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Não respondidas Vestibulares Regência e Crase GR0140 - (U�) Opinião não é argumento Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desis�r de ensinar Filosofia da Religião. Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças"? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se es�ver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova. Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo ”direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da É�ca, Teoria da Ação e Filosofia Polí�ca. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas. Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não cri�cá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia. [...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões — argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como subs�tutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em ”Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna. Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como ”passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo ”direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo ”direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...] CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). Quanto à u�lização de indica�vos de crase, analise as afirma�vas. I- Em: “[...] à maneira que a filosofia opera há séculos” (1º parágrafo), a crase é de uso faculta�vo, pois “a maneira” indica locução verbal II- Em: “[...] argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus” (1º parágrafo), a crase é faculta�va, pois há contração da preposição “a” com o ar�go feminino “a”. III- Em: “O direito à crença” (2º parágrafo), a crase é obrigatória, devido à contração da preposição “a” com o ar�go feminino “a”. Assinale a alterna�va correta. 1@professorferretto @prof_ferretto a) Apenas a afirma�va I está correta. b) Apenas as afirma�vas I e II estão corretas. c) Apenas a afirma�va III está correta. d) Todas as afirma�vas estão corretas. GR0136 - (Fgv) Convivas de boa memória Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique. Um an�go dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal an�go; mas era um an�go, e basta. Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que �vesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela con�nuidade e repe�ção. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que ves�ram! Eu não a�no com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão. E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que �nham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista. É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas. (Assis, de Machado. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65) Assinale a alterna�va em que está correto o uso do acento indica�vo de crase: a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória. b) Ele se referiu às pessoas de boa memória. c) As pessoas aludem à uma causa específica. d) Ele passou a ser entendido à par�r de suas reflexões sobre a memória. e) Os livros foram entregues à ele. GR0144 - (Fgvsp) Na virada do século, chegou o euro. Na prá�ca, era como se o marco alemão mudasse de nome para “euro" e passasse a suprir o resto do con�nente (a maior parte dele, pelo menos). Parecia bom para todas as partes. Os governos dos países menos pibados passariam a receber os impostos dos seus cidadãos em euros, uma moeda garan�da pelo PIB alemão. Impostos servem para pagar as dívidas dos governos – além da lagosta dos governantes. E agora os contribuintes pagavam em euros. Resultado: o mercado passou a emprestar para os países bagunçados da Europa a juros baixíssimos. Aí choveu euro na periferia da Europa. A economia ali cresceu como nunca, mas os governantes gastaram como sempre. Além disso, não perceberam que seus países eram pequenos demais para suportar o peso de uma moeda forte. Com os PIBs dos europobres caindo, a arrecadação deles diminuiu. Menos arrecadação, mais problemas para pagar dívidas. Aí tome mais dinheiro emprestado para ir rolando a pendura, só que agora a juros menos fofos. (Superinteressante, agosto de 2015. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, assinale a alterna�va correta quanto à regência e ao uso ou não do acento indica�vo da crase. a) Coube à moeda alemã à garan�a que o euro chegasse com segurança a países europeus. b) Coube a moeda alemã à garan�a de que o euro chegasse com segurança nos países europeus. c) Coube à moeda alemã a garan�a de que o euro chegasse com segurança aos países europeus. d) Coube à moeda alemã a garan�a que o euro chegasse com segurança à países europeus. e) Coube a moeda alemã a garan�a que o euro chegasse com segurança nos países europeus. GR0142 - (Esa) Assinale a alterna�va que preenche, de acordo com a norma padrão, as lacunas da seguinte frase: “O professor se referia _______ alunas dispostas ________ vencer qualquer obstáculo do dia ______ dia.” 2@professorferretto @prof_ferretto a) às – a – a b) às – a – à c) às – à – a d) as – à – à e) as– a – à GR0347 - (Pucrj) Nas alterna�vas abaixo, a frase “Naturalmente, alguns temas se prestam mais a determinados gêneros ar�s�cos que a outros.” foi modificada pela subs�tuição do verbo. A regência do novo verbo está de acordo com a norma- padrão em: a) Naturalmente, alguns temas se ajustam mais sobre determinados gêneros ar�s�cos que sobre outros. b) Naturalmente, alguns temas se adaptam mais em determinados gêneros ar�s�cos que em outros. c) Naturalmente, alguns temas transitam mais por determinados gêneros