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<p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>1 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Direito Processual Penal</p><p>Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª Instância</p><p>– Aula 06</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>2 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Sumário</p><p>SUMÁRIO 2</p><p>APRESENTAÇÃO E METODOLOGIA 3</p><p>1) APRESENTAÇÃO 3</p><p>2) METODOLOGIA 3</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 5</p><p>PRISÕES 7</p><p>1) TIPOS DE PRISÃO 8</p><p>1.1)Prisão Extrapenal 8</p><p>1.2)Prisão Penal 9</p><p>1.3)Prisão Processual Penal/Provisória/Cautelar 10</p><p>2) IMUNIDADES 12</p><p>2.1)Presidente da República 12</p><p>2.2)Congressistas/Parlamentares (Senadores e Deputados Federais) 12</p><p>2.3)Magistrados (Juízes, Desembargadores e Ministros de Tribunal Superior) 14</p><p>2.4)Membros do Ministério Público 15</p><p>2.5)Advogados 16</p><p>3) PRISÃO ESPECIAL E GARANTIAS DO PRESO 18</p><p>3.1)Prisão Especial 18</p><p>3.2)Garantias do preso 19</p><p>4) PRISÃO PROCESSUAL PENAL/PROVISÓRIA/CAUTELAR 21</p><p>4.1)Prisão em Flagrante 21</p><p>4.2)Prisão Preventiva 29</p><p>4.3)Prisão Temporária 34</p><p>4.4)Prisão Domiciliar 40</p><p>MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 42</p><p>LIBERDADE PROVISÓRIA E FIANÇA 46</p><p>1) LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA 47</p><p>2) LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA 48</p><p>QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 52</p><p>LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 65</p><p>GABARITO 70</p><p>RESUMO DIRECIONADO 71</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>3 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Apresentação e Metodologia</p><p>1) Apresentação</p><p>Olá, tudo bem? Eu sou o Professor Bernardo Bustani Louzada. Atualmente, atuo como Assessor Adjunto</p><p>de gabinete de Desembargador Federal, no Tribunal Regional Federal da 1º Região.</p><p>Vou contar um pouco da minha história: Fui aprovado em 1º lugar nacional para o cargo de Técnico</p><p>Judiciário/Área Administrativa do TRF da 1ª Região (2017) e também consegui aprovação para o cargo de</p><p>Analista Processual da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (2017).</p><p>Sou ex-Advogado, graduado em Direito pelo IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais - e pós-</p><p>graduado em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes – UCAM.</p><p>Posso dizer que eu tenho uma grande afinidade com o Direito Processual Penal, tendo sido a matéria</p><p>escolhida para os meus Trabalhos de Conclusão de Curso e para a segunda fase da OAB.</p><p>Na minha trajetória, não é exagero dizer que poucas pessoas me ajudaram e acreditaram na minha</p><p>capacidade, mas as que acreditaram foram suficientes para que eu confiasse no meu trabalho. Pretendo ajudar e</p><p>confiar em cada um de vocês, pois eu, como concurseiro, sei o que significam as palavras “cobrança”,</p><p>“frustração” e “pressão”.</p><p>Meu conselho é: estude, tenha paciência e trabalhe a sua confiança, pois o sentimento de aprovação é</p><p>capaz de apagar tudo de ruim. Não é impossível, basta acreditar.</p><p>E é com muito prazer que, junto com o Professor Alexandre Salim, direcionarei vocês na disciplina de</p><p>Direito Processual Penal. Minha meta é a sua aprovação. Para isso, abordaremos o que realmente cai e como cai.</p><p>Não hesitem em entrar em contato para tirar dúvidas:</p><p>2) Metodologia</p><p>Este material foi elaborado com o objetivo de preparar os alunos para o cargo de Técnico Judiciário do</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (2ª Instância)..</p><p>A banca escolhida foi a IBFC (Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação).</p><p>Obviamente, há assuntos mais cobrados e assuntos menos cobrados. Meu papel é dar essa direção para o</p><p>aluno.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>4 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Para deixar seu material mais completo, adicionei questões de bancas que têm experiência em concursos</p><p>de Tribunal.</p><p>Fiquem atentos aos Testes de Direção, pois são instrumentos eficazes para medir seu nível de</p><p>conhecimento.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>5 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Conteúdo Programático</p><p>O último edital trouxe o conteúdo da seguinte forma:</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL 1) A norma processual penal no tempo e no espaço. Interpretação</p><p>da norma processual penal. 2) Fontes do Direito Processual Penal. Aplicação da lei processual penal.</p><p>Princípios disciplinadores do Direito Processual Penal. As garantias constitucionais e o Processo Penal.</p><p>3) Polícia e Inquérito Policial. 4) Ação Penal. Ação Civil. 5) Jurisdição. Órgãos de Jurisdição Penal.</p><p>Competência. Métodos de determinação e modificação da competência. Conflito de jurisdição.</p><p>Conflito de Competência. Competência da Justiça Federal e da Justiça Militar Estadual. 6) Sujeitos do</p><p>processo. Capacidade processual. Legitimidade. O Ministério Público e seu assistente. Acusado e</p><p>defensor. O interrogatório do acusado e a ampla defesa. Princípios que regem o contraditório. 7)</p><p>Processo e procedimento. Dos procedimentos comuns e especiais. 8) Das medidas assecuratórias. 9)</p><p>Da insanidade mental do acusado. 10) Das provas. 11) Instrução criminal. Prisão e suas modalidades.</p><p>Liberdade provisória. Fiança. Citações e intimações. Questões e processos incidentes. 12) Sentença</p><p>criminal; formalidades essenciais; declaração da sentença; nova definição jurídica do fato; publicidade;</p><p>efeitos. A validade da sentença condenatória criminal enquanto coisa julgada inconstitucional. 13)</p><p>Crimes da competência do júri e do juiz singular. Pronúncia. Impronúncia. Absolvição sumária.</p><p>Desclassificação. Desqualificação. Libelo. Quesitos. Do Julgamento pelo júri. 14) Recursos. Fontes</p><p>normativas dos recursos. Classificação dos recursos. Procedimento recursal. Efeitos dos recursos. Juízo</p><p>de admissibilidade. Extinção anormal das vias recursais. Dos recursos em espécie. Nulidades.</p><p>Portanto, o nosso conteúdo programático foi dividido da seguinte forma:</p><p>Negrito → O que será dado nesta aula.</p><p>1) A norma processual penal no tempo e no espaço. Interpretação da norma processual penal. 2) Fontes</p><p>do Direito Processual Penal. Aplicação da lei processual penal. Princípios disciplinadores do Direito</p><p>Processual Penal. As garantias constitucionais e o Processo Penal. 3) Polícia e Inquérito Policial. 4) Ação</p><p>Penal. Ação Civil. 5) Jurisdição. Órgãos de Jurisdição Penal. Competência. Métodos de determinação e</p><p>modificação da competência. Conflito de jurisdição. Conflito de Competência. Competência da Justiça</p><p>Federal e da Justiça Militar Estadual. 6) Sujeitos do processo. Capacidade processual. Legitimidade. O</p><p>Ministério Público e seu assistente. Acusado e defensor. O interrogatório do acusado e a ampla defesa.</p><p>Princípios que regem o contraditório. 7) Processo e procedimento. Dos procedimentos comuns e</p><p>especiais. 8) Das medidas assecuratórias. 9) Da insanidade mental do acusado. 10) Das provas. 11)</p><p>Instrução criminal. Prisão e suas modalidades. Liberdade provisória. Fiança. Citações e intimações.</p><p>Questões e processos incidentes. 12) Sentença criminal; formalidades essenciais; declaração da</p><p>sentença; nova definição jurídica do fato; publicidade; efeitos. A validade da sentença condenatória</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>6 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>criminal enquanto coisa julgada inconstitucional. 13) Crimes da competência do júri e do juiz singular.</p><p>Pronúncia. Impronúncia. Absolvição sumária. Desclassificação. Desqualificação. Libelo. Quesitos. Do</p><p>Julgamento pelo júri. 14) Recursos. Fontes normativas dos recursos. Classificação dos recursos.</p><p>Procedimento recursal. Efeitos dos recursos. Juízo de admissibilidade. Extinção</p><p>veiculada</p><p>pela autoridade policial,</p><p>(A) poderá decretar as prisões temporárias pelo prazo de 10 (dez) dias, sem possibilidade de prorrogação.</p><p>(B) poderá decretar as prisões temporárias pelo prazo de 5 (cinco) dias, sem possibilidade de prorrogação.</p><p>(C) não poderá decretar as prisões temporárias, uma vez que compete exclusivamente ao Ministério Público</p><p>apresentar a necessária representação.</p><p>(D) poderá decretar as prisões temporárias pelo prazo de 10 (dez) dias, prorrogável por igual período em caso de</p><p>extrema e comprovada necessidade.</p><p>(E) poderá decretar as prisões temporárias pelo prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de</p><p>extrema e comprovada necessidade.</p><p>GABARITO: LETRA E.</p><p>COMENTÁRIOS: “Letra E” reproduz o entendimento da Lei 7.960/89 e por isso está correta.</p><p>Art. 1° Caberá prisão temporária:</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>40 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;</p><p>Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de</p><p>requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de</p><p>extrema e comprovada necessidade.</p><p>4.4)Prisão Domiciliar</p><p>Professor.....você falou que a prisão processual comporta três espécies: a prisão em flagrante, a prisão</p><p>temporária e a prisão preventiva....</p><p>Por que você colocou prisão domiciliar aqui?!?!!?</p><p>Na verdade, a prisão domiciliar não é um tipo de prisão. A prisão domiciliar (no processo penal) é usada</p><p>para substituir a prisão preventiva, desde que atendidos alguns requisitos da lei.</p><p>Em outras palavras, trata-se da prisão preventiva, mas substituída pela domiciliar, conforme previsão do</p><p>artigo 318 do CPP.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>Há uma espécie de prisão domiciliar que substitui a pena propriamente dita (prisão penal). Não trataremos</p><p>dela aqui, pois estamos falando de prisão processual.</p><p>Veja como o CPP traz o assunto:</p><p>Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só</p><p>podendo dela ausentar-se com autorização judicial.</p><p>Como o nome já diz, o indivíduo fica recolhido em sua residência, só podendo sair dela com autorização</p><p>judicial.</p><p>Professor, em quais hipóteses que o Juiz pode substituir a preventiva por domiciliar?</p><p>Os incisos do artigo 318 trazem tais hipóteses. Nota-se que elas são alternativas, não cumulativas. Em</p><p>outras palavras, basta que o agente se enquadre em um inciso.</p><p>Quando isso cai em prova, a questão traz a letra de lei (reprodução do artigo).</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>I - maior de 80 (oitenta) anos;</p><p>II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;</p><p>III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;</p><p>IV – gestante;</p><p>V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>41 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade</p><p>incompletos.</p><p>Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste</p><p>artigo.</p><p>A substituição só será feita se o autor do fato provar que preenche um requisito.</p><p>Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou</p><p>pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:</p><p>I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa;</p><p>II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.</p><p>O artigo 318-A traz uma previsão para a gestante e para a mãe responsável por crianças ou pessoas com</p><p>deficiência. Para essa substituição, é necessário que o crime não tenha sido praticado com violência ou grave</p><p>ameaça à pessoa (inciso I) e que o crime não tenha sido cometido contra seu filho ou dependente (inciso II).</p><p>OBS: A 2ª Turma do STF vai além do que diz o CPP.</p><p>Para a egrégia Corte Suprema, é incabível tal substituição se o crime tiver sido praticado:</p><p>Mediante violência/grave ameaça;</p><p>Contra descendentes (o inciso II do artigo 318-A do CPP fala apenas contra “filho” ou</p><p>“dependente”);</p><p>Diante de situações excepcionais, devidamente justificadas (caso concreto).</p><p>Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da</p><p>aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.</p><p>Por fim, o artigo 318-B diz que a substituição da prisão preventiva pela domiciliar pode ser feita aplicando</p><p>também alguma medida cautelar prevista no artigo 319 do CPP. A medida cautelar mais comum que é aplicada</p><p>nos casos de prisão domiciliar é o uso da “tornozeleira eletrônica” (monitoração eletrônica).</p><p>Professor...o que é medida cautelar?</p><p>É isso que veremos agora!!!</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>42 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Medidas Cautelares diversas da prisão</p><p>O correto aqui é falar em Medidas Cautelares diversas da prisão. Isso porque a prisão também é uma</p><p>medida cautelar (lembre-se do fumus comissi delicti e do periculum libertatis).</p><p>Como vimos, medida cautelar é uma medida adotada para prevenir, conservar ou assegurar um direito. No</p><p>caso do Processo Penal, as cautelares são adotadas para preservar a sociedade e o regular seguimento da</p><p>investigação ou do processo.</p><p>Muitos esquecem que as medidas cautelares devem observância a um binômio, chamado de Necessidade X</p><p>Adequação. Quer ver?</p><p>Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:</p><p>I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos</p><p>expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;</p><p>II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou</p><p>acusado.</p><p>§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.</p><p>§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou,</p><p>quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante</p><p>requerimento do Ministério Público.</p><p>Em outras palavras, a medida cautelar é necessária quando ela é essencial para a aplicação da lei penal</p><p>(risco de fuga), para a investigação/processo (regular seguimento) e para evitar a prática de infrações penais</p><p>(criminoso habitual).</p><p>Ou seja, a medida cautelar deve ser aplicada não para humilhar ou para antecipar o cumprimento da pena.</p><p>As medidas cautelares são instrumentais, ou seja, são instrumentos para permitir a aplicação da lei penal, o</p><p>regular seguimento da investigação ou do processo e para que o acusado não volte a delinquir.</p><p>No mesmo sentido, a medida cautelar a ser aplicada deve ser adequada ao caso concreto. Se há risco de</p><p>fuga para a Europa, por exemplo, deve-se apreender o passaporte. Se há risco de que o acusado utilize sua</p><p>função pública para praticar infrações, deve-se determinar a suspensão de seu exercício. Em síntese, a medida</p><p>decretada deve ter pertinência com o caso concreto.</p><p>Vemos, ainda, que tais medidas podem ser aplicadas de forma isolada (apenas uma) ou de forma</p><p>cumulativa (duas ou mais).</p><p>Além disso, as cautelares serão sempre decretadas pelo Juiz, de ofício ou a requerimento das partes</p><p>(durante o processo). Quando no curso do inquérito policial, a autoridade policial (Delegado)</p><p>poderá representar</p><p>e o MP poderá requerer. Não há novidade aqui.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>43 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida</p><p>cautelar</p><p>O parágrafo 6º é muito importante e confirma uma afirmação feita no começo da aula: a prisão é exceção.</p><p>Em outras palavras, ela só será decretada quando não for cabível uma medida cautelar diversa dela.</p><p>Feita essa introdução, vamos ver os tipos de medida cautelar?</p><p>Cautelares diversas da prisão</p><p>Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar</p><p>atividades;</p><p>Na prática, o Juiz diz que o sujeito deve comparecer em juízo para informar o que está fazendo.</p><p>II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao</p><p>fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas</p><p>infrações;</p><p>Exemplo: Caio é condenado porque praticou vários crimes em estado de embriaguez voluntária por álcool.</p><p>Sabe-se que caio é alcoólatra. Nesse caso, o Juiz pode determinar que Caio fique impedido de frequentar bares e</p><p>lugares em que são vendidas bebidas alcoólicas.