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<p>nariz</p><p>O nariz é a parte do sistema respiratório situada acima do palato duro, contendo o órgão periférico do olfato. Inclui a parte externa do nariz e a cavidade nasal, que é dividida em direita e esquerda pelo septo nasal As funções do nariz são olfação, respiração, filtração de poeira, umidificação do ar inspirado, além de recepção e eliminação de secreções dos seios paranasais e ductos lacrimonasais.</p><p>Parte externa</p><p>A parte externa do nariz é a parte visível que se projeta da face. Seu esqueleto é principalmente cartilagíneo. As dimensões e o formato dos narizes variam, por causa das diferenças nessas cartilagens.</p><p>· O dorso do nariz estende-se da raiz até o ápice (ponta) do nariz.</p><p>· A face inferior do nariz é perfurada por duas aberturas piriformes, as narinas (aberturas nasais anteriores), que são limitadas lateralmente pelas asas do nariz.</p><p>· A parte óssea superior do nariz, inclusive sua raiz, é coberta por pele fina.</p><p>A pele sobre a parte cartilagínea do nariz é coberta por pele mais espessa, que contém muitas glândulas sebáceas. A pele estende-se até o vestíbulo do nariz, onde há um número variável de pelos rígidos (vibrissas). Como geralmente estão úmidos, esses pelos filtram partículas de poeira do ar que entra na cavidade nasal. A junção da pele e da túnica mucosa está além da área que tem pelos.</p><p>ESQUELETO DO NARIZ</p><p>O esqueleto de sustentação do nariz é formado por osso e cartilagem hialina. A parte óssea do nariz consiste em ossos nasais, processos frontais das maxilas, parte nasal do frontal e sua espinha nasal, e partes ósseas do septo nasal. A parte cartilagínea do nariz é formada por cinco cartilagens principais:</p><p>· duas cartilagens laterais (processos laterais das cartilagens do septo),</p><p>· duas cartilagens alares e uma cartilagem do septo.</p><p>· As cartilagens alares, em forma de U, são livres e móveis. Elas dilatam ou estreitam as narinas quando há contração dos músculos que atuam sobre o nariz.</p><p>Septo nasal</p><p>O septo nasal divide a cavidade nasal em duas partes. O septo tem uma parte óssea e uma parte cartilagínea móvel flexível. Os principais componentes do septo nasal são a lâmina perpendicular do etmoide, o vômer e a cartilagem do septo. A fina lâmina perpendicular do etmoide, que forma a parte superior do septo nasal, desce a partir da lâmina cribriforme. Superiormente a essa lâmina ela se estende como a crista etmoidal. O vômer, um osso fino e plano, forma a parte posteroinferior do septo nasal, com alguma contribuição das cristas nasais da maxila e do palatino. A cartilagem do septo tem uma articulação do tipo macho e fêmea com as margens do septo ósseo.</p><p>Cavidades nasais</p><p>O termo cavidade nasal, neste livro, refere-se a toda a cavidade ou à metade direita ou esquerda, dependendo do contexto. A entrada da cavidade nasal é anterior, através das narinas. Abre-se posteriormente na parte nasal da faringe através dos cóanos. É revestida por túnica mucosa, com exceção do vestíbulo nasal, que é revestido por pele.</p><p>A túnica mucosa do nariz está unida ao periósteo e pericôndrio dos ossos e cartilagens que sustentam o nariz. A túnica mucosa é contínua com o revestimento de todas as câmaras com as quais as cavidades nasais se comunicam: a parte nasal da faringe na parte posterior, os seios paranasais nas partes superior e lateral, e o saco lacrimal e a túnica conjuntiva na parte superior. Os dois terços inferiores da túnica mucosa do nariz correspondem à área respiratória e o terço superior é a área olfatória.</p><p>O ar que passa sobre a área respiratória é aquecido e umedecido antes de atravessar o restante das vias respiratórias superiores até os pulmões. A área olfatória contém o órgão periférico do olfato; a aspiração leva ar até essa área.