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<p>HIGIENE OCUPACIONAL E</p><p>PREVENÇÃO DE RISCOS</p><p>AMBIENTAIS</p><p>DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL</p><p>U N I D A D E 0 3</p><p>Você sabia que dentre os diferentes tipos de risco,</p><p>os riscos físicos são os mais comuns de serem</p><p>identificados em diferentes tipos de ambiente</p><p>ocupacional? Sim, isso mesmo, muitos</p><p>profissionais no dia-dia de trabalho lidam</p><p>constantemente com o ruído, temperatura e</p><p>vibrações. É necessário conhecer conceitos</p><p>específicos relacionado a definição e avaliação</p><p>desses agentes.</p><p>UNIDADE 3 | Introdução</p><p>1. Compreender as implicações da propagação do ruído na higiene ocupacional.</p><p>2. Avaliar o ruído ocupacional a partir de limites de tolerância e da legislação aplicável.</p><p>3. Avaliar a exposição a temperatura e os limites de tolerância na exposição ao calor e ao frio.</p><p>4. Entender o impacto das vibrações no ambiente ocupacional e suas formas de controle.</p><p>UNIDADE 3 | Objetivos</p><p>No âmbito da ciência física o som é segundo</p><p>Halliday, Resnick e Walker (2016) uma onda</p><p>longitudinal que se propaga no ar. Uma onda é</p><p>qualquer perturbação que ocorre em um meio, elas</p><p>são classificadas de acordo com sua natureza e sua</p><p>forma de propagação.</p><p>EXPOSIÇÃO AO RUÍDO NO AMBIENTE</p><p>OCUPACIONAL</p><p>Segundo Halliday e Resnick (2012, p.152) “onda sonora é definida genericamente</p><p>como qualquer onda longitudinal”. As ondas sonoras são utilizadas por navios</p><p>equipados para detectar obstáculos submersos e por submarinos. “Os submarinos</p><p>usam as ondas sonoras para emboscar outros submarinos ouvindo os ruídos</p><p>produzidos pelo sistema de propulsão.</p><p>• “Ruído é um som complexo composto por inúmeras frequências e intensidades sem que</p><p>exista um padrão fixo. Têm um comportamento imprevisível e aleatório sendo, portanto,</p><p>difícil de caracterizar com exatidão” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 19).</p><p>• Já os sons puros e sons musicais apresentam um padrão fixo composto por uma ou mais</p><p>frequências. O som puro é composto por uma frequência apenas, enquanto a musicais</p><p>possuem uma frequência fundamental (que dá a tonalidade) e várias frequências</p><p>múltiplas. Ambos esses tipos de sons são captados pelo ouvido humano, e interpretados</p><p>pelo cérebro.</p><p>• Além de conhecermos as características dos sons é importante de saibamos como os</p><p>sons podem ser propagar por um ambiente. Os sons atravessam obstáculos, passam de</p><p>um meio a outro bem como sofrem modificações de vibrações. Esses fatos é o que</p><p>vamos chamar de fenômenos na propagação de um som.</p><p>IMPLICAÇÕES DO RUÍDO PARA HIGIENE OCUPACIONAL:</p><p>PROPAGAÇÃO DO SOM, BARULHO E RUÍDO</p><p>• A propagação em um ambiente livre é analisada em duas</p><p>perspectivas a fonte pontual de ruído e a da fonte de</p><p>ruído linear. Chamamos de fonte pontual quando em um</p><p>ambiente aberto a fonte geradora o ruído possui</p><p>pequena dimensão quando comparada com a distância</p><p>do ouvinte.</p><p>• A pressão sonora é a pressão exercida em um determinado ponto em um espaço de</p><p>tempo causado por uma onda sonora. Sendo assim, como podemos medir o nível de</p><p>pressão sonora? Bem, a pressão sonora em um ambiente de campo aberto advinda</p><p>de uma fonte pontual pode ser medida a partir da medição do nível de pressão</p><p>sonora em um ponto e relacioná-lo para outro ponto mais distante da fonte.</p><p>• Em um ambiente fechado, o som encontra obstáculos a sua propagação. De modo</p><p>que ele e refletido, absorvido e transmitido considerando as características desses</p><p>obstáculos. Para medir então o NS deve-se considerar os fenômenos de</p><p>propagação e utilizar equipamentos específicos para esse fim.</p><p>• A propagação do som em forma de ruído no ambiente ocupacional implica na</p><p>necessidade de controle de quanto o trabalhador é exposto a este agente de risco, a</p><p>fim de se evitar danos à saúde do trabalhador não só nos órgãos responsáveis pela</p><p>audição, mas nas demais partes componentes do organismo humano (GANIME et al,</p><p>2010).</p><p>AVALIAÇÃO DO RUÍDO OCUPACIONAL</p><p>• Os ruídos são classificados em três tipos</p><p>básicos: contínuo, intermitente e de</p><p>impacto. Os diferentes tipos de ruídos</p><p>podem causar ao trabalhador diferentes</p><p>tipos de danos quando ultrapassam o</p><p>limite de tolerância (GANIME et al, 2010).