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REGÊNCIA E CRASE

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Regina

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Questões resolvidas

Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo de crase:

a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória.
e) Os livros foram entregues à ele.

Das propostas de substituição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no discurso do narrador é:

a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido negro, havia morrido pobre.
b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora.
c) “Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina.
d) “Mas para que seus ilhos negros não o esqueçam [...].”: não lhe esqueçam.
e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques.

Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal:

a) O bom cidadão obedece as leis e os regulamentos.
b) O caçador visou ao alvo, disparou o tiro, mas não acertou.
c) Assistimos o desfile cívico ao lado do palanque das autoridades.
d) Lembrei a resposta correta no último minuto de prova.
e) O estabelecimento de ensino já informou aos alunos das notas das provas finais.

Assinale a alternativa que não está de acordo com a norma culta quanto à regência dos nomes em destaque.

A) São poucas as funções a que esta jovem trabalhadora está apta.
B) O pai recriminava os hábitos culturais que a filha tinha admiração.
C) As críticas a que o chefe era sensível agora não o incomodam mais.
D) Os profissionais a quem ele tem desprezo fizeram com que ele perdesse o emprego.

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Questões resolvidas

Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo de crase:

a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória.
e) Os livros foram entregues à ele.

Das propostas de substituição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no discurso do narrador é:

a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido negro, havia morrido pobre.
b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora.
c) “Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina.
d) “Mas para que seus ilhos negros não o esqueçam [...].”: não lhe esqueçam.
e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques.

Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal:

a) O bom cidadão obedece as leis e os regulamentos.
b) O caçador visou ao alvo, disparou o tiro, mas não acertou.
c) Assistimos o desfile cívico ao lado do palanque das autoridades.
d) Lembrei a resposta correta no último minuto de prova.
e) O estabelecimento de ensino já informou aos alunos das notas das provas finais.

Assinale a alternativa que não está de acordo com a norma culta quanto à regência dos nomes em destaque.

A) São poucas as funções a que esta jovem trabalhadora está apta.
B) O pai recriminava os hábitos culturais que a filha tinha admiração.
C) As críticas a que o chefe era sensível agora não o incomodam mais.
D) Os profissionais a quem ele tem desprezo fizeram com que ele perdesse o emprego.

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Não respondidas
Vestibulares
Regência e Crase
GR0140 - (U�)
Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira
no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de
Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião,
introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos,
argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus.
Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas
onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas
estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas
crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o
professor a desis�r de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas
crenças"? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser
visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um
direito evidencial à sua crença se es�ver disposto a
fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o
que o estudante e o diretor estão reivindicando e
promovendo não parece ser esse direito, pois isso
implicaria precisamente a necessidade de pôr as
evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra
coisa, um certo ”direito moral” à sua crença, como
avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que
trabalhou temas da É�ca, Teoria da Ação e Filosofia
Polí�ca. O estudante está afirmando que tem o direito
moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças
falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito
moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as
privar dessa crença, o que envolve não cri�cá-la, não
mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O
problema é que essa é uma maneira cada vez mais
comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as
grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a
democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso
de métodos que pertence ao espaço das razões —
argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o
direito de avançar sua crença na arena pública usando os
mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para
dissuadi-lo.
O pior acontece quando crenças se materializam
em opinião, e são usadas como subs�tutas de
argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas
crenças” se transforma em ”Eu tenho direito à minha
opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais
precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem
de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que
pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato
que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em
diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado
pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que
alguém aceita como verdade, como ”passar debaixo de
uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser
provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda
pode manter sua crença, como vimos, se não pelo
”direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou
ainda, pelo mesmo ”direito moral”, deixar de acreditar no
que ela própria pensa ser evidência, como no caso do
famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em
bruxas, ainda que existam”. [...]
CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição
2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64
(fragmento adaptado).
 
Quanto à u�lização de indica�vos de crase, analise as
afirma�vas.
 
I- Em: “[...] à maneira que a filosofia opera há séculos”
(1º parágrafo), a crase é de uso faculta�vo, pois “a
maneira” indica locução verbal
II- Em: “[...] argumentos favoráveis e
contrários à existência de Deus” (1º parágrafo), a crase é
faculta�va, pois há contração da preposição “a” com o
ar�go feminino “a”.
III- Em: “O direito à crença” (2º parágrafo), a crase é
obrigatória, devido à contração da preposição “a” com o
ar�go feminino “a”.
 
Assinale a alterna�va correta.
1@professorferretto @prof_ferretto
a) Apenas a afirma�va I está correta.
b) Apenas as afirma�vas I e II estão corretas.
c) Apenas a afirma�va III está correta.
d) Todas as afirma�vas estão corretas.
GR0136 - (Fgv)
Convivas de boa memória
Há dessas reminiscências que não descansam
antes que a pena ou a língua as publique. Um an�go dizia
arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é
cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles,
conquanto a prova de ter a memória fraca seja
exatamente não me acudir agora o nome de tal an�go;
mas era um an�go, e basta.
Não, não, a minha memória não é boa. Ao
contrário, é comparável a alguém que �vesse vivido por
hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e
somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na
mesma casa de família, com os seus eternos móveis e
costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo
pela con�nuidade e repe�ção.
Como eu invejo os que não esqueceram a cor das
primeiras calças que ves�ram! Eu não a�no com a das
que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque
execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e
confusão.
E antes seja olvido que confusão; explico-me.
Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se
pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum
desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em
chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as
coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me
acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as
montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos
me aparecem agora com as suas águas,
as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das
espadas que �nham ficado na bainha, e os clarins soltam
as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma
alma imprevista.
É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor
amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes
também preencher as minhas.
(Assis, de Machado. Dom Casmurro – Editora Scipione –
1994 – pág. 65)
 
