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<p>UNAMA ANANINDEUA</p><p>BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL</p><p>KELLY LIMA DA FONSECA</p><p>EDSON WILSON BIZERRA DA CUNHA</p><p>TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO</p><p>A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A REALIDADE</p><p>ESCOLAR</p><p>Ananindeua</p><p>2023</p><p>KELLY LIMA DA FONSECA</p><p>EDSON WILSON BIZERRA DA CUNHA</p><p>A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A REALIDADE</p><p>ESCOLAR</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como</p><p>requisito parcial para conclusão do curso de BACHARELADO</p><p>EM SERVIÇO SOCIAL da UNAMA ANANINDEUA</p><p>Ananindeua</p><p>2023</p><p>Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL</p><p>C972i</p><p>Cunha, Edson Wilson Bizerra da.</p><p>A Inserção do Serviço Social na Educação e Suas</p><p>Contribuições Para a Realidade Escolar / Edson Wilson</p><p>Bizerra da Cunha, Kelly Lima da Fonseca. - UNAMA:</p><p>Ananindeua - 2023</p><p>33 f.</p><p>TCC (Curso de Bacharelado em Serviço Social) - Unama</p><p>Ananindeua - Orientador(es): M.sc. Erica de Sousa Peres</p><p>1. Educação. 2. Escola. 3. Inserção na Educação. 4.</p><p>Questão Social. 5. Serviço Social. 6. Education. 7. Insertion</p><p>In Education. 8. School. 9. Social Question. 10. Social</p><p>Service.</p><p>I.Título</p><p>II.M.sc. Erica de Sousa Peres</p><p>UNAMA - ANA CDU - 36</p><p>EDSON WILSON BEZERRA DA CUNNHA</p><p>KELLY LIMA DA FONSECA</p><p>A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO E SUAS</p><p>CONTRIBUIÇÕES PARA A REALIDADE ESCOLAR</p><p>DATA DA AVALIAÇÃO: 14/06/2023</p><p>CONCEITO:</p><p>BANCA EXAMINADORA:</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Prof.ª Ma.Erica de Sousa Peres (Orientadora)</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Prof.ª Ma. Dayse Caroline Costa Trindade (Examinadora Interna)</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Assistente Social Suanne Araújo (Examinadora Externa)</p><p>ANANINDEUA-PARÁ</p><p>2023</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me dado força e coragem</p><p>durante toda essa caminhada.</p><p>Aos meus pais Rita e Jorge que sempre me incentivaram a estudar, anos meus irmãos</p><p>Gleidson e Joselina, sempre com carinho e amor.</p><p>Ao Rafael, que na época era o meu chefe, foi um dos grandes incentivadores para</p><p>que eu cursasse uma faculdade, lembro de uma frase que ele me disse, “Você não</p><p>pode pensar em criar a raiz aqui na cozinha de frutas, você tem que voar alto".</p><p>Em especial ao meu parceiro de Tcc o Edson pela amizade e ensinamentos.</p><p>A minha orientadora Érica, pela constante ajuda e orientação, neste trabalho,</p><p>construção fundamental na minha formação.</p><p>Agradeço aos professores que me acompanharam ao longo do curso e que, com</p><p>empenho, se dedicam à arte de ensinar.</p><p>A todos os meus amigos, particularmente a Marceli, Júlia, Vera, Gisele, Rejane e</p><p>Daniela, meus sinceros agradecimentos. Vocês desempenharam um papel</p><p>significativo no meu crescimento, e devem ser recompensados com minha eterna</p><p>gratidão.</p><p>E, por fim, a todos que de alguma forma contribuíram nesse processo de</p><p>transformação acadêmica.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Em primeiro lugar, а Deus, qυе fez com que meus objetivos fossem alcançados,</p><p>durante todos os meus anos de estudos.</p><p>Agradeço à todos, minha família, parentes e amigos que com seu incentivo me fizeram</p><p>chegar à conclusão do meu curso e começo de uma nova carreira.</p><p>Aos meus colegas de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos anos,</p><p>pelo companheirismo e pela troca de experiências que me permitiram crescer não só</p><p>como pessoa, mas também como formando.</p><p>Quero agradecer a todos os professores, especialmente nossa orientadora de TCC,</p><p>professora Erica por me exigir mais do que eu acreditava que seria capaz de realizar.</p><p>declaro aqui minha eterna gratidão pelo compartilhamento de seu conhecimento e</p><p>tempo, bem como sua amizade.</p><p>A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha formação, o meu muito</p><p>obrigado.</p><p>LISTA DE QUADROS</p><p>QUADRO1 - Analise dos Trabalho Acadêmico, TCC, Tese/Dissertação ..............25</p><p>LISTA DE SIGLAS</p><p>CFESS Conselho Federal de Serviço Social</p><p>UNDIME União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação</p><p>CONSED Conselho Nacional de Secretários de Educação Consed</p><p>FNP Frente Nacional dos Prefeitos</p><p>ABM Associação Brasileira de Municípios</p><p>CFP Conselho Federal de Psicologia</p><p>SEGUP Secretaria de segurança pública do Pará</p><p>RESUMO</p><p>CUNHA, Edson Wilson Bizerra da. FONSECA, Kelly Lima da. A INSERÇÃO DO</p><p>SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A</p><p>REALIDADE ESCOLAR. Pará, 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado</p><p>em Serviço Social) Universidade da Amazônia, Pará, 2023.</p><p>Essa pesquisa tem por finalidade apresentar reflexões sobre a inserção do serviço</p><p>social na educação e suas contribuições para a realidade escolar, tendo em vista a</p><p>Lei 13.935/2019, que prevê a presença da profissão nas redes públicas de educação</p><p>básica. A escola, como uma das mais importantes instituições sociais, é</p><p>constantemente desafiada a apresentar saberes que trabalhem no contexto</p><p>educacional com o contexto social do aluno, ou seja, com as questões sociais. O</p><p>Serviço Social no ambiente escolar se apresenta com o objetivo de poder contribuir</p><p>com esse problema social, tendo um papel importantíssimo na mensuração desses</p><p>conflitos. Diante disso, apresentamos a seguinte questão problema: Qual o papel</p><p>do(a) assistente social e suas contribuições ao enfrentamento das questões sociais e</p><p>suas expressões no ambiente escolar?. Mais adiante segue como objetivo geral</p><p>analisar o papel do(a) assistente social e suas contribuições ao enfrentamento das</p><p>questões sociais e suas expressões no ambiente escolar. Buscando atender o objetivo</p><p>geral do estudo, apresenta-se como objetivos específicos da pesquisa, compreender</p><p>a atuação do serviço social na educação; identificar as contribuições do/a assistente</p><p>social ao enfrentamento das questões sociais e suas expressões no ambiente escolar;</p><p>levantar e catalogar teses e dissertações e outras fontes sobreo Serviço Social que</p><p>tratam sobre o trabalho do/a Assistente Social na área da Educação. Por tanto, o</p><p>presente artigo se fundamenta em pesquisa bibliográfica acerca da temática, que tem</p><p>como objetivo entender o que alguns autores vêm discutindo acerca da inserção</p><p>desse profissional no âmbito escolar.</p><p>Palavras-Chave: Serviço Social, Educação, Inserção na Educação, Questão Social e</p><p>Escola</p><p>ABSTRACT</p><p>CUNHA, Edson Wilson Bizerra da. FONSECA, Kelly Lima da. THE INSERTION OF</p><p>SOCIAL SERVICE IN EDUCATION AND ITS CONTRIBUTIONS TO THE SCHOOL</p><p>REALITY. Pará, 2023. Completion of course work (Bachelor in Social Work)</p><p>Universidade da Amazônia, Pará, 2023.