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<p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 1/54</p><p>A sistemática e a teoria geral da execução civil no</p><p>CPC/15</p><p>Prof. Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira</p><p>Descrição</p><p>A execução civil no Código de Processo Civil de 2015.</p><p>Propósito</p><p>O estudo da teoria geral da execução civil é um dos temas mais relevantes do direito processual civil e vital</p><p>para a efetividade do processo, uma vez que de nada adianta todo o esforço judicial para declarar o direito</p><p>na fase de conhecimento, se ele não for concretizado, entregando o bem da vida postulado pelo exequente.</p><p>Preparação</p><p>Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos o Código de Processo Civil para entender os termos específicos</p><p>da área.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 2/54</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Princípios fundamentais da execução: Formação, suspensão e</p><p>extinção da execução</p><p>Identificar os princípios fundamentais e os requisitos para formação, suspensão e extinção da execução.</p><p>Módulo 2</p><p>Títulos Executivos</p><p>Listar os títulos executivos.</p><p>Módulo 3</p><p>Responsabilidade patrimonial</p><p>Distinguir a responsabilidade patrimonial do devedor no âmbito da execução.</p><p>Atualmente, com o avanço da sociedade, a execução não mais incide sobre a pessoa do devedor, e</p><p>sim sobre seu patrimônio, revestindo-se de caráter patrimonial.</p><p>Introdução</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 3/54</p><p>Essa mudança teve início em Roma, a partir do século V, sendo que, nesse período clássico, a</p><p>obtenção da tutela jurisdicional era condicionada ao exercício de duas ações separadas:</p><p>actio¸ em que havia a declaração do direito;</p><p>actio iudicati, por meio da qual se alcançava a via executiva.</p><p>No direito brasileiro, pelo sistema consagrado no Código de Processo Civil de 1973, procedia-se do</p><p>mesmo modo. Primeiro, declarava-se o direito e se condenava o réu ao cumprimento de uma</p><p>obrigação (processo de conhecimento), e depois, mediante um processo autônomo, buscava-se a</p><p>satisfação dessa mesma obrigação (processo de execução).</p><p>Outorgava-se, ainda, tratamento unificado à execução, estivesse ela fundada em título judicial ou</p><p>extrajudicial. Em ambos os casos, havia sempre a formação de um processo de execução autônomo.</p><p>Não havia diferenças substanciais entre o processo e o procedimento da execução por título</p><p>extrajudicial e judicial.</p><p>A partir de 1994, para superar esse entrave da actio iudicati que retardava a satisfação do direito do</p><p>credor da execução judicial, houve sucessivas reformas processuais, tornando o processo sincrético,</p><p>não mais existindo o processo de execução de título judicial, mas fase de cumprimento de sentença.</p><p>Apenas a execução extrajudicial mantém-se como processo autônomo.</p><p>Diante disso, torna-se fundamental o estudo dos princípios fundamentais e de todas as</p><p>particularidades da formação, suspensão e extinção da execução, investigando ainda os títulos</p><p>judiciais e a nova dinâmica da responsabilidade patrimonial do devedor na perspectiva trazida pelo</p><p>CPC/15. Esses são os assuntos que exploraremos neste conteúdo.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 4/54</p><p>1 - Princípios fundamentais da execução: Formação,</p><p>suspensão e extinção da execução</p><p>Ao �nal deste módulo você deverá será capaz de identi�car os princípios fundamentais e os</p><p>requisitos para formação, suspensão e extinção da execução.</p><p>Principiologia do CPC/15</p><p>O Código de Processo Civil de 2015 foi instituído com a perspectiva de constituir um marco na superação</p><p>das dificuldades contemporâneas enfrentadas pelo Poder Judiciário nas demandas judiciais, como a</p><p>morosidade e a efetividade. Nesse cenário, a nova legislação processual foi estruturada com uma carga</p><p>principiológica não presente no código anterior, buscando estabelecer uma verdadeira sintonia com a</p><p>Constituição Federal de 1988 – CF/88.</p><p>A Constituição, pois, torna-se o ponto de partida e o ponto de chegada para qualquer interpretação e</p><p>argumentação jurídica, de forma a conferir-lhe eficácia dogmática e valoração na hora de decidir os casos</p><p>submetidos ao Judiciário (BARROSO, 2018).</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 5/54</p><p>O Código de Processo Civil de 2015 rende-se a tais premissas e passa a ter uma tessitura aberta, buscando</p><p>concretizar os valores dispostos na Constituição, de modo a viabilizar e melhorar o acesso à justiça, a partir</p><p>da positivação princípios que traduzem um catálogo de direitos fundamentais.</p><p>Nessa linha, o legislador processual contempla uma variedade de princípios no código como o contraditório,</p><p>vedação das decisões surpresas, o acesso à justiça, a cooperação e boa-fé, primazia da decisão de mérito,</p><p>razoável duração do processo, ordem cronológica, menor onerosidade etc.</p><p>Neste módulo, cuidaremos, especificamente, dos princípios fundamentais da execução.</p><p>Princípios fundamentais em espécie</p><p>Princípios da execução</p><p>O professor Thiago Aleluia discorre a seguir sobre os princípios da execução. Vamos lá!</p><p>Princípio da menor onerosidade da execução</p><p></p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 6/54</p><p>Como forma de equilibrar o interesse do exequente com os direitos do executado, permitindo que o exato</p><p>adimplemento do crédito seja alcançado de modo equilibrado e razoável, a execução deve ser a menos</p><p>onerosa possível ao devedor.</p><p>Essa regra encontra-se prevista no art. 805 do CPC, que dispõe que: “Quando por vários meios o exequente</p><p>puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado".</p><p>O princípio da menor onerosidade auxilia na escolha do meio executivo pelo juiz, ou seja, da providência que</p><p>levará ao cumprimento da prestação exigida pelo credor.</p><p>Ele incide na análise da adequação e necessidade do meio, mas não pode</p><p>prejudicar a obtenção do resultado.</p><p>O devedor não pode invocar a menor onerosidade como fundamento para furtar-se ao cumprimento da</p><p>prestação na forma específica ou, por exemplo, requerer a substituição da penhora de dinheiro, ou do</p><p>faturamento de sua empresa, por outros, de mais difícil liquidação, sob o argumento de que essa forma é</p><p>menos onerosa.</p><p>Além disso, o princípio não autoriza a interpretação de que o valor da execução deve ser diminuído, para que</p><p>o executado possa cumprir a obrigação, ou de que se deve tirar o direito do credor de escolher a prestação</p><p>na obrigação alternativa.</p><p>Enfim, tudo isso relaciona-se ao resultado da atividade executiva, que não sofre influência do princípio da</p><p>menor onerosidade.</p><p>O resultado a ser alcançado é o estabelecido pelo direito material. O modo de se chegar até esse resultado é</p><p>que deve consistir na menos onerosa possível para o executado. Isto é, pressupõe a existência de vários</p><p>meios equivalentes para alcançar a satisfação do exequente.</p><p>Princípio da responsabilidade patrimonial</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 7/54</p><p>O art. 789 do CPC determina que o devedor responda “com todos os seus bens presentes e futuros para o</p><p>cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”. Com os bens, não com a sua</p><p>pessoa. Isto é, atualmente é o patrimônio do devedor que responde por débitos.</p><p>Contudo, o princípio não alcança a totalidade do processo executivo, por conta do princípio da efetividade.</p><p>Nas execuções específicas – obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa certa, há nítida preferência pelo</p><p>cumprimento in natura da prestação em um primeiro momento,</p><p>executam-se nos bens da herança, e</p><p>não nos outros bens dos herdeiros". Com isso, projeta-se a responsabilidade patrimonial do devedor para</p><p>além de sua morte.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 46/54</p><p>Os bens do espólio respondem pela obrigação do falecido da mesma forma que respondiam quando ele era</p><p>vivo.</p><p>Mas há casos em que a morte do devedor amplia a garantia do credor; por exemplo, seus instrumentos de</p><p>profissão e pertences pessoais, antes impenhoráveis, passam a ser suscetíveis de penhora, pois não há</p><p>mais motivo que justifique sua proteção.</p><p>Nesse momento, o grande desafio é definir a massa patrimonial passível de execução ‒ do devedor e de</p><p>terceiro.</p><p>Bens sujeitos à execução</p><p>A lei sujeita todos os bens, presentes ou futuros do devedor, à execução. Quando se refere a “presentes e</p><p>futuros”, significa os bens que já existiam quando foi contraída a obrigação e os que vierem a ser adquiridos</p><p>posteriormente.</p><p>Nessa perspectiva, a execução engloba bens que não existiam ainda no patrimônio do devedor, quando a</p><p>obrigação foi contraída. São os chamados bens futuros.</p><p>Inclui também os que já existiam e continuaram existindo na fase de execução. E os que existiam, quando</p><p>contraído o débito, e foram alienados, desde que seja reconhecido judicialmente que a alienação é ineficaz</p><p>perante o credor.</p><p>Exemplo</p><p>Quando for reconhecida a fraude contra credores (em ação pauliana) ou a fraude à execução (nos próprios</p><p>autos).</p><p>Não há empecilho à penhora de frações ideais de bens, nem à penhora de bens dados em hipoteca, com o</p><p>detalhe de que, em caso de arrematação, o produto deverá ser destinado, preferencialmente, ao pagamento</p><p>do credor hipotecário, e não do autor da execução. É preciso, por isso, que ele seja intimado, na forma do</p><p>art. 799, I, do CPC.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 47/54</p><p>Apresentação inicial sobre as impenhorabilidades</p><p>Vejamos a seguir o fundamento das impenhorabilidades e suas principais hipóteses. Com a palavra, o</p><p>professor Thiago Aleluia. Vamos lá!</p><p>Bens não sujeitos à execução</p><p>Apenas os bens de conteúdo econômico podem ser penhorados. Aqueles que não os têm, ou que não são</p><p>sujeitos à apropriação, não estão sujeitos à execução.