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<p>Unidade 1A GRAVURA E SUA HISTÓRIA</p><p>A partir desta unidade, o acadêmico estará apto a:</p><p>• expor os princípios que definem a Gravura;</p><p>• contextualizar a História da Gravura, procurando fazer um paralelo com o surgimento</p><p>da escrita em determinadas regiões do mundo antigo até o surgimento da imprensa;</p><p>• relacionar a Gravura à necessidade de comunicação do ser humano;</p><p>• apresentar a Gravura como meio de expressão artística.</p><p>Tópico 1A TRAJETÓRIA DA GRAVURA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A importância da gravura está relacionada aos caminhos que podemos encontrar na trajetória</p><p>da sua história: a necessidade humana de se comunicar e a necessidade de se expressar</p><p>artisticamente. Podemos dizer que estes dois caminhos foram se alimentando das situações</p><p>que surgiam e principalmente das necessidades humanas que se apresentavam.</p><p>Vejamos a seguir alguns passos oportunos que a humanidade foi seguindo e imprimindo para</p><p>que a gravura passasse a fazer parte da História. Mas antes disso precisamos saber qual é o</p><p>princípio da gravura.</p><p>2 PRINCÍPIOS QUE DEFINEM A GRAVURA</p><p>Gravar é surpreender com marcas o suporte que você escolhe para ser a matriz da sua ideia. É</p><p>invadir enérgica ou suavemente o espaço da matéria, forçando-o a aceitar o seu suposto</p><p>domínio sobre as ações que seguirão. Mas o controle é limitado pelas circunstâncias que</p><p>passam a dividir com o artista a feitura da imagem. O artista não detém o poder exclusivo, o</p><p>tempo pode ou não ser seu aliado, como também a escolha instrumental feita.</p><p>Desde sempre, o homem procura deixar registrada a sua presença fixando marcas em lugares.</p><p>Se nos tempos pré-históricos os nossos ancestrais imprimiam suas mãos sobre pedras de</p><p>cavernas, quem de nós já não riscou o tampo da carteira do colégio, ou registrou suas iniciais</p><p>no tronco de uma árvore ou numa parede? Gravou seu amor num coração? Ou, num exemplo</p><p>bem atual, a ação dos grafiteiros pelos concretos das nossas cidades.</p><p>FIGURA 1 – AÇÃO DOS GRAFITEIROS</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 14 mar. 2009.</p><p>FIGURA 2 – AÇÃO DOS GRAFITEIROS</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2009.</p><p>Mas, é na gravura que as marcas são traduzidas em imagem, se emancipam!</p><p>Se na intenção banal da ranhura produzida nos mais diversos suportes, como as que vemos</p><p>nas figuras anteriores, nada além acontece, o ser humano, com intenções mais profundas</p><p>voltadas para a investigação e reflexão sobre si mesmo e sobre ‘as coisas’ do mundo visando</p><p>como finalidade o conhecimento, avança no desejo de expressar-se artisticamente, buscando a</p><p>multiplicação da imagem que gravou em um suporte. Surge então a gravura.</p><p>Veja a seguir o significado etimológico das palavras: GRAVAR e GRAVURA.</p><p>https://bit.ly/36vLXu8</p><p>https://bit.ly/2ZBoMgg</p><p>• Gravar = graver – francês (fazer risca nos cabelos, fazer entalhes em superfície dura).</p><p>A palavra gravar, como está escrito no dicionário Houaiss, quer dizer:</p><p>1 traçar (figuras, caracteres) em metal, madeira, pedra etc., com instrumento cortante ou</p><p>reagente químico, criando matriz para cópias; 2. fig. conservar na mente, memorizar 3.</p><p>transferir (dados) para um meio de armazenamento, para recuperá-los; salvar; 4. registrar</p><p>(sons, imagens) em disco, vídeo etc.; 5. tornar-(se) perpétuo; conservar(se).</p><p>• Gravura = graphein – grego (escrever e desenhar).</p><p>= cavare – latim (abrir, cavar, aprofundar).