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<p>LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA CLÍNICA</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO</p><p>CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504</p><p>E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>O ácido úrico (de fórmula molecular C5H4N4O3) é um ácido orgânico fraco</p><p>produzido pelo fígado, sendo o produto do catabolismo das bases purínicas guanosina</p><p>5-monofosfato (GMP) e adenosina 5-monofosfato (AMP). As purinas são obtidas por</p><p>meio da ingestão de alimentos, estando presentes em proteínas do corpo. Ao ser</p><p>degradada, é produzida a xantina, que será oxidada pela enzima xantina oxidase em</p><p>ácido úrico, que, por fim, é transformado em urato de sódio (SARI et al., 2015).</p><p>A elevação de urato no plasma sanguíneo pode ocorrer por diferentes</p><p>manifestações, sejam elas patológicas ou não. Dietas ricas em proteínas, bem como a</p><p>ingestão de bebidas alcoólicas podem ocasionar aumento dos níveis de ácido úrico. Os</p><p>valores normais encontrados no corpo humano podem variar. No entanto, diariamente,</p><p>o corpo produz 350mg, e cerca de 300mg são obtidos por meio da alimentação</p><p>(BATISTA; WIBELINGER, 2011).</p><p>Níveis reduzidos de ácido úrico podem ser relatados, porém em proporção</p><p>bastante inferior. As principais causas são em síndromes genéticas (síndrome de Fanconi</p><p>e doença de Wilson), concentrações elevadas de hormônio do crescimento</p><p>(acromegalia), anemia do tipo perniciosa, além dos tumores malignos (linfomas de</p><p>Hodgkin e carcinoma broncogênico) (SO; THORENS, 2010).</p><p>A maior parte do ácido úrico presente no corpo é eliminado pela urina; já o</p><p>restante será metabolizado pelo trato gastrintestinal. Quando ocorre uma diminuição</p><p>nessa eliminação, verifica-se o aumento de urato e, consequentemente, o seu acúmulo</p><p>no organismo. Níveis de ácido úrico elevados no sangue (hiperuricemia) podem ser</p><p>causados por produção excessiva ou eliminação deficiente. Uma das causas da</p><p>hiperuricemia é a insuficiência renal, uma vez que os rins são responsáveis por exercer</p><p>o balanço hidroeletrolítico, mantendo a concentração de urato em equilíbrio. Cerca de</p><p>mailto:contato@algetec.com.br</p><p>LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA CLÍNICA</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO</p><p>CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504</p><p>E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br</p><p>20-60 % dos pacientes renais apresentam desequilíbrio da eliminação de ácido úrico ou</p><p>disfunção renal leve e moderada (KANG et al., 2002). Além da insuficiência renal,</p><p>também estão listadas a cetoacidose, o uso de diuréticos e o excesso de lactato, bem</p><p>como em todas as doenças nas quais exista destruição de nucleoproteínas. A elevação</p><p>de ácido úrico também é relatada em pacientes com obesidade. Diabetes e hipertensão</p><p>também podem ocasionar aumento dos níveis de urato, porém ainda são desconhecidos</p><p>os mecanismos relacionados (SANTOS, 2015).</p><p>A principal manifestação clínica da hiperuricemia é a artrite gotosa, mais</p><p>conhecida como “gota”, descrita como uma doença metabólica causada pelo depósito</p><p>de cristais de urato de sódio. O termo “gota” vem do latim gutta, descrevendo o</p><p>conceito da enfermidade na época, a de um gotejar. Tornou-se conhecida como a</p><p>doença dos reis devido à associação com o consumo abusivo de proteínas (RIDER;</p><p>JORDAN, 2010). Segundo estudos, a gota vem se tornando cada vez mais frequente</p><p>mundialmente, entretanto, acredita-se que somente 20% dos pacientes com</p><p>hiperuricemia desenvolvem a artrite gotosa, a depender de fatores individuais como</p><p>idade, qualidade de vida e presença de outras comorbidades (KEENAN, 2017).</p><p>Descrita como uma doença inflamatória que acomete as articulações devido à</p><p>precipitação de cristais de urato encontrados em excesso nos fluidos corporais, a gota é</p><p>representada por longos períodos de latência, seguidos de fortes crises e início de</p><p>processo de cronificação, com a presença de tofos (depósitos de cristais). A Figura 1</p><p>exemplifica o cristal de urato de sódio observado na microscopia polarizada (acima) e</p><p>óptica (abaixo).</p><p>Figura 1. Cristais de urato em sedimento urinário.