | INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS • A atenuação do calor ocorre quando o vapor de água em suspensão sobre superfície de combustível atua como absorvedor da energia radiante, ou seja, bloqueando o calor radiante pela névoa, o fogo diminui de intensidade e há a redução da vaporização ou da taxa de pirólise sobre o combustível. A atenuação da radiação depende do diâmetro e da densidade da gota. Um dado volume de água criará uma barreira mais eficiente contra radiação, se é composta de gotículas em névoa densa, em comparação com gotas grandes. O comprimento de onda da radiação é também importante na determinação da atenuação da radiação da névoa. A absorção da radiação será maior se os diâmetros das gotas estiverem mais próximos do comprimento da onda de radiação. • O efeito cinético da água atomizada na chama pode gerar um acréscimo do incêndio. Tal efeito ocorre com a colisão da superfície da chama com a névoa, aumentando, consequentemente, a taxa entre o oxigênio e o combustível. A adição de vapor de água na mistura ar/combustível poderá fazer com que haja aumento da temperatura da chama ou até a redução formando CO (monóxido de carbono) e produção da fuligem (partículas de carbono). Estes efeitos estão associados às variações de temperatura nas reações químicas no interior da chama. FONTE: COSTA NETO, Felício Pedro da; MAINIER, Fernando B. A utilização da tecnologia de água atomizada (water mist) como agente extintor de incêndio em instalações offshore. In: V Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2008, Resende/RJ. Anais do V Simpósio de Excelência e Gestão em Tecnologia, 2008. 117 RESUMO DO TÓPICO 5 Neste tópico, você viu que: • A extinção por meio de água é exigida pela norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios para os estabelecimentos que desenvolvem atividades industriais com 50 empregados ou mais, para que se possa extinguir o fogo de classe A na fase inicial, a qualquer tempo. Para isto, este sistema de proteção por água deverá contar uma reserva de água específica e pressão de água adequada. • A água deverá ser captada por pontos situados em locais de fácil acesso e mantidos protegidos contra qualquer possibilidade de serem danificados. Estes pontos disponíveis para a captação da água e as tubulações do sistema deverão ser testados com frequência com o objetivo de se evitar a acumulação de resíduos. • Ainda de acordo com a NR 23, nunca poderá ser empregada a água para o combate aos fogos: de Classe B, exceto se for pulverizada na forma de neblina; de Classe C, exceto quando se tratar de água pulverizada; e de Classe D. • Com relação ao emprego da água por meio de chuveiros automáticos (sprinklers), as exigências da referida norma são as seguintes: os seus registros deverão estar sempre abertos, somente se admitindo o seu fechamento por ordem do responsável pela manutenção e inspeção quando realizar estas operações e para assegurar a dispersão da água de maneira eficaz, deve-se manter um espaço de pelo menos 1,0 m (um metro) na região abaixo e ao redor de cada ponto de saída dos chuveiros automáticos. • A água é definida como o agente extintor mais completo. Em virtude de que mesmo não resultando na completa extinção colabora no isolamento dos riscos por meio do resfriamento do material combustível da vizinhança e facilita a aproximação dos bombeiros ao fogo para a aplicação de outros agentes extintores. O sistema exigido pela NR 23 de fornecimento de água para o combate ao incêndio que pode ser por hidrantes, por mangotinhos ou chuveiros automáticos (sprinklers), tem a finalidade de proporcionar o controle e a rápida e eficiente extinção de um incêndio. • O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado ou diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os métodos de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e vapor. O jato compacto é produzido à alta pressão, trata-se de um jato forte de água proporcionado por um esguicho que possui um orifício (requinte) de descarga 118 de forma circular. Este método precede a extinção por resfriamento e o sucesso na extinção depende da imediata proximidade da água ao objeto incendiado e resultando na vaporização da mesma. O jato, na forma de vapor, é obtido com a fragmentação da água em partículas de diâmetro microscópico, também chamada de neblina. Nesta forma de neblina, a água abrange o máximo de superfície em comparação com ela mesma no estado líquido. Isto possibilita na máxima capacidade de absorção do calor existente. A água na forma de neblina quando utilizada no combate a incêndio é transformada em vapor, e neste estado continua atuando na extinção por abafamento. Desta forma, o poder deextinção do incêndio por água passa a ser aumentado principalmente em locais confinados. A água na forma de neblina aplicada pelo sistema de hidrantes e de mangotinhos proporciona maior eficiência ao combate a incêndios tanto em locais confinados como em locais abertos, bem com em líquidos inflamáveis. • Os sistemas de proteção por hidrantes e mangotinhos são sistemas fixos de combate a incêndio com funcionamento sob comando que libera a água para ser direcionada ao foco do incêndio. Com a vazão de acordo com o grau do risco de incêndio do local que busca proteger, possibilita a sua extinção ou controle na sua fase inicial. Deste modo, pode-se proceder ao início do combate ao incêndio pelos próprios usuários do local antes dos trabalhos da equipe do Corpo de Bombeiros, além de colaborar com o fornecimento de água, o que se torna muito importante principalmente em edifícios altos. Em edifícios altos, o hidrante de recalque, localizado no piso tem a função de disponibilizar o fornecimento de água pela viatura do Corpo de Bombeiros ao sistema de proteção fixo existente, que estão integrados. O hidrante de recalque deverá possuir uma válvula de retenção que impeça a saída de água com a abertura do registro. O melhor desempenho do sistema é obtido com a maior familiaridade com o mesmo pelos usuários da edificação, para que estejam confiantes e motivados a utilizá-lo na ocorrência de um incêndio. • O sistema de proteção por hidrantes pode contar com pontos de captação de água de uma saída chamada hidrante de saída simples, ou de duas saídas, chamada hidrante de saída dupla. O sistema de hidrante de parede está junto à parede e pode estar dentro de uma caixa ou abrigo, contendo basicamente: as mangueiras; chaves de mangueira; e esguichos. • O sistema de proteção por mangotinhos apresenta maior facilidade de operação em razão das pequenas vazões, do menor diâmetro das mangueiras e da disposição das mangueiras enroladas em carretel, proporcionando mais agilidade nas ações de combate no começo de incêndio. • O chuveiro automático ou sprinklers é um sistema fixo de proteção contra incêndio por água. Este sistema é automático por entrar em operação quando se inicia um foco de incêndio, liberando água de forma rápida em uma densidade apropriada ao risco protegido para controle e extinção do na fase inicial. Em 119 função do menor tempo decorrido entre ser detectado o incêndio e o início do seu combate, tem a sua eficácia reconhecida. Além de dispensar a ação humana para o início do combate ao incêndio, este sistema possui outra característica importante relativa ao acionamento do alarme de maneira simultânea com o início do combate, possibilitando a saída dos usuários da edificação do local sinistrado com segurança. • Quando em operação em grandes áreas sem compartimentação como, por exemplo, um galpão destinado a depósito, este sistema opera como em compartimentação concentrando a descarga de água no foco de incêndio e evitando que o fogo se propague e isto reduz os danos. • Os chuveiros automáticos ou sprinklers são equipamentos termos-sensíveis que reagem a uma temperatura previamente determinada, direcionando uma descarga de água sobre uma área apropriada. Possuem um dispositivo acionado por um elemento termo-sensível como, por exemplo, solda eutética ou bulbo de vidro. A solda eutética é obtida pela fusão de dois ou mais metais formando uma liga com ponto de fusão em temperatura mais baixa. Normalmente, nos chuveiros são utilizadas soldas compostas de estanho, cádmio, chumbo, e bismuto, pois possuem pontos de fusão bem definidos. • O chuveiro automático com o dispositivo de acionamento termo-sensível tipo ampola ou bulbo é constituído de uma ampola de vidro especial, contendo em seu interior um líquido que se expande e uma bolha de ar. Com a expansão do líquido pela ação do calor, a bolha de ar que está no interior da ampola é comprimida e é absorvida pelo líquido provocando um aumento rápido da pressão até romper o bulbo e, desta forma a válvula ou o tampão é liberado. • Os chuveiros automáticos, com relação à descarga de água, podem ser classificados em: chuveiro-padrão (spray), chuveiro tipo antigo e chuveiro lateral. O chuveiro-padrão (spray) – constituído por defletor em uma posição que projeta a descarga de água para baixo, com quase nada ou muito pouco de água direcionada ao teto. A água é liberada abaixo do plano do defletor e a distribuição do jato é direcionada totalmente sobre o foco do incêndio na forma hemisférica. O chuveiro tipo antigo – neste tipo de chuveiro automático o defletor direciona parte da água liberada para o teto e o restante é projetado para baixo, com a forma de distribuição do jato é aproximadamente esférica. O chuveiro lateral (sidewall) – neste sistema, a água é projetada para frente e para os lados, na forma de um quarto de esfera, sendo que um pouco de água é aspergida para trás indo contra a parede. 120 Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Discorra sucintamente sobre a extinção por meio de água estipulada pela norma regulamentadora NR – 23 – Proteção contra incêndios. 2 O efeito extintor da água, que melhor absorve o calor, pode ser aumentado ou diminuído, dependendo do modo como é direcionada sobre o fogo. Os métodos de extinção que podem ser aplicados são: jato compacto, neblina e vapor. Descreva cada um destes métodos. 3 A exigência relativa à extinção de incêndio por meio de água da NR 23 pode ser atendida com a instalação de hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos (Sprinklers). Discorra sucintamente sobre cada um destes sistemas fixos de proteção. AUTOATIVIDADE 121 UNIDADE 3 AÇÕES EM SINISTROS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • reconhecer as etapas da metodologia para a elaboração do plano de emer- gência; • identificar os tipos de brigadas e indicar os principais aspectos a serem considerados na formação da brigada de incêndios; • abordar as principais características do sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) e descrever os aspectos de seus componentes; • definir a estrutura e a finalidade dos órgãos de defesa civil. Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no final de cada um deles, você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os respectivos conhecimentos. TÓPICO 1 – PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS TÓPICO 2 – BRIGADAS DE INCÊNDIO TÓPICO 3 – DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO TÓPICO 4 – ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL 122 123 TÓPICO 1 PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Qualquer interrupção nas atividades de uma empresa afetará negativamente a produção. Esta interrupção decorrente de um incêndio ou uma explosão pode chegar a ser muito prolongada ou até mesmo paralisar as atividades da empresa sinistrada. Embora os seguros ofereçam indenizações à maior parte dos prejuízos decorrentes de um incêndio, não há garantias para a continuidade da produção e para a continuidade dos níveis de negócio com os clientes após um longo período de interrupção. Portanto, a direção da empresa deve estudar os perigos de incêndio e explosão, avaliando o potencial de perdas e implantar as medidas necessárias para controlar o risco, com o objetivo de eliminar ou minimizar a incidência destas catástrofes e estabelecer um plano de emergência para incêndios. O êxito de um plano de emergência depende em grande parte da participação generalizada tanto dos trabalhadores como da direção, e isto deve ser considerado na sua elaboração. 2 ETAPAS DE UM PLANO DE EMERGÊNCIAS Gill e Leal (2008), ao apresentar a metodologia para a elaboração do plano de emergência para incêndio, ressaltam que este processo envolve a execução e coordenação de diversas tarefas. Esta metodologia baseia-se em cinco passos: • estabelecimento da equipe; • análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios; • desenvolvimento do plano de emergências;• implementação do plano; • gestão da emergência. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 124 Esta metodologia apresentada é resultado de estudos empíricos consagrados baseados em: FEMA. FEDERAL EMERGENCY MANAGEMENT AGENCY. Emergency Management Guide for Business & Industry. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. UNI 2.1 ESTABELECIMENTO DA EQUIPE O plano de emergência pode ser elaborado por um profissional habilitado ou por um grupo específico de pessoas. O trabalho de elaboração deste plano por um grupo de pessoas, por contar com os profissionais indispensáveis ao êxito, é mais produtivo e se desenvolve com mais sinergia. Esta condição de trabalho com a participação de maior número de pessoas favorece o intercâmbio de maior número de melhores informações. Em virtude da discussão baseada em suas experiências nas respectivas áreas de trabalho, há um aumento da participação, maior ênfase e maior percepção do processo de elaboração do plano. Para este trabalho em equipe cujo tamanho dependerá do porte da empresa, das características operacionais e dos recursos disponíveis, devem ser estabelecidos na fase inicial os membros da equipe que serão os executivos e os membros que participarão como consultores. A participação de pessoas dos diferentes setores dá a oportunidade para que cada pessoa traga as suas informações pertinentes para o plano de emergência. Os membros das seguintes áreas podem ser convocadas: • diretoria; • gerência; • recursos humanos; • manutenção e engenharia; • segurança e saúde do trabalho e meio ambiente; • segurança patrimonial; • relacionamento com a comunidade; • recursos orçamentários, financeiros e de marketing; • jurídico; • compras e • financeiro. Na fase inicial da elaboração do plano de emergência, há necessidade de algumas determinações relativas à organização da equipe. Para isso precisa ser providenciado: TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 125 • Estabelecimento da autoridade: A liderança da equipe deve ser exercida pela pessoa que estiver ocupando o cargo de gerente ou o maior cargo da empresa. Os níveis hierárquicos superiores devem determinar por escrito a designação de autoridade específica de cada participante. Porém esta designação não deve ser tão rígida para não constranger os demais integrantes e dificultar as manifestações livres de suas ideias. • Declaração da missão: O comprometimento por parte da direção da empresa é também demonstrado por uma declaração de maneira formal emitida pela direção da empresa. Esta declaração deverá ser precisa e concisa e clara. O objetivo do plano deve abranger todas as áreas da empresa e a definição das autoridades e a estrutura da organização da equipe de planejamento. • Estabelecimento de um programa e do orçamento: A alocação de recursos necessários para a elaboração e implantação de um plano de emergência é um dos pontos fundamentais para o seu desenvolvimento. Deve-se estabelecer uma agenda de trabalho, contendo os prazos de cada etapa do programa. De acordo com a mudança na busca de uma definição mais clara das prioridades devem ser adaptados os prazos de maneira adequada. Para os gastos iniciais é necessário um orçamento que contemple itens como: pesquisa incluindo os serviços de consultoria necessários, realização de seminários, e demais despesas para o processo de seu desenvolvimento. 2.2 ANÁLISE DOS RISCOS E DA CAPACIDADE DE COMBATE A INCÊNDIOS Esta etapa refere-se à coleta das informações referentes às normas e leis relacionadas às emergências, às formas de se analisar os possíveis riscos de incêndio e à capacidade disponível de ação objetivando o seu combate. Nesta coleta de informações, devem ser considerados: As diretrizes e políticas internas: as ações descritas no plano de emergência quando em execução não poderão entrar em conflito com as orientações vigentes na empresa. Estas ações devem estar sintonizadas com as outras políticas e ações adotadas pela empresa. Para estabelecer esta condição de sintonia para a elaboração do plano de emergência devem ser consideradas as informações contidas nos seguintes documentos: programa para a retirada das pessoas do interior de edificações de maneira organizada; programa relativo à proteção contra incêndio; plano de segurança e saúde do trabalho; determinações relativas às políticas ambientais; determinações relativas à segurança patrimonial; condições a serem atendidas estabelecidas nos contratos de seguro; procedimentos relativos às questões orçamentárias e financeiras; política de fechamento da empresa; regulamentações inerentes ao trabalho dos empregados; programas relativos aos materiais perigosos; avaliação dos quesitos de segurança do processo produtivo; programa de gerenciamento de risco; política de aumento de capital e programas de auxílio mútuo. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 126 Boa parte do sucesso da execução de um plano de emergência depende de que na sua elaboração sejam consideradas as condições ambientais internas e externas à empresa. UNI • Reuniões com os grupos externos: para melhor sintonia com o ambiente externo à empresa, há necessidade de reuniões com os representantes de órgãos governamentais e representantes da comunidade para debate sobre as possíveis emergências e os recursos existentes para o atendimento por parte destes órgãos. Também convém que sejam contatados outros órgãos tais como: agência ambiental, concessionárias de energia elétrica e de água, corpo de bombeiros e indústrias localizadas nas vizinhanças. • Identificação dos códigos e regulamentos: devem ser identificadas e estabelecidas as ações de tal maneira que estejam em sintonia com as leis e normas das esferas federal, estaduais e municipais relativas que mantenham ligação com a elaboração de plano de emergência. • Identificação das operações, serviços e produtos que sejam críticos ou vitais para o negócio da empresa: cada grupo de atividades desenvolvidas no interior das edificações possui características próprias e pontos críticos. A elaboração do plano de emergência deve considerar as informações que são necessárias e prioritárias para se avaliar os possíveis impactos gerados em situações de emergências e determinar as medidas que são necessárias tais como: pontos críticos do processo de produção; pontos críticos relativos ao fornecimento em especial quando há um único fornecedor; problemas decorrentes da interrupção do fornecimento de: gás, energia, água e telefone; pessoas, equipamentos e operações que são vitais para a continuidade do funcionamento das instalações. • Identificação dos recursos e capacidades internos: trata-se de reconhecer os recursos que poderiam ser necessários numa emergência com destaque para: brigadistas de atendimento em situações de emergências, profissionais da vigilância, equipe de gerenciamento de emergência, equipe encarregada da retirada de pessoas das edificações com segurança, equipamentos de combate a incêndio, equipamentos para os primeiros socorros, sistema de alarme, sistemas de comunicação, equipamentos de proteção individual, sistemas de proteção respiratória, sistemas geradores de energia elétrica. • Identificação dos recursos externos: há vários recursos externos que são necessários em situações de emergência. Há certas condições que necessitam de acordos formais para se estabelecer os relacionamentos com: defesa civil, hospitais, corpo de bombeiros, prestadores de serviços de manutenção (elevadores, prediais, geradores e maquinários), fornecedores dos equipamentos a serem utilizados nas emergências, corretores de seguro. • Análise do contrato de seguro: em reunião com os profissionais do seguro da empresa, podem-se estudar as possíveis ações a serem adotadas. TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 127 Algumas companhias de seguro contam com profissionais especializados em análise de riscos de incêndio e logicamente têm interesse em disponibilizaros conhecimentos destes profissionais relativos aos cuidados a serem adotados em situações de emergências. UNI • Realização da análise de vulnerabilidade: vários são os métodos para análise de risco incêndio, sendo os mais comuns: lista de verificações (checklist), análise histórica de acidentes, análise preliminar de perigo e análise de modo de falha. O acesso facilitado às informações disponibilizado pela internet possibilita a realização de um levantamento dos históricos dos acidentes ocorridos em atividades semelhantes desenvolvidas na empresa. Pode-se também adotar um método mais simples como a matriz de análise de vulnerabilidade. 2.2.1 Matriz da Análise de Vulnerabilidade Constituída de um método simples de estimar a probabilidade de ocorrência de situações de emergência, da avaliação do nível de influência dos seus impactos e da avaliação dos recursos internos e externos de proteção existentes. Esta matriz consiste na elaboração de uma planilha, representada no quadro a seguir. Para cada tipo de emergência possível de se ocorrer, na empresa ou na comunidade onde a empresa está localizada, que é registrado na primeira coluna, anota-se na coluna correspondente a avaliação numa escala de 1 a 5. Na segunda coluna é registrada a avaliação relativa à probabilidade de ocorrência sendo que a probabilidade mais baixa é representada pelo número 1 e a probabilidade mais alta é representada pelo número 5. Na terceira, quarta e quinta coluna coloca-se o número de 1 a 5 sendo que o número 1 diz respeito ao baixo nível de impacto e o número 5 refere-se ao alto nível de impacto. Na terceira coluna registra-se a avaliação relativa ao impacto humano, ou seja, o impacto para as pessoas que podem ser afetadas pela situação de emergência. Na quarta coluna é anotada a avaliação relativa ao impacto ao patrimônio, ou seja, o impacto aos bens materiais. A quinta coluna está relacionada ao impacto nos negócios da empresa. Para as anotações da sexta e sétima coluna a avaliação deve ser feita considerando o grau de proteção ao incêndio relacionado aos recursos, sendo que se registram numa escala de 1 a 5 o grau respectivo sendo 1 aos recursos considerados fortes e 5 os recursos considerados fracos. Na oitava e última coluna registra-se a soma dos valores anotados na respectiva linha. O tipo de emergência que apresentar o maior valor na coluna que apresenta o total será a emergência de maior gravidade. E ao contrário daquele em que constar o menor valor será o tipo de emergência de menor gravidade. Isto possibilita classificar os tipos de emergências por ordem de gravidade. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 128 QUADRO 8 – MATRIZ DE ANÁLISE DE VULNERABILIDADE FONTE: Adaptado de: Gill e Leal (2008, p. 319) 2.2.1.1 Tipo de emergência Ao relacionar os tipos de emergências possíveis, percebe-se que eles podem ocorrer por várias causas e percebe-se também que podem existir vários tipos de emergência. Para auxiliar neste levantamento, recomenda-se que sejam considerados os seguintes fatores: • Históricos: registro de ocorrências ocorridas na comunidade tais como: incêndios, acidentes de transportes, inundações e problemas estruturais apresentados pelas edificações. • Geográficos: resultantes da localização, considerando-se os riscos resultantes da proximidade da empresa com: áreas inundáveis, estabelecimentos industriais ou comerciais que transportem, armazenem ou produzam produtos perigosos e rotas de transporte intenso, portos ou aeroportos. • Tecnológicos: os riscos que podem resultar de falhas no sistema ou processo produtivo. Estas possibilidades são relativas aos riscos de incêndios, vazamentos e explosões dos produtos perigosos; falhas que podem ocorrer nos sistemas de segurança, na telecomunicação, no sistema de comutação, no sistema de resfriamento ou aquecimento, no sistema de alarme ou outro sistema de notificação de emergência. • Erros humanos: são as emergências que podem ser resultantes dos erros dos funcionários. Neste sentido, verifica-se se os treinamentos destinados aos funcionários objetivam proporcionar o desenvolvimento dos trabalhos com segurança. Verifica-se também se os funcionários conhecem as ações necessárias em situações de emergência. Pois, em situação de emergência um procedimento errôneo de um funcionário pode aumentar a gravidade da emergência. Considerada como a maior causa de emergências o erro humano nos locais de trabalho podem ser resultantes de deficiência na manutenção, treinamento deficiente, imprudência, negligência, abuso de drogas e fadiga. • Físicos: são os riscos que podem ser resultantes de projetos construtivos das edificações da empresa. As características físicas das edificações podem aumentar a gravidade de eventual emergência. Neste aspecto são consideradas TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 129 as características físicas apresentadas pelas instalações, dos processos perigosos, dos locais destinados ao armazenamento de combustíveis, do arranjo físico do local, das iluminações existentes, das rotas destinadas às saídas de emergência e da proximidade de áreas destinadas a abrigo ou à proteção. • Regulamentação: considera-se que o usuário da edificação pode lidar com riscos de acidentes ou emergências. São considerados os riscos resultantes de impedimento de acesso às instalações, interrupção no fornecimento de energia elétrica, desativação das linhas de comunicação, rompimento das adutoras de gás, danos decorrentes de água, danos decorrentes da fumaça danos nas estruturas das edificações, contaminação da água ou do ar, explosões, pessoas em recintos fechados, rompimento da estrutura das edificações, acidentes com produtos químicos, nucleares, físicos e biológicos relacionados à existência de vírus. 