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<p>ANEXO Nº 2 - TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTA Nº 2</p><p>Entrevistadora: Descreva sua (s) atividade (s) como psicólogo, isto é, descreva especificamente o que faz e como faz como profissional neste contexto.</p><p>Entrevistada nº 2: Está presente no contexto ali do atleta, né? Nos treinos, muitas vezes em competições. Então é um trabalho que consiste na observação dos treinos, na rotina, no acompanhamento ali diário da rotina desses atletas. É... a gente participa também das reuniões inter e multidisciplinares e fazemos intervenções. Quando a gente trabalha com equipe, geralmente essas intervenções são em grupo, tá? É...a gente faz então intervenções diversas ali e no contexto mesmo, no ambiente mesmo dos treinos, tá? É...e aí a gente sempre vai trabalhar com atividades que, dependendo da equipe, da necessidade deles, a gente vai formular essas tarefas e intervenções pra gente trabalhar envolvendo essas habilidades psicológicas no contexto esportivo, tá?</p><p>Já no ambiente da clínica, é um trabalho então individual que não necessariamente a gente precisa estar ali, né, no ambiente do atleta, então pensa: eu atendo vários atletas de várias modalidades diferentes, né? De lugares diferentes do Brasil, então nem tem como eu estar presente ali, né, no dia a dia deles. Mas é um ponto que eu já adianto que é muito importante pra quem trabalha com esporte, né? Se possível estar presente nesse meio, né? Eu tive um professor de especialização que falava muito disso, que é: o psicólogo do esporte, ele precisa estar onde o esporte acontece, né? Então a gente buscar sim se inserir nesse contexto, nessa rotina do atleta. Isso é muito importante.</p><p>Entrevistadora: Onde e como é seu local de trabalho?</p><p>Entrevistada nº 2: Então assim, hoje eu não tô trabalhando, eu até trabalho, continuo trabalhando com a equipe lá com a equipe de taekwondo do CTE, só que agora à distância, porque eu não tô morando mais em BH, então eu acompanho esses atletas hoje à distância, né? Trabalho principalmente com eles também de forma individual, porém, trabalhei no centro de treinamento que é um centro grande da UFMG, lá em BH que tem as modalidades de natação, judô, taekwondo, a ginástica e o atletismo, tá? São as principais modalidades ali e eu trabalhei com as equipes de taekwondo e de parataekwondo, que é a modalidade paralímpica, né? E com as equipes também de judô e jiu jitsu também assim, era no tatame né, a gente participava dos treinos e ficava ali na beira do tatame com eles quando a gente ia fazer intervenções também ela ali que a gente fazia é...então sempre bem, bem inserida ali no meio né, do esporte assim...é...eu não tinha por exemplo uma sala, sabe? Assim, até que no centro de treinamento do CTE da UFMG tem uma sala da Psicologia, mas ela só é usada eventualmente quando a gente vai fazer algum atendimento individual e aí a gente não tem um ambiente adequado assim pra fazer, a gente usa a sala. Mas em geral, as intervenções, especialmente em equipe né, em grupo, são feitas ali no ambiente do treino mesmo, tá? Se vocês quiserem também fazer alguma outra observação, outra pergunta enquanto eu falo, pode me interromper, tá?</p><p>Entrevistadora: Tá bom... (risos)</p><p>Entrevistada nº2: Eu falo muito também...psicólogo só escuta, quando tem oportunidade de falar, meu filho...</p><p>Entrevistadora: A gente sabe bem (risos)</p><p>Entrevistada nº2: (Risos) É bem assim...</p><p>Entrevistadora: E na sua opinião, quais são as condições necessárias para a realização do seu trabalho? Você as tem? Tem autonomia nas suas decisões relacionadas à sua atividade?</p><p>Entrevistada nº2: Bom, um ponto aqui que é muito importante, que é o seguinte: as condições necessárias a gente precisa se adaptar muito, né? Então o que eu tô falando pra você, assim, é, muitas vezes o setting, o ambiente do psicólogo do esporte ele vai ser completamente diferente de um setting terapêutico ali da clínica. Então, é...nem sempre a gente vai ter essa condição necessária, mas a gente vai ter que se perguntar qual que é ela também dentro desse ambiente, né, nesse contexto. Porque muitas vezes não ter por exemplo uma sala, né, não é problema, pelo contrário, é mais recomendado mesmo que a gente esteja ali presente como eu falei pra você, é onde o esporte acontece, né? Então assim, esse é um ponto importante, a gente precisa sempre adaptar bastante nosso fazer na psicologia esportiva.