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<p>As contribuições das linguagens para o patrimônio artístico-cultural</p><p>Patrimonio histórico e tombamento</p><p>O termo patrimônio vem do latim patrimonium que pode ser entendido como pater (pai) e monium (recebido). Portanto em sua origem, ele se referia a herança. Entretando essa definição e pensada apenas no individual, o que seria seu significado no coletivo?</p><p>De acordo com o Dicionário, patrimônio conceitua-se como bem, ou o conjunto de bens culturais ou naturais de valor reconhecido para determinada localidade, região, país ou para a humanidade.</p><p>SEGUNDO A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:</p><p>O conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.</p><p>Diante disso, entendemos que o que revela se um bem cultural é considerado um patrimônio é a importância que ele tem na história, considerando a formação e a identificação cultural de um povo, ou seja, do coletivo.</p><p>Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.</p><p>Há dois tipos de patrimônios que revelam a cultura e características de grupos, de regiões ou de um povo: o patrimônio imaterial, que é relacionado a itens abstratos e simbólicos como a língua, e o patrimônio material, dado por elementos concretos, como edificações e monumentos.</p><p>Patrimonio cultural imaterial (saberes e tradições)</p><p>O patrimônio cultural imaterial está relacionado a práticas da nossa vida em comunidade, que se manifestam em saberes, nas crenças e na maneira de ser das pessoas, incluindo também celebrações e formas de expressão musical, artes, lendas, costumes e outras tradições. Portanto, podemos considerá-lo intangível e abrangente das expressões simbólicas e culturais de um povo. Além disso, também são considerados bens imateriais os espaços em que podemos encontrar atividades culturais como feiras artesanais, mercados alimentícios e santuários. Esses bens culturais podem ser transmitidos de geração em geração, criando e estabelecendo uma forma de identidade e de diversidade cultural. Um desses importantes patrimônios que é possível levar em conta que perpassam todos os outros é a nossa linguagem, ou língua, considerada um tipo de patrimônio cultural imaterial no Brasil.</p><p>A linguagem é uma das características mais significativas da cultura de um povo, uma vez que demonstra com clareza sua continuação por várias gerações. Assim, entendemos que os mais variados dialetos e falares brasileiros são um relevante patrimônio cultural que precisa ser protegido para ocorrer a devida continuidade e evoluções da linguagem a cada comunidade em todas as regiões do país.</p><p>Patrimonio cultural material e bens móveis</p><p>O patrimônio material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza. Nesse sentido, o patrimônio cultural material são todos os bens físicos, apresentados em uma divisão composta por quatro categorias:</p><p>· Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.</p><p>· II - Histórico.</p><p>· de Belas Artes.</p><p>· das Artes Aplicadas.</p><p>Nessa divisão, os bens de natureza móveis podem ser: coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.</p><p>Patrimonio cultural material e bens imóveis</p><p>Os bens materiais tombados podem ser imóveis, como cidades históricas, sítios arqueológicos e paisagísticos, e bens individuais. Segundo o Iphan, até janeiro de 2017 eram 88 conjuntos urbanos protegidos. Um exemplo é a cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro. Outros patrimônios culturais considerados pelo Iphan são: Centro Histórico de Ouro Preto (Ouro Preto/MG), Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro/ RJ), Centro Histórico de Olinda (Olinda/PE), Pelourinho (Salvador/BA), Parque Nacional Serra da Capivara (São Raimundo Nonato/PI), etc.</p><p>Patrimônio Mundial Cultural e Patrimônio Natural</p><p>Como patrimônios mundiais culturais são considerados os monumentos, os conjuntos de construções e de locais de interesse, que são de relevância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas, considerando o ponto de vista da história, da arte, da ciência, etnológico ou antropológico.</p><p>Além disso, definiu-se que o patrimônio natural é formado por monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas, formações geológicas e fisiográficas, além de sítios naturais.</p><p>Cultura corporal do movimento</p><p>Quando criança costumamos utilizar o movimento como forma de comunicação, principalmente quando ainda não conseguimos falar, portanto, comunicamo-nos por movimentos que expressam nossos sentimentos, desejos, emoções, prazeres e vontades. Sendo assim, o movimento corporal pode-se entender como uma linguagem que pode transmitir diversos significados.</p><p>Qual é o lugar do corpo e do movimento no contexto educacional? Como a cultura do corpo e do movimento é visto em sala de aula? Quando pensamos em alunos disciplinados, quietos, sentados e parados em seus lugares, pensamos em que tipo de aluno?</p><p>Diferentes manifestações da cultura corporal de movimento</p><p>Essa forma de comunicação corporal pode ser compreendida por meios dos nossos gestos, que devem ser entendidos dentro de um contexto sócio-histórico. Alguns exemplos de gestos: os sorrisos, as danças, o joinha com o polegar, o tchau com as mãos, as brincadeiras e quaisquer produção da nossa cultura.</p><p>Em outras palavras, a cultura corporal do movimento é um conjunto de práticas corporais que foram produzidas e transformadas com o desenvolvimento da humanidade, como gestos, jogos, danças, ginasticas, brincadeiras, lutas e rodas.</p><p>As práticas corporais como textos culturais passíveis de leitura e produção</p><p>Entre as várias maneiras de comunicação e expressão, as diferenças culturais podem ser evidenciadas também nos textos que produzimos por meio do nosso corpo. Interpretar o corpo e sua gestualidade é, antes de tudo, um exercício de comunicação.