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<p>DIREITO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>DIREITO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>1. Teorias da Constituição 1</p><p>a. Constitucionalismo 1</p><p>2. Direito Constitucional e Constituição 14</p><p>a. Conceito 14</p><p>3. Classificação das Constituições 18</p><p>a. Classificação conforme diferentes critérios 18</p><p>b. Classificação da Constituição Federal de 1988 26</p><p>c. Classificação das Constituição conforme seu papel jurídico 27</p><p>d. Outra classificação 28</p><p>e. Características das Constituições Brasileiras 30</p><p>4. Poder Constituinte 36</p><p>a. Conceito 36</p><p>b. Origem 36</p><p>c. Poder Constituinte Originário 37</p><p>i. Conceito do Poder Constituinte Originário 37</p><p>ii. Titularidade do Poder Constituinte Originário 37</p><p>● 1ª Corrente: titularizado pela nação 37</p><p>● 2ª Corrente: titularizado pelo povo 37</p><p>iii. Natureza Jurídica do Poder Constituinte Originário 37</p><p>● 1ª corrente: poder de fato 37</p><p>● 2ª corrente: poder de direito 37</p><p>iv. Características do Poder Constituinte Originário 38</p><p>d. Poder Constituinte Derivado 40</p><p>i. Natureza jurídica 40</p><p>ii. Características 40</p><p>● Derivado 40</p><p>● Condicionado 40</p><p>● Limitado 40</p><p>iii. Espécies 40</p><p>● Reformador 40</p><p>● Decorrente 40</p><p>e. Poder Constituinte Derivado Reformador 40</p><p>i. Instrumentos 41</p><p>● Revisão Constitucional 41</p><p>● Emenda Constitucional 42</p><p>● Limites formais 42</p><p>● Limites Circunstanciais 43</p><p>● Limites materiais e substanciais - art. 60, §4°, da CF. 43</p><p>f. Poder Constituinte Derivado Decorrente 44</p><p>i. Previsão do Poder Constituinte Derivado Decorrente nos</p><p>Estados-membros 44</p><p>● Limites do Poder Constituinte Derivado Decorrente dos Estados-</p><p>membros 44</p><p>● Limitação material 44</p><p>Classificações dos limites impostos à Constituição Estadual 45</p><p>● Princípio da Simetria 45</p><p>ii. Poder Constituinte Derivado decorrente nos Municípios 48</p><p>g. Mutação Constitucional 49</p><p>● Conceito de mutação constitucional 49</p><p>● Forças de estabilidade e alterabilidade/mutabilidade 49</p><p>● Formas de manifestação da mutação constitucional 51</p><p>○ Interpretação constitucional 51</p><p>○ Atuação legislativa 51</p><p>○ Costumes 51</p><p>● Limites à mutação constitucional 52</p><p>○ Texto constitucional 52</p><p>○ Princípios basilares da Constituição 52</p><p>5. Normas constitucionais 53</p><p>a. Conceito 53</p><p>b. Características 53</p><p>i. Superioridade hierárquica 53</p><p>ii. Conteúdo marcadamente político 54</p><p>iii. Tessitura aberta 54</p><p>iv. Conteúdo 54</p><p>c. Normas constitucionais especiais 54</p><p>● Preâmbulo 54</p><p>○ ADCT 55</p><p>d. Regras e Princípios 56</p><p>v. Critérios distintivos entre regras e princípios 57</p><p>1. Quantitativos 57</p><p>○ Importância 57</p><p>○ Generalidade 57</p><p>○ Indeterminabilidade 58</p><p>2. Qualitativos 58</p><p>● Para Ronald Dworkin 58</p><p>● Para Robert Alexy 58</p><p>vi. Postulados 59</p><p>e. Classificação das normas quanto à eficácia 59</p><p>i. Classificação segundo Rui Barbosa 59</p><p>● Normas autoaplicáveis 59</p><p>● Normas não autoaplicáveis 60</p><p>ii. Classificação segundo Pontes de Miranda 60</p><p>● Normas bastantes em si 60</p><p>● Normas não bastantes em si 60</p><p>● Normas programáticas 60</p><p>iii. Classificação segundo José Afonso da Silva 60</p><p>● Normas de eficácia imediata/direta 60</p><p>● Normas de eficácia contida 60</p><p>● Normas de eficácia limitada 60</p><p>■ Princípio organizativo e institutivo 61</p><p>■ Programáticas 61</p><p>f. Classificação das normas quanto à vocação 61</p><p>g. Questões práticas relacionadas ao Poder Constituinte 62</p><p>i. Conflitos de normas constitucionais no tempo 62</p><p>○ Princípio da eficácia imediata 62</p><p>○ Princípio da irretroatividade 63</p><p>ii. Desdobramentos do Princípio da eficácia imediata e da</p><p>irretroatividade 63</p><p>iii. Novas normas constitucionais x antigas normas constitucionais 64</p><p>● Posição majoritária e do STF 65</p><p>iv. Novas normas constitucionais x leis infraconstitucionais editadas</p><p>sob a égide da antiga Constituição: fenômeno da recepção 66</p><p>● Natureza jurídica da (não) recepção 66</p><p>○ 1ª corrente: Minoritária (Danniel Adriano) 66</p><p>○ 2ª corrente: Majoritária 66</p><p>● Teorias da (não) recepção 67</p><p>● Constitucionalidade superveniente 68</p><p>6. Hermenêutica e interpretação constitucional 69</p><p>a. Conceitos 69</p><p>b. Ato de interpretar 69</p><p>● Correntes 69</p><p>○ Interpretativistas 69</p><p>○ Não interpretativistas 69</p><p>c. Sujeitos da interpretação 70</p><p>d. Métodos específicos de interpretação 74</p><p>○ Princípios 74</p><p>■ Princípio da Unidade da Constituição 74</p><p>■ Princípio da concordância prática 74</p><p>■ Princípio do efeito integrador 74</p><p>■ Princípio da máxima efetividade e força normativa da</p><p>Constituição 75</p><p>■ Princípio da Justeza/ correção constitucional 75</p><p>■ Princípio da proporcionalidade e razoabilidade 75</p><p>■ Princípio da proibição de proteção insuficiente 78</p><p>●Métodos especiais de interpretação 78</p><p>○ Tópico problemático - Theodor Viehweg 78</p><p>○ Hermenêutico concretizador - Konrad Hesse 79</p><p>○ Científico espiritual - Rudolf Smend 79</p><p>○ Normativo estruturante - Friedrich Müller 79</p><p>e. Patriotismo Constitucional 79</p><p>7. Organização do Estado 81</p><p>a. Organização do Estado: conceitos iniciais 81</p><p>i. Objetivo 81</p><p>● Estado para Dalmo Dallari 81</p><p>ii. Classificação das formas de Estado 81</p><p>● Estado unitário/simples 81</p><p>● Estado regional 82</p><p>● Estado federal 83</p><p>iii. Características do Estado Federal 84</p><p>● Confederação 85</p><p>iv. Tipologia dos Estados Federais 86</p><p>● Origem 86</p><p>● Simetria 86</p><p>v. Estrutura 87</p><p>● Bidimensional 87</p><p>● Tridimensional 87</p><p>vi. Centralização 88</p><p>● Centralizador 88</p><p>● Integração 88</p><p>● Orgânico 88</p><p>● Descentralizado 88</p><p>b. Repartição de competências 88</p><p>i. Formas de repartição de competência 88</p><p>● Dual 88</p><p>● Por cooperação 88</p><p>ii. Autonomia ≠ Soberania 89</p><p>● Soberania 89</p><p>● Autonomia 89</p><p>iii. Técnicas utilizadas para repartição de competência. 90</p><p>● Repartição horizontal/ modelo clássico/ modelo norte</p><p>americano 90</p><p>● Repartição vertical/ modelo moderno 91</p><p>●Mista 92</p><p>○ Interesse nacional - ente central será competente. 92</p><p>○ Interesse regional - ente estadual. 92</p><p>● Interesse local - ente municipal ou distrital. 92</p><p>iv. Estado Federado 92</p><p>c. União Federal 92</p><p>● Conceito 92</p><p>● Bens da União 93</p><p>● Competências da União 94</p><p>○ Competência material 94</p><p>○ Competências legislativas 96</p><p>d. Estados-membros 106</p><p>i. Conceito 106</p><p>ii. Formação dos Estados 106</p><p>● Previsão Legal 106</p><p>○ Art. 18, §3°, da CF; 106</p><p>○ Lei n° 9.709/98. 106</p><p>● Formas de formação dos Estados 106</p><p>● Requisitos para a formação do Estado 107</p><p>1. Consulta à população envolvida na questão/ população</p><p>diretamente interessada 107</p><p>2. Encaminha-se uma lei complementar ao Congresso</p><p>Nacional 107</p><p>iii. Bens dos Estados 108</p><p>iv. Competência dos Estados 108</p><p>v. Regiões metropolitanas 108</p><p>● Previsão normativa 108</p><p>● Elementos 109</p><p>○ Conurbação. 109</p><p>○Município polo. 109</p><p>vi. Aglomeração urbana 110</p><p>● Elementos 110</p><p>○ Conurbação; 110</p><p>○ Não há município polo. 110</p><p>○ Exemplo: ABC Paulista. 110</p><p>vii. Microrregião 110</p><p>● Prevista no art. 153, §3°, da CE de SP. 110</p><p>e. Municípios 112</p><p>i. Conceito 112</p><p>● Competência material 113</p><p>f. Distrito Federal 114</p><p>i. Natureza jurídica do Distrito Federal 114</p><p>● Antes da CF/1988 114</p><p>● Após a CF/1988 114</p><p>○ O DF passou a ser tratado como uma entidade federativa</p><p>autônoma. 114</p><p>iii. Competência 115</p><p>g. Territórios 115</p><p>i. Histórico 115</p><p>ii. Natureza jurídica 115</p><p>iii. Criação e modificação 116</p><p>iv. Organização administrativa e judiciária 116</p><p>v. Conta do governo 116</p><p>h. Federação e COVID-19 116</p><p>i. Distribuição das competências 116</p><p>■ Dispositivos 116</p><p>■ Posicionamentos 117</p><p>➢ 1ª Corrente - competência tanto material quanto legislativa</p><p>será da União Federal 117</p><p>➢ 2ª Corrente - majoritária - Competência comum e</p><p>concorrente entre os entes federados 117</p><p>○Medidas de combate à pandemia 118</p><p>■ Decisões do STF 118</p><p>8. Intervenção 124</p><p>a. Intervenção: aspectos introdutórios 124</p><p>b. Intervenção Federal 125</p><p>c. Intervenção Estadual 139</p><p>9. Organização do Estado 141</p><p>a. Conceitos iniciais 141</p><p>ii. Previsão constitucional 141</p><p>● Art. 2°, da CF. 141</p><p>b. Separação dos Poderes 143</p><p>i. Conceito 143</p><p>iv. Funções atípicas do Poderes 144</p><p>● Histórica 145</p><p>10. Poder Legislativo: atribuições e estrutura 147</p><p>a. Funções típicas 147</p><p>i. Legislativa 147</p><p>ii. Fiscalizatória 147</p><p>b. Funções atípicas 147</p><p>i. Executiva 147</p><p>ii. Jurisdicional 147</p><p>c. Estrutura 147</p><p>i. União 147</p><p>● Exercido pelo Congresso Nacional 147</p><p>●Modelo bicameral - art. 44, da CF. 147</p><p>● Câmara dos Deputados 147</p><p>● Sistema proporcional 148</p><p>● Número de deputados 148</p><p>Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal</p><p>(MS 35.535)</p><p>43</p><p>4. Os direitos e garantias individuais</p><p>f. Poder Constituinte Derivado Decorrente</p><p>● Conceito: poder dado aos entes de um Estado Federado</p><p>de se organizar, editar suas leis orgânicas e suas</p><p>constituições.</p><p>○ Manifestação nos Estados-membros e</p><p>eventualmente nos Municípios.</p><p>i. Previsão do Poder Constituinte Derivado Decorrente nos</p><p>Estados-membros</p><p>● Previsão art. 11, do ADCT20.</p><p>● Limites do Poder Constituinte Derivado</p><p>Decorrente dos Estados- membros</p><p>● Limitação material</p><p>○ Princípios reitores da Constituição</p><p>Federal.</p><p>■ Princípios sensíveis - art. 34, VII,</p><p>da CF21.</p><p>■ Regras relacionadas à separação</p><p>dos poderes.</p><p>21Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:</p><p>VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:</p><p>a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;</p><p>b) direitos da pessoa humana;</p><p>c) autonomia municipal;</p><p>d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.</p><p>e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do</p><p>ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 29, de 2000)</p><p>20Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição</p><p>do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal,</p><p>obedecidos os princípios desta.</p><p>44</p><p>Classificações dos limites impostos à</p><p>Constituição Estadual</p><p>○ Raul Machado Horta: os limites</p><p>(regras) impostos à Constituição</p><p>Estadual podem se dividir em duas</p><p>normas:</p><p>■ Normas de reprodução</p><p>obrigatória: previstas na CF/88 e</p><p>tem que estar previstas na</p><p>Constituição do Estado.</p><p>■ Normas de imitação: previstas na</p><p>CF/88 que podem ser</p><p>transportadas ou não na</p><p>Constituição do Estado. E,</p><p>quando são transpostas são uma</p><p>imitação.</p><p>○ José Afonso da Silva: os princípios que</p><p>limitam a Constituição Estadual são de</p><p>três ordens:</p><p>■ Princípios sensíveis;</p><p>■ Princípios estabelecidos: normas</p><p>que estão descritas e que</p><p>ordenam a observância nas</p><p>Constituições Estaduais</p><p>■ Princípios extensíveis: não se</p><p>referem, expressamente, à</p><p>Constituição do Estado, mas são</p><p>obrigatoriamente aplicáveis.</p><p>● Princípio da Simetria</p><p>○ Previsto expressamente na CF/67,</p><p>especificamente, para o processo</p><p>legislativo.</p><p>45</p><p>○ A Constituição de 1988 não traz a</p><p>previsão do princípio da simetria.</p><p>○ Esse princípio é utilizado para limitar o</p><p>exercício do Poder Constituinte</p><p>Derivado Decorrente.</p><p>○ O Supremo Tribunal já se manifestou</p><p>em relação à aplicabilidade do</p><p>princípio da simetria, de modo que há</p><p>certas normas, previstas na</p><p>Constituição Federal, que devem ser</p><p>respeitadas pelas Constituições do</p><p>Estado. Então, vejamos quais normas</p><p>são essas, a seguir:</p><p>■ Normas sobre processo</p><p>legislativo.</p><p>● Exemplo: os</p><p>Estados-membros podem</p><p>prever medidas</p><p>provisórias, porém elas</p><p>devem seguir o mesmo</p><p>rito legislativo previsto na</p><p>Constituição Federal.</p><p>● Os Estados-membros não</p><p>podem prever leis</p><p>complementares versando</p><p>sobre matérias diversas</p><p>daquelas expressamente</p><p>previstas na Constituição</p><p>Federal.</p><p>■ Competências legislativas.</p><p>● Exemplo: competências</p><p>fiscalizatórias e Comissão</p><p>46</p><p>Parlamentares de</p><p>Inquérito devem respeitar</p><p>as atribuições previstas na</p><p>Constituição Federal</p><p>■ Atribuições dos Chefes do Poder</p><p>Executivo.</p><p>■ Prerrogativas de servidores</p><p>públicos.</p><p>● A Constituição Estadual</p><p>não pode prever foro por</p><p>prerrogativa de função</p><p>para além das previstas na</p><p>Constituição Federal.</p><p>○ Críticas em relação ao Princípio da</p><p>Simetria feitas por alguns autores.</p><p>■ Não há mais previsão no texto</p><p>constitucional a respeito do</p><p>princípio da simetria.</p><p>■ Os Estados-membros são</p><p>autônomos, com capacidade de</p><p>se auto-organizar, de modo que</p><p>o princípio da simetria sufoca</p><p>essa autonomia dos</p><p>Estados-membros.</p><p>■ É interessante oferecer mais</p><p>autonomia aos entes federados</p><p>para elaborar suas leis, porque</p><p>isso cria uma espécie de</p><p>laboratório, de modo que a</p><p>União poderia verificar se</p><p>determinada norma está sendo</p><p>eficiente em um ente para</p><p>47</p><p>depois editá-la no âmbito</p><p>federal.</p><p>ii. Poder Constituinte Derivado decorrente nos</p><p>Municípios</p><p>● Questiona-se: a edição da Lei Orgânica pelo</p><p>Município é o exercício do Poder Constituinte</p><p>Derivado Decorrente?</p><p>○ 1ª Corrente (levemente majoritária): as leis</p><p>orgânicas não são manifestação do Poder</p><p>Constituinte Derivado decorrente, não sendo</p><p>equiparadas às Constituições.</p><p>■ Isso porque as leis orgânicas possuem</p><p>um duplo grau de subordinação:</p><p>Constituição Estadual e Constituição</p><p>Federal.</p><p>■ As leis orgânicas são, inclusive,</p><p>parâmetros de controle de legalidade</p><p>e não de constitucionalidade, tendo</p><p>em vista que as leis orgânicas não são</p><p>manifestação do Poder Constituinte</p><p>Derivado Decorrente.</p><p>48</p><p>○ 2ª Corrente (minoritária): sim, pois os</p><p>Municípios foram elevados à condição de</p><p>entes e a eles foi conferida autonomia,</p><p>conforme art. 1822, da CF.</p><p>g. Mutação Constitucional</p><p>● Conceito de mutação constitucional</p><p>○ Alteração informal da norma constitucional, sem a</p><p>utilização dos recursos e dos procedimentos</p><p>formais previstos no texto constitucional. Assim,</p><p>não há a utilização, por exemplo, de uma emenda</p><p>constitucional.</p><p>● Importância da mutação constitucional</p><p>○ Tendo em vista a existência de limitações à edição</p><p>de Emenda Constitucional e a tessitura do próprio</p><p>texto constitucional, é essencial que exista o</p><p>fenômeno da mutação constitucional, o qual</p><p>permite uma alteração informal na Constituição,</p><p>seja por meio da interpretação do texto</p><p>constitucional, seja por meio de sua aplicação.</p><p>procedimentos exigidos para edição de uma</p><p>Emenda Constitucional, bem como a tessitura do</p><p>próprio texto constitucional, faz-se necessário e</p><p>saudável a permissão de mudanças informais, seja</p><p>por meio da interpretação, seja por meio da</p><p>aplicação.</p><p>● Forças de estabilidade e alterabilidade/mutabilidade</p><p>○ Estabilidade por ser norma fundamental, que</p><p>funda ou refunda o Estado.</p><p>22 Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil</p><p>compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos</p><p>termos desta Constituição.</p><p>49</p><p>○ Deve ser maleável e capaz de mutação, tem que</p><p>ter uma alteração, diante das mudanças sociais, de</p><p>quadro fático e, também, interpretativo.</p><p>● Como é possível a mutação constitucional?</p><p>○ A mutação constitucional ocorre pelo seguinte</p><p>fato: o texto constitucional é diferente de</p><p>norma constitucional.</p><p>■ Texto: expressões linguísticas, palavras</p><p>articuladas em meio a um dispositivo, artigo</p><p>da Constituição ou de uma lei.</p><p>■ Norma: produto do texto interpretado.</p><p>⇨ Extrai o comando jurídico a ser</p><p>obedecido.</p><p>⇨ Exemplo: Suprema Corte Americana e</p><p>a utilização do princípio da igualdade</p><p>em relação ao tratamento entre</p><p>pessoas brancas e pessoas pretas.</p><p>○ Inicialmente, no contexto</p><p>norte-americano, admitia-se a</p><p>escravidão. Em outro momento,</p><p>não se admitia mais a</p><p>escravidão, e pregava-se a</p><p>igualdade entre ambos, mas</p><p>deveriam estar separados.</p><p>Posteriormente, pregava-se a</p><p>igualdade sem a segregação e a</p><p>separação.</p><p>➝ Esse exemplo demonstra</p><p>que, a partir do mesmo</p><p>texto constitucional,</p><p>pode-se extrair diversas</p><p>normas.</p><p>50</p><p>● A mutação Constitucional é chamada por alguns</p><p>doutrinadores como Poder Constituinte difuso. Porém, a</p><p>maioria da doutrina diz que a mutação constitucional</p><p>não pode ser considerada manifestação do poder</p><p>constituinte.</p><p>● Formas de manifestação da mutação constitucional</p><p>○ Interpretação constitucional</p><p>■ Alteração na interpretação do texto, muita</p><p>das vezes, é decorrente da alteração social e</p><p>do avanço da ciência política.</p><p>○ Atuação legislativa</p><p>■ Em determinadas situações, terá uma</p><p>alteração na legislação infraconstitucional</p><p>que poderá ensejar uma mudança</p><p>constitucional.</p><p>■ Danniel Adriano: entende que é difícil falar</p><p>em atuação legislativa alterando a norma</p><p>constitucional, visto que, em regra,</p><p>as</p><p>normas infraconstitucionais devem ser</p><p>interpretadas à luz da CF, sob pena de se</p><p>violar a supremacia da Constituição.</p><p>○ Costumes</p><p>■ Prática reiterada com a percepção de</p><p>juridicidade.</p><p>■ Aplicação nos casos em que os costumes</p><p>não são contrários à Constituição ou àqueles</p><p>que são segundo à Constituição.</p><p>51</p><p>● Limites à mutação constitucional</p><p>○ Texto constitucional</p><p>■ Não se pode extrair uma norma</p><p>constitucional que fira os limites básicos e</p><p>mínimos do texto constitucional.23</p><p>⇨ Nesse ponto, é válido expor que, no</p><p>julgamento do reconhecimento da</p><p>união homoafetiva, muitos autores se</p><p>utilizaram do argumento de que a</p><p>mutação constitucional deve se limitar</p><p>ao texto constitucional, de modo que</p><p>se a Constituição está escrito "homem</p><p>e mulher" é isso que deve ser</p><p>interpretado.</p><p>○ Princípios basilares da Constituição</p><p>■ Não pode ferir a essência da Constituição.</p><p>⇨ Exemplo: a mutação constitucional</p><p>não pode alterar as cláusulas pétreas.</p><p>23 Exemplo: não se pode falar que uma bola é um quadrado.</p><p>52</p><p>5. Normas constitucionais</p><p>a. Conceito</p><p>● Espécies do gênero normas jurídicas.</p><p>○ Até o século XX, as normas constitucionais eram</p><p>previstas e tidas como meras declarações políticas.</p><p>Com efeito, as normas constitucionais eram:</p><p>■ Destituídas de valor jurídico;</p><p>■ Não eram aplicadas ao caso concreto, de</p><p>forma direta e imediata.</p><p>■ As normas não serviam ao Poder Judiciário.</p><p>○ Atualmente, as normas constitucionais são</p><p>consideradas como normas jurídicas. Com isso, as</p><p>normas constitucionais:</p><p>■ Podem ser aplicadas diretamente ao caso</p><p>concreto;</p><p>■ Podem ser aplicadas pelo Poder Judiciário,</p><p>inclusive, contra o Poder Legislativo e</p><p>Executivo.</p><p>■ Servem de parâmetro para controle de</p><p>constitucionalidade para as demais normas</p><p>infraconstitucionais.</p><p>b. Características</p><p>i. Superioridade hierárquica</p><p>● São normas superiores às demais normas do</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>● Garantidas por meio da rigidez constitucional.</p><p>○ O procedimento de alteração das normas</p><p>constitucionais é mais dificultoso do que as</p><p>demais normas.</p><p>53</p><p>● Parâmetro de validade para as demais normas.</p><p>ii. Conteúdo marcadamente político</p><p>● Normas constitucionais atuam na passagem do</p><p>poder político para o poder jurídico.</p><p>iii. Tessitura aberta</p><p>● Linguagemmais abstrata e mais aberta.</p><p>● Permite se acomodar à passagem do tempo e às</p><p>própriasmudanças sociais.</p><p>● Abre margem para as maiorias ocasionais de</p><p>cada tempo se organizarem e se</p><p>autogovernarem.</p><p>iv. Conteúdo</p><p>● Organização dos Poderes.</p><p>● Estabelecem direitos fundamentais.</p><p>● Princípios reitores: são as finalidades daquele</p><p>Estado.</p><p>c. Normas constitucionais especiais</p><p>● Em regra, a Constituição é composta por Preâmbulo,</p><p>Corpo Permanente (Núcleo) e ADCT.</p><p>● Preâmbulo</p><p>○ Texto que se antecede e se antepõe ao corpo</p><p>permanente.</p><p>○ Varia em extensão, em conteúdo.</p><p>○ Produção de efeitos e carga normativa do</p><p>preâmbulo: questão controvertida</p><p>■ 1ª Corrente: o Preâmbulo não possui</p><p>conteúdo jurídico, carecendo de juridicidade.</p><p>■ 2ª Corrente: o Preâmbulo tem juridicidade,</p><p>mas não possui natureza constitucional, mas</p><p>sim de lei ordinária.</p><p>■ Jurisprudência francesa.</p><p>54</p><p>■ 3ª Corrente: o preâmbulo possui efeito</p><p>indireto, diferentemente da norma contida</p><p>no corpo permanente, mas pode ser</p><p>utilizado como vetor interpretativo das</p><p>normas constitucionais ou</p><p>infraconstitucionais.</p><p>■ 4ª Corrente (José Afonso da Silva)</p><p>■ Em regra, o preâmbulo possui efeito</p><p>indireto.</p><p>■ Exceção (caso que será aplicado</p><p>diretamente): quando o preâmbulo</p><p>trouxer previsão de direitos humanos</p><p>que não tenham sido reproduzidos no</p><p>corpo permanente.</p><p>■ 5ª Corrente (Bernardo Gonçalves e Danniel</p><p>Adriano)</p><p>■ Norma jurídica e possui aplicação</p><p>imediata no caso concreto.</p><p>■ 6ª Corrente - STF</p><p>■ Em um primeiro momento, entende</p><p>que o preâmbulo não possui conteúdo</p><p>jurídico.</p><p>■ Posteriormente, manteve o primeiro</p><p>entendimento, mas informou que ele</p><p>poderia ser utilizado como reforço</p><p>argumentativo.</p><p>○ ADCT</p><p>○ Quando uma Constituição é criada e começa</p><p>a reger no Estado, normalmente já existia</p><p>uma norma anterior.</p><p>○ Em algumas situações, contudo, devem ser</p><p>previstas normas de transição, como forma</p><p>55</p><p>de evitar uma ruptura brusca, respeitando a</p><p>estabilidade e a segurança jurídica.</p><p>○ Conceito: Prevê, em regra, normas</p><p>transitórias que serão utilizadas para essa</p><p>transição entre os ordenamentos.</p><p>○ O Constituinte observa estritamente essa</p><p>visão técnica do ADCT?</p><p>○ Não, em muitos casos, há normas que</p><p>possuem caráter permanente, não tendo se</p><p>exaurido, continuando, portanto,</p><p>produzindo os seus efeitos.</p><p>○ O ADCT pode ser objeto de Emenda à</p><p>Constituição?</p><p>○ Corrente majoritária.</p><p>■ Com base nas normas que</p><p>possuem caráter permanente,</p><p>caso fossem irretocáveis seriam</p><p>cláusulas pétreas implícitas.</p><p>■ Pode existir uma EC no corpo</p><p>permanente que irá ensejar a</p><p>necessidade de alteração das</p><p>normas transitórias.</p><p>○ Corrente minoritária: por se tratarem de</p><p>normas transitórias, possuem eficácia</p><p>exaurida.</p><p>○ Posicionamento do STF: as normas jurídicas</p><p>do ADCT possuem a mesma natureza e</p><p>eficácia jurídica das normas constantes no</p><p>corpo permanente.</p><p>d. Regras e Princípios</p><p>● Espécies de norma jurídica.</p><p>56</p><p>● O autor Paulo Bonavides faz uma distinção em três</p><p>fases:</p><p>○ Jusnaturalista: princípios como meras abstrações,</p><p>que não tinham um conteúdo normativo, mas</p><p>tinham uma dimensão ética-valorativa.</p><p>○ Positivista: princípios com mais relevância, sendo</p><p>tratados pelo próprio legislador e, prioritariamente,</p><p>serviam para situações nas quais existia uma</p><p>lacuna.</p><p>■ Tal visão é abarcada pela Lei de Introdução</p><p>às Normas do Direito Brasileiro.</p><p>○ Pós-Positivista: princípios como verdadeiras</p><p>normas jurídicas, que são totalmente aplicáveis em</p><p>uma situação fática, dispensando uma</p><p>intermediação legislativa.</p><p>v. Critérios distintivos entre regras e princípios</p><p>1. Quantitativos</p><p>● Estes critérios representam características</p><p>que estão presentes tanto nas regras quanto</p><p>nos princípios, mas variam de acordo com a</p><p>intensidade. Os critérios quantitativos são:</p><p>○ Importância</p><p>■ Os princípios são mais</p><p>importantes que as regras.</p><p>○ Generalidade</p><p>■ Os princípios são normas</p><p>aplicáveis em um maior número</p><p>de situações, diferentemente das</p><p>regras que são mais específicas a</p><p>cada caso.</p><p>57</p><p>○ Indeterminabilidade</p><p>■ Os princípios são mais abertos e,</p><p>por isso, torna-se mais difícil</p><p>saber quais são os casos que</p><p>serão aplicados.</p><p>■ As regras, por sua vez, são menos</p><p>amplas.</p><p>2. Qualitativos</p><p>● Estes critérios representam a forma/modo de</p><p>aplicação das regras e dos princípios.</p><p>● Para Ronald Dworkin</p><p>○ Regras</p><p>■ Aplicação do tudo ou nada.</p><p>■ Sendo válidas, as hipóteses</p><p>normativas se adequam ao que</p><p>ocorreu no mundo dos fatos.</p><p>■ Sendo Inválidas, não se aplicam</p><p>aos fatos.</p><p>○ Princípios</p><p>■ A aplicação se dá por meio de</p><p>uma dimensão de peso.</p><p>■ Diante de um fato concreto, em</p><p>que dois ou mais princípios</p><p>podem ser aplicados, analisa-se</p><p>qual destes possui maior</p><p>densidade/peso, e, portanto, será</p><p>aplicado no caso concreto.</p><p>● Para Robert Alexy</p><p>○ Regras</p><p>■ Consideradas como mandados</p><p>definitivos, aplicando-se direta e</p><p>integralmente.</p><p>58</p><p>■ Diante de um conflito entre</p><p>regras, verifica-se se ela é válida,</p><p>ou inválida, ou se trata de uma</p><p>exceção.</p><p>○ Princípios</p><p>■ Considerados como mandados</p><p>de otimização, sendo aplicados</p><p>na maior medida possível.</p><p>■ Diante de um conflito entre</p><p>princípios, aplicam-se os</p><p>princípios na maior medida</p><p>possível e, quando um deles tem</p><p>que prevalecer, utilizando a</p><p>ponderação e a</p><p>proporcionalidade, verifica-se</p><p>qual irá prevalecer no caso</p><p>concreto.</p><p>vi. Postulados</p><p>● Idealizados por Humberto Ávila.</p><p>● Conceito: são metanormas ou normas de 2º grau.</p><p>○ Normas que se referem à aplicação de outras</p><p>normas.</p><p>○ Para o autor, o princípio da</p><p>proporcionalidade seria, na verdade, uma</p><p>metanorma, visto que se aplica às outras</p><p>normas.</p><p>e. Classificação das normas quanto à eficácia</p><p>i. Classificação segundo Rui Barbosa</p><p>● Normas autoaplicáveis</p><p>○ Tais normas já possuem todos os seus preceitos e</p><p>elementos aptos a serem aplicados no caso</p><p>concreto. Dessa forma, não dependem de uma</p><p>59</p><p>intermediação legislativa ou de uma norma</p><p>infraconstitucional para que sejam aplicadas e que</p><p>produzam efeitos.</p><p>● Normas não autoaplicáveis</p><p>○ Estas, por sua vez, são normas que dependem de</p><p>intermediação legislativa para serem aplicadas.</p><p>ii. Classificação segundo Pontes de Miranda</p><p>● Normas bastantes em si</p><p>○ São normas que possuem todos os elementos e</p><p>são plenamente aplicáveis.</p><p>● Normas não bastantes em si</p><p>○ Essas normas não possuem todos os elementos</p><p>para que sejam aplicadas de imediato,</p><p>necessitando de intermediação legislativa.</p><p>● Normas programáticas</p><p>○ São aquelas que estabelecem fins e programas</p><p>para o Estado e para a sociedade.</p><p>iii. Classificação segundo José Afonso da Silva</p><p>● Normas de eficácia imediata/direta</p><p>○ São aquelas que possuem aplicabilidade direta,</p><p>imediata e integral ao caso concreto.</p><p>● Normas de eficácia contida</p><p>○ São aquelas que possuem aplicabilidade direta,</p><p>imediata, integral, mas são restringíveis, carecendo</p><p>de uma lei que as limite ou estabeleça condições.</p><p>○ Exemplo: exercício do ofício/ profissão previsto no</p><p>art. 5°, da CF.</p><p>● Normas de eficácia limitada</p><p>○ Não possuem todos os elementos para serem</p><p>aplicadas diretamente ao caso concreto,</p><p>dependendo de intermediação legislativa.</p><p>○ Divisão quanto à natureza:</p><p>60</p><p>■ Princípio organizativo e institutivo</p><p>➝ Normas que estabelecem a</p><p>organização, criação de instituições</p><p>que irão depender do legislador para</p><p>se tornarem eficazes e aplicáveis no</p><p>caso concreto.</p><p>➝ Exemplo: direito à propriedade.</p><p>■ Programáticas</p><p>➝ Normas que estabelecem fins e</p><p>programas para o Estado. E, para que</p><p>sejam cumpridos, faz-se necessário a</p><p>intermediação legislativa.</p><p>● Para José Afonso da Silva, as normas constitucionais</p><p>sempre vão produzir efeitos, ainda que não sejam as</p><p>principais. Os efeitos são os mais diversos, mas, para fins</p><p>de elucidação, citam-se os seguintes exemplos:</p><p>○ A nova norma, ao ser editada, irá revogar as</p><p>anteriores que são contrárias.</p><p>○ As normas trazem ao legislador a obrigação de</p><p>legislar.</p><p>○ Caso seja editada uma lei contrária às normas</p><p>constitucionais, aquela será considerada</p><p>inconstitucional.</p><p>○ As normas são importantes vetores interpretativos.</p><p>f. Classificação das normas quanto à vocação</p><p>● Essa classificação leva em consideração se as normas</p><p>constitucionais estão ou não vocacionadas para a</p><p>atuação do legislador. A vocação das normas</p><p>constitucionais quanto a atuação do legislador faz com</p><p>que se tenha as chamadas normas constitucionais de</p><p>aplicação; e normas constitucionais de integração.</p><p>o Normas constitucionais de aplicação: As normas</p><p>constitucionais de aplicação, segundo a teoria de</p><p>61</p><p>José Afonso da Silva, são aquelas que não</p><p>dependem da atuação do legislador para serem</p><p>eficazes, subdividindo-se em irregulamentáveis e</p><p>regulamentáveis. As irregulamentáveis não</p><p>admitem tratamento infraconstitucional, enquanto</p><p>as regulamentáveis podem receber atuação</p><p>infraconstitucional apenas como auxílio, sem</p><p>necessidade para a produção de seus efeitos.</p><p>Ambas possuem plena eficácia e aplicabilidade,</p><p>equivalendo às normas de eficácia plena na teoria</p><p>de Silva.</p><p>o Normas constitucionais de integração: As</p><p>normas constitucionais de integração são aquelas</p><p>que requerem a atuação do poder público,</p><p>subdividindo-se em restringíveis e</p><p>complementáveis. As restringíveis, equivalentes às</p><p>normas de eficácia contida, são limitadas pelo</p><p>legislador para conter seu âmbito de eficácia. As</p><p>complementáveis, equivalentes às normas de</p><p>eficácia limitada, necessitam da atuação do</p><p>legislador para ampliar seu âmbito de eficácia.</p><p>Assim, tanto nas normas de aplicação quanto nas</p><p>de integração, refletem-se os conceitos de eficácia</p><p>plena, contida e limitada.</p><p>g. Questões práticas relacionadas ao Poder Constituinte</p><p>i. Conflitos de normas constitucionais no tempo</p><p>● Para se entender o conflito de normas no tempo,</p><p>deve-se levar em consideração dois princípios que</p><p>norteiam a matéria:</p><p>○ Princípio da eficácia imediata</p><p>■ A norma quando entra em vigor,</p><p>aplica-se imediatamente e irá produzir</p><p>62</p><p>todos os seus efeitos para os fatos que</p><p>lhe são posteriores.</p><p>○ Princípio da irretroatividade</p><p>■ Os atos anteriores que foram</p><p>praticados com base na antiga lei</p><p>assim permanecem.</p><p>ii. Desdobramentos do Princípio da eficácia imediata e da</p><p>irretroatividade</p><p>● O princípio da eficácia imediata se aplica nas</p><p>normas constitucionais.</p><p>○ Tal princípio, contudo, não impede que se</p><p>tenha um período de vacatio constituciones.</p><p>● O princípio da irretroatividade não se aplica às</p><p>normas editadas pelo Poder Constituinte</p><p>Originário não encontram limites no princípio da</p><p>irretroatividade. Assim, a nova Constituição pode</p><p>afetar o ato praticado no passado.</p><p>○ O ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a</p><p>coisa julgada não se destinam ao Poder</p><p>Constituinte Originário.</p><p>○ O Poder Constituinte Originário possui</p><p>regras com incidência imediata, o que é</p><p>repudiado pelo novo sistema constitucional</p><p>não irá receber status de direito, não</p><p>podendo invocar, por exemplo, direito</p><p>adquirido.</p><p>● O princípio da irretroatividade se aplica ao Poder</p><p>Constituinte Derivado que é o responsável por</p><p>elaborar as Emendas Constitucionais.</p><p>○ Isso porque, deve-se observar a coisa</p><p>julgada, o ato jurídico perfeito e o direito</p><p>adquirido.</p><p>63</p><p>● E se a Constituição for silente quanto aos</p><p>direitos que foram adquiridos na égide da</p><p>Constituição anterior?</p><p>○ 1ª Corrente: caso a Constituição se silencie</p><p>quanto às situações de direitos adquiridos e</p><p>de segurança jurídica, a regra é que se</p><p>mantenham.</p><p>■ Posicionamento adotado pelo STF</p><p>durante a Constituição de 1967.</p><p>○ 2ª Corrente: em regra, caso a Constituição</p><p>seja silente, os atos jurídicos perfeitos,</p><p>direitos adquiridos e a coisa julgada não se</p><p>subsistem frente à nova Constituição, caso</p><p>sejam contrários a essa.</p><p>■ Caso o constituinte queira manter essa</p><p>situação, deverá fazê-la de modo</p><p>expresso.</p><p>■ Posição adotada, atualmente, pelo STF.</p><p>○ 3ª Corrente: quando a Constituição for</p><p>expressa acerca da aplicação ou não de</p><p>determinada situação, segue-se aquilo que</p><p>foi previsto. Já nos casos em que a</p><p>Constituição for silente, faz-se necessária a</p><p>ponderação no caso concreto da situação e</p><p>do bem jurídico a ser tutelado.</p><p>iii. Novas normas constitucionais x antigas normas</p><p>constitucionais</p><p>● Carl Schmitt: as normas antigas que forem</p><p>contrárias às novas normas serão revogadas. Por</p><p>outro lado, aquelas que não forem contrárias</p><p>permanecerão no ordenamento jurídico, mas com</p><p>status de lei ordinária.</p><p>64</p><p>■ Tem-se o fenômeno da</p><p>desconstitucionalização das normas.</p><p>⇢ No direito pátrio, o autor Manoel</p><p>Gonçalves Ferreira Filho, de forma</p><p>minoritária, adota esse</p><p>posicionamento fazendo uma</p><p>distinção entre as normas:</p><p>➢ Normas materialmente</p><p>constitucionais antigas: essas</p><p>normas ficam revogadas, sendo</p><p>as normas ligadas às matérias</p><p>constitucionais</p><p>■ Exemplo: Organização do</p><p>Estado e Poderes, Direitos</p><p>Fundamentais e Princípios.</p><p>■ Normas formalmente constitucionais</p><p>antigas que não forem contrárias à nova</p><p>Constituição: essas normas permanecem,</p><p>mas com status de lei ordinária. Apesar de</p><p>não possuírem conteúdo de norma</p><p>constitucional, foram editadas de acordo</p><p>com o procedimento constitucional.</p><p>● Posição majoritária e do STF</p><p>○ A nova Constituição quando entra em vigor, tem o</p><p>condão de revogar, integralmente, a Constituição</p><p>anterior.</p><p>○ Exceção: Quando a nova Constituição</p><p>expressamente se manifestar em sentido</p><p>contrário.</p><p>65</p><p>■ Exemplos: Art. 6824, do ADCT e Art. 3425, do</p><p>ADCT.</p><p>iv. Novas normas constitucionais x leis infraconstitucionais</p><p>editadas sob a égide da antiga Constituição: fenômeno</p><p>da recepção</p><p>● Necessidade de se verificar a compatibilidade das</p><p>leis antigas em face das novas normas.</p><p>● Aquilo que for compatível, é recepcionado.</p><p>● Aquilo que não for compatível, não será</p><p>recepcionado.</p><p>● Natureza jurídica da (não) recepção</p><p>○ 1ª corrente: Minoritária (Danniel Adriano)</p><p>■ O critério</p><p>adequado a ser analisado e</p><p>utilizado seria o hierárquico.</p><p>■ A Constituição é norma</p><p>hierarquicamente superior e a norma</p><p>infraconstitucional que é incompatível</p><p>é inválida por hierarquia.</p><p>■ A natureza jurídica seria, assim, de</p><p>inconstitucionalidade superveniente.</p><p>○ 2ª corrente: Majoritária</p><p>■ Natureza jurídica de revogação.</p><p>■ A norma posterior revoga norma</p><p>anterior naquilo que ela for contrária.</p><p>25Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto</p><p>mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição</p><p>de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.</p><p>24Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando</p><p>suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos</p><p>respectivos.</p><p>66</p><p>● Teorias da (não) recepção</p><p>○ As normas irão permanecer sendo as</p><p>mesmas e sendo interpretadas da forma que</p><p>eram anteriormente?</p><p>■ É possível que a norma se mantenha</p><p>válida, mas seja interpretada de uma</p><p>nova forma, passando, portanto, a</p><p>existir uma nova norma.</p><p>○ Para a norma ser considerada não</p><p>recepcionada/ incompatível, deve-se analisar</p><p>se o conteúdo (substancialmente) é</p><p>adequado à nova Constituição.</p><p>■ A incompatibilidade formal, relativa ao</p><p>processo legislativo, não se trata de um</p><p>caso de revogação imediata.</p><p>■ Caso seja mantido o conteúdo,</p><p>muda-se o procedimento, passando a</p><p>adotar o que é previsto na norma nova.</p><p>○ Alteração do processo legislativo.</p><p>■ Competência para edição de lei acerca</p><p>daquela matéria.</p><p>■ Correntes:</p><p>● Gilmar Mendes entende que</p><p>quando há a desfederalização, a</p><p>lei se mantém válida até que</p><p>cada Estado Federado edite sua</p><p>própria lei. O inverso, contudo,</p><p>não se mantém. Tem-se uma</p><p>invalidade dessas leis, por meio</p><p>de uma não recepção formal.</p><p>● Luís Roberto Barroso defende</p><p>que quando há a</p><p>67</p><p>desfederalização, a lei se</p><p>mantém válida até que cada</p><p>Estado Federado edite sua</p><p>própria lei. Quando se tem o</p><p>inverso, as leis estaduais se</p><p>mantêm válidas até que a União</p><p>edite uma lei federal.</p><p>● Constitucionalidade superveniente</p><p>○ Não é possível admitir a repristinação tácita,</p><p>isto é, uma lei que foi declarada</p><p>inconstitucional, sob a égide da Constituição</p><p>anterior, não se tornará constitucional se</p><p>compatível com a nova Constituição. Esse é</p><p>o entendimento adotado pelo STF.</p><p>■ Exceção: previsão expressa na nova</p><p>Constituição.</p><p>68</p><p>6. Hermenêutica e interpretação</p><p>constitucional</p><p>a. Conceitos</p><p>● Hermenêutica constitucional ≠ interpretação</p><p>constitucional.</p><p>○ Hermenêutica é a ciência que estuda e</p><p>sistematiza os métodos de interpretação.</p><p>○ Interpretação é o ato de revelar ou construir o</p><p>conteúdo da norma constitucional.</p><p>b. Ato de interpretar</p><p>● Correntes</p><p>○ Interpretativistas</p><p>■ O ato está restrito a revelar o sentido da</p><p>norma</p><p>■ O papel do intérprete é muito menor,</p><p>cabendo a este revelar o sentido, significado</p><p>das palavras, pegar o sentido expresso ou,</p><p>quando muito, o sentido implícito muito</p><p>claro.</p><p>○ Não interpretativistas</p><p>■ O ato está relacionado a dar concretude à</p><p>norma.</p><p>■ O papel do intérprete é muito maior,</p><p>devendo-se considerar os valores e os</p><p>princípios, possuindo o papel de criador do</p><p>direito.</p><p>69</p><p>c. Sujeitos da interpretação</p><p>● Tradicionalmente, acredita-se que cabe ao Poder</p><p>Judiciário interpretar a Constituição, mais</p><p>especificamente, o STF, que é considerado a Corte</p><p>Constitucional.</p><p>● Atualmente, entende-se que não só o Poder Judiciário,</p><p>mas os demais poderes e, também, a sociedade.</p><p>● Peter Häberle: trabalha o termo "sociedade aberta dos</p><p>intérpretes da Constituição", expandindo-se, assim, o</p><p>número de legitimados a interpretar a Constituição</p><p>● Quem interpreta por último a Constituição?</p><p>○ Correntes: O debate gira em torno dos limites da</p><p>democracia.</p><p>■ Supremacia judicial</p><p>➞ A Democracia não é só regra da</p><p>maioria, representando, também, a</p><p>proteção dos direitos fundamentais</p><p>que são ligados à democracia, como os</p><p>direitos políticos.</p><p>➞ Há quem entenda que os direitos</p><p>fundamentais não se limitam aos</p><p>direitos individuais e políticos, mas,</p><p>também, aos direitos sociais. Assim,</p><p>deve-se ter igualdade formal e</p><p>material de participação.</p><p>➞ O Poder Judiciário tem melhores</p><p>condições de exercer o poder</p><p>democrático, por ser uma observação</p><p>da realidade, capaz de atender melhor</p><p>o anseio popular.</p><p>➢ Quando uma Constituição é</p><p>editada, tem-se um momento</p><p>70</p><p>constitucional importante, em</p><p>busca de mudança.</p><p>➢ As decisões são tomadas com</p><p>uma participação e clareza</p><p>maior.</p><p>➢ Após tais deliberações, os</p><p>representantes eleitos exercerão</p><p>o papel de decidir.</p><p>➢ Pode ser que tais decisões</p><p>colidam com as que foram</p><p>levadas em consideração</p><p>quando da edição da nova</p><p>constituição.</p><p>➞ Capacidade institucional melhor para</p><p>tomar essas decisões.</p><p>➞ Capacidade para saber como a norma</p><p>será aplicada no caso concreto.</p><p>➞ O Poder Legislativo irá definir os</p><p>próprios limites de atuação caso se</p><p>tenha uma supremacia desse poder.</p><p>■ Supremacia legislativa</p><p>➞ Quem representa o povo é o Poder</p><p>Legislativo, por meio dos</p><p>representantes eleitos diretamente</p><p>pela sociedade.</p><p>➞ Caso se tivesse uma supremacia</p><p>judicial, violaria a prerrogativa das</p><p>gerações se governarem.</p><p>➢ Prerrogativa das gerações de se</p><p>autogovernarem é entendida</p><p>como a ingênua participação</p><p>71</p><p>popular, quando da edição de</p><p>uma constituição.</p><p>➢ Cada geração tem que ter a</p><p>capacidade e autonomia de se</p><p>autogovernar.</p><p>➢ Os juízes não são imparciais.</p><p>➞ Capacidade institucional do Poder</p><p>Legislativo, o qual tem canais próprios</p><p>para que o povo se manifeste,</p><p>possuindo capacidade de decidir o</p><p>conteúdo da norma.</p><p>➢ Teoria do diálogo que representa</p><p>rodadas institucionais em que as</p><p>decisões são tomadas.</p><p>➞ Possibilidade de maior controle pelo</p><p>povo.</p><p>● As normas constitucionais são espécies das normas</p><p>jurídicas gerais. Assim, tem-se a possibilidade de</p><p>aplicação dos métodos clássicos de interpretação das</p><p>normas jurídicas às normas constitucionais.</p><p>○ Savigny.</p><p>■ Elemento gramatical/ semântico/ textual/</p><p>filológico/ verbal.</p><p>➞ O intérprete tem que buscar o sentido</p><p>das palavras empregadas.</p><p>➞ Tal método tem sido pouco utilizado,</p><p>uma vez que o texto constitucional é</p><p>mais aberto, utilizando-se de termos</p><p>mais vagos, o que torna difícil definir a</p><p>norma.</p><p>➞ Impõe limites na atividade</p><p>interpretativa.</p><p>72</p><p>➞ Para Luís Roberto Barroso, o texto</p><p>constitucional foi feito pelo e para o</p><p>povo, o que pode ensejar a utilização</p><p>de termos/ expressões atécnicas.</p><p>■ Elemento histórico.</p><p>➞ O intérprete tem que buscar a vontade</p><p>do legislador/ constituinte, isto é, a</p><p>intenção, o que estava ocorrendo no</p><p>referido momento de edição</p><p>normativo. Para tanto, utiliza-se todos</p><p>os elementos.</p><p>➞ O intérprete não tem que buscar a</p><p>mens legislatoris (vontade subjetiva de</p><p>quem editou) e sim a mens legis.</p><p>➞ Originalismo - corrente norte</p><p>americana.</p><p>➢ Considera o elemento histórico,</p><p>senão o único, o mais</p><p>importante.</p><p>➢ Evita-se o arbítrio dos futuros</p><p>intérpretes.</p><p>➢ Busca-se a Intenção do</p><p>legislador constituinte.</p><p>➢ Palavras devem ser</p><p>interpretadas no sentido à</p><p>época.</p><p>■ Elemento sistemático</p><p>➞ A Constituição deve ser interpretada</p><p>como um todo.</p><p>➞ Extrai desse elemento três princípios</p><p>que são utilizados para interpretação</p><p>da constituição:</p><p>73</p><p>➢ Unidade;</p><p>➢ Concordância prática;</p><p>➢ Efeito integrador.</p><p>○ Ihering</p><p>■ Elemento teleologico</p><p>➞ Busca-se a finalidade da norma.</p><p>➞ Não se confunde com o elemento</p><p>histórico. Neste, busca-se a occasio</p><p>legis (ocasião), enquanto que aqui se</p><p>busca a ratio legis.</p><p>➞ A finalidade é uma força vivente móvel,</p><p>podendo se alterar ao longo do tempo.</p><p>d. Métodos específicos de interpretação</p><p>○ Princípios</p><p>■ Princípio da Unidade da Constituição</p><p>➞ A Constituição é um todo e, assim</p><p>sendo, é considerada una.</p><p>➞ STF: entende que as normas</p><p>constitucionais originárias não</p><p>possuem hierarquias entre elas.</p><p>■ Princípio da concordância prática</p><p>➞ Diante de uma colisão de normas</p><p>constitucionais, deve-se resolver essa</p><p>situação</p><p>de forma a alocar ambas as</p><p>normas, maximizando cada uma delas.</p><p>➞ Prática comum no que se refere aos</p><p>direitos fundamentais.</p><p>■ Princípio do efeito integrador</p><p>➞ Deve-se priorizar as interpretações que</p><p>aumentem a integração política e</p><p>social.</p><p>74</p><p>■ Princípio da máxima efetividade e força</p><p>normativa da Constituição</p><p>➞ Máxima efetividade - normas devem</p><p>ser interpretadas de forma que sejam</p><p>mais efetivas.</p><p>➞ Força normativa - a norma deve ser</p><p>interpretada de forma a dar</p><p>preferência às soluções</p><p>concretizadoras das próprias normas</p><p>constitucionais.</p><p>■ Princípio da Justeza/ correção constitucional</p><p>➞ Interpretação não pode violar as</p><p>atribuições dispostas pela</p><p>Constituição.</p><p>■ Princípio da proporcionalidade e</p><p>razoabilidade</p><p>➞ Nomenclatura</p><p>➢ A doutrina majoritária e o STF</p><p>entendem que os princípios</p><p>significam a mesma coisa,</p><p>considerados sinônimos.</p><p>➢ A doutrina minoritária faz uma</p><p>distinção entre ambos.</p><p>■ Razoabilidade: maior</p><p>abstração, ideia de se</p><p>poder analisar os atos do</p><p>poder público sob crivo da</p><p>justiça.</p><p>■ Proporcionalidade:</p><p>técnica empregada.</p><p>➞ Origem</p><p>➢ Razoabilidade</p><p>75</p><p>■ No Direito anglo-saxão.</p><p>■ Extraída da ideia de devido</p><p>processo legal.</p><p>■ Século XIX, Suprema Corte</p><p>Americana.</p><p>■ Deve-se observar um</p><p>devido processo legal</p><p>substantivo e, não apenas,</p><p>formal.</p><p>➢ Proporcionalidade</p><p>■ Direito alemão.</p><p>■ Tribunal Constitucional</p><p>Alemão.</p><p>■ Pós-segunda guerra.</p><p>■ Controle de justiça dos</p><p>atos praticados pelo poder</p><p>público.</p><p>➞ Natureza jurídica</p><p>➢ Virgílio Afonso da Silva -</p><p>razoabilidade/proporcionalidade</p><p>é uma regra, porque se aplica no</p><p>caso concreto, não tendo</p><p>ponderação de interesses.</p><p>➢ Humberto Ávila - divisão</p><p>tripartida das normas jurídicas.</p><p>Existiriam os postulados</p><p>normativos, os quais são as</p><p>normas que servem de base</p><p>para se aplicar as demais normas</p><p>jurídicas. Assim, a</p><p>razoabilidade/proporcionalidade</p><p>seria um postulado normativo.</p><p>76</p><p>➢ Corrente majoritária - natureza</p><p>de princípio. Assim, no caso</p><p>concreto pode ser ponderado,</p><p>por critérios de segurança</p><p>jurídica; separação de poderes;</p><p>princípio democrático.</p><p>➞ Aplicabilidade</p><p>➢ Não pode ser uma carta branca,</p><p>sob pena de se ter uma</p><p>arbitrariedade.</p><p>➢ Critérios/etapas - com origem</p><p>no direito alemão.</p><p>■ Adequação/ idoneidade -</p><p>O intérprete deve analisar</p><p>que se tem um fim com</p><p>aquele ato. Os meios</p><p>empregados ajudam obter</p><p>aquele fim? Não se exige</p><p>que se resolva o problema,</p><p>bastando o</p><p>fomento/estímulo daquele</p><p>fim pretendido.</p><p>■ Necessidade/ exigibilidade</p><p>- Existe algum outro meio</p><p>menos gravoso, mas que</p><p>promova, igualmente, o</p><p>fim pretendido?</p><p>77</p><p>■ Proporcionalidade em</p><p>sentido estrito26 - Análise</p><p>do custo benefício.</p><p>■ Princípio da proibição de proteção</p><p>insuficiente</p><p>➞ Percebeu, em determinado momento,</p><p>que o Estado não se limita mais a uma</p><p>atuação de impedir que certas coisas</p><p>aconteçam.</p><p>➞ Exige-se, na verdade, um agir do</p><p>Estado, mais ativo. Com isso, exige–se</p><p>uma nova visão dos princípios.</p><p>➞ Se o Estado não agir, não pode ser</p><p>aplicado o princípio?</p><p>➢ Aplica-se o princípio da</p><p>proporcionalidade/razoabilidade</p><p>nesse não agir do Estado para se</p><p>verificar e, não sendo</p><p>proporcional ou razoável,</p><p>obriga-se o Estado a agir na</p><p>forma como deveria.</p><p>● Métodos especiais de interpretação</p><p>○ Tópico problemático - Theodor Viehweg</p><p>■ As normas constitucionais são abertas. O</p><p>intérprete, no primeiro momento, analisa os</p><p>lugares comuns da norma.</p><p>26Parcela da doutrina entende que esse critério é muito abstrato, perdendo tudo aquilo</p><p>que os demais critérios estabeleceram.</p><p>Para o professor Luís Roberto Barroso, a aplicação se divide em duas:</p><p>● Razoabilidade interna - analisa-se os motivos, meios e fins estão em consonância.</p><p>● Razoabilidade externa - analisa-se se estão em consonância com a Constituição</p><p>Federal.</p><p>78</p><p>■ Em um segundo momento, o juiz irá analisar</p><p>esses lugares comuns e aplicar no caso</p><p>concreto.</p><p>○ Hermenêutico concretizador - Konrad Hesse</p><p>■ O intérprete se vale das pré-compreensões</p><p>que ele tem da norma. Em seguida, irá</p><p>analisar a realidade, no caso concreto.</p><p>■ Ao final, o intérprete irá voltar à norma, para</p><p>tentar adequar-se à norma, modificando a</p><p>realidade, mas também impondo limites.</p><p>○ Científico espiritual - Rudolf Smend</p><p>■ A interpretação da constituição não tem que</p><p>se apegar a elementos normativos, devendo</p><p>abranger todos os aspectos da sociedade.</p><p>Representa a tentativa de superar o</p><p>contraste rígido entre a norma e fato,</p><p>deslocando o problema para o debate sobre</p><p>estática e dinâmica na teoria do Estado.</p><p>○ Normativo estruturante - Friedrich Müller</p><p>■ Deverá interpretar a norma com base na sua</p><p>estrutura normativa e, também, em seu</p><p>domínio fático e, a partir desses dois</p><p>elementos, vai extrair a verdadeira</p><p>interpretação.</p><p>e. Patriotismo Constitucional</p><p>i. Idealizado por Jurgen Habermas.</p><p>● Sociedade plural.</p><p>● Europa e Ocidente possuíam o elemento</p><p>unificador, a saber, religião. Contudo, com as</p><p>migrações e pluralidade de culturas, perde-se o</p><p>elemento unificador.</p><p>79</p><p>● Assim, a Constituição passa a ser o elemento</p><p>unificador, por meio da qual se criam laços entre</p><p>as pessoas que convivem em uma sociedade.</p><p>80</p><p>7.Organização do Estado</p><p>a. Organização do Estado: conceitos iniciais</p><p>i. Objetivo</p><p>● Objetiva-se analisar como o poder político está</p><p>distribuído dentro do território daquele Estado.</p><p>● Estado para Dalmo Dallari</p><p>○ Soberania: poder incontrastável de dizer, nos</p><p>limites daquele território, qual é o direito e</p><p>de aplicá-lo.</p><p>○ Território: limites espaciais onde a soberania</p><p>é exercida.</p><p>○ Povo: indivíduos que possuem um vínculo</p><p>jurídico com aquele Estado.</p><p>ii. Classificação das formas de Estado</p><p>● Como os Estados distribuem espacialmente seu</p><p>poder.</p><p>● Estado unitário/simples</p><p>● Poder centralizado em um ente.</p><p>● É possível que se tenha descentralização. O</p><p>ente poderá proceder com a</p><p>descentralização, mas este possui total</p><p>discricionariedade para, não só, reaver esse</p><p>poder, como também, controlar os demais</p><p>entes.</p><p>● Faz parte do Estado ter, em algumamedida,</p><p>centralização do poder.</p><p>● Espécies de Estado Unitário:</p><p>○ Puro: ente central não descentraliza</p><p>nada.</p><p>81</p><p>○ Descentralização administrativa: as</p><p>decisões fundamentais são tomadas</p><p>pelo ente central, mas a execução das</p><p>decisões políticas são feitas pelos</p><p>demais entes.</p><p>○ Descentralização política e</p><p>administrativa: o ente central</p><p>descentraliza não só as execuções,</p><p>mas, também, a tomada de algumas</p><p>decisões.</p><p>○ É muito difícil se enxergar atualmente</p><p>o estado unitário puro. Apenas em</p><p>microestados como Mônaco, Vaticano,</p><p>por exemplo. Portugal e França e</p><p>outros Estados, países europeus</p><p>unitários, atualmente, trabalham com</p><p>um tipo de descentralização, que é</p><p>administrativa, caso contrário, seria</p><p>inviável a administração, a reprodução</p><p>social.</p><p>● Estado regional</p><p>● Tanto no Estado Regional quanto no Estado</p><p>Autonômico, há descentralização</p><p>administrativa e legislativa, diferentemente</p><p>do Estado Unitário, que possui apenas</p><p>descentralização administrativa. Essa</p><p>dualidade de descentralização nos Estados</p><p>Regional e Autonômico surge como resposta</p><p>a problemas de manutenção da unidade</p><p>territorial, como os movimentos separatistas</p><p>na Europa. Exemplos incluem a Itália (Estado</p><p>Regional) e a Espanha (Estado Autonômico),</p><p>82</p><p>onde a descentralização administrativa e</p><p>legislativa é vista como necessária para dar</p><p>mais poder às regiões.</p><p>● A principal diferença entre o Estado Regional</p><p>e o Estado Autonômico reside na maneira</p><p>como ocorre a descentralização legislativa.</p><p>Na Itália, a descentralização é de cima para</p><p>baixo, com o governo central concedendo</p><p>capacidades legislativas às regiões. Na</p><p>Espanha, a descentralização é de baixo para</p><p>cima, com províncias formando regiões que</p><p>elaboram seus próprios estatutos de</p><p>autonomia, os quais são aprovados pelo</p><p>parlamento espanhol e revisados a cada</p><p>cinco anos. Esse processo dá às regiões</p><p>espanholas mais autonomia conquistada por</p><p>elas mesmas, ao contrário do modelo</p><p>italiano, onde a autonomia é concedida pelo</p><p>governo central.</p><p>● Estado</p><p>federal</p><p>● Origem nos EUA.</p><p>● As 13 (treze) colônias, apesar de</p><p>internamente independentes, de modo</p><p>externo seria considerado um único</p><p>ente/federação, como forma de proteção.</p><p>● Quando da edição da Constituição</p><p>Estadunidense, como forma de assegurar</p><p>um vínculo mais forte e estável, criou-se um</p><p>Estado federado, tendo cada ente</p><p>autonomia.</p><p>83</p><p>● A Constituição irá prever a divisão entre os</p><p>diversos entes, prevendo, também, a</p><p>competência de cada um desses.</p><p>iii. Características do Estado Federal</p><p>● Estado único.</p><p>● A Constituição é a norma fundamental que irá</p><p>organizar o estado, não sendo, portanto, feito por</p><p>meio de tratados.