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<p>Módulo Incidência e Crédito Tributário</p><p>SEMINÁRIO IV - EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, TRANSAÇÃO, COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDÉBITO</p><p>Leitura básica</p><p>•	CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. São Paulo: Noeses, Item 2.9 (Extinção das obrigações tributárias) da segunda parte.</p><p>•	CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v.2. São Paulo: Noeses, Itens 4 a 8 do tema XVII (Crédito de ICMS e crédito de indébito tributário – consequências jurídicas desta distinção).</p><p>Vídeo básico</p><p>•	PRIA, Rodrigo Dalla; CONRADO, Paulo Cesar; VERGUEIRO, Camila Campos. Canal IBET. A transação da lei nº 13.988/2020 analisada sob a perspectiva do Constructivismo Lógico Semântico. Disponível em: https://www.youtube.com/live/1rgoMaz3dbM?si=GS8wNOhtbVvzfdRS . Acesso em 15 de fevereiro de 2024.</p><p>Leitura complementar</p><p>· ARAUJO, Juliana Furtado Costa. A ação de repetição de indébito, o cumprimento de sentença e a nova hipótese de ação rescisória prevista no Código de Processo Civil de 2015. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico. v.3. São Paulo: Noeses, 2016.</p><p>· CARVALHO, Paulo de Barros. As decisões do CARF e a extinção do crédito tributário. Revista de Direito Tributário, n. 118.</p><p>· CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. São Paulo: Noese ,Capítulo XIV.</p><p>· CANTANHEDE, Luis Claudio Ferreira. A transação tributária no Estado de São Paulo: a análise de seu cabimento no ciclo de positivação da obrigação tributária. In: CARVALHO, Paulo de Barros (coord.). SOUZA, Priscila de (org.). Texto e contexto no direito tributário. São Paulo: Noeses, IBET, 2020, p. 851-864.</p><p>· CONRADO, Paulo Cesar. Compensação tributária e processo. São Paulo: Max Limonad. Capítulos 7, 8, 11, 12 e 13.</p><p>· CONRADO, Paulo Cesar. Impactos do novo código de processo civil na compensação tributária. In: CARVALHO, Paulo de Barros; TOMÉ, Fabiana Del Padre; BRITTO, Lucas Galvão de. Programa de Atualização em Direito – Direito Tributário, volume 3. São Paulo: Artmed Panamericana. (ps. 9/40)</p><p>· CONRADO, Paulo Cesarn; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Introdução – Transação tributária no direito brasileiro e seus principais aspectos à luz da lei nº 13.988/2020. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>· CONRADO, Paulo Cesar. O cumprimento de sentença e o conceito de processo: possíveis impactos. https://www.conjur.com.br/2021-jul-11/processo-tributario-cumprimento-sentenca-conceito-processo-possiveis-impactos</p><p>· GOMES, Daniel de Paiva; GOMES, Eduardo de Paiva. Exigibilidade exaurida e tutela jurisdicional reparadora. https://www.conjur.com.br/2021-abr-27/opiniao-exigibilidade-exaurida-tutela-jurisdicional-reparadora</p><p>· GOMES, Daniel de Paiva; GOMES, Eduardo de Paiva. O prazo para exigir a restituição do indébito tributário. https://www.conjur.com.br/2021-ago-15/processo-tributario-prazo-exigir-restituicao-indebito-tributario</p><p>· LINS, Robson Maia. Efeitos da decisão do STF em matéria tributária no regime do art. 543-B do Código de Processo Civil e o limite do art. 170-A do Código Tributário Nacional. In: X CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET.</p><p>· MASSUD, Rodrigo G. N. Valorização dos precedentes e compensação tributária: implicações com o Código de Processo Civil de 2015. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, v.3. São Paulo: Noeses, 2016.</p><p>· MASSUD, Rodrigo G. N. Coisa julgada “especialmente soberana” nas ações de repetição de indébito e na compensação tributária: como ficam os indébitos no tempo?. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, v.4. São Paulo: Noeses, 2019.</p><p>· MOREIRA, André Mendes. Causas extintivas do crédito tributário e a pseudo-taxatividade do art. 156 do CTN. In: X CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET.</p><p>· PRIA, Rodrigo Dalla. A legitimidade na ação de repetição de indébito tributário. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, v.3. São Paulo: Noeses, 2016.</p><p>· RIBEIRO, Diego Diniz. A transação tributária no atual contexto da processualidade tributária: uma análise crítica da lei nº 13.988/20202. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>· RIBEIRO, Diego Diniz. Compensação tributária e tutela de evidência.https://www.conjur.com.br/2021-ago-08/processo-tributario-compensacao-tributaria-tutela-evidencia</p><p>· ROSA, Íris Vânia Santos. Transação e Precatórios. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>· VERGUEIRO, Camila Campos. CPC/2015, Regulamentação da transação e suas modalidades. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>· VERGUEIRO, Camila Campos. Texto x Norma Jurídica: transação é causa de extinção da obrigação tributária?. Artigo do livro do XVII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.</p><p>· VERGUEIRO, Camila Campos. A tutela provisória, o Supremo Tribunal Federal e a compensação. https://www.conjur.com.br/2021-jul-25/processo-tributario-tutela-provisoria-supremo-compensacao</p><p>Leitura complementar – Reforma Tributária</p><p>•	CANTANHEDE, Luís Claudio Ferreira; SILVA, Lázaro Reis Pinheiro. Transação tributária no Imposto sobre Bens e Serviços: produção normativa e possíveis desafios pragmáticos para sua instituição e celebração. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). A Reforma do Sistema Tributário Nacional sob a perspectiva do Constructivismo Lógico-Semântico: o texto da Emenda Constitucional 132/2023. São Paulo: Noeses, 2024, p. 521-530.</p><p>•	MASSUD, Rodrigo G. N.; RIBEIRO, Diego Diniz. IBS/CBS, tributação no destino e o dilema da transparência versus simplicidade: como fica a sujeição passiva e legitimidade processual no contexto do art. 166 do CTN?. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). A Reforma do Sistema Tributário Nacional sob a perspectiva do Constructivismo Lógico-Semântico: o texto da Emenda Constitucional 132/2023. São Paulo: Noeses, 2024, p. 503-512.</p><p>Questões</p><p>1. Qual é o sentido e a extensão da expressão “crédito tributário” utilizada no caput do art. 156 do CTN? Ela é aplicável apenas a valores cobrados a título de tributos ou também a penalidades? Explique incluindo a abordagem sobre obrigação tributária adotada pelo Professor Paulo de Barros Carvalho.</p><p>R: O crédito tributário exposto no artigo 156 do CTN, está conexo com a obrigação tributária, se estendendo as penalidades que também são extintas pois a obrigação acessória segue a principal. Para o Professor Paulo de Barros Carvalho:</p><p>[...] desaparecido o crédito decompõe-se a obrigação tributária, que não pode subsistir</p><p>na ausência desse nexo relacional que atrela o sujeito pretensor ao objeto e que consubstancia seu direito subjetivo de exigir a</p><p>prestação. O crédito tributário é apenas um dos aspectos da relação jurídica obrigacional, mas sem ele inexiste o vínculo. Nasce no exato instante em que irrompe a obrigação e desaparece juntamente com</p><p>ela.[footnoteRef:1] [1: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Linguagem e Método. 7. ed. São Paulo: Noeses, 2018.]</p><p>Sendo assim, o crédito tributário é o direito que o Fisco possui de exigir o pagamento de tributos devidos pelo contribuinte e a interpretação pode ser ampliada para incluir não apenas os tributos em si, mas também as penalidades e juros de mora relacionados à sua inadimplência.</p><p>2. É possível separar as causas de extinção do crédito tributário prescritas no art. 156 do CTN em “modalidades de fato” e “modalidades de direito”? Há sentido nessa classificação? Justifique sua resposta.</p><p>R: Alguns doutrinadores fazem essa distinção, sendo a prescrição e a decadência modalidades de direito e o restante modalidades de fato. Essa afirmação não faz sentido, pois todas as onze causas de extinção do crédito tributário são dotadas</p><p>de juridicidade e regradas por disposições jurídico-normativas. A esse respeito discorre PBC[footnoteRef:2]: [2: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Linguagem e Método. 7. ed. São Paulo: Noeses, 2018.]</p><p>Discordamos desse critério classificatório. As onze causas que o legislador arrolou são</p><p>modalidades jurídicas no âmbito mais restrito que se possa dar à expressão. São acontecimentos que o direito regula, traçando</p><p>cuidadosamente seus efeitos. Algumas delas adquirem até a configuração de verdadeiros institutos jurídicos, como o pagamento, a compensação, a transação, a remissão, a prescrição e a decadência, enquanto outras se apresentam como fatos carregados de juridicidade, como a decisão administrativa irreformável e a decisão judicial passada em julgado.