2.2.1.2 Probabilidade Trata-se de uma avaliação subjetiva da probabilidade de ocorrência relativa a cada emergência. 2.2.1.3 Potencial de impacto humano Este quesito diz respeito à gravidade do impacto de cada emergência. Devem ser verificadas as possibilidades de ferimentos ou a morte. 2.2.1.4 Potencial de impacto material Considera-se a potencialidade de danos materiais em relação a custos de reposição dos materiais, custo de uma reposição temporária necessária. 2.2.1.5 Potencial de impacto nos negócios da empresa Este quesito relaciona-se ao potencial de perda da fatia no mercado em que a empresa atua. São considerados os impactos decorrentes da interrupção da continuidade nos negócios, impossibilidade dos funcionários irem ao local de trabalho, impossibilidade dos clientes irem à empresa, não cumprimento das obrigações contratuais pela empresa, interrupção no fornecimento dos suprimentos fundamentais à realização das atividades e interrupção das atividades relativas à distribuição dos produtos. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 130 2.2.1.6 Potencial relativo aos recursos internos e externos Esta avaliação está relacionada à capacidade de resposta às emergências pelos recursos internos e externos. A pontuação deste item será menor quanto melhor forem estes recursos. Devem ser consideradas as respostas aos seguintes questionamentos: • A capacidade de resposta adequada para a situação de emergência analisada depende de quais recursos? • A resposta oferecida pelos recursos externos se processa na rapidez necessária? No caso de não contar com os recursos adequados, deve-se buscar corrigir o problema considerando o seguinte: • Desenvolvimento de procedimentos adicionais de emergência: • realização de treinamentos adicionais necessários; • aquisição de equipamentos adicionais; • estabelecimento de planos de auxílio mútuo; • estabelecimento de acordos e contratos com empresas especializadas. 2.2.1.7 Somatório das pontuações Apresenta a soma dos valores estimados para cada emergência. Quanto menor for o escore melhor será considerado o risco. 2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO Baseando-se nas informações obtidas nos estudos e levantamentos realizados para89 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92 TÓPICO 4: EXTINTORES PORTÁTEIS ............................................................................................. 93 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93 2 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE EXTINTORES ................................................................ 97 3 SINALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES ............................................................ 99 IX 4 INSPEÇÃO DE EXTINTORES .........................................................................................................100 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................102 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104 TÓPICO 5: EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA ..............................................................................105 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105 2 EXIGÊNCIAS DA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ...........................................105 3 PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS, HIDRANTES E SPRINKLERS ...................................106 3.1 PROTEÇÃO POR HIDRANTES E MANGOTINHOS ..............................................................106 3.2 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS OU SPRINKLERS ...................................................................111 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................114 RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................117 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120 UNIDADE 3: AÇÕES EM SINISTROS .............................................................................................121 TÓPICO 1: PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS ....................................................123 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123 2 ETAPAS DE UM PLANO DE EMERGÊNCIAS ............................................................................123 2.1 ESTABELECIMENTO DA EQUIPE ............................................................................................124 2.2 ANÁLISE DOS RISCOS E DA CAPACIDADE DE COMBATE A INCÊNDIOS .................125 2.2.1 Matriz da Análise de Vulnerabilidade ...............................................................................127 2.2.1.1 Tipo de emergência ..........................................................................................................128 2.2.1.2 Probabilidade .....................................................................................................................129 2.2.1.3 Potencial de impacto humano .........................................................................................129 2.2.1.4 Potencial de impacto material ..........................................................................................129 2.2.1.5 Potencial de impacto nos negócios da empresa ............................................................129 2.2.1.6 Potencial relativo aos recursos internos e externos ......................................................130 2.2.1.7 Somatório das pontuações ................................................................................................130 2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO ...........................................................................................130 2.3.1 Componentes do Plano de Emergência ............................................................................130 2.3.2 Processo de Desenvolvimento do Plano ............................................................................131 2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ...............................................................................................133 2.4.1 Integração do Plano de Emergência ...................................................................................133 2.4.2 Treinamento dos Empregados ............................................................................................134 2.4.2.1 Plano de treinamento .......................................................................................................134 2.4.3 Avaliação do Plano ...............................................................................................................134 2.5 GESTÃO DA EMERGÊNCIA ......................................................................................................135 2.5.1 Ações de Segurança Patrimonial ........................................................................................137 2.5.2 Coordenação das Ações da Equipe de Resposta Externa ...............................................137 2.5.3 Comunicações .......................................................................................................................138 2.5.4 Plano de contingência ..........................................................................................................138 2.5.5 Comunicações de Emergência ............................................................................................138 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144 TÓPICO 2: BRIGADAS DE INCÊNDIO ..........................................................................................145 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145 2 TIPOS DE BRIGADA ........................................................................................................................145 3 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO ..............................................................................146 4 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE ABANDONO ..........................................................................147 4.1 COMPONENTES DA BRIGADA DE ABANDONO ................................................................147 X 4.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA BRIGADA DE ABANDONO ...................................... 148 5 TREINAMENTO DAS BRIGADAS ............................................................................................ 149 6 SOCORRO ÀS VÍTIMAS NUM INCÊNDIO ........................................................................... 149 6.1 SEGURANÇA DE CENA ........................................................................................................ 149 6.2 ANÁLISE DA VÍTIMA .............................................................................................................. 150 RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................151 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 155 TÓPICO 3: DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO ................................................................ 157 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 157 2 DEFINIÇÕES BÁSICAS ................................................................................................................ 157 3 SELEÇÃOo preenchimento da matriz de análise de vulnerabilidade, o analista percebe as emergências possíveis e os recursos disponíveis para enfrentá- las. Para o desenvolvimento do plano destacam-se as seguintes áreas: • componentes do plano de emergência; • processo de desenvolvimento do plano de emergência. 2.3.1 Componentes do Plano de Emergência O plano deverá contemplar os seguintes itens: • Sumário executivo: nele deverá conter o propósito do plano de forma clara, a política de gerenciamento de emergências das instalações, as autoridades e as responsabilidades de cada pessoa-chave, os tipos de emergência passíveis de ocorrer e os locais designados para o gerenciamento das operações de emergência. TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 131 • Elementos da gestão da emergência: contendo uma breve descrição sobre direção e controle, as comunicações, segurança à vida das pessoas, proteção aos bens, abrangência da comunidade, trabalhos de restauração e de recuperação, a administração e a logística. • Procedimentos definidos para a resposta de emergência: o papel de cada um nestas situações de emergência e os locais para onde devem se dirigir é esclarecido por meio destes procedimentos. Desenvolvidos na forma de checklist, para que rapidamente possam ser acessados tanto pela alta administração, como pelo pessoal encarregado da resposta e como também pelos demais funcionários. Nestes procedimentos são estabelecidas as ações necessárias para a avaliação da situação, a proteção dos clientes, dos empregados, dos visitantes, das informações vitais da empresa, dos equipamentos e de outros bens; manter a empresa funcionando, a falta de água, a falta de energia elétrica, os casos de inundações, os casos de ameaça de bomba e de acidente de trânsito. • Documentos de apoio: estes documentos servem para provimento das várias informações necessárias ao coordenador e devem incluir listas de todas as pessoas a serem acionadas na emergência, suas atribuições e respectivos telefones, lista dos recursos disponíveis e plantas e mapas da edificação indicando a localização dos hidrantes, das linhas de gás e combustíveis, de cada edificação, áreas confinadas, rotas de fuga, dos produtos perigosos, dos hidrantes e dos bens de alto valor. 2.3.2 Processo de Desenvolvimento do Plano Para que seja implementado o plano de emergência as seguintes ações são necessárias: identificação dos desafios e priorização das atividades, identificação das metas e das etapas, elaboração de uma lista com indicação dos responsáveis pelas tarefas e do momento em que será executado, equilibrar as áreas problemáticas e as deficiências de recursos observadas no preenchimento da matriz da análise de vulnerabilidade. O processo de desenvolvimento do plano abrange as seguintes ações: • escrever o plano: cada parte do plano deverá ser escrita por um funcionário integrante da equipe. Deve-se estabelecer o formato mais apropriado para cada seção ou departamento da empresa. Deverá ser estabelecido também um cronograma com metas específicas com prazo de tempo adequado. Este cronograma deverá contemplar as etapas: primeira minuta, análise e correções, segunda minuta, estabelecimento dos procedimentos para as simulações para o treinamento, com aplicação de dinâmicas ou encenação, de atendimento em casos de acidentes, procedimentos para o treinamento de acidentes com emprego de veículos de emergência e participação de profissionais, versão final, impressão e distribuição; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 132 • estabelecer um programa para o treinamento: deve ser definido um departamento ou uma pessoa que se encarregará do programa de treinamento para a operacionalização das ações do plano de emergências; • continuar a coordenação das atividades com órgãos externos: devem ser mantidos encontros periódicos com os profissionais dos órgãos governamentais e membros das organizações da comunidade. Apresente o plano de emergências mesmo que não necessite da aprovação. No contato com estas pessoas, além de se obter sugestões e informações valiosas, deve-se verificar as exigências estaduais e locais referentes à necessidade de comunicar e de se relatar as emergências e incluir nos procedimentos. Deve ser estabelecido um modo de atuação para que as ações dos órgãos externos ocorram com maior rapidez e com melhor coordenação possível. Neste sentido, algumas definições devem ser estabelecidas, tais como: • Quais são as vias de acesso ao interior do estabelecimento que serão disponibilizadas para as unidades de resposta? • Quem são as pessoas indicadas da empresa às quais deverá se reportar a unidade de resposta? • Como poderão ser identificadas estas pessoas? • Como se estabelecerá a comunicação entre o pessoal responsável pelas instalações e o pessoal da unidade de resposta externa? • Quem será encarregado de liderar ou coordenar as atividades das unidades de resposta externa? • Qual será o tipo de identificação que as autoridades deverão exigir para permitir o acesso ao interior das instalações de pessoas-chaves durante a emergência? • manter contato com as outras áreas da empresa: em empresas de grande porte, é necessário que haja comunicação com os outros setores para incorporar nos procedimentos as seguintes informações: a maneira adotada pelo setor para efetuar as notificações de emergência; as situações para as quais se faz necessário o auxílio mútuo; quais seriam as unidades de apoio que seriam destinadas em caso de emergência; nomes e respectivos números de telefone das pessoas-chave. • analisar, realizar treinamentos e revisar o plano: deve ser feita a distribuição da primeira minuta para que os membros da equipe analisem e revisem quando for necessário. Uma segunda análise é obtida a partir das observações verificadas num exercício de simulação com os gerentes e as pessoas-chave da gestão. Esta simulação se faz em uma sala descrevendo o cenário e questionando os participantes quanto às suas funções e suas ações diante da situação hipotética. As observações resultantes deste exercício servem de base para a identificação das áreas em que há confusão ou casos de sobreposição de funções ou ações que deverão ser corrigidas no plano. Deve-se corrigir o plano promovendo as modificações no mesmo. • obter a aprovação final: o plano final, contendo todas as páginas numeradas, deve ser aprovado pelo nível mais alta da chefia administrativa e a gerência ou diretoria para a obtenção da aprovação por escrito. TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 133 • distribuir o plano: coloca-se o plano final em pastas e procede-se à distribuição do mesmo mediante assinatura de comprovante de recebimento, através do qual assumem a responsabilidade de mantê-lo atualizado com relação às alterações posteriores. Devem-se verificar as partes do plano que seriam interessantes que sejam divulgadas aos órgãos governamentais, tomando o cuidado de não divulgar as partes confidenciais da empresa. O plano final deve ser distribuído para o nível mais elevado da chefia administrativa e os gerentes, os membros-chave da gestão de resposta a emergências, matriz da empresa, os órgãos de emergência existentes na comunidade (somente as partes que não contenham informações confidenciais da empresa e que podem ser divulgadas). As pessoas-chave recebem uma cópia do plano e deverão mantê-la em suas residências. Os empregados deverão ser informados sobre o plano de emergência e sobre a programação de treinamento. 2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO Além de implicar na sua execução durante uma emergência, a implementação do plano de emergência envolve a execução das recomendações feitas na fase de análise de vulnerabilidade, a integração do plano com as operações da empresa, o treinamento dos empregados e a avaliação do mesmo. 2.4.1 Integração do Plano de Emergência O plano de emergência deve estar integrado com as demais operações da empresa e deve formar parte da cultura da empresa.Para tanto, torna-se necessário o desenvolvimento de atividades que possibilitem: despertar a atenção do pessoal para o tema, treinar e educar o pessoal, testar os procedimentos e o envolvimento de todos os níveis de gerência e de todos os setores e, ainda se necessário, o envolvimento da comunidade no planejamento. O desenvolvimento destas atividades pode fazer com que a gestão de emergência seja uma parte integrante do cotidiano das pessoas. A resposta aos seguintes questionamentos poderá auxiliar na análise do nível de integração do plano de emergência com as demais atividades operacionais da empresa: • O apoio da diretoria às responsabilidades definidas no plano é estabelecido em que grau? • Os setores de pessoal e finanças incorporaram na sua totalidade os conceitos de planejamento de emergência? • De que maneira o processo de definições de funções e de avaliação dos empregados pode incorporar as responsabilidades de gestão de emergência? • É possível a divulgação a respeito da preparação para emergências por meio dos manuais dos empregados, jornais da empresa ou das correspondências? UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 134 • Quais são os lembretes visíveis ou cartazes que seriam úteis? • Em uma emergência as pessoas têm domínio sobre o que devem fazer? • De que maneira todos os níveis da empresa podem ser envolvidos na avaliação do plano? 2.4.2 Treinamento dos Empregados Assim como todos os empregados, os visitantes devem ter também algum nível de integração com o plano de emergência da empresa ou até mesmo participar de um treinamento específico. Este nível de integração pode ser adquirido através da realização periódica de diálogos ou simples conversas com o objetivo de analisar as ações e os treinamentos para o uso apropriado dos equipamentos pelas equipes de resposta, treinamentos para a evacuação do pessoal e exercícios com uma simulação bem próxima da situação real. 2.4.2.1 Plano de treinamento Para que um plano de treinamento possa ser desenvolvido é necessária a definição de responsabilidades. Para isto, além de serem destinadas aos empregados, devem ser consideradas as necessidades de informações e de treinamento para visitantes, terceirizados e para aquelas pessoas com papéis específicos designados no plano. Devem ser estabelecidas as respostas aos seguintes questionamentos para um período de 12 meses: • Quais são as pessoas a serem treinadas? • Quais são as pessoas que ministrarão o treinamento? • Quais são os tipos de treinamentos que serão ministrados? • Quais são as datas e os locais em que serão ministrados os treinamentos? • Como será avaliada e documentada cada sessão do treinamento? 2.4.3 Avaliação do Plano Pelo menos uma vez por ano deve ser realizada uma auditoria nas instalações para registrar as deficiências. Para esta auditoria devem ser considerados vários itens entre os quais se destacam os seguintes questionamentos: • De que maneira podem ser envolvidos todos os níveis de gerência na atualização e avaliação do plano? • Há tratamento adequado para equilibrar a falta de recursos e as áreas com problemas identificadas na análise de vulnerabilidade? • As lições apreendidas nos eventos reais e nos exercícios estão expostas nos planos? TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 135 • As responsabilidades dos membros da equipe de gestão e de resposta a emergências são compreendidas pelos mesmos? • É realizado treinamento para os novos membros? • O plano considera as alterações físicas do arranjo físico das instalações ou as alterações nos processos produtivos? • Os registros descritivos dos locais e as fotos estão atualizados? • Estão sendo alcançados os objetivos dos treinamentos realizados? • Houve mudança nos riscos existentes nas instalações? • Os nomes dos integrantes das equipes de resposta, suas respectivas funções e números de telefones estão atualizados? • Há o desenvolvimento de atividades direcionadas a integrar a gestão de emergência em outros processos de outras instalações? • Os órgãos e entidades da comunidade são informados do plano de emergência? • Os órgãos e entidades da comunidade participam da avaliação do plano? Esta auditoria anual é necessária, mas para aprimorar o processo de melhoria, além disto, há a necessidade de avaliar e modificar o plano nas seguintes ocasiões: • Após a realização de cada treinamento ou exercício. • Ao término de cada ação de emergência. • Sempre que ocorrerem alterações no pessoal. • Quando ocorrerem alterações nas responsabilidades do pessoal. • Quando ocorrerem mudanças no arranjo físico ou no projeto das instalações. • Quando ocorrerem alterações nas políticas ou nos procedimentos. Todas as alterações e atualizações do plano de emergência devem ser comunicadas aos interessados. 2.5 GESTÃO DA EMERGÊNCIA As ações inerentes ao comando das operações de reposta às emergências devem atender a alguns princípios básicos. O comando deve ser exercido por uma pessoa que assuma de maneira formal o cargo e a chefia das operações para o atendimento das ocorrências. Brunacini (1985) citado por Gill e Leal (2008) apresenta várias recomendações a serem praticadas nos exercícios com simulações de situações próximas da situação real e que também auxiliam a organização da gestão da emergência. Dentre estas recomendações destacam-se: • As sete funções de comando na gestão da emergência: a. Assumir, comprovar e posicionar o comando; b. avaliar a situação; c. organizar, manter e controlar as comunicações; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 136 d. reconhecer a estratégia a ser adotada, desenvolver um plano de combate e designar; e. estabelecer o atendimento na condição de emergência; f. examinar, avaliar e revisar o plano de combate; e g. dar continuidade, transferir e concluir o comando. • Elaborar uma planilha para registrar todas as informações importantes tais como: croqui do local, as situações de combate designadas para as equipes e os comandantes de cada equipe. No comando da gestão de qualquer emergência, deve-se procurar conhecer: • O tipo de emergência e sua intensidade. • É um dos tipos de emergência previstos no plano de emergência? Se for um dos tipos de emergência previsto, devem-se acionar os procedimentos previamente ensaiados. No caso de tratar-se de um tipo de emergência não previsto do plano, deve ser estabelecido um plano específico de ações para este tipo de emergência e indicar as tarefas necessárias e as pessoas que devem executá-las. Para melhor definir o cenário para ser utilizado nas simulações próximas da situação real e também para aplicação na situação de emergência real, devem ser considerados certos fatores, tais como: o horário, o local e condições climáticas. Há também os fatores inerentes ao tipo de emergência, ao prédio e às instalações sinistradas. Em casos de incêndio na edificação, podem ser considerados fatores como: o pavimento atingido, o risco de propagação, o tipo de construção e as características dos locais vizinhos. Outros fatores relativos às consequencias que também devem ser considerados são: as pessoas em risco, possíveis danos ao meio ambiente, os objetos de maior valor a serem preservados. A verificação destes fatores possibilita que se tenha uma ideia da situação existente, tanto numa emergência real como no caso de uma simulação próxima da situação real. Há também a necessidade de se obter as informações sobre os recursos existentes, como por exemplo: características da estrutura de comando disponível, equipes disponíveis para o combate, nível do treinamento dos membros destas equipes, os equipamentos ou viaturas disponíveis, tipo e quantidade de agentes extintores disponíveis. TÓPICO 1 | PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS 137 Todas estas orientações têm o objetivo de indicar o procedimento necessário com relação ao levantamento do maior número de informações básicas destinadas a subsidiar o processo de tomada de decisões na gestão de emergência. Cada plano deve serdesenvolvido de maneira adequada às circunstâncias apresentadas na situação de emergência. UNI 2.5.1 Ações de Segurança Patrimonial O local onde se desenvolve a situação de emergência dever ser isolado logo após a sua descoberta. A própria pessoa que descobre a situação, se possível, deve buscar tornar o local seguro e controlar o acesso. Para esta operação de isolamento devem-se tomar as precauções necessárias para que ninguém seja colocado em risco. Os cuidados básicos de segurança são ações, tais como: fechar as portas e janelas, colocar barreiras temporárias após a retirada das pessoas com segurança e fechar arquivos e gavetas. Deve-se assegurar que operações mais específicas de segurança somente sejam executadas por pessoal treinado. O acesso ao interior dos locais onde se desenvolve a situação de emergência deve ser restrito às pessoas diretamente responsáveis pelo combate. 