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Patologia Geral 
Veterinária
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Atilio Sersun Calefi
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
Atuação do Patologista Veterinário, 
Princípios de Histopatologia e 
Terminologia em Patologia
 
 
• Compreender que a Patologia Veterinária vai muito além de uma disciplina básica, mas de es-
pecialidade importante para o diagnóstico ante e post-mortem de animais domésticos, corro-
borando para o controle, prevenção e tratamento de uma grande diversidade de doenças;
• Discutir sobre os principais termos empregados em Patologia, que aparecem em relatórios 
e laudos produzidos pelos patologistas, contextualizando a importância e noção do exame 
histopatológico na rotina clínica, pesquisa e indústria.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Bases da Patologia;
• Lesão Celular;
• Áreas de Atuação em Patologia;
• Diagnóstico em Patologia;
• Princípios de Histopatologia.
UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
Bases da Patologia
O termo Patologia provém do grego, pathos, que significa sofrimento, e logos que 
significa estudo; na atualidade a palavra se refere ao estudo da doença. Portanto, nesta 
Unidade estudaremos os mecanismos pelos quais ocorrem as doenças. 
Como a Patologia se refere ao estudo da doença, empregar o termo de forma a se referir a 
uma doença caracteriza emprego incorreto do termo. Por exemplo, quando alguém diz que 
o “animal apresenta uma patologia”. Desta forma, a interpretação da frase levaria a pensar 
que o animal estuda a doença – e não que a possui.
O ramo da patologia que se dedica ao entendimento sobre os mecanismos microscó-
picos e moleculares relacionados a doença é chamada de Patologia Geral. Neste mo-
mento focaremos em estudar as alterações celulares e moleculares e como identificá-las 
ao exame de microscopia de campo claro. Este exercício microscópico é a base para 
atuação no diagnóstico histopatológico. 
Histopatologia refere-se ao estudo da doença em preparados histológicos. Ao se rea-
lizar uma cirurgia em um cão para a remoção de um tumor (aumento de volume), torna-
-se necessário o exame microscópico para identificação do processo relacionado ao au-
mento de volume, que pode até mesmo se tratar de uma neoplasia (proliferação anormal 
de um tecido). Após processamento laboratorial, esta amostra será interpretada por um 
patologista para a realização do diagnóstico morfológico, que consiste em apontar, por 
meio das características morfológicas, a que se deve aquele aumento de volume (tumor).
Em alguns casos, como das neoplasias, este diagnóstico leva terminologia específica 
como, por exemplo, osteossarcoma, uma neoplasia maligna, tendo como origem a 
proliferação descontrolada de células do tecido ósseo.
Para que o patologista consiga realizar os relatórios contendo os diagnósticos são 
necessários anos de estudo. Isso fez com que a Patologia Animal, ou também conhe-
cida como Anatomia Patológica seja considerada uma especialidade reconhecida pelo 
Conselho Federal de Medicina Veterinária. Por meio da Resolução n.º 999, de 29 de 
março de 2012, o Conselho Federal de Medicina Veterinária habilitou a “[...] Associação 
Brasileira de Patologia Veterinária (ABPV) para concessão de Título de especialista em 
Patologia Veterinária.”
Site da Associação Brasileira de Patologia Veterinária, disponível em: https://bit.ly/3cY8G6Q
Após a Graduação em Medicina Veterinária e a atuação em Patologia Animal, aten-
dendo aos quesitos da Associação Brasileira de Patologia Veterinária é possível realizar 
o exame para a obtenção de título de especialista em Patologia Veterinária. Embora 
não exclusivo, os principais exames realizados pelo patologista são: diagnóstico histo-
patológico, exame necroscópico e diagnóstico citopatológico. Veremos que a atuação 
do patologista vai além destes três exames citados e se difere da atuação do patologista 
clínico veterinário.
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O conhecimento de Patologia Geral é o princípio para atuação do médico veteriná-
rio. Com estas informações poderemos prosseguir sobre o entendimento das diferentes 
doenças que envolvem as espécies animais, detalhando as alterações em cada sistema 
biológico que compõe aquele indivíduo.