</p><p>BNCC</p><p>“Cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimentos e de experiências aos quais ele não teria de outro modo. A vivência da prática é uma forma de gerar um tipo de conhecimento muito particular e insubstituível e, para que ela seja significativa, é preciso problematizar, desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos e significados que os grupos sociais conferem às diferentes manifestações da cultura corporal de movimento. Logo, as práticas corporais são textos culturais passíveis de leitura e produção”.</p><p>Nos textos corporais podemos interpretar, por exemplo, felicidade, tristeza, raiva, cansaço, ou até mesmo algumas profissões, posições sociais etc. Nas práticas corporais, entendidas como textos, estão inscritos códigos de comunicação:</p><p>· Código hipolinguistico – São códigos que demonstram alterações fisiológicas como suor, mãos frias entre outros.</p><p>· Código hiperlinguístico – São códigos traduzidos pela linguagem verbal e não verbal como expressões, ritmos, músicas, danças dentre outros.</p><p>Os elementos mais comuns às práticas corporais: movimento corporal</p><p>BNCC</p><p>“Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: movimento corporal como elemento essencial; organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; e produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ ou o cuidado com o corpo e a saúde”.</p><p>· Movimento corporal – é apresentado como elemento social.</p><p>· Organização interna – Deve ter uma lógica específica. Como por exemplo, esportes, brincadeiras e jogos são organizados de maneiras diferentes, partem de um contexto regional, local, para um contexto mais global, ou seja, precisam de uma lógica específica.</p><p>· Produtos culturais – São vinculados no contexto do lazer, do entretenimento e com os cuidados com o corpo e saúde.</p><p>Letramentos e cultura digital</p><p>Alfabetização é a atividade de decodificar letras e palavras, no momento da apropriação de linguagem na vida escolar, já o letramento vali além disso: é compreender as palavras e seus significados e sentidos em uso, é saber fazer uso das práticas sociais de leitura e de escrita.</p><p>Multiletramento é um conceito que surgiu por um grupo de pesquisadores, eles definiram como uma perspectiva de letramento que considera a multiplicidade de linguagens (visual, verbal, sonora e espacial)</p><p>Letramentos digitais</p><p>O termo se refere às várias competências ligadas ao realizar a leitura das informações disponíveis na mídia digital. Portanto não significa somente ler e escrever em meios eletrônicos, mas também saber analisar criticamente o que foi lido nesse espaço virtual, entender as linguagens publicadas e compreender como consumi-las da melhor forma.</p><p>AULA 2</p><p>Perspectivas da cultura na área das linguagens</p><p>Seção 1 – focaremos em compreender as perspectivas da cultura na área das linguagens.</p><p>Seção 2 – buscaremos entender os letramentos e a cultura digital.</p><p>Seção 3 – estudaremos sobre as manifestações culturais e as novas linguagens.</p><p>Diversidade de saberes, identidades e culturas</p><p>Como dito antes, nosso país é considerado multicultural, e, as manifestações culturais são estabelecidas por esses grupos em diferentes espaços. As diferenças que encontramos, sejam elas de religião, de etnia, de crenças, artísticas ou de valores, são manifestações reveladas pelo homem em um contexto ou grupo inserido e uma determinada sociedade, e é esse conjunto que determina as diferentes culturas existentes em cada sociedade. Por isso podemos dizer que as culturas não são imutáveis, elas são dinâmicas e flexíveis, como a história de cada lugar.</p><p>O cânone, o marginal, o culto e o popular.</p><p>BNCC</p><p>“Contemplar o cânone, o marginal, o culto, o popular, a cultura de massa, a cultura das mídias, a cultura digital, as culturas infantis e juvenis, de forma a garantir uma ampliação de repertorio e uma interação e trato com o diferente”.</p><p>A cultura de massa e a cultura das mídias</p><p>· Cultura de massa</p><p>A cultura de massa é um modelo de reprodução artística que deixa de lado elementos filosóficos da arte e cultura.</p><p>A arte passa a ser feita para ser reproduzida até o momento que o público se canse de consumi-la. Não há, portanto, intenção de criar obras autênticas uma vez que as cópias já atendem às demandas econômicas do mercado.</p><p>Podem ser considerados elementos da cultura de massa:</p><p>· Músicas;</p><p>· Danças;</p><p>· Séries;</p><p>· Filmes;</p><p>· Moda;</p><p>· Esportes;</p><p>· Hábitos alimentares.</p><p>· Cultura de mídias</p><p>A Cultura das Mídias pode ser considerada como a passagem da Cultura de Massas para a Cultura Digital e nela ocorreu um processo de hibridismo midiático, ou seja, a fusão entre diferentes mídias (podemos ver isso através de telejornais), além do surgimento de dispositivos que facilitaram o acesso da população aos meios de comunicação e informação. É imprescindível ressaltar que a comunicação passou de massiva (muitos receptores consumiam uma única mídia de uma única forma) para individual (receptores consomem o que desejam quando desejam).</p><p>Cultura digital, as culturas infantis e juvenis</p><p>· Cultura digital</p><p>A cultura digital refere-se ao conjunto de práticas relacionadas ao uso de tecnologias da informação e comunicação na sociedade e trata da forma como as pessoas interagem com dispositivos e plataformas digitais, bem como elas compartilham, produzem e consomem esse conteúdo.</p><p>AULA 3</p><p>Línguas como componente curricular</p><p>De acordo com estudos recentes, tanto na área pedagógica, quanto na linguística, o ensino de língua se justifica pela importância de levar o estudante a compreender a diversidade de linguagens que fazem parte do nosso cotidiano ((verbal (oral e escrita), não verbal, digital), entendendo-as como prática social, isto é, trata-se do seu uso nas nossas interações diárias. E é exatamente isso o que está previsto na Base Nacional Comum Curricular.