Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

FATORES PATOGÊNICOS E DIAGNÓSTICO 
NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
UNIDADE I
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA 
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Elaboração
Benila Maria Silveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ........................................................................5
CAPÍTULO 1
ORIGEM DAS DOENÇAS ............................................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 2
FATORES PATOGÊNICOS .......................................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3
FATORES EXTERNOS: FRIO E CALOR ................................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 4
FATORES EXTERNOS: VENTO ................................................................................................................................................. 18
CAPÍTULO 5
FATORES EXTERNOS: UMIDADE E SECURA ..................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................24
4
5
UNIDADE I
PROCESSO DE 
ADOECIMENTO 
NA MEDICINA 
TRADICIONAL CHINESA
CAPÍTULO 1
ORIGEM DAS DOENÇAS
Para entender a origem de toda e qualquer doença, é necessário voltar às bases da 
Medicina Tradicional Chinesa. Essa sabedoria ancestral se fundamenta em conhecimentos 
filosóficos do Taoísmo, na observação da natureza e nos princípios que regem a harmonia 
nela existente. Dessa forma, é sempre importante relembrar e consolidar o conhecimento 
das teorias bases dessa medicina: Yin e Yang, Cinco Elementos e Zang Fu. 
Yin e Yang
A partir da observação, compreendeu-se os ciclos, movimentos e opostos complementares. 
A teoria Yin Yang fundamenta-se na existência de tudo o que existe no universo, e são 
energias de:
 » Qualidades opostas:
 › Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade, como o 
calor, o dia, claro, céu, movimento, força, expansão, polaridade positiva, alto, 
energia masculina (MACIOCIA, 2017, p. 4; YAMAMURA, 2004, p. XLIV);
 › Yin representa aspectos contrários, como o frio, a noite, repouso, escuridão, 
retração, polaridade negativa, baixo, Terra, energia feminina (MACIOCIA, 2017, 
p. 4; YAMAMURA, 2004, p. XLIV);
 » São complementares:
 › Nada é totalmente Yin ou Yang, e não existem isoladamente. Um não existe 
sem o outro. Pois, somente temos consciência do que significa “calor” caso haja 
um referencial de “frio”; somente é possível entender o que é “escuro” quando 
se conhece o “claro” (MACIOCIA, 2017, p. 6; YAMAMURA, 2004, p. XLIV);
 » E um transforma-se no outro:
6
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
 › Yin contém a semente de Yang, de forma que o primeiro pode transformar-se 
no segundo, e vice-versa. Por exemplo, o dia corresponde a Yang, e a noite, a 
Yin. Assim, são dois estágios de um movimento cíclico – um transmutando-se 
constantemente no outro, da mesma forma que o dia origina a noite e vice-versa 
(MACIOCIA, 2017, p. 7; YAMAMURA, 2004, p. XLV).
Então, quando Yin ou Yang está desequilibrado, um afeta necessariamente o outro. São 
um estado constante de equilíbrio dinâmico, que é mantido por adaptações contínuas de 
seus níveis. As doenças têm origem quando se instala esse desequilíbrio (YAMAMURA, 
2004, p. XLVI).
Figura 1. Símbolo Yin e Yang.
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/yin-yang-%C3%A1sia-harmonia-s%C3%ADmbolo-2024615/. 
Acesso em: 23 de março de 2020.
Cinco Elementos
A teoria dos Cinco Elementos se baseia também na natureza e no seu fluxo, bem como 
na forma de interação entre seus constituintes, nos ciclos de Dominância e Geração.
Esses Cinco Princípios são simbolizados por: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. 
Estes criam e fazem a manutenção da ordem e da saúde, fazendo parte de um ciclo 
autorregulador (MACIOCIA, 2017, p. 19).
Ciclo de Geração (Mãe e Filho)
Ordem de transformação dos Elementos, onde cada um gera e reforça o seguinte, 
impulsionando um ciclo na seguinte ordem: Madeira → Fogo → Terra → Metal → 
Água → Madeira... Cada um dos Elementos atua tanto como “Mãe” e como “Filho”, 
dependendo do referencial (YAMAMURA, 2004, p. XLVII).
https://pixabay.com/pt/vectors/yin-yang-%C3%A1sia-harmonia-s%C3%ADmbolo-2024615/
7
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
Figura 2. Ciclo de Geração.
 
 
Fogo
Terra
MetalÁgua
Madeira
Fonte: Adaptado de Maciocia (2007, p. 19).
Ciclo de Dominância
Existe para controlar o crescimento dos Cinco Elementos, para que a energia do ciclo 
não se torne excessiva, mantendo a homeostase e o equilíbrio. Dessa forma: Madeira 
domina Terra; Terra domina Água, Água domina Fogo; Fogo domina Metal, Metal 
domina Madeira (MACIOCIA, 2017, p. 19).
Figura 3. Ciclo de Dominância.
 
 
Fogo
Terra
MetalÁgua
Madeira
Fonte: Adaptado de Maciocia (2007, p. 19).
