Prévia do material em texto
<p>NOME: Jaiane Rodrigues de Freitas Borges MATRÍCULA: 23216080086</p><p>POLO: Volta Redonda E-MAIL: jaiane.tst@gmail.com</p><p>AD1 – SOCIOLOGIA & EDUCAÇÃO</p><p>‘Tirar nota mil na redação do Enem mudou a minha vida’: alunos</p><p>contam que conseguiram bolsas de estudo, estágios e #publis</p><p>Anos depois, g1 voltou a conversar com candidatos que tiraram a nota máxima nas</p><p>edições de 2017 e 2018. Beatriz Servilha, por exemplo, já publicou artigo científico em</p><p>jornal internacional.</p><p>Por Luiza Tenente, g1</p><p>11/04/2023 06h01 Atualizado há 5 meses</p><p>Beatriz Servilha, de 24 anos, conversou com o g1 em 2018, quando ficou entre os 53</p><p>candidatos (de um universo de quase 7 milhões de inscritos) que tiraram nota mil na</p><p>redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). À época, ela contou que sempre</p><p>falava ao pai, pedreiro, e à mãe, telefonista, que “filha de pobre também pode ser</p><p>médica”.</p><p>E tinha razão: 5 anos depois, Beatriz conta, orgulhosa, que trabalha como pediatra em um</p><p>estágio supervisionado no serviço público de saúde. Estudante do 8º período de medicina</p><p>da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela já ouve elogios dos familiares de</p><p>seus pacientes, por causa da atenção especial que dá a crianças com deficiência. E não</p><p>para por aí: Bia tem até artigo científico sobre pneumologia publicado em um jornal</p><p>internacional.</p><p>“Quando me lembro do Enem, reconheço que tudo o que tenho hoje veio disso. Acho que,</p><p>se os frutos [da repercussão da nota mil] não fossem tão palpáveis, eu pensaria que</p><p>foram um sonho”, diz.</p><p>Nesta reportagem, o g1 conta a história de Beatriz e de mais dois candidatos que, depois</p><p>de alcançarem o desempenho máximo na redação do exame, tiveram suas vidas</p><p>transformadas:</p><p>• Lucas Felpi estuda na Universidade de Michigan e já fechou parcerias com marcas</p><p>grandes em ações de educação;</p><p>• E Bernardo Piñon, aluno da PUC-Rio com surdez e autismo, foi convidado para um</p><p>programa de iniciação científica do governo (spoiler: vai pesquisar sobre a saga</p><p>“Star Wars”).</p><p>Beatriz, nota mil no Enem 2017, sonha com o doutorado</p><p>Veja, abaixo, os principais marcos na vida de Beatriz desde a nota mil no Enem.</p><p>• Artigo científico publicado em periódico internacional:</p><p>Após acompanhar as notícias sobre a nota mil de Beatriz, uma professora da UFRJ a</p><p>convidou para fazer parte de um projeto de pesquisa do ambulatório de pneumologia</p><p>pediátrica da universidade.</p><p>“Ela precisava de um aluno e sabia que eu escrevia bem. Foi lá que fiz meu primeiro</p><p>artigo, como colaboradora das minhas orientadoras”, conta Bia. O trabalho, publicado no</p><p>“Journal of Asthma and Allergy” neste ano, analisava dados de espirometria (exame de</p><p>pulmão) de crianças com asma.</p><p>• Atendimentos a crianças com autismo e surdez:</p><p>No estágio, Beatriz recebeu comentários elogiosos de mães de pacientes com deficiência,</p><p>pelo atendimento humanizado que ofereceu.</p><p>“O autismo tem mexido muito comigo. Foram episódios em que as crianças queriam gritar,</p><p>bater, mas foram se acalmando conforme eu ia conversando com elas. Eu escolhi</p><p>medicina por isso, é o que realmente me prende: fazer tudo de uma forma afetiva. No</p><p>caso da surdez, eu consegui me dirigir diretamente aos pacientes [em Libras]. Eles me</p><p>agradeceram muito.”</p><p>• Morte da mãe, de 38 anos, por Covid-19:</p><p>Desde que a mãe de Beatriz morreu durante a pandemia, em 2020, a aluna ajuda na</p><p>criação da irmã, de 15 anos.</p><p>"[Perder minha mãe] foi uma experiência horrível, um baque como pessoa e como</p><p>profissional. Aprendi que a medicina não vai sempre trazer os resultados 100% positivos.