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RESUMO HISTÓRIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO 1º SEMESTRE 2020
 Prof. EDUARDO JORDÃO
O QUE É A FILOSOFIA?
Filosofia (philosophia, literalmente «amor pela sabedoria») é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente, e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver. Dizer de uma maneira concreta o que é filosofia já se trata em si de uma questão filosófica.
O QUE É UM FILOSOFO?
Filósofo é a pessoa responsável por estudar a natureza de todas as coisas existentes e as relações que possam existir entre estas coisas. Noções de valores, sentidos, fatos, além da conduta e destino do homem também são temas estudados por este profissional. O filósofo é movido pela consciência lúcida que a busca pelo conhecimento é uma característica da condição humana de adquirir sabedoria. Este princípio remonta ao que diz o filósofo grego Pitágoras, que é citado como o inventor do termo “filósofo”.
O QUE É FILOSOFAR?
O ato de filosofar reflete a capacidade do ser humano em pensar/refletir (usar a razão para compreender os fatos) sobre a sua própria existência como um ser vivo. Nesta direção, podemos verificar que o homem, as plantas, os animais e os fenômenos da natureza são objetos de estudo da Filosofia. Portanto podemos compreender que o ato de filosofar está ligado à compreensão de tudo o que envolve a existência humana.
O QUE É O MITO?
Um mito é uma narrativa de caráter simbólico-imagético, ou seja, o mito não é uma realidade independente, mas evolui com as condições históricas e étnicas relacionadas a uma dada cultura, que procura explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser das personagens, a origem das coisas (do mundo; dos homens; dos animais; das doenças; dos objetos; das práticas de caça, pesca, medicina entre outros; do amor; do ódio; da mentira e das relações, seja entre homens e homens, homens e mulheres e mulheres e mulheres, humanos e animais etc.). 
QUAIS AS FUNÇÕES DE UM MITO?
O mito possui três funções principais:
1. Explicar – o presente é explicado por alguma ação que aconteceu no passado, cujos efeitos não foram apagados pelo tempo, como por exemplo, uma constelação existe porque, há muitos anos, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta, mas uma deusa levou-as para o céu e transformou-as em estrelas.
2. Organizar – o mito organiza as relações sociais, de modo a legitimar e determinar um sistema complexo de permissões e proibições. O mito de Édipo existe em várias sociedades e tem a função de garantir a proibição do incesto, por exemplo. O “castigo” destinado a quem não obedece às regras funciona como “intimidação” e garante a manutenção do mito.
3. Compensar – o mito conta algo que aconteceu e não é mais possível de acontecer, mas que serve tanto para compensar os humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse erro foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada da Natureza e do meio que a cerca (Chauí, p. 162).
O QUE É COSMOGONIA?
Cosmogonia (ou Cosmogenia) é qualquer modelo relacionado à existência (ou seja, a origem) que seja do cosmos (ou o universo), ou da chamada realidade dos seres sencientes.[1][2] A cosmogonia é a especulação sobre a origem e formação do mundo que se encontra em muitos mitos religiosos e na filosofia dos pré-socráticos, principalmente Tales de Mileto, o primeiro a buscar a origem de todas as coisas, acreditando encontrá-la na água,[3] considerada por ele como a substância primordial do universo.[4]
O QUE É COSMOLOGIA?
Em astronomia, cosmologia é o ramo que estuda a origem, a estrutura e a evolução do Universo a partir da aplicação de métodos científicos. 
COMO SURGE A FILOSOFIA?
A atividade filosófica surgiu nas colônias gregas da Antiguidade, entre os séculos VII e V a.C.. O raciocínio que se caracterizou posteriormente como filosófico surgiu em oposição ao pensamento baseado nos mitos reunidos por Homero e Hesíodo. Pensadores como Xenófanes, Heráclito, Empédocles e outros deixaram de aceitar as explicações baseadas em deuses e heróis para investigar a natureza (o conceito em grego é physis) em busca de princípios que explicassem o todo da realidade. A aceitação passiva de verdades não comprováveis foi, assim, abandonada e iniciou-se uma busca por respostas com base em novas racionalizações
O QUE SIGNIFICA A PALAVRA FILOSOFIA?
