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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>ANA FLAVIA FERREIRA LIMA</p><p>RECURSOS</p><p>TERAPÊUTICOS</p><p>EM TERAPIA</p><p>OCUPACIONAL</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Viviane Hadlich dos Santos</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Alexandre Donzelli</p><p>Design Educacional</p><p>Hari Hauck</p><p>Revisão Textual</p><p>Elaine Machado</p><p>Ilustração</p><p>André Azevedo</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. LIMA, Ana Flavia Ferreira</p><p>Recursos Terapêuticos em Terapia Ocupacional / Ana Flavia</p><p>Ferreira Lima. - Florianópolis, SC: Arqué, 2024.</p><p>191 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-586-3</p><p>ISBN digital 978-65-6137-587-0</p><p>1. Recursos 2. Terapeuticos 3. Ocupacional 4. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 615.8515</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>03506787</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/20897</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de livros</p><p>que agregarão muito na</p><p>sua vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um con-</p><p>teúdo externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>63</p><p>4</p><p>125U N I D A D E 3</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS NA TERAPIA COGNITIVA 126</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS E TÉCNICAS NA PEDIATRIA 148</p><p>RECURSOS E TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO MOTOR 170</p><p>7U N I D A D E 1</p><p>ATIVIDADES TERAPÊUTICAS E SEUS RECURSOS 8</p><p>TREINAMENTO EM ATIVIDADES</p><p>DA VIDA DIÁRIA 28</p><p>TREINAMENTO DE USO DE DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA 46</p><p>63U N I D A D E 2</p><p>ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS 64</p><p>TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS 88</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E PAPÉIS OCUPACIONAIS 106</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>ATIVIDADES TERAPÊUTICAS E SEUS</p><p>RECURSOS</p><p>Conhecer o conceito de atividades e recursos terapêuticos em Terapia Ocupacional.</p><p>Entender a importância da escolha dos recursos terapêuticos para cada público.</p><p>Refletir sobre os diversos recursos e a necessidade de saber selecionar as atividades</p><p>terapêuticas.</p><p>Explorar a aplicação do recurso terapêutico em terapia ocupacional.</p><p>Analisar a atuação do terapeuta ocupacional no uso dos recursos como meios para</p><p>alcançar melhora na qualidade de vida dos pacientes.</p><p>Praticar o raciocínio do uso do recurso terapêutico na promoção de saúde.</p><p>Compreender os diferentes domínios de ocupação e atividades específicas que são alvo da</p><p>intervenção terapêutica ocupacional, compreendendo a diversidade de áreas de atuação.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, espero que você esteja animado para embarcar nessa jornada enrique-</p><p>cedora dos Recursos Terapêuticos e Atividades em Terapia Ocupacional. Você já</p><p>ouviu falar sobre essa temática?</p><p>Essa profissão não exige apenas o conhecimento técnico, mas também habilidades</p><p>interpessoais e uma compreensão profunda das necessidades dos nossos pacientes.</p><p>Dessa forma, abordaremos um desafio crucial para o seu desenvolvimento profissio-</p><p>nal: a aplicação prática de recursos terapêuticos e atividades em situações do mundo</p><p>real. Ao longo de seus projetos e futura prática profissional, você se deparará com uma</p><p>diversidade de indivíduos, cada um com suas próprias necessidades e desafios.</p><p>Convido você, agora, a dar um play no podcast Terapia ocupacional, recursos e</p><p>atividades, qual a relevância para a profissão?</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Tendo em vista que, como terapeutas ocupacionais,</p><p>precisamos entender teoricamente os recursos tera-</p><p>pêuticos e saber como aplicá-los de maneira eficaz,</p><p>considerando as particularidades de cada caso.</p><p>Imagine a seguinte situação-problema: você está</p><p>trabalhando com um paciente idoso que sofreu uma queda e está enfrentando difi-</p><p>culdades na recuperação da mobilidade. Proponho como prática os seguintes ques-</p><p>tionamentos: você conhece alguém que já passou por uma situação parecida? Qual</p><p>recurso você acredita que poderia utilizar para ajudá-lo a caminhar novamente di-</p><p>minuindo os riscos de cair? Podemos indicar que utilize uma bengala como suporte?</p><p>Aqui entra a importância de compreender a individualidade do paciente,</p><p>suas preferências, interesses, contextos sociais, ambiente em que vive e possíveis</p><p>recursos e atividades que poderíamos utilizar para auxiliá-lo a ter mais qualidade</p><p>de vida. Diante disso, podemos pensar que, conhecendo os conteúdos sobre re-</p><p>cursos e atividades, podemos aperfeiçoar os conhecimentos técnicos, habilidades</p><p>e competências necessárias ao profissional de terapia ocupacional.</p><p>A importância de</p><p>compreender a</p><p>individualidade do</p><p>paciente</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TRAJETÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL</p><p>Para iniciarmos a trajetória pelas atividades e recur-</p><p>sos terapêuticos propostos pela terapia ocupacional,</p><p>precisamos entender sobre a história dessa profissão.</p><p>Os caminhos da terapia ocupacional são marcados,</p><p>inicialmente, por uma evolução significativa ao longo</p><p>do tempo, estreitamente ligada ao desenvolvimento e aprimoramento de diver-</p><p>sos recursos terapêuticos. A partir disso, pensaremos sobre o paradigma do</p><p>tratamento moral, do qual o precursor foi o Dr. Philippe Pinel, a partir do sé-</p><p>culo XVIII. Pinel encontrou um cenário de métodos desumanos de tratamento e</p><p>trouxe a proposta do uso de atividades e trabalhos como método de recuperação</p><p>por meio da laborterapia (SHIMOGUIRI; COSTA-ROSA, 2017).</p><p>A Terapia Ocupacional tornou-se mundialmente aceita no final do século</p><p>XVIII e início do século XIX. O tratamento moral com o uso da laborterapia</p><p>destacou a importância do trabalho, jardinagem e outras atividades, como parte</p><p>integrante do processo de internação e eixo disciplinar. Essa abordagem reco-</p><p>nhecia que as atividades ocupavam o tempo dos pacientes e ainda contribuíam</p><p>para a organização mental de cada um.</p><p>A terapia ocupacional, como disciplina, evoluiu a partir desses princípios,</p><p>incorporando abordagens mais especializadas e diversificadas, mas mantém a</p><p>certeza da crença de que a ocupação é fundamental para o bem-estar físico e</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vale recordar que a ideia de atividade humana sempre esteve presente em nosso</p><p>cotidiano. Para ajudá-lo com os conceitos, indico o artigo Atividades humanas na</p><p>terapia ocupacional: construção e compromisso. Acesse em: https://www.scielo.</p><p>br/j/cadbto/a/4sf94vbvh3cnFgNq3d3vhfB/#ModalHowcite.</p><p>A ocupação é</p><p>fundamental para</p><p>o bem-estar físico e</p><p>mental</p><p>1</p><p>1</p><p>mental. Assim, o tratamento moral de Pinel</p><p>que</p><p>considere as necessidades específicas do indivíduo, seus objetivos ocupacionais</p><p>e o ambiente em que as atividades são realizadas.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Que tipo de avaliações utilizaria para entender melhor as queixas do seu paciente?</p><p>Diversas ferramentas e abordagens são empregadas pelos terapeutas ocupacio-</p><p>nais para garantir uma prescrição personalizada e eficaz. Vejamos a seguir:</p><p>AVALIAÇÃO FUNCIONAL</p><p>Objetivo: compreender as habilidades e limitações funcionais do indivíduo nas atividades.</p><p>Métodos: observação direta, entrevistas, questionários e avaliações padronizadas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>AVALIAÇÃO DO AMBIENTE</p><p>Objetivo: analisar o ambiente em que as atividades ocorrem, identificando barreiras e</p><p>facilitadores.</p><p>Métodos: visitas domiciliares, análise ergonômica do ambiente e entrevistas com</p><p>cuidadores.</p><p>AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS</p><p>Objetivo: identificar demandas únicas do indivíduo em relação às atividades específicas.</p><p>Métodos: entrevistas detalhadas, questionários específicos e observação direta duran-</p><p>te atividades-alvo.</p><p>AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO E ADAPTAÇÃO</p><p>Objetivo: considerar a aceitação do indivíduo em relação à tecnologia proposta e sua</p><p>capacidade de adaptação ao novo dispositivo.</p><p>Métodos: entrevistas reflexivas, observação comportamental e feedback contínuo.</p><p>Uma avaliação que pode ser utilizada para avaliação funcional segundo Minosso</p><p>(2010) é o Índice de Barthel que oferece uma avaliação quantitativa e padronizada</p><p>do desempenho do indivíduo em 10 áreas específicas de atividades (alimentação,</p><p>transferência, banho, vestir-se, mobilidade, escadas (subir e descer), controle in-</p><p>testinal, controle da bexiga e higiene pessoal). Emerge como uma ferramenta glo-</p><p>balmente reconhecida para a avaliação da independência funcional e mobilidade.</p><p>Um estudo de revisão dedicado à análise de instrumentos de avaliação do</p><p>estado funcional em idosos, conduzido em 2004, destacou esse índice como um</p><p>dos mais prevalentes na avaliação das atividades da vida diária.</p><p>Outra escala que pode ser utilizada na avaliação da funcionalidade é a Medida</p><p>de Independência Funcional (MIF) que consiste em uma ferramenta amplamente</p><p>utilizada em Terapia Ocupacional para avaliar a capacidade de um indivíduo de</p><p>realizar atividades da vida diária.</p><p>5</p><p>1</p><p>A MIF quantifica o nível de independência</p><p>do paciente em seis áreas principais: autocuida-</p><p>do, continência, mobilidade, locomoção, comu-</p><p>nicação social e cognição. A escala atribui uma</p><p>pontuação para cada categoria, variando de 1</p><p>(dependência total) a 7 (independência total),</p><p>oferecendo uma visão abrangente das habilida-</p><p>des funcionais do indivíduo (SILVA et al., 2012).</p><p>O terapeuta ocupacional trabalha na adaptação</p><p>do ambiente para torná-lo mais acessível e funcio-</p><p>nal. Isso pode incluir modificações físicas, como</p><p>rampas e corrimãos, barras de apoio, bem como o</p><p>uso de tecnologias para automatizar tarefas, como</p><p>abertura de portas ou controle de iluminação.</p><p>Um dos aspectos fundamentais desse campo</p><p>é a implementação de adaptações ambientais, que</p><p>visam criar ambientes mais acessíveis e funcionais</p><p>para atender às necessidades específicas dos clientes.</p><p>Tipos de adaptações ambientais são: Baixa Tec-</p><p>nologia (Low-Tech) – essas adaptações referem-se a</p><p>modificações simples e de baixo custo, como barras</p><p>de apoio, utensílios adaptados e rampas. O foco está</p><p>na praticidade e eficácia, facilitando a realização de</p><p>atividades diárias; Alta Tecnologia (High-Tech): en-</p><p>volve o uso de dispositivos tecnológicos avançados,</p><p>como comandos de voz, sistemas automatizados</p><p>e softwares especializados. Essas adaptações são</p><p>mais complexas e podem proporcionar soluções</p><p>personalizadas para necessidades específicas (TEI-</p><p>XEIRA; OLIVEIRA, 2007).</p><p>A avaliação Medida Canadense de Desem-</p><p>penho Ocupacional (COPM), por meio de uma</p><p>entrevista semiestruturada, possibilita que os in-</p><p>divíduos identifiquem atividades que consideram</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>desafiadoras em um contexto de saúde comprometida. Sua finalidade é mensurar</p><p>as alterações na percepção do cliente em relação ao seu desempenho ocupacional</p><p>ao longo do tempo. Esse teste aborda de forma individualizada os problemas e</p><p>necessidades dos clientes, não sendo específico para uma determinada condição</p><p>de saúde. Sua aplicação visa estabelecer metas, planejar o tratamento e avaliar o</p><p>progresso do cliente (BASTOS; MANCINI; PYLÓ, 2010).</p><p>A avaliação em Terapia Ocupacional, para a prescrição de tecnologias as-</p><p>sistivas e dispositivos de assistência, é um processo dinâmico, contínuo e centrado</p><p>no cliente. A compreensão profunda das necessidades individuais e a integração</p><p>adequada dessas tecnologias contribuem significativamente para a promoção da</p><p>independência e melhoria na qualidade de vida dos clientes atendidos.</p><p>Na prescrição e elaboração de uma adaptação, é vital considerar diversos</p><p>elementos, incluindo a simplicidade do projeto, a preservação da integridade dos</p><p>tecidos moles, a adequação ao usuário, os custos envolvidos, aspectos estéticos,</p><p>conforto, facilidade de colocação e retirada, além da manutenção da higiene,</p><p>sendo um outro ponto no emprego das adaptações a avaliação da sua integração</p><p>nas atividades cotidianas, a visita ao ambiente domiciliar emerge como um fator</p><p>motivacional significativo para promover a eficácia e a aceitação da adaptação</p><p>(HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).</p><p>Indicamos o artigo O papel do terapeuta ocupacional na tecnologia assistiva. Essa</p><p>leitura possibilitará o olhar para as habilidades de comunicação e como a tecnolo-</p><p>gia assistiva pode diminuir barreiras nesse âmbito. Acesse em: https://www.cader-</p><p>nosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/176/133.</p><p>EU INDICO</p><p>Em resumo, as avaliações permitem uma análise detalhada do ambiente físico,</p><p>social e cultural em que o indivíduo está inserido, identificando possíveis bar-</p><p>reiras que podem interferir em sua participação ativa em diferentes contextos.</p><p>Com base nessas informações, os terapeutas ocupacionais podem recomen-</p><p>dar adaptações ambientais, modificações no estilo de vida e o uso de dispositivos</p><p>de assistência, como órteses, próteses, cadeiras de rodas ou equipamentos de</p><p>tecnologia assistiva.</p><p>5</p><p>4</p><p>INTEGRANDO O TREINO DE USO DE DISPOSITIVOS</p><p>DE ASSISTÊNCIA</p><p>A prática terapêutica ocupacional evoluiu para abarcar a integração estraté-</p><p>gica de dispositivos de assistência, proporcionando aos pacientes uma jornada</p><p>subjetiva em direção à autonomia, a seguir, alguns exemplos:</p><p>Um idoso com desequilíbrio ao caminhar, possuindo risco de queda, dificul-</p><p>dades em manter o equilíbrio, especialmente ao realizar atividades cotidianas,</p><p>como andar pela casa ou se deslocar para áreas externas. Durante a avaliação em</p><p>terapia ocupacional, fica evidente que sua mobilidade comprometida representa</p><p>uma barreira significativa para a realização independente de atividades básicas.</p><p>Nesse caso, a bengala poderá ser uma indicação associada ao suporte físico. Na</p><p>terapia ocupacional, a bengala torna-se uma extensão do corpo, proporcionando</p><p>equilíbrio e segurança na deambulação e durante as atividades cotidianas. O treina-</p><p>mento dedicado explora a técnica correta de uso e a adaptação da bengala ao am-</p><p>biente específico do paciente, permitindo-lhes explorar a mobilidade com confiança.</p><p>Considere um paciente que tenha sofrido uma lesão no membro superior di-</p><p>reito devido a um acidente. Essa lesão compromete a funcionalidade da mão e do</p><p>punho, resultando em dificuldades significativas para realizar atividades diárias,</p><p>como pegar objetos, escrever e, até mesmo, vestir-se. Ao realizar uma avaliação</p><p>em terapia ocupacional, observa-se a necessidade de uma órtese específica para</p><p>proporcionar suporte e estabilização ao membro afetado.</p><p>A órtese é outro exemplo valioso de dispositivo de assistência integrado à</p><p>prática terapêutica ocupacional. Esse recurso personalizado desempenha um</p><p>papel fundamental na promoção da independência funcional. A terapia ocu-</p><p>pacional se destaca</p><p>ao considerar a eficácia da órtese, a aceitação emocional e a</p><p>inclusão social do paciente, integrando o dispositivo de maneira holística em sua</p><p>vida cotidiana. Nesse caso, visando corrigir a posição da mão e do punho, além</p><p>de oferecer suporte durante os movimentos.</p><p>Complicações nos membros superiores, podem impactar funções manuais</p><p>essenciais, exigindo o uso de órteses. Essas complicações dificultam o desen-</p><p>volvimento de habilidades para atividades diárias, destacando a necessidade da</p><p>intervenção de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Estes profissionais desempenham um papel crucial na reabilitação, facilitando</p><p>o acesso e integração de aspectos motores e sensoriais nas atividades de vida diária.</p><p>No processo de confecção de órteses, o terapeuta ocupacional considera cuidadosa-</p><p>mente o objetivo do tratamento, as características do paciente, o material da órtese e</p><p>realiza uma avaliação física abrangente da região afetada (GRADIM; PAIVA, 2018).</p><p>Finalmente, vamos pensar em um paciente com tremor essencial em membro</p><p>superior que, durante a avaliação em terapia ocupacional, fica evidente que o</p><p>tremor está impactando a independência do paciente durante as refeições, tor-</p><p>nando desafiador o ato de manusear talheres e outros utensílios de forma eficaz.</p><p>Nesse cenário, surge a necessidade de um engrossador de talher, que exem-</p><p>plifica como a terapia ocupacional se preocupa com a experiência sensorial e a</p><p>autonomia nas atividades básicas de vida diária, como alimentar-se. Ao treinar</p><p>pacientes para usar esse dispositivo, os terapeutas ocupacionais não apenas faci-</p><p>litam a manipulação de talheres, mas também consideram as preferências indi-</p><p>viduais, promovendo uma experiência alimentar mais independente.</p><p>Segundo Almeida e Castiglioni (2007), o tremor pode afetar a imagem de si e</p><p>a autoestima do indivíduo acometido, podendo desencadear ou agravar sintomas</p><p>depressivos, inatividade e isolamento social.</p><p>Gostaria de recomendar a leitura do artigo intitulado Adaptações em terapia ocu-</p><p>pacional no tratamento do lesado medular em nível cervical. Esse artigo apresenta</p><p>algumas adaptações que estão diretamente vinculadas ao grau da lesão e a capa-</p><p>cidade remanescente, demonstrando eficácia ao possibilitar que o indivíduo viva</p><p>de forma independente. Acesso em: https://multitemasucdb.emnuvens.com.br/</p><p>multitemas/article/view/836/811.</p><p>EU INDICO</p><p>Dessa forma, a integração de diversos dispositivos, na prática terapêutica ocupa-</p><p>cional, transcende a funcionalidade pura. Ela considera a individualidade de cada</p><p>paciente, adaptando-se não apenas às suas necessidades físicas, mas também às suas</p><p>aspirações emocionais e sociais. Ao alinhar o treinamento de uso desses dispositi-</p><p>vos com os objetivos de vida do paciente, a terapia ocupacional emerge como uma</p><p>aliada essencial na jornada contínua rumo à autonomia e qualidade de vida.</p><p>5</p><p>1</p><p>https://multitemasucdb.emnuvens.com.br/multitemas/article/view/836/811.</p><p>https://multitemasucdb.emnuvens.com.br/multitemas/article/view/836/811.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Ao concluirmos esta discussão sobre aprendizagem centrada em adaptações,</p><p>tecnologia assistiva e terapia ocupacional, é relevante recapitular os conceitos</p><p>fundamentais que moldaram nossa compreensão ao longo deste material.</p><p>Estudamos que as tecnologias assistivas e adaptações elevam a terapia ocu-</p><p>pacional a novos níveis de eficácia e personalização. Portanto, é crucial integrar</p><p>dispositivos adaptativos de forma a não apenas oferecer soluções práticas, mas</p><p>também promover o fortalecimento da independência funcional do paciente.</p><p>O desafio contínuo é manter uma postura de aprendizagem das avaliações</p><p>constantemente e adaptar intervenções não apenas aos desafios individuais</p><p>de cada cliente, mas também à dinâmica em constante mudança no campo</p><p>da saúde e da tecnologia.</p><p>Ressaltamos que a terapia ocupacional é uma área em evolução, com novas pes-</p><p>quisas, técnicas e abordagens terapêuticas surgindo regularmente. Portanto, é impe-</p><p>rativo que os novos profissionais se comprometam a manter-se atualizados sobre as</p><p>últimas tendências e melhores práticas da área para alcançar o sucesso profissional.</p><p>Temos mais para conversar com você, vamos lá? Acesse seu ambiente virtual de</p><p>aprendizagem e confira a aula referente a este tema.</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>1. Na prescrição e elaboração de uma adaptação, é vital considerar diversos elementos,</p><p>incluindo a simplicidade do projeto, a preservação da integridade dos tecidos moles, a</p><p>adequação ao usuário, os custos envolvidos, aspectos estéticos, conforto, facilidade de</p><p>colocação e retirada, além da manutenção da higiene, sendo um outro ponto crucial no</p><p>emprego das adaptações a avaliação da sua integração nas atividades cotidianas, a visita</p><p>ao ambiente domiciliar emerge como um fator motivacional significativo para promover a</p><p>eficácia e a aceitação da adaptação (HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).</p><p>Na prescrição e elaboração de adaptações, conforme destacado por Hohmann (2011), quais</p><p>são os elementos vitais a serem considerados para garantir a eficácia e aceitação da adap-</p><p>tação?</p><p>a) Complexidade do projeto, resistência a impactos, aspectos estéticos, e facilidade de</p><p>transporte.</p><p>b) Preservação da integridade dos tecidos moles, conforto, custos envolvidos, e manu-</p><p>tenção da higiene.</p><p>c) Adequação ao usuário, tempo de vida útil, custos envolvidos, e resistência à umidade.</p><p>d) Conformidade com as normas de segurança, avaliação da ergonomia, facilidade de</p><p>colocação e retirada, e resistência térmica.</p><p>e) Durabilidade do material, aspectos estéticos, conforto, e resistência a altas tempera-</p><p>turas.</p><p>2. Complicações nos membros superiores, podem impactar funções manuais essenciais, exi-</p><p>gindo o uso de órteses. Essas complicações dificultam o desenvolvimento de habilidades</p><p>para atividades diárias, destacando a necessidade da intervenção de profissionais espe-</p><p>cializados, como terapeutas ocupacionais. Esses profissionais desempenham um papel</p><p>crucial na reabilitação, facilitando o acesso e integração de aspectos motores e sensoriais</p><p>nas atividades de vida diária. No processo de confecção de órteses, o terapeuta ocupacional</p><p>considera cuidadosamente o objetivo do tratamento, as características do paciente, o ma-</p><p>terial da órtese e realiza uma avaliação física abrangente da região afetada (GRADIM, 2018).</p><p>Com base no texto sobre a atuação do terapeuta ocupacional na prescrição de órteses,</p><p>avalie as afirmativas a seguir:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>8</p><p>I - O uso de dispositivos ortóticos é essencial para superar complicações que afetam a re-</p><p>gião de membros superiores, como punhos e mãos, comprometendo funções manuais</p><p>essenciais para a funcionalidade.</p><p>II - As complicações nessa região podem dificultar o desenvolvimento de habilidades ne-</p><p>cessárias para a execução de atividades funcionais no cotidiano, tornando crucial a in-</p><p>tervenção de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais.</p><p>III - O terapeuta ocupacional, ao confeccionar órteses para pacientes, não precisa considerar</p><p>o objetivo do plano de tratamento, uma vez que o foco principal deve ser a avaliação</p><p>física anatômica da região afetada.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. Seguindo a perspectiva da CIF, os fatores ambientais são categorizados como barreiras</p><p>ou facilitadores, cuja presença ou ausência, respectivamente, contribui para a redução ou</p><p>melhoria da funcionalidade de uma pessoa. Além disso, a CIF reconhece que a tecnologia</p><p>assistiva desempenha um papel crucial como dispositivo facilitador da participação, refe-</p><p>rindo-se ao envolvimento ativo em situações vitais por parte de indivíduos com deficiência.</p><p>(POMMEREHN, 2016).</p><p>De acordo com a perspectiva da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade</p><p>e Saúde (CIF), como os fatores ambientais são categorizados e qual é o papel reconhecido</p><p>da tecnologia assistiva?</p><p>a) Os fatores ambientais são classificados</p><p>como impeditivos e promotores, enquanto a</p><p>tecnologia assistiva tem um papel secundário na participação.</p><p>b) Os fatores ambientais são categorizados como facilitadores ou barreiras, sendo que a</p><p>tecnologia assistiva é reconhecida como um dispositivo facilitador da participação.</p><p>c) A CIF não aborda a classificação de fatores ambientais, e a tecnologia assistiva não é</p><p>mencionada como relevante para a participação.</p><p>d) Os fatores ambientais são divididos em físicos e sociais, com a tecnologia assistiva de-</p><p>sempenhando um papel apenas em contextos físicos.</p><p>e) A CIF classifica os fatores ambientais como contextos pessoais e contextos interpessoais,</p><p>e a tecnologia assistiva é considerada uma barreira à participação.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, M. H. M.; CASTIGLIONI, M. do C. Recursos tecnológicos: estratégia de promoção do</p><p>autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de Parkinson. Revista de Te-</p><p>rapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 152-157, 2007.</p><p>BASTOS, S. C. de A.; MANCINI, M. C.; PYLÓ, R. M. O uso da medida canadense de desempenho</p><p>ocupacional (COPM) em saúde mental. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de</p><p>São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 2, p. 104-110, 2010.</p><p>BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê</p><p>de Ajudas Técnicas. Tecnologia assistiva. Brasília: CAT, 2009.</p><p>CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional – Fundamentação & Prática. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Koogan, 2007.</p><p>DE CARLO, M. M. R. do P.; LUZO; MIRANDA, M. C. de (org.). Terapia Ocupacional: reabilitação</p><p>física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca, 2004.</p><p>GRADIM, L. C. C.; PAIVA, G. Modelos de órteses para membros superiores: uma revisão da litera-</p><p>tura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 26, p. 479-488, 2018.</p><p>HOHMANN, P.; CASSAPIAN, M. R. Adaptações de baixo custo: uma revisão de literatura da utili-</p><p>zação por terapeutas ocupacionais brasileiros. Revista de Terapia Ocupacional da Universida-</p><p>de de São Paulo, [s. l.], v. 22, n. 1, p. 10-18, 2011.</p><p>KIELHOFNER, G. Um modelo de ocupação humana: teoria e aplicação. Filadélfia: Lippincott</p><p>Williams e Wilkins, 2002.</p><p>MINOSSO, J. S. M. et al. Validação, no Brasil, do Índice de Barthel em idosos atendidos em am-</p><p>bulatórios. Acta paulista de Enfermagem, [s. l.], v. 23, p. 218-223, 2010.</p><p>POMMEREHN, J.; DELBONI, M. C. C.; FEDOSSE, E. Classificação Internacional de Funcionalidade,</p><p>Incapacidade e Saúde e afasia: um estudo da participação social. CoDAS, [s. l.], v. 28, n. 2, p. 132-</p><p>140, 2016.</p><p>SILVA, G. A. da et al. Avaliação funcional de pessoas com lesão medular: utilização da escala</p><p>de independência funcional-MIF. Texto & Contexto –Enfermagem, [s. l.], v. 21, p. 929-936, 2012.</p><p>TEIXEIRA, E. Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca, 2003.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa B. Preservação da integridade dos tecidos moles, conforto, custos envolvidos,</p><p>e manutenção da higiene. Esses elementos são cruciais para garantir que a adaptação seja</p><p>eficaz e aceita pelo usuário. A preservação da integridade dos tecidos moles e o conforto</p><p>são essenciais para o bem-estar do usuário, enquanto os custos envolvidos e a manutenção</p><p>da higiene impactam na viabilidade e na praticidade da adaptação a longo prazo.</p><p>2. Alternativa C. Afirmativa I: Correta. O texto destaca que o uso de dispositivos ortóticos é es-</p><p>sencial para superar complicações na região de membros superiores, como punhos e mãos,</p><p>que podem comprometer funções manuais essenciais para a funcionalidade.</p><p>Afirmativa II: Correta. O texto menciona que complicações nessa região podem dificultar o</p><p>desenvolvimento de habilidades necessárias para a execução de atividades funcionais no</p><p>cotidiano, ressaltando a importância da intervenção de profissionais especializados, como</p><p>terapeutas ocupacionais.</p><p>Afirmativa III: Incorreta. O texto destaca que o terapeuta ocupacional deve estar atento não</p><p>apenas à avaliação física anatômica, mas também ao objetivo do plano de tratamento no</p><p>processo de reabilitação. Portanto, a consideração do objetivo do tratamento é crucial no</p><p>processo de confecção de órteses.</p><p>3. Alternativa B. Conforme a perspectiva da Classificação Internacional de Funcionalidade, In-</p><p>capacidade e Saúde (CIF), os fatores ambientais são classificados como facilitadores quando</p><p>contribuem para a melhoria da funcionalidade de uma pessoa ou como barreiras quando</p><p>impedem a funcionalidade. A tecnologia assistiva é reconhecida como um dispositivo faci-</p><p>litador da participação, auxiliando ativamente indivíduos com deficiência a se envolverem</p><p>em situações vitais. Portanto, a opção B é a correta, refletindo a compreensão adequada da</p><p>CIF em relação aos fatores ambientais e à tecnologia assistiva.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS</p><p>Desenvolver uma compreensão dos fundamentos teóricos às adaptações ambientais em</p><p>terapia ocupacional.</p><p>Aprofundar o conhecimento sobre a variedade de adaptações ambientais disponíveis, abran-</p><p>gendo desde recursos de baixo custo a tecnologias assistivas.</p><p>Explorar habilidades práticas na confecção de recursos de baixo custo, destacando a impor-</p><p>tância da criatividade e inovação na adaptação de ambientes para atender às necessidades</p><p>específicas dos clientes.</p><p>Compreender os princípios éticos envolvidos na indicação e implementação de adaptações</p><p>ambientais.</p><p>Aprimorar competências na avaliação precisa das necessidades do cliente, identificando barreiras.</p><p>Analisar a elaboração de planos de intervenção personalizados.</p><p>Refletir sobre casos práticos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A interseção entre Terapia Ocupacional e adap-</p><p>tações ambientais emerge como um campo com-</p><p>plexo e permeado por desafios significativos que</p><p>demandam uma análise aprofundada e soluções</p><p>inovadoras. No contexto dinâmico da prática tera-</p><p>pêutica, a integração dessas duas dimensões visa potencializar a autonomia e</p><p>a qualidade de vida dos clientes. No entanto, a realidade apresenta obstáculos</p><p>que necessitam de reflexão e ação estratégica.</p><p>Ao adentrarmos nesse universo, somos confrontados com a escassez de</p><p>recursos nos serviços e a necessidade premente de profissionais capacitados</p><p>para atender à crescente demanda por adaptações ambientais. A complexidade</p><p>dos desafios contemporâneos exige uma compreensão holística das barreiras</p><p>que podem limitar a eficácia dessas intervenções, desde fatores econômicos até</p><p>questões sociais e culturais.</p><p>É importante refletir sobre questões como a acessibilidade universal, a falta</p><p>de compreensão a respeito do papel da Terapia Ocupacional e os obstáculos ine-</p><p>rentes à implementação efetiva de adaptações ambientais em diversos contextos.</p><p>Desvendar essas complexidades é crucial para avançar na eficácia dessas prá-</p><p>ticas, superando obstáculos e construindo um entendimento mais abrangente</p><p>de como a Terapia Ocupacional pode contribuir para transformar ambientes e</p><p>promover uma vida mais independente e inclusiva.</p><p>Neste tema de aprendizagem, exploraremos esses desafios e ofereceremos</p><p>insights que possam orientar profissionais, pesquisadores e estudantes na busca</p><p>por soluções inovadoras para esse cenário complexo e dinâmico.</p><p>Visa potencializar</p><p>a autonomia e a</p><p>qualidade de vida</p><p>dos clientes</p><p>Para enriquecer sua compreensão sobre este tema, convido você a ouvir o nosso</p><p>podcast Explorando a Terapia Ocupacional: adaptações ambientais e qualidade de</p><p>vida. Junte-se a nós para uma jornada informativa e envolvente, explorando como</p><p>essas práticas convergem para promover autonomia e bem-estar.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Cavalcanti e Galvão (2007) explicam que o termo “adaptação” se refere a um disposi-</p><p>tivo, equipamento de assistência ou modificação no ambiente que viabiliza a execução</p><p>de atividades desafiadoras ou anteriormente impossíveis para idosos ou pessoas com</p><p>deficiência. A incorporação desses</p><p>recursos ou modificações ambientais possibilita</p><p>que a pessoa realize suas atividades cotidianas com maior independência.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL, ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS E</p><p>TECNOLOGIAS ASSISTIVAS</p><p>O termo adaptação, conforme definido pelo Dicio-</p><p>nário Michaelis (2011), compreende diversos sig-</p><p>nificados. Primeiramente, refere-se à ação ou efeito</p><p>de adaptar, implicando em ajuste ou acomodação.</p><p>Além disso, o conceito abrange o poder natural do</p><p>olho de se ajustar a variações na intensidade da luz.</p><p>No contexto biológico, adaptação pode se referir ao processo pelo qual indivíduos</p><p>ou espécies desenvolvem características adequadas para sobreviver em ambientes espe-</p><p>cíficos. Existem diferentes tipos de adaptação, como a evolutiva, que resulta de mutações</p><p>e recombinações gênicas seguidas de seleção natural, e a somática, que é uma modifica-</p><p>ção não hereditária em resposta a fatores ambientais. É relevante destacar que adaptação</p><p>individual e adaptação das espécies são abordagens distintas, mas relacionadas.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos, juntos, revisar os fundamentos essenciais da Tecnologia Assistiva! Por meio</p><p>do artigo O papel do terapeuta ocupacional na tecnologia assistiva. Exploraremos</p><p>os conceitos-chave que moldam essa área da Terapia Ocupacional. Acesse em:</p><p>https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/</p><p>article/view/176/133.</p><p>Refere-se à ação</p><p>ou efeito de</p><p>adaptar, implicando</p><p>em ajuste ou</p><p>acomodação</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/176/133.</p><p>https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/176/133.</p><p>Inseridas na categoria de ajudas técnicas, as adaptações ambientais e domés-</p><p>ticas também são denominadas tecnologia assistiva (TA), conforme destacado</p><p>por Bersch (2008). Esse conceito abrange uma variedade de recursos e estra-</p><p>tégias que visam facilitar a vida diária e promover a autonomia de indivíduos</p><p>com limitações funcionais.</p><p>No âmbito da atuação do Terapeuta Ocupacional, o Artigo 4º da Resolução nº</p><p>458/2015 (COFFITO, 2015) estabelece as competências específicas para a prática</p><p>de Tecnologia Assistiva em diversas áreas de aplicação.</p><p>Ao exercer suas funções, esse profissional apresenta competência para intervir</p><p>em Tecnologia Assistiva em uma variedade de campos, tais como: auxílios para</p><p>vida diária e vida prática, comunicação aumentativa e alternativa, recursos de</p><p>acessibilidade ao computador, adequação postural, auxílio de mobilidade, siste-</p><p>mas de controle de ambiente, projetos arquitetônicos para acessibilidade, recursos</p><p>destinados a pessoas com deficiência visual ou auditiva, adaptações veiculares e</p><p>órteses e próteses, nos levando a pensar no papel central da TO na promoção da</p><p>independência e inclusão.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Na mesma resolução apresenta-se:</p><p>“ Parágrafo único. Compete ao terapeuta ocupacional prescrever,</p><p>orientar, executar e desenvolver produtos, recursos, metodologias,</p><p>estratégias, práticas e serviços de Tecnologia Assistiva no âmbito</p><p>do treino das Atividades de Vida Diária (AVDs) e Atividades Ins-</p><p>trumentais de Vida Diária (AIVDs), visando melhorar o desem-</p><p>penho ocupacional dos indivíduos em seu cotidiano, favorecendo</p><p>sua saúde física e mental, qualidade do viver e participação social</p><p>(COFFITO, 2015, on-line).</p><p>Levando em consideração a atuação do terapeuta ocupacional nesse âmbito, a</p><p>Tecnologia Assistiva abrange níveis de complexidade e constitui um campo in-</p><p>terdisciplinar que abarca produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e</p><p>serviços. Seu propósito é promover a funcionalidade, associada à atividade e par-</p><p>ticipação, de indivíduos que enfrentam deficiências, incapacidades ou limitações</p><p>de mobilidade. O objetivo principal é proporcionar autonomia, independência,</p><p>qualidade de vida e inclusão social a essas pessoas (BRASIL, 2007).</p><p>Nessa perspectiva, o uso da tecnologia assistiva por terapeutas ocupacio-</p><p>nais sugere uma ampla variedade de ferramentas, desde equipamentos simples</p><p>até sistemas complexos, projetados para atender às necessidades específicas de</p><p>cada usuário. Essas tecnologias podem abranger auxílios para mobilidade, comu-</p><p>nicação, acessibilidade digital, adaptações para o lar, entre outros, contribuindo</p><p>para a inclusão e a promoção da independência.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS</p><p>As Tecnologias Assistivas (TA) compreendem um vasto conjunto de recursos,</p><p>dispositivos, estratégias e serviços que visam promover a funcionalidade e a au-</p><p>tonomia de pessoas com deficiência. Conforme Cook e Hussey (1995), o objetivo</p><p>dessa abordagem não é substituir ou restaurar funções perdidas, mas proporcio-</p><p>nar às pessoas com deficiência a habilidade de realizar suas atividades diárias, por</p><p>meio de equipamentos que podem variar entre alta e baixa tecnologia.