Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>1</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>2</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>3</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Núcleo de Educação a Distância</p><p>GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO</p><p>Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino</p><p>PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.</p><p>O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para</p><p>a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.</p><p>O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por</p><p>fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.</p><p>4</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Prezado(a) Pós-Graduando(a),</p><p>Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!</p><p>Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança</p><p>em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se</p><p>decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as</p><p>suas expectativas.</p><p>A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma</p><p>nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-</p><p>dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a</p><p>ascensão social e econômica da população de um país.</p><p>Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-</p><p>de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.</p><p>Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas</p><p>pessoais e profissionais.</p><p>Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são</p><p>outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-</p><p>ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver</p><p>um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-</p><p>ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo</p><p>importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-</p><p>rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de</p><p>ensino.</p><p>E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)</p><p>nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.</p><p>Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos</p><p>conhecimentos.</p><p>Um abraço,</p><p>Grupo Prominas - Educação e Tecnologia</p><p>5</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>6</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!</p><p>É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha</p><p>é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-</p><p>sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é</p><p>você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-</p><p>rança, disciplina e organização.</p><p>Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como</p><p>as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua</p><p>preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo</p><p>foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de</p><p>qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.</p><p>Estude bastante e um grande abraço!</p><p>Professora: Adriana Penna</p><p>7</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao</p><p>longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-</p><p>nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela</p><p>conhecimento.</p><p>Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes</p><p>importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-</p><p>formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao</p><p>seu sucesso profisisional.</p><p>8</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>CAPÍTULO 01</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>CAPÍTULO 02</p><p>OS PROJETOS NA EVOLUÇÃO DO HOMEM</p><p>Antecedentes Históricos dos Projetos ___________________________ 13</p><p>Formalização, Aplicação no Século XX e a Visão Empresarial _____ 14</p><p>CAPÍTULO 03</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS PROJETOS</p><p>Características dos Projetos ___________________________________ 19</p><p>Problemas x Êxito de Projetos _________________________________ 23</p><p>Cuidados para o Bom Desenvolvimento de Projetos ____________ 24</p><p>Implementação do Projeto x Avaliação Permanente _____________ 25</p><p>CAPÍTULO 04</p><p>OS PROJETOS NO MEIO ESCOLAR</p><p>Método de Projeto x Projeto de Trabalho _______________________ 28</p><p>O planejamento do Trabalho por Projetos _______________________ 32</p><p>Características Didáticas e Pedagógicas dos Projetos Escolares _ 36</p><p>O Papel do Professor e do Aluno no Trabalho com Projetos ______ 38</p><p>9</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Os Projetos Didático-Pedagógicos _______________________________ 40</p><p>Vantagens da Pedagogia de Projetos _____________________________ 43</p><p>CAPÍTULO 05</p><p>O TRABALHO POR PROJETOS</p><p>Projeto numa Classe de Alfabetização _________________________ 47</p><p>Projeto para Inclusão Digital de Professores _____________________ 48</p><p>Os Projetos na Educação de Jovens e Adultos __________________ 49</p><p>Projeto “Viajando pelo Mundo” ________________________________ 52</p><p>Horta Hscolar – Matemática, Química, Biologia e Geografia numa</p><p>Perspectiva Interdisciplinar ____________________________________ 54</p><p>Referências ____________________________________________________ 57</p><p>10</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Teoria e prática sempre deveriam caminhar lado a lado, com-</p><p>panheiras, amigas, incentivadoras uma da outra. Uma teoria geralmen-</p><p>te é elaborada para ser colocada em prática e esta, por conseguinte,</p><p>deveria seguir o proposto por uma teoria.</p><p>Na poética de Fernando Pessoa (1926):</p><p>Só os espíritos superficiais desligam a teoria da prática, não olhando a que</p><p>a teoria não é senão uma teoria da prática, e a prática não é senão a prática</p><p>de uma teoria. Quem não sabe nada dum assunto, e consegue alguma coi-</p><p>sa nele por sorte ou acaso, chama ‘teórico’ a quem sabe mais, e, por igual</p><p>acaso, consegue menos. Quem sabe, mas não sabe aplicar – isto é, quem</p><p>afinal não sabe, porque não saber aplicar é uma maneira de não saber –,</p><p>tem rancor a quem aplica por instinto, isto é, sem saber que realmente sabe.</p><p>Mas, em ambos os casos, para o homem são de espírito e equilibrado de</p><p>inteligência, há uma separação abusiva. Na vida superior, a teoria e a prática</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>10</p><p>11</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>completam-se. Foram feitas uma para a outra.</p><p>Sendo assim, unimos teoria e prática no trabalho por projetos</p><p>neste módulo e, para início de conversa, veremos o surgimento dos</p><p>projetos e seu gerenciamento na base empresarial para que ao longo</p><p>do nosso caminhar, possamos chegar com clareza ao trabalho com pro-</p><p>jetos realizado na escola de maneira geral.</p><p>De todo modo, deixamos claro de imediato que o trabalho com</p><p>projetos nos leva por caminhos diferentes da lógica tradicional, daquele</p><p>modelo de trabalhar os conteúdos secos, sem aplicabilidade. No trabalho</p><p>por projetos, o diálogo entre professores e alunos é fundamental e os</p><p>temas, as questões são escolhidas e investigadas sempre em conjunto.</p><p>Como diz Prado (2005), na pedagogia de projetos, o aluno</p><p>aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e</p><p>desenvol-</p><p>vido em situações reais, naquilo que podemos chamar “mundo real”.</p><p>Também, faz-se mister frisar que a pedagogia de projetos deve</p><p>permitir que o aluno aprenda-fazendo e reconheça a própria autoria naquilo</p><p>que produz por meio de questões de investigação que lhe impulsionam a</p><p>contextualizar conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem</p><p>durante o desenvolvimento do projeto. Nessa situação de aprendizagem,</p><p>o aluno precisa selecionar informações significativas, tomar decisões, tra-</p><p>balhar em grupo, gerenciar confronto de ideias, enfim, desenvolver compe-</p><p>tências interpessoais para aprender de forma colaborativa com seus pares.</p><p>A mediação do professor é fundamental, pois, ao mesmo tempo</p><p>que o aluno precisa reconhecer sua própria autoria no projeto, ele também</p><p>precisa sentir a presença do professor, que ouve, questiona e orienta, vi-</p><p>sando propiciar a construção de conhecimento do aluno. A mediação impli-</p><p>ca a criação de situações de aprendizagem que permitam ao aluno fazer</p><p>regulações, uma vez que os conteúdos envolvidos no projeto precisam ser</p><p>sistematizados para que os alunos possam formalizar os conhecimentos</p><p>colocados em ação. O trabalho por projeto potencializa a integração de di-</p><p>ferentes áreas de conhecimento, assim como a integração de várias mídias</p><p>e recursos, os quais permitem ao aluno expressar seu pensamento por</p><p>meio de diferentes linguagens e formas de representação.</p><p>Do ponto de vista de aprendizagem no trabalho por projeto,</p><p>Prado (2001) destaca a possibilidade de o aluno recontextualizar aquilo</p><p>que aprendeu, bem como estabelecer relações significativas entre co-</p><p>40</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>nhecimentos.</p><p>Nesse processo, o aluno pode ressignificar os conceitos e as</p><p>estratégias utilizados na solução do problema de investigação que origi-</p><p>nou o projeto e, com isso, ampliar seu universo de aprendizagem.</p><p>Nas palavras de Hernandez (2000), o papel do aluno dentro</p><p>de um projeto deve ser de sujeito pensante, reflexivo, transformador,</p><p>crítico, que aprende a gerenciar estratégias, encaminhado as próprias</p><p>relações para entender o porquê das dificuldades, verificar, revisar. Isso</p><p>vai contribuir para que o aluno não só produza, mas crie, promovendo</p><p>o conhecimento de si e do mundo por meio de experiências e trocas de</p><p>informações na relação aluno-aluno e aluno-professor. O aluno poderá</p><p>utilizar múltiplas formas de registrar o assunto por meio da escrita nos</p><p>textos, relatórios, fotografias, enfim de muitas outras formas.</p><p>Para que haja construção de conhecimento, é importante que</p><p>o aluno passe a relacionar o seu conhecimento anterior com o que está</p><p>aprendendo.</p><p>Para Vasconcellos (2005, p. 90),</p><p>[...] o trabalho de confronto tem que ser (apenas) do aluno, que deve buscar a</p><p>referência que tinha, estabelecer um paralelo com a referência que o profes-</p><p>sor está trazendo, para daí atuar sobre a diferença e reconstruir, ou não, seu</p><p>conhecimento. Cabe, pois, ao aluno, buscar o conhecimento anterior para</p><p>estabelecer o confronto.</p><p>O conhecimento, portanto, não é algo que acontece de imedia-</p><p>to, uma vez que ele vai sendo construído a partir do estímulo do profes-</p><p>sor e da forma como trabalha o conteúdo.</p><p>OS PROJETOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS</p><p>Em uma escola, os projetos podem ser utilizados em vários as-</p><p>pectos diferentes do trabalho. Pode-se desenvolver projetos em traba-</p><p>lhos da administração escolar, em ações de apoio ao trabalho pedagó-</p><p>gico e em outros aspectos do funcionamento escolar que não envolvem</p><p>o ensino diretamente. Já os projetos didáticos têm por meta principal</p><p>o ensino de alguns conteúdos predeterminados e neles a participação</p><p>dos alunos é, evidentemente, indispensável (SEE/SP, 1999).</p><p>Professores, equipe técnica, direção e pais podem utilizar a</p><p>ideia de projeto para planejar, organizar e realizar uma festa na escola,</p><p>uma feira cultural ou um festival de música. Nesses casos, a partici-</p><p>pação de alunos deve ser decidida pelos educadores. Os alunos po-</p><p>dem estar presentes desde o planejamento, ou serem convidados a</p><p>41</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>colaborar somente no momento da realização. Os objetivos educativos</p><p>relacionados ao projeto é que devem orientar os educadores quanto à</p><p>participação de alunos nesses casos.</p><p>A presença de um coordenador de projeto também deve ser</p><p>uma decisão relacionada ao tipo de projeto e seus objetivos.</p><p>Nos projetos didáticos, os alunos geralmente desenvolvem suas</p><p>atividades, organizados em equipes. O trabalho em equipe deve ser con-</p><p>siderado no planejamento anterior feito pelos professores. É preciso con-</p><p>siderar se os alunos já têm autonomia suficiente para desenvolver as</p><p>principais tarefas relativas ao desenvolvimento do projeto, ou se os pro-</p><p>fessores envolvidos deverão acompanhar os alunos em algumas delas.</p><p>A própria existência de um coordenador de equipe deve ser</p><p>decidida em função dos objetivos educativos relacionados ao projeto.</p><p>Nos projetos didáticos desenvolvidos com alunos das séries iniciais, por</p><p>exemplo, o trabalho do coordenador é geralmente feito pela própria pro-</p><p>fessora que, por sua vez, compartilha as decisões com seus alunos.</p><p>Quando os projetos são desenvolvidos pelos educadores e fun-</p><p>cionários, com objetivos relacionados ao trabalho desses profissionais,</p><p>a existência de um coordenador de projetos é importante. O coordena-</p><p>dor tem como principal função controlar o desenvolvimento das tarefas</p><p>necessárias à boa implementação do projeto. Ter certeza que todas as</p><p>tarefas têm um responsável por sua execução, controlar o cronograma</p><p>de trabalhos, evitando atrasos e auxiliando os responsáveis, quando</p><p>necessário, são algumas responsabilidades do coordenador. Quando</p><p>o projeto necessita recursos financeiros, o coordenador deve também</p><p>controlar o orçamento, com ou sem auxílio de outras pessoas.</p><p>Para Lerner (1996), o planejamento do ensino pode ser organi-</p><p>zado a partir de quatro diferentes modalidades de ensino: as atividades</p><p>sequenciadas, as atividades permanentes, os projetos didáticos e as</p><p>situações independentes.</p><p>a) As atividades sequenciadas são situações didáticas articula-</p><p>das, que sempre possuem uma sequência de atividades, cujo principal</p><p>critério de organização é o nível de dificuldade, e que estão sempre</p><p>voltadas ao ensino de um conteúdo pré-selecionado. Têm um tempo</p><p>de duração variável, que depende do conteúdo que se está ensinando.</p><p>b) As atividades permanentes são situações didáticas propos-</p><p>tas com regularidade, cujo objetivo principal é a construção de atitudes e</p><p>o desenvolvimento de hábitos. Promover o gosto pela leitura e a escrita,</p><p>aprender a ler o jornal diário são aprendizagens que podem ser desen-</p><p>volvidas a partir de atividades permanentes. A principal característica</p><p>dessas atividades é que elas se repetem sistematicamente em horá-</p><p>rios preestabelecidos com os alunos, podendo ser diárias, semanais</p><p>42</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ou quinzenais. São exemplos dessas modalidades de ensino a roda de</p><p>leitura de jornais, a leitura compartilhada, a hora da notícia, entre outras.