Segundo os Descritores em Ciências da Saúde (Decs), doença é o: “Processo pato-
lógico definido com um quadro característico de sinais e sintomas. Pode afetar o corpo 
inteiro ou quaisquer de suas partes. Sua etiologia, patologia e prognóstico podem ser 
conhecidos ou desconhecidos”.
Desta forma, podemos entender doença como a quebra do equilíbrio biológico de um 
indivíduo, podendo se manifestar por meio de sinais clínicos. Na Patologia, estudaremos 
a relação da estrutura e função alterada em comparação com a estrutura e função nor-
mal do animal e/ou órgão.
Estar doente não significa que ocorreu uma infecção no animal. A doença pode 
existir independentemente de uma infecção. Podemos dizer que ocorreu uma infecção 
quando o animal apresenta uma doença relacionada à colonização e proliferação de um 
microrganismo – como exemplo, uma bactéria. Sendo assim, podemos ter um animal 
doente sem estar infectado por microrganismos. Quando o agente causador da doença 
for um agente infeccioso, dizemos que este microrganismo é o agente etiológico desta 
doença. Além do mais, dizemos que o agente infeccioso é um patógeno, ou seja, aquele 
que causa a doença. 
O termo etiologia, empregado de forma isolada, refere-se ao estudo e à determina-
ção da origem de um fenômeno. Desta maneira, etiologia da doença significa o estudo 
e a determinação da origem de uma dada doença. Assim, o agente etiológico pode ser 
um patógeno causador de uma doença, ou seja, a etiologia determina o microrganismo 
o causador da doença. Para simplificar suponhamos que um bovino apresente a doença 
tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis. Desta forma, teremos a doença tuber-
culose, que possui como agente etiológico o Mycobacterium bovis. Durante a patologia, 
buscaremos desvendar como a doença ocorre, de modo que se investigarmos o modo 
pelo qual o animal apresenta tuberculose, entendendo a origem/gênese da doença, es-
miuçaremos a patogênese.
Um exemplo de doença não infecciosa corresponde às neoplasias, uma desordem ge-
nética que leva ao crescimento descontrolado celular; por sua vez, as neoplasias podem 
ser classificadas em benignas e malignas.
Leia sobre os descritores em Ciências da Saúde, disponível em em: https://decs.bvsalud.org
Quando dizemos que o animal apresenta um tumor, não significa que possui uma neo-
plasia. O termo tumor está relacionado a qualquer aumento de volume presente no animal. 
Embora pouco utilizado em Medicina Veterinária, a palavra câncer é sinônimo de 
neoplasia maligna.
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UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
Lesão Celular
O termo homeostase é empregado com frequência para designar o estado de equi-
líbrio de um sistema biológico. Em condições não doentias, o equilíbrio é um estado 
flutuante durante a vida do indivíduo, tendo momentos em que se adapta às condições 
impostas pelo ambiente. Quando você submete a musculatura de um animal ao exercí-
cio físico frequente, o músculo estriado esquelético responde a este estímulo desenvol-
vendo hipertrofia (aumento de volume das células musculares). Neste caso, não dizemos 
que ocorreu uma doença, mas que aconteceu uma adaptação.
Assim, a adaptação é um novo patamar de equilíbrio ao estímulo de exercício físico. 
Se o estímulo que levou à adaptação persistir e exceder a capacidade adaptativa, poderá 
ocorrer a lesão e, em consequência, a doença. Os sinais clínicos relacionados a uma 
doença estão associados à lesão em grupos de células do indivíduo. A lesão pode ser 
classificada em reversível e irreversível. 
Dizemos que uma lesão é reversível quando suprimido o estímulo que produza lesão 
gera um retorno celular ao estado de equilíbrio. Consideramos uma lesão irreversível, 
aquela lesão, que mesmo retirado o estímulo causador da lesão a célula morrerá. Por sua 
vez, a morte celular pode ser classificada em necrose e apoptose.
