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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir os conceitos básicos de luminotécnica. > Descrever os diferentes tipos de lâmpadas e luminárias. > Reconhecer diferentes métodos para o cálculo de iluminação de interiores e exteriores. Introdução Instalações industriais são compostas por linhas de produção, escritórios, esta- cionamentos, almoxarifados, áreas para carga e descarga de equipamentos, entre diversos outros ambientes. Cada um dos ambientes da instalação será ocupado por colaboradores, que, para exercer suas atividades de maneira efetiva, precisarão que os níveis de iluminação do local sejam adequados à tarefa que executam. Para se obter essa adequação, é necessário um projeto luminotécnico que seja devidamente dimensionado e que busque qualidade e eficiência energética. Neste capítulo, você poderá compreender os conceitos fundamentais que estão por traz de um projeto luminotécnico coerente e conhecer os diferentes tipos de lâmpadas utilizadas nesses projetos. Por fim, apresentaremos dois métodos bastante empregados no desenvolvimento de projetos luminotécnicos: o método de lumens e o método ponto a ponto. Fundamentos de luminotécnica Eduardo Scheffer Saraiva Luminotécnica: conceitos fundamentais A luminotécnica estuda o efeito da iluminação artificial e a sua implementação em ambientes externos e internos. Sendo assim, uma vez que neste capítulo falaremos sobre iluminação, devemos inicialmente compreender o conceito de luz. A luz é uma onda eletromagnética que pode se propagar em diferentes direções e em diferentes comprimentos. Nossos olhos são sensíveis a de- terminadas faixas de comprimento de onda, as quais são conhecidas como “espectro da luz visível”. Os diferentes comprimentos de onda dentro do espectro da luz visível são interpretados por nossos olhos como diferentes cores, que podem ir do violeta, em comprimentos de onda menores, até o vermelho, em comprimentos de onda maiores (Figura 1). Figura 1. Espectro da luz visível. Fonte: Adaptada de Macrovector/Shutterstock.com. Espectro da luz visível Raios cósmicos Raios gama Raios X Ultravioleta C (UVC) Ultravioleta B (UVB) Ultravioleta A (UVA) Ondas infravermelhas de alta intensidade Ondas infravermelhas de baixa intensidade Ondas de rádio Ondas acústicas Ondas infrassônicas Fundamentos de luminotécnica2 Os principais conceitos presentes em projetos luminotécnicos são fluxo luminoso, intensidade luminosa, Iluminância, luminância, eficiência luminosa, refletância e emitância, os quais apresentaremos a seguir, de acordo com Mamede Filho (2000). Fluxo luminoso O fluxo luminoso (ϕ) corresponde à potência irradiada em todas as direções por uma fonte de luz. Sua unidade é o lúmen (lm). Intensidade luminosa A intensidade luminosa (I) é a potência irradiada em uma direção específica por uma fonte de luz. Sua unidade é a candela (cd). Iluminância Fundamental em projetos luminotécnicos, a iluminância (E) pode ser entendida como a quantidade de fluxo luminoso incidente sobre uma unidade de área. Sua unidade é o lux (lx). O cálculo da iluminância pode ser feito pela Equação 1: = (lx) (1) onde: � ϕ = fluxo luminoso, em lumens; � S = área de superfície iluminada, em m². A iluminância é ilustrada na Figura 2, que também representa o fluxo luminoso e a intensidade luminosa. Fundamentos de luminotécnica 3 Figura 2. Iluminância, fluxo luminoso e intensidade luminosa. Fonte: Adaptada de Você... (2018). Luminância A luminância (L) corresponde à relação entre a intensidade luminosa e uma determinada superfície quando avaliada por um observador externo, ou seja, é a sensação de claridade quando observada pelo observador. Sua unidade é candela por metro quadrado (cd/m²). Pode-se obter o valor da luminância por meio da Equação 2: = cos (cd/m2) (2) Fundamentos de luminotécnica4 onde: � I = intensidade luminosa, em candelas; � θ = ângulo entre a superfície iluminada e a vertical, que é ortogonal à direção do fluxo luminoso. Eficiência luminosa Uma das características mais procuradas em projetos que desejam diminuir custos a longo prazo, a eficiência luminosa (η) traz a