</p><p>A impenhorabilidade é matéria de ordem pública: constatando o juiz que a expropriação afetou bem sobre o</p><p>qual não poderia ter incidido, deve determinar de ofício o seu cancelamento. Se não o fizer, pode ser</p><p>requerido por simples petição, nos autos da execução, em qualquer fase do procedimento, ainda que depois</p><p>dos embargos ou da impugnação. Por ser de ordem pública, não está sujeita à preclusão.</p><p>Não são passíveis de execução os bens impenhoráveis, e o Código de Processo Civil enumera quais são no</p><p>art. 833:</p><p>I. os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;</p><p>II. os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de</p><p>elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a médio padrão de vida;</p><p>III. os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;</p><p>IV. os vencimentos, os subsídios, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os</p><p>pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao</p><p>sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional</p><p>liberal, ressalvado o § 2º;</p><p>V. os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários</p><p>ou úteis ao exercício da profissão do executado;</p><p>VI. o seguro de vida;</p><p></p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 48/54</p><p>VII. os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas;</p><p>VIII. a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;</p><p>IX. os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde</p><p>ou assistência social;</p><p>X. a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 salários mínimos;</p><p>XI. os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei.</p><p>No tocante às cadernetas de poupança (inciso X), tem prevalecido o entendimento de que, havendo várias, o</p><p>limite a ser considerado é o que resulta da soma de todas elas. Se a soma ultrapassar 40 salários mínimos,</p><p>essa quantia será considerada impenhorável, mas não a que excedê-la.</p><p>Ademais, tem prevalecido, no Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.230.060), a compreensão de que se deve</p><p>dar a esse dispositivo interpretação extensiva, reconhecendo-se a impenhorabilidade dos depósitos até 40</p><p>salários mínimos, estejam eles em conta-poupança, conta-corrente ou fundos de investimento. Tal quantia</p><p>pode ser penhorada, contudo, no caso de pagamento de pensão alimentícia (art. 833, §2º, do CPC).</p><p>Podem também ser penhoradas as cotas pertencentes a sócios de responsabilidade limitada, por dívida</p><p>particular de algum dos sócios. O procedimento é previsto no art. 861 do CPC.</p><p>Por outro lado, a impenhorabilidade de um bem não é oponível à execução de dívida referente ao próprio</p><p>bem, inclusive àquela contraída para a sua compra.</p><p>Exemplo</p><p>Não se pode arguir a impenhorabilidade de um imóvel que sirva de residência de família na execução de</p><p>débitos condominiais relativos ao próprio imóvel.</p><p>Além disso, a impenhorabilidade estabelecida nos incisos IV e X não prevalece sobre débitos alimentícios de</p><p>qualquer origem (sejam os que decorrem do direito de família, sejam os provenientes de ato ilícito) nem</p><p>sobre importâncias excedentes a 50 salários mínimos mensais (art. 833, § 2º).</p><p>Registre-se ainda que o rol de bens impenhoráveis se ampliou muito com a Lei nº 8.009/90, que cuida do</p><p>bem de família. Ela tornou impenhorável o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, que</p><p>não poderá responder por qualquer tipo de dívida, civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza,</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 49/54</p><p>contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas</p><p>hipóteses previstas em lei.</p><p>Vale advertir que o bem de família deixará de ser impenhorável se o devedor, na</p><p>execução, oferecê-lo à penhora. Com isso, renuncia-se ao benefício, devendo</p><p>suportar as consequências de seu ato.</p><p>O art. 834 do CPC estabelece hipóteses de bens que são subsidiariamente penhoráveis, isto é, que só</p><p>podem ser constritos na falta de outros. São eles: “os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis”.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 50/54</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>(FCC ‒ 2016 ‒ Prefeitura de Campinas-SP ‒ Procurador) “O fiador, quando executado, tem o direito de</p><p>exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e</p><p>desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.”</p><p>Esse enunciado refere-se ao</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O benefício de ordem é aquele em que o fiador tem direito de exigir que, em primeiro lugar, sejam</p><p>executados os bens do devedor e vez dos seus. Entretanto, ele pode renunciar ao benefício de ordem.</p><p>A</p><p>direito de imputação do devedor, passível de renúncia pelo fiador, por se tratar de direito</p><p>disponível.</p><p>B direito de preleção ou preferência, passível de renúncia pelo fiador.</p><p>C benefício de ordem, passível de renúncia pelo fiador.</p><p>D benefício de ordem,</p><p>insuscetível de renúncia pelo fiador.</p><p>E direito de preleção ou preferência, insuscetível de renúncia pelo fiador.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 51/54</p><p>Os contratos de aluguel, às vezes, possuem essa cláusula. Nesse caso, o exequente poderá ingressar</p><p>com a ação somente contra o fiador, se assim desejar. O direito do benefício de ordem é disponível,</p><p>sendo legítima a renúncia por parte do fiador, conforme o §3º do art. 794 do CPC.</p><p>Questão 2</p><p>São bens penhoráveis</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos; os</p><p>recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei e o seguro de</p><p>vida são impenhoráveis, conforme o art. 833 do CPC. Os vestuários, por sua vez, bem como os</p><p>pertences de uso pessoal, de elevado valor, do executado podem ser penhorados, a teor do art. 833, III,</p><p>do CPC.</p><p>A</p><p>a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários</p><p>mínimos.</p><p>B</p><p>os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da</p><p>lei.</p><p>C o seguro de vida.</p><p>D os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal, de elevado valor, do executado.</p><p>E a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 52/54</p><p>Considerações �nais</p><p>Como vimos, o objeto da execução é o patrimônio. Passou-se o tempo em que o devedor era pessoalmente</p><p>responsável pela obrigação com seu próprio corpo, para se adotar a responsabilidade patrimonial como</p><p>regra.</p><p>Apesar de distintos, observou-se que tanto o processo de execução extrajudicial como a fase executiva do</p><p>processo de conhecimento (cumprimento de sentença) materializam-se em títulos executivos com liquidez,</p><p>certeza e exigibilidade – que possuem um objetivo comum: alcançar o adimplemento da obrigação que</p><p>recai sobre o devedor, seja de modo voluntário, seja mediante coercitividade estatal por meio da constrição</p><p>patrimonial do executado.</p><p>Nessa perspectiva, é inegável que o processo executivo (judicial ou extrajudicial) é um dos mais importantes</p><p>instrumentos para a efetividade do direito material, uma vez que é nele que o litigante, tendo em conta seus</p><p>princípios fundamentais, poderá, concretamente, encontrar o remédio capaz de lhe proporcionar o exercício</p><p>efetivo do direito subjetivo ameaçado ou violado pelo comportamento de outra pessoa.</p><p>Aspectos de destaque da teoria geral da execução</p><p>Para encerrar, o professor Thiago Aleluia trata de forma sistemática os aspectos da Teoria Geral da</p><p>Execução. Vamos ouvir!</p><p></p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 53/54</p><p>Explore +</p><p>Assista ao filme O Mercador de Veneza, um drama dirigido por Michael Radford, baseado na obra homônima</p><p>de William Shakespeare. O filme relata um período histórico em que era possível exigir que o devedor</p><p>respondesse suas dívidas com seu próprio corpo. A película pode ser encontrada na plataforma YouTube.</p><p>Referências</p><p>ASSIS, A. de. Manual da execução. 18. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.</p><p>ASSIS, A. de; RIOS, M. V. Execução, processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões. In: Curso</p><p>de direito processual civil vol. 3. 13. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.</p><p>BARROSO, L. R. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção</p><p>do novo modelo. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.</p><p>CÂMARA, A. F. O novo processo civil brasileiro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>CARNELUTTI, F. Instituciones del Proceso Civil. Buenos Aires: Ediciones Juridicas Europa-América, 1960.</p><p>DIDIER JR., F. Curso de direito processual civil: execução. 7. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm,</p><p>2017.</p><p>GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 2.</p><p>THEODORO JR., H., et al. Novo CPC fundamentado e sistematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 54/54</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>somente se não for possível a essa</p><p>execução específica que haverá a conversão em perdas e danos e, aí sim, incide a aplicação do princípio da</p><p>patrimonialidade.</p><p>Existe ainda outra particularidade quando envolve execução de obrigação alimentícia, na qual se admite a</p><p>prisão cível com o objetivo de coagir o executado a adimplir a obrigação. A prisão, contudo, não substitui o</p><p>pagamento da prestação de alimentos devida.</p><p>Princípio do exato adimplemento</p><p>Se a finalidade do processo de execução é a satisfação de uma obrigação não cumprida em prol do</p><p>exequente, é justificável que ele se desenvolva com fundamento em seus interesses, isto é, o exato</p><p>adimplemento da obrigação.</p><p>A tutela jurisdicional deve propiciar ao credor o que ele teria com o cumprimento voluntário da obrigação</p><p>pelo executado. É o que prevê o art. 797 do CPC ao dispor que: realiza-se a execução no interesse do</p><p>exequente”.</p><p>Saiba mais</p><p>Os arts. 497, caput, e 498, caput, do CPC, materializam também esse princípio ao privilegiarem a tutela</p><p>específica e determinarem providências para assegurar resultado prático equivalente ao que seria obtido</p><p>com o adimplemento. A conversão em perdas e danos deve ser excepcional: quando o credor a preferir (e</p><p>mesmo assim com algumas ressalvas), ou quando for impossível a referida tutela específica, ou</p><p>equivalente.