Uma lesão funcional ou bioquímica não implica alteração morfológica. Os sinais clínicos e as lesões 
macroscópicas devem-se à alteração de grupos de células, tornando a alteração visível a olho nu.
O entendimento das alterações microscópicas é imprescindível para a compreensão 
da macroscopia, patogênese e dos tópicos especiais de Patologia.
Áreas de Atuação em Patologia
Enquanto especialidade, a Patologia abre uma ampla área de atuação na Medicina 
Veterinária e demais área da Saúde. Abordaremos neste momento as principais áreas 
de atuação do patologista.
Patologia Diagnóstica
Voltada principalmente ao atendimento em clínicas, hospitais veterinários e zoológicos. 
Os atuantes em Patologia Diagnóstica recebem tecidos animais (biópsias e materiais 
de necrópsia) ou animais que vieram a óbito (exame necroscópico) para a realização do 
diagnóstico morfológico.
Os principais exames realizados são necrópsia, histopatologia e citopatologia.
Tem por finalidade a identificação da doença para o manejo do animal ou grupos de animais.
Os resultados provenientes do exame post-mortem (após o óbito), representado pela 
necrópsia, consistem em determinar a causa da morte.
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Patologia Cirúrgica
É o ramo da Patologia destinado à realização de diagnósticos de tecidos provenientes 
de cirurgias.
Após a realização da biópsia por um cirurgião, o patologista processará o material 
para a realização do diagnóstico.
A análise poderá ser feita durante a cirurgia, por técnica de congelação, conhecida 
como análise histopatológica no transcirúrgico, ou posterior ao procedimento cirúrgico, 
geralmente com o processamento de tecido fixado em formol impregnado em parafina. 
Patologia Toxicológica
O patologista atua principalmente junto à indústria farmacêutica para a análise dos 
animais empregados na pesquisa e no desenvolvimento de produtos.
Tais testes compõem as avaliações de segurança do produto, os efeitos colaterais de 
fármacos e implantes destinados ao uso veterinário e humano.
Esta área de atuação é englobada pela Associação Latino-Americana de Patologia 
Toxicológica, composta por grupos multiprofissionais.
Patologia Clínica
Composta por patologistas para a realização e interpretação de exames laboratoriais 
diversos, como exemplo e não exclusivo, o hemograma e leucograma.
Apresenta atuação conjunta no diagnóstico citopatológico junto aos profissionais de 
Anatomia Patológica.
Esta formação se difere dos anatomopatologistas, que são profissionais com treina-
mento para diagnóstico histopatológico e necroscópico.
Em associações internacionais, a Patologia Animal (Anatomia Patológica) e Patologia 
Clínica são especialidades com certificados distintos.
 Colégios Americano de Patologia Veterinária, disponível em: https://bit.ly/3cZNI7w
Europeu de Patologia Veterinária, disponível em: https://bit.ly/3t5oOsY
Patologia Experimental
Ramo de atuação multiprofissional que visa o estudo sobre os mecanismos relacio-
nados às doenças.
Atua junto a testes que envolvem animais, principalmente na área de pesquisa.
Trata-se de uma das mais antigas áreas de atuação da Patologia, da qual provém 
muitas das informações relacionadas à patogênese das doenças em animais e humanos.
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UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
Diagnóstico em Patologia
Em Patologia os exames são divididos em dois grandes grupos: post-mortem e 
ante-mortem. 
Os exames post-mortem são aqueles realizados após o óbito do animal, de modo que 
podemos proceder com a necrópsia e o exame histopatológico dos tecidos provenientes 
do exame necroscópico.
Os exames ante-mortem são aqueles realizados com o animal em vida como, por 
exemplo, os exames citopatológico e histopatológico (tecidos provenientes de cirurgia).
