Prévia do material em texto
<p>1</p><p>130</p><p>AULA 00: ANTIGUIDADE</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>Aula 01 - Antiguidade II</p><p>Antiguidade Clássica: O mundo romano</p><p>estretegiavestibulares.com.br</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>2</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>SUMÁRIO</p><p>Sumário ............................................................................................................................... 2</p><p>1. Roma ............................................................................................................................... 3</p><p>1.1 – Monarquia: 753 a.C. – 509 a.C. .................................................................................... 5</p><p>1.2 – República 509 a.C.– 27 a.C. ......................................................................................... 7</p><p>1.2.1 – Estrutura política na República Romana ............................................................................. 7</p><p>1.2.2 – Lutas sociais e conquistas da plebe ................................................................................. 10</p><p>1.2.3 – Expansão Territorial ...................................................................................................... 13</p><p>1.2.4 – Crise da República ........................................................................................................ 20</p><p>1.3 – Império Romano: 27 a.C. – 476 d.C. .......................................................................... 26</p><p>1.3.1- Alto Império .................................................................................................................. 26</p><p>1.3.2 - Crise do século III e Baixo Império ................................................................................... 29</p><p>2. dicionário Conceitual ................................................................................................ 43</p><p>3. Lista de questões ENEM .......................................................................................... 45</p><p>4. Lista de questões da Profe. Alê Lopes ................................................................. 49</p><p>5. Lista de questões Aprofundamento ..................................................................... 55</p><p>6. Gabarito ....................................................................................................................... 68</p><p>7. Lista de questões ENEM- comentadas ................................................................ 69</p><p>8. Lista de questões da Profe. Alê Lopes – comentadas ...................................... 77</p><p>9. Lista de questões Aprofundamento - comentadas ......................................... 100</p><p>Considerações Finais das Aula .................................................................................. 130</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>3</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Nesta aula veremos a segunda parte de Antiguidade Clássica: ROMA.</p><p>Vamos ver o apogeu e a desagregação de um dos maiores Impérios do</p><p>Mundo Antigo. Por isso, a desagregação romana significou também o fim</p><p>da antiguidade e o início da Idade medieval.</p><p>Quero lembrar você de fazer seu controle de temporalidade. Atente-se</p><p>para o período que começamos a estudar e em que momento</p><p>terminaremos na aula de hoje.</p><p>Se pintarem dúvidas, vá no Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não</p><p>tem pergunta boba, ok? Vamos começar? Pegue seu café e sua ampulheta. Bora!!</p><p>1. ROMA</p><p>Para começar o assunto vou te fazer uma pergunta: você acha que Roma é importante para</p><p>o mundo Ocidental atual?</p><p>- Aí, não sei profe!!!!</p><p>Então, querida e querido aluno, pense sua vida sem a língua portuguesa, sem o sistema</p><p>jurídico e sem o cristianismo? Imaginou? Pois é... essas coisas todas são legados do Mundo</p><p>Romano.</p><p>Por isso, estudar os caras daquele tempo tem a ver com entender grande parte do mundo</p><p>em que vivemos hoje. O professor da Unicamp Pedro Paulo Funari, no livro A Vida Quotidiana na</p><p>Roma Antiga, afirma que nosso mundo moderno deve muito à civilização romana e por isso é</p><p>importante estudar essa sociedade1. Sem contar que esse conhecimento vai garantir pontos</p><p>essenciais na sua prova. Sempre cai: Grécia ou Roma ou os dois assuntos de uma vez. Então,</p><p>vamos localizar o Mundo Romano no tempo e no espaço.</p><p>• Em relação ao tempo, a historiografia divide os estudos sobre Roma em 3 períodos,</p><p>segundo o modo de organização política:</p><p>1 FUNARI, Pedro Paulo. A Vida Cotidiana em Roma. São Paulo: Ed. AnnaBlume. 2003.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>4</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>• Quanto à questão o espaço territorial, observe o mapa a seguir. Ele representa a dimensão</p><p>mais extensa a que chegou o Império Romano. Tudo começou na Península Itálica, é</p><p>verdade, mas não parou por lá! Veremos essa história toda ao longo da aula de hoje. Estude</p><p>esse mapa, veja e repare nos detalhes. Faça relações com os gregos, os persas, os</p><p>mesopotâmicos, os egípcios – povos que já estudamos!</p><p>2</p><p>2 VICENTINO, Claudio. Atlas Histórico: Geral e Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2011, p. 47</p><p>Monarquia</p><p>• 753 a.C. - 509 a.C.</p><p>Período de formação</p><p>República</p><p>• 509 a.C. - 27 a.C.</p><p>Período de expansão</p><p>territorial</p><p>Império</p><p>• 27 a.C. - 476 d.C.</p><p>Período de consolidação</p><p>do território conquistado,</p><p>surgimento do</p><p>cristianismo,</p><p>fragmentação territorial</p><p>e, por fim, queda do</p><p>Império</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>5</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>1.1 – MONARQUIA: 753 A.C. – 509 A.C.</p><p>A Monarquia Romana foi o regime político que se desenvolveu a partir do processo de</p><p>ocupação da Península Itálica. Inicialmente, por volta dos anos 2000 a.C., a região estava ocupada</p><p>por diferentes povos:</p><p>➢ no Centro-Norte, fixaram-se os italiotas (sabinos e latinos);</p><p>➢ no Sul, foram os gregos que ali permaneceram (na chamada Magna Grécia).</p><p>Nesse momento, a organização social era gentílica (trabalhamos esse conceito na aula</p><p>passada, volta lá se você esqueceu, ok?) ou, no máximo, pequenas cidades-estados no sul.</p><p>Pesquisas arqueológicas apontam que, aproximadamente por volta de 900 a.C., os povos</p><p>etruscos ocuparam a região central da Península e, em seguida, expandiram seus domínios até o</p><p>Norte. Entre os séculos VIII e VII a.C., os etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, uma cidade</p><p>chamada ROMA, baseada na atividade agrícola.</p><p>O processo de organização política e social dos etruscos, a partir da unificação de alguns</p><p>desses povos, deu origem à MONARQUIA ARISTOCRÁTICA. Isso porque, no início da formação</p><p>de Roma, os patriarcas das famílias (os chefes dos clãs), que se reuniam em um Conselho de</p><p>Anciãos para governarem o território, optaram por eleger um rei com funções religiosas, militares</p><p>e judiciais. Esses patriarcas eram conhecidos como PATRÍCIOS e eram os membros do Conselho</p><p>de Anciãos.</p><p>Proprietários de terras, os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia. Eles foram</p><p>personagens importantes na história romana porque existiram praticamente em todos os três</p><p>períodos: durante a Monarquia; na República; e no Império.</p><p>Posteriormente, ainda sob a Monarquia, o Conselho de Anciãos se transformou em uma</p><p>organização política mais complexa, o SENADO. Com efeito, as atividades mais importantes do</p><p>Senado eram a de escolher os reis e a de aconselhar o monarca. Por sinal, Senado significa,</p><p>literalmente (do latim), Conselho de Anciãos.</p><p>Importante frisar que, ainda neste período inicial do que viria a ser a República e o Império</p><p>Romano, o Senado não possuía plenos poderes para limitar a atuação dos reis. Em muitas</p><p>ocasiões, o Senado se encontrava subordinado aos ditames do detentor do poder central. No</p><p>geral, as leis eram apresentadas pelos reis e podiam, ou não, sofrer limitações pelo Senado. Os</p><p>senadores podiam vetar</p><p>Rostovtzeff8, embora os deuses gregos e romanos fossem venerados nas províncias,</p><p>7 ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1973, p. 283.</p><p>8 ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1973, pp. 275-277.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>31</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>cada região do Império Romano contava com deuses próprios e locais. Os celtas tinham Deuses</p><p>da natureza e do Estado e fadas beneficentes. Os sírios admitiam variedades do deus-sol. O Egito</p><p>mantinha a antiga religião do tempo dos faraós. No geral, todo mundo podia crer no que quisesse</p><p>desde que prestasse culto aos deuses oficiais e respeitasse o Império9. Por isso, os romanos</p><p>toleravam as religiões não oficiais, ou seja, a religião dos povos conquistados.</p><p>Na Palestina, Jesus sustentava uma fé monoteísta segundo a qual existia um único Deus</p><p>criador da vida e do universo. A pregação religiosa de Jesus estava baseada no amor, na</p><p>fraternidade e no livre-arbítrio das pessoas. Tais elementos, do ponto de vista da força das ideias,</p><p>constituíam-se em uma ameaça potencial à dominação romana na Palestina. Afinal, Roma oprimia</p><p>e explorava os povos que viviam nas províncias e, além disso, os Imperadores eram tidos como</p><p>seres divinizados. Lembra do título de augustos?</p><p>Iniciada por Jesus e por um grupo pequeno de discípulos, o cristianismo começava a incomodar</p><p>os governantes romanos, pois questionava as leis, os costumes romanos e a divindade do</p><p>Imperador. Neste momento, ainda na Palestina, os cristãos passaram a ser discriminados,</p><p>sofreram chacotas e violência do governo. Em 33 d.C., como é sabido, Jesus foi crucificado e</p><p>morto.</p><p>Durante o Império de Nero, que durou de 54 a 68 d.C., os cristãos chegaram a ser acusados</p><p>de terem incendiado Roma. É isso mesmo! Lembra daquela história que Nero incendiou Roma?</p><p>Pois é, depois ele jogou toda a culpa nos cristãos e usou o fato para persegui-los e matá-los.</p><p>Sofreram as mais absurdas atrocidades como, por exemplo, serem devorados por leões nos</p><p>Coliseus a título de entretenimento dos plebeus. De certa forma, os cristãos foram vítimas da</p><p>política do Pão e Circo e da enorme alienação das massas.</p><p>Porém, ao invés de a discriminação e a repressão aos cristãos enfraquecer esse grupo em</p><p>formação, ocorreu o contrário. Ele se desenvolveu e aperfeiçoou a doutrina como religião.</p><p>Ademais, a doutrina de Cristo de amor ao próximo e auxílio e caridade aos pobres encontrava</p><p>terreno fértil na situação de desigualdade social das cidades dominadas pelos romanos. O</p><p>apóstolo Pedro, conhecido com o pescador, levou o cristianismo à cidade de Roma e cativou os</p><p>humildes, os pobres e os escravos. Posteriormente, Pedro foi preso e crucificado.</p><p>No início do cristianismo, com ênfase no século II, a religião se desenvolveu gradualmente,</p><p>penetrou vastas camadas da sociedade e até mesmo as fileiras do exército romano. Mas, no século</p><p>III, os Imperadores Maximino, Décio e Valeriano declararam guerra ao cristianismo. Dentre as</p><p>motivações políticas para vetar o cristianismo nos territórios romanos estava a pregação cristã</p><p>contra a escravidão. Ou seja, o cristianismo passou a questionar uma base estrutural do sistema</p><p>econômico romano. Repare que esse elemento da crítica cristã é um dos pontos de encontro com</p><p>o período de crise e decadência de Roma.</p><p>9 DREHER, Martin N. A Igreja no Império Romano. Coleção História da Igreja, V.1. São Leopoldo: Ed.</p><p>Sinodal. 2004, p. 51.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>32</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Apesar da perseguição do século III, ocorreu que o cristianismo cresceu e alguns governantes</p><p>romanos calcularam que mais valeria a pena aliar-se a ele do que o combatê-lo. Além disso, a crise</p><p>do Império no final do século III exigia novas formas de controle da população. Por isso, no ano</p><p>de 313 d.C., o Imperador Romano Constantino se converteu ao cristianismo e publicou o Édito de</p><p>Milão. Leia um trecho do documento:</p><p>Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer</p><p>que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade</p><p>que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos</p><p>súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos,</p><p>seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião que melhor</p><p>lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu modo, livremente,</p><p>poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais favores.