</p><p>Encontramos no mesmo dicionário da língua portuguesa Houaiss a seguinte definição da</p><p>palavra gravura: 1. impressão feita a partir de matriz de madeira, metal ou pedra; 2. estampa</p><p>assim obtida.</p><p>Portanto, gravura é tanto um processo de reprodução de uma imagem, quanto o resultado</p><p>obtido pelo processo de reprodução dessa imagem. Implica gravar um suporte, madeira,</p><p>metal, pedra, poliéster ou outro qualquer que seja plano e que suporte gravações; este</p><p>suporte, ao receber as gravações, passa a chamar-se matriz. Esta contém a imagem gravada;</p><p>essa imagem gravada é transferida para outro suporte, tradicionalmente o papel (mas pode</p><p>ser outro, como tecido, por exemplo) e recebe o nome de estampa. A vantagem, se é que se</p><p>pode chamar assim, é que essa matriz permite a reprodução, ou seja, pode-se obter mais que</p><p>uma imagem da mesma matriz. A essa série de cópias, chamadas impressões,</p><p>denominamos tiragem ou obra gráfica.</p><p>Suporte > Matriz > Imagem > Estampa</p><p>Acho que assim fica claro que o referencial comum do público sobre o que é gravura não</p><p>coincide com a definição de gravura como meio de expressão artística.</p><p>Observe: Gravura não é a reprodução de uma pintura famosa emoldurada de dourado e</p><p>pendurada na sala de visitas, muito embora já tenha feito este papel no decorrer da história,</p><p>quando ainda não tínhamos a fotografia.</p><p>3 A ESCRITA E A GRAVURA</p><p>A leitura feita de um pequeno texto, prefácio do livro de Roland Barthes, leva-me a abordar a</p><p>escrita para introduzir o histórico da gravura.</p><p>[...] sinto minha mão movimentando-se, girando, ligando, mergulhando, levantando e,</p><p>frequentemente, devido ao jogo das correções, riscando ou fazendo surgir a linha, ampliando</p><p>o espaço até a margem, construindo, assim, a partir de traços pequenos e aparentemente</p><p>funcionais (as letras), um espaço que é simplesmente o espaço da arte: sou um artista, não</p><p>que eu represente um objeto, porém, mais fundamentalmente, porque, durante o ato de</p><p>escrever, meu corpo frui do prazer de traçar, de talhar ritmicamente uma superfície virgem</p><p>(virgem infinitamente possível).</p><p>Este prazer deve ser muito antigo: séries de incisões regularmente espaçadas foram</p><p>encontradas nas paredes de algumas cavernas pré-históricas. Já seria escrita? De forma</p><p>alguma. Tais traços, sem dúvidas, nada queriam dizer; mas ao próprio ritmo denotava uma</p><p>atividade consciente, provavelmente mágica ou, mais amplamente simbólica: o traço</p><p>dominado, organizado, sublimado (pouco importa) de uma pulsão. O desejo humano de fazer</p><p>uma incisão – com o buril, o cálamo, o estilete, a pena – ou de acariciar – com o pincel ou a</p><p>caneta de feltro – passou, sem dúvida, por muitos fantasmas que ocultaram a origem</p><p>propriamente corporal da escrita. Contudo, é preciso que, de tempos em tempos, um pintor</p><p>(tal como, hoje, Masson ou Twombly) incorpore formas gráficas à sua pintura para que</p><p>sejamos conduzidos a essa evidência: escrever não é somente uma atividade técnica, mas é</p><p>também uma prática corporal de prazer (BARTHES, 2002, prefácil).</p><p>Esta abordagem de Barthes vem justificar-se à outra que também está relacionada à</p><p>necessidade de cunho sociocultural do surgimento da gravura. Se a escrita e o escriba surgem</p><p>com a necessidade de resolver impasses comerciais no desenvolvimento primário dos</p><p>procedimentos agrícolas etc., para troca ou venda de grãos, receitas, vocabulários, normas e</p><p>leis, cânticos religiosos, magia e textos registrando descobrimentos científicos: matemática,</p><p>astronomia e medicina; a gravura também tem esta aproximação sociocultural no decorrer de</p><p>sua história como meio utilizado para reproduzir, através de imagens, mensagens que não</p><p>chegavam ao homem comum, pois este não sabia ler. A leitura restringia-se a poucos: escribas</p><p>religiosos, clero, castas superiores, da aristocracia.