</p><p>● Não há direito de secessão, isto significa dizer que</p><p>não pode um ente se retirar do Estado.</p><p>● Cidadania única, ou seja, não pode haver</p><p>tratamento diferenciado entre cada um dos povos.</p><p>● Repartição de competências, atribuindo-se de e</p><p>para cada um dos entes.</p><p>● Repartição tributária, não podendo a arrecadação</p><p>ficar a cargo de um ente só, vez que a autonomia</p><p>dos entes seria prejudicada.</p><p>● Estado que detém soberania e os entes detêm</p><p>autonomia.</p><p>● Ausência de hierarquia entre seus entes; União,</p><p>Estados e Municípios estão no mesmo nível</p><p>hierárquico. A Constituição Federal confere</p><p>unidade à ordem jurídica federal, servindo como</p><p>fundamento jurídico e instrumento regulador da</p><p>federação.</p><p>● A autonomia dos Estados e Municípios se baseia</p><p>no poder de auto-organização, sustentado pela</p><p>autonomia legislativa, administrativa e financeira.</p><p>Esse princípio possibilita a elaboração das</p><p>constituições estaduais, sendo essenciais para a</p><p>manifestação da auto-organização dos Estados</p><p>membros.</p><p>84</p><p>▪ Indo Além: No que diz respeito à repartição de</p><p>competências, é preciso fazer uma observação</p><p>quanto à teoria dos poderes implícitos. Essa teoria</p><p>defende a premissa de que quando a Constituição</p><p>defere a atribuição de uma competência a um</p><p>órgão, haverá a imprescindibilidade de se</p><p>conceder a esse mesmo órgão os poderes</p><p>necessários à execução da referida competência</p><p>ou a possibilidade de consecução do prelecionado</p><p>fim. Assim, quando a Constituição determinar um</p><p>fim, ela também deve assegurar, mesmo que</p><p>implicitamente, os meios necessários à sua</p><p>efetivação.</p><p>● Confederação</p><p>● As principais diferenças entre um Estado</p><p>Federal e uma Confederação residem em</p><p>três pontos fundamentais.</p><p>● Primeiramente, no Estado federal, há um</p><p>ente soberano e outros autônomos,</p><p>enquanto na Confederação todos os entes</p><p>são soberanos.</p><p>● Em segundo lugar, o Estado federal surge de</p><p>uma Constituição, enquanto a Confederação</p><p>é formada por meio de um tratado entre os</p><p>entes soberanos.</p><p>● A terceira diferença crucial é que no Estado</p><p>federal não existe o direito de secessão, ao</p><p>contrário da Confederação, onde é permitido.</p><p>Além disso, no Estado federal, os conflitos</p><p>entre os entes são resolvidos por um órgão</p><p>de cúpula do judiciário, como o Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF) no Brasil, enquanto na</p><p>85</p><p>Confederação cada ente tem seu próprio</p><p>órgão máximo do poder judiciário, e a</p><p>resolução de conflitos pode ser menos eficaz</p><p>devido à falta de um órgão centralizado.</p><p>● A terceira diferença crucial é que no Estado</p><p>federal não existe o direito de secessão, ao</p><p>contrário da Confederação, onde é permitido.</p><p>Além disso, no Estado federal, os conflitos</p><p>entre os entes são resolvidos por um órgão</p><p>de cúpula do judiciário, como o Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF) no Brasil, enquanto na</p><p>Confederação cada ente tem seu próprio</p><p>órgão máximo do poder judiciário, e a</p><p>resolução de conflitos pode ser menos eficaz</p><p>devido à falta de um órgão centralizado.</p><p>iv. Tipologia dos Estados Federais</p><p>● Origem</p><p>● Agregação: diversos Estados soberanos, em</p><p>determinado momento, resolveram se reunir</p><p>em um único Estado, mantendo sua</p><p>autonomia.</p><p>● Desagregação: tem-se um Estado unitário,</p><p>que é descentralizado.</p><p>○ Como aconteceu no Brasil.</p><p>● Simetria</p><p>● Simétrico: o Estado/Constituição irá trazer as</p><p>competências de forma igual e equitativa</p><p>entre os diferentes níveis da federação.</p><p>○ Aplicável quando há uma</p><p>homogeneidade entre as regiões.</p><p>○ Adotada pela Constituição de 1988.</p><p>86</p><p>○ Exceções (assimetrias): art. 3°, III27, da</p><p>CF e art. 151, I28, da CF.</p><p>○ Crítica da doutrina:</p><p>■ O país possui diversas regiões</p><p>em diferentes níveis e cada um</p><p>possui determinada cultura,</p><p>avanço socioeconômico, o que</p><p>faz com que o Estado seja mais</p><p>assimétrico.</p><p>● Assimétrico: há regras/ competências</p><p>diferentes para os entes, ainda que os entes</p><p>estejam na mesma hierarquia/nível.</p><p>○ Aplicável nos casos em que não há</p><p>homogeneidade entre as regiões.</p><p>v. Estrutura</p><p>● Bidimensional</p><p>● Ente central e logo depois os entes regionais.</p><p>● A doutrina o denomina como típico.</p><p>● Tridimensional</p><p>● Ente central, entes regionais e entes locais.</p><p>● Adotado pelo Brasil.</p><p>● Professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho -</p><p>federalismo de segundo grau.</p><p>○ Os entes locais se submetem à</p><p>Constituição Estadual e, também, à</p><p>Constituição Federal.</p><p>28 Art. 151, I, da CF: É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o</p><p>território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao</p><p>Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de</p><p>incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento</p><p>sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;</p><p>27 Art. 3°, III, da CF: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:</p><p>erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;</p><p>87</p><p>● A doutrina o denomina como atípico.</p><p>vi. Centralização</p><p>● Centralizador</p><p>● Integração</p><p>○ A centralização é tamanha que põe</p><p>em risco o próprio Estado Federado e a</p><p>autonomia dos entes menores.</p><p>● Orgânico</p><p>○ Em algumas situações a Constituição</p><p>pode prever tantas competências e</p><p>não deixar nenhum espaço para que</p><p>os entes se auto organizem.</p><p>● Descentralizado</p><p>b. Repartição de competências</p><p>i. Formas de repartição de competência</p><p>● Dual</p><p>○ Competências atribuídas ao ente central são</p><p>delimitadas de forma específica e o que</p><p>sobrar fica para os entes menores (residual).</p><p>○ Haverá uma coordenação entre os entes e,</p><p>não, uma cooperação.</p><p>○ Competência mais estanque.</p><p>● Por cooperação</p><p>○ Há competência comuns/concorrentes: uma</p><p>mesma matéria é atribuída a mais de um</p><p>ente, sendo que deverão atuar em conjunto.</p><p>▪ Indo Além: Lembra-se que a doutrina adverte que</p><p>se não for corretamente implementando, o</p><p>federalismo de cooperação pode acabar se</p><p>convolando em um federalismo de fachada,</p><p>porque haverá um fortalecimento do órgão central</p><p>88</p><p>(União) em detrimento dos demais entes</p><p>federativos.</p><p>ii. Autonomia ≠ Soberania</p><p>● Soberania</p><p>○ Poder incontrastável de dizer, nos limites do</p><p>seu território, qual o seu direito e aplicá-lo</p><p>coercitivamente.</p><p>○ É indivisível, incondicionado, imprescritível.</p><p>● Autonomia</p><p>○ Capacidade conferida a todos os entes de</p><p>um Estado Federado de se autogovernarem,</p><p>auto administrarem e se auto organizarem.</p><p>■ Os entes federados não detém a</p><p>soberania.</p><p>■ É limitada pelo texto constitucional.</p><p>○ Auto- organização: Poder conferido ao ente</p><p>federado de editar sua própria constituição e,</p><p>a partir de então, se organizar.</p><p>○ Auto governo: Poder conferido ao ente</p><p>federado de eleger seus governantes.</p><p>○ Auto administração: Poder conferido ao ente</p><p>federado, de fato, executar suas atividades e</p><p>exercer a contento sua competência.</p><p>○ Auto legislar: Parcela da doutrina prevê o</p><p>poder dos entes de editarem suas próprias</p><p>leis e normas.</p><p>▪ Indo Além: Particularidades do DF - No que diz</p><p>respeito ao autogoverno do Distrito Federal (DF),</p><p>este possui poderes executivo, legislativo e</p><p>judiciário, conforme estipulado pelo artigo 32 da</p><p>Constituição Federal (CF). No entanto, surge um</p><p>problema quanto à organização do poder</p><p>89</p><p>judiciário no DF, uma vez que este é estruturado e</p><p>organizado pela União, não pelo próprio DF. Isso é</p><p>evidenciado pelo fato de o Tribunal de Justiça do</p><p>DF ser regido pela União, e não pelo DF, conforme</p><p>estipulado</p><p>na lei orgânica do DF, que não</p><p>menciona o judiciário entre os poderes locais.</p><p>Além disso, o Ministério Público do DF está dentro</p><p>da estrutura do Ministério Público da União, assim</p><p>como a Polícia Civil e Militar do DF são organizadas</p><p>e mantidas pela União, revelando déficits na</p><p>autonomia do DF em questões judiciais, do</p><p>Ministério Público e da segurança pública.</p><p>iii. Técnicas utilizadas para repartição de competência.</p><p>● Repartição horizontal/ modelo clássico/ modelo</p><p>norte americano</p><p>○ Lista quais seriam as competências do ente</p><p>central e é silente acerca da competência</p><p>dos entes regionais.</p><p>○ Se originou com a Constituição dos Estados</p><p>Unidos de 1787, que trazia a União com</p><p>competências enumeradas e os Estados</p><p>com competências remanescentes.</p><p>○ No Brasil, aparece pela primeira vez na</p><p>Constituição de 1891. Igual aos EUA, a União</p><p>enumerada e Estados remanescentes.</p><p>■ Divisão estanque.</p><p>■ Incomunicabilidade</p><p>▪ Indo Além - É Possível a Delegação Na</p><p>Repartição Horizontal? A possibilidade de</p><p>delegação na repartição horizontal, conforme</p><p>prevista no §Ú do artigo 22 da CF, estabelece três</p><p>90</p><p>requisitos: formal, material e implícito. O requisito</p><p>formal exige uma lei complementar da União para</p><p>autorizar os Estados a legislarem sobre matérias</p><p>específicas do artigo 22, não podendo ser uma lei</p><p>ordinária. O requisito material implica que a</p><p>delegação deve ser específica para uma das</p><p>matérias dos incisos do artigo 22, não podendo ser</p><p>plena. Quanto ao requisito implícito,</p><p>fundamenta-se na isonomia, vedando preferências</p><p>entre os entes federativos, conforme o artigo 19, III</p><p>da CF. Essa homogeneidade federativa implica que</p><p>se a União delegar competências aos Estados,</p><p>deve estender essa delegação ao DF, sob pena de</p><p>violação desse princípio constitucional. A</p><p>interpretação sistemática da CF, conjugando o §Ú</p><p>do artigo 22 com o §1º do artigo 32, confirma essa</p><p>obrigação de estender a delegação ao DF para</p><p>garantir a homogeneidade federativa.</p><p>● Repartição vertical/ modelo moderno</p><p>○ A Constituição pegará uma mesma matéria</p><p>e irá atribuir aos diferentes entes da</p><p>federação, em diferentes níveis.</p><p>○ Têm-se as competências materiais comuns e</p><p>legislativas concorrentes.</p><p>○ A lógica aqui é de se unir para atingir</p><p>objetivos comuns. A repartição vertical visa</p><p>desenvolver o federalismo de cooperação,</p><p>típicos do estado social, do</p><p>constitucionalismo social. É a ideia de União,</p><p>de cooperação, de integração.</p><p>○ O federalismo cooperativo ou de cooperação</p><p>aparece pela primeira vez na Constituição de</p><p>91</p><p>Weimar de 1919. É um federalismo onde os</p><p>entes cooperam entre si.</p><p>● Mista</p><p>○ Mistura as duas técnicas acima descritas.</p><p>○ Constituição de 1988.</p><p>○ Têm-se competências exclusivas, privativas,</p><p>comuns e concorrentes em seu texto.</p><p>● Repartição de competências à luz do interesse</p><p>preponderante.</p><p>○ Interesse nacional - ente central será</p><p>competente.</p><p>○ Interesse regional - ente estadual.</p><p>● Interesse local - ente municipal ou distrital.</p><p>iv. Estado Federado</p><p>● Constituição de 1988.</p><p>○ Artigos relevantes.</p><p>■ Art. 1º, caput, da CF29:</p><p>● Princípio básico federativo -</p><p>indissolubilidade.</p><p>■ Art. 18, caput, da CF30.</p><p>c. União Federal</p><p>● Conceito</p><p>○ Ente federado central da Federação.</p><p>○ Pessoa jurídica de direito público interno que</p><p>agrega os demais entes federados.</p><p>○ União Federal # República Federativa.</p><p>30Art. 18, caput. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil</p><p>compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos</p><p>termos desta Constituição</p><p>29 Art. 1°, caput. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos</p><p>Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito</p><p>e tem como fundamentos;</p><p>92</p><p>■ A União possui autonomia e não soberania.</p><p>➝ É um ente federado.</p><p>■ República Federativa goza de soberania.</p><p>● Bens da União</p><p>○ Art. 20, da CF31.</p><p>■ Rol não taxativo, como se pode extrair do</p><p>inciso I, com a expressão “os que lhe vierem</p><p>a ser atribuídos''.</p><p>○ Critérios utilizados para definição desses bens:</p><p>■ Segurança nacional.</p><p>➝ Prevista nos incisos II, III e VII.</p><p>■ Proteção da economia do país.</p><p>➝ Prevista nos Incisos V e VIII.</p><p>■ Interesse público nacional.</p><p>➝ Previsto nos incisos II, X e XI.</p><p>■ Extensão do bem.</p><p>➝ Prevista no inciso III.</p><p>31Art. 20. São bens da União:</p><p>I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;</p><p>II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e</p><p>construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,</p><p>definidas em lei;</p><p>III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que</p><p>banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a</p><p>território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias</p><p>fluviais;</p><p>IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas;</p><p>as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de</p><p>Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental</p><p>federal, e as referidas no art. 26, II;</p><p>V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;</p><p>VI - o mar territorial;</p><p>VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;</p><p>VIII - os potenciais de energia hidráulica;</p><p>IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;</p><p>X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;</p><p>XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.</p><p>93</p><p>● Competências da União</p><p>○ Competência material</p><p>■ Trata-se de atribuição conferida ao ente</p><p>federado de, efetivamente, praticar atos</p><p>concretos que atendam interesses</p><p>individuais, relacionados ao interesse</p><p>público.</p><p>■ Competência material exclusiva.</p><p>➝ Previsão no art. 21, da CF32.</p><p>➝ Não é passível de delegação para</p><p>outros entes federados.</p><p>➝ EC 115 E 118 DE 2022: NOVAS</p><p>COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DA</p><p>UNIÃO: XXIII - Explorar os serviços e</p><p>instalações nucleares de qualquer</p><p>natureza e exercer monopólio estatal</p><p>sobre a pesquisa, a lavra, o</p><p>enriquecimento e reprocessamento, a</p><p>industrialização e o comércio de</p><p>minérios nucleares e seus derivados,</p><p>atendidos os seguintes princípios e</p><p>condições:</p><p>a) Toda atividade nuclear em</p><p>território nacional somente será</p><p>admitida para fins pacíficos e</p><p>mediante aprovação do Congresso</p><p>Nacional;</p><p>b) Sob regime de permissão, são</p><p>autorizadas a comercialização e a</p><p>utilização de radioisótopos para</p><p>32Art. 21. Compete à União (...) remetemos os alunos à leitura da Constituição Federal.</p><p>94</p><p>pesquisa e uso agrícolas e industriais;</p><p>(Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 118, de 2022)</p><p>c) Sob regime de permissão, são</p><p>autorizadas a produção, a</p><p>comercialização e a utilização de</p><p>radioisótopos para pesquisa e uso</p><p>médicos; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 118, de 2022)</p><p>d) A responsabilidade civil por</p><p>danos nucleares independe da</p><p>existência de culpa;</p><p>XXVI - organizar e fiscalizar a</p><p>PROTEÇÃO E O TRATAMENTO DE</p><p>DADOS PESSOAIS, NOS TERMOS DA</p><p>LEI. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 115, de 2022)</p><p>■ Competência material comum.</p><p>➝ Previsão no art. 23, da CF33.</p><p>➝ Atribuídas à União, Estados e</p><p>Municípios.</p><p>➝ Riscos da competência material</p><p>comum</p><p>○ Vácuo de atuação dos entes.</p><p>Caso, cada ente fique inerte,</p><p>acreditando que o outro ente irá</p><p>atuar.</p><p>○ Atuação de todos os entes, o que</p><p>poderá ocasionar uma</p><p>desorganização e,</p><p>33Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios (...) remetemos os alunos à leitura da Constituição Federal.</p><p>95</p><p>consequentemente, prejudicar a</p><p>atuação do serviço. Como</p><p>acontece no caso de aplicação</p><p>de multas, muito comum no</p><p>Direito Ambiental.</p><p>○ Visando aplacar esses riscos, o</p><p>parágrafo único34 do referido</p><p>dispositivo irá dispor sobre como</p><p>será feita essa cooperação.</p><p>■ No Direito Ambiental,</p><p>cita-se a LC n° 140/2011.</p><p>○ Competências legislativas</p><p>■ Referem-se às atribuições que o ente possui</p><p>de editar uma norma geral e abstrata,</p><p>criando e regulando direitos.</p><p>■ Competência legislativa privativa.</p><p>➝ Previsão no art. 22, da CF35.</p><p>➝ Permite-se delegação, conforme</p><p>disposto no parágrafo único36 do citado</p><p>dispositivo.</p><p>➝ Requisitos para delegação:</p><p>1. Edição de Lei</p><p>Complementar - requisito</p><p>formal.</p><p>2. Delegação de questão</p><p>específica.</p><p>36Art. 22, parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre</p><p>questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.</p><p>35Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre (...) remetemos os alunos à leitura</p><p>da Constituição Federal.</p><p>34Art. 23, parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre</p><p>a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do</p><p>desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.</p><p>96</p><p>3. A União não pode delegar</p><p>a sua competência apenas</p><p>para um ou outro Estado,</p><p>conforme dispõe o art. 19,</p><p>III, da CF37, com risco de se</p><p>criar uma desigualdade</p><p>entre os entes federados.</p><p>➢ Doutrina minoritária - Hely</p><p>Lopes - entende que é possível</p><p>delegar para uns ou para um</p><p>estado específico, porque não há</p><p>previsão expressa desse</p><p>requisito, e, no caso concreto,</p><p>pode-se ter uma delegação</p><p>específica.</p><p>➢ A União é a verdadeira titular da</p><p>competência. Uma vez delegada,</p><p>poderá, de modo discricionário e</p><p>em qualquer momento, retomar</p><p>a competência para si.</p><p>○ Paralelismo das formas -</p><p>deve ser feita por meio de</p><p>Lei Complementar</p><p>também.</p><p>➢ Não pode se ter delegação para</p><p>os Municípios. De igual modo,</p><p>não pode existir uma</p><p>subdelegação, entre os Estados</p><p>e os Municípios.</p><p>37Art. 19, III. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - criar</p><p>distinções entre brasileiros ou preferências entre si</p><p>97</p><p>→ Jurisprudência</p><p>INFO 1134 DO STF: É</p><p>inconstitucional lei estadual</p><p>que proíbe, sob pena de multa,</p><p>o corte de energia elétrica e/ou</p><p>água por falta de pagamento</p><p>sem que o consumidor seja</p><p>avisado previamente.</p><p>■ Competência legislativa concorrente</p><p>➝ Previsão no art. 2438, da CF.</p><p>➝ O legislador instituiu quais são as</p><p>regras para que se tenha a</p><p>competência legislativa concorrente.</p><p>➝ Cabe à União editar normas gerais.</p><p>○ Exemplo: Lei da Liberdade</p><p>Econômica (13.874/2019).</p><p>➝ Os Estados terão uma competência</p><p>suplementar, que é a capacidade de</p><p>editar normas que, de fato,</p><p>complementam e tratem a questão de</p><p>modo mais específico. Possuem maior</p><p>densidade normativa que podem ser</p><p>aplicadas diretamente ao caso</p><p>concreto.</p><p>➝ Os municípios não estão previamente</p><p>previstos, mas isso não significa que</p><p>eles não poderão editar normas</p><p>suplementares39.</p><p>39 Art. 30. Compete aos Municípios (...) remetemos os alunos à leitura da Constituição</p><p>Federal</p><p>Necessidade dos Municípios observarem as normas do Estado e da União.</p><p>38Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente</p><p>sobre (...) remetemos os alunos à leitura do dispositivo na Constituição.</p><p>98</p><p>➝ Diante da inércia da União em editar a</p><p>norma geral, cada Estado poderá</p><p>editar suas normas gerais e</p><p>complementares.</p><p>○ Trata- se de Competência</p><p>supletiva.</p><p>○ Se a União editar a norma geral</p><p>posteriormente, as normas</p><p>editadas pelo Estado ficarão com</p><p>eficácia suspensa e não serão</p><p>revogadas40.</p><p>○ A competência supletiva não</p><p>abrange os Municípios.</p><p>■ Indo Além - Teria Diferença Entre</p><p>Competência Exclusiva E Privativa? Há</p><p>debate na doutrina constitucional sobre a</p><p>diferenciação entre competência exclusiva e</p><p>privativa. José Afonso da Silva defende que</p><p>as exclusivas não podem ser delegadas,</p><p>citando os artigos 21 e 49 da Constituição,</p><p>enquanto as privativas permitem delegação,</p><p>exemplificadas no artigo 22 e 84. Outra</p><p>corrente, representada por Fernanda Dias e</p><p>Alexandre de Moraes, argumenta que não há</p><p>diferença real entre os termos, citando os</p><p>artigos 51 e 52 que não preveem delegação</p><p>para competências privativas. Apesar da</p><p>40Caso fossem revogadas, poderiam violar a proibição que se tem acerca do efeito</p><p>repristinatório.</p><p>99</p><p>controvérsia, algumas obras adotam a</p><p>diferenciação por razões didáticas.</p><p>● Jurisprudência sobre competência</p><p>○ É inconstitucional — por invadir a competência</p><p>privativa da União para legislar sobre águas e</p><p>energia (art. 22, IV, CF/88) e para dispor sobre os</p><p>bens federais (art. 20, III e VIII, CF/88), bem como</p><p>por ocupar indevidamente o espaço normativo da</p><p>Agência Nacional de Águas (ANA) — lei estadual</p><p>que proíbe a construção de instalações</p><p>hidrelétricas em toda a extensão de curso de</p><p>água de domínio da União. (STF. Plenário. ADI</p><p>7319/MT, Rel. Min. Edson Fachin, redator do</p><p>acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/5/2023</p><p>(Info 1093).</p><p>○ É constitucional – formal e materialmente – lei</p><p>municipal que proíbe a soltura de fogos de</p><p>artifício e artefatos pirotécnicos produtores de</p><p>estampidos.</p><p>(STF. Plenário. RE 1.210.727/SP, Rel. Min. Luiz Fux,</p><p>julgado em 9/5/2023 (Repercussão Geral – Tema</p><p>1056) (Info 1093).</p><p>● É inconstitucional, por violar competência privativa</p><p>da União para legislar sobre Direito Penal e</p><p>Material Bélico (art 22, I e XXI), norma estadual</p><p>que concede, de forma incondicionada, o porte</p><p>de arma de fogo a agentes penitenciários.</p><p>● SÚMULA VINCULANTE 38: É competente o</p><p>Município para FIXAR O HORÁRIO DE</p><p>FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO</p><p>COMERCIAL.</p><p>100</p><p>● SÚMULA VINCULANTE 49: OFENDE O PRINCÍPIO</p><p>DA LIVRE CONCORRÊNCIA lei municipal que</p><p>impede a instalação de estabelecimentos</p><p>comerciais do mesmo ramo em determinada área.</p><p>● RE 610221: Compete aos Municípios legislar sobre</p><p>assuntos de interesse local, notadamente sobre a</p><p>definição do tempo máximo de espera de clientes</p><p>em filas de instituições bancárias. STF. Plenário</p><p>virtual. RE 610221 RG, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado</p><p>em 29/04/2010.</p><p>● INFO 866 DO STF: TAXA DE COMBATE A INCÊNDIO</p><p>– INADEQUAÇÃO CONSTITUCIONAL. Descabe</p><p>introduzir no cenário tributário, como obrigação do</p><p>contribuinte, taxa visando a prevenção e o</p><p>combate a incêndios, SENDO IMPRÓPRIA A</p><p>ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO EM TAL CAMPO. STF. RE</p><p>643247, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal</p><p>Pleno, julgado em 01/08/2017, DJe 19/12/2017</p><p>(Repercussão Geral) (Info 866).</p><p>● INFO 1022 DO STF: Não afronta a competência</p><p>legislativa da União o dispositivo de constituição</p><p>estadual que proíbe a caça em seu respectivo</p><p>território.</p><p>● É inconstitucional lei estadual que dispõe acerca</p><p>das diretrizes para a solicitação de exames</p><p>laboratoriais para acompanhamento dietoterápico</p><p>por nutricionista com cobertura obrigatória pelas</p><p>operadoras de planos de saúde. Essa lei viola a</p><p>competência privativa da União para legislar sobre</p><p>direito civil e política de seguros (art. 22, I e VII,</p><p>101</p><p>CF/88). (STF. Plenário. ADI 7.552/AL, Rel. Min. Luiz</p><p>Fux, julgado em 12/08/2024 (Info 1145).41</p><p>● É inconstitucional lei estadual que restrinja, sem</p><p>justificativa razoável, a idade máxima para</p><p>ingressar no serviço voluntário. É inconstitucional</p><p>lei estadual que restrinja, sem justificativa razoável,</p><p>o prazo de duração do serviço auxiliar voluntário</p><p>para além do previsto na legislação federal. É</p><p>inconstitucional lei estadual que permita que os</p><p>prestadores de serviço voluntário realizem</p><p>atividades de guarda e policiamento. Tais</p><p>dispositivos são inconstitucionais por usurparem a</p><p>competência privativa da União para legislar sobre</p><p>normas gerais relativas às polícias militares e aos</p><p>corpos de bombeiros militares (art. 22, XXI, CF/88),</p><p>bem como por extrapolarem a competência</p><p>suplementar conferida aos estados-membros.(STF.</p><p>Plenário. ADI 3.608/GO, Rel. Min. Nunes Marques,</p><p>julgado em 12/08/2024 (Info 1145).42</p><p>● É inconstitucional norma de Constituição estadual,</p><p>oriunda de iniciativa parlamentar, que disciplina</p><p>matéria atinente à eleição dos órgãos diretivos do</p><p>tribunal de justiça local. Essa norma é</p><p>inconstitucional por violar:</p><p>○ o princípio da separação dos Poderes (art. 2º,</p><p>CF/88);</p><p>○ a autonomia dos tribunais (arts. 96, I, “a”, e</p><p>99, CF/88);</p><p>○ a reserva de lei complementar nacional</p><p>(art.</p><p>93, caput, CF/88); e</p><p>42 Incluído em 12/09/2024</p><p>41 Incluído em 12/09/2024</p><p>102</p><p>○ a reserva de iniciativa (art. 96, II, “d”, CF/88).</p><p>(STF. ADI 5.303/MT, Rel. Min. Dias Toffoli,</p><p>julgado em 12/08/2024 (Info 1145).43</p><p>● Os municípios não têm competência para legislar</p><p>sobre currículos, conteúdos programáticos,</p><p>metodologias de ensino ou modos de exercício da</p><p>atividade docente. A tentativa de proibição de</p><p>certos conteúdos pedagógicos por lei municipal,</p><p>como foi o caso em questão, é inconstitucional,</p><p>pois invade a competência da União, que já</p><p>exauriu a matéria por meio de legislação federal,</p><p>especificamente a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional). A proibição de</p><p>inclusão de expressões como “identidade de</p><p>gênero”, “ideologia de gênero” e “orientação de</p><p>gênero” no Plano Municipal de Educação viola</p><p>princípios constitucionais, como a dignidade da</p><p>pessoa humana (art. 1º, III, da CRFB) e a igualdade</p><p>entre homens e mulheres (art. 5º, I). Esses</p><p>princípios devem ser interpretados à luz dos</p><p>direitos fundamentais e dos direitos humanos, que</p><p>têm prevalência inclusive nas relações</p><p>internacionais. A dignidade da pessoa humana é</p><p>um princípio fundamental que exige o</p><p>reconhecimento e a proteção da identidade de</p><p>gênero e orientação sexual. Qualquer norma que</p><p>tente restringir ou proibir a expressão dessas</p><p>identidades viola não apenas a Constituição</p><p>Federal, mas também tratados internacionais dos</p><p>quais o Brasil é signatário, como o Pacto</p><p>Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o</p><p>43 Incluído em 12/09/2024</p><p>103</p><p>Pacto de San José da Costa Rica. O direito à</p><p>educação inclui a obrigação do Estado de</p><p>capacitar os cidadãos para participarem de uma</p><p>sociedade livre e plural. Isso envolve a promoção</p><p>de valores como a compreensão, a tolerância e a</p><p>amizade entre diferentes grupos sociais, raciais e</p><p>religiosos, conforme estabelecido por normas</p><p>internacionais de direitos humanos. A educação</p><p>deve incluir a discussão sobre as diferentes</p><p>concepções de gênero e sexualidade, como parte</p><p>do compromisso do Estado com a promoção da</p><p>igualdade e da não discriminação. O Estado deve</p><p>se abster de interferir em condutas individuais que</p><p>não prejudiquem terceiros e deve buscar viabilizar</p><p>os planos de vida dos indivíduos, preservando a</p><p>neutralidade estatal. Qualquer tentativa de o</p><p>Estado impor um modelo de expressão de</p><p>identidade é considerada uma violação dos</p><p>direitos fundamentais. A inclusão de temas</p><p>relacionados a gênero e sexualidade nos currículos</p><p>escolares é vista como uma medida essencial para</p><p>a promoção de uma sociedade igualitária e para a</p><p>proteção dos direitos humanos. A exclusão desses</p><p>temas fere o princípio da pluralidade e da</p><p>igualdade, fundamentais para a construção de</p><p>uma sociedade livre e justa. (STF. Plenário. ADPF</p><p>462/SC, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em</p><p>01/07/2024 (Info 1143)44</p><p>● Lei municipal não pode proibir o uso da linguagem</p><p>neutra nas escolas públicas ou privadas, em editais</p><p>44 Incluído em 12/09/2024</p><p>104</p><p>de concursos públicos, bem como em ações</p><p>culturais, esportivas, sociais ou publicitárias que</p><p>receberem verba pública. A Constituição Federal</p><p>atribuiu à União competência para legislar sobre</p><p>diretrizes e bases da educação nacional (art. 22,</p><p>XXIV, CF/88). Com base nessa atribuição, o</p><p>Congresso Nacional editou a Lei nº 9.394/96 (Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que</p><p>impõe a observância dos princípios da liberdade</p><p>de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o</p><p>pensamento, além do pluralismo de ideias e de</p><p>concepções pedagógicas e da promoção</p><p>humanística, científica e tecnológica do país. Os</p><p>municípios não têm competência legislativa para a</p><p>edição de normas que tratem de currículos,</p><p>conteúdos programáticos, metodologias de ensino</p><p>ou modos de exercício da atividade docente. A</p><p>proibição de divulgação de conteúdos na atividade</p><p>de ensino em escolas é uma ingerência explícita</p><p>do Poder Legislativo municipal no currículo</p><p>pedagógico ministrado por instituições de ensino</p><p>vinculadas ao Sistema Nacional de Educação. STF.</p><p>Plenário. ADPF 1.150 MC-Ref/GO e ADPF 1.155</p><p>MC-Ref/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado</p><p>em 11/06/2024 (Info 1140).45</p><p>● É inconstitucional lei estadual que concede</p><p>desconto sobre honorários de sucumbência</p><p>devidos em ações tributárias e execuções fiscais</p><p>ajuizadas. Essa norma viola a competência</p><p>privativa da União para legislar sobre direito</p><p>45 Incluído em 12/09/2024</p><p>105</p><p>processual (art. 22, I, CF/88). STF. Plenário. ADI 7.615</p><p>MC-Ref/GO, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em</p><p>05/06/2024 (Info 1139).46</p><p>d. Estados-membros</p><p>i. Conceito</p><p>● Pessoa jurídica de direito público interno</p><p>que atua como ente regional na federação</p><p>do Brasil.</p><p>ii. Formação dos Estados</p><p>● Previsão Legal</p><p>○ Art. 18, §3°47, da CF;</p><p>○ Lei n° 9.709/98.</p><p>● Formas de formação dos Estados</p><p>■ Fusão: ocorre quando dois ou mais</p><p>estados se unem e formam um novo</p><p>Estado.</p><p>➢ Para Hely Lopes - Fusão ≠</p><p>Incorporação.</p><p>○ Na incorporação, um</p><p>Estado agrega o território</p><p>de outro, mas continua</p><p>existindo.</p><p>■ Cisão: ocorre quando um único estado</p><p>se subdivide em outros Estados.</p><p>■ Desmembramento: ocorre quando um</p><p>Estado perde parte do seu território</p><p>para a formação de um outro Estado.</p><p>47 Art. 18, §3°. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se</p><p>para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante</p><p>aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso</p><p>Nacional, por lei complementar.</p><p>46 Incluído em 13/09/2024</p><p>106</p><p>● Observação: Para a professora Fernanda</p><p>Dias Menezes de Almeida, os territórios</p><p>federais pertencem à categoria de Estado</p><p>Membro.</p><p>● Requisitos para a formação do Estado</p><p>1. Consulta à população envolvida na</p><p>questão/ população diretamente</p><p>interessada</p><p>○ A consulta se dá por meio de</p><p>plebiscito, sendo aquela</p><p>realizada antes do ato.</p><p>○ A população diretamente</p><p>interessada se refere àquela</p><p>delimitada e exclusiva ao</p><p>território que será modificado.</p><p>Abarca toda a população dos</p><p>Estados que vão ter as</p><p>modificações realizadas em seu</p><p>território.</p><p>○ Entendimento adotado</p><p>pela doutrina majoritária.</p><p>○ Art. 7°, da Lei n° 9.709/9848.</p><p>2. Encaminha-se uma lei complementar</p><p>ao Congresso Nacional</p><p>○ As Assembleias Legislativas dos</p><p>Estados que terão seu território</p><p>modificado são ouvidas durante</p><p>o processo legislativo.</p><p>48Art. 7°. Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população</p><p>diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do</p><p>que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área</p><p>que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá</p><p>pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada.</p><p>107</p><p>○ O Congresso Nacional não é</p><p>obrigado a editar essa lei,</p><p>mesmo que se tenha o plebiscito</p><p>favorável.</p><p>iii. Bens dos Estados</p><p>● Previsão no art. 2649, da CF.</p><p>● Rol não taxativo.</p><p>iv. Competência dos Estados</p><p>● Em regra, residual, conforme disposto no art.</p><p>25, §1°, da CF que assim prevê: “ (...) São</p><p>reservadas aos Estados as competências que</p><p>não lhes sejam vedadas por esta</p><p>Constituição”.</p><p>○ Exceção - competência material</p><p>exclusiva - prevista no art. 25, §2°, da CF</p><p>que assim dispõe: “(...) Cabe aos</p><p>Estados explorar diretamente, ou</p><p>mediante concessão, os serviços locais</p><p>de gás canalizado, na forma da lei,</p><p>vedada a edição de medida provisória</p><p>para a sua regulamentação”.</p><p>v. Regiões metropolitanas</p><p>● Previsão normativa</p><p>■ Art. 25, §3°, da CF50.</p><p>50Art. 25. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões</p><p>metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos</p><p>de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de</p><p>funções públicas de interesse comum.</p><p>49Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:</p><p>I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,</p><p>neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;</p><p>II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas</p><p>aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;</p><p>III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;</p><p>IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.</p><p>108</p><p>○ Art. 2°, VII, da Lei nº 13.089/201551.</p><p>● Elementos</p><p>○ Conurbação.</p><p>○ Município polo.</p><p>● Exemplo: Região metropolitana do RJ.</p><p>● O Município tem que concordar em participar da</p><p>região metropolitana?</p><p>○ STF - entende que não é necessária a</p><p>concordância do ente.</p><p>○ Como fica a autonomia?</p><p>➢ A gestão da região</p><p>metropolitana é conjunta, todos</p><p>participam da gestão, sendo,</p><p>portanto, compartilhada.</p><p>➢ Não se confunde com</p><p>participação paritária.</p><p>● Natureza jurídica das regiões metropolitanas:</p><p>não há uma nova pessoa jurídica, mas sim um</p><p>órgão de planejamento.</p><p>51Art. 2°, VII. região metropolitana: unidade regional instituída pelos Estados, mediante lei</p><p>complementar, constituída por agrupamento de Municípios limítrofes para integrar a</p><p>organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum;</p><p>109</p><p>vi. Aglomeração urbana52</p><p>● Elementos</p><p>○ Conurbação;</p><p>○ Não há município polo.</p><p>○ Exemplo: ABC Paulista.</p><p>vii. Microrregião</p><p>● Prevista no art. 153, §3°, da CE de SP.</p><p>○ Não há conurbação, mas há interesses</p><p>públicos comuns das regiões próximas.</p><p>viii. Jurisprudência sobre competência dos Estados</p><p>○ "É constitucional lei estadual que proíbe, no</p><p>âmbito de seu território, a fabricação, a</p><p>venda e a e a comercialização de armas de</p><p>brinquedo que simulam armas de fogo</p><p>reais." 53</p><p>■ Atenção! Nesse caso, não está tratando</p><p>sobre material bélico e nem sobre</p><p>Direito Penal que é de competência</p><p>privativa da União. Está tratando sobre</p><p>o direito do consumidor e à proteção à</p><p>infância e à juventude que são</p><p>matérias de competência concorrente.</p><p>Logo, o Estado tem competência</p><p>suplementar para legislar sobre o</p><p>assunto, podendo inclusive prever</p><p>sanções administrativas (art 24, §2º,</p><p>CF/88).</p><p>53 STF. Plenário. ADI 5126/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/12/2022 (Info 1081).</p><p>52Art. 2°, I. aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento</p><p>de 2 (dois) ou mais Municípios limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional</p><p>e integração das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas;</p><p>110</p><p>■ Na ADI em questão, o autor</p><p>argumentou que a lei, proposta por</p><p>iniciativa parlamentar, estaria tratando</p><p>sobre matéria que é de iniciativa</p><p>privativa do Poder Executivo</p><p>(funcionamento da administração</p><p>estadual - art 61, §º. II, "e"e art 84, VI, a,</p><p>CF/88). Nesse ponto, salienta-se que é</p><p>verdade que a jurisprudência do STF</p><p>possui o entendimento de que são</p><p>vedadas a criação de novas atribuições</p><p>administrativas a um determinado</p><p>órgão da Administração Pública</p><p>estadual que modifique o rol de</p><p>atividades funcionais deste. Porém, a</p><p>lei não faz isso, já que apenas atribui</p><p>responsabilidade de fiscalização da lei</p><p>ao Poder Executivo, reconhecendo que</p><p>a ele cabe designar o órgão</p><p>responsável para tanto. Nesse sentido,</p><p>a mera circunstância de uma norma</p><p>demandar atuação positiva do Poder</p><p>Executivo não a insere no rol de leis</p><p>cuja iniciativa é privativa do Chefe do</p><p>Executivo, consoante pacificou o STF</p><p>no Tema 917. 54</p><p>54 Não usurpa competência privativa do Chefe do Poder Executivo lei que, embora crie despesa para</p><p>a Administração, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do regime jurídico</p><p>de servidores públicos (art. 61, § 1º, II, "a", "c" e "e", da Constituição Federal).</p><p>STF. Plenário. ARE 878911 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 29/09/2016 (Repercussão Geral –</p><p>Tema 917).</p><p>111</p><p>e. Municípios</p><p>i. Conceito</p><p>● Pessoa jurídica de direito público interno que</p><p>representa o ente local da federação.</p><p>● Antes da CF/88, os Municípios não eram entes</p><p>federados e não tinham autonomia.</p><p>● Após a CF/88, os Municípios passam a ser</p><p>considerados como entes federados e possuem</p><p>autonomia.</p><p>● A doutrina minoritária entende que não são entes</p><p>federados, visto que:</p><p>● Não editam uma Constituição, não possuindo,</p><p>portanto, auto organização.</p><p>● Não possuem participação no ente central.</p><p>● Não possuem Poder Judiciário próprio.</p><p>● Não possuem Poder de Polícia próprio.</p><p>ii. Formação dos Municípios</p><p>● Requisitos</p><p>○ Edição de uma Lei Complementar federal.</p><p>■ Com previsão em que período será</p><p>possível a criação de novos entes.</p><p>■ De acordo com o STF, essa Lei é</p><p>fundamental, sendo que este</p><p>dispositivo é uma norma de eficácia</p><p>limitada.</p><p>■ Até o momento, não foi editada essa</p><p>lei. Apesar de não ter sido editada,</p><p>houve a criação de novos municípios.</p><p>■ Exemplo: Criação do Município de Luís</p><p>Eduardo Magalhães/BA. O STF</p><p>entendeu como inconstitucional,</p><p>aplicando-se para frente os efeitos</p><p>112</p><p>desta decisão, concedendo o prazo de</p><p>24 meses.</p><p>➢ Edição EC 57/2008 - convalidou a</p><p>criação desses Municípios.</p><p>○ Estudo de viabilidade econômica, sendo</p><p>dada ampla publicidade a esses estudos.</p><p>○ Plebiscito.</p><p>○ Encaminha-se projeto de lei para assembleia</p><p>legislativa do respectivo Estado e, com a</p><p>aprovação da lei, ter-se-á a formação de um</p><p>novo município</p><p>iii. Bens dos Municípios</p><p>● Não foram agraciados com bens expressos na CF.</p><p>iv. Competência dos Municípios</p><p>● Previsão normativa - art. 30, da CF55.</p><p>● Competência legislativa privativa para legislar</p><p>sobre atos/assuntos locais.</p><p>→ Os Municípios detêm competência para</p><p>legislar sobre assuntos de interesse local,</p><p>ainda que, de modo reflexo, tratem de direito</p><p>comercial ou do consumidor (Info 917 do</p><p>STF)</p><p>● Competência material</p><p>○ Exclusiva - art. 30, V, da CF: “(...) organizar e</p><p>prestar, diretamente ou sob regime de</p><p>concessão ou permissão, os serviços públicos</p><p>de interesse local, incluído o de transporte</p><p>coletivo, que tem caráter essencial”.</p><p>55Art. 30. Compete aos Municípios (...) remetemos os alunos à leitura da Constituição</p><p>Federal.</p><p>113</p><p>○ Comum - art. 23, da CF: “(...) É competência</p><p>comum da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios (...)”</p><p>f. Distrito Federal</p><p>i. Natureza jurídica do Distrito Federal</p><p>● Antes da CF/1988</p><p>○ Havia diversos debates doutrinários, mas</p><p>todos apontavam que o DF não era um ente</p><p>autônomo.</p><p>○ Ruy Barbosa - entendia que o DF era quase</p><p>um Estado.</p><p>○ Hely Lopes de Meireles - entendia que o DF</p><p>era entidade estatal anômala.</p><p>○ José Afonso - entendia que o DF era uma</p><p>autarquia territorial.</p><p>● Após a CF/1988</p><p>○ O DF passou a ser tratado como uma</p><p>entidade federativa autônoma.</p><p>○ Autonomia mitigada, uma vez que algumas</p><p>atribuições foram repassadas à União.</p><p>ii. Especificidades do Distrito Federal</p><p>● Previstas no art. 3256, da CF.</p><p>56Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão emMunicípios, reger- se-á por lei orgânica,</p><p>votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da</p><p>Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta</p><p>Constituição.</p><p>114</p><p>● Não pode ser dividido emMunicípios.</p><p>● A Lei Orgânica possui natureza de Constituição</p><p>Estadual.</p><p>● A Defensoria Pública do Distrito Federal, com</p><p>advento da EC, foi transferida sua organização para</p><p>o próprio DF.</p><p>● Os serviços públicos são prestados com auxílio da</p><p>União Federal.</p><p>● Possui autonomia.</p><p>○ Mitigação: Art. 21, XIII e XIV, da CF; Art. 22,</p><p>XVII, da CF; Art. 48, IX, da CF.</p><p>● Parcelas importantes/ órgãos de poder foram</p><p>atribuídos à União.</p><p>iii. Competência</p><p>● Estadual;</p><p>● Municipal.</p><p>g. Territórios</p><p>i. Histórico</p><p>● Nas CF/46, CF/67 e CF/69 eram considerados entes</p><p>federados.</p><p>● Com a CF/88, os territórios federais, que existiam,</p><p>como Roraima e Amapá, tornaram-se Estados e</p><p>Fernando de Noronha foi integrado ao Estado de</p><p>Pernambuco.</p><p>ii. Natureza jurídica</p><p>● não são considerados entes federados.</p><p>● Como se pode extrair do art. 1° e do art. 18 da CF</p><p>● Representam mera descentralização</p><p>administrativa da União.</p><p>○ Art. 18, §2°, da CF: “Os Territórios Federais</p><p>integram a União, e sua criação,</p><p>● Senado Federal 150</p><p>● Composição 150</p><p>● Eleição 150</p><p>●Mandato dos Senadores 150</p><p>ii. Estados 150</p><p>● Assembleias Legislativas 150</p><p>●Modelo unicameral 150</p><p>● Número de deputados estaduais 150</p><p>●Mandato dos deputados estaduais 151</p><p>iii. Municípios 151</p><p>● Câmaras Municipais 151</p><p>●Modelo unicameral 151</p><p>● Critérios para elaboração da Lei Orgânica 151</p><p>d. Atribuições do Poder Legislativo 152</p><p>i. Congresso Nacional 152</p><p>● Previsão constitucional 152</p><p>● Doutrina 152</p><p>a. Competência legislativa da União 152</p><p>b. Deliberativas 152</p><p>c. Fiscalizatórias 152</p><p>● Constituinte 153</p><p>ii. Câmara dos Deputados 154</p><p>● Atribuições exclusivas 154</p><p>● Previsão constitucional. 154</p><p>iii. Senado Federal 154</p><p>● Atribuições exclusivas 154</p><p>● Previsão constitucional 155</p><p>e. Funcionamento do Poder Legislativo 155</p><p>i. União Federal 155</p><p>● Reuniões (Art. 57, da CF). 155</p><p>a. Sessões legislativas ordinárias 155</p><p>b. Recesso parlamentar 155</p><p>c. Sessão legislativa extraordinária 155</p><p>d. Sessão legislativa conjunta 156</p><p>e. Sessão preparatória 156</p><p>● Comissões Parlamentares 160</p><p>● Conceito 160</p><p>● Classificações 160</p><p>● Comissões expressas 160</p><p>11. Poder Legislativo: Comissões Parlamentares de Inquérito</p><p>(CPI) 162</p><p>a. Aspectos fundamentais 162</p><p>i. Previsões normativas 162</p><p>ii. Função 162</p><p>iii. Espécies 162</p><p>iv. Finalidade 162</p><p>v. Requisitos objetivos 162</p><p>vi. Poderes das Comissões Parlamentares de Inquérito 164</p><p>vii. Vedações à CPI 167</p><p>● Princípio da colegialidade 169</p><p>● Controle jurisdicional 170</p><p>viii. Encerramento das Comissões Parlamentares de Inquérito</p><p>170</p><p>ix. CPI´s estaduais e municipais 170</p><p>b. Jurisprudência 170</p><p>12. Poder Legislativo: parlamentares 172</p><p>a. Aspectos relacionados ao mandato 172</p><p>i. Imunidades parlamentares 172</p><p>● Previsão constitucional 172</p><p>● Origem 172</p><p>● Natureza jurídica e consequências 173</p><p>● Prerrogativas 173</p><p>● Duração 173</p><p>● Abrangência 173</p><p>● Irrenunciáveis 174</p><p>● Imunidade material 174</p><p>● Característica 174</p><p>● Imunidade formal 176</p><p>● Prisão 176</p><p>● Processo 178</p><p>● Foro por prerrogativa de função 180</p><p>● Demais garantias 183</p><p>● Garantias dos parlamentares estaduais, distritais e municipais</p><p>184</p><p>● Deputados estaduais 184</p><p>● Deputados distritais 184</p><p>● Vereadores/ parlamentares municipais 184</p><p>ii. Impedimentos e incompatibilidades 185</p><p>● Previsão constitucional. 185</p><p>● Objetivo 185</p><p>●Momentos 185</p><p>● Desde a diplomação 185</p><p>● Desde a posse 185</p><p>● Abrangência 185</p><p>● Aplicação 186</p><p>iii. Perda do mandato 186</p><p>● Previsão constitucional 186</p><p>● Formas de perda do mandato 186</p><p>● Cassação do mandato 186</p><p>● Extinção do mandato 188</p><p>● Condenação criminal 188</p><p>● Renúncia do mandato 189</p><p>13. Poder Legislativo: função fiscalizatória 190</p><p>a. Previsão normativa 190</p><p>b. Mecanismos 190</p><p>14. Poder Legislativo: processo legislativo 193</p><p>a. Aspectos introdutórios 193</p><p>i. Conceito 193</p><p>ii. Previsão normativa - Arts. 59 a 69 da CF 193</p><p>b. Esquema do processo legislativo 194</p><p>i. Fases do processo legislativo: lei complementar e ordinária 194</p><p>1º: Fase Introdutória do Processo Legislativo 194</p><p>● Iniciativa 194</p><p>● Legitimados 194</p><p>● Iniciativa privativa / reservada 195</p><p>● Poder Constituinte Derivado 196</p><p>● Violação da iniciativa privativa 196</p><p>● Iniciativa popular 197</p><p>● Em qual Casa será iniciado o processo legislativo? 200</p><p>2º: Fase Constitutiva do Processo Legislativo 201</p><p>● Deliberação parlamentar: ocorre a discussão e votação. 201</p><p>● Deliberação executiva 210</p><p>3º: Fase Complementar do Processo Legislativo 215</p><p>● Promulgação 215</p><p>● Publicação 216</p><p>● Condições de eficácia e aplicação 216</p><p>c. Emenda constitucional 217</p><p>○ Durante Estado de Intervenção Federal 217</p><p>○ Estado de sítio 217</p><p>● 1º: Fase introdutória 222</p><p>● 2º: Fase constitutiva 224</p><p>● 3º: Fase complementar 225</p><p>d.Leis Delegadas 226</p><p>1. Funcionamento 226</p><p>2. Formas de Lei delegada 227</p><p>● Típica 227</p><p>● Atípica 227</p><p>3. Decumprimento dos limites previstos na Resolução 228</p><p>4. Controle de constitucionalidade 228</p><p>e. Medidas Provisórias 228</p><p>i. Conceito 228</p><p>ii. Previsão normativa 229</p><p>iii. Natureza jurídica 229</p><p>iv. Decisões judiciais sobre medidas provisórias 229</p><p>v. Previsão no direito alienígena 231</p><p>vi. Processo legislativo das medidas provisórias 232</p><p>● 1ª fase: Pré-Congressual: o Presidente da República, na sua</p><p>competência exclusiva, irá editar essa Medida Provisória,</p><p>seguindo os pressupostos formais e materiais. 232</p><p>● 2ª Fase: Congressual 235</p><p>● 3ª Fase: Resultados 237</p><p>f. Decretos Legislativos e Resoluções 239</p><p>i. Decretos legislativos 239</p><p>● Processo legislativo 239</p><p>ii. Resoluções 239</p><p>● Processo legislativo 239</p><p>15. Poder Executivo 240</p><p>a. Previsão constitucional 240</p><p>b. Funções 240</p><p>i. Típica 240</p><p>ii. Atípica 240</p><p>c. Estrutura 240</p><p>i. Previsão constitucional 240</p><p>d. Sistema Presidencialista 241</p><p>i. Características 241</p><p>● Executivo uno 241</p><p>● Rígida separação de poderes 241</p><p>● Irresponsabilidade do Presidente da República frente ao</p><p>Parlamento 241</p><p>e. Sistema Parlamentarista 241</p><p>i. Características 241</p><p>● Executivo dual 241</p><p>● Flexibilização da separação de poderes 242</p><p>● Responsabilização política do Chefe de Governo perante o</p><p>Parlamento 242</p><p>f. Poder Executivo Federal 242</p><p>i. Eleição 242</p><p>ii. Posse 243</p><p>● Após a EC n° 111 de 2021 243</p><p>iii. Mandato 243</p><p>iv. Substituição e sucessão 243</p><p>● Substituição 243</p><p>○ Impedimento transitório e temporário 243</p><p>○ Substituto natural - Vice-Presidente da República 244</p><p>○ Substitutos eventuais 244</p><p>○ STF ADPF 402 244</p><p>● Sucessão 244</p><p>○ Sucessor único - Vice-Presidente da República. 244</p><p>○ Dupla vacância nos dois primeiros anos 244</p><p>○ Dupla vacância nos últimos dois anos 244</p><p>○ Art. 224, do Código Eleitoral 245</p><p>v. Atribuições do Presidente da República 247</p><p>● Previsão constitucional 247</p><p>● Competência privativa 247</p><p>● Edição de Decretos 248</p><p>○ Decretos regulamentares 248</p><p>○ Decretos autônomos 248</p><p>vi. Vice-Presidente da República 248</p><p>● Atribuições - art. 79, da CF 248</p><p>● Eleição 249</p><p>vii. Ministros de Estado 249</p><p>● Previsão constitucional 249</p><p>● Nomeação livre e exoneração ad nutum 249</p><p>● Limitação e requisitos 249</p><p>viii. Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional 249</p><p>g. Poder Executivo Estadual e Municipal 249</p><p>i. Estadual 249</p><p>● Eleições 250</p><p>ii. Municipal 250</p><p>● Eleição 250</p><p>h. Responsabilidade do Presidente da República 250</p><p>i. Infrações penais comuns 250</p><p>● Regras especiais - art. 86 da CF 250</p><p>○ Foro por prerrogativa de função 250</p><p>○ Autorização de ⅔ dos membros da Câmara dos Deputados</p><p>Federais 251</p><p>○ Suspensão das suas funções pelo prazo de até 180 (cento e</p><p>oitenta) dias 251</p><p>○ Prisão apenas nos casos de sentença condenatória nas</p><p>infrações penais comuns 252</p><p>○ Responsabilização por atos estranhos ao exercício do cargo</p><p>252</p><p>ii. Crimes de responsabilidade 252</p><p>● Conceito 252</p><p>○ Competência privativa da União Federal 253</p><p>○ Lei n° 1.079/1950 253</p><p>● Processo de impeachment 253</p><p>○ Natureza política 253</p><p>○ Fases 253</p><p>● Juízo de admissibilidade 254</p><p>● Processamento e julgamento 254</p><p>● Recebimento 254</p><p>● Pronúncia 254</p><p>● Julgamento do mérito 255</p><p>● Sanções aplicáveis 255</p><p>● Caso Dilma Rousseff 256</p><p>● Controle jurisdicional 256</p><p>i. Administração Pública 256</p><p>i. Previsão constitucional 256</p><p>ii. Princípio da legalidade 256</p><p>iii. Princípio da impessoalidade 257</p><p>iv. Princípio da Moralidade 257</p><p>v. Princípio da Publicidade 257</p><p>● Dispositivos constitucionais 257</p><p>● Lei n° 12.527/2011 257</p><p>○ Princípios 258</p><p>○ Procedimento 258</p><p>○ Sigilo 259</p><p>vi. Princípio da eficiência 259</p><p>vii. Regra do concurso público 259</p><p>● Descumprimento da regra 260</p><p>○ Art. 37, §2°, da CF 260</p><p>○ Nulidade do ato 260</p><p>○ Punição da autoridade responsável nos termos da lei 260</p><p>● Funções em confiança e cargo em comissão 260</p><p>○ Súmula vinculante n° 13 260</p><p>16. Poder Judiciário 261</p><p>a. Funções 261</p><p>i. Típica 261</p><p>ii. Atípicas 261</p><p>b. Garantias 261</p><p>i. Garantias institucionais 261</p><p>1. Autonomia administrativa 262</p><p>2. Autonomia financeira 262</p><p>● Previsão constitucional. 262</p><p>ii. Garantias funcionais 263</p><p>● Vitaliciedade 263</p><p>● Inamovibilidade 264</p><p>● Irredutibilidade dos subsídios 264</p><p>iii. Vedações - art. 95, parágrafo único, da CF 264</p><p>c. Estrutura 268</p><p>● Previsão normativa - art. 92, da CF 268</p><p>i. Supremo Tribunal Federal 268</p><p>● Previsão normativa 268</p><p>● Composição 268</p><p>● Nomeação 269</p><p>● Recurso Extraordinário</p><p>transformação em Estado ou reintegração ao</p><p>115</p><p>Estado de origem serão reguladas em lei</p><p>complementar”.</p><p>iii. Criação e modificação</p><p>● Reguladas por lei complementar, a qual é editada</p><p>pela União.</p><p>iv. Organização administrativa e judiciária</p><p>● Regulada por lei ordinária.</p><p>○ Art. 33, caput, da CF: “A lei disporá sobre a</p><p>organização administrativa e judiciária dos</p><p>Territórios”.</p><p>● Possibilidade de serem divididos em Municípios,</p><p>os quais detêm autonomia.</p><p>v. Conta do governo</p><p>● Art. 33, §2°, da CF: “As contas do Governo do</p><p>Território serão submetidas ao Congresso Nacional,</p><p>com parecer prévio do Tribunal de Contas da</p><p>União”.</p><p>● Não há um Tribunal de Contas específico.</p><p>h. Federação e COVID-19</p><p>i. Distribuição das competências</p><p>○ Qual ente federado tem competência para</p><p>adotar as medidas de enfrentamento à</p><p>pandemia?</p><p>■ Dispositivos</p><p>➢ Art. 21, XVIII.</p><p>➢ Art. 23, II.</p><p>➢ Art. 24, XII.</p><p>116</p><p>■ Posicionamentos</p><p>➢ 1ª Corrente - competência tanto</p><p>material quanto legislativa será da</p><p>União Federal</p><p>➢ Tal argumento se baseia no que</p><p>é disposto no art. 21, XVIII.</p><p>➢ Antes da CF, sempre foi atribuída</p><p>aos Estados essa competência,</p><p>cabendo à União prestar socorro</p><p>a esses entes. No entanto, os</p><p>Estados não estavam</p><p>minimamente possibilitados a</p><p>lidar com as situações.</p><p>➢ Somado a isso, em uma situação</p><p>pandêmica poderia se ocasionar</p><p>uma situação de desigualdade</p><p>regional.</p><p>➢ Sustentam que os demais</p><p>dispositivos tratam de questões</p><p>de cuidados ordinários de saúde</p><p>pública, enquanto que nas</p><p>questões extraordinárias, como</p><p>no caso de pandemia, caberia à</p><p>União a competência.</p><p>➢ 2ª Corrente - majoritária -</p><p>Competência comum e concorrente</p><p>entre os entes federados</p><p>➢ Para a professora Fernanda Dias</p><p>Menezes de Almeida, o inciso</p><p>XVIII está mal colocado e</p><p>analisando-se o dispositivo,</p><p>117</p><p>tem-se que caberá à União o</p><p>papel de organização.</p><p>➢ Situação política, visto que muita</p><p>das vezes, naquele momento</p><p>específico os Estados e</p><p>Municípios podem estar mais</p><p>preparados para lidar com</p><p>situações específicas.</p><p>○ Medidas de combate à pandemia</p><p>■ Edição da lei federal n° 13.979/2020.</p><p>➢ Sofreu algumas alterações posteriores</p><p>por meio de Medidas Provisórias, as</p><p>quais posteriormente foram</p><p>convertidas em lei.