</p><p>Sendo assim, não temos como dizer que uma delas é modalidade de fato.</p><p>3. Sobre a previsão de novas causas de extinção do crédito tributário, pergunta-se:</p><p>a) É válida a previsão da dação em pagamento de bens imóveis como causa de extinção do crédito tributário diante da prescrição contida no art. 3º do CTN no sentido de que a prestação tributára qualifica-se como estritamente pecuniária? Justifique sua resposta. (Vide anexo I)</p><p>R: A dação em pagamento é uma modalidade de extinção do crédito tributário prevista no artigo 156, XI do CTN, porém é ineficaz sintaticamente pois não possuí regras no ordenamento que regulem essa pratica.</p><p>Não podemos confundir a regra-matriz de incidência tributária, que envolve uma relação jurídica onde a prestação é a entrega de uma quantia, com a norma que extingue o crédito, que contempla a possibilidade de pagamento com imóveis, desde que cumpridas as condições legais de cada ente político.</p><p>Assim, a regra-matriz de incidência mantém o dever de pagamento em dinheiro, sem considerar a entrega de bens. A norma individual resultante dessa regra também determinará um valor em dinheiro na relação tributária. Outra norma, por sua vez, poderá permitir que o contribuinte quite sua obrigação com a entrega de um imóvel. Portanto, a definição de tributo conforme o artigo 3º do Código Tributário Nacional permanece inalterada, e os comentários anteriores continuam válidos.</p><p>b) Lei municipal pode prever a dação em pagamento de bens móveis como causa de extinção de créditos tributários municipais? Por quê? (Vide anexos II e III)</p><p>R: Sim, lei municipal pode estabelecer dação em pagamento como causa de extinção desde que observados os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência ínsitos à atuação da Administração Pública. Deve observar também o princípio licitatório, não podendo a legislação não deve favorecer segmentos específicos da economia, devendo sempre priorizar o interesse público e evitar situações que beneficiem fornecedores que estejam em débito com a Administração.</p><p>4.	A respeito da compensação tributária, pergunta-se:</p><p>a)	Que é compensação tributária? Quando nasce o direito subjetivo à compensação tributária? Trata-se de um direito constitucional do contribuinte ou depende da opção do legislador de cada ente federado?</p><p>R: Compensação tributária é uma modalidade de extinção do crédito tributário, prevista no artigo 156, II do CTN, onde concomitantemente existe o crédito tributário e o débito do fisco no mesmo valor, podendo assim, se previsto em lei, dissolver simultaneamente essas duas relações.</p><p>O direito subjetivo à compensação tributária nasce com a edição da lei que a permita, sendo opção do legislador de cada ente federado como podemos ver no artigo 170, CTN:</p><p>“A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.”</p><p>b)	O artigo 4º da medida provisória 1.202/2023[footnoteRef:3] incluiu o artigo 74-A[footnoteRef:4] na lei federal 9.430/1996 autorizando que ato do Ministro da Fazenda fixe um limite mensal para a compensação de crédito (indébito tributário) reconhecido por decisão transitada em julgado. E, por meio da Portaria Normativa MF 14/2024[footnoteRef:5] foram estabelecidos os referidos limites. [3: Ao tempo de elaboração desta pergunta a referida medida provisória não havia sido convertida em lei e estava vigente.] [4: Art. 74-A.  A compensação de crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado observará o limite mensal estabelecido em ato do Ministro de Estado da Fazenda.</p><p>§ 1º  O limite mensal a que se refere o caput:</p><p>I - será graduado em função do valor total do crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado;</p><p>II - não poderá ser inferior a 1/60 (um sessenta avos) do valor total do crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado, demonstrado e atualizado na data da entrega da primeira declaração de compensação; e</p><p>III - não poderá ser estabelecido para crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado cujo valor total seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).