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CEAS – CENTRAL DE ENSINO APLICADOS NA SAÚDE LÍNGUA PORTUGUESA – Francisco Araújo EXERCÍCIOS – ORIGEM E VARIAÇÕES DA NOSSA LÍNGUA 1. A língua portuguesa atual, falada em nove países e quatro continentes, é: a) O resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar levado à Península Ibérica por colonos romanos no século III a.C. , com influências menores de outros idiomas. b) O resultado de uma mistura de várias línguas -inglês, grego, francês, espanhol, italiano - a partir da matriz herdada do latim vulgar falado pelos romanos. c) Uma língua neolatina porque como o espanhol, o grego, o francês, o italiano e o romeno provém do latim levado à Península Ibérica pelos romanos. d) Uma língua que se formou a partir do galego-português, o idioma do povo que habitava a Península Ibérica na Antiguidade. e) Um idioma originário do latim clássico, a língua falada no Império Romano, levado à Península ibérica no século III antes da Era de Cristo. 2. (Pesquisa) Faça um resumo da expansão da língua portuguesa e sua difusão no Brasil. 3. A forte presença de palavras indígenas e africanas e de termos trazidos pelos imigrantes a partir do século XIX é um dos traços que distinguem o português do Brasil e o português de Portugal. Mas, olhando para a história dos empréstimos que o português brasileiro recebeu de línguas europeias a partir do século XX, outra diferença também aparece: com a vinda ao Brasil da família real portuguesa (1808) e, particularmente, com a Independência, Portugal deixou de ser o intermediário obrigatório da assimilação desses empréstimos e, assim, Brasil e Portugal começaram a divergir, não só por terem sofrido influências diferentes, mas também pela maneira como reagiram a elas. ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto,2006. Os empréstimos linguísticos, recebidos de diversas línguas, são importantes na constituição do português do Brasil porque a. deixaram marcas da história vivida pela nação, como a colonização e a imigração. b. transformaram em um só idioma línguas diferentes, como as africanas, as indígenas e as europeias. c. promoveram uma língua acessível a falantes de origens distintas, como o africano, o indígena e o europeu. d. guardaram uma relação de identidade entre os falantes do português do Brasil e os do português de Portugal. e. tornaram a língua do Brasil mais complexa do que as línguas de outros países que também tiveram colonização portuguesa. 4. (Adaptação ENEM 2005) O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto: a) Pronúncia b) sotaque c) vocabulário d) gestos e) sociedade [Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?). (Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.) 5. Leia o texto: Tipos de assaltantes Assaltante nordestino: — Ei, bichim… Isso é um assalto… Arriba os braços e num se bula nem faça muganga… Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia… Assaltante mineiro: — Ô sô, prestenção… Isso é um assarto, uai… Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá cheio de bala… Mió passá logo os trocado que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai? Assaltante gaúcho: — Ô, guri, ficas atento… Bah, isso é um assalto… Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a La cria, senão o quarenta e quatro fala. Assaltante carioca: — Seguinte, bicho… Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanto os braços, rapá… Não fica de bobeira que eu tiro bem pra… Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto… Assaltante baiano: — Ô, meu rei… (longa pausa) Isso é um assalto… (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não… (longa pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado… Vai passando a grana, bem devagarinho… (longa pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado… Não esquenta, meu irmãozinho! (longa pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada… Assaltante paulista: — Orra, meu… Isso é um assalto, meu… Alevanta os braços, meu… Passa a grana logo, meu… Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta para comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu… Pô, se manda, meu… (Autor desconhecido – Texto circulando na internet) O que você percebeu no texto acima? Comente: Transcreva de cada uma das cenas duas palavras ou expressões próprias do: nordestino; mineiro; gaúcho; carioca; baiano; paulista. Além da linguagem, o texto também revela comportamentos ou hábitos que supostamente caracterizam o povo de diferentes estados ou regiões. Diga o que caracteriza, por exemplo, o nordestino, o baiano e o paulista: 6. Aceitar a existência e a importância das variações linguísticas é o primeiro passo para combater o preconceito linguístico. Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto: a) A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser evitado na língua. b) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais. c) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais. d) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras. e) Segundo Bagno, não podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser considerada superior à outra, já que todas possuem funções dentro de um determinado grupo social. Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém, o senso linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil o português ser a língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse português seja um bloco compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18) 7. Leia a letra da música: Tiro ao Álvaro De tanto leva frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar (Não tem mais) De tanto leva frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar Teu olhar mata mais do que bala de carabina Que veneno estriquinina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver Mata mais que bala de revórver De tanto leva frechada do teu olhar Meu peito até parece sabe o quê? Táubua de tiro ao Álvaro Não tem mais onde furar Não tem mais De tanto leva frechada do teu olhar… Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato, foi um compositor, cantor, humorista e ator brasileiro. Rubinato representava em programas de rádio diversas personagens, entre as quais, Adoniran Barbosa, que acabou por se confundir com seu criador dada sua grande popularidade. Wikipédia a. É possível observar marcas da linguagem oral na letra dessa música? Exemplifique. b. Se a música fosse escrita de acordo com a linguagem padrão o seu sentido seria modificado. Neste caso a linguagem padrão é mais adequada que a coloquial? Justifique. c. O queseria, de fato, “tiro ao Álvaro”/ Explique o título da canção d. No contexto da composição, o verbo matar desvia de sua significação literal para assumir outra conotação no momento em que o autor o associa a um instrumento sem poder de letalidade. Que associação é essa? 8. Leia o fragmento do texto “Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade: Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé de alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. Com base nos estudos de variantes linguísticas, compreende-se que a variante apresentada no fragmento é a: a) geografia b) histórica c) estilística d) social e) geográfica e a social. https://pt.wikipedia.org/wiki/Adoniran_Barbosa 9. Com relação ao texto retirado do Whatsapp, responda as questões: Pode ser considerado um texto? Esse tipo de escrita é utilizado em qualquer meio comunicativo? Justifique sua resposta. 10. Aponte a diferença entre ESTRANGEIRISMO e NEOLOGISMO. 11. O que você entende por internetês? 12. Questão de ENEM Texto I Um ato de criatividade pode gerar um modelo produtivo. Foi o que aconteceu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(o)dromo (=corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo. 12. AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008 Texto II Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, daí as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se descoloca a velocidade de um cavalo ou de um carro de Fórmula 1. 13. GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012. Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete (A) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. (B) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras. (C) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos. (D) o reconhecimento a impropriedade semântica dos neologismos. (E) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego. 13. Que variedade linguística (culta ou coloquial) podemos ou devemos usar nas seguintes situações sociais: A. Falando sobre política num canal de televisão. B. Numa pequena mensagem de celular para um amigo próximo. C. Numa pequena mensagem de celular para o seu professor de português. D. Numa carta de reclamação para o presidente. E. Numa conversa na praça entre amigos. F. Um debate numa conferência nacional sobre meio ambiente. G. Uma mensagem de Whatsapp para irmã explicando que você foi à padaria comprar pão. H. Um bilhete para a diretora da sua escola explicando o porquê da sua falta de hoje. I. Um artigo de opinião solicitado