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<p>josué gonçalves Poderia me vingar preferi Aprendendo com O pai do filho pródigo MENSAGEM PARATODOS</p><p>Poderia me vingar, preferi abraçar: aprendendo com o pai do filho pródigo Editora Mensagem Para Todos Coordenação Editorial Erick Correia Capa Souto Design Editoração Salomão Santos Revisão Roberto Mouzinho Preparação Salomão Santos Impressão e Acabamento Gráfica Rettec Copyright (c) 2017 Josué Gonçalves Todos os direitos reservados a Josué Gonçalves Estrada Municipal Crispim Marques da Veiga, 511. Curitibanos. Bragança Paulista SP. Cep 12.908-510 Correspondência: Caixa Postal 91. Av. Pires Pimentel, 1345. Bragança Paulista SP. Cep 12.914-780 Falar com o autor: contato@amofamilia.com.br youtube: /josuegoncalves facebook: /prjosuegoncalves Instagram: @prjosuegoncalves (11) 4035-7575 Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio sem a autorização por escrito do autor. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva, Josué Gonçalves Josué Gonçalves (2017) Família / perdão / criação de filhos / casamento / comunica- ção / cristianismo / Bíblia</p><p>AGRADECIMENTOS À minha mãe, senhora Marina, com quem aprendi que a oração é a respiração da alma de uma família ven- cedora. À minha e companheira no Ministério da Pa- lavra, Marlene Guerrato, com quem temos aprendido preciosas lições sobre famílias centradas em Deus. 5</p><p>SOBRE O AUTOR Josué Gonçalves da Silva é casado com Rousemary M. Gonçalves e é pai de três filhos: Letícia, Douglas e Pedro. É avô de Luísa, Davi e Joaquim. Nasceu em Santo André, SP, em 3 de junho de 1963 e foi ordenado pastor em 4 de maio de 1992. Exerce um ministério específico com famílias e adolescentes desde 1990, tendo realizado simpósios, congressos e cursos por todo o Brasil, além dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Autor de vários livros como Família (publicado pela Editora Mundo Cristão), Vencendo a in- justiça (publicado pela Editora Vida), 104 erros que um casal não pode cometer, 101 erros que namorados não podem cometer, Aprenda a pregar, Família: edificando a casa sobre a rocha, O que jovens precisam saber, Ora- ção: respiração da alma, A língua: domando esta fera, O (lançados pela Editora Mensagem Para Todos), entre outros. É pastor no Projeto Família Debaixo da Graça, em Bragança Paulista e membro da Associação Evangélica Brasileira (AEVB) e da Convenção Geral das Assem- bleias de Deus no Brasil (CGADB). Exerce o cargo de diretor da Editora Mensagem Para Todos. 7</p><p>SUMÁRIO A parábola do Filho Pródigo 23 Apresentação 27 O que pai do filho pródigo nos ensina? 43 Graça, a marca das famílias bem-sucedidas. 83 Perdão, a encarnação da 95 Aprendendo com os erros do filho pródigo 139 Aprendendo com os erros do filho mais velho. 167 Lembre-se 189 9</p><p>PREFÁCIO DO EDITOR O som da música podia ser ouvido a dezenas de qui- lômetros, as tochas iluminavam a casa, o vozerio alegre de pessoas conversando e o entra-e-sai de gente não dei- xavam dúvida alguma: aquela casa estava em festa! A abundância estava em cada detalhe: nos alimentos ser- vidos, nas bebidas preparadas, nas melhores roupas dos participantes e, acima de tudo, nos sorrisos escancarados dos presentes. Um, porém sorria mais do que todos - não era o jovem agraciado, mas sim, o velho fazendeiro, com sua pele bronzeada de sol e o rosto vincado pela dor e pelo trabalho, expressa a satisfação de quem sonha acordado. Há anos ele vinha aguardando por aquele momento. Ele já o tinha imaginado e planejado silenciosamente mi- lhares de vezes, desde que o filho saíra de casa. Ele mes- mo financiara a saída ao lhe dar antecipadamente a sua parte da herança, mas o seu coração ficara em suspenso, aguardando o momento em que o menino se tornaria homem e cairia em si, que faria cair na realidade. O ancião sabia que, quando isso acontecesse, ele teria um novo filho, um homem capaz de ficar ao seu lado e con- 11</p><p>duzir com humildade, graça e dedicação o seu negócio. Finalmente, chegara tão esperado momento: da sua varanda, de onde o fazendeiro contemplara diversos crepúsculos, ele avista um pequeno vulto, longínquo, iluminado pelos últimos raios de sol, se arrastando len- tamente em direção à fazenda. O coração do homem dispara, mas ele não quer alimentar falsas esperanças. Pode ser outra pessoa, mas ele continua observando e constata que aquele não parece o seu Hlho. É uma pessoa magra e veste-se de trapos. Os cabelos estão irreconhe- cíveis e pode-se aHrmar que é um pedinte, um mendigo e não o seu garboso Hlho. Porém, aquele andar é muito conhecido, o balanço dos quadris, a maneira como lan- ça o ombro é do mesmo garotinho a quem ele ensinara a andar, a usar o banheiro, os talheres e a cavalgar. O garoto estava de volta. Buscando algum defei- to terrível, alguma mutilação, ou amputação, o pai já emocionado vê que o jovem está inteiro e se aproxima resoluto de cabeça baixa, se arrastando com diHculdade. Um patriarca, um príncipe da sua família e um homem como ele deveria manter a compostura e aguardar so- berbamente a chegada do rebelde arrependido, porém, o amor é mais forte do que as tradições humanas e o que o seu Hlho sente vale muito mais do que alguém possa dizer. Assim, o homem não espera que o jovem chegue, mas corre ao seu encontro. A cada passo apres- sado do fazendeiro, mais de perto pode ver seu Hlho querido, o esperado garoto por quem ele nutria os mais altos afetos. O rosto sujo e o odor não deixam dúvida que moço estivera no fundo do poço, misturado com 12</p><p>animais. Sua magreza, que deixava aparentes os ossos, também testemunhava que a fome vinha atormentando o seu menino. Quanta teimosia, quanto orgulho havia sido quebrado naqueles anos de afastamento! Não havia tratamento mais duro do que Hcar longe do cuidado e proteção do pai. Tudo indicava que o remédio amargo, que o próprio rapaz escolhera, havia feito efeito. Lançando-se ao pescoço do rapaz, uma onda de satis- fação invadiu a alma do ancião que o recebeu com beijos guardados através dos anos de espera. O rapaz, surpreso com a calorosa recepção, disparou o seu discurso ensaia- do: ele pecara contra os céus e contra o pai. Ele não era digno de ser chamado Hlho. Está perdoado, está perdoado, está perdoado. Com a certeza de mudança do coração do rapaz, o pai facilitou perdão e arrastou o moço para dentro de casa. Os empregados, ao ouvir aquela comoção, se aproxima- ram e, surpresos com a presença do pródigo, receberam as suas ordens: Tragam aquela roupa nova especial que eu comprei e vistam no meu Hlho. Uma ponta de comoção lhe embargou a voz, quando disse a palavra Hlho. A outro servo curioso que se aproximara ele mandou buscar o anel de família, o cartão de crédito da época. A ordem foi tão surpreendente que ele precisou repetir. Mesmo o Hlho arregalou os olhos em espanto. Como dar um cartão de crédito para um playboy que queimara parte da fortuna da família em poucos anos? Como? O pai sabia que o Hlho rebelde