</p><p>§ 2º  Para fins do disposto neste artigo, a primeira declaração de compensação deverá ser apresentada no prazo de até cinco anos, contado da data do trânsito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial.] [5: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-normativa-mf-n-14-de-5-de-janeiro-de-2024-535982148 ]</p><p>Imagine que um contribuinte (seu cliente) tenha obtido uma decisão judicial transitada em julgado e vinha promovendo a compensação tributária nos termos do artigo 74 da redação da lei federal 9.430/1996. Diante desse cenário, pergunta-se: essa nova limitação pode ser aplicada a esse contribuinte? Ele tinha direito adquirido à compensação da forma como prevista na lei anterior? (Vide anexos IV e V)</p><p>R: Essa nova limitação não poderá ser aplicada à esse contribuinte no que diz respeito à essa decisão judicial, tendo em vista que a lei que regula a compensação tributária é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda e do contribuinte, gerando assim direito adquirido.</p><p>5. Considerando que o art. 170-A do CTN proíbe a compensação com o aproveitamento de tributo que está sendo objeto de discussão judicial antes do trânsito em julgado da respectiva decisão e considerando o exemplo de um julgamento de caso repetitivo em recurso extraordinário no qual foi reconhecida a inconstitucionalidade de determinado tributo federal, pergunta-se: qual orientação você daria ao seu cliente a respeito da possibilidade de compensação de indébito em cada uma das seguintes hipóteses:</p><p>a)	Hipótese 1: você propôs, na defesa dos interesses de seu cliente, mandado de segurança para assegurar o direito dele compensar o tributo federal cuja inconstitucionalidade foi declarada nesse julgamento de caso repetitivo em recurso extraordinário, sendo que a ação do seu cliente não possui decisão transitada em julgado;</p><p>R: A compensação pode ser realizada, tendo em vista que os precedentes desses tribunais possuem força vinculante e efeito erga omnes, constituindo normal geral e concreta, assim, tendo um julgamento de caso repetitivo no qual foi reconhecida a inconstitucionalidade de determinado tributo federal, a vedação do artigo 170-A deve ser afastada.</p><p>b)	Hipótese 2: o seu cliente não ajuizou ação qualquer medida judicial para discutir o tributo federal cuja inconstitucionalidade foi declarada nesse julgamento de caso repetitivo em recurso extraordinário.</p><p>R: Assim como no caso anterior a compensação pode ser realizada, tendo em vista que os precedentes desses tribunais possuem força vinculante e efeito erga omnes, constituindo normal geral e concreta, assim, tendo um julgamento de caso repetitivo no qual foi reconhecida a inconstitucionalidade de determinado tributo federal, a vedação do artigo 170-A deve ser afastada.</p><p>6.	Considerando os elementos da obrigação tributária (sujeito ativo e passivo, objeto, direito, crédito, dever e débito) e o conteúdo do artigo 156[footnoteRef:6]</p><p>do CTN, identifique para cada uma das hipóteses de extinção nele elencadas e a seguir reproduzidas qual elemento da obrigação tributária é diretamente afetado: [6: . Art. 156. Extinguem o crédito tributário:</p><p>I - o pagamento;</p><p>II - a compensação;</p><p>III - a transação;</p><p>IV - remissão;</p><p>V - a prescrição e a decadência;</p><p>VI - a conversão de depósito em renda;</p><p>VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;</p><p>VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;</p><p>IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;</p><p>X - a decisão judicial passada em julgado.</p><p>XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.]</p><p>Elementos da obrigação tributária:</p><p>a) pagamento – o dever jurídico (débito tributário)</p><p>b) compensação – o dever jurídico (débito tributário) + o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>c) transação - o dever jurídico (débito tributário)</p><p>d) remissão - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>e) prescrição - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>f) decadência - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>g) conversão do depósito em renda - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>h) pagamento antecipado e homologação do “lançamento” nos termos do art. 150, §§ 1º a 4º