Prévia do material em texto
<p>Professor(a) Dr. Carla Maria Mariano Fernandez</p><p>MEDICINA NUCLEAR</p><p>E RADIOTERAPIA</p><p>2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.</p><p>O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva</p><p>dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da</p><p>obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la</p><p>de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.</p><p>REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira</p><p>DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima</p><p>DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini</p><p>DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel</p><p>COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes</p><p>COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá</p><p>COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal</p><p>COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento</p><p>COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco</p><p>COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas</p><p>REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling</p><p>Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante</p><p>Caroline da Silva Marques</p><p>Eduardo Alves de Oliveira</p><p>Isabelly Oliveira Fernandes de Souza</p><p>Jéssica Eugênio Azevedo</p><p>Louise Ribeiro</p><p>Marcelino Fernando Rodrigues Santos</p><p>Vinicius Rovedo Bratfisch</p><p>PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos</p><p>Carlos Firmino de Oliveira</p><p>Hugo Batalhoti Morangueira</p><p>Giovane Jasper</p><p>Vitor Amaral Poltronieri</p><p>ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz</p><p>DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos</p><p>Pedro Vinícius de Lima Machado</p><p>Thassiane da Silva Jacinto</p><p>3</p><p>AUTORA</p><p>Olá, acadêmicos, eu sou a Professora Doutora Carla Maria Mariano Fernandez,</p><p>graduada em Farmácia pela Universidade Paranaense - UNIPAR (2012) com mestrado</p><p>em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2014) e</p><p>doutorado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual de Maringá (2018).</p><p>Atuei como Professora na UNIPAR (2019 - 2020);</p><p>Atuei na área de farmácia comunitária (2021 - 2024);</p><p>Atualmente sou Professora de ensino à distância no Centro Universitário UniFatecie,</p><p>produzindo disciplinas da área da saúde para o ensino do aluno da educação a distância.</p><p>Informações e contato:</p><p>Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8629489907305657</p><p>Professor(a) Dr. Carla Maria Mariano Fernandez</p><p>http://lattes.cnpq.br/8629489907305657</p><p>4</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>É com grande satisfação que apresento a vocês esta apostila, que servirá como</p><p>guia essencial ao longo da nossa disciplina. A medicina nuclear e a radioterapia são campos</p><p>dinâmicos e em constante evolução, que desempenham um papel crucial no diagnóstico</p><p>e tratamento de diversas doenças, especialmente no combate ao câncer. Nesta disciplina,</p><p>vocês terão a oportunidade de explorar os fundamentos teóricos, as tecnologias e as</p><p>aplicações clínicas dessas áreas fascinantes.</p><p>Nosso objetivo é fornecer a vocês uma compreensão profunda dos princípios</p><p>e práticas da medicina nuclear e da radioterapia. Esta apostila está organizada para</p><p>proporcionar um aprendizado progressivo e integrado. Iniciaremos com os conceitos</p><p>fundamentais, avançando para as tecnologias e aplicações clínicas.</p><p>Agradeço a todos pela dedicação e empenho. Estou confiante de que, juntos,</p><p>faremos desta disciplina uma experiência enriquecedora e transformadora. Desejo a todos</p><p>um excelente aprendizado!</p><p>Plano de Estudo:</p><p>Tópico 1 Introdução a Medicina Nuclear</p><p>Tópico 2 Radioatividade</p><p>Tópico 3 Radiofármacos</p><p>Tópico 4 Técnicas de Diagnóstico em Medicina Nuclear</p><p>Tópico 5 Radioterapia</p><p>Tópico 6 Teleterapia</p><p>Tópico 7 Braquiterapia</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>Técnicas de Diagnóstico em Medicina Nuclear</p><p>Radiofármacos</p><p>Radioatividade</p><p>Introdução a Medicina Nuclear</p><p>6</p><p>SUMÁRIO</p><p>Braquiterapia</p><p>Teleterapia</p><p>Radioterapia</p><p>A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza radioisótopos como</p><p>fontes radioativas abertas para fins diagnósticos e terapêuticos. Diferente de outras</p><p>modalidades de imagem médica, como raios-X ou ressonância magnética, que mostram</p><p>a estrutura do corpo, a medicina nuclear fornece informações sobre o funcionamento do</p><p>órgão-alvo, sendo um método diagnóstico de alta sensibilidade para detectar anormalidades</p><p>na estrutura e função dos órgãos, facilitando a identificação precoce de várias alterações</p><p>orgânicas e funcionais em comparação com outros métodos (Camargo, 2015).</p><p>A medicina nuclear é também uma técnica de diagnóstico por imagem, reconhecida</p><p>por sua segurança e eficiência, geralmente indolor e não invasiva, permitindo a obtenção</p><p>de informações do paciente que seriam inacessíveis por outros meios. Esse procedimento</p><p>é essencial para o diagnóstico e acompanhamento de doenças cardíacas, endócrinas,</p><p>traumatológicas, oncológicas, pulmonares e renais, entre outras. Como recurso terapêutico,</p><p>também é considerado um método seguro, eficiente e de baixo custo para tratar certas</p><p>condições curáveis com o uso de radiação (Camargo, 2015).