</p><p>Em 325 d.C. Constantino promoveu o Concílio de Nicéia. Uma reunião para definir quais</p><p>seriam as crenças e as condutas dos cidadãos romanos. Nesse cenário de reconhecimento do</p><p>cristianismo, no ano de 380 d.C., o Imperador Teodósio, por meio do Édito de Tessalônica,</p><p>declarou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano.</p><p>Memorize: foi a partir desse reconhecimento que a Igreja católica iniciou sua</p><p>consolidação como “Igreja Católica Apostólica Romana”. Uma instituição chave para as</p><p>relações de poder que iriam se constituir na próxima fase da história ocidental, a Idade</p><p>Média.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>33</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Diante de tal quadro de instabilidade, a historiografia costuma destacar alguns imperadores</p><p>que tentaram promover soluções mais estruturais para a situação. Destacamos os governos de</p><p>Diocleciano, Constantino e Teodósio. Dá um bizu em cada:</p><p>Edito Máximo: ficam congelados os preços em geral e os salários!</p><p>O Governo de Diocleciano ocorreu entre 284-305</p><p>d.C. Para diminuir os conflitos de interesses locais,</p><p>especialmente, entre os generais, ele criou a</p><p>tetrarquia: dividiu o Império em 4 regiões</p><p>administrativas. Além disso, para tentar controlar a</p><p>crise inflacionária do aumento acelerado do custo de</p><p>vida impôs uma lei: Edito Máximo - Congelamento</p><p>do preço dos alimentos.</p><p>Evidentemente, essa política teve um efeito</p><p>apenas momentâneo já que, como estamos</p><p>discutindo, a crise em Roma é estrutural. Congelar</p><p>preços é medida paliativa!!</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>34</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Para falar do Governo de Constantino, ocorrido entre 306 e 337 d.C., gostaria de</p><p>chamar sua atenção para o seguinte: embora houvesse essa crise generalizada, os</p><p>efeitos desse processo foram sentidos de maneira diversa a depender da região</p><p>do Império. Por exemplo, enquanto na Gália (atual região da França) o comércio</p><p>estava em completa decadência e a produção agrícola chegava ao nível de</p><p>subsistência, na região oriental do Império o comércio com os povos do Oriente</p><p>Médio e da Ásia continuava florescendo. Foi o caso da área da região da atual</p><p>Turquia. Assim, o Imperador Constantino criou uma segunda Capital para o</p><p>Império na cidade da atual Istambul, antiga Bizâncio. Mudaram o nome e ela passou a se chamar</p><p>Constantinopla – em homenagem ao Imperador. A ideia, com essa medida, era aumentar a</p><p>importância da região oriental do Império e, assim, valorizar o rico comércio que se estabelecia</p><p>naquela região.</p><p>Portanto, podemos afirmar que na “parte Europeia do Império”, a crise social se aprofundava.</p><p>As cidades não eram mais um atrativo para as pessoas. Ao contrário, sua precariedade de</p><p>oportunidades, os custos insustentáveis e nenhuma política assistencialista aos miseráveis</p><p>desencadeou um processo de ruralização da sociedade romana, ou seja, havia um movimento</p><p>migratório cidade-campo. Nas terras dos grandes senhores patrícios, os empobrecidos</p><p>buscavam refúgio e trabalho em troca de comida. Para regularizar essa situação, Constantino</p><p>criou o sistema de colonato: fixação do camponês à terra. Assim, iniciava-se a transição de</p><p>trabalho escravo</p><p>para servil (que será consolidado no feudalismo, como veremos nas próximas</p><p>aulas).</p><p>-Criou a Segunda</p><p>Capital:</p><p>Constantinopla</p><p>-Instituiu o colonato</p><p>-Deu liberdade de</p><p>culto aos cristãos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>35</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Observe com atenção o esquema e o mapa abaixo:</p><p>Tornou o cristianismo a religião oficial do Império</p><p>Decretou a divisão do Império em 2:</p><p>Império Romano do Ocidente e do Oriente</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>36</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Agora, querida e querido aluno, nós precisamos estudar as duas partes do Império de</p><p>maneira separada, pois as experiências históricas das duas regiões foram distintas. Essa</p><p>diferença, inclusive, foi responsável pela explicação da transição da Idade Antiga para a</p><p>Idade Média. Atente-se e não se confunda, ok? Na continuidade da aula, logo abaixo, eu</p><p>vou dar sequencia para o que ocorreu na porção Ocidental do Império, ou melhor, no</p><p>Império Romano do Ocidente. Se liga aí, bixo!</p><p>(ENEM 2020)</p><p>Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã,</p><p>dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de</p><p>correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã).</p><p>Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às experiências individuais que abrigava.</p><p>Sennet, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.</p><p>Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no (a)</p><p>Regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.</p><p>Moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.</p><p>Adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.</p><p>Decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.</p><p>Violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada das famílias escravas</p><p>Império</p><p>Romano do</p><p>Ocidente - IROC</p><p>Capital: Roma</p><p>descentralização</p><p>política e</p><p>econômica</p><p>476 d.C FIM do</p><p>IROC</p><p>Formação dos</p><p>Reinos Bárbaros</p><p>Império</p><p>Romano do</p><p>Oriente - IROR</p><p>Capital:</p><p>Constantinopla</p><p>centralização</p><p>política e</p><p>econômica</p><p>Formação do</p><p>Império</p><p>Bîzantino</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>37</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Comentários:</p><p>O comando quer saber sobre a causa da prática descrita. Logo, precisamos interpretar e</p><p>definir essa prática. Isso fica muito mais fácil se identificamos a TEMPORALIDADE, século II</p><p>d.C e a TEMÁTICA: práticas cristãs. Assim, podemos dizer que, nesse contexto, os cristãos</p><p>ainda eram perseguidos porque o cristianismo não era aceito como prática religiosa no</p><p>Império Romano. Foi apenas em 313 d.C, por meio do Édito de Milão que se decretou a</p><p>liberdade de culto religioso no Império.</p><p>Tendo isso em mente, podemos concluir que os cristãos viviam clandestinamente e o texto</p><p>descreve uma situação de interação entre eles em um espaço mais reservado,</p><p>provavelmente, escondido das autoridades.</p><p>Assim, veja que a CAUSA que coloca os cristãos nessa situação no século II a.C é a proibição</p><p>da religião. Com isso, podemos buscar uma alternativa que corresponda a essa lógica</p><p>normativa que caracteriza a situação dos cristãos naquele contexto, no Império.</p><p>Vamos à análise das alternativas:</p><p>Errado. O judaísmo não era a religião oficial do império.</p><p>Errado. Não se trata de uma questão de juventude, mas de religião.</p><p>Errado. Frase completamente sem sentido. O patriciado era uma questão de classe (os</p><p>patrícios, donos de terras).</p><p>Gabarito. Á proibição das manifestações públicas por parte das autoridades romanas, levava</p><p>os cristãos a viverem clandestinamente.</p><p>Errado. O texto e a temática não se relacionam com a questão do trabalho, mas sim da</p><p>religião.</p><p>Gabarito: D</p><p>1.3.2.2 – Invasões (?) bárbaras (?) e a desorganização final do Império Romano do Ocidente</p><p>Outra questão agravou a situação do Império Romano do Ocidente: as</p><p>chamadas Invasões Bárbaras. Este é outro assunto que precisa de um pouco</p><p>de reflexão. Vamos lá! E quero que você MEMORIZE algo que eu disse logo</p><p>acima sobre as fronteiras do Império Romano: em determinado momento as</p><p>fronteiras foram fechadas e os romanos pararam a expansão.</p><p>Primeiramente, conforme o professor italiano Jérôme Baschet10, o termo “bárbaro” vem</p><p>do grego e é uma referência às pessoas que não falavam grego ou compartilhavam das culturas</p><p>gregas. Na era antes de Cristo (a.C.), a expressão “bárbaro” não tinha o peso negativo que as</p><p>10 BASCHET, J. A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Ed. Globo Livros,</p><p>2014.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>38</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>pessoas comumente usam hoje. Da mesma forma, para o Império Romano, o termo se referia aos</p><p>povos que não faziam parte do Império, povos não-romanos.</p><p>A expressão negativa foi gradualmente construída para se referir a povos considerados</p><p>incivilizados – lembra da discussão que fizemos, na aula 00, sobre o conceito de civilização?</p><p>Leia essa citação de Baschet:</p><p>Mas a conotação negativa adquirida por este termo torna difícil empregá-lo hoje sem</p><p>reproduzir um julgamento de valor que faz de Roma o padrão de civilização e de seus</p><p>adversários os agentes da decadência, do atraso e da incultura. (p. 49)</p><p>Assim, a melhor expressão para esses povos seria simplesmente povos germânicos</p><p>“expressão aceitável em sua neutralidade descritiva”, conforme leciona o professor italiano. Os</p><p>bárbaros, ou melhor, os povos germânicos, não eram nada incivilizados. Tinham um modo de vida</p><p>próprio, diferente dos romanos.</p><p>A economia era bastante baseada na agricultura e no pastoreio de modo que não havia o</p><p>desenvolvimento do comércio. A sociedade organizava-se em tribos fundadas em clãs, isto é, nas</p><p>grandes famílias cujos laços eram estabelecidos pelo parentesco e por relações de lealdade e de</p><p>proteção. As leis dos germânicos originavam-se nos costumes seculares das tribos – leis</p><p>consuetudinárias - transmitidos oralmente de geração para geração. Quanto à organização</p><p>político-administrativa, havia um sistema comunitário, ou seja, não havia a propriedade particular</p><p>da terra e dos instrumentos de produção. Dessa forma, também não havia um Estado centralizado.</p><p>Novamente, vamos ler um trecho do livro do professor Baschet para firmar nosso conhecimento</p><p>sobre esse tópico:</p><p>“(...) sua coesão social e política em torno de seu chefe, ou ainda, sua habilidade em matéria</p><p>de artesanato e, principalmente, do trabalho com metais, superior à do mundo romano,</p><p>asseguram-lhes vantagens e permitem que eles se aproveitem das fraquezas de um Império</p><p>em dificuldade” (p.50)</p><p>Percebem que as diferenças do modo de vida dos povos não romanos, naquele contexto</p><p>de crise estrutural de Roma, foi um elemento positivo para sua penetração e posterior fixação nas</p><p>terras do decadente Império?</p><p>- Mas quem eram esses povos, Profe? Eles moravam onde, chegaram como e por quê?</p><p>Então, queridas e queridos, esses povos não-romanos viviam no norte e no leste da Europa</p><p>e no leste da Ásia. Dividiam-se em, pelo menos, três grandes grupos nômades:</p><p>os hunos (originários da região da Mongólia), também conhecidos, junto com os turcos,</p><p>como tártaro-mongóis;</p><p>os eslavos (originalmente da Rússia central);</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>39</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>os germânicos (norte e leste europeu). Estes, por sua vez, podem ser subdivididos nos</p><p>seguintes agrupamentos: uevos, lombardos, saxões, teutônicos, francos (originários do</p><p>norte da Europa); e godos, visigodos, vândalos, hérulos (provenientes do leste europeu).</p><p>Outra discussão importante a ser feita sobre esse</p><p>assunto é o que se considera como</p><p>“invasões bárbaras”. Elas foram, na verdade, incursões dos germânicos no território do Império</p><p>Romano do Ocidente. Por isso, também é comum a referência ao deslocamento dos bárbaros</p><p>como migrações bárbaras. Esse deslocamento ocorreu tanto porque os bárbaros germânicos</p><p>buscavam terras férteis quanto porque foram coagidos por outros povos a se deslocarem na</p><p>direção do Império Romano. A historiografia indica que os primeiros contatos entre romanos e</p><p>germanos foram pacíficos, por isso, não é correto a referência a esse processo como “invasões”.</p><p>As invasões aconteceram, mas não se pode generalizar.</p><p>Nesse sentido, em um primeiro momento, houve relativa integração entre as duas culturas.</p><p>Muitos germânicos, por exemplo, viveram durante muito tempo como colonos campesinos no</p><p>Império Romano. No período da crise de mão de obra, chegaram até a prestar serviço militar em</p><p>troca de cidadania. Isso teria ocorrido porque os imperadores romanos calcularam que, diante da</p><p>decadência de Roma, seria melhor buscar alianças com os bárbaros germanos do que confrontá-</p><p>los.