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<p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>OBSERVAÇÕES INICIAIS</p><p>A prova objetiva do TJSP foi aplicada dia 02/04/2023, após um excelente aulão</p><p>de véspera realizado em São Paulo (onde fomos bem efetivos em antecipações!). Assim</p><p>que tivemos acesso ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do</p><p>Mege, nós também ficamos ansiosos como vocês e corremos para entregar tudo dentro</p><p>do prazo recursal. Missão cumprida!</p><p>A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise</p><p>da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão</p><p>de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase.</p><p>Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória.</p><p>O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as</p><p>finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura,</p><p>sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que</p><p>é de puro apoio (e não fica na detectação de questões antecipadas em nossas várias</p><p>formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim).</p><p>No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso</p><p>apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da</p><p>Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser</p><p>aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que</p><p>relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses ao nosso</p><p>lado.</p><p>O corte, neste momento, segue estimado em 80 acertos para ampla</p><p>concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas às pessoas com</p><p>deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreveram às vagas reservadas</p><p>aos(às) candidatos(as) negros(as), precisam acertar 60 questões para avançarem de</p><p>fase (conforme item 9.7.3.1 do edital de abertura).</p><p>9.7.3.1. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas</p><p>às pessoas com deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se</p><p>inscreverem às vagas reservadas aos(às) candidatos(as) negros(as)</p><p>serão convocados para a segunda etapa, desde que tenham obtido</p><p>a nota mínima exigida para todos(as) os(as) outros(as)</p><p>candidatos(as), sem prejuízo dos classificados em ampla</p><p>concorrência, conforme o caso destacado no subitem 9.7.1, nos</p><p>termos do art. 44, § 2º, da Resolução CNJ nº 75/2009, e art. 2º, §</p><p>3º, da Resolução CNJ nº 203/2015.</p><p>4</p><p>Os nossos professores entendem que 8 (oito) questões, em especial, estão</p><p>envolvidas em maiores polêmicas a serem apreciadas (18, 33, 41, 48, 49, 75, 93, 95) e,</p><p>portanto, podem ter suas situações alteradas na fase recursal, o que deixa em aberto a</p><p>nota de corte para outras possibilidades.</p><p>Diante disso, em nosso sentimento, ainda é possível sonhar com a aprovação</p><p>na ampla concorrência com a nota 77 (tendo como parâmetro o corte atual em 80).</p><p>A sua maior ou menor probabilidade dependerá do aproveitamento das</p><p>questões mais polêmicas. Trata-se de mera opinião de parâmetro de circunstancial de</p><p>tudo que temos de informação neste momento.</p><p>Em cotas, deve-se analisar o desempenho nas questões que apontamos com</p><p>maior probabilidade de mudança, portanto, notas como 55/56/57 passam a ter boas</p><p>chances.</p><p>Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas)</p><p>questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica</p><p>deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Não</p><p>temos como cravar quantas questões efetivamente serão afetadas, mas guardem esta</p><p>informação de parâmetro para verificarem suas chances reais!</p><p>Aos alunos das turmas do Mege para o TJSP (pré-edital, pós-edital e mega</p><p>revisão), pedimos que não deixem de reler os conteúdos das rodadas com temas</p><p>antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos próximos desafios (e</p><p>também para a 2ª fase do concurso, aos que prosseguirão – já tivemos caso de uma</p><p>prova discursiva inteira tratada nas rodadas da turma da prova objetiva de reta final.</p><p>Isso ocorreu no TJAP, mas em praticamente todo TJ boa parte da prova também já</p><p>tratada desde o estudo para 1ª fase).</p><p>Como perceberam, o estudo em sprint final sempre é revertido em pontos</p><p>decisivos. As turmas de reta final são um sucesso desde nossa primeira edição. O</p><p>trabalho de pesquisa faz a diferença!</p><p>É importante mencionar que o Clube do Magistratura também é extremamente</p><p>valioso para qualquer nível de prova para carreira (especialmente por tratar de um edital</p><p>completo ao longo de 1 ano – e aqui falamos, sem qualquer receio, em todas as fases).</p><p>Não fizemos maiores apontamentos sobre ele neste material pelo curto tempo de</p><p>comparativo temático de sua produção com as questões de prova.</p><p>No entanto, diante da imensa produção do clube da magistratura, dificilmente</p><p>uma prova de magistratura apresenta questão que fuja de nossos olhos e produções.</p><p>Inclusive em Humanística.</p><p>Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo</p><p>em menor prazo. Portanto, ainda há tempo de evoluir para os próximos desafios.</p><p>É válido citar que, neste momento, estamos com inscrições abertas para as 2</p><p>(duas) turmas de retas finais.</p><p>5</p><p>LINK abaixo para turma de reta final do TJES</p><p>LINK para turma de reta final do TJMS</p><p>SEGUNDO O SITE OLHO NA VAGA</p><p>82% dos candidatos que obtiveram as melhores notas estudaram no Mege!</p><p>Até parece uma imagem colada de outra turma do tanto que tem sido assim,</p><p>nossos alunos, novamente, deram um show em relação aos demais cursos</p><p>cadastrados!</p><p>O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de</p><p>nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em</p><p>plataforma que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e</p><p>que nos enche de orgulho.</p><p>Pelas matrículas nas turmas de 2ª fase temos uma boa percepção que vocês</p><p>estão realmente engajados em fazer bonito novamente!</p><p>https://loja.mege.com.br/proposta/tjesretafinal</p><p>https://loja.mege.com.br/proposta/tjmsretafinal2023</p><p>6</p><p>Em nossa análise, sobre caminhos pós-prova no TJSP, entendemos que esse</p><p>direcionamento esquematizado pode orientar da melhor forma.</p><p>Sobre a nota de corte de ampla concorrência (estimada em 80 pontos), diante</p><p>das polêmicas apontadas como possíveis anulações, estimamos que até 77 pontos seria</p><p>possível imaginar uma chance de 2ª fase (com bom aproveitamento de anuladas).</p><p>Em cotas, 55 seria esse limite indicado, diante das possibilidades de anulações</p><p>que apontamos (e o aluno tiver errado em grande as questões indicadas). É uma chance</p><p>remota, mas é possível e deve ser visto caso a caso.</p><p>SE VOCÊ NÃO FOI TÃO BEM NO TJSP NÃO SE DESESPERE!</p><p>O Clube da Magistratura foi pensado para todos os níveis de concurseiro da carreira.</p><p>Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,</p><p>entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.1), Nossa turma mais</p><p>completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha</p><p>acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos).</p><p>Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da</p><p>Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do</p><p>concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma</p><p>personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado.</p><p>Vale a pena conferir!</p><p>CLUBE DA MAGISTRATURA 2023.1</p><p>A SEGUNDA FASE É LOGO ALI!</p><p>Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª</p><p>fase TJSP (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas</p><p>personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio.</p><p>O estudo de sentenças e discursivas</p><p>que levou à sentença de extinção sem resolução do</p><p>mérito.</p><p>(A) Contumácia das partes, ausência de legitimidade e interesse processual.</p><p>(B) Extinção por abandono pelo autor, ausência de pressupostos de constituição e de</p><p>desenvolvimento regular do processo.</p><p>(C) Indeferimento da petição inicial, ausência de pressupostos de constituição e de</p><p>desenvolvimento regular do processo e ausência de legitimidade ou de interesse</p><p>processual.</p><p>(D) Extinção por abandono da causa pelo autor, contumácia das partes e indeferimento</p><p>da petição inicial.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO!</p><p>De fato, nos casos de indeferimento da petição inicial (art. 485, I, do CPC), de ausência</p><p>de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo (art. 485, IV,</p><p>do CPC) e ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 485, VI, do CPC), se</p><p>o vício que levou à extinção do processo for sanado, é possível nova propositura da</p><p>demanda, justamente porque se trata de mera sentença terminativa (extinção sem</p><p>resolução do mérito), e não definitiva (extinção com resolução do mérito).</p><p>Entretanto, nas hipóteses de abandono da causa pelo autor (art. 485, III, do CPC), a</p><p>priori, não é possível afastar a regra de que, se o vício de falta de regular andamento do</p><p>processo for sanado, o autor pode, novamente, ajuizar processo com a mesma</p><p>pretensão, justamente porque a sentença que extinguiu o processo por abandono não</p><p>faz coisa julgada.</p><p>Desse modo, a priori, a letra B também está correta, o que impõe a anulação da questão</p><p>ou, ao menos, a aceitação de duas respostas.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>19. Sobre a denunciação da lide, considerando a jurisprudência dominante e atual do</p><p>Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:</p><p>(A) o estado avançado do processo não recomenda o deferimento do pedido de</p><p>denunciação da lide, sob pena de afronta aos mesmos princípios que o instituto busca</p><p>preservar.</p><p>(B) o Código de Processo Civil em vigor prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide</p><p>nos casos de evicção.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>33</p><p>(C) a denunciação deve ser admitida se o denunciante busca eximir-se da</p><p>responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro.</p><p>(D) a denunciação pode ser promovida de ofício pelo juiz.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) CORRETA. “É pacífica jurisprudência desta Corte Superior para inadmitir a</p><p>denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC quando introduzir fundamento</p><p>novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir</p><p>ampla dilação probatória, especialmente quando está sob análise processo em estado</p><p>avançado, a fim de respeitar os princípios da celeridade e economia processuais” (STJ,</p><p>REsp 2034746 / SP, Terceira Turma, DJe 24/03/2023)</p><p>(B) INCORRETA. “O Código de Processo Civil de 2015, ao contrário do Código anterior,</p><p>não prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide em nenhuma de suas hipóteses. Ao</p><p>contrário, assegura o exercício do direito de regresso por ação autônoma quando</p><p>indeferida, não promovida ou proibida (CPC/2015, art 125, caput, e § 1º)” (AgInt no</p><p>AREsp 1575808 / SP, DJe 16/06/2021).</p><p>(C) INCORRETA. "Não se admite a denunciação da lide com fundamento no art. 125, II,</p><p>do CPC se o denunciante objetiva eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso,</p><p>atribuindo-o com exclusividade a terceiro. Precedentes" (AgInt no AREsp 1483427/SP,</p><p>Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/09/2019, DJe</p><p>30/09/2019).” (AgInt no AREsp 1.451.888/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,</p><p>QUARTA TURMA, julgado em 20/04/2020, DJe de 24/04/2020)</p><p>(D) INCORRETA. A denunciação da lide apenas pode ser promovida por qualquer das</p><p>partes:</p><p>CPC, Art. 125. “É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer</p><p>das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio</p><p>foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da</p><p>evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato,</p><p>a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.”</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>20. Sobre a prova no processo civil, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) O juiz deve determinar, a requerimento da parte, as provas necessárias ao</p><p>julgamento do mérito. O indeferimento das diligências inúteis e meramente</p><p>protelatórias deve ocorrer em decisão fundamentada, sendo que o juiz não pode</p><p>determinar de ofício a produção de provas, pois o ônus de provar é sempre da parte.</p><p>(B) As partes podem convencionar, somente antes do processo, a distribuição diversa</p><p>do ônus da prova, salvo quando recair em direito indisponível da parte ou tornar</p><p>excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.</p><p>34</p><p>(C) A produção antecipada de prova previne a competência do juízo para a ação que</p><p>venha a ser proposta.</p><p>(D) Incumbe o ônus da prova à parte que produziu o documento e não quem arguiu a</p><p>falsidade, quando se tratar de impugnação da autenticidade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. O juiz pode deferir provas de ofício. Confiram:</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as</p><p>provas necessárias ao julgamento do mérito.</p><p>Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências</p><p>inúteis ou meramente protelatórias.</p><p>(B) INCORRETA. Podem convencionar antes e durante o processo.</p><p>Art. 373, § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer</p><p>por convenção das partes, salvo quando:</p><p>I - recair sobre direito indisponível da parte;</p><p>II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.</p><p>§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o</p><p>processo.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 381, § 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do</p><p>juízo para a ação que venha a ser proposta.</p><p>(D) CORRETA.</p><p>Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:</p><p>I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte</p><p>que a arguir;</p><p>II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o</p><p>documento.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>21. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) O contrato de seguro por danos pessoais exclui os danos morais, salvo cláusula</p><p>expressa em sentido contrário.</p><p>(B) No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, é permitida a revisão das cláusulas</p><p>contratuais, ante a mitigação do princípio da pacta sunt servanda.</p><p>(C) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável às entidades abertas de</p><p>previdência complementar.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>35</p><p>(D) Nas relações de consumo entre fornecedor e consumidor pessoa jurídica, a</p><p>indenização não poderá ser limitada, mesmo em situações justificáveis.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. O entendimento da Súmula 402 do STJ é o inverso do colocado na</p><p>assertiva:</p><p>Súmula 402 do STJ. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos</p><p>morais, salvo cláusula expressa de exclusão.</p><p>(B) CORRETA. A revisão das cláusulas contratuais, com aplicação da Teoria da Base</p><p>Objetiva do Negócio Jurídico, é um direito básico consumidor, previsto no art. 6º, V, do</p><p>CDC:</p><p>Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:</p><p>V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações</p><p>desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as</p><p>tornem excessivamente onerosas;</p><p>(C) INCORRETA. O CDC é aplicável às</p><p>entidades abertas de previdência complementar,</p><p>e não às fechadas.</p><p>Súmula 563 do STJ. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas</p><p>de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados</p><p>com entidades fechadas.</p><p>(D) INCORRETA. A indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis, quando</p><p>se trata de consumidor pessoa jurídica:</p><p>Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais</p><p>relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:</p><p>I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor</p><p>por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem</p><p>renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o</p><p>fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada,</p><p>em situações justificáveis;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>22. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) Em contratos bancários, a abusividade de cláusulas não pode ser conhecida de ofício</p><p>pelo juiz.</p><p>(B) É válida a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo de internação</p><p>hospitalar do segurado.</p><p>36</p><p>(C) Nas relações de consumo, os contratantes podem convencionar sobre a inversão do</p><p>ônus da prova.</p><p>(D) Instituição de ensino superior pode recusar a matrícula de aluno aprovado em</p><p>vestibular se ele for inadimplente em curso distinto da mesma instituição.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) CORRETA. Súmula 381 do STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador</p><p>conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.</p><p>(B) INCORRETA. Súmula 302 do STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde</p><p>que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.</p><p>Súmula 92 do TJSP: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo</p><p>de internação do segurado ou usuário (Súmula 302 do Superior Tribunal de Justiça).</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais</p><p>relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:</p><p>VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor.</p><p>(D) INCORRETA. CONSUMIDOR. ENSINO SUPERIOR. INADIMPLÊNCIA. CURSO DISTINTO.</p><p>NEGATIVA DE MATRÍCULA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.</p><p>1. Hipótese em que a corte de origem entendeu não haver amparo legal para a</p><p>Universidade recusar a matrícula de aluno aprovado em concurso vestibular, por estar</p><p>ele inadimplente com relação a mensalidades de curso anterior.</p><p>2. A instituição de ensino alega negativa de vigência ao art. 5º da Lei 9.870/99, sob o</p><p>argumento de que "a inadimplência sugerida na lei como óbice à matrícula de alunos</p><p>inadimplentes não se restringe aos contratos em andamento".</p><p>3. A prestação de serviços educacionais caracteriza-se como relação de consumo,</p><p>motivo pelo qual devem incidir as regras destinadas à proteção do consumidor, o qual,</p><p>por ser a parte mais vulnerável, merece especial atenção quando da interpretação das</p><p>leis que, de alguma forma, incidem sobre as relações consumeristas</p><p>4. A educação é um direito consagrado constitucionalmente, tal como prevê o art. 205</p><p>da Constituição Federal, in verbis: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da</p><p>família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação</p><p>para o trabalho".</p><p>5. O dispositivo legal tipo por violado autoriza a negativa da instituição de ensino</p><p>superior em renovar a matrícula de aluno inadimplente.</p><p>37</p><p>6. No entanto, o caso trazido à análise do Superior Tribunal de Justiça não diz respeito à</p><p>mera renovação de matrícula, mas sim à constituição de nova relação jurídica, ainda que</p><p>na mesma instituição de ensino.</p><p>7. Não se mostra razoável que se proceda a uma interpretação extensiva da Lei em</p><p>apreço de modo a prejudicar o consumidor, em especial aquele que almeja a inserção</p><p>no ambiente acadêmico.</p><p>8. A eventual cobrança de valores em aberto poderá ser realizada, porém pelos meios</p><p>legais ordinários, não se admitindo a pretendida negativa de matrícula na forma</p><p>propugnada pela recorrente, uma vez que não há respaldo legal para tal ato.</p><p>9. Recurso Especial não provido.</p><p>(REsp n. 1.583.798/SC, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em</p><p>24/5/2016, DJe de 7/10/2016.)</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>23. A resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel, submetido ao</p><p>Código de Defesa do Consumidor, impõe a imediata restituição</p><p>(A) parcial das parcelas pagas, de forma parcelada, se o desfazimento do contrato</p><p>ocorreu por culpa exclusiva do promitente vendedor.</p><p>(B) integral das parcelas pagas, caso o promitente comprador tenha dado causa ao</p><p>desfazimento.</p><p>(C) parcial e proporcional das parcelas pagas, em caso de desfazimento do contrato por</p><p>culpa recíproca dos contratantes.</p><p>(D) parcial das parcelas pagas, caso o promitente comprador tenha dado causa ao</p><p>desfazimento.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Súmula 543 do STJ. Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e</p><p>venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a</p><p>imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – integralmente,</p><p>em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso</p><p>tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.</p><p>Há duas conclusões importantes decorrentes do desfazimento de contratos de</p><p>promessa de compra e venda em parcelas ou alienação fiduciária em garantia:</p><p>- É nula de pleno direito a cláusula de decaimento, ou seja, aquela que prevê a perda</p><p>total das parcelas pagas até então pelo consumidor;</p><p>38</p><p>- A restituição do montante devido ao consumidor deve ser feita de forma imediata, e</p><p>não a prazo ou parcelada.</p><p>Correta, pois, somente a alternativa D.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>24. Considerando que a vulnerabilidade do consumidor objetiva o estabelecimento da</p><p>igualdade formal-material nas relações de consumo, é CORRETO afirmar que</p><p>(A) a vulnerabilidade informacional está relacionada com a falta de conhecimentos</p><p>específicos do consumidor sobre o produto ou serviço que está adquirindo,</p><p>possibilitando que seja mais facilmente enganado quanto às características do bem ou</p><p>quanto à sua utilidade.</p><p>(B) a vulnerabilidade jurídica ou científica deriva da propaganda ou publicidade sobre o</p><p>produto ou serviço, envolvendo a apresentação de dados insuficientes capazes de</p><p>influenciar no processo decisório de compra do consumidor.</p><p>(C) a vulnerabilidade fática ou socioeconômica é aquela em que o fornecedor, por sua</p><p>posição de monopólio, fático ou jurídico, por seu poder econômico ou em face da</p><p>essencialidade do serviço, impõe sua superioridade a todos que com ele contratam.</p><p>(D) a vulnerabilidade técnica decorre da falta de conhecimento jurídico específico, ou</p><p>da falta de conhecimento sobre contabilidade ou economia, e resguarda o consumidor</p><p>não profissional e o consumidor pessoa natural.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A vulnerabilidade pode ser basicamente de quatro espécies: técnica, jurídica, econômica</p><p>ou informacional (são essas, pelo menos, as que são até agora mais reconhecidas e</p><p>aceitas):</p><p>- Vulnerabilidade Técnica: O comprador não possui conhecimentos específicos sobre o</p><p>produto ou o serviço, podendo ser mais facilmente iludido no momento da contratação.</p><p>Decorre do fato de o consumidor não possuir o controle dos mecanismos utilizados na</p><p>cadeia produtiva.</p><p>- Vulnerabilidade Jurídica ou Científica: Falta de</p><p>conhecimentos jurídicos ou de outros</p><p>referentes à relação, como contábeis, matemáticos, econômicos etc.</p><p>- Vulnerabilidade Econômica ou Fática: Real diante do parceiro contratual, seja em</p><p>decorrência do grande poderio econômico deste, seja por sua posição de monopólio,</p><p>seja pela essencialidade do serviço que presta, impondo uma posição de superioridade</p><p>na relação contratual.</p><p>39</p><p>- Vulnerabilidade Informacional: Há quem a enquadre como vulnerabilidade técnica. É</p><p>o déficit informacional do consumidor na sociedade atual que pode influenciar no</p><p>processo de aquisição de bens e serviços.</p><p>Correta, assim, a alternativa C.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>25. É CORRETO afirmar que</p><p>(A) é lícito o uso de escore de crédito (credit scoring) para concessão de crédito ao</p><p>consumidor.</p><p>(B) o fornecedor não está obrigado a informar o valor aproximado correspondente à</p><p>totalidade dos tributos incidentes sobre a venda ao consumidor de mercadorias ou</p><p>serviços.</p><p>(C) o provedor de conteúdo de internet responde objetivamente pelo conteúdo inserido</p><p>pelo usuário.</p><p>(D) a teoria do adimplemento substancial pode ser aplicada nos contratos de alienação</p><p>fiduciária, regidos pelo Decreto-lei no 911, de 1969.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) CORRETA. Súmula 550 do STJ. A utilização de escore de crédito, método estatístico</p><p>de avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do</p><p>consumidor, que terá direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais</p><p>valoradas e as fontes de dados considerados no respectivo cálculo.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 6º São direitos básicos do consumidor:</p><p>III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,</p><p>com especificação correta de quantidade, características, composição,</p><p>qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que</p><p>apresentem;</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 18 da Lei n. 12.965/2014 (Marco Civil da Internet). O provedor de</p><p>conexão à internet não será responsabilizado civilmente por danos</p><p>decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.</p><p>Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a</p><p>censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser</p><p>responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por</p><p>terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para,</p><p>no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo</p><p>40</p><p>assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente,</p><p>ressalvadas as disposições legais em contrário.</p><p>(D) INCORRETA. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE</p><p>FINANCIAMENTO DE VEÍCULO, COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA REGIDO</p><p>PELO DECRETO-LEI 911/69. INCONTROVERSO INADIMPLEMENTO DAS QUATRO</p><p>ÚLTIMAS PARCELAS (DE UM TOTAL DE 48). EXTINÇÃO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO</p><p>(OU DETERMINAÇÃO PARA ADITAMENTO DA INICIAL, PARA TRANSMUDÁ-LA EM AÇÃO</p><p>EXECUTIVA OU DE COBRANÇA), A PRETEXTO DA APLICAÇÃO DA TEORIA DO</p><p>ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. DESCABIMENTO. 1. ABSOLUTA INCOMPATIBILIDADE</p><p>DA CITADA TEORIA COM OS TERMOS DA LEI ESPECIAL DE REGÊNCIA.</p><p>RECONHECIMENTO. 2. REMANCIPAÇÃO DO BEM AO DEVEDOR CONDICIONADA AO</p><p>PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA, ASSIM COMPREENDIDA COMO OS</p><p>DÉBITOS VENCIDOS, VINCENDOS E ENCARGOS APRESENTADOS PELO CREDOR,</p><p>CONFORME ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DA SEGUNDA SEÇÃO, SOB O RITO DOS</p><p>RECURSOS ESPECIAIS REPETITIVOS (REsp n. 1.418.593/MS). 3. INTERESSE DE AGIR</p><p>EVIDENCIADO, COM A UTILIZAÇÃO DA VIA JUDICIAL ELEITA PELA LEI DE REGÊNCIA</p><p>COMO SENDO A MAIS IDÔNEA E EFICAZ PARA O PROPÓSITO DE COMPELIR O DEVEDOR</p><p>A CUMPRIR COM A SUA OBRIGAÇÃO (AGORA, POR ELE REPUTADA ÍNFIMA), SOB PENA</p><p>DE CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE NAS MÃOS DO CREDOR FIDUCIÁRIO. 4.</p><p>DESVIRTUAMENTO DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL, CONSIDERADA A</p><p>SUA FINALIDADE E A BOA-FÉ DOS CONTRATANTES, A ENSEJAR O ENFRAQUECIMENTO</p><p>DO INSTITUTO DA GARANTIA FIDUCIÁRIA. VERIFICAÇÃO. 5. RECURSO ESPECIAL</p><p>PROVIDO. 1. A incidência subsidiária do Código Civil, notadamente as normas gerais, em</p><p>relação à propriedade/titularidade fiduciária sobre bens que não sejam móveis</p><p>infugíveis, regulada por leis especiais, é excepcional, somente se afigurando possível no</p><p>caso em que o regramento específico apresentar lacunas e a solução ofertada pela "lei</p><p>geral" não se contrapuser às especificidades do instituto regulado pela lei especial (ut</p><p>Art. 1.368-A, introduzido pela Lei n. 10931/2004).</p><p>1.1 Além de o Decreto-Lei n. 911/1969 não tecer qualquer restrição à utilização da ação</p><p>de busca e apreensão em razão da extensão da mora ou da proporção do</p><p>inadimplemento, é expresso em exigir a quitação integral do débito como condição</p><p>imprescindível para que o bem alienado fiduciariamente seja remancipado. Em seus</p><p>termos, para que o bem possa ser restituído ao devedor, livre de ônus, não basta que</p><p>ele quite quase toda a dívida; é insuficiente que pague substancialmente o débito; é</p><p>necessário, para esse efeito, que quite integralmente a dívida pendente.</p><p>2. Afigura-se, pois, de todo incongruente inviabilizar a utilização da ação de busca e</p><p>apreensão na hipótese em que o inadimplemento revela-se incontroverso</p><p>desimportando sua extensão, se de pouca monta ou se de expressão considerável ,</p><p>quando a lei especial de regência expressamente condiciona a possibilidade de o bem</p><p>ficar com o devedor fiduciário ao pagamento da integralidade da dívida pendente.</p><p>Compreensão diversa desborda, a um só tempo, do diploma legal exclusivamente</p><p>aplicável à questão em análise (Decreto-Lei n. 911/1969), e, por via transversa, da</p><p>própria orientação firmada pela Segunda Seção, por ocasião do julgamento do citado</p><p>Resp n. 1.418.593/MS, representativo da controvérsia, segundo a qual a restituição do</p><p>bem ao devedor fiduciante é condicionada ao pagamento, no prazo de cinco dias</p><p>41</p><p>contados da execução da liminar de busca e apreensão, da integralidade da dívida</p><p>pendente, assim compreendida como as parcelas vencidas e não pagas, as parcelas</p><p>vincendas e os encargos, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na</p><p>inicial. 3. Impor-se ao credor a preterição da ação de busca e apreensão (prevista em lei,</p><p>segundo a garantia fiduciária a ele conferida) por outra via judicial, evidentemente</p><p>menos eficaz, denota absoluto descompasso com o sistema processual. Inadequado,</p><p>pois, extinguir ou obstar a medida de busca e apreensão corretamente ajuizada, para</p><p>que o credor, sem poder se valer de garantia fiduciária dada (a qual, diante do</p><p>inadimplemento, conferia-lhe, na verdade, a condição de proprietário do bem), intente</p><p>ação executiva ou de cobrança, para só então adentrar no patrimônio do devedor, por</p><p>meio de constrição judicial que poderá, quem sabe (respeitada o ordem legal), recair</p><p>sobre esse mesmo bem (naturalmente, se o devedor, até lá, não tiver dele se desfeito).</p><p>4. A teoria do adimplemento substancial tem por objetivo precípuo impedir que o credor</p><p>resolva a relação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da</p><p>obrigação. A via judicial para esse fim é a ação de resolução contratual. Diversamente,</p><p>o credor fiduciário, quando promove ação de busca e apreensão, de modo algum</p><p>pretende extinguir a relação contratual. Vale-se da ação de busca e apreensão com o</p><p>propósito imediato de dar cumprimento aos termos do contrato, na medida em que se</p><p>utiliza da garantia fiduciária ajustada para compelir o devedor fiduciante a dar</p><p>cumprimento às obrigações faltantes, assumidas contratualmente (e agora, por ele,</p><p>reputadas ínfimas). A consolidação da propriedade fiduciária nas mãos do credor</p><p>apresenta-se como consequência da renitência do devedor fiduciante de honrar seu</p><p>dever contratual, e não como objetivo imediato da ação. E, note-se que, mesmo nesse</p><p>caso, a extinção do contrato dá-se pelo cumprimento da obrigação, ainda</p><p>que de modo</p><p>compulsório, por meio da garantia fiduciária ajustada. 4.1 É questionável, se não</p><p>inadequado, supor que a boa-fé contratual estaria ao lado de devedor fiduciante que</p><p>deixa de pagar uma ou até algumas parcelas por ele reputadas ínfimas mas certamente</p><p>de expressão considerável, na ótica do credor, que já cumpriu integralmente a sua</p><p>obrigação , e, instado extra e judicialmente para honrar o seu dever contratual, deixa de</p><p>fazê-lo, a despeito de ter a mais absoluta ciência dos gravosos consectários legais</p><p>advindos da propriedade fiduciária. A aplicação da teoria do adimplemento substancial,</p><p>para obstar a utilização da ação de busca e apreensão, nesse contexto, é um incentivo</p><p>ao inadimplemento das últimas parcelas contratuais, com o nítido propósito de</p><p>desestimular o credor - numa avaliação de custo-benefício - de satisfazer seu crédito por</p><p>outras vias judiciais, menos eficazes, o que, a toda evidência, aparta-se da boa-fé</p><p>contratual propugnada. 4.2. A propriedade fiduciária, concebida pelo legislador</p><p>justamente para conferir segurança jurídica às concessões de crédito, essencial ao</p><p>desenvolvimento da economia nacional, resta comprometida pela aplicação deturpada</p><p>da teoria do adimplemento substancial.</p><p>5. Recurso Especial provido.</p><p>(REsp n. 1.622.555/MG, relator Ministro Marco Buzzi, relator para acórdão Ministro</p><p>Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, julgado em 22/2/2017, DJe de 16/3/2017.)</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>42</p><p>DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>26. Qual a legislação que prioriza a prática que seja restaurativa?</p><p>(A) Lei Henry Borel.</p><p>(B) Lei da Palmada.</p><p>(C) Lei do SINASE.</p><p>(D) Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Art. 35 da Lei 12.594/2012 - A execução das medidas socioeducativas reger-</p><p>se-á pelos seguintes princípios:</p><p>(...)</p><p>III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que</p><p>possível, atendam às necessidades das vítimas;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>27. A adoção de criança ou adolescente residente no Brasil, realizada por brasileiro</p><p>residente no exterior, deve</p><p>(A) ser considerada adoção internacional se o país de residência do adotante for</p><p>signatário da Convenção da Haia, e nacional se o país de residência do adotante não for</p><p>signatário da Convenção da Haia.