</p><p>Tem momento em que a gente só para e chora", diz.</p><p>• Superação de dificuldades na universidade:</p><p>Como ex-aluna de escola pública e cotista na UFRJ, Beatriz tinha defasagens em sua</p><p>formação e, por isso, foi reprovada duas vezes em uma mesma disciplina, no início do</p><p>curso.</p><p>“Eu demorei para entender que era uma questão estrutural e social. Nunca tinha visto</p><p>aqueles conteúdos na minha vida”, diz.</p><p>“Foi só no estágio que mudei o olhar sobre mim e deixei de me sentir inferior. Agora,</p><p>sonho em manter meu projeto de pesquisa e entrar no doutorado para pesquisar sobre a</p><p>capacidade pulmonar de crianças, antes e depois do transplante de medula óssea”, diz.</p><p>Lucas, nota mil no Enem 2018, estuda na Universidade de Michigan</p><p>Lucas Felpi, atualmente com 21 anos, destacou-se no Enem 2018 não só por ter tirado a</p><p>nota máxima, mas também por ter citado a série “Black Mirror” na dissertação.</p><p>Depois disso, houve uma sequência de (outros) sucessos:</p><p>• Lançamento de apostilas do Enem e de curso de redação:</p><p>Lucas teve a ideia de entrar em contato com outros alunos “notas mil” para reunir, em</p><p>uma apostila virtual e gratuita, transcrições de suas redações. “A ideia era democratizar o</p><p>acesso aos textos para ajudar quem estivesse estudando”, conta. O projeto, que é</p><p>atualizado todo ano, existe desde 2019.</p><p>O jovem ainda montou um curso on-line de redações, junto com uma de suas professoras</p><p>do ensino médio. Mais de 1.200 alunos já usaram a plataforma no preparo para o Enem.</p><p>• Canal no Youtube e parceria com marcas:</p><p>Logo quando soube da nota mil, Lucas decidiu criar um canal de vídeos para dar dicas de</p><p>estudo e depoimentos sobre sua experiência acadêmica. Até a última atualização desta</p><p>reportagem, eram 565 mil inscritos. Foi desse sucesso que vieram convites para parcerias</p><p>com marcas grandes, como Uber, Americanas e Deezer.</p><p>“Por mais de um ano, não ganhei nada com o canal. Depois disso, vieram as propostas</p><p>[comerciais], com bom retorno financeiro”, conta. “Mas a maior felicidade é receber</p><p>retornos de alunos que me mandam mensagens sobre como os ajudei.”</p><p>• Aprovação em universidade americana:</p><p>O dinheiro arrecadado com as parcerias ajudou Lucas a se sustentar nos Estados Unidos.</p><p>Ele mora lá desde agosto de 2019, quando foi aprovado no curso de ciência da</p><p>computação e ciências políticas, na Universidade de Michigan (além de ter feito o Enem,</p><p>ele também havia se inscrito em processos seletivos no exterior).</p><p>“O mais interessante é conhecer gente de todos os países e culturas”, afirma.</p><p>• Estágio em grandes empresas:</p><p>Nos EUA, Lucas já trabalhou em três gigantes de tecnologia -- Amazon, Facebook e</p><p>Google.</p><p>“Fico orgulhoso de pensar que aquele menino do passado -- que estava suando na</p><p>cadeira no Enem, sem saber o que ia acontecer no futuro -- conseguiu alcançar tudo o</p><p>que sonhou”, diz Lucas.</p><p>Bernardo, nota mil no Enem 2016, ganhou bolsa de pesquisa</p><p>Bernardo Lucas Piñon, aluno “nota mil” no Enem 2016, tem surdez severa nos dois</p><p>ouvidos, disgrafia profunda (dificuldade na escrita) e transtorno psicomotor nos braços e</p><p>nas mãos. Quando conversou com o g1, em 2017, contou que enfrentou dificuldades para</p><p>obter os recursos de acessibilidade nas duas universidades em que havia se matriculado</p><p>(PUC-Rio e UFRJ). Ele desistiu de ambas.</p><p>Em nota, a UFRJ afirma que tem mais de mil alunos com deficiência e que se</p><p>compromete sempre a fornecer acessibilidade a eles. A PUC-Rio não havia respondido</p><p>até a última atualização desta reportagem.