Porém, se há desequilíbrio, há patologia. As relações de desarmonia entre os Cinco 
Elementos estão indicadas por:
8
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Superdominância e Contradominância
Ocorre em ordem inversa do ciclo de Dominância. Quando o Elemento dominado fica em 
extremo excesso, reverte a relação e enfraquece o Elemento dominador. Assim, Madeira 
agride Metal, Metal agride Fogo, Fogo agride Água, Água agride Terra e Terra agride 
Madeira. Em resumo, o “Neto” agride o “Avô” (MACIOCIA, 2017, p. 19; YAMAMURA, 
2004, p. XLIX).
Figura 4. Ciclo de Contradominância.
 
 
Fogo
Terra
MetalÁgua
Madeira
Fonte: Adaptado de Maciocia (2007, p. 20).
Supergeração e Contrageração
A hiperatividade de um elemento gera desarmonia no ciclo, levando à agressão entre 
“Mãe” e “Filho”, e, ao mesmo tempo, em condições de extrema anormalidade, promove 
o processo de inibição. O excesso é tanto que acomete aquele que o gera: o “Filho” contra 
a “Mãe” (YAMAMURA, 2004, p. XLIX).
Entender essas desarmonias é extremamente importante para o diagnóstico dentro da 
Medicina Tradicional Chinesa, pois, identificando a desarmonia dos Cinco Elementos, 
é possível entender as síndromes energéticas, permitindo traçar o melhor tratamento.
Zang Fu
Essa teoria subdivide os Cinco Elementos em Órgãos (Zang) e Vísceras (Fu). E é bom 
enfatizar que apesar de ter muita similaridade com a medicina ocidental, alguns fatores 
não são explicados da mesma forma. Sempre que ler e utilizar o termo, nome de um 
órgão, lembre de que vai além da bioquímica, fisiologia e da estrutura em si. Zang Fu 
9
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
remete a toda a filosofia da Medicina Tradicional Chinesa, levando em conta o fluxo 
da natureza e correlacionando todos os aspectos e experiências de um acúmulo de 
conhecimento ancestral.
Dividem-se da seguinte forma:
Quadro 1. Zang Fu (Órgãos e Vísceras).
Elemento Órgão Zang Víscera Fu
Madeira Fígado Gan Vesícula Biliar Dan
Fogo
Coração Xin Intestino Delgado Xiao Chang
Pericárdio Xin Bao Triplo Aquecedor San Jiao
Terra Baço/Pâncreas Pi Estômago Wei
Metal Pulmão Fei Intestino Grosso Da Chang
Água Rim Shen Bexiga Pang Guang
w
Fonte: Adaptado de Ross (1994, p. XVII).
Os desequilíbrios energéticos acontecem em cada Órgão e Víscera; cada um possui sua 
fisiopatologia e síndromes energéticas específicas.
As origens de alterações físicas, mentais e emocionais são justamente os Zang Fu. Estes, 
além de promoverem os sinais e sintomas orgânicos e viscerais, também se manifestam 
ao longo dos meridianos (canais de energia) (YAMAMURA, 2004, p. LIV).
Substâncias fundamentais
As doenças também dependem do equilíbrio e do livre eharmônico fluxo das substâncias 
fundamentais. São elas: Qi, Sangue (Xue), Essência (Jing), Fluidos Corporais (Jin-Ye) 
e Mente (Shen).
Qi
O Qi em harmonia está em livre fluxo, e se manifesta nos níveis físicos, emocional-mental-
espiritual. Quando há circulação pobre, causa “condensação” excessiva, tornando-se 
denso patologicamente, formando nódulos, massas ou tumores (MACIOCIA, 2017, p. 36).
A verdade é que, na visão oriental de saúde, preza-se pelo equilíbrio, pelo livre e harmônico 
fluxo do Qi. Como enfatiza Maciocia (2017, p. 60): “Quando o Qi é exuberante, o indivíduo 
tem saúde; quando está fraco, ele adoece; quando está equilibrado, há quietude; quando 
se move na direção errada, há doença”.
10
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Essência (Jing)
Quando há comprometimento já no nascimento, está relacionado à Essência Pré-
Celestial, que determina a estrutura básica, a força e vitalidade de cada indivíduo. Já a 
Essência Pós-Celestial é retirada dos alimentos e líquidos, da respiração, da forma de 
vida e trabalho (MACIOCIA, 2017, p. 37). Por isso, a importância da boa alimentação, o 
equilíbrio entre atividade e descanso, e respirar com qualidade. Assim, evita-se consumir 
a Essência Pré-Celestial, e mantém-se uma boa nutrição e produção do Qi.
Sangue (Xue)
Tem como função nutrir o corpo, complementando a ação nutriente do Qi (MACIOCIA, 
2017, p. 49). Dentre as patologias do sangue podem ocorrer: a Deficiência, quando não 
é produzido em quantidades suficientes; Calor, provindo do Calor do Fígado (Gan); e 
a estase, quando não circula adequadamente, por estagnação do Qi, por Calor ou Frio 
(que são fatores patogênicos, que veremos a seguir) (MACIOCIA, 2017, p. 52).
