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<p>IDENTIFICAÇÃO DO ARTIGO</p><p>O artigo escolhido para realização deste trabalho é uma revisão de leitura integrativa, descritiva de caráter qualitativo sobre relevantes resultados positivos no uso da self-box dentro da abordagem da Gestalt-terapia no manejo clínico. A revisão literária foi elaborada por João Ferreira Coelho e Filho e Deyseane Maria Araujo Lima, alunos do curso de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Estado do Pará. O artigo tem por título: Gestalt-terapia e luto – Uso da Self-Box como experimento no trabalho clínico com enlutados.</p><p>A obra foi publicada na revista acadêmica NUFEN: Phenomenology and Interdisciplinarity, volume 12, número 02, no ano de 2023 e tivemos acesso ao conteúdo dia 31 de agosto de 2024 através do Google acadêmico pelo link https://submission-pepsic.scielo.br/index.php/nufen/article/view/24820.</p><p>Antes de debruçar sobre o artigo trabalhado te convido a refletir um pouco sobre o Luto e suas vertentes, para então, compreender com inteira plenitude a importância do assunto aqui tratado.</p><p>O tempo passa e deixa marcas. faz parte de nossas vidas sem ocupar espaço e deixa um grande vazio quando leva alguém consigo. Mas é sobretudo generoso, pois um dia leva também a nossa dor (autor desconhecido)</p><p>Entrar em contato com o fenômeno existencial do luto transforma profundamente a estrutura psicológica da pessoa. O luto traz consigo um novo desafio que paralisa, causa angústia, sensação de desamparo e, em alguns casos, raiva. A pessoa enlutada torna-se o fundo de uma figura desorganizada e incompleta. Junto ao luto vem a necessidade de reorganização e adaptação a estrutura psicológica, promovendo alterações e novas descobertas para que o indivíduo, que constitui esse fundo, possa voltar a se sentir inteiro e reequilibrado em sua Gestalt.</p><p>Basta uma pessoa estar faltando no mundo para que o mundo inteiro fique vazio para você (Phillipe Ariés,1982, p.23)</p><p>Há pessoas que conseguem se autorregular e se reinventar diante da perda, superando o luto sem grandes danos cognitivos ou alterações significativas em seu ambiente biopsicossocial pois veem a morte como algo natural do siclo da vida, e há quem precise de intervenção profissional para seguir, pois vê seu mundo desmoronado com a perda do seu ente e o luto torna-se algo difícil e doloroso de ser entendido. Diversos teóricos já estudaram o luto, e uma vasta quantidade de artigos foi publicada sobre o tema. Entretanto, esta revisão literária oferece uma visão ampla sobre pessoas enlutadas, suas debilidades na vivência do luto o, trazendo assim suporte prático, palpável e acessível em todos os níveis sociais para o manejo clínico do luto através do self-box.</p><p>RESUMO</p><p>O artigo propôs analisar e verificar, dentro da abordagem da Gestalt-terapia, o uso do self-box como uma ferramenta experimental importante no manejo clínico de pessoas em vivência de luto. O objetivo foi compreender melhor o uso do self-box no setting terapêutico, descrevendo de forma clara e detalhada como, quando e com quem essa abordagem deve ser utilizada, visando contribuir para o processo de adaptação ao luto. O artigo defendeu a hipótese de que o experimento do self-box auxilia no processo de reorganização e ajustamento criativo do cliente, permitindo revisitar as vivências com o ente perdido, promover mudanças de hábitos, pensamentos e papéis, ajudando na ressignificação da perda. Além disso, serve como base teórica e prática para profissionais da saúde, especialmente aqueles que atuam com a Gestalt-terapia na clínica.</p><p>CONTEXTUALIZAÇÃO</p><p>O artigo apresentou uma investigação literária sobre o uso do self-box como uma ferramenta experimental promissora no manejo clínico de indivíduos em situação de luto. A principal hipótese do estudo é que o self-box pode ser uma intervenção eficaz para auxiliar enlutados a ressignificar a perda de um ente querido e a se reajustar criativamente à nova realidade sem a presença dessa pessoa. Essa abordagem parte do entendimento de que o luto é um fenômeno existencial complexo, que exige a reorganização da vida do enlutado tanto no âmbito emocional quanto na sua interação com o meio interativo.