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<p>ITBI</p><p>Janete Probst Munhoz</p><p>MANUAL DE ITBI</p><p>COMO AUMENTAR A ARRECADAÇÃO DO ITBI</p><p>O ITBI:</p><p>A Constituição Federal atribuiu aos Municípios a competência para instituir o imposto sobre a transmissão</p><p>“inter vivos” - ITBI, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos</p><p>reais sobre imóveis; exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (artigo 156, inciso II, da</p><p>Constituição Federal).</p><p>1.1. Do sujeito Ativo</p><p>o Município é o sujeito ativo competente para instituir e capaz para cobrar o tributo, conforme previsão do artigo 156,</p><p>parágrafo 2º, inciso II, da Constituição Federal.</p><p>1.2. Do Sujeito Passivo</p><p>O sujeito passivo da obrigação tributária do ITBI é aquele determinado pelo legislador municipal. O artigo 42</p><p>do Código Tributário Nacional deixou aberta essa possibilidade, ao consignar que o “...contribuinte do imposto é</p><p>qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei...”. Na conveniência fiscal o Município pode atribuir ao</p><p>vendedor, por exemplo, a obrigação de pagar o imposto.</p><p>A regra mais utilizada é a de que o sujeito passivo é o adquirente, nas transmissões de imóveis e de direitos</p><p>reais a ele relativos.</p><p>Independentemente do local em que ocorre o acordo de vontades.</p><p>o Município é o sujeito ativo competente para instituir e capaz para cobrar o tributo, conforme previsão do</p><p>artigo 156, parágrafo 2º, inciso II, da Constituição Federal.</p><p>1.3 Fato Gerador</p><p>O fato gerador com base na conceituação do Código tributário nacional é</p><p>Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem</p><p>como fato gerador:</p><p>I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão</p><p>física, como definidos na lei civil;</p><p>II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia;</p><p>III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.</p><p>Na concepção de Luciano da Silva Amaro ( 2008, p. 512)</p><p>“...a expressão hipótese de incidência designa com maior propriedade a descrição, contida na lei, da situação</p><p>necessária e suficiente ao nascimento da obrigação tributária, enquanto a expressão fato gerador diz da ocorrência, no</p><p>mundo dos fatos, daquilo que está descrito na lei. A hipótese é simples descrição, é simples previsão, enquanto o fato é</p><p>concretização da hipótese, é o acontecimento do que fora previsto...”</p><p>Nessa concepção é miste elencar os doutrinadores nesse quesito:</p><p>Para Geraldo Ataliba (2006, p. 209) “...o fato concreto, localizado no tempo e no espaço, acontecido efetivamente no</p><p>universo fenomênico, que – por corresponder rigorosamente à descrição prévia, hipoteticamente formulada pela</p><p>hipótese de incidência legal – dá nascimento à obrigação tributária. Cada fato imponível determina o nascimento de uma</p><p>obrigação tributária...”</p><p>Para Paulo de Barros Carvalho (2010, p. 294)</p><p>“...A norma tributária em sentido estrito, reiteramos, é a que define a incidência fiscal. Sua construção é obra do</p><p>cientista do Direito e se apresenta, de final, com a compostura própria dos juízos hipotético-condicionais. Haverá uma</p><p>hipótese, suposto ou antecedente, a que se conjuga um mandamento, uma consequência ou estatuição. A forma</p><p>associativa é a cópula deôntica, o dever-ser que caracteriza a imputação jurídico-normativa. Assim, para obter-se o vulto</p><p>abstrato da regra-matriz é mister isolar as proposições em si, como formas de estrutura sintática; suspender o vector</p><p>semântico da norma para as situações objetivas (tecidas por fatos e por comportamentos do mundo); ao mesmo tempo</p><p>em que se desconsidera os atos psicológicos de querer e de pensar a norma. Dentro desse arcabouço, a hipótese trará a</p><p>previsão de um fato (se alguém industrializar produtos), enquanto a consequência prescreverá a relação jurídica</p><p>(obrigação tributária) que se vai instaurar, onde e quando acontecer o fato cogitado no suposto (aquele alguém deverá</p><p>pagar à Fazenda Federal 10% do valor do produto industrializado).A hipótese alude a um fato e a consequência</p><p>prescreve os efeitos jurídicos que o acontecimento irá propagar, razão pela qual se fala em descritor e prescritor, o</p><p>primeiro para designar o antecedente normativo e o segundo para indicar se consequente...”</p><p>1.4 Base de Cálculo</p><p>A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, devendo-se entender como</p><p>valor venal o preço livremente fixado pelas partes conforme as condições de mercado imobiliário, admitindo-se a</p><p>diferença de até 10% para mais ou para menos. As formas utilizadas pelo município para se chegar ao valor venal</p><p>deverão estar fixadas em lei municipal.