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<p>### Aula 1: **Os Antecedentes Históricos da Gestão Ambiental**</p><p>Esta aula apresenta um panorama sobre a evolução histórica da relação entre o ser humano e o meio ambiente. A</p><p>trajetória começa há cerca de 10 mil anos, quando a humanidade passou a impactar significativamente o meio ambiente</p><p>devido ao advento da agricultura. Essa prática, que substituiu a biodiversidade por monoculturas, marcou o início da</p><p>interferência humana nos ecossistemas. A princípio, os efeitos não foram muito agressivos, mas com o passar dos</p><p>séculos, especialmente após a Revolução Industrial no final do século XVIII, a ação humana tornou-se muito mais</p><p>devastadora.</p><p>Com o uso massivo de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, a poluição e o esgotamento de recursos naturais</p><p>tornaram-se problemas globais. Esse período de crescimento industrial causou uma pressão crescente sobre os recursos</p><p>do planeta, levando a uma série de consequências ambientais, como o aquecimento global, a extinção de espécies e o</p><p>despejo de resíduos tóxicos no ar e nas águas.</p><p>A aula destaca a noção de **capacidade de carga** (carrying capacity), que se refere ao limite que o planeta pode</p><p>suportar em termos de exploração de recursos naturais e emissão de poluentes. Quando essa capacidade é</p><p>ultrapassada, ocorre a degradação irreversível dos ecossistemas. Um exemplo citado é a degradação da Baía de</p><p>Guanabara, que já foi uma área paradisíaca, mas atualmente está altamente poluída, comprometendo a biodiversidade</p><p>local.</p><p>A gestão ambiental surge como uma necessidade urgente para controlar o impacto humano e garantir a</p><p>sustentabilidade do planeta. A aula também menciona eventos históricos importantes, como a Conferência de</p><p>Estocolmo em 1972, que foi o primeiro grande evento global a tratar das questões ambientais, e a Eco-92, que</p><p>consolidou a ideia de desenvolvimento sustentável.</p><p>A **pegada ecológica** (ecological footprint) é outro conceito importante discutido na aula. Ela mede o impacto da</p><p>atividade humana sobre os ecossistemas, levando em consideração tanto o tamanho da população quanto seu consumo</p><p>per capita. A aula finaliza destacando a importância da conscientização global sobre os limites da exploração econômica</p><p>do meio ambiente, e como a sobrevivência da humanidade depende de uma gestão eficiente dos recursos naturais.</p><p>---</p><p>### Aula 2: **As Escolas de Pensamento na Economia do Meio Ambiente**</p><p>Nesta aula, o foco está nas diferentes correntes de pensamento que buscam conciliar o desenvolvimento econômico</p><p>com a preservação ambiental. A primeira escola apresentada é a **Economia Ambiental**, que se baseia na ideia de</p><p>que o progresso tecnológico pode mitigar ou substituir os recursos naturais à medida que se tornam escassos. Esta</p><p>visão, alinhada ao pensamento econômico neoclássico, acredita que o crescimento econômico é compatível com a</p><p>sustentabilidade, desde que haja inovações tecnológicas que tornem o uso de recursos mais eficiente.</p><p>Por outro lado, a **Economia Ecológica** defende que existem limites naturais que não podem ser superados apenas</p><p>com o avanço tecnológico. Segundo essa visão, o capital natural — ou seja, os recursos fornecidos pela natureza — é</p><p>essencial para a economia, e sua degradação pode comprometer o próprio funcionamento do sistema econômico. A</p><p>Economia Ecológica questiona a noção de substituição infinita de recursos, argumentando que alguns elementos, como</p><p>a biodiversidade e os ecossistemas, são insubstituíveis.</p><p>Um conceito central discutido na aula é o de **Desenvolvimento Sustentável**, que foi popularizado pelo Relatório</p><p>Brundtland em 1987. Esse conceito propõe que o desenvolvimento econômico deve satisfazer as necessidades do</p><p>presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades. O</p><p>desenvolvimento sustentável busca equilibrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais.</p><p>Outro ponto abordado é o **Princípio da Precaução**, que sugere que medidas preventivas devem ser tomadas diante</p><p>de incertezas científicas sobre os possíveis danos ao meio ambiente. Esse princípio é especialmente relevante em</p><p>situações de grande risco, como a mudança climática e a destruição de habitats, onde as consequências podem ser</p><p>irreversíveis. O Princípio da Precaução tem implicações diretas para a formulação de políticas públicas, incentivando</p><p>uma abordagem mais cautelosa e preventiva.