</p><p>[...] o luto, a confusão, o sofrimento são prolongados, porque há muito a ser destruído e aniquilado e muito a ser assimilado, e durante esse período ele não deve se dedicar a seu trabalho sem importância, suprindo de maneira deliberada o conflito. Por fim o trabalho de luto se completa e a pessoa está mudada, e adota um desinteresse criativo; imediatamente outros interesses se tornam dominantes’’(PERLS,HEFFERLINE,GOODMAN,1997, p. 166)</p><p>A metodologia adotada foi uma revisão integrativa e descritiva da literatura, com foco qualitativo. Foram selecionados diversos artigos publicados nos últimos nove anos que tratam do luto, da Gestalt-terapia e do self-box. Esses artigos passaram por uma análise de conteúdo rigorosa, permitindo a criação de categorias temáticas que sustentam a veracidade e a eficácia do uso do self-box no manejo do luto. A escolha do método investigativo foi fundamental para promover uma reflexão aprofundada sobre o luto, um processo singular e único para cada indivíduo, ampliando assim o repertório teórico e prático dos profissionais de saúde que trabalham com clientes enlutados na abordagem gestáltica.</p><p>RESULTADO/DISCUÇÃO</p><p>A relevância deste artigo se justifica pela necessidade premente de uma compreensão mais profunda sobre o luto e suas vertentes, bem como pela aquisição de conhecimento sobre o manejo do experimento self-box. A revisão de literatura confirmou que, quando realizado dentro dos parâmetros éticos e com o apoio de uma perspectiva atenta e sensível do terapeuta, o self-box pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar o enlutado a tomar consciência dos seus sentimentos e emoções provocados pela perda, facilitando assim a reorganização e adaptação à nova realidade. Isso é particularmente importante em casos em que a angústia pode evoluir para um Transtorno de Luto Prolongado. Entendemos que o artigo apresenta o self-box como uma técnica inovadora e adaptativa, que pode agregar significativo valor ao trabalho clínico com enlutados, oferecendo ao indivíduo um espaço terapêutico para novas experiências, revisitação de memórias, reorganização emocional e ressignificação da perda.</p><p>METODOLOGIA</p><p>O artigo é um estudo descritivo a partir de uma revisão integrativa da literatura com foco qualitativo. Essa metodologia tem o objetivo de a partir de estudos já elaborados trazer uma reflexão e por conseguinte uma compreensão mais ampla do tema.  Esse método permite reunir em um artigo pesquisas já publicadas. Neste tipo de estudo é necessário seguir critérios rígidos e etapas estabelecidas para a obtenção de excelência no resultado.</p><p>O material para leitura e análise foi selecionado em revistas específicas da abordagem gestáltica, foram usadas para as palavras “luto” e “self-box”, a fim de capturar o maior número de trabalhos nesta linha de pesquisa. Os critérios de inclusão foram: artigos em língua portuguesa dos últimos 9 anos (2013-2022) e foram excluídos artigos fora desse período determinado, artigos em língua estrangeira e que não correspondem ao interesse da pesquisa. Foram selecionados para a triagem 36 artigos e destes apenas 4 corroboram para o estudo do tema, todos os demais foram descartados por não condizer com os interesses da pesquisa. Dos 4 artigos, 3 estão no IGT na rede e 1 no Phenomenological Studies – revista de abordagem Gestáltica.</p><p>Os artigos selecionados para o trabalho passaram pelo método de Laurence Bardin, que é uma metodologia que constitui em uma abordagem estruturada e com o objetivo de descrever o conteúdo no processo de comunicação, seja por fala ou textos. Nesse contexto, foram criadas as seguintes categorias temáticas: contextualizando teorias e expressões</p><p>do luto, luto e Gestalt-terapia e self-box como experimento no manejo clínico do luto.