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 8/54</p><p>Além disso, o princípio do exato adimplemento proíbe que a execução abranja além daquilo que seja</p><p>necessário para o cumprimento da obrigação. Tanto é que estabelece o art. 831 do CPC que serão</p><p>penhorados tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, dos juros, das custas e dos</p><p>honorários advocatícios.</p><p>Princípio da autonomia</p><p>O princípio da autonomia do processo de execução determina que o processo executivo é autônomo ao</p><p>processo de conhecimento. Enquanto este possui a finalidade de procurar o acertamento do direito material</p><p>deduzido em juízo, aquele objetiva cumprir a obrigação do executado.</p><p>Com o advento da Lei 11.232/2005, apenas a execução por título extrajudicial desencadeia a formação de</p><p>um processo autônomo. E a de título judicial, quando este for sentença arbitral, estrangeira ou penal</p><p>condenatória.</p><p>Nos demais, existirá mera fase de cumprimento de sentença, e a execução constituirá um conjunto unitário</p><p>com o processo antecedente, chamado processo sincrético. Isso não implica que ela tenha perdido a</p><p>autonomia, pois a fase executiva não se confunde com a cognitiva. A autonomia persiste, se não com um</p><p>processo novo, ao menos com o desenvolvimento de uma nova fase processual.</p><p>Princípio da utilidade</p><p>Não se justifica a execução se não trouxer alguma vantagem para o exequente. O processo é um</p><p>instrumento que objetiva alcançar um fim certo. Especificamente, na execução, a busca é pela satisfação</p><p>total ou parcial do exequente.</p><p>Não se pode admitir que a execução prossiga quando somente trará prejuízos ao executado, sem reverter</p><p>em proveito para o exequente.</p><p>Exemplo</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 9/54</p><p>É o que ocorre quando se verifica que o valor do bem penhorado será inteiramente consumido para o</p><p>pagamento apenas das custas e despesas da própria execução, conforme estabelece o art. 836 do CPC:</p><p>“Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados</p><p>será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”.</p><p>Com base nesse princípio, impede-se também a aplicação das astreintes (multa para compelir o devedor ao</p><p>cumprimento forçado da prestação devida) quando o juiz se convence de que a obrigação se tornou</p><p>materialmente impossível de ser adimplida, e apenas prejudicaria o executado, sem nenhum benefício ao</p><p>exequente.</p><p>Por óbvio, há ainda outros princípios fundamentais da execução, como os da efetividade da tutela executiva,</p><p>cooperação, adequação, boa-fé processual, efetividade, os quais, apesar de relevantes, não são tão</p><p>debatidos pela doutrina, razão pela qual devem ser objeto apenas de estudo complementar pelos alunos.</p><p>Formação da execução</p><p>Considerações preliminares</p><p>Por definição, o procedimento executivo é conjunto de atos praticados com a finalidade de alcançar a tutela</p><p>jurisdicional executiva, ou seja, a efetivação, realização, satisfação da prestação devida, seja ela uma</p><p>prestação de fazer, de não fazer, de pagar quantia ou de dar coisa distinta de dinheiro.</p><p>Essa execução pode ser buscada mediante processo autônomo de execução ou de uma fase instaurada</p><p>dentro de um processo já em trâmite. Em ambas as situações, a execução tramita com observância de dado</p><p>procedimento, que é o procedimento executivo.</p><p>O presente tópico aborda aspectos gerais relativos à formação do procedimento executivo.</p><p>Atenção</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 10/54</p><p>É necessário entender que não há somente uma espécie de procedimento executivo e que também não</p><p>existe um procedimento executivo padrão (tal como há o procedimento comum para a apreciação da</p><p>demanda cognitiva).</p><p>A depender do título que lhe serve de lastro, a execução pode ser classificada em execução fundada em</p><p>título executivo judicial e execução fundada em título executivo extrajudicial.</p><p>Ademais, de acordo com a natureza da prestação cuja satisfação se persegue, a execução pode ser</p><p>classificada em execução de prestação de fazer, de não fazer, de pagar quantia e de dar coisa distinta de</p><p>dinheiro.</p><p>Ainda dentro de cada uma dessas categorias, é possível verificar a existência de procedimentos executivos</p><p>especiais:</p><p>Ocorre, por exemplo, com o procedimento para a execução de alimentos ou com o procedimento para</p><p>pagamento de quantia instaurado pela ou contra a Fazenda Pública, que se diferencia do procedimento</p><p>executivo genérico para pagamento de quantia.</p><p>Elementos da demanda executiva</p><p>A atividade executiva desenvolvida com o objetivo de cumprir obrigação reconhecida em título executivo</p><p>judicial pode ter início de dois modos:</p><p>Por provocação da parte interessada, que é o mais comum.</p><p>De ofício, por provocação do magistrado, que é o que ocorre, ou pode ocorrer, por</p><p>exemplo, na execução trabalhista e na execução das decisões fundadas nos arts.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 11/54</p><p>Nas situações em que a execução ocorre por mera fase que se abre no curso de um processo sincrético</p><p>(execução judicial), ela deve materializar-se numa petição simples, que não necessita, obrigatoriamente,</p><p>cumprir todos os requisitos de validade de uma petição inicial (art. 319 do CPC), mas deve satisfazer</p><p>requisitos mínimos necessários à compreensão da demanda postulada em juízo.</p><p>Nesses processos sincréticos, o credor deverá especificar, ao formular o seu pleito, de forma clara e</p><p>compreensível, o demonstrativo do cálculo, devidamente atualizado (juros e correção monetária) e, desde</p><p>que possível, indicar bens penhoráveis (artigo 524).</p><p>Por sua vez, nos casos em que a execução se dá por meio de processo autônomo, como naquela fundada</p><p>em título executivo extrajudicial, ela deve ser materializada numa petição inicial.</p><p>Esse ato postulatório principal do exequente chama-se demanda e traduz princípio</p><p>muito fundamental no direito processual civil.</p><p>Se a demanda tem por objetivo a satisfação de um direito já certificado (seja num título executivo judicial ou</p><p>extrajudicial) e que até então não foi cumprido (inadimplemento), tem-se, então, na execução, uma chamada</p><p>demanda executiva.</p><p>Essa demanda executiva compõe-se de três elementos:</p><p></p><p>Partes</p><p></p><p>Causa de pedir</p><p></p><p>Pedido</p><p>536 e 538 do CPC.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html#</p><p>12/54</p><p>Partes</p><p>Em regra, são legitimados para a execução aqueles que figuram no título como credor e devedor. É o que se</p><p>extrai dos arts. 778, caput, e 779, I, do CPC.</p><p>Mas há legitimados que, embora não figurem no título executivo, podem promover a execução como os</p><p>sucessores, a título inter vivos ou mortis causa, do credor ou do devedor, o sub-rogado, o fiador do débito,</p><p>constante do título, o lesado individual, nas ações civis públicas para a defesa de interesses individuais</p><p>homogêneos, e a vítima de crime, que queira executar civilmente a sentença penal condenatória transitada</p><p>em julgado, proferida contra o ofensor.</p><p>Por sua vez, há os casos de legitimidade extraordinária, em que a lei confere a alguém para que ir a juízo, em</p><p>nome próprio, buscar a satisfação de direito que é alheio.</p><p>Exemplo</p><p>O exemplo mais importante é dado pelas ações civis públicas, em que se autoriza o Ministério Público e</p><p>demais entidades legitimadas a promover, em nome próprio, a execução das condenações, cujo beneficiário</p><p>é o lesado. Nesse caso, a legitimidade extraordinária não é exclusiva, nem afasta a possibilidade de a</p><p>execução ser promovida pela própria vítima, em benefício próprio, caso em que haverá legitimidade</p><p>ordinária.</p><p>Na execução, é possível a formação de litisconsórcio ativo, passivo e misto, seja o título judicial ou</p><p>extrajudicial. Ainda é possível a assistência. Não sendo cabível, contudo, chamamento ao processo.</p><p>Causa de pedir e pedido</p><p>A causa de pedir da demanda executiva necessita da prova de, pelo menos, dois fatos jurídicos: (i) a</p><p>existência de um direito à efetivação do direito de prestação certo, líquido e exigível, que demanda ser</p><p>provada por meio da exibição de um título executivo judicial ou extrajudicial; (ii) a existência da falta de</p><p>cumprimento por parte do devedor, que cause lesão ao direito do credor.</p><p>Em relação ao pedido, aplica-se, nesse momento, a noção de que ele abrange dois objetos:</p><p>Objeto mediato</p><p>R f b d id t d bt l t d ti</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 13/54</p><p>Além disso, o crédito exequendo (quantia, fazer, não fazer ou coisa) há de ser certo, líquido e exigível, sendo</p><p>que o pedido deve ser expresso no tocante ao que se pretende e delimitado em relação à</p><p>quantidade/qualidade do objeto da prestação – com exceção das hipóteses em que a prestação cuja</p><p>satisfação se pretende tenha por objeto coisa incerta e a individualização seja do devedor (art. 811, CPC).</p><p>Em razão disso, quando se pretende, por exemplo, o pagamento de quantia, é necessário indicar</p><p>expressamente o montante do crédito perseguido, colacionando-se ao instrumento da demanda o</p><p>respectivo memorial de cálculos (art. 798, 1, "b" e parágrafo único, CPC).</p><p>Ademais, é possível, no procedimento executivo, a cumulação de demandas executivas contra o mesmo</p><p>devedor, mesmo que fundadas em títulos diferentes, desde que para a sua apreciação seja competente o</p><p>juízo e idêntico o procedimento executivo (art. 780, CPC).</p><p>Os requisitos de admissibilidade da cumulação de demandas executivas previstos no art. 780 do CPC muito</p><p>se aproximam dos dispostos no art. 327 do CPC, quais sejam:</p><p></p><p>Refere-se ao bem da vida que se pretende obter, por exemplo: o pagamento de uma quantia, o</p><p>fazer, o não fazer, a entrega de uma coisa distinta de dinheiro.