</p><p>A aula também menciona a necessidade de instrumentos econômicos e regulatórios para incentivar práticas</p><p>sustentáveis, como impostos sobre poluição e a criação de mercados de carbono. O objetivo é integrar o meio ambiente</p><p>às decisões econômicas e promover um desenvolvimento mais equilibrado.</p><p>---</p><p>### Aula 3: **A Avaliação Econômica do Meio Ambiente**</p><p>A terceira aula aborda as metodologias usadas para calcular o valor econômico dos recursos naturais e dos impactos</p><p>ambientais. A **avaliação econômica do meio ambiente** é essencial para integrar a dimensão ambiental nas decisões</p><p>de política e economia. O principal desafio é atribuir um valor monetário a recursos e serviços ambientais que muitas</p><p>vezes não são transacionados no mercado, como florestas, rios e a biodiversidade.</p><p>A aula começa discutindo a diferença entre **recursos renováveis** (como água e florestas, que podem se regenerar) e</p><p>**não renováveis** (como petróleo e minerais, que se esgotam com o uso). Para cada tipo de recurso, são apresentadas</p><p>diferentes metodologias de valoração.</p><p>Entre os métodos mais comuns, o **Custo de Reposição** é utilizado para calcular o valor de um recurso ambiental</p><p>pelo custo necessário para restaurá-lo após sua degradação. Por exemplo, o custo de limpar um rio poluído para que ele</p><p>volte a ser utilizável. Outro método importante é a **Valoração Contingente**, que cria mercados hipotéticos para</p><p>medir a disposição das pessoas a pagar por melhorias no ambiente, ou a compensação necessária para aceitar uma</p><p>piora nas condições ambientais.</p><p>A aula também discute o **Valor Econômico Total (VET)**, que engloba não apenas o valor de uso direto de um recurso</p><p>(como madeira de uma floresta), mas também os valores de uso indireto (como o papel das florestas na regulação</p><p>climática), o **valor de opção** (o valor de manter o recurso disponível para uso futuro) e o **valor de existência** (o</p><p>valor intrínseco de saber que um recurso existe, mesmo que não seja utilizado diretamente).</p><p>Esses métodos de valoração são fundamentais para que os gestores possam tomar decisões que levem em conta o</p><p>verdadeiro custo das atividades econômicas para o meio ambiente. A aula reforça que a economia deve incorporar os</p><p>custos ambientais para garantir um desenvolvimento sustentável e evitar a degradação irreversível dos ecossistemas.</p><p>---</p><p>### Aula 4: **Os Elementos da Contabilidade do Meio Ambiente**</p><p>Esta aula apresenta a **Contabilidade Ambiental**, uma especialização da contabilidade tradicional que busca</p><p>mensurar o impacto ambiental das atividades econômicas. A contabilidade tradicional não foi projetada para lidar com</p><p>os custos ambientais, por isso surge a necessidade de integrar esses aspectos nas demonstrações financeiras das</p><p>empresas.</p><p>A **Contabilidade Financeira Ambiental** foca na divulgação de informações ambientais para o público externo, como</p><p>investidores, reguladores e consumidores. A principal função dessa vertente é evidenciar os **ativos ambientais**</p><p>(investimentos feitos pela empresa para mitigar ou recuperar danos ambientais) e os **passivos ambientais**</p><p>(obrigações decorrentes de impactos ambientais, como multas ou custos de remediação).</p><p>Já a **Contabilidade Gerencial Ambiental** é voltada para a gestão interna da empresa, auxiliando os gestores a tomar</p><p>decisões que levem em consideração os impactos ambientais. Essa vertente foca na mensuração dos custos associados à</p><p>prevenção da poluição, recuperação de áreas degradadas e reciclagem de materiais. Para isso, utiliza-se o **sistema</p><p>Gecon**, que avalia o desempenho econômico e financeiro das atividades ambientais.</p><p>A aula também aborda</p><p>os **passivos contingentes**, que são responsabilidades futuras da empresa devido a danos</p><p>ambientais causados no presente. Um exemplo seria a necessidade de reparar um ecossistema degradado ou indenizar</p><p>comunidades afetadas pela poluição.