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<p>Saúde Sexual e</p><p>Reprodutiva I: Sistema</p><p>Reprodutor Feminino</p><p>Infertilidade</p><p>Sangramento Vaginal Anormal</p><p>Objectivos de aprendizagem</p><p>Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:</p><p>Sobre infertilidade</p><p>• Definir infertilidade;</p><p>• Descrever a incidência da infertilidade em</p><p>Moçambique;</p><p>• Descrever a avaliação de infertilidade feminina e</p><p>conduta ao nível do TMG;</p><p>Objectivos de aprendizagem</p><p>Sobre Sangramento Vaginal Anormal</p><p>• Definir o termo: hemorragia uterina disfuncional (HUD).</p><p>• Descrever a hemorragia vaginal anormal por anomalias estruturais;</p><p>• Descrever a abordagem dos cuidados primários com relação à</p><p>história, estado físico e estudos diagnósticos e do tratamento de</p><p>uma paciente com hemorragia vaginal anormal.</p><p>• Descrever os critérios para referência ao outro nível.</p><p>INFERTILIDADE FEMININA</p><p>Definição</p><p>• A infertilidade é a incapacidade de um casal</p><p>de conceber após um ano de relações sexuais</p><p>regulares e sem protecção (sem usar nenhum</p><p>método anticonceptivo).</p><p>Epidemiologia</p><p>• Conforme referido na aula anterior, a DIP é</p><p>responsável por cerca de 50 a 80% da</p><p>infertilidade feminina em África.</p><p>• Acredita-se que em Moçambique, esta e outras</p><p>infecções, sejam uma das causas importantes.</p><p>Epidemiologia</p><p>• As causas cirúrgicas (após um parto complicado ou</p><p>aborto) e outras devidas à factores hormonais ou</p><p>funcionais também jogam papel, embora não hajam</p><p>estudos sobre a matéria.</p><p>• Em geral, os factores masculinos contribuem com cerca</p><p>de 40% dos casos, enquanto os factores femininos com</p><p>cerca de 60% para a infertilidade.</p><p>Fisiopatologia e Etiologia</p><p>• O pico de fertilidade numa mulher é aos 20</p><p>anos.</p><p>• Em mulheres com menos de 30 anos e que</p><p>têm relações sexuais regulares a probabilidade</p><p>de ficar grávida é de aproximadamente 30%</p><p>em cada mês.</p><p>Fisiopatologia</p><p>• Os mecanismos fisiopatológicos da infertilidade feminina</p><p>incluem:</p><p>– Incapacidade de produzir óvulos (factores ovulatórios);</p><p>– Incapacidade dos óvulos de se movimentarem dos ovários para</p><p>as trompas e destas para o útero;</p><p>– Incapacidade do óvulo fertilizado para se implantar na parede</p><p>do útero;</p><p>– Incapacidade do embrião para sobreviver, depois de implantado</p><p>no útero.</p><p>Etiologia</p><p>Várias causas podem estar envolvidas nesses mecanismos, a</p><p>saber:</p><p>• Infecciosas</p><p>– Doença inflamatória pélvica (DIP);</p><p>– Tuberculose genital;</p><p>• Doenças dos órgãos genitais</p><p>– Ovário e trompas: ovário policístico, tumores, malformações, etc;</p><p>– Útero e do colo uterino: miomas, pólipos, malformações,</p><p>endometriose;</p><p>– Pós-cirurgia ginecológica ou abdominal: criação de aderências</p><p>Etiologia</p><p>• Distúrbios nutricionais</p><p>– Obesidade;</p><p>– Malnutrição;</p><p>– Anorexia nervosa;</p><p>• Outras:</p><p>– Doenças auto-imune;</p><p>– Exercício físico em excesso;</p><p>– Exposição à medicamentos tóxicos;</p><p>– Abuso de álcool;</p><p>– Deficiência de hormonas;</p><p>Classificação</p><p>• Infertilidade primária: refere-se a um casal</p><p>que não teve filhos após um ano de relações</p><p>sexuais sem protecção.</p><p>• Infertilidade secundária: refere-se a um casal</p><p>que já teve um, ou mais, filhos e que não</p><p>consegue conceber mais.