</p><p>c) As situações independentes são situações ocasionais em</p><p>que algum conteúdo importante está em jogo e deve ser trabalhado em</p><p>sala de aula. Mesmo que esse conteúdo não tenha uma relação direta</p><p>com o que está sendo tratado nas sequências didáticas ou nos proje-</p><p>tos. Têm tempo de duração variável, podendo ser um assunto que está</p><p>interessando à comunidade escolar em um determinado momento, ou</p><p>mesmo uma discussão sobre um livro trazido à classe por um aluno.</p><p>d) Já os projetos didáticos são situações que partem de um</p><p>desafio, de uma situação-problema e que sempre têm como um de seus</p><p>objetivos um produto final. Na maioria dos casos, os projetos envolvem</p><p>mais de uma área de conhecimento sendo, portanto, interdisciplinares.</p><p>Jolibert et al. (1994) também reforçam que ao participar de um</p><p>projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que</p><p>o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas</p><p>vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um “apren-</p><p>diz” do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser</p><p>humano que está desenvolvendo uma atividade complexa e, que nesse</p><p>processo, está se apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado</p><p>objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural.</p><p>Isso significa que é impossível homogeneizar os alunos. É impossível</p><p>desconsiderar sua história de vida, seus modos de viver, suas experiên-</p><p>cias culturais, e dar um caráter de neutralidade aos conteúdos, desvin-</p><p>culando-os do contexto sócio histórico que os gestou.</p><p>Nesse sentido, Abrantes (1995) aponta algumas característi-</p><p>cas fundamentais do trabalho com projetos:</p><p>• um projeto é uma atividade intencional – o envolvimento dos</p><p>alunos é uma característica-chave do trabalho de projetos, o que pres-</p><p>supõe um objetivo que dá unidade e sentido às várias atividades, bem</p><p>como um produto final que pode assumir formas muito variadas, mas</p><p>procura responder ao objetivo inicial e reflete o trabalho realizado;</p><p>• num projeto, a responsabilidade e autonomia dos alunos são</p><p>essenciais – os alunos são corresponsáveis pelo trabalho e pelas es-</p><p>colhas ao longo do desenvolvimento do projeto. Em geral, fazem-no</p><p>em equipe, motivo pelo qual a cooperação está também quase sempre</p><p>associada ao trabalho;</p><p>• a autenticidade é uma característica fundamental de um pro-</p><p>jeto – o problema a resolver é relevante e tem um caráter real para os</p><p>alunos. Não se trata de mera reprodução de conteúdos prontos. Além</p><p>disso, não é independente do contexto sociocultural, e os alunos procu-</p><p>ram construir respostas pessoais e originais;</p><p>43</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>• um projeto envolve complexidade e resolução de problemas</p><p>– o objetivo central do projeto constitui um problema ou uma fonte gera-</p><p>dora de problemas que exige uma atividade para sua resolução;</p><p>• um projeto percorre várias fases – escolha do objetivo central,</p><p>formulação dos problemas, planejamento, execução, avaliação, e divul-</p><p>gação dos trabalhos.</p><p>Com base nessas características, podemos situar os projetos</p><p>como uma proposta de intervenção pedagógica que dá à atividade de</p><p>aprender um sentido novo, através dos quais as necessidades de apren-</p><p>dizagem afloram nas tentativas de se resolver situações problemáticas.</p><p>Para Jolibert et al. (1994), um projeto gera situações de aprendi-</p><p>zagem ao mesmo tempo reais e diversificadas. Possibilita, assim, que os</p><p>educandos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia</p><p>e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais.</p><p>Os mesmos autores acima distinguem três tipos de projetos,</p><p>que podem ocorrer simultaneamente no processo ensino-aprendiza-</p><p>gem, são eles:</p><p>a) Projetos referentes à vida cotidiana: relacionados à existên-</p><p>cia e ao funcionamento de uma coletividade de alunos e professores na</p><p>escola (organização do espaço, do tempo, das atividades, das respon-</p><p>sabilidades, das regras de vida, entre outros).</p><p>b) Projetos empreendimentos: relacionados a atividades com-</p><p>plexas em torno de uma meta definida, com certa amplitude (organizar</p><p>o pátio, uma excursão, instalar uma biblioteca).</p><p>c) Projetos de aprendizado: coloca ao alcance dos alunos obje-</p><p>tivos de trabalho para o ano, o conteúdo das instruções oficiais.</p><p>Eles também alertam para o fato de que os projetos podem ter</p><p>durações variadas podendo se desenvolver em um ano, em um mês,</p><p>numa semana ou em um dia. Essas afirmações nos mostram o caráter</p><p>flexível do planejamento dos projetos de trabalho, e a possibilidade de</p><p>ocorrência de vários projetos ao mesmo tempo, desde que esses este-</p><p>jam ligados por um fio condutor (GIROTTO, 2003).</p><p>VANTAGENS DA PEDAGOGIA DE PROJETOS</p><p>Portes (2007) confirma que a Pedagogia de Projetos pode ser</p><p>aplicada a todas as disciplinas do programa escolar, podendo realizar-</p><p>-se sistemática ou ocasionalmente. Suas vantagens são incontestáveis:</p><p>a) Proporciona contextualização e significação ao conteúdo.</p><p>b) Segue o princípio de ação organizada em torno de um fim,</p><p>em vez de impor aos alunos lições cujo objetivo e utilidade não compre-</p><p>44</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>endem.</p><p>c) Possibilita melhorar a compreensão:</p><p>- das necessidades de contexto social;</p><p>- do planejamento cooperativo;</p><p>- dos processos de grupo e da importância da participação de</p><p>cada um no grupo;</p><p>- da importância dos serviços prestados aos outros.</p><p>d) Possibilita aprendizagem real, significativa, ativa, interes-</p><p>sante e atrativa.</p><p>e) Há sempre um propósito para a ação do aluno.</p><p>f) Sabe o que faz e para o que faz.</p><p>g) Propõe ou encaminha soluções aos problemas levantados.</p><p>h) É prática e funcional.</p><p>i) É integradora.</p><p>j) Concentra a atividade do aluno obrigando-o a realizar os tra-</p><p>balhos de pesquisa e concentração.</p><p>k) Possibilita uma relação de todas as ciências, dando-lhe uni-</p><p>dade interdisciplinaridade.</p><p>l) Desenvolve o pensamento divergente e a descoberta das</p><p>aptidões.</p><p>m) Desperta o desejo de conquista, iniciativa, investigação,</p><p>criação e responsabilidade.</p><p>n) Estimula o planejar e executar com os próprios recursos.</p><p>o) Habitua ao esforço, perseverança, ordenação de energias.</p><p>p) Proporciona confiança e segurança no trato com problemas</p><p>reais.</p><p>q) Ativa e socializa o ensino, levando os alunos a se inserirem</p><p>conscientemente na vida social e cultural.</p><p>Ao trabalhar o projeto, o professor tem a oportunidade de refor-</p><p>mular a concepção de “programa a ser cumprido” na sua visão tradicio-</p><p>nal, tornando-o mais flexível e abrangente.</p><p>Partindo do nível de conhecimento dos alunos (conhecimen-</p><p>tos prévios), durante o planejamento e na execução do projeto surgem</p><p>novos interesses e oportunidades para realizar a integração de outros</p><p>conteúdos, que se fazem necessários para atender às indagações dos</p><p>alunos. É por isso que a Pedagogia de Projetos se constitui recurso</p><p>muito valioso na prática da interdisciplinaridade, motivo pelo qual o edu-</p><p>cador não deve abrir mão da sua aplicação.</p><p>45</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Os projetos de trabalho abordam uma metodologia mais</p><p>autônoma, possibilitam a busca de um processo de colaboração</p><p>e produção do conhecimento significativo, sendo o educador o</p><p>orientador do processo. Devem ser pensados e utilizados como</p><p>base fundamental de processos de aprendizagem no âmbito esco-</p><p>lar, de forma integrada e contextualizada, que segundo Moura et al.</p><p>(2001), englobam pressupostos fundamentais, tais como:</p><p>a) Realização de projetos de trabalho por grupos de alu-</p><p>nos com número de participantes definido criteriosamente frente</p><p>a cada experiência.</p><p>b) A definição de um período de tempo limite para a con-</p><p>cretização do projeto, de modo a constituir um fator importante no</p><p>seu desenvolvimento e concretização.</p><p>c) A forma de escolha de temas ou objetos centrais dos</p><p>projetos, com destaque para a importância da liberdade de escolha</p><p>por parte dos estudantes.</p><p>d) A importância de que os projetos possam contemplar</p><p>uma finalidade útil de modo que os alunos tenham uma percepção</p><p>de um sentido real dos projetos propostos.</p><p>e) O envolvimento de múltiplos recursos no desenvolvi-</p><p>mento dos projetos, abrangendo não somente os recursos dis-</p><p>ponibilizados pela escola, mas também recursos que os próprios</p><p>alunos podem providenciar junto a outras fontes, como seja, a co-</p><p>munidade em geral.</p><p>f) A importância da socialização dos resultados dos pro-</p><p>jetos desenvolvidos, em diversos níveis de comunicação, como a</p><p>própria sala de aula, a escola e a própria comunidade, devendo</p><p>essa socialização incluir apresentação pública dos resultados por</p><p>parte</p><p>dos autores.</p><p>Como em toda proposta didática, os projetos também re-</p><p>querem avaliações criteriosas, que permitam o julgamento e aná-</p><p>lise dos resultados, podendo ser quantitativa e qualitativa, com o</p><p>objetivo de orientar a prática docente e possibilitar ações correti-</p><p>vas antes do final.</p><p>Para Hernández (1998), seria fundamental converter a ava-</p><p>liação numa peça-chave do ensino e da aprendizagem que pos-</p><p>sibilite aos docentes pronunciar-se sobre os avanços educativos</p><p>dos alunos e, a esses, contar com pontos de referência para jul-</p><p>46</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>gar onde estão, aonde podem chegar e do que vão necessitar para</p><p>continuar aprendendo.</p><p>A avaliação realizada somente ao final do processo, deno-</p><p>minada avaliação somativa, não é o instrumento adequado para se</p><p>utilizar nos projetos, uma vez que os mesmos devem ser avaliados</p><p>no início, ao longo do percurso, com o objetivo de possibilitar in-</p><p>tervenções por parte do orientador e no final do processo englo-</p><p>bando a apresentação pública do produto final.</p><p>Para Moran e Masetto (2001), a fase de avaliação coletiva</p><p>do projeto contempla os momentos de reflexão sobre a participa-</p><p>ção dos alunos e do professor no processo.</p><p>Enfim, o orientador do projeto deve atentar-se aos avan-</p><p>ços/dificuldades dos alunos em cada etapa do trabalho e a partir</p><p>das observações deve promover discussões com o grupo de for-</p><p>ma a replanejar as ações. A autoavaliação do aluno, a avaliação do</p><p>professor e do grupo são essenciais para promover a eficácia do</p><p>projeto (FONSECA; MOURA; VENTURA, 2004).</p><p>47</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>São inúmeras as possibilidades de trabalho por projetos. Vere-</p><p>mos alguns exemplos, os quais podem servir de base para inspiração</p><p>de outros que desejem realizar com os alunos, sejam eles do Ensino</p><p>Fundamental, Médio, Educação de Jovens e Adultos e até mesmo com</p><p>os próprios professores numa perspectiva de formação continuada.</p><p>PROJETO NUMA CLASSE DE ALFABETIZAÇÃO</p><p>Sabemos que a educação ambiental, enquanto processo educa-</p><p>tivo, fundamenta-se para além das ciências naturais, envolvendo as ciên-</p><p>cias econômicas, humanas, sociais e aspectos cognitivos, afetivos e so-</p><p>ciais que lhe são peculiares. Uma boa educação ambiental nos leva a ter</p><p>uma consciência global, a sermos éticos e responsáveis, principalmente</p><p>O TRABALHO POR PROJETOS</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>47</p><p>48</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>nesses tempos atuais em que a água está escassa, a energia muito cara,</p><p>os recursos do planeta se esgotando, além de que a poluição que nós</p><p>mesmos lançamos dia-a-dia no meio ambiente só nos prejudica a saúde.</p><p>Pois bem, eis aqui uma possibilidade de trabalhar por projetos</p><p>desde a alfabetização!</p><p>A proposta do trabalho com projetos reflete os conceitos cons-</p><p>trutivistas de Piaget, centralizada na formação do sujeito ativo, que uti-</p><p>liza sua experiência e seu conhecimento para resolver problemas. Par-</p><p>tindo deste pressuposto, os indivíduos, enquanto agentes – ou sujeitos</p><p>de cognição – recebem, ou internalizam de forma dinâmica, proativa,</p><p>as representações ou o conhecimento sobre o meio ambiente. Estabe-</p><p>lecem uma relação interativa com os constituintes culturais e naturais,</p><p>inventando linguagens e instrumentos.</p><p>A Pedagogia de Projetos permite que as crianças tragam para</p><p>dentro da sala de aula a sua realidade, não precisando deixá-la do lado</p><p>de fora, possibilitando que, a partir das representações que as crianças</p><p>têm de meio ambiente, construam uma aprendizagem significativa em</p><p>Educação Ambiental.</p><p>PROJETO PARA INCLUSÃO DIGITAL DE PROFESSORES</p><p>Não há dúvida que crianças e jovens do século XXI têm mui-</p><p>to mais facilidade e tempo para lidar com aparelhos eletroeletrônicos,</p><p>aprender rapidamente como usá-los do que as gerações mais adultas.</p><p>Estas, ou por falta de tempo, ou por resistência “ao moderno” acaba</p><p>ficando obsoleta.</p><p>É possível por meio de um projeto de trabalho levar, aqui espe-</p><p>cificamente os professores, a repensar e desafiar esses recursos tecno-</p><p>lógicos, afinal de contas, a inclusão digital já passa de uma conquista,</p><p>de exercer com plenitude a cidadania, é uma imposição nesse mundo</p><p>globalizado em que vivemos.</p><p>A inclusão digital de professores engloba a alfabetização digital</p><p>e o letramento digital. A inclusão digital – no sentido macrossocial – é</p><p>classicamente vista como condição advinda da disponibilidade de aces-</p><p>so a equipamentos informáticos e à infraestrutura da Internet.</p><p>Takahashi (2000, p. 38) descreve a alfabetização digital como</p><p>a “aquisição das noções básicas de informática indispensáveis para</p><p>acesso à rede e seus serviços”.