</p><p>(B) ser considerada mista, dependendo de autorização da Autoridade Central</p><p>Administrativa Federal – ACAF.</p><p>(C) ser considerada adoção nacional, devido à nacionalidade do adotante e residência</p><p>do adotando em território nacional.</p><p>(D) ser considerada adoção internacional.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Art. 51 do ECA - Considera-se adoção internacional aquela na qual o</p><p>pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia,</p><p>de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em</p><p>Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21</p><p>junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.</p><p>43</p><p>Ante o exposto, o ECA não faz qualquer distinção quanto a nacionalidade do</p><p>pretendente, sendo considerado para fiz de caracterização da adoção internacional</p><p>apenas a sua residência habitual.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>28. Quando apreendido o adolescente, o fato deve ser comunicado à autoridade</p><p>judiciária competente e à família do adolescente</p><p>(A) no prazo de 24 (vinte e quatro) horas pela autoridade judiciária à família do</p><p>apreendido, após a comunicação incontinente da autoridade policial.</p><p>(B) imediatamente, pela autoridade policial.</p><p>(C) no prazo de 24 (vinte e quatro) horas após a apresentação do adolescente ao</p><p>Ministério Público, para oitiva informal.</p><p>(D) imediatamente para a família e 24 (vinte e quatro) horas para a autoridade judiciária.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Art. 107 do ECA - A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se</p><p>encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária</p><p>competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.</p><p>Art. 172 do ECA - O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional</p><p>será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>29. Na prestação de serviços comunitários, é garantido ao adolescente</p><p>(A) que as tarefas serão atribuídas conforme a sua aptidão, em jornada máxima de 10</p><p>(dez) horas semanais.</p><p>(B) realizar tarefas gratuitas de interesse geral.</p><p>(C) que as tarefas não poderão ser executadas em sábados, domingos e feriados, para</p><p>não prejudicar a convivência do adolescente com sua família.</p><p>(D) realizar tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a 12 (doze)</p><p>meses.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>44</p><p>Art. 117 do ECA - A prestação de serviços comunitários consiste na realização</p><p>de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis</p><p>meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros</p><p>estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou</p><p>governamentais.</p><p>Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do</p><p>adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas</p><p>semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não</p><p>prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>30. Em relação à remissão,</p><p>(A) sua concessão é privativa do Ministério Público, como forma de exclusão do</p><p>processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato.</p><p>(B) implica, necessariamente, no reconhecimento da responsabilidade pelo</p><p>adolescente.</p><p>(C) pode ser incluída a aplicação de qualquer das medidas socioeducativas previstas em</p><p>lei, a ser devidamente cumprida pelo adolescente.</p><p>(D) pode ser concedida antes ou depois de iniciado o processo de apuração do ato</p><p>infracional.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Art. 126 do ECA - Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de</p><p>ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a</p><p>remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias</p><p>e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do</p><p>adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.</p><p>Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela</p><p>autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.</p><p>Art. 127 do ECA - A remissão não implica necessariamente o reconhecimento</p><p>ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de</p><p>antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das</p><p>medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e</p><p>a internação.</p><p>Art. 128 do ECA - A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista</p><p>judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente</p><p>ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>45</p><p>DIREITO PENAL</p><p>31. É requisito para a concessão do livramento condicional:</p><p>(A) não tenha cometido falta grave nos últimos 18 (dezoito) meses.</p><p>(B) que a pena privativa de liberdade seja igual ou superior a 2 anos.</p><p>(C) a realização de trabalho ou estudo durante os 06 meses que antecederam o pedido</p><p>de livramento.</p><p>(D) aptidão para prover sua subsistência, ou comprovar quem o possa fazer, em</p><p>decorrência de trabalho honesto.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>CP - Art. 83, III, b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)</p><p>meses.</p><p>(B) CORRETA.</p><p>CP - Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a</p><p>pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos.</p><p>(C) INCORRETA. Não há previsão desta condição na legislação.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>CP - Art. 83, III, d) aptidão para prover a própria subsistência mediante</p><p>trabalho honesto.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>32. Quais são os efeitos da reabilitação e condições para seu requerimento?</p><p>(A) Sigilo dos registros do processo e condenação, sem interferência no prazo de 02</p><p>(dois) anos do dia que julgada extinta, por sentença, a pena imposta.</p><p>(B) Sigilo dos registros do processo e condenação, devendo ser requerida no prazo de 2</p><p>(dois) anos da extinção da pena, acarretando a reintegração do condenado ao cargo,</p><p>função pública ou mandato eletivo.</p><p>(C) Sigilo dos registros do processo e condenação, e decurso do prazo de 02 (dois) anos</p><p>do dia em que extinta ou cumprida a pena.</p><p>(D) Sigilo dos registros do processo e da condenação, devendo ser requerida no prazo</p><p>de 02 (dois) anos da data da extinção ou cumprimento da pena, sob pena de preclusão.</p><p>46</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença</p><p>definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu</p><p>processo e condenação. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida,</p><p>decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena</p><p>ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão</p><p>e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o</p><p>condenado.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença</p><p>definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu</p><p>processo e condenação.</p><p>Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da</p><p>condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na</p><p>situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.</p><p>(C) CORRETA.</p><p>Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença</p><p>definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu</p><p>processo e condenação.</p><p>Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia</p><p>em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,</p><p>computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento</p><p>condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia</p><p>em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,</p><p>computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento</p><p>condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado. Parágrafo</p><p>único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde</p><p>que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos</p><p>requisitos necessários.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>33. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou</p><p>circunstância agravante de outro não se estende a esse. Como exceção, é CORRETO</p><p>citar:</p><p>(A) os crimes conexos.</p><p>(B) os crimes em continuidade delitiva.</p><p>(C) os crimes plurais.</p><p>(D) os crimes complexos.</p><p>47</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO!</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) CORRETA.</p><p>Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento</p><p>constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos</p><p>crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto</p><p>aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.</p><p>O crime conexo é uma construção normativa que conjuga elementares típicas de dois</p><p>ou mais crimes autônomos, a exemplo do crime de roubo, formado pelo crime de furto</p><p>+ lesões corporais, ameaça ou constrangimento ilegal.</p><p>Não há, portanto, unidades delitivas a serem consideradas de forma isolada para se</p><p>aferir a extinção da punibilidade no âmbito do crime complexo, porquanto o crime</p><p>complexo, por si, é único, e não uma conjugação aritmética de elementares típicas de</p><p>outros crimes.</p><p>Logo, a título de exemplo, não se analisa, no crime de roubo, a eventual extinção da</p><p>punibilidade do furto ou da ameaça, elementos constitutivos do crime, mas a unidade</p><p>complexa do crime previsto no art. 157 do CP. (Professor Fernando Abreu)</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento</p><p>constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos</p><p>crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto</p><p>aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento</p><p>constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos</p><p>crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto</p><p>aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento</p><p>constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos</p><p>crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto</p><p>aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.</p><p>___________________________________________________________________</p><p>48</p><p>34. A embriaguez deve ser considerada circunstância agravante do crime quando</p><p>(A) poderia ser evitada.</p><p>(B) decorre involuntariamente.</p><p>(C) é preordenada.</p><p>(D) decorre de estado de violenta emoção.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:</p><p>II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos</p><p>análogos.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 28 - § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,</p><p>proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da</p><p>omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de</p><p>determinar-se de acordo com esse entendimento.</p><p>§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por</p><p>embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao</p><p>tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter</p><p>ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.</p><p>(C) CORRETA.</p><p>Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não</p><p>constituem ou qualificam o crime:</p><p>I - em estado de embriaguez preordenada.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:</p><p>I - a emoção ou a paixão;</p><p>II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos</p><p>análogos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>35. É circunstância que sempre atenua a pena:</p><p>(A) a ausência de dolo antecedente.</p><p>(B) o desconhecimento da lei.</p><p>(C) o estado de embriaguez involuntária.</p><p>(D) a conduta da vítima.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>49</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. Não há previsão legislativa.</p><p>(B) CORRETA.</p><p>Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:</p><p>II - o desconhecimento da lei.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 28 - § 1º - É isento</p><p>de pena o agente que, por embriaguez completa,</p><p>proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da</p><p>omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de</p><p>determinar-se de acordo com esse entendimento.</p><p>§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por</p><p>embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao</p><p>tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter</p><p>ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:</p><p>III - ter o agente:</p><p>c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de</p><p>ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,</p><p>provocada por ato injusto da vítima;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>36. É causa impeditiva para a contagem do prazo para a prescrição enquanto não passar</p><p>em julgado a sentença final:</p><p>(A) a não localização do agente.</p><p>(B) o início do cumprimento da pena.</p><p>(C) o recebimento da denúncia.</p><p>(D) o agente cumprir pena no exterior.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. Não há previsão legislativa.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:</p><p>V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>50</p><p>Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:</p><p>I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa.</p><p>(D) CORRETA.</p><p>Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:</p><p>II - enquanto o agente cumpre pena no exterior.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>37. O feminicídio é forma qualificada de homicídio. A pena deve ser objeto de acréscimo</p><p>de 2/3 quando a vítima é menor de 14 (catorze) anos</p><p>(A) por não aceitar o rompimento de relação amorosa.</p><p>(B) se cometido por empregador.</p><p>(C) se cometido mediante tortura.</p><p>(D) em menosprezo ou discriminação à condição de mulher.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. Não há previsão legislativa.</p><p>(B) CORRETA.</p><p>Art. 121, § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é</p><p>aumentada de:</p><p>II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,</p><p>irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da</p><p>vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.</p><p>(C) INCORRETA. Não há previsão legislativa.</p><p>(D) INCORRETA. Não há previsão legislativa.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>38. Nos crimes contra a honra, a pena é aumentada em 1/3 se</p><p>(A) cometido na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação do</p><p>crime.</p><p>(B) cometido contra qualquer pessoa em razão de seu trabalho.</p><p>(C) a injúria ou difamação é irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou seu</p><p>procurador.</p><p>(D) o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou</p><p>informação que preste no cumprimento de dever de ofício.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>51</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) CORRETA.</p><p>Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se</p><p>qualquer dos crimes é cometido:</p><p>III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da</p><p>calúnia, da difamação ou da injúria.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se</p><p>qualquer dos crimes é cometido:</p><p>I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;</p><p>II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os</p><p>Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo</p><p>Tribunal Federal.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:</p><p>I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu</p><p>procurador.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:</p><p>III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação</p><p>ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>39. O crime de furto é considerado consumado quando</p><p>(A) a transferência da posse do bem furtado se dá por tempo suficiente a não</p><p>caracterizar o flagrante.</p><p>(B) o agente pode dispor do bem furtado sem risco de flagrância.</p><p>(C) existe a transferência da posse do bem furtado, da vítima para o agente.</p><p>(D) existe a transferência da posse do bem furtado, e essa posse é mansa e pacífica por</p><p>tempo suficiente a permitir que seja significativo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. É prescindível, para a consumação do roubo, que o agente consiga a</p><p>posse tranquila da coisa subtraída, mesmo que perseguido e preso por policiais logo</p><p>após o fato. (STF - HC 91.154/SP)</p><p>52</p><p>(B) INCORRETA. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse</p><p>do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e</p><p>em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo</p><p>prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>(C) CORRETA. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse</p><p>do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e</p><p>em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo</p><p>prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>(D) INCORRETA. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse</p><p>do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e</p><p>em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo</p><p>prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>40. Para caracterizar o crime de roubo impróprio, a grave ameaça ou a violência deve</p><p>ocorrer</p><p>(A) antes da subtração da coisa móvel.</p><p>(B) depois da subtração da coisa móvel.</p><p>(C) antes e depois da subtração da coisa móvel.</p><p>(D) antes e durante a subtração da coisa móvel.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a</p><p>coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar</p><p>a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.</p><p>(B) CORRETA.</p><p>Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a</p><p>coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar</p><p>a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>Art. 157, Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave</p><p>ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,</p><p>reduzido à impossibilidade de resistência;</p><p>§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,</p><p>emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a</p><p>impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>53</p><p>Art. 157, Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave</p><p>ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,</p><p>reduzido à impossibilidade de resistência;</p><p>§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,</p><p>emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a</p><p>impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>41. A competência no processo penal é fixada, como regra,</p><p>pelo lugar em que se</p><p>consuma a infração. Por outro lado, se a execução do crime tiver início no território</p><p>nacional, mas o crime se consumar no território exterior, a competência é do lugar em</p><p>que foi praticado o último ato executório. Esse conceito caracteriza a teoria</p><p>(A) do resultado.</p><p>(B) da irretroatividade.</p><p>(C) da atividade.</p><p>(D) da ubiquidade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO!</p><p>(A) INCORRETA. Teoria do Resultado: Segundo o art. 70 do CPP:</p><p>“A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar</p><p>a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último</p><p>ato de execução”.</p><p>O CPP adota como regra, portanto, o local da consumação ou, no caso da tentativa, o</p><p>lugar do último ato de execução. Entretanto, não obstante a regra, a jurisprudência e a</p><p>própria lei nos trazem diversas exceções à aplicação da regra. Vide</p><p>(B) INCORRETA. A teoria da irretroatividade não guarda qualquer relação com o objeto</p><p>da questão, vez que é aplicável na seara da aplicação da norma processual quanto ao</p><p>tempo, regida pelo princípio do tempus regit actum.</p><p>(C) INCORRETA. A teoria da atividade, adotada no âmbito dos Juizados Especiais</p><p>Criminais, sufraga o entendimento de que o local da conduta é o mais apropriado para</p><p>processamento do caso, vez que nele se encontra a maioria das provas. Conforme</p><p>salientado acima, o CPP adota a teoria do resultado, mas a jurisprudência tem</p><p>flexibilizado a regra para afirmar que em determinados fatos a competência deverá ser</p><p>a do local da conduta (teoria da atividade), a exemplo dos crimes contra a vida,</p><p>54</p><p>justamente pela melhor produção probatória, condizente com a busca da verdade real.</p><p>(D) CORRETA. Teoria da Ubiquidade: Também conhecida por mista, a teoria considera o</p><p>lugar do crime tanto o local da conduta, ação ou omissão, como de ocorrência do</p><p>resultado, ou onde esse deveria ter sido produzido.</p><p>Segundo o art. 6º do Código Penal,</p><p>"Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,</p><p>no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o</p><p>resultado”.</p><p>Verifica-se, portanto, que a lei penal adotou a chamada teoria da ubiquidade ou mista.</p><p>De acordo com as lições de Fernando Abreu2, a questão relacionada ao local do crime</p><p>para fins penais só interessa em relação aos crimes a distância (crimes de espaço</p><p>máximo), ou seja, àqueles nos quais a conduta é praticada em um país e o resultado</p><p>vem a ser produzido em outro (aplicação da lei brasileira).</p><p>De fato, não se discute acerca do lugar do crime, para efeitos penais, nos chamados</p><p>delitos plurilocais, porquanto a regra a ser aplicada é a prevista no art. 70, caput, do</p><p>Código de Processo Penal3.</p><p>Assim, temos que se um agente prepara um artefato com explosivos no Brasil e o remete</p><p>para os Estados Unidos para que lá produza seu resultado, estaremos diante de um</p><p>exemplo de crime a distância ou de espaço máximo, ao qual se aplica a regra da teoria</p><p>da ubiquidade, isto é, serão competentes tanto a justiça brasileira como a americana</p><p>para julgamento da infração penal.</p><p>Nesse sentido, o §1o do art. 70 do CPP prevê que:</p><p>“Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora</p><p>dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,</p><p>no Brasil, o último ato de execução”.</p><p>Percebam, portanto, que nesse particular adota-se a teoria da atividade.</p><p>Por outro lado, o §2o dispõe que:</p><p>“Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,</p><p>será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha</p><p>produzido ou devia produzir seu resultado”.</p><p>Adota-se, na hipótese, a teoria do resultado.</p><p>Por esses motivos, nas hipóteses dos §§1º e 2º do art. 70 do CPP, afirma-se que nos</p><p>crimes à distância aplica-se a teoria da ubiquidade, em razão da natureza do caso</p><p>concreto. Não nos parece, contudo, a melhor construção, haja vista que os referidos</p><p>parágrafos regulam hipóteses distintas, sendo taxativos quanto à hipótese de incidência.</p><p>Entendemos, portanto, que no §1º há a aplicação da teoria da atividade e, no §2º, da</p><p>teoria do resultado, afastando a alternatividade proposta pela teoria da ubiquidade.</p><p>2 Manual de Processo Penal, 2023, Ed. Juspodivm.</p><p>3 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no</p><p>caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.</p><p>55</p><p>Assim, como a questão diz que “se a execução do crime tiver início no território</p><p>nacional, mas o crime se consumar no território exterior”, omitindo-se quanto à</p><p>informação quanto à continuidade da prática de atos de execução no exterior, não há</p><p>como se presumir sua prática, razão pela qual entendemos também por correta a</p><p>resposta referente à teoria da atividade, nos termos do §1º do art. 70 do CPP.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>42. Considerando a hipótese em que o agente foi beneficiado com a suspensão</p><p>condicional do processo pelo prazo de dois anos, com condições. Uma vez decorrido o</p><p>prazo, a defesa postula a extinção da punibilidade. Entretanto, o Ministério Público pede</p><p>a vinda da folha de antecedentes, que noticia a prática de crime durante o período de</p><p>suspensão. Nesse caso, o juiz</p><p>(A) deve declarar a extinção da punibilidade.</p><p>(B) deve impor novas condições ao acusado.</p><p>(C) pode revogar a suspensão do processo.</p><p>(D) deve prorrogar o prazo da suspensão.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Parte minoritária da doutrina sustenta que a revogação obrigatória decorrente de novo</p><p>processo pela prática de crime implica violação do princípio da presunção de inocência,</p><p>propondo, nesses casos, a prorrogação automática do período de prova da suspensão</p><p>condicional do processo, aplicando, por analogia, o teor do art. 81, §2º do CP. Ocorre</p><p>que a prorrogação automática do período de prova importaria, também, na prorrogação</p><p>automática da suspensão do curso do prazo prescricional, em flagrante prejuízo ao</p><p>acusado. Por se tratar de regra mista, que abrange questões processuais e materiais,</p><p>deve ser aplicada de maneira uniforme, não sendo admissível tão somente a</p><p>prorrogação do prazo da suspensão condicional do processo e não da prescrição.</p><p>A suspensão condicional do processo é um negócio jurídico processual celebrado entre</p><p>as partes e se sujeita ao cumprimento de determinadas condições, dentre as quais está</p><p>a de não ser o agente processado no curso da suspensão. Exigir a ocorrência de</p><p>condenação ou de trânsito em julgado da condenação para se analisar a revogação do</p><p>benefício, sob o pretexto da presunção de inocência, ultrapassa os limites de um acordo</p><p>que visa, em um primeiro momento, suspender a marcha processual, em prol do próprio</p><p>agente. Conforme estudado, o sursis processual não é um direito público subjetivo do</p><p>acusado, de forma que, cumprindo as condições impostas, a suspensão condicional do</p><p>processo não será revogada.</p><p>Logo, e se extrai a conclusão de outras condições (art. 89, §1º, II e IV), o acordo passa</p><p>pelo afastamento do agente do seio da criminalidade, de forma que a existência de novo</p><p>processo pela prática de crime, ao menos como se pressupõe, revela a existência de</p><p>56</p><p>prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, standard probatório apto, não</p><p>somente a promover a revogação da suspensão condicional do processo, mas como</p><p>impedi-la na origem, porquanto estando o agente submetido a processo criminal, não</p><p>poderia ser beneficiado com a suspensão condicional do processo em outro</p><p>procedimento.</p><p>Vistas as hipóteses de revogação obrigatória, calha lembrar que, sendo o agente</p><p>processado pela prática de contravenção penal no curso da suspensão condicional do</p><p>processo, não necessariamente a suspensão será revogada, porquanto</p><p>o §4º não impõe</p><p>a revogação, mas tão somente assinala que o magistrado poderá revogá-la.</p><p>De igual modo, havendo o descumprimento de outras condições, que não as previstas</p><p>no §3º (não ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a</p><p>reparação do dano), a revogação será facultativa.</p><p>Por outro lado, nos termos do §5º do art. 89 da Lei 9.099/95, expirado o prazo sem</p><p>revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade. Por longo tempo debateu-se na</p><p>doutrina se o acusado deveria, para ter declarada extinta a punibilidade, cumprir todas</p><p>as condições fixadas ou se bastaria o decurso do prazo sem revogação, conforme sugere</p><p>a leitura literal do §5º.</p><p>A solução da questão passa pela natureza da decisão revogatória da suspensão</p><p>condicional do processo. Conforme o entendimento do STJ, a decisão que revoga a</p><p>suspensão é meramente declaratória, porquanto a revogação, automática, pode ser</p><p>declarada mesmo após o decurso do prazo do período de prova, desde que a causa de</p><p>descumprimento seja anterior ou não tenha havido decisão anterior declarando extinta</p><p>a punibilidade do agente4.</p><p>PRIMEIRA TESE: Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da</p><p>suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já</p><p>ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência.</p><p>Da exegese do § 4º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 ("a suspensão poderá ser revogada</p><p>se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir</p><p>qualquer outra condição imposta), constata-se ser viável a revogação da suspensão</p><p>condicional do processo ante o descumprimento, durante o período de prova, de</p><p>condição imposta, mesmo após o fim do prazo legal. Tema 920, RR, REsp 1498034/RS,</p><p>DJe 02.12.15.</p><p>Por essas razões, correta a assertiva C.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>43. A chamada absolvição imprópria acontece quando</p><p>(A) o juiz absolve o acusado, mas impõe a ele medida de segurança.</p><p>(B) o juiz impronuncia o acusado.</p><p>(C) o juiz declara extinta a punibilidade pela prescrição.</p><p>4</p><p>Tendo sido declarada extinta a punibilidade do agente, haverá coisa julgada material, a impedir a</p><p>restauração do processo.</p><p>57</p><p>(D) o juiz absolve o acusado, acolhendo os argumentos da defesa preliminar.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) CORRETA. A absolvição imprópria ocorre quando se reconhece a existência de fato</p><p>típico e ilícito, mas se afasta a culpabilidade do agente. Não obstante ser o agente</p><p>tecnicamente absolvido, não há o afastamento da responsabilidade civil, especialmente</p><p>pelo reconhecimento da prática de um ato ilícito.</p><p>(B) INCORRETA. Conforme se extrai do art. 414 do CPP, não se convencendo da</p><p>materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de</p><p>participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.</p><p>A impronúncia é a antítese da pronúncia. Enquanto na última o magistrado reconhece a</p><p>plausibilidade e viabilidade da acusação, na primeira o juiz admite a ausência de</p><p>elementos de prova capazes a promover a continuidade do processo.</p><p>A impronúncia equivale ao arquivamento dos autos, operado na fase pré-processual,</p><p>porquanto, nos termos do parágrafo único do art. 414 do CPP, enquanto não ocorrer a</p><p>extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver</p><p>prova nova.</p><p>(C) INCORRETA. Estando extinta a punibilidade do agente pela ocorrência de alguma das</p><p>causas do art. 107 do CP, ou outras, previstas de forma esparsa (art. 89, §5º da Lei</p><p>9.099/95, v.g.) o magistrado deverá, de ofício, declarar extinta a punibilidade do agente</p><p>(art. 61, CPP). A previsão do art. 397, IV, CPP, revela-se completamente desnecessária</p><p>ante ao dever de declaração de ofício da extinção da punibilidade pelo juiz em qualquer</p><p>fase do processo.</p><p>Apesar de proferida, em regra, no início do processo, a absolvição sumária produz coisa</p><p>julgada formal e material, vez que há análise meritória por parte do magistrado, salvo</p><p>nas hipóteses de reconhecimento de causa extintiva de punibilidade, cujo conteúdo da</p><p>decisão é declaratório.</p><p>A assertiva está incorreta pois, nada obstante a decisão atinente à prescrição possuir</p><p>cunho meritório, não adentra na matéria probatória fática, de forma que não há o</p><p>julgamento do mérito quanto à causa de pedir, motivo pelo qual não se pode falar em</p><p>absolvição.</p><p>(D) INCORRETA. Superada a fase de apresentação da resposta à acusação, o magistrado</p><p>deverá analisar a possibilidade de absolver sumariamente o acusado. As causas de</p><p>absolvição sumária foram previstas no art. 397 do CPP: “Após o cumprimento do</p><p>disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente</p><p>o acusado quando verificar: a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do</p><p>fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo</p><p>inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; extinta a</p><p>punibilidade do agente. A hipótese versa, portanto, sobre absolvição sumária e não</p><p>absolvição imprópria.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art396a</p><p>58</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>44. Nos casos da competência do Tribunal do Júri, julgada improcedente a denúncia e</p><p>impronunciado o acusado, pois insuficientes ou inexistentes indícios de autoria, o juiz</p><p>(A) deve determinar diligência para melhor esclarecimentos e eventualmente</p><p>reconsiderar a decisão.</p><p>(B) pode aceitar nova denúncia, desde que não extinta a punibilidade.</p><p>(C) deve necessariamente recorrer, de ofício, ao Tribunal.</p><p>(D) não pode aceitar novo processo, já que a impronúncia é definitiva.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. A impronúncia é uma decisão interlocutória mista terminativa, haja</p><p>vista que não se reveste de força definitiva por não apreciar o mérito da causa, não</p><p>obstante encerrar uma fase do procedimento, revelando seu caráter misto. O atributo</p><p>de terminativa decorre do fato de promover a extinção do processo antes do final do</p><p>procedimento legal previsto. Por força do sistema acusatório, não se admite a atuação</p><p>supletiva do magistrado no processo penal, de forma que não poderá determinar a</p><p>realização de novas diligências. Ademais, a impronúncia não admite a reconsideração</p><p>da decisão, vez que atacável por apelação.</p><p>(B) INCORRETA. Estando presentes novas provas, é possível o oferecimento de nova</p><p>denúncia.</p><p>(C) INCORRETA. Não existe previsão legal para o recurso de ofício.</p><p>(D) INCORRETA. A decisão de impronúncia é proferida com base na fotografia das</p><p>provas produzidas e, por envolver tão somente a viabilidade da acusação, não adentra</p><p>no mérito processual. Não se trata, portanto, de absolvição, haja vista que o fato não foi</p><p>julgado pelo juízo natural, o Tribunal do Júri. A decisão de impronúncia, por não analisar</p><p>o mérito, não produz coisa julgada material, mas tão somente coisa julgada formal, haja</p><p>vista a possibilidade de formulação de nova denúncia diante do surgimento de novas</p><p>provas (parágrafo único do art. 414 do CPP).