Assinale a alterna�va em que está correto o uso do
acento indica�vo de crase:
a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à par�r de suas reflexões
sobre a memória.
e) Os livros foram entregues à ele.
GR0144 - (Fgvsp)
Na virada do século, chegou o euro. Na prá�ca,
era como se o marco alemão mudasse de nome para
“euro" e passasse a suprir o resto do con�nente (a maior
parte dele, pelo menos). Parecia bom para todas as
partes. Os governos dos países menos pibados passariam
a receber os impostos dos seus cidadãos em euros, uma
moeda garan�da pelo PIB alemão. Impostos servem para
pagar as dívidas dos governos – além da lagosta dos
governantes. E agora os contribuintes pagavam em euros.
Resultado: o mercado passou a emprestar para os países
bagunçados da Europa a juros baixíssimos.
Aí choveu euro na periferia da Europa. A
economia ali cresceu como nunca, mas os governantes
gastaram como sempre. Além disso, não perceberam que
seus países eram pequenos demais para suportar o peso
de uma moeda forte.
Com os PIBs dos europobres caindo, a
arrecadação deles diminuiu. Menos arrecadação, mais
problemas para pagar dívidas. Aí tome mais dinheiro
emprestado para ir rolando a pendura, só que agora a
juros menos fofos.
(Superinteressante, agosto de 2015. Adaptado)
 
De acordo com a norma-padrão, assinale a alterna�va
correta quanto à regência e ao uso ou não do acento
indica�vo da crase.
a) Coube à moeda alemã à garan�a que o euro chegasse
com segurança a países europeus.
b) Coube a moeda alemã à garan�a de que o euro
chegasse com segurança nos países europeus.
c) Coube à moeda alemã a garan�a de que o euro
chegasse com segurança aos países europeus.
d) Coube à moeda alemã a garan�a que o euro chegasse
com segurança à países europeus.
e) Coube a moeda alemã a garan�a que o euro chegasse
com segurança nos países europeus.
GR0142 - (Esa)
Assinale a alterna�va que preenche, de acordo com a
norma padrão, as lacunas da seguinte frase: “O professor
se referia _______ alunas dispostas ________ vencer
qualquer obstáculo do dia ______ dia.”
2@professorferretto @prof_ferretto
a) às – a – a
b) às – a – à
c) às – à – a
d) as – à – à
e) as– a – à
GR0347 - (Pucrj)
Nas alterna�vas abaixo, a frase “Naturalmente, alguns
temas se prestam mais a determinados gêneros ar�s�cos
que a outros.” foi modificada pela subs�tuição do verbo.
A regência do novo verbo está de acordo com a norma-
padrão em:
a) Naturalmente, alguns temas se ajustam mais sobre
determinados gêneros ar�s�cos que sobre outros.
b) Naturalmente, alguns temas se adaptam mais em
determinados gêneros ar�s�cos que em outros.
c) Naturalmente, alguns temas transitam mais por
determinados gêneros ar�s�cos que por outros.
d) Naturalmente, alguns temas reivindicam mais a
determinados gêneros ar�s�cos que a outros.
GR0135 - (Pucrs)
Festas de casamento falsas viram moda na Argen�na
Comida gostosa, música boa, bar liberado ____
noite toda... quem nunca ______ até altas horas numa
boa festa de casamento? Esse ritual, que muitos já
presenciaram ao longo da vida, é, porém, desconhecido
para alguns representantes das gerações mais jovens.
Mas há uma solução para elas: Casamento Falso
(ou Falsa Boda, no nome original em espanhol), uma
ideia de cinco amigos de La Plata, na Argen�na. O detalhe
era que os convidados não eram amigos ou parentes dos
noivos, mas ilustres desconhecidos que compraram
entradas para o evento.
Mar�n Acerbi, um publicitário de 26 anos, estava
cansado de ir sempre ____ mesmas boates. “Queríamos
organizar uma festa diferente, original”, disse. E assim
pensaram em fazer esse evento “temá�co”, que
chamaram de Casamento Falso.
Pablo Boniface, um profissional de marke�ng de
32 anos que esteve em um Casamento Falso em Buenos
Aires em julho, disse que para ele foi a ocasião perfeita
para realizar algo que sempre quis fazer: colocar uma
gravata.
“Para mim essas festas são até melhores do que
um casamento real, _____ você não precisa se sentar
com estranhos e ficar entediado. Você passa bons
momentos com seus amigos e não se encontra com
todos os �os e avôs que normalmente frequentam essas
cerimônias”, disse Pablo.
Adaptado de:
h�p://www.bbc.com/portuguese/no�cias/2015
/08/150831_falsos_casamentos_tg.
Acesso em 07 set. 2016.
 
Assinale a alterna�va que preenche, correta e
respec�vamente, as lacunas do texto.
a) a – se diver�u – às – porque 
b) à – diver�u-se – as – por que 
c) a – diver�u-se – as – porque
d) à – se diver�u – às – por que 
e) a – diver�u-se – às – por que 
GR0139 - (Eear)
Quanto ao uso ou não do acento grave indicador de
crase, assinale a alterna�va que preenche, correta e
respec�vamente, as lacunas do texto abaixo.
“Minha mãe, pessoa mais intransigente da casa, um dia
acordou aberta ____ novas experiências. Deixou de lado
seu ponto de vista contrário ____ aquisição de animais
domés�cos e achou que valeria ____ pena adotar um
cão. Porém, quanto ____ passarinhos, jamais; queria-os
livres para voarem rumo ____ liberdade.”
a) a – a – à – a – a
b) à – a – à – à – à
c) à – à – a – à – a
d) a – à – a – a – à
GR0552 - (Eear)
Em qual alterna�va o emprego da crase está incorreto?
a) O ataque à igreja ortodoxa foi inadmissível.
b) Ele se sente melancólico às vésperas do Natal.
c) Logo após à promulgação do decreto, houve protestos
em várias cidades.
d) Durante o período de reclusão, muitas pessoas ficaram
à beira de um ataque de nervos.
GR0138 - (Espcex)
“Ela ia recebê-lo à porta, falando e rindo, �rava-lhe o
chapéu e a bengala, dava-lhe o braço e levava-o a uma
cadeira, ou até à cadeira, porque havia lá na casa a
‘cadeira do Viegas’, obra especial, conchegada, feita para
gente enferma ou anciã.”
Nesse trecho de Machado de Assis, o acento grave na
palavra destacada ocorre porque
3@professorferretto @prof_ferretto
a) acrescentou-se o ar�go “a” ao pronome
demonstra�vo “a”, para reforçar o substan�vo
“cadeira”.
b) acrescentou-se à preposição “a” o ar�go “a” para
definir e reforçar que a cadeira era especial.
c) houve a fusão da preposição “a” com o pronome
oblíquo “a”, que se refere a “ela”.
d) houve a fusão da preposição “a” com o pronome
demonstra�vo “a”, para indicar posse.
e) a gramá�ca exige que antes de palavra feminina seja
sempre u�lizado o acento indica�vo de crase.
GR0147 - (Ufpa)
Assinale a alterna�va que contém as respostas certas:
 