</p><p>Nesse contexto, a pedagogia de projetos pode proporcionar aos</p><p>sujeitos envolvidos na relação educativa novas interações, seja com o</p><p>outro, seja com o conhecimento. Um aspecto de extrema importância</p><p>49</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>em um trabalho com projetos é que não precisamos da compartimenta-</p><p>lização e da disciplinarização para aprender algo, podemos aprender a</p><p>apreender estudando os fenômenos em sua totalidade, com sua comple-</p><p>xidade, e a partir de vários enfoques diferentes, não apenas aquele dado</p><p>pela ciência. Enfim, pode-se dizer que a pedagogia de projetos propicia</p><p>uma educação voltada para o desenvolvimento da solidariedade, de uma</p><p>cidadania participativa e de pessoas críticas, criativas e transformadoras.</p><p>A inclusão digital de professores e a utilização do computador</p><p>como ferramenta pedagógica, por outro lado, traz ao educador novos</p><p>modos de produzir conhecimento e novas formas de lidar com o co-</p><p>nhecimento historicamente construído, bastando para isto, que esse</p><p>educador se coloque na posição de sujeito aprendente, de aprendiz, de</p><p>pesquisador, e a partir daí ele inicie um novo ciclo de trabalho de sensi-</p><p>bilização de novos aprendizes pesquisadores capazes de se percebe-</p><p>rem sujeitos de sua própria aprendizagem, de sua própria existência.</p><p>Vale a pena ler a pesquisa realizada por Gilberto Lacerda San-</p><p>tos, intitulada “A pedagogia de projetos como estratégia de inclusão di-</p><p>gital de professores” (2012).</p><p>E a dissertação de Mestrado de Wanessa de Castro (2008), “A</p><p>pedagogia de projetos como estratégia para a formação de professores</p><p>para uso do computador na educação”, disponível em: http://repositorio.</p><p>unb.br/bitstream/10482/3790/1/Dissert_Wanessa%20de%20Castro.pdf</p><p>OS PROJETOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS</p><p>Os projetos permitem que alunos com diferentes habilidades e</p><p>competências atuem juntos com vistas a um objetivo comum. Além dis-</p><p>so, no projeto, um mesmo tema pode ser abordado a partir de diferentes</p><p>pontos de vista, garantindo um olhar interdisciplinar para o conhecimen-</p><p>to em jogo.</p><p>No transcorrer da realização de um projeto, a leitura, as dife-</p><p>rentes modalidades da escrita, o debate, o uso de esquemas, resumos,</p><p>ilustrações e todos os procedimentos necessários à confecção de um</p><p>produto ganham um sentido positivamente diferente para os alunos:</p><p>aprendem a fazer, fazem, melhoram esse fazer e a sua aprendizagem</p><p>de modo geral, em função da concretização de um projeto que é, ao</p><p>mesmo tempo, individual e coletivo (BRASIL, 2006).</p><p>A definição do tema de um projeto é essencial para que ele se</p><p>torne significativo e conte com a adesão dos alunos, condições funda-</p><p>mentais à aprendizagem. Deve, portanto, responder às necessidades,</p><p>interesses e possibilidades dos alunos e alunas e do professor ou pro-</p><p>50</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>fessora.</p><p>Nesse sentido, a particularidade do trabalho com jovens e</p><p>adultos</p><p>torna-se evidente. Professores cujas práticas se dão no traba-</p><p>lho junto a crianças e a EJA sabem como os alunos jovens e adultos</p><p>respondem facilmente a uma variedade de temas.</p><p>Em relação à definição do tema de um projeto, o caminho mais</p><p>apropriado é o de ouvir e dialogar com os alunos. Primeiramente, é ne-</p><p>cessário que o(a) professor(a) tenha clareza de quem são seus alunos e</p><p>dos temas que costumam ocupar-lhes a atenção. A partir desse conhe-</p><p>cimento do grupo, que deve ser cuidadoso, o(a) professor(a) pode listar</p><p>alguns temas que venham a interessar seus alunos. Chega, então, o mo-</p><p>mento de apresentar esses temas ao grupo, discorrendo sobre sua rele-</p><p>vância e as aprendizagens que dele possam decorrer. Assim, os próprios</p><p>alunos poderão decidir pelo assunto sobre o qual queiram saber mais.</p><p>Quanto aos materiais necessários à alimentação da vida de um</p><p>projeto, existe a necessidade do(a) professor(a) buscar nos meios de</p><p>comunicação, impressos ou televisivos, nos documentos oficiais e na</p><p>memória oral de seus alunos ou de outras pessoas da comunidade local</p><p>as informações necessárias ao andamento do trabalho.</p><p>Por fim, de uma forma geral, o projeto gera um produto final,</p><p>uma construção que expressa o que o conjunto do grupo pôde apren-</p><p>der, construir, produzir.</p><p>Preferencialmente, esse produto deve circular, não apenas en-</p><p>tre seus criadores, mas na comunidade interna da escola e, se possível,</p><p>na externa também (BRASIL, 2006).</p><p>Vejamos um exemplo de projeto, ideia proposta por uma aluna</p><p>de EJA: relembrar brinquedos e brincadeiras de antigamente para ensi-</p><p>nar aos meninos e meninas do bairro, que não tendo com o que brincar,</p><p>passavam o dia sem rumo certo.</p><p>51</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Fonte: Brasil (2006, p. 40).</p><p>52</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>PROJETO “VIAJANDO PELO MUNDO”</p><p>Um projeto interessante para alunos do ensino Fundamental I,</p><p>envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa, Ciência, História, Ge-</p><p>ografia, apresentado pelos professores José Renato Lima Dantas/Maria</p><p>Mônica Marques, foi intitulado: “Viajando pelo mundo”.</p><p>Vejamos o planejamento:</p><p>a) Introdução</p><p>Este projeto visa o conhecimento mais completo sobre os</p><p>meios de transportes, despertando assim, um maior interesse dos alu-</p><p>nos pela pesquisa, produções de textos, leituras, informática educativa,</p><p>além de proporcionar aos alunos uma aula dinâmica e criativa.</p><p>b) Objetivos</p><p>• Conhecer os meios de transportes.</p><p>• Diferenciar os transportes aéreos, terrestres e marítimos.</p><p>• Desenvolver o hábito da leitura e da escrita. Desenvolver a</p><p>imaginação e a criatividade dos alunos.</p><p>• Trabalhar a socialização e interação com a Informática Edu-</p><p>cativa.</p><p>• Desenvolver a percepção e a coordenação motora.</p><p>c) Metodologia</p><p>No desenvolvimento deste projeto serão trabalhadas as se-</p><p>guintes etapas:</p><p>• Vídeo com aula expositiva sobre os meios de transportes.</p><p>• Texto informativo do livro didático.</p><p>• Confecção de álbum com recorte e colagem.</p><p>• Cruzadinhas do livro e também elaboradas no caderno pelos</p><p>alunos e depois digitadas.</p><p>• Produção de frases, poesias e textos coletivos.</p><p>• Trabalhos de artes (desenhos, pinturas, entre outros).</p><p>• Utilização do Laboratório de Informática Educativa para digi-</p><p>tar e desenhar.</p><p>• Atividades diversas como: corrida maluca, confecção de ma-</p><p>53</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>quetes com massinha, uso de sucatas e outras que surgirem durante a</p><p>realização do projeto.</p><p>d) Recursos Didáticos</p><p>Fita de vídeo, televisão, livro didático, caderno, lápis de cor, re-</p><p>vistas, jornais, tesoura, cola, papéis diversos, computador, brinquedos</p><p>(carrinho, aviões, navios, entre outros), sucatas, massinha, sinais de trân-</p><p>sito e outros que se fizerem necessários para enriquecer as atividades.</p><p>e) Cronograma</p><p>Este projeto será desenvolvido durante 4 (quatro) meses.</p><p>f) Avaliação</p><p>Observação direta da participação e interesse dos alunos, da</p><p>organização e exercícios avaliativos.</p><p>g) Culminância</p><p>Exposição dos trabalhos e confecção de um livrinho para o</p><p>acervo da biblioteca escolar.</p><p>h) Relatório</p><p>Espera-se que o projeto “VIAJANDO PELO MUNDO” desperte</p><p>nos alunos um interesse maior pelo conteúdo (Meios de Transportes).</p><p>Para iniciar o projeto, eles terão a oportunidade de assistirem uma fita de</p><p>vídeo sobre os meios de transportes e dando continuidade estudaremos</p><p>o texto informativo do livro, depois farão as atividades. Os alunos farão ál-</p><p>buns com recorte e colagem, produzirão frases e depois irão digitá-las no</p><p>computador. Este primeiro contato com a informática, será para a maioria</p><p>uma novidade que despertará muito o interesse pela aprendizagem.</p><p>Num outro momento, os alunos produzirão coletivamente alguns</p><p>versinhos sobre os meios de transportes, que também serão digitados no</p><p>computador, e outros farão desenhos para simbolizar os meios de trans-</p><p>portes. Os alunos farão uma caixinha (arrecadar dinheiro) para confecção</p><p>54</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>de massinha. O material será comprado e a professora pedirá uma pes-</p><p>soa para fazer a massinha, que depois de pronta, os alunos irão modelar</p><p>vários meios de transportes. Na sala de aula serão realizadas outras ati-</p><p>vidades, como: corrida maluca, cruzadinhas, caça-palavras, ditado, con-</p><p>fecção de maquetes e bingo. Num último momento os alunos retornarão</p><p>ao Lied para conclusão dos trabalhos (frases, desenhos, cruzadinhas,</p><p>entre outros). A avaliação será realizada pelos alunos.</p><p>“PROJETO VIAJANDO PELO MUNDO”: ônibus, caminhão, Bi-</p><p>cicleta, Moto, Cavalo, Carroça, Trem, entre outros.</p><p>OS MEIOS DE TRANSPORTES AQUÁTICOS SÃO OS QUE</p><p>NAVEGAM NA ÁGUA: navio, barco, iate, lancha, canoa, bote, jangada,</p><p>entre outros.</p><p>OS MEIOS DE TRANSPORTE AÉREOS SÃO OS QUE VOAM:</p><p>avião, helicóptero, nave, jato, balão, asa delta, entre outros.</p><p>OS MEIOS DE TRANSPORTES TERRESTRES SÃO OS QUE</p><p>ANDAM NA TERRA: carro, ônibus, caminhão, bicicleta, moto, cavalo,</p><p>carroça.</p><p>SE PRECISO CHEGAR RÁPIDO penso logo no avião, pois no</p><p>transporte aéreo, que encontro a solução.</p><p>HORTA ESCOLAR – MATEMÁTICA, QUÍMICA, BIOLOGIA E GEO-</p><p>GRAFIA NUMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR</p><p>Rezende et al. (2014) elaboraram e buscaram implantar um</p><p>projeto de horta em uma escola pública do Estado do Espírito Santo,</p><p>baseado no movimento CTSA (Ciências, Tecnologia, Sociedade e Am-</p><p>biente), de modo que os estudantes acompanhassem todas as etapas</p><p>de construção e manutenção de uma horta na escola. Os conteúdos dos</p><p>componentes curriculares de Matemática, Química, Biologia e Geografia</p><p>foram desenvolvidos ao longo da implantação da horta, obedecendo ao</p><p>cronograma de atividades e seu contexto com o ensino em sala de aula.</p><p>Os pesquisadores verificaram que a pedagogia de projetos a</p><p>partir da implantação de horta escolar fez a inter-relação entre várias</p><p>componentes curriculares, não somente para as questões de ensino-</p><p>-aprendizagem convencional, mas para um modelo de formação da</p><p>consciência cidadã, no qual o estudante percebe-se como parte inte-</p><p>grante do ambiente em que se vive.</p><p>Vejamos o embasamento teórico do projeto e alguns resulta-</p><p>dos e discussões.</p><p>De acordo com Costa et al. (2010), a horta na escola é uma</p><p>estratégia capaz de promover estudos, pesquisas, debates e atividades</p><p>55</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>sobre as questões ambiental, alimentar e nutricional; estimular o traba-</p><p>lho pedagógico dinâmico, participativo, prazeroso, inter e transdiscipli-</p><p>nar; proporcionar descobertas; gerar aprendizagens múltiplas; integrar</p><p>os diversos profissionais da escolar por meio de temas relacionados</p><p>com a educação ambiental, alimentar e nutricional.</p><p>As hortas escolares, embasadas nos princípios da agricultura</p><p>urbana e da agroecologia, podem ser requalificadas quanto ao espaço</p><p>e função, contribuindo para o resgate da relação ser humano-ambiente</p><p>natural-alimento (MACHADO; MACHADO, 2002).</p><p>De acordo com essa conjunção, permite a elaboração de arca-</p><p>bouços científico, pedagógico e didático, consistentes e com possibilida-</p><p>des de aplicação em escolas urbanas para o alcance dos objetivos funda-</p><p>mentais da educação alimentar e nutricional (SILVA; FONSECA, 2010).</p><p>A experiência concreta das etapas de elaboração e os cuida-</p><p>dos com uma horta permitem o surgimento de problemas, discussões</p><p>e negociações que, além da abrangência de múltiplas habilidades, de-</p><p>mandam a utilização de diversas áreas de conhecimento, fazendo da</p><p>interdisciplinaridade algo espontâneo (SILVA; FONSECA, 2010).</p><p>No processo de produção das atividades numa horta, toda co-</p><p>munidade escolar pode se envolver e colaborar com todo o processo de</p><p>desenvolvimento, desde a limpeza do terreno, seleção de sementes, ob-</p><p>servações e correção da característica do solo até resolução de problemas</p><p>e atividades práticas produzidas pelos professores (CRIBB, 2010, p. 43).</p><p>Considerando as possibilidades e os benefícios pedagógicos</p><p>da implantação de uma horta no contexto escolar, a presente pesqui-</p><p>sa foi desenvolvida por meio da pedagogia de projetos que teve como</p><p>objetivo o planejamento, execução e manutenção de uma horta na EE-</p><p>EFM Agenor Souza Lé, localizada em Vila Velha, ES, com vistas à alfa-</p><p>betização científica numa perspectiva interdisciplinar.</p><p>Trata-se de uma pesquisa qualitativa, teórico-empírica, descri-</p><p>tiva, na perspectiva de um Estudo de Caso, apoiado em observações e</p><p>dados coletados ao longo do trabalho com os sujeitos envolvidos. Essa</p><p>pesquisa teve como foco o desenvolvimento do projeto “Horta Escolar:</p><p>aprenda cultivando hortaliças” como metodologia de ensino interdisci-</p><p>plinar dentro de uma perspectiva CTSA. O projeto “HORTA ESCOLAR:</p><p>aprenda cultivando hortaliças” foi um projeto de iniciação científica júnior</p><p>desenvolvido entre janeiro e dezembro de 2012 com o apoio financei-</p><p>ro da FAPES (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Espírito</p><p>Santo) que envolveu uma equipe de execução formada por uma aluna</p><p>monitora graduanda do curso de licenciatura em química do Ifes-Com-</p><p>pus Vila Velha, cinco alunos de ensino médio bolsistas PIC-JR da esco-</p><p>lar EEEFM Agenor Souza Lé, situada em Vila Velha, ES, funcionários</p><p>56</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>e professores pesquisadores, num trabalho interdisciplinar baseado na</p><p>pedagogia de projetos que buscou articular ações em conjunto com pro-</p><p>fessores e alunos dessa escola.</p><p>Segundo os autores, o presente estudo limitou-se a estudar</p><p>os aspectos pedagógicos do projeto escolar desenvolvido em Escola</p><p>Pública do Estado do Espírito Santo, possuindo como principais eixos</p><p>norteadores a interdisciplinaridade e o movimento CTSA.