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ERGONOMIA 
APLICADA
Dulce América de Souza
Circulação e fluxos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conceituar circulação e fluxos.
  Aplicar as normas técnicas sobre espaços de circulação. 
  Explicar por que a circulação é parte componente de um projeto.
Introdução
Os sistemas de circulação são componentes essenciais nos projetos 
arquitetônicos — eles conduzem os usuários até os edifícios e equipa-
mentos públicos e definem o seu movimento no interior dos espaços. 
Esse percurso pode ser natural ou forçado, mas deve ser confortável para 
todas as pessoas. Respeitando as diferenças humanas, as circulações ho-
rizontal e vertical são regulamentadas por normas técnicas e prescrições 
de projeto, com o intuito de proporcionar qualidade espacial, segurança 
e eficiência nos deslocamentos.
Neste capítulo, você vai estudar os aspectos relacionados aos sistemas 
de circulação, verificando os subsídios legais e espaciais que auxiliam nos 
projetos de arquitetura e de design de interiores. A compreensão dos 
princípios antropométricos relacionados à acessibilidade expressos na 
ABNT NBR 9050:2015 é valiosa para nossas decisões projetuais. Assim, 
você vai também verificar as principais diretrizes e orientações para que 
sejam adotadas propostas de circulação inclusivas e ergonômicas.
Percepção dos espaços
O percurso de movimento pode ser concebido como a linha perceptiva que 
conecta os espaços de uma edifi cação ou uma série qualquer de espaços internos 
ou externos. Segundo Ching (2013, p. 240), “[...] como nos movemos no tempo 
através de uma sequência de espaços, experimentamos um espaço em relação 
aos locais em que já estivemos e aos quais planejamos ir”. A dimensão humana 
da arquitetura pode ser mensurada pelas confi gurações de circulação dos 
edifícios, uma vez que o corpo humano é a nossa propriedade tridimensional 
mais fundamental. Nossa tridimensionalidade, essencial e memorável, é 
determinada pela experiência corporal, um sentido que desencadeia nossa 
percepção espacial. 
O conceito de circulação captura a experiência de deslocar nossos corpos 
em torno de um edifício, em um espaço coletivo ou no interior de um ambiente, 
tridimensionalmente e através do tempo. Do ponto de vista físico, a circula-
ção é entendida como um espaço entre os espaços, adquirindo uma função 
conectiva. De fato, as rotas de circulação são os caminhos (espontâneos ou 
não) que as pessoas percorrem para acessar outros espaços, conforme leciona 
Ching (2013).
As pessoas se movimentam ao longo dos espaços, ao redor deles e entre os 
ambientes edificados ou áreas ao ar livre. Os elementos de conexão espacial 
podem ser categorizados em circulação horizontal (como os corredores) 
e circulação vertical (escadas, rampas e elevadores). Existem espaços que 
agregam a função de circulação e de permanência, como lobbies, átrios ou 
entradas de algumas edificações. Os locais de circulação podem ser públicos 
ou privados, podendo haver em um determinado edifício de uso público 
acessos restritos e áreas de circulação privada, permitidas somente a grupos 
de usuários específicos, conforme leciona Neufert (2013).
Destacamos a importância da circulação nos edifícios públicos ou de uso 
coletivo, nos quais os sistemas de circulação vertical (escadas, rampas, esca-
das rolantes e elevadores) devem ser posicionados visando otimizar o fluxo 
das pessoas e evitar conflitos de usos. Normalmente a função de circulação 
vertical de um edifício é aglutinada em um núcleo, conhecido como núcleo 
de circulação vertical.
Associado ao conceito de circulação está o conceito de fluxo, que pode 
ser definido como “[...] o deslocamento de um conjunto de pessoas ou coisas 
numa determinada direção” (PERFEITO, 2012, apud SANTOS, 2013, p. 96). 
Brandão (2009) observa que toda circulação de pessoas, objetos ou infor-
mações que ocorre de modo sistemático nos edifícios passa a configurar-se 
como fluxo. O domínio do conhecimento do tráfego na edificação — a partir 
dos ambientes que a constituem e de seus usuários — é fundamental para a 
elaboração das primeiras etapas do projeto arquitetônico. A complexidade dos 
estudos de fluxo de uma edificação é proporcional à complexidade do programa 
arquitetônico: há diferentes fluxogramas para hospitais e para programas de 
uso residencial, por exemplo. 