ar�s�cos que por outros. d) Naturalmente, alguns temas reivindicam mais a determinados gêneros ar�s�cos que a outros. GR0135 - (Pucrs) Festas de casamento falsas viram moda na Argen�na Comida gostosa, música boa, bar liberado ____ noite toda... quem nunca ______ até altas horas numa boa festa de casamento? Esse ritual, que muitos já presenciaram ao longo da vida, é, porém, desconhecido para alguns representantes das gerações mais jovens. Mas há uma solução para elas: Casamento Falso (ou Falsa Boda, no nome original em espanhol), uma ideia de cinco amigos de La Plata, na Argen�na. O detalhe era que os convidados não eram amigos ou parentes dos noivos, mas ilustres desconhecidos que compraram entradas para o evento. Mar�n Acerbi, um publicitário de 26 anos, estava cansado de ir sempre ____ mesmas boates. “Queríamos organizar uma festa diferente, original”, disse. E assim pensaram em fazer esse evento “temá�co”, que chamaram de Casamento Falso. Pablo Boniface, um profissional de marke�ng de 32 anos que esteve em um Casamento Falso em Buenos Aires em julho, disse que para ele foi a ocasião perfeita para realizar algo que sempre quis fazer: colocar uma gravata. “Para mim essas festas são até melhores do que um casamento real, _____ você não precisa se sentar com estranhos e ficar entediado. Você passa bons momentos com seus amigos e não se encontra com todos os �os e avôs que normalmente frequentam essas cerimônias”, disse Pablo. Adaptado de: h�p://www.bbc.com/portuguese/no�cias/2015 /08/150831_falsos_casamentos_tg. Acesso em 07 set. 2016. Assinale a alterna�va que preenche, correta e respec�vamente, as lacunas do texto. a) a – se diver�u – às – porque b) à – diver�u-se – as – por que c) a – diver�u-se – as – porque d) à – se diver�u – às – por que e) a – diver�u-se – às – por que GR0139 - (Eear) Quanto ao uso ou não do acento grave indicador de crase, assinale a alterna�va que preenche, correta e respec�vamente, as lacunas do texto abaixo. “Minha mãe, pessoa mais intransigente da casa, um dia acordou aberta ____ novas experiências. Deixou de lado seu ponto de vista contrário ____ aquisição de animais domés�cos e achou que valeria ____ pena adotar um cão. Porém, quanto ____ passarinhos, jamais; queria-os livres para voarem rumo ____ liberdade.” a) a – a – à – a – a b) à – a – à – à – à c) à – à – a – à – a d) a – à – a – a – à GR0552 - (Eear) Em qual alterna�va o emprego da crase está incorreto? a) O ataque à igreja ortodoxa foi inadmissível. b) Ele se sente melancólico às vésperas do Natal. c) Logo após à promulgação do decreto, houve protestos em várias cidades. d) Durante o período de reclusão, muitas pessoas ficaram à beira de um ataque de nervos. GR0138 - (Espcex) “Ela ia recebê-lo à porta, falando e rindo, �rava-lhe o chapéu e a bengala, dava-lhe o braço e levava-o a uma cadeira, ou até à cadeira, porque havia lá na casa a ‘cadeira do Viegas’, obra especial, conchegada, feita para gente enferma ou anciã.” Nesse trecho de Machado de Assis, o acento grave na palavra destacada ocorre porque 3@professorferretto @prof_ferretto a) acrescentou-se o ar�go “a” ao pronome demonstra�vo “a”, para reforçar o substan�vo “cadeira”. b) acrescentou-se à preposição “a” o ar�go “a” para definir e reforçar que a cadeira era especial. c) houve a fusão da preposição “a” com o pronome oblíquo “a”, que se refere a “ela”. d) houve a fusão da preposição “a” com o pronome demonstra�vo “a”, para indicar posse. e) a gramá�ca exige que antes de palavra feminina seja sempre u�lizado o acento indica�vo de crase. GR0147 - (Ufpa) Assinale a alterna�va que contém as respostas certas: I - Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família. II - Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro. III - Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde. IV - Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou. a) II – III – IV b) I – II – III c) I – III – IV d) I – III e) I – II GR0153 - (Fgvsp) Pela tarde apareceu o Capitão Vitorino. Vinha numa burra velha, de chapéu de palha muito alvo, com a fita verde-amarela na lapela do paletó. O mestre José Amaro estava sentado na tenda, sem trabalhar. E quando viu o compadre alegrou-se. Agora as visitas de Vitorino faziam-lhe bem. Desde aquele dia em que vira o compadre sair com a filha para o Recife, fazendo tudo com tão boa vontade, que Vitorino não lhe era mais o homem infeliz, o pobre bobo, o sem-vergonha, o vagabundo que tanto lhe desagradava. Vitorino apeou-se para falar do ataque ao Pilar. Não era amigo de Quinca Napoleão, achava que aquele bicho vivia de roubar o povo, mas não aprovava o que o capitão fizera com a D. Inês. — Meu compadre, uma mulher como a D. Inês é para ser respeitada. — E o capitão desrespeitou a velha, compadre? — Eu não estava lá. Mas me disseram que botou o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver se D. Inês lhe dava a chave do cofre. Ela não deu. José Medeiros, que é homem, borrou-se todo quando lhe entrou um cangaceiro no estabelecimento. Me disseram que o safado chorava como bezerro desmamado. Este cachorro anda agora com o fogo da força da polícia fazendo o diabo com o povo. (José Lins do Rego, Fogo Morto) Sem que haja alteração de sen�do do texto, assinale a alterna�va correta quanto à regência verbal. a) Quando o Capitão Vitorino chegou na sua casa, Mestre José Amaro foi cumprimentar-lhe. b) Mestre José Amaro lembrou-se que �nha desfeito a imagem de Vitorino como um bobo. c) A forma solícita como Vitorino tratou a filha vinha de encontro à imagem dele como pobre bobo. d) Vitorino não se simpa�zava