</p><p>■ Decisões do STF</p><p>➢ Medida Cautelar na ADI 6341 - adotou</p><p>a segunda corrente, prevendo</p><p>expressamente que cabe a todos os</p><p>entes federados a competência de</p><p>combate à pandemia, trazendo o que</p><p>é previsto também no art. 198, I da CF.</p><p>➢ Não compete, portanto, ao</p><p>Poder Executivo federal afastar</p><p>as medidas adotadas pelos</p><p>demais entes federados,</p><p>aplicando-se apenas as medidas</p><p>que aquele entender a, cabendo</p><p>ao Estado definir quais são as</p><p>medidas adequadas a serem</p><p>adotadas.</p><p>➢ ADI 6363 - STF julgou improcedente a</p><p>ação que impugnava alguns</p><p>118</p><p>dispositivos previstos na lei federal que</p><p>autorizava os gestores locais, sem</p><p>autorização do Ministério da Saúde,</p><p>requisitar bens e serviços com vistas</p><p>ao combate da pandemia.</p><p>➢ ADPF 770 e ACO 3.451 - STF entendeu</p><p>que os Municípios, Estados e DF vão</p><p>poder dispensar as suas populações</p><p>das vacinas que disponham, desde</p><p>que estas vacinas tenham sido</p><p>aprovadas pela ANVISA ou que fique</p><p>comprovada a eficácia por entes</p><p>estrangeiros.</p><p>➢ ACO 3463 - Estado de SP adquiriu</p><p>insumos para a vacinação e os</p><p>pagamentos já haviam sido</p><p>empenhados, mas ainda não haviam</p><p>sido liquidados e os bens não tinham</p><p>sido entregues. Nesse interregno, a</p><p>União Federal requisitou tais bens.</p><p>➢ O STF entendeu que esta</p><p>requisição era inconstitucional,</p><p>visto que os bens já seriam do</p><p>Estado de São Paulo e este teria</p><p>sua autonomia violada em razão</p><p>da requisição da União.</p><p>➢ ACO 3463 - Estado de SP adquiriu</p><p>insumos para a vacinação e os</p><p>pagamentos já haviam sido</p><p>empenhados, mas ainda não haviam</p><p>sido liquidados e os bens não tinham</p><p>119</p><p>sido entregues. Nesse interregno, a</p><p>União Federal requisitou tais bens.</p><p>➢ INFO 1127 DO STF: No final de</p><p>dezembro de 2023, o Ministério da</p><p>Saúde incluiu a vacina pediátrica</p><p>contra a Covid-19 no Calendário</p><p>Nacional de Vacinação, tornando-a</p><p>obrigatória para crianças. Contudo,</p><p>vários municípios de Santa Catarina se</p><p>opuseram e emitiram decretos</p><p>dispensando a exigência de</p><p>comprovante de vacinação para</p><p>matrículas escolares. O STF, em</p><p>resposta a uma ADPF, concedeu uma</p><p>medida cautelar suspendendo os</p><p>efeitos desses decretos, enfatizando</p><p>que a decisão de vacinar as crianças</p><p>não é individual, mas sim uma</p><p>obrigação ligada ao dever geral de</p><p>proteção, especialmente do Estado.</p><p>Essa medida é respaldada pelo direito</p><p>de todos os brasileiros a um ambiente</p><p>sanitariamente seguro, previsto</p><p>inclusive no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, e reiterada por decisões</p><p>anteriores do STF, como no</p><p>julgamento do Tema 1.103 da</p><p>repercussão geral.</p><p>i. Casos Concretos Envolvendo Conflito de Competência</p><p>● Gratuidade em Estacionamento: O Supremo Tribunal</p><p>Federal (STF) definiu que a competência para legislar</p><p>sobre estacionamento é da União, considerando-se</p><p>120</p><p>matéria de direito civil, proibindo intervenções estaduais</p><p>e municipais nesse campo.</p><p>● Segurança de Estacionamento e Regime de</p><p>Contratação de Funcionários: Decisões do STF apontam</p><p>que leis estaduais que regulamentam a segurança e o</p><p>regime de contratação em estacionamentos violam a</p><p>competência privativa da União para legislar sobre</p><p>direito civil e do trabalho.</p><p>● Atividade de Despachante: O STF considerou</p><p>inconstitucional a tentativa de um estado de</p><p>regulamentar a atividade de despachante, competência</p><p>exclusiva da União emmatéria de direito do trabalho.</p><p>● Empacotadores em Supermercados: Leis estaduais que</p><p>obrigam a presença de empacotadores em</p><p>supermercados foram declaradas inconstitucionais por</p><p>violarem a livre iniciativa e a competência da União sobre</p><p>direito do trabalho.</p><p>● Prioridade em Processos de Violência Doméstica: O</p><p>STF considerou inconstitucional uma lei estadual que</p><p>priorizava processos envolvendo violência doméstica,</p><p>visto que a legislação processual é competência</p><p>exclusiva da União.</p><p>● Telefonia Celular e Plano de Saúde: Leis estaduais</p><p>regulando telefonia celular e prazos de autorização em</p><p>planos de saúde foram consideradas inconstitucionais,</p><p>por invadirem competências privativas da União.</p><p>● Comércio Exterior e Multas de Trânsito:</p><p>Regulamentações estaduais sobre comércio exterior e</p><p>multas de trânsito foram declaradas inconstitucionais</p><p>por violarem a competência exclusiva da União.</p><p>● Sistema de Cotas: A competência para legislar sobre</p><p>cotas é atribuída à União, mas em concursos públicos e</p><p>121</p><p>universidades, a esfera federativa respeita a natureza do</p><p>concurso.</p><p>● Transporte Intermunicipal e Meio Ambiente: O</p><p>transporte intermunicipal é de competência residual dos</p><p>Estados, enquanto a legislação ambiental é concorrente,</p><p>com o Município podendo legislar sobre questões locais.</p><p>● Informativos relevantes: 1053; 1055; 1060; 1062; 1063;</p><p>1069; 1071; 1073; 1074; 1085; 1087; 1098; 1099; 1100; 1101; 1111;</p><p>1112; 1114; 1116 e ADI 6468.</p><p>j. Considerações Finais Sobre a Repartição de Competências</p><p>e o Federalismo</p><p>● As competências enumeradas (tanto administrativas</p><p>quanto legislativas) da União na repartição horizontal,</p><p>não estão apenas nos artigos 21 e 22. Isso porque existem</p><p>outras competências enumeradas para a União no</p><p>decorrer da Constituição. O artigo 48, 49, 149, 164, 177,</p><p>178, 182, 185, I, 184 são exemplos de outras competências</p><p>enumeradas para a União.</p><p>● O mesmo ocorre com relação aos Municípios. As</p><p>competências enumeradas dos Municípios não estão</p><p>apenas no artigo 30 da CF. Existem outras competências</p><p>dos Municípios no decorrer da CF. Por exemplo, o artigo</p><p>144, §8º e 182, §1º. Ressalta-se que, quanto ao artigo 144,</p><p>§8º, em 2014 adveio a lei 13.022 que dispõe sobre o</p><p>estatuto geral das guardas municipais.</p><p>● Na repartição horizontal de competências, geralmente,</p><p>os Estados detêm competência remanescente. No</p><p>entanto, há exceções delineadas nos artigos 25, §2º, 25,</p><p>§3º e 18, §4º da Constituição, que enumeram</p><p>competências específicas</p><p>para os Estados, indo além da</p><p>122</p><p>mera residualidade. Estes artigos destacam áreas em</p><p>que os Estados têm competências delimitadas, embora</p><p>não sejam da alçada da União ou dos Municípios. Assim,</p><p>os Estados possuem competências enumeradas de</p><p>forma excepcional, além das competências</p><p>remanescentes.</p><p>● A Constituição Federal estabelece vedações explícitas ao</p><p>exercício das competências federativas, visando</p><p>preservar o equilíbrio entre os entes federativos. Artigos</p><p>como o 19, incisos I, II e III, destacam limitações como o</p><p>Estado laico, a validade nacional de documentos</p><p>públicos e a proibição de discriminação entre brasileiros.</p><p>Além disso, o artigo 150 estabelece limitações ao poder</p><p>de tributar, considerado cláusula pétrea pelo STF, e o</p><p>artigo 152 também traz vedações. Na distribuição de</p><p>competências, prevalece o princípio da primazia de</p><p>interesses, em que a definição é baseada na distinção</p><p>entre interesse nacional, atribuído à União, interesse</p><p>regional, aos Estados, e interesse local, aos Municípios.</p><p>● As competências administrativas comuns não se</p><p>esgotam no artigo 23, por conta de outros artigos como</p><p>o 179, 180, 215. Assim, o rol do 23 não esgota as</p><p>competências.</p><p>● Da mesma forma, as competências legislativas</p><p>concorrentes não se esgotam no artigo 24. Há</p><p>competência concorrente também no artigo 22, IX, XXI,</p><p>XXIV e XXVII; artigo 21, XX e XXI, artigo 61, §1º, d, artigo 146,</p><p>artigo 236, §2º, entre outros. O rol do 24, portanto, não</p><p>esgota as competências.</p><p>123</p><p>8. Intervenção</p><p>a. Intervenção: aspectos introdutórios</p><p>i. Importância da intervenção</p><p>● Em uma federação, convive-se uma constante</p><p>tensão. Isso porque há uma contraposição entre:</p><p>um Estado que é dotado de unidade e uma</p><p>descentralização do poder político. Para que seja</p><p>possível balancear esses dois lados, há previsão de</p><p>alguns mecanismos na Constituição, sendo que o</p><p>mais drástico é a intervenção realizada por entes</p><p>mais abrangentes nos entes menos abrangentes.</p><p>ii. A intervenção é umamedida excepcional57</p><p>● Art. 34, da CF: “ A União não intervirá nos Estados</p><p>nem no Distrito Federal (regra), exceto para (...)”.</p><p>○ Perceba que o artigo 34 estabelece que a</p><p>regra é a não intervenção, sendo a</p><p>intervenção a exceção.</p><p>iii. Observação:</p><p>● O fato de a União ter o condão de interferir no</p><p>Estado não significa que a União é superior</p><p>hierarquicamente aos demais entes. E, o fato de o</p><p>Estado possuir o poder de interferir nos municípios</p><p>não significa que há uma hierarquia entre eles.</p><p>○ Lembre-se! Não há hierarquia entre os entes.</p><p>iv. Natureza jurídica da intervenção:</p><p>● Doutrina majoritária (Min. Ricardo Lewandowski):</p><p>a intervenção tem natureza de ato político, sendo</p><p>um ato de governo. E, com isso, o controle judicial</p><p>57 Lembrar sempre disso!</p><p>124</p><p>fica mais restrito e há uma discricionariedade</p><p>envolvida.</p><p>● Doutrina minoritária (Pontes de Miranda): a</p><p>intervenção se trata de um ato jurídico e, com isso,</p><p>é passível de controle do poder judiciário, estando</p><p>vinculado àquelas circunstâncias.</p><p>b. Intervenção Federal</p><p>i. Previsão normativa</p><p>Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito</p><p>Federal, exceto para:</p><p>I - manter a integridade nacional;</p><p>II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da</p><p>Federação em outra;</p><p>III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;</p><p>IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas</p><p>unidades da Federação;</p><p>V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:</p><p>a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais</p><p>de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;</p><p>b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias</p><p>fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos</p><p>estabelecidos em lei;</p><p>VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;</p><p>VII - assegurar a observância dos seguintes princípios</p><p>constitucionais:</p><p>a) forma republicana, sistema representativo e regime</p><p>democrático;</p><p>b) direitos da pessoa humana;</p><p>c) autonomia municipal;</p><p>d) prestação de contas da administração pública, direta e</p><p>indireta.</p><p>125</p><p>e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de</p><p>impostos estaduais, compreendida a proveniente de</p><p>transferências, na manutenção e desenvolvimento do</p><p>ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de</p><p>2000</p><p>○ O artigo 34 é um rol taxativo.</p><p>ii. Princípios: Os princípios da intervenção são quatro:</p><p>excepcionalidade, necessidade, taxatividade e temporalidade.</p><p>O princípio da excepcionalidade estabelece que a intervenção</p><p>é uma medida excepcional no federalismo, contrapondo-se à</p><p>autonomia dos entes federativos. O princípio da necessidade</p><p>determina que a intervenção só ocorre se não houver outro</p><p>meio menos gravoso para reestabelecer o equilíbrio. O</p><p>princípio da taxatividade define que as hipóteses de</p><p>intervenção previstas na Constituição constituem um rol</p><p>taxativo, não havendo outras possibilidades. Por fim, o</p><p>princípio da temporalidade estipula que o decreto de</p><p>intervenção deve ter prazo determinado, assegurando que a</p><p>intervenção seja uma exceção temporária para restabelecer a</p><p>normalidade.</p><p>iii. Entes possíveis de intervenção</p><p>● A União pode intervir nos Estados membros, no DF</p><p>e nos municípios localizados nos territórios.</p><p>○ A União não intervém nos municípios</p><p>localizados em Estados- membros e nos</p><p>Territórios Federais.</p><p>iv. Objetivo da intervenção federal</p><p>● Preservar o pacto federativo e fazer cumprir os</p><p>princípios e regras constitucionais.</p><p>v. Hipóteses de intervenção</p><p>● Manter integridade nacional;</p><p>126</p><p>○ Exemplo: o Rio Grande do Sul inicia um forte</p><p>movimento para se separar do restante do</p><p>Brasil.</p><p>● Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade</p><p>da Federação em outra;</p><p>● Pôr termo a grave comprometimento da ordem</p><p>pública;</p><p>○ Exemplo: o Estado-membro não está</p><p>conseguindo controlar o crime organizado</p><p>● Garantir o livre exercício de qualquer dos</p><p>Poderes nas unidades da Federação</p><p>● Reorganizar as finanças da unidade da</p><p>Federação que:</p><p>○ suspender o pagamento da dívida fundada</p><p>por mais de dois anos consecutivos58, salvo</p><p>motivo de força maior;</p><p>■ Dívida fundada: relativa a</p><p>compromissos de exigibilidade</p><p>superior a doze meses, contraídos em</p><p>função de desequilíbrio orçamentário</p><p>ou financeiro de obras e serviços</p><p>públicos.</p><p>○ deixar de entregar aos Municípios receitas</p><p>tributárias fixadas nesta Constituição, dentro</p><p>dos prazos estabelecidos em lei;</p><p>● Prover a execução de lei federal, ordem ou</p><p>decisão judicial;</p><p>○ Não se configura hipótese de cabimento de</p><p>intervenção federal o não pagamento de</p><p>precatório, quando os recursos do Estado</p><p>são limitados e há outras obrigações de</p><p>58 Guardar esse prazo, porque cai em provas objetivas.</p><p>127</p><p>idêntica hierarquia, como a continuidade na</p><p>prestação de serviços básicos.59</p><p>○ O trânsito em julgado da decisão não é</p><p>pressuposto para intervenção (STF, IF 94)</p><p>● Assegurar a observância dos seguintes princípios</p><p>constitucionais: a) forma republicana, sistema</p><p>representativo e regime democrático; b) direitos da</p><p>pessoa humana; c) autonomia municipal; d)</p><p>prestação de contas da administração pública,</p><p>direta e indireta, e) aplicação do mínimo exigido da</p><p>receita resultante de impostos estaduais,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na</p><p>manutenção e desenvolvimento do ensino e nas</p><p>ações e serviços públicos de saúde.</p><p>○ Tais princípios são denominados como</p><p>sendo princípios sensíveis.</p><p>vi. Competência para decretar intervenção federal</p><p>● A competência para decretar e executar uma</p><p>intervenção federal é do Presidente da República.</p><p>○ Art. 84, X, da CF/8860.</p><p>vii. Espécies de intervenção federal</p><p>● Espontânea: não há necessidade de provocação,</p><p>basta que ocorra uma das hipóteses previstas no</p><p>60 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>X - decretar e executar a intervenção federal;</p><p>59 O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura</p><p>pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. Para que</p><p>seja decretada a intervenção</p><p>federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagar</p><p>precatórios é necessário que fique comprovado que esse descumprimento é voluntário e</p><p>intencional. Se ficar demonstrado que o ente não pagou por dificuldades financeiras não</p><p>há intervenção.</p><p>(STF. Plenário. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 5114/RS, rel. Min. Cezar Peluso, julgado</p><p>em 28/3/2012).</p><p>128</p><p>art. 34, incisos I, II, III e V61, atuando o Presidente de</p><p>ofício.</p><p>○ O Presidente da República possui</p><p>discricionariedade.</p><p>● Provocada por solicitação62(art. 34, inciso IV, da</p><p>CF c/c primeira parte do artigo 36, I, CF63): O Poder</p><p>Executivo ou o Poder Legislativo de determinado</p><p>ente, quando coacto ou impedido, irá solicitar (é</p><p>um pedido) ao Presidente da República a</p><p>intervenção Federal para garantir o seu livre</p><p>exercício</p><p>○ O Presidente da República possui</p><p>discricionariedade, de modo que pode</p><p>aceitar ou não a solicitação.</p><p>● Provocada (é uma ordem) por requisição::</p><p>○ 1ª hipótese (artigo 34, IV c/c artigo 36, I,</p><p>primeira parte, CF/88): ocorre quando houver</p><p>coação exercida contra o Poder Judiciário →</p><p>dependerá de requisição do Supremo</p><p>63 Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:</p><p>I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto</p><p>ou impedido (....)</p><p>Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:</p><p>IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;</p><p>62Solicitada - O Presidente da República permanece com discricionariedade.</p><p>O pedido deve ser expresso e claro, não sendo necessária uma forma específica.</p><p>61 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:</p><p>I - manter a integridade nacional;</p><p>II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;</p><p>III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;</p><p>V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:</p><p>a) suspender o pagamento da dívida fundada (toda obrigação que o Estado contrai para</p><p>o aumento de capital, compreendendo os compromissos de exigibilidade superior a</p><p>doze meses,) por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;</p><p>b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro</p><p>dos prazos estabelecidos em lei;</p><p>129</p><p>Tribunal Federal para o Presidente da</p><p>República.</p><p>○ 2ª hipótese (artigo 34, VI, segunda parte c/c</p><p>artigo 36, II, CF/88): no caso de</p><p>desobediência a ordem ou decisão judicial,</p><p>a decretação dependerá de requisição do</p><p>STF, do STJ ou do TSE, a depender da</p><p>matéria64.</p><p>■ Na hipótese de intervenção provocada</p><p>por requisição, o Presidente da</p><p>República está vinculado a decretar a</p><p>intervenção federal, sob pena de</p><p>responsabilidade.</p><p>Requisição do</p><p>STF</p><p>quando houver</p><p>coação exercida</p><p>contra o Poder</p><p>Judiciário como</p><p>um todo.</p><p>Requisição do</p><p>STF</p><p>no caso de</p><p>desobediência de</p><p>ordem ou</p><p>decisão judicial</p><p>provenientes do</p><p>STF</p><p>Requisição do</p><p>STJ</p><p>no caso de</p><p>desobediência de</p><p>ordem ou</p><p>decisão judicial</p><p>provenientes do</p><p>STJ, ainda que</p><p>seus</p><p>64 Doutrina - Ricardo Lewandowski: TSE apenas nos casos de competência eleitoral, STJ</p><p>diante das hipóteses em que a competência recursal é do STJ e no caso do STF, nas</p><p>matérias de competência do STF. Uma vez requisitado, é um ato vinculado e caso não</p><p>haja o cumprimento por parte do Presidente da República, poderá este praticar um crime</p><p>de responsabilidade, previsto no art. 85, VII, da CF.</p><p>130</p><p>fundamentos</p><p>estejam</p><p>amparados em</p><p>preceitos</p><p>inscritos na</p><p>Constituição</p><p>Requisição do</p><p>TSE</p><p>no caso de</p><p>desobediência de</p><p>ordem ou</p><p>decisão judicial</p><p>provenientes do</p><p>TSE</p><p>Provimento do</p><p>STF por</p><p>representação</p><p>do PGR (ADI</p><p>interventiva)</p><p>para prover a</p><p>execução de lei</p><p>federal.</p><p>Provimento do</p><p>STF por</p><p>representação</p><p>do PGR (ADI</p><p>interventiva)</p><p>para garantir os</p><p>princípios</p><p>sensíveis</p><p>131</p><p>● Provocada, dependendo de provimento de</p><p>representação interventiva:</p><p>○ Ofensa aos princípios constitucionais</p><p>sensíveis (artigo 34, VII65 c/c artigo 36, III,</p><p>primeira parte, CF/88): dependerá de</p><p>provimento, pelo STF, de representação do</p><p>Procurador-Geral da República</p><p>(representação interventiva - será estudada</p><p>essa representação no capítulo sobre</p><p>controle de constitucionalidade). Se o STF</p><p>julgar a ação procedente, deverá levar ao</p><p>conhecimento do Presidente da República</p><p>65 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:</p><p>VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:</p><p>a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;</p><p>Julgado correlato: "Comprometimento das funções governamentais no âmbito dos Poderes</p><p>Executivo e Legislativo. Fatos graves objeto de inquérito em curso no STJ. Ofensa aos princípios</p><p>inscritos no art. 34, VII, a, da CF. (...) Enquanto medida extrema e excepcional, tendente a repor</p><p>estado de coisas desestruturado por atos atentatórios à ordem definida por princípios</p><p>constitucionais de extrema relevância, não se decreta intervenção federal quando tal ordem já</p><p>tenha sido restabelecida por providências eficazes das autoridades competentes".</p><p>b) direitos da pessoa humana;</p><p>Julgado correlato:" (...) Representação que merece conhecida, por seu fundamento: alegação de</p><p>inobservância pelo Estado-membro do princípio constitucional sensível previsto no art. 34, VII, b, da</p><p>Constituição de 1988, quanto aos "direitos da pessoa humana". (...) Hipótese em que estão em causa</p><p>"direitos da pessoa humana", em sua compreensão mais ampla, revelando-se impotentes as</p><p>autoridades policiais locais para manter a segurança de três presos que acabaram subtraídos de sua</p><p>proteção, por populares revoltados pelo crime que lhes era imputado, sendo mortos com requintes</p><p>de crueldade. Intervenção federal e restrição à autonomia do Estado-membro. Princípio federativo.</p><p>Excepcionalidade da medida interventiva. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso, segundo as</p><p>informações, está procedendo à apuração do crime. Instaurou-se, de imediato, inquérito policial,</p><p>cujos autos foram encaminhados à autoridade judiciária estadual competente que os devolveu, a</p><p>pedido do delegado de Polícia, para o prosseguimento das diligências e averiguações. Embora a</p><p>extrema gravidade dos fatos e o repúdio que sempre merecem atos de violência e crueldade, não se</p><p>trata, porém, de situação concreta que, por si só, possa configurar causa bastante a decretar-se</p><p>intervenção federal no Estado, tendo em conta, também, as providências já adotadas pelas</p><p>autoridades locais para a apuração do ilícito. Hipótese em que não é, por igual, de determinar-se</p><p>intervenha a Polícia Federal, na apuração dos fatos, em substituição à Polícia Civil de Mato Grosso.</p><p>Autonomia do Estado-membro na organização dos serviços de Justiça e segurança, de sua</p><p>competência"</p><p>c) autonomia municipal;</p><p>d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.</p><p>e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a</p><p>proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e</p><p>serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)</p><p>132</p><p>para que este, no prazo improrrogável de até</p><p>15 dias, tome as seguintes providências: a)</p><p>expeça decreto de intervenção; b) nomeie,</p><p>nesse mesmo decreto,66 o interventor (se</p><p>couber). Vale ressaltar que nem sempre</p><p>haverá a nomeação de interventor.67</p><p>○ Prover a execução de lei federal (artigo 34, VI,</p><p>primeira parte c/c artigo 36, III, segunda</p><p>parte): dependerá de provimento, pelo STF,</p><p>de representação do Procurador-Geral da</p><p>República (representação interventiva - será</p><p>estudada essa representação no capítulo</p><p>sobre controle de constitucionalidade).</p><p>■ Há um procedimento judicial e, ao</p><p>final, ao ser julgada procedente essa</p><p>representação interventiva, a decisão</p><p>viii. Procedimento da intervenção</p><p>● O Presidente deve ouvir o Conselho da</p><p>República e o Conselho de Defesa (art. 90, I, d e</p><p>art. 91, §1, II, da CF)68</p><p>○ Essa manifestação, que é meramente</p><p>opinativa, ocorre em que momento? Antes</p><p>ou depois do ato de intervenção.</p><p>■ Doutrina majoritária (Paulo Gonet</p><p>Branco): a manifestação deve ser antes</p><p>da intervenção e, apenas em casos</p><p>excepcionais, podem ser posteriores.</p><p>68 Trata-se do controle prévio.</p><p>67 A decretação da intervenção é vinculada, cabendo ao Presidente a mera formalização</p><p>da decisão tomada pelo STF.</p><p>66 O decreto deve limitar-se a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida</p><p>for suficiente para o restabelecimento da normalidade.</p><p>133</p><p>Na intervenção federal do Estado do</p><p>Rio de Janeiro, a manifestação dos</p><p>Conselhos foi posterior.</p><p>○ Amanifestação é obrigatória?</p><p>■ 1ª corrente - Doutrina majoritária (José</p><p>Afonso da Silva e Danniel Adriano): a</p><p>manifestação será obrigatória, visto</p><p>que a Constituição não previu</p><p>nenhuma restrição e, mesmo nos</p><p>casos em que o ato é vinculado, a</p><p>manifestação do Conselho deve ser</p><p>feita com vistas a prever os limites e os</p><p>termos da intervenção.</p><p>■ 2ª corrente - Doutrina minoritária</p><p>(Paulo Monet Branco): apenas nos</p><p>casos de intervenção espontânea terá</p><p>manifestação obrigatória</p><p>■ 3ª corrente (adotada pela CEBRASPE</p><p>na prova da PGE-ES (2023)): a</p><p>intervenção federal poderá ser</p><p>decretada sem a oitiva prévia dos</p><p>Conselhos da República e de Defesa</p><p>Nacional. Nesse ponto, Gilmar Mendes</p><p>defende que, em caso de extrema</p><p>urgência, há a possibilidade de</p><p>intervenção sem consulta prévia a</p><p>esses conselhos.</p><p>● Formalizada por meio de um Decreto</p><p>Presidencial:</p><p>○ O Decreto, elaborado pelo Presidente da</p><p>República, especificará a amplitude, o prazo</p><p>e as condições de execução e que, se couber,</p><p>134</p><p>nomeará o interventor (nem sempre será</p><p>nomeado interventor)</p><p>● Uma vez formalizado esse decreto, submete-se à</p><p>análise do Congresso Nacional, em até 24h69, para</p><p>que haja um controle político.</p><p>○ Irá analisar a extensão da intervenção,</p><p>verificando se realmente é adequada e</p><p>necessária essa medida. O Congresso</p><p>Nacional pode fazer esse controle a qualquer</p><p>momento da intervenção, de modo que,</p><p>apesar de em um primeiro momento ele</p><p>entender como necessária a intervenção</p><p>(dentro das 24 horas), pode, posteriormente,</p><p>entender como não necessária a</p><p>intervenção.</p><p>○ O texto constitucional somente dispensa a</p><p>apreciação do Congresso Nacional nos casos</p><p>do artigo 34, VI e VII– para prover a execução</p><p>de lei federal, ordem ou decisão judicial, ou</p><p>ofensa aos princípios sensíveis que são os</p><p>casos de requisição do Judiciário.70</p><p>○ A negativa do Congresso Nacional possui</p><p>efeitos ex nunc ou ex tunc?</p><p>■ 1ª corrente: ex nunc</p><p>■ 2ª corrente: ex tunc</p><p>● Controle do Poder Judiciário</p><p>○ A intervenção é um ato de natureza política,</p><p>mas pode ser submetida a controle judicial</p><p>se houver descumprimento de</p><p>70 Lembre-se que, se for requisição feita pelo STF para garantir o livre exercício do Poder Judiciário,</p><p>haverá a necessidade de apreciação do Congresso Nacional.</p><p>69 Se o Congresso estiver em recesso, haverá sessão extraordinária.</p><p>135</p><p>procedimentos constitucionais. Por exemplo,</p><p>se o Presidente decreta a intervenção no</p><p>executivo estadual por coação no legislativo,</p><p>sem a solicitação necessária do legislativo</p><p>(inciso IV), isso viola a Constituição e permite</p><p>controle judicial. Em 2005, o Presidente Lula</p><p>decretou intervenção na rede pública de</p><p>saúde do Rio de Janeiro, mas houve</p><p>problemas: a União não pode intervir em</p><p>municípios (exceto territórios), a intervenção</p><p>não foi submetida ao Congresso, e o decreto</p><p>não tinha prazo determinado. O STF, em</p><p>resposta a um mandado de segurança do</p><p>município, considerou a intervenção</p><p>inconstitucional.</p><p>● Controle Político Sobre a Intervenção:</p><p>o O Presidente pode decretar intervenção de</p><p>ofício, mas o Congresso Nacional deve</p><p>aprová-la em 24 horas, conforme os artigos</p><p>36, §1º e §2º, e 49, IV da CF. Se o Congresso</p><p>rejeitar a intervenção, ela deve ser</p><p>imediatamente suspensa. O Presidente que</p><p>não suspender a intervenção rejeitada</p><p>comete crime de responsabilidade.</p><p>o Há exceções onde o controle político pelo</p><p>Congresso não é necessário, previstas nos</p><p>artigos 34, VI e VII da CF. Nessas situações, a</p><p>intervenção apenas suspende o ato</p><p>impugnado pelo Estado para restabelecer a</p><p>normalidade, respeitando o princípio da</p><p>separação dos poderes e as decisões</p><p>judiciais.</p><p>136</p><p>o Portanto, o Congresso tem um papel crucial</p><p>no controle das intervenções, mas em casos</p><p>específicos ligados a decisões judiciais, a</p><p>aprovação pelo Congresso não é necessária</p><p>para garantir o cumprimento das ordens</p><p>judiciais.</p><p>● Duração da Intervenção: tempo estritamente</p><p>necessário.</p><p>ix. Questionamentos</p><p>● Imagine que a ordem ou decisão judicial</p><p>descumprida foi de um Tribunal Local. Quem irá</p><p>fazer a requisição?</p><p>○ Nesse caso, o presidente do Tribunal Local irá</p><p>pedir para o STF, STJ ou TSE71 realizar a</p><p>requisição, ao Presidente da República, da</p><p>intervenção federal.</p><p>■ Se o descumprimento de ordem ou</p><p>decisão da Justiça Federal ou da</p><p>Justiça Estadual envolver matérias</p><p>exclusivamente infraconstitucionais,</p><p>caberá, ao STJ, realizar a requisição.</p><p>Caso o descumprimento seja de</p><p>ordem ou decisão da Justiça Federal</p><p>ou da Justiça Estadual, mas envolva</p><p>matéria constitucional, a competência</p><p>para a requisição será do STF. Ainda, se</p><p>o descumprimento for de ordem da</p><p>Justiça do Trabalho ou da Justiça</p><p>Militar, ainda que referente a matéria</p><p>71 A escolha entre esses três Tribunais será feita pautada na competência (assunto da</p><p>matéria) da ordem ou decisão judicial.</p><p>137</p><p>infraconstitucional, caberá, ao STF, a</p><p>requisição.</p><p>● Juiz prolatou sentença determinando a</p><p>reintegração de posse em imóvel rural ocupado</p><p>pelo MST; apesar de a decisão ter sido proferida</p><p>há muitos anos, a ordem nunca foi cumprida;</p><p>deverá ser deferida a intervenção federal?</p><p>○ Segundo a Corte Especial do STJ (IF 113-PR,</p><p>2022), a excepcionalidade e a gravidade que</p><p>circundam a intervenção federal, bem como</p><p>a complexidade que emana do</p><p>cumprimento da ordem de desocupação,</p><p>sobrepõem-se ao interesse particular dos</p><p>proprietários do imóvel. Para o STJ, no caso</p><p>concreto, não se pode dizer que o ente</p><p>estatal esteja se mantendo inerte. A</p><p>complexidade da situação, que tem um</p><p>cunho social e coletivo, exige um difícil</p><p>planejamento, razão pela qual não se pode</p><p>falar em recusa ilícita. Assim, no caso</p><p>concreto, não se pode admitir a intervenção</p><p>federal.</p><p>■ Todavia, o STJ, em decisões anteriores,</p><p>já autorizou a intervenção federal em</p><p>caso de invasão de fazenda pelo MST e</p><p>descumprimento de ordem de</p><p>desocupação. 72</p><p>72 Deve ser deferido pedido de intervenção federal quando verificado o descumprimento pelo</p><p>Estado, sem justificativa plausível e por prazo desarrazoado, de ordem judicial que tenha requisitado</p><p>força policial para promover reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo MST, mesmo que,</p><p>no caso, tenha se consolidado a invasão por um grande número de famílias e exista, sem previsão</p><p>de conclusão, procedimento administrativo de aquisição da referida propriedade pelo Incra para fins</p><p>de reforma agrária.</p><p>É certo que a ocupação de grande número de famílias é sempre um fato que merece a</p><p>consideração da autoridade encarregada da desocupação, mas não é em si impeditiva da</p><p>intervenção.</p><p>138</p><p>c. Intervenção Estadual</p><p>i. Previsão normativa</p><p>● Artigo 35, CF/88</p><p>ii. Irá ocorrer de um Estado Membro em um dos seus</p><p>Municípios localizados em seu território.</p><p>● Não significa que o Estado é hierarquicamente</p><p>superior aos Municípios.</p><p>iii. Medida excepcional.</p><p>iv. Hipóteses de intervenção</p><p>● Art. 35, da CF</p><p>Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios,</p><p>nem a União nos Municípios localizados em</p><p>Território Federal, exceto quando:</p><p>I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior,</p><p>por dois anos consecutivos, a dívida fundada;</p><p>II - não forem prestadas contas devidas, na forma</p><p>da lei;</p><p>III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da</p><p>receita municipal na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços</p><p>públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 29, de 2000)</p><p>IV - o Tribunal de Justiça der provimento a</p><p>representação para assegurar a observância de</p><p>princípios indicados na Constituição Estadual, ou</p><p>para prover a execução de lei, de ordem ou de</p><p>decisão judicial.</p><p>A inércia do Estado-executivo em dar cumprimento à decisão do Estado-juiz enfraquece o Estado</p><p>de direito, que caracteriza a República brasileira.</p><p>STJ. Corte Especial. IF 107-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 15/10/2014 (Info 550).</p><p>STJ. Corte Especial. IF 116/PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 16/12/2015.</p><p>STJ. Corte Especial. IF 115/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 21/6/2017.</p><p>139</p><p>○ Rol taxativo.</p><p>○ Não se pode alargar o rol contido no artigo,</p><p>seja de matérias seja de participação de</p><p>novas instituições.</p><p>v. Pressupostos formais</p><p>● Competência do Governador para decretar</p><p>● Iniciativa.</p><p>○ Em regra, é decretada espontaneamente, de</p><p>ofício, pelo Governador, nos casos do art. 35, I</p><p>a III.</p><p>■ Exceção, art. 35, IV, faz-se necessário</p><p>dar provimento, por meio do próprio</p><p>Tribunal de Justiça do Estado, a uma</p><p>representação interventiva.</p><p>➢ A competência para o</p><p>ajuizamento dessa</p><p>representação é do Procurador</p><p>Geral de Justiça.</p><p>➢ Súmula n° 614, do STF73.</p><p>vi. Procedimento</p><p>● Formaliza-se por meio de um decreto estadual.</p><p>● Submete-se à análise, no prazo de 24h, pela</p><p>Assembleia Legislativa.</p><p>○ Exceção: artigo 35, IV, CF/88</p><p>73Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta</p><p>interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.</p><p>140</p><p>9. Organização do Estado</p><p>a. Conceitos iniciais</p><p>i. Objetivo do estudo da organização do Estado</p><p>● Ter conhecimento de como o Poder Político será</p><p>distribuído ao longo da burocracia estatal. E, de</p><p>como as funções atribuídas aos Estados são</p><p>organizadas dentro dos seus órgãos e entes</p><p>despersonalizados que são separados de forma a</p><p>melhor organizar a atividade estatal.</p><p>ii. Previsão constitucional</p><p>● Art. 2°, da CF74.</p><p>iii. Independência e harmonia</p><p>● Independência: os Poderes/ órgãos a que são</p><p>atribuídas essas funções tão importantes, podem</p><p>se organizar como bem lhes aprouver.</p><p>○ A terminologia “Poder” não é muito</p><p>adequada, visto que, em regra, o poder é uno</p><p>dentro de um Estado.</p><p>● Harmonia</p><p>○ Tempera-se a independência.</p><p>○ Evita-se o risco de ruptura e de conflito entre os</p><p>poderes.</p><p>○ Controle e responsabilização recíprocos.</p><p>iv. Texto O Federalista.</p><p>● Escrito pelos grandes nomes da independência</p><p>americana, sendo os constituintes originários.</p><p>74 Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o</p><p>Executivo e o Judiciário.</p><p>141</p><p>● Preocupação em que se garantindo uma separação dos</p><p>poderes absoluta ou rigorosa poderia um desses poderes</p><p>se sobressair e anular os demais.</p><p>● Garantia de mecanismos de freios e contrapesos,</p><p>existindo um controle recíproco entre os poderes.</p><p>v. Previsão dos mecanismos na Constituição Federal que</p><p>garantem o sistema de freios e contrapesos</p><p>(separação de poderes)</p><p>● Art. 84, XIII75 c/c art. 49, II76.</p><p>○ Edição de leis.</p><p>■ Poder Legislativo é responsável por editar</p><p>normas;</p><p>■ O Poder Executivo pode vetá-las , como</p><p>também, editar, como no caso dos Decretos</p><p>e Medidas Provisórias</p><p>○ O Poder Judiciário pode declarar a (in)</p><p>constitucionalidade de determinada norma.</p><p>○ O Presidente da República é responsável por</p><p>nomear ministros nos tribunais superiores.</p><p>➢ Art. 84, XIV c/c 52, III, a, da CF.</p><p>○ Crimes de responsabilidade.</p><p>■ Art. 52, I e II, da CF.</p><p>■ O Poder Legislativo, representado pelo</p><p>Senado Federal, tem competência para</p><p>julgar crimes de responsabilidade do</p><p>Presidente da República ou de integrantes</p><p>de determinados cargos.</p><p>76Art. 49, II. autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a</p><p>permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;</p><p>75Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da</p><p>Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para</p><p>os cargos que lhes são privativos;</p><p>142</p><p>b. Separação dos Poderes</p><p>i. Conceito</p><p>● É uma técnica de repartição de poderes que irá buscar</p><p>duas finalidades: a) Independência dos Poderes e b)</p><p>Eficiência.</p><p>● Descentralização desse poder, evitando-se que seja</p><p>utilizado de forma abusiva.</p><p>● Órgão especializado naquela determinada função.</p><p>ii. Finalidade</p><p>● A separação de poderes visa preservar a liberdade</p><p>individual combatendo a concentração de poder,</p><p>promovendo equilíbrio político e evitando abusos através</p><p>da distribuição de poder entre órgãos estatais. Este</p><p>sistema de freios e contrapesos permite fiscalização e</p><p>responsabilização recíproca entre os poderes, evitando</p><p>hegemonias.</p><p>● O Legislativo cria regras gerais, enquanto o Executivo</p><p>age conforme essas regras, sendo ambos fiscalizados</p><p>pelo Judiciário. Exemplos constitucionais de tais</p><p>mecanismos incluem os artigos 5º, 32, 53, 62, 66, 63, 64,</p><p>97, 101, e 102 da Constituição Federal.</p><p>iii. Tripartição de Poderes</p><p>● Executivo - responsável por exercer funções</p><p>executiva e administrativa.</p><p>● Legislativo - responsável por exercer funções</p><p>legislativa e fiscalizatória.</p><p>● Judiciário - responsável por exercer função</p><p>jurisdicional, como também, edita seus</p><p>regimentos internos e adota procedimentos</p><p>administrativos.</p><p>143</p><p>iv. Funções atípicas do Poderes</p><p>● Conceito: a cada poder é atribuída uma determinada</p><p>função, mas em alguns casos, a CF irá atribuir uma</p><p>função que é tipicamente de um poder a outro poder.</p><p>● Exemplos:</p><p>○ Função executiva ao poder legislativo, como ocorre</p><p>nos casos de licitações e de concursos públicos.</p><p>○ Função judiciária ao poder legislativo, como ocorre</p><p>nos casos de julgamento dos crimes de</p><p>responsabilidade.</p><p>○ Função legislativa ao poder executivo, como nos</p><p>casos de lei delegada, MP.</p><p>○ Função judicial ao poder executivo, como nos</p><p>casos de julgamento dos processos</p><p>administrativos.</p><p>■ Crítica: Professor Danniel Adriano entende</p><p>que não se pode falar em função</p><p>jurisdicional nesse caso visto que não há</p><p>esgotamento do processo quando se tem</p><p>uma decisão no âmbito administrativo. Com</p><p>isso, não há o exercício jurisdicional.</p><p>● Requisitos das funções atípicas dos Poderes</p><p>○ Tem que estar de forma expressa e clara na</p><p>Constituição Federal. Não pode um poder delegar</p><p>sua função sem que esteja previsto na</p><p>Constituição Federal.</p><p>v. Origem da Separação de Poderes</p><p>● Pensamento</p><p>○ Solidificação da teoria da tripartição dos poderes</p><p>com Barão de Montesquieu.</p><p>○ Aristóteles.</p><p>144</p><p>■ Primeiro pensador que tratou acerca das</p><p>funções.</p><p>■ Não dispunha que essas funções deveriam</p><p>ser exercidas por órgãos diversos.</p><p>■ Categorizou e diferenciou as funções</p><p>estatais.</p><p>○ John Locke.</p><p>■ Bipartição dos poderes.</p><p>■ Atribui funções aos poderes legislativo e</p><p>executivo.</p><p>■ Aloca funções em órgãos diversos.</p><p>● Histórica</p><p>○ Revoluções liberais - século XVIII.</p><p>■ Revolução Americana;</p><p>■ Revolução Francesa.</p><p>○ Constituição Americana.</p><p>■ Primeira, em âmbito nacional, que adota a</p><p>tripartição de poderes.</p><p>c. Teoria da Separação dos Poderes - dogma constitucional.</p><p>● Art. 16, Declaração Universal dos Direitos do Homem e</p><p>Cidadão77.</p><p>● Se uma Constituição não prevê essa separação de</p><p>poderes, ela sequer pode ser reconhecida como</p><p>Constituição.</p><p>■ Indo Além:</p><p>● As atribuições asseguradas a cada um dos poderes pela</p><p>CF não poderão ser delegadas de um poder para outro.</p><p>Trata-se de manifestação do princípio da</p><p>indelegabilidade de atribuições. Um órgão só pode</p><p>exercer atribuições de natureza típica de outro quando</p><p>77 Qualquer sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos, nem estabelecida a</p><p>separação dos poderes não tem Constituição.</p><p>145</p><p>houver expressa previsão (daqui surgem as funções</p><p>atípicas) e quando houver delegação por parte do</p><p>constituinte originário, como ocorre, por exemplo, com</p><p>as leis delegadas (artigo 68, CF), quando a atribuição é</p><p>delegada do legislativo ao executivo.</p><p>● A separação de poderes é cláusula pétrea conforme se</p><p>observa no artigo 60, §4º, III.</p><p>146</p><p>10. Poder Legislativo: atribuições</p><p>e</p><p>estrutura</p><p>a. Funções típicas</p><p>i. Legislativa</p><p>● Atribuição de ditar regras gerais, abstratas e</p><p>impessoais, inovando no ordenamento jurídico.</p><p>ii. Fiscalizatória</p><p>● Exercer o controle externo sobre a administração</p><p>pública.</p><p>b. Funções atípicas</p><p>i. Executiva</p><p>● No que se refere aos procedimentos de licitação e</p><p>de concurso público.</p><p>ii. Jurisdicional</p><p>● Julgar os crimes de responsabilidade, nos limites</p><p>traçados na Constituição.</p><p>c. Estrutura</p><p>i. União</p><p>● Exercido pelo Congresso Nacional</p><p>● Modelo bicameral - art. 4478, da CF.</p><p>○ Câmara dos Deputados;</p><p>○ Senado Federal.</p><p>● Câmara dos Deputados</p><p>● Composta por deputados federais, eleitos</p><p>pelo sistema proporcional, representantes do</p><p>povo.</p><p>78Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da</p><p>Câmara dos Deputados e do Senado Federal.</p><p>147</p><p>● Art. 45, caput, da CF: “A Câmara dos</p><p>Deputados compõe-se de representantes do</p><p>povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em</p><p>cada Estado, em cada Território e no Distrito</p><p>Federal”.</p><p>● Sistema proporcional</p><p>○ As normas são editadas pelo próprio</p><p>povo, isto é, o próprio destinatário,</p><p>existindo uma garantia muito grande à</p><p>liberdade. Para que se viabilize isso na</p><p>prática, diante da diversidade de</p><p>pensamentos, faz-se necessária a</p><p>organização das vontades.</p><p>○ Nos Estados Nacionais Modernos isso é</p><p>feito por meio de: (I) Eleição de</p><p>representantes que irão editar</p><p>determinada norma; (II) As normas,</p><p>por sua vez, são votadas por meio da</p><p>regra da maioria.</p><p>○ Espera-se que se tenha um retrato do</p><p>que é nossa sociedade. Evita-se que</p><p>apenas a parcela majoritária da</p><p>sociedade seja eleita.</p><p>● Número de deputados</p><p>○ Fixado por uma Lei Complementar.</p><p>■ Lei Complementar n° 78/1993 -</p><p>dispôs que caberá ao TSE fixar as</p><p>proporções/ números de cada</p><p>Estado.</p><p>■ Em face da referida lei foi</p><p>ajuizada perante STF diversas</p><p>ações de controle de</p><p>148</p><p>constitucionalidade79, tendo sido</p><p>fixado o entendimento de que a</p><p>forma como a delegação foi feita</p><p>é considerada inconstitucional,</p><p>vez que a própria Constituição</p><p>dispõe que deveria a citada lei</p><p>estabelecer os parâmetros a</p><p>serem seguidos. Assim, deveria</p><p>ter a lei fixado parâmetros bem</p><p>definidos e objetivos.</p><p>○ Fixa a quantidade de deputados para</p><p>cada Estado.</p><p>■ Mínimo - 8 deputados;</p><p>■ Máximo - 70 deputados;</p><p>■ Territórios federais - 4</p><p>deputados.</p><p>○ Crítica: Alguns Estados terão muito</p><p>mais representantes do que outros, o</p><p>que, por sua vez, pode ocasionar uma</p><p>distorção da representatividade.</p><p>○ Mandato.</p><p>■ Uma legislatura = 4 (quatro)</p><p>anos;</p><p>■ Pode-se reeleger quantas vezes</p><p>quiser e quantas vezes</p><p>conseguir.</p><p>79 STF ADI´s 4.947/4.963/4.965/5.020/5.028/5.130.</p><p>149</p><p>● Senado Federal</p><p>● Composição</p><p>○ Composto por 81 senadores federais,</p><p>sendo que cada senador possui dois</p><p>suplentes.</p><p>○ Os senadores federais são</p><p>representantes dos Estados Membros</p><p>e do DF.</p><p>● Eleição</p><p>○ Sistema majoritário, o que significa</p><p>dizer que aquele que receber mais</p><p>votos, é eleito senador.</p><p>○ Cada Estado Membro possui três</p><p>cadeiras, inexistindo diferença entre os</p><p>Estados Membros.</p><p>● Mandato dos Senadores</p><p>● Duas legislaturas = 8 (oito) anos.</p><p>● Renova-se dois senadores a cada 04</p><p>(quatro) anos.</p><p>● E, em seguida, renova-se mais um</p><p>senador, no próximo período de 04</p><p>(quatro) anos.</p><p>ii. Estados</p><p>● Assembleias Legislativas</p><p>● Modelo unicameral</p><p>○ Compostas por deputados estaduais,</p><p>representantes do povo e eleitos pelo</p><p>sistema proporcional.</p><p>● Número de deputados estaduais</p><p>● Art. 27, da CF: “O número de Deputados à</p><p>Assembléia Legislativa corresponderá ao</p><p>triplo da representação do Estado na Câmara</p><p>150</p><p>dos Deputados e, atingido o número de</p><p>trinta e seis, será acrescido de tantos</p><p>quantos forem os Deputados Federais acima</p><p>de doze”.</p><p>● Até 12 (doze) deputados federais,</p><p>multiplica-se por 03 (três) para saber</p><p>quantos deputados estaduais.</p><p>● Após 12 (doze) deputados federais,</p><p>mantém-se o número de 36 (trinta e seis), e</p><p>acrescenta-se o número que ultrapassou os</p><p>12 (doze).</p><p>● Mandato dos deputados estaduais</p><p>● Uma legislatura = 4 (quatro) anos.</p><p>● Possibilidade de reeleição, tantas vezes</p><p>quanto quiser e for eleito.</p><p>iii. Municípios</p><p>● Câmaras Municipais</p><p>● Modelo unicameral</p><p>○ Compostas por vereadores,</p><p>representantes do povo, eleitos por</p><p>meio do sistema proporcional.</p><p>● Critérios para elaboração da Lei Orgânica</p><p>● Art. 2980, da CF.</p><p>80 Art. 29. OMunicípio reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício</p><p>mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a</p><p>promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do</p><p>respectivo Estado e os seguintes preceitos:</p><p>I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,</p><p>mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;</p><p>II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do</p><p>ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art.</p><p>77, no caso de Municípios commais de duzentos mil eleitores;</p><p>III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da</p><p>eleição;</p><p>IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de (...)</p><p>remetemos os alunos à leitura da Constituição.</p><p>151</p><p>● Devem ser observados pela Lei Orgânica de</p><p>cada ente federado.</p><p>d. Atribuições do Poder Legislativo</p><p>i. Congresso Nacional</p><p>● Previsão constitucional</p><p>● Arts. 48 e 4981, da CF.</p><p>● Doutrina</p><p>● Dividem as atribuições em alguns grupos.</p><p>a. Competência legislativa da União</p><p>b. Deliberativas</p><p>● Edição de atos concretos.</p><p>● Aproxima-se com a função</p><p>executiva.</p><p>● Veiculadas por meio de Decretos</p><p>Legislativos;</p><p>● Não dependem de sanção</p><p>presidencial.</p><p>● Em regra, previstas no art. 49, da</p><p>CF.</p><p>c. Fiscalizatórias</p><p>● Correspondem aos atos de</p><p>fiscalização e de controle.</p><p>81Arts. 48 e 49. Remetemos os alunos à leitura da Constituição.</p><p>152</p><p>● Previsão constitucional nos</p><p>artigos 50, §282°; 58, §3°83; 7184;</p><p>7285; 49, X86.</p><p>● Constituinte</p><p>● Previsão - art. 60, da CF: “A Constituição</p><p>poderá ser emendada mediante proposta: I -</p><p>de um terço, no mínimo, dos membros da</p><p>Câmara dos Deputados ou do Senado</p><p>Federal; II - do Presidente da República; III -</p><p>de mais da metade das Assembléias</p><p>Legislativas das unidades da Federação,</p><p>manifestando-se, cada uma delas, pela</p><p>maioria relativa de seus membros”.</p><p>● Manifestação do Poder Constituinte</p><p>Derivado Reformador.</p><p>86Art. 49, X. fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do</p><p>Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;</p><p>85Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de</p><p>despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou</p><p>de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que,</p><p>no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.</p><p>84Art. 71.O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do</p><p>Tribunal de Contas da União, ao qual compete (...) remetemos os alunos à leitura da</p><p>Constituição.</p><p>83Art. 58, §3°.As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação</p><p>próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das</p><p>respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em</p><p>conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para</p><p>a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,</p><p>encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou</p><p>criminal dos infratores.</p><p>82Art. 50, §2°. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão</p><p>encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das</p><p>pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a</p><p>recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de</p><p>informações falsas.</p><p>153</p><p>ii. Câmara dos Deputados</p><p>● Atribuições exclusivas</p><p>● Exercidas por meio de Resoluções, sem</p><p>sanção presidencial;</p><p>● Não podem ser delegadas.</p><p>● Previsão constitucional.</p><p>● Art. 51: “Compete privativamente à Câmara</p><p>dos Deputados: I - autorizar, por dois terços</p><p>de seus membros, a instauração de processo</p><p>contra o Presidente e o Vice-Presidente da</p><p>República e os Ministros de Estado; II -</p><p>proceder à tomada de contas do Presidente</p><p>da República, quando não apresentadas ao</p><p>Congresso Nacional dentro de sessenta dias</p><p>após a abertura da sessão legislativa; III -</p><p>elaborar seu regimento interno; IV – dispor</p><p>sobre sua organização, funcionamento,</p><p>polícia, criação, transformação ou extinção</p><p>dos cargos, empregos e funções de seus</p><p>serviços, e a iniciativa de lei para fixação da</p><p>respectiva remuneração, observados os</p><p>parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes</p><p>orçamentárias; V - eleger membros do</p><p>Conselho da República, nos termos do art.</p><p>89, VII”.</p><p>iii. Senado Federal</p><p>● Atribuições exclusivas</p><p>● Exercidas por meio de Resoluções, sem</p><p>sanção presidencial;</p><p>● Não podem ser delegadas.</p><p>154</p><p>● Previsão constitucional</p><p>● Art. 52: “Compete privativamente ao Senado</p><p>Federal (...)”.</p><p>e. Funcionamento do Poder Legislativo</p><p>i. União Federal</p><p>● Reuniões (Art. 57, da CF).87</p><p>a. Sessões legislativas ordinárias</p><p>● Período em que o congresso está</p><p>reunido para seu trabalho de forma</p><p>ordinária.</p><p>● Anual: primeiro período de 02/02 até</p><p>17/07 e segundo período de 01/08 até</p><p>22/12.</p><p>b. Recesso parlamentar</p><p>● Período que não está em</p><p>funcionamento.</p><p>c. Sessão legislativa extraordinária</p><p>● Ocorre durante o período de recesso.</p><p>● Convocação para uma sessão</p><p>legislativa para deliberar acerca da</p><p>matéria para a qual foi convocada ou</p><p>Medida Provisória que esteja em vigor.</p><p>▪ Indo Além – Convocação</p><p>Extraordinária: Durante o recesso,</p><p>pode haver múltiplas convocações</p><p>extraordinárias desde que os requisitos</p><p>sejam atendidos. Nessas convocações,</p><p>as deliberações devem ser limitadas às</p><p>matérias da pauta, exceto para</p><p>87 Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de</p><p>fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro (...) remetemos os alunos à</p><p>leitura da Constituição Federal.</p><p>155</p><p>medidas provisórias conforme o artigo</p><p>57, §8º da CF. Antes da EC 50/2006, era</p><p>permitido pagar uma parcela</p><p>indenizatória durante convocação</p><p>extraordinária, desde que não</p><p>ultrapassasse o subsídio mensal. No</p><p>entanto, após a polêmica de dezembro</p><p>de 2005 e janeiro de 2006, onde</p><p>parlamentares receberam altos</p><p>pagamentos sem votar nada, a EC 50</p><p>proibiu qualquer pagamento de</p><p>parcela indenizatória em sessões</p><p>extraordinárias, estabelecendo que</p><p>nenhuma sessão extraordinária gera</p><p>tais pagamentos.</p><p>d. Sessão legislativa conjunta</p><p>● Art. 57, §3°, da CF88.</p><p>● Realizada em conjunto pela Câmara</p><p>dos Deputados e pelo Senado Federal.</p><p>e. Sessão preparatória</p><p>● Art. 57, §4°, da CF89.</p><p>● Ocorre em primeiro de fevereiro do</p><p>primeiro ano de legislatura, na qual se</p><p>tem a posse dos membros e a eleição</p><p>89Art. 57, §4°. Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de</p><p>fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das</p><p>respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo</p><p>cargo na eleição imediatamente subseqüente.</p><p>88 Art. 57, §3°, da CF: Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos</p><p>Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:</p><p>I - inaugurar a sessão legislativa;</p><p>II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;</p><p>III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;</p><p>IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.</p><p>156</p><p>para a escolha dos membros das</p><p>mesas.</p><p>f. Mesas</p><p>● As mesas são os órgãos máximos das casas</p><p>legislativas, responsáveis pela administração</p><p>e condução dos trabalhos.</p><p>● Existem três mesas: a da Câmara, a do</p><p>Senado e a do Congresso Nacional. As mesas</p><p>da Câmara e do Senado operam</p><p>continuamente, enquanto a mesa do</p><p>Congresso só atua em situações especiais,</p><p>como inauguração da sessão legislativa e</p><p>posse do Presidente da República.</p><p>● Amesa do Senado, assim como a da Câmara,</p><p>é composta por 1 Presidente, dois</p><p>vice-presidentes e 4 secretários (7 membros).</p><p>● A mesa do Congresso também terá 7</p><p>membros. O Presidente da mesa do</p><p>Congresso é o Presidente do Senado (o</p><p>presidente do Senado é o Presidente do</p><p>Congresso). Os outros cargos são alternados</p><p>entre membros da mesa da Câmara e</p><p>membros da mesa do Senado.</p><p>● Com relação ao mandato da mesa da</p><p>Câmara e do Senado (e do Congresso) é de</p><p>dois anos. E, nos termos do artigo 57, §4º, é</p><p>vedada a recondução para o mesmo cargo</p><p>na eleição imediatamente subsequente.