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<p>A INTERDEPENDÊNCIA</p><p>NA POLÍTICA MUNDIAL</p><p>P R O F . ª M . ª A N A E L I S A T H O M A Z E L L A G A Z Z O L A</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>• Noção, na década de 1970, que a própria natureza da política mundial</p><p>estava mudando. O mundo se tornou interdependente em economia, nas</p><p>comunicações e na campo das aspirações humanas.</p><p>• O programa tradicional de assuntos internacionais não se resumia mais</p><p>ao equilíbrio de poder e à segurança entre as nações.</p><p>• Quão profundas são as transformações?</p><p>- Aldeia global – Herbert Marshall McLuhan.</p><p>- Mundo sem fronteiras – Lester R. Brown.</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>• Emergência de novos atores: o que acontece com o Estado nacional?</p><p>• Nacionalistas: o Estado ainda é capaz de controlar as telecomunicações e</p><p>os intercâmbios sociais inconvenientes para seus interesse. Bem como,</p><p>nacionalizar multinacionais.</p><p>• De acordo com Keohane e Nye, nossa era está marcada tanto pela</p><p>continuidade (interdependência militar) quanto por mudanças</p><p>(multidimensional interdependência econômica, social e ecológica).</p><p>• Qual a importância de se entender a política internacional?</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>✓ Papel direto na formulação da política externa;</p><p>✓ Influência na política nacional.</p><p>• Via de mão dupla: a interdependência afeta a política mundial e o</p><p>comportamento dos Estados, e as ações governamentais também</p><p>influenciam os modelos de interdependência.</p><p>• Como? Ao criar ou aceitar procedimentos, normas ou instituições para</p><p>certas classes de atividades, os governos regulam e controlam as</p><p>relações transnacionais e interestatais. Estes acordos governamentais</p><p>são denominados regimes internacionais.</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>• Qual foi a retórica durante a Guerra Fria?</p><p>- Segurança nacional: justificava o elevado custo de estratégias empregadas</p><p>para reforçar as estruturas econômica (em geral, mais protecionista), militar e</p><p>política do “mundo livre”;</p><p>- Criação da base racional para cooperação internacional: justificativas para</p><p>formação de alianças, assistência externa e intervenções militares em grande</p><p>escala.</p><p>- Certos setores manipularam o simbolismo da segurança nacional para fins</p><p>próprios, como foi o caso de cotas de importação de petróleo, impulsionadas</p><p>por produtores petroleiros internos em conjunção com seus aliados políticos.</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>• Qual foi a retórica após a Guerra Fria?</p><p>- A retórica da interdependência surge para apresentar o conceito como uma</p><p>resposta a uma necessidade natural; um fato ao que a política deveria</p><p>ajustar-se; não como uma situação parcialmente criada pela própria política.</p><p>- Sustenta-se, habitualmente, que a interdependência reduz os conflitos de</p><p>interesses e que a cooperação por si só é a resposta aos problemas mundiais.</p><p>- Mesmo que as noções de interdependência e segurança nacional possam</p><p>parecer bastante diferentes, as duas frequentemente foram empregadas para</p><p>legitimar a liderança presidencial dos EUA em assuntos mundiais.</p><p>NEOLIBERALISMO</p><p>• No entanto, Keohane e Nye não sugerem que os conflitos internacionais</p><p>desaparecem quando prevalece a interdependência. Ao contrário, os</p><p>conflitos podem adquirir novas formas, inclusive, podendo aumentar.</p><p>• A preocupação no momento para os Estados seria entender como eram</p><p>afetados por situações externas.</p><p>• O que é dependência?</p><p>✓ Em termos gerais, dependência significa um estado em que algo é</p><p>significativamente afetado por forças externas.</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• O que é, então, interdependência?</p><p>• De maneira mais simples, interdependência significa dependência mútua.