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<p>Redes de Computadores</p><p>Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>2a edição</p><p>2</p><p>Índice</p><p>Apresentação</p><p>Capítulo 1 – Básico de Redes</p><p>Capítulo 2 – Introdução ao Troubleshooting</p><p>Capítulo 3 – Diagnosticando Problemas Usando o Ping</p><p>Capítulo 4 – Diagnosticando Problemas Usando o Traceroute</p><p>Capítulo 5 – Diagnosticando Problemas com NSlookup</p><p>Capítulo 6 – Diagnosticando Problemas em Redes Wi-Fi</p><p>03</p><p>05</p><p>10</p><p>16</p><p>37</p><p>49</p><p>58</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>3</p><p>Apresentação</p><p>Sabemos que no início de nossa carreira em telecomunicações e TI, sempre nos deparamos com livros</p><p>consagrados para solidificar nossos conhecimentos. Esses livros são o nosso alicerce para o início de nossa</p><p>carreira profissional e somos muito gratos por todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a</p><p>pavimentação do nosso caminho.</p><p>Entretanto, chegamos em um momento que toda aquela teoria massificada precisa ser aplicada, para isso,</p><p>criei o Guia de Rápido de Troubleshooting para auxiliar você, seja um profissional em início/transição</p><p>de carreira ou aqueles que desejam se reciclar com o bom e velho « mão na massa ».</p><p>Não tenho a pretensão aqui de ser exaustivo na resolução de todos os problemas que podem aparecer na</p><p>sua rede, o mais díficil é iniciar a resolução e sair da inércia. Este livro não foi feito para ler passivamente.</p><p>Ao longo da leitura, você realiza testes e entende a prática. Eu diria que ele é quase um curso guiado.</p><p>Enquando você vai lendo, verá que temos vários links no canto inferior direito da página direcionando</p><p>para vídeos com o intuito de reforçar o conceito/prática aprendido.</p><p>Nesta segunda edição, temos a adição da resolução de problemas em redes Wi-Fi. Esse tipo de rede tem</p><p>crescido e vai crescer ainda mais nesta década. Como na edição passada, para a realização da parte prátiva,</p><p>você receberá o link para download dos aplicativos relevantes para realizar as práticas junto comigo.</p><p>Leia com calma, atenção e alegria, pois aqui começa a solução de seus problemas em redes.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>4</p><p>Sobre o Autor</p><p>Comecei minha jornada como qualquer um: sendo técnico de manutenção de</p><p>computadores aos 14 anos em um curso no CEFET-PA.</p><p>Sou engenheiro de telecomunicações formado pela IESAM, com mestrado na</p><p>mesma área pela UFF. Além disso sou pós-graduado em gestão de TI pela</p><p>UCAM.</p><p>Durante 3 anos, fui assistente de pesquisa e desenvolvimento pela UFF,</p><p>ajudando a implantar e gerenciar redes em malha sem fio (mesh) e também</p><p>responsável pelo sistema de energia solar de equipamentos de</p><p>telecomunicações.</p><p>Ministrei por 9 anos treinamentos para empresas pela Unisat Telecom, Claro,</p><p>ZTE, Forças Armadas e Gabinete da Presidência da República foram algumas</p><p>delas. Atuei também como instrutor do Senac-RJ por dois anos nos cursos</p><p>técnicos de Informática e Redes de Computadores.</p><p>Hoje sou Engenheiro de Telecomunicações em uma Estatal brasileira.Trabalho</p><p>com educação à distância desde 2014, colaborando para o aprendizado de mais</p><p>de 70 mil alunos. Cisco CCNA, CWNA, CompTIA Network+ e Security+, HDI SCM</p><p>e Cisco CCNP são algumas das certificações que adquiri durante a minha</p><p>carreira.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Básico de Redes</p><p>Capítulo 1</p><p>6</p><p>Introdução às Redes de</p><p>Computadores</p><p>As redes de computadores tratam-se basicamente de uma rede de</p><p>telecomunicações digital, permitindo a transmissão de dados de um ponto</p><p>para outro.</p><p>A conexão entre dispositivos de computação como laptops, tablets,</p><p>servidores, smartphones, além de dispositivos IoT (Internet of Things)</p><p>como câmeras, fechaduras, geladeiras, sistemas audiovisuais, termostatos</p><p>e sensores diversos compoem as redes de computadores que nós</p><p>conhecemos nos dias atuais.</p><p>Para que toda a rede funcione, precisamos de equipamentos</p><p>especializados para a transmissão de dados. O pilar dessas redes são os</p><p>roteadores, switches e os access points.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 1: rede local de</p><p>telecomunicações</p><p>Figura 2: transmissão de dados</p><p>7</p><p>Principais Dispositivos de</p><p>Rede</p><p>Switches conectam à rede dispositivos de segurança, computadores</p><p>impressoras e outros dispositivos dentro de casas e corporações. Access</p><p>Points são como os switches, mas sem o uso de cabos.</p><p>Roteadores conectam redes a outras redes agem como despachantes, ou</p><p>seja, eles analisam os dados que atravessarão as redes, escolhem a melhor</p><p>rota e os enviam. Roteadores podem conectar tanto a sua casa quanto</p><p>grandes corporações entre si e ajudam a proteger a rede de ameaças</p><p>externas.</p><p>Os roteadores e switches se diferem de diversas formas, uma diferença</p><p>fundamental é como eles enxergam/identificam os dispositivos</p><p>conectados na rede. O switch, que atua na camada 2 da arquitetura</p><p>TCP/IP, usa o endereço MAC para identificação. Já o roteador, atuante da</p><p>camada 3 da arquitetura TCP/IP, usa o endereço IP para tal.</p><p>É importante lembrar que atualmente muitos swiches já possuem alguma</p><p>função de camada 3 (IP).</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 3: switch Cisco série 2900</p><p>Figura 4: access point do fabricante Ubiquiti</p><p>Figura 5: roteador Cisco série 1900</p><p>8</p><p>Como as Redes</p><p>estão Evoluindo?</p><p>Redes modernas entregam muitos mais que apenas</p><p>conectividade. As organizações estão em um</p><p>processo de transformação digital e as suas redes</p><p>são críticas para esta evolução. Os tipos de redes que</p><p>temos atualmente para alcançar tais objetivos são as</p><p>seguintes:</p><p>Software Defined Networks</p><p>(SDN)</p><p>Respondendo aos novos requisitos da era digital, as</p><p>arquiteturas de rede estão se tornando mais</p><p>programáveis, automatizadas e abertas. Em redes</p><p>baseadas em software, os tráfego da rede é</p><p>controlada de maneira centralizada através de</p><p>softwares. Essa abordagem é interessante para</p><p>reagir mais rapidamente a mudanças da rede.</p><p>Redes Virtualizadas</p><p>Roteadores e switches podem ser criados</p><p>logicamente, ou seja, virtualizados. Assim, criamos</p><p>redes lógicas e adicionamos/realocamos recursos</p><p>para cada link ou equipamento com muito mais</p><p>dinamismo. Cada rede virtual criada podem ter</p><p>requisitos de qualidade de serviço (QoS) e</p><p>segurança distintas.</p><p>Redes Controller-Based</p><p>Controladores de redes são fundamentais para que</p><p>possamos expandir as redes garantindo segurança.</p><p>Os controladores automatizam as funções da rede</p><p>traduzindo as necessidades dos negócios para as</p><p>configurações de rede. Assim, a operação fica</p><p>simplificada e atende dinamicamente às</p><p>necessidades das corporações.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>9</p><p>Tipos de Redes</p><p>Apesar de terem objetivos semelhantes, as redes</p><p>podem ter diversas propostas diferentes.</p><p>Normalmente as classificamos das formas a seguir.</p><p>Local Area Network (LAN)</p><p>Uma LAN é uma coleção de dispositivos conectados</p><p>em um mesmo local como um home office ou um</p><p>escritório. Uma LAN pode ser pequena ou até</p><p>mesmo grande, com centenas de dispositivos</p><p>conectados. Uma LAN pode incluir dispositivos</p><p>cabeados e wireless.</p><p>Uma característica particular das LANs é a sua</p><p>conectividade em uma área limitada, ou seja, em um</p><p>raio de atuação na faixa dos metros.</p><p>Wide Area Network (WAN)</p><p>A WAN faz a interligação entre LANs. A internet</p><p>pode ser considerada uma WAN. Grandes</p><p>corporações usam redes WAN através de tecnologias</p><p>como SD-WAN (Software Defined – WAN) e MPLS</p><p>(Multi Protocol Label Switching) para interligar</p><p>matriz com as filiais.</p><p>Redes Enterprise</p><p>Trata-se de uma rede construída para grandes</p><p>corporações. Ela é criada sob medida para atender</p><p>as necessidades das corporações. Seja para uso de</p><p>voz sobre IP, videoconferências ou servidores. Ela</p><p>precisa ser escalável, com alta disponibilidade e</p><p>robusta.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Introdução ao</p><p>Troubleshooting</p><p>Capítulo 2</p><p>11</p><p>O que é Troubleshooting em</p><p>Redes</p><p>O termo troubleshooting refere-se ao processo de identificar problemas</p><p>em redes através de repetição de processos e procedimentos já testados</p><p>anteriormente.</p><p>é tecnicamente chamada de</p><p>ganho.</p><p>Quando concentramos o sinal, aumentamos a energia da</p><p>antena. Assim, ela consegue transmitir mais longe e</p><p>também “sentir” sinais que estavam mais longe. Essa é</p><p>uma opção mais interessante do que simplesmente</p><p>aumentar a potência do sistema de rádio. Aumentando a</p><p>potência, você melhora apenas a transmissão.</p><p>Existem diversos tipos de antenas direcionais, mas não</p><p>está no escopo deste livro detalhá-las.</p><p>Veja o comparativo na Figura 81. Uma antena</p><p>omnidirecional irradia sinal para todos os lados. Como</p><p>referência, você pode usar um donut para ilustra a forma</p><p>como ela irradia. Já a antena direcional pode concentrar</p><p>mais o sinal em uma direção. Atente a uma coisa: não</p><p>significa que ela só irradie para àquela direção, mas a</p><p>maioria do sinal estará indo para lá.</p><p>O uso de antenas direcionais é interessante caso você</p><p>posicione o mesmo em um canto do escritório e aponte-o</p><p>para o meio dele. Outra abordagem muito comum é o uso</p><p>para enlaces ponto-a-ponto (Figura 82) interligando duas</p><p>localidades. Esses enlaces, tipicamente, costumam ter de</p><p>500 metros até 10 Km.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 81: Antena direcional vs Antena Omnidirecional</p><p>Figura 82: Enlace Ponto-a-Ponto entre duas redes locais</p><p>Interferência de Canal Adjacente</p><p>A maioria dos fabricantes de equipamentos Wi-Fi usam o</p><p>termo “interferência de canal adjacente” para se referir a</p><p>degradação de desempenho resultante da sobreposição de</p><p>frequência decorrente ou por desenho mal feito da rede</p><p>ou por outras redes Wi-Fi que não estão no controle do</p><p>administrador da rede.</p><p>Um canal adjacente é aquele que está ao lado do próximo</p><p>canal. Por exemplo, em 2.4 GHz, o canal 4 é adjacente do</p><p>canal 5. Na Figura 83, temos o canal 4 e 5 interferindo no</p><p>canal 6. Atente que na faixa de 2.4 GHz, como temos pouco</p><p>espectro de frequência, os únicos canais que não vão</p><p>interferir um no outro são o 1, 6 e 11 (volte à Figura 68</p><p>caso deseje revisar).