</p><p>● A norma não proíbe a reeleição nas mesas</p><p>legislativas, apenas a reeleição para o</p><p>mesmo cargo na eleição subsequente</p><p>dentro da mesma legislatura. Um indivíduo</p><p>157</p><p>pode ser reeleito para um cargo diferente,</p><p>mas não para o mesmo cargo. No entanto,</p><p>essa proibição se aplica apenas à mesma</p><p>legislatura, que dura quatro anos com duas</p><p>mesas distintas. Assim, se um presidente da</p><p>mesa termina o mandato nos últimos dois</p><p>anos de uma legislatura, ele pode ser reeleito</p><p>presidente nos primeiros dois anos da</p><p>legislatura seguinte. Esta regra é controversa,</p><p>mas tem sido aceita pela Câmara e pelo</p><p>Senado. Em 2017, uma nova exceção surgiu:</p><p>se o presidente da mesa assume um</p><p>mandato tampão, ele pode ser reeleito para</p><p>o mesmo cargo na mesma legislatura, como</p><p>ocorreu com Rodrigo Maia, que completou o</p><p>mandato de Eduardo Cunha e foi reeleito.</p><p>→ INFO 1079 DO STF: É permitida apenas</p><p>uma reeleição ou recondução</p><p>sucessiva ao mesmo cargo da Mesa</p><p>Diretora, mantida a composição das</p><p>mesas das Assembleias Legislativas</p><p>eleitas antes da data de publicação da</p><p>ata de julgamento da ADI 6524/DF</p><p>(7.1.2021)</p><p>● Teses fixadas pelo STF:</p><p>- a eleição dos membros das</p><p>Mesas das Assembleias</p><p>Legislativas estaduais deve</p><p>observar o limite de uma</p><p>única reeleição ou</p><p>recondução, limite cuja</p><p>observância independe de os</p><p>158</p><p>mandatos consecutivos</p><p>referirem-se à mesma</p><p>legislatura;</p><p>- a vedação à reeleição ou</p><p>recondução aplica-se</p><p>somente para o mesmo cargo</p><p>da mesa diretora, não</p><p>impedindo que membro da</p><p>mesa anterior se mantenha</p><p>no órgão de direção, desde</p><p>que em cargo distinto;</p><p>- o limite de uma única</p><p>reeleição ou recondução,</p><p>acima veiculado, deve</p><p>orientar a formação da Mesa</p><p>da Assembleia Legislativa no</p><p>período posterior à data de</p><p>publicação da ata de</p><p>julgamento da ADI 6.524, de</p><p>modo que não serão</p><p>consideradas, para fins de</p><p>inelegibilidade, as</p><p>composições eleitas antes de</p><p>7.1.2021, salvo se configurada a</p><p>antecipação fraudulenta das</p><p>eleições como burla ao</p><p>entendimento do Supremo</p><p>Tribunal Federal. STF.</p><p>Plenário. ADI 6688/PR, ADI</p><p>6698/MS, ADI 6714/PR, ADI</p><p>7016/MS, ADI 6683/AP, ADI</p><p>6686/PE, ADI 6687/PI e ADI</p><p>159</p><p>6711/PI, Rel. Min. Nunes</p><p>Marques, julgados em</p><p>7/12/2022 (Info 1079)</p><p>● Comissões Parlamentares</p><p>● Conceito</p><p>● Organismos destacados dentro de</p><p>cada uma das casas ou até mesmo do</p><p>Congresso Nacional, sendo</p><p>constituídos por alguns membros da</p><p>casa legislativa, que irão organizar e</p><p>preparar determinados trabalhos.</p><p>● Possuem o dever de, ao máximo,</p><p>representar os partidos integrantes</p><p>daquela casa - art. 58, §1°, da CF. Com</p><p>isso, permite-se que minorias e</p><p>partidos possam, ao menos, influir nos</p><p>debates. Obtendo decisões mais</p><p>próximas das que seriam tomadas</p><p>pelo povo.</p><p>● Classificações</p><p>● Permanentes: sendo aquelas que</p><p>sempre estão em funcionamento.</p><p>● Temporárias: são aquelas que</p><p>funcionam por um período de tempo.</p><p>● Mistas: compostas por senadores e</p><p>deputados.</p><p>● Exclusivas - compostas apenas por</p><p>senadores ou apenas por deputados.</p><p>● Comissões expressas</p><p>● Temáticas - Art. 58, §2°, da CF90.</p><p>90Art. 58, §2°, da CF: Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:</p><p>160</p><p>● Inquérito - Art. 58, §3°, da CF91.</p><p>● Representativa do Congresso Nacional</p><p>- art. 58, §4°, da CF.92</p><p>○</p><p>92Art. 58, §4°.</p><p>Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso</p><p>Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com</p><p>atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto</p><p>possível, a proporcionalidade da representação partidária.</p><p>91 Art. 58, §3°.As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação</p><p>próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das</p><p>respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em</p><p>conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para</p><p>a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,</p><p>encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou</p><p>criminal dos infratores.</p><p>I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do</p><p>Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;</p><p>II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;</p><p>III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a</p><p>suas atribuições;</p><p>IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra</p><p>atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;</p><p>V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;</p><p>VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de</p><p>desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.</p><p>161</p><p>11. Poder Legislativo: Comissões</p><p>Parlamentares de Inquérito (CPI)</p><p>a. Aspectos fundamentais</p><p>i. Previsões normativas</p><p>● Art. 58, §3°, da CF93.</p><p>● Lei n° 1.579/1952.</p><p>● Regimentos Internos das Casas Legislativas.</p><p>ii. Função</p><p>● Manifestação da função fiscalizatória do Poder</p><p>Legislativo.</p><p>● Os Parlamentos, inicialmente, possuíam a função</p><p>fiscalizatória e, somente depois, adquiriram função</p><p>legislativa.</p><p>iii. Espécies</p><p>● Mistas;</p><p>● Exclusivas.</p><p>iv. Finalidade</p><p>● Apurar um fato determinado.</p><p>v. Requisitos objetivos</p><p>● Requerimento de, no mínimo,⅓ dosmembros da</p><p>respectiva Casa Legislativa ou de ambas as</p><p>casas.</p><p>93 § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação</p><p>próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das</p><p>respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em</p><p>conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para</p><p>a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,</p><p>encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou</p><p>criminal dos infratores.</p><p>162</p><p>● Direito da minoria que está representada no</p><p>Congresso Nacional.</p><p>● Não pode sofrer óbice por parte do</p><p>Presidente da Casa.</p><p>● STF (MS 26441/DF) - Presidente do Senado</p><p>Federal deixou de instaurar uma CPI, o qual</p><p>realizou um juízo discricionário, sendo que</p><p>tal fato foi considerado inconstitucional e</p><p>ilegal por parte do Supremo. Logo, o</p><p>Presidente do Senado não realiza um juízo</p><p>discricionário.</p><p>● Fato determinado.</p><p>● Não é possível que seja instaurada</p><p>uma CPI para investigar determinado</p><p>parlamentar, sendo necessário</p><p>demonstrar o interesse público,</p><p>conforme disposto no artigo 35, do</p><p>Regimento Interno da Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>● STF (MS 337551 - CPI do Futebol) -</p><p>Investigação da CBF, a qual alegou</p><p>que é considerada uma entidade</p><p>privada e, por isso, não poderia ser</p><p>objeto de CPI. No caso, o STF não</p><p>acolheu os argumentos apresentados,</p><p>diante do interesse público subjacente.</p><p>● Prazo certo</p><p>● Não se admite que os investigados fiquem</p><p>por prazo indefinido sob investigação.</p><p>● Representa uma proteção do próprio</p><p>parlamento, para que não gere um</p><p>descrédito por parte da população.</p><p>163</p><p>● Balizas para fixação do prazo, como dispõe o</p><p>art. 76 do Regimento Interno do Senado</p><p>Federal:</p><p>○ Até o alcance da finalidade para a qual</p><p>a CPI foi instaurada.</p><p>○ Término da sessão legislativa - 01 (um)</p><p>ano.</p><p>○ Prazo definido na própria CPI.</p><p>● É possível a prorrogação da CPI, no limite</p><p>daquela legislatura.</p><p>vi. Poderes das Comissões Parlamentares de Inquérito</p><p>● Aqueles próprios da autoridade judiciária,</p><p>bem como aqueles previstos no regimento</p><p>interno das Casas Legislativas.</p><p>● Reconhecidos pelo STF:</p><p>○ Inquirir testemunhas, devendo ser</p><p>aplicado o regramento previsto no</p><p>Código de Processo Penal.</p><p>○ Convocação dos Ministros de Estados e</p><p>outras autoridades para tomar os seus</p><p>depoimentos.</p><p>○ Requerer documentos e diligências.</p><p>○ Podem se transportar para os locais</p><p>em que se fazem necessárias a sua</p><p>presença.</p><p>○ Podem determinar, por força própria,</p><p>quebra de sigilo de dados. Sejam eles:</p><p>bancários, fiscais e telefônicos, desde</p><p>que por decisão fundamentada,</p><p>motivada e colegiada.</p><p>164</p><p>■ Nesse sentido, posicionamento</p><p>do STF no MS 2345294.</p><p>■ Não se confunde com</p><p>interceptação telefônica. Neste</p><p>caso, a quebra abarca conteúdos,</p><p>comunicações,etc.</p><p>● Controvérsias</p><p>○ É obrigatório o comparecimento do</p><p>investigado? Poderá o investigado ser</p><p>levado coercitivamente?</p><p>■ 1ª corrente : O investigado pode</p><p>se recusar a comparecer. Se</p><p>decidir comparecer, ele terá</p><p>direito ao silêncio; à assistência</p><p>de advogado; a não prestar</p><p>compromisso de dizer a verdade;</p><p>e de não sofrer</p><p>constrangimentos.</p><p>94 Veja parte do que ficou decidido: “ (...) A QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI PODER</p><p>INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE</p><p>INQUÉRITO. - O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide</p><p>sobre os dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das</p><p>comunicações telefônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito à</p><p>intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso</p><p>sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta</p><p>a quebra traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela</p><p>própria Constituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar. As Comissões</p><p>Parlamentares de Inquérito, no entanto, para decretarem, legitimamente, por autoridade</p><p>própria, a quebra do sigilo bancário, do sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente</p><p>a pessoas por elas investigadas, devem demonstrar, a partir de meros indícios, a existência</p><p>concreta de causa provável que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera de</p><p>intimidade de quem se acha sob investigação), justificando a necessidade de sua</p><p>efetivação no procedimento de ampla investigação dos fatos determinados que deram</p><p>causa à instauração do inquérito parlamentar, sem prejuízo de ulterior controle</p><p>jurisdicional dos atos em referência (CF, art. 5º, XXXV). - e Inquérito, embora disponha, ex</p><p>propria auctoritate, de competência para ter acesso a dados reservados, não pode, agindo</p><p>arbitrariamente, conferir indevida publicidade a registros sobre os quais incide a cláusula</p><p>de reserva derivada do sigilo bancário, do sigilo fiscal e do sigilo telefônico. "poderes de</p><p>investigação próprios das autoridades judiciais" (...)”.</p><p>(MS 23452, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/1999, DJ</p><p>12-05-2000 PP-00020 EMENT VOL-01990-01 PP-00086)</p><p>165</p><p>➢ Posicionamento adotado</p><p>pelos ministros Gilmar</p><p>Mendes e Celso de Mello</p><p>no HC 171438/DF de 2019.</p><p>■ 2ª corrente: o investigado não</p><p>pode deixar de comparecer, de</p><p>modo que, caso não compareça,</p><p>cabe à CPI determinar sua</p><p>condução coercitiva. O</p><p>investigado terá direito ao</p><p>silêncio; à assistência de</p><p>advogado; a não prestar</p><p>compromisso de dizer a verdade;</p><p>e de não sofrer</p><p>constrangimentos.</p><p>➢ Posicionamento adotado</p><p>pelos Ministros Edson</p><p>Fachin e Cármen Lúcia no</p><p>HC 171438/DF de 2019.</p><p>■ Nesse sentido, como houve</p><p>empate no julgamento do HC</p><p>171438/DF, ficou decidido que o</p><p>investigado pode se recusar a</p><p>comparecer à CPI, tendo em</p><p>vista que essa é uma decisão</p><p>mais favorável.</p><p>➢ Convém ressaltar que o</p><p>STF, recentemente,</p><p>decidiu que não é válida a</p><p>condução coercitiva do</p><p>investigado ou do réu para</p><p>interrogatório</p><p>no âmbito</p><p>166</p><p>do processo penal (ADPF</p><p>número 395 e 444). Nesse</p><p>sentido, há aqueles que</p><p>defendem que esse</p><p>posicionamento também</p><p>deve ser aplicado para o</p><p>caso da CPI, sendo Gilmar</p><p>Mendes um defensor</p><p>dessa tese.</p><p>○ O Presidente da República pode ser</p><p>convocado para prestar</p><p>esclarecimentos, seja como</p><p>investigado, seja como testemunha?</p><p>■ 1ª Corrente - tomando como</p><p>base o artigo 50, §1°, da CF,</p><p>somado com a separação dos</p><p>poderes - Presidente da</p><p>República não pode ser</p><p>convocado.</p><p>■ 2ª Corrente - Danniel Adriano -</p><p>Presidente da República pode</p><p>ser convocado na qualidade de</p><p>testemunha, visto que não há</p><p>vedação expressa, bem como</p><p>pelo próprio princípio</p><p>republicano. Na qualidade de</p><p>investigado, aplica-se o</p><p>entendimento acima exposto do</p><p>STF.</p><p>vii. Vedações à CPI</p><p>● Violação de direitos fundamentais.</p><p>● Violação da separação dos poderes.</p><p>167</p><p>○ Não pode a CPI investigar atos jurisdicionais.</p><p>○ Exemplo: uma sentença proferida pelo</p><p>magistrado.</p><p>● Violação ao pacto federativo.</p><p>○ Uma CPI instaurada em âmbito federal, não</p><p>pode investigar fato estadual.</p><p>○ No mesmo sentido, STF (ADPF 848 - medida</p><p>cautelar referendada pelo Plenário) -</p><p>entendeu, no bojo de uma CPI federal, que</p><p>governadores não poderiam ser convocados</p><p>para prestar esclarecimentos, sob os</p><p>seguintes argumentos:</p><p>■ Violação da separação dos poderes.</p><p>■ Violação do pacto federativo.</p><p>○ Crítica - Danniel Adriano.</p><p>■ Entende que esta decisão não pode</p><p>ser usada como paradigma, visto que</p><p>se direcionou ao caso concreto.</p><p>■ Não abarcou situações acerca do</p><p>Presidente da República, como</p><p>também nos casos que se tem</p><p>pertinência federal em situações</p><p>estaduais, como nas hipóteses de</p><p>transferência de verbas.</p><p>● Transposição aos limites que os próprios</p><p>magistrados estão adstritos.</p><p>● Princípio da reserva de jurisdição.</p><p>○ STF entende que determinadas diligências</p><p>somente podem ser tomadas pelo Poder</p><p>Judiciário:</p><p>■ Bloqueio ou indisponibilidade de bens</p><p>- entendimento adotado no MS</p><p>168</p><p>2344695 (caiu na PGE-ES 2023 -</p><p>CEBRASPE)</p><p>■ Busca domiciliar - entendimento</p><p>adotado no MS 23445;</p><p>■ Ordem de prisão, salvo prisão em</p><p>flagrante - entendimento adotado no</p><p>HC 85646;</p><p>■ Interceptação telefônica -</p><p>entendimento adotado no MS 2365296.</p><p>● Princípio da colegialidade</p><p>● Todas as decisões devem ser tomadas por</p><p>votação entre os membros que compõem a</p><p>CPI.</p><p>96Veja parte do que foi decidido: “(...) A quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de</p><p>qualquer pessoa sujeita a investigação legislativa pode ser legitimamente decretada pela</p><p>Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que esse órgão estatal o faça mediante</p><p>deliberação adequadamente fundamentada e na qual indique, com apoio em base</p><p>empírica idônea, a necessidade objetiva da adoção dessa medida extraordinária.</p><p>Precedente: MS 23.452-RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno). PRINCÍPIO</p><p>CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE JURISDIÇÃO E QUEBRA DE SIGILO POR</p><p>DETERMINAÇÃO DA CPI. - O princípio constitucional da reserva de jurisdição - que incide</p><p>sobre as hipóteses de busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), de interceptação telefônica (CF, art.</p><p>5º, XII) e de decretação da prisão, ressalvada a situação de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI) -</p><p>não se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em tal matéria, e por efeito de expressa</p><p>autorização dada pela própria Constituição da República (CF, art. 58, § 3º), assiste</p><p>competência à Comissão Parlamentar de Inquérito, para decretar, sempre em ato</p><p>necessariamente motivado, a excepcional ruptura dessa esfera de privacidade das</p><p>pessoas(...)”</p><p>(MS 23652, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 22/11/2000, DJ</p><p>16-02-2001 PP-00092 EMENT VOL-02019-01 PP-00106)</p><p>95Veja a ementa: “EMENTA: COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. PODERES.</p><p>LIMITAÇÃO. RESERVA CONSTITUCIONAL DE JURISDIÇÃO. 1. O art. 58, parágrafo 3º da</p><p>Constituição da República confere às Comissões Parlamentares de Inquérito poderes</p><p>instrutórios. 2. A indisponibilidade de bens é provimento cautelar que não se vincula à</p><p>produção de provas. É medida voltada a assegurar a eficácia de uma eventual sentença</p><p>condenatória que, assim como o poder geral de cautela, é reservado ao Juiz. 3. Segurança</p><p>concedida”.</p><p>(MS 23446, Relator(a): ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: NELSON JOBIM (ART. 38, IV,</p><p>b, DO RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 18/08/1999, DJe-139 DIVULG 08-11-2007 PUBLIC</p><p>09-11-2007 DJ 09-11-2007 PP-00043 EMENT VOL-02297-02 PP-00276)</p><p>169</p><p>● Controle jurisdicional</p><p>● Em regra, não é possível o controle</p><p>jurisdicional das atividades da CPI.</p><p>● Exceção: O STF admite cabimento de HC e</p><p>de MS contra atos praticados pelas CPI´s,</p><p>desde que violem os limites descritos.</p><p>viii. Encerramento das Comissões Parlamentares de</p><p>Inquérito</p><p>● Há a confecção de um relatório das</p><p>atividades e das conclusões, o qual será</p><p>direcionado ao Ministério Público;</p><p>● O MP, dentro da sua independência</p><p>funcional, tomará as medidas cabíveis.</p><p>ix. CPI´s estaduais e municipais</p><p>● STF - entende que elas podem existir, desde</p><p>que sigam o princípio da simetria e sejam</p><p>previstas na Constituição Estadual e na Lei</p><p>Orgânica Municipal.</p><p>● CPI estadual.</p><p>○ Possuem os mesmos poderes das</p><p>CPI´s federais.</p><p>● CPI municipal.</p><p>○ Os poderes são limitados porque não</p><p>existe autoridade judiciária.</p><p>○ Quem a exerce são os juízes de</p><p>direitos, vinculados ao Estado.</p><p>○ Exemplo: não se admite a quebra de</p><p>sigilo de dados.</p><p>b. Jurisprudência</p><p>i. A convocação, por CPI, de indígena na condição de</p><p>testemunha para prestar depoimento fora de seu habitat</p><p>170</p><p>viola as normas constitucionais que conferem proteção</p><p>específica aos povos indígenas.</p><p>ii. Em 2017 o STF entendeu a inviabilidade do Mandado de</p><p>Segurança para questionar ato de CPI já encerrado,</p><p>independentemente da aprovação ou não do relatório</p><p>final (MS 34864). Nesse caso, também não poderia ser</p><p>impetrado HC.</p><p>iii. O STF considerou CONSTITUCIONAL A LIMITAÇÃO AO</p><p>NÚMERO DE COMISSÕES EM FUNCIONAMENTO (ADI</p><p>1.635/DF).</p><p>iv. A Câmara dos Deputados possui uma regra regimental</p><p>que limita em 5 (cinco) o número de criação de CPI`s</p><p>simultâneas. Assim, cada Casa pode – pelo seu regime</p><p>interno – estabelecer limites quanto a quantidade de</p><p>CPI`s tramitando simultaneamente. Entretanto, nem o</p><p>Senado e nem o Congresso Nacional possui um número</p><p>específico de CPI`s simultâneas.</p><p>v. Governador não é obrigado a depor em CPI: não é</p><p>possível a convocação de governadores de</p><p>estados-membros da Federação por Comissão</p><p>Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pelo Senado</p><p>Federal. A convocação viola o princípio da separação dos</p><p>Poderes e a autonomia federativa dos estados-membros</p><p>(Info 1023 do STF).</p><p>171</p><p>12. Poder Legislativo: parlamentares</p><p>a. Aspectos relacionados ao mandato</p><p>i. Imunidades parlamentares</p><p>● Previsão constitucional</p><p>● Art. 53: “Os Deputados e Senadores são</p><p>invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer</p><p>de suas opiniões, palavras e votos”.</p><p>● Hans Kelsen é crítico quanto à manutenção</p><p>das imunidades parlamentares, visto que</p><p>estas podem ser um motivo a mais para que</p><p>o Parlamento seja desacreditado e,</p><p>consequentemente, a democracia.</p><p>● Origem</p><p>● Nascem no contexto do próprio surgimento</p><p>da democracia e do parlamento, na qual se</p><p>objetivava uma limitação dos poderes do</p><p>monarca.</p><p>○ Inglaterra, nos séculos XVI e XVII, com</p><p>Henrique IV e Ricardo II.</p><p>● Abandono de uma monarquia absoluta para</p><p>umamonarquia constitucional.</p><p>○ O Monarca está limitado pela</p><p>Constituição e pela Lei.</p><p>● Contra as ingerências do monarca no</p><p>parlamento surgem as imunidades</p><p>parlamentares.</p><p>○ Imunidade material/ inviolabilidade.</p><p>172</p><p>○ Proteção extra conferida ao</p><p>parlamentar, evitando-se a</p><p>responsabilização desse parlamentar,</p><p>como também que o monarca se</p><p>sobressaia novamente.</p><p>● Primeiro diploma - Bill of rights de 1689.</p><p>● Novas interpretações - com o triunfo do</p><p>regime democrático e republicano, faz-se</p><p>necessária uma releitura desses institutos,</p><p>sob pena de estes se tornarem privilégios.</p><p>● Natureza jurídica e consequências</p><p>● Prerrogativas</p><p>● Estende-se ao próprio parlamento.</p><p>● Proteção do</p><p>exercício da função de</p><p>forma livre e independente.</p><p>● Garantia da função legislativa e</p><p>fiscalizatória.</p><p>● Duração</p><p>● Da diplomação do parlamentar até o</p><p>fim domandato.</p><p>● E se o parlamentar ocupar um outro</p><p>cargo, como, por exemplo, ministro de</p><p>Estado?</p><p>○ Durante este período, esse</p><p>parlamentar tem essas</p><p>prerrogativas suspensas.</p><p>● Abrangência</p><p>● Beneficiam tão somente os</p><p>parlamentares.</p><p>173</p><p>● Irrenunciáveis</p><p>● Imunidade material</p><p>● Conhecida, também, como inviolabilidade</p><p>parlamentar, sendo prevista no art. 53, caput</p><p>da CF.</p><p>● Liberdade de expressão reforçada,</p><p>abarcando opiniões, palavras e votos.</p><p>● Abrangência nos âmbitos penal, civil,</p><p>administrativo e político.</p><p>● Característica</p><p>○ Ampla, porém, não é absoluta.</p><p>○ Posicionamentos do STF:</p><p>■ Historicamente, limitava-se</p><p>dentro do parlamento, isto é, as</p><p>opiniões, as palavras e os votos</p><p>que são proferidos dentro do</p><p>recinto parlamentar gozam de</p><p>imunidade absoluta. Fora do</p><p>parlamento, no entanto, a</p><p>imunidade era relativa, sendo</p><p>necessário que se tenha</p><p>pertinência ao cargo/ função/</p><p>exercício do mandato.</p><p>■ Atualmente, houve uma releitura</p><p>dos entendimentos, nos</p><p>julgamentos dos Inquéritos n°</p><p>3932 e 4781.</p><p>● Conforme leciona José</p><p>Levy, o STF modificou a</p><p>sua visão, com</p><p>consentâneo dessa</p><p>atualização das figuras da</p><p>174</p><p>imunidade, para cada vez</p><p>mais atrelar que para que</p><p>se tenha imunidade,</p><p>devem as palavras, os</p><p>votos e as opiniões</p><p>estarem ligadas ao</p><p>exercício do mandato.</p><p>● As manifestações que são</p><p>realizadas na tribuna</p><p>gozam de imunidade</p><p>parlamentar de forma</p><p>absoluta.</p><p>● Fora da tribuna, faz-se</p><p>necessária uma análise da</p><p>pertinência daquela</p><p>manifestação com o</p><p>exercício do mandato.</p><p>● O parlamentar perde</p><p>imunidade com o fim de</p><p>seu mandato, mas mesmo</p><p>após o fim de seu</p><p>mandato, tudo que foi dito</p><p>enquanto estava imbuído</p><p>da imunidade será</p><p>conservado para sempre.</p><p>● A imunidade material é de</p><p>ordem pública e não há</p><p>como renunciar a ela.</p><p>● A imunidade material não</p><p>se estende ao</p><p>congressista, quando na</p><p>condição de candidato a</p><p>175</p><p>cargo eletivo, que venha a</p><p>ofender pessoas incluindo</p><p>outros candidatos desde</p><p>que o proferimento não</p><p>guarde relação com o</p><p>mandato.</p><p>● Imunidade formal</p><p>● Prisão</p><p>○ Previsão - art. 53, §2°, da CF: “Desde a</p><p>expedição do diploma, os membros do</p><p>Congresso Nacional não poderão ser</p><p>presos, salvo em flagrante de crime</p><p>inafiançável. Nesse caso, os autos serão</p><p>remetidos dentro de vinte e quatro</p><p>horas à Casa respectiva, para que, pelo</p><p>voto da maioria de seus membros,</p><p>resolva sobre a prisão”.</p><p>○ A imunidade formal é para Deputado</p><p>Federal e Senador desde a expedição</p><p>do diploma, mas Deputado Estadual e</p><p>Distrital também a possuem.</p><p>○ Vereador que não tem imunidade</p><p>formal em relação a prisão.</p><p>○ Regra - Os parlamentares não podem</p><p>ser presos.</p><p>○ Exceções:</p><p>■ Prisão em flagrante por crime</p><p>inafiançável;</p><p>■ Decisão definitiva, conforme</p><p>decidido pelo STF na QO na AP</p><p>396, prisão decorrente de</p><p>sentença transitada em julgado.</p><p>176</p><p>○ Observações.</p><p>■ STF (ADI 5526) definiu as</p><p>seguintes teses:</p><p>➢ A imunidade prisional</p><p>conferida aos</p><p>parlamentares não</p><p>impede que sejam</p><p>aplicadas medidas</p><p>cautelares diversas da</p><p>prisão.</p><p>➢ Se a medida cautelar</p><p>impedir que o parlamentar</p><p>exerça o seu mandato,</p><p>faz-se necessário que esta</p><p>medida seja submetida à</p><p>respectiva casa, no prazo</p><p>de 24h, para que, pelo voto</p><p>aberto da maioria, seja</p><p>definida a manutenção ou</p><p>não de tal medida.</p><p>▪ INFO 406 do STF: O STF decidiu</p><p>que quando o Deputado Federal</p><p>assume o cargo de Ministro de</p><p>Estado NÃO CARREGA O BÔNUS</p><p>DAS IMUNIDADES, mas carrega</p><p>o ônus de perder o cargo de</p><p>Deputado Federal por quebra de</p><p>decoro parlamentar por atos</p><p>praticados enquanto Ministro.</p><p>No MS 25.579/2005, o tribunal</p><p>confirmou esse entendimento,</p><p>destacando o caso de José</p><p>177</p><p>Dirceu, que perdeu o cargo de</p><p>Deputado Federal por quebra de</p><p>decoro parlamentar relacionada</p><p>a suas ações como Ministro da</p><p>Casa Civil durante o governo</p><p>Lula. O fundamento foi o artigo</p><p>4º do Código de Ética da</p><p>Câmara, que aborda a perda de</p><p>cargo por viciar o processo</p><p>legislativo. Isso reforça que</p><p>mesmo licenciado, o</p><p>parlamentar deve respeitar o</p><p>decoro parlamentar.</p><p>● Processo</p><p>○ Previsão - art. 53, §3°, da CF: “Recebida</p><p>a denúncia contra o Senador ou</p><p>Deputado, por crime ocorrido após a</p><p>diplomação, o Supremo Tribunal</p><p>Federal dará ciência à Casa respectiva,</p><p>que, por iniciativa de partido político</p><p>nela representado e pelo voto da</p><p>maioria de seus membros, poderá, até</p><p>a decisão final, sustar o andamento da</p><p>ação”.</p><p>○ Oferecimento de denúncia e</p><p>recebimento.</p><p>■ Na atual sistemática, não é</p><p>necessária a autorização da</p><p>respectiva casa legislativa.</p><p>■ Recebida a denúncia, o STF irá</p><p>dar ciência à respectiva casa</p><p>legislativa. Essa por maioria</p><p>178</p><p>absoluta de votos, poderá a casa</p><p>sustar/ suspender esse processo.</p><p>○ Suspensão do processo.</p><p>■ Uma vez suspenso, suspende-se,</p><p>também, a prescrição.</p><p>■ Na hipótese de reeleição do</p><p>parlamentar, fica suspenso</p><p>apenas até o término do</p><p>mandato em que aquela</p><p>denúncia foi recebida em</p><p>desfavor daquele parlamentar.</p><p>■ A mesa não pode colocar de</p><p>ofício a votação para a sustação</p><p>da ação penal, isto é, necessita</p><p>de provocação.</p><p>■ Quando há a provocação à mesa,</p><p>para que a mesma coloque em</p><p>votação o pedido de sustação da</p><p>ação penal há um prazo de 45</p><p>dias. A CF determina esse prazo</p><p>de 45 dias para que seja votado.</p><p>E o quórum para sustar a ação</p><p>penal é de maioria absoluta em</p><p>votação aberta.</p><p>➢ Entendimento do STF no</p><p>AgRg na AC 700.</p><p>○ Aplicação, tão somente na esfera</p><p>criminal.</p><p>179</p><p>● Foro por prerrogativa de função</p><p>○ Previsão - art. 53, §1°97 e art. 102, I, “b”98,</p><p>da CF.</p><p>○ Competência.</p><p>■ Os parlamentares são</p><p>processados e julgados pelo</p><p>Supremo Tribunal Federal.</p><p>■ Inclusive, a investigação anterior</p><p>e a instauração do inquérito</p><p>devem ser autorizadas pelo STF.</p><p>■ Exceção da verdade nos crimes</p><p>contra honra, caso envolvam</p><p>parlamentares.</p><p>➢ Não se estende à ação</p><p>penal que versa sobre o</p><p>referido crime contra a</p><p>honra.</p><p>○ Aplicação se restringe, tão somente, na</p><p>esfera criminal.</p><p>○ Amplitude</p><p>■ 1º momento - prevalecia a regra</p><p>da atualidade.</p><p>➢ Com a diplomação do</p><p>parlamentar, todos os</p><p>processos criminais são</p><p>98Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da</p><p>Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os</p><p>membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da</p><p>República;</p><p>97Art. 53, §1°. Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão</p><p>submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.</p><p>180</p><p>remetidos ou iniciados</p><p>pelo STF.</p><p>➢ Ao término do mandato,</p><p>os processos são</p><p>remetidos ao juízo</p><p>competente.</p><p>■ 2º momento - Súmula n° 39499do</p><p>STF.</p><p>➢ Perpetuação da</p><p>competência do STF,</p><p>mesmo após o término do</p><p>mandato.</p><p>➢ Cancelamento da súmula</p><p>394- Depois de cessado o</p><p>exercício da função, não</p><p>deve manter-se o foro por</p><p>prerrogativa de função</p><p>porque cessada a</p><p>investidura a que essa</p><p>prerrogativa é inerente,</p><p>deve esta cessar por não</p><p>tê-la estendido mais além</p><p>a própria Constituição.</p><p>■ 3º momento - STF, Inquérito n°</p><p>9307/QO, Rel. Min. Luís Roberto</p><p>Barroso - visão restritiva, teses:</p><p>➢ Foro por prerrogativa seria</p><p>aplicável somente nos</p><p>crimes cometidos que</p><p>99Depois de cessado o exercício da função, não deve manter-se o foro por prerrogativa de função,</p><p>porque cessada a investidura a que essa prerrogativa é inerente, deve esta cessar por não tê-la</p><p>estendido mais além a própria Constituição.</p><p>181</p><p>tivesse relação com a</p><p>função parlamentar.</p><p>➢ Encerrada a instrução</p><p>probatória e intimadas as</p><p>partes para a apresentação</p><p>de memoriais finais, caso</p><p>seja feito pelo STF,</p><p>manteriam-se o processo</p><p>junto à Corte.</p><p>➢ Mandato cruzado -</p><p>parlamentar era Deputado</p><p>Federal e cometeu crime</p><p>relacionado com a sua</p><p>função, o que ensejou a</p><p>competência do STF. Na</p><p>outra eleição, o</p><p>parlamentar foi eleito para</p><p>o cargo de Senador,</p><p>269</p><p>● Súmulas vinculantes 271</p><p>○ Previsão normativa 271</p><p>ii. Superior Tribunal de Justiça 273</p><p>● Conceito 273</p><p>● Composição 273</p><p>iii. Justiça Federal 274</p><p>● Composição 274</p><p>● Competência 274</p><p>● Incidente de deslocamento de competência 275</p><p>iv. Justiça do Trabalho 277</p><p>● Hierarquia 277</p><p>● Competência - art. 114, da CF 277</p><p>v. Justiça do Eleitoral 277</p><p>● Estrutura - art. 118, da CF 277</p><p>● Competência 278</p><p>● Justiça Militar da União 278</p><p>vii. Justiça Estadual 281</p><p>● Organização 281</p><p>● Competência 282</p><p>d. Quinto Constitucional 282</p><p>e. Estatuto da Magistratura 283</p><p>f. Conselho Nacional de Justiça 284</p><p>i. Natureza 285</p><p>ii. Composição 285</p><p>iii. Competência 286</p><p>iv. Decisões do STF 286</p><p>g. Precatórios 289</p><p>i. Razão de ser 289</p><p>ii. Previsão normativa 290</p><p>iii. Requisição de Pequeno Valor 291</p><p>● Previsão - art. 100, §3°, da CF 291</p><p>● Balizas - art. 100, §4°, da CF 291</p><p>■ Estados e Distrito Federal 292</p><p>■ Municípios 292</p><p>● Possibilidade de fracionamento 292</p><p>iv. Ordem de Pagamento dos Precatórios 293</p><p>● Ordem 293</p><p>○ Superespecial 293</p><p>○ Especial 293</p><p>○ Geral 293</p><p>● Superespecial 293</p><p>○ Previsão normativa 293</p><p>○ Requisitos 294</p><p>○ Admite fracionamento 294</p><p>● Especial 294</p><p>○ Previsão normativa 294</p><p>○ Requisitos 295</p><p>● Geral 295</p><p>v. Procedimento 295</p><p>vi. Instrumentos para garantia dos pagamentos 297</p><p>1. Compensação do crédito 297</p><p>2. Cessão de crédito 297</p><p>17. Funções essenciais à Justiça 299</p><p>a. Ministério Público 299</p><p>i. Definição 299</p><p>ii. Princípios institucionais 300</p><p>i. Princípio da Unidade 300</p><p>ii. Princípio da Indivisibilidade 300</p><p>iii. Princípio da Independência Funcional 300</p><p>iv. Princípio do promotor natural 301</p><p>iii. Garantias 302</p><p>i. Institucionais 302</p><p>a. Autonomia funcional 302</p><p>b. Autonomia administrativa 302</p><p>c. Autonomia financeira 302</p><p>ii. Funcionais 303</p><p>a. Vitaliciedade 303</p><p>b. Inamovibilidade 303</p><p>c. Irredutibilidade de subsídio 304</p><p>iv. Vedações (artigo 128, §5º, II, da CF/88) 304</p><p>v. Estrutura 304</p><p>i. Ministério Público da União 304</p><p>ii. Ministério Público Estadual 305</p><p>vi. Atribuições 306</p><p>● Previstas no artigo 129, da CF 306</p><p>● Conflito de atribuições 306</p><p>○ Positivo 306</p><p>○ Negativo 307</p><p>○ Competência para resolução dos conflitos de atribuições 307</p><p>vii. Conselho Nacional do Ministério Público 309</p><p>● Composição 309</p><p>● Atribuições 310</p><p>● Competência para julgamento de ato praticado pelo CNJ ou</p><p>pelo CNMP 310</p><p>b. Advocacia Pública 311</p><p>i. Regramento 311</p><p>● Previsão constitucional - arts. 131 e 132 312</p><p>ii. Âmbito Municipal 312</p><p>iii. Decisões judiciais Tribunais Superiores 312</p><p>c. Advocacia Privada 319</p><p>i. Previsão constitucional 319</p><p>ii. Princípios 319</p><p>i. Princípio da indispensabilidade 319</p><p>a. Regra 319</p><p>b. Exceções 319</p><p>ii. Princípio da inviolabilidade 320</p><p>d. Defensoria Pública 320</p><p>i. Previsão constitucional 320</p><p>ii. Autonomia 320</p><p>iii. Função 320</p><p>iv. Estrutura 321</p><p>v. Garantias 321</p><p>● Funcionais 321</p><p>● Institucionais - Art. 134, §§2° e 3°, da CF 322</p><p>vi. Vedação 322</p><p>vii. Princípios institucionais - art. 134, §4°, da CF 323</p><p>● Princípio da unidade 323</p><p>● Princípio da indivisibilidade 323</p><p>● Princípio da independência funcional 323</p><p>viii. Decisões judiciais Tribunais Superiores 323</p><p>18. Defesa do Estado e das instituições democráticas 327</p><p>a. Princípios 327</p><p>i. Princípio fundante da necessidade 327</p><p>ii. Princípio da temporalidade 327</p><p>b. Estado de Defesa - art. 136, da CF 328</p><p>i. Causas 328</p><p>● Grave e iminente instabilidade institucional 328</p><p>● Calamidades de grandes proporções da natureza 328</p><p>ii. Procedimento 328</p><p>● Decretação 328</p><p>● Conselhos 328</p><p>● Edição de Decreto - art. 136, §1°, da CF 328</p><p>● Congresso Nacional 329</p><p>c. Estado de sítio - arts. 137 a 139, da CF 329</p><p>i. Pressupostos fáticos 329</p><p>ii. Competência 329</p><p>iii. Decreto - art. 138, da CF 330</p><p>iv. Medidas - art. 139, da CF 331</p><p>d. Forças Armadas 331</p><p>i. Previsão normativa 331</p><p>ii. Binômio 331</p><p>● Hierarquia 331</p><p>● Disciplina 331</p><p>iii. Regime jurídico 332</p><p>iv. Funções 332</p><p>● Defesa da pátria 332</p><p>● Garantia dos poderes constitucionais 332</p><p>● Garantia da lei e da ordem 332</p><p>v. Serviço militar 332</p><p>● Regra 332</p><p>● Exceção 332</p><p>e. Segurança Pública 333</p><p>i. Finalidade 333</p><p>ii. Previsão constitucional 333</p><p>iii. Jurisprudência 333</p><p>19. Controle de Constitucionalidade: introdução 338</p><p>a. Teoria geral do Controle de Constitucionalidade 338</p><p>i. Conceito de controle de constitucionalidade 338</p><p>ii. Parâmetro 338</p><p>● Bloco de Constitucionalidade 338</p><p>iii. Composição do bloco de constitucionalidade 338</p><p>● Doutrina majoritária e STF - Teoria Restritiva 338</p><p>● Doutrina minoritária - Teoria ampla (teoria extensiva) 339</p><p>iv. Pressupostos 339</p><p>● Princípio da supremacia da Constituição 339</p><p>● Rigidez constitucional 339</p><p>v. Histórico 339</p><p>● Antiguidade 339</p><p>● Caso Madison vs. Marbury 340</p><p>● Hans Kelsen 340</p><p>b. Sistemas de controle de constitucionalidade 340</p><p>i. Modelo norte-americano 340</p><p>○ Difuso 340</p><p>○ Forma incidental 340</p><p>ii. Modelo austríaco 341</p><p>○ Concentrado 341</p><p>○ Via principal 341</p><p>○ Anulabilidade 341</p><p>c. Fenômeno da inconstitucionalidade 341</p><p>i. Conceito 341</p><p>ii. Efeitos e natureza jurídica 341</p><p>d. Espécies de inconstitucionalidades 342</p><p>○ Propriamente dita: que ocorre quando há o descumprimento de</p><p>regras do processo legislativo. Exemplos são do artigo 59 ao 69 da</p><p>CF. Qualquer descumprimento de regras do processo legislativo</p><p>ocasiona inconstitucionalidade formal propriamente dita. 343</p><p>e. Estado de coisas inconstitucionais 347</p><p>○ Deslocamentos forçados dentro da Colômbia, em razão do</p><p>narcotráfico. 347</p><p>○ Processos estruturais 347</p><p>f. Modalidades de controle de constitucionalidade 349</p><p>g. Controle de Constitucionalidade difuso incidental 353</p><p>h. Controle concentrado principal de constitucionalidade 366</p><p>20. Controle concentrado: ações 370</p><p>a. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 370</p><p>b. Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 423</p><p>c. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 427</p><p>●Marco temporal 427</p><p>v. Espécies 428</p><p>● Total 428</p><p>● Parcial 429</p><p>vi. Legitimidade 429</p><p>● Ativa 429</p><p>● Passiva 430</p><p>vii. Competência 430</p><p>viii. Procedimento - art. 12-A à art. 12-E 430</p><p>ix. Julgamento 431</p><p>● Quórum de instalação 431</p><p>● Quórum de julgamento 431</p><p>x. Decisão e efeitos da ADO 432</p><p>● Caráter mandamental 432</p><p>d. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)</p><p>432</p><p>i. Finalidade 432</p><p>ii. Fundamento normativo 432</p><p>iii. Espécies 433</p><p>● Autônoma 433</p><p>● Incidental/ paralela 433</p><p>iv. Cabimento 434</p><p>v. Não cabimento 439</p><p>● Enunciados de súmula 439</p><p>● Atos privados 439</p><p>● Projetos de Lei 439</p><p>● Proposta de Emenda à Constituição 439</p><p>vi. Legitimidade 439</p><p>vii. Competência 439</p><p>viii. Procedimento 439</p><p>●Medida cautelar 440</p><p>ix. Julgamento 441</p><p>x. Efeitos da decisão 441</p><p>21. Controle de Constitucionalidade Estadual 449</p><p>a. Controle Difuso Incidental 449</p><p>b. Controle Concentrado Principal 450</p><p>22. Direitos Fundamentais 457</p><p>a. Teoria Geral 457</p><p>b. Classificação dos Direitos Fundamentais 464</p><p>c. Aplicação e eficácia dos Direitos Fundamentais 465</p><p>d. Dimensões objetiva e subjetiva dos Direitos Fundamentais 466</p><p>e. Âmbito de proteção dos Direitos Fundamentais 467</p><p>f. Relações especiais de sujeição 470</p><p>23. Direitos Fundamentais em espécie 472</p><p>a. Direitos fundamentais individuais 472</p><p>b. Direito à vida 472</p><p>c. Direito à liberdade 476</p><p>d. Direito à privacidade 499</p><p>e. Direito à inviolabilidade do domicílio 502</p><p>f. Direito à igualdade 507</p><p>○ Critério diferenciador 509</p><p>○ Decisões judiciais 510</p><p>g. Direito à propriedade 511</p><p>h. Direitos autorais e propriedade intelectual 514</p><p>i. Direito de herança 515</p><p>24. Garantias fundamentais 516</p><p>a. Conceito 516</p><p>b. Segurança jurídica 516</p><p>i. Origem 516</p><p>ii. Conceito 516</p><p>iii. Desdobramentos 517</p><p>● Princípio da legalidade 517</p><p>● Princípio da irretroatividade das leis 517</p><p>c. Remédios Constitucionais 519</p><p>i. Conceito de remédios constitucionais 519</p><p>ii. Habeas Corpus 519</p><p>iii. Habeas Data 520</p><p>● Fundamento normativo 520</p><p>● Cabimento 520</p><p>● Habeas data ≠ Direito de certidão 521</p><p>● Legitimidade ativa 521</p><p>● Legitimidade passiva 521</p><p>● Competência 521</p><p>● Procedimento 522</p><p>○ Petição inicial 523</p><p>○ Dilação probatória 523</p><p>○ Informação da autoridade 524</p><p>○Ministério Público 524</p><p>○ Decisão 524</p><p>○ Garantia de prioridade da tramitação 524</p><p>○ Isenção de custas</p><p>o que</p><p>fez com se questionasse</p><p>acerca da competência da</p><p>Corte.</p><p>● Decisão:</p><p>Permanência da</p><p>competência do STF.</p><p>○ Observações</p><p>■ Tempus regit actum - nos casos</p><p>em que, seja pela perda, seja</p><p>pela aquisição do foro de</p><p>prerrogativa de função, caso</p><p>ocorra remessas de processos</p><p>entre as instâncias, os atos</p><p>praticados se mantêm válidos.</p><p>182</p><p>■ Concurso de agentes - STF,</p><p>Inquérito 470/QO - Mensalão.</p><p>➢ Regra - Existindo um</p><p>agente que possua foro</p><p>por prerrogativa de função,</p><p>este será julgado pelo STF,</p><p>enquanto os demais, caso</p><p>não sejam parlamentares,</p><p>haverá o</p><p>desmembramento do</p><p>processo.</p><p>➢ Exceção - Pela</p><p>complexidade da causa,</p><p>poderá o STF determinar</p><p>que o processo seja</p><p>mantido sob sua</p><p>competência.</p><p>● Demais garantias</p><p>● Imunidade testemunhal: art. 53, §6º</p><p>imunidade testemunhal deve guardar</p><p>relação com omandato.</p><p>● Imunidade de incorporação às forças</p><p>armadas: O 53, §7º traz a imunidade no que</p><p>tange a incorporação às forças armadas.</p><p>Reza na CF que os Deputados e Senadores</p><p>não poderão se incorporar às forças armadas,</p><p>ainda que militares e ainda que em tempo</p><p>de guerra, salvo se a casa autorizar.</p><p>● Imunidades no estado de sítio: O art. 53,</p><p>§8º, CF trata das imunidades durante o</p><p>estado de sítio. Mas trata do fato de as</p><p>imunidades não poderem ser suspensas,</p><p>183</p><p>salvo conforme esse §8º. Nessa toada, pode</p><p>haver suspensão das imunidades em</p><p>hipóteses excepcionais.</p><p>● Garantias dos parlamentares estaduais,</p><p>distritais e municipais</p><p>● Deputados estaduais</p><p>○ Também possuem todas essas</p><p>imunidades, cabendo serem</p><p>adequadas ao caso específico.</p><p>○ Deve-se cumprir o princípio da</p><p>simetria.</p><p>○ STF (ADI 4870) - é inconstitucional que</p><p>as Constituições Estaduais ampliem as</p><p>imunidades.</p><p>● Deputados distritais</p><p>○ Art. 32, §3°, da CF: “Aos Deputados</p><p>Distritais e à Câmara Legislativa</p><p>aplica-se o disposto no art. 27”.</p><p>● Vereadores/ parlamentares municipais</p><p>○ Art. 29, VIII, da CF: “inviolabilidade dos</p><p>Vereadores por suas opiniões, palavras</p><p>e votos no exercício do mandato e na</p><p>circunscrição do Município”.</p><p>○ Trata-se de imunidade material/</p><p>inviolabilidade, isto é, em relação aos</p><p>votos, às opiniões e às palavras.</p><p>○ Limita-se à circunscrição do Município</p><p>e ao exercício do mandato.</p><p>184</p><p>ii. Impedimentos e incompatibilidades</p><p>● Previsão constitucional.</p><p>● Art. 54100, CF/88</p><p>● Objetivo</p><p>● Proteger o exercício da função pelo</p><p>parlamentar, para que não se tenha conflito</p><p>de interesses.</p><p>● O exercício de outra função poderia</p><p>ocasionar determinados prejuízos para a</p><p>função de parlamentar.</p><p>● Momentos</p><p>● Desde a diplomação</p><p>● Art. 54, I, da CF.</p><p>● Desde a posse</p><p>● Art. 54, II, da CF</p><p>● Abrangência</p><p>● Não se estendem aos suplentes e aos</p><p>assessores, salvo nos casos em que os</p><p>suplentes assumem o cargo no lugar dos</p><p>parlamentares.</p><p>100Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:</p><p>I - desde a expedição do diploma:</p><p>a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa</p><p>pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,</p><p>salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam</p><p>demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;</p><p>II - desde a posse:</p><p>a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente</p><p>de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;</p><p>b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas</p><p>no inciso I, "a";</p><p>c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o</p><p>inciso I, "a";</p><p>d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.</p><p>185</p><p>● Aplicação</p><p>● Abarca, não só, o âmbito federal, quanto o</p><p>âmbito estadual, distrital e municipal.</p><p>● STF (RE 497554) - o dispositivo constitucional</p><p>é norma de reprodução obrigatória, devendo</p><p>ser previsto nas Constituições Estaduais e</p><p>Leis Orgânicas.</p><p>iii. Perda do mandato</p><p>● Previsão constitucional</p><p>● Art. 55101.</p><p>● Lista as hipóteses em que o</p><p>parlamentar irá perder ou poderá</p><p>perder o mandato.</p><p>● Art. 56102.</p><p>● Formas de perda do mandato</p><p>● Cassação do mandato</p><p>○ Ocorrência</p><p>102Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:</p><p>I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de</p><p>Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão</p><p>diplomática temporária;</p><p>II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem</p><p>remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse</p><p>cento e vinte dias por sessão legislativa.</p><p>§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas</p><p>neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.</p><p>§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem</p><p>mais de quinze meses para o término do mandato.</p><p>§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do</p><p>mandato.</p><p>101Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:</p><p>I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;</p><p>II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;</p><p>III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões</p><p>ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;</p><p>IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;</p><p>V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;</p><p>VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.</p><p>186</p><p>■ De uma das circunstâncias</p><p>previstas no art. 55, da CF.</p><p>■ Violação de um dos</p><p>impedimentos do art. 54, inciso I:</p><p>➢ Quebra de decoro</p><p>parlamentar;</p><p>➢ Condenação criminal em</p><p>sentença transitada em</p><p>julgado.</p><p>▪ Indo Além: o STF, de forma</p><p>ativista, criou mais uma hipótese</p><p>que não está expressa na</p><p>Constituição. Essa hipótese foi</p><p>tirada da interpretação do artigo</p><p>17 da CF que ocorre quando o</p><p>parlamentar trocar de partido</p><p>sem justa causa (infidelidade</p><p>partidária). Segundo o STF, o</p><p>reconhecimento de justa causa</p><p>para a transferência de partido</p><p>político afasta a perda do</p><p>mandato eletivo por infidelidade</p><p>partidária. Contudo, ela não</p><p>transfere ao novo partido o</p><p>direito de sucessão à vaga.</p><p>○ Processamento</p><p>■ Presidente da Casa respectiva ou</p><p>de um dos partidos, dá início a</p><p>um procedimento.</p><p>Analisando-se se as</p><p>circunstâncias ocorreram, de fato</p><p>e se deliberando acerca da perda</p><p>187</p><p>ou não do mandato por parte do</p><p>parlamentar.</p><p>➢ Tem-se, ao final, uma</p><p>decisão de natureza</p><p>constitutiva.</p><p>■ Garante-se o contraditório e a</p><p>ampla defesa ao parlamentar.</p><p>● Extinção do mandato</p><p>○ Ocorrência</p><p>■ Diante da ocorrência da situação</p><p>prevista, automaticamente, o</p><p>parlamentar irá perder o</p><p>mandato.</p><p>○ Hipóteses</p><p>■ Deixar de comparecer, em cada</p><p>sessão legislativa, à terça parte</p><p>das sessões ordinárias da Casa a</p><p>que pertencer, salvo licença ou</p><p>missão por esta autorizada;</p><p>■ Perder ou tiver suspensos os</p><p>direitos políticos;</p><p>■ Quando o decretar a Justiça</p><p>Eleitoral, nos casos previstos</p><p>nesta Constituição</p><p>○ Natureza da decisão: declaratória.</p><p>○ Garantia do contraditório e da ampla</p><p>defesa ao parlamentar.</p><p>● Condenação criminal</p><p>■ 1º momento - STF entendia que, no</p><p>caso de uma condenação penal, a</p><p>perda do mandato era automática.</p><p>188</p><p>➢ Tal posicionamento, contudo,</p><p>violava a própria previsão</p><p>constitucional, conforme §§2° e</p><p>3°, do artigo 55, da CF.</p><p>■ 2º momento - divergência entre as</p><p>Turmas do STF.</p><p>➢ 1ª Turma na decisão do MS 32326</p><p>- a condenação criminal não</p><p>gera automaticamente a perda</p><p>do mandato, sendo necessária</p><p>uma decisão constitutiva, por ser</p><p>uma hipótese de cassação.</p><p>■ Exceção - caso a</p><p>condenação imponha</p><p>uma pena superior a 120</p><p>dias de prisão, em regime</p><p>fechado, aplica-se o que é</p><p>disposto no artigo 55, III, da</p><p>CF.</p><p>➢ 2ª Turma na decisão da AP 996 -</p><p>a condenação criminal não</p><p>acarreta perda automática do</p><p>mandato, inexistindo</p><p>qualquer</p><p>distinção.</p><p>● Renúncia do mandato</p><p>● Art. 55, §4°, da CF - A renúncia de</p><p>parlamentar submetido a processo</p><p>que vise ou possa levar à perda do</p><p>mandato, nos termos deste artigo, terá</p><p>seus efeitos suspensos até as</p><p>deliberações finais.</p><p>189</p><p>13. Poder Legislativo: função</p><p>fiscalizatória</p><p>a. Previsão normativa</p><p>● Art. 49, X103, da CF.</p><p>● A função fiscalizatória abarca também os atos</p><p>administrativos do Poder Judiciário.</p><p>b. Mecanismos</p><p>● Sustar atos do Poder Executivo, conforme</p><p>previsão no Art. 49, V, da CF/88.</p><p>● Comissões Parlamentares de Inquérito.</p><p>● Convocação de Ministros para prestarem</p><p>informações.</p><p>● Impeachment.</p><p>● Fiscalização financeira, com previsão normativa</p><p>nos arts. 70 a 75, da CF.</p><p>○ Não se trata de uma função exclusiva do</p><p>Poder Legislativo.</p><p>○ Cada órgão e poder irão realizar controles</p><p>econômico e financeiro internos.</p><p>○ Fiscalização externa: o Poder Legislativo,</p><p>com auxílio do Tribunal de Contas, irá realizar</p><p>fiscalização dos demais órgãos e entes, além</p><p>de realizarem a sua fiscalização interna.</p><p>○ Áreas de fiscalização: contábil; financeira;</p><p>orçamentária; operacional e patrimonial.</p><p>○ Critérios de fiscalização:</p><p>103Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:</p><p>X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder</p><p>Executivo, incluídos os da administração indireta;</p><p>190</p><p>■ Legalidade.</p><p>■ Legitimidade.</p><p>■ Economicidade,</p><p>■ Aplicação das subvenções e renúncia</p><p>de receitas</p><p>○ O Tribunal de Contas é órgão colegiado que</p><p>irá auxiliar o poder legislativo no exercício</p><p>dessa fiscalização que é realizada de modo</p><p>externo.</p><p>■ Natureza jurídica: orgão constitucional</p><p>autônomo, não integrando a estrutura</p><p>dos demais poderes.</p><p>■ Competência - Art. 71, da CF.</p><p>■ Composição do TCU: integrado por</p><p>nove Ministros, tem sede no Distrito</p><p>Federal, quadro próprio de pessoal e</p><p>jurisdição em todo o território nacional,</p><p>exercendo, no que couber, as</p><p>atribuições previstas no art. 96.</p><p>■ Tribunais de Contas Estaduais.</p><p>➢ Devem ser criados, conforme art.</p><p>75, da CF: “As normas</p><p>estabelecidas nesta seção</p><p>aplicam-se, no que couber, à</p><p>organização, composição e</p><p>fiscalização dos Tribunais de</p><p>Contas dos Estados e do Distrito</p><p>Federal, bem como dos Tribunais</p><p>e Conselhos de Contas dos</p><p>Municípios.</p><p>Parágrafo único. As Constituições</p><p>estaduais disporão sobre os</p><p>191</p><p>Tribunais de Contas respectivos,</p><p>que serão integrados por sete</p><p>Conselheiros”.</p><p>● Princípio da simetria.</p><p>➢ Súmula n° 653, do STF104.</p><p>104No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser</p><p>escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual,</p><p>cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério</p><p>Público, e um terceiro a sua livre escolha.</p><p>192</p><p>14. Poder Legislativo: processo legislativo</p><p>a. Aspectos introdutórios</p><p>i. Conceito</p><p>● Conjunto de atos, ordenados, com a finalidade de</p><p>criação de atos normativos primários.</p><p>● Atos normativos primários não se restringem</p><p>apenas às leis.</p><p>○ Previsão constitucional no artigo 59105.</p><p>ii. Previsão normativa - Arts. 59 a 69 da CF</p><p>● Quando, no curso do processo legislativo, for</p><p>desobedecida alguma regra que esteja prevista</p><p>nestes dispositivos, estar-se-á diante de um ato</p><p>normativo primário que padece de uma</p><p>inconstitucionalidade formal.</p><p>● STF (ADI 1353) - Todo esse regramento é de</p><p>reprodução obrigatória por parte da Constituição</p><p>Estadual e das Leis Orgânicas Municipais.</p><p>● Lei Complementar n° 95/1998.</p><p>○ Quando, no curso do processo legislativo,</p><p>não for observado o regramento desta lei</p><p>complementar, o ato normativo primário</p><p>105Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:</p><p>I - emendas à Constituição;</p><p>II - leis complementares;</p><p>III - leis ordinárias;</p><p>IV - leis delegadas;</p><p>V - medidas provisórias;</p><p>VI - decretos legislativos;</p><p>VII - resoluções.</p><p>Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e</p><p>consolidação das leis.</p><p>193</p><p>não irá padecer de inconstitucionalidade</p><p>formal.</p><p>○ STF (ADI 4627) - não há</p><p>inconstitucionalidade quando violado um</p><p>regramento contido na lei complementar n°</p><p>95/98. A própria lei, em seu artigo 18, assim</p><p>dispõe.</p><p>b. Esquema do processo legislativo</p><p>i. Fases do processo legislativo: lei complementar e</p><p>ordinária</p><p>1º: Fase Introdutória do Processo Legislativo</p><p>● Iniciativa</p><p>○ Professor José Afonso entende que</p><p>iniciativa é o ato que põe em</p><p>movimento o processo legislativo.</p><p>○ Regra geral - art. 61, caput, da CF.106</p><p>○ Iniciativa concorrente/ comum/ geral,</p><p>sendo atribuída a todos os órgãos e</p><p>cada um destes pode exercê-la a</p><p>qualquer momento.</p><p>○ Abarca não só a iniciativa parlamentar,</p><p>como também a iniciativa</p><p>extraparlamentar.</p><p>● Legitimados</p><p>● Qualquer membro ou comissão da</p><p>Câmara dos Deputados;</p><p>● Qualquer membro ou comissão do</p><p>Senado Federal;</p><p>106Art. 61, caput. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer</p><p>membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso</p><p>Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais</p><p>Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos</p><p>previstos nesta Constituição.</p><p>194</p><p>● Qualquer membro ou comissão do</p><p>Congresso Nacional;</p><p>● Presidente da República;</p><p>● Supremo Tribunal Federal;</p><p>● Tribunais Superiores;</p><p>● Procurador-Geral da República;</p><p>● Cidadãos.</p><p>● Iniciativa privativa / reservada</p><p>○ Trata-se de uma exceção. Devendo,</p><p>portanto, ser interpretada de forma</p><p>taxativa.</p><p>○ Atribuí-se a somente um órgão para</p><p>que seja iniciado o processo legislativo.</p><p>○ As iniciativas privativas são dos</p><p>seguintes órgãos:</p><p>1. Presidente da República.</p><p>■ Art. 61, §1°, da CF.</p><p>■ Art. 84, XXIII, da CF.</p><p>■ Art. 165, da CF.</p><p>2. Câmara dos Deputados e</p><p>Senado Federal.</p><p>■ Art. 51, IV, da CF;</p><p>■ Art. 52, XIII, da CF</p><p>3. Supremo Tribunal Federal.</p><p>■ Art. 93, da CF.</p><p>● Iniciativa privativa é discricionária, vez</p><p>que o legitimado, em regra, não é</p><p>obrigado a dar início a um processo</p><p>legislativo.</p><p>○ Vale-se do juízo de conveniência</p><p>e oportunidade.</p><p>195</p><p>○ Nesse sentido, STF na ADI 546107.</p><p>○ Exceção - quando a própria</p><p>Constituição, de forma expressa,</p><p>indicar um prazo, sendo,</p><p>contudo, passível de controle</p><p>judicial.</p><p>● Poder Constituinte Derivado</p><p>○ Está adstrito a essas regras de</p><p>iniciativa privativa?</p><p>■ Não. No âmbito federal, não está</p><p>adstrito a regras de iniciativa</p><p>privativa.</p><p>■ No que se refere ao âmbito</p><p>estadual, o STF faz uma</p><p>distinção.</p><p>➢ Normas originárias: não</p><p>está adstrito.