</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>45. No início de julgamento em plenário pelo Tribunal do Júri, o Juiz Presidente verifica</p><p>que estão presentes menos de 15 jurados daqueles convocados. Nesse caso, a</p><p>providência deverá</p><p>(A) realizar o julgamento, desde que as partes estejam de acordo.</p><p>(B) sortear jurados suplentes e designar nova data para o julgamento para data seguinte</p><p>desimpedida.</p><p>59</p><p>(C) suspender o julgamento e imediatamente convocar os jurados suplentes para a</p><p>mesma sessão.</p><p>(D) determinar ao oficial de justiça que conduza coercitivamente os jurados faltantes.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. O número mínimo de quinze jurados é pressuposto formal obrigatório,</p><p>não admitindo convenção entre as partes. Superada a fase preliminar, na qual se insere</p><p>a chamada dos jurados e análise prévia dos casos de isenção e dispensa, comparecendo,</p><p>pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos,</p><p>anunciando o processo que será submetido a julgamento (art. 463, caput, CPP),</p><p>realizando-se o pregão pelo oficial de justiça, que certificará a diligência nos autos (art.</p><p>463, §1º). Nos termos do §2º do art. 463 do CPP, os jurados excluídos por impedimento</p><p>ou suspeição serão computados para a constituição do número legal. Vale destacar que</p><p>o impedimento ou suspeição serão apurados quando da formação do Conselho de</p><p>Sentença, motivo pelo qual são aptos a formar o número mínimo de quinze jurados para</p><p>instalação da sessão, ao contrário dos casos de isenção e dispensa prévia, cuja análise é</p><p>realizada na fase preliminar (art. 454, CPP).</p><p>(B) CORRETA. Não havendo o número mínimo de quinze jurados, deverá ser realizado o</p><p>sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designada nova data para a sessão</p><p>do júri (art. 464, CPP).Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se</p><p>o expediente de convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 do CPP</p><p>(art. 465, CPP).</p><p>(C) INCORRETA. Não há previsão legal para a suspensão da sessão e convocação de</p><p>suplentes para o mesmo dia.</p><p>(D) INCORRETA. Ausência de previsão legal.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>46. Um policial militar, acompanhado de seus colegas, avista uma pessoa na via pública</p><p>em atitude concretamente suspeita. Considerando que, ao perceber a presença da</p><p>polícia, ele tenta fugir, os policiais devem</p><p>(A) procurar testemunhas civis para que presenciem a abordagem.</p><p>(B) procurar o juiz para obter mandado de busca.</p><p>(C) noticiar o fato à autoridade policial para iniciar investigação.</p><p>(D) proceder à abordagem e revista do agente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>60</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Consoante destaca o Prof. Fernando Abreu, in Manual de Processo Penal, 2023, Ed.</p><p>Juspodivm, nos termos do §2º do art. 240 do CPP, poderá ser realizada a busca pessoal</p><p>quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou</p><p>objetos mencionados nas letras b a f e letra h do §1º do art. 240, CPP. Nos casos de</p><p>busca pessoal, no mandado deverá constar o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os</p><p>sinais que a identifiquem</p><p>Há, contudo, duas espécies de busca pessoal:</p><p>a) aquela realizada por questões de segurança, realizada por agentes privados em festas,</p><p>estádios de futebol, aeroportos, rodoviárias e etc. Funda-se, portanto, em contrato e</p><p>pode ser estabelecida como condição de ingresso, devendo, naturalmente, respeitar o</p><p>mínimo de protocolos para evitar constrangimento;</p><p>b) aquela realizada com fundamento normativo, relacionada ao processo penal,</p><p>orquestrada por agentes públicos e autorizada nos casos em haja fundada suspeita de</p><p>que alguém oculte consigo coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,</p><p>instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos,</p><p>armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim</p><p>delituoso, objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu, tenha consigo</p><p>cartas abertas destinadas ao acusado ou em seu poder, ou quando haja suspeita de que</p><p>o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato, assim como</p><p>qualquer outro elemento de convicção (art. 240, §1º “b” a “f”, “h” e c/c §2º).</p><p>A fundada suspeita mencionada pela norma depende de um fato prévio e concreto que</p><p>a fundamente, não podendo ser justificada tão somente pelo aspecto subjetivo do</p><p>agente, como na hipótese do agente usar agasalho com capuz, porque apto a ocultar</p><p>armas e dificultar identificação. Nos termos do art. 249 do CPP, sendo a busca em</p><p>mulher, essa será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da</p><p>diligência.</p><p>No julgamento do RHC 158580, o STJ entendeu que se exige “em termos de standard</p><p>probatório para busca pessoal ou veicular sem mandado judicial, a existência de</p><p>fundada suspeita (justa causa) – baseada em um juízo de probabilidade, descrita com a</p><p>maior precisão possível, aferida de modo objetivo e devidamente justificada pelos</p><p>indícios e circunstâncias do caso concreto – de que o indivíduo esteja na posse de</p><p>drogas, armas ou de outros objetos ou papéis que constituam corpo de delito,</p><p>evidenciando-se a urgência de se executar a diligência”.</p><p>Em destaque:</p><p>É preciso, também, que esteja relacionada à “posse de arma</p><p>proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de</p><p>delito”. Vale dizer, há uma necessária referibilidade da medida,</p><p>vinculada à sua finalidade legal probatória, a fim de que não se</p><p>converta em salvo-conduto para abordagens e revistas</p><p>exploratórias (fishing expeditions), baseadas em suspeição</p><p>61</p><p>genérica existente sobre indivíduos, atitudes ou situações, sem</p><p>relação específica com a posse de arma proibida ou objeto</p><p>(droga, por exemplo) que constitua corpo de delito de uma</p><p>infração penal.</p><p>A decisão do STJ ainda assinala que, para a realização da busca pessoal, existam</p><p>elementos “sólidos, objetivos e concretos”, que fundam em três razões principais, além</p><p>da intuição policial:</p><p>a) evitar o uso excessivo desse expediente e, por consequência, a restrição</p><p>desnecessária e abusiva dos direitos fundamentais à intimidade, à privacidade e à</p><p>liberdade (art. 5º, caput, e X, da Constituição Federal), porquanto, além de se tratar de</p><p>conduta invasiva e constrangedora – mesmo se realizada com urbanidade, o que</p><p>infelizmente nem sempre ocorre –, também implica a detenção do indivíduo, ainda que</p><p>por breves instantes;</p><p>b) garantir a sindicabilidade da abordagem, isto é, permitir que tanto possa ser</p><p>contrastada e questionada pelas partes, quanto ter sua validade controlada a posteriori</p><p>por um terceiro imparcial (Poder Judiciário), o que se inviabiliza quando a medida tem</p><p>por base apenas aspectos subjetivos, intangíveis e não demonstráveis;</p><p>c) evitar a repetição – ainda que nem sempre consciente – de práticas que reproduzem</p><p>preconceitos estruturais arraigados na sociedade, como é o caso do perfilamento racial,</p><p>reflexo direto do racismo estrutural.</p><p>Ainda segundo a decisão:</p><p>O art. 244 do CPP não autoriza buscas pessoais praticadas como</p><p>“rotina” ou “praxe” do policiamento ostensivo, com finalidade</p><p>preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas</p><p>pessoais com finalidade probatória e motivação correlata. 3. Não</p><p>satisfazem a exigência legal, por si sós, meras informações de</p><p>fonte não identificada (e.g. denúncias anônimas) ou intuições e</p><p>impressões subjetivas, intangíveis e não demonstráveis de</p><p>maneira clara e concreta, apoiadas, por exemplo,</p><p>exclusivamente, no tirocínio policial. Ante a ausência de</p><p>descrição concreta e precisa, pautada em elementos objetivos,</p><p>a classificação subjetiva de determinada atitude ou aparência</p><p>como suspeita, ou de certa reação ou expressão corporal como</p><p>nervosa, não preenche o standard probatório de “fundada</p><p>suspeita” exigido pelo art. 244 do CPP.</p><p>Assim, não se exige a busca de testemunhas civis (assertiva a), a expedição de mandado</p><p>de busca e apreensão (assertiva b) ou a comunicação à autoridade policial para</p><p>investigação policial (assertiva c), sob pena de frustração da diligência, potencial</p><p>reveladora de flagrante delito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>47. O recurso cabível na Lei de Execução Penal contra decisões do juiz das execuções é</p><p>o agravo, mas não foi estabelecido seu procedimento ou prazo para interposição.</p><p>62</p><p>Portanto, atualmente, vigora o entendimento de que seu processamento deve obedecer</p><p>o rito</p><p>(A) do recurso de apelação.</p><p>(B) do agravo regimental.</p><p>(C) do agravo de instrumento no processo civil, por analogia.</p><p>(D) do recurso em sentido estrito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>O agravo em execução é o recurso típico para impugnação das decisões proferidas no</p><p>juízo das execuções penais. Previsto no art. 197 da Lei de 7.210/84 (Lei de Execuções</p><p>Penais).</p><p>Apenas para fins de firmarmos uma luz interpretativa, vale registrar que o art. 197 da</p><p>LEP não disciplinou o rito do agravo em execução. Diante da lacuna legal, firmou-se a</p><p>compreensão de que o procedimento a ser aplicado é do recurso em sentido estrito,</p><p>inclusive com observância do mesmo prazo para interposição, conforme se extrai da</p><p>Súmula 700 do STF: “é de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão</p><p>do juiz da execução penal”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>48. O chamado flagrante esperado acontece quando</p><p>(A) a autoridade encontra o agente com instrumentos do crime.</p><p>(B) a autoridade tem ciência de que o agente pretende praticar o crime.</p><p>(C) a autoridade persegue o agente logo após a prática do crime.</p><p>(D) a autoridade induz o agente a praticar o crime.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO!</p><p>(A) INCORRETA. Flagrante Presumido: Ocorre a espécie quando o agente é encontrado,</p><p>logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele</p><p>autor da infração (inc. IV). Na hipótese, não há perseguição, pois, se houver, estaremos</p><p>diante da hipótese do inciso III. Há, tão somente, a circunstância de ser encontrado em</p><p>situação que se permita presumir ser o agente autor da infração penal, como o porte de</p><p>63</p><p>objetos da vítima, de arma descrita pela vítima, roupas sujas de sangue e etc. Não</p><p>obstante a doutrina tentar diferenciar a expressão “logo depois” de “logo após”, na</p><p>prática a tentativa apenas projeta o espaço temporal para um período de tempo</p><p>superior, sem que se permita, de fato, diferenciar o que seria “logo depois” e “logo</p><p>após”. Apesar da distinção, parece-nos que a melhor solução trilha a linha da existência</p><p>ou não de perseguição. Ocorrendo essa, estaremos diante do flagrante impróprio. Não</p><p>existindo perseguição e o agente é encontrado logo depois da prática do delito em</p><p>circunstâncias que permitam a presunção de responsabilidade penal pela prática da</p><p>infração penal, estaremos diante do flagrante presumido, ou ficto.</p><p>(B) CORRETA. No flagrante esperado há a situação em que as forças policiais, tomando</p><p>ciência da intenção delitiva do agente, colocam-se à espreita e aguardam o momento</p><p>de efetuar a prisão. Não há, portanto, a utilização de um agente provocador, mas tão</p><p>somente a espera pelo momento mais adequado para realização da prisão. No entanto,</p><p>a assertiva “a autoridade tem ciência de que o agente pretende praticar o crime” revela</p><p>tão somente a situação de flagrante antecipado, porquanto não menciona,</p><p>expressamente, a prática do crime, a exemplo das demais assertivas. Admiti-la como</p><p>correta equivaleria aceitar como válidas as prisões fundadas apenas na cogitação,</p><p>primeira etapa do iter criminis, ou durante a prática de atos preparatórios, somente</p><p>admissível nos crimes que, autonomamente, punem os atos preparatórios (ex. art.</p><p>288, CP).</p><p>(C) INCORRETA. Flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase-flagrante: a espécie</p><p>ocorre quando o agente é perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou qualquer</p><p>pessoa, logo após o cometimento da infração penal, em situação que faça presumir ser</p><p>autor da infração (inc. III).</p><p>(D) INCORRETA. O flagrante preparado não se confunde com o flagrante esperado,</p><p>situação em que as forças policiais, tomando ciência da intenção delitiva do agente,</p><p>colocam-se à espreita e aguardam o momento de efetuar a prisão. Não há, portanto, a</p><p>utilização de um agente provocador, mas tão somente a espera pelo momento mais</p><p>adequado para realização da prisão.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>49. Das alternativas a seguir, assinale aquela que não será admitida a interceptação</p><p>telefônica.</p><p>(A) Quando os crimes são apenados com detenção.</p><p>(B) Quando vem requerida exclusivamente pelo Ministério Público.</p><p>(C) Quando o pedido é postulado verbalmente pelo interessado.</p><p>(D) Quando não existirem indícios suficientes de autoria.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>64</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO!</p><p>(A) CORRETA. O inciso III do §2º da Lei 9.296/96 dispõe que não se admite a</p><p>interceptação telefônica quando o fato investigado constituir infração penal punida, no</p><p>máximo, com pena de detenção. Em outras palavras, o legislador assinala que a medida</p><p>cautelar só será admitida nos crimes punidos com reclusão.</p><p>(B) INCORRETA. O art. 3° da Lei 9.296/96 dispõe que a interceptação das comunicações</p><p>telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade</p><p>policial, na investigação criminal e do representante do Ministério Público, na</p><p>investigação criminal e na instrução processual penal.</p><p>(C) INCORRETA. Art. 4º § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja</p><p>formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a</p><p>interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. A</p><p>utilização do termo interessado na assertiva não pode ser concebido de forma ampla,</p><p>como pretende a banca examinadora. O Ministério Público e a autoridade policial,</p><p>legitimados para formulação do requerimento, são também interessados na medida.</p><p>Caso a assertiva tivesse se valido da expressão “por qualquer interessado”, de fato</p><p>seria incorreta. Entretanto, da forma como proposta, não se pode dizer,</p><p>categoricamente, que o pedido postulado verbalmente pelo interessado não permita</p><p>a admissão da interceptação telefônica, pois se realizada, por exemplo, pelo MP, o</p><p>pedido atenderá à forma legal.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas</p><p>quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:</p><p>I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal.</p><p>O erro na assertiva reside na troca da palavra “suficientes” de cunho objetivo, pela</p><p>palavra “razoável”, que pressupõe valoração meritória acerca da proporcionalidade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>50. O acusado João é condenado pelo crime de tráfico de drogas ao cumprimento de 5</p><p>anos de reclusão e 500 dias-multa, em regime fechado. A Defesa, pretendendo reverter</p><p>a condenação, interpõe recurso de apelação, mas o juiz entende que é extemporâneo e</p><p>deixa de mandar processar. A medida cabível para atacar a decisão é</p><p>(A) carta testemunhável.</p><p>(B) mandado de segurança.</p><p>(C) recurso em sentido estrito.</p><p>(D) correição parcial.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>65</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. A carta testemunhável é um recurso subsidiário, que deve ser utilizado</p><p>de maneira residual, isto é, somente será admissível quando a hipótese não comportar</p><p>outra espécie de recurso contra a decisão que denega ou nega seguimento ao recurso.</p><p>Logo, não se aplica a qualquer espécie de recurso, como na hipótese do não</p><p>conhecimento de apelação interposta, atacável por RSE (art. 581, XV), não acolhimento</p><p>de embargos declaratórios e embargos infringentes nos tribunais (em regra combatidos</p><p>por agravo regimental), denegação de recurso especial ou extraordinário, confrontado</p><p>por agravo de instrumento (art. art. 1042, I, CPC).</p><p>(B) INCORRETA. O recurso próprio e adequado é o RESE.</p><p>(C) CORRETA. Art. 581, XV.</p><p>(D) INCORRETA. A correição parcial é expediente destinado a impugnar ato judicial que,</p><p>por error in procedendo, provoque inversão tumultuária do processo, cuja norma</p><p>(aqui inclusa ainda uma abordagem ampla</p><p>para Humanística específica para o TJSP), a experiência de redigir e ter correções de</p><p>provas manuscritas, tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. 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Seguiremos firmes em um trabalho realmente específico também para 2ª fase</p><p>deste desafio que conhecemos tão bem!</p><p>No concurso 189, 78% dos aprovados na 2ª fase estudaram ao nosso lado (8</p><p>entre os 10 primeiros da discursiva; 7 entre os 10 primeiros na sentença cível e 7 entre</p><p>os primeiros na sentença penal). Vamos firmes em busca de novos sonhos realizados.</p><p>Bons estudos!</p><p>Arnaldo Bruno Oliveira1</p><p>Equipe Mege</p><p>1 Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para envio de mensagens sobre o Mege).</p><p>https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190correcoespersonalizadas</p><p>https://loja.mege.com.br/proposta/tjsp190espelhosdecorrecao</p><p>8</p><p>SUMÁRIO</p><p>DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 9</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 24</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 34</p><p>DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 42</p><p>DIREITO PENAL ............................................................................................................ 45</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 53</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 65</p><p>DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 73</p><p>DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 80</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 87</p><p>DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 94</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 98</p><p>NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA ..................................... 111</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>9</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>01. O Banco do Brasil S/A emprestou R$ 494.000,00 para Caio comprar um imóvel no</p><p>litoral de São Paulo, com garantia hipotecária. Além dessa dívida com o Banco do Brasil,</p><p>Caio deve R$ 206.000,00 para Tício, R$ 320.000,00 para a empresa fornecedora de</p><p>gêneros alimentícios e R$ 55.000,00 para Mirtes. Caio, em razão da pandemia do Covid-</p><p>19, não conseguiu pagar as dívidas. O Banco do Brasil já ingressou com ação de execução</p><p>hipotecária. Os outros credores já avisaram que ingressarão com ações para cobrar os</p><p>seus créditos. Diante dessa situação, Caio resolveu doar ao seu único filho Benites o</p><p>terreno que adquiriu em São Paulo quando sua situação financeira era equilibrada, ou</p><p>seja, bem antes das dívidas e logo após a morte da sua esposa Brenda. A escritura</p><p>pública de doação foi lavrada em 10 de janeiro de 2023. O terreno doado foi avaliado</p><p>em R$ 1.300.000,00. Um dos credores quer discutir a doação em juízo, pois Caio não</p><p>tem outros bens para a satisfação dos créditos. Considerando as informações, assinale</p><p>a alternativa CORRETA.</p><p>(A) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o</p><p>devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,</p><p>poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.</p><p>Nesses casos, não se exige a intenção de fraudar (o consilium fraudis). A causa do</p><p>reconhecimento da fraude contra credores deixa de ser subjetiva (manifestação de</p><p>vontade com o intuito de fraudar), para ser objetiva (redução do devedor à insolvência).</p><p>(B) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o</p><p>devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,</p><p>poderão ser anulados pelos credores, como lesivos dos seus direitos. O Código Civil</p><p>autoriza a utilização da ação pauliana por credor quirografário e por credor cujo crédito</p><p>esteja munido de garantia real, ainda que esta seja suficiente para o cumprimento da</p><p>obrigação.</p><p>(C) Parcela significativa da doutrina tem sustentado que o negócio jurídico em fraude</p><p>contra credores é apenas ineficaz para o credor. No entanto, mesmo adotado esse</p><p>entendimento doutrinário, o reconhecimento da fraude promoverá o retorno do bem</p><p>ao acervo do devedor, permitindo que outros credores possam também obter a</p><p>satisfação dos seus créditos.</p><p>(D) A ação para anular negócio jurídico praticado em fraude contra credores, segundo o</p><p>regime jurídico estabelecido no Código Civil de 2002, é desconstitutiva (constitutiva</p><p>negativa), sujeitando-se a prazo decadencial de 4 (quatro) anos para o seu ajuizamento.</p><p>O prazo decadencial deve ser contado do dia em que o credor lesado tomou</p><p>conhecimento do negócio jurídico, independentemente de eventual presunção</p><p>decorrente do registro de imóveis.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>10</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 01 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) CORRETA. A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que</p><p>o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos,</p><p>causando prejuízo aos seus credores. A doutrina aponta como requisitos para a fraude</p><p>contra credores:</p><p>(a) critério objetivo, consistente no evento danoso [eventus damni], isto é, na hipótese</p><p>de efetivo prejuízo aos credores; e</p><p>(b) critério subjetivo, consistente no conluio entre as partes do negócio jurídico</p><p>[consilium fraudis]. A necessidade de prova dos requisitos dependerá da hipótese de</p><p>fraude.</p><p>No caso da transmissão gratuita de bens e remissão de dívidas (art. 158, caput, do CC),</p><p>bastará a presença do requisito objetivo, não importando a análise do requisito</p><p>subjetivo, vale dizer, pouco importa se o beneficiado pelo ato tinha ciência ou não da</p><p>situação de insolvência ou da vontade de prejudicar terceiros.</p><p>Art. 178, II: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a</p><p>anulação do negócio jurídico, contado: II – no de erro, dolo, fraude contra</p><p>credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio</p><p>jurídico”.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de</p><p>dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à</p><p>insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores</p><p>quirografários, como lesivos dos seus direitos.</p><p>§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.</p><p>§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a</p><p>anulação deles.</p><p>Note que a ação pauliana é direcionada para os credores</p><p>não</p><p>preveja outro recurso específico para impugnação. Em regra, a inversão tumultuária é</p><p>uma desordem processual, provocando o desenvolvimento do processo com</p><p>inobservância do rito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>51. Leia o texto com que Carlos Ayres Britto inicia sua obra “Teoria da Constituição”, ao</p><p>tratar do Poder Constituinte: “O meu filho Marcel tinha cinco anos de idade, quando</p><p>travou comigo o seguinte diálogo: – Meu pai, é verdade que Deus tudo pode? – É</p><p>verdade, sim, meu filho. Deus tudo pode. – E se Deus quiser morrer? – Bem, aí você me</p><p>obriga a recompor a ideia. Deus tudo pode, é certo, menos deixar de tudo poder. Logo,</p><p>Deus tem que permanecer vivo, porque somente assim Ele vai prosseguir sendo Aquele</p><p>que tudo pode.” Após essa reflexão, defende o autor que</p><p>(A) há imprecisão e falta de técnica jurídica da distinção entre Poder Constituinte</p><p>Originário e Poder reformador, porque ambos inovam o Ordenamento jurídico de forma</p><p>similar.</p><p>(B) não há distinção relevante entre o Poder Constituinte originário e o Poder</p><p>reformador da Constituição, pois ambos se apresentam como expressões de idêntica</p><p>soberania e instrumentos para dar concretude ao Estado, na forma prescrita pelo</p><p>Ordenamento Jurídico.</p><p>(C) o Poder Constituinte originário inova o Ordenamento Jurídico a partir do regramento</p><p>existente e o Poder reformador da Constituição, de igual modo, confere atualidade e</p><p>eficácia, no tempo, às regras inicialmente postas.</p><p>(D) o Poder Constituinte originário, manifestação primária de soberania que inaugura o</p><p>Ordenamento Jurídico e cria o Estado ao fazer a Constituição, não se confunde com o</p><p>66</p><p>Poder reformador, que é o poder de constituir normas constitucionais na forma</p><p>regimental.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>O poder constituinte originário, também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de</p><p>1º grau, é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com</p><p>a ordem jurídica precedente.</p><p>O poder constituinte derivado é criado e instituído pelo poder constituinte originário.</p><p>Assim, o poder constituinte derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo</p><p>poder constituinte originário, sendo, neste sentido, limitado e condicionado a</p><p>parâmetros a ele impostos.</p><p>Ao poder constituinte derivado reformador cabe a função de alterar/reformar a</p><p>constituição. Tem a capacidade de modificar a Constituição Federal, por meio de um</p><p>procedimento específico, estabelecido pelo poder constituinte originário, sem que haja</p><p>uma verdadeira revolução.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>52. Dispõe a Constituição Federal, no seu artigo 165 e parágrafos, que a lei de diretrizes</p><p>orçamentárias compreenderá</p><p>(A) o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou</p><p>indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento da</p><p>seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da</p><p>administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e</p><p>mantidos pelo Poder Público.</p><p>(B) de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração</p><p>pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas</p><p>aos programas de duração continuada.</p><p>(C) as metas e prioridades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes</p><p>de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da</p><p>dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as</p><p>alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências</p><p>financeiras oficiais de fomento.</p><p>(D) o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades</p><p>da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder</p><p>Público.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>67</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Art. 165, §2º, A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e</p><p>prioridades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de</p><p>política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável</p><p>da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá</p><p>sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de</p><p>aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>53. Ao disciplinar o processo legislativo, a Constituição Federal, no seu artigo 65,</p><p>estabelece que “O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um</p><p>só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora</p><p>o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar”. Nos termos da disposição constitucional do</p><p>parágrafo único desse artigo e do entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a</p><p>matéria, se o projeto for emendado na Casa revisora</p><p>(A) voltará para apreciação conjunta de ambas as Casas, que poderão rever todo o texto</p><p>inicialmente proposto, sem limitação ao teor das emendas apresentadas na Casa</p><p>revisora.</p><p>(B) voltará à Casa iniciadora, representem ou não mudança substancial de conteúdo da</p><p>proposição as emendas aprovadas pela Casa revisora.</p><p>(C) voltará à Casa iniciadora, mas somente se as emendas aprovadas pela Casa revisora</p><p>representarem mudança substancial do conteúdo da proposição.</p><p>(D) voltará para apreciação conjunta de ambas as Casas, limitada a reapreciação ao teor</p><p>das emendas apresentadas na Casa revisora.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Em regra, se o projeto for emendado na Casa revisora, voltará à Casa iniciadora.</p><p>CF, Art. 65, Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa</p><p>iniciadora.</p><p>Excepcionalmente, o STF vem entendendo que, se as emendas da casa revisora não</p><p>causaram uma alteração substancial no projeto de lei, não há a necessidade de o projeto</p><p>de lei voltar para a casa iniciadora, a fim de que esta aprecie as emendas.</p><p>Portanto, o projeto de lei, nesses casos, já deve ser remetido diretamente para a sanção</p><p>ou o veto do presidente da república.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>54. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento, em 2021, da ADPF 357, promoveu o</p><p>cancelamento da Súmula no 563 daquele Tribunal, editada com base na Emenda</p><p>68</p><p>Constitucional no 1/69 à Carta de 1967 e que tratava da definição de hierarquia na</p><p>cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União aos Estados e Distrito Federal</p><p>e esses aos Municípios. Dentre os fundamentos que constam desse julgado, encontra-</p><p>se o seguinte:</p><p>(A) a arguição de descumprimento de preceito fundamental não viabiliza a análise de</p><p>constitucionalidade de normas legais pré-constitucionais insuscetíveis de conhecimento</p><p>em ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>(B) a autonomia dos entes federados e a isonomia que deve prevalecer entre eles,</p><p>respeitadas as competências estabelecidas pela Constituição, é fundamento da</p><p>Federação e o Federalismo de cooperação e de equilíbrio posto na Constituição da</p><p>República de 1988 não legitima distinções entre os entes federados por norma</p><p>infraconstitucional.</p><p>(C) a definição de hierarquia na cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União</p><p>aos Estados e Distrito Federal e esses aos Municípios cumpre o princípio federativo e</p><p>respeita o inc. III do art. 19 da Constituição da República de 1988.</p><p>(D) as disposições do art. 187 da Lei no 5.172/1966 (Código Tributário Nacional) e do</p><p>parágrafo único do art. 29 da Lei no 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais), que tratam</p><p>do concurso de preferência entre entes federados foram recepcionadas e são</p><p>compatíveis com a Constituição da República de 1988.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Trecho extraído da ementa do julgado (ADPF 357): “A autonomia dos entes federados e</p><p>a isonomia que deve prevalecer entre eles, respeitadas as competências estabelecidas</p><p>pela Constituição, é fundamento da Federação. O federalismo de cooperação e de</p><p>equilíbrio posto na Constituição da República de 1988 não legitima distinções entre os</p><p>entes federados por norma infraconstitucional”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>55. A Constituição Federal, dentre os direitos fundamentais, disciplina a nacionalidade,</p><p>com relação à qual é CORRETO afirmar que</p><p>(A) são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais</p><p>estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país, e os nascidos no</p><p>estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a</p><p>serviço da República Federativa do Brasil.</p><p>(B) são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,</p><p>independentemente de que sejam registrados em repartição brasileira competente,</p><p>desde que venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade ou,</p><p>alcançada esta, optem, no prazo de três anos, pela nacionalidade brasileira.</p><p>69</p><p>(C) a lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, observados</p><p>requisitos mínimos que deverão constar, obrigatoriamente, da lei regulamentadora.</p><p>(D) aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em</p><p>favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os</p><p>casos previstos nessa Constituição.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>CF, Art. 12. São brasileiros:</p><p>I - natos:</p><p>a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais</p><p>estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;</p><p>b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que</p><p>qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;</p><p>c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que</p><p>sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir</p><p>na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de</p><p>atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>56. É CORRETO afirmar, com relação às súmulas disciplinadas pela Constituição Federal,</p><p>no seu artigo 103-A, que</p><p>(A) a súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas</p><p>determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre</p><p>esses e a administração pública, que acarrete grave insegurança jurídica e relevante</p><p>multiplicação de processos sobre questão idêntica.