</p><p>Eu diria que a sobreposição entre canais adjacente é mais</p><p>prejudicial do que a interferência de mesmo canal (co-</p><p>canal) e gera muito mais retransmissões. Pois, se</p><p>mantivermos o limiar de 20 dB entre as redes de mesmo</p><p>canal, o impacto é muito baixo na sua rede. Já qualquer</p><p>nível de interferência de canal adjacente pode até mesmo</p><p>inutilizar a sua rede em casos extremos.</p><p>É como se a interferência co-canal fosse uma sala de aula e</p><p>a de canal adjacente fosse um show de rock.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 83: Interferência de canais adjacentes</p><p>Figura 84: Interferência de mesmo canal (co-canal)</p><p>Na sala de aula, você sendo um (bom) aluno, sabe a hora</p><p>que o professor vai parar de falar e pode se comunicar</p><p>com o colega do lado. Num show de rock, os sons vêm de</p><p>todos os lados a qualquer momento.</p><p>70</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>A velocidade da conexão oscila muito Provavelmente o cliente Wi-Fi está recebendo</p><p>o sinal por reflexão. Considere aumentar a</p><p>potência do roteador até o limite de 100mW</p><p>ou opção medium.</p><p>No canal que configurei minha rede existem</p><p>muitas outras redes configuradas</p><p>Isso só será um problema se a relação</p><p>sinal/ruído não estiver boa. Mantenha a sua</p><p>rede com SNR acima de 20 dB.</p><p>O sinal Wi-Fi em meu notebook parece estar</p><p>no nível máximo, mas a conexão permanece</p><p>lenta. Já verifiquei a conexão com o meu</p><p>provedor e o problema persiste.</p><p>Neste caso, é possível que você esteja</p><p>recebendo um sinal forte, mas a sua</p><p>transmissão não seja forte o suficiente.</p><p>Recomendo que use o WiFiMan de forma que</p><p>seu SNR melhore um pouco e assim o roteador</p><p>wireless consiga “sentir” melhor o sinal. Se o</p><p>seu AP permitir, adquira uma antena</p><p>direcional e aponte para os principais locais da</p><p>sua casa/escritório.</p><p>71</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Liguei meu AP em um módulo PoE. Ele</p><p>aparenta estar ligado, mas não transmite nada.</p><p>O seu PoE não está fornecendo energia</p><p>suficiente. O switch usado como fonte de</p><p>energia usa um padrão de potência inferior</p><p>àquele necessário para o AP (como o 802.3af),</p><p>ou a capacidade máxima de fornecimento do</p><p>switch foi extrapolada. Você pode comprar um</p><p>PoE injector, com as especificações corretas,</p><p>ligá-lo na tomada e alimentar o AP.</p><p>Meu roteador/AP reinicia constantemente,</p><p>fazendo com que minha conexão caia com</p><p>frequência.</p><p>A primeira medida a ser tomada é atualizar o</p><p>firmware do seu roteador. Caso o roteador seja</p><p>do seu próprio provedor, informe isso a eles e</p><p>peça uma visita do técnico para realizar a</p><p>atualização ou substituição do equipamento.</p><p>Avalie também se esta ocorrendo</p><p>superaquecimento no equipamento, pois isso</p><p>faz com que a CPU superaqueça e faça o</p><p>equipamento não funcionar adequadamente.</p><p>72</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Tenho um smartphone de última geração e ele</p><p>é compatível com Wi-Fi 6. Mesmo assim, não</p><p>consigo usar toda a velocidade contratada do</p><p>meu provedor</p><p>Caso você já tenha um roteador compatível</p><p>com Wi-Fi 6 e o problema persista, verifique se</p><p>existem outros equipamentos Wi-Fi que usam</p><p>padrões mais antigos. É muito comum que</p><p>equipamentos IoT como tomadas e</p><p>interruptores Wi-Fi atuem com padrões muito</p><p>antigos como o 802.11b (seria um Wi-Fi 2).</p><p>Com isso, o seu roteador é forçado a baixar a</p><p>velocidade geral para atender a esses</p><p>dispositivos. Você pode entrar nas</p><p>configurações do seu AP e permitir apenas que</p><p>equipamentos Wi-Fi 5 e 6 tenham acesso a</p><p>rede Wi-Fi.</p><p>Caso você use equipamentos IoT e não possa</p><p>simplesmente tirá-los da rede, recomendo que</p><p>você deixe-os sempre na rede 2.4 GHz e os</p><p>equipamentos de maior velocidade (TVs,</p><p>Tablets, Smartphones) na faixa de 5 ou 6 GHz.</p><p>73</p><p>Referências</p><p>Troubleshooting Campus Networks: Practical Analysis of Cisco and LAN Protocols - Joseph Bardwell</p><p>Networking Essentials: A CompTIA Network+ N10-007 Textbook - Jeffrey S. Beasley</p><p>Ping: Basic IP Network Troubleshooting - Jorgen Lanesskog</p><p>WLAN Troubleshooting – David Coleman</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Bruno Wanderley – TI com Açaí</p><p>O site TI com Açaí nasceu da minha inquietude de transmitir meu</p><p>conhecimento em informática e telecomunicações adquirido nos últimos</p><p>20 anos. Entendo que a educação é um dos bens mais preciosos que nós</p><p>podemos adquirir e ninguém pode nos tirar. Por isso, crio cursos/livros</p><p>com o intuito de transformar a sua vida e ser muito mais que um</p><p>conteúdo, mas também um método para você continuar crescendo cada</p><p>vez mais em sua carreira.</p><p>Caso tenha encontrado algum ponto de melhoria neste livro, mande suas</p><p>considerações para contato@ticomacai.com.</p><p>Uma dica!</p><p>A Formação em Redes de Computadores é uma ótima porta de entrada</p><p>para sua carreira em telecomunicações e TI. Saiba mais aqui.</p><p>“Devíamos ser ensinados a não esperar</p><p>por inspiração para começar algo. Ação</p><p>sempre gera inspiração. Inspiração</p><p>raramente gera ação.”</p><p>TIBOLT, Frank</p><p>Troubleshooting é mais efetivo do que tentar soluções de maneira</p><p>aleatória. Por exemplo: se a sua conexão com a internet cai, é preciso</p><p>analisar passo-a-passo cada possível problema. Começamos com possíveis</p><p>problemas de energia, depois vemos se as conexões físicas estão bem</p><p>conectadas, para depois passarmos para aspectos mais técnicos. Não</p><p>adianta sair ligando direto para o seu provedor de acesso à internet antes</p><p>de eliminar os problemas mais óbvios e simples.</p><p>O troubleshooting de redes é útil tanto para o entusiasta em informática</p><p>quanto ao engenheiro de redes com anos de experiência. Ele bem feito</p><p>pode lhe poupar tempo e dinheiro.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 6: troubleshooting em redes</p><p>12</p><p>Passos para</p><p>Realizar o</p><p>Troubleshooting</p><p>1) Identifique o Problema</p><p>É importante coletar as informações do estado atual</p><p>da rede usando as ferramentas disponíveis. Se</p><p>possível, replique o problema em um ambiente</p><p>controlado para avaliá-lo mais a fundo.</p><p>O usuário da rede é peça fundamental nesse</p><p>momento, pois ele pode também descrever o</p><p>problema que ele está passando. Escute-o com</p><p>atenção.</p><p>Após os passos acima, identifique os “sintomas”:</p><p>perda de pacotes, latência, aplicações específicas</p><p>indisponíveis. Verifique também se o problema é</p><p>pontual ou ocorre na rede inteira.</p><p>Já vi usuários reclamando que o “google.com” não</p><p>estava abrindo e já afirmaram direto que estava sem</p><p>internet. Na verdade, foi uma (rara) falha no</p><p>roteamento para o site.</p><p>Por último, verifique se houve alguma mudança na</p><p>rede que possa justificar o problema. Já vi algumas</p><p>vezes atualizações em softwares de roteadores</p><p>fazerem redes locais inteiras pararem.</p><p>2) Desenvolva uma Teoria</p><p>Uma vez as informações sobre o problema</p><p>recolhidas, é hora de desenvolver uma teoria. Neste</p><p>momento, não se preocupe em questionar o óbvio,</p><p>pois muitas vezes a solução é mais simples do que</p><p>pensamos. Já vi muitos problemas serem</p><p>solucionados com o ajuste de um cabo mal</p><p>conectado em um switch.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>13</p><p>3) Teste a Teoria</p><p>Usando os recursos que você tem disponível, é hora</p><p>de testar a sua teoria. Se você acha que o switch está</p><p>com defeito, troque por outro e veja o resultado. Se</p><p>acha que seu Wi-Fi está com problema, conecte o</p><p>computador direto no cabo do access point e tire</p><p>essa dúvida. Não é porque as suas teorias não deram</p><p>resultado que elas estejam erradas, na verdade você</p><p>já eliminou alguma possibilidades e é hora de voltar</p><p>ao passo 2.</p><p>4) Plano de Ação</p><p>Uma vez que sua teoria foi confirmada, você está</p><p>pronto para iniciar a solução do problema através de</p><p>um plano de ação. Às vezes o plano consiste de</p><p>apenas um passo, outra vezes é preciso ter passos</p><p>bem definidos para que a solução seja efetivada. Ou</p><p>seja, você pode resolver o problema com um simples</p><p>reboot ou com um procedimento passo-a-passo que</p><p>demora algumas horas. De qualquer forma, não</p><p>existe solução mágica, o importante é testar para</p><p>posteriormente partirmos para o nosso plano de</p><p>ação.</p><p>5) Implemente a Solução</p><p>É hora de colocar em prática o seu plano. Algumas</p><p>soluções você vai implantar sozinho, outras, será</p><p>necessário o apoio de uma equipe.</p><p>6) Verifique se Tudo Voltou a</p><p>Normal</p><p>Não basta implantar a solução e “ir embora”. É</p><p>preciso validar se a solução deu certo. Nunca se</p><p>esqueça: se, por exemplo, o pneu do seu carro furou</p><p>e você mandou consertar, rode alguns Km antes de</p><p>afirmar que o furo foi realmente remendado. Como</p><p>parte do processo de verificação, use as ferramentas</p><p>de monitoração e teste que você tem em mãos</p><p>ratificar que o problema foi resolvido.</p><p>7) DOCUMENTE</p><p>Garanta que as lições desse problema foram</p><p>resolvidas para caso ele ocorra de novo, você já tem</p><p>uma solução de contorno documentada.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Diagnosticando</p><p>Problemas Usando o Ping</p><p>Capítulo 3</p><p>15</p><p>Entendendo o</p><p>Protocolo ICMP</p><p>O ICMP – Internet Control Message Protocol – é um protocolo</p><p>da suíte TCP/IP que tem como intuito diagnosticar problemas</p><p>de rede. A sua principal utilidade é definir se um determinado</p><p>fluxo de dados pode chegar a um determinado destino.</p><p>Normalmente, o ICMP é usado em equipamentos de rede</p><p>como roteadores e também computadores.</p><p>O primeiro objetivo do ICMP é reportar erros. Quando dois</p><p>dispositivos se conectam via internet, o ICMP gera mensagens</p><p>de erro para enviar ao dispositivo que originou a mensagem.</p><p>Um segundo uso do ICMP é realizar diagnóstico de</p><p>performance da rede. O comando ping e traceroute (ou</p><p>tracert, no Windows) são oriundos do ICMP e usados</p><p>mundialmente por técnicos, analistas e engenheiros.</p><p>O traceroute é usado para exibir a rota entre dois dispositivos</p><p>na internet. Essa rota é o caminho físico entre roteadores</p><p>conectados que são necessários para se chegar ao destino. A</p><p>jornada de um roteador para o outro é chamado de “salto”.