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Nacional O GEN I Grupo Editorial Nacional reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacêutica, Forense, Método, LTC, E.P.U. e Forense Universitária, que publicam nas áreas científica, técnica e profissional. Essas empresas, respeitadas no mercado editorial, construíram catálogos inigualáveis, com obras que têm sido decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e de estudantes de Administração, Direito, Enferma gem, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Educação Física e muitas outras ciências, tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito. Nossa missão é prover o melhor conteúdo científico e distribuí-lo de maneira flexível e conveniente, a preços justos, gerando benefícios e servindo a autores, docentes, livrei ros, funcionários, colaboradores e acionistas. Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade, sem comprometer o cres cimento contínuo e a rentabilidade do grupo. Manual de Sobrevivência para Nutrição Clínica Mary Width, MS, RD Lecturer, Coordinated Program in Dietetics. Department ofNutrition and Food Science. Wayne State University. Detroit, Michigan. Tonia Reinhard, MS, RD Director, Coordinated Program in Dietetics. Department ofNutrition and Food Science. Wayne State University. Detroit, Michigan. Tradução Carlos Henrique Cosendey Revisão técnica Fernanda J. Medeiros Doutora em. Morfologia pela UERJ. Mestrado em Nutrição Humana pela UERJ. Professora Adjunta da Escola de Nutrição da UNIR/O. ~ GUANABARA KOOGAN As autoras deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as dosagens dos fármacos e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas. Isso é particularmente importante quando se tratar de fármacos novos ou de medicamentos utilizados com pouca frequência. As autoras e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Traduzido de The Clinical Dietitians’s Essential Pocket Guide, First Edition Copyright © 2009 by Lippincott Williams & Wilkins All rights reserved 530 Walnut Street Philadelphia, PA 19106 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., U.S.A. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in translation of this title. Direitos exclusivos para língua portuguesa Copyright © 2009 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro — RJ — CEP 20040-040 Tels.: (21)3543-0770/(11)5080-0770 | Fax: (21)3543-0896 Publicado pela Editora LAB, sociedade por cotas de participação e de parceria operacional da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. www.grupogen.com.br editorial.saude@grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Capa: Bernard Design Projeto gráfico: Editora LAB Produção digital: Freitas Bastos CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ W635m Width, Mary MdS, manual de sobrevivência para nutrição clínica / Mary Width, Tonia Reinhard ; tradução Carlos Henrique Cosendey ; revisão técnica Fernanda J. Medeiros. - [Reimpr.] - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011. Tradução de: The clinical dietitian’s essential pocket guide, 1st ed Apêndices Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-277-2426-5 1. Dietética. 2. Dietoterapia. 3. Nutrição - Avaliação. I. Reinhard, Tonia. II. Título. III. Título: Manual de sobrevivência para nutrição clínica. IV. Título: Nutrição clínica. 09-2656. CDD: 615.854 CDU: 615.874 http://www.grupogen.com.br/ mailto:editorial.saude@grupogen.com.br Sheri Betz, RD St. John Hospital and Medical Center Detroit, Michigan Monica L. Griffin, RD DaVita Dialysis Southgate, Michigan Brenda Howell, RD, CNSD Genesys Regional Medical Center Grand, Michigan Angela M. Lada, RD, RN Detroit, Michigan Lisa Ventrella Lucente, RD Department of Nutrition and Food Science Wayne State University Detroit, Michigan Judi Brooks Coordinated Program in Dietetics Eastern Michigan University Ypsilanti, Michigan Christine Haar Family and Consumer Sciences Bowling Green State University Bowling Green, Ohio Emily Hoffman Nutrition and Food Science Utah State University Logan, Utah Kelly Sanna-Gouin Food and Nutrition Services Detroit Receiving Hospital Detroit, Michigan Zara Shah-Rowlands Department of Human Ecology Coordinated Program in Dietetics Youngstown State University Youngstown, Ohio Dedico este livro ao meu marido, Curt, por seu amor, suporte e, acima de tudo, por sua inesgotável paciência. Meus pais, já falecidos, Marian e Walter Thiede são uma fonte de inspiração constante. Mary Width Esta obra é dedicada a Brendan Reinhard e Faye Reinhard por seu suporte técnico, a John Reinhard por seu suporte vital e a memória de Gea DeRubeis Pacifico e Antonietta Pacifico. Tonia Reinhard MdS | Manual de Sobrevivência para Nutrição Clínica é uma referência atualizada, concisa e em formato prático para nutricionistas e estudantes de nutrição que têm como inspiração as agendas e os cadernos de anotações nos quais — como a maioria dos profissionais e professores de nutrição — costumamos registrar as muitas informações e os dados coletados ao longo dos nossos anos de prática clínica. Acreditamos que o hábito de fazer essas anotações é tão essencial para o nutricionista que solicitamos que todos os estudantes do Wayne State University’s Coordinated Program in Dietetics mantenha um caderno desses para si. Durante anos tentamos encontrar um livro “formal” que pudesse substituir essas agendas de consulta, mas nunca conseguimos encontrar uma obra abrangente e concisa que coubesse no bolso do jaleco e que atendesse às demandas de nossos alunos e colegas nutricionistas, e foi isso que nos motivou a escrever esta obra. Acreditamos que este manual seja uma fonte de consulta imprescindível para alunos, internos e profissionais, pelos seguintes motivos: • o tamanho compacto permite que seja levado no bolso do jaleco ou do casaco • as tabelas abrangentes e práticas possibilitam uma busca rápida, fácil e precisa de informações as mais variadas • a pesquisa mais recente é encontrada em todos os capítulos, de modo que o nutricionista não perca tempo valioso em livros-texto ou na internet na busca de dados mais atualizados • a cobertura concisa, mas profunda, de todas as principais áreas de atuação do nutricionista facilita o trabalho ambulatorial e a tomada de decisão rápida. O público-alvo primário deste manual consiste em alunos da graduação e profissionais de nutrição que trabalham em hospitais, clínicas e ambulatórios. Todavia, o livro também é útil para outros profissionais de saúde que atuam em programas comunitários e que precisam de dados sobre avaliação e rastreamento nutricionais. A Parte 1 contém capítulos sobreEnteral Nutr1977;1:11–12. 21. Mackle TJ, Touger-Decker R, O’Sullivan Maillet J, et al. Registered dietitians’ use of physical assessment parameters in professional practice. J Am Diet Assoc 2003;103(12):1632–1638. 22. Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, et al. What is subjective global assessment of nutritional status? J Parenteral Enteral Nutr 1987;11:8–13. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/17182.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid= http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid=hstatZ.chapter.5124 http://www.merck.com/mmpe/sec22/ch328d.html%23sec22-ch328-ch328d-76 ► Recomendações de ganho ponderal na gravidez ► Problemas nutricionais da gravidez ► Avaliação nutricional ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec40 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec41 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec42 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec43 A gestação é um período vulnerável da vida no que se refere ao estado nutricional das mulheres. Além disso, a ingestão dietética e o estado nutricional das mulheres antes e durante a gestação influenciam significativamente o desenvolvimento fetal e, por sua vez, o desfecho da gravidez. O relatório Update on Nutrition During Pregnancy and Lactation (Atualização sobre nutrição na gravidez e na lactação) divulgou recomendações específicas para as mulheres que ainda não engravidaram (Tabela 2.1) (1). Estudos recentes também demonstraram o impacto profundo do estado nutricional e da ingestão maternos sobre o risco de os lactentes desenvolverem várias doenças crônicas na vida adulta, inclusive hipertensão e diabetes, principalmente em razão do peso ao nascer (2). Várias complicações da gravidez também podem afetar desfavoravelmente o estado nutricional. Por essas razões, a avaliação nutricional é fundamental para ajudar a assegurar um desfecho ideal à gestação. Um dos aspectos mais importantes da gestação é o peso corporal, tanto antes de engravidar quanto durante a gravidez, o qual influencia de modo significativo o desfecho gestacional (3). Uma mulher com peso corporal excessivo ou baixo antes de engravidar tem risco mais alto de apresentar desfecho adverso. Entretanto, o ganho ponderal durante a gravidez (principalmente o valor total e a rapidez com que a gestante acumulou peso) está mais relacionado com o peso do lactente ao nascer que, por sua vez, está associado à mortalidade infantil (4). Tabela 2.1 Recomendações especiais para as mulheres antes de engravidar. 1. Manter um peso saudável. 2. Fazer atividade física regularmente. 3. Se for necessário aumentar ou reduzir o peso, faça-o gradativamente (no máximo 0,5 a 1 kg/semana). 4. Se estiver tentando engravidar e se você habitualmente consome bebidas alcoólicas, pare de beber ou reduza a quantidade ingerida. 5. Se você fuma, pare ou reduza para melhorar sua saúde. 6. Para reduzir o risco de gerar um bebê com anomalias do tubo neural, consuma um cereal matutino altamente enriquecido que forneça 100% do Valor Diário (VD) de folato (leia os rótulos dos alimentos para definir isto) ou use um suplemento vitamínico que proporcione 400 ∝g/dia de ácido fólico. O ácido fólico é a forma sintética do folato e é obtido apenas por meio dos alimentos enriquecidos ou dos suplementos vitamínicos. Ainda não está claro se o folato encontrado naturalmente é tão eficaz quanto o ácido fólico como profilaxia das anomalias do tubo neural. Dados com base na referência 1. Recomendações de ganho ponderal na gravidez O Institute of Medicine (IOM) publicou recomendações de ganho ponderal (peso total e taxa de acumulação) na gravidez baseadas no peso corporal atual, e estas recomendações foram revisadas novamente em 1998 (Tabela 2.2) (5,6). O Maternal Weight Gain Expert Work Group (Grupo de trabalho especializado sobre ganho ponderal) reunido pelo Maternal and Child Health Bureau (MCHB) propôs recomendações de ganho ponderal durante a gravidez para grupos especiais. Os autores sugeriram que as adolescentes “até 2 anos depois da menarca e as afrodescendentes com gestações de fetos únicos sejam orientadas a manter o limite de peso específico para o índice de massa corporal (IMC) recomendado pelo IOM, sem limitar ou estimular o ganho ponderal na faixa superior da variação”. Internacionalmente, as gestações multifetais têm aumentado significativamente nas últimas décadas (7). Isto também resulta no aumento da incidência de baixo peso ao nascer, razão pela qual é fundamental assegurar ganhos ponderais adequados a essas gestantes. A recomendação de ganho ponderal para gestações multifetais é de 750 g/semana para as mulheres com peso normal durante a segunda metade da gestação gemelar e, com base em estudos recentes, a Tabela 2.3 apresenta outras recomendações para gestações trigemelares (8). Recomendações de nutrientes na gravidez Durante a gestação, as necessidades da maioria dos nutrientes essenciais aumentam quando comparadas com as mulheres que não estãográvidas (Tabela 2.4) (9). O atendimento às necessidades calóricas durante a gravidez é crucial, tendo em vista a importância do ganho ponderal materno adequado para evitar que os bebês tenham baixo peso ao nascer (Tabela 2.5). Embora as ingestões dietéticas de referência (IDR) considerem apenas as gestações de https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-2 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-3 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-4 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-5 fetos únicos, os resultados de alguns estudos forneceram recomendações calóricas para gestações multifetais, ou seja, mais 500 kcal além do valor recomendado para as gestações unifetais, de acordo com o peso antes de engravidar (10). Tabela 2.2 Recomendações de ganho ponderal na gravidez. Grupo IMC Ganho ponderal (kg) Taxas de ganho ponderal no 2 o e no 3 o trimestres Baixo peso 29 > 6 kg Objetivar taxa estável de ganho ponderal Dados com base nas referências 5 e 6. Tabela 2.3 Recomendações de ganho ponderal para gestações multifetais. Gestação gemelar, qualquer IMC 16 a 20 kg Gestação trigemelar, qualquer IMC 22,5 kg Dados com base na referência 8. Conforme foi referido pelo U.S. Department of Agriculture (11), os nutrientes específicos passam a ser “nutrientes críticos” em razão do seu papel na gestação e/ou da baixa ingestão pela população norte-americana (Tabela 2.6). Rotineiramente, as gestantes recebem prescrições de suplementos vitamínicos e minerais, mas um padrão de ingestão diária saudável é importante. A pirâmide alimentar pode servir como base para definir esse padrão (Tabela 2.7) (11). Tabela 2.4 Aumentos percentuais das ingestões recomendadas de nutrientes, com base nos valores recomendados para mulheres que não estão grávidas. Macronutrientes Vitaminas Minerais Calorias, 19% a Vitamina A, 10% b Cálcio, 0% Carboidrato, 35% Vitamina D, 0% Flúor, 0% Fibras, 12% Vitamina C, 13% c Iodo, 47% Proteína, 54% Vitamina E, 0% Ferro, 50% c Vitamina K, 0% Magnésio, 9% d Tiamina, 27% c Fósforo, 0% Riboflavina, 27% c Selênio, 9% https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-7 Niacina, 28% Zinco, 38% b Vitamina B6, 46% c Folato,50% Vitamina B12, 8% Ácido pantotênico, 20% Biotina, 0% c Colina, 6% c Tabela 2.5 Necessidades calóricas na gravidez. Peso corporal antes de engravidar Necessidades calóricas (kcal/kg de peso corporal) 100 a 120% do peso desejável > 120% acima do peso desejável que avaliaram a eficácia e os prováveis riscos de complicações gestacionais produziram resultados controversos (23). Diabetes preexistente A gestação impõe a necessidade de acirrar a vigilância com relação ao controle glicêmico, de forma que as mulheres que iniciam a gravidez com diabetes podem precisar aumentar a freqüência da AMGS e ajustar a dose de insulina. Além disso, as necessidades de insulina diminuem nas primeiras 20 semanas de gestação, porque o feto utiliza parte da glicose materna. Isso pode exigir a redução da dose de insulina em até 30%. Entretanto, geralmente entre a 28 a e 32 a semanas de gravidez, as doses necessárias de insulina aumentam até 100% acima do nível pré- gestacional, em razão de alterações hormonais (24). Uma mulher com diabetes tipo 2 preexistente, que antes conseguia controlar a glicemia sem insulina, pode necessitar desse hormônio. As pacientes que utilizavam hipoglicemiantes orais para controlar o diabetes antes de engravidar também devem usar insulina, porque não existe consenso quanto a sua indicação e as possíveis complicações. Tabela 2.10 Desfechos clínicos do CMN no DG. Restabelecer e manter a glicemia normal. Consumir calorias suficientes para assegurar o ganho ponderal gestacional apropriado e evitar cetose materna. Consumir alimentos que forneçam os nutrientes necessários à saúde maternofetal. Atenuar os desconfortos associados à gravidez, inclusive hipoglicemia, náuseas e vômitos, constipação intestinal e azia. Assegurar que as gestantes com DG deem à luz bebês saudáveis sem complicações. Dados com base na referência 21. Tabela 2.11 Recomendações sugeridas para o CMN no DG. Razão da consulta Ocasião Contato inicial Primeira consulta Segunda consulta Dentro de 48 h depois do encaminhamento Dentro de 1 semana depois do encaminhamento 1 semana depois da primeira https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23ft1a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-12 Terceira consulta Consultas de seguimento Consultas no pós-parto 1 a 3 semanas depois da segunda A cada 2 a 3 semanas, até o nascimento 6 a 12 semanas depois do nascimento Dados com base na referência 21. Tabela 2.12 Medidas dietéticas específicas para o DG. Reduzir a ingestão calórica em 30% (considerar a necessidade de mais energia para atender às demandas gestacionais); na maioria das gestantes, não reduzir a menos de 1.700 kcal/dia. Restringir a ingestão de carboidratos a 40 a 45% das calorias totais. Reduzir a ingestão de carboidratos nas refeições matutinas. Espaçar uniformemente a ingestão de carboidratos ao longo de todo o dia (em vez de concentrá-la nas refeições matutinas). Fazer várias refeições ligeiras e lanches, em vez de refeições copiosas sem lanches. Dados com base nas referências 21 e 22. Pré-eclâmpsia (doença hipertensiva específica da gravidez [DHEG]) A pré-eclâmpsia (também conhecida como doença hipertensiva específica da gravidez, ou DHEG) é um tipo de hipertensão que começa na gestação, geralmente no terceiro trimestre (25). Este termo tem origem do possível evento culminante da eclâmpsia (ou convulsões), que constitui uma emergência obstétrica. A pré-eclâmpsia acarreta riscos significativos à mãe e ao lactente. Além da elevação aguda da pressão arterial, as mulheres com DHEG também apresentam proteinúria e edema significativo. A causa é desconhecida, embora estudos recentes tenham sugerido um mecanismo em duas etapas (26). O primeiro estágio caracteriza-se pela redução da perfusão placentária, que é a causa fisiológica responsável pelo segundo estágio, evidenciado pelos sinais e sintomas da pré-eclâmpsia. O diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia e seu tratamento cuidadoso são essenciais para evitar desfechos adversos à mãe e ao feto. Vários fatores de risco para pré-eclâmpsia devem ser considerados no início da gravidez, e muitos deles são afetados pelo número de gestações anteriores (paridade) (Tabela 2.13) (27). As afrodescendentes têm riscos mais altos de pré-eclâmpsia, e um estudo recente sugeriu que a ingestão dietética reduzida de ácido fólico, que aumenta os níveis plasmáticos da homocisteína, possa aumentar tais riscos (28). Outros nutrientes implicados na patogenia da pré-eclâmpsia incluem sódio, cálcio, magnésio e proteínas. No passado, as restrições de sódio faziam parte da prática convencional, mas a recomendação atual é uma redução apenas moderada para 2 a 3 g/dia. O plano dietético: Dietary Approaches to Stop Hypertension (ou Dieta DASH) pode ser útil (Tabela 2.14) (29). O tratamento clínico consiste em repouso ao leito e agentes anti-hipertensivos. Avaliação nutricional A avaliação nutricional precoce é crucial na gestação, tendo em vista a relação entre o estado nutricional materno e o desfecho da gravidez. Além dos componentes da avaliação nutricional tradicional, é importante considerar fatores de risco fundamentais, que podem estar presentes antes da gestação ou surgir durante a assistência pré-natal (Tabela 2.15). Medidas antropométricas Dentre os componentes da avaliação nutricional, as medidas antropométricas talvez sejam as mais importantes, em vista da relação entre ganho ponderal pré-natal e desfecho gestacional. A utilização das recomendações de ganho ponderal descritas nas Tabelas 3.2 e 3.3, que estão baseadas no peso pré-concepcional e na existência de gravidez https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-13 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-14 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-15 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-15 multifetal, possibilita a definição das metas de ganho ponderal. A anotação do ganho ponderal pré-natal em um gráfico de crescimento, para monitorar o peso acumulado, é importante para assegurar o ganho ponderal total adequado e a taxa de aumento do peso (30). Tabela 2.13 Fatores de risco para pré-eclâmpsia. Primiparidade Gestação pregressa com pré-eclâmpsia Índice de massa corporal elevado Trabalho durante a gravidez História familiar de hipertensão Afrodescendência (apenas nas mulheres nulíparas) Nível socioeconômico baixo; países menos desenvolvidos Níveis plasmáticos elevados de homocisteína Dados com base nas referências 25, 27 e 28. Tabela 2.14 Dieta DASH na gravidez. Nutriente Cota dietética Carboidrato Proteína Gordura Razão entre gorduras insaturadas:saturadas Potássio Cálcio Magnésio Sódio (na pré-eclâmpsia) 55% das calorias totais 18% das calorias totais 27% das calorias totais 1:3 250% da IDR 250% da IDR 250% da IDR 2 a 3 g Item alimentar Porções/dia Frutas e vegetais Laticínios (semidesnatados ou desnatados; na gravidez) 10 3 ou mais Dados com base nas referência 29. Tabela 2.15 Avaliação nutricional: fatores de risco na gravidez. Idade: menos de 17 anos Peso pré-concepcional menor ou maior do que a faixa normal do IMC (19,8 a 25) Doença crônica (p. ex., diabetes, distúrbios cardiovasculares ou gastrintestinais) Uso de fármacos prescritos para tratar doenças crônicas Uso de álcool ou substâncias ilícitas História de distúrbios ginecológicos ou obstétricos Paridade alta; espaço curto entre as gestações Gestação pregressa com bebê de baixo peso ao nascer Membro de um grupo étnico ou racial de alto risco (para baixo peso ao nascer) Iniciação tardia da assistência ao pré-natal Tabagismo Dificuldades socioeconômicas (baixa renda ou falta de apoio familiar ou social) Fatores de risco nutricional na assistência ao pré-natal Estação multifetal: Ganho ponderal inadequado: Ganho ponderal insuficiente (abaixo dos valores recomendados com base no peso pré-concepcional) Ganho ponderal excessivo Anemia As variações dasmetas de ganho ponderal (valor total ou taxa) exigem avaliações mais detalhadas, para determinar se a causa é fisiopatológica ou se está relacionada com a ingestão dietética inadequada. A retenção de líquidos pode causar aumentos súbitos do peso depois da 20 a semana de gestação, e isto pode indicar a ocorrência de pré-eclâmpsia. Dados bioquímicos: exames laboratoriais O aumento do volume sanguíneo materno afeta a avaliação dos dados laboratoriais, com estimativas na faixa de 20% entre a 6 a e 20 a semanas (31). Além disso, em comparação com o estado não gestacional, a gravidez também altera os exames laboratoriais específicos (Tabela 2.16). História do paciente Como parte da avaliação nutricional na gravidez, o elemento da história do paciente é crucial para a detecção de problemas e fatores de risco relacionados com a ingestão dietética e o estilo de vida, dentre os quais alguns influenciam expressivamente o desfecho gestacional. Os elementos relevantes da história clínica descritos adiante fornecem informações detalhadas sobre tais fatores. História da ingestão alimentar e da nutrição A importância da ingestão nutricional durante a gravidez, principalmente de alguns nutrientes específicos, exige a inclusão da história detalhada da ingestão alimentar e da nutrição como parte da avaliação nutricional. Os nutrientes potencialmente preocupantes, em razão de sua importância ou da demanda aumentada na gravidez, incluem cálcio, ferro, zinco, magnésio, folato, vitamina B6 e proteína. A Tabela 2.17descreve detalhes da ingestão dietética e dos fatores relacionados com o estilo de vida, os quais são componentes essenciais de uma história completa de ingestão alimentar e nutrição. Rotineiramente, os médicos prescrevem às gestantes um suplemento de vitaminas e minerais que contém nutrientes essenciais (Tabela 2.18). História do uso de fármacos e suplementos Alguns fármacos utilizados comumente (com ou sem prescrição) e suplementos dietéticos podem causar efeitos adversos na gravidez. Em alguns casos, o momento em que o fármaco é administrado determina a possibilidade de causar efeitos adversos (33). Contudo, algumas gestantes precisam utilizar fármacos para tratar doenças ou distúrbios https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-16 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-17 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-18 crônicos e, nesses casos, o médico compara seus riscos e seus benefícios. Com tal finalidade, o FDA (Food and Drug Administration) desenvolveu um sistema de classificação dos fármacos utilizados na gravidez (Tabela 2.19) (34). Tabela 2.16 Exames laboratoriais na gravidez. Componente (soro a ) Nível/variação normal (unidades comuns) Creatinina (s/p) 0,5 a 0,6 Clearance de creatinina (s/p) Aumento de 50% (em comparação com o nível pré-gestacional de 87 a 107 mℓ/min) Glicose (TTGO: teste de sobrecarga com 100 g para diagnosticar DG) (s/p) — DG confirmado: 2 resultados anormais Hora (h) 0 1 a 2 a 3 a mg/dℓ > 105 190 165 145 Hematócrito Diminui a 32,5 a 41% no 2 o trimestre e no início do 3 o trimestre; volta ao nível pré-concepcional no final da gravidez (37 a 48%) Hemoglobina (sangue total) Diminui a 10 a 13 g/dℓ no 2 o trimestre e no início do 3 o trimestre; volta ao nível pré-concepcional no final da gestação (13 a 15 g/dℓ) Insulina (radioimunoensaio [RIE]) (p) 23 ± 9 ∝UI/mℓ Contagem de leucócitos (2 o e 3 o trimestres) 6.000 a 16.000/mm 3 ; 2 o e 3 o trimestres: 10.500 Lipídios: colesterol 2 o trimestre: 3 o trimestre: 3 meses depois do parto: 251 ± 8 mg/dℓ 259 ± 13 mg/dℓ 204 ± 10 mg/dℓ Lipídios: triglicerídeos 2 o trimestre 3 o trimestre: 3 meses depois do parto: 185 ± 22 224 ± 24 82 ± 5 Osmolalidade 270 a 280 mOsm/kg Hormônios tireoidianos: T4 (RIE) T3 (RIE) T4 livre (total) Captação de resina-T3 (%) Globulina de ligação da tiroxina 8,0 a 14,5 ∝g/dl 150 a 220 ng/dℓ 0,9 a 2,3 ng/dℓ 15 a 25 Aumenta em até 100% (com base no nível pré- https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-19 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23fn2a concepcional de 16 a 26 ∝g/dℓ) Ureia sanguínea 8 a 9 mg/dℓ Ácido úrico 2,0 a 3,0 mg/dℓ (até a 24 a semana) a Níveis séricos, a menos que estejam seguidos de (p) = plasma, ou s/p = soro ou plasma, ou sejam defi nidos de outra forma. Dados adaptados com base na referência 32. Tabela 2.17 História de ingestão alimentar e nutrição. I. Fatores socioeconômicos, estilo de vida e crenças/atitudes relacionadas com a saúde 1. Distúrbios da imagem corporal/tentativas de perder ou limitar o peso 2. Segue uma dieta especial (p. ex., vegan ou vegetariana estrita) 3. Segurança alimentar: recursos adequados/disponibilidade de alimentos 4. Pobreza: moradia adequada, transporte 5. Apoio social apropriado 6. Atividade física adequada (moderada, não excessiva) II. Distúrbios fisiológicos 1. Náuseas, vômitos, diarréia 2. Constipação intestinal 3. Refluxo gastroesofágico III. Adequação nutricional: grupos alimentares 1. Laticínios 2. Frutas e vegetais 3. Grãos integrais/contendo pães e cereais ricos em fibras 4. Alimentos proteicos IV. Adequação nutricional: nutrientes/alimentos específicos 1. Minerais: cálcio, ferro, zinco 2. Vitaminas: B6, folato, B12, D 3. Proteína: alto valor biológico V. Contaminantes/outras substâncias https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23ft2a 1. Peixe (mercúrio/contaminantes: veja recomendações definidas pelo departamento de saúde) 2. Pica 3. Cafeína em excesso (> 2 xícaras de café/dia) 4. Álcool 5. Fumo Os suplementos dietéticos (inclusive ervas, plantas e chás de ervas) devem ser evitados. A Tabela 2.20 apresenta uma lista (embora não seja completa) dos fármacos e suplementos comuns que devem ser evitados na gravidez. Tabela 2.18 Nutrientes dos suplementos pré-natais. Vitaminas Quantidade % do VD a A B1 B2 B6 B12 Ácido fólico Niacina C D E 4.000 UI 1,8 mg 1,7 mg 2,6 mg 8 ∝g 800 ∝g 20 mg 120 mg 400 UI 30 mg 156 129 121 137 308 137 111 141 200 90 Minerais Quantidade Cálcio Ferro Zinco 200 mg 28 mg 25 mg 20 104 227 a Valores diários para gestantes e nutrizes. Tabela 2.19 Classificação dos fármacos usados na gravidez, de acordo com o FDA (Food and Drug Administration) norte-americano. Grupo Descrição A Estudos mostraram que esses fármacos não impõem riscos aos fetos humanos. B Esses fármacos não parecem causar qualquer risco significativo aos fetos humanos, com base nos resultados dos estudos com animais ou seres humanos. C Esses fármacos podem ou não ser perigosos aos fetos humanos. Os dados disponíveis são inconclusivos, seja porque nenhum https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23tab2-20 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23fn3a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23ft3a estudo foi realizado ou porque todos os efeitos adversos detectados foram evidenciados por estudos com animais, em vez de com seres humanos. D Estudos mostraram que esses fármacos são perigosos aos fetos humanos, mas é comum deparar-se com situações em que seus benefícios superam os riscos. X Estudos mostraram que esses fármacos causam anomalias fetais nos seres humanos e não devem ser utilizados em quaisquer circunstâncias durante a gravidez. (Em outras palavras, os fármacos do grupo X são aprovados pelo FDA, mas não devem ser utilizados por gestantes.) Dados com base nas referência 34. Tabela 2.20 Fármacos e suplementos dietéticos que devem serevitados na gravidez. Fármacos vendidos com prescrição Inibidores da ECA Captopril, enalapril Fármacos para acne Isotretinoína Anticonvulsivantes Clonazepam, diazepam, lorazepam Inibidores da MAO Isocarboxazida Tranquilizantes Clordiazepóxido, diazepam Outros Acitretina, etretinato, talidomida Fármacos que interferem com o ácido fólico Fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, primidona, sulfametoxazol-trimetoprima, triantereno, sulfassalazina, anticoncepcionais orais, tetraciclina, ácido valproico; cimetidina, betabloqueadores, bloqueadores do canal de cálcio, colestiramina Fármacos vendidos sem prescrição Anti-inflamatórios Ácido acetilsalicílico, acetaminofeno, ibuprofeno Fármacos para resfriado Anti-histamínicos, descongestionantes Suplementos dietéticos Ervas e outras substâncias Aloés, angélica (erva-do-espírito-santo), arnica, black cohosh, bladderwrack, bloodroot, blue cohosh, semente de aipo, chaste berry, cinchona, canela, tussilagem, confrei, curcumina, efedra, feno-grego, camomila, gengibre, ginseng, hidraste, guggul, cavalinha, fumo indiano, íris, kava-kava, raiz de alcaçuz, feto-macho, erva-da-mãe, noz-moscada, salsa, poejo, fitolaca, alecrim, arruda, sálvia, saw palmetto, sena, erva-de-são-joão, tuia, raiz de açafrão, uva-ursina, verbena, absinto, cenoura silvestre, índigo silvestre, milefólio Chás de ervas Folha de hortelã, folha de amora silvestre Dados com base nas referência 33. Referências 1. Nutrition National Center for Education in Maternal and Child Health under its cooperative agreement (MCU- 119301) with the Maternal and Child Heath Bureau, Health Resources and Services Administration, Public Health Service, U.S. Department of Health and Human Services. Update for Nutrition During Pregnancy and Lactation. Washington, DC: National Academy Press; 1998. 2. Barker DJ. Birth weight and hypertension. Hypertension 2006;48(3): 357–358. 3. Carmichael SL, Abrams B. A critical review of the relationship between gestational weight gain and preterm delivery. Obstet Gynecol1997;89(5):865–873. 4. Ricketts SA, Murray EK, Schwalberg R. Reducing low birthweight by resolving risks: Results from Colorado’s prenatal plus program. Am J Publ Health 2005;95(11):1952–1957. 5. National Academy of Sciences, Institute of Medicine, Food and Nutrition Board, Committee on Nutritional Status During Pregnancy and Lactation, Subcommittee for a Clinical Application Guide. 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Lada, RD ► Avaliação antropométrica ► Avaliação do crescimento ► Avaliação das alterações do peso ► Velocidade de crescimento ► Estimativas das necessidades de nutrientes ► Diretrizes para completar a avaliação nutricional ► Recomendações alimentares normais ► Amamentação ► Avaliação da adequação dos alimentos ► Fórmulas para lactentes ► Fórmulas pediátricas ► Avaliação bioquímica no estado nutricional do paciente pediátrico ► Distúrbios nutricionais comuns ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec44 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec45 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec46 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec47 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec48 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec49 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec50 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec51 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec52https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec53 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec54 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec55 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec56 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec57 A avaliação nutricional do paciente pediátrico é singular sob vários aspectos. A triagem nutricional é muito útil na identificação dos lactentes, das crianças e dos adolescentes de alto risco em todos os contextos de atenção à saúde. A Tabela 3.1 descreve alguns “sinais de alerta” que justificam intervenções nutricionais em unidades para pacientes internados, clínicas ambulatoriais ou serviços comunitários. A Tabela 3.2relaciona algumas classificações utilizadas comumente para avaliar lactentes. Avaliação antropométrica O acompanhamento do crescimento é essencial para a avaliação do estado de saúde e da nutrição do paciente pediátrico. As avaliações sequenciais são mais indicativas do crescimento e mais conclusivas que as medições isoladas. A seguir, estão descritas medidas antropométricas utilizadas de acordo com a faixa etária: 0 a 36 meses Peso corporal Comprimento em decúbito Perímetro craniano Relação peso/comprimento. 