Filosofia é uma palavra grega que significa "amor à sabedoria".
QUAL O PRIMEIRO FILOSOFO?
Tales de Mileto foi considerado o primeiro filósofo por Aristóteles. Hoje, sabendo que existe uma tradição filosófica oriental que pode ser anterior à filosofia ocidental, podemos dizer que Tales foi o primeiro filósofo do Ocidente.
A CAVERNA DE PLATÃO
Mito da caverna é uma metáfora criada pelo filósofo grego Platão, que consiste na tentativa de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos e o que seria necessário para atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima dos sentidos.
A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
Para Aristóteles, existe um único mundo: este em que vivemos. Só nele encontramos bases sólidas para empreender investigações filosóficas. Aliás, é o nosso deslumbramento com este mundo que nos leva a filosofar, para conhecê-lo e entendê-lo. Aristóteles sustenta que o que está além de nossa experiência não pode ser nada para nós. Nesse sentido, ele não acreditava e não via razões para acreditar no mundo das ideias ou das formas ideais platônicas. Porém, conhecer o mundo da experiência, "concreto", foi um desejo ao qual Aristóteles se entregou apaixonadamente. Assim, ele descreveu os campos básicos da investigação da realidade e deu-lhes os nomes com que são conhecidos até os nossos dias: lógica, física, política, economia, psicologia, metafísica, meteorologia, retórica e ética.
A TEORIA DAS 4 CAUSAS DE ARISTÓTELES
Para Aristóteles uma coisa é o que é devido a sua forma. Como, porém, o filósofo entende essa expressão? Ele compreende a forma como a explicação da coisa, a causa de algo ser aquilo que é. Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e complementares: 
· Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos. 
· Causa eficiente: o que fez a coisa? A construção. 
· Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa. 
· Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos três primeiros séculos, elaborada pelos Pais ou Padres da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" — e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra todos que eram contra, os hereges.
Filosofia Escolástica, é um método ocidental de pensamento crítico e de aprendizagem, com origem nas escolas monásticas cristãs,[1] que concilia a fé cristã com um sistema de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega (razão aristotélica e platônica).[2][3] Colocando ênfase na dialética para ampliar o conhecimento por inferência e resolver contradições.
RACIONALISMO
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica que usa uma ou mais proposições para extrair conclusões, ou seja, se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo. O racionalismo é em parte, a base da Filosofia, ao priorizar a razão como o caminho para se alcançar a verdade.[1]
EMPIRISMO
Na filosofia, empirismo é uma teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial.[1] O método indutivo, por sua vez, afirma que a ciência como conhecimento só pode ser derivada a partir dos dados da experiência. 
CRITICISMO KANTIANO
Criticismo representa em filosofia a posição metodológica própria de Immanuel Kant. Caracteriza-se por considerar que as análises críticas da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limitesdo conhecimento racional constituem-se no ponto de partida da reflexão filosófica.[1] É uma doutrina filosófica que tem como objeto o processo pelo qual se estrutura o conhecimento, estabelecida a partir das críticas ao empirismo e ao racionalismo.
IDEALISMO HEGELIANO
Podemos explicar o pensamento hegeliano dessa maneira: a realidade é composta por nossa mente e a própria consciência não é estática, ou seja, congelada, pois está sempre mudando e desenvolvendo novas categorias e conceitos, que determinam como nós vivemos o mundo. O que faz que o conhecimento sempre seja contextualizado.
PRINCIPAIS FILOSOFOS DA GRÉCIA ANTIGA E SEUS PERÍODOS:
· PERÍODO PRÉ SOCRÁTICO (ANTES DE SÓCRATES):
· (séc. VIl e VI a.C.). Os primeiros filósofos ocupavam -se com questões cosmológicas, iniciando a separação entre a filosofia e o pensamento mítico.
· Principais filósofos: Sócrates, Protágoras, Górgias, Isócrates, Platão e Xenofonte.
· 
· PERÍODO CLÁSSICO OU SOCRÁTICO
· (séc. V e IV a.C.). Ênfase nas questões antropológicas e maior sistematização do pensamento. Desse período fazem parte os sofistas, o próprio Sócrates, seu discípulo Platão e Aristóteles, discípulo de Platão.