</p><p>(B) o Supremo Tribunal Federal deverá, de ofício, mediante decisão da maioria simples</p><p>dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar</p><p>súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em</p><p>relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e</p><p>indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou</p><p>cancelamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>(C) sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou</p><p>cancelamento de súmula, poderá ser provocada por aqueles que podem propor</p><p>mandado de segurança, mandado de injunção ou habeas corpus, e que deverão</p><p>demonstrar, com a indicação de decisões reiteradas de órgãos do Poder Judiciário e da</p><p>administração pública direta e indireta, que a matéria sumulada restou superada pelo</p><p>decurso do tempo, por modificação dos costumes ou pela evolução da interpretação</p><p>judicial ou administrativa posterior a sua edição.</p><p>(D) do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que</p><p>indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-</p><p>a procedente, afastará de suas atribuições a autoridade administrativa ou o juiz</p><p>70</p><p>responsável pelo descumprimento e nomeará interventor encarregado de proferir nova</p><p>decisão, com adequada aplicação da súmula.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>CF, Art. 103-A, § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a</p><p>eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual</p><p>entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete</p><p>grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre</p><p>questão idêntica.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>57. É vedado aos juízes, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 95 da Constituição</p><p>Federal,</p><p>(A) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos cinco</p><p>anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.</p><p>(B) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, sem exceção.</p><p>(C) ser acionista de sociedade anônima de capital aberto que mantenha</p><p>estabelecimento ou exerça atividade econômica no território de sua jurisdição.</p><p>(D) dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Resposta que se extrai do art. 95 da Constituição Federal:</p><p>CF, Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado:</p><p>I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma</p><p>de magistério;</p><p>II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;</p><p>III - dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de</p><p>pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções</p><p>previstas em lei;</p><p>V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de</p><p>decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou</p><p>exoneração.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>58. Com relação ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, é CORRETO afirmar que</p><p>a Segunda Instância do Judiciário paulista</p><p>71</p><p>(A) é composta de 480 desembargadores, e nos órgãos de cúpula estão o presidente, o</p><p>vice-presidente, o corregedor-geral da Justiça e o corregedor-geral auxiliar, encarregado</p><p>da corregedoria do serviço extrajudicial. Eles, juntamente com o decano, integram o</p><p>Conselho Superior da Magistratura. Também há o Órgão Especial, composto de 25</p><p>desembargadores, todos eleitos.</p><p>(B) é composta de 360 desembargadores, e nos órgãos de cúpula estão o presidente, o</p><p>vice-presidente, o corregedor-geral da Justiça, o decano e os presidentes das seções de</p><p>Direito Criminal, Direito Público e Direito Privado. Eles integram o Conselho Superior da</p><p>Magistratura. Também há o Órgão Especial, composto de 25 desembargadores, o</p><p>presidente, 12 mais antigos e 12 eleitos.</p><p>(C) é composta de 480 desembargadores, e nos órgãos de cúpula estão o presidente, o</p><p>vice-presidente e o corregedor-geral da Justiça. Eles integram o Conselho Superior da</p><p>Magistratura. Também há o Órgão Especial, composto de 25 desembargadores, o</p><p>presidente e os 24 mais antigos.</p><p>(D) é composta de 360 desembargadores, e nos órgãos de cúpula estão o presidente, o</p><p>vice-presidente e o corregedor-geral da Justiça. Eles integram o Conselho Superior da</p><p>Magistratura. Também há o Órgão Especial, composto dos 25 desembargadores mais</p><p>antigos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>São 360 Desembargadores integrantes do Tribunal. Ademais, nos termos do art. 8º do</p><p>Regimento Interno do TJSP,</p><p>“o Órgão Especial, constituído por vinte e cinco desembargadores, é</p><p>composto pelo Presidente, Vice-Presidente e o Corregedor Geral da Justiça,</p><p>na condição</p><p>de membros natos, segundo as classes a que pertençam, e pelos</p><p>desembargadores das classes de antiguidade e de eleitos, na forma da lei e</p><p>disposições regulamentares”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>59. Dentre as Funções Essenciais à Justiça, estabelece a Constituição Federal, no artigo</p><p>127, que “o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional</p><p>do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos</p><p>interesses sociais e individuais indisponíveis”. Com relação à essa instituição, consta do</p><p>texto constitucional que</p><p>(A) o Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,</p><p>nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira que contem com</p><p>mais de 20 anos de serviço, após a aprovação de seu nome por 2/3 dos membros do</p><p>Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.</p><p>(B) durante a execução orçamentária do exercício, poderá haver a realização de</p><p>despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de</p><p>72</p><p>diretrizes orçamentárias, desde que justificadas por ato fundamentado do Procurador-</p><p>Geral da República e mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.</p><p>(C) os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão</p><p>lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de</p><p>seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato</p><p>de dois anos, permitida uma recondução.</p><p>(D) ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,</p><p>observado o disposto no art. 169, criar e extinguir diretamente seus cargos e serviços</p><p>auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, assim</p><p>como estabelecer a política remuneratória e os planos de carreira.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão que exige o conhecimento do art. 128 da Constituição Federal.</p><p>Art. 128, § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e</p><p>Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da</p><p>lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo</p><p>Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma</p><p>recondução.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>60. Quanto aos Estados Federados, estabelece a Constituição Federal, nos seus artigos</p><p>25 a 28, que</p><p>(A) a eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4</p><p>(quatro) anos, realizar- -se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e, no</p><p>último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do</p><p>término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1 de janeiro do ano</p><p>subsequente.</p><p>(B) o número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao dobro da</p><p>representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de vinte e</p><p>cinco, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de quinze.</p><p>(C) os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,</p><p>aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios</p><p>limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas</p><p>de interesse comum.</p><p>(D) o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia</p><p>Legislativa, na razão de, no máximo, noventa por cento daquele estabelecido, em</p><p>espécie, para os Deputados Federais.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>73</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para</p><p>mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro,</p><p>em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se</p><p>houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a</p><p>posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao</p><p>mais, o disposto no art. 77 desta Constituição.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao</p><p>triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o</p><p>número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados</p><p>Federais acima de doze.</p><p>(C) CORRETA.</p><p>Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões</p><p>metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por</p><p>agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o</p><p>planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 27, § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de</p><p>iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco</p><p>por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,</p><p>observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, §</p><p>2º, I.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO ELEITORAL</p><p>61. A respeito da propaganda eleitoral, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) Constitui propaganda eleitoral antecipada a divulgação de posicionamento pessoal</p><p>sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais.</p><p>(B) Não se admite o pedido de apoio político e a divulgação de pré-candidatura por</p><p>ocasião de divulgação de atos parlamentares e debates legislativos.</p><p>(C) É vedada a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em</p><p>entrevistas no rádio, na televisão e na internet, inclusive para exposição de plataformas</p><p>e projetos políticos, ainda que as emissoras de rádio e televisão confiram tratamento</p><p>isonômico a outros partidos políticos ou pré-candidatos.</p><p>(D) As prévias partidárias não podem ser transmitidas ao vivo por emissoras de rádio e</p><p>de televisão, sendo permitida a cobertura jornalística pelos meios de comunicação</p><p>social.</p><p>74</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>O tema foi devidamente antecipado no aulão de véspera pelo professor Arnaldo Bruno</p><p>Oliveira. A essência para ir bem na questão passava pela redação do art. 36-A da Lei de</p><p>Eleições, que lemos juntos e fizemos os devidos alertas que auxiliaram nossos alunos a</p><p>gabaritarem a questão 61.</p><p>(A) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não</p><p>envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a</p><p>exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos,</p><p>que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via</p><p>Internet:</p><p>(...)</p><p>V – a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas,</p><p>inclusive nas redes sociais;</p><p>(B) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 54. § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de</p><p>cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha:</p><p>(...)</p><p>III – atos parlamentares e debates legislativos.</p><p>(C) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 36-A</p><p>I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em</p><p>entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na</p><p>Internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos,</p><p>observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir</p><p>tratamento isonômico;</p><p>(D) CORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 36-A</p><p>§ 1º É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das</p><p>prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação</p><p>social.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>62. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) É admitida a propaganda eleitoral e a propaganda intrapartidária mediante</p><p>outdoors, desde que eletrônicos, assim como a propaganda via telemarketing em</p><p>horário comercial.</p><p>(B) O candidato que esteja com seu pedido de registro sub judice poderá efetuar todos</p><p>os atos relativos à sua campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito</p><p>75</p><p>no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob</p><p>essa condição.</p><p>(C) É vedada a propaganda eleitoral na internet por meio de mensagem eletrônica para</p><p>endereços cadastrados, ainda que gratuitamente, pelo candidato, partido político,</p><p>federação ou coligação.</p><p>(D) Permite-se a veiculação de propaganda eleitoral na internet em sítios de pessoas</p><p>jurídicas, com ou sem fins lucrativos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Nós auxiliamos nossos alunos com um amplo tratamento sobre o tema “propaganda</p><p>eleitoral” no aulão de véspera, onde alertamos sobre a proibição do uso de outdoors e</p><p>a proibição de propaganda em sítio de pessoas jurídicas.</p><p>(A) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 38</p><p>§ 8º É vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive</p><p>eletrônicos, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, as coligações</p><p>e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento</p><p>de multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$15.000,00 (quinze mil</p><p>reais).</p><p>Ac.-TSE, de 24.2.2022, na CtaEl nº 060077185: “[...] vedada a veiculação de propaganda</p><p>eleitoral via telemarketing ativo, assim caracterizado como qualquer contato com o</p><p>eleitor via telefonia feito por atendentes, pelos candidatos ou pelas candidatas a cargo</p><p>eletivo, excluído da proibição o telemarketing receptivo, no qual a iniciativa do contato</p><p>é do eleitor”.</p><p>(B) CORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os</p><p>atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral</p><p>gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica</p><p>enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele</p><p>atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância</p><p>superior.</p><p>(C) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 57-B. A propaganda eleitoral na Internet poderá ser realizada nas</p><p>seguintes formas:</p><p>III – por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados</p><p>gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação;</p><p>(D) INCORRETA. Lei 9.504/97</p><p>Art. 57-C</p><p>§ 1º É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral</p><p>na Internet, em sítios:</p><p>76</p><p>I – de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>63. Assinale a alternativa que NÃO constitui causa de inelegibilidade.</p><p>(A) Aposentadoria compulsória por idade ou pedido de exoneração de magistrado ou</p><p>membro do Ministério Público, pelo prazo de 3 (três) anos.</p><p>(B) Demissão do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial,</p><p>pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão.</p><p>(C) Condenação com trânsito em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por</p><p>desfazer ou simular o desfazimento de vínculo conjugal ou de união estável para evitar</p><p>caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão que</p><p>reconhecer a fraude.</p><p>(D) A exclusão do exercício de profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional</p><p>competente, em decorrência de infração ético-disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Em nosso aulão, tratamos do tema e auxiliamos neste questionamento, que foi um dos</p><p>mais simples de eleitoral em nossa prova, onde basicamente apenas a “letra” A não</p><p>apresentou o prazo de 8 anos - que alertamos no aulão sobre inelegibilidade, inclusive</p><p>apresentamos um julgado do TSE de Agosto de 2022 sobre o prazo de 8 anos ser medida</p><p>proporcional, isonômica e necessária para prevenção de abusos no processo eleitoral.</p><p>(A) INCORRETA. LC 64/90</p><p>Art. 1º São inelegíveis:</p><p>I – para qualquer cargo:</p><p>q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem</p><p>aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham</p><p>perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou</p><p>aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo</p><p>disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;</p><p>(B) CORRETA. LC 64/90</p><p>Art. 1º, I</p><p>o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo</p><p>administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão,</p><p>salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;</p><p>(C) CORRETA. LC 64/90</p><p>Art. 1º, I</p><p>n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida</p><p>por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado</p><p>desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de</p><p>77</p><p>inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a</p><p>fraude;</p><p>(D) CORRETA.</p><p>Art. 1º, I</p><p>m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão</p><p>sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração</p><p>ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido</p><p>anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>64. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) O cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos de Chefe do Poder Executivo</p><p>municipal (reeleito uma única vez) pode se candidatar para o mesmo cargo em</p><p>município diverso.</p><p>(B) A condenação por abuso de poder econômico ou político em ação de investigação</p><p>eleitoral transitada em julgado não constitui causa de inelegibilidade a ser aplicada por</p><p>ocasião do processo de registro de candidatura.</p><p>(C) O Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer de decisão que julga o</p><p>pedido de registro de candidatura, mesmo que não o tenha impugnado anteriormente.</p><p>(D) À eleição suplementar, motivada pelo afastamento de prefeito pela Justiça Eleitoral,</p><p>não são aplicáveis as hipóteses de inelegibilidades do § 7o do artigo 14 da Constituição</p><p>Federal, bem como o prazo de 6 (seis) meses para desincompatibilização.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A questão foi devidamente tratada no aulão de véspera em São Paulo, onde o professor</p><p>Arnaldo Bruno Oliveira alertou sobre a impossibilidade da figura do prefeito</p><p>itinerante/profissional (letra a). A letra b também foi tratada em slide próprio no aulão</p><p>quando tratamos de AIJE. O artigo 14, § 7º da CF/88 foi devidamente explicado em aula.</p><p>O que tornava fácil a vida do aluno para assinalar a letra como a correta.</p><p>(A) INCORRETA. A questão trata da figura do “Prefeito Itinerante”, vedada há muito pela</p><p>jurisprudência dos Tribunais Superiores – A MESMA QUESTÃO FOI OBJETO DE</p><p>QUESTIONAMENTO NO 189º TJSP:</p><p>“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. REELEIÇÃO. PREFEITO.</p><p>INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO. MUDANÇA DA JURISPRUDÊNCIA</p><p>EM MATÉRIA ELEITORAL. SEGURANÇA JURÍDICA. I. REELEIÇÃO. MUNICÍPIOS.</p><p>INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO. PREFEITO. PROIBIÇÃO DE</p><p>TERCEIRA ELEIÇÃO EM CARGO DA MESMA NATUREZA, AINDA QUE EM MUNICÍPIO</p><p>DIVERSO. O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da</p><p>continuidade administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a</p><p>78</p><p>perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano</p><p>condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da norma constitucional,</p><p>de modo que a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede</p><p>a terceira eleição não apenas no mesmo município, mas em relação a qualquer outro</p><p>município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do</p><p>denominado “prefeito itinerante” ou do “prefeito profissional”, o que claramente é</p><p>incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de</p><p>temporariedade/alternância do exercício</p><p>do poder. Portanto, ambos os princípios –</p><p>continuidade administrativa e republicanismo – condicionam a interpretação e a</p><p>aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da Constituição. O cidadão que exerce dois</p><p>mandatos consecutivos como prefeito de determinado município fica inelegível para o</p><p>cargo da mesma natureza em qualquer outro município da federação. (...). III.</p><p>REPERCUSSÃO GERAL. Reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais</p><p>atinentes à (1) elegibilidade para o cargo de Prefeito de cidadão que já exerceu dois</p><p>mandatos consecutivos em cargo da mesma natureza em Município diverso</p><p>(interpretação do art. 14, § 5º, da Constituição) e (2) retroatividade ou aplicabilidade</p><p>imediata no curso do período eleitoral da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que</p><p>implica mudança de sua jurisprudência, de modo a permitir aos Tribunais a adoção dos</p><p>procedimentos relacionados ao exercício de retratação ou declaração de</p><p>inadmissibilidade dos recursos repetitivos, sempre que as decisões recorridas</p><p>contrariarem ou se pautarem pela orientação ora firmada. (...)” (RE 637485, Relator(a):</p><p>GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO</p><p>REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-095 DIVULG 20-05-2013 PUBLIC 21-05-2013 RTJ</p><p>VOL-00227-01 PP-00675)</p><p>(B) INCORRETA. STF – Tema 860 de Repercussão Geral</p><p>A condenação por abuso de poder econômico ou político em ação de investigação</p><p>judicial eleitoral transitada em julgado, ex vi do art. 22, XIV, da Lei Complementar n.</p><p>64/90, em sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do art.</p><p>1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n. 135/2010, aplicando-se</p><p>a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.</p><p>Leading case: RE 929670</p><p>(C) CORRETA. RECURSO EXTRORDINÁRIO. MATÉRIA ELEITORAL. LEGITIMIDADE DO</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO PARA RECORRER DE DECISÃO QUE DEFERE REGISTRO DE</p><p>CANDIDATURA, AINDA QUE NÃO HAJA APRESENTADO IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO</p><p>INICIAL. SEGURANÇA JURÍDICA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. REPERCUSSÃO</p><p>GERAL. FIXAÇÃO DA TESE A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 2014, INCLUSIVE. I - O Ministério</p><p>Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer de decisão que julga o pedido de</p><p>registro de candidatura, mesmo que não haja apresentado impugnação anterior. II –</p><p>Entendimento que deflui diretamente do disposto no art. 127 da Constituição Federal.</p><p>III – Recurso extraordinário a que se nega provimento por razões de segurança jurídica.</p><p>IV – Fixação da tese com repercussão geral a fim de assentar que a partir das eleições</p><p>de 2014, inclusive, o Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer da</p><p>decisão que julga o pedido de registro de candidatura, ainda que não tenha apresentado</p><p>impugnação.</p><p>79</p><p>(ARE 728188, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>18/12/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-154 DIVULG</p><p>08-08-2014 PUBLIC 12-08-2014)</p><p>(D) INCORRETA. STF – Tema 781 de Repercussão Geral</p><p>As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da Constituição Federal,</p><p>inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares.</p><p>Leading Case: RE 843455</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>65. A Constituição Federal estabelece no § 6o , do artigo 17: “Os Deputados Federais, os</p><p>Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do</p><p>partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência</p><p>do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada,</p><p>em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo</p><p>partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.”</p><p>Assinale a alternativa que NÃO constitui justa causa para a desfiliação partidária.</p><p>(A) A grave discriminação política pessoal.</p><p>(B) O desempenho eleitoral do partido político, embora atendida a cláusula de barreira.</p><p>(C) A mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o</p><p>prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao</p><p>término do mandato vigente.</p><p>(D) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão cravadíssima em nosso aulão de véspera pelo professor Arnaldo Bruno Oliveira,</p><p>onde lemos juntos o art. 22-A da Lei dos Partidos Políticos (essencial para letras A, C e</p><p>D) e o art. 17 §5º, da CF/88. A letra B foi alertada pelo professor como sendo possível</p><p>justa para desfiliação apenas se o partido não tiver atingido a cláusula de barreira (a</p><p>letra leva ao caminho inverso, por isso não constituía justa causa).</p><p>Lei 9.096/95</p><p>Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar,</p><p>sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.</p><p>Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária</p><p>somente as seguintes hipóteses:</p><p>I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;</p><p>II - grave discriminação política pessoal; e</p><p>III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que</p><p>antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,</p><p>majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.</p><p>80</p><p>CF/88, art. 17, § 3º e § 5º:</p><p>Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso</p><p>gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que</p><p>alternativamente:</p><p>(...)</p><p>§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º</p><p>deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do</p><p>mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação</p><p>considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de</p><p>acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>66. Maria, que sempre sonhou em “ser dona do próprio negócio”, decide se informar</p><p>juridicamente e descobre que, segundo as regras atuais,</p><p>(A) caso se torne absolutamente ou relativamente incapaz, não poderá continuar na</p><p>atividade empresarial por serem com esta incompatíveis os institutos da representação</p><p>e da assistência.</p><p>(B) poderá contratar qualquer tipo de sociedade com seu cônjuge independentemente</p><p>do regime de bens adotado no casamento.</p><p>(C) a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado a empresários</p><p>rurais e pequenos empresários quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.</p><p>(D) inexiste previsão de obrigatoriedade de inscrição do empresário no Registro Público</p><p>de Empresas Mercantis da respectiva sede antes do início da atividade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão simples, cobrando apenas o conhecimento do Código Civil. A alternativa</p><p>correta é o item “C”, com fundamento no art. 970 do Código Civil.</p><p>Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado</p><p>ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos</p><p>efeitos daí decorrentes.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>81</p><p>67. Os contratos empresariais são presumidos paritários e simétricos até que se revelem</p><p>presentes elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção</p><p>(ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais), estando garantido que</p><p>(A) a revisão contratual ocorrerá da forma mais ampla possível, independentemente de</p><p>critérios de excepcionalidade ou limitação de qualquer ordem.</p><p>(B) a alocação de riscos definida pelas partes será objeto de análise prévia pelo órgão</p><p>regulador da área em</p><p>que o contrato se insere.</p><p>(C) as partes negociantes podem afastar a incidência da função social do contrato por</p><p>meio de cláusula sujeita a anuência específica da parte adversamente afetada.</p><p>(D) as partes negociantes podem estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação</p><p>das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão simples, sem possibilidade de recurso, também cobrando conhecimento da</p><p>legislação. A alternativa correta é o item “D”, com fulcro no art. 421-A do Código Civil.</p><p>Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e</p><p>simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o</p><p>afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em</p><p>leis especiais, garantido também que:</p><p>I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a</p><p>interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de</p><p>resolução;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>68. Lúcia deve certa soma em dinheiro a João, tendo sido a obrigação de pagar</p><p>reconhecida em um título de crédito. Incomodada com o status de devedora, ela quer</p><p>pagar o quanto antes. Segundo as regras do Código Civil,</p><p>(A) se ela pagar antes do vencimento, ficará responsável pela validade do pagamento.</p><p>(B) João é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título.</p><p>(C) quando do vencimento, João poderá recusar o pagamento parcial.</p><p>(D) ao pagar a quantia total, Lucia poderá exigir de João a quitação regular, mas não a</p><p>entrega do título.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>82</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão sem possibilidade de recurso, fundamentada na letra do código civil.</p><p>Alternativa correta é o item A, na linha do disposto no art. 902, §1º, do Código Civil.</p><p>Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do</p><p>vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica</p><p>responsável pela validade do pagamento.</p><p>§ 1º No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que</p><p>parcial.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>69. Sobre a desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) De acordo com a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código de</p><p>Defesa do Consumidor (CDC), as sociedades coligadas só responderão em caso de dolo.</p><p>(B) Mesmo com a comprovação da existência de grupo econômico, faz-se necessária a</p><p>presença dos requisitos previstos no artigo 50 do Código Civil para a desconsideração</p><p>da personalidade da pessoa jurídica.</p><p>(C) Constitui desvio de finalidade a alteração da finalidade original da atividade</p><p>econômica específica da pessoa jurídica.</p><p>(D) De acordo com a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código de</p><p>Defesa do Consumidor (CDC), as sociedades integrantes dos grupos societários e as</p><p>sociedades controladas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes</p><p>do CDC.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão um pouco mais complexa, porém, ainda cobrando a legislação. Aqui a</p><p>alternativa correta é o item “B”, fundamentado na inteligência do art. 50 e seu parágrafo</p><p>4º do Código Civil. Vejamos:</p><p>“Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo</p><p>desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a</p><p>requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir</p><p>no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas</p><p>relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de</p><p>administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou</p><p>indiretamente pelo abuso.</p><p>[...]</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>83</p><p>§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos</p><p>de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da</p><p>personalidade da pessoa jurídica.”</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>70. Com relação à sociedade anônima,</p><p>(A) é facultado aos acionistas que representem 10% (dez por cento) ou mais do capital</p><p>social votante requerer a realização de eleição dos conselheiros por voto múltiplo.</p><p>(B) os acionistas respondem solidariamente pela avaliação do valor dos bens conferidos</p><p>ao capital social da companhia.</p><p>(C) deve ser constituída por pelo menos duas pessoas e manter um quadro acionário de,</p><p>no mínimo, dois acionistas.</p><p>(D) é vedada a criação de uma ou mais classes de ações ordinárias com atribuição de</p><p>voto plural.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão essencialmente focada na legislação e também sem possibilidade de recurso.</p><p>A alternativa correta é o item “A”, com fulcro no art. 141 da Lei da S/A (Lei 6.404/1976).</p><p>Todas as outras alternativas estão incorretas.</p><p>Vejamos o artigo que fundamenta a alternativa correta:</p><p>“Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que</p><p>representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social com direito</p><p>a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo</p><p>de voto múltiplo, por meio do qual o número de votos de cada ação será</p><p>multiplicado pelo número de cargos a serem preenchidos, reconhecido ao</p><p>acionista o direito de cumular os votos em um só candidato ou distribuí-los</p><p>entre vários.”</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>71. Confiança S.A., dona de um resort no valor de R$ 800.000.000,00 (oitocentos</p><p>milhões de reais), celebrou com a seguradora Forte S.A um contrato de seguro contra</p><p>incêndio com cobertura ampla, sem exclusões, sem limite por evento e pela metade do</p><p>valor real do empreendimento. Seis meses depois, houve um incêndio no imóvel. A</p><p>perícia constatou que o sinistro foi causado pela atitude descuidada de hóspedes e o</p><p>prejuízo só não foi maior porque Confiança S.A. usou adequadamente os equipamentos</p><p>contra incêndio. Os prejuízos totalizam R$ 7.550.000,00 (sete milhões, quinhentos e</p><p>cinquenta mil reais). Diante de tais fatos,</p><p>(A) uma vez paga a indenização securitária, Confiança S.A. poderá sub-rogar-se nos</p><p>direitos e ações contra os hóspedes.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>84</p><p>(B) Confiança S.A. receberá o valor total dos prejuízos calculados, pois o valor dos danos</p><p>não ultrapassa o valor da garantia prometida.</p><p>(C) Confiança S.A. receberá o valor proporcional dos prejuízos apurados, pois se trata de</p><p>sinistro parcial.</p><p>(D) Confiança S.A. não possui direito à indenização securitária porque o valor da garantia</p><p>não corresponde ao valor do interesse legítimo segurado.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Outra questão sem possibilidade de recurso e fundamentada na Lei, dessa vez foi no</p><p>Código Civil, especialmente no Capítulo que versa sobre os contratos de seguro.</p><p>O item A está incorreto pois fala que a Confiança S.A. vai se sub-rogar aos direitos e</p><p>ações contra os hóspedes. Porém, conforme o art. 786 do Código Civil, quem se sub-</p><p>roga é o segurador Forte S.A. Não sendo, portanto, esta a alternativa correta.