</p><p>mailto:contato@algetec.com.br</p><p>LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA CLÍNICA</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO</p><p>CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504</p><p>E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br</p><p>Apesar de apresentar maior afinidade pelas articulações das mãos e dos pés,</p><p>pode afetar qualquer articulação do corpo (RIDER; JORDAN, 2010). A gota é mais comum</p><p>em homens em uma proporção de 5:1, tendo maior risco em afrodescendentes e,</p><p>normalmente, é relatada entre os 30 e os 50 anos. Os cristais de urato podem se</p><p>acumular nos rins ou em demais locais do corpo, ocasionando dores agudas (SO;</p><p>THORENS, 2010). A presença de hiperuricemia não é suficiente para diagnosticar a gota,</p><p>visto que os pacientes podem exibir quadros com valores normais de ácido úrico, além</p><p>de muitos casos de hiperuricemia assintomática. Assim, a identificação dos cristais de</p><p>urato no líquido sinovial é o padrão-ouro para o diagnóstico da gota.</p><p>A dosagem de ácido úrico é de extrema relevância para a avaliação clínica dos</p><p>pacientes. Sua dosagem é solicitada para a avaliação e o monitoramento da gota, de</p><p>forma a monitorar os níveis de ácido úrico durante quimioterapia ou radioterapia, para</p><p>a detecção de níveis elevados na urina (relacionados à formação de cálculos renais),</p><p>entre outros (SANTOS, 2015). A indicação para sua dosagem se dá com a ocorrência de</p><p>sintomas, como dores articulares ou outros indícios sugestivos de gota como edema e</p><p>vermelhidão de uma articulação, pacientes em tratamento oncológico e histórico de</p><p>doenças renais (RIDER; JORDAN, 2010).</p><p>A partir da concentração de antipirilquinonimina, que dá a reação à coloração</p><p>avermelhada, é calculada a concentração de ácido úrico na amostra de soro. O método</p><p>analítico utilizado é o enzimático direto, que mede a absorbância em aparelho</p><p>específico, o fotômetro (ÁCIDO..., 2016).</p><p>A partir dos valores de concentração final do método analítico (no caso, o ácido</p><p>úrico), serão enquadrados os valores esperados de referência predeterminados pelo</p><p>fabricante do kit comercial utilizado. Quando dentro da faixa de concentração esperada</p><p>e de acordo com o gênero do paciente, é possível considerar o resultado como “dentro”</p><p>do valor de referência (níveis normais de ácido úrico) (ÁCIDO..., 2016).</p><p>mailto:contato@algetec.com.br</p><p>LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA CLÍNICA</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO</p><p>CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504</p><p>E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br</p><p>mailto:contato@algetec.com.br</p><p>LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA CLÍNICA</p><p>DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO</p><p>ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO</p><p>CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504</p><p>E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ÁCIDO úrico. Labtest, 2016. Disponível em: http://labtest.com.br/wp-</p><p>content/uploads/2016/09/Ref_140_EdiAbril2013_Ref051015_Port.pdf. Acesso em: 9</p><p>jun. 2022.</p><p>BATISTA, J. S.; WIBELINGER, L. M. Intervenções fisioterapêuticas no idoso portador de</p><p>gota. Contexto e Saúde, v. 10, n. 20, p. 1061-1064, 2011.</p><p>CASTRO, D.; ROSA, F. R. Os aspectos básicos de análise do líquido sinovial. São Paulo:</p><p>Moreira Júnior, 2016.</p><p>KANG, D. H. et al. A role for uric acid in the progression of renal disease. Journal of the</p><p>American Society of Nephrology, v. 13, n. 12, p. 2888-2897, 2002.</p><p>KEENAN, R. T. Limitations of the current standards of care for treating gout and crystal</p><p>deposition in the primary care setting: a review. Clinical Therapeutics, v. 39, n. 2, p. 430-</p><p>441, 2017.</p><p>RIDER, T. G.; JORDAN, K. M. The modern management of gout. Rheumatology, v. 49, n.</p><p>1, p. 5-14, 2010.</p><p>SANTOS, F. D. Gota: uma revisão.</p><p>Revista Médica da UFPR, v. 3, p. 25-31, 2015.</p><p>SARI, I. et al. Existe uma relação entre a artrite gotosa e as mutações genéticas da febre</p><p>familiar do mediterrâneo? Revista Brasileira de Reumatologia, v. 55, p. 225-229, 2015.</p><p>SO, A.; THORENS, B. Uric acid transport and disease. The Journal of Clinical</p><p>Investigation, v. 120, n. 6, p. 1791-1799, 2010.</p><p>mailto:contato@algetec.com.br</p>

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