</p><p>E aí em relação a essa questão da autonomia, também tem um outro ponto que é o seguinte: a gente vai tá lidando, o trabalho no esporte e no exercício também, ele é sempre multi e interdisciplinar. Então assim, se eu trabalho num centro de treinamento com equipes, eu tô não apenas com os atletas, mas também com o treinador, que é uma figura importantíssima nesse contexto. Eu tô lidando com preparador físico, com fisioterapeuta, com nutricionista né e principalmente quando a gente fala da figura do treinador, é ele que tem na realidade o maior poder de decisão sobre aquela equipe, sobre aqueles atletas, nas intervenções que vão ser feitas. Então assim, eu trabalhei em equipes que eu tinha uma relação muito boa com os treinadores e eram treinadores que compreendiam o papel da Psicologia então, compreendiam a importância desse trabalho, compreendiam também, era uma parte do treinamento, né, e sempre me deram muita autonomia para fazer as intervenções, para trabalhar as sessões ali com os atletas. Porém é uma autonomia que foi conquistada também, né? Eu sempre falo isso, assim, a gente não chega num ambiente já querendo intervir, né? O primeiro papel do psicólogo, eu acho que em qualquer contexto, mas no esporte isso é muito importante, é o de observador né? É o de chegar, analisar, entender as dinâmicas de relacionamento ali, entender como a gente pode contribuir para aquele grupo, de que forma a gente pode fazer isso, né? Então assim, a autonomia vem dessa construção também e no caso do esporte, o treinador é uma figura muito central, então para a gente ter qualquer, a gente conseguir fazer qualquer coisa ali, a gente vai precisar construir uma boa relação com os treinadores, entendeu? E respeitar o fato de que ele vai ser a autoridade máxima desse ambiente, tá? Mas eu sempre tive isso, eu tive a sorte também de trabalhar com pessoas que tem uma abertura grande, tem uma mentalidade que convida para isso, a gente sabe que não é a realidade de muitos treinadores, especialmente no Brasil, né?</p><p>Entrevistadora: Você, nas suas atividades, trabalha com outros profissionais? Se sim, quais?</p><p>Entrevistada nº2: Sim, como eu falei, se a gente tá numa equipe dificilmente a gente vai trabalhar sozinha, a gente vai trabalhar sempre de forma inter e multidisciplinar, então no CTE a gente tinha além do treinador, o preparador físico, tinha ainda uma equipe que fazia o monitoramento e controle de carga de treinamento, que é um trabalho bem legal, que até a gente entra também porque algumas medidas de avaliação da carga de treinamento são subjetivas também...então não sei se vocês já ouviram falar no PSE, que é uma escala de percepção subjetiva de esforço...</p><p>Entrevistadora: Esse não...</p><p>Entrevistada nº2: ...não? Esse é muito usado para o monitoramento da carga, o que que é isso né? O atleta treina e a gente precisa monitorar como é que tá sendo esse treino para ele, né? Se ele tá conseguindo atingir os objetivos propostos, se ele tá evoluindo nos aspectos físicos, aspectos táticos, qual que tá sendo o nível de fadiga dele, né? Se ele tá conseguindo recuperar bem, enfim... e essa é uma escala subjetiva como o próprio nome já diz, a gente pergunta ali para o atleta qual que tá sendo a percepção subjetiva dele de esforço dele no treino e isso junta a outros elementos, outras escalas, outras formas de monitoramento, vai nos dar essa clareza de se o treino tá cumprindo o objetivo que ele deve cumprir né e o estado em que aquele atleta tá de saúde tanto física quanto mental. Então era legal porque as pessoas, a equipe que fazia o monitoramento de controle de carga lá no centro de treinamento, tava o tempo inteiro em contato comigo, né? "Olha, tamo avaliando</p><p>que o atleta tá com o sono ruim, não tá dormindo bem, tá muito cansado, tá com o humor muito alterado. Dá para você checar ali o que tá acontecendo?" Talvez seja o caso da gente começar a intervir nesse atleta porque pode tá acontecendo alguma coisa para além aqui do treino né? Então isso é uma coisa bem legal, então a gente trabalha com vários profissionais tá? Nutricionista também, fisioterapeuta também, enfim. E aí mesmo trabalhando na clínica hoje, né, eu sempre busco esses contatos. Então ainda que eu não tenha mais esse, eu não tenha às vezes esse contato diário, individualmente ali com o atleta, mas eu busco sempre saber né se o atleta tem um acompanhamento com nutricionista, às vezes pedem contato do treinador também para entrar em contato com esse treinador, tá? É bem importante.</p><p>Entrevistadora: No caso do treinador, você já chegou a pegar um caso ou ver algum caso de falar que por exemplo, "Psicologia não era necessária", que era a base do treino?