</p><p>A alternativa correta é o item C, que trata da diferença entre sinistro parcial e sinistro</p><p>total.</p><p>No sinistro total, o segurado recebe o valor total da apólice. No sinistro parcial, por sua</p><p>vez, a seguradora paga apenas os prejuízos efetivamente suportados.</p><p>A redação da alternativa é ruim e a palavra “proporcional” confunde, pois</p><p>passa a</p><p>impressão de que não vai haver o pagamento de todos os prejuízos suportados. Mais</p><p>correta estaria se falasse “Confiança S.A. receberá o valor proporcional AOS prejuízos</p><p>suportados...”</p><p>Infelizmente, não imagino que essa questão seja anulada por conta disso.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>72. Assinale a alternativa CORRETA sobre o processo de recuperação judicial.</p><p>(A) A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição</p><p>e não implicarão na suspensão dos prazos previstos na Lei no 11.101/2005, sendo que</p><p>os prazos só poderão ser suspensos em caso de determinação judicial nesse sentido.</p><p>(B) As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderão deferir,</p><p>nos termos da legislação específica, o parcelamento de seus créditos em sede de</p><p>recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos no Código Tributário</p><p>Nacional, sendo que as microempresas e as empresas de pequeno porte farão jus a</p><p>prazos 10% (dez por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às demais</p><p>empresas.</p><p>(C) A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por</p><p>cento) exclusivamente nos casos de microempresas e de empresas de pequeno porte.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>85</p><p>(D) Rejeitado o plano de recuperação proposto pelo devedor ou pelos credores e não</p><p>preenchidos os requisitos estabelecidos no § 1o , do artigo 58, da Lei no 11.101/2005, o</p><p>juiz convolará a recuperação judicial em falência e em face de tal sentença será cabível</p><p>agravo de instrumento.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão difícil, com muitas pegadinhas, porém sem possibilidade de recurso. Vamos ver</p><p>alternativa por alternativa.</p><p>(A) INCORRETA. Alternativa incorreta, com fundamento no art. 20-A da LFRE, uma vez</p><p>que os prazos podem ser suspensos por determinação judicial ou consenso das partes.</p><p>“Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer</p><p>grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de</p><p>jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos</p><p>prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em</p><p>sentido contrário ou determinação judicial.”</p><p>(B) INCORRETA. Alternativa incorreta, fundamentada no art. 68 da LFRE.</p><p>“Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS</p><p>poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus</p><p>créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros</p><p>estabelecidos na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário</p><p>Nacional.</p><p>Parágrafo único. As microempresas e empresas de pequeno porte farão jus a</p><p>prazos 20% (vinte por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às</p><p>demais empresas.”</p><p>(C) INCORRETA. Conforme disposto no §4º do art. 24 da LFRE, a remuneração do</p><p>administrador judicial fica limitada a 2% (dois por cento) quando se tratar de</p><p>microempresas e de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese do empresário</p><p>rural.</p><p>“Art. 24. [...]</p><p>§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2%</p><p>(dois por cento), no caso de microempresas e de empresas de pequeno porte,</p><p>bem como na hipótese de que trata o art. 70-A desta Lei.”</p><p>(D) CORRETA. Alternativa correta, fundamentada no art. 58-A da LFRE.</p><p>“Art. 58-A. Rejeitado o plano de recuperação proposto pelo devedor ou pelos</p><p>credores e não preenchidos os requisitos estabelecidos no § 1º do art. 58</p><p>desta Lei, o juiz convolará a recuperação judicial em falência.</p><p>Parágrafo único. Da sentença prevista no caput deste artigo caberá agravo de</p><p>instrumento.”</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>86</p><p>73. Em relação à alienação de bens no processo de falência, é CORRETO afirmar que</p><p>(A) poderá se dar por pregão, desde que antecedido por publicação de anúncio em jornal</p><p>de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens</p><p>móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a</p><p>divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.</p><p>(B) poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou</p><p>pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, sendo</p><p>que, no caso de impugnação baseada no valor de venda, deverá vir acompanhada de</p><p>depósito caucionário equivalente a 10% (dez por cento) do valor oferecido.</p><p>(C) a alienação por leilão eletrônico de bens poderá ocorrer em segunda chamada,</p><p>dentro de 15 (quinze) dias, contados da primeira chamada, por qualquer preço.</p><p>(D) em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público, as Fazendas Públicas e</p><p>o Administrador Judicial serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação</p><p>vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Outra questão fundamentada na Lei de Recuperação Judicial e Falências. Questão</p><p>fundamentada na legislação e sem possibilidade de recursos.</p><p>A única alternativa correta é o item “B”, com base no art. 143, §1º, da LFRE.</p><p>“Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142</p><p>desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores,</p><p>pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito)</p><p>horas da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que,</p><p>no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as</p><p>improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as</p><p>condições estabelecidas no edital.</p><p>§ 1º Impugnações baseadas no valor de venda do bem somente serão</p><p>recebidas se acompanhadas de oferta firme do impugnante ou de terceiro</p><p>para a aquisição do bem, respeitados os termos do edital, por valor presente</p><p>superior ao valor de venda, e de depósito caucionário equivalente a 10% (dez</p><p>por cento) do valor oferecido.”</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>74. A Sociedade Anônima de Futebol</p><p>(A) é constituída pela transferência definitiva de todo o patrimônio de um clube ou</p><p>pessoa jurídica preexistente.</p><p>(B) pode ter como objeto social, dentre outros, a exploração econômica de ativos,</p><p>inclusive imobiliários, sobre os quais detenha direitos.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>87</p><p>(C) tem a faculdade de instituir Programa de Desenvolvimento Educacional e Social</p><p>(PDE) em convênio com instituição pública de ensino.</p><p>(D) responde por todas as obrigações do clube ou pessoa jurídica original que a</p><p>constituiu.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão fundamentada na nova Lei 14.193/2021, que institui a Sociedade Anônima do</p><p>Futebol. Sem possibilidade de recursos, a única alternativa correta é o item “B”, com</p><p>fundamento no art. 1ª, §2º, inciso V, da Lei 14.193/2021.</p><p>“Art. 1º. [...]</p><p>§ 2º O objeto social da Sociedade Anônima do Futebol poderá compreender</p><p>as seguintes atividades:</p><p>V - a exploração econômica de ativos, inclusive imobiliários, sobre os quais</p><p>detenha direitos”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>75. Um tributo instituído por lei publicada no dia 2 de janeiro de um determinado</p><p>exercício financeiro pode ser cobrado</p><p>(A) a partir do exercício seguinte ao da publicação da lei.</p><p>(B) depois de decorridos noventa dias da data de publicação da lei.</p><p>(C) a partir da data de publicação da lei.</p><p>(D) depois de decorridos noventa dias do início do exercício seguinte ao da publicação</p><p>da lei.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO! O assunto abordado em rodada de Reta Final do</p><p>TJSP.</p><p>A questão possui mais de uma alternativa correta, sendo, portanto, anulável. Questão</p><p>cobrava conhecimento do Princípio da Anterioridade comum, sendo a resposta correta</p><p>a alternativa A.</p><p>88</p><p>Porém, a questão fala em “tributo”, sem especificar qual tributo está falando e, como</p><p>sabemos, existem três tipos de anterioridade (comum, mitigada e nonagesimal),</p><p>tornando outras alternativas como corretas também.</p><p>Por exemplo, se o tributo da questão fosse um Imposto sobre Produtos Industrializados,</p><p>a alternativa correta seria a B.</p><p>Assim, a questão merece ser anulada por ter mais de uma alternativa correta.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>76. Depois de muitos anos de disputa o Supremo Tribunal Federal, em 2021, colocou fim</p><p>ao conflito de competências entre Estados, que buscavam a definição pelo ICMS, e</p><p>Municípios, que defendiam a tributação pelo ISS, das operações de licenciamento ou</p><p>cessão do direito de uso de programas de computador (software). Com isso ficou</p><p>definido que</p><p>(A) todas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado por</p><p>encomenda, devem sofrer a incidência do ICMS, e não do ISS.</p><p>(B) as operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ISS, e as do</p><p>elaborado por encomenda devem ser tributadas pelo ICMS.</p><p>(C) todas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado por</p><p>encomenda, devem sofrer a incidência do ISS, e não do ICMS.</p><p>(D) as operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ICMS, e as do</p><p>elaborado por encomenda devem ser tributadas pelo ISS.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão um pouco mais simples, sem possibilidade de recurso.</p><p>A questão fundamenta-se na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Em 2021 ao julgar a ADI 5.576/SP, o STF fixou entendimento de que é inconstitucional a</p><p>incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de</p><p>Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre o</p><p>licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador.</p><p>Logo, a única alternativa correta é o item “C”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>77. Com relação às imunidades tributárias, pode-se afirmar que são</p><p>(A) situações expressamente previstas no texto da Constituição Federal de</p><p>impossibilidade de que qualquer pessoa política venha a legislar, instituindo ou</p><p>modificando a tributação.</p><p>89</p><p>(B) espécie qualificada de isenção, em que lei complementar federal estabelece a</p><p>redução ou a dispensa de cobrança de tributos de competência de qualquer das pessoas</p><p>políticas.</p><p>(C) fixadas por lei ordinária, de competência da pessoa política titular da capacidade</p><p>tributária ativa, de acordo com suas orientações de política fiscal.</p><p>(D) similares às isenções, e com elas muitas vezes se confundem, porque em ambos os</p><p>casos não haverá cobrança ou haverá redução parcial do valor de tributos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão doutrinária, que poderia ser de simples resolução, porém vira complexa com</p><p>as respostas confusas da Banca Examinadora.</p><p>A questão versa sobre o conceito de imunidade. A resposta mais correta é a alternativa</p><p>“A”, trazendo o conceito correto de imunidade, embora a palavra “modificando” só</p><p>esteja correta se for na acepção de modificar para instituir o tributo. Ressaltando que</p><p>modificar o tributo sem ser para instituir sua cobrança, é permitido e não afeta a</p><p>imunidade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>78. Está presente na doutrina o estudo da regra matriz de incidência tributária, que</p><p>aborda critérios para verificação da ocorrência de fato concreto que, em sendo</p><p>correspondente à hipótese definida em lei, tenha por consequência o surgimento de</p><p>obrigação tributária. Com relação à regra matriz, é correto afirmar que</p><p>(A) a hipótese tributária é composta por dois critérios: o material e o pessoal.</p><p>(B) na consequência tributária se apresentam os critérios pessoal e quantitativo.</p><p>(C) a consequência tributária é composta dos critérios material, espacial e temporal.</p><p>(D) a hipótese tributária contempla o critério quantitativo, formado pela base de cálculo</p><p>e pela alíquota.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>90</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão difícil, que encontra fundamento na doutrina.</p><p>A regra matriz de incidência tributária é outra forma de falar da norma tributária, que,</p><p>como sabemos, prevê hipótese de incidência tributária e consequência tributária. A</p><p>hipótese de incidência tributária possui aspectos antecedentes: o aspecto material, o</p><p>aspecto temporal e o aspecto geográfico.</p><p>Os aspectos da consequência tributária, por sua vez, preveem aspectos no caso de</p><p>ocorrido o fato previsto na hipótese de incidência tributária: o aspecto pessoal (ou</p><p>contribuinte) e o aspecto quantitativo (a base de cálculo e a alíquota).</p><p>Assim, a única alternativa correta é o item “B”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>79. O depósito do montante integral do tributo, para suspensão da exigibilidade do</p><p>tributo nos termos do artigo 151, II, do Código Tributário Nacional:</p><p>(A) trata-se de uma forma de garantir o Juízo, como condição prévia indispensável para</p><p>a concessão de medida liminar em processo judicial.</p><p>(B) constitui-se em faculdade que a lei coloca à disposição do contribuinte, que caso</p><p>vencido ao final terá o débito extinto por sua conversão em renda.</p><p>(C) pode ser realizado em dinheiro, títulos da dívida pública ou bens livres e</p><p>desembaraçados, mediante termo nos autos, administrativos ou judiciais.</p><p>(D) é considerado integral quando correspondente ao valor que o contribuinte defende</p><p>ser devido, mesmo nas hipóteses em que o fisco exige valor superior a este.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão simples, sem possibilidade de recursos.</p><p>(A) INCORRETA. A garantia do juízo não é indispensável para a concessão de medida</p><p>liminar em processo judicial.</p><p>(B) CORRETA. Alternativa integralmente correta, trata-se de faculdade do contribuinte,</p><p>que, se for derrotado na demanda, o valor depositado é convertido em renda e o tributo</p><p>extinto pelo pagamento.</p><p>(C) INCORRETA. Assertiva incorreta, pois macula o CTN e a súmula 112 do STJ.</p><p>(D) INCORRETA. O depósito, conforme o CTN e a súmula 112 do STJ, deve ser sempre</p><p>integral e em dinheiro.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>91</p><p>80. O parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional, incluído pela Lei</p><p>Complementar no 104/2001, ao dispor que “A autoridade administrativa poderá</p><p>desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a</p><p>ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da</p><p>obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei</p><p>ordinária”, foi objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal, que julgou</p><p>improcedente a ADI 2446/DF, com a seguinte ementa: “AÇÃO DIRETA DE</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR No 104/2001. INCLUSÃO DO</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO AO ART. 116 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. NORMA GERAL</p><p>ANTIELISIVA. ALEGAÇÕES DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA LEGALIDADE</p><p>ESTRITA EM DIREITO TRIBUTÁRIO E DA SEPARAÇÃO DOS PODERES NÃO</p><p>CONFIGURADAS. AÇÃO DIRETA JULGADA IMPROCEDENTE”. O reconhecimento da</p><p>constitucionalidade da regra legal em análise tem por consequência:</p><p>(A) a viabilidade de todo planejamento tributário que</p><p>busque diminuir o valor do tributo</p><p>a ser pago pelo contribuinte, seja ao evitar a relação jurídica que faria nascer a obrigação</p><p>tributária, seja ao ocultar fato gerador materializado para omitir-se ao pagamento da</p><p>obrigação tributária devida, pois nenhuma destas condutas está abrangida pela</p><p>dissimulação prevista na regra.</p><p>(B) a conclusão de que o chamado planejamento tributário não é possível no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro, já que se trata de providência reconhecida como fraude</p><p>à lei por diminuir o valor do tributo a ser pago pelo contribuinte, seja ao evitar a relação</p><p>jurídica que faria nascer a obrigação tributária, seja ao ocultar fato gerador</p><p>materializado para omitir-se ao pagamento da obrigação tributária devida.</p><p>(C) a viabilidade de regular planejamento tributário, porque enquanto na elisão fiscal há</p><p>diminuição lícita dos valores devidos, pois o contribuinte evita a relação jurídica que</p><p>faria nascer obrigação tributária, na evasão fiscal o contribuinte atua de forma a ocultar</p><p>fato gerador materializado para omitir-se ao pagamento da obrigação tributária devida,</p><p>e é essa a fraude à lei que a regra busca evitar.</p><p>(D) a vedação de toda e qualquer tentativa de planejamento tributário, conduta voltada</p><p>para a exoneração de pagamento da obrigação tributária devida, seja por elisão ou</p><p>evasão fiscal, posto que o caráter plenamente vinculado da atividade administrativa de</p><p>cobrança do tributo impõe ao fisco a busca constante da tributação mais elevada.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A questão versa sobre a diferença entre a evasão e a elisão tributária e do art. 116 do</p><p>CTN. A evasão tributária é a fraude para reduzir o pagamento do tributo, por isso, é</p><p>sempre vedada. A elisão tributária, por sua vez, é permitida, pois trata-se de mero</p><p>planejamento tributário.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>92</p><p>81. Em processo de inventário, foi apurado o valor do ITCMD devido em razão da</p><p>transmissão causa mortis, e o herdeiro, após manifestação do representante da Fazenda</p><p>do Estado nos autos judiciais, que concordou com o valor indicado, ressalvando o direito</p><p>de exigir créditos decorrentes do imposto em razão de erros, omissões ou direito de</p><p>terceiros em prejuízo do Estado, efetuou o recolhimento do tributo na sua integralidade</p><p>e no prazo correto. O imóvel foi, no mesmo exercício financeiro, alienado a terceiros</p><p>ainda no curso do inventário e mediante avaliação e decisão judicial, por valor superior</p><p>ao da aquisição, valor esse que foi informado pelo herdeiro na declaração de imposto</p><p>de renda respectiva. O fisco, então, autuou o contribuinte, afirmando que havia</p><p>diferença decorrente de recebimento por ato gratuito informado à Receita Federal e</p><p>exigiu o pagamento de ITCMD incidente sobre doação. O contribuinte ingressou em</p><p>Juízo questionando essa exigência. No caso,</p><p>(A) não se verifica a hipótese de incidência de ITCMD descrita no AIIM qual seja, doação,</p><p>transmissão por ato gratuito inter vivos, a ensejar a infração, porque, o aspecto material</p><p>da regra matriz referente à doação diz respeito à transmissão gratuita inter vivos de</p><p>bens ou direitos, o que não ocorreu no caso concreto, posto que não há como se admitir</p><p>como doador, a partir da Declaração de Imposto de Renda, o referido espólio.</p><p>(B) está correta a exigência fiscal, pois a informação de alteração patrimonial feita ao</p><p>Fisco Federal, na declaração de ajuste do Imposto de Renda, utiliza campo único para</p><p>transferências por doação ou por herança, e a Fazenda do Estado, ressalvou, no</p><p>inventário, o direito de exigir créditos decorrentes do imposto em razão de erros,</p><p>omissões ou direito de terceiros em prejuízo do Estado, o que foi feito mediante a</p><p>imputação de tributo incidente sobre a doação.</p><p>(C) não se sustenta a exigência expressa no AIIM, porque embora a Fazenda tenha</p><p>ressalvado, nos autos do inventário, o direito de exigir créditos decorrentes do imposto</p><p>em razão de erros, omissões ou direito de terceiros em prejuízo do Estado, operou-se,</p><p>no caso, a coisa julgada administrativa que impede a exigência posterior de diferença</p><p>fundada em informações prestadas pelo contribuinte na declaração feita à Receita</p><p>Federal.</p><p>(D) está correta a exigência fiscal, pois a informação de alteração patrimonial feita ao</p><p>Fisco Federal, na declaração de ajuste do Imposto de Renda, utiliza campo único para</p><p>transferências por doação ou por herança, e verificando-se, pela análise do processo de</p><p>inventário, que a diferença apurada decorre de ter sido adotado valor menor para o</p><p>recolhimento do imposto do que o valor efetivamente obtido com a venda do mesmo</p><p>imóvel, o que revela que se trata de recebimento de doação.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão muito difícil, porém sem a possibilidade de recurso.</p><p>93</p><p>O fisco, para tributar o contribuinte, considerou o espólio como doador do bem imóvel.</p><p>Porém, o contrato de doação só pode ser celebrado entre pessoas vivas e o ganho de</p><p>capital auferido pelo contribuinte não pode ser tributado.</p><p>Assim, a alternativa correta é o item A.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>82. Uma empresa promove, rotineiramente, transferência de mercadorias entre seus</p><p>vários estabelecimentos comerciais e foi autuada pela Fazenda Estadual para o</p><p>pagamento do tributo relativo a referidas transferências, promovidas entre</p><p>estabelecimentos do mesmo contribuinte, porque consistem em circulação de</p><p>mercadoria, nos termos da LC 87/96 e da legislação estadual, pois configuram fato</p><p>gerador do ICMS. Essa autuação</p><p>(A) não se sustenta porque a adequada interpretação da legislação tributária faz</p><p>presumir que estabelecimentos de uma mesma empresa sejam considerados como</p><p>estabelecimento único, de forma que não é possível falar em circulação física da</p><p>mercadoria.</p><p>(B) está correta porque o fato imponível relativo ao ICMS é a saída da mercadoria do</p><p>estabelecimento, e no caso, essas saídas se dão a cada transferência, não sendo</p><p>juridicamente relevante a circunstância de que estas se dão entre estabelecimentos de</p><p>uma mesma empresa.</p><p>(C) está correta porque o deslocamento de bens ou mercadorias entre estabelecimentos</p><p>de uma mesma empresa se subsume à hipótese de incidência do ICMS, porquanto, para</p><p>a ocorrência do fato imponível é suficiente a circulação física da mercadoria</p><p>independentemente da transferência da propriedade.</p><p>(D) não se sustenta porque o deslocamento de bens ou mercadorias entre</p><p>estabelecimentos de uma mesma empresa, por si, não se subsume à hipótese de</p><p>incidência do ICMS, porquanto, para a ocorrência do fato imponível é imprescindível a</p><p>circulação jurídica da mercadoria com a transferência da propriedade.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Questão fundamentada na jurisprudência do STF, mais especificamente, no Tema 1.099</p><p>da Repercussão Geral. Neste julgamento, a tese vencedora afirma que “não incide ICMS</p><p>no deslocamento de bens de um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte</p><p>localizados em estados distintos, visto não haver a transferência da titularidade ou a</p><p>realização de ato de mercancia”.</p><p>Logo, há apenas uma alternativa correta na questão e é o item D.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>83. Com relação aos impostos e às taxas, é correto afirmar que</p><p>94</p><p>(A) o fato gerador dos impostos é vinculado a uma atuação estatal específica enquanto</p><p>o das taxas não é vinculado a uma atuação estatal.</p><p>(B) tanto o fato gerador dos impostos como o das taxas não são vinculados a uma</p><p>atuação estatal.</p><p>(C) tanto o fato gerador dos impostos como o das taxas são vinculados a uma atuação</p><p>estatal específica.</p><p>(D) o fato gerador dos impostos não é vinculado</p><p>a uma atuação estatal enquanto o das</p><p>taxas é vinculado a uma atuação estatal específica.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Questão sem possibilidade de recurso, versando sobre os conceitos de taxa e impostos.</p><p>O art. 16 do CTN traz o conceito de imposto, qual seja: o tributo cuja obrigação tem por</p><p>fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,</p><p>relativa ao contribuinte.</p><p>O conceito de taxa, por sua vez, está previsto no art. 77, que define as taxas como</p><p>“cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no</p><p>âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do</p><p>poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e</p><p>divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”</p><p>Logo, vemos que a alternativa que se ajusta aos conceitos de impostos e taxas é o item</p><p>D.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO AMBIENTAL</p><p>84. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) O princípio do decrescimento sustentável envolve a adoção de políticas públicas que</p><p>objetivem a redução e o redimensionamento do consumo, ampla informação ao</p><p>consumidor sobre o impacto socioambiental de produtos e serviços, além de outras</p><p>medidas, com o propósito de reconduzir o modo de vida da Humanidade a limites</p><p>ambientalmente sustentáveis.</p><p>(B) O princípio do protetor-recebedor contempla a imputação do custo do dano</p><p>ambiental ao empreendedor, a fim de evitar o enriquecimento ilegítimo do usuário dos</p><p>recursos naturais.</p><p>95</p><p>(C) O princípio do desenvolvimento sustentável prioriza a satisfação das necessidades</p><p>presentes, ainda que haja comprometimento da capacidade das gerações futuras em</p><p>suprir suas próprias necessidades.</p><p>(D) O princípio da intervenção ou da defesa compulsória do meio ambiente consiste na</p><p>discricionariedade atribuída ao Poder Público para atuar de modo a não causar danos</p><p>ao meio ambiente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP e no Aulão de Véspera.</p><p>O decrescimento sustentável é definido como uma redução equitativa da produção e do</p><p>consumo que aumenta o bem-estar humano e melhora as condições ecológicas em nível</p><p>local e global, a curto e longo prazo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>85. A compensação ambiental para licenciamento de empreendimento de significativo</p><p>impacto ambiental, que corresponde à obrigação atribuída ao empreendedor para</p><p>apoio à implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção</p><p>Integral, consistirá</p><p>(A) em valor a ser fixado pelo órgão ambiental competente, conforme o grau do impacto</p><p>ambiental determinado a partir de EIA-RIMA, considerados os encargos e custos</p><p>incidentes sobre o financiamento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com</p><p>apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.</p><p>(B) em valor a ser fixado pelo órgão ambiental competente, conforme o grau do impacto</p><p>ambiental determinado a partir de EIA-RIMA, considerados os investimentos referentes</p><p>aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental</p><p>para mitigação dos impactos.</p><p>(C) em valor não inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação</p><p>do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de</p><p>acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.</p><p>(D) em valor a ser fixado pelo órgão ambiental competente, conforme o grau do impacto</p><p>ambiental determinado a partir de EIA-RIMA, mediante exclusiva consideração dos</p><p>impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>96</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Art. 36 da Lei 9.985/2000 - Nos casos de licenciamento ambiental de</p><p>empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado</p><p>pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto</p><p>ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a</p><p>apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de</p><p>Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento</p><p>desta Lei.</p><p>§ 1º O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta</p><p>finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos</p><p>para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo</p><p>órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental</p><p>causado pelo empreendimento.</p><p>Ressalta-se que o piso de 0,5%, previsto no art. 36, §1º, foi considerado</p><p>inconstitucional pelo STF no julgamento da ADIN nº 3.378-6, de 2008.</p><p>Art. 31 do Decreto 4340/2002 - Para os fins de fixação da compensação</p><p>ambiental de que trata o art. 36 da Lei no 9.985, de 2000, o Instituto Brasileiro</p><p>do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA estabelecerá</p><p>o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e</p><p>respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará,</p><p>exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>86. O município “X” se interessou pelo exercício do direito de preempção em relação à</p><p>área de propriedade de “B”, que estava sendo alienada a “C”, objetivando a criação de</p><p>unidade de conservação. O município deve</p><p>(A) comprometer-se a efetuar o pagamento ao proprietário do valor de mercado do</p><p>imóvel, ainda que superior ao valor considerado para a base de cálculo do IPTU e ao</p><p>valor indicado na proposta do interessado na aquisição.</p><p>(B) comprovar a existência de lei específica, baseada no plano diretor, que delimite as</p><p>áreas de incidência do direito de preempção e que fixe o prazo de vigência não superior</p><p>a 5 (cinco) anos, a fim de que possa exercer sua preferência para aquisição do imóvel</p><p>urbano objeto da alienação onerosa entre particulares.</p><p>(C) manifestar por escrito seu interesse na preempção dentro do prazo de 5 (cinco) dias,</p><p>contado do recebimento da notificação do proprietário quanto à intenção de alienar</p><p>onerosamente o imóvel.</p><p>(D) oferecer ao proprietário a possibilidade de transformação do valor do imóvel em</p><p>crédito, a ser liquidado conforme regras próprias do sistema de precatório.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2262000</p><p>97</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Art. 25 do Estatuto da Cidade - O direito de preempção confere ao Poder</p><p>Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de</p><p>alienação onerosa entre particulares.</p><p>§ 1º Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que</p><p>incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a</p><p>cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de</p><p>vigência.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>87. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) Os corredores ecológicos correspondem ao entorno de uma unidade de</p><p>conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a restrições específicas, a fim</p><p>de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.</p><p>(B) O mosaico é constituído pela existência de um conjunto de unidades de conservação</p><p>de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas</p><p>protegidas públicas ou privadas, cuja gestão do conjunto deverá ser feita de forma</p><p>integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação,</p><p>de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da</p><p>sociodiversidade e o desenvolvimento</p><p>quirografários.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante</p><p>reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de</p><p>credores.</p><p>Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos</p><p>preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade</p><p>importará somente na anulação da preferência ajustada.</p><p>O negócio jurídico com fraude contra credores é anulável, não ineficaz.</p><p>(D) INCORRETA. A natureza jurídica da ação pauliana é objeto de grande controvérsia</p><p>doutrinária. Para alguns doutrinadores, seguindo a linha do Código Civil, a ação pauliana terá</p><p>natureza constitutiva negativa, já que o ato é anulável, produzindo efeitos até então.</p><p>Nos termos do art. 178, II, do CC, a ação pauliana está sujeita ao prazo decadencial de 4</p><p>11</p><p>anos contados do dia em que se realizou o negócio jurídico.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>02. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos bilaterais.</p><p>(A) Nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o</p><p>implemento da do outro. Não se admite, porém, que o devedor exerça a exceção de</p><p>contrato não cumprido por antecipação, ou seja, antes do termo da prestação. Vale</p><p>dizer, não existe, em hipótese alguma, exceção por antecipação.</p><p>(B) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não</p><p>preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por</p><p>perdas e danos. Apesar da literalidade do Código Civil de 2002, em harmonia com a</p><p>função social do contrato e em atendimento ao princípio da boa-fé objetiva, a teoria do</p><p>substancial adimplemento do contrato, quando aplicável, visa a impedir o uso</p><p>potestativo do direito de resolução por parte do credor.</p><p>(C) Se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, na hipótese de</p><p>execução continuada ou diferida, com extrema vantagem para a outra, em razão de</p><p>acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do</p><p>contrato. A onerosidade excessiva, no Código Civil, enseja apenas a resolução, não se</p><p>autorizando que se peça a revisão do contrato.</p><p>(D) As perdas e danos não dependem da imputabilidade da causa da resolução por</p><p>inadimplemento.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 07 de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. Exceptio non adimpleti contractus (art. 476 do CC): Nos contratos</p><p>bilaterais (sinalagmáticos), nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua</p><p>obrigação, pode exigir o implemento do outro. Havendo o descumprimento bilateral, ou</p><p>seja, de ambas as partes, o contrato reputar-se-á extinto.</p><p>É possível ao devedor o exercício de contrato não cumprido por antecipação, isto é,</p><p>antes do termos da prestação. Essa possibilidade existe quando mostrar-se previsível o</p><p>descumprimento da prestação pela contraparte.