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<p>PSICOMOTRICIDADE, RECREAÇÃO E JOGOS</p><p>HELOÍSA CARDOSO VARÃO SANTOS</p><p>1</p><p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA</p><p>NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet</p><p>CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA</p><p>HELOÍSA CARDOSO VARÃO SANTOS</p><p>PSICOMOTRICIDADE, RECREAÇÃO E JOGOS</p><p>São Luís</p><p>2020</p><p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - CONCEPÇÕES TEÓRICAS: Psicomotricidade; Enfoque</p><p>Psicogenético da Educação Psicomotora e Princípios Neurocientíficos</p><p>1.1 Correntes principais ...............................................................................................06</p><p>1.1.1 Correntes da Psicomotricidade ...........................................................................07</p><p>1.2 Enfoque Psicogenético da educação Psicomotora ...............................................09</p><p>1.3 Estágios (Wallon) ....................................................................................................11</p><p>1.3.1 Tendências da Educação Psicomotora sob o enfoque Walloniano .....................13</p><p>RESUMO .................................................................................................................14</p><p>REFERÊNCIAS .....................................................................................................15</p><p>UNIDADE 2- DESENVOLVIMENTO GLOBAL: intelectual, motor e afetivo da</p><p>criança. Tipos de Psicomotricidade; Contribuições da Psicomotricidade para a educação</p><p>e aprendizagem das crianças</p><p>2.1 Elementos básicos da Psicomotricidade ...............................................................18</p><p>2.2 Educação Psicomotora ...........................................................................................21</p><p>RESUMO ..................................................................................................................23</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................23</p><p>UNIDADE 3 - PSICOMOTRICIDADE NA RECREAÇÃO: brincadeiras e jogos; A</p><p>História e a Importância dos Jogos na Aprendizagem das crianças da Educação Infantil</p><p>e do Ensino Fundamental, anos iniciais; O brincar como um direito de aprendizagem na</p><p>Base Nacional Comum</p><p>3.1 Brincadeiras.............................................................................................................24</p><p>3.1.1 A Recreação e o Desenvolvimento Psicomotor ....................................................25</p><p>3.2 Jogos e brincadeiras na Educação Infantil ..........................................................29</p><p>3.2.1 A Psicomotricidade, Recreação e Jogos no Currículo ...........................................30</p><p>3.2.2 Brinquedos e Brincadeiras Apropriados para cada idade......................................33</p><p>3.3 Atividades Recreativas e Psicomotoras ................................................................34</p><p>RESUMO .......................................................................................................................45</p><p>REFERÊNCIAS ...........................................................................................................45</p><p>3</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Caro (a) estudantes,</p><p>Este material didático visa pontuar aspectos importantes no estudo sobre</p><p>Psicomotricidade, Recreação e Jogos e reúne concepções de autores e instituições sobre</p><p>a definição de Psicomotricidade e das áreas de intervenção da psicomotricidade e,</p><p>respectivamente, a psicomotricidade presente nas atividades lúdicas e recreativas</p><p>desenvolvidas com as crianças de Educação Infantil e Ensino Fundamental no sentido</p><p>de promover o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças.</p><p>O pedagogo é convidado a promover interações e brincadeiras como ações</p><p>estruturantes dos currículos e compreender a importância do movimento e das</p><p>atividades estimuladoras, por isso vamos neste estudo compreender os enfoques e as</p><p>tendências, destacando as contribuições de Wallon, os diferentes campos envolvidos de</p><p>modo a compreendermos todo o processo educativo que acontece por meio do corpo e</p><p>do movimento, denominado Educação Psicomotora num permanente diálogo tônico-</p><p>corporal e do olhar .</p><p>Este e-Book está organizado em três Unidades a fim de contemplar o conteúdo</p><p>da disciplina convido você a fazer outras leituras no acervo disponibilizado no</p><p>ambiente virtual.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>UNIDADE I -CONCEPÇÕES TEÓRICAS: Psicomotricidade; Enfoque</p><p>Psicogenético da Educação Psicomotora e Princípios Neurocientíficos</p><p>Objetivo:</p><p>Identificar as concepções teóricas de Psicomotricidade, estabelecendo relações entre os</p><p>diferentes enfoques, funções e princípios.</p><p>Figura 1 – Crianças brincando</p><p>Fonte :https://br.pinterest.com/pin/578571883358469472/?nic_v2=1a7eZn3SM</p><p>Quem não viveu experiências psicomotoras na roça, no quintal da casa, no terreiro</p><p>da casa ou mesmo na beira do rio ,como vemos nesta imagem que nos remete a infância,</p><p>deixando aquela sensação de “liberdade” de “alegria” e de desafios criativos na</p><p>companhia dos vizinhos e dos parentes numa passagem pelo rio ou mesmo</p><p>acompanhando a pessoa que foi ao rio lavar roupa. Cada leitura dessa imagem tem</p><p>muita relação com as experiências vividas. Encontrei no poema “Brincando de esconder</p><p>“, de José Ferreira de Sousa uma bela explicação para a importância das brincadeiras de</p><p>criança para o seu desenvolvimento cores, sabores e também cheiros diferentes e só</p><p>quem viveu muitas experiências se alegra com os cenários que lhe traz lembranças bela</p><p>explicação para a importância das brincadeiras de criança para o seu desenvolvimento,</p><p>pois ao falar de psicomotricidade, recreação e jogos, as interações e as brincadeiras se</p><p>fazem presentes .</p><p>5</p><p>Ao ler o poema você pode voltar no tempo e escrever sobre as lembranças de sua</p><p>infância.</p><p>BRINCANDO DE ESCONDER</p><p>Quem de nós não foi criança?</p><p>Tintas de brincadeiras ,</p><p>um botãozinho de roseiras</p><p>Qual tatuagem de infância</p><p>Qualificada lembrança</p><p>motiva a gente a crescer!</p><p>Sabe-se já quem vai vencer !</p><p>Nessa acirrada corrida...</p><p>Se corre a morte atrás da vida</p><p>E brincando de se esconder .</p><p>Sinto um enorme prazer</p><p>quando recordo aquela idade</p><p>Lamentamos,na verdade</p><p>Os que não puderam nascer .</p><p>Já pensou? Essa nova criatura</p><p>escutar sua mãe dizendo :</p><p>“Menino ,estás fazendo o que ?”</p><p>E ele para se explicar</p><p>Como se ...estivesse trabalhando ,responde :</p><p>Brincando de esconder !</p><p>Desde o ventre materno</p><p>Patena”do corpo gestado</p><p>Cada ser ,ali gerado tem seu direito de crescer.</p><p>Um ser que não pode ser</p><p>Nos faz sofrer profundamente .</p><p>Nem pode fazer como a gente</p><p>Em brincando de esconder</p><p>Nascendo ,cresce ,compõe a família se renova .</p><p>Sabemos que haverá prova para ajudar -nos a crescer mas,</p><p>uma coisa lhe asseguro :A família é o futuro ,brincando de se esconder</p><p>(José Ferreira de Sousa)</p><p>Figura 2 – Crianças brincando no quintal</p><p>Fonte :https://pirilampokids.com.br/brincadeira-para-o-feriado-pirilampo-kids/cute-</p><p>children-playing-at-park/</p><p>6</p><p>1.1 Correntes principais</p><p>A psicomotricidade como ciência vem sendo estudada desde o início do século</p><p>XIX, na tentativa de preencher algumas lacunas e necessidades médicas, especialmente</p><p>na área da neurologia.</p><p>É uma ciência terapêutica adotada na Europa há mais de 60 anos, principalmente</p><p>na França, que instituiu o primeiro curso universitário de Psicomotricidade em 1963</p><p>(ISPE-GAE, 2007).Tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em</p><p>movimento e em relação ao seu mundo</p><p>a sola de sapatos velhos como se</p><p>fossem carimbos para estampar. As crianças pisarão em poças de muito pouca</p><p>profundidade e seguirão o rastro das pegadas, pisando sobre elas.</p><p>39</p><p>Feijão Queimou</p><p>As crianças fazem um círculo de mãos dadas, mas sem fechar. A primeira será a cabeça</p><p>e irá conduzir a fila. Para começar, ele irá dizer: Cabeça: Feijão queimou! Todos: Quem</p><p>queimou? Cabeça: Foi à vovó! Todos: Dá uma volta? Cabeça: Eu dou! A cabeça do</p><p>grupo puxa a fileira e passam todos por baixo das mãos da primeira dupla do outro lado</p><p>da fila. Quando passarem todos, a segunda criança vai ficar de costas com os braços</p><p>cruzados sobre o peito. Nenhuma criança poderá soltar os braços, para não arrebentar a</p><p>corrente. Quando terminar, somente as crianças das extremidades da fila estarão ao</p><p>contrário das demais. Alinhe lentamente as crianças para que ninguém se solte,</p><p>colocando-os lado a lado. Ao ouvir o sinal vão puxar para lados opostos. O grupo de</p><p>deixar arrebentar a corrente perde.</p><p>Passarela do Movimento</p><p>Objetivos: demonstrar as habilidades motoras de coordenação motora global, equilíbrio,</p><p>agilidade e força.</p><p>Disponha os colchonetes em sequência no chão, formando a passarela. As crianças vão</p><p>desfilar, realizando várias movimentações diferentes e em diversas posições: todos</p><p>engatinham na passarela (ida e volta); depois todos rolam (ida e volta); crianças ao lado</p><p>da passarela: agora ficam com as duas mãos em cima da passarela e o resto do corpo</p><p>fora dela. Caminham lateralmente – 2 passos com os pés e depois com as mãos; o</p><p>contrário da atividade anterior: os pés ficam na passarela e as mãos fora; agora se</p><p>rastejam na passarela como uma cobra; dando cambalhotas.</p><p>Cabana de Jornal</p><p>Quem diria que com folha de jornal enrolado você consegue montar uma estrutura de</p><p>uma cabana? Certamente dá trabalho para fazer, mas se você tiver crianças curiosas em</p><p>casa, elas devem se interessar pelo desafio. Funciona melhor com crianças maiores.</p><p>Brincadeiras no Pátio</p><p>Deixar livre para brincar de escorregador, balanço, gira-gira, bola, corda e atividades</p><p>dirigidas e jogos: Correr perseguindo um colega; Correr dado um sinal, pegar um</p><p>companheiro; Saltar com os pés juntos, dando as mãos a um companheiro; Saltar o mais</p><p>alto possível.</p><p>Minhoca</p><p>Objetivos: Desenvolver a coordenação dos grandes movimentos e a coordenação motora</p><p>fina.</p><p>É uma corrida de ida e volta, mas os participantes, ao invés de correrem, se arrastam</p><p>pelo chão. Ganha quem chegar primeiro imitando a minhoca.