Circulação e fluxos2
O fluxograma abaixo ilustra graficamente o sistema de fluxos proposto em um deter-
minado projeto, definindo os acessos principal e secundário (e os demais, se houver). 
No fluxograma, são destacadas as circulações e conexões necessárias para o bom 
desempenho da mobilidade na edificação. Um bom exemplo é o estudo inicial para 
determinar os fluxos de uma edificação hospitalar, conforme abaixo.
Fonte: Guelli (2003, apud SIQUEIRA, 2016).
Relacionando os conceitos apresentados com as nossas atividades cotidianas 
de “morar”, podemos afirmar que a circulação é a movimentação das pessoas 
pelo espaço, realizada a partir dos elementos de conexão (corredores, rampas, 
etc.). Os caminhos percorridos são o fluxo da casa e as rotas utilizadas para 
executar nossas atividades cotidianas. A circulação dos usuários no espaço 
residencial deve ocorrer facilmente, portanto, as áreas de circulação devem 
atender às normas técnicas para serem seguras e ergonomicamente adaptadas 
aos indivíduos.
3Circulação e fluxos
Prescrições e normas técnicas 
para espaços de circulação
As circulações horizontais e verticais, os acessos e as saídas de emergência 
de todas as edifi cações devem atender às normas técnicas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), aos Códigos de Edifi cações Mu-
nicipais e aos Decretos Estaduais do Corpo de Bombeiros (apresentados 
em forma de Instrução Técnica — IT ou ITCB —, ratifi cados pela ABNT 
NBR 9077:2001, intitulada “Saídas de emergência em edifícios”), com 
ênfase em algumas diretrizes condicionadas ao programa arquitetônico 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1993).
A ABNT instituiu a ABNT NBR 9050:2015 (“Acessibilidade a edificações, 
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”), o documento que estabelece os 
parâmetros e critérios técnicos para certificar a acessibilidade em território 
nacional. Determina a norma: 
Para serem considerados acessíveis, todos os espaços, edificações, mo-
biliários e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, constru-
ídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de 
edificações e equipamentos urbanos, atendem ao disposto nesta Norma 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, docu-
mento on-line).
Dentre os objetivos da ABNT NBR 9050:2015, destacamos o mais 
amplo, que é proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, inde-
pendentemente de idade, estatura, limitação de mobilidade ou percepção, a 
utilização autônoma e segura do ambiente, das edificações, do mobiliário 
e dos equipamentos urbanos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2015).
Circulação e fluxos4
A ABNT NBR 9050:2015 informa que à própria Norma atrelam-se outras importantes 
normas técnicas:
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação 
deste documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edi-
ções citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais 
recentes do referido documento (incluindo emendas) (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, documento on-line).
No link abaixo, você pode consultar integralmente a ABNT NBR 9050:2015: 
https://goo.gl/kkv5ln
Para definir os parâmetros e critérios que garantam acessibilidade a todos, 
foram levadas em consideração as mais distintas condições de mobilidade 
e percepção do ambiente. Portanto, os parâmetros e critérios dimensionais 
estabelecidos na ABNT NBR 9050:2015 atentam não somente aos dados 
antropométricos da população brasileira, mas também aos espaços necessá-
rios para a utilização segura dos equipamentos assistivos. Os equipamentos 
ou tecnologias assistivasconsistem em técnicas, aparelhos, instrumentos, 
produtos e procedimentos que visam a auxiliar a mobilidade, a percepção e a 
utilização do meio ambiente e dos elementos por pessoas com deficiência. São 
eles: as próteses, os aparelhos de apoio, as cadeiras de rodas, as bengalas de 
rastreamento e os sistemas assistivos de audição e de visão (BRASIL, 2015).