2.5.2 Coordenação das Ações da Equipe de Resposta Externa Gill e Leal (2008) enfatizam a falta de legislação específica no Brasil, que estabeleça com clareza o comando nos locais de emergência. Normalmente o comando das operações é passado para a autoridade pública que estiver presente no local. Para que isto ocorra da melhor maneira possível, recomenda-se que previamente se estabeleça um acordo entre a empresa sinistrada e as organizações de resposta externa. A pessoa da empresa que estiver no comando das operações de resposta interna fornece ao comandante da equipe de resposta externa, geralmente um oficial do corpo de bombeiros, um relatório completo da situação. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 138 2.5.3 Comunicações O desenvolvimento adequado de qualquer atividade empresarial depende essencialmente da comunicação. As comunicações em emergências são fundamentais para: alertar as pessoas sobre os perigos, coordenar todas as atividades de resposta, manter familiares e empregados que estiverem de folga informados sobre as ocorrências, manter contato com fornecedores e clientes. 2.5.4 Plano de contingência Deve ser desenvolvido um programa para tratamento de todas as contingências, considerando os seguintes fatores: • as funções desempenhadas diariamente nas instalações e as todas as vias de comunicações utilizadas para suas operações; • o impacto nos negócios da empresa decorrentes da interrupção nos sistemas de comunicações; • o impacto da interrupção nos sistemas de comunicações nas operações de emergência; • a prioridade da comunicação em todas as instalações. Deve-se restabelecer a comunicação em caso de interrupção por situação de emergência de acordo com esta prioridade; • determinar os procedimentos para que sejam restaurados os sistemas de comunicação; • buscar informações a respeito da capacidade de resposta dos fornecedores do sistema de comunicação da empresa. Determine as ações direcionadas à restauração dos serviços. • estabelecer as necessidades de suporte das comunicações para cada função dos negócios da empresa. Este suporte pode ser oferecido por opções como: telefones e mensageiros. 2.5.5 Comunicações de Emergência As unidades da empresa podem necessitar desempenhar funções específicas em uma emergência e para isto se deve fornecer sistema de comunicação necessário. 139 Neste tópico, você viu que: • A metodologia para a elaboração do plano de emergência baseia-se em cinco passos: estabelecimento da equipe, análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios, desenvolvimento do plano de emergências, implementação do plano e gestão da emergência. • A participação de pessoas dos diferentes setores dá a oportunidade para que cada uma traga as suas informações pertinentes para o plano de emergência. Os membros das seguintes áreas podem ser convocados: diretoria, gerência, recursos humanos, manutenção e engenharia, segurança e saúde do trabalho e meio ambiente, segurança patrimonial, relacionamento com a comunidade, recursos orçamentários, financeiros e de marketing, jurídico, compras e financeiro. • Na fase inicial da elaboração do plano de emergência, há necessidade de algumas determinações relativas à organização da equipe. Para isso deve ser providenciado o estabelecimento da autoridade, declaração da missão e estabelecimento de um programa e do orçamento. • A etapa de análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios refere-se à coleta das informações referentes às normas e leis relacionadas às emergências, às formas de se analisar os possíveis riscos de incêndio e à capacidade disponível de ação objetivando o seu combate. Nesta coleta de informações devem ser consideradas as diretrizes e políticas internas, as reuniões com os grupos externos, a identificação dos códigos e regulamentos, a identificação das operações, serviços e produtos que sejam críticos, identificação dos recursos e capacidades internos, identificação dos recursos externos, análise do contrato de seguro, realização da análise de vulnerabilidade. • A Matriz da Análise de Vulnerabilidade é constituída de um método simples de estimar a probabilidade de ocorrência de situações de emergência, a avaliação do nível de influência dos seus impactos e a avaliação dos recursos internos e externos de proteção existentes. Esta matriz consiste na elaboração de uma planilha, em que para cada tipo de emergência possível de ocorrer, na empresa ou na comunidade onde a empresa está localizada, que é registrado na primeira coluna. Anota-se na coluna correspondente a avaliação numa escala de 1 a 5. Na segunda coluna, é registrada a avaliação relativa à probabilidade de ocorrência sendo que a probabilidade mais baixa é representada pelo número 1 RESUMO DO TÓPICO 1 140 e a probabilidade mais alta é representada pelo número 5. Na terceira, quarta e quinta colunas coloca-se o número de 1 a 5 sendo que o número 1 diz respeito ao baixo nível de impacto e o número 5 refere-se ao alto nível de impacto. Na terceira coluna registra-se a avaliação relativa ao impacto humano, ou seja, o impacto para as pessoas que podem ser afetadas pela situação de emergência. Na quarta coluna é anotada a avaliação relativa ao impacto ao patrimônio, ou seja, o impacto aos bens materiais. A quinta coluna está relacionada ao impacto nos negócios da empresa. Para as anotações da sexta e sétima coluna, a avaliação deve ser feita considerando o grau de proteção ao incêndio relacionado aos recursos, sendo que se registra numa escala de 1 a 5 o grau respectivo sendo 1 aos recursos considerados fortes e 5 os recursos considerados fracos. Na oitava e última coluna, registra-se a soma dos valores anotados na respectiva linha. O tipo de emergência que apresentar o maior valor na coluna que apresenta o total será a emergência de maior gravidade. E ao contrário aquele em que constar o menor valor será o tipo de emergência de menor gravidade. Isto possibilita classificar os tipos de emergências por ordem de gravidade. • O plano de emergência deverá contemplar os seguintes itens: sumário executivo, elementos da gestão da emergência, procedimentos definidos para a resposta de emergência e documentos de apoio. • Para que seja implementado o plano de emergência, as seguintes ações são necessárias: identificação dos desafios e priorização das atividades, identificação das metas e das etapas, elaboração de uma lista com indicação dos responsáveis pelas tarefas e do momento em que será executado, equilibrar as áreas problemáticas e as deficiências de recursos observadas no preenchimento da matriz da análise de vulnerabilidade. • O processo de desenvolvimento do plano abrange as seguintes ações: escrever o plano, estabelecer um programa para o treinamento, continuar a coordenação das atividades com órgãos externos, manter contato com as outras áreas da empresa, analisar, realizar treinamentos e revisar o plano, obter a aprovação final e distribuir o plano. • Além de implicar na sua execução durante uma emergência, a implementação do plano de emergência envolve:a execução das recomendações feitas na fase de análise de vulnerabilidade, a integração do plano com as operações da empresa, o treinamento dos empregados e a avaliação. • O plano de emergência deve estar integrado com as demais operações e deve formar parte da cultura da empresa. Para tanto, torna-se necessário o desenvolvimento de atividades que possibilitem despertar a atenção do pessoal para o tema, treinar e educar o pessoal, testar os procedimentos e o envolvimento de todos os níveis de gerência e de todos os setores e, ainda se necessário, o envolvimento da comunidade no planejamento. 141 • Assim como todos os empregados, os visitantes devem ter também algum nível de integração com o plano de emergência da empresa ou até mesmo participar de um treinamento específico. Este nível de integração pode ser adquirido através da realização periódica de diálogos ou simples conversas com o objetivo de analisar as ações e os treinamentos para o uso apropriado dos equipamentos pelas equipes de resposta, treinamentos para a evacuação do pessoal e exercícios com uma simulação bem próxima da situação real. • Para que um plano de treinamento possa ser desenvolvido, é necessária a definição de responsabilidades. Para isto, além de serem destinadas aos empregados, devem ser consideradas as necessidades de informações e de treinamento para visitantes, terceirizados e para aquelas pessoas com papéis específicos designados no plano. • Pelo menos uma vez por ano deve ser realizada uma auditoria nas instalações para registrar as deficiências. • O comando das operações de reposta às emergências deve ser exercido por uma pessoa que assuma de maneira formal o cargo e a chefia das operações para o atendimento das ocorrências. Dentre as recomendações a serem praticadas nos exercícios com simulações de situações próximas da situação real e que também auxiliam a organização da gestão da emergência destacam-se: As sete funções de comando na gestão da emergência: 1. assumir comprovar e posicionar o comando; 2. avaliar a situação; 3. organizar, manter e controlar as comunicações; 4. reconhecer a estratégia a ser adotada, desenvolver um plano de combate e designar; 5. estabelecer o atendimento na condição de emergência; 6. examinar, avaliar e revisar o plano de combate; e 7. dar continuidade, transferir e concluir o comando. Elaborar uma planilha para registrar todas as informações importantes, tais como: croqui do local, as situações de combate designadas para as equipes e os comandantes de cada equipe. • No comando da gestão de qualquer emergência, deve-se procurar conhecer: o tipo de emergência e sua intensidade. É um dos tipos de emergência previstos no plano de emergência? Se for um dos tipos de emergência previsto, devem- se acionar os procedimentos previamente ensaiados. No caso de tratar-se de um tipo não previsto do plano de emergência, deve ser estabelecido um plano específico de ações para este tipo de emergência e indicar as tarefas necessárias e as pessoas que devem executá-las. • Para melhor definir o cenário para ser utilizado nas simulações próximas da situação real e também para aplicação na situação de emergência real, devem ser considerados certos fatores. São fatores tais como: o horário, o local e condições climáticas. Há também os fatores inerentes ao tipo de emergência, ao prédio e às instalações sinistradas. Em casos de incêndio na edificação, podem ser considerados fatores como: o pavimento atingido, o risco de propagação, 142 o tipo de construção e as características dos locais vizinhos. Outros fatores relativos às consequencias que também devem ser considerados são: as pessoas em risco, possíveis danos ao meio ambiente e os objetos de maior valor a serem preservados. A verificação destes fatores possibilita que se tenha uma ideia da situação existente tanto numa emergência real como no caso de uma simulação próxima da situação real. Há também a necessidade de se obter as informações sobre os recursos existentes, como por exemplo: características da estrutura de comando disponível, equipes disponíveis para o combate, nível do treinamento dos membros destas equipes, os equipamentos ou viaturas disponíveis, bem como tipo e quantidade de agentes extintores. • Para a segurança patrimonial, o local onde se desenvolve a situação de emergência deve ser isolado logo após a sua descoberta. A própria pessoa que descobre a situação, se possível, deve buscar o local seguro e controlar o acesso. Para esta operação de isolamento, devem-se tomar as precauções necessárias para que ninguém seja colocado em risco. Os cuidados básicos de segurança são ações tais como: fechar as portas e janelas, colocar barreiras temporárias após a retirada das pessoas com segurança e fechar arquivos e gavetas. Deve- se assegurar que operações mais específicas de segurança somente sejam executadas por pessoal treinado. O acesso ao interior dos locais onde se desenvolve a situação de emergência deve ser restrito às pessoas diretamente responsáveis pelo combate. • O comando das operações de emergência é passado para a autoridade pública que estiver presente no local. Para que isto ocorra da melhor maneira possível, recomenda-se que previamente se estabeleça um acordo entre a empresa sinistrada e as organizações de resposta externa. A pessoa da empresa que estiver no comando das operações de resposta interna fornece ao comandante da equipe de resposta externa, geralmente um oficial do corpo de bombeiros, um relatório completo da situação. • O desenvolvimento adequado de qualquer atividade empresarial depende essencialmente da comunicação. As comunicações em emergências são fundamentais para: alertar as pessoas sobre os perigos, coordenar todas as atividades de resposta, manter familiares e empregados que estiverem de folga informados sobre as ocorrências, manter contato com fornecedores e clientes. • Deve ser desenvolvido um programa para tratamento de todas as contingências, considerando os seguintes fatores: as funções desempenhadas diariamente nas instalações e todas as vias de comunicações utilizadas para suas operações, o impacto nos negócios da empresa decorrentes da interrupção nos sistemas de comunicações, o impacto da interrupção nos sistemas de comunicações nas operações de emergência, a prioridade da comunicação em todas as instalações e deve-se restabelecer a comunicação em caso de interrupção por situação de 143 emergência de acordo com esta prioridade, determinar os procedimentos para que sejam restaurados os sistemas de comunicação, buscar informações a respeito da capacidade de resposta dos fornecedores do sistema de comunicação da empresa e determinar as ações direcionadas à restauração dos serviços, estabelecer as necessidades de suporte das comunicações para cada função dos negócios da empresa sendo que este suporte pode ser oferecido por opções como telefones e mensageiros. • As unidades da empresa podem necessitar desempenhar funções específicas em uma emergência e para isto deve-se fornecer o sistema de comunicação necessário. 144 Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões que seguem: 1 O primeiro passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência é o estabelecimento da equipe. Discorra sucintamente sobre os principais aspectos relativos a este passo. 2 O segundo passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência é a análise dos riscos e da capacidade de combate a incêndios. Comente sucintamente as principais características desta etapa. 3 Apresente resumidamente o método da Matriz da Análise da Vulnerabilidade. 4 Descreva sucintamente o terceiro passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência que trata do desenvolvimento do plano de emergência. 5 Discorra sobre os principais aspectos inerentes à implementação do plano de emergências que corresponde ao quarto passo da metodologia para a elaboração do plano de emergência. 6 Comentede maneira sucinta a respeito da gestão de emergências que é relativa ao quinto passo da metodologia para a elaboração de emergência. AUTOATIVIDADE 145 TÓPICO 2 BRIGADAS DE INCÊNDIO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Na história da humanidade, há registros de grandes incêndios, com efeitos devastadores, por falta de meios adequados para exercer o controle. Contudo, o avanço tecnológico propiciou condições para a organização direcionada à prevenção e ao combate dos incêndios, levando à promoção das primeiras equipes de combate a incêndio, chamadas de brigadas de incêndios. A eficiente segurança contra incêndios depende da existência do número e do tipo apropriado de equipamentos de proteção instalados de acordo com as características do local, da manutenção apropriada destes equipamentos e da existência de pessoal treinado para a utilização de maneira adequada dos equipamentos de proteção para um combate eficiente. A necessária ação rápida do combate ao princípio do incêndio é proporcionada pela presença de pessoas treinadas nos locais sinistrados ou nas vizinhanças. Neste sentido, deve ser formada uma brigada de combate até mesmo em regiões que contam com corpo de bombeiros profissionais, pois eles não conseguem garantir um combate rápido em todos os locais onde ocorrem. 2 TIPOS DE BRIGADA Camilo Junior e Leite (2008), ao apresentarem os aspectos inerentes à formação de brigadas de incêndios, classificam, de maneira mais simplificada, as brigadas em três grupos: • brigadas de incêndios: são as brigadas designadas para combater os incêndios nas edificações na sua fase inicial e constituída por funcionários treinados de vários setores da empresa e que ocupam os vários pavimentos das edificações da empresa. • brigadas de abandono: formada pelos funcionários especificamente treinados para operacionalizar a retirada do pessoal que ocupa a edificação. Em razão de saírem do local juntamente com o pessoal em situações de emergência. Estes funcionários não participam das ações da brigada de incêndio. • brigadas de emergências: são aquelas que realizam as operações das brigadas de incêndio e também as atividades das brigadas de abandono. Estas brigadas atuam nas situações de emergências específicas tais como: vazamento de produtos perigosos, inundações, explosões etc. 146 UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS As brigadas também podem ser classificadas considerando o local de atuação, como: brigadas comerciais, brigadas industriais e brigadas residenciais. Para atuação nos prédios, a formação das brigadas deve atender às exigências relativas à sua altura. 3 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO Camilo Junior e Leite (2008) ressaltam que atualmente há uma tendência para que os órgãos reguladores das brigadas de incêndios e o corpo de bombeiros concentrem suas determinações nos critérios básicos a serem atendidos para a formação da brigada. Estes órgãos transferem ao responsável pelo local a ser protegido, a definição, de acordo com os riscos existentes nestes locais, da melhor composição da brigada e da qualificação mínima que deverão possuir os membros. Contudo, para que se possa saber se o dimensionamento da brigada está adequado às características do risco apresentado na edificação a ser protegida, pode-se realizar uma análise baseando-se nos equipamentos instalados. Na aplicação deste método de verificação, apresentado por Camilo Junior e Leite (2008), do dimensionamento, devem ser considerados os seguintes fatores: • os equipamentos de prevenção e combate existentes devem atender às normas estabelecidas pelo corpo de bombeiros; • deve haver número suficiente de pessoal habilitado para a operação dos equipamentos de proteção; • por segurança, recomenda-se que um hidrante de parede seja operado por três pessoas habilitadas, no mínimo; • a rapidez e eficiência, no manuseio de duas unidades extintoras por uma pessoa habilitada ocorrem nos primeiros 5 minutos após um sinistro; e • Em caso de incêndio em uma edificação, nunca serão utilizados todos os hidrantes existentes ao mesmo tempo. Camilo Junior e Leite (2008) recomendam a adoção do método simples de verificação da adequação do número de brigadistas em função do número de hidrantes e de extintores, com a aplicação da seguinte fórmula: extintoreso o o ( n de hidrantes 3 ) ( n de 2 )n de brigadistas 2 × + ÷ = TÓPICO 2 | BRIGADAS DE INCÊNDIO 147 4 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE ABANDONO Para a retirada das pessoas que ocupam os locais em situação de emergência, de maneira segura e o mais rápido possível, conduzindo-as para um local seguro, são necessárias algumas ações relativas ao procedimento chamado de abandono do local. As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado e abandono orientado. No abandono coordenado, as ações da brigada treinada atendem a um plano previamente estabelecido, formado por um conjunto de regras e atividades a serem atendidas pelos seus membros. Neste plano, a cada membro é designada uma função específica, e o pessoal é treinado para as situações de emergência, sabendo como agir durante a operação de abandono do local. No abandono orientado, a brigada treinada coloca-se em locais predeterminados durante a ocorrência de uma situação de emergência, e orienta os ocupantes indicando o caminho que deverá ser percorrido para a saída rápida e segura na edificação, indicado para os casos em que o pessoal não conhece os procedimentos a serem adotados como normalmente ocorre em shoppings, lojas de departamentos e outros locais de acesso ao público em geral. 4.1 COMPONENTES DA BRIGADA DE ABANDONO Na organização da brigada de abandono coordenado os componentes devem ter funções definidas coerentes com as várias responsabilidades necessárias para a retirada dos ocupantes dos locais sinistrados. Basicamente as funções e responsabilidades respectivas são as seguintes: • coordenador-geral com a responsabilidade por todas as decisões e operações de abandono tem as seguintes atribuições: determinar o início das operações de abandono, controlar a saída das pessoas ocupantes de todos os pavimentos e liberar ou proibir o retorno das pessoas aos locais sinistrados; • coordenador de andar com a responsabilidade pelo controle das atividades de abandono dos ocupantes do seu pavimento tem as seguintes atribuições: determinar a organização dos ocupantes em fila, conferir e verificar visualmente se estão todos os ocupantes de seu andar na fila, inspecionar todas as áreas do pavimento sob sua responsabilidade, determinar a saída do local o mais rápido possível pelos ocupantes do local sinistrado, conferir todo o pessoal verificando em uma listagem elaborada previamente logo após a chegada ao local externo preestabelecido para a reunião dos mesmos. Dispensar atenção especial, para as pessoas portadoras de necessidades especiais, pessoas idosas, crianças e gestantes. • puxa-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser a primeira integrante da brigada de abandono. É responsável para iniciar a saída do local de maneira organizada, com as seguintes atribuições: assumir o local indicado previamente assim que ouvir o alarme indicado uma situação 148 UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS de emergência no local, determinar a velocidade a ser desenvolvida durante a saída, de acordo com o treinamento específico recebido, auxiliar na manutenção da ordem e da calma do grupo, formar a fila indiana para a saída, intercalando, homem e idoso, homem e mulher e criança. • cerra-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser a última integrante da brigada de abandono. É responsável pelo fechamento de todas as portas existentes no trajeto após passarem por elas, com as seguintes atribuições: auxiliar o coordenador do andar a conferir o pessoal da fila, evitar a flutuação da fila, proibir brincadeiras, espaçamento entre os integrantes da fila, conversas em excesso ou atrasos na saída e auxiliar as pessoas quesofrerem mal súbito ou acidentes. • auxiliar é a pessoa que integra a brigada de abandono à qual não é determinada uma função específica. Esta pessoa normalmente identificada por um bóton pode realizar diversas tarefas tais como: substituir o cerra-fila ou o puxa-fila ou mesmo o coordenador de andar, em caso de falta e auxiliar a vistoriar as áreas do local sinistrado. Nos casos em que não é possível a formação de uma brigada de abandono com treinamento coordenado, deve ser montado um plano de abandono do tipo orientado adicionando a função de monitor para o trajeto com a responsabilidade de orientar o fluxo das pessoas para as saídas mais próximas e mais adequadas, posicionando-se nos pontos estratégicos visando facilitar a visualização e também a saída rápida e segura do local pelos ocupantes. 4.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA BRIGADA DE ABANDONO O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para a execução do abandono do local. Também é necessária a participação de palestras sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos básicos a serem seguidos como: • apanhar os seus pertences pessoais; • maneiras corretas de desligamento dos equipamentos elétricos; • encaminhar-se ao local indicado previamente no plano de abandono; • no caso de estar acompanhado por visitantes, acompanhá-los até a fila e colocá- los à sua frente e orientá-los quanto aos procedimentos necessários. Você é considerado responsável por eles; • nunca usar os elevadores; • não fumar e nem rir; • a operação de saída nunca poderá ser interrompida; • nunca retornar ao local sinistrado; • ao alcançar o andar térreo, dirigir-se para o local designado previamente para a reunião do pessoal; • manter-se em silêncio e aguardar a verificação visual e rápida efetuada pelo coordenador de andar; TÓPICO 2 | BRIGADAS DE INCÊNDIO 149 • obedecer às orientações dadas pelos componentes da brigada de abandono; • andar em ordem, permanecer na fila indiana e evitar a sua flutuação; • evitar a produção de ruído desnecessário e • não retirar a roupa do corpo. 