havia sido sepultado naquele chiqueiro, quando o arrependimento se apre- 13</p><p>sentou. Um Hlho arrependido é uma nova criatura. O velho Hlho estava morto e somente o melhor do seu descendente estava em sua frente. ConHar-lhe os bens era uma expressão clara da disposição do fazendeiro de esquecer o passado e começar tudo novamente. Roupa nova, cartão de crédito e um calçado era o que faltava. Servos andavam sem sapatos, os Hlhos, nunca. A proposta do rapaz de ser tratado como um em- pregado fora rejeitada. Aquele senhor fazia questão de dizer que o perdão era completo. O rapaz seria tratado como Hlho amado, como Hlho legítimo, com direitos e privilégios mantidos, como se nunca tivesse cometido pecado algum! Que escândalo! Soava até como injustiça, ou como tolice, mas o sábio ancião sabia o que estava fazendo. Ele era o promotor da festa da graça! Quem não merece ama mais, desfruta mais e con- segue entender que as melhores dádivas recebidas não dependem de desempenho, mas da vontade de quem pode concedê-las de fazer isso. Assim como ninguém havia entendido bem a graça e alguns nem concorda- vam, o irmão mais velho, que estava chegando, cansa- do, depois de mais um dia de trabalho duro, percebeu a festa, o movimento e achou ter visto, ao longe, um vulto que parecia ser de seu irmão! Isso não podia estar acontecendo. Como aquele sem-vergonha rebelde, que torrou o patrimônio da família, podia ter a cara de pau de estar ali? Parecia vestido com aquela roupa nova que o pai comprara. Ele pensou que fosse para ele mesmo e não para seu irmão! Que injustiça! Que festa é essa? Deviam dar-lhe uma surra, nunca uma festa! 14</p><p>A Hm de ter certeza das suas primeiras impressões, o Hlho mais velho segurou um empregado que se diri gia para a festa usando sua melhor roupa e perguntou a razão do grande evento; foi quando suas suspeitas se concretizaram. Seu irmão havia voltado com saúde e o pai deles estava comemorando! O irmão mais velho nunca perdoara aquele moleque. Estava disposto a fa zê-lo sofrer, a humilhá-lo, a dizer poucas e boas e só acei- tá-lo se desse mostras de ter mudado. Assim mesmo, a herança ele já havia gastado. Podia trabalhar, mas nunca mais seria dono. O mais velho, sim, deveria ser o grande proprietário de tudo, pois aguentou Hrme e trabalhou por dois. Sem sair do local, ainda sujo com a roupa do traba- lho, trincando os dentes de ódio, o mais velho estava a metros da casa grande, perdido em seus pensamentos, quando avisaram ao ancião que o seu primogênito es- tava do lado de fora, com expressão de poucos amigos. Mais uma vez, o coração do fazendeiro falou alto e ele quebrou o protocolo. Deixando os convidados, as or- dens, os preparativos e o movimento, ele parte para fora, ao encontro de outro sujo, de outro sofredor, também perdido, mas no quintal de casa. Havia festa na casa. Havia festa no coração do Hlho mais novo. Festa no coração dos convidados e festa no coração do pai. Todos tinham a festa dentro de si e es- tavam dentro da festa da graça. O irmão que não queria perdoar podia ver a festa. Ele estava do lado de fora. A festa não estava dentro dele e se ele pudesse, não deixaria ninguém entrar na festa! Magoado como estava, sofria 15</p><p>ao ver a alegria do irmão. Ferido com a determinação de não perdoar, ignorou a alegria incontida do seu pai. Será que ele não pensava no velho que estivera sofrendo por tantos anos? Aquela amargura estava roubando o seu amor e con- sideração pelo pai. Ele estava fazendo contas, de quantos anos havia servido ao pai, de quantos mandamentos ha- via guardado e de quanta injustiça havia no fato do Hlho mais novo ser recebido com festa. Ele não se sentia um Hlho e queria um cabrito para celebrar com os amigos. O pai não desistiu dele e foi ao seu encontro, deixando a festa para trás, mas levando a festa dentro de si a Hm de oferecê-la para o Hlho e convidá-lo a entrar na festa. Sempre há oportunidade para o ensino e ele ensinou o que o rapaz já deveria saber: Precisamos celebrar. Seu irmão estava morto, mas agora está vivo! Ele estava perdido, mas foi encontrado! Precisamos celebrar perdão, graça, choro, abraços e este é o clima deste livro maravilhoso. Poucas passa- gens revelam tanto do amoroso e paterno de Deus como esta. Parece que as palavras vieram do céu. Ler esta obra é como sentar-se ao lado do Pai e ouvir-lhe os conselhos e pensar como Ele, sentir como Ele e, princi- palmente, ter poder de agir como Ele. O Pr. Gonçalves tem neste tema uma de suas palavras mais profundas e tocantes, e se deixa usar por Deus poderosamente sempre que prega, aconselha ou escreve sobre o assunto. Está na hora de você ter um encontro com o Pai, de você conhecer essa família, buscando identiHcar-se, 16</p><p>ora com um, ora com outro. Conhecendo o de Deus você tende a se tornar como ele, que é o criador e idealizador da família, detentor de todas as virtudes necessárias para fazer da sua casa um lugar onde a festa da graça nunca termina. Encontre um lugar confortável para sentar-se, que seja silencioso e sem interrupção e mergulhe nas páginas do coração de um pai reto e apaixonado por seu Hlho. Ele é totalmente justo e gracioso, ao mesmo tempo. Um amor que nos envolve e guia. Boa leitura, Salomão Santos 17</p><p>PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO "Uma família feliz é um paraíso antecipado". (John Bowring) Durante dezesseis anos, o tema predominante do meu ministério tem sido a família. Uma pergunta que muitos me fazem é esta: por que investir tanto tempo ministrando às famílias? Existem muitas mas quero mencionar apenas duas. Primeira: trabalhar com famílias é a minha vocação específica. Pessoas bem-su- cedidas descobrem cedo a sua vocação, ou o "tema" da sua vida; e investem nessa direção para fazer a diferença. Descubra qual é a sua vocação ou o "tema" da sua vida, e se torne um especialista nisso. Segunda: o amor ardente que tenho por esse ministério é fruto da compreensão do valor da família como projeto de Deus. Quando es- tudamos a família como prioridade no coração de Deus, entendemos porque ela é o alvo principal das forças es- pirituais do mal. Reflita comigo. A família é o ponto 19</p><p>de partida de todos os relacionamentos; ela é a econo- mia sócio-comportamental ideal. Não existe outra que se compare a ela. É a oHcina modeladora do caráter. O que se aprende na vivência do lar permanece para toda a vida. É o espaço para o crescimento pessoal e coletivo. É na família que está a força e o potencial da igreja. O crescimento espiritual da igreja depende da ediHcação da família. Ela é a pedra angular da sociedade. Nenhu- ma civilização sobreviveu à sua dissolução. Sem a famí- lia, nenhuma instituição pode realizar seu propósito es- sencial; nenhuma instituição exerce o seu impacto, para o bem ou para o mal. A família é o agente integrador de grupos, o estabilizador emocional e o corretivo psicoló- gico A família é o centro de promoção e o laboratório de desenvolvimentos cultural, social e humano pela sua própria vocação. A família é uma ordem da criação (Gn 1.26-31; 2.18-25). Não é por acaso que há uma guerra permanente contra a família. A destruição dessa instituição divina provoca prejuízos irreparáveis a curto e longo prazos. O contrário também é verdadeiro. Quando a família é bem estruturada, todos que fazem parte dela se beneHciam. Ela passa a ser a fonte de inspiração para as vitórias na vida. Se a família é prioridade no coração de Deus, ela deve ter o mesmo grau de importância para nós. 20</p><p>Perguntas para Como vai a sua família? Que lugar ela ocupa em sua lista de prioridades? Qual o investimento que você tem feito na sua edificação? Que nota Deus daria para a sua família hoje? A mensagem que compartilho com você tem relação com as respostas para as perguntas acima. Inverno de 2006. Florianópolis - SC / Brasil "As mudanças em sua vida param, quando você deixa de aprender". (Mike Murdok) Nenhuma outra escola ensina mais do que a família, só o tolo a despreza. 