</p><p>Objeto imediato</p><p>Relaciona-se à pretensão de concessão da tutela jurisdicional executiva, com a consequente</p><p>adoção de providências executivas. Nessa hipótese, dispõe a legislação que, quando por mais</p><p>de um modo se puder efetuar a execução, compete ao exequente indicar aquele de sua</p><p>preferência (art. 798, II, "a", CPC), observada a cláusula geral de proteção do executado contra</p><p>o abuso do direito pelo credor (art. 805, CPC).</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 14/54</p><p>Identidade de partes</p><p></p><p>O juízo seja competente para apreciar as demandas executivas</p><p>cumuladas</p><p></p><p>O procedimento executivo necessário para que a solução dessas</p><p>demandas seja idêntico</p><p>Atenção</p><p>No processo autônomo de execução, o executado é citado para cumprir a prestação de que é devedor ‒ não</p><p>para oferecer defesa ou para uma tentativa de conciliação ou de mediação. Nada impede, contudo, que o</p><p>exequente faça requerimento de designação de audiência de conciliação ou de medição, nos termos do art.</p><p>319, VII, CPC.</p><p>Há outros requisitos gerais da petição inicial executiva como a atribuição de valor à causa (art. 319, V, CPC),</p><p>indicação das provas com que o exequente pretende demonstrar suas alegações de fato (art. 319, VI, CPC) e</p><p>a juntada de documentos indispensáveis.</p><p>Consideram-se indispensáveis aqueles documentos que a lei expressamente reclama para que a demanda</p><p>seja ajuizada, bem como aqueles que se tornam indispensáveis porque o exequente indica na sua petição</p><p>inicial. Especificamente, o art. 798, I, estabelece alguns documentos indispensáveis à propositura da</p><p>demanda executiva.</p><p>Em certas circunstâncias, tem o exequente de requerer a intimação de terceiros. As hipóteses estão</p><p>descritas nos incisos I a VII do art. 799 do CPC:</p><p>I. intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre</p><p>bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;</p><p>II. intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por</p><p>usufruto, uso ou habitação;</p><p>III. intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja</p><p>promessa de compra e venda registrada;</p><p>IV. intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa</p><p>de compra e venda registrada;</p><p>V. intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse,</p><p>concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora</p><p>recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou concessão;</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 15/54</p><p>VI. intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso</p><p>especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos</p><p>do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário.</p><p>Embora o art. 799 do CPC não mencione expressamente, o exequente deve providenciar a intimação da</p><p>União, Estados e Municípios no caso de penhora de bem tombado (enunciado n. 447 do Fórum Permanente</p><p>de Processualistas Civis).</p><p>Convém, ainda, que o possuidor do bem penhorado seja intimado, se conhecida a sua existência, em</p><p>respeito à função social da posse (art. 1.210, Código Civil; art. 674, CPC).</p><p>Suspensão da Execução</p><p>Acontece de o curso normal do processo, segundo a ordem preordenada do procedimento, deparar-se com</p><p>eventos heterogêneos, impedindo-lhe o fluxo até sua remoção ou produzindo alterações na ordem dos atos</p><p>processuais, gerando o que se chama de suspensão do processo.</p><p>A distinção entre suspensão e extinção processual é:</p><p>Suspensão do processo</p><p>Constitui uma paralisação temporária na tramitação processual, que poderá voltar desde que suma a</p><p>condição suspensiva.</p><p>Extinção do processo</p><p>É uma interrupção definitiva da ação, por vezes, relativa à renúncia do direito material que está sendo</p><p>veiculado no processo, ou, em se tratando de execução, referente ao direito de crédito que foi extinto.</p><p>Na execução, as hipóteses de suspensão vêm reguladas nos arts. 921 a 923 do CPC.</p><p></p><p>Primeira hipótese de suspensão </p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 16/54</p><p>É a de estarem presentes as hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber: são as hipóteses</p><p>de</p><p>suspensão previstas na Parte Geral do CPC, como: a morte ou perda de capacidade processual de</p><p>uma das partes, por convenção, arguição de impedimento ou suspensão, dentre outros.</p><p>É a da suspensão, total ou parcial, que advém do recebimento dos embargos à execução, quando a</p><p>eles for atribuído o efeito suspensivo. É relativa, em regra, à execução de título extrajudicial, porque</p><p>só nela a defesa do devedor far-se-á por meio de embargos.</p><p>Nos cumprimentos de sentença, a impugnação não tem efeito suspensivo, mas o juiz pode concedê-</p><p>lo quando a fundamentação for relevante, houver perigo de prejuízo irreparável ou de difícil</p><p>reparação, e quando o juízo estiver garantido por penhora, caução ou depósito suficientes.</p><p>Prevista no art. 921, é quando o executado não possuir bens penhoráveis. Como a execução por</p><p>quantia faz-se com a expropriação, se os bens não forem encontrados, não há como prosseguir. O</p><p>processo será suspenso, sem que haja extinção, pelo prazo de um ano, durante o qual não corre o</p><p>prazo de prescrição intercorrente. Decorrido o prazo, para que a prescrição continue suspensa, é</p><p>preciso que o exequente se manifeste, realizando as diligências necessárias e tomando as</p><p>providências para que a execução possa ter andamento.</p><p>Se ele o fizer, manifestando-se em termos de prosseguimento, a prescrição não corre, ainda que o</p><p>processo venha a ser suspenso por mais um período, por continuarem inexistindo bens. Mas, se,</p><p>passado um ano, não houver manifestação do exequente, a execução continuará suspensa, porém o</p><p>prazo de prescrição intercorrente terá início. Consumada a prescrição, o juiz poderá decretá-la de</p><p>ofício, depois de ouvir as partes, que terão prazo de 15 dias para manifestar-se.</p><p>É a da suspensão quando a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o</p><p>exequente, em 15 dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis. Nada</p><p>Segunda hipótese de suspensão </p><p>Terceira hipótese de suspensão </p><p>Quarta hipótese de suspensão </p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 17/54</p><p>impede que o exequente postule, após algum tempo, nova tentativa de alienação. Pode ser que a</p><p>primeira tentativa fracasse, mas as posteriores sejam bem-sucedidas.</p><p>Haverá a suspensão quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916: é a hipótese de</p><p>moratória convencional, em que o executado, no prazo de embargos, depositando 30% do valor do</p><p>débito, poderá requerer o parcelamento do restante em até seis prestações.</p><p>Além disso, o art. 922 permite que, convindo às partes, o juiz declare suspensa a execução durante o prazo</p><p>concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.</p><p>Mas essas hipóteses não esgotam as possibilidades de que a execução seja suspensa.</p><p>Exemplo</p><p>O recebimento dos embargos de terceiro também terá o condão de suspender a execução quando os</p><p>embargos versarem sobre todos os bens constritos (CPC, art. 678) e o cumprimento de sentença poderá ser</p><p>suspenso se for ajuizada ação rescisória, na qual seja deferida liminar.</p><p>Com redação praticamente idêntica àquela exposta no CPC/73, determinada a suspensão, não serão</p><p>praticados quaisquer atos no processo, a não ser aqueles urgentes, desde que a suspensão não decorra de</p><p>arguição de impedimento ou de suspeição (CPC, art. 923), ressalvado ao magistrado a possibilidade de</p><p>ordenar, quando cabível e necessário, as providências consideradas urgentes, como a alienação antecipada</p><p>de bens ou a prática de atos de conservação sobre a coisa penhorada.</p><p>A total vedação à prática de atos, durante a suspensão do processo, só é absoluta quando a suspensão</p><p>tenha sido motivada por arguição de impedimento ou suspeição, caso em que há dúvida sobre a</p><p>imparcialidade do juiz, de modo que seus atos sejam considerados suspeitos até que esclarecidos.</p><p>O desrespeito à regra ora em comento é causa de controvérsia na doutrina, havendo entendimento no</p><p>sentido de que os atos praticados, desde que não sejam urgentes, serão considerados ineficazes. Outros</p><p>entendem que os atos são nulos de pleno direito, enquanto uma terceira corrente defende que os referidos</p><p>atos padecem de vício de inexistência.</p><p>Quinta hipótese de suspensão </p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 18/54</p><p>Extinção do processo de execução</p><p>O Código de Processo Civil dedica os arts. 924 e 925 à extinção da execução. O art. 924 enumera cinco</p><p>hipóteses em que ela ocorrerá. Mas essas hipóteses estão muito distantes de esgotar as possibilidades:</p><p>O rol não pode ser considerado taxativo.</p><p>O art. 925, por sua vez, estabelece que a extinção deva ser declarada por sentença, que terá natureza</p><p>peculiar. Não pode ser considerada nem como de extinção com resolução de mérito, nem de extinção sem</p><p>resolução de mérito, porque não há julgamento de mérito na execução (fica ressalvada a hipótese de</p><p>extinção pelo reconhecimento da prescrição, já que, nesse caso, a sentença se revestirá da autoridade da</p><p>coisa julgada material).</p><p>A finalidade dessa sentença é declarar que foi constatada alguma das causas de extinção e encerrar a</p><p>execução. Ao contrário do que ocorre no processo de conhecimento, o processo não alcança o seu objetivo</p><p>com a prolação dessa sentença, mas com a satisfação do credor, seja pelo cumprimento da obrigação, seja</p><p>por outra forma equivalente.</p><p>A sentença do art. 925 só é dada para declarar que a execução chegou ao final, e que deve ser encerrada.</p><p>Hipóteses de extinção</p><p>São cinco as hipóteses de extinção expressamente mencionadas na lei:</p><p>Primeira hipótese de extinção </p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 19/54</p><p>É a do indeferimento da inicial, o que ocorrerá nas hipóteses do art. 330 do CPC.