5 TREINAMENTO DAS BRIGADAS As brigadas de abandono de local e de incêndios devem ser submetidas a treinamentos periódicos, com a realização de exercícios de simulação e ter um plano de ação de emergências definido. 6 SOCORRO ÀS VÍTIMAS NUM INCÊNDIO O atendimento às vitimas antes de serem encaminhados ao hospital, é uma das principais atividades exercidas pelas pessoas que integram a brigada de incêndio. Este atendimento pré-hospitalar busca garantir, a integridade das pessoas acidentadas, garantindo a condição de sobrevida ou evitando piorar as lesões até serem atendidas por uma equipe especializada. Camilo Junior e Leite (2008) considerem fundamental a preparação do brigadista para dar atendimento às pessoas afetadas nas situações típicas de emergências e adicionalmente possuírem alguma noção para as situações atípicas que podem ocorrer tais como: desmaios, convulsões, crises etc. 6.1 SEGURANÇA DE CENA Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis vítimas devem ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos potenciais para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Nestas situações, é fundamental a observância dos seguintes procedimentos: • sinalização e isolamento adequado do local de atendimento; • verificação da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado; • em todos os casos, deve-se acionar o corpo de bombeiros pelo telefone de emergência 193; • liberação com segurança e com a maior rapidez possível da via trafegável; • atenção especial a outros riscos, tais como: contaminação, agressões vindas de terceiros, explosões etc. Após estes procedimentos, podem-se iniciar os trabalhos de análise da vítima. 150 UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 6.2 ANÁLISE DA VÍTIMA O método de análise primária da vítima é conhecido como método Dr. ABCDE. Esta nomenclatura formada com as iniciais em inglês da sequência das seguintes ações: D – danger (perigo): trata dos procedimentos descritos na segurança de cena. R – responsive (responsividade): verificação do nível de consciência da vítima. Esta verificação é realizada com as seguintes ações: chamar a vítima por meio de estímulo verbal e tátil, por três vezes no mínimo, ou colocar a mão no ombro e perguntar se a vítima está bem. Diante da confirmação do estado de inconsciência da vítima, deve ser aplicado o colar cervical e solicitar ajuda imediatamente. A – airway (liberação das vias aéreas): ação de desobstrução das vias aéreas verificando a presença de pequenos objetos na boca da vítima. B – breathing (respiração): na hipótese de não serem observados nos sentidos da vítima a sequência ver, ouvir e sentir devem-se realizar duas ventilações de resgate, de preferência com a aplicação de barreira, máscara ou do reanimador manual e, se não for possível, utilizar estes equipamentos aplicar a respiração boca a boca, como último recurso. C – circulation (circulação): deve ser verificada a presença de pulso apalpando o pulso central da pessoa adulta ou da criança ou braquial no caso de ser um bebê. Caso não for observada a presença de pulso, deve ser iniciada imediatamente a reanimação cardiorrespiratória, com a compressão torácica. Se houver disponibilidade, pode ser fundamental a aplicação do desfibrilador. D – disability: distúrbios neurológicos detectados com a aplicação de estímulo doloroso, simetria do tamanho e forma das pupilas ou abertura espontânea dos olhos. E – exposition (exposição): observar a existência de possíveis ferimentos ou lesões, retirando as vestes para o diagnóstico. Em todas estas situações devem ser aplicados os conhecimentos relativos aos primeiros socorros. UNI 151 Neste tópico, você viu que: • As brigadas de incêndios são classificadas, de maneira mais simplificada, em três grupos: brigadas de incêndios, brigadas de abandono e brigadas de emergência. • Brigadas de incêndios: são as brigadas designadas para combater os incêndios nas edificações na sua fase inicial e constituída por funcionários treinados de vários setores da empresa e que ocupam os vários pavimentos das edificações da empresa. • Brigadas de abandono: formada pelos funcionários especificamente treinados para operacionalizar a retirada do pessoal que ocupa a edificação. Em razão de saírem do local, juntamente com o pessoal, em situações de emergência, estes funcionários não participam das ações da brigada de incêndio. • Brigadas de emergências: são aquelas que realizam as operações das brigadas de incêndio e também as atividades das brigadas de abandono. Estas brigadas atuam nas situações de emergências específicas tais como: vazamento de produtos perigosos, inundações, explosões etc. • As brigadas também podem ser classificadas considerando o local de atuação, como: brigadas comerciais, brigadas industriais e brigadas residenciais. Para atuação nos prédios a formação das brigadas deve atender as exigências relativas à sua altura. • Atualmente há uma tendência para que os órgãos reguladores das brigadas de incêndios e o corpo de bombeiros concentrem suas determinações nos critérios básicos a serem atendidos para a formação da brigada. Estes órgãos transferem ao responsável pelo local a ser protegido, a definição, de acordo com os riscos existentes nestes locais, da melhor composição da brigada e da qualificação mínima que deverão possuir os membros da mesma. • Para o dimensionamento da brigada devem ser considerados os seguintes fatores: os equipamentos de prevenção e combate existentes devem atender as normas estabelecidas pelo corpo de bombeiros; deve haver número suficiente de pessoal habilitado para a operação dos equipamentos de proteção; por segurança, recomenda-se que um hidrante de parede seja operado por três pessoas habilitadas, no mínimo; a rapidez e eficiência, no manuseio de duas unidades extintoras por uma pessoa habilitada ocorrem nos primeiros5 minutos após um sinistro e em caso de incêndio em uma edificação, nunca serão utilizados todos os hidrantes existentes ao mesmo tempo. RESUMO DO TÓPICO 2 152 • Um método simples de verificação da adequação do número de brigadistas considera que o número de brigadistas necessários é a metade da soma do número de hidrantes multiplicado por três com a metade do número de extintores. • As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado e abandono orientado. No abandono coordenado, as ações da brigada treinada atendem a um plano previamente estabelecido, formado por um conjunto de regras e atividades a serem atendidas pelos seus membros. Neste plano, a cada membro é designada uma função específica e o pessoal é treinado para as situações de emergência, sabendo como agir durante a operação de abandono do local. No abandono orientado, a brigada treinada coloca-se em locais predeterminados durante a ocorrência de uma situação de emergência e orienta os ocupantes indicando o caminho que deverá ser percorrido para a saída rápida e segura, indicado para os casos em que o pessoal não conhece os procedimentos a serem adotados, como, normalmente, ocorre em shoppings, lojas de departamentos e outros locais de acesso ao público em geral. • Na organização da brigada de abandono coordenado, os componentes devem ter as seguintes funções: coordenador-geral, coordenador de andar, puxa fila, cerra fila e o auxiliar. • O coordenador-geral com a responsabilidade por todas as decisões e operações de abandono tem as seguintes atribuições: determinar o início das operações de abandono, controlar a saída das pessoas ocupantes de todos os pavimentos e liberar ou proibir o retorno das pessoas aos locais sinistrados. • O coordenador de andar com a responsabilidade pelo controle das atividades de abandono dos ocupantes do seu pavimento tem as seguintes atribuições: determinar a organização dos ocupantes em fila, conferir e verificar visualmente se estão todos os ocupantes de seu andar na fila, inspecionar todas as áreas do pavimento sob sua responsabilidade, determinar a saída do local o mais rápido possível pelos ocupantes do local sinistrado, conferir todo o pessoal verificando em uma listagem elaborada previamente logo após a chegada ao local externo preestabelecido para a reunião dos mesmos e dispensar atenção especial, para as pessoas portadoras de necessidades especiais, pessoas idosas, crianças e gestantes. • O puxa-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser a primeira integrante da brigada de abandono. É responsável para iniciar a saída do local de maneira organizada, com as seguintes atribuições: assumir o local indicado previamente assim que ouvir o alarme indicado uma situação de emergência no local, determinar a velocidade a ser desenvolvida durante a saída de acordo com o treinamento específico recebido, auxiliar na manutenção da ordem e da calma do grupo, formar a fila indiana para a saída intercalando, homem e idoso, homem e mulher e criança. 153 • O cerra-fila é a pessoa de cada pavimento da edificação que é indicada para ser a última integrante da brigada de abandono. É responsável pelo fechamento de todas as portas existentes no trajeto após passarem pelas mesmas, com as seguintes atribuições: auxiliar o coordenador do andar a conferir o pessoal da fila, evitar a flutuação da fila, proibir brincadeiras, espaçamento entre os integrantes da fila, conversas em excesso ou atrasos na saída, auxiliar as pessoas que sofrerem mal súbito ou acidentes. • O auxiliar é a pessoa que integra a brigada de abandono a qual não é determinada uma função específica. Esta pessoa normalmente identificada por um bóton pode realizar diversas tarefas tais como: substituir o cerra-fila ou o puxa-fila ou mesmo o coordenador de andar, em caso de falta e auxiliar a vistoriar as áreas do local sinistrado. • Nos casos em que não é possível a formação de uma brigada de abandono com treinamento coordenado, deve ser montado um plano do tipo orientado adicionando a função de monitor para o trajeto com a responsabilidade de orientar o fluxo das pessoas para as saídas mais próximas e mais adequadas, posicionando-se nos pontos estratégicos visando facilitar a visualização e também a saída rápida e segura do local pelos ocupantes. • O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para a execução do abandono do local. Também é necessária a participação de palestras sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos a serem seguidos como: apanhar os seus pertences pessoais, maneiras corretas de desligamento dos equipamentos elétricos, encaminhar-se ao local indicado previamente no plano de abandono, no caso de estar acompanhado por visitantes, acompanhá-los até a fila e colocá-los à sua frente e orientá-los quanto aos procedimentos necessários. Você é considerado responsável por eles. Recomenda-se nunca usar os elevadores, não fumar e não rir. A operação de saída nunca poderá ser interrompida e nunca retornar ao local sinistrado. Ao alcançar o andar térreo, dirigir-se para o local designado previamente para a reunião do pessoal, manter-se em silêncio e aguardar a verificação visual e rápida efetuada pelo coordenador de andar, obedecer às orientações dadas pelos componentes da brigada de abandono, andar em ordem, permanecer na fila indiana e evitar a sua flutuação e evitar a produção de ruído desnecessário e não retirar a roupa do corpo. • As brigadas de abandono de local e de incêndios devem ser submetidas a treinamentos periódicos, com a realização de exercícios de simulação e ter um plano de ação de emergências definido. • O atendimento às vitimas antes de serem encaminhados ao hospital, é uma das principais atividades exercidas pelas pessoas que integram a brigada de incêndio. Este atendimento pré-hospitalar busca garantir, a integridade das pessoas acidentadas, garantindo a condição de sobrevida ou evitando piorar as lesões até serem atendidas por uma equipe especializada. 154 • Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis vítimas, devem ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos potenciais para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Nestas situações, é fundamental a observância dos seguintes procedimentos: sinalização e isolamento adequado do local de atendimento; verificação da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado; em todos os casos, deve- se acionar o corpo de bombeiros pelo telefone de emergência 193; liberação com segurança e com a maior rapidez possível da via trafegável; atenção especial a outros riscos, tais como: contaminação, agressões vindas de terceiros, explosões etc. Após estes procedimentos, podem-se iniciar os trabalhos de análise da vítima. • O método de análise primária da vítima é conhecido como método Dr. ABCDE, esta nomenclatura formada com as iniciais em inglês da sequência das seguintes ações: D – danger (perigo): trata dos procedimentos descritos na segurança de cena. R – responsive (responsividade): verificação do nível de consciência da vítima. Esta verificação é realizada com as seguintes ações: chamar a vítima por meio de estimulo verbal e tátil, por três vezes, no mínimo ou colocar a mão no ombro e perguntar se a vítima está bem. Diante da confirmação do estado de inconsciência, deve ser aplicado o colar cervical e solicitar ajuda imediatamente. A – airway (liberação das vias aéreas): ação de desobstrução das vias aéreas verificando a presença de pequenos objetos na boca da vítima. B – breathing (respiração): na hipótese de não serem observados nos sentidos da vítima a sequência ver, ouvir e sentir devem-se realizar duas ventilações de resgate, de preferência com a aplicação de barreira, máscara ou do reanimador manual e, se não for possível utilizar estes equipamentos aplicar a respiração boca a boca, como último recurso. C – circulation(circulação): deve ser verificada a presença de pulso apalpando o pulso central da pessoa adulta ou da criança ou braquial no caso de ser um bebê. Caso não for observada a presença de pulso, deve ser iniciada imediatamente a reanimação cardiorrespiratória, com a compressão torácica. Se houver disponibilidade, pode ser fundamental a aplicação do desfibrilador. D – disability: distúrbios neurológicos detectados com a aplicação de estímulo doloroso, simetria do tamanho e forma das pupilas ou abertura espontânea dos olhos. E – exposition (exposição): observar a existência de possíveis ferimentos ou lesões retirando as vestes para o diagnóstico. 155 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 As brigadas de incêndios são classificadas, de maneira mais simplificada, em três grupos: brigadas de incêndios, brigadas de abandono e brigadas de emergência. Discorra sobre cada um destes grupos. 2 Comente a respeito dos fatores a serem considerados no dimensionamento da brigada e do método simples de verificação da adequação do número de brigadistas. 3 As situações de abandono do local são divididas em abandono coordenado e abandono orientado. Descreva as ações das brigadas em cada uma destas situações. 4 Na organização da brigada de abandono coordenado, os componentes devem ter as seguintes funções: coordenador-geral, coordenador de andar, puxa-fila, cerra-fila e o auxiliar. Discorra sobre cada uma destas funções. 5 O que deve ser feito nos casos em que não é possível a formação de uma brigada de abandono com treinamento coordenado? 6 O treinamento periódico dos integrantes da brigada é fundamental para a execução do abandono do local. Também é necessária a participação de palestras sobre as principais orientações relacionadas aos procedimentos básicos. Descreva estes procedimentos. 7 Como primeira medida e antes de iniciar o atendimento a possíveis vítimas devem ser observadas as características do local, eliminar todos os riscos potenciais para a vítima, para o socorrista e para os terceiros. Relacione os procedimentos a serem observados nestas situações. 8 Comente sucintamente sobre cada um dos passos do método de análise primária da vítima. 156 157 TÓPICO 3 DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO A norma regulamentadora NR 23 – Proteção Contra Incêndios exige nos locais de risco médio e elevado, a instalação de sistemas de alarme que emita sinais perceptíveis em todos os locais da edificação. A operação de abandono do local sinistrado, de modo seguro e rápido dos ocupantes de uma edificação, é facilitada por meio da detecção do fogo na sua fase inicial. Com a rápida detecção do incêndio, pode-se providenciar rapidamente o combate ao fogo e evitar a perda de vidas, dos danos aos bens e demais perdas resultantes dos incêndios. Alguns sistemas de detecção e alarme de incêndio estão projetados para iniciar de maneira automática as ações de combate ao fogo, ativando sistemas fixos de proteção instalados no recinto sinistrado. O sistema de detecção e alarme de incêndio é formado pelos seguintes componentes básicos: detectores automáticos de incêndio, meios de sinalização para o aviso, acionadores manuais, fonte de alimentação elétrica, painel de controle e circuitos elétricos. Basicamente o funcionamento do sistema inicia com os detectores ou acionadores manuais. A percepção da existência de incêndio no sistema é realizada pelos detectores ou acionadores manuais. O sinal emitido pelo detector de incêndio ou pelo acionador manual é enviado do local onde está ocorrendo o fogo até a central de alarme ou central de processamento. O sistema de processamento da central recebe este sinal e ativa o meio de sinalização para o aviso que pode ser visual, sonoro ou pelos dois meios. Este aviso tem como objetivo alertar os ocupantes e também ativar componentes auxiliares para início das operações de outros sistemas. 2 DEFINIÇÕES BÁSICAS O sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é constituído por equipamentos interligados com o objetivo de produzir um alarme ou ativar uma ação de maneira automática para a extinção do fogo caso seja acionado um dos seus componentes em razão da presença de uma das possíveis características físico-químicas apresentadas por um incêndio. Araújo e Silva (2008) ao abordarem as principais características do sistema de detecção e alarme de incêndio, para melhor compreensão, apresentam as definições básicas das partes componentes: UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 158 l central de detecção e alarme de incêndio: é um equipamento que além de recepcionar os sinais provenientes dos circuitos de detecção e alarme e convertê- los em indicativos adequados, comanda e controla os outros componentes do sistema; FIGURA 44 – CENTRAL DE CONTROLE FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • central supervisora: este equipamento é interligado a uma ou várias subcentrais, por intermédio de uma fiação própria. Esta rede de fiação é controlada, contra um possível curto-circuito ou contra uma interrupção da interligação, pela central supervisora, que também pode atuar sobre as subcentrais. Porém no caso de interrupção da interligação com uma subcentral, a mesma deve ter uma programação própria de funcionamento; • subcentral: constituída por todos os componentes relativos à supervisão dos circuitos de detecção e de comando com programação e fonte de bateria própria é uma central de detecção, controle e alarme autônomo. Mesmo supervisionada por outra central, a subcentral, em caso de alarme, pode ativar os alarmes, os controles e a sinalização independentemente do controle da central que a supervisiona. O controle da subcentral é feito por meio da supervisão dos circuitos realizado pela central supervisora. Esta subcentral poderá ter controles manuais externos, porém, em situações nas quais, o lugar de instalação da mesma não pode ser vigiado de maneira permanente, e de forma a se evitar acionamentos indevidos. Estes controles devem ser cobertos com dispositivos que somente permitam sua abertura por pessoal autorizado; TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 159 • painel repetidor: destina-se à sinalização de maneira visual e/ou sonora, das ocorrências detectadas no local da instalação. O comando deste equipamento é realizado pelos detectores ou pela central. Pode ter os indicadores do tipo sinótico no qual no quadro está desenhada a planta da edificação contendo a indicação da região supervisionada representado na figura a seguir ou ter os indicadores com texto escrito representado na figura 46; FIGURA 45 – PAINEL REPETIDOR COM QUADRO SINÓTICO FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. FIGURA 46 – PAINEL REPETIDOR COM INDICADORES NA FORMA DE TEXTO FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • detector automático pontual: é um dispositivo ativado pela presença de fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio de ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. Estes equipamentos estão representados na figura a seguir; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 160 FIGURA 47 – DETECTOR AUTOMÁTICO PONTUAL FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • detector automático de temperatura: ativado pela presença de fenômenos físicos, atua quando a temperatura do ambiente (térmico) ou a variação da temperatura num determinado espaço de tempo (termovelocimétrico) verificada no local de instalação ultrapassar um valor predeterminado. A figura a seguir apresenta o detector automático de temperatura; FIGURA 48 – DETECTORAUTOMÁTICO DE TEMPERATURA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. detector automático de fumaça: atua na presença de fenômenos químicos e é ativado pela presença de gases e/ou partículas visíveis ou não, e também de outros produtos decorrentes da combustão na região abrangida pelo seu raio de ação no local de sua instalação. Os dois tipos de detectores automáticos de fumaça são: os iônicos que são utilizados em locais onde há possibilidade de formação de combustão, podendo ser invisível ou de fumaça, antes da propagação do incêndio e os óticos que são utilizados em locais onde há expectativa de formação de fumaça, antes da propagação do incêndio e funcionam por obscurecimento e por reflexão. Este detector está representado na figura a seguir; TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 161 FIGURA 49 – DETECTOR AUTOMÁTICO DE FUMAÇA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • detector linear: este equipamento atua na ocorrência da presença de gases e/ou partículas, tantos visíveis como invisíveis, e dos demais produtos decorrentes da combustão, ou nos casos de variação anormal da temperatura verificados ao longo de uma linha física ou imaginária de detecção formada pela ligação entre o transmissor e o receptor dos sensores óticos automáticos posicionados nos pontos extremos desta linha. A figura a seguir demonstra este tipo de equipamento; FIGURA 50 – DETECTORES LINEARES FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 162 l detector automático de chama: este detector está programado para atuar na ocorrência, dentro da área de captação deste equipamento, de uma radiação de energia, tanto dentro como também fora do espectro visível, decorrente de um incêndio em sua fase inicial. A figura a seguir representa um modelo de detector automático de chama; FIGURA 51 – DETECTOR AUTOMÁTICO DE CHAMA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • acionador manual: este componente após ser acionado pelo usuário da edificação transmite a informação indicando um princípio de incêndio. A figura a seguir apresenta um acionador manual; FIGURA 52 – ACIONADOR MANUAL FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 163 • indicador: trata-se de um componente que sinaliza de maneira visual ou sonora, quando acionado de maneira automática pela central ou pelos acionadores manuais, as ocorrências relativas ao sistema de detecção e alarme de incêndio. A figura a seguir representa alguns tipos de indicadores; FIGURA 53 – INDICADORES FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • avisador: componente controlado pela central e destinado a chamar a atenção dos usuários que ocupam a área em perigo das edificações em perigo; • indicador sonoro: componente que emite sinais acústicos quando é acionado o alarme; • indicador visual: componente que emite sinais visuais quando o alarme é ativado; • avisador sonoro e visual de alerta: componente que emite tanto sinais visuais como audíveis, combinados. Contudo não se permite a utilização de somente avisadores visuais em locais ocupados por pessoal não qualificado. Nestes locais, o sistema deve ser complementado com avisador acústico. O avisador utilizado nos casos de alertas a obstáculos, às saídas de emergência e outras situações, podem ser somente do tipo visual, desde que não sejam utilizados como primeiro alarme; • circuito de detecção: trata-se de circuito que possua instalado nele os acionadores manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do sistema de detecção e alarme. A figura a seguir apresenta o circuito de detecção; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 164 FIGURA 54 – CIRCUITO DE DETECÇÃO FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • circuito de detecção classe A: este circuito possui uma linha de retorno à central, para evitar que seja paralisado o seu funcionamento no caso de ocorrer uma interrupção em qualquer ponto do circuito. Recomenda-se que esta linha de retorno siga um trajeto diferente do trajeto da linha proveniente da central à qual o circuito está interligado. A figura a seguir representa este tipo de circuito; FIGURA 55 – CIRCUITO DE DETECÇÃO CLASSE A FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • circuito de detecção classe B: este circuito é desprovido da linha de retorno à central, de forma a evitar uma paralisação no funcionamento por eventual interrupção em qualquer ponto. A figura a seguir apresenta este tipo de circuito; TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 165 FIGURA 56 – CIRCUITO DE DETECÇÃO CLASSE A FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • circuito de sinalização e de alarme: neste circuito estão instalados os avisadores e/ou indicadores. Este circuito pode ser instalado em classe A; • circuito auxiliar: destina-se à supervisão e/ou ao comando de componentes relacionados à prevenção e/ou combate a incêndio. Este circuito pode ser instalado em classe A; • proteção necessária contra a ação do fogo e defeitos: esta proteção dos circuitos de alarmes, detecção, controles auxiliares, alimentação, central, sinalização e fiação de interligação visa garantir o funcionamento do sistema por um período de tempo que seja suficiente para proteger vidas e patrimônio. O sistema de detecção e alarme não pode colocar em risco as pessoas ou os bens supervisionados na ocorrência de curto-circuito ou qualquer interrupção na fiação. • alarme geral: o acionamento de forma simultânea de todos os alarmes para o início das operações de abandono do local, inclusive a sinalização para o abandono é realizado por este alarme com programação específica na central. De acordo com o tipo de edificação e de sua ocupação e do tipo de central utilizada, considerando os riscos a serem supervisionados é definida a forma de se ativar este alarme e os elementos de segurança contra o mau uso deste alarme. Após estudarmos todas estas partes componentes de um sistema de detecção e alarme de incêndio, podemos melhor compreender o seu funcionamento e os seus mecanismos de segurança intrínseca. UNI UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 166 3 SELEÇÃO DO SISTEMA Para definição do sistema mais eficaz a ser adotado em determinado local ou equipamento, é necessário um estudo das características próprias da edificação e de sua ocupação. Deve-se planejar um sistema que seja capaz de integrar os dispositivos de forma a gerar informação confiável relacionada à ocorrência de princípio de incêndio e de controlar todos os dispositivos de segurança interligados e os equipamentos de combate automático instalados na edificação. Araújo e Silva (2008) apresentam a seguinte classificação para o sistema de detecção e alarme de incêndios: • sistema convencional; • sistema endereçável; • sistema microprocessado. 