</p><p>III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao</p><p>fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;</p><p>Necessidade</p><p>Adequação</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>44 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>É comum que um réu se comunique com o outro para combinar versões fictícias, principalmente em caso</p><p>de crimes cometidos por organização criminosa. Nesse caso, o Juiz pode determinar que os acusados não</p><p>mantenham contato.</p><p>IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a</p><p>investigação ou instrução;</p><p>Obviamente, se o sujeito se afastar da Comarca, isso dificultará as investigações e o próprio processo.</p><p>V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha</p><p>residência e trabalho fixos;</p><p>Por essa medida cautelar, o investigado/acusado deve se recolher no domicílio em certos momentos. Não</p><p>se trata de prisão domiciliar, mas sim de recolhimento domiciliar. Cuidado com o nome.</p><p>VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira</p><p>quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;</p><p>Já demos esse exemplo. É o caso do funcionário público que utiliza seu cargo para praticar infrações penais.</p><p>Note que a suspensão também pode recair sobre a atividade privada (atividade econômica/financeira), desde</p><p>que esta esteja sendo usada para praticar infrações penais.</p><p>VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave</p><p>ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e</p><p>houver risco de reiteração;</p><p>Se os suspeitos forem inimputáveis ou semi-imputáveis, poderá ser decretada a internação provisória. Não</p><p>se fala em prisão.</p><p>VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a</p><p>obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;</p><p>A fiança será tratada daqui a pouco, quando falarmos de liberdade provisória.</p><p>IX - monitoração eletrônica.</p><p>A monitoração eletrônica é a famosa “tornozeleira eletrônica”.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>45 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de</p><p>fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o</p><p>passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.</p><p>Por fim, o artigo 320 traz a apreensão do passaporte do investigado/réu, quando este estiver proibido de se</p><p>ausentar do país.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>46 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Liberdade Provisória e Fiança</p><p>A liberdade provisória tem fundamento constitucional, veja:</p><p>Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade</p><p>provisória, com ou sem fiança;</p><p>Trata-se, portanto, de um direito fundamental.</p><p>Mas em que consiste a liberdade provisória?</p><p>A liberdade provisória é o instituto cabível quando a prisão é legal, mas estão ausentes os requisitos para a</p><p>decretação da prisão preventiva.</p><p>Veja o que diz o já estudado artigo 310 e o artigo 321 do CPP:</p><p>Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:</p><p>III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.</p><p>Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder</p><p>liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e</p><p>observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.</p><p>Viram que o artigo 321 resume tudo o que foi falado nessas últimas páginas?</p><p>▪ Ausentes os requisitos para a preventiva → liberdade provisória;</p><p>▪ Medidas cautelares podem ser cumuladas;</p><p>▪ Para aplicar medidas cautelares, é necessária a presença da necessidade e adequação (artigo 282</p><p>do CPP).</p><p>Feita essa breve introdução, precisamos relembrar que a liberdade provisória pode ser concedida com ou</p><p>sem fiança.</p><p>É exatamente nesse ponto que entraremos agora.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>47 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>1) Liberdade provisória sem fiança</p><p>Trata-se da liberdade provisória concedida de forma isolada ou concedida de forma cumulativa com outra</p><p>medida cautelar (que não seja a fiança).</p><p>Alguns artigos trazem hipóteses em que a liberdade provisória deve ser concedida sem que a fiança seja</p><p>exigida.</p><p>• Hipóteses de causas de exclusão da ilicitude → Se o autor, preso em flagrante, tiver praticado o</p><p>fato em legítima defesa, exercício regular de direito, estrito cumprimento do dever legal ou em</p><p>estado de necessidade, não poderá haver exigência de fiança para que seja concedida a liberdade</p><p>provisória.</p><p>É o que diz o CPP:</p><p>Art. 310, Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o</p><p>fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de</p><p>dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade</p><p>provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.</p><p>Veja que o artigo não fala em fiança.</p><p>• Caso de acusado “pobre” → Nesse caso, a fiança pode ser dispensada.</p><p>Olhe:</p><p>Art. 325, § 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:</p><p>I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;</p><p>Art. 32, § 1º do CPP Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem</p><p>privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.</p><p>• Caso não caiba fiança no caso concreto → Você já vai entender. Veremos essa hipótese no final</p><p>da aula.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>48 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>2) Liberdade provisória com fiança</p><p>A fiança consiste em um valor depositado em juízo para assegurar o comparecimento da pessoa ao</p><p>processo e para possibilitar o regular desenvolvimento da investigação/ação penal.</p><p>Veja com o artigo 319 trata do assunto:</p><p>Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a</p><p>obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;</p><p>Art. 319, § 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser</p><p>cumulada com outras medidas cautelares.</p><p>Nota-se que a fiança pode ser cumulada com outras medidas cautelares, como falado anteriormente.</p><p>Momento</p><p>A fiança poderá ser prestada enquanto não houver trânsito em julgado da sentença penal condenatória.</p><p>É o que diz o artigo 334 do CPP:</p><p>Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.</p><p>Quem arbitra fiança?</p><p>A fiança, quando for cabível, sempre pode ser arbitrada pelo Juiz.</p><p>No entanto, o artigo 322 permite que a fiança seja concedida pelo próprio Delegado de Polícia, nas</p><p>hipóteses em que a infração penal trouxer pena privativa de liberdade de até 04 anos.</p><p>Olhe:</p><p>Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena</p><p>privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.</p><p>Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)</p><p>horas.</p><p>Em síntese, se o crime trouxer pena superior a 04 anos, a fiança só poderá ser concedida pelo Juiz. Isso cai</p><p>em prova.</p><p>OBS: No caso do crime do artigo 24-A da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) (descumprir medidas protetivas de</p><p>urgência), a pena máxima é de 02 anos.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>49 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>No entanto, apenas o Juiz pode conceder fiança, por expressa previsão do parágrafo 2º.</p><p>Art. 24-A, § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder</p><p>fiança.</p><p>Valor da fiança</p><p>O valor da fiança está no artigo 325 do CPP. Para nosso estudo, basta a simples leitura.</p><p>Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:</p><p>I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no</p><p>grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;</p><p>II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade</p><p>cominada for superior a 4 (quatro) anos.</p><p>§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:</p><p>I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;</p><p>II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou</p><p>III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.</p><p>Crimes que inadmitem fiança</p><p>O artigo 323 do CPP traz os crimes em que não poderá ser concedida a fiança.</p><p>Art. 323. Não será concedida fiança:</p><p>I - nos crimes de racismo;</p><p>II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como</p><p>crimes hediondos;</p><p>III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o</p><p>Estado Democrático;</p><p>OBS: Preciso fazer uma observação em relação à injúria racial.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>50 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já decidiram que o crime de injúria racial é</p><p>imprescritível, pois se equipara ao racismo.</p><p>O candidato deverá ficar atento ao enunciado da questão e responder de acordo com o que foi pedido: “De</p><p>acordo com a Constituição....” ou “De acordo com o STF....”.</p><p>É necessário falar que grande parte da doutrina critica esse entendimento dos Tribunais Superiores.</p><p>O artigo 324 traz outras hipóteses em que não poderá ser concedida a fiança.</p><p>Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:</p><p>I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem</p><p>motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;</p><p>As hipóteses de quebramento de fiança estão no artigo 341 do CPP:</p><p>Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:</p><p>I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;</p><p>II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;</p><p>III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;</p><p>IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;</p><p>V - praticar nova infração penal dolosa.</p><p>II - em caso de prisão civil ou militar;</p><p>A prisão civil e a prisão militar são institutos que não são processuais penais. Como a fiança é medida</p><p>cautelar processual penal, esta não se aplica a esses tipos de prisão.</p><p>IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva</p><p>Se, no caso concreto, estiverem presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, obviamente,</p><p>não caberá fiança, pois deverá ser decretada a preventiva.</p><p>No inciso IV, temos uma inafiançabilidade em virtude de circunstâncias do caso concreto. Por isso, é</p><p>chamado de inafiançabilidade relativa. Em outras palavras, a inafiançabilidade só ocorrerá em virtude de</p><p>peculiaridades do caso.</p><p>Ah, professor...show!! Então se não couber fiança, o acusado ficará preso?</p><p>Não é bem assim. Mesmo que não caiba fiança, caberá liberdade provisória sem fiança.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>51 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Ahn??!?!?!?!?! Que isso, professor....tá errado.....</p><p>Está certo! O Supremo Tribunal Federal decidiu que quem deve analisar se cabe ou não liberdade provisória</p><p>é o Juiz, não o legislador.</p><p>Portanto, em um primeiro momento, cabe liberdade provisória em todos os crimes. No caso concreto, é o</p><p>Juiz que decidirá se concederá ou não.</p><p>COMO CAI: CESPE/2018 – Polícia Federal - Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o</p><p>próximo item de acordo com o entendimento do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.</p><p>A inafiançabilidade nos casos de crimes hediondos não impede a concessão judicial de liberdade provisória,</p><p>impedindo apenas a concessão de fiança como instrumento de obtenção dessa liberdade.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: Acabamos de ver que o fato de o crime ser inafiançável não quer dizer que a liberdade</p><p>provisória seja proibida. Na verdade, o indivíduo poderá ser posto em liberdade, mas a fiança não poderá ser</p><p>exigida para tal.</p><p>Chegamos ao final da nossa aula sobre esse tema que considero fenomenal.</p><p>Os demais artigos sobre fiança têm pouca incidência em prova, mas vale a pena a simples leitura.</p><p>Até a próxima!!</p><p>Crimes inafiançáveis</p><p>Racismo Hedindos e equiparados</p><p>Ação de grupos</p><p>armados contra a</p><p>ordem Constitucional e</p><p>o Estado democrático</p><p>Injúria Racial</p><p>(Dependendo do</p><p>enunciado da questão)</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>52 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Questões comentadas pelo professor</p><p>1)FCC/2019 – TRF da 4ª Região - Considere as seguintes hipóteses:</p><p>I. Maria, grávida, atualmente com 4 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de tráfico de drogas.</p><p>II. Flávia, grávida, atualmente com 2 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de roubo.</p><p>III. Ricarda, grávida, atualmente com 6 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de lesão corporal</p><p>grave praticada contra o seu filho José.</p><p>IV. Patrícia, funcionária pública, grávida e atualmente com 8 meses de gestação, é presa em flagrante por crime</p><p>de peculato.</p><p>Nas audiências de custódia, realizadas dentro de 24 horas contadas a partir da prisão de cada uma das mulheres</p><p>acima referidas, nos termos estabelecidos pelo Código de Processo Penal, sem prejuízo da análise de eventual</p><p>direito das presas ao benefício da liberdade provisória, o Magistrado competente substituirá a prisão preventiva</p><p>por prisão domiciliar APENAS em</p><p>(A) I e IV.</p><p>(B) I, III e IV.</p><p>(C) III.</p><p>(D) II e III.</p><p>(E) II.</p><p>GABARITO: LETRA A.</p><p>COMENTÁRIOS: O candidato deveria conhecer o artigo 318 do CPP.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>IV – gestante;</p><p>A questão, no entanto, é mais complicada do que parece. Isso porque, apesar de todas serem gestantes,</p><p>algumas não poderão ser beneficiadas com a prisão domiciliar.</p><p>Cumpre esclarecer que é incabível tal substituição se o crime tiver sido praticado mediante violência/grave</p><p>ameaça (II) ou contra descendentes (III). Trata-se de entendimento da 2ª Turma do STF e que está positivado no</p><p>CPP.</p><p>Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou</p><p>pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que</p><p>I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;</p><p>II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.</p><p>Sendo assim, as corretas são I e IV.</p><p>2)FCC/2018 – Prefeitura de Caruaru/PE - Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o</p><p>agente for</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>53 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>A)gestante somente a partir do 7° mês de gravidez.</p><p>B)maior de 75 anos.</p><p>C)mulher com filho de 11 (onze) anos de idade.</p><p>D)debilitado por motivo de doença.</p><p>E)imprescindível aos cuidados especiais de criança com deficiência mental ou visual.</p><p>GABARITO: LETRA C.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão cobra as hipóteses de substituição da prisão preventiva. Elas estão previstas</p><p>no artigo 318 do CPP:</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;</p><p>De fato, a mulher com filho de 11 anos de idade pode ter sua prisão substituída.</p><p>LETRA A: Errado, pois é qualquer gestante, não apenas a partir do 7º mês.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>IV – gestante;</p><p>LETRA B: Na verdade, é o maior de 80 anos.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>I - maior de 80 (oitenta) anos;</p><p>Incorreta a assertiva.</p><p>LETRA D: Não é apenas “debilitado por motivo de doença”, é “extremamente debilitado por motivo de</p><p>doença grave”.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;</p><p>LETRA E: Essa assertiva é polêmica. Isso porque o artigo diz “imprescindível aos cuidados de pessoa com</p><p>deficiência”. A questão traz “imprescindível aos cuidados de criança com deficiência mental ou visual”.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;</p><p>Note que o artigo engloba o que está na questão. Criança é pessoa e deficiência mental e visual são tipos de</p><p>deficiência.</p><p>Acredito que a assertiva foi considerada errada porque a banca queria a mera reprodução do artigo.</p><p>3)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - ADAPTADA - Sobre a prisão, o Código de Processo</p><p>Penal dispõe que ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da</p><p>autoridade policial competente.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>54 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: Na verdade, ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e</p><p>fundamentada da autoridade judicial, não policial.