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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL – QG108B AULAS 24 E 25: TERMODINÂMICA GIORGIO ANTONIOLLI 2 Introdução Energia: alguns princípios básicos - Energia: capacidade de realizar trabalho. - Energia térmica: energia cinética das moléculas. Está associada à transferência de calor entre um objeto mais quente e outro mais frio. - Unidades de energia no SI: J (o joule). - Lei da conservação de energia: a energia não pode ser criada nem destruída – a energia total do universo é constante. 3 Introdução Energia: alguns princípios básicos - Equilíbrio térmico: não existe qualquer alteração no nível macroscópico, embora ainda ocorram processos no nível particulado. • A transferência de energia na forma de calor ocorre espontaneamente de um objeto com temperatura maior a outro com temperatura menor; o objeto cuja temperatura aumenta, ganha energia térmica e aquele cuja temperatura diminui, perde energia térmica. • A transferência de energia na forma de calor continua até que ambos os objetos se encontrem sob a mesma temperatura e o equilíbrio térmico seja alcançado. Introdução Energia: alguns princípios básicos • Em um processo exotérmico, a energia de um sistema é transferida na forma de calor para sua vizinhança. A energia do sistema diminui, e a energia da vizinhança aumenta. A energia na forma de calor é designada pelo símbolo q. No caso de um processo exotérmico, qsis 0. 4 5 Capacidade calorífica específica - Capacidade calorífica específica (C): a energia transferida na forma de calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de uma substância em 1 kelvin. Unidade: J.g-1K-1. - Energia recebida ou perdida na forma de calor quando uma determinada massa de uma substância é aquecida ou resfriada: 𝒒 = 𝑪 × 𝒎 × ∆𝑻 ∆𝑻 = 𝑻𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑻𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 Calcule a energia que deve ser transferida da vizinhança para uma amostra de 10,0 g de cobre se a temperatura do metal for aumentada de 298 K (25 °C) a 598 K (325 °C). 6 Capacidade calorífica específica Aspectos quantitativos da energia transferida como calor Por causa da lei da conservação de energia, em um sistema isolado, a soma das mudanças de energia dentro do sistema deve ser igual a zero. Se a energia é transferida apenas na forma de calor: 𝒒𝟏 + 𝒒𝟐 + 𝒒𝟑 + … = 𝟎 𝒒á𝒈𝒖𝒂 + 𝒒𝒎𝒆𝒕𝒂𝒍 = 𝟎 [ 𝑪á𝒈𝒖𝒂 × 𝒎á𝒈𝒖𝒂 × 𝑻𝒇 − 𝑻𝒊, á𝒈𝒖𝒂 + [(𝑪𝒎𝒆𝒕𝒂𝒍 × 𝒎𝒎𝒆𝒕𝒂𝒍 × 𝑻𝒇 − 𝑻𝒊, 𝒎𝒆𝒕𝒂𝒍 = 𝟎 Calcule Cmetal. 7 Energia e mudanças de estado - A energia transferida na forma de calor que é requerida para converter uma substância sólida em seu ponto de fusão em líquido é chamada de calor de fusão. - A energia transferida como calor para converter um líquido em seu ponto de ebulição em vapor é chamada calor de vaporização. - A temperatura é constante durante uma mudança de estado. 8 Energia e mudanças de estado Calcule a energia necessária para converter 500, g de gelo a -50,0 °C em vapor a 200,0 °C. O calor de fusão da água é de 333 J.g-1 e o calor de vaporização é de 2256 J.g-1. 𝒒𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏, 𝟔𝟓 × 𝟏𝟎𝟔 𝑱 (𝒐𝒖 𝟏𝟔𝟓𝟎 𝒌𝑱) 9 Primeira lei da termodinâmica - Termodinâmica é a ciência do calor e do trabalho. 