</p><p>This research aims to present reflections on the insertion of social work in education</p><p>and its contributions to the school reality, in view of Law 13.935/2019, which provides</p><p>for the presence of the profession in public basic education networks. The school, as</p><p>one of the most important social institutions, is constantly challenged to present</p><p>knowledge that works in the educational context with the student's social context, that</p><p>is, with social issues. Social Work in the school environment presents itself with the</p><p>objective of being able to contribute to this social problem, playing a very important</p><p>role in measuring these conflicts. In view of this, we present the following problem</p><p>question: What is the role of the social worker and his/her contributions to facing social</p><p>issues and their expressions in the school environment? Further on, the general</p><p>objective is to analyze the role of the social worker and his contributions to facing social</p><p>issues and their expressions in the school environment. Seeking to meet the general</p><p>objective of the study, it is presented as specific objectives of the research, to</p><p>understand the role of social work in education; identify the contributions of the social</p><p>worker to face social issues and their expressions in the school environment; raise and</p><p>catalog theses and dissertations and other sources on Social Work that deal with the</p><p>work of the Social Worker in the field of Education. Therefore, this article is based on</p><p>bibliographical research on the subject, which aims to understand what some authors</p><p>have been discussing about the insertion of this professional in the school</p><p>environment.</p><p>Keywords: Social Service, Education, Insertion in Education, Social Question and</p><p>School</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11</p><p>1.SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO.......................................................................16</p><p>1.1 SERVIÇO SOCIAL NAS ESCOLAS...................................................................18</p><p>1.2 A QUESTÃO SOCIAL E SUA MANIFESTAÇÃO NO AMBIENTE</p><p>ESCOLAR: UMA PERCEPÇÃO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE.................21</p><p>2. SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO NAS PRODUÇÕES CIENTIFICAS ..........25</p><p>CONSIDERAÇÕES..................................................................................................30</p><p>REFERÊNCIAS........................................................................................................32</p><p>9</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Essa pesquisa tem por finalidade apresentar reflexões sobre a inserção do</p><p>serviço social na educação e suas contribuições para a realidade escolar, tendo em</p><p>vista a Lei 13.935/2019, que prevê a presença da profissão nas redes públicas de</p><p>educação básica. A atuação dos assistentes sociais na rede básica de ensino</p><p>representa um salto qualitativo no processo de aprendizado e formação social de</p><p>estudantes, além de trabalho direto da equipe multidisciplinar junto à família,</p><p>gestoras(res), funcionárias(os) e corpo docente, contribuindo ainda, para a</p><p>consolidação do ensino público inclusivo, de qualidade, garantidor de direitos.</p><p>A inserção dos profissionais do Serviço Social na educação marcou -se no ano</p><p>de 1930, porém foi apenas no ano de 1990 que houve a implantação das políticas</p><p>sociais, sendo responsável pela conquista do Serviço Social na educação e a</p><p>ampliação da demanda de exigência desses profissionais (ROSSA, 2011).</p><p>A motivação para tratar desse tema ocorreu, pelo convívio direto com as</p><p>demandas sociais que acontecem diariamente no ambiente escolar, pois pelo fato de</p><p>fazer parte da quadro educacional, como professor na área da educação física,</p><p>convivia com uma série de questões sociais, sendo presenciado durantes as aulas,</p><p>como violências entre os alunos, desinteresse dos mesmos entre outros situações,</p><p>criando uma inquietação em relação, do porque ainda não termos um profissional do</p><p>serviço social nos ambientes escolares para ser o mediador dessas demandas</p><p>decorrentes, pois quem intervia primeiramente era nos profissionais educadores,</p><p>coordenadores pedagógicos e diretores.</p><p>Lembrando que o profissional de serviço social é aquele habilitado para</p><p>enfrentamento dos desafios de efetividade e consolidação de direitos sociais, em se</p><p>tratando deste caso especificamente do direito a educação. Tendo como objetivo</p><p>atender as demandas sociais, sejam elas individuais ou grupais. Contudo, no</p><p>ambiente escolar ele tem como atividade mediar, orientar e propor ações envolvendo</p><p>os diferentes sujeitos sobre situações presentes na sala de aula que envolvem a</p><p>realidade social da comunidade.</p><p>10</p><p>Para tanto, é necessário que a/o assistente social tenha a percepção do projeto</p><p>ético político da categoria, das suas atribuições e competências junto às políticas</p><p>educacionais e da importância da defesa de um movimento de transformação social</p><p>que objetive uma sociedade mais justa e igualitária (CFESS, 2011).1</p><p>Fante (2005) mostra que nas últimas décadas a violência escolar atingiu uma</p><p>dimensão crescente em todas as sociedades. É alarmante que ela se manifeste em</p><p>todos os níveis de ensino. Nota-se que todos os dias vários episódios de violência são</p><p>veiculados na televisão e nos noticiários. As redes sociais constantemente mostram</p><p>práticas violentas no ambiente escolar, tais práticas conflituosas vêm sendo objeto de</p><p>preocupação da sociedade brasileira, assim como de toda comunidade escolar.</p><p>O aumento da violência dentro das escolas no Pará tem preocupado pais e alunos, de</p><p>acordo com a secretaria de segurança pública do Pará (Segup), em 2018 foram registrados</p><p>mais de 1.100 casos de violência dentro de estabelecimentos de ensino aqui no estado, esse</p><p>número dá uma média de três casos por dia. Para os profissionais esse quadro de violência</p><p>preocupa e em alguns casos o medo de pisar dentro de uma sala de aula é o principal</p><p>resultado dessa violência.</p><p>Tendo em vista que anualmente, os casos de violência escolar têm crescido na</p><p>realidade brasileira. De acordo com g1.globo.com, no ano de 2022, entre janeiro e</p><p>agosto, foram registrados mais de 100 boletins de ocorrência por lesão corporal e</p><p>ameaça em escolas, tendo professores como 80% das vítimas.</p><p>A escola é o espaço de formação intelectual e cidadã e espera-se que este seja</p><p>um lugar munido de proteção e segurança. Entretanto, o atual cenário brasileiro</p><p>evidencia outra realidade.</p><p>1 “O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) é uma autarquia pública federal que tem a atribuição de orientar,</p><p>disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto</p><p>com os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). Para além de suas atribuições, contidas na Lei</p><p>8.662/1993, a entidade vem promovendo, nos últimos 30 anos ações, políticas para a construção de um projeto</p><p>de sociedade radicalmente democrático, anticapitalista e em defesa dos interesses da classe trabalhadora. ”</p><p>(CFESS, 2015)</p><p>11</p><p>A violência está presente no ambiente escolar, manifestando-se de diversas</p><p>formas. Essa violência é reflexo da vida social, sendo, muitas vezes, uma reprodução</p><p>de violências do mundo social, baseadas em preconceitos contra minorias sociais.</p><p>Portanto, violência escolar corresponde ao uso da força e/ou agressividade</p><p>dentro do contexto/ambiente escolar e pode se manifestar entre todos os atores</p><p>sociais da comunidade escolar: estudantes, professores, coordenadores,</p><p>responsáveis e demais funcionários.</p><p>Desse modo, essa pesquisa objetiva refletir sobre a atuação dos/as assistentes</p><p>sociais na escola, uma vez que, tem uma grande importância para as crianças,</p><p>adolescentes e jovens, principais usuários da política de educação, que se deparam</p><p>cotidianamente com a manifestação das expressões da questão social, como a</p><p>violência, a precarização na relação família, bullying e cyberbullying, homofobia entre</p><p>outras expressões.