</p><p>1</p><p>8</p><p>Essas tecnologias podem ser classificadas em diferentes categorias, conside-</p><p>rando o nível de complexidade e sofisticação. Eis uma visão geral dessas catego-</p><p>rias, com exemplos representativos:</p><p>BAIXA TECNOLOGIA</p><p>Definição: refere-se a tecnologias simples e de fácil acesso, muitas vezes de baixo custo.</p><p>Exemplo: adaptações ergonômicas – almofadas ou suportes para melhorar a postura</p><p>em cadeiras de rodas.</p><p>MÉDIA TECNOLOGIA</p><p>Solese molupitas quo dolupta sequiaest lit, to et aut ut fugia dollabori net quatiatur?</p><p>Ga. Everati temolorit vollor solorest, quamusdae pro ventius volore porpos et et pa</p><p>sitibus as quis mo mo in reheniam, aut que doloreperit exceper unditia.</p><p>ALTA TECNOLOGIA</p><p>Definição: engloba tecnologias mais avançadas, muitas vezes incorporando eletrônica</p><p>e sistemas complexos.</p><p>Exemplo: sistemas de reconhecimento de fala – permitem a interação por meio de</p><p>comandos de voz, beneficiando pessoas com limitações motoras.</p><p>Essas categorias não são estritamente separadas. Muitas vezes, as tecnologias</p><p>assistivas combinam elementos de diferentes níveis de complexidade.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS E DOMÉSTICAS</p><p>As adaptações ambientais e domésticas constituem uma das categorias das aju-</p><p>das técnicas. No contexto brasileiro, uma classificação amplamente adotada foi</p><p>desenvolvida por Bersch (2008). Os elementos dessa classificação incluem:</p><p>AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA – ADAPTAÇÕES</p><p>Materiais e produtos que promovem a autonomia e facilitam atividades como ali-</p><p>mentação, culinária, vestimenta, higiene pessoal e outras necessidades pessoais.</p><p>Exemplos incluem talheres modificados, abotoadores, barras de apoio, entre</p><p>outros.</p><p>COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA (CSA) – COMUNICAÇÃO</p><p>AMPLIADA E ALTERNATIVA (CAA)</p><p>Recursos destinados a atender pessoas sem fala ou escrita funcional. Exemplos</p><p>incluem pranchas de comunicação com simbologia gráfica, letras ou palavras,</p><p>vocalizadores e computadores com softwares específicos.</p><p>RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR</p><p>Conjunto de hardware e software utilizado para tornar o computador acessível a</p><p>pessoas com privações sensoriais e motoras. Exemplos compreendem teclados</p><p>modificados, mouses especiais, reconhecimento de voz, entre outros (BERSCH,</p><p>2008).</p><p>PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE</p><p>Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobi-</p><p>lidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição física e sensorial.</p><p>Exemplos incluem rampas, elevadores, adaptações de banheiros, mobiliário e</p><p>outras medidas que reduzem as barreiras físicas (BERSCH, 2008).</p><p>1</p><p>1</p><p>SISTEMA DE CONTROLE DE AMBIENTE</p><p>Sistemas eletrônicos que permitem a pessoas com limitações motoras controlar rem-</p><p>otamente aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, cadeira de rodas, entre</p><p>outros, em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores (MENDES; DE SALLES, 2016).</p><p>Órteses e Próteses</p><p>Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. Órteses</p><p>são dispositivos colocados junto a um segmento do corpo para proporcionar</p><p>melhor posicionamento, estabilização ou função (MENDES; DE SALLES, 2016).</p><p>ADEQUAÇÃO POSTURAL</p><p>Seleção</p><p>de recursos que garantem posturas alinhadas e distribuição adequada</p><p>do peso corporal (MENDES; DE SALLES, 2016).</p><p>AUXÍLIOS DE MOBILIDADE</p><p>Equipamentos como bengalas, muletas, andadores, carrinhos e cadeiras de</p><p>rodas manuais ou elétricas que melhoram a mobilidade pessoal (MENDES; DE</p><p>SALLES, 2016).</p><p>AUXÍLIOS PARA CEGOS OU VISÃO SUBNORMAL</p><p>Equipamentos que visam à independência de pessoas com deficiência visual na</p><p>realização de tarefas diárias.</p><p>AUXÍLIOS PARA SURDOS OU COM DÉFICIT AUDITIVO</p><p>Equipamentos como aparelhos auditivos, telefones com teclado, sistemas de</p><p>alerta tátil-visual, entre outros.</p><p>ADAPTAÇÕES EM VEÍCULOS</p><p>Acessórios e modificações que possibilitam a uma pessoa com deficiência física</p><p>dirigir um automóvel, incluindo facilitadores de embarque e desembarque como</p><p>elevadores para cadeira de rodas, rampas, entre outros (BERSCH, 2008).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Em consonância com as normas da</p><p>ABNT (2015) relacionadas ao inte-</p><p>resse social, notadamente aquelas</p><p>vinculadas direta ou indiretamente</p><p>às pessoas com deficiência, conforme</p><p>delineado pela legislação nacional, é</p><p>imperativo destacar a importância e a</p><p>natureza pública dessas normas.</p><p>Essas normas estão prontamente</p><p>disponíveis na internet, acessíveis a to-</p><p>dos os cidadãos interessados, bem como</p><p>a órgãos públicos que compartilhem</p><p>dessa mesma preocupação. Segue uma</p><p>explicação de alguns termos fundamen-</p><p>tais presentes na NBR 9050/2015, a fim</p><p>de aprimorar a compreensão:</p><p>ACESSIBILIDADE</p><p>Refere-se à possibilidade e condição de alcançar, perceber e compreender para</p><p>utilizar com segurança e autonomia espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,</p><p>edificações, transportes, informação e comunicação, incluindo seus sistemas e tecno-</p><p>logias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público. Essa condição é</p><p>destinada a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Um ambiente acessível</p><p>é aquele em que, espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transpor-</p><p>tes, informação e comunicação, assim como seus sistemas e tecnologias, podem ser</p><p>alcançados, acionados, utilizados e vivenciados por qualquer pessoa (ABNT, 2015).</p><p>ADAPTÁVEL</p><p>Refere-se a um espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas</p><p>características podem ser alteradas para torná-lo acessível (ABNT, 2015).</p><p>1</p><p>1</p><p>ADAPTADO</p><p>Diz respeito a um espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas</p><p>características originais foram posteriormente alteradas para torná-lo acessível (ABNT, 2015).</p><p>ADEQUADO</p><p>Relaciona-se a um espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas</p><p>características foram originalmente planejadas para serem acessíveis (ABNT, 2015).</p><p>AJUDA TÉCNICA</p><p>Compreende produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias,</p><p>práticas e serviços destinados a promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à</p><p>participação de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O objetivo é alcançar</p><p>a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Esse termo também é</p><p>conhecido como “tecnologia assistiva” (ABNT, 2015).</p><p>Área de Transferência</p><p>Designa um espaço livre de obstáculos, correspondente a pelo menos um módulo de</p><p>referência, utilizado para transferência por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida,</p><p>observando as áreas de circulação e manobra (ABNT, 2015).</p><p>DESENHO UNIVERSAL</p><p>Refere-se à concepção de produtos, ambientes, programas e serviços projetados para se-</p><p>rem utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico,</p><p>incluindo recursos de tecnologia assistiva (ABNT, 2015).</p><p>RAMPA</p><p>Indica a inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento, com</p><p>declividade igual ou superior a 5% (ABNT, 2015).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Ao compreender esses termos, é possível avançar na discussão e implementação</p><p>de adaptações ambientais em Terapia Ocupacional, alinhadas aos princípios de</p><p>acessibilidade e inclusão preconizados pelas normas em vigor.</p><p>AVALIAÇÃO DO AMBIENTE NA TERAPIA OCUPACIONAL</p><p>O desenvolvimento de uma adaptação perpassa por sete etapas:</p><p>■ análise da atividade;</p><p>■ assimilação do problema;</p><p>■ entendimento dos princípios de compensação;</p><p>■ proposição de soluções;</p><p>■ pesquisa de recursos alternativos para a resolução do desafio;</p><p>■ manutenção periódica da adaptação;</p><p>■ treino da adaptação na atividade.</p><p>Esse método apresenta versatilidade, sendo aplicável em diversas fases do pro-</p><p>cesso de indicação proposto por Luzo et al. (2004).</p><p>A avaliação em Terapia Ocupacional para a prescrição de adaptações am-</p><p>bientais envolve uma abordagem que considera as necessidades específicas e as</p><p>habilidades do indivíduo. É necessário que ocorra uma avaliação detalhada para</p><p>compreender as capacidades e desafios do cliente, visando promover a indepen-</p><p>dência e a participação nas atividades diárias.</p><p>1</p><p>4</p><p>De acordo com Chaves (2010), é essencial promover e incentivar a sistema-</p><p>tização das avaliações, englobando a coleta de dados, a definição de objetivos</p><p>terapêuticos e a mensuração dos resultados alcançados durante a terapia.</p><p>Essa prática é fundamental, pois contribui para o reconhecimento clínico e</p><p>científico da profissão, ao mesmo tempo em que viabiliza a geração de conhe-</p><p>cimento específico na área e a confiabilidade das intervenções realizadas. Aqui</p><p>estão alguns aspectos importantes desse processo:</p><p>■ Avaliação Funcional</p><p>■ O terapeuta ocupacional avalia as habilidades funcionais do indivíduo,</p><p>observando como ele executa as atividades diárias, como vestir-se, ali-</p><p>mentar-se, tomar banho, entre outras. Isso inclui a análise da coordenação</p><p>motora, força muscular, equilíbrio, destreza e outras habilidades necessá-</p><p>rias para a execução das tarefas cotidianas.</p><p>■ Análise da Atividade</p><p>■ Termos uma compreensão detalhada das atividades específicas que apre-</p><p>sentam desafios é fundamental. O terapeuta ocupacional analisa as de-</p><p>mandas físicas, cognitivas e emocionais das atividades para identificar</p><p>áreas de dificuldade e possibilidades.</p><p>■ Avaliação Ambiental</p><p>■ É examinado o ambiente físico em que o indivíduo realiza suas atividades</p><p>diárias. Isso inclui a casa, local de trabalho ou qualquer outro lugar rele-</p><p>vante para a rotina do cliente. O terapeuta observa a presença de barreiras</p><p>arquitetônicas, a disposição dos móveis, a iluminação, entre outros fatores.</p><p>■ Entrevista e História Clínica</p><p>■ O terapeuta ocupacional realiza entrevistas para obter informações sobre</p><p>o histórico de saúde, estilo de vida, metas e preferências do cliente. Essa</p><p>abordagem centrada no cliente ajuda a personalizar as recomendações</p><p>de adaptações.</p><p>■ Avaliação da Tecnologia Assistiva</p><p>■ Nessa avaliação, quando necessário, se inclui a identificação de tecnologias</p><p>assistivas específicas que podem melhorar a funcionalidade do indivíduo.</p><p>Isso pode incluir dispositivos de baixa ou alta tecnologia, dependendo das</p><p>necessidades e observação clínica da adaptação do cliente ao item prescrito.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>■ Avaliação Psicossocial</p><p>■ Considera aspectos emocionais, sociais e psicológicos que podem in-</p><p>fluenciar a capacidade do indivíduo de realizar atividades diárias. Isso in-</p><p>clui o impacto das limitações na qualidade de vida e bem-estar emocional.</p><p>■ Avaliação Multiprofissional</p><p>■ O terapeuta ocupacional, muitas vezes, trabalha em colaboração com</p><p>outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psi-</p><p>cólogos e outros especialistas, para obter uma compreensão abrangente</p><p>das necessidades do cliente.</p><p>Com base nessas avaliações, o terapeuta ocupacional pode prescrever adaptações</p><p>ambientais personalizadas, recomendando modificações específicas no ambiente ou</p><p>a introdução de tecnologias assistivas para melhorar a independência e a participação</p><p>do indivíduo em suas atividades diárias. Aqui estão, também, alguns exemplos de</p><p>avaliações padronizadas comumente usadas para prescrever adaptações ambientais:</p><p>COPM (MEDIDA CANADENSE</p><p>DE DESEMPENHO OCUPACIONAL)</p><p>Objetivo: avaliar a percepção do cliente sobre seu desempenho ocupacional e identifi-</p><p>car áreas de dificuldade.</p><p>Como funciona: o cliente lista atividades que considera desafiadoras, classifica a</p><p>importância delas e avalia seu próprio desempenho. O terapeuta utiliza essas informa-</p><p>ções para compreender as prioridades e planejar intervenções, incluindo adaptações</p><p>ambientais.</p><p>KELS (AVALIAÇÃO KOHLMAN DE HABILIDADES DE VIDA)</p><p>Objetivo: avaliar habilidades de vida diária e identificar áreas de dificuldade que podem</p><p>ser abordadas por meio de adaptações.</p><p>Como funciona: o KELS avalia tarefas específicas relacionadas à vida diária, como</p><p>preparação de refeições, uso de transporte público e gerenciamento financeiro. Os</p><p>resultados indicam áreas que podem se beneficiar de adaptações ambientais.</p><p>1</p><p>1</p><p>MIF (MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL)</p><p>Objetivo: avaliar o nível de independência funcional do cliente em atividades básicas e</p><p>instrumentais da vida diária.</p><p>Como funciona: utiliza uma escala para avaliar as habilidades em áreas como alimen-</p><p>tação, banho, vestir-se, locomoção, entre outras. Os resultados indicam áreas específi-</p><p>cas que podem requerer adaptações.</p><p>• Índice de Barthel</p><p>Objetivo: avaliar a capacidade funcional do cliente em atividades básicas da vida diária.</p><p>Como funciona: a avaliação abrange atividades como alimentação, higiene pessoal,</p><p>locomoção e vestuário. Os resultados orientam a prescrição de adaptações para me-</p><p>lhorar a independência do cliente.</p><p>Depois do processo de avaliação, é importante entender o contexto do cliente e,</p><p>possivelmente, introduzir estratégias de adaptação de baixo custo, pois é funda-</p><p>mental garantir acessibilidade e eficácia nos processos de intervenção.</p><p>Essas adaptações, muitas vezes simples e criativas, podem ser rompidas uti-</p><p>lizando recursos facilmente disponíveis e acessíveis, fornecendo soluções práti-</p><p>cas e econômicas para superar desafios ambientais e promover a independência</p><p>funcional dos clientes.</p><p>Ao explorar alternativas de baixo custo, os terapeutas ocupacionais podem</p><p>ampliar o alcance de seus serviços, tornando-os mais acessíveis a uma variedade</p><p>de populações e comunidades. Essa abordagem enfatiza a importância da inova-</p><p>ção e da flexibilidade na prática terapêutica, destacando o compromisso da tera-</p><p>pia ocupacional em promover a inclusão e o bem-estar de todos os indivíduos.</p><p>ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS DE BAIXO CUSTO</p><p>Adaptações ambientais de baixo custo proporcionam soluções práticas</p><p>e acessíveis para promover a autonomia e melhorar a qualidade de vida</p><p>das pessoas. Essas adaptações são projetadas com foco nas necessidades</p><p>individuais, buscando superar desafios específicos enfrentados por cada cliente.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Segundo Rangel (2016), ao realizar a adaptação de um equipamento, o profis-</p><p>sional avalia cuidadosamente se há possibilidade de causar prejuízo ou dano</p><p>ao cliente e/ou à clínica. Nesse processo, são considerados aspectos como segu-</p><p>rança, manuseio, higiene e o estado físico do usuário.</p><p>Destaca-se a importância de analisar se o cliente apresenta ferimentos, que</p><p>pode ser uma porta para infecções, exigindo atenção especial durante a adap-</p><p>tação. A seleção do material é baseada na análise de vários critérios, como peso,</p><p>durabilidade, qualidade e preço. A seguir, apresentamos a acessibilidade em</p><p>Ambientes Domésticos:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe quais adaptações de baixo custo podemos utilizar no dia a dia dos</p><p>clientes?</p><p>Barras de Apoio</p><p>Podem criar suportes em áreas específicas,</p><p>como banheiros, para melhorar a segurança</p><p>e a estabilidade.</p><p>Tapetes Antiderrapantes</p><p>Colocados estrategicamente em superfícies</p><p>escorregadias, esses tapetes proporcionam</p><p>uma caminhada mais segura.</p><p>1</p><p>8</p><p>Quadros de comunicação</p><p>Terapeutas podem personalizar quadros</p><p>de comunicação visual usando materiais</p><p>simples, ajudando aqueles com dificuldades</p><p>a expressar suas necessidades.</p><p>Abridores de Porta Adaptados</p><p>Dispositivos mecânicos simples que</p><p>permitem a abertura fácil de portas,</p><p>beneficiando pessoas com limitações de</p><p>força.</p><p>Ajuste de iluminação</p><p>Estratégias de adaptação ambiental</p><p>relacionadas à iluminação, para otimizar as</p><p>condições visuais do ambiente terapêutico.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Almofadas Personalizadas</p><p>Feitas com materiais acessíveis, proporcionam</p><p>suporte postural em viagens, especialmente</p><p>para aqueles com desconforto nas costas.</p><p>Espelhos Panorâmicos</p><p>Aumentam a visibilidade para motoristas</p><p>com restrições de movimento, contribuindo</p><p>para uma condução mais segura.</p><p>Essas adaptações, muitas vezes criativas e personalizadas, destacam a capacidade</p><p>da Terapia Ocupacional em encontrar soluções eficazes e econômicas para me-</p><p>lhorar a funcionalidade e a independência das pessoas em suas atividades diárias.</p><p>Recomendamos a leitura do artigo Influência da tecnologia assistiva no desempe-</p><p>nho funcional e na qualidade de vida de idosos comunitários frágeis: uma revisão</p><p>bibliográfica. Essa leitura possibilitará a você, estudante, um olhar mais atento para</p><p>as adaptações ambientais e as necessidades do público idoso. Acesse em:</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MznPLs8FVWjz5PJT67rXn8m/?lang=pt#.</p><p>EU INDICO</p><p>8</p><p>1</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MznPLs8FVWjz5PJT67rXn8m/?lang=pt</p><p>Exploramos diversos conceitos e estratégias relacionadas às adaptações ambientais,</p><p>desde modificações físicas nos espaços até a implementação de tecnologias assistivas.</p><p>Mediante uma abordagem focada no cliente, os terapeutas ocupacionais co-</p><p>laboram com os indivíduos para identificar barreiras ambientais e desenvolver</p><p>soluções personalizadas que atendam às suas necessidades específicas.</p><p>Ao adaptar o ambiente, podemos maximizar o potencial dos clientes, facili-</p><p>tando sua participação em atividades significativas e promovendo uma melhor</p><p>qualidade de vida.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Temos mais para conversar com você. Acesse</p><p>seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula referente a este tema.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Ao fechar este tema de exploração e aprendizado sobre o papel fundamental das</p><p>adaptações ambientais na atuação do terapeuta ocupacional, é oportuno refletir</p><p>sobre a importância dessas intervenções na vida cotidiana dos indivíduos em</p><p>busca da reabilitação.</p><p>Em nosso caminho de descobertas, percebemos que a adaptação ambiental</p><p>não é apenas uma técnica ou estratégia, mas uma abordagem que reconhece a</p><p>singularidade de cada pessoa, considerando não apenas suas limitações físicas,</p><p>mas também os diversos aspectos que moldam sua experiência no mundo.</p><p>Uma história simples, mas impactante, ilustra como as adaptações podem trans-</p><p>formar o ambiente para melhorar a qualidade de vida de um indivíduo. Imagine um</p><p>idoso em seu lar, enfrentando desafios na execução das atividades diárias devido</p><p>às suas limitações físicas. Aqui, entra em cena o terapeuta ocupacional, que, por</p><p>meio de uma cuidadosa análise, identifica as necessidades específicas desse idoso.</p><p>A adaptação ambiental se materializa na instalação de corrimãos estra-</p><p>tegicamente posicionados, facilitando o deslocamento seguro pela casa. Além</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Abridores de Porta Adaptados Dispositivos mecânicos simples que</p><p>permitem a abertura fácil de portas,</p><p>beneficiando pessoas com limitações</p><p>de força.</p><p>Ajuste de iluminação Estratégias de adaptação ambiental</p><p>relacionadas à iluminação, para otimi-</p><p>zar as condições visuais do ambiente</p><p>terapêutico.</p><p>Almofadas Personalizadas Feitas com materiais acessíveis,</p><p>proporcionam suporte postural em</p><p>viagens, especialmente para aqueles</p><p>com desconforto nas costas.</p><p>disso, a introdução de uma cadeira com suporte ergonômico na cozinha propor-</p><p>ciona maior conforto durante as tarefas culinárias. Essas adaptações simples, mas</p><p>pensadas sob medida, traduzem-se em ganhos significativos de independência e</p><p>autoconfiança para o idoso.</p><p>Assim, concluímos que o trabalho do terapeuta ocupacional vai além da reso-</p><p>lução de</p><p>desafios físicos, estendendo-se à criação de ambientes que promovam a</p><p>participação plena e a autonomia. Cada adaptação, por mais simples que pareça,</p><p>carrega consigo o potencial de desbloquear novas possibilidades de funcionalida-</p><p>de e bem-estar. Portanto, este encerramento não representa um ponto final, mas</p><p>um convite à contínua exploração e aprendizado. Bons estudos!</p><p>8</p><p>1</p><p>1. As Tecnologias Assistivas (TA) compreendem um vasto conjunto de recursos, dispositivos,</p><p>estratégias e serviços que visam promover a funcionalidade e a autonomia de pessoas com</p><p>deficiência. Conforme Cook e Hussey (1995), o objetivo dessa abordagem não é substituir</p><p>ou restaurar funções perdidas, mas proporcionar às pessoas com deficiência a habilidade</p><p>de realizar suas atividades diárias, por meio de equipamentos que podem variar entre alta</p><p>e baixa tecnologia. Essas tecnologias podem ser classificadas em diferentes categorias,</p><p>considerando o nível de complexidade e sofisticação.</p><p>Qual é o principal objetivo das Tecnologias Assistivas (TA), de acordo com a abordagem de</p><p>Cook e Hussey (1995)?</p><p>a) Substituir funções perdidas.</p><p>b) Restaurar funções perdidas.</p><p>c) Promover a funcionalidade e autonomia.</p><p>d) Reduzir a complexidade tecnológica.</p><p>e) Limitar a variedade de equipamentos.</p><p>2. O desenvolvimento de uma adaptação perpassa por sete etapas, que compreendem: a</p><p>análise da atividade, a assimilação do problema, o entendimento dos princípios de compen-</p><p>sação, a proposição de soluções, a pesquisa de recursos alternativos para a resolução do</p><p>desafio, a manutenção periódica da adaptação e, por fim, o treino da adaptação na atividade.</p><p>Esse método apresenta versatilidade, sendo aplicável em diversas fases do processo de</p><p>indicação proposto por Luzo (2004).</p><p>Com base nas informações fornecidas no texto sobre o desenvolvimento de adaptações,</p><p>analise as seguintes afirmativas:</p><p>I - O desenvolvimento de uma adaptação perpassa por sete etapas, incluindo a análise da</p><p>atividade, a assimilação do problema, o entendimento dos princípios de compensação, a</p><p>proposição de soluções, a pesquisa de recursos alternativos para a resolução do desafio,</p><p>a manutenção periódica da adaptação e o treino da adaptação na atividade.</p><p>II - O método descrito apresenta versatilidade, sendo aplicável em diversas fases do pro-</p><p>cesso de indicação proposto por Luzo (2004).</p><p>III - A adaptação desenvolvida por esse método não requer manutenção periódica.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>8</p><p>1</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. De acordo com Chaves (2010), é essencial promover e incentivar a sistematização das ava-</p><p>liações, englobando a coleta de dados, a definição de objetivos terapêuticos e a mensura-</p><p>ção dos resultados alcançados durante a terapia. Essa prática é fundamental, pois contribui</p><p>para o reconhecimento clínico e científico da profissão, ao mesmo tempo em que viabiliza a</p><p>geração de conhecimento específico na área e a confiabilidade das intervenções realizadas.</p><p>De acordo com Chaves (2010), qual é a importância da sistematização das avaliações na</p><p>prática terapêutica?</p><p>a) Facilita a coleta de dados, mas não impacta na definição de objetivos terapêuticos.</p><p>b) Contribui para o reconhecimento clínico e científico da profissão, mas não tem relação</p><p>com a confiabilidade das intervenções.</p><p>c) Viabiliza a geração de conhecimento específico na área e a confiabilidade das interven-</p><p>ções, mas não influencia na definição de objetivos terapêuticos.</p><p>d) Não possui relevância significativa na prática terapêutica.</p><p>e) Contribui para o reconhecimento clínico e científico da profissão, viabiliza a geração de</p><p>conhecimento específico na área e a confiabilidade das intervenções realizadas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>8</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mo-</p><p>biliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.</p><p>BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008. v. 21.</p><p>BRASIL. Secretaria especial dos Direitos Humanos. Ata VII Reunião do comitê de ajudas técnicas</p><p>– CAT CORDE / SEDH / PR, realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de 2007. Brasília, DF: Presi-</p><p>dência da República, Secretaria especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria nacional para in-</p><p>tegração da pessoa portadora de deficiência, 2007. Disponível em: https://www.assistiva.com.br/</p><p>Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.pdf. Acesso em: 28 mar. 2024.</p><p>MENDES, R. B.; DE SALLES, T. M. Cadeira de rodas manual: o impacto dos problemas relacio-</p><p>nados à tecnologia assistiva na melhoria da qualidade de vida de pessoas com mobilidade</p><p>reduzida. ARTEFACTUM –Revista de estudos em Linguagens e Tecnologia, [s. l.], v. 12, n. 1, 2016.</p><p>CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia ocupacional: fundamentação e prática. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Koogan, 2007.</p><p>CHAVES, G. F. S. et al. Evaluation scales for Occupational Therapy in Brazil. Rev Ter Ocup Univ.</p><p>São Paulo, v. 21, n. 3, p. 240-246, set./dez. 2010.</p><p>COFFITO. Conselho federal de fisioterapia e terapia ocupacional. Resolução nº 458, de 20 de</p><p>novembro de 2015. Dispõe sobre o uso da Tecnologia Assistiva pelo terapeuta ocupacional e dá</p><p>outras providências. Brasília, DF: Conselho federal de fisioterapia e terapia ocupacional. Disponí-</p><p>vel em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3221. Acesso em: 28 mar. 2024.</p><p>COOK, M. A.; HUSSEY, S. M. Assistive Tecnologies: principles and pratice. Michigan, USA: Mosby</p><p>– YearBook, 1995.</p><p>LUZO, M. C. de M. et al. Recursos tecnológicos em terapia ocupacional: órteses e tecnologia</p><p>assistiva. In: DE CARLO, M. M. R. do P.; LUZO, M. C. de M. (org.). Terapia Ocupacional: reabilitação</p><p>física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca, 2004.</p><p>MICHAELIS. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2011.</p><p>RANGEL, H. dos S. Design Inclusivo: estudo de caso – adaptações de baixo custo na terapia</p><p>ocupacional. TCC (Bacharelado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2016.</p><p>8</p><p>5</p><p>https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3221</p><p>1. Alternativa C. De acordo com Cook e Hussey, o propósito das Tecnologias Assistivas não é</p><p>substituir ou restaurar funções perdidas, mas sim proporcionar às pessoas com deficiência a</p><p>capacidade de realizar suas atividades diárias, enfatizando a promoção da funcionalidade e</p><p>autonomia. As demais opções não refletem o objetivo central dessa abordagem, conforme</p><p>destacado no texto base.</p><p>2. Alternativa C. As afirmativas I e II estão corretas de acordo com o texto, que descreve o</p><p>desenvolvimento de uma adaptação em sete etapas e destaca a versatilidade do método,</p><p>sendo aplicável em diversas fases do processo de indicação proposto por Luzo (2004). A</p><p>afirmativa III está incorreta, pois o texto menciona a necessidade de manutenção periódica</p><p>da adaptação.</p><p>3. Alternativa E.De acordo com Chaves (2010), a sistematização das avaliações é fundamental,</p><p>pois não apenas facilita a coleta de dados, mas também contribui para o reconhecimento</p><p>clínico e científico da profissão, além de viabilizar a geração de conhecimento específico na</p><p>área e aumentar a confiabilidade das intervenções terapêuticas.</p><p>GABARITO</p><p>8</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>8</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>TREINAMENTO DE HABILIDADES</p><p>SOCIAIS</p><p>Compreender o conceito de participação social.</p><p>Aprofundar o conhecimento relativo ao treino de habilidades sociais.</p><p>Explorar o conhecimento sobre o processo de trabalho da terapia ocupacional.</p><p>Conhecer casos práticos de pacientes com queixas no campo das habilidades sociais.</p><p>Desenvolver raciocínio frente ao processo de avaliação dos pacientes em terapia ocupacional.</p><p>Aprofundar conhecimentos referentes aos recursos terapêuticos que podem ser utiliza-</p><p>dos no processo terapêutico em participação social.</p><p>Analisar diferentes casos para compreensão da prática da terapia ocupacional na partici-</p><p>pação social.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>8</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>No vasto campo da Terapia Ocupacional, o treinamen-</p><p>to de</p><p>habilidades sociais emerge como uma peça cru-</p><p>cial no quebra-cabeça da promoção da participação</p><p>social significativa. Explorando o universo da ocu-</p><p>pação e participação social, buscamos compreender a</p><p>singular importância de cada interação para o indivíduo. A busca por significado é</p><p>um fio condutor que nos guiará pelo labirinto das relações sociais, revelando como</p><p>a Terapia Ocupacional pode potencializar a riqueza dessas experiências.</p><p>Imagine um cenário comum: uma pessoa idosa que, devido a condições de</p><p>saúde, se viu afastada de suas atividades sociais regulares. A Terapia Ocupacional</p><p>intervém, não apenas abordando as questões de saúde, mas também reconstruin-</p><p>do a ponte para a participação social.</p><p>Agora, convido você, estudante, a refletir sobre suas próprias participações</p><p>sociais. Quais são as atividades que trazem significado à sua vida? Quais relações</p><p>sociais são fundamentais para o seu bem-estar emocional? Que aspectos de sua</p><p>participação social você gostaria de aprimorar ou explorar mais profundamente?</p><p>Este tema de aprendizagem nos convida a explorarmos a interseção dinâmica</p><p>entre a ocupação e a participação social, em que cada interação se torna um elo</p><p>fundamental na construção do significado e da qualidade de vida.</p><p>Um elo fundamental</p><p>na construção do</p><p>significado e da</p><p>qualidade de vida</p><p>Para aprofundar seus conhecimentos, dê o Play e embarque em uma jornada es-</p><p>clarecedora ao mergulhar no nosso mais recente podcast sobre Terapia Ocupa-</p><p>cional e Treinamento de Habilidades Sociais.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Para continuar os nossos estudos, vamos recordar o conceito de Recursos</p><p>Terapêuticos, que podem ser definidos como diversas ferramentas, técnicas e</p><p>atividades que são empregadas pelos terapeutas ocupacionais com o propósito</p><p>de promover a saúde, prevenir doenças e aprimorar o desempenho ocupacional</p><p>dos indivíduos. Alguns exemplos do uso dos recursos terapêuticos e dos conceitos</p><p>apresentam-se no artigo A estimulação cognitiva como recurso terapêutico</p><p>ocupacional no tratamento do Transtorno do Espectro Autista. Acesse em:</p><p>http://138.197.159.243/jos/index.php/jos/article/view/120/75.</p><p>A Terapia Ocupacional é uma disciplina multidi-</p><p>mensional que visa promover a saúde e o bem-</p><p>-estar por meio da participação ativa em atividades</p><p>significativas do dia a dia, conhecidas como ocupa-</p><p>ções. Segundo Pettersson, Zingmark e Haak (2021), a</p><p>participação social influencia diretamente na saúde e</p><p>bem-estar dos idosos. Nesse estudo, é indicada a ne-</p><p>cessidade de que a participação social seja abordada</p><p>como uma prioridade no contexto da reabilitação.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E A OCUPAÇÃO</p><p>PARTICIPAÇÃO SOCIAL</p><p>A abordagem da TO transcende a simples execução</p><p>de tarefas, buscando compreender a relação entre</p><p>as atividades realizadas e o impacto na qualidade</p><p>de vida dos indivíduos, ou seja, o cerne da Terapia</p><p>Ocupacional reside na ideia de que a participação</p><p>significativa em ocupações influencia positivamente</p><p>na saúde física, emocional e social dos clientes.</p><p>9</p><p>1</p><p>http://138.197.159.243/jos/index.php/jos/article/view/120/75.</p><p>O conceito de Habilidades Sociais é empregado para descrever o comporta-</p><p>mento de uma pessoa em variados ambientes, em interações com diferentes pes-</p><p>soas, grupos e comunidades (COSTA FILHO et al., 2021).</p><p>Nessa perspectiva, dentro da ocupação de participação social, terapeutas</p><p>ocupacionais podem intervir com atividades terapêuticas e/ou outras técnicas</p><p>para minimizar os prejuízos causados pela dificuldade de interagir socialmente.</p><p>O que são atividades terapêuticas?</p><p>Referem-se às intervenções planejadas e estruturadas, utilizadas para promover a</p><p>saúde e o bem-estar dos clientes na interação complexa do processo terapêutico</p><p>(LIMA; PASTORE; OKUMA, 2011). Essas atividades são escolhidas e adaptadas com</p><p>base nas necessidades individuais do indivíduo atendido, visando melhorar ou man-</p><p>ter sua capacidade de realizar atividades significativas e funcionais no dia a dia.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Uma das ocupa-</p><p>ções trabalhadas</p><p>pela Terapia Ocu-</p><p>pacional é a parti-</p><p>cipação social, essa</p><p>ocupação desem-</p><p>penha um papel fundamental na integração das</p><p>pessoas em suas comunidades e sociedades.</p><p>Pensando nisso, de acordo com Silva e Oliver</p><p>(2022), a participação social, na ótica dos terapeu-</p><p>tas ocupacionais, revela-se em uma multiplicida-</p><p>de de dimensões teóricas e práticas, ela abrange as</p><p>relações interpessoais entre indivíduos, familiares,</p><p>pares e grupos; a liberdade de movimento e acesso</p><p>a diferentes espaços e o envolvimento em ativida-</p><p>des cotidianas (ou ocupações).</p><p>Papel fundamental</p><p>na integração das</p><p>pessoas em suas</p><p>comunidades e</p><p>sociedades</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Ao direcionar intervenções terapêuticas para a melhoria das habilidades neces-</p><p>sárias para participação social, a Terapia Ocupacional busca proporcionar aos</p><p>clientes as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios interpessoais e in-</p><p>teragir de maneira mais significativa com o ambiente ao seu redor.</p><p>Compreende-se que a promoção da participação social pode ser tanto um ob-</p><p>jetivo direto da intervenção terapêutico-ocupacional quanto uma via para atingir</p><p>outros propósitos, tais como: abordar questões coletivas, fortalecer a cidadania,</p><p>promover a saúde e reavivar o engajamento ocupacional (SILVA; OLIVER, 2021).</p><p>A participação social, vista através da lente da Terapia Ocupacional, torna-se, por-</p><p>tanto, uma jornada contínua de engajamento, crescimento e contribuição para o coletivo.</p><p>Treino de habilidades sociais</p><p>O treino de habilidades sociais, visa aprimorar as interações interpes-</p><p>soais e promover uma participação social mais significativa. Esse pro-</p><p>cesso envolve uma série de estratégias e técnicas que capacitam os</p><p>indivíduos a desenvolverem e aplicarem habilidades sociais de ma-</p><p>neira eficaz em diferentes contextos. Vejamos, a seguir, algumas delas:</p><p>9</p><p>1</p><p>ATIVIDADES LÚDICAS</p><p>A inserção de atividades lúdicas e criativas no treinamento de habilidades sociais,</p><p>além de tornar o processo mais envolvente, também reflete a diversidade de situa-</p><p>ções sociais na vida cotidiana. Jogos, dramatizações e outras abordagens criativas</p><p>oferecem oportunidades dinâmicas para praticar habilidades sociais de forma des-</p><p>contraída e acessível. Bernardes et al. (2014) trazem a atuação com crianças e o papel</p><p>essencial da brincadeira e atividades lúdicas, sejam elas simbólicas ou orientadas por</p><p>regras, a criança experimenta um desenvolvimento que incorpora mudanças quali-</p><p>tativas essenciais para o aprimoramento de suas habilidades ocupacionais. O ato de</p><p>brincar desempenha o papel de mediador na interação entre o indivíduo e o ambiente.</p><p>As atividades lúdicas possibilitam a reconstrução de relações sociais, permitindo a</p><p>exploração da criatividade, o fortalecimento da autoestima e da autonomia, além de</p><p>propiciar aprendizado acerca das normas sociais, enfrentamento de desafios e desen-</p><p>volvimento da capacidade de tomada de decisões.</p><p>CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO</p><p>O foco na comunicação efetiva é um aspecto central do treino de habilidades sociais.</p><p>Terapeutas ocupacionais auxiliam na identificação de padrões comunicativos, promo-</p><p>vendo a clareza, empatia e assertividade. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades</p><p>verbais e não verbais, garantindo uma comunicação mais completa e compreensível.</p><p>Após a pandemia de COVID-19, por exemplo, houve uma intensificação significativa</p><p>no uso de recursos tecnológicos de comunicação. A tecnologia digital emergiu como</p><p>uma ferramenta essencial no âmbito da terapia ocupacional, buscando como resulta-</p><p>do a promoção da autonomia, independência e participação social por meio da intera-</p><p>ção entre o terapeuta ocupacional e o paciente. Independentemente da especialidade</p><p>e contexto de atuação, essa evolução tecnológica proporcionou oportunidades para</p><p>explorar a comunicação, incluindo a utilização de meios de mídia mais tradicionais,</p><p>como rádio e televisão,</p><p>como apresentado no estudo de Cordeiro (2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Além de aprimorar as interações sociais, o treino de habilidades sociais em Te-</p><p>rapia Ocupacional oferece benefícios abrangentes. A melhoria na comunicação</p><p>contribui para relacionamentos mais saudáveis, fortalece a autoestima e pode, até</p><p>mesmo, impactar positivamente na saúde mental global dos indivíduos.