A definição de área de circulação na referida Norma é: “[...] espaço livre 
de obstáculos, destinado ao uso de todas as pessoas” (ASSOCIAÇÃO BRASI-
LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, documento on-line). Os parâmetros 
antropométricos utilizados na Norma determinam as dimensões referenciais 
considerando as medidas entre 5% e 95% da população brasileira. Para o 
nosso objeto de estudo (espaços destinados às circulações), esses parâmetros 
são os princípios basilares da Norma. O item 4 da ABNT NBR 9050:2015 
estabelece os parâmetros antropométricos, dos quais extraímos o módulo de 
referência (MR = 1,20 m × 0,80 m) como o padrão mínimo dimensional para 
as circulações (Figura 1); isso porque, sendo atendido o cadeirante, as demais 
variáveis antropométricas serão contempladas.
5Circulação e fluxos
Figura 1. Módulo de referência (dimensões 
em metros).
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(2015, documento on-line).
Os parâmetros antropométricos estabelecidos na ABNT NBR 9050:2015 
são exigências legais relativas às edificações de uso privado multifamiliar 
(destinadas à habitação), edificações de uso coletivo (destinadas às ativida-
des de natureza comercial) e edificações de uso público (administradas por 
entidades da administração pública). As dimensões essenciais padronizadas 
são as referências utilizadas para o cálculo dos espaços destinados às circu-
lações verticais e horizontais de todas as edificações. Lembrando que outros 
requisitos técnicos devem ser consultados nas Instruções Técnicas do Corpo 
de Bombeiros, no Código de Obras Municipal (ou Código de Edificações 
Municipal) e na bibliografia de referência para projetos arquitetônicos.
Cabe destacar que o maior número de não conformidades em circulações 
se verifica, fundamentalmente, seja por inexistência ou por inadequação de 
dimensões, nos seguintes elementos (BRASIL, 2015): 
  estacionamentos; 
  rotas acessíveis; 
  abrigos em pontos de embarque; 
  circulação externa; 
  rebaixamento de calçadas; 
  rampas; 
  escadas e degraus isolados; 
  elevadores para transporte de pessoas com deficiência; 
  elevadores novos; 
  elevadores existentes; 
  plataformas elevatórias; 
Circulação e fluxos6
  plataformas de percurso vertical; 
  plataformas de percurso inclinado; 
  portas.
A aplicação das normas técnicas, prescrições e recomendações é atribuição 
do arquiteto e urbanista e dos demais projetistas habilitados junto aos órgãos 
competentes para aprovação de projetos nas prefeituras. Sendo assim, devemos 
nos comprometer com as consultas, não somente para aplicar à risca os instru-
mentos legais existentes, mas para que adotemos procedimentos — já no partido 
arquitetônico — almejando a qualidade ergonômica dos espaços construídos.
Concepções projetuais — a importância 
das circulações para a ergonomia dos espaços 
construídos
O aparato normativo e as demais diretrizes dimensionais objetivam fornecer 
subsídios para que o projeto arquitetônico atenda à máxima de que todos os 
usuários — independentemente de idade, gênero ou capacidade física — tenham 
acesso às edifi cações e, em seu interior, consigam movimentar-se com segurança 
e conforto. As circulações de pessoas no entorno e no interior de um edifício 
devem ser criteriosamente estudadas desde as primeiras etapas do projeto de 
arquitetura. O entendimento do termo circulação é amplo e integra as áreas 
adjacentes às edifi cações, as vias públicas, as calçadas, as travessias de pedes-
tres, os estacionamentos, o mobiliário, os equipamentos urbanos e a vegetação 
(CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA 
CATARINA, 2017).
Nossa abordagem pontua as informações básicas para o projeto arquitetônico de 
edificações — e seu entorno imediato —, considerando que a ergonomia fornece 
uma valiosa contribuição aos arquitetos e demais projetistas quanto à adequada 
mobilidade dos espaços de circulação. Os requisitos fundamentais de projeto são: 
acesso, circulação horizontal, circulação vertical, portas e dispositivos.
O acesso às edificações
“Nas edifi cações e equipamentos urbanos, todas as entradas, bem como as 
rotas de interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis” (ASSOCIA-
ÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, documento on-line). 
