Prévia do material em texto
<p>Caso Clínico 01:</p><p>Crise Convulsiva</p><p>1. Definição:</p><p>É caracterizada por sinais e sintomas neurológicos temporários que duram</p><p>poucos minutos e resultam em atividade elétrica neural anormal, intensa e</p><p>hipersincrônica no córtex cerebral. Resultam de descarga neural excessiva e</p><p>não de uma doença em si, sendo quando diagnosticada como doença recebe o</p><p>nome de epilepsia. A crise acontece quando está relacionada a fatores como:</p><p>febre, fatores metabólicos, emocionais, hormonais, ativação sensorial e</p><p>traumas.</p><p>2. Sinais e sintomas:</p><p>Queda da própria altura brusca e desamparada acompanhada de</p><p>inconsciência, rigidez corporal, salivação excessiva pela boca (sialorréia),</p><p>movimentos desordenados e involuntários, dilatação de pupila (midríase</p><p>pupilar) e perda de controle de esfíncter de urina e fezes.</p><p>3. Tipos de crise convulsiva:</p><p>- Parcial:</p><p>Ocorre quando os impulsos atingem apenas uma região do córtex cerebral,</p><p>sem alteração significativa do nível de consciência, apresentando sintomas</p><p>sutis, relacionados a área afetada, tais como: movimentos involuntários em</p><p>apenas um lado do corpo, alterações sensoriais (visão, audição, olfato e</p><p>paladar), alucinações, fala alterada e vertigens. Geralmente duram cerca de 1</p><p>minuto, com o paciente retomando a consciência de maneira confusa e sem</p><p>lembrar o que ocorreu.</p><p>- Generalizada:</p><p>Ocorre quando os impulsos afetam ambos os hemisférios cerebrais. Sua</p><p>característica mais marcante se trata da crise tônico-clônica, a qual é</p><p>caracterizada pelos sintomas mais comuns como a rigidez muscular e perda de</p><p>consciência, associada a movimentos involuntários rítmicos e rápidos de</p><p>membros superiores e inferiores (braços e pernas). Geralmente duram cerca</p><p>de 3 a 5 minutos.</p><p>- Crise de ausência:</p><p>É uma das manifestações da generalizada, caracterizada por perda de contato</p><p>e consciência com o mundo externo, ficando parado com o olhar fixo. Duram</p><p>cerca de 20 segundos, e o indivíduo retorna as atividades como se nada</p><p>tivesse acontecido.</p><p>4. Primeiros Socorros:</p><p>- Lembre-se: uma crise generalizada pode ser precedida por uma parcial, ou</p><p>seja, se a pessoa estiver em pé ou sentada, deite-a.</p><p>- Registre o tempo da crise com um relógio.</p><p>- Retire os óculos caso a pessoa esteja utilizado.</p><p>- Procure afastar curiosos e pessoas que possam atrapalhar o atendimento.</p><p>- Não dê tapas ou jogue agua na pessoa esperando que a mesma retorne da</p><p>crise mais rápido.</p><p>- Afaste objetos que possam machucar a vítima.</p><p>- Não tente segurar os membros evitando os movimentos involuntários, cuide</p><p>da região da cabeça posicionado um travesseiro ou algo macio (como uma</p><p>blusa) para evitar que a mesma seja golpeada no chão.</p><p>- Afrouxe as roupas da vítima e deixe a mesma se debater livremente.</p><p>- Nunca, de maneira alguma, coloque os dedos ou objetos dentro da boca do</p><p>paciente na tentativa de ajuda-lo, se ele se sufocar com a própria língua. Os</p><p>indivíduos em crise contraem a mandíbula com tanta força que podem amputar</p><p>os dedos de quem está atendendo. Faça a lateralização da cabeça para</p><p>qualquer lado, assim a língua cairá sozinha, e ele terá as vias aéreas</p><p>desobstruídas (posição lateral de segurança).</p><p>- Chame ajuda: SAMU 192.</p><p>- Nunca ofereça nada de beber ou comer após a crise pois a vítima pode não</p><p>conseguir engolir direito, ficando mais propenso ao risco de aspirar conteúdo</p><p>para o pulmão.</p><p>- Permaneça junto a vítima até que ela se recupere totalmente.</p><p>VÍDEO 01:</p><p>Posição lateral de segurança</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=IfoQL7xzAGQ</p><p>VÍDEOS 02:</p><p>Compilação de crises convulsivas</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=pz66GKRry30</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=IfoQL7xzAGQ</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=pz66GKRry30</p><p>Caso clínico 02:</p><p>Síncope</p><p>1. Definição:</p><p>É caracterizado pela perda súbita de consciência decorrente da diminuição do</p><p>fluxo cerebral. Está associada com a dificuldade em manter o tônus postural, o</p><p>que causa queda de própria altura.