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>O ICMP não é ligado a nenhum protocolo de nível de</p><p>transporte como o Transmission Control Protocol</p><p>(TCP) e o User Datagram Protocol (UDP). É um</p><p>protocolo não orientado à conexão, ou seja, não é</p><p>necessário abrir uma conexão com o destino antes</p><p>de iniciar a transmissão dos dados. Isso contrasta</p><p>como TCP, por exemplo, que precisa ser estabelecida</p><p>uma conexão para que os dados sejam enviados</p><p>onde as pontas trocam mensagens de TCP</p><p>handshake.</p><p>As mensagens ICMP são transmitidas dentro de</p><p>pacotes IP, que servem para que o transporte das</p><p>mensagens seja feito.</p><p>Figura 7: traceroute e seus “saltos” entre os roteadores</p><p>até chegar no destino ou identificar uma falha</p><p>16</p><p>Entendendo o</p><p>Protocolo ICMP</p><p>Pensando na operação do protocolo em si, o ICMP</p><p>depende basicamente de duas mensagens: o ICMP</p><p>Echo Request e a resposta deste, que é o ICMP Echo</p><p>Reply. Se tudo correr bem, é isso que você verá.</p><p>Caso haja algum problema sério de conectividade,</p><p>outros parâmetros ICMP serão informados, muitas</p><p>vezes em inglês, tais como:</p><p>1. Destination Unrecheable: informa que o</p><p>destino está inalcançável por alguma razão.</p><p>2. Source Quench: quando há congestionamento</p><p>na rede.</p><p>3. Time Exceeded: tempo de vida (TTL) do pacote</p><p>chegou a zero e o pacote foi descartado.</p><p>No site da Internet Assigned Numbers Authority</p><p>(IANA), você encontra as demais mensagens. Não</p><p>são poucas.</p><p>O Cabeçalho ICMP possui três parâmetros</p><p>principais: Tipo, código e checksum.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>O tipo (Type) oferece uma explicação breve para que aquela</p><p>mensagem serve. São as mensagens que me referi</p><p>anteriormente nesta mesma página.</p><p>O código (Code), oferece informações adicionais referente a</p><p>uma mensagem. Já o checksum checa a integridade do</p><p>datagrama.</p><p>Temos também o campo pointer que indica qual foi o bit que</p><p>não está íntegro depois da checagem do checksum. Por</p><p>último, temos o pacote IP ligado a essa mensagem ICMP.</p><p>Echo Request </p><p> Echo Reply</p><p>Figura 8: mensagens ICMP</p><p>Figura 9: cabeçalho ICMP. (Fonte: Techtarget)</p><p>17</p><p>Iniciando com PING</p><p>Apesar de ser uma ferramenta bastante conhecida</p><p>pelos profissionais de TI e Telecom, vale informar</p><p>como nós a acessamos:</p><p>1. No menu Iniciar, digite “cmd”</p><p>2. Irá aparecer o “Prompt de Comando”</p><p>3. Selecione o aplicativo.</p><p>Com a ferramenta aberta, nós já poderíamos “pingar”</p><p>alguma coisa como o nosso roteador local. Para isso,</p><p>precisamos descobrir o endereço IP dele. Uma forma</p><p>de fazer isso é usando o comando IPCONFIG*.</p><p>Dependendo da quantidade de interfaces de rede que</p><p>você tenha, você pode ter uma saída do comando como</p><p>na figura ao lado ou com mais interfaces. Sejam elas</p><p>interfaces físicas como o Ethernet ou Wi-Fi, ou virtuais</p><p>advindas de softwares de virtualização como o</p><p>VirtualBox.</p><p>Na figura podemos ver que o endereço do roteador</p><p>(gateway padrão) é 192.168.0.1.</p><p>Clique aqui para saber mais sobre o IPCONFIG</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 10: usando o ipconfig</p><p>18</p><p>Usando o PING</p><p>O gateway padrão ou default gateway</p><p>costuma</p><p>ser o roteador padrão da sua casa/empresa se</p><p>conectando com o mundo externo. Siga em frente</p><p>e “pingue” o gateway padrão.</p><p>Neste exemplo, deu tudo certo. Conseguimos</p><p>conectividade com o gateway, sinal que</p><p>provavelmente teremos conexão com a internet.</p><p>O próximo passo é realizar o teste com algum site</p><p>na internet para ratificar que realmente temos</p><p>conectividade.</p><p>Tente realizar um ping para algum site de sua</p><p>preferência. Eu tentarei para:</p><p>www.ticomacai.com.</p><p>Excelente! Veja que o tempo de resposta subiu</p><p>um pouco de 2 ms (milissegundos) para</p><p>aproximadamente 15 ms. Esse aumento é</p><p>normal, pois estamos indo mais longe agora e o</p><p>atraso de propagação no meio físico (fibra óptica,</p><p>fios de cobre) e processamento nos roteadores</p><p>ocasiona isso.</p><p>Gateway padrão</p><p>Internet</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 11: local do default gateway</p><p>Figura 12: ping para o default gateway</p><p>Figura 13: ping para o www.ticomacai.com</p><p>19</p><p>Usando o PING</p><p>Se esse valor estiver acima dos 150 ms, é hora de ter um</p><p>pouco mais de preocupação. Especialmente se esse valor</p><p>for até o gateway padrão. Isso pode ser sinal de rede</p><p>congestionada, cabos danificados ou até mesmo</p><p>interferência Wi-Fi.</p><p>Agora, os valores de latência mencionados usando o ping</p><p>para a internet, dependendo do destino, podem ser</p><p>considerados normais. Afinal, a internet é uma rede</p><p>chamada de best effort (melhor esforço), ou seja, não há</p><p>como garantir qualidade nela.</p><p>É comum termos atrasos acima de 450 ms quando o</p><p>destino é remoto (China, Japão, países Africanos), pois</p><p>muitas vezes é necessário o uso de comunicação via</p><p>satélite para chegar nesses locais.</p><p>Perceba também que no momento que eu usei o ping para</p><p>o meu website, o endereço IP (35.247.254.172) foi exibido.</p><p>Isso é sinal que o servidor de resolução de nomes (DNS –</p><p>Domain Name Service) está funcionando.</p><p>O ping tem diversos parâmetros que podem, e devem, ser</p><p>explorados. Se você digitar apenas “ping” no prompt, você</p><p>já terá uma boa ideia do que eu estou falando. Veja ao lado.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 14: opções do ping</p><p>20</p><p>Parâmetros Ping</p><p>A partir de agora, vou descrever os principais</p><p>parâmetros usados no ping:</p><p>ping –t – usado para que o comando fique</p><p>continuamente sendo executado até que seja</p><p>encerrado com o cntrl+c. Ele é muito usado para</p><p>testar links continuamente e verificar erros e</p><p>latência.</p><p>Ex: ping –t 192.168.1.20</p><p>ping –a – funciona como um ping reverso.</p><p>Normalmente você “pinga” usando uma URL, com</p><p>esse parâmetro, é possível você pingar um IP e ele</p><p>lhe informar a URL relacionada. FIGURA</p><p>Ex: ping –a 186.192.81.5</p><p>ping –n (quantidade) – você informa para o</p><p>sistema operacional quantos echo requests (pings)</p><p>você deseja enviar. No exemplo ao lado, disparei 7</p><p>pings.</p><p>Ex: ping –n 7 www.ticomacai.com</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 15: ping reverso</p><p>Figura 16: alterando a quantidade pings</p><p>21</p><p>Parâmetros Ping</p><p>ping –l (tamanho) – um Echo Request</p><p>tradicional tem 32 bytes por pacote, mas</p><p>normalmente o pacote de dados tem 1500 bytes.</p><p>Você pode aumentar o tamanho do pacote e avaliar o</p><p>comportamento da rede. Abaixo temos um Echo</p><p>Request com 1200 bytes. Veja figura 17.</p><p>Ex: ping –l 1200 www.ticomacai.com</p><p>ping –f – ajusta o pacote como “don’t fragment”.</p><p>Pacotes IP estão sujeitos a serem fragmentados</p><p>quando eles forem maiores que o tamanho máximo</p><p>suportado por aquela rede (chamado de Maximum</p><p>Transmission Unit – MTU). Existem alguns valores</p><p>padrão de tamanho para cada tipo de rede e 1500</p><p>bytes é um desses valores.</p><p>Em alguns casos, o pacote pode encontrar saltos que</p><p>não será possível passar sem que o pacote seja</p><p>fragmentado, se o pacote está ajustado para que não</p><p>seja fragmentado, o ICMP enviará uma mensagem</p><p>de erro. Veja um exemplo na figura 18.</p><p>Ex: ping –f www.ticomacai.com</p><p>MTU= 1200</p><p>MTU= 1500</p><p>MTU= 1200</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 17: aumentando tamanho do ping</p><p>Figura 18: cada segmento de rede tem seu MTU</p><p>22</p><p>Parâmetros Ping</p><p>ping –i (ttl) – com esse parâmetro, você pode</p><p>alterar o tempo de vida (Time To Live – TTL) do</p><p>pacotes. Ele indica a quantidade de “saltos” que um</p><p>pacote pode passar na rede. No Windows o TTL</p><p>padrão é 128 e nas distribuições Linux, 255.</p><p>Ex: ping –i 2 www.ticomacai.com</p><p>ping –w (timeout)– Especifica o tempo que o</p><p>computador vai aguardar para a chegada do Echo</p><p>Reply. O período padrão é de 4000 ms (4 segundos).</p><p>Normalmente esse é tempo mais do que suficiente,</p><p>mas caso deseje ajustar para redes ainda mais lentas</p><p>ou com congestionamento, pode ser uma boa</p><p>prática. Lembra que os pacotes ICMP não vão ter</p><p>nenhum tipo de prioridade dentro dos roteadores,</p><p>pelo contrário! Por isso eles podem ficar parados</p><p>nas filas menos prioritárias e demorando o seu</p><p>retorno.</p><p>Obs: essa função funciona apenas usando o prompt</p><p>de comando no modo administrador.</p><p>Ex: ping –w 50 www.ticomacai.com</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 19: aumentando o TTL</p><p>Figura 20: Ajustando o timeout do ping</p><p>23</p><p>Parâmetros Ping</p><p>ping –S (endereço de origem) – se o seu</p><p>computador tem mais de uma interface de rede</p><p>ativa, você pode especificar por qual endereço IP</p><p>você deseja enviar o Echo Request. Reforço que a</p><p>letra “S” usada é maiúscula.</p><p>Use o comando ipconfig para identificar o endereço</p><p>IP da interface desejada.</p><p>Ex: ping –S 192.168.0.157 www.ticomacai.com</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 21: Escolhendo a interface de rede.</p><p>24</p><p>Combinando</p><p>Múltiplos</p><p>Parâmetros</p><p>Não se limite a usar os comandos anteriores apenas de</p><p>uma só maneira. É perfeitamente possível (e</p><p>recomendável) que você intercale o uso deles para</p><p>aproveitar melhor as suas funcionalidades.</p><p>Você pode, por exemplo, aumentar o tamanho do</p><p>pacote e informar nele que não é possível realizar a</p><p>fragmentação. Veja ao lado. No primeiro exemplo, usei</p><p>uma MTU de 1400 Bytes, na figura seguinte aumentei</p><p>para 1600 e recebi uma mensagem de erro ICMP.</p><p>Este teste é interessante para você saber o tamanho</p><p>máximo que o pacote pode ter para trafegar naquela</p><p>rede sem que haja fragmentação. A fragmentação em si</p><p>não é um problema, mas se você tiver milhares de</p><p>pacotes com a MTU acima do limite naquela rede, você</p><p>sobrecarregará o roteador e gerará latência na rede. No</p><p>IPv6, a fragmentação ainda existe, mas ela é realizada</p><p>pelos computadores nas pontas e não mais pelo</p><p>roteador.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 22: ping com MTU 1400B e sem possibilidade de</p><p>fragmentação</p><p>Figura 23: ping com MTU 1600B com mensagem ICMP</p><p>Clique aqui para saber mais sobre o PING</p><p>25</p><p>Combinando</p><p>Múltiplos</p><p>Parâmetros</p><p>Normalmente não usamos tantos parâmetros, mas</p><p>vale para entendermos o poder do ping. Neste</p><p>exemplo, usamos o endereço 186.92.81.5, que é o IP</p><p>do site “globo.com” no qual foi traduzido pelo</p><p>comando “-a”, com o bit “don’t fragment” ativado,</p><p>valor de TTL=15 e enviando 7 requisições Echo</p><p>Request.