de Quinca Napoleão e lhe desaprovava o que fizera a D. Inês. e) Vitorino não era amigo de Quinca Napoleão, pensava de que ele vivia de roubar o povo. GR0149 - (Fgv) Assinale a alterna�va em que a regência verbal está de acordo com a norma culta. a) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do que os legumes e verduras. b) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção e leve junto um Home Theater! c) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando �tulos e euros. d) Construir impérios a par�r do nada implica inovação e paixão pelo risco. e) A Caixa Econômica informou os mutuários que não haverá prorrogação de prazos. GR0137 - (Embraer) A neutralidade das emissões de carbono até 2050 é considerada crucial para a�ngir o obje�vo do Acordo do Clima de Paris de manter a temperatura global até 2 ºC (idealmente até 1,5 ºC) acima dos níveis pré- industriais. O número de países comprome�dos com essa meta cresce a cada ano, mas as emissões de gases de efeito estufa também. Reduzir a lacuna entre retórica e ação exigirá esforços massivos e ampla coordenação entre os governos, o setor energé�co e os consumidores. A meta é di�cil, mas, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), é fac�vel. Trata-se de uma meta ambiciosa. Basta lembrar que, em todo o mundo, 785 milhões de pessoas ainda não têm acesso _____ eletricidade e 2,6 bilhões não têm acesso _____ soluções limpas para cozinhar. Para garan�r que a transição será inclusiva, as nações desenvolvidas 4@professorferretto @prof_ferretto precisarão fornecer recursos e tecnologias _____ em desenvolvimento. Estarão elas dispostas _____ arcar com esses custos? É possível garan�r que elas não elevarão o preço da energia a níveis impra�cáveis para os mais pobres, aumentando assim as desigualdadesentre as nações ricas e pobres e entre as classes ricas e pobres dentro delas? São perguntas que deverão estar no centro das discussões de fóruns como a COP 26 (26a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climá�ca) da Convenção do Clima da ONU em novembro. (I�nerário para a energia limpa. Editorial, h�ps://opiniao.estadao.com.br, 05.06.2021. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, as lacunas do segundo parágrafo do texto devemser preenchidas, respec�vamente, com: a) a … à … aquelas … à b) à … à … àquelas … a c) a … a … aquelas … à d) à … a … àquelas … a GR0141 - (Ufrgs) – Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra (1). – Na Europa mataram (3) milhões de judeus (4). Contava as experiências (11)que os médicos nazistas (6) faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, dos índios Jivaros. Amputavam (5) pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem ________ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. Felizmente (12) morriam (7) essas atrozes quimeras (8); expiravam como seres humanos (16), não eram obrigadas a viver como aberrações. (________ essa altura eu �nha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava que (13) a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) Em 1948 foi proclamado (9) o Estado de Israel (10). Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando ________ no�cias da guerra no Oriente Médio (2). Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: �pos muito esquisitos, Guedali. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir para Israel? Num país (14) de gente tão estranha – e, ainda por cima (17), em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, a�rando sem cessar; eu me via caindo, varado de balas (18). Aquela, sim, era a morte (15) que eu almejava (20), morte heroica, esplêndida jus�fica�va para uma vida miserável, de monstro encurralado (19). E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz. Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo. (Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim . 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.) Assinale a alterna�va que preenche corretamente as lacunas. a) à – À – às b) a – A – às c) à – A – às d) a – À – as e) à – A – as GR0152 - (Efomm) Felicidade clandes�na Clarice Lispector Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento �nha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente boni�nhas, esguias, al�nhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me subme�a: con�nuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. 5@professorferretto @prof_ferretto Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repe�r com meu coração batendo. E assim con�nuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sen�a as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucida�vas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que �nha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo- o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensa�vo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o �nha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia ondeguardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandes�na que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandes�na para mim. Parece que eu já pressen�a. