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Livro Eletrônico
Aula 2 - Parte 2
Direito Administrativo p/ Concursos Cartórios - Curso Regular
Wagner Damazio
07818729798 - Rodrigo Neves Quintino da Costa
 
 
 
 2 
 
 
Sumário 
Sumário ................................................................................................................................................................ 2 
1. Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 5 
2. Noções Gerais acerca do Ato Jurídico .............................................................................................................. 6 
3. Definição de Ato Administrativo ...................................................................................................................... 8 
3.1. Fato DA Administração e Fato Administrativo ....................................................................................... 10 
3.2. Ato Administrativo, Político, Legislativo e Judicial ................................................................................. 11 
3.3. Ato DA Administração e Ato Administrativo .......................................................................................... 12 
3.4. Silêncio Administrativo ou o Não Ato ..................................................................................................... 14 
3.5. Silêncio Eloquente .................................................................................................................................. 17 
3.6. Planos de Existência, Validade e Eficácia ............................................................................................... 19 
4. Elementos, Requisitos de Validade ou Aspectosdo Ato Administrativo ........................................................ 20 
4.1. Competência ........................................................................................................................................... 22 
4.2. Finalidade ............................................................................................................................................... 27 
4.3. Forma ..................................................................................................................................................... 28 
4.4. Motivo .................................................................................................................................................... 31 
4.4.1. Motivo e Motivação .......................................................................................................................... 31 
4.4.2.Teoria dos Motivos Determinantes ................................................................................................... 34 
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Direito Administrativo p/ Concursos Cartórios - Curso Regular
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 3 
 
4.5. Objeto ..................................................................................................................................................... 35 
4.6. Mérito Administrativo ............................................................................................................................ 38 
4.6.1. Doutrina Chenery .............................................................................................................................. 39 
5. Atributos do Ato Administrativo .................................................................................................................... 41 
5.1. Presunção de Legitimidade e Presunção de Veracidade ........................................................................ 41 
5.2. Autoexecutoriedade ............................................................................................................................... 43 
5.3. Tipicidade ............................................................................................................................................... 44 
5.4. Imperatividade ....................................................................................................................................... 45 
6. Classificação dos Atos Administrativos.......................................................................................................... 46 
6.1. Quanto aos Destinatários ....................................................................................................................... 48 
6.2. Quanto ao Alcance ................................................................................................................................. 49 
6.3. Quanto ao Objeto ................................................................................................................................... 50 
6.4. Quanto ao Regramento .......................................................................................................................... 51 
6.5. Quanto à Formação da Vontade ............................................................................................................ 52 
6.6. Quanto ao Conteúdo .............................................................................................................................. 54 
6.7. Quanto à Eficácia ................................................................................................................................... 55 
6.8. Quanto à Exequibilidade ........................................................................................................................ 57 
6.9. Quanto à Retratabilidade ....................................................................................................................... 59 
6.10. Quanto ao Modo de Execução ............................................................................................................. 61 
6.11. Quanto ao Objetivo Visado pela Administração .................................................................................. 61 
6.12. Quanto aos Efeitos ............................................................................................................................... 62 
7. Atos Administrativos em Espécie ................................................................................................................... 64 
7.1. Atos Administrativos Normativos ........................................................................................................... 64 
7.2. Atos Administrativos Ordinatórios ......................................................................................................... 66 
7.3. Atos Administrativos Negociais .............................................................................................................. 67 
7.4. Atos Administrativos Enunciativos ......................................................................................................... 70 
7.5. Atos Administrativos Punitivos ............................................................................................................... 72 
8. Extinção dos Atos Administrativos ................................................................................................................ 74 
8.1. Extinção de Ato Eficaz por Cumprimento de seus Efeitos ...................................................................... 75 
8.2. Extinção de Ato Eficaz por Desaparecimento do Sujeito ou Objeto ....................................................... 76 
8.3. Extinção de Ato Eficaz por sua Retirada do Mundo Jurídico .................................................................. 76 
8.3.1. Revogação e Anulação (Invalidação) ................................................................................................ 77 
8.3.2. Atos Nulos e Atos Anuláveis ............................................................................................................. 85 
8.3.3.de eximi-lo 
do controle de legalidade pela Administração ou pela via judicial. A dissimulação dos 
fundamentos não é o mesmo que praticar o ato por razões de conveniência e oportunidade, 
fatores próprios dos atos discricionários. Em casos como aquele, portanto, o ato sujeita-se 
à invalidação por vício no motivo, restaurando-se, em consequência, a legalidade ofendida 
pela manifestação volitiva do administrador. 
 
Ademais, a própria Lei nº 4.717, de 1965, exigiu adequação entre o motivo e o 
resultado obtido. Veja: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
d) inexistência dos motivos; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em 
que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente 
inadequada ao resultado obtido; 
 
4.4.2.Teoria dos Motivos Determinantes 
 
 A Teoria dos Motivos Determinantes foi desenvolvida na França e 
sistematizada por Gaston Jèze. 
 Nas palavras de Gaston Jèze54: 
 
 
53 Posição do professor José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 31ª 
edição, p 120. 
54 Apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42ª edição. p. 110. 
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“para se ter a certeza de que os agentes públicos exercem a sua função movidos apenas 
por motivos de interesse público da esfera de sua competência, leis e regulamentos recentes 
multiplicam os casos em que os funcionários, ao executarem um ato jurídico, devem expor 
expressamente os motivos que o determinaram. É a obrigação de motivar. O simples fato 
de não haver o agente público exposto os motivos de seu ato, bastará para torná-lo 
irregular; o ato não motivado, quando o devia ser, presume-se não ter sido executado com 
toda a ponderação desejável, nem ter tido em vista um interesse público da esfera de sua 
competência funcional”. 
 
 Essa teoria foi acolhida no Brasil para fixar que o fundamento exteriorizado 
para a tomada de decisão ou para a prática de uma ação ou omissão vincula-se 
à validade do ato administrativo vinculado ou mesmo discricionário. 
 Portanto, existindo a exteriorização do motivo como o determinante a 
justificar a realização do ato administrativo, caso fique comprovado não ter este 
ocorrido ou não representar a realidade, o ato será ilegal. 
 E mais, sendo ilegal, poderá haver controle do Poder Judiciário sobre o ato 
administrativo. 
 Nesta linha são as palavras de André Laubadère55: 
 
O ato administrativo pode ser ilegal porque os motivos alegados pelo autor não existiram, 
na realidade, ou não têm o caráter jurídico que o autor lhes emprestou; é a ilegalidade por 
inexistência material ou jurídica dos motivos (considerada, ainda, erro de fato ou de direito). 
 
Exemplo: se um servidor requer suas férias para determinado 
mês, pode o chefe da repartição indeferi-las sem deixar expresso 
no ato o motivo; se, todavia, indefere o pedido sob a alegação 
de que há falta de pessoal na repartição, e o interessado prova 
que, ao contrário, há excesso, o ato estará viciado no motivo. 
Vale dizer: terá havido incompatibilidade entre o motivo expresso no ato e a 
realidade fática; esta não se coadune com o motivo determinante56. 
 
 
 
4.5. Objeto 
 
 O objeto, a que alguns autores também denominam conteúdo57, é o efeito 
jurídico imediato que se busca atingir com o ato administrativo. 
 
55 Apud Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 123. 
56 Exemplo fornecido pelo professor José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito 
Administrativo, 31ª edição, p 123. 
57 A professora Maria Sylvia cita que o professor Régis Fernandes de Oliveira faz diferenciação 
entre objeto e conteúdo. Portanto, não é pacífica a utilização do termo objeto e/ou conteúdo. 
Direito Administrativo, 30ª edição, p 247. 
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 Para Hely Lopes Meirelles: 
 
Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de 
situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação 
do Poder Público. Nesse sentido, o objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do 
qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente situações 
pré-existentes. 
 
 Já para o professor José dos Santos Carvalho Filho, o objeto do ato 
administrativo pode ser uma aquisição, um resguardo, uma transferência, uma 
modificação, uma extinção ou uma declaração de direitos, conforme o fim a que 
a vontade se preordenar58. 
 
Exemplos de objeto do ato administrativo: na licença para 
construção, o objeto é permitir que o interessado possa edificar 
de forma legítima; na multa, o objeto é punir o transgressor de 
norma administrativa; na nomeação, o objeto é admitir o 
indivíduo no serviço público59. 
 
 
 Para a professora Maria Sylvia60, o objeto deve ser: 
 
 
 
 Além disso, o objeto do ato jurídico pode ser: 
 
 
58 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 114. 
59 Exemplo fornecido pelo professor José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito 
Administrativo, 31ª edição, p 114. 
60 Direito Administrativo, 30ª edição, p 247. 
O objeto deve ser:
lícito (conforme à lei)
possível (realizável no mundo dos fatos e do direito)
certo (definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao 
tempo e ao lugar)
moral (em consonância com os padrões comuns de 
comportamento, aceitos como corretos, justos, éticos)
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1) natural - quando seus efeitos decorrem da própria natureza do ato, como 
previsto na lei; 
 
2) acidental - quando há cláusulas acessórias que alteram os efeitos naturais 
do ato, podendo ser dos seguintes tipos: 
 
2.1)termo: indicação do momento a partir do qual o ato passa a ser eficaz ou 
quando deixa de sê-lo; 
 
2.2)modo ou encargo: quando se fixa um ônus ao destinatário do ato; 
 
2.3)condição: quando há fixação de que a eficácia do ato depende de evento 
futuro e incerto, podendo ser: 
 
 2.3.1) suspensiva: quando a eficácia do ato fica pendente até que ocorra 
o evento futuro e incerto; e 
 
 2.3.2) resolutiva: quando o ato tem eficácia desde sua edição, mas cessa 
com a ocorrência do evento futuro e incerto. 
 
 Cabe apontar também a diferença entre os elementos finalidade e objeto 
do ato administrativo. 
 O objeto representa o fim imediato do ato, isto é, o resultado prático a 
ser alcançado pela atuação administrativa. 
 Já a finalidade representa o fim mediato, que é atingir ao interesse da 
coletividade. 
 Portanto, em que pese variar o objeto, a depender do ato administrativo a 
ser praticado, a finalidade é invariável: esta sempre será o interesse público. 
 
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 Finalizamos aqui o estudo dos elementos dos atos administrativo. 
 Antes de passarmos ao estudo dos atributos do ato administrativo, contudo, 
é importante discorrer sobre o tema do mérito administrativo, já que está 
relacionado aos elementos motivo e objeto do ato. 
 
4.6. Mérito AdministrativoImportante esclarecer que o mérito administrativo não é um dos elementos 
do ato. 
 Os elementos, reitere-se, são os seguintes: 
 
 
 Já o mérito administrativo é a capacidade de que por vezes a lei dota a 
Administração Pública de decidir ou avaliar a conveniência e a oportunidade para 
a produção do ato administrativo. 
Finalidade
efeito jurídico mediato
invariável
(sempre é o interesse público)
Objeto
efeito jurídico imediato
variável a depender do ato 
administrativo
Competência
(Quem?)
Finalidade
(Para quê?)
Forma
(Por qual meio?)
Motivo
(Qual a causa ou fundamento?)
Objeto
(Com qual conteúdo?)
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 O mérito administrativo está intimamente relacionado aos elementos 
motivo e objeto. 
 Isso porque o mérito administrativo se sobressai nos atos discricionários da 
Administração Pública que, como já estudamos no nosso curso, despontam 
quando a lei concede alguma margem de avaliação ao administrador público para 
a prática do ato. 
 Frise-se que essa discricionariedade se limita aos elementos motivo e 
objeto do ato administrativo. 
 Ou seja, mesmo nos atos discricionários, os elementos competência, forma 
e finalidade serão fixados por lei. 
 Desse modo, o mérito administrativo ou, em outras palavras, as margens 
de discricionariedade ao qual o administrador público pode avaliar conveniência 
e oportunidade para a prática, o momento ou a intensidade do ato, limitam-se 
aos elementos motivo e objeto. 
 Portanto, nos atos vinculados, isto é, naqueles em que a lei fixa os 5 
elementos do ato administrativo, não há que se falar em mérito administrativo. 
Este pressupõe discricionariedade, na medida em que a lei estabeleça. 
 Importante ressaltar desde já que mesmo o mérito administrativo é 
apreciável pelo Poder Judiciário quando presente ilegalidade. 
 Resume bem o objeto deste tópico o seguinte texto do professor Hely Lopes 
Meirelles61: 
 
O que convém reter é que o mérito administrativo tem sentido próprio e diverso do mérito 
processual e só abrange os elementos não vinculados do ato da Administração, ou seja, 
aqueles que admitem uma valoração da eficiência, oportunidade, conveniência e justiça. No 
mais, ainda que se trate de poder discricionário da Administração, o ato pode ser revisto e 
anulado pelo Judiciário, desde que, sob o rótulo de mérito administrativo, se aninhe 
qualquer ilegalidade resultante de abuso ou desvio de poder. 
 
 Fique atento com o fato de que não cabe ao Poder Judiciário anular ato 
político praticado pela Administração Pública sob o argumento de que não se 
seguiu determinada metodologia técnica. 
 É a chamada doutrina Chenery ou Chenery doctrine. 
 
4.6.1. Doutrina Chenery 
 
 A doutrina norte-americana denominada Chenery doctrine originou-se de 
um julgamento da Suprema Corte dos Estados Unidos datado de fevereiro de 
 
61 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 180. 
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1943, no caso conhecido como Securities and Exchange Comission – SEC versus 
CheneryCorp62. 
 Desse julgado decorreu a conclusão de que não cabe ao Poder Judiciário 
afastar ato praticado pela Administração Pública com base em escolha política 
sob o argumento de que não se seguiu determinada metodologia técnica. 
 Ou seja, as escolhas políticas dos órgãos governamentais, desde que não 
sejam revestidas de reconhecida ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo 
Poder Judiciário. 
 
Nessa linha, veja a jurisprudência do STJ: 
 
9. Eventual intento político da medida não poderia ensejar a 
invalidação dos critérios tarifários adotados, tout court. Conforme 
leciona Richard A. Posner, o Poder Judiciário esbarra na 
dificuldade de concluir se um ato administrativo cuja 
motivação alegadamente política seria concretizado, ou 
não, caso o órgão público tivesse se valido tão somente de metodologia 
técnica. De qualquer forma, essa discussão seria inócua, pois, segundo a 
doutrina Chenery - a qual reconheceu o caráter político da atuação da 
Administração Pública dos Estados Unidos da América -, as cortes judiciais estão 
impedidas de adotarem fundamentos diversos daqueles que o Poder Executivo 
abraçaria, notadamente nas questões técnicas e complexas, em que os tribunais 
não têm a expertise para concluir se os critérios adotados pela Administração são 
corretos (Economic Analysis of Law. Fifth Edition. New York: Aspen Law and 
Business, 1996, p. 671). Portanto, as escolhas políticas dos órgãos 
governamentais, desde que não sejam revestidas de reconhecida ilegalidade, não 
podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário. (AgInt no AgInt na SLS 2240/SP, 
Ministra Laurita Vaz, julgado em 06/06/2017). 
 
 
 
 
62https://supreme.justia.com/cases/federal/us/318/80/ 
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5. Atributos do Ato Administrativo 
 
 São os seguintes os atributos dos atos administrativos: 
 
 
 
 Por atributos dos atos administrativos se quer dizer características próprias 
que os diferenciam dos atos de Direito Privado. 
 Também não há harmonia entre os doutrinadores quanto à citação de 
quantos e quais são os atributos do ato administrativo, como noticia a professora 
Maria Sylvia63: 
 
Não há uniformidade de pensamento entre os doutrinadores na indicação dos atributos do 
ato administrativo; alguns falam apenas em executoriedade; outros acrescentam a 
presunção de legitimidade; outros desdobram em inúmeros atributos, compreendendo a 
imperatividade, a revogabilidade, a tipicidade, a estabilidade, a impugnabilidade, a 
executoriedade (que alguns desdobram em executoriedade e exigibilidade). 
 
 De todo modo, a presunção de legitimidade e veracidade, a 
autoexecutoriedade, a tipicidade e a imperatividade estão entre os citados nos 
principais manuais e, portanto, merecem atenção. 
 
5.1. Presunção de Legitimidade e Presunção de Veracidade 
 
 A presunção de legitimidade quer dizer que o ato foi produzido de acordo 
com o ordenamento jurídico. 
 
63 Direito Administrativo, 30ª edição, p 238. 
Atributos do Ato 
Administrativo:
Presunção de Legitimidade e de Veracidade
Autoexecutoriedade
Tipicidade
Imperatividade
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 Por sua vez, a presunção de veracidade quer dizer que o conteúdo do ato 
administrativo é verdadeiro e dotado de fé pública. 
 A presunção de legitimidade e a presunção de veracidade são relativas (iuris 
tantum) e não absolutas (iuris et iuris), cabendo, portanto, prova em contrário. 
 A professora Maria Sylvia64 reuniu 5 fundamentos utilizados pelos 
autores administrativistas a justificar o atributo da presunção de 
legitimidade. São eles: 
 
 
 
 Além disso, a professora apresenta 3 decorrências da presunção de 
veracidade: 
 
 
 
64 Direito Administrativo, 30ª edição, pp 239 e 240. 
o procedimento e as formalidades que precedem a sua
edição, os quais constituem garantia de observância da lei
o fato de ser uma das formas de expressão da soberania do
Estado, de modo que a autoridade que pratica o ato o faz
com o consentimento de todos
a necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos
atos administrativos, já que eles têm por fim atender ao
interessepúblico, predominante sobre o particular
o controle a que se sujeita o ato, quer pela própria
Administração, quer pelos demais Poderes do Estado,
sempre com a finalidade de garantir a legalidade
a sujeição da Administração ao princípio da legalidade, o
que faz presumir que todos os seus atos tenham sido
praticados de conformidade com a lei, já que cabe ao poder
público a sua tutela
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 A professora Maria Sylvia faz ainda um alerta no sentido de que, para ela, 
é errado afirmar que a inversão do ônus da prova decorre da presunção de 
legitimidade. 
 Ou seja, a inversão do ônus da prova decorre da presunção de veracidade, 
porque é neste atributo que se alude a fatos a exigir prova quanto ao alegado 
(presunção de legitimidade => conformidade com a lei; presunção de veracidade 
=> fatos verdadeiros alegados pela Administração). 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho65 diverge desse posicionamento, 
já que para ele dois efeitos da presunção de legitimidade são a 
autoexecutoriedade e a inversão do ônus da prova. 
 
5.2. Autoexecutoriedade 
 
 Outro atributo dos atos administrativos é a sua autoexecutoriedade, ou 
seja, o ato administrativo pode ser executado de ofício e imediatamente pela 
Administração Pública sem necessidade de autorização do Poder Judiciário. 
 Em outras palavras, o ato administrativo é um título executivo extrajudicial 
a dar concretude à função administrativa. 
 Esse atributo garante a celeridade e a eficiência na atuação administrativa 
para atingir a finalidade pública. 
 
Exemplos66: destruição de bens impróprios ao consumo 
público e a demolição de obra que apresenta risco iminente 
de desabamento. 
 
 
65 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 127. 
66 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 128. 
enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria
Administração ou pelo Judiciário, ele produzirá efeitos da mesma
forma que o ato válido, devendo ser cumprido
o Judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato
inverte o ônus da prova
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#ficadica 
A autoexecutoriedade não estará necessariamente 
presente em todos os atos administrativos, mas 
apenas naqueles autorizados por lei ou urgentes. 
 
Atenção:excluem-se da autoexecutoriedade eventuais sanções pecuniárias 
(multas, por exemplo) aplicadas ao administrado, que só podem ser executadas 
pela via Judicial. 
 
 Havendo a necessidade de impedir a autoexecutoriedade o interessado 
poderá se socorrer do Poder Judiciário e requerer medida liminar em ações como 
Mandado de Segurança (Lei nº 12.016, de 2009), Ação Civil Pública (Lei nº 7.347, 
de 1985) ou na Ação Popular (Lei nº 4.717, de 1965). 
 Conforme já vimos em nosso curso, a professora Maria Sylvia67 cita que 
alguns autores desdobram a autoexecutoriedade em: 
 
➢ exigibilidade: resulta da possibilidade de a Administração tomar decisões 
executórias que são aquelas que dispensam a tutela jurisdicional. Com base na 
exigibilidade, a Administração pode se utilizar de meios indiretos para exigência 
do cumprimento da obrigação (Exemplo: condicionar o licenciamento do veículo 
ao pagamento das multas de trânsito). 
 
➢ executoriedade: resulta na faculdade da Administração de realizar 
diretamente a execução forçada, utilizando-se inclusive da força pública, caso 
necessário, para o cumprimento por parte do administrado da decisão executória 
anteriormente tomada. 
 
5.3. Tipicidade 
 
 É o atributo do qual se fixa que os atos administrativos devem decorrer de 
tipos previamente definidos em lei a serem utilizados para se atingir a 
determinada finalidade pública. 
 Deriva do princípio da legalidade e juridicidade. 
 Ou seja, o ato administrativo deve ter sido previsto anteriormente por lei 
em sentido amplo, de modo que seja legítima a sua utilização para alcançar o 
interesse público. 
 Assim, segundo a professora Maria Sylvia, este atributo é uma garantia ao 
administrado no sentido de que impedirá o administrador público de praticar atos 
 
67 Direito Administrativo, 30ª edição, p 159. 
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dotados de poder de império e autoexecução unilateralmente, sem autorização 
legal. 
 Havendo lei anterior, o ato deve a ela se conformar, respeitados, inclusive, 
os eventuais limites de discricionariedade. 
 
#ficadica 
A tipicidade não existe em atos bilaterais, como os 
contratos. Isso porque em contrato não há vontade 
unilateral, mas a confluência de atos de vontades 
das partes. No ato administrativo, por ser 
unilateral, há o atributo da tipicidade. 
 
5.4. Imperatividade 
 
 É atributo que decorre do Poder de Império do Estado de, por meio de atos 
unilaterais, como os atos administrativos, impor aos particulares o cumprimento 
de determinada ação ou de impor a eles obrigações ou restrições. 
 Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello68, que cita Renato Alessi, trata-
se do “poder extroverso” da Administração Pública em editar atos que vão além 
da sua esfera jurídica e atingem a esfera jurídica do particular, constituindo 
unilateralmente uma obrigação. 
 Nas palavras do ilustre professor: 
 
É a qualidade pela qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente 
de sua concordância. Decorre do que Renato Alessi chama de “poder extroverso”, que 
permite ao Poder Público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito 
emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as 
unilateralmente em obrigações. 
 
 
 
 
 
68 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p 370. 
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==4e39c==
 
 
 
 46 
 
6. Classificação dos Atos Administrativos 
 
 Conforme já vimos em outros temas, também aqui em atos administrativos 
varia de autor para autor a taxonomia (classificação). 
 Vamos utilizar aqui, como base, a classificação dos atos administrativos 
constantes na obra do professor Hely Lopes Meirelles, posto que é bem completa, 
e vou fazendo os adendos necessários com o posicionamento de outros 
administrativistas importantes que podem ser explorados em prova. 
 Segundo a obra de Hely Lopes Meirelles, assim podem ser classificados os 
atos administrativos: 
 
 
Quanto aos destinatários:
Gerais
Individuais
Quanto ao alcance:
Internos
Externos
Quanto ao objeto:
Império
Gestão
Expediente
Quanto ao regramento:
Vinculados
Discricionários
Quanto à formação da vontade:
Simples
Complexo
Composto
Quanto ao conteúdo:
Constitutivo
Extintivo
Declaratório
Alienativo
Modificativo
Abdicativo
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 47 
 
 
 Vejamos alguns detalhes de cada uma dessas classificações. 
 
Quanto à eficácia:
Válido
Nulo
Inexistente
Quanto à exequibilidade:
Perfeito
Imperfeito
Pendente
Consumado
Quanto à retratabilidade:
Irrevogável
Revogável
Suspensível
Quanto ao modo de execução:
Autoexecutório
Não autoexecutório
Quanto ao objetivo visado:
Principal
Complementar
Intermediário
Ato-Condição
Ato deJurisdição
Quanto aos efeitos:
Constitutivo
Desconstitutivo
De Constatação
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6.1. Quanto aos Destinatários 
 
 Quanto aos destinatários, os atos administrativos podem ser gerais ou 
individuais: 
 
➢ atos administrativos gerais (ou regulamentares): são aqueles 
expedidos a destinatários indeterminados para alcançar a todos aos quais 
venham a incidir em seus dispositivos. São os atos normativos. 
Quando forem de efeitos externos devem ser publicados no órgão oficial de 
publicidade do Ente para produzir seus efeitos jurídicos ou a ele ser dada 
ampla publicidade nos meios possíveis. 
 
Exemplos69: regulamentos; instruções normativas; circulares 
normativas de serviços; portarias; resoluções; instruções; 
deliberações; regimentos. 
 
➢ atos administrativos individuais (ou especiais): são aqueles expedidos 
a destinatários determinados para que se realize algo em concreto de modo 
específico. 
Ainda que individual, o ato pode ser direcionado a vários sujeitos desde que 
identificável autonomamente. 
De igual modo, só produzem efeitos externos quando a eles for dada 
publicidade no órgão oficial ou pelo meio possível. 
Podem ser revogados ou modificados pela Administração Pública, desde que 
indenize o prejudicado, em caso de prejuízo, e, em todo caso, respeite 
eventuais direitos adquiridos. 
Além disso, podem ser anulados pela própria Administração Pública, por meio 
da autotutela, ou pelo Poder Judiciário, pelo controle jurisdicional. 
 
Exemplos: decretos de desapropriação; ato de nomeação ou 
exoneração; outorgas de licença, permissão e autorização; 
demissão; tombamento; e servidão administrativa. 
 
 
69 Exemplos deste capítulo são ofertados pelo professor Hely Lopes Meirelles in Direito 
Administrativo Brasileiro, 42ª edição, pp 188 e ss; ou pela professora Maria Sylvia in Direito 
Administrativo, 30ª edição, p 262 e ss; ou por mim, com base na teoria deles. 
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6.2. Quanto ao Alcance 
 
 Quanto ao alcance, os atos administrativos podem ser internos ou externos: 
 
➢ atos administrativos internos: são aqueles expedidos a destinatários 
internos do órgão público, não produzindo efeitos externos ou extroversos. 
Podem ser gerais ou individuais e não necessitam de publicação no órgão 
oficial, podendo ser o interessado ou os interessados internos cientificados 
por comunicação direta dentro da própria unidade. 
Caso haja efeitos sobre os particulares, deverá ser dada publicidade70. 
Os atos internos estão sujeitos à revisão hierárquica e ao controle do Poder 
Judiciário 
 
Exemplos: ordem de serviço; memorando; ato de execução 
interna. 
 
➢ atos administrativos externos (ou de efeitos externos): são aqueles 
expedidos e que repercutem nos interesses gerais da coletividade. Podem ser 
destinados a alcançar os administrados propriamente ditos (externos à 
Administração Pública), bem como, eventualmente, os próprios servidores. 
Também se enquadram como externos os atos que onerem o patrimônio 
público. 
Só produzem efeitos externos quando a eles for dada publicidade no órgão 
oficial ou pelo meio possível. 
Sofrem controle da própria Administração Pública, por meio da autotutela, ou 
pelo Poder Judiciário, pelo controle jurisdicional. 
 
Exemplos: decretos regulamentadores; instruções normativas; 
pareceres normativos. 
 
 
70 Nesse ponto, o professor Hely Lopes Meirelles critica a utilização de atos que na origem eram 
internos para impor deveres aos cidadãos, tais como as portarias e instruções ministeriais. Fato 
é que, atualmente, esses atos têm sido utilizados largamente como instrumento de disciplina 
geral que afetam também aos particulares. 
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6.3. Quanto ao Objeto 
 
 Quanto ao objeto (ou quanto às prerrogativas71), os atos administrativos 
podem ser de império, de gestão ou de expediente: 
 
➢ atos de império (ou de autoridade): são aqueles expedidos no exercício 
pleno da supremacia pública, ou seja, com as prerrogativas e privilégios 
próprios do Poder Público, por haver ascendência ao interesse particular 
(relação de verticalidade). 
São atos unilaterais que expressam a vontade do Estado e seus direitos 
exorbitantes. 
 
Exemplos: desapropriações; interdições de atividades;aplicação 
de sanções. 
 
➢ atos de gestão: são aqueles expedidos e praticados pelo Poder Público em 
situação de horizontalidade com o particular, sem o exercício da supremacia 
do Poder Público. 
Em geral são utilizados na administração dos bens públicos e gestão dos 
serviços públicos. 
Quando forem regidos pelo Direito Privado serão atos da administração e 
não propriamente atos administrativos. 
 
Exemplos: contrato de uso de bens públicos; concessão de 
serviços públicos; alienação, oneração ou aquisição de bens. 
 
➢ atos de expediente: são aqueles expedidos e praticados para impulsionar 
os processos administrativos e demais expedientes para a sua devida 
conclusão, por meio de decisão de mérito administrativo ou despacho 
decisório da autoridade competente. 
 
Exemplos: juntada de documentos aos processos; tramitações de 
processos; digitalizações e cópias de documentos. 
 
71 A professora Maria Sylvia classifica os atos administrativos quanto às prerrogativas em atos de 
império ou de gestão. 
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 51 
 
6.4. Quanto ao Regramento 
 
 Quanto ao regramento, os atos administrativos podem ser discricionários 
ou vinculados: 
 
➢ atos administrativos discricionários: são aqueles em que a Administração 
Pública, avaliando sua conveniência e oportunidade, pode expedir com 
liberdade quanto aos elementos objeto e motivo. 
A lei autoriza, considerando as peculiaridades e especificidades de 
determinado tema, conceder certo grau de liberdade à Administração para a 
prática do ato. 
Cabe ao administrador público, entre as várias soluções possíveis para o caso, 
adotar aquela que melhor atinja o interesse da coletividade em observância 
ao quanto desejado pela lei. 
Acerca dos atos discricionários, Hely Lopes Meirelles cita Seabra Fagundes: 
 
“A competência discricionária não se exerce acima ou além da lei, senão, como toda e 
qualquer atividade executória, com sujeição a ela. O que a distingue da competência 
vinculada é a maior mobilidade que a lei enseja ao executor no exercício, e não na liberação 
da lei. Enquanto ao praticar o ato administrativo vinculado a autoridade está presa a lei em 
todos os seus elementos (competência, motivo, objeto, finalidade e forma), no praticar o 
ato discricionário é livre (dentro de opções que a própria lei prevê) quanto à escolha dos 
motivos (oportunidade e conveniência) e do objeto (conteúdo). Entre praticar o ato ou dele 
se abster, entre praticá-lo com este ou aquele conteúdo (p. ex.: advertir apenas, ou proibir), 
ela é discricionária. Porém, no que concerne à competência, à finalidade e à forma, o ato 
discricionário está tão sujeito aos textos legais como qualquer outro”. 
 