</p><p>Uma das aplicações mais comuns da medicina nuclear é a cintilografia, utilizada</p><p>para visualizar órgãos como o coração, os ossos, a tireoide e os rins. Esta técnica permite</p><p>a detecção precoce de doenças, muitas vezes antes que os sintomas apareçam ou que</p><p>sejam visíveis em outros tipos de exames. Além do diagnóstico, a medicina nuclear também</p><p>desempenha um papel crucial no tratamento de diversas condições, como o uso de iodo</p><p>radioativo para tratar hipertireoidismo e câncer de tireoide (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A MEDICINA</p><p>NUCLEAR1</p><p>TÓPICO</p><p>1</p><p>7INTRODUÇÃO A MEDICINA NUCLEARTÓPICO 1</p><p>A segurança é uma preocupação fundamental na medicina nuclear, tanto para</p><p>os pacientes quanto para os profissionais de saúde. A quantidade de radiação usada é</p><p>cuidadosamente calculada para minimizar a exposição, e protocolos rigorosos são seguidos</p><p>para garantir que os benefícios do procedimento superem quaisquer riscos potenciais. O</p><p>avanço contínuo da tecnologia tem permitido o desenvolvimento de radiofármacos mais</p><p>específicos e métodos de imagem mais precisos, melhorando a eficácia e a segurança dos</p><p>tratamentos (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>A medicina nuclear é uma área interdisciplinar, envolvendo conhecimentos de física,</p><p>química, biologia e medicina. Os profissionais que trabalham nesta área, como médicos</p><p>nucleares, tecnólogos em medicina nuclear e físicos médicos, recebem treinamento</p><p>especializado para operar equipamentos complexos e interpretar os resultados dos exames</p><p>(Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>Com o crescimento do envelhecimento populacional e o aumento da incidência</p><p>de doenças crônicas, a demanda por procedimentos de medicina nuclear tem aumentado.</p><p>A capacidade de diagnosticar precocemente e tratar efetivamente várias condições, faz</p><p>desta especialidade</p><p>um componente vital dos cuidados de saúde modernos. Além disso,</p><p>a pesquisa contínua em medicina nuclear promete trazer novos avanços e expandir ainda</p><p>mais as possibilidades de diagnóstico e tratamento no futuro (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>8INTRODUÇÃO A MEDICINA NUCLEARTÓPICO 1</p><p>A radioatividade é um fenômeno natural pelo qual certos núcleos atômicos</p><p>instáveis, denominados radionuclídeos ou isótopos radioativos, se desintegram, emitindo</p><p>radiação para poder se estabilizar (Figura 1). Este processo ocorre quando um núcleo</p><p>atômico sofre uma transformação espontânea, resultando na emissão de partículas (β+,</p><p>β-, α) ou ondas eletromagnéticas (raios γ). Descoberta no final do século XIX por Henri</p><p>Becquerel e posteriormente estudada por Marie e Pierre Curie, a radioatividade tem um</p><p>papel crucial na medicina nuclear (Oliveira et al., 2006; Camargo, 2015).</p><p>Essa radiação pode ser de três tipos principais:</p><p>• Radiação Alfa (α): Composta por partículas formadas por dois prótons e</p><p>dois nêutrons, tem um alto poder de ionização, mas um baixo alcance, sendo</p><p>bloqueada facilmente por uma folha de papel ou pela pele humana (Abreu,</p><p>2022).</p><p>• Radiação Beta (β): Consiste em elétrons ou pósitrons de alta energia, tem</p><p>um alcance maior que a radiação alfa, mas ainda pode ser bloqueada por</p><p>materiais como plástico ou vidro fino (Abreu, 2022).</p><p>• Radiação Gama (γ): São ondas eletromagnéticas de alta energia, sem</p><p>massa e sem carga, com grande poder de penetração, exigindo materiais</p><p>densos como chumbo ou concreto para serem bloqueadas (Abreu, 2022).</p><p>RADIOATIVIDADE2</p><p>TÓPICO</p><p>9RADIOATIVIDADETÓPICO 2</p><p>10RADIOATIVIDADETÓPICO 2</p><p>FIGURA 1 – ISÓTOPOS E RADIOISÓTOPOS</p><p>Fonte: Abreu (2022).</p><p>O decaimento radioativo é o processo pelo qual um núcleo instável libera energia</p><p>para se tornar mais estável. Durante este processo, diferentes tipos de radiação podem</p><p>ser emitidos, quantificada em unidades de medida da atividade (dose), definida pelo</p><p>número de desintegrações por minuto, passaram a ser o Becquerel (Bq) e</p><p>o Curie (Ci), onde 1 Ci = 3,7×1010Bq (VITAL et al., 2019; Abreu, 2022). A taxa</p><p>de decaimento é caracterizada pela meia-vida, que é o tempo necessário para que</p><p>metade dos núcleos de uma amostra radioativa decaia (Abreu, 2022).</p><p>A radiação emitida interage com a matéria através de processos como ionização</p><p>e excitação. Essas interações podem causar danos a nível celular, o que é a base</p><p>para os efeitos terapêuticos na medicina nuclear, mas também representa um risco</p><p>potencial (Abreu, 2022).</p><p>Os radioisótopos mais utilizados são tecnécio-99m, iodo-123, iodo-131,</p><p>gálio-67, tálio-201, flúor-18, entre outros, gerados artificialmente em reatores nucleares</p><p>ou aceleradores de partículas. O tecnécio-99m, empregado em cerca de 80% dos</p><p>procedimentos, é obtido a partir do molibdênio-99, que decai para tecnécio-99m em um</p><p>gerador de tecnécio. O flúor-18 é produzido em ciclotrons e é comumente utilizado no</p><p>18F-FDG (fluordesoxiglicose), um radiofármaco essencial na tomografia por emissão</p><p>de pósitrons (PET) (Vital et al., 2019; Abreu, 2022).</p><p>11RADIOATIVIDADETÓPICO 2</p><p>Para a finalidade de diagnóstico na medicina nuclear, a radioatividade é</p><p>utilizada para criar imagens detalhadas dos órgãos e tecidos através de radiofármacos,</p><p>que são substâncias radioativas administradas ao paciente (Camargo, 2015; Abreu,</p><p>2022). A radiação emitida pode ser detectada por dispositivos como câmeras gama e</p><p>PET (tomografia por emissão de pósitrons), permitindo a visualização de processos</p><p>fisiológicos e metabólicos em tempo real. A tomografia por emissão de pósitrons (PET)</p><p>e tomografia por emissão de fóton único (SPECT) são exemplos de técnicas de imagem</p><p>que utilizam radiação para diagnosticar doenças, sendo técnicas fundamentais para</p><p>detectar anomalias em órgãos e tecidos, frequentemente antes que essas anomalias</p><p>sejam visíveis com outros métodos de imagem (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>Os radiofármacos são substâncias químicas que contêm isótopos radioativos,</p><p>sem atividade farmacológica, que desempenham um papel crucial no diagnóstico por</p><p>medicina nuclear (Vital et al., 2019). Eles combinam um componente radioativo com</p><p>um vetor molecular que se concentra em órgãos ou tecidos específicos do corpo,</p><p>permitindo a visualização de processos fisiológicos e metabólicos em tempo real. Esta</p><p>capacidade única torna os radiofármacos ferramentas indispensáveis para a detecção</p><p>precoce e precisa de várias condições médicas (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>A escolha do isótopo radioativo é crítica, pois deve ter uma meia-vida adequada,</p><p>emitir radiação apropriada para detecção e ser seguro para o paciente. Entre os isótopos</p><p>mais comuns utilizados no diagnóstico estão o tecnécio-99m, o flúor-18, o iodo-123 e o</p><p>gálio-68 (Camargo, 2015; Abreu, 2022).