do CTN - o dever jurídico (débito tributário)</p><p>i) consignação em pagamento - o dever jurídico (débito tributário)</p><p>j) decisão administrativa irreformável - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>k) decisão judicial transitada em julgado - o direito subjetivo (crédito tributário)</p><p>l) dação em pagamento de bens imóveis - o dever jurídico (débito tributário)</p><p>Sugestão para pesquisa suplementar</p><p>•	PAULSEN, Leandro. Comentários sobre a transação tributária: à luz da Lei 13.988/20 e outras alternativas de extinção do passivo tributário. In: SEEFELDER FILHO, Cláudio Xavier; CALCINI, Fabio Pallaretti; HENARES NETO, Halley; CAMPOS, Rogério (Coord.). 1. Ed. São Paulo: Thompson Reuters Brasil, 2021. p. 301-318.</p><p>· LUNARDELLI, Maria Rita Gradilone Sampaio; CONRADO, Paulo Cesar. Discricionariedade e transação no contencioso. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>· ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Negócio jurídico processual e transação tributária como instrumentos de conformidade fiscal. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>•	LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária: decadência e prescrição. São Paulo: Quartier Latin, Cap. VI, itens 6.6 e 6.7.</p><p>•	Artigo: “Processualidade e extinção da obrigação tributária”, de Paulo Cesar Conrado, in Processo tributário analítico, volume I. São Paulo: Noeses.</p><p>•	Artigo: “Compensação e restituição de tributos”, de Eurico de Santi, Repertório de Jurisprudência IOB – jan/96.</p><p>•	Artigo: “O direito a repetição do indébito tributário”, de José Artur Lima Gonçalves e Márcio Severo Marques, Repetição do indébito e compensação no direito tributário. São Paulo: Dialética.</p><p>•	FORTES, Marcelo. Repetição do indébito tributário: delineamentos de uma teoria. São Paulo: Max Limonad, Terceira parte, capítulo 4.</p><p>•	Artigo: “Consequências jurídicas da compensação não homologada no âmbito dos tribunais federais”, de Antonio Carlos Guidoni Filho, in VIII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.</p><p>Anexo I</p><p>REsp 884.272/RJ</p><p>PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BEM IMÓVEL (CTN, ART. 156, XI). PRECEITO NORMATIVO DE EFICÁCIA LIMITADA.</p><p>1. O inciso XI, do art. 156 do CTN (incluído pela LC 104/2001), que prevê, como modalidade de extinção do crédito tributário, "a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei", é preceito normativo de eficácia limitada, subordinada à intermediação de norma regulamentadora. O CTN, na sua condição de lei complementar destinada a "estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária" (CF, art. 146, III), autorizou aquela modalidade de extinção do crédito tributário, mas não a impôs obrigatoriamente, cabendo assim a cada ente federativo, no domínio de sua competência e segundo as conveniências de sua política fiscal, editar norma própria para implementar a medida.</p><p>2. Recurso especial improvido.</p><p>(REsp n. 884.272/RJ, relator Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 6/3/2007, DJ de 29/3/2007, p. 238.)</p><p>Anexo II</p><p>ADI 1.917</p><p>EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUICIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LICITAÇÃO (CF, ART. 37, XXI). I - Lei ordinária distrital - pagamento de débitos tributários por meio de dação em pagamento. II - Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito tributário. III - Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela administração pública. IV - Confirmação do julgamento cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital 1.624/1997.</p><p>(ADI 1917, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 26-04-2007, DJe-087 DIVULG 23-08-2007 PUBLIC 24-08-2007 DJ 24-08-2007 PP-00022 EMENT VOL-02286-01 PP-00059 RDDT n. 146, 2007, p. 234-235 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 53-63 RT v. 96, n. 866, 2007, p. 106-111)</p><p>Anexo III</p><p>ADI 2.405</p><p>Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO TRIBUTÁRIO. LEI DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 11.475/2000. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. COBRANÇA JUDICIAL DE CRÉDITOS INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA. REVOGAÇÃO DE PARTE DA NORMA IMPUGNADA. CONHECIMENTO PARCIAL DA AÇÃO. PRECEDENTES. PREVISÃO DE MODALIDADES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM LEI ESTADUAL. POSSIBILIDADE. ESTABELECIMENTO DE COMPETÊNCIAS E IMPOSIÇÃO DE ATRIBUIÇÕES AO PODER EXECUTIVO POR LEI DE INICIATIVA PARLAMENTAR. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E VIOLAÇÃO À SEPARAÇÃO DE PODERES. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÃO PARA REPARTIÇÃO OBRIGATÓRIA DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS POR LEI ESTADUAL. INCONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO DE PRECATÓRIOS COM DÉBITOS DECORRENTES DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS DE BANCOS PÚBLICOS ESTADUAIS. ALTERAÇÃO DA SISTEMÁTICA DE INSTITUTO DE DIREITO CIVIL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO (ART. 22, I, DA CF). INCONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO DE DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS COM PRECATÓRIOS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. CONFIRMAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR EM MENOR EXTENSÃO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE EM PARTE. 1. A jurisdição constitucional abstrata brasileira não admite o ajuizamento ou a continuidade de ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo já revogado ou cuja eficácia já tenha se exaurido, independentemente do fato de terem produzido efeitos concretos residuais. Perda de objeto parcial da ação em relação aos seguintes dispositivos: inciso III do art. 114; parágrafo único do art. 118; e arts. 134 a 136, todos da Lei 6.537/1973 do Estado do Rio Grande do Sul, com redação dada pela Lei 11.475/2000 do mesmo Estado. Precedentes. 2. Não há reserva de Lei Complementar Federal para tratar de novas hipóteses de suspensão e extinção de créditos tributários. Possibilidade de o Estado-Membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos tributários. 3. Ao criar órgãos e estabelecer competências para o Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul, bem como para a Procuradoria-Geral do Estado, a lei estadual, de iniciativa parlamentar, viola regra constitucional que determina a iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo para a disciplina de sua organização administrativa (CF, art. 61, § 1º, II, “e”). 4. É inconstitucional a norma que invade a competência própria do Poder Executivo para dar destinação aos imóveis recebidos por dação em pagamento decorrente de créditos tributários, bem como a que impõe a instituição de programa de financiamento no banco do Estado, matéria</p><p>submetida à reserva de administração (art. 61, § 1º, II, “e”, c/c art. 84, II e VI, “a”, da CF). 5. Viola o texto constitucional a norma estadual que impõe condições para a repartição de receitas tributárias, por contrariedade ao art. 158 da Constituição Federal. Precedentes. 6. Inconstitucionalidade, com interpretação conforme à Constituição, sem redução de texto, do § 3º do art. 114, introduzido na Lei 6.537/1973 pela Lei 11.475/2000, com relação ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Interferência no sistema constitucional de repartição do produto da arrecadação do IPVA (50%). 7. Ao estabelecer condicionantes à compensação de precatórios com dívidas decorrentes de operações financeiras nos bancos públicos estaduais, a norma estadual alterou a sistemática da compensação. Norma relativa ao Direito Civil, tema inserido no rol de competências legislativas privativas da União (art. 22, I, da CF). 8. Possibilidade de compensação de precatórios com débitos tributários. Precedentes. 9. Inconstitucionalidade dos seguintes dispositivos legais: o art. 117; a expressão “da Comissão de Dação em Pagamento” contida no parágrafo único do art. 122; o caput do art. 123, as alíneas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “f”, e “g”, e parágrafo único; os §§ 2º e 3º do art. 124; a expressão “por órgão da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, podendo esta, para efetivação da avaliação, requisitar servidores especializados de outros órgãos públicos da Administração Direta e Indireta”, conforme o caput do art. 125; o § 2º do art. 125; a expressão “salvo se forem área de preservação ecológica e/ou ambiental”, conforme o caput do art. 127; os §§ 1º e 4º do art. 127; o parágrafo único do art. 