I - Visando apenas os seus próprios interesses, ele,
involuntariamente, prejudicou toda uma família.
II - Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a
aceitar qualquer ajuda do sogro.
III - Desde criança sempre aspirava a uma posição de
destaque, embora fosse tão humilde.
IV - Aspirando o perfume das centenas de flores que
enfeitavam a sala, desmaiou.
a) II – III – IV
b) I – II – III
c) I – III – IV
d) I – III
e) I – II
GR0153 - (Fgvsp)
Pela tarde apareceu o Capitão Vitorino. Vinha
numa burra velha, de chapéu de palha muito alvo, com a
fita verde-amarela na lapela do paletó. O mestre José
Amaro estava sentado na tenda, sem trabalhar. E quando
viu o compadre alegrou-se. Agora as visitas de Vitorino
faziam-lhe bem. Desde aquele dia em que vira o
compadre sair com a filha para o Recife, fazendo tudo
com tão boa vontade, que Vitorino não lhe era mais o
homem infeliz, o pobre bobo, o sem-vergonha, o
vagabundo que tanto lhe desagradava. Vitorino apeou-se
para falar do ataque ao Pilar. Não era amigo de Quinca
Napoleão, achava que aquele bicho vivia de roubar o
povo, mas não aprovava o que o capitão fizera com a D.
Inês.
— Meu compadre, uma mulher como a D. Inês é
para ser respeitada.
— E o capitão desrespeitou a velha, compadre?
— Eu não estava lá. Mas me disseram que botou
o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver se D. Inês
lhe dava a chave do cofre. Ela não deu. José Medeiros,
que é homem, borrou-se todo quando lhe entrou um
cangaceiro no estabelecimento.
Me disseram que o safado chorava como bezerro
desmamado. Este cachorro anda agora com o fogo da
força da polícia fazendo o diabo com o povo.
(José Lins do Rego, Fogo Morto)
 
Sem que haja alteração de sen�do do texto, assinale a
alterna�va correta quanto à regência verbal.
a) Quando o Capitão Vitorino chegou na sua casa, Mestre
José Amaro foi cumprimentar-lhe.
b) Mestre José Amaro lembrou-se que �nha desfeito a
imagem de Vitorino como um bobo.
c) A forma solícita como Vitorino tratou a filha vinha de
encontro à imagem dele como pobre bobo.
d) Vitorino não se simpa�zava de Quinca Napoleão e lhe
desaprovava o que fizera a D. Inês.
e) Vitorino não era amigo de Quinca Napoleão, pensava
de que ele vivia de roubar o povo.
GR0149 - (Fgv)
Assinale a alterna�va em que a regência verbal está de
acordo com a norma culta.
a) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do
que os legumes e verduras.
b) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção
e leve junto um Home Theater!
c) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando
�tulos e euros.
d) Construir impérios a par�r do nada implica inovação e
paixão pelo risco.
e) A Caixa Econômica informou os mutuários que não
haverá prorrogação de prazos.
GR0137 - (Embraer)
A neutralidade das emissões de carbono até
2050 é considerada crucial para a�ngir o obje�vo do
Acordo do Clima de Paris de manter a temperatura global
até 2 ºC (idealmente até 1,5 ºC) acima dos níveis pré-
industriais. O número de países comprome�dos com essa
meta cresce a cada ano, mas as emissões de gases de
efeito estufa também. Reduzir a lacuna entre retórica e
ação exigirá esforços massivos e ampla coordenação
entre os governos, o setor energé�co e os consumidores.
A meta é di�cil, mas, segundo a Agência Internacional de
Energia (AIE), é fac�vel.
Trata-se de uma meta ambiciosa. Basta lembrar
que, em todo o mundo, 785 milhões de pessoas ainda
não têm acesso _____ eletricidade e 2,6 bilhões não têm
acesso _____ soluções limpas para cozinhar. Para garan�r
que a transição será inclusiva, as nações desenvolvidas
4@professorferretto @prof_ferretto
precisarão fornecer recursos e tecnologias _____ em
desenvolvimento. Estarão elas dispostas _____ arcar com
esses custos? É possível garan�r que elas não elevarão o
preço da energia a níveis impra�cáveis para os mais
pobres, aumentando assim as desigualdadesentre as
nações ricas e pobres e entre as classes ricas e pobres
dentro delas? São perguntas que deverão estar no centro
das discussões de fóruns como a COP 26 (26a
Conferência das Nações Unidas sobre Mudança
Climá�ca) da Convenção do Clima da ONU em novembro.
(I�nerário para a energia limpa. 
Editorial, h�ps://opiniao.estadao.com.br, 05.06.2021.
Adaptado)
 
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do segundo
parágrafo do texto devemser preenchidas,
respec�vamente, com:
a) a … à … aquelas … à
b) à … à … àquelas … a
c) a … a … aquelas … à
d) à … a … àquelas … a
GR0141 - (Ufrgs)
– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai,
depois da guerra (1). – Na Europa mataram (3) milhões
de judeus (4).
Contava as experiências (11)que os médicos
nazistas (6) faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes
as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois,
dos índios Jivaros. Amputavam (5) pernas e braços.
Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade
superior de um homem ________ metade inferior de
uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode.
Felizmente (12) morriam (7) essas atrozes quimeras (8);
expiravam como seres humanos (16), não eram obrigadas
a viver como aberrações. (________ essa altura eu �nha
os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava que (13) a
descrição das maldades nazistas me deixava comovido.)
Em 1948 foi proclamado (9) o Estado de
Israel (10). Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o
melhor vinho do armazém –, brindamos ao
acontecimento. E não saíamos de perto do rádio,
acompanhando ________ no�cias da guerra no Oriente
Médio (2). Meu pai estava entusiasmado com o novo
Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o
mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da
África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com
seus camelos: �pos muito esquisitos, Guedali.
Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias.
Por que não ir para Israel? Num país (14) de
gente tão estranha – e, ainda por cima (17), em guerra –
eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos
como combatente, entre a poeira e a fumaça dos
incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma
aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, a�rando
sem cessar; eu me via caindo, varado de balas (18).
Aquela, sim, era a morte (15) que eu almejava (20),
morte heroica, esplêndida jus�fica�va para uma vida
miserável, de monstro encurralado (19). E, caso não
morresse, poderia viver depois num kibutz. Eu, que
conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a
fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros
do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova
sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de
cavalo.
(Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim . 9. ed.
Porto Alegre: L&PM, 2001.)
 