</p><p>As análises e as pesquisas sobre as questões que envolvem a violência escolar</p><p>geralmente são feitas sob a ótica social e/ou psicológica. Entretanto, não é possível</p><p>definir uma única causa para esta questão: o problema da violência é profundo e</p><p>complexo.</p><p>Reconhecemos que este trabalho é mais uma aproximação da realidade que</p><p>se mostra a nossa inquietação, sobre ainda não termos um assistente social nas</p><p>escolas. Ao realizarmos a leitura de textos, compreendemos que outros trabalhos</p><p>virão mais densos, e em outros momentos histórico considerando</p><p>que a realidade</p><p>social é dinâmica.</p><p>Os trabalhos que estudamos para elaboração deste estudo demonstraram o</p><p>quanto estamos conectados ao nosso tempo histórico, ao nosso contexto social e às</p><p>nossas aspirações de vida. A expressão dessa afirmativa se configura nas razões</p><p>profissionais, pessoais e acadêmicas que nos levaram ao envolvimento com o tema</p><p>‘A inserção do serviço social na educação e suas contribuições para a realidade</p><p>escolar’.</p><p>Por isso a importância da atuação de um profissional do serviço social como</p><p>mediador de conflitos sociais no ambiente escolar, entendendo-se que, o Serviço</p><p>12</p><p>Social no ambiente escolar se apresenta com o objetivo de poder contribuir com essa</p><p>problemática social, tendo um papel importantíssimo na medição desses conflitos, que</p><p>é perpassada no cotidiano da comunidade escolar –alunos, professores, pais.</p><p>Pensar e refletir o serviço social no contexto da educação é de grande</p><p>relevância para os estudos científicos, uma vez que, buscamos contribuir discutir e</p><p>refletir sobre a importância da profissão no ambiente escolar bem como a atuação do</p><p>assistente social. Pretende-se através deste estudo, refletir sobre a inserção do</p><p>serviço social na educação, tendo como ponto de partida a escola como um ambiente</p><p>onde as questões sociais se apresentam nas suas mais diversas expressões.</p><p>Diante disso, apresentamos a seguinte questão problema: Qual o papel do(a)</p><p>assistente social e suas contribuições ao enfrentamento das questões sociais e suas</p><p>expressões no ambiente escolar?</p><p>Para responde-la, buscamos o conhecimento cientifico disponível,</p><p>relacionando com o debate teórico nas produções em Serviço Social a partir de Teses,</p><p>Dissertações, TCCs e artigos, abordando alguns temas relacionado à Educação e</p><p>serviço social, sendo que a maioria dos temas abrangiam outras áreas de</p><p>conhecimento, entre elas a Educação, vários desses trabalhos não eram de</p><p>assistentes sociais, portanto, não continham necessariamente, concepções advindas</p><p>do Serviço Social e nem abordavam questões relacionadas ao Serviço Social no</p><p>âmbito da Política de Educação, no qual nosso critério de escolha se deu mediante a</p><p>data de publicação de tais trabalhos, tendo em vista que são as produções mais</p><p>recentes, produzidas a partir do início 2012 a 2022.</p><p>Segundo Sá-Silva et al. (2009), alguns autores pensam a pesquisa bibliográfica</p><p>e documental como sinônimas, e tanto pesquisa documental como bibliográfica tem o</p><p>documento como fonte de pesquisa, porém a pesquisa documental envolve maior</p><p>diversidade de documentos, tais como vídeos, revistas, livros, arquivos de mídia</p><p>eletrônica, entre outros, ou seja, vai além de textos impressos/escritos. Já a pesquisa</p><p>bibliográfica é realizada em documentos escritos que já receberam algum tipo de</p><p>tratamento científico, como é o caso das produções científicas de programas de pós-</p><p>graduação.</p><p>13</p><p>Definimos como norte desse estudo, o objetivo geral:</p><p> Analisar o papel do(a) assistente social e suas contribuições ao</p><p>enfrentamento das questões sociais e suas expressões no ambiente escolar?</p><p>Desta maneira buscamos atender o objetivo geral do estudo,</p><p>apresentando como objetivos específicos da pesquisa:</p><p> Compreender a atuação do serviço social na educação;</p><p> Identificar as contribuições do/a assistente social ao enfrentamento das</p><p>questões sociais e suas expressões no ambiente escolar;</p><p> Levantar e catalogar teses e dissertações e outras fontes sobre o Serviço</p><p>Social que tratam sobre o trabalho do/a Assistente Social na área</p><p>da Educação</p><p>Com a elaboração da questão-problema e os objetivos definidos, partimos</p><p>para pesquisa, com o intuito de contribuir para fortalecer a produção de conhecimento</p><p>sobre o exercício do serviço social no campo da educação, bem como para a</p><p>formulação de políticas públicas que atendam às demandas da profissão na área de</p><p>educação.</p><p>A metodologia da pesquisa utilizada neste estudo é a pesquisa bibliográfica</p><p>com fundamentação teórica, como aponta o autor Gil (2008) "a pesquisa bibliográfica</p><p>é desenvolvida por meio de material já elaborado, constituído, sobretudo, de artigos</p><p>científicos e livros". A pesquisa bibliográfica exige o aprofundamento sobre materiais</p><p>já publicados em livros; artigos científicos; dissertações e teses; legislações,</p><p>documentos e normativas; desse modo, é imprescindível que haja uma seleção</p><p>minuciosa do material teórico, uma leitura qualificada e a transcrição das ideias</p><p>principais dos autores.</p><p>14</p><p>1. SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO</p><p>O serviço social na área da Educação não é recente, assim como pensa boa</p><p>parte da população. Ele possui uma trajetória linda, de muita luta, que é pouco contada</p><p>dentro das salas de aula dos cursos de graduação em Serviço Social. Essa história</p><p>inclui o acesso e permanência do aluno na escola, por meio de ações e diálogos</p><p>compostos por diferentes profissionais de forma intersetorial, multidisciplinar, que</p><p>envolvem alunos além de aproximar a escola e a comunidade.</p><p>A presença do assistente social na escola surgiu através da vertente</p><p>estadunidense em 1906, mas, foi na América latina, segundo Piana (2009, p.184), que</p><p>“buscava a relação da escola com a comunidade através da família dos alunos”. No</p><p>Brasil os indícios de atuação desse profissional na educação podem ser observados</p><p>em 1946, nos estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul. Conforme relata Piana</p><p>(2009, p. 184), “os assistentes sociais eram requisitados a intervir em situações</p><p>escolares consideradas desvio, defeito ou anormalidade social”.</p><p>O CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) criou um “grupo de estudos</p><p>sobre o serviço social na educação”, o que resultou num documento em forma de</p><p>brochura – “Serviço Social na Educação” –, em que “se problematizou a função social</p><p>da escola, a educação como um direito social, a contribuição do serviço social para a</p><p>garantia do direito à educação e a escola como instância de atuação do/a assistente</p><p>social (CFESS, 2011, p.5). O documento também torna explícito um parecer jurídico</p><p>referente a “implantação do serviço social nas escolas de ensino fundamental e</p><p>médio” (CFESS, 2011, p.6). Nos encontros da categoria que se seguiram, o foco na</p><p>relação serviço social e educação fora aprofundado de modo a fomentar o debate em</p><p>torno deles.2</p><p>Após 20 anos de tramitação no Congresso Nacional, entrou em vigor, em 12</p><p>de dezembro de de 2019, a Lei nº 13.935/2019, que dispõe sobre a prestação de</p><p>serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica. A</p><p>2 “O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) é uma autarquia pública federal que tem a atribuição de orientar,</p><p>disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto</p><p>com os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). Para além de suas atribuições, contidas na Lei</p><p>8.662/1993, a entidade vem promovendo, nos últimos 30 anos ações, políticas para a construção de um projeto</p><p>de sociedade radicalmente democrático, anticapitalista e em defesa dos interesses da classe trabalhadora. ”</p><p>(CFESS, 2015)</p><p>15</p><p>Lei é resultado de intensa mobilização e luta de diversas entidades da Psicologia e do</p><p>Serviço Social ao longo dos anos. Em 2019, as mobilizações se intensificaram, com</p><p>constantes audiências e conversas junto a congressistas para sensibilizar da</p><p>importância das duas profissões no contexto da educação básica, assim como para</p><p>pressionar pela aprovação da Lei. O esforço garantiu a aprovação no Congresso</p><p>Nacional e, depois, a derrubada do veto integral da Presidência da República ao PL</p><p>nº 3.688/2000.