</p><p>• Em política mundial, interdependência se refere a situações</p><p>caracterizadas por efeitos recíprocos entre países ou entre atores em</p><p>diferentes países.</p><p>• Esses efeitos são resultados de intercâmbios internacionais (fluxos de</p><p>dinheiro, bens, pessoas, mensagens que transpõem as fronteiras</p><p>internacionais).</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>- No entanto, a simples interconexão não é o mesmo que a</p><p>interdependência: somente há interdependência quando existem</p><p>efeitos de custo recíproco nas trocas (ainda que não sejam</p><p>necessariamente assimétricos). Quando as interações não implicam em</p><p>efeitos de custo significativo, há apenas interconexão.</p><p>- Keohane e Nye (1988) NÃO limitaram o termo interdependência a</p><p>situações de benefício mútuo; já que tal definição suporia que o</p><p>conceito somente é útil em um mundo onde as ameaças de intervenção</p><p>militar são escassas e os níveis de conflitos baixos.</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• Os autores buscaram elaborar uma perspectiva mais ampla: para eles,</p><p>interdependência implica que as relações sempre trazem custos, já que</p><p>ela reduz a autonomia.</p><p>• Porém, é impossível determinar a priori se os benefícios de uma relação</p><p>serão maiores que seus custos.</p><p>• Ou seja, nada assegura que as relações ditas interdependentes possam</p><p>caracterizar-se como de benefício mútuo.</p><p>• Os ganhos conjuntos em uma relação não, necessariamente, conseguiram</p><p>livrar-se dos conflitos distributivos.</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• A política da interdependência, na realidade, implica concorrência,</p><p>inclusive nos casos em que a cooperação promete amplos benefícios.</p><p>• Não definir a interdependência enquanto situações de dependência</p><p>mútua equilibrada. São as assimetrias, na dependência, os fatores que</p><p>mais provavelmente proporcionarão fontes de influência aos atores em</p><p>suas tratativas com os demais.</p><p>• Os atores menos dependentes se encontram em situação de usar as</p><p>relações interdependentes como fontes de poder na negociação sobre um</p><p>tema e talvez até incidir sobre outras questões.</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• Definição de poder, segundo Keohane e Nye (1988): “Habilidade de um</p><p>ator para conseguir que outros façam algo que de outro modo não fariam</p><p>(e a um custo aceitável para o ator que promove a ação)”.</p><p>• Podemos considerar recursos de poder iniciais que outorgam a um ator</p><p>uma capacidade potencial ou podemos levar em conta a influência real</p><p>do ator sobre resultados.</p><p>• Quando dizemos que a interdependência assimétrica pode ser uma fonte</p><p>de poder estamos pensando o poder como controle sobre os recursos ou</p><p>como o potencial para afetar os resultados.</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• Um Estado menos dependente em uma relação, em geral, conta</p><p>com um recurso político significativo porque as mudanças na</p><p>relação (que o ator pode iniciar ou ameaçar) serão menos</p><p>custosas para esse ator que para seus sócios.</p><p>• Para entender o papel do poder na interdependência, deve-se</p><p>distinguir a diferença entre duas dimensões: sensibilidade e</p><p>vulnerabilidade.</p><p>SENSIBILIDADE DA</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• A sensibilidade implica graus de resposta dentro de uma estrutura</p><p>política que não muda.</p><p>• Com que rapidez as mudanças em um país causam mudanças, com</p><p>um certo custo, em outro país e qual é a magnitude desse custo?</p><p>• Reflete a dificuldade para formular novas políticas em curto prazo ou</p><p>também o compromisso com certo padrão de normas nacionais ou</p><p>internacionais (o marco político permanece invariável).</p><p>SENSIBILIDADE DA</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• Exemplo: o modo com que os EUA, Japão e Europa ocidental foram</p><p>afetados pelo aumento dos preços do petróleo de 1971 a 1975.