Fluidos corporais (Jin-Ye)
Os fluidos puros precisam ser transportados para cima, enquanto os impuros precisam 
descer (MACIOCIA, 2017, p. 53). Dessa forma, quando há desequilíbrio no sistema 
corporal, esse ciclo harmônico pode não funcionar. Entre os desequilíbrios também está 
a deficiência (Secura) e o acúmulo (edema) (MACIOCIA, 2017, p. 56).
Mente (Shen)
É o tipo mais sutil e imaterial de Qi. Como escreveu Maciocia (2017, p. 56), quando 
Essência e Qi são deficientes, a Mente sofre e pode tornar-se infeliz, deprimida, ansiosa 
ou atordoada. Tudo está interligado.
Recapitulando, todos os métodos e recursos de tratamento da Medicina Tradicional 
Chinesa remontam antigas formas de medicina oriental, que visam reestabelecer o 
equilíbrio da energia vital e o livre e harmônico fluxo do Qi nos canais de energia. Dessa 
forma, é uma medicina que aborda de modo integral, completo e dinâmico, o processo 
saúde-doença no ser humano.
11
CAPÍTULO 2
FATORES PATOGÊNICOS
Além das desordens e desequilíbrios vistos na unidade anterior, a doença pode ter 
influência também dos fatores patogênicos. Estes podem ser classificados como: Vento, 
Frio, Umidade, Calor, Secura e Fogo. Com exceção deste último, podem ter origem 
interior e exterior (MACIOCIA, 2005, p. 792).
Também existem fatores patogênicos de ordem variada, como exemplo, traumas, dieta 
imprópria, relações sexuais em excesso (ZHUFAN, 2009, p. 70).
Os fatores patogênicos externos são relacionados, principalmente, às mudanças climáticas 
anormais e agentes infecciosos. Geralmente são agudos e infecciosos. Os internos 
referem-se às emoções, incluindo excesso de trabalho, estresse mental; comumente são 
crônicos e não infecciosos (ZHUFAN, 2009, p. 70).
Fatores patogênicos externos
Referem-se principalmente às mudanças climáticas em excesso ou fora de hora. 
Normalmente são sazonais, relacionadas ao clima da estação ou com o meio ambiente 
(AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 111; ZHUFAN, 2009, p. 70).
Dessa forma, é comum, no verão, indivíduos acometidos pelo Calor de Verão; ou quando 
verão mais prolongado ou no início do outono, bem como em contato constante com 
lugar úmido, doenças relacionadas à Umidade. Também no outono a Secura adoece mais 
indivíduos. No Inverno, doenças do Frio; na primavera, doenças do Vento (AUTEROCHE; 
NAVAILH, 1992, p. 111).
Esses fatores patogênicos podem também agir juntos e/ou se transformar um no outro. 
Por exemplo, gripe pode ser agressão de Vento e Frio; diarreias Umidade e Calor 
(AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 111).
A doença pode se instalar quando o clima modifica repentinamente, tornando-se, por 
exemplo, muito quente ou muito frio, antes que o indivíduo consiga se adaptar (ZHUFAN, 
2009, p. 70). Essa mudança rápida não prejudica aqueles que tenham uma constituição 
forte e mais saudável, porém pode acometer os que, por ventura, tenham a constituição 
debilitada, mesmo com uma mudança climática leve (ZHUFAN, 2009, p. 70).
Há milhares de anos atrás, não existia a associação e comprovação laboratorial das 
desordens e doenças com fatores patogênicos infecciosos, como fungos, vírus e bactérias 
(ZHUFAN, 2009, p. 71).
12
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Atualmente, incluídas às modificações climáticas, as manifestações químicas, físicas 
e biológicas que atuam sobre o organismo, também são fatores patogênicos exógenos 
levados em consideração (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 112).
Para fim de diagnóstico, levam-se mais em consideração os sinais e sintomas do indivíduo, 
comparado se a pessoa foi ou não exposta a tal clima específico (MACIOCIA, 2005, p. 
792). Por exemplo, ao apresentar manifestações clínicas de secreção nasal, espirros, 
dor de cabeça, tosse, aversão ao frio, nota-se um padrão de fator patogênico externo 
Vento-Frio (MACIOCIA, 2005, p. 792).
Fatores patogênicos internos
Fatores patogênicos internos podem ter sinais e sintomas parecidos com os de ordem 
externa, porém não têm relação direta com o clima (MACIOCIA, 2005, p. 792; ZHUFAN, 
2009, p. 73). Entretanto, quando o indivíduo é acometido com um fator patogênico 
externo, este pode aprofundar e se transformar em um fator patogênico interno. Por 
exemplo: o vento-Frio externo ao penetrar no corpo pode se transformar em Calor 
(ROSS, 1994, p. 28). Lembre-se de que os fatores patogênicos podem atuar juntos ou 
transformar-se um no outro.
Como citado, os fatores patogênicos internos possuem a mesma denominação dos 
fatores patogênicos externos.