</p><p>FIGURA 2 – PRINCIPAIS AGENTES MARCADOS COM 99MTC E SUAS RESPECTIVAS</p><p>APLICAÇÕES CLÍNICAS</p><p>Fonte: Adaptado por Abreu (2022).</p><p>RADIOFÁRMACOS3</p><p>TÓPICO</p><p>12RADIOFÁRMACOSTÓPICO 3</p><p>13RADIOFÁRMACOSTÓPICO 3</p><p>A ligação do isótopo radioativo a um composto químico que direciona o radiofármaco</p><p>para o tecido ou órgão alvo é crucial para garantir que o radiofármaco tenha a especificidade</p><p>necessária para fornecer imagens precisas e significativas (Vital et al., 2019).</p><p>Os radiofármacos são administrados ao paciente por injeção, ingestão ou inalação,</p><p>e sua distribuição no corpo é rastreada por câmeras especiais que detectam a radiação</p><p>emitida. As pequenas doses utilizadas e o fato de que a irradiação ocorre quase que</p><p>exclusivamente nas células e tecidos alvo têm a vantagem de irradiar pouco os pacientes e</p><p>quase não apresentar efeitos colaterais (Vital et al., 2019; Abreu, 2022).</p><p>Os radiofármacos são projetados para emitir radiação que pode ser detectada por</p><p>técnicas de tomografia por emissão de pósitrons (PET) e tomografia por emissão de fóton</p><p>único (SPECT) (Camargo, 2015; Vital et al., 2019).</p><p>As técnicas de diagnóstico por medicina nuclear são únicas porque proporcionam</p><p>informações não apenas sobre a estrutura dos órgãos, mas também sobre seu funcionamento,</p><p>permitindo uma detecção precoce e precisa de anomalias (Abreu, 2022).</p><p>As imagens obtidas utilizando radiofármacos podem ser realizadas por duas técnicas</p><p>principais: a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) (Figura 3) e a tomografia por</p><p>emissão de pósitrons (PET) (Figura 4). As imagens SPECT são adquiridas utilizando-se</p><p>radiofármacos que possuem isótopos emissores gama como 99mTc, 67Ga, 127Xe, 133Xe, 123I,</p><p>111In), detectados por equipamentos conhecidos como gama-câmaras. Esses dispositivos</p><p>são compostos por um cristal de iodeto de sódio que, ao entrar em contato com a radiação</p><p>gama, cintila e emite um sinal luminoso que é amplificado e processado por um computador,</p><p>gerando a imagem. Devido ao cristal cintilar durante esse processo, a técnica de imagem que</p><p>utiliza radiofármacos é conhecida como cintilografia (Saha et al., 2013; Gutfilen, Valentini,</p><p>2014; Vital et al., 2019).</p><p>Por outro lado, as imagens PET são produzidas a partir do uso de radionuclídeos</p><p>emissores de partículas β+ ou pósitrons como 11C, 13N, 15O, 18F, 124I, 64Cu ou 68Ga, que</p><p>reagem imediatamente com elétrons no corpo e emitem dois fótons γ de alta energia (511</p><p>keV) em direções opostas, sendo detectados simultaneamente por um aparelho circular</p><p>que coleta e gera imagens tridimensionais (Gutfilen, Valentini, 2014; Vital et al., 2019).</p><p>TÉCNICAS DE</p><p>DIAGNÓSTICO EM</p><p>MEDICINA NUCLEAR4</p><p>TÓPICO</p><p>14TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO EM MEDICINA NUCLEARTÓPICO 4</p><p>FIGURA 3 – GAMA-CÂMARA SPECT</p><p>Fonte: Vital et al. (2019).</p><p>FIGURA 4 – CÂMARA PET</p><p>Fonte: Vital et al. (2019).</p><p>Tomografia por Emissão de Fóton Único (SPECT)</p><p>A SPECT é semelhante à PET, mas utiliza radiofármacos emissores de fótons</p><p>gama (Figura 5). A SPECT é especialmente útil na avaliação de doenças cardíacas, como</p><p>isquemia miocárdica, e na análise de funções cerebrais, permitindo a detecção de epilepsia</p><p>e demências. A</p><p>SPECT também pode ser combinada com a tomografia computadorizada</p><p>(SPECT/CT), proporcionando imagens detalhadas de alta resolução (Vital et al., 2019;</p><p>Abreu, 2022).</p><p>15TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO EM MEDICINA NUCLEARTÓPICO 4</p><p>FIGURA 5 – IMAGEM SPECT DE CINTILOGRAFIA ÓSSEA DO CORPO INTEIRO COM</p><p>99MTC-MDP</p><p>A) Paciente com cintilografia normal. Algumas áreas de aumento da captação são normalmente observadas no</p><p>adulto, incluindo a atividade nas articulações. Observa-se pequena concentração do radiofármaco na fossa antecubital</p><p>esquerda (sítio de injeção).</p><p>B) Cintilografia óssea de paciente com câncer de próstata apresentando doença metastática com numerosos</p><p>focos de aumento de atividade, mais evidentes no esqueleto axial, são típicas de metástases ósseas.</p><p>C) Paciente com osteosarcoma na região do joelho esquerdo.</p><p>Fonte: Vital et al. (2019).</p><p>Cintilografia Renal</p><p>Essa técnica avalia a função dos rins e pode identificar obstruções, cicatrizes renais</p><p>e insuficiência renal. Radiofármacos específicos são administrados e sua passagem através</p><p>dos rins é monitorada, permitindo uma avaliação precisa da função renal. Radiofármacos</p><p>como o tecnécio-99m MAG3 são utilizados para avaliar a função renal, detectar obstruções</p><p>e monitorar o fluxo urinário. Esta técnica é fundamental para diagnosticar condições como</p><p>estenose da artéria renal e insuficiência renal (Camargo et al., 2015).</p><p>Cintilografia Tireoideana</p><p>Utilizada para avaliar a função da glândula tireoide, essa técnica pode diagnosticar</p><p>hipertireoidismo, hipotireoidismo e nódulos tireoidianos. O iodo-123 é um radiofármaco que</p><p>se acumula na glândula tireoide, permitindo a avaliação de sua função. Esta técnica é</p><p>utilizada para diagnosticar hipertireoidismo, hipotireoidismo e nódulos tireoidianos (Camargo</p><p>et al., 2015).</p><p>Cintilografia Pulmonar</p><p>A cintilografia de ventilação/perfusão (V/Q) é usada para diagnosticar embolia</p><p>pulmonar. Ela envolve a inalação de um radiofármaco para avaliar a ventilação dos pulmões</p><p>16TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO EM MEDICINA NUCLEARTÓPICO 4</p><p>e a injeção de outro para avaliar a perfusão sanguínea, permitindo a detecção de áreas com</p><p>fluxo sanguíneo comprometido (Camargo et al., 2015).</p><p>Cintilografia Cardíaca</p><p>Utilizada para avaliar a perfusão miocárdica e a função ventricular, essa técnica</p><p>é essencial no diagnóstico de doenças coronarianas. Radiofármacos como o tecnécio-</p><p>99m sestamibi são usados para avaliar a perfusão miocárdica. Esta técnica é crucial para</p><p>diagnosticar doença arterial coronariana, identificar áreas de isquemia e avaliar a função</p><p>ventricular (Vital et al., 2019).