</p><p>Seção 1 – focaremos na língua portuguesa, considerando, primeiramente, a perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem que tem o texto como unidade de trabalho.</p><p>Seção 2 – buscaremos entender como a BNCC organiza os conteúdos de Língua Portuguesa em eixos (leitura, produção e análise) e como orienta que esses eixos sejam trabalhados.</p><p>Seção 3 – é dedicada ao ensino de língua estrangeira, principalmente Língua inglesa e Língua espanhola, inicialmente entendendo as como unidade de comunicação, de produção de sentido e de multimodalidade.</p><p>Destacamos que a língua, em qualquer parte do mundo, tem um lugar fundamental na manifestação identitária de um povo, seu uso, inevitavelmente, além de servir para a comunicação, também se presta à fruição, à reflexão, à crítica e às transformações sociais. A língua está a serviço da manifestação das diversidades, das identidades, dos costumes, das tradições, das revoluções. Portanto, ensinar/aprender uma língua, seja ela a materna ou não, é uma possibilidade de nos colocarmos diante das diferentes formas de pensar, viver e sentir próprias de um povo, de uma nação.</p><p>Língua portuguesa: a perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem, o texto como unidade de trabalho.</p><p>Você já parou para analisar de que forma você faz uso da linguagem no dia a dia, ou em como a linguagem aparece em todas as interações que você faz cotidianamente? Em como ela se organiza e se apresenta quando você abre o jornal impresso para ler, ou quando liga a TV, entra na internet, interage no ambiente de trabalho ou com os amigos? Já notou que, em cada situação de comunicação, a linguagem vai se moldando às necessidades específicas dessa situação? Por exemplo, se é escrita ou oral, a linguagem tem suas próprias características; se aparece impressa nas mídias tradicionais, se aparece em meio digital ou na TV, a linguagem também se adaptará de modo a cumprir seu papel; ou, ainda, a linguagem pode mudar em função dos interlocutores – jovens, crianças, adultos, profissionais de áreas específicas, amigos, familiares etc. Já perceberam que as palavras, por mais que tenham seu significado dicionarizado, nunca significam apenas isso, mas sempre ganham novos matizes em função de cada uma das situações em que é empregada? Definitivamente, no dia a dia, não usamos a língua de forma fragmentada, concorda? Portanto, não faz sentido ensiná-la dessa forma também.</p><p>Ao usar a língua, não explicamos suas unidades formais, apenas a fazemos significar o que precisamos que ela signifique para aquele que irá receber nosso texto (seja ele oral, escrito ou multimodal).</p><p>Bakhtin (2003) destaca que o uso que fazemos da língua ocorre por meio de “enunciados”, isto é, produção oral ou escrita empregada para comunicar em contextos concretos e únicos, com finalidades específicas. A partir disso, podemos considerar que “enunciar” significa empregar a língua para produzir enunciados. Tais enunciados, por sua vez, constituem o discurso, que, de forma geral, remete aos diferentes textos e sentidos que produzimos e comunicamos cotidianamente. Considerar uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem significa, portanto, considerar a língua em uso, fazendo sentido em um ato comunicativo que ocorre entre, pelo menos, dois sujeitos – o que enuncia (comunica) e o que recebe a enunciação – para atender a objetivos específicos nos diferentes contextos da atividade humana.</p><p>Considerar o texto como unidade de trabalho, então, significa que estamos preparando o aluno para agir socialmente por meio da linguagem. As práticas comunicativas se organizam em torno de diferentes textos – conversa, telefonema, debate, entrevista,</p><p>reportagem televisiva (textos verbais orais); bilhete, notícia, e-mail, artigo de opinião, artigo científico (textos verbais escritos); ou, ainda, infográficos, jornal televisivo, histórias em quadrinhos, anúncios publicitários (textos verbais e não verbais).</p><p>BNCC</p><p>“(...) estudos de natureza teórica e metalinguística (...) não devem nesse nível de ensino ser tomados como um fim em si mesmo, devendo estar envolvidos em práticas de reflexão que permitam aos estudantes ampliarem suas capacidades de uso da língua/linguagens (em leitura e produção) em práticas situadas de linguagem.”</p><p>Eixos organizadores do componente língua portuguesa: leitura, produção de textos, análise linguística/semiótica.</p><p>Eixo leitura</p><p>Bakhtin (2003, p. 262) define os gêneros do discurso como “tipos relativamente estáveis de enunciados” que possuem condições e finalidades específicas, conteúdo temático, estilo de linguagem e construção composicional, além de serem determinados pela especificidade de cada campo da comunicação. Pensando nisso, vamos considerar o gênero “aula”. Podemos aplicar a definição apresentada a esse gênero?</p><p>Em um primeiro momento, uma aula pressupõe características bastante estáveis, ou seja, implica a presença de professor e alunos (papéis sociais) para exposição/discussão/reflexão de um conteúdo (finalidade da comunicação); no entanto, essas características serão moldadas pelo próprio campo de comunicação, de modo que uma aula na universidade será bastante diferente de uma aula de ginástica na escola, ou de uma aula de informática em um curso de aperfeiçoamento profissional. Cada um desses campos mobiliza seu próprio propósito comunicativo, formato e recursos linguísticos.