</p><p>• Para prevenir danos à saúde do trabalhador os ruídos no ambiente ocupacional</p><p>devem ser medidos e monitorados para se manterem dentro do nível de tolerância e</p><p>para que se possa identificar alternativas como a utilização de equipamentos de</p><p>proteção. Essa medição e monitoramento se embasa inicialmente nos seguintes</p><p>aspectos do ruído: intensidade, potência e pressão.</p><p>ASPECTOS DO RUÍDO COMO O SOM NÃO HARMÔNICO:</p><p>INTENSIDADE, PRESSÃO, E FREQUÊNCIA E EQUIPAMENTOS</p><p>DE MEDIÇÃO</p><p>• O ouvido humano é sensível as diferentes</p><p>faixas de intensidade, potência e pressão. No</p><p>âmbito da higiene ocupacional conhecer esses</p><p>conceitos e suas implicações permite que</p><p>possamos preservar o trabalhador a exposição</p><p>ao risco relacionado ao som.</p><p>• A faixa de auditibilidade é a representação do limite da audição humana, ela apresenta</p><p>os limites máximos e mínimos de frequência e/ou pressão a qual nosso ouvido é capaz</p><p>de captar ou suportar. Para que um som seja captado pelo ouvido humano é necessário</p><p>que esses esteja em uma frequência situada entre 20Hz e 20000. Destaca-se que o ser</p><p>humano diferente do que acontece com outros animais é mais sensíveis a sons situados</p><p>em uma frequência entre 1000 Hz e 4000 Hz.</p><p>• Outro fator importante que devemos considerar para efeito de análises relacionadas a saúde do</p><p>trabalhador é a pressão que o som gera no ouvido humano. Isso porque os limites relaciona-se</p><p>com as consequências da exposição do trabalhador a sons frequentes. A pressão sonora acima</p><p>de 200 N/m2 (N/m² = Pascal) o trabalhador passa a sofrer danos ao sistema auditivo, como</p><p>perca da audição (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).</p><p>• No Brasil a regra geral do limite de tolerância estabelece que para oito horas de trabalho</p><p>diárias a pressão sonora deve ser mantida no máximo em 85 dB(A), correspondendo a uma</p><p>dose de 100 %. A NR 15, estabelece mais especificações. (BRASIL, 2015).</p><p>• Os equipamentos utilizados para medição de ruído são os medidores de nível de pressão</p><p>sonora, que uma vez auferidas medições os ruídos devem ser avaliados a partir de</p><p>parâmetros cuja especificidades são regulamentadas na Nr 15 e NHO 01.</p><p>EXPOSIÇÃO A TEMPERATURA NO AMBIENTE</p><p>OCUPACIONAL</p><p>• Assim como o ruído, a temperatura é um</p><p>agente de risco ocupacional físico que uma</p><p>vez presente de forma extrema no ambiente</p><p>ocupacional, requer cuidados e atenção a</p><p>limites de tolerância. No campo da física como</p><p>ciência, a temperatura pode ser considerada a</p><p>medida do grau de agitação das partículas que</p><p>constituem um corpo. É uma grandeza física</p><p>proporcionalmente relacionada a energia</p><p>cinética média destas partículas (BRAZ, 2005).</p><p>• Salientamos que o corpo humano é dotado de um mecanismo de termorregulação que</p><p>tem como objetivo impedir grandes variações na temperatura interna do corpo de</p><p>maneira que os sistemas vitais possam operar de modo adequado.</p><p>• Termorregulação para higiene ocupacional é a forma com que o organismo humano</p><p>gerencia e controla a temperatura interna do corpo ente a mudanças de temperatura</p><p>externas. Para o homem manter as funções de seu metabolismo agindo normalmente ele</p><p>necessita que a temperatura interna seja constante e o seu sistema termorregulador</p><p>mantém a temperatura central próxima de 37ºC.</p><p>• Diante dos danos que o trabalhador pode sofrer ao ser exposto a temperaturas</p><p>extremas, o profissional de higiene ocupacional deve entender que esses danos</p><p>acontecem apenas em condições de sobrecarga térmica. Nesse sentido, para evitar</p><p>essa descarga deve-se monitorar e controlar os fatores que influenciam nos</p><p>mecanismos de trocas térmicas entre o corpo humano e o ambiente que este se</p><p>encontra.</p><p>FATORES QUE INFLUENCIAM NOS MECANISMOS DE</p><p>TROCAS TÉRMICAS</p><p>• Quando vamos avaliar o ambiente ocupacional com foco na temperatura</p><p>devemos averiguar os fatores que influenciam as trocas térmicas entre o</p><p>corpo humano e o ambiente que este se encontra, são eles: temperatura do</p><p>ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e tipo de</p><p>atividade.