Portanto, o ato discricionário, ainda assim, deve respeitar a competência, a 
forma e a finalidade previstas em lei. 
 
Exemplos: dosimetria da pena (se advertência ou suspensão;se 
suspensão de 3, 5 ou 15 dias) 
 
➢ atos administrativos vinculados (ou regrados): são aqueles em que a lei 
fixa os elementos para sua realização, deixando mínima margem de escolha 
ao administrador público ou mesmo nenhuma margem. 
Nessa linha, o professor Hely Lopes Meirelles afirma que: 
 
Na prática de tais atos o Poder Público sujeita-se às indicações legais ou regulamentares e 
delas não se pode afastar ou desviar sem viciar irremediavelmente a ação administrativa. 
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Isso não significa que nessa categoria de atos o administrador se converta em cego e 
automático executor da lei. Absolutamente não. Tanto nos atos vinculados como nos que 
resultam da faculdade discricionária do Poder Público o administrador terá de decidir sobre 
a conveniência de sua prática, escolhendo a melhor oportunidade e atendendo a todas as 
circunstâncias que conduzam a atividade administrativa ao seu verdadeiro e único objetivo 
– o bem comum. Poderá, assim, a Administração Pública atuar com liberdade, embora 
reduzida, nos claros da lei ou do regulamento. O que não lhe é lícito é desatender às 
imposições legais ou regulamentares que regram o ato e bitolam sua prática. 
 
Exemplos: alvará de licença para construir; alvará de licença para 
funcionamento de estabelecimento. 
 
 Antes de passarmos ao estudo da próxima classificação, fica aqui o recital 
do professor Hely Lopes Meirelles acerca dos atos discricionários e vinculados que 
acompanharão todo administrador público enquanto titulariza cargo, emprego ou 
função públicos: 
 
A responsabilidade pelos atos discricionários não é maior nem menor que é decorrente dos 
atos vinculados. ambos representam facetas da atividade administrativa, que todo homem 
público, que toda autoridade, há de perlustrar. A timidez da autoridade é tão prejudicial 
quanto o abuso do poder.Ambos são deficiências do administrador, que sempre redundam 
em prejuízo para a Administração. O tímidofalha, no administrar os negócios públicos, por 
lhe falecer fortaleza de espírito para obrar com firmeza e justiça nas decisões que contrariam 
os interesses particulares; o prepotente não tem moderação para usar do poder nos justos 
limites que a lei lhe confere.Um peca por omissão; outro, por demasia no exercício do poder 
 
6.5. Quanto à Formação da Vontade 
 
 Quanto à formação da vontade, os atos administrativos podem ser simples, 
complexos ou compostos: 
 
➢ atos administrativos simples: são aqueles que se originam da 
manifestação de vontade de um único órgão, que pode ser unipessoal ou 
colegiado. 
Os atos internos estão sujeitos à revisão hierárquica e ao controle do Poder 
Judiciário 
 
Exemplos: despacho do chefe da repartição; acórdão do Conselho 
de Contribuintes; nomeação pelo Chefe do Executivo. 
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 53 
 
 
➢ atos administrativos complexos: são aqueles que se originam da 
manifestação da vontade de mais de um órgão administrativo, podendo ser 
singulares ou colegiados. Há um concurso de vontade homogênea de órgãos 
para a produção do um único ato administrativo. 
 
Exemplos: investidura do servidor público (nomeação feita pelo 
Chefe do Executivo com a posse e entrada em exercício realizada 
pelo Chefe da repartição de Recursos Humanos ou da própria 
unidade onde será lotado o servidor); assinatura de um Decreto 
pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro ou Secretário. 
 
➢ atos administrativos compostos: são aqueles que se originam da 
manifestação da vontade de um único órgão, mas dependem da verificação 
por parte de outro órgão para se tornarem eficazes. 
Ou seja, embora haja a participação de mais de um órgão, a vontade é do 
órgão que pratica a atividade principal e não do órgão que pratica o ato 
acessório. 
Enquanto no ato complexo há a manifestação da vontade de dois ou mais 
órgãos, no composto há a manifestação da vontade de um único órgão. 
 
Exemplos: autorização que dependa de visto de autoridade 
superior (autorização é o ato principal; o visto é o ato acessório, 
mas que torna a autorização eficaz); dispensa de licitação que 
dependa de homologação da autoridade superior (a dispensa da 
licitação é o ato principal; a homologação e o ato acessório, mas que torna a 
dispensa eficaz); em geral, os atos que dependam de autorização, aprovação, 
proposta, parecer, laudo técnico, homologação, visto, entre outros. 
 
 
#ficadica 
Cuidado com a classificação dos atos de nomeação 
tratados, por exemplo, no art. 84, inciso XIV da CRFB 
(e casos análogos). De acordo com o aludido 
dispositivo, compete ao Presidente da República 
nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o 
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Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e 
outros servidores, quando determinado em lei. 
Para a professora Maria Sylvia72, trata-se de ato composto, ou seja, o ato de 
nomeação é o ato principal e a aprovação pelo Senado é ato acessório, mas que 
o torna eficaz. 
Já para o professor José dos Santos Carvalho Filho73, trata-se de ato complexo, 
ou seja, para ele há o concurso de vontade de dois órgãos para a produção 
deste ato de nomeação. 
E isso acaba refletindo nas bancas. Por exemplo, o CESPE adota a posição do 
professor José dos Santos Carvalho Filho no sentido que essas nomeações 
caracterizam ato administrativo complexo. 
 
6.6. Quanto ao Conteúdo 
 
 Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser constitutivos, 
extintivos, declaratórios, alienativos, modificativos ou abdicativos: 
 
➢ atos administrativos constitutivos: são aqueles em que a Administração 
cria um novo direito ou uma obrigação individual ao destinatário. 
 
Exemplos: licenças, nomeações de servidores ou sanções 
administrativas. 
 
➢ atos administrativos extintivos (ou desconstitutivos): são aqueles em 
que a Administração Pública põe fim a direito ou a obrigação do destinatário. 
 
Exemplos: cassação de autorização e encampação de serviço de 
utilidade pública. 
 
➢ atos administrativos declaratórios: são aqueles em que a Administração 
Pública reconhece situações jurídicas existentes. 
 
 
72 Direito Administrativo, 30ª edição, p 266. 
73 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 136. 
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Exemplos: apostila de título de nomeação e expedição de 
certidões. 
 
➢ atos administrativos alienativos: são aqueles em que há a transferência 
de titularidade de um bem ou direito. 
 
Exemplos: venda de imóvel público, em geral, que exigem 
autorização legislativa. 
 
➢ atos administrativos modificativos: são aqueles em que a Administração 
Pública altera situações jurídicas preexistentes, mas sem criar ou extinguir 
direitos ou obrigações. 
 
Exemplos: alteração de horários, de local de reunião e de 
itinerário. 
 
➢ atos administrativos abdicativos: são aqueles em que a Administração 
Pública abre mão de um determinado direito em caráter incondicional e 
irretratável. 
 
Exemplos: atos de liberalidade da Administração Pública que 
dependem de autorização legislativa. 
 
6.7. Quanto à Eficácia 
 
 Quanto à eficácia, os atosadministrativos podem ser válidos, nulos ou 
inexistentes: 
 
➢ atos administrativos válidos: são aqueles que expedidos em sintonia com 
todos os requisitos previstos em lei para a sua produção. 
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Como vimos, pode haver atos válidos, mas ineficazes por haver condição ou 
termo. 
 
Exemplos: licença de funcionamento em que cumpridos todos os 
requisitos legais; a autorização para utilização de espaço público 
em determinado dia da semana ou a partir de determinado 
horário, cumpridos todos os requisitos legais. 
 
➢ atos administrativos nulos: são aqueles expedidos com vício insanável. 
Contudo, em função da presunção de legitimidade do ato administrativo, a 
nulidade deve ser declarada pela Administração ou pelo Poder Judiciário. 
De acordo com o art. 53 da Lei nº 9.784, de 1999: 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos. 
 
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles74, a nulidade pode ser explícita ou 
virtual. Será explicita quando a própria lei fixar o vício que a acarreta. Será 
virtual quando o vício ocorrer por afronta a princípios administrativos. 
 
Exemplos: desapropriação declarada pelo Tribunal de Contas; 
Decreto expedido por Ministro, Secretário Estadual ou Municipal 
doando bens públicos. 
 
#ficadica 
Para o professor Hely Lopes Meirelles75 não pode 
haver ato administrativo anulável no Direito 
Administrativo, já que não se pode admitir a 
manutenção de atos ilegais ou, ainda, a preponderância 
do interesse privado sobre o interesse público. 
 
Atenção: diferencia-se convalidação de conversão ou sanatória. 
 
 
74 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 198. 
75 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 199. Também o exemplo é da obra do professor 
Hely Lopes Meirelles. 
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a) Convalidação é o instituto pelo qual a Administração pode sanar defeitos de 
um ato administrativo do qual não acarreta lesão ao interesse público ou 
prejuízo ao particular. Nessa linha, é o art. 55 da Lei Federal nº 9.784, de 1999: 
 
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela 
própria Administração. 
 
b) conversão ou sanatória ocorre quando determinado ato administrativo é 
inválido para determinado propósito, mas aproveitável quanto aos elementos 
válidos para outro propósito. 
 
Exemplo: uma licença para edificação permanente que seja inválida para essa 
finalidade, mas aproveitável quanto a ser uma autorização para edificação 
provisória. A denominação do instituto que decorre de o ato de licença 
permanente se tornar autorização temporária é conversão ou sanatória, mas 
não se confundo com convalidação. 
 
➢ atos administrativos inexistentes: são aqueles em que há falsa aparência 
de manifestação da vontade da Administração Pública. 
 
Exemplos:atos praticados pelo usurpador de função pública. 
 
6.8. Quanto à Exequibilidade 
 
 Quanto à exequibilidade, os atos administrativos podem ser perfeitos, 
imperfeitos, pendentes e consumados: 
 
➢ atos administrativos perfeitos: são aqueles que estão aptos a produzir 
seus efeitos jurídicos. 
 
#ficadica 
O prazo prescricional, tanto na esfera judicial 
quanto administrativa, só se inicia quando o ato 
administrativo for perfeito. 
 
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Atenção:frise-se que o ato perfeito pode ser válido ou inválido. 
 
Exemplos: todos os atos administrativos cujo ciclo de formação 
já tenha sido completado. 
 
➢ atos administrativos imperfeitos: são aqueles que ainda não estão aptos 
a produzir seus efeitos jurídicos. 
 
 
Exemplos: todos os atos administrativos cujo ciclo de formação 
esteja incompleto ou que exija complementação. 
 
 
➢ atos administrativos pendentes: são aqueles que estão sujeitos à 
condição ou termo, não produzindo por ora seus efeitos jurídicos. 
 
Exemplos: alvará de funcionamento condicionado à conclusão da 
reforma do estabelecimento. 
 
➢ atos administrativos consumados: são aqueles que já exauriram todos os 
seus efeitos jurídicos. 
 
#ficadica 
Não cabe modificação quanto ao ato consumado, 
sequer na esfera judicial. Poderá, contudo, gerar 
responsabilidade civil, em caso de ato lícito ou 
ilícito do qual tenha decorrido danos a terceiros; ou 
responsabilidade criminal, em caso de ilegalidade. 
 
Exemplos: alvará de demolição já executada; conclusão de 
reforma de imóvel tombado devidamente autorizada pelo órgão 
competente. 
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6.9. Quanto à Retratabilidade 
 
 Quanto à retratabilidade, os atos administrativos podem ser revogáveis, 
irrevogáveis e suspensíveis: 
 
➢ atos administrativos revogáveis: são aqueles que por motivo de 
conveniência e oportunidade a Administração Pública pode retirar do mundo 
jurídico com efeitos ex nunc (prospectivos ou para frente). 
 
#ficadica 
Não cabe falar em ilegalidade para ato revogado. 
Ato ilegal é anulado. Ato legal, mas que deixou de 
ser conveniente e oportuno para a Administração 
por motivos diversos, é revogado. 
 
Exemplos: revogação de termo de permissão de uso que 
autorizava determinados comerciantes a utilizarem parte do 
passeio público a partir de determinada hora do dia; revogação 
de termo de permissão de uso para foodtrucks em determinada 
rua ou praça. 
 
➢ atos administrativos irrevogáveis: são aqueles que não podem mais ser 
revogados pela Administração Pública, seja por seus efeitos já terem sido 
consumados, seja por ter se tornado direito subjetivo do interessado ou seja 
por resultar de decisão final na esfera administrativa. 
 
 
Exemplos: alvará de demolição já executada; decisão 
administrativa definitiva que tenha anulado autos de infração 
tributária (não confunda revogar com anular – se a decisão for 
ilegal, poderá ser anulada pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário). 
 
 
➢ Atos administrativos suspensíveis: são aqueles que a Administração 
Pública pode suspender os seus efeitos por algum fato novo superveniente e 
por certo tempo, sem revogá-lo. Após o prazo de suspensão ou superado o 
fato novo, o ato pode voltar a ter seus efeitos jurídicos naturais. 
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Exemplos: suspensão da autorização para realização de pesca em 
determinado período. 
 
 
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6.10. Quanto ao Modo de Execução 
 
 Quanto ao modo de execução, os atos administrativos podem ser 
autoexecutáveis ou não autoexecutáveis: 
 
➢ atos administrativos autoexecutáveis: são aqueles que podem ser 
executados pela Administração Pública sem necessidade de manifestação 
judicial. 
 
Exemplos: embargo de obra e interdição de estabelecimento.➢ atos administrativos não autoexecutáveis: são aqueles que dependem 
de manifestação judicial prévia para que possam ser executados. 
 
Exemplos: dívida fiscal e multas. 
 
6.11. Quanto ao Objetivo Visado pela Administração 
 
 Quanto ao objetivo visado pela Administração, o ato administrativo pode 
ser principal, complementar, intermediário, ato-condição ou ato de jurisdição: 
 
➢ ato administrativo principal: são aqueles que representam a manifestação 
de vontade final da Administração Pública. 
 
Exemplos: nomeação de autoridade pelo Chefe do Poder 
Executivo que dependa de aprovação pelo Legislativo (ato 
principal é a nomeação). 
 
➢ ato administrativo complementar: são aqueles que aprovam ou ratificam 
o principal para que possam passar a produzir efeitos. 
 
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Exemplos: nomeação de autoridade pelo Chefe do Poder 
Executivo que dependa de aprovação pelo Legislativo (ato 
complementar é a aprovação pelo Legislativo). 
 
➢ ato administrativo intermediário (ou preparatório): são aqueles que 
ocorrem para dar suporte a um ato administrativo final. 
É um ato administrativo autônomo, podendo ser impugnado. 
 
Exemplos: na modalidade concorrência de licitação, são atos 
intermediários ou preparatórios a publicação do edital e o 
julgamento, entre outros, necessários para que seja realizada a 
licitação. 
 
➢ ato administrativo ato-condição: são aqueles produzidos para permitir a 
pratica de um outro e sem o qual este outro não ocorre. É um ato que seja 
pré-requisito para realização de um outro ato administrativo. 
 
Exemplos: o concurso é pré-requisito para a nomeação em cargo 
efetivo; a licitação na modalidade concorrência é pré-requisito 
para concessão de serviço público. 
 
➢ ato administrativo de jurisdição: são aqueles produzidos para decidir 
determinado conflito de interesses no campo administrativo, não se 
confundindo com o ato finalístico do Poder Judiciário. 
 
Exemplos: revisão de ofício de decisão administrativa contrária à 
Administração Pública. 
 
6.12. Quanto aos Efeitos 
 
 Quanto aos efeitos, o ato administrativo pode ser constitutivo, 
desconstitutivo e de constatação (ou enunciativo): 
 
➢ ato administrativo constitutivo: são aqueles em que a Administração 
Pública cria, modifica ou extingue um direito. 
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 63 
 
 
Exemplos: permissão, autorização, dispensa, aplicação de 
penalidade e revogação. 
 
➢ ato administrativo desconstitutivo: são aqueles produzidos para desfazer 
situação jurídica preexistente. 
 
Exemplos: anulação de decisão administrativa. 
 
➢ ato administrativo de constatação: são aqueles em que a Administração 
Pública apenas reconhece ou constata determinada situação jurídica ou de 
fato, sem constituir, desconstituir ou alterá-la. 
 
Exemplos: certidões e atestados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Atos Administrativos em Espécie 
 
 Para fins de estudo dos Atos Administrativos em espécie, parte da 
doutrina76 adota o seguinte agrupamento: 
 
 
 
 Vamos ver algumas espécies de atos administrativos de cada um desses 
agrupamentos. 
 
7.1. Atos Administrativos Normativos 
 
 São aqueles produzidos, em regra, com comandos gerais e abstratos, entre 
os quais: 
 
➢ Decretos regulamentares ou de execução: atos administrativos de 
competência privativa do Chefe dos Poderes Executivos que têm por finalidade 
precípua explicitar a lei para prover a sua fiel execução, tal como previsto no art. 
84 inciso IV, da CRFB. 
 
76 Diogo de Figueiredo Moreira Neto, Curso de Direito Administrativo, p 245. Hely Lopes Meirelles, 
Curso de Direito Brasileiro, p 203. 
Espécies de Atos 
Administrativos
normativos
ordinatórios
negociais
enunciativos
punitivos
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 65 
 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução; 
 
➢ Decretos autônomos ou independentes: são os Decretos expedidos 
com base nos casos previstos no art. 84, inciso VI, da CRFB, sem a necessidade 
de lei preexistente. 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
 
 #ficadica 
Os Decretos podem ser gerais e abstratos ou de 
efeitos concretos. Para a professora Maria Sylvia77, 
os Decretos gerais e abstratos não são 
considerados atos administrativos propriamente 
ditos porque a sua definição de atos administrativos não inclui os atos 
normativos.Para ela, somente os Decretos de efeitos concretos seriam 
atos administrativos. 
 
➢ Instruções Normativas: são atos normativos expedidos, em regra, pela 
autoridade administrativa hierarquicamente abaixo do Chefe do Poder Executivo 
(Ministro ou Secretário) para fiel execução de lei ou decreto, tal como prevê o 
art. 87, §único, inciso II, da CRFB. 
 
Art. 87. (...) 
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas 
nesta Constituição e na lei: (...) 
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; 
 
 
 
77 Direito Administrativo, 30ª edição, p 276. 
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 66 
 
➢ Regimentos: são atos normativos internos para disciplinar o 
funcionamento de órgãos da Administração Pública. 
 
➢ Resolução: são atos normativos expedidos por autoridades superiores da 
Administração Pública. São, hierarquicamente, inferiores às leis, aos Decretos e 
ao Regimento. 
 
➢ Deliberação: atos normativos expedidos por órgãos colegiados. 
7.2. Atos Administrativos Ordinatórios 
 
 São os atos que disciplinam o funcionamento da Administração Pública, 
incluindo as condutas dos agentes administrativos. 
 A seguir, tem-se os principais atos ordinatórios: 
➢ Instruções: atos com orientações gerais para atuação dos servidores. 
 
➢ Circulares: tal qual as instruções, são atos com orientações gerais para 
atuação dos servidores, mas em um âmbito mais restrito que as instruções. 
Limita-se a um grupo de servidores ou de órgãos, mas também com o objetivo 
de orientar a realização de uma atividade pública. 
 
➢ Ordens de Serviço: atos expedidos pelas chefias com determinações 
especiais relativas à execução de determinadas tarefas ou atividades. 
 
➢ Avisos: atos reservados ao Ministro de Estado, muito utilizados no período 
imperial, e que se destinam a comunicar um fato ou dar conhecimento de temas 
relacionados à atividade pública. 
 
➢ Portarias: ato pelo qual a chefia designa servidores para determinadas 
atividades ou funções, bem como determina regras gerais ou especiais. 
 
➢ Ofícios: ato de comunicação oficial entre órgãos. 
 
➢ Despachos: ato que externa decisão acerca de procedimento 
administrativo. 
 
➢ Despachos Normativos: despacho ao qual a autoridadecompetente 
determina sua aplicação para casos análogos. Deixa de ser apenas uma decisão 
para o caso concreto e passa a ter efeito geral a casos similares. 
 
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➢ Provimentos: atos utilizados especialmente por Órgãos de Justiça para 
regularização ou uniformização do serviço. 
 
7.3. Atos Administrativos Negociais 
 
 Também denominados atos receptícios78, são os atos administrativos em 
que a declaração de vontade da Administração coincide com a do particular por 
tratar de objeto cujo interesse é recíproco do Poder Público e do administrado. 
 Em que pese a vontade do particular não integrar a formação do ato, ela é 
relevante para provocar a atuação da Administração Pública. 
 Entre os atos administrativos (unilateral), os atos negociais são aqueles que 
mais se aproximam de um negócio jurídico (bilateral). 
 A seguir, tem-se os principais atos negociais: 
 
➢ Admissão: ato vinculado ao cumprimento dos requisitos legais para 
fruição de interesse predominante do particular. 
 
Exemplos: vestibulando que se classifica no número de vagas 
disponibilizadas para o curso de sua inscrição passa a ter direito 
à admissão em Universidade Pública para a qual prestou o exame. 
A admissão é ato vinculado, portanto, cumpridos todos os 
requisitos previstos, o órgão público tem o dever de admitir o vestibulando. 
 
 
➢ Licença: ato vinculado em que a Administração Pública, verificando o 
cumprimento de todos os requisitos legais pelo particular, consente a realização 
de uma atividade ou fruição de alguma situação jurídica. 
 A licença tem presunção de definitividade por ser um ato vinculado e 
gerar um direito subjetivo ao particular. 
 Para seu desfazimento, a Administração Pública pode se valer da cassação 
expropriatória, mas, conforme ensina o professor Diogo de Figueiredo Moreira 
Neto79, é medida administrativa onerosa e de extrema severidade, que só deve 
 
78 Diogo de Figueiredo Moreira Neto, 16ª edição, p 257. 
79 Curso de Direito Administrativo, 16ª edição, p 670. 
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 68 
 
ser utilizada como último recurso para atender a relevante interesse público 
supervenientemente definido. 
 
Exemplos: emissão de alvará para edificação nova, reforma ou 
demolição. Também o exercício de atividades profissionais 
regulamentadas. 
 
➢ Autorização: ato discricionário que expressa uma concordância 
precária por parte da Administração Pública com relação à realização de uma 
atividade ou utilização de um bem pelo particular no interesse predominante 
deste. 
 Para que seja concedida a autorização, o particular precisa também cumprir 
todos os requisitos previstos para o ato, mas a lei concedeu à Administração 
Pública, ante ao caso concreto, consentir ou não com o ato. 
 
Exemplos: uso de bem público e porte de arma. 
 
 #ficadica 
Na obra do professor Hely Lopes Meirelles há o relato de 
que o uso da autorização vem sendo desvirtuado, com a 
sua expedição com prazo ou condicionada. Isso faz com 
que este ato administrativo acabe deixando de ser ato 
unilateral, discricionário e precário para se aproximar de um contrato (bilateral). 
Nas palavras do professor, tem-se que: 
 
Lamentavelmente, a natureza jurídica da autorização não vem sendo respeitada pelo 
legislador, dificultando a compreensão e a sistematização do Direito Administrativo. É o 
que está ocorrendo com a autorização expedida com prazo e dependente de outros 
fatores. Deixa ela de ser ato administrativo unilateral, discricionário e precário, para 
assumir um caráter quase contratual, como aconteceu com a permissão. É o que acontece 
com a autorização especial para uso da água, criada pela Lei 9.984, 17.7.2000 (Agência 
Nacional de Águas), e mais recentemente com a autorização de acesso ao patrimônio 
genético existente no País, instituída pela MP 2.186-16/2001. 
 
➢ Permissão: ato discricionário que expressa uma concordância 
precária por parte da Administração Pública com relação à realização de uma 
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 69 
 
atividade ou utilização de um bem pelo particular no interesse predominante 
público. 
 Pode ser a título gratuito ou remunerado, conforme condições fixadas pelo 
ente público, bem poderá ser expedida com condições de modo a restringir a 
discricionariedade e precariedade do ente público e incentivar o particular a aderir 
ao interesse público. 
 
Exemplos: emissão de alvará para edificação nova, reforma ou 
demolição. Também o exercício de atividades profissionais 
regulamentadas. 
 
➢ Registro: ato vinculado que se caracteriza por assentar em órgão público 
o reconhecimento administrativo do cumprimento das condições para fruição de 
uma situação jurídica da vida privada do particular. 
 
Exemplos: manipulação e emprego de substâncias químicas, 
comercialização de certos produtos, operação de veículos ou 
equipamentos80. 
 
➢ Visto: ato pelo qual a Administração controla seus atos ou do administrado, 
conferindo a eles legitimidade formal para que produzam seus regulares efeitos. 
 Sempre incide sobre ato administrativo anterior sem interferir em seu 
conteúdo. 
 Inicialmente era tido como ato vinculado, mas tem sido utilizado com grau 
de discricionariedade. 
 
Exemplos: visto em passaporte obtido em consulados de outros 
países. 
 
➢ Homologação: ato vinculado pelo qual a autoridade superior avalia a 
legalidade, bem como a conveniência de ato anterior praticado para dar-lhe 
eficácia. 
 
80 Exemplos do professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto, Curso de Direito Administrativo, 16ª 
edição, p 248. 
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 É considerado ato de simples controle, não podendo alterar o conteúdo do 
ato controlado, podendo apenas confirmá-lo ou rejeitá-lo. 
 
Exemplo: ato em que a autoridade competente homologa o 
procedimento licitatório realizado nos termos da Lei nº 8.666, de 
1993. 
 
7.4. Atos Administrativos Enunciativos 
 
 São os atos que externam ou declaram uma situação existente em 
registros, processos ou arquivos públicos sem qualquer manifestação de vontade 
original da Administração. Também são denominados atos de pronúncia81 ou 
meros atos administrativos82. 
 
➢ Certidão: ato que reproduz registro de órgãos públicos acerca de 
informação de interesse do particular. Não há manifestação da vontade da 
Administração, apenas a transcrição fiel de informação sob seu poder. 
 De acordo com o art. 1º da Lei nº 9.051, de 1995, devem ser expedidas no 
prazo improrrogável de 15 dias contados do pedido. 
 
Art. 1º As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, 
requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas 
públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo 
improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor. 
 
➢ Atestado: ato pelo qual a Administração comprova um fato ou uma 
informação de seu conhecimento. 
 Diferencia-se da certidão porque o atestado comprova fatos ou informações 
transitórias, que podem ser modificadas com certa frequência. Por outro lado, a 
certidãocomprova fatos ou atos permanentes (ou alteráveis apenas 
excepcionalmente). 
 
81 Expressão utilizada pelo professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto. 
82 Expressão utilizada pela professora Maria Sylvia. 
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➢ Autos de Infração: ato pelo qual a Administração descreve situação que 
caracterizou transgressão administrativa. 
 
➢ Apostila: ato pelo qual a Administração declara um direito criado por 
norma legal. 
 
➢ Parecer: ato pelo qual se externa uma opinião de órgão técnico acerca de 
determinado tema ou em atenção a quesitos apresentados. 
 
 Os pareceres, em regra, são meramente opinativos, não vinculando a 
Administração Pública. 
 A lei pode obrigar a existência do parecer de um órgão técnico antes da 
prática do ato pela autoridade, passando, então, a ser requisito de validade do 
ato administrativo a sua existência. Mesmo nesse caso, pode a existência do 
parecer ser necessária, mas seu conteúdo ainda não ser vinculativo, a menos a 
que a lei exija parecer favorável ao ato como impositivo. 
 Não sendo o caso de a lei exigir parecer favorável, pode a autoridade 
reduzir a termo sua discordância e o porquê de agir de forma diversa da indicada 
pelo parecerista ou pareceristas. 
 Os pareceres podem ser: 
 
 
 A doutrina ainda alude à possibilidade de um parecer ser aprovado por 
autoridade competente e passar a vincular os órgãos e os servidores 
subordinados à aludida autoridade, que deverão respeitar o conteúdo do ato. 
 Assim, se passar a ser exigida sua observância para outros casos análogos, 
torna-se ato normativo geral e abstrato denominado Parecer Normativo. 
Parecer
Facultativo
a autoridade competente para o ato não está 
vinculada ao parecer que é meramente opcional
Obrigatório
exige-se a existência do parecer para a prática do 
ato administrativo
(a autoridade pode dele divergir - é mera opinião)
Vinculante
ou a autoridade o adota e pratica o ato ou não o 
pratica
(a autoridade não pode dele divergir - deixa de ser 
mera opinião)
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7.5. Atos Administrativos Punitivos 
 
 São aqueles praticados pela Administração cujo objeto é aplicação de 
sanção por infrações administrativas, podendo ser extroversos, quando 
aplicados aos administrados, ou introversos, quando aplicados a agentes 
públicos. 
 Os atos administrativos punitivos extroversos são vinculados enquanto os 
atos administrativos punitivos introversos possuem margem de 
discricionariedade quanto à valoração da sanção a ser aplicada ao agente público. 
 Entre os atos administrativos punitivos extroversos, tem-se: 
 
➢ Multa: ato administrativo punitivo pelo qual a Administração impõe uma 
sanção pecuniária ao administrado. 
 
➢ Interdição: ato pelo qual a Administração suspende o exercício de 
determinada atividade por parte do administrado. 
 
➢ Destruição de coisas: ato pelo qual a Administração, consubstanciada em 
caráter urgente, elimina um produto ou um bem do administrado impróprio para 
consumo ou uso. 
Necessário se faz a produção de documento circunstanciado com os 
motivos para aplicação da medida. 
 
