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<p>As fases definidas por Kubler-Ross (1998) também podem ser utilizadas como base para o entendimento da vivência do enlutado, sendo elas:</p><p>Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação. Em qualquer dos modelos adotados, é fundamental lembrar que as fases do luto têm finalidade apenas didática, não apresentando uma sequência fixa e nem todos os pacientes passando por todas elas.</p><p>1. A negação é uma resposta instintiva à dor e ao choque da perda. A pessoa em luto não acredita que perdeu algo ou alguém querido, rejeitando a realidade. A negação permite um tempo para processar a notícia e se preparar para lidar com a realidade. Ela pode ser manifestada através de pensamentos como “isso não pode estar acontecendo” ou “deve haver algum engano”.</p><p>Com o tempo, essa negação começa a desaparecer, dando lugar a outras emoções.</p><p>2. A raiva surge quando a pessoa começa a aceitar a realidade da perda e se sente injustiçada ou traída. Nesta fase, é comum ouvir questionamentos como “por que isso aconteceu comigo?” ou “não é justo”. É importante permitir-se sentir raiva e expressá-la de maneira saudável, como através de conversas, escrita ou atividades físicas.</p><p>3. A fase da barganha é marcada por um desejo intenso de reverter ou aliviar a dor da perda. A pessoa pode fazer promessas a si mesma, a Deus ou a outras forças superiores, na esperança de que isso amenize a dor.</p><p>Por exemplo, a pessoa pode pensar: “Se eu for uma pessoa melhor, talvez isso não tenha acontecido” ou “Se eu mudar meu comportamento, posso evitar que outras perdas ocorram”.</p><p>Essa fase reflete a busca desesperada por algum controle sobre a situação, mas é importante reconhecer que nem todas as circunstâncias estão sob nosso controle. À medida que a pessoa avança no processo, a necessidade de barganhar tende a diminuir.</p><p>4. A depressão é uma resposta natural à perda, e é o momento em que a pessoa realmente sente o peso da ausência.</p><p>É aquele momento em que a realidade da perda é plenamente sentida, e a pessoa pode experimentar profunda tristeza, desânimo e desinteresse pelas atividades diárias.</p><p>Isso pode se manifestar através de alterações no apetite, no sono e na concentração. Nesta etapa, é essencial buscar apoio emocional e, caso necessário, acompanhamento profissional, para enfrentar a dor e evitar o agravamento dos sintomas.</p><p>5. Aceitação: Independentemente da ordem anterior, a aceitação é o estágio final do luto, no qual a pessoa começa a se adaptar à nova realidade sem a presença do ente querido.</p><p>Ela não significa que a pessoa esqueceu ou superou completamente a perda, mas sim que está aprendendo a viver com ela.</p><p>A pessoa pode começar a encontrar novos interesses, estabelecer novos objetivos e criar outros vínculos. A aceitação é um processo contínuo, e a pessoa pode oscilar entre os estágios antes de finalmente encontrar a paz e a resiliência para seguir em frente.</p><p>O período de luto é uma experiência única. Isso significa que a duração dele varia de acordo com fatores como a relação com o ente querido, a natureza da perda e o apoio emocional disponível.</p><p>Não há um prazo específico para o fim, e é essencial respeitar o tempo que cada um leva para processar e lidar com a perda.</p><p>Algumas pessoas podem começar a se sentir melhor em semanas ou meses, enquanto outras podem levar anos para encontrar a aceitação e a paz necessárias para seguir em frente.</p><p>É importante lembrar que isso não é um processo linear, e é normal que a pessoa oscile entre diferentes emoções e fases ao longo do tempo. O essencial é permitir-se vivenciar em seu próprio ritmo e buscar apoio quando necessário.