128; a expressão “sendo competente para transigir o Procurador-Geral do Estado” do art. 130; todos da Lei Estadual 6.537/1973, com a redação dada pelo art. 1º, III, da Lei 11.475/2000 do Estado do Rio Grande do Sul; e ainda o art. 98 da Lei 6.537/1973, na redação dada pelo inciso IV do art. 1º da Lei 11.475/2000 do Estado do Rio Grande do Sul; a expressão “por meio da Comissão de Dação em Pagamento, prevista no art. 123 da Lei nº 6.537, de 27 de fevereiro de 1973, e alterações, com a redação dada por esta lei”, veiculada pelo § 2º do art. 4º da Lei 11.475/2000; o § 3º do art. 4º; o art. 6º; o caput do art. 7º e parágrafo único; e o art. 8º, todos da Lei 11.475/2000 do Estado do Rio Grande do Sul. 10. Conhecimento parcial da ação. Medida cautelar confirmada em menor extensão. Procedência em parte da Ação Direta de Inconstitucionalidade.</p><p>(ADI 2405, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 20-09-2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-215 DIVULG 02-10-2019 PUBLIC 03-10-2019)</p><p>Anexo IV</p><p>REsp 1.137.738/SP</p><p>TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUCESSIVAS MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS. LEI 8.383/91. LEI 9.430/96. LEI 10.637/02. REGIME JURÍDICO VIGENTE À ÉPOCA DA PROPOSITURA DA DEMANDA. LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. ART. 170-A DO CTN. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. HONORÁRIOS. VALOR DA CAUSA OU DA CONDENAÇÃO. MAJORAÇÃO. SÚMULA 07 DO STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.</p><p>1. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo 156, do CTN), exsurge quando o sujeito passivo da obrigação tributária é, ao mesmo tempo, credor e devedor do erário público, sendo mister, para sua concretização, autorização por lei específica e créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos, do contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170, do CTN).</p><p>2. A Lei 8.383, de 30 de dezembro de 1991, ato normativo que, pela vez primeira, versou o instituto da compensação na seara tributária, autorizou-a apenas entre tributos da mesma espécie, sem exigir prévia autorização da Secretaria da Receita Federal (artigo 66).</p><p>3. Outrossim, a Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, na Seção intitulada "Restituição e Compensação de Tributos e Contribuições", determina que a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal (artigo 73, caput), para efeito do disposto no artigo 7º, do Decreto-Lei 2.287/86.</p><p>4. A redação original do artigo 74, da Lei 9.430/96, dispõe:</p><p>"Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração".</p><p>5. Consectariamente, a autorização da Secretaria da Receita Federal constituía pressuposto para a compensação pretendida pelo contribuinte, sob a égide da redação primitiva do artigo 74, da Lei 9.430/96, em se tratando de tributos sob a administração do aludido órgão público, compensáveis entre si.</p><p>6. A Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (regime jurídico atualmente em vigor) sedimentou a desnecessidade de equivalência da espécie dos tributos compensáveis, na esteira da Lei 9.430/96, a qual não mais albergava esta limitação.</p><p>7. Em consequência, após o advento do referido diploma legal, tratando-se de tributos arrecadados e administrados pela Secretaria da Receita Federal, tornou-se possível a compensação tributária, independentemente do destino de suas respectivas arrecadações, mediante a entrega, pelo contribuinte, de declaração na qual constem informações acerca dos créditos utilizados e respectivos débitos compensados, termo a quo a partir do qual se considera extinto o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, que se deve operar no prazo de 5 (cinco) anos.</p><p>8. Deveras, com o advento da Lei Complementar 104, de 10 de janeiro de 2001, que acrescentou o artigo 170-A ao Código Tributário Nacional, agregou-se mais um requisito à compensação tributária a saber: "Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial."</p><p>9. Entrementes, a Primeira Seção desta Corte consolidou o entendimento de que, em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito superveniente, tendo em vista o inarredável requisito do prequestionamento, viabilizador do conhecimento do apelo extremo, ressalvando-se o direito de o contribuinte proceder à compensação dos créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios (EREsp 488992/MG).