</p><p>Diante de cada uma dessas situações, tanto professor quanto alunos precisarão levar em consideração tanto o que é estável e, portanto, previsto, esperado; quanto o que é atualizável pelo quadro situacional para que produzam os sentidos decorrentes do texto produzido. Seria possível estender essa reflexão também para os textos escritos e multimodais? Sem dúvidas. Todo texto, seja ele verbal, seja não verbal, seja multimodal, dependerá sempre da situação de comunicação, a qual envolve interlocutores que assumem papéis, previstos pelo próprio quadro comunicativo instaurado (professor/aluno, médico/paciente, jornalista/leitor etc.), estrutura composicional (oral, escrita, dialógica, monológica, prosa, verso, longa, curta etc.), finalidades (ensinar, informar, transmitir, discutir etc.) e propósitos prévios (cada situação pressupõe temáticas esperadas, por exemplo, médico e paciente, em uma consulta, falarão preferencialmente sobre saúde, dificilmente sobre como usar um eletrodoméstico recém-comprado). Por fim, não podemos esquecer que os gêneros se atualizam ao longo do tempo em função das mudanças trazidas pela própria tecnologia. Pense, por exemplo, em como a internet vem influenciando o gênero aula, que hoje já não precisa ocorrer, necessariamente, em formato presencial.</p><p>BNCC</p><p>O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para: fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos; conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre outras possibilidades.</p><p>Eixo produção escrita/oralidade</p><p>Uma primeira reflexão a se fazer aqui é a seguinte: do ponto de vista comunicativo, qual a diferença entre se produzir um texto oral e se produzir um texto escrito? Basicamente, nenhuma. Assim como o falante, o escritor precisa se fazer entender para comunicar e precisa adequar o seu texto às diferentes situações comunicativas. Desse modo, o ensino da escrita não se desvincula totalmente do ensino da oralidade. O aluno precisa entender que escrever é uma forma de comunicar, assim como a fala. Tanto a fala como a escrita possuem seus gêneros discursivos, ou seja, do mesmo modo que, como falantes, precisamos ter como referência um quadro situacional específico para nos comportar linguisticamente, como escritores esse conhecimento será imprescindível para que nosso texto possua unidade lógica, coerência e faça sentido para quem irá ler.</p><p>Eixo análise linguísticas/semiótica.</p><p>Metaliguagem - a metalinguagem é considerada uma das funções da linguagem. Pode ser entendida como uma mensagem que evidencia a própria linguagem utilizada nela.</p><p>Com isso, queremos chamar a atenção para o fato de que o sentido não está dado no próprio enunciado pelas unidades formais da língua. E nós, como produtores de textos orais ou escritos, sabemos disso. No entanto, não estamos, com isso, dizendo que a gramática não deve ser trabalhada nas aulas de língua. Como defende Travaglia (2003, p. 11), “os textos só são produzidos e compreendidos graças à gramática da língua e, portanto, não há como trabalhar com textos sem trabalhar a gramática e vice-versa, já que a gramática da língua só funciona em textos”.</p><p>Reconhecer essas variações linguísticas e empregá-las adequadamente é algo que deve ser ensinado ao aluno, de modo a ampliar aquele repertório gramatical internalizado que ele adquiriu quando criança. A partir disso, o aluno precisa reconhecer que a língua possui características gramaticais em função da sua modalidade (oral, escrita, multimodal) e das variações decorrentes do seu contexto de uso (formal, informal), da sua localização (temporal, geográfica) e do seu emprego pelos diferentes extratos sociais (classes sociais, profissionais, etárias, de gênero etc.). Com isso, é importante destacar a questão da adequação linguística, desmistificando o conceito de certo e errado que leva, invariavelmente ao preconceito linguístico.</p><p>Eixos organizadores do componente língua inglesa e língua espanhola: oralidade, leitura, escrita, conhecimentos linguísticos, dimensão intercultural</p><p>· Oralidade: é por meio da oralidade que se instauram a interação e o diálogo imediato. Além de apresentar textos orais aos alunos (entrevistas, debates, desenhos animados, filmes etc.), devemos estimular a produção oral do aluno por meio de situações de interação em sala de aula, ou de contato entre os alunos e outras pessoas, por meio das novas tecnologias (por exemplo, convidar um profissional que fale inglês ou espanhol, por meio de uma videoconferência, para conversar com os alunos).</p><p>· Leitura: a leitura é uma das formas de desenvolver a autonomia do aluno aprender em aprender uma outra língua, a interpretá-la etc. Estimular a leitura em língua estrangeira amplia vocabulário, estruturas gramaticais e conhecimento de mundo. Tendo como ponto de partida os gêneros de discurso e os conhecimentos prévios que o aluno tem de sua própria língua, a leitura pode desenvolver habilidades imprescindíveis para a comunicação, como inferências, intertextualidades e subentendidos.</p><p>· Escrita: a escrita em língua estrangeira não pode restringir-se apenas a tradução para a língua materna. O aluno precisa desenvolver sua criatividade produtiva, de modo a expressar seus pensamentos e sentimentos, fazendo uso dos recursos linguísticos e discursivos oferecidos pela outra língua. Desse modo, o aluno poderá confrontar as formas de dizer em sua própria língua com a forma de dizer em língua estrangeira, percebendo como as diferentes linguagens influenciam o ser e o sentir.</p><p>· Conhecimentos linguísticos: sem conhecimento linguístico em língua estrangeira, não haverá comunicação. No entanto, o ensino não deve tomar os aspectos gramaticais como o foco do ensino, tampouco o texto como pretexto para ensinar gramática. Tendo em vista habilitar o aluno para ser um bom produtor de texto oral, escrito ou multimodal na outra língua, a perspectiva do gênero de discurso continua a ser o foco do trabalho.</p><p>· Dimensão intercultural:</p><p>inevitavelmente, ao estudar uma outra língua e/ou estabelecer contato com pessoas de outras nacionalidades, o aluno será levado a interagir com uma outra cultura, o que inclui diferentes hábitos e formas de agir, pensar e sentir; mas também encontrará no outro similaridades, principalmente em função desse movimento de globalização que aproxima cada vez mais as diferentes sociedades. A dimensão intercultural do ensino de língua estrangeira nos coloca diante do confronto entre o local e o global e nos leva a perceber a nós mesmos como iguais e diferentes do outro.