</p><p>É a satisfação da obrigação, a forma por excelência de extinção da execução. Quando a obrigação é</p><p>satisfeita, o processo alcançou a sua finalidade. O cumprimento da obrigação pode ser voluntário</p><p>(remição da execução, a qualquer tempo, na forma do art. 826 do CPC) ou coativo, quando houver</p><p>alienação judicial de bens e pagamento do credor.</p><p>É aquela em que o devedor obtém, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida. Trata a lei,</p><p>nessa hipótese, da extinção da obrigação pelos meios previstos na lei civil, que incluem a transação,</p><p>a compensação, a novação e a confusão.</p><p>É a de o exequente renunciar ao crédito, caso em que nada mais haverá a executar.</p><p>É a de haver o reconhecimento da prescrição intercorrente.</p><p>Há outras formas de extinção, além daquelas elencadas no art. 924. A execução será extinta, por exemplo,</p><p>quando houver o acolhimento de embargos à execução ou da impugnação, nos quais se discute a</p><p>integralidade do débito, ou quando o juiz reconhecer que falta à execução alguma condição da ação ou</p><p>pressuposto para o desenvolvimento válido e regular do processo.</p><p>Outra causa de extinção, não incluída no art. 924, é a desistência da execução, cuja homologação independe</p><p>de consentimento do devedor, exceto quando estiver embargada ou impugnada e os embargos ou a</p><p>Segunda hipótese de extinção </p><p>Terceira hipótese de extinção </p><p>Quarta hipótese de extinção </p><p>Quinta hipótese de extinção </p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 20/54</p><p>impugnação não versarem exclusivamente sobre matéria processual (art. 775 do CPC).</p><p>Como a sentença proferida na execução não é de mérito (salvo o reconhecimento da prescrição</p><p>intercorrente), mas declaratória de encerramento, ela não produzirá a coisa julgada material, mas apenas</p><p>formal.</p><p>Isso não impedirá o devedor de, em ação própria, postular a repetição do que pagou</p><p>indevidamente na execução, desde que prove que o fez por erro.</p><p>Contudo, para que haja</p><p>extinção da execução, é preciso que disso resulte a extinção do débito. Se houver,</p><p>por exemplo, um acordo para pagamento, a execução não será extinta, mas ficará suspensa até que o</p><p>devedor o quite.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 21/54</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Sobre a teoria geral da execução, assinale a alternativa correta:</p><p>A</p><p>Com instituição do processo sincrético, inaugurado a partir da Lei 11.232/05 e</p><p>consagrado no CPC/15, não há que se falar mais em autonomia do processo.</p><p>B</p><p>Por força do princípio da responsabilidade patrimonial, não há hipótese em que o</p><p>devedor responderá com sua própria pessoa acerca de seus débitos.</p><p>C</p><p>Nos casos em que a execução ocorre por mera fase que se abre no curso de um</p><p>processo sincrético (judicial), ela deve materializar-se numa petição que necessita</p><p>obrigatoriamente cumprir todos os requisitos de validade de uma petição inicial.</p><p>D</p><p>Na execução, é possível ainda a formação de litisconsórcio ativo, passivo e misto, seja o</p><p>título judicial, seja extrajudicial.</p><p>E</p><p>No procedimento executivo, somente é possível a cumulação de demandas executivas</p><p>contra o mesmo devedor se fundadas em títulos idênticos.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 22/54</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>Na execução, é possível ainda a formação de litisconsórcio ativo, passivo e misto, seja o título judicial</p><p>ou extrajudicial. Ainda é possível a assistência em ambos. Não sendo cabível, contudo, chamamento ao</p><p>processo.</p><p>Questão 2</p><p>A respeito da extinção e da suspensão da execução, assinale a opção correta.</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>É causa de suspensão da execução o parcelamento, desde que o executado, no prazo de embargos,</p><p>deposite 30% do valor do débito, na forma do art. 916 do CPC.</p><p>A</p><p>A suspensão do módulo executivo para cumprimento da obrigação pelo credor limita-se</p><p>a seis meses.</p><p>B</p><p>Ainda que suspenso o módulo executivo, é possível que o juiz determine a citação do</p><p>executado.</p><p>C A ausência de bens penhoráveis não é causa de suspensão do módulo executivo.</p><p>D</p><p>Oferecidos embargos para alegar excesso de execução, o módulo executivo ficará</p><p>parcialmente suspenso.</p><p>E</p><p>Haverá a suspensão quando concedido o parcelamento, configurando hipótese de</p><p>moratória convencional.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 23/54</p><p>2 - Títulos Executivos</p><p>Ao �nal deste módulo você será capaz de listar os títulos executivos.</p><p>O que é um título executivo?</p><p>Acompanhe tudo sobre o conceito de título executivo e sua divisão em judicial e extrajudicial. Com a palavra,</p><p>o professor Thiago Aleluia. Vamos lá!</p><p>Conceito e requisitos</p><p></p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 24/54</p><p>A necessidade de um título é uma exigência antiga, instituída com base nas concepções liberais de</p><p>segurança jurídica do século XIX. A justificativa fundamenta-se na ideia de que não poderia existir execução</p><p>sem a certeza em relação à existência do direito.</p><p>Por definição, título executivo é o documento que certifica um ato jurídico normativo, que confere a alguém</p><p>um dever de prestar obrigação líquida, certa e exigível a que a lei outorga o poder de autorizar a deflagração</p><p>da atividade executiva. São três requisitos, portanto:</p><p>Certeza</p><p>Diz respeito à existência da obrigação.</p><p>Liquidez</p><p>Refere-se à determinação de seu objeto.</p><p>Exigibilidade</p><p>Requer o direito à prestação atual, não estando sujeita a termo ou a condição suspensiva.</p><p>Na concepção de Carnelutti (1960), o título é o documento que o credor deve apresentar ao órgão judicial</p><p>para conseguir a execução, que se assemelha ao “bilhete de passagem” que o viajante entrega na “estação</p><p>de trem”.</p><p>Sendo o título requisito necessário para a instauração da execução – ao mesmo tempo indispensável e</p><p>suficiente para o desencadeamento da sanção executiva –, apenas a lei pode instituí-lo. Não existe título</p><p>que não esteja previsto em lei: o rol legal é numerus clausus. Sujeita-se, portanto, à regra da taxatividade.</p><p>Há os previstos no Código de Processo Civil e aqueles criados por leis especiais. Somente a lei pode criar</p><p>um título executivo ou incluí-lo no elenco de títulos já existentes.</p><p>Atenção</p><p>Antes do advento do CPC/15, prevalecia o entendimento de que não seria possível que as partes</p><p>instituíssem título executivo não previsto em lei. Não haveria, dessa forma, título executivo por mera</p><p>deliberação das partes, de modo que seria tido como ineficaz, eventual cláusula que permitisse a execução</p><p>por deliberação das partes.</p><p>Ocorre que, com a redação do art.190 do CPC, que contempla a atipicidade dos negócios jurídicos</p><p>processuais, é possível construir uma argumentação da possibilidade de criação de títulos executivos por</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 25/54</p><p>deliberação negocial com base no CPC/15. Esse é o entendimento de Freddie Didier (2017), flexibilizando a</p><p>regra da taxatividade.</p><p>Títulos executivos judiciais</p><p>O art. 515 do CPC enumera os títulos executivos judiciais, que autorizam a deflagração do cumprimento da</p><p>sentença. São constituídos a partir do resultado de uma conduta da atividade jurisdicional.</p><p>Para os títulos judiciais, o rito executivo será o cumprimento de sentença, instaurado nos próprios autos do</p><p>processo de conhecimento, com o objeto de imprimir maior celeridade e eficácia à tutela jurisdicional.</p><p>O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a</p><p>requerimento do exequente (art. 513, §1º, CPC), sendo que o juiz, salvo nas hipóteses legais em que</p><p>expressamente autorizado, não pode instaurá-lo de ofício.</p><p>Esse cumprimento é, em regra, somente uma fase do procedimento comum, não sendo necessária nova</p><p>citação do devedor para adimplir a obrigação. Não há interrupção da relação processual, que continua entre</p><p>as mesmas partes, a partir de agora, chamados de exequente e executado.</p><p>A continuidade do processo ocorre por meio de requerimento do credor nos próprios autos, e não pela</p><p>apresentação de petição inicial, por isso, torna dispensável nova citação do devedor, mas é exigido que lhe</p><p>seja dada ciência do cumprimento da sentença para pagamento em 15 dias, mediante intimação, a qual será</p><p>realizada (art. 513, §2º):</p><p>Pelo Diário da justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 26/54</p><p>Em qualquer das situações, se o exequente requerer o cumprimento de sentença após um ano do trânsito</p><p>em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, mediante carta com aviso de</p><p>recebimento enviada ao endereço constante nos autos.</p><p>É possível ainda o devedor apresentar impugnação ao cumprimento de sentença no prazo de 15 dias, que se</p><p>inicia imediatamente após acabar o prazo de 15 dias que o executado tinha para fazer o pagamento</p><p>voluntário.</p><p>Quanto às espécies de títulos executivos judiciais, o art. 515 traz o seguinte rol:</p><p>(i) as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de</p><p>pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.</p><p>O exemplo mais claro é a sentença que põe a termo à fase de conhecimento, condenando o devedor a</p><p>fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. As três primeiras espécies de obrigação desencadeiam</p><p>um modelo de execução específica e a última, o modelo genérico.</p><p>Note-se que não se trata apenas da sentença e não são apenas as decisões condenatórias,</p><p>mas as que</p><p>reconhecem os elementos da obrigação.</p><p>Por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria</p><p>pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos.</p><p>Por meio eletrônico, quando, no caso do §1º do art. 246, não tiver procurador</p><p>constituído nos autos.</p><p>Por edital, quando citado, a teor do art. 256 (por edital), tiver sido revel na fase de</p><p>conhecimento.