3.1 SISTEMA CONVENCIONAL Trata-se de um sistema simples e por esta razão as informações tratadas no sistema são bem limitadas. Neste sistema são geradas informações baseadas na transmissão das informações relativas aos níveis de tensão apresentados pelo circuito. Os níveis de informaçõesproduzidas na central são limitados a quatro situações: falha, alarme, operação normal e circuito aberto ou em curto. Estas centrais não possuem uma central de processamento das informações. 3.2 SISTEMA ENDEREÇÁVEL Este sistema conta com uma central de processamento das informações, e é capaz de disponibilizar a exata localização do ponto onde foi acionado o alarme. Cada dispositivo de acionamento possui um “endereço” específico e isto possibilita a sua localização na edificação de maneira precisa. Conhecido o endereço, sabe-se com precisão o local da edificação onde está ocorrendo o possível princípio de incêndio. A central de processamento controla todo o sistema e apresenta as informações por meio de visor de cristal líquido. Neste sistema, há uma limitação do número de componentes, pois o processamento das informações torna-se lento na medida em que ocorre o aumento do número de endereços. Como cada fabricante desenvolve sua própria codificação, somente se comunicam os equipamentos do sistema do mesmo fabricante. TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 167 3.3 SISTEMA MICROPROCESSADO Este sistema também conhecido como sistema inteligente por utilizar a tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea as várias informações que transitam no sistema por meio de um único canal de transmissão. Isto possibilita tornar disponível pela central um conjunto de informações a respeito das diversas ocorrências. Este sistema apresenta as seguintes vantagens em comparação com os outros tipos: • gerencia maior número de informações ao mesmo tempo; • propicia informações mais detalhadas; • fornece informações mais confiáveis; • possibilita ações mais complexas e é capaz de integrar além de informações relativas à detecção e alarme, também as informações relacionadas com a supervisão e/ou segurança. Dentre as desvantagens apresentadas por este sistema destacam-se as seguintes: • necessitam de operadores mais qualificados para a sua operação; • antes de se iniciar a instalação, devem ser previstas as lógicas de funcionamento. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 168 LEITURA COMPLEMENTAR DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO Major PM Carlos Henrique de Araújo Capitão PM Adilson Antonio da Silva Introdução e conceitos básicos A proposta conceitual do sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e seguro dos ocupantes do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitar contaminação do meio ambiente. As ações de combate ao fogo podem ser iniciadas automaticamente pelo sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI), por meio do acionamento de um dispositivo de supressão ao fogo como, por exemplo, o disparo do sistema de gases limpos dentro de uma sala de CPD. O SDAI é constituído basicamente pelos seguintes componentes: detectores automáticos de incêndio, acionadores manuais, painel de controle (processamento), meios de aviso (sinalização), fonte de alimentação elétrica e infraestrutura (eletrodutos e circuitos elétricos). O SDAI possui três elementos básicos dentro do conceito operacional do sistema, que podemos descrevê-los como detecção, processando e aviso (sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe” (detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processando do sinal do detector de incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central de processamento ou central de alarme. Por último, o sistema de processamento da central ativa o aviso por meio de sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de alertar os ocupantes e também acionar dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas (como por exemplo: sistema de controle de fumaça, pressurização das escadas, abertura e fechamento de portas ou dampers, acionamento de elevadores ao piso de descarga, acionar chamadas telefônicas etc.). A detecção de um incêndio ocorre por intermédio dos fenômenos físicos primários e secundários de uma combustão. Podemos citar como exemplos de fenômenos físicos primários a radiação visível e invisível do calor da chama aberta e a variação de temperatura do ambiente devido a um incêndio e exemplos de fenômenos secundários a produção de fumaça e fuligem. O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se evitar a ocorrência de alarmes falsos. Os fenômenos secundários são mais fáceis de serem detectados, pois tais efeitos não se confundem com as condições de um ambiente TÓPICO 3 | DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO 169 em situação normal, o que permite definir uma sensibilidade maior de atuação do sensor; já o ajuste de um sensor para detectar a variação de temperatura do ambiente em razão de uma combustão traz maior dificuldade, pois variações de temperatura ocorrem em um ambiente em situação de normalidade. Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores de temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há necessidade de se levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode sofrer aquecimento devido principalmente à radiação solar, iluminação ou sistemas de condicionamento de ar, formando um colchão de ar quente que não permite o contato da fumaça ou do calor gerado no princípio de um incêndio com o detector no teto, impedindo ou retardando a detecção. Esse fenômeno é chamado de estratificação. Quando o ar (contendo partículas de fumaça) aquecido por meio da combustão do incêndio, torna-se menos denso que o ar ambiente, a fumaça gerada não terá força de ascensão suficiente para vencer este efeito e não atingirá o detector no teto. Quando as proporções do fogo aumentar, a temperatura da coluna de ar em ascensão aumentará e poderá vencer o efeito da estratificação, ocorrendo então a detecção, porém retardada. Em ambientes dotados de sistemas de ar-condicionado e/ou tetos cujas características de isolação permitam um aumento ou diminuição da temperatura no ambiente, provocados por influências externas (por exemplo, sol, ventos, frios, etc.), poderá ocorrer o fenômeno da estratificação (ver figura a seguir). Resfriamento do ar na subida A fumaça não atinge o teto e os detectores não acionam Estratificação da fumaça Detectores automáticos Luminária Sol Radiação solar com aquecimento do teto Radiação Colchão de ar quente impenetrável para a fumaça Figura – Efeito da estratificação da fumaça FONTE: ARAÚJO, Carlos Henrique de; SILVA, Adilson Antonio da. Detecção e alarme de incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. 170 Neste tópico, você viu que: • O sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é constituído por equipamentos interligados com o objetivo de produzir um alarme ou ativar uma ação de maneira automática para a extinção do fogo caso seja acionado um dos seus componentes em razão da presença de uma das possíveis características físico-químicas apresentadas por um incêndio. • Central de detecção e alarme de incêndio: é um equipamento que além de recepcionar os sinais provenientes dos circuitos de detecção e alarme e convertê- los em indicativos adequados, comanda e controla os outros componentes do sistema. • Central supervisora: este equipamento é interligado a uma ou várias subcentrais, por intermédio de uma fiação própria. Esta rede de fiação é controlada, contra um possível curto-circuito ou contra uma interrupção da interligação, pela central supervisora, que também pode atuar sobre as subcentrais. Porém no caso de interrupção da interligação com uma subcentral, a mesma deve ter uma programação própria de funcionamento. • Subcentral: constituída por todos os componentes relativos à supervisão dos circuitos de detecção e de comando com programação e fonte de bateria própria é uma central de detecção, controle e alarme autônomo. Mesmo supervisionada por outra central, a subcentral, em caso de alarme,DO SISTEMA .............................................................................................................. 166 3.1 SISTEMA CONVENCIONAL .................................................................................................. 166 3.2 SISTEMA ENDEREÇÁVEL ...................................................................................................... 166 3.3 SISTEMA MICROPROCESSADO ........................................................................................... 167 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 168 RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................170 AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 174 TÓPICO 4: ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL .................................................................................... 175 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 175 2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC .......................................................... 175 3 CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL - CONDEC ................................................... 176 3.1 COMPETÊNCIA DO CONDEC .............................................................................................. 176 4 SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SEDEC .................................................... 177 5 COORDENADORIAS REGIONAIS DE DEFESA CIVIL – CORDEC ................................ 177 6 COORDENADORIAS ESTADUAIS DE DEFESA CIVIL E DO DISTRITO FEDERAL – CEDEC .............................................................................................................................................. 178 7 COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL – COMDEC ............................. 178 7.1 NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE DEFESA CIVIL – NUDEC ............................................ 179 8 ÓRGÃOS SETORIAIS ....................................................................................................................179 9 ÓRGÃOS DE APOIO ......................................................................................................................182 RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................183 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................189 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................191 1 UNIDADE 1 INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • reconhecer os componentes constituintes do fogo e os fenômenos ineren- tes à ocorrência de incêndios; • identificar os diferentes tipos de combustão; • caracterizar as explosões que podem ocorrer em incêndios: de gás, de pó, de fumaça e de BLEVE; • interpretar os métodos de extinção de incêndio: controle ou retirada do material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento da reação em cadeia. Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no final de cada um deles você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos desenvolvidos. TÓPICO 1 – QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DO FOGO TÓPICO 3 – EXPLOSÕES TÓPICO 4 – EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 1 INTRODUÇÃO A norma regulamentadora NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho estabelece que entre as atividades dos profissionais integrantes do SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) está incluída, além das atividades prevencionistas e de atendimento de emergência, a elaboração de planos para: • controle dos efeitos de catástrofes; • disponibilizar os meios para se combater os incêndios e; • o salvamento e atendimento imediato às vítimas dos incêndios. O objetivo deste tópico é revisar alguns princípios fundamentais e contribuir para a compreensão do desenvolvimento dos incêndios. O acesso às Normas Regulamentadoras está disponibilizado no seguinte site do Ministério do Trabalho e Emprego: . NOTA 2 A NATUREZA DO FOGO Em primeiro lugar, é necessário conhecer o que é e como se produz o fogo, para que se possa combatê-lo com eficácia. Entende-se que o fogo é uma combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores desprendidos por uma substância combustível são combinados rapidamente com o oxigênio do ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética de certas reações químicas exotérmicas de oxidação-redução. Para que se possam produzir estas reações químicas, é necessária a existência de uma substância combustível e um comburente, assim como algumas condições energéticas favoráveis. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 4 Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e devem se dar na proporção adequada de concentração entre o combustível, o comburente e a uma temperatura determinada: • combustível; • comburente e; • calor. A seguir, descrevemos cada um destes componentes: • Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos componentes (sólido, líquido e gasoso). • Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento ativo da reação de combustão. • Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção do fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contato constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são: • Naturais: Sol e raio. • Elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos. • Químicas: reações e fermentação. • Processos de soldadura e corte: trabalhos com chama aberta e faíscas. A tabela a seguir apresenta a temperatura estimada de algumas fontes de calor. TABELA 1 – ESTIMATIVAS DA TEMPERATURA DE ALGUMAS FONTES DE CALOR FONTE: GRIMWOOD (2003) apud Distrito Federal (2006, p.16) TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 5 2.1 TRIÂNGULO DO FOGO Pode-se perceber que é totalmente necessário para se produzir o fogo. É necessário que estejam em contato os três elementos comentados: combustível, comburente e calor, em proporção e temperatura adequada. Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os três lados de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os outros dois, conforme demonstrado na figura a seguir. Para que se produza o fogo, devem permanecer em contato os três componentes do triângulo. FIGURA 1 – TRIÂNGULO DO FOGO SÓLIDOS LÍQUIDOS GASOSOS OXIGÊNIO ENERGIA INICIAL QUE PROVOQUE CALOR FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. 2.2 REAÇÃO EM CADEIA Segundo Seito (2008), há também outra teoria sobre o fogo, na qual além dos três elementos do triângulo do fogo (combustível, comburente e calor), se considera um quarto fator: a reação em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto são quatro fatores que compõem o tetraedro do fogo representado na figura a seguir. Esta teoriapode ativar os alarmes, os controles e a sinalização independentemente do controle da central que a supervisiona. O controle da subcentral é feito por meio da supervisão dos circuitos realizado pela central supervisora. Esta subcentral poderá ter controles manuais externos, porém, em situações nas quais, o lugar de instalação não pode ser vigiado de maneira permanente, e de forma a se evitar acionamentos indevidos, devem-se manter estes controles cobertos com dispositivos que somente permitam sua abertura por pessoal autorizado. • Painel repetidor: destina-se à sinalização de maneira visual e/ou sonora, das ocorrências detectadas no local da instalação. O comando deste equipamento é realizado pelos detectores ou pela central. Pode ter os indicadores do tipo sinótico em que no quadro está desenhada a planta da edificação contendo a indicação da região supervisionada ou ter os indicadores com texto escrito. • Detector automático pontual: é um dispositivo ativado pela presença de fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio de ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. RESUMO DO TÓPICO 3 171 • Detector automático de temperatura: ativado pela presença de fenômenos físicos, atua quando a temperatura do ambiente ou a variação da temperatura num determinado espaço de tempo verificada no local de instalação ultrapassar um valor predeterminado. • Detector automático de fumaça: atua na presença de fenômenos químicos e é ativado pela presença de gases e/ou partículas visíveis ou não, e também de outros produtos decorrentes da combustão na região abrangida pelo seu raio de ação no local de sua instalação. Os dois tipos de detectores automáticos de fumaça são: os iônicos que são utilizados em locais onde há possibilidade de formação de combustão, podendo ser invisível ou de fumaça, antes da propagação do incêndio e os óticos que são utilizados em locais onde há expectativa de formação de fumaça, antes da propagação do incêndio e funcionam por obscurecimento e por reflexão. • Detector linear: este equipamento atua na ocorrência da presença de gases e/ou partículas, tantos visíveis como invisíveis, e dos demais produtos decorrentes da combustão, ou nos casos de variação anormal da temperatura verificados ao longo de uma linha física ou imaginária de detecção formada pela ligação entre o transmissor e o receptor dos sensores óticos automáticos posicionados nos pontos extremos desta linha. • Detector automático de chama: este detector está programado para atuar na ocorrência, dentro da área de captação deste equipamento, de uma radiação de energia, tanto dentro como também fora do espectro visível, decorrente de um incêndio em sua fase inicial. • Acionador manual: este componente após ser acionado pelo usuário da edificação transmite a informação indicando um princípio de incêndio. • Indicador: trata-se de um componente que sinaliza de maneira visual ou sonora, quando acionado de maneira automática pela central ou pelos acionadores manuais, as ocorrências relativas ao sistema de detecção e alarme de incêndio. Pode ser sonoro quando emite sinais acústicos, ou visual quando emite sinais visuais • Avisador: componente controlado pela central e destinado a chamar a atenção dos usuários que ocupam a área em perigo das edificações em perigo. Pode ser avisador sonoro e visual de alerta componente que emite tanto sinais visuais como audíveis, combinados. Contudo não se permite a utilização de somente avisadores visuais em locais ocupados por pessoal não qualificado. Nestes locais, o sistema deve ser complementado com avisador acústico. O avisador utilizado nos casos de alertas aos obstáculos, às saídas de emergência e outras situações, podem ser somente do tipo visual, desde que não sejam utilizados como primeiro alarme. 172 • Circuito de detecção: trata-se de circuito que possua instalado nele os acionadores manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do sistema de detecção e alarme. • Circuito de detecção classe A: este circuito possui uma linha de retorno à central, para evitar que seja paralisado o seu funcionamento no caso de ocorrer uma interrupção em qualquer ponto do circuito. Recomenda-se que esta linha de retorno siga um trajeto diferente do trajeto da linha proveniente da central a qual o circuito está interligado. • Circuito de detecção classe B: este circuito é desprovido da linha de retorno à central, de forma a evitar uma paralisação no funcionamento por eventual interrupção em qualquer ponto do mesmo. • Circuito de sinalização e de alarme: neste circuito estão instalados os avisadores e/ou indicadores. • Circuito auxiliar: destina-se à supervisão e/ou ao comando de componentes relacionados à prevenção e/ou combate a incêndio. • Proteção necessária contra a ação do fogo e defeitos: esta proteção dos circuitos de alarmes, detecção, controles auxiliares, alimentação, central, sinalização, e fiação de interligação visa garantir o funcionamento do sistema por um período de tempo que seja suficiente para proteger vidas e patrimônio. • Alarme geral: o acionamento de forma simultânea de todos os alarmes para o início das operações de abandono do local, inclusive a sinalização para o abandono é realizado por este alarme com programação específica na central. De acordo com o tipo de edificação e de sua ocupação e do tipo de central utilizada considerando os riscos a serem supervisionados é definida a forma de se ativar este alarme e os elementos de segurança contra o mau uso deste alarme. • O sistema convencional é um sistema simples e por esta razão as informações tratadas no sistema são bem limitadas. Neste sistema são geradas informações baseadas na transmissão das informações relativas aos níveis de tensão apresentados pelo circuito. Os níveis de informações produzidas na central são limitados a quatro situações: falha, alarme, operação normal e circuito aberto ou em curto. Estas centrais não possuem uma central de processamento das informações. • O sistema endereçável conta com uma central de processamento das informações, e é capaz de disponibilizar a exata localização do ponto onde foi acionado o alarme. A central de processamento controla todo o sistema e apresenta as informações por meio de visor de cristal líquido. Neste sistema, 173 há uma limitação do número de componentes, pois o processamento das informações torna-se lento na medida em que ocorre o aumento do número de endereços. Como cada fabricante desenvolve sua própria codificação, somente se comunicam os equipamentos do sistema do mesmo fabricante. • O sistema microprocessado também conhecido como sistema inteligente por utilizar a tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea as várias informações que transitam no sistema por meio de um único canal de transmissão. Isto possibilita tornar disponível pela central um conjunto de informações a respeito das diversas ocorrências. Este sistema apresenta as seguintes vantagens em comparação com os outros tipos: gerencia maior número de informações ao mesmo tempo; propicia informações mais detalhadas; fornece informações mais confiáveis; possibilita ações mais complexas, e é capaz de integrar além de informações relativas à detecção e alarme, também as informações relacionadas com a supervisão e/ou segurança. Dentre as desvantagens apresentadas por este sistema destacam-se as seguintes: necessitam de operadores mais qualificados para a sua operação e antes de se iniciar a instalação devem ser previstas as lógicas de funcionamento. 174 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Apresente a definição de sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI). 2 Entre os componentes de controle do SDAI há a central de detecção e alarme, a central supervisora e a subcentral. Descreva resumidamente cada um destes componentes. 3 O painel repetidor é um componente do SDAIdestinado à sinalização. Apresente as suas características de funcionamento. 