10 Primeira lei da termodinâmica - A quantidade U tem um nome formal, energia interna. - A energia interna em um sistema químico é a soma das energias potencial e cinética no interior do sistema, isto é, as energias dos átomos, moléculas ou íons no sistema. - A equação nos diz como determinar ΔU: medir a energia transferida nas formas de calor e trabalho do ou para o sistema. 11 Primeira lei da termodinâmica 12 Primeira lei da termodinâmica - O trabalho no exemplo que envolve a sublimação do CO2 é de um tipo específico, chamado trabalho P-V (pressão-volume). Trata-se do trabalho (w) associado a uma variação no volume (ΔV) que ocorre contra uma pressão externa resistente (P). - Para um sistema em que a pressão externa é constante, o valor do trabalho P-V pode ser calculado: Em um processo de volume constante, ΔV = 0. 13 Entalpia À pressão constante, Δ𝑼 = 𝒒𝒑 + 𝒘𝒑 Se o único tipo de trabalho que ocorre é o trabalho P-V, então Δ𝑼 = 𝒒𝒑 − 𝑷Δ𝑽 Reorganizando, temos 𝒒𝒑 = Δ𝑼 + 𝑷Δ𝑽 Agora introduziremos uma nova função termodinâmica chamada entalpia, H, 𝑯 = 𝑼 + 𝑷𝑽 A variação de entalpia para um sistema à pressão constante pode ser calculada a partir da seguinte equação: Δ𝑯 = Δ𝑼 + 𝑷Δ𝑽 Dessa forma, Δ𝑯 = 𝒒𝒑 14 Entalpia • Valores negativos de ΔH: a energia é transferida do sistema para a vizinhança (processo exotérmico). • Valores positivos de ΔH: a energia é transferida na forma de calor da vizinhança para o sistema (processo endotérmico). O gás nitrogênio (1,50 L) está confinado em um cilindro sob pressão atmosférica constante (1,01 × 105 Pa). O gás se expande até um volume de 2,18 L quando 882 J de energia são transferidos na forma de calor da vizinhança para o gás. Qual é a variação na energia interna do gás? Não importa como reagentes convertem-se em produtos em uma reação, os valores de ΔH e ΔU são sempre os mesmos. Uma quantidade que tenha essa propriedade característica é chamada função de estado. 15 Variações de entalpia nas reações químicas - A entalpia padrão da reação, ΔfH° a decomposição de vapor de água em hidrogênio e oxigênio a 25 °C é de +241,8 kJ (mol de reação)-1. 16 Variações de entalpia nas reações químicas 17 Variações de entalpia nas reações químicas • ΔH são específicas para a reação que está acontecendo. As identidades dos reagentes e dos produtos e seus estados (s, l, g) são importantes, assim como suas quantidades. • A ΔH depende da quantidade de matéria da reação, isto é, o número de vezes que a reação como está escrita é executada. • ΔfH° tem um valor negativo para uma reação exotérmica, e um valor positivo para uma reação endotérmica. • Os valores ΔfH° são numericamente iguais, mas de sinais opostos, para reações químicas que sejam o inverso uma da outra. Suponha que 454 g de propano, C3H8, foram queimados (sob pressão constante), dada a equação para a combustão exotérmica e a variação de entalpia para a reação. Determine a variação de entalpia. 18 Cálculos de entalpia: Lei de Hess - O cálculo é baseado na lei de Hess, a qual expressa que, se uma reação é a soma de duas ou mais outras reações, ΔfH°, para o processo global é a soma dos valores de ΔfH° dessas reações. 19 Cálculos de entalpia: Lei de Hess e digrama de níveis de energia 20 Cálculos de entalpia: Lei de Hess e digrama de níveis de energia Suponha que você queira saber a variação de entalpia para a formação do metano, CH4, a partir de carbono sólido (como grafite) e gás hidrogênio: A variação de entalpia dessa reação não pode ser medida no laboratório porque a reação é muito lenta. Podemos, contudo, medir a variação de entalpia para a combustão do carbono, hidrogênio e metano. Use essa informação para calcular ΔfH° para a formação do metano a partir de seus elementos. 