21</p><p>A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO Ele [Jesus] contou outra história: "Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: 'Quero minha he- rança agora mesmo'. O pai, então, dividiu a propriedade entre os dois filhos. Não se passou muito tempo, e o filho mais novo arrumou as malas e foi morar num país distante. Por ser indisciplinado e esbanjador, desperdi- çou tudo que possuía. Estava já sem dinheiro quando uma seca devastou aquele país, e ele começou a passar necessidades. Um cidadão o contratou para cuidar de porcos, e, para piorar, ninguém lhe dava nada. Ele che- gou a passar tanta fome que teve vontade de comer a lavagem dos porcos. "Isso o fez cair na realidade. Ele pensou: 'Os empre- gados do meu pai têm três refeições por dia, e eu estou aqui morrendo de fome. Já sei. Vou voltar para casa e dizer ao meu pai: pequei contra Deus e contra o senhor. Não mereço nem ser considerado seu filho. Ser um dos seus empregados já está muito bom'. Decidido, levan- tou- se e tomou o caminho de casa. 23</p><p>Ele ainda estava bem longe, na estrada, quando o pai o avistou. O coração do velho disparou, e ele correu para abraçar e beijar Hlho, que começou seu discurso: Pai, pequei contra Deus e contra o senhor. Não mereço nem ser chamado de seu Hlho outra vez.... O pai nem quis escutar. Chamou os empregados e ordenou: Rápido, tragam uma roupa decente para ele! Tragam também o anel da família e um par de sandálias. Depois vão buscar uma novilha bem gorda e preparem um churrasco. Vamos festejar! Vamos nos divertir! Meu Hlho está aqui vivo! Não está mais perdido: foi acha do!. E a festa começou. Tudo isso se deu enquanto o Hlho mais velho estava no campo. No Hnal do dia, ele voltou para casa. Ao se aproximar, ouviu som da música e das danças. Intriga- do, perguntou a um dos empregados o que estava acon- tecendo. Ele contou a novidade: Seu irmão voltou para casa! Seu pai Hcou tão contente de recebê-lo de volta, são e salvo, que mandou fazer uma festa. O irmão mais velho Hcou tão revoltado que não quis participar da comemoração. O pai tentou conver- sar com ele, mas ele nem quis ouvir e protestou: Há quantos anos trabalho para senhor, sem nunca recla- mar? E alguma vez ganhei uma festa para mim e meus amigos? Agora esse seu Hlho, que desperdiçou todo o seu dinheiro com prostitutas, aparece aqui, e o senhor lhe dá uma festa dessas!. O pai respondeu: Filho, você não entende. Você está comigo o tempo todo, e tudo que é meu é seu. Mas este é um momento muito especial! Precisamos celebrar. 24</p><p>Precisamos celebrar. Seu irmão estava morto, mas agora está vivo! Ele estava perdido, mas foi encontrado! Seu irmão estava morto, mas agora está vivo! Ele estava perdido, mas foi encontrado!. Lc 15.11-32 (B A Mensagem) 25</p><p>APRESENTAÇÃO É bem provável que você já tenha lido, uma ou mais vezes, a parábola do filho pródigo. Porém, hoje, vamos fazer uma leitura diferente, buscando extrair o máximo que pudermos de lições que nos levarão a experimentar uma dimensão de vida em família que ainda não havía- mos experimentado. Lembre-se: o segredo para crescer está no desejo de mudar e na dependência da graça de Deus. As mudanças param quando as pessoas deixam de aprender. Não foi por acaso que Jesus disse: "... apren- dam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vo- cês encontrarão descanso para as suas almas" (Mt 11.29 - grifo nosso). Nenhuma outra parábola contada por Jesus ensina tanto sobre família como essa. Estudá-la é dessedentar a alma numa fonte inesgotável de lições. Os MESTRES ENSINAM CONTANDO HISTÓRIAS. Jesus nunca ensinou de forma sistemática e especí- fica sobre o tema Ao ler os Evangelhos, não encontramos estudos, como os do apóstolo Paulo, sobre relacionamento familiar; porém, tudo o que Jesus ensi- nou são princípios imprescindíveis e aplicáveis a todas as 27</p><p>áreas da vida, inclusive para se construir relacionamentos saudáveis no seio da família, seja ela constituída apenas de cônjuges ou acrescida de Hlhos e outros membros. Como Mestre por excelência, Jesus contou muitas Os pais deveriam investir mais tempo contando parábolas ou até mesmo a sua própria história aos seus filhos. parábolas para ensinar lições do Reino aos seus discípu- los. Contar histórias sempre foi um método pedagógico muito eHciente porque as pessoas aprendem e, com fa cilidade, memorizam o que aprenderam. A maior prova disso é que já se passaram mais de dois mil anos e, até hoje, crianças, jovens e adultos ainda aprendem com as parábolas de Jesus. Na verdade, a Bíblia é um livro de parábolas, histórias, pensamentos e provérbios. Eu sempre gostei de ouvir e contar histórias para os meus Hlhos; e isso contribuiu muito para que eles apren dessem princípios que estão bem Hrmados em seus cora ções. Os pais deveriam gastar mais tempo contando pará- bolas ou até mesmo a sua própria história aos seus Hlhos. O Dr. Augusto aHrma: Os pais brilhantes são agradáveis contadores de histórias. Esse hábito contribui para desenvolver criatividade, inventividade, perspicá- cia, raciocínio esquemático e capacidade de encontrar 1 CURY. Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante. 2003. p. 42. 