</p><p>LIMITES DAS CAVIDADES NASAIS</p><p>As cavidades nasais têm teto, assoalho e paredes medial e lateral:</p><p>•O teto das cavidades nasais é curvo e estreito, com exceção da extremidade posterior, onde o corpo do esfenoide, que é oco, forma o teto. É dividido em três partes (frontonasal, etmoidal e esfenoidal), nomeadas de acordo com os ossos que formam cada parte (Figura 8.104)</p><p>•O assoalho das cavidades nasais é mais largo do que o teto e é formado pelos processos palatinos da maxila e pelas lâminas horizontais do palatino</p><p>•A parede medial das cavidades nasais é formada pelo septo nasal</p><p>•As paredes laterais das cavidades nasais são irregulares por causa de três lâminas ósseas, as conchas nasais, que se projetam inferiormente, como persianas.</p><p>CARACTERÍSTICAS DAS CAVIDADES NASAIS</p><p>As conchas nasais (superior, média e inferior) curvam-se em sentido inferomedial, pendendo da parede lateral como persianas ou cortinas curtas. As conchas ou turbinados de muitos mamíferos (sobretudo de mamíferos corredores e daqueles que vivem em ambientes hostis) são estruturas muito convolutas, semelhantes a rolos, que oferecem uma grande área de superfície para troca de calor. Tanto seres humanos com conchas nasais simples, semelhantes a lâminas, quanto animais com conchas complexas, têm um recesso ou meato nasal (passagem na cavidade nasal) sob cada formação óssea. Assim, a cavidade nasal é dividida em cinco passagens: um recesso esfenoetmoidal posterossuperior, três meatos nasais laterais (superior, médio e inferior) e um meato nasal comum medial, no qual se abrem as quatro passagens laterais. A concha nasal inferior é a mais longa e mais larga das conchas, sendo formada por um osso independente (de mesmo nome, concha nasal inferior) coberto por uma túnica mucosa que contém grandes espaços vasculares que aumentam, afetando o calibre da cavidade nasal. As conchas nasais média e superior são processos mediais do etmoide. A infecção ou irritação da túnica mucosa pode ocasionar o rápido surgimento de edema, com obstrução de uma ou mais vias nasais daquele lado.</p><p>O recesso esfenoetmoidal, situado posterossuperiormente à concha nasal superior, recebe a abertura do seio esfenoidal, uma cavidade cheia de ar no corpo do esfenoide. O meato nasal superior é uma passagem estreita entre as conchas nasais superior e média, no qual se abrem os seios etmoidais posteriores por meio de um ou mais orifícios (Figura 8.105A). O meato nasal médio é mais longo e mais profundo do que o superior. A parte anterossuperior dessa passagem leva a uma abertura afunilada, o infundíbulo etmoidal, através do qual se comunica com o seio frontal (Figura 8.106). A passagem que segue inferiormente de cada seio frontal até o infundíbulo é o ducto frontonasal. O hiato semilunar é um sulco semicircular no qual se abre o seio frontal. A bolha etmoidal, uma elevação arredondada superior ao hiato, é visível quando a concha média é removida. A bolha é formada por células etmoidais médias que formam os seios etmoidais.</p><p>O meato nasal inferior é uma passagem horizontal situada em posição inferolateral à concha nasal inferior. O ducto lacrimonasal, que drena lágrimas do saco lacrimal, abre-se na parte anterior desse meato (ver Figura 8.46A). O meato nasal comum é a parte medial da cavidade nasal entre as conchas e o septo nasal, no qual se abrem os recessos laterais e o meato.</p><p>Seios paranasais</p><p>Os seios paranasais são extensões, cheias de ar, da parte respiratória da cavidade nasal para os seguintes ossos do crânio: frontal, etmoide, esfenoide e maxila. São nomeados de acordo com os ossos nos quais estão localizados. Os seios continuam a invadir o osso adjacente, e extensões acentuadas são comuns nos crânios de idosos.</p><p>SEIOS FRONTAIS</p><p>Os seios frontais direito e esquerdo estão entre as lâminas externa e interna do frontal, posteriormente aos arcos superciliares e à raiz do nariz . Em geral, os seios frontais não são detectáveis em crianças até os 7 anos. Cada seio drena através de um ducto frontonasal para o infundíbulo etmoidal, que se abre no hiato semilunar do meato nasal médio. Os seios frontais são inervados por ramos dos nervos supraorbitais (NC V1).