</p><p>RELATO DE EXPERIÊNCIA</p><p>Hulda:</p><p>Essa revisão casa fortemente com a psicologia humanista pois deixa claro o papel do enlutado como personagem ativo no processo terapêutico na utilização da self-box para promover a integração de experiencia do luto, que é um conceito essencial na abordagem humanista que traz o cliente como o foco, com total capacidade de crescer e se autorregular. O artigo abordou importantes conceitos da Gestalt-terapia, dentre eles o ajustamento criativo, conceito de autossuporte e conceito de awareness (tomada de consciência), conceitos esses que estamos estudando dentro da matéria de psicoterapia humanista e que eu ainda estou aprendo a compreender.</p><p>A decisão de aceitar a escolha do artigo feito pela Lorena foi pelo fato de pouco ouvir falar sobre o Luto e a desordem cognitiva que tal fenômeno pode causar. Fui inteiramente tocada por cada linha lida, pela experienciação de cada autor citado na revisão a ponto de ir em busca de novas linhas de pesquisas sobre luto e me deparar com tão pouco material que sirva de manejo clínico. Acredito que seja por ser realmente um assunto que precisa ser revisto com olhar humanista, livre de tabus ou paradigmas de como deve ser o comportamento diante da morte. Escrever sobre este fenômeno mudou minha visão de enfrentamento do luto e incitou interesse mais profundo sobre experimentos de manejo para tal situação, ainda mais nessa era de pessoas cada vez mais adoecidas psicologicamente decorrente de luto por animalzinho falecido, luto por divórcio, luto separação dos pais e etc....</p><p>No século xx há uma supressão do luto, escondendo-se a manifestação ou até mesmo a vivência da dor. Há uma exigência de controle, pois a sociedade não suporta enfrentar os sinais da morte’’(KOVÁCS,1992, P.40)</p><p>Concordo com a pesquisadora Maria Júlia, parece haver um cancelamento do luto. Precisamos atualizar nossa visão do luto e entender que cada dor é única, singular, que precisa ser expressa, sentida e trabalhada para que o enlutado transacione para um novo mundo onde seu ente querido não estará mais presente.</p><p>Lorena:</p><p>Esse artigo foi escolhido por tratar de uma temática delicada e por vezes de difícil tratamento. Ele  de fácil compreensão ,  apresenta de forma didática o conteúdo, além de se relacionar em muitos pontos com a matéria estudada em sala de aula.</p><p>No presente estudo é enfatizado a pessoa como centro, considerando todas as suas dimensões, todas as suas partes, entendendo o ser humano na sua totalidade. São encontrados na pesquisa os conceitos de figura e fundo, ajustamento criativo, homeostase\autorregulação e awareness.</p><p>Ao longo da leitura pude entender como o self-box pode ser um recurso relevante no manejo clínico de enlutados, desde que respeitando os limites e singularidades do indivíduo em tratamento, ajudando-o a ressignificar a perda e elaborar a morte e a ausência do seu ente.</p><p>Ler sobre o luto na abordagem Humanista me fez perceber com olhar mais amplo a singularidade que cada um vive seu processo de luto e a necessidade de me capacitar a fim de prestar um atendimento de forma respeitosa e digna as pessoas com essa demanda.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>FILHO, JOÃO; DEYSEANE MARIA ARAÚJO LIMA. Gestalt-terapia e luto: uso da self-box como experimento no trabalho clínico com enlutados. Revista NUFEN: Phenomenology and Interdisciplinarity, [S. l.], v. 15, n. 02, 2023. DOI: 10.26823/rnufen.v15i02.24820.</p><p>PERLS, F., HEFFERLINE, R. e GOODMAN, P. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997.</p><p>ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2 ed.Rio de Janeiro: LTC, 1981.</p><p>KOVÁCS, M. J. (coord.). Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992</p><p>image2.png</p>

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