21 Cálculos de entalpia: Entalpia padrão de formação - A entalpia padrão molar de formação é a variação da entalpia na formação de 1 mol de um composto diretamente a partir dos seus elementos componentes, em seus estados naturais a 25 °C e 1 bar (padrão). - ΔfH° para NaCl(s): - ΔfH° para NaCl(aq): - ΔfH° para C2H5OH: - A entalpia de formação de um composto não corresponde necessariamente a uma reação que possa ser executada. 22 Cálculos de entalpia: Entalpia padrão de formação • A entalpia padrão de formação de um elemento em seu estado padrão é zero. • A maioria dos valores de ΔfH° é negativa,indicando que a formação dos compostos a partir das substâncias simples é geralmente exotérmica. Poucos valores são positivos, estes representam compostos que são instáveis e tendem a se decompor em seus elementos (Um exemplo é o NO(g) com ΔfH° = +90,29 kJ.mol-1). • Valores de ΔfH° podem ser usados para comparar as estabilidades de compos tos relacionados. Considere os valores de ΔfH° para os haletos de hidrogênio. O fluoreto de hidrogênio é o mais estável desses compostos no que diz respeito à decomposição em seus elementos, enquanto o HI é o menos estável (como indicado pelo ΔfH° do HF sendo o valor mais negativo e aquele do HI sendo positivo). 23 Cálculos de entalpia: Variação da entalpia para uma reação - É possível calcular a variação de entalpia para uma reação sob condições padrão com a fórmula: - Exemplo: ∆𝒇𝑯𝟎 = −𝟔𝟑𝟓, 𝟏 𝒌𝑱 + −𝟑𝟗𝟑, 𝟓 𝒌𝑱 − −𝟏𝟐𝟎𝟕, 𝟔 𝒌𝑱 = +𝟏𝟕𝟗, 𝟎 𝒌𝑱. 𝒎𝒐𝒍−𝟏 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒂çã𝒐 24 Cálculos de entalpia: Variação da entalpia para uma reação A nitroglicerina, C3H5(NO3)3, é um explosivo poderoso que forma quatro gases diferentes quando detonada: Calcule a variação da entalpia que ocorre quando 10,0 g de nitroglicerina é detonada. A entalpia padrão de formação da nitroglicerina, ΔfH° é -364 kJ.mol-1. ΔfH° [CO2(g)] = -393,5 kJ.mol-1. ΔfH° [H2O(g)] = -241,8 kJ.mol-1. ΔfH° [N2(g)] = [O2(g)] = 0. 1 mol nitroglicerina = 227,1 g. 25 Entalpia de ligação - É a variação de entalpia quando uma ligação em uma molécula é quebrada com os reagentes e produtos e na fase gasosa. - O processo de rompimento de ligações em uma molécula é sempre endotérmico, de modo que ΔrH para rompimento da ligação é sempre positivo. 26 Entalpia de ligação - A formação das ligações a partir de átomos ou radicais na fase gasosa é sempre exotérmica. 27 Entalpia de ligação 28 Entalpia de ligação - O primeiro passo é identificar quais ligações são rompidas e quais são formadas. - Ligações rompidas: 1 mol de ligações C=C e 1 mol de ligações H–H. Energia requerida = [ 610 kJ para ligações C=C ] + [ 436 kJ para ligações H–H ] = 1046 kJ (mol de reação)-1 29 Entalpia de ligação - Ligações formadas: 1 mol de ligações C–C e 2 mol de ligações C–H. - Usando valores de ΔfH° o propano e o propeno, calculamos ΔrH° = −125,1 kJ (mol de reação)-1 Energia liberada = [ 346 kJ para ligações C–C ] + [ 2 x 413 kJ para ligações C–H ] = 1172 kJ (mol de reação)-1 Slide 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL – QG108B Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29