</p><p>Cintilografia Óssea</p><p>Essa técnica é usada para detectar anormalidades nos ossos, como fraturas,</p><p>infecções, tumores e metástases. A cintilografia óssea utiliza o tecnécio-99m ligado a</p><p>um difosfonato, que se acumula em áreas de alta atividade osteoblástica. Esta técnica é</p><p>essencial para detectar metástases ósseas, fraturas ocultas, infecções ósseas e outras</p><p>anomalias esqueléticas (Vital et al., 2019).</p><p>Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)</p><p>A PET é uma técnica avançada que utiliza radiofármacos emissores de pósitrons,</p><p>como o fluordesoxiglicose (FDG). A FDG é absorvida pelas células, especialmente aquelas</p><p>com alta atividade metabólica, como células cancerígenas. A emissão de pósitrons é</p><p>detectada por um scanner PET, que cria imagens tridimensionais detalhadas, permitindo</p><p>a avaliação precisa de tumores, doenças cardíacas e condições neurológicas. A PET é</p><p>frequentemente combinada com a tomografia computadorizada (PET/CT), proporcionando</p><p>informações estruturais e funcionais simultâneas (Vital et al., 2019; Abreu, 2022).</p><p>A PET, utilizando 18F-FDG, permite a visualização de processos metabólicos,</p><p>especialmente a captação de glicose pelas células. Esta técnica é amplamente utilizada na</p><p>oncologia para o estadiamento e monitoramento de tumores, na cardiologia para avaliar a</p><p>viabilidade miocárdica e na neurologia para detectar doenças como Alzheimer e epilepsia</p><p>(Camargo et al., 2015; Abreu, 2022).</p><p>As técnicas de diagnóstico por medicina nuclear oferecem uma visão única e</p><p>detalhada da fisiologia e metabolismo dos órgãos, complementando outras modalidades</p><p>de imagem como raios-X, ultrassonografia e ressonância magnética. A segurança e a</p><p>eficácia desses métodos são garantidas por rigorosos protocolos de dosagem e controle</p><p>de radiação, tornando a medicina nuclear uma ferramenta indispensável no diagnóstico e</p><p>acompanhamento de uma vasta gama de doenças.</p><p>17TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO EM MEDICINA NUCLEARTÓPICO 4</p><p>A radioterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza radiação ionizante para</p><p>tratar câncer e outras doenças (Figura 6). Uma quantidade de radiação previamente</p><p>calculada é administrada, durante um período específico, a uma área de tecido que inclui o</p><p>tumor. O objetivo é eliminar todas as células tumorais, causando o mínimo de dano possível</p><p>às células normais adjacentes, que são responsáveis pela regeneração da área irradiada. A</p><p>sua eficácia se deve à capacidade da radiação de danificar o DNA das células, impedindo</p><p>sua replicação e promovendo sua morte. Este tratamento pode ser aplicado de forma</p><p>curativa, paliativa ou adjuvante, dependendo do tipo e estágio da doença (Camargo, 2015).</p><p>FIGURA 6 - RADIOTERAPIA.</p><p>Fonte: Shutterstock l 2262511639</p><p>A radiação ionizante atua principalmente danificando o DNA das células. Esse dano</p><p>pode ocorrer de forma direta, onde a radiação interage diretamente com as moléculas de</p><p>RADIOTERAPIA5</p><p>TÓPICO</p><p>18RADIOTERAPIATÓPICO 5</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/man-receiving-radiation-treatments-brain-cancer-2262511639</p><p>DNA, ou de forma indireta, onde a radiação ioniza moléculas de água ao redor do DNA,</p><p>gerando radicais livres que causam danos ao DNA. As células cancerígenas, devido à sua</p><p>rápida taxa de divisão e menor capacidade de reparar danos no DNA, são mais suscetíveis</p><p>aos efeitos da radiação em comparação com as células normais (Hall e Giaccia, 2012;</p><p>Camargo, 2015).</p><p>A resposta dos tecidos ao tratamento com radiação depende de vários fatores,</p><p>como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, bem como a</p><p>qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total de administração, para que o efeito</p><p>biológico alcance o maior número possível de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos</p><p>normais seja mantida (Camargo, 2015).</p><p>Na radioterapia existem dois fatores importantes: a radiossensibilidade e a</p><p>radiocurabilidade.</p><p>A radiossensibilidade refere-se à capacidade de diferentes tipos de células e tecidos</p><p>de serem afetados pela radiação ionizante. Essa sensibilidade varia entre tipos celulares e</p><p>tecidos, e é determinada por vários fatores (Camargo, 2015), incluindo:</p><p>• Fase do Ciclo Celular: Células que estão em fases ativas do ciclo celular, como</p><p>a mitose, geralmente são mais radiossensíveis do que células em fases de</p><p>repouso ou quiescentes.</p><p>• Taxa de Crescimento: Células tumorais que se dividem rapidamente tendem a</p><p>ser mais radiossensíveis em comparação com células de crescimento lento.</p><p>• Oxigenação: Células bem oxigenadas são geralmente mais radiossensíveis.</p><p>O efeito de oxigênio é conhecido como “efeito de oxigênio”, onde a presença de</p><p>oxigênio aumenta a eficácia da radiação ionizante.</p><p>• Estado de Diferenciação: Células menos diferenciadas (ou seja, células que</p><p>não assumiram funções especializadas) costumam ser mais radiossensíveis do</p><p>que células altamente diferenciadas.</p><p>• Capacidade de Reparação: Células com capacidade limitada para reparar</p><p>danos ao DNA tendem a ser mais radiossensíveis.</p><p>Enquanto que a radiocurabilidade é a capacidade de um tumor de ser curado ou</p><p>significativamente reduzido por tratamento com radiação. A radiocurabilidade depende de:</p><p>• Radiossensibilidade do Tumor: Tumores mais radiossensíveis têm uma maior</p><p>probabilidade de serem curados com radioterapia. A sensibilidade pode variar de</p><p>acordo com o tipo histológico e a agressividade do tumor.</p><p>19RADIOTERAPIATÓPICO</p><p>5</p><p>• Tamanho e Localização do Tumor: Tumores menores e localizados em áreas</p><p>que são mais facilmente acessíveis e menos críticas para funções vitais têm uma</p><p>maior chance de ser curados.