A determinação indica que o projeto arquitetônico deve garantir que todas 
7Circulação e fluxos
as pessoas alcancem a entrada das edifi cações a partir do passeio público ou 
de um estacionamento específi co, de maneira efi ciente e segura. Os preceitos 
de acessibilidade nas rotas de acesso às edifi cações determinam que haja 
interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao público, sendo 
obrigatório um percurso acessível que una a edifi cação à via pública.
Rotas acessíveis — desníveis e obstáculos
  Capachos, forrações, carpetes, tapetes e similares devem ser evitados em rotas 
acessíveis. Quando existentes, devem ser embutidos ou sobrepostos no piso e 
nivelados de maneira que eventual desnível não exceda 5 mm (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, documento on-line).
Fonte: Conselho Regional de Engenharia e Agricultura de Santa Catarina (2017, documento on-line).
  Desníveis devem ser evitados em rotas acessíveis. Com até 5 mm, desníveis não 
necessitam de tratamento. Quando superiores a 15 mm devem atender aos requi-
sitos de rampas e degraus, conforme a norma ABNT NBR 9050:2015. Entre 5 mm e 
20 mm, desníveis devem ser tratados como rampas com inclinação máxima de 1:2 
(50%) (CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA CATARINA, 
2017, documento on-line).
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015, documento on-line).
Circulação e fluxos8
Os possíveis desníveis existentes entre o passeio público e o acesso prin-
cipal do edifício devem ser vencidos por meio da implantação de rampas 
ou equipamentos eletromecânicos. A inclusão de uma rampa é um aspecto 
recorrente no processo de projeto arquitetônico; nesse quesito, devemos ob-
servar as dimensões estabelecidas pela Norma, os materiais empregados na 
construção da rampa e a segurança do usuário.
Ao projetar uma rampa, devemos assegurar o deslocamento das pessoas 
sem que elas tenham que fazer esforços excessivos e sem que elas corram risco 
de tropeços e quedas. Além disso, as rampas devem possuir largura suficiente 
para acomodar o movimento simultâneo de pessoas em diferentes direções, 
conforme leciona Buxton (2017).
A seguir são listados os principais requisitos para o projeto de rampas, 
conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015) e demais pres-
crições técnicas, com base em Buxton (2017): 
  Definição — são consideradas rampas as superfícies de piso com 
declividade igual ou superior a 5%.
  Dimensionamento — para garantir que uma rampa seja acessível, são 
definidos os limites máximos de inclinação (Figura 2), os desníveis a 
serem vencidos e o número máximo de segmentos. A inclinação das 
rampas deve ser calculada conforme a seguinte equação: , onde 
i é a inclinação, expressa em porcentagem (%), h é a altura do desnível 
e c é o comprimento da projeção horizontal.
9Circulação e fluxos
Figura 2. Vistas superior e lateral de uma rampa, conforme as orientações 
de dimensionamento.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015, documento on-line).
  Limites de inclinação — as rampas devem ter inclinação de acordo 
com os limites estabelecidos, conforme mostra o Quadro 1. Para in-
clinação entre 6,25% e 8,33%, é recomendado criar áreas de descanso 
nos patamares a cada 50 m de percurso.
 Fonte: Adaptado de Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (2017). 
Inclinaçãoadmissível 
em cada segmento 
de rampa
Desnível máximo 
de cada segmento 
de rampa
Número máximo 
de segmentos 
de rampa
5,00% (1:20) 1,50 Sem limite
5,00% (1:20)inclusive para o caso de haver algum degrau isolado previsto no 
projeto arquitetônico. Além disso, conforme o Conselho Regional de En-
genharia e Agronomia de Santa Catarina (CONSELHO REGIONAL DE 
ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA CATARINA, 2017, p. 62), as 
escadas fixas devem contemplar:
  largura livre mínima de 1,20 m; 
  quando não existirem paredes laterais, as rampas devem possuir guias 
de balizamento, com altura mínima de 5 cm, executadas nas projeções 
dos guarda-corpos; 
  patamar no sentido do movimento, a cada 3,20 m de altura, com di-
mensão mínima de 1,20 m, ou quando houver mudança de direção 
(nesse caso, a largura do patamar deverá ser igual à largura da escada); 
  piso tátil para sinalização, com largura entre 25 e 60 cm, localizado 
antes do início e após o término da escada; 
  primeiro e último degraus de um lance de escada a uma distância mínima 
de 30 cm do espaço de circulação — dessa forma, o cruzamento entre 
as circulações horizontal e vertical não é prejudicado; 
  todos os degraus devem ter sinalização visual na borda do piso e do 
espelho, em cor contrastante; 
  inclinação transversal máxima admitida de 1% em escadas internas e 
2% em escadas externas; 
  corrimãos instalados em ambos os lados, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, 
prolongados paralelamente ao patamar, por pelo menos 30 cm nas 
extremidades, sem interferir com as áreas de circulação. 