</p><p>40</p><p>Corrida dos Sapatos</p><p>Formam-se duas equipes, que são dispostas em fileira. Uma cadeira ou bandeirinha</p><p>separa um time do outro. Os jogadores tiram os sapatos, que serão embaralhados. Dá-se</p><p>o sinal de início, e os jogadores devem sair correndo, até encontrarem seus dois pés de</p><p>sapato, calçando-os seguida. Feito isso, voltam ao ponto de partida. Os jogadores que</p><p>calçarem sapatos trocados, ou não o calçarem direito, serão desclassificados. Cada</p><p>jogador que retornar à linha de partida, e não for desclassificado, marcará um ponto para</p><p>a equipe. Ganhará a equipe que marcar o maior número de pontos.</p><p>Conduzindo a Bola</p><p>Objetivos: Perceber as iniciativas e estratégias adotadas pela criança em relação à</p><p>lateralidade e identificar o nível de compreensão da criança ao atendimento e</p><p>cumprimento das tarefas propostas como: lançar a bola para variadas direções; receber e</p><p>lançar a bola na posição estática ou em deslocamento.</p><p>Material: duas bolas de borracha; dois baldes</p><p>Divide-se a turma em duas colunas e cada coluna se posiciona em frente de um balde</p><p>aproximadamente dez metros de distância. O primeiro aluno de cada coluna, com a bola</p><p>na mão, se deslocará em direção ao balde podendo quicar ou não a bola. Ao chegar à</p><p>linha demarcada, lançará a bola em direção ao balde, na tentativa de efetuar uma cesta.</p><p>Pegará novamente a bola e retornará da mesma forma até a sua coluna entregando a</p><p>bola para o próximo da fila. Este receberá a bola e efetuará a mesma trajetória do colega</p><p>anterior.</p><p>Corrida do Tênis</p><p>Os participantes deverão retirar os tênis e colocá-los distantes. Dada à largada, eles</p><p>deverão correr e calçá-los o mais rápido possível. Em seguida, as crianças serão</p><p>divididas em duplas e cada criança buscará o calçado do seu par.</p><p>Dirigindo</p><p>Objetivos: desenvolver a criatividade o esquema de comunicação verbal e não verbal,</p><p>exercitar movimentos finos e comuns para expressar o movimento dos transportes.</p><p>1. Material: figuras de meios de transportes, fita adesiva</p><p>A professora colocará com fita adesiva figuras uma figura de um meio de transporte em</p><p>cada criança que deverá imitar o motorista e vai imitando o tipo de transporte</p><p>escolhido usando o som .Em seguida na roda a professora pergunta : “Que meios de</p><p>transporte foram imitados? “Quem lembra o meio de transporte do colega X .</p><p>41</p><p>Brincadeiras Para Crianças de 4 Anos e 5 Anos</p><p>Figura 10 – Colorindo a Infância- Tela de Ivan Cruz</p><p>Fonte: https://www.google.com/search?rlz=1C1RLNS_pt-</p><p>BRBR794BR794&source=univ&tbm=isch&q=tela+de+Ivan+cruz&sa=X&ved=2ahUKEwisx6G52uvrAh</p><p>XaH7kGHdntDkUQ7Al6BAgJEEs&biw=</p><p>As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento</p><p>cognitivo, social e afetivo da criança. Também é uma forma de autoexpressão. O faz de</p><p>conta estimula a fantasia, a criatividade e dá possibilidades à criança de construir</p><p>símbolos, cenários, personagens únicos ou qualquer coisa que desejar. Além disso,</p><p>estimula a interação com outras crianças e a aquisição da linguagem.</p><p>A criança utiliza melhor lápis de cera, canetas, tinta e papel, pois se divertem muito</p><p>desenhando e pintando. Na modelagem, começa a querer agregar objetos à massa (como</p><p>palitos, contas coloridas e aparas de lápis). Ela quer construir suas próprias coisas e ter a</p><p>sensação de participar efetivamente.</p><p>Fonte: Pinteres - lazer & cultura » jogos & brincadeiras</p><p>Frescobol com balões</p><p>Jogo para 2 pessoas, só que com balões o que evita qualquer quebra-quebra.</p><p>Pode ser jogado como se fosse um frescobol ou como uma partida de tênis.</p><p>42</p><p>Material-2 pratos de aniversário, de plástico ou papel; fita adesiva para dividir a área de</p><p>jogo (opcional); 2 palitos de picolé;1 grampeador;1 balão.</p><p>Como jogar- Faça as raquetes grampeando os pratos nos palitos de picolé. Jogam</p><p>apenas duas crianças de cada vez. Sorteia-se quem vai começar, impulsionando no balão</p><p>para cima com um golpe de raquete. Cada jogador tem que impedir que o balão caia no</p><p>chão ou na área atrás dele (do jogador), senão perde ponto para o adversário.</p><p>Os Bastões</p><p>Idade; 4 anos</p><p>Participantes: adultos e um pequeno grupo de crianças</p><p>Objetivos: coordenação psicomotora, simbolização.</p><p>Material: bastões de 1,20m de comprimento, que podem ser cabos de vassoura ou</p><p>invólucros cilíndricos utilizados para guardar papéis como plantas de edifícios,</p><p>desenhos etc.; poderão ser de madeira, de plástico ou de papelão, sendo um para cada</p><p>criança.</p><p>Atividades: cada criança brinca com seu bastão, explorando livremente todas as</p><p>possiblidades que este lhe oferece. Pode-se sugerir que „andem a cavalo pelo campo‟,</p><p>que „subam a montanha apoiados em seus bastões‟ etc.</p><p>Brincadeiras Tradicionais</p><p>Quem não se lembra das brincadeiras e brincadeiras que passam de geração em geração</p><p>e de origens indígena, africana e europeia. Os índios utilizavam uma trouxa de folha</p><p>cheia de pedras que eram amarradas numa espiga de milho e brincavam jogando esta</p><p>trouxa de um lado para outro, chamavam-na de Pe‟teka, que em tupi significa bater.</p><p>La Coxia</p><p>Todos sentados no chão formando um grande círculo. Um dos jogadores pega a “peia”</p><p>(pode ser um galho, o chinelo, o cinto etc.) e corre em volta enquanto os demais dizem</p><p>diversas vezes em coro:</p><p>Corre, corre La coxia,</p><p>Quer, de noite,</p><p>Quer, de dia.</p><p>Numa dessas voltas, a “peia” deve ser deixada atrás de um</p><p>dos que estão sentados.</p><p>Se o “La coxia” conseguir dar a volta completa, pega a peia novamente e bate com toda</p><p>força no incauto que não reparou que a peia tinha ficado atrás de si e nesse caso esse</p><p>será o próximo “La Coxia”.</p><p>..</p><p>43</p><p>Ciranda</p><p>É um a dança trazida de Portugal como dança adulta, mas logo sofreu transformações e</p><p>passou a alegras as brincadeiras infantis.</p><p>Fonte: brasilescola.uol.com.br</p><p>Figura 11 – Obra “RODA” -1942 –Milton Dacosta</p><p>Fonte: https://www.sabermais.am.gov.br/odas/obra-roda-1942-milton-dacosta</p><p>Amarelinha</p><p>A amarelinha é de origem francesa, e consiste em um desenho formado por blocos</p><p>numerados de 1 a 9, e com uma pedrinha que deve obedecer as paredes de cada bloco.</p><p>Pipa</p><p>A pipa já era usada há quase 1000 anos antes de Cristo, como forma de sinalização, aqui</p><p>no Brasil foi trazida pelos portugueses, como diversão para voar através da força dos</p><p>ventos e ser controlada por uma linha da que permite ao condutor deixá-la cada vez</p><p>mais alta ou mais baixa.</p><p>44</p><p>Figura 12 – Soltanto Pipas - Portinari</p><p>Fonte:http://www.novaprint.com.br/professores/46-resg</p><p>Figura 13 - Pula Corda</p><p>Fonte: Ricardo Ferrari. Disponível em: www.todamateria.com.br/brincadeiras-folcloricas/</p><p>Atividade realizada individualmente ou em grupo. Quando envolve mais pessoas, duas</p><p>delas balançam e rodam a corda, para que outra pule. Se de a pessoa que pula pisar na</p><p>corda, é a vez de outro jogador. Essa atividade também pode envolver músicas</p><p>populares, cantadas pelas pessoas que balançam a corda.</p><p>Figura 14 - Carrinho de Rolemã</p><p>Fonte: Ricardo Ferrari. Disponível em:http://www.novaprint.com.br/professores/46-resg</p><p>45</p><p>Sugestões de Leitura</p><p>BNCC de Educação Infantil</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.</p><p>pdf</p><p>Sugestão de Pesquisa</p><p>Leia a matéria sobre O Território do brincar - pesquisa, documentação sobre a cultura</p><p>da infância e sua expressão mais genuína: o brincar. Uma realização do Instituto</p><p>Alana, realizada de abril de 2012 a dezembro de 2013, em diversas regiões brasileiras,</p><p>incluindo comunidades rurais, indígenas, quilombolas, grandes metrópoles, localidades</p><p>no sertão e no litoral, revelando o país através dos olhos das crianças com registros de</p><p>brinquedos e brincadeiras de regiões brasileiras. Site do Projeto Disponível</p><p>em:www.territoriodobrincar.com.br.</p><p>RESUMO</p><p>Nesta Unidade, apresentamos o universo lúdico da criança que pode ser explorado para</p><p>desenvolver habilidades psicomotoras e aprendizagens nas diferentes fases da vida e</p><p>indicamos atividades que podem ser realizadas desde a Creche visando estimular a</p><p>motricidade fina e grossa, a percepções sensoriais e também identificar as limitações e</p><p>dificuldades das crianças .As recomendações de leitura e vídeos ampliará o universo</p><p>de informações a fim de que possa propor atividades ,acrescentando brincadeiras que</p><p>marcaram sua infância e percebendo quais as habilidades que desenvolveram nos</p><p>aspectos de percepção auditiva, visual, olfativa e também as habilidades motoras ,</p><p>lateralidade, coordenação motora , equilíbrio , ritmo, atenção e rapidez de reação.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALBUQUERQUE, Silmara. A Educação Física na Educação Infantil. Curitiba:</p><p>Editora Gráfica Expoente ,2008.v.1.</p><p>ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São</p><p>Paulo: Loyola, 1995.</p><p>BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Práticas cotidianas na Educação Infantil: Bases</p><p>para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: Ministério da Educação,</p><p>2009.</p><p>BARRETO, S. J. Psicomotricidade: educação e reeducação. 2. ed.</p><p>Blumenau:Acadêmica, 2000.</p><p>BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo:</p><p>Summus, 1984.</p><p>46</p><p>BORBA, Ângela M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL,</p><p>MEC/SEB Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança</p><p>de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia</p><p>Ribeiro do Nascimento. Brasília/DF, Ministério da Educação, Secretaria de Educação</p><p>Básica, 2006.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Infantil.</p><p>Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília/DF, 1998.</p><p>_______._A brincadeira como experiência de cultura na educação infantil. In:</p><p>BRASIL/MEC – Revista Criança do professor de educação infantil. Ministério da</p><p>Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília/DF, 2007.</p><p>DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Brincadeiras e Brinquedos Culturais"; Brasil</p><p>Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/cultura/brincadeiras-brinquedos-</p><p>culturais.htm. Acesso em: 7 set. 2020.</p><p>FERLAND, Francine. O desenvolvimento da criança no dia a dia. Do berço até à</p><p>escola primária. Lisboa/Portugal: Climepsi, 2006.</p><p>FONSECA, Vítor da. Manual de obsevação psicomotora: significação</p><p>psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.