36 meses a 18 anos Peso corporal Estatura Tabela 3.1 Indicadores da necessidade de avaliação nutricional. Lactentes/UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) 1a infância/crianças/adolescentes Déficit de crescimento Idade gestacional δ 37 semanas Peso muito baixo ao nascer Ganho ponderal insuficiente Uso de fórmulas não-tradicionais Fórmula concentrada a uma diluição não-tradicional Alergias/intolerâncias alimentares Ingestão insuficiente/inadequada Desnutrição ou risco de desnutrição em razão do diagnóstico, das comorbidades, das condições sociais ou do nível econômico etc. Erros inatos do metabolismo Déficit de crescimento Peso/estatura 95% percentil, ou IMC > 95o percentil Perda ou ganho ponderal significativo Alimentação enteral ou parenteral Dieta especial Alergias/intolerâncias alimentares Distúrbio alimentar Desnutrição ou risco de desnutrição em razão do diagnóstico, das comorbidades, das condições sociais ou do nível econômico etc. Exclusão de alimentos por motivos religiosos Gravidez na adolescência https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-2 Tabela 3.2 Classificação dos lactentes e termos relacionados. Classificação Parâmetros Idade cronológica ou data de nascimento Idade gestacional Idade corrigida Lactente prematuro Lactente a termo Lactente pós-termo Peso baixo ao nascer Peso muito baixo ao nascer Peso extremamente baixo ao nascer Pequeno para a idade gestacional Compatível com a idade gestacional Grande para a idade gestacional Tempo decorrido desde o nascimento (dias, semanas, meses) Tempo estimado desde a concepção ou idade pós-concepcional Idade ajustada pela prematuridade 42 semanas de gestação 90o percentil Dados com base nas referências 1 e 17. Circunferência da cintura Índice de massa corporal. Peso O peso deve ser determinado por técnicas e balanças compatíveis. Os lactentes devem estar despidos e sem fraldas. As crianças e os adolescentes podem vestir roupas mínimas. O peso deve ser arredondado até o valor mais próximo de 100 g. Comprimento/estatura O comprimento é medido do alto da cabeça ao calcanhar. O comprimento na posição de decúbito deve ser medido com uma régua de medição para lactentes até os 24 meses de idade. Pode ser necessária a participação de duas pessoas nessa medição. Com um estadiômetro perpendicular, a altura ou estatura de pé deve ser medida nas crianças de 24 meses ou mais que sejam capazes de ficar de pé. A medida deve ser próxima de 0,5 cm. A medida joelho/calcanhar pode ser usada nos pacientes mais velhos que não conseguem ficar de pé (Tabela 3.3). Perímetro craniano O perímetro craniano é medido no nível fronto-occipital mais largo. O perímetro craniano é uma medida útil até cerca de 3 anos de idade, quando o crescimento da cabeça diminui expressivamente. A medida deve ser próxima de 0,5 cm. Tabela 3.3 Equações para calcular a estatura com base na distância joelho-tornozelo. Meninos, 6 a 18 anos de idade Estatura (cm) = (distância joelho-calcanhar [cm] × 2,22) + 40,54 Meninas, 6 a 18 anos de idade Estatura (cm) = (distância joelho-calcanhar [cm] × 2,15) + 43,21 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-3 Índice de massa corporal = kg/m 2 Os índices de massa corporal (IMC) das crianças e dos adolescentes são específicos, e não é conveniente utilizar as faixas de IMC dos adultos para interpretar o valor aferido. O IMC com base na idade precisa ser interpretado por meio de tabelas de crescimento, para comparar os percentis específicos para cada idade e sexo (ver “Sites Importantes para Gráficos de Crescimento”). Circunferência da cintura A circunferência da cintura é medida à meia-distância entre o limite superior da crista ilíaca e o limite inferior do gradil costal. Com essa finalidade, deve-se utilizar uma fita métrica não distensível. Essa medida é mais acurada se o paciente não tiver ingerido recentemente uma refeição copiosa e estiver respirando normalmente. Avaliação do crescimento As medidas devem ser assinaladas nos gráficos de crescimento e as tendências, monitoradas. Com essa finalidade, é importante utilizar os gráficos de crescimento padronizados pelos Centers for Disease Control (CDC) com base na idade e no sexo. Além dos gráficos de crescimento padronizados, existem gráficos de crescimento especiais para determinadas condições. Quando o comprimento é medido, deve-se utilizar um gráfico de crescimento para a faixa etária de 0 a 36 meses. Quando a estatura é medida, deve-se utilizar um gráfico de crescimento para a faixa etária de 2 a 20 anos de idade (ver interpretação dos gráficos de crescimento nas Tabelas 3.5 e 3.6). Quando se utiliza um gráfico de crescimento padronizado para lactentes prematuros, a idade pós-natal (idade do bebê, calculada em semanas, a partir da data do nascimento) precisa ser corrigida pela idade gestacional (idade do bebê, calculada em semanas, a partir da data da concepçãodefinida pelo exame ultrassonográfico) até, no mínimo, chegar os 24 meses de idade (3). A Tabela 3.4 descreve um exemplo de cálculo da idade pós-natal ajustada pela idade gestacional. Os lactentes amamentados exclusivamente ao peito e os bebês alimentados com fórmulas estão representados pela curva de crescimento padronizado. É importante considerar que o tipo de alimentação influencia as tendências de crescimento. Nos primeiros meses de vida, os lactentes amamentados exclusivamente ao peito e os bebês alimentados com fórmulas crescem igualmente. Entre o 4 o e 6 o meses, os lactentes alimentados com fórmulas tendem a ganhar peso mais rapidamente que os bebês amamentados. Em geral, há pouca diferença no comprimento e no perímetro craniano desses dois grupos (3). Sites importantes para gráficos de crescimento Os gráficos de crescimento padronizados dos CDC (inclusive IMC por idade) podem ser acessados no site http://www.cdc.gov/growthcharts Os gráficos multiculturais da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as idades de 0 a 5 anos podem ser acessados no sitehttp://www.who.int/childgrowth/standards/en/ Os gráficos de crescimento para lactentes prematuros podem ser encontrados nasseguintes publicações: Fenton Tanis R: A new growth chart for preterm babies: Babson and Benda’s chart updated with recent date and a new format. BMC Pediatrics 2003;3:13. Disponível no site: http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=324406 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-4 http://www.cdc.gov/growthcharts http://www.who.int/childgrowth/standards/en/ http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=324406 Tabela 3.4 Idade pós-natal dos lactentes prematuros ajustada pela idade gestacional. Ajuste para prematuridade = 40 semanas (gestação a termo) – idade gestacional ao nascer (em semanas) Idade pós-natal ajustada pela idade gestacional = idade pós-natal – ajuste para prematuridade Exemplo: Miguel nasceu no dia 1o de março de 2006. Sua idade gestacional ao nascer foi calculada em 30 semanas com base no exame ultrassonográfico. Por ocasião de sua internação no hospital, em 24 de maio de 2006, sua idade pós-natal era de 12 semanas. Com base nas equações apresentadas antes, qual é sua idade pós-natal ajustada pela idade gestacional? Ajuste para prematuridade = 40 semanas – 30 semanas = 10 semanas Idade pós-natal ajustada = 12 semanas – 10 semanas = 2 semanas Se os valores fossem colocados em um gráfico de crescimento padronizado pelos CDC, as medidas antropométricas deveriam corresponder a um lactente de 2 semanas de vida. Tabela 3.5 Interpretação dos valores de estatura e peso por idade, aplicados nos gráficos de crescimento padronizados dos CDC. Percentil Interpretação a 50o Média para a idade 10o ao 90o Saudável para a maioria dos pacientes pediátricos 3o ao 10o ou 90o ao 97o É necessário realizar investigação adicional 97o Doentio, até que se prove o contrário a Se o paciente estiver acima ou abaixo do potencial esperado, ou se houver alterações expressivas nas medidas, os fatores patológicos ou nutricionais deverão ser avaliados. A investigação adicional pode incluir a determinação das estaturas dos pais, a velocidade de crescimento, a idade óssea, o estado púbere e o desenvolvimento. Tabela 3.6 Interpretação dos valores de IMC por idade, aplicados nos gráficos de crescimento padronizados dos CDC. Percentil Interpretação 2% em 1 semana > 5% em 1 mês > 7,5% em 3 meses > 10% em 6 meses. Critérios de Waterlow Os critérios de Waterlow são utilizados para diferenciar as formas aguda (emagrecimento) e crônica (parada do crescimento) da desnutrição nas crianças de 1 a 3 anos (Tabela 3.7) (5): Problemas nutricionais agudos = Problemas nutricionais crônicos = Critérios de McClaren Os critérios de McClaren são usados para definir os graus de desnutrição das crianças com menos de 4 anos de idade (Tabela 3.8) (6). http://www.kennedykrieger.org/kki_misc.jsp?pid=2694 http://www.ndss.org/index.php?option=com_content&task=view&id=603&Itemid=119 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-8 Critérios de Gomez Os critérios de Gomez são utilizados para avaliar a gravidade da desnutrição infantil (Tabela 3.9) (7). Esses cálculos podem ser usados quando o comprimento/estatura não está disponível. Contudo, é importante salientar que esses critérios não definem a proporção de peso em relação ao comprimento/estatura. Tabela 3.7 Critérios de Waterlow para determinar a gravidade da desnutrição. Estado nutricional Agudo Crônico Estágio 0 (normal) Estágio 1 (leve) Estágio 2 (moderado) Estágio 3 (grave) > 90% 81 a 90% 70 a 80% 95% 90 a 95% 85 a 89% 0,31 1o grau 0,28 a 0,30 2o grau 0,25 a 0,27 3o grauNa população pediátrica, assim como nos adultos, vários métodos são utilizados para estimar as necessidades de calorias e proteínas. As Tabelas 3.13 e 3.14 descrevem dois métodos utilizados comumente. Tais métodos têm como base os valores determinados para a população pediátrica com composição corporal, metabolismo e nível de atividade normais. Tabela 3.11 Necessidades basais de líquidos. Peso em quilogramas Necessidades de líquidos 1 a 10 kg 11 a 20 kg > 20 kg 100 mℓ/kg 1.000 mℓ + 50 mℓ/kg para cada kg > 10 kg 1.500 mℓ + 20 mℓ/kg para cada kg > 20 kg Dados com base na referência 9. Tabela 3.12 Cálculo da superfície corporal (m2). Peso em quilogramas Superfície corporal (m2) 40 kg kg × 0,05 + 0,05 kg × 0,04 + 0,1 kg × 0,03 + 0,2 kg × 0,02 + 0,4 kg × 0,01 + 0,8 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-11 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-12 Tabela 3.13 Necessidades estimadas de calorias e proteínas. Faixa etária Idade (anos) Peso de referência (kg) RDA RDA kcal/kg kcal/cm Ptn (g/kg) Ptn (g/cm) Lactentes 0 a 0,5 6 108 n/a 2,2 N/A 0,5 a 1,0 9 98 n/a 1,6 N/A Crianças 1 a 3 13 102 n/a 1,2 N/A 4 a 6 20 90 n/a 1,1 N/A 7 a 10 28 70 n/a 1,0 N/A Homens 11 a 14 45 55 15,9 1,0 0,29 15 a 18 66 45 17 0,9 0,34 19 a 24 72 40 16,4 0,8 0,33 Mulheres 11 a 14 46 47 14 1,0 0,29 15 a 18 55 40 13,5 0,8 0,27 19 a 24 58 38 13,4 0,8 0,28 Ptn, proteína. Dados com base nas referências 2 e 10. A utilização do metabolismo energético basal ajuda a estimar as necessidades calóricas dos lactentes e das crianças comprometidas: kcal/dia = Taxa Metabólica Basal × Fator de Atividade × Fator de Estresse (Ver Tabelas 3.15 a 3.17.) Estimativas das necessidades energéticas para crescimento acelerado Para os pacientes desnutridos ou para aqueles com crescimento comprometido, a meta nutricional é acelerar o crescimento. Esse aumento da velocidade normal de crescimento em peso e altura é conhecido como “crescimento acelerado”. O crescimento acelerado é ideal para facilitar a normalização do peso e da altura. As necessidades energéticas totais para o crescimento acelerado podem ser até 150% maiores do que as necessidades esperadas. Método geral para estimar as necessidades energéticas no crescimento acelerado (14): Tabela 3.14 Ingestões dietéticas de referência para calcular a necessidade energética estimada (NEE). Sexo e idade Cálculo das necessidades energéticas estimadas Coeficiente de atividade física (AF) com base no nível de atividade física (NAF) Todos os lactentes e 1ainfância 0 a 3 meses (89 × peso [kg] – 100) + 175 N/A 4 a 6 meses (89 × peso [kg] – 100) + 56 N/A 7 a 12 meses (89 × peso [kg] – 100) + 22 N/A 13 a 35 meses (89 × peso [kg] – 100) + 20 N/A Meninos de 3 a 8 anos NEE = 88,5 – 61,9 × idade (anos) + AF × (26,7 × peso [kg] + 903 × est. [m]) + 20 AF = 1,0 se o NAF estimado for ε 1 e 1 ano de idade 9 a 11 kcal/cm de estatura 7 kcal/cm cerca de 50% da IDR/RDA para a idade Síndrome de Prader-Willi Necessidades para manutenção do peso Necessidades para perder peso 10 a 11 kcal/cm de estatura 8,5 kcal/cm de estatura Dados com base nas referências 15 e 16. Vitaminas e minerais Alguns micronutrientes essenciais exigem atenção especial na avaliação da população pediátrica. Ferro: A combinação de crescimento rápido e ingestão relativamente baixa de ferro coloca as crianças sob risco de desenvolver anemiaferropriva. As adolescentes e os indivíduos que mantêm níveis altos de atividade também estão sob risco. Isso pode ser evitado pela escolha dos alimentos apropriados. Se houver suspeita de deficiência de ferro, isto deve ser confirmado por exames laboratoriais. Os exames laboratoriais citados a seguir devem ser considerados: hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio, ferritina, ferro sérico e capacidade de ligação do ferro total Vitamina D: Os lactentes amamentados exclusivamente ao peito devem receber suplementos de vitamina D (200 unidades internacionais [UI] por dia). Essa reposição também é recomendada para crianças e adolescentes comprometidos, que não consigam ser expostos regularmente à luz solar (14) Zinco: Alguns estudos mostraram que os lactentes e as crianças estão sob risco de deficiência de zinco em consequência da absorção alterada desse nutriente. É importante avaliar a ingestão dietética das fontes de zinco (carnes, ovos, legumes e grãos integrais) Flúor: O flúor é necessário para a redução da deterioração dos dentes. A água engarrafada pode ou não conter flúor; por esta razão, é necessário avaliar cada produto. A recomendação de suplementos depende da avaliação da ingestão diária total de flúor pela criança, com base nas fontes de água. Entre 0 e 6 meses de idade, não é necessária qualquer suplementação. Depois de 6 meses de idade, a quantidade a ser suplementada é determinada subtraindo-se a IDR da ingestão diária estimada (14) Cálcio: A ingestão adequada de cálcio é necessária ao crescimento ideal de todas as crianças e os adolescentes, o que impede o desenvolvimento futuro de anormalidades esqueléticas e enfraquecimento ósseo. As fontes diárias e não diárias de cálcio precisam ser avaliadas. Para os indivíduos com ingestão deficiente, as instruções quanto às fontes de cálcio devem ser detalhadas. A suplementação pode ser considerada se um clínico julgar necessário. Uma lista completa das IDR padronizadas de vitaminas e micronutrientes pode ser encontrada no site: http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=3&tax_subject=256&topic_id=1342 &level3_id=5140 Suplementação A suplementação rotineira de vitaminas e minerais não é necessária às crianças normais e saudáveis com menos de 1 ano de idade. A seguir, há uma lista dos segmentos populacionais sob risco. A suplementação deve ser considerada para esses pacientes (Tabela 3.19). Lactentes com má absorção e doença hepática ou pancreática Crianças e adolescentes de famílias carentes, ou crianças vítimas de negligência ou abuso Crianças e adolescentes com anorexia ou pouco apetite Crianças com doenças crônicas Crianças que fazem dietas para perder peso Adolescentes grávidas Crianças ou adolescentes que omitem qualquer um dos grupos alimentares de suas dietas. Fibras A quantidade diária recomendada de fibras = idade da criança + 5 g. Para crianças com constipação intestinal crônica, diabetes tipo 2 ou obesidade, pode ser benéfico acrescentar 5 g/dia. Tabela 3.19 Suplementos vitamínico-minerais comuns. a Suplemento Faixa etária Dose diária Vi-Daylin ® (com ou sem ferro) 0 a 3 anos 1 mℓ Poly-vi-sol ® (com ou sem ferro) 0 a 3 anos 1 mℓ Poly-vi-flor ® (com ou sem ferro) 0 a 3 anos 1 mℓ http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=3&tax_subject=256&topic_id=1342&level3_id=5140 http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=3&tax_subject=256&topic_id=1342&level3_id=5140 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-19 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23fn2a Tri-vi-sol ® (com ou sem ferro) 0 a 3 anos 1 mℓ Centrum kids ® (completo, extra C ou extra cálcio) 2 a 3 anos ½ comprimido ε 4 anos 1 comprimido Flintstones ® (completo, ou extra C) 2 a 3 anos ½ comprimido ε 4 anos 1 comprimido One-A-day kids ® 2 a 3 anos ½ comprimido ε 4 anos 1 comprimido Vitamax ® , líquido 10 anos 2 comprimidos Por restrições de direitos autorais não é possível alterar esta tabela, adaptando-a com suplementos brasileiros. Adicionalmente, informamos que, embora produzidos nos EUA, boa parte desses suplementos pode ser encontrada no Brasil. De todo modo, os leitores podem consultar os sites dos fabricantes dos suplementos para verificar a composição deles e encontrar similares produzidos no Brasil. Dados com base nas referências 1 e 2. a Verifique os suplementos disponíveis no formulário do seu hospital. Por favor, observe que os teores de vitaminas e minerais podem variar para cada produto. Consulte os fabricantes quanto às listas completas dos constituintes. Alguns polivitamínicos genéricos estão disponíveis e podem ser preferidos pelos consumidores; em geral, estes produtos são iguais aos de marca nacionais, a menos que haja referência em contrário. Diretrizes para completar a avaliação nutricional Além de todas as informações disponíveis no prontuário médico, a história dietética detalhada deve ser obtida por meio de entrevistas com qualquer um ou com todos os cuidadores e/ou pacientes, quando apropriado. A precisão das informações é muito variável e depende da habilidade do entrevistador, assim como do método utilizado para reunir os dados. Algumas áreas importantes a serem enfatizadas incluem, mas não se limitam: Às histórias materna, do pré-natal e pós-natal (exposição a substâncias tóxicas, fármacos, infecções, nutrição materna, duração da gestação etc.) Ao peso ao nascer e histórico de peso À história alimentar (duração da amamentação, tipo de fórmula, idade de introdução dos alimentos sólidos) Aos hábitos alimentares típicos, preferências alimentares, quantidades (use modelos visuais, se forem necessários), frequência de consumo Às funções de mastigação e deglutição https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23ft2a Aos distúrbios gastrintestinais pregressos ou atuais (doença do refluxo gastresofágico [DRGE], história de distúrbios alimentares, náuseas, vômitos, diarreia, constipação intestinal) Ao número de cuidadores e familiares envolvidos em cuidar da criança À preparação dos alimentos e/ou fórmulas, inclusive local, métodos e práticas higiênicas Ao padrão de sono Às alergias/intolerâncias alimentares Aos recursos auxiliares necessários à alimentação, ou utensílios ou mamilos especiais Ao acesso e à utilização dos recursos disponíveis na comunidade. Recomendações alimentares normais Veja as Tabelas 3.20 e 3.21 nas páginas seguintes. Amamentação A American Academy of Pediatrics recomenda a amamentação como método preferido para alimentar todos os lactentes, inclusive recém-nascidos prematuros (Tabela 3.22). A amamentação é recomendada durante o primeiro ano de vida, ou quando desejável ou exequível. A amamentação exclusiva irá assegurar a nutrição adequada até 4 a 6 meses de idade. Nessa ocasião, os alimentos sólidos devem ser oferecidos (14). Avaliação da adequação dos alimentos Monitore o crescimento, além das perdas e dos ganhos de peso do lactente Monitore as evacuações e o débito urinário No terceiro dia de vida, os bebês amamentados ao peito devem produzir: – Cerca de 6 fraldas úmidas/dia (1) – Cerca de 3 evacuações/dia. A consistência das fezes deve progredir do mecônio às fezes amarelo-esverdeadas, às amareladas e acastanhadas (1) Esquema de alimentação recomendado: – No mínimo 8 a 12 refeições/24 h. Em geral, a cada 1 h e meia a 3 h durante as primeiras semanas de vida. Amamentar por 10 a 20 min em cada mama, durante cada mamada (1). O leite humano contém cerca de 20 kcal/30 g. Se for demonstrado que o lactente não está recebendo quantidades suficientes de quilocalorias com o leite materno, o leite pode ser enriquecido com uma densidade calórica mais altautilizando um fortificante de leite humano ou uma fórmula em pó padronizada (Tabela 3.23). https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-22 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-23 Tabela 3.20 Recomendações alimentares para lactentes de 0 a 12 meses. Leite materno e/ou fórmula enriquecida para lactentes Cereais, pães, grãos e amidos Frutas e vegetais Carnes e outros alimentos ricos em proteínas Nascimento a 4 meses 8 a 12 mamadas 60 a 180 g/mamada (540 a 960 g/dia) Nada Nada Nada 4 a 6 meses 4 a 6 mamadas 120 a 180 g/mamada (810 a 1.350 g/dia) 2 a 3 porções de cereais enriquecidos com ferro para lactentes, preparadas com leite materno ou fórmula (porção = 1 a 2 colheres de sopa). Nada Nada 6 a 8 meses 3 a 5 refeições 180 a 240 g/refeição (720 a 960 g/dia) 2 a 3 porções de cereais enriquecidos com ferro para lactentes, pães cozidos macios e amidos (porção = 1 a 2 colheres de sopa). Introduzir frutas e vegetais frescos, cozidos, amassados ou espremidos e passados na peneira. Evitar pratos que contenham carnes. 60 a 120 g de suco de frutas a 100% em uma xícara. Nada 8 a 10 meses 3 a 4 refeições 210 a 240 g/refeição (720 a 960 g/dia) 2 a 3 porções de cereais enriquecidos com ferro para lactentes, pães cozidos e macios e amidos (porção = 1 a 2 colheres de sopa) 2 a 3 porções de frutas e vegetais macios, cortados, amassados e peneirados (porção = 1 a 2 colheres de sopa) Introduzir carnes comuns, bem cozidas, macias e cortadas em pedaços finos, ou passadas no liquidificador, queijos e ensopados 10 a 12 meses 480 a 960 g/dia 4 porções de cereais enriquecidos com ferro para lactentes, pães cozidos macios e amidos (porção = 1 a 2 colheres de sopa) 4 porções de frutas e vegetais macios, cortados e amassados (porção = 1 a 2 colheres de sopa) 60 a 120 g de sucos de frutas em uma xícara 30 a 60 g de carnes macias cortadas em pedaços pequenos ou passadas no liquidificador, queijos e ensopados Tabela 3.21 Recomendações alimentares para crianças e adolescentes. Leite e laticínios Cereais, pães, grãos e amidos Frutas e vegetais Carnes e outros alimentos ricos em proteínas Gorduras e óleos Doces, gelatina, geleias de frutas, refrigerantes 12 a 23 mese s 4 a 6 porções (120 a 180 g de leite integral e laticínios ou 10 g de queijo) 6 porções (1/4 a 1/2 fatia de pão, 1/4 a 1/3 de xícara de 4 porções (90 g de suco de frutas a 100%, 2 a 3 colheres de sopa de frutas e/ou vegetais) 2 porções (15 a 30 g de carne picada, aves, 1 ovo = 30 g de Nenhuma restrição Dar quantidades pequenas, se a criança cereais, massas cozidas, arroz ou cereais cozidos) carne; 1/4 de xícara de legumes cozidos) pedir 2 a 3 anos 4 a 5 porções (120 a 180 g de leite semidesnatado ou desnatado e laticínios, ou 15 a 20 g de queijo) 3 a 4 porções (1/2 a 1 fatia de pão, 1/2 a 1 xícara de cereais, ou 1/4 a 1/2 xícara de massa cozida ou arroz) 4 a 5 porções (90 a 120 g de suco de frutas a 100%, 2 a 4 colheres de sopa de frutas e/ou vegetais) 2 porções (30 a 60 g de carne de vaca, aves ou 1 ovo = 30 g de carne; 1/4 de xícara de legumes cozidosa) 3 a 4 porções (1 colher de sopa de manteiga ou óleo) Dar quantidades pequenas, se a criança pedir 4 a 6 anos 3 a 4 porções (120 a 180 g de leite semidesnatado ou desnatado e laticínios, ou 1/2 xícara ou 15 a 20 g de queijo) 3 a 4 porções (1 fatia de pão, 1 xícara de cereais, 1 colher de sopa de vegetais, massas cozidas ou arroz) 4 a 5 porções (120 g de suco de frutas a 100%, 3 a 4 colheres de sopa de vegetais, ou 4 a 6 colheres de sopa de frutas) 2 porções (30 a 60 g de carne de vaca ou de aves, 1 ovo = 30 g de carne; 1/4 de xícara de legumes cozidos a ) 3 a 4 porções (1 colher de sopa de manteiga ou óleo) Dar quantidades pequenas, se a criança pedir 7 a 12 anos 3 a 4 porções (1/2 a 1 xícara de leite semidesnatado ou desnatado ou laticínios, ou 15 a 20 g de queijo) 4 a 5 porções (1 fatia de pão, 1 xícara de cereais, ou 1/2 xícara de massas cozidas ou arroz) 4 a 5 porções (1 pedaço de fruta, 1/4 a 1/2 pedaço de fruta em conserva, 120 g de suco a 100%, 1/4 a 1/2 xícara de vegetais cozidos ou 1 xícara de vegetais crus) 2 a 4 porções (60 a 90 g de carne magra, peixe, aves; 1 ovo = 30 g de proteínas; 1/4 de xícara de legumes cozidos, 2 colheres de sopa de creme de amendoim) Use com parcimôni a Use com parcimônia 13 a 18 anos 3 a 4 porções (1 xícara de leite ou laticínios sem gordura, ou 30 g de queijo) 6 a 11 porções (1 fatia de pão, 1 xícara de cereais, ou 1/2 xícara de massas cozidas, arroz ou cereais cozidos) 4 a 5 porções (1 pedaço de fruta, 1/2 pedaço de fruta em conserva, 120 a 180 g de suco a 100%, 1/2 xícara de vegetais cozidos ou 1 xícara de vegetais crus) 2 a 4 porções (60 a 90 g de carne magra, peixe ou aves; 1 ovo = 30 g de carne; 1/4 de xícara de legumes cozidos, 2 colheres de sopa de creme de amendoim) Use com parcimônia Use com parcimônia Tabela 3.22 Vantagens e contraindicações da amamentação. Vantagens da amamentação O leite materno contém a composição nutricional mais completa em termos de gordura, carboidratos e proteínas A amamentação está associada ao crescimento ideal A qualidade da proteína é diferente da do leite de vaca, isto torna o leite humano mais bem tolerado O cálcio e o fósforo têm biodisponibilidade mais ampla que as oferecidas pelas fórmulas lácteas Alguns componentes do leite humano aceleram a maturação do trato digestório Estudos mostraram que a amamentação reduz o risco de infecção Risco reduzido de alimentação excessiva Estudos mostraram que a amamentação melhora o desenvolvimento cognitivo e as habilidades motoras Custos menores porque não há necessidade de utilizar fórmulas Risco reduzido de câncer de mama na pré-menopausa nas mulheres que amamentaram Reforça a ligação mãe-bebê Facilita a perda de peso e a involução uterina no pós-parto Contraindicações à amamentação a Lactentes com galactosemia Lactentes com outros erros inatos do metabolismo, a menos que seja recomendada pelo médico Mães infectadas pelo HIV Mães com lesões herpéticas nas mamas ou outros abscessos Mães em quimioterapia Mães que utilizam drogas ilícitas Mães com sífilis não-tratada a Consulte uma referência farmacêutica para determinar a segurança dos fármacos utilizados pela mãe durante a amamentação. Fórmulas para lactentes As fórmulas para lactentes à venda no comércio fornecem quilocalorias, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais em quantidades apropriadas aos lactentes que não são amamentados. Existem fórmulas prontas para uso, concentradas ou em pó. A maioria dos lactentes cresce normalmente com uma fórmula padronizada à base de leite de vaca. Entretanto, se houver intolerância ou alergia, existem fórmulas alternativas disponíveis. Se a avaliação nutricional indicar a necessidade de utilizar uma fórmula com concentração mais alta de calorias, a receita da fórmula pode ser modificada para concentrar mais quilocalorias no mesmo volume da solução preparada. Quando as fórmulas são concentradas, podem ocorrer sintomas de intolerância em razão da osmolalidade alta e da sobrecarga renal de solutos. A Tabela 3.26 mostra os métodos utilizados para aumentar a quantidade de quilocalorias das fórmulas. As metas definidas para o paciente precisam ser levadas em consideração, antes de efetuar qualquer alteração na fórmula. Quando as fórmulas são concentradas a > 20 kcal/30 g, todos os nutrientes também são concentrados, a menos que se acrescente um suplemento modular. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23fn3a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23ft3aavaliação nutricional, avaliação do estágio de vida e suporte nutricional. A Parte 2 engloba sete capítulos sobre as principais doenças nutricionalmente relevantes. Além disso, os apêndices apresentam interações alimentares e medicamentosas, avaliação laboratorial e outros dados de referência importantes, como tabelas de conversão e fontes alimentares de vitaminas. Não conseguiríamos publicar este livro sem a colaboração de nossos colegas. Queremos expressar nossa gratidão a Sheri Betz, Brenda Howell, Angela Lada, Monica Lowe e Lisa Ventrella Lucente por seu trabalho árduo e por suas inestimáveis contribuições. Além disso, não podemos esquecer os incontáveis colegas e preceptores que nos deram constante estímulo e excelentes sugestões durante o processo de criação. A velocidade do avanço na área de saúde torna crucial a obtenção de informações necessárias sempre que elas se fizerem necessárias. Tivemos momentos difíceis na tomada de decisão sobre o conteúdo desta obra e tentamos evitar textos muito longos para facilitar o achado das informações. Esperamos sinceramente que este livro venha a se tornar, de fato, a referência rápida e valiosa que tentamos elaborar. Mary Width, MS, RD Tonia Reinhard, MS, RD Parte 1 – Avaliação e Suporte Nutricionais ■ 1 Avaliação Nutricional ► O processo de assistência nutricional ► Avaliação antropométrica ► Estimativa das necessidades nutricionais ► Dados bioquímicos ► Exame físico com foco na nutrição ► História clínica ■ 2 Gestação ► Recomendações de ganho ponderal na gravidez ► Problemas nutricionais da gravidez ► Avaliação nutricional ► Referências ■ 3 Avaliação dos Pacientes Pediátricos ► Avaliação antropométrica ► Avaliação do crescimento ► Avaliação das alterações do peso ► Velocidade de crescimento ► Estimativas das necessidades de nutrientes ► Diretrizes para completar a avaliação nutricional ► Recomendações alimentares normais ► Amamentação ► Avaliação da adequação dos alimentos ► Fórmulas para lactentes ► Fórmulas pediátricas ► Avaliação bioquímica no estado nutricional do paciente pediátrico ► Distúrbios nutricionais comuns ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/part1.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec34 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec35 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec36 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec37 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec38 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec39 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec40 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec41 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec42 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c02.htm%23sec43 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec44 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec45 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec46 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec47 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec48 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec49 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec50 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec51 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec52 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec53 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec54 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec55 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec56 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23sec57 ■ 4 Adultos Idosos ► Problemas comuns no envelhecimento ► Referências ■ 5 Suporte Nutricional ► Nutrição enteral ► Nutrição parenteral ► Referências Parte 2 – Considerações Nutricionais para Doenças Específicas ■ 6 Câncer ► Implicações nutricionais do câncer ► Estadiamento do câncer ► Agrupamento por estágio geral ► Tratamentos para o câncer ► Controle dos sintomas do câncer e dos efeitos colaterais do tratamento ► Recomendações dietéticas para pacientes neutropênicos ► Referências ■ 7 Doenças Cardiovasculares ► Cardiopatia coronariana ► Acidente vascular encefálico e hipertensão ► Referências ■ 8 Diabetes ► Diabetes: classificação, triagem e diagnóstico ► Tratamento mediconutricional ► Tratamento farmacológico do diabetes ► Metas de glicose, pressão arterial e níveis lipídicos para adultos diabéticos ► Tratamento para doenças intercorrentes ► Complicações agudas do diabetes ► Referências ■ 9 Doença Gastrintestinal ► Doenças do trato gastrintestinal alto ► Doenças do trato gastrintestinal baixo ► Referências ■ 10 Doenças Hepáticas e Pancreáticas ► Doença hepática ► Enzimas ► Doença pancreática ► Referências ■ 11 Doença Renal ► Insuficiência renal aguda ► Doença renal crônica ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23sec58 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23sec59 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec60 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec61 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec62 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/part2.