</p><p>Entrevistada nº2: Sim, sim. Eu, por sorte nunca precisei trabalhar com treinador assim, mas assim, é...ainda pros que são abertos né, existe algumas limitações, eles não entendem às vezes exatamente o papel. Eles sabem que é importante, mas às vezes acham assim: "Ah, é importante um psicólogo aqui, porque se tiver um atleta deprimido, ele tem o acompanhamento psicológico", igual às vezes a gente tem que explicar: "Olha, não é só por isso que o psicólogo tá aqui". Eu bato muito na tecla de que é o seguinte: da mesma forma que tem um treino físico, um treino técnico tático, a gente vai ter um treino mental. Vai ter um treino para desenvolver habilidades psicológicas. Então assim, né, eu posso ter esse espaço, vamo construir esse espaço para a gente ter pilar do treinamento esportivo também garantido aqui para o CTE, né? Então às vezes tem, eu vejo que, tem a resistência, mas tem também um desconhecimento absurdo, do que que é, do trabalho do psicólogo do esporte, tá? Então assim, já vi obviamente treinadores que falam "Não, isso é bobagem" e tudo mais, mas nunca trabalhei e nunca precisei trabalhar com um, com sorte, mas já trabalhei com esses que não entendiam muito. A gente precisava esclarecer do que de fato a gente tava fazendo ali, tá?</p><p>Entrevistadora: Tá bom... e você se considera satisfeita com seu trabalho atualmente? Poderia nos explicar os motivos?</p><p>Entrevistada nº2: Certamente muito, foi a área que eu escolhi também para me especializar e tanto é que assim, eu sou psicóloga clínica mas na clínica também busco né, por esse nicho, por esse público. Atendo a outras demandas mas o meu expertise, o que eu busco sempre me especializar e me aprofundar cada vez mais e no esporte né? Então assim, eu acho que ainda tem muito muito a evoluir né na psicologia do esporte no Brasil assim, então se eu tivesse trabalhando em um clube provavelmente a minha resposta seria um pouco diferente, porque assim, eu tenho colegas que trabalham em clubes né, e às vezes são ali trezentos atletas, sei lá quantas equipes para três psicólogos né? Aliás tenho um colega que ele trabalha no Minas que grande clube lá de Belo Horizonte, lá de Minas Gerais, que tem inúmeras modalidades esportivas bem reconhecidas, que trabalha sozinho com mais de trezentos atletas, claro, em equipe, mas ainda sim, como é que você faz um trabalho de qualidade né?</p><p>Entrevistadora: Bem isso...</p><p>Entrevistada nº2: Então é essa demanda. Então eu acredito que, no CTE a gente tinha uma organização legal e tudo, mas é raridade. Em geral os clubes ainda carecem muito de profissionais, ainda tem uma remuneração baixa né, então é uma, é um meio que precisa evoluir muito.</p><p>Entrevistadora: Sim, com certeza...</p><p>Entrevistada nº2: Mas por isso também é um dos motivos de ter trazido isso para a clínica né, que é uma forma de trabalhar com esses atletas, com esse universo, porém em uma condição mais individualizada, mas também que eu acredito que às vezes é melhor para o funcionamento do trabalho.</p><p>Entrevistadora: Como se caracteriza a clientela atendida por você em relação à: faixa etária, gênero, classe social, escolaridade e profissão?</p><p>Entrevistada nº2: Vou falar um pouco do CTE, um centro que atende especialmente jovens. Crianças, pré-adolescentes e jovens ali, dentro do taekwondo e parataekwondo. A faixa etária varia de 13 a 14 anos até 24, 25, tá? É...e são geralmente, tem homens e mulheres tá, e geralmente são no CTE são jovens que tem uma condição econômica é...mais difícil assim, alguns até vivem em situações de vulnerabilidade social mesmo. Então é um trabalho assim, que a gente faz inclusive voluntário tá?</p><p>Entrevistadora: Que legal!</p><p>Entrevistada nº2: É...é! É um trabalho que assim, dentro do CTE tem outras especialidades que trabalham lá né? Tem a fisioterapia, tem os preparadores, tem os treinadores, os treinadores recebem e eu acho que tem outras, outras modalidades ali que recebem também, mas, na psicologia a gente tem um trabalho voluntário e a gente tem muitos estagiários da UFMG que começam ali e também né, também foi inclusive a forma como eu ingressei na psicologia do esporte, foi como estagiária e já tem muitos anos que eu continuei na, nesse trabalho. É...e assim, são meninos né, são jovens que geralmente tem uma condição assim mais difícil econômica e que portanto acham ali no esporte uma grande oportunidade...encontram uma grande oportunidade ali. Tanto é que o Centro tem o objetivo de formar atletas de alta performance. Então a gente tem atletas ali de várias modalidades indo para Olimpíadas, competindo em campeonatos grandes, mundiais, tudo...então assim, é um trabalho que dá de fato uma perspectiva muito legal para esses jovens né?</p><p>Entrevistadora: Sim! Com certeza!</p><p>Entrevistada nº2: No Paralímpico também muito forte ali as equipes dos esportes Paralímpicos do centro do CTE. Então assim, é, principalmente alguns desses jovens são estudantes, alguns não, alguns são exclusivamente atletas e aí na clínica varia né? Eu trabalho com jovens não muito com crianças e eu geralmente atendo de 13 anos para cima é...e acabam sendo muitos atletas mais velhos também assim, e na faixa etária dos 30 anos que aí são atletas que ás vezes tão próximos de aposentar, às vezes...é... são atletas e treinadores também né? Então na clínica o negócio já varia um pouco mais...mas principalmente nas modalidades ali das lutas, dos esportes de combate que eu mais me especializei até hoje, mais atendi até hoje né? Tem...tem outras modalidades também...