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<p>Capitulo 4</p><p>Panorama técnico</p><p>A importância de se conhecer por que os acidentes acontecem.</p><p>Uma ideia comum desde aproximadamente 1960 era de que as fatalidades de transito não podiam ser combatidas de forma efetiva sem se conhecer “as verdadeiras razões”.</p><p>“Um planejamento completo de medidas para prevenir acidentes de trânsito é de grande importância caso se queira alcançar bons resultados. Para que o planejamento seja eficaz, é necessário conhecer e analisar os problemas de trânsito a serem corrigidos pelas medidas. Hoje em dia, é impossível realizar este trabalho de planejamento de forma inteiramente satisfatória. Ainda não se tem conhecimento suficiente das causas reais dos acidentes de trânsito; consequentemente, tampouco de suas soluções. Geralmente é um conjunto de causas concomitantes que resultam em acidentes, e se torna difícil avaliar a importância dos elementos causais individuais”.</p><p>Perguntar-se a causa de um acidente geralmente é sem sentido. A maioria dos acidentes é o resultado de um conjunto de suficientes fatores que juntos contribuem para provocá-lo. Há tantas combinações de diferentes fatores quanto há acidentes.</p><p>Os fatores de risco são fatores que aumentam a probabilidade de um acidente ou lesão. Estudando-os, podemos obter algum esclarecimento sobre as condições anômalas que produzem acidentes. Quanto maior o número de fatores de risco simultâneos, maior a probabilidade de que algo aconteça. Quais fatores agem simultaneamente depende, em parte, das coincidências, das vias mal projetadas ou do comportamento dos usuários. Quanto mais fatores conhecemos, melhor podemos predizer o índice de acidentes.</p><p>Uma possível interpretação do que se entende, é que 80 a 90% dos acidentes são causados por “erro humano”, e de fato, em 80 a 90% dos acidentes o Código de Transito ou as regras de transito são quebrados.</p><p>Sabemos que a violação das regras de transito é muito comum. Na maioria dos casos, essa violação não leva a acidentes. Mas não há sombra de dúvidas de que podem ser detectados delitos em muitos acidentes.</p><p>Acidentes normais e acidentes anormais</p><p>Há acidentes que ocorram durante o funcionamento normal de um sistema e sem que tenha havido nenhuma anormalidade, nem que os envolvidos tenham se comportado de maneira particularmente descuidada.</p><p>Um acidente anormal é aquele cuja responsabilidade do risco deve ser conscientemente assumida como tendo contribuído de forma significativa.</p><p>Papel dos fatores humanos em acidentes</p><p>Falha de observação;</p><p>Falha na interpretação da situação;</p><p>Ação falha;</p><p>Fatores pessoais temporários.</p><p>Grupos de análise de acidentes e fatores contribuintes (fatais)</p><p>Capitulo 5</p><p>Qualidade dos estudos sobre os efeitos das medidas de segurança viária relacionados a acidentes.</p><p>Para fornecer uma base para inferências causais, uma pesquisa deve fornecer resultados validos. Entendem- se como resultados validos os resultados que nos dão boas razoes para acreditarmos que mostram o verdadeiro impacto de uma medida. Podemos distinguir entre quatro tipos de validade:</p><p>1. Validade estatística: Precisão, infalibilidade e representatividade dos resultados.</p><p>2. Validade teórica: Conformidade entre o objeto que a pesquisa intenciona verificar e o que realmente é verificado.</p><p>3. Validade interna: Durabilidade de inferências sobre a relação causal entre um fator e seu impacto.</p><p>4. Validade externa: Generalidade dos resultados.</p><p>Exemplos da influência de fontes de erro nas pesquisas</p><p>Estudos sobre os efeitos das medidas de segurança viária em acidentes e lesões podem apresentar diferentes resultados, dependendo da qualidade que se obtém do controle das fontes de erro.</p><p>Exemplo 1: Erros sistemáticos nos dados de acidentes.</p><p>Uma das medidas mais eficazes de redução de lesões pessoais que conhecemos e o uso do cinto de segurança. Os resultados de investigações do efeito do uso de cinto de segurança em acidentes com vítimas podem, contudo, ser muito influenciados pela confiabilidade das informações obtidas sobre o assunto, como os vários graus de lesões.</p><p>Exemplo 2: Controle de diferentes fontes de erro nas pesquisas sobre a melhoria de locais com alto índice de acidentes.</p><p>A melhoria de locais com índice particularmente elevado de acidentes na rede viária tem sido tradicionalmente considerada como uma forma eficaz no combate aos acidentes</p><p>Exemplo 3: Especificação formalmente equivocada da relação entre alteração de velocidade e alteração no número de acidentes.</p><p>Um sinal de que existe uma relação causal entre uma intervenção e mudanças no número de acidentes e que se pode encontrar uma chamada relação dose-efeito entre a medida e a alteração no número de acidentes.</p><p>Exemplo 4: Direção de causalidade ambígua.</p><p>Um método comum para medir efeitos de medidas de segurança viária é comparar o nível de risco de um grupo (lugares, condutores, veículos) em que a medida foi implementada com o nível de risco em outro grupo em que a medida não foi implementada.</p><p>image1.png</p>