</p><p>Assim, o inadimplemento antecipado pode ser caracterizado como o inadimplemento</p><p>que ocorre quando uma das partes da relação obrigacional, antes do momento em que</p><p>deveria executar determinada prestação, renuncia ao contrato ou coloca-se, por ato</p><p>próprio, em posição que torne impossível o cumprimento da obrigação.</p><p>Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes</p><p>contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar</p><p>duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à</p><p>12</p><p>prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê</p><p>garantia bastante de satisfazê-la.</p><p>(B) CORRETA.</p><p>CC: Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do</p><p>contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer</p><p>dos casos, indenização por perdas e danos.</p><p>Enunciado 361: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais</p><p>contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o</p><p>princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.</p><p>A teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado do direito de</p><p>resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da</p><p>preservação da avença, com vistas à realização dos princípios da boa-fé e da função</p><p>social do contrato" (REsp 1.051.270).</p><p>Apesar de não estar expresso na legislação brasileira, tanto a doutrina quanto a</p><p>jurisprudência entendem que tal instituto confere maior estabilidade jurídica às</p><p>relações contratuais e protege os contratantes que, por motivos excepcionais e</p><p>imprevisíveis, não conseguem cumprir de imediato o que foi pactuado.</p><p>Essa restrição da prerrogativa de resolução contratual por quem tem a receber é</p><p>construção do direito Inglês do Século XVIII, tendo se irradiado depois para os países</p><p>que adotam o sistema de civil law, a exemplo o Brasil.</p><p>É certo que não se trata de uma proteção a quem, por livre e espontânea vontade, deixa</p><p>de cumprir as obrigações firmadas. Diante disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem</p><p>decidido que, para a aplicação da teoria, o montante já pago pelo devedor deve alcançar</p><p>patamar considerável em relação à dívida, de forma a não onerar ou penalizar o credor.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a</p><p>prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema</p><p>vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e</p><p>imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da</p><p>sentença que a decretar retroagirão à data da citação.</p><p>Enunciado 365: A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como</p><p>elemento acidental da alteração das circunstâncias, que comporta a</p><p>incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva,</p><p>independentemente de sua demonstração plena.</p><p>Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar</p><p>eqüitativamente as condições do contrato.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Enunciado 31: As perdas e danos mencionados no art. 475 do novo Código</p><p>Civil dependem da imputabilidade da causa da possível resolução.</p><p>13</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>03. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos de compra e venda.</p><p>(A) Sob pena de anulação, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, pelos</p><p>juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares</p><p>da justiça, os bens ou direitos que estejam sob a sua esfera administrativa imediata.</p><p>(B) Da mesma forma que o Código Civil de 1916, o Código Civil de 2002 considera nula a</p><p>venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do</p><p>alienante expressamente houverem consentido. Em ambos os casos, dispensa-se o</p><p>consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.</p><p>(C) As despesas de escritura e registro ficarão sempre a cargo do comprador; e a cargo</p><p>do vendedor, as da tradição.</p><p>(D) Anula-se a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e</p><p>o cônjuge do alienante expressamente consentirem. Engloba-se nessa regra qualquer</p><p>relação na linha reta. A anuência de netos e bisnetos será exigível apenas quando</p><p>tiverem interesse sucessório direto. Desse modo, os netos devem consentir com a venda</p><p>de um imóvel pelo avô ao seu tio se o pai já faleceu. Se os filhos estiverem vivos, os</p><p>netos não serão chamados.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em</p><p>hasta pública:</p><p>I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens</p><p>confiados à sua guarda ou administração;</p><p>II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica</p><p>a que servirem, ou que estejam sob sua administração</p><p>sustentável no contexto regional.</p><p>(C) O plano de manejo constitui o conjunto de métodos, procedimentos e políticas que</p><p>visem à proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da</p><p>manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas</p><p>naturais.</p><p>(D) As zonas de amortecimento são porções dos ecossistemas naturais ou seminaturais,</p><p>ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o</p><p>movimento da biota, facilitando a dispersão das espécies e a recolonização de áreas</p><p>degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua</p><p>sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Art. 26 da Lei 9.985/2000 - Quando existir um conjunto de unidades de</p><p>conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou</p><p>sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um</p><p>mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e</p><p>participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de</p><p>forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da</p><p>sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional.</p><p>98</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>88. Discutiu-se, no contexto de elaboração da Lei no 13.655/18 (LINDB) que visava</p><p>alterar o Decreto-Lei no 4.657/42, a necessidade de medidas legislativas para enfrentar</p><p>o fenômeno chamado de “Administração Pública do Medo”, que se caracteriza</p><p>(A) pelo receio, tanto dos administrados como dos agentes públicos, de que os</p><p>administradores, nomeados ou eleitos, venham a buscar a satisfação de interesses</p><p>pessoais e econômicos privados, em detrimento da atuação que deles espera a</p><p>Constituição e as leis, destinada à consecução do interesse público primário.</p><p>(B) pelo agir da Administração, que, voltada ao atingimento de interesses públicos</p><p>secundários, em detrimento dos interesses públicos primários, provoca nos cidadãos o</p><p>receio de aplicação de penalidades abusivas e da cobrança exacerbada de tributos.</p><p>(C) pela situação em que o administrador passa a ter receio de agir e manejar com</p><p>segurança as oportunidades de atuação, mesmo adotando cautelas e providências que</p><p>busquem assegurar a melhor conduta diante do contexto enfrentado, por conta do</p><p>incremento de possibilidades de que venha a ser responsabilizado ou condenado por</p><p>órgãos e sistemas de controle.</p><p>(D) por uma situação em que a aplicação indiscriminada de punições aos servidores</p><p>públicos, resultantes de uma interpretação forçada do Direito Administrativo</p><p>Sancionador, impeça, pelo receio criado junto a tais agentes públicos, o pleno exercício</p><p>das atividades discricionárias.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Cunhada pelo doutrinador Rodrigo Valgas Santos, a expressão “direito administrativo</p><p>do medo” traduz o receio do administrador público de tomar decisões e executar as</p><p>políticas públicas em contradição com o entendimento das múltiplas instâncias</p><p>controladoras da Administração Pública prevista em nosso texto constitucional (social,</p><p>administrativo, pelo Ministério Público, legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas e</p><p>judicial), as quais, de forma independente, sem que se fale em bis in idem, acabam por</p><p>ensejar a responsabilização do gestor público, pela via disciplinar, por improbidade</p><p>administrativa, em ações penais, dentre outras.</p><p>Discorre o autor sobre um “controle externo disfuncional” da Administração,</p><p>caracterizado justamente pela sobreposição de órgãos de controle que, numa atuação</p><p>essencialmente a posteriori e com posicionamentos até mesmo contraditórios entre si,</p><p>geram insegurança jurídica e, em consequência, criam um ambiente em que, por medo,</p><p>o administrador público prefere não agir para evitar eventual punição.</p><p>99</p><p>Fala-se em “apagão das canetas”, a designar essa paralisa das decisões</p><p>politicoadministrativas em decorrência do direito administrativo do medo, em que o</p><p>gestor, submetido a controles cumulativos e muitas vezes desarranjados, com receio de</p><p>ser responsabilizado, não maneja com segurança as oportunidades de agir, com</p><p>prejuízos ao interesse público.</p><p>Tencionando enfrentar justamente combater o direito administrativo do medo, a criar</p><p>um espaço de maior segurança jurídica no âmbito da Administração Pública vis a vis seus</p><p>órgãos de controle, diversos dispositivos incluídos na LINDB 13.655/2018.</p><p>Institui-se os paradigmas do “primado da realidade” – que determina que “Na</p><p>interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as</p><p>dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem</p><p>prejuízo dos direitos dos administrados” (art. 22), devendo-se “Em decisão sobre</p><p>regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma</p><p>administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,</p><p>limitado ou condicionado a ação do agente” (§ 1º) – e do consequencialismo, segundo</p><p>o qual “A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a</p><p>invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar</p><p>de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas” (art. 21).</p><p>Essa profunda reforma da LINDB buscou superar um controle essencialmente posterior,</p><p>do chamado “engenheiro de obra pronta”, fomentando uma atuação preventiva e</p><p>coordenada das instâncias fiscalizadoras junto ao gestor público, constando do § 1º do</p><p>art. 13 do Decreto Federal n.º 9.830/2019 – que regulamenta a LINDB – que “a atuação</p><p>dos órgãos de controle privilegiará ações de prevenção”.</p><p>Nesse robustecimento da segurança jurídica no exercício da função administrativa,</p><p>previu-se expressamente o dever de previsibilidade para todas as autoridades públicas,</p><p>administrativas e controladoras, que devem editar regulamentos, súmulas</p><p>administrativas e respostas a consultas, como dos órgãos de controle (art. 30).</p><p>Também a recente modificação da Lei de Improbidade Administrativa operada pela Lei</p><p>Federal n.º 14.230/2021 segue essa perspectiva de enfrentamento do direito</p><p>administrativo do medo, estabelecendo, por exemplo, no § 8º de seu art. 1º, que “não</p><p>configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da</p><p>lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser</p><p>prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>89. Convalidação ou saneamento é, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o ato</p><p>administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos</p><p>retroativos à data em que este foi praticado” e a Lei no 9.784/99 (Lei do Processo</p><p>Administrativo Federal) dispõe, no seu artigo 55 que “em decisão na qual se evidencia</p><p>não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que</p><p>apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”.</p><p>Em face disso, na avaliação entre o dever de convalidar e o dever de invalidar ato</p><p>praticado por autoridade incompetente, pode-se dizer que</p><p>100</p><p>(A) no caso de ato vinculado, a Administração tem o dever de invalidar o ato em vez de</p><p>convalidá-lo, se estiverem presentes os requisitos para a prática do ato e os do referido</p><p>artigo 55.</p><p>(B) a Administração deve convalidar o ato, mesmo não estando presentes os demais</p><p>requisitos para sua prática, por já terem sido a discricionariedade ou a vinculação</p><p>previamente exercidas pela autoridade que inicialmente o praticou.</p><p>(C) a Administração tem o dever de invalidar o ato praticado por vício de incompetência,</p><p>por se constituir em grave violação ao princípio</p><p>da legalidade que não admite</p><p>saneamento.</p><p>(D) na hipótese de ato discricionário, estando presentes os requisitos do referido artigo</p><p>55, a Administração Pública pode optar entre o dever de convalidar e o dever de</p><p>invalidar.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Em oposição à anulação do ato administrativo, forma volitiva de seu desfazimento em</p><p>decorrência de um vício originário de legalidade ou ilegitimidade (contrariedade ao</p><p>direito), a convalidação nada mais é do que seu aproveitamento diante do atendimento</p><p>de determinados requisitos.</p><p>Nos termos do art. 55 da Lei Federal nº 9.784/1999, são requisitos da convalidação:</p><p>- Defeitos sanáveis:</p><p>a) Competência (salvo se material ou exclusiva);</p><p>b) Forma (salvo se essencial à validade, da substância do ato).</p><p>- Não acarretar lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros.</p><p>A dicção do art. 55 da Lei Federal nº 9.784/1999 indica que a decisão de convalidação é</p><p>sempre uma faculdade da Administração, ao referir que, diante dos mencionados</p><p>requisitos, os atos “poderão” ser convalidados5, em decisão, em qualquer caso,</p><p>motivada (art. 50, VII, Lei Federal n.º 9.784/1999).</p><p>Como se observa, pela lei, independentemente da natureza do ato viciado, se vinculado</p><p>ou discricionário, a Administração sempre poderá optar pela anulação ou pela</p><p>convalidação. De todo modo, tratando-se de ato ilegal ou ilegítimo discricionário, revela-</p><p>se inconteste se tratar sua convalidação de uma faculdade, pois a Administração poderá</p><p>sempre reavaliar a conveniência ou oportunidade de sua manutenção no mundo</p><p>jurídico.</p><p>5 Há intensa divergência na doutrina, contudo, entendendo Weida ZANCANER, seguida por Celso Antônio</p><p>Bandeira de MELLO e Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, que, presentes os requisitos legais, a convalidação</p><p>é obrigatória para a Administração.</p><p>101</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>90. O artigo 17, § 3o da Lei no 8.666/93 (com a redação da Lei no 9.648/98), trata da “I</p><p>– alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante</p><p>de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca</p><p>inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% do valor constante da</p><p>alínea a do inciso II do artigo 23 desta lei; II – a alienação, aos legítimos possuidores</p><p>diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos</p><p>em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis</p><p>na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao</p><p>final da concessão”. Isto se refere ao instituto de direito público da</p><p>(A) Investidura, em que a licitação não é necessária porque inexiste competição.</p><p>(B) Afetação, pela qual o bem passa da categoria de bem do domínio privado do Estado</p><p>para a categoria de bem do domínio público.</p><p>(C) Legitimação de posse ou legitimação fundiária, forma originária de aquisição do</p><p>direito real de propriedade conferido por ato do poder público.</p><p>(D) Desafetação, em que o bem deixa o domínio público para ser incorporado ao</p><p>domínio privado do Estado ou do particular.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Definida no § 3º do art. 17 da Lei Federal n.º 8.666/1993, a investidura é modalidade de</p><p>“licitação dispensada” (art. 17), em que a lei estabelece de forma taxativa os casos em</p><p>que não se deve realizar licitação, não havendo margem de discricionariedade por parte</p><p>do agente público acerca da conveniência e oportunidade de licitar ou não. Vale</p><p>mencionar que todos os casos de licitação dispensada se referem à alienação de bens.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>91. As Agências Reguladoras levam ao estudo da regulação e da autorregulação. Com</p><p>relação a estes temas, é correto afirmar que</p><p>(A) tanto a regulação estatal como a autorregulação são dotadas de autoridade e</p><p>executoriedade, cabendo sua atuação diretamente às Agências Reguladoras.</p><p>(B) a regulação estatal, dotada de autoridade, está presente nas Agências Reguladoras,</p><p>enquanto a autorregulação, que se caracteriza como espécie de regulação, mas não com</p><p>a ausência desta, é exercida pelos próprios agentes regulados.</p><p>(C) a atribuição, a cada Agência Reguladora, de atribuições relativas a um dado setor do</p><p>serviço público ou a atividade econômica setorizada e perfeitamente identificada, revela</p><p>atuação que se caracteriza como autorregulação desse serviço ou atividade.</p><p>(D) a autorregulação, por se tratar da inexistência ou ausência de regulação, é tema</p><p>estranho e que não se refere às Agências Reguladoras.</p><p>102</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>No contexto da Reforma Administrativa operada no início da década de 1990, o Estado</p><p>Brasileiro fez um movimento de retirada da prestação direta de atividades econômicas</p><p>lato sensu (serviços públicos e atividades econômicas em sentido estrito),</p><p>incrementando, proporcionalmente, com vistas a assegurar a realização do interesse</p><p>público, sua intervenção indireta no domínio econômico, por meio da regulação e</p><p>fiscalização dos setores passados à iniciativa privada.</p><p>Nesse contexto de aumento da intervenção indireta do Estado no domínio econômico,</p><p>justamente para contrabalancear a crescente assunção de atividades econômicas em</p><p>sentido amplo pelos agentes privados e garantir objetivos de interesse público, surgem,</p><p>inspiradas nas agencies do Direito Americano, as agências reguladoras.</p><p>Enquanto autarquias dotadas de maior autonomia administrativa, as agências</p><p>reguladoras estariam aptas a, longe da influência política do Executivo Centralizado,</p><p>normatizar, fiscalizar e compor os conflitos nos diversos setores econômicos explorados</p><p>pela iniciativa privada, assegurando, assim, a prevalência do interesse público.</p><p>De acordo com o art. 3º da Lei Federal nº 13.848/2019, a natureza especial da agência</p><p>reguladora é caracterizada pela:</p><p>i) ausência de tutela ou de subordinação hierárquica;</p><p>ii) autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira;</p><p>iii) investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos; e</p><p>iv) além das especificidades normativas voltadas à implementação de cada entidade.</p><p>As agências reguladoras exercem a regulação propriamente dita, centralizada e externa</p><p>aos “players” do setor regulado, com autoridade e, não por raro, com todos os seus</p><p>riscos, a exemplo da conhecida “teoria da captura”.</p><p>Por outro lado, numa perspectiva democrática, de prestígio à liberdade econômica e de</p><p>fomento à segurança jurídica, a fim de evitar a centralização excessiva da atividade</p><p>regulatória das agências e aumentar a eficiência da regulação, agentes privados podem</p><p>também estabelecer suas próprias regulações, fixando normas de funcionamento e</p><p>fiscalização do setor, naquilo que se chama de “autorregulação”.</p><p>A autorregulação pode ocorrer tanto em setores econômicos em que não existem</p><p>agências reguladoras, por iniciativa dos próprios agentes privados, notadamente</p><p>naqueles ramos mais proeminentes e organizados, quanto em concorrência com a</p><p>agência reguladora do setor, dependendo, neste caso, de um ato de delegação de</p><p>poderes autorregulatórios, sendo sempre possível uma intervenção direta da agência</p><p>em caso de desvios.</p><p>Gize-se que também a autorregulação não é infensa a perigos e vícios, como a</p><p>possibilidade de os agentes criarem regras de controle para autoproteção ou</p><p>preservação de interesses próprios, em prejuízo do bom funcionamento do setor.</p><p>103</p><p>A autorregulação é muito presente no mercado de capitais, no qual, a despeito da</p><p>existência da atividade regulatória da CVM (agência reguladora), esta delega</p><p>determinados poderes regulatórios para que os agentes do mercado fixem regras e</p><p>fiscalizem uns aos outros.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>92. É possível afirmar, com fundamento nas disposições do artigo 37, § 6o da</p><p>Constituição Federal, de que “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito</p><p>privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,</p><p>nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o</p><p>responsável nos casos de dolo ou culpa”, que o Direito Administrativo adota, no Brasil,</p><p>as regras da responsabilidade</p><p>(A) direta e integral do Estado e da responsabilidade subsidiária e parcial do agente</p><p>público, tanto para as condutas antijurídicas comissivas como para as situações de</p><p>omissão estatal, o que corresponde à teoria do risco integral.</p><p>(B) objetiva do Estado e da responsabilidade subjetiva do agente público, o que se</p><p>apresenta para os atos antijurídicos comissivos e corresponde à teoria do risco</p><p>administrativo.</p><p>(C) imediata das pessoas jurídicas para os atos antijurídicos comissivos e da</p><p>responsabilidade regressiva das pessoas físicas para as situações em que caracterizada</p><p>a omissão estatal, o que corresponde à teoria do risco integral.</p><p>(D) objetiva do Estado e do agente público, aplicáveis tanto para as condutas</p><p>antijurídicas comissivas como para as situações de omissão estatal, o que corresponde</p><p>à teoria do risco administrativo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>O § 6º do art. 37 da CF/88 consagra a responsabilidade direta (imediata) e objetiva</p><p>(independente de culpa ou dolo) das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas</p><p>jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público pelos danos causados por</p><p>seus agentes, nessa qualidade, a terceiros.</p><p>Por sua vez, fixa a responsabilidade subjetiva (dependente de culpa ou dolo) e indireta</p><p>(subsidiária, pela via regressiva) dos agentes dessas entidades.</p><p>Embora tenha prevalecido no Brasil por muito tempo a teoria da responsabilidade</p><p>subjetiva em caso de omissão estatal causadora de danos a terceiros, por acolhimento</p><p>doutrinário e jurisprudencial da teoria francesa da culpa (anônima) do serviço, o STF</p><p>vem reconhecendo mais recentemente a aplicação da teoria objetiva tanto em caso de</p><p>condutas comissivas quanto em caso de condutas omissivas do Estado, por não haver</p><p>diferenciação no comando constitucional, exigindo-se, contudo, a presença da chamada</p><p>104</p><p>“omissão específica”, perquirindo-se, nessa linha, se o Estado deixou de cumprir</p><p>determinado dever jurídico e essa omissão foi a causa do dano gerado (ARE nº 655.277</p><p>ED/MG, j. em 24/04/2012).</p><p>Destaque-se que, em alguns casos, a jurisprudência sempre se orientou no sentido de</p><p>que a responsabilidade do Estado por omissão é objetiva:</p><p>- Teoria da guarda, da custódia ou do risco criado/suscitado: por meio de um</p><p>comportamento positivo anterior, o Estado assume o risco de gerar dano a particulares.</p><p>É o caso da guarda de coisas e pessoas. É com base nessa teoria que o Supremo entende</p><p>pela responsabilidade do Estado por assassinato ou suicídio de detento dentro de</p><p>penitenciária. O Supremo, contudo, considera a teoria do risco administrativo [e não do</p><p>risco integral], admitindo a incidência das excludentes de responsabilidade (STF, RE</p><p>841.526/RS);</p><p>- Danos nucleares: art. 21, XXIII, “d”, da CF/88; Lei Federal nº 9.425/1996; e STJ, Resp</p><p>1180888/GO;</p><p>- Danos ambientais: art. 225, § 2º, da CF/88; art. 14, § 1º, da Lei Federal nº 6.938/1981;</p><p>e STJ, Resp 1.374.284;</p><p>- Danos decorrentes de atos terroristas ou atos de guerra a bordo de aeronaves</p><p>brasileiras: Lei Federal nº 10.744/2003.</p><p>Por fim, a doutrina e a jurisprudência brasileiras prevalentes não admitem a teoria do</p><p>risco integral, segundo a qual a responsabilidade objetiva estampada no § 6º do art. 37</p><p>da CF/88 não admitiria as chamadas “excludentes de responsabilidade”; No Brasil,</p><p>prepondera que nossa ordem constitucional adotou como regra a teoria do risco</p><p>administrativo, que admite hipóteses em que, pelo rompimento do nexo causal, a</p><p>responsabilidade civil do estado é afastada, como é o caso da culpa exclusiva da vítima,</p><p>da culpa de terceiro e do caso fortuito ou de força maior.</p><p>Sem prejuízo, em casos excepcionais, a doutrina e a jurisprudência nacionais admitem a</p><p>aplicação da teoria do risco integral, a saber:</p><p>- Danos nucleares: art. 21, XXIII, “d”, da CF/88; Lei Federal nº 9.425/1996; e STJ, REsp</p><p>1180888/GO;</p><p>- Danos ambientais: art. 225, § 2º, da CF/88; art. 14, § 1º, da Lei Federal nº 6.938/1981;</p><p>e STJ, REsp 1.374.284;</p><p>- Danos decorrentes de atos terroristas ou atos de guerra a bordo de aeronaves</p><p>brasileiras: Lei Federal nº 10.744/2003.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>93. Dispõe a Constituição Federal, em seu artigo 5o , XXIV, que “A lei estabelecerá o</p><p>procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por</p><p>interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, ressalvados os casos</p><p>previstos nesta Constituição”. Também há previsão constitucional de desapropriação da</p><p>propriedade urbana (CF, artigo 182, parágrafo 4o ); de desapropriação da propriedade</p><p>rural (CF, artigo 186) e de desapropriação de propriedade nociva, com a expropriação</p><p>de glebas de terras em que sejam ilegalmente cultivadas plantas psicotrópicas (CF,</p><p>105</p><p>artigo 243). A desapropriação prevista no artigo 5o , XXIV, da Constituição Federal</p><p>apresenta as seguintes características:</p><p>(A) refere-se a imóvel que não cumpre a sua função social, constitui sanção aplicada pelo</p><p>Estado, mas estabelece prévia e justa indenização em dinheiro.</p><p>(B) refere-se a imóvel que cumpre a sua função social, constitui sanção aplicada pelo</p><p>Estado e tem assegurada, desde que o comporte o orçamento anual do ente</p><p>expropriante, prévia e justa indenização em dinheiro.</p><p>(C) refere-se a imóvel que não cumpre a sua função social, não constitui sanção aplicada</p><p>pelo Estado e tem assegurada, desde que o comporte o orçamento anual do ente</p><p>expropriante, prévia e justa indenização em dinheiro.</p><p>(D) refere-se a imóvel que cumpre a sua função social, não constitui sanção aplicada</p><p>pelo Estado e tem por ponto nodal a substituição da perda patrimonial por prévia e justa</p><p>indenização em dinheiro.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO! O assunto abordado em rodada de Reta Final do</p><p>TJSP.</p><p>A desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público</p><p>transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública ou</p><p>necessidade pública, ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de</p><p>justa e prévia indenização.</p><p>A desapropriação prevista como regra no inciso XXIV art. 5º da CF/88 é aquela que não</p><p>caracteriza sanção – pois não há o descumprimento da função social da propriedade</p><p>(urbana – art. 182, § 4º, CF/88; ou rural – art. 184, CF/88) ou o cultivo ilegal de plantas</p><p>psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (art. 243) –, ocorrendo por razões de</p><p>necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, motivos alheios a qualquer</p><p>comportamento ilegal do proprietário.</p><p>Justamente por não ser uma sanção, ela é devidamente indenizada e, conforme</p><p>estabelece a Lei Maior, em dinheiro e de forma prévia. Diferentemente, as demais</p><p>modalidades de desapropriação possuem caráter punitivo e, assim, regime distinto: a</p><p>desapropriação por descumprimento da função social (arts. 182, § 4º, e 184, CF/88) é</p><p>indenizada, mas não em dinheiro, sendo paga em títulos, da dívida pública (imóvel</p><p>urbano) ou da dívida agrária (imóvel rural); a desapropriação do art. 243, por decorrer</p><p>de violação gravíssima ao Direito, sequer é indenizada, razão pela qual é conhecida</p><p>como “desapropriação confiscatória”.</p><p>Entendo que a questão seja passível de anulação no que diz respeito à referência</p><p>aos</p><p>bens desapropriáveis: diferentemente das modalidades de desapropriação</p><p>sancionatórias dos arts. 182, § 4º e 184, que somente têm lugar em caso de bem imóvel,</p><p>a desapropriação comum do inciso XXIV do art. 24 da CF/88, que é a regra, pode</p><p>106</p><p>envolver bem de qualquer natureza, até mesmo imaterial (ações, por exemplo), desde</p><p>que tenha expressão econômica (suscetível de valoração patrimonial). Até mesmo a</p><p>desapropriação sanção do art. 243 da CF/88 (confiscatória) pode envolver bem móvel,</p><p>pois todo e qualquer bem apreendido na propriedade imóvel será confiscado</p><p>conjuntamente pelo Poder Público (par. único). Equivoca-se a questão, pois, ao falar que</p><p>o inciso XXIV do art. 24 da CF/88 se refere apenas a bem imóvel.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>94. A Lei no 14.230/21 deu nova redação ao artigo 11 da Lei no 8.429/92, assim como</p><p>revogou alguns dos incisos anteriores e incluiu novos textos, de forma que a regra atual</p><p>agora estabelece: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta</p><p>contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os</p><p>deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das</p><p>seguintes condutas:</p><p>I – (revogado);</p><p>II – (revogado);</p><p>III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva</p><p>permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou</p><p>colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;</p><p>IV – negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para</p><p>a segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;</p><p>V – frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de</p><p>chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio,</p><p>direto ou indireto, ou de terceiros;</p><p>VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das</p><p>condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;</p><p>VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva</p><p>divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de</p><p>mercadoria, bem ou serviço.</p><p>VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas</p><p>de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.</p><p>IX – (revogado);</p><p>X – (revogado);</p><p>XI – nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,</p><p>até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa</p><p>jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de</p><p>cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração</p><p>pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; XII –</p><p>praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de</p><p>publicidade que contrarie o disposto no § 1o do art. 37 da Constituição Federal, de forma</p><p>107</p><p>a promover inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de</p><p>programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.</p><p>§ 1o Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo</p><p>Decreto no 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade</p><p>administrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional</p><p>do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra</p><p>pessoa ou entidade.</p><p>§ 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo a quaisquer atos de improbidade</p><p>administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos</p><p>especiais de improbidade administrativa instituídos por lei.</p><p>§ 3o O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo</p><p>pressupõe a demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função</p><p>pública, com a indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas.</p><p>§ 4o Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem</p><p>jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do</p><p>reconhecimento da produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes</p><p>públicos.</p><p>§ 5o Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte</p><p>dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade</p><p>ilícita por parte do agente.”</p><p>Essas modificações, realizadas no contexto que inspirou as alterações da LIA,</p><p>(A) acrescentaram novas condutas e descreveram de forma mais detalhada as violações</p><p>a deveres relativos aos princípios da honestidade, imparcialidade e legalidade,</p><p>ampliando e tornando mais rigoroso para os administradores o risco de punição por</p><p>improbidade administrativa fundada em ofensa aos princípios norteadores da</p><p>Administração Pública.</p><p>(B) impuseram significativa restrição à interpretação da caracterização de violação a</p><p>princípios por parte do administrador e dos agentes públicos, de forma a tornar</p><p>praticamente inócua a regra legal, esvaziando, dessa forma, a eficácia e a função</p><p>preventiva que existia no regramento anterior.</p><p>(C) impuseram restrição de forma a deixar de caracterizar como improbidade a violação</p><p>a princípio da atividade administrativa considerado de modo genérico, para configurar</p><p>improbidade a conduta dolosa que viole os deveres relativos aos princípios da</p><p>honestidade, imparcialidade e legalidade, tipificados nos incisos previstos em lei.</p><p>(D) não implicaram em alteração relevante, pois o texto anterior, que afirmava constituir</p><p>ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração</p><p>pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,</p><p>legalidade e lealdade às instituições, e notadamente as hipóteses descritas nos seus</p><p>incisos, já era taxativo quanto à impossibilidade de condenação na modalidade culposa.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>108</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Após as modificações operadas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal n.