</p><p>A Base de Calculo de acordo com o CTN é a apuração do valor venal. Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor</p><p>venal dos bens ou direitos transmitidos.</p><p>1.5 Aliquota</p><p>As alíquotas do ITBI também são definidas pelo Município, podendo ser variadas mas não progressivas. Não há fixação</p><p>de limite máximo, pelo Senado Federal, como ocorre em relação ao ITCMD (4%), dos Estados.</p><p>Todavia é importante frisar que referente às alíquotas do ITBI, o Supremo Tribunal Federal editou a súmula nº 656: “...É</p><p>INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE</p><p>TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL...”.</p><p>O CTN estabelece que</p><p>Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado federal, que distinguirá, para</p><p>efeito de aplicação do alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação.</p><p>1.6.1 Imunidade</p><p>O código tributário nacional prevê da seguinte forma</p><p>Art. 36. Ressalvando o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos</p><p>referidos no artigo anterior:</p><p>I – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito;</p><p>II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra.</p><p>Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na</p><p>forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram</p><p>conferidos.</p><p>Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade</p><p>preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.</p><p>§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinquenta por</p><p>cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subsequentes</p><p>à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.</p><p>§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela,</p><p>apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data</p><p>da aquisição.</p><p>§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente á data da</p><p>aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.</p><p>§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da</p><p>totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.</p><p>A Constituição prevê uma hipótese de imunidade, além das constantes das limitações ao poder de tributar constantes do</p><p>CTN. O inciso I, do § 2º, do artigo 156 assim prevê:</p><p>“...I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização</p><p>de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de</p><p>pessoa</p><p>jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,</p><p>locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil...”.</p><p>2. Gestão do ITBI</p><p>O ITBI tem seu fundamento fixado no art. 156, II da CF e nos artigos 35 a 42 do CTN. Assim, baseado nessa</p><p>legislação, os gestores municipais deverão instituir o ITBI, por meio de lei municipal.</p><p>As auditorias da receita em geral dos Tribunais de contas têm apurado que alguns municípios se utilizam de</p><p>plantas de valores defasadas para obter o valor venal e que as avaliações imobiliárias não são elaboradas por</p><p>profissionais habilitados.</p><p>O lançamento do ITBI é, via de regra, por declaração, baseado nas informações prestadas pelo contribuinte.</p><p>Não obstante, o Fisco deverá arbitrar, mediante processo regular, novo valor, caso o valor informado não mereça fé (art.</p><p>148 do CTN).</p><p>Alguns municípios instituem alíquotas progressivas em relação à base de cálculo, em desacordo com a Súmula</p><p>656 do STF, que julgou inconstitucional tal prática.</p><p>O contribuinte do ITBI poderá ser qualquer das partes (adquirente ou transmitente) da operação, conforme</p><p>dispuser a lei municipal.</p><p>O ITBI está sujeito às imunidades gerais fixadas no art. 150, VI, a, b e c da CF. As imunidades específicas do</p><p>ITBI estão previstas em vários artigos da CF, sendo as mais importantes: transmissão do direito de garantia;</p><p>transferências de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária; transmissão de bens ou direitos ao patrimônio de</p><p>pessoa jurídica em realização de capital e transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou</p><p>extinção.</p><p>Essas duas últimas, direitos reais estão definidos no art. 1225 do Código Civil, sendo exemplos: direito de</p><p>superfície, servidões, usufruto, direito do promitente comprador etc.</p><p>Já sobre os direitos de garantia, apesar de se constituírem também como direito real, não incide o ITBI, sendo</p><p>eles o penhor, a hipoteca e a anticrese.