➢ Cassação anulatória: ato pelo qual a Administração desfaz um ato 
negocial, como meio punitivo, pelo descumprimento superveniente das condições 
originais necessárias. 
 
➢ Demolição administrativa: ato pelo qual a Administração, de forma 
urgente e para remover perigo público iminente, demole edificação ou parte dela. 
 
Necessário se faz a produção de documento circunstanciado com os 
motivos para aplicação da medida. 
 
➢ Confisco: ato pelo qual o particular perde seu bem ou direito a favor da 
Administração Pública nos casos estritamente previstos em lei. 
 
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8. Extinção dos Atos Administrativos 
 
 São diversos os motivos para extinção de um ato administrativo e os seus 
consequentes efeitos. 
 Para o professor Celso Antônio Bandeira de Mello83, são as seguintes as 
possíveis causas de extinção dos atos administrativos, não diferenciando ser a 
extinção do próprio ato ou de seus efeitos: 
 
 
83 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, pp 393 a 396. 
Extinção do ato 
administrativo
Ato Eficaz
cumprimento dos efeitos
esgotamento do conteúdo 
jurídico
execução material
termo final ou condição 
resolutiva
desaparecimento de 
elemento infungível da 
relação
sujeito
objeto
retirada
revogação
invalidação (anulação)
cassação
caducidade
contraposição (derrubada)
renúncia
Ato Ineficaz
mera retirada
recusa
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8.1. Extinção de Ato Eficaz por Cumprimento de seus Efeitos 
 
 São 3 as possibilidades de extinção do ato administrativo eficaz por 
cumprimento de seus efeitos: 
 
➢ Esgotamento do seu conteúdo jurídico: ocorre quando os efeitos jurídicos são 
efetivamente usufruídos no período, até o seu esgotamento. 
 
Exemplo84: gozo de férias por servidor público. 
 
➢ Execução material: ocorre com o cumprimento do objeto do ato. 
 
Exemplo: execução de uma ordem de demolição. 
 
➢ Ocorrência de termo final ou condição resolutiva: ocorre com o implemento 
de termo ou condição previamente fixada discricionariamente pela 
Administração em cláusula acidental ou acessória. 
 Lembre-se que o termo é cláusula acessória que se baseia na ocorrência de 
evento futuro e certo. Já a Condição, em que pese também ser uma cláusula 
acessória, baseia-se em evento futuro e incerto. 
 
Exemplo: permissão para retirada de água do rio com a condição 
de o rio não esteja abaixo de determinado nível. 
 
 
84 Exemplos do professor Celso Antônio Bandeira de Mello ofertado em seu Curso de Direito 
Administrativo, 14ª edição, pp 394 a 396. 
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 76 
 
8.2. Extinção de Ato Eficaz por Desaparecimento do Sujeito ou 
Objeto 
 
 O ato administrativo eficaz pode ser extinto quando for intuitu personae 
(personalíssimo ou pessoal) e sobrevier o falecimento do beneficiário. 
 De forma análoga, também ocorrerá a extinção do ato administrativo eficaz 
com o perecimento do objeto. 
 
Exemplos: a morte do funcionário público extingue a nomeação; 
a queda de um prédio em ruína extingue o alvará de demolição. 
 
8.3. Extinção de Ato Eficaz por sua Retirada do Mundo Jurídico 
 
 O ato administrativo eficaz pode ser extinto quando a Administração Pública 
expedir outro ato administrativo extintivo do anterior, retirando este do mundo 
jurídico. 
 
➢ Cassação: ocorre quando a Administração Pública retira a juridicidade e 
produção dos efeitos do ato anterior porque deixaram de ser atendidos os 
requisitos necessários para sua manutenção. 
 
Exemplo: retirada de licença de funcionamento por alteração do 
objeto de prestação do serviço para outro proibido. 
 
➢ Caducidade: ocorre quando a Administração Públicaretira a juridicidade e 
produção dos efeitos do ato anterior porque sobreveio norma jurídica que o 
torna incompatível com a nova disciplina jurídica. 
 
Exemplo: retirada de permissão para exploração de parque de 
diversões em função de a nova lei de zoneamento não autorizar 
essa atividade para aquela região. 
 
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➢ Contraposição ou Derrubada: ocorre quando a Administração Pública expede 
novo ato em sentido contrário ao anterior. 
 
Exemplo: exoneração de um servidor (derruba a nomeação 
anterior por ser um ato contraposto). 
 
 
8.3.1. Revogação e Anulação (Invalidação) 
 
 As duas formas mais importantes de retirar do mundo jurídico um ato 
administrativo eficaz, sem dúvida, são a revogação e a anulação (também 
denominada invalidação). 
 Por isso, é necessário tratar acerca deles com mais detalhes. 
 
➢ Revogação: ocorre quando a Administração Pública por conveniência e 
oportunidade produz novo ato retirando a juridicidade e produção dos 
efeitos do ato anterior a partir daquele momento (ex nunc). 
 
Exemplo: retirada de permissão para banca de jornal em função 
de ser conveniente e oportuna a melhoria do tráfego de pedestres 
em determina calçada pública. 
 
 Ou seja, todos os efeitos produzidos até aquele momento são válidos 
normalmente. 
 Revoga-se ato administrativo quando, em que pese sua legalidade, 
sobrevier condição de incompatibilidade com o interesse público que sugira a sua 
retirada do mundo jurídico a partir daquele momento. 
 A revogação poderá ser expressa ou implícita. Expressa nos casos em que 
a autoridade expede ato que aduz de forma direta e transparente a sua 
revogação. É implícita quando o ato expedido for incompatível com o 
anteriormente divulgado. 
 Frise-se que a revogação, em regra, não gera nenhum direito de 
indenização ao anterior beneficiário do ato revogado. 
 Poderá gerar, contudo, o dever de indenizar se a Administração Pública 
lançar mão da revogação em situações em que esta era incabível, mas foi 
realizada em substituição à expropriação. 
 
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 78 
 
Exemplo: depois de concedida regularmente uma licença para 
edificação nova e o particular iniciou a obra, não poderá a 
Administração Pública revogar o ato, ainda que alegue mudança 
no interesse público. Se realizado, deverá indenizar o particular. 
 
 A revogação é ato privativo da Administração Pública, não cabendo ao 
Poder Judiciário adentrar ao mérito administrativo (avaliação de conveniência e 
oportunidade). 
 Ademais, por ser ato discricionário da Administração Pública, a revogação 
deve ser realizada dentro dos limites previstos em lei. 
 Nessa linha, não podem ser revogados: 
 
 
 
 Por fim, cabe dizer que pelo princípio da simetria: 
 
➢ a autoridade competente para a revogação é a mesma que tenha competência 
para a prática do ato original ou aquela que possa conhecer do tema de ofício 
ou pela via recursal; e 
➢ a forma a ser utilizada deve ser a mesma do ato original. 
 
➢ Invalidação ou Anulação: ocorre quando a Administração Pública ou o Poder 
Judiciário retira a juridicidade e produção dos efeitos do ato anterior desde o 
momento de sua produção (efeitos ex tunc), por se mostrar contrário à 
ordem jurídica. 
Não podem ser revogados:
atos vinculados
atos que exauriram os seus efeitos
atos enunciativos, de pronúncia ou meros atos 
administrativos
atos que integram um procedimento
os atos que geraram direito adquirido
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Exemplo: retirada de uma autorização de porte de arma deferida 
para menor de idade em desacordo com a lei. 
 
 Não se pode confundir revogação com anulação (ou invalidação) dos atos 
administrativos. 
 A revogação ocorre por conveniência e oportunidade da Administração 
Pública, já a anulação é um dever da Administração tão logo constate vício de 
legalidade no ato. 
 
 
Inclusive as súmulas 346 e 473 do STF tratam da 
revogação e anulação de ato administrativo: 
 
Súmula 473: 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; 
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, 
a apreciação judicial. 
Súmula 346: 
A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios 
atos. 
 
Revogação
Só pode ser praticado pela 
Administração Pública
análise de conveniência e 
oportunidade 
(mérito administrativo)
ex nunc
Anulação (invalidação)
Pode ser praticado pela 
Administração Pública ou pelo Poder 
Judiciários
análise de ilegalidade ou 
contrariedade à ordem jurídica
ex tunc
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 A anulação quando realizada pela própria Administração Pública independe 
de requerimento do interessado, sendo realizada dentro do seu poder-dever de 
respeito à legalidade. Já quando realizada pelo Poder Judiciário, dependerá de 
provocação do interessado. 
 Há divergência doutrinária quanto à vinculação ou não da Administração à 
anulação de um ato administrativo ilegal. 
 Nessa linha, a professora Maria Sylvia85 assim discorre: 
 
O aspecto que se discute é quanto ao caráter vinculado ou discricionário da anulação. 
Indaga-se: diante de uma ilegalidade, a Administração está obrigada a anular o ato ou tem 
apenas a faculdade de fazê-lo? Há opiniões nos dois sentidos. Os que defendem o dever de 
anular apegam-se ao princípio da legalidade; os que defendem a faculdade de anular invoca 
o princípio da predominância do interesse público sobre o particular. 
Para nós, a Administração tem, em regra, o dever de anular os atos ilegais, sob pena 
de cair por terra o princípio da legalidade. No entanto, poderá deixar de fazê-lo, em 
circunstâncias determinadas, quando o prejuízo resultante da anulação puder ser maior do 
que o decorrente da manutenção do ato ilegal; nesse caso, é o interesse público que 
norteará a decisão. Também têm aplicação os princípios da segurança jurídica nos aspectos 
objetivo (estabilidade das relações jurídicas) e o subjetivo (proteção à confiança) e da boa-
fé. 
 
 De todo modo, para que a Administração decida, com base na segurança 
jurídica e boa-fé pela não anulação do ato, há que se observar: 
 
a) o ato não ter sido praticado com dolo; 
b) a não anulação afetar direitos ou interesse legítimos; e 
c) a não anulação causar prejuízos ao erário. 
 
 A própria Lei nº 9.784, de 1999, prevê que: 
 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram 
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
85 Direito Administrativo, 30ª edição, pp 279 e 280. 
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 81 
 
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á daConvalidação dos Atos Anuláveis ..................................................................................................... 85 
8.3.4. Confirmação ..................................................................................................................................... 88 
8.4. Extinção de Ato Ineficaz ......................................................................................................................... 88 
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 4 
 
9. Questões de Concursos Anteriores ................................................................................................................ 90 
9.1. Lista de Questões sem Comentários ....................................................................................................... 90 
9.2. Gabarito sem Comentários .................................................................................................................. 102 
9.3. Questões Resolvidas e Comentadas ..................................................................................................... 103 
10. Resumo ...................................................................................................................................................... 128 
11. Considerações Finais .................................................................................................................................. 145 
 
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 5 
 
1. Considerações Iniciais 
 
 As perguntas introdutórias para a temática de Atos Administrativos estão 
na parte 1 desta aula. Aproveito a oportunidade apenas para lembrar acerca da 
importância deste tema, um dos mais cobrados em provas de Direito 
Administrativo. 
 
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2. Noções Gerais acerca do Ato Jurídico 
 
 Antes de abordar o conceito, os atributos, os elementos, as várias 
classificações e as formas de extinção, é necessário indicar onde, na estrutura 
dos acontecimentos, estão localizados os atos administrativos e o porquê. 
 Da doutrina do Direito Civil e da Teoria Geral do Direito, podemos diagramar 
os acontecimentos da seguinte forma: 
 
 
 
 Ou seja, um acontecimento é um evento que pode ser vertido em 
linguagem ou não. Se for descrito por qualquer meio (linguagem escrita, verbal, 
imagens, ....), será um fato. Permanecendo sem descrição, será um evento. Ou 
seja, o fato surge pela descrição de um evento. 
 Sem dúvida, há autores que não diferenciam evento e fato, mas outros 
doutrinadores influenciados pela filosofia da linguagem1 os diferenciam. Então, 
fica o registro. 
 De todo modo, os fatos podem ter efeitos jurídicos ou não. Inclusive, de 
um mesmo fato podem haver cortes metodológicos de várias ciências diversas: 
jurídica, econômica, política, social, contábil, entre tantas outras. 
 Eis aqui uma grande cisão de consequências enormes para o direito: a 
segregação entre o que é jurídico e o não jurídico. 
 Como você sabe, na história do Direito há aqueles que propugnaram por 
uma teoria pura do direito2e outros que internalizaram valores ao ordenamento 
jurídico3. 
 
1 No mundo, entre muitos outros: Immanuel Kant, Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Hans-Georg 
Gadamer. No Brasil: Lourival Vilanova e Paulo de Barros Carvalho. 
2 Hans Kelsen e Alf Ross 
3 Miguel Reale 
Evento Fato
Jurídico
Voluntário
Lícito
Ato Jurídico 
em Sentido 
Amplo
Ato Jurídico 
em sentido 
estrito
Negócio 
Jurídico 
Ilícito
Involuntário
Não 
Jurídico
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 Para o nosso foco, predomina hoje, e a Constituição da República Federativa 
do Brasil – CRFB é rica nesse sentido, a posição de que valores, desde que 
absorvidos pelo ordenamento jurídico, ainda que do ponto de vista 
principiológico, incluem-se no ser jurídico. 
 Mas há, sem dúvida, fatos que nenhuma relação tem com o jurídico. 
 Nessa linha, a professora Maria Helena Diniz4 apresenta a seguinte 
definição para os fatos jurídicos: 
 
“fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos 
quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas” 
 
 Do conjunto fatos jurídicos (portanto, relevantes para o Direito), há aqueles 
que são volitivos, por expressarem a manifestação da vontade de um agente 
humano, e aqueles involuntários, por decorrem de um acontecimento da 
natureza. 
 Dentre os voluntários, há os fatos jurídicos lícitos (conforme a lei e o direito) 
e os ilícitos (contrário à lei ou ao direito). 
 Focando nos fatos jurídicos voluntários lícitos, têm-se os atos jurídicos 
em sentido amplo subdividido em duas espécies5, quais sejam os atos jurídicos 
em sentido estrito e os negócios jurídicos. 
 Os atos jurídicos em sentido amplo são aqueles que produzem os efeitos 
jurídicos desejados pelos agentes, amparados pelo ordenamento jurídico. 
 Por seu turno, os atos jurídicos em sentido estrito são aqueles nos quais os 
resultados jurídicos decorrem da vontade do agente, mas em linha com o 
previamente fixado pelo ordenamento. 
 Ou seja, os atos jurídicos em sentido estrito identificam aqueles atos em 
que o agente exerce a sua intenção unilateral de praticar uma ação previamente 
prescrita em lei e cujas consequências, em regra, já estavam previamente 
fixadas. 
 Já o negócio jurídico, também espécie do ato jurídico em sentido amplo, é 
aquele pelo qual são produzidas novas regras para atender, em regra, à 
composição de interesses das partes. 
 
 
 
 
4 Curso de Direito Civil Brasileiro, 25ª edição, p 372. 
5 Há na doutrina citação também à espécie ato-fato jurídico, que seria aquele que gera 
consequência prevista no normativo, mas não decorrente da vontade ou da intenção do agente. 
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3. Definição de Ato Administrativo 
 
 Os atos administrativos são um subgrupo ou uma espécie do gênero atos 
jurídicos. 
 Ou seja, em essência todo ato administrativo é um ato jurídico, devendo, 
portanto, ter em comum seus elementos basilares. 
 Vamos explorar os principais aspectos do ato administrativo a partir de 
agora, iniciando com a apresentação de sua definição realizada por alguns dos 
principais autores dessa nossa disciplina: 
 
 
Ato Administrativo é... 
José dos Santos Carvalho 
Filho6 
...a exteriorização da vontade de agentes da 
Administração Pública ou de seus delegatários, 
nessa condição, que, sob regime de direito público, 
vise à produção de efeitos jurídicos com o fim de 
atender ao interesse público. 
Maria Sylvia Zanella Di 
Pietro7 
...a declaração do Estado ou de quem o 
represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, 
com observância da lei, sob regime jurídico de 
direito público e sujeita a controle pelo Poder 
Judiciário. 
Hely Lopes Meirelles8 
...toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria. 
Celso Antônio Bandeira de 
Mello9 
...a declaração dopercepção do primeiro pagamento. 
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação àvalidade do ato. 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público 
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser 
convalidados pela própria Administração. 
 
 Ou seja, a Administração poderá convalidar o ato administrativo no lugar 
de anulá-lo quando não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros. 
 Ademais, há a fixação do prazo de 5 anos para que seja realizada a 
anulação do ato administrativo do qual tenham decorrido efeitos favoráveis ao 
destinatário. 
 Outro aspecto a ser ressaltado é o fato de que podem ocorrer vícios no ato 
administrativo em qualquer dos 5 elementos: competência, forma, finalidade, 
motivo ou objeto. 
1) Vícios quanto à competência do ato administrativo: será viciado o ato 
praticado por autoridade incompetente ou incapaz. 
 
 
 
 Ressalte-se que a Lei nº 4.717, de 1965, previu quando fica caracterizada 
a incompetência para a realização do ato. Veja: 
Vícios quanto à 
Competência
Incompetência
excesso de poder
usurpador de função
agente de fato
incapacidade
impedimento
suspeição
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Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
a) incompetência; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do 
agente que o praticou; 
 
 Conforme estudamos na aula sobre poderes administrativos, o excesso de 
poder, juntamente com o desvio de finalidade, são espécies do gênero abuso de 
poder. 
 Assim, há vício na competência quando a autoridade age exorbitando de 
suas atribuições, ou seja, praticando o excesso de poder. 
 A usurpação de função, tipo penal previsto no art. 328 do Código Penal 
(usurpar o exercício de função pública), caracteriza o vício de competência porque 
o usurpador dolosamente pratica o ato por conta própria sem ter sido atribuído 
para o exercício da função pública. 
 Diferentemente é o caso daquele que exerce a função pública de fato por 
atuar com total aparência de legalidade, mas tendo havido alguma irregularidade 
na investidura do cargo, emprego ou função públicos ou no exercício destes. 
 No que tange aos vícios de incapacidade, cabe dizer, impedimento e 
suspeição, aquele é um vício absoluto, já que previsto objetivamente em lei, 
enquanto esta é um vício relativo, já que depende de conceitos abertos e 
avaliáveis no caso concreto. 
 Nessa linha, o art. 18 da Lei nº 9.784, de 1999, estabelece que: 
 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou 
se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro 
grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo 
cônjuge ou companheiro. 
 
 Portanto, o impedimento ocorrerá, de forma absoluta, para o servidor ou 
autoridade que se enquadre em um dos incisos do dispositivo, ficando proibida 
sua atuação. 
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 Frise-se que a aludida lei previu em seu art. 19 que é dever do servidor ou 
autoridade que incorrer em impedimento abster-se de praticar o ato e comunicar 
o fato à autoridade competente, respondendo disciplinarmente por falta grave 
em caso de omissão. 
 Por outro lado, o art. 20 da Lei nº 9.784, de 1999, estabelece que: 
 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima 
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, 
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. 
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito 
suspensivo. 
 
 Ou seja, a suspeição do servidor ou da autoridade ocorrerá quando este 
tiver amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ao ato ou 
com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. 
 Em virtude de serem conceitos abertos e não objetivos, a suspeição tem 
presunção relativa de incapacidade do agente, não acarretando, portanto, vício 
se a parte não alegar a suspeição e esta ficar caracterizada. 
 De todo modo, seja no impedimento, seja na suspeição, o ato 
administrativo poderá ser convalidado por autoridade superior que não incorra 
em impedimento ou suspeição, sendo considerado, portanto, como anulável. 
 
2) Vícios quanto à forma do ato administrativo: será viciado o ato praticado 
sem a forma prevista em lei ou por cuja forma pela qual foi expedido não se 
atinge a finalidade pretendida. 
 Além disso, frise-se que a própria Lei nº 4.717, de 1965, prevê o que 
consiste em vício de forma na realização do ato administrativo: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
b) vício de forma; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
 
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3) Vícios quanto à finalidade do ato administrativo: será viciado o ato 
praticado com o desvio de finalidade (espécie do gênero abuso de poder), ou 
seja, ato que não vise ao interesse público. 
 Ademais, a própria Lei nº 4.717, de 1965, prevê quando se verifica o desvio 
de finalidade para a realização do ato. Veja: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
e) desvio de finalidade; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
 
4) Vícios quanto ao motivo do ato administrativo: será viciado o ato praticado 
com o motivo inexistente ou ainda em que ocorra falsidade. 
 Também a Lei nº 4.717, de 1965, previu que: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
d) inexistência dos motivos; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se 
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado 
obtido; 
 
5) Vícios quanto ao objeto do ato administrativo: será viciado o ato praticado 
com objeto ilícito, impossível, imoral ou indeterminado. 
 De igual modo, previu a Lei nº 4.717, de 1965, que: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
c) ilegalidade do objeto; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
 c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,regulamento ou 
outro ato normativo; 
 
 
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8.3.2. Atos Nulos e Atos Anuláveis 
 
 Em que pese haver divergências doutrinárias, é possível destacar a 
definição de que ato nulo é aquele que possui vício insanável, ou seja, não pode 
ser convalidado. 
 Por outro lado, o ato administrativo anulável é aquele em que o ato 
apresenta um vício, mas esse vício poderá ser convalidado pela autoridade 
competente. 
 
8.3.3. Convalidação dos Atos Anuláveis 
 
 A convalidação (também denominada saneamento) é o ato pelo qual a 
Administração Pública ou, excepcionalmente, o administrado regulariza 
determinado vício existente em um ato administrativo com efeitos retroativos à 
data em que praticado (ex tunc). 
 A regra é que a convalidação seja realizada pela própria Administração 
Pública, mas pode haver casos em que a edição do ato dependa de alguma ação 
do particular que, realizando-a posteriormente, convalidará o ato86. 
 Tradicionalmente, a doutrina aponta para o fato de que, dos 5 elementos 
do ato administrativo - competência, forma, finalidade, motivo e objeto – 
somente podem ser convalidados aqueles com vícios nos elementos forma e 
competência, mas não quanto aos elementos finalidade, motivo e objeto. 
 Cabe ainda destacar que, neste entendimento tradicional, a 
convalidação quanto aos elementos forma e competência só se aplica se 
a forma não for essencial e a competência não for exclusiva ou em razão 
da matéria. 
 A professora Maria Sylvia denomina de ratificação a convalidação por vício 
de incompetência. 
 
Exemplos87: no art. 84 da CRFB, que trata das matérias de 
competência privativa do Presidente da República, o seu 
parágrafo único estabelece que as disposições dos incisos VI, XII 
 
86 Maria Sylvia. Direito Administrativo, 30ª edição, p 289. 
87 Exemplos da professora Maria Sylvia. Direito Administrativo, 30ª edição, p 291. 
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e XXV (primeira parte)88 podem ser delegadas aos Ministros de Estado, 
Procurador Geral ou Advogado Geral da União. No caso de essas autoridades 
praticarem um desses atos sem a delegação, haverá vício no elemento 
competência, podendo o Presidente convalidar (denomina-se ratificação); não 
pode um Ministério convalidar ato de competência de outro Ministério porque 
em razão da matéria, cada um possui uma especialidade. Assim, não pode o 
Ministro da Saúde convalidar um ato praticado por um servidor do Ministério da 
Justiça. 
 
 Ocorre que há divergências doutrinárias acerca do estudo da 
convalidação. 
 Para o professor José dos Santos Carvalho Filho89, há três formas de 
convalidação: 
 
➢ Ratificação: ocorre quando a autoridade saneia um vício anterior de um ato 
administrativo, sendo praticável quanto a alguns vícios nos elementos 
competência e forma, não se aplicando, contudo, aos elementos finalidade, 
motivo e objeto. 
 
➢ Reforma: ocorre quando um novo ato suprime a parte inválida do ato anterior, 
mantendo somente a parte válida. 
 
➢ Conversão: ocorre quando um ato substitui a parte inválida do ato anterior, 
de modo que se forme um novo ato formado por parte já existente e por parte 
nova. 
 
 Contudo, ele mesmo afirma que na reforma e na conversão o elemento 
saneado é o objeto, não havendo convalidação propriamente dita, mas sim 
supressão ou substituição da parte viciada90. 
 
88Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001); a) organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação 
ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001); b) extinção 
de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001); (...); XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos 
instituídos em lei; (...); XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
(...). Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos 
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
89 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 171. 
90 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 171, nota de rodapé 201. 
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 87 
 
 Ademais, o professor José dos Santos Carvalho Filho aduz que: 
 
Nem todos os vícios do ato permitem seja este convalidado. Os vícios insanáveis 
impedem o aproveitamento do ato, ao passo que os vícios sanáveis possibilitam a 
convalidação. São convalidáveis os atos que tenham vício de competência e de 
forma nesta incluindo-se os aspectos formais dos procedimentos administrativos. 
Também é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas 
quando se tratar de conteúdo plúrimo, ou seja, quando a vontade administrativa se 
preordenar a mais de uma providência administrativa no mesmo ato: aqui será viável 
suprimir ou alterar alguma providência e aproveitar o ato quanto às demais providências, 
não atingidas por qualquer vício. Vícios insanáveis tornam os atos inconvalidáveis. 
Assim, inviável será a convalidação de atos com vícios no motivo, no objeto 
(quando único), na finalidade e na falta de congruência entre o motivo e o 
resultado do ato. 
 
 Ou seja, além da posição tradicional de poder haver convalidação nos 
elementos competência e forma, o professor José dos Santos Carvalho Filho aduz 
a possibilidade de convalidação do ato quando viciado o elemento objeto, 
sendo este plúrimo, isto é, plural (não único), de modo que um ou mais objetos 
sejam mantidos e o viciado ou os viciados sejam convalidados (reformado ou 
convertido). 
 Frise-se que o professor Celso Antônio Bandeira de Mello91 ainda diferencia 
ratificação de confirmação: 
 
Quando a convalidação procede da mesma autoridade que emanou o ato viciado, 
denomina-se ratificação. Se procede de outra autoridade, trata-se de confirmação. Quando 
resulta de um ato de particular afetado, parece bem denomina-la simplesmente de 
saneamento. 
 
 Portanto, se formos consolidar a doutrina, é possível identificar quatro tipos 
de convalidação: ratificação, confirmação, reforma e conversão. 
 
#ficadica 
Para o professor Hely Lopes Meirelles92 não pode 
haver ato administrativo anulável no Direito 
Administrativo, já que não se pode admitir a 
 
91 Curso de Direito Administrativo, 14ª dição, p 418. 
92 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 199. Também o exemplo é da obra do professor 
Hely Lopes Meirelles. 
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manutenção de atos ilegais ou, ainda, a preponderância do interesse privado 
sobre o interesse público. 
 
Atenção:Hely Lopes Meirelles diferencia convalidação de conversão ou 
sanatória. 
 
a) Convalidação é o instituto pelo qual a Administração pode sanar defeitos de 
um ato administrativo do qual não acarreta lesão ao interesse público ou 
prejuízo ao particular. Nessa linha, é o art. 55 da Lei Federal nº 9.784,de 1999: 
 
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela 
própria Administração. 
 
b) conversão ou sanatória ocorre quando determinado ato administrativo é 
inválido para determinado propósito, mas aproveitável quanto aos elementos 
válidos para outro propósito. 
 
Exemplo: uma licença para edificação permanente que seja inválida para essa 
finalidade, mas aproveitável quanto a ser uma autorização para edificação 
provisória. A denominação do instituto que decorre de o ato de licença 
permanente se tornar autorização temporária é conversão ou sanatória, mas 
não se confundo com convalidação. 
 
8.3.4. Confirmação 
 
 Ocorre a confirmação quando a Administração renuncia ao seu poder de 
anular determinado ato ilegal. 
 Conforme visto, em caso de interesse público e em respeito à segurança 
jurídica e a boa-fé, pode ser que a Administração não anule determinado ato 
ilegal, desde que não cause prejuízo a terceiros e à própria Administração, bem 
como a sua anulação acarrete mais males do que sua manutenção. 
 Ou seja, na confirmação a Administração mantém o ato tal como ele foi 
praticado, diferentemente da convalidação que corrige o vício do ato. 
 
8.4. Extinção de Ato Ineficaz 
 
 O ato administrativo ineficaz, ou seja, mesmo sem ainda produzir efeitos, 
poderá ser extinto por sua mera retirada (se for por mérito – conveniência e 
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oportunidade - pode ser englobado na revogação; se for por incompatibilidade 
com a lei pode ser englobado na anulação). 
 Poderá ser extinto também o ato ineficaz quando houver a recusa do 
beneficiário e o ato dependia da concordância dele para sua produção dos efeitos. 
 