</p><p>__________. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre:</p><p>Artmed,2008.</p><p>__________. Manual de observação psicomotora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.</p><p>________ __. Psicomotricidade perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2004.</p><p>GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade e educação física: Quem quer brincar põe o</p><p>dedo aqui. São Paulo: Cultural RBL, 2010.</p><p>__________. Do andar ao escrever um caminho psicomotor. São Paulo: Cultural</p><p>RBL, 2009.</p><p>JACOB, S. H. Estimulando a mente de seu bebê. São Paulo: Madras, 2002.</p><p>KISHIMOTO, T. M. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, Rio de</p><p>Janeiro: Vozes, 12. ed. 1993.</p><p>LAPIERRE, André; AUCOUTURIER, Bernard. A Simbologia do movimento,</p><p>psicomotricidade de educação. São Paulo: Manole, 1986.</p><p>LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. Tradução:</p><p>Jeni Wolff. Porto Alegre: Artmed, 1987.</p><p>47</p><p>LE BOULCH, Jean. Curso de psicomotricidade. Uberlândia: Universidade Federal de</p><p>Uberlândia,1983a.</p><p>LE CAMUS, Jean. O corpo em discussão: da reeducação motora às terapias de</p><p>mediação corporal. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.</p><p>KISHIMOTO, Tisuku Morchida. Brinquedos e brincadeiras na educação Infantil.</p><p>In: SEMINÁRIO NACIONAL: Currículo em Movimento – Pespectiva Atuais,</p><p>2010, Belo Horizonte. Anais nov. 2010.</p><p>MACHADO, M. M. O brinquedo-sucata e a criança. Edições Loyola, 2003.</p><p>MELO, José Pereira. Desenvolvimento da consciência corporal: uma experiência da</p><p>educação física na idade pré-escolar. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 1998.</p><p>MERLEAU-PONTY, Maurice. La phénoménologie de la perception. Paris:</p><p>Gallimard, 1945.</p><p>NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.</p><p>NÓBREGA, Terezinha Petrúcia; MENDES, Isabel; GLEYSE, Jacques. Compreensões</p><p>de corpo na Educação Física: análise de conteúdo das Revistas EPS (França) e RBCE</p><p>(Brasil). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 38, n. 3, p. 227-234, 2016.</p><p>__________. Corpo e natureza em Merleau-Ponty. Movimento, v.20, n.3, p. 1175-1196,</p><p>2014.</p><p>PIAGET, Jean. A Psicologia da Criança. Rio de Janeiro: DIFEL, 2003.</p><p>SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física Escolar: Conhecimento e Especificidade.</p><p>Revista Paulista de Educação Física, sup. 2, p. 6-12, 1996.</p><p>SOARES. Carmen Lúcia. Educação Física: raízes europeias e Brasil. 3.ed. Campinas,</p><p>SP: Autores Associados, 2004.</p><p>TELLES, Maria Luiza. Educação sem fronteiras: cuidando do ser. Petrópolis,</p><p>RJ:Vozes, 2003.</p><p>VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1999.</p><p>interno e externo, bem como suas possibilidades</p><p>de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada</p><p>ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e</p><p>orgânicas. (S.B.P.1999).</p><p>Os estudos sobre a psicomotricidade têm como objetivo estudar o</p><p>desenvolvimento da criança, bem como o atraso motor e intelectual, oferecendo melhor</p><p>qualidade de vida para crianças com necessidades especiais, a fim de proporcionar-lhes</p><p>maior autonomia e domínio do próprio corpo.</p><p>No Brasil, temos conhecimento que o surgimento decorreu da influência</p><p>francesa desencadeada por Dupré, um neurologista francês nas primeiras décadas do</p><p>século XX ao estudar as debilidades motoras e seus efeitos no desenvolvimento integral</p><p>do ser humano.</p><p>Para compreendermos a amplitude da psicomotricidade veremos os aspectos</p><p>comuns que são na área da saúde e da educação sob a ótica de vários teóricos do</p><p>desenvolvimento humano e do bem-estar, atentos aos efeitos psicomotores das</p><p>atividades que ocorrem no âmbito da comunidade, da escola visando garantir a</p><p>harmonização corpo e mente.</p><p>Figura 3- O que é psicomotricidade?</p><p>Fonte: https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade/</p><p>7</p><p>Ao analisar a palavra psicomotricidade vemos a integração dos termos “psico” e</p><p>“motricidade” que integrados expressam:</p><p>Gonçalves (2010, p.85) vê a psicomotricidade como: “É uma ciência que se</p><p>estuda o indivíduo por meio do seu movimento; movimento esse que exprime, em sua</p><p>ação, aspectos motores, afetivos e cognitivos, e que é resultado da relação do sujeito</p><p>com seu meio social.”</p><p>Para Oliveira (2001), o movimento é um suporte que ajuda a criança adquirir o</p><p>conhecimento do mundo que a rodeia através de seu corpo, de suas percepções e</p><p>sensações, a psicomotricidade permite ao homem “sentir-se bem na sua pele”,</p><p>possibilitando-lhe a livre expressão de seu ser, através da interação com o meio e de</p><p>suas próprias realizações e a psicomotricidade desempenha aí um papel fundamental.</p><p>1.1.1 Correntes da Psicomotricidade</p><p>Segundo Le Boulch (1982),há duas tendências que se apresentam :a educação</p><p>psicomotora , a da Reeducação Psicomotora; Terapia Psicomotora e Educação</p><p>Psicomotora. Observe:</p><p>PSICO: Intelectual,</p><p>cognitivo, emocional,</p><p>afetivo, mental;</p><p>neurológico.</p><p>MOTRICIDADE: Movimento,</p><p>ato, ação, gesto;</p><p>PSICOMOTRICIDADE é a realização de um pensamento através</p><p>de um ato motor coeso, econômico e harmonioso, exigindo</p><p>para isso uma afetividade equilibrada.</p><p>8</p><p>Fonte::http://julianasilvapedagogiaatuante.blogspot.com/2016/04/campos-de-atuacao-</p><p>da-psicomotricidade.htmlGoogle 2017</p><p>O domínio psicomotor geral: padrão de movimento diz respeito aos movimentos</p><p>corporais e ao controle expressos por meio dos comportamentos de contatar, manipular,</p><p>mover um objeto ou mesmo, controlar o corpo ou objetos buscando manter o equilíbrio.</p><p>Quando nos reportamos ao domínio psicomotor específico, estamos falando de</p><p>habilidade de mover e/ou controlar o corpo ou partes do corpo no espaço de forma</p><p>sequenciada num certo espaço de tempo sob condições previsíveis e/ou imprevisíveis e</p><p>até mutáveis .</p><p>A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2003) considera como campo de</p><p>atuação da Psicomotricidade as intervenções junto aos bebês de alto risco, as crianças</p><p>em fase de desenvolvimento, as crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento</p><p>global que apresentem necessidades ou mesmo alguma deficiência, quer seja de ordem</p><p>sensorial, motora ,mental ou psíquica ,distúrbios sensoriais de percepção, audição ,</p><p>movimento e relacionais em consequência de lesões neurológicas apresentadas de forma</p><p>visível ao frequentar Creches , Pré-Escolas, Ensino Fundamental .</p><p>Le Boulch afirma que, a psicomotricidade tem por finalidade assegurar o</p><p>desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades das crianças e ajudar sua</p><p>afetividade a expandir-se e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente</p><p>humano.</p><p>9</p><p>Negrine afirma que a finalidade é promover através de uma ação pedagógica o</p><p>desenvolvimento de todas as potencialidades da criança, objetivando o equilíbrio</p><p>biopsicossocial.</p><p>1.2 Enfoque Psicogenético da Educação Psicomotora</p><p>As considerações de Wallon ( 1934;1941) sobre a ciência psicomotora é fértil,</p><p>pois estudando o desenvolvimento infantil, deu ênfase na sua teoria aos aspectos</p><p>motores e emocionais, uma vez que a emoção e a razão caminham juntas na formação</p><p>da imagem corporal, chegando até aos distúrbios psicomotores como influenciadores</p><p>no processo de desenvolvimento integral do educando.</p><p>Figura 4 – Os estágios apresentados por Wallon</p><p>ESTÁGIOS</p><p>PERÍODOS</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>IMPULSIVO</p><p>EMOCIONAL</p><p>Recém-nascido</p><p>https://www.google.com/url?</p><p>Predominantemente afetivo em</p><p>que interage com as pessoas</p><p>pelas emoções, portanto, a</p><p>relação com o meio ambiente</p><p>desenvolve sentimentos</p><p>intraceptivos e fatores afetivos.</p><p>TÔNICO</p><p>EMOCIONAL</p><p>6 a 12 meses</p><p>vida saudável - blogger</p><p>Os movimentos são</p><p>desorientados, mas respondem</p><p>aos estímulos do ambiente e a</p><p>criança vai passando da</p><p>desordem gestual para as</p><p>emoções diferenadas.</p><p>SENSÓRIO-</p><p>MOTOR</p><p>12 a 24 meses</p><p>Revista Crescer</p><p>Flui a inteligência prática obtida</p><p>pela interação com os objetos e</p><p>com o próprio corpo e a</p><p>inteligência discursiva adquirida</p><p>pela imitação e pela linguagem.</p><p>10</p><p>PERSONALISMO 3 a 4 anos</p><p>Bebê Abril - Grupo Abril</p><p>A predominância afetiva sobre o</p><p>indivíduo e é crucial para o</p><p>desenvolvimento da personalidade</p><p>do indivíduo e da autoconsciência</p><p>e nesta fase a criança opõe-se ao</p><p>adulto numa fase de negativismo,</p><p>também é uma fase de imitação</p><p>motora e social.</p><p>FONTE</p><p>CATEGORIAL</p><p>6 aos 11 anos</p><p>By São Marcos Online</p><p>Predominância da inteligência sobre</p><p>as emoções quando se formam as</p><p>categorias mentais e aos conceitos</p><p>abstratos, pois é um estágio de</p><p>raciocínio simbólico como</p><p>ferramenta cognitiva.</p><p>Fonte: Wallon- Adaptada pela Autora (2020).</p><p>A psicogenética de Wallon envolve o sujeito, os outros (entre os quais a figura</p><p>do educador destaca-se como mediador) e os objetos (produções histórico-culturais),</p><p>que podemos esquematizar como se segue: não há reação motora ou intelectual que não</p><p>implique um objeto fabricado pelas técnicas industriais, pelos costumes, pelos hábitos</p><p>mentais do meio. A atividade da criança só pode efetuar-se a propósito e por intermédio</p><p>PROJETIVO 1 a 3 anos</p><p>Tempo junto</p><p>A expressão oral e gestual são</p><p>caracterizadas pelo pensamento</p><p>como representação das</p><p>imagens mentais por meio de</p><p>ações de imitação onde a</p><p>criança atribui significado ao</p><p>símbolo e ao signo.</p><p>11</p><p>de instrumentos que lhe forneçam tanto o aparato material quanto a linguagem em uso</p><p>ao seu redor.</p><p>Wallon estuda a complexidade humana numa visão multidimensional e</p><p>integrada, daí ter resultado dos seus estudos a concepção de desenvolvimento não</p><p>homogêneo e não linear e ao apresentar os estágios, em sua sucessão, aparentando</p><p>oposição, ou alternância funcional dos polos afetivos-emocionais e cognitivos, um</p><p>predominando em cada ação específica no campo funcional.