</p><p>10. In casu, a empresa recorrente ajuizou a ação ordinária em 19/12/2005, pleiteando a compensação de valores recolhidos indevidamente a título de PIS E COFINS com parcelas vencidas e vincendas de quaisquer tributos e/ou contribuições federais.</p><p>11. À época do ajuizamento da demanda, vigia a Lei 9.430/96, com as alterações levadas a efeito pela Lei 10.637/02, sendo admitida a compensação, sponte própria, entre quaisquer tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, independentemente do destino de suas respectivas arrecadações.</p><p>12. Ausência de interesse recursal quanto à não incidência do art. 170-A do CTN, porquanto: a) a sentença reconheceu o direito da recorrente à compensação tributária, sem imposição de qualquer restrição; b) cabia à Fazenda Nacional alegar, em sede de apelação, a aplicação do referido dispositivo legal, nos termos do art. 333, do CPC, posto fato restritivo do direito do autor, o que não ocorreu in casu; c) o Tribunal Regional não conheceu do recurso adesivo da recorrente, ao fundamento de que, não tendo a sentença se manifestado a respeito da limitação ao direito à compensação, não haveria sucumbência, nem, por conseguinte, interesse recursal.</p><p>13. Os honorários advocatícios, nas ações condenatórias em que for vencida a Fazenda Pública, devem ser fixados à luz do § 4º do CPC que dispõe, verbis:</p><p>"Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior."</p><p>14. Consequentemente, vencida a Fazenda Pública, a fixação dos honorários não está adstrita aos limites percentuais de 10% e 20%, podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à causa ou à condenação, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC. (Precedentes da Corte: AgRg no REsp 858.035/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/03/2008, DJe 17/03/2008; REsp 935.311/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/08/2008, DJe 18/09/2008; REsp 764.526/PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 07/05/2008; REsp 416154, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 25/02/2004; REsp 575.051, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 28/06/2004).</p><p>15. A revisão do critério adotado pela Corte de origem, por equidade, para a fixação dos honorários, encontra óbice na Súmula 07 do STJ. No mesmo sentido, o entendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário."</p><p>(Súmula 389/STF).</p><p>(Precedentes da Corte: EDcl no AgRg no REsp 707.795/RS, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 16/11/2009; REsp 1000106/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/10/2009, DJe 11/11/2009; REsp 857.942/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe 28/10/2009; AgRg no Ag 1050032/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/04/2009, DJe 20/05/2009) 16. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão.</p><p>17. Recurso especial parcialmente conhecido e parcialmente provido, apenas para reconhecer o direito da recorrente à compensação tributária, nos termos da Lei 9.430/96. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.</p><p>(REsp n. 1.137.738/SP, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 9/12/2009, DJe de 1/2/2010.)</p><p>Anexo V</p><p>REsp 1.164.452/MG</p><p>TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEI APLICÁVEL. VEDAÇÃO DO ART. 170-A DO CTN. INAPLICABILIDADE A DEMANDA ANTERIOR À LC 104/2001.</p><p>1. A lei que regula a compensação tributária é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda e do contribuinte. Precedentes.</p><p>2. Em se tratando de compensação de crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua realização "antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", conforme prevê o art. 170-A do CTN, vedação que, todavia, não se aplica a ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela LC 104/2001. Precedentes.</p><p>3. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.</p><p>(REsp n. 1.164.452/MG, relator Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 25/8/2010, DJe de 2/9/2010.)</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p>

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