· Principal filósofo: Aristóteles de Estagira. Sócrates e Platão.
· PERÍODO HELENISTICO OU PÓS SOCRÁTICO
· (séc. ll l e li a.C.). Durante o helenismo, preponderou o interesse pela física e pela ética. Surgiram as correntes filosóficas do estoicismo (Zenão de Cítio), do hedonismo (Epicuro) e do ceticismo {Pirro de Élida).
· Principais filósofos: Escola Estoica (Zenão de Citio, Cleantes e Crisipo). Escola Epicurista (Epicuro).
Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.
Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer.
Estoicismo: os sábios estoicos como, por exemplo, Marcos Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como à emoção, o prazer e o sofrimento.
MILAGRE GREGO
O milagre grego foi a passagem do pensamento mítico para o pensamento filosófico. Em épocas muito remotas, a civilização grega utilizava apenas da mitologia para explicar os fenômenos que acontecia tanto dentro da natureza, bem como no meio social. Nada era questionado e tudo era desenvolvido com base no desejo dos deuses gregos. O rompimento com esse pensamento mítico foi o surgimento da filosofia que trouxe novas perspectivas para a sociedade permitindo assim, que tanto ela como os indivíduos desenvolvessem novas formas de pensar.
O CONHECIMENTO
O conhecimento é a substantivação do verbo conhecer. Conhecer é o ato de entender, compreender, apreender algo por meio da experiência ou do raciocínio. O conhecimento fascina a humanidade desde a Antiguidade, quando a Filosofia passou a pensar os modos como o ser humano pode conhecer a verdade.
A METAFISÍCA 
 é uma das disciplinas fundamentais da filosofia que examina a natureza fundamental da realidade, incluindo a relação[1] entre mente e matéria, entre substância e atributo e entre potencialidade e atualidade.[2] Os sistemas metafísicos, na sua forma clássica, tratam de problemas centrais da filosofia teórica: são tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as causas ou princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral. Um ramo central da metafísica é a ontologia, a investigação sobre as categorias básicas do ser e como elas se relacionam umas com as outras. Outro ramo central da metafísica é a cosmologia, o estudo da totalidade de todos os fenômenos no universo.
ALGUNS CONCEITOS:
INTUIÇÃO
 intuição é um processo pelo qual os humanos passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo. Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar a conclusão é puramente inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal ou divino.
VERDADE
A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade" pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões acerca da verdade existem e continuam sendo debatidas.
O PRINCÍPIO DE TODAS AS COISAS
Tales de Mileto: a água
Para Tales de Mileto, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo. Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché água como nosso pensamento de água líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então, seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a ideia de uma causa material como origem de todo o universo.
“... a água é o princípio de todas as coisas...”
Anaximandro de Mileto: o Ápeiron
Rudini observa que Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto um o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Anaximandro foi um dos pré-socráticos que mais se diferenciou na sua concepção da arché por não a ver como um elemento determinado, material. Considerava o infinito como o princípio das coisas, e o chamou de Éter, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem das coisas limitadas. Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de separação dos contrários (seco-úmido). "Anaximandro ainda afirmaria que os primeiros animais nasceram no elemento líquido e, pouco a pouco, vieram para o ambiente seco, mudando o seu modo de viver por um processo de adaptação ao ambiente, extremamente coerente com as teorias evolucionistas de Charles Darwin."
“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”
Anaxímenes de Mileto: o ar
Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro, discorda de que os contrários podem gerar várias coisas. Colocou o ar como Arché, porque o ar, melhor que qualquer outra coisa, se presta à variações, e também devido a necessidade vital deste para os seres vivos. A rarefação e condensação do ar formam o mundo. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que faz todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação).
“... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e as coisas divinas...”
Xenófanes de Cólofon: a terra
O elemento primordial para Xenófanes é a terra, através do elemento terra desenvolve sua cosmologia. Sua filosofia tinha sua lógica, pois, afinal, tudo o que existe começa na terra e tudo volta para a terra, tanto animais quanto plantas. Apesar de tudo, ainda temos aqueles que acreditam que a água seja o começo e questionam o por que da terra como justificativa, se a maior parte do planeta era feita de água. Tal questão era respondida com a justificação de que o fundo do oceano era feito de terra.