º</p><p>8.429/1992) pela edição da Lei Federal n.º 14.230/2021, a improbidade administrativa</p><p>por violação a princípios da administração pública depende do enquadramento da</p><p>conduta nas hipóteses taxativas (numerus clausus) do art. 11 da LIA, já que não mais</p><p>consta o advérbio “notadamente”.</p><p>Houve, pois, uma flexibilização da norma de controle, com pontos positivos e negativos,</p><p>motivo de muita discussão doutrinária e jurisprudencial. A ver. Seja como for, não se</p><p>pode afirmar que a mudança “tornou praticamente inócua a regra legal, esvaziando,</p><p>dessa forma, a eficácia e a função preventiva que existia no regramento anterior”.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>95. A estrutura e a organização da Administração Pública no Brasil têm por base a ideia</p><p>de Administração Direta e Indireta. A partir disto, é CORRETO afirmar que a</p><p>Administração Direta</p><p>(A) é composta pelos órgãos que formam a estrutura administrativa, descentralizados</p><p>por critérios territoriais ou de serviços e relacionados com base na hierarquia. A</p><p>Administração Indireta trata das entidades, de direito público e de direito privado, que</p><p>se apresentam desconcentradas, paralelamente ao Estado, que com elas mantém</p><p>relação de controle.</p><p>(B) é integrada por entidades e órgãos, de direito público e de direito privado, que se</p><p>apresentam desconcentrados, paralelamente ao Estado, que com elas mantém relação</p><p>de controle. A Administração Indireta trata das entidades e dos órgãos que integram a</p><p>estrutura administrativa, descentralizados por critérios territoriais ou de serviços e</p><p>relacionados com base na hierarquia.</p><p>(C) é integrada por entidades, de direito público e de direito privado, que se apresentam</p><p>descentralizadas, paralelamente ao Estado, que com elas mantém relação de hierarquia.</p><p>A Administração Indireta trata dos órgãos que compõem a estrutura administrativa,</p><p>desconcentrados por critérios territoriais ou de serviços e relacionados com base no</p><p>controle.</p><p>(D) é composta pelos órgãos que integram a estrutura administrativa, desconcentrados</p><p>por critérios territoriais ou de serviços e relacionados com base no controle. A</p><p>Administração Indireta trata das entidades, de direito público e de direito privado, que</p><p>se apresentam descentralizadas, paralelamente ao Estado, que com elas mantém</p><p>relação de hierarquia.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>109</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO!</p><p>A letra A gera uma confusão entre os conceitos de descentralização e desconcentração.</p><p>Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado</p><p>(União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a</p><p>competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas.</p><p>Corresponde, portanto, à estrutura centralizada dos entes políticos, os quais, pelo</p><p>processo da desconcentração, podem distribuir suas competências internamente entre</p><p>seus órgãos.</p><p>As entidades da Administração Indireta surgem da descentralização de serviços</p><p>(funcional, por outorga ou legal). Através de uma lei, que cria diretamente ou que</p><p>apenas autoriza sua criação, institui-se nova pessoa jurídica (de direito público ou de</p><p>direito privado) no âmbito de determinado ente federativo, atribuindo-lhe a</p><p>titularidade, a gestão e a execução de determinada função administrativa (art. 37, caput,</p><p>XIX, da CF/88, e art. 4º do Decreto-Lei nº 200/67).</p><p>Na descentralização, que envolve a transferência de funções administrativas (sua</p><p>titularidade e execução ou apenas execução) entre entidades diferentes, não surge</p><p>nenhuma espécie de relação hierárquica ou de subordinação entre esses entes.</p><p>Diferentemente, há aquilo que se chama de controle finalístico, tutela administrativa ou</p><p>supervisão, que reclama previsão legal, que fixará seus limites e instrumentos. Nessa</p><p>ordem de ideias, não existe hierarquia/subordinação entre a Administração Direta e a</p><p>Indireta.</p><p>Na desconcentração, em que se transferem funções administrativas dentro de uma</p><p>mesma pessoa jurídica, há, de forma automática e ilimitada, independentemente de</p><p>delimitação legal, relação de subordinação ou hierarquia entre os órgãos superiores e</p><p>os inferiores.</p><p>A descentralização (por outorga, por serviços ou legal) é a responsável pela criação das</p><p>entidades da Administração Indireta. Não se fala, pois, em descentralização no interior</p><p>da Administração Centralizada. TODAVIA, a desconcentração é fenômeno que pode</p><p>ocorrer tanto na Administração Direta quanto na Indireta. Tanto no âmbito da pessoa</p><p>política centralizada quanto no interior das entidades da Administração Indireta pode</p><p>haver uma distribuição de competência entre seus órgãos, vale dizer, uma</p><p>especialização interna. Logo, cuidado com a incorreta associação de que</p><p>descentralização é para a Administração Indireta e desconcentração é para a</p><p>Administração Direta.</p><p>(Conteúdo retirado de do ponto 3 de Direito Administrativo do Clube da Magistratura).</p><p>__________________________________________________________________</p><p>96. A Lei no 14.133/21, no seu artigo 11, apresenta como inovação em face do que já</p><p>constava na Lei no 8.666/93 a ideia de</p><p>(A) seleção da proposta apta a gerar o resultado mais vantajoso para a Administração</p><p>Pública.</p><p>110</p><p>(B) tratamento isonômico entre os licitantes.</p><p>(C) governança das contratações.</p><p>(D) evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Apenas a governança é um paradigma da Lei Federal n.º 14.133/2021 não previsto na</p><p>Lei Federal n.º 8.666/1993.</p><p>A governança consta textualmente do par. único do art. 11 e no inciso I do art. 169 da</p><p>Novel Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos:</p><p>Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:</p><p>[...]</p><p>Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável</p><p>pela governança das contratações e deve implementar processos e</p><p>estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar,</p><p>direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos,</p><p>com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo,</p><p>promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das</p><p>contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover</p><p>eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.</p><p>Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas contínuas</p><p>e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive</p><p>mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar</p><p>subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:</p><p>I - primeira linha de defesa, integrada por servidores e empregados públicos,</p><p>agentes de licitação e autoridades que atuam na estrutura de governança do</p><p>órgão ou entidade;</p><p>Entende-se por governança o conjunto de procedimentos ou formas de</p><p>governar/gerir/administrar entidades ou empresas. No âmbito público (governança</p><p>estatal ou pública), é a maneira como o poder é exercido na gestão dos recursos sociais</p><p>e econômicos de um país visando ao seu desenvolvimento. Em outras palavras, seria a</p><p>capacidade dos governos de planejar, formular e programar políticas públicas e cumprir</p><p>as funções constitucionalmente estabelecidas.</p><p>Nas contratações públicas, como bem consta do dispositivo acima, diz respeito aos</p><p>processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar,</p><p>direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito</p><p>de alcançar os objetivos do processo licitatório, promover um ambiente íntegro e</p><p>confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às</p><p>leis orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.</p><p>111</p><p>As principais características da boa governança pública são: estado de direito,</p><p>transparência, responsabilidade, orientação por consenso, igualdade e inclusividade,</p><p>efetividade e eficiência e prestação de contas.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA</p><p>97. A agenda 2030 constitui um plano global que reúne 17 objetivos. Assim, partindo-se</p><p>de quatro dimensões, ou seja, social, ambiental, econômica e institucional, os Objetivos</p><p>de Desenvolvimento Sustentável indicam a necessidade de se encarar o mundo com</p><p>medidas transformadoras. Na orientação da própria ONU, “a visão é ambiciosa e</p><p>transformadora, porque prevê um mundo livre dos problemas atuais, como pobreza,</p><p>miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego, degradação ambiental,</p><p>esgotamento dos recursos naturais, entre outros” (www.odsbrasil.gov.br). Considerado</p><p>isso, indique a alternativa que não faz parte dos objetivos da agenda 2030.</p><p>(A) Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e</p><p>promover a agricultura sustentável.</p><p>(B) Estabelecer um valor de salário-mínimo global que assegure bem-estar para todos e</p><p>reduza as desigualdades dentro dos países e entre eles.</p><p>(C) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.</p><p>(D) Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover</p><p>oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado</p><p>em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>Os 17 objetivos da Agenda 2030 são:</p><p>OBJETIVO 1 Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.</p><p>OBJETIVO 2</p><p>(Alternativa A)</p><p>Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da</p><p>nutrição e promover a agricultura sustentável.</p><p>OBJETIVO 3</p><p>Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em</p><p>todas as idades.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>112</p><p>OBJETIVO 4</p><p>(Alternativa D)</p><p>Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover</p><p>oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.</p><p>OBJETIVO 5</p><p>Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e</p><p>meninas.</p><p>OBJETIVO 6</p><p>Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o</p><p>saneamento para todos.</p><p>OBJETIVO 7</p><p>Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço</p><p>acessível à energia.</p><p>OBJETIVO 8</p><p>Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e</p><p>sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para</p><p>todos.</p><p>OBJETIVO 9</p><p>Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização</p><p>inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.</p><p>OBJETIVO 10 Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.</p><p>OBJETIVO 11</p><p>Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros,</p><p>resilientes e sustentáveis.</p><p>OBJETIVO 12 Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.</p><p>OBJETIVO 13</p><p>(Alternativa C)</p><p>Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os</p><p>seus impactos.</p><p>OBJETIVO 14</p><p>Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os</p><p>recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.</p><p>OBJETIVO 15</p><p>Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas</p><p>terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a</p><p>desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda</p><p>de biodiversidade.</p><p>OBJETIVO 16</p><p>Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento</p><p>sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir</p><p>instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.</p><p>OBJETIVO 17</p><p>Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global</p><p>para o desenvolvimento sustentável.</p><p>Desse modo, a única alternativa que não constitui objetivo da Agenda 2020 é a B, sendo</p><p>a resposta da questão.</p><p>113</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>98. Richard H. Thaler recebeu o prêmio Nobel de Economia de 2017 por ter</p><p>demonstrado, a partir de pesquisa que uniu a economia à psicologia, que:</p><p>(A) as pessoas são seres racionais que tendem a decidir com pragmatismo e sem</p><p>influência de emoções.</p><p>(B) as pessoas tomam decisões com base nas informações disponíveis e não avaliam ou</p><p>são influenciadas por questões sociais.</p><p>(C) os seres humanos, nas suas decisões financeiras, não levam em consideração</p><p>estímulos subjetivos, como descrito pela economia clássica.</p><p>(D) os seres humanos nem sempre são racionais e suas escolhas são feitas com base em</p><p>considerações pessoais e culturais.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A teoria clássica da economia pressupõe que as pessoas são racionais. Tomam decisões</p><p>com base nas informações disponíveis e escolhem a opção que vai melhor servir a elas.</p><p>(...)</p><p>É aí que entra a pesquisa de Richard Thaler, economista norte-americano que recebeu</p><p>o prêmio Nobel de Economia de 2017. Thaler foi um dos primeiros estudiosos a unir a</p><p>economia à psicologia. Sua premissa básica é de que os seres humanos não são sempre</p><p>racionais e que suas escolhas são baseadas em questões subjetivas e culturais – muitas</p><p>vezes, esses fatores podem pesar até mais do que a racionalidade. A linha de pesquisa</p><p>de Thaler, conhecida como economia comportamental, humaniza a economia. Por</p><p>outro lado, mostra que o comportamento das pessoas afeta movimentos na economia</p><p>que não podem ser previstos ou explicados pelos economistas clássicos. De certa forma,</p><p>ele mostra que as tomadas de decisão não são tão simples como pensavam os</p><p>economistas.</p><p>(https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2017/10/entenda-teoria-que-</p><p>deu-richard-thaler-o-nobel-de-economia.html)</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>99. A partir da “Declaração do Milênio” e da “Agenda 2030”, da Organização das Nações</p><p>Unidas, foram divulgados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, dentre</p><p>os quais consta a meta que objetiva “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas</p><p>as mulheres e meninas” (ODS 5), mediante a garantia de “participação plena e efetiva</p><p>das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de</p><p>tomada de decisão na vida política, econômica e pública” (ODS 5.5). No âmbito interno,</p><p>a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional foram modificadas para</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>114</p><p>assegurar e incentivar as candidaturas femininas. Nesse contexto, assinale a alternativa</p><p>INCORRETA.</p><p>(A) O tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão deverá ser distribuído entre</p><p>as candidaturas de cada sexo, conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de</p><p>direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.</p><p>(B) Os homens e mulheres transexuais e travestis podem ser contabilizados nas</p><p>respectivas cotas de candidaturas masculina ou feminina.</p><p>(C) O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do</p><p>Fundo Partidário destinada às campanhas eleitorais deverão ser no mínimo de 30%</p><p>(trinta por cento), proporcional ao número de candidatas.</p><p>(D) Os registros de candidaturas para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as</p><p>Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais devem corresponder ao mínimo de</p><p>30% (trinta por cento) e ao máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de</p><p>cada sexo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>O assunto foi devidamente tratado no aulão de véspera de Direito Eleitoral, embora na</p><p>prova tenha sido exigido em humanística. A autonomia e o interesse partidário não</p><p>podem ser utilizados para burlar o percentual de 30% a ser verificado. Por isso a letra a</p><p>deveria ser marcada.</p><p>(A) INCORRETA. Resolução 23.610/19 do TSE:</p><p>Art. 77. Competirá aos partidos políticos, às federações e às coligações</p><p>distribuir entre as candidaturas registradas os horários que lhes forem</p><p>destinados pela Justiça Eleitoral.</p><p>§ 1º A distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na</p><p>televisão para as candidaturas proporcionais deve observar os seguintes</p><p>parâmetros:</p><p>I - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de mulheres,</p><p>calculado com base no total de pedidos de registro apresentados pelo partido</p><p>ou pela federação na circunscrição, respeitado o mínimo de 30% (trinta por</p><p>cento) estabelecido no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/1997.</p><p>II - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de mulheres</p><p>negras e não negras, calculado com base no total de pedidos de registro</p><p>apresentados pelo partido ou pela federação na circunscrição.</p><p>III - destinação proporcional ao percentual de candidaturas de homens negros</p><p>e não negros, calculado com base no total de pedidos de registro</p><p>apresentados pelo partido ou pela federação na circunscrição.</p><p>§ 2º (revogado)</p><p>§ 3º Os percentuais de candidatas negras e de candidatos negros serão</p><p>definidos, a cada eleição, com base na autodeclaração da cor preta e da cor</p><p>parda, lançada no formulário do registro de candidatura.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>115</p><p>(B) CORRETA. “A expressão ‘cada sexo’ mencionada no artigo 10, parágrafo 3º, da Lei</p><p>9.504/97 refere-se ao gênero, e não ao sexo biológico, de forma que tanto os homens</p><p>como as mulheres transexuais e travestis podem ser contabilizados nas respectivas</p><p>cotas de candidaturas masculina ou feminina. Para tanto, devem figurar como</p><p>tal nos</p><p>requerimentos de alistamento eleitoral, nos termos estabelecidos pelo artigo 91, caput,</p><p>da Lei das Eleições, haja vista que a verificação do gênero para o efeito de registro de</p><p>candidatura deverá atender aos requisitos previstos na Resolução TSE 21.538/2003 e</p><p>demais normas de regência” (Consulta ao TSE: 0604054-58.2017.6.00.0000).</p><p>(C) CORRETA.</p><p>Art. 17, § 8º, CF/88: O montante do Fundo Especial de Financiamento de</p><p>Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais,</p><p>bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser</p><p>distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no</p><p>mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a</p><p>distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos</p><p>respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a</p><p>autonomia e o interesse partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>117, de 2022)</p><p>(D) CORRETA. Lei das Eleições (Lei 9.504/97):</p><p>Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos</p><p>Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras</p><p>Municipais no total de até 100% (cem por cento) do número de lugares a</p><p>preencher mais 1 (um).</p><p>§ 3o Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada</p><p>partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o</p><p>máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>100. José, na última acirrada discussão com sua vizinha Eunice, afirmou que a</p><p>demandará judicialmente. Larissa, amiga de ambos, recomendou que busquem resolver</p><p>suas diferenças com a contribuição da mediadora Lídia. Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) Caso aceitem a recomendação mas, apesar da tentativa, não celebrem acordo, Lídia</p><p>poderá testemunhar em futuras demandas judiciais sobre fatos ou elementos oriundos</p><p>da mediação.</p><p>(B) Lídia não poderá aplicar técnicas negociais com o objetivo de proporcionar ambiente</p><p>favorável à autocomposição.</p><p>(C) Lídia auxiliará os interessados a compreender as questões e os interesses em</p><p>conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar,</p><p>por si mesmos, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.</p><p>(D) A recomendação de Larissa só terá sentido até a propositura de eventual demanda</p><p>judicial, já que a adoção de meios consensuais de solução de controvérsias não deve ser</p><p>estimulada no curso de processos judiciais.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>116</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 166, § 2º, CPC: Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o</p><p>conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não</p><p>poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da</p><p>conciliação ou da mediação.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 166, § 3º, CPC: Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o</p><p>objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição.</p><p>(C) CORRETA. A alternativa C é exatamente o que dispõe o CPC:</p><p>Art. 165, §3º, CPC: O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em</p><p>que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a</p><p>compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles</p><p>possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios,</p><p>soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 3º, § 3º, CPC: A conciliação, a mediação e outros métodos de solução</p><p>consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,</p><p>defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do</p><p>processo judicial.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>direta ou indireta;</p><p>III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros</p><p>serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar</p><p>em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender</p><p>a sua autoridade;</p><p>IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam</p><p>encarregados.</p><p>Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os</p><p>outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem</p><p>consentido.</p><p>Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do</p><p>14</p><p>cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e</p><p>registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.</p><p>(D) CORRETA.</p><p>CC: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os</p><p>outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem</p><p>consentido.</p><p>Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do</p><p>cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>04. João alugou ao amigo Marcelo o imóvel residencial situado no Município de Santos,</p><p>no Estado de São Paulo. O contrato escrito foi firmado em 8 de janeiro de 2019, com</p><p>prazo de duração de 24 (vinte e quatro) meses. Ao término do prazo, o contrato foi</p><p>prorrogado por tempo indeterminado, mantidas as mesmas condições e cláusulas do</p><p>contrato findo. Após 4 (quatro) anos da celebração da locação, não havendo mais</p><p>interesse na manutenção do contrato, sem qualquer motivo específico, João telefonou</p><p>para o locatário Marcelo. O locatário, informalmente, deixou claro que não iria</p><p>desocupar o imóvel, pois não estava com tempo para fazer sua mudança. Diante da</p><p>recusa verbal do locatário, o que deverá fazer João para compelir Marcelo a desocupar</p><p>o imóvel?</p><p>(A) Denunciar a locação, encaminhando notificação para desocupação imediata do</p><p>imóvel. Não havendo desocupação, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia</p><p>vazia).</p><p>(B) Considerar denunciada a locação em razão do contato telefônico e, imediatamente,</p><p>ingressar com ação de despejo.</p><p>(C) Denunciar a locação somente depois de 5 (cinco) anos da celebração do contrato.</p><p>Após, caso o imóvel não seja desocupado, deverá ingressar com ação de despejo</p><p>(denúncia vazia).</p><p>(D) Denunciar a locação, encaminhando notificação com concessão de prazo de 30</p><p>(trinta) dias para a desocupação do imóvel. Após, caso o imóvel não seja desocupado,</p><p>deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia).</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa C. No mais, os contratos firmados com</p><p>prazo inferior a 30 meses, só podem ser desfeitos por denúncia cheia, nos casos</p><p>previstos nos incisos do art. 47 da Lei de Locações. No caso, João não deu nenhum</p><p>15</p><p>motivo específico para o término.</p><p>(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa C.</p><p>(C) CORRETA.Lei 8.245/91:</p><p>Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a</p><p>trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se</p><p>automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado</p><p>o imóvel:</p><p>I - Nos casos do art. 9º;</p><p>II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do</p><p>imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego;</p><p>III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para</p><p>uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como</p><p>seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio;</p><p>IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização</p><p>de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída,</p><p>em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de</p><p>hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;</p><p>V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.</p><p>§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente</p><p>demonstrada, se:</p><p>a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando,</p><p>com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma</p><p>localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o</p><p>imóvel anteriormente;</p><p>b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel</p><p>próprio.</p><p>§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser</p><p>proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter</p><p>irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à</p><p>matrícula do mesmo.</p><p>Segundo o STJ, o termo inicial de contagem do prazo para a denúncia vazia, nas</p><p>hipóteses de que trata o inciso V do artigo 47 da Lei de Locações (Lei 8.245/1991),</p><p>coincide com a formação do vínculo contratual. REsp 1511978.</p><p>(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa C.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>05. Sobre o contrato de seguro, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior</p><p>Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:</p><p>(A) a cobertura, no seguro de vida, deve abranger os casos de sinistros ou acidentes</p><p>decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de</p><p>alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, salvo em se tratando de suicídio</p><p>ocorrido dentro dos 2 (dois) primeiros anos do contrato.</p><p>(B) a embriaguez do segurado exime a seguradora do pagamento da indenização</p><p>prevista em contrato de seguro, inclusive em se tratando de seguro de vida.</p><p>(C) a correção monetária sobre a indenização securitária, nos contratos regidos pelo</p><p>Código Civil, incide a partir do sinistro até o efetivo pagamento.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm#_blank</p><p>16</p><p>(D) a seguradora, não havendo prova da premeditação da morte, está obrigada a</p><p>indenizar o suicídio mesmo antes dos 2 (dois) anos do contrato.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE VIDA ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE</p><p>DO CONDUTOR SEGURADO. EMBRIAGUEZ. NEGATIVA DE COBERTURA PELA</p><p>SEGURADORA. ALEGAÇÃO DE AGRAVAMENTO DE RISCO. INGESTÃO DE BEBIDA</p><p>ALCOÓLICA. SÚMULA 620/STJ. CONFIRMAÇÃO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO</p><p>ESPECIAL.</p><p>1. A jurisprudência desta Corte e a do egrégio Supremo Tribunal Federal, firmada ainda</p><p>sob a vigência do Código Civil de 1916 e mantida sob a vigência do novo Código Civil, é</p><p>consolidada no sentido de que o seguro de vida cobre até mesmo os casos de suicídio,</p><p>desde que não tenha havido premeditação (Súmulas 61/STJ e 105/STF).</p><p>2. Já em consonância com o novo Código Civil, a Segunda Seção desta Corte consolidou</p><p>seu entendimento para preconizar que "o legislador estabeleceu critério objetivo para</p><p>regular a matéria, tornando irrelevante a discussão a respeito da premeditação da</p><p>morte" e que a seguradora não está obrigada a indenizar apenas o suicídio ocorrido</p><p>dentro dos dois primeiros anos do contrato" (AgRg nos EDcl nos EREsp 1.076.942/PR,</p><p>Segunda Seção, Rel. p/ acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA).</p><p>3. Na mesma esteira, a jurisprudência da eg. Segunda Seção, inclusive arrimada em</p><p>significativo precedente da eg. Terceira Turma (REsp 1.665.701/RS, Rel. Ministro</p><p>RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA), assentou que, "com mais razão, a cobertura do contrato</p><p>de seguro de vida deve abranger os casos de sinistros ou acidentes decorrentes de atos</p><p>praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito</p><p>de substâncias tóxicas, ressalvado o suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do</p><p>contrato" (EREsp 973.725/SP, Relator Ministro LÁZARO GUIMARÃES).</p><p>4. Em função do julgamento dos EREsp</p><p>973.725/SP, a eg. Segunda Seção editou a Súmula</p><p>620/STJ com a seguinte redação: "A embriaguez do segurado não exime a seguradora</p><p>do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida."</p><p>5. Recurso especial desprovido.</p><p>(REsp n. 1.999.624/PR, relator Ministro Raul Araújo, Segunda Seção, julgado em</p><p>28/9/2022, DJe de 2/12/2022.)</p><p>Súmula 620 do STJ: “A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento</p><p>da indenização prevista em contrato de seguro de vida”.</p><p>Súmula 610 do STJ: “O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do</p><p>contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do</p><p>montante da reserva técnica formada”.</p><p>17</p><p>(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa A.</p><p>(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa A.</p><p>Súmula 632 do STJ: “Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção</p><p>monetária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo</p><p>pagamento”.</p><p>(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa A.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>06. Basílio emprestou R$ 30.000,00 para Marcela. Exigiu garantia fidejussória. O</p><p>contrato foi assinado por Marcela e pelo fiador Joaquim. Marcela não pagou a dívida.</p><p>Basílio ingressou com ação em face da devedora principal e do fiador. Considerando que</p><p>Joaquim, no momento da contratação, omitiu que era casado com Maria, assinale a</p><p>alternativa correta sobre o contrato de fiança, segundo a jurisprudência dominante e</p><p>atual do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>(A) A responsabilidade do fiador pode exceder a dívida principal atribuída ao afiançado</p><p>e ser contraída em condições mais onerosas. E, não sendo limitada, compreenderá</p><p>todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação</p><p>do devedor.</p><p>(B) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da</p><p>garantia, salvo se o fiador emitir declaração falsa para ocultar seu estado civil de casado.</p><p>(C) A fiança sem autorização do companheiro em união estável implica a ineficácia</p><p>parcial da garantia. Não há, nesse caso, diferença de tratamento entre casamento e</p><p>união estável.</p><p>(D) O fiador pode exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo,</p><p>sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da sentença, durante 60</p><p>(sessenta) dias após a notificação do credor. Assim, dispensa-se o processo judicial,</p><p>exigindo-se apenas a notificação. Essa regra do Código Civil se aplica igualmente às</p><p>locações residenciais e não residenciais de imóveis urbanos, inclusive no que tange ao</p><p>prazo para a exoneração da fiança.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 07 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa B.</p><p>CC: Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios</p><p>da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.</p><p>Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e</p><p>contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida,</p><p>ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação</p><p>afiançada.</p><p>18</p><p>(B) CORRETA. O STJ fixou tese relativa a fiança prestada sem autorização de um dos</p><p>cônjuges: Conforme a Súmula 332 do STJ, a falta de autorização de um dos cônjuges</p><p>implica a ineficácia total da garantia, salvo nos casos em que o fiador emitir declaração</p><p>falsa, ocultando seu estado civil de casado.</p><p>(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. Na união estável não se exige o</p><p>consentimento do companheiro para a prática dos atos previstos no art. 1.647 do CC.</p><p>O STJ considera que a fiança prestada sem a autorização do companheiro é válida</p><p>porque é impossível ao credor saber se o fiador vive ou não em união estável com</p><p>alguém. Como para a caracterização da união estável não se exige um ato formal, solene</p><p>e público, como no casamento, fica difícil ao credor se proteger de eventuais prejuízos</p><p>porque ele nunca terá plena certeza se o fiador possui ou não um companheiro. Resp</p><p>1299894/DF.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem</p><p>limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os</p><p>efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.</p><p>Art. 12, §2º da Lei 8.245/1991, o fiador fica responsável pelos 120 dias</p><p>seguintes à notificação no caso de sub-rogação da locação por morte,</p><p>separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável</p><p>do locatário, bem como nos casos de prorrogação da locação por prazo</p><p>indeterminado, segundo o art. 40, inc. X da mesma lei.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>07. Assinale a alternativa CORRETA sobre a hipoteca.</p><p>(A) A hipoteca judiciária está prevista no Código Civil e no Código de Processo Civil. Pode-</p><p>se dizer que se trata de um efeito anexo da sentença que condena o réu ao pagamento</p><p>de prestações em dinheiro e a que determina a conversão da prestação de fazer, de não</p><p>fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária. A sentença valerá como título</p><p>constitutivo da hipoteca judiciária, independentemente do requerimento da parte no</p><p>processo judicial, ainda que exista recurso recebido com efeito suspensivo.