</p><p>Na sua visão, a função da motricidade é a resposta prioritária às suas</p><p>necessidades básicas e aos seus estados e básicos e aos seus estados emocionais e</p><p>relacionais. Considera, portanto, a motricidade como a primeira estrutura de relação e</p><p>correlação com o meio, com os outros prioritariamente, e com os objetos</p><p>posteriormente. É também a primeira forma de expressão emocional do comportamento,</p><p>visto que as expressões motoras comunicam desde cedo como acriança se encontra e</p><p>demonstra as suas necessidades neurovegetativas que denotam o bem-estar ou mal-</p><p>estar. As necessidades</p><p>neurovegetativas, que contêm em si uma dimensão afetiva e</p><p>interativa que se traduz em uma comunicação somática não-verbal. Essa dimensão</p><p>psíquica, é um deslocamento no espaço de uma totalidade motora, afetiva e cognitiva.</p><p>O processo educativo que acontece por meio do corpo e do movimento do</p><p>sujeito é denominado de Educação Psicomotora, onde são tomados como ação</p><p>psicomotora deste, dirige-se ao Outro, às relações socioafetivas, priorizando-as por</p><p>meio da instauração do diálogo tônico-corporal, do olhar, gestos e posturas, mímicas e</p><p>imitações entre outros instrumentos próprios da psicomotricidade. Motricidade de</p><p>Relação, cujo predomínio da ação (psicomotricidade) é de caráter afetivo, voltado à</p><p>construção do Eu.</p><p>Com base na teoria Walloniana, a educação psicomotora é um processo que</p><p>acompanha e promove o desenvolvimento da criança e dos jovens, por meio de</p><p>atividades que abrangem diversos campos funcionais, a saber: a motricidade, a cognição</p><p>e a afetividade, buscando integrar os recursos sociais, afetivos, linguísticos, culturais,</p><p>físicos, espaciais, materiais e pedagógicos que possam favorecer a interação com seu</p><p>meio, chegando a mobilizar elementos para seu desenvolvimento, tendo em</p><p>conta as necessidades e tendências e atendendo ao princípio da alternância funcional do</p><p>desenvolvimento, conforme a concepção de Wallon.</p><p>1.3 Estágios (Wallon)</p><p>Os estágios descritos por Wallon desde o impulsivo-motor, notamos a</p><p>predominância na relação com o meio é o afetivo-emocional, e o vínculo estabelecido é</p><p>com o outro. A integração sensorial se projeta na exploração do mundo que a cerca para</p><p>conhecimento de mundo e interação afetiva com os outros e aquisições de hábitos e</p><p>aprendizagens.</p><p>12</p><p>Os estágios descritos por Wallon desde o impulsivo-motor, notamos a</p><p>predominância na relação com o meio é o afetivo-emocional, e o vínculo estabelecido é</p><p>com o outro. A integração sensorial se projeta na exploração do mundo que a cerca para</p><p>conhecimento de mundo e interação afetiva com os outros e aquisições de hábitos e</p><p>aprendizagens.</p><p>Por meio dos avanços na psicomotricidade podemos perceber os seus</p><p>fundamentos que se revelam no: equilíbrio, lateralidade, tônus, praxia global, praxia</p><p>fina, noção do corpo e estruturação espaço-temporal.</p><p>Motricidade de Relação, em que as interações possibilitam o conhecimento do outro,</p><p>portanto, há o predomínio da ação (psicomotricidade) caráter afetivo, voltado à</p><p>construção do Eu.</p><p>Quadro 1- Motricidade Relacional - Wallon</p><p>Fonte: Wallon - Adaptada pela Autora (2020).</p><p>Motricidade de Realização, onde a ação do sujeito é de natureza cognitiva,</p><p>voltado para a construção de conceitos sobre o mundo (psicomotricidade) do sujeito é</p><p>de caráter cognitivo, voltado à construção do Mundo.</p><p>Com base na teoria Walloniana, a educação psicomotora é um processo que</p><p>acompanha e promove o desenvolvimento da criança e dos jovens, por meio de</p><p>atividades que abrangem diversos campos funcionais, a saber: a motricidade, a cognição</p><p>e a afetividade, buscando integrar os recursos sociais, afetivos, linguísticos, culturais,</p><p>físicos, espaciais, materiais e pedagógicos que possam favorecer a interação com seu</p><p>meio, chegando a mobilizar elementos para seu desenvolvimento, tendo em conta as</p><p>necessidades e tendências e atendendo ao princípio da alternância funcional do</p><p>desenvolvimento, conforme a concepção de Wallon.</p><p>13</p><p>Figura 5 – Motricidade de Realização-Wallon</p><p>Fonte: Wallon - Adaptada pela Autora (2020).</p><p>1.3.1 Tendências da Educação Psicomotora sob o enfoque Walloniano</p><p>A estimulação sensorial é parte fundamental da psicomotricidade, como Fonseca</p><p>(2004, p. 52) relata que “[...] a integração sensorial da espécie humana inicia-se no útero</p><p>maternal como pré-requisito do desenvolvimento e da aprendizagem e prolonga-se [...]”</p><p>com isso, entende-se que desde a fase fetal, o ser humano já é exposto a uma grande</p><p>quantidade de estímulos vindos do meio exterior, levando-o ao desenvolvimento de suas</p><p>capacidades. Os canais como a visão, audição, olfato, tato e paladar, tornam-se alguns</p><p>dos principais condutores de tudo aquilo que vem do exterior, integrando todas as</p><p>informações e as transmitindo ao cérebro e seus sistemas. Observe:</p><p>Audição - um meio de aprendizagem, pela percepção dos sons vai</p><p>incorporando os sons da língua materna ao seu repertório, além de</p><p>familiarizar-se com o ambiente e com as pessoas, proporcionando</p><p>maior segurança;</p><p>Olfato - revela odores, cheiros e memórias que estimulam a criança a</p><p>experimentar emoções ;Cheiros, as memórias;</p><p>Tato - permite explorar o ambiente, o universo exterior, adquirindo noção</p><p>de temperatura, dor ou mesmo pressão e assim entra em contato com</p><p>os outros e com objetos, desenvolvendo a segurança, e a consciência</p><p>do seu corpo e também a caracterização dos objetos;</p><p>14</p><p>.</p><p>Sugestão de Leitura</p><p>Relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil: um relato de</p><p>experiência, de Kalícia Ingrid de Lacerda Rabelo e Giselle Braga de Aquino. Publicado</p><p>na Revista Científica da Famina. Disponível em:</p><p>http://unifaminas.s3.amazonaws.com/upload/downloads/20150409151300_869356.</p><p>Recomendamos ampliar as leituras com as indicações bibliográficas apresentadas a</p><p>seguir:</p><p>RESUMO</p><p>Encerramos a Unidade 1, afirmando que os estudos psicológicos do desenvolvimento</p><p>humano demonstraram a importância do uso do corpo no desenvolvimento cognitivo da</p><p>criança e que a relação entre corpo e mente no século XX por meio da ciência</p><p>denominada Psicomotricidade com base nos trabalhos de Wallon e Piaget, ressaltando a</p><p>relação entre o afeto e a emoção no desenvolvimento psicomotor, daí o entendimento de</p><p>que a relação evolutiva da motricidade com a formação do pensamento cognitivos são</p><p>Paladar - permite a criança perceber os sabores devido às papilas</p><p>gustativas e estabelecer diferentes sabores doce salgado ou mesmo o</p><p>amargo;</p><p>Visão - possibilita coletar informações, e exercer a vigilância, atenção e</p><p>a comunicação, pois é com a visão que a criança fixa no objeto e segue</p><p>os deslocamentos e ao olhar as pessoas decifra a mensagem afetiva</p><p>que lhe deixa segura e feliz .</p><p>15</p><p>interligados o que justificam as práticas fundamentadas nas concepções psicomotoras</p><p>existentes tendem a considerar que os determinantes biológicos e culturais da criança</p><p>contribuem dialeticamente na construção do corpo (motor), da mente (pensamento e</p><p>inteligência) e da afetividade (emoção).</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTIRCIDADE. O que é</p><p>Psicomotricidade.Disponível em: http://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-</p><p>psicomotricidade. Acesso em: 27 ago.2020.</p><p>CARVALHO, Elda Maria Rodrigues. Tendências da educação psicomotora sob o</p><p>enfoque walloniano –Revista Psicol. cienc. prof. v.23 n.3 Brasília set.</p><p>2003.Disponível em:</p><p>http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-</p><p>98932003000300012. Acesso em: 27 ago. 2020.</p><p>FONSECA, Vitor. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2004.</p><p>GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade e educação física: Quem quer</p><p>brincar põe o dedo aqui. São Paulo: Cultural RBL, 2010.</p><p>LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento Psicomotor. Porto Alegre: Artes</p><p>Médicas,l982.</p><p>___________. Educação psicomotora: a psicomotricidade na idade escolar. Porto</p><p>Alegre: Artes Médicas, 1987.</p><p>OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e Reeducação num</p><p>enfoque Psicopedagógico. 5.ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.</p><p>16</p><p>UNIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO GLOBAL: intelectual, motor e afetivo da</p><p>criança. Tipos de Psicomotricidade; Contribuições da Psicomotricidade para a educação</p><p>e aprendizagem das crianças</p><p>Objetivos:</p><p>Compreender a educação psicomotora e as situações práticas, destacando as</p><p>contribuições para o processo de letramento e a aprendizagem da criança;</p><p>Abordar a educação psicomotora com os elementos básicos que devem ser segundo Le</p><p>Boulch;</p><p>Demonstrar por meio de situações práticas as contribuições da psicomotricidade para o</p><p>processo de letramento e a aprendizagem da criança.</p><p>Figura 6 – Brincadeira - Tela de Ivan Cruz</p><p>Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1RLNS_pt-</p><p>BRBR794BR794&source=univ&tbm=isch&q=Brincadeira+de+Ivan+Cruz&sa=X&ved</p><p>=2ahUKEwjkg5S3q-nrAhXvIbkGHdh1DUcQsAR6BAgJEA</p><p>O desenvolvimento integral da criança tem hoje o pleno reconhecimento das</p><p>ciências em relação a importância de cuidar e favorecer o desenvolvimento saudável</p><p>desde o ventre materno e nos mil dias ou seja , de o a 3 anos de idade, a primeiríssima</p><p>infância há uma necessidade premente de propiciar os estímulos e organizar os alicerces</p><p>que favorecerão o indivíduo, no futuro, a lidar com as complexas situações que a vida</p><p>venha a lhe apresentar.</p><p>Em todas as políticas públicas voltadas para a primeira infância é sempre</p><p>enfatizado que a atenção à criança deve ser integral e integrada. Há uma clara</p><p>consciência de que a base da formação biopsicossocial do indivíduo está nas interações</p><p>com as pessoas em diferentes espaços nos primeiros anos de vida, portanto, há</p><p>necessidade de concentração de investimentos e esforços no sentido de oferecer as</p><p>condições favoráveis para ajudar na constituição do ser humano integral e integrado.</p><p>17</p><p>Para saber mais</p><p>Assista ao vídeo: A PRIMEIRA INFÂNCIA - | Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.</p><p>Disponível em: www.fmcsv.org.br a-primeira-infancia https://youtu.be/ttJtRokJJIk</p><p>.