</p><p>Em que pese a facilidade operacional de se lançar e cobrar o ITBI, existem algumas fragilidades que devem ser</p><p>observadas, de forma a serem mitigadas. Considerando que o lançamento do ITBI depende da declaração do</p><p>contribuinte, a primeira fragilidade se refere ao conhecimento, a tempo, dos fatos geradores ocorridos e não declarados.</p><p>Nesse sentido, entende- -se que um convênio firmado com os cartórios de registros de imóveis é de grande</p><p>utilidade. A segunda fragilidade se refere ao cálculo do valor venal, que nem sempre corresponde ao valor de mercado.</p><p>Nesse sentido, a atualização constante do cadastro imobiliário e da planta de valores do município possibilitará a</p><p>obtenção de um valor venal mais fidedigno possível.</p><p>3. Planejamento estratégico como ferramenta de ampliação da receita de ITBI</p><p>O planejamento estratégico é um instrumento de relevância inquestionável para gestão administrativa, sendo</p><p>preponderante à administração publica, principalmente por encontrar inúmeras dificuldades de acesso a recursos extra</p><p>orçamentário, pela obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como pela pressão ou uso dos direitos de cidadão</p><p>por parte dos munícipes e representantes de classes.</p><p>O planejamento estratégico é um processo gerencial que possibilita o executivo a estabelecer um plano de ação</p><p>com rumo a ser seguido; ou seja, fixar objetivos e definir os meios mais eficazes para atingi-lo. O objetivo do</p><p>planejamento estratégico é estabelecer parâmetros para direcionar a organização da gestão, antecipando-se as mudanças</p><p>que ocorrem no meio que atuam. Utilizando este plano a administração pública poderá realizar um diagnóstico dos</p><p>pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades, reestruturando toda a sua administração.</p><p>Com a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gestores públicos estão condicionados a comportar-</p><p>se com responsabilidade ao longo de seu mandato; pois os governos que não optarem por este plano, certamente terão</p><p>poucas perspectivas para o futuro, podendo comprometer a sua gestão, tornando assim inviável trabalhar sem um</p><p>planejamento. Não há nenhum mistério em formular uma estratégia, o problema é fazê-lá funcionar, porque planejar não</p><p>é executar, existe aí um enorme percurso.</p><p>Na administração estamos na era da ênfase do talento do gestor público, o talento do gestor é a chave para o</p><p>sucesso de uma administração, é preciso que transforme dados concretos em grandes realizações, dedicação e empenho</p><p>para alcançar objetivos e as metas traçadas. Faz-se necessário um modelo adequado de planejamento, no qual a</p><p>administração possa prestar serviços de qualidade, integrando tecnologia de informação e comunicação, onde o grande</p><p>beneficiado é o cidadão.</p><p>Existe aí a necessidade de que os governos revertam a situação econômica, a fim de que a relação, receita e</p><p>despesa se estabilize, para alcançar o propósito, se exige o equilíbrio das contas públicas, sem o mesmo a capacidade</p><p>fica seriamente afetada, o equilíbrio da gestão é decisório para o planejamento e o novo modelo econômico.</p><p>É notório que a importância do planejamento estratégico no desenvolvimento de uma gestão favorece a</p><p>transparência, permitindo que a sociedade visualize a correção do desequilíbrio e perspectivas para o futuro, produzindo</p><p>seus efeitos positivos. Planejar é necessário e mais que isso, que os gestores conheçam bem cada um de seus elementos</p><p>e funções disponíveis, dentro da própria realidade. O saber planejar é uma excelente arma, demonstrando cada vez mais</p><p>a necessidade de se ter uma administração técnica.</p><p>A tarefa do gestor público é ser eficaz com responsabilidade, respeitando prazos e limites, quando os gestores</p><p>identificam suas próprias áreas de eficácia e determinam seus objetivos, ai sim, as mudanças podem acontecer, como</p><p>cita:“ A eficácia deve ser entendida como algo que um gerente produz em uma situação, dirigindo-a adequadamente”</p><p>1</p><p>A responsabilidade de atuação dos gestores com os elementos e recursos de um município, com uma estrutura</p><p>planejada com responsabilidade, assegura a eficácia gerencial e também leva a recompensas pessoais. Embora nas</p><p>1</p><p>( REDDIN, William J., Eficácia Gerencial, São Paulo, Atlas, 1981, p.18)</p><p>diferentes organizações as recompensas pela eficácia variem em velocidade e exatidão, pode-se afirmar que não só o</p><p>cidadão será o grande beneficiado, mas também o gestor público municipal.