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec63 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec64 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec65 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec66 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec67 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec68 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec69 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec70 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec71 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec72 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec73 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec74 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec75 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec76 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec77https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-26 Tabela 3.23 Aumento da densidade calórica do leite humano (por acréscimo de fórmula em pó a 100 mℓ de leite materno retirado). Concentração calórica desejada Similac Advance Powder, com ferro (g) Enfamil Lipil Powder, com ferro (g) Similac NeoSure Advance Powder, com ferro (g) Enfamil EnfaCare Lipil Powder, com ferro (g) 22 kcal/30 g 24 kcal/30 g 27 kcal/30 g 30 kcal/30 g 1,3 2,5 4,4 6,3 1,3 2,6 4,5 6,4 1,3 2,6 4,6 6,5 1,4 2,7 4,7 6,8 Por restrições de direitos autorais não é possível alterar esta tabela, adaptando-a com suplementos brasileiros. Adicionalmente, informamos que, embora produzidos nos EUA, a maioria dessas fórmulas pode ser encontrada no Brasil. De todo modo, os leitores podem consultar os sites dos fabricantes das fórmulas para verificar a composição delas e encontrar similares produzidas no Brasil. Fórmulas pediátricas Existem muitas fórmulas desenvolvidas para atender às necessidades das crianças de > 1 ano de vida (Tabela 3.27). Alguns produtos podem ser utilizados tanto por via enteral quanto como suplementação oral, caso isto seja necessário. É importante salientar que é preferível aumentar a ingestão calórica com alimentos comuns ricos em nutrientes que utilizar fórmulas suplementares. Por exemplo, enriqueça as refeições da criança com óleos, leite integral, creme de leite e adicione leite em pó aos ensopados e às sopas. Esse método estimula práticas alimentares saudáveis, reduz os custos e melhora o paladar. Tabela 3.24 Tipos comuns e marcas de fórmulas para lactentes. a Tipo de fórmula Indicações Exemplos b À base de leite de vaca Tipo de fórmula padronizada utilizado tradicionalmente. A distribuição dos nutrientes é semelhante à do leite materno. A maioria dessas fórmulas é enriquecida com ferro. Contém 20 kcal/30 g Enfamil Lipil ® Good Start Supreme ® Good Start Supreme ® DHA & ARA ® Good Start Essentials ® Similac Advance ® (todos podem ser encontrados em preparações sem lactose ou outras versões) À base de soja Fórmula padronizada derivada da proteína da soja, em vez de da proteína do leite bovino. Utilizado por pacientes com alergia à proteína do leite. É importante salientar que alguns lactentes com alergia à proteína do leite também desenvolvem alergia à proteína da soja. Contém 20 kcal/30 g Enfamil ProSobee ® Good Start Supreme Soy ® Similac Isomil Advance ® Similac Isomil DF ® Fórmulas para bebês de baixo peso Aumento da densidade calórica ou da concentração mineral para lactentes prematuros Enfamil EnfaCare Lipil ® (22 kcal/30 g) https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23tab3-27 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23fn4a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23fn5b Enfamil Premature Lipil ® (20 kcal/30 g) Enfamil Premature Lipil ® (24 kcal/30 g) Similac NeoSure Advance ® (22 kcal/30 g) Similac Special Care ® Advance (20 kcal/30 g) Similac Special Care ® Advance (24 kcal/30 g) Hidrolisado proteico Fórmulas contendo proteínas hidrolisadas, que são mais fáceis de digerir. Indicado para lactentes que não toleram o leite comum ou as fórmulas à base de soja. Pode conter triglicerídeos de cadeia média (TCM) para lactentes com disfunção gastrintestinal. Contém 20 kcal/30 g Similac Alimentum ® Nutramigen Lipil ® Pregestimil ® Aminoácidos livres Indicados para lactentes com alergias extremas às proteínas intactas. Contém 20 kcal/30 g Neocate EleCare Fórmulas de acompanhamento Fórmulas enriquecidas com ferro para crianças que podem necessitar de quantidades maiores deste nutriente ou de uma fonte líquida mais concentrada deste nutriente que o leite integral Enfamil Next Step Enfamil Next Step ProSobee Good Start 2 Essentials Soy Good Start 2 Supreme Similac 2 Advance Similac Isomil 2 Advance Por restrições de direitos autorais não é possível alterar esta tabela, adaptando-a com fórmulas brasileiras. Adicionalmente, informamos que, embora produzidas nos EUA, a maioria dessas fórmulas pode ser encontrada no Brasil. De todo modo, os leitores podem consultar os sites dos fabricantes das fórmulas para verificar a composição delas e encontrar similares produzidas no Brasil. a Por favor, observe que essa lista não está completa e não contém todas as fórmulas para lactentes disponíveis. Consulte os rótulos dos produtos ou as referências dos fabricantes quanto aos valores dos nutrientes e aos ingredientes. b Os fabricantes detêm os direitos de propriedade dos termos “Lipil” e “Advance”, que indicam a inclusão dos ácidos graxos poli-insaturados docosaexaenoico (DHA) e araquidônico (ARA). Tabela 3.25 Preparação das fórmulas padronizadas com 20 kcal/30 g (a preparação não varia com a marca comercial). Concentrado Pó Pronta para uso 1 lata de 500 g + 500 g de água = 1.000 mℓ da fórmula 1 medida de pó + 30 g de água = 30 g da fórmula Não acrescente água Tabela 3.26 Metas definidas para os pacientes e possíveis ajustes das fórmulas. Meta Ajuste possível https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23ft4a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23ft5b Aumentar a densidade dos nutrientes em geral (mais comum) Aumentar apenas a densidade calórica Aumentar apenas a densidade proteica Concentrar e/ou acrescentar carboidratos ou gorduras modulares Acrescentar carboidratos e/ou gorduras modulares Acrescentar suplementos de proteínas modulares Tabela 3.27 Fórmulas pediátricas comuns. a Fórmula Via Quantidade necessária para atender às IDR Teor calórico Comentários Compleat Pediatric Enteral 900 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 30 kcal/30 g Sem lactose, sem glúten; líquida para administrar por cateter EleCare Oral ou enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 30 kcal/30 g Fórmula elementar; sem lactose, sem glúten, sem soja, sem proteína do leite, sem frutose ou sem galactose Kindercal (alimentação oral ou por cateter) (com ou sem fibra) Alimentação oral ou por cateter, conforme a indicação 950 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 32 kcal/30 g Sem lactose ou glúten; pobre em resíduos Neocate 1+ Oral ou enteral 1.300 mℓ para crianças de 1 a 3 anos de idade 30 kcal/30 g Fórmula elementar para crianças com alergias a várias proteínas; sem lactose ou glúten Nutren Jr. (com ou sem fibras) Oral ou enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 30 kcal/30 g Sem lactose ou glúten; alimento preparado de acordo com os preceitos judaicos (kosher); pobre em resíduos PediaSure (com ou sem fibras) Oral ou enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 a 8 anos de idade 30 kcal/30 g Sem lactose ou glúten; alimento preparado de acordo com os preceitos judaicos (kosher) 1.500 mℓ para crianças de 9 a 13 anos de idade Fórmula elementar desenvolvida para crianças com distúrbios GI graves Peptamen Jr. Oral e enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 30 kcal/30 g Sem lactose ou glúten; https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c03.htm%23fn6a a 10 anos de idade alimento preparado de acordo com os preceitos judaicos (kosher); pobre em resíduos Resource just for kids Oral ou enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 30 kcal/30 g Fórmula elementar; sem lactose ou glúten; pobre em resíduos Vivonex pediatric Oral ou enteral 1.000 mℓ para crianças de 1 a 10 anos de idade 24 kcal/30 g Por restrições de direitos autorais não é possível alterar esta tabela, adaptando-a com fórmulas brasileiras. Adicionalmente, informamos que, embora produzidas nos EUA,boa parte dessas fórmulas pode ser encontrada no Brasil. De todo modo, os leitores podem consultar os sites dos fabricantes das fórmulas para verificar a composição delas e encontrar similares produzidas no Brasil. a A lista apresentada não está completa e não contém todas as fórmulas pediátricas disponíveis. Consulte os rótulos dos produtos ou as referências dos fabricantes quanto aos valores nutricionais mais atualizados e aos ingredientes. Em alguns casos, é conveniente utilizar uma fórmula para adultos como suplemento alimentar. Consulte as recomendações de uso fornecidas pelos fabricantes desses produtos. Avaliação bioquímica no estado nutricional do paciente pediátrico Tabela 3.28 Exames laboratoriais normais. a Exame Variação Albumina (sérica), g/dℓ Nascimento até 1 mês de idade 1 a 4 meses 4 a 12 meses > 1 ano Cálcio ionizado (sangue total), mmol/ℓ 0 a 1 mês de idade 1 a 6 meses > 6 meses Cálcio (sérico), mg/dℓ Prematuro A termo Criança > 16 anos de idade Cloro (suor), mmol/ℓ Colesterol (soro), mg/dℓ Recém-nascido 1 a 2 anos de idade 2 a 16 anos > 16 anos 2,9 a 5,5 2,8 a 5,0 3,9 a 5,1 3,7 a 5,5 0,90 a 1,45 0,95 a 1,50 1,10 a 1,30 6,0 a 10,0 7,0 a 12,0 8,0 a 11,0 8,5 a 11,0 6 semanas Hemácias (sangue), unidades × 106/μℓ 0,2 a 1,2 0,8 a 2,8 2 a 15 13,3 a 24,5 10,7 a 21,5 9,9 a 14,5 9,5 a 14,1 8,9 a 13,8 10,2 a 14,9 10,6 a 15,2 11,1 a 15,7 12 a 16,0 14,0 a 18,0 55 a 150 Available at: http://www.Scielosp.org. Accessed December 16, 2006. 8. Fomon SJ, Haschke F, Ziegler EE, Nelson SE. Body composition of reference children from birth to age 10 years. Am J Clin Nutr1982;35:1169–1175. 9. Gunn V, Nechyba C. Harriet Lane Handbook, 16th ed. Philadelphia, PA: Mosby; 2002:234–235. 10. National Academy of Sciences. Recommended Dietary Allowances, 10th ed. Washington, DC: National Academy Press; 1989. 11. Otten J, Pitz H, Meyers L. Dietary Reference Intakes: The Essential Guide to Nutrition Requirements. Washington, DC: National Academy Press; 2006. http://www.cdc.gov/nccdphp/dnpa/ http://www.cdc.gov/nccdphp/dnpa/bmi/childrens_BMI/about_childrens_BMI.htm http://www.scielosp.org/ 12. Altman P, Dittner D. Metabolism. Federation of American Societies for Experimental Biology; 1968. 13. Page C, Hardin T, Melnik G. Nutritional Assessment and Support. Baltimore, MD: Williams & Wilkins; 1994. 14. American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition. Pediatric Nutrition Handbook, 5th ed. Washington, DC: American Academy of Pediatrics, 2004; Chapters 3, 26. 15. Ekvall S, Bandini L, Ekvall V. Pediatric Nutrition in Chronic Disease and Developmental Disorders. UK: Oxford University Press; 1993:168. 16. Davis A. Pediatrics: Contemporary Nutrition Support Practice. Philadelphia: Saunders; 1998:356. 17. Benedict A, Gilger M, Klish W, et al. The Baylor Pediatric Nutrition Handbook, 4th ed. Houston, TX: Baylor College of Medicine; Z004. ► Problemas comuns no envelhecimento ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23sec58 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23sec59 O envelhecimento produz várias alterações físicas e fisiológicas que, por sua vez, alteram as necessidades nutricionais e afetam o estado nutricional (Tabela 4.1). A coexistência de doenças crônicas e/ou a utilização de fármacos podem acentuar as possíveis disparidades entre as necessidades de nutrientes e a ingestão dietética e em consequência causar desnutrição. Na verdade, estudos sugeriram que a desnutrição é um problema comum na população idosa, com prevalência de 12 a 50% entre os pacientes hospitalizados e de 23 a 60% entre os idosos que vivem em instituições de cuidados ampliados (1,2). Recomendações nutricionais As alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento afetam as demandas de vários nutrientes essenciais. Em geral, as necessidades de alguns nutrientes diminuem e também há redução das necessidades calóricas. Contudo, alguns nutrientes são necessários em quantidades maiores. Além disso, várias alterações psicossociais e socioeconômicas comuns com o envelhecimento também podem alterar a ingestão dietética (Tabela 4.2) (3). Com a revisão recente da ingestão dietética de referência (IDR), a faixa etária dos adultos foi dividida em dois grupos (Tabelas 4.3 a 4.5) (4). As faixas etárias dos adultos idosos estendem-se de 51 a 70 anos e de 70 anos ou mais, embora as demandas de nutrientes essenciais sejam iguais para estes dois grupos. Uma exceção é o limite superior (LS) de ingestão de fósforo, que diminui de 4.000 para 3.000 mg para os homens e as mulheres das faixas etárias mais avançadas; este valor não representa o nível de ingestão recomendada, mas o limite superior para evitar toxicidade. Problemas comuns no envelhecimento Vários problemas comuns no envelhecimento alteram os componentes fundamentais da ingestão dietética ou as necessidades nutricionais e podem afetar negativamente o estado nutricional. Os mais importantes dentre esses problemas incluem as úlceras de pressão e a disfagia que, embora não ocorram apenas na população idosa, são mais prevalentes neste grupo. Os efeitos negativos marcantes desses problemas no estado nutricional tornam obrigatória a avaliação nutricional dos idosos para determinar sua presença e/ou gravidade. Disfagia Patogenia A disfagia é simultaneamente um sintoma e um distúrbio que afeta uma ou todas as fases do mecanismo de deglutição e dificulta a ingestão dos alimentos (5). Existem várias causas possíveis, embora nem sempre seja possível definir uma causa específica (Tabela 4.6). Dependendo da causa, a disfagia pode ser um distúrbio agudo reversível, ou um problema crônico. A detecção e a intervenção precoces são fundamentais, pois entre os possíveis riscos estão os episódios de aspiração e pneumonia (6). Além disso, anorexia e perda de peso são consequências comuns, que podem afetar negativamente o estado nutricional. Tratamento e intervenção nutricional A abordagem da equipe é importante tanto para a avaliação como para a intervenção, e inclui médico, nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional (7). Os sintomas da disfagia (Tabela 4.7) geralmente permitem sua detecção precoce; contudo, os nutricionistas também devem ficar atentos aos parâmetros nutricionais para detectar e avaliar os fatores de risco nutricional (Tabela 4.8). A National Dysphagia Diet (NDD) descreve o tratamento médico e nutricional recomendado hoje em dia (8). Tal dieta consiste em três estágios, e cada um deles modifica a textura, a consistência e outros atributos dos alimentos e dos líquidos que afetam as diferentes fases da deglutição. O estágio apropriado para determinado paciente depende basicamente da gravidade da disfagia e da fase da deglutição afetada (i. e., oral, faríngea ou esofágica) (Tabela 4.9). https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-2 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-8 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-9 Úlceras de pressão Patogenia As úlceras de pressão, também conhecidas como úlceras de decúbito ou escaras do leito, representam uma área de perda da continuidade da pele em consequência do contato contínuo com uma superfície, como leito ou cadeira de rodas. As úlceras de pressão, ou mais precisamente as suas complicações, são responsáveis por cerca de 60.000 óbitos todos os anos nos EUA e representam um custo de US$ 1 a 5 bilhões (9). Sob o ponto de vista dos profissionais de saúde, é importante ressaltar o dado estatístico de que 9% dos pacientes hospitalizados desenvolvem úlceras de pressão. Outro aspecto significativo para o nutricionista é o fato de que a desnutrição é a segunda causa mais importante das úlceras de pressão, atrás apenas da pressão aplicada à pele (10). Tabela 4.1 Alterações fisiológicas do envelhecimento e suas implicações nutricionais. Sistema ou função corporal Alterações do envelhecimento Implicações nutricionais Composição corporal Aumento da gordura corporal, principalmente intra-abdominal; redução da massa muscular (sarcopenia); perda óssea (inclusive dentes). Aumento do risco de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes. Função cardiovascular Perda da elasticidade dos vasos sanguíneos, aumento da resistência periférica e redução da irrigação sanguínea do coração. Aumento do risco de hipertensão e outras doenças cardiovasculares. Função gastrintestinal Redução das secreções (especialmente de ácidos — acloridria ou hipocloridria — em consequência da gastrite atrófica [GA], que ocorre em 33% dos idosos). Reduções da digestão e da absorção (de ferro, B12, zinco, folato, biotina e cálcio); a GA causa inflamação e redução do fator intrínseco, que podem causar deficiência de B12; a GA também pode causar deficiência de B6, disfagia ou constipação intestinal. Função imune Disfunção, principalmentedas células T. Em combinação com o estado nutricional comprometido, isso aumenta a suscetibilidade às infecções. Saúde oral Redução da saliva, resultando em ressecamento oral (xerostomia); perda dos dentes. Problemas de mastigação e deglutição. Função neurológica Redução da síntese dos neurotransmissores; condução nervosa menos eficiente; as alterações do sistema nervoso central (SNC) causam distúrbios do equilíbrio/coordenação, depressão e demência. A depressão pode provocar perda do apetite e redução da ingestão alimentar, que são responsáveis pela desnutrição. Metabolismo dos nutrientes Redução da síntese de colecalciferol na pele e ativação renal; aumento da retenção de vitamina A em consequência da depuração reduzida. Deficiência de vitamina A; a retenção de vitamina A pode ser tóxica, caso sejam administradas doses altas de suplementos. Função renal Redução da quantidade de néfrons (e, consequentemente, da taxa de filtração glomerular [TFG] e da função renal global). Distúrbios do balanço de líquidos; distúrbios ácido-básicos; podem ocorrer alterações do metabolismo de nutrientes e fármacos. Função sensorial Redução dos sentidos de gustação (disgeusia), olfato (hiposmia), visão, audição e sensibilidade tátil. A disgeusia e a hiposmia podem causar perda de apetite e também aumentam o risco de distúrbios nutricionais. Tratamento e intervenção nutricional As úlceras de pressão são classificadas em quatro estágios, de acordo com a profundidade do envolvimento dos tecidos e, consequentemente, com a gravidade da lesão (9). Vários nutrientes são importantes no tratamento nutricional dos pacientes com úlceras de pressão, mas os mais importantes são as proteínas. As necessidades proteicas dos pacientes com úlceras de pressão dependem basicamente do estágio da lesão (ver Capítulo 1, Tabela 1.16). A Tabela 4.9 relaciona os nutrientes que, de acordo com alguns estudos, são importantes para o tratamento das úlceras de pressão (7). Contudo, as quantidades dos nutrientes específicos necessários à cicatrização dessas lesões não estão definidas, tendo em vista que os nutrientes atuam sinergicamente. Tabela 4.2 Problemas psicossocial e socioeconômico que afetam a ingestão dietética com o envelhecimento. Problema Abordagem Baixa renda 1. Comprar alimentos baratos, como feijões/ervilhas, arroz e massas. 2. Utilizar cupons para adquirir os alimentos consumidos e visitar semanalmente os mercados para comprar alimentos em promoção. 3. Comprar alimentos de marca dos supermercados. 4. Verificar se as igrejas locais fornecem refeições de baixo custo ou gratuitas. 5. Participar dos programas nutricionais para idosos que são oferecidos nos locais de alimentação coletiva para idosos, ou refeições entregues em casa. 6. Verificar se há elegibilidade para o Food Stamp Program. 7. Entrar em contato com bancos de alimentos ou programa alimentar de emergência. Incapacidade de fazer compras de mercado 1. Pedir a um amigo ou parente para fazer compras de mercado. 2. Entrar em contato com o mercado local para entregar as compras em sua casa. 3. Entrar em contato com empresas de entrega. 4. Verificar se as igrejas ou centros para idosos da localidade dispõem de voluntários para fazer compras. 5. Acessar um agente de saúde domiciliar (relacionado na seção de “Serviços de Saúde Domiciliar” da lista telefônica). Incapacidade de preparar os alimentos 1. Utilizar um forno de micro-ondas para cozinhar refeições e alimentos congelados. 2. Comprar alimentos nutritivos de fácil preparo (frutas frescas, pães cereais integrais, manteiga de amendoim, atum conservado em óleo comestível). 3. Participar dos programas nutricionais para idosos da localidade que são oferecidos nos locais de alimentação coletiva para idosos, ou refeições entregues em casa. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-16 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-9 4. Acionar um agente de saúde domiciliar (relacionado na seção de “Serviços de Saúde Domiciliar”) para preparar as refeições (e também preparar refeições que possam ser congeladas). Alterações psicológicas que causam redução do apetite 1. Os seguintes fatores podem causar perda do apetite: viver sozinho, perder um cônjuge, sentir-se deprimido. Participar dos programas de refeições para idosos; convidar familiares ou amigos para compartilhar uma refeição; consultar um médico se a depressão persistir. 2. Se você cozinhar apenas para uma pessoa, você poderá não sentir prazer em cozinhar; convide seus familiares ou amigos para uma refeição. 3. Os alimentos podem não ter muito sabor e isto pode ter razões psicológicas ou fisiológicas, ou ser causado pelos fármacos utilizados; então, pode ser útil: (a) Fazer refeições com familiares e amigos ou participar dos programas de alimentação para idosos (b) Perguntar ao médico se os fármacos poderiam alterar o apetite ou causar alterações do paladar (c) Melhorar o sabor dos alimentos com acréscimo de condimentos e ervas. Adaptado com base na referência 3. Tabela 4.3 Ingestão dietética de referência (IDR) dos macronutrientes para adultos idosos. Nutriente/unidades Homens, 51 anos ou mais Mulheres, 51 anos ou mais Energia, kcal 2204; RDA de 1989 1978; RDA de 1989 Carboidrato, g 130 130 Proteína, g 56 46 Gordura total, g ND; ingestão dietética recomendada de 1989: 20 a 35% ND; RDA de 1989: 20 a 35% Ácido linoleico, g 14 11 Ácido 〈-linolênico, g 1,6 1,1 Gordura saturada, g A menor quantidade possível, embora com ingestão de uma dieta nutricionalmente adequada; RDA de 1989:70 anos + 70 anos 51 a 70 anos + 70 anos 51 a 70 anos + 70 anos Vitamina A, μg 900 900 3.000 3.000 700 700 3.000 3.000 Vitamina D, μg 15 15 50 50 10 10 50 50 Vitamina E, mg 15 15 1.000 1.000 15 15 1.000 1.000 Vitamina K, μg 190 190 ND ND 120 120 ND ND Vitamina B6, mg 1,7 1,7 100 100 1,5 1,5 100 100 Vitamina B12, μg 2,4 2,4 ND ND 2,4 2,4 ND ND Biotina, μg 30 30 ND ND 30 30 ND ND Colina, mg 550 550 3.500 3.500 425 425 3.500 3.500 Folato, μg 400 400 1.000 1.000 400 400 1.000 1.000 Niacina, mg 16 16 35 35 14 14 35 35 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-16 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-9 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23fn1a Ácido pantotênico, mg 5 5 ND ND 5 5 ND ND Riboflavina, mg 1,3 1,3 ND ND 1,1 1,1 ND ND Tiamina, mg 1,2 1,2 ND ND 1,1 1,1 ND ND a A IDR representa a RDA, exceto para as vitaminas D, K, biotina, colina e ácido pantotênico (valores de IA). Tabela 4.5 Ingestão dietética de referência dos minerais para idosos. Nutriente/unidades Homens Mulheres IDR a (LS) IDR (LS) 51 a 70 anos + 70 anos 51 a 70 anos + 70 anos 51 a 70 anos + 70 anos 51 a 70 anos + 70 anos Cromo, µg Cobre, µg Flúor, mg Iodo, µg Ferro, mg Magnésio, mg Manganês, mg Molibdênio, mg Níquel, mg Fósforo, mg Selênio, µg Sódio, mg; RDA de 1989 Vanádio, mg Zinco, mg 30 900 4 150 8 420 2,3 45 ND 700 55 (AVD) e atividades instrumentais da vida diária (AIVD). AVD AIVD Banhar-se Vestir-se Comer Manter a continência Mobilidade dentro e fora de casa Entrar e sair de camas e cadeiras Fazer pequenas tarefas domésticas Preparar refeições Utilizar o telefone Controlar o dinheiro Fazer compras Viajar Manter a higiene pessoal Tomar os fármacos prescritos História do paciente A história do paciente é um componente importante da avaliação dos indivíduos idosos, porque as alterações de várias atividades funcionais correlacionam-se com a morbidade e a mortalidade. As funções cotidianas típicas são classificadas como atividades da vida diária (AVD) e atividades instrumentais da vida diária (AIVD) (Tabela 4.11). Os profissionais de saúde devem perguntar sobre quaisquer alterações nas AVD e nas AIVD do paciente e também de outras pessoas significativas para ele. Referências 1. Wallace JI. Malnutrition and enteral/parenteral alimentation. In: Hazzard WR, Blass JP, Ettinger WH, Jr, Halter JB, Ouslander JG, Eds. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology, 4th ed. New York: McGraw-Hill, 1999; 1455–1469. 2. Ennis BW, Saffel-Shrier S, Verson H. Diagnosing malnutrition in the elderly. Nurse Pract 2001;26(3):52–65. 3. FDA: Eating Well As We Age. Available at: http://www.fda.gov/opacom/lowlit/eatage.html. Accessed February 13, 2007. 4. DRIs: USDA Food and Nutrition Information Center. Available at:http://www.iom.edu/Object.File/Master/21/372/0.pdf. Accessed February 13, 2007. 5. Niedert KC, ed. Nutrition Care of the Older Adult, Second Edition: A Handbook for Dietetics Professionals Working Throughout the Continuum of Care. Chicago, IL: American Dietetic Association, 2004:211. 6. Bales CW, Ritchie CS, eds. Handbook of Clinical Nutrition and Aging. 2004:547–568. 7. American Dietetic Association. Nutrition Care Manual. Online subscription. Accessed February 13, 2007. 8. National Dysphagia Diet Task Force. National Dysphagia Diet––Standardization for Optimal Care. Chicago, IL: American Dietetic Association; 2002:17–19. 9. Lyder GH. Pressure ulcer prevention and management. J Am Med Assoc 2003;289(2):223–226. 10. Straus E, Margolis D. Malnutrition in patients with pressure ulcers: Morbidity, mortality, and clinically practical assessments. Adv Wound Care 1996;9(5):37–40. 11. Editorial: Evaluating the nutrition screening initiative. Am J Publ Health 1993;83(7):944. 12. Stevens, J, Cai, J, Pamuk, ER, et al. The effect of age on the association between Body-mass index and mortality. N Engl J Med1998;338(1):1–7. 13. Diehr P, Bild DE, Harris TB, et al. Body mass index and mortality in nonsmoking older adults: the cardiovascular health study. Am J Public Health 1998;88(6):623. 14. Validation of several established equations for resting metabolic rate in obese and nonobese people. J Am Dietetic Assoc 2003;103(9):1152–1159. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm%23tab4-11 http://www.fda.gov/opacom/lowlit/eatage.html http://www.iom.edu/Object.File/Master/21/372/0.pdf Brenda Howell, RD, CNSD ► Nutrição enteral ► Nutrição parenteral ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec60 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec61 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23sec62 Os pacientes incapazes de atender às necessidades nutricionais por meio da dieta oral comum precisam de formas alternativas de nutrição, se não houver indicação para intervenções agressivas. As abordagens nutricionais alternativas incluem a nutrição enteral e a nutrição parenteral. Nutrição enteral Indicações e seleção dos pacientes A nutrição enteral é a técnica preferida quando o intestino funciona normalmente, tendo em vista que causa menos complicações, tem custo baixo e possibilita desfechos mais favoráveis. Entre os benefícios da nutrição enteral (NE) estão a utilização mais ampla dos nutrientes, a preservação do pH e da flora intestinais em razão da inibição da proliferação excessiva das bactérias oportunistas, e o suporte à função de barreira imunológica da mucosa intestinal, que pode reduzir o risco de sepse relacionada com o trato intestinal. Alguns exemplos de indivíduos que não conseguem atender às necessidades nutricionais por meio de uma dieta oral são os pacientes com alterações do estado mental, disfagia grave, perda do apetite e insuficiência respiratória com necessidade de utilizar um tubo traqueal (1,2). A Tabela 5.1 relaciona as indicações e as contraindicações da NE. Via de alimentação enteral A escolha da via de acesso da NE é o próximo passo depois de determinar que o paciente poderia ser beneficiado pelo suporte nutricional (Tabela 5.2). Um acesso de longa duração deve ser considerado, caso o paciente necessite de suporte nutricional por > 4 a 6 semanas. Escolha da fórmula enteral Em razão da grande quantidade de fórmulas enterais disponíveis comercialmente, uma lista abrangente não seria apropriada a um livro de consulta rápida deste tipo. Ao final deste capítulo, há uma lista com informações para contato com os fabricantes de fórmulas enterais. Métodos de administração da nutrição enteral Depois do estabelecimento de uma via de acesso para a NE, pode-se determinar o método de administração. Os métodos viáveis são gravitacional ou por bombas de infusão. As fórmulas enterais são fornecidas em concentração máxima em razão do risco de contaminação. Para pacientes em unidades de terapia intensiva, a NE deve ser iniciada nas primeiras 24 h depois da admissão, caso se espere que eles não reiniciem a ingestão oral plena dentro de 3 dias (3). Tabela 5.1 Indicações e contraindicações do suporte nutricional enteral. Indicações Paciente desnutrido que provavelmente não terá capacidade de ingerir alimentos por > 5 a 7 dias Paciente normalmente nutrido que provavelmente não terá capacidade de ingerir alimentos por > 7 a 9 dias Função intestinal normal ou parcialmente preservada Fase adaptativa da síndrome do intestino curto https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-2 Depois de traumatismos ou queimaduras graves Contraindicações Doenças terminais nas quais os benefícios não seriam maiores do que os riscos Síndrome do intestino curto Obstrução intestinal Vômitos e diarreia refratários ao tratamento Fístula de alto débito Isquemia GI Íleo Inflamação GI Paciente desnutrido que provavelmente conseguirá ingerir alimentos nos próximos 5 a 7 dias, com intervalo esperado de suporte nutricionalDispositivos de acesso enteral. Descrição Prós Contras e complicações Curto prazo ( 4 semanas) Cateter de gastrostomia: pré-pilórico Colocação cirúrgica, endoscópica (PEG) ou radiológica no estômago. Disponível em calibres 10F a 28F. Permite a alimentação intermitente. Existem cateteres finos disponíveis. As complicações podem incluir aspiração, desprendimento, sangramento, infecção da ferida, obstrução do cateter, pneumoperitônio, infecção e vazamento pela ostomia. Cateter de jejunostomia: pré-pilórico Colocação cirúrgica, endoscópica (PEJ) ou radiológica no jejuno. Os diâmetros do cateter variam de 9F a 12F. Não é possível verificar a presença de resíduos para avaliar a tolerância. Exige a infusão por meio de bomba de infusão. Reduz o risco de aspiração. Existem cateteres finos disponíveis. Não permite a alimentação enteral intermitente. As complicações podem incluir deiscência ou infecção da ferida, obstrução intestinal, sangramento, desprendimento e vólvulo. Jejunostomia transgástrica Colocação cirúrgica, endoscópica ou radiológica. O acesso jejunal é colocado por meio do cateter de gastrostomia e permite a administração das fórmulas no intestino delgado e também a aspiração do conteúdo gástrico. Pode ser convertida para alimentação por gastrostomia, conforme a tolerância. Reduz o risco de aspiração. Não permite a alimentação enteral intermitente. Mesmas complicações dos cateteres de gastrostomia e jejunostomia. Dados com base nas referências 1 e 2. Infusão intermitente ou em bolus A administração é controlada pela gravidade Mais apropriada para alimentação gástrica Conveniente para pacientes que conseguem proteger suas vias respiratórias e não têm distúrbios neurológicos É utilizada mais comumente em situações não-agudas ou em tratamento domiciliar As vantagens incluem: não é necessário usar uma bomba e, por esta razão, o custo é menor; é mais fisiológica porque o método é muito semelhante às refeições normais; proporciona mais mobilidade ao paciente As desvantagens incluem: os pacientes têm riscos mais altos de aspiração e intolerância ao volume; pouco tolerada, porque o volume da fórmula enteral é pequeno Administração: Alimentação em bolus: até 240 ml da fórmula são infundidos de uma bolsa por gravidade ou por uma seringa em 5 a 10 min, dependendo da tolerância. Inicialmente, esta pode ser administrada 3 a 8 vezes/dia, com ampliação para 60 a 120 ml a cada 8 a 12 h, conforme a tolerância, até chegar ao volume pretendido Alimentação intermitente: máximo de 200 a 300 ml da fórmula infundidos em 30 a 60 min, a cada 4 a 8 h, dependendo das necessidades do paciente. Cíclica A administração é auxiliada pela bomba Pode ser utilizada em situações críticas ou em tratamento domiciliar, principalmente durante a transição para uma dieta oral As vantagens incluem: permite a absorção máxima dos nutrientes; reduz o risco de aspiração; permite que o intestino “descanse”; proporciona maior mobilidade e mais tempo sem a bomba As desvantagens incluem: requer taxas altas de infusão para atender às necessidades totais de líquidos e nutrientes, que podem ser mal toleradas por alguns pacientes Administração: o volume total geralmente é administrado em 8 a 20 h por dia, o qual pode ser infundido durante o dia ou a noite. Pode ser iniciada com 10 a 40 ml/h e aumentada em 10 a 20 ml/h a cada 8 a 12 h, conforme a tolerância, até chegar ao volume desejado As alimentações cíclicas pelo jejuno podem ser limitadas a 90 a 100 ml/h, dependendo da tolerância. Contínua A administração é auxiliada por uma bomba Pode ser utilizada para administração gástrica e transpilórica É utilizada comumente em pacientes que não conseguem tolerar a alimentação intermitente ou em bolus; nos pacientes que precisam de respiração artificial, e nos pacientes em estado crítico As vantagens incluem: possível redução do risco de distensão, quando comparado com a infusão intermitente ou em bolus As desvantagens incluem: precisa de uma bomba e, por esta razão, é mais dispendiosa; limita a mobilidade do paciente Administração: o volume é administrado ao longo das 24 h, método comumente conhecido como “dia e noite” (ou DN). Pode ser iniciada com 10 a 40 ml/h e aumentada em 10 a 20 ml/h a cada 8 a 12 h, conforme a tolerância, até chegar ao volume desejado. Monitoração da nutrição enteral A monitoração da tolerância gastrintestinal (GI), do grau de hidratação e do estado nutricional dos pacientes tratados com NE é importante. Entretanto, o protocolo de monitoração da NE pode variar de acordo com a instituição; a Tabela 5.3 descreve algumas diretrizes comuns da monitoração da NE. Tabela 5.3 Diretrizes para monitoração da nutrição enteral. Parâmetro Frequência Peso Antes de iniciar e no mínimo 2 vezes/semana Ingestão e perdas (I/P) Diariamente Volume e consistência das fezes Diariamente Sinais/sintomas de edema Diariamente Sinais/sintomas de desidratação Diariamente Resíduo gástrico A cada 4 a 6 h, quando a fórmula é infundida no estômago Exame do abdome: se está flácido, firme ou distendido Diariamente https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-3 Eletrólitos séricos, ureia e creatinina Diariamente até se estabilizarem; depois, 2 a 3 vezes/semana Cálcio, magnésio, fósforo Diariamente até se estabilizarem; depois semanalmente Glicose Pacientes diabéticos: a cada 6 h Pacientes sem diabetes: diariamente até estabilizar; depois semanalmente Balanço nitrogenado Semanalmente, se for apropriado Resíduo gástrico A monitoração do resíduo gástrico facilita a avaliação da tolerância à NE e também do risco de aspiração. O resíduo gástrico é examinado quanto à sua composição de líquidos e fórmula por meio da aspiração do cateter nasogástrico (CNG) ou do cateter de gastrostomia com uma seringa. As secreções gástricas normais variam de 3.000 a 4.000 ml/dia e os estudos demonstraram que resíduos de 400 a 500 ml sãotolerados sem aspiração; por esta razão, os resíduos ≤ 200 ml não devem ser utilizados como indicação para interromper a NE (4). Se o volume do resíduo aumentar expressivamente ou for > 200 