</p><p>Seis anos depois, uma reviravolta: Bernardo diz que está “em sua melhor fase</p><p>acadêmica”. Entenda os motivos abaixo:</p><p>• De volta à PUC-Rio:</p><p>Bernardo conta que, depois da repercussão na imprensa, a PUC-Rio o chamou para</p><p>conversar. A universidade ofereceu a ele a "reabertura" da vaga em filosofia e a</p><p>assistência pedagógica de que ele precisava (tempo adicional para provas,</p><p>acompanhante para fazer transcrições e um período maior para concluir a graduação).</p><p>Ele vai se formar em 2025.</p><p>• Convite para ser pesquisador:</p><p>O jovem participa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC),</p><p>voltado para alunos da graduação. "Em geral, a pessoa se candidata, mas eu fui</p><p>convidado. Depois de falar com o meu professor, eu quase cheguei às lágrimas!", diz.</p><p>“Não esperava que conseguiria fazer um projeto</p><p>sobre algo de que sou muito fã, que é</p><p>Star Wars. Meu objetivo é formar um conceito filosófico que explique a mitologia por trás</p><p>da saga.”</p><p>• Diagnóstico de autismo e ‘autodescoberta’:</p><p>Na infância, Bernardo já havia ouvido de médicos que poderia fazer parte do espectro</p><p>autista, mas a confirmação só chegou no fim de 2022. “Sempre tive dificuldade em</p><p>relacionamentos. Receber o diagnóstico, para mim, foi uma carta de amor. Eu passei a</p><p>entender o que antes não entendia, passei a me amar mais”, diz. Agora, ele buscará, no</p><p>serviço público, uma terapia especializada.</p><p>"Como em toda jornada do herói, em que o protagonista tem de ir ao inferno [...], depois</p><p>ele entende o seu lugar, a sua vocação, e luta para dar o melhor de si", afirma o aluno de</p><p>filosofia.</p><p>REFERÊNCIA: TENENTE, Luiza. ‘Tirar nota mil na redação do Enem mudou a minha</p><p>vida’': alunos contam que conseguiram bolsas de estudo, estágios e publis. G1, 11 de abril</p><p>de 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/11/tirar-nota-mil-</p><p>na-redacao-do-enem-mudou-a-minha-vida-alunos-contam-que-conseguiram-bolsas-de-</p><p>estudo-estagios-e-publis.ghtml</p><p>COMENTÁRIO CRÍTICO SOBRE A NOTÍCIA</p><p>Tirar nota mil na redação do Enem é um feito que vai além dos estudos e tem um impacto</p><p>significativo na vida das pessoas. Essa conquista não apenas abre portas para</p><p>oportunidades acadêmicas, mas também molda trajetórias individuais e influencia a</p><p>sociedade como um todo.</p><p>Primeiramente, a nota máxima no Enem é um passaporte para bolsas de estudo, acesso</p><p>a universidades renomadas e oportunidades profissionais. Alunos como Beatriz Servilha,</p><p>que alcançou a nota mil, testemunham como essa conquista transformou suas vidas. Sua</p><p>jornada exemplifica que a educação pode romper barreiras socioeconômicas e permitir</p><p>que talentos floresçam.</p><p>Além disso, a educação é um instrumento ideológico poderoso. Através dela, moldamos</p><p>valores, crenças e perspectivas. Quando um estudante atinge a nota mil, ele não apenas</p><p>domina habilidades de escrita, mas também se torna um agente de mudança. A</p><p>educação, portanto, não é apenas um meio de adquirir conhecimento, mas também uma</p><p>ferramenta para moldar a consciência coletiva.</p><p>Por fim, tirar mil no Enem transcende a esfera pessoal e se torna um ato de cidadania. É</p><p>uma afirmação de que a educação é o alicerce sobre o qual construímos um futuro mais</p><p>justo e promissor para todos.</p><p>AD1 – SOCIOLOGIA & EDUCAÇÃO</p><p>‘Tirar nota mil na redação do Enem mudou a minha vida’: alunos contam que conseguiram bolsas de estudo, estágios e #publis</p><p>Beatriz, nota mil no Enem 2017, sonha com o doutorado</p><p>Lucas, nota mil no Enem 2018, estuda na Universidade de Michigan</p><p>Bernardo, nota mil no Enem 2016, ganhou bolsa de pesquisa</p><p>COMENTÁRIO CRÍTICO SOBRE A NOTÍCIA</p>