</p><p>Os seios frontais direito e esquerdo raramente têm tamanhos iguais e, em geral, o septo entre eles não está totalmente situado no plano mediano. Os seios frontais variam em tamanho</p><p>de cerca de 5 mm a grandes espaços que se estendem lateralmente até as asas maiores do esfenoide. Muitas vezes um seio frontal tem duas partes: uma parte vertical na escama frontal e uma parte horizontal na parte orbital do frontal. Uma ou ambas as partes podem ser grandes ou pequenas. Quando a parte supraorbital é grande, seu teto forma o assoalho da fossa anterior do crânio e seu assoalho forma o teto da órbita.</p><p>CÉLULAS ETMOIDAIS</p><p>As células etmoidais são pequenas invaginações da túnica mucosa dos meatos nasais médio e superior para o etmoide entre a cavidade nasal e a órbita (Figuras 8.106, 8.109 e 8.110). Em geral, as células etmoidais não são visíveis em radiografias simples antes de 2 anos, mas são reconhecíveis nas imagens de TC. As células etmoidais anteriores drenam direta ou indiretamente para o meato nasal médio através do infundíbulo etmoidal. As células etmoidais médias abrem-se diretamente no meato médio e às vezes são denominadas “células bolhosas” porque formam a bolha etmoidal, uma saliência na margem superior do hiato semilunar. As células etmoidais posteriores abrem-se diretamente no meato superior. As células etmoidais são supridas pelos ramos etmoidais anterior e posterior dos nervos nasociliares (NC V1).</p><p>SEIOS ESFENOIDAIS</p><p>Os seios esfenoidais estão localizados no corpo do esfenoide, mas podem estender-se até as asas deste osso. Esses seios estão divididos de modo desigual e são separados por um septo ósseo. Por causa dessa substancial pneumatização (formação de células aéreas), o corpo do esfenoide é frágil. Apenas lâminas finas de osso separam os seios de várias estruturas importantes: os nervos ópticos e o quiasma óptico, a hipófise, as artérias carótidas internas e os seios cavernosos. Os seios esfenoidais são derivados de uma célula etmoidal posterior que começa a invadir o esfenoide por volta dos 2 anos. Em algumas pessoas, algumas células etmoidais posteriores invadem o esfenoide, dando origem a vários seios esfenoidais que se abrem separadamente no recesso esfenoetmoidal. As artérias etmoidais posteriores e os nervos etmoidais posteriores que acompanham as artérias suprem os seios esfenoidais .</p><p>SEIOS MAXILARES</p><p>Os seios maxilares são os maiores seios paranasais. Ocupam os corpos das maxilas e se comunicam com o meato nasal médio</p><p>•O ápice do seio maxilar estende-se em direção ao zigomático e muitas vezes chega até ele</p><p>•A base do seio maxilar forma a parte inferior da parede lateral da cavidade nasal</p><p>•O teto do seio maxilar é formado pelo assoalho da órbita</p><p>•O assoalho do seio maxilar é formado pela parte alveolar da maxila. Muitas vezes as raízes dos dentes maxilares, sobretudo dos dois primeiros molares, produzem elevações cônicas no assoalho do seio.</p><p>Cada seio maxilar drena através de uma ou mais aberturas, o óstio maxilar, para o meato nasal médio da cavidade nasal por meio do hiato semilunar.</p><p>A irrigação arterial do seio maxilar provém principalmente de ramos alveolares superiores da artéria maxilar. Entretanto, ramos das artérias palatinas descendente e maior irrigam o assoalho do seio). A inervação do seio maxilar é feita pelos nervos alveolares superiores anterior, médio e posterior, que são ramos do nervo maxilar.</p><p>As vísceras da camada respiratória, a laringe e a traqueia, contribuem para as funções respiratórias do corpo. As principais funções das vísceras respiratórias cervicais são:</p><p>•Direcionamento de ar e alimento para o sistema respiratório e o esôfago, respectivamente</p><p>•Garantia de uma via respiratória pérvia e de um meio para fechá-la temporariamente (uma “válvula”)</p><p>•Produção da voz.</p><p>Figura 9.31 Glândulas tireoide e paratireoides. A. Dissecção. A bainha da glândula tireoide foi dissecada da sua face posterior para mostrar as três glândulas paratireoides integradas. As duas glândulas paratireoides no lado direito são bastante baixas, e a glândula inferior está situada inferiormente à glândula tireoide. B. Locais e frequências de tecido glandular paratireóideo ectópico.