As emoções reprimidas e o desequilíbrio emocional perturbam o fluxo do Qi e o equilíbrio 
de Yin e Yang. Dessa forma, a coordenação harmoniosa do Qi e do Sangue (Xue) ficam 
prejudicadas e patologias aparecem (ZHUFAN, 2009, p. 78).
Uma vez que as emoções causam patologias devido ao distúrbio da coordenação 
harmoniosa do Qi e do Sangue (Xue), as desarmonias internas causadas pelas emoções 
envolvem, frequentemente, o Coração (Xin), o Fígado (Gan) e o Baço/Pâncreas (Pi) 
(ZHUFAN, 2009, p. 79).
Isso se dá, pois Coração (Xin) além de abrigar a Mente, controla o Sangue; Fígado (Gan) 
é responsável pelo livre e harmônico fluxo do Qi, e regular o Sangue; e Baço/Pâncreas 
(Pi) forma o Qi e o Sangue (Xue), além de ascender e descender o Qi (ZHUFAN, 2009, 
p. 79).
O fluxo inconstante das emoções é saudável, já que varia com o ambiente, idade, 
desenvolvimento, etc. Então, as emoções são consideradas fatores patogênicos apenas 
quando geram desequilíbrio no sistema, seja ele no Zang Fu quanto em qualquer natureza 
de desarmonia do Qi (ROSS, 1994, p. 183).
13
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
As emoções que são associadas com cada Órgão (Zang) estão listadas na Tabela 2.
Quadro 2. As emoções relacionadas ao Zang.
Emoção Zang associado
Raiva, irritabilidade Fígado (Gan)
Alegria, ansiedade, euforia Coração (Xin)
Meditação, excesso de pensamentos Baço/Pâncreas (Pi)
Tristeza Pulmão (Fei)
Medo, Insegurança Rins (Shen)
Fonte: Adaptado de Ross (1994, p. 185).
Medo e Rins (Shen)
O medo saudável está relacionado à autopreservação, vontade de viver. Com o excesso, 
pode trazer o pavor, podendo lesar o Qi dos Rins. Isso leva à perda temporária de micção 
e evacuação, por exemplo (ROSS, 1994, p. 185).
Raiva e Fígado (Gan)A raiva em harmonia é a força do movimento, de fazer acontecer.
Ao reprimir frustrações, irritabilidade e nervosismo, a raiva se manifesta de forma 
desarmônica. Isso pode causar Yang do Gan hiperativo e Fogo crescente do Gan (ROSS, 
1994, p. 186) Assim, sinais de calor aparecem, como a dor de cabeça.
Alegria e Coração (Xin)
O Coração em harmonia manifesta-se com alegria de viver, a excitação e o riso. Porém, 
quando se excede, pode ocorrer a euforia, o que prejudica o Xin, pois dispersa o Qi do 
Coração, fazendo com que o Espírito fique desorientado e confuso (ROSS, 1994, p. 186).
Tristeza e Pulmão (Fei)
A tristeza também deve ser sentida, a dor da perda e saber deixar ir. Porém, quando 
isso se torna crônico e obsessivo, transforma-se em angústia, melancolia e tristeza em 
excesso. Isso enfraquece o Fei, com estagnação de Qi e Sangue (ROSS, 1994, p. 186).
Baço/Pâncreas (Pi)
Baço/Pâncreas é prejudicado por pensamentos e estudos em excesso, pela preocupação e a 
obsessão. Dessa forma, a transformação e o transporte dos alimentos ficam comprometidos 
(ROSS, 1994, p. 186-187).
14
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A Medicina Tradicional Chinesa é tão potente que, mesmo originada há milhares de 
anos, pode diagnosticar e tratar com sucesso os problemas de saúde gerados pelo estilo 
de vida do século XXI.
Assim, essas informações sobre as disfunções das emoções são indicativos no diagnóstico, 
demonstrando o quanto a Medicina Tradicional Chinesa é um recurso eficaz também 
nos distúrbios e desordens emocionais, como a depressão, tão em foco na atualidade.
15
CAPÍTULO 3
FATORES EXTERNOS: FRIO E CALOR
Frio
Frio é um fator patogênico de natureza Yin. Consequentemente, diminui o Yang e 
compromete suas funções, como a de aquecimento, movimentação e transformação 
(ROSS, 1994, p. 30). Apesar de ser relacionado ao inverno, o Frio pode ocorrer em 
qualquer época do ano (ROSS, 1994, p. 31).
O cuidado com a “friagem” é presente no nosso cotidiano, geralmente um alerta que 
recebemos e perpetuamos dos membros mais velhos de nossa família, justamente para 
que nenhuma doença nos acometa.
Esse cuidado faz todo sentido, pois o frio pode invadir diretamente os canais de energia do 
corpo, bem como nas partes dos ombros e baixo ventre, causando a dor nas articulações, 
tendões e calafrios. Essa invasão de Frio é denominada Síndrome de Obstrução Dolorosa 
(MACIOCIA, 1996, p. 390).
Para que o Qi, Sangue (Xue) e líquidos possam se movimentar de forma livre e harmônica, 
é necessário que o Yang esteja equilibrado. Quando o Frio se instala, prejudica a circulação, 
manifestando dor (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 116). 