28</p><p>soluções em situações tensas. O adulto que, quando criança e/ou jovem cresceu ouvindo histórias dos pais, dos avós e dos professores, guarda isso com muita Hrmeza em sua mente. Spurgeon, que foi considerado o príncipe dos prega dores do seu tempo, dizia: Um sermão, sem algumas histórias para ilustrar, é como um prédio construído sem janelas. Era fácil compreender o que Jesus ensinava por causa das parábolas que Ele contava. Seja você também um educador, um mestre na arte de contar histórias para os seus amigos, cônjuge, Hlhos e alunos, com o propósito de ensinar. A MAIS LINDA DE TODAS AS PARÁBOLAS! Ao contar a parábola do filho pródigo, Jesus talvez tivesse em mente um pai e dois filhos que Ele conhecia muito bem. George Murray disse: "Essa é uma parábola que per- manece incomparável dentro de toda a literatura. É a narrativa mais divinamente terna e mais humanamen- te tocante, jamais contada na terra"2 Charles Dickens referiu-se a ela como "a melhor das pequenas narrati- vas jamais escritas". Quando fazemos uma leitura mais minuciosa e abrangente, percebemos que essa parábola tem três níveis: a rejeição ao lar, a volta ao lar e a recepção na chegada ao lar. 2 -perdido-parabola.html 29</p><p>Dois pedidos diferentes foram feitos pelo Hlho pré digo. No primeiro, ele diz: dá-me; e, no segundo, fa ze-me, recebe-me. De acordo com a lei judaica, caso existissem dois Hlhos, o mais velho receberia duas porções; e o mais moço, um terço de todos os bens móveis. O caçula ti- nha o direito de fazer o que quisesse com sua parte da herança, mas não tinha qualquer direito legal de exi- gi-la, enquanto seu pai continuasse vivo. Essa parte da herança poderia ser-lhe dada pela graça e pela vontade livre do seu pai; e o Hlho só poderia pedir isso como um favor, e não como algo que lhe fosse devido por lei. É bom lembrar que o sistema de família naquela época era o sistema patriarcal. O pai era soberano, tudo girava em torno do seu governo. EXISTE FAMÍLIA PERFEITA? Nesta parábola, Jesus descreve a família como um lugar de dor e de alegria, de encontros e desencontros, de perdas e ganhos. Ele faz uma leitura da vida fami- liar muito realista, sem, contudo, deixar de ser otimista. Jesus nunca pregou que a família não teria pro- blemas, nem traumas, nem dor, ou seja, que ela seria perfeita. Foi para os seus discípulos amados, queridos e amigos que Ele disse: "... para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo" (Jo 16.33). Jesus não iludiu aqueles que buscavam segui-IO; Ele sempre mostrou que have- ria problemas na caminhada. Veja como isto está claro no final do Sermão da Montanha: 30</p><p>Jesus nunca pregou que a família não teria problemas. Portanto todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as pratica, será semelhante ao homem prudente, que ediHcou a sua casa sobre a rocha.Desceu a chuva transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram con- tra aquela casa; contudo, ela não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. Aquele que ouve estas mi- nhas palavras, mas não as cumpre, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. Desceu a chuva, transbordaram os rios, praram os ventos, e deram contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua queda (Mt 7.24-27 ênfase acrescentada). Através do uso figurativo da casa e da tempestade, Jesus estava ensinando três importantes lições: Primeira: a estação das chuvas e dos ventos fortes é a grande estação da vida. Não são casuais, fazem parte do cotidiano; Segunda: a tempestade é cega, não é seletiva, e, quan- do chega, atinge todas as casas que estiverem no seu raio de ação. Não existe uma família que possa afirmar: "so- mos imunes"; Terceira: o segredo está em construir a casa sobre a Rocha. Ele disse: "Quem ouve e pratica a minha Palavra tem a garantia de que a sua casa não vai cair quando vier a tempestade; porém, os que ouvem e ignoram, sua casa 31</p><p>não resistirá à força da chuva e nem o soprar dos ventos, vai cair e grande será a sua queda. A casa do pai do Hlho pródigo estava sendo ediHcada sobre a rocha. DOIS MOMENTOS PERIGOSOS NA VIDA... Há dois momentos na vida que são perigosos, princi- palmente quando não há profundidade de caráter nem vida espiritual consistente. O primeiro é quando se está no topo da montanha do sucesso; quando tudo o que se faz dá certo, quando as coisas acontecem melhor do que planejamos; quando tudo é motivo para celebração ou quando se alcançou uma posição de relevância e res- peitabilidade. Você já ouviu dizer que o "sucesso é um terreno minado"? Vamos usar, como ilustração, a "pirâmide do suces- so". Enquanto você está na parte baixa da pirâmide, o espaço para os seus movimentos é grande. Poucos o nhecem, ninguém presta muita atenção a você e suas ações não representam perigo ou ameaça. Esse é um tempo relativamente tranquilo. Enquanto o profeta Daniel era apenas mais um es- cravo na Babilônia, ninguém prestava atenção a ele. Porém, à medida que ele foi "subindo de posto", sen- do reconhecido como alguém que estava fazendo toda a diferença no reino de Nabucodonozor, o espaço para os seus movimentos foi diminuindo. A cada degrau que ele subia, mais se expunha e era mais observado, anali- sado, notado, vigiado e perseguido. Chegaram ao ponto de vasculhar a sua vida para ver se achavam algo que 32</p><p>comprometesse a sua integridade de caráter: Então os presidentes e os sátrapas procuravam achar alguma prova contra Daniel, a respeito do reino, mas não conseguiam localizar nada que pudesse incriminá-lo ou culpá-lo por alguma coisa, porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. Então esses homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus" (Dn 5 grifo do autor). O sucesso é muito perigoso, porque a tendência de quem está "no topo" é de relaxar, de "baixar a guarda" e acreditar naquilo que não é verdade, ou seja, pensar possuir aquilo que, na verdade, não possui. Diz a Bíblia que Daniel, como integrante do governo da Babilônia, conseguiu superar todas essas tentações e se manteve íntegro e fiel a Deus, apesar de ter chegado ao "topo da pirâmide" do sucesso. O sucesso é muito perigoso, porque a tendência de quem está Xno topo é de relaxar e acreditar que possui o que, na verdade, não tem. Alguém disse: "Dê poder a um homem, e conhecerá o seu verdadeiro caráter". Disse J. Blanchard: "Se o dia- bo não puder usar o fracasso para derrubar você, ele usa- rá o sucesso". Os homens que têm sua vida construída segundo os princípios das Escrituras Sagradas não se perdem quando conquistam posições elevadas ou assu- 33</p><p>mem qualquer tipo de poder. Pelo contrário, eles glori- Hcam a Deus através de suas vidas. Os homens verdadeiramente grandes reconhecem a sua pequenez diante da grandeza do Criador Eterno, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Se este é o seu melhor momento, se você está experi- mentando sucesso em muitas áreas da vida, viva de for- ma criteriosa e disciplinada. Desenvolva sua comunhão com Deus, não tire os olhos de Jesus, vença a tentação de se relaxar, baixando a guarda e se tornando uma presa fácil do Inimigo. É no topo, no degrau mais alto, que o homem deve reconhecer que foi Deus quem o colocou ali. E esse reconhecimento é a sensação mais maravilhosa que pode ocorrer aos nossos olhos! Os homens verdadeiramente grandes são aqueles que reconhecem a sua pequenez diante da grandeza do Cria- dor Eterno, o Senhor Deus Todo-Poderoso. João Batis- ta, aquele que veio preparar o caminho do Senhor, disse: É necessário que ele cresça e que eu diminua (Jo 3.30). O segundo momento mais perigoso na vida é tempo das perdas. O apóstolo Paulo chama esse tempo de dia mau: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir ao dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Ef 6.13). Jesus começa a parábola falando de um pai que experimenta esse tempo. De repente, o filho caçula, aquele que todo pai sempre tem um cuida- 34</p><p>do especial, se rebela, manifestando algo extremamente maligno, destrutivo e inadmissível. Ele diz: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele pede a sua parte da herança (Lc 15.12), porque deseja ir embora de casa. A herança só deveria ser dividida após a morte do pai. A atitude desse Hlho era uma afronta, um desrespeito, uma agressão. Nas entrelinhas, ele estava dizendo: Você não faz mais sentido na minha vida... Cansei. Para mim, se você morresse seria melhor. Coloque-se no lugar de um pai que passou por isso e tente dimensionar a dor em sua alma. Quanto vale um Hlho? Só quem gera, educa, protege, cura, sustenta e investe sabe qual é a intensidade da dor da perda de um Hlho. Lembro-me de uma história que ouvi de uma mãe. Ela estava dando banho em um Hlho, quando ouviu os gritos de desespero da Hlha pequena no outro quarto. Ela então foi ver o que estava acontecendo. Para seu es- panto, o outro irmão estava enforcando a Ela pegou a menina, já toda roxa e desfalecendo, e, desespe- rada, colocou-a no carro e saiu em direção ao hospital. Ao chegar lá, Hcou sabendo que a tragédia era muito maior do que se podia imaginar. A criança socorrida não havia resistido. E, ao sair com carro, às pressas, ela, sem perceber, passara com o veículo por cima do Hlho. E o outro Hlho, que estava tomando banho, por ser muito pequeno, acabou se afogando na banheira. Jó também experimentou a dor da perda, pois, em um único dia, ele presenciou o sepultamento de seus dez Hlhos. 35</p><p>Toda perda de grande valor gera crise, e o grande desaHo nesse tempo é: o que fazer para não se perder com as perdas? COMO NÃO SE PERDER COM AS PERDAS? Quantas pessoas, ao perder alguém ou algo de grande valor, acabam se perdendo? Esposas que se perdem ao perder o marido; moças que se perdem ao perder um namorado; filhos que se perdem ao perder os pais; em- presários que se perdem ao perder sua empresa! Para os chineses, crise pode significar duas coisas: pe- rigo ou oportunidade de crescimento. Tudo depende da leitura que cada um faz. A maneira como você responde aos desafios em tempo de crise revela o tipo de leitura que você faz do próprio Deus. O pai do filho pródigo fez uma leitura positiva da cri- se. É só observar a maneira como ele se comportou. Ele não desistiu dos seus projetos, dizendo: "Arrependo-me de ter gerado filhos". Pelo contrário, ele continuou acre- ditando nos filhos como herança do Senhor 127.3). Não desistiu deles. A maneira como você responde aos desafios em tempo de crise revela o tipo de leitura que você está fazendo do próprio Deus. Há dois homens na Bíblia cujas biografias servem de inspiração para todos. Os dois passaram por caminhos de aflições e souberam fazer uma leitura muito positiva 36</p><p>das perdas que enfrentaram. O primeiro é José, filho de Jacó com Raquel (Gn 30.22-24). Ele perdeu tudo ao ser vendido, como escra- vo, pelos próprios irmãos. O impressionante da história de José é que ele chegou ao Egito como escravo (Gn 37.36) e terminou como principe (Gn 41.41). O nome que ele colocou em um dos seus filhos resume como ele encarou as adversidades que enfrentou: "Ao segundo [José] chamou Efraim, e disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição" (Gn 41.52 acréscimo nosso). O segundo homem que soube fazer uma leitura posi- tiva das adversidades foi apóstolo Paulo. No capítulo 11 da sua primeira carta aos coríntios, ele descreve o quanto foi difícil esse tempo de provações. ... em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites me- nos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui ape- drejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens, muitas vezes em perigos de rios, em pe- rigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. 37</p><p>Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cui- dado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se convier gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz res- peito à minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem. E fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos (2Co 11.23-33, ARC). O apóstolo Paulo nunca se deixou estragar com as experiências amargas que teve; muito pelo contrário, ele enfrentava as adversidades sem perder a As car- tas que ele escreveu na prisão estão carregadas de expres- que revelam sua saúde interior. Só quem é capaz de fazer uma leitura positiva da crise pode declarar: E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a cia a esperança. E a esperança não traz confusão... (Rm 5.3-5 grifos do autor). É interessante o apóstolo Paulo dizer que a crise pro- duz caráter. Quem consegue ter esta percepção nunca se perde em meio às tribulações da vida. Pelo contrário, cresce. Este é o propósito de Deus em nos levar ao deser- 38</p><p>to: produzir crescimento. Leighton disse: "A adversidade é a poeira do diamante com que os céus costumam polir as suas joias". Você já parou para observar como a borboleta so- fre para chegar a ser o que é? Certo dia, uma pequena abertura apareceu num casulo, e um homem sentou e por várias horas observou a borboleta, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então, ela parou de fazer qual- quer progresso. Parecia que ela já tinha avançado o mais que podia, e não conseguia ir mais longe. O apóstolo Paulo nunca se deixou estragar com as experiências amargas; muito pelo contrário, ele enfrentava as adversidades sem perder a O homem decidiu ajudar a borboleta: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a obser- var a borboleta porque ele esperava que, a qualquer mo- mento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo. Mas nada aconteceu, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o ho- mem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compre- endia, era que o casulo apertado e o esforço necessário 39</p><p>para a borboleta passar através da pequena abertura eram modo criado por Deus para que o Guido do cor po da borboleta fosse para as suas asas, tornando-a pron- ta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Algumas vezes, esforço é justamente o que precisa- mos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar atra- vés de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não seríamos tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar. É por esta razão, que: Quando pedimos força, Deus nos dá diHculdades para nos fazer fortes. Quando pedimos sabedoria, Deus nos dá problemas para resolvermos. Quando pedimos coragem, Deus nos dá perigo para superarmos. Quando pedimos amor, Deus nos dá pessoas com problemas para ajudarmos. Quando pedimos favores, Deus nos dá oportunidades. Na maioria das vezes não recebemos nada do que pe- dimos, mas recebemos tudo o que precisávamos. Aqueles que olham para a crise com as lentes do pes- simismo