</p><p>LARINGE</p><p>A laringe, o complexo órgão de produção da voz, é formada por nove cartilagens unidas por membranas e ligamentos e contém as pregas (“cordas”) vocais. A laringe está situada na região cervical anterior no nível dos corpos das vértebras C III a C VI (Figura 9.32). Une a parte inferior da faringe (parte laríngea da faringe) à traqueia. Embora seja conhecida mais frequentemente por seu papel como o mecanismo fonador para produção de voz, sua função mais importante é proteger as vias respiratórias, sobretudo durante a deglutição, quando serve como “esfíncter” ou “válvula” do sistema respiratório inferior, mantendo, assim, a perviedade das vias respiratórias.</p><p>Figura 9.32 RM mediana da cabeça e do pescoço. Como as vias respiratórias e o sistema digestório compartilham a parte oral da faringe, é essencial que haja separação do alimento e do ar, que seguem pela traqueia (anterior) e pelo esôfago (posterior).</p><p>Esqueleto da laringe. O esqueleto da laringe é formado por nove cartilagens: três são ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e três são pares (aritenóidea, corniculada e cuneiforme) (Figura 9.33A e B).</p><p>A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens; sua margem superior situa-se oposta à vértebra C IV. Os dois terços inferiores de suas duas lâminas fundem-se anteriormente no plano mediano para formar a proeminência laríngea (Figura 9.33A e D). Essa projeção (“pomo de Adão”) é bem definida em homens, mas raramente é visível em mulheres. Acima dessa proeminência, as lâminas divergem para formar uma incisura tireóidea superior em forma de V. A incisura tireóidea inferior, bem menos definida, é um entalhe pouco profundo no meio da margem inferior da cartilagem.</p><p>A margem posterior de cada lâmina projeta-se em sentido superior, como o corno superior, e inferior, como o corno inferior. A margem superior e os cornos superiores fixam-se ao hioide pela membrana tíreo-hióidea (Figura 9.33A e B). A parte mediana espessa dessa membrana é o ligamento tíreo-hióideo mediano; suas partes laterais são os ligamentos tíreo-hióideos laterais.</p><p>Os cornos inferiores articulam-se com as faces laterais da cartilagem cricóidea nas articulações cricotireóideas (Figura 9.33B). Os principais movimentos nessas articulações são rotação e deslizamento da cartilagem tireóidea, que modificam o comprimento das pregas vocais. A cartilagem cricóidea tem o formato de um anel de sinete com o aro voltado anteriormente. Essa abertura anular da cartilagem permite a passagem de um dedo médio. A parte posterior (sinete) da cartilagem cricóidea é a lâmina, e a parte anterior (anel) é o arco (Figura 9.33A). Embora seja muito menor do que a cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea é mais espessa e mais forte, e é o único anel de cartilagem a circundar completamente uma parte da via respiratória. Fixa-se à margem inferior da cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano e ao primeiro anel traqueal pelo ligamento cricotraqueal. No local onde a laringe está mais próxima da pele e mais acessível, o ligamento cricotireóideo mediano pode ser percebido como um ponto mole durante a palpação inferior à cartilagem tireóidea.</p><p>As cartilagens aritenóideas são cartilagens piramidais pares, com três lados, que se articulam com as partes laterais da margem superior da lâmina da cartilagem cricóidea (Figura 9.33B). Cada cartilagem tem um ápice superior, um processo vocal anterior e um grande processo muscular que se projeta lateralmente a partir de sua base. O ápice tem a cartilagem corniculada e se fixa à prega ariepiglótica. O processo vocal permite a inserção posterior do ligamento vocal, e o processo muscular atua como alavanca à qual estão fixados os músculos cricoaritenóideos posterior e lateral. As articulações cricoaritenóideas, localizadas entre as bases das cartilagens aritenóideas e as faces superolaterais da lâmina da cartilagem cricóidea (Figura 9.33B e E), permitem que as cartilagens aritenóideas deslizem, aproximando-se ou afastando-se umas das outras, inclinem-se anterior e posteriormente, e girem.</p><p>Esses movimentos são importantes na aproximação, tensionamento e relaxamento das pregas vocais.