</p><p>Levantamentos históricos nos mostram que é na Suméria que encontramos o sistema de</p><p>escrita mais antiga, antes dos hieróglifos egípcios. As ideias eram apresentadas através do</p><p>desenho simplificado dos objetos num sistema denominado pictográfico. Com a utilização de</p><p>placas de argila, os desenhos passaram a ser feitos com um caniço em forma de cunha, por</p><p>isso passou a ser denominada “escrita cuneiforme”. A aproximação dos povos incentivou a sua</p><p>comunicação, fazendo com que toda a região próxima, Mesopotâmia e vizinhos, adotasse o</p><p>sistema dos sumérios.</p><p>FIGURA 3 – LISTA DE DEUSES FEITA PELOS SUMÉRIOS NO SÉCULO 24 A.C.</p><p>FONTE: Disponível em: .</p><p>Acesso em: 15 mar. 2009.</p><p>Para promover a comunicação, foi necessário pintar e gravar inscrições de caráter religioso ou</p><p>relacionadas com heróis e governantes, registrar negociações, gerando o uso desses signos (ou</p><p>representações) sobre pedras. Para difundir essa comunicação, foi preciso adaptar suportes</p><p>menores, mais práticos, fáceis de transportar – as tabuletas, os óstracos, os papiros e</p><p>os pergaminhos, que veremos a seguir:</p><p>Veja a seguir na figura 4: Cálamo em bambu ou madeira – três tipos: triangular para formar os</p><p>“cantos”; ponta côncava para formar as cunhas; e ponta arredondada para os algarismos.</p><p>Plaqueta quadrada com ângulos arredondados datada de 2360 a.C. Formato característico da</p><p>época da renascença sumeriana do império de UR III. Documento de economia representando</p><p>uma leva de jumentos para diversas pessoas.</p><p>FIGURA 4 – CÁLAMO – EM BAMBU OU MADEIRA – 3 TIPOS</p><p>https://bit.ly/3eft1Cm</p><p>FONTE: Jean (2002, p. 15)</p><p>FIGURA 5 – PICTOGRAMAS</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2009.</p><p>A esses desenhos simplificados que representavam um objeto ou um ser específico, deu-se o</p><p>nome de Pictogramas = do latim pictu = pintado + grego γ ράµµα = caracter, letra.</p><p>A combinação de vários pictogramas expressava uma ideia, surgindo então a</p><p>palavra ideograma.</p><p>https://bit.ly/3cXgseG</p><p>Se na região da Suméria eles se comunicavam através da escrita cuneiforme, egípcios, maias e</p><p>hititas comunicavam-se através da escrita hieroglífica.</p><p>FIGURA 6 – ESCRITA HIEROGLÍFICA</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2009.</p><p>Hoje, como herança da escrita cuneiforme e da escrita hieroglífica, temos a Pictografia = forma</p><p>de escrita pela qual ideias são transmitidas através de desenhos, ou seja, foi criado um sistema</p><p>de representação pictórica internacional, desenvolvido em Viena pelo movimento ISOTYPE.</p><p>FIGURA 7 – PICTOGRAMA</p><p>https://bit.ly/3gmDcXG</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 07 mar. 2009.</p><p>O nome de um dos criadores do sistema de linguagem visual OSOTYPE é o gravurista</p><p>e designer gráfico modernista Gerd Arntz. Ele é autor de xilogravuras compostas por desenhos</p><p>bastante sintetizados, como podemos observar a seguir.</p><p>Fiz este caminho da escrita cuneiforme até aqui para evidenciar a importância da gravura</p><p>nesta relação com a comunicação, o que não pára por aí, segue na lenta, porém, constante</p><p>evolução do conhecimento.</p><p>FIGURA 8 – GERD ARNTZ, BARRACK OCCUPATION. XILOGRAVURA, 1931.</p><p>https://bit.ly/2LZTibP</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 07 mar. 2009.</p><p>FIGURA 9 – TABULETAS</p><p>https://bit.ly/2LZTibP</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2009.