</p><p>➢ Poder constituinte</p><p>derivado reformador:</p><p>devem observar as regras</p><p>de iniciativa privativa.</p><p>● Violação da iniciativa privativa</p><p>○ Questiona-se: a sanção feita pelo</p><p>detentor da iniciativa privativa, que foi</p><p>107Veja a ementa: “Ação direta de inconstitucionalidade. Arts. 4º e 5º da Lei nº 9.265, de 13</p><p>de junho de 1991, do Estado do Rio Grande do Sul. - Tratando-se de projeto de lei de</p><p>iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, não pode o Poder Legislativo assinar-lhe</p><p>prazo para o exercício dessa prerrogativa sua. - Não havendo aumento de despesa, o</p><p>Poder Legislativo pode emendar projeto de iniciativa privativa do Chefe do Poder</p><p>Executivo, mas esse poder não é ilimitado, não se estendendo ele a emendas que não</p><p>guardem estreita pertinência com o objeto do projeto encaminhado ao Legislativo pelo</p><p>Executivo e que digam respeito a matéria que também é da iniciativa privativa daquela</p><p>autoridade. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 4º</p><p>e 5º da Lei nº 9.265, de 13 de junho de 1991, do Estado do Rio Grande do Sul”.</p><p>(ADI 546, Relator(a): MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/1999, DJ</p><p>14-04-2000 PP-00030 EMENT VOL-01987-01 PP-00176)</p><p>196</p><p>violada, no começo do processo</p><p>legislativo, convalida o vício formal,</p><p>tornando a lei constitucional?</p><p>○ Doutrina minoritária - sim, visto</p><p>que o próprio detentor</p><p>participou do processo ao</p><p>sancionar a lei.</p><p>○ Doutrina majoritária e STF - a</p><p>sanção não convalida o projeto</p><p>de lei, podendo e devendo</p><p>o STF</p><p>declarar inconstitucional</p><p>formalmente esse ato normativo</p><p>primário.</p><p>■ Inconstitucionalidade =</p><p>nulidade absoluta.</p><p>➢ Não admite</p><p>convalidação.</p><p>● Iniciativa popular</p><p>○ Regramento constitucional: nos art. 14,</p><p>III108, da CF e art. 61, §2°109, da CF.</p><p>○ Formas de participação direta do</p><p>povo110</p><p>■ Propositura de lei de iniciativa</p><p>popular111:</p><p>111 Importante decorar esses requisitos para provas objetivas.</p><p>110 Há o fortalecimento da democracia, amenizando as dificuldades da representatividade.</p><p>109Art. 61, §2°. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos</p><p>Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado</p><p>nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por</p><p>cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>108Art. 14, III. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e</p><p>secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:</p><p>III - iniciativa popular.</p><p>197</p><p>➢ Projeto de lei deve estar</p><p>subscrito, por, pelo menos,</p><p>1% do eleitorado nacional;</p><p>➢ Esse percentual deve estar</p><p>distribuído em, pelo</p><p>menos, 05 (cinco) Estados</p><p>Membros da Federação.</p><p>➢ Com, pelo menos, 0,3% de</p><p>eleitores em cada um</p><p>desses Estados.</p><p>■ Referendo</p><p>■ Plebiscito</p><p>○ Lei n° 9.709/98: regulamenta todas as</p><p>manifestações populares.</p><p>■ Art. 13: “A iniciativa popular</p><p>consiste na apresentação de</p><p>projeto de lei à Câmara dos</p><p>Deputados, subscrito por, no</p><p>mínimo, um por cento do</p><p>eleitorado nacional, distribuído</p><p>pelo menos por cinco Estados,</p><p>com não menos de três décimos</p><p>por cento dos eleitores de cada</p><p>um deles”.</p><p>➢ O projeto de lei de</p><p>iniciativa popular deverá</p><p>circunscrever-se a um só</p><p>assunto.</p><p>➢ O projeto de lei de</p><p>iniciativa popular não</p><p>poderá ser rejeitado por</p><p>vício de forma, cabendo à</p><p>198</p><p>Câmara dos Deputados,</p><p>por seu órgão competente,</p><p>providenciar a correção de</p><p>eventuais impropriedades</p><p>de técnica legislativa ou de</p><p>redação.</p><p>○ Previsão obrigatória nos demais entes</p><p>federados, em decorrência ao Princípio</p><p>da Simetria.</p><p>■ Os requisitos específicos,</p><p>contudo, não se replicam.</p><p>■ Art. 29, XIII, da CF: “iniciativa</p><p>popular de projetos de lei de</p><p>interesse específico do</p><p>Município, da cidade ou de</p><p>bairros, através de manifestação</p><p>de, pelo menos, cinco por cento</p><p>do eleitorado”;</p><p>■ Art. 27,§4°, da CF: “A lei disporá</p><p>sobre a iniciativa popular no</p><p>processo legislativo estadual”.</p><p>➢ Doutrina minoritária -</p><p>entende que, a lei além de</p><p>prever a iniciativa popular,</p><p>deve seguir, também, o</p><p>regramento previsto na</p><p>Constituição.</p><p>○ É admitida iniciativa popular em</p><p>Proposta de Emenda Constitucional?</p><p>■ Âmbito federal.</p><p>➢ Doutrina majoritária e STF</p><p>- não é possível, visto que o</p><p>199</p><p>artigo 60, da CF não prevê</p><p>tal prerrogativa.</p><p>➢ Doutrina minoritária -</p><p>José Afonso da Silva: é</p><p>possível, com base no art.</p><p>14, da CF, somado ao fato</p><p>de que se trata da</p><p>alteração do ato normativo</p><p>mais importante e que é</p><p>hierarquicamente superior</p><p>no ordenamento jurídico</p><p>cujo detentor desse poder</p><p>é o próprio povo.</p><p>■ Âmbito estadual.</p><p>➢ Prevalece o entendimento</p><p>de que é possível, caso</p><p>tenha previsão na</p><p>Constituição Estadual.</p><p>➢ Nesse sentido, a decisão</p><p>do STF ADI 825112.</p><p>● Em qual Casa será iniciado o processo</p><p>legislativo?</p><p>○ Regra: Câmara dos Deputados</p><p>no processo legislativo federal,</p><p>sendo considerada a Casa</p><p>iniciadora. Isso porque</p><p>112 Leia um trecho da decisão, a seguir: "É facultado aos Estados, no exercício de seu poder</p><p>de auto-organização, a previsão de iniciativa popular para o processo de reforma das</p><p>respectivas Constituições estaduais, em prestígio ao princípio da soberania popular (art. 1º,</p><p>parágrafo único, art. 14, I e III, e art. 49, XV, da CF)"</p><p>(STF - ADI: 825 AP, Relator: ALEXANDRE DE MORAES, Data de Julgamento: 25/10/2018,</p><p>Tribunal Pleno, Data de Publicação: 27/06/2019).</p><p>200</p><p>representa melhor os anseios do</p><p>próprio povo.</p><p>○ Exceção: Senado Federal -</p><p>quando proposto por um</p><p>senador.</p><p>■ Normalmente, funciona</p><p>como Casa revisora.</p><p>2º: Fase Constitutiva do Processo Legislativo</p><p>● Deliberação parlamentar: ocorre a discussão</p><p>e votação.</p><p>○ Casa Iniciadora</p><p>■ Presidente da Mesa: irá fazer</p><p>um juízo de admissibilidade do</p><p>projeto de lei, de modo que ele</p><p>pode arquivar o projeto que</p><p>tenha matéria: (I)</p><p>antirregimental; (II) alheia à</p><p>competência da Casa; (III)</p><p>evidentemente inconstitucional</p><p>ou (IV) projeto de lei não</p><p>devidamente formalizado113.</p><p>➢ Se o Presidente da Mesa</p><p>admitir o projeto de lei, ele</p><p>irá: (I) definir o regime de</p><p>tramitação (tradicional114</p><p>ou</p><p>conclusivo/terminativo115) e</p><p>115 Regime de tramitação conclusivo: o projeto não precisa de votação do plenário, de</p><p>modo que será votado pelas comissões.</p><p>114 Regime de tramitação tradicional: o projeto precisa de votação do plenário após passar</p><p>pelas comissões.</p><p>113 Há uma exceção: se o projeto de lei for de iniciativa popular, o Presidente da Mesa não</p><p>pode arquivar o projeto por não estar devidamente formalizado.</p><p>201</p><p>(II) decidir para qual</p><p>Comissão o projeto irá.</p><p>➢ O projeto deve</p><p>obrigatoriamente ir para a</p><p>Comissão de Constituição</p><p>e Justiça e de Cidadania.</p><p>■ Comissões: trazem maior</p><p>racionalidade da Casa, emitindo,</p><p>em regra, pareceres opinativos.</p><p>➢ Exceção aos pareceres</p><p>opinativos:</p><p>Art. 54, do Regimento</p><p>Interno da Câmara dos</p><p>Deputados: pareceres</p><p>terminativos, quando</p><p>elaborados pela Comissão</p><p>de Constituição, Cidadania</p><p>e Justiça (analisa a</p><p>constitucionalidade do</p><p>projeto de lei); Comissão</p><p>de Finanças e Tributação e</p><p>pela Comissão Especial.</p><p>■ Dispensada a análise pelo</p><p>Plenário: na hipótese de se</p><p>existir previsão no regimento</p><p>interno, as próprias comissões</p><p>serão responsáveis por aprovar</p><p>determinado projeto de lei, sem</p><p>que seja aprovado ou não pelo</p><p>Plenário.</p><p>➢ ATENÇÃO! Os projetos de</p><p>lei complementar, projeto</p><p>202</p><p>de emenda constitucional,</p><p>projeto de iniciativa</p><p>popular, projeto</p><p>apresentado por</p><p>comissões, projeto de</p><p>códigos, projetos</p><p>aprovados pelo Plenário do</p><p>Senado, projetos em</p><p>regime de urgência e</p><p>projetos que tramitam em</p><p>caráter conclusivo, mas</p><p>que tenham recebido</p><p>pareceres divergentes nas</p><p>comissões (pela aprovação</p><p>e rejeição) ou que tenham</p><p>sido alvo de recurso para</p><p>votação em Plenário</p><p>devem passar pelo</p><p>Plenário.</p><p>■ Em face de eventual</p><p>aprovação diretamente pela</p><p>Comissão, pode ser interposto</p><p>recurso com o mínimo de 1/10</p><p>dos membros daquela casa para</p><p>que o projeto passe para análise</p><p>do Plenário.</p><p>203</p><p>■ Quórum da Casa Iniciadora</p><p>➢ Lei ordinária</p><p>● Para deliberação</p><p>(para se dar início a</p><p>ordem do dia):</p><p>maioria absoluta</p><p>dos membros, que</p><p>representa o</p><p>primeiro número</p><p>inteiro posterior à</p><p>metade dos</p><p>membros da casa.</p><p>● Para aprovação:</p><p>maioria simples116.</p><p>➢ Lei complementar</p><p>● Para deliberação:</p><p>maioria absoluta do</p><p>116 Doutrina majoritária : metade + 1 do número de membros presentes;</p><p>Doutrina minoritária - Danniel Adriano, José Levy e art. 183, RICD - número inteiro</p><p>posterior à metade do número de votos válidos.</p><p>204</p><p>número de</p><p>membros da Casa</p><p>Legislativa.</p><p>● Para aprovação -</p><p>maioria absoluta do</p><p>número de</p><p>membros da Casa</p><p>Legislativa.</p><p>■ Formas da lei: complementar</p><p>ou ordinária?</p><p>➢ A própria Constituição</p><p>prevê quando será um</p><p>caso de lei ordinária ou</p><p>quando será um caso de</p><p>lei complementar. A</p><p>distinção está relacionada</p><p>com amatéria.</p><p>➢ Diante do silêncio,</p><p>adota-se, como veículo</p><p>normativo, a lei ordinária.</p><p>➢ STF (ADI 5003): não pode a</p><p>Constituição Estadual</p><p>prever ou suprimir</p><p>matérias a serem tratadas</p><p>por meio de leis</p><p>complementares. Matérias</p><p>que são previstas na</p><p>Constituição Federal para</p><p>serem veiculadas por meio</p><p>de leis complementares</p><p>são normas de reprodução</p><p>obrigatórias.</p><p>205</p><p>➢ Caso uma matéria que</p><p>deveria ser tratada por</p><p>meio de lei complementar,</p><p>seja prevista em uma lei</p><p>ordinária, estar-se-á diante</p><p>de uma</p><p>inconstitucionalidade</p><p>formal.</p><p>➢ Se uma lei complementar</p><p>tratar de uma matéria que</p><p>seria, a princípio, regida</p><p>por lei ordinária, não se</p><p>terá uma</p><p>inconstitucionalidade,</p><p>visto que foram</p><p>preenchidos os requisitos</p><p>de aprovação e</p><p>deliberação.</p><p>● Neste caso, houve</p><p>um abuso de forma.</p><p>● Não irá vincular o</p><p>processo legiferante.</p><p>● Caso seja necessária</p><p>a alteração dessa lei,</p><p>essa poderá ser feita</p><p>por meio de lei</p><p>ordinária.</p><p>■ Hierarquia entre lei ordinária e</p><p>complementar</p><p>➢ Doutrina majoritária e STF</p><p>(RE 419629): não existe</p><p>hierarquia entre lei</p><p>206</p><p>ordinária e lei</p><p>complementar, ainda que</p><p>o processo da lei</p><p>complementar seja mais</p><p>exigente do que o da lei</p><p>ordinária.</p><p>○ Casa revisora</p><p>■ Tem-se o mesmo procedimento</p><p>previsto na casa iniciadora:</p><p>Comissões; Debate; Votação.</p><p>■ A casa revisora pode:</p><p>➢ aprovar o projeto sem</p><p>emendas</p><p>● O projeto irá para</p><p>sanção ou veto do</p><p>Presidente da</p><p>República.</p><p>➢ aprovar o projeto com</p><p>emendas</p><p>● O projeto irá para</p><p>Casa Iniciadora117</p><p>● A Casa iniciadora</p><p>não pode realizar</p><p>novas alterações</p><p>além das que foram</p><p>propostas pela casa</p><p>revisora.</p><p>● O STF entende que</p><p>não há a</p><p>necessidade de</p><p>voltar para a casa</p><p>117</p><p>207</p><p>iniciadora apreciar as</p><p>emendas se as</p><p>emendas não</p><p>causaram uma</p><p>alteração substancial</p><p>no projeto (nesse</p><p>caso o projeto já</p><p>pode ir para sanção</p><p>ou veto).</p><p>➢ Rejeitar o projeto</p><p>■ Em caso de rejeição pela Casa</p><p>Iniciadora</p><p>➢ Se o projeto for rejeitado, o</p><p>processo legislativo se</p><p>encerra.</p><p>➢ Art. 67, da CF: “A matéria</p><p>constante de projeto de lei</p><p>rejeitado somente poderá</p><p>constituir objeto de novo</p><p>projeto, na mesma sessão</p><p>legislativa, mediante</p><p>proposta da maioria</p><p>absoluta dos membros de</p><p>qualquer das Casas do</p><p>Congresso Nacional”.</p><p>■ Observações.</p><p>➢ Deliberação remota - Para</p><p>o STF (ADI 6442), é possível</p><p>a deliberação virtual</p><p>durante a pandemia de</p><p>COVID-19, sendo medida</p><p>208</p><p>excepcional diante do</p><p>contexto vivido.</p><p>○ Emendas parlamentares</p><p>■ Titularidade exclusiva dos</p><p>parlamentares, sendo</p><p>apresentadas no curso do</p><p>processo legislativo.</p><p>■ É possível uma Emenda</p><p>Parlamentar em um projeto de</p><p>lei de iniciativa privativa?</p><p>➢ STF - interpretação a</p><p>contrario sensu - entende</p><p>que sim, mas devem</p><p>cumprir dois requisitos: (I)</p><p>Guardar pertinência</p><p>temática118; (II) não</p><p>acarretar aumento de</p><p>despesa.</p><p>■ Regime de Urgência</p><p>Constitucional119</p><p>➢ Previsão - art. 64, §1°, da</p><p>CF120.</p><p>120 Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da</p><p>República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara</p><p>dos Deputados.</p><p>§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de</p><p>sua iniciativa.</p><p>INFO 1051 DO STF: É constitucional a previsão regimental de rito de urgência para</p><p>proposições que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, descabendo</p><p>ao Poder Judiciário examinar concretamente as razões que justificam sua adoção.</p><p>119 O projeto de lei não possui prazo previsto na Constituição, sendo, portanto, de uma</p><p>discricionariedade do Poder Legislativo. Os regimentos internos possuem previsão de</p><p>alguns prazos, os quais são considerados impróprios, isto significa dizer que não</p><p>acarretam nenhuma sanção. Por conta disso, foi criado o regime de urgência</p><p>constitucional.</p><p>118 Evita-se a chamada Emenda Jabuti.</p><p>209</p><p>➢ Procedimento: (I) Prazo de</p><p>45 dias para cada uma das</p><p>Casas deliberar e votar</p><p>esse projeto de lei. (II)</p><p>Prazo de 10 dias caso haja</p><p>alguma alteração por</p><p>parte da Casa Revisora,</p><p>para que a Casa Iniciadora</p><p>avalie e decida.</p><p>➢ Vedações - art. 64, §4°, da</p><p>CF. - o prazo não corre</p><p>durante o recesso e a</p><p>solicitação de urgência</p><p>não se aplica ao</p><p>procedimento legislativo</p><p>de edição de um Código.</p><p>➢ Sanção - Há o</p><p>trancamento de pauta121.</p><p>● Deliberação executiva</p><p>○ Representa a sanção ou veto pelo</p><p>Chefe do Executivo, sendo considerado</p><p>um mecanismo de freio e de</p><p>contrapeso.</p><p>■ Prazo de 15 (quinze) dias,</p><p>desconsidera-se o primeiro dia e</p><p>considera-se o último dia.</p><p>○ Sanção:</p><p>■ Conceito: ato do processo</p><p>legislativo, pelo qual o Chefe do</p><p>121 Art. 64, §2°. sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva</p><p>Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a</p><p>votação.</p><p>210</p><p>Executivo demonstra sua</p><p>concordância com o projeto de</p><p>lei.</p><p>■ Espécies:</p><p>■ Expressa.</p><p>■ Tácita: passado o prazo de</p><p>15 (quinze) dias e não</p><p>tendo o Chefe do</p><p>Executivo se manifestado,</p><p>presume-se que ele</p><p>sancionou o referido</p><p>projeto.</p><p>■ Características.</p><p>➢ Não obrigatoriedade:</p><p>ainda que o projeto de lei</p><p>seja proposto pelo Chefe</p><p>do Executivo, com</p><p>aprovação do Congresso</p><p>Nacional, ele não estará</p><p>obrigado a sancionar o</p><p>projeto.</p><p>➢ Irretratável.</p><p>○ Veto:</p><p>■ Não põe fim ao processo</p><p>legislativo, visto que no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro</p><p>não foi adotado o pocket veto,</p><p>sendo o projeto de lei remetido,</p><p>novamente, ao Congresso</p><p>Nacional.</p><p>■ Espécies.</p><p>➢ Total.</p><p>211</p><p>➢ Parcial.</p><p>➞ Deve ser do texto</p><p>integral do artigo,</p><p>parágrafo, inciso ou</p><p>alínea, não podendo</p><p>ser apenas de</p><p>palavra.</p><p>➢ Jurídico122</p><p>➢ Político123</p><p>■ Conceito: Ato político,</p><p>discricionário, não se sujeita a</p><p>controle jurisdicional.</p><p>➢ Adotado pela doutrina</p><p>majoritária e pelo</p><p>professor Danniel Adriano,</p><p>como também, pelo STF</p><p>na ADPF 1.</p><p>■ Características:</p><p>➢ Expresso;</p><p>➢ Escrito;</p><p>➢ Motivado;</p><p>➢ Supressivo, visto que</p><p>sempre irá vetar uma</p><p>parte, não sendo permitida</p><p>a criação ou alteração de</p><p>uma parte.</p><p>➢ Relativo, visto que pode</p><p>ser derrubado pelo</p><p>controle legislativo.</p><p>123 Baseado no juízo de conveniência e oportunidade.</p><p>122 Por conta de inconstitucionalidade</p><p>212</p><p>Irretratável.</p><p>▪ Procedimento (art. 66, §4°, da CF).</p><p>➢ Comunicação em até 48 horas</p><p>ao Senado Federal.</p><p>➢ O Congresso Nacional terá 30</p><p>dias para deliberar acerca desse</p><p>veto, tratando-se de uma</p><p>deliberação conjunta.</p><p>➢ Quórum: voto da maioria</p><p>absoluta dos Deputados e</p><p>Senadores, em uma votação</p><p>aberta.</p><p>➢ Mantido o veto, encerra-se o</p><p>processo legislativo.</p><p>➢ Derrubado o veto, a lei é</p><p>remetida para a publicação.</p><p>▪ Em caso de não respeito aos prazos</p><p>para deliberar sobre o veto:</p><p>➢ Trancamento da pauta - Art.</p><p>66, §6°, da CF: “Esgotado sem</p><p>deliberação o prazo estabelecido</p><p>no § 4º, o veto será colocado na</p><p>ordem do dia da sessão</p><p>imediata, sobrestadas as demais</p><p>proposições, até sua votação</p><p>final”.</p><p>➢ Interpretação restritiva</p><p>“demais proposições” -</p><p>referente aos demais</p><p>vetos.</p><p>▪ Ordem de análise dos vetos.</p><p>213</p><p>➢ STF (MS 31816) - em liminar, o</p><p>Min. Luiz Fux manifestou- se no</p><p>sentido de que se deveria</p><p>observar a ordem cronológica.</p><p>➢ Liminar foi cassada, sem</p><p>maioria de nenhum dos</p><p>lados.</p><p>➢ Posteriormente, houve</p><p>perda do objeto, visto que</p><p>o congresso analisou todos</p><p>os vetos pendentes.</p><p>➢ Professor Danniel Adriano -</p><p>entende que devem ser</p><p>analisados em ordem</p><p>cronológica.</p><p>○ Exceções à deliberação executiva (não</p><p>precisa de veto)</p><p>▪ Emendas Constitucionais;</p><p>▪ Deliberações exclusivas da Câmara dos</p><p>Deputados; do Senado Federal e do</p><p>Congresso Nacional (Resoluções e</p><p>Decretos)</p><p>▪ Leis Delegadas</p><p>▪ Lei resultante da conversão, sem</p><p>alterações, de medida provisória.</p><p>▪ Julgados</p><p>o TESE 595 STF - é constitucional a</p><p>promulgação, pelo chefe do poder</p><p>executivo, de parte incontroversa</p><p>de projeto da lei que não foi</p><p>vetada, antes da manifestação do</p><p>poder legislativo pela manutenção</p><p>214</p><p>ou pela rejeição do veto, inexistindo</p><p>vício de inconstitucionalidade</p><p>dessa parte inicialmente publicada</p><p>pela ausência de promulgação da</p><p>derrubada dos vetos.</p><p>o INFO 1005 DO STF: Não se admite</p><p>“novo veto” em lei já promulgada e</p><p>publicada. Manifestada a</p><p>aquiescência do Poder Executivo</p><p>com projeto de lei, pela aposição</p><p>de sanção, evidencia-se a</p><p>ocorrência de preclusão entre as</p><p>etapas do processo legislativo,</p><p>sendo incabível eventual</p><p>retratação.</p><p>3º: Fase Complementar do Processo Legislativo</p><p>● Promulgação</p><p>○ Conceito: Ato que atesta que o ato</p><p>normativo primário passou pelo</p><p>processo legislativo e que existe e,</p><p>portanto, deve ser aplicado.</p><p>○ Legitimado para promulgar</p><p>■ Em regra, Chefe do Executivo.</p><p>➢ Sanção expressa: no</p><p>mesmo ato promulga;</p><p>➢ Sanção tácita ou</p><p>derrubada do veto: tem o</p><p>prazo de 48h para</p><p>promulgar.</p><p>➝ Caso o Presidente</p><p>não promulgue</p><p>215</p><p>nesse prazo, repassa</p><p>para o Presidente do</p><p>Senado Federal ou</p><p>ao Vice-Presidente</p><p>do Senado - art. 66,</p><p>§7°, da CF.</p><p>■ Exceções (casos em que o</p><p>Presidente da República não</p><p>promulga)</p><p>➢ Emendas Constitucionais</p><p>- art. 60, §3°, da CF - são</p><p>promulgadas pelas Mesas</p><p>da Câmara dos Deputados</p><p>e do Senado Federal, com</p><p>o respectivo número de</p><p>ordem.</p><p>➢ Decretos Legislativos -</p><p>Promulgadas diretamente</p><p>pelo Presidente do Senado</p><p>Federal.</p><p>➢ Resoluções -</p><p>Promulgadas diretamente</p><p>pelo Presidente da</p><p>respectiva Casa.</p><p>● Publicação</p><p>○ Dar ciência aos destinatários desta</p><p>norma.</p><p>○ Feita pelo Diário Oficial.</p><p>● Condições de eficácia e aplicação</p><p>■ A publicação da lei não significa que</p><p>irá produzir efeitos automaticamente,</p><p>desde a publicação.</p><p>216</p><p>➢ Tem-se a possibilidade de</p><p>vacatio legis.</p><p>■ No silêncio da lei, segue o que é</p><p>disposto na LINDB.</p><p>➢ Território brasileiro - 45 (quarenta</p><p>e cinco) dias.</p><p>➢ Estados estrangeiros - prazo de</p><p>03 (três) meses.</p><p>c. Emenda constitucional</p><p>i. Conceito</p><p>● Representa a manifestação do Poder Constituinte</p><p>Derivado Reformador.</p><p>● Forma de alteração do texto constitucional para</p><p>atualizá-lo e para que as maiorias ocasionais de</p><p>cada tempo possam se governar.</p><p>ii. Limites</p><p>● Formais: referem-se ao processo legislativo da</p><p>emenda.</p><p>● Circunstanciais</p><p>○ Durante Estado de Intervenção Federal</p><p>○ Estado de sítio</p><p>○ Estado de defesa</p><p>● Materiais: cláusulas pétreas (artigo 60, §4º, CF)</p><p>○ Natureza jurídica das cláusulas pétreas</p><p>■ Doutrina minoritária: natureza política.</p><p>➢ Não podendo ser submetidas ao</p><p>controle do Poder Judiciário</p><p>➢ Representando meras</p><p>recomendações.</p><p>➢ As cláusulas pétreas irão ferir,</p><p>caso consideradas jurídicas, o</p><p>217</p><p>princípio da maioria, do</p><p>autogoverno.</p><p>➢ Impedir um governo dos mortos</p><p>sobre os vivos.</p><p>■ Doutrina majoritária e STF: natureza</p><p>jurídica.</p><p>➢ Podem ser controlados pelo</p><p>Poder Judiciário.</p><p>➢ Poder Constituinte Derivado</p><p>Reformador se submete aos</p><p>limites conferidos pelo Poder</p><p>Originário.</p><p>➢ Temas que representam um</p><p>núcleo essencial, que caso seja</p><p>retirado, a Constituição perde</p><p>seu sentido de ser.</p><p>➢ Pré-compromisso assumido com</p><p>o povo.</p><p>○ Extensão da imutabilidade das matérias: não</p><p>são consideradas absolutamente imutáveis.</p><p>■ Nunca se discutiu acerca da ampliação</p><p>dos direitos fundamentais e, com isso,</p><p>das cláusulas pétreas.</p><p>○ Pode uma Emenda Constitucional alterar ou</p><p>reduzir o grau de proteção de direitos e de</p><p>garantias fundamentais?</p><p>■ Doutrina majoritária e STF (MC na ADI</p><p>2024): entendem que é possível</p><p>restringir ou reduzir o âmbito de</p><p>proteção, desde que não seja tendente</p><p>a abolir o núcleo essencial.</p><p>○ Limites materiais implícitos</p><p>218</p><p>➢ Titularidade do Poder</p><p>Constituinte Originário - Povo.</p><p>➢ Titularidade do Poder</p><p>Constituinte Reformador.</p><p>➢ Vedada a dupla revisão.</p><p>● Doutrina majoritária: Não</p><p>se pode ter uma proposta</p><p>de Emenda Constitucional</p><p>violando o art. 60, §4° e,</p><p>em seguida, uma nova</p><p>Emenda alterando o que</p><p>se desejava ao abolir a</p><p>previsão anterior.</p><p>● Doutrina minoritária</p><p>(Manoel Gonçalves e Jorge</p><p>Miranda): entende que é</p><p>possível.</p><p>○ Limite material: forma federativa do Estado</p><p>■ Impede que seja realizada qualquer</p><p>alteração que irá concentrar ou</p><p>descentralizar muito o poder.</p><p>○ Limite material: Voto direto, secreto,</p><p>universal e periódico</p><p>■ Direto: significa que eleitores votam</p><p>diretamente seus representantes.</p><p>■ Secreto: não pode ser divulgado o voto</p><p>por parte da Justiça Eleitoral.</p><p>■ Universal: refere-se, na verdade, ao</p><p>sufrágio e, não, ao voto propriamente</p><p>dito.</p><p>219</p><p>➢ A maior parte das pessoas aptas</p><p>a votar podem participar do</p><p>processo democrático.</p><p>■ Periódico: as votações devem ser</p><p>constantes.</p><p>○ Limite material: Separação dos Poderes</p><p>■ Pode-se ter um rearranjo entre os</p><p>poderes.</p><p>■ Veda-se, assim, que seja desnaturado o</p><p>sistema.</p><p>○ Limite material: Direitos e garantias</p><p>individuais</p><p>■ Qual extensão?</p><p>➢ 1ª corrente: interpretação</p><p>restritiva124</p><p>● Não se considera cláusula</p><p>pétrea os demais direitos</p><p>que não são considerados</p><p>individuais, como os</p><p>sociais e os de terceira</p><p>dimensão.</p><p>● Como a cláusula pétrea se</p><p>refere a algumas vedações,</p><p>devem ser interpretadas</p><p>de modo restritivo.</p><p>● Silêncio eloquente do</p><p>próprio legislador.</p><p>➢ 2ª corrente: todos os direitos</p><p>materialmente fundamentais</p><p>são cláusulas pétreas</p><p>124Doutrina minoritária</p><p>220</p><p>● Nessa qualidade, não pode</p><p>existir uma reforma que</p><p>afete o núcleo essencial.</p><p>● Dignidade da pessoa</p><p>humana como princípio</p><p>fundamental do Estado.</p><p>● Representa uma lacuna de</p><p>formulação, isto é, um</p><p>equívoco do Poder</p><p>Constituinte Originário ao</p><p>não explicitar os demais</p><p>direitos.</p><p>● STF - Apesar de não prever</p><p>expressamente, pode-se</p><p>concluir que a Corte segue</p><p>a segunda corrente.</p><p>○ República e sistema presidencialista seria</p><p>um limite material</p><p>■ Não estão previstas nos parágrafos do</p><p>art. 60.</p><p>■ 1ª Corrente: são cláusulas pétreas.</p><p>➢ Com o plebiscito do art. 2° do</p><p>ADCT, que previu a possibilidade</p><p>de alteração de regime e de</p><p>sistema, passado o prazo ali</p><p>fixado não poderá haver nova</p><p>alteração.</p><p>➢ cláusulas pétreas implícitas.</p><p>■ 2ª Corrente: não são cláusulas pétreas.</p><p>➢ A previsão do art. 2°, do ADCT,</p><p>comprova que esses temas</p><p>podem ser alterados e,de forma</p><p>221</p><p>mais simples, isto é através de</p><p>plebiscito.</p><p>➢ Cláusulas pétreas são</p><p>excepcionais e, portanto, devem</p><p>ser interpretadas</p><p>restritivamente.</p><p>■ 3ª Corrente: não são cláusulas pétreas,</p><p>podendo ser alteradas por Emendas</p><p>Constitucionais, porém, faz-se</p><p>necessário que exista uma</p><p>manifestação popular, seja por</p><p>plebiscito, seja por referendo.</p><p>iii. Processo legislativo de emendas constitucionais</p><p>● 1º: Fase introdutória</p><p>○ Legitimidade</p><p>■ Representa um rol taxativo de</p><p>legitimados:</p><p>➢ um terço, no mínimo, dos</p><p>membros da Câmara dos</p><p>Deputados ou do Senado</p><p>Federal;</p><p>➢ mais da metade das</p><p>Assembléias Legislativas</p><p>das unidades da</p><p>Federação,</p><p>manifestando-se, cada</p><p>uma delas, pela maioria</p><p>relativa de seus membros.</p><p>➢ Presidente da República.</p><p>■ Cabe emenda à constituição de</p><p>iniciativa popular?</p><p>222</p><p>➢ Doutrina majoritária e STF :</p><p>entendem que não é</p><p>possível em Emenda à</p><p>Constituição.</p><p>➢ Doutrina minoritária - José</p><p>Afonso da Silva: entende</p><p>que é possível, tomando</p><p>como base a previsão</p><p>constitucional do art. 1°,</p><p>parágrafo único; art. 14 e</p><p>art. 61, §2°.</p><p>■ Emendas à Constituição do</p><p>Estado por iniciativa popular</p><p>● O STF entende que é</p><p>possível a proposta</p><p>de Emenda</p><p>Constitucional por</p><p>meio de iniciativa</p><p>popular, desde que</p><p>se tenha previsão</p><p>nesse sentido.</p><p>○ Regras de iniciativa privativa</p><p>■ No âmbito federal, o STF</p><p>entende que não se aplica às</p><p>Emendas, sendo que qualquer</p><p>assunto poderá ser tratado por</p><p>qualquer um dos legitimados.</p><p>■ No âmbito estadual, o STF</p><p>entende que o Poder de</p><p>Emenda tem que observar essas</p><p>regras de iniciativa.</p><p>○ Casa iniciadora</p><p>223</p><p>■ Em regra, é a Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>■ Exceção - Proposta de Emenda</p><p>apresentada por um ⅓ dos</p><p>membros do Senado Federal.</p><p>● 2º: Fase constitutiva</p><p>○ Neste caso, há apenas a deliberação</p><p>parlamentar.</p><p>○ Regras diferenciadas - art. 60, §2°125, da</p><p>CF.</p><p>■ Deliberação e votação deve ser</p><p>feita em dois turnos, em cada</p><p>casa.</p><p>➢ Usualmente, o Congresso</p><p>Nacional realiza</p><p>deliberação e votação no</p><p>mesmo dia.</p><p>➢ Doutrina minoritária -</p><p>Danniel Adriano: entende</p><p>que devem ser realizadas</p><p>em dias diversos para que</p><p>se tenha uma melhor</p><p>deliberação. No mesmo</p><p>sentido, destaca-se os</p><p>Regimentos Internos da</p><p>Câmara dos Deputados e</p><p>do Senado Federal, nos</p><p>quais há a previsão de um</p><p>125 Art. 60, §2°. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,</p><p>em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos</p><p>dos respectivos membros.</p><p>224</p><p>espaçamento entre os</p><p>atos.</p><p>➢ STF (ADI 4356): tem</p><p>entendimento de que</p><p>pode ser no mesmo dia,</p><p>visto que a Constituição</p><p>não previu de modo</p><p>diverso.</p><p>■ Quórum - Qualificado</p><p>➢ ⅗ dos membros das Casas</p><p>Legislativas.</p><p>■ Proposta de Emenda rejeitada</p><p>➢ Art. 60, §5°, da CF: “A</p><p>matéria constante de</p><p>proposta</p><p>de emenda</p><p>rejeitada ou havida por</p><p>prejudicada não pode ser</p><p>objeto de nova proposta</p><p>na mesma sessão</p><p>legislativa”.</p><p>○ Não há sanção do presidente da</p><p>República.</p><p>● 3º: Fase complementar</p><p>○ Promulgação, sendo realizada, em</p><p>uma sessão conjunta, das Casas</p><p>Legislativas.</p><p>○ Art. 60, §3°, da CF: “A emenda à</p><p>Constituição será promulgada pelas</p><p>Mesas da Câmara dos Deputados e do</p><p>Senado Federal, com o respectivo</p><p>número de ordem”.</p><p>● Indo Além:</p><p>225</p><p>o Substitutivo de PEC</p><p>Trata-se de manobra regimental. É</p><p>elaborada uma PEC com o mesmo</p><p>assunto, mas com texto substituído. A</p><p>constituição não traz nenhuma vedação</p><p>para substitutivo votado ANTES da PEC.</p><p>Se o substitutivo for rejeitado, vota-se a</p><p>PEC.</p><p>o PEC Paralela</p><p>Ocorre quando há duas propostas de EC,</p><p>sendo que uma nasceu da outra, tratando</p><p>sobre o mesmo assunto, tramitando</p><p>juntas. Neste caso não há irrepetibilidade.</p><p>d.Leis Delegadas</p><p>i. Conceito: atos normativos primários, visto que se fazem</p><p>presentes no artigo 59, da CF.</p><p>1. Funcionamento</p><p>● Poder Executivo exercendo função</p><p>legislativa, de forma atípica, estando</p><p>presente na Constituição, conforme art. 68126.</p><p>● O Presidente da República solicita ao</p><p>Congresso Nacional a delegação para que</p><p>possa legislar sobre determinada matéria.</p><p>● O Congresso Nacional, no caso de</p><p>concordância, edita uma resolução. Nesta</p><p>resolução, além da delegação, o Congresso</p><p>irá trazer as balizas e os termos de exercício.</p><p>● O Art. 68, §1°, da CF traz asmatérias que não</p><p>podem ser objeto de deliberação.</p><p>126Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá</p><p>solicitar a delegação ao Congresso Nacional.</p><p>226</p><p>○ Os atos de competência exclusiva do</p><p>Congresso Nacional;</p><p>○ Os de competência privativa da</p><p>Câmara dos Deputados ou do Senado</p><p>Federal;</p><p>○ A matéria reservada à lei</p><p>complementar, nem a legislação</p><p>sobre: organização do Poder Judiciário</p><p>e do Ministério Público, a carreira e a</p><p>garantia de seus membros;</p><p>nacionalidade, cidadania, direitos</p><p>individuais, políticos e eleitorais; planos</p><p>plurianuais, diretrizes orçamentárias e</p><p>orçamentos.</p><p>● Duração: a delegação tem que ser</p><p>temporária.</p><p>○ Ainda que seja temporária, poderá o</p><p>Congresso Nacional, a qualquer</p><p>tempo, retomar a delegação.</p><p>2. Formas de Lei delegada</p><p>● Típica</p><p>○ O Congresso Nacional edita a</p><p>resolução e transfere a função</p><p>legislativa para o Presidente da</p><p>República e o faz sem que este ato a</p><p>ser editado por este tenha que voltar</p><p>para ser apreciado pelo Congresso</p><p>Nacional.</p><p>● Atípica</p><p>○ Art. 68, §3°, da CF127.</p><p>127Art. 68, §3°. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional,</p><p>este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.</p><p>227</p><p>○ O Congresso Nacional edita a</p><p>resolução e transfere a função</p><p>legislativa para o Presidente da</p><p>República. Este ao editar o ato, deve</p><p>retornar o ato para que seja apreciado</p><p>pelo Congresso, o qual, em votação</p><p>única, irá votar, sendo vedadas</p><p>Emendas Parlamentares.</p><p>3. Decumprimento dos limites previstos na</p><p>Resolução</p><p>● Exorbitado o poder de delegação, poderá o</p><p>Congresso Nacional sustar a lei delegada.</p><p>4. Controle de constitucionalidade</p><p>● Na hipótese de lei delegada violar os limites</p><p>previstos na Resolução, pode ser exercido</p><p>controle pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>● Qual tipo de controle?</p><p>Constitucionalidade? Legalidade?</p><p>○ O Supremo Tribunal Federal entende</p><p>que neste caso se fala em controle de</p><p>constitucionalidade, visto que a lei</p><p>delegada quando exorbita a resolução</p><p>não está ferindo diretamente este ato,</p><p>mas sim o artigo 68, da CF.</p><p>e. Medidas Provisórias</p><p>i. Conceito</p><p>● É uma espécie normativa elaborada e editada pelo</p><p>Presidente da República, com força de lei, sob o</p><p>fundamento de relevância e urgência, e que deve</p><p>ser apreciada pelo poder legislativo pelo prazo de</p><p>60 dias prorrogáveis por mais 60 dias</p><p>228</p><p>ii. Previsão normativa</p><p>● Artigo 62, CF128</p><p>iii. Natureza jurídica</p><p>● Ato normativo primário, estando listada nos incisos</p><p>do artigo 59 da CF.</p><p>● Natureza ambivalente</p><p>● Frente à população, terá a natureza jurídica</p><p>de ato normativo primário.</p><p>● Frente ao Congresso Nacional, tem natureza</p><p>jurídica de projeto de lei com eficácia</p><p>antecipada.</p><p>iv. Decisões judiciais sobre medidas provisórias</p><p>● STF, MC na ADI 3964/DF</p><p>● O Presidente da República não pode retirar</p><p>essa medida provisória da apreciação do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>● O que o Presidente poderá fazer é editar</p><p>uma nova MP ab-rogando a medida anterior.</p><p>Nesse caso, o Congresso Nacional analisa a</p><p>mais nova e depois analisa a mais antiga.</p><p>● STF, ADI 3330</p><p>● Uma lei de conversão aprovada pelo</p><p>Congresso Nacional não tem o condão de</p><p>convalidar os vícios existentes na MP, seja</p><p>pelos vícios formais, seja pelos vícios</p><p>materiais.</p><p>● O STF poderá declarar ambos os atos</p><p>normativos como inconstitucionais.</p><p>● STF, ADI 2391</p><p>● Admite-se a possibilidade de Constituições</p><p>Estaduais e de Leis Orgânicas Municipais</p><p>128 Recomenda-se a leitura do dispositivo.</p><p>229</p><p>preferem a edição de MP pelo Chefe do</p><p>poder Executivo do ente respectivo.</p><p>● Nesse caso, faz-se necessário o cumprimento</p><p>do princípio da simetria.</p><p>● O STF, em diversas ocasiões, rejeitou o controle de</p><p>constitucionalidade concentrado da aplicação da</p><p>MP n. 242/2005, uma vez que sendo rejeitada, só</p><p>restariam as relações jurídicas constituídas sob a</p><p>sua a égide, relações subjetivas que deveriam ser</p><p>tratadas por outros meios processuais. A MP nº</p><p>242/2005 foi suspensa por decisão liminar na ADI</p><p>3467-7/DF. Posteriormente, essa ação foi extinta</p><p>por perda de objeto, pois o Congresso Nacional</p><p>rejeitou a MP por motivos de</p><p>inconstitucionalidade. O art. 62, §11º, da CF/88</p><p>determina que as relações jurídicas decorrentes de</p><p>atos praticados durante a vigência de uma MP</p><p>rejeitada são por ela regidas. Isso significa que os</p><p>atos realizados sob a égide da MP permanecem</p><p>válidos, mesmo após sua rejeição. No caso em</p><p>questão, essa determinação abrange não apenas</p><p>os atos diretamente resultantes da aplicação da</p><p>MP, mas também seus efeitos subsequentes,</p><p>incluindo atos judiciais que suspenderam a</p><p>eficácia da MP em controle concentrado de</p><p>constitucionalidade. As relações formadas por</p><p>norma jurídica afastada em controle de</p><p>constitucionalidade por decisão liminar são</p><p>caracterizadas pela ausência de higidez jurídica.</p><p>Quando o Senado Federal emitiu o Ato</p><p>Declaratório nº 1 em 20/07/2005, rejeitando a MP,</p><p>estava em vigor a medida cautelar concedida pelo</p><p>230</p><p>STF que suspendia a eficácia da referida norma.</p><p>Aceitar o argumento de que as consequências</p><p>concretas produzidas durante a vigência da MP</p><p>deveriam ser perpetuadas, implicaria em uma</p><p>repristinação indevida. Isso faria com que a norma</p><p>tivesse efeitos em um momento em que estava</p><p>suspensa, sendo essa repristinação</p><p>contraditoriamente decorrente de sua própria</p><p>revogação. Portanto, uma vez que o STF constatou</p><p>a inconstitucionalidade da norma por meio de</p><p>medida liminar, a qual ainda estava em vigor</p><p>quando o Congresso Nacional rejeitou a MP, as</p><p>relações jurídicas objeto de impugnação judicial</p><p>não podem ser consideradas válidas. STJ. 2ª Turma.</p><p>REsp 2.024.527-RS, Rel. Min. Herman Benjamin,</p><p>julgado em 18/6/2024 (Info 817).129</p><p>v. Previsão no direito alienígena</p><p>● De acordo com a doutrina, as Medidas Provisórias</p><p>não encontram respaldo no direito alienígena.</p><p>Contudo, há um instituto próximo no direito</p><p>italiano, o que ensejou a previsão do instituto da</p><p>MP.</p><p>● Ocorre que, no direito italiano, o sistema de</p><p>governo é parlamentarista. Neste caso, não há</p><p>uma separação rígida do Chefe de Estado do Chefe</p><p>de Governo.</p><p>● No sistema presidencialista, configura uma</p><p>entrega de poder excessivo nas mãos do Poder</p><p>Executivo, o qual, não necessariamente terá o</p><p>apoio do parlamento.</p><p>129 Incluído em 13/09/2024</p><p>231</p><p>vi. Processo legislativo das medidas provisórias</p><p>● 1ª fase: Pré-Congressual: o Presidente da</p><p>República, na sua competência exclusiva, irá editar</p><p>essa Medida Provisória, seguindo os pressupostos</p><p>formais e materiais.</p><p>○ Pressupostos formais das medidas</p><p>provisórias</p><p>■ Relevância: o tema é extremamente</p><p>afeto ao interesse público.</p><p>■ Urgência: urgentíssima, que não</p><p>poderia aguardar o prazo do processo</p><p>legislativo ordinário, ainda que em</p><p>regime de urgência constitucional.</p><p>■ Relevância e urgência são cumulativas.</p><p>■ STF (ADI 2527) - Entende que esses</p><p>pressupostos são de análise</p><p>discricionária, isto é, um juízo político</p><p>sendo feito pelo Presidente da</p><p>República e, uma vez editada a MP, o</p><p>Congresso os analisa. Isso significa que</p><p>o Poder Judiciário não poderá realizar</p><p>o controle desses pressupostos, salvo</p><p>nos casos em que se tiver um abuso</p><p>manifesto.</p><p>○ Limites materiais das Medidas Provisória</p><p>(Art. 62, §1°, da CF)</p><p>■ Nacionalidade, cidadania, direitos</p><p>políticos, partidos políticos e direito</p><p>eleitoral;</p><p>■ Planos plurianuais, diretrizes</p><p>orçamentárias, orçamento e créditos</p><p>232</p><p>adicionais e suplementares, ressalvado</p><p>o previsto no art. 167, § 3º;</p><p>■ Organização do Poder Judiciário e do</p><p>Ministério Público, a carreira e a</p><p>garantia de seus membros;</p><p>■ Matérias de competência reservada à</p><p>lei complementar.</p><p>○ Eficácia das Medidas Provisórias</p><p>■ Imediata, com prazo de duração de 60</p><p>(sessenta) dias ou até que o projeto de</p><p>lei seja apreciado pelo Congresso</p><p>Nacional.</p><p>■ Prorrogação - Art. 62, §7°, da CF:”</p><p>Prorrogar-se-á uma única vez por igual</p><p>período a vigência de medida</p><p>provisória que, no prazo de sessenta</p><p>dias, contado de sua publicação, não</p><p>tiver a sua votação encerrada nas duas</p><p>Casas do Congresso Nacional”.</p><p>➢ Prorrogada, automaticamente,</p><p>por mais 60 (sessenta) dias.</p><p>■ Possibilidade de extensão do prazo de</p><p>120 (cento e vinte) dias.</p><p>➢ O prazo será suspenso durante o</p><p>recesso parlamentar. Ocorre</p><p>que, caso haja uma convocação</p><p>extraordinária durante esse</p><p>período, o Congresso Nacional</p><p>deverá tratar acerca dessa</p><p>Medida Provisória.</p><p>➢ Uma vez aprovada a lei de</p><p>conversão pelo Congresso</p><p>233</p><p>Nacional, até que ocorra a</p><p>sanção ou o veto, a medida</p><p>provisória irá ficar eficaz.</p><p>● Art. 62, §12130, da CF.</p><p>● Criticado pela doutrina.</p><p>■ Medida Provisória revoga lei anterior</p><p>que lhe seja contrária?</p><p>➢ Enquanto a MP estiver valendo</p><p>ela será aplicada. A lei, por sua</p><p>vez, fica com sua eficácia</p><p>suspensa.</p><p>➢ STF - MP não revoga lei anterior,</p><p>apenas suspende sua eficácia.</p><p>■ Rejeição da Medida Provisória</p><p>➢ Art. 62, §10, da CF131.</p><p>➢ Seja pela rejeição direta, seja</p><p>pela perda do prazo, a MP não</p><p>poderá ser proposta novamente</p><p>na mesma sessão legislativa.</p><p>■ EC n° 32/2001 - 11/09/2001.</p><p>➢ Antes da referida EC, as Medidas</p><p>Provisórias possuíam o prazo de</p><p>30 dias de eficácia, mas estas</p><p>poderiam ser prorrogadas</p><p>indefinidamente.</p><p>➢ STF - entendeu que estas</p><p>medidas provisórias que foram</p><p>editadas antes de 11/09/2001,</p><p>131Art. 62, §10°. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que</p><p>tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.</p><p>130Art. 62, §12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida</p><p>provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o</p><p>projeto.</p><p>234</p><p>mantém a sua eficácia dessa</p><p>forma, não perdendo sua</p><p>eficácia após o prazo de 120 dias,</p><p>sendo uma regra de transição</p><p>prevista no art. 2° da Emenda</p><p>Constitucional.</p><p>● 2ª Fase: Congressual</p><p>○ A Medida Provisória, ao ser editada, é,</p><p>imediatamente, submetida à</p><p>apreciação do Congresso Nacional.</p><p>○ O STF irá dizer que não é possível o</p><p>Presidente da República retirar de</p><p>apreciação MP já editada e em vigor.</p><p>Se o Presidente não quiser mais que a</p><p>aquela MP tenha força de lei e regule</p><p>condutas, segundo o STF, a saída é</p><p>editar uma outra MP ab-rogadora.</p><p>○ Primeiro ato: a Medida Provisória é</p><p>encaminhada à Comissão Mista.</p><p>■ STF 4029 - é obrigatório que a</p><p>Medida Provisória passe por esta</p><p>comissão mista.</p><p>■ STF 5127 - Medida Provisória não</p><p>pode ser objeto de emendas</p><p>parlamentares que não</p><p>guardem pertinência temática</p><p>com os assuntos por ela</p><p>tratados, uma vez que possuem</p><p>um procedimento muito célere e</p><p>geram o trancamento da pauta,</p><p>o que poderia ensejar a inserção</p><p>235</p><p>de diversos dispositivos que não</p><p>guardem relação com a MP.</p><p>➢ Evita-se o denominado</p><p>Contrabando legislativo ou</p><p>as chamadas Emendas</p><p>Jabutis.</p><p>○ Deliberação nas Casas Legislativas.</p><p>■ Sistema bicameral, isto é,</p><p>votação e deliberação nas duas</p><p>casas.</p><p>■ Início na Câmara dos Deputados.</p><p>➢ Analisam-se os</p><p>pressupostos formais de</p><p>edição dessa MP.</p><p>➢ Em seguida, analisa-se o</p><p>conteúdo.</p><p>➢ A votação segue o</p><p>disposto no art. 47, da CF132.</p><p>➢ Quorum de instalação:</p><p>maioria absoluta.</p><p>➢ Quorum de votação:</p><p>maioria relativa.</p><p>■ Casa Revisora: Senado Federal.</p><p>○ Prazo de deliberação.</p><p>■ Art. 62, §6°, da CF: “Se a medida</p><p>provisória não for apreciada em</p><p>até quarenta e cinco dias</p><p>contados de sua publicação,</p><p>entrará em regime de urgência,</p><p>132Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de</p><p>suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus</p><p>membros.</p><p>236</p><p>subseqüentemente, em cada</p><p>uma das Casas do Congresso</p><p>Nacional, ficando sobrestadas,</p><p>até que se ultime a votação,</p><p>todas as demais deliberações</p><p>legislativas da Casa em que</p><p>estiver tramitando”.</p><p>■ 45 (quarenta e cinco) dias, sendo</p><p>um único prazo para todo o</p><p>processo legislativo.</p><p>➢ Descumprido esse prazo,</p><p>há o trancamento da</p><p>pauta. Questiona-se se</p><p>este abarca todos os</p><p>processos ou apenas as</p><p>matérias que poderiam ser</p><p>tratadas pelas Medidas</p><p>Provisórias133.</p><p>● 3ª Fase: Resultados</p><p>○ Aprovação da lei de conversão.</p><p>■ Sem qualquer alteração.</p><p>■ Não há necessidade de sanção</p><p>presidencial.</p><p>○ Aprovação da lei, mas com algumas</p><p>alterações.</p><p>■ Rejeitada em alguns pontos.</p><p>133Corrente - majoritária, Michel Temer e STF - a pauta fica trancada no que se refere às</p><p>matérias que poderiam ser tratadas pelas MP.</p><p>Fundamentos jurídicos - MP é um exercício de função legislativa atípica por parte do</p><p>Presidente da República, sendo um contrassenso se o Poder Legislativo ficasse</p><p>inviabilizado de exercer sua função típica; - se o trancamento da pauta abarcasse todas as</p><p>propostas, bem como todas as matérias, criaria-se um descrédito pela sociedade.</p><p>237</p><p>■ Representa uma situação</p><p>híbrida.</p><p>■ A MP irá continuar produzindo</p><p>os seus efeitos na parte em que</p><p>não foi rejeitada.</p><p>■ No que se refere à parte que foi</p><p>rejeitada, caberá ao Congresso</p><p>Nacional, no prazo de 60</p><p>(sessenta) dias, editar um</p><p>decreto legislativo com vista a</p><p>regulamentar as situações</p><p>jurídicas que eram tratadas e</p><p>regulamentadas pela Medida</p><p>Provisória.</p><p>■ Caso o Congresso não</p><p>edite essa resolução, a</p><p>Medida Provisória</p><p>continuará disciplinando</p><p>as situações que ela</p><p>regulamentava.</p><p>○ Medida provisória rejeitada</p><p>expressamente ou perda de eficácia/</p><p>Rejeição tácita.</p><p>■ O Congresso Nacional irá editar,</p><p>no prazo de 60 (sessenta) dias,</p><p>um decreto legislativo com vista</p><p>a regulamentar as situações</p><p>jurídicas que eram tratadas e</p><p>regulamentadas pela Medida</p><p>Provisória.</p><p>■ Caso o Congresso não edite esse</p><p>decreto, a Medida Provisória</p><p>238</p><p>continuará disciplinando as</p><p>situações que ela</p><p>regulamentava.</p><p>f. Decretos Legislativos e Resoluções</p><p>i. Decretos legislativos</p><p>● Utilizados, em regra, para tratarem de</p><p>matérias que são de competência exclusiva</p><p>do Congresso Nacional, disposta no art. 49,</p><p>da CF.</p><p>● Processo legislativo</p><p>○ Previsto no Regimento Interno das</p><p>Casas Legislativas.</p><p>○ Aprovado por maioria simples.</p><p>○ Não depende de sanção presidencial.</p><p>ii. Resoluções</p><p>● Objeto: matérias de competência exclusivas</p><p>da Câmara dos Deputados e do Senado</p><p>Federal.</p><p>○ Em alguns casos, pode-se ter uma</p><p>previsão de resolução para reger</p><p>matérias do Congresso Nacional.</p><p>● Processo legislativo</p><p>○ Previsto no Regimento Interno das</p><p>Casas Legislativas.</p><p>○ Aprovado por maioria simples.</p><p>○ Não depende de sanção presidencial.</p><p>239</p><p>15. Poder Executivo</p><p>a. Previsão constitucional</p><p>● Arts. 79 a 91, da CF (recomenda-se a leitura dos artigos)</p><p>b. Funções</p><p>i. Típica</p><p>● Função executiva.</p><p>● Conceito: trata-se de um termo de difícil</p><p>definição,</p><p>visto que foi se avolumando ao longo do</p><p>tempo.</p><p>○ A doutrina entende que é a função de</p><p>executar leis; a função de editar atos</p><p>concretos, o que a diferencia da função</p><p>legislativa, vez que nesta haverá a edição de</p><p>atos gerais; e a função estatal que não seja a</p><p>função de legislar, fiscalizar e judicar.</p><p>ii. Atípica</p><p>● Função legislativa, com a edição de Medidas</p><p>Provisórias e de Leis Delegadas.</p><p>● Função fiscalizatória.</p><p>● Função jurisdicional.</p><p>○ Representado pelo julgamento dos recursos</p><p>administrativos.</p><p>c. Estrutura</p><p>i. Previsão constitucional</p><p>● Art. 76134, da CF.</p><p>134 Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos</p><p>Ministros de Estado.</p><p>240</p><p>● Além desses órgãos, o Poder Executivo é composto</p><p>também pela vice-presidência, conselho da</p><p>república, conselho da defesa nacional, etc.</p><p>d. Sistema Presidencialista</p><p>i. Características</p><p>● Executivo uno</p><p>○ As funções de Chefe de Estado e Chefe de</p><p>Governo estão concentradas na figura do</p><p>Presidente.</p><p>● Rígida separação de poderes</p><p>○ Bem delimitado e separado dos demais</p><p>poderes.</p><p>● Irresponsabilidade do Presidente da República</p><p>frente ao Parlamento</p><p>○ Não significa que esta irresponsabilidade é</p><p>absoluta.</p><p>○ O Presidente não precisa justificar as suas</p><p>decisões ao Poder Legislativo, o qual,</p><p>inclusive, não pode de modo imotivado</p><p>retirar o Presidente.</p><p>e. Sistema Parlamentarista</p><p>i. Características</p><p>● Executivo dual</p><p>○ As funções de Chefe de Estado e Chefe de</p><p>Governo são exercidas por pessoas que</p><p>ocupam cargos distintos.</p><p>○ Chefe de Estado: representação na ordem</p><p>externa e interna.</p><p>■ Pode ser exercido por um monarca ou</p><p>por um presidente da república.</p><p>○ Chefe de Governo: efetivamente vai exercer a</p><p>atividade executiva.</p><p>241</p><p>■ Exercido pelo Primeiro Ministro.</p><p>● Flexibilização da separação de poderes</p><p>○ Entre o poder legislativo e o poder executivo.</p><p>○ Em regra, é o poder legislativo que escolhe</p><p>quem será o Primeiro Ministro. Este possui</p><p>uma relação direta com o Parlamento, sendo</p><p>escolhido, em regra, pelo Parlamento, o qual</p><p>tem competência para retirá-lo do cargo.</p><p>○ O contrário também é possível, visto que o</p><p>Primeiro Ministro pode dissolver o</p><p>parlamento.</p><p>● Responsabilização política do Chefe de Governo</p><p>perante o Parlamento</p><p>● Responsabilização direta.</p><p>● O Chefe de Governo não tem possibilidade</p><p>de adotar passos sem informar e justificar ao</p><p>Parlamento.</p><p>f. Poder Executivo Federal</p><p>i. Eleição</p><p>● Previsão normativa - Art. 77, da CF135.</p><p>● Realizada pelo sistemamajoritário.</p><p>● Sistema de eleição direta.</p><p>● Em regra, em dois turnos.</p><p>○ Primeiro turno - realizado no primeiro</p><p>domingo de outubro no ano anterior ao</p><p>início do mandato.</p><p>■ Vence aquele candidato que obtiver</p><p>mais da metade dos votos válidos, para</p><p>135Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,</p><p>simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último</p><p>domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do</p><p>mandato presidencial vigente.</p><p>242</p><p>tanto, retira-se os votos brancos e</p><p>nulos.</p><p>■ Caso obtenha mais da metade dos</p><p>votos válidos, não se terá segundo</p><p>turno.</p><p>○ Segundo turno - realizado no último</p><p>domingo de outubro.</p><p>■ Dois candidatos mais bem votados.</p><p>■ Ganha quem tiver a maioria dos votos</p><p>válidos.</p><p>ii. Posse</p><p>● Após a EC n° 111 de 2021</p><p>○ Passou a ocorrer no 5º dia de janeiro, em</p><p>uma sessão conjunta do Congresso Nacional,</p><p>conforme disposto no artigo 78, da CF.136</p><p>○ Caso não tome posse no prazo de 10 (dez)</p><p>dias após o 5° dia de janeiro, o cargo será</p><p>declarado vago.</p><p>iii. Mandato</p><p>● Uma legislatura, isto é, 4 (quatro) anos, sendo</p><p>admitida uma única reeleição subsequente.</p><p>● Art. 84 c/c art. 14, §5°, da CF.</p><p>iv. Substituição e sucessão</p><p>● Substituição</p><p>○ Impedimento transitório e temporário</p><p>■ Como acontece, por exemplo, nos</p><p>casos de férias, licença, viagem ao</p><p>exterior.</p><p>136Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do</p><p>Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a</p><p>Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união,</p><p>a integridade e a independência do Brasil.</p><p>243</p><p>○ Substituto natural - Vice-Presidente da</p><p>República</p><p>○ Substitutos eventuais</p><p>■ Presidente da Câmara.</p><p>■ Presidente do Senado.</p><p>■ Presidente do STF.</p><p>○ STF ADPF 402</p><p>■ Os substitutos eventuais não poderão</p><p>substituir o Presidente da República se</p><p>estiverem respondendo por um</p><p>processo crime, com a denúncia</p><p>recebida.</p><p>● Sucessão</p><p>○ Ocorre nas hipóteses de vacância do cargo,</p><p>não tendo caráter temporário.</p><p>○ Sucessor único - Vice-Presidente da</p><p>República.</p><p>○ Se vagarem simultaneamente os dois</p><p>cargos, a saber, de Presidente e de</p><p>Vice-Presidente, faz-se necessária nova</p><p>eleição, para que seja eleito um candidato</p><p>paramandato tampão.</p><p>○ Dupla vacância nos dois primeiros anos</p><p>○ Eleição direta, no prazo de 90</p><p>(noventa) dias.</p><p>○ Dupla vacância nos últimos dois anos</p><p>○ Eleição indireta, no prazo de 30 (trinta)</p><p>dias, pelo Congresso Nacional.</p><p>244</p><p>○ Art. 224, do Código Eleitoral137</p><p>○ Trouxe um regramento que prestigia a</p><p>eleição direta, visto que apenas nos 06</p><p>últimos meses serão realizadas</p><p>eleições indiretas.</p><p>○ STF ADI 5525 - fixou as seguintes teses:</p><p>■ Lei infraconstitucional pode</p><p>prover hipótese de vacância por</p><p>causas eleitorais.</p><p>■ O dispositivo não se aplica nos</p><p>casos de Presidente da</p><p>República, Vice-Presidente e</p><p>Senador Federal, visto que a</p><p>Constituição prevê regramento</p><p>próprio.</p><p>■ O dispositivo se aplica aos casos</p><p>de vacância dos governadores e</p><p>de prefeitos, visto que a norma</p><p>do art. 81, §1°, da CF não é de</p><p>reprodução obrigatória.</p><p>137Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições</p><p>presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições</p><p>municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para</p><p>nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.</p><p>§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir o disposto</p><p>neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador Geral,</p><p>que providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente nova</p><p>eleição.</p><p>§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público</p><p>promoverá, imediatamente a punição dos culpados.</p><p>§ 3 º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do</p><p>diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o</p><p>trânsito em julgado, a realização de novas eleições, independentemente do número de</p><p>votos anulados.</p><p>§ 4 º A eleição a que se refere o § 3 º correrá a expensas da Justiça Eleitoral e será:</p><p>I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final do mandato;</p><p>II - direta, nos demais casos.</p><p>245</p><p>o INFO 1100: É inconstitucional norma</p><p>de Constituição estadual que</p><p>determina, em caso de vacância,</p><p>eleição avulsa para o cargo de</p><p>vice-governador pela Assembleia</p><p>Legislativa. Esse dispositivo viola o</p><p>pressuposto da dupla vacância,</p><p>previsto para o modelo federal e</p><p>cuja observância pelos</p><p>estados-membros é obrigatória.