ml, a administração pode ser suspensa por 1 ou 2 h e, quando necessária, reiniciada com o volume mínimo tolerado. Em geral, cada instituição define as regras quanto ao resíduo, que varia para cada serviço. O esvaziamento gástrico retardado pode ser causado por fármacos, como narcóticos ou agentes paralisantes e, nestes casos, a administração de um fármaco regularizador da motilidade (p. ex., metoclopramida) ou de eritromicina pode ser benéfica. A manutenção da cabeceira do leito (CL) elevada a mais de 30 a 45° também pode ajudar a aumentar a tolerância à nutrição enteral. Se o resíduo persistir, pode ser necessário verificar a posição do cateter. As seringas de aspiração precisam ter no mínimo 50 ml quando se utilizam cateteres finos 12F ou menores, em razão da pressão na qual os cateteres podem entrar em colapso. O resíduo não precisa ser checado quando a fórmula é administrada pelo jejuno. Complicações GI A intolerância à alimentação por cateter ou gastrintestinal pode ser indicada por distensão, dilatação e dor ou cólicas abdominais. Para aumentar a tolerância, pode-se reduzir a taxa de infusão, assegurar que a fórmula esteja à temperatura ambiente, verificar a posição do cateter e avaliar a osmolalidade da fórmula. Se o paciente apresentar esvaziamento gástrico retardado ou utilizar fármacos que reduzem a peristalse, as fórmulas ricas em fibras e/ou gorduras podem não ser toleradas e devem ser reajustadas. Náuseas e vômitos podem indicar migração do cateter, por exemplo, um balão do cateter de gastrostomia que causa obstrução da saída do estômago (1). A diarreia pode ser definida por eliminação de mais de 200 ml de fezes, ou 3 evacuações por dia. As causas possíveis de diarreia incluem fármacos, impactação fecal, bactérias patogênicas, insuficiência pancreática, síndrome do intestino curto, atrofia intestinal e doença intestinal inflamatória. Depois da exclusão das causas associadas às doenças, aos fármacos ou às bactérias patogênicas, a administração de fibras ou agentes antimotilidade pode ser benéfica. As fórmulas elementares de NE também podem facilitar a absorção de nutriente. Transição para interromper a nutrição enteral O suporte temporário com NE é comumente necessário durante o processo de tratamento intensivo e deve ser descontinuado à medida que os pacientes possam tolerar adequadamente a dieta oral. À medida que as dietas orais são reiniciadas, a nutrição enteral também deve ser infundida durante a noite por uma bomba infusora, administrada entre as refeições na forma de bolus, ou interrompida mais de 1 h antes das refeições para estimular o apetite. Quando o paciente é capaz de consumir 75% das necessidades nutricionais por via oral, a alimentação por cateter pode ser interrompida (1). Se houver um acesso enteral de longa permanência e a suspeita de que este ainda possa ser necessário, o cateter de alimentação pode permanecer no local. Nutrição parenteral Indicações e seleção dos pacientes A nutrição parenteral (NP) é um método de suporte nutricional no qual o suprimento de macronutrientes e micronutrientes, além de alguns fármacos são infundidos diretamente na corrente sanguínea por uma veia central ou periférica. A NP está indicada quando os pacientes não conseguem atender às suas necessidades nutricionais por via enteral, seja por ingestão oral ou por cateteres de alimentação enteral, devido ao comprometimento do trato gastrintestinal. A Tabela 5.4 relaciona as indicações da NP. A seleção dos pacientes que podem ser beneficiados pela NP depende da avaliação nutricional detalhada, da definição do seu estado nutricional e da condição clínica e do prognóstico globais do paciente (Tabela 5.4). Os efeitos benéficos da NP devem ser maiores do que os riscos. Nos casos apropriados, essa modalidade de suporte nutricional deve ser considerada entre o 1 o e o 3 o dias, quando o paciente está desnutrido ou em estado intensamente catabólico, e entre o 7 o e 14 o dias, quando o indivíduo está bem nutrido, mas se espera que possa necessitar de suporte por ≥ 5 dias (2). Muitos fatores de risco relacionados a NP têm sido identificados. A glicose, os lipídios e os aminoácidos intravenosos fornecem um conjunto ideal para a proliferação de infecções bacterianas e/ou fúngicas. Os pacientes também se encontram sob risco de desenvolver infecções associadas ao cateter e suas complicações. Os distúrbios dos macronutrientes, dos eletrólitos, além dos minerais e líquidos são um fator de risco, assim como a hiperglicemia, esteatose hepática e redução da função renal. Acesso para a nutrição parenteral Acesso venoso central O acesso venoso central possibilita a infusão de soluções nutricionais e de fármacos hipertônicos e hiperosmolares em uma veia central calibrosa por um cateter venoso central (CVC). As veias mais comumente utilizadas para essa modalidade são a subclávia, cefálica, jugular, femoral e basílica. A nutrição parenteral por um CVC está indicada quando se espera que o suporte nutricional seja necessário por mais de 10 a 14 dias e/ou a NP por veia periférica seja inadequada ou clinicamente inexequível. A Tabela 5.5 descreve os tipos de CVC. Tabela 5.4 Indicações e contraindicações do suporte nutricional parenteral. Indicações da NP Isquemia intestinal Íleo paralítico Síndrome do intestino curto com má absorção Obstrução intestinal Fístula enterocutânea de alto débito com impossibilidade de colocar um cateter de nutrição enteral distal à fístula Vômitos ou diarreia incontrolável Peritonite Derrame quiloso em pacientes nos quais a dieta com restrição rigorosa de gorduras e/ou a nutrição parenteral é inexequível ou infrutífera https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-4 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-4 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-5 Intolerância persistente à nutrição enteral, ou impossibilidade de instalar um acesso enteral Contraindicações da NP Pacientes catabólicos que possivelmente terão a função do trago GI recuperada nos próximos 5 a 7 dias Paciente bem nutrido que provavelmente poderá reiniciar a nutrição enteral/dieta oral dentro de 7 a 10 dias Duração esperada do tratamentodos tecidos subcutâneos (i. e., Hickman/Boviac/Groshong). O CVC é fixado para uso prolongado, o risco de infecção é menor do que com o CVC não tunelizado, e os cuidados com o cateter são simplificados. Meses a anos Cateter central inserido perifericamente (CCIP) Um cateter com um ou vários lumens é introduzido por uma veia periférica até uma veia central calibrosa. Utilizado em terapia intensiva ou em condições ambulatoriais selecionadas. O cateter deve ser irrigado rotineiramente com heparina e o local de inserção não requer cuidados especiais; não é ideal para terapia domiciliar de longa duração. Várias semanas a meses https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-6 Port Um cateter port subcutâneo com um ou dois lumens tem um septo de silicone; é inserido mais comumente na parede torácica anterior. O acesso venoso pelo dispositivo é assegurado por uma agulha com bisel non coring. Meses a anos Dados com base nas referência 1. Necessidades nutricionais: calorimetria indireta A calorimetria indireta é um dos vários métodos que permitem determinar as necessidades metabólicas de macronutrientes em situações críticas. As equações preditoras, como as de Ireton-Jones, Mifflin-St. Joer e Harris- Benedict são úteis, mas podem apresentar variações expressivas em seus resultados. A calorimetria indireta mede o gasto energético e a utilização dos macronutrientes por meio da determinação da taxa de CO2 produzido por O2 consumido, também conhecido como quociente respiratório (QR). Os valores do QR > 1,0 sugerem nutrição excessiva com lipogênese e, nestes casos, é necessário reduzir a quantidade total de quilocalorias. Os valores entre 0,85 e 0,95 indicam utilização de substratos mistos e, nestes casos, o esquema nutricional utilizado é apropriado. Os valores de QR ≤ 0,82 sugerem nutrição insuficiente e, nesses casos, deve-se aumentar a ingestão de quilocalorias. A Tabela 5.7 fornece os QR de vários substratos (6). A Tabela 5.8 resume os aspectos técnicos que podem alterar os resultados da calorimetria indireta (1). Tabela 5.6 Como calcular a osmolaridade das soluções de NPP. a 1 g de aminoácidos/ℓ = 10 mOsm 1 g de glicose/ℓ = 5 mOsm 1 g de lipídios (solução de armazenamento a 20%)/ℓ = 1,3 mOsm 1 mEq – Gluconato de cálcio/ℓ = 1,4 mOsm – Sulfato de magnésio/ℓ = 1,0 mOsm – Potássio e sódio/ℓ = 2 mOsm Cálculo ilustrativo: a solução de NPP fornece 1.790 kcal, 80 g de lipídios, 120 g de aminoácidos, 150 g de glicose, 200 mEq de cloreto de sódio, 8 mEq de sulfato de magnésio, 40 mEq de cloreto de potássio, 5 mEq de gluconato de cálcio no volume total de 3.000 mℓ/dia. 1. 120 g de aminoácidos ÷ 3,0 ℓ = 40 g/ℓ × 10 = 400 mOsm/ℓ 2. 150 g de glicose ÷ 3,0 ℓ = 50 g/ℓ × 5 = 250 mOsm/ℓ 3. 80 g de lipídios ÷ 3,0 ℓ = 26,7 g/ℓ × 1,3 = 35 mOsm/ℓ 4. 8 mEq de sulfato de magnésio ÷ 3,0 ℓ = 2,7 mEq/ℓ × 1 = 2,7 mOsm/ℓ 5. 5 mEq de gluconato de cálcio ÷ 3,0 ℓ = 1,67 mEq/ℓ × 1,4 = 2,3 mOsm/ℓ 6. 240 mEq de cloreto de sódio e cloreto de potássio ÷ 3,0 ℓ = 80 mEq/ℓ × 2 = 160 mOsm/ℓ Osmolaridade total = 850 mOsm/ℓ a a A osmolaridade dos nutrientes pode variar ligeiramente em cada serviço. Fórmulas parenterais: macronutrientes Carboidrato Carboidrato (CHO) é a fonte principal de energia do corpo, inclusive do cérebro e do sistema nervoso central. A necessidade mínima de CHO recomendada com base na ingestão dietética de referência (IDR) é de 130 g/dia para https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-8 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23fn1a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23ft1a adultos e crianças saudáveis (7). Os carboidratos não devem passar de 4 mg/kg/min nos pacientes em estado crítico e de 7 mg/kg/min nos pacientes estáveis (Tabela 5.9). Os riscos associados à infusão de quantidades excessivas de CHO incluem hiperglicemia, glicosúria, lipogênese, esteatose hepática e hiperinsulinemia. Tabela 5.7 Interpretação dos quocientes respiratórios e da utilização dos substratos. Utilização dos substratos Quociente respiratório (faixa fisiológica: 0,67 a 1,3) Etanol Gordura Proteína Substratos mistos Carboidrato Lipogênese 0,67 0,7 0,8 0,85 1,0 1,0 a 1,2 Dados com base na referência 6. A glicose é a fonte de CHO utilizada na NP e fornece 3,4 kcal/g. A concentração das soluções de armazenamento ou básicas de glicose varia de 5 a 70%. A concentração percentual de glicose é referida em gramas de soluto por 100 ml da solução. A solução de glicose a 10% contém 10 g de soluto por 100 ml da solução e, deste modo, fornece 100 g de glicose/l. Proteína A proteína da NP é fornecida na forma de uma solução cristalina de aminoácidos, na qual as soluções padronizadas contêm uma mistura fisiológica de aminoácidos essenciais e não essenciais. Existem soluções de aminoácidos para doenças específicas, mas experiências controladas não confirmaram sua vantagem sobre as soluções convencionais de aminoácidos (8). Exemplos de soluções para doenças específicas são NephrAmine para insuficiência renal e HepatAmine para doença hepática. Os aminoácidos são necessários à NP para minimizar as perdas de massa corporal magra, estimular a reparação dos tecidos e manter a pressão oncótica do plasma sanguíneo. A necessidade proteica varia de 1,2 a 2,0 g/kg/dia nos pacientes em estado crítico e de 0,8 a 1,0 g/kg/dia em pacientes estáveis. A necessidade de proteína pode ser > 2,0 g/kg/dia se houver perdas extremas, como feridas exsudativas ou queimaduras em grande parte do corpo. Os aminoácidos fornecem 4 kcal/g e as concentrações das soluções de armazenamento ou básicas variam de 3 a 20%. Tabela 5.8 Fatores que podem alterar os resultados da calorimetria indireta. Respiração artificial com FiO2 ε 60% e/ou pressão expiratória final positiva (PEEP) > 12 cm H2O. Alterações súbitas da ventilação (se houver alterações dos ajustes do respirador, espere 90 min para concluir o exame). Vazamento no sistema de coleta das amostras. Incapacidade de coletar todo o fluxo expiratório (p. ex., vazamento de ar pelo cateter torácico ou por uma fístula broncopleural). Hemodiálise em andamento (espere 3 a 4 h depois do final da diálise para concluir o exame). Erro de calibração do calorímetro indireto. Anestesia geral administrada nas últimas 6 a 8 h antes do exame. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-9 Procedimento doloroso realizado recentemente (espere 1 h depois do procedimento para concluir o exame). Dados com base na referência 1. Tabela 5.9 Cálculo da capacidade oxidativa máxima do CHO (g). Para calcular o máximo de glicose (g): 1. 4 a 7 mg × peso (kg) × 1.440 min a = mg/dia 2. mg/dia ÷ 1.000 = g de glicose/dia. Exemplo: Um paciente em estado crítico pesa 73 kg. 1. 4 mg × 73 kg × 1.440 min = 420.480 mg/dia 2. 420.480 mg/dia ÷ 1.000 = 420 g/dia de glicose a 60 min/h × 24 h/dia = 1.440 min/dia. Lipídio As emulsões lipídicas intravenosas (ELIV), especialmente os ácidos graxos de cadeias longas, são necessárias para evitar a deficiência de ácidos graxos essenciais que ocorrem dentro de 1 a 3 semanas com a administração de nutrição parenteral sem lipídios. Hoje em dia, os ácidos graxos de cadeia longa são as únicas formas de ELIV disponíveis comercialmente nos EUA e são fornecidos em concentrações de 10, 20 e 30%. As ELIV contêm fosfatídeos do ovo como emulsificante e glicerol como estabilizante. A ELIV com concentração de 10% fornece 1,1 kcal/ml, enquanto as soluções com concentração de 20% fornecem 2,0 kcal/ml, ou 10 kcal/g. Na Europa, existem misturas de ácidos graxos de cadeias médias (AGCM) e longas (AGCL), mas elas não estão disponíveis nos EUA. As necessidadesmínimas de AGCL variam de 3 a 4% das quilocalorias totais, com IDR equivalente a cerca de 10% das kcal totais. Os riscos da infusão excessiva ou muito rápida dos lipídios IV incluem depuração reduzida e disfunção do sistema reticuloendotelial ou imune. A limitação dos lipídios IV a 1 g/kg/dia (ou 30% das necessidades totais em quilocalorias) é recomendável. Os lipídios intravenosos da NP podem ser aumentados e são toleráveis quando os triglicerídeos séricos são ≤ 400 mg/dl. Líquido As fórmulas de NP incluem o volume total necessário para atender às necessidades de líquidos estimadas em 25 a 40 ml/kg/dia. As necessidades de líquidos nos pacientes em estado crítico dependem do volume líquido total e da função de cada órgão. Os pacientes em estado crítico geralmente necessitam de volume mínimo de NP, porque geralmente também recebem líquidos intravenosos, que podem ser ajustados de acordo com o balanço hídrico do paciente. Os líquidos fornecidos separados na foma de soluções IV, fármacos e infusões devem ser subtraídos das necessidades totais de líquidos, de forma a determinar a demanda total de volume da NP. Líquidos adicionais podem ser necessários, se houver perdas excessivas por diarreia, vômitos ou drenagem de fístula. As estimativas da água corporal total (ACT) e do déficit de ACT podem ajudar a calcular as necessidades de líquidos necessários nas fórmulas da NP (Tabela 5.10) (9). Tipos de nutrição parenteral As soluções de NP são constituídas de proteína, CHO, eletrólitos, vitaminas, minerais, fármacos e água estéril. As ELIV infundidas separadamente (ou “piggy-backed”) são conhecidas como soluções “2 em 1”. As emulsões lipídicas intravenosas misturadas com outros nutrientes e aditivos são conhecidas como soluções “3 em 1”, ou misturas de nutrientes totais (MNT). As vantagens das MNT incluem menor risco de contaminação, redução do tempo despendido pela enfermagem, redução do tempo de preparação nas farmácias, custo final menor e utilização mais ampla das gorduras. As desvantagens das MNT https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23fn2a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23ft2a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-10 incluem menor estabilidade da emulsão lipídica e menos compatibilidade com outros componentes. Os componentes da NP precisam ser misturados em uma sequência específica para assegurar estabilidade ideal (1). A Tabela 5.11 ilustra os cálculos dos macronutrientes das soluções “2 em 1” e das MNT. A especificação das quantidades necessárias de AA, glicose e lipídios pode ser prescrita em gramas ou porcentagem da solução, dependendo da instituição. A prescrição de nutrientes e aditivos por dia ou por litro também vária nos diferentes serviços, mas as diretrizes práticas de segurança estão padronizadas para a formulação da NP, na qual os nutrientes devem ser expressos em peso por dia (10). Uma exceção à prescrição por dia ocorre quando a instituição possui soluções misturadas de NP em bolsas de 1 l, pois nestes casos pode-se aceitar a utilização de quantidades por litro. A Tabela 5.12 pode ajudar a calcular a formulação da NP, porque descreve as concentrações de glicose, aminoácidos e lipídios, assim como o que eles fornecem. Tabela 5.10 Estimativas da água corporal total e do déficit de água corporal total. Estimativa da água corporal total (ACT) ACT = 0,6 × peso (kg) homens; 0,5 × peso (kg) mulheres ε 80 anos de idade = 0,5 × peso (kg) nos homens; 0,4 × peso (kg) nas mulheres ε 80 anos de idade. Subtraia 10% para obesos e 20% para obesos extremos. Estimativa do déficit de ACT Déficit de água (L) = ACT × [(Na1/Na2) – 1] Na1 = sódio sérico real Na2 = sódio sérico desejado Dados com base nas referência 8. Tabela 5.11 Exemplo de cálculo das fórmulas “2 em 1” e MNT para NP. As necessidades diárias do paciente, de acordo com a avaliação nutricional, são: 80 g de proteínas, 2.000 kcal, 2.000 mℓ de líquidos com capacidade oxidativa máxima dos carboidratos de 385 g de glicose/dia. “2 em 1”: As opções disponíveis no serviço são: Soluções de AA: 10 ou 15% Soluções de glicose: 20, 30, 40 e 50%, ou _____%. Lipídios: 10% (500 mℓ) ou 20% (500 mℓ) ____ por dia ou _____ × por semana 1. Determine os lipídios necessários por dia e os que a solução fornece: a. Lipídios a 10%/dia forneceriam um volume de 500 mℓ, 50 g de lipídios e 550 kcal. 2. Avalie o volume de AA mais apropriado necessário para atender às necessidades de AA (g): a. 80 g de AA ÷ concentração de AA a 10% = volume de 800 mℓ e 320 kcal 3. Calcule a glicose necessária (g) subtraindo da quantidade total de kcal os lipídios e os AA administrados diariamente: a. 2.000 kcal – 550 kcal (lipídios) × 320 kcal (AA) = 1.130 kcal fornecidos pela glicose. b. 1.130 kcal ÷ 3,4 = 332 g de glicose/dia. 4. Avalie o volume de glicose (g) mais apropriado para atender às demandas deste macronutriente: a. 332 g de glicose ÷ concentração de glicose a 50% = volume de 664 mℓ. b. Arredonde para o volume de 700 mℓ para fornecer 350 g de glicose e 1.190 kcal. 5. Calcule a taxa de infusão do volume total por hora: a. 500 mℓ (lipídios) + 800 mℓ (AA) + 700 mℓ (glicose) = volume 2.000 mℓ b. 2.000 mℓ ÷ 24 h de infusão = 83 mℓ/h https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-11 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-12 6. Meta da NP = 83 mℓ/h de lipídios a 10% (500 mℓ), 800 mℓ de AA a 10%, 700 mℓ de solução de glicose a 50% de forma a fornecer o total de 2.060 kcal, 80 g de AA, 350 g de glicose, 50 g de lipídio e volume de 2.000 mℓ/dia. MNT: nesse serviço, os macronutrientes são prescritos em gramas por dia. 1. Calcule as quilocalorias fornecidas pelos AA desejados. a. 80 g de AA × 4 = 320 kcal 2. Calcule as quilocalorias fornecidas pelos lipídios desejados (g). a. 2.000 kcal × 30% = 600 kcal fornecidas pelos lipídios b. 600 kcal ÷ 9 kcal/g = 66 g de lipídios (arredonde para 65 g) c. 65 g de lipídios × 10 kcal/g = 650 kcal fornecidas pelos lipídios 3. Determine a quantidade de glicose (g) necessária subtraindo das quilocalorias totais os AA e os lipídios. a. 2.000 kcal × 320 kcal (AA) — 650 kcal (lipídios) = 1.030 kcal necessárias a partir da glicose. b. 1.030 kcal ÷ 3,4 kcal/g = 303 g de glicose (arredonde para 300 g) 4. Meta da NP: 80 g de AA, 300 g de glicose, 65 g de lipídios para fornecer 1.990 kcal em um volume de 2.000 mℓ. Fórmulas parenterais: micronutrientes e aditivos Eletrólitos As alterações dos níveis dos eletrólitos séricos são comuns nos pacientes em estado crítico e as fórmulas de NP podem ajudar a corrigir tais distúrbios. Antes de elaborar a fórmula de NP, é necessário avaliar os eletrólitos intravenosos infundidos no momento. A Tabela 5.13 mostra a composição das soluções intravenosas. A Tabela 5.14 revisa as necessidades diárias de eletrólitos, os fatores que podem alterar as concentrações dos eletrólitos e a apresentação posológica (1,2). A fórmula da NP tem como objetivo manter o equilíbrio dos eletrólitos; por esta razão, a correção de uma deficiência de eletrólito deve ser realizada por infusão intravenosa separada. Os acetatos de potássio e sódio são úteis quando o CO2 sérico está baixo e/ou o Cl – está elevado, pois nestes casos o NaCl ou o KCl não seriam benéficos. O acetato é o precursor do bicarbonato que, em seguida, é convertido em CO2 pelo fígado. A precipitação do cálcio ou do fósforo pode ocorrer, se forem incluídas grandes quantidades na mistura da NP. O fator de precipitação do cálcio/fósforo deve ser de 30 ou menos. Tabela 5.12 Composição de macronutrientes das soluções. Macronutriente Concentrações (%) Gramas por litro Quilocalorias por litro Glicose Aminoácidos 5 10 20 30 40 50 70 8,5 10 15 20 50 100 200 300 400 500 700 85https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec78 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec79 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23sec80 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23sec81 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23sec82 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c10.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c10.htm%23sec83 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c10.htm%23sec84 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c10.htm%23sec85 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c10.htm%23sec86 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c11.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c11.htm%23sec87 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c11.htm%23sec88 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c11.htm%23sec89 ■ 12 Doença Pulmonar ► Doença pulmonar obstrutiva crônica ► Fibrose cística ► Insuficiência respiratória ► Referências Apêndices, ■ Apêndice A, Avaliação Laboratorial ■ Apêndice B, Interações entre Alimentos e Fármacos ■ Apêndice C, Informações Gerais Pertinentes à Nutrição Índice Alfabético https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c12.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c12.htm%23sec90 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c12.htm%23sec91 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c12.htm%23sec92 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c12.htm%23sec93 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/app.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/appa.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/appb.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/appc.htm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/ind.htm ► O processo de assistência nutricional ► Avaliação antropométrica ► Estimativa das necessidades nutricionais ► Dados bioquímicos ► Exame físico com foco na nutrição ► História clínica https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec34 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec35 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec36 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec37 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec38 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23sec39 O processo de assistência nutricional De acordo com a definição da American Dietetic Association (ADA), o Processo de Assistência Nutricional (PAN) é “um método sistemático para resolução de problemas que os profissionais de nutrição empregam para pensar de modo crítico e tomar decisões para resolver problemas nutricionais e prestar assistência nutricional de qualidade, segura e eficaz” (1). Os profissionais de nutrição utilizam o PAN principalmente em condições graves, em cuidados ampliados e na prática ambulatorial; contudo, esse processo também é útil em vários contextos de prática comunitária. O PAN consiste em 4 etapas: avaliação nutricional, diagnóstico nutricional, intervenção nutricional e monitoração e reavaliação nutricionais. A avaliação nutricional do paciente hospitalizado é a primeira etapa da assistência eficaz prestada aos pacientes e tem como objetivo identificar e diagnosticar os riscos nutricionais e planejar intervenções apropriadas. Essa etapa consiste em uma avaliação abrangente do estado nutricional e dos riscos nutricionais, e inclui as seguintes categorias principais de informações e dados gerais: 1. Medidas antropométricas: estatura, peso, índice de massa corporal (IMC), alterações do peso, avaliação e correção da estrutura corporal e altura do joelho. 2. Dados bioquímicos: resultados dos exames laboratoriais. 3. Exame físico com foco na nutrição: revisão dos sistemas, inclusive condições gerais e aspecto físico; sistemas gastrintestinal e musculo-esquelético; pele; extremidades; e outros sistemas. 4. História clínica do paciente: história dos fármacos e suplementos usados; história pessoal; histórias clínica e de saúde, e histórias alimentar e nutricional (história dietética), que incluem consumo de alimentos, nutrição e percepção de saúde; atividade física e exercícios, e disponibilidade dos alimentos. A segunda etapa do PAN é o diagnóstico nutricional. Depois da avaliação, o nutricionista determina os problemas e as necessidades nutricionais do paciente, que constituem o diagnóstico nutricional. Por sua vez, o diagnóstico nutricional é expresso e documentado com um formato específico: problema, etiologia, sinais e sintomas (PES). As Tabelas 1.1 e 1.2 ilustram e fornecem exemplos do formato PES. Os termos empregados no diagnóstico nutricional são classificados com base em três domínios e subclasses descritos adiante (2): 1. Ingestão: balanço calórico-energético; ingestão oral ou suporte nutricional; ingestão de líquidos; substâncias bioativas; nutrientes essenciais. 2. Clínica: estado funcional; bioquímica; peso (medidas antropométricas e outros parâmetros). Tabela 1.1 Diagnóstico nutricional: problema/etiologia/sinais. O problema (P) descreve as alterações do estado nutricional do paciente: O resultado diagnóstico (qualificador) é um adjetivo que descreve a resposta fisiológica (p. ex., alterado; reduzido; risco de). A etiologia (E) descreve a(s) causa(s) ou os fatores contribuintes do problema: É relacionada com o problema pelas palavras “relacionado com”. Os sinais e sintomas (S) formam conjuntos de fatores subjetivos e objetivos, que constituem evidências de que há um problema: Também quantificam o problema e descrevem sua gravidade. São relacionados com a etiologia (E) pelas palavras “evidenciados por”. Tabela 1.2 Descrição do diagnóstico nutricional (DN). Exemplo do formato de descrição do DN (P)roblema/(E)tiologia/(S)inais/sintomas: Ingestão calórica excessiva (P) relacionada com o consumo frequente de grandes volumes de refeições ricas em gorduras (E), evidenciada por: 1. Ingestão calórica diária de mais de 500 kcal acima da IDR a (S) 2. Aumento do peso de 6 kg nos últimos 18 meses (S) a Ingestão diária recomendada. 3. Comportamental/ambiental: conhecimentos e crenças; atividade e função físicas; segurança alimentar e acesso aos alimentos. A terceira etapa do PAN é a intervenção nutricional. O nutricionista planeja intervenções para solucionar os problemas detectados pela avaliação nutricional e descritos no formato do diagnóstico nutricional; a etapa de intervenção inclui planejamento e execução. Os diagnósticos nutricionais orientam as intervenções, que são originadas na literatura científica e estabelecidas por padrões de prática e protocolos (intervenções baseadas em evidências). Os componentes das intervenções nutricionais incluem: 1. Priorização dos diagnósticos nutricionais, de acordo com a gravidade ou a importância de cada problema: para priorizar, o nutricionista avalia o impacto do problema na segurança e nas necessidades do paciente; as percepções e a priorização do problema por parte do paciente, e a possibilidade de que a intervenção planejada afete favoravelmente100 150 200 170 340 680 1.020 1.360 1.700 2.380 340 400 600 800 Concentração Quilocalorias por mililitro Quilocalorias por litro https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-13 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-14 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-14 Emulsões lipídicas 10 20 30 1,1 2 3 1.100 2.000 3.000 Tabela 5.13 Soluções intravenosas padronizadas. Solução IV Glicose (g/dℓ) Na+ (mEq/ℓ) Cl– (mEq/ℓ) K+ (mEq/ℓ) Ca2+ (mEq /ℓ) Lactat o (mEq/ℓ ) Osmolaridade (mOsm/ℓ) Soro glicosado a 5% 5 — — — — — 252 Soro glicosado a 10% 10 — — — — — 505 NaCl a 0,45% — 77 77 — — — 154 NaCl a 0,9% (soro fisiológico) — 154 154 — — — 308 Soro glicosado a 5% com NaCl a 0,45% 5 77 77 — — — 406 Soro glicosado a 10% com NaCl a 0,9% 5 154 154 — — — 560 Ringer de lactato — 130 109 4 3 28 273 Dados com base nas referência 2. Precipitação do Ca/P = [(mEq/l de Ca + mM/l de P)] × 1.000 ÷ volume total Vitaminas, minerais e oligoelementos Os suplementos parenterais padrões com várias vitaminas e oligoelementos são acrescentados à fórmula de NP. As soluções polivitamínicas são baseadas nas necessidades diárias definidas pelo FDA (Food and Drug Administration). Existem preparações polivitamínicas com ou sem vitamina K. Depois do acréscimo das preparações polivitamínicas, as soluções ficam estáveis por 24 h. Os oligoelementos incluem basicamente cromo, cobre, manganês e zinco. Algumas preparações de oligoelementos também contêm iodo, molibdênio e selênio. Os oligoelementos devem ser interrompidos se o nível de bilirrubina conjugada for > 2,0, porque pode ocorrer toxicidade pelo cobre e pelo manganês. O ferro-dextrana é incompatível com as ELIV e pode ser acrescentado apenas às soluções de NP de “2 em 1” com os devidos cuidados. Se for necessário administrar ferro-dextrana, é preferível fazer uma infusão intravenosa separada. Tabela 5.14 Necessidades diárias de eletrólitos nas fórmulas de nutrição parenteral. Eletrólito Necessidade diária (adultos) Causas de níveis elevados Causas de níveis reduzidos Preparação Cálcio 10 a 15 mEq Excesso de vitamina D, insuficiência renal, síndrome da destruição tumoral, hiperparatireoidismo, imobilização e estresse Ingestão insuficiente de vitamina D, hipoparatireoidismo, hipoalbuminemia, hipomagnesemia, ligação do cálcio ao citrato depois da transfusão de Gluconato de Ca prolongados, câncer ósseo hemocomponentes Magnésio 8 a 20 mEq Ingestão excessiva de Mg em presença de insuficiência renal Síndrome da realimentação, alcoolismo, tratamento com diurético, aspiração nasogástrica, cetoacidose diabética, evacuações volumosas, fármacos que depletam Mg Sulfato de Mg Fósforo 20 a 40 mmol Administração excessiva de fosfato, insuficiência renal Síndrome da realimentação, alcoolismo, ingestão insuficiente Fosfato de Na Fosfato de K Sódio 1 a 2 mEq/kg Déficit de água livre, perdas excessivas de água, ingestão exagerada de sódio, hiperaldosteronismo Infusão excessiva de líquidos hipotônicos, nefrite, insuficiência suprarrenal, insuficiência cardíaca congestiva, síndrome da secreção inadequada de hormônio antidiurético (ADH), cirrose com ascite Cloreto de Na Acetato de Na Lactato de Na Potássio 1 a 2 mEq/kg Disfunção renal, ingestão excessiva de K + , acidose metabólica, fármacos que retêm K + Síndrome da realimentação, ingestão insuficiente de K + , perdas excessivas com diarreia ou secreções intestinais, diuréticos, hipomagnesemia, alcalose metabólica Fosfato de K Acetato de K Cloreto de K Dados com base nas referências 1 e 2. Outros aditivos Outros aditivos das fórmulas de NP também podem incluir insulina, agentes gastrintestinais profiláticos (p. ex., famotidina) e heparina. A insulina regular pode ser acrescentada na dose de 0,1 unidade (U) por grama de glicose por litro de solução de NP. Se a hiperglicemia persistir, pode-se aumentar a dose de insulina em 0,05 U por grama de glicose por dia, até chegar ao patamar de 0,2 U por grama de glicose (1). Parte da insulina fornecida pela NP não é utilizada, porque ela adere à bolsa e aos equipos. A heparina é acrescentada comumente à fórmula de NPP na dose de 1 unidade por ml como profilaxia contra tromboflebite venosa periférica. Iniciação, monitoração e interrupção da NP Iniciação A nutrição parenteral pode ser iniciada nos pacientes adultos quando eles estão hemodinamicamente estáveis e, preferencialmente, quando apresentam condições satisfatórias de hidratação e equilíbrio hidreletrolítico e ácido- básico (1). Os macronutrientes da NP podem ser aumentados até alcançar a meta no 2 o ou 3 o dia, contanto que a glicose seja consistentemente ≤ 180 mg/dl e os níveis dos eletrólitos sejam satisfatórios (Tabela 5.15). Monitoração A monitoração da tolerância à NP é necessária para alcançar as metas proteico-calóricas e também evitar complicações. A Tabela 5.16 define a frequência adequada da monitoração laboratorial (2). Hipertrigliceridemia > 400 mg/dl ou uma elevação ≥ 50 mg/dl indicam redução dos mecanismos de depuração e, nestes casos, recomenda-se interromper temporariamente a taxa de infusão das ELIV ou reduzi-la. A interrupção da infusão das ELIV é apropriada se os triglicerídeos estiverem acima de 500 mg/dl. O ácido linoleico tópico administrado na forma de óleo de soja ou cártamo pode ser um método alternativo para prevenir a deficiência de ácidos graxos essenciais sem agravar a hipertrigliceridemia. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-15 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c05.htm%23tab5-16 Provas de função hepática (PFH) elevadas ou crescentes em comparação com os níveis basais podem indicar esteatose hepática e, nestes casos, deve-se reavaliar a oferta de glicose. A infusão excessiva ou contínua de glicose pode comprometer a função hepática. A redução da quantidade infundida de glicose pode assegurar que a taxa de utilização máxima dos CHO não seja excedida. A administração cíclica da NP também é recomendada para propiciar “repouso” ao fígado. Esse método de NP requer a infusão de 50% do total desejado na primeira e na última hora da infusão. Inicialmente, a NP pode ser reduzida à infusão durante 18 a 20 h, com reduções adicionais para 12 h se a glicemia for controlada adequadamente. A glicose deve ser monitorada antes, durante e depois do ciclo de NP, até que a tolerância à glicose esteja assegurada. Tabela 5.15 Iniciação da nutrição parenteral. Macronutriente Quantidade inicial Precauções Aminoácidos 60 a 70 g/ℓ A infusão da NP deve ser concluída nas primeiras 24 h depois de ser iniciada Glicose 100 a 150 g/ℓ ou 10 a 15% da concentração final, se houver intolerância à glicose; risco de hiperglicemia em presença de tratamento com corticoide ou diabetes 200 g/ℓ ou 15 a 20% da concentração final como quantidade máxima inicial Iniciar com cautela em razão dos efeitos colaterais metabólicos, inclusive hiperglicemia reativa, hiponatremia, hiperinsulinemia, glicosúria A infusão da NP deve ser concluída nas primeiras 24 h depois de ser iniciada Lipídio (ELIV) Pode ser iniciado na concentração plena, contanto que sejam tomadas precauções Administrar se os níveis basais dos triglicerídeos foremde combustível é convertida da gordura armazenada em carboidratos como energia disponível depois da inanição. Quando são utilizados como fonte de combustível, os carboidratos aumentam os níveis de insulina e, por esta razão, causam desvios intracelulares de potássio, magnésio e fósforo. As reduções rápidas dos níveis séricos de potássio, magnésio e fósforo podem causar angústia respiratória, tetania, arritmias cardíacas, parestesia, parada cardíaca e morte súbita. A profilaxia da síndrome da realimentação consiste em corrigir as anormalidades dos eletrólitos antes de iniciar a NP, começando com ≤ 150 g/dia de glicose e aumentando a NP até alcançar as metas nutricionais dentro de 3 a 4 dias. As metas proteico-calóricas baseadas no peso atual também podem evitar as síndromes iniciais de realimentação e alimentação excessiva. Tabela 5.16 Monitoração dos pacientes adultos em nutrição parenteral. Parâmetro Avaliação basal Pacientes em estado crítico Pacientes estáveis Triagem bioquímica (Ca, Mg, PFH, P) Sim 2 a 3 × /semana Semanalmente Eletrólitos, ureia, creatinina Sim Diariamente 1 a 2 × /semana Triglicerídeos séricos Sim Semanalmente Semanalmente Hemograma completo com contagem diferencial Sim Semanalmente Semanalmente Tempo de protrombina (PT), tempo de tromboplastina parcial (PTT) Sim Semanalmente Semanalmente Glicose capilar 3 × /dia 3 × /dia (até que esteja consistentemente 25% das necessidades calóricas e, por esta razão, pode-se começar a reduzir a oferta logo que o paciente esteja ingerindo 500 kcal/dia. As contagens de calorias podem ser recomendadas para estimar com maior precisão a ingestão e, desta forma, reduzir a NP proporcionalmente. O suporte por nutrição enteral deve ser considerado quando a ingestão oral não é suficiente para atender às demandas nutricionais dentro de alguns dias. A transição da NP para a nutrição enteral deve ser efetivada gradativamente. A redução da NP deve ser de 50% à medida que o suporte por nutrição enteral seja tolerado a uma taxa de 50% da meta pretendida; em seguida, a NP pode ser interrompida quando a nutrição enteral é tolerada a uma taxa de 75% da meta pretendida. A hipoglicemia de rebote pode ocorrer quando a NP é interrompida repentinamente e, por esta razão, recomenda-se que a taxa de infusão seja reduzida em 50% uma ou duas horas antes da interrupção definitiva. Os níveis da glicose sanguínea podem ser verificados 30 a 60 min depois da interrupção da NP central, caso o paciente esteja sob risco ou apresente sinais de hipoglicemia. Referências 1. Merritt R. The A.S.P.E.N. Nutrition Support Practice Manual, 2nd ed. Silver Spring, MD: American Society of Parenteral and Enteral Nutrition; 2005. 2. Gottschlich MM. The Science and Practice of Nutrition Support. A Case-Based Core Curriculum. Dubuque, IA: Kendall/Hunt Publishing; 2001. 3. ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Intensive Care. Available at: http://www.espen.org/Education/documents/ENICU.pdf. Accessed February 5, 2008. 4. McClave SA, Lukan JK, Stefater JA, et al. Poor validity of residual volumes as a marker for risk of aspiration in critically ill patients. Crit Care Med 2005;33(2):324–330. 5. Cardillo K. Nutrition interventions for chylous effusions. Support Line 2001;23(6):18–23. 6. Wooley JA, Sax HC. Indirect calorimetry: Applications to practice. Nutrition Clin Pract 2003;18:434–439. 7. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes: Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein and Amino Acids. Washington, DC: National Academy Press; 2002. 8. Gasser E, Parekh N. Parenteral nutrition: Macronutrient composition and requirements. Support Line 2005;27(6):6–12. 9. Kingley J. Fluid and electrolyte management in parenteral nutrition. Support Line 2005;27(6):13–22. 10. Task Force for the Revision of Safe Practices for Parenteral Nutrition. Safe practices for parenteral nutrition. J Parenteral Enteral Nutr2004;28:S39–S70. http://www.espen.org/Education/documents/ENICU.pdf Sheri Betz, RD ► Implicações nutricionais do câncer ► Estadiamento do câncer ► Agrupamento por estágio geral ► Tratamentos para o câncer ► Controle dos sintomas do câncer e dos efeitos colaterais do tratamento ► Recomendações dietéticas para pacientes neutropênicos ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec63 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec64 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec65 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec66 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec67 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec68 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23sec69 Nos EUA, o ônus gerado pelo câncer é menor apenas que o tributo cobrado pelas doenças cardíacas, que são responsáveis por um quarto das mortes. Anualmente, mais de 1,2 milhão de norte-americanos são diagnosticados como portadores de câncer e mais de 500.000 morrem em razão da doença (1). O câncer não é uma doença única, porque este termo engloba mais de 100 doenças. As características comuns a todos os cânceres são a proliferação celular descontrolada e a capacidade que as células cancerígenas possuem de migrar do foco original e espalhar-se para áreas distantes distribuídas por todo o corpo. Implicações nutricionais do câncer A caquexia é um dos aspectos mais graves e devastadores do câncer. Essa condição de desnutrição proteico- calórica avançada caracteriza-se por anorexia, depleção dos tecidos musculares e adiposos, emagrecimento involuntário, fraqueza, sofrimento psicológico e perda da qualidade de vida. Comumente referida como “síndrome da caquexia-anorexia do câncer”, essa condição debilitante está presente em 80% dos pacientes com câncer em estágios avançados, e estima-se que seja a causa imediata dos óbitos de 20 a 40% dos pacientes com câncer (2,3). O processo fisiopatológico exato dessa síndrome complexa é desconhecido. Nos pacientes com câncer, a caquexia deve ser considerada se houver emagrecimento involuntário de > 5% do peso basal em um período de 6 meses, especialmente quando associado à perda de massa muscular. Nos pacientes obesos, as perdas iguais ou superiores a 10% do peso indicam depleção grave e comumente são utilizadas como critério inicial de definição da caquexia (3). O papel do nutricionista em ajudar os pacientes e seus familiares a atenuar a caquexia inclui o planejamentode intervenções terapêuticas individualizadas para maximizar a ingestão oral e minimizar os sintomas negativos como náuseas, vômitos, diarreia e alterações do paladar ou das preferências alimentares, que influenciam o apetite (ver Controle dos sintomas do câncer e dos efeitos colaterais do tratamento, nas seções subsequentes deste capítulo). É fundamental oferecer flexibilidade aos pacientes quanto ao tipo, à quantidade e aos horários das refeições e dos lanches (3). Estadiamento do câncer Estadiamento é um sistema utilizado pelos médicos e outros profissionais de saúde para descrever a extensão ou a gravidade do câncer em um determinado indivíduo. O estadiamento baseia-se na extensão do tumor primário, assim como na quantidade de metástases. O estadiamento éimportante quando o diagnóstico do câncer é firmado, porque ajuda o médico a planejar o tratamento, estimar o prognóstico do paciente e encontrar quaisquer experiências clínicas que possam ser apropriadas ao paciente em questão (4). Além disso, o estadiamento é importante para os registros e os pesquisadores da área do câncer, porque fornece uma linguagem comum para a notificação dos casos e para a avaliação e a comparação dos resultados das experiências clínicas. O entendimento do estadiamento do câncer ajuda o nutricionista que trabalha com pacientes oncológicos, porque o estágio do câncer pode correlacionar-se com o estado nutricional e fornecer indícios quanto às possíveis intervenções nutricionais. Os sistemas de estadiamento estão em constante aperfeiçoamento, à medida que os cientistas aprendem mais sobre a doença. Hoje em dia, existem alguns sistemas de estadiamento em uso. Alguns incluem diferentes tipos de câncer, enquanto outros são específicos para determinado tipo (4). Os elementos comuns à maioria dos sistemas de estadiamento são: Localização do tumor primário Dimensão do tumor e quantidade de tumores Acometimento dos linfonodos Tipo celular e grau do tumor Presença ou ausência de metástases. Sistema de estadiamento por tumor, linfonodo e metástase (TNM) O sistema de estadiamento por tumor, linfonodo e metástase (TNM) é um dos mais utilizados. Tal sistema foi adotado pela International Union Against Cancer (UICC) e pelo American Joint Committee on Cancer (AJCC). O National Cancer Institute (NCI) utiliza esse sistema em seu abrangente banco de dados sobre o câncer, e a maioria das instituições médicas adota o mesmo sistema como método principal de notificação do câncer (4). O sistema TNM baseia-se na extensão do tumor (T), na extensão da disseminação aos linfonodos (N) e na existência de metástases (M). Um número é acrescentado a cada letra para indicar a dimensão e a extensão do tumor e o grau de disseminação (ver Tabela 6.1). Um exemplo de estadiamento do câncer de intestino grosso pelo sistema TNM seria T3 N0 M0. Esse sistema descreveria um tumor volumoso localizado unicamente no intestino grosso, sem disseminação aos linfonodos ou a qualquer outra parte do corpo. Tabela 6.1 Sistema de estadiamento por tumor, linfonodo e metástase. T = tumor primário TX T0 Tis T1 a T4 Não é possível avaliar o tumor primário Não há evidências do tumor primário Carcinoma in situ (câncer em estágio inicial, sem disseminação aos tecidos adjacentes) Dimensão e/ou extensão do tumor primário N = linfonodos regionais NX N0 N1 a N3 Não é possível avaliar os linfonodos regionais Não há indícios de acometimento dos linfonodos regionais Acometimento dos linfonodos regionais (número e/ou extensão da disseminação) M = metástases a distância MX M0 M1 Não é possível avaliar as metástases a distância Não há metástases a distância Metástases a distância Dados com base nas referências 4 e 5. Agrupamento por estágio geral O agrupamento por estágio geral também é conhecido como estadiamento por numerais romanos. Tal sistema utiliza os numerais I, II, III e IV (além do 0) para descrever a progressão do câncer. Depois do estadiamento pelo sistema TNM, o resultado pode então ser classificado em cinco estágios (ver Tabela 6.2). Os critérios de definição dos estágios variam com os diferentes tipos de câncer, de forma que um tumor vesical T3 N0 M0 pode ser classificado em um estágio geral diferente de um câncer de mama T3 N0 M0. Tabela 6.2 Agrupamento por estágio geral. Estágio Definição Estágio 0 Carcinoma in situ (câncer em estágio inicial, que está localizado apenas no plano de células do qual se originou) https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23tab6-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23tab6-2 Estágios I, II e III Estágio IV Os numerais crescentes indicam doença mais extensa com dimensões maiores do tumor e/ou disseminação do câncer aos linfonodos adjacentes e/ou aos órgãos próximos ao tumor primário O câncer produziu metástases Dados com base nas referências 4 e 5. Resumo do estadiamento Esse sistema de estadiamento simples é utilizado frequentemente pelos registros do câncer e pode ser aplicado a todos os tipos de neoplasia maligna (5). In situ: as células neoplásicas estão presentes apenas no plano celular onde se desenvolveram e não houve disseminação Invasivo: as células neoplásicas espalharam-se além do plano tecidual original Localizado: o câncer invasivo está confinado totalmente ao órgão de origem Regional: o câncer (a) disseminou-se além dos limites do órgão de origem e estendeu-se diretamente aos órgãos ou tecidos adjacentes e (b) acometeu os linfonodos regionais por meio do sistema linfático Acometimento a distância: o câncer disseminou-se às partes do corpo distantes do tumor primário, seja por extensão direta ou por metástases a distância Indeterminado: este termo é aplicado aos casos em que não há informações suficientes para definir um estágio. Tratamentos para o câncer O tratamento do câncer com quimioterapia e radioterapia tem consequências nutricionais significativas. Esses dois tipos de tratamento contribuem para as alterações nutricionais encontradas nos pacientes com câncer, porque reduzem a ingestão alimentar, dificultam a absorção e/ou alteram o metabolismo. Quimioterapia Vários agentes quimioterápicos são administrados simultaneamente em esquemas geralmente descritos como protocolos ou “coquetéis” para o tratamento de cânceres específicos. A Tabela 6.3 lista alguns agentes antineoplásicos comuns e suas implicações nutricionais. Efeitos colaterais nutricionais da quimioterapia (efeitos dependentes dos fármacos administrados) (6): Anorexia Náuseas e vômitos Mucosite (estomatite, esofagite, gastrite, proctite) Diarreia https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c06.htm%23tab6-3 Constipação intestinal Emagrecimento Tabela 6.3 Agentes quimioterápicos. Agente quimioterápico: nome genérico Náuseas e vômitos Diarréia Xerostomia Estomatite e esofagite Anorexia Alterações do paladar Bleomicina Leves a moderados Não Sim Sim Sim Não Bussulfano Leves Não Não Não Sim Não Carboplatina Moderados Sim Não Não Não Não Carmustina Moderados Não Não Sim Sim Não Ciclofosfamida Graves Não Sim Sim Sim Não Cisplatina Graves Sim Não Não Sim Gosto metálico Citarabina Graves Sim Não Sim Sim Não Dacarbazina Graves Sim Não Sim Não Gosto metálico Dactinomicina Graves Sim Sim Sim Não Sim Daunorrubicina, citrato Moderados Sim Sim Sim Sim Sim Docetaxel Leves Não Não Não Não Não Doxorrubicina Moderados Sim Sim Sim Sim Não Epirrubicina Moderados Sim Não Sim Não Não Estreptozocina Graves Sim Não Não Não Não Etoposídeo Leves a moderados Sim Não Sim Sim Não Floxuridina Leves Sim Não Sim Sim Não 5-Fluorouracila (5-FU) Moderados Sim Não Sim Não Sim Hidroxiureia Leves a moderados Sim Não Sim Sim Não L-asparaginase Moderados Não Não Sim Sim Não Mecloretamina Graves Sim Não Não Sim Gosto metálico Metotrexato Leves a moderadosSim Não Sim Sim Sim Mitomicina Moderados Sim Não Sim Sim Não Paclitaxel Leves Não Não Sim Não Não Dados obtidos das bulas dos produtos. Alterações do paladar (perda do paladar: hipogeusia; distorção do paladar: disgeusia) Paladar metálico na boca Xerostomia (boca seca) Intolerância à lactose Monilíase. Radioterapia Os efeitos colaterais da radiação podem ser agudos ou crônicos e dependem da área do corpo que foi irradiada. As alterações do paladar ou da salivação causadas pela radiação da cabeça e do pescoço podem demorar meses para melhorar e, em alguns casos, nunca voltam ao normal (6). Efeitos colaterais da radioterapia relacionados com a nutrição Gerais — anorexia, fadiga Cabeça e pescoço Alterações do paladar (nenhum paladar: ageusia, hipogeusia, disgeusia) Mucosite (estomatite, esofagite) Disfagia, odinofagia (deglutição dolorosa) Xerostomia, saliva espessa Cáries dentárias Perda de dentes Gengivas edemaciadas e doloridas Alteração ou perda do olfato Esôfago/tórax Esofagite Disfagia Estenose esofágica Abdome/pelve Náuseas, vômitos Diarreia, esteatorreia Colite e enterite agudas Fístulas Indigestão, má absorção Perfurações. Controle dos sintomas do câncer e dos efeitos colaterais do tratamento Tabela 6.4 Fármacos usados para tratar anorexia. Fármaco genérico Dose Ação Considerações especiais Dronabinol 2,5 mg 2 vezes/dia (até 20 mg/dia) Aumenta o apetite, atenua as náuseas Esse fármaco pode causar dependência Megestrol, acetato 800 mg/dia Aumenta o apetite, promove o ganho de peso Podem ser necessárias 8 a 12 semanas para atingir o ganho ponderal máximo Dados com base nas referências 6 e 7 e nas bulas dos produtos. Os sintomas associados ao câncer e os efeitos colaterais dos tratamentos utilizados para controlar a doença podem trazer consequências devastadoras para o estado nutricional do paciente. Alguns desses sintomas e efeitos colaterais não podem ser totalmente aliviados; contudo, eles podem ser controlados com a utilização apropriada de fármacos e pelas intervenções educativas do nutricionista, que pode dar dicas e ensinar técnicas utilizadas para controlar alguns dos problemas mais comuns. Controle farmacológico Existem alguns fármacos disponíveis para controlar os sintomas do câncer e tratar os efeitos colaterais do tratamento antineoplásico. As Tabelas 6.4 a 6.7 relacionam os fármacos utilizados comumente para ajudar a aliviar a anorexia, os problemas orais, as náuseas e os vômitos e a diarreia associados ao câncer e aos seus tratamentos. Instruções ao paciente Tabela 6.5 Fármacos usados para tratar problemas orais. Fármaco Indicações Benzocaína, spray oral Alívio da dor e das feridas orais Saliva artificial Xerostomia Nistatina, suspensão oral Antifúngico usado para tratar a monilíase Mistura de Maalox ® , Benadryl ® e lidocaína (conhecida comumente como “coquetel de radioterapia”) Administrada VO para bochechar e engolir; alivia a dor e a esofagite Mistura de Maalox ® , Benadryl ® e nistatina (conhecida comumente como “solução refrescante”) Administrada VO para bochechar e engolir; alivia a dor bucal associada à monilíase e erradica a infecção Tabela 6.6 Fármacos usados para tratar náuseas e vômitos. Fármaco genérico Dose Ação Considerações especiais Dolasetrona, mesilato Oral: 100 mg IV: 1,8 mg/kg infundidos em 30 s Atenua N e V Administrar 30 a 60 min antes da quimioterapia Granisetrona, cloridrato Oral: comprimido de 1 mg ou 5 mℓ da suspensão, 2 vezes/dia IV: 10 µg/kg Atenua N e V Oral: a 1a dose é administrada 1 h antes da quimioterapia e a 2a12 h depois IV: 30 min antes da quimioterapia Lorazepam Oral: 1 a 6 mg/dia IV: 1,4 mg/m2 Atenua a ansiedade, relaxa os músculos, atenua a N e V Oral: em doses fracionadas; IV: 30 min antes da quimioterapia Metoclopramida Oral: 10 mg, 4 vezes/dia IV: 1 a 2 mg/kg, a cada 2 h Estimula a motilidade GI e o esvaziamento gástrico Em doses altas, pode causar diarreia Ondansetrona Oral: 8 mg a cada 4 h, em 3 doses; depois, a cada 8 h por 1 a 2 dias IV: 32 mg em bolus Atenua N e V Iniciar com oral e IV, 30 min antes da quimioterapia Perfenazina Oral: 4 mg a cada 4 a 6 h IV/IM: 3 a 5 mg em bolus, a cada 4 a 6 h Atenua N e V Pode causar ressecamento da boca Proclorperazina Oral: 5 a 10 mg, 4 vezes/dia Supositório retal: 25 mg, 2 vezes/dia Atenua N e V Os antiácidos reduzem a absorção oral — dar intervalo de 2 h Dados com base nas referências 6 e 7 e nas bulas dos produtos. Tabela 6.7 Fármacos usados para tratar diarreia. Fármaco genérico Dose Ação Considerações especiais Difenoxilato (cloridrato) com atropina Oral: 5 mg, 4 vezes/dia Reduz a peristalse Pode causar náuseas e ressecamento da boca Loperamida, cloridrato Oral: 4 mg, seguidos de 2 mg depois de Inibe a Mostraram ser 2 a 3 vezes mais potentes cada evacuação mole peristalse que a associação difenoxilato-atropina Dados com base nas referências 6 e 7 e nas bulas dos produtos. O nutricionista pode desempenhar um papel fundamental ao ajudar os pacientes com câncer a atenuar os sintomas associados a doença e aos seus tratamentos. A elaboração de planos de refeições altamente individualizados e as instruções ao paciente podem ajudar a atenuar o ônus gerado pelo câncer no estado nutricional do paciente. As listas apresentadas adiante fornecem dicas e técnicas que o paciente com câncer e seus familiares podem considerar úteis (8). Controle das alterações do paladar Elimine odores desagradáveis e evite a visão dos alimentos Beba líquidos às refeições e a intervalos frequentes ao longo de todo o dia para umidificar a mucosa oral Melhore o sabor acrescentando condimentos e aromatizantes, como açúcar, limão, ervas e vinho Sirva os alimentos visualmente atraentes, equilibrando cores e texturas Utilize utensílios plásticos, caso o paciente sinta gosto metálico Utilize extremos de temperatura (quente e frio) para estimular o paladar Coma pedaços de abacaxi gelado entre os alimentos para alterar e estimular a sensibilidade gustativa Se os alimentos estiverem muito doces: O chá da erva Gymnema sylvestra, muito utilizada pelos provadores profissionais de vinho, suprime a sensibilidade ao doce das papilas gustativas por cerca de 20 min. Tal solução deve ser mantida na boca por cerca de 5 min antes de comer Acrescente algumas gotas de substâncias amargas (tônico de casca de angustura; encontrado nas mercearias) às bebidas para quebrar o paladar adocicado (6). Tratamento da xerostomia Beba alguns goles de água antes de engolir Lave a boca a cada 2 a 4 horas Ingira 2 a 3 l de líquidos ao dia Chupe balas sem açúcar Use manteiga de cacau ou vaselina para manter os lábios hidratados Evite alimentos cítricos e secos Adicione molhos aos alimentos para fornecer umidade Use substitutos de saliva. Tratamento da estomatite e da esofagite Evite alimentos e sucos ácidos (laranja, abacaxi, tomate) Evite extremos de temperatura e alimentos com textura dura ou irritante Ingira alimentos e líquidos resfriados Beba suplementos nutricionais resfriados Enxágue a boca com soro fisiológico morno depois das refeições e a hora de deitar Evite bochechos com soluções que contêm álcool. Tratamento da náuseas Faça refeições leves e frequentes Os alimentos devem ser frios ou estar à temperatura ambiente, ser macios e salgados, mas não gordurosos ou muito temperados Intercale a ingestão de líquidos e alimentos sólidos com um intervalo mínimo de 1 hora Os líquidos devem estar gelados Experimente refrigerante à base de gengibre ou outros alimentos com gengibre Fique de pé por 1 a 2 h depois das refeições e mantenha a cabeceira elevada. Tratamento da diarreia Faça refeições leves e frequentes com alimentos aquecidos ou à temperatura ambiente Evite alimentos gordurosos(bacon, queijo, óleos) e que provocam gases (brócolis, feijões) Evite frutas cítricas e seus sucos Coma alimentos ricos em fibra solúvel (farelo de trigo, granola, nozes, sementes, vegetais) Evite álcool e cafeína Coma arroz branco cozido, tapioca, creme de arroz, bananas e batatas Use laticínios com pouca lactose, inclusive iogurte e queijos envelhecidos, em vez de leite e sorvete. Como aumentar as quilocalorias e a ingestão de proteínas As necessidades nutricionais da maioria dos pacientes com câncer podem ser estimadas com base nas seguintes regras: proteínas: 1,2 a 2,0 g/kg de peso corporal; calorias: 25 a 35 kcal/kg de peso corporal. É importante salientar que os pacientes com ingestão reduzida precisam consumir alimentos nutricionalmente densos. O oferecimento de uma dieta rica em calorias e proteínas ajuda a evitar emagrecimento rápido. A seguir, veja algumas dicas comuns para esses pacientes: Faça refeições leves e frequentes; tenha lanches à mão Use suplementos nutricionais Acrescente os seguintes alimentos para aumentar a oferta calórica e/ou proteica: manteiga, margarina, creme chantilly, mistura de creme com leite integral, requeijão, sour cream, molhos de saladas, maionese, mel, geleia, açúcar, granola, frutas secas, queijo cottage ou ricota, leite integral, leite em pó, sorvete, iogurte, ovos, nozes, cereais, gérmen de trigo, manteiga de amendoim. Recomendações dietéticas para pacientes neutropênicos Essa dieta é utilizada pelos pacientes neutropênicos para evitar a introdução de patógenos potenciais por meio dos alimentos. Os médicos frequentemente recomendam essa dieta antes e depois de alguns protocolos de quimioterapia e radioterapia. Um exame hematológico conhecido como contagem absoluta de neutrófilos (CAN) pode ajudar a avaliar a capacidade de o organismo erradicar uma infecção. Quando a CAN éTermo associado ao câncer LLA LMA CA LLC Leucemia linfocítica aguda Leucemia mielocítica aguda Câncer Leucemia linfocítica crônica LMC BMO METS SMD MP CPCNP ONCO RT Leucemia mielocítica crônica Biopsia de medula óssea Metástases/metastático Síndrome mielodisplásica Mediport Câncer de pulmão de células não-pequenas Oncologia Radioterapia Mantenha os alimentos perecíveis muito quentes ou muito frios. Não deixe itens perecíveis à temperatura ambiente por mais de 10 a 15 min Todos os alimentos perecíveis devem ser cozidos completamente (não consuma carnes cruas ou carnes exóticas) Descongele os alimentos congelados no refrigerador durante a noite, ou faça descongelamento rápido no micro- ondas. Não descongele os alimentos na prateleira Refrigere imediatamente as sobras e guarde-as em recipientes herméticos Use as sobras apenas se elas tiverem sido adequadamente armazenadas e não tiverem mais de 24 h. Referências 1. Jemal A, Murray T, Ward E, et al. Cancer Statistics, 2005. CA Cancer J Clin 2005;55:10–30. Available at: http://caonline.amcancersoc.org/cgi/content/full/55/1/10. Accessed August 10, 2007. 2. Nelson KA. Modern management of the cancer anorexia-cachexia syndrome. Curr Oncol Rep 2000;2(4):362–368. 3. Akio I. Cancer Anorexia-Cachexia Syndrome: Current issues in research and management. CA Cancer J Clin 2002;52: 72–91. 4. 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Doença arterial coronariana (DAC) e acidente vascular encefálico (AVE) são as apresentações principais da DCV e, anualmente, ceifam mais vidas no EUA que qualquer outra doença (1). Cardiopatia coronariana Aterosclerose é um processo patológico subjacente à DAC e à forma principal de AVE e, nesta condição, placas gordurosas ou ateromas acumulam-se na camada íntima da parede arterial. À medida que as placas desenvolvem-se dentro do vaso sanguíneo, a artéria fica contraída, o que é também uma causa da insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Se houver formação de um trombo e este não conseguir atravessar o orifício arterial estreitado, o fluxo sanguíneo ao coração é interrompido e o paciente desenvolve infarto agudo do miocárdio (IAM) ou ataque cardíaco. Se o trombo formar-se em um vaso próximo ao cérebro, a consequência é um AVE (ou apoplexia). Infarto agudo do miocárdio Patogenia Como processo patológico subjacente à DAC, na qual o IAM é o evento culminante, a aterosclerose representa uma resposta a lesão arterial e a um processo inflamatório geralmente em resposta à infecção (2 a 4). As causas da lesão parecem ser variáveis e incluem tabagismo, hipertensão, estresse oxidativo e envelhecimento. É provável que mesmo os efeitos cumulativos do estresse fisiológico normal provocado pelo fluxo sanguíneo nas paredes das artérias contribua para o processo aterosclerótico. Os alimentos podem ser benéficos e deletérios ao promoverem ou evitarem a inflamação e o estresse oxidativo (ver Tabelas 7.1 e 7.2). Vários tipos de produtos da oxidação lipídica, principalmente a forma oxidada da lipoproteína de baixa densidade (LDL), parecem causar danos à parede arterial, e existem evidências de que todas as células do sistema vascular possam efetuar a oxidação da LDL, utilizando íons metálicos transicionais como catalisadores das reações (5). A LDL oxidada produz vários efeitos que promovem a aterogênese e, hoje em dia, alguns pesquisadores acreditam que este subproduto e os produtos da oxidação lipídica estejam envolvidos em todos os estágios da DAC (6). Tratamento e intervenção nutricional Em 2004, o National Cholesterol Education Program (NCEP) do National Heart, Lung, and Blood Institute publicou diretrizes revisadas para o controle do colesterol em seu Terceiro Relatório do Painel de Especialistas sobre Diagnóstico, Avaliação e Tratamento dos Níveis Sanguíneos Altos de Colesterol nos Adultos (ATP III) (7). As diretrizes definidas pelo ATP III enfatizam o tratamento com base na estratificação de riscos como profilaxia primária da DAC. O ATP III afirma que “um princípio básico de prevenção é que a intensidade do tratamento de redução dos riscos deve ser ajustada com base no risco absoluto do indivíduo. Desse modo, o primeiro passo na seleção do tratamento redutor dos níveis da LDL é avaliar o grau de risco do paciente”. A seguir, estão descritas as diretrizes do ATP III para o diagnóstico e o tratamento da hipercolesterolemia, utilizando uma abordagem progressiva. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec70 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec71 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23sec72 Tabela 7.1 Alimentos e inflamação. Anti-inflamatórios Pró-inflamatórios Álcool Cacau (polifenóis) Peixe gorduroso (ácidos graxos n-3) Frutas (com vitamina C e carotenoides) Azeite de oliva Especiarias (curry, gengibre) Chá Vegetais Nozes (e outros frutos com ácido alfa-linoleico) Grãos integrais Carnes defumadas (subprodutos da glicosilação avançada) Café (consumo moderado a excessivo) Alimentos com alto índice glicêmico (que elevam a glicemia) em quantidades exageradas 1 a ETAPA: Determine os níveis das lipoproteínas — defina o perfil completo das lipoproteínas depois de 9 a 12 h de jejum. 2 a ETAPA: Determine a existência de doença aterosclerótica clínica, que acarreta risco elevado de complicações da DAC, conhecidas como equivalentes do risco (ER) para doença arterial coronariana. Tabela 7.2 Alimentos que contêm produtos da oxidação lipídica. Alimentos desidratados (que contêm gordura, inclusive carnes) Alimentos fritos (cozidos em temperaturas altas) Ovos mexidos Gorduras e óleos rançosos Tabela 7.3 Classificação dos níveis de colesterol com base no ATP III. LDL-colesterol— Alvo primário do tratamento 20% em 10 anos Dados com base nas referência 7. Tabela 7.5 Principais fatores de risco que alteram as metas da LDL. Idade (homem: 45 anos; mulher: 55 anos) Tabagismo Hipertensão (PA de 140/90 mmHg, ou uso de anti-hipertensivo) HDL-colesterol baixo ( 20% = Equivalente de risco para DAC 10 a 20% 20% em 10 anos 102 cm > 88 cm Triglicerídeos ε 150 mg/dℓ HDL-colesterol Homens Mulheres Pressão arterial Glicose em jejum Vários distúrbios e outras doenças podem causar ICC (Tabela 7.10). Tratamento e intervenção nutricional Há vários problemas nutricionais associados à ICC, incluindo falência das câmaras direitas a distúrbios digestórios além de hepatomegalia e falência do coração esquerdo com fraqueza dos membros e fadiga. Esses dois componentes podem resultar em insuficiência cardíaca terminal, que é responsável pela caquexia cardíaca. A desnutrição é causada pelos sintomas que afetam a capacidade ou o desejo de alimentar-se e pelas alterações do consumo de oxigênio e do metabolismo. Por tais razões, a avaliação nutricional periódica e frequente é importante. Tabela 7.9 Classificação dos níveis dos triglicerídeos. 500 mg/dℓ Normal Limite superior Alto Muito alto Dados com base nas referência 7. Tabela 7.10 Causas de ICC. Miocardiopatia Cardiopatias congênitas Endocardite e/ou miocardite Doença das valvas cardíacas (secundária à febre reumática ou a outras causas) Hipertensão Estreitamento das artérias que irrigam o músculo cardíaco em consequência da DAC IAM pregresso com tecidos fibróticos Dados com base nas referência 10. O tratamento farmacológico é fundamental e consiste em quatro tipos principais de fármacos, ou seja, diuréticos, inibidores da ECA, betabloqueadores e digitálicos (Tabela 7.11). O edema que se forma e os tipos de fármacos utilizados impõem a necessidade de restrição moderada da ingestão de sódio (2.000 a 3.000 mg), mas os casos graves requerem níveis mais rigorosos de restrição. As refeições leves e frequentes podem ser ingeridas mais facilmente pelo https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-10 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-11 paciente, tanto em razão da ICC das câmaras direitas com distensão abdominal, quanto em consequência da falência cardíaca esquerda, que causa dificuldade respiratória. À medida que as condições do paciente pioram, podem ser necessários suplementos orais ou possivelmente alimentação por cateter. Acidente vascular encefálico e hipertensão Os AVE representam a terceira principal causa de mortes nos EUA e a causa mais importante de incapacidade física (11). Embora os AVE possam ocorrer em qualquer idade, o risco duplica a cada década depois de 55 anos de idade. O principal fator de risco para AVE é hipertensão (HA), que também é uma doença dos vasos sanguíneos. Tabela 7.11 Tratamento da ICC. Dieta Fármacos Outras medidas 2 a 3 g de sódio Refeições leves e frequentes Evitar e tratar a desnutrição (caquexia cardíaca) Inibidores da ECA Betabloqueadores Digitálicos Diuréticos Vasodilatadores Modificação das atividades diárias Repouso Parar de fumar Vacinação anual contra gripe Dados com base nas referência 10. Acidente vascular encefálico Patogenia O AVE ocorre em duas situações: (a) um trombo bloqueia a irrigação sanguínea (e o fornecimento de oxigênio) a uma parte do cérebro (AVE isquêmico); ou (b) um vaso sanguíneo do cérebro rompe (AVE hemorrágico). Esses dois tipos podem causar danos ao cérebro e desencadear várias limitações físicas, que podem ou não ser permanentes. Os vários fatores de risco variam com o tipo de AVE (Tabela 7.12). Evidências geradas por estudos epidemiológicos sugerem que diversos nutrientes possam reduzir ou aumentar o risco de AVE (Tabela 7.13). Tratamento e intervenção nutricional O componente mais importante do tratamento dos pacientes que tiveram AVE é a administração imediata dos fármacos trombolíticos (11). Tais fármacos e outros utilizados comumente podem apresentar interações com a dieta ou os nutrientes, as quais devem ser reconhecidas (Tabela 7.14) (19). Além disso, o AVE pode gerar vários problemas importantes sob o ponto de vista nutricional (Tabela 7.15). Alguns desses problemas dependem da área do cérebro afetada. O objetivo da intervenção nutricional é manter o estado nutricional adequado, quando há problemas que alteram a nutrição. O problema nutricional mais comum é a disfagia, que pode ser transitória ou permanente (ver Capítulo 4). Em geral, recomenda-se restrição moderada da ingestão de sódio (2 a 3 g), tanto como profilaxia para outros AVE como para controlar a hipertensão, que é um fator de risco importante para os dois tipos de AVE. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-12 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-13 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-14 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-15 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c04.htm Tabela 7.12 Fatores de risco para AVE. AVE isquêmico AVE hemorrágico Idade Etnia afro-americana Peso corporal Homens brancos: a relação entre as espessuras da dobra cutânea do tríceps e da região subescapular e a incidência de AVE podem ter configuração em forma de “U” Homens brancos: indivíduos que nunca fumaram: o risco de AVE é maior apenas no quartil mais alto de IMC Mulheres afro-americanas: o risco de AVE é maior com IMC mais baixos (quartil inferior) (16) Diabetes Fatores genéticos Doença cardíaca Hipertensão Tabagismo Triglicerídeo sérico (> 200 mg/dℓ) Infecção por Chlamydia pneumoniae (e outras infecções) (15) Colesterol sérico alto (14) (> 280 duplica o risco em comparação com o nível de 230) Idade Etnia afro-americana Peso corporal Homens brancos: a relação entre as espessuras da dobra cutânea do tríceps e da região subescapular e a incidência de AVE podem ter configuração em forma de “U” Homens brancos: indivíduos que nunca fumaram: o risco de AVE é maior apenas no quartil mais alto de IMC Mulheres afro-americanas: o risco de AVE é maior com IMC mais baixos (quartil inferior) (16) Diabetes Fatores genéticos Doença cardíaca Hipertensão Tabagismo Triglicerídeo sérico (> 200 mg/dℓ) Colesterol sérico mais baixo ( 140 mmHg (sistólica) e > 90 mmHg (diastólica). O Sétimo Relatório do Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure, também conhecido como relatório JNC 7, define os níveis da HA (Tabela 7.16) (20). Tratamento e intervenção nutricional O relatório JNC 7 enfatiza a importância da modificação do estilo de vida como prevenção para o desenvolvimento da HA, assim como para o tratamento dos pacientes hipertensos (20). Tabela 7.14 Implicações nutricionais dos fármacos usados no AVE. Grupo farmacológico Fármaco/implicações Anticoagulantes Ácido acetilsalicílico: lesão da mucosa GI; redução da absorção de ferro Fitoterápicos e suplementos (danshen, dong quai, matricária, alho, ginkgo, vitamina E, ácidos graxos n-3, coenzima Q): interferem com os tempos de coagulação Ticlopidina: desconforto GI Varfarina: diarreia Anti-hipertensivos Inibidores da ECA: evitar substitutos do sal à base de potássio; evitarantiácidos que contenham cálcio ou magnésio, ou suplementos, quando se utiliza a fosinopril Betabloqueadores: desconforto GI Bloqueadores do canal de cálcio: evitar toranja e seu suco Clonidina: constipação intestinal Antilipêmicos Colestiramina: desconforto GI, constipação intestinal, redução da absorção das vitaminas A, D, E, K Genfibrozila: desconforto GI Estatinas (lovastatina, pravastatina, sinvastatina): evitar produtos da toranja e limitar a ingestão de álcool Glicosídeos cardíacos Digitoxina, digoxina, digital: anorexia e náuseas; podem ser tóxicos em presença de hipercalcemia ou hipopotassemia; evitar antiácidos ou suplementos que contenham magnésio; a erva Crataegus (espinheiro) pode potencializar os efeitos destes fármacos Diuréticos Diuréticos que poupam potássio (amilorida, espironolactona, triantereno): podem causar hiperpotassemia; evitar substitutos do sal à base de potássio Tiazídicos e diuréticos de alça: aumentam a excreção urinária de potássio; o Aloe vera oral pode aumentar ainda mais a excreção do potássio Adaptado com base na referência 19. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c07.htm%23tab7-16 Tabela 7.15 Problemas nutricionais depois do AVE. Disfagia Limitação física Asfixia Desidratação Emagrecimento Atividade física Alimentação autônoma Acúmulo de peso Adaptado com base na referência 11. Tabela 7.16 Classificação da pressão arterial dos adultos. Classificação a Nível de pressão arterial (mmHg) Sistólica Diastólica Normalet al. Lipid and raised lesion distribution in the right coronary artery of young people. Nutr Metab CardiovascDis 1999;9(6):277–283. 5. Hulea SA, Wasowicz E, Kummerow FA. Inhibition of metal-catalyzed oxidation of low-density lipoprotein by free and albumin-bound bilirubin. Biochim Biophys Acta 1995;1259(1):29–38. 6. Fuller CJ, Huet BA, Jialal I. Effects of increasing doses of alpha-tocopherol in providing protection of low-density lipoprotein from oxidation. Am J Cardiol 1998;81(2):231–233. 7. National Institutes of Health, National Heart, Lung, and Blood Institute. 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Accessed March 20, 2007. http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=4478 http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=4764 http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=4585 http://www.cdc.gov/stroke/ http://stroke.ahajournals.org/cgi/content/full/30/11/2502%23R21 http://stroke.ahajournals.org/cgi/content/full/30/11/2502%23R21 http://stroke.ahajournals.org/cgi/content/full/30/4/905 http://www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf ► Diabetes: classificação, triagem e diagnóstico ► Tratamento mediconutricional ► Tratamento farmacológico do diabetes ► Metas de glicose, pressão arterial e níveis lipídicos para adultos diabéticos ► Tratamento para doenças intercorrentes ► Complicações agudas do diabetes ► Referências https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec73 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec74 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec75 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec76 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec77 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec78 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23sec79 O diabetes melito é uma doença conhecida desde tempos remotos e foi citada tanto pelos gregos quanto pelos egípcios desde o ano 1500 a.C. Em suas diversas formas, o diabetes afeta anualmente mais de 18 milhões de norte- americanos e é a sexta principal causa de mortes e uma das principais causas de complicações como doenças cardíaca e renal, cegueira e amputações. Diabetes: classificação, triagem e diagnóstico Classificação do diabetes Para que possamos prestar assistência médica e nutricional abrangente e eficaz aos pacientes diabéticos, precisamos primeiro entender as definições e classificações precisas do diabetes. A American Diabetes Association (ADA) publicou novos critérios de classificação e diagnóstico do diabetes em 1997 (1). Em 2003, foram efetuadas revisões referentes ao diagnóstico da glicemia alterada em jejum (GAJ) (2). A Tabela 8.1inclui os quatro tipos clínicos do diabetes. Triagem do diabetes Adultos Os nutricionistas e outros profissionais de saúde devem estimular a triagem rotineira do diabetes, principalmente nos indivíduos que pertencem aos grupos de alto risco. A Tabela 8.2 mostra as recomendações de triagem do diabetes para adultos assintomáticos. Tabela 8.1 Classificação do diabetes melito. Tipo 1 Causado pela destruição autoimune das células beta do pâncreas, que resulta geralmente em deficiência absoluta de insulina. Esse tipo é responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes diagnosticados nos EUA. Tipo 2 Causado pela insuficiência progressiva da secreção de insulina quando há resistência ao hormônio. É responsável por 90 a 95% dos casos de diabetes diagnosticados nos EUA. Outros tipos específicos de diabetes Anomalias genéticas da célula beta; anomalias genéticas da ação da insulina; doenças do pâncreas exócrino; endocrinopatias; diabetes induzido por fármacos ou substâncias químicas; infecções; formas raras de diabetes imune; outras síndromes genéticas associadas ocasionalmente ao diabetes. Diabetes melito gestacional (DMG) Diagnosticado durante a gravidez. Dados com base nas referências 1 a 3. Tabela 8.2 Triagem do diabetes em adultos assintomáticos. 1. Os testes para diabetes devem ser considerados em indivíduos com 45 anos ou mais, principalmente se o índice de massa corporal (IMC) for ε 25 kg/m2. Se os resultados forem normais, repetir a cada 3 anos. 2. Os testes para diabetes devem ser considerados para indivíduos com menos de 45 anos com sobrepeso (IMC ε 25 kg/m2) e outros fatores de risco: Estilo de vida sedentário https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-1 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-2 Parentes de primeiro grau com diabetes Indivíduos das populações de alto risco (afrodescendentes, asiático-americanos, latinos, ameríndios, moradores das ilhas do Pacífico) História de ter gerado bebê com mais de 4,5 kg ou ter DMG diagnosticado Hipertensão (ε 140/90 mmHg) Níveis de HDL-colesterol 250 mg/dℓ Intolerância à glicose (IG) ou à GAJ em um exame anterior História de doença vascular Outros sintomas clínicos associados a resistência à insulina (SOP, acantose nigricans). SOP, síndromeo problema. 2. Aplicação de intervenções baseadas em evidências: o nutricionista pode acessar o Evidence Analysis Library da ADA no sitehttp://www.adaevidencelibrary.com. 3. Definição dos desfechos esperados com foco no paciente para cada diagnóstico nutricional: os resultados precisam ser específicos e mensuráveis e devem ser focados no paciente (ver exemplo da Tabela 1.3). Esse componente do planejamento das intervenções nutricionais depende da colaboração entre o paciente, os cuidadores e outros membros da equipe de atenção à saúde. 4. Execução da intervenção nutricional: um elemento fundamental à execução é a comunicação do plano ao paciente aos cuidadores e aos outros membros da equipe de atenção à saúde. A última etapa do PAN é a monitoração e reavaliação. Nessa última fase, o nutricionista procede à reavaliação do estado do paciente, com base nos dados novos reunidos (monitoração), e à reavaliação do estado do paciente por comparação com as condições preexistentes, os resultados esperados e os padrões estabelecidos (reavaliação). O nutricionista programa consultas de seguimento para monitorar e reavaliar seu paciente com base nos protocolos clínicos da instituição. Essa quarta etapa ajuda o nutricionista a definir se os resultados esperados estão sendo alcançados. Depois da alta, o nutricionista pode utilizar o telefone, a comunicação eletrônica e os correios para reunir dados necessários à monitoração e à reavaliação. Avaliação antropométrica Existem várias medidas antropométricas úteis à prática clínica. As medidas como peso corporal, estatura e composição podem ser utilizadas pelo nutricionista clínico em sua avaliação do estado nutricional. Tabela 1.3 Exemplo de planejamento das intervenções. Diagnóstico nutricional Ingestão excessiva de gordura relacionada com o consumo frequente de refeições ricas em gorduras, evidenciada por quilocalorias em gorduras > 55% das quilocalorias totais diárias. Resultados esperados 1. Limitar a ingestão de alimentos ricos em colesterol e gordura saturada 2. Utilizar como gorduras preferenciais as fontes alimentares de gordura monoinsaturada. Metas ideais baseadas em 1. Consumir entre 25 e 35% das quilocalorias totais na forma de gorduras. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23fn1a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23ft1a http://www.adaevidencelibrary.com/ https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-3 evidências 2. Consumir 173 cm https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-7 Pequena 14,5 cm > 16,0 cm > 16,5 cm Circunferência dos punhos dos homens Estatura > 173 cm Pequeno 14,0 a 16,5 cm Médio 16,5 a 19,0 cm Grande > 19,0 cm Dados com base na referência 6. Vire a palma da mão de forma que fique voltada para cima e dobre o cotovelo de forma que o antebraço forme um ângulo de 90º com o piso Meça a distância entre as duas proeminências ósseas (epicôndilos do úmero) de cada lado do cotovelo. Essa medida pode ser determinada com uma régua ou uma fita métrica, mas é preferível utilizar um compasso Compare a medida com os valores apresentados na Tabela 1.8. Ajuste na amputação Nos pacientes com membros amputados, a estimativa do PCI deve ser ajustada com base na seguinte equação, que utiliza os fatores apresentados na Tabela 1.9. Ajustes nas lesões da medula espinal Nos pacientes com lesões da medula espinal, a estimativa do PCI deve ser ajustada da seguinte forma: Paraplegia: diminuir 5 a 10% do PCI Tetraplegia: diminuir 10 a 15% do PCI Tabela 1.8 Estimativa das dimensões esqueléticas com base na largura do cotovelo. Largura dos cotovelos das mulheres Dimensões médias Se a largura do cotovelo for menor do que a referida na tabela para determinada estatura, o indivíduo tem dimensões pequenas; se a largura do cotovelo for maior, o indivíduo tem dimensões grandes. Estatura Largura do cotovelo https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-8 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-9do ovário policístico. Crianças Em vista do aumento dramático do diabetes tipo 2 entre as crianças, a ADA recomenda a triagem das crianças com risco aumentado de ter ou desenvolver a doença (4). A Tabela 8.3 mostra os critérios de triagem para o diabetes tipo 2 nas crianças. Gestantes No passado, recomendava-se que todas as gestantes fizessem triagem para diabetes melito gestacional (DMG); contudo, existem alguns fatores que aumentam ou diminuem o risco de as mulheres desenvolverem intolerância à glicose durante a gravidez. A Tabela 8.4 resume as recomendações de triagem para DMG. Diagnóstico do diabetes Crianças e adultos (exceto gestantes) A glicose plasmática em jejum (GPJ) é o teste preferido para diagnosticar diabetes nas crianças e nos adultos (exceto nas gestantes), em razão da facilidade com que é dosada, da aceitação pelos pacientes e do custo mais baixo. É importante salientar que alguns indivíduos com intolerância à glicose apresentam níveis normais de glicose matutina e concentrações de hemoglobina A1c (A1C) praticamente normais, e desenvolvem hiperglicemia apenas quando são expostos a uma sobrecarga de glicose oral (3). Esses pacientes podem precisar fazer o teste de tolerância à glicose oral (TTGO), que também é o exame preferido para diabetes gestacional. A utilização da A1C para diagnosticar o diabetes não é recomendada hoje em dia (3). A Tabela 8.5 define os critérios diagnósticos do diabetes tipos 1 e 2. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-3 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-4 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-5 Tabela 8.3 Exames para diabetes tipo 2 em crianças. Idade de início 10 anos ou na puberdade, se a puberdade tiver começado antes da idade de 10 anos Frequência A cada 2 anos Teste Preferencialmente glicose plasmática em jejum (GPJ) Critérios Sobrepeso: IMC > 85o percentil para a idade e o sexo, relação peso/altura > 85o percentil, ou peso > 120% do ideal com base na altura Mais dois dos seguintes fatores de risco: História familiar de diabetes tipo 2 em um parente de primeiro ou segundo grau Raça/etnia (afrodescendente, asiático-americana, latina, ameríndios, moradores das ilhas do Pacífico) Sinais ou distúrbios associados a resistência à insulina (acantose nigricans, dislipidemia, hipertensão e SOP) História materna de diabetes ou DMG Dados com base nas referências 3 e 4. Tabela 8.4 Recomendações de triagem para DMG. Critério para cada grupo Recomendação de triagem Grupo de baixo risco Todos os seguintes critérios precisam ser preenchidos: Idade 126 mg/dl ou glicemia plasmática em qualquer amostra > 200 mg/dl é critério para o diagnóstico do diabetes. Este diagnóstico precisa ser confirmado em outro dia caso a hiperglicemia seja questionável. Tabela 8.5 Critérios diagnósticos do diabetes. a 1. Sintomas de diabetes e glicose plasmática em qualquer amostra > 200 mg/dℓ A amostra casual é aquela obtida a qualquer hora do dia, sem considerar o intervalo decorrido desde a última refeição. Os sinais e os sintomas clássicos do diabetes incluem poliúria, polidipsia e emagrecimento inesperado. OU 2. Glicose plasmática em jejum (GPJ) > 126 mg/dℓ O jejum é definido pela abstenção de qualquer caloria ingerida nas últimas 8 h. OU 3. Glicose plasmática da 2a hora > 200 mg/dℓ durante o teste de tolerância à glicose oral (TTGO) O teste deve ser realizado conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde, com administração de uma dose de glicose correspondente a 75 g de glicose anidra dissolvida em água. a Todos os critérios precisam ser confirmados em outro dia, a menos que haja sintomas inequívocos de hiperglicemia. Dados com base na referência 3. Diabetes gestacional A 4 a Conferência de Workshop Internacional da ADA recomendou a utilização dos critérios diagnósticos de Carpenter e Coustan para intolerância à glicose (resumidos na Tabela 8.6) (5). Tabela 8.6 Detecção e diagnóstico do diabetes gestacional. Glicose plasmática Teste com 50 g de glicose TTGO diagnóstico com 100 g a Jejum – 95 mg/dℓ 1a hora 140 mg/dℓ 180 mg/dℓ 2a hora – 155 mg/dℓ 3a hora – 140 mg/dℓ https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft1a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn2a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft2a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn3a a Dois os mais dos níveis da glicose plasmática precisam ser alcançados ou ultrapassados para que o diagnóstico seja confirmado. O teste deve ser realizado pela manhã, depois do jejum noturno de 8 a 14 h e depois de no mínimo 3 dias sem restrições dietéticas (> 150 g de carboidratos por dia) e sem limitações das atividades físicas. O paciente deve permanecer sentado e tranquilo durante o teste, porque a atividade física pode interferir nos resultados. Dados com base nas referências 3 e 5. A dosagem da glicose entre a 24 a e 28 a semanas deve ser realizada por um dos seguintes métodos: Método de uma etapa: realizar um TTGO diagnóstico com 100 g Método de duas etapas: realizar a triagem inicial com administração de 50 g de glicose oral (teste de estimulação com glicose, ou teste de O’Sullivan) e fazer o TTGO diagnóstico com 100 g nas mulheres que ultrapassarem o valor limítrofe de glicemia no teste de estimulação com glicose (ver Tabela 8.6). Pré-diabetes Existe um grupo intermediário de pacientes cujos níveis glicêmicos não preenchem os critérios diagnósticos do diabetes, mas que estão muito altos para serem classificados como normais (1,2). Hoje em dia, os indivíduos classificados neste grupo são descritos como portadores de “pré-diabetes” e são considerados de alto risco para desenvolver diabetes e doença cardiovascular no futuro (3). A Tabela 8.7 mostra os grupos definidos pela GPJ e pelo TTGO. Tratamento mediconutricional O TMN é um dos componentes da profilaxia, do tratamento e do autocontrole do diabetes (3). As recomendações sugeridas pela ADA para o tratamento mediconutricional (TMN) do diabetes estão fundamentadas nas Diretrizes Dietéticas de 2005 e na ingestão dietética recomendada (RDA) pelo Institute of Medicine of the National Academy of Sciences. Forneça planos dietéticos, instruções e recomendações regulares e individualizados Tabela 8.7 Testes para diabetes e pré-diabetes. Dosagem da glicose plasmática em jejum a Todos os critérios precisam ser confirmados em outro dia, a menos que haja sintomas inequívocos de hiperglicemia. Dados com base na referência 3. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft3a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-6 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-7 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn4a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft4a Mantenha um peso razoável por meio de modificações do estilo de vida, inclusive redução da ingestão calórica e aumento da atividade física. As dietas para emagrecimento devem fornecer no mínimo 1.000 a 1.200 kcal/dia para as mulheres e 1.200 a 1.600 kcal/dia para os homens As proteínas devem representar 10 a 20% das quilocalorias totais. Para reduzir o risco de nefropatia, a ingestão proteica deve limitar-se à RDA de 0,8 g/kg Os carboidratos devem representar 45 a 65% das quilocalorias totais. Não é recomendável restringir os carboidratos ahttps://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn5a Derivado da meglitinida-ácido benzoico Repaglinida Derivado da meglitinida-D- fenilalanina Nateglinida 0,5 a 16 mg/dia 180 a 360 mg/dia do dia Tomar junto com as refeições 1 a 30 min antes das refeições Sensibilizadores à insulina Biguanidas Aumentam a sensibilidade à insulina no fígado e nos tecidos periféricos Metformina Metformina, liberação prolongada Tiazolidinedionas Rosiglitazona Pioglitazona 500 a 2.550 mg/dia 500 a 2.000 mg/dia 2 a 8 mg/dia 15 a 45 mg/dia Tomar junto com as refeições Tomar junto com as refeições Tomar sem considerar as refeições Tomar sem considerar as refeições Retardam a absorção da glicose no trato GI Inibidores da alfa-glicosidase Acarbose Miglitol 75 a 300 mg/dia 75 a 300 mg/dia Tomar com a primeira garfada das refeições principais Tomar com a primeira garfada das refeições principais Combinações de fármacos Gliburida/metformina Glipizida/metformina Rosiglitazona/metformina Pioglitazona/metformina Rosiglitazona/glimepirida 1,25 mg/250 mg a 20 mg/2.000 mg/dia 2,5 mg/250 mg a 20 mg/2.000 mg/dia 1 mg/500 mg a 8 mg/2.000 mg/dia 15 mg/500 mg a 45 mg/2.550 mg 4 mg/1 mg a 8 mg/4 mg Tomar junto com as refeições, 1 a 2 vezes/dia Tomar junto com as refeições, 1 a 2 vezes/dia Tomar junto com as refeições, 1 a 2 vezes/dia Tomar junto com as refeições, 1 a 2 vezes/dia Tomar junto com a primeira refeição do dia a Em geral, o tratamento com uma dose diária é satisfatório, mas as doses maiores podem ser fracionadas. Dados com base nas referências 3 e 8 e nas bulas dos produtos. Tabela 8.12 Insulina e seus análogos. Tipo de insulina Início de ação (h) Pico (h) Duração (h) Quando administrar Ação rápida Lispro Aspart Glulisina 0,25 a 0,5 as seguintes recomendações quanto à dosagem da A1C (3): Tabela 8.15 Correlação entre o nível da A1C e da glicose plasmática média. A1C (%) Glicose plasmática média (mg/dℓ) 6 7 8 9 10 11 12 135 170 205 240 275 310 345 Dados com base na referência 12. Dosar a A1C no mínimo duas vezes por ano nos pacientes que conseguem alcançar as metas terapêuticas e que têm controle glicêmico estável Dosar a A1C no mínimo a cada 3 meses nos pacientes que alteraram seu tratamento ou que não conseguem alcançar suas metas glicêmicas A meta da A1C para os pacientes em geral é 300 mg/dl e houver cetonas em níveis altos, pode-se administrar 20% da dose total diária de insulina comodose suplementar (i.e., se a dose normal for de 40 U/dia, então administre 20% ou 8 U) Tabela 8.17 Metas de pressão arterial e níveis lipídicos para adultos diabéticos (exceto gestantes). Lipídios LDL Triglicerídeos 40 mg/dℓ a Pressão arterial 300 mg/dl) Diarreia persistente (mais de 8 h) Vômitos e incapacidade de ingerir líquidos há mais de 4 h Doente há mais de 24 h Dor abdominal grave, dificuldade de respirar ou confusão Níveis moderados ou altos de cetonas Complicações agudas do diabetes Hipoglicemia A hipoglicemia (ou açúcar sanguíneo baixo) ocorre quando o nível da glicose sanguínea cai a um patamar insuficiente para atender àsnecessidades de energia para as atividades corporais (Tabela 8.19). Nos adultos ou nas crianças com mais de 10 anos, a hipoglicemia não é comum, exceto como efeito colateral do tratamento do diabetes; contudo, isto pode ser causado por outros fármacos ou doenças, deficiências enzimáticas ou hormonais, ou tumores (14). https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn9a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft9a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-18 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23tab8-19 Tabela 8.18 Alimentos recomendados durante doenças intercorrentes (cerca de 15 g de carboidrato cada). 1/2 xícara (120 mℓ) de suco de frutas 1 xícara (240 mℓ) de isotônico ou bebidas para prática de esportes 1/2 xícara de suco de maçã sem adoçante 1 fatia de torrada 1/2 xícara de gelatina comum 1/2 xícara de aveia 1/2 xícara de arroz ou massas 1/2 xícara de sorvete de frutas 3 tabletes de açúcar 1 xícara (240 mℓ) de leite (desnatado) a 1/2 xícara (120 mℓ) de refrigerante não-dietético comum 3 torradas 1 xícara de sopa 6 bolachas 1 picolé (simples) 1/2 xícara de sorvete 1/2 xícara de iogurte 8 Lifesavers a Evitar alimentos com alto teor de gordura, porque podem reduzir o esvaziamento gástrico e a absorção de carboidratos. Tabela 8.19 Hipoglicemia Definição Glicose plasmática 70, monitorar sinais/sintomas de hipoglicemia. Ingerir a próxima refeição ou lanche dentro de 1 h. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn10a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23ft10a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c08.htm%23fn11aHipoglicemia grave: 1. Se conseguir deglutir sem risco de aspirar, ofereça suco ou refrigerante não-dietético comum, ou coloque xarope de glicose, mel, xarope ou geleia na bochecha do paciente. 2. Se não conseguir engolir sem risco de aspirar, administre injeção de glucagon de acordo com as recomendações a seguir: Crianças maiores e adultos: 1 mg. Crianças com menos de 5 anos: 0,5 mg. Lactentes: 0,25 mg. a Veja exemplos de alimentos com 15 g de carboidratos na Tabela 8.18. Dados com base nas referências 3, 8 e 15. Cetoacidose diabética e estado hiperglicêmico hiperosmolar A hiperglicemia pode causar cetoacidose diabética (CAD) ou estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH), ambos os distúrbios potencialmente fatais. A CAD é uma condição de descompensação metabólica grave manifestada por produção excessiva de corpos cetônicos e cetoácidos, que resulta em acidose metabólica (16). A CAD caracteriza-se por distúrbios graves do metabolismo dos carboidratos, das proteínas e das gorduras e é encontrada mais comumente nos pacientes com diabetes tipo 1 (15). O EHH é um distúrbio metabólico encontrado mais comumente nos pacientes com diabetes tipo 2 e, em geral, é desencadeado por doenças ou infecções. O EHH é semelhante à CAD, com exceção de que a deficiência de insulina não é tão comum. A Tabela 8.20 compara a CAD com o EHH. Tabela 8.20 Comparação entre CAD e EHH. CAD EHH Idade Menos de 40 anos Mais de 60 anos Anormalidades principais Cetose, cetonúria, acidose metabólica, desidratação Glicose sanguínea extremamente alta, hiperosmolalidade, desidratação grave, sem cetose significativa Sinais e sintomas Poliúria, polidipsia, hiperventilação, desidratação, odor de frutas das cetonas, fadiga, visão embaçada, fraqueza, dor abdominal, náuseas e vômitos Fadiga, visão embaçada, boca seca, alterações do estado mental, coma Causas Deficiência absoluta ou relativa de insulina Doenças, infecções, falta de tratamento e diabetes não-diagnosticado são os fatores desencadeantes comuns Glicose plasmática 250 a 600 mg/dℓ 600 a 2.000 mg/dℓ Cetonas 4+ 320 mOsm/kg Concentração de bicarbonato Baixa Normal Tratamento Administração de insulina, reposição de líquidos, correção do distúrbio eletrolítico, monitoração das complicações do tratamento Reposição de líquidos e eletrólitos e administração de insulina Dados com base nas referências 10, 15 e 16. Tabela 8.21 Abreviaturas comuns associadas ao diabetes. Abreviaturas Termo associado ao diabetes A1C Hemoglobina A1c, HbA1c, glico-hemoglobina, hemoglobina glicosilada, hemoglobina glicada ADA American Diabetes Association DCCT Diabetes Control & Complications Trial CAD Cetoacidose diabética GPJ Glicose plasmática em jejum DMG Diabetes melito gestacional GAJ Glicose alterada em jejum IG Intolerância à glicose TTGO Teste de tolerância à glicose oral GPP Glicose plasmática pós-prandial AMGS Automonitoração da glicose sanguínea Referências 1. Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Report of the expert committee on the diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care 1997;20:1183–1197. 2. Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Follow-up report on the diagnosis of diabetes mellitus. Diabetes Care 2003;26:3160–3167. 3. American Diabetes Association. Clinical Practice Recommendations. 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Os problemas nutricionais podem ser causados por doenças do trato gastrintestinal alto (TGA, que inclui o esôfago e o estômago) e do trato gastrintestinal baixo (TGB, que inclui os intestinos delgado e grosso). Tais distúrbios podem ser causados pelo próprio processo patológico subjacente, ou como consequência dos regimes dietéticos prescritos e/ou das restrições autoimpostas. Por essas razões, o nutricionista precisa fazer uma avaliação nutricional abrangente, com atenção especial à história dietética detalhada, e planejar intervenções altamente individualizadas. Doenças do trato gastrintestinal alto As doenças do TGA com relevância nutricional incluem as úlceras e o refluxo gastresofágico. Os fármacos tornaram-se progressivamente mais importantes, tanto para cicatrizar os tecidos danificados quanto para controlar a doença. Embora a dieta não cause estas doenças, pode ser necessário alterá-la para atenuar os sintomas do processo patológico ou os causados pela intervenção cirúrgica. Doença do refluxo gastresofágico Patogenia O refluxo gastresofágico é um processo no qual os ácidos produzidos pelo estômago refluem para o esôfago, e a esofagite é a inflamação resultante da exposição dos tecidos sensíveis do esôfago. A esofagiteaguda pode ser causada pela ingestão de uma substância cáustica, geralmente um fármaco, como os agentes anti-inflamatórios não-esteroides (AINE), mas também pelos vômitos repetidos, principalmente quando há anorexia nervosa e bulimia. O refluxo crônico é descrito como doença do refluxo gastresofágico (DRGE) e aumenta o risco de desenvolver o esôfago de Barrett, que é uma condição pré-cancerosa (1). Alguns fatores afetam a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI) e, deste modo, sua abertura e seu fechamento, inclusive: Hormônios Nutrientes Fármacos Pressão abdominal alta, como ocorre com: Doenças pulmonares crônicas Deitar-se depois das refeições Substâncias como cafeína, hortelã, cigarros, álcool e chocolate. Tabela 9.1 Fatores que afetam a pressão do EEI na DRGE. Reduzem a pressão (abrem) Aumentam a pressão (fecham) Bebidas alcoólicas Proteínas da dieta Fármacos Cafeína Chocolate Cigarros Gordura da dieta Hortelã Betanecol Metoclopramida Pressão gástrica elevada Ingestão alimentar excessiva, ingestão de líquidos Nível hormonal Progesterona (gravidez, última fase do ciclo menstrual) Fármacos Anticolinérgicos: atropina, escopolamina Broncodilatadores: salbutamol, isoproterenol, montelucaste, terbutalina, teofilina, zafirlucaste Tabela 9.2 Fármacos usados para tratar a DRGE. Nomes genéricos por categoria Antiácidos (ver Tabela 9.6) Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio Hidróxido de magnésio (leite de magnésio) Combinações das substâncias citadas antes Magaldrato Estimulantes do trato GI Metoclopramida Antagonistas dos receptores H2/inibidores da bomba de prótons https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-6 Cimetidina Famotidina Lansoprazol Nizatidina Omeprazol Ranitidina Roxatidina Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da DRGE inclui alterações da dieta e do estilo de vida, fármacos e, se estas medidas forem ineficazes, procedimentos cirúrgicos. Os médicos frequentemente prescrevem fármacos que reduzem a acidez gástrica, inclusive antiácidos, antagonistas dos receptores H2 e inibidores da bomba de prótons. A redução da acidez do conteúdo gástrico torna o líquido refluente menos cáustico. Outros tipos de fármacos, como a metoclopramida e a cisaprida, aumentam a velocidade do esvaziamento gástrico. Instruções ao paciente As considerações dietéticas relativas à DRGE enfatizam três objetivos (2): Evitar a dor e a irritação do esôfago durante um episódio de exacerbação da doença Evitar o refluxo Reduzir a acidez do conteúdo gástrico. A consecução desses objetivos depende da manipulação dos componentes dietéticos que afetam a pressão do EEI, da redução da acidez gástrica e da abstenção de alimentos picantes ou ácidos, além de condimentos irritativos durante as exacerbações da doença. O tabagismo causa vários efeitos GI e a maioria agrava os problemas GI (3). O uso de antiácidos é a forma mais eficaz de reduzir a acidez gástrica e estes fármacos devem ser ingeridos cerca de 1 a 3 h depois da refeição para conseguir redução máxima da acidez. Tabela 9.3 Fármacos e substâncias que retardam o esvaziamento gástrico. Fármacos Bloqueadores do canal de cálcio Nifedipino, verapamil, nicardipino, diltiazem, isradipino, nimodipino, anlodipino, felodipino, mibefradil, nisoldipino, bepridil Opiáceos/opioides Alfentanila, buprenorfina, codeína, dezocina, propoxifeno, meperidina, hidromorfona, levorfanol, nalbufina, oxicodona, fentanila, citrato de sufentanila, pentazocina, remifentanilo Antidepressivos tricíclicos Clomipramina, doxepina, nortriptilina, imipramina, protriptilina, desipramina Outras substâncias Álcool Maconha Tabaco Doença ulcerosa péptica Patogenia Doença ulcerosa péptica (DUP) é o termo genérico utilizado para denominar as úlceras ou áreas de erosão dos tecidos do estômago ou do duodeno. A erosão é causada pelos ácidos do próprio estômago e pela enzima pepsina, que digere proteínas. Estresse, doenças graves ou traumatismo podem causar úlceras que, nestes casos, são conhecidas como úlceras de estresse. Na última década, presenciamos o surgimento de tratamentos eficazes para a DUP, mas esta doença ainda causa complicações potencialmente fatais, como perfuração, hemorragia e obstrução. Do ponto de vista nutricional, a DUP frequentemente causa restrições dietéticas desnecessárias e redução consequente dos nutrientes essenciais. Além disso, a dor e os outros sintomas GI podem afetar a ingestão alimentar e comprometer o estado nutricional. Na década de 1990, houve um grande avanço com a descoberta de que a bactéria Helicobacter pylori era responsável pela metade de todos os casos dessa doença (4). Úlceras gástricas e duodenais As úlceras gástricas geralmente são causadas pela ingestão crônica de fármacos que irritam a mucosa, inclusive AINE. Com a interrupção do tratamento, as úlceras cicatrizam e geralmente não recidivam. Os pacientes com úlceras gástricas tendem a apresentar níveis baixos ou normais de acidez, assim, a formação destas lesões provavelmente se deve ao enfraquecimento das defesas (5). Por outro lado, 66% dos pacientes com úlceras duodenais têm altos níveis de acidez, mesmo no estado basal (p. ex., jejum ou durante o sono). As úlceras gástricas estão associadas ao aumento do risco de câncer gástrico e mortalidade, mas o mesmo não se aplica às úlceras duodenais. Os exames utilizados para diagnosticar o DUP incluem endoscopia, radiografias contrastadas, análises das secreções gástricas e exames sanguíneos. Tabela 9.4 Recomendações dietéticas e medidas gerais para a DRGE. Dieta para evitar refluxo Outros componentes do tratamento Dieta para esofagite aguda Ingerir refeições leves e frequentes; evitar refeições copiosas Evitar refeições ricas em gordura Ingerir refeições com pouca gordura e mais proteínas Não se deitar depois de comer (esperar 3 h) Evitar alimentos ácidos (frutas cítricas, tomates) Limitar o consumo de álcool Evitar alimentos que reduzem a pressão do EEI a : chocolate, café, hortelã, alho, cebola, canela Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições; beber entre as refeições Elevar a cabeceira do leito, se for necessário Reduzir ou evitar o fumo Utilizar antiácidos para reduzir a acidez gástrica Evitar alimentos condimentados (pimenta vermelha ou preta) Consumir uma dieta leve Fazer refeições leves e frequentes a De acordo com cada indivíduo. Adaptado com base na referência 2. Tabela 9.5 Efeitos do tabagismo no trato GI. Aumenta a secreção ácida Reduz a pressão do EEI (abre o EEI) Inibe a secreção de bicarbonato pelo pâncreas Acelera o esvaziamento gástrico dos líquidos Aumenta a acidez do duodeno Interfere com a ação de alguns fármacos GI Dificulta a cicatrização das úlceras Adaptado com base na referência 3. Tabela 9.6 Tipos e efeitos dos antiácidos. Tipos de antiácidos Quatro tipos principais, que contêm um composto mineral como: Alumínio, magnésio, sódio e cálcio. Mecanismo de ação Todos os antiácidos atuam no estômago e reduzem sua acidez; os fatores que podem afetar o grau de redução da acidez incluem a dose e a preparação do antiácido e a presença de alimentos no estômago. Os antiácidos evitam refluxo e tornam o conteúdo gástrico menos irritante, caso haja refluxo. Problemas possíveis associados ao uso crônico dos antiácidos Todos os antiácidos podem interferir em outros fármacos; os antiácidos sempre devem ser ingeridos 2 h antes das refeições, ou depois de tomar outros fármacos. Com a redução da acidez gástrica, os antiácidos interferem na absorção dos nutrientes (ferro, vitamina B12). https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23fn1a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23ft1a Os antiácidos à basede cálcio podem ser úteis às mulheres para aumentar a ingestão de cálcio e evitar osteoporose, mas podem causar cálculos renais e reduzir os níveis sanguíneos do magnésio e do fósforo. Os antiácidos à base de magnésio podem causar diarreia grave. Os antiácidos à base de alumínio podem causar constipação intestinal grave, reduzir os níveis sanguíneos do fósforo e causar raquitismo nos adultos. Os antiácidos à base de sódio podem causar retenção de líquidos, aumentar a pressão arterial dos pacientes sensíveis ao sal e reduzir a absorção do ferro. Tabela 9.7 Agentes anti-inflamatórios não-esteroides. Ácido acetilsalicílico Bronfenaco Cetoprofeno Diclofenaco Diflunisal Fenoprofeno Flevibiprofeno Ibuprofeno Indometacina Lodinixila Meclofenamato de sódio Nabumetona Naproxeno Oxaprozina Piroxicam Salicilato de colina Salicilato de sódio Sulindaco Tolmetina Trometamina de cetorolaco Tratamento e intervenção nutricional A história do tratamento da DUP está repleta de regimes que eram lógicos, mas ineficazes, além de causarem déficits de nutrientes e serem potencialmente perigosos (4). O tratamento moderno da DUP depende da definição da causa da doença e, quando presente, inclui a erradicação do H. pylori. Os alimentos e as substâncias que devem ser evitados incluem os que podem irritar a mucosa ou aumentar a secreção ácida. Evitar o fumo é outra alteração do estilo de vida importante para o tratamento da DUP (2,3). Outro componente do tratamento são os diversos fármacos usados para alcançar os objetivos de erradicar o H. pylori (quando presente), reduzir a secreção ácida e a acidez gástrica e promover a cicatrização da úlcera. Em alguns casos, é necessário realizar intervenções cirúrgicas em razão das complicações, como perfuração, obstrução ou câncer. Depois do procedimento cirúrgico, podem ocorrer problemas nutricionais, como má absorção de nutrientes, ingestão alimentar reduzida e emagrecimento. O tratamento cirúrgico pode causar a síndrome do dumping, que frequentemente causa todos esses problemas nutricionais. Tabela 9.8 Exames diagnósticos para doença ulcerosa péptica. 