Assinale a alterna�va que preenche corretamente as
lacunas.
a) à – À – às
b) a – A – às
c) à – A – às
d) a – À – as
e) à – A – as
GR0152 - (Efomm)
Felicidade clandes�na
Clarice Lispector
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos
excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um
busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos
achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos
da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o
que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de
ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para
aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato,
ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do
pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo,
onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas.
Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como
“data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento �nha para a crueldade. Ela toda
era pura vingança, chupando balas com barulho. Como
essa menina devia nos odiar, nós que éramos
imperdoavelmente boni�nhas, esguias, al�nhas, de
cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o
seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as
humilhações a que ela me subme�a: con�nuava a
implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a
exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de
Narizinho, de Monteiro Lobato.
5@professorferretto @prof_ferretto
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para
se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E
completamente acima de minhas posses. Disse-me que
eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o
emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria
esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar
num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente
correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim
numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para
meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a
outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para
buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a
esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na
rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de
andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes
seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo
mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como
sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano
secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua
casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a
resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder,
que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais
tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte”
com ela ia se repe�r com meu coração batendo.
E assim con�nuou. Quanto tempo? Não sei. Ela
sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não
escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a
adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes
adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito:
como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando
danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa,
sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro
esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de
manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu,
que não era dada a olheiras, sen�a as olheiras se cavando
sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua
casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa,
apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a
aparição muda e diária daquela menina à porta de sua
casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão
silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucida�vas. A
senhora achava cada vez mais estranho o fato de não
estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu.
Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou:
mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis
ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta
do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da
filha que �nha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de
perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura
em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi
então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma
para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo
quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro:
“pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa,
grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava
estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu
não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando
como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que
segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-
o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa,
também pouco importa. Meu peito estava quente, meu
coração pensa�vo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que
não o �nha, só para depois ter o susto de o ter. Horas
depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de
novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer
pão com manteiga, fingi que não sabia ondeguardara o
livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as
mais falsas dificuldades para aquela coisa clandes�na que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandes�na
para mim. Parece que eu já pressen�a. Como demorei!
Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era
uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me
com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase
puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era
uma mulher com o seu amante.
OBS.: O texto foi adaptado às regras do novo acordo
ortográfico.
 
Assinale a passagem em que a autora, apesar do uso
expressivo do termo, comete, de acordo com a norma
culta, um DESVIO de regência.
a) (...) Era um livro para se ficar vivendo com ele,
comendo-o, dormindo-o.
b) (...) Con�nuava a implorar-lhe emprestados os livros
que ela não lia.
c) (...) E que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo.
d) Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas,
fechei-o de novo (...).
e) (...) Balançando-me com o livro aberto no colo, sem
tocá-lo, em êxtase puríssimo.
GR0318 - (Fuvest)
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de
todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes
dispersas, mas um só ruído compacto1 que enchia todo o
cor�ço. Começavam a fazer compras na venda;
ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; ouviam-se
6@professorferretto @prof_ferretto
gargalhadas2 e pragas; já se não falava, gritava-se. Sen�a-
se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa
de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na
lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de
exis�r3, a triunfante sa�sfação de respirar sobre a terra.
Da porta da venda que dava para o cor�ço iam e
vinham como formigas; fazendo compras.
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu
numa a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da
casa.
– Nhá Dunga! gritou ela para baixo4, a sacudir
um pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje,
bata na porta5, ouviu?
Aluísio Azevedo, O cor�ço.
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo.
 
Cons�tui marca do registro informal da língua o trecho
a) “mas um só ruído compacto” (1º itálico).
b) “ouviam-se gargalhadas” (2º itálico).
c) “o prazer animal de exis�r” (3º itálico).
d) “gritou ela para baixo” (4º itálico).
e) “bata na porta” (5º itálico).
GR0148 - (Espm)
Embora de ocorrência frequente no co�diano, a
gramá�ca norma�va não aceita o uso do mesmo
complemento para verbos com regências diferentes. Esse
�po de transgressão só não ocorre na frase:
a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de
toda a polí�ca externa brasileira. (Clóvis Rossi)
b) Educador é todo aquele que confere e convive com
esses conhecimentos. (J. Carlos de Sousa)
c) Vi e gostei muito do filme “O Jardineiro Fiel” cujo
diretor é um brasileiro.
d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a
ela aspira.
e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase
que simultaneamente.
GR0150 - (Ita)
“Em frente da minha casa existe um muro
enorme, todo branco. No Facebook, uma postagem me
chama atenção: é um muro virtual e a brincadeira é
pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça. Não quero
pichar o mundo virtual, quero um muro de verdade, igual
a este de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas,
vou trombando nos muros espalhados pelos quarteirões,
repletos de frases tolas, xingamentos e erros de
português. Eu bem poderia modificar isso. 
"O caminho se faz caminhando”, essa frase
genial, tão forte e certeira do poeta espanhol Antonio
Machado, merece aparecer em diversos muros. Basta
pensar um pouco e imaginar; de fato, não há caminho, o
caminho se faz ao caminhar. 
De repente, vejo um prédio inteiro marcado por
riscos sem sen�do e me calo. Fui tentar entender e não
me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de
di�cil compreensão. As explicações prosseguem: grafite é
arte, pichar é vandalismo. O pequeno vândalo escondido
dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto
até o cheiro da lama de Woodstock em letras garrafais:
“Não importam os mo�vos da guerra, a paz é muito mais
importante”. 
Feita uma folha deslizando pelas águas correntes
do rio me surge a imagem de John Lennon; junto dela,
outra frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada
pela minha mão, tornando-se: o sonho nunca acaba. E
minha cabeça já se transforma num muro todo branco. 
Desde os primórdios dos tempos, usamos a
escrita como forma de expressão, os homens das
cavernas deixaram pichados nas rochas diversos sinais.
Num ato impulsivo, comprei uma �nta spray, atravessei a
rua chacoalhando a lata e assim prossegui até chegar à
minha sala, abraçado pela ansiedade aumentada a cada
passo. Coloquei o dedo no ga�lho do spray e fiquei
respirando fundo, juntando coragem e na mente
desenhando a primeira frase para pichar, um �po de
lema, aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem”
– percebo, num sorrir de canto de boca, o quanto os
sonhos marcam a minha existência. 
Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A
lagarta nunca pensou em voar, mas daí, no espanto da
metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra,
completamente tola, me ocorreu depois de assis�r a um
documentário, convencido de que o panda é um bicho
ca�vante, mas vive distante daqui e sua agonia não é
menor das dos nossos bichos. Assim pensando, as letras
duma nova pichação se formaram num estalo:
“Esqueçam os pandas, salvem as jagua�ricas!”.
No muro do cemitério, escreveria outra frase que
gosto: “Em longo prazo estaremos todos mortos”, do
John Keynes, que trago comigo desde os tempos da
faculdade. Frases de túmulos ganhariam os muros; no de
Salvador Allende está consagrado, de autoria
desconhecida: “Alguns anos de sombras não nos tornarão
cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia também
uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus
sonhos, porque se um dia eles se forem, você con�nuará
vivendo, mas terá deixado de exis�r”. 
Claro, eu poderia escrever essas frases num livro,
num caderno ou no papel amassado que embrulha o pão
da manhã, mas o muro me ca�va, porque está ao alcance
das vistas de todos e quero gritar para o mundo as frases
que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros.
Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão
7@professorferretto @prof_ferretto
se acabando e ainda tenho tanto a pichar... “É preciso
muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um
certo prazer na loucura que só um louco conhece”, de
Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me
bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana... 
Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem
sei, mas quero con�nuar a sonhar”, que serve para
exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha
sala, escrevendo no computador o que gostaria de jogar
nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho
na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem
aquele muro enorme, branco e virgem, clamando por
frases. 
Não sei quanto tempo resis�rei até puxar o
ga�lho do spray.” 
Adaptado de ALVEZ, A, L. Um muro para pichar. Correio
do Estado, fev. 2018. Disponível em:
h�ps://www.correiodoestado.com.br/opiniao/leia-a-
cronica-de-andre-luiz-alvez-um-mur-para-pichar/321052/
 
