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SIA- 2º ciclo Endocrinologia DOENÇA NODULAR DA TIREOIDE BÓCIO DIFUSO ATÓXICO • Aumento difuso da tireoide + ausência de nódulos e de hipertireoidismo • Mais comum em mulheres. • Maioria assintomática. Se aumento acentuado tireoide > Compressão traqueal ou esofágica • Reposição de iodo > Regressão variável do bócio (se deficiência) • Tireoide aumenta a ponto de comprimir estruturas adjacentes; o grande problema é a região que a tireoide fica, podendo gerar compressão de via aérea, distorcer anatomia, etc • Atóxico é quando não tem funcionalidade hormonal BÓCIO MULTINODULAR ATÓXICO • Mais comum em mulheres; aumento com a idade. Maioria são assintomáticos e eutireoidianos • Fibrose extensa +/- área hemorragia ou infiltração linfocítica • Origem policlonal > resposta hiperplásica aos fatores de crescimento e citocinas • Múltiplos nódulos com dimensões variáveis • Substâncias que contêm iodo evitados risco de induzir ao efeito de Jod-Basedow • Aumento da tireoide por infiltração e processo imunológico em questão de processo linfocitário, de acúmulo de célula, levando à fibrose e aumento BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO • Hipertireoidismo subclínico ou tireotoxicose leve. Mais comum em idosos • TSH baixo; T4 livre normal/discretamente aumentado; T3 elevada em maior grau • Cintilografia da tireoide > captação heterogênea (múltiplas regiões de captação aumentada e diminuída) • Ultrassonografia da tireoide > avaliação nódulos distintos (captação diminuída - "nódulos frios") antes do tratamento definitivo • Iodo radioativo (tratamento de escolha); Cirurgia > definitivo da tireotoxicose subjacente e bócio • Pedir T3 para investigar hipotireoidismo subclínico • No rastreio, se tem achado de nódulo, pedir primeiro TSH e US, no US, deve-se avaliar os nódulos; depois solicitar cintilografia • US avalia características do nódulo, se benigno ou maligno ADENOMA TÓXICO • Nódulo solitário da tireoide com funcionamento autônomo; volumoso • Mutaçao TSH-R • Cintilografia da tireoide > definitivo captação focal nódulo hiperfuncionante • Ablação com iodo radioativo > tratamento de escolha • Ressecção cirúrgica efetiva; limita-se à enucleação do adenoma; lobectomia NEOPLASIAS BENIGNAS • Lesões císticas/sólidas mistas (US): aparência espongiforme SUSPEITAS DE MALIGNIDADE- PROVA!!! • História familiar, extremos de idade, sexo masculino, historia de irradiação previa, crescimento rápido • Nódulo > 4cm, endurecido e fixo, linfadenopatia cervical, paralisia de corda vocal • USG: hipoecogenicidade (mais escuro), margens indefinidas, microcalcificacoes, fluxo aumentado no Doppler, invasão de estruturas vizinhas, nódulo mais “alto” do que “largo” NEOPLASIA MALIGNA DA TIREOIDE • Carcinoma de tireoide > Neoplasia maligna mais comum endócrina • Tumores malignos derivados epitélio folicular: - Diferenciados > CA papilífero/CA folicular - Indiferenciado > CA anaplásico de tireoide • Prognóstico pior em idosos; 2x mais comum em mulheres • Muitas vezes deve-se apenas fazer ressecção cirúrgica FATORES DE RISCO Patogênese do câncer de tireoide Radiação externa Predispõe rupturas cromossômicas Rearranjos genéticos + perda dos genes supressores tumorais PAPILÍFERO • Bem diferenciado; • Mais comum (70 a 90% das neoplasias malignas de tireoide) • Multifocal ; • Tende invadir localmente e através da cápsula tireoidiana (estruturas adjacentes) • Principais metástases ossos e pulmões ; • Prognóstico excelente ; • Ressecção cirúrgica • Não requer QT na maioria das vezes FOLICULAR • Bem diferenciado ; • Mais comum nas regiões com deficiência de iodo • Disseminação hematogênica > osso, pulmão e SNC ANAPLÁSICO • Alto índice de mortalidade De acordo com TIRAS, tem mais risco de malignidade Mais risco de malignidade: tireodectomia Diabetes Mellitus • Transtorno metabólico > hiperglicemia perpetuada > lesões micro e macrovasculares • Etiologias heterogêneas • Valor menor que 7 da Hb1AC para controle • Diagnóstico do DM: glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose, Hb glicada Manifestações clínicas • Típicas: Poliúria, polidpsia, polifagia, perda ponderal inexplicada, desidratação. Cetoacidose diabética como rastreio • Sugestivos: noctúria, visão turva, cansaço, infecções recorrentes, má cicatrização, albuminúria Rastreamento de DM no indivíduo assintomático • HF • Sinais laboratoriais ou sintomas sugestivos • Primeiro exame de forma ambulatorial: glicemia jejum • Utilizar a glicemia de jejum e/ou a HbA1c > Primeiros testes de rastreamento de DM2 • Classificação: DM tipo 1, DM tipo 2, DM neonatal, DM gestacional Diabetes Mellitus Tipo 1 • Normalmente em pctes jovens, crianças • Se manifesta primeiro com cetoacidose diabética, sendo muito mais ligada ao DM tipo 1, do que DM tipo 2 • Destruição das células β- pancreáticas autoimune deficiência grave da secreção de insulina • Diagnóstico em qualquer idade • Mais comum em crianças e adolescentes • Apresentação clínica mais abrupta, já que há falência completa da secreção de insulina. DM tipo 1 já deve iniciar com insulinoterapia, sua fisiopatologia é a falta de secreção de insulina pelas células beta pancreáticas • Suspeita de DM 1 em adultos > dosagem de autoanticorpos (anti-ilhota, antiGAD, anti- insulina) • Tratamento: insulinoterapia imediata • Principal complicação: Cetoacidose diabética • Quando tem suspeita, solicitar anticorpos • Objetivo tto > mimetizar a secreção fisiológica de insulina; longa e correções pós refeição com insulina de curta duração. Muito usado glargina; se complicação por cetoacidose, não precisa mudar o esquema de insulina • Terapia basal-bolus > instituição precoce: - Múltiplas aplicações diárias de insulina ou bomba de infusão de insulina - 50% da secreção componente basal, ao longo dia, 50% restantes componente prandial (refeições) • Necessidades diárias de insulina Estimadas a partir do peso corporal (0,4 U/kg/dia a 1,0 U/kg/dia) • Análogos de ação longa (glargina, detemir) menor variabilidade glicêmica; menor risco de hipoglicemia em relação à insulina NPH Diabetes Mellitus Tipo 2 • Mais comum na 4ª década de vida: 90-95% de todos os casos de DM • Consequências como nefropatia e cardiopatia • Série de inflamações e citocinas • Etiologia complexa e multifatorial: fatores genéticos e ambientais • Sd metabólica: aumento de gordura central, incapacidade do pcte, pode produzir insulina, mas aparece resistência à ação da insulina nos tecidos • Começa com lesões micro, até macro, o que gera complicações crônicas e doenças vasculares e renais • Assintomático/oligossintomático • Cetoacidose diabética mais rara. Nela tem acidose com presença de cetose; glicemia acima de 200-250 • Estado hiper-osmolar hiperglicêmico; não tem acidose metabólica, tem osmolaridade sérica alta; glicemia acima de 500-600 • A base do tto de cetoacidose e estado hiper-osmolar é a mesma • Na cetoacidose deve ter resolução da acidose, ânion gap, etc Sd metabólica libera citocinas inflamatórias, tem seus efeitos no músculo, fígado, etc. Quando fala-se do fígado, é sobre aumento de glicose. Músculo fala-se de resistência do receptor à insulina de acoplar DM tipo 1 não tem insulina para fazer o transporte DM tipo 2 até pode ter insulina, mas não tem o bom funcionamento da acoplagem e a insulina não é internalizada Fisiopatologia da doença hepática esteatótica metabólica • Músculo, pâncreas e fígado. Por isso gordura no fígado, quando temdoença de depósito, deve- se preocupar com o pcte • Fatores ambientais > expressão de genes > indução de ganho de peso • Capacidade de expansão do tecido adiposo subcutâneo atingida> aumento de deposição de AG livres sítios visceral e ectópico: - Músculo > resistência à insulina + inibição da captação de glicose • Investigar a gordura no fígado, pois se há acúmulo lá, pode também ter em outros locais • No músculo, gera resistência à insulina, que repercute no fígado, aumentando lipólise e ácido graxo livre, se tornando um ciclo interminável • Além da resistência à insulina, tem disfunção das células beta por toda a reação inflamatória • Resistência insulina tecido adiposo lipólise + fluxo AGLs no fígado resistência insulina hepática - Aumento produção de glicose - Lipogênese