Quando o patologista possui em mãos um material para diagnóstico, diz-se que 
o patologista deve realizar o diagnóstico morfológico, podendo ser macroscópico ou 
microscópico. O diagnóstico morfológico microscópico é realizado no exame citopa-
tológico e histopatológico com o emprego de microscópio de campo claro. O diag-
nóstico macroscópico é realizado durante a necrópsia, sendo determinado com base 
na visualização das estruturas a olho nu. Estas informações podem ser combinadas 
com outros dados laboratoriais para a determinação de outros diagnósticos, tal como 
o diagnóstico clínico.
Em algumas situações além do diagnóstico morfológico microscópico e macroscópico, 
temos de determinar os diagnósticos diferenciais. Esta modalidade consiste em traçar as 
outras possíveis doenças relacionadas ao diagnóstico morfológico realizado. 
Considerando um caso hipotético, um bovino apresentando alterações neurológicas foi 
submetido a exame necroscópico. O cérebro deste animal foi processado para exame his-
topatológico, retornando com o seguinte diagnóstico morfológico microscópico: cérebro, 
telencéfalo: meningoencefalite, necrótica, multifocal a coalescente, grave, com gliose 
acentuada, vasculite multifocal e raros corpos de inclusão viral intraglial intranuclear. 
O presente diagnóstico indica que estamos frente a uma possível doença viral de etiologia 
desconhecida, tornando-se necessário traçar os diagnósticos diferenciais para o quadro apre-
sentado. Podemos citar como diagnósticos diferenciais citados neste caso: raiva, febre catarral 
maligna, listeriose, amebíase neurotrópica, hespesvírose bovina.
Princípios de Histopatologia
Histopatologia é o estudo das alterações presentes nos tecidos, englobando uma 
visão microscópica. 
Você Sabia?
O diagnóstico histopatológico é o principal exame morfológico para a classificação e o 
estadiamento de neoplasias em animais e humanos.
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Para que o tecido animal chegue a ser visualizado em microscopia existe uma sequência 
de eventos em que o tecido é submetido, vejamos:
Processamento de tecidos fixados em formalina, embebidos em parafina e destina-
dos ao exame histopatológico
• Coleta do tecido com até 1 cm3. Material cirúrgico ou proveniente de exame 
necroscópico;
• O tecido é imerso em um fixador (agente conservante). Geralmente, na rotina 
clínica é utilizada uma solução tamponada a 4% de formaldeído, permanecen-
do por 48 horas;
• Após fixação, este material é clivado (cortado) para que caiba em um cassete 
histológico;
• O tecido em cassete histológico é submetido ao processamento químico para 
desidratação, clarificação e impregnação em parafina histológica;
• Após a impregnação em parafina histológica, o tecido é incluso em bloco de 
parafina para corte em micrótomo, em pequenas fitas (de 3 a 5 µm);
• As pequenas fitas são dispostas em uma superfície de vidro. A parafina é com-
pletamente removida e o tecido é corado. Geralmente são empregadas técnicas 
de coloração de núcleo e citoplasma utilizando os corantes Hematoxilina e Eo-
sina, sendo denominadas comumente de coloração de HE;
• Os tecidos corados são montados em meio de fixação, depositando lamínula 
para que a lâmina possa ser vista em microscópio de campo claro.
A técnica descrita acima é o principal método para a produção de lâminas destina-
das ao exame histopatológico. Requer equipamentos específicos e pessoas treinadas 
para a sua execução, o que pode levar maior tempo para a realização do diagnóstico. 
A Figura 1 ilustra um bloco de parafina contendo tecido animal e o mesmo tecido cora-
do por azul de toluidina:
Figura 1 – Tecido animal em parafi na histológica e lâmina para a visualização 
em microscopia de campo claro corado por azul de toluidina
Fonte: Acervo do conteudista
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UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
O resultado da Figura 1 em microscopia de campo claro pode ser observado na Figura2:
Figura 2
Fonte: Acervo do conteudista
Pele de cão contendo neoplasia de mastócitos com granulação corada (colo-
ração arroxeada) por azul de toluidina visualizado em microscopia de campo 
claro em aumento de 400 vezes.