relação da quantidade de fluxo luminoso gerado por uma determinada demanda de potência. A sua unidade é o lúmen/watt (lm/W). A eficiência luminosa pode ser obtida pela Equação 3: = (lm/W) (3) onde: � φ = fluxo luminoso, em lumens, emitido por determinada fonte de luz; � P = potência, em watts, demandada pela fonte de luz. Refletância Nossos olhos conseguem atribuir determinadas cores aos objetos devido à capacidade das superfícies de refletir parte do fluxo luminoso que incide sobre elas, ao mesmo tempo em que o restante desse fluxo é por elas absorvido. A refletância corresponde à relação entre essa luminosidade refletida pela superfície e o fluxo luminoso que incide sobre ela. Emitância A emitância mede a quantidade de fluxo luminoso emitido por metro qua- drado de uma determinada fonte de luz. Sua unidade é o lúmen por metro quadrado (lm/m²). Fundamentos de luminotécnica 5 Tipos de lâmpadas e luminárias Lâmpadas e luminárias desempenham um papel essencial em um projeto luminotécnico. Isso porque a escolha do tipo de lâmpada e/ou luminária tem impacto direto na vida útil, no rendimento luminoso ou na reprodução das cores para o ambiente. É comum que as lâmpadas sejam caracterizadas como lâmpadas incan- descentes, lâmpadas de descarga ou lâmpadas de diodo emissor de luz (LED, do inglês light-emitter diode). A seguir, descreveremos cada um desses tipos (MAMEDE FILHO, 2000; CREDER, 2007). Lâmpadas incandescentes O funcionamento das lâmpadas incandescentes se dá pela passagem de corrente elétrica por um fio de tungstênio até a sua incandescência. Devido ao seu baixo rendimento e à sua curta vida útil em comparação aos demais tipos de lâmpadas, as incandescentes vêm caindo em desuso e sendo reti- radas do mercado. Elas continuam sendo adotadas apenas em alguns casos específicos (p. ex., em usos automotivos) ou em suas versões mais modernas, como as lâmpadas incandescentes halógenas (Figura 3). Figura 3. Lâmpada incandescente (a) tradicional e (b) halógena. Fonte: (a) quimono/Pixabay.com e (b) Janson_G/Pixabay.com. Fundamentos de luminotécnica6 Lâmpadas de descarga As lâmpadas de descarga se caracterizam por um funcionamento que envolve a passagem de corrente elétrica em meio a gases metálicos, como, por exemplo, mercúrio, xenônio e sódio. Entre a grande variedade de lâmpadas de descarga existentes, a mais conhecida é a lâmpada fluorescente. As lâmpadas fluorescentes (Figura 4) apresentam um excelente desem- penho e, devido a essa característica, são as lâmpadas mais utilizadas em escritórios e indústrias. No entanto, elas não permitem um destaque ade- quado das cores e, além disso, precisam de dispositivos auxiliares para o seu funcionamento, como o starter (dispositivo necessário para a partida) e o reator (dispositivo utilizado para limitar a corrente e produzir sobretensão). Figura 4. Lâmpadas fluorescentes. Fonte: Voitille (2018, documento on-line). Outras lâmpadas de descarga usualmente encontradas são as lâmpadas a vapor de mercúrio, que funcionam pela passagem de corrente elétrica em meio ao mercúrio e, assim como as lâmpadas fluorescentes, necessitam de reatores para o seu funcionamento; as lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão, que apresentam alta eficiência luminosa e longa vida útil; e as lâmpadas a multivapor metálico, que têm alta eficiência luminosa e grande índice de reprodução de cores. Há, ainda, as lâmpadas de luz mista, que oferecem a eficiência da lâmpada de vapor metálico e o destaque de cores das lâmpadas incandescentes, ao Fundamentos de luminotécnica 7 combinar o tubo de descarga a vapor de mercúrio com o filamento de tungs- tênio. As lâmpadas de luz mista não necessitam de equipamentos auxiliares, mas têm uma eficiência menor em comparação às lâmpadas fluorescentes. No Quadro 1, éapresentado um comparativo entre o rendimento e a vida útil das lâmpadas de descarga e das lâmpadas incandescentes. Quadro 1. Vida útil e rendimento das lâmpadas Vida útil (horas) Rendimento (lm/W) Incandescente 1.000 a 6.000 10 a 20 Fluorescente 7.500 a 12.000 43 a 84 Vapor de mercúrio 12.000 a 24.000 44 a 63 Multivapor metálico 10.000 a 20.000 69 a 115 Luz