Por ser uma crônica, o texto 2 apresenta formas
coloquiais, que por vezes distanciam o texto da norma
padrão da língua portuguesa. Assinale a alterna�va em
que ocorre desvio da norma culta.
a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é
grafite, é tribal, coisas de di�cil compreensão.
b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca
frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama
de Woodstock [...]
c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...]
d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita
como forma de expressão [...]
e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas
vão se acabando e ainda tenho tanto a pichar...
GR0393 - (Fuvest)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma
vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos �nham a
vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus
das florestas d’Áfica.Um deus dos negros pobres. Que
podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou
o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi
transformar a bexiga de negro em alastrim, bexiga branca
e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas
Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o
lazareto*, Omolu só queria com o alastrim marcar seus
filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as
macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade,
levasse para os ricos la�fundiários do sertão. Eles �nham
dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam
tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os
negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros
não o esqueçam avisa no seu cân�co de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques ba�am nas
macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu
pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão
de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia
 
* lazareto = estabelecimento onde são postas de
quarentena as pessoas que, chegadas a um porto, podem
ser portadoras de molés�as contagiosas.
 
Das propostas de subs�tuição para os trechos
sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que
faz, de maneira adequada, a correção de um erro
grama�cal presente no discurso do narrador é:
a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia
morrido negro, havia morrido pobre.
b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que
matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora.
c) “Eles �nham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas
não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco
sabiam da vacina.
d) “Mas para que seus filhos negros não o esqueçam
[...].”: não lhe esqueçam.
e) “E numa noite que os atabaques ba�am nas
macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques.
GR0154 - (Esa)
Assinalea alterna�va correta quanto à regência verbal:
a) O bom cidadão obedece as leis e os regulamentos.
b) O caçador visou ao alvo, disparou o �ro, mas não
acertou.
c) Assis�mos o desfile cívico ao lado do palanque das
autoridades.
d) Lembrei a resposta correta no úl�mo minuto de prova.
e) O estabelecimento de ensino já informou aos alunos
das notas das provas finais.
GR0145 - (Pucrj)
Não há uma receita para se fazer arte nem deve haver
temas bons e temas maus entre os quais o ar�sta teria de
escolher. Qualquer assunto pode ser matéria da arte e de
boa arte. Naturalmente, alguns temas se prestam mais a
determinados gêneros ar�s�cos que a outros. O que
decide é a personalidade do ar�sta e seu talento: sua
tarefa consiste mesmo em realizar a alquimia do real para
criar o valor esté�co, o prazer esté�co. De minha parte,
creio que, em um mundo cheio de tragédias e violência,
8@professorferretto @prof_ferretto
um pouco de alegria e o�mismo pode ajudar a viver. Uma
das funções da arte é aumentar o grau de maravilhoso
que a vida possui e de que as pessoas necessitam. 
GULLAR, Ferreira. Disponível em:
h�ps://www.dgabc.com.br/No�cia/365915/ferreiragullar-
fala-de-arte-e-cultura-brasileira. Acesso em: 18 ago. 2021
 