</p><p>Há uma abordagem ecológica desenvolvida por Bronfenbrenner (1977; 1989;</p><p>1996), para a compreensão do desenvolvimento humano de forma contextualizada e em</p><p>ambientes naturais, diferentemente de experiências em laboratório, visando apreender à</p><p>realidade de forma abrangente (HADAD, 2001) trata de um modelo que diferencia as</p><p>várias camadas de ambientes e não se limita apenas a um ambiente único e imediato,</p><p>estão imbricados e interferem mutuamente entre si e afetam conjuntamente o</p><p>desenvolvimento da pessoa.</p><p>A criança pequena interage com pessoas da família e depois da escola, onde</p><p>aprende determinados padrões de comportamento, passa a exercer papéis e relações</p><p>interpessoais daí ser denominado de microssistema, pois envolve as características</p><p>físicas e materiais específicos (HADDAD, 1997, p 36-37).</p><p>Sempre que passar a outros ambientes denominados mesossistemas a criança</p><p>estabelece as interações na vizinhança, na igreja que a família faz parte.</p><p>Depois a criança é envolvida num exosssistema, e mesmo não sendo</p><p>participante ativa, mas recebe influências dos eventos externos que a afetem, como o</p><p>local de trabalho dos pais, a escola do irmão ou a rede de amigos dos pais.</p><p>O desenvolvimento humano envolve também o macrossistema que compreende</p><p>outros ambientes, que influenciam de acordo com a estrutura política e cultural da</p><p>família de agricultores do campo e de operários da cidade ou de uma comunidade</p><p>indígena ou quilombola .</p><p>Nesse contexto, é preciso a compreensão da forma de como a criança toma</p><p>consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio deste corpo.</p><p>A definição de desenvolvimento humano para Bronfenbrenner (1996) , consiste em:</p><p>[...] mudança duradoura na maneira pela qual uma pessoa percebe e lida com</p><p>o seu ambiente, [...] é o processo através do qual a pessoa desenvolvente</p><p>adquire uma concepção mais ampliada, diferenciada e válida do meio</p><p>ambiente ecológico, e se torna mais motivada e mais capaz de se envolver em</p><p>atividades que revelam suas propriedades, sustentam ou restituíram aquele</p><p>ambiente em níveis de complexidade semelhante ou maior de forma e</p><p>conteúdo. (BRONFENBRENNER, 1996, p. 5).</p><p>O desenvolvimento da psicomotricidade ocorre observando a evolução da criança,</p><p>na experiência vivida no meio, e ao adaptar-se e ampliar suas capacidades ao relacionar-</p><p>se com meio pelas conquistas de novos espaços em que utiliza seu corpo para</p><p>demonstrar o que sente intencionando como expressividade íntima, além de tornar seu</p><p>18</p><p>comportamento significante.</p><p>Segundo Barreto(2000,p.32),” O desenvolvimento psicomotor é de suma</p><p>importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na educação do tônus, da</p><p>postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo.”</p><p>2.1 Elementos básicos da Psicomotricidade</p><p>A psicomotricidade estabelece relação entre os movimentos, à mente e a</p><p>afetividade, contribuindo para o desenvolvimento integral da criança. Tem o objetivo de</p><p>enxergar o ser humano em sua totalidade, por meio da ação motora, estabelece o</p><p>equilíbrio desse ser, dando-lhe possibilidades de encontrar seu espaço e de se identificar</p><p>com o meio do qual faz parte (GONÇALVES 2010, p. 21). Engloba outras áreas do</p><p>conhecimento, a fim de estudar a relação corpo e mente do ser humano e, portanto, é</p><p>importante para o desenvolvimento infantil, trazendo contribuições significativas para a</p><p>vida escolar.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre os Elementos básicos da Psicomotricidade leia o livro eletrônico</p><p>A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O</p><p>DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR, de Rosana Maciel Guimarães. Disponível</p><p>em: https://www.livrosdigitais.org.br/livro/38252HALF76SD4</p><p>O movimento psicomotor está carregado de intenção, pois é resultado de uma</p><p>ação planejada (psico) voltada a um fim determinado, cujas práticas a serem colocadas</p><p>em prática na escola requerem do professor conhecimentos sobre o que é motricidade e</p><p>seus elementos básicos, ter em mente que trabalhar com o corpo e seus sentidos, não se</p><p>limita apenas as aulas de educação física, mas sim a uma ação coordenada envolvendo a</p><p>todas as disciplinas a serem ministradas aos alunos. O aparato motor que o ser humano</p><p>possui é individual, pois os canais como a visão, audição, tato, paladar e olfato são</p><p>estimuladores.</p><p>Conhecer e registrar o nível motor das crianças é muito importante a fim de</p><p>acompanhar com base em parâmetros de crescimento e de comportamento motor</p><p>humano, que vai se modificando de acordo com a faixa etária.</p><p>A evolução física, orgânica, cognitiva e psicológica pode ser percebida em</p><p>relação a: Motricidade Fina como um ato de coordenação, controle e destreza,</p><p>caracterizada pela estimulação táctil e da percepção-visual do indivíduo e requer</p><p>precisão do movimento para desempenhar habilidade específica. Podemos exemplificar</p><p>os movimentos de preensão e pinça motor trípode (polegar-indicador-anular), como</p><p>rasgar papel livremente, recortar, pintar e escrever na Educação Infantil e nos anos do</p><p>19</p><p>ensino fundamental, as habilidades motoras finas melhoram com rapidez, possibilitando</p><p>a criança não só escreva mais clara e facilmente, mas também toque um instrumento</p><p>musical, faça desenhos e desenvolva habilidades esportivas que requerem coordenação</p><p>motora fina (BEE, 2003, p. 147).</p><p>A Motricidade Global envolve grupos musculares em ação simultânea,</p><p>coordenada para execução de movimentos mais complexos, pois resultam do</p><p>movimento de diferentes membros, sem perder seu valor. O tônus muscular é o que</p><p>assegura a preparação da musculatura para a maioria dos movimentos e atividades</p><p>práticas (GONÇALVES, 2010, p. 100) e evolui com a maturação dos órgãos sensoriais</p><p>e podemos citar como exemplo (manter-se em postura ereta, caminhar nas pontas dos</p><p>pés e calcanhares, pular como sapo, coelho, pular corda e balançar-se em um pé sem</p><p>ajuda) .</p><p>Equilíbrio é a ação que diferencia segmentos corporais. Fonseca (2004, p.72) diz</p><p>que “sem domínio postural o cérebro não aprende, a motricidade não se desenvolve e a</p><p>atividade simbólica resulta indubitavelmente afetada”. Sem o</p><p>equilíbrio necessário, o</p><p>cérebro perde a orientação, não consegue economizar energia em seus movimentos, e o</p><p>equilíbrio estático.</p><p>Organização Espacial segundo Rosa Neto (2002, p. 21), “todas as modalidades</p><p>sensoriais participam em certa medida na percepção espacial [...]”. Acima, abaixo, à</p><p>frente, atrás, esquerda, direita, distante, profundo, dentro e fora. São reflexões espaciais</p><p>que são definidas conforme diferentes receptores nos trazem informações. Pode-se citar</p><p>como exemplos exercícios de transposição como inverter as cores, substituir um</p><p>elemento por outro, modificar o tamanho de um desenho; exercícios de simetria simples</p><p>e desenhos inacabados. A evolução da noção espacial destaca a existência de duas</p><p>etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente, caracterizada pelo espaço</p><p>perceptivo ou sensório-motor; outra baseada nas operações mentais que saem do espaço</p><p>representativo e intelectual (ROSA NETO, 2002, p. 22).</p><p>A Organização Temporal é o transcorrer do tempo que é definido pelos mais</p><p>variados órgãos sensoriais dos corpos, sendo essa definição estruturada em especial pela</p><p>memória, com a qual se percebe a velocidade constante do tempo, ou seja, o futuro, o</p><p>passado e o presente, pois “[...] elabora-se e constrói-se por meio da ação do movimento</p><p>e dos dados sensoriais que são colhidos pelos sentidos, permitindo a ordenação,</p><p>organização e processamento da informação” como disse Gonçalves (2009, p.51).</p><p>A Lateralidade refere-se às vivências e noções de direita e esquerda com a</p><p>realidade ao redor. Também a preferência de utilização das partes simétricas corpóreas</p><p>como olho, mão, perna e pé. Rosa Neto (2002, p. 24) diz que “a lateralidade está em</p><p>função de um predomínio que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da</p><p>organização do ato motor, o qual desembocará na aprendizagem [...]”, por isso</p><p>identificar a lateralidade da criança é muito importante para colocá-la em condições</p><p>essenciais para uma boa educação. Segundo Gonçalves (2010, p. 109), “a lateralidade é</p><p>função da dominância lateral, tendo um dos hemisférios à iniciativa da organização do</p><p>20</p><p>ato motor e, o outro, a função de apoio e auxílio, que incidem no aprendizado e no</p><p>desempenho das práxias”.</p><p>A ação psicocinética está voltada para as atividades corporais e ao movimento</p><p>humano, cujo objetivo seria atingido na medida em que o ato motor seja compreendido</p><p>como uma ação significativa para o ser humano como um todo em relação ao seu</p><p>entorno. Tem, portanto, o objetivo educacional de favorecer o desenvolvimento</p><p>humano, permitindo ao homem situar e agir no mundo por meio do conhecimento e</p><p>aceitação de si; um melhor ajustamento da conduta, desenvolvendo autonomia e</p><p>responsabilidade no âmbito social.</p><p>As ideias de Jean Le Boulch guiaram a atuação educativa de professores e</p><p>influenciaram as áreas de Educação Física, Pedagogia e Psicologia.</p><p>Saiba mais</p><p>Fonte:boowiki.info/images/b540/220px-Docteur_Jean_Le_boowiki.info</p><p>Jean Joseph Le Boulch nasceu em 28 de janeiro de 1924, em Lambézellec na França.</p><p>Formado em Educação Física, Psicologia e Medicina, iniciou sua carreira como</p><p>professor em 1947 até 1969, período em que iniciou suas críticas à educação francesa</p><p>em meio a diversos conflitos, interesses políticos partidários, do governo, de doutrinas</p><p>políticas e os debates sobre o programa nacional de educação. No que se refere à</p><p>Educação Física, encontrava-se envolto às novas orientações políticas conflitantes sobre</p><p>os métodos, acompanhadas da “libertação” da França após a guerra (LE BOULCH,</p><p>1983, 1983b, 2008). As ideias de Le Boulch guiaram a atuação educativa de professores</p><p>e influenciaram.</p><p>21</p><p>2.2 Educação Psicomotora</p><p>A Educação Psicomotora é compreendida como o processo educativo que</p><p>acontece por meio do corpo e do movimento do sujeito em relação ao outro e</p><p>permeado pelas relações socioafetivas, expressas por meio do diálogo tônico-corporal,</p><p>do olhar, gestos e posturas, mímicas e imitações entre outros instrumentos próprios da</p><p>psicomotricidade de caráter afetivo, voltado à construção do Eu .