</p><p>Entrevistadora: E você sempre gostou de esporte?</p><p>Entrevistada nº2: Então, eu amo né? Eu sou alucinada com o esporte, mas eu pessoalmente não sou atleta né? Nunca fui atleta e tudo, mas tenho um vínculo muito forte com o exercício né, com atividade física e sempre enxerguei a Psicologia como é...uma área que assim, precisava estar integrada, precisava estar em contato com outras áreas da saúde, inclusive assim né, sempre foi: como unir a Psicologia a esse pilar de exercício que é tão importante para a saúde física, para a saúde mental... e foi isso que eu encontrei na psicologia do esporte né? Mas também é psicologia do esporte e do exercício. Então assim, é...eu sou alucinada com o esporte, apesar de não ser atleta eu tenho um vínculo muito grande com a atividade física, com exercício, então é...e eu vejo ali né, no esporte é...expressão do ser humano no seu auge, né? No ápice ali da sua performance física, mental e isso me fascina muito assim...então...é uma coisa que me fez querer muito trabalhar com esse público né? Uma coisa que me fascina muito assim...</p><p>Entrevistadora: De que maneira essas pessoas chegam até você?</p><p>Entrevistada nº2: Bom é...ali no Centro de Treinamento né e nas equipes, a gente faz então esse trabalho em grupo, só que é...muitas vão surgindo demandas individuais a partir disso. Então assim, não é uma coisa fácil assim é...dos atletas chegarem né, de primeira assim...levou um tempo até que eles me conhecessem e tudo e hoje eles...eu só não atendo todo mundo porque eu tenho horário, porque assim né, tem muita procura, né? Porque eles entenderam</p><p>também a importância disso, né, para a vida deles, assim para a performance e tudo mais, então falo que é disso também, porque o psicólogo precisa estar onde o esporte acontece né? Porque se ele ficar ali na salinha dele esperando baterem na porta, a chance de isso acontecer é muito pequena. E justamente porque tem um desconhecimento, às vezes até um preconceito ainda por parte do treinador, dos atletas, né, do porquê de um psicólogo tá ali, do trabalho de um psicólogo...</p><p>Entrevistadora: É que a Psicologia em geral ainda tem esse preconceito né?</p><p>Entrevistada nº2: Exatamente!</p><p>Entrevistadora: Ah, vamo falar assim: "É uma coisa de doido quem vai"...</p><p>Entrevistada: Uhum! Exatamente...e especialmente nesse ambiente tá? No esporte que é um contexto que valoriza a performance né? Ou assim, é...você falar que você precisa de um acompanhamento psicológico, as pessoas já remetem a questão da Psicologia com um problema né? Isso é uma coisa que eu tento quebrar muito, porque assim, não significa que a gente vai lidar com um problema, pode, a gente tem capacitação para isso? Tem! Mas às vezes a gente vai lidar com desenvolvimento, com a otimização de habilidades, né? Você assim...você não treina numa academia ou onde quer que seja porque você tá doente e precisa melhorar, né? Você treina para ter saúde, para otimizar sua performance, para estética, para enfim...então assim, não é porque tá ruim, né...mas até perceberem isso assim, a gente tem que tá ali no meio, sabe? É...tentando desconstruir isso...</p><p>Entrevistadora: Com certeza...</p><p>Entrevistada nº2: ...então eu...essa procura vem muito também do quanto a gente, ela depende muito do quanto a gente se faz disponível também, sabe? É assim, eu não posso esperar que vai vim, né, a gente ainda precisa fazer um trabalho de psicoeducação, de conscientização para que então tenha essa procura, né? E querendo ou não, mostrar resultado, né, no sentido de que isso é importante. É...a gente trabalha, por exemplo, eu trabalho com algumas escalas e com alguns instrumentos de medida que me ajudam a monitorar o progresso desses atletas, das equipes. Então muitas vezes os gestores né, os próprios treinadores vão pedir pra gente esse feedback, né? Às vezes em gráficos, em coisas numéricas, que é muito assim que eles enxergam as coisas. Então é importante a gente levar isso para eles também, né, porque dessa forma eles também ficam mais abertos, entendem um pouco melhor o trabalho para encaminhar, por exemplo né, um atleta, enfim...é...então assim, hoje já tem uma procura bem espontânea né, por parte desses atletas, tanto que é os que eu trabalho né, os que eu trabalhei na equipe, tantos os que vêm para o atendimento clínico...é...claro que às vezes a gente tem que conversar e fazer o trabalho nas redes sociais de divulgação também né, lá, hoje tem chegado mais atletas já entendendo a necessidade disso, tá? O que é ótimo! Tomara que quando vocês estiverem formadas tenham mais!</p><p>Entrevistadora: Tomara! Então voltando...em sua opinião, qual a imagem que a população tem do psicólogo e da Psicologia?