</p><p>o INFO 1104: Os Estados possuem</p><p>autonomia relativa na solução</p><p>normativa do problema da dupla</p><p>vacância da Chefia do Poder</p><p>Executivo, não estando vinculados</p><p>ao modelo e ao procedimento</p><p>federal (art. 81, CF), mas tampouco</p><p>pode desviar-se dos princípios</p><p>constitucionais que norteiam a</p><p>matéria, por força do art. 25 da</p><p>Constituição Federal devendo</p><p>observar:</p><p>(i) a necessidade de registro e</p><p>votação dos candidatos a</p><p>Governador e Vice-Governador por</p><p>meio de chapa única;</p><p>(ii) a observância das condições</p><p>constitucionais de elegibilidade e</p><p>das hipóteses de inelegibilidade</p><p>previstas no art. 14 da Constituição</p><p>Federal e na Lei Complementar a</p><p>que se refere o § 9º do art. 14;</p><p>246</p><p>(iii) que a filiação partidária não</p><p>pressupõe a escolha em convenção</p><p>partidária nem o registro da</p><p>candidatura pelo partido</p><p>político; e</p><p>(iv) a regra da maioria, enquanto</p><p>critério de averiguação do</p><p>candidato vencedor, não se mostra</p><p>afetada a qualquer preceito</p><p>constitucional que vincule os</p><p>Estados e o Distrito Federal. STF.</p><p>Plenário. ADPF 969/AL, Rel. Min.</p><p>Gilmar Mendes, julgado em</p><p>15/8/2023 (Info 1104).</p><p>v. Atribuições do Presidente da República</p><p>● Previsão constitucional</p><p>○ Art. 84138, da CF.</p><p>○ Rol exemplificativo, conformemesmo dispõe</p><p>o art. 84, inciso XXVII, da CF.</p><p>● Competência privativa</p><p>○ Analisando-se o que é disposto no caput do</p><p>art. 84, tem-se, na verdade, um caso de</p><p>competência exclusiva.</p><p>○ Possibilidade de delegação apenas de três</p><p>hipóteses.</p><p>■ Inciso VI139 - competência organizativa.</p><p>■ Inciso XII - concessão de indulto.</p><p>139 VI – dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento</p><p>de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos</p><p>138Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República (...) remetemos os alunos à</p><p>leitura da Constituição.</p><p>247</p><p>■ Inciso XXV - competência organizativa.</p><p>● Edição de Decretos</p><p>○ Decretos regulamentares</p><p>■ Previstos no art. 84, IV, da CF.</p><p>■ Configura um ato concreto que estará</p><p>completamente subordinado à lei,</p><p>sendo responsáveis por darem fiel</p><p>cumprimento às leis.</p><p>○ Decretos autônomos</p><p>■ São decretos que são expedidos para</p><p>regulamentar diretamente a</p><p>Constituição Federal, sendo</p><p>considerados ato normativo primário,</p><p>ainda que não estejam previstos no</p><p>artigo 59.</p><p>■ Previstos no art. 84, VI, da CF.</p><p>■ Parcela da doutrina, antigamente, não</p><p>admitia esses decretos, por violar a</p><p>separação dos poderes e o princípio da</p><p>legalidade.</p><p>■ STF - admitiu a existência desses</p><p>decretos autônomos, podendo,</p><p>inclusive, serem objetos de controle de</p><p>constitucionalidade.</p><p>vi. Vice-Presidente da República</p><p>● Papel muito discreto no nosso ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>● Atribuições - art. 79, da CF</p><p>○ Substituir o Presidente da República;</p><p>○ Suceder o Presidente da República em caso</p><p>de vacância.</p><p>248</p><p>○ Lei Complementar poderá trazer novas</p><p>atribuições.</p><p>○ Irá auxiliar o Presidente, sempre que por ele</p><p>convocado para missões especiais.</p><p>● Eleição</p><p>○ Eleitos em chapa única, isto é, quando se</p><p>vota para Presidente, vota-se</p><p>automaticamente para o Vice, como se extrai</p><p>do entendimento do art. 77, §1°, da CF140.</p><p>vii. Ministros de Estado</p><p>● Previsão constitucional</p><p>○ Arts 87 e 88.</p><p>● Irão auxiliar o Presidente da República nas suas</p><p>atribuições e funções.</p><p>● Nomeação livre e exoneração ad nutum</p><p>● Limitação e requisitos</p><p>○ Brasileiros maiores de vinte e um anos.</p><p>○ No exercício dos direitos políticos.</p><p>viii. Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional</p><p>● Previsão constitucional, nos arts. 89 a 91, da CF.</p><p>● Órgãos de consulta do Presidente da República,</p><p>responsável por emitir pareceres, os quais são</p><p>meramente opinativos e não vinculam o</p><p>Presidente.</p><p>g. Poder Executivo Estadual e Municipal</p><p>i. Estadual</p><p>● Exercido pelo Governador com auxílio dos</p><p>Secretários de Estado.</p><p>○ Os Secretários exercem funções</p><p>semelhantes às dos Ministros de Estado,</p><p>140Art. 77, §1°. A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com</p><p>ele registrado.</p><p>249</p><p>sendo cargos e funções de livre nomeação e</p><p>exoneração.</p><p>● Eleições</p><p>○ Prevista e regulada no art. 28, da CF.</p><p>○ Semelhantes à do Presidente da República.</p><p>● Posse se dá no dia 06 de janeiro cuja alteração se</p><p>deu pela EC 111.</p><p>ii. Municipal</p><p>● Exercido pelo Prefeito com auxílio dos Secretários</p><p>Municipais.</p><p>● Eleição</p><p>○ Majoritária.</p><p>○ Mandato de 04 anos, sendo admitida apenas</p><p>uma reeleição subsequente.</p><p>○ As regras do art. 77, da CF, aplicam-se</p><p>apenas nos casos de Municípios com</p><p>200.000 eleitores, conforme art. 29, II, da CF.</p><p>■ Nos municípios com menos ou igual a</p><p>200.000 eleitores, haverá apenas um</p><p>único turno de votação.</p><p>● A posse ocorre no dia 01 de janeiro.</p><p>h. Responsabilidade do Presidente da República</p><p>i. Infrações penais comuns</p><p>● Regras especiais - art. 86141 da CF</p><p>○ Prerrogativas ligadas às funções que são</p><p>exercidas.</p><p>○ Foro por prerrogativa de função</p><p>■ Previsto também no art. 102, I, b, da CF.</p><p>141Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da</p><p>Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal</p><p>Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de</p><p>responsabilidade.</p><p>250</p><p>■ Competência do Supremo Tribunal</p><p>Federal no processamento e</p><p>julgamento desses delitos, os quais se</p><p>referem apenas às infrações criminais.</p><p>● STF, AgRg na Petição 3.240/DF.</p><p>○ Autorização de ⅔ dos membros da Câmara</p><p>dos Deputados Federais</p><p>■ O Procurador Geral da República</p><p>oferece a denúncia e o Supremo</p><p>Tribunal Federal remete à Câmara dos</p><p>Deputados Federais.</p><p>■ Caberá à Câmara proceder com o juízo</p><p>de admissibilidade.</p><p>● Caso se tenham codenunciados,</p><p>não se faz necessária a</p><p>admissibilidade, salvo se esses</p><p>forem o Vice-Presidente da</p><p>República ou Ministro de Estado,</p><p>como se extrai do entendimento</p><p>do STF (AgRg no Inquérito</p><p>4483/DF).</p><p>○ Suspensão das suas funções pelo prazo de</p><p>até 180 (cento e oitenta) dias</p><p>■ Art. 86, §1°, I, da CF: “O Presidente ficará</p><p>suspenso de suas funções: I - nas</p><p>infrações penais comuns, se recebida a</p><p>denúncia ou queixa-crime pelo</p><p>Supremo Tribunal Federal”.</p><p>251</p><p>○ Prisão apenas nos casos de sentença</p><p>condenatória nas infrações penais comuns</p><p>■ Não podendo ser preso cautelarmente,</p><p>conforme entendimento do art. 86, §3°,</p><p>da CF142.</p><p>○ Responsabilização por atos estranhos ao</p><p>exercício do cargo</p><p>■ O Presidente da República não</p><p>responde por infrações penais comuns</p><p>que tenham sido cometidas sem que</p><p>estivesse no exercício do cargo.</p><p>■ STF, QO na AP 305/DF -</p><p>independentemente dessa infração</p><p>penal ter sido antes ou durante o</p><p>exercício do mandato, não há qualquer</p><p>distinção.</p><p>■ STF, Inquérito 3983 - interpretação do</p><p>art. 86, §4°, da CF de maneira restritiva,</p><p>aplicando somente ao Presidente da</p><p>República, não se estende ao</p><p>Governador e ao Prefeito.</p><p>ii. Crimes de responsabilidade</p><p>● Conceito</p><p>○ Infração político-administrativa praticada</p><p>pelas pessoas ocupantes de cargos do alto</p><p>escalão dos cargos públicos, configurando</p><p>um atentado à Constituição.</p><p>○ Previsão no artigo 85, da CF143.</p><p>143Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que</p><p>atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:</p><p>I - a existência da União;</p><p>142Art. 86, §3°. Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o</p><p>Presidente da República não estará sujeito a prisão.</p><p>252</p><p>● Definidos em lei especial, na qual serão definidas</p><p>as normas de processo e de julgamento.</p><p>○ Competência privativa da União Federal</p><p>■ Súmula vinculante n° 46: “A definição</p><p>dos crimes de responsabilidade e o</p><p>estabelecimento das respectivas</p><p>normas de processo e julgamento são</p><p>da competência legislativa privativa da</p><p>União”.</p><p>○ Lei n° 1.079/1950</p><p>■ Recepcionada pela Constituição</p><p>Federal de 1988.</p><p>● Processo de impeachment</p><p>○ Natureza política</p><p>■ Conforme ficou sedimentado na</p><p>decisão do STF (MC na ADPF 378).</p><p>○ Fases</p><p>■ Juízo de admissibilidade.</p><p>➢ Realizado pela Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>■ Processamento e julgamento.</p><p>➢ Competência do Senado Federal.</p><p>➢ Etapas:</p><p>➝ Recebimento;</p><p>➝ Pronúncia;</p><p>➝ Julgamento de mérito.</p><p>II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos</p><p>Poderes constitucionais das unidades da Federação;</p><p>III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;</p><p>IV - a segurança interna do País;</p><p>V - a probidade na administração;</p><p>VI - a lei orçamentária;</p><p>VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.</p><p>Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas</p><p>de processo e julgamento.</p><p>253</p><p>● Juízo de admissibilidade</p><p>○ A acusação é apresentada ao Presidente da</p><p>Câmara dos Deputados, sendo</p><p>encaminhada a uma comissão especial.</p><p>○ A Comissão emite um parecer opinativo.</p><p>○ Remete-se ao Plenário para a</p><p>admissibilidade do processo.</p><p>○ Voto de ⅔ dos membros da Câmara.</p><p>○ ADPF 378 - STF entende que nesse</p><p>primeiro momento, o Presidente da</p><p>República não tem direito a apresentar</p><p>defesa prévia.</p><p>● Processamento e julgamento</p><p>● Competência do Senado Federal.</p><p>● Recebimento</p><p>○ Nessa fase, há o conhecimento da</p><p>acusação (Iudicium accusationis)</p><p>○ Remete-se a uma comissão especial,</p><p>que emite um parecer opinativo.</p><p>○ O Plenário decide acerca do</p><p>recebimento da acusação.</p><p>■ Voto de maioria simples, em</p><p>turno único, em votação aberta.</p><p>○ Admitida a acusação contra o</p><p>Presidente da República, dos crimes</p><p>de responsabilidade, este ficará</p><p>suspenso de suas funções, após a</p><p>instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>● Pronúncia</p><p>○ Defesa pelo Presidente da República -</p><p>possui o prazo de 20 (vinte) dias.</p><p>254</p><p>○ Em seguida, há a instrução probatória,</p><p>sendo o interrogatório o último ato.</p><p>○ Em 15 (quinze) dias deverão ser</p><p>apresentadas alegações finais.</p><p>○ A comissão especial tem um prazo de</p><p>10 (dez) dias para emitir um novo</p><p>parecer.</p><p>○ O Plenário, após esse parecer, vai</p><p>votá-lo, em sessão aberta, turno único,</p><p>voto simples da maioria.</p><p>● Julgamento do mérito</p><p>○ Iudicium causae.</p><p>○ Presidida pelo STF, cabendo aos</p><p>senadores votarem a favor ou contra o</p><p>impeachment.</p><p>■ Trata-se de votação de natureza</p><p>política, por ser baseada em um</p><p>juízo de conveniência e</p><p>oportunidade.</p><p>○ Para que se tenha o impeachment do</p><p>Presidente, faz-se necessária a</p><p>votação de ⅔ dos membros, conforme</p><p>entendimento do Art. 52, parágrafo</p><p>único, da CF144.</p><p>○ Essa decisão é veiculada por meio de</p><p>Resolução.</p><p>● Sanções aplicáveis</p><p>○ Perda do mandato.</p><p>144Art. 52, parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como</p><p>Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será</p><p>proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação,</p><p>por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções</p><p>judiciais cabíveis.</p><p>255</p><p>○ Inabilitação, pelo prazo de 08 (oito)</p><p>anos, para o exercício da função</p><p>pública.</p><p>● Caso Dilma Rousseff</p><p>○ Houve uma divisão no procedimento,</p><p>sendo, em um primeiro momento,</p><p>votada acerca do impeachment. Em</p><p>um segundo momento, houve a</p><p>votação das sanções a serem</p><p>aplicadas.</p><p>○ A doutrina majoritária entende que</p><p>uma vez condenado o Presidente da</p><p>República, as sanções serão aplicadas</p><p>obrigatoriamente.</p><p>● Controle jurisdicional</p><p>○ Em regra, não se admite controle</p><p>desta natureza.</p><p>■ Entendimento adotado pelo STF</p><p>MS 21623, porque se trata de um</p><p>processo de natureza política,</p><p>não podendo o Poder Judiciário</p><p>interferir.</p><p>○ Exceção: O STF pode se manifestar</p><p>acerca de questões procedimentais.</p><p>i. Administração Pública</p><p>i. Previsão constitucional</p><p>● Art. 37 - traz os princípios aplicáveis à</p><p>Administração Pública.</p><p>ii. Princípio da legalidade</p><p>● Refere-se à legalidade administrativa, a qual</p><p>dispõe que a Administração Pública só poderá</p><p>256</p><p>atuar, desde que autorizada por lei e dentro dos</p><p>limites da lei.</p><p>● Diverge do princípio da legalidade no âmbito</p><p>privado.</p><p>iii. Princípio da impessoalidade</p><p>● A Administração deve tratar os seus administrados</p><p>de maneira impessoal, os quais são iguais perante</p><p>a lei.</p><p>iv. Princípio da Moralidade</p><p>● A Administração Pública deve agir de forma proba,</p><p>correta, dentro dos ditames da boa-fé objetiva.</p><p>v. Princípio da Publicidade</p><p>● A Administração deve agir de forma transparente,</p><p>tendo os administrados acesso aos atos</p><p>administrativos, receitas e despesas.</p><p>● Forma de controle social.</p><p>● Dispositivos constitucionais</p><p>○ Art. 5°, XXXVII; art. 37, §3°, II; art. 216, §2°.</p><p>● Lei n° 12.527/2011</p><p>○ Garante acesso à informação.</p><p>○ Quem se submete a essa lei de acesso à</p><p>informação?</p><p>■ Previsto no art. 1°, parágrafo único,</p><p>incisos I e II145.</p><p>145Art. 1°, da Lei n° 12.527/2011 - Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem</p><p>observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o</p><p>acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no §</p><p>2º do art. 216 da Constituição Federal.</p><p>Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:</p><p>I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo,</p><p>Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;</p><p>II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de</p><p>economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios.</p><p>257</p><p>■ Sendo órgão público ou recebendo</p><p>verba pública está submetida a essa</p><p>lei.</p><p>○ Princípios</p><p>■ Princípio da máxima transparência.</p><p>➢ O sigilo é excepcionalíssimo,</p><p>apenas nas situações previstas</p><p>em lei.</p><p>■ Princípio da imotivação.</p><p>➢ Não precisa ser motivado o</p><p>requerimento para que o</p><p>administrado tenha acesso</p><p>àquela informação.</p><p>■ Princípio da gratuidade.</p><p>➢ O acesso à informação é</p><p>gratuito.</p><p>■ Princípio da transparência ativa.</p><p>➢ Não basta a Administração</p><p>Pública permitir o acesso às</p><p>informações, devendo adotar</p><p>medidas para que estas</p><p>cheguem até os administrados.</p><p>■ Princípio da transparência passiva.</p><p>➢ Para que uma informação seja</p><p>fornecida a um administrado, a</p><p>Administração deverá possuir</p><p>regulamentos, prazos e</p><p>procedimentos.</p><p>○ Procedimento</p><p>■ Previsto nos arts. 10 e 11.</p><p>■ Qualquer interessado em acessar</p><p>aquela informação pode exigi-la da</p><p>258</p><p>Administração Pública e não pode a</p><p>Administração cobrar qualquer motivo.</p><p>■ Prazo não superior a 20 (vinte) dias nos</p><p>casos em que não é possível a</p><p>concessão daquela informação no</p><p>mesmo ato do requerimento.</p><p>■ Cabe ao órgão informar ao cidadão</p><p>nos casos em que a informação está</p><p>em outro órgão.</p><p>○ Sigilo</p><p>■ Art. 23, da Lei n° 12.527/2011</p><p>■ Deve estar previsto em lei, relacionado</p><p>às situações imprescindíveis à</p><p>segurança do Estado e da sociedade.</p><p>■ Prazos</p><p>➢ Informações ultrassecretas: 25</p><p>anos.</p><p>➢ Informações secretas: 15 anos.</p><p>➢ Informações reservadas: 05</p><p>anos.</p><p>vi. Princípio da eficiência</p><p>● Custo benefício da atuação.</p><p>● Melhores resultados com base no menor número</p><p>de recursos possíveis.</p><p>● Produtividade, excelência e efetividade.</p><p>vii. Regra do concurso público</p><p>● Prevista no art. 37, II, da CF146.</p><p>146Art. 37, II. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia</p><p>em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a</p><p>complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações</p><p>para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.</p><p>259</p><p>● A investidura em cargos públicos, em regra, se dá</p><p>por meio de concursos públicos, sendo uma forma</p><p>de garantir o respeito ao princípio da</p><p>impessoalidade.</p><p>● Descumprimento da regra</p><p>○ Art. 37, §2°, da CF147</p><p>○ Nulidade do ato</p><p>○ Punição da autoridade responsável nos</p><p>termos da lei</p><p>● Funções em confiança e cargo em comissão</p><p>○ Dispostos no art.37, V, da CF148.</p><p>○ Há cargos que podem ser ocupados por</p><p>pessoas que não compõem os quadros do</p><p>Poder Público.</p><p>○ Súmula vinculante n° 13149</p><p>■ Vedação ao nepotismo direto.</p><p>■ Vedação ao nepotismo cruzado.</p><p>■ O STF não aplica esse enunciado</p><p>quando se tratar de um cargo político,</p><p>visto que este é um caso de extrema</p><p>confiança.</p><p>149A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por</p><p>afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma</p><p>pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício</p><p>de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração</p><p>pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola</p><p>a Constituição Federal.</p><p>148Art. 37, V. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes</p><p>de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira</p><p>nos casos,</p><p>524</p><p>iv. Mandado de Segurança 524</p><p>● Fundamento normativo 524</p><p>● Cabimento 525</p><p>● Espécies 529</p><p>○ Quanto ao momento da lesão 529</p><p>○ Quanto aos sujeitos 529</p><p>● Legitimidade 530</p><p>○ Ativa 530</p><p>○ Passiva. 530</p><p>● Competência 531</p><p>○ Autoridade que editou o ato 531</p><p>○ Local da sede funcional 531</p><p>○ Supremo Tribunal Federal 531</p><p>○ Superior Tribunal de Justiça 531</p><p>● Procedimento 532</p><p>○ Autoridade coatora 532</p><p>○ Pessoa jurídica de direito público 532</p><p>○Ministério Público 532</p><p>○ Sentença 532</p><p>○ Impetrante 532</p><p>○ Condenação de honorários 532</p><p>○Medida liminar. 533</p><p>v. Mandado de injunção 533</p><p>● Previsão normativa 533</p><p>● Cabimento 534</p><p>● Espécies 534</p><p>○ Individual 534</p><p>○ Coletivo 534</p><p>● Legitimidade 535</p><p>○ Ativa 535</p><p>○ Passiva 536</p><p>● Competência 536</p><p>○ Supremo Tribunal Federal 536</p><p>○ Superior Tribunal de Justiça 536</p><p>○ Tribunal de Justiça 536</p><p>● Procedimentos 536</p><p>○ Previsão normativa 536</p><p>○ Procedimento sumário 538</p><p>○ Responsável 538</p><p>○ Pessoa jurídica 538</p><p>○Ministério Público 539</p><p>○ Sentença 539</p><p>vi. Ação Popular 544</p><p>● Previsão normativa 544</p><p>● Cabimento 546</p><p>vii. Direito de petição 547</p><p>● Previsão constitucional 547</p><p>● Abrangência 547</p><p>● Violação 547</p><p>25. Direitos sociais 548</p><p>a. Conceito 548</p><p>b. Aplicabilidade 548</p><p>c. Teoria da reserva do possível 551</p><p>i. Fundamento 551</p><p>ii. Origem 551</p><p>iii. Brasil 551</p><p>d. Princípio da vedação ao retrocesso 553</p><p>e. Direito à Seguridade Social 553</p><p>i. Conceito 553</p><p>ii. Histórico 553</p><p>1. Família 553</p><p>2. Igreja Católica 553</p><p>3. Estado 554</p><p>iii. Sistema protetivo amplo 554</p><p>f. Direito à saúde 554</p><p>i. Previsão constitucional 554</p><p>ii. Titular 554</p><p>iii. Destinatário 554</p><p>iv. Conteúdo 555</p><p>1. Curativo 555</p><p>2. Medidas preventivas e promocionais 555</p><p>v. Exigibilidade 555</p><p>vi. Casos concretos 556</p><p>1. Fornecimento de medicamentos 556</p><p>2. Vacinação compulsória 558</p><p>g. Previdência Social 560</p><p>h. Assistência Social 563</p><p>i. Conceito e características 563</p><p>i. Direito à educação 564</p><p>i. Conceito 564</p><p>ii. Previsão normativa 564</p><p>iii. Características 564</p><p>● Universal 564</p><p>● Dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade</p><p>564</p><p>● Ensino obrigatório e gratuito 564</p><p>iv. Decisões STF 565</p><p>1. Súmula vinculante 12 565</p><p>2. STF, ADPF 706 e ADPF 713 565</p><p>j. Direito à cultura 566</p><p>i. Conceito 566</p><p>ii. Previsão normativa 566</p><p>iii. Decisão STF 566</p><p>k. Direito à alimentação 567</p><p>l. Direito à moradia 567</p><p>● Dimensão negativa 567</p><p>● Dimensão positiva 568</p><p>m. Direito dos trabalhadores 568</p><p>i. Previsão normativa 568</p><p>ii. Decisões Tribunais Superiores 572</p><p>26. Direitos políticos 575</p><p>a. Conceito 575</p><p>b. Titularidade 575</p><p>c. Alistamento 575</p><p>i. Obrigatório 575</p><p>ii. Facultativo 575</p><p>iii. Inalistáveis 575</p><p>d. Direitos positivados 576</p><p>i. Plebiscito 576</p><p>ii. Referendo 576</p><p>iii. Possibilidade de ajuizar Ação Popular 576</p><p>iv. Possibilidade de criar, organizar e manter um Partido Político 576</p><p>v. Direito ao sufrágio 576</p><p>● EC 111 de 2021 – Art. 14 §12 e §13 576</p><p>● Dimensões 577</p><p>○ Capacidade eleitoral ativa 577</p><p>○ Capacidade eleitoral passiva 577</p><p>● Características 577</p><p>● Elegibilidade 578</p><p>○ Requisitos para ser elegível 578</p><p>○ Inelegibilidade 580</p><p>e. Perda e suspensão dos direitos políticos 584</p><p>i. Previsão normativa 584</p><p>ii. Perda dos direitos políticos 585</p><p>iii. Suspensão dos direitos políticos 585</p><p>iv. Candidatura nata 585</p><p>f. Partidos Políticos 586</p><p>i. Previsão normativa 586</p><p>27. Direitos da nacionalidade 591</p><p>a. Espécies de nacionalidade 591</p><p>i. Originária 591</p><p>ii. Derivada 591</p><p>b. Critérios de nacionalidade 591</p><p>i. Originária 591</p><p>1. Critério do território/ius solis 591</p><p>2. Critério sanguíneo/ ius sanguinis 591</p><p>ii. Derivada 591</p><p>1. Naturalização 591</p><p>c. Conflito de nacionalidades 591</p><p>i. Apátridas/ Heimatlos 591</p><p>ii. Polipatridia 591</p><p>d. Brasileiros natos 592</p><p>i. Previsão normativa 592</p><p>ii. Critério do território (artigo 12, I, a, CF/88) 592</p><p>iii. Critério sanguíneo e vínculo funcional (artigo 12, I, b, CF/88) 592</p><p>iv. Critério sanguíneo e registro (artigo 12, I, c, primeira parte, CF/88)</p><p>592</p><p>v. Critério sanguíneo e territorial (artigo 12, I, c, segunda parte, CF/88)</p><p>592</p><p>e. Brasileiros naturalizados 593</p><p>i. Previsão normativa 593</p><p>ii. Critério da língua portuguesa 595</p><p>iii. Critério da residência 595</p><p>iv. Observação 595</p><p>f. Perda da nacionalidade 597</p><p>i. Hipóteses taxativas 597</p><p>1.Teorias da Constituição</p><p>a. Constitucionalismo</p><p>i. Conceito</p><p>● O Constitucionalismo é a limitação do Poder</p><p>Político.</p><p>○ Canotilho - mecanismo de limitação do</p><p>poder político com fins garantísticos.</p><p>○ Com o Constitucionalismo há a passagem do</p><p>Estado apenas da política (continua sendo</p><p>um Estado político) para um Estado de</p><p>Direitos Constitucional.</p><p>● Não significa, necessariamente, a existência de</p><p>uma Constituição no Estado, havendo a</p><p>possibilidade de se ter constitucionalismo, ainda</p><p>que não se tenha uma Constituição.</p><p>■ Exemplos: Reino Unido e Nova</p><p>Zelândia.</p><p>➞ Nesses casos, a limitação do</p><p>poder foi decorrente dos</p><p>costumes.</p><p>➞ Costumes - Práticas reiteradas e</p><p>valores que não podem ser</p><p>descumpridos, sendo</p><p>atribuídos-lhes juridicidade.</p><p>● Pode-se ter um Estado com um documento</p><p>denominado Constituição, sem que se tenha</p><p>constitucionalismo.</p><p>○ Comum nos regimes totalitários/autoritários.</p><p>1</p><p>■ Nesses regimes, é estabelecido um</p><p>texto constitucional, por meio do qual</p><p>se objetiva sustentar a aparência de</p><p>legitimidade do governo.</p><p>● O que é limitação de poder? Como se limita o</p><p>poder?</p><p>○ Balizas:</p><p>■ Externa - garantia de direitos</p><p>fundamentais.</p><p>■ Interna - separação dos poderes.</p><p>○ Art. 16 da Declaração Universal dos Direitos</p><p>dos Homem e Cidadão1.</p><p>ii. Evolução histórica</p><p>● Doutrina majoritária - constitucionalismo</p><p>moderno</p><p>○ Surgiu a partir das Revoluções Liberais.</p><p>● Doutrina minoritária - constitucionalismo</p><p>antigo.</p><p>○ Povo hebreu</p><p>■ Considerado a civilização de</p><p>surgimento.</p><p>■ Deus único, ordenador e criador do</p><p>universo.</p><p>■ O Poder político não poderá ser</p><p>exercido contrariamente a esses</p><p>preceitos divinos, que possuem um</p><p>caráter substancial.</p><p>○ Grécia Antiga</p><p>1 Qualquer sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos, nem</p><p>estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.</p><p>2</p><p>■ Democracia ateniense - Forma de</p><p>exercício do poder, que, por si só, já o</p><p>limitava.</p><p>○ Roma Antiga</p><p>■ República romana.</p><p>➞ O Senado representava a</p><p>aristocracia.</p><p>➞ O povo possuía algum grau de</p><p>participação.</p><p>○ Idade Média</p><p>■ Fenômenos.</p><p>➞ Estruturação do poder -</p><p>dividia-se em alguns núcleos.</p><p>● Igreja.</p><p>● Senhores feudais.</p><p>● Corporações de ofício.</p><p>➞ Filósofos.</p><p>● São Tomás de Aquino -</p><p>defendia a existência de</p><p>uma hierarquia entre as</p><p>leis: eterna; divina; revelada</p><p>e humana.</p><p>○ Absolutismo</p><p>■ Nesse período, torna-se difícil falar em</p><p>constitucionalismo.</p><p>➞ Estado Moderno forte, cujo</p><p>soberano exercia o poder de</p><p>forma ilimitada, tendo em vista</p><p>ser oriundo de Deus.</p><p>iii. Constitucionalismo moderno</p><p>● Surgiu em contraposição ao absolutismo.</p><p>● Evolução histórica</p><p>3</p><p>○ Revolução Gloriosa e Magna Carta</p><p>(Constitucionalismo Britânico)</p><p>■ Houve o início da limitações de poder,</p><p>porém não se pode considerar como o</p><p>início do Constitucionalismo moderno.</p><p>■ Atenção! Não se pode tratar a Magna</p><p>Carta como a primeira Constituição,</p><p>segundo a doutrina majoritária,</p><p>porque não tinha universalidade,</p><p>sendo garantida a uma parcela</p><p>pequena da sociedade alguns direitos</p><p>(principalmente o direito à</p><p>propriedade)</p><p>○ Bill of rights (1776) - Estado da Virgínia.</p><p>■ Primeira Carta de Direitos</p><p>○ Constituição norte-americana: foi a primeira</p><p>constituição moderna, após a Convenção de</p><p>Filadélfia.</p><p>○ Revolução Francesa</p><p>■ Primeira carta de direitos.</p><p>➞ Não foi a primeira, mas foi a que</p><p>incendiou o imaginário da</p><p>Europa.</p><p>➞ Ruptura maior do regime</p><p>anterior.</p><p>● Modelos de Constitucionalismo Moderno</p><p>○ Britânico</p><p>■ Características:</p><p>1. Construção histórica.</p><p>● Não houve uma ruptura</p><p>brusca.</p><p>4</p><p>● Historicismo.</p><p>2. Não existe um documento único</p><p>denominado Constituição.</p><p>● Fontes: costumes</p><p>constitucionais e leis</p><p>esparsas escritas.</p><p>● Sistema common law.</p><p>3. Ausência de regime formal de</p><p>direito administrativo.</p><p>4. Ausência do controle de</p><p>constitucionalidade.</p><p>5. Adota-se uma monarquia</p><p>parlamentar</p><p>condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às</p><p>atribuições de direção, chefia e assessoramento.</p><p>147Art. 37, §2°. A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato</p><p>e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.</p><p>260</p><p>16. Poder Judiciário</p><p>a. Funções</p><p>i. Típica</p><p>● Função Jurisdicional.</p><p>○ Conceito - decidir de forma definitiva os</p><p>conflitos sociais, qualificados por uma</p><p>pretensão resistida, aplicando o direito ao</p><p>caso concreto e solucionando a controvérsia</p><p>de forma definitiva.</p><p>ii. Atípicas</p><p>● Função legislativa</p><p>○ Atribuição ao Poder Judiciário de editar seus</p><p>regimentos internos.</p><p>● Função executiva</p><p>○ Organização e funcionamento.</p><p>○ Provimento dos cargos por meio de</p><p>concursos públicos.</p><p>○ Licitações para adquirir insumos.</p><p>b. Garantias</p><p>● Conceito: atribuídas à atuação dos membros, para que</p><p>se tenha atuação independente e imparcial.</p><p>i. Garantias institucionais</p><p>● São conferidas ao Poder Judiciário como um todo.</p><p>● Previsão constitucional - art. 99150.</p><p>● O STF entendeu que não é constitucional o ato</p><p>normativo que entrega ao Poder Executivo a</p><p>função/ serviço/ autoriza este realizar um controle</p><p>150Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.</p><p>261</p><p>de qualidade dos serviços exercidos pelo Poder</p><p>Judiciário. As garantias institucionais são:</p><p>1. Autonomia administrativa</p><p>● Os tribunais podem se auto organizarem e</p><p>estruturarem, como se extrai da previsão do</p><p>artigo 96, da CF.</p><p>2. Autonomia financeira</p><p>● Os tribunais têm competência para</p><p>elaborarem suas propostas orçamentárias.</p><p>● Previsão constitucional.</p><p>○ Art. 99, §1° e art. 99, §2°151 .</p><p>○ Art. 168, da CF: “Os recursos</p><p>correspondentes às dotações</p><p>orçamentárias, compreendidos os</p><p>créditos suplementares e especiais,</p><p>destinados aos órgãos dos Poderes</p><p>Legislativo e Judiciário, do Ministério</p><p>Público e da Defensoria Pública,</p><p>ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de</p><p>cada mês, em duodécimos, na forma</p><p>da lei complementar a que se refere o</p><p>art. 165, § 9º”.</p><p>■ O tribunal repassa suas</p><p>propostas orçamentárias.</p><p>■ Os duodécimos devem ser</p><p>repassados mensalmente, para</p><p>151Art. 99 § 1º. Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites</p><p>estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:</p><p>I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais</p><p>Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;</p><p>II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos</p><p>Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.</p><p>262</p><p>que se tenha a garantia de renda</p><p>e autonomia do Poder Judiciário.</p><p>ii. Garantias funcionais</p><p>● Vinculadas ao membro do Poder Judiciário.</p><p>● Previsão normativa no art. 95, da CF: “Os juízes</p><p>gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade,</p><p>que, no primeiro grau, só será adquirida após dois</p><p>anos de exercício, dependendo a perda do cargo,</p><p>nesse período, de deliberação do tribunal a que o</p><p>juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de</p><p>sentença judicial transitada em julgado; II -</p><p>inamovibilidade, salvo por motivo de interesse</p><p>público, na forma do art. 93, VIII; III -</p><p>irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto</p><p>nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.</p><p>As garantias funcionais são, a seguir:</p><p>● Vitaliciedade</p><p>● Membro do Poder Judiciário vitalício não</p><p>poderá perder seu cargo, salvo por sentença</p><p>transitada em julgado.</p><p>● Para membros de primeiro grau, é adquirida</p><p>após dois anos de estágio probatório.</p><p>○ Durante o estágio probatório, poderá o</p><p>membro perder o cargo por decisão</p><p>administrativa.</p><p>● Para membros do segundo grau e dos</p><p>Tribunais Superiores, a vitaliciedade é</p><p>adquirida com a posse.</p><p>○ Mitigação da vitaliciedade em relação</p><p>aos Ministros do STF.</p><p>■ Podem vir a perder seus cargos</p><p>em um processo de</p><p>263</p><p>impeachment pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>● Inamovibilidade</p><p>● Os juízes não podem ser removidos do seu</p><p>cargo contra a sua vontade.</p><p>● Exceção: admitida pelo STF, desde que:</p><p>○ Envolva interesse público;</p><p>○ O ato da remoção deve ser votado</p><p>pela maioria dos membros do</p><p>Tribunal ou do CNJ;</p><p>○ Seja garantida a ampla defesa.</p><p>○ EC 130/233</p><p>● Irredutibilidade dos subsídios</p><p>● A irredutibilidade dos salários é nominal, isto</p><p>é, não há garantia de que o salário não</p><p>poderá sofrer os efeitos da inflação</p><p>tampouco que o poder de compra se</p><p>manterá igual.</p><p>iii. Vedações - art. 95, parágrafo único, da CF</p><p>● Exercer, ainda que em disponibilidade, outro</p><p>cargo ou função, salvo uma de magistério.</p><p>● Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou</p><p>participação em processo.</p><p>● Dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>○ Isso porque poderia se violar a</p><p>imparcialidade.</p><p>● Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios</p><p>ou contribuições de pessoas físicas, entidades</p><p>públicas ou privadas, ressalvadas as exceções</p><p>previstas em lei.</p><p>● Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual</p><p>se afastou, antes de decorridos três anos do</p><p>264</p><p>afastamento do cargo por aposentadoria ou</p><p>exoneração.</p><p>○ Tal período se denomina quarentena.</p><p>iv. Permuta de magistrados 152</p><p>● Conceito de permuta: a remoção por permuta</p><p>significa que, necessariamente, dois servidores</p><p>estão dispostos a um ocupar o lugar do outro no</p><p>âmbito dos órgãos envolvidos. Na remoção por</p><p>permuta, o servidor pertence ao quadro de</p><p>origem, mas está provisoriamente lotado em outro</p><p>órgão e, havendo necessidade da administração, a</p><p>remoção pode ser revogada.</p><p>○ A EC 130/2023, incluiu o art 93, VIII-B, CF/88</p><p>que possui a seguinte redação:</p><p>VIII- B- a permuta de magistrados de comarca de</p><p>igual entrância, quando for o caso, e dentro do</p><p>mesmo segmento de justiça, inclusive entre os</p><p>juízes de segundo grau, vinculados a diferentes</p><p>tribunais, na esfera da justiça estadual, federal ou</p><p>do trabalho, atenderá, no que couber, ao disposto</p><p>nas alíneas "a", "b", "c" e "e" do inciso II do caput</p><p>deste artigo e no art. 94 desta Constituição</p><p>■ A mudança valerá apenas para a permuta</p><p>entre juízes, não alterando o sistema de</p><p>remoção a pedido. Atualmente apenas</p><p>juízes Federais e do Trabalho podem pedir</p><p>permuta. Juízes estaduais já podem mudar</p><p>de comarca dentro de um mesmo tribunal</p><p>de Justiça, mas devem ser aprovados em</p><p>152 Atualização incluída no Caderno em 05/10/2023</p><p>265</p><p>novo concurso público se quiserem atuar em</p><p>outro estado. A permuta exige a</p><p>concordância dos magistrados envolvidos.</p><p>Segundo o vice-presidente do Congresso,</p><p>essa mudança moderniza o sistema</p><p>judiciário. Nas palavras do vice, "a</p><p>necessidade desse aprimoramento</p><p>legislativo tornou-se evidente à medida que</p><p>refletimos sobre a mobilidade dos juízes</p><p>estaduais em nosso país. Esta emenda</p><p>oferece a esses profissionais uma chance</p><p>justa de contribuir em diferentes partes do</p><p>território nacional, facilitando à população o</p><p>acesso à Justiça e promovendo a troca de</p><p>conhecimentos e de experiências entre</p><p>magistrados."</p><p>Ainda nesse tema, é interessante fazer uma análise mais</p><p>aprofundada e crítica. Perceba que a possibilidade de</p><p>permuta já era permitida por juízes federais e do</p><p>trabalho e, também, já era permitido aos juízes estaduais</p><p>mudar de comarca dentro de um mesmo Tribunal de</p><p>Justiça. Assim, a inovação da EC 130/23 está na</p><p>possibilidade de os juízes estaduais realizarem a</p><p>permuta de comarca de igual entrância, dentro do</p><p>mesmo segmento da Justiça, inclusive entre os juízes de</p><p>2º grau, vinculados a diferentes tribunais, na esfera da</p><p>Justiça Estadual, Federal ou do Trabalho. Portanto, a</p><p>inovação constitucional tem ainda o condão de prestar</p><p>homenagem ao mencionado princípio da unicidade do</p><p>Poder Judiciário. Sendo o Judiciário um poder único,</p><p>embora dividido em órgãos para fim de racionalização da</p><p>266</p><p>prestação de justiça e de administração da justiça. Nada</p><p>justifica a impossibilidade de movimentação entre</p><p>membros de órgãos equivalentes dentro de sua</p><p>estrutura</p><p>através da permuta.</p><p>Dentro dessa inovação legislativa, cabe uma invocar uma</p><p>reflexão: se cabe para a Magistratura essa possibilidade</p><p>de permuta, por que não caberia também para o</p><p>Ministério Público, para a Defensoria? Qual a lógica de</p><p>restringir à magistratura?</p><p>Com o intuito de enriquecer a discussão jurídica, não</p><p>custa lembrar os seguintes dispositivos da Constituição</p><p>Federal, adiante:</p><p>Art. 129, § 4º - Aplica-se ao Ministério Público, NO QUE</p><p>COUBER, o disposto no art. 93”.</p><p>Art. 134, § 4º - São princípios institucionais da Defensoria</p><p>Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência</p><p>funcional, aplicando-se também, NO QUE COUBER, o</p><p>disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta</p><p>Constituição Federal.</p><p>Ora, se as garantias da magistratura cabe, no que couber,</p><p>para o Ministério Público e Defensoria Pública, não</p><p>vislumbra-se óbice de não se permitir para essas</p><p>carreiras essa nova possibilidade de permuta.</p><p>Valendo-me das reflexões feitas pelo Professor Pedro</p><p>Lenza, em um post no seu instagram (@pedrolenza),</p><p>pode-se falar que há a possibilidade de se utilizar da ADI</p><p>no STF, com pedido de interpretação conforme à</p><p>267</p><p>Constituição para garantir o direito à permuta para a</p><p>Defensoria e Ministério Público. E, ele ainda aponta que</p><p>bastaria uma Resolução do CNMP aplicando com base</p><p>em "no que couber"e também no âmbito da Defensoria,</p><p>uma regulamentação para a carreira.</p><p>c. Estrutura</p><p>● Previsão normativa - art. 92, da CF153</p><p>○ STF - possui entendimento que o Poder Judiciário</p><p>tem caráter nacional e uno. A divisão entre órgão</p><p>tem a função de melhor repartir as funções</p><p>exercidas pelo Poder Judiciário.</p><p>i. Supremo Tribunal Federal</p><p>● Órgão de cúpula do Poder Judiciário e tem sede</p><p>no DF, possuindo a função precípua de guarda da</p><p>Constituição Federal.</p><p>● Previsão normativa</p><p>○ Art. 102, da CF154.</p><p>■ Rol taxativo.</p><p>● Composição</p><p>○ 11 (onze) ministros, desde que preenchidos</p><p>os seguintes requisitos:</p><p>154Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da</p><p>Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente: (...) remetemos os alunos à leitura da Constituição</p><p>Federal.</p><p>153Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>I - o Supremo Tribunal Federal;</p><p>I-A o Conselho Nacional de Justiça;</p><p>II - o Superior Tribunal de Justiça;</p><p>II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;</p><p>IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p>V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p>VI - os Tribunais e Juízes Militares;</p><p>VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.</p><p>268</p><p>■ Possuir mais de trinta e cinco e menos</p><p>de setenta anos de idade;</p><p>■ Possuir notável saber jurídico;</p><p>■ Possuir reputação ilibada.</p><p>● Nomeação</p><p>○ O Presidente da República escolhe uma</p><p>pessoa que preenche os requisitos.</p><p>○ O Senado Federal, após a sabatina, irá</p><p>aprovar por voto da maioria absoluta dos</p><p>seus membros essa pessoa comoministro.</p><p>● Recurso Extraordinário</p><p>○ Finalidade: assegurar a validade e a</p><p>uniformidade das normas constitucionais</p><p>federais.</p><p>○ Recurso de cognição limitada, sendo</p><p>possível a discussão apenas de matérias</p><p>jurídicas, isto é, de direito, mais</p><p>especificamente de Direito Constitucional.</p><p>○ A interposição de Recurso Extraordinário,</p><p>faz-se necessário o preenchimento de</p><p>alguns requisitos:</p><p>■ Causas decididas em única ou última</p><p>instância.</p><p>■ Decisão recorrida contraria dispositivo</p><p>constitucional.</p><p>■ Decisão recorrida declara a</p><p>inconstitucionalidade de tratado ou lei</p><p>federal.</p><p>■ Decisão recorrida julga válida lei ou ato</p><p>de governo local contestado em face</p><p>da Constituição.</p><p>269</p><p>■ Decisão recorrida julga válida lei local</p><p>contestada em face da lei federal.</p><p>○ Necessidade de prequestionamento</p><p>■ A matéria constitucional que está</p><p>fundamentando o Recurso deve ter</p><p>sido debatida nas instâncias inferiores.</p><p>○ Necessidade da Repercussão Geral.</p><p>■ Prevista no artigo 102, §3°, da CF155, o</p><p>qual foi inserido com a Reforma do</p><p>Judiciário.</p><p>■ Recusa da Repercussão Geral é</p><p>possível pela manifestação de ⅔ dos</p><p>membros</p><p>■ Repercussão Geral é conceituada no</p><p>art. 1.035, do Código de Processo Civil,</p><p>sendo questões relevantes do ponto</p><p>de vista econômico, social, político ou</p><p>jurídico.</p><p>● Recurso Ordinário</p><p>○ Compete ao STF julgar, em recurso</p><p>ordinário:</p><p>■ o habeas corpus, o mandado de</p><p>segurança, o habeas data e o</p><p>mandado de injunção decididos em</p><p>única instância pelos Tribunais</p><p>Superiores, se denegatória a decisão;</p><p>■ o crime político (caiu na PGE-ES</p><p>CEBRASPE 2023);</p><p>155Art. 102, §3°. No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão</p><p>geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o</p><p>Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação</p><p>de dois terços de seus membros.</p><p>270</p><p>● Súmulas vinculantes156</p><p>○ Previsão normativa</p><p>■ Art. 103-A, da CF157.</p><p>■ Lei n° 11.417/2006.</p><p>○ Conceito</p><p>■ Mecanismo de uniformização da</p><p>jurisprudência do Supremo Tribunal</p><p>Federal.</p><p>○ Requisitos</p><p>■ Editada pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal, que pode fazê-lo a ofício ou</p><p>mediante requerimento.</p><p>■ Decisão de ⅔ dos membros do STF.</p><p>■ Antes da edição, faz-se necessárias</p><p>reiteradas decisões.</p><p>○ Objetivo</p><p>■ Art. 103-A, §1°, da CF: “A súmula terá por</p><p>objetivo a validade, a interpretação e a</p><p>eficácia de normas determinadas,</p><p>acerca das quais haja controvérsia</p><p>atual entre órgãos judiciários ou entre</p><p>esses e a administração pública que</p><p>acarrete grave insegurança jurídica e</p><p>relevante multiplicação de processos</p><p>sobre questões idênticas”.</p><p>○ Revisões e cancelamentos</p><p>157Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante</p><p>decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria</p><p>constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá</p><p>efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração</p><p>pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à</p><p>sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>156Representam as novidades trazidas pela Reforma do Judiciário, oriunda da Emenda</p><p>Constitucional n° 45/2005.</p><p>271</p><p>■ Para tanto, devem ser cumpridos</p><p>alguns requisitos, os quais são</p><p>previstos no art. 103-A, §2°, da CF.</p><p>○ Votação por ⅔ dos membros.</p><p>○ Paralelismo de formas.</p><p>○ Manifestação/ provocação por</p><p>um dos legitimados ativos da</p><p>propositura de uma ADI.</p><p>■ O STF já se manifestou que essa</p><p>revisão ou cancelamento apenas</p><p>podem ocorrer em três hipóteses:</p><p>○ Alteração do quadro fático,</p><p>podendo ser econômico, social,</p><p>político e, até mesmo, jurídico.</p><p>○ Mudança de posicionamento do</p><p>STF.</p><p>○ Possibilidade de alteração</p><p>legislativa.</p><p>○ Peculiaridade</p><p>■ Em regra, os enunciados de súmulas</p><p>são meramente persuasivos, ou seja, os</p><p>membros do Poder Judiciário não</p><p>precisam seguir estes enunciados.</p><p>■ Por outro lado, a súmula vinculante</p><p>tem um caráter de imperatividade,</p><p>devendo, por isso, ser seguidas pelos</p><p>membros do Poder Judiciário e pela</p><p>Administração Pública.</p><p>○ Observações</p><p>■ O STF e o Poder Legislativo não estão</p><p>vinculados ao que foi pacificado no</p><p>enunciado da súmula vinculante.</p><p>272</p><p>■ O STF, também, por meio de ⅔ dos</p><p>seus membros, poderá modular os</p><p>efeitos vinculantes da súmula</p><p>vinculante, desde que presentes os</p><p>requisitos da segurança jurídica ou</p><p>excepcional interesse público.</p><p>■ Art. 103-A, §3°, da CF158 : não seguindo o</p><p>entendimento previsto no enunciado</p><p>de súmula vinculante, é cabível a</p><p>interposição de Reclamação</p><p>Constitucional junto ao STF.</p><p>ii. Superior Tribunal de Justiça</p><p>● Conceito</p><p>○ Órgão do Poder Judiciário, de</p><p>superposição/sobreposição em relação à</p><p>Justiça Estadual e à Justiça Federal, no que</p><p>se refere às leis infraconstitucionais.</p><p>● Composição</p><p>○ 33 (trinta e três) ministros, os quais são</p><p>nomeados pelo Presidente da República,</p><p>desde que aprovados pela maioria dos</p><p>senadores, após a sabatina no Senado</p><p>Federal.</p><p>○ Regras específicas - art. 104, parágrafo único,</p><p>I e</p><p>II, da CF.</p><p>■ ⅓ dos Ministros são nomeados dentre</p><p>juízes dos Tribunais Regionais Federais,</p><p>158Art. 103-A, §3°. Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula</p><p>aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal</p><p>Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão</p><p>judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da</p><p>súmula, conforme o caso.</p><p>273</p><p>indicados em lista tríplice elaborada</p><p>pelo próprio Tribunal;</p><p>■ ⅓ dos Ministros são nomeados dentre</p><p>juízes dos Tribunais de Justiça,</p><p>indicados em lista tríplice elaborada</p><p>pelo próprio Tribunal;</p><p>■ ⅓ dos Ministros são nomeados dentre</p><p>advogados e membros do Ministério</p><p>Público Federal, Estadual, do Distrito</p><p>Federal e Territórios, alternadamente,</p><p>indicados na forma do art. 94159.</p><p>iii. Justiça Federal</p><p>● Composição</p><p>○ Composta pelos Tribunais Regionais</p><p>Federais e pelos juízes federais.</p><p>● Competência</p><p>○ Tribunais Regionais Federais - art. 108, da</p><p>CF160</p><p>160Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do</p><p>Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público</p><p>da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;</p><p>b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da</p><p>região;</p><p>c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz</p><p>federal;</p><p>d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;</p><p>e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;</p><p>II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes</p><p>estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.</p><p>159Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos</p><p>Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério</p><p>Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de</p><p>reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em</p><p>lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.</p><p>Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao</p><p>Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para</p><p>nomeação.</p><p>274</p><p>○ Juízes Federais - art. 109, da CF161</p><p>● Incidente de deslocamento de competência</p><p>○ Previsto no §5°, do art. 109, da CF, que assim</p><p>dispõe: “Nas hipóteses de grave violação de</p><p>direitos humanos, o Procurador-Geral da</p><p>República, com a finalidade de assegurar o</p><p>cumprimento de obrigações decorrentes de</p><p>tratados internacionais de direitos humanos</p><p>161Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:</p><p>I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na</p><p>condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de</p><p>trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;</p><p>II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa</p><p>domiciliada ou residente no País;</p><p>III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo</p><p>internacional;</p><p>IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou</p><p>interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as</p><p>contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;</p><p>V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País,</p><p>o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;</p><p>V- A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema</p><p>financeiro e a ordem econômico-financeira;</p><p>VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento</p><p>provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;</p><p>VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os</p><p>casos de competência dos tribunais federais;</p><p>IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça</p><p>Militar;</p><p>X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória,</p><p>após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à</p><p>nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;</p><p>XI - a disputa sobre direitos indígenas.</p><p>§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a</p><p>outra parte.</p><p>§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for</p><p>domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou</p><p>onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.</p><p>§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte</p><p>instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual</p><p>quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional</p><p>Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.</p><p>§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a</p><p>finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de</p><p>direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de</p><p>Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência</p><p>para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>275</p><p>dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,</p><p>perante o Superior Tribunal de Justiça, em</p><p>qualquer fase do inquérito ou processo,</p><p>incidente de deslocamento de competência</p><p>para a Justiça Federal”.</p><p>○ Já caiu em prova!</p><p>■ Requisitos</p><p>➢ Grave violação aos direitos</p><p>humanos</p><p>➢ Provocação do Procurador Geral</p><p>da República</p><p>➢ Finalidade de assegurar o</p><p>cumprimento de obrigações que</p><p>o Brasil tenha assumido perante</p><p>à comunidade internacional,</p><p>quando da assinatura de</p><p>Tratados Internacionais de</p><p>Direitos Humanos</p><p>➢ Decisão do Superior Tribunal de</p><p>Justiça</p><p>■ IDC 1162</p><p>➢ O STJ, neste primeiro incidente,</p><p>decidiu que além dos requisitos</p><p>constitucionais, deve ficar</p><p>demonstrado que há inércia,</p><p>162Veja um trecho da decisão a seguir: “(...) 5. O deslocamento de competência em que a</p><p>existência de crime praticado com grave violação aos direitos humanos é pressuposto de</p><p>admissibilidade do pedido e deve atender ao princípio da proporcionalidade (adequação,</p><p>necessidade e proporcionalidade em sentido estrito), compreendido na demonstração</p><p>concreta de risco de descumprimento de obrigações decorrentes de tratados</p><p>internacionais firmados pelo Brasil, resultante da inércia, negligência, falta de vontade</p><p>política ou de condições reais do Estado-membro, por suas instituições, em proceder à</p><p>devida persecução penal. No caso, não há a cumulatividade de tais requisitos, a justificar</p><p>que se acolha o incidente (...)”.</p><p>(IDC n. 1/PA, relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, Terceira Seção, julgado em 8/6/2005, DJ</p><p>de 10/10/2005, p. 217.)</p><p>276</p><p>negligência, falta de vontade</p><p>política ou de condições reais da</p><p>Justiça Estadual em proceder à</p><p>devida persecução penal e</p><p>processamento daquela causa.</p><p>iv. Justiça do Trabalho</p><p>● Também é considerada Justiça Federal.</p><p>● Hierarquia</p><p>○ Tribunal Superior do Trabalho</p><p>○ Tribunais Regionais do Trabalho</p><p>○ Juízes do Trabalho</p><p>● Competência - art. 114, da CF163</p><p>○ Em regra, tratam-se de</p><p>ações oriundas da</p><p>relação de trabalho.</p><p>v. Justiça do Eleitoral</p><p>● Também é considerada Justiça Federal.</p><p>● Criada pelo Código Eleitoral de 1932.</p><p>● Prevista, pela primeira vez, na Constituição de 1934.</p><p>● Estrutura - art. 118, da CF164</p><p>○ Diferentemente das demais justiças, a</p><p>Justiça Eleitoral não conta com magistrados</p><p>próprios da carreira.</p><p>○ A função é integrada por magistrados de</p><p>outros órgãos jurisdicionais, advogados e</p><p>cidadãos.</p><p>164Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:</p><p>I - o Tribunal Superior Eleitoral;</p><p>II - os Tribunais Regionais Eleitorais;</p><p>III - os Juízes Eleitorais;</p><p>IV - as Juntas Eleitorais.</p><p>163Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar (...) remetemos os alunos à</p><p>leitura da Constituição.</p><p>277</p><p>■ Essa composição está descrita na</p><p>Constituição Estadual, sendo regulada,</p><p>também, na Lei Complementar.</p><p>○ Os cargos são exercidos, em regra, por</p><p>biênios, isto é, pelo período de 02 (dois) anos,</p><p>com vistas a garantir a imparcialidade.</p><p>● Competência</p><p>○ Conforme disposto no art. 121, caput165,</p><p>caberá à Lei Complementar regular essa</p><p>matéria.</p><p>○ Esta lei complementar existe no</p><p>ordenamento jurídico, sendo representada</p><p>pelo Código Eleitoral.</p><p>○ A Justiça Eleitoral tem uma atuação muito</p><p>forte no âmbito administrativo, sendo</p><p>responsável pela organização das eleições.</p><p>○ O TSE, órgão de cúpula, tem uma</p><p>competência normativa muito forte, na</p><p>edição de Resoluções que irão reger e</p><p>regular as eleições.</p><p>vi. Justiça Militar -art. 122, da CF166</p><p>● Justiça Militar da União</p><p>○ Organização</p><p>■ Está dividida em 12 Circunscrições</p><p>Judiciárias Militares (CJM), que, por sua</p><p>vez, abrigam uma ou mais Auditorias</p><p>Militares, os órgãos de Primeira</p><p>166Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:</p><p>I - o Superior Tribunal Militar;</p><p>II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.</p><p>165Art. 121, caput. A lei complementar disporá sobre a organização e competência dos</p><p>tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.</p><p>278</p><p>Instância. As Auditorias têm jurisdição</p><p>mista, ou seja, cada uma julga os feitos</p><p>relativos à Marinha, ao Exército e à</p><p>Aeronáutica. Na Primeira Instância, o</p><p>julgamento é realizado pelos</p><p>Conselhos de Justiça, formados por</p><p>quatro oficiais e pelo juiz federal da</p><p>Justiça Militar da União. Na primeira</p><p>instância, o Conselho Permanente de</p><p>Justiça é competente para processar e</p><p>julgar militares que não sejam oficiais.</p><p>O Conselho Especial de Justiça é</p><p>competente para processar e julgar</p><p>oficiais, exceto os oficiais generais, que</p><p>são processados diretamente no</p><p>Superior Tribunal Militar. Os civis são</p><p>julgados monocraticamente pelo juiz</p><p>federal da Justiça Militar da União. Os</p><p>recursos às decisões de Primeira</p><p>Instância são remetidos diretamente</p><p>para o Superior Tribunal Militar (STM).