</p><p>O estudo feito por Le Boulch (1982) levou-o a afirmar que a educação</p><p>psicomotora é um meio prático de ajudar a criança a dispor deu uma imagem do</p><p>"corpo operatório", a partir da qual poderá exercer sua disponibilidade. Esta conquista</p><p>passa por vários estágios de equilíbrio, que correspondem aos estágios da evolução</p><p>psicomotora.</p><p>Ele considerar o corpo humano com toda a sua expressividade e os gestos do</p><p>corpo nas mais diversas possibilidades, como uma manifestação do corpo presente no</p><p>mundo. Desse modo, leva em conta a emoção, afetividade e expressividade são</p><p>inerentes ao corpo e ao movimento humano (LE BOULCH, 1987) Considera também,</p><p>a influência do meio onde a criança vive como primordial, não dependendo apenas das</p><p>especificidades biológicas, Desse modo, destaca o valor do papel do educador, nas</p><p>atividades de socialização da criança.</p><p>A Educação Psicomotora é compatível com a teoria psicogenética de Wallon à</p><p>medida que respeita a complexidade do ser humano, compreendendo-o em sua</p><p>multidimensionalidade psíquica, corporal e social. Quando falamos de</p><p>desenvolvimento humano ao enfatizar a importância do movimento para o</p><p>desenvolvimento humano, pois o ser humano como ser social vai sendo educado e se</p><p>educando na relação de comunicação com outrem, como um ser da coletividade.</p><p>A teoria da Psicocinética de Jean Le Boulch é a imagem do corpo, ou seja, um</p><p>conhecimento de si ou uma consciência do próprio corpo, daí a noção de esquema</p><p>corporal, desenvolver harmoniosamente e minimizar os problemas eventuais na</p><p>constituição do corpo; desenvolver a percepção correta do corpo de modo a assegurar</p><p>uma motricidade Le Boulch (1992,p.129)afirma que :</p><p>No estágio escolar, a prioridade constitui a atividade motora lúdica, fonte de</p><p>prazer, permitindo a criança prosseguir a organização de sua „imagem do</p><p>corpo‟ ao nível do vivido e de servir de ponto de partida na sua organização</p><p>da praxia, em relação com o desenvolvimento das atitudes de analise</p><p>perceptiva . A praxia se refere a uma desordem na realização de um gesto ou</p><p>de um ato motor sem caracterizar-se como anormalidade em canais</p><p>sensoriais ou motores e sem déficit de atenção ou de compreensão .</p><p>Daí percebermos a importância da psicomotricidade no contexto escolar a fim de</p><p>ajudar no desenvolvimento da afetividade, do tônus e movimento, na cognição,</p><p>lateralidade, organização do espaço e tempo, equilíbrio e expressividade por</p><p>intermédio dos elementos básicos.</p><p>22</p><p>Sabemos da importância das atividades desenvolvidas nas Creches e Pré-Escolas</p><p>em relação à apropriação espaço temporais e coordenação dos movimentos, visando</p><p>melhorar a organização dinâmica com respostas motoras mais ajustadas; a fazer</p><p>escolhas mais rápidas aos estímulos; economia e libertação do gesto; aperfeiçoar o</p><p>ritmo mantendo as integridades sensoriais para resolver situações que envolva a</p><p>locomoção ,rapidez de reação e atenção - promover o ajustamento da criança as várias</p><p>solicitações das competências escolares.</p><p>Compreende assim, as práticas desenvolvidas em diferentes espaços visando</p><p>trabalhar o corpo de forma integrada com a mente, auxiliam o desenvolvimento</p><p>integral, face as habilidades motoras e as trocas com as outras crianças e a exploração</p><p>de materiais diversos, segundo o Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação</p><p>(ISPE) e a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP).</p><p>Há algumas atividades que podemos desenvolver a lateralidade como:</p><p>– Controle dos pés: chutar a bolinha de papel com um dos pés e depois para outro pé;</p><p>– Pulando em círculos desenhados no chão ou usando bambolês e vão pulando para a</p><p>direita, pulando para a esquerda;</p><p>– Pulando de um pé só: para estimular o aluno a desenvolver a capacidade do corpo de</p><p>trabalhar a parte que ele mais tem facilidade de usar na realização de</p><p>tarefas.</p><p>Sugestão de pesquisa</p><p>Assista ao documentário A Invenção da infância (curta-metragem), de Liliana</p><p>Sulzback e Mônica Schmiedt que recebeu 15 prêmios no Brasil e exterior. Disponível</p><p>em:https://www.youtube.com/watch?v=c0L82N1C7AQ</p><p>Leia o artigo A ABORDAGEM ECOLÓGICA DE URIE BRONFENBRENNER EM</p><p>ESTUDOS COM FAMÍLIAS, de Edna Martins e Heloisa Szymanski.Disponível em:</p><p>https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/11111/8805</p><p>Leia o artigo Primeira infância: você sabe o que é? - Revista Crescer – Disponível em:</p><p>https://revistacrescer.globo.com/</p><p>Leia o artigo A LATERALIDADE CRUZADA E O DESEMPENHO DA LEITURA E</p><p>ESCRITA EM ESCOLARES, de Francisco Rosa Neto(1), Regina Ferrazoli Camargo</p><p>Xavier(2), Ana Paula Marília dos Santos(3), Kassandra Nunes Amaro(4), Rui Florêncio (5),</p><p>Lisiane Schilling Poeta. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rcefac/v15n4/14.pdf</p><p>23</p><p>Sugestão das leituras dos seguites livos:</p><p>RESUMO</p><p>Os temas abordados na Unidade 2, mostram a importância da psicomotricidade no</p><p>contexto escolar desse a Creche para estimular o processo de desenvolvimento da</p><p>integral em relação a afetividade, movimento, cognição , lateralidade, organização</p><p>do espaço e tempo , equilíbrio e expressividade da criança . Sendo assim, a educação</p><p>psicomotora deve ser desenvolvida, e para isso, necessita da utilização das funções</p><p>motoras, perceptivas, afetivas e sociomotoras, pois assim a criança explora o</p><p>ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento</p><p>intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo à sua volta.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos</p><p>naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.</p><p>FONSECA, Vitor. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2004.</p><p>GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade e educação física: Quem quer</p><p>brincar põe o dedo aqui. São Paulo: Cultural RBL, 2010.</p><p>LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento Psicomotor. Porto Alegre: Artes Médicas,</p><p>l982.</p><p>____________. Educação psicomotora: a psicomotricidade na idade escolar. Porto</p><p>Alegre: Artes Médicas, 1987.</p><p>ROSA NETO, F. et al. A Lateralidade cruzada e o desempenho da leitura e escrita</p><p>em escolares (2013). Disponível em:</p><p>http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v15n4/14.pdf.Acesso em: 30 ago.2020.</p><p>24</p><p>UNIDADE 3 – PSICOMOTRICIDADE NA RECREAÇÃO: brincadeiras e jogos;</p><p>A História e a Importância dos Jogos na Aprendizagem das crianças da Educação</p><p>Infantil e do Ensino Fundamental, anos iniciais; O brincar como um direito de</p><p>aprendizagem na Base Nacional Comum</p><p>Objetivo</p><p>Compreender a importância dos jogos e brincadeiras para a aprendizagem das crianças</p><p>na Educação Infantil e no Ensino fundamental nos anos iniciais</p><p>Figura 7 – Brincadeiras Populares</p><p>Fonte : Xilogravura de Airton Marinho.</p><p>3.1 Brincadeiras</p><p>A brincadeira representa a ação de brincar e o brincar na visão de</p><p>Kishimoto(2010) é :</p><p>É uma ação prazerosa, de partilhar, expressar a individualidade e identidade</p><p>por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os</p><p>movimentos, de solucionar problemas e criar. Ao brincar, a criança</p><p>experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza</p><p>e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo por meio de variadas</p><p>linguagens, poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer</p><p>a si, aos outros e o mundo.</p><p>25</p><p>A brincadeira é uma ferramenta importante para a criança aprender e</p><p>desenvolver-se, além de ampliar a capacidade de imaginar e mobilizar os significados.</p><p>Convido você a analisar a letra desta música Bola de Meia, Bola de Gude, de -</p><p>Milton Nascimento. Diponível em: https://www.letras.mus.br/milton-</p><p>nascimento/102443/</p><p>Há um menino, há um moleque /Morando sempre no meu coração</p><p>Toda vez que o adulto balança /Ele vem pra me dar a mão</p><p>Há um passado no meu presente/ O sol bem quente lá no meu quintal</p><p>Toda vez que a bruxa me assombra /O menino me dá a mão</p><p>Ele fala de coisas bonitas que /Eu acredito que não deixarão de existir</p><p>Amizade, palavra, respeito Caráter, bondade, alegria e amor</p><p>Pois não posso, não devo</p><p>Não quero viver como toda essa gente insiste em viver</p><p>Não posso aceitar sossegado /Qualquer sacanagem ser coisa normal</p><p>Bola de meia, bola de gude /O solidário não quer solidão</p><p>Toda vez que a tristeza me /Alcança o menino me dá a mão</p><p>O menino que existe em nós adultos deve ser acolhido, e a melhor maneira é</p><p>proporcionando às crianças viverem todas as etapas do seu desenvolvimento com prazer</p><p>e com ludicidade sempre. Ao observarmos os direitos da criança consagrados</p><p>universalmente e pela legislação vigente em nosso país percebemos que toda criança</p><p>tem o direito de brincar e todo adulto já brincou um dia e percebeu quantas habilidades</p><p>foi capaz de desenvolver a partir dos jogos e brincadeiras</p><p>3.1.1 A Recreação e o Desenvolvimento Psicomotor</p><p>A criança vai ampliando a cada dia as possibilidades de pegar, puxar, marchar,</p><p>falar e ter o controle esfincteriano, além da formação da imaginação e da capacidade de</p><p>fazer de conta e de representar usando diferentes linguagens. As aquisições da infância</p><p>têm a dimensão orgânica e também as capacidades para discriminar cores, memorizar</p><p>poemas, representar uma paisagem através de um desenho etc., e essas constituições</p><p>universais biologicamente determinadas esperam o momento de amadurecer, mas são</p><p>culturalmente produzidas nas relações estabelecidas com as pessoas e com o mundo</p><p>precisando dos estímulos ambientais e das interações com pessoas mais experientes.</p><p>26</p><p>A motricidade, a linguagem, o pensamento, a afetividade e a sociabilidade são</p><p>aspectos integrados que vão se desenvolvendo a partir das interações que desde o</p><p>nascimento a criança vai estabelecendo com os familiares, os vizinhos e depois na</p><p>escola passa a conviver com diferentes parceiros.</p><p>Aos poucos vai adquirindo autonomia ao construir conhecimento por meio de</p><p>situações em que ela participa, ajudando os pais nas tarefas domésticas, confrontando</p><p>gestos e palavras, disputando brinquedos, cada criança vai modificando sua forma de</p><p>agir, sentir e pensar.