mista 6.000 a 8.000 17 a 25 Vapor de sódio 12.000 a 16.000 75 a 105 Sódio de alta pressão Acima de 24.000 68 a 140 Fonte: Adaptado de Creder (2007). Os valores tradicionais para o fluxo luminoso das lâmpadas incandescen- tes, fluorescentes e de vapor de mercúrio podem ser observados no Quadro 2. Quadro 2. Valores típicos de fluxo luminoso de lâmpadas Incandescente Fluorescente Vapor de mercúrio Potência (W) Fluxo luminoso (lm) Potência (W) Fluxo luminoso (lm) Potência (W) Fluxo luminoso (lm) 25 230 20 1.100 80 3.600 40 450 32 2.950 125 6.300 60 800 40 3.000 250 12.700 100 1.500 110 7.800 400 22.000 Fonte: Adaptado de Creder (2007). Fundamentos de luminotécnica8 Lâmpadas de LED As lâmpadas de LED (Figura 5) são as favoritas para as próximas gerações de projetos luminotécnicos, pois apresentam grande eficiência luminosa e uma vida útil que pode chegar a 100 mil horas. O maior empecilho em relação a essas lâmpadas é seu preço. Embora ele venha se igualando ao dos outros tipos de lâmpada com o passar do tempo, a escolha por lâmpadas de LED ainda segue se refletindo em um custo inicial maior para o projeto — apesar de o seu desempenho em longo prazo ser melhor. Figura 5. Lâmpada de LED. Fonte: Tipos... (c2021, documento on-line). Escolha das luminárias A escolha das luminárias deve levar em consideração aspectos tanto estéticos quanto técnicos. Elas têm a capacidade de modificar o fluxo luminoso da fonte de luz e permitem uma manutenção facilitada nas instalações. Fundamentos de luminotécnica 9 Segundo Mamede Filho (2000), o direcionamento das luminárias pode ser direto, indireto, semidireto, semi-indireto e geral difuso, como detalhamos a seguir. � Direto: fluxo luminoso incide diretamente sobre o plano de trabalho. � Indireto: fluxo luminoso incide diretamente em posição contrária ao plano de trabalho. � Semidireto: parte do fluxo incide diretamente no plano de trabalho, e o restante atinge o plano de trabalho por reflexão. � Semi-indireto: parte do fluxo é dirigido diretamente ao plano de tra- balho, ao passo que a outra parte chega ao plano de trabalho por efeito indireto. � Geral-difuso: fluxo luminoso de mesma intensidade em todas as direções. Mamede Filho (2000) também apresenta as classificações da modificação do fluxo luminoso, que são as seguintes. � Absorção: capacidade de absorção do fluxo luminoso incidente na superfície da luminária. � Refração: capacidade de direcionamento do fluxo luminoso da lâmpada. � Reflexão: modifica a distribuição do fluxo luminoso por meio da geo- metria interna da luminária. � Difusão: visa a diminuir a luminância da fonte. Métodos para projetos de iluminação Os projetos luminotécnicos devem garantir uma iluminância média adequada à tarefa que será executada pelos colaboradores, de modo a proporcionar conforto visual e, com isso, possibilitar um maior rendimento durante o trabalho. ABNT (2013) fornece uma tabela que apresenta a iluminância média para determinadas tarefas e atividades. Alguns exemplos retirados dessa tabela podem ser observados no Quadro 3. Fundamentos de luminotécnica10 Quadro 3. Tarefas e atividades com a especificação da iluminância Tipo de ambiente Tarefa/atividade Em lux Subestações Salas de controle 500 Indústria elétrica Montagem média 500 Montagem fina 750 Montagem de precisão 1.000 Oficinas eletrônicas 1.500 Escritórios Arquivamento 300 Escrever, teclar, ler, processar dados 500 Estações de projeto por computador 500 Fonte: Adaptado de ABNT (2013). A seguir, apresentaremos dois métodos largamente utilizados para o de- senvolvimento de projetos luminotécnicos: o método dos lumens e o método ponto a ponto. Método dos lumens O método dos lumens consiste em obter o fluxo luminoso total necessário para garantir a iluminância média do local de trabalho. Isso pode ser feito por meio da Equação 4: = ∙ ∙ (4) onde: � ϕ = fluxo total que deverá ser fornecido pelas lâmpadas para atingir a iluminância média (Em); � u = fator de utilização, que expressa a relação entre o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas e o que chega ao plano de trabalho (este fator geralmente está presente em tabelas disponibilizadas