</p><p>Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada</p><p>da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no</p><p>curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.</p><p>Portanto, incorreta a assertiva.</p><p>4)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - ADAPTADA - Acerca da prisão, das medidas cautelares</p><p>e da liberdade provisória, é correto afirmar que no curso de inquérito policial instaurado para apuração de delito</p><p>de receptação qualificada, sendo o investigado reincidente em crime doloso, pode o Juiz decretar sua prisão</p><p>temporária pelo prazo de cinco dias, renovável por igual período.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: O crime de receptação não está no rol (lista) dos crimes que admitem a decretação de</p><p>prisão temporária (Lei 7.960/89). Sendo assim, a assertiva está errada.</p><p>5)FCC/2018 – Assembleia Legislativa de Sergipe - A fiança, instituto classicamente atrelado pela doutrina à</p><p>liberdade provisória, está atualmente regulada pelo Código de Processo Penal do artigo 321 ao 350, e, segundo a</p><p>doutrina, consiste em uma caução, uma garantia real, prestada geralmente em dinheiro, que tem como objetivos</p><p>principais a colocação do indiciado ou do acusado em liberdade e, ainda, em vincular o afiançado ao processo,</p><p>obrigando-o ao comparecimento em seus atos. Diante de tais considerações,</p><p>A)depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este</p><p>terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.</p><p>B)é possível a concessão de fiança ainda quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão</p><p>preventiva.</p><p>C)é possível a concessão de fiança no crime de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.</p><p>D)a autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade</p><p>máxima não seja superior a 2 anos.</p><p>E)é possível a concessão de fiança em caso de prisão civil.</p><p>GABARITO: LETRA A.</p><p>COMENTÁRIOS: É exatamente o que diz o artigo 333 do CPP:</p><p>Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do</p><p>Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.</p><p>LETRA B: É exatamente o contrário, ou seja, não é possível.</p><p>Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>55 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva</p><p>LETRA C: Não é possível, por se tratar de crime equiparado a hediondo.</p><p>Art. 323. Não será concedida fiança:</p><p>II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como</p><p>crimes hediondos;</p><p>LETRA D: Errado. A autoridade policial pode conceder fiança nas infrações penais com pena privativa de</p><p>liberdade de até 04 anos.</p><p>Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa</p><p>de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.</p><p>LETRA E: Não é possível a concessão de fiança em caso de prisão civil.</p><p>Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:</p><p>II - em caso de prisão civil ou militar;</p><p>6)FCC/2018 – DPE/AP - ADAPTADA - Na fase de conhecimento, a prisão domiciliar pode ser concedida ao preso</p><p>se for imprescindível aos cuidados de pessoa com deficiência.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão está correta,</p><p>pois traz o entendimento do artigo 318, III do CPP.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;</p><p>7)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre as medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>A)A monitoração eletrônica só pode ser aplicada em caso de crimes cometidos com violência ou grave ameaça</p><p>contra a pessoa.</p><p>B)A prisão preventiva só será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.</p><p>C)Em caso de descumprimento de medida cautelar, deve o juiz de imediato decretar a prisão preventiva, sendo</p><p>vedada a substituição por outra medida.</p><p>D)A internação provisória é cabível em caso de furto quando os peritos concluírem ser inimputável o acusado e</p><p>houver risco de reiteração.</p><p>E)É vedada a aplicação cumulativa de medidas cautelares diversas da prisão, sob pena de bis in idem.</p><p>GABARITO: LETRA B.</p><p>COMENTÁRIOS: É verdade que a prisão preventiva só será decretada quando não for cabível outra medida</p><p>cautelar. Lembre-se de que a prisão é exceção em nosso ordenamento jurídico.</p><p>Art. 282, § 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra</p><p>medida cautelar</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>56 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>LETRA A: Errado, pois não é somente em caso de crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra</p><p>a pessoa.</p><p>LETRA C: Incorreto. Na verdade, em caso de descumprimento de medida cautelar, o Juiz “pode” decretar a</p><p>preventiva. O CPP é claro ao dizer que é possível, inclusive, a substituição por outra cautelar. Além disso,</p><p>eventual cerceamento da liberdade deve ser fundamentado, não será “de imediato”.</p><p>Art. 282, § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou</p><p>mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida,</p><p>impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único).</p><p>LETRA D: A internação provisória só será cabível quando o crime for cometido com violência ou grave</p><p>ameaça.</p><p>Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave</p><p>ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver</p><p>risco de reiteração;</p><p>Incorreta a assertiva.</p><p>LETRA E: É exatamente o contrário. As medidas cautelares podem ser cumuladas.</p><p>Art. 282, § 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.</p><p>8)FCC/2017 – TRF da 5ª Região - O Código de Processo Penal dispõe que qualquer do povo poderá e as</p><p>autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Diante</p><p>de tal contexto, é correto afirmar:</p><p>A)Em até 48 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em</p><p>flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.</p><p>B)A prisão em flagrante deve ser relaxada quando a autoridade policial a considerar, fundamentadamente, ilegal.</p><p>C)Se a autoridade policial verificar que o agente praticou o fato acobertado por alguma excludente de ilicitude,</p><p>poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a</p><p>todos os atos processuais, sob pena de revogação.</p><p>D)Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,</p><p>entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas</p><p>que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada</p><p>oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.</p><p>E)Considera-se em flagrante delito quem é surpreendido na fase dos atos preparatórios da infração penal.</p><p>GABARITO: LETRA D.</p><p>COMENTÁRIOS: A assertiva reproduz o artigo 304 do CPP e por isso está correta.</p><p>Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua</p><p>assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>57 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,</p><p>após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.</p><p>LETRA A: A questão está errada, pois fala “em até 48 horas”. Na verdade, é “em até 24 horas”. Veja:</p><p>Art. 306, § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz</p><p>competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia</p><p>integral para a Defensoria Pública.</p><p>LETRA B: Errado, pois a prisão em flagrante será relaxada se o Juiz considerá-la ilegal.</p><p>Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:</p><p>I - relaxar a prisão ilegal; ou</p><p>LETRA C: A assertiva trocou “Juiz” por “Autoridade Policial” e por isso está incorreta.</p><p>Art. 310, Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato</p><p>nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de</p><p>1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo</p><p>de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.</p><p>LETRA E: Incorreto. Em regra, os atos preparatórios não são puníveis. Considera-se em flagrante delito</p><p>quem está nas situações do artigo 302 do CPP.</p><p>Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:</p><p>I - está cometendo a infração penal;</p><p>II - acaba de cometê-la;</p><p>III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça</p><p>presumir ser autor da infração;</p><p>IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele</p><p>autor da infração.</p><p>9)FCC/2017 – DPE/RS - É INCORRETO afirmar que</p><p>A)as medidas cautelares somente poderão ser aplicadas isoladamente, para evitar bis in idem.</p><p>B)constitui medida cautelar diversa da prisão o recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga</p><p>quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos.</p><p>C)o juiz poderá decretar, no curso do inquérito policial, a proibição de o indiciado manter contato com a vítima</p><p>quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, o indiciado deva permanecer distante dela.</p><p>D)revogada a medida cautelar antes decretada, o juiz pode voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a</p><p>justifiquem.</p><p>E)se não houver urgência nem perigo de ineficácia da medida cautelar, o juiz, ao receber o pedido de decretação</p><p>da medida, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças</p><p>necessárias, permanecendo os autos em juízo.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>58 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>GABARITO: LETRA A.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão pede a incorreta.</p><p>É sabido que as medidas cautelares podem ser aplicadas isoladamente ou de forma cumulativa, de acordo</p><p>com o artigo 282 do CPP.</p><p>Art. 282, § 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.</p><p>Portanto, incorreta a assertiva A.</p><p>LETRA B: Trata-se de medida cautelar diversa da prisão.</p><p>Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão</p><p>V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando</p><p>o investigado ou acusado</p><p>tenha residência e trabalho fixos;</p><p>Correta a assertiva.</p><p>LETRA C: Também é uma cautelar diversa da prisão.</p><p>Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão</p><p>III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao</p><p>fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;</p><p>LETRA D: É exatamente o que diz o parágrafo 5º do artigo 282 do CPP.</p><p>Art. 282, § 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo</p><p>para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.</p><p>LETRA E: Perfeito. Em regra, o Juiz, ao receber o pedido de decretação de cautelar, deve intimar a parte</p><p>contrária. A exceção se dá no caso de urgência ou perigo de ineficácia da medida.</p><p>Art. 282, § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber</p><p>o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do</p><p>requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.</p><p>10)FCC/2017 – PC/AP - A autoridade policial somente poderá conceder fiança no caso de</p><p>A)infrações cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos.</p><p>B)infrações punidas com detenção.</p><p>C)crimes patrimoniais cuja pena privativa de liberdade mínima seja inferior a 4 anos.</p><p>D)crimes definidos como afiançáveis pela Constituição Federal de 1988.</p><p>E)infrações praticadas por policiais cuja pena privativa de liberdade máxima seja inferior a 6 anos.</p><p>GABARITO: LETRA A.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão cobra o entendimento do artigo 322 do CPP.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>59 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa</p><p>de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.</p><p>Em outras palavras, a autoridade policial só poderá conceder fiança se a infração penal for punida com</p><p>pena privativa de liberdade de até 04 anos. Se ultrapassar esse tempo, apenas o Juiz é que poderá deliberar</p><p>sobre esse aspecto.</p><p>Portanto, as demais assertivas estão incorretas.</p><p>11)FCC/2017 – PC/AP - Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a prisão domiciliar quando o agente for</p><p>A)mulher com netos até 12 anos.</p><p>B)maior de 70 anos.</p><p>C)mulher com mais de 60 anos.</p><p>D)homem com filho adolescente.</p><p>E)mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos.</p><p>GABARITO: LETRA E.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão cobra conhecimentos sobre prisão domiciliar. O assunto está no artigo 318 do</p><p>CPP.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;</p><p>Realmente, se a mulher tiver filho de até 12 anos de idade incompletos, ela poderá ser beneficiada.</p><p>LETRA A: Errado. Como vimos, é mulher com filho (não neto) de até 12 anos de idade incompletos.</p><p>LETRAS B e C: Incorretas. O artigo 318, I do CPP fala em pessoa maior de 80 anos.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>I - maior de 80 (oitenta) anos;</p><p>LETRA D: Na verdade, o artigo 318, VI diz que o homem poderá ser beneficiado se for o único responsável</p><p>pelos cuidados de filhos de até 12 anos incompletos. Não se fala em filho adolescente.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:</p><p>VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade</p><p>incompletos.</p><p>Incorreta a assertiva.</p><p>12)CESPE/2018 – MPU - Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma</p><p>assertiva a ser julgada em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais</p><p>superiores acerca de provas no processo penal, prisão e liberdade provisória e habeas corpus.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>60 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Um indivíduo penalmente imputável apresentou-se espontaneamente a autoridade policial depois de ter</p><p>cometido um crime. Nessa situação, a apresentação espontânea não impede a decretação da prisão preventiva</p><p>nos casos em que a lei a autoriza.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: Como falado na parte da teoria, a apresentação espontânea, após o cometimento de um</p><p>crime, impede a prisão em flagrante. No entanto, essa circunstância não impede a prisão preventiva, se</p><p>estiverem presentes os requisitos legais.</p><p>Portanto, questão correta.</p><p>13)CESPE/2018 – MPU - Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma</p><p>assertiva a ser julgada em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais</p><p>superiores acerca de provas no processo penal, prisão e liberdade provisória e habeas corpus.</p><p>Um cidadão penalmente imputável foi preso em flagrante delito pela prática de crime hediondo. Nessa situação,</p><p>é vedada a concessão de fiança ao autuado, mas não será proibido o deferimento de liberdade provisória.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: É exatamente isso. O fato de o crime ser inafiançável não quer dizer que a liberdade</p><p>provisória seja vedada (proibida). O indivíduo poderá ser posto em liberdade, mas a fiança não poderá ser</p><p>exigida.</p><p>Em resumo: cabe liberdade provisória nos crimes hediondos, desde que não seja cumulada com fiança, pois</p><p>tais crimes são inafiançáveis.</p><p>14)CESPE/2018 – Polícia Federal - Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item</p><p>de acordo com o entendimento do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.</p><p>Situação hipotética: A polícia foi informada da possível ocorrência de crime em determinado local. Por</p><p>determinação da autoridade policial, agentes se dirigiram ao local e aguardaram o desenrolar da ação criminosa,</p><p>a qual ensejou a prisão em flagrante dos autores do crime quando praticavam um roubo, que não chegou a ser</p><p>consumado. Foi apurado, ainda, que se tratava de conduta oriunda de grupo organizado para a prática de crimes</p><p>contra o patrimônio. Assertiva: Nessa situação, o flagrante foi lícito e configurou hipótese legal de ação</p><p>controlada.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: Não houve ação controlada no caso narrado. A ação controlada pressupõe a não atuação</p><p>policial, deixando de prender os criminosos em determinado momento, com a finalidade de tornar a</p><p>investigação mais eficiente.</p><p>A situação do enunciado configura flagrante esperado. Em resumo, os policiais foram informados da</p><p>ocorrência de um crime e se dirigiram ao local para esperar a prática do delito. Quando os agentes começaram a</p><p>ação criminosa, houve a prisão em flagrante.