</p><p>Como ponto de atenção, no momento da execução</p><p>dos comandos mencionados nesse livro,</p><p>recomendamos que você desabilite os firewalls do</p><p>seu computador, pois eles podem eventualmente</p><p>bloquear o echo reply e você pode não receber a</p><p>resposta e ter um diagnóstico errado.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 24: teste com múltiplos parâmetros</p><p>26</p><p>Troubleshooting</p><p>Usando o Ping</p><p>Se o ping indicar que existe uma alta perda de pacotes</p><p>ou um grande atraso dentro da sua LAN/WLAN, é sinal</p><p>que há algum problema de hardware na sua rede. De</p><p>antemão, verifique se o sinal Wi-Fi está adequado</p><p>através se softwares como o Wi-Fi Man (Android) e</p><p>Acrylic Wi-Fi Home (Windows) pois a</p><p>reflexão/dispersão/atenuação dos sinais wireless</p><p>podem reduzir muito o sinal recebido pelo computador.</p><p>Já em relação ao cabeamento, os cabos não podem ser</p><p>tracionados ou torcidos, sob pena de perda de pacotes.</p><p>Ademais, temos também os conectores RJ-45 que, em</p><p>caso de corrosão ou má instalação nos pares trançados,</p><p>pode gerar perda de pacotes. Neste caso, recomendo o</p><p>uso de testadores de cabos para identificar tais perdas.</p><p>Um último ponto de atenção para essa alta latência e</p><p>perdas pode estar relacionada a uma sobrecarga na</p><p>rede relacionada a quantidade de dados via um código</p><p>malicioso, que pode aumentar o uso de CPU e RAM do</p><p>roteador.</p><p>Clique aqui para saber mais sobre o PING e Latência</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 25: WiFiman. Clique aqui para aprender a</p><p>usar.</p><p>Figura 26: atenção com a perda nos cabos</p><p>27</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Qual o endereço IP do roteador? Use o comando ipconfig e veja interface que</p><p>está ativa</p><p>Qual o endereço IP do meu roteador? Usando o comando ipconfig, veja a opção</p><p>Default Gateway ou Gateway Padrão.</p><p>Não consigo acessar a Internet. O site da web</p><p>não foi encontrado.</p><p>Por precaução, acesse outro site. Depois use o</p><p>ping para a URL do site. Se não obtiver</p><p>resposta tente “pingar” algum local pelo</p><p>endereço IP (ex: 8.8.8.8 - Google). Se você tiver</p><p>resposta, cheque suas configurações de DNS.</p><p>Caso ainda continue sem resposta, pingue o</p><p>seu default gateway. Se funcionar, não existe</p><p>problema dentro da sua rede local e problema</p><p>deve ser fora da sua rede. Se não houver</p><p>resposta, reinicie seu roteador.</p><p>28Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Ipconfig diz que o não tenho default gateway. Sem default gateway, você não consegue</p><p>acessar a internet. Normalmente isso é ligado</p><p>a falta de um servidor DHCP na rede. Se um</p><p>servidor não está disponível na rede, o seu</p><p>computador terá um endereço IP com o prefixo</p><p>169.254.x.x.</p><p>Recomendação: reinicie seu roteador e cheque</p><p>o cabeamento.</p><p>A rede está funcionando bem, mas o ping não</p><p>funciona. Já verifiquei que o site “pingado” está</p><p>online.</p><p>Provavelmente o seu firewall deve estar</p><p>descartando pacotes echo reply. Verifique suas</p><p>configurações de firewall.</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>29Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Quando eu executo o ping, sempre o primeiro</p><p>echo request não funciona</p><p>Os computadores tem uma tabela interna</p><p>chamada de Tabela ARP (arp –a no prompt de</p><p>comando). Se o destino que você deseja</p><p>“pingar” não estiver nessa tabela (e ele estiver</p><p>na mesma rede que você), o computador</p><p>primeiro precisará enviar o comando ARP</p><p>Request para achar o endereço MAC vinculado</p><p>àquele endereço IP. Por isso, o primeiro echo</p><p>request não retornou com echo reply pois não</p><p>deu tempo do ARP retornar com o endereço IP.</p><p>Se você executar novamente o ping para</p><p>mesmo local, provavelmente essa perda de</p><p>pacote não ocorrerá mais.</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>30Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Problema Solução</p><p>Quanto tento o ping o TTL dele expira no meio</p><p>do caminho (ICMP Time Exceeded)</p><p>Isso é normalmente causado por rotas em loop</p><p>na rede ou para algum endereço que está</p><p>muito distante, com isso o campo TTL chega ao</p><p>valor zero, não sendo possível alcançar o</p><p>destino.</p><p>Caso você receba como resposta uma</p><p>mensagem “Destino Inalcançável”, indica que</p><p>se o dispositivo estiver na mesma rede, ele</p><p>pode estar desligado ou sem endereço IP. Se</p><p>estiver em outra rede, pode também ser falha</p><p>de roteamento, com a possibilidade de falha de</p><p>configuração de VLAN.</p><p>Solucionando os Principais Problemas</p><p>31</p><p>MTU e Seu Papel nas</p><p>Redes</p><p>Em redes de computadores, a unidade máxima de</p><p>transmissão (MTU – Maximum Transmission Unit) é o</p><p>tamanho máximo , em bytes, que um pacote/quadro</p><p>pode passar em uma respectiva rede (por ex: em uma</p><p>rede ethernet).</p><p>Em teoria, pacotes maiores são mais eficientes, pois</p><p>carrega-se mais informações enquanto o tamanho do</p><p>cabeçalho fica fixo. Ou seja, é como se conseguíssemos</p><p>colocar mais gente dentro de um carro, mas com apenas</p><p>um motorista. Uma boa comparação é entre um carro de</p><p>passeio e um ônibus.</p><p>Uma MTU maior também significa menor quantidade de</p><p>processamento de pacotes. Em alguns sistemas, a</p><p>quantidade de pacotes processados pode sobrecarregar</p><p>o equipamento, seja um roteador, um switch ou um</p><p>servidor.</p><p>Um pacote maior também é ruim quando a rede tem</p><p>uma grande quantidade de erros. Corrompendo um</p><p>único bit de um pacote faz com que todo o pacote</p><p>precise ser retransmitido.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Assim, corromper um único pacote em uma rede</p><p>instável pode gerar muitas perdas de dados.</p><p>Retransmitir pacotes maiores demora mais tempo,</p><p>mas podem se beneficiar os pacotes TCP devido as</p><p>característica desse protocolo.</p><p>Normalmente usamos pacotes de menor tamanho,</p><p>como os abaixo de 200 Bytes, em aplicações em</p><p>tempo real como chamadas VoIP (Voice Over IP).</p><p>Caso haja perda de pacotes de até 5%, a chamada</p><p>não é gravemente afetada. Nesse tipo de serviço, o</p><p>atraso, que pode ser gerado pelo empacotamento</p><p>dos dados, não é bem tolerado. Por outro lado, uma</p><p>pequena perda de pacotes é aceitável.</p><p>Figura 27: Atenção ao MTU Ethernet</p><p>32</p><p>MTU e Seu Papel</p><p>nas Redes</p><p>Em redes Ethernet, a MTU padrão é de</p><p>aproximadamente 1500 bytes. Em um pacote</p><p>ethernet padrão, temos o cabeçalho, dados e</p><p>algumas outros campos conforme a figura ao lado.</p><p>Em algumas situações, cabeçalhos adicionais podem</p><p>ser inseridos no pacote. Exemplos de cabeçalhos são</p><p>os para o uso de VPN (Virtual Private Network) e</p><p>também PPPoE (Point to Point over Ethernet).</p><p>Muito cuidado. É comum com a adição desses outros</p><p>protocolos os pacotes excederem o tamanho de MTU</p><p>de uma rede. Com isso, a fragmentação ocorre nos</p><p>roteadores, podendo ocasionar aumento do uso de</p><p>CPU e RAM dos roteadores e, como consequência,</p><p>atrasando a entrega dos pacotes.</p><p>Como existem também ataques à redes usando o</p><p>recurso da fragmentação, muitos roteadores</p><p>descartam esses tipos de pacotes. Clique aqui para saber mais sobre o troubleshooting em redes ethernet</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 28: Cabeçalho ethernet padrão</p><p>Figura 29: Cabeçalho adicionais no ethernet</p><p>33</p><p>Usando o Ping para</p><p>Troubleshooting de</p><p>MTU</p><p>Para determinar a maior MTU de um link de</p><p>comunicação o ping pode ser útil desde que usando</p><p>os parâmetros corretos:</p><p>1. Use o parâmetro “don’t fragment” e o –l para</p><p>especificar o tamanho.</p><p>2. Comece o ping com um tamanho grande e vá</p><p>diminuindo até achar o tamanho correto.</p><p>Veja os exemplos ao lado.</p><p>Comecei com tamanho de pacote de 1500 bytes e fui</p><p>diminuindo até encontrar a MTU máxima sem</p><p>fragmentação até o destino. Naturalmente, eu fiz</p><p>algumas tentativas a mais não informadas nas</p><p>imagens. Com isso, chegamos ao tamanho de 1464</p><p>bytes de MTU. Ou seja, em algum dos pontos da</p><p>rede, nós temos uma MTU máxima de 1464.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 30: ping com pacote a 1500 Bytes</p><p>Figura 31: ping com pacote a 1464 Bytes</p><p>Figura 32: encontramos o MTU da rede</p><p>34</p><p>Usando o Ping em</p><p>Lote</p><p>É possivel criar um arquivo com extensão “.bat” e</p><p>automatizar o ping. Essa opção é interessante para,</p><p>por exemplo, obter um status da conexão de um</p><p>dispositivo rapidamente. Para fazer isso, você precisa</p><p>abrir o bloco de notas e, no momento de salvar o</p><p>arquivo, inserir a extensão “.bat”. Em meu caso, salvei</p><p>como “testeping.bat”. Após isso é só executar o arquivo.</p><p>Em meu exemplo ao lado automatizei o ping para 4</p><p>locais estratégicos e me limitei a usar apenas um echo</p><p>request para cada destino. No script a opção “@echo</p><p>off” suprime qualquer saída desnecessária e o “cls”</p><p>limpa toda o prompt de comando antes de iniciarmos</p><p>os testes. O “pause” serve para que a janela do prompt</p><p>de comando não seja automaticamente fechada após o</p><p>testes. Ao lado, temos a saída do script criado com o</p><p>echo request para cada IP desejado.</p><p>Você também pode usar outros comando como o</p><p>ipconfig para a criação de scripts.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 33:</p><p>script ping do exemplo</p><p>Figura 34: saída do teste desejado</p><p>Clique aqui para aprender mais detalhes de criação de script</p><p>35</p><p>Ping com Interface</p><p>Gráfica</p><p>O ping pode ser usado como um gerenciador</p><p>simples da sua rede através da aplicação Ping GUI.</p><p>Com ele, você pode realizar diversos pings ao</p><p>mesmo tempo e ser notificado quando houver falha</p><p>em algum deles. O aplicativo é bem intuitivo e</p><p>dispensa grandes explicações.</p><p>Conforme figura 35, ao abrir o aplicativo, clique no</p><p>“+” para adicionar os parâmetros de ping desejados.</p><p>Após isso, digite o endereço IP ou URL desejado. Os</p><p>demais parâmetros podem ser deixados em seus</p><p>valores padrão. Vale lembrar a possibilidade de</p><p>termos arquivos de log completos (full) ou apenas</p><p>alterações relevantes no estado dos pings. Faça isso</p><p>com vários endereços que deseja monitoramento.