</p><p>INTEGRAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS DO DIA A DIA</p><p>O treino de habilidades sociais transcende as sessões terapêuticas, integrando-se</p><p>às experiências do dia a dia e treino de AVD. Terapeutas ocupacionais incentivam a</p><p>aplicação prática das habilidades sociais em ambientes reais, seja no trabalho, em</p><p>casa ou na comunidade. Essa integração facilita a transferência de aprendizado para</p><p>contextos autênticos, promovendo uma participação social contínua e sustentável.</p><p>Bernardo (2017) apresenta intervenções mediadas pela Terapia de Orientação para</p><p>Realidade (TOR) que se fundamenta na apresentação organizada e contínua de</p><p>dados contextuais ao paciente, estabelecendo estímulos ambientais que facilitem a</p><p>orientação temporal e espacial. Na TOR, busca-se envolver o indivíduo em interações</p><p>sociais e aprimorar a comunicação mediante informações constantes, sinalizações no</p><p>ambiente e uma linguagem clara, seja verbal ou não verbal, por meio de atividades</p><p>adequadas, lúdicas ou não-lúdicas, conforme as dificuldades apresentadas. A autora</p><p>expõe também a utilização da terapia de reminiscência, que tem como meta estimular</p><p>a recuperação de informações por meio de figuras, fotos, músicas, jogos e outros estí-</p><p>mulos relacionados à autobiografia dos pacientes. Essa técnica tem sido amplamente</p><p>empregada para resgatar emoções vivenciadas anteriormente, promovendo maior</p><p>socialização e entretenimento como parte integrante do processo terapêutico.</p><p>Indicamos um artigo que traz um estudo de caso com abordagem qualitativa, com</p><p>entrevistas e registros audiovisuais de oficinas artístico-culturais inseridas no con-</p><p>texto da terapia ocupacional. Os achados sugerem que o Hip Hop pode se con-</p><p>figurar como um recurso relevante nas práticas socioeducativas, proporcionando</p><p>aos jovens em situação de vulnerabilidade social a oportunidade de reflexão crí-</p><p>tica sobre seus contextos, resgate de trajetórias de vida, construção identitária e</p><p>maior engajamento na participação social. Acesse em: https://www.cadernosde-</p><p>terapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1208/684.</p><p>EU INDICO</p><p>9</p><p>4</p><p>https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1208/684.</p><p>https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1208/684.</p><p>Em suma, o treino de habilidades sociais em Terapia Ocupacional é uma jornada de</p><p>descoberta, prática e crescimento. Ao capacitar os clientes a navegar nas complexi-</p><p>dades das interações sociais, a Terapia Ocupacional não apenas fortalece habilidades</p><p>específicas, mas também constrói a base para uma participação social mais rica.</p><p>Avaliação da participação social e habilidades sociais</p><p>O ponto de partida no treino de habilidades sociais é a avaliação personaliza-</p><p>da. Terapeutas ocupacionais utilizam diversas ferramentas para compreender as</p><p>necessidades específicas de cada pessoa, identificando áreas de potencialidades e</p><p>desafios nas interações sociais.</p><p>De acordo com o documento de Law (2009) a Avaliação COPM (Medida Ca-</p><p>nadense de desempenho ocupacional) é utilizada para identificar as atividades diárias</p><p>significativas para o cliente, incluindo aquelas relacionadas às interações sociais.</p><p>Outra forma de avaliar, poderiam ser entrevistas semiestruturadas e obser-</p><p>vação direta para obter uma compreensão mais profunda das interações sociais</p><p>em contextos específicos, como em casa, na escola ou no trabalho.</p><p>Outra avaliação que pode ser utilizada é a Lista de Identificação de Papéis</p><p>Ocupacionais, conforme descrita por Chaves et al. (2010), é fundamentada nos</p><p>princípios do Modelo de Ocupação Humana de Kielhofner. Essa ferramenta é</p><p>autoaplicável e composta por duas etapas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>No entanto, a necessidade de estudos adicionais se</p><p>faz presente, especialmente para avaliar sua sensi-</p><p>bilidade a mudanças em casos de reavaliação, bem</p><p>como para verificar os resultados de intervenções</p><p>realizadas com base nos dados coletados por meio</p><p>dessa ferramenta.</p><p>Ao incorporar instrumentos na avaliação de pa-</p><p>cientes, terapeutas ocupacionais podem identificar</p><p>áreas específicas que necessitam de intervenção para</p><p>promover uma participação social mais efetiva. A ava-</p><p>liação da terapia ocupacional também deve considerar</p><p>o envolvimento da rede de apoio do paciente, como</p><p>familiares, amigos e colegas. A colaboração com essas</p><p>pessoas pode contribuir para um ambiente de suporte</p><p>contínuo e reforço das habilidades sociais adquiridas.</p><p>A eficácia para habilidades sociais deve ser</p><p>avaliada não apenas em termos de melhorias per-</p><p>cebidas nas interações sociais diretas, mas também</p><p>em como essas melhorias impactam as ocupações e</p><p>a qualidade de vida geral do paciente.</p><p>Na primeira etapa, o cliente delineia sua participação passada, presente e futura em</p><p>papéis ocupacionais preestabelecidos pela avaliação, tais como estudante, trabalhador,</p><p>voluntário, cuidador, serviços domésticos, amigo, membro de família, religioso, passa-</p><p>tempo/amador, participante em organizações, entre outros identificáveis pelo cliente.</p><p>Na segunda etapa, o cliente atribui a cada papel, tanto desempenhado quanto</p><p>não desempenhado, um nível de importância, variando de nenhuma, alguma a</p><p>muita importância. Essa escala é versátil, podendo ser aplicada em adolescentes,</p><p>adultos e idosos, independentemente do tipo de disfunção apresentada. Além</p><p>disso, destaca-se pela eficiência, exigindo um tempo breve para administração.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>9</p><p>1</p><p>ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL: TRANSTORNO DO</p><p>ESPECTRO AUTISTA</p><p>A terapia ocupacional desempenha um papel significativo no apoio ao desen-</p><p>volvimento de habilidades sociais em indivíduos com transtorno do espectro</p><p>autista. O TEA pode afetar a comunicação, o comportamento social e a intera-</p><p>ção. A abordagem da terapia ocupacional visa melhorar a participação social, a</p><p>autonomia e o desempenho nas atividades diárias.</p><p>No estudo de Leal, Gradim e De Souza (2021) apresenta-se o Programa de</p><p>Habilidades Sociais que foi desenvolvido para crianças diagnosticadas com</p><p>Transtorno do Espectro Autista (TEA). Durante um período de cinco meses,</p><p>o programa envolveu intervenções que incorporaram atividades lúdicas e trei-</p><p>namento de habilidades sociais em uma oficina terapêutica, contando com a</p><p>participação de oito crianças com idades entre 3 e 5 anos, todas previamente</p><p>diagnosticadas com TEA.</p><p>Os resultados demonstraram avanços notáveis nas habilidades sociais das</p><p>oito crianças, destacando o papel crucial do emprego de atividades lúdicas como</p><p>um componente essencial no treinamento de habilidades sociais para esse grupo</p><p>específico. A prática realizada no Espaço evidenciou a aquisição de habilidades</p><p>sociais, a redução de déficits pessoais, a construção de amizades entre as crianças</p><p>e o fortalecimento dos vínculos com familiares e profissionais envolvidos.</p><p>Recursos terapêuticos em participação social</p><p>O estudo de Gomes (2022) avalia o impacto dos jogos em diversos artigos científi-</p><p>cos e evidencia que, quando devidamente considerado e direcionado, o elemento</p><p>lúdico emerge como um aliado significativo para intervenções terapêuticas, ser-</p><p>vindo como catalisador para mudanças e aprimoramento do estado do paciente.</p><p>Os estudos também comprovaram que a gameterapia é aplicável independen-</p><p>temente da faixa etária, os resultados das pesquisas destacaram efeitos benéficos,</p><p>tais como um maior interesse e adesão ao tratamento, aprimoramento da função</p><p>motora e das habilidades cognitivas. Adicionalmente, os pacientes relataram me-</p><p>lhorias no desempenho de funções sociais.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Esses achados ressaltam</p><p>os benefícios terapêuticos tangíveis e a influência po-</p><p>sitiva da gameterapia na promoção da participação social, destacando seu papel</p><p>na melhoria global do paciente. A seguir, vejamos algumas dessas abordagens:</p><p>JOGOS</p><p>Explorando jogos de interpretação e representação de papéis para simular situ-</p><p>ações sociais diversas.</p><p>Utilização de cenários terapêuticos que reflitam desafios sociais específicos</p><p>enfrentados pelo indivíduo.</p><p>REALIDADE VIRTUAL (RV)</p><p>Incorporação de tecnologias como RV para criar ambientes simulados que auxili-</p><p>em na prática de interações sociais controladas.</p><p>Desenvolvimento de programas personalizados para enfrentar situações sociais</p><p>desafiadoras de maneira gradual e segura.</p><p>ATIVIDADES GRUPAIS</p><p>Organização de sessões de grupo para promover a prática e a observação de</p><p>habilidades sociais.</p><p>Facilitação de discussões guiadas para compartilhar experiências e estratégias</p><p>eficazes.</p><p>TEATRO</p><p>Foco no desenvolvimento de expressões faciais, linguagem corporal e gestos.</p><p>Utilização do corpo, cenário e interação para analisar e praticar papéis e experi-</p><p>mentações.</p><p>Aramaki (2019) em seu estudo sobre realidade virtual na reabilitação após</p><p>acidente vascular encefálico, traz achados referentes às dificuldades enfrentadas</p><p>pós-AVC e destaca como o videogame incentivou a participação ativa dos pa-</p><p>cientes na reabilitação. Além disso, eles mencionaram melhorias no desempenho</p><p>ocupacional e na participação social após participarem das intervenções.</p><p>9</p><p>8</p><p>De acordo com Fernandes (2002), os grupos desempenham um papel crucial</p><p>como meios para criar um ambiente de desalienação, oferecendo uma oportuni-</p><p>dade para a reinterpretação da vida cotidiana e o fortalecimento do indivíduo por</p><p>meio dessa temporária suspensão. Além disso, os processos grupais fomentam o</p><p>diálogo, a reflexão e a capacitação do indivíduo.</p><p>Uma opção significativa de atividade artística e expressiva corporal é o teatro. Quan-</p><p>do incorporado a um grupo terapêutico ocupacional, o teatro potencializa as habili-</p><p>dades de criatividade, espontaneidade, habilidades sociais e participação social. Esse</p><p>enfoque possibilita a modificação de atitudes em relação a si mesmo e à sociedade,</p><p>contribuindo para a percepção de uma coletividade em que todos são corresponsáveis.</p><p>A arte atua na organização do cotidiano, facilitando a recomposição de universos</p><p>subjetivos e a ressingularização das atividades individuais. Além disso, as atividades</p><p>artísticas propõem uma linguagem diferenciada, permitindo o compartilhamento</p><p>de experiências e novas concepções de mundo (ALVES; GONTIJO; ALVES, 2013).</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Ao explorar esses recursos terapêuticos, a Terapia Ocupacional se destaca na</p><p>promoção do treinamento de habilidades sociais, capacitando os indivíduos a</p><p>participarem plenamente em contextos sociais diversos.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Ao final deste tema sobre Terapia ocupacional e Treino de Habilidades Sociais,</p><p>encorajamos você, estudante, para o engajamento nos estudos e busca do aprimo-</p><p>ramento dos conhecimentos, pois, por meio deste tema, você pôde compreender</p><p>como o treinamento de habilidades sociais é fundamental na promoção da parti-</p><p>cipação social significativa, na busca pela compreensão da singular importância</p><p>de cada interação para o indivíduo, guiando-os nas relações sociais e revelando</p><p>como a Terapia Ocupacional pode potencializar a riqueza dessas experiências.</p><p>Convidamos você, como futuro profissional, a conectar-se com o tema,</p><p>envolver-se em pesquisas, buscar oportunidades de estágio e colocar em prática</p><p>o que aprendeu. A Terapia Ocupacional não é apenas uma disciplina; é uma ciên-</p><p>cia que requer estudo, compreensão e empatia. Desafie-se, persista e prepare-se</p><p>para contribuir de maneira significativa na diversas áreas de atuação futuras que</p><p>necessitam, mais do que nunca, de profissionais capacitados.</p><p>Para sempre Alice</p><p>A Dra. Alice Rowland (Julianne Moore) é uma renomada professo-</p><p>ra de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer certas pa-</p><p>lavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada</p><p>com Alzheimer. A doença coloca em prova a força de sua família.</p><p>Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwinse),</p><p>fragiliza, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.</p><p>Refletindo sobre a história: nesse filme, podemos observar de per-</p><p>to os desafios enfrentados pela personagem principal em relação à</p><p>participação social, tanto em sua vida profissional quanto em suas</p><p>relações pessoais. O filme destaca a importância de adaptar as ati-</p><p>vidades diárias à medida que a condição progride, explorando as</p><p>implicações emocionais e sociais do diagnóstico de Alzheimer.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. O conceito de Habilidades Sociais é empregado para descrever o comportamento de uma</p><p>pessoa em variados ambientes, em interações com diferentes pessoas, grupos e comuni-</p><p>dades (COSTA FILHO et al., 2021).</p><p>Qual é a definição de Habilidades Sociais, conforme apresentado por Costa Filho et al. (2021)?</p><p>a) A capacidade de realizar tarefas complexas em ambientes sociais.</p><p>b) A habilidade de se comunicar efetivamente em um ambiente de trabalho.</p><p>c) O modo como uma pessoa se comporta em diferentes contextos sociais.</p><p>d) A aptidão para liderar grupos em diversas situações.</p><p>e) A habilidade de adaptação a diferentes ambientes culturais.</p><p>2. Uma opção significativa de atividade artística e expressiva corporal é o teatro. Quando</p><p>incorporado a um grupo terapêutico ocupacional, o teatro potencializa as habilidades de</p><p>criatividade, espontaneidade, habilidades sociais e participação social (ALVES; GONTIJO;</p><p>ALVES, 2013).</p><p>Com relação à incorporação do teatro em um grupo terapêutico ocupacional, conforme</p><p>mencionado no texto, assinale a alternativa correta:</p><p>I - O teatro potencializa habilidades como criatividade, espontaneidade, habilidades sociais</p><p>e participação social.</p><p>II - O teatro é uma atividade exclusivamente individual, não sendo adequado para grupos</p><p>terapêuticos.</p><p>III - O teatro não tem impacto nas habilidades sociais dos participantes do grupo terapêutico.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Uma opção significativa de atividade artística e expressiva corporal é o teatro. Quando</p><p>incorporado a um grupo terapêutico ocupacional, o teatro potencializa as habilidades de</p><p>criatividade, espontaneidade, habilidades sociais e participação social (ALVES; GONTIJO;</p><p>ALVES, 2013).</p><p>Com base no excerto sobre a incorporação do teatro em grupos terapêuticos ocupacionais,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>a) O teatro não influencia a criatividade e espontaneidade dos participantes do grupo te-</p><p>rapêutico.</p><p>b) A prática do teatro em um grupo terapêutico não impacta nas habilidades sociais dos</p><p>participantes.</p><p>c) O teatro, quando incorporado a um grupo terapêutico ocupacional, não tem relevância</p><p>para a participação social.</p><p>d) O teatro potencializa as habilidades de criatividade, espontaneidade, habilidades sociais</p><p>e participação social.</p><p>e) O teatro é uma opção desaconselhável para grupos terapêuticos ocupacionais.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALVES, I.; GONTIJO, D. T.; ALVES, H. C. Teatro do oprimido e Terapia Ocupacional: uma proposta</p><p>de intervenção com jovens em situação de vulnerabilidade social. Cadernos Brasileiros de Te-</p><p>rapia Ocupacional, [s. l.], v. 21, n. 2, 2013.</p><p>ARAMAKI, A. L. et al. Realidade virtual na reabilitação de pacientes com acidente vascular ce-</p><p>rebral: uma revisão integrativa. Arquivos de Neuropsiquiatria, [s. l.], v. 77, n. 9, p. 622-631, 2019.</p><p>BERNARDES, M. S. et al. A intervenção do terapeuta ocupacional em brinquedoteca ambulato-</p><p>rial: relato de experiência. Revista Gestão & Saúde, [s. l.], v. 5, n. 2, p. 582-594, 2014.</p><p>BERNARDO, L. D. Intervenções cognitivas em idosos com doença de alzheimer: uma revisão</p><p>integrativa da atuação da terapia ocupacional. Estudos interdisciplinares sobre o envelheci-</p><p>mento, Rio de Janeiro, v. 22, n. 3,</p><p>representa um marco importante</p><p>na história da terapia ocupacional, delineando a importância do engajamento em</p><p>atividades marcantes para a promoção da saúde e da recuperação. (LIMA, 2006).</p><p>No decorrer do XIX e início do século XX, o tratamento moral foi gradualmente</p><p>substituído por abordagens terapêuticas. Novas teorias e práticas na psiquiatria</p><p>surgiram e levaram a mudanças nas concepções sobre o tratamento de doenças</p><p>mentais. A Terapia Ocupacional, enquanto profissão, passa a se consolidar no iní-</p><p>cio do século XX, durante os períodos da primeira e segunda Guerras Mundiais. É</p><p>diante desse cenário que surgem novas descobertas e técnicas que resultaram</p><p>em um campo específico de atuação do terapeuta ocupacional frente à reinserção</p><p>das vítimas, com sequelas da guerra, no trabalho, em sua vida cotidiana e adequa-</p><p>ção de suas capacidades e competências (DE CARLO, 2001).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Já no ano de 1922, Adolf Meyer articulou um conceito teórico associado ao pa-</p><p>radigma da ocupação humana. Ele postulou que o homem é um organismo</p><p>que busca equilíbrio no mundo por meio de uma vida ativa e da participação em</p><p>atividades. Esse conceito ressalta a necessidade de manter-se ativo por meio do</p><p>trabalho e do envolvimento em ocupações significativas.</p><p>Meyer também enfatizou que a participação em ocupações teve um impacto</p><p>profundo na modelagem da mente e do corpo humano, além de destacar suas</p><p>características ressocializantes. Ele liderou a ocupação, incluindo o trabalho,</p><p>como um componente vital para a organização e manutenção do ambiente asilar,</p><p>oposto ao ócio desorganizador (KIELHOFNER, 2006).</p><p>Em 1950, surge o paradigma mecanicista, nessa visão, a terapia ocupacional</p><p>tradicionalmente enfatizou o tratamento de sintomas ou disfunções isoladas,</p><p>soluções buscadas especificamente para problemas específicos. Essa abordagem</p><p>fragmentada focaliza a parte do corpo ou da mente que apresenta disfunção,</p><p>sem considerar completamente o contexto mais amplo da vida do indivíduo,</p><p>mantendo o foco em indivíduos com demandas físicas e mentais e olhar mais</p><p>voltado para o biomédico (JARA, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Em 1970, inicia-se o paradigma contemporâneo que se destaca por uma</p><p>abordagem mais abrangente e centrada nas atividades e ocupações significativas.</p><p>Esse paradigma regula que as atividades e ocupações são fundamentais para a</p><p>promoção da saúde e do bem-estar. Ele vai além da abordagem fragmentada,</p><p>considerando o contexto mais amplo da vida dos clientes, incluindo fatores so-</p><p>ciais, culturais e ambientais.</p><p>Estudando os paradigmas, podemos observar que a profissão percorreu diver-</p><p>sos eixos para o desenvolvimento do olhar para o sujeito. Dessa forma, atualmente,</p><p>utiliza-se os recursos e atividades de acordo com a necessidade do paciente e pen-</p><p>sando em suas ocupações significativas. De acordo com a Associação Americana de</p><p>Terapia Ocupacional, a profissão é definida como “o uso terapêutico de atividades</p><p>diárias (ocupações) em indivíduos ou grupos com o propósito de melhorar ou</p><p>possibilitar a participação em papéis, hábitos e rotinas em diversos ambientes, como</p><p>casa, escola, local de trabalho, comunidade e outros lugares” (AOTA, 2014, p. 20).</p><p>Como, atualmente, as diferentes visões históricas e paradigmas na Terapia Ocu-</p><p>pacional moldam nossa compreensão das ocupações significativas e influenciam</p><p>diretamente a maneira como promovemos o bem-estar e a participação ativa das</p><p>pessoas em suas vidas cotidianas?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>As diferentes visões históricas e paradigmas na Terapia Ocupacional têm de-</p><p>sempenhado um papel essencial na formação da compreensão das ocupações</p><p>significativas, recursos, atividades e na influência direta sobre a promoção do</p><p>bem-estar e participação ativa das pessoas em suas vidas cotidianas. Diferentes</p><p>perspectivas influenciaram a prática contemporânea da Terapia Ocupacional,</p><p>destacando a importância de adaptar as intervenções às necessidades específicas</p><p>do cliente, levando em conta não apenas as limitações físicas, mas também os</p><p>aspectos psicossociais e culturais que afetam as ocupações diárias. Dessa forma, a</p><p>compreensão das ocupações significativas evoluiu para incluir a individualidade,</p><p>autonomia e qualidade de vida (CREPEAU, 2019).</p><p>1</p><p>1</p><p>ATIVIDADES E RECURSOS TERAPÊUTICOS</p><p>Após observar a trajetória da terapia ocupacional, é</p><p>importante entender as terminologias que embasam</p><p>a prática profissional. Pensando nisso, um dos con-</p><p>ceitos amplamente utilizados nas bases teóricas da</p><p>profissão é o termo atividade, que segundo Benetton</p><p>(2013), é o terceiro elemento da relação triádica entre o</p><p>“terapeuta, paciente e atividade”, considerado como o instrumento da terapia ocu-</p><p>pacional que gera movimento de transformação do cotidiano e espaços de saúde.</p><p>Os recursos terapêuticos são de vital importância para a construção da</p><p>atuação do Terapeuta Ocupacional. Considerados elementos tangíveis e intangí-</p><p>veis que desempenham função de capacitar e envolver os pacientes em atividades</p><p>significativas. Esses recursos podem incluir desde adaptações ambientais até es-</p><p>tratégias terapêuticas específicas, cada um projetado para atender às necessidades</p><p>exclusivas de cada indivíduo. De acordo com a AOTA (2014), esses recursos se</p><p>referem a uma variedade de ferramentas, técnicas e atividades utilizadas pelos</p><p>terapeutas ocupacionais para promover a saúde, prevenir doenças e melhorar o</p><p>desempenho ocupacional dos indivíduos.</p><p>Função de</p><p>capacitar e envolver</p><p>os pacientes</p><p>em atividades</p><p>significativas</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Podemos utilizar como exemplo, o estudo de Perez e De Almeida (2010), no qual</p><p>utilizam-se como recursos terapêuticos a pintura, música, colagem, dentro de um</p><p>contexto de atividades em grupo para trabalhar com público de idosos o resgate</p><p>de suas histórias de vida, fortalecimento de suas redes de suporte, autoestima,</p><p>focando também na ocupação e participação social.</p><p>“ Tanto as ocupações como as atividades são utilizadas como inter-</p><p>venções pelos terapeutas ocupacionais. Por exemplo, um terapeuta</p><p>pode usar a atividade de cortar legumes durante uma intervenção</p><p>para abordar as competências motoras finas com o objetivo final</p><p>de melhorar as competências motoras para a ocupação de preparar</p><p>uma refeição favorita. A participação em ocupações é considera-</p><p>da tanto o meio como o fim no processo de Terapia Ocupacional</p><p>(AOTA, 2014 p. 9).</p><p>Faz-se necessário, então, diferenciar “atividade” e “ocupação” para entendermos</p><p>como a terapia ocupacional trabalha diante desses termos.</p><p>A ocupação é um conjunto de ações e tarefas significativas para o sujeito, ou</p><p>seja, o engajamento em atividades cotidianas que tenham significado e propósito,</p><p>contribuindo para o bem-estar e qualidade de vida do cliente. Em contraste,</p><p>uma atividade, na Terapia Ocupacional, é uma ação específica ou uma série de</p><p>ações que compõem uma ocupação. As atividades são as unidades de ação que,</p><p>quando combinadas, formam uma ocupação significativa (AOTA, 2014).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Dessa forma, para Moraes (2007), as atividades possibilitam que o paciente possa</p><p>ter mais contato com o mundo, podendo tomar decisões e experimentar o fazer.</p><p>Observa-se, então, que atividades em Terapia Ocupacional têm uma variedade de</p><p>propósitos e benefícios, contribuindo para a promoção da saúde, funcionalidade,</p><p>bem-estar dos indivíduos e engajamento em suas ocupações. De acordo com a AOTA</p><p>(2014): atividades de vida diária, atividades instrumentais de vida diária, gestão de</p><p>saúde, descanso e sono, educação, trabalho, brincar, lazer e participação social.</p><p>1</p><p>4</p><p>A participação de cada indivíduo se manifesta de forma espontânea quando os</p><p>clientes estão ativamente engajados e motivados na execução de ocupações ou</p><p>atividades diárias que percebem como úteis e significativas (AOTA, 2014), ou</p><p>seja, cada pessoa terá atividades específicas que considera indispensáveis para o</p><p>seu dia a dia e manutenção da sua qualidade de vida (cozinhar, passear, assistir</p><p>filmes,</p><p>2017.</p><p>CHAVES, G. F. S. et al. Escalas de avaliação para Terapia Ocupacional no Brasil. Rev Ter Ocup</p><p>Univ , São Paulo, v. 21, n. 3, p. 240-246, set./dez. 2010.</p><p>CORDEIRO, J. J. R. A comunicação social dos terapeutas ocupacionais durante a pandemia da</p><p>COVID-19. Rev Interinst Bras Ter Ocup , [s. l.], v. 4, n. 3, p. 438-450, 2020.</p><p>COSTA FILHO, C. W. L. et al. Principais instrumentos utilizados para mensuração de habilidades</p><p>sociais em diferentes contextos: revisão integrativa. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento,</p><p>[s. l.], v. 10, n. 17, p. e104101724508-e104101724508, 2021.</p><p>FERNANDES, R. A. A invenção do cotidiano: refazendo a vida na comunidade. Cortez, 2002.</p><p>GOMES, N. M. Uso de jogos na terapia ocupacional: uma revisão integrativa. Trabalho de Con-</p><p>clusão de Curso (Bacharelado em Terapia Ocupacional) – Faculdade de Medicina, Universidade</p><p>Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.</p><p>LAW, M. et al. Medida canadense de desempenho ocupacional (COPM). Belo Horizonte: UFMG,</p><p>2009.</p><p>LEAL, B. S. F. M.; GRADIM, L. C. C.; DE SOUZA, V. R. Habilidades sociais em crianças com transtor-</p><p>no do espectro autista: uma análise da prática em Terapia Ocupacional. Revista Interinstitucio-</p><p>nal Brasileira de Terapia Ocupacional-REVISBRATO, [s. l.], v. 5, n. 1, p. 121-131.</p><p>LIMA, E. M. F. A.; PASTORE, M. D. N.; OKUMA, D. G. As atividades no campo da Terapia Ocupa-</p><p>cional: mapeamento da produção científica dos terapeutas ocupacionais brasileiros de 1990 a</p><p>2008. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 22, n. 1, p.</p><p>68-75, 2011.</p><p>PETTERSSON, C.; ZINGMARK, M.; HAAK, M. Permitir a participação social dos idosos: o conteúdo</p><p>da capacitação por idade, sexo e nível de funcionamento nas intervenções dos terapeutas ocu-</p><p>pacionais. Jornal Escandinavo de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 29, n. 6, p. 522-529, 2021.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>SILVA, A. C. C. da; OLIVER, F. C. A participação social como um caminho possível para a justiça</p><p>social e ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 30, p. e3081, 2022.</p><p>SILVA, A. C. C. da; OLIVER, F. C. Social participation in occupational therapy: is it possible to esta-</p><p>blish a consensus? Australian Occupational Therapy Journal, [s. l.], v. 68, n. 6, p. 535-545. 2021.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. Alternativa C. Habilidades Sociais, conforme definido por Costa Filho et al. (2021), refere-se</p><p>ao comportamento de uma pessoa em diversos ambientes, interagindo com diferentes</p><p>pessoas, grupos e comunidades. Essas habilidades envolvem a capacidade de agir de forma</p><p>adequada em contextos sociais variados, promovendo interações saudáveis e adaptando-se</p><p>a diferentes situações.</p><p>As outras alternativas foram descartadas devido à falta de alinhamento com a abrangência</p><p>da definição apresentada, que destaca a ênfase no comportamento social apropriado.</p><p>2. Alternativa A. A opção correta (I, apenas) reflete fielmente a informação apresentada no</p><p>texto. Conforme mencionado, a prática do teatro em um grupo terapêutico ocupacional</p><p>potencializa habilidades como criatividade, espontaneidade, habilidades sociais e partici-</p><p>pação social. Esta afirmativa está alinhada com o conteúdo fornecido, enquanto as opções</p><p>II e III são inconsistentes com o texto. A opção II afirma erroneamente que o teatro é uma</p><p>atividade exclusivamente individual, contradizendo a ideia de incorporação em um grupo</p><p>terapêutico. A opção III também é incorreta, pois o texto destaca explicitamente que o teatro</p><p>tem o potencial de impactar positivamente as habilidades sociais dos participantes.</p><p>3. Alternativa D. Correta (D) O teatro, ao ser incorporado a um grupo terapêutico ocupacional,</p><p>potencializa positivamente as habilidades de criatividade, espontaneidade, habilidades sociais</p><p>e participação social, conforme destacado por Alves (2024).</p><p>Incorretas (A, B, C, E): essas alternativas estão em desacordo com a informação apresentada</p><p>no texto. O teatro, ao contrário do que sugerem as opções incorretas, influencia positiva-</p><p>mente a criatividade, a espontaneidade, as habilidades sociais e a participação social dos</p><p>participantes em grupos terapêuticos ocupacionais, de acordo com o autor citado.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E PAPÉIS</p><p>OCUPACIONAIS</p><p>Conhecer as ocupações estudo e trabalho.</p><p>Identificar relação da terapia ocupacional com os papéis educacionais.</p><p>Analisar necessidades Individuais dos pacientes em relação à perspectiva ocupacional.</p><p>Desenvolver estratégias de intervenção específicas em relação ao estudo e trabalho.</p><p>Explorar avaliações e recursos terapêuticos.</p><p>Refletir sobre a atuação do terapeuta ocupacional nas instituições de ensino e empresas.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Encerrar os estudos e selecionar uma profissão não é uma jornada simples, espe-</p><p>cialmente diante de um mercado de trabalho em constante evolução, impulsio-</p><p>nado por avanços tecnológicos. Já pararam para refletir sobre os caminhos que</p><p>os levaram à Terapia Ocupacional? Como o percurso educacional influenciou</p><p>essa decisão? Além disso, o que contribui para o adoecimento no ambiente de</p><p>trabalho? Como a Terapia Ocupacional pode desempenhar um papel crucial na</p><p>recuperação e reintegração das pessoas afetadas, auxiliando-as a retomar ati-</p><p>vidades significativas em suas vidas? Essas são indagações essenciais que nos</p><p>convidam a explorar a interseção entre educação, carreira e saúde ocupacional.</p><p>Vamos iniciar este tema de aprendizagem falando sobre a Terapia Ocupacional</p><p>Vocacional e explorando as interseções entre estudo e trabalho. Em um mundo em</p><p>constante transformação, em que as exigências do mercado de trabalho e as oportu-</p><p>nidades educacionais estão em evolução contínua, surge a necessidade premente de</p><p>uma reflexão profunda sobre o papel da Terapia Ocupacional nesse contexto.</p><p>Desde a escolha da carreira até o enfrentamento das demandas do ambiente de</p><p>trabalho, cada passo é permeado por questionamentos e decisões cruciais que moldam</p><p>o futuro dos indivíduos. Diante disso, surge a necessidade de uma análise cuidadosa</p><p>sobre como a Terapia Ocupacional pode oferecer suporte, orientação e ferramentas</p><p>para enfrentar os desafios inerentes ao estudo e ao trabalho. Portanto, convidamos</p><p>você, estudante, a uma jornada de reflexão e descoberta, explorando os vínculos entre</p><p>estudo, trabalho e Terapia Ocupacional, e as maneiras pelas quais essa disciplina pode</p><p>capacitar os indivíduos a alcançarem seu potencial máximo e encontrar significado</p><p>em suas trajetórias acadêmicas e profissionais. Você topa conhecer mais?</p><p>Está curioso sobre como a Terapia Ocupacional pode auxiliar carreiras e ajudar in-</p><p>divíduos a encontrarem seu verdadeiro potencial profissional? Convidamos você a</p><p>dar o Play no nosso novo podcast para mergulharmos fundo no fascinante campo</p><p>da Terapia Ocupacional Vocacional!</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E EDUCAÇÃO</p><p>A Terapia Ocupacional e a Educação se entrelaçam, tecendo uma rede de opor-</p><p>tunidades para o desenvolvimento integral do indivíduo. Essa união estratégica</p><p>viabiliza a inclusão, a participação e o aprendizado de todos, construindo pontes</p><p>para o sucesso educacional e a plena participação social.</p><p>Segundo Pereira, Borba e Lopes (2021), o terapeuta ocupacional reconhece o</p><p>valor terapêutico da atividade em qualquer ambiente e compreende a importân-</p><p>cia de avaliar as necessidades individuais e habilidades do sujeito, além de estar</p><p>familiarizado com diversas condições patológicas.</p><p>No âmbito escolar e universitário o terapeuta ocupacional deve possuir um</p><p>entendimento abrangente do sistema educacional brasileiro, incluindo resolu-</p><p>ções pertinentes, especialmente aquelas relacionadas às diretrizes nacionais de</p><p>inclusão e aos direitos das pessoas com deficiência.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Diante dos temas trabalho e estudo, é importante recordar o conceito de ocupação,</p><p>que, segundo a AOTA (2015), é definida como as ações e tarefas significativas</p><p>para</p><p>o sujeito, ou seja, o engajamento em atividades cotidianas que tenham significado</p><p>e propósito, contribuindo para o bem-estar e qualidade de vida do cliente.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Qual a definição da educação no contexto da terapia ocupacional?</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>A ocupação Educação, para a Terapia Ocupacional, é</p><p>definida como “Atividades necessárias para aprender e</p><p>participar no ambiente educacional” (AOTA, 2015). Com</p><p>o contexto de orientação vocacional, a união da Terapia</p><p>Ocupacional com a Educação constrói um caminho sóli-</p><p>do para o desenvolvimento integral do indivíduo.</p><p>Mediante a avaliação abrangente, do planejamen-</p><p>to individualizado e da intervenção especializada, essa parceria poderosa visa</p><p>garantir o acesso à educação, promovendo a inclusão, a participação social e o</p><p>sucesso educacional.</p><p>Segundo a AOTA (2015), o terapeuta ocupacional auxilia na exploração de</p><p>necessidades ou interesses educacionais pessoais formais e informais, ou seja,</p><p>nesse processo, a Terapia Ocupacional se posiciona como uma aliada essencial</p><p>na orientação educacional e profissional, contribuindo para que cada indivíduo</p><p>alcance seu potencial no campo educacional e além.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E TRABALHO</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Qual o significado do trabalho na vida das pessoas?</p><p>Atividades</p><p>necessárias</p><p>para aprender</p><p>e participar</p><p>no ambiente</p><p>educaciona l</p><p>O trabalho é um componente essencial na construção da saúde e identidade dos in-</p><p>divíduos, sendo influenciado por mudanças tecnológicas, organizacionais e sociais.</p><p>Essas transformações impactam diretamente nos perfis de desgaste e adoecimento</p><p>laboral, aumentando os afastamentos e dificultando o retorno ao trabalho.</p><p>Preocupações com os custos dessas doenças são compartilhadas pelo sistema</p><p>produtivo, seguridade social e trabalhadores. O desenvolvimento sustentável, que pro-</p><p>move equidade social e práticas laborais saudáveis, ganha destaque no debate atual.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A Terapia Ocupacional reconhece a centralidade do trabalho na vida dos</p><p>indivíduos, influenciando sua organização social e psíquica, qualidade de vida e</p><p>lazer. Segundo Caniglia (2008), o processo de trabalho é o movimento em direção</p><p>à realização, produção ou promoção de algo.</p><p>Pensando na importância do trabalho, a orientação profissional é vista</p><p>como um processo em constante evolução, focado na compreensão dos aspectos</p><p>individuais para a seleção de uma carreira. Esse processo é reconhecido como</p><p>uma jornada que busca compreender uma variedade de elementos pessoais, in-</p><p>cluindo habilidades, preferências, interesses e motivações, influenciados também</p><p>pelo contexto familiar e pelo ambiente em geral. Essa compreensão visa capacitar</p><p>os indivíduos a tomar decisões informadas sobre seu próprio futuro e pode ser</p><p>auxiliada por um profissional (SAAVEDRA; MORALES; SOLANO, 2017).</p><p>A AOTA (2015) também apresenta a definição do trabalho como atividades</p><p>envolvidas no desenvolvimento, produção, entrega ou administração de bens ou</p><p>serviços, sendo que os benefícios derivados do trabalho podem ser tanto financei-</p><p>ros quanto não financeiros. Identifica também como competências do Terapeuta</p><p>Ocupacional a determinação de aptidões, auxílio para desenvolver interesses e</p><p>habilidades, atividades vocacionais, preparação/envio e revisão de documentos</p><p>para candidatar-se a uma vaga, auxílio na preparação para entrevistas, discussão</p><p>dos benefícios do emprego, garantia dos recursos necessários e ajuste do estilo</p><p>de vida na ausência do papel de trabalhador etc.