hepática de novo - - Dislipidemia aterogênica • Pâncreas - excesso de AG > Disfunção célula-β (lipotoxicidade, hiperglicemia e diabetes) • Hiperglicemia em condições críticas: leva a reações inflamatórias, sendo mau prognóstico • Gordura hepática > Resistência ao glucagon > Hiperaminoacidemia > Produção glucagon • TGO e TGP: agressão/lesão de hepatócito; pode haver em fase inicial de DM, mas pode não haver disfunção do fígado • Insuficiência hepática por cirrose: bilirrubina, coagulograma; produtos da função hepática, mas não é o hepatócito. Observa se há hepatócito lesionado ou não • Hiperglucagonemia > Liberação hepática glicose • Hiperinsulinemia > Potencialização reabsorção renal sódio + atividade SNS Hipertensão • Inflamação tecido adiposo + disfunção > resistência insulínica > adipocinas pró-inflamatórias • Triglicérides + metabólitos tóxicos > Lipotoxicidade + disfunção mitocondrial + estresse retículo endoplasmático > Dano hepatócito + apoptose + fibrose • Hepatócitos disfuncionais > Liberação dipeptidil peptidase 4 > Inflamação e perpetuação resistência insulina • Pioglitazona: tratamento de escolha na esteato-hepatite e/ou fibrose na DM Fatores de risco • Rastreio e acompanhamento cardiovascular • DM principais fatores de risco independente para IC • Fatores de risco para IC em adultos com DM2: - Clínicos > idade; duração do DM 2; obesidade; uso de insulina; controle glicêmico inadequado; HAS; DAC; DAOP; história prévia de IAM; revascularização miocárdica - Laboratoriais ou imagem: microalbuminúria; disfunção renal; BNP >/= 125; PCR >/=3; HVE Insuficiência cardíaca e DM 2 • Fração de ejeção reduzida: inibidor de Isglt2 E ar GLP-1 para tentar reduzir efeitos • Primeiro inibidor de Isglt2 Tratamento • Proteção cardiorrenal • Controle glicêmico bem feito • Controle da obesidade • Redução sustentada da Hb glicada inibidores do SGLT2 e dos agonistas do receptor GLP-1 • Plano terapêutico: avaliar pcte constantemente Avaliação risco CV • Primeira opção DM 2: metformina; conforme avaliação agrega • Hb acima de 7,5: metformina + alguma droga • Conforme a resposta e Hb glicada, aumenta o tto • Obesidade: GLP-1 • Adultos DM2 + risco CV alto ou muito alto: uso Isglt2 OU glp-1; reduz eventos CV independentemente HbA1c DM latente do adulto (LADA) • Pode evolui para DM lentamente • Adultos DM + anticorpos + ausência necessidade de insulina por 06 meses • Diagnóstico na vida adulta (até 12% dos casos) > DM autoimune lentamente progressivo • Forma híbrida de DM > características DM 1e DM 2 Diabetes Mellitus Monogênico (MODY) • Hiperglicemia de início antes dos 25 anos de idade + DM na família antes dos 25 anos (2 ou 3 gerações) • Autoanticorpos negativos • Peptídeo C > 0,6 ng/mL, após 5 anos do diagnóstico de DM • Doença autossômica dominante • Defeitos genes direta ou indiretamente secreção de insulina Metas glicêmicas • Hipoglicemia e hiperglicemia são ruins Complicações crônicas DM – Retinopatia Diabética • Complicação microvascular comum • Gravidade > Maior risco complicações micro e macrovasculares • Diagnóstico e tratamento precoces: - Melhoram o prognóstico - Redução dano irreversível • Atraso no diagnóstico e o surgimento das formas graves> Principal causa de perda visual evitável Complicações crônicas DM- Nefropatia Diabética • Doença renal do DM > Principal causa de terapia • Estágios • Uso de drogas para nefroproteção • Isglt2: glicosúria; impede reabsorção de glicose gerando isso. Principal mecanismo fisiopatológico • A tendência é melhorar o máximo a TFG e função renal como um todo Complicações crônicas DM- Neuropatia diabética • Perda de sensibilidade • Dolorosa: dor neuropática; evolui para pé diabético • ComplicaÇão crônica mais prevalente • Complicação precoce, polimórfica e furtiva > 50% assintomáticos; 50% dor neuropática aguda ou crônica • Neuropatia periférica diabética > forma mais comum; piora com repouso, melhora com atividade. Pela perda da sensibilidade no local afetado por conta de lesões micro e macrovasculares, gera úlcera - Lesões difusas, simétricas, distal e progressiva fibras sensitivo- motoras e autonômicas - Hiperglicemia crônica + fatores cardiovasculares • Neuropatia periférica dolorosa diabética > dor neuropática local afetado (piora repouso, melhora com atividade) • Pctes do sexo masculino normalmente tem mais amputação • Sensitivo motora e polineuropatia diabética são as principais • Tto da neuropatia diabética dolorosa: primariamente controle glicêmico e da doença de base • Terapia analgésica multimodal; fisioterapia Principais ttos neuropatia diabética dolorosa • Tto de base: interferência história natural da doença • To restaurador • Controle da dor • Gabapentina, duloxetina, pregabalina- antidepressivo em conjunto com anticonvulsivante Complicações crônicas- pé diabético • Principais complicações do DM > Associada a altos níveis de morbi-mortalidade • Infecção > Complicação mais frequente que requer hospitalização • Infecção grave: sistêmica • Moderada: borda de úlcera, eritema, secreção Caso 1 Caso 2 Caso 3 Cushing Caso 4 Insuficiência adrenal Doenças da Suprarrenal • Glândulas adrenais > localizada na polos superior de cada rim • Medula responsável por produção de catecolaminas • Córtex suprarrenal > produção de 3 classes de corticosteroides - Glicocorticoides (cortisol), mineralcorticoides (aldosterona), precursores androgênicos • Medula suprarrenal > gânglio autonômico > produção de adrenalina e noradrenalina Medula da adrenal • Há produção de catecolaminas • Estimulação dos nervoso simpáticos que saem da medula- participação do SN simpático, que dá estímulo para liberar adrenalina ou nora no vaso sg • Estimulação de nervos simpáticos que saem da medula espinhal- SNS • Resposta imediata ao estresse • Se tem distúrbio acometendo medula: desregulação na parte de catecolaminas Córtex da adrenal • Todos hormônios esteroides são sintetizados a partir do colesterol • Três zonas: glomerulosa; reticular; fasciculada • Reticular: produzida androgênios • Do colesterol gera as 3 linhas de corticoesteroides • Cortisol tem relação com todo o metabolismo • Mineralocorticoides: • Testosterona/estradiol: hormônios sexuais do ser humano • Zona fasciculada: produzido glicocorticoides; há feedback negativo no hipotálamo e hipófise. Há liberação do hormônio liberador de corticotrofina após liberação de estresse, este hormônio liberta ACTH, ele é regulador central da síntese de cortisol. Essa produção e liberação envolvendo SNC, tem um ciclocircadiano que explica o porque à noite é pior do que ao longo do dia. O cortisol é um corticoide, que é um anti inflamatório endógeno, assim quando adoecemos, à noite piora, acordamos mal e ao longo do dia melhora. Isso por conta da liberação pulsátil, tudo isso é o sistema regulatório Cortisol • Aumenta liberação de insulina • Reduz captação de glicose e aumenta gliconeogênese no fígado • Aumenta proteólise no músculo • Aumenta quebra de gordura • Distúrbios que envolvem são primários, iatrogênicos de adm prolongada de corticoide sintético FEOCROMOCITOMA • Tumor neuroendócrino raro > paraganglioma - Originário de células cromafins da medula adrenal - Secretores de catecolaminas • Causa de hipertensão arterial grave secundária; “tumor dos 10”- 10% tem a ver com ligação familiar; 10% assintomático; 10% pode ser maligno, etc Tríade clássica: • palpitação, sudorese e cefaleia • Ademais, muito hipertenso Diagnóstico • Exames labs: dosagem de catecolaminas, metanefrinas plasmáticas e urinária • Exame de imagem Tratamento • Adrenalectomia (preparo pré operatório com alfabloqueadores) • Prasozina 1 mg/dia; Doxasozina HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO • Sd de conn > produção excessiva de aldosterona • Independente sistema RAA e não supressível pelo aporte de sódio • Mais comumente: adenoma produtor de aldosterona hiperplasia adrenal Manifestações • Hipocalemia • Noctúria • Poliúria • Hiperglicemia SÍNDROME DE CUSHING • Hipercortisolismo crônico > perda feedback negativo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal • Sd de Cushing x doença de Cushing • Sd de Cushing exógena > mais comum Manifestações clínicas • Varia de acordo com sexo, idade, gravidade e duração da doença • Obesidade central