pelo professor de português. Na redação do ENEM. 14. Leia o texto abaixo e responda as questões sugeridas: Que variedade linguística foi usada para escrever esse texto? Por que foi usado essa modalidade de linguagem e não outra A LEI PROTEGE TEMER DE INVESTIGAÇÃO POR ATOS FORA DO MANDATO? Apesar de aparecer em dois pedidos de inquérito enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer não entrou, pelo menos por ora, na lista de políticos investigados sob o escrutínio da mais alta corte do país. A razão para isso, segundo o próprio Janot, é que Temer possui uma espécie de “imunidade temporária” determinada pela Constituição para quem ocupa o cargo de Presidente da República. (Disponível em: http://www.msn.com) “ Vc viu como ele xegô em kza hj? Tôdu blz!” 15. São várias as diferenças linguísticas das diversas regiões e das diferentes camadas sociais do Brasil. Todas, porém, fazem parte de nossa realidade e são compreensíveis por seus falantes. Como exemplo disso, podem-se verificar as variantes linguísticas para as palavras “tangerina” e “mandioca”. Considerando essas informações acerca das variações linguísticas da língua portuguesa, assinale a ÚNICA opção correta. São várias as diferenças linguísticas das diversas regiões e das diferentes camadas sociais do Brasil. Todas, porém, fazem parte de nossa realidade e são compreensíveis por seus falantes. Como exemplo disso, podem-se verificar as variantes linguísticas para as palavras “tangerina” e “mandioca”. Considerando essas informações acerca das variações linguísticas da língua portuguesa, assinale a ÚNICA opção correta. A. As palavras tangerina, mexerica e laranja-cravo são sinônimas, assim como mandioca e macaxeira. B. São corretas apenas as formas “mandioca” e “tangerina”, uma vez que são palavras mais bem aceitas na língua culta e laranja-cravo é errado falar. C. O uso da palavra macaxeira não é correto, pois faz parte da língua indígena do nordeste do País. D. Quando um falante usa o termo macaxeira, em vez de mandioca, demonstra pertencer a uma classe social baixa. E. Os brasileiros falam o Português mais corretamente na região Sul do que na região Nordeste. 16. Observe a imagem retirada do Facebook e marque V para os enunciados verdadeiros ou F para os falsos. Depois, marque a sequência correta. ( ) De acordo com a fala dos personagens, eles não conseguem se comunicar. ( ) Os fatores regional, escolar e social influenciam o modo de falar dos personagens. ( ) Esse modo de falar é totalmente inaceitável em qualquer situação porque é uma linguagem coloquial. ( ) Mesmo sendo linguagem coloquial, cumpre sua função comunicativa. ( ) Não devemos ter preconceitos com as variantes da nossa língua, pois há diversos motivos que explicam seu valor e sua aplicabilidade. Sequência correta: a) VVVFF b) FVFVV c) FVVFV d) FVVVV e) VFFFF 17. Analise o dialogo entre um mendigo e uma madame cheia de sacolas de compras, no centro da cidade. — Senhora, estou sem comer faz quatro dias… — Meu Deus! Gostaria de ter sua força de vontade! Assinale a alternativa correta quanto a intenção linguística apresentada pelo mendigo quando dirige-se para a madame, isto é, o que ele quis dizer: a) ( ) O mendigo queria apenas que a madame soubesse como fazer regime sem sofrer. b) ( ) o mendigo apenas queria informar a madame há quantos dias ele estava sem comer. c) ( ) ao ver a madame com tantas sacolas, ele queria carregar as sacolas para ela e, com isso, ele poderia comer algo assim que chegasse na casa da madame. d) ( ) ao perceber que ela tinha dinheiro para comprar tantas coisas, que era uma mulher de posses, ela poderia dar-lhe algum dinheiro para que ele pudesse comprar algo para comer. 18. Você pode tratar com deboche um paciente que não usa os termos técnicos da área de saúde? Por quê? Vdfsdr Hfgrtr Bcgdfr Vcfdre Bcvfd Bcvgdf Bcvfre Bcvf Bcvfdrrrrr Bcvgfre Vcfdr 19. (FGV-2001) Nos três primeiros quadrinhos, a linguagem utilizada é mais formal e, no último, mais informal. Assinale a alternativa que traga, primeiro, uma marca da formalidade e, depois, uma marca da informalidade presentes nos quadrinhos. a) Vilania; vosso. b) Vós; você. c) Estou;você. d) Tenhais; segui. e) Notícias; falem. 20. Observe os quadrinhos abaixo e responda as questões: a. Na tira acima a moça já conhecia o rapaz? b. Por que ela não quis conversar com o rapaz? c. Disserte sobre preconceito linguístico. BONS ESTUDOS! https://portal.fgv.br/ 6. Aceitar a existência e a importância das variações linguísticas é o primeiro passo para combater o preconceito linguístico. Tiro ao Álvaro