Nas alterna�vas abaixo, a frase “Naturalmente, alguns
temas se prestam mais a determinados gêneros ar�s�cos
que a outros.” foi modificada pela subs�tuição do verbo.
A regência do novo verbo está de acordo com a norma
padrão em:
a) Naturalmente, alguns temas se ajustam mais sobre
determinados gêneros ar�s�cos que sobre outros.
b) Naturalmente, alguns temas se adaptam mais em
determinados gêneros ar�s�cos que em outros.
c) Naturalmente, alguns temas transitam mais por
determinados gêneros ar�s�cos que por outros.
d) Naturalmente, alguns temas reivindicam mais a
determinados gêneros ar�s�cos que a outros.
GR0146 - (Eear)
Assinale a alterna�va que NÃO está de acordo com a
norma culta quanto à regência dos nomes em destaque.
a) São poucas as funções a que esta jovem trabalhadora
está apta.
b) O pai recriminava os hábitos culturais que a filha �nha
admiração.
c) As crí�cas a que o chefe era sensível agora não o
incomodam mais.
d) Os profissionais a quem ele tem desprezo fizeram com
que ele perdesse o emprego.
GR0151 - (Efomm)
O homem deve reencontrar o Paraíso...
 Rubem Alves
 Era uma família grande, todos amigos. Viviam como
todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que
é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava
um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de
vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu,
as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o
que �nham, compraram um barco capaz de atravessar
mares e sobreviver tempestades.
 Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber.
São muitos os saberes necessários para se navegar.
Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de
fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de
navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas,
as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o
motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os
mapas... Disse certo o poeta: Navegar é preciso, a ciência
da navegação é saber preciso, exige aparelhos, números
e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se
aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com
saberes exatos sobre tecidos, cordas e ventos,
instrumentos de navegação não informam mais ou
menos. Assim, eles se tomaram cien�stas, especialistas,
cada um na sua - juntos para navegar.
 Chegou então o momento da grande decisão - para
onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile,
outro os canais dos fiordes da Nomega, um outro queria
conhecer os exó�cos mares e praias das ilhas do Pacífico,
e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de
Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o
assunto era a escolha do des�no, as ciências que
conheciam para nada serviam.
 De nada valiam números, tabelas, gráficos,
esta�s�cas. Os computadores, coitados, chamados a dar
o seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não
têm preferências - falta-lhes essa su�l capacidade
de gostar, que é a essência da vida humana. Perguntados
sobre o porto de sua escolha, disseram que não
entendiam a pergunta, que não lhes importava para onde
se estava indo.
 Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se
com os sonhos. Infelizmente a ciência, u�líssima,
especialista em saber como as coisas funcionam, tudo
ignora sobre o coração humano. E preciso sonhar para se
decidir sobre o des�no da navegação. Mas o coração
humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é
coisa imprecisa. Disse certo o poeta: Viver não é preciso.
Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o
impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa
ciência de navegar.
 Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas
imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia
seus Cân�cos dizendo: E pois com a nau no mar /
assestamos a quilha contra as vagas... Cecília
Meireles: Foi, desde sempre, o mar! A solidez da terra,
monótona/parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do
grande mar/ mul�plicada em suas malhas de perigo. E
Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não
descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas
não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos
conduz para a terra dos nossos filhos... Viver é navegar
no grande mar!
 Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio,
comparou a nossa civilização a uma galera que navega
pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam
com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem
remos novos, mais perfeitos. O ritmo das remadas
acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera
navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre o
porto do des�no, respondem os remadores: O porto não
nos importa. O que importa é a velocidade com que
navegamos.
9@professorferretto @prof_ferretto
 C. Wright Mills usou esta metáfora para descrever a
nossa civilizaçãopor meio duma imagem plás�ca:
mul�plicam-se os meios técnicos e cien�ficos ao nosso
dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez
mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde
navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou
perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação
à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia.
Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho
impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um
ponto ina�ngível que indica uma direção.
 Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as
coisas são ina�ngíveis... ora! / Não é mo�vo para não
querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora/ A
mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro
sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920
diagnos�cava a doença da nossa civilização: Não temos
consciência de direções, não escolhemos direções.
Faltam-nos estrelas que nos indiquem o des�no.
 Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas,
determinadas pelo pragma�smo da tecnologia (o
importante é produzir o objeto) e pelo obje�vismo da
ciência (o importante é saber como funciona), são: Como
posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema
concreto par�cular? E conclui: E em todas essas
perguntas sen�mos o eco o�mista: não preciso de me
preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo.
 Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa
ciência da navegação, sem que os estudantes sejam
levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e
sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a
forma de peste epidêmica: cada especialista se dedica,
com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu
parafuso, sua polia, sua vela, seu mastro.
 Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se
forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas
em revistas internacionais. Quando se lhes
pergunta: Para onde seu barco está navegando?, eles
respondem: Isso não é cien�fico. Os sonhos não são
objetos de conhecimento cien�fico...
 E assim ficam os homens comuns abandonados por
aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes
poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão
das escolas, começando com as crianças e con�nuando
com os cien�stas, como outra que não a da realização do
dito do poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso.
 E necessário ensinar os precisos saberes da navegação
enquanto ciência. Mas é necessário apontar com
imprecisos sinais para os des�nos da navegação: A terra
dos filhos dos meus filhos, no mar distante... Na verdade,
a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens
sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da
navegação. E inú�l ensinar a ciência da navegação a
quem mora nas montanhas...
 O meu sonho para a educação foi dito por
Bachelard: O universo tem um des�no de felicidade. O
homem deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é jardim,
lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e
mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o
deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as
estrelas, um brilho chamado progresso. Está na bandeira
nacional... E, quilha contra as vagas, a galera navega em
direção ao progresso, a uma velocidade cada vez maior, e
ninguém ques�ona a direção. E é assim que as florestas
são destruídas, os rios se transformam em esgotos de
fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se
cobrem de lixo - e tudo ficou feio e triste.
 Sugiro aos educadores que pensem menos nas
tecnologias do ensino - psicologias e quinquilharias - e
tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um
Paraíso. 
OBS.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo
Ortográfico. 
 
Mario Quintana explicou a utopia com um verso (...).
Analisando-se os fragmentos que se seguem, a regência
da forma verbal que difere do exemplo acima aparece na
alterna�va
a) Venderam o que �nham, compraram um barco capaz
de atravessar mares e sobreviver (...) 
b) Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! 
c) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber
d) Houve um momento em que se viu, por entre as
estrelas, um brilho chamado progresso.
e) (...) e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de
um Paraíso.
GR0143 - (Unitau)
“Se a minha vida não vale, que produzam sem mim’. A
frase do cartaz de uma manifestante nas ruas de Buenos
Aires, em 19 de outubro, expressa um ponto de
inflexão nos protestos contra a violência sofrida pelas
mulheres. Não são apenas mulheres no lado de dentro
das ruas, mas mulheres fora da produção. Ao relacionar
corpos violados com corpos que se recusam a produzir,
pela declaração de greve geral, o potencial de
ques�onamento e de rebelião amplia-se. Não é uma
fagulha, mas um incêndio. Este não é um outubro
qualquer no campo dos feminismos.”
BRUM, E. Mulheres, corpo e insurreição.
Disponível em:
h�p://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/
1477313842_ 805785.html.
Acesso em 09 de nov. de 2016.
 