</p><p>As tabuletas eram constituídas a partir de uma base de madeira recoberta de material</p><p>maleável. As mais antigas eram feitas de barro, facilmente encontrado nas regiões fluviais,</p><p>podendo ser cozidas no forno e preservadas. As de cera eram fáceis de gravar e apagar,</p><p>podendo ser reutilizadas.</p><p>Veja na Figura 10, a seguir, Óstracos, na qual encontra-se gravado o nome de Címon, estadista</p><p>ateniense.</p><p>https://bit.ly/2A7C0qB</p><p>FIGURA 10 – ÓSTRACO</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2009.</p><p>Óstraco ou óstracon do grego = όστρακον ostrakon = concha ou fragmento de cerâmica</p><p>Em pedaços de vasos quebrados, estudos arqueológicos levantam formas e palavras escritas</p><p>indicando uma determinada época. Era utilizado para eleições (Na Grécia Antiga, o público</p><p>eleitor escrevia ou gravava o nome de uma pessoa num fragmento de cerâmica para decidir se</p><p>ela deveria ser banida, de onde vem o termo “ostracismo”). A facilidade de gravar, oferecia a</p><p>possibilidade de ser apagado e reutilizado, como um palimpsesto, cujo significado veremos um</p><p>pouco adiante.</p><p>Papiro é uma planta encontrada em abundância no delta do Rio Nilo.</p><p>O uso do seu caule fibroso cortado em tiras finas, que são tramadas e coladas com seu próprio</p><p>sumo e alisadas, permitiu a criação de um suporte revolucionário para a escrita - a folha de</p><p>papiro, leve, fina e manuseável. Segundo Jean (2002), “[...] o papiro era exportado desde o</p><p>terceiro milênio antes da nossa era, para toda a bacia do Mediterrâneo, representando, para</p><p>o Egito, uma apreciável fonte de renda”.</p><p>FIGURA 11 – PERGAMINHO</p><p>https://bit.ly/2B0BxXE</p><p>FONTE: Jean (2002, p. 39)</p><p>Pergaminho do grego pergamênê = pele de Pérgamo e do latim pergamina ou pergamena.</p><p>Instrumentos dos quais se serviam os escribas: estojo contendo cálamos pontiagudos, placa</p><p>sobre a qual o escriba “alisava” o papiro e se apoiava para escrever, copinhos para tinta preta</p><p>e vermelha e corta papiro.</p><p>O couro de carneiro, cabra, cordeiro ou ovelha era preparado para que nele pudesse ser</p><p>escrito. A maleabilidade do pergaminho permitiu que os textos escritos fossem enrolados.</p><p>Posteriormente, o pergaminho passou do formato de rolo ao códex, ou códice (o livro na</p><p>forma como o conhecemos hoje). Para escrever, utilizavam-se cálamos e tinta de cobre. Por</p><p>volta do século IV, os cálamos foram substituídos por penas de aves.</p><p>Quando a pele era de bezerro ou de cordeiro, mais delicada, dava-se o nome de velino = do</p><p>francês arcaico veel (vitelo), na qual era utilizada uma escrita mais delicada e clara para fins</p><p>documentais e de obras relevantes, pois sua principal qualidade era não absorver a tinta e</p><p>melhor conservar o colorido original. Segundo Jean (2002), essas são as razões pelas quais as</p><p>mais belas iluminuras foram realizadas sobre velino.</p><p>É importante salientar que o pergaminho, em muitas situações, passou a substituir o papiro</p><p>pela sua resistência e durabilidade, usado não só no oriente como também no ocidente,</p><p>especialmente na Idade Média, antes da chegada e difusão do papel, uma invenção do povo</p><p>chinês.</p><p>Hoje, o pergaminho, por ser considerado um material difícil de ser falsificado e pela sua</p><p>durabilidade, é utilizado para a confecção de diplomas, letras e títulos do Tesouro Nacional. O</p><p>Brasil mesmo se tornou um grande fornecedor de matéria-prima para o pergaminho.</p><p>Palimpsesto, do grego antigo παλίµψηστος = riscar de novo</p><p>É o nome dado para uma página de pergaminho ou velino cujo conteúdo foi apagado (por</p><p>lavagem ou raspagem) e escrito novamente, ou nas linhas intermediárias ao primeiro texto ou</p><p>transversalmente ao sentido do texto.