Algumas manifestações das doenças do Frio podem ser temor de frio, dor no corpo 
e cabeça, ausência de suor, febre, além do “reumatismo de frio”, caracterizado por 
dores excessivas nas articulações e dificuldade em mover os membros (AUTEROCHE; 
NAVAILH, 1992, p. 116). As manifestações clínicas do Frio estão resumidas na Tabela 3.
Quadro 3. Manifestações clínicas do Frio.
Manifestações clínicas do Frio
Dor intensa (melhora com calor)
Enrijecimento dos músculos
Contração dos tendões
Sensação de frio e calafrios
Secreções fluidas, finas e aquosas
Fonte: Maciocia (2005, p. 799).
Também pode invadir diretamente o Estômago (Wei), Intestinos e Útero. Assim, pode 
causar dor epigástrica e vômito; dor abdominal e diarreia; e dismenorreia aguda. Esse 
tipo de dor é aliviado com o calor (MACIOCIA, 2005, p. 798).
16
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Outras causas do Frio são a exposição a alimentos e bebidas frias, contato prolongado 
com superfícies e água fria, roupa insuficiente após transpiração (ROSS, 1994, p. 31). 
O Vento e a Umidade são fatores patogênicos que podem aumentar os efeitos do Frio 
(ROSS, 1994, p. 32). Ambos serão discutidos nos próximos capítulos.
Calor
Fator patogênico de natureza Yang. Dessa forma, tende a consumir o Yin. Está relacionado, 
e é decorrente do verão e do clima de verão (MACIOCIA, 2005, p. 799; ZHUFAN, 
2009, p. 77).
De acordo com Ross (1994), o Calor provoca sobre as substâncias e sua circulação as 
seguintes alterações:
 » Lesa o Yin. Assim, seca os líquidos orgânicos, reduzindo as secreções. Também 
resulta em distúrbios do Espírito (Shen), trazendo a insônia e inquietação.
 » Atrapalha a movimentação do Sangue (Xue), podendo manifestar hemorragias e 
erupções cutâneas.
Algumas manifestações clínicas do Calor estão resumidas no quadro 4.
Quadro 4. Manifestações clínicas do Calor.
Manifestações clínicas do Calor
Aversão ao frio
Transpiração
Dor de cabeça
Urina escura e escassa
Lábios secos
Sede
Fonte: Maciocia (2005, p. 799).
A aversão ao frio acontece inicialmente, pois o Calor invade e afeta o Qi Defensivo, 
que falha em aquecer os músculos (MACIOCIA, 2005, p. 799). Os outros sintomas são 
relacionados ao consumo dos fluidos corporais (ZHUFAN, 2009, p. 77).
Tanto o Calor quanto o Fogo têm características de ascendência. Dessa forma, também 
podem prejudicar e/ou perturbar as atividades mentais, causando insônia, irritabilidade, 
dores de cabeça (ZHUFAN, 2009, p. 77). Perceba que as manifestações acontecem na 
parte superior do corpo.
17
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
O Fogo é uma forma de Calor excessivo, de natureza interna. O Calor (Yang), quando 
abundante, transforma-se em Fogo, como fator patogênico (AUTEROCHE; NAVAILH, 
1992, p. 117). Geralmente acompanha sinais de vermelhidão, não necessariamente sendo 
de queimadura ou insolação (ZHUFAN, 2009, p. 77).
Quando o Fogo se mantém, origina o Vento. Este é um Calor extremo, que esgota os 
líquidos Yin (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 119). Assim, o Fogo é um desequilíbrio 
interno entre Yin e Yang, acometendo o Zang Fu (ROSS, 1994, p. 34). O fator patogênico 
Vento será discutido no próximo capítulo.
O quadro 5 resume e diferencia Calor, geralmente externo; e Fogo, de natureza interna.
Quadro 5. Características e diferenças de Calor e Fogo.
Calor – Natureza externa
Febre alta, inflamação aguda, sede, rubor facial, vermelhidão nos olhos, lábios secos
Denominado de “excesso de calor”
Fogo – Natureza interna
Febre baixa com sensação de calor no tórax, palmas das mãos e solas dos pés acompanhadas de rubor malar, 
sudorese noturna, constipação e dores abdominais
Derivado da desarmonia do Qi e do Sangue, do consumo da Essência. Também quando Fígado (Gan) ou Coração 
(Xin) é perturbado por estresse mental e outras influências emocionais
Geralmente é gradual e prolongado
Fonte: Adaptado de Zhufan (2009, p. 78).
18
CAPÍTULO 4
FATORES EXTERNOS: VENTO
Como foi dito anteriormente, o Vento é uma forma excessiva de Calor. Sempre que 
pensar no fator patogênico Vento, lembre-se da Natureza: como o vento se comporta?
O fator patogênico Vento é associado à primavera; mesmo assim, acomete também em 
outras estações, e é o mais alto Yang (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 113). Dessa 
forma, gera desequilíbrio e consome o Yin, além de danificar o Sangue (Xue) (MACIOCIA, 
1996, p. 386). Tende a afetar a parte superior do corpo, cabeça, pescoço e face; e as 
partes externas, como pele e músculos (ROSS, 1994, p. 28).