</p><p>Saúde, Trabalho e Terapia Ocupacional</p><p>Esse livro aborda questões fundamentais sobre a interseção</p><p>entre saúde, trabalho e a prática da terapia ocupacional. Com</p><p>uma abordagem multidisciplinar, os autores exploram como a</p><p>terapia ocupacional pode desempenhar um papel crucial na</p><p>promoção da saúde ocupacional, na reabilitação profissional e</p><p>no bem-estar dos trabalhadores. Eles discutem temas como</p><p>ergonomia, adaptações no ambiente de trabalho, intervenções</p><p>terapêuticas para prevenção de lesões ocupacionais, entre ou-</p><p>tros tópicos relevantes. Boa leitura!</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Com relação ao processo de avaliação da terapia ocupacional, segundo a AOTA</p><p>(2015), ele envolve várias etapas para entender as habilidades, interesses e neces-</p><p>sidades do indivíduo em relação ao trabalho. Aqui está um resumo das principais</p><p>etapas desse processo:</p><p>■ Determinar os valores e prioridades do cliente para sua participação ocu-</p><p>pacional.</p><p>■ Interpretar os dados da avaliação para identificar apoios e obstáculos ao</p><p>desempenho ocupacional.</p><p>■ Desenvolver e aprimorar hipóteses sobre os pontos fortes e lacunas no</p><p>desempenho ocupacional do cliente.</p><p>■ Considerar os sistemas e contextos de suporte existentes e sua capacidade</p><p>de auxiliar no processo de intervenção.</p><p>■ Definir os resultados desejados da intervenção.</p><p>■ Colaborar com o cliente na criação de objetivos direcionados para os</p><p>resultados desejados.</p><p>■ Selecionar medidas de resultados e estabelecer procedimentos para ava-</p><p>liar o progresso em direção aos objetivos da intervenção, incluindo a pos-</p><p>sibilidade de repetir as avaliações usadas no processo de avaliação.</p><p>Diante disso, no campo do trabalho, o terapeuta ocupacional realiza uma en-</p><p>trevista detalhada com o cliente para entender seu histórico educacional, ex-</p><p>periências de trabalho, interesses, valores, habilidades e objetivos profissionais,</p><p>avaliação das habilidades, interesses e valores, exploração das opções de carreira,</p><p>desenvolvimento de metas e planos de ação, acompanhamento e reavaliação.</p><p>CONEXÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA ESCOLA,</p><p>TRABALHO E ORIENTAÇÃO OCUPACIONAL</p><p>O Terapeuta Ocupacional tem como uma de suas funções o engajamento do</p><p>paciente no trabalho, seus interesses e objetivos de emprego, procura e aquisição</p><p>de emprego, desempenho e manutenção do emprego, exploração de voluntariado</p><p>e participação em voluntariado.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>No âmbito da educação, o Terapeuta Ocupacional atua na participação na educa-</p><p>ção formal, exploração de necessidades ou interesses educacionais pessoais informais</p><p>(para além da educação formal) e participação na educação informal (AOTA, 2015).</p><p>De acordo com Silva Cortegoso e de Oliveira Lussi (2014), a orientação profissional</p><p>deve considerar as características individuais do paciente, suas interações sociais,</p><p>as oportunidades de emprego disponíveis na região e as mais viáveis para a inser-</p><p>ção efetiva. Em sua pesquisa evidenciou-se que a orientação profissional pode ser</p><p>uma ferramenta significativa na promoção da inserção de pessoas em empreen-</p><p>dimentos econômicos solidários, proporcionando-lhes não apenas uma escolha</p><p>profissional, mas também habilidades e motivação para uma participação ativa na</p><p>construção de seu futuro profissional.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Segundo Caniglia (2008), o terapeuta ocupacional</p><p>busca facilitar as atividades diárias das pessoas, iden-</p><p>tificando limitações físicas, mentais ou sociais e as bar-</p><p>reiras que impedem essas atividades. Ele procura solu-</p><p>ções por meio de adaptações na rotina do indivíduo ou</p><p>no ambiente, além de defender os direitos do cidadão.</p><p>Enquanto trabalha para reduzir limitações, o terapeuta ocupacional também</p><p>identifica e promove habilidades e talentos. A Terapia Ocupacional visa ampliar</p><p>as oportunidades, facilitando a conexão entre as habilidades das pessoas e as</p><p>ocupações disponíveis. A inclusão social é um objetivo fundamental, reconhe-</p><p>cendo a diversidade de habilidades e garantindo os direitos humanos para todos.</p><p>Um exemplo de atuação do Terapeuta Ocupacional no campo do trabalho,</p><p>seria no INSS, em que esse profissional é essencial para garantir que os segurados</p><p>recebam o suporte necessário para superar as barreiras físicas, cognitivas e emo-</p><p>cionais que possam surgir durante o processo de retorno ao trabalho.</p><p>No estudo de Figueiredo et al. (2018) é explorado a significância atribuí-</p><p>da ao grupo de terapia ocupacional do programa de reabilitação profissional</p><p>O terapeuta</p><p>ocupacional</p><p>busca facilitar as</p><p>atividades diárias</p><p>das pessoas</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>promovido pelo INSS. Os participantes destacaram o grupo como uma fonte</p><p>de orientação, aprendizado, capacitação profissional e reintegração ao trabalho.</p><p>Além dos benefícios práticos para a reabilitação profissional, o grupo foi</p><p>reconhecido como promotor de bem-estar emocional, satisfação e redução de</p><p>pensamentos e sentimentos negativos.</p><p>Gostaria de recomendar a leitura do artigo Desafios para a inclusão no mercado</p><p>de trabalho de pessoas com deficiência intelectual: experiências em construção.</p><p>Esse artigo apresenta a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de tra-</p><p>balho e as principais barreiras para a inclusão, as contratações e as oportunidades,</p><p>que nem sempre estão alinhadas com as habilidades dos candidatos. Acesse em:</p><p>https://revistas.usp.br/rto/article/view/14099/15917.</p><p>EU INDICO</p><p>Portanto, tornou-se evidente a importância de os trabalhadores afastados par-</p><p>ticiparem de intervenções em grupo, proporcionando-lhes o apoio necessário</p><p>durante o período de afastamento e ressignificação do trabalho.</p><p>A presença do Terapeuta Ocupacional na escola, no trabalho e na orientação vo-</p><p>cacional e na reintegração ao trabalho é fundamental para promover o desenvolvi-</p><p>mento integral e a inclusão de indivíduos em diferentes aspectos da vida. Ao atuar</p><p>na escola, a Terapeuta Ocupacional pode fornecer suporte para estudantes com ne-</p><p>cessidades especiais, ajudando-os a desenvolver habilidades funcionais e promo-</p><p>vendo sua participação plena nas atividades educacionais. No contexto do trabalho,</p><p>a Terapeuta Ocupacional desempenha um papel importante na avaliação e adap-</p><p>tação do ambiente de trabalho para garantir a segurança e o desempenho eficaz</p><p>dos funcionários, especialmente daqueles com deficiências ou lesões ocupacionais.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://revistas.usp.br/rto/article/view/14099/15917.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Além disso, na orientação ocupacional, a Terapeuta Ocupacional pode ajudar os</p><p>indivíduos a explorar suas habilidades, interesses e metas profissionais, facilitando</p><p>a tomada de decisões informadas e promovendo uma transição suave para o mer-</p><p>cado de trabalho. Em resumo, a presença da Terapeuta Ocupacional nessas áreas es-</p><p>senciais da vida contribui para o bem-estar e a realização pessoal de indivíduos.</p><p>Considerando as complexidades do trabalho na sociedade contemporânea, é</p><p>importante destacar questões como desmontes na seguridade social, trabalho</p><p>informal, questões de gênero, dificuldades de inclusão no mercado de trabalho</p><p>para populações minoritárias, doenças ocupacionais e precarização do emprego</p><p>formal. A falta de vínculo empregatício formal, por exemplo, prejudica os direitos</p><p>trabalhistas e a proteção social dos trabalhadores, levando à precarização das</p><p>condições de trabalho. Como terapeutas ocupacionais, enfatizamos a importância</p><p>da dimensão do trabalho em nossa profissão, que nos permite intervir em diversos</p><p>setores. Essa reflexão pode impulsionar práticas profissionais contemporâneas</p><p>voltadas para os trabalhadores. (SOUZA; LUSSI, 2022).</p><p>A Reabilitação Profissional, incluindo a orientação profissional, desempenha um</p><p>papel crucial no acompanhamento do retorno ao trabalho de trabalhadores con-</p><p>tribuintes da Previdência, avaliando o potencial laborativo e desenvolvendo planos</p><p>para o programa de retorno ao trabalho. Além disso, a Ergonomia emerge como</p><p>uma abordagem importante, fornecendo fundamentos teóricos e metodológicos para</p><p>analisar as situações de trabalho, ampliando, assim, as possibilidades de atuação da</p><p>Terapia Ocupacional nesse campo. (RODRIGUES; NOGUEIRA; SOUZA, 2020).</p><p>ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>Avaliação de interesses, habilidades e aptidões.</p><p>Elaboração de planos de carreira, projeto de vida e desenvolvimento profissional.</p><p>Intervenção junto à família e escola para auxiliar na escolha profissional.</p><p>Avaliação de fatores pessoais, sociais e do mercado de trabalho.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Na terapia ocupacional, a elaboração, substituição e adaptação dos projetos de</p><p>vida são recursos amplamente utilizados. O terapeuta desempenha o papel de</p><p>investigar os projetos mais significativos que atendam às expectativas e à reali-</p><p>dade do indivíduo, buscando auxiliá-lo em sua realização.</p><p>O conhecimento das atividades e a capacidade de analisá-las conferem especificidade</p><p>ao terapeuta ocupacional. Isso envolve investigar as atividades laborais, os postos de traba-</p><p>lho e as relações laborais, bem como compreender os determinantes da carga de trabalho.</p><p>O terapeuta ocupacional facilita o autoconhecimento do trabalhador como</p><p>profissional, fornecendo reflexões sobre suas capacidades remanescentes, espe-</p><p>cialmente quando um trabalhador lesionado, por exemplo, se percebe incapaci-</p><p>tado para qualquer atividade.</p><p>Dessa forma, o terapeuta possibilita que indivíduos compreendam seus desejos e</p><p>possibilidades atuais, esclareçam seus direitos e deveres, conscientizem-se de seu papel</p><p>e responsabilidades em processo de reabilitação profissional, e participem ativamen-</p><p>te na busca de soluções para conflitos, considerando que o processo de orientação</p><p>profissional deve ocorrer em conjunto com o trabalhador (LOUZADA et al., 2017).</p><p>ERGONOMIA</p><p>Avaliação e adaptação do posto de trabalho para evitar o desenvolvimento de doen-</p><p>ças ocupacionais.</p><p>Orientação sobre postura correta e hábitos ergonômicos.</p><p>SAÚDE MENTAL</p><p>Intervenções para promover o bem-estar mental e reduzir o estresse;</p><p>Treino de habilidades de comunicação e resolução de conflitos.</p><p>REINTEGRAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>Apoio ao trabalhador em processo de reabilitação após uma doença ou acidente.</p><p>Elaboração de planos de retorno ao trabalho.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Polia e De Castro (2007) trazem a seguinte perspectiva do modelo de ocupação</p><p>humana (MOHO): por meio da ocupação, o homem interage com o ambiente,</p><p>modifica-o e é influenciado por ele, ou seja, os terapeutas ocupacionais utilizam</p><p>as informações obtidas por meio do MOHO para adaptar ambientes, fornecer</p><p>treinamento de habilidades e promover mudanças nos padrões de comportamen-</p><p>to, visando melhorar a participação e a qualidade de vida dos clientes.</p><p>A procura da Felicidade</p><p>Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Chris, que</p><p>enfrenta problemas financeiros. Ele precisa cuidar sozinho de</p><p>Christopher, seu filho de cinco anos, então tenta usar sua ha-</p><p>bilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor,</p><p>mas só consegue um estágio não remunerado.</p><p>Espero que esse filme os ajude a entender um pouco da im-</p><p>portância de olhar para suas potencialidades, busca de supe-</p><p>ração dos obstáculos e estratégias para alcançar seus objeti-</p><p>vos profissionais. Ótimo filme!</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Indicamos o vídeo Modelo de Ocupação Humana (MOHO). Uma estru-</p><p>tura teórica fundamental na prática da Terapia Ocupacional. Esse ví-</p><p>deo oferece uma visão envolvente e esclarecedora dos principais con-</p><p>ceitos do MOHO, incluindo volição, habituação, desempenho e ambiente.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Mq-OPx8QA78</p><p>EU INDICO</p><p>É importante que haja a valorização e a integração de um profissional na equipe</p><p>multidisciplinar de programas de orientação profissional, que possa criar vínculo</p><p>e avaliar seus valores, interesses, competências e autoconhecimento.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Mq-OPx8QA78</p><p>A Terapia Ocupacional é apresentada como uma profissão ideal para atuar</p><p>nesse contexto, dada sua base normativa e conceitual. No entanto, é reconhecido</p><p>que essa profissão nem sempre recebe a devida relevância.</p><p>Portanto, esses temas podem ser abordados a partir da terapia ocupacional, por esta-</p><p>rem inseridos nos postulados teóricos do Modelo de Ocupação Humana que oferece</p><p>uma compreensão abrangente das complexas interações entre os seres humanos, suas</p><p>ocupações e os ambientes em que vivem (SAAVEDRA; MORALES; SOLANO, 2017).</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Ao chegarmos ao fim deste tema de aprendizagem, é crucial reconhecer os desafios</p><p>únicos enfrentados pelos terapeutas ocupacionais</p><p>em seu trabalho diário. Desde lidar</p><p>com uma ampla gama de necessidades individuais até navegar nas complexidades</p><p>dos sistemas educacionais e empresariais, enfrentando obstáculos significativos no</p><p>compromisso de promover a saúde e o bem-estar por meio da ocupação significativa.</p><p>Os terapeutas ocupacionais, frequentemente, se veem diante de tarefas de-</p><p>safiadoras, como ajudar indivíduos mais velhos a se adaptarem às demandas do</p><p>mercado de trabalho em constante evolução, facilitar a integração de pessoas</p><p>com deficiência no ambiente de trabalho e orientar jovens em suas escolhas</p><p>educacionais e profissionais.</p><p>Você já se perguntou como foi que chegou até esse curso? Quais são seus ob-</p><p>jetivos de trabalho? Em que área quer atuar? O estudo com afinco e atualização</p><p>constante faz com que os terapeutas ocupacionais sejam profissionais fundamen-</p><p>tais no campo vocacional.</p><p>Neste tema, exploramos a vitalidade e a versatilidade da terapia ocupacional,</p><p>destacando seu impacto transformador no trabalho, no estudo e na orientação</p><p>vocacional. Desejo que você, estudante, possa se engajar cada vez mais na ocupa-</p><p>ção estudo e consiga o seu sucesso profissional. Juntos, reconhecemos e celebra-</p><p>mos a essência da terapia ocupacional e seu papel vital em promover um mundo</p><p>mais inclusivo, saudável e significativo para todos.</p><p>Até a próxima!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Polia e De Castro (2007) traz a perspectiva do modelo de ocupação humana (MOHO) que</p><p>apresenta que, por meio da ocupação, o homem interage com o ambiente, modifica-o e</p><p>é influenciado, ou seja, os terapeutas ocupacionais utilizam as informações obtidas por</p><p>meio do MOHO para adaptar ambientes, fornecer treinamento de habilidades e promover</p><p>mudanças nos padrões de comportamento, visando melhorar a participação e a qualidade</p><p>de vida dos clientes.</p><p>Qual das seguintes afirmações está correta com base na perspectiva do Modelo de Ocu-</p><p>pação Humana (MOHO)?</p><p>a) Os terapeutas ocupacionais não utilizam as informações obtidas por meio do MOHO para</p><p>promover mudanças nos padrões de comportamento dos clientes.</p><p>b) Os terapeutas ocupacionais adaptam ambientes, fornecem treinamento de habilidades</p><p>e promovem mudanças nos padrões de comportamento dos clientes, com o objetivo</p><p>de melhorar a participação e a qualidade de vida.</p><p>c) O MOHO não considera a interação do homem com o ambiente como um elemento</p><p>importante na prática da Terapia Ocupacional.</p><p>d) O MOHO enfatiza apenas a modificação do ambiente pelo homem, sem considerar a</p><p>influência do ambiente sobre o indivíduo.</p><p>e) Os terapeutas ocupacionais utilizam, exclusivamente, o MOHO para identificar proble-</p><p>mas ocupacionais, sem buscar soluções práticas para melhorar a qualidade de vida dos</p><p>clientes.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>2. A Reabilitação Profissional, incluindo a orientação profissional, desempenha um papel</p><p>crucial no acompanhamento do retorno ao trabalho de trabalhadores contribuintes da</p><p>Previdência, avaliando o potencial laborativo e desenvolvendo planos para o programa de</p><p>retorno ao trabalho. Além disso, a Ergonomia emerge como uma abordagem importante,</p><p>fornecendo fundamentos teóricos e metodológicos para analisar as situações de traba-</p><p>lho, ampliando, assim, as possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional nesse campo.</p><p>(RODRIGUES, 2020).</p><p>Sobre Reabilitação Profissional e Ergonomia, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - A Reabilitação Profissional não desempenha um papel significativo no acompanhamento</p><p>do retorno ao trabalho de trabalhadores contribuintes da Previdência.</p><p>II - A Ergonomia não fornece fundamentos teóricos e metodológicos para analisar as situa-</p><p>ções de trabalho.</p><p>III - A Ergonomia emerge como uma abordagem importante, fornecendo fundamentos teó-</p><p>ricos e metodológicos para analisar as situações de trabalho.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>3. No estudo de Figueiredo et al. (2018) é explorada a significância atribuída ao grupo de</p><p>terapia ocupacional do programa de reabilitação profissional promovido pelo INSS. Os</p><p>participantes destacaram o grupo como uma fonte de orientação, aprendizado, capacitação</p><p>profissional e reintegração ao trabalho.</p><p>Qual é a importância atribuída ao grupo de terapia ocupacional do programa de reabilitação</p><p>profissional promovido pelo INSS, de acordo com os participantes destacados no estudo</p><p>de Figueiredo (2018)?</p><p>a) Os participantes consideram o grupo como uma fonte de entretenimento e lazer.</p><p>b) Os participantes enfatizam que o grupo não contribuiu para seu aprendizado ou capa-</p><p>citação profissional.</p><p>c) Os participantes destacam o grupo como uma fonte de orientação, aprendizado, capa-</p><p>citação profissional e reintegração ao trabalho.</p><p>d) Os participantes consideram o grupo como irrelevante para o processo de reintegração</p><p>ao trabalho.</p><p>e) Os participantes consideram o grupo como uma fonte de conhecimento sobre benefícios.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Estrutura da prática da Terapia Ocupa-</p><p>cional: domínio & processo. 3. ed. traduzida. Rev Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 26,</p><p>2015.</p><p>CANIGLIA, M. Processo de trabalho na área da saúde e o ato terapêutico ocupacional. Revista</p><p>Baiana de Saúde Pública, [s. l.], v. 32, p. 81-81, 2008.</p><p>FIGUEIREDO, M.de O. et al. Trabalhadores em processo de reabilitação profissional: percepções</p><p>sobre o grupo de Terapia Ocupacional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de</p><p>São Paulo, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 56-62, 2018.</p><p>LOUZADA, E.C. et al. Análise sobre a atuação do terapeuta ocupacional como orientador pro-</p><p>fissional no serviço de reabilitação profissional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).</p><p>Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 25, n. 4, p. 687-700, 2017.</p><p>PEREIRA, B. P.; BORBA, P. L. de O.; LOPES, R. E. Terapia ocupacional e educação: as proposições</p><p>de terapeutas ocupacionais na e para a escola no Brasil. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocu-</p><p>pacional, [s. l.], v. 29, p. e2072, 2021.</p><p>POLIA, A. A.; DE CASTRO, D. H. A lesão medular e suas sequelas de acordo com o modelo de</p><p>ocupação humana. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 15, n. 1, 2007.</p><p>RODRIGUES, D. da S.; NOGUEIRA, L. de F. Z.; SOUZA, M. B. C. A. Terapia ocupacional no campo do</p><p>trabalho: a saúde e a sociedade contemporânea como questões necessárias na compreensão</p><p>do trabalhador. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional-REVISBRATO, [s.</p><p>l.], v. 4, n. 4, p. 568-579, 2020.</p><p>SAAVEDRA, A. M. P.; MORALES, G. L.; SOLANO, J. N. Terapia ocupacional, profesión idónea dentro</p><p>de las estrategias de orientación vocacional en la educación media, revisión de literatura. Revis-</p><p>ta Chilena de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 17, n. 1, p. 171-178, 2017.</p><p>SILVA, L. G.; CORTEGOSO, A. L.; DE OLIVEIRA LUSSI, I. A. Da orientação profissional à inserção</p><p>laboral de usuários de serviços de saúde mental em empreendimentos econômicos solidários.</p><p>Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 22, n. 2, 2014.</p><p>SOUZA, M. B. C. A. de; LUSSI, I. A. de O. Terapia Ocupacional e trabalho informal: reflexões para a</p><p>prática. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 30, p. e2901, 2022.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa B.</p><p>A alternativa B está correta porque reflete o princípio central do MOHO, que destaca a inte-</p><p>ração dinâmica entre o indivíduo, suas ocupações e o ambiente. Os terapeutas ocupacionais,</p><p>ao aplicarem os conceitos do MOHO, buscam adaptar ambientes, fornecer treinamento</p><p>de habilidades e promover mudanças nos padrões de comportamento dos clientes para</p><p>melhorar sua participação e qualidade de vida. As demais alternativas estão incorretas, pois</p><p>não refletem adequadamente os princípios e objetivos do MOHO conforme descritos na</p><p>perspectiva de Polia e De Castro (2007).</p><p>2. Alternativa B.</p><p>A afirmativa III está correta porque reflete o conteúdo do texto, que destaca a importância</p><p>da Ergonomia como</p><p>uma abordagem relevante para analisar as situações de trabalho. As</p><p>afirmativas I e II estão incorretas, pois contradizem diretamente o que foi mencionado no</p><p>texto sobre o papel da Reabilitação Profissional e da Ergonomia.</p><p>3. Alternativa C.</p><p>A alternativa C está correta, pois reflete o conteúdo do texto, que destaca a importância</p><p>atribuída pelos participantes ao grupo de terapia ocupacional como uma fonte de orientação,</p><p>aprendizado, capacitação profissional e reintegração ao trabalho. As demais alternativas</p><p>estão incorretas, pois não refletem adequadamente as conclusões do estudo mencionado.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS NA</p><p>TERAPIA COGNITIVA</p><p>Compreender o conceito de cognição.</p><p>Aprofundar o conhecimento sobre reabilitação cognitiva.</p><p>Explorar conhecimento sobre o processo de estimulação cognitiva.</p><p>Conhecer casos práticos de pacientes com queixas no campo das funções cognitivas.</p><p>Desenvolver raciocínio frente ao processo de avaliação dos pacientes.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>No percurso da nossa jornada acadêmica e profissional, nos deparamos com desafios</p><p>complexos e necessidades de constante evolução. Um desses desafios concentra-se</p><p>na compreensão e aplicação da estimulação cognitiva em terapia ocupacional.</p><p>Como estudantes e futuros profissionais, nos questionamos sobre a melhor</p><p>maneira de abordar essa temática, considerando a diversidade de contextos e de</p><p>pacientes que enfrentaremos. Como podemos integrar efetivamente os princípios</p><p>da estimulação cognitiva em nossa prática diária?</p><p>Ao adentrar o mercado de trabalho, uma das principais demandas será o uso da</p><p>estimulação cognitiva, visando a autonomia e independência dos pacientes. Co-</p><p>nectar os aspectos cognitivos com as ocupações significativas do paciente torna-se</p><p>fundamental para promover um processo terapêutico eficaz e centrado no cliente.</p><p>À medida que nos envolvemos com a prática clínica e os estágios, somos</p><p>desafiados a experimentar abordagens variadas de estimulação cognitiva. Desde</p><p>atividades simples que visam melhorar a atenção e a memória, até intervenções</p><p>mais complexas que promovem o raciocínio e a resolução de problemas.</p><p>Cada experiência nos oferece insights valiosos sobre a eficácia e a adaptabili-</p><p>dade das técnicas. Ao experimentar diferentes estratégias, desenvolvemos nossa</p><p>capacidade de avaliar e adaptar as intervenções de acordo com as necessidades</p><p>específicas de cada cliente. Dessa forma, convido você, estudante, a refletir sobre</p><p>como a nossa cognição afeta o cotidiano? Porque precisamos da memória, aten-</p><p>ção, foco para realizar nossas atividades?</p><p>Lembre-se que a reflexão contínua é essencial para o nosso crescimento profis-</p><p>sional, por isso convido-o a dar o play no conhecimento e ouvir com muita atenção</p><p>o nosso podcast Terapia Ocupacional e terapia cognitiva. Bons estudos!</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>NOÇÕES BÁSICAS DE COGNIÇÃO</p><p>Cognição refere-se ao conjunto de processos mentais</p><p>envolvidos no conhecimento, compreensão, percep-</p><p>ção, raciocínio, memória e tomada de decisões. Esses</p><p>processos permitem que os indivíduos processem</p><p>informações do ambiente, interpretem significados,</p><p>resolvam problemas e interajam de maneira adaptativa com o mundo ao seu re-</p><p>dor. A cognição abrange uma ampla gama de funções mentais, incluindo atenção,</p><p>memória, linguagem, percepção, aprendizagem, pensamento, resolução de proble-</p><p>mas e tomada de decisões. Desempenhando um papel fundamental em todas as</p><p>atividades da vida diária e no funcionamento humano geral.</p><p>De acordo com o estudo de Fonseca (2014), a cognição e inteligência humana</p><p>se originam no neocórtex, a maior estrutura cerebral, composta por várias ca-</p><p>madas de neurônios. Os hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, processam</p><p>informações de maneira complementar, com o primeiro focado na novidade e</p><p>criatividade, e o segundo na rotina e análise.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Para iniciar mais uma etapa nos seus estudos, vamos recordar o conceito de</p><p>Atividades Terapêuticas? Referem-se às intervenções planejadas e estruturadas</p><p>utilizadas para promover a saúde e o bem-estar dos clientes na interação complexa</p><p>do processo terapêutico (LIMA; PASTORE; OKUMA, 2011). Em outras palavras, são</p><p>as atividades que utilizamos na prática terapêutica ocupacional como meio de</p><p>atingir um objetivo ou para alcançar determinado fim.</p><p>A cognição abrange</p><p>uma ampla gama de</p><p>funções mentais</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>A rede neural do neocórtex permite uma comunicação rápida e eficaz entre os</p><p>neurônios, resultando na expansão exponencial do cérebro humano ao longo da</p><p>evolução.</p><p>Uma das doenças que envolve a perda cognitiva é a demência, que se configura</p><p>como uma síndrome caracterizada por um declínio cognitivo progressivo que</p><p>afeta as atividades sociais, do cotidiano ou profissionais do indivíduo. Isso im-</p><p>pacta não apenas o paciente, mas também sua família e cuidadores.</p><p>Na fase inicial, o idoso enfrenta dificuldades com as Atividades Instrumentais</p><p>de Vida Diária (AIVD), como gerenciamento de medicação e finanças. Na fase</p><p>moderada, há um maior comprometimento, exigindo assistência para atividades</p><p>básicas de vida diária (ABVD), como autocuidado e alimentação.</p><p>Na fase grave, o idoso se torna totalmente dependente, necessitando de assis-</p><p>tência integral. Portanto, é crucial o apoio multiprofissional ao longo do processo,</p><p>destacando-se a intervenção terapêutica ocupacional como parte fundamental</p><p>da estratégia não farmacológica (LINS; GOMES, 2019).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Quais são as funções cognitivas?</p><p>As funções cognitivas, ou sistemas funcionais cognitivos, compreendem as etapas</p><p>do processamento da informação, como percepção, aprendizagem, memória,</p><p>atenção, vigilância, raciocínio e resolução de problemas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E REABILITAÇÃO COGNITIVA</p><p>A Reabilitação cognitiva é o procedimento direcionado a promover a esti-</p><p>mulação e/ou recuperação das habilidades funcionais e cognitivas de um</p><p>paciente afetado (SANTOS; TEIXEIRA; COELHO, 2018). Nessa perspectiva,</p><p>o terapeuta ocupacional desempenha um papel fundamental na promoção</p><p>da saúde e na preservação da funcionalidade, evoluindo para autonomia,</p><p>independência e qualidade de vida.</p><p>Esse processo envolve estratégias que visam estimular funções e compensar défi-</p><p>cits, buscando minimizar problemas nos processos cognitivos fundamentais (atenção,</p><p>linguagem, memória, raciocínio, resolução de problemas) e nas funções executivas.</p><p>A Terapia Ocupacional baseada na reabilitação cognitiva, por exemplo, para</p><p>condições de delirium (estado agudo de confusão mental, causado por condi-</p><p>ções orgânicas), como abordado no estudo de Tobar, Alvarez e Garrido (2017),</p><p>geralmente envolve uma variedade de intervenções, como estimulação sensorial,</p><p>treinamento cognitivo (por exemplo, atenção, memória e funções executivas) e</p><p>orientação para familiares/cuidadores.</p><p>Estratégias incluem exercícios repetitivos e tarefas específicas para a práti-</p><p>ca de atividades da vida diária (AVD), como arrumar-se, vestir-se e banhar-se,</p><p>visando melhorar as habilidades físicas. Além disso, são aplicadas adaptações</p><p>ambientais para facilitar o desempenho cognitivo e funcional.</p><p>De acordo com Cazeiro e Peres (2010), outro exemplo de atuação acontece nos</p><p>casos de síndrome do imobilismo, causada por tempo prolongado no leito, e,</p><p>geralmente, em pacientes que estão em UTI, pode gerar prejuízos nas funções</p><p>cognitivas e motoras. Dessa forma, diversas atividades terapêuticas, artesanais,</p><p>artísticas ou funcionais podem ser empregadas para promover expressão de</p><p>sentimentos e estimulação cognitiva. No tratamento terapêutico ocupacional, o</p><p>paciente é incentivado a reintegrar gradualmente suas atividades de vida diária,</p><p>trabalho, escolares, de lazer e participação social.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>De acordo com Sá et al. (2019), a reabilitação cognitiva</p><p>demonstra</p><p>capacidade de prolongar a independência do</p><p>paciente em atividades cotidianas e de induzir mudan-</p><p>ças funcionais e estruturais. Consiste em uma forma de</p><p>intervenção que busca estimular funções cognitivas por</p><p>meio de exercícios que imitam situações do dia a dia.</p><p>Esses exercícios são complementados por estraté-</p><p>gias compensatórias, aprimorando o aproveitamento</p><p>das funções cognitivas ainda preservadas. É relevan-</p><p>te destacar que a reabilitação cognitiva é altamente</p><p>personalizada, levando em consideração as opiniões</p><p>individuais do paciente e estabelecendo metas realis-</p><p>tas e significativas para seu progresso.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E AVALIAÇÕES</p><p>COGNITIVAS</p><p>A avaliação da cognição é fundamental na Terapia</p><p>Ocupacional (TO) para identificar déficits, com-</p><p>preender o desempenho ocupacional e direcionar o</p><p>plano de intervenção.</p><p>Segundo Silva (2016 apud SILVA; MONTILHA,</p><p>2021), na utilização de entrevista semiestruturada e</p><p>observação direta para avaliar pacientes adolescentes</p><p>e adultos, é salientado que essas abordagens oferecem</p><p>um espaço de escuta avançado, permitindo que uma</p><p>pessoa avalie suas próprias necessidades, dificulda-</p><p>des, prioridades, importâncias, interesses, rede de</p><p>suporte e expectativas.</p><p>Além disso, possibilita ao avaliador observar a</p><p>pessoa realizando tarefas funcionais de forma livre e</p><p>espontânea, sem interferências, demonstrando suas</p><p>capacidades em ação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>AVALIAÇÕES COGNITIVAS</p><p>Mini Exame do Estado Mental (MEEM): avalia orientação, memória, atenção, linguagem</p><p>e habilidades visuoconstrutivas (CAVALCANTI, 2023).</p><p>Montreal Cognitive Assessment (MoCA): avalia orientação, memória, atenção, lingua-</p><p>gem, habilidades visuoconstrutivas e funções executivas (CIESIELSKA et al., 2016).</p><p>Addenbrooke Cognitive Examination (ACE-R): avalia o desempenho cognitivo global</p><p>do indivíduo, identificando potenciais déficits em diferentes domínios cognitivos (SO-</p><p>BREIRA et al., 2015).</p><p>Avaliação Cognitiva de Terapia Ocupacional de Loewenstein (LOTCA): Identifica áreas</p><p>de força e fraqueza na cognição e no desempenho ocupacional (CHAVES et al., 2010).</p><p>AVALIAÇÕES SEMIESTRUTURADAS</p><p>Entrevista com o paciente e familiares: obter informações sobre histórico de saúde,</p><p>estilo de vida e desempenho ocupacional.</p><p>Observação do paciente durante a realização de atividades: avaliar habilidades e</p><p>comportamentos.</p><p>Análise do ambiente: identificar barreiras e facilitadores para o desempenho ocupacional.</p><p>FATORES A CONSIDERAR DURANTE A AVALIAÇÃO</p><p>Idade: avaliações específicas para diferentes faixas etárias.</p><p>Condição de saúde: avaliações específicas para diferentes diagnósticos.</p><p>Nível de escolaridade: avaliações que considerem o nível de instrução do paciente.</p><p>Contexto cultural: avaliações que considerem o contexto cultural do paciente.</p><p>Atividades significativas: avaliar os gostos e preferências do paciente em relação às atividades.</p><p>IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO</p><p>Identificar déficits cognitivos: compreender as necessidades do paciente e direcionar o</p><p>plano de intervenção.</p><p>Monitorar o progresso: avaliar a efetividade da intervenção e realizar ajustes quando</p><p>necessário.</p><p>Orientar o planejamento de atividades: selecionar atividades adequadas às habilidades</p><p>e necessidades do paciente.</p><p>Promover a comunicação: facilitar a comunicação entre o paciente, a família e a equi-</p><p>pe de saúde.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Na perspectiva da (AOTA, 2015), a avaliação pode ser considerada essencial para</p><p>garantir uma intervenção eficaz e individualizada. A escolha dos instrumentos</p><p>de avaliação deve considerar diversos fatores, como idade, condição de saúde e</p><p>contexto cultural do paciente.</p><p>ESTRATÉGIAS EM REABILITAÇÃO COGNITIVA</p><p>Levando em consideração a atuação com casos de demência, lesões específicas,</p><p>perda de memória pós covid e outras condições semelhantes, um programa estrutu-</p><p>rado e adaptado às necessidades individuais pode ser direcionado a esses pacientes.</p><p>A reabilitação cognitiva busca estimular áreas deficitárias e aproveitar o potencial</p><p>de plasticidade cerebral, utilizando domínios cognitivos para compensar limitações.</p><p>O objetivo será melhorar ou manter a funcionalidade do paciente, promoven-</p><p>do uma melhor qualidade de vida. Esse planejamento utiliza uma variedade de</p><p>técnicas, incluindo atividades com lápis e papel, atividades lúdicas, jogos, exer-</p><p>cícios e até mesmo recursos de softwares. Além disso, destaca-se a importância</p><p>da relação terapêutica, baseada em vínculo, como uma ferramenta essencial no</p><p>processo de reabilitação.</p><p>RECOMENDAÇÕES</p><p>Utilizar diferentes instrumentos de avaliação: obter uma visão abrangente da cognição</p><p>do paciente.</p><p>Considerar o contexto individual: adaptar as avaliações às necessidades do paciente.</p><p>Realizar a avaliação em conjunto com outros profissionais: obter uma avaliação multi-</p><p>disciplinar.</p><p>Manter-se atualizado sobre novas ferramentas de avaliação: aprimorar a prática profissional.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Jogo de memória, quebra-cabeças, jogos de cartas e o campo-minado, são recur-</p><p>sos terapêuticos importantes na Terapia Ocupacional. Eles estimulam habilida-</p><p>des cognitivas, como atenção, memória, resolução de problemas e orientação</p><p>espacial. Além disso, os jogos computadorizados oferecem benefícios adicionais,</p><p>como mobilizar a atenção e o pensamento, simular experiências reais e encorajar</p><p>a detecção de erros.</p><p>Neurociência, Reabilitação Cognitiva e Modelos de Interven-</p><p>ção em Terapia Ocupacional</p><p>Esse livro, destaca a importância da cognição na vida cotidiana</p><p>e explora uma variedade de tópicos e modelos de intervenção</p><p>baseados em evidências científicas e práticas fundamentadas.</p><p>A obra considera todo o ciclo de vida, desde crianças até ido-</p><p>sos, abordando disfunções cognitivas de forma abrangente.</p><p>Convido você a explorar essa ferramenta funcional essencial</p><p>para estudantes e profissionais que buscam compreender o</p><p>desempenho humano e aprimorar suas práticas.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Os jogos podem ser adaptados para diferentes gêneros, etnias e faixas etárias, tor-</p><p>nando-os recursos versáteis para o tratamento de pessoas com lesões cerebrais</p><p>em diversos contextos de atendimento. A Terapia Ocupacional utiliza esses jogos</p><p>como parte de sua intervenção para estimular a recuperação total ou parcial das</p><p>habilidades afetadas pela lesão, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.</p><p>Cruz, Pereira e Raimundo (2022) desenvolveram e avaliaram uma variedade</p><p>de atividades e jogos cognitivos, visando aprimorar habilidades. A análise dessas</p><p>atividades identificou as demandas pessoais, sociais e culturais, além dos com-</p><p>ponentes de desempenho necessários. Isso permitiu a adaptação e graduação</p><p>das atividades para promover a participação e alcançar os objetivos propostos.