</p><p>Os ligamentos vocais elásticos estendem-se da junção das lâminas da cartilagem tireóidea anteriormente até o processo vocal da cartilagem aritenóidea posteriormente (Figura 9.33E). Os ligamentos vocais formam o esqueleto submucoso das pregas vocais. Esses ligamentos são a margem superior livre espessada do cone elástico ou membrana cricovocal. As partes da membrana que se estendem lateralmente entre as pregas vocais e a margem superior da cartilagem cricóidea são os ligamentos cricotireóideos laterais. O cone elástico, fibroelástico, funde-se anteriormente com o ligamento cricotireóideo mediano. O cone elástico e a túnica mucosa sobrejacente fecham a abertura da traqueia, com exceção da rima da glote central (abertura entre as pregas vocais).</p><p>A cartilagem epiglótica, formada por cartilagem elástica, confere flexibilidade à epiglote, uma cartilagem em forma de coração coberta por túnica mucosa (Figuras 9.33B e E e 9.35). A cartilagem epiglótica, situada posteriormente à raiz da língua e ao hioide, e anteriormente ao ádito da laringe, forma a parte superior da parede anterior e a margem superior da entrada. Sua extremidade superior larga é livre. A extremidade inferior afilada, o pecíolo epiglótico, está fixada pelo ligamento tireoepiglótico ao ângulo formado pelas lâminas da cartilagem tireóidea (Figura 9.33E). O ligamento hioepiglótico fixa a face anterior da cartilagem epiglótica ao hioide (Figura 9.34). A membrana quadrangular (Figuras 9.33B e 9.35) é uma lâmina submucosa fina de tecido conjuntivo que se estende entre as faces laterais das cartilagens aritenóidea e epiglótica. A margem inferior livre constitui o ligamento vestibular, que é coberto frouxamente por túnica mucosa para formar a prega vestibular (Figura 9.35). Essa prega situa-se acima da prega vocal e estende-se da cartilagem tireóidea até a cartilagem aritenóidea. A margem superior livre da membrana quadrangular forma o ligamento ariepiglótico, que é coberto por túnica mucosa para formar a prega ariepiglótica. As cartilagens corniculada e cuneiforme apresentam-se como pequenos nódulos na parte posterior das pregas ariepiglóticas. As cartilagens corniculadas fixam-se aos ápices das cartilagens aritenóideas; as cartilagens cuneiformes não se fixam diretamente em outras cartilagens. A membrana quadrangular e o cone elástico são as partes superior e inferior da membrana fibroelástica da laringe, que está localizada na tela submucosa.</p><p>Interior da laringe. A cavidade da laringe estende-se do ádito da laringe, através do qual se comunica com a parte laríngea da faringe, até o nível da margem inferior da cartilagem cricóidea. Aqui a cavidade da laringe é contínua com a cavidade da traqueia (Figuras 9.35 e 9.36A e B). A cavidade da laringe inclui:</p><p>•Vestíbulo da laringe: entre o ádito da laringe e as pregas vestibulares</p><p>•Parte média da cavidade da laringe: a cavidade central (via respiratória) entre as pregas vestibulares e vocais</p><p>•Ventrículo da laringe: recessos que se estendem lateralmente da parte média da cavidade da laringe entre as pregas vestibulares e vocais. O sáculo da laringe é uma bolsa cega que se abre para cada ventrículo revestida por glândulas mucosas</p><p>•Cavidade infraglótica: a cavidade inferior da laringe entre as pregas vocais e a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua com o lúmen da traqueia.</p><p>Figura 9.33 Esqueleto da laringe. A. Face lateral das cartilagens e membranas laríngeas. Embora esteja firmemente conectado à laringe, o hioide não faz parte dela. A laringe estende-se verticalmente da ponta da epiglote em forma de coração até a margem inferior da cartilagem cricóidea. B. Face posterior das cartilagens e membranas laríngeas. A cartilagem tireóidea protege as cartilagens menores da laringe, e o hioide protege a parte superior da cartilagem epiglótica. C. Cartilagem aritenóidea isolada. 