</p><p>A zona fronteiriça teve papel fundamental para a integração dos dois mundos no sentido de</p><p>produzir uma realidade intermediária, qual seja: a da formação de uma cultura romano-</p><p>germânica – que se consolidou ao longo do período medieval. Foi no lime (na fronteira) que</p><p>romanos e germânicos se encontraram por muitos séculos, mas especialmente, no período</p><p>decadente de Roma.</p><p>Porém, no final do século V, os povos germânicos vindos do leste europeu fizeram incursões</p><p>nada pacíficas!! Elas foram fruto de um deslocamento massivo de germânicos que fugiam das</p><p>perseguições dos hunos da Ásia Central. Ou seja, meus queridos, germânicos e romanos sentiam</p><p>o mesmo medo e passavam pelos mesmos riscos com a vinda agressiva dos hunos. Diz Baschet:</p><p>“Assim, quando os razias dos hunos, vindos da Ásia central, se abatem sobre a Europa, os</p><p>visigodos que pedem autorização para entrar no Império são agricultores tão inquietos</p><p>diante desse novo perigo quanto os próprios romanos.” (p. 50)</p><p>Em suma, guarde que os germânicos se relacionaram com os romanos tanto de forma</p><p>pacífica quanto de forma violenta. Para evidenciar os confrontos entre bárbaros e romanos, veja</p><p>alguns principais momentos:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>40</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>ATENÇÃO: nessa altura do campeonato, precisa estar claro para você que as</p><p>“invasões bárbaras” não foram a única variável causal (causa) da desagregação</p><p>do Império Romano. Entre os séculos III e V, Roma estava em decadência,</p><p>como vimos acima. Desse modo, lembro também que a crise escravista e a</p><p>insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais</p><p>vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a</p><p>derrocada dos romanos, a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões</p><p>romanas. Vulnerável, a escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para</p><p>enfraquecer Roma.</p><p>Além disso, se articulamos a adoção do colonato com as invasões germânicas, veremos que</p><p>essas experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da sociedade</p><p>romana ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo. O desfecho dessa</p><p>ruralização desemboca na ordem feudal, como veremos na próxima aula.</p><p>O ato final foi em 476 d.C., quando um povo germânico, os hérulos, derrotou o último</p><p>Imperador da Roma Ocidental: Rômulo Augusto. Foi o fim da Antiguidade!!!! Pegou? Qualquer</p><p>coisa: Fórum de Dúvidas!</p><p>403 – os visigodos</p><p>invadiram a Itália;</p><p>410 – os visigodos</p><p>atacaram Roma;</p><p>451 – confronto entre tropas</p><p>romanas, também composta de</p><p>germanos, e hunos. Essa batalha</p><p>ficou conhecida como Campos</p><p>Catalúnicos e contou com o</p><p>destaque de Meroveu,</p><p>considerado herói franco</p><p>(germânico, portanto) nesse</p><p>confronto. Veja que as disputas já</p><p>não estavam tão marcadas como</p><p>romanos versus bárbaros!</p><p>476 – os hérulos</p><p>conquistam a capital do</p><p>Império, ROMA, e</p><p>destituem o último</p><p>imperador, Rômulo</p><p>Augusto</p><p>Na historiografia esse</p><p>evento marca o FIM do</p><p>Império Romano</p><p>Ocidental.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>41</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Com a introdução do trabalho escravo em larga escala, o número de plebeus desocupados</p><p>aumentou. A esta legião de desocupados somou-se o grande número de pequenos</p><p>agricultores arruinados que se dirigiram para as cidades, especialmente Roma”.</p><p>CROUZET, M. História Geral das Civilizações. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1955-</p><p>1958, 17 volumes.</p><p>As crises estruturais da civilização romanas estão associadas</p><p>a) à expansão militar, concentração de terra e escravidão.</p><p>b) à queda da monarquia, seguida da ascensão do ditador Júlio César.</p><p>c) à falta de mão de obra e o encarecimento da produção agrícola.</p><p>d) às medidas liberais implantadas pelo governo do Imperador Constantino.</p><p>e) às alianças entre eupátridas e hilotas para retirar direitos políticos da plebe.</p><p>Comentários</p><p>Aqui, o tema são as crises estruturais da civilização romana, a qual existiu do século VIII a. C.</p><p>até V d. C. Costumamos dividir sua história em três etapas: Monarquia (753 – 509 a. C.);</p><p>República (509 – 27 a. C.); e Império (27 a. C. – 476 d. C.). Ao longo do primeiro período, os</p><p>romanos buscaram estabilizar o controle sobre seu território e expandir seu domínio pela</p><p>Península Itálica. Mais tarde, durante a fase republicana, esse projeto evoluiu para o Mare</p><p>Nostrum, cuja meta era ter controle sobre todo o mar Mediterrâneo, conquistando os</p><p>principais pontos de seu comércio marítimo. Esse expansionismo alcançou o interior do</p><p>continente europeu, além de territórios no Oriente Médio e no Norte da África. No entanto,</p><p>ainda durante a República, esse modelo começou a apresentar limitações que geraram</p><p>tensões políticas e sociais que culminaram no início e, depois, no declínio do Império. Com</p><p>isso em mente, vejamos ao que as crises estruturais romanas estavam associadas:</p><p>a) Correta! Veja, a economia e sociedade romana eram fundamentadas na concentração de</p><p>terras. Os patrícios, aristocracia fundiária, detinham a posse da maioria das terras cultiváveis</p><p>e comercializavam seus produtos por todo território romano. Apenas eles podiam participar</p><p>do Senado, durante os primeiros anos da república e mesmo depois da concessão de direitos</p><p>políticos aos plebeus, continuaram sendo a elite romana. Para manter as terras produtivas e</p><p>comercializar seus frutos, era necessário mão de obra, em geral plebeus. Contudo, conforme</p><p>a ambição dos proprietários cresciam, eles precisavam de mais trabalhadores e de mais</p><p>terras, para aumentar a produção e, consequentemente, o comércio e o lucro. Assim, a</p><p>expansão militar era o grande impulsionador da economia romana. Por meio da guerra,</p><p>conquistava-se mais terras ao mesmo tempo que era possível escravizar os prisioneiros e</p><p>torná-los mão de obra nas mesmas terras conquistadas. Porém, isso virou um ciclo vicioso</p><p>que tinha um efeito colateral: o aumento da população plebeia desempregada e sem terras.</p><p>Os poucos plebeus que tinham terras não conseguiam competir com os patrícios e acabavam</p><p>se endividando e perdendo suas terras. Em seguida, não conseguiam emprego nas terras da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>42</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>aristocracia, pois esta usava os escravizados adquiridos na expansão militar. Então, esses</p><p>plebeus seguiam para as cidades, porém, sem sucesso, uma vez que lá também era preferida</p><p>a mão de obra escrava, por ser mais barata. Além disso, a expansão militar aumentou a</p><p>importância política dos generais, que passaram a disputar o poder com patrícios e plebeus,</p><p>o que resultou no fim da República e o início do Império. Por outro lado, a expansão também</p><p>aumentou consideravelmente</p><p>o território sob o controle romano, o que acabou dificultando</p><p>o próprio desempenho de seu domínio sobre eles. Quanto mais territórios, mais difícil era</p><p>mantê-los unidos sob um mesmo governo, pois os interesses locais eram divergentes. Este</p><p>último fator contribuiu para a crise do Império, nos primeiros séculos da Era Cristã.</p><p>b) Incorreta. Como mencionei no comentário, durante a Monarquia (753 – 509 a. C.), Roma</p><p>ainda não tinha alcançado as proporções que viria a ter mais tarde. A concentração de terras</p><p>e a expansão militar já se desenhavam como elementos fundantes de sua civilização, porém</p><p>a escravidão ainda não era um de seus pilares. O trio expansão militar-concentração de</p><p>terras-escravidão só se consolidou durante a República (509 – 27 a. C.). Além disso, a</p><p>ascensão de Júlio César só ocorreu no século I a. C., ou seja, no final do período republicano.</p><p>De fato, esse fenômeno estava relacionado à crise política vinculada à projeção dos generais</p><p>como reflexo da importância da expansão militar na economia romana.</p><p>c) Incorreta. Não havia problema de mão de obra, pelo contrário, havia de sobra e este era</p><p>o problema! Como disse acima, a expansão militar, a concentração de terras e a escravidão</p><p>produziram uma massa de plebeus desempregados e sem terras aos quais só restaram a</p><p>miséria. Essa mão de obra ociosa e miserável se tornou um grande fator de instabilidade.</p><p>d) Incorreta.</p><p>e) Errado. Hilotas são os escravos. Patrícios não se uniram aos escravos para tirar direitos dos</p><p>plebeus.</p><p>Gabarito: A</p><p>Queridas e queridos, chegamos ao fim da Idade Antiga, ou Antiguidade. Na próxima aula</p><p>veremos o desenrolar da história da Roma Oriental ou do Império Romano do Ocidente – que, na</p><p>verdade, passa a ser chamado de Império Bizantino. Um grande Império que existiu durante toda</p><p>a Idade Média. Mas esse é assunto do próximo Livro Digital.</p><p>Agora faça seu controle de temporalidade. Anota em qual momento da história estamos</p><p>parando: Século V da Era Cristã!!!!</p><p>Faça todos os exercícios. Se aventure nos desafios da segunda fase. Dá uma estudada no</p><p>dicionário conceitual. E se pintar dúvida, me acha no Fórum de Dúvidas. Nos vemos na próxima</p><p>aula!</p><p>Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado, de amor sem fim!</p><p>Alê</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>43</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>2. DICIONÁRIO CONCEITUAL</p><p>Aristocracia</p><p>Diferentemente de democracia, aristocracia significa governo de poucos. Também de</p><p>origem grega, kratos =domínio/comando e áristoi=aqueles que se destacam, os notáveis. O termo</p><p>significa um tipo de governo baseado nos privilégios de poucos, em geral, os donos de terra na</p><p>Antiguidade e, na Idade Média e Moderna, a nobreza.</p><p>Democracia</p><p>No sentido clássico, democracia significa o governo do povo, mas não de todos do povo,</p><p>apenas daqueles que gozam de cidadania. A palavra democracia vem do grego, demos = povo e</p><p>kratos = poder, logo, poder do povo. Há a democracia direta, na qual todos os cidadãos decidem,</p><p>sem a intermediação de representantes, e há a democracia representativa. Nesta, as decisões</p><p>políticas ficam a cargos dos representantes eleitos pelos cidadãos. Segundo o professor de ética</p><p>e filosófica da USP, Renato Janine Ribeiro, sendo direta ou representativa, o fundamental é que o</p><p>povo escolha o indivíduo ou grupo que governa, e que controle como ele governa. De acordo</p><p>com Abraham Lincoln (1809 – 1865), presidente dos Estados Unidos: A democracia é o governo</p><p>do povo, pelo povo, para o povo.”</p><p>Ressalta-se ainda que a acepção da palavra, na antiguidade, estava carregada pelo poder do</p><p>debate das ideias na praça pública – a Ágora. Jean-Pierre Vernant nos ensina que a palavra se</p><p>tornou um instrumento com mais força que qualquer arma. Por isso, democracia é, antes de tudo,</p><p>o poder do debate, a construção do argumento e possibilidade de contradizer.</p><p>Oligarquia</p><p>É um conceito semelhante ao de aristocracia. Oligarquia também se refere ao governo de</p><p>poucos, mas ela é mais ampla porque inclui grupos econômicos de alto poder aquisitivo,</p><p>determinados segmentos de classes sociais mais altas, elites. Essa noção vem da compreensão</p><p>grega segundo a qual oligarquia equivaleria a “governo dos ricos”. Para esclarecer melhor,</p><p>segundo o filosofo grego Aristóteles, “existe democracia quando governam os livres; com maior</p><p>razão ter-se-á uma Oligarquia quando governam os ricos, sendo geralmente muitos os livres e</p><p>poucos os ricos" (Política)”. A definição grega atribui um valor negativo ao governo de poucos,</p><p>diferente de aristocracia, pois esta última, por se referir a notáveis, pressupõe pessoas capazes</p><p>para governar. No mundo contemporâneo, oligarquia passou a ser associada a elites.