quase sempre são destruídos por ela. Já os oti- 40</p><p>mistas conseguem enxergar oportunidades onde os pes- simistas só veem diHculdades. Se você deseja vencer em tempo de crise, aprenda a fazer uma leitura positiva e otimista das adversidades da vida. Na maioria das vezes não recebemos nada do que pedimos, mas recebemos tudo que precisávamos. O pai do Hlho pródigoperde, mas não se perde. Ele vence o absurdo da vida, protegendo a sua alma, guar- dando o seu coração e se enchendo de esperança. Sei que a maioria já passou ou está passando por um momento de crise. Em um tempo como esse, é necessário com- preender que Deus está no controle de todas as coisas. Ainda que se perca um filho, continue acreditando que os filhos são herança do Senhor. Ainda que se perca cônjuge, continue acreditando que o casamento é um projeto de Deus, ainda que você perca a família, conti- nue acreditando que a família é uma instituição divina. Ainda que perca todos os bens materiais, continue acre- ditando que nada acontece por acaso na vida de quem é dirigido pelo Senhor Deus. William Penn disse: "Sem dor, não há vitória; sem espinhos, não há trono; sem fel, não há glória; sem cruz, não há coroa". 41</p><p>Na hora da prova... No meio da noite acordei. Minhalma velava, chorava e dizia: Se a vida é uma escola, Chegou a hora da minha prova. Como barro nas mãos do oleiro, Senti-me amassado, tratado e moldado. Só a graça é que me encoraja. Não posso Hngir; está difícil, Mas não desistir... A tempestade passou, Fui por Deus aprovado. Hoje não sou mais o mesmo, Tudo porque aceitei Ser por Deus trabalhado! Nada acontece por acaso Na vida daqueles que estão nas mãos do Senhor. Deus prepara os seus melhores homens e mulheres através das grandes tribulações. (J. K. Gresset) 42</p><p>QUE O PAI DO FILHO PRÓDIGO NOS ENSINA? "Ninguém aprende a viver pela experiência alheia; a vida seria ainda mais triste se, ao a viver, já que apenas para renovar a dor dos que viveram antes". (Jacinto Benavente Martinez) NEM TUDO NA FAMÍLIA SAI COMO PLANEJAMOS. Planejar é imprescindível, mas isso não quer dizer que não haverá risco no caminho. Nenhum pai com o perfil do caráter do pai do filho pródigo pensa em gerar alguém que se transforme num rebelde, alcoólatra, homossexual, traficante, drogado, prostituta, criminoso, assassino, estelionatário, etc. No ano de 2002, saiu em toda a imprensa uma no- tícia que chocou o Brasil. Uma jovem universitária, filha de um casal de classe média alta, planejou com o namo- rado a morte dos pais. Enquanto o namorado e o irmão 43</p><p>dele assassinavam casal a golpes de pauladas, ela aguar- dava os criminosos em outra parte da casa. Nenhum pai, por mais ignorante que seja, cria os Hlhos para se trans formarem em seus próprios assassinos. Cada filho que nasce é como um sonho que enche os pais de expectativas positivas. Cada Hlho que nasce é como um sonho que enche os pais de expectativas positivas. O Hlho mais novo da parábola era um dos projetos do pai sonhador. A ma- neira como aquele pai tratava os dois Hlhos em meio às contradições comportamentais deles revela as intenções do seu coração. Eu, particularmente, como pai, tenho feito grandes investimentos na vida dos meus Hlhos. Isto revela muito daquilo que eu desejo para eles no futuro. Os pais qua- se sempre pensam e agem assim. Porém, quando lemos uma história semelhante a essa, contada por Jesus, onde o Hlho caçula se rebela, declarando, nas entrelinhas, que deseja a morte do próprio pai, a pergunta que muitos fazem é: esse Hlho tinha motivos para agir assim? O que pode levar um Hlho a tomar uma atitude como essa? Onde os pais erraram? Fazendo uma análise detalhada do texto, concluímos que ele tinha mais motivos de sobra para nunca desejar sair de casa, para nunca se rebelar: 44</p><p>1) Ele tinha um pai incrível. A maior prova disso está no que ele diz quando toma a decisão de voltar e pe- dir perdão: Levantar-me-ei e irei ter com o meu pai... (Lc 15.18); 2) Ele tinha uma casa para onde voltar todos os dias (Lc 15.25); 3) Ele tinha um campo cheio de novilhos (Lc 15.23); 4) Ele tinha empregados (Lc 15.17); 5) Ele tinha acesso à música (Lc 15.25). Nenhum pai pode tomar decisão alguma no lugar dos filhos. A pessoa que possui tudo isso dentro do próprio lar tem motivos de sobra para querer morar ali, receber o carinho e a atenção que lhe são oferecidos dia após dia. Possui motivos para ser um Hlho completamente dedi cado e apaixonado por esse pai, e ainda se esbaldar com os benefícios Hnanceiros que lhe poderiam ver bem-estar físico. Ou seja, dentro daquele lar, com um pai maravilhoso, esse Hlho mais novo poderia se sentir completamente feliz e saudável, emocionalmente falando. Mas as coisas nem sempre funcionam assim! Eu já encontrei muitos pais se questionando: Deus, por que meu Hlho não se comporta adequadamente, não anda de acordo com o que seria considerado correto, se 45</p><p>eu procurei fazer o melhor que pude? Onde eu errei?. No meu caso, à semelhança de muitos, eu também estou procurando fazer o melhor que posso para os meus Hlhos. No entanto, não podemos nos esquecer: a decisão da escolha da vida que eles querem cabe a eles os Hlhos e não a nós, os pais. Nenhum pai pode tomar decisão alguma no lugar dos Hlhos. Nem Deus interfere na esco lha do homem: é a lei do livre-arbítrio. O que podemos fazer é ensinar e orar, para que Deus dê aos nossos Hlhos sabedoria e discernimento na hora de tomar decisões re- levantes na vida. Lembre-se, pai de Sansão planejou o melhor para o Hlho, mas as coisas não saíram como ele esperava. O pai de Judas Iscariotes com certeza não gerou o Hlho para ser traidor de Jesus. O pai de Saul nunca imagi- nou que o seu Hlho teria aquele Hm (suicidou-se). O pai do Rei Manassés não gerou um Hlho para ter atitudes monstruosas, como aconteceu. Por isso, a parábola do Hlho pródigo nos ensina justamente isto:nem tudo família sai como nós planejamos. FAÇA SEMPRE O MELHOR QUE VOCÊ PUDER, PARA NÃO SOFRER AMANHA COM A DOR DA CULPA, DO REMORSO OU DO Entre as palavras mais tristes que podem sair da boca de alguém, a mais triste de todas é: As coisas poderiam ter sido de outra maneira. 