</p><p>• EUA eram menos sensíveis que o Japão porque dependia de uma</p><p>menor parcela de importação para suprir suas necessidades. Mas, o</p><p>rápido aumento dos preços e longas filas nos postos de</p><p>combustíveis demonstraram que o país também era sensível àquela</p><p>mudança externa.</p><p>VULNERABILIDADE DA</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• A vulnerabilidade da interdependência se apoia na disponibilidade</p><p>relativa e no custo das alternativas que os atores devem encarar.</p><p>• Reflete a capacidade de modificar a situação se o marco de políticas</p><p>pudesse mudar. Se o Estado dispusesse de mais alternativas e fosse</p><p>possível estabelecer novas e diferentes políticas, qual seria o custo</p><p>do ajuste às mudanças externas?</p><p>• Depende da vontade política, da capacidade de governar e da</p><p>disponibilidade de recursos.</p><p>VULNERABILIDADE DA</p><p>INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• Exemplo: dois países que importem 35% do petróleo que consomem</p><p>parecem igualmente sensíveis ao aumento dos</p><p>preços, mas se um deles</p><p>pudesse recorrer a fontes energéticas internas a um custo moderado,</p><p>seria muito menos vulnerável que o outro país que não dispõe dessa</p><p>alternativa.</p><p>• Como as políticas geralmente são difíceis de mudar rapidamente, os</p><p>efeitos imediatos geralmente refletem a sensibilidade à dependência. A</p><p>vulnerabilidade só pode ser medida pelo custo que implica ajustes</p><p>efetivos para um meio que mudou durante um certo período de tempo.</p><p>SENSIBILIDADE VERSUS</p><p>VULNERABILIDADE</p><p>• Assim, em termos de custos da dependência, a sensibilidade</p><p>significa uma contingência diante de efeitos de custos impostos</p><p>de fora ANTES que se possa modificar as políticas ou na</p><p>impossibilidade de alterá-las.</p><p>• Vulnerabilidade pode ser definida como a desvantagem de um</p><p>ator que continua a sofrer custos impostos por eventos</p><p>externos, mesmo depois de ter modificado as políticas.</p><p>PODER E INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• De que modo esta distinção nos ajuda a entender as relações que existem</p><p>entre interdependência e poder?</p><p>• Claramente indica que a sensibilidade será menos importante que a</p><p>vulnerabilidade para proporcionar recursos de poder aos atores. Se um</p><p>ator pode reduzir seus custos mediante a modificação de sua política,</p><p>tanto interna como internacional, os índices de sensibilidade não serão</p><p>um bom guia sobre seus recursos de poder.</p><p>• Keohane e Nye (1988) concluíram que as interdependências assimétricas</p><p>são fontes de poder entre os atores.</p><p>PODER E INTERDEPENDÊNCIA</p><p>• A sensibilidade pode fornecer a base para uma influência política</p><p>significativa somente quando as regras e regulamentos podem ser</p><p>efetivamente tomados como garantidos (obrigatórios) ou ser proibitivamente</p><p>caro para os Estados insatisfeitos mudarem rapidamente suas políticas.</p><p>• Se um conjunto de regras coloca um ator em posição de desvantagem, o</p><p>ator provavelmente tentará mudar essas regras se puder fazê-lo a um custo</p><p>razoável. Assim, a influência derivada de assimetrias favoráveis no campo</p><p>da sensibilidade é muito limitada quando as assimetrias subjacentes no</p><p>campo da vulnerabilidade são desfavoráveis.</p><p>Slide 1: A Interdependência na política mundial</p><p>Slide 2: Neoliberalismo</p><p>Slide 3: Neoliberalismo</p><p>Slide 4: Neoliberalismo</p><p>Slide 5: Neoliberalismo</p><p>Slide 6: Neoliberalismo</p><p>Slide 7: Neoliberalismo</p><p>Slide 8: Interdependência</p><p>Slide 9: Interdependência</p><p>Slide 10: Interdependência</p><p>Slide 11: Interdependência</p><p>Slide 12: Interdependência</p><p>Slide 13: Interdependência</p><p>Slide 14: Sensibilidade da Interdependência</p><p>Slide 15: Sensibilidade da Interdependência</p><p>Slide 16: vulnerabilidade da Interdependência</p><p>Slide 17: vulnerabilidade da Interdependência</p><p>Slide 18: SENSIBILIDADE versus vulnerabilidade</p><p>Slide 19: Poder e Interdependência</p><p>Slide 20: Poder e Interdependência</p>