</p><p>Recomendo que você “pingue” para o default</p><p>gateway da sua rede, para algum site google e para o</p><p>seu servidor DNS. Assim você terá uma boa noção de</p><p>onde estará o problema quando ele ocorrer.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 35: adicionando automatização</p><p>Figura 36: configurando</p><p>parâmetros ping para</p><p>automação.</p><p>Clique para mais informações</p><p>sobre a mini central de</p><p>gerenciamento</p><p>36</p><p>Ping com Interface</p><p>Gráfica</p><p>Com isso, sua mini central de gerenciamento está</p><p>pronta e monitorando sua conexão. Dessa forma,</p><p>caso haja, por exemplo, perda de pacotes ICMP</p><p>contínuas no seu default gateway (192.168.0.1) você</p><p>já identificou que há um problema de conexão com o</p><p>seu provedor de acesso.</p><p>Caso deseje realizar esses testes sempre que seu</p><p>computador for ligado, salve essas configurações em</p><p>File/Save as setting file.</p><p>Com esse aplicativo, é possível também zerar o</p><p>cache do seu cliente DNS através de Advanced/Flush</p><p>DNS system cache. Essa é uma ótima opção quando o</p><p>seu navegador web repentinamente para de</p><p>conseguir acesso a algum site específico (e o mesmo</p><p>está no ar) mas continua acessando outros.</p><p>Na aba “NS Loockup” é possível também traduzir um</p><p>IP em um respectivo site e vice-versa. Recomendo</p><p>experimentar tal funcionalidade.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 37: automatização em operação</p><p>Clique para mais informações sobre a mini central de gerenciamento</p><p>Diagnosticando</p><p>Problemas Usando o</p><p>Traceroute</p><p>Capítulo 4</p><p>38</p><p>Traceroute - Começando</p><p>Traceroute é uma das mais populares ferramentas de engenheiros de redes de todo o mundo. Ela é usada para</p><p>troubleshooting do desempenho da rede. Chamadas VoIP com ruído, video chamadas precárias e lentidão da rede são</p><p>alguns dos problemas que somos capazes de identificar.</p><p>Usar o traceroute te permite identificar o ponto da rede onde possivelmente o problema está. Dividindo essa</p><p>informação com o time de TI, consultores e com provedores de acesso, pode ser decisivo para a resolução de</p><p>problemas.</p><p>O traceroute foi inventado em 1987 e até hoje permanece relevante. Como o nome sugere, seu principal objetivo é</p><p>traçar a rota IP de uma origem até um destino. Abaixo, temos um exemplo meramente didático do traceroute usando</p><p>o software TracerouteNG.</p><p>É importante que entendamos que o traceroute mapeira rotas apenas em nível de IP. Ou seja, ele não detecta</p><p>informações de aplicações ou de switches (nível MAC).</p><p>Figura 38: Traceroute</p><p>Clique aqui para saber mais sobre o traceroute</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>39</p><p>Alguns Detalhes do</p><p>Traceroute</p><p>Em um cabeçalho IP, temos um campo chamado Time-</p><p>to-Live (TTL), que varia entre 0 e 255. Nós já</p><p>explicamos ele antes, mas para o traceroute a</p><p>abordagem é diferente. Apenas lembro que a cada</p><p>“salto”, decrementamos o TTL em 1 e, caso o valor</p><p>chegue em zero, a mensagem ICMP Time Exceeded é</p><p>enviada para a origem.</p><p>Como o traceroute funciona:</p><p>1. Primeiro, a origem envia um pacote com TTL =1.</p><p>2. O roteador decrementa esse pacote em 1, que muda</p><p>o valor para 0 e assim a mensagem ICMP Time</p><p>Exceeded é enviada de volta.</p><p>3. A origem recebe a mensagem ICMP e adiciona o</p><p>endereço IP do roteador na tabela.</p><p>4. O processo começa mais uma vez, agora com</p><p>TTL=2.</p><p>5. O segundo roteador recebe o pacote, decrementa o</p><p>TTL, descarta o pacote e manda a mensagem ICMP</p><p>Time Exceeded.</p><p>6. E assim continua até chegar ao destino.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>TTL = 1</p><p>TTL = 2</p><p>TTL = 3</p><p>TTL = 4</p><p>ICMP Time Exceeded</p><p>Origem Destino</p><p>Figura 39: Cabeçalho IP</p><p>Figura 40: Funcionamento do traceroute</p><p>E Se o Roteador</p><p>Não Responder?</p><p>A latência medida entre cada roteador no traceroute</p><p>é a diferença de tempo de quando a mensagem ICMP</p><p>é enviada e a resposta quando a mensagem retorna.</p><p>É importante informar que o roteador não tem</p><p>obrigação de retornar com uma mensagem ICMP.</p><p>Então, se o roteador não retornar com uma</p><p>mensagem, ele não será descoberto pelo traceroute.</p><p>Entretanto, ele ainda decrementará o TTL e assim</p><p>contará como um salto de origem desconhecida.</p><p>Na figura ao lado você vê um exemplo onde o quarto</p><p>salto não respondeu. Antes de explicar melhor como</p><p>usamos o traceroute, saiba que redes são</p><p>extremamente complexas e, por isso, diversos</p><p>fatores influenciam no desempenho dela. Elenco</p><p>alguns abaixo:</p><p>1. Alto uso de CPU: o uso de CPU aumenta muito</p><p>quando sua rede recebe uma grande quantidade</p><p>de dados. Redes de trânsito podem ficar</p><p>sobrecarregadas e gerar latência.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>2. Alto uso de Banda: quando alguém na sua rede</p><p>está monopolizando a largura de banda fazendo</p><p>o download de dezenas de gigabytes por</p><p>segundo, é criado um congestionamento na sua</p><p>rede. Se temos congestionamento, não teremos</p><p>recursos suficientes para outros recursos da</p><p>rede.</p><p>3. Conexão física ruim: se um cabo está com</p><p>defeito, a interface no qual ele está ligado gerará</p><p>erros. Um cabo de cobre com conectores</p><p>danificados ou uma fibra óptica com fusão mal</p><p>feita podem diminuir a velocidade da conexão.</p><p>4. Equipamentos mal configurados: no momento</p><p>da configuração de um roteador/switch ou no</p><p>upgrade de um firmware, podem acarretar em</p><p>problema de desempenho.</p><p>5. Erro de DNS: ocorre quando você não consegue</p><p>se conectar em um endereço IP. Possivelmente</p><p>você não conseguirá conectar-se à internet.</p><p>Figura 41: exemplo de rota usando o traceroute</p><p>40</p><p>Métricas de</p><p>Desempenho</p><p>Quando você está analisando o traceroute, nós</p><p>costumamos ter dois importantes valores a serem</p><p>avaliados em cada salto: latência e perda de pacotes.</p><p>Na figura 43 usei a aplicação web do site Hacker</p><p>Target, que nos oferece uma interface um pouco mais</p><p>didática que o traceroute para Windows ou Linux.</p><p>Você pode usar também o TracerouteNG.</p><p>A latência é o tempo de ida e volta da informação ICMP.</p><p>Ou seja, refere-se a diferença de tempo entre o</p><p>momento que o pacote foi enviado e a resposta</p><p>recebida. No exemplo ao lado, nós temos 10 valores de</p><p>latência porque 10 pacotes foram enviados (coluna</p><p>Snt). O último pacote enviado é a coluna Last, a média</p><p>da latência está na coluna Avg e o melhor e pior</p><p>resultado (Best e Wrst) estão nas última colunas.</p><p>O tracert para Windows fornece um pouco menos de</p><p>métricas, mas também muito úteis. Tomando como</p><p>exemplo a figura 41 da página anterior, mais</p><p>especificamente a linha 6 vemos o seguinte:</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>1. Número do salto: é o número do salto daquela</p><p>rota.</p><p>2. Colunas RTT: As próximas três colunas</p><p>mostram o Round Trip Time (RTT) para que o</p><p>pacote atinja um determinado ponto e retorne a</p><p>origem. São três colunas distintas porque foram</p><p>enviados três pacotes separadamente. Ela é</p><p>indicada em milissegundos (ms).</p><p>3. IP/Nome: é o endereço IP do roteador, se</p><p>disponíveis o nome também será exibido.</p><p>Salto RTT 1 RTT 2 RTT 3 IP/Nome</p><p>6 5 ms 4 ms 4 ms 10.26.0.277</p><p>41</p><p>Clique aqui para saber mais sobre o latência e jitter</p><p>Figura 42: exemplo de rota usando o traceroute</p><p>Figura 43: exemplo de rota</p><p>Por que Alguns</p><p>Roteadores</p><p>Descartam Pacotes</p><p>ou Tem Alta</p><p>Latência?</p><p>Existem diversas razões para isso. Mas,</p><p>já adianto,</p><p>muitas vezes isso é normal.</p><p>Na figura ao lado os saltos 3 e 7 estão descartando</p><p>pacotes. Como eu mencionei anteriormente, o fato</p><p>de não haver resposta não significa que a rede está</p><p>com algum tipo de problema. O que notamos de</p><p>significativo é que no salto 6 temos uma latência</p><p>maior do que o comum.</p><p>Vamos analisar o porquê dessa latência mais alta a</p><p>partir de agora.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Atingido ICMP TTL Time</p><p>Exceeded</p><p>O traceroute pode reportar perda de pacote se:</p><p>• O pacote da origem nunca alcançou o roteador,</p><p>então não é possível enviar resposta.</p><p>• O pacote é recebido pelo roteador, mas a resposta</p><p>é perdida na rota reversa.</p><p>• O pacote é recebido pelo roteador, que decide não</p><p>responder com uma mensagem ICMP TTL</p><p>Exceeded.</p><p>42</p><p>Figura 44: exemplo de rota</p><p>Decodificando</p><p>Informações</p><p>Escondidas</p><p>Além das métricas de desempenho que são a</p><p>latência e a perda de pacotes, o nome (hostname) de</p><p>cada salto também pode lhe dar dicas sobre o</p><p>caminho real da origem até o destino. Existem</p><p>quatro informações que podemos “garimpar” dos</p><p>hostnames:</p><p>1. Operadora que gerencia o roteador.</p><p>2. A cidade onde está o roteador.</p><p>3. O nome/númro do roteador.</p><p>4. A porta de entrada (interface) no roteador.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Exemplo Teórico</p><p>Vejamos a figura abaixo. Este traceroute está indo</p><p>até um site da web. O computador está conectado</p><p>em um roteador (ou access point) no salto 1. Se</p><p>estiver conectado a um switch, o mesmo não irá</p><p>aparecer pois não é um equipamento de camada de</p><p>rede.</p><p>A parte interessante é que podemos ver claramente</p><p>que todos os três roteadores dos saltos 2, 3 e 4 estão</p><p>no mesmo provedor (ispA). Neste caso os nomes dos</p><p>roteadores e suas portas são facilmente</p><p>identificáveis. Claro, você não vai encontrar essa</p><p>“maravilha” no mundo real.</p><p>43</p><p>Figura 45: traceroute teórico</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Códigos de Cidades</p><p>Muitas vezes é possível identificar as localidades onde</p><p>estão os roteadores pelos códigos das cidades. Os códigos</p><p>IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos –</p><p>em português) são usados como referência.</p><p>Se usarmos o tracert no site Hurricane Electric (he.net),</p><p>conseguimos extrair alguns exemplos:</p><p>• JAX: Jacksonville (Florida-EUA)</p><p>• ATL: Atlanta (Georgia-EUA)</p><p>• DAL: Dallas (Texas-EUA)</p><p>• FMT: Não é um código, mas sabemos que a sede da</p><p>empresa é em Freemont-EUA.</p><p>Você pode notar também que a latência está um pouco alta</p><p>nesses pontos da rede. Isso não significa que ela esteja</p><p>sobrecarregada ou com algum problema. Mas, na verdade,</p><p>temos um tunelamento de protocolos que vou tratar mais</p><p>à frente.