</p><p>1. Conhecimento</p><p>Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital.</p><p>2. Pensamento científico, crítico e criativo</p><p>Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade.</p><p>3. Repertório cultural</p><p>Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais.</p><p>4. Comunicação</p><p>Utilizar diferentes linguagens.</p><p>5. Cultura digital</p><p>Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética.</p><p>6. Trabalho e projeto de vida</p><p>Valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências.</p><p>7. Argumentação</p><p>Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis.</p><p>8. Autoconhecimento e autocuidado</p><p>Conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e apreciar-se.</p><p>9. Empatia e cooperação</p><p>Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.</p><p>10. Responsabilidade e cidadania</p><p>Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.</p><p>Arte como componente curricular</p><p>O ensino de Arte no Brasil tornou-se obrigatório em 1971 (Lei nº 5692/71) a partir da 5ª série do ensino fundamental (atualmente 6º ano), obrigatoriedade que foi mantida pela LDB (1996) a qual defende que "a arte é um patrimônio cultural da humanidade, e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber", estendendo o ensino aos diversos níveis da educação básica. Desde então, os métodos de ensino vêm passando por muitas mudanças, culminando nas orientações que hoje temos na BNCC (2018).</p><p>Linguagens da arte (visuais, cênicas e música)</p><p>Antes, pautado em uma abordagem tradicional, o ensino da Arte se baseava na imitação, na repetição/reprodução de modelos prontos, na cópia fiel de um desenho etc. Sob essa perspectiva, tinha uma finalidade mais tecnicista e instrumentalista. Por muito tempo, estudar Arte consistiu em aprender a pintar tecidos ou a desenhar figuras geométricas. Linguagens artísticas, como a dança e o teatro, sequer eram cogitadas na educação básica. O que se denominava “Educação Artística”, portanto, era o ensino, principalmente, de uma das linguagens que constituem a disciplina – a linguagem visual, mais especificamente, o desenho. Na BNCC, a disciplina de Arte abrange várias artes, isto é, várias linguagens ou unidades temáticas, como o teatro, a dança e as artes visuais. Além disso, no ensejo das novas tecnologias e das interações que essas linguagens podem fazer, também são consideradas as artes integradas. Sendo uma disciplina multidimensional, espera-se uma atuação docente polivalente, isto é, que integre todas essas linguagens. Quanto aos objetos de conhecimentos, eles são separados em função dos níveis de conhecimento previstos para as habilidades esperadas em cada nível de ensino – educação infantil, anos iniciais ou finais do ensino fundamental e ensino médio.</p><p>BNCC</p><p>“O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre elas”</p><p>As linguagens da Arte apresentadas na BNCC são: artes visuais, dança, música e teatro, as quais “articulam saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas”</p><p>Artes visuais</p><p>Uma das habilidades requeridas em artes visuais é “analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.” (BNCC, 2018, p. 207).</p><p>· Desenho.</p><p>· Escultura.</p><p>· Pintura.</p><p>· Gravura.</p><p>· Fotografia.</p><p>· Cinema.</p><p>· Colagem.</p><p>· Performance.</p><p>· Entre outros.</p><p>É possível, ainda, trabalhar a relação entre a Arte e o teatro (produção de máscaras, por exemplo), a música (o desenho das partituras) e a dança (figurino e maquiagem).</p><p>Teatro</p><p>O teatro é uma das linguagens artísticas que mais possibilita o desenvolvimento integral dos alunos, promovendo o autoconhecimento, a criatividade, a socialização, o desenvolvimento de expressão verbal e corporal, o estímulo à leitura, entre outros benefícios.</p><p>Música</p><p>Na BNCC (2018, p. 196), a Música é definida como “a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade subjetiva, quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores diversos estabelecidos no domínio de cada cultura”.</p><p>As seis dimensões do conhecimento</p><p>· Criação: consiste, de forma resumida, em levar o aluno a externalizar suas emoções, a levá-lo a expressar-se.</p><p>· Critica: Em geral, esse é um termo que faz a gente pensar imediatamente em dar uma opinião, em fazer um juízo de valor. No entanto, precisamos ter bem claro que criticar não é somente dar uma opinião, mas também saber defender essa opinião; não é fazer um juízo de valor, mas saber avaliar com base em argumentos.</p><p>· Estesia: Com base na BNCC (2018, p. 194), a estesia “refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais”. Em palavras mais simples, a estesia é o sentimento, a sensação que temos diante de uma produção artística. Em síntese, a estesia é a relação do corpo (o indivíduo) com o todo (o contexto).</p><p>· Expressão: expressar-se por meio da arte é colocar a linguagem a serviço da sua intencionalidade; é colocar no seu trabalho artístico toda a sua poética, de modo a ser capaz de mostrar sua forma de enxergar o mundo, deixando transparecer o que está em sua mente e em seu coração.</p><p>· Fruição: A fruição, portanto, remete a um olhar íntimo e pessoal do indivíduo para o objeto de apreciação, por meio do qual o indivíduo se sensibilize.</p><p>· Reflexão: Podemos entender, pois, que a reflexão se apresenta como um elo entre todas as demais dimensões do conhecimento. Consiste em um poder de síntese, de ser capaz de responder: O que eu aprendi com tudo isso?</p><p>Artes integradas</p><p>Trata-se, pois, de trabalhar as artes em conjunto, promovendo um encontro entre todas as linguagens artísticas, bem como sua integração às tecnologias, às possibilidades que a internet, por exemplo, permite realizar.