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>61 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Portanto, questão errada.</p><p>15)CESPE/2018 – EBSERH - Julgue o seguinte item, acerca do habeas corpus e de medidas coativas de prisão.</p><p>Desde que ajuizada a queixa-crime, o ofendido ou querelante tem legitimidade para requerer à autoridade</p><p>judiciária competente a decretação da prisão temporária do querelado.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão possui dois erros.</p><p>O primeiro é que a prisão temporária só é cabível no inquérito policial. Como o enunciado falado em “desde</p><p>que ajuizada a queixa-crime”, concluímos que já há processo. Havendo processo, não cabe prisão temporária.</p><p>Art. 1° da Lei 7.960/89 - Caberá prisão temporária:</p><p>I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;</p><p>O segundo erro é que o ofendido/querelante não possui legitimidade para requerer tal prisão. A</p><p>legitimidade é somente do Delegado de Polícia e do membro do MP.</p><p>Art. 2° da Lei 7.960/89 - A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em</p><p>face da representação da</p><p>autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por</p><p>igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.</p><p>A questão tentou confundir o candidato com a prisão preventiva, que tem o querelante como legitimado,</p><p>veja:</p><p>Art. 311. do CPP - Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão</p><p>preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do</p><p>querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.</p><p>Grande maldade da banca. Questão errada.</p><p>16)CESPE/2018 – STJ - No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade,</p><p>julgue o seguinte item.</p><p>A prisão preventiva poderá ser decretada no curso da investigação criminal ou em qualquer fase do processo</p><p>penal apenas se houver requerimento do Ministério Público ou da autoridade policial.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão possui dois erros.</p><p>O primeiro deles é falar em “requerimento” da autoridade policial. Na verdade, o Delegado não é parte e</p><p>por isso representa.</p><p>O segundo erro é falar “apenas se houver requerimento do Ministério Público ou da autoridade policial”.</p><p>Na verdade, mais legitimados podem pedir a decretação da prisão preventiva, não apenas o Delegado e o</p><p>membro do MP.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>62 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Veja:</p><p>Art. 311. do CPP - Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão</p><p>preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público,</p><p>do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.</p><p>Dessa forma, questão incorreta.</p><p>17)CESPE/2018 – STJ - No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade,</p><p>julgue o seguinte item.</p><p>A comunicação de prisão em flagrante deverá ocorrer em até vinte e quatro horas após a sua efetivação: o auto</p><p>de prisão deverá ser encaminhado ao juízo competente para análise da possibilidade de relaxamento da prisão,</p><p>de conversão da prisão em liberdade provisória ou de decretação de prisão preventiva.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: Quem acertou, errou. Quem errou, acertou.</p><p>Trata-se de uma questão extremamente polêmica e que, na minha opinião, está com o gabarito</p><p>equivocado.</p><p>O começo da assertiva diz que a comunicação da prisão em flagrante será feita em “até vinte e quatro</p><p>horas” após a sua efetivação. Isso está errado, pois a comunicação deverá ser feita de forma imediata. É o que diz</p><p>o artigo 306.</p><p>Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao</p><p>juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.</p><p>Coloquei essa questão de propósito. É frustrante ver um gabarito assim, mas isso não deve atrapalhar o</p><p>estudo de vocês. Se vocês já fizeram algum Teste de Direção meu, marquem essa questão como QR e sigam em</p><p>frente.</p><p>Gabarito da banca: Certo.</p><p>Gabarito do professor: Errado</p><p>18)CESPE/2018 – STJ - A respeito da prisão, dos processos de competência originária e da revisão criminal,</p><p>julgue o item subsecutivo.</p><p>Quando da apreciação da representação de prisão preventiva firmada por autoridade policial, o juiz poderá</p><p>aplicar, de ofício, outra medida cautelar em substituição à prisão, caso entenda que o pedido tenha sido</p><p>inadequado.</p><p>GABARITO: CERTO.</p><p>COMENTÁRIOS: De fato, se o Delegado representar pela prisão preventiva, o Juiz não estará obrigado a</p><p>decretá-la. Falamos exaustivamente que a prisão é exceção.</p><p>Em outras palavras, poderá ser aplicada outra medida cautelar para que a prisão não seja decretada.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>63 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 282, § 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra</p><p>medida cautelar</p><p>Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá</p><p>conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste</p><p>Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.</p><p>Ademais, o Juiz pode aplicar cautelares de ofício:</p><p>Art. 282, § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes</p><p>ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante</p><p>requerimento do Ministério Público.</p><p>Portanto, gabarito perfeito.</p><p>19)CESPE/2017 – TRF 1ª Região - Com relação a prisão temporária, normas dos juizados especiais criminais e</p><p>questões e processos incidentes no processo penal, julgue o item subsecutivo.</p><p>A prisão temporária pode ser decretada pelo juiz, de ofício, pelo prazo de cinco dias, prorrogável,</p><p>excepcionalmente, por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade para as investigações</p><p>policiais.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão está errada por falar que a prisão temporária pode ser decretada pelo Juiz de</p><p>ofício.</p><p>Na verdade, a prisão temporária será decretada pelo juiz, mediante representação do Delegado de Polícia</p><p>ou mediante requerimento do Ministério Público.</p><p>Art. 2° da Lei 7.960/89 - A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da</p><p>autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por</p><p>igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.</p><p>20)CESPE/2015 – TJDFT - Com relação à prisão, julgue o próximo item.</p><p>A prisão preventiva, medida excepcional, nos termos do Código de Processo Penal, pode ser automaticamente</p><p>decretada em caso de descumprimento de medida protetiva de urgência relativa a crime que envolva violência</p><p>doméstica contra a mulher.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: A questão está errada apenas por um detalhe.</p><p>De fato, a preventiva pode ser decretada para garantir a execução das medidas protetivas de urgência,</p><p>veja:</p><p>Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:</p><p>III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,</p><p>enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>64 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>No entanto, a decretação da prisão não é “automática”, como diz o enunciado. O Juiz deve fundamentar no</p><p>caso concreto.</p><p>Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.</p><p>Questão, portanto, errada.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>65 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Lista de questões comentadas</p><p>1)FCC/2019 – TRF da 4ª Região - Considere as seguintes hipóteses:</p><p>I. Maria, grávida, atualmente com 4 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de tráfico de drogas.</p><p>II. Flávia, grávida, atualmente com 2 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de roubo.</p><p>III. Ricarda, grávida, atualmente com 6 meses de gestação, é presa em flagrante por crime de lesão corporal</p><p>grave praticada contra o seu filho José.</p><p>IV. Patrícia, funcionária pública, grávida e atualmente com 8 meses de gestação, é presa em flagrante por crime</p><p>de peculato.</p><p>Nas audiências de custódia, realizadas dentro de 24 horas contadas a partir da prisão de cada uma das mulheres</p><p>acima referidas, nos termos estabelecidos pelo Código de Processo Penal, sem prejuízo da análise</p><p>de eventual</p><p>direito das presas ao benefício da liberdade provisória, o Magistrado competente substituirá a prisão preventiva</p><p>por prisão domiciliar APENAS em</p><p>(A) I e IV.</p><p>(B) I, III e IV.</p><p>(C) III.</p><p>(D) II e III.</p><p>(E) II.</p><p>2)FCC/2018 – Prefeitura de Caruaru/PE - Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o</p><p>agente for</p><p>A)gestante somente a partir do 7° mês de gravidez.</p><p>B)maior de 75 anos.</p><p>C)mulher com filho de 11 (onze) anos de idade.</p><p>D)debilitado por motivo de doença.</p><p>E)imprescindível aos cuidados especiais de criança com deficiência mental ou visual.</p><p>3)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - ADAPTADA - Sobre a prisão, o Código de Processo</p><p>Penal dispõe que ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da</p><p>autoridade policial competente.</p><p>4)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - ADAPTADA - Acerca da prisão, das medidas cautelares</p><p>e da liberdade provisória, é correto afirmar que no curso de inquérito policial instaurado para apuração de delito</p><p>de receptação qualificada, sendo o investigado reincidente em crime doloso, pode o Juiz decretar sua prisão</p><p>temporária pelo prazo de cinco dias, renovável por igual período.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>66 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>5)FCC/2018 – Assembleia Legislativa de Sergipe - A fiança, instituto classicamente atrelado pela doutrina à</p><p>liberdade provisória, está atualmente regulada pelo Código de Processo Penal do artigo 321 ao 350, e, segundo a</p><p>doutrina, consiste em uma caução, uma garantia real, prestada geralmente em dinheiro, que tem como objetivos</p><p>principais a colocação do indiciado ou do acusado em liberdade e, ainda, em vincular o afiançado ao processo,</p><p>obrigando-o ao comparecimento em seus atos. Diante de tais considerações,</p><p>A)depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este</p><p>terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.</p><p>B)é possível a concessão de fiança ainda quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão</p><p>preventiva.</p><p>C)é possível a concessão de fiança no crime de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.</p><p>D)a autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade</p><p>máxima não seja superior a 2 anos.</p><p>E)é possível a concessão de fiança em caso de prisão civil.</p><p>6)FCC/2018 – DPE/AP - ADAPTADA - Na fase de conhecimento, a prisão domiciliar pode ser concedida ao preso</p><p>se for imprescindível aos cuidados de pessoa com deficiência.</p><p>7)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre as medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>A)A monitoração eletrônica só pode ser aplicada em caso de crimes cometidos com violência ou grave ameaça</p><p>contra a pessoa.</p><p>B)A prisão preventiva só será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.</p><p>C)Em caso de descumprimento de medida cautelar, deve o juiz de imediato decretar a prisão preventiva, sendo</p><p>vedada a substituição por outra medida.</p><p>D)A internação provisória é cabível em caso de furto quando os peritos concluírem ser inimputável o acusado e</p><p>houver risco de reiteração.</p><p>E)É vedada a aplicação cumulativa de medidas cautelares diversas da prisão, sob pena de bis in idem.</p><p>8)FCC/2017 – TRF da 5ª Região - O Código de Processo Penal dispõe que qualquer do povo poderá e as</p><p>autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Diante</p><p>de tal contexto, é correto afirmar:</p><p>A)Em até 48 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em</p><p>flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.</p><p>B)A prisão em flagrante deve ser relaxada quando a autoridade policial a considerar, fundamentadamente, ilegal.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>67 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>C)Se a autoridade policial verificar que o agente praticou o fato acobertado por alguma excludente de ilicitude,</p><p>poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a</p><p>todos os atos processuais, sob pena de revogação.</p><p>D)Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,</p><p>entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas</p><p>que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada</p><p>oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.</p><p>E)Considera-se em flagrante delito quem é surpreendido na fase dos atos preparatórios da infração penal.</p><p>9)FCC/2017 – DPE/RS - É INCORRETO afirmar que</p><p>A)as medidas cautelares somente poderão ser aplicadas isoladamente, para evitar bis in idem.</p><p>B)constitui medida cautelar diversa da prisão o recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga</p><p>quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos.</p><p>C)o juiz poderá decretar, no curso do inquérito policial, a proibição de o indiciado manter contato com a vítima</p><p>quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, o indiciado deva permanecer distante dela.</p><p>D)revogada a medida cautelar antes decretada, o juiz pode voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a</p><p>justifiquem.</p><p>E)se não houver urgência nem perigo de ineficácia da medida cautelar, o juiz, ao receber o pedido de decretação</p><p>da medida, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças</p><p>necessárias, permanecendo os autos em juízo.</p><p>10)FCC/2017 – PC/AP - A autoridade policial somente poderá conceder fiança no caso de</p><p>A)infrações cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos.</p><p>B)infrações punidas com detenção.</p><p>C)crimes patrimoniais cuja pena privativa de liberdade mínima seja inferior a 4 anos.</p><p>D)crimes definidos como afiançáveis pela Constituição Federal de 1988.</p><p>E)infrações praticadas por policiais cuja pena privativa de liberdade máxima seja inferior a 6 anos.</p><p>11)FCC/2017 – PC/AP - Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a prisão domiciliar quando o agente for</p><p>A)mulher com netos até 12 anos.</p><p>B)maior de 70 anos.</p><p>C)mulher com mais de 60 anos.</p><p>D)homem com filho adolescente.</p><p>E)mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>68 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>12)CESPE/2018 – MPU - Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma</p><p>assertiva a ser julgada em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais</p><p>superiores acerca de provas no processo penal, prisão e liberdade provisória e habeas corpus.</p><p>Um indivíduo penalmente imputável apresentou-se espontaneamente a autoridade policial depois de ter</p><p>cometido um crime. Nessa situação, a apresentação espontânea não impede a decretação da prisão preventiva</p><p>nos casos em que a lei a autoriza.</p><p>13)CESPE/2018 – MPU - Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma</p><p>assertiva a ser julgada em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais</p><p>superiores acerca de provas no processo penal, prisão e liberdade provisória e habeas corpus.</p><p>Um cidadão penalmente imputável foi preso em flagrante delito pela prática de crime hediondo. Nessa situação,</p><p>é vedada a concessão de fiança ao autuado, mas não será proibido o deferimento de liberdade provisória.</p><p>14)CESPE/2018 – Polícia Federal - Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item</p><p>de acordo com o entendimento</p><p>do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.</p><p>Situação hipotética: A polícia foi informada da possível ocorrência de crime em determinado local. Por</p><p>determinação da autoridade policial, agentes se dirigiram ao local e aguardaram o desenrolar da ação criminosa,</p><p>a qual ensejou a prisão em flagrante dos autores do crime quando praticavam um roubo, que não chegou a ser</p><p>consumado. Foi apurado, ainda, que se tratava de conduta oriunda de grupo organizado para a prática de crimes</p><p>contra o patrimônio. Assertiva: Nessa situação, o flagrante foi lícito e configurou hipótese legal de ação</p><p>controlada.