Quando o patologista possuir uma lâmina pronta, procederá com o diagnóstico utili-
zando um microscópio de campo claro. Este diagnóstico se baseia na coloração dos cons-
tituintes celulares e na forma com que as células e os demais constituintes presentes no 
preparado se apresentam. O relatório histopatológico é dividido em cinco partes, a saber:
• Cabeçalho, com as informações do animal e da clínica;
• Descrição histopatológica;
• Diagnóstico;
• Comentários do patologista;
• Referências bibliográficas.
Como não existe uma única forma de produzir o relatório histopatológico, cada pro-
fissional acaba adaptando ao seu estilo ou estabelecimento ao formato apresentado. As 
informações de identificação do animal e proprietário/tutor, bem como o diagnóstico 
são apontados em todos os relatórios histopatológicos.
Neste ponto iniciaremos a nossa discussão sobre como realizar um diagnóstico histo-
patológico para que possa servir de exemplo ao treinamento durante a sua Graduação.
Ao receber o preparado histológico, verifique as informações de identificação da 
requisição e lâmina, veja o número de fragmentos presentes na lâmina e coloque no 
microscópio para exame.
A descrição histopatológica consiste em descrever todas as alterações visíveis no pre-
parado presente no microscópio. Faça as descrições de forma concisa, iniciando pelas 
principais alterações e posteriormente pelos achados menos importantes. A descrição 
deve condizer com o diagnóstico morfológico ao final de seu relatório.
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Ao descrever os tecidos no relatório é importante, quando houver mais de um 
fragmento sob análise, que você identifique sobre qual tecido está tratando. Comece 
apontando o órgão ou tecido em foco em seu relatório. Por exemplo, se estamos com um 
preparado de biópsia hepática, iniciaremos a descrição e o diagnóstico com: “Fígado:”. 
Evite palavras em excesso, pois podem confundir o leitor.
Inicie a sua visualização ao microscópio sempre em menor aumento (objetiva de 4 vezes) 
para ampliar gradativamente. Nem todos os diagnósticos utilizam o maior aumento possível 
do microscópio (objetiva de 100 vezes). Em menor aumento será possível ver os padrões de 
cor e forma do tecido, localizando onde será necessário ampliar o campo de visão.
De forma didática e prática, tenha em mente os compartimentos do órgão em análise 
para garantir que foram visualizadas e descritas todas as estruturas. Por exemplo, ao 
analisar o fígado observamos a veia central, a tríade portal, os sinusoides hepáticos e a 
cápsula. Além disso é possível delimitar áreas em que estamos visualizando a alteração.
Em um preparado histológico existem diferentes padrões morfológicos, não impli-
cando que todas as alterações são descritas no relatório. Por exemplo, se observamos 
que o padrão de morte celular principal é necrose, mas encontramos em toda lâmina 
somente uma célula em apoptose, não significa que devemos descrever esta única cé-
lula. O mesmo se aplica a estruturas normais. A função do patologista é apontar as 
alterações presentes no tecido. Dizer que o pulmão apresenta alvéolos pulmonares ou 
que não existe neoplasia corresponde a informações que não acrescentam ao relatório, 
uma vez que se existisse uma neoplasia pulmonar, esta seria descrita e em todo pulmão 
existem alvéolos.
A descrição detalhada de uma alteração não exime o patologista do uso de termino-
logia técnica. Mesmo que você descreva a alteração, aponte o termo técnico e a inter-
pretação da lesão. Por exemplo, ao analisar um fígado, você descreverá que existe um 
infiltrado celular inflamatório, descrevendo o tipo celular envolvido na inflamação e o 
diagnóstico morfológico ou a interpretação (tal como hepatite neutrofílica).
Quando visualizada alguma estrutura que apresente formato específico, estime o 
tamanho e aponte a forma. Por exemplo, estruturas cocoides de 3 a 4 µm de diâmetro.
A ausência de uma estrutura normal deve ser descrita. Se perceber que não exis-
tem hepatócitos no fígado, ou que não existe organização dos hepatócitos, descreva 
tais alterações.