</p><p>Vamos entender os conceitos de recrear, jogar, brincar, brinquedo e lazer. A</p><p>palavra recrear é derivada da palavra recreare, que significa “criar de novo”,</p><p>relacionado com atividades lúdicas que obedecem a um intervalo de descanso. O verbo</p><p>recrear também significa trazer alegria, satisfazer, aliviar o outro do trabalho árduo e ter</p><p>tempo de folga, entre outros.</p><p>A palavra brincar e brincadeira estão estreitamente ligadas à infância e às</p><p>crianças, e sempre foram atividades significativas na vida dos homens em diferentes</p><p>épocas e lugares (BORBA, 2007).</p><p>A experiência do brincar cruza diferentes tempos e lugares, passados, presentes e</p><p>futuros, sendo marcada ao mesmo tempo pela continuidade e pela mudança. De acordo</p><p>com Borba (2006, p.38):</p><p>É importante enfatizar que o modo próprio de comunicar do brincar não se</p><p>refere a um pensamento ilógico, mas a um discurso organizado com lógica e</p><p>características próprias, o qual permite que as crianças transponham espaços</p><p>e tempos e transitem entre os planos da imaginação e da fantasia explorando</p><p>suas contradições e possibilidades. Assim, o plano informal das brincadeiras</p><p>possibilita a construção e a ampliação de competências e conhecimentos nos</p><p>planos da cognição e das interações sociais, o que certamente tem</p><p>consequências na aquisição de conhecimentos nos planos da aprendizagem</p><p>formal.</p><p>O desenvolvimento psicomotor da criança ganha relevo ao integrara as</p><p>brincadeiras e jogos realizados em tempos e espaços diferentes, possibilitando</p><p>interações com adultos e crianças e aprendizagens necessárias ao desenvolvimento</p><p>integral da criança.</p><p>A criança brinca para conhecer-se</p><p>a si própria e aos outros em suas relações</p><p>recíprocas, para aprender as normas sociais de comportamento, os hábitos são</p><p>determinados pela cultura; para conhecer os objetos em seu contexto, ou seja, o uso</p><p>cultural dos objetos; para desenvolver a linguagem e a narrativa; para trabalhar com o</p><p>imaginário; para conhecer os eventos e fenômenos que ocorrem a sua volta. Machado</p><p>(2003, p.21) afirma que:</p><p>Brincar é nossa primeira forma de cultura. A cultura é algo que pertence a</p><p>todos e que nos faz participar de ideais e objetivos comuns. A cultura é o</p><p>jeito de as pessoas conviverem se expressarem, é o modo como às crianças</p><p>27</p><p>brincam, como os adultos vivem, trabalham, fazem arte. Mesmo sem estar</p><p>brincando com o que denominamos „brinquedo‟, a criança brinca com a</p><p>cultura.</p><p>Pode surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o mundo.</p><p>De acordo com Kishimoto (2010), o brinquedo possui duas funções: função</p><p>lúdica ao propiciar diversão, prazer e a função educativa ao ensinar e ampliar</p><p>conhecimentos e ajudar a compreender o mundo.</p><p>A palavra Jogar, é derivada do latim jocare e não de ludus, também é raiz da</p><p>palavra jogo em várias línguas (como francês, espanhol, italiano, romeno e português).</p><p>Jogar é uma palavra relacionada com atividades realizadas para a recreação do espírito,</p><p>distração. Na função educativa, o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o</p><p>indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Enquanto que</p><p>função lúdica propicia: diversão, prazer e até desprazer quando escolhido</p><p>voluntariamente.</p><p>Brinquedo – também derivada da palavra brinco, identifica objetos feitos para</p><p>entretenimento infantil, bem como as próprias brincadeiras. Está relacionado aos</p><p>artefatos construídos para fins lúdicos.</p><p>Lazer – deriva da palavra licere que em latim significa “tempo livre”. Está</p><p>associado, portanto, ao descanso, ócio, repouso, liberdade, para o sujeito fazer o que</p><p>quiser num tempo.</p><p>Considerado excedente, em que o indivíduo pode fazer qualquer coisa, inclusive</p><p>descansar.</p><p>Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é</p><p>partícipe privilegiado das práticas pedagógicas por meio das diferentes linguagens,</p><p>como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e</p><p>se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.</p><p>O brincar envolve múltiplas aprendizagens. Vygotsky(2007,p.122) afirma que na</p><p>brincadeira “a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além</p><p>de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que ela é na</p><p>realidade.”</p><p>28</p><p>Figura 8 – Bincadeira de roda- Tela de Ivan Cruz</p><p>Fonte: https://www.google.com/search?rlz=1C1RLNS_pt-</p><p>BRBR794BR794&source=univ&tbm=isch&q=tela+de+Ivan+cruz&sa=X&ved=2ahUK</p><p>Ewisx6G52uvrAhXaH7kGHdntDkUQ7Al6BAgJEEs&biw=1366</p><p>Encontramos referência ao brincar no Estatuto da Criança e do Adolescente, no</p><p>artigo 16, inciso IV, dizendo que: “Art. 16 O direito à liberdade compreende os</p><p>seguintes aspectos: (...) IV. brincar, praticar esportes e divertir-se”.</p><p>No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (2002, p.27) “A</p><p>brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que</p><p>é o “não brincar”“. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto</p><p>implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer</p><p>que é preciso haver consciência da diferença existente entre brincadeira e a realidade</p><p>imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se.</p><p>Vemos, portanto, que ao brincar a criança precisa apropriar-se de elementos da</p><p>realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa especificidade</p><p>da brincadeira ocorre em decorrência da vinculação entre a realidade e o imaginário das</p><p>crianças. Portanto, a importância da brincadeira para o desenvolvimento da criança</p><p>contribui para:</p><p>-aumentar a autoestima das crianças;</p><p>-ajudar na superação progressiva das descobertas e aquisições de forma criativa;</p><p>-contribuir para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de</p><p>grupos sociais;</p><p>-interage com outras crianças e com adultos e conhece suas próprias limitações;</p><p>-aprender as normas sociais de comportamento, os hábitos determinados pela cultura;</p><p>-conhecer e explorar os objetos em seu contexto, desenvolve a linguagem e a narrativa;</p><p>explora a imaginação.</p><p>29</p><p>Figura 9 – Brincadeira de criança – Tela de Ivan Cruz</p><p>Fonte: : https://www.google.com/search?rlz=1C1RLNS_pt-</p><p>BRBR794BR794&source=univ&tbm=isch&q=tela+de+Ivan+cruz&sa=X&ved=2ahUK</p><p>Ewisx6G52uvrAhXaH7kGHdntDkUQ7Al6BAgJEEs&biw=1366</p><p>3.2 Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil</p><p>De acordo com Piaget (2003), as manifestações lúdicas acompanham o</p><p>desenvolvimento da inteligência, pois estão vinculadas aos estágios de</p><p>desenvolvimento cognitivo. Caracteriza os Jogos da seguinte forma:</p><p>Jogo de exercício - nesse jogo sensorial motor não há necessidade de</p><p>pensamento nem estrutura representativa;</p><p>Jogo simbólico- a criança atribui novas funções a objetos ou se imagina em</p><p>alguma situação, finge ser outrem, devido o aparecimento da função simbólica</p><p>(representação de um objeto ausente) e pela representação;</p><p>Jogo de regras - ajuda a criança a submeter-se a regras, e se adaptar com as leis</p><p>(regras do jogo) que fazem com que o grupo se torne coeso e busquem um objetivo em</p><p>comum, mesmo sem questionar as regras, apenas as cumprem.</p><p>A criança atribui novas funções a objetos ou se imagina em alguma situação,</p><p>finge ser outrem, devido o aparecimento da função simbólica (representação de um</p><p>objeto ausente) e pela representação simbólica será capaz de reproduzir a realidade.</p><p>Quando a criança consegue se submeter a regras, e se adaptar com as leis (regras do</p><p>jogo) que fazem com que o grupo se torne coeso e busquem um objetivo em comum,</p><p>mesmo sem questionar as regras, apenas as cumprem.</p><p>Wallon entende que o jogo compõe aquilo que foi assimilado pelo adulto, e</p><p>classifica por fases: Jogos funcionais, Jogos ficção, Jogos de aquisição e Jogos de</p><p>fabricação. Observe:</p><p>30</p><p>Jogos funcionais-são aqueles que realizam movimentos simples com o corpo,</p><p>por meio dos sentidos. Execução de funções, por em ação/prática pela evolução da</p><p>motricidade; Exemplos: mover os dedos, tocar objetos, produzir ruídos e sons, dobrar os</p><p>braços ou as pernas, entre outras.</p><p>Jogos de ficção - são aqueles que envolvem a imaginação, o “faz de conta, a</p><p>representação e a imitação de situações, papéis do seu cotidiano;</p><p>Jogos de aquisição - são aqueles que envolvem a percepção, o entendimento a</p><p>imitação dos gestos, os sons, imagens;</p><p>Jogos de fabricaçâo - são aquele em que há a distração e a diversão com as</p><p>atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar. E a criança cria e improvisa</p><p>o seu brinquedo.</p><p>3.2.1 A Psicomotricidade, Recreação e Jogos no Currículo</p><p>As brincadeiras tiveram visibilidade nas Diretrizes Curriculares para a Educação</p><p>Infantil ao serem vistas como eixo estruturante do currículo de Educação Infantil, como</p><p>destacado nas Diretrizes Curriculares e na Base Nacional Comum Curricular. Obseve o</p><p>trecho do texto a seguir.</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009) definem os princípios</p><p>Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas</p><p>diferentes manifestações artísticas e culturais a serem levado em conta nas atividades</p><p>com crianças da Educação infantil e no art. Art. 9º :</p><p>As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem</p><p>ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que:</p><p>I – promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação</p><p>de experiências</p><p>sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da</p><p>individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;</p><p>II – favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio</p><p>por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e</p><p>musical;</p><p>III – possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a</p><p>linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e</p><p>escritos;</p><p>IV – recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas,</p><p>formas e orientações espaço temporais;</p><p>V – ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e</p><p>coletivas;</p><p>VI – possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia</p><p>das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;</p><p>VII – possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que</p><p>alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da</p><p>diversidade;</p><p>VIII – incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a</p><p>31</p><p>indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e</p><p>à natureza;</p><p>IX – promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas</p><p>manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro,</p><p>poesia e literatura;</p><p>X – promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade</p><p>e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos</p><p>naturais – propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e</p><p>tradições culturais brasileiras;</p><p>XII – possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas</p><p>fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. (DCNEI, 2009).