</p><p>A implantação do projeto foi realizada de modo que os alunos</p><p>da escola acompanhassem todas as etapas para construção e manu-</p><p>tenção de uma horta. Assim, para o cumprimento de todas as ativida-</p><p>des, a implantação da horta foi dividida em três módulos. Planejamento,</p><p>Execução e Plantio de Hortaliças e Manejo e Condução da Horta.</p><p>Para os mais interessados em detalhes, vale a pena ler o tra-</p><p>balho na íntegra que está disponível no seguinte link: http://ojs.ifes.edu.</p><p>br/index.php/dect/article/view/138</p><p>Outro projeto que vale a pena conferir está disposto no texto</p><p>de Cyntia G.G.S. Girotto, “Pedagogia de Projetos: (re) significação do</p><p>processo ensino-aprendizagem” (2002-2003).</p><p>O texto procura discutir a (re) significação do processo ensino-</p><p>-aprendizagem das séries iniciais do ensino fundamental à luz da pro-</p><p>posta da Pedagogia de Projetos.</p><p>Apresenta, assim, resultados de uma pesquisa realizada duran-</p><p>te dois anos com crianças e professores dessas séries, procurando de-</p><p>monstrar a contribuição dos projetos na formação dos sujeitos aí inseri-</p><p>dos, que tiveram a oportunidade de realizar aprendizagens significativas.</p><p>57</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2014.</p><p>FONTE, Paty. Pedagogia de projetos: ano letivo sem mesmice. Rio de</p><p>Janeiro: Wak, 2014.</p><p>NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia de projetos: etapas, papéis e ato-</p><p>res. São Paulo: Editora Erica, 2008.</p><p>PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2 ed.</p><p>Caxias do Sul, RS: Educs, 2008.</p><p>ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Desafios à educação: o tra-</p><p>balho com projetos. In: Educação, projetos, tecnologia e conhecimento.</p><p>São Paulo: PROEM, 2001.</p><p>BATISTA, Irinéa de Lourdes; LAVAQUI, Vanderlei; SALVI, Rosana Fi-</p><p>gueiredo. Interdisciplinaridade escolar no ensino médio por meio de tra-</p><p>balho com projetos pedagógicos. Investigações em Ensino de Ciências</p><p>– V13(2), pp.209-239, 2008. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ienci/</p><p>artigos/Artigo_ID189/v13_n2_a2008.pdf</p><p>BRASIL. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: a sala de</p><p>aula como espaço de vivência e aprendizagem. Brasília: MEC, 2006.</p><p>BUZATO, Marcelo El Khourt. Letramento digital abre portas para o</p><p>conhecimento. 2003. Disponível em</p><p>CLEMENTS, James P.; GIDO, Jack. Gestão de Projetos. 3 ed. USA: Ed.</p><p>Thomson Heinle, 2007.</p><p>CODAS, Manuel M. Benitez. Gerências de projetos: uma reflexão his-</p><p>tórica. Revista de Administração de Empresas (1987). Disponível em:</p><p>file:///C:/Users/Usuario/Downloads/38957-78511-1-PB.pdf</p><p>COLL, Cesar et al. Construtivismo na Sala de Aula. São Paulo: editora</p><p>Ática, 1996. Capítulo 1: Os professores e a concepção construtivista.</p><p>Capítulo 6: Os enfoques didáticos.</p><p>COSTA, E. S. et al. Mapeamento do Processo de Desenvolvimento do</p><p>58</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Projeto Educando coma Horta Escolar. Fundo Nacional de Desenvolvi-</p><p>mento da Educação (FNDE)/Programa Nacional de Alimentação Esco-</p><p>lar (PNAE). 2010. Disponível em: .</p><p>CRIBB, S. L. S. P. Contribuições da educação ambiental e horta escolar</p><p>na promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. REMPEC</p><p>-Ensino, Saúde e Ambiente, v.3 n 1 p. 42-60, 2010.</p><p>DEWEY, J. Como pensamos. 4 ed. Coleção atualidades pedagógicas</p><p>volume 2, Rio de Janeiro: Editora Nacional, 1979.</p><p>FONSECA, Nelita Alves da; MOURA, Dácio Guimarães de; VENTURA,</p><p>Paulo Cezar Santos. Os projetos de trabalho e suas possibilidades na</p><p>aprendizagem significativa: relato de uma experiência. Educ. Tecnol.,</p><p>Belo Horizonte, v.9, n.1, p.13-20, jan./jun. 2004.</p><p>GIROTTO, Cyntia G.G.S. Pedagogia de Projetos: (re) significação do proces-</p><p>so ensino-aprendizagem. Projeto de Pesquisa. Núcleo de Ensino – Faculdade</p><p>de Filosofia e Ciências – UNESP – Campus de Marília – 2002 a 2003.</p><p>HERNANDEZ, F.; VENTURA, Montserrat. A Organização do currículo</p><p>por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5 ed. Por-</p><p>to Alegre: Artes Médicas, 1998.</p><p>HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto</p><p>de Trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.</p><p>HERNANDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Porto</p><p>Alegre: ARTMED, 1998.</p><p>JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras de texto. Porto Alegre:</p><p>Artes Médicas, 1994, 1996.</p><p>KERZNER, Harold. Gestão de Projetos: As Melhores Práticas. Porto</p><p>Alegre: Bookmann, 2006.</p><p>LEITE, Maria Marta. Pressupostos para Implantação de Estratégias de</p><p>Relacionamento com os Clientes em Pequenas e Médias Organizações:</p><p>uma Abordagem baseada em Gerenciamento de Projetos. Florianópo-</p><p>lis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.</p><p>LERNER, Delia. O que há de novo e o que há de velho no novo en-</p><p>59</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>foque?. In. A aprendizagem da língua escrita na escola. Porto Alegre:</p><p>Artes Médicas, 1996.</p><p>LOURENÇO FILHO. Introdução ao estudo da escola nova. São Paulo:</p><p>Melhoramentos, 1978.</p><p>MACHADO, A. T.; MACHADO, C. T. de T. Agricultura Urbana. Documen-</p><p>tos. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2002.</p><p>MARINA, José Antônio. Teoria da Inteligência Criadora. Lisboa: Editorial</p><p>Caminho, 1995.</p><p>MORAES, Frederico Dias. Ciclo de vida e organização. PMBOK, 2008.</p><p>Disponível em:</p><p>TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro</p><p>verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. Disponível em:</p><p>61</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>TORREÃO, Paula Geralda Barbosa Coelho. Excerto de dissertação de</p><p>mestrado. História do Gerenciamento de Projetos. Recife: Universidade</p><p>Federal de Pernambuco, 2005. Disponível em: http://www.pmipe.org.br/</p><p>web/arquivos/PC-GerenciamentoProjetos.pdf</p><p>VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de Projetos: Estabelecendo</p><p>Diferenciais Competitivos. 6 ed. Brasport, 2005.</p><p>VASCONCELOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em</p><p>sala de aula. São Paulo. Libertad, 2005.</p><p>62</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>criar</p><p>relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e</p><p>reconstruções de conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa</p><p>de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações –</p><p>que tem como centro do processo a atuação do professor – para criar</p><p>situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que se</p><p>estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as media-</p><p>ções necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que</p><p>está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações.</p><p>A esse respeito, Valente (2000) acrescenta que</p><p>[...] no desenvolvimento do projeto, o professor pode trabalhar com os alunos</p><p>diferentes tipos de conhecimentos que estão imbricados e representados em</p><p>termos de três construções: procedimentos e estratégias de resolução de</p><p>problemas, conceitos disciplinares e estratégias e conceitos sobre aprender.</p><p>Vamos ao trabalho!</p><p>Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmi-</p><p>ca tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões</p><p>da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos</p><p>de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e</p><p>objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro</p><p>que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, in-</p><p>cluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto,</p><p>de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não</p><p>serão expressas opiniões pessoais.</p><p>Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-</p><p>contram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas,</p><p>mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ven-</p><p>tura venham a surgir ao longo dos estudos.</p><p>12</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>A compreensão de quais são as verdadeiras contribuições do</p><p>trabalho com projetos em sala de aula, passa justamente pelo significa-</p><p>do de “projeto” e suas especificidades numa acepção geral. Igualmente</p><p>importante é percebermos as características de um projeto e que sem a</p><p>participação de pessoas, por si só ele não avança.</p><p>De todo modo, nosso ponto de partida encontra-se no surgi-</p><p>mento e evolução dos projetos, portanto, vamos contar um pouco de</p><p>sua história, sua formalização e aplicação no século XX.</p><p>Numa visão empresarial, os projetos encerram novas estraté-</p><p>gias e perspectivas para as organizações, que precisam dar respostas</p><p>eficazes e rápidas aos problemas ambientais, especialmente, aqueles</p><p>que se referem à competição e posicionamento de mercado. Estas res-</p><p>postas são um conjunto de ações ou atividades que refletem a com-</p><p>petência da empresa em aproveitar oportunidades, incluindo, portanto,</p><p>OS PROJETOS NA EVOLUÇÃO</p><p>DO HOMEM</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>12</p><p>13</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>sua capacidade de agir rapidamente, respeitando as limitações de tem-</p><p>po, custo e especificações (RABECHINI JR.; CARVALHO, 2003).</p><p>ANTECEDENTES HISTÓRICOS DOS PROJETOS</p><p>Os projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civi-</p><p>lização. A construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C., por</p><p>exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e executa-</p><p>dos pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir</p><p>mudanças e inovações em seus processos. No entanto, para que um</p><p>projeto seja realizado de forma eficaz, é necessária a organização do</p><p>trabalho demandado (TORREÃO, 2005).</p><p>Voltando no tempo, encontramos na última metade do século XIX,</p><p>um crescente aumento na complexidade dos novos negócios em escala</p><p>mundial que podemos considerar como o maior motivo que levou ao surgi-</p><p>mento dos princípios da gerência de projetos, qual seja, a Revolução Indus-</p><p>trial que alterou profundamente a estrutura econômica do mundo ocidental</p><p>e teve como uma das suas principais consequências o desenvolvimento do</p><p>capitalismo industrial. As relações de produção foram drasticamente modi-</p><p>ficadas e iniciou-se assim, uma cadeia de transformações, que tornou cada</p><p>vez mais exigente a tarefa de gerir as novas organizações econômicas.</p><p>Consequentemente, a partir daí surgiu uma grande necessidade</p><p>de sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações. Os proje-</p><p>tos, em grande escala do governo, eram o ímpeto para tomar as decisões</p><p>importantes que se transformaram em decisões de gerenciamento.</p><p>Segundo Torreão (2005), nos EUA, a primeira grande organi-</p><p>zação a praticar tais conceitos foi a Central Pacific Railroad, que come-</p><p>çou suas atividades no início da década de 1870, com a construção da</p><p>estrada de ferro transcontinental. De repente, os líderes do negócio se</p><p>depararam com a perigosa tarefa de organizar as atividades de milha-</p><p>res de trabalhadores, a manufatura e a montagem de quantidades não</p><p>previstas de matéria-prima.</p><p>Nesse contexto, encontramos Frederick Taylor (1856-1915),</p><p>que no início do século XX, iniciou seus estudos de forma detalhada</p><p>sobre trabalho. Ele aplicou o raciocínio científico para mostrar que o tra-</p><p>balho pode ser analisado e melhorado, focando em suas partes elemen-</p><p>tares. Taylor aplicou sua teoria às atividades encontradas na indústria</p><p>de aço (por exemplo, carregar areia, levantar areia). Antes de Taylor, a</p><p>única maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores</p><p>mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa um lugar importante</p><p>na história da gerência de projetos e de acordo com a escritura em seu</p><p>14</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>túmulo ele é “o pai do gerenciamento científico”.</p><p>O sócio de Taylor, Henry Gantt (1861-1919), estudou detalha-</p><p>damente a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerencia-</p><p>mento focaram na construção de um navio durante a II Guerra Mundial.</p><p>Gantt construiu diagramas com barras de tarefas e marcos, que esbo-</p><p>çam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo.</p><p>Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica</p><p>tão poderosa para gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados</p><p>por quase cem anos. Não foi realizada alteração até antes dos anos</p><p>90, onde linhas de ligação foram adicionadas às barras de tarefa que</p><p>descrevem dependências mais precisas entre as tarefas. Taylor e Gantt,</p><p>e outros estudiosos ajudaram a desenvolver o processo de gerência</p><p>como uma função distinta de negócio que requer estudo e disciplina.</p><p>FORMALIZAÇÃO, APLICAÇÃO NO SÉCULO XX E A VISÃO EMPRE-</p><p>SARIAL</p><p>Se tratando do século XX, foi durante a II Guerra Mundial que</p><p>a complexidade das operações militares exigiu o desenvolvimento de</p><p>métodos de planejamento mais efetivos, já que as operações militares,</p><p>além do seu grande porte, envolviam marinha, exército e aviação das</p><p>forças armadas de pelo menos três países. Assim, surgiu a pesquisa</p><p>operacional e, em decorrência, a análise de sistemas. Inicialmente, a</p><p>análise de sistemas fazia parte da pesquisa operacional, porém, sua</p><p>evolução levou à caracterização de uma nova disciplina denominada</p><p>engenharia de sistemas, a qual teve grande aplicação no desenvolvi-</p><p>mento dos progressos de computadores (CODAS, 1987).</p><p>Nas décadas seguintes à II Guerra Mundial, as estratégias de</p><p>marketing, a psicologia industrial e as relações humanas começaram a</p><p>ser partes integrantes do gerenciamento do negócio, da administração das</p><p>empresas. Desta forma, a complexidade dos projetos demandou novas es-</p><p>truturas organizacionais. Complexos Diagramas de Rede, chamados de</p><p>Gráficos de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método</p><p>de Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM) foram introduzidos, ofere-</p><p>cendo aos gerentes maior controle sobre os projetos. Rapidamente, essas</p><p>técnicas foram difundidas entre gerentes que procuravam novas estraté-</p><p>gias</p><p>e ferramentas de gerenciamento, que permitissem o desenvolvimento</p><p>de projetos em um mundo competitivo e de mudanças rápidas.