</p><p>Império</p><p>Derivado do latim, imperium, a expressão remete ao predomínio ou ao exercício de poder</p><p>de uma instituição política sobre outras. Pode se referir tanto à território de grande extensão</p><p>quanto a um governo de um imperador. De acordo com o Dicionário de Política organizado por</p><p>Norberto Bobbio, “Império representou uma solução permanente para todos aqueles regimes e</p><p>instituições que, chegados a um determinado momento crítico de sua evolução, procuraram</p><p>descobrir e definir uma forma superior de poder legal internamente centralizador, a fim de superar</p><p>suas dificuldades (...) A tendência típica comum a todos os modelos de Império na Europa</p><p>(romano, germânico-feudal, bizantino-russo), excetuado talvez o carolíngio, devido às</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>44</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>desesperadas condições em que logo teve que atuar, foi exatamente a tendência ao crescimento</p><p>progressivo do poder do imperador na política interna e às pressões expansionistas na política</p><p>externa” .</p><p>República</p><p>A definição mais moderna de república enfatiza o papel das instituições e as relações entre</p><p>governantes e governados. Segundo o dicionário de política do italiano Norberto Bobbio, sob a</p><p>concepção moderna, em uma república o poder é repartido entre as instituições, em oposição à</p><p>forma monárquica em que há a preponderância de uma pessoa, em geral um rei, detentora de</p><p>poderes (concentração), em detrimento de outras instituições. Na república, as leis são expressão</p><p>da vontade coletiva, já na monarquia, da vontade do rei.</p><p>Porém, a discussão clássica de república, a grega e a romana, entendem “república” mais</p><p>como uma forma de vida pública e coletiva do que um regime político em sentido restrito,</p><p>baseado apenas em instituições. Nicolau Maquiavel, em seus estudos sobre a antiguidade clássica,</p><p>compreendeu que a república romana teria sido uma organização garantidora das liberdades</p><p>públicas e fundada em um sentido de virtude e envolvimento cívicos. Por isso, a ideia de república</p><p>fundada na antiguidade clássica (Grécia e Roma) se relacionava com o modo de vida dos cidadãos,</p><p>com o tratamento que cada cidadão dava aos bens coletivos e como eles se envolviam com os</p><p>problemas públicos e com o bem comum. Não por menos, res-publica significa “coisa pública”.</p><p>Nesse sentido, a definição clássica de república opunha-se, também, à vida privada, a res-</p><p>privada. Essa noção é importante porque ela reafirma a necessidade de todos os cidadãos</p><p>participarem da vida política, sendo a base para o que ficou conhecido como democracia direta</p><p>(cada pessoa vale um voto nas decisões). Veja que muitas das decisões das Assembleias romanas</p><p>eram baseadas na democracia direta a partir do debate público. Por isso, também, que havia uma</p><p>tradição de grandes oradores para discursar em público.</p><p>Reforça-se, também, que em uma república, como há uma forte concepção de que os bens</p><p>públicos não pertencem aos indivíduos, mas ao coletivo, os cargos públicos não são vitalícios e</p><p>são eletivos, isto é, as pessoas são eleitas para desempenharem determinada função. Vimos que,</p><p>durante a República Romana, os Cônsules eram eleitos pelo Senado. Por sinal, mesmo durante</p><p>boa parte do Império,</p><p>os imperadores também eram escolhidos pelo Senado.</p><p>Mais tarde, século XVIII, um dos teóricos do liberalismo norte-americano, James Madison,</p><p>apegou-se mais ao aspecto da representatividade para redefinir o conceito de república. Madison</p><p>desvinculou-o da ideia de uma conduta cívica. Assim, associou o conceito a um arranjo</p><p>representativo de modo que o governo dependeria de representantes ao invés da necessidade</p><p>permanente do envolvimento de todas as pessoas nas questões públicas.</p><p>Direito consuetudinário</p><p>Esse tipo de direito está baseado nos costumes existentes em uma sociedade, isto é, não</p><p>depende da existência prévia de leis para que sejam exercidos ou usufruídos. Por se basear nos</p><p>costumes, não é necessária a formalização escrita do direito, basta uma compreensão da</p><p>sociedade que tal direito faz parte da vida social para ser respeitado. Ao longo da história, o</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>45</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>direito consuetudinário está associado às relações de consanguinidade (grau de parentesco pelo</p><p>sangue). O sangue seria o pré-requisito para se assegurar determinado direito, como, por</p><p>exemplo, a sucessão dos tronos na Idade Média (assunto que estudaremos). Da mesma forma,</p><p>também na Idade Média, importância dada ao "sangue" exigia, por que os membros das famílias</p><p>privilegiadas casassem apenas com membros de outras famílias do mesmo nível, de modo a que</p><p>o conjunto de tais famílias constituíam um grupo organicamente fechado, ou seja, uma nobreza.</p><p>Lembro que, nas fases que estudamos sobre Roma, para a sucessão dos principais cargos de</p><p>poder, como os de Cônsules ou mesmo de Reis, não prevalecia o direito consuetudinário, pois,</p><p>em regra, o Senado escolhia os governantes.</p><p>3. LISTA DE QUESTÕES ENEM</p><p>(ENEM – 2017)</p><p>TEXTO I</p><p>Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas</p><p>juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem</p><p>precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas</p><p>não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da</p><p>força ou de pequenas concessões.</p><p>FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013</p><p>(adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das</p><p>principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de</p><p>450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>46</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e</p><p>arbítrio dos poderosos.</p><p>FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).</p><p>O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na</p><p>ideia de que a</p><p>a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.</p><p>b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias</p><p>c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.</p><p>d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.</p><p>e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.</p><p>(ENEM LIBRAS – 2017)</p><p>TEXTO I</p><p>Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei</p><p>a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda</p><p>e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei</p><p>executá-los, pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação</p><p>inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura,</p><p>pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.</p><p>Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor,</p><p>ao imperador Trajano. Cerca do ano 111 d.C. Disponível em: www.veritatis.com.br. Acesso</p><p>em: 17 jun. 2015 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião</p><p>que o apóstolo Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que</p><p>seguem esta norma tomem o nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais</p><p>consideramos dementes e insensatos, assumirão a infâmia da heresia, os lugares de suas</p><p>reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em primeiro lugar pela divina</p><p>vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.</p><p>Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média:</p><p>textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.</p><p>Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois</p><p>momentos distintos. Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da</p><p>seguinte prática:</p><p>a) Ausência de liberdade religiosa.</p><p>b) Sacralização dos locais de culto.</p><p>c) Reconhecimento do direito divino.</p><p>d) Formação de tribunais eclesiásticos.</p><p>e) Subordinação do poder governamental.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>47</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>(ENEM – 2016)</p><p>Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie</p><p>de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase</p><p>todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras</p><p>palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a</p><p>ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse</p><p>conhecimento?</p><p>POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.</p><p>A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a</p><p>a) ampliação do contingente de camponeses livres.</p><p>b) consolidação do poder das falanges hoplitas.</p><p>c) concretização do desígnio imperialista.</p><p>d) adoção do monoteísmo cristão.</p><p>e) libertação do domínio etrusco.</p><p>(ENEM PPL – 2016)</p><p>Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos</p><p>povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de</p><p>si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em</p><p>virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na</p><p>guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.</p><p>CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.</p><p>A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na</p><p>Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma</p><p>a) mão de obra especializada protegida pela lei.</p><p>b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.</p><p>c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.</p><p>d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.</p><p>e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.</p><p>(ENEM 2016)</p><p>A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito</p><p>costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o</p><p>devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de</p><p>Roma.</p><p>CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.</p><p>A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os</p><p>plebeus</p><p>a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>48</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.</p><p>c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.</p><p>d) ampliassem a participação política nos cargos políticos</p><p>públicos.</p><p>e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.</p><p>(ENEM CANCELADO – 2009)</p><p>A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era</p><p>considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias</p><p>(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A</p><p>lei dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a</p><p>de nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita</p><p>a dita composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa</p><p>por terminada e mantenha-se a amizade.”</p><p>ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976</p><p>(adaptado).</p><p>A justificativa da lei evidencia que</p><p>a) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.</p><p>b) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.</p><p>c) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.</p><p>d) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.</p><p>e) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.</p><p>(ENEM – 2001)</p><p>O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.</p><p>- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.</p><p>- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus</p><p>nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia noite</p><p>e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais</p><p>ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da</p><p>educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.</p><p>Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São</p><p>Paulo: Cia das Letras, 1997.</p><p>O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como</p><p>marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,</p><p>que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que</p><p>a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.</p><p>b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.</p><p>c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.</p><p>d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.</p><p>e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>49</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>4. LISTA DE QUESTÕES DA PROFE. ALÊ LOPES</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Estendi os limites de todas as províncias do povo romano fronteiriças de nações que</p><p>escapavam à obediência ao Império. Restabeleci a ordem nas províncias das Gálias, das</p><p>Espanhas, na Germânia. Juntei o Egito ao Império, recuperei a Sicília, a Sardenha e as</p><p>províncias além do Adriático”.</p><p>Adaptado de: FREITAS, G. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, [s.d.]</p><p>v.1, p. 96-7.</p><p>Neste depoimento, o Imperador Augusto (27 a. C.-14 d.C.) descreve a “Pax Romana”,</p><p>nome dado a um período marcado</p><p>a) pela crise e fragmentação do Império causadas pelas invasões bárbaras e pelas tensões</p><p>sociais internas.</p><p>b) pela democratização do poder, por meio da supremacia do Senado e acesso dos</p><p>plebeus a política.