As principais manifestações clínicas decorrentes da síndrome do Vento são:
 » início e desaparecimento rápidos; com mudanças repentinas dos sinais e sintomas;
 » lesões e sintomas que se movem de um lado para o outro, como a artrite reumatoide 
com dores migratórias;
 » sintomas na cabeça e na face, pois afeta a parte superior do corpo;
 » afeta primeiro o Pulmão (Fei), assim também afeta a pele e pode causar prurido;
 » movimentos excessivos e anormais, tremores, torções, vertigens, convulsão, além 
de rigidez e paralisia (MACIOCIA, 1996, p. 386; ZHUFAN, 2009, p. 74).
Quando o Vento externo incorpora, interfere na circulação do Qi Defensivo no espaço entre 
a pele e os músculos. Os tremores e aversão ao frio acontecem devido ao comprometimento 
do Qi Defensivo, que, emequilíbrio, aquece os músculos e circula livremente. Como 
o Pulmão (Fei) é responsável pela dispersão desse Qi, a presença do Vento interfere 
nas funções dispersoras e descendentes desse Zang. Esse é o motivo do acometimento 
da pele, bem como os sintomas do trato respiratório, como a tosse e a secreção nasal 
(MACIOCIA, 1996, p. 386).
Geralmente, o Vento ataca a parte superior do organismo, e aloja-se na garganta, 
causando a sensação de prurido. Também o Vento em excesso acomete os canais de 
energia, principalmente os de natureza Yang, e pode invadir canais de energia da face, 
causando paralisia facial; afeta o Fígado (Gan), desequilibrando os Cinco Elementos 
(MACIOCIA, 1996, p. 387).
O Vento interior é sempre relacionado ao Fígado (Gan). Pode se originar da invasão 
do Calor externo; do excesso e desequilíbrio do Yang do Fígado (Gan); Sangue (Xue) 
deficiente e da deficiência de Sangue (Xue) no Fígado (Gan) (MACIOCIA, 1996, p. 389-
390; ROSS, 1994, p. 112).
19
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
As consequências do Vento interno, com Yang hiperativo e o Fogo crescente do Fígado, 
são ascendentes, podendo afetar o Coração (Xin) e o cérebro, o Espírito (Shen) e levar à 
perda de consciência e desorientação mental (ROSS, 1994, p. 114). Também relacionados 
a essa patologia, de forma inicial, estão a raiva repentina, o excesso de irritabilidade e 
tremores (ROSS, 1994, p. 112).
As diferenças e características de Vento externo e interno estão resumidas no quadro 6.
Quadro 6. Características e diferenças de Vento.
Vento Externo
Invade trato respiratório (rinite alérgica), pele (prurido), meridianos (artrite migratória), paralisa facial
Acomete o corpo humano exposto ao vento
Vento Interno
Disfunção do Fígado (Gan) que controla os tendões, distúrbios de movimento ao longo do corpo 
(tremores e convulsões), vertigem e desmaios, paralisia
Desequilíbrio do Yang, principalmente do Fígado (Gan)
Fonte: Adaptado de Maciocia (1996, p. 386); Zhufan (2009, p. 74).
O fator patogênico Vento se associa a outros, tornando-os mais potentes. São eles: 
Vento-Frio, Vento-Calor, Vento-Umidade, Vento-Secura e Vento-Água (ROSS, 1994, 
p. 28).
Vento-Frio
Em geral, o Vento-Frio tem como sinais e sintomas gerais calafrios, espirros, tosse, 
secreção nasal, febre baixa, dor e rigidez na região occipital, ausência de sede (MACIOCIA, 
2005, p. 796).
Os sintomas específicos, de acordo com Maciocia (2005, p. 796) do Vento-Frio são:
 » a predominância de Vento, ou ataque de vento. Este ocorre quando o Qi está 
desarmônico e mais fraco. Alguns dos sintomas são a aversão ao vento, pouca 
transpiração, dor de cabeça; 
 » e a predominância de Frio, ou ataque de frio. Ocorre quando o Qi do indivíduo 
é mais forte. Aqui, os sintomas mais específicos são a ausência de transpiração, 
aversão ao frio, dor no corpo.
Vento-Calor
Essa desordem atrapalha que o Qi do Pulmão (Fei) descenda, e obstrui o espaço entre a 
pele e os músculos. Tem como sinais e sintomas mais específicos a febre alta, dores mais 
20
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
brandas, dor de cabeça intensa, por dentro; dor de garganta intensa e sede (MACIOCIA, 
2005, p. 797).
Vento-Umidade
No Vento-Umidade as articulações intumescidas, glândulas aumentadas e a sensação 
de peso no corpo são sintomas mais específicos (MACIOCIA, 2005, p. 797). Isso se dá 
pela natureza pegajosa da Umidade (MACIOCIA, 2005, p. 799). Logo à frente, o fator 
patogênico Umidade será mais bem entendido. Outros sintomas são a aversão ao frio, 
febre, transpiração, dores no corpo, rigidez occipital (MACIOCIA, 2005, p. 797).