</p><p>2. Sinais e sintomas:</p><p>Fraqueza, mal estar, palidez, suor excessivo (sudorese), pulso fraco, queda da</p><p>pressão arterial, náuseas, extremidade frias e alterações visuais.</p><p>3. Causas:</p><p>- Sincope vasovagal:</p><p>Derivada de estímulos anormais no nervo vago que podem levar a</p><p>desaceleração cardíaca e consequentemente a queda da pressão arterial,</p><p>diminuindo o aporte de sangue no cérebro provocando o desmaio. Pode</p><p>ocorrer por meio de quadros de dor forte, medo ou ansiedade, entre outros. Na</p><p>maioria dos casos esses estímulos não levam a sincope, mas causa mal estar</p><p>e vômitos.</p><p>- Hipotensão postural:</p><p>Relacionado ao ato de se levantar ou de mudar de posição bruscamente</p><p>(sentado ou deitado para em pé). Causa tontura e visão turva.</p><p>- Arritmias cardíacas:</p><p>Um coração arrítmico bombeia sangue com ineficiência, causando uma má-</p><p>perfusão cerebral e consequentemente um desmaio. Nesse tipo de sincope a</p><p>vítima não apresenta sintomas prévios, podendo referir no máximo um quadro</p><p>de palpitação.</p><p>4. Primeiros socorros:</p><p>- Desaperte e afrouxe as roupas da vítima, deixando-o confortável.</p><p>- Afaste os curiosos.</p><p>- Coloque a vítima deitada no chão com as costas para baixo e eleve os</p><p>membros inferiores.</p><p>- Se houver vômito, lateralize a cabeça da vítima para evitar sufocamentos.</p><p>- Chame por socorro médico (SAMU 192) caso o desmaio perdure por mais de</p><p>2 minutos.</p><p>- Não ofereça líquidos ou alimentos, e nem algo para cheirar.</p><p>- Não de tapas e nem jogue água sobre a vítima.</p><p>- Sente a vítima aos poucos, ajudando-a ficar de pé, sempre amparando-a.</p><p>Caso clinico 03:</p><p>Hipoglicemia</p><p>1. Definição:</p><p>Consiste em nível de glicose no sangue inferior a 60mg/dL e resulta de</p><p>desiquilíbrio entre a produção e utilização de glicose. É mais comum em</p><p>pacientes portadores de diabetes (tipo I e II) devido ao excesso de insulina ou</p><p>medicamentos hipoglicemiantes orais.</p><p>2. Sinais e sintomas:</p><p>Envolvem taquicardia, ansiedade, sudorese, tremores, relato de fome, sendo</p><p>estes em casos leves. Em casos moderados a grave pode haver confusão</p><p>mental e evoluir para perda do nível de consciência.</p><p>3. Primeiros Socorros:</p><p>- Se disponível, aferir o índice glicêmico através do aparelho (glicosímetro) e</p><p>registrar o valor para atendimento posterior se necessário.</p><p>- Administre de 10 a 15g de carboidratos. Após 10 minutos, em caso de não</p><p>melhora, repita a operação e a mensure o índice glicêmico.</p><p>- VIDEO 03:</p><p>Aferindo o índice glicêmico com o glicosímetro</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=NNTZ9OyWo1U</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=NNTZ9OyWo1U</p><p>Caso clinico 04:</p><p>Crise Hipertensiva</p><p>1. Definição:</p><p>A Sociedade Brasileira de Cardiologia define as emergências hipertensivas</p><p>como situações clinicas sintomáticas nas quais ocorre elevação da pressão</p><p>arterial: pressão arterial sistólica (PAS) > ou = a 180mmHg e/ou pressão</p><p>arterial diastólica (PAD) > ou = 120mmHg com a presença de lesão de órgãos</p><p>alvos de forma aguda e progressiva (ex: rins).</p><p>2. Sinais e sintomas:</p><p>Dor de cabeça (cefaleia), visão turva, sangramento nasal (epistaxe), falta de ar</p><p>(dispnéia), fraqueza e mal-estar.</p><p>3. Primeiros socorros:</p><p>- Aferir a pressão arterial nos dois membros superiores (braços), com intervalo</p><p>de 2 minutos, registrando os valores obtidos;</p><p>- Acionar o serviço de emergência (SAMU 192) pois a intervenção</p><p>farmacológica deve ser imediata.