 
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9. Questões de Concursos Anteriores 
9.1. Lista de Questões sem Comentários 
 
Q1. 2018/MPE-MS/MPE-MS/ Promotor de Justiça 
Quanto aos atos administrativos, assinale a alternativa correta. 
a) Resoluções, instruções e portarias são atos administrativos normativos. 
b) Instruções, avisos e certidões são atos administrativos ordinatórios. 
c) Parecer vinculante e obrigatório possuem o mesmo significado. 
d) No parecer vinculante, a manifestação de teor jurídico deixa de ser 
meramente opinativa, não podendo a decisão do administrador colidir com 
a sua conclusão. 
e) São espécies de ato administrativo, segundo entendimento doutrinário 
tradicional: normativos, ordinatórios, negociais, vinculativos e punitivos. 
Q2. 2018/FCC/PGE-TO/Procurador do Estado 
Custódio Bocaiúva é Chefe de Gabinete de uma Secretaria de determinado 
Estado. Certo dia, em vista da ausência do Secretário Estadual, que saíra 
para uma reunião com o Governador, Custódio assinou o ato de nomeação 
de um candidato aprovado em primeiro lugar para cargo efetivo, em 
concurso promovido pela Secretaria Estadual. No dia seguinte, tal ato saiu 
publicado no Diário Oficial do Estado. Sabendo-se que a legislação estadual 
havia atribuído ao Secretário a competência de promover tal nomeação, 
permitindo que este a delegasse a outras autoridades hierarquicamente 
subordinadas, é correto concluir que o ato praticado é. 
a) válido, pois havia direito subjetivo do candidato a ser nomeado para o 
cargo efetivo. 
b) inexistente, haja vista que não reúne os mínimos elementos que 
permitam seu reconhecimento como ato jurídico. 
c) válido, em vista da teoria do funcionário de fato, amplamente reconhecida 
na doutrina administrativa. 
d) inválido, pois, segundo a Constituição Federal, a nomeação de servidores 
é atribuição exclusiva e indelegável do Chefe do Poder Executivo, regra 
sujeita à observância em âmbito estadual, por conta do princípio da 
simetria. 
e) inválido, porém sujeito à convalidação pelo Secretário de Estado, desde 
que não estejam presentes vícios relativos ao objeto, motivo ou finalidade 
do ato. 
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Q3. 2018/FCC/DPE-AP/Defensor Público 
Como é cediço, o controle judicial dos atos administrativos diz respeito a 
aspectos de legalidade, descabendo avaliação do mérito de atos 
discricionários. Considere a situação hipotética: em sede de ação popular, 
foi proferida decisão judicial anulando o ato de fechamento de uma unidade 
básica de saúde, tendo em vista que restou comprovado que os motivos 
declinados pelo Secretário da Saúde para a prática do ato − ausência de 
demanda da população local − estavam em total desconformidade com a 
realidade. Referida decisão afigura-se. 
a) legítima, apenas se comprovado desvio de finalidade na prática do ato, 
sendo descabido o controle judicial do motivo invocado pela autoridade 
prolatora. 
b) legítima, com base na teoria dos motivos determinantes, não 
extrapolando o âmbito do controle judicial. 
c) ilegítima, pois a questão diz respeito a critérios de conveniência e 
oportunidade, que refogem ao controle judicial. 
d) ilegítima, eis que o controle judicial somente é exercido em relação a atos 
vinculados. 
e) legítima, desde que comprovado, adicionalmente ao vício de motivo, falha 
em aspectos relativos à discricionariedade técnica. 
Q4. 2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado 
À luz da doutrina e da jurisprudência, assinale a opção correta acerca de 
atos administrativos. 
a) Admite-se a convalidação de ato administrativo por meio de decisão 
judicial, desde que não haja dano ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros. 
b) A nomeação dos ministros de tribunais superiores no Brasil é um ato 
administrativo complexo. 
c) Por ser a competência administrativa improrrogável, atos praticados por 
agente incompetente não se sujeitam a convalidação. 
d) Por serem os ocupantes de cargo em comissão demissíveis ad nutum, é 
sempre inviável a anulação do ato de exoneração de ocupante de cargo 
em comissão com fundamento na teoria dos motivos determinantes. 
e) Independentemente de novo posicionamento judicial, havendo 
modificação da situação de fato ou de direito, a administração poderá 
suprimir vantagem funcional incorporada em decorrência de decisão 
judicial transitada em julgado. 
Q5. 2018/CONSULPLAN/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-
MG/Procurador 
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Determinado Secretário Municipal de Saúde, ao tomar posse na secretaria 
municipal, por estrita motivação pessoal, decide favorecer servidor 
partidário, lotando-o em unidade de saúde central no município. Para tanto, 
o citado Secretário removeu João, adversário político, para atuar na unidade 
de zona rural, ocupando a antiga vaga de seu partidário. Indignado com a 
situação, João procurou a Administração Municipal informando do caráter 
pessoal da modificação. Diante da comprovação de que o ato foi motivado 
por razões pessoais, deverá a Administração, quanto à remoção de João, 
a) anular o ato, com efeito ex nunc, vez que conveniente à Administração. 
b) declarar nulo o ato, retroagindo os efeitos à época do ato, vez que ilegal. 
c) revogar o ato com eficácia ex nunc, vez que eivados de vício de legalidade. 
d) revogar o ato com eficácia ex tunc, retroagindo os efeitos à época da 
origem do ato. 
Q6. 2018/FCC/DPE-AM/Defensor Público 
Suponha que um agente público da Secretaria de Estado da Educação, após 
longoperíodo de greve dos professores da rede pública, objetivando 
desincentivar novas paralisações, tenha transferido os grevistas para 
ministrarem aulas no período noturno em outras escolas, mais distantes. Ato 
contínuo, promoveu o fechamento de diversas classes do período da manhã 
de estabelecimento de ensino no qual estavam lotados a maioria dos 
docentes transferidos, justificando o ato assim praticado em uma circular 
aos pais dos alunos na qual afirmou ter ocorrido inesperada redução do 
número de docentes, decorrente da necessidade de transferência para 
outras unidades como forma de melhor atender à demanda da sociedade. 
Nesse contexto, 
 
a) os aspectos relacionados à finalidade e motivação dos atos 
administrativos em questão dizem respeito ao mérito, ensejando, apenas, 
impugnação na esfera administrativa, com base no princípio da tutela. 
b) apenas os atos de transferência dos docentes são passíveis de anulação, 
em face de abuso de poder, ostentado vício de motivação passível de 
controle administrativo e judicial. 
c) descabe impugnação judicial dos atos em questão, eis que praticados no 
âmbito da discricionariedade legitimamente conferida à autoridade 
administrativa. 
d) apenas o ato de fechamento de salas de aula poderá ser questionado 
judicialmente, com base em vício de motivação, sendo os demais legítimos 
no âmbito da gestão administrativa. 
e) o poder judiciário poderá anular as transferências dos docentes por desvio 
de finalidade, bem como o fechamento das salas por vício de motivo com 
base na teoria dos motivos determinantes. 
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Q7. 2018/FAUEL/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/Procurador 
Municipal 
Assinale a alternativa correta, a respeito dos atos administrativos. 
a) A licença é o ato vinculado por meio do qual a Administração confere ao 
interessado consentimento para o desempenho de certa atividade. 
b) A aprovação é o ato administrativo que confere ao indivíduo, desde que 
preencha os requisitos legais, o direito de receber o serviço público 
desenvolvido em determinado estabelecimento oficial. 
c) A homologação é a manifestação discricionária do administrador a 
respeito de outro ato. Pode ser prévia ou posterior. 
d) A concessão é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual a 
Administração consente que o particular execute serviço de utilidade 
pública ou utilize privativamente bem público. 
e) Atestado é o instrumento formal expedido pela Administração, que, 
através dele, expressa aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa 
atividade pelo particular. 
Q8. 2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/Procurador 
Segundo o disposto na Constituição Federal, se um ato administrativo aplicar 
indevidamente determinada súmula vinculante do Supremo Tribunal 
Federal, é correto afirmar que 
a) poderá ser anulado por meio de recurso ordinário a ser interposto 
diretamente perante o Supremo Tribunal Federal. 
b)deverá ser impugnado por meio da arguição de descumprimento de 
preceito fundamental. 
c) poderá ser anulado por meio de reclamação ao Supremo Tribunal Federal. 
d) deverá ser impugnado por meio de ação própria em primeira instância da 
Justiça Federal. 
e) poderá ser objeto de ação declaratória de constitucionalidade, para dirimir 
a divergência sobre a aplicação correta da súmula vinculante. 
Q9. 2017/MPE-SP/MPE-SP/Promotor de Justiça 
Assinale a alternativa correta. 
a) A autoridade competente para a prática de um ato administrativo 
tem sempre, em razão de seu poder hierárquico, a possibilidade de 
delegação e avocação. 
b) Nos atos discricionários, o Poder Judiciário não pode, em hipótese 
alguma, apreciar o mérito do ato, assim considerada a análise da 
conveniência ou oportunidade. 
c) O ato administrativo, praticado por autoridade incompetente, investido 
irregularmente no cargo, não produz qualquer efeito. 
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d) A revogação dos atos administrativos é sempre possível, não havendo 
limites para tanto, uma vez que cabe à Administração apreciar as razões 
de oportunidade e conveniência. 
e) No caso de ato vinculado, praticado por autoridade incompetente, a 
convalidação é obrigatória pela autoridade competente se estiverem 
presentes os requisitos para a prática do ato. 
Q10. 2017/CESPE/TRF-5ª REGIÃO/Juiz Federal 
Acerca dos atos administrativos, do poder regulamentar e do poder de 
polícia, assinale a opção correta. 
a) Para o STJ, as balanças de pesagem corporal oferecidas gratuitamente a 
clientes por farmácias são passíveis de fiscalização pelo INMETRO, a fim 
de preservar as relações de consumo, sendo, portanto, legítima a 
cobrança de taxa decorrente do poder de polícia no exercício da atividade 
de fiscalização. 
b) Situação hipotética: Um servidor público efetivo indicado para cargo 
em comissão foi exonerado ad nutum sob a justificativa de haver 
cometido assédio moral no exercício da função. Posteriormente, a 
administração reconheceu a inexistência da prática do assédio, mas 
persistiu a exoneração do servidor, por se tratar de ato administrativo 
discricionário. Assertiva: Nessa situação, o ato de exoneração é válido 
por não se aplicar a teoria dos motivos determinantes. 
c) Conforme o STF, o Poder Judiciário não detém competência para 
substituir banca examinadora de concurso público para reexaminar o 
conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados, admitindo-
se, no entanto, o controle do conteúdo das provas ante os limites 
expressos no edital. 
d) A homologação é um ato administrativo unilateral vinculado ao exame de 
legalidade e conveniência pela autoridade homologante, sendo o ato a ser 
homologado passível de alteração, em virtude do princípio da hierarquia 
presente no exercício da atividade administrativa. 
e) Situação hipotética: Lei ordinária instituiu a criação de autarquia 
federal vinculada ao Ministério X, com o objetivo de atuar na fiscalização 
e no fomento de determinado setor. Publicada a referida lei, o ministro 
expediu decreto estabelecendo a estrutura organizacional e o 
funcionamento administrativo da nova autarquia. Assertiva: Esse caso 
ilustra a constitucionalidade do decreto regulamentar por delegação do 
presidente da República. 
Q11. 2017/CS-UFG/TJ-GO/Juiz Leigo 
Uma das características dos atos administrativos é: 
a) a sujeição ao regime jurídico de direito privado, de conformidade com ao 
Código Civil. 
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b) a possibilidade de sua revogação, quando praticados com vícios que os 
tornem ilegais. 
c) a presunção de legitimidade. 
d) a possibilidade de anulação, quando inconvenientes ou inoportunos em 
relação ao interesse público. 
e) o mérito, demandando sempre avaliação subjetiva do agente público. 
Q12. 2017/FCC/TST/Juiz do Trabalho 
Sobre o ato administrativo, é correto afirmar: 
a) Os atos que apresentarem defeitos sanáveis, em decisão na qual se 
evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, serão convalidados pela própria Administração com efeitos ex 
nunc. 
b) O órgão competente para decidir o recurso administrativo poderá 
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão 
recorrida, se a matéria for de sua competência, dispensando-se a oitiva 
do recorrente na hipótese de reformatio in pejus. 
c) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai emcinco anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé, 
sendo certo que, no caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo 
decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
d) O poder de revogar atos administrativos fundamenta-se juridicamente na 
normal competência de agir da autoridade administrativa e tem como 
características nucleares a renunciabilidade, a transmissibilidade e a 
prescritibilidade. 
e) Pode haver revogação de ato administrativo vinculado, a exemplo da 
licença. 
Q13. 2017/FMP-CONCURSOS/MPE-RO/Promotor de Justiça 
Dentre as alternativas abaixo, conflagra-se como exemplo concreto 
predominante de exigibilidade de ato administrativo. 
a) guinchamento de carro parado em local proibido. 
b) requisição de bem móvel particular para combater evento danoso da 
natureza. 
c) inutilização de medicamentos vencidos. 
d) dispersão de manifestação pública violenta com prática de atos de 
vandalismo. 
e) aplicação de multa e de advertência. 
Q14. 2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público 
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Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito às normas 
jurídicas e, nestes casos, é correto afirmar que 
a) existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a 
ratificação e a reforma. 
b) ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar-se em 
convalidação, com o objetivo de aplicar o princípio da eficiência. 
c) há vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá 
efeitos ex nunc. 
d) a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido 
com a edição de novo ato, pelo poder Judiciário. 
e) é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas 
quando se tratar de conteúdo plúrimo. 
Q15. 2017/LEGALLE CONCURSOS/CÂMARA DE VEREADORES DE 
GUAÍBA-RS/Procurador 
Acerca da anulação dos atos administrativos, assinale a opção INCORRETA. 
a) A anulação pode ser feita pela Administração Pública, com base no seu 
poder de autotutela sobre os próprios atos. 
b) A anulação pode também ser feita pelo Poder Judiciário, mediante 
provocação dos interessados. 
c) Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a 
anulação produz efeitos retroativos à data em que foi emitido. 
d) Anulação é o desfazimento do ato administrativo por razões de legalidade. 
e) A anulação do ato administrativo, quando afete interesses ou direitos de 
terceiros, deve ser precedida do contraditório. 
Q16. 2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC /Procurador do Estado 
(ADAPTADA) 
Para a configuração dos casos de nulidade de atos administrativos que 
traduzam lesão aos bens jurídicos tutelados pelo direito pátrio, serão 
observadas as seguintes normas, EXCETO 
a) O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando 
a fim diverso daquele necessariamente explícito na regra de competência. 
b) A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em 
violação da legislação em vigor. 
c) A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de 
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada frente ao resultado obtido. 
d) A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas 
atribuições legais do agente que o praticou. 
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e) O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou 
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. 
Q17. 2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/Procurador do Estado 
Existem diversas alternativas possíveis quanto às hipóteses abstratas de 
extinção dos atos administrativos, EXCETO 
a) o decurso do tempo. 
b) a renúncia do interessado. 
c) a revogação pelo Poder Judiciário. 
d) a invalidação pela própria Administração. 
e) o desaparecimento do pressuposto fático. 
Q18. 2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz de Direito 
O motivo do ato administrativo pode ser conceituado como: 
a) a normatividade jurídica que irá incidir sobre determinada situação de fato 
que lhe é antecedente. 
b) a ocorrência no mundo fenomênico de certo pressuposto fático, relevante 
para o direito, que vai postular ou possibilitar a edição do ato administrativo. 
c) a explicitação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à edição 
do ato administrativo e sem a qual o ato é nulo. 
d) o móvel ou intenção do agente ou, em outros termos, a representação 
psicológica que levou o administrador a agir, e que tem especial importância 
no plano dos atos discricionários. 
Q19. 2017/IMA/PREFEITURA DE PENALVA-MA/Procurador Municipal 
Os atos administrativos que se destinam a dar andamento aos processos e 
papeis que tramitam pelas repartições públicas, preparando para a decisão 
de mérito a ser proferida pela autoridade competente, são classificados 
como: 
a) Atos de império. 
b) Atos de gestão. 
c) Atos de expediente. 
d) Atos normativos 
Q20. 2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça 
Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema 
fosse regulamentado mediante portaria conjunta das secretarias estaduais 
A e B. Um ano depois de editada a portaria conjunta, nova portaria, editada 
apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial. 
Nessa situação, considerando-se o entendimento do STJ, 
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I a segunda portaria não poderia gerar efeitos revocatórios. 
II a revogação de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestação de 
dois ou mais órgãos, demanda a edição de ato igualmente complexo; vale 
dizer, formado pela manifestação dos mesmos órgãos subscritores do ato a 
ser revogado. 
A respeito das asserções I e II, assinale a opção correta 
a)A asserção I é falsa, e a II é verdadeira 
b) As asserções I e II são falsas. 
c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da 
I. 
d) acordo de cooperação, que prescinde de licitação. 
Q21. 2017/VUNESP/CÂMARA DE COTIA-SP/Procurador Legislativo 
Considere a seguinte situação hipotética: 
Lei Municipal é aprovada concedendo a revisão geral anual, prevista na 
Constituição Federal, para todos os servidores públicos do Município de 
Cotia. O Prefeito Municipal, no entanto, somente efetiva o aumento salarial 
para os servidores que são filiados ao partido político ao qual pertence. Como 
o ato administrativo possui vários elementos, é correto afirmar que, nesse 
caso hipotético, o vício desse ato recai sobre 
a) a finalidade. 
b) a forma. 
c) o motivo. 
d) o objeto. 
e) a competência. 
Q22. 2017/CESPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/Procurador 
Municipal 
No que tange a conceitos, requisitos, atributos e classificação dos atos 
administrativos, assinale a opção correta. 
a) Licença e autorização são atos administrativos que representam o 
consentimento da administração ao permitir determinada atividade; o 
alvará é o instrumento que formaliza esses atos. 
b) O ato que decreta o estado de sítio, previsto na CF, é ato de natureza 
administrativa de competência do presidente da República. 
c) Ainda que submetido ao regime de direito público, nenhum ato praticado 
por concessionária de serviços públicos pode ser considerado ato 
administrativo. 
d) O atributo da autoexecutoriedade não impede que o ato administrativo 
seja apreciado judicialmente e julgado ilegal, com determinação da 
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anulação de seus efeitos; porém, nesses casos, a administração somente 
responderá caso fique comprovada a culpa. 
Q23. 2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público 
Sobre atos administrativos, é correto afirmar 
a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e 
temporariedade, sendo certo que é proibida avocação nos casos de 
competência exclusiva. 
b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos 
ampliativos. 
c) as deliberações e os despachos são espécies da mesma categoria de atos 
administrativos normativos. 
d) é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso 
administrativo; salvo quando se tratar de recurso hierárquico impróprio. 
e) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e ampla defesa, a qualquer tempo, quando a decisão puder 
resultar anulação ou revogação de ato administrativo, de qualquer natureza, 
que beneficie o interessado. 
Q24. 2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público 
Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é 
correto afirmar: 
a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o 
interesse público e o interesse privado, pautando-se pela igualdade de 
tratamento a todos administrados, independentemente de quaisquer 
preferências pessoais. 
b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, e as 
subsidiárias destas duas últimas. As subsidiárias não dependem de 
autorização legislativa justamente por integrarem a Administração 
Pública Indireta. 
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem 
pública prescindem de autorização específica para fins do exercício do 
controle externo. 
d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica 
sanções por infrações administrativas pelos servidores públicos. Trata-se 
de exercício de Poder de Polícia com base na hierarquia. 
e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato 
vinculado, concedida desde que cumpridos os requisitos objetivamente 
definidos em lei. 
Q25. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador 
Municipal 
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Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida 
de uma assertiva a ser julgada, a respeito da organização administrativa e 
dos atos administrativos. 
A prefeitura de determinado município brasileiro, suscitada por particulares 
a se manifestar acerca da construção de um condomínio privado em área de 
proteção ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa situação, a obra 
poderá ser iniciada, pois o silêncio da administração é considerado ato 
administrativo e produz efeitos jurídicos, independentemente de lei ou 
decisão judicial. 
( ) Certo ( ) Errado 
Q26. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador 
Municipal 
Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida 
de uma assertiva a ser julgada, a respeito da organização administrativa e 
dos atos administrativos. 
Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de 
carência de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, 
em verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercício. 
Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
Q27. 2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito 
De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da administração 
de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o 
legislador, em detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais 
valores têm por fundamento o princípio administrativo da 
a) presunção de legitimidade. 
b) autotutela. 
c) segurança jurídica. 
d) continuidade do serviço público. 
Q28. 2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito 
Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da 
revogação e dos elementos dos atos administrativos. 
a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos 
devidamente externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos. 
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b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade 
delegante ou pela autoridade delegada. 
c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua 
revogação. 
d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder 
Judiciário terá de revogá-lo. 
Q29. 2017/FUNDEP/MPE-MG/Promotor de Justiça 
Quanto ao conteúdo e à forma dos atos administrativos, é CORRETO o que 
se afirma em: 
a) Deliberações são atos emanados, em regra, de órgãos colegiados e 
caracterizam-se como atos simples coletivos, ao passo que as resoluções 
são atos normativos individuais, provenientes de autoridades do alto 
escalão administrativo e têm natureza derivada. 
b) Homologação é o ato administrativo unilateral que visa à uniformização 
de decisões das autoridades administrativas sobre tema de interesse 
individual ou coletivo. 
c) A autorização é ato declaratório, ao passo que a licença é ato constitutivo 
de direito preexistente. 
d) A permissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração 
Pública reconhece ao particular que em preencha os requisitos legais o 
direito para exercer profissão regulamentada lei. 
Q30. 2017/FGV/ALERJ/Procurador 
O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de 
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, 
verifica-se que o legislador procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-
fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações 
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados 
de vício de legalidade. 
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada 
norma aborda especificamente os seguintes princípios reconhecidos da 
Administração Pública: 
a) autotutela e certeza jurídica; 
b) segurança jurídica e proteção à confiança; 
c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade; 
d) temporalidade e moralidade administrativas; 
e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos. 
 
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 102 
 
9.2. Gabarito sem Comentários 
 
 
 
Q1. D 
Q2. E 
Q3. B 
Q4. B 
Q5. B 
Q6. E 
Q7. A 
Q8. C 
Q9. E 
Q10. C 
Q11. C 
Q12. C 
Q13. E 
Q14. E 
Q15. D 
Q16. A 
Q17. C 
Q18. B 
Q19. C 
Q20. C 
Q21. A 
Q22. A 
Q23. A 
Q24. C 
Q25. ERRADO 
Q26. CERTO 
Q27. C 
Q28. A 
Q29. A 
Q30. B 
 
 
 
 
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103 
 
9.3. Questões Resolvidas e Comentadas 
 
Q1. 2018/MPE-MS/MPE-MS/ Promotor de Justiça 
Quanto aos atos administrativos, assinale a alternativa correta. 
a) Resoluções, instruções e portarias são atos administrativos normativos. 
b) Instruções, avisos e certidões são atos administrativosordinatórios. 
c) Parecer vinculante e obrigatório possuem o mesmo significado. 
d) No parecer vinculante, a manifestação de teor jurídico deixa de ser 
meramente opinativa, não podendo a decisão do administrador colidir com 
a sua conclusão. 
e) São espécies de ato administrativo, segundo entendimento doutrinário 
tradicional: normativos, ordinatórios, negociais, vinculativos e punitivos. 
Comentários 
Resposta: alternativa “d”. Correta a alternativa “d” porque os pareceres podem 
ser facultativos (é meramente opcional), obrigatórios (exige-se o parecer para a 
realização do ato, mas é mera opinião, podendo a autoridade dele divergir) ou 
vinculantes (a autoridade não pode dele divergir, deixa de ser mera opinião). 
Incorreta a alternativa “a” porque instruções e portarias são atos ordinatórios 
(aqueles que disciplinam o funcionamento da Administração Pública, incluindo as 
condutas dos seus agentes) e não atos normativos (em regra, comandos gerais 
e abstratos). Cuidado para não confundir a teoria dos atos administrativos com 
eventuais práticas incorretas adotas pelos órgãos públicos. Resolução sim é ato 
normativo. Incorreta a alternativa “b” porque certidões são atos administrativos 
enunciativos (externam ou declaram uma situação existente em registros, 
processo ou arquivos públicos sem qualquer manifestação de vontade original da 
Administração). De fato, instruções e avisos são atos ordinatórios. Incorreta a 
alternativa “c” porque parecer vinculante e parecer obrigatório são diferentes, 
como visto na explicação da alternativa “d”. Incorreta a alternativa “e” porque 
são espécies de atos administrativos segundo a doutrina tradicional: normativo, 
ordinatório, negocial, enunciativo e punitivo. Não incluído, portanto, atos 
vinculativos. 
Q2. 2018/FCC/PGE-TO/Procurador do Estado 
Custódio Bocaiúva é Chefe de Gabinete de uma Secretaria de determinado 
Estado. Certo dia, em vista da ausência do Secretário Estadual, que saíra 
para uma reunião com o Governador, Custódio assinou o ato de nomeação 
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de um candidato aprovado em primeiro lugar para cargo efetivo, em 
concurso promovido pela Secretaria Estadual. No dia seguinte, tal ato saiu 
publicado no Diário Oficial do Estado. Sabendo-se que a legislação estadual 
havia atribuído ao Secretário a competência de promover tal nomeação, 
permitindo que este a delegasse a outras autoridades hierarquicamente 
subordinadas, é correto concluir que o ato praticado é: 
a) válido, pois havia direito subjetivo do candidato a ser nomeado para o 
cargo efetivo. 
b) inexistente, haja vista que não reúne os mínimos elementos que 
permitam seu reconhecimento como ato jurídico. 
c) válido, em vista da teoria do funcionário de fato, amplamente reconhecida 
na doutrina administrativa. 
d) inválido, pois, segundo a Constituição Federal, a nomeação de servidores 
é atribuição exclusiva e indelegável do Chefe do Poder Executivo, regra 
sujeita à observância em âmbito estadual, por conta do princípio da 
simetria. 
e) inválido, porém sujeito à convalidação pelo Secretário de Estado, desde 
que não estejam presentes vícios relativos ao objeto, motivo ou finalidade 
do ato. 
Comentários 
Resposta: alternativa “e”. Correta a alternativa “e” porque, como o vício no ato 
administrativo foi no elemento competência e esta não era exclusiva (art. 84, 
XXV, combinado com o seu parágrafo único, da CRFB), cabe a convalidação pelo 
Secretário Estadual (neste caso denomina-se ratificação). Lembre-se que a 
convalidação, que é possibilidade de a autoridade competente regularizar 
determinado vício existente em um ato administrativo com efeitos retroativos à 
data em que praticado, em regra, somente se aplica em vícios nos elementos 
forma e competência e, ainda, desde que a forma não seja essencial e 
competência não seja exclusiva ou em razão da matéria (cuidado com a posição 
do professor José dos Santos Carvalho Filho no sentido de também caber 
convalidação quanto ao elemento objeto quando plúrimo). Portanto, se o vício for 
nos elementos finalidade, motivo ou objeto não cabe convalidação (objeto 
quando único). Incorreta a alternativa “a” porque o eventual direito subjetivo do 
candidato aprovado em 1º lugar em concurso público para provimento efetivo 
não tem o condão de sanear ato administrativo inválido. Incorreta a alternativa 
“b” porque o ato praticado existe, mas é inválido por ter sido expedido por 
autoridade incompetente. A existência dos atos administrativos está relacionada 
à presença de todos os elementos, ainda que haja deficiência em um ou mais 
deles. Incorreta a alternativa “c” porque o ato da nomeação é inválido porque um 
dos elementos, a competência, não foi produzido de acordo com a lei. Em que 
pese pela Teoria da Aparência os atos praticados pelo agente putativo ou 
funcionário de fato poderem ser convalidados, em respeito à boa-fé do 
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administrado, isso não torna o ato da nomeação válido, mas sim os eventuais 
atos por ele praticados. Inclusive, lembre-se que, de acordo com o STF, não se 
aplica a Teoria do Fato Consumado nos casos em que se pleiteia a permanência 
em cargo público, cuja posse tenha ocorrido de forma precária, em razão de 
decisão judicial não definitiva (RE 405964). Incorreta a alternativa “d”, em função 
da previsão do art. 84, XXV (primeira parte), combinado com o seu parágrafo 
único, da CRFB, em que se autoriza ao Presidente delegar as atribuições 
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, 
ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que 
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Por simetria, pode o 
Governador do Estado delegar ao Secretário de Estado. 
Q3. 2018/FCC/DPE-AP/Defensor Público 
Como é cediço, o controle judicial dos atos administrativos diz respeito a 
aspectos de legalidade, descabendo avaliação do mérito de atos 
discricionários. Considere a situação hipotética: em sede de ação popular, 
foi proferida decisão judicial anulando o ato de fechamento de uma unidade 
básica de saúde, tendo em vista que restou comprovado que os motivos 
declinados pelo Secretário da Saúde para a prática do ato − ausência de 
demanda da população local − estavam em total desconformidade com a 
realidade. Referida decisão afigura-se. 
a) legítima, apenas se comprovado desvio de finalidade na prática do ato, 
sendo descabido o controle judicial do motivo invocado pela autoridade 
prolatora. 
b) legítima, com base na teoria dos motivos determinantes, não 
extrapolando o âmbito do controle judicial. 
c) ilegítima, pois a questão diz respeito a critérios de conveniência e 
oportunidade, que refogem ao controle judicial. 
d) ilegítima, eis que o controle judicial somente é exercido em relação a atos 
vinculados. 
e) legítima, desde que comprovado, adicionalmente ao vício de motivo, falha 
em aspectos relativos à discricionariedade técnica. 
Comentários 
Resposta: alternativa “b”. Correta a alternativa “b”, já que o enunciado 
representa bem a aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes. Essa teoria foi 
acolhida no Brasil para fixar que o fundamento exteriorizado para a tomada de 
decisão ou para a prática de uma ação ou omissão vincula-se à validade do ato 
administrativo discricionário ou vinculado. Assim, existindo a exteriorização do 
motivo como o determinante a justificar a realização do ato administrativo, caso 
fique comprovado não ter este ocorrido ou não representar a realidade, o ato 
será ilegal. Sendo ilegal, abre-se margem para o controle pelo Poder Judiciário.Não se trata aí de mérito administrativo (conveniência e oportunidade) e sim de 
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uma ilegalidade. Incorretas as alternativas “a”, “c” e “d” porque, no caso descrito, 
abriu-se a possibilidade do controle judicial em função do motivo externado no 
ato administrativo ser incompatível com a realidade. Logo, o ato judicial foi 
legítimo, ainda que se tratasse de ato discricionário na origem, mas que passou 
a ser vinculado ao motivo após a sua externalização. Incorreta a alternativa “e” 
porque a legitimidade do ato judicial não está condicionada a vício na 
discricionariedade técnica. Ademais, ao Poder Judiciário não cabe adentrar e 
invalidar ato político (discricionário) da Administração Pública sob a alegação de 
que se utilizou metodologia técnica, como fixado pela Doutrina Chenery (STJ 
AgInt na SLS 2240/SP). 
Q4. 2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado 
À luz da doutrina e da jurisprudência, assinale a opção correta acerca de 
atos administrativos. 
a) Admite-se a convalidação de ato administrativo por meio de decisão 
judicial, desde que não haja dano ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros. 
b) A nomeação dos ministros de tribunais superiores no Brasil é um ato 
administrativo complexo. 
c) Por ser a competência administrativa improrrogável, atos praticados por 
agente incompetente não se sujeitam a convalidação. 
d) Por serem os ocupantes de cargo em comissão demissíveis ad nutum, é 
sempre inviável a anulação do ato de exoneração de ocupante de cargo 
em comissão com fundamento na teoria dos motivos determinantes. 
e) Independentemente de novo posicionamento judicial, havendo 
modificação da situação de fato ou de direito, a administração poderá 
suprimir vantagem funcional incorporada em decorrência de decisão 
judicial transitada em julgado. 
Comentários 
Resposta: alternativa “b”. Em que pese haver discordância na doutrina, a CESPE 
considerou a alternativa “b” correta, ou seja, para esta banca a nomeação de 
ministros de tribunais superiores no Brasil é um ato complexo, ou seja, há 
concorrência da manifestação da vontade de dois órgãos, e não ato composto, 
no qual há manifestação da vontade de um órgão em um ato administrativo 
principal e a participação de outro órgão para dar-lhe eficácia. Frise-se que, de 
acordo com o inciso XIV do art. 84 da CRFB, cabe ao Presidente da República a 
nomeação dos Ministros do STF e dos Tribunais Superiores, após aprovação pelo 
Senado Federal. Para a professora Maria Sylvia, que defende a posição de ato 
composto, embora haja a participação de mais de um órgão, a vontade é apenas 
de um deles. O ato principal é a nomeação (indica e nomeia). O ato acessório é 
a aprovação pelo Senado). Para o professor José dos Santos Carvalho Filho, trata-
se de ato complexo sendo necessária a manifestação da vontade de dois órgãos 
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diversos. Incorreta a alternativa “a” porque ao Poder Judiciário cabe anular atos 
administrativos ilegais e não a sua convalidação. A convalidação compete à 
própria Administração Pública ou, excepcionalmente, ao administrado.Incorreta 
a alternativa “c” porque, em que pese a competência ser improrrogável (órgão 
ou agente incompetente não se torna competente pelo exercício da atividade, 
exceto por lei), pode haver convalidação de ato administrativo com vício de 
competência, desde que esta não seja exclusiva ou em função da matéria 
(denomina-se a convalidação no elemento competência de ratificação ou 
confirmação, a depender da autoridade que sanear o ato). Incorreta a alternativa 
“d” porque se o administrador público externar o motivo pelo qual praticou a 
exoneração, o ato administrativo estará vinculado a este motivo. Demonstrada, 
portanto, sua incompatibilidade com a realidade haverá uma ilegalidade. Logo, 
passível de controle pelo Poder Judiciário. Outra alternativa polêmica é a “e”. De 
fato, de acordo com a jurisprudência tradicional do STF, não pode a 
Administração Pública desrespeitar a coisa julgada e, por conseguinte, a 
segurança jurídica e a proteção à confiança, para afastar vantagem de servidor 
incorporada em função de mudança na situação de fato ou de direito (STF AgR 
no RE 394638, julgado de 2004, e MS 30780, julgado de 2013). Nessa linha, 
realmente incorreta a alternativa, já que dependeria de novo provimento judicial. 
Contudo, no julgado do MS 32435, o próprio STF decidiu que “a força vinculativa 
das sentenças sobre relações jurídicas de trato continuado atua rebus sic 
stantibus: sua eficácia permanece enquanto se mantiverem inalterados os 
pressupostos fáticos e jurídicos adotados para o juízo de certeza estabelecido 
pelo provimento sentencial. A superveniente alteração de qualquer desses 
pressupostos determina a imediata cessação da eficácia executiva do julgado, 
independentemente de ação rescisória ou, salvo em estritas hipóteses previstas 
em lei, de ação revisional”.De todo modo, a banca seguiu a jurisprudência 
anteriormente firmada. 
Q5. 2018/CONSULPLAN/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-
MG/Procurador 
Determinado Secretário Municipal de Saúde, ao tomar posse na secretaria 
municipal, por estrita motivação pessoal, decide favorecer servidor 
partidário, lotando-o em unidade de saúde central no município. Para tanto, 
o citado Secretário removeu João, adversário político, para atuar na unidade 
de zona rural, ocupando a antiga vaga de seu partidário. Indignado com a 
situação, João procurou a Administração Municipal informando do caráter 
pessoal da modificação. Diante da comprovação de que o ato foi motivado 
por razões pessoais, deverá a Administração, quanto à remoção de João, 
a) anular o ato, com efeito ex nunc, vez que conveniente à Administração. 
b) declarar nulo o ato, retroagindo os efeitos à época do ato, vez que ilegal. 
c) revogar o ato com eficácia ex nunc, vez que eivados de vício de legalidade. 
d) revogar o ato com eficácia extunc, retroagindo os efeitos à época da 
origem do ato. 
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Resposta: alternativa “b”. A situação descrita caracteriza abuso de autoridade em 
sua espécie desvio de finalidade. Ou seja, a finalidade do ato administrativo deve 
sempre ser o interesse público. Fato incompatível com a realização da alteração 
de lotação do servidor com intuito de prejudicar adversário político e, por outro 
lado, beneficiar parceiro político. Havendo o desvio de finalidade, não é possível 
se falar em convalidação e, portanto, não se trata de ato anulável e sim de ato 
nulo, já que contém vício insanável. Assim, os efeitos do ato nulo são ex tunc, 
retroagindo desde o momento de sua produção. Incorreta a alternativa “a” 
porque não é ato anulável (vício na finalidade não pode ser convalidado, mas só 
na competência e forma – ou no objeto quando plúrimo) e sim nulo. Ademais os 
efeitos são ex tunc (desde a origem) e não ex nunc (a partir do ato). Incorretas 
as alternativas “c” e “d” porque não se pode revogar ato viciado. Ato viciado é 
nulo ou anulável. 
Q6. 2018/FCC/DPE-AM/Defensor Público 
Suponha que um agente público da Secretaria de Estado da Educação, após 
longo período de greve dos professores da rede pública, objetivando 
desincentivar novas paralisações, tenha transferido os grevistas para 
ministrarem aulas no período noturno em outras escolas, mais distantes. Ato 
contínuo, promoveu o fechamento de diversas classes do período da manhã 
de estabelecimento de ensinono qual estavam lotados a maioria dos 
docentes transferidos, justificando o ato assim praticado em uma circular 
aos pais dos alunos na qual afirmou ter ocorrido inesperada redução do 
número de docentes, decorrente da necessidade de transferência para 
outras unidades como forma de melhor atender à demanda da sociedade. 
Nesse contexto, 
 