</p><p>c) pela estabilidade das instituições, riqueza econômica e cultura, manutenção da</p><p>expansão e relativa paz interna.</p><p>d) pela conquista romana de entrepostos e portos vitais para o monopólio do comércio</p><p>no mar Mediterrâneo.</p><p>e) pela adoção do cristianismo como religião oficial do império.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Reflitas em que esse a quem chamas teu servo, nascido da mesma semente, vive sob o</p><p>mesmo céu, respira da mesma maneira, da mesma maneira vive e da mesma morre! Tanto</p><p>podes tu vê-lo livre como ele a ti escravo [...]. Não quero me meter numa questão imensa e</p><p>dissertar sobre o tratamento dos escravos, com os quais somos extremamente orgulhosos,</p><p>cruéis e injuriosos. Em suma, a minha doutrina é esta: vive com um inferior da mesma maneira</p><p>que quererias que um superior vivesse contigo. Todas as vezes que te lembrares dos teus</p><p>poderes sobre o teu servo, outras tantas te lembrem os do teu senhor sobre ti”.</p><p>SÊNECA. Carta a Lucílio, 47, 10-11. In: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Romana:</p><p>antologia da cultura latina. Coimbra: Universidade de Coimbra/Instituto de Estudos</p><p>Clássicos, 1994, p. 227-228.</p><p>No decorrer dos séculos I a III d. C., a atitude com relação aos escravos se modificou em</p><p>Roma. Essa mudança estava relacionada principalmente à</p><p>a) vitória da revolta de Spartacus.</p><p>b) conquista de direitos políticos pelos plebeus.</p><p>c) ascensão dos generais na política romana.</p><p>d) popularização do hedonismo entre a plebe romana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>50</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>e) difusão do estoicismo na elite romana.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)</p><p>Após unificar a Península Itálica sob seu comando, a República Romana se dirigiu para o</p><p>norte da África, mais especificamente para a cidade de Cartago. A rivalidade entre romanos</p><p>e cartagineses levou às chamadas Guerras Púnicas. Sua principal motivação foi o interesse</p><p>dos romanos</p><p>a) em defender seu território da expansão cartaginesa que visava conquistar toda a</p><p>Europa.</p><p>b) em assumir o controle de uma importante cidade sagrada para a religião romana.</p><p>c) em obter mais terras para realizar uma reforma agrária e extinguir as disputas entre</p><p>plebeus e patrícios.</p><p>d) pelas terras férteis da Sicília bem como a intensão de monopolizar o comércio</p><p>marítimo no Mediterrâneo.</p><p>e) pelo controle do Egito e da Mesopotâmia, regiões ricas em minérios e com acervos</p><p>culturais inestimáveis.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“A preservação da [honra] [...] da mulher justificava um sacrifício pessoal, a [honra][...] era</p><p>então um dever do ideal de mulher romana [...] Contudo a [honra] [...] era também um bem,</p><p>que uma vez conquistado deveria ser preservado, mesmo que assim o fossem às custas de</p><p>grandes sacrifícios individuais, como a perda da vida de [Lucrécia]”.</p><p>LIMA, Alessandra Carbonero. Exempla romanos: homens de gloria e mulheres e honor.</p><p>Disponível em: www.hottopos.com. Acesso em 16 jun. 2009.</p><p>De acordo com o texto e o contexto abordado, era dever da mulher romana</p><p>a) exercer a autoridade na família extensa.</p><p>b) exercer responsabilidades políticas.</p><p>c) administrar a vida financeira da comunidade.</p><p>d) agir honestamente e se manter casta.</p><p>e) atender ao chamado da guerra, se necessário.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>51</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>A expansão do Império Macedônico, liderada por Alexandre Magno, deu origem à</p><p>civilização helenística caracterizada pela</p><p>a) fusão de elementos culturais oriundos da civilização romana e dos povos germânicos nos</p><p>primeiros séculos da era cristã.</p><p>b) adoção de símbolos e rituais africanos à religião cristã, por meio do sincretismo de deuses</p><p>pagãos e santos católicos.</p><p>c) difusão do islamismo sunita por toda a costa mediterrânea, que foi capaz de subjugar os</p><p>bizantinos no leste e os ibéricos no oeste durante o medievo.</p><p>d) disseminação da cultura grega pelo oriente enquanto promovia a abertura do mundo</p><p>grego às culturas orientais.</p><p>e) derrota dos romanos, que passaram a ter sua cultura discriminada e perseguida,</p><p>obrigando-os a adotar a religião do conquistador.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>A respeito da Roma Antiga, no que diz respeito ao período de Otávio Augusto no governo</p><p>de Roma, é considerado (a) uma de suas realizações</p><p>a) o estímulo a edificações de</p><p>tijolo.</p><p>b) a extinção da política do “Pão e Circo” em prol da cultura da paz.</p><p>c) o reconhecimento do cristianismo.</p><p>d) a construção de um sistema de participação política em função da renda anual do cidadão.</p><p>(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)</p><p>Estamos imersos nas referências à cultura clássica, da Grécia e da Roma antigas, mesmo sem</p><p>nos darmos conta. Isso porque há a retomada, de tempos em tempos, dos temas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>52</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>relacionados a esse tempo histórico. O mais íntimo do ser humano - seus sentimentos,</p><p>desejos e frustrações – tem sido pensado à luz da tragédia grega, da literatura erótica latina</p><p>grega, das artes antigas e de suas representações. Karl Marx se doutorou com a tese sobre</p><p>Demócrito e usou muitos dos seus conhecimentos gregos e romanos para pensar questões</p><p>sociais. No campo da ciência, Epicuro está na base da teoria da Física Quântica.</p><p>Adaptado de Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. Ed. Contexto, 2018.</p><p>No que se refere ao campo da política, Grécia e Roma deixaram, respectivamente, como</p><p>legados ao Mundo Ocidental</p><p>a) A noção de República e Democracia</p><p>b) A noção de cidadania e de democracia.</p><p>c) A noção de que todo regime político evolui sempre da aristocracia para a democracia e</p><p>de que o poder se organiza em instituições.</p><p>d) A noção de Democracia e República</p><p>e) A perspectiva da eterna luta de classes que move o mundo.</p><p>(Profe Alê Lopes/2020)</p><p>A partir de 235 até 284, o Império Romano foi dilacerado por conflitos armados. A partes</p><p>urbanas das cidades foram amuralhadas, com a diminuição da área e da população urbanas.</p><p>Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. São Paulo: Ed. Contexto, 2018, p. 145.</p><p>O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a</p><p>saber:</p><p>a) O êxodo rural</p><p>b) A ruralização da sociedade</p><p>c) O avanço do cristianismo</p><p>d) A concentração do poder político</p><p>e) A diminuição da importância da vida privada</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>“Trata-se de homens juridicamente livres; contudo, a falta de qualificação cívica que os</p><p>agravava os leva a se colocarem sob a proteção de alguém mais poderoso, o patrono, que</p><p>lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças. (...) Esse tipo de</p><p>relacionamento não é de forma alguma exclusivo de Roma: ele existe no seio de muitas</p><p>sociedades antigas e medievais. (...) Desde o momento em que as casas de alvenaria do</p><p>Fórum começaram a substituir as cabanas de adobe do Palatino, a aristocracia dá início,</p><p>primeiro sob Tarquínio, o Antigo, e continuando depois sob Sérvio Túlio, à efetivação de um</p><p>compromisso histórico, avaramente ligado aos benefícios que julga poder extrair do grupo</p><p>minoritário mais remediado da plebe. A criação dos comícios centuriais fornece-nos a prova</p><p>disso. No entanto, toda boa aliança política não pode prescindir de uma base econômica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>53</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>ROULAND, Norbert. Roma, Democracia Impossível? Brasília: Editora UnB. 1997. p. 47-48.</p><p>O texto faz referência a relação conhecida como</p><p>a) exploração.</p><p>b) clientelismo.</p><p>c) servidão.</p><p>d) opressão.</p><p>e) dominação.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>Quais as duas principais civilizações Ocidentais da Antiguidade?</p><p>a) França e Itália</p><p>b) Grécia e Itália</p><p>c) Roma e Balcãs</p><p>d) Grécia e Roma</p><p>e) Mesopotâmia e Europa</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:</p><p>a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as</p><p>relações entre a Igreja Católica e o Estado.</p><p>b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite</p><p>romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a</p><p>aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.</p><p>c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,</p><p>cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar</p><p>guerras.</p><p>d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.</p><p>e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a</p><p>centralização do poder nas mãos do imperador.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>O destino da Europa foi decidido há dois mil anos, nas margens setentrionais da atual Tunísia.</p><p>Qual seria hoje a sua conformação e a sua imagem se, e, 202 a.C, Cipião, Africano, não</p><p>tivesse desbaratado, em Zama, as tropas de Cartago, comandadas por Aníbal?</p><p>ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível? Ed. UNB, 1981, p. 101.</p><p>No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>54</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as</p><p>relações entre a Igreja Católica e o Estado.</p><p>b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite</p><p>romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a</p><p>aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.</p><p>c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,</p><p>cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar</p><p>guerras.</p><p>d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.</p><p>e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a</p><p>centralização do poder nas mãos do imperador.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>Sobre a questão agrária na Roma antiga, é correto afirmar que:</p><p>a) Na fase final da República romana, a desestruturação agrária, que estabeleceu sistemas</p><p>de latifúndios, beneficiou os plebeus, uma vez que eles puderam se estabelecer em terras</p><p>que eram do Estado.</p><p>b) A partir das propostas dos irmãos Graco o problema da reforma agrária encontrou uma</p><p>saída satisfatória para a aristocracia reunida no Senado e os plebeus aglutinados no Tribuno</p><p>da Plebe, principalmente porque essas reformas ocorreram durante a fase republicana.</p><p>c) A mão de obra para as explorações que emergiram do século III a.C. em diante era</p><p>abastecida pela série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo.</p><p>d) A principal causa do aumento da propriedade fundiária dos nobilitas foi o barateamento</p><p>das terras dos camponeses as quais, em seguida, eram compradas pelos grandes</p><p>proprietários.</p><p>e) Os patrícios, que formavam uma aristocracia de proprietários de terra, estabeleceram uma</p><p>relação de senhoria e vassalagem com os plebeus que trabalhavam no campo.</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020</p><p>“Antes a alegria de viver estava nas ruas e nos grandes monumentos urbanos; agora se</p><p>refugia nas casas e nas cabanas. Antes, com suas leis, tropas e edis*, o Império se honrara</p><p>em facilitar a vida pública como ideal de vida; agora, com os reinos germânicos, dilui-se o</p><p>culto da urbanidade em proveito da vida privada. Para os recém-chegados, os germanos,</p><p>quase tudo é de domínio privado.” (*Administradores públicos plebeus)</p><p>ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental, p. 403.</p><p>O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a</p><p>saber:</p><p>a) O êxodo rural</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>55</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) A ruralização da sociedade</p><p>c) O avanço do cristianismo</p><p>d) A concentração do poder político</p><p>e) A diminuição da importância da vida privada</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões</p><p>que afetassem os</p><p>próprios plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais – sobre questões de</p><p>Roma – também podiam ser discutidos e votados nesses espaços políticos dos plebeus. No</p><p>que diz respeito a essa mudança,</p><p>a) a crescente noção de cidadania disseminada entre todas as classes sociais foi determinante</p><p>para aumentar o espaço de participação decisória dos plebeus.