</p><p>Existem vários recursos terapêuticos para reabilitação e estimulação cognitiva</p><p>que visam melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. Aqui</p><p>estão alguns exemplos de recursos terapêuticos comumente utilizados:</p><p>TREINO DE HABILIDADES COGNITIVAS</p><p>Inclui exercícios para melhorar funções cognitivas específicas, como memória,</p><p>atenção, raciocínio, resolução de problemas e habilidades de planejamento. Isso</p><p>pode ser feito por meio de jogos, quebra-cabeças, exercícios de memória e out-</p><p>ras atividades cognitivamente desafiadoras.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL BASEADA EM ATIVIDADES LÚDICAS</p><p>Utiliza jogos, brinquedos e atividades recreativas adaptadas para promover o</p><p>desenvolvimento cognitivo, social e emocional.</p><p>TECNOLOGIA ASSISTIVA</p><p>Inclui dispositivos e equipamentos especializados projetados para ajudar pessoas</p><p>com deficiências físicas ou cognitivas a realizar tarefas diárias. Exemplos incluem,</p><p>softwares de comunicação alternativa, dispositivos de controle remoto adaptados</p><p>e aplicativos de treinamento cognitivo.</p><p>TERAPIA DE REMINISCÊNCIA</p><p>Envolve a utilização de lembranças do passado, como fotos, músicas ou objetos</p><p>significativos, para estimular a memória, promover a autoexpressão e melhorar o</p><p>bem-estar emocional.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE</p><p>APRENDIZAGEM 7</p><p>TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS</p><p>Ajuda os pacientes a desenvolverem habilidades de interação social, comu-</p><p>nicação e resolução de conflitos, o que pode melhorar sua capacidade de se</p><p>envolver em atividades significativas e manter relacionamentos saudáveis.</p><p>ESTIMULAÇÃO SENSORIAL</p><p>Inclui atividades que estimulam os sentidos, como música, aromaterapia, terapia</p><p>com animais e outras técnicas sensoriais, que podem ajudar a melhorar o humor,</p><p>reduzir o estresse e aumentar a concentração.</p><p>ESTRATÉGIAS DE COMPENSAÇÃO</p><p>Envolve o ensino de técnicas e adaptações que permitem às pessoas con-</p><p>tornarem suas dificuldades cognitivas, como o uso de listas de verificação, cal-</p><p>endários visuais e outras ferramentas de organização.</p><p>Esses recursos terapêuticos podem ser personalizados de acordo com as necessi-</p><p>dades individuais de cada paciente. São frequentemente utilizados em conjunto</p><p>para proporcionar uma abordagem abrangente e eficaz para a reabilitação e es-</p><p>timulação cognitiva em terapia ocupacional.</p><p>■ A escolha dos recursos terapêuticos deve ser individualizada, consideran-</p><p>do as necessidades, habilidades e interesses de cada indivíduo.</p><p>■ É fundamental considerar o contexto social e cultural do paciente.</p><p>■ A participação da família e dos cuidadores é fundamental no processo</p><p>terapêutico.</p><p>■ A Terapia Ocupacional deve ser realizada por um profissional qualificado</p><p>e registrado no Conselho Federal de Terapia Ocupacional.</p><p>■ A seguir, exemplos de Atividades para Diferentes Funções Cognitivas:</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>ATENÇÃO</p><p>Jogo dos sete erros.</p><p>Bingo.</p><p>Caça-palavras.</p><p>Labirintos.</p><p>Rastreio visual.</p><p>MEMÓRIA</p><p>Jogo da memória.</p><p>Quebra-cabeças.</p><p>Histórias.</p><p>Músicas.</p><p>Revisão de conteúdo.</p><p>LINGUAGEM</p><p>Jogos de palavras.</p><p>Narração de histórias.</p><p>Descrição de imagens.</p><p>Conversação.</p><p>Leitura e escrita.</p><p>RACIOCÍNIO LÓGICO</p><p>Jogos de tabuleiro.</p><p>Quebra-cabeças.</p><p>Sudoku.</p><p>Cálculo mental.</p><p>Jogos de lógica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO</p><p>Planejamento de um cardápio.</p><p>Organização de uma agenda.</p><p>Elaboração de um orçamento.</p><p>Preparo de uma mala para viagem.</p><p>Realização de uma receita culinária.</p><p>Conforme a pesquisa de Lopes et al. (2020), as atividades utilizadas, muitas ve-</p><p>zes, requerem graduação para serem realizadas, levando em conta os níveis de</p><p>dificuldade do grupo ou individuais e adaptadas de acordo com a necessidade.</p><p>Na reabilitação cognitiva, pode-se empregar jogos, dinâmicas e atividades</p><p>musicais, entre outras, visando promover o bem-estar, a autonomia e a indepen-</p><p>dência tanto individualmente quanto socialmente, proporcionando também uma</p><p>melhor qualidade de vida para familiares e cuidadores.</p><p>REABILITAÇÃO COGNITIVA PARA PACIENTES PÓS COVID-19</p><p>A Covid-19 pode causar diversos efeitos no sistema nervoso central, incluin-</p><p>do déficits cognitivos que impactam o desempenho ocupacional das pessoas.</p><p>A Terapia Ocupacional tem um papel fundamental na reabilitação cognitiva</p><p>desses pacientes, ajudando-os a recuperar suas habilidades e retomar suas ativi-</p><p>dades cotidianas. Cruz, Pereira e Raimundo (2022) analisaram a intervenção de</p><p>terapeutas ocupacionais que realizaram treino cognitivo em 21 idosos durante a</p><p>pandemia, e foi observado que o treino cognitivo apresentou efeitos positivos na</p><p>melhora das funções cognitivas, na promoção da qualidade de vida e na redução</p><p>dos sintomas depressivos.</p><p>A seguir vejamos as principais Contribuições da TO:</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>A Terapia Ocupacional realiza uma avaliação abrangente das habilidades cogni-</p><p>tivas e do desempenho ocupacional do paciente, identificando áreas de déficit e</p><p>necessidades específicas.</p><p>INTERVENÇÃO INDIVIDUALIZADA</p><p>A Terapia Ocupacional desenvolve um plano de intervenção individualizado,</p><p>considerando as características e necessidades de cada paciente.</p><p>ESTÍMULO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>A Terapia Ocupacional utiliza diversas técnicas e atividades para estimular as</p><p>funções cognitivas afetadas pela COVID-19, como memória, atenção, linguagem,</p><p>pensamento e funções visuoespaciais.</p><p>TREINO DE HABILIDADES</p><p>A Terapia Ocupacional treina as habilidades que o paciente precisa para realizar</p><p>suas atividades cotidianas, como se vestir, cozinhar, tomar banho, gerenciar</p><p>finanças e usar o transporte público.</p><p>PROMOÇÃO DA INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA</p><p>A Terapia Ocupacional visa promover a independência e autonomia do paciente</p><p>em suas atividades diárias, aumentando sua qualidade de vida.</p><p>ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO</p><p>A Terapia Ocupacional orienta e educa o paciente, seus familiares e cuidadores</p><p>sobre os déficits cognitivos e as estratégias para lidar com eles.</p><p>APOIO EMOCIONAL</p><p>A Terapia Ocupacional oferece apoio emocional ao paciente e seus familiares,</p><p>ajudando-os a lidar com as dificuldades e desafios da reabilitação cognitiva.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Lopes (2020), em seu estudo, apresenta que a utilização de atividades foi uma</p><p>prática bem recebida por idosos, sendo a socialização um aspecto destacado,</p><p>especialmente, em atividades envolvendo dinâmicas, músicas e jogos. Além disso,</p><p>destaca-se que os cuidadores também se beneficiaram.</p><p>Corroborando com a temática da importância de recursos para estimular a</p><p>cognição, Pelosi et al. (2009) apresentam que o trabalho do Terapeuta Ocupa-</p><p>cional em Tecnologia Assistiva inclui a avaliação das necessidades dos usuários,</p><p>suas habilidades físicas, cognitivas e sensoriais, bem como a receptividade do</p><p>indivíduo às modificações ou adaptações.</p><p>O que também é salientado por Pires et al. (2023), que utilizaram a confecção</p><p>de um ábaco artesanal com materiais de baixo custo para estimular a cognição e a</p><p>mobilidade em idosos com Doença de Parkinson. Dessa forma, todos esses estudos</p><p>apresentam a necessidade de recursos terapêuticos para estimular a cognição e</p><p>trazer mais qualidade de vida para os pacientes.</p><p>A seguir vejamos os Recursos Terapêuticos:</p><p>Jogos e Brincadeiras:</p><p>jogos de tabuleiro, cartas, me-</p><p>mória, quebra-cabeças, jogos</p><p>educativos on-line.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>Artesanato e Trabalhos Manuais:</p><p>pintura, desenho, escultura,</p><p>crochê, tricô, origami.</p><p>Atividades Musicais:</p><p>cantar, tocar instrumentos musi-</p><p>cais, ouvir música, participar de</p><p>grupos musicais.</p><p>Tecnologia Assistiva:</p><p>softwares de estimulação cogni-</p><p>tiva, aplicativos de comunicação,</p><p>tablets e smartphones.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>A reabilitação cognitiva em Terapia Ocupacional oferece uma ampla gama de</p><p>benefícios que impactam positivamente a vida dos pacientes. Ao focar na melhora</p><p>da memória, atenção, linguagem, pensamento e funções visuoespaciais, essa abor-</p><p>dagem promove uma maior independência e autonomia nas atividades diárias.</p><p>Consequentemente, os pacientes experimentam uma melhora significativa</p><p>em sua qualidade de vida, além de uma redução do estresse e da ansiedade. Além</p><p>disso, a Terapia Ocupacional contribui para o aumento da autoestima e da con-</p><p>fiança dos pacientes, incentivando-os a se envolverem mais ativamente em suas</p><p>comunidades e a participarem de atividades sociais de forma mais satisfatória.</p><p>Esses benefícios combinados destacam a importância e o impacto positivo da</p><p>reabilitação cognitiva com a Terapia Ocupacional na vida das pessoas.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Chegamos ao final de mais um tema de aprendizagem, encorajamos a todos os</p><p>estudantes de Terapia Ocupacional a refletirem sobre a importância do entendi-</p><p>mento profundo dos conceitos de cognição. A compreensão desses fundamentos</p><p>não só fortalece suas habilidades clínicas, mas também os prepara para enfrentar</p><p>os desafios do mercado de trabalho de forma mais eficaz, pois utilizamos o nosso</p><p>foco, atenção, memória, resolução de problemas a todo momento no dia a dia.</p><p>Além disso, convido-os a manter-se sempre atualizados e engajados na busca</p><p>constante pelo conhecimento, pois a aprendizagem contínua é fundamental</p><p>para o sucesso na prática da Terapia Ocupacional e na promoção do bem-estar</p><p>dos nossos pacientes.</p><p>Bons estudos!</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. De acordo com o estudo de Fonseca (2014), a cognição e inteligência humana se originam</p><p>no neocórtex, a maior estrutura cerebral, composta por várias camadas de neurônios. Os</p><p>hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, processam informações de maneira comple-</p><p>mentar, com o primeiro focado na novidade e criatividade, e o segundo na rotina e análise.</p><p>A rede neural do neocórtex permite uma comunicação rápida e eficaz entre os neurônios,</p><p>resultando na expansão exponencial do cérebro humano ao longo da evolução.</p><p>Qual a principal estrutura cerebral responsável pela cognição e inteligência humana?</p><p>a) Cerebelo.</p><p>b) Hipotálamo.</p><p>c) Neocórtex.</p><p>d) Tronco cerebral.</p><p>e) Medula espinhal.</p><p>2. A Covid-19 pode causar diversos efeitos no sistema nervoso central, incluindo déficits cog-</p><p>nitivos que impactam o desempenho ocupacional das pessoas. A Terapia Ocupacional tem</p><p>um papel fundamental na reabilitação cognitiva desses pacientes, ajudando-os a recuperar</p><p>suas habilidades e retomar suas atividades cotidianas. Cruz, Pereira e Raimundo (2022)</p><p>analisaram a intervenção de terapeutas ocupacionais que realizaram treino cognitivo em</p><p>21 idosos durante a pandemia, e foi observado que o treino cognitivo apresentou efeitos</p><p>positivos na melhoria das funções cognitivas, na promoção da qualidade de vida e na re-</p><p>dução dos sintomas depressivos.</p><p>Qual é um dos benefícios do treino cognitivo para os idosos durante a pandemia?</p><p>a) Piora das funções cognitivas.</p><p>b) Piora da memória.</p><p>c) Redução da qualidade de vida.</p><p>d) Melhora das funções cognitivas e promoção da qualidade de vida.</p><p>e) Aumento de sintomas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>3. A Covid-19 pode causar diversos efeitos no sistema nervoso central, incluindo déficits cog-</p><p>nitivos que impactam o desempenho ocupacional das pessoas. A Terapia Ocupacional tem</p><p>um papel fundamental na reabilitação cognitiva desses pacientes, ajudando-os a recuperar</p><p>suas habilidades e retomar suas atividades cotidianas. Cruz, Pereira e Raimundo (2022)</p><p>analisaram a intervenção de terapeutas ocupacionais que realizaram treino cognitivo em</p><p>21 idosos durante a pandemia, sendo observado que o treino cognitivo apresentou efeitos</p><p>positivos na melhoria das funções cognitivas, na promoção da qualidade de vida e na re-</p><p>dução dos sintomas depressivos.</p><p>Qual é o papel da Terapia Ocupacional em relação aos pacientes afetados pela Covid-19,</p><p>conforme descrito no texto?</p><p>a) Auxiliar na reabilitação física.</p><p>b) Auxiliar na reabilitação da memória.</p><p>c) Auxiliar na reabilitação cognitiva.</p><p>d) Auxiliar na reabilitação social.</p><p>e) Auxiliar na reabilitação emocional.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Estrutura da prática da Terapia Ocupa-</p><p>cional: domínio & processo. 3. ed. traduzida. Rev Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 26,</p><p>2015.</p><p>CAVALCANTI, A. Terapia Ocupacional: fundamentação & prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Guana-</p><p>bara Koogan, 2023.</p><p>CAZEIRO, A. P. M.; PERES, P. T. A Terapia Ocupacional na prevenção e no tratamento de compli-</p><p>cações decorrentes da imobilização no leito. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s.</p><p>l.], v. 18, n. 2, 2010.</p><p>CHAVES, G. de F. dos S. et al. Escalas de avaliação para Terapia Ocupacional no Brasil. Revista</p><p>de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 240–246, 2010.</p><p>CIESIELSKA, N. et al. Is the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) test better suited than the Mi-</p><p>ni-Mental State Examination (MMSE) in mild cognitive impairment (MCI) detection among peo-</p><p>ple aged over 60? Meta-analysis. Psychiatr Pol, [s. l.], v. 50, n. 5, p. 1039-1052, 2016.</p><p>CRUZ, G. P. da; PEREIRA, L. S.; RAYMUNDO, T. M. Treino cognitivo para idosos sem déficit cog-</p><p>nitivo: uma intervenção da Terapia Ocupacional durante a pandemia da Covid-19. Cadernos</p><p>Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 30, p. e3030, 2022.</p><p>FONSECA, V. da. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma</p><p>abordagem neuropsicopedagógica. Revista Psicopedagogia, [s. l.], v. 31, n. 96, p. 236-253, 2014.</p><p>LIMA, E. M. F. A.; PASTORE, M. N.; OKUMA, D. G. As atividades no campo da Terapia Ocupacional:</p><p>mapeamento da produção científica dos terapeutas ocupacionais brasileiros de 1990 a 2008.</p><p>Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, [s. l.], v. 22, n. 1, p. 68-75, 2011.</p><p>LINS, V. S.; GOMES, M. Q. de C. Terapia Ocupacional no cuidado ao idoso com demência: uma</p><p>revisão integrativa. Rev Interinst Bras Ter Ocup Rio de Janeiro, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 117-132, 2019.</p><p>LOPES, P. H. D. et al. A importância da Terapia Ocupacional na reabilitação e manutenção de</p><p>componentes cognitivos em um centro de convivência da terceira idade na cidade de Teresina/</p><p>PI–relato de experiência. Brazilian Journal of Development, [s. l.], v. 6, n. 2, p. 8922-8931, 2020.</p><p>PELOSI, M. B. et al. Formação em serviço de profissionais da saúde na área de tecnologia assis-</p><p>tiva: o papel do terapeuta ocupacional. Journal of Human Growth and Development, [s. l.], v. 19,</p><p>n. 3, p. 435-444, 2009.</p><p>PIRES, L. S. et al. Construção de um ábaco artesanal para estímulo cognitivo e motor dos idosos</p><p>com Parkinson. Peer Review, [s. l.], v. 5, n. 5, p. 53-67, 2023.</p><p>SÁ, de C. et al. Eficácia da reabilitação cognitiva na melhoria e manutenção das atividades de</p><p>vida diária em pacientes com doença de Alzheimer: uma revisão sistemática da literatura. Jornal</p><p>Brasileiro de Psiquiatria, [s. l.], v. 68, p. 153-160, 2019.</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>SANTOS, M. F. R. dos; TEIXEIRA, H. P.; COELHO, L. de P. Neuropsicologia e reabilitação cognitiva</p><p>em pacientes acometidos de acidente vascular encefálico. Revista Transformar, [s. l.], v. 12, n. 1,</p><p>p. 260-283, 2018.</p><p>SILVA, M. R.; MONTILHA, R. C. I. A avaliação terapêutica ocupacional (ATO) para adolescentes e</p><p>adultos com deficiência visual. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, [s.</p><p>l.], v. 5, n. 2, p. 252-265, 2021.</p><p>SOBREIRA, E. et al. Rastreio de comprometimento cognitivo em pacientes com doença de Par-</p><p>kinson: validade diagnóstica das versões brasileiras da Montreal Cognitive Assessment e do</p><p>Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, [s. l.], v. 73, p.</p><p>929-933, 2015.</p><p>TOBAR, E.; ALVAREZ, E.; GARRIDO, Ml. Estimulação cognitiva e Terapia Ocupacional para pre-</p><p>venção de delirium. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, [s. l.], v. 29, p. 248-252, 2017.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. Alternativa C.</p><p>A descrição do estudo de Fonseca (2014) enfatiza que a cognição e inteligência humana se</p><p>originam no neocórtex. O neocórtex é a parte mais desenvolvida e evolutivamente recente</p><p>do córtex cerebral, responsável por funções cognitivas complexas, como memória, lingua-</p><p>gem, raciocínio, planejamento, tomada de decisões e processamento sensorial. Portanto, de</p><p>acordo com o estudo mencionado, o neocórtex é a principal estrutura cerebral associada à</p><p>cognição e inteligência humanas. As outras opções (a) Cerebelo, (b) Hipotálamo, (d) Tronco</p><p>cerebral e (e) Medula Espinhal, embora tenham importantes funções no organismo, não estão</p><p>diretamente associadas à cognição e inteligência conforme especificado no texto fornecido.</p><p>2. Alternativa D.</p><p>O texto menciona que o treino cognitivo realizado pelos terapeutas ocupacionais apresentou</p><p>efeitos positivos na melhoria das funções cognitivas, na promoção da qualidade de vida e</p><p>na redução dos sintomas depressivos dos idosos durante a pandemia. Portanto, o treino</p><p>cognitivo proporcionou benefícios significativos, incluindo aprimoramento das capacidades</p><p>cognitivas e um aumento geral na qualidade de vida dos participantes do estudo.</p><p>3. Alternativa D.</p><p>No texto, é mencionado que a Terapia Ocupacional desempenha um papel fundamental na</p><p>reabilitação cognitiva dos pacientes afetados pela Covid-19. Isso significa que os terapeutas</p><p>ocupacionais trabalham para ajudar os pacientes a recuperar suas habilidades cognitivas</p><p>comprometidas devido à doença, auxiliando-os no desenvolvimento de estratégias e na</p><p>realização de atividades que visam melhorar funções como a memória, a atenção e o ra-</p><p>ciocínio. Portanto,</p><p>a reabilitação cognitiva é uma das principais áreas de atuação da Terapia</p><p>Ocupacional em relação aos pacientes afetados pela Covid-19, conforme descrito no texto.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS E</p><p>TÉCNICAS NA PEDIATRIA</p><p>Compreender os princípios fundamentais da terapia ocupacional na infância.</p><p>Aprofundar o conhecimento sobre o desenvolvimento neuropsicomotor infantil.</p><p>Examinar técnicas de intervenção precoce para crianças com atrasos no</p><p>desenvolvimento motor.</p><p>Conhecer abordagens terapêuticas específicas para crianças.</p><p>Desenvolver habilidades na seleção e aplicação de recursos terapêuticos.</p><p>Entender o desenvolvimento motor.</p><p>Explorar novas tendências e tecnologias em terapia ocupacional infantil.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>No percurso da jornada acadêmica e profissional em Terapia Ocupacional na</p><p>infância, nos deparamos com a complexidade de promover o desenvolvimento</p><p>dos nossos pacientes.</p><p>Como futuros profissionais, surge o questionamento:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Como integrar os princípios da estimulação de forma efetiva em nossa prática?</p><p>No mercado de trabalho, a demanda por autonomia e independência dos pacientes</p><p>vem crescendo, principalmente com o público infantil. Isso nos conduz aos estudos</p><p>da conexão entre os aspectos cognitivos, motores e as ocupações significativas.</p><p>Dessa forma, é preciso refletir sobre como o desenvolvimento da criança</p><p>influencia no seu cotidiano? Este tema convida você, estudante, a explorar a</p><p>promoção do desenvolvimento das crianças por meio da Terapia Ocupacional,</p><p>enriquecendo nossa prática com uma abordagem centrada no cliente.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Para continuar os nossos estudos, vamos recordar um dos conceitos-base da nossa</p><p>atuação, as Ocupações:</p><p>“A Terapia Ocupacional considera as ocupações como as atividades diárias realizadas</p><p>por indivíduos, famílias e comunidades, que preenchem o tempo e conferem sentido</p><p>e propósito à vida. Isso abrange desde tarefas essenciais até aquelas desejadas e so-</p><p>cialmente esperadas” (WFOT, 2012, p. 2).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E A ATUAÇÃO NA INFÂNCIA</p><p>Na jornada da Terapia Ocupacional na infância, mergulhamos em um universo</p><p>vasto e multifacetado, em que cada criança é um mundo a ser compreendido e</p><p>guiado em seu desenvolvimento. Podemos considerar, que as ocupações são</p><p>mais do que simples atividades, são os blocos de construção da vida diária das</p><p>crianças, desde os primeiros dias de vida até a transição para a idade adulta. As</p><p>ocupações incluem não apenas as tarefas essenciais, como se alimentar e se vestir,</p><p>mas também as atividades desejadas e socialmente significativas, como brincar,</p><p>aprender e interagir com os outros.</p><p>É por meio dessas ocupações que as crianças desenvolvem habilidades motoras,</p><p>cognitivas, sociais e emocionais, moldando sua identidade e preparando-as para</p><p>enfrentar os desafios do mundo.</p><p>Segundo a AOTA (2015), as crianças participam de brincadeiras para desenvolver ha-</p><p>bilidades que mais tarde facilitam sua participação em atividades de lazer e trabalho.</p><p>O estudo de Folha e Della Barba (2020) indica que o brincar é a ocupação</p><p>principal das crianças, destacando a importância que os terapeutas ocupacio-</p><p>nais atribuem a essa atividade. As ocupações infantis, tanto em crianças com</p><p>desenvolvimento típico quanto atípico, também são significativas e evidenciam</p><p>Dê o play no nosso podcast Terapia Ocupacional e atuação na infância e descubra</p><p>como podemos transformar a vida das crianças por meio de intervenções terapêu-</p><p>ticas significativas. Venha conosco nessa jornada de conhecimento e inspiração!”</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>o reconhecimento da Terapia Ocupacional nesses contextos. A promoção da par-</p><p>ticipação em ocupações emerge como uma necessidade para ambos os grupos.</p><p>Antes de adentrarmos nas técnicas terapêuticas, é essencial entendermos o</p><p>arcabouço do desenvolvimento neuropsicomotor infantil. Cada criança é única</p><p>em seu processo de desenvolvimento, e compreender as etapas desde o nasci-</p><p>mento até a idade adulta é crucial para uma intervenção eficaz. Dessa forma,</p><p>discutiremos marcos do desenvolvimento motor, cognitivo e socioemocional,</p><p>fornecendo uma base sólida para nossas práticas terapêuticas.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Quais as fases do desenvolvimento infantil?</p><p>De acordo com Papalia, Olds e Fieldman (2000), esse estágio da vida pode ser</p><p>dividido em três fases, vejamos a seguir cada uma delas.</p><p>Primeira infância: 0 – 3 anos</p><p>Na primeira infância, todos os sentidos operam desde o nascimento, embora</p><p>em diferentes graus de habilidade. Durante esse período, o cérebro passa por</p><p>um aumento significativo em complexidade e influencia-se pelo meio. O de-</p><p>senvolvimento ocorre rapidamente. Mesmo nas primeiras semanas de vida, as</p><p>capacidades de aprendizado e memorização já estão presentes.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Ao final do segundo ano de vida, observa-se o desenvolvimento do uso de símbo-</p><p>los e da habilidade de resolver problemas. A compreensão e o uso da linguagem</p><p>também se desenvolvem rapidamente nessa fase. Além disso, as crianças come-</p><p>çam a formar vínculos emocionais com seus pais e outras pessoas, desenvolvendo</p><p>um senso inicial de autoconsciência.</p><p>Conforme a primeira infância avança, há uma transição da dependência para</p><p>a autonomia, à medida que as crianças se tornam mais independentes em suas</p><p>atividades diárias. Elas também começam a demonstrar um aumento de interesse</p><p>por outras crianças, iniciando interações sociais e explorando o mundo ao seu</p><p>redor de forma mais ativa.</p><p>Segunda infância 1 – 1 anos</p><p>A autora apresenta que na segunda infância, o crescimento continua de forma</p><p>constante, com o corpo se tornando mais esguio e as proporções se assemelhando</p><p>mais às de um adulto. Durante esse período, é comum que o apetite diminua e</p><p>que problemas de sono surjam. Observa-se uma preferência pelo uso de uma</p><p>das mãos, ao mesmo tempo em que as habilidades motoras finas e grossas, assim</p><p>como a força, aumentam significativamente.</p><p>O pensamento ainda é um tanto egocêntrico, mas há um progresso na</p><p>compreensão do ponto de vista das outras pessoas. A imaturidade cognitiva</p><p>pode levar a concepções ilógicas sobre o mundo, porém, a memória e a lin-</p><p>guagem se aprimoram. A inteligência torna-se mais previsível e o autocon-</p><p>ceito, juntamente com a compreensão das emoções, torna-se mais complexo,</p><p>afetando a autoestima de maneira global.</p><p>A independência, iniciativa, autocontrole e autocuidado aumentam, enquan-</p><p>to a identidade de gênero começa a se desenvolver. O brincar torna-se mais ima-</p><p>ginativo, complexo e social, enquanto comportamentos como altruísmo, agressão</p><p>e medos tornam-se comuns.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Embora a família ainda seja central na vida social, as interações com outras crian-</p><p>ças ganham importância. Frequentar a pré-escola torna-se uma prática comum,</p><p>proporcionando às crianças um ambiente enriquecedor para explorar suas ha-</p><p>bilidades sociais e cognitivas.</p><p>Terceira infância 1 – 11 anos</p><p>Ainda segundo Papalia, Olds e Fieldman (2000) na terceira infância, o ritmo de</p><p>crescimento desacelera, enquanto a força e as habilidades atléticas continuam a</p><p>se desenvolver. Embora doenças respiratórias sejam comuns, a saúde, geralmente,</p><p>é melhor do que em qualquer outro estágio do ciclo de vida.</p><p>O egocentrismo diminui à medida que as crianças começam a pensar de ma-</p><p>neira mais lógica, embora ainda de forma concreta. As habilidades de memória</p><p>e linguagem também aumentam durante esse período. O autoconceito torna-se</p><p>mais complexo, o que influencia diretamente a autoestima da criança.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Nota-se uma transferência gradual de controle dos pais para a criança, refletida</p><p>na co-regulação. Nesse estágio, os amigos assumem uma importância central na</p><p>vida da criança, contribuindo para o seu desenvolvimento social e emocional. Nas</p><p>fases de desenvolvimento, conforme a teoria de Jean</p><p>Piaget, refletem a maturação</p><p>biológica e se dividem em quatro estágios distintos: sensório-motor (do nascimento</p><p>até aproximadamente os 2 anos), pré-operacional (dos dois aos sete anos), opera-</p><p>cional concreto (dos sete aos 12 anos) e operacional formal (a partir dos 12 anos).</p><p>Durante a transição entre esses estágios e o processo de aprendizagem, a criança</p><p>passa por um ciclo de adaptação, acomodação e assimilação do conhecimento,</p><p>mantendo um equilíbrio de maturação que impulsiona esse progresso e estabe-</p><p>lece a conexão entre estágios sucessivos. Uma compreensão profunda das fases</p><p>de desenvolvimento permite uma melhor identificação das potencialidades a</p><p>serem nutridas e estimuladas em crianças, de acordo com o estágio em que se</p><p>encontram, facilitando, assim, a promoção da aquisição de conhecimento no</p><p>contexto do ensino e aprendizagem (SCHIRMANN et al., 2019).</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>Os princípios do desenvolvimento motor são fundamentais para entender como</p><p>as habilidades motoras se desenvolvem e progridem ao longo da vida de uma</p><p>pessoa. Existem três princípios principais que ajudam a explicar essa evolução:</p><p>desenvolvimento céfalo-caudal, desenvolvimento próximo-distal e desenvolvi-</p><p>mento geral para específico.</p><p>A seguir, vejamos características do Desenvolvimento, segundo estudo de</p><p>Haywood (2016):</p><p>A Criança e A Motricidade Fina Desenvolvimento, Problemas</p><p>e Estratégias</p><p>Estudante! Convido você a explorar essa ferramenta funcional</p><p>essencial para estudantes e profissionais que buscam com-</p><p>preender o desempenho humano e aprimorar suas práticas.</p><p>Esse livro aborda o desenvolvimento da motricidade fina na</p><p>infância, destacando sua importância para a interação da crian-</p><p>ça com o ambiente. Explora como as habilidades motoras finas</p><p>se relacionam com atividades cotidianas e oferece estratégias</p><p>para promover um desenvolvimento saudável. Boa leitura!</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>DESENVOLVIMENTO CÉFALO-CAUDAL</p><p>Esse princípio descreve o padrão pelo qual o desenvolvimento progride da cabeça em</p><p>direção aos pés.</p><p>DESENVOLVIMENTO PRÓXIMO-DISTAL</p><p>Esse princípio indica que o desenvolvimento ocorre de dentro para fora, seguindo</p><p>em direção ao eixo corporal e, em seguida, para as extremidades. Isso significa que</p><p>os movimentos amplos começam na região central do corpo, como os ombros, e se</p><p>estendem gradualmente para os braços, mãos e dedos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Esses princípios do desenvolvimento motor fornecem uma estrutura útil para</p><p>compreender como as habilidades motoras se desenvolvem desde o nascimento</p><p>até a idade adulta, ajudando profissionais e cuidadores a entenderem as neces-</p><p>sidades e capacidades das crianças em diferentes estágios de desenvolvimento.</p><p>O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO</p><p>A relação entre a criança e o brincar é fundamental para a Terapia Ocupacional,</p><p>pois o brincar é uma atividade natural e essencial para o desenvolvimento infan-</p><p>til em diversas áreas, incluindo física, cognitiva, social e emocional. Na Terapia</p><p>Ocupacional, o brincar é visto como uma ferramenta terapêutica poderosa, pois</p><p>proporciona uma maneira lúdica e engajadora de abordar uma variedade de</p><p>objetivos terapêuticos e é a principal ocupação da infância.</p><p>DESENVOLVIMENTO GERAL PARA ESPECÍFICO</p><p>Tanto no comportamento quanto no controle motor, esse princípio sugere que o</p><p>desenvolvimento começa com movimentos simples e generalizados e, com o tempo,</p><p>torna-se mais específico e refinado. Inicialmente, as crianças realizam movimentos</p><p>amplos e não especializados, e à medida que crescem e ganham experiência, esses</p><p>movimentos se tornam mais precisos e direcionados para tarefas específicas.</p><p>De acordo com a AOTA (2015), o Brincar/jogar são atividades intrinsecamente mo-</p><p>tivadoras, controladas internamente e escolhidas livremente. Elas podem envolver</p><p>a suspensão da realidade, exploração, humor, assumir riscos, competições e cele-</p><p>brações. O brincar é um fenômeno complexo e multidimensional influenciado por</p><p>fatores socioculturais.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Aqui estão algumas maneiras pelas quais o brincar é utilizado na Terapia Ocu-</p><p>pacional para promover o desenvolvimento infantil:</p><p>DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>O brincar permite que as crianças pratiquem e aprimorem suas habilidades</p><p>motoras, incluindo habilidades motoras grossas (como correr, pular e escalar) e</p><p>habilidades motoras finas (como pegar objetos pequenos, desenhar e recortar).</p><p>DESENVOLVIMENTO COGNITIVO</p><p>Brincar estimula a criatividade, a imaginação e a resolução de problemas. Ao brin-</p><p>car de forma imaginativa, as crianças desenvolvem habilidades de representação</p><p>simbólica, aprendendo a atribuir significados a objetos e eventos.</p><p>DESENVOLVIMENTO SOCIAL E EMOCIONAL</p><p>O brincar em grupo oferece oportunidades para as crianças praticarem habil-</p><p>idades sociais, como cooperação, comunicação, negociação e empatia. Além</p><p>disso, o brincar permite que as crianças expressem e processem suas emoções</p><p>de forma segura e saudável.</p><p>DESENVOLVIMENTO SENSORIAL</p><p>Brincar envolve a exploração sensorial, permitindo que as crianças experimentem</p><p>diferentes texturas, sons, cores e movimentos. Isso é especialmente importante</p><p>para crianças com sensibilidades sensoriais ou dificuldades de integração senso-</p><p>rial.</p><p>DESENVOLVIMENTO DA AUTOESTIMA E CONFIANÇA</p><p>Ao participar de atividades de brincadeira adaptadas às suas habilidades e inter-</p><p>esses, as crianças desenvolvem uma sensação de competência e realização, o</p><p>que contribui para a construção da autoestima e da autoconfiança.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>De acordo com Campos (2017), o brincar emerge como uma atividade central</p><p>no dia a dia das crianças, contribuindo para o aprimoramento de habilidades</p><p>cognitivas, sociais, emocionais e psicomotoras. Em seu estudo confirma-se o</p><p>impacto benéfico do brincar enquanto recurso terapêutico ocupacional integrado</p><p>ao programa de intervenção desenvolvido.</p><p>No que diz respeito à organização espacial, observou-se uma mudança po-</p><p>sitiva no status clínico da criança, já em relação ao esquema corporal, embora</p><p>tenha permanecido na população disfuncional, houve avanços notáveis e quanto</p><p>à organização temporal, a criança apresentou-se em uma faixa de incerteza, in-</p><p>dicando um progresso em direção à funcionalidade.</p><p>Dentre as atividades empregadas durante a intervenção, destacam-se: brin-</p><p>cadeiras de faz de conta, exercícios de reflexo no espelho, jogos de seguir o líder,</p><p>pintura em superfície espelhada, narração e reprodução de histórias, colagem de</p><p>objetos, desenho do corpo humano e circuitos psicomotores.</p><p>Na Terapia Ocupacional, utilizamos uma variedade de técnicas e aborda-</p><p>gens terapêuticas baseadas no brincar para atender às necessidades individuais de</p><p>cada criança. Isso pode incluir o uso de jogos estruturados, atividades sensoriais,</p><p>brincadeiras dirigidas e intervenções baseadas em interesses da criança. O obje-</p><p>tivo é tornar a terapia divertida, significativa e relevante para a criança, enquanto</p><p>promove seu desenvolvimento e bem-estar global.</p><p>AVALIAÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA INFÂNCIA</p><p>A avaliação da criança em Terapia Ocupacional é um processo abrangente e mul-</p><p>tidimensional que visa compreender suas habilidades, necessidades e dificuldades</p><p>relacionadas ao desempenho ocupacional.</p><p>■ Entrevista e Histórico: o terapeuta ocupacional inicia o processo de</p><p>avaliação entrevistando os pais ou responsáveis pela criança para obter</p><p>informações detalhadas sobre seu desenvolvimento, histórico médico,</p><p>habilidades motoras, cognitivas, emocionais e sociais, bem como suas</p><p>rotinas diárias e atividades significativas.</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>■ Observação Direta: o terapeuta observa a criança em diferentes contex-</p><p>tos, como em casa, na escola ou em ambientes terapêuticos, para avaliar</p><p>seu desempenho em atividades cotidianas, habilidades motoras, coorde-</p><p>nação, comportamento social e interação com o ambiente.</p><p>■ Avaliação Padronizada: em alguns casos, são utilizados instrumentos</p><p>de avaliação padronizados para medir habilidades específicas, como tes-</p><p>tes de desenvolvimento motor,</p><p>trabalhar, estudar).</p><p>PROCESSO DA TERAPIA OCUPACIONAL</p><p>A AOTA (2014) descreve o processo de terapia ocupacional em duas partes in-</p><p>ter-relacionadas:</p><p>■ Avaliação: nessa fase, os terapeutas ocupacionais coletam informações</p><p>detalhadas sobre os domínios: ocupações, fatores dos clientes, habilidades</p><p>de desempenho, padrões de desempenho e contexto/ambiente. A avalia-</p><p>ção fornece uma compreensão abrangente das necessidades, capacidades</p><p>e metas do indivíduo.</p><p>■ Intervenção: com base nas informações coletadas, durante a avaliação,</p><p>os terapeutas ocupacionais desenvolvem e implementam estratégias de</p><p>intervenção. Essa fase do processo terapêutico é adaptada de forma per-</p><p>sonalizada para atender às necessidades específicas do cliente. Durante</p><p>a intervenção, a escolha de recursos terapêuticos é crucial e deve estar</p><p>alinhada com os domínios indicados. Portanto, veja a seguir um exemplo</p><p>de Escolha de Recurso Terapêutico:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Diante do conteúdo que estudamos até agora, quais são as atividades significativas</p><p>do seu cotidiano?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Assim, a escolha de recursos terapêuticos é integrada ao processo de terapia</p><p>ocupacional, visando alcançar metas específicas e melhorar o desempenho ocu-</p><p>pacional global do indivíduo atendido.</p><p>ANÁLISE DA ATIVIDADE</p><p>A análise da atividade, na Terapia Ocupacional, refere-se a um processo sistemático</p><p>de avaliação e compreensão das atividades em que os indivíduos participam no</p><p>contexto de suas vidas diárias. Essa análise é realizada para identificar padrões de</p><p>desempenho, habilidades, desafios e fatores ambientais que podem influenciar o</p><p>engajamento de indivíduos em ocupações significativas.</p><p>Conforme descrito no documento AOTA (2014), a análise da atividade é uma</p><p>parte essencial do processo terapêutico. Esse processo se refere a uma observação e</p><p>uma avaliação crítica de como o indivíduo se envolve em uma atividade específica,</p><p>considerando aspectos como habilidades motoras, cognitivas, sensoriais e sociais.