</p><p>FIGURA 12 – CODEX EPHRAEMI RESCRIPTUS. BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2009.</p><p>O Codex Ephraemi Rescriptus, também conhecido como Manuscrito C ou 04 (Gregory-Aland),</p><p>pertence ao século V. Possui quase todo o Novo Testamento, com exceção de II</p><p>Tessalonicenses e II João. Trata-se de um palimpsesto, ou seja, um pergaminho que foi raspado</p><p>para apagar-se o conteúdo original e possibilitar uma nova escrita. No século XII, Efraim Siro</p><p>apagou o texto do Novo Testamento originalmente escrito no pergaminho para escrever os</p><p>seus sermões, acabando por inutilizar algumas folhas e por jogar fora outras folhas deste</p><p>precioso texto.</p><p>Códex = do latim codex = códice = livro</p><p>O códice é um avanço no uso do pergaminho, e surge no século I da era cristã. As folhas</p><p>podiam ser dobradas e costuradas umas sobre as outras, formando um conjunto que deu</p><p>origem ao nosso conhecido livro impresso.</p><p>FIGURA 13 – FÓLIO 292R DO BOOK OF KELLS</p><p>https://bit.ly/2ZHmvjA</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2009.</p><p>Folio 292r do Book of Kells, que contém o texto que abre o Evangelho segundo João.</p><p>Iluminura como vocês podem ver na imagem anterior, era uma verdadeira produção formada</p><p>por letras e imagens decoradas cuidadosamente que ilustravam o texto manuscrito. A cada</p><p>início de capítulo, ou parágrafo, a primeira letra recebia adornos em folhas de ouro, desenhos</p><p>https://bit.ly/2Xx34aA</p><p>de flores, figuras com cores vibrantes. O desenho era</p><p>estruturado com um buril e em seguida</p><p>as linhas eram formadas com penas de ganso e as partes internas cobertas com cores a pincel.</p><p>Esse trabalho era executado por copistas que viviam em monastérios e abadias.</p><p>Incunábulos são livros que foram impressos entre os anos de 1445 e 1500, período em que</p><p>surgem os tipos móveis criados por Gutemberg. No início do século XV, imprimiam-se letras e</p><p>imagens de cenas bíblicas gravadas sobre madeira. As impressões eram feitas manualmente,</p><p>pressionando o papel sobre a madeira (matriz). Gutemberg mecaniza esse processo de</p><p>impressão passa a utilizar o prelo = prensa.</p><p>O que Gutenberg fez provocou a transformação da produção de livros, consequentemente,</p><p>houve um intenso desenvolvimento dos livros e, a partir daí, uma acelerada transformação na</p><p>comunicação humana.</p><p>A produção de um livro passou a contar com a composição do texto por meio de cubos nos</p><p>quais as letras apareciam em relevo. Essas letras eram alinhadas sobre uma espécie de régua,</p><p>organizando as palavras, formando uma linha que era colocada dentro de uma forma que</p><p>estabelecia o tamanho do texto dentro do espaço de uma folha.</p><p>Ao final da montagem da forma, as letras recebiam tinta, sobre a tinta era colocada uma folha</p><p>de papel e a prensa fazia a impressão. A quantidade de cópias era estipulada e o processo</p><p>seguia a mesma ordem da primeira impressão. As imagens recebiam o mesmo tratamento dos</p><p>textos.</p><p>A maioria dos incunábulos conhecidos e identificáveis é de origem alemã, francesa ou italiana.</p><p>A partir de 1457, encontram-se exemplares contendo no final da obra</p><p>um colophon’ = indicação de autor, local e ano de impressão, assim como do editor. Páginas</p><p>de título aparecem pela primeira vez em 1465.</p><p>É necessário destacar que, antes de Gutemberg, os chineses já detinham todo este</p><p>conhecimento: caracteres móveis e prelo. Ou melhor, antes de Gutemberg, os chineses já</p><p>produziam livros, imprimindo sobre papel, que eles também inventaram.