</p><p>Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os</p><p>tipos de indústria. Logo, líderes de projeto procuraram novas estraté-</p><p>gias e ferramentas para gerenciar seu crescimento e o dinamismo das</p><p>15</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>mudanças em um mundo competitivo. As teorias gerais do sistema da</p><p>ciência então começaram a ser aplicadas às interações do negócio.</p><p>Os negócios começaram a ser vistos como um organismo hu-</p><p>mano, com esqueleto, sistema muscular, circulatório, nervoso e por aí</p><p>em diante. Esta visão de organismo humano implica que para um negó-</p><p>cio sobreviver e prosperar todas as suas partes funcionais precisam tra-</p><p>balhar juntas visando metas específicas ou projetos (TORREÃO, 2005).</p><p>No início dos anos 1960, o gerenciamento de projetos foi for-</p><p>malizado como ciência. Os negócios e outras organizações começaram</p><p>a enxergar o benefício do trabalho organizado em torno dos projetos e</p><p>a entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho</p><p>através de múltiplos departamentos e profissões.</p><p>Cabe destacar que, segundo Codas (1987), o gerenciamen-</p><p>to empírico, natural ou espontâneo, como se queira chamar, sempre</p><p>existiu, apenas sem terminologia e tecnologia, características próprias</p><p>e distintas das de outras disciplinas.</p><p>Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo</p><p>de cinco profissionais de gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvania,</p><p>nos EUA, reuniu-se para discutir as melhores práticas e houve a funda-</p><p>ção do Project Management Institute – PMI (EUA). O PMI é a maior insti-</p><p>tuição internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao apri-</p><p>moramento das atividades de gestão profissional de projetos atualmente.</p><p>Há que ressaltar também que a evolução mais sensível do ge-</p><p>renciamento de projetos se deu nas suas áreas de aplicação, inicialmente</p><p>muito ligadas ao desenvolvimento de projetos no campo da informática por</p><p>um lado e por outro à construção e montagem de obras de grande porte.</p><p>Evidentemente que o conceito de gerência de projetos a empre-</p><p>endimentos físicos, aplicava-se, basicamente, aos componentes de en-</p><p>genharia de projetos, suprimentos e construção, no sentido de atingirem</p><p>a especificação de qualidade e os limites de prazos. A literatura existente,</p><p>16</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>em sua maioria, trata dos projetos deste ponto de vista e constituiu o que</p><p>podemos chamar de linha clássica do gerenciamento (CODAS, 1987).</p><p>Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos começou</p><p>a tomar sua forma moderna. Enquanto vários modelos de negócio se</p><p>desenvolveram neste período, todos eles compartilharam uma estrutura</p><p>de suporte comum: projetos são liderados por um gerente de projetos,</p><p>que põe pessoas juntas em um time e assegura a integração e comuni-</p><p>cação de fluxos de trabalho através de diferentes departamentos.</p><p>Hoje, de acordo com Torreão (2005), o gerenciamento de pro-</p><p>jetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações sabem que</p><p>precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. O PMI estima que</p><p>aproximadamente 25% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial são gas-</p><p>tos em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão en-</p><p>volvidos diretamente com gerência de projetos no mundo.</p><p>Este volume de projetos e as mudanças no cenário mundial,</p><p>cada vez mais competitivo, geram a necessidade de resultados mais</p><p>rápidos, com qualidade maior e custo menor.</p><p>Segundo Kerzner (2006), nas mais diversas áreas, produtos,</p><p>serviços e procedimentos são concebidos através de projetos. Isto pode</p><p>ser percebido pelo aumento do número de empresas que estão adotan-</p><p>do alguma metodologia de gerenciamento de projetos.</p><p>Gerenciar projetos é uma arte! É preciso coordenar atividades</p><p>com o objetivo de atingir as expectativas dos indivíduos e das organizações</p><p>diretamente envolvidos no projeto ou aqueles cujos interesses podem ser</p><p>afetados de forma positiva ou negativa, no decorrer do projeto ou após sua</p><p>conclusão. Assim, segundo Leite (2004), como a tecnologia e os negócios,</p><p>a administração de projetos passa atualmente por uma profunda mudança</p><p>de paradigma da abordagem rígida e mecanicista derivada da engenha-</p><p>ria para abordagens dinâmicas e flexíveis que levam em consideração a</p><p>necessidade de adaptabilidade às constantes mudanças nestes cenários,</p><p>relembrando a contingencialidade tão em voga nos tempos atuais.</p><p>Adiantando o que veremos adiante, sobre as características</p><p>dos projetos, há que se frisar o seguinte:</p><p>Gerenciar projetos requer aplicação do conhecimento, habili-</p><p>dades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender</p><p>ou superar as necessidades e expectativas que os interessados (no</p><p>caso empresarial dizemos stakeholders) possuem no projeto.</p><p>Neste sentido, atender ou superar as necessidades e expecta-</p><p>tivas das partes interessadas requer o equilíbrio das exigências impos-</p><p>tas pelos seguintes itens:</p><p>a) Escopo, tempo, custo e qualidade.</p><p>b) Partes interessadas com necessidades e expectativas dife-</p><p>17</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>rentes.</p><p>c) Exigências identificadas (necessidades) e exigências não</p><p>identificadas (expectativas).</p><p>Transportando para nossa área de interesse podemos inferir</p><p>que professores, alunos e demais participantes de projeto devem estar</p><p>atentos ao realizar as etapas do ciclo de vida do projeto, ou seja, inte-</p><p>grar e realizar os elementos e etapas no momento correto, para que ao</p><p>final, obtenham o produto almejado no seu esboço.</p><p>Os ciclos de vida do projeto geralmente definem:</p><p>1. Que trabalho técnico deve ser realizado em cada etapa (por</p><p>exemplo, em qual etapa deve ser realizado o trabalho do arquiteto?).</p><p>2. Quando as entregas devem ser geradas em cada etapa e</p><p>como cada entrega é revisada, verificada e validada.</p><p>3. Quem está envolvido em cada etapa (por exemplo, a enge-</p><p>nharia simultânea exige que os implementadores estejam envolvidos</p><p>com os requisitos e o projeto).</p><p>4. Como controlar e aprovar cada etapa.</p><p>As descrições do ciclo de vida do projeto podem ser muito ge-</p><p>néricas ou muito detalhadas. Descrições altamente detalhadas dos ci-</p><p>clos de vida podem incluir formulários, gráficos e listas de verificação</p><p>para oferecer estrutura e controle.</p><p>A maioria dos ciclos de vida do projeto compartilha diversas</p><p>características comuns:</p><p>1. As fases geralmente são sequenciais e normalmente são</p><p>definidas por algum formulário de transferência de informações técnicas</p><p>ou de entrega de componentes técnicos.</p><p>2. Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atin-</p><p>gem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamen-</p><p>te, conforme o projeto é finalizado.</p><p>3. O nível de incertezas é o mais alto e, portanto, o risco de não</p><p>atingir os objetivos é o maior no início do projeto. A certeza de término,</p><p>geralmente, torna-se cada vez maior, conforme o projeto continua.</p><p>4. A capacidade das partes interessadas de influenciarem as ca-</p><p>racterísticas finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais</p><p>alta no início e torna-se cada vez menor, conforme o projeto continua.</p><p>Algumas organizações aprovam a execução de um projeto so-</p><p>mente após o término de um estudo de viabilidade, um plano preliminar</p><p>ou algumas outras formas equivalentes de análise, que caracteriza um</p><p>projeto separado, mesmo que essas ações determinem a aprovação do</p><p>projeto que iniciou os estudos preliminares.</p><p>Enfim, segundo Moraes (2008), uma gestão eficaz do ciclo de</p><p>vida de um projeto é fator determinante para o sucesso do mesmo, visto</p><p>18</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>que as organizações, em sua maioria,</p><p>necessitam de resultados rápidos</p><p>e objetivos. O tempo necessário para a execução e conclusão de um</p><p>projeto compõe um dos principais pilares que determinam o seu suces-</p><p>so. Por estas razões que o gerente de projetos deve ser cuidadoso ao</p><p>planejar o ciclo de vida de um projeto.</p><p>19</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>De imediato, devemos fazer uma distinção importante: projetos</p><p>são diferentes de atividades funcionais.</p><p>Atividades funcionais são regulares (repetem-se sempre do</p><p>mesmo modo, com pequenas variações) e são também “intermináveis”,</p><p>ou seja, não têm perspectiva de serem finalizadas.</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS PROJETOS</p><p>Os projetos têm as seguintes características:</p><p>• um objetivo definido em função de um problema, cuja solução</p><p>é o critério para definir seu grau de sucesso. Geralmente são realizados</p><p>em função de uma necessidade específica ou um problema;</p><p>• são finitos – têm começo e término programados. Soluciona-</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS PROJETOS</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>19</p><p>20</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>do o problema, o projeto termina;</p><p>• são “irregulares”, ou seja, fogem da rotina.</p><p>Se pensarmos empresarialmente e focando nas atividades re-</p><p>alizadas dentro de uma organização, podemos dizer que elas são divi-</p><p>didas basicamente em dois grandes grupos. O primeiro grupo é com-</p><p>posto pelas ações contínuas e repetitivas realizadas no dia a dia das</p><p>empresas. O segundo é composto pelas atividades que visam colocar</p><p>em prática novas ideias, sejam elas de novos produtos, serviços ou</p><p>procedimentos. Essas iniciativas podem ser denominadas de projetos.</p><p>Os serviços contínuos e os projetos têm algumas característi-</p><p>cas em comum, quais sejam:</p><p>• são executados por pessoas;</p><p>• são restringidos por recursos limitados;</p><p>• são planejados, executados e controlados.</p><p>Segundo o PMBOK, que é um guia de conhecimento da ge-</p><p>rência de projetos, com toda explicação das áreas de conhecimento</p><p>necessárias à elaboração e execução de um projeto,</p><p>um projeto é um esforço temporário para a obtenção de um objetivo particular</p><p>e sobre o qual a gerência de projetos pode ser aplicada, independente de seu</p><p>tamanho, orçamento ou cronograma de execução.</p><p>De acordo com Leite (2004), observam-se algumas característi-</p><p>cas intrínsecas de projetos nesta afirmação, quais sejam: pessoas, custos,</p><p>prazos e objetivos. Além destes, há ainda outros aspectos importantes rela-</p><p>tivos a novos empreendimentos, como qualidade e riscos. Isso a nível em-</p><p>presarial, é claro! Ainda não estamos falando de projetos educacionais...</p><p>As principais características que distinguem um projeto de uma</p><p>atividade contínua é que ele deve ser uma atividade temporária e única.</p><p>Assim, pode ser definido em termos de suas características distintas –</p><p>um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um</p><p>produto ou serviço único. O caráter temporário se justifica, pois cada</p><p>projeto deve ter um início e um fim bem definidos. Já o caráter único</p><p>significa que o novo produto, serviço ou procedimento é, de alguma for-</p><p>ma, diferente de todos os outros produtos, serviços ou procedimentos já</p><p>existentes na organização (PMI, 2000).</p><p>Projetos são desenvolvidos em todos os níveis de uma orga-</p><p>nização e podem envolver uma única pessoa ou muitas delas. Podem</p><p>requerer poucas horas de trabalho ou até vários meses ou anos para</p><p>se completarem. Os projetos podem envolver uma unidade isolada da</p><p>organização ou atravessar as fronteiras organizacionais, como ocor-</p><p>re com os consórcios e as parcerias. Os projetos são frequentemente</p><p>21</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>componentes críticos da estratégia de negócios de uma organização.</p><p>Como uma atividade considerada temporária, um projeto che-</p><p>ga ao fim quando pelo menos uma das alternativas a seguir for verda-</p><p>deira, ou seja, quando:</p><p>• seus objetivos foram alcançados;</p><p>• torna-se claro que os objetivos não serão ou não poderão</p><p>mais ser atingidos;</p><p>• a necessidade que originou o projeto não existe mais.</p><p>Para Leite (2004), o fato de ser temporário não significa que a</p><p>duração de um projeto deve ser curta. Um projeto pode ser concluído</p><p>em um conjunto de horas, pode durar meses ou mesmo anos. Em todos</p><p>os casos, a duração do projeto é sempre finita, ou seja, ele terminará</p><p>em algum momento. Além disto, o termo temporário, geralmente, não se</p><p>aplica ao produto, serviço ou procedimento criado pelo projeto. Em sua</p><p>maioria, os resultados dos projetos são duradouros. Como exemplos,</p><p>podemos comparar dois projetos: um para construir um monumento na-</p><p>cional e outro para a criação de um software. O primeiro deve gerar um</p><p>resultado que durará séculos, ao contrário do segundo, que pode gerar</p><p>um resultado com um tempo de vida útil relativamente curto.</p><p>Segundo o Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI, 2000),</p><p>um projeto é fundamentalmente diferente, porque ele, por alguma razão,</p><p>sempre é finalizado, enquanto que as operações continuadas, quando atin-</p><p>gem seus objetivos criam um novo grupo de objetivos e o trabalho continua.</p><p>Em relação ao caráter único, os projetos envolvem o desenvol-</p><p>vimento de algo que não foi feito antes. Seu resultado pode ser único,</p><p>mesmo considerando-se que já tenha sido desenvolvida uma infinidade</p><p>de produtos/serviços/procedimentos em sua categoria (PMI, 2000). Por</p><p>exemplo, muitos softwares para gerenciamento operacional de organi-</p><p>zações, os ERP (Enterprise Resource Planning), já foram desenvolvi-</p><p>dos, mas cada um é único – com equipes de desenvolvimento diferen-</p><p>tes, projeto próprio, características específicas, entre outros.</p><p>De acordo com Leite (2004), a presença de fatores repetitivos</p><p>não muda a característica intrínseca de unicidade do esforço global. Por</p><p>exemplo, um projeto para desenvolver um novo software pode requerer</p><p>uma série de versões antes do lançamento da versão comercial.