</p><p>Assim no setor de tributação o processo necessário para que toda estrutura municipal possa funcionar, pois</p><p>corresponde o processo da esfera municipal que responde lançar, arrecadar, fiscalizar e executar. Para Stoner e Freeman</p><p>(1999), o planejamento pode ser condensado em quatro passos básicos e adaptado a todas as suas atividades e aos níveis</p><p>organizacionais, conforme o roteiro a seguir:</p><p>Figura 1 - Os quatro passos básicos do planejamento</p><p>Fonte: Stoner e Freeman (1999, p. 91)</p><p>PASSO 1</p><p>estabelecimento dos objetivos</p><p>PASSO 2</p><p>Definição da situação atual</p><p>PASSO 3</p><p>Determinação das facilidades e das barreiras</p><p>PASSO 4</p><p>Preparo de um conjunto de medidas</p><p>PASSO 5</p><p>Definição de metas</p><p>O planejamento estratégico segue as bases abaixo, norteadas no contexto do planejamento.</p><p>Figura 02: Modelo de Planejamento Estratégico</p><p>Fonte O processo de planejamento estratégico (fonte: ALMEIDA, 2001: 42).</p><p>4. Diagnóstico, previsão e execução</p><p>O diagnóstico organizacional permite uma visão global do estudo e/ou assunto a ser analisado. Através</p><p>dele é possível verificar a existência de problemas ou disfunções que estão afetando os resultados da organização,</p><p>bem como fornecer indicadores para ações interventivas que colaborem com a supressão das queixas.</p><p>Assim através deste instrumento é possível detectar os principais problemas que estão causando descontentamento</p><p>por parte dos colaboradores para que através</p><p>desse estudo encontrem-se as causas.</p><p>De acordo com Hesketh (1979), é necessário conhecer o esquema lógico no qual o diagnóstico organizacional</p><p>está inserido para compreender seu significado, pois o diagnóstico consiste na primeira etapa do processo o qual</p><p>visa proporcionar à organização as condições necessárias para seu desenvolvimento e aprimoramento de modo</p><p>que o seu desempenho atinja níveis satisfatórios de eficiência e eficácia.</p><p>O diagnóstico organizacional tem como objetivo representar o mais fielmente possível a situação real</p><p>atual da organização e definir um outro quadro que represente os objetivos e metas que definem para onde a</p><p>organização quer ir ou aonde deseja chegar. Conduzir um processo de diagnóstico segundo Silva (2000), não é</p><p>meramente seguir um conjunto de passos predeterminados, mas reconhecer que existem perguntas que estão sem</p><p>respostas, estudar alguns conceitos, apropriar-se deles, reconhecê-los na própria atuação e chegar a uma</p><p>conclusão e a um plano sobre como colocá-los em prática.</p><p>4.1 Estatísticas</p><p>Em qualquer país, a estatística é ferramenta fundamental para que se possa traçar planos sociais e econômicos e</p><p>projetar metas para o futuro. Técnicas estatísticas avançadas permitem estimar com um bom grau de precisão variáveis</p><p>como tamanho da população, taxa de emprego e desemprego, índices de inflação, evasão escolar, demanda por</p><p>determinados bens e serviços, assim como formular planos para atingir as metas programadas.</p><p>O crescente uso da estatística vem ao encontro da necessidade de realizar análises e avaliações objetivas,</p><p>fundamentadas em conhecimentos científicos. Os gestores públicos estão se tornando cada vez mais dependentes de</p><p>dados estatísticos para obter informações essenciais que auxiliem suas análises sobre a conjuntura econômica e social.</p><p>Na questão de receitas, ela se torna fundamental para analise comparativa de evolução das receitas próprias</p><p>frente as receitas de repasse, pois a grande maioria dos municípios conforme dados do IPARDES in caderno do</p><p>município suas receitas próprias não chegam a corresponder a 5% do total das receitas, fator que preocupa dado a</p><p>obrigatoriedade de arrecadar , pois sua inobservância acarreta no descumprimento do art. 14 da lei 101/00, ou seja,</p><p>renuncia de receita.</p><p>5 Elementos legais versus operacionais para de Ampliação do ITBI</p><p>Legalmente toda base de cobrança para o ITBI já foi citada nesse manual, porém operacionalmente falando o</p><p>cadastro fiscal é importantíssimo no processo de fiscalização. O cadastro devidamente atualizado constitui uma</p><p>ferramenta eficaz de fiscalização, portanto fundamental ao incremento de arrecadação, pois muitas vezes a inoperância</p><p>desta ferramenta responde por boa parte de perdas no incremento.