a) os aspectos relacionados à finalidade e motivação dos atos 
administrativos em questão dizem respeito ao mérito, ensejando, apenas, 
impugnação na esfera administrativa, com base no princípio da tutela. 
b) apenas os atos de transferência dos docentes são passíveis de anulação, 
em face de abuso de poder, ostentado vício de motivação passível de 
controle administrativo e judicial. 
c) descabe impugnação judicial dos atos em questão, eis que praticados no 
âmbito da discricionariedade legitimamente conferida à autoridade 
administrativa. 
d) apenas o ato de fechamento de salas de aula poderá ser questionado 
judicialmente, com base em vício de motivação, sendo os demais legítimos 
no âmbito da gestão administrativa. 
e) o poder judiciário poderá anular as transferências dos docentes por desvio 
de finalidade, bem como o fechamento das salas por vício de motivo com 
base na teoria dos motivos determinantes. 
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Resposta: alternativa “e”. Correta a alternativa “e” porque a situação descrita 
caracteriza abuso de autoridade em sua espécie desvio de finalidade, em função 
de a transferência dos docentes ter ocorrido não para atender ao interesse 
público. Logo, cabe controle do Poder Judiciário. Ademais, os atos de fechar as 
turmas matutinas e enviar a circular com o motivo não verdadeiro aos pais dos 
alunos caracterizam vício no motivo, também controlável pelo Poder Judiciário. 
Frise-se que cabe o controle do Poder Judiciário inclusive em atos discricionários 
em que tenha sido externado motivo, em função da Teoria dos Motivos 
Determinantes, em caso de o motivo alegado não representar a realidade. 
Incorreta a alternativa “a” porque a situação descrita caracteriza abuso de 
autoridade em sua espécie desvio de finalidade. Não pode haver desvirtuamento 
do interesse público. Assim, como ato ilegal, tanto por vício na finalidade quanto 
o motivo, pode haver o controle do Poder Judiciário e não só da própria 
Administração Pública. Incorreta a alternativa “b” porque tanto o ato de 
transferência dos servidores quanto o fechamento das classes matutinas e a 
circular expedida aos pais dos alunos estão viciados e, portanto, são inválidos. 
Incorreta a alternativa “c” porque cabe controle do Poder Judiciário em atos 
ilegais, bem como em atos discricionários em que tenha sido externado motivo, 
em função da Teoria dos Motivos Determinantes. Incorreta a alternativa “d” 
porque tanto o ato de transferência dos servidores quanto o fechamento das 
classes matutinas e a circular expedida aos pais dos alunos estão viciados e, 
portanto, são inválidos. 
Q7. 2018/FAUEL/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/Procurador 
Municipal 
Assinale a alternativa correta, a respeito dos atos administrativos. 
a) A licença é o ato vinculado por meio do qual a Administração confere ao 
interessado consentimento para o desempenho de certa atividade. 
b) A aprovação é o ato administrativo que confere ao indivíduo, desde que 
preencha os requisitos legais, o direito de receber o serviço público 
desenvolvido em determinado estabelecimento oficial. 
c) A homologação é a manifestação discricionária do administrador a 
respeito de outro ato. Pode ser prévia ou posterior. 
d) A concessão é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual a 
Administração consente que o particular execute serviço de utilidade 
pública ou utilize privativamente bem público. 
e) Atestado é o instrumento formal expedido pela Administração, que, 
através dele, expressa aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa 
atividade pelo particular. 
Comentários 
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Resposta: alternativa “a”. Correta a alternativa “a” porque a licença é um ato 
administrativo negocial vinculado em que a Administração Pública, verificando o 
cumprimento de todos os requisitos legais pelo particular, consente a realização 
de uma atividade ou fruição de alguma situação jurídica. Incorreta a alternativa 
“b” porque é a admissão e não a aprovação o ato vinculado ao cumprimento dos 
requisitos legais que confere ao administrado a fruição de serviço público 
desenvolvido em determinado estabelecimento oficial. Incorreta a alternativa “c” 
porque a homologação é ato negocial vinculado e por ser ato de controle ocorre 
após o ato controlado. A alternativa apresenta a definição de “aprovação”. 
Incorreta a alternativa “d” porque concessão não é um ato administrativo, mas 
um contrato (bilateral) com regras próprias previstas em lei, em especial na Lei 
nº 8.987, de 1995. A alternativa apresenta definição da permissão. Incorreta a 
alternativa “e” porque o atestado é ato enunciativo pelo qual a Administração 
comprova um fato ou uma informação de seu conhecimento. A alternativa 
apresenta definição de alvará. 
Q8. 2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/Procurador 
Segundo o disposto na Constituição Federal, se um ato administrativo aplicar 
indevidamente determinada súmula vinculante do Supremo Tribunal 
Federal, é correto afirmar que 
a) poderá ser anulado por meio de recurso ordinário a ser interposto 
diretamente perante o Supremo Tribunal Federal. 
b)deverá ser impugnado por meio da arguição de descumprimento de 
preceito fundamental. 
c) poderá ser anulado por meio de reclamação ao Supremo Tribunal Federal. 
d) deverá ser impugnado por meio de ação própria em primeira instância da 
Justiça Federal. 
e) poderá ser objeto de ação declaratória de constitucionalidade, para dirimir 
a divergência sobre a aplicação corretada súmula vinculante. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Correta a alternativa “c” que está em linha com o §3º 
do art. 103-A da CRFB que prevê: do ato administrativo ou decisão judicial que 
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação 
ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato 
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra 
seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. 
Q9. 2017/MPE-SP/MPE-SP/Promotor de Justiça 
Assinale a alternativa correta. 
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a) A autoridade competente para a prática de um ato administrativo 
tem sempre, em razão de seu poder hierárquico, a possibilidade de 
delegação e avocação. 
b) Nos atos discricionários, o Poder Judiciário não pode, em hipótese 
alguma, apreciar o mérito do ato, assim considerada a análise da 
conveniência ou oportunidade. 
c) O ato administrativo, praticado por autoridade incompetente, investido 
irregularmente no cargo, não produz qualquer efeito. 
d) A revogação dos atos administrativos é sempre possível, não havendo 
limites para tanto, uma vez que cabe à Administração apreciar as razões 
de oportunidade e conveniência. 
e) No caso de ato vinculado, praticado por autoridade incompetente, a 
convalidação é obrigatória pela autoridade competente se estiverem 
presentes os requisitos para a prática do ato. 
Comentários 
Resposta: alternativa “e”. São exatamente as palavras da professora Maria Sylvia 
em seu livro Direito Administrativo, 30ª edição,p 289: “tratando-se de ato 
vinculado praticado por autoridade incompetente, a autoridade competente não 
poderá deixar de convalidá-lo, se estiverem presentes os requisitos para a prática 
do ato”. Incorreta a alternativa “a” porque nem sempre é aplicável a delegação 
ou a avocação para a prática de atos administrativos. Por exemplo, de acordo 
com o art. 13 da Lei nº 9.784, de 1999, não podem ser delegadas a edição de 
atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias 
de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Ademais, de acordo com o art. 
15 da aludida lei, a avocação deve ser utilizada em caráter excepcional e por 
motivos relevantes devidamente justificados, bem como em caráter temporário. 
Incorreta a alternativa “b” porque, em que pese a regra ser a não apreciação pelo 
Poder Judiciário de ato discricionário, de modo a não adentrar ao mérito 
administrativo (análise de conveniência e oportunidade), no caso de o ato ser 
motivado, haverá vinculação do motivo ao ato, trazendo a possibilidade de 
controle do Poder Judiciário com base na Teoria dos Motivos Determinantes. 
Incorreta a alternativa “c” porque no exercício da “função de fato” (agente 
putativo), em privilégio à Teoria da Aparência e para resguardar a boa-fé do 
administrado que teve atos praticados por quem agia na função de fato (agente 
putativo), os atos praticados podem ter seus efeitos regulares. Incorreta a 
alternativa “d” porque a revogação não pode ser adotada pela Administração 
Pública em atos vinculados, em atos que já exauriram seus efeitos, em atos 
enunciativos (mero ato administrativo), em atos que integram procedimento nem 
em atos que geraram direito adquirido (Súmula 473 do STF: A administração 
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência 
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ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial). 
Q10. 2017/CESPE/TRF-5ª REGIÃO/Juiz Federal 
Acerca dos atos administrativos, do poder regulamentar e do poder de 
polícia, assinale a opção correta. 
a) Para o STJ, as balanças de pesagem corporal oferecidas gratuitamente a 
clientes por farmácias são passíveis de fiscalização pelo INMETRO, a fim 
de preservar as relações de consumo, sendo, portanto, legítima a 
cobrança de taxa decorrente do poder de polícia no exercício da atividade 
de fiscalização. 
b) Situação hipotética: Um servidor público efetivo indicado para cargo 
em comissão foi exonerado ad nutum sob a justificativa de haver 
cometido assédio moral no exercício da função. Posteriormente, a 
administração reconheceu a inexistência da prática do assédio, mas 
persistiu a exoneração do servidor, por se tratar de ato administrativo 
discricionário. Assertiva: Nessa situação, o ato de exoneração é válido 
por não se aplicar a teoria dos motivos determinantes. 
c) Conforme o STF, o Poder Judiciário não detém competência para 
substituir banca examinadora de concurso público para reexaminar o 
conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados, admitindo-
se, no entanto, o controle do conteúdo das provas ante os limites 
expressos no edital. 
d) A homologação é um ato administrativo unilateral vinculado ao exame de 
legalidade e conveniência pela autoridade homologante, sendo o ato a ser 
homologado passível de alteração, em virtude do princípio da hierarquia 
presente no exercício da atividade administrativa. 
e) Situação hipotética: Lei ordinária instituiu a criação de autarquia 
federal vinculada ao Ministério X, com o objetivo de atuar na fiscalização 
e no fomento de determinado setor. Publicada a referida lei, o ministro 
expediu decreto estabelecendo a estrutura organizacional e o 
funcionamento administrativo da nova autarquia. Assertiva: Esse caso 
ilustra a constitucionalidade do decreto regulamentar por delegação do 
presidente da República. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Correta a alternativa “c” que apresenta o entendimento 
do STF no julgamento do RE 632853, com repercussão geral, no sentido de que 
“Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca 
examinadora para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a elas 
atribuídas. Precedentes. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de 
compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto no edital 
do certame". Incorreta a alternativa “a” porque, conforme jurisprudência do STJ 
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manifestada no Resp 1655383/SP, Ministro Herman Benjamin, tem-se que: 4. A 
orientação desta Corte firmou-se no sentido de que a Taxa de Serviços 
Metrológicos, decorrente do poder de polícia do Inmetro em fiscalizar a 
regularidade das balanças - art. 11 da Lei 9.933/99 -, visa a preservar 
precipuamente as relações de consumo, sendo imprescindível, portanto, verificar 
se o equipamento objeto de aferição fiscalizatória é essencial, ou não, à atividade 
mercantil desempenhada pela empresa para a clientela. 5. No caso concreto, o 
Tribunal de origem consignou que "as balanças de pesagem corporal, oferecidas 
como cortesia pelas farmácias, justamente porque não se integram na atividade 
econômica respectiva, não possuindo a sua exploração caráter comercial, não se 
sujeitam à fiscalização pelo IPEM/INMETRO" (fl. 683, e-STJ). Logo, não há falar 
em aferição periódica pelo Inmetro e, menos ainda, em possibilidade de autuação 
por eventual irregularidade nesse tipo de balança. Incorreta a alternativa “b” 
porque, em que pese o ato de exoneração de cargo em comissão ser ad nutum 
(livre nomeação e exoneração), o fato de ter sido externado o motivo vincula a 
Administração e abre a possibilidade de controle pelo Poder Judiciário com base 
na Teoria dos Motivos Determinantes. Incorreta a alternativa “d” porque a 
homologação é ato vinculado pelo qual a autoridade superior avalia a legalidade, 
bem como a conveniência de ato anterior praticado para dar-lhe eficácia.É 
considerado ato de simples controle, não podendo alterar o conteúdo do ato 
controlado, podendo apenas confirmá-lo ou rejeitá-lo. Incorreta a alternativa “e” 
porque decreto regulamentar é ato privativo do Chefe do Poder Executivo. 
Ademais, ocorrida a descentralização administrativa com a criação, por lei, de 
Autarquia, conforme preconiza o inciso XIX do art. 37 da CRFB, não compete ao 
Ministério a que ela estiver vinculada intervir em sua organização administrativa. 
A vinculação entre a autarquia e o Ministério é apenas de controle finalístico 
(supervisão ministerial) e não de hierarquia. 
Q11. 2017/CS-UFG/TJ-GO/Juiz Leigo 
Uma das características dos atos administrativos é: 
a) a sujeição ao regime jurídico de direito privado, de conformidade com ao 
Código Civil. 
b) a possibilidade de sua revogação, quando praticados com vícios que os 
tornem ilegais. 
c) a presunção de legitimidade. 
d) a possibilidade de anulação, quando inconvenientes ou inoportunos em 
relação ao interesse público. 
e) o mérito, demandando sempre avaliação subjetiva do agente público. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Correta a alternativa “c” porque são atributos dos atos 
administrativos a presunção de legitimidade e de veracidade, a 
autoexecutoriedade, a tipicidade e a imperatividade. A presunção de legitimidade 
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vezes - como, por exemplo, um concessionário de 
serviço público), no exercício de prerrogativas 
públicas, manifestada mediante providências 
jurídicas complementares da lei a título de lhe dar 
 
6 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 105. 
7 Direito Administrativo, 30ª edição, p 237. 
8 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 173. 
9 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p 340. 
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 9 
 
cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade 
por órgão jurisdicional 
Mário Masagão10 
...atos jurídicos que o Estado pratica para 
realização dos seus fins, exceto os contenciosos 
Oswaldo Aranha Bandeira 
de Mello11 
...manifestação da vontade do Estado, enquanto 
poder público, individual, concreta, pessoal, de 
modo direto e imediato, para produzir efeitos de 
direito. 
Diogo de Figueiredo 
Moreira Neto12 
...a manifestação unilateral de vontade da 
administração pública que tem por objeto 
constituir, declarar, confirmar, alterar ou 
desconstituir uma relação jurídica, entre ela e os 
administrados ou entre seus próprios entes, 
órgãos e agentes. 
Marçal Justen Filho13 
...uma manifestação de vontade funcional apta a 
gerar efeitos jurídicos, produzida no exercício da 
função administrativa. 
 
 Portanto, perceba que há três elementos principais para a definição de ato 
administrativo: 
 
 
 
 
10 Curso de Direito Administrativo, 5ª edição, p 144. 
11 Princípios Gerais de Direito Administrativo, Volume I, p 413. 
12 Princípios Gerais de Direito Administrativo, Volume I, p 413. 
13 Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p 219. 
Ato Administrativo
expressão da vontade da Administração Pública por quem o 
represente
efeitos jurídicos regidos pelo Direito Público, exclusiva ou 
predominantemente
finalidade pública
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 10 
 
3.1. Fato DA Administração e Fato Administrativo 
 
 Fatos da administração são aqueles acontecimentos praticados pela 
Administração Pública que não apresentam nenhuma repercussão no âmbito do 
Direito Administrativo. 
 
Exemplo: a mudança de local de uma unidade da repartição 
pública, sem necessidade de suspensão de prazo ou interrupção 
do expediente (ou ainda qualquer outro efeito jurídico no âmbito 
do Direito Administrativo), tal como ocorre nas mudanças de 
sala de um mesmo andar ou prédio. 
 
 Fato administrativo, por seu turno,apresenta, ao menos,trêslinhasde 
interpretação. 
 Uma delas pode ser exemplificada pelo professor José dos Santos Carvalho 
Filho14, no sentido de que fato administrativo tem o sentido de atividade material 
no exercício da função administrativa que visa a efeitos de ordem prática para a 
Administração. 
 Nessa acepção, o fato administrativo é a materialização da atividade 
administrativa. Ou, em outras palavras, seria a execução, em regra, de um ato 
administrativo. 
 
Exemplo: em função da expedição de ordem para embargo de 
obra ou cancelamento do alvará de funcionamento, os fatos 
administrativos seriam, entre outros, a realização material do 
fechamento do estabelecimento e proibição de continuidade das 
obras, seja com a colocação de tapumes ou construção de 
muretas que inviabilizem a atividade pelo particular. 
 
 Outra acepção, que pode ser exemplificada pela professora Maria Sylvia15, 
afirma que fato administrativo é todo aquele descrito em lei ou no ordenamento 
jurídico que, quando realizado, traz repercussão no campo do Direito 
Administrativo. 
 
 
 
14 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 101. 
15 Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 30ª edição, p 231. 
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Exemplo: a morte de um servidor estatutário que acarreta a 
consequente vacância de seu cargo, conforme exemplo da 
própria professora Maria Sylvia. 
 
 Há ainda a caracterização de fato administrativo como o silêncio ou inércia 
da Administração Pública do qual decorram efeitos jurídicos. 
 Nessa linha, Celso Antônio Bandeira de Mello16: 
 
Na verdade, o silêncio não é ato jurídico. Por isto, evidentemente, não pode ser ato 
administrativo. Este é uma declaração jurídica. Quem se absteve de declarar, pois, silenciou, 
não declarou nada e por isto não praticou ato administrativo algum. Tal omissão é um “fato 
jurídico” e, in casu, um “fato jurídico administrativo”. 
 
Exemplo: o transcurso do prazo fixado em lei para que a 
Administração se manifeste acerca de requerimento, pedido ou 
recurso do administrado, prevendo, o deferimento ou 
provimento, em caso de não manifestação expressa da 
Administração dentro do lapso temporal fixado. 
 
3.2. Ato Administrativo, Político, Legislativo e Judicial 
 
 Não se confundem atos administrativos, políticos (também denominados de 
governo), legislativos ou judiciais. 
 
 
 
16 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p. 365. 
Ato Legislativo
Ato Legiferante
Produção de Normas
Função Típica do Poder 
Legislativo
Ato Judicial
Ato Jurisdicional
Solução de Litígios
Função Típica do Poder 
Judiciário
Ato Político
Ato da Administração 
Pública decorrente 
diretamente da Constituição
Decisão Política
Exercício Típico dos 
Governantes
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 Sem dúvida, não há grandes dificuldades em identificar os atos legislativos 
e os atos judiciais, já que são atividades finalísticas e típicas, respectivamente, 
do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. 
 Frise-se apenas que, como já vimos no nosso curso, tanto o Poder 
Legislativo quanto o Poder Judiciário podem e praticam atos administrativos 
quando no exercício da função administrativa, embora de forma atípica em cada 
um desses poderes da República. 
 Por outro lado, merece algumas palavras a diferença entre ato político e 
ato administrativo. 
 Ato político ou de governo remete à pratica de atos por órgãos ou agentes 
que possuem competência diretamente fixada no texto Constitucional, por 
pertencerem à estrutura de governo do Estado. Ou seja, está sujeito ao regime 
jurídico-constitucional. 
 Como exemplos, temos as prerrogativas do Presidente da República e, por 
simetria constitucional, as dos Governadores e Prefeitos, tais como a iniciativa 
privativa para a produção de algumas leis e a participação no processo legislativo, 
com o poder de sanção ou veto. 
 Portanto, não se confundem ato administrativo e ato político, já que este 
é praticado por integrantes do Governo (cúpula da Administração Pública), regido 
diretamente pelo regime jurídico- constitucional, enquanto aquele é praticado 
pelo agente público ou delegatário da Administração Pública no exercício da 
função administrativa em concreto. 
3.3. Ato DA Administração e Ato Administrativo 
 
 Ato da administração é o conjunto amplo de todos os atos praticados pela 
Administração Pública no exercício da atividade administrativa, incluindo não só 
aqueles que se revestem de prerrogativas públicas, ou seja, podem incluir, entre 
outros, os atos regidos predominantemente pelo Direito Privado. 
 Lembre-se aqui da teoria do professor Renato Alessi ao diferenciar interesse 
público primário e interesse público114 
 