</p><p>15)CESPE/2018 – EBSERH - Julgue o seguinte item, acerca do habeas corpus e de medidas coativas de prisão.</p><p>Desde que ajuizada a queixa-crime, o ofendido ou querelante tem legitimidade para requerer à autoridade</p><p>judiciária competente a decretação da prisão temporária do querelado.</p><p>16)CESPE/2018 – STJ - No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade,</p><p>julgue o seguinte item.</p><p>A prisão preventiva poderá ser decretada no curso da investigação criminal ou em qualquer fase do processo</p><p>penal apenas se houver requerimento do Ministério Público ou da autoridade policial.</p><p>17)CESPE/2018 – STJ - No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade,</p><p>julgue o seguinte item.</p><p>A comunicação de prisão em flagrante deverá ocorrer em até vinte e quatro horas após a sua efetivação: o auto</p><p>de prisão deverá ser encaminhado ao juízo competente para análise da possibilidade de relaxamento da prisão,</p><p>de conversão da prisão em liberdade provisória ou de decretação de prisão preventiva.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>69 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>18)CESPE/2018 – STJ - A respeito da prisão, dos processos de competência originária e da revisão criminal,</p><p>julgue o item subsecutivo.</p><p>Quando da apreciação da representação de prisão preventiva firmada por autoridade policial, o juiz poderá</p><p>aplicar, de ofício, outra medida cautelar em substituição à prisão, caso entenda que o pedido tenha sido</p><p>inadequado.</p><p>19)CESPE/2017 – TRF 1ª Região - Com relação a prisão temporária, normas dos juizados especiais criminais e</p><p>questões e processos incidentes no processo penal, julgue o item subsecutivo.</p><p>A prisão temporária pode ser decretada pelo juiz, de ofício, pelo prazo de cinco dias, prorrogável,</p><p>excepcionalmente, por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade para as investigações</p><p>policiais.</p><p>20)CESPE/2015 – TJDFT - Com relação à prisão, julgue o próximo item.</p><p>A prisão preventiva, medida excepcional, nos termos do Código de Processo Penal, pode ser automaticamente</p><p>decretada em caso de descumprimento de medida protetiva de urgência relativa a crime que envolva violência</p><p>doméstica contra a mulher.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>70 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Gabarito</p><p>1. A</p><p>2. C</p><p>3. ERRADO</p><p>4. ERRADO</p><p>5. A</p><p>6. CERTO</p><p>7. B</p><p>8. D</p><p>9. A</p><p>10. A</p><p>11. E</p><p>12. CERTO</p><p>13. CERTO</p><p>14. ERRADO</p><p>15. ERRADO</p><p>16. ERRADO</p><p>17. CERTO</p><p>18. CERTO</p><p>19. ERRADO</p><p>20. ERRADO</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>71 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Resumo direcionado</p><p>1) Prisões</p><p>Prisão</p><p>Extrapenal</p><p>Civil ou Militar</p><p>Penal</p><p>Cumprimento de pena</p><p>Processual Penal</p><p>Flagrante</p><p>Preventiva</p><p>Temporária</p><p>Exceções à inviolabilidade de</p><p>domicílio</p><p>Flagrante Desastre Prestar socorro</p><p>Determinação Judicial,</p><p>durante o dia</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>72 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Presidente da</p><p>República</p><p>Parlamentares Magistrados Membros do MP Advogados</p><p>Prisão somente após</p><p>sentença</p><p>condenatória</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Prisão por ordem</p><p>escrita do</p><p>Tribunal/Órgão</p><p>Especial competente</p><p>para o julgamento</p><p>deles</p><p>Prisão por ordem</p><p>escrita do Tribunal</p><p>competente para o</p><p>julgamento deles</p><p>Presença da OAB</p><p>para lavrar o APF em</p><p>caso de prisão em</p><p>flagrante no</p><p>exercício de suas</p><p>funções</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Nos demais, casos,</p><p>basta comunicação à</p><p>seccional da OAB</p><p>Relaxamento Prisão ilegal</p><p>Revogação</p><p>Prisão desnecessária</p><p>no caso concreto</p><p>Uso de algemas</p><p>Resistência</p><p>Fundado receio de fuga</p><p>Perigo à integridade física</p><p>própria ou de terceiros</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>73 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Prisão Preventiva</p><p>No Inquérito Policial</p><p>Representação do</p><p>Delegado</p><p>Requerimento do</p><p>membro do MP</p><p>Na Ação Penal</p><p>Pelo Juiz, de ofício</p><p>Requerimento do</p><p>MP</p><p>Requerimento do</p><p>Assistente de</p><p>Acusação</p><p>Requerimento no</p><p>Querelante (ações</p><p>penais privadas)</p><p>Flagrante Próprio Flagrante Impróprio Flagrante Presumido</p><p>Está cometendo ou acabou de</p><p>cometer a infração penal</p><p>Perseguido, logo após cometer a</p><p>infração penal</p><p>Encontrado, logo depois, com</p><p>objetos que façam presumir ser o</p><p>autor da infração</p><p>Incisos I e II Inciso III Inciso IV</p><p>Flagrante Esperado Flagrante Diferido Flagrante Provocado Flagrante Forjado</p><p>A autoridade espera o</p><p>cometimento da infração,</p><p>sem contribuir para esta</p><p>Não atuação policial, em</p><p>virtude de esperar o melhor</p><p>momento para efetuar a</p><p>prisão, sob o ponto de vista</p><p>da investigação</p><p>A autoridade estimula a</p><p>prática do delito e, ao</p><p>mesmo tempo, toma as</p><p>precauções para que não</p><p>haja a consumação</p><p>A autoridade “planta”</p><p>objetos para simular</p><p>uma situação</p><p>flagrancial que não</p><p>existe</p><p>É legal É legal É ilegal É ilegal</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>74 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>2) Medidas Cautelares, liberdade provisória e fiança</p><p>PrisãoTemporária No Inquérito Policial</p><p>Representação do</p><p>Delegado</p><p>Requerimento do</p><p>membro do MP</p><p>PrisãoTemporária</p><p>Lei 7.960/89</p><p>Prazo de 05 dias,</p><p>prorrogável por mais 05</p><p>dias</p><p>Crimes hediondos ou</p><p>equiparados</p><p>Prazo de 30 dias,</p><p>prorrogável por mais 30</p><p>dias</p><p>Necessidade</p><p>Adequação</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>75 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Crimes inafiançáveis</p><p>Racismo Hedindos e equiparados</p><p>Ação de grupos armados</p><p>contra a ordem</p><p>Constitucional e o</p><p>Estado democrático</p><p>Injúria Racial</p><p>(Dependendo do</p><p>enunciado da questão)</p><p>anormal das vias</p><p>recursais. Dos recursos em espécie. Nulidades.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>7 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Prisões</p><p>O tema “Prisões” é, na minha opinião, o tema mais fascinante de todo o Processo Penal. Está no plural de</p><p>propósito, pois vocês verão que temos mais de um tipo de prisão e as diferenças caem em prova.</p><p>Trata-se de uma parte da matéria com grande aplicabilidade na prática. Quer ver?</p><p>Frequentemente, vemos que alguns investigados são presos e quase que imediatamente são soltos. Você</p><p>já parou para pensar se há um motivo jurídico para isso?</p><p>Você já ouvir falar em “tornozeleira eletrônica”, certo? Já pensou em quais hipóteses ela pode ser usada?</p><p>Será que é aleatório?</p><p>Todo mundo já ouviu falar que o “réu primário com emprego fixo não pode ser preso”. Isso é realmente</p><p>verdade?</p><p>Antes de começarmos a matéria, preciso dizer uma coisa muito importante: a prisão, em nosso</p><p>ordenamento jurídico, é exceção.</p><p>Veja:</p><p>Art. 5º, LXI da CF - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada</p><p>de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente</p><p>militar, definidos em lei;</p><p>Art. 283. do CPP Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e</p><p>fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória</p><p>transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou</p><p>prisão preventiva.</p><p>Mas o que é “prisão”?</p><p>Prender é o ato de capturar alguém, limitando (“cerceando” → grave essa palavra) sua liberdade, de forma</p><p>não permanente.</p><p>Como acabei de falar, temos vários tipos de prisão:</p><p>✓ Prisão Extrapenal (Militar e Civil)</p><p>✓ Prisão Penal</p><p>✓ Prisão Processual/Provisória/Cautelar</p><p>Vamos ver as diferenças?</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>8 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>1) Tipos de Prisão</p><p>1.1)Prisão Extrapenal</p><p>A prisão extrapenal é a prisão fora do direito penal. Trata-se da prisão militar e a da prisão civil.</p><p>A prisão militar não é interessante neste momento, pois estamos estudando o Direito Processual Penal,</p><p>não o Direito Processual Penal Militar.</p><p>A prisão civil é permitida pela própria Constituição Federal, veja:</p><p>Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário</p><p>e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;</p><p>A CF, portanto, permite a prisão por dívida civil em duas hipóteses: por inadimplemento (não pagar) de</p><p>pensão alimentícia e se o indivíduo for depositário infiel.</p><p>Professor, o que é “depositário infiel”?</p><p>Depositário é um indivíduo que ficou responsável pela guarda (guardar) de um bem que não lhe pertence.</p><p>Esse depositário é chamado de “infiel”, pois deixou que o bem desaparecesse (escondeu ou perdeu o bem).</p><p>Eu coloquei essa hipótese riscada, pois apesar de a CF permitir a prisão do depositário infiel, o STF diz que</p><p>tal restrição da liberdade é ilícita. Isso porque a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José</p><p>da Costa Rica) não permite prisão nesta hipótese:</p><p>Art. 7, 7: Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade</p><p>judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.</p><p>Veja a Súmula Vinculante 25, talvez uma das Súmulas mais importantes de todo o Direito:</p><p>Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de</p><p>depósito.</p><p>Portanto, é possível concluir que a CF permite a prisão do depositário infiel, mas o STF não. Cuidado com o</p><p>comando (enunciado) da questão de prova.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>9 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>1.2)Prisão Penal</p><p>A prisão penal nada mais é do que o cumprimento de uma pena (detenção, reclusão ou prisão simples).</p><p>Essa pena é consequência de uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Trata-se da manifestação</p><p>do princípio da presunção de inocência (não culpabilidade).</p><p>Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal</p><p>condenatória;</p><p>Transitado em julgado, professor? Quando a sentença transita em julgado?</p><p>Há intensa divergência doutrinária, inclusive dentro do próprio STF.</p><p>❖ 1ª Corrente: Para esta corrente, o trânsito em julgado é o esgotamento de todas as instâncias</p><p>judiciais. Enquanto couber algum tipo de recurso, não haverá o trânsito em julgado.</p><p>Isso quer dizer que o réu não poderá cumprir a pena enquanto não julgado o Recurso Especial (STJ) e/ou o</p><p>Recurso Extraordinário (STF). É a posição mais benéfica para o réu e era a posição majoritária dentro do</p><p>Supremo Tribunal Federal.</p><p>Exemplo: Um amigo A empresta um casaco para o amigo B.</p><p>O amigo B, por achar que ficou bem com o moletom, se recusa a devolver o objeto, apropriando-se deste.</p><p>Ocorre que o amigo A abre um boletim de ocorrência e o amigo B vem a ser processado criminalmente.</p><p>Houve condenação em primeira e segunda instâncias, mas há um recurso no STF esperando julgamento.</p><p>B é considerado culpado?</p><p>Para esta corrente, não.</p><p>❖ 2ª Corrente: Trânsito em julgado é a impossibilidade de se rediscutir fatos e provas. E isso ocorre</p><p>quando o Tribunal/Turma Recursal condena ou confirma uma condenação.</p><p>Isso quer dizer que, após o processo passar pelo segundo grau, há o trânsito em julgado. É, atualmente, a</p><p>posição majoritária dentro do próprio STF.</p><p>No entanto, isso pode mudar a qualquer momento. Como falei, o tema é bem polêmico.</p><p>Exemplo: Um amigo A empresta um casaco para o amigo B.</p><p>O amigo B, por achar que ficou bem com o moletom, se recusa a devolver o objeto, apropriando-se deste.</p><p>Ocorre que o amigo A abre um boletim de ocorrência e o amigo B vem a ser processado criminalmente.</p><p>Houve condenação em primeira e segunda instâncias, mas há um recurso no STF esperando julgamento.</p><p>B é considerado culpado?</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>10 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Para esta corrente, sim, pois foi condenado em segunda instância. Sendo assim, não há mais a</p><p>possibilidade de se discutir fatos e provas.</p><p>O Supremo Tribunal Federal, portanto, entende que o indivíduo pode cumprir a pena após uma</p><p>condenação ou confirmação de uma condenação por um órgão colegiado (Tribunal ou Turma Recursal).</p><p>Nota-se que a condenação em segundo grau se dá em três hipóteses:</p><p>▪ Tribunal/Turma Recursal que confirma uma sentença condenatória; (juiz já tinha condenado o réu);</p><p>▪ Tribunal/Turma Recursal que, reformando a sentença, condena o acusado; (juiz tinha absolvido o</p><p>réu);</p><p>▪ Tribunal que condena réus em ações penais originárias (sujeitos com foro por prerrogativa de</p><p>função).</p><p>1.3)Prisão Processual Penal/Provisória/Cautelar</p><p>A prisão processual penal é a prisão do nosso estudo no Processo Penal. É a prisão que, na prática, gera as</p><p>perguntas antecipadas no começo desta aula.</p><p>Ela é chamada de Provisória, pois o indivíduo ainda não é condenado. No mesmo sentido, também é</p><p>conhecida como Cautelar, pois é dotada de um caráter de urgência, normalmente presente quando se quer</p><p>prevenir ou defender direitos.</p><p>A Prisão Processual Penal é gênero das espécies prisão em flagrante, prisão preventiva e prisão</p><p>temporária.</p><p>Prisão</p><p>Extrapenal</p><p>Civil ou Militar</p><p>Penal</p><p>Cumprimento de</p><p>pena</p><p>Processual Penal</p><p>Flagrante</p><p>Preventiva</p><p>Temporária</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>11 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Inicialmente,</p><p>temos que saber que a prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora. No</p><p>entanto, devem ser respeitados direitos e garantias fundamentais, como a inviolabilidade de domicílio.</p><p>Isso está no artigo 283, parágrafo 2º do CPP. Veja:</p><p>Art. 283, § 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições</p><p>relativas à inviolabilidade do domicílio.</p><p>Exemplo: Tício está agredindo a moça que trabalha em sua casa.</p><p>Nesse caso, alguém pode arrombar a porta para prendê-lo?</p><p>Veremos que sim, pois há “flagrante delito”.</p><p>Isso quer dizer que para entrar na casa de alguém deve-se respeitar o artigo 5º, XI da CF:</p><p>Art. 5º, XI da CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,</p><p>durante o dia, por determinação judicial;</p><p>Ou seja, em regra, ninguém pode entrar na casa de outra pessoa sem o consentimento do morador. No</p><p>entanto, o próprio artigo traz exceções:</p><p>➔ Situação de flagrante (prisão em flagrante – caso do exemplo);</p><p>➔ Situação de desastre (casa desmoronando, por exemplo);</p><p>➔ Para prestar socorro (alguém que está desmaiado, por exemplo);</p><p>➔ Por determinação judicial, durante o dia (para cumprir um mandado de prisão ou de busca e</p><p>apreensão, por exemplo).</p><p>Professor, todas as pessoas podem ser presas?</p><p>Sim. No entanto, algumas delas não podem ser presas em determinadas situações. São as chamadas</p><p>“imunidades”.</p><p>Vamos vê-las?</p><p>Exceções à inviolabilidade de</p><p>domicílio</p><p>Flagrante Desastre Prestar socorro</p><p>Determinação</p><p>Judicial, durante o</p><p>dia</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>12 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>2) Imunidades</p><p>2.1)Presidente da República</p><p>O Presidente da República, nas infrações penais comuns, não poderá ser preso enquanto não houver</p><p>sentença condenatória no processo em que ele é réu.</p><p>Exemplo: Caio, Presidente da República, é réu em um processo por crime comum.</p><p>No curso da ação, a autoridade competente pede a prisão provisória do réu.</p><p>Preenchidos os requisitos, essa prisão será permitida?</p><p>Não. Tal prisão não será admitida, pois o Presidente só pode ser preso, em caso de infrações penais</p><p>comuns, após sentença condenatória.