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. OBS.: O texto foi adaptado às regras do novo acordo ortográfico. Assinale a passagem em que a autora, apesar do uso expressivo do termo, comete, de acordo com a norma culta, um DESVIO de regência. a) (...) Era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. b) (...) Con�nuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. c) (...) E que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. d) Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo (...). e) (...) Balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. GR0318 - (Fuvest) O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto1 que enchia todo o cor�ço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; ouviam-se 6@professorferretto @prof_ferretto gargalhadas2 e pragas; já se não falava, gritava-se. Sen�a- se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de exis�r3, a triunfante sa�sfação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cor�ço iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. – Nhá Dunga! gritou ela para baixo4, a sacudir um pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, bata na porta5, ouviu? Aluísio Azevedo, O cor�ço. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Cons�tui marca do registro informal da língua o trecho a) “mas um só ruído compacto” (1º itálico). b) “ouviam-se gargalhadas” (2º itálico). c) “o prazer animal de exis�r” (3º itálico). d) “gritou ela para baixo” (4º itálico). e) “bata na porta” (5º itálico). GR0148 - (Espm) Embora de ocorrência frequente no co�diano, a gramá�ca norma�va não aceita o uso do mesmo complemento para verbos com regências diferentes. Esse �po de transgressão só não ocorre na frase: a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de toda a polí�ca externa brasileira. (Clóvis Rossi) b) Educador é todo aquele que confere e convive com esses conhecimentos. (J. Carlos de Sousa) c) Vi e gostei muito do filme “O Jardineiro Fiel” cujo diretor é um brasileiro. d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira. e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que simultaneamente. GR0150 - (Ita) “Em frente da minha casa existe um muro enorme, todo branco. No Facebook, uma postagem me chama atenção: é um muro virtual e a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça. Não quero pichar o mundo virtual, quero um muro de verdade, igual a este de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas, vou trombando nos muros espalhados pelos quarteirões, repletos de frases tolas, xingamentos e erros de português. Eu bem poderia modificar isso. "O caminho se faz caminhando”, essa frase genial, tão forte e certeira do poeta espanhol Antonio Machado, merece aparecer em diversos muros. Basta pensar um pouco e imaginar; de fato, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar. De repente, vejo um prédio inteiro marcado por riscos sem sen�do e me calo. Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de di�cil compreensão. As explicações prosseguem: grafite é arte, pichar é vandalismo. O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de Woodstock em letras garrafais: “Não importam os mo�vos da guerra, a paz é muito mais importante”. Feita uma folha deslizando pelas águas correntes do rio me surge a imagem de John Lennon; junto dela, outra frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada pela minha mão, tornando-se: o sonho nunca acaba. E minha cabeça já se transforma num muro todo branco. Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão, os homens das cavernas deixaram pichados nas rochas diversos sinais. Num ato impulsivo, comprei uma �nta spray, atravessei a rua chacoalhando a lata e assim prossegui até chegar à minha sala, abraçado pela ansiedade aumentada a cada passo. Coloquei o dedo no ga�lho do spray e fiquei respirando fundo, juntando coragem e na mente desenhando a primeira frase para pichar, um �po de lema, aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem” – percebo, num sorrir de canto de boca, o quanto os sonhos marcam a minha existência. Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A lagarta nunca pensou em voar, mas daí, no espanto da metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra, completamente tola, me ocorreu depois de assis�r a um documentário, convencido de que o panda é um bicho ca�vante, mas vive distante daqui e sua agonia não é menor das dos nossos bichos. Assim pensando, as letras duma nova pichação se formaram num estalo: “Esqueçam os pandas, salvem as jagua�ricas!”. No muro do cemitério, escreveria outra frase que gosto: “Em longo prazo estaremos todos mortos”, do John Keynes, que trago comigo desde os tempos da faculdade. Frases de túmulos ganhariam os muros; no de Salvador Allende está consagrado, de autoria desconhecida: “Alguns anos de sombras não nos tornarão cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus sonhos, porque se um dia eles se forem, você con�nuará vivendo, mas terá deixado de exis�r”. Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que embrulha o pão da manhã, mas o muro me ca�va, porque está ao alcance das vistas de todos e quero gritar para o mundo as frases que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros. Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão 7@professorferretto @prof_ferretto se acabando e ainda tenho tanto a pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um certo prazer na loucura que só um louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana... Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero con�nuar a sonhar”, que serve para exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no computador o que gostaria de jogar nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem aquele muro enorme, branco e virgem, clamando por frases. Não sei quanto tempo resis�rei até puxar o ga�lho do spray.” Adaptado de ALVEZ, A, L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev. 2018. Disponível em: h�ps://www.correiodoestado.com.br/opiniao/leia-a- cronica-de-andre-luiz-alvez-um-mur-para-pichar/321052/ Por ser uma crônica, o texto 2 apresenta formas coloquiais, que por vezes distanciam o texto da norma padrão da língua portuguesa. Assinale a alterna�va em que ocorre desvio da norma culta. a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de di�cil compreensão. b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de Woodstock [...] c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...] d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão [...] e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a pichar... GR0393 - (Fuvest) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos �nham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’Áfica.Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negro em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*, Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos la�fundiários do sertão. Eles �nham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam: Ele é mesmo nosso pai e é quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cân�co de despedida: Ora, adeus, ó meus filhinhos, Qu’eu vou e torno a vortá... E numa noite que os atabaques ba�am nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado, Capitães da Areia * lazareto = estabelecimento onde são postas de quarentena as pessoas que, chegadas a um porto, podem ser portadoras de molés�as contagiosas. Das propostas de subs�tuição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro grama�cal presente no discurso do narrador é: a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido negro, havia morrido pobre. b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora. c) “Eles �nham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina. d) “Mas para que seus filhos negros não o esqueçam [...].”: não lhe esqueçam. e) “E numa noite que os atabaques ba�am nas macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques. GR0154 - (Esa) Assinalea alterna�va correta quanto à regência verbal: a) O bom cidadão obedece as leis e os regulamentos. b) O caçador visou ao alvo, disparou o �ro, mas não acertou. c) Assis�mos o desfile cívico ao lado do palanque das autoridades. d) Lembrei a resposta correta no úl�mo minuto de prova. e) O estabelecimento de ensino já informou aos alunos das notas das provas finais. GR0145 - (Pucrj) Não há uma receita para se fazer arte nem deve haver temas bons e temas maus entre os quais o ar�sta teria de escolher. Qualquer assunto pode ser matéria da arte e de boa arte. Naturalmente, alguns temas se prestam mais a determinados gêneros ar�s�cos que a outros. O que decide é a personalidade do ar�sta e seu talento: sua tarefa consiste mesmo em realizar a alquimia do real para criar o valor esté�co, o prazer esté�co. De minha parte, creio que, em um mundo cheio de tragédias e violência, 8@professorferretto @prof_ferretto um pouco de alegria e o�mismo pode ajudar a viver. Uma das funções da arte é aumentar o grau de maravilhoso que a vida possui e de que as pessoas necessitam. GULLAR, Ferreira. Disponível em: h�ps://www.dgabc.com.br/No�cia/365915/ferreiragullar- fala-de-arte-e-cultura-brasileira. Acesso em: 18 ago. 2021 Nas alterna�vas abaixo, a frase “Naturalmente, alguns temas se prestam mais a determinados gêneros ar�s�cos que a outros.” foi modificada pela subs�tuição do verbo. A regência do novo verbo está de acordo com a norma padrão em: a) Naturalmente, alguns temas se ajustam mais sobre determinados gêneros ar�s�cos que sobre outros. b) Naturalmente, alguns temas se adaptam mais em determinados gêneros ar�s�cos que em outros. c) Naturalmente, alguns temas transitam mais por determinados gêneros ar�s�cos que por outros. d) Naturalmente, alguns temas reivindicam mais a determinados gêneros ar�s�cos que a outros. GR0146 - (Eear) Assinale a alterna�va que NÃO está de acordo com a norma culta quanto à regência dos nomes em destaque. a) São poucas as funções a que esta jovem trabalhadora está apta. b) O pai recriminava os hábitos culturais que a filha �nha admiração. c) As crí�cas a que o chefe era sensível agora não o incomodam mais. d) Os profissionais a quem ele tem desprezo fizeram com que ele perdesse o emprego. GR0151 - (Efomm) O homem deve reencontrar o Paraíso... Rubem Alves Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que �nham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver tempestades. Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar. Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os mapas... Disse certo o poeta: Navegar é preciso, a ciência da navegação é saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos sobre tecidos, cordas e ventos, instrumentos de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles se tomaram cien�stas, especialistas, cada um na sua - juntos para navegar. Chegou então o momento da grande decisão - para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile, outro os canais dos fiordes da Nomega, um outro queria conhecer os exó�cos mares e praias das ilhas do Pacífico, e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto era a escolha do des�no, as ciências que conheciam para nada serviam. De nada valiam números, tabelas, gráficos, esta�s�cas. Os computadores, coitados, chamados a dar o seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não têm preferências - falta-lhes essa su�l capacidade de gostar, que é a essência da vida humana. Perguntados sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a pergunta, que não lhes importava para onde se estava indo. Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com os sonhos. Infelizmente a ciência, u�líssima, especialista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano. E preciso sonhar para se decidir sobre o des�no da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa imprecisa. Disse certo o poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar. Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus Cân�cos dizendo: E pois com a nau no mar / assestamos a quilha contra as vagas... Cecília Meireles: Foi, desde sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar/ mul�plicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos nossos filhos... Viver é navegar no grande mar! Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem remos novos, mais perfeitos. O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre o porto do des�no, respondem os remadores: O porto não nos importa. O que importa é a velocidade com que navegamos. 9@professorferretto @prof_ferretto C. Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilizaçãopor meio duma imagem plás�ca: mul�plicam-se os meios técnicos e cien�ficos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto ina�ngível que indica uma direção. Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são ina�ngíveis... ora! / Não é mo�vo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora/ A mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920 diagnos�cava a doença da nossa civilização: Não temos consciência de direções, não escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o des�no. Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragma�smo da tecnologia (o importante é produzir o objeto) e pelo obje�vismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: Como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto par�cular? E conclui: E em todas essas perguntas sen�mos o eco o�mista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo. Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a forma de peste epidêmica: cada especialista se dedica, com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu parafuso, sua polia, sua vela, seu mastro. Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas em revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: Para onde seu barco está navegando?, eles respondem: Isso não é cien�fico. Os sonhos não são objetos de conhecimento cien�fico... E assim ficam os homens comuns abandonados por aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão das escolas, começando com as crianças e con�nuando com os cien�stas, como outra que não a da realização do dito do poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso. E necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar com imprecisos sinais para os des�nos da navegação: A terra dos filhos dos meus filhos, no mar distante... Na verdade, a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação. E inú�l ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas... O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard: O universo tem um des�no de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um brilho chamado progresso. Está na bandeira nacional... E, quilha contra as vagas, a galera navega em direção ao progresso, a uma velocidade cada vez maior, e ninguém ques�ona a direção. E é assim que as florestas são destruídas, os rios se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se cobrem de lixo - e tudo ficou feio e triste. Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino - psicologias e quinquilharias - e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso. OBS.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico. Mario Quintana explicou a utopia com um verso (...). Analisando-se os fragmentos que se seguem, a regência da forma verbal que difere do exemplo acima aparece na alterna�va a) Venderam o que �nham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver (...) b) Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! c) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber d) Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um brilho chamado progresso. e) (...) e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso. GR0143 - (Unitau) “Se a minha vida não vale, que produzam sem mim’. A frase do cartaz de uma manifestante nas ruas de Buenos Aires, em 19 de outubro, expressa um ponto de inflexão nos protestos contra a violência sofrida pelas mulheres. Não são apenas mulheres no lado de dentro das ruas, mas mulheres fora da produção. Ao relacionar corpos violados com corpos que se recusam a produzir, pela declaração de greve geral, o potencial de ques�onamento e de rebelião amplia-se. Não é uma fagulha, mas um incêndio. Este não é um outubro qualquer no campo dos feminismos.” BRUM, E. Mulheres, corpo e insurreição. Disponível em: h�p://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/ 1477313842_ 805785.html. Acesso em 09 de nov. de 2016. No trecho “[...] protestos contra a violência sofrida pelas mulheres”, o termo em destaque não leva acento indica�vo de crase. Em relação a esse não uso, é correto afirmar: 10@professorferretto @prof_ferretto a) Há, apenas, presença da preposição “a”, o que jus�fica o não uso do acento. b) A presença da preposição “contra” jus�fica o não uso do acento. c) A presença do termo masculino “protestos” jus�fica o não uso do acento. d) Há, apenas, presença de ar�go, sem acompanhamento de preposição, o que jus�fica o não uso do acento. e) O fato de o “a” se referir também à expressão escrita no plural “pelas mulheres” jus�fica o não uso do acento. GR0652 - (Uece) Sons que confortam Martha Medeiros Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco(07) (14). Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos(13). Chamaram o médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram(01). Até que o garoto escutou um barulho lá fora(12). É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais lindo(11), mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio. Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou(04). E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu(05). Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons co�dianos: a voz no alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos. O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar. O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda(08), se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante. O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quen�nho da sua cama. Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim. O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado(06) (10) (16). Ou mesmo a chegada da pizza. O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular. A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho. O sinal da hora do recreio.(02) A música que você mais gosta tocando no rádio do carro(09). Aumente o volume. O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos. O primeiro eu te amo dito por quem você também começou aamar(03). E o mais raro de todos: o silêncio absoluto. MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: L&PM Editores, 2011. Em função de uma linguagem mais simples e coloquial, a crônica, muitas vezes, pode “desrespeitar” a norma grama�cal própria do uso culto da escrita formal da língua, o que pode ser observado no texto de Martha Medeiros na seguinte passagem: a) “Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco” (07), em que, grama�calmente, o verbo “ser”, indicando tempo, não varia em número para concordar com “quatro da manhã”. b) “Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda” (08), em que o verbo “anteceder” exige um complemento com preposição. c) “A música que você mais gosta tocando no rádio do carro” (09) em que a regência do verbo “gostar” não é obedecida. d) “O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado” (10), em que a expressão “a chegada’ deveria vir com o acento indica�vo de crase, já que o verbo “aguardar” exige complemento com a preposição “a”, bem como o ar�go que acompanha o substan�vo é do gênero feminino. GR0665 - (Ufrgs) Entre as situações linguís�cas que o português já viveu em seu contato com outras línguas, cabe considerar uma situação que se realiza em nossos dias: aquela em que ele é uma língua de emigrantes. Para o leitor brasileiro, soará talvez estranho que falemos aqui do português como uma língua de EMIGRANTES, pois o Brasil foi antes de mais nada um país para o qual se dirigiam em massa, durante mais de dois séculos, pessoas nascidas em vários países europeus e asiá�cos; 11@professorferretto @prof_ferretto assim, para a maioria dos brasileiros, a representação mais natural é a da convivência no Brasil com IMIGRANTES vindos de outros países. Sabemos, entretanto, que, nos úl�mos cem anos, muitos falantes do português foram buscar melhores condições de vida, par�ndo não só de Portugal para o Brasil, mas também desses dois países para a América do Norte e para vários países da Europa: em certo momento, na década de 1970, viviam na região parisiense mais de um milhão de portugueses – uma população superior à (24) que �nha então a cidade de Lisboa. Do Brasil, têm ........ nas úl�mas décadas muitos jovens e trabalhadores, dirigindo-se aos quatro cantos do mundo. A existência de comunidades de imigrantes é sempre uma situação delicada para (30) os próprios imigrantes e para (31) o país que os recebeu: normalmente, os imigrantes vão a países que têm interesse em usar sua força de trabalho, mas qualquer oscilação na economia faz com (35) que os na�vos ........ sua presença como indesejável; as diferenças na cultura e na fala podem alimentar preconceitos e desencadear problemas reais de diferentes ordens. Em geral, proteger a cultura e a língua do imigrante não é um obje�vo prioritário dos países hospedeiros, mas no caso do português tem havido ........ . Em certo momento, o português foi uma das línguas estrangeiras mais estudadas na França; e, em algumas cidades do Canadá e dos Estados Unidos, um mínimo de vida associa�va tem garan�do a sobrevivência de jornais editados em português, man�dos pelas próprias comunidades de origem portuguesa e brasileira. (Adaptado de: ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português como língua de emigrantes. In:__O português da gente: a língua que estudamos a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006. p. 42-43.) Considere as seguintes sugestões de alteração de segmentos do texto. I. A forma “à” (ref. 24) poderia ser subs�tuída por “àquela”, porque não acarretaria problemas de uso da norma culta do português. II. A preposição “para” poderia ser subs�tuída por “entre” na referência 30 e elidida na 31, preservando a correção e o sen�do do trecho original. III. A preposição “com” (ref. 35) poderia ser elidida da oração sem prejuízo da correção grama�cal. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. GR0672 - (Famerp) No Brasil, como no restante do Novo Mundo, o que separa a história da pré-história é mais do que um mero prefixo. Existe, entre os dois períodos, um abismo de desconhecimento e incompreensão. Embora o trabalho dos arqueólogos literalmente se aprofunde cada vez mais, restam ainda imensas lacunas a respeito dos habitantes que, em tempos remotos, ocuparam o território que viria a ser o Brasil. O que já se sabe, porém, permite afirmar que a herança “pré-histórica” — ou seja, o legado dos povos que por no mínimo dez milênios aqui viveram — é bem mais sólida e está muito mais presente do que o senso comum em geral supõe. É preciso não esquecer, afinal, que, por pelo menos cem séculos, esses povos ancestrais — cuja própria origem ainda não pôde ser inteiramente esclarecida — testaram um repertório de alterna�vas e um leque de possibilidades alimentares, ecológicas e logís�cas que os conquistadores europeus, sob risco de colocarem em perigo a própria sobrevivência, não puderam descartar desde o instante em que desembarcaram no então “novo” e desconhecido território, oficialmente em abril de 1500. Pode-se afirmar que as trilhas e os caminhos pelos quais o país se expandiu, os sí�os onde se erguem suas grandes cidades, inúmeros produtos agrícolas que hoje saciam a fome da nação, bem como vários hábitos e costumes nacionais, são fruto direto de um conhecimento milenar — que, embora esteja dessa forma preservado, na essência se perdeu. É preciso ter em mente, portanto, que uma compreensão mais plena do Brasil impõe um mergulho no passado — e que esse passado é muito mais profundo do que apenas os úl�mos cinco séculos. (Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção, 2012.) Considere o trecho: Pode-se afirmar que as trilhas ...................... o país percorreu são fruto de um conhecimento milenar. A lacuna da frase é preenchida, com correção grama�cal, por: a) onde. b) das quais. c) que. d) às quais. e) o qual. GR0689 - (Unifenas) CIDADANIA E DEMOCRACIA NA ANTIGUIDADE 12@professorferretto @prof_ferretto Por Leandro Augusto Mar�ns Junior Mestre em História Polí�ca pela UERJ POLÍTICA NA ANTIGUIDADE A An�guidade surge como um período histórico de fundamental importância, destacadamente por suas criações e legados, muitos dos quais essenciais ao conhecimento produzido pelas sociedades humanas. Espaço de elaboração dos primeiros sistemas de escrita, do teatro, dos jogos olímpicos e de boa parte das áreas do conhecimento, a An�guidade assis�u igualmente ao surgimento das primeiras cidades e, com elas, do aparecimento do Estado enquanto ins�tuição capaz de regulamentar o convívio entre os homens. A par�r de então, o crescente nível de complexidade das civilizações comportou também o fortalecimento das relações polí�cas. (...) Ao longo dos séculos seguintes diversos povos passaram a adotar, com maior ou menor impacto, noções mais amplas de cidadania, muito embora ainda hoje possamos notar a existência de ditaduras teocrá�cas, caudilhismos e �ranias de outras naturezas. A própria cons�tuição da cidadania brasileira, por exemplo, tem sido elaborada através de um processo de avanços e recuos: se por um lado o século XX nos ofertou o direito de voto às mulheres e analfabetos, por outro a existência de prá�cas coronelistas como a “compra de votos” emperra o desenvolvimento de nossa cidadania em sua plenitude. Disponível em: Acesso em: 22/08/22. “[...] a An�guidade assis�u igualmente ao surgimento das primeiras cidades e, com elas, do aparecimento do Estado enquanto ins�tuição capaz de regulamentar o convívio entre os homens.”. Sobre o verbo “assis�u” é correto afirmar que a) não haveria nenhuma alteração na frase se ele fosse trocado pelo verbo “viu”, portanto a preposição A, em “(...) ao surgimento (...)”, seria man�da. b) ele foi usado em desacordo com a norma-padrão; pois, com sen�do de “ver”, não há preposição, portanto o correto seria “assis�u igualmente o surgimento”. c)ele tem como complemento a expressão “(...) das primeiras cidades e, com elas, do aparecimento do Estado (...)”. d) a crase seria usada caso a palavra “surgimento” fosse subs�tuída por “aparição”, gerando “(...) assis�u igualmente à aparição das primeiras cidades (...)”. e) ele é sinônimo de ajudar, dar assistência, portanto o uso da preposição A é um equívoco, e o correto seria “assis�u igualmente o surgimento”. GR0722 - (Faminas) Seu cérebro quer água! Ficar só um pouco desidratado já compromete o trabalho dos neurônios e causa até irritação. Novo estudo da Universidade de Connec�cut, nos Estados Unidos, aponta um mo�vo inusitado para bebermos bastante líquido ao longo do dia, e especialmente quando estamos lendo, estudando, escrevendo… Após acompanhar 51 voluntários subme�dos a testes de atenção e lógica, os cien�stas descobriram que mesmo uma desidratação leve – aquela que muitas vezes surge antes de a sede dar as caras – já atrapalha o raciocínio. Mais do que isso, o humor piora com a falta de H2O no organismo. “Todas as células do corpo precisam de água para funcionar, e as neuronais não são exceção”, explica o fisiologista e autor da pesquisa, Lawrence Armstrong. “Sem hidratação adequada, as informações e sen�mentos acabam sendo processados de um jeito impróprio pela massa cinzenta”, conclui. (Saúde é vital, maio/2012) Assinale a afirma�va correta acerca do trecho sublinhado. a) “já compromete o trabalho dos neurônios” – forma própria da linguagem coloquial, em desacordo com a norma culta. b) “aponta um mo�vo inusitado” – como termo regente exige preposição ao subs�tuir “mo�vo” por “causa”. c) “subme�dos a testes de atenção” – a subs�tuição por “subme�dos aos” mantém a correção grama�cal. d) falta de H2O no organismo” – termo regente que mantém relação com o termo regido “falta” através da preposição “de”. 13@professorferretto @prof_ferretto