</p><p>5.1 Cadastro Imobiliário</p><p>Integrante do Cadastro Técnico, o Cadastro Imobiliário consiste em um conjunto de informações de identificação,</p><p>localização e características dos imóveis da área urbana municipal, cujos dados são coletados em campo e/ou em</p><p>instituições produtoras de dados, que atuam no município.</p><p>6 Impacto das estratégias do ITR no aumento de arrecadação de ITBI</p><p>O cadastro fiscal realizado no processo de fiscalização do ITR permite a identificação do valor da terra nua,</p><p>assim esse cadastro devidamente atualizado constitui uma ferramenta eficaz de fiscalização do ITBI, pois pode</p><p>impactar diretamente na arrecadação, pois muitas vezes a inoperância deste setor responde por boa parte de perdas no</p><p>incremento na avaliação dos imóveis rurais.</p><p>7 Impacto das estratégias da composição do ICMS no ITBI</p><p>A participação dos Municípios na arrecadação do ICMS dá-se pela composição da cota-parte deste imposto, ou</p><p>seja, vinte e cinco por cento (25%) do ICMS arrecadado pelo Estado, conforme determinação da Constituição Federal:</p><p>Artigo 158 (...) IV – vinte e cinco por sento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas</p><p>à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de</p><p>comunicação.</p><p>O percentual acima descrito, é cumprido em todos os Estados da Federação e também pelo Distrito Federal. Na</p><p>Constituição Estadual do Paraná de 1989 encontra-se inserido em seu artigo 132. Estes vinte e cinco por cento (25%)</p><p>que formam a cota-parte do ICMS, são compostos conforme determina a Lei Estadual nº 9491/90, em seu artigo 1º e</p><p>incisos, e, pela Norma de Procedimento Fiscal Conjunta nº 01/05 da SEFA/CRE/CAEC/DAM</p><p>2</p><p>, na forma de Valor</p><p>Adicionado,</p><p>3</p><p>no montante de setenta e cinco por cento (75%), mediante informações fornecidas, através da DFC</p><p>4</p><p>à</p><p>Secretaria de Estado da Fazenda, da seguinte forma:</p><p>a) Pelo Valor Adicionado, declarado nas DFC pelos contribuintes dos setores da indústria, comércio, prestadores de</p><p>serviços de transportes e de comunicações;</p><p>b) Produção Agropecuária, conforme dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Agricultura e do</p><p>Abastecimento, através do Departamento de Economia Rural -DERAL;</p><p>c) Habitantes, dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;</p><p>d) Propriedades Rurais, estes dados são fornecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA;</p><p>e) Área, são dados fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente,</p><p>conforme Resolução n. 04/95;</p><p>f) Fixo, é um dado fornecido pela Secretaria Estadual da Fazenda, e equivale o mesmo valor a todos os municípios do</p><p>Paraná;</p><p>g) Fator Ambiental, os dados também são fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná, conforme artigo 1º, § 1º, Decreto</p><p>2791/96.</p><p>2</p><p>Secretaria de Estado da Fazenda / Coordenação da Receita do Estado / Coordenação de Assuntos</p><p>Econômicos / Divisão de Assuntos Municipais, pela Norma de Procedimento Fiscal Conjunta nº 01/05.</p><p>3 Segundo o artigo 3º, § 1º da Lei complementar nº 63/90, considera-se valor adicionado para cada</p><p>município, a diferença entre os valores das operações de saídas de mercadorias e serviços,</p><p>abrangidos pelo ICMS, em relação aos de entradas, consideradas as variações de estoques em cada</p><p>ano civil. .</p><p>4 Declaração Fisco Contábil (DFC) é o demonstrativo anual de informações das operações de entradas</p><p>e saídas de mercadorias e serviços abrangidos pelo Imposto sobre Operações Relativas à Circulação</p><p>de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de</p><p>Comunicação – ICMS, previsto no artigo 234 do Regulamento do ICMS aprovado pelo Decreto n.</p><p>5141/2001, atendendo ao disposto no artigo 46 da Lei n. ll580/1996, necessário ao cálculo do Índice de</p><p>Participação dos Municípios no produto da arrecadação deste imposto.</p><p>Observe que o cruzamento desses dados também possibilita incremento de arrecadação, pois o Deral já detém um</p><p>referencial do valor da terra nua.</p><p>8 PGV e seu impacto na arrecadação.</p><p>A planta genérica de valores é instrumento técnico de avaliação imobiliária que identifica o valor venal do</p><p>imóvel para os fins cobrança de IPTU e de ITBI, no qual se considera:</p><p>I - para terrenos não edificados, o valor da terra nua;</p><p>II - nos demais casos, o valor da terra nua e das edificações, consideradas em conjunto.