</p><p>Conceição Almeida da Silva</p><p>Educação física como componente curricular</p><p>Para que o aluno desenvolva as competências específicas da Educação Física, a BNCC considera seis unidades temáticas, que são articuladas a objetos de conhecimento, respeitando uma progressão das habilidades e distribuindo-as entre os diferentes níveis de ensino. Portanto, ao planejar sua aula, o docente deve estar atento a essa distribuição, respeitando a dimensão do conhecimento, as habilidades e as competências que são previstas para cada nível de ensino.</p><p>BNCC</p><p>A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história. Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento corporal ou de um corpo todo.</p><p>As práticas corporais, portanto, devem ser abordadas como:</p><p>· Fenômeno</p><p>cultural dinâmico: ou seja, que está em constante modificação, sempre em função do contexto histórico-cultural. Ao longo da história e nas diferentes culturas existentes, as práticas corporais têm suas próprias características e funções sociais.</p><p>· Fenômeno diversificado e pluridimensional: visto que há diversas formas de codificar e significar essas práticas no âmbito social e, ao mesmo tempo, cada prática possibilita o acesso a diferentes dimensões do conhecimento e da experiência.</p><p>· Fenômeno singular: em que a vivência da prática corporal gera conhecimentos particulares e insubstituíveis em cada indivíduo ou em cada grupo social.</p><p>· Fenômeno contraditório: visto que não há práticas melhores ou piores. Por isso, é preciso problematizar, desnaturalizar e colocar em evidência a multiplicidade de sentidos e significados que cada prática adquire em cada contexto em que é praticada.</p><p>O que a BNCC considera como uma prática corporal? Primeiro, um elemento essencial apontado no documento é o movimento corporal (embora isso gere algumas críticas em função do fato de excluir algumas atividades que não exigem movimento, como os jogos de tabuleiro). O segundo elemento é a organização interna, isto é, toda prática corporal é regida por regras próprias, as quais devem ser atendidas de alguma forma. Por fim, a BNCC também considera as práticas corporais como um elemento cultural que pode se vincular ao lazer/entretenimento ou ao cuidado com o corpo e a saúde.</p><p>Como vemos, o ensino/aprendizagem de educação física extrapola o saber fazer, organizando as habilidades em torno de oito dimensões do conhecimento que possibilitem ao aluno experimentar, usar e apropriar-se, fruir, refletir sobre a ação, analisar, construir valores, compreender e tornar-se protagonista. Vejamos, resumidamente, cada uma dessas dimensões:</p><p>· Experimentação: está relacionada à vivência das práticas corporais, em que o aluno é levado a realizar a atividade.</p><p>· Uso e apropriação: decorrente da experimentação, o uso e a apropriação permitem ao aluno acessar conhecimentos que o levam ao saber fazer, isto é, ele terá autonomia para realizar uma prática corporal não apenas na escola, como também fora dela.</p><p>· Fruição: Em sentido amplo, a fruição diz respeito à ação de aproveitar satisfatória e prazerosamente alguma coisa.</p><p>· Reflexão: considerada uma dimensão conceitual, que envolve o saber sobre a prática, a reflexão remete a uma atitude do indivíduo diante das práticas corporais, em que ele é levado a refletir sobre as próprias experiências corporais e as realizadas por outros.</p><p>· Análise: também associada ao “saber sobre”, a análise consiste em observar o todo a partir de suas partes, isto é, em conjunto, alunos e professores deverão observar as características e o funcionamento das modalidades, as táticas, as regras, os efeitos alcançados etc.</p><p>· Construção de valores: essa dimensão remete à construção de conhecimentos relacionados ao saber ser e conviver em sociedade.</p><p>· Compreensão: as práticas corporais são fenômenos culturais dinâmicos, ou seja, sofrem mudanças e adaptações em decorrência de cada contexto histórico, social e cultural do qual faz parte. Por isso, é relevante compreender como uma prática determinada passou a ser realizada em cada contexto, que transformações ela sofreu ao longo do tempo, como as forças de poder influenciaram a presença ou a ausência de alguma prática em determinada sociedade etc.</p><p>· Protagonismo: essa é uma dimensão atitudinal (saber ser e conviver) que reúne os conhecimentos necessários à transformação do aluno em um agente de transformação na comunidade em que se insere.</p><p>Brincadeiras e jogos</p><p>Essa é a unidade temática que trabalha com práticas realizadas em determinado limite de tempo e espaço, com regras que podem ser alteradas ou criadas, mas precisam ser seguidas para que a atividade seja realizada com sucesso. Baseia-se em uma atitude voluntária e lúdica, mas que, ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento do aluno. “Quando a criança joga, ela opera com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Por isso, o jogo apresenta-se como elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência.</p><p>Danças</p><p>A dança é uma unidade temática presente em dois componentes curriculares da área de linguagens – Arte e Educação Física. Tal fato deve-se ao caráter heterogêneo da dança, que é uma forma de expressão artística que se realiza por meio do movimento corporal. Nos dois casos, além de possuir seus elementos próprios, a dança também está diretamente relacionada com as diferentes culturas. Enquanto Arte, a dança se insere em espaços cênicos, como teatros ou apresentações de rua, em que se presta à apreciação de espectadores. Enquanto prática corporal, a dança representa uma forma de expressão individual ou de um grupo e possibilita o desenvolvimento da percepção do próprio corpo e o trabalho colaborativo.