quer dizer que o ato foi produzido de acordo com o ordenamento jurídico. 
Incorreta a alternativa “a” porque os atos administrativos estão sujeitos ao 
regime jurídico público, em especial ao regime jurídico administrativo. Incorretas 
as alternativas “b” e “d” porque, conforme súmula 473 do STF, a administração 
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência 
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial dos atos ilegais. Portanto, atos ilegais não se 
revogam, são nulos ou anuláveis. Já atos inconvenientes ou inoportunos não se 
anulam e sim são revogados. Incorreta a alternativa “e” porque nos atos 
vinculados não há margem de subjetividade ao agente público. 
Q12. 2017/FCC/TST/Juiz do Trabalho 
Sobre o ato administrativo, é correto afirmar: 
a) Os atos que apresentarem defeitos sanáveis, em decisão na qual se 
evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, serão convalidados pela própria Administração com efeitos ex 
nunc. 
b) O órgão competente para decidir o recurso administrativo poderá 
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão 
recorrida, se a matéria for de sua competência, dispensando-se a oitiva 
do recorrente na hipótese de reformatio in pejus. 
c) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé, 
sendo certo que, no caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo 
decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
d) O poder de revogar atos administrativos fundamenta-se juridicamente na 
normal competência de agir da autoridade administrativa e tem como 
características nucleares a renunciabilidade, a transmissibilidade e a 
prescritibilidade. 
e) Pode haver revogação de ato administrativo vinculado, a exemplo da 
licença. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Correta a alternativa “c” que está em linha com o art. 
54 da Lei nº 9.784, de 1999, c/c seu §1º: “Art. 54. O direito da Administração de 
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé.§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo 
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento”. Incorreta a 
alternativa “a” porque a convalidação opera efeitos ex tunc, ou seja, saneia o ato 
desde o momento de sua produção. Incorreta a alternativa “b” porque, de acordo 
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com o art. 64 da Lei nº 9.784, de 1999, em especial seu §único: “Art. 64. O órgão 
competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou 
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua 
competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder 
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que 
formule suas alegações antes da decisão”. Ou seja, se houver a reformatio in 
pejus (alteração da decisão com agravamento do prejuízo inicial para o 
particular), deve o particular ser cientificado para formular suas considerações 
prévias à decisão. Incorreta a alternativa “d” porque as características 
fundamentais da revogação são a conveniência e a oportunidade em análise 
discricionária quanto à manutenção do ato frente ao interesse público. Incorreta 
a alternativa “e” porque não podem ser revogados atos vinculados, atos que já 
exauriram seus efeitos, atos enunciativos (mero ato administrativo), atos que 
integram procedimento nem atos que geraram direito adquirido (Súmula 473 do 
STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial) 
Q13. 2017/FMP-CONCURSOS/MPE-RO/Promotor de Justiça 
Dentre as alternativas abaixo, conflagra-se como exemplo concreto 
predominante de exigibilidade de ato administrativo. 
a) guinchamento de carro parado em local proibido. 
b) requisição de bem móvel particular para combater evento danoso da 
natureza. 
c) inutilização de medicamentos vencidos. 
d) dispersão de manifestação pública violenta com prática de atos de 
vandalismo. 
e) aplicação de multa e de advertência. 
Comentários 
Resposta: alternativa “e”. Correta a alternativa “e” porque o atributo da 
autoexecutoriedade dos atos administrativos pode ser desdobrado em 
exigibilidade e executoriedade. A exigibilidade resulta da possibilidade de a 
Administração poder se utilizar de meios indiretos para o cumprimento da 
obrigação. Já a executoriedade resulta da possibilidade de a Administração 
realizar diretamente a execução forçada se utilizando inclusive da força pública, 
caso necessário. As demais alternativas apresentam reflexos predominantes da 
executoriedade (meios diretos) e não da exigibilidade (meios indiretos). 
Q14. 2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público 
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Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito às normas 
jurídicas e, nestes casos, é correto afirmar que 
a) existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a 
ratificação e a reforma. 
b) ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar-se em 
convalidação, com o objetivo de aplicar o princípio da eficiência. 
c) a vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá 
efeitos ex nunc. 
d) a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido 
com a edição de novo ato, pelo poder Judiciário. 
e) é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas 
quando se tratar de conteúdo plúrimo. 
Comentários 
Resposta: alternativa “e”. Correta a assertiva porque nessa linha é a doutrina do 
professor José dos Santos Carvalho Filho em seu Manual de Direito 
Administrativo, 31ª edição, p. 72: “Também é possível convalidar atos com vício 
no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de conteúdo plúrimo”. 
Plúrimo quer dizer plural, ou seja, objeto não único, de modo que se possa 
reformar ou converter um dos objetos sem macular o outro ou os demais. 
Incorreta a alternativa “a” porque, pela doutrina do professor José dos Santos 
Carvalho Filho em seu Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p. 71, há 
três formas de convalidação: ratificação, reforma e conversão.Incorreta a 
alternativa “b” porque, após a impugnação, não se pode mais falar em 
convalidação, mas sim o pleno efeito do processo recursal. Incorreta a alternativa 
“c” porque a convalidação opera efeitos ex tunc (retroativos à data da produção 
do ato). Incorreta a alternativa “d” porque a própria Administração Pública pode 
sanear ou anular seus atos. 
Q15. 2017/LEGALLE CONCURSOS/CÂMARA DE VEREADORES DE 
GUAÍBA-RS/Procurador 
Acerca da anulação dos atos administrativos, assinale a opção INCORRETA. 
a) A anulação pode ser feita pela Administração Pública, com base no seu 
poder de autotutela sobre os próprios atos. 
b) A anulação pode também ser feita pelo Poder Judiciário, mediante 
provocação dos interessados. 
c) Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a 
anulação produz efeitos retroativos à data em que foi emitido. 
d) Anulação é o desfazimento doato administrativo por razões de legalidade. 
e) A anulação do ato administrativo, quando afete interesses ou direitos de 
terceiros, deve ser precedida do contraditório. 
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Comentários 
Resposta: alternativa “d”. Incorreta a alternativa “d” porque anulação é 
desfazimento de ato administrativo por razões de ilegalidade e não de legalidade. 
Correta a alternativa “a”, já que, de fato, a própria Administração pode anular 
seus atos praticados com ilegalidade (Súmula 473 do STF:A administração pode 
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial). Correta a alternativa “b” porque, de fato, ao Poder 
Judiciário, caso provocado pelo interessado, cabe controlar os atos 
administrativos ilegais, devendo anulá-los se confirmada a ilegalidade. Correta a 
alternativa “c” já que a anulação produz efeitos ex tunc. Correta a alternativa “e”, 
já que, de fato, se afetar interesse ou direitos de terceiros, impõe-se a 
precedência de ampla defesa e contraditório com base no art. 5º, LV, da CRFB 
(STF: RE 594296 - A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, foi 
erigido à condição de garantia constitucional do cidadão, quer se encontre na 
posição de litigante, num processo judicial, quer seja um mero interessado, em 
um processo administrativo, o direito ao contraditório e à ampla defesa, com os 
meios e recursos a eles inerentes. Ou seja, a partir de então, qualquer ato da 
Administração Pública que tiver o condão de repercutir sobre a esfera de 
interesses do cidadão deverá ser precedido de prévio procedimento em que se 
assegure ao interessado o efetivo exercício do direito ao contraditório e à ampla 
defesa). 
Q16. 2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC /Procurador do Estado 
(ADAPTADA) 
Para a configuração dos casos de nulidade de atos administrativos que 
traduzam lesão aos bens jurídicos tutelados pelo direito pátrio, serão 
observadas as seguintes normas, EXCETO 
a) O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando 
a fim diverso daquele necessariamente explícito na regra de competência. 
b) A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em 
violação da legislação em vigor. 
c) A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de 
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada frente ao resultado obtido. 
d) A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas 
atribuições legais do agente que o praticou. 
e) O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou 
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. 
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Resposta: alternativa “a”. Incorreta a alternativa “a” porque, de acordo com a 
alínea “e” do §único do art. 2º da Lei nº 4.717, de 1965 (Lei da Ação Popular), o 
desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim 
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
Veja o inteiro teor do aludido artigo: “art. 2º São nulos os atos lesivos ao 
patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) 
incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos 
motivos; e) desvio de finalidade. Parágrafo único. Para a conceituação dos casos 
de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica 
caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o 
praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta 
ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) 
a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de 
lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica 
quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;e) o 
desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim 
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. 
Portanto, corretas as demais alternativas. 
Q17. 2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/Procurador do Estado 
Existem diversas alternativas possíveis quanto às hipóteses abstratas de 
extinção dos atos administrativos, EXCETO 
a) o decurso do tempo. 
b) a renúncia do interessado. 
c) a revogação pelo Poder Judiciário. 
d) a invalidação pela própria Administração. 
e) o desaparecimento do pressuposto fático. 
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Resposta: alternativa “c”. Incorreta a alternativa “c” porque a revogação é ato 
privativo da Administração Pública, já que afeto à conveniência e oportunidade 
(mérito administrativo). Ao Poder Judiciário cabe anular os atos administrativos 
viciados com ilegalidade. As demais alternativas apresentam hipóteses que, de 
fato, podem acarretar a extinção do ato administrativo. Conforme sintetiza o 
professor Celso Antônio Bandeira de Mello, os atos eficazes podem ser extintos 
com o cumprimento dos seus efeitos ao longo do tempo (esgotamento do 
conteúdo jurídico, execução material, termo final ou condição resolutiva), com o 
desaparecimento de elemento infungível da relação jurídica (sujeito ou objeto), 
com a retirada (revogação, invalidação ou anulação, cassação, caducidade, 
contraposição) ou a renúncia. Já o ato ineficaz pode ser extinto pela mera retirada 
ou pela recusa. 
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119 
 
Q18. 2017/VUNESP/TJ-SP/Juiz de Direito 
O motivo do ato administrativo pode ser conceituado como: 
a) a normatividade jurídica que irá incidir sobre determinada situação de fato 
que lhe é antecedente. 
b) a ocorrência no mundo fenomênico de certo pressuposto fático, relevante 
para o direito, que vai postular ou possibilitar a edição do ato administrativo. 
c) a explicitação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à edição 
do ato administrativo e sem a qual o ato é nulo. 
d) o móvel ou intenção do agente ou, em outros termos, a representação 
psicológica que levou o administrador a agir, e que tem especial importância 
no plano dos atos discricionários. 
Comentários 
Resposta: alternativa “b”. Correta a alternativa “b” porque o motivo é o 
pressuposto de fato e de direito que fundamenta o ato administrativo. Incorreta 
a alternativa “a” porque para a norma incidir o fato deve ser posterior à sua 
produção. Ademais, o motivo é concreto, um fato ocorrido na vida social (mundo 
fenomênico para Immanuel Kant). Incorreta a alternativa “c” porque apresenta a 
definição de motivação, que é a explicitação do motivo. Ademais, há divergência 
doutrinária se a ausência de motivação torna o ato nulo. Incorreta a alternativa 
“d” porque a valoração subjetiva representada pela intenção do agente não se 
inclui entre os elementos do ato administrativo. Pela teoria do órgão, os atos do 
agente público são imputados à Administração. 
Q19. 2017/IMA/PREFEITURA DE PENALVA-MA/Procurador Municipal 
Os atos administrativos que se destinam a dar andamento aos processos e 
papeis que tramitam pelas repartições públicas, preparando para a decisão 
de mérito a ser proferida pela autoridade competente, são classificados 
como: 
a) Atos deimpério. 
b) Atos de gestão. 
c) Atos de expediente. 
d) Atos normativos. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. A classificação dos atos administrativos quanto ao 
objeto ou quanto às suas prerrogativas apresenta: atos de império (expressão 
da supremacia pública sobre o interesse particular), atos de gestão (ausência da 
supremacia – atos praticados pela Administração em posição de horizontalidade 
com o particular) e atos de expediente (são os praticados para impulsionar os 
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120 
 
processos administrativos e demais tarefas administrativas para sua devida 
conclusão). Atos administrativos normativos são aqueles produzidos, em regra, 
com comandos gerais e abstratos. 
Q20. 2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça 
Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema 
fosse regulamentado mediante portaria conjunta das secretarias estaduais 
A e B. Um ano depois de editada a portaria conjunta, nova portaria, editada 
apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial. 
Nessa situação, considerando-se o entendimento do STJ, 
I a segunda portaria não poderia gerar efeitos revocatórios. 
II a revogação de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestação de 
dois ou mais órgãos, demanda a edição de ato igualmente complexo; vale 
dizer, formado pela manifestação dos mesmos órgãos subscritores do ato a 
ser revogado. 
A respeito das asserções I e II, assinale a opção correta 
a)A asserção I é falsa, e a II é verdadeira 
b) As asserções I e II são falsas. 
c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da 
I. 
d) acordo de cooperação, que prescinde de licitação. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. As duas assertivas estão corretas e a segunda justifica 
de forma acertada a primeira, já que em linha com o entendimento do STJ 
esposado no julgamento do MS 14731 em 2016: “A regulamentação exigida pelo 
art. 7o. do Decreto 6.253/07, constitui ato administrativo complexo, demandando 
a manifestação de dois órgãos da Administração para sua constituição, quais 
sejam, o Ministério da Educação e o Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão, sob pena de invalidade. 2. Por simetria, apenas se admite a revogação 
do ato administrativo por autoridade/órgão competente para produzi-lo. A 
propósito, o ilustre Professor DIOGO FIGUEIREDO MOREIRA NETO assinala que a 
competência para a revogação do ato administrativo será, em princípio, do 
mesmo agente que o praticou (...) Assim, se o ato foi suficiente e validamente 
constituído a revogação é, simetricamente, um ato desconstitutivo, ou, em outros 
termos, um ato constitutivo-negativo, pelo qual a Administração competente para 
constituí-lo - e apenas ela - retira a eficácia de um ato antecedente, 
exclusivamente por motivos de mérito administrativo, jamais por motivos 
jurídicos (Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, 
p. 230-231). 3. No caso, a Portaria 788/09 aqui combatida, emitida pelo MEC, 
por si só, procurou revogar a regulamentação anterior, composta pela 
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121 
 
manifestação das duas Pastas responsáveis. Nesse contexto, dada a simetria 
necessária para a edição-desconstituição do ato administrativo, entende-se 
viciado o ato”. 
Q21. 2017/VUNESP/CÂMARA DE COTIA-SP/Procurador Legislativo 
Considere a seguinte situação hipotética: 
Lei Municipal é aprovada concedendo a revisão geral anual, prevista na 
Constituição Federal, para todos os servidores públicos do Município de 
Cotia. O Prefeito Municipal, no entanto, somente efetiva o aumento salarial 
para os servidores que são filiados ao partido político ao qual pertence. Como 
o ato administrativo possui vários elementos, é correto afirmar que, nesse 
caso hipotético, o vício desse ato recai sobre 
a) a finalidade. 
b) a forma. 
c) o motivo. 
d) o objeto. 
e) a competência. 
Comentários 
Resposta: alternativa “a”. A situação descrita configura abuso de poder na 
modalidade desvio de finalidade. Em sentido amplo a finalidade do ato 
administrativo sempre corresponde ao interesse público. Em sentido restrito é o 
resultado específico que o ato deve produzir conforme definido expressa ou 
implicitamente em lei. O ato do Prefeito, ao afrontar o princípio da 
impessoalidade, macula o elemento finalidade do ato administrativo, viciando-o. 
Q22. 2017/CESPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/Procurador 
Municipal 
No que tange a conceitos, requisitos, atributos e classificação dos atos 
administrativos, assinale a opção correta. 
a) Licença e autorização são atos administrativos que representam o 
consentimento da administração ao permitir determinada atividade; o 
alvará é o instrumento que formaliza esses atos. 
b) O ato que decreta o estado de sítio, previsto na CF, é ato de natureza 
administrativa de competência do presidente da República. 
c) Ainda que submetido ao regime de direito público, nenhum ato praticado 
por concessionária de serviços públicos pode ser considerado ato 
administrativo. 
d) O atributo da autoexecutoriedade não impede que o ato administrativo 
seja apreciado judicialmente e julgado ilegal, com determinação da 
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122 
 
anulação de seus efeitos; porém, nesses casos, a administração somente 
responderá caso fique comprovada a culpa. 
Comentários 
Resposta: alternativa “a”. A licença e a autorização são atos negociais que, em 
regra, são formalizados por meio de alvará. A licença é ato vinculado em que a 
Administração Pública, verificando o cumprimento de todos os requisitos legais 
pelo particular, consente a realização de uma atividade ou fruição de alguma 
situação jurídica com presunção de definitividade. Já a autorização é ato 
discricionário que expressa uma concordância precária por parte da 
Administração Pública com relação à realização de uma atividade ou utilização de 
um bem pelo particular no interesse predominante deste. Incorreta a alternativa 
“b” porque atos políticos ou de governo são aqueles que remetem à pratica de 
atos por órgãos ou agentes que possuem competência diretamente fixada no 
texto Constitucional, por pertencerem à estrutura de governo do Estado. Ou seja, 
estão sujeitos ao regime jurídico-constitucional, não se enquadrando como ato 
administrativo. (Incorreta a alternativa “c” porque as concessionárias de serviço 
público também podem praticar atos administrativos já que atuam em nome do 
Estado que transferiu a execução do serviço de público ao particular, mantendo, 
contudo, sua titularidade. Incorreta a alternativa “d” porque, comprovada a 
ilegalidade do ato pelo Poder Judiciário, a Administração Pública responde 
independentemente de dolo ou culpa (responsabilidade objetiva do Estado - §6º 
do art. 37 da CRFB). 
Q23. 2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público 
Sobre atos administrativos, é correto afirmar 
a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e 
temporariedade, sendo certo que é proibida avocação nos casos de 
competência exclusiva. 
b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos 
ampliativos. 
c) as deliberações e os despachos são espécies da mesma categoria de atos 
administrativos normativos. 
d) é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso 
administrativo; salvo quando se tratar de recurso hierárquico impróprio. 
e) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e ampladefesa, a qualquer tempo, quando a decisão puder 
resultar anulação ou revogação de ato administrativo, de qualquer natureza, 
que beneficie o interessado. 
Comentários 
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123 
 
Resposta: alternativa “a”. A banca adotou a posição do professor José dos Santos 
Carvalho Filho constante em sua obra Manual de Direito Administrativo, 31ª 
edição, p 14, na qual afirma: “Para evitar distorção no sistema regular dos atos 
administrativo, é preciso não perder de vista que tanto a delegação como a 
avocação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só justificáveis ante 
os pressupostos que a lei estabelecer”. Ademais, de acordo com o art. 15 da Lei 
nº 9.784, de 1999, é expresso que a avocação tem caráter excepcional e 
temporário (Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos 
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência 
atribuída a órgão hierarquicamente inferior). Em que pese não haver a mesma 
disciplina expressa no art. 12 da aludida lei que trata da delegação (Art. 12. Um 
órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, 
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes 
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão 
de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial), fato 
é que este instrumento não transmuda a competência de forma definitiva, 
podendo, a qualquer tempo, a autoridade delegante revogar a delegação. Assim, 
ínsita a precariedade, o que a banca adotou como algo temporário. Frise-se 
também que está correta a parte final da alternativa, já que, em sendo a 
competência exclusiva, não há que se falar em avocação. Incorreta a alternativa 
“b” porque renúncia só cabe em atos ampliativos de direito e sobre direitos 
disponíveis, isto é, aqueles que aumentam a esfera jurídica do administrado e 
aos quais ele pode dispensar. Os atos restritivos de direito, seja por imporem 
deveres ou obrigações, não se coadunem com a renúncia. Incorreta a alternativa 
“c” porque deliberação é ato normativo expedido por órgãos colegiados enquanto 
despachos são atos ordinatórios em que uma autoridade externa decisão acerca 
de procedimento administrativo. Incorreta a alternativa “d” por afrontar a Súmula 
Vinculante 21 do STF (É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo) e a 
súmula 373 do STJ (É ilegítima a exigência de depósito prévio para 
admissibilidade de recurso administrativo). Incorreta a alternativa “e” por 
afrontar a Súmula Vinculante 3 do STF (Nos processos perante o Tribunal de 
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da 
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie 
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial 
de aposentadoria, reforma e pensão). 
Q24. 2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público 
Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é 
correto afirmar: 
a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o 
interesse público e o interesse privado, pautando-se pela igualdade de 
tratamento a todos administrados, independentemente de quaisquer 
preferências pessoais. 
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124 
 
b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, e as 
subsidiárias destas duas últimas. As subsidiárias não dependem de 
autorização legislativa justamente por integrarem a Administração 
Pública Indireta. 
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem 
pública prescindem de autorização específica para fins do exercício do 
controle externo. 
d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica 
sanções por infrações administrativas pelos servidores públicos. Trata-se 
de exercício de Poder de Polícia com base na hierarquia. 
e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato 
vinculado, concedida desde que cumpridos os requisitos objetivamente 
definidos em lei. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Correta a alternativa “c” porque, conforme 
entendimento do STF (MS 33.340), as operações financeiras que envolvam 
recursos públicos não estão protegidas pelo sigilo bancário de que trata a Lei 
Complementar nº 105, de 2001. Incorreta a alternativa “a” porque, nos termos 
do ‘caput’ do art. 37 da CRFB, o princípio da impessoalidade é basilar da 
Administração Pública a resguardar o interesse público e não o interesse privado. 
Incorreta a alternativa “b” por afrontar o inciso XX do art. 37 da CRFB, já que 
depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer 
delas em empresa privada. Incorreta a alternativa “d” porque os atos 
administrativos punitivos são aqueles praticados pela Administração cujo objeto 
é aplicação de sanção por infrações administrativas, podendo ser extroversos, 
quando aplicados aos administrados (com base no Poder de Polícia), ou 
introversos, quando aplicados a agentes públicos (com base no Poder Disciplinar). 
Incorreta a alternativa “e” porque a licença (ato vinculado em que a 
Administração Pública, verificando o cumprimento de todos os requisitos legais 
pelo particular, consente a realização de uma atividade ou fruição de alguma 
situação jurídica com caráter de definitividade) é classificada como ato negocial. 
Q25. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador 
Municipal 
Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida 
de uma assertiva a ser julgada, a respeito da organização administrativa e 
dos atos administrativos. 
A prefeitura de determinado município brasileiro, suscitada por particulares 
a se manifestar acerca da construção de um condomínio privado em área de 
proteção ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa situação, a obra 
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poderá ser iniciada, pois o silêncio da administração é considerado ato 
administrativo e produz efeitos jurídicos, independentemente de lei ou 
decisão judicial. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários 
Resposta: errado. O silêncio administrativo, também denominado de “não ato” 
ou omissão da Administração, não revela prática de ato administrativo por não 
encerrar, em regra, manifestação da vontade da Administração Pública. Pode, 
contudo, a lei prever consequências jurídicas para a inércia da Administração 
Pública. Mas a vontade pública estará manifestada na própria lei que anteviu 
solução a ser dada em caso de omissão do agente ou órgão público competente 
para a prática do ato. Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho 
Filho indicam, inclusive, que essas consequências jurídicas são fatos jurídicos 
administrativos, mas não atos administrativos. 
Q26. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador 
Municipal 
Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida 
de uma assertiva a ser julgada, a respeito da organização administrativa e 
dos atos administrativos. 
Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de 
carência de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, 
em verdade, existiaexcesso de servidores na sua nova unidade de exercício. 
Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 
 
( ) Certo ( ) Errado. 
Comentários 
Resposta: certo. Com base na Teoria dos Motivos Determinantes, caso um ato 
discricionário seja motivado e sua motivação não seja real, abre-se a 
possibilidade de controle do ato administrativo pelo Poder Judiciário em função 
da ilegalidade. Sendo comprovado o vício, o ato será anulado pelo Poder 
Judiciário. Frise-se que a própria Administração Pública também pode anular seus 
próprios atos eivados de vício (Súmula 473 do STF). 
Q27. 2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito 
De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da administração 
de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o 
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legislador, em detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais 
valores têm por fundamento o princípio administrativo da 
a) presunção de legitimidade. 
b) autotutela. 
c) segurança jurídica. 
d) continuidade do serviço público. 
Comentários 
Resposta: alternativa “c”. Busca-se com a segurança jurídica prover a 
estabilidade das relações jurídicas para a vida em sociedade, conferir força 
jurídica à legítima expectativa e interromper ou mitigar a incerteza no direito. 
Q28. 2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito 
Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da 
revogação e dos elementos dos atos administrativos. 
a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos 
devidamente externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos. 
b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade 
delegante ou pela autoridade delegada. 
c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua 
revogação. 
d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder 
Judiciário terá de revogá-lo. 
Comentários 
Resposta: alternativa “a”. Correta a alternativa “a” porque, de acordo com o art. 
2º da Lei nº 9.784, de 1999, a motivação é um dos princípios aos quais a 
Administração Pública deve obedecer, sendo esta considerada a indicação dos 
pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (art. 2º, §único, 
inciso VII). Assim, também na revogação de um ato administrativo há a 
necessidade de motivação. Incorreta a alternativa “b” porque, de acordo com o 
art. 14, §2º, da aludida lei, o ato de delegação é revogável a qualquer tempo 
pela autoridade delegante, mas não da delegada. Incorreta a alternativa “c” 
porque tanto o ato de delegação quanto o de revogação devem ser publicados no 
meio oficial (art. 14 da Lei nº 9.784, de 1999). Incorreta a alternativa “d” porque 
ao Poder Judiciário cabe anular os atos ilegais. A revogação dos atos compete à 
própria Administração Pública por meio de critérios de conveniência e 
oportunidade. 
Q29. 2017/FUNDEP/MPE-MG/Promotor de Justiça 
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Quanto ao conteúdo e à forma dos atos administrativos, é CORRETO o que 
se afirma em: 
a) Deliberações são atos emanados, em regra, de órgãos colegiados e 
caracterizam-se como atos simples coletivos, ao passo que as resoluções 
são atos normativos individuais, provenientes de autoridades do alto 
escalão administrativo e têm natureza derivada. 
b) Homologação é o ato administrativo unilateral que visa à uniformização 
de decisões das autoridades administrativas sobre tema de interesse 
individual ou coletivo. 
c) A autorização é ato declaratório, ao passo que a licença é ato constitutivo 
de direito preexistente. 
d) A permissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração 
Pública reconhece ao particular que em preencha os requisitos legais o 
direito para exercer profissão regulamentada. 
Comentários 
Resposta: alternativa “a”.Correta a alternativa “a” já que as deliberações são atos 
normativos expedidos por órgãos colegiados, enquanto as resoluções são atos 
normativos expedidos por autoridades superiores da Administração Pública. 
Incorreta a alternativa “b” porque homologação é ato vinculado pelo qual a 
autoridade superior avalia a legalidade, bem como a conveniência de ato anterior 
praticado para dar-lhe eficácia. Incorreta a alternativa “c” porque autorização é 
ato discricionário que expressa uma concordância precária por parte da 
Administração Pública com relação à realização de uma atividade ou utilização de 
um bem pelo particular no interesse predominante deste. Ou seja, a autorização 
não se trata de direito pré-constituído que vem a ser declarado pela 
Administração Pública. A licença, por seu turno, é ato declaratório porque a 
Administração Pública, verificando o cumprimento de todos os requisitos legais 
pelo particular, está vinculada a consentir com a realização de uma atividade ou 
fruição de alguma situação jurídica. Incorreta a alternativa “d” porque permissão, 
em sendo ato administrativo, não é ato bilateral, mas unilateral. A permissão é 
ato discricionário que expressa uma concordância precária por parte da 
Administração Pública com relação à realização de uma atividade ou utilização de 
um bem pelo particular no interesse predominante público. 
Q30. 2017/FGV/ALERJ/Procurador 
O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de 
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, 
verifica-se que o legislador procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-
fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações 
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jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados 
de vício de legalidade. 
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada 
norma aborda especificamente os seguintes princípios reconhecidos da 
Administração Pública: 
a) autotutela e certeza jurídica; 
b) segurança jurídica e proteção à confiança; 
c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade; 
d) temporalidade e moralidade administrativas; 
e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos 
Comentários 
Resposta: alternativa “b”. Busca-se com a segurança jurídica prover a 
estabilidade das relações jurídicas para a vida em sociedade, conferir força 
jurídica à legítima expectativa e interromper ou mitigar a incerteza no direito. 
Corolário da segurança jurídica decorre o princípio da proteção à confiança. 
 
 
 
10. Resumo 
 
1. Segundo a professora Maria Helena Diniz: “fatos jurídicos seriam os acontecimentos, 
previstos em norma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se 
extinguem as relações jurídicas” 
• Atos jurídicos em sentido amplo são aqueles que produzem os efeitos jurídicos desejados 
pelos agentes, amparados pelo ordenamento jurídico. 
• Atos jurídicos em sentido estrito são aqueles nos quais os resultados jurídicos decorrem da 
vontade do agente, mas em linha com o previamente fixado pelo ordenamento. 
• O negócio jurídico, também espécie do ato jurídico em sentido amplo, é aquele pelo qual são 
produzidas novas regras para atender, em regra, à composição de interesses das partes.Wagner Damazio
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2. Fatos da administração são aqueles acontecimentos praticados pela Administração 
Pública que não apresentam nenhuma repercussão no âmbito do Direito Administrativo. 
3. Fato administrativo tem três interpretações: 
• Para o professor José dos Santos Carvalho Filho, é a materialização da atividade 
administrativa. 
• Para a professora Maria Sylvia, é aquele descrito em lei ou no ordenamento que, 
quando realizado, traz repercussão no campo do direito administrativo. 
• Para o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, é caracterizado como o silêncio ou 
inércia da Administração pública, do qual decorram efeitos jurídicos. 
4. 
5. 
6. Ato da administração é o conjunto amplo de todos os atos praticados pela Administração 
Pública no exercício da atividade administrativa, incluindo não só aqueles que se revestem 
Ato 
Administrativo
expressão da vontade da Administração 
Pública por quem o represente
efeitos jurídicos regidos pelo Direito 
Público, exclusiva ou 
predominantemente
finalidade pública
Ato Legislativo
Ato Legiferante
Produção de Normas
Função Típica do Poder 
Legislativo
Ato Judicial
Ato Jurisdicional
Solução de Litígios
Função Típica do Poder 
Judiciário
Ato Político
Ato da Administração 
Pública decorrente 
diretamente da Constituição
Decisão Política
Exercício Típico dos 
Governantes
Ato político
Praticado por 
integrantes do 
governo
Regido pelo regime 
jurídico 
constitucional
Ato Administrativo
Praticado pelo 
agente público ou 
delegatário da Adm. 
Pública
Praticado no 
exercício da função 
administrativa em 
concreto
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de prerrogativas públicas, ou seja, podem incluir, entre outros, os atos regidos 
predominantemente pelo Direito Privado. 
7. Ato administrativo inclui apenas os atos praticados no exercício da função administrativa 
em concreto. 
 
8. Silêncio administrativo (segundo José dos Santos Carvalho Filho), silêncio da 
Administração Pública (segundo Maria Sylvia), omissão da Administração (segundo 
Hely Lopes Meirelles) ou Não Ato (segundo Odete Medauar): quando a administração se 
mantém inerte quando há dever de praticar uma ação. 
9. É polêmico na doutrina se o silêncio pode caracterizar ou não manifestação da vontade da 
Administração Pública. 
• Para a professora Maria Sylvia o silêncio pode acarretar em manifestação da vontade 
da Administração, sobretudo quando a lei fixa que o silêncio significará concordância 
ou discordância. 
• Para o professor José dos Santos Carvalho Filho, o silêncio administrativo não é 
manifestação formal de vontade, mas que configura fato jurídico administrativo, 
acarretando, por conseguinte, a produção de efeitos jurídicos. 
• O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o silêncio não é ato jurídico e 
sim fato jurídico. 
• Raimundo Márcio Ribeiro Lima considera silêncio administrativo como espécie de 
inatividade administrativa em sentido amplo, aquele decorrente da inatividade formal 
da Administração Pública, quer dizer, por conta da inobservância de um dever legal de 
prestar/controlar/regulamentar. 
Ato DA 
Administração
atos de direito privado 
(Ex.: doação, permuta, compra e venda, locação)
atos materiais da Administração que não contêm manifestação de 
vontade, mas que envolva apenas execução
(Ex.: demolição, apreensão de mercadoria, realização de um 
serviços)
atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor, que não expressam 
vontade e não podem produzir efeitos jurídicos imediatos
(Ex.: atestado, certidões, pareceres, votos)
atos políticos
contratos
atos normativos
(Ex.: decretos, portarias, resoluções, regimentos, de feitos gerais 
e abstratos)
atos administrativos propriamente ditos
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10. O professor Celso Antônio Bandeira de Mello crava 120 dias como o prazo razoável para 
manifestação por parte da Administração, mas cabe ao Poder Judiciário avaliar a 
razoabilidade do prazo. 
11. 
• O silêncio eloqüente é incompatível com o Direito Público. 
12. A existência dos atos administrativos está relacionada à presença de todos os 
elementos, ainda que haja deficiência em um ou mais deles. 
13. A validade do ato administrativo, que só poderá ser avaliado se superada a análise 
quanto a sua existência, está intimamente ligada não só à presença de todos os requisitos 
necessários previstos em lei, mas com a conformidade desses requisitos com a lei. Daí 
decorre que, existindo, o ato jurídico pode ser válido ou inválido. 
14. A eficácia está relacionada à presença dos fatores necessários para a sua produção de 
efeitos jurídicos. 
15. Exequibilidade: a disponibilidade que a Administração tem para executar um ato em sua 
inteireza. 
 
16. 
Silêncio Eloquente
Há uma manifestação no 
não dizer 
Omissão
Não houve uma ação 
para um dever pre 
existente
Lacuna
ausência de disciplina 
sobre determinado tema 
que pode autorizar a 
analogia
Ato Administrativo
Existente
Válido
Eficaz
Inefiz
Inválido
Eficaz
Ineficaz
Inexistente - Eficaz
Elementos dos Atos Administrativos
Competência 
(Quem?)
Finalidade (Pra 
quê?)
Forma (Por 
qual meio?)
Motivo (Qual a 
causa ou 
fundamento?)
Objeto (Com 
qual 
conteúdo?)
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17. 
• Na avocação o superior hierárquico assume atribuição que ordinariamente é 
estabelecida para a função exercida por um dos seus subordinados. 
• Na delegação, que só pode ocorrer quando não houver impedimento legal, o titular 
da competência pode delegar parte de sua competência a outro agente a ele 
subordinado ou não. 
 