</p><p>Essa lei federal é uma conquista de extrema relevância e atende às</p><p>necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação. Entre os principais</p><p>objetivos, com sua aprovação, está o de agregar qualidade ao processo de</p><p>aprendizado e formação social de estudantes, bem como à convivência escolar e à</p><p>relação família-escola, integrando as equipes multidisciplinares na condição de</p><p>profissionais da Educação.</p><p>Acredita-se que poucos sabem que a escola passou a ser legalmente um dos</p><p>espaços de atuação para o assistente social, de forma interventiva, e que o objetivo é</p><p>ser o mediador entre as demandas da escola e da sociedade, já que os</p><p>acontecimentos dentro e fora da escola estão interligados e não há como separar</p><p>essas realidades, pois uma afeta a outra.</p><p>Com a promulgação, iniciou-se um novo ciclo de luta pela garantia da</p><p>regulamentação e da implementação da nova Lei. Para isso, as entidades começaram</p><p>uma série de visitas e diálogos com gestores e entidades federais, municipais e</p><p>estaduais ligados à educação, como o secretário nacional de educação básica do</p><p>Ministério da Educação; a Casa Civil da Presidência da República, a União Nacional</p><p>dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); o Conselho Nacional de</p><p>Secretários de Educação (Consed); a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP); e a</p><p>Associação Brasileira de Municípios (ABM).</p><p>Para garantir que esta mobilização se estenda aos estados e municípios de</p><p>todo o Brasil, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) e o CFESS (Conselho Federal</p><p>de Serviço Social) organizaram uma oficina para formação de multiplicadoras (es),</p><p>junto aos Conselhos Regionais das duas categorias bem como demais entidades da</p><p>16</p><p>Psicologia e do Serviço Social. O intuito é que as entidades locais possam se articular</p><p>para pressionar governos locais a efetivarem dispositivos da nova legislação.</p><p>O Serviço Social segue empenhado na mobilização para regulamentar a Lei</p><p>13.935/2019, que prevê a presença da profissão nas redes públicas de educação</p><p>básica. A atuação dos assistentes sociais na rede básica de ensino representa um</p><p>salto qualitativo no processo de aprendizado e formação social de estudantes, além</p><p>de trabalho direto da equipe multidisciplinar junto à família, gestoras(res),</p><p>funcionárias(os) e corpo docente. Contribui, ainda, para a consolidação do ensino</p><p>público inclusivo, de qualidade, garantidor de direitos.</p><p>A escola é um dos espaços mais importantes para as ações de intervenções</p><p>do assistente social, pois poderá contribuir de forma intersetorial e multidisciplinar com</p><p>os demais profissionais nos enfrentamentos das demandas sociais para buscar</p><p>garantir a educação e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.</p><p>1.1 SERVIÇO SOCIAL NAS ESCOLAS</p><p>A escola, como uma das mais importantes instituições sociais, é</p><p>constantemente desafiada a apresentar saberes que trabalham no contexto</p><p>educacional com o contexto social do aluno, ou seja, com questões sociais. No</p><p>entanto, é importante que a escola esteja atenta à realidade social dos alunos e</p><p>encurte a distância que a separa do ambiente familiar.</p><p>O ambiente escolar é uma instituição que deve resguardar os valores sociais</p><p>de uma pessoa e ter a capacidade de encaminhar bem o indivíduo para a sociedade,</p><p>por meio da qual enfatiza o trabalho de ligação do grupo familiar com o contexto</p><p>educacional, com o objetivo de reforça as relações sociais e familiares em geral.</p><p>Entende-se que é na escola, no dia-a-dia dos alunos e familiares, que se</p><p>originam as expressões da questão social, como fome, desemprego, problemas de</p><p>saúde, habitação inadequada, trabalho-infantil, drogas, pedofilia, baixa-renda,</p><p>desnutrição, extrema pobreza, abandono, violência doméstica, negligencia,</p><p>problemas familiares, desigualdade e exclusão social, etc.</p><p>Sob esse ponto de vista, o serviço social oferece uma contribuição ético-</p><p>política, teórico-metodológica e técnico-operacional que subsidia o trabalho</p><p>17</p><p>profissional em equipe interdisciplinar em ambiente escolar, compartilha informações</p><p>relacionadas à sua formação profissional, que possibilita a visualização. de</p><p>treinamento. A vertente social da disciplina, que contribui para a formulação de ações</p><p>necessárias à garantia dos direitos de crianças, jovens e suas famílias, por meio da</p><p>integração dos colaboradores ao ambiente escolar.</p><p>Diante destes aspectos, Iamamoto nos traz complementos do fazer</p><p>profissional do assistente social.</p><p>O Serviço Social tem na “Questão Social” a base de sua fundação</p><p>enquanto especialização do trabalho. “Questão Social” aprendida</p><p>enquanto o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade</p><p>capitalista que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez</p><p>mais social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém – se</p><p>privada, monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMOTO,</p><p>2004, p.16).</p><p>Dando continuidade ao argumento apresentado, é importante explicitar a</p><p>questão social que tem se agravado gradativamente no cenário atual da sociedade.</p><p>Na atualidade, a “questão social” diz respeito ao conjunto</p><p>multifacetado das expressões das desigualdades sociais engendradas</p><p>na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do</p><p>Estado. A “questão social” expressa desigualdades econômicas,</p><p>políticas e culturais das classes sociais, mediadas por disparidades</p><p>nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações</p><p>regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil</p><p>no acesso aos bens da civilização. (IAMAMOTO, 2004, p. 17).</p><p>De acordo com Almeida (2003), a inserção do assistente Social deve</p><p>expressar uma das estratégias de enfrentamento desta realidade na medida em que</p><p>represente uma lógica mais ampla de organização de trabalho coletivo na esfera da</p><p>política educacional, uma articulação das mediações particulares individuais ou</p><p>coletivas, exigido pelo trabalho cotidiano, com as exigências do contexto econômico</p><p>político, imaginário, ideológico e que vai permitir a construção de estratégias no tempo</p><p>social, familiar e específico colocado pelos usuários na relação com a intervenção</p><p>profissional/institucional.</p><p>Almeida (2003), destaca que existem situações reais que têm evidenciado a</p><p>necessidade de os assistentes sociais atuarem em determinado campo da política</p><p>educacional, o que pode ser compreendido a partir das expressões atuais da questão</p><p>18</p><p>social (e afins) da educação. , tanto a dimensão mais ampla já mencionada em seu</p><p>significado, quanto a sua dimensão mais específica política educacional.