</p><p>• Dose Total e Fracionamento: A dose total de radiação e como ela é dividida</p><p>ao longo do tempo (fracionamento) são importantes. O fracionamento permite</p><p>que os tecidos normais se recuperem entre as sessões de radiação, enquanto</p><p>maximiza o dano ao tumor.</p><p>• Volume Tumoral: Tumores com grandes volumes podem ser mais difíceis de</p><p>tratar efetivamente com radiação, especialmente se parte do tumor está localizada</p><p>em áreas de difícil acesso.</p><p>• Presença de Metástases: Tumores que já se espalharam para outras partes</p><p>do corpo (metástases) podem ser menos curáveis com radioterapia, embora a</p><p>radiação possa ser usada para controlar ou reduzir o crescimento metastático.</p><p>O grau de sensibilidade do tumor ao tratamento por radioterapia é representado pela</p><p>velocidade de regressão do tumor, no entanto, a radiossensibilidade depende da origem</p><p>celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação</p><p>(Camargo, 2015).</p><p>Os tipos de radiação mais comumente usados na radioterapia são:</p><p>Raios-X: São gerados por aceleradores lineares e são amplamente utilizados</p><p>devido à sua capacidade de penetrar profundamente nos tecidos. Eles são usados em</p><p>técnicas como a radioterapia conformacional tridimensional (3D-CRT) e a radioterapia de</p><p>intensidade modulada (IMRT) (Bentzen et al., 2000).</p><p>Raios Gama: Emitidos por fontes radioativas como o cobalto-60, os raios gama são</p><p>utilizados em algumas modalidades de teleterapia e em braquiterapia. Eles têm alta energia</p><p>e grande capacidade de penetração (Dewitt et al., 2014).</p><p>Teleterapia e braquiterapia são duas abordagens principais na radioterapia, cada</p><p>uma com suas características específicas e aplicações clínicas (Dias e Almeida, 2018).</p><p>20RADIOTERAPIATÓPICO 5</p><p>A teleterapia, também conhecida como radioterapia externa, no mínimo 20 cm de</p><p>sua superfície, é uma modalidade de tratamento que utiliza radiação ionizante para tratar</p><p>câncer e outras condições médicas. A radiação é administrada de uma fonte externa ao</p><p>corpo do paciente, direcionada com precisão para atingir o tecido alvo, minimizando a</p><p>exposição dos tecidos saudáveis adjacentes (Dias e Almeida, 2018; Abreu, 2022).</p><p>A teleterapia emprega radiação ionizante, geralmente raios-X de alta energia ou</p><p>elétrons, para danificar o DNA das células tumorais, impedindo sua replicação e levando à sua</p><p>morte. A eficácia do tratamento depende de vários fatores, incluindo a dose total de radiação,</p><p>a divisão da dose total em várias sessões e a precisão com que a radiação é direcionada ao</p><p>tumor (Hall e Giaccia, 2012). Os principais aparelhos empregados na teleterapia incluem a</p><p>roentgenterapia (raios-x), a cobaltoterapia e o acelerador linear (Figura 7).</p><p>FIGURA 7 – ACELERADOR LINEAR</p><p>Fonte: Camargo (2015).</p><p>TELETERAPIA6</p><p>TÓPICO</p><p>21TELETERAPIATÓPICO 6</p><p>Esta modalidade de tratamento, a teleterapia, pode ser empregada para controlar</p><p>processos inflamatórios e tumores benignos, além de aliviar ou diminuir sintomas como dor,</p><p>sangramento e compressões em órgãos vitais causadas por tumores (Dias e Almeida, 2018).</p><p>A teleterapia pode ser classificada como radioterapia curativa, o qual visa a cura do</p><p>paciente, como radioterapia paliativa, a qual tem por objetivo o tratamento local do tumor</p><p>primário ou de metástases, sem influenciar a taxa da sobrevida global do paciente, também</p><p>como radioterapia antiálgica ou anti-hemorrágica, e ainda como radioterapia pré-operatória,</p><p>radioterapia pós-operatória ou pós-quimioterapia com a finalidade de reduzir o tamanho do</p><p>tumor (Dias e Almeida, 2018).</p><p>Tipos de Teleterapia:</p><p>Radioterapia Conformacional Tridimensional (3D-CRT)</p><p>A 3D-CRT utiliza imagens de tomografia computadorizada (TC) para criar um</p><p>modelo tridimensional do tumor e dos tecidos circundantes. Isso permite que os feixes de</p><p>radiação sejam moldados e direcionados com precisão, reduzindo a dose para os tecidos</p><p>saudáveis (Dias e Almeida, 2018).</p><p>Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT)</p><p>A IMRT é uma técnica avançada que permite a modulação da intensidade do feixe</p><p>de radiação dentro de cada campo de tratamento. Isso possibilita a entrega de doses altas</p><p>ao tumor enquanto minimiza a exposição aos tecidos normais. A IMRT é especialmente útil</p><p>para tratar tumores em locais anatômicos complexos, como a cabeça e pescoço (Dias e</p><p>Almeida, 2018).</p><p>Radioterapia de Arco Volumétrico Modulado (VMAT)</p><p>A VMAT é uma forma avançada de IMRT em que a radiação é administrada enquanto</p><p>o acelerador linear gira ao redor do paciente. Isso permite a entrega de doses precisas em</p><p>um tempo de tratamento reduzido, melhorando a eficiência e o conforto do paciente (Otto,</p><p>2008).</p><p>Radioterapia Estereotáxica Corporal (SBRT)</p><p>A SBRT envolve a entrega de doses muito altas de radiação em um pequeno</p><p>número de frações. É utilizada para tratar tumores pequenos e bem localizados, como</p><p>aqueles encontrados no pulmão, fígado e coluna vertebral. A alta precisão da SBRT permite</p><p>a administração de doses ablativas ao tumor com mínimo impacto nos tecidos saudáveis</p><p>(Timmerman et al., 2007).</p><p>22TELETERAPIATÓPICO 6</p><p>Aplicações Clínicas:</p><p>Câncer de Próstata</p><p>A teleterapia é amplamente utilizada no tratamento do câncer de próstata, tanto</p><p>em estágios iniciais quanto avançados. A IMRT, em particular, tem demonstrado reduzir a</p><p>toxicidade retal e vesical, melhorando os resultados dos pacientes (Zelefsky et al., 2011).</p><p>Câncer de Mama</p><p>Após a cirurgia conservadora da mama, a teleterapia é usada para irradiar o tecido</p><p>mamário restante, reduzindo o risco de recidiva local (Figura 8). A 3D-CRT e a IMRT são</p><p>frequentemente utilizadas para melhorar a cobertura do volume alvo e minimizar a dose aos</p><p>pulmões e ao coração (Whelan et al., 2010).</p><p>FIGURA 8 – MULHER RECEBENDO TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA PARA CÂNCER</p><p>DE MAMA.