</p><p>Por fim, a aula destaca a importância de um **Plano de Contas Ambiental**, que permite registrar de forma clara e</p><p>transparente os custos e benefícios ambientais. Esse plano de contas deve incluir tanto os custos diretos, como os</p><p>gastos com tecnologia limpa, quanto os custos indiretos, como os impactos na reputação da empresa.</p><p>---</p><p>### Aula 5: **A Política de Meio Ambiente e a Legislação Ambiental**</p><p>A quinta aula aborda a evolução da **Política Ambiental** e a **legislação ambiental** no Brasil. A **Política Nacional</p><p>do Meio Ambiente** (Lei 6.938/81) é o marco central dessa legislação, que tem como objetivo garantir o</p><p>desenvolvimento sustentável, preservando os recursos naturais e garantindo o equilíbrio ecológico.</p><p>A aula começa discutindo a evolução da intervenção estatal nas questões ambientais. No Brasil, a década de 1930 foi</p><p>marcada pela criação de códigos setoriais, como o **Código Florestal** e o **Código de Águas**, que regulamentavam</p><p>o uso dos recursos naturais. Porém, foi a partir da década de 1970, com a criação da **Secretaria Especial de Meio</p><p>Ambiente (Sema)**, que o país começou a tratar a questão ambiental de forma mais integrada.</p><p>A aula também destaca a **Constituição Federal de 1988**, que dedicou um capítulo específico ao meio ambiente,</p><p>consagrando o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito fundamental dos cidadãos. Essa</p><p>mudança constitucional representou um avanço significativo na forma como as questões ambientais eram tratadas no</p><p>país.</p><p>A **Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998)** é outro ponto importante discutido na aula.</p><p>Claro! Aqui estão os resumos expandidos das aulas 6 e 7, conforme solicitado:</p><p>### Aula 6: **Os Critérios para a Gestão do Impacto Ambiental**</p><p>Esta aula apresenta os instrumentos fundamentais para a **gestão do impacto ambiental**, com destaque para o</p><p>**Estudo de Impacto Ambiental (EIA)** e o **Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)**. Esses dois documentos são</p><p>ferramentas essenciais para a análise de projetos que possam causar impactos ambientais significativos e são exigidos</p><p>para obter o licenciamento ambiental.</p><p>O **EIA** é um estudo técnico elaborado por especialistas para avaliar os impactos potenciais de um projeto sobre o</p><p>meio ambiente. Ele investiga as consequências de diversas ações humanas, como a construção de barragens, rodovias,</p><p>indústrias, entre outros empreendimentos de grande porte. O EIA propõe alternativas para reduzir os danos ambientais</p><p>e examina a viabilidade dessas alternativas. Também considera as consequências do "não-fazer", ou seja, o que</p><p>aconteceria se o projeto não fosse implementado.</p><p>O **RIMA** é o documento que resume as conclusões do EIA de forma acessível ao público em geral. Ele serve para</p><p>garantir a transparência do processo e facilitar a tomada de decisões por parte das autoridades responsáveis. Além de</p><p>ser um resumo mais claro e didático, o RIMA deve estar disponível para consulta pública, e a comunidade afetada deve</p><p>ser ouvida em audiências públicas, promovendo a participação popular nas decisões ambientais.</p><p>A aula também destaca o **processo de licenciamento ambiental**, que é composto por três fases: **Licença Prévia</p><p>(LP)**, **Licença de Instalação (LI)** e **Licença de Operação (LO)**. A **Licença Prévia** é concedida na fase de</p><p>planejamento do projeto e atesta a viabilidade ambiental, determinando as condições a serem seguidas nas próximas</p><p>etapas. A **Licença de Instalação** autoriza o início da construção ou implantação do empreendimento, desde que as</p><p>condições estabelecidas na LP tenham sido cumpridas. A **Licença de Operação** permite que o projeto entre em</p><p>funcionamento, mas somente após a verificação do cumprimento das medidas mitigadoras de impacto ambiental</p><p>definidas nas fases anteriores.</p><p>Além do EIA e RIMA, outros instrumentos são discutidos, como o **Plano de Gestão Ambiental** e o **Monitoramento</p><p>Ambiental**, que visam garantir o acompanhamento contínuo dos impactos ao longo da execução de um projeto. O</p><p>monitoramento é essencial para ajustar as medidas mitigadoras e evitar que os danos previstos se agravem ou que</p><p>novos problemas surjam durante a operação.