</p><p>· (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.” (BNCC, 2018, p. 207) dança em Artes</p><p>· (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.” (BNCC, 2018, p. 207) dança em Artes</p><p>Lutas</p><p>Assim como as demais práticas corporais, as lutas envolvem movimentos sistematizados, ordenados e articulados, o que requer a aplicação de regras, táticas e estratégias específicas, cujo objetivo é “imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário” (BNCC, 2018, p. 218). As habilidades a serem desenvolvidas se distribuem entre os diferentes níveis de ensino da educação básica e devem contemplar, inicialmente, as lutas que se inserem no contexto regional e comunitário e, em seguida, as lutas praticadas no Brasil (incluindo as lutas de origem indígena e africana) e as praticadas mundialmente.</p><p>Esportes</p><p>De todas as práticas corporais que integram o componente de Educação Física, o esporte é a mais conhecida e praticada de forma institucionalizada, visto que, atendendo a uma lógica capitalista, a maioria das modalidades esportivas são exploradas como produto e fazem parte de competições nacionais e internacionais, como olimpíadas e copas do mundo. Além disso, por meio da mídia, tais modalidades esportivas mobilizam a sociedade, fomentando o consumo de produtos relacionados, dando origem a disputas sobre preferências entre equipes esportivas e disseminando preconceitos. A partir disso, não raro vemos acontecerem agressões entre torcedores em estádios, discriminações com determinada modalidade de esporte, entre outras situações que merecem atenção e devem ser discutidas e desmistificadas.</p><p>Com o propósito de oportunizar aos alunos o contato com o maior número de práticas esportivas possível, a BNCC propõe sete modalidades esportivas que, por um lado, privilegiam ações motoras intrínsecas, reunindo esportes que apresentam exigências motrizes semelhantes no desenvolvimento de suas práticas, e, por outro, se organizam em função de critérios de cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos.</p><p>· Marca: modalidades esportivas que se baseiam na comparação de resultados registrados em segundos, metros ou quilos. Pode ser realizada de forma individual (atletismo, salto em distância, mountain-bike, natação, levantamento de peso etc.) ou coletivamente (atletismo com revezamento, nado combinado, remo, rafting etc.)</p><p>· Precisão: modalidades de arremesso ou lançamento de um objeto (bocha, bola, flecha, bolão, projétil) para acertar um alvo específico, seja estático, seja em movimento. Em geral, são praticadas individualmente, como boliche, golfe, arco e flecha, tiro ao alvo etc.</p><p>· Técnico-combinatória: práticas corporais cujo resultado deve evidenciar a qualidade técnica do movimento, avaliada segundo padrões preestabelecidos.</p><p>São esportes que podem ser realizados individualmente (ginástica artística, skate, saltos ornamentais etc.) ou coletivamente (nado sincronizado, saltos sincronizados etc.).</p><p>· Rede/parede: esportes de quadra (dividida ou não), em que a bola pode ser arremessada, lançada ou rebatida para o setor do adversário, atendendo a determinadas regras. Esportes como voleibol, vôlei de praia, tênis de campo, tênis de mesa, badminton e peteca são realizados com uso de rede; enquanto pelota basca, raquetebol e squash são modalidades de parede.</p><p>· Campo e taco: aqui o objetivo é rebater a bola lançada pelo adversário o mais longe possível para ganhar tempo de percorrer as bases o maior número de vezes possível ou percorrer a maior distância entre elas. Se caracteriza por ataque e defesa entre as equipes, de modo que os oponentes sejam impedidos de pontuarem ou sejam eliminados. As principais modalidades praticadas são beisebol, críquete, softbol etc.</p><p>· Invasão ou territorial: esportes que desafiam as equipes, respeitando determinadas regras e empregando determinadas táticas, a levarem ou introduzirem uma bola (ou outro objeto) no setor adversário ao mesmo tempo em que precisam defender e proteger o próprio setor. Entram nessa modalidade o futebol, o basquete, o rúgbi, o handebol, o polo aquático etc.</p><p>· Combate: movimentos corporais próprios da luta que envolvem disputas corpo a corpo entre dois adversários, de modo que um deles seja subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço, por meio de combinações de ações de ataque e defesa, como corre no judô, no boxe, na esgrima, no taekwondo etc.</p><p>Ginásticas</p><p>“Pode-se entender a ginástica como uma forma particular de exercitação em que, com ou sem uso de aparelhos, abre-se a possibilidade de atividades que provocam valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças, em particular, e do homem, em geral.” (COLETIVO DE AUTORES, 1990, p. 54). Por reunir práticas com diferentes formas de organização e significados, a BNCC propõe uma subclassificação: ginástica geral, ginásticas de condicionamento físico e ginásticas de conscientização corporal.</p><p>· Ginástica geral: é considerada uma ginástica básica, expressiva ou acrobática, que pode ser realizada de forma individual ou coletiva, envolvendo exercícios de solo, de salto, com aparelhos (cordas e fitas), de equilíbrio, giros, rotações, acrobacias etc. São exemplos de ginástica geral: piruetas, pontes, rolamentos, paradas de mão, malabarismos etc.</p><p>· Ginástica de condicionamento físico: essa é a ginástica mais comum nas escolas. Contempla os movimentos corporais voltados para melhorar o rendimento, a aquisição e manutenção da condição física ou a modificação da composição corporal.</p><p>· Ginástica de conscientização: Constitui-se por práticas que empregam movimentos corporais lentos e suaves que objetivam melhorar a postura e a respiração, bem como conscientizar sobre o próprio corpo.</p><p>Práticas corporais de aventuras</p><p>Nesta seção temática, o objetivo é trabalhar formas de experimentação corporal que são realizadas em ambientes desafiadores – tanto no campo quanto na cidade. As habilidades desenvolvidas aqui privilegiam a experimentação, o cuidado com o corpo e o respeito ao patrimônio público e natural. São exemplos das práticas de aventura: skate, patinação, parkour, patins, bike, corrida orientada, corrida de aventura, corrida de mountain bike, rapel, tirolesa, arvorismo etc.