</p><p>Fonte: Shutterstock l 1097370944</p><p>Câncer de Cabeça e Pescoço</p><p>A teleterapia é uma parte crucial do tratamento multimodal para cânceres de cabeça</p><p>e pescoço. A IMRT é preferida devido à sua capacidade de preservar estruturas críticas</p><p>como as glândulas salivares, reduzindo a xerostomia e melhorando a qualidade de vida dos</p><p>pacientes (Nutting et al., 2011).</p><p>Técnicas Avançadas:</p><p>Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT)</p><p>A IGRT utiliza técnicas de imagem, como TC e ressonância magnética (RM), para</p><p>visualizar o tumor durante cada sessão de tratamento. Isso permite ajustes precisos na</p><p>posição do paciente e na configuração do feixe, garantindo que a radiação atinja o alvo com</p><p>precisão (Dias e Almeida, 2018).</p><p>23TELETERAPIATÓPICO 6</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-receiving-radiation-therapy-treatments-breast-1097370944</p><p>Radioterapia Adaptativa (ART)</p><p>A ART envolve a modificação do plano de tratamento com base em mudanças</p><p>na anatomia do paciente ou no tumor ao longo do curso do tratamento. Essa abordagem</p><p>adaptativa ajuda a manter a precisão e eficácia da radioterapia, especialmente em pacientes</p><p>com tumores que podem mudar de tamanho ou posição (Travancinha e Fernandez, 2023).</p><p>Os efeitos colaterais da teleterapia variam de acordo com a localização do tumor</p><p>e a dose de radiação administrada. Os efeitos agudos podem incluir fadiga, irritação da</p><p>pele e mucosite, enquanto os efeitos tardios podem envolver fibrose, danos aos órgãos</p><p>adjacentes e, em casos raros, câncer induzido por radiação. A monitorização contínua e o</p><p>manejo adequado dos efeitos colaterais são essenciais para garantir a qualidade de vida</p><p>dos pacientes durante e após o tratamento (Dias e Almeida, 2018).</p><p>A teleterapia representa um componente vital da radioterapia moderna, oferecendo</p><p>opções de tratamento precisas e eficazes para uma ampla variedade de cânceres. Os</p><p>avanços tecnológicos, como a IMRT, VMAT e IGRT, têm aprimorado significativamente a</p><p>capacidade de direcionar a radiação com precisão, minimizando</p><p>os efeitos colaterais e</p><p>melhorando os resultados clínicos. A pesquisa contínua e a inovação são cruciais para o</p><p>desenvolvimento de novas técnicas e a melhoria contínua do cuidado ao paciente.</p><p>24TELETERAPIATÓPICO 6</p><p>A braquiterapia é uma modalidade de radioterapia que envolve a colocação de</p><p>fontes radioativas diretamente no interior ou nas proximidades do tumor utilizando elementos</p><p>radioativos específicos, de pequeno tamanho e formas variadas, que são colocados na</p><p>posição de tratamento por meio de guias como cateteres, sondas, aplicadores ou agulhas.</p><p>Esta técnica permite a entrega de altas doses de radiação ao tumor com mínima exposição</p><p>aos tecidos saudáveis circundantes (Dias e Almeida, 2018).</p><p>A braquiterapia é geralmente empregada para tratar tumores pequenos e bem</p><p>delimitados. Devido a isso, frequentemente é utilizada como um complemento à radioterapia</p><p>externa, incrementando a dose de radiação em uma área específica e restrita, utilizada em</p><p>diversos tipos de câncer, incluindo ginecológico, próstata, mama e esôfago (Dias e Almeida,</p><p>2018).</p><p>As fontes de radiação podem ser de baixa taxa de dose (LDR), alta taxa de dose</p><p>(HDR) ou dose pulsada (PDR), e a escolha entre elas depende do tipo de câncer e do</p><p>objetivo terapêutico (Dias e Almeida, 2018).</p><p>A braquiterapia pode ser classificada de acordo com a localização das fontes de</p><p>radiação em intersticial, intraluminal, intracavitária e de superfície. Implantes intersticiais</p><p>podem ser temporários ou permanentes, dependendo da remoção ou não do corpo</p><p>do paciente, enquanto os implantes intracavitários, intraluminais ou de superfície são</p><p>temporários (Dias e Almeida, 2018).</p><p>A proximidade das fontes ao tecido tumoral permite uma alta dose de radiação em</p><p>uma pequena área, enquanto a dose diminui rapidamente à medida que se distancia do</p><p>local da fonte, preservando os tecidos saudáveis adjacentes (Berek e Hacker, 2010).</p><p>BRAQUITERAPIA7</p><p>TÓPICO</p><p>25BRAQUITERAPIATÓPICO 7</p><p>FIGURA 9 – CLASSIFICAÇÃO DA BRAQUITERAPIA</p><p>Fonte: A autora.</p><p>A proximidade das fontes ao tecido tumoral permite uma alta dose de radiação em</p><p>uma pequena área, enquanto a dose diminui rapidamente à medida que se distancia do</p><p>local da fonte, preservando os tecidos saudáveis adjacentes (Berek e Hacker, 2010).</p><p>Técnicas de Braquiterapia:</p><p>Braquiterapia Intersticial</p><p>Na braquiterapia intersticial, as fontes de radiação são implantadas diretamente</p><p>no tecido tumoral utilizando agulhas ou cateteres (Figuras 10, 11 e 12). Esta técnica</p><p>é frequentemente utilizada no tratamento do câncer de próstata, onde as sementes</p><p>radioativas são colocadas na glândula prostática para irradiar o tumor de dentro para</p><p>fora (Dewitt et al., 2014).</p><p>FIGURA 10 - DESENHO MOSTRANDO A COLOCAÇÃO DE SEMENTES RADIOATIVAS</p><p>NA REGIÃO DA PRÓSTATA</p><p>Fonte: Camargo (2015).</p><p>26BRAQUITERAPIATÓPICO 7</p><p>FIGURA 11 – SEMENTES RADIOATIVAS</p><p>Fonte: Camargo (2015).</p><p>FIGURA 12 – DESENHO MOSTRANDO A CAMADA INTERNA DE UMA SEMENTE DE</p><p>BRAQUITERAPIA</p><p>Fonte: Camargo (2015).</p><p>Braquiterapia Intracavitária</p><p>A braquiterapia intracavitária envolve a colocação de fontes radioativas dentro de</p><p>cavidades corporais, como o útero ou a vagina, utilizando aplicadores especiais. É uma</p><p>abordagem comum no tratamento de cânceres ginecológicos, especialmente câncer</p><p>cervical e endometrial (Viswanathan; Ecker, 2009).</p><p>Braquiterapia Intraluminal</p><p>A braquiterapia intraluminal é um tipo de radioterapia interna onde as fontes de</p><p>radiação são inseridas dentro de uma cavidade natural do corpo utilizando um aplicador. Este</p><p>método é comumente usado para tratar tumores localizados em passagens naturais do corpo</p><p>humano, como o esôfago, brônquios, traqueia, e vasos sanguíneos (Dias e Almeida, 2018).