</p><p>Entrevistada nº2: Então, como a gente tá falando né, isso tá mudando, tá? A gente tem que ser esperançoso, tem que ser otimista, porque isso realmente tem mudado. Assim, a gente já tá conseguindo fazer as pessoas verem um outro lado da Psicologia que é esse lado que eu falei da Psicologia mais voltada para o desenvolvimento, não só para a solução de problemas e de transtornos né? Mas ainda tem isso...ainda tem essa crença né, ela ainda é forte, ela ainda é bem forte no esporte em algumas modalidades mais especificamente. Basta a gente ver aí as declarações dos jogadores de futebol nos últimos tempos né? Que a gente vê o tanto que precisamos evoluir nesse sentido, certo? Mas assim, eu acho que tá mudando e muito por esse esforço nosso né, de é...desconstruir uma imagem e construir uma nova imagem em cima disso, tá?</p><p>Entrevistadora: E na sua opinião, quais são as contribuições que a profissão de psicólogo tem dado à sociedade como um todo?</p><p>Entrevistada nº2: Bom, são muitas, né? (risos) São muitas assim, falando especificamente do esporte. Eu acho que tem duas assim: a primeira mais óbvia é a da otimização da performance. Então o atleta que tá com a mente boa, ele vai ter uma performance melhor também, né? E é isso normalmente que os clubes procuram, que os treinadores procuram, é esse melhora de performance, então isso certamente a Psicologia contribui para dar. Só que tem uma outra muito importante também: a Psicologia no esporte ela traz uma humanização desse meio. Então esse meu professor da especialização sempre falava isso, "Gente, o psicólogo sempre precisa ter em mente que ele vai tratar desse Ser atleta, a gente vai tratar e treinar essas pessoas, né, mas existe o ser humano por detrás do Ser atleta". E esse ser humano precisa ser olhado, porque, diferentemente de outros, a gente vem muito com esse olhar, que é um olhar diferente de grande parte dos profissionais trabalhando com esses atletas. É claro, não tô assim generalizando, tem treinadores e preparadores que são também muitos humanos mas, muitas vezes no esporte, especialmente no alto rendimento, esses atletas são tratados como máquina.</p><p>Entrevistadora: Sim! Tem que entregar tudo certinho...</p><p>Entrevistada nº2: E ai deles se tiver um problema familiar, uma questão, uma crise de pânico, enfim...ele não pode tá mal.</p><p>Entrevistadora: Algum problema pessoal também né?</p><p>Entrevistada nº2: Sim! Sim!</p><p>Entrevistadora: Eu já presenciei...já vi pelo menos casos na internet de que invalidam também: "Não você tem que jogar, tem objetivo!", "Você tá sendo pago para isso!"</p><p>Entrevistada nº2: Sim, sim...mas esses argumentos a gente ouve muito não só dos treinadores, das pessoas que estão trabalhando com os atletas, mas da sociedade em geral né? Eu assisto jogo de futebol com meu pai e meu irmão e é o que eu mais escuto, né? Eu falo: "Nossa, coitado, errou o pênalti..." e eles "Que coitado, gente! Tá ganhando, né, sei quantos milhões, num é coitado não!", como se isso, né, assim é...uma questão de comportamento humano, como se ganhar dinheiro fosse diretamente fazer o cara jogar extremamente bem e né é...são coisas que é, é difícil assim, é da cultura né relacionada ao esporte e eu acho que essa é uma grande contribuição que a psicologia do esporte vêm para, vêm trazer para esse meio, sabe? É olhar para esse ser humano, além do Ser atleta, além de entregar a performance também, mas olhar e falar olha só: tem um ser humano aqui, a gente precisa olhar para ele, né? Então eu acredito que principalmente isso e de maneira geral, acho que a Psicologia tem esse papel na sociedade como geral é...e assim agora acho que a gente tá entendendo cada vez mais que não dá para separar os problemas do corpo dos problemas da mente, né? A gente tem uma sociedade imensa cheia de gente que tá hipertensa, diabética, obeso né, com uma série de problemas que tem fundo de, fundo muito forte relacionado ao estresse, altas sessões, isso com problemas que se manifestam no corpo que tem uma grande origem, não sei se a origem especificamente, mas tem uma relação também inquestionável com fatores psicológicos, né? Então não dá para separar, assim, o profissional da Psicologia ele é tão profissional da saúde quanto o médico, quanto o profissional de educação física...é tão essencial quanto, né? E eu acho que a gente já tá começando a entender, a sociedade já tá começando a entender cada vez mais, especialmente depois da pandemia, especialmente depois de tanto, de a gente viver numa sociedade...</p><p>Entrevistadora: A pandemia obrigou eles a entenderem de certa forma.</p><p>Entrevistada nº2: ...uhum! Não vai entender por bem, vai entender por mal! Vai sentir na pele! É bem isso. Então eu acredito que essa contribuição sempre esteja aí mas agora ela tá sendo evidenciada, né?</p><p>Entrevistadora: Sim! E no seu ponto de vista, quais são os requisitos necessários para a formação do psicólogo para a sua área de atuação? Seu curso de graduação atendeu a esses requisitos?