</p><p>Veja:</p><p>Art. 86, § 3º da CF - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o</p><p>Presidente da República não estará sujeito a prisão.</p><p>Essa imunidade é chamada de imunidade prisional.</p><p>2.2)Congressistas/Parlamentares (Senadores e Deputados Federais)</p><p>Os parlamentares, como são chamados os Deputados Federais e os Senadores, em regra, não estarão</p><p>sujeitos à prisão. A exceção se dá na hipótese de flagrante de crime inafiançável.</p><p>Essa imunidade é chamada de imunidade prisional, um dos tipos de imunidade formal.</p><p>Art. 53, § 2º da CF - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão</p><p>ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de</p><p>vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a</p><p>prisão.</p><p>Os crimes inafiançáveis são:</p><p>• Os crimes hediondos (Lei 8.072/90);</p><p>• Os crimes equiparados a hediondos (Tráfico de Drogas, Tortura e Terrorismo - TTT);</p><p>• O racismo;</p><p>• A ação de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado</p><p>Democrático.</p><p>(((No final desta aula, quando falarmos de fiança, farei uma consideração sobre os crimes</p><p>inafiançáveis)))</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>13 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Exemplo: Semprônio, Senador, responde a uma ação penal por lavagem de dinheiro.</p><p>Nesse caso, ele poderá ser preso provisoriamente?</p><p>Não. Semprônio tem imunidade parlamentar.</p><p>Que absurdo, professor! Por que ele tem imunidade?</p><p>A imunidade parlamentar serve para proteger o próprio cargo. Ou seja, tal imunidade protege a função</p><p>parlamentar, que deverá ser exercida sem nenhum tipo de “medo” de represálias.</p><p>Por isso, o congressista não pode abrir mão (renunciar) dela. A imunidade é do cargo, não da pessoa.</p><p>Exemplo 2: Semprônio, Senador, está furtando uma pessoa na rua.</p><p>Nesse caso, ele poderá ser preso em flagrante?</p><p>Não. Semprônio tem imunidade parlamentar.</p><p>Apesar de a hipótese ser de flagrante, ela não é de flagrante de crime inafiançável.</p><p>Exemplo 3: Semprônio, Senador, dono de um restaurante, não está permitindo que adeptos de determinada</p><p>religião entrem em seu estabelecimento.</p><p>Nesse caso, ele poderá ser preso em flagrante?</p><p>Sim. Trata-se de hipótese de flagrante de racismo, crime inafiançável.</p><p>Veja a lei 7.716/89:</p><p>Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça,</p><p>cor, etnia, religião ou procedência nacional.</p><p>Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou</p><p>receber cliente ou comprador.</p><p>Nesse caso (prisão em flagrante por crime inafiançável), o que acontecerá?</p><p>1. Os autos em que houve a formalização (“lavratura”) da prisão em flagrante serão remetidos, no</p><p>prazo de 24 horas, à casa parlamentar da qual o congressista faz parte (Câmara dos Deputados ou</p><p>Senado Federal);</p><p>2. Tal casa de reunirá e, por maioria de votos, “resolverá” sobre a prisão. Ou seja, dirá se o</p><p>parlamentar deve continuar preso ou não.</p><p>Veja a parte final do artigo 53 do parágrafo 2º do CP:</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>14 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 53, § 2º da CF - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser</p><p>presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte</p><p>e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a</p><p>prisão.</p><p>Professor, o artigo 53 da CF trata dos Deputados Federais e dos Senadores. E os Deputados Estaduais?</p><p>Os Deputados Estaduais possuem essa mesma imunidade. Olhe:</p><p>Art. 27, § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras</p><p>desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de</p><p>mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.</p><p>2.3)Magistrados (Juízes, Desembargadores e Ministros de Tribunal Superior)</p><p>Os Magistrados também possuem um tipo de imunidade prisional. Isso está no artigo 33, II da Lei</p><p>Complementar 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura – LOMAN).</p><p>Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:</p><p>II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do Órgão Especial competente para o</p><p>julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata</p><p>comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado</p><p>Portanto, em regra, o Magistrado não pode ser preso, salvo por:</p><p>• Ordem escrita do Tribunal/Órgão Especial competente para o julgamento dele (foro por</p><p>prerrogativa de função);</p><p>Exemplo: Semprônio, Juiz Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, responde a uma ação penal por crime</p><p>de corrupção passiva.</p><p>Nesse caso, ele será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, pois a Justiça Federal do Distrito</p><p>Federal está vinculada ao TRF 1.</p><p>No caso de ser cabível a prisão preventiva, quem deverá decretá-la é o próprio Tribunal. No caso do TRF 1,</p><p>o regimento interno diz que a competência para julgar autoridades com foro por prerrogativa de função é da</p><p>Corte Especial (órgão especial).</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>15 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>• Flagrante de crime inafiançável → hipótese já tratada.</p><p>OBS:</p><p>Aqui temos uma peculiaridade.</p><p>No caso de Deputados e Senadores, o Delegado de Policia formaliza (“lavra”) o auto de prisão em</p><p>flagrante.</p><p>Na hipótese de crimes inafiançáveis cometidos por Juízes, o Delegado não poderá lavrar o auto de prisão</p><p>de flagrante.</p><p>Veremos que a prisão em flagrante tem “fases”. A Polícia só poderá capturar o Magistrado, devendo fazer</p><p>imediata comunicação e apresentação dele ao Presidente do Tribunal a que ele esteja vinculado.</p><p>2.4)Membros do Ministério Público</p><p>Os membros do MP possuem a mesma prerrogativa apontada para os Magistrados. Veja o que dizem a Lei</p><p>8.625/93 – Lei Orgânica do Ministério Público) e a Lei Complementar 75/93 (Lei do Ministério Público da União)</p><p>Art. 40. da Lei 8.625/93 - Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras</p><p>previstas na Lei Orgânica:</p><p>III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em</p><p>que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do</p><p>membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;</p><p>Art. 18. Da LC 75 - São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:</p><p>II - processuais:</p><p>d)ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de flagrante</p><p>de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação àquele tribunal e ao</p><p>Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;</p><p>Portanto, em regra, o Membro do MP não pode ser preso, salvo por:</p><p>• Ordem escrita do Tribunal competente para o julgamento dele (foro por prerrogativa de função);</p><p>Exemplo: Semprônio, Procurador de República (Membro do Ministério Público Federal), lotado no Distrito</p><p>Federal, responde a uma ação penal por crime de corrupção passiva.</p><p>Nesse caso, ele será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, pois está vinculado ao MPF e está</p><p>lotado no Distrito Federal (onde exerce suas funções).</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>16 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>No caso de ser cabível a prisão preventiva, quem deverá decretá-la é o próprio Tribunal. No caso do TRF 1,</p><p>o regimento interno diz que a competência para julgar autoridades com foro por prerrogativa de função é da</p><p>Corte Especial (órgão especial).</p><p>Exemplo 2: Semprônio, Analista do Ministério Público da União, lotado no Distrito Federal, responde a uma ação</p><p>penal por crime de corrupção passiva.</p><p>Nesse caso, ele será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região?</p><p>Não!!!! Semprônio é servidor, não membro. Membros não são servidores!</p><p>Parece bobo, mas já vi isso cair em prova.</p><p>• Flagrante de crime inafiançável → hipótese já tratada.</p><p>No entanto, aqui temos a mesma peculiaridade que temos no caso dos Magistrados. O Delegado de Policia</p><p>não poderá formalizar (“lavrar”) o auto de prisão em flagrante.</p><p>A Polícia só poderá capturar o membro do MP, devendo fazer imediata comunicação e apresentação dele</p><p>ao Procurador-Geral de Justiça (Ministério Público Estadual) ou ao Procurador-Geral da República (Ministério</p><p>Público da União).</p><p>2.5)Advogados</p><p>O Advogado (bacharel em direito regularmente inscrito na OAB) também tem uma imunidade.</p><p>Olhe:</p><p>Art. 7º São direitos do advogado:</p><p>IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao</p><p>exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos,</p><p>a comunicação expressa à seccional da OAB;</p><p>Conclui-se que:</p><p>• Se houver prisão em flagrante por motivo ligado ao exercício da advocacia (ofensas a um servidor</p><p>do Tribunal, em razão de demora em fila, por exemplo → já vi isso acontecer), deverá haver a</p><p>presença de um representante da OAB para que haja a lavratura (formalização) do auto de prisão</p><p>em flagrante;</p><p>• Se houver qualquer outra hipótese de prisão, deverá haver comunicação à seccional da OAB.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>17 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Presidente da</p><p>República</p><p>Parlamentares Magistrados Membros do MP Advogados</p><p>Prisão somente após</p><p>sentença</p><p>condenatória</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Prisão por ordem</p><p>escrita do</p><p>Tribunal/Órgão</p><p>Especial competente</p><p>para o julgamento</p><p>deles</p><p>Prisão por ordem</p><p>escrita do Tribunal</p><p>competente para o</p><p>julgamento deles</p><p>Presença da OAB</p><p>para lavrar o APF em</p><p>caso de prisão em</p><p>flagrante no</p><p>exercício de suas</p><p>funções</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Prisão por flagrante</p><p>de crime inafiançável</p><p>Nos demais, casos,</p><p>basta comunicação à</p><p>seccional da OAB</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>18 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>3) Prisão Especial e Garantias do preso</p><p>3.1)Prisão Especial</p><p>Determinadas pessoas têm o direito de ficar em quartel ou prisão especial quando sujeitos à prisão não</p><p>penal (que não seja por condenação definitiva).</p><p>Basta saber as hipóteses. Elas estão no artigo 295 do CPP:</p><p>Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando</p><p>sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:</p><p>I - os ministros de Estado;</p><p>II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos</p><p>secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;</p><p>III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas</p><p>dos Estados;</p><p>IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";</p><p>V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;</p><p>VI - os magistrados;</p><p>VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;</p><p>VIII - os ministros de confissão religiosa;</p><p>IX - os ministros do Tribunal de Contas;</p><p>X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por</p><p>motivo de incapacidade para o exercício daquela função;</p><p>XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.</p><p>Mas o que é “prisão especial”?</p><p>O conceito está no parágrafo 1º do artigo 295 do CPP:</p><p>Art. 295, § 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no</p><p>recolhimento em local distinto da prisão comum</p><p>§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do</p><p>mesmo estabelecimento</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>19 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>3.2)Garantias do preso</p><p>Antes de entrarmos nas prisões propriamente ditas, precisamos dizer que o preso possui algumas</p><p>garantias. A maioria está na Constituição Federal.</p><p>Art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;</p><p>Obviamente, o preso tem direito de não se coagido física e moralmente.</p><p>Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao</p><p>juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;</p><p>Em síntese, se alguém for preso, o fato deverá ser comunicado ao Juiz competente, à família do preso ou à</p><p>pessoa indicada por ele (advogado, por exemplo).</p><p>Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe</p><p>assegurada a assistência da família e de advogado;</p><p>O preso deve ser informado de seus direitos (em especial o direito de silêncio) e deve ter a oportunidade de</p><p>ser assistido (assistência) por um advogado.</p><p>Isso é chamado no Direito Americano de “miranda rights”/“miranda warning” ou “aviso</p><p>de miranda”.</p><p>Trata-se das frases que vemos nos filmes: “você tem o direito de ficar calado, tudo o que você disser poderá</p><p>ser usado contra você no Tribunal, você tem direito a um advogado...”).</p><p>Art. 5º, LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu</p><p>interrogatório policial;</p><p>Se alguém for preso, a pessoa responsável pela prisão deverá ser identificada.</p><p>Art. 5º, LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;</p><p>Se a prisão for ilegal, ela deverá ser “relaxada” pelo Juiz competente. Relaxar a prisão nada mais é do que</p><p>soltar alguém que está preso de forma ilegal. Revogar é soltar alguém que está preso de forma legal, mas pelo</p><p>fato de os requisitos da prisão terem desaparecido.</p><p>Relaxamento Prisão ilegal</p><p>Revogação</p><p>Prisão</p><p>desnecessária no</p><p>caso concreto</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>20 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>As algemas</p><p>Professor, sempre que alguém é preso, será necessário utilizar algemas?</p><p>Não.</p><p>O STF, através da Súmula Vinculante 11, limitou o uso de algemas. Essa é mais uma Súmula do grupo “das</p><p>mais importantes para o Direito”.</p><p>Súmula Vinculante 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga</p><p>ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a</p><p>excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da</p><p>autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade</p><p>civil do Estado.</p><p>Em resumo, o uso de algemas não é para criar um “espetáculo” para as pessoas. O preso não deve ser</p><p>exposto ao ridículo. As algemas são para serem usadas em casos específicos.</p><p>Só é lícito o uso de algemas nessas hipóteses:</p><p>• Resistência (preso resistir à prisão);</p><p>• Fundado receio de fuga;</p><p>• Perigo à integridade física própria ou de terceiros (população querendo agredir o preso, por</p><p>exemplo).</p><p>OBS: A autoridade policial deve justificar a utilização de algemas por escrito.</p><p>Uso de algemas</p><p>Resistência</p><p>Fundado receio de fuga</p><p>Perigo à integridade</p><p>física própria ou de</p><p>terceiros</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>21 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>4) Prisão Processual Penal/Provisória/Cautelar</p><p>Como falamos, a prisão provisória é gênero das espécies prisão em flagrante, prisão temporária e prisão</p><p>preventiva.</p><p>Vamos começar pela fantástica prisão em flagrante?</p><p>4.1)Prisão em Flagrante</p><p>A prisão em flagrante está disciplinada a partir do artigo 301 do CPP, veja:</p><p>Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer</p><p>que seja encontrado em flagrante delito.</p><p>Note que qualquer do povo “poderá” prender quem está em flagrante delito. É uma faculdade, um direito</p><p>(flagrante facultativo).</p><p>Trata-se, portanto, de um exercício regular de direito, causa de exclusão da ilicitude do Código Penal.</p><p>Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:</p><p>III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito</p><p>Os Policiais, no entanto, “deverão” prender quem está em situação flagrancial. É uma obrigação. Trata-se</p><p>de um dever (flagrante coercitivo).</p><p>Esta hipótese se enquadra no estrito cumprimento do dever legal, também causa de exclusão da ilicitude</p><p>do Código Penal.</p><p>Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:</p><p>III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito</p><p>OBS: Lembre-se que Policial de folga continua sendo Policial.</p><p>Ok, professor...muito bonito que qualquer do povo pode e a polícia deve prender em flagrante... Mas o que</p><p>é “flagrante”?