4 O detector automático pontual é um dispositivo ativado pela presença de fenômenos químicos ou físicos que ocorrem na área contida dentro do raio de ação do mesmo e indicando um princípio de incêndio. Discorra sucintamente sobre os tipos de detectores do SDAI. 5 O SDAI possui também acionador manual, indicadores e avisadores. Descreva estes componentes. 6 O circuito de detecção do SDAI é o circuito que possui instalado nele os acionadores manuais, detectores automáticos ou outros tipos de sensores do sistema de detecção e alarme. Descreva os circuitos componentes do SDAI. 7 Descreva as características da proteção necessária contra a ação do fogo e defeitos. 8 Descreva os aspectos do funcionamento do alarme geral. 9 Apresente as características dos sistemas de detecção e alarme de incêndios convencional e endereçável. 10 O sistema microprocessado também conhecido como sistema inteligente por utilizar a tecnologia digital, permite transmitir de maneira simultânea as várias informações que transitam no sistema por meio de um único canal de transmissão. Apresente as vantagens e desvantagens apresentadas por este sistema em comparação com os demais 175 TÓPICO 4 ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO As situações de sinistros em razão da potencialidade dos danos possíveis podem necessitar da atuação dos órgãos de defesa civil, portanto torna-se importante conhecer as estruturas e as finalidades destes órgãos. A Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC é responsável pela coordenação das atividades de defesa civil no território nacional. O objetivo da defesa civil é reduzir desastres. Neste sentido, realiza ações direcionadas à prevenção, à preparação para as emergências e para os desastres, à resposta aos desastres e à reconstrução, de maneira multissetorial atuando nas três esferas governamentais – federal, estadual e municipal, contando com a participação da comunidade. As ações integradas entre os órgãos do SINDEC proporcionam eficiência e eficácia diferenciada por seu efeito multiplicador e potencializador. Em virtude de que as ocorrências de desastres são registradas no município, é de extrema importância a atuação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil – COMDEC que é o órgão municipal de defesa civil, embora todos os órgãos do SINDEC também tenham suas atribuições neste sentido. 2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC O Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC é composto pelos seguintes órgãos: o Conselho Nacional de defesa Civil - Condec como órgão superior; a Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC como órgão central; as Coordenadorias Regionais de Defesa Civil – CORDECs como órgãos regionais, as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil e do Distrito Federal - CEDEC como órgãos estaduais e do Distrito Federal, as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil – COMDECs como órgãos municipais, órgãos setoriais e órgãos de apoio. (BRASIL, 2010) UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 176 3 CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL - CONDEC O CONDEC forma parte da estrutura regimental do Ministério da Integração Nacional. É um órgão colegiado de caráter, deliberativo, normativo e consultivo, com a finalidade de formular e deliberar a respeito das diretrizes do governo em matéria de defesa civil. O CONDEC é formado por um Plenário, um Comitê Consultivo, pelos Comitês técnicos e pelos Grupos de Trabalho. O plenário do CONDEC tem como presidente o Secretário Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional e é formado por representantes dos Ministérios e dos órgãos da Administração Pública Federal, nomeados pelo Ministro de Estado da Integração Nacional. O Comitê Consultivo é uma unidade de assessoria do CONDEC, composto pelos titulares dos órgãos de defesa civil estaduais, regionais e do Distrito Federal. Os Comitês Técnicos e os Grupos de Trabalho são estabelecidos pelo Presidente do CONDEC, objetivando a promoção de estudos e elaboração das propostas sobre os temas específicos, para serem submetidos ao plenário do Conselho que determinará no momento da sua criação os objetivos específicos, a composição e o prazo para o término do trabalho. 3.1 COMPETÊNCIA DO CONDEC O CONDEC desenvolve suas atividades com as seguintes finalidades: • aprovação das normas e procedimentos relacionados à articulação das atividades do governo federal, com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e também relacionadas com a cooperação de instituições privadas, buscando coordenar as atividades de defesa civil; • aprovação e atualização da política nacional de defesa civil e das diretrizes da ação do governo relativas ao tema; • emitir recomendações dirigidas aos vários órgãos, que integram o SINDEC, relativas às atividades prioritárias que possibilitam a prevenção ou minimização dos desastres naturais ou os desastres provocados pela ação humana; • aprovação dos critérios para que se declare, homologue e reconheça uma situação de emergência ou de estado de calamidade pública; • aprovação dos programas e planos globais e setoriais preparados pelo SINDEC; • decidir a respeito das ações de cooperação estrangeira ou internacional, de interesse do SINDEC de acordo com as normas vigentes; • aprovação da composição de comissões técnicas interinstitucionais para realizar estudos, trabalhos especializados e pesquisas de interesse da defesa civil; • designação de grupos de trabalhos interinstitucionais emergenciais visando à articulação e agilidade das ações do governo federal nas situações de desastre de grande intensidade; TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL 177 • aprovação dos critérios técnicos a serem observados na análise e aprovação das obras e dos serviços, direcionados à prevenção dos riscos, minimização dos danos e recuperação das áreas danificadas pelos desastres; • elaboração do regimento interno, que determinará a respeito do seu funcionamento, bem como apresentar propostas de alterações; • encaminhamento do regimento interno para a aprovação do Ministro de Estado da Integração Nacional. 4 SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SEDEC A finalidade da Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional está baseada no desenvolvimento das seguintes atividades principais: • articulação e coordenação das ações de Defesa Civil; • promoção, articulando com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, da organização e da implementação das COMDECs, ou órgãos correlatos, e dos NUDECs, ou das entidades correlatas; • definição das áreas que são prioritárias para os investimentos que contribuam para a minimização das vulnerabilidades dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e também das macrorregiões geográficas do Brasil; • implantação e operacionalização do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres – CENAD; • implementação das ações de maneira articulada dos órgãos que integram o SINDEC – Sistema Nacional de Defesa Civil; • participação no Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro – SIPRON, como órgão setorial responsável pela proteção da população nos casos de emergências radiológicas e/ou nucleares. 5 COORDENADORIAS REGIONAIS DE DEFESA CIVIL – CORDEC Os CORDECs têm como finalidade: • ornar compatíveis e consolidados os programas e os planos estaduais de Defesa Civil relacionados ao planejamento regional; • a realização de estudos a respeito da probabilidade de ocorrência de desastre de qualquer origem, a respeito de sua incidência, extensão e consequência; e • a coordenação das ações regionais de Defesa Civil nas suas áreas de atuação nas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 178 6 COORDENADORIAS ESTADUAIS DE DEFESA CIVIL E DO DISTRITO FEDERAL – CEDEC As CEDECs podem criar as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC para formar parte da sua estrutura e definir suas atribuições com o objetivode articular e coordenar as atividades de defesa civil no conjunto dos Municípios que estejam dentro de suas áreas de atuação. As CEDECs são encarregadas de desenvolver suas atividades com as seguintes finalidades: • articulação, coordenação e gerenciamento das ações de defesa civil em nível estadual; • elaboração e implementação dos programas, planos e projetos, em nível estadual, relacionados ao tema; • capacitação dos recursos humanos para o desenvolvimento das atividades de defesa civil; • promoção da inclusão dos princípios de defesa civil, nos currículos escolares da rede estadual e do Distrito Federal de ensino fundamental e médio, fornecendo todo o apoio ao pessoal docente no desenvolvimento de material pedagógico- didático para essa finalidade. 7 COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL – COMDEC O prefeito do município é o responsável pela criação de uma COMDEC, embora as autoridades locais ou os cidadãos da comunidade possam tomar a iniciativa para sua criação, quando conscientes da necessidade das ações específicas deste órgão para a segurança da população. A COMDEC pode criar Distritais de Defesa Civil, ou órgãos correlatos, para integrar a sua estrutura e determinar as suas atribuições, com o objetivo de articular e realizar os procedimentos de defesa civil nas áreas determinadas em distritos, bairros ou localidades do Município. As COMDECs ou os órgãos correlatos desenvolvem atividades com as seguintes finalidades: • articulação, coordenação e gerenciamento das atividades de defesa civil em nível municipal; • promoção de uma ampla participação da comunidade nas atividades inerentes à defesa civil, em especial em relação às respostas a desastres e à reconstrução; • promoção de uma mobilização da comunidade e a implantação de NUDECs, ou instituições correlatas, em especial nas escolas de nível médio e fundamental, e nas áreas de riscos intensificados e, também a implantação de programa de treinamento das pessoas voluntárias; TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL 179 • promoção de sua articulação com as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC, ou os órgãos correlatos, e a participação ativa dos Planos de Apoio Mútuo – PAM, de acordo com o princípio de auxílio mútuo entre os municípios; • promover a criação e a articulação de centros de operações e desenvolver atividades relacionadas à monitorização, alarme e alerta, com a finalidade de otimizar a previsão de desastres. 7.1 NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE DEFESA CIVIL – NUDEC Os NUDECs, ou as entidades correlatas, operam como centros de reuniões e desenvolvimento de debates entre as comunidades locais e a COMDEC e atuam no planejamento, promoção e coordenação das atividades de defesa civil, com as seguintes finalidades: • desenvolver a avaliação dos riscos de desastres e preparar mapas temáticos relativos às ameaças, as vulnerabilidades dos cenários e às áreas de riscos intensificados; • promover medidas preventivas estruturais e não estruturais, objetivando a redução dos riscos de desastres; • elaborar planos de contingência e destinados às operações, com o objetivo de dar resposta aos desastres e de exercícios de simulação, para melhorá-los; • treinar as pessoas voluntárias e as equipes técnicas para a atuação em situações de desastres; • desenvolver articulações com os órgãos de monitorização, alerta e alarme, objetivando a otimização da previsão de desastres; • organizar planos de chamadas, objetivando a otimização do estado de alerta em situações de desastre iminente. 8 ÓRGÃOS SETORIAIS A participação no SINDEC, das secretarias, entidades e órgãos vinculados de nível federal, em conjunto com o órgão central, desenvolvem-se de acordo com as seguintes finalidades: • Ministério da Justiça: coordenação das atividades do Sistema Nacional de Segurança Pública e os procedimentos das Polícias Federais, objetivando preservar a ordem pública, a segurança das pessoas e do patrimônio nas regiões em situação de desastre; • Ministério da Defesa: coordenação das operações articuladas das Forças Singulares nos procedimentos de defesa civil; • Ministério das Relações Exteriores: coordenação das atividades inerentes às relações com outros países e com organismos estrangeiros e internacionais, referente à cooperação financeira, logística, científica e técnica e atuações conjuntas nos procedimentos de defesa civil; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 180 • Ministério da Fazenda: adoção das medidas de cunho fiscal, financeiro e creditício, objetivando o atendimento das populações nas regiões em estado de calamidade pública ou em situação de emergência; • Ministério dos Transportes: adoção de medidas para preservar e recuperar os sistemas viários e os terminais de transportes marítimos, terrestres e fluviais, nas regiões atingidas pelos desastres, e realizar o controle do transporte de produtos perigosos; • Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: promoção de procedimentos destinados à prevenção dos desastres provocados especialmente por pragas animais e vegetais, adoção de medidas destinadas ao atendimento das populações nas regiões atingidas pelos desastres; • Ministério da Educação: cooperação no programa de desenvolvimento de recursos humanos e difusão, por meio da atuação das redes de ensino informal e formal, dos conteúdos didáticos relacionados à prevenção dos desastres e à defesa civil e, por meio da atuação das universidades federais, a realização e difusão de pesquisas sismológicas de interesse do SINDEC; • Ministério da Cultura, a promoção do desenvolvimento do senso inerente à percepção de risco por parte da população brasileira e contribuição para o aumento na mudança cultural relativa à redução dos desastres; • Ministério do Trabalho e Emprego: promoção de ações visando à prevenção ou minimização dos acidentes de trabalho e dos danos aos trabalhadores em situações de desastres; • Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome: prestação de assistência social às populações das regiões em situação de desastre e fornecimento dos suprimentos necessários, especialmente alimentos, à sobrevivência. • Ministério da Saúde: implementação e supervisão das atividades de saúde pública, fornecimento de medicamentos, controlar a qualidade da água e dos alimentos e promover a saúde em situações de desastre; promoção da implantação de atendimento pré-hospitalar e de unidades de emergência, supervisão e elaboração dos planos para a mobilização e segurança dos hospitais em situações de desastre; e difusão, em nível comunitário, das técnicas de reanimação cardiorrespiratória básica e das ações de primeiros socorros; • Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: proposição das medidas que objetivam a minimização dos danos provenientes de situações de desastres aos meios produtivos nacionais e participação ativa na prevenção de desastres humanos de natureza tecnológica; • Ministério de Minas e Energia: planejamento e promoção da redução da degradação ambiental causada pela mineração e garimpos, monitorar as condições hidrológicas e os deflúvios de barragens pertencentes aos sistemas hidrelétricos e às bacias hidrográficas; • Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: priorizar alocação dos recursos destinados à assistência para as populações e para a realização dos serviços e obras de prevenção e de recuperação nas regiões com riscos de desastres e em estado de calamidade pública ou em circunstância de emergência; TÓPICO 4 | ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL 181 • Ministério das Comunicações: adoção de medidas com o objetivo de garantir e priorizar os serviços de telecomunicações em regiões afetadas pelos desastres e promover a participação dos órgãos de comunicação nas ações de prevenção e preparação, e também mobilizar os radioamadores, nas circunstâncias de desastres; • Ministério da Ciência e Tecnologia: desenvolvimento de pesquisas e estudos que possibilitem o estabelecimento das áreas de riscos, eo fornecimento das informações para orientar as atividades da defesa civil e para as análises relacionadas às previsões meteorológicas; • Ministério do Meio Ambiente: estabelecimento das normas, padrões e critérios inerentes ao controle e à proteção do meio ambiente, ao uso de maneira racional dos recursos naturais renováveis objetivando a redução de desastres; fornecimento dos dados e das análises referentes ao monitoramento dos rios e açudes, com relação às atividades da defesa civil e a promoção do controle das cheias e inundações; • Ministério do Esporte: incentivar as práticas esportivas objetivando a redução das vulnerabilidades relativas aos desastres humanos de natureza social e aos riscos inerentes à juventude marginalizada; • Ministério do Turismo: proposição de medidas objetivando a redução dos impactos negativos nas atividades ligadas ao turismo, nas situações de desastre; • Ministério da Integração Nacional: promoção e coordenação das ações do SINDEC, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e articular os planos de desenvolvimento regional com as atividades para prevenir e minimizar os danos causados nas situações de desastre; • Ministério do Desenvolvimento Agrário: contribuição para reduzir os desastres humanos nas áreas relativas às suas atividades; • Ministério das Cidades: gerenciar a aplicação dos recursos destinados a políticas de desenvolvimento urbano objetivando a recuperação e a reconstrução de moradias para a população de baixa renda que foram afetadas pelos desastres e as obras e serviços de saneamento nas regiões de risco; • Ministério da Previdência Social: apoio às populações que são flageladas, no âmbito de suas atribuições; • Casa Civil da Presidência da República: apoiar por meio de levantamentos efetuados pelo Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM; • Gabinete de Segurança Institucional: apoio ao SINDEC, por meio de ações de informações e outras atividades relativas às suas atribuições; • Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais: articulação das atividades dos diversos escalões e poderes do governo em apoio ao SINDEC; • Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República: apoio ao SINDEC nas ações de divulgação; • Comando do Exército: cooperação com as atividades de resposta aos desastres e de reconstrução e com as ações de busca e salvamento; participação nos procedimentos para prevenção e reconstrução; apoio das atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; UNIDADE 3 | AÇÕES EM SINISTROS 182 • Comando da Marinha: coordenação dos procedimentos relativos à redução dos danos inerentes às situações de sinistros fluviais e marítimos e participação nas atividades de salvamento de náufragos; apoio aos procedimentos de resposta a desastres, com hospitais fluviais, verificados na Amazônia; apoio às atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; • Comando da Aeronáutica: coordenação das atividades de evacuação aeromédica e missão de misericórdia, cooperação com as atividades de busca e salvamento, apoio às atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte. É permitida a participação no SINDEC em nível estadual e municipal dos órgãos federais localizados nos Estados e nos Municípios, por meio da atuação de seus representantes nos respectivos Conselhos. Nos estados ou municípios, a atuação dos órgãos setoriais correspondem aos de nível federal e desenvolvem suas atividades de defesa civil em consonância com as suas atribuições legais, e ação conjunta com os respectivos órgãos de defesa civil, de acordo com os âmbitos de suas jurisdições. 9 ÓRGÃOS DE APOIO Os órgãos de apoios desenvolvem ações específicas de acordo com as suas atividades normais, por meio da articulação previamente estabelecida com os órgãos de coordenação do SINDEC. 183 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste tópico, você viu que: • A Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC é responsável pela coordenação das atividades de defesa civil no território nacional. O objetivo da defesa civil é reduzir desastres. Neste sentido, realiza ações direcionadas à prevenção, à preparação para as emergências e para os desastres, à resposta aos desastres e à reconstrução, de maneira multissetorial atuando nas três esferas governamentais – federal, estadual e municipal contando com a participação da comunidade. As ações integradas entre os órgãos do SINDEC proporcionam eficiência e eficácia diferenciada por seu efeito multiplicador e potencializador. • Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC é composto pelos seguintes órgãos: o Conselho Nacional de defesa Civil - CONDEC como órgão superior; a Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC como órgão central; as Coordenadorias Regionais de Defesa Civil – CORDECs como órgãos regionais, as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil e do Distrito Federal - CEDEC como órgãos estaduais e do Distrito Federal, as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil – COMDECs como órgãos municipais, órgãos setoriais e órgãos de apoio (BRASIL, 2010). • O CONDEC forma parte da estrutura regimental do Ministério da Integração Nacional é órgão colegiado de caráter, deliberativo, normativo e consultivo, com a finalidade de formular e deliberar a respeito das diretrizes do governo em matéria de defesa civil. O CONDEC é formado por um Plenário, um Comitê Consultivo, pelos Comitês técnicos e pelos Grupos de Trabalho. • O plenário do CONDEC tem como presidente o Secretário Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional e é formado por representantes dos Ministérios e dos órgãos da Administração Pública Federal, nomeados pelo Ministro de Estado da Integração Nacional. • O Comitê Consultivo é uma unidade de assessoria do CONDEC, composto pelos titulares dos órgãos de defesa civil estaduais, regionais e do Distrito Federal. • Os Comitês Técnicos e os Grupos de Trabalho são estabelecidos pelo Presidente do CONDEC, objetivando a promoção de estudos e elaboração das propostas sobre os temas específicos, para serem submetidos ao plenário do Conselho que determinará no momento da sua criação os objetivos específicos, a composição e o prazo para o término do trabalho. 184 • O CONDEC desenvolve suas atividades com as seguintes finalidades: aprovação das normas e procedimentos relacionados à articulação das atividades do governo federal, com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e também relacionadas com a cooperação de instituições privadas, buscando coordenar as atividades de defesa civil; aprovação e atualização da política nacional de defesa civil e das diretrizes da ação do governo relativas ao tema; emitir recomendações dirigidas aos vários órgãos, que integram o SINDEC, relativas às atividades prioritárias que possibilitam a prevenção ou minimização dos desastres naturais ou os desastres provocados pela ação humana; aprovação dos critérios para que se declare, homologue e reconheça uma situação de emergência ou de estado de calamidade pública; aprovação dos programas e planos globais e setoriais preparados pelo SINDEC; decidir a respeito das ações de cooperação estrangeira ou internacional, de interesse do SINDEC de acordo com as normas vigentes; aprovação da composição de comissões técnicas interinstitucionais para realizar estudos, trabalhos especializados e pesquisas de interesse da defesa civil; designação de grupos de trabalhos interinstitucionais emergenciais visando à articulação e agilidade das ações do governo federal nas situações de desastre de grande intensidade; aprovação dos critérios técnicos a serem observados na análise e aprovação das obras e dos serviços, direcionados à prevenção dos riscos, minimização dos danos e recuperação das áreas danificadas pelos desastres; elaboração do regimento interno, que determinará a respeito do seu funcionamento, bem como apresentar propostas de alterações; encaminhamento do regimentointerno para a aprovação do Ministro de Estado da Integração Nacional. • A finalidade da Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional está baseada no desenvolvimento das seguintes atividades principais: articulação e coordenação das ações de Defesa Civil; promoção, articulando com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, da organização e da implementação das COMDECs, ou órgãos correlatos, e dos NUDECs, ou das entidades correlatas; definição das áreas que são prioritárias para os investimentos que contribuam para a minimização das vulnerabilidades dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e também das macrorregiões geográficas do Brasil; implantação e operacionalização do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres – CENAD; implementação das ações de maneira articulada dos órgãos que integram o SINDEC – Sistema Nacional de Defesa Civil; participação no Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro – SIPRON, como órgão setorial responsável pela proteção da população nos casos de emergências radiológicas e/ou nucleares. • Os CORDECs têm como finalidade: tornar compatíveis e consolidados os programas e os planos estaduais de Defesa Civil relacionados ao planejamento regional; a realização de estudos a respeito da probabilidade de ocorrência de desastre de qualquer origem, a respeito de sua incidência, extensão e consequência; e a coordenação das ações regionais de Defesa Civil nas suas áreas de atuação nas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. 