Um aspecto importante relativo às circulações verticais é o fato de que elas 
incorporam as rotas de fuga, que devem atender ao disposto na ABNT NBR 
9077:2001 e em outras regulamentações locais contra incêndio e pânico. Nesse 
caso, junto às escadas ou aos elevadores de emergência, devem ser previstas 
17Circulação e fluxos
áreas de resgate com espaço reservado e demarcado para o posicionamento 
de pessoas em cadeiras de rodas, dimensionadas de acordo com o M.R., 
conforme mostra a Figura 8.
Figura 8. Exemplos de área de resgate.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015, documento on-line).
A área de resgate deve estar localizada fora do fluxo principal de circulação 
e garantir área mínima de circulação e manobra para rotação de 180°. Quando 
localizada em nichos, devem ser respeitados os parâmetros mínimos, e a área 
deve ser ventilada, provida de dispositivo de emergência ou intercomunicador 
e apresentar o M.R. sinalizado (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2015).
Circulação e fluxos18
Segundo a norma ABNT NBR 9050:2015, nas áreas de resgate, deve ser previsto no 
mínimo um M.R. a cada 500 pessoas de lotação, por pavimento, sendo no mínimo um 
por pavimento e um para cada escada e elevador de emergência. Se a antecâmara 
das escadas e a dos elevadores de emergência forem comuns, o quantitativo de M.R. 
pode ser compartilhado (CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE 
SANTA CATARINA, 2017, p. 63).
Do ponto de vista ergonômico, os dados antropométricos têm sido es-
tudados e aplicados no dimensionamento dos elementos de circulação pela 
bibliografia de referência. Panero e Zelnik (2008, p. 271) postulam: 
Nenhum espaço público pode funcionar satisfatoriamente sem sistemas ade-
quados de circulação vertical. Se eles não forem projetados de acordo com 
a dimensão do corpo humano, seu uso e eficiência diminuem. Além disso a 
segurança pessoal do usuário fica em perigo. Em nenhum lugar isto tem maior 
importância que no projeto de escadas. Tanto a largura da escada quanto a 
relação profundidade/altura do degrau devem refletir a dimensão humana.
A relação piso/espelho do degrau é baseada em várias regras antropométri-
cas que resultaram em um padrão de medidas semelhante internacionalmente. 
No Brasil, adotamos as seguintes medidas: entre 27 cm e 30 cm para o piso 
(largura do degrau) e entre 15,5 cm e 19 cm para o espelho (altura do degrau). 
Para a ergonomia, a relação piso/espelho do degrau é o ponto mais importante 
a ser analisado, pois ela é responsável pela comodidade almejada na utilização 
das escadas. Tanto a altura excessiva quanto a dimensão reduzida do piso do 
degrau podem comprometer o conforto e a segurança dos usuários.
Outro aspecto importante diz respeito aos corrimãos e guarda-corpos 
das escadas, normatizados pela ABNT NBR 9050:2015. Embora atendam a 
funções distintas, podem estar integrados em um mesmo elemento. A preo-
cupação ergonômica quanto a esses elementos é de ordem de segurança; os 
corrimãos, por exemplo, muitas vezes têm que oferecer suporte físico para 
ajudar os usuários com dificuldade de locomoção. Nesse caso, estão sujeitos 
a carregamentos significativos, devendo ser executados de forma a suportar 
19Circulação e fluxos
a carga ocasional. Quanto aos guarda-corpos, além de proteger a queda das 
pessoas da escada, devem ser projetados para garantir que uma esfera de 10 
cm de diâmetro não possa passar em qualquer abertura do guarda-corpo. 