</p><p>FIGURA 14 – INCUNÁBULO, LIVRO DE 1471</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2009.</p><p>Papel: Historiadores concordam em atribuir à China o feitio dos primeiros papéis por volta de</p><p>105 a.C. O inventor seria um oficial de nome Cao Lun. Primeiramente, trapos e redes de</p><p>pesca foram utilizados e mais tarde fibras vegetais, mais precisamente a fibra do linho,</p><p>processadas num forte cozimento e, em seguida, essas fibras eram batidas e esmagadas para</p><p>a obtenção de uma pasta. Sobre uma peneira de juncos unidos por fios de seda ou crina, a</p><p>https://bit.ly/2TzEapS</p><p>pasta era espalhada e depurada. A compressão dessa pasta sobre a trama da peneira daria a</p><p>forma às folhas que, em seguida, passavam por um processo de secagem. Os chineses</p><p>mantiveram o domínio sobre o conhecimento da fabricação do papel por cerca de quinhentos</p><p>anos.</p><p>Os japoneses vieram a começar a produzir o papel no século VII. A Europa passou a conhecer</p><p>os segredos de fabricação do papel através dos mouros, quando estes invadiram a Península</p><p>Ibérica no século IX. Dali a receita tecnológica se disseminou, seguindo para a Itália, França e</p><p>Alemanha.</p><p>FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO SOBRE A FABRICAÇÃO ARTESANAL DO PAPEL O ORIENTE</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2009.</p><p>No site que aparece abaixo você poderá obter preciosas informações sobre a origem do livro</p><p>do ponto de vista dos chineses. Não deixe de acessar!</p><p>FIGURA 16 – ORIGEM DOS LIVROS CHINESES E TIPOGRAFIA</p><p>https://bit.ly/2A6sLXG</p><p>FONTE: Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2009.</p><p>Ao chegar até aqui, você percorreu um caminho de milênios que as civilizações fizeram na</p><p>busca de uma melhor forma de se expressar, todos eles somando significados preciosos para</p><p>os domínios que temos hoje. Nada deve ser eliminado, porque, em arte, tudo pode ser</p><p>somado, renovado, revisitado.</p><p>Resumo do Tópico</p><p>Percorremos um caminho indicando a origem da gravura, a sua estreita relação com a</p><p>necessidade do homem de se comunicar e registrar suas necessidades, crenças e conquistas.</p><p>Tivemos a oportunidade de fazer alguns apontamentos, como:</p><p>• A introdução fala da necessidade humana de se comunicar e a necessidade de se</p><p>expressar artisticamente.</p><p>• Princípios que definem a gravura: o que é gravar; o significado etimológico</p><p>das palavras GRAVAR e GRAVURA; a extensão da palavra GRAVURA: Suporte > Matriz</p><p>> Imagem > Estampa e tiragem ou Obra Gráfica.</p><p>• A escrita e a gravura: citação de Roland Barthes sobre o ato de escrever, o autor o</p><p>aproxima do ato de gravar. Alguns apontamentos indicam a relação da escrita e a</p><p>gravura, buscando a escrita cuneiforme, a escrita hieroglífica, os suportes utilizados</p><p>para a escrita, o papiro, o pergaminho, o palimpsesto, o códex, o livro, a iluminura, o</p><p>incunábulo, a imprensa, o papel.</p><p>Autoatividades</p><p>UNIDADE 1 - TÓPICO 1</p><p>Caro acadêmico, para melhor fixar o conteúdo apresentado neste tópico, sugerimos que você</p><p>resolva a seguinte atividade:</p><p>Elabore um pequeno texto dando destaque aos princípios que caracterizam a gravura e a sua</p><p>relação com as contribuições para o conhecimento através da escrita.</p><p>https://bit.ly/2XzfXRM</p><p>Responder</p><p>chevron_leftApresentaçãoexpand_lessTópico 2chevron_right</p><p>Todos os direitos reservados ©</p><p>Conteúdo escrito por:</p><p>Prof.ª Sandra Maria Correia Favero</p><p>https://livrodigital.uniasselvi.com.br/ART06_gravura/index.html</p>

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