18. 
• Uma das espécies de abuso de poder é o desvio de finalidade. 
Características da 
Competência:
decorre da lei
é irrenunciável
é inderrogável 
(não pode ser transferida por acordo entre as partes)
é improrrogável
(órgão ou agente incompetente não se torna competente 
pelo exercício da atividade, exceto por lei)
pode ser definida em função da matéria, hierarquia, lugar, 
tempo ou para fracionamento
pode ser delegada (se não for exclusiva)
pode ser avocada (se não for exclusiva)
Não podem ser 
delegadas:
a edição de atos de caráter 
normativo
a decisão de recursos administrativos
as matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade
•corresponde ao interesse público
Finalidade em sentido amplo
•resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido
expressa ou implicitamente em lei
Finalidade em sentido restrito
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19. 
• Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão 
quando a lei expressamente exigir. 
• Em respeito ao paralelismo das formas, a mesma forma utilizada para a produção do 
ato deve ser aquela utilizada para sua modificação ou revogação. 
• Princípio da Solenidade: em contraposição ao princípio de liberdade das formas que 
prevalece no Direito Privado, o professor José dos Santos Carvalho Filho alude ao 
princípio da solenidade das formas no Direito Público. Este remete a um cerimonial 
previsto em lei, ou seja, a um rito adicional à mera formalizaçãodo ato. 
• Segundo a Lei nº 4.717, de 1965, o vício de forma consiste na omissão ou na 
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência o 
seriedade do ato. 
20. 
21. Não é lícita ao administrador público a utilização de fundamentos genéricos e indefinidos 
para indicar o motivo do ato administrativo. 
22. Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o fundamento exteriorizado para a 
tomada de decisão ou para a prática de uma ação ou omissão vincula-se à validade do ato 
administrativo vinculado ou mesmo discricionário. 
•corresponde à exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual o ato se
exterioriza (forma escrita, verbal, por Decreto, Portaria, Resolução etc.)
Forma em sentido restrito
•corresponde não só à exteriorização do ato, mas também todas as
formalidades que devem ser observadas durante o processo de
formação de vontade da Administração, e até os requisitos relativos à
publicidade do ato (exteriorização + formalidades dos procedimentos +
publicidade)
Forma em sentido amplo
Motivo
elemento do ato administrativo
é o pressuposto de fato e de 
direito que fundamenta o ato 
administrativo
ausência de motivo invalida o 
ato
(o motivo é obrigatório)
Por quê?
Motivação
princípio pevisto no art. 2º, 
inciso VII, da Lei nº 9.784, de 
1999, e integrante da forma do 
ato administrativo
é a indicação do motivo, ou seja, 
é a demonstratração formal de 
que o pressuposto de fato e de 
direito ocorreu
em que pese alguma divergência 
doutrinária, a lei pode ou não 
exigir a motivação* 
indicação da existência de o 
porquê o ato foi praticado
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• Portanto, existindo a exteriorização do motivo como o determinante a justificar a 
realização do ato administrativo, caso fique comprovado não ter este ocorrido ou não 
representar a realidade, o ato será ilegal. 
23. O objeto é o efeito jurídico imediato que se busca atingir com o ato administrativo. 
• Para a professora Maria Sylvia: 
 
• O objeto jurídico pode ser: 
 
• 
O objeto deve 
ser:
lícito (conforme à lei)
possível (realizável no mundo dos fatos e do 
direito)
certo (definido quanto ao destinatário, aos 
efeitos, ao tempo e ao lugar)
moral (em consonância com os padrões comuns 
de comportamento, aceitos como corretos, justos, 
éticos)
Objeto Jurídico
Natural: o efeito 
decorre da 
natureza do ato
Acidental: há 
clausulas 
acessórias que 
alteram os 
efeitos do ato
termo: indica 
o momento 
apartir do 
qual passa a 
ser ou deixa 
de ser eficaz
modo: quando 
se fixa um 
ônus ao 
destinatário
condição: a 
eficácia 
depende de 
evento futuro 
e incerto
suspensiva: a 
eficácia fica 
pendente até 
que ocorra o 
evento
resolutiva: a 
eficácia cessa 
com a 
ocorrência do 
evento
Finalidade
efeito jurídico 
mediato
invariável (sempre é o 
interesse público)
Objeto
efeito jurídico 
imediato
variável a depender do 
ato administrativo
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24. Mérito Administrativo: não é um dos elementos do ato; é a capacidade de que por vezes 
a lei dota a Administração Pública de Decidir ou avaliar a conveniência e a oportunidade 
para a produção do ato administrativo. Relacionado aos elementos motivo e objeto, uma 
vez que a discricionariedade se limita a eles. 
25. Doutrina Chenery: Não cabe ao Poder Judiciário afastar ato praticado pela Administração 
Pública com base em escolha política sob o argumento de que não se seguiu determinada 
metodologia técnica. 
26. Os atributos do Ato Administrativo o diferenciam dos atos de Direito Privado.
 
27. Presunção de Legitimidade: o ato foi produzido de acordo com o ordenamento jurídico. 
28. Presunção de Veracidade: O conteúdo do ato é verdadeiro e de fé pública. 
29. Para a professora Maria Sylvia são estes os fundamentos utilizados pelos administrativistas 
para justificar o atributo da presunção da legitimidade: 
 
30. A professora também apresenta 3 decorrências da presunção de veracidade: 
Atributos do Ato 
Administrativo:
Presunção de Legitimidade e de Veracidade
Autoexecutoriedade
Tipicidade
Imperatividade
o procedimento e as formalidades que precedem a sua
edição, os quais constituem garantia de observância da lei
o fato de ser uma das formas de expressão da soberania
do Estado, de modo que a autoridade que pratica o ato o
faz com o consentimento de todos
a necessidade de assegurar celeridade no cumprimento
dos atos administrativos, já que eles têm por fim atender
ao interesse público, predominante sobre o particular
o controle a que se sujeita o ato, quer pela própria
Administração, quer pelos demais Poderes do Estado,
sempre com a finalidade de garantir a legalidade
a sujeição da Administração ao princípio da legalidade, o
que faz presumir que todos os seus atos tenham sido
praticados de conformidade com a lei, já que cabe ao
poder público a sua tutela
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31. Autoexecutoriedade: o ato administrativo pode ser executado de ofício e imediatamente 
pela Administração Pública sem necessidade de autorização do Poder Judiciário. Esse 
atributo garante a celeridade e a eficiência na atuação administrativa para atingir a 
finalidade pública. Só está presente quando autorizada por lei. 
 
32. Tipicidade: Os atos administrativos devem decorrer de tipos previamente definidos em 
lei a serem utilizados para se atingir a determinada finalidade pública. Deriva do princípio 
da legalidade e juridicidade. 
33. Imperatividade: Decorre do Poder de Império do Estado de, por meio de atos unilaterais, 
como os administrativos, impor aos particulares o cumprimento de determinada ação ou 
de impor a eles obrigações ou restrições. 
34. A classificação dos Atos Administrativos, segundo Hely Lopes Meirelles: 
 
enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria
Administração ou pelo Judiciário, ele produzirá efeitos da mesma
forma que o ato válido, devendo ser cumprido
o Judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato
inverte o ônus da prova
Autoexecutoriedade
Exigibilidade: A Administração 
pode utilizar meio indiretos 
para a exigência do 
cumprimento da obrigação.
Executoriedade: A Administração 
pode realizar diretamente a 
execução forçada, utilizando-se, 
se necessário, de força pública.
Quanto aos 
Destinatários:
Gerais (ou regulamentares): expedidos a 
destinatários indeterminados para alcançar 
todos aos quais venham a incidir em seus 
dispositivos. São atos normativos.
Individuais (ou especiais): expedidos a 
destinatários determinados para que se realize 
algo em específico.
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Quanto ao Alcance
Internos: expedidos a destinatários 
internos do órgão público, não produzindo 
efeitos externos.
Externos: Repercutem nos interesses gerais 
da coletivididade. Podem alcançar os 
administrados ou aos próprios servidores.
Quanto ao Objeto
de Império: expedidos no exercício pleno da 
supremacia pública, ou seja, com as 
prerrogativas e privilégios próprios do Poder 
Público.
de Gestão: expedidos e praticados pelo Poder 
Público em situação de horizontalidade com o 
particular, sem exercício da supremacia do 
Poder Público.
de Expediente: expedidos para impulsionar 
os processos administrativos e demais 
expedientes parasua devida conclusão.
Quanto ao 
Regramento
Discricionários: aqueles em que a Adm. Publica 
pode expedir com liberdade quanto aos 
elementos "motivo" e "objeto".
Vinculados: aqueles em que a lei fiza os 
elementos para a sua realização.
Quanto à 
Formação da 
Vontade
Simples: aqueles que se originam da 
manifestação da vontade de um único órgão.
Complexos: se originam da manifestação da 
vontade de mais de um órgão administrativo.
Compostos: se originam da manifestação da 
vontade de um único órgão, mas dependem da 
verificação de outro órgão para serem eficazes.
Quanto ao 
Conteúdo
Constitutivos: em que a Adm. cria um novo direito ou 
obrigação ao destinatário.
Extintivos: em que a Adm. põe fim a direito ou 
obrigação do destinatário.
Declaratórios: em que a Adm. reconhece situações 
jurídicas existentes.
Alienativos: em que há transferência de titularidade de 
um bem ou direito.
Modificativos: em que a Adm. altera situações jurídicas, 
sem criar ou extinguir direitos ou obrigações.
Abdicativos: em que a Adm. abre mão de um direito em 
caráter incondicional e irretratável.
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Quanto à Eficácia
Válidos: em sintônia com os requisitos previstos em lei.
Nulos: Expedidos com vício insanável.
Inexistentes: em que há falsa aparência de manifestação da 
vontade da Adm. Pública.
Quanto à Exequibilidade
Perfeitos: aqueles que são aptos a produzir seus 
efeitos jurídicos.
Imperfeitos: ainda não são aptos a produzir seus 
efeitos jurídicos.
Pendentes: sujeitos à condição ou termo, não 
produzindo por ora seus efeitos jurídicos.
Consumados: já exauriram todos os seus efeitos 
jurídicos.
Quanto à 
Retratabilidade
Revogáveis: aqueles que por motivo de conveniência ou 
oportunidade a Adm. pode retirar do mundo jurídico com 
efeitos ex nunc.
Irrevogáveis: Não podem ser revogáveis pela Adm. Pública, 
por seus efeitos terem sido consumádos ou por ter se tornado 
direito sujetivo do interessado, ou por resultarem de decisão 
final na esfera administrativa.
Suspensíveis: Aqueles que a Adm. pode suspender os efeitos 
por certo tempo.
Quanto ao Modo de 
Execução:
Autoexecutáveis: não precisam de manifestação 
judicial para serem executados pela Adm.
Não autoexecutáveis: dependem de manifestação 
judicial para que possam ser executados.
Quanto aos 
Efeitos
Constitutivos: em que a Adm. cria, modifica ou extingue um 
direito.
Desconstitutivos: produzidos para desfazer situação 
jurídica preexistente.
de Constatação: em que a Adm. reconhece ou constata 
determinada situação jurídica.
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35. Agrupamento dos Atos Administrativos em Espécie: 
 
 
Quanto ao 
Objeto 
Visado pela 
Administraçã
o
Principal: representa a vontade final da Adm.
Complementar: aprovam ou ratificam o principal para 
que possam passar a produzir efeitos.
Intermediário: dá suporte a um ato administrativo final.
Ato-condição: produzidos para permitir a pratica de 
outro e sem o qual este outro não ocorre.
de Jurisdição: produzidos para decidir determinado 
conflito de interesses no campo administrativo.
Espécies de Atos Administrativos
normativos
ordinatórios
negociais
enunciativos
punitivos
Atos Normativos: 
produzidos com 
comandos gerais e 
abstratos, como:
Decretos regulamentares (ou de execução): têm por 
finalidade explicitar a lei para prover sua fiel execução.
Decretos autônomos ou independentes: dispõem sobre a 
organização e o funcionamento da administração federal, assim 
como sobre a extinção de funções ou cargos.
Instruções Normativas: expedidas pela autoridade 
administrativa hierarquicamente abaixo do Chefe do Poder 
Executivo.
Regimentos: atos internos que disciplinam o funcionamentos 
dos órgãos da Adm. Pública.
Resolução: Expedidas por autoridades superiores da Adm. 
Pública.
Deliberação: Expedidos por órgãos colegiados.
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Atos Ordinatórios: 
disciplinam o 
funcionamento da Adm. 
Pública.
Instruções: dão orientações gerais.
Circulares: Também dão instruções, mas se limitam a um 
grupo de servidores ou de órgãos
Ordens de Serviço: possuem determinações relativas à 
execução de determinada tarefa ou atividade.
Avisos: reservados ao Ministro de Estado, para comunicar 
um fato ou dar conhecimento de temas relacionados à 
atividade pública.
Portarias: ato pelo qual a chefia designa servidores para 
determinadas atividades ou funções, bem como determina 
regras gerais ou especiais.
Ofícios: ato de comunicação oficial entre órgãos
Despachos: ato que externa decisão acerca de 
procedimento administrativo
Despachos Normativos: despacho ao qual a autoridade 
competente determina sua aplicação para casos análogos.
Provimentos: atos utilizados especialmente por Órgãos de 
Justiça para regularização ou uniformização do serviço. 
Atos Negociais: em que 
a declaração de vontade 
da Adm. coincide com a 
do particular.
Admissão: ato vinculado ao cumprimento dos requisitos 
legais para fruição de interesse predominante do particular.
Licença: ato vinculado em que a Adm, presentes os 
requisitos legais, consente a realização de uma atividade.
Autorização: ato discricionário que expressa uma 
concordância precária da Adm. com relação à realização de 
uma atividadede interesse predominantemente particular.
Permissão: ato discricionário que expressa uma 
concordância precária da Adm. com relação à realização de 
uma atividadede interesse predominantemente público.
Registro: Ato vinculado que assenta em órgão público o 
reconhecimento administrativo do cumprimento das condições 
para fruição de uma situação jurídica da vida privada do 
particular.
Visto: Ato pelo qual a Adm. controla seus atos ou do 
administrado, conferindo a eles legitimidade para que 
produzeam seus efeitos.
Homologação: ato vinculado pelo qual a autoridade 
superior avalia a legalidade, bem como a conveniência de ato 
anterior praticado para dar-lhe eficácia. 
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36. 
 
Atos Enunciativos: 
externam ou 
declaram situação 
existente em 
registros, procesos 
ou arquivos públicos, 
sem qualquer 
manifestação de 
vontade original da 
Adm.
Certidão: reproduz registro de órgãos públicos acerca de 
informação de interesse do particular.
Atestado: a Adm. comprova um fato ou informação transitória 
de seu conhecimento.
Autos de Infração: a Adm. descreve situação que 
caracterizou transgressão administrativa.
Autos de Infração: ato pelo qual a Administração descreve 
situação que caracterizou transgressão administrativa.
Apostila: a Administração declara um direito criado por norma 
legal.
Parecer: externa uma opinião de órgão técnico acerca de 
determinado tema ou em atenção a quesitos apresentados.
Parecer
Facultativo
a autoridade competente para o ato não 
está vinculada ao parecer que é 
meramente opcional
Obrigatório
exige-se a existência do parecer para a 
prática do ato administrativo
(a autoridade pode dele divergir - é mera 
opinião)
Vinculante
ou a autoridade o adota e pratica o ato ou 
não o pratica
(a autoridade não pode dele divergir - deixa 
de ser mera opinião)
Atos Punitivos: atos 
cujo objetivo é a 
aplicação de sanção 
por infrações 
administrativas, 
sendo extroversos 
quanto aplicados aos 
administrados eintroversos quando 
aplicados aos agentes 
públicos.
Multa: ato por meio do qual a Adm impõe uma sanção pecuniária 
ao administrado.
Interdição: ato pelo qual a Administração suspende o exercício 
de determinada atividade por parte do administrado.
Destruição de coisas: ato pelo qual a Administração, 
consubstanciada em caráter urgente, elimina um produto ou um 
bem do administrado impróprio para consumo ou uso.
Cassação anulatória: ato pelo qual a Administração desfaz um 
ato negocial, como meio punitivo, pelo descumprimento 
superveniente das condições originais necessárias.
Demolição administrativa: ato pelo qual a Administração, de 
forma urgente e para remover perigo público iminente, demole 
edificação ou parte dela. 
Confisco: ato pelo qual o particular perde seu bem ou direito a 
favor da Administração Pública nos casos estritamente previstos 
em lei. 
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• Cassação: A Adm. Pública retira a juridicidade e produção dos efeitos porque deixaram 
de ser atendidos os requisitos necessários para sua manutenção. 
• Caducidade: a Adm. Pública retira a juridicidade e produção dos efeitos do ato anterior 
porque sobreveio norma jurídica que o torna incompatível com a nova disciplina 
jurídica. 
• Contraposição: a Adm. Pública expede novo ato em sentido contrário ao anterior. 
 
• A Administração poderá convalidar o ato administrativo no lugar de anulá-lo quando não 
acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. 
Extinção do ato 
administrativo
Ato 
Eficaz
cumprimento 
dos efeitos
esgotamento do 
conteúdo jurídico
execução material
termo final ou 
condição resolutiva
desaparecimento de 
elemento infungível 
da relação
sujeito
objeto
retirada
revogação
invalidação 
(anulação)
cassação
caducidade
contraposição 
(derrubada)
renúncia
Ato 
Ineficaz
mera retirada
recusa
Revogação
Só pode ser praticado pela 
Administração Pública
análise de conveniência e 
oportunidade 
(mérito administrativo)
ex nunc
Anulação (invalidação)
Pode ser praticado pela 
Administração Pública ou pelo Poder 
Judiciários
análise de ilegalidade ou 
contrariedade à ordem jurídica
ex tunc
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143 
 
• Há a fixação do prazo de 5 anos para que seja realizada a anulação do ato administrativo 
do qual tenham decorrido efeitos favoráveis ao destinatário. 
37. Vícios quanto à competência do ato administrativo: será viciado o ato praticado por 
autoridade incompetente ou incapaz. 
 
 
38. Vícios quanto à forma: será viciado o ato praticado sem a forma prevista em lei ou por 
cuja forma pela qual foi expedida não se atinge a finalidade pretendida. 
39. Vícios quanto à finalidade do ato administrativo: será viciado o ato praticado com o 
desvio de finalidade (espécie do gênero abuso de poder), ou seja, ato que não vise ao 
interesse público. 
40. Vícios quanto ao motivo do ato administrativo: será viciado o ato praticado com o 
motivo inexistente ou ainda em que ocorra falsidade. 
41. Vícios quanto ao objeto do ato administrativo: será viciado o ato praticado com objeto 
ilícito, impossível, imoral ou indeterminado. 
42. Atos nulos são aqueles que possuem vício insanável, ou seja, não podem ser 
convalidados. 
43. Atos anuláveis são aqueles que apresentam vício, mas que este poderá ser convalidado. 
44. A convalidação (também denominada saneamento) é o ato pelo qual a Administração 
Pública ou, excepcionalmente, o administrado regulariza determinado vício existente em 
um ato administrativo com efeitos retroativos à data em que praticado (ex tunc). 
45. Somente podem ser convalidados atos com vícios nos elementos forma e competência, e 
essa convalidação só se aplica se a forma não for essencial e a competência não for 
exclusiva ou em razão da matéria. 
46. Para o professor José dos Santos Carvalho Filho: 
 
• O professor José dos Santos Carvalho Filho aduz a possibilidade de convalidação do ato 
quando viciado o elemento objeto, sendo este plúrimo, 
Vícios quanto à 
Competência
Incompetência
excesso de poder
usurpador de função
agente de fato
incapacidade
impedimento
suspeição
Convalidação
Ratificação: quando a 
autoridade saneia 
vício anterior de uma 
ato.
Reforma: quando um 
novo ato suprime a 
parte inválida do ato 
anterior, mantendo a 
válida.
Conversão: quando 
um ato substitui a 
parte inválida de 
outro, formando um 
novo ato.
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47. Hely Lopes Meirelles diferencia convalidação de conversão ou sanatória. 
• Convalidação é o instituto pelo qual a Administração pode sanar defeitos de um ato 
administrativo do qual não acarreta lesão ao interesse público ou prejuízo ao particular. 
Nessa linha, é o art. 55 da Lei Federal nº 9.784, de 1999. 
• Conversão ou sanatória ocorre quando determinado ato administrativo é inválido para 
determinado propósito, mas aproveitável quanto aos elementos válidos para outro 
propósito. 
48. Na confirmação, a Administração mantém o ato tal como ele foi praticado, desde que 
não cause prejuízo a terceiros e à própria Administração. 
49. Extinção de Ato Ineficaz: O ato administrativo ineficaz poderá ser extinto por sua mera 
retirada (se for por mérito – conveniência e oportunidade - pode ser englobado na 
revogação; se for por incompatibilidade com a lei pode ser englobado na anulação). 
• Poderá ser extinto também o ato ineficaz quando houver a recusa do beneficiário e o ato 
dependia da concordância dele para sua produção dos efeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11. Considerações Finais 
 
 Caríssimo(a), finalizamos aqui essa nossa aula de hoje. 
 Trata-se de temas predominante doutrinários e bem extensos, tornando o 
seu estudo bem denso. 
 As bancas sabem disso e vão no detalhe! 
 Por isso, para que não sejamos surpreendidos, é sempre importante 
revisitar o tema. 
Qualquer dúvida, seja na teoria ou na resolução dos exercícios, 
entre em contato comigo por meio do Fórum de Dúvidas. 
Estou à sua disposição para aclarar ou aprofundar qualquer tema. 
Deixe lá também suas sugestões, críticas e comentários. 
 Conte comigo como um parceiro em sua caminhada. 
 Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos 
públicos, recomendo que você siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do 
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Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar 
questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação! 
 
 
 
Que DEUS misericordioso o abençoe com saúde e paz!!!!! 
 
Cordial abraço 
 
Wagner Damazio 
 
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07818729798 - Rodrigo Neves Quintino da Costasecundário. 
 Os atos meramente patrimoniais do Estado, seja da Administração Direta 
ou da Indireta, não se revestem, em regra, da finalidade de tutelar o interesse 
público primário, mas sim o secundário. De todo modo, os atos da Administração 
Pública assim praticados são atos da administração, mas não necessariamente 
atos administrativos. 
 Assim, ato da administração é bem mais amplo do que a ato 
administrativo, já que este inclui apenas os atos praticados no exercício da 
função administrativa em concreto, enquanto aquele engloba inúmeros outros. 
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 A professora Maria Sylvia17 apresenta as seguintes espécies de atos como 
integrantes do gênero ato da administração: 
 
 Há divergência doutrinária nessa estruturação realizada pela professora 
Maria Sylvia, sobretudo em função de diferenciar os atos administrativos 
propriamente ditos dos atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor, bem como 
os atos normativos. 
 Como já repisei ao longo do curso, a taxinomia (classificações) realizada 
pelos autores é muito particular, não havendo na maioria das vezes um 
alinhamento entre eles. 
 A própria professora Maria Sylvia18 adverte que dependendo do critério 
mais ou menos amplo que se utilize para conceituar ato administrativo, nele se 
pode incluir ou não algumas categorias anteriormente citadas. 
 Veremos ainda na aula de hoje algumas das classificações dos atos 
administrativos, com o detalhamento e as diferenciações relevantes. 
 
17 Direito Administrativo, 30ª edição, pp 231 e 232. 
18 Direito Administrativo, 30ª edição, p 232. 
Ato DA
Administração
atos de direito privado
(Ex.: doação, permuta, compra e venda, locação)
atos materiais da Administração que não contêm manifestação de 
vontade, mas que envolva apenas execução
(Ex.: demolição, apreensão de mercadoria, realização de um serviços)
atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor, que não expressam 
vontade e não podem produzir efeitos jurídicos imediatos
(Ex.: atestado, certidões, pareceres, votos)
atos políticos
contratos
atos normativos
(Ex.: decretos, portarias, resoluções, regimentos, de feitos gerais e 
abstratos)
atos administrativos propriamente ditos
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3.4. Silêncio Administrativo ou o Não Ato 
 
 Há divergência na doutrina já quanto à denominação a ser dada ao fato de 
a administração se manter inerte quando há o dever de praticar uma ação. 
 José dos Santos Carvalho Filho19utiliza a denominação silêncio 
administrativo. Marçal Justen Filho20 e Maria Sylvia Zanella Di Pietro21 utilizam a 
denominação o silêncio da Administração Pública. Já Hely Lopes Meirelles 
denomina de omissão da Administração22. Por sua vez, Odete Medauar23 alude 
ao não ato. 
 Também há debates na doutrina se o silêncio administrativo pode 
caracterizar ou não manifestação da vontade da Administração Pública. 
 Lembre-se que no Direito Privado, conforme prevê o art. 111 do Código 
Civil, o silêncio, em regra, importa em anuência. Veja: 
 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, 
e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
 
 No Direito Público, entretanto, a regra não pode ser que o silêncio importe 
em consentimento, por afrontar a indisponibilidade do interesse público. 
 De todo modo, o silêncio, caracterizador de omissão da Administração 
Pública, após transcorrido certo lapso temporal, poderá, inevitavelmente, 
acarretar em consequências jurídicas prejudiciais ou beneficiadoras ao 
administrado. 
 Para a professora Maria Sylvia24 o silêncio pode acarretar sim em 
manifestação da vontade da Administração, sobretudo quando a lei fixa que o 
silêncio significará concordância ou discordância. Veja: 
 
Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação da vontade, quando a 
lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixar um prazo, findo o qual o silêncio 
da Administração significa concordância ou discordância 
 
 De outro lado, o professor José dos Santos Carvalho Filho adota a posição 
de que o silêncio administrativo não é manifestação formal de vontade, mas que 
 
19 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 107. 
20 Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p 225. 
21 Direito Administrativo, 30ª edição, p 249. 
22 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 124. 
23 Direito Administrativo Moderno, 8ª edição, p 177. 
24 Direito Administrativo, 30ª edição, p 249. 
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configura fato jurídico administrativo, acarretando, por conseguinte, a produção 
de efeitos jurídicos: 
 
Urge anotar, desde logo, que o silêncio não revela a prática de ato administrativo, eis que 
inexiste manifestação formal da vontade; não há, pois, qualquer declaração do agente sobre 
sua conduta. Ocorre, isto sim, um fato jurídico administrativo, que, por isso mesmo, 
há de produzir efeitos na ordem jurídica. 
 
 Também o professor Celso Antônio Bandeira de Mello25 é categórico ao 
afirmar que o silêncio não é ato jurídico e sim fato jurídico. Veja: 
 
Na verdade, o silêncio não é ato jurídico. Por isto, evidentemente, não pode ser ato 
administrativo. Este é uma declaração jurídica. Quem se absteve de declarar, pois, 
silenciou, não declarou nada e, por isto, não praticou ato administrativo algum. Tal 
omissão é um “fato jurídico” e, in casu, um “fato jurídico administrativo”. Nada importa 
que a lei haja atribuído determinado efeito ao silêncio: o de conceder ou negar. Este efeito 
resultará do fato da omissão, como imputação legal, e não de algum presumido ato, razão 
porque é de rejeitar a posição dos que consideram ter aí existido um “ato tácito”. 
 
 Raimundo Márcio Ribeiro Lima26 considera silêncio administrativo como 
espécie de inatividade administrativa em sentido amplo, aquele decorrente da 
inatividade formal da Administração Pública, quer dizer, por conta da 
inobservância de um dever legal de prestar/controlar/regulamentar, 
classificando-o da seguinte forma: 
 
 
25 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p 365. 
26 Em seu, no mínimo, excelente trabalho “O Silêncio Administrativo: A Inatividade Formal do 
Estado como uma Refinada forma de Ilegalidade”. Disponível em: 
www.agu.gov.br/page/download/index/id/9200684. 
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➢ o silêncio administrativo positivo decorre da lei e prevê efeitos favoráveis 
ao administrado em face da inércia da Administração Pública, quando esta 
não se manifesta durante o prazo legal ou, inexistindo prazo legal, quando 
extrapola um prazo razoável para manifestação; 
 
➢ o silêncio administrativo positivo próprio ocorre quando a lei prevê 
expressamente os efeitos positivos da inércia da Administração para o 
administrado, independentemente de qualquer ação adicional deste; 
 
➢ o silêncio administrativo positivo condicionado ocorre quando a lei prevê 
a possibilidade de efeitos positivos ao administrado, mas estabelece requisitos 
adicionais a serem observados para a fruição da pretensão; 
 
➢ o silêncio administrativo positivo implícito ocorre quando a lei não fixa 
expressamente os efeitos da inércia da Administração, mas do contextose 
pode concluir que se ela ocorrer haverá um benefício ao administrado; 
 
➢ o silêncio administrativo negativo decorre da lei e prevê efeitos 
desfavoráveis ao administrado em face da inércia da Administração Pública; 
 
➢ o silêncio administrativo negativo próprio ocorre quando a lei prevê 
expressamente os efeitos negativos da inércia da Administração para o 
administrado, independentemente de qualquer ação adicional deste; 
 
Silêncio 
Administrativo
Silêncio Positivo ou Negativo
Próprio
Condicionado
ImplícitoSilêncio Interno
Silêncio Externo
Silêncio Inominado
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➢ o silêncio administrativo negativo condicionado ocorre quando a lei prevê 
a possibilidade de efeitos negativos ao administrado, mas estabelece 
requisitos adicionais a serem observados para a fruição da pretensão; 
 
➢ o silêncio administrativo negativo implícito ocorre quando a lei não fixa 
expressamente os efeitos da inércia da Administração, mas do contexto se 
pode concluir que se ela ocorrer haverá um prejuízo ao administrado; 
 
➢ o silêncio interno ocorre quando não houver interesse de administrado 
envolvido, mas apenas de agentes públicos; 
 
➢ o silêncio externo ocorre quando há interesse de administrado envolvido; 
 
➢ o silêncio inominado ocorre quando a lei não prevê efeitos positivos ou 
negativos, mas há um dever formal de decidir/controlar/regulamentar. 
 