“... tudo sai da terra e tudo volta à terra...”
Heráclito de Éfeso: o fogo
Heráclito atribuiu o fogo como princípiode todas as coisas. "O fogo transforma-se em água, sendo que uma metade retorna ao céu como vapor e a outra metade transforma-se em terra. Sucessivamente, a terra transforma-se em água e a água, em fogo." Mas Heráclito era mobilista e afirmava que todas as coisas estão em movimento como um fluxo perpétuo. Ou seja, usa o fogo apenas como símbolo de todo este movimento. Heráclito imaginava a realidade dinâmica do mundo sob a forma de fogo, com chamas vivas e eternas, governando o constante movimento dos seres.
“... descemos e não descemos nos mesmos rios; somos e não somos...”
Pitágoras de Samos: o número
Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números - para eles o número (sinônimo de harmonia) era considerado como essência das coisas - é constituído então da soma de pares e ímpares, noções opostas (limitado e ilimitado) respectivamente números pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de mutação. Teriam chegado à concepção de que todas as coisas são números.
“... o princípio das matemáticas é o princípio de todas as coisas...”
Empédocles de Agrigento: os quatro elementos
Empédocles acreditava que a natureza possuía quatro elementos básicos, ou raízes: a terra, o ar, o fogo e a água. Não é certo, portanto, afirmar que “tudo” muda. Basicamente, nada se altera. O que acontece é que esses quatro elementos diferentes simplesmente se combinam e depois voltam a se separar para então se combinarem novamente. O que unia e desunia os quatro elementos eram dois princípios: o amor e o ódio. Os quatro elementos e os dois princípios seriam eternos e imutáveis, mas as substâncias formadas por eles seriam pouco duradouras. Jostein Gaardner afirma que talvez Empédocles tenha visto uma madeira queimar, alguma coisa aí se desintegra. Alguma coisa na madeira estala, ferve, é a água, a fumaça é o ar, o responsável é o fogo, e as cinzas são a terra. As verdades não seriam mais absolutas, como nos eleatas, mas proporcionais à medida humana. As coisas são imóveis, mas o que percebemos com os sentidos não é falso. Então, as duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio. O amor agiria como força de atração e união, o ódio como força de dissolução. Em quatro fases, existe a alternância dos dois. Estabelece um ciclo, com a tensão da convivência dessas forças motrizes.
Anaxágoras de Clazomena: as homeomerias
Anaxágoras achava que a natureza era composta por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis a olho nu. Assim, em tudo existia um pouco de tudo. Segundo Jostein Gaarder, de certa forma, nosso corpo também é construído dessa forma. Se retiro uma célula da pele de meu dedo, o núcleo desta célula contém não apenas a descrição da minha pele. Em cada uma das células existe uma descrição detalhada da estrutura de todas as outras células do meu corpo. Em cada uma das células existe, portanto, “um pouco de tudo”. O todo está também na menor das partes. Anaxágoras chamou as infinitas partículas de homeomerias, ou sementes invisíveis, que diferiam entre si nas qualidades. Todas as coisas resultariam da combinação das diferentes homeomerias.
“...todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez, pois o pequeno era ilimitado...”
Demócrito: os átomos
Os atomistas seguiram a linha de que a natureza era composta por partículas infinitas. Diziam que tudo que realmente existia era constituído de átomos e de vazio (este último os espaços entre os átomos). Considera que nada pode surgir do nada, assim, os átomos eram eternos, imutáveis e indivisíveis. O que acontecia, era que eles eram irregulares e podiam ser combinados para dar origem aos corpos mais diversos. Demócrito é considerado o mais lógico dos pré-socráticos. Convém acrescentar, contudo, que o suposto equívoco de Demócrito seria, grosso modo, um erro de nomenclatura dos descobridores do átomo. Ao teorizarem e, posteriormente, visualizarem a estrutura atômica, deram-lhe o nome de "átomo" em referência às ideias de Demócrito. O fato dessa estrutura ser composta e, portanto, divisível, deve-se mais a um erro de atribuição do que à má fundamentação da visão atomista.

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