1. Endoscopia 2. Radiografias do trato GI alto (radiografia com deglutição de bário) 3. Análises das secreções gástricas 4. Exames sanguíneos para detectar: Anemia (hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio e hemoglobina corpuscular média) H. pylori Tabela 9.9 Objetivos terapêuticos e dieta para doença ulcerosa péptica. Objetivos 1. Erradicar a infecção por H. pylori, quando presente 2. Reduzir a acidez e a secreção gástricas 3. Evitar substâncias que irritem o estômago 4. Promover a cicatrização da úlcera Recomendações nutricionais e outras medidas 1. Individualizar a dieta ou, se preferir, seguir uma dieta leve 2. Investigar se há anemia (causada por sangramento da úlcera) e, quando presente, corrigi-la 3. Verificar se há deficiência de B12 e, quando presente, corrigi-la 4. Evitar refeições copiosas (distendem o estômago) 5. Evitar excesso de álcool e café; usar café descafeinado 6. Evitar o fumo 7. Incluir cotas extras de proteínas e vitamina C para promover a cicatrização Síndrome do dumping Patogenia A complicação nutricional principal — síndrome do dumping — consiste em um grupo de sintomas resultantes do esvaziamento rápido dos alimentos que não são digeridos do estômago para o duodeno. Alguns pacientes apresentam as duas fases diferentes dessa síndrome (imediata e tardia), enquanto outros têm apenas uma fase. A fase imediata começa dentro de 20 a 90 min depois da ingestão dos alimentos e consiste em sintomas gastrintestinais e vasomotores. A causa da fase tardia do dumping é a hipoglicemia. Tabela 9.10 Irritantes gástricos e estimulantes da secreção ácida do estômago. Possíveis irritantes gástricos Estimulantes da secreção ácida gástrica Pimentas (todos os tipos; vermelha, preta e branca) Pimenta malagueta em pó, caril (curry) Álcool Café comum e descafeinado Refeições frequentes (de preferência, 3 refeições) Tabela 9.11 Fármacos utilizados comumente para tratar a doença ulcerosa péptica. Antiácidos (ver Tabela 9.6) Antibióticos (se houver infecção por H. pylori) Agentes antiulcerosos Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, ranitidina, nizatidina) Omeprazol, lansoprazol https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-6 Sucralfato Misoprostol Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da síndrome do dumping consiste na dieta pós-gastrectomia ou antidumping e pode incluir fármacos para retardar o esvaziamento gástrico (2). A intolerância funcional à lactose tende a ser um problema comum depois do procedimento cirúrgico. Doenças do trato gastrintestinal baixo Os distúrbios do TGB incluem doença diverticular, síndrome do cólon irritável (SCI), doença inflamatória intestinal (DII) e doença celíaca. Opapel do TGB na digestão e na absorção aumenta as chances de que qualquer doença afete negativamente o estado nutricional, mas isto ocorre principalmente com a DII e a doença celíaca. Tabela 9.12 Intervenções cirúrgicas para doença ulcerosa péptica. Vagotomia troncular e piloroplastia A vagotomia troncular corta os troncos principais do nervo vago dos dois lados do esôfago distal; isto suprime a secreção ácida induzida por este nervo e também reduz as contrações e retarda o esvaziamento gástrico. Para compensar esses efeitos, também é realizada piloroplastia. Nesse procedimento, o piloro é alterado cirurgicamente de forma que possa funcionar como uma barreira ao conteúdo gástrico, à medida que o estômago esvazia. O resultado é que os líquidos esvaziam mais rapidamente, enquanto os sólidos demoram mais. Vagotomia troncular e antrectomia Este procedimento é mais agressivo porque a antrectomia interliga o antro e o piloro. Quando o antro é alterado, a porção do estômago que secreta gastrina (hormônio que estimula todas as secreções gástricas) é retirada. Os dois procedimentos cirúrgicos realizados para ligar o estômago restante ao intestino são as operações de Billroth I e II. Vagotomia altamente seletiva (vagotomia gástrica proximal) Esta operação reduz a secreção ácida do estômago, mas não interfere com a motilidade gástrica (i. e., movimentos do estômago). Isto evita os problemas associados ao esvaziamento gástrico (i. e., síndrome do dumping). Tabela 9.13 Recomendações nutricionais pós-gastrectomia. Alimentos que devem ser evitados Açúcares concentrados (i. e., refrigerantes, sucos, tortas, bolos, biscoitos, sobremesas com açúcar) Alimentos que contêm lactose (i. e., leite, laticínios, sopas cremosas, sorvete) a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23fn2a Recomendações dietéticas Fornecer 30 a 40% das quilocalorias na forma de gorduras Fornecer 20% das quilocalorias na forma de proteínas Fornecer 50 a 60% das quilocalorias na forma de carboidratos Os açúcares simples devem representar apenas 0 a 15% das quilocalorias Consumir 3 g de sódio ou menos por dia Aumentar a ingestão de fibras, principalmente pectina (presente nas frutas e nos vegetais, especialmente maçãs e frutas cítricas) Utilizar adoçantes artificiais nas bebidas e nas sobremesas Modificações comportamentais 1. Depois da operação, evitar comer até que a função do trato GI esteja normalizada. 2. Começar com pequenos goles de água à temperatura ambiente, ou deixar que cubos de gelo derretam na boca. 3. Passar para uma dieta à base de líquidos claros. 4. Iniciar uma dieta líquida completa, quando tolerada. 5. À medida que os alimentos sólidos são introduzidos, começar com quantidades pequenas de alimentos macios, ricos em amido e pobres em gordura e proteínas. 6. Ingerir refeições leves e frequentes. 7. Evitar grandes quantidades de líquidos durante as refeições. Beber líquidos 1 a 2 h antes ou depoisda refeição. 8. Evitar atividade física e deitar-se até 1 h depois das refeições. 9. Evitar extremos de temperatura dos alimentos. Possíveis deficiências dietéticas induzidas pelo procedimento cirúrgico Ferro Cálcio Vitamina D Riboflavina Folato Vitamina B12 a Alguns queijos envelhecidos e iogurtes sem açúcar podem ser tolerados. Adaptado com base na referência 2. Doença diverticular: diverticulose e diverticulite Patogenia A doença diverticular caracteriza-se pela existência de pequenas herniações no intestino grosso, mais comumente no cólon sigmóide, as quais formam bolsas minúsculas. A presença dessas bolsas caracteriza a diverticulose, e quando elas inflamam ou ficam infectadas, o termo aplicado é diverticulite. A diverticulite pode causar complicações potencialmente fatais, inclusive ruptura das bolsas, que causa sangramento e pode causar sepse e obstrução. A teoria atual proposta para explicar a etiologia da doença sugere que a diverticulose seja causada por elevação da pressão dentro do intestino grosso e pelo enfraquecimento da musculatura do órgão (6). Os fatores que podem aumentar a pressão dentro do intestino grosso e/ou enfraquecer a musculatura incluem: https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23ft2a Estresse emocional Constipação intestinal, principalmente com esforço para evacuar Redução da motilidade GI Aceleração do tempo de trânsito. Sob o ponto de vista nutricional, o principal componente dietético que provavelmente mais afeta vários desses fatores é uma dieta pobre em fibras. Tratamento e intervenção nutricional Se um indivíduo teve diverticulite, as exacerbações subsequentes (se não forem muito graves) geralmente podem ser tratadas em casa: repouso, inicialmente com jejum e depois com dieta de líquidos claros, e antibióticos. À medida que os sintomas regridem, geralmente depois de alguns dias, o tratamento nutricional consiste em uma dieta leve pobre em fibras (2). Depois de 4 a 6 semanas, recomenda-se uma dieta rica em fibras para a diverticulose. No hospital, a diverticulite grave exige repouso intestinal total e apenas alguns goles de água ou gelo picado. À medida que a inflamação regride, a dieta progride para líquidos claros. Alguns pacientes podem necessitar de suporte nutricional, seja por via parenteral ou por uma fórmula enteral básica, caso tenham doença aguda e seu estado nutricional esteja comprometido. Na maioria dos casos, os antibióticos e o repouso intestinal atenuam os sintomas dentro de 2 a 5 dias. Depois da dieta à base de líquidos claros, o paciente passa a ingerir uma dieta leve (ou dieta GI leve), com exclusão de nozes, sementes ou vegetais fibrosos. A dieta tem restrição de fibras por até 1 mês e, em seguida, o paciente deve ingerir uma dieta rica em fibras. Tabela 9.14 Recomendações dietéticas para diverticulite e diverticulose. Durante as exacerbações agudas que exigem internação hospitalar 1. Ingerir uma dieta com poucos resíduos. A dieta elementar oral (AlitraQ ® , El diet ® ) ou a nutrição parenteral total necessária. 2. Passar a uma dieta de líquidos claros. 3. Iniciar uma dieta leve, à medida que os alimentos sejam tolerados. Nos casos de diverticulite aguda tratada em casa, evitar nozes, sementes, frutas/vegetais, cascas, vegetais fi excesso, alimentos muito condimentados. Para a diverticulose (depois da regressão da diverticulite) 1. Consumir diariamente 6 a 11 porções de pão integral, cereais, farinhas e outros produtos à base de grãos integ 2. Consumir diariamente 5 a 8 porções de frutas e vegetais, principalmente legumes, frutas cruas com cascas, fru crus (cenouras, aipo) e vegetais com casca (batatas). 3. Consumir diariamente 25 g de fibras. 4. Consumir 2 ℓ de água por dia (8 copos de 250 mℓ). 5. Reduzir a ingestão de gorduras. Adaptado com base na referência 2. Síndrome do cólon irritável Patogenia A síndrome do cólon irritável (SCI), também conhecida como colite espástica, é um dos distúrbios mais comuns do intestino grosso e responsável por até 40% das consultas com o gastroenterologista (7). Os sintomas variam e incluem cólicas e dores abdominais, distensão, flatulência, episódios alternados de constipação intestinal e diarreia ou apenas uma delas. A etiologia da SCI é desconhecida, mas uma teoria sugere que os pacientes com esta síndrome respondam exageradamente a alguns estímulos que desencadeiam apenas respostas leves ou nenhum efeito em todos os indivíduos sem a doença. Os possíveis estímulos incluem excessos alimentares, estresse ou trauma emocional, fármacos, hormônios e intolerância a algumas substâncias específicas dos alimentos. O diagnóstico é firmado depois da exclusão de outros distúrbios do TGB e com base na persistência dos sintomas há 3 meses. Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da SCI está centrado na dieta e no estilo de vida As alterações do estilo de vida enfatizam o estabelecimento de padrões alimentares regulares, hábitos intestinais regulados, além de redução econtrole do estresse. Os fármacos podem incluir laxantes formadores de bolo fecal, antiespasmódicos e tranquilizantes. Com o objetivo de determinar se alimentos específicos provocam exacerbações, pode-se adotar uma abordagem de eliminação e reintrodução, mais do que o uso de probióticos (10). Até 40% dos pacientes com a SCI têm intolerância à lactose. Outros alimentos que comumente causam problemas incluem cafeína, álcool, vegetais formadores de gases, além de trigo ou levedura (11). Tabela 9.15 Teor de fibras dos alimentos. Alimento Porção Fibras (g) Pão: trigo integral 1 fatia 2 Farelo de cereais 30 g 2 Cereais, farinha de aveia cozida ½ xícara 2 Frutas: maçã, banana, kiwi, pêra 1 média 2 Legumes: feijões cozidos, feijão-roxo, navy beans ½ xícara 8 Legumes: garbanzo, feijão-de-lima, lentilhas, ervilhas secas ½ xícara 5 Vegetais: brócolos cozidos, feijões-verdes, milho, abóbora de inverno, cenouras cruas, pimentas ½ xícara 3 Instruções ao paciente As alterações dietéticas enfatizam a ingestão de refeições leves e frequentes a intervalos regulares e consistentes; o aumento gradativo da ingestão de fibras; o fornecimento de quantidades adequada de líquidos, e a abstenção de quaisquer alimentos que possam causar problemas. Além da dieta de eliminação para definir os alimentos que causam problemas, o paciente com SCI pode fazer um diário alimentar para registrar a ingestão de alimentos e bebidas e descobrir se as exacerbações estão associadas a determinados alimentos. Doenças inflamatórias intestinais Patogenia O termo doença inflamatória intestinal consiste em dois distúrbios crônicos: doença de Crohn e colite ulcerativa, ambas caracterizadas por causar inflamação do intestino. Essas duas doenças tendem a causar má absorção dos nutrientes e levar à desnutrição, e ambas podem produzir complicações potencialmente fatais (2). Vários aspectos dessas doenças são semelhantes, o que dificulta o diagnóstico diferencial, mas cada uma também tem seu próprio padrão de crise. Uma diferença significativa entre as duas doenças é que os procedimentos cirúrgicos, que frequentemente se tornam necessários, podem curara colite ulcerativa depois da remoção de todo o intestino grosso. Por outro lado, a realização de intervenções cirúrgicas nos pacientes com doença de Crohn aumenta o risco de outros procedimentos, e a doença não tem cura (11). A etiologia das DII é desconhecida, embora alguns estudos tenham demonstrado correlações com fatores genéticos, toxinas ambientais, infecções e distúrbios autoimunes. Tabela 9.16 Recomendações para a síndrome do cólon irritável. 1. Alguns pacientes com síndrome aguda do cólon irritável podem necessitar de uma dieta elementar (El diet ® , AlitraQ ® ). 2. Passar para uma dieta leve à medida que comecem a tolerar. 3. Passar lentamente para uma dieta rica em fibras para evitar desconfortos, comodistensão e flatulência. 4. Alimentos que devem ser evitados: álcool, pimenta preta; cafeína; pimenta malagueta em pó; cacau/chocolate; café; refrigerantes à base de cola; alho; pimenta vermelha; alimentos condimentados; açúcares (principalmente frutose e lactose) e sorbitol. 5. Evitar alimentos que produzem gases (maçãs, alcachofra, aspargo, abacate, cevada, cerveja, farelo de trigo, brócolos, couve-de- bruxelas, repolho, bebidas gaseificadas, couve-flor, aipo, coco, sopas cremosas, pepino, berinjela, figos, peixes, alimentos fritos, alho, caldo de carne, carnes gordurosas, mel, couve-rábano, alho-porro, lentilhas, legumes, manitol, melões, leite, melado, nozes, cebolas, pimentas, pimentões, ameixas, rabanetes, passas, rutabaga, chucrute, cebolinha-verde, chalota, sorbitol, soja, nabo, trigo e levedura). 6. Evitar lactose se houver intolerância (ver Tabela 9.13). 7. Evitar trigo ou levedura, se não for tolerada. 8. Os alergênios alimentares comuns incluem chocolate, laticínios, trigo, levedura e ovos. 9. Evitar gordura em excesso (ver dieta pobre em gordura). 10. Beber 2 a 3 ℓ de água por dia; consumir 20 a 30 g de fibras por dia. 11. Uma colher de sopa de um agente formador de bolo fecal (p. ex., Plantago ovata) diariamente pode ser útil. O farelo de trigo pode causar irritação. 12. Os probióticos podem ser úteis. 13. Administrar suplementos de vitaminas do complexo B, cálcio, vitamina D e riboflavina (se houver intolerância à lactose). Modificações dietético-comportamentais Ingerir refeições leves e frequentes Comer a um ritmo tranquilo e a intervalos regulares Evitar constipação intestinal Praticar exercícios regularmente O consumo de produtos como farelos pode ser útil Biofeedback, relaxamento e técnicas de redução do estresse podem ser eficazes. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-13 Identificar as hipersensibilidades alimentares e excluir os alimentos desencadeantes. Possíveis deficiências induzidas pela modificação da dieta: Cálcio Vitamina D Riboflavina Vitaminas do complexo B Adaptado com base na referência 2. Doença de Crohn A doença de Crohn (DC) também é conhecida como enterite regional, ileíte granulomatosa e ileocolite. A doença pode afetar qualquer segmento do trato GI, desde a boca até o ânus; contudo, há uma predileção pelo íleo terminal. As complicações incluem obstrução, fissuras e fístulas, que podem aumentar a mortalidade. Os problemas nutricionais associados à DC são potencialmente mais graves quando comparados com os da colite ulcerativa, porque o intestino delgado é acometido com maior frequência. Tabela 9.17 Diferenciação entre a doença de Crohn e a colite ulcerativa. Parâmetro Colite ulcerativa Doença de Crohn Idade de início 15 a 30 anos 15 a 30 anos Órgão afetado Reto, cólon sigmoide; apenas intestino grosso Íleo, intestino delgado, todo o TGI Camadas de tecidos Mucosa superficial Todas as camadas Distribuição da doença Em segmentos Contínua Risco de câncer Mais alto, depois de 10 anos Não aumenta o risco Sangramento retal Comum Ocasional Esteatorreia Não Sim, frequente Diarreia Sim, frequente Sim, frequente Vômitos Sim Sim Problemas nutricionais Proteínas Perdidas em razão da diarreia, da inflamação e da ingestão reduzida Perdidas em razão da diarreia, da inflamação e da ingestão reduzida Gordura Nenhum problema Má absorção Vitamina B12 Nenhum problema Sim, se afetar o íleo terminal Vitaminas A, D, E, K Sim; os fármacos interferem Sim; fármacos e má absorção Cobre, zinco, selênio Sim; perdas causadas pela diarreia Sim; perdas causadas pela diarreia e pela má absorção Outro problema nutricional é a diarreia grave, geralmente esteatorreia devida à má absorção das gorduras. Além da má absorção direta dosnutrientes, os pacientes com DC têm dor abdominal e outros sintomas GI, os quais reduzem o apetite e pioram depois de ingerir alimentos. Isso pode levar o indivíduo a ter medo de comer, reduzir a ingestão de nutrientes e calorias e agravar ainda mais a desnutrição. Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da doença de Crohn depende do estágio da doença e, se o paciente tiver uma exacerbação da doença, de sua gravidade. O tratamento durante as exacerbações consiste em controlar a inflamação, tratar os sintomas de dor e diarreia, e evitar a estimulação e a irritação do trato GI. Os corticoides são utilizados para reduzir a inflamação durante a exacerbação da DC e, quando são administrados, a dieta hipossódica pode ser útil para evitar retenção de líquidos (2). A nutrição parenteral pode ser necessária nos casos graves, embora as refeições enterais (monoméricas/elementares) pequenas possam ser toleradas. Instruções ao paciente No período de remissão entre as exacerbações, é importante seguir uma dieta especialmente nutritiva. Isso pode ajudar a evitar as deficiências de nutrientes durante uma exacerbação, que está associada à má absorção significativa dos nutrientes. Os nutrientes preocupantes são: Proteínas Vitaminas C, A, D, E, K, folato, B6 e B12 Minerais como ferro, zinco, cobre, cálcio, potássio e magnésio. A intolerância funcional à lactose é comum. Em resumo, o controle cuidadoso do estado nutricional e o fornecimento de uma dieta nutritiva, especialmente rica em proteínas, durante os períodos de remissão, podem ajudar a evitar deficiências de nutrientes depois das exacerbações. Tabela 9.18 Fármacos utilizados no tratamento da doença de Crohn. Problema Fármacos Diarreia, cólicas Difenoxilato, loperamida, tintura de ópio desodorizada ou codeína; os laxantes à base de psílio ajudam a melhorar a diarreia e a constipação intestinal com a formação de fezes firmes. Infecção Antibióticos de amplo espectro; metronidazol (antibiótico que ajuda a melhorar a doença de Crohn, principalmente se houver fístulas e abscessos). Inflamação Prednisona (corticoide) para as exacerbações; sulfassalazina, mesalamina, olsalazina (ajudam a evitar as exacerbações). Tabela 9.19 Recomendações dietéticas para a doença de Crohn. Na exacerbação aguda, ou em presença de obstrução ou fístulas Pode ser necessária dieta com poucos resíduos, dieta elementar ou nutrição parenteral total. Durante a fase aguda da doença de Crohn (quando a dieta oral é tolerada) Alimentos que devem ser evitados Alimentos ricos em fibras, como nozes, sementes, cascas de frutas/vegetais e vegetais fibrosos Alimentos suspeitos de causar intolerância Álcool Cafeína e bebidas cafeinadas (chocolate, café, refrigerantes de cola, chá) Café e chá descafeinados Pimenta e alimentos condimentados Reduzir a lactose se não for tolerada (ver Tabela 9.13) Se houver má absorção de gorduras, limitar os alimentos gordurosos (ver dieta com pouca gordura) Evitar trigo/glúten se não for tolerado (ver dieta para doença celíaca) Se forem utilizados corticoides no tratamento, evitar excesso de sal (limitar a 2 g de sódio por dia; ver dieta hipossódica) Adaptado da referência 2. Colite ulcerativa Patogenia Embora os sinais e sintomas sejam semelhantes aos da doença de Crohn, a colite ulcerativa geralmente afeta o segmento sigmoide do intestino grosso e há envolvimento extensivo do reto. Em geral, a doença estende-se por todo o intestino grosso, de forma que todo o órgão pode ser afetado, mas nunca envolve o intestino delgado. As complicações da colite ulcerativa são tão graves quanto as da DC, inclusive colite tóxica, na qual o órgão começa a dilatar. A dilatação pode desenvolver-se em horas ou dias e, quando é grave, é conhecida como megacolo tóxico, que pode evoluir para perfuração. O sangramento retal é um problema comum e frequentemente causa anemia ferropriva. Outros problemas nutricionalmente relevantes incluem: Perdas de proteínas Distúrbios eletrolíticos Desidratação https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-13Anorexia Emagrecimento. Ao contrário da DC, a maioria dos problemas nutricionais não é atribuída diretamente à má absorção. O diagnóstico é firmado com base na sigmoidoscopia, e este exame também avalia a gravidade da doença. Tabela 9.20 Recomendações dietéticas para a doença de Crohn em remissão. 1. Tentar consumir: Diariamente 6 a 11 porções de pão de trigo integral, farinhas de cereais e outros produtos à base de grãos integrais. Diariamente 5 a 8 porções de frutas e vegetais, especialmente legumes, frutas cruas com cascas, frutas secas, vegetais cruz (cenoura, aipo) e vegetais com cascas (batatas). Diariamente 25 g (mulheres) ou 38 g (homens) de fibras. Diariamente 2 ℓ de água por dia (8 copos de 250 mℓ). Diariamente 1 a 1,5 g/kg de proteínas. 30 a 40 kcal/kg de peso corporal para os adultos. 80 a 100 kcal/kg de peso corporal para as crianças; 60 a 80 kcal/kg de peso corporal para os adolescentes. Quantidades maiores de ácidos graxos n-3 nos alimentos (peixes, especialmente cavala e atum) ou por meio de suplementos. 2. Escolher um suplemento vitamínico/mineral que inclua: Vitaminas A, D, E, K, B6, B12, ferro, zinco, cobre, cálcio, potássio, folato e magnésio. A suplementação de selênio pode ser necessária depois das ressecções de mais de 200 cm. 3. Se o tratamento incluir o uso de corticoides: Aumentar a ingestão de potássio (bananas, laranjas, suco de laranja, batatas, legumes, frutas e vegetais). 4. Se o tratamento incluir fármacos antidiarreicos: Aumentar a ingestão de líquidos em 2 ℓ por dia. 5. Os tratamentos nutricionais sugeridos incluem: Antioxidantes, fibras fermentáveis, triglicerídeos de cadeia média (óleo de TCM), ácidos graxos n-3, ácidos graxos de cadeia curta e aminoácidos específicos (p. ex., glutamina). 6. Os fatores agravantes da doença de Crohn comumente incluem: Ingestão alta de sacarose (açúcar); carência de frutas e vegetais; ingestão baixa de fibras; relações alteradas entre os ácidos graxos n-6 e n- 3. 7. Modificações dietético-comportamentais: Fazer refeições leves e frequentes. Mastigar bem os alimentos; evitar engolir ar. Detectar intolerância alimentar e eliminar apenas os alimentos que consistentemente causam problemas. Para aumentar a oferta de quilocalorias, beber quantidades pequenas de suplementos orais de líquidos isotônicos ao longo de todo o dia. Possíveis deficiências induzidas pelas alterações dietéticas: Fibra (na fase aguda); cálcio; vitamina D; riboflavina; vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), vitaminas do complexo B. Adaptado com base na referência 2. Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da colite ulcerativa é semelhante ao da doença de Crohn, pois as metas são controlar a inflamação, atenuar os sintomas e corrigir a desidratação e as deficiências de nutrientes (2). Além disso, como também ocorre na doença de Crohn, quando a doença entra em remissão, a melhor abordagem para corrigir os problemas nutricionais entre as exacerbações é administrar uma dieta rica em proteínas e nutrientes. Se a doença afetar o colo descendente, os enemas de corticoides ou mesalamina ajudam a reduzir os sintomas. Os enemas de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) também ajudam a promover a cicatrização dos tecidos (12,13). Doença celíaca Patogenia A doença celíaca tem vários sinônimos, inclusive espru não-tropical, espru induzido pelo glúten, enteropatia induzida pelo glúten e enteropatia sensível ao glúten. Tal doença caracteriza-se por má absorção dos nutrientes, que é causada pela hipersensibilidade genética das células da mucosa do intestino delgado aos diversos componentes das proteínas dos grãos. No trigo, o composto é a gliadina, um dos dois componentes proteicos da proteína principal que é o glúten, que confere à farinha suas propriedades elásticas. Compostos semelhantes existentes nos outros grãos incluem (14): Hordeína da cevada Secalina do arroz Avidina da aveia. Tabela 9.21 Recomendações dietéticas para colite ulcerativa. Durante as fases agudas da colite ulcerativa: Nutrição parenteral total (quando segmentos amplos do intestino grosso são retirados cirurgicamente). Dieta elementar oral ou produtos como El diet ® , AlitraQ ® , que incluem ácidos graxos de cadeia curta, glutamina, vitamina E e ácidos graxos n- 3. Durante a fase aguda da colite ulcerativa (quando a dieta oral é tolerada): Ingerir uma dieta com poucas fibras e evitar alimentos ricos em fibras, como nozes, sementes, grãos ásperos, legumes, cascas de frutas/vegetais e vegetais fibrosos. Os fatores de risco incluem constituição genética, síndrome de Down, diabetes tipo 1 e artrite crônica na infância. Linfoma é uma complicação possível (15). Os sinais e sintomas incluem distensão abdominal, dor, diarreia, e a doença pode ser diagnosticada por um teste sanguíneo para anticorpos contra gliadina e por biopsia. Existem inúmeros problemas nutricionais atribuídos à má absorção de vários nutrientes, mas os problemas comuns incluem (16): Tabela 9.22 Outras alterações dietéticas e comportamentais para colite ulcerativa. 1. Evitar alimentos que reconhecidamente causam diarreia. 2. Evitar extremos de temperatura dos alimentos e das bebidas (evitar bebidas geladas). 3. Evitar bebidas gaseificadas. 4. Fazer refeições leves e frequentes; parar de comer 2 a 3 h antes de deitar. 5. Comer lentamente; mastigar bem. 6. Se o tratamento incluir corticoides: consumir uma dieta com pouco sal; aumentar a ingestão de potássio (bananas, laranjas, suco de laranja, batatas, legumes, frutas e vegetais). 7. Ingerir 2 ℓ de água por dia (8 copos de 250 mℓ). 8. Ingerir diariamente 1 a 1,5 g/kg de proteínas. 9. Aumentar a ingestão de ácidos graxos n-3 nos alimentos (peixe, especialmente cavala e atum) ou nos suplementos. 10. Escolher um suplemento vitamínico/mineral que inclua tiamina, vitamina E, ferro, zinco, cálcio, potássio e folato. 11. Os alimentos citados a seguir são suspeitos de causar intolerância; evitar se eles causarem problemas: álcool; cafeína e bebidas cafeinadas (chocolate, café, refrigerantes de cola, chá); café e chá descafeinados; pimenta e alimentos condimentados; reduzir a ingestão de lactose, se não for tolerada (ver Tabela 9.13). Se houver má absorção de gorduras, limitar os alimentos gordurosos (ver dieta com pouca gordura); evitar trigo/glúten, se não for tolerado. Possíveis deficiências, se a lactose não for tolerada: cálcio, vitamina D, riboflavina. Adaptado com base na referência 2. Tabela 9.23 Ácidos graxos de cadeia curta. Definição Compostos formados por 6 carbonos ou menos; a ingestão de fibras solúveis ajuda a produzir estes ácidos graxos no intestino grosso. Mecanismos de ação Aumentam a acidez do cólon. Dificultam a absorção de amônia pelas células do intestino grosso. Estimulam a proliferação de bactérias no intestino grosso. Efeitos terapêuticos potenciais: O aumento da acidez no intestino grosso reduz a decomposição dos ácidos biliares (carcinógenos potenciais). Proteção do intestino grosso contra alterações neoplásicas. Aumento das bactérias capazes de converter compostos tóxicos em inofensivos. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-13 Os enemas de butirato (um ácido graxo de cadeia curta) podem ajudar a evitar exacerbações da colite ulcerativa. Adaptado com base na referência 12. Emagrecimento Albumina sérica baixa Anemia Doença óssea devida à má absorção de: Cálcio Fósforo Magnésio Vitamina D. Tratamento e intervenção nutricional O tratamento da doença celíaca consiste em eliminar a gliadina/glúten da dieta, o que deve ser feito tão logo seja possível para evitar lesão extensa do intestino (2). Alguns pacientes com doença mais grave ou prolongada podem não responder à intervenção dietética, e os corticoides tornam-se necessários. Assim como ocorre com a SCI, a lesão dos tecidos intestinais pode exigir a105 a 105,5 cm 127 a 135 cm 137 a 142 cm 147 a 152 cm 152 a 162 cm 7,0 a 7,7 cm 7,0 a 7,7 cm 7,4 a 8,0 cm 7,4 a 8,0 cm 7,7 a 8,3 cm Larguras dos cotovelos dos homens Dimensões médias Se a largura do cotovelo for menor do que a referida na tabela para determinada estatura, o indivíduo tem dimensões pequenas; se a largura do cotovelo for maior, o indivíduo tem dimensões grandes. Estatura 132 a 135 cm 137 a 142 cm 147 a 152 cm 152 a 160 cm 162 a 170 cm Largura do cotovelo 7,7 a 8,6 cm 8,0 a 8,6 cm 8,35 a 7,62 cm 8,35 a 6,75 cm 8,65 a 7,0 cm Dados com base na referência 5. Tabela 1.9 Ajustes na amputação para estimativa do peso corporal ideal. Porcentagem do peso corporal representada pela parte do corpo Mão Antebraço e mão Todo o braço Pé Perna (abaixo do joelho) e pé Toda a perna 0,7% 2,3% 5,0% 1,5% 5,9% 16,0% Dados com base na referência 7. Interpretação dos dados relativos ao peso corporal Porcentagem do peso corporal ideal Porcentagem do peso corporal habitual (PCH) A Tabela 1.10 mostra como avaliar os valores de % PCI e % PCH. Porcentagem da alteração do peso. Esse cálculo ajuda a avaliar as variações do peso habitual do paciente, principalmente nos indivíduos idosos, nos quais a perda ponderal involuntária está associada aos aumentos da morbidade e mortalidade (8). Depois de calcular a porcentagem da alteração do peso, use a Tabela 1.11 para avaliar o significado de quaisquer alterações ponderais. Tabela 1.10 Interpretação da % PCI e da % PCH. % PCI % PCH Risco nutricional > 120 110 a 120 90 a 109 80 a 89 70 a 79 2% > 5% > 7,5% > 10% Dados com base na referência 9. Avaliação do sobrepeso e da obesidade Índice de massa corporal O IMC (ou índice de Quetelet) é um cálculo direto fundamentado na estatura e no peso, independentemente do sexo, e pode ser utilizado para avaliar a gravidade da obesidade. O IMC tem limitações, como medida da gordura corporal total, que deve ser levada em consideração quando se interpretam os dados, principalmente se houver edema, musculatura desenvolvida, perda muscular ou indivíduos muito baixos (menos de 1,5 m) (10). Veja as classificações do sobrepeso e da obesidade com base no IMC na Tabela 1.12. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-10 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-11 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-12 Circunferência da cintura e relação cintura/quadril O acúmulo de gordura excessiva no abdome, desproporcional à gordura corporal total, é um prognóstico independente de fatores de risco e morbidade (10). Os dois métodos utilizados para avaliar a gordura abdominal são as medições da circunferência da cintura e o cálculo da relação cintura/quadril (RCQ). Tais métodos foram utilizados para demonstrar aumento do risco de diabetes, de doença arterial coronariana (DAC) e de hipertensão entre os indivíduos com gordura abdominal excessiva. Alguns estudos sugeriram que a circunferência da cintura seja um prognóstico mais confiável do risco de doença que a RCQ, enquanto outros indicam que a RCQ seja mais confiável (10,11). Independentemente do método utilizado pelo clínico, a avaliação da gordura abdominal pode ajudar a definir o nível de risco para várias doenças crônicas (Tabelas 1.12 e 1.13). Tabela 1.12 Classificação do sobrepeso e da obesidade com base no índice de massa corporal, na circunferência da cintura e no risco de doenças associadas. IMC (kg/m2) Classificação do peso Grau de obesidade Risco de doenças a com relação aos valores normais de peso e circunferência da cintura Homens δ 100 cm Mulheres δ 88 cm Homens > 100 cm Mulheres > 88 cm 40,0 Peso abaixo do ideal Normal Sobrepeso Obesidade Obesidade Obesidade extrema I II III – – Aumentado Alto Muito alto Extremamente alto – – Alto Muito alto Muito alto Extremamente alto IMC, índice de massa corporal. a Risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e DAC. Dados com base na referência 10. Tabela 1.13 Relação cintura/quadril. Homem Mulher Risco à saúde δ 0,95 0,96 a 1,0 ε 1,0 δ 0,80 0,81 a 0,85 ε 0,85 Baixo Moderado Alto Dados com base na referência 11. Estimativa das necessidades nutricionais Necessidades energéticas Equações de Harris-Benedict e de Mifflin-St. Jeor As equações de Harris-Benedict e de Mifflin-St. Jeor são duas equações prognósticas amplamente utilizadas para estimar o gasto energético basal (GEB) ou gasto energético de repouso (GER). Depois de calcular o GEB ou o GER, pode ser necessário estimar o gasto energético total (GET) com base no nível de atividade e nos fatores de estresse. Os fatores de estresse são usados para pacientes hospitalizados em estados hipermetabólicos causados por doenças, https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23fn2a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23ft2a infecção ou traumatismo. O bom-senso clínico deve ser usado para determinar o nível de atividade e/ou o fator de estresse apropriado para a estimativa do GET. Veja os níveis de atividade e os fatores de estresse na Tabela 1.14. As equações de Harris-Benedict são as seguintes: Mulheres: GET = 655,1 + 9,6P + 1,9E – 4,7I Homens: GET = 66,5 + 13,8P + 5,0E – 6,8I P = peso em quilogramas (o profissional deve determinar o peso real em vez de ideal); E = estatura em centímetros; I = idade em anos. As equações de Mifflin-St Jeor são as seguintes: Mulheres: GER = 10P + 6,25E – 5I – 161 Homens: GER = 10P + 6,25E – 5I + 5 Peso = peso real em quilogramas; E = estatura em centímetros; I = idade em anos. Equações de Ireton-Jones As equações de Ireton-Jones para estimar o consumo energético são particularmente úteis na população obesa e nos pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (UTI) por doenças ou traumatismo (12). As equações de Ireton-Jones são as seguintes: Pacientes que respiram espontaneamente: GEE = 629 – 11(I) + 25(P) – 609(O) Tabela 1.14 Níveis de atividade e fatores de estresse para determinar o gasto energético total. Condição Fator Níveis de atividade Confinado ao leito Consegue andar Fatores de estresse Queimaduras δ 20% da SC 20 a 40% da SC > 40% da SC Infecção Leve Moderada Grave Inanição Procedimento cirúrgico Pequeno Grande porte Traumatismo Esquelético Fechado Craniano fechado 1,2 1,3 1,5 1,8 1,8 a 2,0 1,2 1,4 1,8 0,85 1,1 1,2 1,2 1,35 1,4 SC, superfície corporal. Pacientes que dependem do respirador: GEE = 1784 – 11(I) + 5(P) + 244(S) + 239(T) + 804(Q) https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-14 GEE = gasto energético estimado (kcal/dia); I = idade (anos); P = peso corporal real (kg); O = obesidade > 30% acima do PCI, ou IMC > 27 (presente = 1; ausente = 0); S = sexo (homens = 1; mulheres = 0); T = traumatismo (presente = 1; ausente = 0); Q = queimadura (presente = 1; ausente = 0). Quilocalorias por quilograma Um método fácil e rápido para estimar as necessidades energéticas é utilizar quilocalorias por quilograma de peso corporal com referência ao peso real ou ideal, de acordo com a avaliação clínica (Tabela 1.15). Necessidades proteicas A Tabela 1.16 compreende as recomendações de ingestão proteica para diversasressecção dos segmentos afetados do intestino delgado. E como ocorre com a DC, isso acarreta problemas nutricionais em razão da função que o intestino delgado desempenha na digestão e na absorção dos nutrientes. Contudo, ao contrário da DC, a eliminação da toxina da dieta evita a necessidade de outra intervenção cirúrgica. Se uma parte significativa do intestino delgado for retirada, isto pode causar a síndrome do intestino curto. Instruções ao paciente O paciente deve evitar todas as fontes de glúten da dieta, e os alimentos mais característicos são os que contêm trigo, aveia, centeio e cevada. Contudo, também precisa aprender a ler os rótulos dos alimentos para verificar se os ingredientes contêm partes desses grãos, inclusive cereais, amido, farinha, agentes espessantes, emulsificantes, estabilizantes, proteínas vegetais hidrolisadas, corantes de caramelo e glutamato monossódico. Tabela 9.24 Alimentos que devem ser evitados na doença celíaca. Pães, cereais e grãos Glúten, trigo, farinha de trigo integral, farinha enriquecida, farinha de trigo processada, farinha rica em trigo ou proteínas; todas as farinhas que contêm trigo, aveia, centeio ou cevada, farelo de trigo, pão de Graham, germe de trigo, malte, kasha, bulgur, espelta, kamut, triticale, cuscuz, fécula, seitan, semolina, farinha de durum, aveia ou trigo pilado, painço, grãos de trigo integral e amido de trigo. Misturas preparadas comercialmente para biscoitos, bolo de fubá, sonhos, panquecas e waffles. Massas, macarrão comum, espaguete, talharim e a maioria dos pratos de arroz embalado. Miolo de pão, pretzels e pão ázimo. Amido gelatinizado, que pode conter proteína do trigo. Leite/laticínios Leite maltado; e qualquer tipo de queijo que contenha goma de aveia, leite achocolatado com aditivos de cereais. Algumas coalhadas, alguns iogurtes, algumas natas não-lácteas. Se houver intolerância à lactose (ver Tabela 9.13). Carne/peixe/aves Carnes preparadas com trigo, aveia, arroz ou cevada (bologna, chilli, cachorro-quente, carnes de refeições rápidas e pastas para sanduíche). Carnes cozidas com nata, produtos que contêm pão (i. e., croquetes, bife suíço e pão com carne). Carnes embutidas com proteína vegetal hidrolisada. Atum em caldos de vegetais, carne ou substitutos que contenham estabilizantes de glúten. Ovos em molhos com glúten. Frutas e vegetais Vegetais em pães ou sopas, ou vegetais em molhos. Alguns feijões cozidos e enlatados. Alguns vegetais e saladas preparados comercialmente. Frutas espessadas ou preparadas; alguns recheios de bolo. Gorduras/óleos e doces Alguns molhos de saladas preparados comercialmente. Alguns doces preparados comercialmente, nozes cobertas com chocolate. Bolos, biscoitos, tortas e rosquinhas preparados comercialmente com trigo, centeio, aveia ou cevada. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c09.htm%23tab9-13 Misturas para sobremesas preparadas comercialmente, inclusive biscoitos e bolos. Pudins engrossados com farinha de trigo. Sorvete ou sherbet com estabilizantes de glúten; sorvetes com biscoitos, miolo de pão ou cheesecake; casquinhas de sorvete. Álcool Cerveja inglesa, cerveja comum, gim, uísque, vodca destilada dos grãos. Variados Chás de ervas com cevada maltada ou outros grãos com gliadina (ver lista de pães/cereais/grãos). A maioria das sopas enlatadas, sopas cremosas e misturas para sopas, caldo de carne. Alguns pós de curry, misturas de temperos secos, extratos de carne, molhos de carne, ketchup, mostarda, rábano, molho de soja, chip dips, goma de mascar, vinagre branco destilado, extrato de cereais, bebidas de cereais, bebidas à base de extratos de raízes, extrato de levedura, xarope de malte, vinagre de malte e refeições comerciais para bebês engrossadas com farinha. Corante de caramelo e GMS podem não ser tolerados. Adaptado com base na referência 2. Tabela 9.25 Recomendações dietéticas para doença celíaca. 1. A doença celíaca exige a exclusão completa do glúten — trigo, aveia, centeio e cevada. 2. Os alimentos permitidos incluem fubá, cereal de milho, amido de milho, arroz, farinha de arroz, farinha de batata, farinha de soja, tapioca, sagu, araruta, amido de trigo sem glúten e farinha de feijão-lima. 3. Ingerir diariamente 1 a 2 g de proteína por quilograma de peso corporal (cerca de 80 a 120 g para os adultos). 4. Ingerir diariamente 35 a 40 kcal/kg de peso corporal. 5. Durante as primeiras semanas da introdução da dieta, deve-se utilizar um suplemento polivitamínico/mineral (ferro, folato, vitamina B12, cálcio, vitamina A, vitamina D, vitamina K, tiamina e vitaminas do complexo B). 6. Reduzir a ingestão de lactose (aumentar lentamente a ingestão na medida da tolerância). 7. Reduzir a ingestão de fibras (aumentar lentamente a ingestão na medida da tolerância). Ler rótulos Ler os rótulos cuidadosa e repetidamente. Ficar atento aos ingredientes como “proteína vegetal hidrolisada”, “goma vegetal”, “amido vegetal”, “proteína vegetal”, “farinha”, “cereal”, “produtos de cereais”, “malte”, “aromatizante de malte”, “amido”, “amido gelatinizado”, “amido modificado”, “amido alimentar modificado”, “preenchedores”, “aromatizantes naturais”, “molho de soja”, “sólidos de molho de soja”, “monoglicerídeos” e “diglicerídeos”. Lembrar de identificar os “agentes espessantes”, os “emulsificantes” e os “estabilizantes” específicos. Quando comer fora de casa, pergunte sobre ingredientes “especiais” ou “secretos” e métodos de preparação. Dicas de cozimento Os seguintes itens podem substituir 1 xícara de farinha de trigo para cozimento: 1 xícara de fubá ¾ xícara de farinha de milho grossa (misturar com líquido na receita e ferver; esfriar e depois acrescentar outros ingredientes) 1 xícara de farinha de milho fina ⅝ xícara de farinha de batata ⅞ xícara de farinha de arroz (misturar com líquido na receita e ferver; esfriar e depois acrescentar os outros ingredientes). Quando for usar farinha de soja, combine com outras farinhas para conseguir resultados melhores. A fermentação utilizada com as farinhas que não contêm trigo deve ser mais demorada (i. e., usar 2 colheres de sopa e meia de fermento para cada xícara). As farinhas que não contêm trigo requerem tempos de cozimentos mais longos e demorados. A textura pode ser melhorada pelo cozimento dos alimentos como biscoitos e rosquinhas em pedaços pequenos. Para evitar ressecamento excessivo, armazene os alimentos cozidos em um recipiente à prova de ar. Para espessar, os seguintes itens podem substituir 1 colher de sopa de farinha: ½ colher de sopa de amido de araruta ½ colher de sopa de amido de milho ½ colher de sopa de amido de batata ½ colher de sopa de farinha de arroz 2 colheres de sopa de tapioca de cozimento rápido. Cirurgia intestinal: síndrome do intestino curto e enterostomias Patogenia Várias doenças descritas nos capítulos precedentes e o câncer intestinal podem ser tratados por procedimentos cirúrgicos intestinais. Isso pode causar alguns problemas nutricionais, dependendo da extensão do intestino perdido: a perda de mais de 40% do intestino delgado causa má absorção dos nutrientes, condição conhecida como síndrome do intestino curto (SIC); a ressecção de mais de 75% do intestino delgado está associada a uma taxa de mortalidade elevada (17,18). O intestino restante pode adaptar-se para recuperar a função intestinal, e os quatro determinantes da adaptabilidade intestinal incluem: Tipo e localização da ressecção Idade do paciente Estado nutricional do paciente Composição da dieta. Depois dos procedimentos cirúrgicos intestinais para retirar segmentos do órgão, pode ser necessário criar uma ostomia para a eliminação dos restos. Com a colostomia, partes do cólon, do reto e do ânus são retiradas e o segmento restante do intestino grosso é trazido até a parede abdominal para formar a ostomia. A ileostomiacondições gerais do paciente. As necessidades proteicas em presença de doenças específicas podem ser encontradas nos respectivos capítulos. Tabela 1.15 Necessidades energéticas baseadas em quilocalorias por quilograma de peso corporal. Condição Necessidade energética (kcal/kg) Normal 25 a 30 Estresse Leve 30 a 35 Moderado a grave 35 a 45 Dados com base nas referências 5 e 13. Tabela 1.16 Necessidades proteicas diárias para pacientes hospitalizados. Condição Necessidade proteica (g/kg) Normal – manutenção 0,8 a 1,0 Estresse metabólico Leve 1,2 a 1,5 Moderado a grave 1,5 a 2,0 Úlceras de pressão 1,25 a 1,5 Deficiência proteica Leve (albumina de 2,8 a 3,5 g/dℓ) 1,0 a 1,2 Moderada (albumina de 2,1 a 2,7 g/dℓ) 1,2 a 1,5 Grave (albumina δ 2,0 g/dℓ) 1,5 a 2,0 Dados com base nas referências 5, 13, 14 e 15. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-15 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-16 Necessidades de líquidos Em geral, os métodos utilizados para estimar as necessidades de líquidos para os indivíduos normais baseiam-se no peso corporal, na ingestão calórica ou na superfície corporal (SC). O método de ingestão calórica define 1 ml/kcal para adultos e 1,5 ml/kg para lactentes. O método da SC utiliza 1.500 ml/m 2 /dia (ver como calcular a SC na Tabela 3.12). A Tabela 1.17 mostra dois métodos utilizados para estimar as necessidades de líquidos com base no peso corporal. Dados bioquímicos O objetivo de reunir dados laboratoriais para a avaliação nutricional é determinar o que ocorre no interior do corpo. As amostras de urina e de sangue podem ser utilizadas para determinar diretamente um nutriente ou um metabólito que seja afetado pelo nutriente. Cada exame tem sensibilidade e especificidade diferentes. A sensibilidade indica o grau de precisão com que a dosagem de determinado nutriente define a quantidade deste nutriente na amostra. A especificidade refere-se a quão específico o teste é ao refletir uma determinada função ou diagnóstico (p. ex., o grau de especificidade da ureia sanguínea na avaliação da função renal). Tabela 1.17 Estimativa das necessidades de líquido com base no peso corporal. Método 1 Peso corporal Jovem: 15 a 30 anos Adultos jovens: 25 a 55 anos Meia-idade: 55 a 65 anos Idosos: > 65 anos Necessidade de líquido 40 mℓ/kg 35 mℓ/kg 30 mℓ/kg 25 mℓ/kg Método 2 Peso corporal 1 a 10 kg 11 a 20 kg > 20 kg Necessidade de líquido 100 mℓ/kg 1.000 mℓ + 50 mℓ/kg para cada kg > 10 kg 1.500 mℓ + 20 mℓ/kg para cada kg > 20 kg Dados com base nas referências 5 e 14. Os conceitos básicos utilizados na interpretação dos dados laboratoriais incluem: nenhum exame é intrinsecamente diagnóstico; as análises repetidas são mais confiáveis; podem ocorrer variações diurnas em alguns exames, e alguns constituintes podem ser afetados por outras condições, doenças e fármacos sobrepostos. A Tabela 1.18 ilustra uma visão geral dos parâmetros laboratoriais (com os valores correspondentes) correlacionados com o risco nutricional. Os parâmetros laboratoriais também podem ser utilizados em várias fórmulas (Tabela 1.19) para prever o grau de risco nutricional. Tabela 1.18 Parâmetros bioquímicos gerais do risco nutricional. Parâmetro Nível de risco associado Albumina 100: nenhum risco 97,5 a 100: baixo risco 83,5 a 97,5: risco moderado e nas hepatites virais. Dados com base nas referências 18 e 19. O compartimento das proteínas somáticas é avaliado por meio das medidas antropométricas e dos exames bioquímicos, neste último caso por meio da excreção de creatinina e do balanço nitrogenado. A creatinina é um produto do catabolismo do fosfato de creatina, um composto necessário à contração muscular. A creatinina é excretada a uma taxa diária constante que depende da massa muscular. Os distúrbios renais e a ingestão aumentada de carnes podem aumentar os níveis de creatinina. A Tabela 1.23 fornece a fórmula utilizada para calcular o índice creatinina-altura e descreve as taxas de excreção esperadas. Tabela 1.21 Contagem total de linfócitos e estado proteico visceral. Fórmula: CTL – % de linfócitos × no de leucócitos (10 3 ) Interpretação Normal: Deficiência leve: Deficiência moderada: Deficiência grave: 2.000 a 3.500 1.500 a 1.800 900 a 1.500 49 anos: 18,0 a 204 ng/mℓ na presença de depleção das reservas de ferro. Folato, concentração eritrocitária 95 ng/mℓ Reduzido nos estágios mais avançados da anemia por deficiência de folato Folato, sérico 1,9 ng/mℓ Reduzido à medida que a deficiência de folato progride Hematócrito Homens: 41 a 50% Mulheres: 35 a 46% Reduzido na anemia; representa a porcentagem de hemácias no volume sanguíneo total Hemoglobina Homens: 13,8 a 17,2 g/dℓ Mulheres: 12,0 a 15,6 g/dℓ Reduzida na anemia; representa a quantidade total de hemoglobina nas hemácias Concentração de hemoglobina corpuscular média 32 a 36 g/dℓ Reduzida na anemia por deficiência (hipocrômica); normal nas deficiências de vitamina B12 e folato (normocrômica); representa a hemoglobina (pigmentação) contida em uma hemácia média Contagem de hemácias Homens: 4,4 a 5,8 × 10 6 ∝ℓ Mulheres: 3,9 a 5,2 × 10 6 ∝ℓ Reduzida na anemia; representa a quantidade de hemácias na amostra Transferrina 188 a 341 mg/dℓ Aumentada na anemia ferropriva, porque o transporte de ferro aumenta Vitamina B12 200 a 800 pg/mℓ Reduzida na deficiência de vitamina B12 Dados com base nas referências 18 e 19. Tabela 1.25 Exame físico com foco na nutrição. Sistema corporal Condições observadas Implicações Saudável Anômalo Cabelos Distribuição normal; brilhantes Cabelos finos, opacos, secos, quebradiços, encrespados Quimioterapia, deficiência de proteínas ou biotina, deficiência de vitamina C Olhos Brilhantes, claros; conjuntiva rosada Encovados, opacos, pálidos; conjuntiva seca; fotofobia, xerose Deficiência de vitamina A, zinco ou riboflavina Lábios Úmidos, cor normal Edemaciados, secos, vermelhos ou rachados Deficiências de riboflavina, piridoxina, niacina Gengivas Rosadas, firmes Feridas, esponjosas, vermelhas, edemaciadas; sangram facilmente Deficiência de vitamina C Língua Rosada; papilas presentes Arroxeada, cobertura esbranquiçada ou cinzenta; lisa e brilhante Deficiência de riboflavina, piridoxina, ácido fólico, niacina, vitamina B12, ferro Dentes Limpos, intactos; todos presentes Dentaduras; dentes em falta; perda do esmalte dentário Deficiência de cálcio; dieta precária Pescoço Nenhum edema Presença de nódulo(s); bócio Excesso ou deficiência de iodo Pele Lisa, ligeiramente úmida, cor normal Pálida, seca, descamada; equimoses ao menor traumatismo; úlceras de pressão, dermatite Deficiência de ferro, vitamina A ou C, zinco, ácidos graxos essenciais, proteínas; excesso de niacina Pernas Bem desenvolvidas, musculatura firme; nenhuma dor articular ou óssea Hipersensibilidade na panturrilha; músculos flácidos, dor, edema, raquitismo, dor óssea ou articular Deficiência de proteínas, vitaminas A, C ou D; cálcio Abdome Sem edema ou dor Ligeiramente edemaciado, diarreia, ascite Deficiência de proteínas, niacina, zinco Mãos/unhas Lisas Unhas quebradiças; músculos finos e atrofiados; unhas com formato de colher Deficiência de proteínas e ferro Sistema corporal Condições observadas Implicações Saudável Anômalo Musculo- esquelético, adiposo Desenvolvimento normal dos ossos, dos músculos e do tecido adiposo Hipersensibilidade nas panturrilhas,perda da gordura subcutânea, aspecto emaciado, dor, redução da força de preensão palmar, bochechas encovadas, fraturas, osteoporose Deficiência de proteínas, tiamina, vitamina C; déficit de energia ou líquido Neurológico Reflexos normais AVE; reflexos limitados; desorientação, paralisia, convulsões, demência Deficiência de tiamina, niacina, vitamina B6 ou B12, ácido fólico, iodo, fósforo, cálcio ou magnésio Dados com base nas referência 13. Tabela 1.26 Avaliação subjetiva global. Categoria Critérios Pontos 1. Peso Peso ______ Altura _______ Perda de peso: % perdido em 6 meses_________; 20%: 4 pontos; 10 a 19,9%: 3 pontos; 6 a 9,9%: 2 pontos; 2 a 5,9%: 1 ponto % perdido em 1 mês__________; 10%: + 4 pontos; 5 a 9,9%: 3 pontos; 3 a 4,9%: 2 pontos; 2 a 2,9%: 1 ponto 2 semanas:__________ aumento ou nenhuma alteração: 0 ponto; redução: 1 ponto 2. Ingestão alimentar Mês anterior Alterada; menor do que a ingestão habitual: 1 ponto Alimentos habituais, menor do que a ingestão habitual: 1 ponto Poucos alimentos sólidos: 2 pontos Apenas líquidos ou suplementos nutricionais: 3 pontos Muito pouco ou nada: 4 pontos 3. Sintomas gastrintestinais pre- existentes Vômitos, diarreia ou anorexia: 3 pontos Dor: 3 pontos (especificar local_________) 2 semanas Úlceras orais: 2 pontos Boca seca: 1 ponto Náuseas ou constipação intestinal: 1 ponto Alterações do paladar/aversões: 1 ponto 4. Capacidade funcional, último mês Atividades reduzidas, embora normais: 1 ponto Fica no leito menos da metade do dia: 2 pontos Consegue fazer alguma atividade, principalmente no leito ou na cadeira: 3 pontos Acamado: 4 pontos 5. Diagnóstico/doença relacionada com as necessidades nutricionais Diagnóstico principal:___________ Estágio:__________ 1 ponto: câncer, AIDS, caquexia pulmonar ou cardíaca, úlcera de pressão, fístula, ferida, traumatismo, idade > 65 anos Nível de estresse metabólico: Baixo: 1 ponto: temperatura entre 37,2 e 38,3°C 38,7°C há mais de 72 h; > 30 mg/dia de prednisona 6. Exame físico Para cada componente, atribuir: normal (0); leve (1); moderado (2); grave (3) Perda da gordura subcutânea _________ Hipotrofia muscular (quadríceps, deltoides) _________ Edema dos tornozelos _______ Edema do sacro ________ Ascite _______ Lesões das mucosas _________ Lesões da pele _______ Alterações dos cabelos ______ Pontuação da ASG: A ________ Bem nutrido: nenhuma perda de peso; ingestão normal; nenhum déficit funcional. B _________ Moderadamente desnutrido: perda de peso > 3 pontos; alteração da ingestão; sintomas GI; déficit funcional; perda de gordura ou massa muscular C __________ Gravemente desnutrido: perda de peso > 3 pontos; déficit grave de ingestão; sintomas GI; déficit funcional grave; sinais de desnutrição (i. e., perda grave de gordura subcutânea, massa muscular e edema) Dados com base nas referência 22. História clínica A avaliação nutricional abrangente inclui alguns elementos da história clínica do paciente. Os principais componentes incluem a história clínica ou de saúde, os fármacos utilizados, a história pessoal, além da ingestão alimentar e da nutrição. As fontes dos dados gerados pela história incluem o prontuário médico, o paciente e outras pessoas significativas. A história clínica ou de saúde identifica os fatores que afetam as necessidades de nutrientes ou de educação nutricional, ou que colocam os pacientes sob risco de problemas nutricionais. Um componente importante é o significado nutricional do diagnóstico atual (Tabela 1.27). O diagnóstico pode acarretar um nível de risco específico com base no potencial de afetar negativamente o estado nutricional. Além da possibilidade de a doença afetar o estado nutricional, o grau de risco imposto a determinado indivíduo depende de vários fatores, inclusive da duração e da gravidade, da coexistência de outros fatores de estresse fisiológico e do indivíduo (genética, idade e estado nutricional). Algumas doenças são nutricionalmente importantes em vista da possibilidade de suscitarem intervenções nutricionais. A história dos fármacos utilizados define as substâncias que podem afetar as necessidades de nutrientes ou alterar o estado nutricional. Isso inclui os fármacos prescritos, os medicamentos vendidos sem prescrição (VSP) e os suplementos dietéticos (ver Apêndice B). A história pessoal inclui vários aspectos das esferas psicossocial e do estilo de vida que podem afetar as necessidades de nutrientes, influenciar as escolhas alimentares ou limitar as opções terapêuticas. A história da ingestão alimentar e da nutrição define os padrões de consumo de alimentos, especialmente a ingestão de nutrientes e seus desequilíbrios, as razões pelos possíveis problemas nutricionais e os fatores dietéticos importantes para a elaboração do plano de suporte nutricional. A Tabela 1.28 lista as informações gerais relativas a todos os componentes da história clínica, além de informações específicas que precisam ser obtidas do paciente ou do prontuário médico. História da ingestão alimentar e da nutrição A história abrangente da ingestão alimentar e da nutrição (história dietética) geralmente não é possível na maioria dos pacientes com distúrbios agudos, embora esses componentes da história sejam fundamentais para a avaliação nutricional. Em outros contextos da prática, é possível e recomendável obter informações detalhadas desse tipo. O objetivo da história da ingestão alimentar e da nutrição é definir a ingestão de nutrientes e seus desequilíbrios, as razões dos problemas alimentares e nutricionais existentes e todos os fatores dietéticos importantes para o diagnóstico nutricional e a intervenção subseqüente. O Nutricionista necessita dos seguintes tipos de dados: ingestão alimentar, hábitos e padrões alimentares e estilo de vida relacionado com a nutrição e a saúde. Se provavelmente o paciente necessitar de instruções à beira do leito e, dependendo do diagnóstico, o nutricionista precisará obter informações mais detalhadas sobre a ingestão alimentar do paciente. https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-27 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-28 Tabela 1.27 Diagnósticos/doenças nutricionalmente relevantes. Acidente vascular encefálico AIDS-HIV Câncer Caquexia Cirrose Desidratação Desnutrição Diabetes Disfagia Distúrbios alimentares Doença arterial coronariana Doença celíaca Doença de Crohn Doença de Parkinson Doença intestinal inflamatória Doença pulmonar obstrutiva crônica Encefalopatia hepática Esclerose múltipla Hepatite Hipertensão Insuficiência renal Má absorção Neutropenia Obesidade Pancreatite Peritonite Sangramento gastrintestinal Sepse Síndrome nefrótica Tuberculose Úlcera de pressão Uso abusivo de álcool e/ou substâncias psicoativas Dados com base na referência 13. Tabela 1.28 Componentes da história do paciente. Componente da história Informação específica História clínica/saúde Estado de saúde atual e diagnóstico História médica e estado de saúde pregressos História familiar História cirúrgica Data do primeiro diagnóstico Informações preexistentes sobre o diagnóstico Familiares específicos afetados pela doença nutricionalmente relevante e idade de início Procedimentos diagnósticos recentes que exigiram dieta zero Dificuldade de mastigar (estado da dentição) ou deglutir Distúrbios gastrintestinais crônicos (diarreia, constipação intestinal, náuseas, vômitos) Fármacos Fármacos prescritos Fármacos VSP Suplementos dietéticos (nutrientes, fitoterápicos, nutrientes essenciais) Substâncias ilícitas Uso simultâneo de vários fármacosTempo de uso do fármaco Frequência de uso (crônico ou de acordo com a necessidade) Alterações do paladar ou do olfato causadas pelo fármaco Informações pregressas sobre possíveis interações Componente da história Informação específica História pessoal Idade Sexo Identidade cultural/étnica Ocupação/nível econômico Papel na família Nível educacional Nível motivacional Renda Uso ou elegibilidade dos programas públicos Obstáculos à comunicação Função cognitiva Tabagismo Capacidade de realizar as atividades diárias Pessoa responsável pelas compras de mercado e preparação das refeições Acesso ao transporte Perda recente do cônjuge Ingestão alimentar e nutrição/dieta Ingestão alimentar Hábitos e padrões alimentares Estilo de vida Intolerância ou alergias alimentares Apetite (atual e antes da internação) Peso (principalmente perdas recentes) Limitações físicas que dificultam a preparação ou a ingestão de alimentos Ingestão diária típica (tipos e quantidades de alimentos e bebidas consumidos) Padrão das refeições Restrições dietéticas religiosas Hábitos dietéticos étnicos Ingestão de álcool Frequência com que se alimenta fora de casa; tipos Exercício, atividade física (tipo e frequência) Atitudes relativas à dieta e à saúde Informações dietéticas pregressas (local, ano, assunto) Interesse sobre informações dietéticas ou aconselhamento ambulatorial Estágio da mudança/predisposição para aprender Dentre os vários métodos usados para definir a ingestão alimentar do paciente, os mais exequíveis no contexto de assistência às doenças agudas ou de cuidados ampliados são a ingestão diária típica (IDT) (Tabela 1.29) e a frequência alimentar simplificada (FAS) (Tabela 1.30). Com a IDT, o nutricionista pergunta ao paciente o que ele em geral come diariamente. Ao contrário do recordatório de ingestão alimentar em 24 h, no qual o paciente descreve sua ingestão a começar da última refeição consumida, a IDT começa com a primeira refeição do dia. Para evitar uma abordagem tendenciosa, é melhor não rotular as refeições como desjejum, almoço e jantar, mas se basear nas horas do dia. Por exemplo, o Nutricionista poderia perguntar: “Qual é a primeira coisa que você come ou bebe quando se levanta de manhã?” Tabela 1.29 Formulário de ingestão diária típica. Horários das refeições Item consumido Quantidade Local Exemplo de formulário Tabela 1.30 Formulário de frequência alimentar. Item/grupo de alimentos Quantidade/dia Quantidade/semana Leite ou outros laticínios (iogurte, queijo) Carnes de vaca ou aves e ovos Peixes Nozes, legumes e produtos derivados dos legumes Frutas Vegetais Amidos (pães, cereais, grãos) Gorduras acrescidas (óleos, margarina e molhos de salada) Lanches (batatas fritas, roscas, biscoitos) Sobremesas/doces Alimentos consumidos fora de casa: Fast food Refeições em restaurantes Bebidas: https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-29 https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-30 Álcool Café, chá Bebidas gaseificadas Sucos de frutas Tabela 1.31 Avaliação da ingestão dietética. Grupo Porções/dia Recomendadas Adequadas/excessivas Laticínios Proteínas Frutas Vegetais Amidos Gorduras/doces Dieta globalmente adequada: ______ sim ______ não Nutrientes específicos: Déficit de: _____ kcal _____ PTN a _____ fibras _____ Vit. A _____ Vit. C _____ Fe _____ Ca _____ Outros Excesso de: _____ kcal _____ Gorduras _____ AGS _____ Col. _____ Açúcar _____ Álcool _____ Na Outros: ______________ Resumo: __________________________________________________________ __________________________________________________________ a PTN, proteínas; Fe, ferro; Ca, cálcio; AGS, ácidos graxos saturados; Col., colesterol; Na, sódio. A FAS não é tão detalhada quanto o questionário de frequência alimentar (QFA) abrangente, mas é vantajosa por duas razões. A primeira vantagem é que a FAS é um método rápido utilizado para determinar se o paciente evita algum grupo alimentar principal; a segunda é que este método pode ser confirmado pela IDT. Depois de reunir os dados sobre ingestão alimentar, o nutricionista compara os resultados com um padrão apropriado, por exemplo, as Recomendações Dietéticas para Norte-americanos (Apêndice C) ou as Ingestões Dietéticas de Referência (Apêndice C). O Nutricionista também pode utilizar um formulário de avaliação simplificada com aspectos gerais da dieta (Tabela 1.31). https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23fn4a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23ft4a https://jigsaw.vitalsource.com/books/978-85-277-2427-2/epub/OEBPS/Text/c01.htm%23tab1-31 Referências 1. Lacey K, Pritchett E. Nutrition Care Process and Model: ADA adopts roadmap to quality care and outcomes management. J Am Diet Assoc2003;103(8);1061–1072. 2. American Dietetic Association. Nutrition Diagnosis: A Critical Step in the Nutrition Care Process. Chicago, IL: American Dietetic Association; 2006. 3. Chumlea WC, Steinbaugh ML, Roche AF, et al. Nutritional anthropometric assessment in elderly persons 65 to 90 years of age. J Nutr Elder1985;4:39–51. 4. Bassey EJ. Demi-span as a measure of skeletal size. Ann Hum Biol 1986;13(5):499–502. 5. Zeman FJ, Ney DM. 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