</p><p>A análise da atividade na Terapia Ocupacional tem como objetivo:</p><p>Suponha que a avaliação revele que um indivíduo idoso está enfrentando prejuí-</p><p>zos nas atividades de vida diária (AVD), devido a comprometimentos físicos. Os</p><p>terapeutas ocupacionais podem escolher um recurso terapêutico para “Treina-</p><p>mento de Atividades de Vida Diária (AVD)” como parte da intervenção, podendo</p><p>incluir estratégias para melhorar a independência nas tarefas básicas, adaptando o</p><p>ambiente doméstico e introduzindo dispositivos de assistência. Durante a escolha</p><p>desse recurso, os terapeutas ocupacionais consideraram os fatores dos clientes,</p><p>funções do corpo, habilidades motoras, padrões de desempenho (hábitos e roti-</p><p>nas) e o contexto/ambiente (físico e pessoal). A intervenção visa não apenas me-</p><p>lhorar as habilidades específicas permitidas para as AVD, mas também promover a</p><p>autonomia e a participação ativa do cliente em suas atividades diárias.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>1</p><p>IDENTIFICAR OBJETIVOS TERAPÊUTICOS</p><p>Ao analisar uma atividade, os terapeutas ocupacionais podem identificar áreas espe-</p><p>cíficas de habilidade ou deficiência que precisam ser abordadas durante o tratamento.</p><p>Isso permite a formulação de metas terapêuticas relevantes e adaptadas às necessi-</p><p>dades do indivíduo.</p><p>ADAPTAR ATIVIDADES</p><p>Compreendendo as demandas específicas de uma atividade, os terapeutas ocupa-</p><p>cionais podem fazer modificações ou adaptações para tornar uma atividade mais</p><p>acessível ao indivíduo, promovendo, assim, a participação ativa. Como: orientar uso de</p><p>barras no banheiro para facilitação do banho.</p><p>ENTENDER BARREIRAS E FACILITADORES</p><p>A análise da atividade ajuda a identificar fatores ambientais que podem influenciar</p><p>positivamente no desempenho ocupacional. Isso inclui aspectos físicos, sociais e cul-</p><p>turais que podem impactar a participação do indivíduo na atividade.</p><p>Segundo Crepeau (2003), ao analisar uma atividade obtendo como base a ocupa-</p><p>ção, se amplia o olhar ao outro e suas necessidades levando em conta interesses,</p><p>potencialidades e contextos de vida visando alcançar as metas de tratamento.</p><p>Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática</p><p>Dentro do contexto da Terapia Ocupacional, esse livro aborda</p><p>a aplicação de recursos terapêuticos de maneira aprofundada.</p><p>A obra explora como a análise da atividade pode orientar a es-</p><p>colha de recursos terapêuticos para atender às necessidades</p><p>individuais dos clientes. Boa leitura!</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>A análise da atividade, portanto, é uma ferramenta útil na Terapia Ocupacio-</p><p>nal, pois fornece informações detalhadas sobre as habilidades e necessidades</p><p>do indivíduo, permitindo uma abordagem personalizada, escolha do melhor</p><p>recurso de trabalho e foco na melhora do desempenho ocupacional e promoção</p><p>de qualidade de vida.</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS NAS FASES</p><p>INFÂNCIA, ADULTO E IDOSO</p><p>Recurso terapêutico não necessita ser um objeto pal-</p><p>pável, segundo Madureira (2021), podemos utilizar,</p><p>por exemplo, uma escuta qualificada, nessa perspec-</p><p>tiva, o recurso pode ser definido como meio que será</p><p>utilizado na intervenção para desempenhar o cuida-</p><p>do e atingir os objetivos terapêuticos.</p><p>A escolha de recursos terapêuticos na Terapia</p><p>Ocupacional desempenha um papel crucial na pro-</p><p>moção do bem-estar e na melhoria do desempenho</p><p>ocupacional nas diferentes fases da vida (AOTA, 2014).</p><p>Na infância, a abordagem terapêutica, muitas</p><p>vezes, enfatiza atividades lúdicas e educacionais</p><p>para promover o desenvolvimento motor, cognitivo</p><p>e social e, assim, abarcar as ocupações da criança. Um</p><p>exemplo de recurso terapêutico é o uso de jogos sen-</p><p>soriais, que estimulam diferentes sistemas com foco</p><p>para o desenvolvimento da criança e participação no</p><p>brincar que se configura como a principal ocupação</p><p>desse público. Esses jogos podem incluir atividades</p><p>táteis, visuais e auditivas que favorecem o aprendiza-</p><p>do e a exploração sensorial.</p><p>Gomes (2010) aborda diversos recursos terapêu-</p><p>ticos que podem ser utilizados no desenvolvimento</p><p>infantil, um deles é o computador como forma de</p><p>1</p><p>8</p><p>comunicação, abrangendo o motor e cognitivo. Outra alternativa poderia ser um</p><p>tapete sensorial, pensando na abordagem da sensibilidade tátil. Ademais, citou</p><p>tecnologias assistivas como a órtese para melhora da funcionalidade.</p><p>De acordo com o estudo de Kielhofner (2009), na fase adulta, em pacientes</p><p>com acometimentos físicos ou emocionais, a escolha dos recursos terapêuticos</p><p>pode incluir atividades de reabilitação específicas com foco na ocupação. Um</p><p>exemplo é a utilização de exercícios de movimento funcionais adaptados, fo-</p><p>cados em tarefas relevantes para a vida diária. Esse recurso terapêutico ajuda</p><p>na recuperação de habilidades motoras e na promoção da independência nas</p><p>atividades cotidianas.</p><p>Levando em consideração Mendes (2022), na atuação com o público idoso, a</p><p>Terapia Ocupacional concentra-se na manutenção da autonomia e na promoção</p><p>da qualidade de vida. Um exemplo de recurso terapêutico é a implementação</p><p>de atividades de reminiscência, que envolve registrar experiências passadas por</p><p>meio de fotos, histórias ou objetos importantes. Essas atividades ajudam a esti-</p><p>mular a cognição, promover o bem-estar com foco na realização das atividades</p><p>significativas e manutenção das ocupações.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Considerando os princípios da prática focada na atividade e a promoção do</p><p>desempenho ocupacional, como a análise da atividade contribui para a seleção e</p><p>aplicação de recursos terapêuticos?</p><p>A expressão recurso terapêutico é utilizada pelos terapeutas ocupacionais ao</p><p>referirem o uso de qualquer atividade como ferramenta para o atendimento ao</p><p>paciente, seja a escuta ativa, seja o brincar, seja o fazer ou construir algo. Com isso,</p><p>é possível compreender o que pode ser o recurso nas respostas registradas pelos</p><p>participantes quando solicitados a descreverem os atendimentos utilizados: “me-</p><p>diação de visitas”, “videochamadas”, “acolhimento”, dentre tantas outras. Também</p><p>é</p><p>avaliações sensoriais ou instrumentos de</p><p>avaliação de função executiva:</p><p>■ A Escala WeeFIM é uma adaptação da Medida de Independência Fun-</p><p>cional (MIF), voltada para crianças. Seu propósito é avaliar a gravidade</p><p>da incapacidade e as alterações na habilidade funcional em crianças</p><p>com deficiências no neurodesenvolvimento, abrangendo faixas etárias</p><p>de 6 meses a 8 anos (MACHADO et al., 2018).</p><p>■ O Questionário ASQ-3 abrange cinco áreas do desenvolvimento infantil:</p><p>comunicação, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, re-</p><p>solução de problemas e habilidades pessoais/sociais (HUTZ et al., 2022).</p><p>■ O Teste de Denver aborda cinco áreas do desenvolvimento infantil:</p><p>comunicação, coordenação motora ampla, coordenação motora fina,</p><p>resolução de problemas e habilidades pessoais/sociais (TIMA, 2020).</p><p>■ A Escala Alberta Infant Motor Scale (AIMS) é um instrumento de</p><p>avaliação da motricidade ampla, que analisa a progressão do desen-</p><p>volvimento motor e o controle da musculatura antigravitacional em</p><p>várias posturas, incluindo prono, supino, sentado e em pé, durante os</p><p>primeiros 18 meses de vida da criança (SACCANI, 2009).</p><p>■ Avaliação Funcional/Desempenho Ocupacional: o terapeuta observa</p><p>como a criança se engaja em diferentes atividades ocupacionais, como</p><p>brincar, se vestir, alimentar-se, escrever, participar de jogos e interagir com</p><p>os outros, identificando áreas de dificuldade e estratégias de adaptação.</p><p>■ Avaliação Ambiental: o terapeuta avalia o ambiente físico em que a crian-</p><p>ça vive e participa de atividades, identificando possíveis barreiras e facili-</p><p>tadores para seu engajamento e participação.</p><p>■ Com base nesses aspectos, o terapeuta ocupacional elabora um plano de in-</p><p>tervenção individualizado, focado em maximizar o potencial da criança para</p><p>participar das atividades do dia a dia de forma independente e significativa.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS EM TERAPIA OCUPACIONAL</p><p>NA INFÂNCIA</p><p>A Terapia Ocupacional na infância emprega uma variedade de recursos terapêu-</p><p>ticos para promover o desenvolvimento infantil e melhorar a funcionalidade em</p><p>atividades diárias. De acordo com a AOTA (2015), a exploração do brincar inclui</p><p>diferentes tipos de atividades lúdicas, como brincar exploratório, funcional, faz</p><p>de conta, jogos com regras, construtivo e simbólico. A participação no brincar</p><p>envolve se envolver nas atividades lúdicas, manter um equilíbrio entre o brincar e</p><p>outras ocupações, além de adquirir, usar e cuidar dos brinquedos, equipamentos</p><p>e materiais necessários.</p><p>Esses recursos são adaptados às necessidades individuais de cada criança e</p><p>podem incluir:</p><p>Atividades Sensório Motoras:</p><p>jogos e atividades que estimulam os sentidos,</p><p>como tocar, sentir texturas, experimentar</p><p>diferentes temperaturas e movimentar-se,</p><p>são utilizados para desenvolver habilidades</p><p>sensoriais e motoras.</p><p>Brincadeiras Dirigidas:</p><p>brincadeiras estruturadas e dirigidas por um</p><p>terapeuta ocupacional para ajudar a criança</p><p>a desenvolver habilidades específicas, como</p><p>coordenação motora, habilidades sociais e</p><p>cognitivas.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Integração Sensorial:</p><p>abordagem terapêutica que visa melhorar</p><p>a capacidade do cérebro de processar e</p><p>responder aos estímulos sensoriais, utilizando</p><p>atividades que estimulam diferentes sistemas</p><p>sensoriais.</p><p>Tecnologias Assistivas:</p><p>uso de dispositivos e equipamentos</p><p>adaptativos, como cadeiras de rodas</p><p>especiais, utensílios de alimentação</p><p>adaptados e aplicativos de comunicação</p><p>aumentativa e alternativa, para facilitar</p><p>a participação da criança em atividades</p><p>cotidianas.</p><p>Terapias Corporais:</p><p>atividades que enfatizam o movimento</p><p>corporal, como dança, circuitos, exercícios</p><p>de equilíbrio, para melhorar a coordenação, a</p><p>força muscular e a consciência corporal.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Jogos Educativos</p><p>jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e</p><p>aplicativos educativos que ajudam a criança</p><p>a desenvolver habilidades cognitivas, como</p><p>resolução de problemas, raciocínio lógico e</p><p>habilidades matemáticas e linguísticas.</p><p>Artes Expressivas:</p><p>atividades artísticas, como pintura,</p><p>modelagem e música, que permitem à</p><p>criança expressar emoções, melhorar a</p><p>autoestima e desenvolver habilidades</p><p>motoras finas e cognitivas.</p><p>Esses recursos terapêuticos são selecionados com base nas metas de tratamento</p><p>específicas de cada criança e são aplicados de forma criativa e adaptativa para</p><p>promover o máximo desenvolvimento e bem-estar infantil.</p><p>FAMÍLIA E O PROCESSO TERAPÊUTICO INFANTIL</p><p>A participação da família no processo terapêutico ocupacional com crianças é</p><p>crucial para o sucesso do tratamento. Os pais fornecem informações importantes,</p><p>ajudam a estabelecer metas, participam das sessões, praticam atividades em casa,</p><p>oferecem suporte emocional, atuam nos interesses da criança e colaboram com</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>outros profissionais de saúde. Essa colaboração promove o progresso da criança</p><p>e garante uma abordagem integrada e holística para o seu desenvolvimento.</p><p>Destaca-se a participação da família, principalmente, por meio de orienta-</p><p>ções, participação nas sessões de terapia e continuidade das atividades em casa.</p><p>Essas diretrizes incluem orientações sobre posicionamento, atividades diárias e</p><p>estímulo. Quando as famílias oferecem apoio, as crianças, geralmente, experimen-</p><p>tam melhorias em seu desenvolvimento, participação e autonomia. No entanto,</p><p>o envolvimento familiar pode ser restrito devido a desafios como falta de tempo,</p><p>sobrecarga ou limitações impostas por instituições.</p><p>Para promover o envolvimento da família, os terapeutas empregam estraté-</p><p>gias como escuta ativa, orientação, atendimento familiar e criação de vínculos.</p><p>Embora os profissionais reconheçam a importância da participação da família,</p><p>destacam que, em alguns casos, essa participação pode ser comprometida devido</p><p>a dificuldades enfrentadas pelo cuidador, evidenciando a necessidade de também</p><p>oferecer suporte a eles (ARAÚJO; GONÇALO; CAZEIRO, 2018).</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Chegamos ao final deste tema de aprendizagem. Diante do que estudamos, pode-</p><p>mos afirmar que a demanda por serviços de terapia ocupacional pediátrica conti-</p><p>nua a crescer. É fundamental que os profissionais estejam preparados para atender</p><p>às necessidades em constante evolução das crianças e suas famílias. O mercado para</p><p>terapeutas ocupacionais pediátricos está expandindo, oferecendo oportunidades</p><p>gratificantes para aqueles que desejam fazer a diferença na vida das crianças.</p><p>O incentivo ao estudo e ao aprimoramento contínuo é essencial para</p><p>os terapeutas ocupacionais que desejam se destacar neste campo dinâmico e</p><p>desafiador. Mediante o compromisso com a educação continuada, pesquisa e</p><p>desenvolvimento profissional, os terapeutas podem aprimorar suas habilidades,</p><p>adquirir conhecimentos especializados e se manter atualizados com as melhores</p><p>práticas e tendências emergentes na terapia ocupacional pediátrica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Portanto, encorajo todos os futuros profissionais da área de terapia ocupacional</p><p>a abraçarem a oportunidade de crescimento nesse mercado em expansão. Ao inves-</p><p>tir em seu próprio desenvolvimento profissional, os terapeutas não apenas ampliam</p><p>suas oportunidades de carreira, mas também contribuem significativamente para o</p><p>bem-estar e o sucesso das crianças e suas famílias. Juntos, podemos criar um futuro</p><p>mais brilhante e promissor para as próximas gerações. Bons estudos!</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. Segundo a AOTA (2015), as crianças participam de brincadeiras para desenvolver habilida-</p><p>des que mais tarde facilitam sua participação em atividades de lazer e trabalho.</p><p>Qual das seguintes afirmações reflete a importância das brincadeiras para o desenvolvimento</p><p>de habilidades que facilitam a participação em atividades de lazer e trabalho, de acordo</p><p>com a AOTA (2015)?</p><p>a) As brincadeiras são importantes apenas para o entretenimento das crianças, sem impacto</p><p>significativo em habilidades futuras.</p><p>b) O envolvimento em brincadeiras pode levar a</p><p>um atraso no desenvolvimento de habili-</p><p>dades necessárias para atividades de lazer e trabalho.</p><p>c) Brincadeiras são atividades isoladas que não têm relação com o desenvolvimento de</p><p>habilidades para atividades de lazer e trabalho.</p><p>d) O brincar é fundamental para o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e</p><p>sociais que são transferíveis para diferentes contextos, incluindo atividades de lazer e</p><p>trabalho.</p><p>e) O desenvolvimento de habilidades para atividades de lazer e trabalho é exclusivamente</p><p>influenciado por fatores genéticos, não pela participação em brincadeiras.</p><p>2. A Escala Alberta Infant Motor Scale (AIMS) é um instrumento de avaliação da motricidade</p><p>ampla, que analisa a progressão do desenvolvimento motor e o controle da musculatura</p><p>antigravitacional em várias posturas, incluindo prono, supino, sentado e em pé, durante os</p><p>primeiros 18 meses de vida da criança (SACCANI, 2009).</p><p>Analise as seguintes afirmações sobre a Escala Alberta Infant Motor Scale (AIMS):</p><p>I - A AIMS é um instrumento de avaliação da motricidade ampla que analisa a progressão do</p><p>desenvolvimento motor e o controle da musculatura antigravitacional em várias posturas</p><p>durante os primeiros 18 meses de vida da criança.</p><p>II - A AIMS é um instrumento de avaliação que se concentra apenas na motricidade fina</p><p>durante os primeiros 18 meses de vida da criança.</p><p>III - A AIMS é um instrumento de avaliação que se limita a analisar o desenvolvimento motor</p><p>em crianças com mais de 18 meses de idade.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>3. O Questionário ASQ-3 abrange cinco áreas do desenvolvimento infantil: comunicação, coor-</p><p>denação motora ampla, coordenação motora fina, resolução de problemas e habilidades</p><p>pessoais/sociais (HUTZ, 2022).</p><p>Qual das seguintes afirmações sobre o Questionário ASQ-3 está correta?</p><p>a) O ASQ-3 abrange apenas duas áreas do desenvolvimento infantil.</p><p>b) O ASQ-3 avalia o desenvolvimento em três áreas diferentes.</p><p>c) O ASQ-3 engloba cinco áreas distintas do desenvolvimento infantil.</p><p>d) O ASQ-3 se concentra exclusivamente na avaliação da coordenação motora ampla.</p><p>e) O ASQ-3 não é uma ferramenta de avaliação do desenvolvimento infantil.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Estrutura da prática da Terapia Ocupa-</p><p>cional: domínio & processo. 3. ed. traduzida. Rev Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 26,</p><p>2015.</p><p>ARAÚJO, P. M. de; GONÇALO, T. Pires; CAZEIRO, A. P. M. Participação da família no tratamento</p><p>terapêutico ocupacional da criança com paralisia cerebral. Revista de Terapia Ocupacional da</p><p>Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 25-262, 2018.</p><p>CAMPOS, S. D. F. et al. O brincar para o desenvolvimento do esquema corporal, orientação es-</p><p>pacial e temporal: análise de uma intervenção. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional,</p><p>[s. l.], v. 25, n. 2, p. 275-285, 2017.</p><p>FOLHA, D. R. da S. C.; DELLA BARBA, P. C. de S. Produção de conhecimento sobre terapia ocu-</p><p>pacional e ocupações infantis: uma revisão de literatura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocu-</p><p>pacional, [s. l.], v. 28, p. 227-245, 2020.</p><p>HAYWOOD K. M., GETCHELLl N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Art-</p><p>med. 2016.</p><p>HUTZ, C. S. et al. Avaliação psicológica no contexto escolar e educacional. Artmed, 2022.</p><p>MACHADO, E. D. et al. Influência da dança na capacidade funcional e independência nas ativida-</p><p>des de vida diárias de crianças e adolescentes com deficiência física. Cadernos de educação,</p><p>saúde e fisioterapia, [s. l.], v. 5, n. 10, 2018.</p><p>PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed,</p><p>2000.</p><p>SACCANI, R. Validação da Alberta Infant Motor Scale para aplicação no Brasil: análise do</p><p>desenvolvimento motor e fatores de risco para atraso em crianças de 0 a 18 meses. UFGRS,</p><p>2009.</p><p>SCHIRMANN, J. K. et al. Fases de desenvolvimento humano segundo Jean Piaget. In: CONGRES-</p><p>SO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. 6. Anais [...], Campina Grande: Realize Editora, 2019.</p><p>TIMA, F. Repertório ocupacional de crianças de 4 a 6 anos com atraso no desenvolvimento</p><p>motor, da linguagem e na habilidade pessoal-social. 2020, 100 p. Dissertação (Graduação em</p><p>Terapia Ocupacional) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2020.</p><p>WFOT. World Federation of Occupational Therapists. About occupational therapy. 2012. Dispo-</p><p>nível em: https://www.wfot.org/about-occupational-therapy. Acesso em: 19 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.wfot.org/about-occupational-therapy</p><p>1. D.</p><p>A resposta correta é a alternativa d). O brincar é fundamental para o desenvolvimento de</p><p>habilidades motoras, cognitivas e sociais que são transferíveis para diferentes contextos,</p><p>incluindo atividades de lazer e trabalho.</p><p>Essa afirmação reflete a visão da Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA),</p><p>conforme mencionado no texto. A AOTA destaca que as brincadeiras desempenham um</p><p>papel crucial no desenvolvimento de uma variedade de habilidades que são essenciais</p><p>para a participação em atividades de lazer e trabalho. Por meio do brincar, as crianças têm</p><p>a oportunidade de explorar e praticar habilidades motoras, como coordenação e destreza,</p><p>habilidades cognitivas, como resolução de problemas e criatividade, e habilidades sociais,</p><p>como comunicação e colaboração. Essas habilidades são transferíveis para outros contextos</p><p>da vida, ajudando as crianças a se tornarem adultos mais capazes e independentes em suas</p><p>atividades cotidianas.</p><p>2. A.</p><p>A justificativa para a resposta “I. Apenas” é que a afirmação I está correta de acordo com</p><p>o texto fornecido. A Escala Alberta Infant Motor Scale (AIMS) é de fato um instrumento de</p><p>avaliação da motricidade ampla que analisa a progressão do desenvolvimento motor e o</p><p>controle da musculatura antigravitacional em várias posturas (como prono, supino, sentado e</p><p>em pé) durante os primeiros 18 meses de vida da criança. As afirmações II e III estão incorretas,</p><p>pois a AIMS não se concentra exclusivamente na motricidade fina, nem se limita a analisar</p><p>o desenvolvimento motor em crianças com mais de 18 meses de idade.</p><p>3. C.</p><p>O texto menciona que o Questionário ASQ-3 abrange cinco áreas do desenvolvimento infantil:</p><p>comunicação, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, resolução de problemas</p><p>e habilidades pessoais/sociais. Portanto, o ASQ-3 realmente avalia cinco aspectos diferentes</p><p>do desenvolvimento infantil, como indicado na afirmação correta. As demais opções estão</p><p>incorretas, pois o ASQ-3 não se concentra exclusivamente em duas áreas do desenvolvimen-</p><p>to, não avalia apenas três áreas, não se concentra exclusivamente na coordenação motora</p><p>ampla e, certamente, é uma ferramenta de avaliação do desenvolvimento infantil.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>RECURSOS E TÉCNICAS PARA O</p><p>DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>Compreender os princípios da Terapia Ocupacional aplicados ao desenvolvimento</p><p>motor infantil.</p><p>Aprofundar o conhecimento sobre as teorias relacionadas ao desenvolvimento motor.</p><p>Conhecer avaliações necessárias na área.</p><p>Explorar abordagens terapêuticas específicas voltadas para o desenvolvimento motor.</p><p>Desenvolver conhecimento para a seleção e aplicação de recursos terapêuticos adequados.</p><p>Assimilar o papel da família no processo terapêutico.</p><p>Investigar novas tendências e tecnologias na área.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, atualmente, no cenário da Terapia Ocupacional voltada para o de-</p><p>senvolvimento motor infantil, a compreensão e aplicação de recursos e técnicas</p><p>adequadas desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar e</p><p>na maximização do potencial das crianças.</p><p>O desenvolvimento motor é um aspecto crucial do crescimento e do de-</p><p>senvolvimento, influenciando não apenas as habilidades físicas, mas também o</p><p>desenvolvimento cognitivo, social e emocional.</p><p>Neste tema de aprendizagem, exploraremos uma variedade de</p><p>recursos e</p><p>técnicas utilizadas pelos terapeutas ocupacionais para facilitar e aprimorar o</p><p>desenvolvimento motor, desde abordagens tradicionais até as mais inovadoras.</p><p>Ao mergulhar nesse tema, é essencial refletir:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Como podemos integrar conhecimentos teóricos e práticos para proporcionar</p><p>uma intervenção eficaz e centrada na criança, visando sempre seu progresso e</p><p>qualidade de vida?</p><p>Isso envolve uma avaliação abrangente, aplicação dos princípios teó-</p><p>ricos, colaboração com a família, adaptação criativa das interven-</p><p>ções e monitoramento contínuo do progresso da criança. Essa aborda-</p><p>gem holística e baseada em evidências visa promover o progresso e a</p><p>qualidade de vida da criança em todos os aspectos do desenvolvimento motor.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>O campo do desenvolvimento motor investiga as mudanças no movimento ao</p><p>longo do tempo e os fatores subjacentes a essas mudanças. Ele se concentra tanto</p><p>no processo de mudança quanto nos resultados do movimento. No entanto, é</p><p>importante diferenciar entre desenvolvimento motor e aprendizagem motora.</p><p>TEORIAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>Desenvolvimento motor refere-se a mudanças no movimento que estão rela-</p><p>cionadas ao crescimento e maturação, enquanto aprendizagem motora se rela-</p><p>ciona a mudanças no movimento que são resultado da prática e da experiência,</p><p>sendo relativamente permanentes. (HAYWOOD; GETCHELLl, 2016).</p><p>Existem teorias relacionadas ao desenvolvimento motor que nos auxiliam a</p><p>compreender as diferentes fases e os movimentos ao longo da vida. De acordo</p><p>com Leites (2011 apud Clark; Metcalfe, 2002), a jornada pela Montanha do</p><p>Desenvolvimento Motor é uma experiência altamente individualizada, em que</p><p>Que tal dar uma conferida neste podcast que aborda um tema de extrema im-</p><p>portância: o papel do terapeuta ocupacional no desenvolvimento motor. Você vai</p><p>encontrar informações valiosas, com certeza! Vamos conferir?</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos relembrar as fases do desenvolvimento infantil de Piaget? Essa ideia será</p><p>de grande relevância no seu repertório de conhecimento!</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM</p><p>cada pessoa trilha seu próprio caminho em direção ao topo. Nessa ascensão, há</p><p>uma progressão gradual e acumulativa, marcada pelo constante aprimoramento</p><p>das habilidades motoras.</p><p>Cada período da jornada contribui com suas próprias habilidades e experiên-</p><p>cias, que servem como base para o refinamento e expansão do repertório motor</p><p>nos estágios seguintes. Interessantemente, a idade não é um fator diretamente re-</p><p>presentado na Montanha do Desenvolvimento Motor. Em vez disso, o progresso</p><p>é determinado pelas restrições enfrentadas e pelos desafios superados ao longo</p><p>da jornada, não pelo tempo decorrido. Assim, cada indivíduo molda sua própria</p><p>trajetória, impulsionado pela busca contínua pela maestria motora.</p><p>Figura 1 –The mountain of motor</p><p>development: a metaphor (A</p><p>montanha do desenvolvimento</p><p>motor: a metáfora). / Fonte: adap-</p><p>tada de Clark e Metcalfe (2002).</p><p>Hábil</p><p>Específico do contexto</p><p>Padrões motores fundamentais</p><p>Pré-adaptado</p><p>Reflexo C</p><p>om</p><p>p</p><p>en</p><p>sação</p><p>Tem</p><p>p</p><p>o d</p><p>e d</p><p>esenvolvim</p><p>en</p><p>to</p><p>Descrição da Imagem: a imagem ilustra a metáfora da jornada até o pico da montanha, é uma experiência profun-</p><p>damente individual, moldada pela combinação única de habilidades, experiências e circunstâncias de cada pessoa.</p><p>Embora siga um caminho de progressão contínuo, cada passo é forjado por meio de um acúmulo de conquistas</p><p>anteriores. O objetivo final é alcançar um estado de adaptação, habilidade e autonomia. Cada estágio da jornada</p><p>serve como base para o aprimoramento e a expansão das habilidades motoras nos estágios seguintes. A idade</p><p>não é um fator direto nessa escalada; em vez disso, o progresso é determinado pelas limitações encontradas e</p><p>superadas ao longo do caminho, não pelo tempo decorrido. Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Outra perspectiva importante, é a Teoria da Ampulheta. De acordo com Gal-</p><p>lahue, Ozmun e Goodway (2013), o desenvolvimento motor pode ser categori-</p><p>zado em fases, as quais estão associadas à idade, porém não são exclusivamente</p><p>determinadas por ela. Essas fases incluem: reflexiva, rudimentar, fundamental e</p><p>movimento especializado.</p><p>É crucial que cada uma dessas fases seja adequadamente desenvolvida para</p><p>garantir o sucesso na etapa subsequente:</p><p>■ A fase motora reflexa inicia na vida intrauterina e continua até os pri-</p><p>meiros 4 meses após o nascimento. Durante essa fase, observam-se mo-</p><p>vimentos involuntários que estabelecem a base para o desenvolvimento</p><p>motor, permitindo os primeiros contatos do indivíduo com o ambiente.</p><p>Os reflexos nessa fase são divididos em primitivos e posturais.</p><p>■ A fase dos movimentos rudimentares abrange o período desde o nasci-</p><p>mento até os primeiros 2 anos de vida. Nesse estágio, surgem os primeiros</p><p>movimentos voluntários, ainda que sejam imperfeitos e descontrolados.</p><p>Esses movimentos têm uma importância crucial para a aquisição de ha-</p><p>bilidades motoras mais complexas.</p><p>■ A fase dos movimentos fundamentais abrange dos 2 aos 7 anos de idade.</p><p>Durante esse período, os movimentos básicos são construídos a partir dos</p><p>movimentos iniciais. Durante essa fase, as crianças começam a formar e</p><p>explorar suas capacidades motoras fundamentais, que servem como base</p><p>para a execução de movimentos mais elaborados.</p><p>■ Por fim, a fase dos movimentos especializados se estende dos 7 aos 14</p><p>anos de idade. Durante esse período, as crianças e adolescentes refinam</p><p>suas habilidades motoras fundamentais e aprendem a combiná-las para</p><p>realizar uma variedade de atividades, tanto cotidianas quanto de lazer.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>A seguir podemos observar a imagem da ampulheta:</p><p>Utilização na</p><p>rotina diária ao</p><p>longo da vida</p><p>Utilização</p><p>recreativa ao</p><p>longo da vida</p><p>Utilização</p><p>competitiva ao</p><p>longo da vida</p><p>FAIXA ETÁRIA APROXIMA NOS</p><p>PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO</p><p>FASE DO</p><p>MOVIMENTO ESPECIALIZADO</p><p>FASE DO</p><p>MOVIMENTO FUNDAMENTAL</p><p>FASE DO</p><p>MOVIMENTO RUDIMENTAR</p><p>FASE DO</p><p>MOVIMENTO REFLEXO</p><p>ESTÁGIOS DO</p><p>DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>14 anos ou mais</p><p>11 a 13 anos</p><p>7 a 10 anos</p><p>5 a 7 anos</p><p>3 a 5 anos</p><p>2 a 3 anos</p><p>1 a 2 anos</p><p>Do nascimento a 1 ano</p><p>4 meses a 1 ano</p><p>Desde o útero até 4 meses</p><p>Estágio de utilização ao longo da vida</p><p>Estágio de aplicação</p><p>Estágio de transição</p><p>Estágio de proficiência</p><p>Estágio elementares emergentes</p><p>Estágio inicial</p><p>Estágio pré-controle</p><p>Estágio de inibição do reflexo</p><p>Estágio de decodificação</p><p>de informações</p><p>Estágio de codificação</p><p>de informações</p><p>Figura 2 – Estágios do desenvolvimento motor / Fonte: Gallahue; Ozmun; Goodway (2013, p. 76).</p><p>Descrição da Imagem: ampulheta representando as fases do desenvolvimento motor. Fim da descrição.</p><p>O desenvolvimento motor é um processo complexo e dinâmico, caracterizado</p><p>por fases e estágios que se sobrepõem e se desenvolvem ao longo do tempo. Co-</p><p>meça com os reflexos, que são as primeiras formas de movimento e a base para</p><p>a interação com o ambiente.</p><p>Em seguida, ocorre o estágio de codificação e decodificação da informação sensorial,</p><p>permitindo a transição para movimentos voluntários controlados pelo córtex cerebral.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Durante o estágio de pré-controle, a melhoria do controle voluntário é alcan-</p><p>çada por meio da experiência. A fase do movimento rudimentar marca o surgi-</p><p>mento dos primeiros movimentos voluntários, enquanto a fase do movimento</p><p>especializado é caracterizada pelo refinamento e combinação de habilidades</p><p>motoras específicas, como habilidades esportivas.</p><p>Esses estágios são representados pela metáfora da ampulheta, em que o pro-</p><p>cesso de desenvolvimento é ilustrado pela queda de areia, acumulando-se para</p><p>formar as diversas fases e estágios do desenvolvimento motor (GALLAHUE;</p><p>OZMUN; GOODWAY, 2013).</p><p>Agora, estudante, assista ao vídeo a seguir que aborda as fases do desen-</p><p>volvimento motor de uma forma</p><p>interessante e informativa! Acesse em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=lnYgDx4y6lo&t=13s.</p><p>EU INDICO</p><p>Os estágios do desenvolvimento representam marcos motores, nos quais as habili-</p><p>dades são adquiridas e refinadas progressivamente ao longo do tempo. Cada estágio</p><p>é caracterizado por certos comportamentos motores e habilidades específicas, que</p><p>são alcançados à medida que a criança cresce e se desenvolve. Essa abordagem re-</p><p>conhece a natureza gradual e sequencial do desenvolvimento motor, destacando a</p><p>importância de cada estágio na construção das habilidades motoras futuras.</p><p>PSICOMOTRICIDADE E TERAPIA OCUPACIONAL</p><p>Psicomotricidade refere-se à integração entre os processos cognitivos, emocionais</p><p>e motores, envolvendo a interação do corpo e da mente. É uma área que abrange</p><p>o estudo e a intervenção nos aspectos motores e psicológicos do ser humano,</p><p>visando o desenvolvimento e a promoção do bem-estar físico e mental.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=lnYgDx4y6lo&t=13s.</p><p>A prática psicomotora envolve atividades que estimulam a coordenação motora, a</p><p>percepção corporal, a expressão emocional e a cognição, contribuindo para o desenvolvi-</p><p>mento global da pessoa em diferentes contextos, como educacional, terapêutico e de lazer.</p><p>A psicomotricidade não se configura como uma teoria isolada, mas sim como</p><p>uma prática integrada, centrada no corpo em sua total complexidade, abrangendo</p><p>aspectos existenciais, expressivos, emocionais e identitários (CICCONE, 2007</p><p>apud FERNANDES; REZENDE; GUTIERRES FILHO, 2018).</p><p>Convidamos você a assistir este vídeo sobre Psicomotricidade. Por meio dele, é</p><p>demonstrado como essa ferramenta importante promove o desenvolvimento sau-</p><p>dável das crianças, oferecendo uma introdução acessível e informativa sobre o</p><p>assunto! Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=BCqQu0-eDHs.</p><p>EU INDICO</p><p>A psicomotricidade se utiliza da mediação corporal para auxiliar as pessoas a</p><p>estabelecerem uma conexão com seus corpos, entendendo esse processo como</p><p>a capacidade de processar informações sensoriais e emocionais que contribuem</p><p>para a formação da identidade e a sensação de pertencimento ao próprio corpo.</p><p>Essa mediação pode se manifestar de diversas maneiras, como por meio de ex-</p><p>pressões artísticas, narrativas, jogos e interações corporais entre o paciente e o terapeu-</p><p>ta. Essa abordagem não apenas facilita o estabelecimento de uma relação terapêutica,</p><p>mas também promove ações que estimulam o desenvolvimento e a transformação.</p><p>Apesar de serem baseadas em diferentes práticas, todas essas perspectivas com-</p><p>partilham conhecimentos teóricos universais, visando melhorar a vida cotidiana das</p><p>gestantes e promover o desenvolvimento infantil desde o período pré-natal. Essa</p><p>compreensão é fundamental para fornecer aos profissionais de saúde ligados à psi-</p><p>comotricidade, como terapeutas ocupacionais, enfermeiros e fisioterapeutas, as in-</p><p>formações necessárias para o desenvolvimento de intervenções interdisciplinares</p><p>eficazes (FERNANDES; MARMELEIRA; GUTIERRES FILHO, 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=BCqQu0-eDHs.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>ALTERAÇÕES MOTORAS NA INFÂNCIA</p><p>As alterações motoras na infância podem afetar diversos aspectos do desenvol-</p><p>vimento motor da criança e podem estar relacionadas a condições neurológicas,</p><p>musculoesqueléticas ou cognitivas. Campos et al. (2017) apresenta o papel da</p><p>Terapia Ocupacional como parte integrante da equipe multidisciplinar envolvida</p><p>na intervenção de crianças com atrasos no desenvolvimento psicomotor.</p><p>Nesse contexto, os terapeutas ocupacionais desempenham funções específicas,</p><p>como a aplicação de instrumentos de avaliação padronizados e o desenvolvimento de</p><p>intervenções direcionadas às necessidades dessas crianças. A seguir, observe algumas</p><p>das alterações e como o terapeuta ocupacional pode atuar em cada uma delas:</p><p>ALTERAÇÃO NO EQUILÍBRIO POSTURAL</p><p>Alterações no equilíbrio postural podem resultar em dificuldades para manter a</p><p>estabilidade do corpo em diferentes posições e ambientes. Isso pode afetar as</p><p>habilidades de sentar, ficar em pé e se locomover. O terapeuta ocupacional pode</p><p>realizar avaliações específicas do equilíbrio postural e desenvolver intervenções per-</p><p>sonalizadas, incluindo exercícios de fortalecimento, treinamento de propriocepção</p><p>e adaptações ambientais para promover a segurança e a independência da criança.</p><p>As brincadeiras infantis, como imitar animais e veículos, correr e pular, promovem</p><p>relaxamento corporal e bem-estar físico. Elas ajudam a aprimorar a coordenação</p><p>motora, incluindo equilíbrio e postura. A criança aprende e aperfeiçoa movimentos</p><p>coordenados por meio da brincadeira espontânea. A coordenação motora depende</p><p>de equilíbrio, postura, força muscular e flexibilidade (MARONESI et al., 2015).