No trecho “[...] protestos contra a violência sofrida pelas
mulheres”, o termo em destaque não leva acento
indica�vo de crase. Em relação a esse não uso, é correto
afirmar:
10@professorferretto @prof_ferretto
a) Há, apenas, presença da preposição “a”, o que jus�fica
o não uso do acento.
b) A presença da preposição “contra” jus�fica o não uso
do acento.
c) A presença do termo masculino “protestos” jus�fica o
não uso do acento.
d) Há, apenas, presença de ar�go, sem
acompanhamento de preposição, o que jus�fica o não
uso do acento.
e) O fato de o “a” se referir também à expressão escrita
no plural “pelas mulheres” jus�fica o não uso do
acento.
GR0652 - (Uece)
Sons que confortam
Martha Medeiros
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um
colapso cardíaco(07) (14). Só estavam os três na casa: o
pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos(13). Chamaram o
médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E
aguardaram(01). Até que o garoto escutou um barulho lá
fora(12). É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida
ouvira um som mais lindo(11), mais calmante, do que os
pneus daquele carro amassando as folhas de outono
empilhadas junto ao meio-fio.
Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro
do médico se aproximando, o homem que salvaria seu
pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um
sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo
choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais
aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros:
o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu
filho voltou(04).
E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para
outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo
pela enésima vez o recado na secretária eletrônica de
alguém que já morreu(05).
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a
dos sons co�dianos: a voz no alto-falante do aeroporto
dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão
apagadas e o espetáculo irá começar.
O telefone tocando exatamente no horário que se
espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que
antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda(08), se
for grande a ansiedade para se falar com alguém
distante.
O barulho da chuva forte no meio da madrugada,
quando você está no quen�nho da sua cama.
Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da
sua, provocando a falsa sensação de que você está
viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando
em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal
sendo falado por alguém que passou, fazendo você
lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
O toque do interfone quando se aguarda
ansiosamente a chegada do namorado(06) (10) (16).
Ou mesmo a chegada da pizza.
O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu
celular.
A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia
de trabalho.
O sinal da hora do recreio.(02)
A música que você mais gosta tocando no rádio do
carro(09). Aumente o volume.
O aplauso depois que você, nervoso, falou em público
para dezenas de desconhecidos.
O primeiro eu te amo dito por quem você também
começou aamar(03).
E o mais raro de todos: o silêncio absoluto.
MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: L&PM
Editores, 2011.
 
Em função de uma linguagem mais simples e coloquial, a
crônica, muitas vezes, pode “desrespeitar” a norma
grama�cal própria do uso culto da escrita formal da
língua, o que pode ser observado no texto de Martha
Medeiros na seguinte passagem:
a) “Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um
colapso cardíaco” (07), em que, grama�calmente, o
verbo “ser”, indicando tempo, não varia em número
para concordar com “quatro da manhã”.
b) “Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar
pode ser bem-vinda” (08), em que o verbo
“anteceder” exige um complemento com preposição.
c) “A música que você mais gosta tocando no rádio do
carro” (09) em que a regência do verbo “gostar” não é
obedecida.
d) “O toque do interfone quando se aguarda
ansiosamente a chegada do namorado” (10), em que a
expressão “a chegada’ deveria vir com o acento
indica�vo de crase, já que o verbo “aguardar” exige
complemento com a preposição “a”, bem como o
ar�go que acompanha o substan�vo é do gênero
feminino.
GR0665 - (Ufrgs)
Entre as situações linguís�cas que o português já
viveu em seu contato com outras línguas, cabe considerar
uma situação que se realiza em nossos dias: aquela em
que ele é uma língua de emigrantes. Para o leitor
brasileiro, soará talvez estranho que falemos aqui do
português como uma língua de EMIGRANTES, pois o
Brasil foi antes de mais nada um país para o qual se
dirigiam em massa, durante mais de dois séculos,
pessoas nascidas em vários países europeus e asiá�cos;
11@professorferretto @prof_ferretto
assim, para a maioria dos brasileiros, a representação
mais natural é a da convivência no Brasil com
IMIGRANTES vindos de outros países. Sabemos,
entretanto, que, nos úl�mos cem anos, muitos falantes
do português foram buscar melhores condições de vida,
par�ndo não só de Portugal para o Brasil, mas também
desses dois países para a América do Norte e para vários
países da Europa: em certo momento, na década de
1970, viviam na região parisiense mais de um milhão de
portugueses – uma população superior à (24) que �nha
então a cidade de Lisboa. Do Brasil, têm ........ nas úl�mas
décadas muitos jovens e trabalhadores, dirigindo-se aos
quatro cantos do mundo.
A existência de comunidades de imigrantes é sempre
uma situação delicada para (30) os próprios imigrantes e
para (31) o país que os recebeu: normalmente, os
imigrantes vão a países que têm interesse em usar sua
força de trabalho, mas qualquer oscilação na economia
faz com (35) que os na�vos ........ sua presença como
indesejável; as diferenças na cultura e na fala podem
alimentar preconceitos e desencadear problemas reais
de diferentes ordens.
Em geral, proteger a cultura e a língua do imigrante
não é um obje�vo prioritário dos países hospedeiros,
mas no caso do português tem havido ........ . Em certo
momento, o português foi uma das línguas estrangeiras
mais estudadas na França; e, em algumas cidades do
Canadá e dos Estados Unidos, um mínimo de vida
associa�va tem garan�do a sobrevivência de jornais
editados em português, man�dos pelas próprias
comunidades de origem portuguesa e brasileira.
(Adaptado de: ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O
português como língua de emigrantes. In:__O português
da gente: a língua que estudamos a língua que falamos.
São Paulo: Contexto, 2006. p. 42-43.)
 
Considere as seguintes sugestões de alteração de
segmentos do texto.
 
I. A forma “à” (ref. 24) poderia ser subs�tuída por
“àquela”, porque não acarretaria problemas de uso da
norma culta do português.
II. A preposição “para” poderia ser subs�tuída por
“entre” na referência 30 e elidida na 31, preservando a
correção e o sen�do do trecho original.
III. A preposição “com” (ref. 35) poderia ser elidida da
oração sem prejuízo da correção grama�cal.
 