</p><p>Para finalizar o nosso exemplo temos também o tracert do</p><p>provedor de acesso Cogentco. Apesar dele se situar nos</p><p>Estados Unidos, claramente notamos que há algum</p><p>servidor deles em nosso país. Afinal, o último salto é em</p><p>São Paulo (SAO01).</p><p>Como exercício, execute o comando para o site</p><p>“ntt.net”. Você deve ir para o Japão.</p><p>44</p><p>Figura 46: traceroute até o he.net</p><p>Figura 47: traceroute até cogento.com</p><p>Regra de Latência</p><p>Uma forma simples de determinar se a latência até</p><p>um determinado ponto está boa ou não, você pode</p><p>usar a regra 100 Km / 1 ms. Essa regra não é perfeita,</p><p>mas é um valor aproximado para uma rede de fibra</p><p>óptica, meio físico dos mais usados hoje em redes</p><p>WAN. Isso pode ajudar a determinar a região/cidade</p><p>que está aquele pacote quando não conseguimos</p><p>identifica-los explicitamente. Essa informação de</p><p>região/cidade é muito útil para engenheiro/técnicos</p><p>que trabalham em provedores de acesso. Entretanto,</p><p>administradores de rede de modo geral também</p><p>podem se beneficiar para entende quando a latência</p><p>muda bruscamente entre uma origem e destino.</p><p>Como exemplo, digamos que você tem uma conexão</p><p>via fibra óptica entre a cidade do Rio de Janeiro e São</p><p>Paulo e ela se rompe, forçando o tráfego a ser</p><p>redirecionado para Belo Horizonte (BH). Por conta</p><p>disso, vamos ter um atraso de propagação adicional</p><p>de pelo menos 10ms (600 Km do Rio até BH e mais</p><p>uns 400 Km adicionais pelo desvio da rota). Com um</p><p>histórico de traceroute, é possível identificar essa</p><p>mudança de rota.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting 45</p><p>Você consegue mais detalhes sobre as rotas usando o</p><p>Traceroute NG. Clique aqui e entenda mais</p><p>Figura 48: Remanejamento de rota.</p><p>Como Identificar</p><p>Problemas de Tráfego</p><p>Reverso?</p><p>Você sabia que tráfego na internet é assimétrico na</p><p>maioria do tempo. Ou seja, o caminho de ida de um fluxo</p><p>de dados não é o mesmo do fluxo de volta. Assim que um</p><p>provedor recebe um pacote com destino um outro</p><p>provedor de acesso, ele repassar para esse outro</p><p>provedor o mais rápido possível.</p><p>Na figura ao lado, temos um exemplo desse tráfego</p><p>assimétrico. Temos dois provedores (A e B) e ambos tem</p><p>roteadores localizados em Recife, Brasília e Rio de</p><p>Janeiro. Nas três cidades, os provedores têm</p><p>interconexões para trocar tráfego entre si.</p><p>Quando a origem manda uma mensagem para um</p><p>destino, o provedor A recebe o pacote no Rio de Janeiro.</p><p>Logo após recebido, ele procura a forma mais rápida de</p><p>mandar o pacote para o provedor B. Neste caso, a</p><p>interconexão mais rápida no Rio de Janeiro mesmo.</p><p>Assim, o pacote vai até o destino por dentro do provedor</p><p>B. O traceroute vai ser como na figura 50.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Do outro lado, quando o destino responde à origem,</p><p>o pacote vai do provedor a para o provedor B em</p><p>Recife, pois essa é a rota mais rápida entre os dois</p><p>provedores. Desta forma, a comunicação é</p><p>considerada assimétrica.</p><p>46</p><p>Origem</p><p>Destino</p><p>A-RECA-BSBA-RJO</p><p>B-RECB-BSBB-RJO</p><p>A-RJO</p><p>B-RJO</p><p>B-BSB</p><p>B-REC</p><p>Destino</p><p>Figura 49: Pacote redirecionado para o provedor B.</p><p>Figura 50: Possível traceroute para o exemplo.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Congestionamento no Caminho</p><p>Reverso</p><p>Vamos analisar o traceroute em um momento onde</p><p>haja congestionamento (50% de perdas) no caminho</p><p>reverso no provedor A entre Recife e Brasília</p><p>conforme figura.</p><p>O traceroute vai se parecer como da simulação de</p><p>trace ao lado. Nest caso, o traceroute indica</p><p>nitidamente que o problema está no salto 4. Se o</p><p>caminho de ida e de volta fossem os mesmos,</p><p>poderíamos afirmar que o congestionamento estaria</p><p>ocorrendo no provedor B entre Recife e Brasília.</p><p>Como não é o caso, sabemos que o congestionamento</p><p>está no provedor A.</p><p>O caminho reverso do traceroute vai te dar o outro</p><p>lado da moeda como mostra a figura ao lado. A rota</p><p>reversa de um destino até a origem pode te dar uma</p><p>boa ideia de onde o problema está.</p><p>47</p><p>Origem</p><p>Destino</p><p>A-RECA-BSBA-RJO</p><p>B-RECB-BSBB-RJO</p><p>A-RJO</p><p>B-RJO</p><p>B-BSB</p><p>B-REC</p><p>Origem</p><p>Figura 51: Congestionamento entre Recife e Brasília.</p><p>Figura 52: Evidência do congestionamento entre Recife e Brasília.</p><p>Diagnosticando</p><p>Problemas de DNS</p><p>Capítulo 5</p><p>49</p><p>Entendendo o</p><p>Protocolo DNS</p><p>O Domain Name Service (DNS) é a biblioteca da internet.</p><p>Ou seja, os serem humanos usam nomes (globo.com,</p><p>ticomacai.com, por exemplo) para acessar as informações.</p><p>Já os navegadores da internet (browsers), interagem</p><p>através do endereço IP. O DNS converte nomes de domínio</p><p>em endereço IP para que os navegadores possam carregar</p><p>os recursos da internet.</p><p>O processo de resolução do DNS envolve a conversão de</p><p>um hostname (www.ticomacai.com, por exemplo) em um</p><p>endereço IP que é facilmente entendido por um</p><p>computador ( como 192.168.2.1).</p><p>Para entender o funcionamento do DNS, vale explicar</p><p>sobre os diferentes componentes de hardware pelos quais</p><p>a consulta DNS precisa passar. Para o seu navegador web,</p><p>todo o procedimento é transparente e muito rápido.</p><p>Existem 4 servidores de DNS envolvidos no processo de</p><p>carregamento de uma página da internet:</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>1. Servidor DNS Recursivo: ele é como se fosse a</p><p>bibliotecária que te auxilia a buscar o livro</p><p>correto. Ou seja, ele é um servidor projetado</p><p>para receber consultas das</p><p>máquinas clientes</p><p>por meio de aplicações como navegadores web.</p><p>Assim, ele procura o registro desejado em outros</p><p>servidores.</p><p>2. Servidor Raiz: é a primeira etapa da tradução</p><p>de nomes na internet. Digamos que ele é o índice</p><p>da biblioteca que aponta para as diferentes</p><p>estantes de livros.</p><p>3. Servidor de TLD: o servidor de nível superior</p><p>(Top-Level Domain) pode ser considerado como</p><p>uma das estantes de livros e hospeda a última</p><p>parte de um hostname. Exemplos de TLD são o</p><p>“.com” e “.edu”.</p><p>4. Servidor DNS Autoritativo: ele é como se fosse</p><p>um dicionário em uma estante de livros. O</p><p>servidor autoritativo é a última parada na</p><p>consulta de um servidor DNS. Se ele tiver acesso</p><p>ao registro solicitado, ele vai dizer o endereço IP</p><p>do site solicitado. O servidor recursivo vai atrás</p><p>desses servidores para responder à solicitação.</p><p>Comparando o servidor recursivo com o</p><p>autoritativo, podemos simplificar dizendo que o</p><p>primeiro está no início da consulta DNS, já o</p><p>segundo está no final.</p><p>50Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>As 8 Etapas de Uma Pesquisa</p><p>DNS</p><p>1. Um usuário digita “google.com" em um</p><p>navegador web; a consulta viaja para a internet e</p><p>é recebida por um servidor recursivo de DNS.</p><p>2. O servidor então consulta um servidor raiz de</p><p>DNS(.).</p><p>3. O servidor raiz responde ao servidor com o</p><p>endereço de um servidor DNS de Domínio de</p><p>Nível Superior (TLD) (como .com ou .net) que</p><p>armazena as informações de seus domínios.</p><p>Quando buscamos google.com, nossa solicitação</p><p>é direcionada para o TLD .com.</p><p>4. Em seguida, o servidor faz uma solicitação ao</p><p>TLD .com.</p><p>5. Depois, o servidor de TLD responde com o</p><p>endereço IP do servidor do domínio, google.com.</p><p>6. Para finalizar, o servidor recursivo envia uma</p><p>consulta ao servidor do domínio.</p><p>7. O endereço IP de google.com é a seguir</p><p>retornado ao servidor partindo do servidor DNS</p><p>onde está a informação desejada.</p><p>8. Em seguida, o servidor recursivo de DNS</p><p>responde ao navegador web com o endereço IP</p><p>do domínio solicitado inicialmente.</p><p>Depois, o navegador faz uma solicitação para o</p><p>endereço IP que responde com a página web (9 e</p><p>10).</p><p>1 8 2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>10</p><p>9</p><p>Serv. Web</p><p>google.com</p><p>Serv. Raiz(.)</p><p>Serv. TLD</p><p>Serv. Google</p><p>(Autoritativo)</p><p>Serv. DNS.</p><p>(Recursivo)</p><p>Figura 53: Funcionamento do DNS.</p><p>51</p><p>Usando o</p><p>NSLOOKUP</p><p>Antes de passarmos para o comando, é importante</p><p>sabermos que dentro do cabeçalho do protocolo</p><p>DNS temos campos chamados de Resource Records</p><p>(Registro de Recursos). Vou enumerar a definição de</p><p>alguns desses tipos de registro:</p><p>A – indica o endereço IPv4 do servidor.</p><p>AAAA – indica o endereço IPv6 do servidor.</p><p>CNAME – é um apelido (aliase) para um servidor.</p><p>Serve para que você possa chamar o</p><p>“www.google.com” digitando apenas “google.com”</p><p>MX – indica endereço IP de um servidor de email.</p><p>NS – servidor de domínio.</p><p>PTR – é o inverso do A, ele indica o endereço web a</p><p>partir de um endereço IP.</p><p>Quando estamos com dificuldades, seja para acessar</p><p>um site, enviar um correio ou se conectar a um</p><p>servidor de domínio, provavelmente temos um</p><p>problema no protocolo DNS. Uma maneira fácil de</p><p>identificar o problema é através do comando</p><p>NSLOOKUP.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Ele é um programa que normalmente está embutido</p><p>nos principais sistemas operacionais do mercado.</p><p>Para usá-lo entre no prompt de comando do</p><p>Windows e simplesmente digite “nslookup”. Para</p><p>saber mais informações, digite em seguida “?”:</p><p>Figura 54: Nslookup.</p><p>52</p><p>Checando os</p><p>Registros DNS</p><p>Para termos uma ideia de como usar o nslookup,</p><p>vamos começar com alguns comandos simples.</p><p>1. Vamos encontrar o registro A. Esse é um dos</p><p>registros mais comuns. Ele mapeia um nome</p><p>para um endereço IP.</p><p>2. Encontre o registro PTR: O PTR é o inverso do A.</p><p>Ele resolve de um IP para um nome:</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>3. Encontre o registro MX: este tipo de recurso</p><p>identifica o endereço IP de um servidor de email.</p><p>Use a seguinte sintaxe:</p><p>nslookup -query=mx [domínio]</p><p>4. Encontre o Registro SoA de um domínio: o State of</p><p>Authority contém informações sobre as zonas DNSs.</p><p>Para clarificar, o DNS é dividido em várias zonas</p><p>diferentes. Uma zona é gerenciada por por alguma</p><p>organização ou administrador específicos.