</p><p>Outra característica dos projetos é ter caráter progressivo, ou</p><p>seja, um projeto deve ser desenvolvido em etapas, ou seja, de forma</p><p>incremental. As características dos resultados a serem obtidos com um</p><p>projeto devem ser definidas no início do projeto. No entanto, muitas</p><p>vezes estas características só se tornarão claras para a equipe de tra-</p><p>balho no decorrer do projeto, quando é possível adquirir uma melhor e</p><p>mais completa percepção dos resultados almejados.</p><p>22</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Voltando às características de um projeto, sobre sua unicidade,</p><p>podemos dizer que ela confere um determinado grau de incerteza e, por</p><p>isso, geralmente os projetos são divididos em fases para facilitar seu</p><p>gerenciamento. O conjunto de fases de um projeto é conhecido como</p><p>ciclo de vida do projeto. Basicamente, o ciclo de vida do projeto serve</p><p>para definir seu início e seu fim e, ainda, para ligar o projeto aos proces-</p><p>sos operacionais contínuos da organização.</p><p>O ciclo de vida de um projeto geralmente define os trabalhos téc-</p><p>nicos e as pessoas envolvidas em cada uma de suas fases. Estas defini-</p><p>ções podem ser genéricas ou bastante detalhadas e, no caso destas últi-</p><p>mas, são chamadas de metodologia de gerência de projeto (LEITE, 2004).</p><p>Após toda essa questão dos projetos numa visão empresarial,</p><p>vamos partir para sua adaptação e aplicação no ambiente educacional!</p><p>Optar pela criação e implementação de um projeto, para re-</p><p>solver determinado problema que se tem pela frente, é uma decisão</p><p>gerencial, que depende de critérios. No transcorrer do trabalho cotidia-</p><p>no, os profissionais envolvidos percebem problemas que atrapalham o</p><p>bom desenvolvimento das ações. Esse é um exemplo de situação em</p><p>que a criação e implementação de um projeto podem ajudar a</p><p>resolver</p><p>um determinado problema e, em consequência, colaborar de maneira</p><p>decisiva para o trabalho em geral.</p><p>Vejamos um exemplo real e na próxima unidade focaremos a</p><p>Pedagogia de Projetos que tanto nos interessa:</p><p>Em uma escola estadual da periferia da cidade de São Paulo,</p><p>professores e direção constataram a necessidade de melhorar muito</p><p>os serviços da cantina. Organizaram a partir daí um “projeto para nova</p><p>cantina”. Em seguida, escolheram a comissão de educadores e pais</p><p>que iria implementar o projeto.</p><p>Em poucas semanas, a equipe já havia organizado uma concor-</p><p>rência para admitir novos administradores para a cantina. Com o esforço</p><p>pessoal da diretora da escola, a comissão conseguiu uma verba junto à Se-</p><p>cretaria de Estado da Educação para a reforma da cantina. Depois de três</p><p>meses, a nova cantina já estava em funcionamento. É importante ressaltar</p><p>que a verba foi conseguida pela escola graças a uma pesquisa anterior</p><p>dos participantes do projeto. Pesquisando junto aos órgãos da Secretaria,</p><p>o grupo descobriu que havia um fundo destinado à construção ou reforma</p><p>de cantinas e outros equipamentos escolares. Essa experiência ilustra bem</p><p>uma das características de um bom projeto, ou seja, a capacidade de con-</p><p>seguir os recursos materiais, financeiros ou humanos necessários para a</p><p>sua conclusão. A equipe de educadores de uma escola, além de considerar</p><p>os projetos do ponto de vista didático, deve sempre estar atenta para os</p><p>diversos problemas que existem ou surgem no trabalho e que podem ser</p><p>23</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>resolvidos com a criação e implementação de um projeto (SEE-SP, 1999).</p><p>PROBLEMAS X ÊXITO DE PROJETOS</p><p>Por mais sofisticação e empenho que direcionemos nos asse-</p><p>gurará o êxito de um projeto, pois pequenos detalhes e erros podem</p><p>colocar tudo a perder. Assim, devemos estar atentos para evitar os pro-</p><p>blemas, dentre eles:</p><p>a) Objetivo Confuso:</p><p>Projeto com objetivo confuso tem alta probabilidade de fracas-</p><p>so. Não se sabendo onde se deve chegar, não se chega a lugar ne-</p><p>nhum. O objetivo confuso pode ter várias origens:</p><p>• o problema não foi estudado e entendido corretamente. Hou-</p><p>ve pressa em iniciar, sem clareza do problema;</p><p>• coordenador e equipe não entendem o problema e fazem su-</p><p>posições incorretas sobre o resultado a ser alcançado;</p><p>• objetivo claro, mas não coerente com o problema. O resultado</p><p>a ser alcançado é incompatível com o problema.</p><p>b) Execução Confusa:</p><p>As condições de execução tornam-se confusas nas situações</p><p>a seguir:</p><p>• as regras de decisão são imprecisas. Não há políticas nem</p><p>procedimentos para resolver problemas e conflitos;</p><p>• autoridade e responsabilidade estão indefinidas. Não se sabe</p><p>direito quem tem poderes e atribuições para quê;</p><p>• atividades não são coerentes com o objetivo. Isso pode ocor-</p><p>rer mesmo quando o problema e o objetivo são coerentes;</p><p>• a previsão de recursos é incoerente com as atividades. Os</p><p>recursos podem ter sido subestimados ou superestimados;</p><p>• a atividade avança muito sem que pelo menos as intenções</p><p>básicas do projeto estejam bem definidas.</p><p>c) Falhas na Execução:</p><p>Projetos podem ser muito bem planejados e organizados, mas</p><p>24</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>isso ainda não é garantia de sucesso. Podem ocorrer falhas na execução.</p><p>Uma das mais comuns é a seguinte: um detalhe vital não fun-</p><p>ciona e põe tudo a perder, simplesmente porque todo mundo achou que</p><p>era importante demais e que outra pessoa iria cuidar daquilo.</p><p>Entendido que devemos prestar atenção aos pontos acima, ve-</p><p>jamos algumas condições que afetam positivamente a probabilidade de</p><p>sucesso do projeto.</p><p>a) Definição do Problema:</p><p>Projetos bem sucedidos, de forma geral, são definidos a partir do</p><p>problema a ser resolvido e da clareza com que se define a solução do</p><p>problema. O mais importante é definir com clareza os objetivos do projeto.</p><p>Uma vez decidida a realização de um projeto, deve-se discutir exaustiva-</p><p>mente como o problema pode ser resolvido e as características do resul-</p><p>tado final, descritas nos objetivos do projeto ou em suas metas. Sempre</p><p>que possível, o próprio título do projeto deve indicar as características do</p><p>resultado final. Por exemplo: reforma, instalação e colocação em funciona-</p><p>mento da cantina escolar. Quanto mais tarde se deixa para realizar essas</p><p>discussões e definições, mais difícil se torna a implementação do projeto.</p><p>b) Envolvimento da Equipe:</p><p>Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe</p><p>envolvida, maior é a probabilidade de que venha a ter sucesso. Projetos</p><p>bem sucedidos criam na equipe uma sensação de propriedade: “Este é</p><p>o nosso projeto, o problema que temos de resolver”.</p><p>CUIDADOS PARA O BOM DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS</p><p>“Criar um projeto é definir um resultado a ser alcançado” e exis-</p><p>tem situações em que os resultados de um projeto são fáceis de definir.</p><p>Por exemplo, em meados de maio, muitas escolas começam a pensar</p><p>na festa junina. Para que não seja apenas um evento, pode-se então</p><p>desenvolver um projeto para planejar, organizar e realizar uma festa</p><p>junina que envolva toda a comunidade escolar.</p><p>Em casos assim, os resultados bem definidos orientam o pla-</p><p>nejamento e a implementação do projeto. Para fazer uma festa junina é</p><p>preciso escolher uma data e pensar nos preparativos: decoração da es-</p><p>cola, quadrilha, venda de refrigerantes e comidas (quais?), jogos (der-</p><p>25</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>rubar latas com bolas de meia, coelho que entra na casa, argola, entre</p><p>outros). É preciso pensar ainda na divulgação externa (faixas, cartazes,</p><p>rádio local, jornal do bairro, carta aos pais e responsáveis) e interna (co-</p><p>municação aos alunos, professores e funcionários). Em muitas escolas</p><p>pode ser necessário, em uma festa na qual a escola permanecerá aber-</p><p>ta, pedir a presença de policiais para evitar ocorrências indesejáveis.</p><p>Para cada um dos itens mencionados acima é preciso haver pessoas</p><p>que se responsabilizem por sua resolução. É fundamental destacar que</p><p>esta e outras festividades que têm origem na tradição popular devem</p><p>ser sempre contextualizadas, possibilitando um enfoque enriquecedor e</p><p>envolvendo a família e toda a comunidade (SEE/SP, 1999).</p><p>Outros casos em que os resultados do projeto já estão defini-</p><p>dos pela própria situação: limpeza e pintura das paredes externas da</p><p>escola; mutirão de limpeza das áreas externas da escola (pátio, jardins,</p><p>quadras, corredores, etc.); mutirão para a remodelação dos jardins da</p><p>escola; organização e realização de um torneio de voleibol entre as tur-</p><p>mas de Ensino Médio; organização e realização de um festival de mú-</p><p>sica aberto a todos os alunos, professores, funcionários e familiares de</p><p>alunos. Porém, nem sempre as coisas são tão simples assim.</p><p>Quando o problema é o que fazer para acabar com depredações</p><p>nas instalações da escola, ou como diminuir o número de alunos em re-</p><p>cuperação nas sexto ano, ou ainda, como conseguir a participação das</p><p>famílias dos alunos na vida escolar, as coisas se tornam mais complicadas.</p><p>É preciso, então, refletir sobre os problemas e pensar em quais podem ser</p><p>os resultados esperados para um projeto, pois este é o primeiro passo para</p><p>planejar e implementar esse projeto com grandes possibilidades de êxito.</p><p>Perceberam que ainda estamos falando de projetos que envol-</p><p>vem os vários segmentos da comunidade escolar? Mas, calma! Chega-</p><p>remos aos projetos de trabalho numa perspectiva interdisciplinar.</p><p>IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO X AVALIAÇÃO PERMANENTE</p><p>Quando o projeto começa a se tornar uma realidade, diversas</p><p>pessoas já estão em plena atividade resolvendo problemas, tomando</p><p>providências, realizando tarefas necessárias à consecução dos obje-</p><p>tivos. Durante esse período de implementação do projeto, é muito im-</p><p>portante que a equipe, liderada</p><p>pelo coordenador, mantenha-se atenta</p><p>à execução do cronograma, acompanhando se as coisas estão dando</p><p>certo, se o que foi imaginado está se realizando.</p><p>O papel do coordenador nesse processo é muito importante,</p><p>pois essa preocupação com a avaliação deve estar presente todo o tem-</p><p>26</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>po, desde o começo da execução do cronograma, e não somente quan-</p><p>do o projeto está no final, ou quando as coisas já não deram certo. Por</p><p>exemplo, se uma tarefa deve estar pronta dentro de uma semana e ainda</p><p>não há perspectivas de ser resolvida, o coordenador precisa chamar o</p><p>responsável, ver o que está acontecendo, se a pessoa precisa de ajuda,</p><p>se há algum problema relacionado com a própria tarefa e se tudo estará</p><p>resolvido no prazo previsto. A avaliação permanente deve se concretizar</p><p>em ações corretivas, assim, se for preciso, o coordenador deve tomar as</p><p>providências necessárias para que a tarefa esteja feita no prazo.</p><p>Existem alguns itens do planejamento que não podem ser es-</p><p>quecidos:</p><p>Todo bom plano de trabalho tem um cronograma, no qual todas</p><p>as tarefas e providências estão relacionadas, com data de início, final e</p><p>nome dos responsáveis.</p><p>Fechando o cronograma, encontram-se os resultados do proje-</p><p>to e a data planejada para sua finalização.</p><p>Relacionada a cada tarefa ou providência, aparece(m) o(s) no-</p><p>me(s) do(s) responsável(is) pela sua execução.</p><p>Um bom cronograma de implementação deve estabelecer os</p><p>momentos em que a equipe irá se reunir com o propósito principal de</p><p>avaliar a execução do plano e verificar se o que foi imaginado está acon-</p><p>tecendo, ou se há necessidade de alterar tarefas, providências e prazos.</p><p>27</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Como vimos anteriormente, além da efetiva utilização dos pro-</p><p>jetos na área empresarial, tanto essa ação quanto a palavra projeto</p><p>tem sido muito utilizada em várias outras áreas de atuação profissional.</p><p>Nas escolas, já nos é bem familiar falar em projeto político-pedagógico,</p><p>projeto pedagógico.</p><p>Vejamos algumas afirmações sobre projeto:</p><p>Projeto é intenção, pretensão, sonho: “Meu projeto é comprar</p><p>uma casa”.</p><p>Projeto é doutrina, filosofia, diretriz: “Meu projeto de país é mui-</p><p>to diferente”.</p><p>Projeto é ideia ou concepção de produto ou serviço: “Estes</p><p>dois carros são projetos muito semelhantes”.</p><p>Projeto é esboço ou proposta: “Todos têm o direito de apresen-</p><p>tar um projeto de lei ao Congresso”.</p><p>OS PROJETOS NO MEIO ESCOLAR</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>27</p><p>28</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Projeto é desenho para orientar construção: “Já aprovei e pedi</p><p>ao arquiteto que detalhasse o projeto”.</p><p>Projeto é empreendimento com investimento: “A Prefeitura vai</p><p>construir novo projeto habitacional”.</p><p>Projeto é atividade organizada com o objetivo de resolver um</p><p>problema: “Precisamos iniciar o projeto de desenvolvimento de um novo</p><p>motor, menos poluente”.</p><p>Projeto é um tipo de organização temporária, criada para realizar</p><p>uma atividade finita: “Aquele pessoal é a equipe do projeto do novo motor”.</p><p>Segundo a SEE/SP (1999), todas as definições são corretas</p><p>e abrangem significados do termo projeto, nos interessando ainda os</p><p>dois últimos que definem projeto do ponto de vista do gerenciamento</p><p>e administração. Projeto é atividade organizada, que tem por objetivo</p><p>resolver um problema.</p><p>Enfim: um projeto pode ser entendido como um conjunto de</p><p>ações, realizadas de forma coordenada por uma organização temporá-</p><p>ria, onde são alocados os insumos necessários para alcançar um obje-</p><p>tivo em um determinado prazo. Neste conceito, os projetos possuem um</p><p>ciclo de vida, onde as técnicas de administração, voltadas para o pla-</p><p>nejamento, organização, execução, são planejadas e praticadas, com o</p><p>objetivo de possibilitar o controle das atividades neles inseridas.