pelo fabricante da luminária); Fundamentos de luminotécnica 11 � d = expressa o fator de manutenção, que relaciona o fluxo luminoso emitido por uma luminária entre o início de funcionamento e o fim do período de manutenção. Exemplos de fatores de manutenção são apresentados no Quadro 4. Quadro 4. Exemplos de fatores de manutenção para sistemas de iluminação de interiores com lâmpadas fluorescentes Fator de manutenção Exemplo 0,80 � Ambiente muito limpo � Ciclo de manutenção de um ano � 2.000 h/ano de vida até a queima � Substituição da lâmpada a cada 8.000 h � Substituição individual � Luminárias direta e direta/indireta com uma pequena tendência de coleta de poeira 0,67 � Carga de poluição normal no ambiente � Ciclo de manutenção de três anos � 2.000 h/ano de vida até a queima � Substituição da lâmpada a cada 12.000 h � Substituição individual � Luminárias direta e direta/indireta com uma pequena tendência de coleta de poeira 0,57 � Carga de poluição normal no ambiente � Ciclo de manutenção de três anos � 2.000 h/ano de vida até a queima � Substituição da lâmpada a cada 12.000 h � Substituição individual � Luminárias com uma tendência normal de coleta de poeira 0,50 � Ambiente sujo � Ciclo de manutenção de três anos � 8.000 h/ano de vida até a queima � Substituição da lâmpada a cada 8.000 h � LLB � Substituição em grupo � Luminárias com uma tendência normal de coleta de poeira Fonte: Adaptado de ABNT (2013). Fundamentos de luminotécnica12 Para se obter corretamente o fator de utilização da tabela do fabricante, é preciso determinar o índice de reflexão típica e o índice local. Para o índice de reflexão típica, considere o Quadro 5, em que devemos obter o índice para teto-paredes-piso de modo a formar um índice de três dígitos. Quadro 5. Índice de reflexão típica Índice Reflexão Significado 1 10% Superfície escura 3 30% Superfície média 5 50% Superfície clara 7 70% Superfície branca Fonte: Adaptado de Creder (2007). Para determinar o índice local, é preciso utilizar a Equação 5: = ∙ ℎ ( + ) (5) onde: � c = comprimento do local; � l = largura do local; � hm = distância entre a fonte de luz e o plano de trabalho. Uma vez obtido o fluxo luminoso total, é necessário calcular o número de luminárias necessárias, o que pode ser feito por meio da Equação 6: = (6) onde φ é a quantidade de fluxo luminoso entregue por luminária. Para que você compreenda melhor esses conceitos, a seguir apresentamos um exemplo. Fundamentos de luminotécnica 13 Considere um projeto luminotécnico para a sala de controle de uma subestação cujas dimensões são 10 x 15 metros. Nessa sala, que tem teto branco e paredes e piso escuros, a distância entre a luminária e o plano de trabalho é de 3 metros. A partir desses dados, calcule a quantidade de luminárias necessárias ao projeto, considerando um fator de manutenção de 0,67. A tabela a seguir apre- senta as informações disponibilizadas pelo fabricante da luminária, a qual utiliza duas lâmpadas fluorescentes de 32 W. Índice do local (k) Refletâncias 751 731 711 551 531 511 331 311 0,80 0,34 0,28 0,25 0,32 0,32 0,24 0,28 0,24 1,00 0,48 0,36 0,32 0,42 0,38 0,42 0,38 0,40 2,00 0,66 0,62 0,58 0,56 0,62 0,59 0,56 0,58 2,50 0,70 0,68 0,59 0,69 0,67 0,68 0,64 0,66 3,00 0,72 0,70 0,68 0,70 0,69 0,70 0,65 0,68 Para resolver o exercício, começamos pelo cálculo do índicedo local: = ℎ ( + ) = 10 ∙ 15 3(10 + 15) = 2 Utilizando o Quadro 5 e sabendo que o ambiente apresenta teto branco e paredes e piso escuros, obtemos uma reflexão de 711. A partir dessas duas informações (isto é, o índice de reflexão e o índice do local), podemos obter na tabela disponibilizada pelo fabricante um fator de utilização de 0,58. Com isso, considerando uma iluminância média, conforme apresenta o Quadro 3, podemos calcular o fluxo total: = ∙ ∙ = 10 ∙ 15 ∙ 500 0,58 ∙ 0,67 = 193.000 lm O Quadro 2 nos informa que a iluminância proveniente de uma lâmpada fluorescente de 32 W é de 2.950 lm. Então, podemos obter o número de luminárias por meio da seguinte expressão: = = 193.000 2 ∙ 2.950 = 32,71 → 33 Fundamentos de luminotécnica14 Assim, 33 é o valor mínimo de luminárias que entregará a quantidade