</p><p>ALTERAÇÃO NA MARCHA</p><p>Alterações na marcha podem incluir padrões anormais de movimento, dese-</p><p>quilíbrios musculares, dificuldades de coordenação, dores e problemas de alin-</p><p>hamento corporal. O terapeuta ocupacional pode realizar avaliações da marcha</p><p>e desenvolver intervenções para melhorar a qualidade do movimento, incluindo</p><p>exercícios de fortalecimento, treinamento de padrões de marcha adequados e</p><p>uso de órteses ou dispositivos de apoio para facilitar a locomoção. No estudo de</p><p>Martinello et al. (2014) foi realizada análise da marcha de uma criança com diple-</p><p>gia espástica, utilizando diferentes apoios (uma muleta, duas muletas e cintura</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>escapular). O objetivo era determinar a melhor forma de apoio para o treinamento</p><p>da marcha. Os resultados mostraram que a marcha com duas muletas foi a mais</p><p>indicada para melhor funcionalidade e independência, enquanto o apoio da cin-</p><p>tura escapular pode ser útil para treinamento clínico.</p><p>ALTERAÇÃO DE TÔNUS</p><p>Alterações no tônus muscular podem incluir hipotonia (diminuição do tônus</p><p>muscular) ou hipertonia (aumento do tônus muscular). Isso pode afetar a capaci-</p><p>dade da criança de controlar seus movimentos e realizar atividades motoras de</p><p>forma eficaz. O terapeuta ocupacional pode realizar avaliações do tônus muscular</p><p>e desenvolver estratégias para gerenciar essas alterações, incluindo técnicas</p><p>de facilitação sensorial, atividades de alongamento e fortalecimento, e uso de</p><p>dispositivos de suporte. Nas sessões de Terapia Ocupacional , tanto o emprego</p><p>de recursos lúdicos quanto a orientação familiar foram constantes, pois, sua</p><p>integração, facilita a atuação do profissional e promove o desenvolvimento infantil</p><p>(REIS; SANTOS; BARATA, 2018).</p><p>ALTERAÇÃO NA DESTREZA MANUAL</p><p>Alterações na destreza manual podem dificultar a manipulação de objetos,</p><p>realização de atividades de autocuidado e execução de tarefas funcionais que</p><p>envolvam as mãos. O terapeuta ocupacional pode realizar avaliações da destreza</p><p>manual e desenvolver estratégias terapêuticas para melhorar as habilidades</p><p>motoras das mãos, incluindo exercícios de fortalecimento, treinamento de habili-</p><p>dades motoras finas e uso de adaptações e técnicas compensatórias.</p><p>TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO (TDC)</p><p>O TDC, é uma condição caracterizada por dificuldades significativas na coorde-</p><p>nação motora, que podem afetar várias áreas do desenvolvimento da criança.</p><p>O terapeuta ocupacional desempenha um papel fundamental na avaliação e</p><p>intervenção do TDC, desenvolvendo estratégias terapêuticas para ajudar a cri-</p><p>ança a superar suas dificuldades de coordenação e melhorar sua participação em</p><p>atividades ocupacionais, educacionais e de lazer (MAZER; DELLA BARBA, 2010).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>PARALISIA CEREBRAL</p><p>A paralisia cerebral causa déficits sensoriais táteis, vestibulares e proprioceptivos,</p><p>dificultando a interação da criança com o mundo e afetando o desenvolvimento</p><p>do controle postural, esquema corporal, coordenação motora, estabilidade emo-</p><p>cional e percepção sensorial. A Terapia Ocupacional , especialmente por meio do</p><p>modelo de Integração Sensorial, pode ajudar essas crianças a interagir melhor</p><p>com seu ambiente e corpo, organizando suas sensações</p><p>para melhorar habili-</p><p>dades funcionais, controle postural, padrões de movimento, esquema corporal</p><p>e equilíbrio. O modelo busca controlar os estímulos sensoriais para dominar o</p><p>movimento e o ambiente. Portanto, é necessário estudar os recursos terapêuticos</p><p>e seus benefícios para crianças com paralisia cerebral de todas as classificações</p><p>(FRANZINE; PREGELY; RICIOTTI, 2001).</p><p>Os terapeutas ocupacionais empregam uma gama de técnicas para melho-</p><p>rar o desenvolvimento motor em indivíduos de todas as idades, personali-</p><p>zando intervenções de acordo com suas necessidades específicas. Isso abran-</p><p>ge desde exercícios motores até o treinamento de habilidades finas e grossas,</p><p>além de adaptações ambientais e orientações sobre movimentação segura.</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>São considerados os aspectos cognitivos, emocionais e sociais do desenvolvimen-</p><p>to motor, abordando temas como auto percepção, autoestima, habilidades, poten-</p><p>cialidades, interação social etc. A atuação pode ocorrer em diversos ambientes,</p><p>como escolas, hospitais e comunidades, visando ajudar as pessoas a atingir todo</p><p>o seu potencial motor e participação em suas ocupações.</p><p>AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM TERAPIA</p><p>OCUPACIONAL</p><p>A utilização de diferentes instrumentos de avaliação destaca a importância das</p><p>intervenções em Terapia Ocupacional. Essas intervenções demandam um co-</p><p>nhecimento abrangente das necessidades e habilidades dos indivíduos atendidos,</p><p>com ênfase em seu desempenho e participação em ocupações. Isso implica na</p><p>realização de avaliações que abordem diversos aspectos do desenvolvimento,</p><p>indo além de apenas um único foco (MAZAK, 2021). A seguir, veja quais são eles:</p><p>Desenvolvimento motor ao longo da vida</p><p>Estudante, embarque em uma aventura fascinante com o livro</p><p>Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. Desvende os mistérios</p><p>do movimento humano e explore as incríveis transformações do</p><p>corpo em movimento, desde o berço à terceira idade. Esse convi-</p><p>te é para todos aqueles que desejam compreender como nossas</p><p>habilidades físicas se desenvolvem e evoluem ao longo do tempo.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>GMA (AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS GERAIS)</p><p>Observação dos movimentos gerais espontâneos da criança: avaliar a qualidade,</p><p>suavidade e variabilidade dos movimentos durante períodos específicos do desen-</p><p>volvimento e identificação de sinais precoces de disfunção neuromotora: detectar</p><p>alterações sutis nos padrões de movimento que possam indicar risco de atraso no</p><p>desenvolvimento motor (NUNES, 2021).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>TIMP (TESTE DE DESEMPENHO MOTOR INFANTIL)</p><p>Avaliação do desempenho motor da criança em diferentes áreas, como controle de</p><p>cabeça e tronco, habilidades de alcance e manipulação, e locomoção. Utilização de</p><p>itens padronizados para observar o alcance de marcos motores específicos em rela-</p><p>ção à idade cronológica da criança (HERRERO, 2011).</p><p>AIMS (ALBERTA)</p><p>Avaliação do desenvolvimento motor em bebês e crianças pequenas, com foco em</p><p>habilidades motoras grossas e finas, postura e controle de movimento.</p><p>Utilização de escalas de pontuação para classificar o desempenho motor da criança e</p><p>identificar áreas de força e fraqueza (SANTOS, 2017).</p><p>CIF (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE</p><p>E SAÚDE)</p><p>Avaliação abrangente do funcionamento global da criança, levando em consideração</p><p>não apenas as habilidades motoras, mas também aspectos cognitivos, emocionais e</p><p>sociais. Utilização de categorias da CIF para descrever o funcionamento da criança</p><p>em diferentes domínios, como atividades e participação, funções do corpo e fatores</p><p>ambientais (SAMPAIO et al., 2005).</p><p>AVALIAÇÃO DO CONTEXTO FAMILIAR</p><p>A Avaliação da dinâmica familiar: observação das interações familiares, papéis desem-</p><p>penhados pelos membros da família e seu impacto no desenvolvimento e na partici-</p><p>pação da criança em atividades ocupacionais. É importante, explorar as preocupações,</p><p>expectativas e recursos da família em relação ao desenvolvimento motor da criança,</p><p>bem como sua compreensão sobre o papel da Terapia Ocupacional. Na estimulação</p><p>precoce, por exemplo, o profissional trabalha com o paciente e suas famílias com o</p><p>propósito de orientar práticas que promovam o desenvolvimento infantil, a participa-</p><p>ção da criança em atividades diárias, a estimulação apropriada e o fortalecimento do</p><p>vínculo entre pais e bebê (REIS; SANTOS; BARATA, 2018).</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>A avaliação do desenvolvimento motor em Terapia Ocupacional é essencial para</p><p>compreender o funcionamento motor de indivíduos de todas as idades, desde</p><p>crianças até adultos. Essa avaliação envolve a observação e análise de habilidades</p><p>motoras fundamentais, como controle postural, coordenação motora fina e gros-</p><p>sa, equilíbrio e habilidades perceptivas.</p><p>Além disso, são considerados fatores como histórico médico, contexto social e</p><p>ambiental do indivíduo. Com base nessas informações, os terapeutas ocupacionais</p><p>podem desenvolver intervenções personalizadas para promover o desenvolvimen-</p><p>to motor adequado e melhorar a participação em atividades diárias e ocupacionais.</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS NO DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>Recursos terapêuticos utilizados na Terapia Ocupacional para o desenvolvimento</p><p>motor abrangem uma variedade de técnicas e materiais adaptados para promover</p><p>habilidades motoras e funcionais em crianças e adultos. Os requisitos da ocu-</p><p>pação e da atividade são elementos essenciais que os terapeutas ocupacionais</p><p>consideram em seu processo de raciocínio profissional e clínico.</p><p>As demandas da atividade referem-se ao que geralmente é necessário para</p><p>realizar a atividade, independentemente do cliente ou contexto. Já as demandas</p><p>da ocupação se referem àquilo que é especificamente necessário pelo cliente (in-</p><p>divíduo, grupo ou população) para se engajar em uma ocupação.</p><p>AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OCUPACIONAL</p><p>Avaliação do engajamento da criança em atividades ocupacionais significativas, como</p><p>brincar, se vestir, se alimentar e se locomover. Observação direta do desempenho da</p><p>criança em atividades específicas, identificando dificuldades e barreiras para a partici-</p><p>pação plena e autônoma. O terapeuta ocupacional avalia e analisa as habilidades de</p><p>desempenho enquanto o cliente realiza uma atividade, com o objetivo de compreender</p><p>sua competência para realizar essa atividade em contextos naturais, ou seja, como parte</p><p>de suas ocupações diárias. Essa avaliação requer uma análise da qualidade das ações</p><p>individuais (habilidades de desempenho) durante a execução da atividade (AOTA, 2015).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Dependendo do contexto e das necessidades do cliente, essas demandas po-</p><p>dem atuar como obstáculos ou facilitadores para a participação. O entendimento</p><p>detalhado das demandas da atividade auxilia os terapeutas ocupacionais na sele-</p><p>ção de ocupações com propósitos terapêuticos (AOTA, 2015).</p><p>A seguir alguns exemplos:</p><p>Equipamentos de estimulação sensorial:</p><p>como texturas e superfícies táteis, que</p><p>ajudam a melhorar a percepção sensorial e a</p><p>consciência corporal.</p><p>Atividades motoras funcionais/treino de</p><p>atividades de vida diária:</p><p>que visam desenvolver habilidades</p><p>específicas necessárias para realizar</p><p>atividades diárias, como vestir-se, alimentar-</p><p>se e realizar higiene pessoal.</p><p>Jogos e brincadeiras adaptadas:</p><p>que promovem o desenvolvimento motor por</p><p>meio de atividades lúdicas, como jogos de</p><p>arremesso, equilíbrio e coordenação.</p><p>1</p><p>8</p><p>4</p><p>Tecnologias assistivas:</p><p>incluindo dispositivos adaptados e</p><p>equipamentos especializados, como cadeiras</p><p>de rodas adaptadas, dispositivos de auxílio</p><p>para mobilidade e sistemas de comunicação</p><p>alternativa e aumentativa.</p><p>Treino de atividades básicas ou</p><p>instrumentais de vida diária</p><p>Emprega tarefas práticas e relevantes para</p><p>estimular o desenvolvimento motor, como</p><p>engajamento em atividades em autocuidado,</p><p>horta, culinária, artesanato etc.</p><p>Esses recursos e técnicas terapêuticas são selecionados e adaptados de acordo</p><p>com as necessidades individuais de cada paciente, com o objetivo de promover</p><p>o</p><p>desenvolvimento motor e a participação plena em atividades cotidianas e sociais.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>No dinâmico cenário atual do mercado de trabalho, os profissionais de Terapia</p><p>Ocupacional enfrentam constantes desafios e oportunidades. O avanço tecno-</p><p>lógico, as mudanças demográficas e as novas demandas sociais estão moldando</p><p>um ambiente profissional cada vez mais complexo e diversificado. Diante desses</p><p>desafios, é fundamental que o terapeuta ocupacional esteja preparado e capacita-</p><p>do para enfrentar as demandas emergentes e se destacar no mercado de trabalho.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Uma das principais áreas de crescimento e desenvolvimento para os terapeu-</p><p>tas ocupacionais é a integração de novas tecnologias e abordagens inovadoras em</p><p>sua prática profissional. Pensando nisso, a incorporação de tecnologias assistivas</p><p>e dispositivos de auxílio no cotidiano dos pacientes pode melhorar significativa-</p><p>mente a qualidade de vida deles, bem como a independência funcional.</p><p>Outro desafio importante para os terapeutas ocupacionais é a crescente di-</p><p>versidade e complexidade das necessidades dos clientes. Isso requer um compro-</p><p>misso contínuo com a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento de</p><p>competências em áreas como infância, gerontologia, saúde mental, reabilitação</p><p>neurológica, cuidados paliativos etc.</p><p>Estimulamos você, estudante, a participar ativamente de cursos de atualiza-</p><p>ção, workshops, conferências e grupos de estudo. Essa participação é essencial</p><p>para manter-se atualizado sobre as mais recentes tendências e práticas recomen-</p><p>dadas em Terapia Ocupacional . Além disso, o estabelecimento de contatos com</p><p>outros profissionais da área e a busca por oportunidades de mentoria e super-</p><p>visão podem enriquecer ainda mais o seu desenvolvimento profissional como</p><p>terapeuta ocupacional. Até a próxima!</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>1. A prática psicomotora envolve atividades que estimulam a coordenação motora, a percep-</p><p>ção corporal, a expressão emocional e a cognição, contribuindo para o desenvolvimento</p><p>global da pessoa em diferentes contextos, como educacional, terapêutico e de lazer. A</p><p>psicomotricidade não se configura como uma teoria isolada, mas sim como uma prática</p><p>integrada, centrada no corpo em sua total complexidade, abrangendo aspectos existenciais,</p><p>expressivos, emocionais e identitários (CICCONE, 2007 apud FERNANDES, 2018).</p><p>Qual das seguintes afirmações melhor descreve a abordagem da psicomotricidade?</p><p>a) A psicomotricidade é uma teoria independente que se concentra apenas na coordenação</p><p>motora e na percepção corporal.</p><p>b) A prática psicomotora visa apenas estimular a cognição das pessoas, excluindo outros</p><p>aspectos importantes.</p><p>c) A psicomotricidade é uma prática integrada que considera o corpo em sua total comple-</p><p>xidade, incluindo aspectos existenciais, expressivos, emocionais e identitários.</p><p>d) A psicomotricidade é uma disciplina exclusivamente terapêutica, não aplicável em con-</p><p>textos educacionais ou de lazer.</p><p>e) A psicomotricidade é uma teoria isolada que não se relaciona com outras disciplinas ou</p><p>práticas no campo da saúde mental.</p><p>2. No estudo de Martinello (2014), foi realizada análise da marcha de uma criança com diple-</p><p>gia espástica utilizando diferentes apoios (uma muleta, duas muletas e cintura escapular).</p><p>O objetivo era determinar a melhor forma de apoio para o treinamento da marcha. Os</p><p>resultados mostraram que a marcha com duas muletas foi a mais indicada para melhor</p><p>funcionalidade e independência, enquanto o apoio da cintura escapular pode ser útil para</p><p>treinamento clínico.</p><p>Qual aspecto específico do estudo de Martinello (2014) sobre a marcha de crianças com</p><p>diplegia espástica destacou-se como mais promissor para a melhoria da funcionalidade e</p><p>independência?</p><p>a) A utilização de uma muleta demonstrou ser a mais eficiente na análise da marcha.</p><p>b) O emprego de duas muletas foi determinado como o mais benéfico para o treinamento</p><p>clínico da marcha.</p><p>c) A cintura escapular emergiu como o principal suporte para a promoção da independência</p><p>durante a marcha.</p><p>d) A ausência completa de apoio foi identificada como a abordagem mais eficaz para o</p><p>desenvolvimento da marcha.</p><p>e) O uso combinado de uma muleta e cintura escapular revelou-se crucial para a melhoria</p><p>da funcionalidade e independência na marcha.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>3. As brincadeiras infantis, como imitar animais e veículos, correr e pular, promovem relaxa-</p><p>mento corporal e bem-estar físico. Elas ajudam a aprimorar a coordenação motora, incluin-</p><p>do equilíbrio e postura. A criança aprende e aperfeiçoa movimentos coordenados por meio</p><p>da brincadeira espontânea. A coordenação motora depende de equilíbrio, postura, força</p><p>muscular e flexibilidade (MARONESI, 2015).</p><p>Qual é o principal benefício das brincadeiras infantis, de acordo com o texto de Maronesi</p><p>(2015)?</p><p>a) Promovem o desenvolvimento intelectual das crianças.</p><p>b) Contribuem para o aumento da capacidade de concentração.</p><p>c) Auxiliam no relaxamento corporal e no bem-estar físico.</p><p>d) Estimulam exclusivamente o crescimento emocional das crianças.</p><p>e) Reduzem a atividade física das crianças, levando à falta de energia.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Estrutura da prática da Terapia Ocupa-</p><p>cional: domínio & processo. 3. ed. traduzida. Rev Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 26,</p><p>2015.</p><p>CAMPOS, S. D. F. et al. O brincar para o desenvolvimento do esquema corporal, orientação es-</p><p>pacial e temporal: análise de uma intervenção. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional,</p><p>[s. l.], v. 25, n. 2, p. 275-285, 2017.</p><p>CLARK J. E.; METCALFE J. S. The mountain of motor development: a metaphor. In: CLARK, J. E. &</p><p>HUMPHREY, J. (ed.). Motor development: research and reviews. Reston, VA: NASPE Publications,</p><p>2002. v. 2</p><p>FERNANDES, J. M. G. de A.; GUTIERRES FILHO, P. J. B.; REZENDE, A. L. G. de. Psicomotricidade,</p><p>jogo e corpo-em-relação: contribuições para a intervenção. Cadernos Brasileiros de Terapia</p><p>Ocupacional , [s. l.], v. 26, p. 702-709, 2018.</p><p>FERNANDES, J.; MARMELEIRA, J.; GUTIERRES FILHO, P. Prática de mediação corporal com ges-</p><p>tantes: orientações e fundamentos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 28,</p><p>n. 2, p. 682-692, 2020.</p><p>FRANZINE, F.; PREGELY, M.; RICIOTTI, S. A. A. A utilização dos recursos de integração sensorial no</p><p>tratamento da paralisia cerebral com a intervenção da Terapia Ocupacional . Multitemas, 2001.</p><p>GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor:</p><p>bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.</p><p>HAYWOOD K. M.; GETCHELLl, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Art-</p><p>med. 2016.</p><p>HERRERO, Dafne et al. Escalas de desenvolvimento motor em lactentes. Journal of Human</p><p>Growth and Development, [s. l.],v. 21, n. 1, p. 122-132, 2011.</p><p>MARONESI, L. C. et al. Análise de uma intervenção dirigida ao desenvolvimento da coordenação</p><p>motora fina, global e do equilíbrio. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 23, n.</p><p>2, p. 273-284, 2015.</p><p>MARTINELLO, M. et al. Parâmetros cinemáticos da marcha de criança com paralisia cerebral:</p><p>Comparação entre diferentes formas de. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.],</p><p>v. 22, n. 1, 2014.</p><p>MAZAK, M. S. R. et al. Instrumentos de avaliação da Terapia Ocupacional para crianças e adoles-</p><p>centes no Brasil: uma revisão da literatura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.],</p><p>v. 29, p. e2833, 2021.</p><p>1</p><p>8</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MAZER, É. P.; DELLA BARBA, P. C. de S. Identificação de sinais de Transtornos do Desenvolvi-</p><p>mento da Coordenação em crianças de três a seis anos e possibilidades de atuação da Terapia</p><p>Ocupacional . Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21,</p><p>n. 1, p. 74-82, 2010.</p><p>NUNES, S. F. et al. Avaliação dos Movimentos Gerais de Prechtl (GMA) na detecção precoce de</p><p>risco ao desenvolvimento. Fisioterapia e Pesquisa, [s. l.], v. 27, p. 347-355, 2021.</p><p>REIS J. C.;</p><p>SANTOS P.S.; BARATA M. F. O.; Falcão IV. Abordagem da Terapia Ocupacional a bebês</p><p>com microcefalia: uma experiência no estágio curricular. Rev Interinst Bras Ter Ocup. Rio de</p><p>Janeiro, v. 2, n. 1, p. 212-227, 2018.</p><p>SAMPAIO, R. F. et al. Aplicação da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e</p><p>saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Rev bras fisioter, [s. l.], v. 9, n. 2, p. 129-36, 2005.</p><p>SANTOS, L. R. et al. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor por meio da escala Motora</p><p>Infantil Alberta e a sua importância na intervenção precoce. Revista Pesquisa E Ação, [s. l.], v. 3,</p><p>n. 2, p. 36-45, 2017.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>1. C.</p><p>A opção correta é a alternativa c) A psicomotricidade é uma prática integrada que considera</p><p>o corpo em sua total complexidade, incluindo aspectos existenciais, expressivos, emocionais</p><p>e identitários.</p><p>Essa opção reflete fielmente a descrição apresentada no texto. A psicomotricidade não é</p><p>uma teoria isolada, mas sim uma abordagem holística que considera diversos aspectos do</p><p>ser humano, como a coordenação motora, a percepção corporal, a expressão emocional</p><p>e a cognição. Além disso, a psicomotricidade não se limita a um único contexto, como</p><p>terapêutico, educacional ou de lazer, mas é aplicável em diferentes cenários, contribuindo</p><p>para o desenvolvimento global da pessoa. Portanto, a opção c) é a que melhor descreve a</p><p>abordagem da psicomotricidade conforme discutido no texto.</p><p>2. C.</p><p>A resposta correta é a alternativa c): A cintura escapular emergiu como o principal suporte</p><p>para a promoção da independência durante a marcha.</p><p>Essa opção destaca-se como a mais promissora para a melhoria da funcionalidade e inde-</p><p>pendência com base nos resultados do estudo de Martinello (2014). Embora o uso de duas</p><p>muletas tenha sido identificado como benéfico para o treinamento clínico da marcha, a</p><p>cintura escapular foi apontada como essencial para promover a independência durante o</p><p>movimento. Isso sugere que o suporte da cintura escapular pode desempenhar um papel</p><p>fundamental na capacidade da criança em caminhar de forma autônoma, proporcionando-lhe</p><p>uma maior liberdade de movimento e funcionalidade.</p><p>3. C.</p><p>A resposta correta é a alternativa c): auxiliam no relaxamento corporal e no bem-estar físico.</p><p>O texto de Maronesi (2015) destaca que as brincadeiras infantis, como imitar animais, correr e</p><p>pular, promovem o relaxamento corporal e o bem-estar físico das crianças. Essas atividades</p><p>lúdicas permitem que os pequenos liberem energia, movimentem-se e se divirtam, o que</p><p>pode resultar em uma sensação de relaxamento e bem-estar geral. Além disso, as brinca-</p><p>deiras ajudam a aprimorar a coordenação motora, o que também contribui para o bem-estar</p><p>físico das crianças.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>unidade 1</p><p>ATIVIDADES TERAPÊUTICAS E SEUS RECURSOS</p><p>TREINAMENTO EM ATIVIDADES</p><p>DA VIDA DIÁRIA</p><p>TREINAMENTO DE USO DE DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA</p><p>unidade 2</p><p>ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS</p><p>TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E PAPÉIS OCUPACIONAIS</p><p>unidade 3</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS NA TERAPIA COGNITIVA</p><p>RECURSOS TERAPÊUTICOS E TÉCNICAS NA PEDIATRIA</p><p>RECURSOS E TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MznPLs8FVWjz5PJT67rXn8m/?lang=pt#.</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MznPLs8FVWjz5PJT67rXn8m/?lang=pt#.</p><p>_f3f3kd62gz53</p><p>_7nj6l3q7jrso</p><p>Button 28:</p><p>Forms - Uniasselvi:</p><p>comum identificar termos diversos, tais como: atividade terapêutica, atividade</p><p>humana e recurso terapêutico com o mesmo significado (MADUREIRA, 2021).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Em todas as fases da vida, é necessário observar as necessidades do cliente</p><p>para a escolha dos instrumentos de trabalho. Dessa forma, a terapia ocupacional</p><p>possui papel primordial em promover a participação significativa com foco na</p><p>autonomia e independência dos pacientes.</p><p>Intocáveis</p><p>Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após so-</p><p>frer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um</p><p>assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem</p><p>problemático que não tem a menor experiência em cuidar de</p><p>pessoas no seu estado. Aos poucos, Driss aprende a função,</p><p>apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua vez, se</p><p>afeiçoa cada vez mais ao jovem por ele não o tratar como um</p><p>pobre coitado. De pouco em pouco a amizade entre ambos vai</p><p>se estabelecendo, conhecendo melhor o mundo um do outro.</p><p>Refletindo sobre a história: o filme Intocáveis lhe proporcionará</p><p>uma experiência que complementa os conceitos aprendidos</p><p>sobre recursos e atividades terapêuticas. Podemos refletir so-</p><p>bre o papel da TO na vida das pessoas, recursos utilizados e a</p><p>importância das relações interpessoais. Bom filme!</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Com relação aos Recursos Terapêuticos, segundo Bombarda (2016), em seu es-</p><p>tudo sobre atuação do Terapeuta Ocupacional na UTI, são descritas ações per-</p><p>meadas pela escuta qualificada, adaptações diversas, posicionamento no leito,</p><p>atividades expressivas, treinos de AVD etc. A seguir, alguns exemplos de recursos</p><p>terapêuticos utilizados na prática:</p><p>TREINO DE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD)</p><p>Treino de atividades que fazem parte da rotina diária, como vestir, alimentar-se e tomar</p><p>banho.</p><p>1</p><p>1</p><p>TECNOLOGIAS ASSISTIVAS</p><p>Uso de dispositivos e tecnologias para auxiliar indivíduos com incapacidades, como</p><p>cadeiras de rodas adaptadas, órteses e softwares especializados.</p><p>TREINO DE HABILIDADES MOTORAS</p><p>Atividades direcionadas para melhorar a progressão, destreza e força física.</p><p>ABORDAGEM SENSORIAL</p><p>Estratégia que visa melhorar a resposta do sistema nervoso aos estímulos sensoriais,</p><p>beneficiando o processamento sensorial.</p><p>ATIVIDADES TERAPÊUTICAS EXPRESSIVAS, COM USO DA ARTE</p><p>Utilização de atividades artísticas com telas, papel, tinta para promover expressão e</p><p>comunicação emocional.</p><p>TREINO DE HABILIDADES COGNITIVAS</p><p>Exercícios e estratégias para melhorar funções cognitivas, como memória, atenção e</p><p>resolução de problemas.</p><p>Esses recursos terapêuticos exemplificam a diversidade de abordagens utilizadas</p><p>pela Terapia Ocupacional para atender às necessidades específicas dos clientes</p><p>em diferentes contextos e fases da vida.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a res-</p><p>peito deste tema, vamos lá?</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Iniciar uma jornada profissional em terapia ocupacional é mais do que adqui-</p><p>rir o conhecimento técnico, é embarcar na busca do crescimento contínuo. A</p><p>transição da academia para a prática profissional traz consigo desafios e oportu-</p><p>nidades únicas, moldando não apenas as habilidades, mas também a identidade</p><p>profissional e o impacto positivo que podemos ter na vida das pessoas.</p><p>Nesse processo, é comum se deparar com dilemas, questionamentos e a necessi-</p><p>dade de encontrar um equilíbrio entre teoria e prática. Os conteúdos fornecem bases</p><p>sólidas, mas é na interação com os pacientes, colegas e desafios do cotidiano que as</p><p>verdadeiras lições se revelam e as teorias entram em ação. Cada caso, cada situação,</p><p>torna-se uma página em branco para escrevermos nossa história profissional.</p><p>Ao relacionar os conteúdos deste tema de aprendizagem com a prática, abar-</p><p>camos os conhecimentos sobre as atividades terapêuticas, recursos e suas aplica-</p><p>ções para ampliação do olhar do futuro profissional terapeuta ocupacional. Nesse</p><p>contexto, ao se deparar com um paciente, é importante levar em consideração</p><p>todo o aparato teórico, analisar os domínios, processos e atividades para ajudar</p><p>na escolha do método que melhor auxiliará nas demandas do cliente, pensando</p><p>em suas necessidades e ocupações significativas.</p><p>Desejo a você muito sucesso e muito aprendizado!</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Apenas os profissionais de terapia ocupacional focam no uso de ocupações para promover</p><p>a saúde, o bem-estar e a participação na vida (AOTA 2014).</p><p>De acordo com a afirmação, as ocupações em terapia ocupacional são respectivamente:</p><p>a) Atividades referentes ao processo de autonomia do indivíduo.</p><p>b) Atividades referentes ao processo de funcionalidade no indivíduo.</p><p>c) Atividades básicas de vida diária, atividades instrumentais de vida diária, descanso e</p><p>sono, educação, trabalho, brincar, lazer e participação social.</p><p>d) Atividades organizacionais de vida diária, alimentação, estudo, atividades laborais, or-</p><p>ganização da rotina.</p><p>e) Atividade física, atividades de vida diária, descanso e sono, educação, trabalho, brincar</p><p>e reabilitação motora.</p><p>2. De acordo com a AOTA (2015), os recursos terapêuticos referem-se a uma variedade de</p><p>ferramentas, técnicas e atividades utilizadas pelos terapeutas ocupacionais para promover</p><p>a saúde, prevenir doenças e melhorar o desempenho ocupacional dos indivíduos.</p><p>Observando o conceito de recurso terapêutico, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I - A Terapia Ocupacional limita-se a disciplinas farmacológicas, excluindo abordagens não</p><p>medicamentosas.</p><p>II - Recursos terapêuticos em Terapia Ocupacional não têm relação com a promoção da</p><p>saúde mental.</p><p>III - Os recursos terapêuticos em Terapia Ocupacional são variados e incluem atividades que</p><p>visam promover a autonomia e funcionalidade.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>3. A expressão recurso terapêutico é utilizada pelos terapeutas ocupacionais ao se referirem</p><p>ao uso de qualquer atividade como ferramenta para o atendimento ao paciente (MADU-</p><p>REIRA, 2021).</p><p>Diante do excerto, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Recurso terapêutico tem como base a aplicação de medicamentos específicos para</p><p>melhorar o desempenho ocupacional.</p><p>b) Uso exclusivo de dispositivos tecnológicos para intervenção terapêutica.</p><p>c) O uso da expressão terapêutica pelos terapeutas ocupacionais abrange exclusivamente</p><p>intervenções de reabilitação física.</p><p>d) O recurso de expressão terapêutica é limitado a atividades específicas de diversão e lazer.</p><p>e) Escuta ativa, brincar ou construir algo são recursos terapêuticos.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Occupational therapy practice framework:</p><p>domain and process. American Journal of Occupational Therapy, 3rd ed. v. 68, Supl. 1, S1 – S48,</p><p>2014.</p><p>BENETTON, J.; MARCOLINO, T. Q. As atividades no Método Terapia Ocupacional Dinâmica. Ca-</p><p>dernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 21, n. 3, 2013.</p><p>BOMBARDA, T. B. et al. Terapia Ocupacional na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e as</p><p>percepções da equipe. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [s. l.], v. 24, n. 4, p. 827-</p><p>835, 2016.</p><p>CREPEAU, E. B. Analyzing occupation and activity: A way of thinking about occupational perfor-</p><p>mance. In: CREPEAU, E.; COHN, E.; SCHELL, B. A. B. (org.). Willard and Spackman’s occupational</p><p>therapy. 10. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 189-198.</p><p>CREPEAU, E. B.; COHN, E. S.; SCHELL, B. A. Willard & Spackman’s Occupational Therapy. [S. l.]:</p><p>Lippincott Williams & Wilkins, 2019.</p><p>DE CARLO, M. M. R. do P. et al. Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. In:</p><p>DE CARLO, M. M. R. do P.; BARTALOTTI, C. C. (org.). Terapia ocupacional no Brasil: fundamentos</p><p>e perspectivas, 2001. p. 181.</p><p>GOMES, M. L.; OLIVER, F. C. A prática da terapia ocupacional junto à população infantil: revisão</p><p>bibliográfica do período de 1999 a 2009. Revista de</p><p>Terapia Ocupacional da Universidade de</p><p>São Paulo, [s. l.], v. 21, n. 2, p. 121-129, 2010.</p><p>JARA, R. M. O que une a Terapia Ocupacional? Paradigmas e perspectivas ontológicas da ocu-</p><p>pação humana. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional – REVISBRATO, [s.</p><p>l.], v. 2, n. 1, p. 182-203, 2018.</p><p>KIELHOFNER, G. Conceptual foundations of occupational therapy practice. 4. ed. Filadélfia,</p><p>Pensilvânia, Estados Unidos da América: F.A. Davis, 2009.</p><p>LIMA, E. M. F. A. A saúde mental nos caminhos da terapia ocupacional. O mundo da saúde, [s. l.],</p><p>v. 30, n. 1, p. 117-122, 2006.</p><p>MADUREIRA, E. S. Recursos terapêuticos: intervenção da terapia ocupacional com pacientes</p><p>hospitalizados devido à Covid–19. 2021. 19 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em</p><p>Terapia Ocupacional) – Universidade de Brasília, Brasília, 2021.</p><p>MENDES, S. I. G. et al. O uso da terapia de reminiscência em reabilitação neuropsicológica pelos</p><p>terapeutas ocupacionais: um estudo exploratório. Revista Interinstitucional Brasileira de Tera-</p><p>pia Ocupacional – REVISBRATO, [s. l.], v. 6, n. 1, p. 688-698, 2022.</p><p>1</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MORAES, G. C. Trilhas associativas: uma história contada a três. Revista CETO, São Paulo: Centro</p><p>de Especialidades em Terapia Ocupacional – CETO n. 10, 2007.</p><p>PEREZ, M. P.; DE ALMEIDA, M. H.M. O processo de revisão de vida em grupo como recurso tera-</p><p>pêutico para idosos em Terapia Ocupacional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade</p><p>de São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 223-229, 2010.</p><p>SHIMOGUIRI, A. F. D. T.; COSTA-ROSA, A. da. Do tratamento moral à atenção psicossocial: a te-</p><p>rapia ocupacional a partir da reforma psiquiátrica brasileira. Interface-Comunicação, Saúde,</p><p>Educação, [s. l.], v. 21, p. 845-856, 2017.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. C. Segundo a AOTA (2015) as ocupações são: Atividades básicas de vida diária, atividades</p><p>instrumentais de vida diária, descanso e sono, educação, trabalho, brincar, lazer e partici-</p><p>pação social.</p><p>2. B. Os recursos terapêuticos em Terapia Ocupacional são variados e incluem atividades que</p><p>visam promover a autonomia e funcionalidade, podem incluir diversos materiais de trabalho.</p><p>A Terapia Ocupacional não se limita a disciplinas farmacológicas e não exclui abordagens</p><p>não medicamentosas, inclusive, a abordagem terapêutica é um tipo de intervenção não</p><p>medicamentosa. A saúde mental é um campo de atuação da terapia ocupacional.</p><p>3. A. A alternativa e) é correta, pois pode-se utilizar qualquer atividade palpável ou não como</p><p>ferramenta para o atendimento ao paciente.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>TREINAMENTO EM ATIVIDADES</p><p>DA VIDA DIÁRIA</p><p>Conhecer os fundamentos da aplicação do treino de atividades de vida diária.</p><p>Compreender as técnicas de avaliação utilizadas no âmbito das AVD.</p><p>Refletir sobre as necessidades do cliente.</p><p>Identificar recursos que auxiliem no treino de atividades de vida diária.</p><p>Explorar intervenções terapêuticas específicas.</p><p>Analisar casos que necessitam do uso de treinamento de atividades de vida diária.</p><p>Avaliar o impacto do treino de atividades de vida diária.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, iniciaremos o conteúdo de atuação do Terapeuta Ocupacional (TO)</p><p>com treino de atividades de vida diária (AVD). Nessa temática, exploraremos a</p><p>atuação do TO e suas intervenções!</p><p>É importante considerar que muitos clientes podem enfrentar perda de autono-</p><p>mia após um AVC. Isso pode ter um impacto significativo em sua qualidade de vida.</p><p>Imagine a frustração de perder a capacidade de realizar tarefas cotidianas como se</p><p>vestir, tomar banho ou comer. Nesse contexto, terapeutas ocupacionais enfrentam o</p><p>desafio de restaurar a independência funcional e a qualidade de vida desses indiví-</p><p>duos, Como podemos ajudar os clientes a recuperar sua autonomia após um AVC?</p><p>A atuação do terapeuta ocupacional no treino de AVD transcende a mera exe-</p><p>cução de tarefas diárias. Cada atividade assume um significado único, representando</p><p>um passo na jornada da recuperação de autonomia e autoestima do cliente. Vestir-se</p><p>novamente sem ajuda ou com pouco auxílio não é apenas um ato físico, é a retomada</p><p>do controle, a afirmação da individualidade e a redescoberta da autoconfiança.</p><p>A seguir, não perca a oportunidade de ouvir o podcast com a temática Treino de</p><p>atividades de vida diária na terapia ocupacional. Compartilharemos insights impor-</p><p>tantes sobre como a terapia ocupacional faz a diferença na vida das pessoas no</p><p>contexto das atividades da vida diária e ocupações significativas.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>No processo de treino de AVD, terapeutas ocupacionais adotam abordagens</p><p>práticas e personalizadas. Adaptações ambientais são experimentadas para</p><p>tornar os espaços mais acessíveis, e tecnologias assistivas são incorporadas con-</p><p>forme a necessidade. A experimentação vai além da simples realização da tarefa,</p><p>ela visa avaliar, implementar e encontrar a melhor abordagem para cada cliente</p><p>considerando suas habilidades, potencialidades e limitações.