</p><p>Entrevistada nº2: Bom, eu vou falar</p><p>uma coisa aqui meio polêmica, não sei quem ou se os professores vão gostar muito mas assim, de forma geral, eu vejo uma assim, como eu posso dizer, uma lacuna muito grande nos cursos de Psicologia no Brasil, de forma geral assim. Eu estudei em uma universidade extremamente né, que é uma das melhores do Brasil assim, então assim tive uma base muito boa mas ainda sim, na faculdade de Psicologia eu sinto que me faltou muito de conceitos da Psicologia que são de fato necessários para a prática, né? A gente ainda estuda muito, eu não sei se a faculdade de vocês se é o caso, mas assim, tem um foco muito grande nas teorias psicanalíticas né, enfim, em temas que hoje se vocês pesquisarem em universidades né, de forae, da Europa, dos EUA, enfim, já são matérias, são disciplinas que são colocadas na grade como História da Psicologia, tá? Então isso já é uma coisa muito assim, desatualizada para a gente tá estudando isso com tanta, não acho que não deva ser estudado, deve ser estudado, mas para pensar na prática clínica e na prática enquanto profissional quanto o psicólogo do esporte por exemplo, a gente deveria focar em outras abordagens, em outras linhas, em outras atuações, em uma pesquisa em uma prática...</p><p>Entrevistadora: É que acaba focando muito em algo e esquecendo um pouco da prática.</p><p>Entrevistada nº2: ...sim, né? Eu acho que existe esse, essa falha em quase todos os cursos de Psicologia do Brasil...é... da gente não ter práticas baseadas em evidências na verdade, né? A gente não ter muita Psicologia como uma ciência, como as práticas que são de fato embasadas cientificamente. Ali a gente não tem isso sendo passado muito para os alunos né, para os estudantes. Então é, meu curso certamente não atendeu a esses requisitos por mais que tenha sido numa faculdade maravilhosa que me deu muitas oportunidades, também inclusive no trabalho que eu fiz, que eu faço até hoje no Centro de Treinamento foi devido a esse vínculo com a universidade, porém, em termos de formação mesmo, teórica, enfim, isso tudo é algo que inclusive toda vez que converso com estudantes de Psicologia, né, eu falo: olha, busque conhecimento para além da graduação, sabe? Busque entender, né, fazer cursos e ler sobre coisas que não tão te ensinando porque assim, infelizmente não se ensina muito né, sobre a prática baseada em evidências, sobre a Psicologia mais científica, né? Isso ainda, eu vejo que tem essa falha e aí obviamente a gente sente essa falha né também para atuar com o esporte, né? Porque o esporte ainda mais a gente tem muito contato aí com questões que são é, da saúde, da saúde física e tudo mais e a gente precisa entender melhor sobre corpo humano, sobre processos ali que acontecem no treinamento. A gente precisa disso, né? A gente precisa compreender a Psicologia também sob essa ótica, não Complexo de Édipo não serve de muita coisa para a gente do esporte, entendeu? É uma crítica, mas é uma crítica que assim, que eu só tô fazendo que eu tô vendo que né, vocês tão bem no início e eu acho que esse provavelmente vai ser o futuro da Psicologia né? Já é a Psicologia presente da Psicologia lá fora mas no Brasil a gente ainda tá patinando nisso, sabe? Então alguns conhecimentos que são, que eu acredito que são mais importantes, assim, conhecimentos sobre Neuropsicologia, né? Sobre o funcionamento do cérebro, das questões químicas, das questões que estão ligadas também a outros processos fisiológicos, né? É...então assim, são pontos que eu acredito que faltam em todas as universidades e que a gente precisa buscar fora. Esse curso de especialização que eu fiz ele já aborda a psicologia do esporte, né, a Psicologia de outra forma...então assim, integrando mais né o que que é o corpo da mente, enfim, integrando essas duas coisas, tá? Então eu acredito que nessa questão é principalmente isso.</p><p>Entrevistadora: Então há a necessidade de formação posterior a graduação para que se possa trabalhar na sua área de atuação...como foi para você?</p><p>Entrevistada nº2: Eu acho que já respondi, né? Super necessário! É...tanto na especialização em psicologia do esporte, é...porque assim, tem algumas questões que vão ser meio específicas, né, da psicologia do esporte, desse contexto, mas também essa curiosidade, né, esse estudo também um pouco autônomo aí mesmo de buscar assim mesmo né, o que que a gente tem hoje de mais evoluído assim, de mais...o que que a gente tem de evidência mesmo de tratamento, de intervenção psicológica que funciona para a performance, para a melhora por exemplo do foco, da concentração do atleta para a melhora de ansiedade pré competitiva, né? Ter esse é...assim, essa iniciativa também, sabe, de buscar eu acho que as formações que são super importantes. Mas essa postura ativa de tá sempre buscando, sabe, o que tem de mais atual para trabalhar, né, com quem quer que seja né, mas a gente tá falando de atletas aqui também então também a gente precisa evoluir junto, tá? Então foi muito isso que eu fiz né? Eu...até no período da pandemia foi um período que assim, eu estudei muito mesmo e evoluí em muitos aspectos assim...faço hoje, faço um curso também para evoluir nesses outros pontos também da Psicologia, tanto na parte clínica, sem precisar da parte esportiva, mas acaba refletindo no esporte também né, no esporte...então isso é muito o que eu fiz...cursei especificação depois que eu me graduei e até hoje, enfim, quando eu não tô atendendo, eu tô estudando. Isso é muito importante, dentro da saúde, eu acho que principalmente, tá?