</p><p>O valor venal do imóvel é considerado com base nas suas características e condições peculiares, levando-se em</p><p>conta, entre outros fatores, sua forma, dimensão, utilização, localização, estado da construção e conservação, valores das</p><p>áreas vizinhas ou situadas em zonas economicamente equivalentes, custo unitário das construções e os valores aferidos</p><p>no mercado imobiliário local.</p><p>Para fins de lançamento do Imposto, a Administração Tributária do Município, deverá manter</p><p>permanentemente atualizada os valores venais dos imóveis, utilizando-se entre outras, as seguintes fontes em conjunto</p><p>ou separadamente:</p><p>I - declarações fornecidas obrigatoriamente pelos contribuintes;</p><p>II - permuta de informações com a União, Estados e outros Municípios da mesma região geo-econômica;</p><p>III - demais estudos, pesquisas e investigações e dados do mercado imobiliário local;</p><p>IV - índices de atualização monetária, fornecida pelo Governo Federal.</p><p>O Município deverá corrigir a PGV anualmente com base na mudança estrutural econômica auferida por</p><p>zoneamento ou região. Lembrando que na determinação da base de cálculo não se considera o valor dos bens móveis</p><p>mantidos em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento</p><p>ou comodidade.</p><p>Ressaltando que a constante atualização do cadastro é uma forma pratica e fácil de sempre estar ampliando a carteira de</p><p>receitas, pois ela identifica as situações incorretas para que haja um lançamento real e assim condiza com a realidade</p><p>existente e possa estar promovendo o incremento das receitas proprias municipais</p><p>9 Responsabilidade Solidária dos cartórios e tabelionatos no ITBI</p><p>Observe que aLei nº 7.433/85, alterada pela Lei nº 13.097/15 (parágrafo 2º), e nos Códigos de Normas de</p><p>alguns estados, há dispositivos que estabelecem que “...o tabelião consignará no ato notarial a apresentação do</p><p>documento comprobatório do pagamento do Imposto de Transmissão inter vivos...”.</p><p>Assim também o fez o Decreto nº 93.240/86, em seu artigo 1º, inciso II, que regulamentou a mencionada lei:</p><p>“...Para a lavratura de atos notariais, relativos a imóveis, serão apresentados os seguintes documentos e certidões: ... II</p><p>- o comprovante do pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles relativos, quando</p><p>incidente sobre o ato, ressalvadas as hipóteses em que a lei autorize a efetivação do pagamento após a sua</p><p>lavratura; ...”.</p><p>Além disso, o artigo 150, parágrafo 7º, da Constituição Federal, contempla a permissibilidade de se antecipar o</p><p>pagamento do imposto por fato futuro: “...A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de</p><p>responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a</p><p>imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido...”.</p><p>10 Dicas pontuais para aumento da receita do ITBI</p><p>Vamos tecer algumas dicas:</p><p>a) Boa relação com os tabelionatos, preferencialmente através de convênio</p><p>b) Planta genérica devidamente atualizada</p><p>c) Comissão de avaliação de valores composta por profissionais do ramo</p><p>d) Fiscalização assídua com devido controle e eficiência</p><p>e) Sistema de informação</p><p>Referências</p><p>AMARO, Luciano da Silva. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, página 512</p><p>(ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006, página 209).</p><p>CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 22ª Edição. – São Paulo : Saraiva, 2010, página 294.</p><p>ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2000.</p><p>ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributaria, 5ª Ed., São Paulo, Malheiros, 1980.</p><p>BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3ª. Ed., São Paulo: Lejus, 1998.</p><p>BORGES, José Souto Maior. A fixação em Lei complementar das alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços.</p><p>In Projeção – Revista Brasileira de Tributação e Economia 10, Ano I, agosto de 1976.</p><p>______. Curso de Direito Constitucional Tributário. 12ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1999 .</p><p>BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. São Paulo, Manole, 2004.</p><p>BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Lei Complementar n° 123, de 14 de Dezembro de 2006. Disponível em:</p><p>http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm> Acesso em: 04 de Outubro de</p><p>2013.</p><p>____________, http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual, acessado em 01/10/2014.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1998.</p><p>http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual</p>

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