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CADERNO LITERATURA ENEM 2009 a 2018 116 novocadernoenem@gmail.com Questão 320 (2016.2) Da corrida de submarino à festa de aniversário no trem Leitores fazem sugestões para o Museu das Invenções Cariocas “Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou aconteci- mento que vemos, bons ou ruins, é invenção do carioca, como também o ‘vacilão’.” “Cariocas inventam um vocabulário próprio”. “Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um amigo pode até doer um pouco no ouvido, mas é tipi- camente carioca.” “Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção cario- ca.” “Chamar um quase desconhecido de ‘querido’ é um carinho inventado pelo carioca para tratar bem quem ainda não se conhece direito.” “O ‘ele é um querido’ é uma forma mais femini- na de elogiar quem já é conhecido.” (SANTOS, J. F.) Entre as sugestões apresentadas para o Museu das Invenções Cariocas, destaca-se o variado repertório linguístico empregado pelos falantes cariocas nas diferentes situações específicas de uso social. A respeito desse repertório, atesta- se o(a): A) desobediência à norma-padrão, requerida em ambientes urbanos. B) inadequação linguística das expressões cari- ocas às situações sociais apresentadas. C) reconhecimento da variação linguística, se- gundo o grau de escolaridade dos falantes. D) identificação de usos linguísticos próprios da tradição cultural carioca. E) variabilidade no linguajar carioca em razão da faixa etária dos falantes. Questão 321 (2016.3) Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros. A o contrassenso mais avultava, porque, já en- tão, - e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, "faísca"; nem dizer lepra; só o "mal"; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suinda- ra; cachorro, bode e galo, prestos; [...] - porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não- uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventi- vas; vinte péssimos presságios; dezesseis ca- sos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legíti- ma, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois - noves fora, nada. (ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 - adaptado) João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar: A) trechos de cantigas. B) rituais de mantingas. C) citações de preceitos. D) cerimônias religiosas. E) exemplos de superstições. Questão 322 (2016.3) (FANG, C. Miopia. Disponível em: http: //news.psu.edu. Acesso em: 18 abr. 2015) O cartum Miopia, de Chen Fang, foi apresenta- do em 2011 na quarta mostra Eocartoon, que teve como tema a educação ambiental. Seu título e os elementos visuais fazem referência ao exame oftamológico e a um tipo específico de dificuldade visual. Com o uso metafórico da miopia e a exploração de características da imagem, o cartum: A) evidencia o papel secundário que animais e plantas desempenham no processo de produ- ção de riquezas. B) expõe o alto custo para a manutenção da vida tanto dos seres humanos como de animais e plantas.