</p><p>• Os parâmetros se encontram bem definidos e detalhados na Norma Regulamentadora nº</p><p>15 – Atividades e Operações Insalubres e na Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO</p><p>06).</p><p>• A NHO 06 é a referência técnica básica que o profissional de higiene ocupacional ou de</p><p>segurança do trabalho deve consultar quando busca avaliar temperatura no ambiente</p><p>ocupacional. Essa norma apresenta em sua composição definições básicas de termos</p><p>técnicos empregados na avaliação de calor e a apresenta limites de tolerância a</p><p>exposição ocupacional.</p><p>• Em relação avaliação da exposição ocupacional ao frio, essa exposição é comum</p><p>em profissões cujas as atividades são desempenhadas em ambientes</p><p>refrigerados como: câmaras frias, câmaras frigoríficas e processos industriais que</p><p>envolvam a fabricação de gelos. Esse tipo de exposição é regulamentada pela NR</p><p>15 (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).</p><p>EXPOSIÇÃO A VIBRAÇÕES NO AMBIENTE</p><p>OCUPACIONAL</p><p>• Segundo Vidal (2010) devido ao escopo da</p><p>ergonomia ser bastante amplo, foram</p><p>desenvolvidas várias maneiras de resolver</p><p>os problemas que surgem em sua vida</p><p>profissional, assim, essas maneiras se</p><p>diferenciam quanto à abordagem, ou seja,</p><p>a forma de atacar os problemas; quanto às</p><p>perspectivas, a forma de encaminhar</p><p>soluções; e quanto às finalidade que é</p><p>forma de agir em uma realidade efetiva.</p><p>• No campo da física como ciência, a vibração remete a mecânica. A mecânica é o ramo da</p><p>física que estuda o movimento, portanto para a física vibração mecânica é o movimento</p><p>de uma partícula ou de um corpo em torno de uma posição de equilíbrio (BEER,</p><p>JOHNSTON; CORNWELL, 2012).</p><p>• Na higiene ocupacional, as vibrações são definidas como movimentos oscilatórios de um</p><p>corpo causado pelo desequilíbrio de forças dos componentes rotativos e da alternância</p><p>de movimentos de uma máquina ou equipamento (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).</p><p>• Para entender como as vibrações afetam o corpo do trabalhador, vamos começar</p><p>conhecendo os tipos de vibrações no contexto ocupacional. As vibrações nesse sentido</p><p>são classificadas conforme a parte do corpo a qual o trabalhador é exposto, podendo ser</p><p>essas vibrações de corpo inteiro ou de extremidades.</p><p>• As vibrações de corpo inteiro ocorre por exemplo quando se opera máquinas que</p><p>trepidam em operação como caminhões, trator, escavadeiras, empilhadeiras, etc. Nessas</p><p>condições todo o corpo humano é afetado pela vibração ao entrar em contato com essa</p><p>por meio de uma superfície de suporte desse corpo (pé, costas, nádegas).</p><p>• No que tange a vibrações de extremidades, atingem partes localizadas do corpo como</p><p>mãos, pés, etc. Também são denominadas de segmentais.</p><p>EFEITOS/IMPACTOS DA VIBRAÇÃO NO AMBIENTE</p><p>OCUPACIONAL</p><p>• Os efeitos e impactos da vibração no ambiente ocupacional remete aos possíveis</p><p>danos causados a saúde do trabalhador. Nesse sentido, devemos ter</p><p>primeiramente em mente que o os riscos relacionados a vibrações depende de</p><p>vários fatores, dentre esses destacam-se: intensidade, frequência, direção da</p><p>vibração e tempo de exposição.</p><p>• Quando o trabalhador é exposto a vibrações de corpo inteiro com frequência e</p><p>períodos prolongados de tempo ele corre risco de sofrer danos físicos, bem</p><p>como distúrbios no sistema nervoso. Entre os danos físicos podemos destacar:</p><p>lesões na região espinhal, implicações no sistema circulatório, fadiga, tremores</p><p>frequentes, etc. No que tange a distúrbios no sistema nervoso podemos</p><p>destacar sintomas como insônia e dor de cabeça.</p><p>• Quando o trabalhador é exposto a vibrações nas extremidades o dano vai</p><p>depender do membro ou parte do corpo no qual a vibração atua. Nas mãos por</p><p>exemplo, uma doença observada é a doença dos “dedos brancos”. Sobre essa</p><p>doença elucida Peixoto e Ferreira (2012, p.207): “Esta doença em seu primeiro</p><p>estágio, começa com sensações de formigamento, sendo até mesmo, ignorado</p><p>pelo trabalhador, com o passar do tempo, inicia-se leves branqueamentos nas</p><p>extremidades dos dedos, por curtos períodos”.</p><p>Obrigada!</p>