185 • As CEDECs podem criar as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC para formar parte da sua estrutura e definir suas atribuições com o objetivo de articular e coordenar as atividades de defesa civil no conjunto dos Municípios que estejam dentro de suas áreas de atuação. As CEDECs são encarregadas de desenvolver suas atividades com as seguintes finalidades: articulação, coordenação e gerenciamento das ações de defesa civil em nível estadual; elaboração e implementação dos programas, planos e projetos, em nível estadual, relacionados ao tema; capacitação dos recursos humanos para o desenvolvimento das atividades de defesa civil; e promoção da inclusão dos princípios de defesa civil, nos currículos escolares da rede estadual e do Distrito Federal de ensino fundamental e médio, fornecendo todo o apoio ao pessoal docente no desenvolvimento de material pedagógico-didático para essa finalidade. • O prefeito do município é o responsável pela criação de uma COMDEC, embora as autoridades locais ou os cidadãos da comunidade possam tomar a iniciativa para sua criação, quando conscientes da necessidade das ações específicas deste órgão para a segurança da população. A COMDEC pode criar Distritais de Defesa Civil, ou órgãos correlatos, para integrar a sua estrutura e determinar as suas atribuições, com o objetivo de articular e realizar os procedimentos de defesa civil nas áreas determinadas em distritos, bairros ou localidades do Município. • As COMDECs ou os órgãos correlatos desenvolvem atividades com as seguintes finalidades: articulação, coordenação e gerenciamento das atividades de Defesa Civil em nível municipal; promoção de uma ampla participação da comunidade nas atividades inerentes à Defesa Civil, em especial em relação às respostas a desastres e à reconstrução; promoção de uma mobilização da comunidade e a implantação de NUDECs, ou instituições correlatas, em especial nas escolas de nível médio e fundamental, e nas áreas de riscos intensificados e, também a implantação de programa de treinamento das pessoas voluntárias; promoção de sua articulação com as Regionais Estaduais de Defesa Civil – REDEC, ou os órgãos correlatos, e a participação ativa dos Planos de Apoio Mútuo – PAM, de acordo com o princípio de auxílio mútuo entre os Municípios; e promover a criação e a articulação de centros de operações e desenvolver atividades relacionadas à monitorização, alarme e alerta, com a finalidade de otimizar a previsão de desastres. • Os NUDECs, ou as entidades correlatas, operam como centros de reuniões e desenvolvimento de debates entre as comunidades locais e a COMDEC e atuam no planejamento, promoção e coordenação das atividades de defesa civil, com as seguintes finalidades: desenvolver a avaliação dos riscos de desastres e preparar mapas temáticos relativos às ameaças, as vulnerabilidades dos cenários e às áreas de riscos intensificados; promover medidas preventivas estruturais e não estruturais, objetivando a redução dos riscos de desastres; elaborar planos de contingência e destinados às operações, com o objetivo de dar resposta aos desastres e de exercícios de simulação, para melhorá-los; 186 treinar as pessoas voluntárias e as equipes técnicas para a atuação em situações de desastres; desenvolver articulações com os órgãos de monitorização, alerta e alarme, objetivando a otimização da previsão de desastres; e organizar planos de chamadas, objetivando a otimização do estado de alerta em situações de desastre iminente. • A participação no SINDEC, das secretarias, entidades e órgãos vinculados de nível federal, em conjunto com o órgão central, desenvolvem-se de acordo com as seguintes finalidades: Ministério da Justiça: preservar a ordem pública, a segurança das pessoas e do patrimônio nas regiões em situação de desastre; Ministério da Defesa: coordenação das operações articuladas das Forças Singulares; Ministério das Relações Exteriores: relacionamento com outros países e com organismos estrangeiros e internacionais, referente à cooperação financeira, logística, científica e técnica; Ministério da Fazenda: adoção das medidas de cunho fiscal, financeiro e creditício, objetivando o atendimento das populações nas regiões em estado de calamidade pública ou em situação de emergência; Ministério dos Transportes: preservar e recuperar os sistemas viários e os terminais de transportes marítimos, terrestres e fluviais, nas regiões atingidas pelos desastres, e realizar o controle do transporte de produtos perigosos; Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: prevenção dos desastres provocados especialmente por pragas animais e vegetais, e atendimento das populações nas regiões atingidas pelos desastres; Ministério da Educação: cooperação no programa de desenvolvimento de recursos humanos e difusão nas redes de ensino informal e formal, dos conteúdos didáticos relacionados à prevenção dos desastres e à defesa civil e, nas universidades federais, com a realização e difusão de pesquisas sismológicas de interesse do SINDEC; Ministério da Cultura: desenvolvimento do senso inerente à percepção de risco por parte da população brasileira e aumentar a mudança cultural relativa à redução dos desastres; Ministério do Trabalho e Emprego: prevenção ou minimização dos acidentes de trabalho e dos danos aos trabalhadores em situações de desastres; Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome: assistência social às populações das regiões em situação de desastre e fornecimento dos suprimentos necessários à sobrevivência. Ministério da Saúde: atividades de saúde pública, fornecimento de medicamentos, controlar a qualidade da água e dos alimentos e promover a saúde em situações de desastre; atendimento pré-hospitalar e de unidades de emergência, mobilização e segurança dos hospitais em situações de desastre; e difusão, em nível comunitário, das técnicas de reanimação cardiorrespiratória básica e das ações de primeiros socorros; Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: minimizar os danos provenientes de situações de desastres aos meios produtivos nacionais e prevenção de desastres humanos de natureza tecnológica; Ministério de Minas e Energia: redução da degradação ambiental causada pela mineração e garimpos, monitorar as condições hidrológicas e os deflúvios de barragens pertencentes aos sistemas hidrelétricos e às bacias hidrográficas; Ministério do Planejamento,Orçamento e Gestão: priorizar recursos para a assistência às populações e para a realização dos serviços e obras de prevenção e de recuperação nas regiões com riscos 187 de desastres e em estado de calamidade pública ou em circunstância de emergência; Ministério das Comunicações: garantir e priorizar os serviços de telecomunicações em regiões afetadas pelos desastres e promover a participação dos órgãos de comunicação nas ações de prevenção e preparação, e também mobilizar os radioamadores, nas circunstâncias de desastres; Ministério da Ciência e Tecnologia: desenvolvimento de pesquisas e estudos que possibilitem o estabelecimento das áreas de riscos, e o fornecimento das informações para orientar as atividades da defesa civil e para as análises relacionadas às previsões meteorológicas; Ministério do Meio Ambiente: estabelecimento das normas, padrões e critérios inerentes ao controle e à proteção do meio ambiente, ao uso de maneira racional dos recursos naturais renováveis objetivando a redução de desastres; fornecimento dos dados e das análises referentes ao monitoramento dos rios e açudes, com relação às atividades da defesa civil e a promoção do controle das cheias e inundações; Ministério do Esporte: incentivar as práticas esportivas objetivando a redução das vulnerabilidades relativas aos desastres humanos de natureza social e aos riscos inerentes à juventude marginalizada; Ministério do Turismo: proposição de medidas objetivando a redução dos impactos negativos nas atividades ligadas ao turismo, nas situações de desastre; Ministério da Integração Nacional: promoção e coordenação das ações do SINDEC, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e articular os planos de desenvolvimento regional com as atividades para prevenir e minimizar os danos causados nas situações de desastre; Ministério do Desenvolvimento Agrário: reduzir os desastres humanos nas áreas relativas às suas atividades; Ministério das Cidades: recuperação e a reconstrução de moradias para a população de baixa renda que foram afetadas pelos desastres e as obras e serviços de saneamento nas regiões de risco; Ministério da Previdência Social: apoio às populações que são flageladas, no âmbito de suas atribuições; Casa Civil da Presidência da República: apoiar por meio de levantamentos efetuados pelo Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM; Gabinete de Segurança Institucional: apoio ao SINDEC, por meio de ações de informações e outras atividades relativas às suas atribuições; Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais: articulação das atividades dos diversos escalões e poderes do governo em apoio ao SINDEC; Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República: apoio ao SINDEC nas ações de divulgação; Comando do Exército: cooperação com as atividades de resposta aos desastres e de reconstrução e com as ações de busca e salvamento; participação nos procedimentos para prevenção e reconstrução; apoio das atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; Comando da Marinha: coordenação dos procedimentos relativos à redução do dano inerentes às situações de sinistros fluviais e marítimos e participação nas atividades de salvamento de náufragos; apoio aos procedimentos de resposta a desastres, com hospitais fluviais, verificados na Amazônia; apoio às atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte; e Comando da Aeronáutica: coordenação das atividades de evacuação aeromédica e missão de misericórdia, cooperação com as atividades de busca e salvamento, apoio às atividades de defesa civil com material, pessoal e meios de transporte. 188 • É permitida a participação no SINDEC em nível estadual e municipal dos órgãos federais localizados nos Estados e nos Municípios, por meio da atuação de seus representantes nos respectivos Conselhos. Nos Estados ou Municípios, a atuação dos órgãos setoriais corresponde aos de nível federal e desenvolvem suas atividades de defesa civil em consonância com as suas atribuições legais, e ação conjunta com os respectivos órgãos de defesa civil, de acordo com os âmbitos de suas jurisdições. • Os órgãos de apoios desenvolvem ações específicas de acordo com as suas atividades normais, por meio da articulação previamente estabelecida com os órgãos de coordenação do SINDEC. 189 AUTOATIVIDADE Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir: 1 Discorra sobre a atuação da SEDEC e suas finalidades. 2 Descreva a formação do SINDEC. 3 Apresente a estrutura do CONDEC e sua finalidade. 4 Discorra sobre as finalidades do CORDEC. 5 Apresente as finalidades das atividades das CEDECs. 6 Descreva as finalidades do COMDEC e do NUDEC. 7 Apresente de maneira sucinta as principais finalidades de cada órgão setorial do SINDEC. 8 Discorra sobre a atuação dos órgãos de apoios do SINDEC. 190 191 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Carlos Henrique de; SILVA, Adilson Antonio da. Detecção e alarme de incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. BETENHEUSER, Claudio; FERREIRA, Carlos Rodrigo; OLIVEIRA, Osvaldo Thibes Chaves de. Explosão de pó em unidades armazenadoras e processadoras de produtos agrícolas e seus derivados estudo de caso. Ponta Grossa, 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho). Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Ponta Grosa. BONITESE, Karina Venâncio. Segurança contra incêndio em edifício habitacional de baixo custo estruturado em aço. Belo Horizonte, 2007. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). Curso de Pós-graduação em Construção Civil, Universidade Federal de Minas Gerais. BRASIL. NR 23: proteção contra incêndios (123.000-0). Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. ______. Secretaria Nacional de Defesa Civil. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. CAMILO JUNIOR, Abel Batista; LEITE, Walmir Corrêa. Brigadas de incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. CAMPOS, Armando. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. São Paulo: SENAC SP, 2008. CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidente. São Paulo: Atlas, 2008. CORREA, José Aldo Peixoto; AYRES, Dennis de Oliveira. Manual de Prevenção de Acidentes do Trabalho: Aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2005. CUNHA, Luiz C. Leitão da; MARTINELLI JUNIOR, Romeu H. Sistema de controle de fumaça. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. 457 p, il. DISTRITO FEDERAL (Brasil). CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Manual básico de combate a incêndio do corpo de bombeiros. Aprovado pela portaria no 30, de 10 de novembro de 2006 e publicado no Boletim Geral no 216, de 16 de novembro de 2006. 192 GILL, Alfonso Antonio; LEAL, Omar Lima. Processo de elaboração de plano de emergência. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. GONZAGA, Paulo. Temas Atuais em Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Editora LTR, 2007. MITIDIERI, Marcelo Luis. O comportamento dos materiais e componentes construtivos diante do fogo - reação ao fogo. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. NR4 – Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2010. OLIVEIRA, Lúcia Helena de; GONÇALVES, Orestes M.; GUIMARÃES, Áderson Pereira. Sistemas de combate a incêndios com água. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. SEITO, Alexandre Itiu. Fundamentos de fogo e incêndio. In.: A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Ed, 2008. VILELA, Rodolfo Andrade de Gouveia. Desafios da Vigilânciae da Prevenção de Acidentes do Trabalho. São Paulo: LTR, 2003. ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de Acidentes: abc da segurança do trabalho. São Paulo: Atlas, 2002. 193 ANOTAÇÕES ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 194 ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________originou-se ao observar o comportamento de alguns agentes extintores, como o halon, cuja rapidez de efeito de extinção não era compreensível aplicando-se somente a teoria do triângulo do fogo. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 6 De acordo com Seito (2008 p. 278), o halon não foi mais utilizado no combate a incêndio, por ser uma substância que destrói a camada de ozônio. “A proibição do uso, comercialização e importação do halon foi regulamentada no Brasil por meio das Resoluções do CONAMA de número 13 de 13/12/95 e número 229 de 20/08/97, depois substituídas pelo número 267 de 14/09/2000”. UNI A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível se decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. Estes produtos combinam-se com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma reação em cadeia que autoalimenta o fogo. FIGURA 2 – TETRAEDRO DO FOGO FONTE: Distrito Federal (2006, p.14) TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 7 3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. Um jato de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, demonstrado na figura que segue, com a entrada de ar fechada, pode entrar em ignição e queimar como chama de difusão, produzindo-se a combustão naquelas zonas em que o combustível gasoso e o ar se misturam por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta luminosidade amarela, indicando a presença de pequenas partículas de fuligem resultantes da combustão incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, outras, porém, emergem pela ponta da mesma para formar a fumaça. FIGURA 3 – BICO DE BUNSEN FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são misturados antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável ou explosiva, sempre que o nível de concentração de gás, vapor ou pó e ar se encontram entre o LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o LSEI – limite superior de explosividade ou inflamabilidade. O quadro a seguir apresenta os limites de explosividade de algumas substâncias. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 8 QUADRO 1 – LIE E LSE DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS FONTE: Seito (2008, p. 38) Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração de gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior e superior) é uma mistura não inflamável. TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 9 Lembre-se que quando se abre a entrada de ar num bico de Bunsen, se estabiliza a chama da pré-mistura. UNI Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se uma pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. A mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a substância combustível e transformar a mesma em dióxido de carbono e água. Esta situação pode ser demonstrada na reação da queima do gás propano ( ):3 8C H 3 8 2 2 2 2 2C H 5O 18,8N 3CO 4H O 18,8N+ + = + + Perceba que o nitrogênio (N2), apesar de estar presente nesta combinação, por estar presente no ar, não participa na reação. UNI Neste caso, para que a mistura estequiométrica de propano e ar entre em combustão, basta uma faísca elétrica quase imperceptível como aquela que pode ser produzida por uma pessoa ao caminhar por um carpete sintético e tocar um objeto que esteja conectado a terra. Numa atmosfera de oxigênio puro (sem a presença de nitrogênio), a energia necessária é menor. A chama de difusão associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra a forma de combustão que se observa quando um combustível líquido ou sólido queima com chama. Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da substância combustível gerados na superfície da fase condensada. A velocidade de abastecimento destes vapores depende da sua velocidade de combustão na chama de difusão. A energia se transfere da chama para a superfície, gerando, assim, a energia necessária para produzir os vapores. Nos combustíveis líquidos, ocorre um processo simples de evaporação, mas nos combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente de energia para que ocorra a decomposição química do combustível e para romper as grandes moléculas, transformando-as em fragmentos menores capazes de se evaporar e se liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que se mantenha o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 10 O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância, transformando-as em moléculas ou átomos como resultados da ação do calor, denomina- se pirólise ou decomposição térmica. (DISTRITO FEDERAL, 2006). UNI 4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é importante para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para esta compreensão, estudaremos as formas de transmissão de calor: • Condução: o calor é transmitido através de substâncias condutoras, podendo provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentado no aumento da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem submetidos a uma fonte de energia. O calor é transmitido entre as partículas, perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte. • Convecção: O ar quente e os gases liberados pela combustão tendem a se elevar por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem os materiais com os quais tenham contato. Por esta razão, as correntes de ar são muito perigosas em caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos materiais altamente inflamáveis. • Radiação: O calor é transmitido em ondas e em todas as direções. Assim, todos os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua temperatura de ignição. Muitos incêndios são provocados pelo calor radiante. São comuns os incêndios originados pela aproximação de estufas a cortinas ou outros materiais combustíveis. Para melhor entendimento da transferência de calor por condução e convecção, observe a figura a seguir. TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 11 FIGURA 4 – AÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO E CONVECÇÃO EM MADEIRA, PARA DUAS POSIÇÕES DIFERENTES FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 39) Observe no lado esquerdo da figura a seguir, a representação do fogo em uma placa de madeira na posição horizontal, o fenômeno da convecção com a elevação dos gases quentes resultantes de queima da madeira. A propagação da chama é lenta, pois se dá somente por condução. No lado direito da figura que segue, com a representação do fogo em uma placa de madeira na posição vertical, observa-se a rápida propagação da chama, pois o aquecimento da madeira se dá por condução e por convecção. Para melhor entendimento da transferência de calor por radiação, observe o incêndio em uma edificação que é atingida por radiação do calor gerado por um incêndio num edifício localizado no outro lado da via que os separa, representado na figura a seguir. FIGURA 5 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE EDIFÍCIOS POR RADIAÇÃO TÉRMICA FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 40) UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 12 5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua temperatura superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente para, uma vez iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos podem ser classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura mínima para que se libereum vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície. QUADRO 2 – PONTO DE FULGOR DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. Observe no quadro anterior, que algumas substâncias liberam vapor ou uma mistura de ar inflamável mesmo quando submetidas a temperaturas muito baixas. UNI Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de difusão, é necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como ponto de ignição. Estes conceitos são aplicáveis também aos combustíveis sólidos, mesmo que as temperaturas são mais altas devido às exigências da decomposição química. O ponto de ignição encontra-se normalmente acima dos TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 13 300 o C dependendo do combustível. A facilidade de ignição de um material sólido depende, portanto, da facilidade com que se eleva sua temperatura superficial até alcançar o ponto de ignição, por exemplo, mediante a exposição a um calor radiante ou a um fluxo de gases quentes. Os sólidos de fina espessura, como as maravalhas (figura a seguir), queimam com grande facilidade porque têm uma massa térmica baixa, ou seja, necessitam de uma quantidade relativamente reduzida de calor para aumentar sua temperatura até o ponto de ignição. No entanto, quando se aplica calor a uma superfície de um material sólido de grande espessura, parte do calor passa da superfície ao interior, o que reduz o aumento da temperatura em sua superfície. FIGURA 6 – MARAVALHA FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. • No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor se aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta. • No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da fonte de calor. UNI A temperatura de ignição de alguns materiais comumente presentes em incêndios é apresentada no quadro a seguir. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 14 QUADRO 3 – TEMPERATURA DE IGNIÇÃO DE ALGUNS MATERIAIS Material Temp. de ignição (°C) Fluxo de liberação de energia (KW/m²) Madeirite (0,635cm) 390 16 Madeirite (1,27cm) 390 16 Madeirite resistente ao fogo (1,27cm) 620 44 Compensado (6,35mm) 298 10 Compensado (3,175mm) 365 14 Compensado envernizado (3,4mm) 400 17 Compensado laqueado 400 17 Placa de fibra isolante térmico 355 14 Espuma rígida (2,54cm) 435 20 Espuma flexível (2,54cm) 390 16 Poliestireno (5,08cm) 630 46 Policarbonato (1,52mm) 528 30 Polímero PMMA tipo C (1,27cm) 378 15 Polímero PMMA polycast (1,59mm) 278 9 Carpete n.°1 de algodão padrão 465 23 Carpete n.°2 de algodão não tratado 435 20 Carpete n.°2 de algodão tratado 455 22 Carpete mistura de nylon/algodão 412 18 Carpete acrílico 300 10 Placa de gesso comum (1,27mm) 565 35 Placa de gesso resistente ao fogo (1,27cm) 510 28 Placa de gesso com papel prensado 412 18 Cobertura asfáltica 378 15 Cobertura de fibra de vidro 445 21 Vidro reforçado com poliéster (2,24mm) 390 16 Vidro reforçado com poliéster (1,14mm) 400 17 FONTE: Quintiere (1997) apud Distrito Federal (2006, p. 19) TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 15 6 INCÊNDIO Segundo Distrito Federal (2006), um incêndio é a manifestação de uma combustão incontrolada, conforme apresentado na figura a seguir. Nesta combustão, participam os materiais combustíveis que formam parte dos edifícios ou uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na indústria e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, são apresentados como substâncias combustíveis. Ainda que estas substâncias apresentem uma grande variedade de acordo com o seu estado químico e físico, quando em combustão têm um comportamento similar, ainda que apresentem algumas diferenças tais como: • facilidade com que se inicia a combustão (ignição); • velocidade com que se desenvolve a combustão (propagação da chama); e • intensidade da combustão (velocidade de liberação de calor). FIGURA 7 – INCÊNDIO EM LOCAL DESTINADO A DEPÓSITO DE MATERIAIS FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2010. Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, é possível quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de um incêndio, o que permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos incêndios em geral. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 16 Os materiais combustíveis estão em toda parte e, em determinadas condições, podem entrar em combustão se lhes for aplicada uma fonte de ignição capaz de iniciar uma reação em cadeia. No início deste processo, a substância combustível reage com o oxigênio do ar liberando energia (calor) e gerando produtos resultantes da combustão, alguns dos quais podem ser tóxicos. Torna- se necessário, portanto, compreender com clareza os mecanismos de ignição e combustão. Normalmente, a maioria dos incêndios é produzida em materiais sólidos como, por exemplo, a madeira, mas também, ocorre em combustíveis líquidos e gasosos. 6.1 FASES DO INCÊNDIO A queima se processa em etapas definidas claramente, tanto em incêndios florestais, como em incêndios em veículos ou em incêndios de edificações. A partir do reconhecimento dos diferentes estágios, pode-se compreender o desenvolvimento do incêndio e realizar o combate com as ferramentas e táticas mais adequadas a cada um deles. A eficiência no combate a incêndio depende do conhecimento de cada uma das etapas e das técnicas apropriadas a serem adotadas. Distrito Federal (2006) descreve as etapas do incêndio como: inicial, crescente, totalmente desenvolvida e final. 6.1.1 Etapa Inicial Após a ignição do material combustível, inicia-se esta etapa. Nesta fase, tanto o oxigênio como o combustível são abundantes no ambiente. Num espaço de tempo maior, a temperatura mantém-se relativamente baixa e inclui o aparecimento do incêndio, restringindo-se ao foco inicial. Da combustibilidade e quantidade do material em combustão e dos materiais que estiverem nas proximidades irá depender o desenvolvimento do incêndio nesta fase. 6.1.2 Etapa Crescente Esta etapa é relativa à incubação do incêndio. Nos incêndios em ambientes fechados, de acordo com o progresso da combustão, a fumaça e os gases aquecidos produzidos pela combustão, por convecção se elevam e ocupam a região próxima ao teto. As chamas aumentam e há uma redução da concentração de oxigênio para 20%. Dependendo da quantidade e forma do material combustível existente no ambiente, haverá uma propagação mais rápida. A temperatura inicial desta fase ainda não é muito alta, porém o aumento na quantidade de calor liberado é exponencial e em um curto período de tempo. Nesta condição, os materiais existentes no ambiente virão a sofrer a pirólise. A temperatura, nesta fase, se eleva de aproximadamente 50oC para 800oC, em pouco tempo. TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 17 A forma e o tamanho do ambiente influenciarão no desenvolvimento do fogo: o incêndio se desenvolve mais facilmente em espaços menores. Em ambientes mais fechados com pouca abertura para a ventilação natural, tais como portas e janelas, por exemplo, o incêndio irradiará mais calor para os materiais não atingidos pelo mesmo. Todos os materiais existentes no local atingirão o seu ponto de ignição na parte final desta etapa, as chamas atingirão o ambiente inteiro. Esta situação é também denominada flashover. A propagação do calor se processa para fora e para cima do combustível, por condução e convecção. 6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida Nesta etapa, também denominada de fase de queima livre ou estável, o incêndio se desenvolve de maneira mais forte, utilizando cada vez mais combustível e oxigênio. A temperatura continuará a se elevar acima de 800o C. Há um intenso acúmulo de gases aquecidos e fumaça. Há uma redução na concentração de oxigênio para18%, e muita diferença nesta concentração entre a região próxima ao piso com relação à região próxima ao teto. Na região próxima ao piso é quase normal a concentração de oxigênio e a temperatura é confortável ainda. Na região próxima ao teto há o aumento rápido da camada de gás e da temperatura. Por esta razão, torna-se importante realizar as ações de combate agachado ou de joelhos. Esta fase está basicamente relacionada à propagação do incêndio e sofrerá as seguintes influências: • em ambiente fechado, o ambiente inteiro é tomado pelas chamas e dependerá da concentração de oxigênio; • em ambiente aberto, poderá ocorrer a dispersão da massa gasosa e dependerá da quantidade de combustível. No início, em razão da maior disponibilidade de oxigênio, o incêndio se desenvolve de maneira semelhante ao incêndio com boas condições de ventilação. Mesmo que esteja se desenvolvendo em ambiente confinado, o comportamento do incêndio é controlado pelas condições de queima do material combustível. Normalmente, esses incêndios apresentam duas camadas distintas: uma camada na parte superior formada por fumaça e outra camada de ar na parte inferior. Nesta condição, a queima gerará os mesmos produtos que são resultantes da combustão do mesmo material realizada em local aberto. O incêndio que se desenvolve em ambientes fechados, promoverá uma diminuição da concentração de oxigênio. Nestes casos, o oxigênio disponível controlará a produção de calor, a velocidade e inclusive a extinção do incêndio. Há também, nestas situações, somente a camada de fumaça que praticamente preencherá o ambiente inteiro. Nesses incêndios nos quais o controle dos mesmos é resultante da ventilação, a combustão no interior do ambiente será incompleta. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 18 6.1.4 Etapa Final Esta etapa também é denominada fase decrescente ou estágio de brasa. A etapa se inicia no momento em que a maior parte do combustível e do oxigênio existente no local já foi consumida pelo incêndio. Com isso, há uma tendência de diminuição das chamas que passam a buscar oxigênio em qualquer abertura. Nesta situação, a concentração de oxigênio se reduz para 16%. Caso a concentração de oxigênio seja reduzida para 15% ou menos, haverá a extinção das chamas e permanecerão apenas as brasas. No teto, a temperatura permanece muito elevada e o ambiente é preenchido por fumaça e gases aquecidos, podendo em alguns casos conter gases perigosos. A visibilidade no local é praticamente nula. A temperatura do ambiente diminui gradativa e lentamente. No ambiente há pouco oxigênio, e isto, se o local não for ventilado fará que a temperatura diminua e apaguem as chamas e as brasas existentes. Observe na figura a seguir as variações da temperatura com relação às fases do incêndio desenvolvidas no decorrer do tempo. FIGURA 8 – GRÁFICO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA NO DECORRER DO TEMPO DE UM INCÊNDIO FONTE: Grimwood (2003) apud Distrito Federal (2006, p. 121) TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 19 Na tabela a seguir são apresentadas as principais características de cada fase desenvolvida durante um incêndio. TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DE CADA FASE DO INCÊNDIO FONTE: Distrito Federal (2006, p. 121) 20 Neste tópico, você viu que: • Fogo é uma combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores desprendidos por uma substância combustível são combinados rapidamente com o oxigênio do ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética de certas reações químicas exotérmicas de oxidação-redução. • Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e devem se dar na proporção adequada de concentração entre o combustível e o comburente e a uma temperatura determinada: combustível, comburente e calor. • Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos componentes (sólido, líquido ou gasoso). • Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento ativo da reação de combustão. • Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção do fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contanto constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. • Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são: naturais: Sol e raio; elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos; químicas: reações e fermentação; processos de soldadura e corte: trabalhos com chama aberta e faíscas. • Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os três lados de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os outros dois. Para que se produza o fogo devem permanecer em contato os três componentes do triângulo: combustível, comburente e calor. • Há também outra teoria sobre o fogo, em que além dos três elementos do triângulo do fogo (combustível, comburente e calor), se considera um quarto fator: a reação em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto, são quatro fatores que compõem o tetraedro do fogo. • A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível se decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. RESUMO DO TÓPICO 1 21 Estes produtos se combinam com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma reação em cadeia que autoalimenta o fogo. • Um incêndio é a manifestação de uma combustão incontrolada. Nesta combustão, participam os materiais combustíveis que formam parte dos edifícios ou uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na indústria e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, são apresentados como substâncias combustíveis. • Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, é possível quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de um incêndio, o que nos permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos incêndios em geral. • Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. Um jato de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, com a entrada de ar fechada, pode entrar em ignição e queimar como chama de difusão, produzindo- se a combustão naquelas zonas em que o combustível gasoso e o ar se misturam por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta luminosidade amarela, indicando a presença de pequenas partículas de fuligem resultantes da combustão incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, outras, porém, emergem pela ponta da mesma para formar a fumaça. • Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são misturados antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável ou explosiva, sempre que o nível de concentração de gás, vapor, pó e ar se encontrem entre o LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o LSEI – limite superior de explosividade ou inflamabilidade. • Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração de gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior e superior) é uma mistura não inflamável. • Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se uma pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. A mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a substância combustível e transformá-la em dióxidode carbono e água. • Numa atmosfera de oxigênio puro (sem a presença de nitrogênio), a energia necessária é menor. • A chama de difusão associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra a forma de combustão que se observa quando um combustível líquido ou sólido queima com chama. Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da 22 substância combustível gerados na superfície da fase condensada. A velocidade de abastecimento destes vapores depende da sua velocidade de combustão na chama de difusão. A energia se transfere da chama para a superfície, gerando, assim, a energia necessária para produzir os vapores. • Nos combustíveis líquidos ocorre um processo simples de evaporação, mas nos combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente de energia para que ocorra a decomposição química do combustível e para romper as grandes moléculas transformando-as em fragmentos menores capazes de se evaporar e se liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que se mantenha o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. • O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância transformando-as em moléculas ou átomos, como resultado da ação do calor, denomina-se pirólise ou decomposição térmica. • A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é importante para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para esta compreensão, estudamos as formas de transmissão de calor: condução, convecção e radiação. • Condução ocorre quando o calor é transmitido através de substâncias condutoras, podendo provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentada no aumento da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem submetidos a uma fonte de energia, o calor é transmitido entre as partículas, perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte de calor. • Convecção ocorre quando o ar quente e os gases liberados pela combustão tendem a se elevar por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem os materiais com os quais tenha contato. Por esta razão, as correntes de ar são muito perigosas em caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos materiais altamente inflamáveis. • Radiação ocorre quando o calor é transmitido em ondas e em todas as direções, assim todos os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua temperatura de ignição. • A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua temperatura superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente para, uma vez iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos podem ser classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura mínima para que se libere um vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície. • Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de difusão é necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como ponto de ignição. 23 • No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor se aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta. • No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da fonte de calor. • A etapa inicial do incêndio apresenta as seguintes características principais: as chamas mantêm-se no foco inicial; há muito combustível; há oxigênio em abundância; mantém-se a temperatura ambiente; o espaço de tempo é de curta duração. • Na etapa crescente as principais características apresentadas pelo incêndio são: as chamas se propagam para os materiais combustíveis existentes nas proximidades; ainda há combustível em abundância; há a diminuição da concentração de oxigênio; ocorre um aumento da temperatura de maneira exponencial; a massa de gás e fumaça se elevam por convecção. • A etapa totalmente desenvolvida do incêndio é identificada pelas seguintes características: ocorre a generalização do incêndio em todo o ambiente; o combustível disponível para alimentar o processo de combustão passa a ser limitado; a concentração de oxigênio diminui e é restrita; há grandes diferenças entre a temperatura da região próxima ao teto e a região próxima ao piso; o calor é irradiado da região próxima ao teto em direção à região próxima ao piso. • Na fase final do incêndio, as características apresentadas são: as chamas diminuem ou se apagam; não há combustível disponível para manutenção do processo de combustão; há uma concentração baixa de oxigênio; a temperatura é muito alta, e diminui lentamente; há a presença de muita fumaça e brasa; há risco de ignição da fumaça se for injetado ar no interior do ambiente. 24 Exercite seus conhecimentos adquiridos, resolvendo as questões a seguir: 1 Explique o que se entende por fogo. 2 Discorra sobre o triângulo do fogo e seus componentes. 3 Descreva o tetraedro do fogo e seus componentes. 4 Apresente a definição de incêndio. 5 Discorra sobre cada uma das formas de combustão de um gás inflamável. 6 Apresente as características de uma mistura inflamável de tipo estequiométrico. 7 Descreva a reação térmica indispensável para que se mantenha o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão na combustão dos combustíveis. 8 Apresente a definição de pirólise ou decomposição térmica. 9 Descreva as formas de transmissão de calor. 10 Discorra sobre as diferenças entre ponto de fulgor e ponto de ignição. 11 Apresente resumidamente as principais características de cada fase desenvolvida no incêndio. AUTOATIVIDADE 25 TÓPICO 2 CLASSIFICAÇÃO DO FOGO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A combustão ou fogo libera geralmente luz e energia em quantidade bastante para ser perceptível. De acordo com Distrito Federal (2006), a existência de luz em uma chama nem sempre se verificará. A queima do hidrogênio é um exemplo que produz somente vapor d’água através da reação química com o oxigênio. No entanto, mesmo que não seja visível a chama, muita energia se produz neste processo. Por esta razão, o processo denomina-se combustão. Isto demonstra que há diferentes tipos de combustão. Distrito Federal (2006) classifica a combustão com relação à: • formação de produtos da combustão: completa ou incompleta; • sua velocidade de reação: viva ou lenta. Há também a combustão espontânea, apresentada em separado, por suas particularidades. 2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS Com relação a esta classificação, a combustão é completa ou incompleta. Há também a combustão espontânea que será apresentada em separado, por suas particularidades. 2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA Trata-se da forma de combustão mais comum caracterizada pela produção de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis produzidos pelo rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as moléculas de oxigênio e passarão a formar outras substâncias. Esse processo produzirá uma quantidade maior de chama e calor, e dependerá de uma ação externa para sua paralisação e extinção das chamas. As características das construções em geral, integradas por compartimentos delimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências de incêndios haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que este oxigênio é utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, esta quantidade de oxigênio tende a decrescer. Com isto, as chamas sofrem uma UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 26 diminuição e chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição das chamas, os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados de íons que reagirão com o oxigênio quando em contato com este. Basta o contato com o ar para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. Nestes casos, as ações de combate deverão ser cuidadosas e de acordo com as técnicas apropriadas, para se evitar a explosão da fumaça, conhecida como brackdraft, que estudaremos mais adiante. A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmenteconsumidos na queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação com o ar. Estes resíduos compõem a fumaça. UNI 2.2 COMBUSTÃO COMPLETA Há casos em que a totalidade das moléculas do combustível reage completamente com as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias estáveis. Nestes casos, ocorre a combustão completa ou combustão ideal, e são gerados apenas dióxido de carbono (CO2) e água (H2 O). Temos como exemplo a combustão do metano. Nesta combustão, ao reagir uma molécula de metano (CH4) com duas moléculas de oxigênio (O2) será formada uma molécula de dióxido de carbono e duas moléculas de água (H2 O), de acordo com a equação: 4 2 2 2CH O CO 2H O+ = + Normalmente, nos incêndios, por ocorrer uma mistura mais rica em metano ou outro combustível, há a também a formação de monóxido de carbono (CO) além da geração de dióxido de carbono (CO2). O monóxido de carbono é instável e reage com o oxigênio, rompendo outra molécula e forma outros produtos instáveis. Neste processo, ocorre uma reação em cadeia de maneira semelhante ao que ocorre com o gás hidrogênio e com a maior parte dos combustíveis. Ao ser retirado qualquer um dos componentes do tetraedro do fogo, haverá a extinção do mesmo. TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO 27 Os trabalhos de prevenção e combate aos incêndios dependem muito dos conhecimentos inerentes ao controle deste processo. UNI A combustão completa ou também chamada de queima limpa é obtida na queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul. No entanto, convém atentar para a diferença entre a queima total e a combustão completa. A queima total de um combustível ocorre quando todo o material combustível existente no ambiente é atingido pela queima, e a combustão completa ocorre na combinação estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. 3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO Com relação à velocidade da combustão, a combustão é viva ou lenta. 3.1 COMBUSTÃO VIVA A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A chama exerce influência na intensidade do incêndio, e, portanto, considera-se como a combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada durante o combate. A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou gás queimando, mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos combustíveis líquidos ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente gasoso. Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como sendo combustão viva. Para que ocorra a combustão viva, basta a liberação de uma quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que se possa determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a unidade de volume da reação química e a energia de ativação. Na etapa inicial da combustão, o nível de energia pode ser de aproximadamente 1.000 (103) kW / m3. Esta quantidade de energia é suficiente para em um segundo elevar em 1 o C a temperatura de 1 grama de água. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 28 Distrito Federal (2006) salienta que a potência de uma combustão é caracterizada pela quantidade de calor ou de energia liberada em um intervalo de tempo. Esta medida da quantidade de energia é normalmente expressa em kJ/s ou kW. Os níveis máximos de liberação de calor (picos) de alguns materiais são apresentados na tabela a seguir. TABELA 3 – NÍVEIS MÁXIMOS DE LIBERAÇÃO DE CALOR FONTE: National Fire Protection Association (NFPA) 921 apud Distrito Federal (2006, p. 35) 3.2 COMBUSTÃO LENTA O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido popularmente como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo em que a reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre lentamente. Este fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão viva e produz luz, calor e fumaça. Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial do combustível sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em combustão e esta superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica a ocorrência de temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de incêndios ocorre a incandescência. Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela pode transformar-se em combustão viva. Por esta razão se ocorrer a ventilação inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do material combustível. TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO 29 Um cigarro aceso sobre um colchão poderá dar início a uma combustão lenta, que, em seguida, poderá resultar em combustão viva. UNI A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno de 10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para continuar a reação química. Essa combustão em incêndios é potencialmente mortal, embora seja muito lenta, em razão da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre a incandescência nos seguintes casos: • queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, tais como: carvão, fumo, espuma ou algodão em colchões; • queima de mistura de combustíveis como no caso de sofás em que se combinam tecidos com polímeros ou algodão; • queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já queimados tais como em: carvoarias ou lixões. 4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA Trata-se de uma forma de combustão em que o processo de queima não necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de combustão estudados anteriormente. O início a um processo de queima neste tipo de combustão geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível com exposição ao ar. Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição orgânica do material e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua percepção. Em alguns casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto faz com que apenas se perceba a combustão quando a mesma for grave. Em materiais em que pode ocorrer este tipo de combustão como: o fósforo branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS 30 A reação química gerada nestes casos pode resultar tanto em uma combustão lenta ou incandescência como em uma chama ou combustão viva. UNI 31 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • Pode-se perceber que há diferentes formas de combustão: há combustão ou fogo, que libera geralmente luz e energia em quantidade bastante para ser perceptível. No entanto, há casos em que a existência de luz em uma chama nem sempre se verificará. A queima do hidrogênio é um exemplo que produz somente vapor d’água através da reação química com o oxigênio. No entanto, mesmo que não seja visível a chama, muita energia se produz neste processo, por esta razão a este processo também se denomina combustão. • A combustão se classifica com relação à: formação de produtos da combustão, completa ou incompleta; sua velocidade de reação: viva ou lenta e há também a combustão espontânea. • Combustão incompleta é a forma de combustão mais comum caracterizada pela produção de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis produzidos pelo rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as moléculas de oxigênio e passarão a formar outras substâncias. Esse processo produzirá uma quantidade maior de chama e calor e dependerá de uma ação externa para sua paralisação e extinção das chamas. • As características das construções, em geral, integradas por compartimentos