</p><p>○ Competência (artigo 124, CF/88)167</p><p>■ A Justiça Militar da União, na primeira</p><p>instância, e o Superior Tribunal Militar,</p><p>na última instância, julgam os crimes</p><p>militares cometidos por integrantes</p><p>das Forças Armadas (Marinha, Exército</p><p>e Aeronáutica) ou por civis que</p><p>167 Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em</p><p>lei.</p><p>Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da</p><p>Justiça Militar.</p><p>279</p><p>atentem contra a Administração Militar</p><p>federal. Os policiais militares e os</p><p>bombeiros são julgados pela Justiça</p><p>Militar estadual (nos estados em que</p><p>ela é instituída) ou pela Justiça</p><p>comum.</p><p>● Justiça Militar Estadual</p><p>○ Competência: a Justiça Militar estadual tem</p><p>competência para processar e julgar os</p><p>policiais militares e bombeiros militares nos</p><p>crimes militares definidos em lei.</p><p>○ Organização: em três estados da federação</p><p>há justiça militar própria, inclusive com um</p><p>tribunal militar: São Paulo, Rio Grande do Sul</p><p>e Minas Gerais. Nos demais estados e no</p><p>Distrito Federal a justiça militar está</p><p>vinculada ao próprio Tribunal de Justiça do</p><p>estado. No Distrito Federal, por exemplo, a</p><p>Auditoria Militar (Vara de primeira instância),</p><p>os juízes militares e os recursos estão</p><p>vinculados ao TJDFT (Tribunal de Justiça do</p><p>Distrito Federal e dos Territórios).</p><p>■ Artigo 125, §3º - §5º, CF/88168</p><p>168 § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça</p><p>Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de</p><p>Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça</p><p>Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos</p><p>crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,</p><p>ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal</p><p>competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das</p><p>praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os</p><p>crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares</p><p>militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e</p><p>julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>280</p><p>vii. Justiça Estadual</p><p>● Organização</p><p>○ Caberá aos Estados, em razão do pacto</p><p>federativo, organizar sua Justiça, conforme</p><p>art. 125, da CF169.</p><p>○ Embora fique à cargo da legislação estadual</p><p>tratar da organização, a Constituição</p><p>menciona alguns órgãos que devem estar</p><p>previstos necessariamente na estrutura da</p><p>Justiça Estadual.</p><p>■ Tribunal de Justiça Estadual</p><p>■ Cargos de juízes de direito</p><p>■ Tribunal do Júri</p><p>■ Juizados Especiais</p><p>169Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos</p><p>nesta Constituição.</p><p>§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de</p><p>organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.</p><p>§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou</p><p>atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a</p><p>atribuição da legitimação para agir a um único órgão.</p><p>§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar</p><p>estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de</p><p>Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça</p><p>Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.</p><p>§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos</p><p>crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,</p><p>ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal</p><p>competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das</p><p>praças.</p><p>§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os</p><p>crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares</p><p>militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e</p><p>julgar os demais crimes militares.</p><p>§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras</p><p>regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases</p><p>do processo.</p><p>§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e</p><p>demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,</p><p>servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.</p><p>281</p><p>● Competência</p><p>○ Residual, conforme art. 125, §1°, da CF.</p><p>d. Quinto Constitucional</p><p>● Também denominado acesso lateral, mas esse termo é</p><p>pejorativo estando em desuso</p><p>i. Previsão constitucional</p><p>● Art. 94: “Um quinto dos lugares dos Tribunais</p><p>Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do</p><p>Distrito</p><p>Federal e Territórios será composto de</p><p>membros, do Ministério Público, com mais de dez</p><p>anos de carreira, e de advogados de notório saber</p><p>jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez</p><p>anos de efetiva atividade profissional, indicados</p><p>em lista sêxtupla pelos órgãos de representação</p><p>das respectivas classes.</p><p>Parágrafo único. Recebidas as indicações, o</p><p>tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder</p><p>Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes,</p><p>escolherá um de seus integrantes para nomeação.</p><p>● Após a elaboração da lista sêxtupla para o</p><p>quinto constitucional, a OAB pode pedir</p><p>desconsideração da lista já enviada?</p><p>○ Segundo o STJ, não! O preenchimento de</p><p>lugar destinado ao quinto constitucional, nos</p><p>Tribunais brasileiros, é um ato complexo no</p><p>qual participam a OAB, o Tribunal de origem</p><p>e o chefe do Poder Executivo e, para sua</p><p>revogação, depende da vontade de todos os</p><p>participantes originários. (STJ. 2ª Turma.</p><p>AREsp 2.304.110-SC, Rel. Min. Francisco</p><p>Falcão, julgado em 12/3/2023 (Info 770).</p><p>282</p><p>■ ATENÇÃO! Essa posição é uma</p><p>mudança de entendimento, tendo em</p><p>vista que o STJ, no AgInt na SS 3262 de</p><p>2021, definiu que a Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil possui autonomia</p><p>para elaborar e revisar lista sêxtupla</p><p>para indicação de advogados para</p><p>concorrer à vaga do quinto</p><p>constitucional.</p><p>ii. Conceito</p><p>● Instrumento de ingresso de profissionais fora da</p><p>carreira do Poder Judiciário para composição de</p><p>cargos nos Tribunais, com a finalidade de se arejar</p><p>o Poder, trazendo novas ideias de pessoas que</p><p>ocuparam por determinado período de tempo</p><p>cargos diversos.</p><p>● Crítica:</p><p>○ Parcela da doutrina entende que se trata de</p><p>um resquício de uma era pouco republicana</p><p>do país, na qual o acesso a determinados</p><p>cargos e funções era feito por meio de</p><p>indicação.</p><p>○ Somado a isso, tais profissionais, para que</p><p>consigam obter a referida nomeação e</p><p>ocupação nos tribunais, valeram-se de</p><p>discursos e meios políticos, o que colocaria</p><p>em cheque sua imparcialidade.</p><p>e. Estatuto da Magistratura</p><p>● Conforme previsto no artigo 93, da CF, cabe ao STF dar</p><p>início ao projeto de lei complementar que irá reger a</p><p>carreira da magistratura.</p><p>283</p><p>● O referido dispositivo traz um rol de princípios a serem</p><p>seguidos pelo Estatuto.</p><p>f. Conselho Nacional de Justiça</p><p>● Criado e introduzido pela Emenda Constitucional n°</p><p>45/2004, quando da Reforma do Judiciário, sendo</p><p>previsto no art. 103-B, da CF.</p><p>● Tal órgão teve sua constitucionalidade discutida, tendo o</p><p>STF na ADI 3367 decidido por sua constitucionalidade.</p><p>○ Argumentos pela inconstitucionalidade.</p><p>■ Analisando-se a composição dos 15 (quinze)</p><p>membros do CNJ, tem-se que se fazem</p><p>presentes membros do MPF, do MPE, da</p><p>advocacia e cidadãos. Com isso, sendo um</p><p>órgão que se pretende fazer parte do Poder</p><p>Judiciário, ele é composto por membros que</p><p>não pertencem a este.</p><p>■ Existiria, assim, uma violação à separação</p><p>dos poderes, à autonomia administrativa do</p><p>Poder Judiciário, como também a todas as</p><p>prerrogativas deste Poder.</p><p>● Essa tese pela inconstitucionalidade</p><p>da criação do CNJ por emenda</p><p>constitucional por ofensa ao princípio</p><p>federativa está superada (prova juiz</p><p>TJDFT - CEBRASPE - 2023)</p><p>○ Teses fixadas pelo STF.</p><p>■ O CNJ é constitucional porque a</p><p>competência, isto é, a função típica e a</p><p>função jurisdicional, foi preservada.</p><p>■ O Conselho Nacional não possui natureza</p><p>jurisdicional, possuindo, na verdade,</p><p>natureza puramente administrativa, cuja</p><p>284</p><p>finalidade é controlar a atividade</p><p>administrativa, financeira e disciplinar da</p><p>magistratura.</p><p>i. Natureza</p><p>● Administrativa, não possuindo qualquer outra</p><p>natureza, tampouco exercer função diversa das</p><p>que são inerentes à atividade administrativa.</p><p>ii. Composição</p><p>● 15 (quinze) membros, com mandato de 2 (dois)</p><p>anos, admitida 1 (uma) recondução170. É composto</p><p>pelo:</p><p>○ Presidente do Supremo Tribunal Federal;</p><p>○ um Ministro do Superior Tribunal de Justiça,</p><p>indicado pelo respectivo tribunal;</p><p>○ um Ministro do Tribunal Superior do</p><p>Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;</p><p>○ um desembargador de Tribunal de Justiça,</p><p>indicado pelo Supremo Tribunal Federal;</p><p>○ um juiz estadual, indicado pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal;</p><p>○ um juiz de Tribunal Regional Federal,</p><p>indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>○ um juiz federal, indicado pelo Superior</p><p>Tribunal de Justiça;</p><p>○ um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,</p><p>indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>○ um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal</p><p>Superior do Trabalho;</p><p>○ um membro do Ministério Público da União,</p><p>indicado pelo Procurador-Geral da</p><p>República;</p><p>170 Importante decorar isso.</p><p>285</p><p>○ um membro do Ministério Público estadual,</p><p>escolhido pelo Procurador-Geral da</p><p>República dentre os nomes indicados pelo</p><p>órgão competente de cada instituição</p><p>estadual;</p><p>○ dois advogados, indicados pelo Conselho</p><p>Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>○ dois cidadãos, de notável saber jurídico e</p><p>reputação ilibada, indicados um pela Câmara</p><p>dos Deputados e outro pelo Senado Federal</p><p>■ Cada um dos indicados, exceto o</p><p>presidente do Conselho, tem seu</p><p>nome encaminhado ao Senado, que os</p><p>submete à Comissão de Constituição e</p><p>Justiça (CCJ). Na CCJ, o candidato é</p><p>sabatinado e, quando aprovado,</p><p>submetido à apreciação do plenário,</p><p>onde é necessária maioria absoluta</p><p>para aprovação (41 votos) entre os 81</p><p>senadores. O Senado encaminha as</p><p>autorizações para sanção da</p><p>Presidência da República.</p><p>iii. Competência</p><p>● De natureza administrativa e fiscalizatória da</p><p>atividade financeira e disciplinar.</p><p>● Previsão no art. 103-B, §4°, da CF.</p><p>iv. Decisões do STF</p><p>● Tese firmada: O Conselho Nacional de Justiça não</p><p>possui competência para realizar o controle de</p><p>constitucionalidade dos atos administrativos171.</p><p>171Sobre o tema, destaca-se a seguinte ementa: “AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE</p><p>SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. NÃO CONHECIMENTO DE</p><p>286</p><p>○ O CNJ possui competência para realizar</p><p>controle de legalidade dos atos</p><p>administrativos praticados e, mais, pode</p><p>analisar, incidentalmente, a compatibilidade</p><p>dessa lei que balizou a edição desse ato</p><p>administrativo com a Constituição Federal172.</p><p>■ Tal decisão do CNJ, contudo, não</p><p>possui efeito vinculante e eficácia erga</p><p>omnes.</p><p>● Tese firmada: O Conselho Nacional de Justiça não</p><p>pode analisar controvérsia que já esteja submetida</p><p>ao crivo do Poder Judiciário.</p><p>○ Sobre o tema, destaca-se o resumo do que</p><p>foi decidido pelo STF na 1ª Turma, nos autos</p><p>do MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,</p><p>julgado em 21/11/2017, vinculado no Info 885:</p><p>Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça</p><p>(CNJ), cujas atribuições são exclusivamente</p><p>administrativas, o controle de controvérsia</p><p>que está submetida à apreciação do Poder</p><p>Judiciário.</p><p>172Sobre o tema, destaca-se o resumo do que foi decidido pelo STF em Plenário, na Pet 4656/PB, Rel.</p><p>Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016, vinculado no Info 851:</p><p>CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso</p><p>público para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e</p><p>assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta decisão do CNJ não configura controle</p><p>de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade dos atos administrativos do</p><p>Poder Judiciário.</p><p>PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. EXERCÍCIO DE CONTROLE DIFUSO</p><p>DE CONSTITUCIONALIDADE PELO CNJ. IMPOSSIBILIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA A</p><p>QUE SE NEGOU PROVIMENTO. AGRAVO IMPROVIDO.</p><p>I – O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão do Poder Judiciário, nos termos</p><p>do art. 103-B, § 4º, II, da Constituição Federal, possui, tão somente, atribuições de</p><p>natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é permitido apreciar a</p><p>constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua legalidade.</p><p>II – Agravo improvido.</p><p>(MS 28872 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>24/02/2011, DJe-051 DIVULG 17-03-2011 PUBLIC 18-03-2011 EMENT VOL-02484-01 PP-00032)</p><p>287</p><p>○ Atenção! Conforme se extrai dos</p><p>comentários do professor</p><p>Márcio André</p><p>Lopes, do Dizer o Direito173, o entendimento</p><p>está parcialmente superado.</p><p>■ Se a questão estiver submetida à</p><p>apreciação do STF, não cabe ao CNJ</p><p>examinar.</p><p>■ Se a questão estiver submetida à</p><p>apreciação de outro órgão julgador, o</p><p>CNJ pode decidir e sua decisão deve</p><p>ser cumprida174.</p><p>➔ Quando se analisa a competência do CNJ, prevista no</p><p>art. 103-B, §4°, mais especificamente no inciso V, tem-se</p><p>que o Conselho possui competência disciplinar</p><p>revisional. Somado a isso, tem-se que o Conselho possui</p><p>competência para ele mesmo aplicar sanções</p><p>disciplinares. Nesse sentido, destaca-se:</p><p>● Tese firmada no AgRg no MS 28918: no caso de</p><p>revisão de processos disciplinares, julgados a</p><p>menos de um ano, por parte do CNJ, mediante</p><p>provocação e de ofício, não sendo necessário o</p><p>esgotamento das vias ordinárias.</p><p>174Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista decisão judicial em</p><p>sentido contrário proferida por outro órgão judiciário que não seja o STF</p><p>O art. 106 do Regimento Interno do CNJ prevê o seguinte: O CNJ determinará à autoridade</p><p>recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo anterior, o imediato cumprimento de decisão</p><p>ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo que não o Supremo Tribunal Federal.</p><p>O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do exercício legítimo de poder</p><p>normativo atribuído constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política judiciária</p><p>nacional.</p><p>Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o cumprimento imediato de suas decisões,</p><p>ainda que impugnadas perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se tratar de hipótese</p><p>de competência originária do STF.</p><p>STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).</p><p>173CAVALCANTE, Márcio André Lopes. CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à</p><p>apreciação do Poder Judiciário. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 06/12/2022.</p><p>288</p><p>● Tese firmada no AgRg no MS 34685: além da</p><p>competência revisional, o próprio CNJ pode aplicar</p><p>sanções disciplinares aos membros do Poder</p><p>Judiciário, sendo uma competência autônoma e</p><p>concorrente, não sendo necessário aguardar o</p><p>desfecho de processo disciplinar.</p><p>● Neste caso, respeitados o contraditório, a</p><p>ampla defesa e o devido processo legal, não</p><p>é necessária a observância do prazo de 01</p><p>(um) ano.</p><p>g. Precatórios</p><p>i. Razão de ser</p><p>● Por que existe o precatório e para que?</p><p>● São necessários por conta de dois argumentos:</p><p>○ Regime jurídico diferenciado quanto ao</p><p>pagamento de obrigações decorrentes de</p><p>sentença condenatória.</p><p>■ Como se sabe, bens públicos não</p><p>podem ser objeto de penhora, sendo,</p><p>portanto, impenhoráveis. Em um</p><p>processo de execução de pagar</p><p>quantia, em regra, utiliza-se de meios</p><p>coercitivos para que haja</p><p>adimplemento da quantia posta em</p><p>discussão. Dentre os meios, cita-se a</p><p>penhora de bens e de valores na conta</p><p>e no nome do executado. No caso da</p><p>Fazenda Pública, não seria possível, em</p><p>razão dos bens serem impenhoráveis.</p><p>■ Assim, com esse regime se torna</p><p>possível a execução de um título</p><p>289</p><p>executivo judicial em detrimento da</p><p>Fazenda Pública.</p><p>○ A atuação financeira do Poder Público se</p><p>baseia e está administrada em lei, a qual</p><p>prevê todas as receitas e gastos previstos</p><p>para determinado ano.</p><p>■ Caso não existisse esse sistema de</p><p>precatório poderia se ter uma</p><p>desorganização financeira e</p><p>orçamentária da Fazenda Pública.</p><p>● Regula, portanto, a execução contra a Fazenda</p><p>Pública, principalmente, as relacionadas aos títulos</p><p>executivos judiciais.</p><p>ii. Previsão normativa</p><p>● Art. 100, caput, da CF: “Os pagamentos devidos</p><p>pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,</p><p>Distrital e Municipais, em virtude de sentença</p><p>judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem</p><p>cronológica de apresentação dos precatórios e à</p><p>conta dos créditos respectivos, proibida a</p><p>designação de casos ou de pessoas nas dotações</p><p>orçamentárias e nos créditos adicionais abertos</p><p>para este fim”.</p><p>○ Todos os entes da federação serão</p><p>submetidos ao regime dos precatórios. Além</p><p>disso, quando se fala em Fazenda Pública,</p><p>não abarca apenas a Administração Pública</p><p>Direta, mas também as autarquias, as</p><p>fundações públicas, as empresas públicas, as</p><p>sociedades de economia mista em regime</p><p>não concorrencial.</p><p>290</p><p>○ O regime do precatório não abarca as</p><p>medidas coercitivas que são impostas ao</p><p>longo do processo, como também não é</p><p>aplicado às execuções decorrentes de título</p><p>executivo extrajudicial, restringindo-se</p><p>apenas às decisões transitadas em julgado e</p><p>à execução de título executivo judicial.</p><p>○ Previsão de uma ordem cronológica de</p><p>pagamento, como forma de garantir a</p><p>moralidade administrativa e, também, a</p><p>impessoalidade.</p><p>iii. Requisição de Pequeno Valor</p><p>● Previsão - art. 100, §3°, da CF175</p><p>○ Representa uma exceção ao regime de</p><p>precatório.</p><p>● Balizas - art. 100, §4°, da CF176</p><p>○ Caberá a cada ente federado, por meio de</p><p>lei, definir o que seria Requisição de</p><p>Pequeno Valor.</p><p>○ Para fins do valor mínimo a ser fixado,</p><p>deverá ser considerado o maior salário de</p><p>contribuição do Regime Geral de</p><p>Previdência Social.</p><p>○ Caso não se tenha uma lei específica do ente</p><p>federado tratando sobre o valor do RPV,</p><p>176Art. 100, §4°. Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,</p><p>valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades</p><p>econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de</p><p>previdência social.</p><p>175Art. 100, §3º. O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios</p><p>não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor</p><p>que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em</p><p>julgado.</p><p>291</p><p>aplica-se o artigo 87 do ADCT177, o qual é</p><p>considerado uma regra de transição.</p><p>■ Estados e Distrito Federal</p><p>➢ Previsão de 40 (quarenta)</p><p>salários mínimos.</p><p>■ Municípios</p><p>➢ Previsão de 30 (trinta) salários</p><p>mínimos.</p><p>● Possibilidade de fracionamento</p><p>● Não é possível o fracionamento do</p><p>precatório. Isto significa dizer que não</p><p>poderá o beneficiado desmembrar parte do</p><p>pagamento para ser pago mediante RPV e o</p><p>excedente a este ser submetido ao regime</p><p>de precatórios.</p><p>○ Sobre o tema, destaca-se a vedação</p><p>prevista no art.100, §9°, da CF: “Sem</p><p>que haja interrupção no pagamento</p><p>do precatório e mediante</p><p>comunicação da Fazenda Pública ao</p><p>Tribunal, o valor correspondente aos</p><p>eventuais débitos inscritos em dívida</p><p>ativa contra o credor do requisitório e</p><p>seus substituídos deverá ser</p><p>177Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78</p><p>deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno</p><p>valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da</p><p>Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou</p><p>obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:</p><p>I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;</p><p>II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.</p><p>Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o</p><p>pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente a</p><p>renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo</p><p>sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100.</p><p>292</p><p>depositado à conta do juízo</p><p>responsável pela ação de cobrança,</p><p>que decidirá pelo seu destino</p><p>definitivo”.</p><p>● Diante de um caso de um litisconsórcio, será</p><p>possível o fracionamento do precatório?</p><p>○ Depende da natureza do</p><p>litisconsórcio.</p><p>■ Litisconsórcio unitário: não</p><p>admite fracionamento do valor.</p><p>■ Litisconsórcio facultativo: admite</p><p>o fracionamento do valor.</p><p>● Não pagamento do RPV.</p><p>○ Entendimento pacificado</p><p>no STF de</p><p>que poderá o juízo adotar medidas</p><p>coercitivas, a saber, o bloqueio e a</p><p>penhora da quantia que deve ser paga</p><p>ao beneficiário.</p><p>iv. Ordem de Pagamento dos Precatórios</p><p>● Segue a ordem cronológica da sua apresentação,</p><p>mas há algumas características e filas que são</p><p>preferenciais.</p><p>● Ordem</p><p>○ Superespecial</p><p>○ Especial</p><p>○ Geral</p><p>● Superespecial</p><p>○ Previsão normativa</p><p>■ Artigo 100, §2°, da CF: “Os débitos de</p><p>natureza alimentícia cujos titulares,</p><p>originários ou por sucessão hereditária,</p><p>tenham 60 (sessenta) anos de idade,</p><p>293</p><p>ou sejam portadores de doença grave,</p><p>ou pessoas com deficiência, assim</p><p>definidos na forma da lei, serão pagos</p><p>com preferência sobre todos os</p><p>demais débitos, até o valor equivalente</p><p>ao triplo fixado em lei para os fins do</p><p>disposto no § 3º deste artigo, admitido</p><p>o fracionamento para essa finalidade,</p><p>sendo que o restante será pago na</p><p>ordem cronológica de apresentação</p><p>do precatório”.</p><p>○ Requisitos</p><p>■ Verba de natureza alimentar</p><p>■ Titular</p><p>➢ Pessoa com 60 (sessenta) anos</p><p>ou mais;</p><p>➢ Pessoa com doença grave;</p><p>➢ Pessoa com deficiência.</p><p>■ Valor até o triplo do que foi fixado para</p><p>fins da Requisição de Pequeno Valor.</p><p>○ Admite fracionamento</p><p>■ O valor que exceder ao limite fixado</p><p>nesse artigo poderá ser fracionado,</p><p>sendo que esta parcela será paga na</p><p>ordem cronológica do precatório.</p><p>● Especial</p><p>○ Previsão normativa</p><p>■ Art. 100, §1°, da CF: “Os débitos de</p><p>natureza alimentícia compreendem</p><p>aqueles decorrentes de salários,</p><p>vencimentos, proventos, pensões e</p><p>suas complementações, benefícios</p><p>294</p><p>previdenciários e indenizações por</p><p>morte ou por invalidez, fundadas em</p><p>responsabilidade civil, em virtude de</p><p>sentença judicial transitada em</p><p>julgado, e serão pagos com preferência</p><p>sobre todos os demais débitos, exceto</p><p>sobre aqueles referidos no § 2º deste</p><p>artigo”.</p><p>○ Requisitos</p><p>■ Créditos de natureza alimentar,</p><p>excluídos aqueles que não se</p><p>encaixam na ordem superespecial.</p><p>● Geral</p><p>○ Demais créditos.</p><p>v. Procedimento</p><p>● Processo de conhecimento</p><p>○ Por meio do qual se tem uma sentença, a</p><p>qual deverá ter transitado em julgado.</p><p>● Emissão de ofício requisitório para o presidente do</p><p>Tribunal.</p><p>● Dentro da presidência do Tribunal, haverá uma</p><p>auditoria interna e o presidente formaliza esse</p><p>precatório.</p><p>○ Dentro do Tribunal, tais funções são</p><p>meramente administrativas, assim, não</p><p>caberá Recurso Extraordinário em face dessa</p><p>apuração e decisão.</p><p>■ Súmula n° 733, do STF178.</p><p>178Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de</p><p>precatórios já que esta tem natureza administrativa e não jurisdicional.</p><p>295</p><p>○ Não poderá o Tribunal rever os critérios</p><p>fixados, podendo apenas adequar eventual</p><p>erro de cálculo.</p><p>● Intimação da Fazenda Pública para inclusão</p><p>desse pagamento dentro do orçamento.</p><p>○ Art. 100, §5°, da CF: “É obrigatória a inclusão</p><p>no orçamento das entidades de direito</p><p>público de verba necessária ao pagamento</p><p>de seus débitos oriundos de sentenças</p><p>transitadas em julgado constantes de</p><p>precatórios judiciários apresentados até 2 de</p><p>abril, fazendo-se o pagamento até o final do</p><p>exercício seguinte, quando terão seus valores</p><p>atualizados monetariamente”.</p><p>○ Caso seja posterior ao dia 02 de abril, o</p><p>pagamento será até o exercício subsequente</p><p>ao exercício seguinte.</p><p>○ E caso se tenha uma preterição dessa ordem</p><p>cronológica de pagamento?</p><p>■ O Presidente do Tribunal poderá</p><p>sequestrar o valor necessário para que</p><p>seja cumprida essa ordem, conforme</p><p>art. 100, §6°, da CF179.</p><p>○ E caso o presidente do Tribunal tente frustrar</p><p>a liquidação regular de precatórios?</p><p>■ Conforme disposto no art. 100, §7°, da</p><p>CF, incorrerá em crime de</p><p>179Art. 100, §6°. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados</p><p>diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a</p><p>decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do</p><p>credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou</p><p>de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro</p><p>da quantia respectiva.</p><p>296</p><p>responsabilidade e responderá,</p><p>também, perante o Conselho Nacional</p><p>de Justiça.</p><p>vi. Instrumentos para garantia dos pagamentos</p><p>● Durante muitos anos as Fazendas Públicas, tanto</p><p>de âmbito federal, quanto de âmbito estadual,</p><p>distrital e municipal não realizavam os</p><p>pagamentos corretos desses precatórios, o que</p><p>ensejou uma dívida imensa em desfavor do Poder</p><p>Público.</p><p>● Ao longo desse período, na tentativa de se reduzir</p><p>e de se regularizar esses pagamentos, foram</p><p>editadas diversas Emendas Constitucionais e</p><p>passou a ser previsto na própria Constituição</p><p>Federal dois instrumentos para garantia dos</p><p>pagamentos.</p><p>1. Compensação do crédito</p><p>● Disposto no art. 100, §11, da CF180 .</p><p>2. Cessão de crédito</p><p>● Disposto no art. 100, §13, que versa: “O credor</p><p>poderá ceder, total ou parcialmente, seus</p><p>créditos em precatórios a terceiros,</p><p>180Art. 100, §11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo</p><p>devedor, com auto aplicabilidade para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que</p><p>originalmente lhe são próprios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente</p><p>federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para:</p><p>I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo</p><p>devedor, inclusive em transação resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a</p><p>administração autárquica e fundacional do mesmo ente;</p><p>II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para</p><p>venda;</p><p>III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e demais espécies de</p><p>concessão negocial promovidas pelo mesmo ente;</p><p>IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda,</p><p>do respectivo ente federativo; ou</p><p>V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo,</p><p>inclusive, no caso da União, da antecipação de valores a serem recebidos a título do</p><p>excedente em óleo em contratos de partilha de petróleo.</p><p>297</p><p>independentemente da concordância do</p><p>devedor, não se aplicando ao cessionário o</p><p>disposto nos §§ 2º e 3º”.</p><p>298</p><p>17. Funções essenciais à Justiça</p><p>● O Poder Judiciário é inerte, isto é, os conflitos sociais que são</p><p>levados à análise judicial e caberá aquele decidir nos moldes e</p><p>nos limites do que foi provocado.</p><p>● Para isso, tem-se órgãos que são responsáveis por levar essas</p><p>demandas ao Poder Judiciário, que são listados nos artigos 127</p><p>a 135 da Constituição Federal</p><p>a. Ministério Público</p><p>i. Definição</p><p>● Art. 127, caput, da CF: “O Ministério Público é</p><p>instituição permanente, essencial à função</p><p>jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa</p><p>da ordem jurídica, do regime democrático e dos</p><p>interesses sociais e individuais indisponíveis”.</p><p>● O Ministério Público é uma instituição</p><p>permanente, sendo um órgão constitucional</p><p>autônomo, que não está vinculado a nenhum dos</p><p>Poderes.</p><p>○ Doutrina minoritária entende que, em razão</p><p>da autonomia dessa entidade e por não</p><p>estar vinculado a nenhum poder, o</p><p>Ministério Público seria um quarto poder.</p><p>○ Doutrina majoritária entende que, a despeito</p><p>do Ministério Público funcionar como um</p><p>órgão constitucional autônomo, as suas</p><p>funções são, essencialmente, de natureza</p><p>executiva.</p><p>299</p><p>● Finalidade do Ministério Público: defesa da</p><p>ordem jurídica, do regime democrático e dos</p><p>interesses sociais e individuais indisponíveis.</p><p>ii. Princípios institucionais</p><p>● Previstos no artigo 127, §1°, da CF.</p><p>i. Princípio da Unidade</p><p>● O MP deve ser visto como um todo único.</p><p>Nesse sentido os membros integram um</p><p>único órgão, cuja chefia é o Procurador Geral.</p><p>● Esse princípio será considerado em cada</p><p>Ministério Público.</p><p>ii. Princípio da Indivisibilidade</p><p>● Segundo esse princípio, quando um</p><p>membro do MP atua, quem atua não é o</p><p>membro, mas sim, o próprio órgão.</p><p>iii. Princípio da Independência Funcional</p><p>● Os membros do MP irão atuar conforme a</p><p>sua consciência jurídica,</p><p>não estando</p><p>submetidos a nenhuma ordem que atinja</p><p>esse entendimento jurídico.</p><p>● As Comissão Parlamentares de Inquérito,</p><p>conforme visto, não possuem poderes, de</p><p>por conta própria, aplicar sanções aos</p><p>investigados, bem como iniciar ação penal</p><p>em desfavor destes, sendo enviado o</p><p>relatório de conclusões ao Ministério Público</p><p>para que este adote as medidas que entenda</p><p>serem pertinentes.</p><p>○ É possível que, quando do</p><p>recebimento dos relatórios, o</p><p>Ministério Pública entenda de modo</p><p>diverso e não adote nenhumamedida.</p><p>300</p><p>○ Sobre o tema, o STF na ADI 5.351181</p><p>reafirmou essa independência</p><p>funcional quando do recebimento do</p><p>relatório final das Comissões</p><p>Parlamentares de Inquérito.</p><p>iv. Princípio do promotor natural</p><p>● Este princípio não está previsto na</p><p>Constituição, mas o STF entende que existe</p><p>tal instituto.</p><p>● O membro do Ministério Público que irá</p><p>atuar no caso específico será aquele</p><p>segundo o qual cabe atribuição para fazê-lo,</p><p>dentro de uma organização objetiva prevista</p><p>em lei.</p><p>● Pretende que não exista nomeações</p><p>casuísticas.</p><p>181Veja parte da decisão: “ (...) Há novas atribuições ao Ministério Público ao estabelecer-se a</p><p>obrigação de comunicar o órgão, semestralmente, o andamento processual dos</p><p>procedimentos administrativos ou judiciais instaurados em decorrência das conclusões</p><p>das Comissões Parlamentares de Inquérito (parágrafo único do art. 2º da Lei federal n.</p><p>10.001/2000), bem como que preste informações em trinta dias a respeito das</p><p>providências adotadas ou justifique a omissão (caput do art. 2º da Lei federal n.</p><p>10.001/2000), sob pena de “sanções administrativas, civis e penais” (art. 4º da Lei federal n.</p><p>10.001/2000). 2. É formalmente inconstitucional a norma impugnada, pois usurpada</p><p>iniciativa reservada pela Constituição da República ao chefe do Poder Executivo para</p><p>tratar sobre normas gerais à organização do Ministério Público e versada sobre matéria</p><p>reservada à lei complementar de iniciativa do chefe do Ministério Público estadual.</p><p>Precedentes. 3. A usurpação da competência de iniciativa legislativa conferida ao chefe do</p><p>Ministério Público pela Constituição da República ofende a autonomia e a independência</p><p>desse órgão, asseguradas pelo § 2º do art. 127 e pelo § 5º do art. 128 da Constituição da</p><p>República. 4. O estabelecimento de hipóteses de prioridade de tramitação processual</p><p>insere-se entre as atribuições legislativas da União (inc. I do art. 22 da Constituição da</p><p>República). 5. Não viola a proporcionalidade ou razoabilidade a opção do legislador de</p><p>priorizar a tramitação de procedimentos administrativos ou judiciais que derivem de</p><p>apurações das Comissões Parlamentares de Inquérito, considerando o interesse público</p><p>atingido e a deferência constitucional ao poder fiscalizatório do Congresso Nacional (inc. X</p><p>do art. 49 da Constituição da República). 6. Ação direta de inconstitucionalidade julgada</p><p>parcialmente procedente para declarar inconstitucionais as expressões “no prazo de trinta</p><p>dias” e “ou a justificativa pela omissão” postas no caput do art. 2º, no parágrafo único do</p><p>art. 2º e no art. 4º, todos da Lei federal n. 10.001, de 4 de setembro de 2000”.</p><p>(ADI 5351, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 21/06/2021, PROCESSO</p><p>ELETRÔNICO DJe-166 DIVULG 19-08-2021 PUBLIC 20-08-2021)</p><p>301</p><p>iii. Garantias</p><p>i. Institucionais</p><p>● Conceito: são aquelas que circundam o</p><p>órgão do Ministério Público.</p><p>● O entendimento adotado pelo STF no que se</p><p>refere à inconstitucionalidade de ato</p><p>normativo que entrega ao Poder Executivo a</p><p>função/ serviço deste realizar um controle de</p><p>qualidade dos serviços exercidos pelo Poder</p><p>Judiciário, também se aplica ao MP.</p><p>● O STF já decidiu que é inconstitucional uma</p><p>norma contida na Constituição do Estado,</p><p>seja ela originária ou derivada, que coloque</p><p>ao cargo do Procurador Geral de Justiça a</p><p>atribuição de iniciar Inquérito Civil, Ação Civil</p><p>Pública por atos praticados pelo Governador,</p><p>membros do Poder Legislativo, do Poder</p><p>Judiciário ou do Tribunal de Contas.</p><p>● Art. 127, §§2° e 3°, da CF.</p><p>a. Autonomia funcional</p><p>● O Ministério Público exerce suas</p><p>funções livre de ingerências dos</p><p>demais poderes.</p><p>b. Autonomia administrativa</p><p>● O Ministério Público irá organizar seus</p><p>serviços, como irá prestar suas funções.</p><p>c. Autonomia financeira</p><p>● Cabe ao Ministério Público apresentar</p><p>o seu projeto de lei orçamentária,</p><p>acerca do seu próprio orçamento.</p><p>302</p><p>○ Conforme entendimento do STF,</p><p>os duodécimos referentes aos</p><p>valores a serem recebidos pelo</p><p>MP do orçamento público</p><p>devem ser repassados a cada</p><p>mês.</p><p>ii. Funcionais</p><p>● Aplicam-se aos membros do Ministério</p><p>Público.</p><p>● Previstas no art. 128, §5°, da CF.</p><p>a. Vitaliciedade</p><p>● Após dois anos de exercício.</p><p>● Não podendo perder o cargo senão</p><p>por sentença transitada em julgado,</p><p>bem como por processo</p><p>administrativo, durante o período de</p><p>estágio probatório, tomado por</p><p>votação de maioria do órgão de cúpula</p><p>ou do CNMP.</p><p>○ STF - entende que o</p><p>vitaliciamento é um ato</p><p>administrativo e, portanto, pode</p><p>ser revisto a qualquer tempo</p><p>pelo órgão responsável.</p><p>b. Inamovibilidade</p><p>● O membro do MP não pode ser</p><p>removido arbitrariamente, salvo nos</p><p>casos de interesse público, mediante</p><p>decisão do órgão colegiado</p><p>competente do Ministério Público,</p><p>pelo voto da maioria absoluta de seus</p><p>membros, assegurada ampla defesa.</p><p>303</p><p>c. Irredutibilidade de subsídio</p><p>● Irredutibilidade nominal.</p><p>○ Não se garante o poder de</p><p>compra, tampouco os efeitos da</p><p>inflação.</p><p>○ Não descarta os descontos</p><p>tributários, bem como os cortes</p><p>remuneratórios.</p><p>iv. Vedações (artigo 128, §5º, II, da CF/88)</p><p>i. Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,</p><p>honorários, percentagens ou custas processuais.</p><p>ii. Exercer a advocacia.</p><p>iii. Participar de sociedade comercial, na forma da lei.</p><p>iv. Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer</p><p>outra função pública, salvo uma de magistério.</p><p>v. Exercer atividade político-partidária.</p><p>vi. Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou</p><p>contribuições de pessoas físicas, entidades</p><p>públicas ou privadas, ressalvadas as exceções</p><p>previstas em lei</p><p>v. Estrutura</p><p>i. Ministério Público da União</p><p>● Chefia: Procurador Geral das República, o qual é</p><p>escolhido pelo Presidente da República dentre os</p><p>integrantes da carreira, que possuem mais de 35</p><p>(trinta e cinco) anos, devendo essa nomeação ser</p><p>aprovada por maioria absoluta do Senado Federal.</p><p>● Mandato: período de 2 (dois) anos, sendo admitida</p><p>a recondução.</p><p>● Não há hierarquia entre o Ministério Público da</p><p>União entre os demais Ministérios Públicos, sendo</p><p>a única diferença de âmbito federativo.</p><p>304</p><p>○ No mesmo sentido, o STF já decidiu que é</p><p>possível que membros do Ministério Público</p><p>do Estado atuem em processos que lhe</p><p>forem de sua competência, junto ao STJ ou</p><p>ao STF.</p><p>■ No caso em questão, o MPF irá atuar</p><p>como custus legis, emitindo parecer.</p><p>● Composição</p><p>a. Ministério Público Federal</p><p>b. Ministério Público do Trabalho</p><p>● O STF entendeu que em relação a este</p><p>órgão, não há legitimidade para atuar</p><p>perante as instâncias superiores, visto</p><p>que pertencem ao Ministério Público</p><p>da União, estando subordinado a uma</p><p>mesma chefia, a saber, Procurador</p><p>Geral da República.</p><p>c. Ministério Público Militar</p><p>d. Ministério Público do Distrito Federal e</p><p>Territórios</p><p>ii. Ministério Público Estadual</p><p>● Chefia: Procurador Geral da Justiça, o qual é eleito</p><p>por meio de uma lista tríplice, votada pela própria</p><p>carreira, cabendo ao governador escolher um</p><p>nome.</p><p>● Mandato: período de 2 (dois) anos, sendo admitida</p><p>uma recondução.</p><p>● Conforme previsão expressa da Constituição</p><p>Federal, os Procuradores Gerais de Justiça poderão</p><p>ser destituídos pelo voto da maioria absoluta do</p><p>respectivo Poder Legislativo, na forma de lei</p><p>complementar.</p><p>305</p><p>● O STF já entendeu que era inconstitucional</p><p>dispositivo contido na Constituição Estadual que</p><p>previa que o Procurador Geral de Justiça poderia</p><p>ser reconduzido por diversos mandatos.</p><p>vi. Atribuições</p><p>● Previstas no artigo 129, da CF182</p><p>● Destacam-se as seguintes atribuições:</p><p>○ Inciso I - É deste dispositivo que os</p><p>processualistas penais retiram a previsão do</p><p>sistema acusatório.</p><p>○ Inciso III - Proteção dos direitos difusos e</p><p>coletivos.</p><p>○ Inciso IV - Ações de constitucionalidade.</p><p>● Conflito de atribuições</p><p>○ Positivo</p><p>■ Considera-se conflito positivo de</p><p>atribuições quando um membro do</p><p>Ministério Público do Estado entende</p><p>que cabe ao órgão atuar em</p><p>182Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:</p><p>I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;</p><p>II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública</p><p>aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua</p><p>garantia;</p><p>III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público</p><p>e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;</p><p>IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção</p><p>da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;</p><p>V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;</p><p>VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,</p><p>requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar</p><p>respectiva;</p><p>VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar</p><p>mencionada no artigo anterior;</p><p>VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados</p><p>os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;</p><p>IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua</p><p>finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades</p><p>públicas.</p><p>306</p><p>determinado caso, e, no mesmo</p><p>sentido um membro do Ministério</p><p>Público Federal entende que lhe</p><p>compete atuar no caso em comento.</p><p>○ Negativo</p><p>■ Considera-se conflito negativo de</p><p>atribuições quando um membro do</p><p>Ministério Público do Estado entende</p><p>que cabe ao órgão do Ministério</p><p>Público atuar em determinado caso, e,</p><p>no mesmo sentido um membro do</p><p>Ministério Público Federal entende</p><p>que não lhe compete atuar no caso</p><p>em comento.</p><p>○ Competência para resolução dos conflitos de</p><p>atribuições</p><p>■ 1ª Situação - conflito de atribuições</p><p>ocorre entre membros do Ministério</p><p>Público pertencentes ao mesmo</p><p>órgão.</p><p>● Caberá ao Procurador Geral de</p><p>Justiça do Ministério Público do</p><p>Estado decidir acerca do conflito</p><p>de atribuições, conforme art. 10,</p><p>X, da Lei 8.625/93.</p><p>■ 2ª Situação - conflito entre</p><p>Procuradores Gerais da República.</p><p>● Caberá à Câmara de</p><p>Coordenação e Revisão do</p><p>Ministério Público Federal, com</p><p>possibilidade de recurso ao</p><p>Procurador Geral da República,</p><p>307</p><p>conforme art. 62, VII e art. 49, VII,</p><p>da Lei Complementar n° 75/1993.</p><p>■ 3ª Situação - conflito entre membros</p><p>de diversos ramos do Ministério</p><p>Público da União, como exemplo um</p><p>conflito entre um membro do MPF e</p><p>ummembro do MPT.</p><p>● Caberá ao Procurador Geral da</p><p>República, conforme art. 26, VII,</p><p>da Lei Complementar n° 75/93.</p><p>■ 4ª Situação - conflito entre membro</p><p>do Ministério Público da União e</p><p>membro do Ministério Público do</p><p>Estado, ou entre membros de</p><p>Ministérios Públicos de Estados</p><p>diversos.</p><p>● STF (primeiro momento)::</p><p>entendeu que a competência</p><p>seria da própria Corte</p><p>Constitucional, em razão do</p><p>princípio do pacto federativo,</p><p>bem como do princípio da</p><p>unidade, o qual não se aplica ao</p><p>Ministério Público como um</p><p>todo, mas sim a cada ramo.</p><p>● STF (segundo momento):</p><p>entendeu que a competência</p><p>seria do Procurador Geral da</p><p>República, utilizando o princípio</p><p>da unidade, o qual se estende</p><p>sobre todo o Ministério Público</p><p>como um todo.</p><p>308</p><p>● STF, ACO 843183 (terceiro</p><p>momento e atual): entende que</p><p>cabe ao Conselho Nacional do</p><p>Ministério Público, na forma do</p><p>artigo 130-A,§2°, I e II, da CF.</p><p>vii. Conselho Nacional do Ministério Público</p><p>● Foi introduzido na Constituição Federal apenas</p><p>com a Reforma do Judiciário, estando previsto no</p><p>art. 130-A.</p><p>● Composição</p><p>○ 14 (quatorze) membros nomeados pelo</p><p>Presidente da República, sendo essa</p><p>nomeação aprovada por maioria absoluta no</p><p>Senado Federal.184</p><p>○ Membros do Conselho oriundos do</p><p>Ministério Públicos são indicados pelos</p><p>respectivos órgãos na forma da lei.</p><p>184 Importante decorar isso e comparar com a composição do Conselho Nacional de</p><p>Justiça.</p><p>183Veja parte da decisão: “(...) 1. Incompetência originária do SUPREMO TRIBUNAL</p><p>FEDERAL para conhecer e dirimir conflito de atribuições entre membros de ramos</p><p>diversos do Ministério Público. Inaplicabilidade do art. 102, I, f, da CF, por ausência de risco</p><p>ao equilíbrio federativo. 2. Impossibilidade de encaminhamento do conflito de</p><p>atribuição para o Procurador-Geral da República, enquanto autoridade competente,</p><p>pois é parte interessada na solução da demanda administrativa, uma vez que acumula a</p><p>Chefia do Ministério Público da União com a chefia de um de seus ramos, o Ministério</p><p>Público Federal, nos termos da LC 75/1993. 3. Os membros do Ministério Público integram</p><p>um só órgão sob a direção única de um só Procurador-Geral, ressalvando-se, porém, que</p><p>só existem unidade e indivisibilidade dentro de cada Ministério Público, inexistindo</p><p>qualquer relação de hierarquia entre o Ministério Público Federal e os dos Estados,</p><p>entre o de um Estado e o de outro, ou entre os diversos ramos do Ministério Público</p><p>da União. 4. EC 45/2004 e interpretação sistemática da Constituição Federal. A solução</p><p>de conflitos de atribuições entre ramos diversos dos Ministérios Públicos pelo CNMP,</p><p>nos termos do artigo 130-A, § 2º, e incisos I e II, da Constituição Federal e no exercício</p><p>do controle da atuação administrativa do Parquet, é a mais adequada, pois reforça o</p><p>mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações</p><p>administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar ou</p><p>ferir a independência funcional (...)”.</p><p>(ACO 843, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES,</p><p>Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-263 DIVULG</p><p>03-11-2020 PUBLIC 04-11-2020)</p><p>309</p><p>○ Mandato: 02 (dois) anos, permitida uma</p><p>recondução.</p><p>● Atribuições</p><p>○ Fiscalização administrativa, funcional e</p><p>financeira dos órgãos do Ministério Público.</p><p>○ STF, MS 27744 - O CNMP não possui</p><p>competência para realizar controle de</p><p>constitucionalidade.</p><p>○ STF - Se o CNMP avocar um processo</p><p>disciplinar, poderá aproveitar os atos</p><p>instrutórios ainda que a causa da avocação</p><p>tenha sido a desconfiança de que o</p><p>Corregedor daquele Ministério Público</p><p>estaria atuando de forma parcial.</p><p>○ STF - Nas causas que correrem no CNMP, os</p><p>interessados devem ser intimados/</p><p>notificados de forma pessoal.</p><p>○ STF, MS 28827 - O CNMP não possui</p><p>competência revisional sobre processo</p><p>disciplinar que tenha como alvo servidor do</p><p>Ministério Público.</p><p>● Competência para julgamento de ato praticado</p><p>pelo CNJ ou pelo CNMP</p><p>○ Previsão normativa</p><p>■ Art. 102, I, r, da CF: “Compete ao</p><p>Supremo Tribunal Federal (...) as ações</p><p>contra o Conselho Nacional de Justiça</p><p>e contra o Conselho Nacional do</p><p>Ministério Público”.</p><p>○ STF (primeiro momento) - interpretação</p><p>restritiva</p><p>310</p><p>■ É competência do STF processar e</p><p>julgar as ações contra o CNJ e o CNMP,</p><p>isto é, apenas quantos estes órgãos</p><p>figuram no polo passivo da demanda.</p><p>Isto ocorre nos casos dos remédios</p><p>constitucionais.</p><p>■ Nas ações de conhecimento comuns,</p><p>pelo rito ordinário, contudo, irá figurar</p><p>no polo passivo a União Federal.</p><p>○ STF (segundo momento e atual) -</p><p>interpretação ampliativa</p><p>■ Toda e qualquer ação que impugna</p><p>ato ou decisão do CNJ ou do CNMP</p><p>será de competência do STF,</p><p>independentemente da natureza da</p><p>ação.</p><p>b. Advocacia Pública</p><p>i. Regramento</p><p>● A Advocacia Pública recebeu um tratamento</p><p>tímido na Constituição.</p><p>● Assim, em regra, ficará a cargo das respectivas leis</p><p>orgânicas prever e regular a carreira.</p><p>311</p><p>● Previsão constitucional - arts. 131 e 132185</p><p>ii. Âmbito Municipal</p><p>● Não há expressa previsão na Constituição</p><p>Federal</p><p>tratando acerca das Procuradorias Municipais.</p><p>● STF, AgRg RE 893694: por não haver expressa</p><p>previsão na Constituição Federal, o STF entendeu</p><p>que não é obrigatório que os Municípios</p><p>constituam Procuradorias Municipais.</p><p>iii. Decisões judiciais Tribunais Superiores</p><p>1. Nos pareceres meramente opinativos, o</p><p>Procurador apenas será responsabilizado</p><p>quando atuar mediante erro grosseiro ou</p><p>atuação culposa186.</p><p>186Veja o resumo do que ficou decidido: “É possível a responsabilização de advogado</p><p>público pela emissão de parecer de natureza opinativa, desde que reste configurada a</p><p>existência de culpa ou erro grosseiro”.</p><p>STF. 1ª Turma. MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012 (Info 680).</p><p>185Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão</p><p>vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da</p><p>lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de</p><p>consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.</p><p>§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre</p><p>nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos,</p><p>de notável saber jurídico e reputação ilibada.</p><p>§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo</p><p>far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.</p><p>§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à</p><p>Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.</p><p>Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na</p><p>qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial</p><p>e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.</p><p>Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após</p><p>três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos</p><p>próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.</p><p>312</p><p>● Acerca do tema parecer187, faz-se</p><p>necessária a diferenciação das três</p><p>espécies existentes, trazida pela</p><p>doutrina e citada no voto do Min.</p><p>Joaquim Barbosa no MS 24631/DF.</p><p>○ Parecer Facultativo:</p><p>■ O administrador não é</p><p>obrigado a solicitar o</p><p>parecer do órgão jurídico.</p><p>■ O administrador pode</p><p>discordar da conclusão</p><p>exposta pelo parecer,</p><p>desde que o faça</p><p>fundamentadamente.</p><p>■ Em regra, o parecerista</p><p>não tem responsabilidade</p><p>pelo ato administrativo.</p><p>Contudo, o parecerista</p><p>pode ser responsabilizado</p><p>se ficar configurada a</p><p>existência de culpa ou erro</p><p>grosseiro.</p><p>○ Parecer Obrigatório:</p><p>187Já caiu em prova! Entendimento do CESPE (AGU/2009):</p><p>“No que tange às repercussões da natureza jurídico-administrativa do parecer jurídico, o</p><p>STF entende que: quando a consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer</p><p>proferido, de modo que seu poder de decisão não se altera pela manifestação do órgão</p><p>consultivo; por outro lado, quando a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se</p><p>vincula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou</p><p>contrário, e, se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria,</p><p>deverá submetê-lo a novo parecer; por fim, quando a lei estabelece a obrigação de decidir</p><p>à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa de ser meramente</p><p>opinativa, não podendo a decisão do administrador ir de encontro à conclusão do</p><p>parecer.” (item correto)</p><p>313</p><p>■ O administrador é</p><p>obrigado a solicitar o</p><p>parecer do órgão jurídico.</p><p>■ O administrador pode</p><p>discordar da conclusão</p><p>exposta pelo parecer,</p><p>desde que o faça</p><p>fundamentadamente com</p><p>base em um novo parecer.</p><p>■ Em regra, o parecerista</p><p>não tem responsabilidade</p><p>pelo ato administrativo.</p><p>Contudo, o parecerista</p><p>pode ser responsabilizado</p><p>se ficar configurada a</p><p>existência de culpa ou erro</p><p>grosseiro.</p><p>○ Parecer Vinculante:</p><p>■ O administrador é</p><p>obrigado a solicitar o</p><p>parecer do órgão jurídico.</p><p>■ O administrador NÃO</p><p>pode discordar da</p><p>conclusão exposta pelo</p><p>parecer. Ou o</p><p>administrador decide nos</p><p>termos da conclusão do</p><p>parecer ou, então, não</p><p>decide.</p><p>■ Há uma partilha do poder</p><p>de decisão entre o</p><p>administrador e o</p><p>314</p><p>parecerista, já que a</p><p>decisão do administrador</p><p>deve ser de acordo com o</p><p>parecer. Logo, o</p><p>parecerista responde</p><p>solidariamente com o</p><p>administrador pela prática</p><p>do ato, não sendo</p><p>necessário demonstrar</p><p>culpa ou erro grosseiro.</p><p>2. Procuradores do Municípios estão</p><p>submetidos ao teto remuneratório dos</p><p>Desembargadores dos Tribunais de</p><p>Justiça188.</p><p>3. É constitucional o pagamento de</p><p>honorários sucumbenciais aos</p><p>Procuradores dos Estados, observando-se,</p><p>porém, o limite remuneratório previsto no</p><p>art. 37, XI, da Constituição189.</p><p>189Veja o resumo do que ficou decidido: “É constitucional o pagamento de honorários</p><p>sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, o limite remuneratório</p><p>previsto no art. 37, XI, da Constituição”.</p><p>STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.</p><p>No mesmo sentido: “É constitucional a percepção de honorários de sucumbência por</p><p>procuradores de estados-membros, observado o teto previsto no art. 37, XI, da</p><p>Constituição Federal no somatório total às demais verbas remuneratórias recebidas</p><p>mensalmente”.</p><p>188 Veja o resumo do que ficou decidido:</p><p>I) “A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição</p><p>da República, compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas</p><p>funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa</p><p>inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos</p><p>ministros do STF.</p><p>II) A expressão “Procuradores”, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição</p><p>da República, compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas</p><p>funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de noventa inteiros e</p><p>vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do</p><p>Supremo Tribunal Federal”.</p><p>STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).</p><p>315</p><p>➢ Posteriormente, entendeu ser</p><p>constitucional uma lei que reparta os</p><p>honorários advocatícios ainda que</p><p>estes advenham de meios</p><p>extrajudiciais190.</p><p>4. A Procuradoria-Geral do Estado está</p><p>atrelada ao Poder Executivo daquele</p><p>Estado, não podendo ser atribuída qualquer</p><p>autonomia administrativa, financeira e</p><p>funcional191.</p><p>5. O art. 132 da CF/88 confere à PGE atribuição</p><p>para a consultoria jurídica e a</p><p>representação judicial apenas no que se</p><p>refere à administração pública direta,</p><p>autárquica e fundacional.</p><p>● Veja resumo do que ficou decidido: “É</p><p>inconstitucional lei estadual que</p><p>confira à Procuradoria-Geral do Estado</p><p>191Veja o resumo do que ficou decidido: “As Procuradorias de Estado, por integrarem os</p><p>respectivos Poderes Executivos, não gozam de autonomia funcional, administrativa ou</p><p>financeira, uma vez que a administração direta é una e não comporta a criação de</p><p>distinções entre órgãos em hipóteses não contempladas explícita ou implicitamente pela</p><p>Constituição Federal”.