</p><p>nslookup –type=soa [domínio]</p><p>Figura 55: Registro A.</p><p>Figura 55: Registro PTR.</p><p>Figura 56: Encontrando registro MX do Yahoo.</p><p>Figura 57: Encontrando registro SoA.</p><p>53</p><p>Checando os</p><p>Registros DNS</p><p>5. Encontre os registros NS: o name server mostra</p><p>o servidor autoritativo de um domínio DNS. Esse</p><p>registro mostra o servidor que contém os</p><p>registros principais do DNS.</p><p>nslookup –type=ns [domínio]</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Na figura, a mensagem “não é resposta autoritativa”</p><p>indica que a mensagem de resposta de DNS não foi</p><p>respondido pelo servidor autoritativo, ou seja, não</p><p>foi pelo servidor principal daquela zona DNS.</p><p>6. Encontre todos os registros de um domínio: para</p><p>saber todos os recursos disponíveis em um</p><p>domínio, seja o A, MX, NS ou qualquer outro, use</p><p>o seguinte comando:</p><p>nslookup –type=any [domínio]</p><p>Figura 58: Encontrando servidor autoritativo.</p><p>Figura 59: Encontrando todos os registros.</p><p>54</p><p>Resolvendo</p><p>Problemas de DNS</p><p>Uma falha em um servidor DNS recursivo ou no cache</p><p>interno da sua máquina não significa que você estará</p><p>fora da internet instantaneamente. Agora, se você está</p><p>em uma média/grande empresa e depende do DNS</p><p>para autenticação, como no uso do Active Directory do</p><p>Microsoft Windows, é possível que a empresa fique</p><p>sem alguns serviços essenciais.</p><p>Agora, a falha em um servidor raiz, TLD e autoritativo</p><p>podem gerar sérios problemas na internet. Já ocorreu</p><p>antes do Google ficar fora do ar por conta de</p><p>problemas de DNS. Nestes casos, não há nada que</p><p>você, analista/engenheiro/usuário fazer para resolver,</p><p>mas podemos tomar algumas medidas iniciais.</p><p>Iniciando o Troubleshooting</p><p>1. Isolar o Problema</p><p>O primeiro passo para troubleshooting em DNS é</p><p>começar a verificar o seu computador.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Qual aplicação não está funcionando? É apenas o e-</p><p>mail? O navegador web? Ou é toda a sua internet?</p><p>Para isolar o problema, recomendo que você</p><p>primeiro use outro computador ou outro aplicativo</p><p>de seu computador/dispositivo.</p><p>Por exemplo, use outro navegador web para acessar</p><p>páginas. Se o Chrome não estiver funcionando mais</p><p>o Firefox estiver, então você deverá precisar esvaziar</p><p>os registros como o cache, cookies, histórico e etc.</p><p>Para limpar o cache DNS no Chrome, abra o</p><p>aplicativo e digite “chrome://net-internals/#dns”.</p><p>Depois clique no botão para limpar cache.</p><p>Você consegue fazer o mesmo em outros</p><p>navegadores. Basta trocar o nome do navegador. Ex:</p><p>edge://net-internals/#dns.</p><p>Figura 61: Esvaziando o cache do Chrome.</p><p>55</p><p>Resolvendo</p><p>Problemas de DNS</p><p>Para ter certeza que você tem conectividade com a</p><p>internet, use o comando ping para algum local fora</p><p>da sua rede. Recomendo o servidor DNS do Google</p><p>8.8.8.8. Se não houver resposta, o problema</p><p>provavelmente não está vinculado ao DNS.</p><p>Se você usar o ping para um nome e não houver</p><p>resposta, então provavelmente você tem um</p><p>problema de DNS.</p><p>2. Verificar e Mudar o Servidor DNS Recursivo</p><p>Um servidor DNS recursivo pode ter sido</p><p>configurado pelo seu provedor ou ele simplesmente</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>acessa o seu modem/roteador do provedor e o</p><p>mesmo direciona para um servidor recursivo.</p><p>Vamos checar se realmente conseguimos acessar o</p><p>servidor DNS.</p><p>a. Vá no prompt de comando e digite “ipconfig/all”.</p><p>b. Encontre o endereço IP do seu servidor DNS e</p><p>teste-o com ping.</p><p>c. Se você é capaz de chegar em seu servidor,</p><p>significa que ele está ativo. Use alguns comandos</p><p>NSLOOKUP. Se eles não funcionarem, então</p><p>devemos ter um problema com seu servidor</p><p>recursivo.</p><p>d. Teste servidores DNS alternativos como o google</p><p>(8.8.8.8 e 8.8.8.4) e Clouldflare (1.1.1.1 e 1.0.0.1).</p><p>Você não precisa usar somente</p><p>o servidor DNS</p><p>que seu provedor configura. Use o comando a</p><p>seguir para trocar seu servidor DNS:</p><p>nslookup > server 8.8.8.8</p><p>Pode ocorrer do seu servidor DNS não mudar, neste</p><p>caso será necessário entrar em seu</p><p>roteador/modem para modifica-lo manualmente.</p><p>Figura 62: Encontrando registro SoA.</p><p>56</p><p>Resolvendo</p><p>Problemas de DNS</p><p>3. Renove as Informações de IP e de DNS</p><p>Renovando as informações de IP fazem também com</p><p>que as configurações de DNS no servidor DHCP</p><p>sejam atualizadas.</p><p>Abra o prompt de comando e digite:</p><p>ipconfig /release</p><p>ipconfig /renew</p><p>Agora, vamos limpar a cache do DNS de sua</p><p>máquina e recarregar com informações novas do</p><p>servidor.</p><p>ipconfig /flushdns</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>4. Resolver um Nome Através de um Servidor</p><p>Autoritativo</p><p>Se o seu servidor interno estiver resolvendo alguns</p><p>nomes e outros não, tente usar um servidor DNS</p><p>autoritativo você mesmo.</p><p>Primeiro encontre o servidor com o comando:</p><p>nslookup –type= soa (domínio)</p><p>Então resolva com o esse servidor:</p><p>nslookup (domínio) (servidor)</p><p>Figura 63: Limpando cache do computador.</p><p>Figura 64: Indo direto ao servidor autoritativo.</p><p>Diagnosticando</p><p>problemas em Redes Wi-Fi</p><p>Capítulo 6</p><p>58</p><p>Wi-Fi: O Essencial</p><p>As redes Wi-Fi usam o espectro eletromagnético para</p><p>realizar a transmissão dos dados. Diferentemente o uso de</p><p>cabos, que “guiam” a informação até o switch, as</p><p>informações são recebidas pelo access point pelo ar, ou</p><p>seja, um meio não guiado.</p><p>Toda rede Wi-Fi tem um nome e se comunicam em uma</p><p>faixa de frequência específica. Esse nome é chamado de</p><p>Service Set Identifier (SSID). Juntos, o SSID e o canal de</p><p>frequência permitirão que várias redes wireless estejam</p><p>presentes dentro do mesmo espaço físico.</p><p>Um access point (AP), também chamado de roteador</p><p>wireless, é tipicamente configurado através do seu</p><p>software embarcado. Costumeiramente, usando uma</p><p>interface web (browser) para acessá-lo.</p><p>Para que o dispositivo wireless, seja ele um tablet,</p><p>smartphone ou até mesmo dispositivos inteligentes como</p><p>interruptores de lâmpadas via Wi-Fi, possam adquirir</p><p>conectividade, devemos configurar os seguintes pontos:</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 65: Rede Ad-Hoc: Cada equipamento coordena</p><p>as suas transmissões.</p><p>Figura 66: Rede modo Infraestrutura: Essa rede tem</p><p>um ponto central de interconexão com os</p><p>equipamentos da rede.</p><p>Modo de operação: temos duas opções de modos: ad-hoc e</p><p>infraestrutura (Figuras 65 e 66). Qualquer dispositivo wireless</p><p>é capaz de criar ou fazer parte de uma rede ad-hoc. Entretanto,</p><p>apenas um AP é capaz de criar uma rede infraestrutura.</p><p>59</p><p>Canais de operação: os padrões Wi-Fi e suas variantes</p><p>(Wi-Fi 4, 5, 6 e 6E) precisam estar de acordo com as leis</p><p>regidas pelas agências reguladoras de cada país no que</p><p>tange a faixas de frequências e canais de operação. Qual</p><p>canal nós devemos usar? Para redes na faixa de 2.4 GHz, é</p><p>recomendável o uso dos canais 1, 6 e 11, pois eles não se</p><p>sobrepõem e, como consequência, não temos interferência</p><p>de mesmo canal (também chamada de interferência co-</p><p>canal). Já para a faixa de 5 GHz, temos uma variedade</p><p>maior de canais, mas a premissa continua a mesma:</p><p>sempre procurar canais que não são sobrepostos.</p><p>Nome da rede: o SSID, como já dito anteriormente, é o</p><p>nome da rede sem fio. A maioria dos APs tem um novo</p><p>padrão como ‘’admin’’ ou ‘’TP-LINK’’ ou qualquer outro</p><p>nome vinculado com o fabricante do equipamento.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Clique aqui para entender melhor os canais Wi-Fi</p><p>Figura 68: Canalização Wi-Fi (Fonte: WLAN Pros)</p><p>Figura 67: SSID exibido no Windows 11</p><p>60</p><p>Você pode estar se perguntando: Access point e roteador</p><p>Wi-Fi são a mesma coisa? Não exatamente e eu vou te</p><p>explicar.</p><p>A diferença principal entre eles é que o AP atua</p><p>exclusivamente na camada de enlace (camada 2) e não</p><p>consegue sozinho acessar outras redes, seja redes</p><p>cabeadas ou sem fio. Esses equipamentos costumam ter</p><p>apenas uma porta de rede cabeada como o access point</p><p>Ubiquiti Unifi AC Pro (figura 69) e dependem de outros</p><p>equipamentos como switches e roteadores para obter o</p><p>acesso à rede.</p><p>Já o roteador, como o próprio nome pode sugerir, permite</p><p>a conexão com outras redes através de protocolos de</p><p>roteamento ou rotas estáticas. Eles são facilmente</p><p>encontrados em residências e são fornecidos por</p><p>provedores de acesso à internet. O TP-Link AC750 (figura</p><p>70) é um exemplo típico.</p><p>Design Adequado Reduz Problemas</p><p>Para que você implemente uma conexão wireless de</p><p>qualidade é preciso manter níveis adequados de sinal</p><p>eletromagnético. Com isso, algumas perguntas precisam</p><p>estar em sua mente na hora de implantar uma rede</p><p>wireless: Qual a potência de sinal adequada para uma</p><p>aplicação específica? Qual potência de sinal eu devo ter em</p><p>mente para uma rede Wi-Fi de qualidade?</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Clique aqui para assistir um vídeo comparativo entre</p><p>modens, APs e roteadores</p><p>Figura 69: Ubiquiti Unifi AC Pro</p><p>Figura 70: TP-LINK AC750</p><p>61</p><p>Para que possamos medir a qualidade da rede Wi-Fi, um</p><p>parâmetro muito usado é o RSSI: sigla para Received</p><p>Signal Strength Indicator. Com esse parâmetro,</p><p>conseguimos medir o quão bem um dispositivo Wi-Fi</p><p>consegue “ouvir” um sinal vindo de um roteador ou um AP.</p><p>Nós podemos usar também como unidade de medida o dB</p><p>(decibel). Mas, o RSSI é o mais usado como referência</p><p>atualmente pelos principais aplicativos.</p><p>RSSI é o termo usado para medir a qualidade relativa do</p><p>sinal recebido pelo cliente. O padrão Wi-Fi IEEE 802.11</p><p>especifica que esse RSSI pode estar numa escala de 0 até</p><p>255 de acordo com os parâmetros de cada fabricante.</p><p>Cisco, por exemplo, usa a escala 0-100. Já a fabricante</p><p>Atheros usa 0-60. De maneira resumida, podemos dizer</p><p>que quanto maior o valor de RSSI, melhor o sinal. Valores</p><p>muito comuns de referência são os da figura 71.</p><p>Diversos softwares atualmente conseguem realizar essa</p><p>medição. Dois deles são o WifiMan, para smartphones</p><p>Android e o InSSIDer, para dispositivos Windows.