</p><p>b) um dos fatores determinantes para essa mudança foram as lutas sociais que resultaram</p><p>em leis garantidoras.</p><p>c) a presença proporcional de plebeus no Senado romano contribuiu decisivamente para a</p><p>maior participação da plebe na vida política.</p><p>d) apesar do avanço político, socialmente a estrutura se manteve, com destaque para a</p><p>permanência da escravidão por dívida.</p><p>e) a reforma agrária viabilizou o crescimento do poder econômico dos plebeus e,</p><p>consequentemente, aumento do poder político, favorecendo a maior participação nos</p><p>processos decisórios em Roma.</p><p>5. LISTA DE QUESTÕES APROFUNDAMENTO</p><p>(UECE 2020)</p><p>Lúcio Sérgio Catilina (108 a.C.-62 a.C.) protagonizou vários episódios para tornar-se cônsul</p><p>de Roma. No final de 63 a.C., tentou dar um golpe de estado para tomar o poder. O evento</p><p>ficou conhecido como a Conjuração de Catilina., marcando uma fase crucial na história</p><p>romana por representar um dos momentos de profunda crise nas</p><p>A) instituições republicanas da época.</p><p>B) relações conflituosas entre o exército e a elite romana.</p><p>C) incursões imperialistas da cidade de Roma.</p><p>D) alas mais progressistas do senado.</p><p>(UECE 2020)</p><p>Desde a Antiguidade, o norte da África tem relevância comercial, o que o tornou alvo de</p><p>disputa expansionista. A cidade de Cartago, por exemplo, ocupou posição predominante</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>56</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>durante muito tempo, mas, após vários combates, foi derrotada em 146 a.C. no episódio</p><p>que ficou conhecido como</p><p>A) Guerras Púnicas, que culminaram na supremacia de Roma no Mediterrâneo.</p><p>B) Guerras Mercenárias, que possibilitaram a fuga de africanos em massa para Ibéria.</p><p>C) Guerras Médicas, que permitiram aos persas adentrar na África.</p><p>D) Guerras da Mauritânia, que culminaram na vitória de reinos berberes no norte da África.</p><p>(UECE/2018)</p><p>As Guerras Púnicas, que se constituíram por uma série de combates entre Roma e Cartago</p><p>no período entre o século III e o século II a.C., assinalaram uma mudança radical na história</p><p>de Roma e do mundo antigo, porque</p><p>a) mesmo tendo Roma sofrido algumas derrotas, triunfou com as vitórias de Aníbal.</p><p>b) os conflitos entre Roma e Cartago duraram mais de um século.</p><p>c) após o fim do conflito, Roma se aproximou de uma civilização mais avançada e rica.</p><p>d) redesenhou toda a organização do mundo antigo e Roma transformou-se na grande</p><p>potência do Mediterrâneo.</p><p>(UECE 2017)</p><p>Plutarco atribuiu ao Tribuno da Plebe, Tibério Graco, o seguinte discurso dirigido aos pobres</p><p>de Roma:</p><p>“As feras que atravessam os bosques da Itália têm cada uma seus abrigos e suas tocas; os</p><p>que lutam e morrem pela defesa da Itália só têm o ar e luz e nenhuma outra coisa mais. Sem</p><p>teto para se abrigar, eles vagueiam com seus filhos e suas mulheres. Os enganam seus</p><p>generais quando, nas batalhas, os estimulam a combater pelos templos de seus deuses, pelas</p><p>sepulturas de seus pais. Isto porque, de um grande número de romanos, não há um só que</p><p>tenha o seu altar doméstico nem seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar</p><p>a opulência e o luxo de outros, e, quando dizem que são senhores de todo o mundo, eles</p><p>não são donos sequer de um pedaço de terra”.</p><p>Apud Plutarco. Vidas Paralelas. Tomo VI. P. 209-210. Disponível em:</p><p>http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obr</p><p>a=6712</p><p>Com essas palavras, o Tribuno Tibério Graco nos informa que Roma</p><p>a) possuía uma grande camada social desprovida de acesso à propriedade, contudo, era essa</p><p>camada que garantia o sucesso militar e o poderio das elites romanas.</p><p>b) tinha uma organização social baseada numa justa distribuição da riqueza e era alicerçada</p><p>pelo poderio militar.</p><p>c) tinha uma sociedade baseada na tradição de culto aos antepassados e todos os romanos</p><p>tinham sua terra e um lugar para cultuar seus entes.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>57</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>d) vivia sobre uma constante tensão social em função do apoio irrestrito dos pobres aos</p><p>militares, já que estes garantiam ao povo a propriedade da terra, mesmo a contragosto dos</p><p>latifundiários.</p><p>(UECE - 2015)</p><p>O episódio da violência exercida por Sexto Tarquínio contra Lucrécia, mulher de Colatino,</p><p>um dos nobres romanos, narra e celebra em tom comemorativo “a expulsão dos Tarquínios”</p><p>como a libertação da tirania. Este evento marca</p><p>A) o fim da Monarquia em Roma.</p><p>B) o início da estrutura gentílica romana.</p><p>C) o estabelecimento das leis das XII Tábuas.</p><p>D) a guerra contra os samnitas e o domínio da Itália central.</p><p>(UECE - 2014)</p><p>“[...] com seus 10 a 15 mil habitantes, a Pompeia dos anos 70 d.C. apresentava-se como uma</p><p>cidadezinha provinciana enriquecida. Possuía uma agricultura desenvolvida, que alguns</p><p>autores consideram capitalista devido à sua orientação para o mercado. No campo,</p><p>predominavam fazenda escravistas voltadas para a produção de mercadorias, trigo, azeite e,</p><p>principalmente, vinhos de diversas qualidades: populares, aromatizados, para aperitivo,</p><p>medicinais, para citar apenas alguns. A criação de gado e a floricultura também eram</p><p>praticadas no campo. As principais manufaturas encontravam-se concentradas no interior do</p><p>recinto urbano: fábricas de cerâmica, construção civil, tinturarias, lavanderias, manufaturas</p><p>têxteis e de confecções, de conservas de peixe e panificadoras. Embora não possamos falar</p><p>em revolução industrial, não cabe dúvida que a urbanização ligava-se ao papel articulador</p><p>do mercado numa economia baseada no consumo de massa.”</p><p>FUNARI, Pedro Paulo A. A vida quotidiana na Roma antiga. São Paulo: Annablume, 2003.</p><p>p.54-55.</p><p>No fragmento acima, Pedro Paulo de Abreu Funari se refere a</p><p>A) uma cidade medieval que vivenciou o lento processo de transição da economia rural e</p><p>agrícola do feudalismo para uma economia urbana e mercantil da modernidade.</p><p>B) uma cidade romana que viveu o seu apogeu no período do Império, com grande pujança</p><p>econômica e desenvolvimento urbano grandioso, até sua destituição pela erupção vulcânica</p><p>do monte Vesúvio.</p><p>C) uma colônia inglesa na América que se desenvolveu autonomamente em relação a sua</p><p>metrópole, praticando comércio com áreas vizinhas e diversificando suas atividades</p><p>econômicas.</p><p>D) uma cidade europeia que teve seu desenvolvimento econômico ligado ao processo de</p><p>industrialização de manufaturas têxteis e de confecções desenvolvidas a partir da evolução</p><p>técnica oportunizada pela revolução industrial moderna.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>58</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>(UECE - 2012)</p><p>As Guerras Púnicas foram uma série de combates entre Roma e Cartago entre o III e o II</p><p>séculos a.C.; receberam esse nome, porque os romanos chamavam os cartagineses de</p><p>púnicos. Tiveram importância significativa na história de Roma e do mundo antigo, porque</p><p>A) Roma não superou várias derrotas para Aníbal.</p><p>B) o embate entre Roma e Cartago durou muito tempo, mais de um século.</p><p>C) após a vitória, Roma entrou em contato com diversas civilizações e adquiriu maior</p><p>progresso.</p><p>D) Roma se afirmou como primeira potência e dominou política e culturalmente os povos do</p><p>Mediterrâneo.</p><p>(UECE 2012)</p><p>Os séculos III e IV d.C. marcaram uma transformação decisiva na história romana. Durante</p><p>esse período começou a maturação de elementos da crise política, econômica e demográfica</p><p>que modificaram, profundamente, o quadro da sociedade imperial e determinaram o seu</p><p>fim.</p><p>Com relação ao</p><p>término do império romano do ocidente, considere os seguintes fatores:</p><p>I. Impulso de populações estrangeiras que avançavam as fronteiras do norte e do leste que</p><p>nem sempre o exército conseguia combater.</p><p>II. Devastações, peste, empobrecimento da população, concentração de riquezas nas mãos</p><p>de poucos e mudança no poder político-social.</p><p>III. Solução dada por Diocleciano e Constantino aos problemas estruturais, com a imposição</p><p>do cristianismo como religião oficial do império.</p><p>IV. Concessão de direitos civis a todos os habitantes do império para conter a crise moral.</p><p>Está correto o contido em</p><p>A) I, III e IV apenas.</p><p>B) I e II apenas.</p><p>C) II, III e IV apenas.</p><p>D) I, II, III e IV.</p><p>(UECE - 2010)</p><p>Constantino é considerado por inúmeros historiadores o último grande imperador romano,</p><p>ascendeu ao poder após derrotar seu rival Maxêncio na batalha de Ponte Milvio em Roma</p><p>(312) e a sua atuação política influenciou de modo determinante a história sucessiva.</p><p>Sobre as ações políticas de Constantino é correto afirmar</p><p>A) aumentou o exército romano e tornou o Cristianismo a religião oficial do Estado.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>59</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>B) se auto proclamou imperador absoluto e papa, presenteou o exército com ricas doações.</p><p>C) dividiu o exército com um número maior de legiões e concedeu à Igreja cristã muitos</p><p>poderes.</p><p>D) reorganizou o exército e concedeu aos cristãos liberdade de culto.</p><p>(UECE - 2010)</p><p>Entre os séculos VI e VIII, passaram a figurar no contexto histórico da Europa povos que até</p><p>então estavam às margens, que eram conhecidos como “bárbaros”: germanos, francos,</p><p>godos, lombardos, hunos etc. Estes povos consolidaram seu poder e formaram reinos</p><p>independentes, dando início a uma nova fase da história do mundo ocidental. Assinale a</p><p>afirmação verdadeira.</p><p>A) o termo “bárbaro” era utilizado para reconhecer e glorificar aqueles povos que</p><p>negociaram com os romanos e alternaram, com estes, a posição de poder.</p><p>B) A palavra “bárbaro” era empregada por gregos e romanos para delimitar o que para eles</p><p>significava povos não civilizados.</p><p>C) Os diferentes povos, oriundos de locais geograficamente distantes, se autodenominação</p><p>bárbaros.</p><p>D A denominação “bárbaros” foi empregada especificamente pelos historiadores para</p><p>contrapor a “romanos”.</p><p>(UECE 2007)</p><p>A história política da Roma antiga é dividida em três etapas: a Monarquia, a República e o</p><p>Império.</p><p>Sobre a participação dos plebeus no Regime Republicano, é correto afirmar:</p><p>a) a instalação da República foi um ato revolucionário dos plebeus, que afastaram os patrícios</p><p>do poder, criando a Assembleia Popular.</p><p>b) a criação da Assembleia da Plebe resultou da resistência dos plebeus contra o controle</p><p>do poder político republicano nas mãos dos patrícios.</p><p>c) o envolvimento da plebe na "res publica" (coisa pública) romana rompeu com a estrutura</p><p>social, afastando os patrícios do poder.</p><p>d) o controle do poder pelos plebeus, criando leis populares, justificou o apoio dos patrícios</p><p>à instalação do Império de Júlio César.</p><p>(UVA 2019)</p><p>Os gladiadores ficaram famosos por seus sangrentos combates nos circos romanos. Durante</p><p>o Império Romano, esses violentos espetáculos faziam parte de uma política que recebeu o</p><p>nome de Pão e Circo. (Divalte, 2011).</p><p>Essa política, de que fala a citação, ainda é muito recorrente nos nossos dias. Identifique a</p><p>alternativa que melhor caracteriza essa prática romana:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>60</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>A) Foi uma política cultural romana voltada para a valorização da atividade circense.</p><p>B) Foi uma política pública romana que objetivava amenizar as desigualdades sociais,</p><p>distribuindo alimento (trigo) e lazer gratuito para as camadas populares.</p><p>C) Foi uma estratégia política dos líderes romanos para conter as revoltas sociais, distribuindo</p><p>alimento (trigo) e lazer gratuito para as camadas populares.</p><p>D) Foi uma prática de distribuição de alimentos durante os eventos culturais muito recorrente</p><p>no cotidiano romano.</p><p>(UVA 2017)</p><p>Roma foi a sede de um poderoso Império. Mas decaiu com o correr do tempo. No ano 476,</p><p>um povo estrangeiro, a quem os romanos chamavam de bárbaro, a conquistou. Este</p><p>acontecimento marcou o:</p><p>A) início da Idade Antiga.</p><p>B) início da Idade Média.</p><p>C) fim da Idade Média.</p><p>D) início da Idade Moderna.