</p><p>Percebemos que no contexto das escolas, existem demandas sociais que</p><p>podem ser mediatizadas pela intervenção do assistente social, além disso, a escola</p><p>também e um espaço de expressão e reprodução das contradições sociais,</p><p>econômicas, políticas e culturais, como a reprodução de preconceitos e as relações</p><p>de poder expressas, sobretudo, na dificuldade de implementar uma gestão</p><p>participativa e democrática na escola, Almeida (2003),</p><p>Segundo Pontes (2016), o campo da mediação em sua complexidade oferece</p><p>ao profissional do Serviço Social a oportunidade de adotar métodos, ferramentas e</p><p>conceitos pautados na dialética, que se tornam um elemento que orienta e aprofunda</p><p>a prática, pois tanto a mediação reflexiva (ser) quanto a ontológico (passa pelo social)</p><p>leva à busca de definições existentes na realidade para atingir o todo.</p><p>A mediação como sendo um instrumento de compreensão e apreensão da</p><p>vida em sociedade, conhecendo esta, e a partir desse conhecimento buscar criar</p><p>mecanismo para transformação interventiva da demanda profissional proporcionando</p><p>que a própria percepção da profissão faça a mediação do seu agir profissional Pontes</p><p>(2016).</p><p>É importante salientar que o Assistente Social não é um mediador,</p><p>mais este faz parte do processo de mediação, “o profissional de</p><p>Serviço Social atua com e nas mediações. [...] ele atua nos sistemas</p><p>de mediações que estruturam as refrações da “questão social”</p><p>constitutivas das demandas sociais à profissão” (Pontes, 2016, p.</p><p>194).</p><p>No seio da prática do serviço social surgem categorias que operam e orientam</p><p>a intervenção profissional. Nesse sentido,</p><p>a mediação é aceita como uma categoria</p><p>que expressa o agrupamento de meios, técnicas e recursos.</p><p>A expansão do campo de atuação do assistente social cria mais desafios para</p><p>a categoria, pois exige que o profissional aprofunde e explore o propósito de sua</p><p>própria intervenção e novas práticas de intervenção que atendam aos requisitos</p><p>estabelecidos e sigam os princípios básicos do serviço social e agência de trabalho</p><p>social.</p><p>19</p><p>Acreditamos que o trabalho do assistente social é moldado pela compreensão</p><p>de um problema social e suas múltiplas expressões, e entender como os sujeitos o</p><p>vivenciam em seu cotidiano pode confirmar que esse profissional é plenamente capaz</p><p>de mediar um problema que aparece no campo social e no espaço profissional.</p><p>Portanto, percebe-se que uma das maiores contribuições dos Assistentes</p><p>Sociais no contexto educacional é identificar e dar respostas ás expressões da</p><p>questão social, garantindo a efetivação dos direitos sociais e possibilitando a</p><p>integração da escola no conjunto da sociedade como um todo. Para isso, o profissional</p><p>Assistente Social deve assumir uma postura crítica, pautando-se na perspectiva da</p><p>totalidade, buscando evitar praticas imediatistas e rotineiras para assim, compreender</p><p>a realidade complexa na qual está inserido e responder efetivamente as demandas</p><p>apresentadas.</p><p>1.2 A QUESTÃO SOCIAL E SUA MANIFESTAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR: UMA</p><p>PERCEPÇÃO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE</p><p>A questão social manifesta-se a partir do processo de industrialização, pois a</p><p>riqueza produzida socialmente era apropriada pelos detentores dos meios de</p><p>produção. Nesse processo, aqueles que tinham somente sua força de trabalho para</p><p>vender não conseguiam suprir suas necessidades mais básicas, como as de moradia,</p><p>de alimentação, de trabalho, dentre outras. Essa realidade gerou embates entre as</p><p>classes sociais que se materializam na questão social, gerando expressões que se</p><p>manifestam por meios de conflitos entre seus interesses antagônicos (NETTO, 2001).</p><p>As expressões da questão social, sob uma perspectiva mais ampla de sua</p><p>definição, referem se às situações relacionadas à pobreza, ao desemprego, a</p><p>violências, entre outras circunstâncias geradas pelas desigualdades na sociedade</p><p>capitalista de produção.</p><p>Segundo Iamamoto (1999, p.27):</p><p>A Questão Social pode ser definida como: O conjunto das expressões</p><p>das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz</p><p>comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se</p><p>mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se</p><p>mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.</p><p>20</p><p>Para enfrentamento da questão social o Serviço Social têm como referencial</p><p>para a sua ação profissional o projeto ético político, que direciona a ação na garantia</p><p>de acesso aos direitos, e não permitir a violação dos direitos sociais, principalmente o</p><p>direito à educação, sendo que na legislação a criança e o adolescente é prioridade</p><p>absoluta.</p><p>Segundo Tavares (2007, p. 133), “a questão social é produto do processo de</p><p>trabalho de produção e reprodução da sociedade capitalista, expressa também</p><p>conflitos existentes no cotidiano de quem a vivencia”. Tais expressões são situações</p><p>do dia a dia que expressam a desigualdade, a exclusão, a exploração e as resistências</p><p>que estão presentes nas diversas classes sociais, sendo que nas classes menos</p><p>favorecidas esses fatores têm um destaque maior.</p><p>Na contemporaneidade, os problemas sociais estão cada vez mais presentes,</p><p>o que está diretamente ligado à implantação do neoliberalismo, elevando o número</p><p>de pessoas em condições de pobreza, de exclusão e de subalternidade, aumentando</p><p>a desigualdade social em grande magnitude e as consequências da atual recessão</p><p>econômica promove ainda um volume mais agravante de marginalizados.</p><p>Ao mesmo tempo, podemos inferir que questão social costuma ser camuflada</p><p>sob o rótulo de problemas sociais e vinculada apenas à questão da pobreza, quando</p><p>a gênese é muito maior do que se imagina.</p><p>O espaço escolar se constitui em um ambiente formativo, uma instituição</p><p>social que deve ter o objetivo de promover o desenvolvimento cognitivo, afetivo e físico</p><p>a partir do processo de ensino-aprendizagem no contexto das relações sociais e de</p><p>acesso aos direitos, envolvendo valores e atitudes que transformem os estudantes em</p><p>sujeitos reflexivos, críticos, conscientes de suas ações na sociedade e da construção</p><p>de sua própria história.</p><p>As expressões da questão social impactam o processo de ensino-</p><p>aprendizagem na medida em que os estudantes expostos não conseguem participar</p><p>das propostas escolares, pois podem estar com fome, ou fragilizados emocionalmente</p><p>em virtude de uma situação de violência, como abusos, exploração ou ainda receio</p><p>de ir à escola por temer uma possível exposição de sua condição social.</p><p>21</p><p>A escola tornou-se um espaço complexo, carregado de diversidades. Amaro</p><p>(2011) explicita que os problemas sociais que assombram a escola reestabelecem a</p><p>relação institucional com a realidade concreta. Essa realidade está presente nas</p><p>particularidades dos alunos , em suas famílias e nas relações sociais que transformam</p><p>situações cotidianas em problemas ameaçadores, alimentando mitos, estereótipos e</p><p>formas de enfrentamento que por vezes penalizam os indivíduos por seus</p><p>envolvimentos nessas situações ao invés de ajudá-los a vencer obstáculos.</p><p>Neste sentido, as expressões da questão social estão amplamente presentes</p><p>no ambiente escolar, o que se acirra em contextos de crise ou de regressão de</p><p>direitos. Muitos estudantes deixam de comparecer à escola porque precisam trabalhar</p><p>ou por falta de motivação e inspiração, o que contribui para o aumento de pessoas</p><p>sem qualificação profissional.