</p><p>Wjskop (1999) afirma que é na situação de brincar que as crianças se podem</p><p>colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levantando hipóteses na</p><p>tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela</p><p>realidade com a qual interagem.</p><p>Isso posto, confirma que ao brincar desenvolvem a imaginação, constroem</p><p>relações reais elaboram regras de organização e convivência. Portanto, a brincadeira é</p><p>uma situação privilegiada de aprendizagem onde o desenvolvimento pode alcançar</p><p>níveis mais complexos, exatamente pela possibilidade de interação entre os pares em</p><p>uma situação imaginária e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos.</p><p>Observe o trecho do texto a seguir extraído da Base Nacional Comum curricular /MEC -</p><p>2017.</p><p>A Base Nacional Comum Curricular /MEC - 2017 apresenta um campo de experiências:</p><p>CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS visto perceber que o corpo, no contato com o mundo,</p><p>é essencial na construção de sentidos pelas crianças, inclusive para as que possuem</p><p>algum tipo de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas</p><p>habilidades/superdotação. Por meio do tato, do gesto, do deslocamento, do jogo, da</p><p>marcha, dos saltos, as crianças expressam-se, percebem, interagem, emocionam-se,</p><p>reconhecem sensações, brincam, habitam espaços e neles se localizam, construindo</p><p>conhecimento de si e do mundo.</p><p>Define o brincar como um dos direitos de aprendizagem e eixo curricular estruturante do</p><p>currículo junto aos direitos de:</p><p>-Brincar, utilizando criativamente práticas corporais para realizar jogos e brincadeiras e</p><p>para criar e representar personagens no faz de conta, no reconto de histórias, em danças</p><p>e dramatizações;</p><p>-Conviver com crianças e adultos em espaços diversos e vivenciar movimentos e gestos</p><p>que marcam sua cultura, utilizando seu corpo com liberdade e autonomia;</p><p>-Explorar um amplo repertório de mímicas, gestos, movimentos com o corpo, podendo</p><p>apoiar-se no uso de bolas, pneus, arcos, descobrindo variados modos de ocupação e de</p><p>uso do espaço com o corpo;</p><p>-Participar, de modo ativo, de diversas atividades que envolvem o corpo e de atividades de</p><p>cuidados pessoais, reconhecendo-o, compreendendo suas sensações e necessidades e</p><p>desenvolvendo autonomia para cuidar de si.</p><p>32</p><p>-Expressar corporalmente sentimentos, emoções e representações em diversos tipos de</p><p>atividades, como no reconto oral de histórias, em danças e dramatizações, nos momentos</p><p>de banho e de outros cuidados pessoais.</p><p>Fonte:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=796</p><p>01-anexo-texto-bncc-reexportado-pdf-2&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=3</p><p>A BNCC tomando como referência as DCNEI´s no que diz respeito às</p><p>práticas pedagógicas da Educação Infantil estabelecem como eixos norteadores do</p><p>currículo as interações e brincadeiras e nesses documentos nota-se que o</p><p>desenvolvimento da criança é atrelado às interações que elas estabelecem entre si e com</p><p>os adultos nos diversos ambientes pelos quais transitam.</p><p>A BNCC reforça a centralidade da criança no processo educativo com a</p><p>mesma idade, ritmos diferentes- é preciso ter cuidado para não estigmatizar as crianças</p><p>pequenas, utilizando os objetivos de aprendizagem relacionados às faixas etárias como</p><p>algo rígido e estanque. De acordo com a BNCC 2017, os direitos de aprendizagem da</p><p>criança são:</p><p>- Conviver com crianças e adultos e experimentar, de múltiplas</p><p>formas, a gestualidade que marca sua cultura e está presente nos cuidados pessoais,</p><p>dança, música, teatro, artes circenses, jogos, escuta de histórias e brincadeiras;</p><p>-Brincar, utilizando movimentos para se expressar, explorar espaços,</p><p>objetos e situações, imitar, jogar, imaginar, interagir e utilizar</p><p>criativamente o repertório da cultura corporal e do movimento;</p><p>- Participar de diversas atividades de cuidados pessoais e do contexto</p><p>social, de brincadeiras, encenações teatrais ou circenses, danças e</p><p>músicas; desenvolver práticas corporais e autonomia;</p><p>-Explorar amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e</p><p>mímicas; descobrir modos de ocupação e de uso do espaço com o</p><p>corpo e adquirir a compreensão do seu corpo no espaço, no tempo e</p><p>no grupo; e</p><p>-Expressar corporalmente emoções, ideias e opiniões, tanto nas relações</p><p>cotidianas como nas brincadeiras, dramatizações, danças, músicas etc.</p><p>33</p><p>3.2.2 Brinquedos e Brincadeiras Apropriados para cada idade</p><p>Recém-nascido a 1 Ano de Idade</p><p>Os brinquedos devem ser coloridos para atrair o olhar, a audição e o toque do</p><p>bebê, por isso destacamos como adequados os brinquedos: tapetes de atividade,</p><p>animais de pelúcia sem olhos ou nariz de botão, brinquedos para o banho, bonecos</p><p>macios, móbiles, livros de pano, blocos de madeira ou plástico de tamanho grande,</p><p>chocalhos.</p><p>Nessa fase, usamos brinquedos de textura macia: borracha, tecido etc.,</p><p>brinquedos de tipo musical: caixinha de música e chocalhos, que estimulam a acuidade</p><p>auditiva, de modo que possam ser manipulados sem oferecer perigos para as crianças.</p><p>Podemos prender brinquedos ao berço, como os móbiles coloridos que estimulam a</p><p>acuidade visual e o tato da criança. É recomendado brincar na hora do banho com a</p><p>água brinquedos de banho para ajudar na manipulação do espaço. Ao estimular a</p><p>capacidade visual-motora, podemos oferecer brinquedos de montar sem conter peças</p><p>pequenas para os bebês empilharem, encaixarem um dentro do outro. As brincadeiras</p><p>recomendadas e importantes são aquelas que a levam a se movimento, mesmo que</p><p>sejam potes plásticos e caixas de papelão, bolas coloridas, brinquedos que têm barulho e</p><p>podem ser puxados com barbante, cavalinhos que possibilitam a interação com o adulto</p><p>que também brinca e conversa estimulando a linguagem e a compreensão das coisas ao</p><p>seu redor.</p><p>Atividades de descobertas sensoriais para crianças de 1 ano</p><p>Cestos dos Tesouros ou Caixas do tesouro</p>dos que estão sentados. Se o “La coxia” conseguir dar a volta completa, pega a peia novamente e bate com toda força no incauto que não reparou que a peia tinha ficado atrás de si e nesse caso esse será o próximo “La Coxia”. .. 43 Ciranda É um a dança trazida de Portugal como dança adulta, mas logo sofreu transformações e passou a alegras as brincadeiras infantis. Fonte: brasilescola.uol.com.br Figura 11 – Obra “RODA” -1942 –Milton Dacosta Fonte: https://www.sabermais.am.gov.br/odas/obra-roda-1942-milton-dacosta Amarelinha A amarelinha é de origem francesa, e consiste em um desenho formado por blocos numerados de 1 a 9, e com uma pedrinha que deve obedecer as paredes de cada bloco. Pipa A pipa já era usada há quase 1000 anos antes de Cristo, como forma de sinalização, aqui no Brasil foi trazida pelos portugueses, como diversão para voar através da força dos ventos e ser controlada por uma linha da que permite ao condutor deixá-la cada vez mais alta ou mais baixa. 44 Figura 12 – Soltanto Pipas - Portinari Fonte:http://www.novaprint.com.br/professores/46-resg Figura 13 - Pula Corda Fonte: Ricardo Ferrari. Disponível em: www.todamateria.com.br/brincadeiras-folcloricas/ Atividade realizada individualmente ou em grupo. Quando envolve mais pessoas, duas delas balançam e rodam a corda, para que outra pule. Se de a pessoa que pula pisar na corda, é a vez de outro jogador. Essa atividade também pode envolver músicas populares, cantadas pelas pessoas que balançam a corda. Figura 14 - Carrinho de Rolemã Fonte: Ricardo Ferrari. Disponível em:http://www.novaprint.com.br/professores/46-resg 45 Sugestões de Leitura BNCC de Educação Infantil http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site. pdf Sugestão de Pesquisa Leia a matéria sobre O Território do brincar - pesquisa, documentação sobre a cultura da infância e sua expressão mais genuína: o brincar. Uma realização do Instituto Alana, realizada de abril de 2012 a dezembro de 2013, em diversas regiões brasileiras, incluindo comunidades rurais, indígenas, quilombolas, grandes metrópoles, localidades no sertão e no litoral, revelando o país através dos olhos das crianças com registros de brinquedos e brincadeiras de regiões brasileiras. Site do Projeto Disponível em:www.territoriodobrincar.com.br. RESUMO Nesta Unidade, apresentamos o universo lúdico da criança que pode ser explorado para desenvolver habilidades psicomotoras e aprendizagens nas diferentes fases da vida e indicamos atividades que podem ser realizadas desde a Creche visando estimular a motricidade fina e grossa, a percepções sensoriais e também identificar as limitações e dificuldades das crianças .As recomendações de leitura e vídeos ampliará o universo de informações a fim de que possa propor atividades ,acrescentando brincadeiras que marcaram sua infância e percebendo quais as habilidades que desenvolveram nos aspectos de percepção auditiva, visual, olfativa e também as habilidades motoras , lateralidade, coordenação motora , equilíbrio , ritmo, atenção e rapidez de reação. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Silmara. A Educação Física na Educação Infantil. Curitiba: Editora Gráfica Expoente ,2008.v.1. ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995. BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Práticas cotidianas na Educação Infantil: Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: Ministério da Educação, 2009. BARRETO, S. J. Psicomotricidade: educação e reeducação. 2. ed. Blumenau:Acadêmica, 2000. BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus, 1984. 46 BORBA, Ângela M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL, MEC/SEB Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília/DF, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Infantil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília/DF, 1998. _______._A brincadeira como experiência de cultura na educação infantil. In: BRASIL/MEC – Revista Criança do professor de educação infantil. 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