</p><p>UVA (2017)</p><p>Calendário é sistema que estabelece um modo de conta o tempo. Diferentes povos criaram</p><p>calendários de acordo com seus conhecimentos, critérios e necessidades. Não se sabe</p><p>exatamente quando foi criado o primeiro calendário. O calendário que usamos tem como</p><p>ponto de referência o:</p><p>A) descobrimento do Brasil.</p><p>B) nascimento de Cristo.</p><p>C) aparecimento do homem.</p><p>D) aparecimento da escrita.</p><p>(UVA - 2014)</p><p>Na época da República Romana, a plebe passou a exigir direitos políticos, sociais e religiosos.</p><p>Resultou daí uma luta entre as classes sociais romanas.</p><p>Assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>A) A luta entre o povo e a aristocracia senatorial resultou na morte dos irmãos Graco.</p><p>B) O período inicial da República Romana foi marcado pelos conflitos entre patrícios e</p><p>plebeus.</p><p>C) A Lei das Dozes Tábuas não era uma carta de liberdades populares, mas a consolidação</p><p>dos antigos costumes como a prisão por dívida.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>61</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>D) Constantemente os plebeus eram vítimas dos processos judiciais, pois estavam à mercê</p><p>dos cônsules que interpretavam a lei.</p><p>(UVA - 2014)</p><p>Tendo como figura central Jesus Cristo, o cristianismo começou a ser pregado na época de</p><p>Tibério. Combatido tenazmente pelo Império romano, sofreu violentas perseguições.</p><p>Obtendo liberdade pelo Édito de Milão, em 313, veio a se tornar religião oficial do Estado</p><p>no governo de:</p><p>A) Constantino.</p><p>B) Diocleciano.</p><p>C) Teodósio.</p><p>D) Nero.</p><p>(UVA - 2010)</p><p>A sociedade romana, durante a República, caracterizou-se:</p><p>A) pelo domínio político-social dos sacerdotes.</p><p>B) como uma sociedade de castas, isentas de mobilidade social,</p><p>C) pela conquista de direitos políticos, jurídicos e religiosos por parte dos plebeus.</p><p>D) pelo desaparecimento da escravidão.</p><p>(UVA - 2010)</p><p>O desaparecimento do Império Romano, no século V, um dos mais colossais que a História já</p><p>presenciou, suscita uma série de debates e dúvidas:</p><p>Muitas razões contribuíram para o esfacelamento do Império Romano. Entre elas podemos citar:</p><p>A) o enfraquecimento do governo, provocado pelas lutas pelo poder.</p><p>B) a concentração em mãos dos patrícios dos direitos religiosos, políticos e jurídicos.</p><p>C) a ideia de autoridade absoluta de Estado.</p><p>D) a aplicação dos jus civile a todas as populações do Império.</p><p>(PUCRS/2018)</p><p>Com relação às regiões do Império Romano assinaladas no mapa, considere as afirmativas a</p><p>seguir.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>62</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>.</p><p>I. A região 1 era a que apresentava a</p><p>maior concentração populacional</p><p>durante a pax romana, período</p><p>marcado pela edificação de obras</p><p>monumentais nas cidades.</p><p>II. A região 2 era dominada pelos</p><p>pastores e agricultores que</p><p>constituíam os povos germanos,</p><p>sendo ainda hoje uma área de</p><p>planície agricultável integrada, desde</p><p>1992, pelo sistema Reno-Meno-</p><p>Danúbio, que liga o Mar Negro ao</p><p>Mar do Norte.</p><p>III. A região 3, de clima mediterrâneo, corresponde ao Magreb – que se estende da atual</p><p>Líbia, a oeste, ao Egito, a leste – e se caracterizou pela produção de cereais, especialmente</p><p>trigo, durante o Império Romano, sendo que hoje se caracteriza pelo cultivo de videiras e</p><p>oliveiras.</p><p>IV. As regiões 1 e 3, por apresentarem grande diversidade climática e de solo, favoreceram,</p><p>durante os séculos I e II d.C., a obtenção de diversos insumos, como metais e tecidos, que</p><p>circulavam</p><p>pelo Império Romano por meio do comércio marítimo e terrestre.</p><p>Estão corretas apenas as afirmativas</p><p>a) I e III.</p><p>b) II e IV.</p><p>c) I, II e IV.</p><p>d) II, III e IV.</p><p>(PUCSP/2018)</p><p>Considere os textos abaixo.</p><p>“[...] Amúlio expulsa seu irmão e apodera-se do trono. Depois deste crime, cometeu outro:</p><p>ele extermina todos os filhos varões do irmão e, sob o pretexto de honrar sua sobrinha Réia</p><p>Sílvia, colocando-a entre as vestais, ele tira toda a esperança de se tornar mãe condenando-</p><p>a à virgindade perpétua.</p><p>Mas acredito que o destino estava encarregado da fundação de uma cidade tão poderosa:</p><p>era a ele que cabia lançar os alicerces deste vasto império que iguala o dos deuses. [...]”</p><p>Tito Livio – História de Roma, livro I, p.10. - Texto traduzido e adaptado de TITO LÍVIO.</p><p>Historia de Roma desde su fundación. (Ab urbe condita).</p><p>http://historicodigital.com/download/tito%20livio%20i.pdf, acesso em 07/11/17</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>63</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>“Os romanos foram honrados em quase todas as nações: impuseram as leis da sua</p><p>hegemonia a muitos povos: hoje, as letras e a história celebram-nos em quase todas as raças.</p><p>Não têm motivo para queixar-se da justiça do Deus supremo e verdadeiro: eles receberam</p><p>sua recompensa...; os judeus, que tinham morto Cristo, foram justamente entregues aos</p><p>romanos, para a glória destes. Aqueles, que pelas suas virtudes, [...] procuraram e obtiveram</p><p>a glória terrestre deviam vencer aqueles que, com seus enormes vícios, mataram e recusaram</p><p>o dispensador da verdadeira glória e da Cidade Eterna.”</p><p>Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Livro V, cap. XVIII, p. 527. - Texto adaptado:</p><p>http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/Cidade-de-Deus-Agostinho.pdf. Acesso em</p><p>07/11/17</p><p>Os textos foram escritos por cidadãos romanos, em diferentes épocas, e tratam momentos</p><p>distintos da história de Roma. No entanto, eles concordam que:</p><p>a) a dominação militar de Roma sobre outros povos não seria duradoura.</p><p>b) o poder de Roma dependeu da conquista militar e da aceitação das leis.</p><p>c) a explicação para o imenso poderio romano é de ordem religiosa.</p><p>d) o crime e os vícios dos fundadores de Roma foram os fundamentos do império.</p><p>(PUCSP/2017)</p><p>Sobre a criação da República Romana, em 509 a.C., é correto afirmar:</p><p>a) apesar do regime republicano, o Cônsul romano concentrava os poderes em suas mãos e</p><p>não precisava ouvir as Assembleia de patrícios para tomar decisões importantes.</p><p>b) o Estado romano passou a ser dirigido por dois Cônsules, que dividiam o poder com o</p><p>Senado e com a Assembleia Popular.</p><p>c) a República romana instalou, pela primeira vez na História, um regime representativo e</p><p>democrático, onde todos, sem distinção, poderiam participar de todos os órgãos de</p><p>governo.</p><p>d) o consulado e o senado eram formados por patrícios, mas a Assembleia Popular, órgão</p><p>mais importante e poderoso da República, era formado por todos, inclusive mulheres,</p><p>estrangeiros e escravos.</p><p>(PUCRS/ 2016)</p><p>Considere as afirmativas sobre as reformas no Império Romano promovidas por Diocleciano</p><p>e seus sucessores, no século III d.C.</p><p>I. As reformas visavam enfrentar a grave crise econômica e política por que passava o</p><p>Império, reforçando a autoridade imperial e reestruturando o Estado por meio da</p><p>incorporação de concepções orientais às instituições romanas.</p><p>II. No período de Diocleciano, os exércitos imperiais foram drasticamente reduzidos,</p><p>restando a metade do número anterior de legiões, com o intuito de reforçar o poder civil,</p><p>concentrado na classe senatorial.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>64</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>III. Durante o período, um grande número de estrangeiros, particularmente os germanos,</p><p>passou a ser admitido no exército romano, alguns dos quais chegando ao oficialato</p><p>profissional e compondo uma nova aristocracia provincial.</p><p>Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e III, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>(PUCCAMP/2016)</p><p>Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como</p><p>crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou</p><p>pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos,</p><p>valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o</p><p>africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na</p><p>segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa,</p><p>destacaram em obras suas o tema da escravidão.</p><p>(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio.</p><p>São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)</p><p>A escravidão, com características diferenciadas, também existiu na Roma Antiga, onde, a</p><p>partir do século IV a.C., houve a:</p><p>a) repulsa dos cidadãos romanos a escravos que não fossem de cor branca ou de regiões</p><p>diferentes da Europa, uma vez que outras raças eram consideradas bárbaras e não confiáveis.</p><p>b) ocorrência de grandes revoltas bem-sucedidas, integradas por escravos fugidos e ex-</p><p>escravos, a exemplo da liderada pelo gladiador Espártaco.</p><p>c) concentração de escravos nas colônias, uma vez que na capital, após a instituição do</p><p>Direito Romano, passaram a vigorar restrições a essa prática.</p><p>d) intensificação dos casos em que um plebeu se tornava escravo pelo não pagamento de</p><p>suas dívidas e impostos, apesar deste segmento social possuir alguns direitos políticos.</p><p>e) presença crescente de escravos provenientes do aprisionamento em guerras de conquista,</p><p>em virtude da expansão territorial.</p><p>(PUCCAMP/2016)</p><p>Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a</p><p>Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas</p><p>portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do</p><p>colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera tamen” (Liberdade, ainda que tardia), do</p><p>poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>65</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação. São</p><p>Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261)</p><p>O texto, ao se referir ao poeta Virgílio, nos remete a um período da história da Roma Antiga:</p><p>o Império Romano. Durante esse período, foram características do Estado romano:</p><p>a) recuperação de antigas práticas do período anterior, como a escravidão em grande escala,</p><p>e o imperialismo econômico romano.</p><p>b) introdução de novos ideais baseados na economia de mercado, na condenação da guerra</p><p>e na valorização da democracia romana.</p><p>c) transformação da estrutura administrativa nas cidades, fragmentação dos latifúndios e</p><p>penetração dos bárbaros no Império.</p><p>d) centralização político-administrativa nas mãos do imperador, utilização da política do “pão</p><p>e circo” e adoção da Pax Romana.</p><p>e) participação de todos os cidadãos romanos nas instituições políticas, uma educação</p><p>humanista e conquista do Mediterrâneo.</p><p>(PUCRS/2015)</p><p>Após o período das guerras civis que marcaram o final da República na Roma Antiga, o</p><p>principado de Otávio Augusto inaugurou o período imperial com uma série de reformas</p><p>administrativas, políticas e militares. Dentre tais reformas, NÃO é correto apontar</p><p>a) a profissionalização do exército, com a liberação dos camponeses do serviço militar.</p><p>b) a nomeação de funcionários remunerados para os cargos do sistema fiscal nas províncias.</p><p>c) extinção das principais instituições republicanas, como o Senado e o Tribunato da Plebe.</p><p>d) a abertura do acesso às magistraturas para membros de famílias provincianas.</p><p>e) a criação das províncias sob administração imperial nas fronteiras não pacificadas do</p><p>império.</p><p>(UNIVESP/2020)</p><p>Construído com concreto e</p><p>uma proposta de lei apesentada pelo rei. Além disso, havia um outro</p><p>órgão na organização do poder político, a Assembleia das Cúrias (eram 30 cúrias). Esta era</p><p>composta pelos cidadãos em idade militar e era responsável pela ratificação de alguns decretos</p><p>dos reis.</p><p>Com relação à divisão social durante a monarquia romana, havia uma estratificação</p><p>hierárquica formada por 4 grupos sociais: os PATRÍCIOS, os PLEBEUS, os CLIENTES e os</p><p>ESCRAVOS.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>6</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>➢ Os plebeus eram pequenos camponeses, proprietários de pequenas terras que</p><p>produziam, praticamente, para sua subsistência. Era comum os plebeus contraírem</p><p>grandes dívidas com os patrícios, especialmente nos períodos em que eram</p><p>convocados para guerras de conquista ou para defender a cidade de alguma ameaça</p><p>exterior. Por terem que deixar suas pequenas propriedades para atuar nessas</p><p>guerras, as terras perdiam sua capacidade produtiva. Assim, ao retornarem, após o</p><p>conflito, os plebeus faziam altos empréstimos para poderem recuperar a terra e a</p><p>produção. Se, por qualquer motivo, os plebeus não pagassem as dívidas viravam</p><p>escravos.