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 27/54</p><p>(ii) a decisão homologatória de autocomposição judicial.</p><p>A sentença que homologa acordo, a autocomposição celebrada entre as partes é uma forma de resolução</p><p>de mérito, a teor do art. 487, III, do CPC, e, por isso, legitima judicialmente a necessidade de cumprimento</p><p>da obrigação pactuada entre as partes.</p><p>(iii) a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza.</p><p>Se as partes realizarem uma autocomposição fora do processo, esta pode ser levada a juízo para a devida</p><p>homologação judicial, com o objetivo de atribuir força executiva ao acordo extrajudicial, que, agora, passa</p><p>a constituir um título executivo.</p><p>(iv) o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos</p><p>herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.</p><p>O formal e a certidão de partilha constituem documentos oriundos do processo de inventário ou partilha,</p><p>que também são tidos como títulos executivos, mas apenas em relação aos herdeiros e sucessores.</p><p>(v) o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem</p><p>sido aprovados por decisão judicial.</p><p>Nesse exemplo, cuidam-se dos créditos de serventuários da justiça que desempenham atividades em</p><p>feitos judiciais sem que tenha havido o adimplemento voluntário pela parte processual onerada, sendo</p><p>que os emolumentos ou honorários foram aprovados por decisões judiciais, que, por sua vez, fixaram o</p><p>valor a ser satisfeito.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 28/54</p><p>(vi) a sentença penal condenatória transitada em julgado.</p><p>As sentenças penais com trânsito em julgado têm, como um de seus efeitos, o reconhecimento do dever</p><p>de indenizar do réu, na esfera cível, a qual, posteriormente, deverá passar por uma fase de liquidação.</p><p>Assim, a vítima de um crime terá duas opções: ajuizar a ação com pedido reparatório, desde logo, na</p><p>esfera cível, ou aguardar o resultado da ação criminal, que, se favorável, formará título executivo judicial.</p><p>(vii) a sentença arbitral. Constitui sentença arbitral o ato que julga a arbitragem, isto é, o</p><p>procedimento extrajudicial regido pela Lei 9.307/96.</p><p>Embora não seja um ato formado dentro do Poder Judiciário, o CPC o equipara àquele proferido por um</p><p>juiz, razão pela qual seguirá o trâmite executivo do cumprimento de sentença.</p><p>Não há mais necessidade de homologação dessa sentença pelo Poder Judiciário, o que trouxe muita</p><p>discussão a respeito da constitucionalidade da arbitragem no Brasil. Tal questão pacificou-se, diante da</p><p>decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal, que a considerou constitucional.</p><p>(viii) a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.</p><p>A sentença estrangeira constitui uma decisão proferida por autoridade judiciária ou órgão público similar,</p><p>dentro dos critérios jurisdicionais determinados pelo ordenamento jurídico do Estado que a prolata, que</p><p>produzirá seus efeitos em outro Estado.</p><p>Para que tenha eficácia e executoriedade no Brasil, a sentença estrangeira necessita da homologação.</p><p>Essa competência, originariamente era afeita ao STF, até o advento da emenda 45, que a transferiu para o</p><p>Superior Tribunal de Justiça, com o fito de imprimir celeridade processual aos procedimentos</p><p>homologatórios. Tal exigência resulta da intima ligação da jurisdição à soberania do Estado.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 29/54</p><p>(ix) a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória</p><p>pelo Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Neste caso, o título executivo é a decisão estrangeira, após a concessão do exequatur pelo STJ.</p><p>O exequatur constitui um documento autorizador para o cumprimento de cartas rogatórias no Brasil,</p><p>elaborado Presidente do Superior Tribunal de Justiça, para que, validamente, determine diligências ou atos</p><p>processuais requisitados pelas autoridades estrangeiras para que possam ser executados na jurisdição</p><p>do juiz competente.</p><p>Apesar de o art. 515 do CPC não os mencionar, existem pelo menos dois outros títulos executivos judiciais:</p><p></p><p>A decisão que concede tutela provisória antecipada, reconhecendo</p><p>obrigação.</p><p></p><p>A decisão inicial na ação monitória, quando não opostos os</p><p>embargos.</p><p>Títulos executivos extrajudiciais</p><p>É amplo o rol de títulos extrajudiciais previstos na lei brasileira. Há os enumerados no art. 784 do CPC e</p><p>outros previstos em lei especial. Como não é precedido de fase cognitiva, o grau de certeza que dele decorre</p><p>é menor do que o do título judicial.</p><p>São formados pela criação de documentos que representam relações jurídicas do mundo dos fatos que os</p><p>dão causa, por meio da vontade das próprias partes envolvida. Nessa espécie de título, os atos executivos</p><p>se desenvolverão por processo autônomo de execução, rito que confere maior segurança às partes, com</p><p>ampla produção probatória com relação ao título e ao direito nele contido.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 30/54</p><p>Títulos extrajudiciais são aqueles que, pelo modo como são formados e pelas</p><p>garantias de que se revestem, gozam, conforme o legislador, de um grau de certeza</p><p>tal que justifica a ausência de um prévio processo de conhecimento.</p><p>Contudo, o legislador, tendo conhecimento do menor grau de certeza que afeta essa espécie de processo,</p><p>autoriza a apresentação de embargos em que o devedor possa apresentar um amplo número de</p><p>argumentos (CPC, art. 917, VI). Assim, o devedor tem a opção de apresentar embargos à execução no prazo</p><p>de 15 dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.</p><p>Há títulos extrajudiciais de obrigação de entrega de coisa certa, incerta, de fazer, não fazer e de pagar</p><p>quantia certa.</p><p>Em relação a essa última modalidade, ajuizada a ação executiva, o executado será citado para, no prazo de</p><p>três dias, efetuar o pagamento integral da dívida (art. 829 do CPC). Se depois de citado, o executado não</p><p>realizar o adimplemento, o oficial de justiça dará início imediatamente à penhora e avaliação dos bens, de</p><p>tudo, lavrando-se auto, com a intimação do executado (art. 829, §1º, do CPC).</p><p>Se, no entanto, o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem</p><p>para garantir a execução. Inclusive, será possível o arresto bancário prévio por meio eletrônico, nos moldes</p><p>da penhora, por interpretação analógica.</p><p>De acordo com o art. 785 do CPC, "a existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar</p><p>pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial".</p><p>Nesse ponto, é importante conhecer as espécies de títulos extrajudiciais, o art. 784 do CPC estabelece uma</p><p>lista:</p><p>I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o</p><p>cheque.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 31/54</p><p>Essa hipótese trata de títulos de crédito, cuja regulamentação encontra-se no direito empresarial. Deve-se</p><p>destacar, contudo, que é necessário o preenchimento de todos os requisitos dispostos cada espécie de</p><p>título de crédito.</p><p>A duplicata, regulada pela Lei 5.474/68, apenas é título executivo se aceita, ou, se não aceita, vier</p><p>acompanhada do instrumento de protesto,</p><p>do comprovante de entrega de mercadoria ou da prestação de</p><p>serviço, e se o sacado não houver recusado o aceite, na forma como lhe é facultado na referida lei.</p><p>A letra de câmbio e a nota promissória são reguladas pelo Decreto 2.044, de 31 de dezembro de 1908, e pela</p><p>Lei Uniforme de Genebra, firmada em junho de 1930.</p><p>Frequentemente, a nota promissória tem sua emissão vinculada a determinado</p><p>contrato, em especial bancário. Nesses casos, ela é emitida como mais uma</p><p>garantia do pagamento.</p><p>O cheque possui apenas força executiva no prazo de seis meses (Lei nº 7.357 /1985, art. 59), contado do</p><p>esgotamento do prazo de apresentação, que é de 30 dias quando a emissão do cheque for na mesma praça</p><p>do lugar do pagamento, ou de 60 dias, quando for de outra praça.</p><p>II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo</p><p>devedor.</p><p>Por escritura ou documento público, compreende-se como o lavrado por um tabelião ou funcionário público,</p><p>no exercício das suas funções.</p><p>Na escritura, não é necessário que haja a assinatura de duas testemunhas nem a assinatura do devedor,</p><p>bastando que o tabelião, que goza de fé pública, certifique que a declaração de vontade foi emitida.</p><p>No documento público, considerado como tal aquele emitido por órgão público, no qual o devedor</p><p>reconhece sua obrigação perante terceiros, é preciso a assinatura.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 32/54</p><p>Além disso, para que se caracterizem como título executivo, é indispensável que contenham uma obrigação</p><p>imposta àquele que o assina, seja ela de pagamento de determinada quantia, de entrega de coisa, de fazer</p><p>ou de abster-se.</p><p>III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)</p><p>testemunhas.</p><p>No documento particular, a assinatura das testemunhas é indispensável para que o documento seja título</p><p>executivo.</p><p>Essa é uma hipótese bem ampla, de maneira que qualquer documento particular que esteja assinado pelo</p><p>devedor e por duas testemunhas tem a condição de título executivo, desde que a obrigação nele</p><p>representada seja certa, líquida e exigível.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça entende não ser imprescindível que as testemunhas sejam presenciais,</p><p>podendo ser instrumentárias, ou seja, podendo assinar depois e sem terem assistido ao ato de celebração</p><p>do negócio (STJ, REsp 541.267/RJ). No entanto, é preciso que a testemunha, no documento particular, tenha</p><p>presenciado a celebração do negócio e não se sujeite às restrições legais relativas às testemunhas judiciais.</p><p>Por ser documento particular, é necessária ainda a assinatura do devedor, não se admitindo a assinatura a</p><p>rogo, isto é, não se permite que outra pessoa capaz assine por ele, caso ele não saiba ou não possa assinar.</p><p>Por fim, não é necessário o reconhecimento de firma do devedor e das testemunhas.