1, Cartilagem corniculada; 2, ápice da cartilagem aritenóidea; 3, face anterolateral; 4, processo vocal (projeta-se anteriormente, é o local de inserção do ligamento vocal); 5, processo muscular (projeta-se lateralmente, para inserção dos músculos cricoaritenóideos posterior e lateral); 6, fóvea oblonga (para inserção do músculo tireoaritenóideo); 7, base; 8, face medial; 9, face articular; 10, face posterior. D. Cartilagens cricóidea e tireóidea e músculo cricotireóideo. Este músculo movimenta a articulação cricotireóidea, aumentando a tensão dos ligamentos vocais e, assim, o tom de voz. E. Ligamento vocal. A cartilagem epiglótica tem depressões para glândulas mucosas, e seu pecíolo está fixado pelo ligamento tireoepiglótico ao ângulo da cartilagem tireóidea superiormente aos ligamentos vocais. O ligamento vocal, que forma o esqueleto da prega vocal, estende-se do processo vocal da cartilagem aritenóidea até o “ângulo” da cartilagem tireóidea, e aí se une ao par contralateral inferiormente ao ligamento tireoepiglótico.</p><p>Figura 9.34 Epiglote e ligamento hioepiglótico. A epiglote é uma lâmina de fibrocartilagem elástica, em formato de folha, coberta por túnica mucosa (rosa) e fixada anteriormente ao hioide pelo ligamento hioepiglótico (cinza). A epiglote atua como uma válvula de desvio sobre a abertura superior da laringe durante a deglutição.</p><p>As pregas vocais controlam a produção do som (Figuras 9.36 e 9.37). O ápice de cada prega cuneiforme projeta-se medialmente para a cavidade da laringe. Cada prega vocal contém um:</p><p>•Ligamento vocal, formado por tecido elástico espessado que é a margem livre medial do cone elástico (Figuras 9.33E, 9.35 e 9.36A)</p><p>•Músculo vocal, formado por fibras musculares muito finas que ocupam posição imediatamente lateral aos ligamentos vocais e terminam irregularmente em relação ao comprimento desses ligamentos (Figura 9.36A).</p><p>As pregas vocais são pregas salientes de túnica mucosa que estão situadas sobre os ligamentos vocais e os músculos tireoaritenóideos e incorporam essas estruturas. Elas são a origem dos sons (tons) que provêm da laringe. Essas pregas produzem vibrações audíveis quando suas margens livres estão justapostas (mas não comprimidas) durante a fonação, e o ar é expirado intermitentemente com força (Figura 9.37C). As pregas vocais também são o principal esfíncter inspiratório da laringe quando estão fechadas com firmeza. A adução completa das pregas forma um esfíncter eficaz que impede a entrada de ar.</p><p>A glote (o aparelho vocal da laringe) é formada pelas pregas e processos vocais, juntamente com a rima da glote, a abertura entre as pregas vocais (Figura 9.36C). O formato da rima varia de acordo com a posição das pregas vocais (Figura 9.37). Durante a respiração comum, a rima é estreita e cuneiforme; durante a respiração forçada, é larga e trapezoide. A rima da glote é semelhante a uma fenda quando as pregas vocais estão bem aproximadas durante a fonação. A variação na tensão e no comprimento das pregas vocais, na largura da rima da glote e na intensidade do esforço expiratório produz alterações na altura da voz. A menor amplitude de altura da voz de homens pós-púberes resulta do maior comprimento das pregas vocais.</p><p>As pregas vestibulares, que se estendem entre a cartilagem tireóidea e as cartilagens aritenóideas (Figuras 9.35 e 9.36), desempenham pequeno ou nenhum papel na produção da voz; sua função é protetora. Consistem em duas pregas espessas de túnica mucosa que encerram os ligamentos vestibulares. O espaço entre esses ligamentos é a rima do vestíbulo. Os recessos laterais entre as pregas vocais e vestibulares são os ventrículos da laringe.</p><p>Figura 9.35 Interior da laringe. A parede posterior da laringe foi dividida no plano mediano, e as duas partes foram afastadas e mantidas no lugar por uma agulha cirúrgica. A túnica mucosa está intacta no lado esquerdo. No lado direito, a túnica mucosa e a tela submucosa foram removidas, e a túnica esquelética – formada por cartilagens, ligamentos e membrana fibroelástica – foi descoberta.