</p><p>As mazelas da pobreza são percebidas claramente em instituições escolares</p><p>e houve, de alguma forma, preocupação em se detectarem as gêneses de</p><p>determinados comportamentos e seus impactos na vida dos discentes. Se, em</p><p>algumas escolas, essa função foi delegada ao pedagogo ou assistente social, em</p><p>outras foi o professor quem teve que detectar, denunciar e buscar as soluções para</p><p>os problemas detectados, quando possível.</p><p>Para o Assistente Social a educação também é uma questão social, pois ele</p><p>tem o compromisso com a população em garantir o acesso aos direitos sociais. Sendo</p><p>a educação um direito, o assistente social tem um campo de possibilidades para</p><p>desenvolver um trabalho junto às escolas na relação com estudantes, suas famílias e</p><p>com os profissionais que atuam nesta área.</p><p>Para Amaro (2012, p.14-18), “a escola deixou de ser um lugar neutro” para se</p><p>transformar em “ponto de encontro de convivência social”, e, por isso, “passa a ser</p><p>palco de problemas sociais de toda ordem”. Professores, diretores e outros</p><p>profissionais convivem todos os dias com os mais diversos problemas, expressões da</p><p>questão social. Faz-se necessário que a escola se prepare para perceber, avaliar,</p><p>discutir e buscar encaminhamentos para estas questões.</p><p>A escola apresenta inúmeras questões que ultrapassam os limites da</p><p>formação pedagógica e escolar, já que se trata de um espaço múltiplo que a cada dia</p><p>22</p><p>se transforma a partir da realidade societária. Certamente expressões da questão</p><p>social estão presentes na família, na comunidade e nas relações, e acabam sendo</p><p>levadas e vivenciadas também no espaço escolar, uma vez que os sujeitos não se</p><p>distanciam do que vivem a partir do momento em que frequentam a escola.</p><p>O ambiente escolar está repleto de expressões da questão social a serem</p><p>trabalhadas pelo/a assistente social. O profissional tem o dever de garantir o acesso</p><p>aos direitos sociais da população. Como a educação é um direito de todos, os/as</p><p>assistentes sociais têm uma ampla área de trabalho juntamente às escolas, familiares</p><p>e profissionais atuantes nas instituições escolares, assim como</p><p>promover o acesso às</p><p>demais políticas públicas.</p><p>A escola é um dos espaços importantes para as ações de intervenções do</p><p>assistente social, pois poderá contribuir de forma intersetorial e multidisciplinar com</p><p>os demais profissionais nos enfrentamentos das demandas e questões sociais, para</p><p>buscar garantir a educação e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.</p><p>A partir da Lei n. 13.935/2019 o Serviço Social tem seu papel de garantir</p><p>acesso aos direitos, às políticas públicas, justiça e cidadania reafirmado. Desta forma,</p><p>o trabalho do/a assistente social é considerado campo de constantes desafios para</p><p>esses profissionais no intuito de enfrentar conflitos e vulnerabilidades no campo</p><p>educacional. A atualidade expõe o aumento da complexidade das expressões da</p><p>questão social, o profissional de Serviço Social com suas demandas desafiadoras no</p><p>seu cotidiano no espaço educacional.</p><p>O Serviço Social nas escolas, se apresenta com o objetivo de poder contribuir</p><p>com a problemática social que é perpassada no cotidiano da comunidade escolar –</p><p>alunos, professores, pais – seja com encaminhamentos, orientações, informações,</p><p>projetos de cunho educativo, que possam promover a cidadania, ações e projetos</p><p>voltados para as famílias, etc. Desse modo, entende-se que para atingir a criança e o</p><p>adolescente de forma integral, é necessário intervenções no contexto familiar, seja em</p><p>âmbito sócio-educativo, como também de momentos de ensino-aprendizagem e</p><p>reflexão, em um viés de participação, autonomia e cidadania.</p><p>23</p><p>2. SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO NAS PRODUÇÕES CIENTIFICAS</p><p>Nessa sessão é preciso deixar claro que optamos por uma pesquisa</p><p>bibliográfica, nosso intuito é refletir sobre a relação escola e serviço social, mas</p><p>também porque sabemos que apesar da lei que insere o/ a assistente social no</p><p>contexto escolar, a efetividade da lei ainda é muito insipiente, ou seja, as escolas ainda</p><p>não possuem o/ a assistente social trabalhando. A atualidade expõe o aumento da</p><p>complexidade das expressões da questão social, o profissional de Serviço Social com</p><p>suas demandas desafiadoras no seu cotidiano no espaço educacional.</p><p>Diante desta complexidade, percebe-se cada vez mais a necessidade de</p><p>profissionais especializados que possuem um olhar apurado para as demandas</p><p>existentes na área da educação, como o/a assistente social, o qual possui</p><p>competência teórica metodológica para compreender o contexto das instituições de</p><p>educação</p><p>Reconhecemos que este trabalho é mais uma aproximação da realidade que</p><p>se mostra a nossa inquietação de pesquisadores. Ao realizarmos a leitura de alguns</p><p>textos, compreendemos que outros trabalhos virão mais densos, e em outros</p><p>momentos históricos considerando que a realidade social é dinâmica.</p><p>Este tema se faz pertinente porque poderá contribuir para fortalecer a</p><p>produção de conhecimento sobre o exercício do Serviço Social no campo da</p><p>educação, como para a formulação de politicas públicas que atendam às demandas</p><p>da profissão na área de educação.</p><p>Os trabalhos que estudamos para elaboração deste estudo demonstraram o</p><p>quanto estamos conectados ao nosso tempo histórico, ao nosso contexto social e às</p><p>nossas aspirações de vida. A expressão dessa afirmativa se configura nas razões</p><p>profissionais, pessoais e acadêmicas que nos levaram ao envolvimento com o tema</p><p>‘Serviço Social e Educação’.</p><p>É necessário, no momento de busca dos trabalhos, conforme recomendado por</p><p>Romanowski e Ens (2006), a definição de “descritores” ou “palavras-chave” que</p><p>direcionem as buscas em concordância com a(s) temática(s) a ser (em) estudada(s)</p><p>e com os objetivos delineados na pesquisa.</p><p>24</p><p>Outro critério que pode ser utilizado, principalmente quando o pesquisador</p><p>pretende abordar maior número de trabalhos, é a análise somente a partir de títulos,</p><p>resumos e palavras chave, sem necessariamente consultar o conteúdo completo</p><p>apresentado. Esse critério também possibilita a abordagem de trabalhos que</p><p>apresentam somente resumos publicados.</p><p>Salientamos novamente que, os critérios para essa busca dependem do que o</p><p>pesquisador delineou previamente nos objetivos, mas que podem ser revistos no</p><p>decorrer do processo à medida que encontrar elementos que possam dar mais</p><p>consistência, coesão e clareza ao resultado.</p><p>O universo da pesquisa são as Dissertações e Teses em Serviço Social</p><p>compostas em repositórios de pesquisa, que possuem como temática o Serviço Social</p><p>e sua interface com a política de educação, produzidas a partir do início 2012 a 2022.</p><p>A pesquisa se realizou através das páginas de Bibliotecas universitárias,</p><p>utilizando combinações das seguintes palavras-chave no campo de busca: Serviço</p><p>Social - Assistente Social - Educação – Escola. As buscas foram feitas combinando</p><p>duas e três palavras chaves, tais como: Serviço Social Educação, Serviço Social</p><p>Escolar, Serviço Social Escola, Assistente Social Educação, Assistente Social</p><p>Escolar, Assistente Social Escola, educação e violência, Serviço Social Educação</p><p>Assistente Social, e Serviço Social Assistente Social Escolar. Como filtro de pesquisa,</p><p>utilizamos quatro formatos de material disponibilizados pelo site: Trabalho Acadêmico,</p><p>TCC, Tese/Dissertação e Periódico.