</p><p>IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público,</p><p>pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos</p><p>transatores ou por conciliador, ou mediador credenciado por tribunal.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 33/54</p><p>Cuida-se da transação extrajudicial, não homologada pelo juiz, pois, caso tenha sido, constituiria, na</p><p>realidade, um título executivo judicial.</p><p>Não basta que a transação tenha a assinatura das partes. É necessário que tenha sido chancelada, ou seja,</p><p>aprovada pelo Ministério Público, ou pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados das</p><p>partes, pelo conciliador ou pelo mediador, o que garante a idoneidade do documento.</p><p>A transação referente a alimentos devidos a idoso e celebrada perante o membro do Ministério Público é</p><p>igualmente título executivo extrajudicial (Lei 10.741/2003, art. 13).</p><p>V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro</p><p>direito real de garantia e aquele garantido por caução.</p><p>Os contratos assegurados por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia são títulos</p><p>executivos extrajudiciais, na dicção do inciso V do art. 784 do CPC.</p><p>Ao contrário do que exige o inciso III do art. 784 do CPC, não é necessária a assinatura de duas</p><p>testemunhas. Basta que o devedor assine um contrato, cuja obrigação esteja garantida por hipoteca, penhor,</p><p>anticrese ou outro direito real de garantia.</p><p>O CPC/15 inova em relação ao CPC/73 ao atribuir força executiva aos contratos</p><p>garantidos por "outros direitos reais de garantia", além da hipoteca, penhora ou</p><p>anticrese.</p><p>A extensão tem claro objetivo de fazer incluir o contrato título de propriedade fiduciária, previsto no arts.</p><p>1.361 e seguintes do Código Civil.</p><p>O art. 1.428 do Código Civil veda o pacto comissório, isto é, o credor não pode, simplesmente, ficar com o</p><p>bem dado em garantia como forma de satisfação da obrigação. Vencida e não paga a dívida, deve o credor</p><p>propor a execução, para receber a quantia devida, por uma das formas de expropriação do bem, não lhe</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 34/54</p><p>sendo permitido já ficar, desde logo, com o bem, independentemente do processo de execução.</p><p>Os contratos garantidos por caução também são títulos executivos extrajudiciais. A caução pode ser real ou</p><p>fidejussória.</p><p>Caso seja real, haverá a afetação de um bem para que, em futura execução, o produto da sua excussão</p><p>reverta precipuamente em prol do credor beneficiário. Inclui-se na categoria dos direitos reais de garantia, tal</p><p>como a hipoteca, o penhor e a anticrese, aplicando-se a todos a mesma disciplina.</p><p>Já a caução fidejussória é o exemplo da fiança, contrato acessório, que só existe como garantia da</p><p>obrigação de outrem. Condiciona-se sempre à existência de um contrato principal e permite a execução</p><p>quando ele não foi cumprido.</p><p>VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte.</p><p>O contrato de seguro é o negócio jurídico em que uma das partes, o segurador, se obriga, mediante o</p><p>recebimento de um “prêmio”, a garantir o outro contratante de riscos predeterminados. É regido pelo Código</p><p>Civil. Nem todo contrato de seguro é título executivo extrajudicial, mas apenas os de vida.</p><p>VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio.</p><p>O art. 2.038 do Código Civil vedou a constituição de enfiteuses e subenfiteuses. Contudo, aquelas</p><p>constituídas antes da entrada em vigor do novo diploma devem permanecer regidas pelo Código Civil de</p><p>1916, até que sejam extintas.</p><p>O foro e o laudêmio estão relacionados à enfiteuse. Foro constitui a renda anual que o enfiteuta deve pagar</p><p>ao proprietário do imóvel.</p><p>Laudêmio, previsto no art. 686 do CC de 1916, é o valor devido pelo alienante ao senhorio direto, toda vez</p><p>que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento. Tem o valor de 2,5%</p><p>sobre o preço da alienação, se outro não tiver sido fixado no título de aforamento.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 35/54</p><p>VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel</p><p>de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e</p><p>despesas de condomínio.</p><p>O contrato escrito de locação é título executivo extrajudicial. A locação pode ser realizada por escrito ou</p><p>verbalmente, mas só o contrato escrito possui força executiva.</p><p>Não é necessária a subscrição por duas testemunhas nem há relevância ainda o tempo de duração, e que</p><p>seja comercial ou residencial.</p><p>A execução abrangerá os alugueres em atraso, mais correção monetária, juros de mora e a multa moratória,</p><p>estabelecida no contrato, para o atraso no pagamento de alguma das prestações.</p><p>A via executiva é possível não somente para a cobrança do aluguel, mas também para a de qualquer</p><p>encargo acessório decorrente da relação de locação. Dessa forma, qualquer obrigação acessória, como</p><p>água, energia,</p><p>IPTU etc. considera-se crédito a ser cobrado pela execução.</p><p>A previsão é enunciativa ou exemplificativa, nela encaixando-se, por semelhança, qualquer outra obrigação</p><p>acessória, decorrente da locação.</p><p>IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos</p><p>créditos inscritos na forma da lei.</p><p>A certidão de dívida ativa constitui título executivo extrajudicial apto a permitir a propositura da execução</p><p>fiscal.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 36/54</p><p>A dívida ativa da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal e de suas</p><p>autarquias e fundações é constituída por qualquer valor definido como de natureza</p><p>tributária ou não tributária pela Lei nº 4.320/1964.</p><p>A dívida ativa, tributária ou não tributária, engloba, além do principal, a atualização monetária, os juros, a</p><p>multa de mora e os demais encargos previstos em lei ou contrato.</p><p>Diante da inscrição do valor em dívida ativa, a Fazenda Pública expede a respectiva certidão de dívida ativa,</p><p>propiciando-se, deste modo, o ajuizamento da execução fiscal.</p><p>X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias</p><p>de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou</p><p>aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente</p><p>comprovadas.</p><p>Trata-se de importante novidade trazida pelo CPC/15, permitindo-se que o condomínio execute o</p><p>condômino, exigindo-se que sejam "previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral" e</p><p>"desde que documentalmente comprovadas".</p><p>A nova lei considera título executivo o crédito decorrente das despesas condominiais, tanto ordinárias</p><p>quanto extraordinárias.</p><p>Além disso, não há empecilho à execução das prestações vencidas e das vincendas, a partir do momento</p><p>em que se forem vencendo.</p><p>XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a</p><p>valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela</p><p>praticados, �xados nas tabelas estabelecidas em lei.</p><p>Também essa situação não estava disposta no CPC anterior. A partir de agora, os Tabelionatos Oficiais de</p><p>Registros Públicos poderão emitir certidão, que goza de presunção de fé pública, para cobrança dos</p><p>emolumentos ou despesas relativas aos atos praticados. Tais certidões têm força de título executivo</p><p>extrajudicial e permitem o ajuizamento do processo de execução.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 37/54</p><p>XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei</p><p>atribuir força executiva.</p><p>Além daqueles enumerados no Código de Processo Civil, há os instituídos por lei especial. Dentre outros,</p><p>podem ser citados: as cédulas hipotecárias, de crédito industrial e rural, de crédito comercial, os prêmios de</p><p>seguro e as decisões do Tribunal de Contas da União, de que resulte imputação de débito ou multa (art. 71,</p><p>IX, § 3º, da CF).</p><p>O art. 5º, § 6º, da Lei Federal nº 7.34 7 /1985 prevê, ainda, o compromisso de ajustamento de conduta,</p><p>celebrado entre a parte e o Ministério Público ou outro ente público legitimado à propositura de ação</p><p>coletiva.</p><p>Nos termos do art. 24 da Lei nº 8.906/1994, o contrato escrito que estipular honorários de advogado é título</p><p>executivo extrajudicial.</p><p>Por fim, como já mencionado no módulo anterior, uma das questões que deve ser enfrentada pela doutrina e</p><p>pelos tribunais é a da possibilidade de as partes firmarem negócio processual em torno do título executivo</p><p>extrajudicial. Isso se deve ao art. 190 do CPC autorizar que as partes firmem convenções processuais</p><p>atípicas.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 38/54</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>(OAB ‒ FGV ‒ 2017 ‒ Exame de Ordem Unificado ‒ XXIV ‒ Primeira Fase). O Supermercado “X” firmou</p><p>contrato com a pessoa jurídica “Excelência” – sociedade empresária de renome ‒ para que esta lhe</p><p>prestasse assessoria estratégica e planejamento empresarial no processo de expansão de suas</p><p>unidades por todo o país.</p><p>Diante da discussão quanto ao cumprimento da prestação acordada, uma vez que o supermercado</p><p>entendeu que o serviço fora prestado de forma deficiente, as partes se socorreram da arbitragem, em</p><p>razão de expressa previsão do meio de solução de conflitos trazida no contrato.</p><p>Na arbitragem, restou decidido que assistia razão ao supermercado, sendo a sociedade empresária</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 39/54</p><p>“Excelência” condenada ao pagamento de indenização, além de multa de 30%.</p><p>Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A sentença arbitral constitui um título executivo judicial e não extrajudicial (art. 515, VII, CPC/15). A</p><p>sentença arbitral é considerada pela lei processual civil um título executivo judicial (art. 515, VII,</p><p>CPC/15). Por essa razão, a ela se aplicam as regras processuais referentes ao cumprimento de</p><p>sentença, título executivo judicial por excelência (art. 515, caput, CPC/15). É certo que a sentença</p><p>arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença, porém, assim será porque ela é</p><p>considerada pela lei processual civil um título executivo judicial e não extrajudicial (art. 515, VII,</p><p>CPC/15).