</p><p>Figura 9.36 Pregas e compartimentos da</p><p>laringe. A. Esquema, corte coronal. Os compartimentos da laringe: vestíbulo, compartimento médio com os ventrículos esquerdo e direito, e cavidade infraglótica. B. A valécula epiglótica da parte oral da faringe, os recessos piriformes da parte laríngea da faringe e as pregas vestibulares e vocais da laringe. C. Rima da glote e vestíbulo da laringe. A rima da glote (o espaço entre as pregas vocais) é visível através do ádito e do vestíbulo da laringe. O ádito da laringe é limitado (1) anteriormente pela margem curva livre da epiglote; (2) posteriormente pelas cartilagens aritenóideas, as cartilagens corniculadas que as recobrem, e a prega interaritenóidea que as une; e (3) de cada lado pela prega ariepiglótica que contém a extremidade superior da cartilagem cuneiforme. D. RM transversal superior à rima da glote. E. RM transversal inferior à rima da glote.</p><p>Figura 9.37 Variações no formato da rima da glote. A. O formato da rima da glote, a abertura entre as pregas vocais, varia de acordo com a posição das pregas vocais. Durante a respiração normal, os músculos laríngeos estão relaxados e a rima da glote assume posição estreita, semelhante a uma fenda. B. Durante a inalação profunda, os ligamentos vocais são abduzidos por contração dos músculos cricoaritenóideos posteriores, abrindo bem a rima da glote em formato de pipa invertida. C. Durante a fonação, os músculos aritenóideos aduzem as cartilagens aritenóideas ao mesmo tempo que os músculos cricoaritenóideos laterais aduzem-na moderadamente. A passagem forçada de ar entre os ligamentos vocais aduzidos produz o tom. A contração mais forte dos mesmos músculos fecha a rima da glote (manobra de Valsalva). D. Durante o sussurro, os ligamentos vocais são fortemente aduzidos pelos músculos cricoaritenóideos laterais, mas os músculos aritenóideos relaxados permitem a passagem de ar entre as cartilagens aritenóideas (parte intercartilagínea da rima da glote), tornando a fala atonal. Não há produção de tom.</p><p>Músculos da laringe. Os músculos da laringe são divididos em extrínsecos e intrínsecos:</p><p>•Os músculos extrínsecos da laringe movem a laringe como um todo (Figura 9.19; Quadro 9.3). Os músculos infra-hióideos abaixam o hioide e a laringe, enquanto os músculos supra-hióideos (e o estilofaríngeo, um músculo da faringe, discutido adiante neste capítulo) são elevadores do hioide e da laringe</p><p>•Os músculos intrínsecos da laringe movem os componentes da laringe, alterando o comprimento e a tensão das pregas vocais e o tamanho e formato da rima da glote (Figura 9.37). Todos os músculos intrínsecos da laringe, com exceção de um, são supridos pelo nervo laríngeo recorrente (Figuras 9.38, 9.40 e 9.41), um ramo do NC X. O músculo cricotireóideo é suprido pelo nervo laríngeo externo, um dos dois ramos terminais do nervo laríngeo superior.</p><p>É mais fácil compreender as ações dos músculos intrínsecos da laringe quando estes são considerados como grupos funcionais: adutores e abdutores, esfíncteres, e tensores e relaxadores. Os músculos intrínsecos são ilustrados in situ nas Figuras 9.36A, 9.38 e 9.39; suas fixações, inervação e principais ações são resumidas no Quadro 9.5:</p><p>•Adutores e abdutores: esses músculos movimentam as pregas vocais para abrir e fechar a rima da glote. Os principais adutores são os músculos cricoaritenóideos laterais, que tracionam os processos musculares anteriormente, girando as cartilagens aritenóideas e causando a oscilação medial de seus processos vocais. Quando esta ação é associada à dos músculos aritenóideos transverso e oblíquo, que tracionam as cartilagens aritenóideas juntas, o ar empurrado através da rima da glote causa vibrações dos ligamentos vocais (fonação). Quando os ligamentos vocais são aduzidos, mas os músculos aritenóideos transversos não atuam, as cartilagens aritenóideas permanecem afastadas e o ar passa ao largo dos ligamentos. Essa é a posição do sussurro, quando a respiração é transformada em voz na ausência de tom. Os únicos abdutores são os músculos cricoaritenóideos posteriores, que tracionam os processos musculares posteriormente, girando os processos vocais lateralmente e assim alargando a rima da glote</p><p>Figura 9.38 Músculos e nervos da laringe e articulação cricotireóidea. A cartilagem tireóidea foi seccionada à direita do plano mediano. A articulação cricotireóidea foi desarticulada e a lâmina direita da cartilagem tireóidea está voltada anteriormente (como ao abrir um livro), separando os músculos cricotireóideos do arco da cartilagem cricóidea.</p><p>image1.png</p>