ne- cessária de lumens. Utilizando-se o método dos lumens, o espaçamento entre as luminárias no ambiente deve ser uniforme. Já a distância entre a luminária e a parede costuma corresponder a aproximadamente metade da distância entre as luminárias. Além disso, importa salientar que a distância máxima entre as luminárias não deverá ser maior do que a medida entre o plano de trabalho e a luminária. Método ponto a ponto Embora seja mais complexo, o método ponto a ponto permite o cálculo da iluminância em qualquer ponto da superfície de trabalho, podendo ser adotado tanto para projetos internos quanto para projetos externos. Nesse método, emprega-se o cálculo da iluminância vertical e horizontal, conforme Equação 7: ℎ = ∙ cos 3 2 (7) onde: � EPh = iluminância horizontal, em lux; � I = intensidade do fluxo luminoso, em candela; � θ = ângulo entre uma direção do fluxo luminoso e a vertical que passa pelo centro da lâmpada; � H = altura vertical da luminária, em metros. Como nessa metodologia desejamos conhecer o efeito que diferentes luminárias têm sobre um determinado ponto, é necessário calcular a con- tribuição de cada luminária. O somatório dessas contribuições vai gerar a iluminância horizontal total, conforme Equação 8: ℎ = ℎ1 + ℎ2 + ⋯+ ℎ (8) Fundamentos de luminotécnica 15 De maneira semelhante, temos a iluminância vertical, dada pela Equação 9: = ∙ sen3 2 (9) onde: � D = distância entre a luminária e o ponto localizado no plano vertical, em metros; � EPv = iluminância vertical, em lux. Para calcular a contribuição de todas as luminárias para a iluminância vertical, é utilizada a Equação 10: = 1 + 2 +⋯+ (10) A determinação da intensidade do fluxo luminoso é obtida utilizando-se curvas de distribuição luminosa para um determinado tipo de luminária. A partir do ambiente apresentado na Figura 6, calcule a iluminân- cia vertical e horizontal no ponto O, considerando que HL1 = 2,5 m; HL2 = 2 m; DL1 = 8 m; DL2 = 6 m; IL1 = 3.850 cd; IL2 = 4.100 cd; θL1 = 20°; e θL2 = 38°. Figura 6. Exemplo de iluminação em ambiente. Fonte: Adaptada de Mamede Filho (2000). Fundamentos de luminotécnica16 Para resolver o exercício, devemos calcular os componentes de iluminância vertical e horizontal para cada lâmpada no ambiente. Considerando os valores apresentados, temos para a iluminância horizontal: ℎ1 = 1 ∙ cos3 1 1 2 = 3.850 ∙ cos3 20° 2,52 = 511,13 lm ℎ2 = 2 ∙ cos3 2 2 2 = 4.100 ∙ cos3 38° 22 = 501,55 lm Com esses dados, podemos calcular o valor de iluminância horizontal total por meio da soma dos valores obtidos no cálculo anterior: ℎ = ℎ1 + ℎ2 = 511,13 + 501,55 = 1.012,68 De modo semelhante, temos para a iluminância vertical as seguintes expressões: 1 = 1 ∙ sen3 1 1 2 = 3.850 ∙ sen3 20° 82 = 2,40 lm 2 = 2 ∙ sen3 2 2 2 = 4.100 ∙ sen3 38° 62 = 26,57 lm = 1 + 2 = 28,9 lm Pode-se perceber que, quanto maior for o número de luminárias, mais ex- tensos serão os cálculos. Sendo assim, se desejarmos conhecer a iluminância para diversos pontos no ambiente, o método ponto a ponto se mostrará de- masiadamente complexo. Diante dessa complexidade, utilizam-se recursos computacionais para o desenvolvimento de projetos por meio dessa metodologia. Referências ABNT. NBR ISSO 8995-1 – Iluminação de Ambientes de Trabalho. Brasília, DF: ABNT, 2013. CREDER, H. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2007. MAMEDE FILHO, J. Instalações Elétricas Industriais. Rio de Janeiro: LTC, 2000. TIPOS de lâmpadas LED: um guia prático. Blog Decorwatts, c2021. Disponível em: http:// blogdecorwatts.com/lampadas/tipos-de-lampadas-led/. Acesso em: 1 fev. 2021. VOCÊ sabe a diferença entre lúmen, candela e lux? Conheça os conceitos luminotécnicos básicos. VivaDecoraPRO, 18 mar. 2018. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/ pro/iluminacao/conceitos-luminotecnicos/. Acesso em: 1 fev. 2021. Fundamentos de luminotécnica 17 VOITILLE, N. Lâmpadas Fluorescentes. Clique Arquitetura, 23 abr. 2018. Disponível em: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/lampadas-fluorescentes.html. Acesso em: 1 fev. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. 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