</p><p>Entrevistadora: Se atualizar, né?</p><p>Entrevistada nº2: Sim. Porque é assim, o impacto que você pode causar, positivo ou negativo, né, para o paciente que você tá atendendo, ele é muito significativo. E a área da saúde ela o tempo inteiro a gente tá descobrindo coisa nova, a gente tá é, né, tão sendo aplicadas pesquisas, estudos, então assim, a gente não pode ficar para trás, né? É...principalmente na saúde...porque tem outras áreas que se a pessoa tá um pouco desatualizada também não vai ser muito legal, mas o impacto direto que ela causa na vida das pessoas vai ser menor, né? Então na saúde assim, a gente precisa ter essa postura, sabe? De buscar isso, inclusive recomendo para vocês olharem depois alguns conteúdos aí que falam sobre a Psicologia baseado em evidências que a gente tem é, tido hoje como mais, como uma forma mais científica e mais atualizada de enxergar a Psicologia também, que infelizmente não é a forma como grande parte das universidades enxerga né, e transmite conhecimento da Psicologia, tá?</p><p>Entrevistadora: E como tá a situação atual do mercado de trabalho na sua área para recém-formados e para quem já é experiente?</p><p>Entrevistada nº2: Então a situação atual de trabalho na área para recém-formados e mais experientes...bom, assim...eu não sei dizer muito porque eu não tô no momento em nenhum clube, né, mas assim, é um pouco essa área específica da psicologia do esporte ela ainda é um pouco difícil, né? A gente não tem uma super oferta de trabalho nessa área não mesmo. A gente tem muito clubes que nem sequer tem psicólogos, né? Os que tem geralmente é isso, contratam um para sei lá quantas equipes, sei lá quantos atletas, né? Acredito assim, não tenho esse dado fixo, mas eu acredito que a remuneração não é lá grandes coisas, né? É...então assim, eu pessoalmente fui para a área da clínica, né, também por uma, por uma questão assim, que não é que seja mais fácil, é super desafiador também construir, né, uma clínica, enfim, ser profissional autônomo tem suas dificuldades, porém eu pessoalmente eu acredito que te dá mais possibilidade hoje, sabe? De crescimento, de atuação, porque é difícil dentro da psicologia do esporte, a gente não tem uma grande oferta assim, né, de trabalho tudo, então, e ainda não tem todo esse reconhecimento que a gente sabe que a gente merece, né? E o esporte no Brasil, né? É...todo mundo que trabalha com esporte no Brasil sabe que é desafiador. A gente não tem nem de longe o incentivo que a gente deveria ter. Eu acho que se a gente tivesse, a gente seria potência igual China,</p><p>EUA, Rússia, porque talento, perseverança e persistência e resiliência a gente tem de sobra, né? Nossos atletas nas últimas Olimpíadas provaram isso, né? Mas, é...é difícil essa dificuldade no incentivo e enfim, reflete na nossa atuação também, tá?</p><p>Entrevistadora: E como você vê no futuro esse mercado, na sua opinião?</p><p>Entrevistadora nº2: Bom, é difícil (risos) te escrever o futuro. Eu acredito que, para quem trabalha com clínica, a tendência é melhorar...as pessoas tão cada vez mais buscando esse trabalho, tão cada vez mais conscientes, tão cada vez mais precisando, não só estão precisando mais como estão mais conscientes que estão precisando, né? Nível de estresse, nível de ansiedade tá subindo mesmo e as pessoas tão entendendo que assim não dá para viver com isso, que é um psicólogo que pode me ajudar, né, a viver de uma forma mais, enfim, com mais qualidade de vida. E eu acho que no esporte é a mesma coisa: a tendência é que aumente, melhore a consciência nesse sentido, tá? Então eu acredito que até as oportunidades em clubes e tudo mais pode aumentar, podem melhorar, mas ainda acho que existe uma perspectiva melhor quando o assunto é a clínica, tá? É...acredito que tenha uma chance de evolução maior, mais rápida, né, porque, quando a gente fala de mudar um mercado de trabalho, né, trabalho e organizações, envolve mudar toda uma cultura e a gente sabe que mudar uma cultura é muito mais difícil, né, do que às vezes mudar a ideia de uma outra pessoa em relação a Psicologia, né? Então eu acho que é principalmente isso.</p><p>Entrevistadora: E isso enquadra muito no que você falou, né, de é...você não vai ficar esperando lá sentada virem até você. Você tem que ir lá mostrar...