</p><p>Nessa pesquisa encontramos 5 Teses, 5 Dissertações, 10 TCCs e 10 artigos,</p><p>abordando alguns temas relacionado à Educação e serviço social, sendo que a</p><p>maioria dos temas abrangiam outras áreas de conhecimento, entre elas a Educação,</p><p>vários desses trabalhos não eram de assistentes sociais, portanto, não continham</p><p>necessariamente, concepções advindas do Serviço Social e nem abordavam</p><p>questões relacionadas ao Serviço Social no âmbito da Política de Educação.</p><p>Diante dos levantamentos realizados, foi destacado 09 produções científicas</p><p>que se aproximam do objeto de estudo desta pesquisa, uma vez que entrecruzam os</p><p>descritores de busca definidos inicialmente.</p><p>25</p><p>Para obtenção dos dados realizamos pesquisa eletrônica e documental em</p><p>acervo de Bibliotecas universitárias e sites de Pós-Graduação que possui banco de</p><p>dados identificando: ano, área, título (tema), autor, e data de defesa de cada trabalho.</p><p>Ao confrontarmos o banco de dados da pós-graduação com os números</p><p>encontrados pela busca eletrônica realizada em 2012 a 2002, na base de dados da</p><p>biblioteca, constatamos que havia mais trabalhos abordando o objeto de estudo.</p><p>Quadro 1. Analise dos Trabalho Acadêmico, TCC, Tese/Dissertação e Periódico</p><p>ANO ÁREA AUTOR TEMA</p><p>2018</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>Ramos, Andressa A Inserção do Serviço Social na Política de</p><p>Educação: sob a ótica de assistentes sociais</p><p>2021</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>Matos, Mikaela Lobo</p><p>de</p><p>Serviço Social e o direito à educação básica:</p><p>contribuições no enfrentamento da</p><p>infrequência escolar</p><p>2011</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>Silva, Fernanda Reis</p><p>Augusto da</p><p>Serviço Social e Educação: discussões</p><p>pertinentes à atuação profissional</p><p>2011 Educação AMARO, Sarita</p><p>Teresinha Alves</p><p>Serviço Social Na Escola: O Encontro Da</p><p>Realidade Com A Educação</p><p>2012 Educação</p><p>Fialho, Danielle da</p><p>Motta Ferreira</p><p>Violências Nas Escolas: O Atendimento</p><p>Psicopedagógico E Social No Contexto</p><p>Escolar</p><p>2020</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>de Souza, Bruna</p><p>Carolina</p><p>da Rosa, Cláudio</p><p>Adão</p><p>Possibilidades De Intervenção Do</p><p>Assistente Social Na Educação Básica Com</p><p>Base Na Lei N. 13.935-2019</p><p>2020</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>Batista de Paula,</p><p>Aline</p><p>Serviço Social, educação e racismo: uma</p><p>articulação necessária</p><p>2022 Educação</p><p>Regina Groff,</p><p>Apoliana</p><p>Carvalho Leandro,</p><p>Gabriel</p><p>Polizeli Lobo, Julia</p><p>de Oliveira Alves,</p><p>Juliana</p><p>Corrêa de Moraes,</p><p>Marta</p><p>Estado da Arte sobre Violência e Escola:</p><p>Análises e Problematizações Ético-Políticas.</p><p>2011</p><p>Serviço</p><p>social</p><p>Eleni de Melo Silva</p><p>Lopes</p><p>Serviço Social e Educação: As perspectivas</p><p>de avanços do profissional de Serviço Social</p><p>no sistema escolar público</p><p>Fonte: Analise dos Trabalho Acadêmico, TCC, Tese/Dissertação</p><p>e Periódico</p><p>Neste estudo específico é possível dialogar com autores (as) do serviço social</p><p>e da educação, que abordam as temáticas a serem utilizadas na pesquisa, separadas</p><p>em categorias para facilitar no embasamento teórico, como violência escolar, serviço</p><p>26</p><p>social na educação, a medição de conflitos no ambiente escolar. Desse modo, utilizou</p><p>se a revisão literária como suporte para abordar a temática em questão, realizadas a</p><p>partir das leituras de obras e artigos científicos, consultados na base de dados da</p><p>scielo e bibliotecas virtuais uma análise crítica tendo como finalidade refletir sobre a</p><p>importância da inserção do/ a assistente social no ambiente escolar.</p><p>Para que uma escola cumpra seu papel político, ela deve desenvolver uma</p><p>consciência crítica em seus alunos que seja relevante não apenas para as realidades</p><p>dos alunos, mas também das comunidades em que estão inseridas. Deve, por isso,</p><p>respeitar as realidades sociais, culturais e económicas dos seus alunos e, nesta</p><p>base, promover activamente a participação das famílias no processo de ensino</p><p>social da escola.</p><p>Dessa forma, a inserção do Serviço Social nas escolas deve contribuir para</p><p>ações que façam da educação uma prática de inclusão social, formação de cidadania</p><p>e emancipação dos sujeitos sociais. Tanto as escolas quanto os serviços sociais</p><p>trabalham diretamente com educação, conscientização e oportunidades para que as</p><p>pessoas tomem consciência de suas próprias histórias e se tornem sujeitos delas.</p><p>As contribuições que os assistentes sociais têm a oferecer também se</p><p>refletem na atuação de equipes interdisciplinares, onde diferentes saberes,</p><p>vinculados a diferentes estruturas profissionais, permitem uma visão mais ampla e</p><p>uma compreensão mais coerente dos mesmos processos sociais. Assim, os</p><p>profissionais do serviço social podem articular recomendações para uma ação</p><p>efetiva com base na visão de salvar a integridade humana e o real significado</p><p>histórico e social do conhecimento. Para Amaro (1997), no contexto escolar, a</p><p>interdisciplinaridade representa a etapa de superação da fragmentação e do</p><p>pensamento disciplinar, levando à ideia de complementaridade mútua entre campos</p><p>e respectivos saberes.</p><p>O Serviço Social no âmbito educacional tem a possibilidade de</p><p>contribuir com a realização de diagnósticos sociais, indicando possíveis</p><p>alternativas à problemática social vivida por muitas crianças e</p><p>adolescentes, o que refletirá na melhoria das suas condições de</p><p>enfrentamento da vida escolar. Afirma Sylvia Terra em seu parecer […]</p><p>que o assistente social tem, entre outras, a atribuição de analisar e</p><p>diagnosticar as causas dos problemas sociais detectados em relação</p><p>aos alunos, objetivando saná-los ou atenuá-los (CFESS, 2001, p. 12).</p><p>27</p><p>Na educação, os assistentes sociais devem ser profissionais que facilitam o</p><p>encontro com a realidade social de alunos, escolas, famílias e sociedade. Entende-se</p><p>que uma das grandes vantagens que o assistente social pode fazer em um ambiente</p><p>escolar é o estreitamento das relações familiares.</p><p>O que fortalece a ideia do trabalho do Serviço Social junto à Educação ser um</p><p>trabalho pautado na realidade sócio-familiar do aluno, onde o assistente social vai à</p><p>campo estabelecer uma relação entre escola e família, fortalecendo os vínculos entre</p><p>a entidade escolar e os responsáveis pelos alunos e alunas.</p><p>Os assistentes sociais educacionais também devem propor ações, não</p><p>apenas para trabalhar arduamente para resolver problemas, mas também para prever</p><p>problemas e prever problemas, entender que as políticas sociais de educação devem</p><p>garantir os direitos sociais, a fim de melhorar o conceito de educação na sociedade</p><p>atual. Este profissional poderá perceber os fatores que determinam os problemas</p><p>sociais no campo da educação e atuar preventivamente para evitar sua reincidência.</p><p>É de suma importância a colaboração e contribuição do Serviço Social para a</p><p>Educação como uma proposta eficaz e beneficente ao eixo escolar, considerando a</p><p>efetividade de políticas, programas e projetos de cunho social, que por sua vez,</p><p>qualificam o ensino, a aprendizagem e seus reflexos no meio social ao qual alunos e</p><p>alunas pertencem.