Vento-Secura
É a junção do Vento-Calor com Secura no nível do Qi Defensivo. Isso explica a aversão 
ao frio. A Secura prejudica os fluidos corpóreos, trazendo sinais e sintomas como pele, 
nariz, boca e garganta secos, tosse seca. Além disso, há febre, pequena aversão ao frio, 
transpiração leve, dor de garganta, língua seca (MACIOCIA, 2007, p. 553).
Vento-Água
Vento exterior impede o Pulmão (Fei) de abrir as passagens da água e difundir e descer 
os fluidos, que transbordam e causam edema (MACIOCIA, 2007, p. 553). Sinais e 
sintomas mais específicos dessa patologia são edema, especialmente na face, com olhos 
intumescidos, tosse com expectoração branca e aquosa. Também tem aversão ao frio, 
febre, transpiração e ausência de sede (MACIOCIA, 2005, p. 797).
21
CAPÍTULO 5
FATORES EXTERNOS: UMIDADE E SECURA
Secura
De natureza Yang, a Secura tende a comprometer a energia Yin e o Sangue (Xue) 
(MACIOCIA, 2005, p. 801). É relacionado ao outono, quando o ar é mais seco 
(AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 122). Independente da estação, o fator patogênico 
Secura surge em tempo seco, pode ocorrer em variadas épocas do ano; e também em 
condições de aquecimento artificial (MACIOCIA, 2005, p. 801).
A Secura externa tem manifestações clínicas relacionadas intuitivamente à secura, 
prejudicando os fluidos corporais: boca, língua, lábios, pele, e fezes secos, e urina escassa 
(MACIOCIA, 2005, p. 802).
Como é relacionado ao clima, é pelo nariz e boca que o fator patogênico penetra, 
acometendo o Pulmão (Fei). Esse órgão necessita de estar sempre umedecido. Quando 
a Secura atinge o pulmão (Fei) leva à tosse seca, escarros viscosos, asma e dor no peito 
(AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 123). 
Já a Secura interna é relacionada à deficiência de Yin, acometendo principalmente 
Estômago (Wei) e Rins (Shen). Mesmo assim, possui sinais e sintomas em comum 
com a Secura externa (MACIOCIA, 2005, p. 802). Também é relacionado ao pouco e 
insuficiente consumo de água ou perda excessiva (ZHUFAN, 2009, p. 76).
Sinais e sintomas gerais da Secura estão no quadro 7.
Quadro 7. Manifestações clínicas da Secura.
Manifestações clínicas da Secura
Garganta seca
Lábios secos
Língua seca
Boca seca
Pele seca
Fezes e urinas ressecadas
Fonte: Maciocia (2005, p. 802).
Os fluidos se originam no Estômago (Wei). Quando o indivíduo possui uma dieta irregular, 
come muito tarde, volta ao trabalho logo após alimentar-se, os fluidos ficam esgotados, 
manifestando a Secura, precursora da deficiência de Yin (MACIOCIA, 2005, p. 802).
22
UNIDADE I | PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Umidade
A Umidade tende a consumir o Yang, pois é de natureza Yin (MACIOCIA, 2005, p. 799). 
Está relacionada ao verão e ao outono (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 120).
Esse fator patogênico também se relaciona ao ambiente úmido, bem como a manter-se 
muito tempo na água, molhado de chuva, com roupas úmidas ou em locais molhados e 
úmidos (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 120; MACIOCIA, 2005, p. 799).
Invade o corpo pelas partes mais baixas. A partir das pernas sobe pelos canais de energia 
e pode acometer órgãos localizados na pelve. No intestino provoca fezes amolecidas; na 
bexiga torna a micção difícil e com queimação; nos órgãos femininos, secreções vaginais 
(MACIOCIA, 2005, p. 799).
Tem sinais e sintomas variados, que dependem da natureza (quente ou fria) e sua 
localização (MACIOCIA, 2005, p. 799). As manifestações clínicas gerais da Umidade 
estão resumidas no quadro 8.
Quadro 8. Manifestações clínicas da Umidade.
Manifestações clínicas da Umidade
Sensação de peso
Pouco apetite
Sensação de plenitude
Gosto pegajoso na boca
Micção difícil
Secreção vaginal pegajosa e branca
Fonte: Maciocia (2005, p. 799).
Além dessas manifestações, também podem ocorrer: pálpebras inchadas e vermelhas, 
terçóis; úlceras nas gengivas; infertilidade e menstruação dolorosa; suor oleoso, eczema, 
furúnculo e infecções recorrentes (MACIOCIA, 2005, p. 800).
Todos esses sinais e sintomas são explicados pela natureza viscosa, pegajosa, lenta, 
descendente e difícil de ser desfeita da Umidade (MACIOCIA, 2005, p. 799). Por ser de 
natureza Yin, consome as funções Yang de movimento e transformação (ROSS, 1994, p. 