</p><p>Entrevistada nº2:...trabalho...</p><p>Entrevistadora: ...é muito isso.</p><p>Entrevistada nº2: Exatamente! Trabalhar proativo...</p><p>Entrevistadora: E a sua entrada no mercado de trabalho e como você chegou na posição em que ocupa hoje?</p><p>Entrevistada nº2: Então, eu entrei por esse estágio que eu fiz ali no CTE é...e aí rapidamente eu me formei, depois continuei ali então. Hoje eu sou supervisora da equipe de Psicologia do Esporte lá do Centro de Treinamento é...e com isso a gente vai também fazendo um networking, né, assim, então conheci muitas pessoas no meio esportivo, fui a muitos congressos, tem um congresso grande da psicologia do esporte que é o CONBIPE, que é um congresso internacional de psicologia do esporte que eu fui em alguns, se eu não me engano esse ano vai ter, mas mais no meio do ano. É...então assim, é um dos ambientes que você conhece né as pessoas e com isso também vai é...aumentando aí o seu, fazendo mesmo o seu nome né, dentro desse cenário. É...então hoje assim, eu já consigo, já atraio mais esse público, esse nicho, né, também por esses trabalhos que eu já fiz com equipes e com atletas e tudo mais. É...mas eu acredito que é esse o caminho, sabe, para quem quem quer atuar na área da Psicologia do Esporte, é importante começar num estágio, né...é importante começar numa equipe, às vezes vai ser mais difícil de achar um estágio mas, buscar isso, né, se você...vocês são de São Paulo, né?</p><p>Entrevistadora: A gente é na verdade do interior...</p><p>Entrevistada nº2: Aham, de Sorocaba? Foi isso que eu vi né?</p><p>Entrevistadora: Isso!</p><p>Entrevistada nº2: É, se vocês fossem de BH, ia recomendar o CTE, tá? Porque é de fato um centro que é referência no Brasil assim. Então muitos psicólogos do esporte já passaram por lá, né? Então é realmente buscar esses lugares que são referência né? Cês podem não tá lá em BH mas certamente existe aí próximo de vocês né, é... pessoas e ambientes que também ajudam nessa inserção, tá? E assim, é uma coisa que sempre ficou muito na minha cabeça: olha o esporte precisa tá onde o esporte acontece. Então esse movimento é super importante, de buscar, né, onde que o esporte tá acontecendo. Então eu vou a congressos, congressos não, a eventos, competições, a congressos também mas na parte mais de pesquisa, né? Mas assim, eu mesma já fui e ainda vou, me chamam para competição de qualquer modalidade, de qualquer esporte eu to indo, entendeu? Porque...e aí lá, e isso acontece, às vezes eu to ali como espectadora assim, tranquila vendo, assistindo e de repente cai uma demanda no meu colo, né? E...enfim, é um potencial paciente, né? Então assim, frequentar esses ambientes ajuda muito também, tá?</p><p>Entrevistadora: Certo...e na questão da remuneração? Como é a condição na sua área e os valores médios de remuneração?</p><p>Entrevistada nº2: Então, como eu falei, né? Eu não sei agora o valor, assim, eu teria realmente que pesquisar isso. Eu não sei o que que é uma média assim de salário de um psicólogo do esporte que trabalha em times e em clubes e tudo mais...vai variar, eu sei que vai variar, por exemplo de categoria, né, do clube que a pessoa tiver trabalhando, tudo mais, mas é baixa, assim, não é uma remuneração, nossa! Psicólogo do esporte ganha bem! Não é, né? É por isso que eu falo que na clínica a gente tem talvez mais potencial, não é fácil constituir uma clínica, mas a gente tem um potencial maior de crescimento, porque você vai decidir o quanto vai ser sua sessão, o que vai ser o seu trabalho, você vai ver o valor do seu trabalho e tem pessoas que podem arcar com esse valor ali. Então assim, é...no trabalho da clínica a gente tem um potencial maior de crescimento nesse sentido tá? Mas a média, fiquei até curiosa, vou até pesquisar aqui rapidinho... (risos)</p><p>Entrevistadora: (risos)</p><p>Entrevistada nº2: ...é...a média de salário de um psicólogo do esporte, vamo ver...ó, eu duvido desse dado, assim, que o salário médio de um psicólogo do esporte no país é de R$4100,00...o salário médio eu acredito sim, sinceramente acredito ser menos, mas é o que tá aqui né? Eu acredito que tem lugares que assim, vai ser muito menos do que isso, mas é...é o que tá no Google, depois a gente verifica... (risos)</p><p>Entrevistadora: É que varia muito também, como você falou...</p><p>Entrevistada nº2: Varia demais! Isso aí deve ser assim, o que paga melhor, paga isso, mas enfim...é, acho que também isso na verdade é pra Psicologia no geral, né? Psicologia no geral. Não só Psicologia, acho que muitas áreas da saúde assim, dependendo do lugar que você tá o salário não é muito satisfatório, né? A gente precisa de fato, eu acredito, construir também o nosso nome, o nosso trabalho para a gente conseguir ter mais potencial maior de crescimento, sabe?</p><p>16</p>

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