</p><p>É preciso, portanto, entender esse novo desafio, o engajamento dos</p><p>assistentes sociais nas escolas, da sociedade civil e política e dos profissionais do</p><p>serviço social, reconhecendo que essa luta é nacional e não categorial. Vale</p><p>ressaltar que essa luta inclui o fortalecimento da base de apoio dos espaços</p><p>escolares e a busca pela efetivação de direitos para a superação de suas</p><p>vulnerabilidades por meio da construção de relações de diálogo, socialização e</p><p>acolhimento.</p><p>28</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>O cenário atual aponta para a necessidade de envolver os assistentes sociais</p><p>na política educacional e nas instituições escolares para que possam atuar no</p><p>enfrentamento dos problemas sociais da convivência dos alunos dentro e fora da</p><p>escola. Intervenção de forma a ter em conta as preocupações da sociedade como</p><p>um todo, procurando ir ao encontro das necessidades sociais do seu público-alvo.</p><p>Nos últimos anos o Serviço Social vem sendo reconhecido como uma</p><p>profissão fundamental na perspectiva curricular da educação, principalmente</p><p>quanto ao alunado, destacando a importância maior nas escolas públicas onde</p><p>a vulnerabilidade tem maior proporção.</p><p>É interessante que a escola entenda todo o contexto histórico, família, social</p><p>que o aluno está inserido para junto com o profissional de Serviço Social faça uma</p><p>intervenção que possibilite melhorias para esse aluno dentro da escola para assim</p><p>evitar evasão escolar, repetição, diminuir o índice de drogas entre outros fatores.</p><p>Sendo assim o assistente social pode trabalhar também com um mediador entre a</p><p>família e a escola, fazendo com que estejam mais presentes no cotidiano dos alunos,</p><p>favorecendo uma aproximação entre ambas as partes.</p><p>Entende-se que o Serviço Social no cenário educacional ainda é pouco</p><p>reconhecido, mas aos poucos é conquistado, onde seu principal objetivo é garantir</p><p>que crianças, jovens e adultos frequentem e permaneçam na escola, onde seu</p><p>principal objetivo é garantir o acesso e permanência de crianças, adolescentes e</p><p>adultos nas escolas, sendo esse espaço, o ponto inicial de transformação social.</p><p>A inserção do Serviço Social na Política de Educação representa um grande</p><p>desafio para o profissional que tem por possibilidade contribuir para a efetivação do</p><p>direito à educação por meio de ações que promovam o acesso e a permanência da</p><p>população na escola, assim como a qualidade dos serviços no sistema educacional.</p><p>No entanto, compreende-se como é o papel de uma equipe multidisciplinar</p><p>escolar e como é necessário que nesta equipe esteja incluído um profissional de</p><p>serviço social, que contribua trabalhando diretamente com os problemas sociais dos</p><p>alunos este profissional busca apoiar a equipe em o sentido de ajudá-los a combater</p><p>múltiplas expressões da questão social vivenciados pelos alunos em seu contexto</p><p>29</p><p>familiar e social, que se refletem na escola. Porque o trabalho do assistente social na</p><p>educação é muito importante, porque ele consegue ir além dos muros da escola ou</p><p>seja, ele procura entender o contexto histórico do aluno família e convivência social.</p><p>Concluímos que o serviço social na educação é uma questão importante no</p><p>auxílio de formação educacional. O papel do serviço social na educação é de</p><p>administrar os problemas sociais enfrentados no âmbito educacional, onde muitas</p><p>vezes o profissional da área possui algumas dificuldades de lidar. Podemos perceber</p><p>que a presença do profissional de Serviço Social é importante, para que haja bom</p><p>desempenho do indivíduo na área educacional, é indiscutível a necessidade do</p><p>Assistente Social, comunidade escolar e sociedade, que é a principal responsável</p><p>pelo</p><p>sucesso do estudante.</p><p>30</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Serviço Social e política educacional. Um breve</p><p>balanço dos avanços e desafios desta relação. Palestra proferida no I encontro de</p><p>Assistentes Sociais na área de educação, no dia 28 de marco de 2003 em Belo</p><p>Horizonte.</p><p>AMARO, Sarita. Serviço Social na Educação: bases para o trabalho profissional.</p><p>Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012</p><p>BRASIL. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.935, de 11 de dezembro de 2019.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional. Brasília, 20 dez. 1996. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 de out. 2020.</p><p>BOURDIEU, Pierre. A produção da crença: contribuição para uma economia dos</p><p>bens simbólicos. São Paulo: Zouk, 2002.</p><p>______. O poder simbólico. 10ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.</p><p>CFESS. Serviço social na educação: uma inserção possível e necessária, Brasília,</p><p>2001. Disponível em: . Acesso em: 02 de abr. 2016.</p><p>DEBARBIEUX, Eric. A violência na escola francesa: 30 anos de construção social do</p><p>objeto (1967-1997). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 27, nº 1, p. 163-193,</p><p>jan./jun. 2001. Disponível</p><p>em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-</p><p>97022001000100011. Acesso em: 20 out. 2020.</p><p>FANTE, C.A.Z.Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar</p><p>para a paz. Campinas: Versus, 2005.</p><p>IAMAMOTO, Marilda Villela. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no</p><p>Serviço Social contemporâneo : trajetória e desafios.</p><p>IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena contemporânea.</p><p>CFESS/ABEPSS (Orgs) Serviço Social, direitos e competências profissionais.</p><p>Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.</p><p>NETO, Aramis A. Lopes. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal</p><p>de Pediatria, Porto Alegre, v. 81, nº 5, supl. p. 164-172, nov. 2005. Disponível</p><p>em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-</p><p>75572005000700006. Acesso em: 20 out. 2020.</p><p>NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da “questão social”. Temporalis,</p><p>Brasília, n. 3, p. 41-49, jan./jul. 2001.</p><p>PIANA, Maria Cristina. Serviço Social e Educação: olhares que se entrecruzam.</p><p>Serviço Social & Realidade, v.18, n. 2, p. 182-206, 2009.</p><p>PONTES, Reinaldo Nobre. Mediação e Serviço Social: um olhar preliminar sobre a</p><p>categoria teórica e sua apropriação pelo Serviço Social. 8. ed. São Paulo: Cortez,</p><p>2016.</p><p>31</p><p>ROSSA, A. Serviço social na educação. 2011, p. 85. Trabalho de Conclusão de</p><p>Curso (Bacharel em Serviço Social). Universidade Estadual do Oeste do Paraná,</p><p>Toledo, 2011.</p><p>ROMANOWSKI, Joana Paulin; ENS, Romilda Teodora. As pesquisas denominadas</p><p>do tipo “Estado da Arte” em Educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 6,</p><p>n. 19, p. 37-50, set./dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 3 abr. 2014.</p><p>SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos, GUINDANI, Joel Felipe.</p><p>Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Rev. Bras. de História &</p><p>Ciências Sociais. n. I, p. 1-15, jul., 2009.</p><p>SOUZA, Mirian Rodrigues de. Violência nas escolas: causas e</p><p>consequências. Caderno Discente do Instituto Superior de Educação, Aparecida de</p><p>Goiânia, p. 119-135, 2008.</p><p>YAZBEK, M.C. Pobreza e exclusão social: expressões da Questão Social no Brasil.</p><p>Temporalis, Brasília, n. 3, 2001.</p><p>TAVARES, Maria Augusta da Silva. O debate contemporâneo acerca da questão</p><p>social. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n.92, ano XXVIII, p. 118-138, 2007.</p>

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