</p><p>Questão 2</p><p>(VUNESP ‒ 2015 ‒ HCFMUSP ‒ Direito na Área da Saúde Pública). São títulos executivos judiciais</p><p>A</p><p>Por se tratar de um título executivo extrajudicial, deve ser instaurado um processo de</p><p>execução.</p><p>B</p><p>Por se tratar de um título executivo judicial, será promovido segundo as regras do</p><p>cumprimento de sentença.</p><p>C</p><p>A sentença arbitral só poderá ser executada junto ao Poder Judiciário após ser</p><p>confirmada em processo de conhecimento, quando adquire força de título executivo</p><p>judicial.</p><p>D</p><p>A sentença arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença,</p><p>tendo em vista seu caráter de título executivo extrajudicial.</p><p>E O ordenamento jurídico pátrio não reconhece validade às sentenças arbitrais.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 40/54</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos</p><p>sucessores, a título singular ou universal, são considerados títulos executivos judicial, nos termos do</p><p>art. 515, IV, do CPC. Por outro lado, são títulos executivos extrajudiciais: a letra de câmbio, a nota</p><p>promissória, a duplicata, a debênture e o cheque (art. 784, I); o contrato garantido por hipoteca, penhor,</p><p>anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução (art. 784, V); o contrato de</p><p>seguro de vida em caso de morte (art. 784, VI) e a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União,</p><p>dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei</p><p>(art. 784, IX).</p><p>A a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque.</p><p>B</p><p>os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de</p><p>seguro de vida.</p><p>C</p><p>a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos estados, do Distrito Federal,</p><p>dos Territórios e dos municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.</p><p>D o crédito decorrente de foro e laudêmio.</p><p>E</p><p>o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos</p><p>herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 41/54</p><p>3 - Responsabilidade patrimonial</p><p>Ao �nal deste módulo você deverá ser capaz de distinguir a responsabilidade patrimonial do</p><p>devedor no âmbito da execução.</p><p>Considerações preliminares</p><p>Como estudado, em decorrência do princípio da patrimonialidade da execução, é o patrimônio do executado</p><p>que responde por suas dívidas frente aos credores, alcançando os bens presentes e futuros. Aliás, a</p><p>responsabilidade pessoal caiu em desuso há muito tempo, sobretudo por força da Lex Papiria Poetelia.</p><p>A regra geral é de que o devedor tem a responsabilidade patrimonial.</p><p>Ao assumir uma obrigação, tem ciência de que, em hipótese de inadimplemento, o seu patrimônio ficará</p><p>comprometido, podendo o Estado, para fazer valer a sub-rogação, invadi-lo e, à força, retirar os bens que</p><p>bastem para a satisfação do credor.</p><p>A responsabilidade patrimonial (ou responsabilidade executiva) constituiria, conforme a doutrina, o estado</p><p>de sujeição do patrimônio do devedor, ou de terceiros responsáveis (cf. arts. 789 e 790, CPC), às</p><p>providências executivas voltadas ao cumprimento da prestação devida.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 42/54</p><p>Responsabilidade primária</p><p>Por óbvio, o primeiro patrimônio exposto aos meios executórios é o do devedor, a um só tempo obrigado e</p><p>responsável. Esta situação se designa de responsabilidade primária.</p><p>São passíveis de execução os bens presentes e futuros do executado.</p><p>Essa regra de submissão dos bens do devedor à execução (art. 789) há de ser interpretada à luz do art. 790,</p><p>III, que a complementa: “São sujeitos à execução os bens: (...) III - do devedor, ainda que em poder de</p><p>terceiros”.</p><p>Da leitura conjunta dos dispositivos, extrai-se: respondem pela execução os bens do devedor, ainda que em</p><p>"poder" (posse ou detenção) de terceiros. Tanto é que o texto do art. 845, caput, do CPC é bastante claro: "§</p><p>1º Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de</p><p>terceiros".</p><p>O bem permanece de titularidade do devedor (proprietário ou possuidor indireto), só que se encontra na</p><p>posse ou detenção de terceiro (sem título de domínio), como o locatário, comodatário, depositário, rendeiro.</p><p>Em caso de detenção, não há qualquer restrição à atividade executiva sobre bem. O detentor é mero</p><p>instrumento da posse do proprietário/devedor.</p><p>Já nos casos de posse, existe um vínculo jurídico entre devedor/proprietário e terceiro/possuidor (exercente</p><p>da posse direta) que atribui a esse último direito de uso e gozo do bem. Assim, arrematado o bem em leilão</p><p>judicial, o arrematante se sub-roga na posição do devedor/executado.</p><p>Exemplo</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 43/54</p><p>Em caso de posse decorrente de vínculo contratual (como locação, comodato ou arrendamento), por</p><p>exemplo, o terceiro possuidor deve ter seus direitos respeitados, nos limites da lei e de possíveis cláusulas</p><p>contratuais, sob pena do uso legítimo de embargos de terceiro, para reaver o bem. Tanto é que, em muitos</p><p>casos, esse terceiro possuidor será intimado da penhora desse bem (art. 799, CPC).</p><p>O art. 790, I, CPC, sujeita à execução o bem objeto de execução real ou fundada em obrigação</p><p>reipersecutória, ainda que transferida para "sucessor a título singular".</p><p>Alcança, assim, todas as execuções de título judicial ou extrajudicial, para entrega de coisa, pouco</p><p>importando se fundada em direito real ou pessoal (art. 498, 538, 784, II e 806 a 813, todos do CPC).</p><p>O dispositivo protege, em parte, o resultado das ações reais e reipersecutórias, ao abranger execução de</p><p>sentença dela advinda, colocando ambas a salvo de transferências fraudulentas.</p><p>Os incisos V e VI do art. 790 determinam que os bens alienados ou gravados em fraude à execução ou</p><p>contra credores (reconhecida em ação própria) respondem pela execução.</p><p>Responsabilidade secundária</p><p>Além do obrigado, outras pessoas e outros patrimônios, eventualmente, sujeitam-se à demanda executória.</p><p>Vamos aos casos:</p><p>Bens do cônjuge ou companheiro (art. 790, IV, CPC)</p><p>Quando a dívida é contraída por ambos os cônjuges ou companheiros, a responsabilidade patrimonial será</p><p>dos dois. Ambos serão devedores e o patrimônio de um e outro responderá pela dívida.</p><p>Há hipóteses em que a dívida é contraída só por um. Cumpre verificar se, para satisfação do débito, só é</p><p>possível atingir os bens do devedor ou também os do cônjuge ou companheiro.</p><p>A responsabilidade de um cônjuge ou companheiro pelo pagamento de dívida contraída pelo outro</p><p>dependerá de esta ter revertido em proveito do casal ou da família. Se sim, o credor poderá sujeitar o</p><p>patrimônio de ambos, ainda que a dívida seja de apenas um deles. Se não, só aquele que a contraiu</p><p>responderá, não podendo atingir os bens do outro.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 44/54</p><p>Presume-se, até prova em contrário, que a dívida contraída por um beneficia o outro, ou a família.</p><p>Se a penhora recair sobre a meação, ou sobre os bens particulares do cônjuge que não contraiu a dívida,</p><p>caberá a este, por meio de embargos de terceiro, postular a sua liberação, com o ônus de comprovar que a</p><p>dívida não o beneficiou.</p><p>Constrição dos bens dos sócios</p><p>As sociedades têm personalidade jurídica própria, que não se confunde com aquela dos seus</p><p>sócios/acionistas. Assim, em regra, respondem pelas obrigações sociais com seu próprio patrimônio, e não</p><p>com o dos seus instituidores.</p><p>Contudo, existem exceções a essa regra, como na sociedade em comum (sociedade irregular, de fato ou a</p><p>não personificada) e as sociedades regularmente constituídas, mas cuja personalidade jurídica e o</p><p>respectivo patrimônio autônomo são utilizados pelos seus sócios, de forma abusiva ou fraudulenta, para</p><p>satisfazer seus interesses ou obter vantagens particulares.</p><p>Há, ainda, uma terceira situação excepcional. Em determinados tipos de sociedade, por imposição legal, o</p><p>patrimônio pessoal dos sócios responde pelas obrigações sociais, independentemente de desconsideração</p><p>da pessoa jurídica, como sociedade cooperativa (art. 1.095, §§1º 2 º, do Código Civil), sociedade simples</p><p>(art. 1.023 e 997, VIII, do CC) etc.</p><p>A partir deste sistema normativo, o inciso II do art. 790 do CPC determina que bens do sócio possam ser</p><p>executados, por dívidas da sociedade, na forma da lei civil e do respectivo ato constitutivo.</p><p>30/07/2023, 17:40 A sistemática e a teoria geral da execução civil no CPC/15</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02240/index.html# 45/54</p><p>Desconsideração da personalidade jurídica</p><p>Em sendo o cumprimento da obrigação garantido por fiador, a obrigação se desdobra em:</p><p>Débito</p><p>O devedor principal deve e responde, em caráter primário.</p><p>Responsabilidade</p><p>O fiador não deve, mas responde, em caráter secundário.</p><p>Quando executado o fiador judicial ou extrajudicial (negocial), é dada a ele a prerrogativa de exigir que</p><p>primeiro sejam excutidos bens do devedor, que estejam na mesma comarca, e sejam livres e</p><p>desembaraçados, na tentativa de deixar a salvo os seus próprios, indicando-os em pormenores à penhora.</p><p>Trata-se do chamado benefício de ordem.</p><p>Esse benefício é renunciável expressamente (art. 828, I, CC). A renúncia expressa é aquela que está prevista</p><p>no instrumento de contrato de fiança.</p><p>O art. 794, § 2.º, CPC, salienta que o fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos mesmos</p><p>autos.</p><p>Responsabilidade patrimonial do espólio e herdeiros</p><p>Falecendo o devedor, seu espólio responderá pela obrigação (art. 796, CPC). O espólio adquire, assim,</p><p>legitimidade passiva para a execução, permitindo-se, contudo, que os herdeiros atuem como litisconsortes.</p><p>Em princípio, pelas dívidas da herança responderão os bens da própria herança (do espólio); não respondem</p><p>os bens dos herdeiros (arts. 1.792 e 1.821, CC). ''As dívidas da herança</p>