</p><p>Manejo da Infertilidade</p><p>• Caso um casal não consiga ter filhos é necessário</p><p>avaliar a mulher e ao homem para se ter um quadro</p><p>completo da situação, poder formular hipóteses</p><p>diagnósticas e proporcionar a conduta.</p><p>• O clínico deve avaliar o casal incluindo:</p><p>– Anamnese</p><p>– Exame físico completo: incluindo o aparelho reprodutivo</p><p>– Testes de laboratório</p><p>Manejo da Infertilidade</p><p>• O manejo dos casos de infertilidade é da</p><p>competência do médico especialista, pelo que</p><p>perante suspeita ou queixa de infertilidade o</p><p>TMG deve referir o caso para nível de atenção</p><p>superior. Antes de referir o caso, algumas</p><p>medidas podem ser tomadas ao nível do TMG,</p><p>são as seguintes:</p><p>Manejo da Infertilidade</p><p>• Tratamento de eventuais ITS;</p><p>• Educação e aconselhamento ao casal sobre a</p><p>periodicidade das relações sexuais;</p><p>• Fornecer suporte psicológico ou encaminhar para</p><p>grupos de apoio, para evitar ou tratar a depressão e</p><p>ansiedade relacionada à incapacidade de ter filhos.</p><p>Prevenção</p><p>• Nem todas as causas de infertilidade podem ser</p><p>prevenidas. Mas algumas causas podem ser controladas,</p><p>como por exemplo:</p><p>– As infecções e suas sequelas: através de controlo da cadeia de</p><p>transmissão das ITS e assim como o seu tratamento.</p><p>– Alimentação equilibrada, saudável.</p><p>– Controlo regular da gravidez através das consultas pré-natais:</p><p>para prevenir as ITS e detectar eventuais situações de risco e</p><p>minimizar o risco de cirurgia e de sequelas pós-cirúrgicas.</p><p>HEMORRAGIA VAGINAL ANORMAL</p><p>• Depois da menarca, toda mulher espera um sangramento</p><p>vaginal cíclico definido como menstruação.</p><p>• Qualquer alteração nas características do ciclo menstrual</p><p>desperta a atenção da mulher. Estas alterações podem ser</p><p>um aumento ou redução do fluxo menstrual, sangramentos</p><p>fora dos ciclos menstruais, ou ainda uma ausência</p><p>completa da menstruação.</p><p>Definição</p><p>• Hemorragia vaginal anormal define-se como</p><p>sendo o sangramento proveniente do útero,</p><p>fora dos padrões normais da menstruação.</p><p>Pode consistir na alteração do fluxo, do tempo</p><p>ou da periodicidade da menstruação.</p><p>Classificação</p><p>• Quanto a sua etiologia, a hemorragia vaginal</p><p>anormal é classificada em:</p><p>– Hemorragia uterina orgânica: aquela que está</p><p>associada a factores orgânicos uterinos (tumores,</p><p>pólipos, infecções).</p><p>– Hemorragia uterina disfuncional: quando não há</p><p>causa específica identificada, e está associado a</p><p>alterações hormonais.</p><p>Etiologia</p><p>• Hemorragia uterina disfuncional (HUD): é o</p><p>sangramento anormal devido a alterações</p><p>hormonais com um nível de estrogénio e</p><p>progesterona que não são balanceados. É a</p><p>causa mais comum de sangramento anormal</p><p>sem uma doença específica como causa.</p><p>Etiologia</p><p>• Esta condição, é frequente em adolescentes nos 2</p><p>primeiros anos após o início dos ciclos reprodutivos e o</p><p>sangramento é geralmente irregular.</p><p>• O diagnóstico é um diagnóstico de exclusão, ou seja, é</p><p>necessário excluir todas as causas orgânicas de</p><p>sangramento (trauma, tumores e outras doenças)</p><p>antes de se concluir que trata-se de HUD.</p><p>Etiologia</p><p>• Hemorragia uterina orgânica</p><p>– A gravidez: a gravidez ectópica, que é a implantação do</p><p>óvulo fecundado fora do útero, ou abortos podem causar</p><p>hemorragia uterina anormal.