</p><p>AULA 4</p><p>Comunicação por meio das diferentes linguagens e mídias</p><p>Tecnologias de informação e comunicação (TICS)</p><p>As TICs foram desenvolvidas a partir de avanços científicos em várias áreas, de modo que hoje podemos percebê-las como um conjunto de diferentes tecnologias que dão acesso e permitem a produção e a transmissão de informações construídas por meio de diferentes linguagens – verbal (oral ou escrita) e não verbal (sonora, visual etc.).</p><p>Como o próprio nome diz, as Tecnologias de Informação e Comunicação consistem em dispositivos produzidos pelo engenho humano com a finalidade de obter, armazenar e processar informações, bem como estabelecer comunicação entre diferentes dispositivos, possibilitando que tais informações sejam disseminadas ou compartilhadas. Diversos dispositivos se prestam a essas finalidades: calculadoras, copiadoras, impressoras, telefone, rádio, televisão, computadores (incluindo nesse conjunto os desktops, laptops, tablets e smartphones), projetores de imagem, câmeras de vídeo ou fotográficas, entre outros. Todos os dispositivos citados, sendo resultado do desenvolvimento tecnológico, incluem-se no conceito de TICs (SANTOS, 2014).</p><p>A presença dessas tecnologias foi fundamental durante a pandemia de COVID-19, em 2020 e 2021, quando a aprendizagem presencial precisou ser adaptada ao ensino remoto, por meio de diferentes recursos digitais, que antes apenas serviam como ferramenta de auxílio:</p><p>· Videoaulas, vídeos no Youtube, redes sociais, como Instagram e Facebook, e aplicativos, como WhatsApp e Telegram, viraram ferramentas importantes de comunicação e troca de informação.</p><p>· Plataformas e ambientes virtuais foram usados para facilitar a troca de conteúdo e o auxílio pedagógico aos alunos, como Google Classroom;</p><p>· Aplicativos de reunião on-line, como Google Meet, Zoom e outros, possibilitaram o contato síncrono entre docentes e alunos.</p><p>Novas formas de interação multimidiática e multimodal</p><p>Vemos, cada vez mais, que as práticas comunicativas estão sendo adaptadas a esse novo espaço. Diante desse fato, as escolas precisam repensar o trabalho com a linguagem, promovendo um letramento digital que dê conta da prática de leitura e escrita tanto no papel quanto na tela, além de considerar a interação entre o verbal, o não verbal e o digital. É nesse contexto que se insere o conceito de multimodalidade:</p><p>“O ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita precisam levar em conta, atualmente, a variedade dos modos de comunicação existentes, o que chamamos de multimodalidade. Nessa nova perspectiva, que se opõe às abordagens educacionais ocidentais mais tradicionais, devem-se considerar os modos de comunicação linguísticos – a escrita e a oralidade –, visuais – imagens, fotografias –, ou gestuais – apontar o dedo, balançar a cabeça negativa ou afirmativamente, por exemplo. Essa diversidade de modos de comunicação foi incorporada tanto pelos meios de comunicação mais tradicionais, como livros e jornais, quanto pelos mais modernos, como computadores, celulares, televisão, entre outros. Dessa forma, professores precisam preocupar-se, atualmente, em ensinar não só as habilidades técnicas necessárias para manusear os diferentes meios de comunicação, mas também o metaconhecimento que é necessário para compreender, de maneira integrada e significativa, as diferentes mídias e seu funcionamento.”</p><p>O letramento digital contempla as práticas de leitura e produção de textos nas diferentes mídias a que se pode ter acesso. E assim como nos meios impressos, a criticidade se faz imprescindível no ciberespaço, de modo que se possa perceber a veracidade dos fatos, reconhecer fake news e checar a origem das informações recebidas.</p><p>Embora a internet possibilite um acesso ilimitado a todo tipo de informação, isso não significa que tudo o que vemos nas redes se transformará, automaticamente, em conhecimento. Além disso, vale lembrar que as informações presentes nos espaços virtuais estão muito mais propícias a modificação, manipulação e alterações que os materiais impressos em mídias físicas, como jornais e livros.</p><p>Agora, pensemos no seguinte: já percebeu que é bem comum vermos a publicidade de um mesmo produto sendo divulgada em diferentes mídias: televisão, rádio, revista, Facebook, Youtube entre outros? Percebeu que em cada uma dessas mídias a publicidade se adapta ao suporte, ao tempo, aos recursos e à modalidade de linguagem? A partir desse exemplo, podemos entender que a interação multimidiática diz respeito à diversidade de mídias que podem ser usadas para a comunicação,</p><p>como o jornal impresso, a televisão, o Facebook, o WhatsApp, o telefone, o e-mail etc. Vejamos que a mesma informação pode chegar até nós por meio dessas diferentes mídias e, em cada caso, terá suas próprias particularidades.</p><p>Multimodal – Mais de um tipo de linguagem.</p><p>Multimidiática – Mais de uma mídia utilizada para divulgação.</p><p>O aluno como protagonista da cultura digital</p><p>Cañizález et al. (2017, p. 36) diferenciam duas formas de se considerar a tecnologia em contexto escolar: as tecnologias na educação e as tecnologias da educação. Sobre o primeiro caso, as tecnologias na educação, os autores consideram que não se trata de um fenômeno recente, visto que os avanços tecnológicos desde sempre exerceram influências no processo de ensino/aprendizagem. Se entendermos que a educação tem a missão de propiciar o desenvolvimento integral do indivíduo em seu contexto social, entenderemos também que considerar as TICs na educação não é uma invenção sem fundamento, visto que isso faz parte dos movimentos transformacionais pelos que a sociedade passa.</p>