46</p><p>Na excelência não existe arrependimento. Você cos- tuma dar o melhor de si em tudo o que faz? John Maxwell disse: Quem escolhe a mediocridade não se destaca, e sua história nunca será contada. O pai do Hlho pródigo, como qualquer um que vê seu Hlho saindo de casa da pior forma possível, chorou com a dor da separação e da saudade; porém, ele não caiu em depressão por causa de uma possível dor de ar- rependimento, culpa ou remorso, porque ele tinha cons- ciência de que havia feito o melhor que pôde. Quem faz sempre o melhor tem mais esperança do que aqueles que nunca se preocupam em colocar excelência no que fazem. Quem faz sempre o melhor tem mais esperança do que aqueles que nunca se preocupam em colocar exce- lência no que fazem. Só os que plantam a boa semente podem esperar uma boa colheita. Você tem feito o melhor que pode para os seus pais, Hlhos, cônjuge, sogro e sogra, genro e nora, amigos, pa trão ou para aquele funcionário que tem um grande po- tencial e que produz muito em sua empresa? Você tem feito o melhor na construção de relacionamentos? Você tem feito o melhor para Deus? Quantos empresários sofrem com a dor da culpa por ter perdido um funcionário que não poderia ter sido demitido? Quantos pastores sofrem porque perderam 47</p><p>alguns membros que não podiam perder? Quantos ma- ridos perderam a esposa, e vice-versa, por negligência? Quantos pais, que perderam os Hlhos, hoje sofrem com a culpa por nunca terem se preocupado em fazer o me- lhor que podiam por eles? Um amigo enviou-me uma história que, ao ler, cho- rei muito e acabei tirando uma grande lição. Vou trans- crevê-la abaixo. Dois irmáozinhos brincavam em frente à sua casa, jogando bolinhas de gude. De repente, Júlio, o meni- no mais novo, disse ao irmão, Ricardo: Meu querido irmão, eu o amo muito, e nunca quero me separar de você! Ricardo, sem dar muita importância ao que Júlio disse, perguntou: O que deu em você, moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer calar a boca e con- tinuar jogando? E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer. À noite, o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho. Estava exausto e muito mal-humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante. Ao entrar em casa, Jacó olhou para o seu Hlho Júlio, que sorriu para o pai e disse. Olá, papai, eu o amo muito, e não quero nunca me separar do senhor! Jacó, no auge de seu mau humor e estresse, disse: Júlio, estou exausto e nervoso. Então, por favor, não me venha com besteiras! Com as palavras ásperas do pai, Júlio Hcou magoado e foi chorar no cantinho do quarto. Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do Hlho, foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto, com os olhinhos cheios de lágri- 48</p><p>mas. Espantada, começou a enxugar as lágrimas do H lho e perguntou: O que foi, Júlio, por que você está chorando? Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste, e disse-lhe: Mamãe, eu a amo muito e não quero nunca me separar da senhora! Dona Joana sorriu para Hlho e lhe disse: Meu amado Hlho, Hcaremos sempre juntos! Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi se deitar. No quarto do casal, ambos se preparando para se dei- tar, Dona Joana perguntou para o seu marido: Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha? O marido, já muito estressado com o trabalho, respondeu à esposa: Esse moleque só esta querendo chamar a atenção. Deita e dorme, mulher! Então, todos se recolheram e foram dormir sossega- dos. Às 2 horas da manhã, Júlio se levantou e foi até o quarto de seu irmão Ricardo e Hcou observando o irmão dormir. Ricardo, incomodado com a claridade, acordou e gritou com Júlio: Seu louco, apaga essa luz e me dei xa dormir! Júlio, em silêncio, obedeceu ao irmão, apa- gou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais... Chegando ao quarto de seus pais, acendeu a luz e Hcou observando seu pai e sua mãe dormirem. O senhor Jacó acordou e perguntou ao Hlho: O que aconteceu, Júlio? OH- lho, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negati- vo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido. Daí, o senhor Jacó, irritado, perguntou ao Júlio: Então, o que foi moleque? Júlio continuou em silêncio. Jacó, já muito irritado, berrou com ele: Então, vai dormir, seu doente! Júlio apagou a luz, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou. 49</p><p>Na manhã seguinte, todos se levantaram cedo. O se- nhor Jacó iria trabalhar e a dona Joana levaria as crianças para a escola. Mas Júlio não se levantou. Então, o senhor Jacó, que já estava muito irritado com ele, entrou bufan- do no quarto do garoto e gritou: Levanta, seu moleque vagabundo! Júlio nem se mexeu. Então, Jacó avançou sobre o garoto e puxou com força o cobertor do meni- no, com o braço direito levantado, pronto para lhe dar um tapa, quando percebeu que Júlio estava com os olhos fechados e que estava pálido. Jacó, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu Hlho estava gelado. Desesperado, Jacó gritou, chamando a es- posa e o Hlho Ricardo para ver o que havia acontecido com Júlio. Infelizmente, o pior. Júlio estava morto, e sem qualquer motivo aparente. Você já prestou atenção em quantas vezes não temos tempo de parar para amar e receber o amor que nos é ofertado? Dona Joana, desesperada, abraçou o Hlho morto, e não conseguia nem respirar de tanto chorar. Ricardo, desconsolado, segurou Hrme a mão do irmão e só tinha forças para chorar também. Jacó, em desespero, solu- çando, e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Jú- lio. Ele então pegou o pequeno pedaço de papel, onde havia algo escrito com a letra de Júlio: Outra noite, 50</p><p>Deus veio falar comigo através de um sonho. Ele disse a mim que, apesar de eu amar minha família e de ela me amar também, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. E completou: Gostaria que Hcasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão. a senhora é a melhor mãe do mundo. Papai, o senhor, de tanto trabalhar, esqueceu-se de viver. Eu amo todos vocês!" Você já prestou atenção em quantas vezes não temos tempo de parar para amar e receber o amor que nos é ofertado? Talvez, quando acordarmos, possa ser tarde demais. Mas, ainda há tempo! Quem sempre faz o me- lhor, e sabe dar significado a tudo o que faz dentro e fora de casa, mesmo que esteja ao lado do caixão, não vai sofrer a dor da culpa e do remorso. O pai e o irmão do Júlio não fizeram o melhor e, por isso, sofreram com a dor da culpa. COMO SER UM PAI IDEAL: Disse John Galsworthy: "O valor de um afeto está vinculado à soma de sacrifícios que você está disposto a fazer por ele". Há uma antiga história em que certa mu- lher pobre, com uma criança no colo, passando diante de uma caverna, escutou uma VOZ misteriosa que lá den- tro lhe dizia: "Entre e apanhe tudo o que você desejar, 51</p><p>mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal. O valor de um afeto está vinculado à soma de sacrifícios que você está disposto a fazer por ele John Galsworthy A mulher entrou na caverna e encontrou muitas ri- quezas. Fascinada pelo ouro e pelas joias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A VOZ misteriosa falou novamente: Você só tem oito minutos. Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou... Lembrou-se, então, que a criança Hcara lá e a porta estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, para sempre. O mesmo acontece, às vezes, conosco. Temos, quem sabe, uns oitenta anos ou mais para viver, neste mundo, e uma VOZ sempre nos adverte: Não se esqueça do prin cipal!. Inclusive a Bíblia diz qual deve ser a nossa lista de prioridades. Buscai, pois, em primeiro lugar, seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6.33) Uma das coisas principais, dentre muitas, são os H 52</p><p>lhos. Mas o ativismo, o desejo de alcançar o topo, de ganhar mais, de construir mais nos consome. Assim, es- gotamos nosso tempo aqui, e deixamos de lado aqui- lo que é essencial: os verdadeiros valores! Não podemos esquecer que a vida passa muito rápido e que a morte chega inesperadamente. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações. Para que isso não aconteça, nunca perca a oportunidade de abraçar o(a) Hlho(a), de fazer uma declaração do seu amor, de pedir perdão quando necessário, de estender a mão solidariamente, de ouvir para compreender, e não apenas para responder, de investir tempo com qualidade na vida deles e de dedicar-lhes atenção personalizada. Algumas são únicas na vida. Cada dia é uma oportunidade que Deus nos dá para semear as nossas se- mentes no solo do coração dos Hlhos. Pense no que você pode fazer hoje para marcar positivamente o coração do seu Hlho. Felizes são os Hlhos que são surpreendidos por seus pais com atitudes que provocam marcas de amor profundas no coração. Na parábola do Hlho pródigo o pai representa pré prio Deus. Ser tão excelente como aquele pai deve ser o alvo de todos os imitadores do Deus-Pai. QUE os PAIS IDEAIS FAZEM: 1) Amam a (ou pai) dos seus filhos. Casais ajus- tados, filhos abençoados. 2) São amigos pessoais deles. Todos os amigos são im- portantes, mas os pais são amigos especiais. 53</p><p>3) Estão sempre acessíveis a eles. Não pode haver bar- reiras entre os pais e seus filhos. 4) Falam apenas a verdade. A verdade não tem medo da luz. 5) Aplicam a disciplina com inteligência emocional. Manter o 'burrinho emocional é o grande desafio para os pais no processo de educação dos filhos. 6) Não os expõem à vergonha. Pais que amam sabem perdoar e quem perdoa não expõe à vergonha. 7) Respeitam as lágrimas e as emoções dos filhos. Ho- mem que é homem chora, sempre que necessário. 8) Não economizam carinho. Quando falta pão de carinho em casa, os filhos vão buscar em outro lugar. 9) sempre uma pausa para responder às suas per- guntas. Pais sacerdotes sempre têm tempo para ouvir os filhos. 10) Fazem mais elogios do que críticas. O elogio é uma forma de motivar os filhos a continuar crescendo, pro- gredindo e 11) Celebram as vitórias junto com eles. Não basta só disciplinar quando os filhos erram, é preciso celebrar as vitórias dos filhos. 12) Pedem perdão a eles, quando erram. Os filhos aprendem mais com o exemplo do que com palavras. Se você é pai (ou mãe), qual a "nota" que sua família lhe daria? Conforme vimos no primeiro item da lista anterior, amar a mãe do seu filho é essencial para ser um bom pai. Uma mulher que deseja ser uma boa mãe necessa- riamente deve amar pai de sua filha. 54</p><p>INSPIRAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA os MARIDOS: Todo homem, antes de se casar, deveria conhecer esta história: Um jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a outro rei de uma ter- ra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada. - Cuida do mais importante e cumprirás a missão! disse o soberano, ao se despe- dir. Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada à cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a prin- cesa correspondia às suas esperanças. Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixa- va a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua monta- ria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração. A mulher que ama os seus filhos, ama, respeita e não abandona pai deles. - Assim, meu jovem, você vai acabar perdendo o ani- mal, disse alguém. - Não me importo, respondeu ele. 55</p><p>Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhu- ma falta fará! Com passar dos dias e debaixo de grande esforço, pobre animal, não suportando mais os maus- -tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muito distantes uma das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois se lembrava da recomen- dação do rei: Cuida do mais importante!. Seu passo se tornou curto e lento. As paradas, frequentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento, e te- mendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde Hcou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mer cadores que seguia viagem para seu reino, o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar que havia acontecido e, com a maior des- façatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo fraco e doente que recebera. Porém, majestade, conforme me recomendaste, cuida do mais importante, aqui estão as pedras que me conHaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer. O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a men- sagem do rei, que dizia: Ao meu irmão, rei da terra do 56</p><p>Norte! O jovem que te envio é candidato a casar com minha Hlha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Ninguém casa sabendo tudo sobre Xser marido, mas é necessário amadurecer, crescer, aprender dentro do casamento. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz- me, portanto, este grande favor e veriHca estado do cavalo. Se animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a Hdelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará im- portância à rainha nem que o servem. Quantas lições podemos aprender com os erros deste jovem. Ninguém casa sabendo tudo sobre ser marido, mas é necessário amadurecer, crescer, aprender dentro do ca- samento. Algumas orientações que irão contribuir para uma vida de casal mais gratiHcante: Nunca deixe para amanhã aquilo que você pode fazer hoje. Pequenos gestos de bondade no dia-a-dia podem ser o maior presente para a sua esposa. Priorize o seu casamento e invista nele. Lembre- -se, você deve ser o promotor da felicidade da sua amada. Uma mulher feliz é uma esposa muito 57</p><p>mais competente e capaz. Se casamento é uma viagem, torne essa viagem mais prazerosa, procure viver com suavidade, seja sensível às necessidades físicas, sociais, emocio- nais e espirituais da sua esposa. Faça sempre melhor que você puder para ver sua mulher feliz. O QUE MARIDOS EXCELENTES FAZEM: 1) Tocam a alma, antes de tocar corpo da esposa. Quando o homem toca apenas o corpo da mulher, ela se sente usada como objeto descartável e o casamento vai empobrecendo. 2) São leais. A lealdade é a raiz da qual o amor se alimenta. 3) Respeitam as emoções da esposa. O que mais as esposas desejam é a compreensão dos homens quanto às suas emoções. 4) Celebram com a esposa as suas conquistas. A pri- meira pessoa a ser informada sobre uma grande con- quista deve ser a esposa. Com quem você celebra suas conquistas revela quem realmente é importante na sua vida. 5) Investem no crescimento da esposa. Nada me- lhor do que viver ao lado de uma mulher que nunca para de crescer, em todas as áreas da vida. 6) Sabem ouvir com o Bem aventuradas 3 Quem ouve com o coração, o faz colocando-se no lugar do outro, com misericórdia e prestando atenção total, para que possa sentir o que o outro sente e assim poder ajudá-lo. 58</p>