35). Dessa forma, as secreções e fluidos ficam mais grossos e espessos (urina, secreção 
vaginal, doenças cutâneas, suor, fezes);a sensação de plenitude se deve à característica 
mais pesada da Umidade, além de poder causar obstrução dolorosa nas articulações 
(MACIOCIA, 2005, p. 800). A moxa, aplicada nos canais de energia e pontos certos, é 
um grande recurso para os sinais e sintomas da Umidade.
23
PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
Umidade externa
A Umidade externa pode invadir os Órgãos Internos: Bexiga, Útero, Vesícula Biliar, 
Estômago e Intestinos. Nos canais de energia pode causar a obstrução dolorosa 
(MACIOCIA, 2005, p. 800). Isso explica os sintomas acima citados. 
Umidade interna
Surge pela deficiência Qi do Baço (Pi), dificultando a transformação e transporte dos fluidos 
corporais (MACIOCIA, 2005, p. 801). Com o Qi deficiente é mais fácil ser acometido pela 
Umidade externa (ROSS, 1994, p. 36). Os fluidos corporais são acumulados tanto de forma 
crônica quanto aguda. A primeira pode acometer Órgãos Internos, canais de energia e 
pele. A aguda está relacionada com a Umidade-Calor e acomete o Qi (MACIOCIA, 2005, 
p. 801). Na dieta, o consumo excessivo de alimentos derivados do leite e gordurosos ou 
uma dieta irregular acarreta a formação de Umidade (MACIOCIA, 2007, p. 416).
Como já exposto, a Umidade pode se associar a outros fatores patogênicos. Assim, soma 
sua natureza mais espessa e densa aos sinais e sintomas, dificultando o livre e harmônico 
fluxo do Qi em geral.
Também, a Umidade pode agravar-se e formar Fleuma. Isso acontece pela manutenção 
do desequilíbrio e deficiência do Baço (Pi), Pulmão (Fei) e Rim (Shen) (MACIOCIA, 1992, 
p. 393). A Fleuma acomete as partes superior e média do corpo. Algumas manifestações 
clínicas da Fleuma são: sensação de plenitude no tórax, obstrução de garganta, tontura, 
alterações mentais. Além disso pode ficar retida nos canais de energia, causando edemas 
e afetando as articulações.
Nesta Unidade, foi exposto o que é preciso sempre ter em mente ao fazer o diagnóstico: 
que o indivíduo faz parte de um todo. Sempre relembre que a Medicina Tradicional 
Chinesa tem bases filosóficas pautadas na observação, na integração do ser humano 
na natureza, sendo uma expressão do Tao.
Cada informação que a pessoa lhe dá é importante. Todo sinal e sintoma representam 
um desequilíbrio, uma causa, um hábito e uma forma de harmonização. Saber o 
padrão da desordem permite que possa retirar a causa da patologia, e transformar 
o dia a dia de alguém.
A Medicina Tradicional Chinesa e todos os seus recursos (agulhas, moxa, dietoterapia, 
shiatsu, etc.) são conhecimentos poderosos e riquíssimos, que permitem uma melhor 
qualidade de vida. Sempre lembrando que a Medicina Tradicional Chinesa é uma 
forma de harmonização e manutenção do equilíbrio, de melhor funcionalidade na 
prevenção, mas que também atua no tratamento.
24
REFERÊNCIAS
AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Editora Andrei, 1992.
FLAWS, Bob. O segredo do diagnóstico chinês pelo pulso. São Paulo: Ed. Roca, 2005. 
HIRSCH, Sônia. Manual do herói – ou a filosofia chinesa na cozinha. 2. ed.. São Paulo, Ed. Corre 
Cotia, 2001.
MACIOCIA, Giovanni. Diagnóstico na medicina chinesa: um guia geral. São Paulo: Ed. Roca, 2005.
MACIOCIA, Giovanni. Fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas 
e fisioterapeutas. São Paulo: Ed. Roca, 1996.
MACIOCIA, Giovanni. Fundamentos da Medicina Chinesa: um texto abrangente para acupunturistas 
e fisioterapeutas. 2. ed. São Paulo: Ed. Roca, 2007.
MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. 3. ed.. São Paulo: Ed. Roca, 2017.
ROSS, Jeremy. Zang Fu – Sistemas de órgãos e vísceras da medicina tradicional chinesa: funções, inter-
relações e padrões de desarmonia na teoria e na prática. 2. ed. São Paulo: Ed. Roca, 1994.
YAMAMURA, Ysao. Acupuntura tradicional: a arte de inserir. 2. ed. São Paulo: Ed. Roca, 2004.
ZHUFAN, Xie. Prática da medicina tradicional chinesa. São Paulo: Ed. Ícone, 2009.
	UNIDADE I
	Processo de adoecimento 
na medicina 
tradicional chinesa
	Capítulo 1
	Origem das doenças
	Capítulo 2
	Fatores patogênicos
	Capítulo 3
	Fatores externos: frio e calor
	Capítulo 4
	Fatores externos: vento
	Capítulo 5
	Fatores externos: Umidade e Secura
	Referências

Mais conteúdos dessa disciplina