</p><p>STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020</p><p>190Veja resumo do que ficou decidido: “É constitucional, desde que observado o teto</p><p>remuneratório, norma estadual que destina aos procuradores estaduais honorários</p><p>advocatícios incidentes na hipótese de quitação de dívida ativa em decorrência da</p><p>utilização de meio alternativo de cobrança administrativa ou de protesto de título.</p><p>Caso concreto: em Rondônia foi editada lei prevendo a cobrança de honorários</p><p>advocatícios, destinados à Procuradoria-Geral do Estado, de 10% sobre o valor total de</p><p>dívidas de até 1.000 UPF/RO quitadas por meios alternativos de cobrança administrativa</p><p>ou de protesto de título”.</p><p>STF. Plenário. ADI 5910/RO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado</p><p>6. A separação de poderes não é</p><p>tão drástica.</p><p>● Isso porque o</p><p>primeiro-ministro é eleito</p><p>pelo Parlamento que</p><p>possui legitimidade para</p><p>removê-lo, em caso de não</p><p>consonância entre os</p><p>ideais do</p><p>primeiro-ministro e do</p><p>Parlamento.</p><p>● Intersecção entre o Poder</p><p>Executivo e o Poder</p><p>Legislativo.</p><p>● Supremacia do</p><p>Parlamento.</p><p>○ Norte-americano</p><p>■ Rompimento do sistema que era</p><p>adotado na Inglaterra.</p><p>5</p><p>■ Sistema da common law: há um</p><p>respeito com a tradição.</p><p>➞ Características:</p><p>1. Edição de uma</p><p>Constituição escrita.</p><p>2. Regime presidencialista -</p><p>Poder Executivo (chefe do</p><p>Estado e chefe de</p><p>Governo) exercido por um</p><p>presidente.</p><p>3. Separação de poderes</p><p>mais acentuada.</p><p>4. Supremacia da</p><p>Constituição: considerada</p><p>o ápice do ordenamento.</p><p>5. Rigidez da Constituição:</p><p>procedimento mais</p><p>dificultoso para mudar a</p><p>Constituição.</p><p>6. Possibilidade do controle</p><p>de constitucionalidade.</p><p>7. Federalismo:</p><p>reconhecimento da</p><p>autonomia dos outros</p><p>entes, de modo que não é</p><p>somente a União que</p><p>possui o poder.</p><p>○ Francês</p><p>■ Ruptura drástica entre o antigo regime</p><p>■ Revolução Francesa.</p><p>■ Características</p><p>6</p><p>1. Construtivismo social.</p><p>● Constituição destinada a</p><p>promover uma mudança</p><p>social brusca, com respeito</p><p>aos direitos individuais.</p><p>2. Ideais Iluministas.</p><p>3. Poder constituinte titularizado</p><p>pela nação (Teoria de Sieyes)</p><p>4. Separação dos poderes.</p><p>● Valorização do Poder</p><p>Legislativo;</p><p>■ O Poder Judiciário</p><p>deverá fazer o</p><p>mínimo.</p><p>● Sistema do civil law.</p><p>● Outras nomenclaturas a respeito do</p><p>constitucionalismo</p><p>○ Constitucionalismo social</p><p>■ Contexto histórico: Revolução</p><p>Industrial</p><p>➞ Aumento das desigualdades.</p><p>➞ Exploração dos trabalhadores.</p><p>➞ Início da sindicalização: permite</p><p>a reivindicação de novos direitos</p><p>pelos trabalhadores.</p><p>● Influência do marxismo</p><p>➞ Começa a enxergar que o</p><p>Estado não pode agir o mínimo</p><p>possível, devendo atuar em</p><p>alguma medida para garantir</p><p>prestações materiais.</p><p>7</p><p>■ Exemplo de Constituições que</p><p>representam o constitucionalismo</p><p>social</p><p>➞ Constituição Mexicana de 1917</p><p>➞ Constituição de Weimar de 1919</p><p>Constitucionalismo</p><p>Inglês Francês Americano</p><p>Surgiu no Século XVII Surgiu no Século</p><p>XVIII</p><p>Surgiu no Século XVIII</p><p>Fruto da Revolução</p><p>Gloriosa</p><p>Fruto da Revolução</p><p>Francesa</p><p>Fruto Revolução</p><p>Americana</p><p>Limitava o poder</p><p>através da</p><p>supremacia do</p><p>Parlamento</p><p>Limitava o poder</p><p>através da separação</p><p>dos poderes e da</p><p>Constituição Escrita</p><p>Limitava o poder através</p><p>da separação dos</p><p>poderes e da</p><p>Constituição Escrita</p><p>Estabeleceu Direitos</p><p>no Bill of Rights</p><p>(1689)</p><p>Estabeleceu Direitos</p><p>na D.U.D.H.C. (1789)</p><p>Estabeleceu Direitos no</p><p>Bill of Rights (1791)</p><p>Constituição Material</p><p>e não escrita</p><p>Constituição Formal</p><p>e escrita</p><p>Constituição Formal e</p><p>escrita</p><p>○ Constitucionalismo contemporâneo</p><p>■ Contexto histórico: Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>➞ Percebeu-se que utilizar o direito</p><p>muito apartado de questões</p><p>morais não é suficiente para</p><p>garantir direitos básicos.</p><p>8</p><p>➞ Positivismo Jurídico</p><p>● Atenção! O Positivismo</p><p>jurídico não deu causa aos</p><p>governos autoritários.</p><p>Hans Kelsen defendia que</p><p>se tinha que adotar um</p><p>procedimento, neutro, de</p><p>normas e de leis como</p><p>forma de prestigiar todos</p><p>os grupos e valores</p><p>existentes.</p><p>● Porém, percebeu-se que a</p><p>preocupação apenas com</p><p>procedimento pode</p><p>ensejar governos</p><p>violadores de direitos.</p><p>Nesse contexto, começa a</p><p>surgir o constitucionalismo</p><p>contemporâneo.</p><p>■ Mecanismos que começam a ser</p><p>utilizados para ter união do</p><p>constitucionalismo com amoral.</p><p>1. Adoção de cláusulas gerais e de</p><p>conceitos jurídicos</p><p>indeterminados - dá margem</p><p>para o intérprete utilizar valores,</p><p>aplicar a moral, com vistas a</p><p>construir uma norma justa.</p><p>2. Garantir efetividade das</p><p>constituições.</p><p>9</p><p>3. Força normativa da Constituição:</p><p>a Constituição é aplicável</p><p>diretamente ao caso concreto,</p><p>não sendo um mero protocolo</p><p>de intenções.</p><p>4. Diminuição de</p><p>discricionariedade do legislador:</p><p>a. O Legislador não possui</p><p>uma tela em branco para</p><p>editar uma lei como</p><p>quiser, tendo em vista que</p><p>a Constituição fornece</p><p>limites.</p><p>5. Supremacia da constituição.</p><p>6. Novos princípios interpretativos.</p><p>○ Constitucionalismo e globalização</p><p>■ Intensificação da interação entre</p><p>pessoas, culturas, povos e ideais.</p><p>■ Informatização.</p><p>■ Problemas que eram mais isolados</p><p>ganham dimensões globais, como o</p><p>meio-ambiente e as crises</p><p>econômicas.</p><p>■ Instrumentos tradicionais não serão</p><p>efetivos para solucionar as questões.</p><p>■ Reconhecimento dos Direitos</p><p>Humanos.</p><p>■ A Soberania do Estado, de certa forma,</p><p>se amolda ao novo cenário.</p><p>■ Formação de blocos regionais.</p><p>➞ Exemplo: União Europeia.</p><p>10</p><p>➞ Blocos regionais - criação de</p><p>ordem jurídica supralegal a ser</p><p>aplicada àqueles que fazem</p><p>parte.</p><p>■ Influxos da lex mercatoria.</p><p>➞ Mercado globalizado cria suas</p><p>próprias regras de atuação.</p><p>➞ O Estado se vê obrigado a adotar</p><p>essas regras, em favor dos seus</p><p>interesses decorrentes do</p><p>mercado internacional.</p><p>■ Canotilho</p><p>➞ Mal-estar da Constituição.</p><p>■ Constitucionalismo global</p><p>➞ Utilizada para se referir a esse</p><p>fenômeno de globalização.</p><p>➞ Carta da ONU vista como uma</p><p>constituição.</p><p>■ Constitucionalismo multinível</p><p>➞ Há um constitucionalismo</p><p>supranacional e, em cada ente,</p><p>há um constitucionalismo</p><p>regional.</p><p>■ Transconstitucionalismo</p><p>➞ Idealizado por Marcelo Neves.</p><p>➞ Todos os níveis de</p><p>constitucionalismo contribuem</p><p>para a solução dessas questões,</p><p>não se tendo uma supremacia</p><p>de constitucionalismo.</p><p>➞ Não há um simples diálogo de</p><p>cortes.</p><p>11</p><p>● Contribuição de cada um</p><p>dos polos.</p><p>➞ Não há um simples diálogo de</p><p>cortes.</p><p>➞ Solução De Conflitos No</p><p>Transconstitucionalismo:</p><p>No transconstitucionalismo,</p><p>segundo Marcelo Neves, não</p><p>deve prevalecer a lógica de uma</p><p>ordem jurídica preponderar de</p><p>forma absoluta e inquestionável</p><p>sobre as outras. A prevalência de</p><p>uma ordem jurídica deve ser</p><p>decidida com base no caso</p><p>concreto, contexto e situação de</p><p>aplicação.</p><p>Neves defende que, ao invés de</p><p>um fechamento das ordens</p><p>jurídicas, deve haver abertura e</p><p>diálogo entre elas, promovendo</p><p>conversações constitucionais ou</p><p>pontes de transição. Isso significa</p><p>que decisões mais legítimas e</p><p>justas são alcançadas através do</p><p>diálogo e interação entre</p><p>diversas ordens jurídicas, em vez</p><p>de uma norma sempre</p><p>prevalecer de forma absoluta.</p><p>A ideia central do</p><p>transconstitucionalismo é a</p><p>abertura, alteridade,</p><p>reconhecimento do outro e</p><p>reciprocidade. Ele observa que,</p><p>globalmente, há uma crescente</p><p>interconexão e diálogo entre</p><p>sistemas jurídicos, como o</p><p>common law e o civil law, que</p><p>12</p><p>cada vez mais influenciam e se</p><p>aproximam.</p><p>No exemplo do Reino Unido, o</p><p>direito consuetudinário</p><p>(jurisprudencial) tem se</p><p>relativizado ao longo do tempo,</p><p>assim como no Brasil, onde a</p><p>fonte legislativa primordial está</p><p>sendo complementada por</p><p>mecanismos como súmulas</p><p>vinculantes e teoria dos</p><p>precedentes. Essa interconexão</p><p>de sistemas e o diálogo entre</p><p>eles são características</p><p>marcantes do</p><p>transconstitucionalismo</p><p>13</p><p>2. Direito Constitucional e Constituição</p><p>a. Conceito</p><p>i. Direito Constitucional</p><p>● Ramo do Direito Público que estuda as normas</p><p>constitucionais.</p><p>ii. Conceitos de Constituição</p><p>● Conceito Sociológico (Ferdinand Lassalle)2</p><p>○ A Constituição, documento escrito, é, na</p><p>realidade, apenas uma folha de papel. As</p><p>relações de poder reais existentes na</p><p>sociedade é que definem o que de fato</p><p>acontece ou não – que direitos são</p><p>garantidos e como o poder é exercido.</p><p>■ Há uma distinção entre Constituição</p><p>real que é as relações de poder</p><p>existentes que determinam o que</p><p>efetivamente acontece e</p><p>Constituição-documento que é a folha</p><p>de papel. Assim, a</p><p>Constituição-documento, se não</p><p>estiver em consonância aos fatores de</p><p>poder exercidos na sociedade, será</p><p>apenas uma folha de papel em branco.</p><p>● Conceito Político (Carl Schmitt)3</p><p>○ A Constituição é, na verdade, as decisões</p><p>políticas tomadas pelo governo dos países</p><p>3 Para decorar com mais facilidade: Conceito PolíTico (Carl SchmiTt) - Político tem T → Schmitt tem</p><p>T</p><p>2 Para decorar com mais facilidade: Sociológico (Ferdinand LaSsalle) - Sociológico</p><p>em 27/5/2022 (Info 1056).</p><p>STF. Plenário. ADI 6135/GO, ADI 6160/AP, ADI 6161/AC, ADI 6169/MS, ADI 6177/PR e ADI</p><p>6182/RO, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 19/10/2020 (Info 995).</p><p>O mesmo entendimento acima explicado vale para os advogados públicos federais: STF.</p><p>Plenário. ADI 6053, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em</p><p>22/06/2020 (Info 985 – clipping).</p><p>316</p><p>(PGE) competência para controlar os</p><p>serviços jurídicos e para fazer a</p><p>representação judicial de empresas</p><p>públicas e sociedades de economia</p><p>mista, inclusive com a possibilidade de</p><p>avocação de processos e litígios</p><p>judiciais dessas estatais. Essa previsão</p><p>cria uma ingerência indevida do</p><p>Governador na administração das</p><p>empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista, que são pessoas</p><p>jurídicas de direito privado. O art. 132</p><p>da CF/88 confere às Procuradorias dos</p><p>Estados/DF atribuição para as</p><p>atividades de consultoria jurídica e de</p><p>representação judicial apenas no que</p><p>se refere à administração pública</p><p>direta, autárquica e fundacional”.</p><p>STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min.</p><p>Alexandre de Moraes, julgado em</p><p>2/10/2019 (Info 954).</p><p>6. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Art. 132</p><p>da Constituição Federal. Princípio da</p><p>unicidade da representação judicial e da</p><p>consultoria jurídica dos Estados e do Distrito</p><p>Federal. Inconstitucionalidade de normas</p><p>locais que preveem cargos e carreiras de</p><p>advogado ou procurador para a criação ou</p><p>manutenção de órgãos de assessoramento</p><p>jurídico no âmbito de autarquias e</p><p>fundações estaduais. Exceções: manutenção</p><p>de órgãos de consultoria jurídica existentes</p><p>317</p><p>na data da promulgação da Constituição</p><p>Federal de 1988 e instituição de</p><p>procuradorias em universidades estaduais,</p><p>em razão da autonomia universitária.</p><p>Efeitos prospectivos da decisão. STF.</p><p>Plenário. ADI 7.218/PB, Rel. Min. Dias Toffoli,</p><p>julgado em 11/03/2024.192 JULGADO</p><p>IMPORTANTE PARA PROVAS DE</p><p>PROCURADORIA!</p><p>7. A instituição de Procuradorias municipais</p><p>depende da escolha política autônoma de</p><p>cada município, no exercício da prerrogativa</p><p>de sua auto-organização. É inconstitucional</p><p>a interpretação de norma estadual que</p><p>conduza à obrigatoriedade de</p><p>implementação de Procuradorias</p><p>municipais, eis que inexiste norma</p><p>constitucional de reprodução obrigatória</p><p>que vincule o poder legislativo municipal à</p><p>criação de órgãos próprios de advocacia</p><p>pública. Se o Município escolher instituir</p><p>procuradoria, deverá seguir a regra do</p><p>concurso público Ressalvam-se, apenas, as</p><p>excepcionais situações em que também à</p><p>União, aos Estados e ao Distrito Federal pode</p><p>ser possível a contratação de advogados</p><p>externos quando, mediante processo</p><p>administrativo formal, em que constatada a</p><p>necessidade de notória especialização</p><p>profissional em serviço de natureza singular</p><p>192 Incluído em 13/09/2024</p><p>318</p><p>que não possa ser adequadamente prestado</p><p>pelos integrantes do corpo próprio de</p><p>procuradores. STF. Plenário. ADI 6.331/PE, Rel.</p><p>Min. Luiz Fux, julgado em 09/04/2024 (Info</p><p>1131).193 - JULGADO IMPORTANTE PARA</p><p>PROVAS DE PROCURADORIA!</p><p>c. Advocacia Privada</p><p>i. Previsão constitucional</p><p>i. Art. 133: “O advogado é indispensável à</p><p>administração da justiça, sendo inviolável por seus</p><p>atos e manifestações no exercício da profissão, nos</p><p>limites da lei”.</p><p>ii. Princípios</p><p>i. Princípio da indispensabilidade</p><p>a. Regra</p><p>● Todo aquele que atuar no âmbito de</p><p>um processo, deve estar representado</p><p>por um advogado. Isto significa dizer</p><p>que apenas aqueles que possuem</p><p>capacidade postulatória.</p><p>b. Exceções</p><p>i. Juizados Especiais Cíveis e Federais -</p><p>causas em até 20 (vinte) salários</p><p>mínimos.</p><p>ii. Habeas Corpus.</p><p>iii. Causas da Justiça do Trabalho, exceto</p><p>os recursos perante o TST.</p><p>iv. Medidas protetivas da Lei Maria da</p><p>Penha.</p><p>193 Incluído em 13/09/2024</p><p>319</p><p>ii. Princípio da inviolabilidade</p><p>a. Os advogados, no exercício de suas funções,</p><p>são invioláveis por seus atos e manifestações.</p><p>Isto significa dizer que não serão</p><p>responsabilizados,</p><p>b. A inviolabilidade não é absoluta.</p><p>d. Defensoria Pública</p><p>● Originariamente a Defensoria Pública sempre foi vista e</p><p>tratada como um serviço atrelado ao Poder Executivo.</p><p>● Com as reformas oriundas da Constituição, a Defensoria</p><p>foi ganhando corpo institucional e aumentando sua</p><p>autonomia.</p><p>i. Previsão constitucional</p><p>● Art. 134, caput: “A Defensoria Pública é instituição</p><p>permanente, essencial à função jurisdicional do</p><p>Estado, incumbindo-lhe, como expressão e</p><p>instrumento do regime democrático,</p><p>fundamentalmente, a orientação jurídica, a</p><p>promoção dos direitos humanos e a defesa, em</p><p>todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos</p><p>individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,</p><p>aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art.</p><p>5º desta Constituição Federal”.</p><p>ii. Autonomia</p><p>● Não está subordinada ou submetida a nenhum</p><p>outro órgão estatal.</p><p>iii. Função</p><p>● Universalizar o acesso à justiça.</p><p>○ Acesso à justiça - assistência jurídica integral,</p><p>isto é, a Defensoria não só irá representar as</p><p>pessoas que são necessitadas mas também</p><p>irá atuar no âmbito extrajudicial.</p><p>320</p><p>● “Tutelar os direitos dos necessitados”.</p><p>○ Tradicionalmente, entendia-se que a defesa</p><p>dos necessitados se restringia aos</p><p>hipossuficientes econômicos.</p><p>○ Atualmente, a atuação se refere às outras</p><p>necessidades, como as sociais, de</p><p>acessibilidade, etc.</p><p>■ Faz-se necessária uma interpretação</p><p>ampliativa do conceito de necessitado.</p><p>● STF, na ADI 3022/SC - entendeu ser</p><p>inconstitucional uma lei que atribui à Defensoria</p><p>Pública a função e a defesa de servidores públicos</p><p>estaduais processados por atos praticados no</p><p>exercício de suas funções.</p><p>iv. Estrutura</p><p>● Defensoria Pública da União</p><p>● Defensoria Pública do Estado</p><p>○ Art. 98, do ADCT: “O número de defensores</p><p>públicos na unidade jurisdicional será</p><p>proporcional à efetiva demanda pelo serviço</p><p>da Defensoria Pública e à respectiva</p><p>população”.</p><p>■ Pretende garantir que as Defensorias</p><p>sejam estruturadas de forma que seja</p><p>possível conter defensores em cada</p><p>comarca.</p><p>v. Garantias</p><p>● Funcionais</p><p>○ Independência funcional: atuação segundo a</p><p>consciência jurídica do membro.</p><p>○ Inamovibilidade: o Defensor não pode ser</p><p>removido contra sua vontade, salvo em razão</p><p>321</p><p>de interesse público, mediante a votação de</p><p>maioria do órgão diretor, garantida a ampla</p><p>defesa.</p><p>○ Irredutibilidade dos vencimentos.</p><p>○ Estabilidade.</p><p>■ Não contam com a vitaliciedade.</p><p>● Institucionais - Art. 134, §§2° e 3°, da CF194</p><p>○ Autonomia funcional.</p><p>○ Autonomia administrativa.</p><p>○ Iniciativa financeira</p><p>■ Competência para editar sua proposta</p><p>orçamentária195.</p><p>■ De acordo com o STF196, aplica-se o</p><p>mesmo entendimento de que os</p><p>duodécimos do orçamento devem ser</p><p>repassados mensalmente aos órgãos.</p><p>vi. Vedação</p><p>● Exercício da advocacia privada.</p><p>196“O repasse dos duodécimos das verbas orçamentárias destinadas à Defensoria Pública</p><p>quando retidos pelo Governado do Estado constitui prática indevida em flagrante violação</p><p>aos preceitos fundamentais esculpidos na CRFB/88” (ADPF 339/PI, DJe 01/08/2016).</p><p>195Sobre o tema, veja as teses firmadas:</p><p>I)“Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e</p><p>administrativa, bem como a prerrogativa de formulação de sua própria proposta</p><p>orçamentária (art. 134, § 2º, da CRFB/88), por força da Constituição da República, após a</p><p>Emenda Constitucional nº 45/2004” (ADPF 339/PI, DJe 01/08/2016).</p><p>II) “Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e</p><p>administrativa, bem como a prerrogativa de formulação de sua própria proposta</p><p>orçamentária (art. 134, § 2º, da CR/88), por força da Constituição da República, após a EC n.</p><p>45/2004. Qualquer medida normativa que suprima essa autonomia da Defensoria Pública,</p><p>vinculando-a a outros Poderes, em especial ao Executivo, implicará violação à CR/88” (ADI</p><p>4056/MA, DJe 01/08/2012).</p><p>194Art. 134, § 2°. Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e</p><p>administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites</p><p>estabelecidos na lei</p><p>começa com S →</p><p>Lassale tem S.</p><p>14</p><p>em cada momento histórico. Assim, a</p><p>Constituição também seria apenas um</p><p>pedaço de papel caso não fosse compatível</p><p>com as aspirações do poder político.</p><p>■ A Constituição não é aquilo que está no</p><p>papel, mas o conjunto das decisões do</p><p>poder político tomadas no presente.</p><p>■ Schmitt fazia uma diferença entre</p><p>Constituição e lei constitucional.</p><p>Constituição é tudo aquilo que temmatéria</p><p>efetivamente constitucional. Por outro lado,</p><p>quando se tem algo que está dentro da</p><p>Constituição, mas não tem conteúdo</p><p>constitucional, é lei constitucional.</p><p>● Conceito Jurídico Formal (Hans Kelsen)4</p><p>○ A Constituição é a lei/ norma que é superior</p><p>hierarquicamente no ordenamento jurídico,</p><p>que obedeceu ao processo de formação de</p><p>constituição específico.</p><p>○ Sistema jurídico é uma pirâmide.</p><p>■ Constituição</p><p>➢ Origem de validade - o</p><p>fundamento decorre da norma</p><p>fundamental hipotética, que</p><p>dispõe que se deve cumprir as</p><p>leis/normas.</p><p>■ Norma infraconstitucional</p><p>➢ Leis que devem ser editadas</p><p>seguindo o procedimento</p><p>previsto na Constituição.</p><p>■ Decretos e regulamentos</p><p>4 Para decorar commais facilidade JurídiC(K)o → Kelsen</p><p>15</p><p>● Concepção normativa da Constituição (Konrad</p><p>Hesse)5: apesar de haver um condicionamento</p><p>recíproco entre a realidade e a Constituição, não se</p><p>pode desconsiderar que a Constituição possui</p><p>capacidade de produzir efeitos e alterar o mundo</p><p>real. Assim, a Constituição possui capacidade de</p><p>modificar a realidade.</p><p>● Conceito Jurídico Material</p><p>○ A Constituição é aquela que possui normas</p><p>substancialmente constitucionais.</p><p>■ Normas que tratam de temas/matérias</p><p>constitucionais.</p><p>➢ Separação de Poderes.</p><p>➢ Limitação do Poder Político pelo</p><p>estabelecimento de direitos</p><p>fundamentais.</p><p>➢ Organização do Estado.</p><p>● Sentido Cultural De Constituição</p><p>○ Peter Häberle argumenta que a</p><p>Constituição deve ser vista como um</p><p>produto da cultura, refletindo ummomento</p><p>histórico específico do Estado e da</p><p>sociedade. Ele considera a Constituição um</p><p>retrato cultural de um povo, mostrando</p><p>como essa sociedade é em determinada</p><p>época.</p><p>○ Além de ser um produto cultural</p><p>determinado por seu contexto histórico, a</p><p>Constituição também desempenha um</p><p>papel determinante no desenvolvimento do</p><p>Estado e da sociedade. Ela não só reflete a</p><p>5 Autor do texto: "A força normativa da Constituição"</p><p>16</p><p>cultura de uma época, mas também pode</p><p>influenciá-la e transformá-la, atuando como</p><p>um agente de mudança.</p><p>○ Essa perspectiva dialética sugere que a</p><p>Constituição é simultaneamente um reflexo</p><p>e um motor da cultura. Ela é fruto de</p><p>contextos históricos, mas possui a</p><p>capacidade de transcender esses contextos,</p><p>podendo provocar transformações</p><p>significativas na sociedade.</p><p>● Conceito Majoritário - Constituição Total -</p><p>Síntese de todos os outros conceitos.</p><p>● A Constituição é o conjunto de normas</p><p>escritas ou costumeiras, tornando um</p><p>fenômeno político e jurídico/ direito, criam</p><p>ou refundam um Estado, estruturando e</p><p>limitando.</p><p>17</p><p>3. Classificação das Constituições</p><p>a. Classificação conforme diferentes critérios</p><p>i. Classificação pela origem</p><p>● Constituição Outorgada</p><p>● A autoridade impõe essa Constituição.</p><p>● Não há participação da sociedade na criação</p><p>de constituições. Assim, há a imposição da</p><p>Constituição à sociedade.</p><p>● Adotam, em regra, a nomenclatura de Cartas</p><p>Constitucionais.</p><p>● Constituição Promulgada</p><p>● Há participação da sociedade na confecção</p><p>dessa Constituição, sendo editada no bojo de</p><p>uma Assembleia Constituinte Nacional.</p><p>● Constituição Cesarista</p><p>● A Constituição é imposta pela a autoridade,</p><p>mas, em algum momento, possui uma</p><p>participação popular para chancelar o</p><p>referido documento.</p><p>● Crítica:</p><p>○ Não houve uma participação popular</p><p>genuína/ verdadeira que poderia, de</p><p>fato, torná-la legítima.</p><p>ii. Classificação pelo conteúdo</p><p>● Constituição Material</p><p>○ Considera-se constituição só aquela que</p><p>adota e trata de normas materialmente</p><p>constitucionais.</p><p>● Constituição Formal</p><p>18</p><p>○ O foco é tratar sobre</p><p>processo/procedimento, quando da sua</p><p>edição. Apesar disso, trata de assuntos</p><p>variados, porém todos constam do mesmo</p><p>documento oriundo do poder constituinte</p><p>originário.</p><p>■ Dentro da Constituição formal só</p><p>existem normas materialmente</p><p>constitucionais? Na Constituição</p><p>formal brasileira, não existem apenas</p><p>normas materialmente</p><p>constitucionais, mas também normas</p><p>que são apenas formalmente</p><p>constitucionais, como o artigo sobre o</p><p>Colégio Pedro II. A Constituição de</p><p>1988 contém tanto normas material e</p><p>formalmente constitucionais, que</p><p>tratam de organização do Estado e</p><p>direitos fundamentais, quanto normas</p><p>apenas formalmente constitucionais.</p><p>Mesmo as normas que são apenas</p><p>formalmente constitucionais possuem</p><p>supremacia por estarem na</p><p>Constituição.</p><p>■ A Constituição de 1988 é considerada</p><p>formal.</p><p>➢ Exemplo: art. 242, §2º6, da CF que</p><p>não possui qualquer conteúdo</p><p>constitucional, mas ainda assim</p><p>6 Art. 242, §2° - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita</p><p>federal.</p><p>19</p><p>é considerada norma</p><p>constitucional.</p><p>iii. Classificação pela forma</p><p>● Constituição Escrita ou Instrumental</p><p>○ Está prevista em um documento ou em leis</p><p>esparsas de forma escrita. É o caso, por</p><p>exemplo, da Constituição Brasileira e da</p><p>Constituição dos EUA.</p><p>● Constituição Costumeira (consuetudinária) ou</p><p>não escrita</p><p>○ Não há uma constituição escrita. Um</p><p>exemplo é a Constituição Inglesa.</p><p>■ Costume: é a repetição de</p><p>determinado comportamento, o qual é</p><p>reconhecido como sendo um</p><p>comportamento vinculado/ exigido.</p><p>iv. Classificação pela extensão</p><p>● Constituição Sintética / Concisa/ Breve/ Sumária</p><p>○ O texto é curto, trazendo normas gerais e</p><p>poucos temas, tendendo a permanecer mais</p><p>no tempo, sendo menos emendadas, por</p><p>trazer maior maleabilidade para o</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>■ Exemplo: Constituição dos EUA.</p><p>● Constituição Analítica / Prolixa</p><p>○ O texto trata de diversos temas, trazendo</p><p>uma enorme gama de matérias</p><p>constitucionais, havendo um menor espaço</p><p>para mudança ou ampliação do</p><p>entendimento e interpretação.</p><p>■ Exemplo: Constituição do Brasil.</p><p>20</p><p>v. Classificação pela Estrutura/ Finalidade</p><p>● Constituição Garantia</p><p>○ Em regra, constituições mais liberais e mais</p><p>clássicas.</p><p>○ Estruturam o Estado e preveem algumas</p><p>liberdades individuais.</p><p>● Constituição Compromisso / Programática /</p><p>Dirigente</p><p>○ Além de toda a estruturação, preocupam-se</p><p>com programas e metas a serem alcançadas.</p><p>Assim, consagram um plano de fins e</p><p>objetivos que serão perseguidos pelos</p><p>poderes públicos e pela sociedade.</p><p>● Constituição Balanço (Constituição do ser)</p><p>○ Utilizada nos Estados Socialistas.</p><p>○ Tem a função de, de tempos em tempos,</p><p>fazer uma nova verificação da realidade</p><p>social e firmá-la na Constituição ou mesmo</p><p>fazer uma nova Constituição.</p><p>vi.Classificação pela alterabilidade7</p><p>● Constituição Rígida</p><p>○ O procedimento de modificação de suas</p><p>normas é mais dificultoso do que aquele</p><p>previsto para as normas infraconstitucionais.</p><p>■ Pode-se dizer que todas as Constituições</p><p>brasileiras foram rígidas, com exceção da</p><p>Constituição de 1824.</p><p>● Constituição Flexível</p><p>7 Ou também denominada: classificação pela mutabilidade/estabilidade/consistência</p><p>21</p><p>○ O procedimento de modificação de suas</p><p>normas é igual ao que é utilizado quando da</p><p>edição de normas infraconstitucionais.</p><p>■ A relevância e estabilidade dessas</p><p>Constituições flexíveis decorrem não da</p><p>superioridade técnico-jurídica, mas de</p><p>elementos históricos, culturais e</p><p>sociológicos de forma mais ampla.</p><p>👀 É possível que uma Constituição seja</p><p>em parte rígida e em outra parte flexível!</p><p>● Constituição Semirrígida ou Semiflexível</p><p>○ Há uma mistura entre as duas constituições</p><p>anteriores (rígida e flexível)</p><p>○ Algumas normas preveem o procedimento</p><p>igual ao utilizado para normas</p><p>infraconstitucionais, enquanto outras</p><p>dependem de procedimento mais</p><p>dificultoso.</p><p>● Constituição Imutável / Granítica8</p><p>○ Não podem ser alteradas e tendem a durar</p><p>menos.</p><p>○ Comuns em Estados Teocráticos em que há</p><p>texto religioso e, portanto, sagrado.</p><p>● Constituição Super-Rígida</p><p>○ Utiliza-se de critérios da Constituição Rígida,</p><p>já que há um procedimento de alteração de</p><p>normas constitucionais mais difícil. E, há a</p><p>8 Também chamada de Constituição Permanente ou Intocável</p><p>22</p><p>utilização de critérios das Constituições</p><p>Imutáveis, no que se referem às normas que</p><p>não podem ser alteradas.</p><p>● Constituição Fixa (silenciosa)</p><p>○ Só pode ser alterada pelo Poder Constituinte.</p><p>● Constituição Transitoriamente flexível:</p><p>○ É suscetível de reforma com base no rito das</p><p>leis comuns, apenas por determinado</p><p>período, de tal maneira que, após esse</p><p>período, o critério de reforma será rígido.</p><p>vii. Classificação pela correspondência à realidade -</p><p>critério ontológico (Karl Lowenstein)</p><p>● Constituições Normativas</p><p>○ Condiz exatamente com a realidade,</p><p>existindo uma identidade entre o que é</p><p>previsto e aquilo que de fato ocorre, mesmo</p><p>que não tenha 100% de cumprimento das</p><p>normas. Enfim, há uma coerência entre a</p><p>norma e o mundo real.</p><p>■ Metáfora usada para compreender: a</p><p>Constituição normativa é uma roupa</p><p>que veste o número do corpo.</p><p>● Constituições Nominais</p><p>○ O que é previsto, nem sempre corresponde</p><p>com a realidade (possui um dever-ser).</p><p>Assim, as Constituições Nominais</p><p>estabelecem metas mais ambiciosas do que</p><p>a observação da realidade, de modo que</p><p>cabe às autoridades que exercem o poder</p><p>político perseguir aquilo que foi proposto</p><p>pela Constituição mesmo que sejam metas</p><p>mais difíceis.</p><p>23</p><p>■ Metáfora usada para compreender: a</p><p>Constituição nominal é uma roupa</p><p>com um número maior, mas o corpo</p><p>está em crescimento, de forma que se</p><p>espera que, no futuro, ele se ajuste a</p><p>ela de forma adequada.</p><p>● Constituições Semânticas</p><p>○ Aproximam-se das nominais, mas,</p><p>diferentemente dessas, não há interesse das</p><p>autoridades em tornar realidade todas</p><p>aquelas previsões constitucionais. Logo, são</p><p>mera retórica política sem qualquer conexão</p><p>com a realidade ou com o que se pretende</p><p>que a realidade venha a ser. Enfim, são mera</p><p>aparência.</p><p>■ Metáfora usada para compreender: a</p><p>Constituição semântica não é uma</p><p>roupa, mas um disfarce.</p><p>viii. Classificação pelo modo de elaboração</p><p>● Constituições Dogmáticas</p><p>○ Editadas em determinado momento no</p><p>tempo.</p><p>○ Costumam ser escritas.</p><p>● Constituições Históricas</p><p>○ Construídas ao longo do tempo.</p><p>○ Em regra, são costumeiras (não escritas)</p><p>ix. Classificação pela dogmática</p><p>● Constituições Ideológicas/ Ortodoxas</p><p>○ Adotam uma única ideologia.</p><p>○ Usuais nas constituições socialistas.</p><p>● Constituições Compromissórias / Ecléticas</p><p>24</p><p>○ Adotam diversas ideologias, organizando de</p><p>uma forma que diversos pontos de vista</p><p>sejam previstos e aplicados. Assim, segundo</p><p>Barroso, há uma dialética, basta ver, como</p><p>exemplo, que a Constituição brasileira de</p><p>1988 faz um equilíbrio entre os interesses do</p><p>capital e do trabalho.</p><p>○ Essas Constituições são elaboradas no</p><p>âmbito de uma sociedade plural.</p><p>○ Exemplo: Constituição do Brasil de 1988</p><p>x. Classificação pela origem de sua decretação</p><p>● Constituição Autônoma (homoconstituição)</p><p>○ Editada dentro do próprio Estado e pela</p><p>sociedade, que será regida por essa</p><p>Constituição.</p><p>● Constituição Heterônoma (heteroconstituição)9</p><p>○ Editada por outro Estado ou por organismos</p><p>internacionais.</p><p>■ Exemplo: Constituição do Japão.</p><p>xi. Classificação pelo sistema</p><p>● Constituição principiológica: dotada de muitos</p><p>princípios.</p><p>● Constituição preceitual: formada por apenas</p><p>regras.</p><p>xii. Classificação pela unidade documental</p><p>● Constituição orgânica (unitextual ou codificada):</p><p>disposta em uma estrutura documental única, na</p><p>qual todos os dispositivos estão articulados de</p><p>modo coerente e lógico. Não há espaço, neste tipo,</p><p>para identificação de normas constitucionais fora</p><p>9 A nomenclatura heteroconstituição é feita por Miguel Galvão Teles.</p><p>25</p><p>da Constituição (não existem normas</p><p>constitucionais fora do seu texto).</p><p>● Constituição inorgânica (pluritextual ou legal):</p><p>não há a unidade textual.</p><p>b. Classificação da Constituição Federal de 1988</p><p>i. Promulgada</p><p>● Editada por uma Assembléia Nacional</p><p>Constituinte.</p><p>● Tal Assembleia não foi eleita especificamente para</p><p>esse fim, sendo constituída por membros do</p><p>parlamento que foram eleitos para funções</p><p>ordinárias.</p><p>ii. Formal</p><p>● Todo o texto é considerado constituição,</p><p>independentemente do assunto/matéria ali</p><p>tratada.</p><p>iii. Escrita</p><p>iv. Analítica/prolixa</p><p>v. Dirigente/programática</p><p>● Prevê metas e não se limita a organizar o Estado e</p><p>a garantir liberdades individuais.</p><p>○ Metas audaciosas.</p><p>vi. Rígida</p><p>○ A Doutrina minoritária ( Alexandre de</p><p>Moraes) considera a Constituição de 1988</p><p>como sendo super-rígida, visto que o modo</p><p>de alteração da Constituição é mais</p><p>dificultoso e as cláusulas pétreas são</p><p>matérias que não podem ser alteradas, o que</p><p>traria o caráter imutável.</p><p>26</p><p>Atualmente, entende-se que, no que</p><p>se refere às cláusulas pétreas, essas</p><p>podem ser alteradas, desde que não</p><p>sejam suprimidas.</p><p>vii. Nominal</p><p>● As normas previstas destoam da realidade fática</p><p>existente. No entanto, há o interesse das</p><p>autoridades públicas em atingir aquilo que está</p><p>disposto, dando concretude a essas normas.</p><p>viii. Dogmática</p><p>● Foi editada em um determinado momento, pela</p><p>Assembleia Constituinte em um documento único</p><p>e escrito.</p><p>ix. Compromissória / eclética</p><p>● Abarca diversas ideologias.</p><p>x. Autônoma</p><p>xi. Orgânica</p><p>xii. Principiológica</p><p>c. Classificação das Constituição conforme seu papel jurídico</p><p>Esse critério de classificação das Constituições foi</p><p>proposto por Virgílio Afonso da Silva.</p><p>Espécies</p><p>1. Constituição-lei</p><p>○ A Constituição indica alguns caminhos</p><p>para o legislador infraconstitucional,</p><p>mas deixa um espaço em branco,</p><p>dando ampla oportunidade para o</p><p>legislador quando da edição das</p><p>normas infraconstitucionais.</p><p>2. Constituição total/fundamento</p><p>27</p><p>○ A Constituição vai determinar todos os</p><p>caminhos e temas, não deixando</p><p>nenhum espaço para o legislador, o</p><p>qual não tem margem nem</p><p>discricionariedade.</p><p>○ Legislador como intérprete.</p><p>3. Constituição moldura</p><p>○ Prevê um limite para o legislador e</p><p>dentro deste terá um espaço</p><p>discricionário para escolher o caminho</p><p>a ser seguido.</p><p>○ Saindo desse limite, a norma será</p><p>invalidada.</p><p>4. Constituição dúctil ou suave10</p><p>○ Idealizado por Gustavo Zagreb Esti;</p><p>○ A Constituição está em um ambiente</p><p>em que não há ideologias que</p><p>abarque toda a sociedade, tendo em</p><p>vista o sistema estar fragmentado.</p><p>Assim, ela deve ser maleável para que</p><p>as pessoas se autodeterminem em</p><p>relação a essas questões e ideologias.</p><p>■ Há a integração entre os diversos</p><p>grupos dentro de um mesmo</p><p>Estado e de uma sociedade.</p><p>d. Outra classificação</p><p>i. Constituição em branco: é aquela em que não há</p><p>limitações expressas ao poder de emenda. Ela permite</p><p>umamodificação discricionária por parte do governante.</p><p>10 Foi cobrada na PGE-ES (2023), sendo considerada correta a seguinte assertiva: "A</p><p>constituição suave é aquela que não contém exageros, não consagrando, ao exprimir o</p><p>pluralismo social, preceitos que não possam ser vividos na prática".</p><p>28</p><p>ii. Constituição chapa-branca: possui regras criadas a</p><p>partir do lobby para beneficiar grupos específicos de</p><p>empresas estatais e de paraestatais. Possui o objetivo de</p><p>trazer privilégios a dirigentes.</p><p>iii. Constituição ubíqua (ubiquidade constitucional)11: é</p><p>uma Constituição onipresente, formada por várias forças</p><p>(eclética) e pode ser contraditória pelo fato de ser</p><p>formada por várias forças.</p><p>iv. Constituição subconstitucional: essa Constituição traz</p><p>temas excessivos e o alçamento de detalhes e interesses</p><p>momentâneos ao patamar constitucional. As</p><p>subconstituições englobam aquelas normas que,</p><p>mesmo inseridas no texto constitucional, encontram-se</p><p>limitadas nos seus objetivos, vinculando-se a</p><p>preocupações momentâneas, interesses esporádicos e</p><p>próprios do tempo em que foram elaboradas. Não</p><p>servem para o futuro, pois já nascem divorciadas das</p><p>características de estabilidade e perenidade, que devem</p><p>encampar a elaboração desses</p><p>documentos.</p><p>● Para o professor Uadi Lammego Bulos12, citando o</p><p>autor Hild Krüger, as constituições existem para</p><p>entrar na consciência de todos os cidadãos. Por</p><p>isso que elas são um programa de integração e de</p><p>representação nacionais. Nesse sentido, se a</p><p>constituição é ummeio de integrar e representar o</p><p>interesse legítimo da sociedade, é engano pensar</p><p>que quanto maior o número de assuntos</p><p>constitucionalizados tanto melhor será a sua</p><p>realização prática. Assim, esse excesso de temas</p><p>12 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional /Uadi Lammêgo Bulos. – 8. ed.</p><p>rev. e atual. de acordo com a Emenda Constitucional n. 76/2013 – São Paulo : Saraiva, 2014.</p><p>11 SARMENTO, Daniel. Ubiquidade constitucional: os dois lados da moeda. In: SARMENTO, Daniel.</p><p>Livres e iguais: estudos de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. p. 167-205.</p><p>29</p><p>trazidos pela Constituição subconstitucional</p><p>transforma o texto em subconstituições.</p><p>v. Constituição plástica (Pinto Ferreira): permite</p><p>constantes releituras, cujo texto seria permanentemente</p><p>reinterpretado para melhor acompanhar as mutações da</p><p>sociedade.</p><p>vi. Constituição processual: segundo Canotilho, é um</p><p>"instrumento de governo definidor de competências,</p><p>regulador de processos e estabelecedor de limites à</p><p>acção política".</p><p>● O objetivo é definir competências, para limitar a</p><p>ação dos Poderes Públicos, além de representar</p><p>apenas um instrumento pelo qual se eliminam</p><p>conflitos sociais.</p><p>e. Características das Constituições Brasileiras</p><p>● Das Constituições editadas no século XIX, todas as</p><p>Constituições pares foram outorgadas, enquanto as</p><p>ímpares foram promulgadas.</p><p>● Já no século XX, todas as Constituições ímpares foram</p><p>outorgadas, enquanto as pares foram promulgadas.</p><p>i. Constituição de 1824 - Constituição do Império</p><p>● Outorgada</p><p>● Previu umamonarquia constitucional</p><p>● Separação de poderes em: Legislativo; Judiciário;</p><p>Executivo; e Moderador, que era exercido pelo</p><p>monarca.</p><p>● Não havia a responsabilização do monarca pelos</p><p>seus atos</p><p>● Religião oficial - católica</p><p>● Não se proibiu o exercício de outras religiões</p><p>no âmbito privado.</p><p>● Constituição semi-rígida</p><p>30</p><p>● Não havia controle de constitucionalidade.</p><p>ii. Constituição de 1891</p><p>● Proclamação da República</p><p>● Constituição promulgada</p><p>● Influenciada pela Constituição dos EUA.</p><p>● Sistema Federalista</p><p>● Inspirado pelo Federalismo norte-americano.</p><p>● No Brasil, o federalismo se deu de dentro</p><p>para fora (centrífugo), isto é, tinha-se um</p><p>estado unitário e passou a ser dividido em</p><p>estados federados.</p><p>● Sistema presidencialista de governo</p><p>● Poder Legislativo bicameral</p><p>● Primeira previsão do STF</p><p>● Primeira previsão de controle difuso de</p><p>constitucionalidade13</p><p>● Previsão do Habeas Corpus</p><p>● Constituição rígida.</p><p>iii. Constituição de 1934</p><p>● República federalista e presidencialista</p><p>● Governo de Getúlio Vargas</p><p>● Previsão de uma federalização cooperativa</p><p>● Competência concorrente entre os entes</p><p>federados;</p><p>● Poder Legislativo unicameral. Isso porque o</p><p>Poder Legislativo era exercido pela Câmara dos</p><p>Deputados com a colaboração do Senado. Assim,</p><p>rompe com a ideia do bicameralismo rígido. Havia</p><p>um bicameralismo desigual ou unicameralismo</p><p>imperfeito.</p><p>13 Importante saber isso! Costuma-se cobrar em provas.</p><p>31</p><p>● Previsão do STF, sendo composto por 11 (onze)</p><p>ministros</p><p>● Primeira previsão no texto constitucional da</p><p>cláusula de reserva de plenário</p><p>● Possibilidade do Senado Federal suspender os</p><p>atos inconstitucionais no controle difuso de</p><p>constitucionalidade.</p><p>● Ao se transpor o controle difuso do estado</p><p>norte americano, que adota o sistema no</p><p>qual os precedentes vinculam, o</p><p>ordenamento não seguiu essa orientação,</p><p>motivo pelo qual passou a prever a atuação</p><p>do Senado Federal.</p><p>● Primeira previsão da Justiça Eleitoral e da</p><p>Justiça do Trabalho</p><p>● Ação interventiva</p><p>● Manteve-se o Habeas Corpus, passou a prever o</p><p>Mandado de Segurança, Ação Popular e foi a</p><p>primeira vez que se passou a admitir o voto</p><p>feminino em uma Constituição.</p><p>iv. Constituição de 1937</p><p>● Foi uma das Constituições mais autoritárias da</p><p>história, no que se refere ao texto. Sendo chamada</p><p>de Constituição Polaca, havendo influência da</p><p>Constituição Polonesa.</p><p>1. Outorgada</p><p>● Estado autoritário e corporativista.</p><p>● Estado Novo.</p><p>2. República</p><p>● Federalismo, mas poderes mais</p><p>concentrados na mão da União.</p><p>● Possibilidade de se nomear interventores.</p><p>32</p><p>3. Restrição dos direitos fundamentais</p><p>● Por exemplo, havia permissão da censura</p><p>prévia e a greve e o lock-out foram proibidos.</p><p>4. Aspectos importantes</p><p>● Essa Constituição dava poderes ao</p><p>Presidente da República de dissolver o</p><p>Parlamento, de modo que as Casas</p><p>Legislativas foram dissolvidas e o parlamento</p><p>não funcionou nesse regime. O Presidente</p><p>desempenhava todas as atribuições do</p><p>Legislativo, como editar decretos-leis e,</p><p>inclusive, tinha a possibilidades desautorizar</p><p>a declaração de inconstitucionalidade da lei</p><p>pelo STF. Nesse sentido, no caso de ser</p><p>declarada a inconstitucionalidade de uma lei</p><p>que, a juízo do Presidente da República, seja</p><p>necessária ao bem-estar do povo, à</p><p>promoção ou defesa de interesse nacional</p><p>de alta monta, poderá o Presidente da</p><p>República submetê-la novamente ao exame</p><p>do Parlamento; se este a confirmar por dois</p><p>terços de votos em cada uma das Câmaras,</p><p>ficará sem efeito a decisão do Tribunal. Isso</p><p>reflete o esvaziamento do Poder Judiciário.</p><p>v. Constituição de 1946</p><p>● Período de redemocratização.</p><p>● Meta entre equilíbrio de uma ideia liberal com</p><p>os direitos sociais.</p><p>● Promulgada</p><p>● Federação</p><p>● Valorização dos municípios.</p><p>● Tripartição mais rígida</p><p>33</p><p>● Poder legislativo: bicameral.</p><p>● O Poder Judiciário: volta em sua plenitude.</p><p>○ A Justiça Eleitoral voltou ao texto</p><p>constitucional.</p><p>○ Justiça do Trabalho sempre foi prevista</p><p>no capítulo do Poder Executivo, sendo</p><p>a primeira vez que passou a ser</p><p>prevista no Poder Judiciário.</p><p>● Controle difuso de constitucionalidade.</p><p>vi. Constituição de 1967</p><p>● Autoritária</p><p>● Restrição dos direitos fundamentais, os</p><p>quais, apesar de previstos, não eram</p><p>aplicáveis.</p><p>● Concentração do poder no âmbito federal e no</p><p>Poder Executivo</p><p>● Atos do Comando Superior Revolucionário</p><p>não poderiam ser analisados pelo Poder</p><p>Judiciário.</p><p>vii. EC n° 1/1969</p><p>● AI - 5.</p><p>● Diversos direitos fundamentais e garantias foram</p><p>suprimidos ou muito enfraquecidos.</p><p>○ Admite-se à censura.</p><p>○ Direitos políticos e mandatos cassados.</p><p>○ Admite-se a suspensão do Poder dos</p><p>Magistrados.</p><p>1. Edição da Emenda Constitucional</p><p>● Objetivava-se tornar constitucional todos os</p><p>atos praticados.</p><p>● Pode-se considerar essa Emenda</p><p>Constituição como uma nova Constituição</p><p>34</p><p>ou é apenas uma mera Emenda</p><p>Constitucional?</p><p>○ 1ª corrente: Danniel Adriano - minoritário</p><p>■ Mera Emenda, porque não</p><p>houve a criação, nem foi</p><p>refundado o Estado.</p><p>➝ Trata-se de uma</p><p>adequação de um regime.</p><p>○ 2ª corrente: José Afonso da Silva - majoritário</p><p>■ Foi editada uma nova</p><p>Constituição.</p><p>viii. Constituição de 1988</p><p>● Promulgada</p><p>● Redemocratização do Estado.</p><p>35</p><p>4. Poder Constituinte</p><p>a. Conceito</p><p>● O Poder Constituinte se revela como o responsável por</p><p>criar uma Constituição, fundando ou refundando o</p><p>Estado. Ainda, o Poder Constituinte é responsável por</p><p>alterar ou reformar a Constituição.</p><p>○ O Poder Constituinte também é atribuído aos</p><p>Estados-membros.</p><p>● Crítica a esse conceito</p><p>○ Segundo Ana Paula de Barcellos, o Poder</p><p>Constituinte é apenas o Poder Constituinte</p><p>Originário, tendo em vista que o Poder</p><p>Constituinte derivado não é constituinte e sim</p><p>constituído, tendo em vista que não é ele que cria</p><p>o ordenamento jurídico.</p><p>■ O Poder Constituinte originário é que</p><p>constitui o Poder Constituinte Derivado que</p><p>possui atribuição de reformar a Constituição</p><p>e criar as Constituições dos entes menores</p><p>(ex: Estado)</p><p>b. Origem</p><p>● Historicamente, toda a sociedade e todo o Estado, onde</p><p>há o exercício do poder político, sempre terá uma força</p><p>inicial, que irá editar as primeiras bases do ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>●</p><p>Emmanuel Joseph Sieyès: o Poder Constituinte é</p><p>diferente do Poder Constituído.</p><p>■ Poder Constituinte: é o poder atribuído à</p><p>nação.</p><p>36</p><p>■ Poder Constituído: é considerado todas as</p><p>outras instâncias de poder.</p><p>● Deveriam se submeter ao Poder</p><p>Constituinte.</p><p>c. Poder Constituinte Originário</p><p>i. Conceito do Poder Constituinte Originário</p><p>● Poder de criar a Constituição e,</p><p>consequentemente, o poder de criar e/ou refundar</p><p>o Estado.</p><p>ii. Titularidade do Poder Constituinte Originário</p><p>● 1ª Corrente: titularizado pela nação</p><p>○ Nação: agrupamento de pessoas que</p><p>possuem um vínculo histórico e cultural, que</p><p>se veem como tendo um presente, um</p><p>passado e um futuro em comum.</p><p>○ Sentimento de unidade do grupamento.</p><p>● 2ª Corrente: titularizado pelo povo</p><p>○ Povo: agrupamento de pessoas que estão</p><p>ligadas a um Estado Nacional, por meio do</p><p>vínculo da nacionalidade.</p><p>iii. Natureza Jurídica do Poder Constituinte Originário</p><p>● 1ª corrente: poder de fato</p><p>○ É um Poder que existe antes mesmo do</p><p>ordenamento jurídico, não sendo, portanto,</p><p>limitado ou condicionado pelo ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>● 2ª corrente: poder de direito</p><p>○ Nesse caso, poderão existir algumas</p><p>limitações ao Poder Constituinte Originário.</p><p>37</p><p>iv. Características do Poder Constituinte Originário14</p><p>● Inicial</p><p>○ Não significa que o poder constituinte é</p><p>temporalmente inicial.</p><p>○ Em termos estruturantes, dá início a uma</p><p>nova estrutura de organização política.</p><p>● Incondicionado</p><p>○ Não está submetido, na sua manifestação, a</p><p>procedimentos anteriores.</p><p>● Ilimitado juridicamente</p><p>○ Não está preso por balizas jurídicas.</p><p>○ Ele não é ilimitado de qualquer modo, mas</p><p>apenas do ponto de vista jurídico, tendo em</p><p>vista que está limitado à ordem cultural,</p><p>social, espiritual e ética.</p><p>● Permanente</p><p>○ No momento em que se manifesta o Poder</p><p>Constituinte, ele é pleno, tendo o poder</p><p>incontestado de dizer o que é o direito no</p><p>Estado.</p><p>○ Uma vez instaurada a nova ordem jurídica, o</p><p>Poder Constituinte fica em um estado de</p><p>latência, de modo que, caso haja uma</p><p>ruptura na sociedade, esse Poder irá se</p><p>expressar novamente, com plenos poderes,</p><p>para dizer qual será a nova ordem jurídica.</p><p>● Autônomo: não depende de condições anteriores</p><p>▪ INDO ALÉM:</p><p>o O Poder Constituinte Originário (PCO) é</p><p>desconstitutivo constitutivo. Ele rompe com</p><p>14 Adotar esse posicionamento em provas objetivas, porque são as características previstas</p><p>pela doutrina majoritária.</p><p>38</p><p>uma ordem, desconstitui uma ordem, para</p><p>constituir uma nova. Por isso, desconstitutivo</p><p>constitutivo. É dotado dessa dupla face,</p><p>dessa dupla função. Ele é despositivo</p><p>positivo.</p><p>o O poder constituinte originário pode se</p><p>dividir em fundacional (ou histórico) e</p><p>pós-fundacional. O fundacional é o</p><p>responsável pela elaboração da primeira</p><p>Constituição de um Estado (depois de um</p><p>movimento de descolonização, por</p><p>exemplo). No Brasil, o poder constituinte</p><p>fundacional elaborou a Constituição Imperial</p><p>de 1824.</p><p>v. Críticas feitas por alguns autores às características do</p><p>Poder Constituinte Originário15</p><p>● O Poder Constituinte não surge do nada, tendo em</p><p>vista que já há valores intrínsecos à sociedade.</p><p>Logo, o Poder Constituinte não é inicial.</p><p>● O Poder Constituinte não é incondicionado,</p><p>porque o procedimento de manifestação deve</p><p>respeitar a vontade do povo.</p><p>● O Poder Constituinte não é ilimitado porque há</p><p>certos valores da sociedade que irão limitar o</p><p>Poder Constituinte. Ainda, há tratados</p><p>internacionais que limitam a atuação do Poder</p><p>Constituinte.</p><p>● A teoria do estado de latência não é adequada,</p><p>porque o povo é chamado em diversos momentos</p><p>para se manifestar.</p><p>15 Essas críticas devem ser expostas apenas como complementação, lembrando sempre</p><p>que essa visão é minoritária.</p><p>39</p><p>d. Poder Constituinte Derivado</p><p>● É um poder constituído, de modo que possui a</p><p>capacidade de modificar a Constituição Federal.</p><p>i. Natureza jurídica</p><p>● Poder de direito (jurídico), estando limitado pelas</p><p>balizas trazidas pelo Poder Constituinte Originário.</p><p>ii. Características</p><p>● Derivado</p><p>● Condicionado</p><p>● Seu procedimento de manifestação está</p><p>previsto previamente na Constituição.</p><p>● Limitado</p><p>● Terá que respeitar as balizas trazidas pelo</p><p>Poder Originário, não podendo ir contra os</p><p>princípios trazidos na Constituição.</p><p>iii. Espécies</p><p>● Reformador</p><p>● Poder de reformar o texto constitucional.</p><p>● Decorrente</p><p>● Poder atribuído nos Estados Federados aos</p><p>entes menores de editarem suas normas,</p><p>constituições e leis orgânicas.</p><p>e. Poder Constituinte Derivado Reformador</p><p>● Todas as características do Poder Constituinte Derivado.</p><p>● Objetiva-se ter uma constituição, se não for perene, ao</p><p>menos estável. Todavia, isso não impede e não</p><p>impossibilita que não se mude ou se transforme.</p><p>○ Estabilidade ≠ Adaptabilidade.</p><p>40</p><p>i. Instrumentos</p><p>● Revisão Constitucional</p><p>○ Previsão no art. 3°, do ADCT16</p><p>■ Pano de fundo: necessidade de se</p><p>adaptar ou modificar os textos</p><p>constitucionais, após um período, por</p><p>meio de uma análise prática, de forma</p><p>mais simples e com limites formais</p><p>mais brandos.</p><p>○ Limites materiais</p><p>■ Corrente minimalista: a revisão</p><p>constitucional é aplicável, tão somente,</p><p>se tiver havido alteração na forma e no</p><p>sistema de governo, tal qual previsto</p><p>no art. 2°, do ADCT17.</p><p>■ Corrente maximalista: não está</p><p>adstrita ao resultado do plebiscito,</p><p>como também não está adstrita a</p><p>nenhum limite material.</p><p>■ Corrente conciliatória/ intermediária: a</p><p>revisão aconteceria, independente, do</p><p>resultado do plebiscito, mas estaria</p><p>limitada às cláusulas pétreas, como</p><p>também, ao resultado do plebiscito.</p><p>➝ Adotada, conforme se pode</p><p>extrair da Resolução n° 01, do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>17Art. 2°. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma</p><p>(república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou</p><p>presidencialismo) que devem vigorar no País.</p><p>16Art. 3°. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação</p><p>da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em</p><p>sessão unicameral.</p><p>41</p><p>○ Não se teve uma revisão constitucional nos</p><p>05 (cinco) anos após a promulgação da</p><p>CF/88.</p><p>■ Os congressistas optaram por fazer as</p><p>mudanças, as quais foram muito</p><p>poucas, por meio de Emendas</p><p>Constitucionais, obedecendo os limites</p><p>formais e materiais.</p><p>○ É possível, por meio de Emenda</p><p>Constitucional, ser prevista uma nova</p><p>Revisão Constitucional18?</p><p>■ 1ª corrente: Doutrina majoritária.</p><p>➝ Não é dado ao poder</p><p>constituinte derivado</p><p>estabelecer o seu próprio</p><p>procedimento, burlando o que</p><p>foi previsto na própria</p><p>Constituição.</p><p>■ 2ª corrente: Doutrina minoritária</p><p>(Manoel Gonçalves Ferreira Filho).</p><p>➝ É possível, não tendo limitação.</p><p>➝ Outros autores inseridos na</p><p>segunda corrente: entendem</p><p>que é possível, desde que a</p><p>Emenda Constitucional a ser</p><p>editada tivesse apoio popular,</p><p>por meio de referendo ou</p><p>plebiscito.</p><p>● Emenda Constitucional</p><p>● Limites formais</p><p>1. Iniciativa</p><p>18 O procedimento da revisão constitucional é mais simplificado.</p><p>42</p><p>● Presidente da República;</p><p>● ⅓ dos Senadores ou Deputados</p><p>Federais;</p><p>● ½ das Assembleias Legislativas,</p><p>manifestadas por maioria</p><p>simples das suas casas.</p><p>2. Quórum de aprovação</p><p>● ⅗ de cada uma das Casas do</p><p>Congresso Nacional;</p><p>● Dupla votação em cada uma das</p><p>Casas.</p><p>● Uma vez rejeitada uma Emenda</p><p>Constitucional, o tema presente</p><p>não poderá ser objeto de nova</p><p>PEC naquela mesma sessão</p><p>legislativa (Princípio da</p><p>Irrepetibilidade Absoluta)</p><p>● Limites Circunstanciais</p><p>○ A Constituição não poderá ser</p><p>emendada durante a vigência de</p><p>intervenção federal, estado de sítio ou</p><p>de estado de defesa. 19</p><p>● Limites materiais e substanciais - art. 60, §4°,</p><p>da CF.</p><p>1. Forma Federativa de Estado</p><p>2. Voto direto, secreto, universal e</p><p>periódico;</p><p>3. Separação dos Poderes</p><p>19 A Constituição não proíbe expressamente a tramitação de propostas de emendas</p><p>constitucionais durante uma intervenção federal. Apenas proíbe que sejam promulgadas.</p><p>Esse foi o entendimento adotado pelo ministro</p>

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