</p><p>- VIDEO 04:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=1HDSpB_nYxs</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=1HDSpB_nYxs</p><p>Caso clinico 05:</p><p>Infarto Agudo do Miocárdio</p><p>1. Definição:</p><p>Decorre da falta de suprimento sanguíneo para o coração, resultando em</p><p>fornecimento insuficiente de oxigênio para atender as demandas do músculo</p><p>cardíaco. Suas causas geralmente resultam de trombos em uma artéria, neste</p><p>caso a coronária.</p><p>2. Sinais e sintomas:</p><p>Dor ou desconforto no tórax (pressão ou aperto)</p><p>localizada ou irradiada para</p><p>mandíbula, braço esquerdo, região escapular e/ou desconforto epigástrico.</p><p>Podem ocorrer falta de ar (dispnéia), palidez, elevação da pressão arterial,</p><p>arritmias e sentimento de ansiedade.</p><p>3. Primeiros socorros:</p><p>- Acione o serviço de emergência (SAMU 192) e siga demais orientações</p><p>conforme repassadas pelo médico regulador.</p><p>- Enquanto aguarda, não entre em pânico e tranquilize a vítima posicionando a</p><p>confortavelmente e afrouxando suas roupas.</p><p>- Se disponível, ofereça 2 comprimidos de ácido acetilsalicílico (AAS/Aspirina)</p><p>de 100mg cada e oriente para que ele/ela os mastigue.</p><p>- Em caso de a vítima desmaiar, verifique a presença de pulso carotídeo e</p><p>respiração, em caso negativo, inicie as manobras de ressuscitação</p><p>cardiopulmonar.</p><p>- VIDEO 05: https://www.youtube.com/watch?v=sEY_kS4fb-g</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=sEY_kS4fb-g</p><p>PARADA CARDIORESPIRATÓRIA</p><p>(PCR)</p><p>1. Definição:</p><p>- É a cessação da atividade mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de</p><p>pulso detectável em grandes artérias, inconsciência e alterações respiratórias</p><p>(apneia, ritmo ou respiração agônicos (gasping).</p><p>2. Sinais clínicos:</p><p>- Inconsciência:</p><p>- Apnéia ou gasping:</p><p>- Ausência de pulso em grandes artérias (carótida ou femoral) por mais de</p><p>10 segundos:</p><p>3. Cadeia de sobrevivência pré-hospitalar:</p><p>- A cadeia de sobrevivência envolve ações fundamentais para a qualidade do</p><p>atendimento. Iniciando desde o reconhecimento correto da parada</p><p>cardiorrespiratória e o acionamento rápido do serviço de emergência, sendo este</p><p>em nossa realidade o SAMU (192), até o encaminhamento correto da vítima para</p><p>o serviço adequado (ex: Hospital).</p><p>4. Suporte básico de vida:</p><p>- Realizado por leigos treinados e socorristas e envolve a seguinte sequência:</p><p>Reconhecimento da PCR + manobras de compressão e ventilação +</p><p>desfibrilação rápida.</p><p>5. Sequência de atendimento (C-A-B-D):</p><p>5.1 Compressão torácica (C - Circulation):</p><p>- Ao iniciar as compressões torácicas a vítima deve estar deitada em posição</p><p>dorsal, deitada em superfície plana e sólida. O socorrista se posiciona ao lado,</p><p>mantendo os braços retos e com os cotovelos firmes, posicionando a região</p><p>hipotênar da mão sobre a metade inferior do esterno;</p><p>- As compressões devem ser rápidas, rítmicas e fortes (manter frequência de</p><p>compressão de 100 a 120 batimentos por minuto, sem interrupções;</p><p>- Avaliar o retorno de pulso a cada 5 ciclos (cerca de 2 minutos).</p><p>- Vídeo 01: Ressuscitação cardiopulmonar somente com as mãos</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=3MDp487I7h4</p><p>5.2 Abertura de vias aéreas (A - Airway):</p><p>- Antes de iniciar o procedimento de ventilação, em caso de disponibilidade do</p><p>equipamento necessário, a manutenção da permeabilidade das vias aéreas é</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=3MDp487I7h4</p><p>fundamental, pois em caso de obstrução da passagem de ar, o mesmo não</p><p>atingirá os pulmões.</p><p>- Duas manobras podem ser realizadas nesta etapa: a elevação do mento (chin-</p><p>lift) e a tração da mandíbula (jaw-thrust).</p><p>5.3 Respiração (B - Breath):</p><p>- A administração de oxigênio suplementar durante o atendimento de uma</p><p>parada cardiorrespiratória se faz necessário para a manutenção da</p><p>concentração desse gás na corrente sanguínea.