</p><p>As hipóteses de flagrante</p><p>O conceito de flagrante está no artigo 302 do CPP. A doutrina dá nomes às hipóteses.</p><p>Vamos analisá-las?</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>22 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:</p><p>I - está cometendo a infração penal;</p><p>II - acaba de cometê-la;</p><p>Aos incisos I e II dá-se o nome de flagrante próprio/real/perfeito.</p><p>Vamos exemplificar?</p><p>Exemplo: Caio está lesionando Tício.</p><p>Nesse caso, há o flagrante próprio do inciso I.</p><p>Exemplo: Caio acaba de matar Tício e é visto na cena do crime.</p><p>Nesse caso, há o flagrante próprio do inciso II.</p><p>III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça</p><p>presumir ser autor da infração;</p><p>O inciso III traz o chamado flagrante impróprio/quase-flagrante/flagrante imperfeito. Aqui, tem de haver</p><p>perseguição do (possível) autor do delito.</p><p>Não é necessário que o indivíduo seja visto na cena do crime.</p><p>Exemplo: Mévio furta alguém na rua.</p><p>No quarteirão seguinte, um Policial vê que Mévio está sendo perseguido por populares e resolve efetuar a prisão.</p><p>Nesse caso, houve perseguição por terceiros e houve a presunção de que Mévio tinha cometido o crime.</p><p>É o famoso “pega-ladrão”.</p><p>IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele</p><p>autor da infração.</p><p>O inciso IV traz o flagrante presumido/ficto/assimilado. Nessa situação, o agente, sem ter havido</p><p>perseguição, é encontrado logo depois com objetos que façam presumir ser ele o autor da infração penal.</p><p>Exemplo: Mévio furta alguém na rua.</p><p>A vítima liga para a Polícia e agentes são enviados para o local.</p><p>Após um exímio (excelente) trabalho dos policiais, os mesmos chegam até um armazém abandonado e</p><p>encontram Mévio com os objetos furtados.</p><p>Nesse caso, houve o flagrante presumido.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>23 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>OBS: Muitas pessoas acham que a diferença entre o flagrante impróprio e o flagrante presumido é apenas o</p><p>“logo após” e o “logo depois”. Em questões de prova, isso até poderá ser a diferença, mas não é a única e nem a</p><p>mais importante.</p><p>A diferença mais importante é que no flagrante impróprio há a perseguição do agente, enquanto no</p><p>flagrante presumido o agente é apenas encontrado com certos objetos.</p><p>Os incisos III e IV usam a palavra “presumir” e isso gera confusão. Cuidado.</p><p>É importante falar que, em qualquer hipótese de flagrante, poderá haver ingresso no domicílio do</p><p>criminoso, ainda que durante a noite!! A expressão “durante o dia” é para ordem judicial!</p><p>Art. 5º, XI da CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,</p><p>durante o dia, por determinação judicial;</p><p>É necessário dizer, ainda, que nas infrações penais permanentes, o agente encontra-se em flagrante delito</p><p>enquanto não cessar a permanência.</p><p>Flagrante Próprio Flagrante Impróprio Flagrante Presumido</p><p>Está cometendo ou acabou de</p><p>cometer a infração penal</p><p>Perseguido, logo após cometer a</p><p>infração penal</p><p>Encontrado, logo depois, com</p><p>objetos que façam presumir ser o</p><p>autor da infração</p><p>Incisos I e II Inciso III Inciso IV</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>24 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a</p><p>permanência.</p><p>Infrações permanentes são aquelas que se prolongam no tempo por vontade do agente.</p><p>Exemplo: No crime de sequestro, enquanto a pessoa estiver no cativeiro, a infração estará “em andamento���.</p><p>Trata-se de crime permanente.</p><p>As fases do “flagrante delito”</p><p>A prisão em flagrante possui algumas fases.</p><p>Vamos vê-las?</p><p>• Captura → Trata-se do momento no qual o agente é preso ou capturado;</p><p>• Condução à presença da autoridade Policial → Em seguida, o agente é conduzido à presença de</p><p>um Delegado de Polícia;</p><p>• Lavratura do APF → A lavratura do auto de prisão em flagrante é o momento no qual o Delegado</p><p>formaliza a prisão feita pelos agentes.</p><p>Lembrando que a lavratura do APF conduz à automática instauração de Inquérito Policial!!!</p><p>• Judicialização → momento no qual o Delegado comunicará o fato ao Juiz e ao Ministério Público,</p><p>enviando ao magistrado os autos.</p><p>OBS: Lembrando que não pode haver lavratura do APF em face de Juiz e Membro do MP.</p><p>O artigo 304 expõe bem a 2ª e a 3ª fases. Fique atento à ordem das diligências que deverão ser feitas.</p><p>Veja:</p><p>Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo,</p><p>sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à</p><p>oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que</p><p>lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto</p><p>Note que o parágrafo 4º do artigo 304 diz que o Delegado deverá buscar informações sobre filhos do preso.</p><p>§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos,</p><p>respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos</p><p>cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.</p><p>O artigo 306 expõe a fase de judicialização. O Delegado deve comunicar o fato imediatamente ao Juiz, ao</p><p>MP, à família do preso ou pessoa por ele indicada (advogado, por exemplo).</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>25 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao</p><p>juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.</p><p>O Juiz será comunicado para que ele possa relaxar a prisão ilegal. A família do preso será comunicada para</p><p>que possa prestar-lhe assistência.</p><p>E o Ministério Público? Por que é comunicado?</p><p>O Ministério Público é comunicado porque é o titular da ação penal pública e o responsável por exercer o</p><p>controle externo da atividade policial. Sendo assim, deve verificar a legalidade dos atos policiais. Isso está na</p><p>Constituição Federal:</p><p>Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:</p><p>I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;</p><p>VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no</p><p>artigo anterior;</p><p>Professor, e se tiver alguma ilegalidade na prisão? O que o MP poderá fazer?</p><p>Tudo. O MP poderá requerer o relaxamento da prisão e até impetrar Habeas Corpus. Isso mesmo, o MP</p><p>possui legitimidade para impetrar HC em favor do autor do delito.</p><p>Art. 654 do CPP. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de</p><p>outrem, bem como pelo Ministério Público.</p><p>Olhe essa questão:</p><p>COMO CAI: CESPE/2018 – STJ - No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a</p><p>liberdade, julgue o seguinte item.</p><p>Membro do Ministério Público não tem legitimidade ativa para impetrar habeas corpus, mesmo que constate</p><p>alguma das hipóteses de ilegalidade na prisão do autor do delito.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: O MP possui sim legitimidade para impetrar HC em favor do autor do delito, caso</p><p>entenda que a prisão é ilegal.</p><p>Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem</p><p>como pelo Ministério Público.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>26 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>E após a comunicação feita pelo Delegado?</p><p>Após a comunicação, que é imediata, o Delegado enviará, no prazo de 24 horas, os autos ao Juiz</p><p>competente. Caso o investigado não tenha advogado, deverá também ser enviada cópia à Defensoria Pública.</p><p>§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz</p><p>competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,</p><p>cópia integral para a Defensoria Pública.</p><p>No mesmo prazo (24 horas) será entregue a chamada “nota de culpa”, ou seja, um documento contendo as</p><p>informações da prisão (motivo, quem foi o autor da prisão, etc.).</p><p>§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade,</p><p>com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.</p><p>COMO CAI: CESPE/2016 – DPU - João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si</p><p>uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi</p><p>perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito</p><p>policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.</p><p>Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.</p><p>O prazo previsto para que a autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de cinco dias.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: Como vimos, a comunicação será imediata. Não há o prazo de 05 dias.</p><p>Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao</p><p>juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.</p><p>Na fase de judicialização, quando o Juiz recebe os autos, o que ele poderá fazer?</p><p>A resposta está no artigo 310 do CPP:</p><p>Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:</p><p>I – relaxar a prisão ilegal; ou</p><p>II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art.</p><p>312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou</p><p>III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>27 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Se a prisão é ilegal, o Juiz deve relaxá-la (inciso I).</p><p>Se a prisão é legal e estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ele converte o flagrante em</p><p>preventiva (inciso II). Veremos ainda nesta aula quais são esses requisitos.</p><p>Por fim, se a prisão é legal e não estão presentes os requisitos da preventiva, haverá concessão de</p><p>liberdade provisória, que pode ser com ou sem fiança.</p><p>Outros tipos de flagrante</p><p>Como o nome já diz, há outras classificações para os flagrantes. Algumas são legais e outras são ilegais.</p><p>Quer ver?</p><p>• Flagrante esperado/Intervenção predisposta da autoridade → Ocorre quando a Polícia recebe a</p><p>informação de uma determinada infração penal.</p><p>Dessa forma, se dirige ao local e espera os autores começarem a praticar o crime. Neste momento, há a</p><p>intervenção policial e a consequente prisão.</p><p>Exemplo: Caio e Tício, Agentes de Policia do Distrito Federal, em diligência investigatória, descobrem que um</p><p>determinado grupo furtará uma loja de carros durante a madrugada.</p><p>Em seguida, se dirigem para o local e ficam esperando os autores. Quando há o começo da infração penal, os</p><p>Agentes aparecem e dão voz de prisão aos criminosos.</p><p>Em resumo, a polícia espera a infração começar, sem contribuir de nenhuma forma.</p><p>Tal flagrante é legal.</p><p>• Flagrante Esperado/Postergado/Diferido/Retardado/Estratégico/Prorrogado/Ação controlada</p><p>da autoridade policial → Aqui, o indivíduo está cometendo um crime. No entanto, a Polícia resolve</p><p>não prender a pessoa naquele momento, com a finalidade de conhecer os demais autores.</p><p>Em síntese, a Polícia espera o melhor</p><p>momento para efetuar a prisão, sob o ponto de vista da investigação.</p><p>Fala-se em “ação controlada”, pois os criminosos serão vigiados (de alguma forma) até que a prisão seja</p><p>feita.</p><p>Exemplo: Caio e Tício, Agentes de Policia do Distrito Federal, em diligência investigatória, descobrem um</p><p>depósito de drogas.</p><p>No entanto, com autorização judicial, não efetuam a prisão, pois sabem que há outros três depósitos que só</p><p>serão conhecidos se eles deixarem a situação se desenvolver.</p><p>Veja a previsão na Lei 11.343/06 – Lei de Drogas:</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>28 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,</p><p>além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes</p><p>procedimentos investigatórios:</p><p>II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos</p><p>utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e</p><p>responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da</p><p>ação penal cabível.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam</p><p>conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.</p><p>Tal flagrante é legal.</p><p>• Flagrante Provocado/Preparado/Flagrante por obra do agente provocador/Crime putativo por</p><p>obra do agente provocador → Nesse tipo de flagrante, o policial ou um terceiro induz alguém a</p><p>praticar um crime.</p><p>No entanto, antes de o crime acontecer, alguém toma todas as providências cabíveis para que ele não se</p><p>consume.</p><p>Temos aqui o chamado crime impossível.</p><p>Trata-se da hipótese em que alguém monta uma “armadilha”, estimulando o cometimento do delito.</p><p>Exemplo: Policial infiltrado que induz uma organização criminosa a cometer um crime de roubo.</p><p>No entanto, quando os criminosos chegam ao local e começam a prática delituosa, vários policiais dão voz de</p><p>prisão aos indivíduos.</p><p>Veja o que diz a Súmula 145 do STF:</p><p>Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a</p><p>sua consumação.</p><p>Trata-se de flagrante ilegal.</p><p>• Flagrante Urdido/Forjado/Maquiado → Nesse caso, não há situação de flagrante. O indivíduo não</p><p>está praticando qualquer crime.</p><p>Em outras palavras, o Policial ou um terceiro cria uma situação flagrancial com a finalidade de incriminar o</p><p>suposto agente.</p><p>Exemplo: Policial, em regular diligência, pede para um motorista sair do veículo, momento no qual “planta”</p><p>drogas em seu carro.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>29 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Nesse caso, temos o flagrante forjado.</p><p>Trata-se de flagrante ilegal.</p><p>Resumindo:</p><p>Apresentação espontânea</p><p>Professor, se um indivíduo comete um crime e se apresenta à polícia ele pode ser preso em flagrante?</p><p>Não!!!</p><p>No entanto, poderá ser preso preventivamente, dependendo do caso concreto (se presentes os requisitos).</p><p>4.2)Prisão Preventiva</p><p>Primeiramente, preciso dizer que Prisão Preventiva é espécie do gênero Prisão Provisória. Muito cuidado</p><p>com os nomes.</p><p>A preventiva, como é chamada, pode ser decretada em qual momento? Por quem? A pedido de quem?</p><p>Todas estas respostas estão no artigo 311 do CPP, veja:</p><p>Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva</p><p>decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do</p><p>querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.</p><p>Vamos esquematizar o artigo?</p><p>➢ Momento → Durante a Investigação Policial (Inquérito Policial) ou no Processo Penal (Ação Penal);</p><p>➢ Decretação → Pelo Juiz, sempre. O Juiz é quem decreta a prisão preventiva. T</p><p>Tal decretação pode ser de ofício (se durante a Ação Penal) ou mediante pedido dos legitimados (durante o</p><p>Inquérito Policial ou durante a Ação Penal).</p><p>Flagrante Esperado Flagrante Diferido Flagrante Provocado Flagrante Forjado</p><p>A autoridade espera o</p><p>cometimento da infração,</p><p>sem contribuir para esta</p><p>Não atuação policial, em</p><p>virtude de esperar o</p><p>melhor momento para</p><p>efetuar a prisão, sob o</p><p>ponto de vista da</p><p>investigação</p><p>A autoridade estimula a</p><p>prática do delito e, ao</p><p>mesmo tempo, toma as</p><p>precauções para que não</p><p>haja a consumação</p><p>A autoridade “planta”</p><p>objetos para simular</p><p>uma situação</p><p>flagrancial que não</p><p>existe</p><p>É legal É legal É ilegal É ilegal</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>30 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>➢ Legitimados para pedir a prisão preventiva → Ministério Público (mediante requerimento),</p><p>querelante (legitimado para ação penal privada), assistente de acusação (vítima, nas hipóteses de</p><p>ação penal pública) e Autoridade Policial/Delegado (mediante representação, no curso do inquérito</p><p>policial).</p><p>Fique tranquilo, pois há um mapa mental resumindo tudo isso.</p><p>Lembre-se de que o Delegado representa, pois não é parte. O membro do MP faz requerimento, pois é</p><p>parte.</p><p>Concluímos que, em regra, o Juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício no inquérito policial (“De</p><p>ofício” quer dizer de iniciativa própria, sem ninguém pedir).</p><p>Isso cai em prova!</p><p>Professor, você falou “em regra”....