</p><p>· COMO LIDAR: permita-se sentir: encarar e reconhecer as emoções é um passo crucial para superar. Permita-se vivenciar a dor, a tristeza e todas as emoções que possam surgir durante esse período;</p><p>· busque apoio: compartilhar suas experiências e emoções com amigos, familiares ou grupos de apoio pode ajudar a aliviar a carga emocional. Profissionais de saúde mental também podem ser úteis, principalmente se a dor se tornar insuportável;</p><p>· cuide de si: manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e sono adequado, é fundamental para enfrentar o luto. Além disso, busque atividades relaxantes e prazerosas, como meditação, ioga ou hobbies;</p><p>· estabeleça uma rotina: Ter uma rotina pode ajudar a criar estabilidade e segurança em momentos de incerteza e tristeza;</p><p>· honre a memória do ente: encontre formas significativas de manter a memória do ente querido viva, como criar um memorial, participar de atividades que a pessoa apreciava ou até mesmo homenagear no Dia dos Finados;</p><p>· seja paciente: aceite que o processo leva tempo e é uma jornada única para cada pessoa. Permita-se vivenciar as diferentes fases e entenda que a recuperação não é linear.</p><p>Quais são os sintomas da dor do luto?</p><p>A dor do luto é uma reação natural à perda de um ente querido e pode se manifestar de diferentes maneiras. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem mudar ao longo do período de luto.</p><p>Aqui estão alguns sinais de luto que podem ajudar a identificar se alguém está passando por essa experiência:</p><p>· tristeza e choro: a tristeza é um dos sintomas mais comuns. É normal sentir-se triste e chorar em momentos de perda;</p><p>· raiva: ela pode se manifestar como frustração, irritação ou mesmo hostilidade, direcionada a si mesmo, a outros ou até mesmo à pessoa que faleceu;</p><p>· culpa: é comum sentir culpa por acreditar que não fez algo diferente, por não ter passado mais tempo com a pessoa ou por sentimentos não expressados;</p><p>· ansiedade: essa dor pode causar ansiedade, preocupação e até mesmo ataques de pânico em alguns casos;</p><p>· problemas de sono: distúrbios como insônia, sono agitado ou pesadelos, são sinais de luto comuns;</p><p>· mudanças no apetite: a perda do apetite ou comer em excesso pode ser um sintoma;</p><p>· dificuldade de concentração: a pessoa nessa situação pode ter problemas para se concentrar, tomar decisões ou lembrar de coisas, pois só pensa na perda;</p><p>· sintomas físicos: dor de cabeça, fadiga, dores musculares e problemas estomacais podem ser sinais.</p><p>2ªPsicoeducação: luto normal e patológico. Ensinar o paciente a reconhecer sinais e sintomas comuns ao processo de enlutamento.</p><p>Esclarecer quanto ao funcionamento do modelo de terapia cognitivo-comportamental, crenças nucleares, intermediaria, pensamentos automáticos e comportamentos. enfatizando a importância da participação ativa tanto do sujeito quanto do terapeuta no processo.</p><p>Traçar os objetivos para o tratamento ■ Explicar o modelo teórico do luto (segundo Parkes), com suas diversas fases ■ Ensinar a identificar sinais e sintomas das diferentes fases do luto ■ Ensinar o sujeito a preencher o “Registro de Atividades Diárias” para ser usado como tarefa de casa.(Rangé)</p><p>A principal diferença entre o luto normal e o luto patológico é a duração do processo. O luto normal é um processo que envolve estágios emocionais que diminuem gradualmente, permitindo que a pessoa volte à vida cotidiana. Já o luto patológico, também conhecido como luto complicado, é caracterizado por uma incapacidade de aceitar a perda e por sintomas que persistem por um período prolongado.</p><p>Alguns sinais do luto patológico incluem:</p><p>· Pensamentos intrusivos sobre o falecido</p><p>· Sensação de desesperança e falta de consolo</p><p>· Dificuldade para realizar ações corriqueiras</p><p>· Resistência em se desligar da pessoa que faleceu</p><p>O luto patológico pode desencadear sintomas físicos, comportamentais, psicológicos ou sérias perturbações.</p><p>De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o diagnóstico de luto prolongado é aplicado quando uma pessoa apresenta sintomas persistentes de luto por um período de doze meses ou mais.</p>