</p><p>- O uso do dispositivo bolsa-válvula-mascara deve ser utilizado neste momento,</p><p>após a certificação da desobstrução da via aérea, em uma concentração de</p><p>oxigênio a 11 litros/minuto.</p><p>- Em caso de não estar disponível o dispositivo, mantenha a realização das</p><p>compressões torácicas sem interrupções. Se disponível, a cada 30</p><p>compressões, estas devem ser pausadas e deve ser administrada 02 ventilações</p><p>de 01 segundo cada, retornando as compressões o quanto antes.</p><p>- Ao realizar a ventilação, observe se ocorre a elevação do tórax, caso contrário</p><p>avalie novamente se a via aérea está permeável.</p><p>- Vídeo 02: Utilização do dispositivo bolsa-válvula-máscara (AMBU):</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=aHKWAb_FIQ0</p><p>5.4 Desfibrilação rápida (D – Defibrillation):</p><p>- Em caso de disponibilidade, utilizar o DEA (desfibrilador externo automático) o</p><p>quanto antes;</p><p>- Este equipamento permite a administração de choque a fim de se possibilitar o</p><p>retorno da atividade elétrica cardíaca para a normalidade. O próprio aparelho</p><p>identifica se o ritmo é passível ou não de choque (sendo administrado em casos</p><p>de Fibrilação Ventricular ou Taquicardia ventricular sem pulso, e não em casos</p><p>de Assistolia ou Atividade elétrica sem pulso).</p><p>- Vídeo 03: Desfibrilador externo automático</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=ATnu1wULEtY&t=</p><p>6. Especificidades no atendimento a criança e recém-nascido:</p><p>6.1 Frequência de compressões torácicas:</p><p>- No recém-nascido a ocorrência de parada cardiorrespiratória é de origem</p><p>hipóxica, ou seja, pela falta de oxigenação (ex: obstrução de via aérea pelo leite</p><p>materno), sendo assim, se torna necessário uma ventilação mais frequente. A</p><p>compressão e ventilação é realizada na seguinte relação: 3 compressões para 1</p><p>ventilação (3:1).</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=aHKWAb_FIQ0</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=ATnu1wULEtY&t=</p><p>- As compressões no recém-nascido e em bebês menores (até 1 ano de idade)</p><p>são realizadas com o dedo indicador e médio ou “abraçando” o tórax com as</p><p>mãos, utilizando os polegares para realizar a compressão do tórax na região</p><p>central, logo abaixo da linha mamilar;</p><p>- As compressões em bebês menores de 1 ano (exceto recém-nascidos) deve</p><p>ser de 15 compressões para 02 ventilações (15:2);</p><p>- As compressões em bebês maiores (a partir de 1 ano) até 8 anos de idade é</p><p>realizada apenas com uma das mãos, posicionando-a sobre a metade inferior do</p><p>esterno. As compressões devem seguir a razão de 15 compressões para 02</p><p>ventilações (15:2);</p><p>- Em crianças maiores de 8 anos de idade, seguir o atendimento conforme o</p><p>paciente adulto.</p><p>- Vídeo 04: Atendimento errado em PCR</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=fkaRhfvqw-Q&t=</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=fkaRhfvqw-Q&t=</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>- Cuidado de enfermagem em emergência e traumas [recurso eletrônico] /</p><p>Gabriela Oliveira Zavaglia... [et al] ; [revisão técnica: Maria Augusta Moraes</p><p>Soares]. – Porto Alegre: SAGAH, 2019.</p><p>- Primeiros socorros [recurso eletrônico] / Marcio Haubert ; [revisão técnica:</p><p>Márcia Otero Sanches]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.</p><p>- Chulay, Marianne. Fundamentos de enfermagem em cuidados críticos da</p><p>AACN [recurso eletrônico] / Marianne Chulay, Suzanne M. Burns ; tradução:</p><p>Maiza Ritomy Ide ; [revisão técnica: Débora Feijó Vieira... et al.]. 2. ed. – Dados</p><p>eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2012.</p><p>American Heart Association. Destaques das diretrizes da American Heart</p><p>Association 2015 para RCP e ACE.</p><p>Candeias, marcos ; quaini, luciano ; andrade, Ivanete soares in Emergência</p><p>clínicas/ Fábio luis peterlini, Marcelo Ricardo de andrade Sartori e Ariadne da</p><p>silva Fonseca – são Paulo : martinari, 2014</p>