</p><p>27BRAQUITERAPIATÓPICO 7</p><p>Braquiterapia de Superfície</p><p>Utilizada para tratar lesões superficiais ou de pele, esta técnica envolve a colocação</p><p>de fontes de radiação sobre a superfície do corpo ou diretamente em úlceras tumorais. É</p><p>uma técnica menos comum, mas eficaz em certos tipos de câncer de pele e lesões cutâneas</p><p>metastáticas (Nag et al., 2005).</p><p>Aplicações Clínicas:</p><p>Câncer de Próstata</p><p>A braquiterapia é uma das opções de tratamento para o câncer de próstata</p><p>localizado. A técnica pode ser utilizada tanto como monoterapia quanto em combinação</p><p>com radioterapia externa. A braquiterapia LDR é frequentemente escolhida, onde sementes</p><p>de iodo-125 ou paládio-103 são implantadas na próstata (Ziegler et al., 2012).</p><p>Câncer Cervical</p><p>Para o câncer cervical, a braquiterapia intracavitária é uma parte crucial do tratamento</p><p>padrão, complementando a radioterapia externa. Aplicadores especiais são usados para</p><p>posicionar as fontes radioativas no canal cervical e na cavidade uterina, assegurando a</p><p>distribuição adequada da dose (Potter et al., 2006).</p><p>Câncer de Mama</p><p>A braquiterapia parcial acelerada da mama é uma opção para pacientes com</p><p>câncer de mama em estágio inicial. Nesta técnica, um balão ou cateter é colocado na</p><p>cavidade cirúrgica após a lumpectomia, e as fontes de radiação são inseridas para irradiar</p><p>diretamente a área onde o tumor estava localizado (Vicini et al., 2011).</p><p>Técnicas Avançadas:</p><p>Imagens Guiadas por Braquiterapia</p><p>A utilização de técnicas de imagem, como a ressonância magnética (RM) e a</p><p>tomografia computadorizada (TC), para guiar a colocação das fontes de braquiterapia tem</p><p>aumentado a precisão do tratamento. A imagem em tempo real permite ajustes precisos</p><p>durante o procedimento, melhorando a distribuição da dose e reduzindo os efeitos colaterais</p><p>(Haigron et al., 2013).</p><p>Braquiterapia de Alta Taxa de Dose (HDR)</p><p>A braquiterapia HDR, que utiliza fontes radioativas de alta atividade para administrar</p><p>doses elevadas em um curto período de tempo, tem se tornado popular devido à sua</p><p>28BRAQUITERAPIATÓPICO 7</p><p>conveniência e eficácia. A técnica permite fracionamentos mais precisos e tratamento</p><p>ambulatorial, melhorando a qualidade de vida do paciente (Patel et al., 2020).</p><p>Braquiterapia Guiada por Imagem e Realidade Aumentada</p><p>O uso de tecnologias emergentes, como a realidade aumentada e a inteligência</p><p>artificial, está sendo explorado para melhorar a orientação e a precisão dos implantes de</p><p>braquiterapia. Esses avanços têm o potencial de melhorar ainda mais os resultados do</p><p>tratamento e a segurança do paciente (Shen et al., 2018).</p><p>Os efeitos colaterais da braquiterapia variam de acordo com o local tratado e a técnica</p><p>utilizada. No câncer de próstata, podem ocorrer disfunções urinárias e intestinais, enquanto</p><p>na braquiterapia ginecológica, os efeitos podem incluir toxicidade vaginal e intestinal. A</p><p>monitorização contínua e o manejo adequado dos efeitos colaterais são essenciais para</p><p>garantir a qualidade de vida dos pacientes durante e após o tratamento (Han et al., 2014).</p><p>A braquiterapia continua a ser uma modalidade vital na radioterapia, oferecendo</p><p>tratamentos eficazes e precisos para vários tipos de câncer. Os avanços tecnológicos,</p><p>incluindo técnicas guiadas por imagem e o desenvolvimento de novas tecnologias de</p><p>entrega, têm melhorado significativamente os resultados do tratamento. A pesquisa contínua</p><p>e a inovação são cruciais para expandir as capacidades da braquiterapia, proporcionando</p><p>melhores resultados clínicos e qualidade de vida para os pacientes.</p><p>29BRAQUITERAPIATÓPICO 7</p><p>30</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A medicina nuclear e a radioterapia representam campos essenciais e altamente</p><p>especializados da medicina moderna, desempenhando papéis cruciais no diagnóstico e</p><p>tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Os avanços tecnológicos e a</p><p>pesquisa contínua têm transformado essas disciplinas, proporcionando tratamentos mais</p><p>eficazes e seguros, além de melhorar significativamente os desfechos clínicos e a qualidade</p><p>de vida dos pacientes.</p><p>Na medicina nuclear, o uso de radiofármacos para diagnóstico e terapia tem</p><p>revolucionado a capacidade de detectar e tratar doenças em estágios iniciais. Os</p><p>procedimentos de imagem, como a tomografia por emissão de</p><p>pósitrons (PET) e a</p><p>tomografia por emissão de fóton único (SPECT), permitem uma visualização detalhada</p><p>dos processos fisiológicos e metabólicos no corpo, facilitando o diagnóstico precoce e a</p><p>avaliação da resposta ao tratamento. A terapia com radionuclídeos oferece uma abordagem</p><p>direcionada para tratar doenças específicas, como cânceres e condições endócrinas, com</p><p>efeitos colaterais minimizados em comparação com os tratamentos convencionais.</p><p>A radioterapia, por sua vez, utiliza radiação ionizante para destruir células</p><p>cancerígenas e reduzir tumores, oferecendo uma alternativa eficaz e não invasiva à</p><p>cirurgia. As técnicas avançadas, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT),</p><p>a radioterapia de arco volumétrico modulado (VMAT) e a radioterapia estereotáxica</p><p>corporal (SBRT), permitem uma administração precisa da dose, maximizando a eficácia do</p><p>tratamento enquanto minimizam os danos aos tecidos saudáveis. O uso de tecnologias de</p><p>imagem guiada (IGRT) e radioterapia adaptativa (ART) aprimora ainda mais a precisão e a</p><p>personalização do tratamento.</p><p>O futuro da medicina nuclear e da radioterapia é promissor, com contínuos avanços</p><p>tecnológicos e científicos que prometem melhorar ainda mais os resultados dos tratamentos.</p><p>A integração da inteligência artificial e do aprendizado de máquina no planejamento e na</p><p>administração dos tratamentos está abrindo novas fronteiras, permitindo uma abordagem</p><p>mais personalizada e eficiente para cada paciente.</p><p>A pesquisa contínua em biomarcadores e técnicas de imagem avançada está</p><p>expandindo as fronteiras do diagnóstico precoce e do monitoramento da resposta ao</p><p>tratamento. Esses avanços não só melhoram as taxas de sobrevivência, mas também</p><p>reduzem os efeitos colaterais e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.