</p><p>A aula enfatiza a importância de uma gestão integrada de impacto ambiental, envolvendo órgãos governamentais,</p><p>especialistas, empresas e a sociedade civil. A capacidade de antever, mitigar e gerenciar impactos é essencial para</p><p>garantir a sustentabilidade dos projetos de desenvolvimento, minimizando os danos ao meio ambiente e preservando os</p><p>recursos naturais para as gerações futuras.</p><p>---</p><p>### Aula 7: **Os Aspectos Fundamentais da Agenda 21**</p><p>A última aula aborda a **Agenda 21**, um plano de ação global adotado durante a **Conferência das Nações Unidas</p><p>sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento** (Eco-92), realizada no Rio de Janeiro em 1992. A Agenda 21 foi um marco</p><p>para a governança ambiental internacional, estabelecendo diretrizes para que os países integrem o desenvolvimento</p><p>econômico com a preservação ambiental e o bem-estar social.</p><p>A Agenda 21 propõe ações em escala local, nacional e global, com a participação de governos, organizações não</p><p>governamentais (ONGs) e comunidades. A ideia central é que o desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se</p><p>houver cooperação entre os diferentes setores da sociedade. O documento é dividido em quatro seções principais:</p><p>1. **Dimensões Sociais e Econômicas:** Esta seção aborda questões como o combate à pobreza, a promoção de saúde,</p><p>educação e qualidade de vida, além de estratégias para alcançar um desenvolvimento mais justo e equitativo. A</p><p>proposta é reduzir as disparidades sociais e garantir que os benefícios do desenvolvimento econômico sejam</p><p>distribuídos de forma mais igualitária.</p><p>2. **Conservação e Gestão de Recursos para o Desenvolvimento:** A Agenda 21 destaca a necessidade de proteger os</p><p>recursos naturais essenciais à vida, como a água, os solos, as florestas e a biodiversidade. Ela sugere estratégias para o</p><p>uso sustentável desses recursos, como a **gestão integrada de bacias hidrográficas**, o combate à desertificação e a</p><p>promoção da agricultura sustentável.</p><p>3. **Fortalecimento do Papel dos Grupos Sociais Importantes:** A Agenda 21 reconhece que certos grupos</p><p>desempenham papéis fundamentais na promoção do desenvolvimento sustentável. Estes grupos incluem mulheres,</p><p>jovens, povos indígenas, trabalhadores e agricultores. A participação ativa desses grupos em processos de tomada de</p><p>decisão é considerada essencial para a implementação bem-sucedida das ações propostas.</p><p>4. **Meios de Implementação:** Esta seção aborda os mecanismos financeiros e tecnológicos necessários para garantir</p><p>a execução das ações propostas. A cooperação internacional é considerada crucial, e a Agenda 21 sugere a transferência</p><p>de tecnologia limpa para os países em desenvolvimento, bem como a necessidade de mecanismos de financiamento</p><p>para apoiar as ações ambientais nesses países.</p><p>Outro ponto relevante discutido na aula é a importância da **Educação Ambiental**, que é vista como um elemento-</p><p>chave para promover a conscientização e o engajamento da população nas questões ambientais. A Agenda 21 incentiva</p><p>os governos a incluir a educação ambiental em seus currículos escolares e a promover campanhas de conscientização</p><p>pública sobre o uso sustentável dos recursos.</p><p>A Agenda 21 também propõe que os governos estabeleçam indicadores para monitorar o progresso rumo ao</p><p>desenvolvimento sustentável. Esses indicadores devem incluir não apenas dados econômicos, mas também informações</p><p>sobre a saúde ambiental e o bem-estar social. O objetivo é criar uma visão holística do desenvolvimento, onde o</p><p>crescimento econômico esteja alinhado com a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da</p><p>população.</p><p>A aula</p><p>finaliza com uma reflexão sobre o impacto da Agenda 21 nas políticas ambientais de diversos países, incluindo o</p><p>Brasil, que adotou muitas das diretrizes propostas. Embora os avanços sejam significativos, ainda há muitos desafios</p><p>para alcançar plenamente os objetivos do desenvolvimento sustentável. A implementação efetiva da Agenda 21 requer</p><p>o compromisso contínuo de governos, empresas e indivíduos, além de uma governança ambiental global mais forte e</p><p>eficaz.</p><p>---</p><p>2024.2 - Gestão Ambiental - Revisão AP1</p><p>16/09/2024 18:59</p>