Inicialmente, o exercício pode ser difícil e a primeira dificuldade é entender se existe 
uma lesão em nosso campo de visão. De forma didática, faça três perguntas:
• O que estou vendo é normal neste tecido?
• O que estou vendo pode ser um artefato?
• O que estou vendo é uma alteração post-mortem?
O primeiro passo é compreender que existe algo alterado em seu campo de visão; 
após, precisamos descartar que esta alteração não é fruto do processamento do tecido. 
Por exemplo, quando realizamos a coloração dos tecidos pode ocorrer a retenção 
de gotas de pigmento, de modo que a estas gotas damos o nome de artefatos de 
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UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
processamento. Além disso, precisamos verificar se a alteração não é decorrente de 
um processo post-mortem.
Quando o animal vem a óbito, as suas funções vitais são interrompidas e as células 
entram em um processo que chamamos de autólise, a morte celular decorrente da inter-
rupção da vida. Neste caso, quando estamos investigando a causa da morte do animal, 
precisamos discernir a autólise de um processo que ocorreu ante-mortem. Em síntese, 
se temos uma alteração, não se trata de um artefato e não sendo alteração post-mortem, 
teremos uma lesão.
Importante!
As alterações post-mortem também devem ser descritas, pois podem interferir na análi-
se e confundir com alterações significativas para o caso em questão.
Com os conceitos básicos expostos, precisamos organizar a nossa descrição micros-
cópica. Inicialmente, discutiremos sobre as descrições de lesões não neoplásicas e ao 
final, após tratarmos das neoplasias, você poderá incorporar a este tópico as descrições 
de neoplasias. As etapas para a descrição histopatológica são expostas a seguir:
Etapas para a descrição histopatológica de tecidos animais
1. Cite o órgão. Quando não possível, realize uma breve descrição das estruturas visíveis;
2. Descreva a localização, distribuição e o tamanho da alteração;
3. Descreva os componentes celulares e não celulares, quantificando a distribui-
ção das estruturas descritas;
4. Descreva a interpretação dos processos observados;
5. Descreva o agente etiológico, quando possível. 
Com as informações descritas acima, o diagnóstico morfológico poderá ser determi-
nado, estando no relatório o diagnóstico da condição e/ou os diagnósticos morfológicos 
principais e secundários. 
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Visão geral: lesão, morte e respostas adaptativas
CHEVILLE, N. F. Visão geral: lesão, morte e respostas adaptativas. In: Introdução 
à Patologia Veterinária. 3. ed. [S.l.]: Manole, 2009. 
A célula como unidade de saúde e doença
KUMAR, V. A célula como unidade de saúde e doença. In: Robbins Patologia 
Básica. [S.l.]: Grupo GEN, 2018.
Mecanismos e morfologia de lesão, adaptação e morte celular
MILLER, M. A. Mecanismos e morfologia de lesão, adaptação e morte celular. In: 
ZACHARY, J. F. Bases da Patologia em Veterinária. [S.l.]: Grupo GEN, 2018.
 Introdução à Patologia
PEREIRA, F. E. L. Introdução à Patologia. In: GERALDO, B. F. Bogliolo – 
Patologia Geral. [S.l.]: Grupo GEN, 2018.
17
UNIDADE Atuação do Patologista Veterinário, Princípios de 
Histopatologia e Terminologia em Patologia
Referências
CARLOS, S. R. D. L. A. A. Patologia veterinária. 2. ed. [S.l.]: Grupo GEN, 2016.
CHEVILLE, N. F. Introdução à patologia veterinária. 3. ed. [S.l.]: Manole, 2009. 
GERALDO, B. F. Bogliolo – patologia geral. [S.l.]: Grupo GEN, 2018. 
KUMAR, V. Robbins Patologia Básica. [S.l.]: Grupo GEN, 2018.
ZACHARY, J. F. Bases da patologia em Veterinária. [S.l.]: Grupo GEN, 2018.
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Mais conteúdos dessa disciplina