</p><p>Em suma, a medicina nuclear e a radioterapia são pilares fundamentais na luta contra</p><p>o câncer e outras doenças graves. A educação e o treinamento contínuo de profissionais</p><p>de saúde nesses campos são essenciais para garantir a aplicação segura e eficaz dessas</p><p>tecnologias. Com um compromisso contínuo com a pesquisa e a inovação, a medicina</p><p>nuclear e a radioterapia continuarão a evoluir, oferecendo esperança e cura para milhões</p><p>de pacientes em todo o mundo.</p><p>31</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABREU, Gisele Corrêa de. Medicina nuclear e radioterapia. 1. ed. São Caetano do Sul:</p><p>Difusão, 2022. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 24 de</p><p>julho de 2024.</p><p>BENTZEN, S. M. et al. Radiotherapy: Biomarkers and Surrogates. Radiotherapy and</p><p>Oncology, v. 55, n. 1, p. 19-26, 2000.</p><p>BEREK, J. S.; HACKER, N. F. Gynecologic Oncology. 5. ed. Philadelphia: Lippincott</p><p>Williams & Wilkins, 2010.</p><p>CAMARGO, Renato. Radioterapia e Medicina Nuclear - Conceitos, Instrumentação,</p><p>Protocolos, Tipos De Exames e Tratamentos. São Paulo: SRV Editora LTDA, 2015.</p><p>E-book. ISBN 9788536521336. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/</p><p>books/9788536521336/. Acesso em: 24 de julho de 2024.</p><p>DEWITT, S. P. et al. Permanent prostate brachytherapy: a current perspective on clinical</p><p>practice. Brachytherapy, v. 13, n. 2, p. 181-189, 2014.</p><p>DIAS, Patrícia Luciana M.; ALMEIDA, Verônica R. Radioterapia: Terapia, Braquiterapia</p><p>e Radiocirurgia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788527734523.</p><p>Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734523/. Acesso</p><p>em: 24 de julho de 2024.</p><p>GUTFILEN, B.; VALENTINI, G. Radiopharmaceuticals in nuclear medicine: recent</p><p>developments for SPECT and PET studies. Biomed. Res. Int. 2014:426892, 2014.</p><p>HAIGRON, P. et al. Image-guided brachytherapy. Computerized Medical Imaging and</p><p>Graphics, v. 37, n. 3, p. 193-201, 2013.</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521336/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521336/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734523/</p><p>32</p><p>HALL, E. J.; GIACCIA, A. J. Radiobiology for the Radiologist. Lippincott Williams &</p><p>Wilkins, 2012.</p><p>HAN, K. et al. A review of clinical experience with I-125 seed permanent prostate</p><p>brachytherapy. Translational Andrology and Urology, v. 3, n. 1, p. 32-39, 2014.</p><p>NAG, S. et al. The American Brachytherapy Society recommendations for brachytherapy of</p><p>uveal melanomas. International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics, v. 62,</p><p>n. 5, p. 1394-1399, 2005.</p><p>NUTTING, C. M. et al. Parotid-sparing intensity modulated versus conventional radiotherapy</p><p>in head and neck cancer (PARSPORT): A phase 3 multicentre randomised controlled trial.</p><p>The Lancet Oncology, v. 12, n. 2, p. 127-136, 2011.</p><p>OLIVEIRA, R.; SANTOS, D.; FERREIRA, D.; COELHO, P.; VEIGA, F. Preparações</p><p>radiofarmacêuticas e suas aplicações. Revista Brasileira De Ciências Farmacêuticas, v. 42,</p><p>n. 2, p. 151–165, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-93322006000200002.</p><p>Acesso em: 24 de julho de 2024.</p><p>OTTO, K. Volumetric modulated arc therapy: IMRT in a single gantry arc. Medical Physics,</p><p>v. 35, n. 1, p. 310-317, 2008.</p><p>PATEL, F. D. et al. High-dose-rate brachytherapy: A review. Journal of Contemporary</p><p>Brachytherapy, v. 12, n. 2, p. 155-164, 2020.</p><p>POTTER, R. et al. 3D conformal HDR brachytherapy in cervical carcinoma: a clinical, physical</p><p>and radiobiological comparison. Radiotherapy and Oncology, v. 78, n. 1, p. 67-77, 2006.</p><p>SAHA, S.; BURKE, C.; DESAI, A.; VIJAYANATHAN, S.; GNANASEGARAN, G. SPECT-CT</p><p>applications in musculoskeletal radiology. Br. J. Radiol., v. 86, p. 20120519, 2013.</p><p>33</p><p>SHEN, C. et al. Augmented reality visualization for brachytherapy. Journal of Applied</p><p>Clinical Medical Physics, v. 19, n. 1, p. 128-136, 2018.</p><p>TIMMERMAN, R. D. et al. Stereotactic body radiation therapy for inoperable early stage</p><p>lung cancer. JAMA, v. 303, n. 11, p. 1070-1076, 2007.</p><p>TRAVANCINHA, Catarina; FERNANDEZ, Gonçalo. A radioterapia adaptativa na era da</p><p>medicina personalizada: onde estamos e para onde vamos? Revista GECP, v. 2, p. 21-34,</p><p>2023.</p><p>VICINI, F. A. et al. Five-year analysis of treatment efficacy and cosmesis by the American</p><p>Society of Breast Surgeons MammoSite breast brachytherapy registry trial in patients treated</p><p>with accelerated partial breast irradiation. International Journal of Radiation Oncology,</p><p>Biology, Physics, v. 79, n. 3, p. 808-817, 2011.</p><p>VISWANATHAN, A. N.; ECKER, S. Brachytherapy: Applications and Techniques. New</p><p>York: Springer, 2009.</p><p>VITAL, K. D.; LIMA, W. G.; PESSOA, R. M.; FERNANDES, S. O.; CARDOSO, V. N.</p><p>Radiofármacos e suas aplicações. Brazilian Journal of Health and Pharmacy, [S. l.], v. 1,</p><p>n. 2, p. 69–79, 2019. Disponível em: https://bjhp.crfmg.org.br/crfmg/article/view/80.</p><p>WHELAN, T. J. et al. Long-term results of hypofractionated radiation therapy for breast</p><p>cancer. New England Journal of Medicine, v. 362, n. 6, p. 513-520, 2010.</p><p>ZELEFSKY, M. J. et al. High-dose intensity modulated radiation therapy for prostate cancer:</p><p>Early toxicity and biochemical outcome in 772 patients. International Journal of Radiation</p><p>Oncology, Biology, Physics, v. 53, n. 5, p. 1111-1116, 2011.</p><p>ZIEGLER, A. et al. Prostate brachytherapy: Efficacy and side effects. European Urology</p><p>Supplements, v. 11, n. 1, p. 43-48, 2012.</p><p>https://bjhp.crfmg.org.br/crfmg/article/view/80</p><p>ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE</p><p>Praça Brasil , 250 - Centro</p><p>CEP 87702 - 320</p><p>Paranavaí - PR - Brasil</p><p>TELEFONE (44) 3045 - 9898</p><p>Site UniFatecie 3:</p><p>Botão 19:</p><p>Botão 18:</p><p>Botão 17:</p><p>Botão 16:</p><p>Botão 21:</p><p>Botão 22:</p><p>Botão 23:</p>