</p><p>MÉTODO DE PROJETO X PROJETO DE TRABALHO</p><p>O mundo evolui sempre, ou melhor, as pessoas evoluem sem-</p><p>pre! E numa ponte entre a escola tradicional e a proximidade com o</p><p>século XXI, vimos surgir, engatinhando no início do século XX, a Pe-</p><p>dagogia de Projetos. Pelas mãos de John Dewey e William Kilpatrick</p><p>na América do Norte, resultando também de pesquisas de grandes</p><p>educadores europeus como Montessori, Decroly, Claparède, Ferrière e</p><p>outros, a Pedagogia de Projetos foi introduzida no Brasil a partir da di-</p><p>vulgação do movimento conhecido como “Escola Nova”, principalmente</p><p>por Anísio Teixeira e Lourenço Filho.</p><p>Na atualidade, a expressão Pedagogia de Projetos pertence</p><p>ao conjunto de elaborações teóricas difundidas, principalmente, pela</p><p>francesa Josette Jolibert e seus colaboradores, engajados ao Instituto</p><p>Nacional de Pesquisas Pedagógicas da França (INRP), e por Fernan-</p><p>do Hernández, pesquisador espanhol da Universidade de Barcelona,</p><p>ambos referenciados constantemente pelos pesquisadores da área da</p><p>prática de ensino do Ensino Fundamental.</p><p>Dewey pensou a educação como um processo de reconstru-</p><p>29</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ção e reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos mais</p><p>agudamente o sentido, e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o</p><p>curso das nossas experiências futuras.</p><p>Segundo Menezes e Cruz (2007), um dos aspectos a se des-</p><p>tacar nessa definição é que os resultados da educação se identificam</p><p>com o processo e não apenas com o produto, sendo que, a contínua</p><p>reconstrução da experiência consiste na própria essência da educação,</p><p>no sentido de maior capacidade em compreender, projetar, experimen-</p><p>tar e conferir resultados.</p><p>Mas, qual é mesmo a diferença entre Método de Projeto e Pro-</p><p>jeto de trabalho?</p><p>Como vimos, o Método de Projeto foi criado em fins do século XIX</p><p>e início do século XX com vistas a mudar os rumos da educação tradicio-</p><p>nal, a fim de responder aos reclamos da sociedade daquela época, perante</p><p>um mundo que passava por profundas transformações – a industrialização</p><p>e a democracia. Transformações estas que apontavam para uma nova ati-</p><p>tude diante da vida. O segundo, Projeto de Trabalho, surge nas últimas</p><p>décadas, frente às mudanças da sociedade atual, rumo ao processo de</p><p>globalização, exigindo novas formas de se pensar a educação e de viven-</p><p>ciar diferentes práticas docentes (MENEZES; CRUZ, 2007).</p><p>São, portanto, nestas últimas décadas que têm chegado de ou-</p><p>tros países ao seio da educação brasileira, experiências de trabalho re-</p><p>sultantes de investigações cujo eixo se coloca ora nos currículos escola-</p><p>res a exemplo de Cezar Coll (1996), um dos principais responsáveis pela</p><p>proposição e implementação da reforma curricular na Espanha, ora na</p><p>didática da língua escrita, a exemplo de Delia Lerner (1995), Ana Maria</p><p>Kauffman (1984), na Argentina, ora nos Projetos de Trabalho, a exemplo</p><p>de Josette Jolibert (1994), na França, que desenvolveu propostas peda-</p><p>gógicas inovadoras denominadas Pedagogia de Projeto, e Fernando Her-</p><p>nandez (1998) que desenvolveu uma experiência em escolas de ensino</p><p>fundamental em Barcelona denominada Projetos de Trabalho.</p><p>Segundo Hernandez (1998), dois fatores influenciaram nas</p><p>mudanças da educação escolar e explicam porque os projetos voltam a</p><p>ser objeto de interesse. De um lado, da revolução cognitiva, ou seja, da</p><p>forma de entender o ensino, a aprendizagem e as mudanças nas con-</p><p>cepções sobre o conhecimento e o saber oriundo das novas tecnologias</p><p>de armazenamento, tratamento e distribuição da informação.</p><p>Na perspectiva de como se ensina e de como se aprende, outros</p><p>pontos se destacam como relevantes, marcados pela visão construtivista:</p><p>• a aprendizagem e a construção de novo conhecimento;</p><p>• a importância do contexto em que se dá a aprendizagem; e,</p><p>• a participação e interação entre os alunos.</p><p>30</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Esta visão aponta para um entendimento de Projetos como for-</p><p>ma de aprender a pensar criticamente, o que leva a dar à informação,</p><p>analisá-la, planejar ações e resolver problemas, características estas</p><p>também presentes no entendimento de projetos proposto por Kilpatrick.</p><p>Considerando esse breve contexto, o Projeto de Trabalho foi</p><p>pensado e desenvolvido por Fernando Hernandez na escola Pompeu</p><p>Fabra de Barcelona com a pretensão de que os problemas dos alunos</p><p>fossem abordados a partir da situação de sala de aula. Por outro lado,</p><p>pretendia, também, que o professorado se relacionasse criticamente com</p><p>sua própria prática numa visão de reconstrução da experiência a partir da</p><p>prática, para teorizá-la e torná-la comunicável (MENEZES; CRUZ, 2007.</p><p>O Projeto é, portanto, a ressignificação do espaço escolar, tor-</p><p>nando a sala de aula um ambiente dinâmico de interação, de relações</p><p>pedagógicas e de construção do conhecimento. É mais do que uma for-</p><p>ma de organizar o conhecimento escolar, pois, implica numa mudança</p><p>de currículo e, consequentemente, numa mudança da própria escola;</p><p>implica no desenvolvimento de um trabalho pedagógico cooperativo,</p><p>compartilhado e de estudo de conteúdos para além do escolar, ou seja,</p><p>numa visão de globalização relacional.</p><p>Assim sendo, os conteúdos são estudados através de questões</p><p>problematizadoras, numa perspectiva globalizadora, inter-relacionando</p><p>diferentes informações, a partir de um determinado eixo temático. O</p><p>entendimento de globalização na educação toma o sentido de que “a</p><p>criança estabeleça relações com muitos aspectos de seus conhecimen-</p><p>tos anteriores, enquanto que, ao mesmo tempo, vai integrando novos</p><p>conhecimentos significativos” (HERNANDEZ, 1998, p. 50), num proces-</p><p>so de reflexão teórica sobre o aprender.</p><p>Dessa forma, a função do projeto é possibilitar a criação de es-</p><p>tratégias para facilitar a aprendizagem e a construção do conhecimento.</p><p>Trata-se de ensinar o aluno a aprender, a encontrar o nexo, a estrutura,</p><p>o problema vinculado à informação que se quer e que permite a apren-</p><p>dizagem de forma interdisciplinar.</p><p>Nessa perspectiva, Hernandez (1998) aponta aspectos em que</p><p>o trabalho com Projetos pode contribuir para que o aluno desenvolva</p><p>capacidades relacionadas com:</p><p>• a autodireção que favorece a realização de tarefas de pes-</p><p>quisa;</p><p>• a formulação e resolução de problemas, de diagnóstico de si-</p><p>tuações e o desenvolvimento de estratégias que impliquem em análise</p><p>e avaliação;</p><p>• a integração que leva à realização de sínteses de ideias, de</p><p>experiências de busca de informações em diferentes fontes;</p><p>31</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>• a tomada de decisões sobre o que é relevante se colocar no</p><p>Projeto;</p><p>• a comunicação interpessoal que permite constatar as próprias</p><p>opiniões e pontos de vista com os de outrem.</p><p>Desse ponto de vista, o processo de aprendizagem deixa de</p><p>ser um simples ato de memorização e o ensino uma forma apenas de</p><p>repassar conhecimentos prontos e acabados. Esse é um princípio tam-</p><p>bém presente nas teorias deweyanas e, consequentemente, nos funda-</p><p>mentos do método de projeto proposto por Kilpatrick.</p><p>Nessa linha de pensamento, o Projeto de Trabalho baseia-se:</p><p>- na aprendizagem significativa, ou seja, numa aprendizagem</p><p>que pretende relacionar os esquemas de conhecimento aos conheci-</p><p>mentos que os alunos já possuem e as suas hipóteses, frente a uma</p><p>nova aprendizagem;</p><p>- numa nova concepção de sequência de conteúdos estudados,</p><p>com mais profundidade, dentro de uma lógica sequencial, considerando</p><p>os conhecimentos prévios dos alunos e suas experiências de vida;</p><p>- na funcionalidade dos conteúdos que devem ser aprendidos;</p><p>- na avaliação do processo de aprendizagem durante todo o de-</p><p>senvolvimento do Projeto, analisando a sequência das atividades, questio-</p><p>nando o que já foi aprendido, o que falta aprender, as tarefas realizadas.</p><p>Cada Projeto pode gerar novos projetos porque geram novas</p><p>necessidades de aprendizagem. Isto se deve ao fato do projeto permitir</p><p>ao aluno planejar suas ações, assumir e partilhar responsabilidades, ser</p><p>sujeito de suas próprias aprendizagens e produzir conhecimentos que</p><p>tenham sentido e significado.</p><p>Nesse processo, a intervenção do professor tem um papel de</p><p>suma importância, no sentido de criar estratégias para que a aprendi-</p><p>zagem se realize de forma significativa. Ele (o professor) deixa de ser</p><p>um mero transmissor de conhecimentos para se tornar um mediador da</p><p>interação entre o sujeito que aprende (o aluno) e o objeto de conheci-</p><p>mento (o conteúdo).</p><p>No Projeto de Trabalho, o conhecimento é visto como um pro-</p><p>cesso global, construído numa relação entre os aspectos cognitivos,</p><p>emocionais, sociais, através do qual o aluno aprende a fazer fazendo:</p><p>participando, discutindo, estabelecendo relações, confrontando, viven-</p><p>ciando suas emoções e suas experiências de vida, tomando decisões</p><p>diante dos fatos, para intervir na realidade. Dessa maneira, o Proje-</p><p>to proporciona ao aluno tornar-se sujeito do seu próprio processo de</p><p>aprendizagem, conquistando a sua própria autonomia intelectual no</p><p>contexto de suas relações socioculturais (MENEZES; CRUZ, 2007).</p><p>32</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O PLANEJAMENTO DO TRABALHO POR PROJETOS</p><p>O desenvolvimento da Pedagogia de Projetos vai gerar neces-</p><p>sidades de aprendizagens e nesse processo os alunos irão deparar com</p><p>os conteúdos das diversas disciplinas. Os conteúdos deixam de ter um</p><p>fim em si mesmo e passam a ser meios para ampliar a formação e intera-</p><p>ção na realidade de forma crítica e dinâmica. Portanto, os conteúdos são</p><p>vistos de forma mais abrangente e aprofundados, dependendo do conhe-</p><p>cimento prévio e da experiência cultural de cada aluno. Ajudando na for-</p><p>mação de um sujeito integral (NOGUEIRA, 1999, p. 27) que é aquele que</p><p>usa o seu corpo na aprendizagem e resolvem os problemas com o corpo.</p><p>Utilizando também os aspectos emocionais e cógnitos junto com o corpo.</p><p>As etapas de elaboração de um Projeto seguem os princípios</p><p>básicos criados por Dewey, os quais Kilpatrick colocou em prática. A pri-</p><p>meira etapa seria o desenvolvimento dos ‘Cincos Passos Logicamente</p><p>Distintos’ (DEWEY, 1979, p. 157) que seriam:</p><p>Passo 1: o Reconhecimento do Problema ou uma necessidade</p><p>sentida. O primeiro estágio ou passo do ato de pensar ocorre quando é</p><p>feita a tomada de consciência de uma dificuldade ou problema.</p><p>Passo 2: Definição e Classificação do Problema ou análise da</p><p>dificuldade. O segundo estágio está relacionado quando são feitos o</p><p>exame e análise da situação e dos seus vários elementos para definir o</p><p>fator de maior importância e saber delimitar o problema.</p><p>Passo 3: Formação de Hipótese ou alternativas de solução de</p><p>problemas. O terceiro estágio é quando se constrói várias sugestões</p><p>para as possíveis soluções do problema.</p><p>Passo 4: escolha do Plano de Ação ou a experimentação. O</p><p>quarto estágio são as consequências de cada solução sugerida e quando</p><p>são desenvolvidas as soluções mais adequadas e submetidas à ação.</p><p>Passo 5: a Ação das Hipóteses. O quinto estágio é a prova final</p><p>para a solução proposta e esta solução pode ser a correta ou não. Em</p><p>que deve ser verificada de maneira científica, caso a solução não seja a</p><p>correta, busca nas outras hipóteses soluções para o problema.</p><p>Junto com os ‘Cincos Passos Logicamente Distintos’ está inclu-</p><p>so como objetivo a Ocupação Construtiva (DEWEY, 1979, p. 184-185)</p><p>que desperte o interesse no aluno que é o processo fundamental para</p><p>que as outras etapas aconteçam. Despertando uma curiosidade em</p><p>buscar novas informações e a necessidade de continuar aprendendo.</p><p>Segundo Nogueira (1999, p. 45), é necessário fazer a criação</p><p>de um cenário para elaboração</p><p>dos Projetos. Este cenário basicamente</p><p>depende da criatividade dos equipamentos ou materiais pedagógicos.</p><p>33</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Criar o cenário poderia significar propiciar aos alunos estarem</p><p>em um local significativo para o tema do projeto (NOGUEIRA, 1999, p.</p><p>45). As etapas apresentam como finalidade de trabalhar de maneira</p><p>sequencial o raciocínio de cada aluno. A primeira etapa seria o Planeja-</p><p>mento, no qual estão inclusos os trabalhos iniciais na escolha do tema,</p><p>conteúdos e início da estruturação do Projeto.</p><p>Nogueira (1999, p. 36) afirma que o Planejamento deverá se-</p><p>guir basicamente estes questionamentos:</p><p>- Sobre o que falaremos ou pesquisaremos?</p><p>- Que falaremos neste projeto?</p><p>- Por que estaremos tratando deste tema?</p><p>- Quais os objetivos?</p><p>- Como realizaremos este projeto?</p><p>- Como podemos dividir as atividades entre os membros do</p><p>grupo?</p><p>- Quando realizaremos as etapas planejadas? E,</p><p>- Quais serão os recursos materiais e humanos necessários</p><p>para a perfeita realização do projeto?</p><p>Nogueira afirma também que um planejamento de projetos po-</p><p>derá ser alterado no decorrer do desenvolvimento, pois alguns ajustes</p><p>serão necessários para um bom andamento do projeto.</p><p>Esta fase de definição de objetivos, normalmente, não será</p><p>identificada naturalmente pelo grupo, até por uma questão de maturida-</p><p>de, porém é uma prática que deverá ser introduzida gradativamente no</p><p>escopo de um projeto, com a principal função de demonstrar a relevân-</p><p>cia do trabalho executado.</p><p>A segunda etapa seria a Montagem e Execução, ou seja, é a</p><p>fase do realizar e colocar tudo que foi planejado em prática. A participa-</p><p>ção do professor é fundamental, pois poderá auxiliar os alunos com re-</p><p>cursos materiais e instrucionais, propiciar uma quantidade e qualidade</p><p>dos recursos, principalmente os tecnológicos.</p><p>A terceira etapa seria a Depuração e Ensaio. Esta etapa tem</p><p>como característica principal de autocrítica, autoavaliação e os princi-</p><p>pais ajustes nos projetos. Oportunizando uma reflexão e descoberta de</p><p>novas hipóteses.</p><p>Em paralelo a esta etapa, o próprio ensaio das ações de de-</p><p>monstração e apresentação deverá estar ocorrendo, já que estas ativi-</p><p>dades podem colocar a prova algumas das “falhas” existentes no proje-</p><p>to (NOGUEIRA, 1999, p. 39).