</p><p>Como esses valores variam entre os fabricantes, empresas</p><p>como a Metageek, especializada em software de qualidade</p><p>Wi-Fi, usam o Decibel (dBm) para obtermos uma medida</p><p>padronizada. Com o uso do dB, quanto mais perto de 0</p><p>dBm, melhor o sinal.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 71: Valores estimados de RSSI</p><p>62</p><p>Antes de Tudo:</p><p>Planejamento</p><p>As redes IEEE 802.11, também chamadas de Wi-Fi, já</p><p>ganharam espaço nas redes locais domésticas e</p><p>corporativas e continuarão ganhando importância nos</p><p>próximos anos com o advento das novas funcionalidades</p><p>que a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) vêm</p><p>nos proporcionando.</p><p>Mesmo sendo hoje um ativo quase estratégico das grandes</p><p>corporações/hotéis/hospitais, vejo pouca preocupação no</p><p>planejamento deste tipo de solução. Não basta instalar um</p><p>access point no meio da sala e esperar que a ‘’mágica</p><p>aconteça’’. Existe muita teoria de base para implantação de</p><p>uma rede de médio a grande porte que não cabe neste</p><p>livro, afinal, o nosso objetivo aqui é sempre a prática</p><p>aplicada ao mercado. Mas, eu recomendo que você</p><p>considere no futuro se aprofundar na área através de</p><p>cursos como o meu curso básico profissional.</p><p>Segundo David Coleman, a mesma abordagem de</p><p>troubleshooting para redes Ethernet (IEEE 802.3), pode</p><p>ser usada para as redes Wi-Fi. Afinal, ambas as</p><p>tecnologias atuam nas camadas física e enlace (1 e 2) do</p><p>modelo OSI (Figura 72).</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Apresentação</p><p>Aplicação</p><p>Sessão</p><p>Transporte</p><p>Rede</p><p>Enlace</p><p>Física</p><p>Wi-Fi: Problema de</p><p>frequência, design,</p><p>drivers</p><p>Wi-Fi: Retransmissões,</p><p>autenticação.</p><p>Endereço IP, roteamento</p><p>Portas TCP/UDP,</p><p>firewall</p><p>Aplicações do usuário,</p><p>sistema operacional,</p><p>DNS, DHCP</p><p>Figura 72: Modelo OSI</p><p>63</p><p>Principais Problemas</p><p>Como já mencionado anteriormente, para resolver</p><p>problemas em redes Wireless LAN (WLAN), você deve</p><p>começar pela camada</p><p>física. Segundo David Coleman, 70%</p><p>dos problemas estão no equipamento do cliente. Se esse</p><p>for o seu caso, uma medida simples pode resolver o</p><p>problema: ativar e desativar o adaptador Wi-Fi.</p><p>O driver da interface de rede, que é a interface entre o</p><p>hardware e o sistema operacional, pode não estar</p><p>comunicando adequadamente e simples reset resolve.</p><p>Fazendo isso, eliminamos um potencial problema antes de</p><p>atacarmos os demais.</p><p>Esses drivers também, eram muito susceptíveis a erros.</p><p>Então, mantenha-os sempre atualizados verificando os</p><p>drivers recomendados pelo fabricante do seu</p><p>notebook/desktop.</p><p>Design Adequado Reduz Problemas</p><p>Em teoria, para que tenhamos uma rede Wi-Fi com</p><p>qualidade, precisamos, de maneira sintetizada:</p><p>planejamento de capacidade e cobertura (site survey),</p><p>análise de espectro e validação de todo o projeto.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Em empresas de pequeno e médio porte, essas</p><p>etapas nem sempre são cumpridas. Mas, pela minha</p><p>experiência, acredito que não são obrigatórias.</p><p>Entretanto, um planejamento mínimo reduz</p><p>problemas sérios como interferência de mesmo</p><p>canal, também chamado de interferência de co-</p><p>canal.</p><p>WLAN Sempre Leva a Culpa</p><p>Apesar de todas as melhores práticas de</p><p>troubleshooting, você deve ter em mente que o</p><p>cliente/usuário vai achar que sempre a culpa é do</p><p>Wi-Fi. Mesmo que o provedor de acesso a internet</p><p>esteja com instabilidade, ou hajam problemas nos</p><p>switches, roteadores e cabeamento entre eles.</p><p>A minha dica é: se coloque no lugar do cliente e</p><p>pense que ele não tem a menor ideia de qualquer</p><p>aspecto técnico da rede, apenas que ele não</p><p>consegue entrar no www.google.com.</p><p>64</p><p>Troubleshooting Wi-Fi</p><p>A partir de agora, vou mostrar os principais problemas</p><p>que você encontrará em redes de pequeno e médio porte.</p><p>As redes de grande porte (acima de 100 APs ligados em</p><p>uma controladora Wi-Fi) possuem nuances adicionais que</p><p>não serão tratadas neste livro, haja vista a necessidade de</p><p>conhecimento técnico avançado.</p><p>“Buracos” na Cobertura</p><p>Problemas de cobertura na rede Wi-Fi costumam vir de</p><p>um planejamento de implantação mal feito ou nulo. É</p><p>importante que o cliente receba um sinal de até -67 dBm</p><p>para que consiga realizar as suas principais atividades</p><p>como videoconferências. Algumas ferramentas mobile</p><p>como o WiFiMan (figura) mostram esse quantitativo e</p><p>servem de parâmetro.</p><p>É muito comum um profissional inexperiente se basear</p><p>apenas nas barras de sinal Wi-Fi que aparecem no</p><p>smartphone/notebook. Isso é um erro!</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Entenda uma coisa de uma vez por todas: a potência</p><p>de transmissão do AP é muito maior do que a do seu</p><p>smartphone. Por isso, o sinal pode estar chegando</p><p>com boa potência em seu dispositivo, mas o mesmo</p><p>não vai ter a mesma força para enviá-lo.</p><p>Clique aqui para assistir um vídeo detalhado de como</p><p>identificar e resolver esses problemas com WiFiMan</p><p>Figura 73: WiFiMan. Figura 74: Sinal Wi-Fi</p><p>65</p><p>Lembre-se que a sensibilidade do AP para receber os</p><p>dados é muito maior comparado ao equipamento cliente.</p><p>Um outro erro comum é no posicionamento dos APs.</p><p>Sempre cheque as especificações técnicas das antenas,</p><p>especialmente daquelas que são externas ao equipamento</p><p>como o do AP da Figura 75, se a antena estiver na vertical,</p><p>conforme figura, ela vai ter um diagrama de irradiação</p><p>como se fosse um donut (aquele doce que o Homer</p><p>Simpson adora). Agora, se você deixar a antena na</p><p>horizontal, esse donut fica na vertical. Veja como a antena</p><p>irradia na Figura 76 para entender melhor. Eu recomendo</p><p>o acesso ao site THE BAD-FI para saber o que não fazer na</p><p>hora de instalar um AP.</p><p>Potência de Transmissão</p><p>É comum que os profissionais de TI, na configuração dos</p><p>APs, ajustem a potência de transmissão do mesmo para a</p><p>máxima possível. Afinal, quanto maior a potência, melhor</p><p>o sinal. Correto? Errado.</p><p>O que você faz é aumentar o alcance do sinal, mas o cliente</p><p>e seu smartphone que estão mais longe, não conseguirão</p><p>responder pois não tem a mesma capacidade de</p><p>transmissão que o AP.</p><p>Dependendo do tipo de AP que você operar, mantenha a</p><p>potência no máximo em 100 mW(miliwatts) ou no</p><p>parâmetro low.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 75: AP com antena ominidirecional</p><p>(para todos os lados) na posição vertical</p><p>Clique aqui para ver como configurar a potência e outros</p><p>parâmetros nos Access Points TP-LINK</p><p>Emuladores TP-Link | TP-Link Brasil</p><p>Figura 76: Diferença de irradiação com a mudança na</p><p>posição da antena</p><p>No prompt do Windows, você consegue ter uma noção</p><p>da qualidade do sinal usando o comando “netsh wlan</p><p>show interfaces”.</p><p>Power Over Ethernet</p><p>A tecnologia Power Over Ethernet (PoE) transmite no</p><p>cabo de rede ethernet energia elétrica para alimentação</p><p>de dispositivos. Com isso, transmitimos dados e energia</p><p>no mesmo cabo, eliminando a necessidade do cabo de</p><p>energia. Eu recomento que você assista o meu vídeo onde</p><p>explico todos os detalhes sobre PoE.</p><p>Especialmente os Access Point de linha enterprise, como</p><p>das fabricantes Cisco e Ubiquiti, o PoE é muito utilizado,</p><p>facilitando a implantação de equipamentos já que</p><p>dispensamos a necessidade de uma tomada elétrica</p><p>próxima do equipamento.</p><p>De maneira sumarizada, temos o padrão PoE IEEE 802.3af,</p><p>que fornece 15.4 Watts de potência e o IEEE 802.3at</p><p>(PoE+), já chegando nos 30 Watts.</p><p>É muito comum equipamentos Wi-Fi 5, 6 e 7 consumirem</p><p>mais do que os tradicionais 15.4 W, com isso, caso você</p><p>conecte um Access Point como o Cisco Aironet 2800</p><p>(Figura 77) em uma porta de switch com menos potência</p><p>do que ele precisa, o mesmo vai aparentar estar</p><p>operacional, com seus leds piscando. Mas, o rádio Wi-Fi</p><p>não vai estar ativo. Atente também a potência máxima</p><p>somada entre as portas dos switches. Por exemplo, o Cisco</p><p>2960(Figura 78), tem potência máxima agregada de 370</p><p>W. Ou seja, ele suportaria ligar até 12 APs 2800 (12 x 30W</p><p>= 360).</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 77: Cisco Aironet 2800 Series com suporte PoE+</p><p>Clique aqui caso deseje aprofundar os seus</p><p>conhecimentos em PoE e suas variantes</p><p>Figura 78: Switch energizando dispositivos de rede.</p><p>Atente para não exceder a potência máxima.</p><p>Relação Sinal/Ruído Ruim</p><p>Os quadros Wi-Fi estão sujeitos a retransmissões quando</p><p>os mesmos não são recebidos pelo destino ou chegam</p><p>corrompidos. Isso faz com que uma videoconferência, por</p><p>exemplo, apresente voz metalizada, imagens de baixa</p><p>qualidade e atraso entre a voz e a imagem recebida.</p><p>Em linhas gerais, um dos principais ofensores deste tipo</p><p>de problema é recebermos um sinal de baixa qualidade.</p><p>Também chamado de relação sinal/ruído de baixa</p><p>qualidade.</p><p>Do inglês Signal to Noise Ratio (SNR), trata-se de um</p><p>parâmetro que identifica se o ruído do ambiente está ou</p><p>não em uma potência próxima da potência de transmissão.</p><p>Quanto mais esse ruído estiver próximo da</p><p>transmissão/recepção, mais retransmissões teremos.</p><p>Uma diferença de 20 dB ou mais pode ser considerado um</p><p>sinal de boa qualidade. Já abaixo de 10 dB, certamente</p><p>teremos uma grande quantidade de retransmissões.</p><p>Para redes de médio/pequeno porte (até 10 APs), você</p><p>pode usar o WiFiMan (Figura 80), medir esse SNR e tomar</p><p>as medidas cabíveis para melhorar esse SNR. Seja mudar o</p><p>canal de operação do AP para outro com melhor SNR,</p><p>ajustar a antena (caso seja antena direcional) para a</p><p>direção oposta de onde está vindo a interferência e/ou</p><p>aumentar a potência do AP, desde que não extrapole os</p><p>100 mW.</p><p>Redes de Computadores – Guia Rápido para Troubleshooting</p><p>Figura 79: Atente à SNR da sua rede</p><p>Figura 80: Mesmo em um ambiente de alta densidade</p><p>de redes, é possível manter um bom SNR.</p><p>SNR 20 dB ou</p><p>superior</p><p>Extrapolando um pouco mais o tema, vale a pena</p><p>comentarmos sobre as antenas direcionais.</p><p>Uma antena direcional foca o sinal em uma determinada</p><p>direção. Dependendo do tipo de antena, esse foco pode ser</p><p>menos concentrado (120 graus) ou mais concentrado (45</p><p>graus). Essa concentração</p>