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
GR0672 - (Famerp)
No Brasil, como no restante do Novo Mundo, o que
separa a história da pré-história é mais do que um mero
prefixo. Existe, entre os dois períodos, um abismo de
desconhecimento e incompreensão. Embora o trabalho
dos arqueólogos literalmente se aprofunde cada vez
mais, restam ainda imensas lacunas a respeito dos
habitantes que, em tempos remotos, ocuparam o
território que viria a ser o Brasil. O que já se sabe, porém,
permite afirmar que a herança “pré-histórica” — ou seja,
o legado dos povos que por no mínimo dez milênios aqui
viveram — é bem mais sólida e está muito mais presente
do que o senso comum em geral supõe.
É preciso não esquecer, afinal, que, por pelo menos
cem séculos, esses povos ancestrais — cuja própria
origem ainda não pôde ser inteiramente esclarecida —
testaram um repertório de alterna�vas e um leque de
possibilidades alimentares, ecológicas e logís�cas que os
conquistadores europeus, sob risco de colocarem em
perigo a própria sobrevivência, não puderam descartar
desde o instante em que desembarcaram no então
“novo” e desconhecido território, oficialmente em abril
de 1500.
Pode-se afirmar que as trilhas e os caminhos pelos
quais o país se expandiu, os sí�os onde se erguem suas
grandes cidades, inúmeros produtos agrícolas que hoje
saciam a fome da nação, bem como vários hábitos e
costumes nacionais, são fruto direto de um
conhecimento milenar — que, embora esteja dessa
forma preservado, na essência se perdeu. É preciso ter
em mente, portanto, que uma compreensão mais plena
do Brasil impõe um mergulho no passado — e que esse
passado é muito mais profundo do que apenas os
úl�mos cinco séculos.
(Brasil: uma história: cinco séculos de um país em
construção, 2012.)
 
Considere o trecho:
 
Pode-se afirmar que as trilhas ...................... o país
percorreu são fruto de um conhecimento milenar.
 
A lacuna da frase é preenchida, com correção grama�cal,
por:
a) onde.
b) das quais.
c) que.
d) às quais.
e) o qual.
GR0689 - (Unifenas)
CIDADANIA E DEMOCRACIA NA ANTIGUIDADE
12@professorferretto @prof_ferretto
Por Leandro Augusto Mar�ns Junior
Mestre em História Polí�ca pela UERJ
POLÍTICA NA ANTIGUIDADE
A An�guidade surge como um período histórico de
fundamental importância, destacadamente por suas
criações e legados, muitos dos quais essenciais ao
conhecimento produzido pelas sociedades humanas.
Espaço de elaboração dos primeiros sistemas de
escrita, do teatro, dos jogos olímpicos e de boa parte das
áreas do conhecimento, a An�guidade assis�u
igualmente ao surgimento das primeiras cidades e, com
elas, do aparecimento do Estado enquanto ins�tuição
capaz de regulamentar o convívio entre os homens. A
par�r de então, o crescente nível de complexidade das
civilizações comportou também o fortalecimento das
relações polí�cas.
(...)
Ao longo dos séculos seguintes diversos povos
passaram a adotar, com maior ou menor impacto, noções
mais amplas de cidadania, muito embora ainda hoje
possamos notar a existência de ditaduras teocrá�cas,
caudilhismos e �ranias de outras naturezas. A própria
cons�tuição da cidadania brasileira, por exemplo, tem
sido elaborada através de um processo de avanços e
recuos: se por um lado o século XX nos ofertou o direito
de voto às mulheres e analfabetos, por outro a existência
de prá�cas coronelistas como a “compra de votos”
emperra o desenvolvimento de nossa cidadania em sua
plenitude.
Disponível em:
 Acesso em: 22/08/22.
 
“[...] a An�guidade assis�u igualmente ao surgimento das
primeiras cidades e, com elas, do aparecimento do
Estado enquanto ins�tuição capaz de regulamentar o
convívio entre os homens.”.
Sobre o verbo “assis�u” é correto afirmar que
a) não haveria nenhuma alteração na frase se ele fosse
trocado pelo verbo “viu”, portanto a preposição A, em
“(...) ao surgimento (...)”, seria man�da.
b) ele foi usado em desacordo com a norma-padrão;
pois, com sen�do de “ver”, não há preposição,
portanto o correto seria “assis�u igualmente o
surgimento”.
c)ele tem como complemento a expressão “(...) das
primeiras cidades e, com elas, do aparecimento do
Estado (...)”.
d) a crase seria usada caso a palavra “surgimento” fosse
subs�tuída por “aparição”, gerando “(...) assis�u
igualmente à aparição das primeiras cidades (...)”.
e) ele é sinônimo de ajudar, dar assistência, portanto o
uso da preposição A é um equívoco, e o correto seria
“assis�u igualmente o surgimento”.
GR0722 - (Faminas)
Seu cérebro quer água!
Ficar só um pouco desidratado já compromete o
trabalho dos neurônios e causa até irritação. Novo
estudo da Universidade de Connec�cut, nos Estados
Unidos, aponta um mo�vo inusitado para bebermos
bastante líquido ao longo do dia, e especialmente
quando estamos lendo, estudando, escrevendo…
Após acompanhar 51 voluntários subme�dos a testes
de atenção e lógica, os cien�stas descobriram que
mesmo uma desidratação leve – aquela que muitas vezes
surge antes de a sede dar as caras – já atrapalha o
raciocínio. Mais do que isso, o humor piora com a falta de
H2O no organismo. “Todas as células do corpo precisam
de água para funcionar, e as neuronais não são exceção”,
explica o fisiologista e autor da pesquisa, Lawrence
Armstrong. “Sem hidratação adequada, as informações e
sen�mentos acabam sendo processados de um jeito
impróprio pela massa cinzenta”, conclui.
(Saúde é vital, maio/2012)
 
Assinale a afirma�va correta acerca do trecho
sublinhado.
a) “já compromete o trabalho dos neurônios” – forma
própria da linguagem coloquial, em desacordo com a
norma culta.
b) “aponta um mo�vo inusitado” – como termo regente
exige preposição ao subs�tuir “mo�vo” por “causa”.
c) “subme�dos a testes de atenção” – a subs�tuição por
“subme�dos aos” mantém a correção grama�cal.
d) falta de H2O no organismo” – termo regente que
mantém relação com o termo regido “falta” através da
preposição “de”.
13@professorferretto @prof_ferretto

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