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TREINO DE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA</p><p>Para começar nossa jornada de aprendizado é importante entender que o treina-</p><p>mento de Atividades de Vida Diária (AVD) desempenha um papel fundamental</p><p>na terapia ocupacional, melhorando a independência e a qualidade de vida dos</p><p>indivíduos. De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacio-</p><p>nal (COFFITO), conforme previsto na Resolução nº 316/2006, que dispõe sobre a</p><p>prática de Atividades de Vida Diária, de Atividades Instrumentais da Vida Diária</p><p>e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta Ocupacional, o Artigo 1° estabelece que:</p><p>“ É de exclusiva competência do Terapeuta Ocupacional, no âmbito</p><p>de sua atuação, avaliar as habilidades funcionais do indivíduo,</p><p>elaborar a programação terapêutico-ocupacional e executar o</p><p>treinamento das funções para o desenvolvimento das capacidades</p><p>de desempenho das Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades</p><p>Instrumentais de Vida Diária (AIVD) para as áreas comprometidas</p><p>no desempenho ocupacional, motor, sensorial, percepto-cognitivo,</p><p>mental, emocional, comportamental, funcional, cultural, social e</p><p>econômica de clientes (COFFITO, 2006, p. 79).</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Antes de nos aprofundarmos na atuação do terapeuta ocupacional com o uso</p><p>de atividades de vida diária (AVD), é fundamental resgatar alguns conteúdos</p><p>que estabelecem uma base sólida para a compreensão do tema.</p><p>Vamos explorar um estudo que pode enriquecer a compreensão prévia desse</p><p>assunto: Atuação da terapia ocupacional no treino de atividade de vida diária</p><p>com clientes acometidos pela COVID-19 em enfermarias de um hospital universi-</p><p>tário. Acesse em: https://www.scielo.br/j/cadbto/a/ZKwrdjvVfvN8Yrnvz4j5pV-</p><p>J/?lang=pt.</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.scielo.br/j/cadbto/a/ZKwrdjvVfvN8Yrnvz4j5pVJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cadbto/a/ZKwrdjvVfvN8Yrnvz4j5pVJ/?lang=pt</p><p>A Terapia Ocupacional representa</p><p>a disciplina na qual ocorre a análise e</p><p>aplicação da atividade humana, com</p><p>o objetivo de prevenir e/ou adaptar o</p><p>indivíduo em suas relações consigo e</p><p>com o mundo. Esse método terapêu-</p><p>tico ativamente envolve o indivíduo</p><p>em uma relação terapêutica por meio</p><p>de suas ações. O profissional exclusi-</p><p>vamente habilitado para aplicar inter-</p><p>venções terapêuticas baseadas em ati-</p><p>vidades é o Terapeuta Ocupacional,</p><p>pois detém conhecimento científico</p><p>especializado na análise da atividade</p><p>humana (SENA; BASTOS, 2013).</p><p>Pensando nessa afirmação, o te-</p><p>rapeuta ocupacional inicia o proces-</p><p>so com uma avaliação minuciosa</p><p>das habilidades do cliente em relação</p><p>às AVD. Ele pode utilizar ferramen-</p><p>tas padronizadas e/ou não padroni-</p><p>zadas, visando identificar áreas de</p><p>desafio, barreiras e potencialidades</p><p>levando em consideração não ape-</p><p>nas aspectos físicos, mas também</p><p>cognitivos, emocionais e sociais.</p><p>A avaliação é a base para a elaboração de um plano personalizado de tratamento e</p><p>identificação do cliente que apresenta comprometimento do desempenho ocupacional</p><p>e que necessita de acompanhamento com um TO (CORRÊA; SANTANA, 2014).</p><p>Nessa perspectiva, precisamos entender como se classificam as atividades básicas de</p><p>vida diária, atividades instrumentais de vida diária e como o terapeuta ocupacional</p><p>utilizará o treino dessas ocupações para a melhora da qualidade de vida do cliente.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>ATIVIDADES BÁSICAS E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA</p><p>Atividades de Vida Diária (AVD) é um conceito fundamental na prática da Tera-</p><p>pia Ocupacional, de acordo com a Associação Americana de Terapia Ocupacional</p><p>(AOTA). A AOTA (2014) define as AVD como as ocupações essenciais que as</p><p>pessoas realizam no seu dia a dia, englobando cuidados pessoais, mobilidade e</p><p>tarefas de autocuidado. Essas atividades são cruciais para a autonomia e inde-</p><p>pendência de um indivíduo.</p><p>AVD BÁSICAS (ABVD)</p><p>Refere-se a atividades essenciais para o cuidado direto do corpo e realizadas por</p><p>rotina. Essas atividades incluem:</p><p>Alimentação: alimentar-se.</p><p>Banho e higiene pessoal: cuidados com o corpo, como banho, escovação dos dentes</p><p>e toalete.</p><p>Vestir-se: escolha e colocação apropriada de roupas.</p><p>Continência: habilidade de controlar funções corporais esfincterianas.</p><p>AVD INSTRUMENTAIS (AIVD)</p><p>Refere-se a atividades que suportam a vida diária, proporcionando independência</p><p>funcional em casa e na comunidade. Isso inclui:</p><p>Mobilidade funcional: deslocamento, locomoção e transporte.</p><p>Preparo de refeições: planejamento, compra de alimentos, preparação e limpeza após</p><p>as refeições.</p><p>Gestão do lar: tarefas domésticas, como limpeza, organização e manutenção do am-</p><p>biente.</p><p>Comunicação: habilidades para expressar-se verbal e não verbalmente.</p><p>As AVD são divididas em duas categorias principais: Básicas e Instrumentais.</p><p>A Terapia Ocupacional, por meio da avaliação e intervenção nas AVD, busca</p><p>capacitar indivíduos a alcançar a máxima independência possível nessas áreas.</p><p>1</p><p>1</p><p>Para isso, os terapeutas ocupacionais trabalham em construção conjunta com os</p><p>clientes para implementar estratégias adaptativas, treinamento de habilidades e</p><p>uso de tecnologia assistiva, quando necessário.</p><p>O treinamento de Atividades de Vida Diária envolve o suporte nas tarefas</p><p>cotidianas, como alimentação e banho, por meio de orientações e prática, visando</p><p>alcançar a maior independência possível para o cliente. Ao focar nas AVD, a Te-</p><p>rapia Ocupacional contribui para a melhoria da qualidade de vida, promovendo</p><p>a autonomia, autoestima e participação ativa na comunidade.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Qual a importância da avaliação no processo terapêutico?</p><p>Cada intervenção é adaptada às necessidades únicas de cada pessoa, visando não</p><p>apenas a realização das tarefas cotidianas, mas também a promoção do bem-estar</p><p>e da satisfação pessoal.</p><p>AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO OCUPACIONAL</p><p>A avaliação em Terapia Ocupacional desempenha um papel crucial na com-</p><p>preensão das necessidades e potencialidades de cada cliente, proporcionando</p><p>uma base sólida para o desenvolvimento de planos terapêuticos individuali-</p><p>zados. Ao analisar a funcionalidade e as barreiras específicas enfrentadas pelo</p><p>cliente em suas atividades diárias, os terapeutas ocupacionais podem identificar</p><p>áreas de intervenção prioritárias.</p><p>Esse processo é centrado na compreensão das necessidades e capacidades do</p><p>cliente e pode ser realizado durante interações iniciais e/ou subsequentes. O tipo</p><p>e foco da avaliação variam conforme o contexto.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A utilização da MIF (Medida de Independência Funcional) e da COPM</p><p>(Medida Canadense de Desempenho Ocupacional), antes da implementação de</p><p>um treinamento de Atividades de Vida Diária (AVD) na Terapia Ocupacional,</p><p>proporciona uma avaliação abrangente e centrada no cliente, fornecendo infor-</p><p>mações valiosas para direcionar a intervenção terapêutica.</p><p>A avaliação compreende o perfil ocupacional e a análise do desempenho ocupa-</p><p>cional, que são sintetizados para fundamentar o plano de intervenção. O terapeuta</p><p>ocupacional inicia o processo de avaliação e, ao concluí-lo, analisa e sintetiza as</p><p>informações para elaborar o plano de intervenção.</p><p>O perfil ocupacional inclui informações sobre as necessidades, problemas e preo-</p><p>cupações do cliente em relação ao desempenho nas ocupações (AOTA, 2020).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>A Medida de independência funcional (MIF)</p><p>é uma das ferramentas padronizadas que podem</p><p>ser utilizadas para avaliar um cliente em relação</p><p>às suas AVD. Essa avaliação, é amplamente reco-</p><p>nhecida por avaliar a independência funcional ou</p><p>grau de assistência em atividades básicas e ins-</p><p>trumentais da vida diária, é uma ferramenta que</p><p>auxilia no reconhecimento do desempenho do</p><p>cliente nos domínios motores, cognitivo e social.</p><p>Ela oferece uma pontuação quantitativa, per-</p><p>mitindo a mensuração do nível de independên-</p><p>cia do cliente em mobilidade, autocuidado, loco-</p><p>moção, comunicação e aspectos sociais (SILVA,</p><p>2012). Antes de implementar um treinamento</p><p>de AVD, por exemplo, a MIF pode ser aplica-</p><p>da para avaliar o status funcional do cliente,</p><p>identificando áreas específicas de dificuldade e</p><p>estabelecendo uma linha de base clara.</p><p>1</p><p>4</p><p>Outra avaliação padronizada, que pode ser utilizada, é a Medida Canadense de</p><p>Desempenho Ocupacional (COPM), que consiste em uma avaliação centrada</p><p>no cliente. Tem objetivo avaliar a percepção do próprio cliente sobre seu de-</p><p>sempenho em atividades de vida diária e ocupações significativas para ele. Essa</p><p>avaliação se estende em três áreas de desempenho ocupacional: atividades de</p><p>autocuidado, atividades produtivas e atividades de lazer, às quais é atribuído</p><p>um grau de importância de 1 a 10, reconhecendo a natureza multifacetada do</p><p>desempenho ocupacional.</p><p>Gostaria de recomendar a leitura do artigo intitulado Medida de independência</p><p>funcional nas atividades de vida diária em idosos com sequelas de acidente vascu-</p><p>lar encefálico no Complexo Gerontológico Sagrada Família, de Goiânia. Esse artigo</p><p>apresenta o uso da MIF em idosos e a perspectiva da dependência para a realiza-</p><p>ção das AVD. Boa leitura! Acesse em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/VdzZLFH-</p><p>3KFvjN6WLqVPrKLn/?lang=pt.</p><p>EU INDICO</p><p>A COPM é uma avaliação muito utilizada na prática de terapeutas ocupacionais</p><p>para medir as mudanças percebidas na capacidade de desempenho ocupacional</p><p>de um indivíduo ao longo do tempo, esse artigo traz informações sobre a utiliza-</p><p>ção dessa ferramenta e auxilia no entendimento da entrevista padronizada. Dispo-</p><p>nível em: https://www.revistas.usp.br/rto/article/view/46397/50153.</p><p>EU INDICO</p><p>Dessa forma, quanto ao processo de avaliação da terapia ocupacional, é necessário</p><p>estar atento ao perfil ocupacional do cliente, coletando dados pessoais, história e</p><p>experiências ocupacionais, entendimento dos padrões de vida diária, interesses, va-</p><p>lores, necessidades, contextos relevantes e desempenho ocupacional (AOTA,2014).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/VdzZLFH3KFvjN6WLqVPrKLn/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgg/a/VdzZLFH3KFvjN6WLqVPrKLn/?lang=pt</p><p>https://www.revistas.usp.br/rto/article/view/46397/50153</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO TERAPÊUTICO</p><p>OCUPACIONAL</p><p>Para realização da intervenção é necessário que o profissional elabore o plano</p><p>de tratamento que será seguido, estabelecendo metas mensuráveis e concretas</p><p>fundamentadas nas ocupações e associadas a prazos específicos.</p><p>É importante nesse processo deixar claro os objetivos das intervenções levan-</p><p>do em consideração as metas baseadas em criar ou promover, estabelecer ou res-</p><p>taurar, manter, modificar ou prevenir complicações ocupacionais (AOTA, 2020).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Como é realizado o processo de planejamento da intervenção do terapeuta</p><p>ocupacional?</p><p>No processo de planejamento do tratamento em terapia ocupacional é essen-</p><p>cial a realização da avaliação identificando as habilidades e potencialidades no</p><p>desempenho ocupacional do cliente, assim como o reconhecimento dos desafios</p><p>e dificuldades no desempenho ocupacional e a compreensão do significado</p><p>que</p><p>o cliente atribui às suas ocupações.</p><p>Antes de implementar o plano de intervenção, determina-se a área de foco priori-</p><p>tária para intervenção, identificando o problema. Posteriormente, se estabelecem</p><p>as metas relacionadas à ocupação, definindo objetivos a serem alcançados, consi-</p><p>derando padrões, habilidades e fatores específicos do cliente, e são desenvolvidas</p><p>as estratégias a serem implementadas.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Segundo Pedretti e Early (2005), no processo de planejamento do tratamento</p><p>iniciamos a trajetória pela avaliação, seguida da identificação dos problemas, após</p><p>isso, exploraremos as possíveis soluções para a criação de metas, implementamos</p><p>1</p><p>1</p><p>o plano de ação. Posteriormente, serão avaliados os resultados sendo passíveis de</p><p>modificações no tratamento e, por fim, observa-se se os objetivos foram atingidos.</p><p>TREINO DE AVD COMO INTERVENÇÃO NA REABILITAÇÃO</p><p>É possível incorporar diferentes estratégias no treino de Atividades de Vida Diária para</p><p>potencializar a eficácia da intervenção terapêutica, porém é necessário levar em con-</p><p>sideração as necessidades, queixas, habilidades e contextos observados na avaliação.</p><p>Em geral, as avaliações são compostas de longas listas de atividades de</p><p>autocuidado, automanutenção, tarefas domésticas e comunicação, dentre outras,</p><p>que, ao serem analisadas em seus detalhes, se desdobram em tarefas e até em</p><p>etapas mais específicas.</p><p>Em sua elaboração, parte-se, usualmente, do princípio de que esses fazeres rotinei-</p><p>ros são universais e devem ser elencados em categorias únicas. Da avaliação e detecção</p><p>de dificuldades em alguns ou vários de seus repertórios é que se formula o treina-</p><p>mento, que tem a intenção de favorecer a independência do indivíduo, como querem</p><p>alguns, ou sua autonomia, como preferem outros. (GALHEIGO, 2003 p. 104-109).</p><p>A graduação e adaptação da atividade também são pontos importantes e</p><p>consistem em ajustar a complexidade ou dificuldade das atividades, adaptando-as</p><p>às capacidades atuais do indivíduo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Esse método permite uma abordagem progressiva, começando com níveis mais</p><p>simples e gradualmente aumentando a dificuldade à medida que o desempe-</p><p>nho melhora. Ao adaptar uma atividade, é crucial que a modificação atenda às</p><p>necessidades específicas do cliente, seja suficientemente simples para permitir</p><p>a execução da tarefa, preserve o valor e o significado da atividade em questão,</p><p>e esteja focada na própria atividade, não apenas no movimento que está sendo</p><p>realizado (CAVALCANTI, 2007).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe qual a importância dos recursos utilizados no processo terapêutico da</p><p>terapia ocupacional?</p><p>Um ponto a se observar, é a necessidade de incorporar recursos terapêuticos,</p><p>como jogos, atividades sensoriais, atividades lúdicas, no treino de AVD, pois tam-</p><p>bém podem oferecer uma abordagem centrada nos gostos e potencialidades do</p><p>cliente. Jogos adaptados podem aprimorar, por exemplo, habilidades motoras e/</p><p>ou cognitivas, atividades sensoriais podem estimular os sentidos visando promo-</p><p>ver a consciência e a coordenação, tudo vai depender do processo de avaliação</p><p>e subjetividades do cliente.</p><p>Essas estratégias, além de complementarem o treino de AVD, também oferecem</p><p>uma variedade de estímulos adaptados às necessidades individuais do sujeito, con-</p><p>tribuindo para a eficácia global da intervenção terapêutica com foco nas ocupações.</p><p>Você já parou para pensar como as características do ambiente ao nosso redor,</p><p>incluindo espaços físicos, sociais e culturais, impactam nossas ocupações diárias</p><p>e, consequentemente, a nossa saúde e bem-estar?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>1</p><p>8</p><p>O ambiente e o contexto também desempenham papéis cruciais na Terapia Ocu-</p><p>pacional, especialmente no treinamento de Atividades de Vida Diária (AVD). A</p><p>importância desses elementos reside em sua capacidade de influenciar direta-</p><p>mente a eficácia da intervenção terapêutica.</p><p>No estudo de Guerzoni (2008) fica clara a importância das intervenções da</p><p>Terapia Ocupacional na promoção de atividades de vida diária em crianças com</p><p>paralisia cerebral e o favorecimento no desempenho de suas atividades cotidianas</p><p>de maneira mais funcional.</p><p>Utiliza-se como exemplo o treino do vestir-se identificando barreiras e fa-</p><p>cilitadores do processo e enfatiza-se que em determinados momentos o cliente</p><p>conseguirá realizar a tarefa com auxílio do terapeuta, porém torna-se um desafio</p><p>quando está em casa, mostrando a importância de considerar todos os elementos</p><p>que envolvem o cotidiano e o sujeito que está realizando a atividade.</p><p>Essa página apresenta diversos recursos e abordagens da terapia ocupacional, o</p><p>material indicado possui a perspectiva desse profissional em relação ao ambiente</p><p>e sua importância nas intervenções. Acesse em:</p><p>https://www.reab.me/o-que-e-o-ambiente-para-a-t-o-conheca-como-pensa-</p><p>-esse-profissional/.</p><p>EU INDICO</p><p>Vale a pena ressaltar que a utilização de dispositivos e tecnologias adaptativas,</p><p>como softwares especializados, aplicativos móveis, e dispositivos de assistência,</p><p>oferecem suporte personalizado para superar desafios específicos e maximizar</p><p>as habilidades funcionais dos clientes.</p><p>Ao integrar tecnologias assistivas de forma personalizada e adaptada ao ambiente</p><p>do cliente, a Terapia Ocupacional busca aprimorar a execução das AVD e promover</p><p>uma participação mais significativa na vida cotidiana. Estudos destacam a eficácia</p><p>dessa abordagem, enfatizando a importância da individualização e avaliação</p><p>contínua para garantir a seleção adequada e o uso efetivo dessas tecnologias.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>https://www.reab.me/o-que-e-o-ambiente-para-a-t-o-conheca-como-pensa-esse-profissional/</p><p>https://www.reab.me/o-que-e-o-ambiente-para-a-t-o-conheca-como-pensa-esse-profissional/</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>O conceito de Tecnologia Assistiva refere-se ao conjunto abrangente de recursos</p><p>e serviços destinados a fornecer ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas</p><p>com deficiência. Essa abordagem tem como objetivo principal promover a inde-</p><p>pendência e inclusão dessas pessoas em suas atividades diárias (BERSCH, 2008).</p><p>Ressalta-se que o Terapeuta Ocupacional é o profissional responsável e habili-</p><p>tado para realizar o treino de AVD, dessa forma, é imprescindível ter conhecimen-</p><p>to das vertentes que afetam essa prática para aplicação dos recursos necessários,</p><p>visando a melhora da qualidade de vida dos clientes atendidos.</p><p>A prática da Terapia Ocupacional transcende a mera execução de tarefas; ela</p><p>é uma abordagem holística que reconhece a interconexão entre o indivíduo, as</p><p>atividades diárias e o ambiente que as envolve. Ao compreender e integrar essas</p><p>vertentes, o Terapeuta Ocupacional se torna um agente de transformação, capa-</p><p>citando os clientes a enfrentarem os desafios do ambiente de maneira mais eficaz</p><p>e, assim, alcançarem uma vida mais funcional e significativa.</p><p>Temos mais para conversar com você, vamos lá?! Acesse seu ambiente virtual de</p><p>aprendizagem e confira a aula referente a este tema.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Chegamos ao final deste tema de aprendizagem! É crucial recapitular os conceitos</p><p>essenciais que moldam a atuação do terapeuta ocupacional no contexto da reabilita-</p><p>ção, destacando o papel vital do treinamento em Atividades de Vida Diária (AVD).</p><p>Ao embarcar na jornada da reabilitação, é essencial compreender que cada</p><p>indivíduo traz consigo um contexto único. Essa compreensão contextual vai além</p><p>das limitações físicas, incluindo fatores psicossociais, culturais e ambientais que</p><p>influenciam a execução das AVD.</p><p>Em outras palavras, enfrentar as limitações é uma peça-chave no quebra-</p><p>-cabeça terapêutico, demonstrando a importância dos estudos para auxiliar os</p><p>clientes em suas demandas. Seja lidando com condições físicas, emocionais ou</p><p>4</p><p>1</p><p>cognitivas, o terapeuta ocupacional busca estratégias personalizadas para superar</p><p>desafios, promovendo a independência e a qualidade de vida do cliente.</p><p>A evolução tecnológica oferece ao terapeuta ocupacional um arsenal de recursos</p><p>e</p><p>tecnologias assistivas. Desde dispositivos simples até soluções inovadoras, a integração</p><p>dessas ferramentas no treinamento de AVD amplia as possibilidades de independên-</p><p>cia para os clientes, transformando desafios em oportunidades de ser mais funcional.</p><p>Nossa jornada pelo universo do terapeuta ocupacional na reabilitação não</p><p>termina aqui, é um convite ao aprendizado contínuo, pois, atualmente, o mer-</p><p>cado de trabalho tem exigido cada vez mais o conhecimento de novas técnicas.</p><p>Manter-se atualizado com as últimas pesquisas, inovações tecnológicas e abor-</p><p>dagens terapêuticas é essencial para uma prática eficaz e centrada no cliente!</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>1. O processo da TO é centrado na compreensão das necessidades e capacidades do cliente e</p><p>pode ser realizado durante interações iniciais e/ou subsequentes, o tipo e foco da avaliação</p><p>variam conforme o contexto. A avaliação compreende o perfil ocupacional e a análise do</p><p>desempenho ocupacional, que são sintetizados para fundamentar o plano de intervenção.</p><p>O terapeuta ocupacional inicia o processo de avaliação e, ao concluí-lo, analisa e sintetiza as</p><p>informações para elaborar o plano de intervenção. O perfil ocupacional inclui informações</p><p>sobre as necessidades, problemas e preocupações do cliente em relação ao desempenho</p><p>nas ocupações (AOTA, 2020).</p><p>Qual é o foco principal do processo de avaliação na Terapia Ocupacional?</p><p>a) Avaliação do histórico médico do cliente.</p><p>b) Análise do desempenho ocupacional e perfil ocupacional do cliente.</p><p>c) Identificação exclusiva das preocupações do terapeuta ocupacional.</p><p>d) Avaliação apenas das interações iniciais com o cliente.</p><p>e) Síntese das informações para avaliação do desempenho físico do cliente.</p><p>2. A Medida de independência funcional (MIF) é uma das ferramentas padronizadas que po-</p><p>dem ser utilizadas para avaliar um cliente em relação às suas AVD. Essa avaliação, é am-</p><p>plamente reconhecida por avaliar a independência funcional ou grau de assistência em</p><p>atividades básicas e instrumentais da vida diária, é uma ferramenta que auxilia no reconhe-</p><p>cimento do desempenho do cliente nos domínios motores, cognitivo e social. Ela oferece</p><p>uma pontuação quantitativa, permitindo a mensuração do nível de independência do clien-</p><p>te em mobilidade, autocuidado, locomoção, comunicação e aspectos sociais (SILVA, 2012).</p><p>Considerando o texto sobre a Medida de Independência Funcional (MIF), no que se refere</p><p>ao propósito dessa ferramenta na avaliação de um cliente em relação às Atividades de Vida</p><p>Diária (AVD), analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Avaliação da independência funcional nos domínios motores, cognitivo e social.</p><p>II - Fornecimento de intervenções terapêuticas específicas para a melhora da independência</p><p>do cliente.</p><p>III - Ênfase exclusiva na mobilidade do cliente, desconsiderando outros aspectos relevantes.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>4</p><p>1</p><p>3. O conceito de Tecnologia Assistiva refere-se ao conjunto abrangente de recursos e serviços</p><p>destinados a fornecer ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência.</p><p>Essa abordagem tem como objetivo principal promover a independência e inclusão dessas</p><p>pessoas em suas atividades diárias (BERSCH, 2008).</p><p>O que o conceito de Tecnologia Assistiva busca alcançar, de acordo com o texto?</p><p>a) Restringir a independência das pessoas com deficiência.</p><p>b) Limitar o acesso aos recursos tecnológicos.</p><p>c) Ampliar as habilidades funcionais e promover a independência.</p><p>d) Excluir as pessoas com deficiência das atividades diárias.</p><p>e) Ignorar a importância da inclusão na sociedade.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Occupational therapy practice framework:</p><p>domain and process. American Journal of Occupational Therapy, 3rd ed. v. 68, Supl. 1, S1 – S48,</p><p>2014.</p><p>AOTA. American Occupational Therapy Association. Enquadramento da Prática da Terapia</p><p>Ocupacional: domínio & processo. Trad. Maria D. Gomes, Liliana Teixeira da Conceição e Jaime</p><p>Ribeiro.  American Journal of Occupational Therapy, 4rd, v. 74, Suppl. 2, 2020.</p><p>BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008. v. 21.</p><p>CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática. São Paulo: Gua-</p><p>nabara Koogan, 2007.</p><p>COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução nº 316, de 19 de</p><p>julho de 2006. Dispõe sobre a prática de Atividades de Vida Diária, de Atividades Instrumentais</p><p>da Vida Diária e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta Ocupacional. Brasília, DF: Diário Oficial da</p><p>União, 27 nov. 2023. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074. Acesso em: 31 jan.</p><p>2024.</p><p>CORRÊA, G. C.; SANTANA, V. C. Avaliação do impacto de uma intervenção de terapia ocupacio-</p><p>nal com ênfase no desempenho ocupacional de crianças e adolescentes com deficiência visual.</p><p>Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 43-50,</p><p>2014.</p><p>GALHEIGO, S. M. O cotidiano na terapia ocupacional: cultura, subjetividade e contexto histórico-</p><p>-social. Organicom, [s. l.], v. 14, n. 3, p. 104-109, 2003.</p><p>GUERZONI, V. P. D. et al. Análise das intervenções de terapia ocupacional no desempenho das</p><p>atividades de vida diária em crianças com paralisia cerebral: uma revisão sistemática da literatu-</p><p>ra. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, [s. l.], v. 8, p. 17-25, 2008.</p><p>PEDRETTI, L. W.; EARLY, M. B. Terapia ocupacional – capacidades práticas para as disfunções</p><p>físicas. São Paulo: Roca, 2005.</p><p>SENA, C. P. S.; BASTOS, P. M. Terapia Ocupacional – metodologia e prática. Rio de Janeiro: Rubio,</p><p>2013.</p><p>SILVA, G. A. da et al. Avaliação funcional de pessoas com lesão medular: utilização da escala</p><p>de independência funcional-MIF. Texto & Contexto-Enfermagem, [s. l.], v. 21, p. 929-936, 2012.</p><p>4</p><p>4</p><p>https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074</p><p>1. B. Conforme destacado no texto, o foco principal do processo de avaliação na Terapia Ocu-</p><p>pacional é a análise do desempenho ocupacional e do perfil ocupacional do cliente. Essa</p><p>abordagem é centrada na compreensão das necessidades e capacidades do cliente, e a</p><p>avaliação compreende a síntese de informações sobre as ocupações, incluindo as neces-</p><p>sidades, problemas e preocupações do cliente. Portanto, a opção B reflete com precisão o</p><p>enfoque descrito no texto para fundamentar o plano de intervenção na Terapia Ocupacional.</p><p>2. A. O texto destaca que a Medida de Independência Funcional (MIF) avalia a independência</p><p>funcional nos domínios motores, cognitivo e social. Portanto, a afirmativa I descreve corre-</p><p>tamente o propósito dessa ferramenta na avaliação das AVD, enquanto as afirmativas II e III</p><p>não refletem a abrangência e o propósito da MIF conforme apresentado no texto.</p><p>3. C. Conforme destacado no texto, o conceito de Tecnologia Assistiva tem como objetivo</p><p>principal “ampliar as habilidades funcionais” e “promover a independência” de pessoas com</p><p>deficiência em suas atividades diárias. A busca pela autonomia e inclusão é evidenciada como</p><p>o propósito central dessa abordagem, reforçando a importância de proporcionar recursos</p><p>e serviços que possam contribuir para a participação plena dessas pessoas na sociedade.</p><p>GABARITO</p><p>4</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>TREINAMENTO DE USO DE</p><p>DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA</p><p>Identificar diversos tipos de Dispositivos de Assistência.</p><p>Analisar necessidades individuais dos pacientes em relação aos dispositivos de assistência.</p><p>Conhecer o conceito de Tecnologias Assistivas.</p><p>Desenvolver estratégias de intervenção específicas com uso de dispositivos de assistência.</p><p>Explorar os dispositivos de assistência.</p><p>Diferenciar os tipos de dispositivos de assistência.</p><p>Avaliar o impacto na participação e qualidade de vida dos pacientes com o uso de dispo-</p><p>sitivos de assistência.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>4</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, ao ingressarmos na busca pelo conheci-</p><p>mento profissional, frequentemente, nos deparamos</p><p>com a necessidade de compreender e aplicar o uso</p><p>de dispositivos de assistência no contexto terapêutico.</p><p>A complexidade dessa tarefa reside na variedade</p><p>de dispositivos disponíveis e na habilidade de selecionar e adaptar esses recursos</p><p>de maneira eficaz para atender às necessidades específicas de cada cliente.</p><p>Diante desse desafio, surge a questão: como integrar o conhecimento teórico</p><p>à prática profissional, garantindo que os futuros terapeutas ocupacionais estejam</p><p>aptos a utilizar esses dispositivos de maneira eficiente?</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Agora, vamos recordar a importância da compreensão detalhada da análise e</p><p>adaptações de atividades que são essenciais para terapeutas ocupacionais ao</p><p>prescreverem um dispositivo de assistência. A análise da atividade permite uma</p><p>avaliação minuciosa das habilidades e limitações de um indivíduo nas ativida-</p><p>des de vida diária, identificando áreas específicas que podem ser aprimoradas ou</p><p>adaptadas para promover a independência funcional. Ao incorporar essa análise</p><p>no processo de prescrição de dispositivos de assistência, os profissionais podem</p><p>garantir uma abordagem personalizada, escolhendo dispositivos que se alinhem</p><p>precisamente com as necessidades do cliente. Indicamos a leitura do artigo A</p><p>análise de atividade e a construção do olhar do terapeuta ocupacional. Acesse em:</p><p>https://www.revistas.usp.br/rto/article/view/13938/15756.</p><p>Habilidade de</p><p>selecionar e adaptar</p><p>esses recursos de</p><p>maneira eficaz</p><p>Exploraremos, neste tema de aprendizagem, os desafios e oportunidades que</p><p>surgem nesse caminho. A proposta é proporcionar uma visão abrangente, pro-</p><p>movendo a conexão entre o conhecimento teórico e a prática profissional. Aqui,</p><p>você encontrará insights valiosos, experiências práticas, conceitos e reflexões que</p><p>contribuirão para sua formação profissional. Pronto para explorar o universo da</p><p>terapia ocupacional? Vamos em frente!</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A Terapia Ocupacional é uma disciplina da saúde que se destaca por sua aborda-</p><p>gem holística e centrada no cliente, visando promover a participação plena e in-</p><p>dependente nas atividades diárias significativas. Este campo dinâmico, enraizado</p><p>em conceitos fundamentais, converte a ocupação, atividades que dão significado</p><p>à vida, em seu núcleo terapêutico.</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL E DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA</p><p>Nesse contexto, a integração de dispositivos de as-</p><p>sistência se torna essencial, expandindo as possibi-</p><p>lidades para aqueles que enfrentam desafios físicos,</p><p>cognitivos ou emocionais.</p><p>A análise da atividade é um dos pilares da Terapia</p><p>Ocupacional, proporcionando uma compreensão profunda das habilidades e limita-</p><p>ções do indivíduo em suas atividades cotidianas. Baseada nos preceitos de Kielhofner</p><p>(2002), essa análise direciona a seleção cuidadosa de dispositivos de assistência, garan-</p><p>tindo que sejam personalizados para atender às necessidades específicas de cada cliente.</p><p>A aplicação prática dos conceitos de análise da atividade permite que os tera-</p><p>peutas ocupacionais identifiquem não apenas as deficiências, mas também as po-</p><p>tencialidades, interesses pessoais, criando intervenções terapêuticas mais eficazes.</p><p>A atuação da Terapia Ocupacional, conforme destacada por Teixeira (2003),</p><p>concentra-se primariamente na promoção do máximo grau de independência para</p><p>o indivíduo, considerando suas necessidades, potencialidades e possibilidades so-</p><p>cioeconômicas. Nesse contexto, a prescrição de dispositivos de assistência emerge</p><p>Convidamos você a dar o play no podcast, Utilizando dispositivos de assistência na</p><p>prática da terapia ocupacional, e ampliar seus conhecimentos sobre essas estra-</p><p>tégias de intervenção.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Promoção do</p><p>máximo grau de</p><p>independência para</p><p>o indivíduo</p><p>4</p><p>8</p><p>como uma estratégia essencial, utilizando adaptações e manobras que visam faci-</p><p>litar o potencial remanescente e impulsionar o processo de independência.</p><p>Um enfoque específico adotado para alcançar esse objetivo consiste na reco-</p><p>mendação de adaptações ambientais e domésticas, evidenciando a abordagem cen-</p><p>trada no cliente, que busca proporcionar soluções personalizadas para otimizar</p><p>a funcionalidade e promover uma participação mais ativa nas atividades diárias.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe para que servem as adaptações realizadas pelos terapeutas</p><p>ocupacionais?</p><p>De acordo com Cavalcanti e Galvão (2007, p. 420), a noção de adaptação abrange</p><p>tanto dispositivos de assistência quanto modificações no ambiente. Essas inter-</p><p>venções viabilizam que idosos ou pessoas com deficiência desempenhem suas</p><p>ocupações que, previamente, apresentavam desafios ou eram consideradas im-</p><p>possíveis de serem realizadas.</p><p>As autoras elucidam que as adaptações mantêm uma conexão direta com as</p><p>ocupações, sendo, assim, aplicáveis para promover a autonomia em atividades</p><p>como vestir, alimentar-se, comunicar-se e realizar tarefas do lar.</p><p>Como eu era antes de você</p><p>O rico e bem-sucedido, Will, leva uma vida repleta de viagens</p><p>e esportes radicais até ser atingido por uma moto. O acidente</p><p>o deixa tetraplégico e em uso de cadeira de rodas. É nesse</p><p>contexto que Louisa Clark é contratada para cuidar de Will, e</p><p>os desafios vão integrando a trama.</p><p>Refletindo sobre a História: essa experiência cinematográfica</p><p>enriquece os conceitos aprendidos sobre qualidade de vida e</p><p>adaptações no cotidiano. Diante disso, reflita sobre quais adap-</p><p>tações você utilizaria com o protagonista.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>O desenvolvimento de uma adaptação percorre sete etapas distintas: análise da</p><p>atividade, assimilação do problema, compreensão dos princípios de compensa-</p><p>ção, proposição de soluções, pesquisa de recursos alternativos para a resolução</p><p>do problema, manutenção periódica da adaptação e treinamento da adaptação</p><p>na atividade segundo estudo apresentado por De Carlo, Luzo e Miranda (2004).</p><p>De acordo com Brasil (2009), o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) apresenta que</p><p>os dispositivos de assistência constituem elementos da Tecnologia Assistiva, des-</p><p>tinados a promover as habilidades funcionais de indivíduos com deficiência ou</p><p>limitações. Esses recursos visam capacitar a pessoa a desempenhar atividades</p><p>nas quais ela apresentava queixas ou não realizava anteriormente.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>A Terapia Ocupacional adota o conceito contemporâneo de saúde, conforme</p><p>descrito pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade</p><p>e Saúde (CIF). Essa abordagem concebe a saúde como uma interação dinâmica</p><p>entre as funções (por exemplo, funções</p><p>auditivas) e as estruturas do corpo (por</p><p>exemplo, cóclea), a execução de ativida-</p><p>des (por exemplo, gerenciar a rotina diá-</p><p>ria), os fatores pessoais e os ambientais</p><p>(por exemplo, barreiras arquitetônicas).</p><p>Seguindo a perspectiva da CIF, os fa-</p><p>tores ambientais são categorizados como</p><p>barreiras ou facilitadores, cuja presença ou</p><p>ausência, respectivamente, contribui para a</p><p>redução ou melhora da funcionalidade de</p><p>uma pessoa. Além disso, a CIF reconhece</p><p>que a tecnologia assistiva desempenha um</p><p>papel crucial como dispositivo facilitador</p><p>da participação, referindo-se ao envolvi-</p><p>mento ativo em situações vitais por parte</p><p>de indivíduos com deficiência (POMME-</p><p>REHN; DELBONI; FEDOSSE, 2016).</p><p>5</p><p>1</p><p>Em sintonia com os princípios da CIF, destaca-se a tecnologia assistiva como um</p><p>recurso fundamental na busca da promoção de funcionalidade e participação</p><p>ativa, utilizando as adaptações como ferramentas para facilitar o engajamento</p><p>pleno de pessoas com deficiência em suas atividades.</p><p>AVALIAÇÕES PARA A PRESCRIÇÃO DE TECNOLOGIAS</p><p>ASSISTIVAS</p><p>Tecnologia assistiva refere-se a “qualquer dispositivo ou conjunto de produtos,</p><p>adquiridos, adaptados ou personalizados, empregados para ampliar, preservar ou</p><p>aprimorar o desempenho funcional” (DE CARLO; LUZO; MIRANDA, 2004).</p><p>A prescrição adequada de Tecnologias Assistivas (TA) e dispositivos de as-</p><p>sistência em Terapia Ocupacional (TO) demanda uma avaliação abrangente</p>

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