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<p>Nome: Isabella Barbosa Ramos</p><p>CASO PRÁTICO</p><p>1.Sim, o fato de o credor e o devedor estarem domiciliados em países</p><p>diferentes pode afetar, mas o Regulamento (UE) nº 1215/2012 lida com essas</p><p>situações, já que regula a competência judiciária, o reconhecimento e a execução</p><p>de decisões entre Estados-Membros da UE em matéria civil e comercial.</p><p>O regulamento aplica-se sempre que o devedor esteja domiciliado em um</p><p>Estado-Membro. Ou seja, mesmo que o credor e o devedor estejam em países</p><p>diferentes, o tribunal do domicílio do devedor normalmente será competente para</p><p>julgar o caso.</p><p>Além disso, a decisão judicial proferida em um Estado-Membro (como a</p><p>Espanha, neste caso) será automaticamente reconhecida e executável em outro</p><p>Estado-Membro (como a França, onde está o credor), sem a necessidade de</p><p>procedimentos adicionais.</p><p>Portanto, o domicílio em Estados-Membros diferentes pode influenciar a</p><p>jurisdição, mas o regulamento garante a aplicação das decisões através da</p><p>cooperação judicial dentro da UE.</p><p>2. Para o credor francês obter o reconhecimento da dívida na França com</p><p>base em uma decisão judicial emitida na Espanha, ele pode seguir os</p><p>procedimentos do Regulamento (UE) nº 1215/2012. Este regulamento simplifica o</p><p>processo de reconhecimento de decisões judiciais entre Estados-Membros da UE,</p><p>eliminando a necessidade do antigo procedimento de exequatur.</p><p>Ele deve, Obter a decisão judicial espanhola que reconhece o direito à dívida</p><p>líquida, vencida e exigível; Solicitar uma certidão ao tribunal espanhol, onde a</p><p>decisão foi proferida. Esta certidão, conforme o regulamento, utiliza um formulário</p><p>específico que acompanha a decisão para que seja reconhecida automaticamente</p><p>em outros Estados-Membros da UE; Apresentar a certidão e a decisão na França.</p><p>Se o devedor não pagar voluntariamente, o credor pode iniciar o processo de</p><p>execução da decisão na França, utilizando as certidões do tribunal espanhol para</p><p>forçar o pagamento (penhoras, bloqueio de bens, etc.).</p><p>Esse processo se aplica porque o regulamento tem como objetivo facilitar a</p><p>livre circulação de decisões judiciais entre os Estados-Membros da UE.</p><p>3. Para invocar a resolução emitida na Espanha perante um tribunal na</p><p>França, o credor deve apresentar os seguintes documentos conforme o</p><p>Regulamento (UE) nº 1215/2012: Cópia da decisão judicial espanhola: Essa decisão</p><p>deve ser autêntica e comprovativa do direito do credor; Certidão da decisão: Emitida</p><p>pelo tribunal espanhol que proferiu a decisão, a certidão segue o modelo fornecido</p><p>pelo regulamento. Essa certidão atesta que a decisão é executória no</p><p>Estado-Membro de origem (Espanha, neste caso); Tradução da decisão ou certidão</p><p>(se necessário): Dependendo da política do tribunal francês, pode ser exigida a</p><p>tradução da decisão ou da certidão para o francês.</p><p>Com esses documentos, o credor pode pedir diretamente a execução da</p><p>decisão na França, sem necessidade de um novo processo judicial ou de</p><p>reconhecimento prévio.</p><p>4. Sim, um acordo judicial homologado em Portugal mantém a sua</p><p>aplicabilidade na França, conforme o Regulamento (UE) nº 1215/2012. Este</p><p>regulamento abrange não só decisões judiciais, mas também transações judiciais,</p><p>como acordos homologados por um tribunal. Isso significa que, se um acordo</p><p>judicial for validado em Portugal, ele pode ser executado na França sem a</p><p>necessidade de um procedimento de reconhecimento adicional, pois o regulamento</p><p>facilita o reconhecimento automático entre os Estados-Membros da UE.</p><p>O credor precisa apresentar o acordo homologado e a certidão emitida pelo</p><p>tribunal português, comprovando a sua força executiva. Esses documentos devem</p><p>ser apresentados ao tribunal francês, e se tudo estiver de acordo com os requisitos</p><p>do regulamento, o tribunal francês reconhecerá o acordo sem necessidade de novas</p><p>formalidades. O único caso em que a execução poderia ser contestada seria se</p><p>houvesse violação de princípios fundamentais, como a ordem pública do Estado</p><p>onde a execução é solicitada. Assim, o acordo homologado em Portugal terá plena</p><p>eficácia na França.</p><p>5. A principal vantagem da opção de concentração prevista no Artigo 6.3(b)</p><p>do Regulamento Roma II é a possibilidade de aplicar a lei do país onde o mercado é</p><p>afetado em casos de atos anticoncorrenciais. Isso oferece maior previsibilidade e</p><p>coerência, uma vez que concentra a regulação do litígio no local onde os efeitos</p><p>práticos da concorrência ocorrem, evitando a fragmentação da lei aplicável. Isso</p><p>beneficia tanto as empresas quanto os consumidores, proporcionando uma solução</p><p>mais eficaz e ajustada à realidade econômica local.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>- Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. (2007). Regulamento (CE) n.º</p><p>864/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de julho de 2007, relativo à</p><p>lei aplicável às obrigações extracontratuais (Roma II). EUR-Lex.</p><p>https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A32007R0864</p><p>- Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. (2012). Regulamento (UE) n.º</p><p>1215/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2012,</p><p>relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em</p><p>matéria civil e comercial. EUR-Lex.</p><p>https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A32012R1215</p>