</p><p>– Mesmo numa gravidez normal, algumas mulheres podem</p><p>reportar sangramento ligeiro no 1º mês, o que</p><p>corresponde a implantação do ovo. Este fenómeno é</p><p>normal, e frequentemente é confundido pela mulher como</p><p>sendo um ciclo menstrual normal, mas que veio com</p><p>pouca intensidade.</p><p>Etiologia</p><p>• O climatério: as mudanças no nível das hormonas</p><p>que acontece durante o climatério (período antes</p><p>e depois da menopausa) podem determinar um</p><p>sangramento disfuncional. A atrofia das paredes</p><p>vaginais que acontece durante a menopausa</p><p>pode causar sangramento durante e após uma</p><p>relação sexual.</p><p>Etiologia</p><p>• Doenças dos órgãos reprodutivos como:</p><p>• Pólipos na mucosa do útero ou vagina</p><p>• Cancro da vagina, do colo do útero e do ovário</p><p>• Doença pélvica inflamatória</p><p>• Fibroma uterino</p><p>• Endometriose</p><p>• Quistos do ovário</p><p>• Inflamação da cervix e do endométrio</p><p>Etiologia</p><p>• Medicamentos: anticoagulantes, anticonceptivos a</p><p>base exclusiva de progesterona.</p><p>• Doenças genéticas do sangue: como a hemofilia</p><p>• Trauma: por exemplo em caso de implante do</p><p>dispositivo intra-uterino, um sangramento leve é</p><p>normal, mas se é excessivo e prolongado é importante</p><p>uma avaliação; outra possível causa de trauma pode</p><p>ser durante a relação sexual.</p><p>Etiologia</p><p>• Hemorragia uterina de causa não</p><p>ginecológica:</p><p>– Distúrbios hormonais (hipotiroidismo,</p><p>hipertiroidismo, D.Mellitus);</p><p>– Doença hepática;</p><p>– Discrasias sanguíneas.</p><p>Manifestações Clínicas</p><p>• Alteração do período habitual de sangramento menstrual, ou</p><p>sangramento entre 2 períodos normais;</p><p>• Alteração do volume de sangramento;</p><p>• Sangramento por períodos prolongados (mais do normal ou mais</p><p>de 8dias);</p><p>• A duração do ciclo menstrual pode ser menos que 21 dias ou mais</p><p>que 35 dias;</p><p>• Sinais e sintomas associados à anemia podem estar presentes;</p><p>• Sinais e sintomas associados à patologia de base.</p><p>Complicações</p><p>• Infertilidade por falta de ovulação em caso os</p><p>ciclos anovulatórios;</p><p>• Anemia severa por sangramento prolongado e</p><p>volumoso.</p><p>Diagnóstico</p><p>• A abordagem de uma paciente com</p><p>sangramento vaginal anormal inclui:</p><p>– Anamnese</p><p>– Exame físico</p><p>– Testes de laboratório</p><p>– Exames especializados</p><p>Diagnóstico</p><p>• O manejo dos casos de hemorragia uterina disfuncional é feito à</p><p>níveis superiores do TMG, contudo, é importante que antes de</p><p>referir estas doentes, o TMG faça uma anamnese e exame físico</p><p>completos, por forma a:</p><p>– Confirmar o sangramento uterino e excluir outras causas como</p><p>sangramento anorrectal ou uretral;</p><p>– Identificar a provável causa e grau de extensão da lesão (se aplicável);</p><p>– Avaliar a presença de eventuais complicações e estabilizar a paciente,</p><p>antes de referir.</p><p>Tratamento</p><p>• A nível do TMG, o principal objectivo é tratar possíveis</p><p>complicações como anemia, dor pélvica associada ao</p><p>quadro, entre outras.</p><p>• Após a estabilização, estas pacientes devem ser referidas</p><p>para níveis de atenção superior onde beneficiaram de</p><p>estudos mais avançados.</p><p>• O objectivo do tratamento é de controlar/parar o</p><p>sangramento e curar/corrigir a sua causa, se possível.</p>

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