</p><p>A quarta etapa seria a Apresentação do projeto pelos alunos</p><p>na qual dará uma oportunidade de expor suas descobertas, hipóteses,</p><p>criações, conclusões e novos problemas que surgiram durante a elabo-</p><p>34</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ração do projeto.</p><p>A quinta e última etapa seria a Avaliação e Críticas dos Pro-</p><p>jetos, etapa que oportunizará a verificação, análise e descoberta dos</p><p>erros cometidos, determinando o devido valor construtivo do projeto.</p><p>É importante notar que neste processo o “erro” será percebido</p><p>pelo próprio aluno, mas não de forma “traumática” e existente normal-</p><p>mente em uma prova corrigida friamente com caneta vermelha, mas sim</p><p>como algo que “não está bom” ou como “poderia ter ficado melhor”. Per-</p><p>cebam que nestes casos, cria-se uma hipótese a qual questiona a anterior</p><p>por análise e reflexão; e, com o intuito de melhora, haverá necessidade</p><p>de fazer outra leitura do(s) erro(s) cometido(s) (NOGUEIRA, 1999, p. 39).</p><p>Hernández (1998, p. 62) afirma que os sentidos dos Projetos</p><p>nas escolas funcionam como um eixo que vincula as diferentes infor-</p><p>mações com as estruturas cognitivas de cada aluno. Favorecendo uma</p><p>criação de estratégias de organizações dos conhecimentos escolares</p><p>com os conhecimentos não escolares e a transformação destes em co-</p><p>nhecimentos próprios.</p><p>Os projetos de trabalho são uma resposta – nem perfeita, nem</p><p>definitiva, nem única – para a evolução que o professorado do centro</p><p>acompanhou e que lhe permite refletir sobre sua própria prática e me-</p><p>lhorá-la (HERNÁNDEZ, 1998, p. 63).</p><p>Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino</p><p>e de aprendizagem na perspectiva de solução de problemas reais, pos-</p><p>sibilitando estudar um tema, através de um “enfoque relacional”. Para</p><p>tanto, deve-se levar em consideração as seguintes estratégias:</p><p>1. Escolha do Tema:</p><p>A escolha do tema é o ponto de partida para a elaboração de</p><p>um projeto de trabalho. Pode ser definido pelo professor, considerando</p><p>os objetivos das próprias áreas de conhecimento, como pelos alunos,</p><p>a partir dos seus conflitos cognitivos ou de situações reais de vida ou</p><p>ainda decorrentes de outros projetos de trabalho.</p><p>Hernández (1998) divide em duas atividades principais que o</p><p>professor terá que fazer após a escolha do tema do projeto. A primeira</p><p>atividade é exclusivamente do professor que estabelecerá uma série de</p><p>hipóteses e as possíveis perguntas que se devem responder no projeto.</p><p>Fazendo uma previsão dos conteúdos e atividades a serem desenvol-</p><p>vidas. Buscar também outras fontes de informações em torno do tema</p><p>de maneira que seja novidade. Criar um clima de envolvimento e de</p><p>interesse no grupo e individual sobre o tema do projeto, fazendo uma</p><p>35</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>previsão dos recursos utilizados.</p><p>Planejar o desenvolvimento do projeto e, dentro deste planeja-</p><p>mento, devemos analisar o que os alunos sabem sobre o tema, quais são</p><p>as hipóteses e referências de aprendizagem dos alunos? O que estão</p><p>aprendendo? Como estão aprendendo? Como estão acompanhando o</p><p>projeto? E, por final, o que aprenderam em relação às propostas iniciais?</p><p>São capazes de estabelecer novas relações com o tema do projeto?</p><p>A segunda atividade do professor está relacionada exclusiva-</p><p>mente com os alunos de forma paralela com as atividades do próprio pro-</p><p>fessor. Depois da escolha do tema, os alunos deverão realizar um índice</p><p>que especifique os aspectos que vão trabalhar no projeto. Colocarmos</p><p>em comum os diferentes aspectos de cada índice elaborado pelos alunos</p><p>para fazermos uma configuração inicial de um roteiro em comum.</p><p>2. Previsão de objetivos e de conteúdos em termos de conceitos,</p><p>princípios, fatos, valores, atitudes e procedimentos.</p><p>3. Planejamento de Atividades de Lançamento do Projeto</p><p>O professor apresenta o projeto através de atividades proble-</p><p>matizadoras ou desencadeadoras de diagnósticos. Através dessas ati-</p><p>vidades, os alunos expressam suas ideias e seus conhecimentos sobre</p><p>o tema a ser estudado. No instante seguinte, o professor propõe aos</p><p>alunos a elaboração (individual ou coletiva) de um primeiro índice de</p><p>questões do que precisam aprender sobre o assunto. Esta é a fase do</p><p>levantamento de conhecimentos em que o professor percebe o que os</p><p>alunos já sabem sobre o tema, as suas hipóteses e o que precisam sa-</p><p>ber do problema a ser estudado ou investigado.</p><p>4. Interpretação do conteúdo implícito nos índices que os alunos</p><p>elaboraram – o que realmente desejam saber.</p><p>Com esses dados, o professor elabora um segundo índice que</p><p>apresenta e discute em sala de aula. O índice se configura como um</p><p>roteiro inicial, importante para a organização do trabalho.</p><p>5. Desenvolvimento do Projeto</p><p>É neste momento que o professor e alunos levantam estratégias</p><p>36</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>de trabalho, na busca de respostas para as questões e hipóteses levan-</p><p>tadas anteriormente. Essas estratégias devem ser desafiadoras a ponto</p><p>de levar os alunos a novos conflitos cognitivos, ao desequilíbrio de suas</p><p>hipóteses iniciais, a confrontarem seus pontos de vista com os de outras</p><p>pessoas e com o conhecimento científico, a fim de construírem novas</p><p>aprendizagens. É importante que o professor volte sempre às questões</p><p>levantadas para que os alunos tomem consciência do que já aprende-</p><p>ram, das suas dificuldades, reconstruam seu processo e transfiram seus</p><p>conhecimentos a outras estratégias, criando,</p><p>assim, novos problemas de</p><p>investigação e, consequentemente, novos projetos de trabalho.</p><p>6. Fechamento</p><p>É o momento do planejamento em que os alunos vão definir</p><p>como o projeto será concluído; de que forma o resultado do trabalho</p><p>será apresentado e divulgado. Nesta fase, os alunos demonstram o que</p><p>aprenderam sobre o tema, estabelecendo relações entre o que sabia</p><p>antes e os novos conhecimentos adquiridos. É a aprendizagem chama-</p><p>da por Coll (1996) de aprendizagem significativa.</p><p>Esse trabalho é construído ao longo do processo, numa dinâ-</p><p>mica de ir e vir em que o aluno está sempre revendo seu estudo, con-</p><p>cluindo suas investigações, respondendo aos problemas levantados e</p><p>comprovando ou refutando as suas hipóteses. O professor deve ter cla-</p><p>reza de que no desenvolvimento do projeto, um momento é estruturante</p><p>para o seguinte. Isto quer dizer que o momento anterior deve fornecer</p><p>aos alunos conhecimentos necessários para que possam prosseguir</p><p>com o estudo no momento imediato.</p><p>Mais uma vez encontram-se algumas evidências semelhantes</p><p>na forma como os Projetos são estruturados, bem como, o levantamen-</p><p>to do tema e da problematização, o planejamento de atividades e busca</p><p>de formas para responder ao problema.</p><p>Embora ambas as experiências sigam determinadas etapas,</p><p>estas não se constituem passos, regras fixas no desenvolvimento do</p><p>processo de aprendizagem (MENEZES; CRUZ, 2007).</p><p>CARACTERÍSTICAS DIDÁTICAS E PEDAGÓGICAS DOS PROJE-</p><p>TOS ESCOLARES</p><p>Uma unidade didática é “um conjunto ordenado de atividades,</p><p>estruturadas e articuladas para a consecução de um objetivo educativo</p><p>37</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>em relação a um conteúdo concreto” (COLL et al., 1996)</p><p>Quando os educadores planejam uma unidade didática, pen-</p><p>sando em como os conteúdos podem ser trabalhados com os alunos, as</p><p>propostas de ensino podem ser organizadas de duas formas básicas:</p><p>• uma unidade didática simples; ou,</p><p>• uma unidade didática organizada como projeto.</p><p>Nos dois casos, o planejamento da unidade didática deve conter:</p><p>• uma definição clara dos conteúdos a serem ensinados e seus</p><p>respectivos objetivos educativos, isto é, o enfoque e a profundidade</p><p>com que o processo de aprendizagem deve ocorrer. (Um objetivo em</p><p>educação é sempre um processo de crescimento pessoal que se pre-</p><p>tende proporcionar ao aluno por meio do ensino);</p><p>• uma sequência ordenada de atividades que serão propostas</p><p>aos alunos com o propósito de atingir os objetivos relacionados acima;</p><p>• uma avaliação permanente das propostas de ensino e dos</p><p>processos de aprendizagem que ocorrem durante todo o desenvolvi-</p><p>mento da unidade.</p><p>Tanto na unidade didática simples, quanto nos projetos, o edu-</p><p>cador deve sempre considerar algumas preocupações relacionadas à</p><p>concepção construtivista de aprendizagem escolar (COLL et al., 1996).</p><p>Para agir, o professor deve considerar o estado inicial de seus</p><p>estudantes, a partir do qual ele construirá situações de ensino com o</p><p>propósito de desencadear nos alunos um processo cognitivo e afetivo</p><p>que envolva os conteúdos escolhidos, de modo a provocar aprendiza-</p><p>gens significativas relacionadas a esses conteúdos.</p><p>O estado inicial dos alunos é definido pelos conhecimentos</p><p>anteriores que eles possuem sobre os conteúdos envolvidos em cada</p><p>proposta de ensino. Conhecimentos esses que serão a base a partir</p><p>da qual os alunos poderão fazer relações e construir significados para</p><p>aquilo que estão aprendendo.</p><p>Para que haja desenvolvimento integral do cidadão, é preciso</p><p>que os alunos aprendam também o que é aprender. Esta preocupação</p><p>deve se refletir na prática pedagógica através de aprendizagens que</p><p>permitam realizar reflexões de natureza metacognitiva, isto é, aquelas</p><p>que tratam de explicar o que se está fazendo para aprender e por quê. A</p><p>Concepção Construtivista da Educação Escolar diferencia-se de outras</p><p>concepções educacionais por considerar que pensar-se como estudan-</p><p>te é um conteúdo da educação, incluindo aqui, ainda, o desenvolvimen-</p><p>to da autonomia intelectual desse estudante.</p><p>Claro que existe uma diferença entre uma unidade didática</p><p>simples, de uma unidade didática desenvolvida por projeto. Vejamos:</p><p>Em um projeto há uma ideia, uma possibilidade de realização,</p><p>38</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>uma meta, um querer que orienta e dá sentido às ações que se realizam</p><p>com a intenção de transformar a meta (o sonho) em realidade.</p><p>Num projeto há sempre um futuro que pode tornar compreensí-</p><p>vel e dar sentido a todo o esforço de busca de informações e construção</p><p>de novos conhecimentos.</p><p>Como diz Marina (1995):</p><p>[...] o projeto é a possibilidade eleita. Aquela que está orientada para a ‘reali-</p><p>zação', palavra magnífica que deveria reservar-se para a livre ação humana.</p><p>[...] a pessoa inteligente dirige a sua conduta mediante projetos, e isso permi-</p><p>te-lhe aceder a uma liberdade criadora.</p><p>[...] Criar é submeter as operações mentais a um projeto criador.</p><p>A primeira componente do projeto é a meta, o objetivo anteci-</p><p>pado pelo sujeito, como fim a realizar.</p><p>Nesse sentido, em uma unidade didática desenvolvida por pro-</p><p>jeto, todos os alunos devem conhecer e compreender qual é a ideia que</p><p>está sendo posta em prática, todos devem conhecer e compreender a</p><p>meta: fazer um livro; preparar uma campanha de esclarecimento; orga-</p><p>nizar um passeio ecológico.</p><p>Esse conhecimento inicial da meta que dá origem ao projeto é</p><p>fundamental para que os alunos possam compreender as decisões que</p><p>vão sendo tomadas durante a realização do mesmo. Durante o desenro-</p><p>lar do projeto, deve-se estabelecer uma cumplicidade de propósitos entre</p><p>os alunos e destes com o(s) professor(es), provocando o surgimento de</p><p>um ambiente de trabalho criativo, no qual cada indivíduo pode contribuir</p><p>com suas aptidões, ou estar disposto a enfrentar o esforço de aprender</p><p>algo novo e que se mostrou necessário em função do próprio projeto.</p><p>O trabalho com projetos pode dar conta de alguns objetivos</p><p>educacionais com maior profundidade, em particular o desenvolvimento</p><p>da autonomia intelectual, o aprender a aprender, o desenvolvimento da</p><p>organização individual e coletiva, bem como a capacidade de tomar de-</p><p>cisões e fazer escolhas com o propósito de realizar pequenos ou gran-</p><p>des projetos pessoais.</p><p>O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NO TRABALHO COM</p><p>PROJETOS</p><p>Para que o trabalho com projetos dê bons resultados, o profes-</p><p>sor deve tomar alguns cuidados, além daqueles necessários em qual-</p><p>quer situação de ensino:</p><p>O projeto precisa estar bem definido, ou seja, alunos e profes-</p><p>39</p><p>TE</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>Á</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>T</p><p>R</p><p>A</p><p>B</p><p>A</p><p>LH</p><p>O</p><p>P</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>JE</p><p>TO</p><p>S</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>sores devem ter uma ideia bem clara daquilo que se vai fazer, a meta:</p><p>um objeto (livro, maquete, desenho, cartaz, escultura) ou uma ação</p><p>(passeio, campanha, seminário, show musical).</p><p>É a ideia básica do projeto (a meta, o sonho) que determina e</p><p>justifica as fases do projeto. Essas fases podem envolver estudo, pes-</p><p>quisa, construção, ensaio, e todas as ações que forem necessárias para</p><p>a realização do projeto.</p><p>Nesse sentido, costuma-se dizer que para ser um projeto, o</p><p>desenvolvimento do trabalho na sala de aula deve ter a participação</p><p>dos alunos em algumas decisões, para que eles aprendam também a</p><p>analisar situações, tomar decisões e ter a experiência de pôr em prática</p><p>o que foi planejado. Dizendo de outro modo: no desenvolvimento de um</p><p>projeto, as decisões devem ser partilhadas entre professor e alunos.</p><p>Mesmo as decisões que são tomadas previamente pelo professor de-</p><p>vem ser explicadas e justificadas, ou seja, partilhadas com os alunos,</p><p>tendo como referência a realização do projeto.</p><p>É sempre importante que os professores comentem com seus</p><p>alunos as semelhanças e diferenças que existem entre o projeto desenvol-</p><p>vido na escola pelos alunos, e o mesmo tipo de projeto quando é</p>

Mais conteúdos dessa disciplina