Essa precaução é fundamental para evitar acidentes infantis; uma criança 
poderia cair através de uma das aberturas e sofrer estrangulamento, conforme 
exemplifica Buxton (2017).
Os equipamentos eletromecânicos de circulação também possuem a função 
de vencer desníveis; são eles: elevadores, plataformas elevatórias e escadas 
rolantes. No projeto arquitetônico, deve ser definido o local onde será instalado 
o equipamento eletromecânico, com a especificação técnica e a indicação da 
rota acessível até o equipamento, observando as áreas mínimas da largura dos 
corredores e da área de manobra. Os elevadores de passageiros devem atender 
integralmente à ABNT NBR NM 313:2007 (“Elevadores de passageiros — 
Requisitos de segurança para construção e instalação — Requisitos particu-
lares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência”), 
conforme orienta a ABNT NBR 9050:2015 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). A construção e a instalação dos elevadores 
devem garantir:
• Acesso a todos os pavimentos;
• Cabina com dimensões mínimas de 110 cm x 140 cm;
• A área em frente ao elevador deve ter uma forma que permita a inscrição de 
um círculo, com diâmetro mínimo de 1,50 m, para permitir a manobra de uma 
pessoa em cadeira de rodas (CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA 
E AGRONOMIA DE SANTA CATARINA, 2017, p. 64).
A ABNT NBR 9050:2015 determina que o direcionamento da pessoa com 
deficiência visual para um ou mais equipamentos deve ser feito por meio do 
piso tátil direcional, e, quando direcionada ao elevador, a linha formada pelo 
piso tátil deve encontrar a sinalização tátil de alerta ao lado da botoeira do 
equipamento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Em relação às plataformas elevatórias, a ABNT NBR 9050:2015 determina 
que elas devem seguir as normas técnicas ABNT NBR ISO 9386-1:2013, 
ou, no que couber, a ABNT NBR ISO 9386-1:2013 para as plataformas de 
elevação vertical. Para as plataformas de elevação inclinada, a ABNT NBR 
Circulação e fluxos20
9050:2015 recomenda as orientações da ABNT NBR ISO 9386-2:2012. Elas 
devem possuir dimensões mínimas de 90 cm × 140 cm e observar todas 
as regras de segurança normatizadas. Para vencer níveis de até 2,00 m, a 
plataforma vertical com fechamento contínuo até 110 cm pode ser utilizada. 
Para vencer níveis de até 9,00 m, deverá ser utilizada somente a plataforma 
elevatória vertical com caixa enclausurada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2017).
Constituindo-se como elementos importantes da circulação, as portas 
também têm sua configuração normatizada. A ABNT NBR 9050:2015 deter-
mina que pessoas que utilizam equipamentos auxiliares no seu deslocamento 
(cadeira de rodas ou andadores) necessitam de um espaço adicional para o 
manejo das portas. A maçaneta deve estar ao alcance da mão, e o movimento 
de abertura da porta não deverá ser prejudicado. Para tanto, a ABNT NBR 
9050:2015 dedica às portas um detalhado material que contempla as dimensões 
adequadas, bem como os sistemas ideais para manuseio, a fim de atender às 
demandas ergonômicas da maioria dos usuários possíveis.
Os sistemasde circulação, dos quais todos somos usuários, podem parecer 
complexos — e o são —, porém, precisam ser entendidos como componentes 
indissociáveis dos programas de projeto arquitetônico. Eles podem viabilizar 
com eficiência o deslocamento de pessoas e equipamentos, proporcionando 
o fluxo contínuo e confortável de uma edificação. O amparo da legislação é 
fundamental para a aprovação do projeto pelos órgãos competentes e, conse-
quentemente, para atender ao requisito da funcionalidade. As prescrições e 
normas devem ser consultadas constantemente pelos projetistas. Com a prática 
da pesquisa, as dúvidas são dirimidas e as soluções de projeto tendem a ser 
mais criativas e acertadas.
21Circulação e fluxos
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica-
ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível 
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Acesso em: 5 out. 2018.
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