 
 No que tange ao que se considerar como prazo razoável para manifestação 
por parte da Administração, o professor Celso Antônio Bandeira de Mello27 crava 
que, exceto para situações urgentes nas quais seja necessário prazo mais 
expedito, 120 dias a partir do pedido seria o prazo limite, em analogia ao prazo 
para impetração do Mandado de Segurança. 
 
 De fato, o art. 23 da Lei nº 12.016, de 2009, fixa o prazo de 120 dias para 
se requer o Mandado de Segurança. 
 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento 
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
 Contudo, em que pese o importante posicionamento do ilustre professor, 
cabe ao Poder Judiciário, ante ao caso concreto, avaliar a razoabilidade ou não 
do lapso temporal sem manifestação da Administração. 
 
3.5. Silêncio Eloquente 
 
 A teoria do silêncio eloquente tem origem no Direito Alemão, cunhada na 
expressão “beredtes Schweigen”, e traduz a ideia de se expressar sem dizer. 
 Já os julgados do RE 130552 e do RE 135637 no STF, de relatoria do Ministro 
Moreira Alves, no ano de 1991, alude ao silêncio eloquente para diferenciá-lo de 
lacuna e omissão. 
 A lacuna ocorre quando não há disciplina sobre determinado tema, 
autorizando, em alguns casos, a aplicação da analogia. 
 
27 Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p 365. 
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 Por seu turno, a omissão ocorre quando há um dever de agir e este não é 
realizado. 
 De outro lado, no silêncio eloquente há uma manifestação no não dizer. 
 
 
 
 Como vimos, no Direito Privado prevalece a regra prevista no art. 111 do 
Código Civil de que o silêncio, em regra, importa em anuência. 
 Já no Direito Público é diferente, ainda mais no plano constitucional. 
 Nessa linha discorre o professor Hélio Silvio Ourem Campos28: 
 
A tese é a seguinte: se a lei não disse, é porque não quis dizer. Ainda mais em se 
tratando de direito público, como é o caso do Constitucional. Exige-se um mínimo de 
segurança jurídica, de modo que não se atribua às autoridades públicas a faculdade de fazer 
algo que a lei não comanda. Se não há o comando constitucional (...), isto não significa uma 
omissão ou uma inadvertência do legislador constituinte. Não disse, porque não quis 
dizer. Não se trata de uma lacuna, mas de um silêncio eloqüente. 
 
 Portanto a regra é a incompatibilidade da teoria do silêncio eloquente com 
o Direito Público, dentre o qual o Direito Administrativo, sobretudo pela 
incompatibilidade com a motivação dos atos administrativos. 
 
Veja a jurisprudência nesse sentido: 
 
Administrativo - Silêncio da Administração - Prazo Prescricional. 
ATeoria do Silêncio Eloquente éincompativel com o imperativo de 
motivação dos atos administrativos. Somente a manifestação 
expressa da Administração pode marcar o inicio do prazo 
prescricional (REsp 16284/PR, julgado em 16 de dezembro de 
1991, Ministro Humberto Gomes de Barros). 
 
 
28 As Lacunas e o Silêncio eloquente. Disponível em: 
http://www.justocantins.com.br/files/publicacao/20120831174246_as_lacunas_e_o_silencio_eloquente.pdf 
Silêncio Eloquente
Há uma manifestação no 
não dizer 
Omissão
Não houve uma ação para 
um dever pré-existente
Lacuna
ausência de disciplina sobre 
determinado tema que 
pode autorizar a analogia
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3.6. Planos de Existência, Validade e Eficácia 
 
 Já Pontes de Miranda, em seu Tratado de Direito Privado29, aludiu aos 
planos de existência, de validade e de eficácia ao discorrer que: 
 
Ser fato jurídico é existir no mundo jurídico. Juridicizar-se é começar a existir juridicamente; 
isto é, dentro desse mundo. Dentro dele, há o plano da existência, o plano da validade 
e o plano da eficácia. 
 
 Quanto ao ato administrativo, a sua existência exige a presença de todos 
os pressupostos necessários para o seu surgimento. Sem qualquer dos 
pressupostos, o ato não existe. 
 Ou seja, a existência dos atos administrativos está relacionada à presença 
de todos os elementos, ainda que haja deficiência em um ou mais deles. 
 Já a validade do ato administrativo, que só poderá ser avaliado se superada 
a análise quanto a sua existência, está intimamente ligada não só à presença de 
todos os requisitos necessários previstos em lei, mas com a conformidade desses 
requisitos com a lei. 
 Daí decorre que, existindo, o ato jurídico pode ser válido ou inválido. 
 Por sua vez, a eficácia está relacionada à presença dos fatores necessários 
para a sua produção de efeitos jurídicos. 
 Para Marçal Justen Filho30, a validade tem natureza estática, enquanto a 
eficácia é um fenômeno dinâmico. 
 Frise-se que para o professor José dos Santos Carvalho Filho31 ainda há a 
possibilidade de se avaliar os efeitos dos atos quanto à sua exequibilidade, ou 
seja, a efetiva disponibilidade que tem a Administração de dar operatividade ao 
ato ou, em outras palavras, executá-lo em sua inteireza. 
 Em resumo, o ato jurídico pode ser existente ou inexistente. Os existentes 
podem ser válidos ou inválidos. Que por sua vez podem ser eficazes ou ineficazes. 
 Além disso, há a possibilidade excepcionalíssima de o ato jurídico não existir 
e ser eficaz. É o caso, por exemplo, da aplicação da teoria do fato consumado por 
 
29 Apud Marçal Justen Filho, Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p 231. Vide também 
Antônio Junqueira de Azevedo, Negócio Jurídico: Existência, Validade e Eficácia, 1ª edição, p 23. 
30 Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, pp 231 e 232. 
31 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p. 133. 
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aquele que exerceu a função de fato de agente público (Teoria da Aparência, pela 
qual o particular de boa-fé temfundada suposição de que o agente de fato, 
também denominado agente putativo, é regularmente investido no direito32). 
Neste caso, o ato administrativo de nomeação inexistiu e efeitos jurídicos 
decorreram do agente de fato (ainda que restritos e limitados). 
 Para Marçal Justen Filho33 os atos jurídicos inexistentes e os atos jurídicos 
inválidos podem ser dotados de eficácia. Nas palavras do ilustre professor: 
Os atos jurídicos inexistentes e os atos jurídicos inválidos podem ser dotados de alguma 
eficácia. Portanto, a existência e a validade não são requisitos para alguma eficácia. 
Essa advertência é indispensável para afastar uma concepção muito difundida, no sentido 
de que o ato nulo não produz efeitos jurídicos. Essa concepção muito difundida, no sentido 
de que o ato nulo não produz efeitos jurídicos. Essa asserção é incorreta. Aliás, e tal como 
já referido, mesmo os atos ilícitos produzem efeitos jurídicos. Nessas diversas hipóteses, a 
peculiaridade reside em que os efeitos jurídicos dos atos ilícitos e inválidos são, usualmente, 
limitados e restritos. 
 
 
4. Elementos, Requisitos de Validade ou Aspectosdo 
Ato Administrativo 
 
 A Lei nº 4.717, de 196534, que disciplina a ação popular, a partir do teor de 
seu art. 2º, inspirou alguns dos doutrinadores administrativistas a adotarem os 
5 elementos, requisitos de validade ou aspectos para os atos administrativos. 
 Esses 5 “elementos” dos atos administrativos são: 
 
32 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 634. 
33 Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p 233. 
34Art. 2º: São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, 
nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos 
motivos; e) desvio de finalidade. 
Ato Administrativo
Existente
Válido
Eficaz
Inefiz
Inválido
Eficaz
Ineficaz
Inexistente - Eficaz
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 Importante esclarecer que, por exemplo, a obra do professor Hely Lopes 
Meirelles denomina esses componentes do ato administrativo de requisitos, posto 
que necessários à formação do ato e por constituírem a infraestrutura do ato 
administrativo35. 
 Por outro lado, a professora Maria Sylvia36 adota a nomenclatura de 
elementos, em que pese preferir utilizar a expressão “sujeito” em vez de 
“competência”. 
 Além disso, noticia a ilustre professora que José Cretella Júnior utiliza, por 
influencia italiana, em vez de “elementos” ou “requisitos”, a denominação 
“anatomia do ato administrativo”: 
Há um autor italiano, Humberto Fragola, que escrevendo sobre “Gli atti amministrativi”, 
fala, por analogia com as ciências médicas, em anatomia do ato administrativo, para indicar 
os elementos que o compõem; com isso ele pretende examinar os vícios que esses 
elementos possam apresentar sob o título de patologia dos atos administrativos. 
Cretella Júnior adota essa terminologia e define a anatomia do ato administrativo como “o 
conjunto dos cinco elementos básicos constitutivos da manifestação da vontade da 
Administração, ou seja, o agente, o objeto, a forma, o motivo e o fim. 
 
 Cite-se ainda que o professor José dos Santos Carvalho Filho37, em que 
pese adotar a denominação elementos do ato administrativo, critica tanto esta 
nomenclatura quanto requisito de validade: 
 
35 Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 175. 
36 Direito Administrativo, 30ª edição, p 243. 
37 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 110. 
Competência
(Quem?)
Finalidade
(Para quê?)
Forma
(Por qual meio?)
Motivo 
(Qual a causa ou fundamento?)
Objeto 
(Com qual conteúdo?)
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Reina grande controvérsia sobre a nomenclatura a ser adotada em relação aos aspectos do 
ato que, se ausentes, provocam a sua invalidação. Alguns autores empregam o termo 
“elementos”, ao passo que outros preferem a expressão “requisitos de validade”. Na 
verdade, nem aquele termo nem esta expressão nos parecem satisfatórios. “Elemento” 
significa algo que integra uma determinada estrutura, ou seja, faz parte do ser e 
se apresenta como pressuposto de existência. “Requisito de validade”, ao revés, 
anuncia a exigência de pressupostos de validade, o que só ocorre depois de verificada a 
existência. Ocorre que, entre os cinco clássicos pressupostos de validade do ato 
administrativo, alguns se qualificam como elementos (v.g., a forma), ao passo que outros 
têm a natureza efetiva de requisitos de validade (v.g., a competência). Adotamos o termo 
“elementos”, mas deixamos consignada a ressalva acima quanto à denominação e à efetiva 
natureza dos componentes do ato. 
 
 Por fim, cabe citar aqui que o professor Marçal Justen Filho prefere a 
nomenclatura aspectos em vez de elementos ou requisitos de validade. Em suas 
palavras: 
 
É mais adequado aludir a aspectos do ato administrativo, em vez de elementos. A palavra 
“elementos” indica a existência de partes dotadas de autonomia própria. Ora, o ato 
administrativo apresenta uma composição indissociável. Assim, por exemplo, o conteúdo 
condiciona a competência. Alterado o conteúdo também se altera a competência e vice-
versa. 
Por isso, é mais apropriado falar em aspectos do ato administrativo, para deixar claro que 
cada ato administrativo apresenta diversas facetas, as quais estão ligadas entre si de modo 
indissociável. 
 
 Assim, tenha em mente a divergência doutrinária acerca da nomenclatura 
quanto aos componentes do ato administrativo. 
 De todo modo, adotaremos nessa aula, até por ser o termo mais comum 
nos concursos públicos, a expressão “elementos”. 
 Vejamos as principais características de cada um dos elementos ou 
requisitos de validade ou aspectos do ato administrativo, adotando-se as 
denominações utilizadas pela Lei de Ação Popular para os componentes. 
 
4.1. Competência 
 
 É a atribuição dada por lei ao agente que poderá de forma legítima realizar 
o ato. Ou seja, diferentemente do Direito Civil que só exige capacidade, no Direito 
Administrativo deve também o agente ter competência declinada por lei. 
 A distribuição e alocação de competências entre os diversos órgãos e 
agentes públicos se dão pela multiplicidade de atividades administrativas 
realizadas pelo Estado. 
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 Assim, as pessoas jurídicas integrantes da Administração Pública, por 
possuírem personalidade jurídica, são titulares de direitos e obrigações. 
 Dentro da estrutura dessas pessoas jurídicas há os órgãos, para os quais 
são repartidas as funções da administração. 
 Ao final, são os agentes públicos, pessoas físicas, que exercitam em 
concreto as atividades competenciais a eles transmitidas. 
 Tal qual ocorre com a descentralização e desconcentração administrativa, 
institutos que abordamos no estudo do tema Organização da Administração 
Pública, poderá também haver a necessidade de distribuição de competência 
interna ou externamente. 
 Repartição de competência interna, em analogia à desconcentração da 
Organização Administrativa, ocorrerá quando a atribuição de competência deixar 
de ser centralizada em uma autoridade de grau hierárquico superior e passar a 
ser distribuída entre outros agentes integrantes da mesma estrutura 
organizacional, mas de nível hierárquico inferior. 
 
Exemplo: em uma estrutura organizacional simplória, poder-
se-iapensar em concentrar todas as competências 
administrativas em um Diretor de Departamento ou 
Coordenador Setorial. É evidente que, à medida que o órgão 
passar a exercer uma multiplicidade de tarefas, essa 
concentração de competências será perniciosa, já que acarretará em uma 
ineficiência na execução das atividades (geração de estoque, dilatação de prazo 
etc.). Daí decorrerá a necessidade de, inicialmente, haver uma 
desconcentração da competência com a criação de unidades e cargos 
subordinados a suportar a execução de todas as atividades em tempo e 
qualidades razoáveis e condizentes com a necessidade pública. 
 
Atenção: a criação de cargos e unidades administrativas exige lei em sentido 
estrito, com iniciativa fixada ao Chefe do Poder Executivo (art. 61, §1º, inciso 
II, alíneas “a” e “b”, da CRFB38). 
 
 Repartição de competência externa, analoga à descentralização da 
Organização Administrativa, ocorrerá quando a atribuição de competência deixar 
de ser de uma autoridade de uma pessoa jurídica e passar a ser de outro agente 
integrante de outra estrutura organizacional criada ou já existente (por exemplo 
da Administração Indireta). 
 
38 Art. 61: (...) § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem 
ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, 
funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua 
remuneração; b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, 
serviços público e pessoal da administração dos Territórios; (...). 
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Exemplo:eventuais competências que deixam de ser do 
Ministro da Fazenda e passam a ser do Presidente do Banco 
Central ou do Presidente da Comissão de Valores Mobiliários. 
 
 Sobre a necessidade de as competências dos órgãos de menor hierarquia 
serem originárias ou não na lei, há algumas posições diferentes. 
 Para o professor José dos Santos Carvalho Filho39: 
 
Em relação a órgãos de menor hierarquia, pode a competência derivar de normas expressas 
de atos administrativos de organização. Nesse caso, serão tais atos editados por órgãos 
cuja competência decorre de lei. Em outras palavras, a competência primária do órgão 
provém da lei, e a competência de segmentos internos dele, de natureza secundária, pode 
receber definição através dos atos de organização. 
 
 Sob outra ótica, a professora Maria Sylvia40, ao citar Renato Alessi, discorre 
que: 
 
É interessante a colocação feita por Renato Alessi, aplicável ao direito brasileiro. Ele 
distingue dentro da organização administrativa, dois tipos de órgãos: 
a) os que tem individualidade jurídica, pelo fato de que o círculo das atribuições e 
competências que os integram é marcado por normas jurídicas propriamente ditas (leis); 
b) os que não tem essa individualidade jurídica, uma vez que o círculo de suas atribuições 
não está assinalado por normas jurídicas propriamente ditas, mas por normas 
administrativas de caráter interno, de tal modo que, sob o ponto de vista jurídico,tais órgãos 
são apenas elementos de um conjunto maior 
 
 
#ficadica 
De acordo com o art. 17 da Lei nº 9.784, de 1999, não 
existindo competência legal específica, o processo 
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade 
de menor grau hierárquico para decidir. 
 
 Cabe apresentar as características decorrentes da competência: 
 
 
39 Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 112. 
40 Direito Administrativo, 30ª edição, pp 244 e 245. 
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 25 
 
 
 
 No que tange à possibilidade de delegação ou avocação, lembre-se que só 
podem ser utilizadas com o fim de melhor atender ao interesse público, seja por 
razões técnicas, sociais, econômicas, jurídicas ou territoriais. 
 Nessa linha, o art. 11 da Lei nº 9.784, de 1999, que trata do Processo 
Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, estabelece que: 
 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a 
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente 
admitidos. 
 
 Na avocação, o superior hierárquico assume atribuição que ordinariamente 
é estabelecida para a função exercida por um de seus subordinados. 
 De acordo com a o art. 15 da já citada Lei nº 9.784, de 199941, a avocação 
deve ser utilizada em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, bem como em caráter temporário. 
 
41 Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Características da 
Competência:
decorre da lei
é irrenunciável
é inderrogável 
(não pode ser transferida por acordo entre as partes)
é improrrogável
(órgão ou agente incompetente não se torna competente 
pelo exercício da atividade, exceto por lei)
pode ser definida em função da matéria, hierarquia, lugar, 
tempo ou para fracionamento
pode ser delegada (se não for exclusiva)
pode ser avocada (se não for exclusiva)
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 Na delegação, que só pode ocorrer quando não houver impedimento legal, 
o titular da competência pode delegar parte de sua competência a outro agente 
a ele subordinado ou não42. 
 Ou seja, enquanto na avocação a autoridade atrai a competência, na 
delegação ela distribui parte de sua competência, em razão da função 
administrativa por ela exercida. 
 Frise-se, contudo, que não são todas as competências que podem ser 
delegadas. 
 De acordo com o art. 13 da Lei nº 9.784, de 1999, não podem ser delegadas 
as seguintes competências: 
 
 
 Ou seja, a Lei nº 9.784, de 1999, indica que, exceto para os casos em que 
ela expressamente vedou, pode ocorrer a delegação. 
 Assim, a possibilidade de delegação seria regra, enquanto a 
impossibilidade, exceção. 
 Contudo, ressalte que para o professor José dos Santos Carvalho Filho tanto 
a delegação quanto a avocação devem ser excepcionas: 
 
Para evitar distorção no sistema regular dos atos administrativo, é preciso não perder de 
vista que tanto a delegação como a avocação devem ser consideradas como figuras 
excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é 
inegável reconhecer que ambas subtraem de agentes administrativos funções normais que 
lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é inválida qualquer delegação ou avocação que, de 
alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das atribuições do círculo de 
competência dos administradores públicos. 
 
42 Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, 
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo 
aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. 
 
Não podem ser 
delegadas:
a edição de atos de caráter normativo
a decisão de recursos administrativos
as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade
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4.2. Finalidade 
 
 Todo ato administrativo deve ter por finalidade o interesse público, já que 
o agente público deve agir para alcançar o melhor para a coletividade e não para 
si ou para outrem. 
 Para a professora Maria Sylvia43 é possível falar em finalidade do ato 
administrativo em dois sentidos diferentes: 
 
 
 
 Recorde-se que uma das espécies de abuso de poder é a figura do desvio 
de finalidade, também denominado desvio de poder. 
 Esta surge quando a autoridade administrativa realiza ou deixa de realizar 
um ato para o qual é competente, mas desvirtuando os fins a que a norma almeja 
ou mesmo se utilizando de motivos outros que não aqueles reclamados pelo ato. 
 
Exemplo: quando o Estado desapropria um imóvel de 
propriedade de desafeto do Chefe do Executivo com um fim pré-
determinado de prejudicá-lo; ou a concessão de vantagens 
apenas a servidores protegidos ou apadrinhados; ou a remoção 
de ofício do servidor como forma de punição44. 
 
Atenção: o desvio de finalidade macula tanto o princípio da impessoalidade 
quanto o da moralidade administrativa. 
 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho45 noticia uma aproximação feita 
entre os elementos competência e finalidade pelos autores mais modernos de 
 
43 Direito Administrativo, 30ª edição, p 250. 
44 Exemplos fornecidos pelo professor José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito 
Administrativo, p 125; e pela professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo, 
30ª edição pp 250 e 251. 
45 Manual de Direito Administrativo, p 125. 
•corresponde ao interesse público
Finalidade em sentido amplo
•resultado específico que cada ato deve produzir, conforme
definido expressa ou implicitamente em lei
Finalidade em sentido restrito
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Direito Administrativo, da qual decorreria um elo indissociável entre esses dois 
elementos. 
 Nessa linha, afirma que: 
 
Os autores modernos mostram a existência de um elo indissociável entre a finalidade e 
competência, seja vinculado ou discricionário o ato. A finalidade, retratada pelo interesse 
público da conduta administrativa, não poderia refugir ao âmbito da competência que a lei 
outorgou ao agente. Em outras palavras, significa que, quando a lei define a 
competência do agente, a ela já vincula a finalidade a ser perseguida pelo agente. 
 
 Há ainda uma divergência na doutrina quanto ao desvio de finalidade ser 
objetivo ou subjetivo, ou seja, se sua ocorrência independe ou não da intenção 
do agente. 
 Para a corrente que adota o desvio de finalidade como critério objetivo, é 
irrelevante a identificação da intenção do agente, isto é, se realizou o ato por 
culpa ou dolo. 
 Já a corrente que adota o desvio de finalidade como critério subjetivo parte 
da premissa de que nem todo ato praticado sem atender à finalidade da lei pode 
ser considerado como abuso de poder, na espécie desvio de finalidade. Isso 
porque pode ocorrer por mero erro ou ineficiência do agente. 
 Portanto, para essa segunda corrente há a necessidade de identificar se 
houve intenção do agente para a prática do desvio de finalidade ou, em caso 
negativo, se a ilegalidade do ato decorreu de mero erro ou ineficiência. 
 De todo modo, havendo ou não a intenção, o ato é ilegal. As repercussões 
e responsabilizações sobre o agente é que poderão ser diversas. 
 Ademais, a própria Lei nº 4.717, de 1965, prevê quando se verifica o desvio 
de finalidade para a realização do ato. Veja: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
e) desvio de finalidade; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
 
4.3. Forma 
 
 É o elemento que fixa o meio pelo qual o ato administrativo será 
exteriorizado. 
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 Para a professora Maria Sylvia46, é possível falar em finalidade do ato 
administrativo em dois sentidos diferentes: 
 
 
 
 O não respeito à forma prescrita em lei acarreta a invalidade do ato 
administrativo. 
 Contudo, conforme art. 22 da Lei nº 9.784, de 1999, tem-se que: 
 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada 
senão quando a lei expressamente a exigir. 
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o 
local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. 
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver 
dúvida de autenticidade. 
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão 
administrativo. 
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas. 
 
 Portanto, os atos do processo administrativo não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir. 
 De todo modo, exige a aludida lei que os atos do processo sejam realizados 
por escrito, em língua portuguesa (vernáculo), com aposição da data e local de 
onde foi realizado o ato, bem como assinatura da autoridade competente. 
 
#ficadica 
 
46 Direito Administrativo, 30ª edição, p 250. 
•corresponde à exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual o ato se
exterioriza (forma escrita, verbal, por Decreto, Portaria, Resolução etc.)
Forma em sentido restrito
•corresponde não só à exteriorização do ato, mas também todas as
formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação
de vontade da Administração, e até os requisitos relativos à publicidade
do ato (exteriorização + formalidades dos procedimentos + publicidade)
Forma em sentido amplo
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Há inúmeras situações especiais em que o ato 
administrativo é externalizado por meios diversos, tais 
como: por meio sonoro (guarda de trânsito), por meio de 
sinalização (placas de trânsito; placas em repartições 
públicas), por meio verbal (autoridade pública no exercício do poder de polícia) 
e por meio de sinais luminosos (semáforos de trânsito). 
 
 Cabe dizer também que o Decreto nº 9.094, de 2017, previu em seu art. 
9º que, exceto se existir dúvida fundada quanto à autenticidade ou 
previsão legal, ficam dispensados o reconhecimento de firma e a autenticação 
de cópia dos documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a 
órgãos e entidades do Poder Executivo federal. 
 Interessante também ressaltar o fato de que, havendo necessidade, o 
próprio servidor pode autenticar a cópia de documentos apresentados na 
repartição. 
 Nessa linha, é o §1º do artigo 10 do Decreto nº 9.094, de 2017: 
 
§ 1º A autenticação de cópia de documentos poderá ser feita, por meio de cotejo 
da cópia com o documento original, pelo servidor público a quem o documento 
deva ser apresentado. 
 
 
 #ficadica 
Princípio da Solenidade: em contraposição ao princípio 
de liberdade das formas que prevalece no Direito Privado, 
o professor José dos Santos Carvalho Filho alude ao 
princípio da solenidade das formas no Direito Público. 
Importante ressaltar que, em geral, a doutrinadiferencia ato solene de ato 
formal. Nessa linha, Silvo de Salvo Venosa e Flávio Tartuce. Em sentido 
contrário, ou seja, em que se trata forma e solenidade como sinônimos, está a 
professora Maria Helena Diniz47. 
Frise-se que solenidade remete a um cerimonial previsto em lei, ou seja, a um 
rito adicional à mera formalização do ato. 
 
 Cabe dizer que, em respeito ao paralelismo das formas, a mesma 
forma utilizada para a produção do ato deve ser aquela utilizada para sua 
modificação ou revogação. 
 
47 Fábio Tartuce, Direito Civil 3, Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie, p 35. Cita a 
posição de Silvio Salvo Venosa, Direito Civil, 2003, p 415; e da Maria Helena Diniz, Curso de 
Direito Civil, 2005, p 99. 
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 31 
 
 Além disso, frise-se que a própria Lei nº 4.717, de 1965, prevê o que 
consiste em vício de forma na realização do ato administrativo. Veja: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: (...) 
b) vício de forma; 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: (...) 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
 
4.4. Motivo 
 
 O motivo, também denominado causa, é a situação de fato ou de direito 
que determina ou autoriza a realização do ato administrativo48. 
 Situação fática ou pressuposto fático é o conjunto de realizações materiais 
que conduzem a Administração a praticar o ato. 
 Por seu turno, situação ou pressuposto de direito é o fundamento previsto 
em lei para a realização do ato administrativo. 
 Quando o motivo vier expresso em lei, denomina-se o ato como vinculado. 
Já quando a lei deixa certa margem de escolha ao administrador público, o ato 
será discricionário. 
 
4.4.1. Motivo e Motivação 
 
 Não se pode confundir motivo e motivação. 
 Em que pese haver proximidade e, inadvertidamente, a sua utilização como 
sinonímia, são institutos diferentes do Direito Administrativo. 
 Segundo a professora Maria Sylvia49: 
 
Motivo: é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato 
administrativo. 
 
Motivação: é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, 
de que os pressupostos de fato realmente existiram. 
 
48 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 177. 
49 Direito Administrativo, 30ª edição, p 251. 
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 Ou seja, a motivação é a descrição, que integra as formalidades do próprio 
ato administrativo, para comprovar a ocorrência do motivo. 
 
Exemplos de motivação: são os pareceres, os laudos, os 
relatórios e os considerandos do ato administrativo presentes 
para a comprovação da presença do motivo. Em uma aplicação 
de sanção administrativa, o motivo é a infração cometida pelo 
agente público, já a motivação é formada pelo conjunto de 
elementos formais constantes nos autos que comprovam a ocorrência da 
infração50. 
 
 
 Portanto, ressalte-se que o motivo “É” o pressuposto, já a motivação é a 
indicação que comprova a presença do motivo. 
 A motivação integra a própria formalidade do ato administrativo, 
diferentemente do motivo que é autônomo e um dos elementos do ato. 
 O art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, alçou a princípio a motivação ao prever 
que: 
 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios 
de: 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão 
 
 Ademais, o próprio art. 50 da Lei nº 9.784, de 1999, elenca os casos em 
que a motivação é obrigatória: 
 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, 
laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
 
 
50 Exemplos fornecidos pela professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo, 30ª 
edição, p 251. 
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 Enfatize-se que a exteriorização do motivo deve ser explícita, clara e 
congruente, podendo constar no próprio ato, sendo denominada contextual, ou 
ser uma motivação aliunde ou per relationem, que é aquela em que se declara 
concordância com fundamentos anteriores de pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que passam a ser considerados parte integrante do ato51. 
 
 
 
 No que tange à divergência doutrinária acerca da obrigatoriedade da 
motivação, há quatro posições52: 
 
➢ os que consideram ser a motivação necessária apenas nos atos vinculados, 
de modo a demonstrar, por escrito, que o motivo previsto em lei foi 
atendido; 
 
➢ os que consideram ser a motivação obrigatória apenas nos atos 
discricionários, já que nesses só haverá controle da legitimidade do ato se 
houver a indicação dos fatos que o motivaram; 
 
 
51 Conforme art. 50, §1º, da Lei nº 9.784, de 1999. Posição também do professor José dos 
Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 122. 
52 Correntes discorridas pela professora Maria Sylvia. Direito Administrativo, 30ª edição, p 251. 
Motivo
elemento do ato administrativo
é o pressuposto de fato e de 
direito que fundamenta o ato 
administrativo
ausência de motivo invalida o ato
(o motivo é obrigatório)
Por quê?
Motivação
princípio pevisto no art. 2º, inciso 
VII, da Lei nº 9.784, de 1999, e 
integrante da forma do ato 
administrativo
é a indicação do motivo, ou seja, é 
a demonstratração formal de que 
o pressuposto de fato e de direito 
ocorreu
em que pese alguma divergência 
doutrinária, a lei pode ou não 
exigir a motivação* 
indicação da existência de o 
porquê o ato foi praticado
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➢ os que consideram ser a motivação, em regra, necessária tanto para ato 
vinculado quanto para discricionário por permitir a verificação da legalidade 
do ato; 
 
➢ os que consideram ser a motivação não obrigatória, em regra, por não 
haver fundamento constitucional, mas que poderá passar a ser obrigatória 
se a lei assim o exigir53. 
 
 De todo modo, como bem ensina o professor José dos Santos Carvalho 
Filho, não é lícita ao administrador público a utilização de fundamentos genéricos 
e indefinidos para indicar o motivo do ato administrativo. 
 
Por outro lado, não é lícito ao administrador adotar, à guisa de motivo do ato, 
fundamentos genéricos e indefinidos, como, por exemplo, o ‘interesse público”, 
“critério administrativo’, e outros do gênero. Semelhantes justificativas demonstram 
usualmente o intuito de escamotear as verdadeiras razões do ato, com objetivo

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