</p><p>Sim, pois parte da doutrina diz que temos uma exceção na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), olhe:</p><p>Prisão Preventiva</p><p>No Inquérito Policial</p><p>Representação do</p><p>Delegado</p><p>Requerimento do</p><p>membro do MP</p><p>Na Ação Penal</p><p>Pelo Juiz, de ofício</p><p>Requerimento do MP</p><p>Requerimento do</p><p>Assistente de Acusação</p><p>Requerimento no</p><p>Querelante (ações</p><p>penais privadas)</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>31 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva</p><p>do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante</p><p>representação da autoridade policial.</p><p>No CPP, logo após “de ofício”, há o “se no curso da ação penal”. Na Lei 11.340/06 não há essa exigência!</p><p>No entanto, parte da doutrina não concorda e diz que o Juiz nunca poderá decretar a prisão preventiva</p><p>de ofício no Inquérito Policial.</p><p>Se vier uma questão assim, a banca colocará apenas o artigo 20 da Lei Maria da Penha. Acho muito difícil</p><p>cair essa divergência doutrinária em uma prova objetiva. Seria uma boa questão para uma prova discursiva.</p><p>Requisitos da Prisão Preventiva</p><p>Agora, precisamos saber quais os requisitos para a decretação da prisão preventiva. Aliás, não só para a</p><p>prisão preventiva. Para ser aplicada uma medida cautelar (a preventiva é uma espécie de medida cautelar), é</p><p>necessário que haja dois requisitos.</p><p>No Processo Civil, para ser aplicada uma cautelar, precisamos do fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e</p><p>do periculum in mora (perigo da demora).</p><p>No Processo Penal, essas duas expressões viram fumus comissi delicti (fumaça do cometimento do delito)</p><p>e periculum libertatis (perigo de liberdade).</p><p>Em resumo, para haver o fumus comissi delicti, deve haver prova do crime e indício suficiente de autoria.</p><p>Por outro lado, o periculum libertatis se evidencia quando a liberdade do agente colocar em risco a ordem</p><p>pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou a própria aplicação da lei penal.</p><p>Veja o artigo 312 do CPP:</p><p>Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem</p><p>econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando</p><p>houver prova da existência do crime e indício suficiente</p><p>de autoria.</p><p>Professor, explica os requisitos?</p><p>✓ Prova da existência do crime → É ter a prova que o crime realmente aconteceu. É chamada de</p><p>“materialidade” do crime.</p><p>✓ Indícios suficientes de autoria ou participação → Indícios não são provas. Indícios de autoria são</p><p>elementos de informação que levam à probabilidade de alguém ser o autor do crime.</p><p>• Garantia da ordem pública → Garantir a ordem pública é retirar o indivíduo da sociedade para que</p><p>ele não volte a delinquir. Se a liberdade for concedida, é extremamente provável que ele volte a</p><p>cometer crimes.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>32 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Exemplo: Caio, indivíduo que já cometeu 15 roubos, é preso em flagrante.</p><p>Nesse caso, em virtude da forte probabilidade de ele voltar a cometer crimes, a prisão preventiva pode ser</p><p>decretada.</p><p>• Garantia da ordem econômica → Aqui é o mesmo caso da garantia da ordem pública, mas o</p><p>indivíduo pratica crimes contra a ordem tributária ou contra a ordem econômica, por exemplo.</p><p>Exemplo: Caio, indivíduo que já cometeu 15 crimes financeiros, é preso em flagrante.</p><p>Nesse caso, em virtude da forte probabilidade de ele voltar a cometer tais crimes, a prisão preventiva pode ser</p><p>decretada.</p><p>• Conveniência da instrução criminal → Aqui, busca-se proteger a instrução criminal, ou seja, o</p><p>regular seguimento do processo.</p><p>Exemplo: Caio, indivíduo que adora cometer crimes, responde a uma ação penal.</p><p>É sabido que Caio está destruindo provas e ameaçando testemunhas.</p><p>Nesse caso, poderá ser decretada a prisão preventiva.</p><p>• Assegurar a aplicação da lei penal → Se há qualquer indício de que o sujeito irá fugir, a preventiva</p><p>poderá ser decretada.</p><p>Exemplo: Caio, indivíduo que adora cometer crimes, responde a uma ação penal.</p><p>É sabido que Caio entrou em contato com parentes residentes em outro país, havendo probabilidade de ele fugir.</p><p>Nesse caso, poderá ser decretada a prisão preventiva.</p><p>OBS: O clamo social (revolta que um fato gera na população), de acordo com o STJ, não é fundamento para que</p><p>a prisão preventiva seja decretada.</p><p>Hipóteses/condições de admissibilidade</p><p>As hipóteses de admissibilidade estão no artigo 313 do CPP e não se confundem com os requisitos do artigo</p><p>312.</p><p>Tais hipóteses não são cumulativas, são alternativas. Ou seja, basta a presença de uma delas.</p><p>Veja:</p><p>Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>33 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;</p><p>Exemplos: Homicídio, Roubo, Estupro...</p><p>II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o</p><p>disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;</p><p>O sujeito, aqui, deve ser reincidente em crime doloso. Não basta a mera reincidência.</p><p>III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,</p><p>enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;</p><p>Exemplo: Caio agrediu sua ex-esposa e o Juiz decretou uma medida protetiva de urgência.</p><p>Acontece que Caio continua se aproximando dela e continua com as agressões.</p><p>Nesse caso, poderá ser decretada a prisão preventiva.</p><p>Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade</p><p>civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso</p><p>ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a</p><p>manutenção da medida.</p><p>O parágrafo único traz uma hipótese de dúvida sobre a identidade da pessoa ou quando esta não fornecer</p><p>documentos que possam identificá-la. Após a identificação ser feita, a pessoa deve ser colocada em liberdade,</p><p>salvo se presentes outras hipóteses de admissibilidade.</p><p>Duração da prisão preventiva</p><p>A preventiva, em regra, não tem prazo máximo. Isso porque tal prisão obedece à cláusula rebus sic stantibus</p><p>(estando assim as coisas).</p><p>Em outras palavras, haverá prisão preventiva até que a circunstâncias do caso concreto não mais peçam</p><p>essa prisão.</p><p>Exemplo: Caio, indivíduo que adora cometer crimes, responde a uma ação penal.</p><p>É sabido que Caio entrou em contato com parentes residentes na Europa, havendo probabilidade de ele fugir.</p><p>O Juiz decretou a prisão preventiva de Caio.</p><p>No entanto, seus advogados entregaram o passaporte do réu. Sem passaporte, Caio não pode ir para a Europa.</p><p>Nesse caso, a preventiva poderá ser revogada, pois não é mais necessária.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>34 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Temos duas exceções em que a prisão preventiva tem prazo.</p><p>• No Código de Processo Penal Militar, há prazo para a instrução criminal terminar. Portanto, há</p><p>prazo para a prisão preventiva decretada no curso dela.</p><p>Art. 390. O prazo para a conclusão da instrução criminal é de cinquenta dias, estando o acusado preso, e de</p><p>noventa, quando solto, contados do recebimento da denúncia.</p><p>• Na Lei 12.850/13 (Lei de Organizações Criminosas), a instrução criminal deverá terminar em 120</p><p>dias (com possibilidade de prorrogação). Nesse caso, a prisão preventiva decretada no curso dela</p><p>deverá terminar em igual período.</p><p>Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento</p><p>ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o</p><p>disposto no parágrafo único deste artigo.</p><p>Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá</p><p>exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por</p><p>decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório</p><p>atribuível ao réu.</p><p>4.3)Prisão Temporária</p><p>A prisão temporária não está no Código de Processo Penal. A prisão temporária está disciplinada na lei</p><p>7.960/89.</p><p>Quando cai em prova, a cobrança é da letra de lei (reprodução do artigo).</p><p>Requisitos</p><p>Assim como a prisão preventiva, a prisão temporária também precisa de requisitos para ser decretada.</p><p>Vamos vê-los?</p><p>O tema está no artigo 1º da Lei 7.960/89.</p><p>Art. 1° Caberá prisão temporária:</p><p>I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;</p><p>Pelo inciso I, concluímos que a prisão temporária é um instituto que incide durante o inquérito policial.</p><p>Além disso, deve ser essencial (“imprescindível”) para que a investigação ocorra da melhor forma.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>35 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao</p><p>esclarecimento de sua identidade;</p><p>O inciso II traz a hipótese do indiciado que não tem residência fixa ou que não fornece elementos</p><p>necessários para que sua identidade seja esclarecida.</p><p>III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de</p><p>autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:</p><p>Já o inciso III traz um rol (lista) de crimes nos quais será cabível a prisão preventiva. Tal rol está</p><p>desatualizado e o aluno deve ter muita atenção (já veremos).</p><p>De acordo com a doutrina e a jurisprudências majoritárias, os requisitos não são cumulativos. Ou seja, não</p><p>precisamos dos incisos I, II e II.</p><p>No entanto, o inciso III deverá estar sempre presente (pois traz os crimes nos quais</p><p>a prisão temporária</p><p>será cabível) e deve estar acompanhado do inciso I ou do inciso II.</p><p>Resumindo, é necessário que haja a presença dos incisos III e I ou III e II.</p><p>Crimes que admitem decretação de prisão temporária</p><p>O rol que está no inciso III não é taxativo. Isso porque os crimes hediondos também aceitam a decretação</p><p>da prisão temporária. Há crimes hediondos que não estão na lei 7.960/89.</p><p>É necessário saber todas as hipóteses, pois várias questões de prova trazem essa lista.</p><p>Vou fazer alguns comentários.</p><p>III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria</p><p>ou participação do indiciado nos seguintes crimes:</p><p>a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);</p><p>b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);</p><p>c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);</p><p>d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);</p><p>e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);</p><p>f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>36 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);</p><p>As condutas que eram classificadas como atentado violento ao pudor agora são enquadradas como estupro</p><p>(alínea/letra f).</p><p>h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);</p><p>A conduta que era classificada como rapto violento agora é enquadrada do crime de sequestro (alínea/letra</p><p>b)</p><p>i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);</p><p>j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270,</p><p>caput, combinado com art. 285);</p><p>l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;</p><p>O crime do artigo 288 do CP agora é chamado de Associação Criminosa.</p><p>m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;</p><p>n) tráfico de drogas</p><p>o) crimes contra o sistema financeiro</p><p>p) crimes previstos na Lei de Terrorismo</p><p>Procedimento para a decretação de prisão temporária</p><p>O procedimento está no artigo 2º da Lei, olhe:</p><p>Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou</p><p>de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em</p><p>caso de extrema e comprovada necessidade.</p><p>• Momento → Durante a Investigação Policial (Inquérito Policial), apenas.</p><p>• Decretação → Pelo Juiz, sempre. O Juiz é quem decreta a prisão temporária.</p><p>Tal decretação só pode ser feita mediante pedido dos legitimados (Delegado de Polícia ou membro do</p><p>MP).</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>37 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>• Legitimados para pedir a prisão preventiva → Ministério Público (mediante requerimento) e</p><p>Autoridade Policial/Delegado (mediante representação).</p><p>• Prazo → em regra, 05 dias, prorrogável por mais 05 dias.</p><p>A exceção se dá nas hipóteses dos crimes hediondos ou equiparados a hediondos. Veja a previsão da Lei</p><p>8.072/90 (Lei de crimes hediondos):</p><p>Art. 2º, parágrafo 4º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de</p><p>1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual</p><p>período em caso de extrema e comprovada necessidade.</p><p>Na hipótese de crimes hediondos ou equiparados, o prazo será de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias.</p><p>§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.</p><p>O parágrafo 1º do artigo 2º da Lei 7.960/89 diz que o Juiz terá de ouvir o MP antes de decidir.</p><p>PrisãoTemporária No Inquérito Policial</p><p>Representação do</p><p>Delegado</p><p>Requerimento do</p><p>membro do MP</p><p>PrisãoTemporária</p><p>Lei 7.960/89</p><p>Prazo de 05 dias,</p><p>prorrogável por mais 05</p><p>dias</p><p>Crimes hediondos ou</p><p>equiparados</p><p>Prazo de 30 dias,</p><p>prorrogável por mais 30</p><p>dias</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>38 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo</p><p>de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.</p><p>A decisão que decreta a temporária deve ser fundamentada.</p><p>§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o</p><p>preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a</p><p>exame de corpo de delito.</p><p>O parágrafo 3º diz que o Juiz poderá determinar a apresentação do preso.</p><p>§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será</p><p>entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.</p><p>O parágrafo 4º diz que o mandado de prisão (ordem judicial de prisão) será expedido em duas vias. Uma via</p><p>será entregue ao indivíduo que será preso e servirá como nota de culpa (documento que contém as informações</p><p>da prisão).</p><p>§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.</p><p>Como Juiz é o único que pode decretar a prisão temporária, esta somente poderá executada se houver</p><p>mandado judicial.</p><p>§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da</p><p>Constituição Federal.</p><p>O parágrafo 6º traz a obrigatoriedade do “aviso de Miranda”, ou seja, a autoridade policial deve informar o</p><p>preso acerca de seus direitos.</p><p>§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade,</p><p>salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.</p><p>Se o prazo de prisão temporária expirar, o preso deverá, em regra, ser posto imediatamente em liberdade.</p><p>A exceção se dá quando tiver sido decretada a preventiva.</p><p>Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.</p><p>Prof. Bernardo Bustani</p><p>Aula 06</p><p>39 de 75| www.direcaoconcursos.com.br</p><p>Direito P. Penal – Técnico Judiciário do TJ/MG (2ª</p><p>Instância)</p><p>Obviamente, o preso temporário deve permanecer separado dos presos condenados por sentença penal</p><p>transitada em julgado.</p><p>Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro horas</p><p>do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão temporária.</p><p>Por fim, o artigo 5º diz que haverá plantão judiciário e no MP para que haja apreciação dos pedidos de</p><p>prisão com fundamento na Lei 7.960/89.</p><p>COMO CAI: CESPE/2015 – AGU - Com referência a prisão, julgue o item subsequente.</p><p>A prisão temporária somente poderá ser decretada em situações excepcionais, quando for imprescindível para a</p><p>realização de diligências investigatórias ou para a obtenção de provas durante o processo judicial.</p><p>GABARITO: ERRADO.</p><p>COMENTÁRIOS: Na verdade, a prisão temporária só pode ser decretada durante o inquérito policial. Não</p><p>cabe prisão temporária durante o processo.</p><p>Dessa forma, questão errada.</p><p>COMO CAI: FCC/2019 – TRF da 4ª Região - No dia 20 de Janeiro de 2019, durante a madrugada, um</p><p>hipermercado situado na cidade de Curitiba foi roubado por cinco indivíduos armados. No curso da investigação</p><p>a autoridade policial identificou Manuel e Joaquim, ambos atualmente em local incerto e não sabido, como</p><p>sendo dois dos cinco roubadores. Imediatamente a Autoridade Policial encaminhou representação ao juízo</p><p>competente para decretação das prisões temporárias de Manuel e Joaquim, alegando ser imprescindível para as</p><p>investigações do inquérito policial. Nesse caso, o Magistrado, ao se defrontar com a representação</p>