</p><p>(B) A hipoteca convencional, que decorre do ajuste das partes, terá duração máxima de</p><p>30 (trinta) anos. Decorrido esse prazo, a hipoteca é extinta, independentemente do</p><p>vencimento da dívida que ela assegura. A constituição de nova hipoteca depende de</p><p>novo título e de novo registro. Essa sistemática prevista na lei civil também se aplica</p><p>para a hipoteca legal.</p><p>(C) A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada,</p><p>desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a</p><p>execução da hipoteca não dependerá de prévia e expressa concordância do devedor</p><p>quanto à verificação da condição ou ao montante da dívida.</p><p>(D) A arrematação ou adjudicação do imóvel hipotecado é causa extintiva da hipoteca,</p><p>devidamente registrada, desde que o credor hipotecário tenha sido previamente</p><p>intimado nos autos da execução.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>19</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. A hipoteca judiciária é meio hábil para assegurar futura execução de</p><p>sentença condenatória. É o que uma parcela da doutrina costuma chamar de “efeito</p><p>anexo da sentença”, pois decorre automaticamente da própria lei processual. Por meio</p><p>da hipoteca judiciária, é gravado bem imóvel (ou outro dos arrolados no art. 810 do</p><p>Código Civil) de propriedade da parte condenada ao pagamento de dinheiro ou entrega</p><p>de coisa, estabelecendo-se, em prol do juízo e do vencedor, um instrumento que ajuda</p><p>a tornar eficaz a sentença.</p><p>Nos termos do art. 466 do CPC: “A sentença que condenar o réu no pagamento de uma</p><p>prestação consistente em dinheiro ou em coisa valerá como título constitutivo de</p><p>hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada na forma prescrita na Lei de Registros</p><p>Públicos.”</p><p>Note que ela é prevista apenas no CPC e não no CC.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar;</p><p>mas a especialização, em completando vinte anos, deve ser renovada.</p><p>É dizer, a hipoteca legal, apesar de ser ilimitada no tempo, deve ser renovada após 20</p><p>anos de eficácia, uma vez que a espécie perdura enquanto vige a situação descrita na</p><p>lei.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: “Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura</p><p>ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser</p><p>garantido.</p><p>§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e</p><p>expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao</p><p>montante da dívida”.</p><p>(D) CORRETA.</p><p>CC: Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:</p><p>I - pela extinção da obrigação principal;</p><p>II - pelo perecimento da coisa;</p><p>III - pela resolução da propriedade;</p><p>IV - pela renúncia do credor;</p><p>V - pela remição;</p><p>VI - pela arrematação ou adjudicação.</p><p>Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de</p><p>Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.</p><p>Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação</p><p>ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os</p><p>20</p><p>respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes</p><p>na execução.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>08. Sobre o direito sucessório, é CORRETO afirmar:</p><p>(A) a renúncia abdicativa da herança deve constar expressamente de instrumento</p><p>público ou termo judicial. Para que se caracterize a renúncia, o renunciante deve</p><p>renunciar indistintamente em favor de todos os coerdeiros. A renúncia feita sem</p><p>observância da forma prescrita no Código Civil pode ser anulada.</p><p>(B) aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e</p><p>testamentários. O princípio da saisine não se aplica ao Poder Público, pois este não é</p><p>considerado herdeiro no Código Civil de 2002. Sendo jacente a herança, somente depois</p><p>da declaração expressa da vacância, decorrido o prazo de 5 (cinco) anos da abertura da</p><p>sucessão, é que estes bens passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se</p><p>localizados nas respectivas circunscrições, ou incorporados ao domínio da União quando</p><p>situados em território federal.</p><p>(C) o Código Civil protege o cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, garantindo-</p><p>lhe direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família,</p><p>ainda que não seja o único daquela natureza a inventariar.</p><p>(D) com a morte do autor da herança, o legatário torna- -se titular do domínio da coisa</p><p>certa existente no acervo hereditário, ainda que o legado esteja sujeito a condição</p><p>suspensiva. Contudo, a posse da coisa legada não é deferida de imediato quando da</p><p>abertura da sucessão, diferentemente do que se aplica com a posse do acervo</p><p>hereditário.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 13 de Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. Renúncia é a declaração de vontade por meio da qual o herdeiro recusa</p><p>a herança que lhe fora encaminhada, de forma irrevogável, tornando insubsistente a</p><p>transmissão ficta. Dessa forma, no momento da renúncia, a transmissão tem-se por não</p><p>verificada (art. 1.804, parágrafo único, do CC).</p><p>Espécies de Renúncia:</p><p>- Translativa - É aquela operada em favor de alguém (ex.: filhos renunciam em favor da</p><p>mãe).</p><p>- Puramente Abdicativa - É aquela em que o herdeiro renuncia pura e simplesmente,</p><p>sem encaminhar sua parte a quem deseje, o que faz com que sua parte seja acrescida</p><p>ao monte para partilha entre os demais herdeiros, se houver.</p><p>21</p><p>A renúncia é sempre solene, assim deve constar expressamente de instrumento público</p><p>ou de termo judicial (art. 1.806 do CC), não sendo possível que se dê por partes ou de</p><p>modo condicional ou a termo (art. 1.808 do CC).</p><p>A renúncia feita sem observância da forma prescrita no Código Civil é nula, não anulável</p><p>(arts. 166, IV e 169 do CC).</p><p>(B) CORRETA. Consiste o droit de saisine no reconhecimento, ainda que por ficção</p><p>jurídica, da transmissão imediata e automática do domínio e da posse da herança aos</p><p>herdeiros legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão, que ocorre</p><p>com a morte.</p><p>O princípio da “saisine”, portanto, pode ser definido como a regra fundamental do</p><p>Direito Sucessório, pela qual a morte opera a imediata transferência da herança aos seus</p><p>sucessores legítimos e testamentários.</p><p>No que atine a sua aplicação ao Poder Público, importante destacar a existência de</p><p>entendimentos no sentido de que a Fazenda Pública não é beneficiária da saisine, uma</p><p>vez que seria sucessor supletivo, na falta de herdeiro legítimo ou testamentário, ou de</p><p>legatário. Esse entendimento ficou fortalecido com a redação dada pelo art. 1.829 do</p><p>Código Civil de 2002, que suprimiu a referência à Fazenda Pública, prevista no Código</p><p>civil de 1916, em relação à ordem de vocação hereditária dos sucessores legítimos.</p><p>Todavia, o art. 1.844 prevê que não sobrevivendo cônjuge, companheiro, ou parente</p><p>sucessível, a herança é transmitida à Fazenda Pública, desde a abertura da sucessão, não</p><p>o fazendo depender de cumprimento de qualquer requisito ou de eficácia retroativa da</p><p>decisão judicial. Assim, se não há parente sucessível ou, se este não a tiver renunciado,</p><p>a aquisição da herança pela Fazenda Pública dá-se do mesmo modo que a prevista para</p><p>os demais sucessores, ou seja, por força de lei e de modo automático na data da</p><p>abertura da sucessão, com uma nota adicional: a Fazenda Pública não pode renunciar</p><p>à herança. Também para a Fazenda Pública vale o princípio de que os bens não restam</p><p>sem titular”. (IX Congresso Brasileiro de Direito de Família. Famílias: Pluralidade e</p><p>Felicidade DIREITO CONSTITUCIONAL À HERANÇA, SAISINE E LIBERDADE DE</p><p>TESTAR. https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf).</p><p>Ressalte-se, por fim, que o STJ possui julgados no sentido de que "é entendimento</p><p>consolidado neste Superior Tribunal de Justiça que os bens jacentes são transferidos ao</p><p>ente público no momento da declaração da vacância, não se aplicando, desta forma, o</p><p>princípio da saisine" (AgRg no Ag 851.228/RJ, Rel. Min. SIDNEI BENETI, TERCEIRA</p><p>TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 13/10/2008).</p><p>3. Razões do agravo interno que não alteram as conclusões da decisão agravada, no</p><p>sentido do desprovimento do recurso especial.</p><p>4. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (AgInt no REsp n. 1.283.365/RJ, relator Ministro</p><p>Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 15/4/2019, DJe de 25/4/2019.).</p><p>Diante disso, apesar de considerada como correta a alternativa B, em tese seria cabível</p><p>recurso, uma vez que não há consenso doutrinário sobre o assunto, em que pese</p><p>https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf</p><p>22</p><p>decisões do STJ pela não aplicação.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,</p><p>será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o</p><p>direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da</p><p>família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”.</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos</p><p>herdeiros legítimos e testamentários.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>09. Sobre os alimentos, nos termos da jurisprudência dominante e atual do Superior</p><p>Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:</p><p>(A) a obrigação alimentar do pai em relação aos filhos cessa automaticamente com o</p><p>advento da maioridade.</p><p>(B) é irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros, mas pode o credor</p><p>renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados. A irrenunciabilidade atinge</p><p>o direito e o seu exercício.</p><p>(C) o Código Civil prevê o dever de solidariedade alimentar decorrente do parentesco,</p><p>facultando-se ao alimentando a possibilidade de formular novo pedido de alimentos</p><p>direcionado a seus familiares, caso necessário.</p><p>(D) os alimentos gravídicos visam a auxiliar a mulher gestante nas despesas decorrentes</p><p>da gravidez, da concepção ao parto. A gestante é a beneficiária direta dos alimentos</p><p>gravídicos, resguardando-se, assim, ainda que indiretamente, os direitos do próprio</p><p>nascituro. Contudo, com o nascimento com vida da criança, esses alimentos são extintos</p><p>ou perdem seu objeto, isto é, não podem ser convertidos automaticamente em pensão</p><p>alimentícia.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado na rodada 13 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) INCORRETA. Súmula 358 do STJ: “O cancelamento</p><p>de pensão alimentícia de filho que</p><p>atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que</p><p>nos próprios autos.</p><p>(B) INCORRETA. É irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros (art. 1.707</p><p>do Código Civil), mas pode o credor renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não</p><p>prestados, isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício. Resp</p><p>23</p><p>nº 1.529.532 – DF.</p><p>(C) CORRETA. O ordenamento pátrio prevê o dever de solidariedade alimentar</p><p>decorrente do parentesco (arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil), facultando-se à</p><p>alimentanda a possibilidade de formular novo pedido de alimentos direcionado a seus</p><p>familiares caso necessário. Resp nº 1.688.619 – MG.</p><p>Note que apesar de falar em solidariedade, não está se referindo a obrigação solidária,</p><p>mas do dever de solidariedade.</p><p>(D) INCORRETA. Lei 11.804/08 (Lei de Alimentos gravídicos):</p><p>Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará</p><p>alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando</p><p>as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo</p><p>único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam</p><p>convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das</p><p>partes solicite a sua revisão.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>10. Sobre a responsabilidade civil, segundo o entendimento dominante e atual do</p><p>Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) A indenização é medida pela extensão do dano, mas havendo excessiva</p><p>desproporção entre a gravidade da culpa e o prejuízo causado, pode haver a redução</p><p>equitativa do montante indenizatório. Em outras palavras, a redução equitativa da</p><p>indenização prevista no Código Civil tem caráter excepcional e somente será realizada</p><p>quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta</p><p>do agente.</p><p>(B) A vítima, ainda que se trate de família de baixa renda, deve provar a dependência</p><p>econômica para ter direito à pensão por ato ilícito. Não há que se falar nesse caso em</p><p>presunção relativa de necessidade.</p><p>(C) A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, não se admitindo</p><p>a excludente do fato exclusivo de terceiro.</p><p>(D) A prisão civil decretada por descumprimento de obrigação alimentar decorrente de</p><p>ato ilícito é legal, pois a exceção prevista na Constituição Federal sobre o tema não exige</p><p>obrigação de pagar alimentos decorrente do Direito de Família.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Assunto abordado nas rodadas 10 e 13 do Reta Final do TJSP.</p><p>(A) CORRETA.</p><p>CC: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.</p><p>Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da</p><p>24</p><p>culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.</p><p>Enunciado 457: A redução equitativa da indenização tem caráter excepcional</p><p>e somente será realizada quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos</p><p>razoavelmente imputáveis à conduta do agente.</p><p>(B) INCORRETA. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que,</p><p>em se tratando de famílias de baixa renda, existe presunção relativa de dependência</p><p>econômica entre os membros, sendo devido, a título de dano material, o</p><p>pensionamento mensal aos genitores da vítima." EDcl no AgInt no REsp 1880254/MT,</p><p>Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 20/09/2021, DJe</p><p>24/09/2021.</p><p>(C) INCORRETA.</p><p>CC: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este</p><p>causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.</p><p>(D) INCORRETA. Os alimentos, de acordo com a origem, podem ser classificados em três</p><p>espécies: legítimos (devidos por força de vínculo familiar, estabelecido em lei),</p><p>voluntários/negociais (derivados de negócio jurídico) ou indenizatórios (em razão de ato</p><p>ilícito).</p><p>Os alimentos decorrentes de ato ilícito são considerados de forma expressa pelo Código</p><p>Civil como indenização. Eles são arbitrados em quantia fixa, pois são medidos pela</p><p>extensão do dano, de forma a propiciar, na medida do possível, o retorno da vítima à</p><p>situação anterior ao ato ilícito. Ao contrário, os alimentos do direito de família devem</p><p>necessariamente levar em consideração o binômio necessidade-possibilidade para a sua</p><p>fixação, estando sujeitos à reavaliação para mais ou para menos, a depender das</p><p>instabilidades ocorridas na vida dos sujeitos da relação jurídica.</p><p>Assim, prisão civil não abrange devedor de alimentos de caráter indenizatório</p><p>decorrentes de ato ilícito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>11. Mário ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de</p><p>Josefina. Aduziu, em síntese, que emprestou R$ 60.000,00 para pagamento em 20</p><p>parcelas de R$ 3.000,00 e teria recebido apenas a primeira parcela. Pediu a condenação</p><p>da ré ao pagamento das três parcelas vencidas, com correção monetária e juros. Estando</p><p>em ordem a inicial, o juiz de direito designou a audiência de tentativa de conciliação. A</p><p>ré foi citada. Na audiência não houve acordo. No prazo legal, por intermédio de</p><p>advogado regularmente constituído, Josefina contestou a ação. Afirmou que está</p><p>passando por dificuldades financeiras por estar desempregada e que não tem condições</p><p>de pagar o empréstimo. Pugnou pela improcedência do pedido. Juntada a contestação</p><p>sem documentos, os autos foram encaminhados à conclusão. Considerando isso, qual</p><p>deverá ser a decisão do juiz?</p><p>25</p><p>(A) o juiz determinará a intimação do autor para, em 15 dias, manifestar-se sobre a</p><p>contestação.</p><p>(B) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da ré</p><p>ao pagamento apenas das parcelas vencidas, pois não houve pedido para inclusão das</p><p>parcelas vincendas. Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência.</p><p>(C) o juiz, em decisão saneadora, delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a</p><p>atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definirá a distribuição</p><p>do ônus da prova; delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito;</p><p>designará audiência de instrução e julgamento.</p><p>(D) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da</p><p>ré ao pagamento (i) das parcelas vencidas e (ii) das parcelas vincendas (cumprimento de</p><p>obrigação em prestações sucessivas), mesmo sem pedido, enquanto durar a obrigação.</p><p>Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>No caso narrado, desnecessária a intimação em réplica, já que a parte ré não alegou</p><p>fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito autoral, na forma do art. 350 do</p><p>CPC:</p><p>Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito</p><p>do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz</p><p>a produção de prova.</p><p>Não há, ademais, fatos aparentemente controvertidos, uma vez que Josefina confessa o</p><p>inadimplemento, embora alegue passar por dificuldades financeiras. Aparentemente, as</p><p>partes não possuem interesse na produção de prova e o magistrado, em casos como o</p><p>apresentado, pode proceder ao julgamento antecipado de mérito, nos termos do art.</p><p>355, I, do CPC, sempre que não houver necessidade de produção de outras provas.</p><p>Ademais, de acordo com o art. 323 do CPC, na ação que tiver por objeto cumprimento</p><p>de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,</p><p>independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação,</p><p>enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou</p><p>de consigná-las.</p><p>Assim, deve Josefina ser condenada ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas,</p><p>independente de pedido expresso</p><p>do autor, além de ser responsabilizada pelo</p><p>pagamento das verbas de sucumbência.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>12. Carlos ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de</p><p>Raimundo. O réu foi citado pessoalmente para a audiência de tentativa de conciliação e</p><p>constituiu advogado. Frustrada a tentativa de conciliação, o réu contestou a ação. O</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>26</p><p>pedido foi acolhido em primeiro grau, após os articulados das partes e a produção de</p><p>provas. A sentença transitou em julgado. Após um ano do trânsito em julgado, Carlos</p><p>requereu a intimação do réu para cumprir a sentença. Considerando isso, responda</p><p>como deverá ser a intimação nesse caso.</p><p>(A) Por Oficial de Justiça.</p><p>(B) Por carta com aviso de recebimento.</p><p>(C) Por edital, considerando que o réu mudou de endereço sem prévia comunicação ao</p><p>juízo.</p><p>(D) Pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Trata-se de interpretação extraída do art. 513, §1º e §4º, do CPC.</p><p>Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste</p><p>Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o</p><p>disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.</p><p>§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia,</p><p>provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.</p><p>§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:</p><p>I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;</p><p>II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela</p><p>Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos,</p><p>ressalvada a hipótese do inciso IV;</p><p>III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver</p><p>procurador constituído nos autos</p><p>IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase</p><p>de conhecimento.</p><p>§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação</p><p>quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao</p><p>juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.</p><p>§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do</p><p>trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do</p><p>devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao</p><p>endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do</p><p>art. 274 e no § 3º deste artigo.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>13. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo</p><p>as disposições previstas em lei. A petição inicial, assim, é considerada a peça inaugural</p><p>do processo. Por meio dela o autor busca a prestação da tutela jurisdicional em face do</p><p>réu. Acerca do tema, indique a alternativa CORRETA.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>27</p><p>(A) Na petição inicial o autor deve detalhar o pedido com as suas especificações. Com</p><p>isso, o pedido deverá ser sempre certo. Não há, dessa forma, qualquer possibilidade de</p><p>apreciação de pedidos implícitos.</p><p>(B) Na petição inicial o autor indicará o valor da causa. Na ação que tiver por objeto a</p><p>existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a</p><p>resolução de ato jurídico, o valor da causa será sempre o valor do ato.</p><p>(C) A petição inicial deverá ser indeferida quando for inepta, ou seja, quando (i) faltar</p><p>pedido ou causa de pedir; (ii) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses</p><p>autorizadas na lei; (iii) contiver pedidos incompatíveis entre si; (iv) da narração dos fatos</p><p>não decorrer logicamente a conclusão; (v) o autor carecer de interesse processual.</p><p>(D) O autor na petição inicial indicará o fato e os fundamentos do pedido. A lei, em</p><p>outras palavras, exige o detalhamento da causa de pedir. Adotou o nosso Código de</p><p>Processo Civil a teoria da substanciação da ação.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. O art. 322, §1º, do CPC prevê a possibilidade de se ter pedidos</p><p>implícitos:</p><p>“§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as</p><p>verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.”</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e</p><p>será:</p><p>(...)</p><p>II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a</p><p>modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do</p><p>ato ou o de sua parte controvertida;</p><p>(C) INCORRETA. A petição inicial pode ser indeferida quando faltar ao autor interesse</p><p>processual (art. 330, II, do CPC), mas não se cuida de situação propriamente de inépcia.</p><p>Os casos de inépcia estão previstos no art. 330, §1º, do CPC:</p><p>Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:</p><p>I - for inepta;</p><p>II - a parte for manifestamente ilegítima;</p><p>III - o autor carecer de interesse processual;</p><p>IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .</p><p>§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:</p><p>I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;</p><p>II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se</p><p>permite o pedido genérico;</p><p>III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;</p><p>IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>28</p><p>(D) CORRETA. De acordo com a jurisprudência do STJ, “para a adequada delimitação da</p><p>causa de pedir, de acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo sistema</p><p>processual, impõe-se ao demandante o dever de, além de expor os fatos que, por sua</p><p>relevância jurídica, repercutem em seu direito, também apresentar, em justificação, os</p><p>fundamentos jurídicos deste, aduzindo a que título o ordenamento jurídico acolhe sua</p><p>pretensão, sendo irrelevante, a esse propósito, a indicação de dispositivos legais</p><p>(fundamento legal)” (REsp 1745411 / RS, TERCEIRA TURMA, DJe 20/08/2021).</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>14. Maria ingressou com ação de conhecimento em face da concessionária de energia</p><p>elétrica visando ao reconhecimento da inexigibilidade da “conta de luz” do mês de abril</p><p>de 2022 no valor de R$ 1.500,00. O juiz julgou improcedente o pedido, reconhecendo a</p><p>exigibilidade do valor cobrado pela concessionária. A sentença transitou em julgado. A</p><p>concessionária pretende executar a sentença, afirmando ter título executivo judicial.</p><p>Sobre os títulos executivos judiciais, indique a afirmativa CORRETA.</p><p>(A) A decisão homologatória de autocomposição judicial constitui também título judicial.</p><p>Adverte-se, contudo, que a autocomposição judicial não pode envolver sujeito estranho</p><p>ao processo e não pode versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em</p><p>juízo.</p><p>(B) Também é título judicial a decisão interlocutória estrangeira, independentemente</p><p>da concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça.</p><p>(C) As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação</p><p>de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa também são títulos</p><p>executivos judiciais. Em outras palavras, a lei acabou com o dogma de que só as</p><p>sentenças condenatórias constituíam títulos executivos. Admite-se hoje a execução de</p><p>uma sentença declaratória ou constitutiva.</p><p>(D) Também são títulos judiciais: o crédito de auxiliar da justiça, a sentença penal</p><p>condenatória, independentemente do trânsito em julgado e a sentença estrangeira</p><p>homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: C</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA.</p><p>Art. 515, § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao</p><p>processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em</p><p>juízo.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de</p><p>acordo com os artigos previstos neste Título:</p><p>(...)</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>29</p><p>IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à</p><p>carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>(C) CORRETA. "A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou</p><p>improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça</p><p>obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia</p><p>liquidação e execução nos próprios autos. STJ. Corte Especial. REsp 1.324.152-SP, Rel.</p><p>Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/5/2016 (Info 585)."</p><p>(D) INCORRETA.</p><p>Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de</p><p>acordo com os artigos previstos neste Título:</p><p>(...)</p><p>V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou</p><p>honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;</p><p>VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;</p><p>VII - a sentença arbitral;</p><p>VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>15. O Código de Processo Civil regula as ações possessórias. A natureza possessória da</p><p>ação pressupõe a posse como fundamento (causa de pedir) e como pedido (pretensão).</p><p>Assim, indique a alternativa correta sobre as ações possessórias.</p><p>(A) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil se aplica em se</p><p>tratando de ação de força nova e de ação de força velha. Assim, não importa, em</p><p>qualquer caso o juiz deferirá, estando a petição devidamente instruída, sem ouvir o réu,</p><p>a expedição de mandado liminar de manutenção ou reintegração, caso contrário,</p><p>determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando o réu para</p><p>comparecer à audiência que for designada.</p><p>(B) Obsta, por expressa disposição na lei processual civil, à manutenção e à reintegração</p><p>de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. O Código de</p><p>Processo Civil não proíbe a alegação de domínio.</p><p>(C) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil só tem lugar quando</p><p>se tratar de ação de força nova, ou seja, quando o esbulho ou a turbação tiver ocorrido</p><p>dentro de ano e dia. Se for há mais de ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada</p><p>pelo procedimento comum. Nesse caso, segundo entendimento prevalente sobre o</p><p>tema, o juiz não poderá conceder a tutela provisória com base na regra geral do Código</p><p>de Processo Civil.</p><p>(D) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não impede que o juiz</p><p>conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos</p><p>pressupostos estejam provados. A lei, assim, regula expressamente a fungibilidade das</p><p>ações possessórias.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: D</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>30</p><p>(A) INCORRETA. O procedimento especial se aplica apenas a ações possessórias de força</p><p>nova, isto é, com menos de ano e dia.</p><p>Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse</p><p>as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de</p><p>ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.</p><p>Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o</p><p>procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.</p><p>(B) INCORRETA.</p><p>Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto</p><p>ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão</p><p>for deduzida em face de terceira pessoa.</p><p>(C) INCORRETA. Em complemento aos comentários à alterativa “a”, se for há mais de</p><p>ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada pelo procedimento comum.</p><p>Entretanto, observado o procedimento comum, não há qualquer óbice à concessão de</p><p>tutela provisória, desde que preenchidos os requisitos legais.</p><p>(D) CORRETA. O art. 554 do CPC, expressamente, permite a aplicação do princípio da</p><p>fungibilidade em se tratando de ações possessórias:</p><p>Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará</p><p>a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente</p><p>àquela cujos pressupostos estejam provados.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>16. Incumbe ao réu alegar na contestação, antes de discutir o mérito:</p><p>(A) litispendência, incorreção do valor da causa, perempção, conexão e convenção de</p><p>arbitragem.</p><p>(B) inexistência ou nulidade de citação, ausência de legitimidade ou interesse</p><p>processual, prescrição e decadência.</p><p>(C) perempção, prescrição, litispendência, coisa julgada e conexão.</p><p>(D) incompetência absoluta e relativa, coisa julgada, decadência, convenção de</p><p>arbitragem e ausência de interesse processual.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: A</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Leitura do art. 337 do CPC. Prescrição e decadência não são, tecnicamente, questões</p><p>preliminares, discutidas antes do mérito, e sim prejudiciais de mérito, isto é, são</p><p>questões que, se acolhidas, ensejam a extinção do processo com resolução de mérito</p><p>(art. 487, II, do CPC).</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>31</p><p>17. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova</p><p>escrita, sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o</p><p>pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem</p><p>móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. O Brasil</p><p>adotou o procedimento monitório documental. Sobre a ação monitória, segundo a</p><p>jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça e a legislação</p><p>processual civil em vigor, é CORRETO afirmar:</p><p>(A) sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de</p><p>pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer,</p><p>com prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Cumprindo o réu o mandado, ficará</p><p>isento de custas e honorários advocatícios.</p><p>(B) o réu, no prazo para embargos, desde que reconheça o crédito do autor e comprove</p><p>o depósito de 30% (trinta por cento) do valor devido, poderá requerer que lhe seja</p><p>permitido pagar o restante em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção</p><p>monetária e de juros de 1% ao mês. Em outras palavras, o parcelamento autorizado na</p><p>execução de título extrajudicial também se aplica ao procedimento monitório, no que</p><p>couber.</p><p>(C) não se admite em face da Fazenda Pública.</p><p>(D) não se admite quando fundada em cheque prescrito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>GABARITO: B</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>(A) INCORRETA. Não há isenção quanto aos honorários advocatícios.</p><p>Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de</p><p>mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação</p><p>de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o</p><p>cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento</p><p>do valor atribuído à causa.</p><p>(B) CORRETA. Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 do CPC (moratória</p><p>judicial), nos termos do art. 701, §5º, do CPC.</p><p>(C) INCORRETA. É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública (art. 700, §6º,</p><p>do CPC).</p><p>Súmula 339/STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.</p><p>(D) INCORRETA. Súmula nº 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque</p><p>prescrito.</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>18. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta que a parte proponha</p><p>de novo a ação, ressalvando- -se apenas ser necessário comprovar o pagamento ou o</p><p>joaom</p><p>Realce</p><p>32</p><p>depósito das custas e dos honorários de advogado. Sobre a sentença terminativa,</p><p>indique a alternativa correta que englobe apenas casos que a propositura da nova ação</p><p>dependa da correção do vício</p>

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