</p><p>➢ Já os clientes eram plebeus agregados aos patrícios. Em geral, moravam na</p><p>propriedade dos patrícios e lhes serviam em funções de altíssima confiança. Por isso,</p><p>detinham alguns privilégios e oportunidades de negócios que os plebeus não-</p><p>agregados não possuíam. Por exemplo, não viravam escravos por dívidas. Por isso,</p><p>ao longo do tempo, os clientes enriqueceram!</p><p>➢ Por último, os escravos eram plebeus endividados - como falamos antes. Os povos</p><p>derrotados em guerras também podiam virar escravos, mas, neste momento,</p><p>encontravam-se em número reduzido em Roma. Foi no período republicano que a</p><p>expansão territorial e as guerras de conquistas tiveram maior importância e, por isso,</p><p>o número de escravos aumentou substancialmente. Veremos melhor esse processo</p><p>na próxima seção.</p><p>A Monarquia, então, entrou em decadência porque alguns reis etruscos se sobrepuseram</p><p>política e militarmente ao Senado e aos patrícios. O último rei foi Tarquínio, o Soberbo. Ele foi</p><p>deposto em 509 a.C. por uma insurreição de patrícios que o acusou, dentre outros, de</p><p>desrespeitar a aristocracia patrícia.</p><p>Nesse processo, a Monarquia foi abolida e o SENADO passou a ser o Poder Supremo em</p><p>Roma. Fruto dessa disputa entre poder e interesses do rei e poder e interesses dos Senadores,</p><p>venceram os últimos, meus caros!!</p><p>Assim, inicia-se a instalação da República Romana – assunto que veremos na próxima seção.</p><p>patrícios</p><p>cleintes</p><p>plebeus</p><p>escravos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>7</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>1.2 – REPÚBLICA 509 A.C.– 27 A.C.</p><p>Chegamos à República. Foram 5 séculos marcados por 4 elementos centrais:</p><p>1- Formação das instituições Republicanas, principalmente, o SENADO.</p><p>2- Expansão Militar e Marítimo Territorial, conforme o mapa colocado no início da aula (volte</p><p>lá agora e observe a legenda).</p><p>3- Conflitos sociais entre plebeus e patrícios, no que se refere à busca por igualdade jurídica e</p><p>maior participação social para os primeiros.</p><p>4- Desenvolvimento de uma economia escravista.</p><p>Atenção: não continue lento sem prestar muita atenção agora:</p><p>A expansão territorial e o conflito entre patrícios e plebeus estão diretamente relacionados. Isto</p><p>porque a expansão significou a conquista e concentração de terras, majoritariamente para</p><p>patrícios. E terra era um critério de participação política e direitos (cidadania aristocrática).</p><p>Assim, VOCÊ PRECISA pensar as duas coisas de maneira complementar. Na prática, se você fizer</p><p>uma linha do tempo, perceberá que, enquanto a República expande, os conflitos sociais</p><p>aumentam, por um lado, e, por outro, os plebeus conquistam direitos. Não se percam no tempo</p><p>e nem nas relações causais.</p><p>Eu vou expor os dois elementos de maneira separada, mas você preste atenção às datas e</p><p>correlacione o tempo todo, ok!</p><p>1.2.1 – Estrutura política na República Romana</p><p>Querida e querido aluno, vem aqui comigo articular uma coisa: quando os patrícios se</p><p>sublevaram e derrubaram o rei Tarquínio o poder não ficou vazio, certo? Corretíssimo!</p><p>Os patrícios elevaram o SENADO ao posto de Poder Supremo de Roma. Além disso, criaram</p><p>outras instituições políticas: a MAGISTRATURA; e quatro diferentes tipos de ASSEMBLEIA (a</p><p>Curial, a Centurial, a Tribal e a Plebeia).</p><p>Quero que você saiba que esse novo arranjo político-institucional conformou a República</p><p>– uma nova maneira de organizar o poder na qual este era exercido por meio de</p><p>instituições com o objetivo de organizar a coisa pública – res-publica, em latim. Assim, o</p><p>Senado, a Magistratura e as Assembleias compunham essa nova estrutura de organização</p><p>Instituições</p><p>Políticas</p><p>SENADO MAGISTRADO ASSEMBLEIA</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>8</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>política-administrativa. Nesse modelo não havia concentração de poder nas mãos de uma</p><p>única pessoa. Mas, fica esperto com as mudanças que foram ocorrendo ao longo do</p><p>tempo, porque são elas que nos ajudam a entender o porquê a República se desintegrou</p><p>e deu lugar ao Império. Beleza? 😊</p><p>Dito isso, vejamos como eram, na prática, as instituições da República Romana?</p><p>É importante saber como estava dividido o poder na Roma Republicana. O SENADO era</p><p>composto por 300 patrícios.</p><p>- Só patricinhos, profe? !!! -Sim, queridos!!</p><p>E os cargos eram vitalícios, ou seja, duravam até a pessoa morrer! A função do Senado foi</p><p>aprimorada para criarem leis, organizarem as finanças e, também, as estratégias de guerra, se</p><p>necessário.</p><p>Já a MAGISTRATURA, cuidava das questões executivas, ou seja, administrar e executar o que era</p><p>decidido pelo SENADO, reunia cargos práticos como:</p><p>• cônsules: esse cargo era superimportante e quero que vocês memorizem o cargo de Cônsul.</p><p>Duas pessoas ocupavam o cargo, logo, dois cônsules. Um presidia o SENADO e, outro, a</p><p>Assembleia Centurial. Ambos podiam propor leis. Portanto, eles faziam uma ponte entre</p><p>as 3 principais instituições republicanas. Sacaram?</p><p>• pretores: eram responsáveis por administrar a justiça.</p><p>• censores: os censores organizavam o censo da população. O censo era importante, pois</p><p>era feito com base na renda e a renda era elemento decisivo para a localização das pessoas</p><p>na estrutura institucional da República Romana. Na prática, a definição de cidadão estava</p><p>aqui, pois, a depender da renda, o romano podia ou não ser considerado cidadão. Ademais,</p><p>a título de curiosidade, o censor também garantia a "moralidade pública" e supervisionava</p><p>certos aspectos das finanças governamentais. Dessa condição surgiu a origem do sentido</p><p>moderno das palavras "censor" e “censura".</p><p>• ditadores: eram nomeados pelo SENADO, mas apenas no caso de guerra civil e convulsão</p><p>social grave. Tinham um prazo de 6 meses para resolverem as situações críticas.</p><p>- Mas Profe Alê, magistratura não tem a ver com juiz, como assim, função executiva?</p><p>– Pois é, gente, na Roma Antiga, magistratura não tinha a ver com poder judiciário, tal como</p><p>nos dias atuais. A palavra magistratus, em latim, quer dizer “o cargo de governar”. Ou seja,</p><p>aqueles que ocupam cargos políticos. Os magistrados eram eleitos para mandatos de 1 ano para</p><p>executar diferentes atividades, como afirmei acima.</p><p>Outro elemento importante: embora não fosse proibido aos plebeus ocupar cargos na</p><p>magistratura, na maioria das vezes, eles não participavam, pois precisavam trabalhar em outras</p><p>ocupações uma vez que as funções públicas não eram remuneradas. Ao longo da aula você vai</p><p>notar que, diferentemente da Roma monárquica, durante a República alguns cargos de poder</p><p>passaram a ser gradualmente acessíveis aos plebeus. Fica ligado!</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B4nsul_(Roma_Antiga)</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Pretor</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Censor_romano</p><p>areia, o Coliseu é o maior anfiteatro já construído e está situado</p><p>a leste do Fórum Romano. A respeito do Império Romano, leia as afirmativas abaixo e dê</p><p>valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).</p><p>( ) Com a morte de Nero, sobreveio um ano de guerras civis, após o qual assumiu Vespasiano,</p><p>general da família dos Flávios. Teve início, então, o período de maior esplendor do Império</p><p>Romano.</p><p>( ) Com Vespasiano, novas cidades surgiram e o modo de vida romano passou a ser adotado</p><p>nas mais distantes províncias.</p><p>( ) O Império em sua fase de esplendor enfrentaria, sobretudo, problemas de outras</p><p>naturezas, como epidemias, incêndios e até a destruição da cidade de Pompeia em 79 d.C.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>66</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>( ) As lutas de gladiadores, iniciadas durante a República, tornaram-se um evento</p><p>extremamente popular. Diversos anfiteatros, como o Coliseu, em Roma, foram construídos</p><p>em todo o Império para a realização desses espetáculos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.</p><p>a) V, V, V, V</p><p>b) F, V, F, V</p><p>c) V, V, V, F</p><p>d) F, F, V, V</p><p>e) V, F, F, V</p><p>(PISM - MÓDULO I/2016)</p><p>Esse é um fragmento de uma obra produzida no século I a.C.:</p><p>“Os romanos apossavam-se de escravos através de procedimentos extremamente legítimos: ou</p><p>compravam do Estado aqueles que fossem vendidos “debaixo de lança” como parte do botim;</p><p>ou um general poderia permitir àqueles que fizessem prisioneiros de guerra conservá-los,</p><p>juntamente com o resto do produto do saque”.</p><p>Dionísio de Halicarnasso. História Antiga dos Romanos, IV, 24. - Citado em CARDOSO, C.</p><p>Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003. p. 141.</p><p>Em relação à escravidão na Roma antiga, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) Os escravos possuíam entre si uma forte identidade étnica e cultural, pois apresentavam uma</p><p>origem territorial africana única.</p><p>b) O número de escravos diminuiu fortemente com o processo expansionista, pois havia a</p><p>prática de libertá-los em massa para que se tornassem soldados.</p><p>c) A utilização da mão de obra escrava dos derrotados de guerra foi ampliada com o término da</p><p>prática de escravizar indivíduos livres por dívidas.</p><p>d) Revoltas de escravos durante a crise republicana, como a liderada por Espártaco, se</p><p>caracterizaram por serem movimentos urbanos limitados à cidade de Roma.</p><p>e) A escravidão foi abolida em definitivo pelo Édito Máximo do imperador Otávio Augusto no</p><p>contexto em que o Cristianismo tornou-se a religião oficial.</p><p>(UFPR/2019)</p><p>Leia o trecho abaixo, escrito por Agostinho de Hipona (354-430) em 410, sobre a devastação</p><p>de Roma:</p><p>Não, irmãos, não nego o que ocorreu em Roma. Coisas horríveis nos são anunciadas:</p><p>devastação, incêndios, rapinas, mortes e tormentos de homens. É verdade. Ouvimos muitos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>67</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>relatos, gememos e muito choramos por tudo isso, não podemos consolar-nos ante tantas</p><p>desgraças que se abateram sobre a cidade.</p><p>Santo Agostinho. Sermão sobre a devastação de Roma. Tradução de Jean Lauand.</p><p>Disponível em: <http://www.hottopos.com/mp5/agostinho 1.htm#_ftn2>. Acesso em 11 de</p><p>agosto de 2018.</p><p>Considerando os conhecimentos sobre a história do Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.) e</p><p>as informações do trecho acima, assinale a alternativa que situa o contexto histórico em que</p><p>ocorreram os problemas relatados sobre Roma e a sua consequência para o Império, entre</p><p>os séculos IV e V.</p><p>a) Trata-se do contexto das invasões dos povos visigodos, sendo uma das causas do final do</p><p>Império Romano do Oriente.</p><p>b) Trata-se do contexto dos saques de povos vândalos, sendo uma das causas do final do</p><p>Sacro Império Romano-Germânico.</p><p>c) Trata-se do contexto das pilhagens de povos ostrogodos, sendo uma das causas do final</p><p>do Império Bizantino.</p><p>d) Trata-se do contexto das incorporações de povos vikings, sendo uma das causas do final</p><p>do Sacro Império Romano do Oriente.</p><p>e) Trata-se do contexto das invasões de povos bárbaros, sendo uma das causas do final do</p><p>Império Romano do Ocidente.</p><p>(UFPR/2018)</p><p>Leia o texto a seguir:</p><p>Foi a República Romana que primeiro uniu a grande propriedade agrícola com a escravidão</p><p>em grupos no interior em maior escala. O advento da escravidão como um modo de</p><p>produção organizado inaugurou – como na Grécia – a fase clássica que distinguia a civilização</p><p>romana, o apogeu de seu poder e de sua cultura. Mas enquanto na Grécia isso havia</p><p>coincidido com a estabilização da pequena agricultura e de um compacto corpo de cidadãos,</p><p>em Roma foi sistematizado por uma aristocracia urbana a qual já gozava de um domínio</p><p>social e econômico sobre a cidade. O resultado foi a nova instituição rural do latifundium</p><p>escravo extensivo. A mão de obra para as enormes explorações que emergiam do século III</p><p>a.C. em diante era abastecida pela espetacular série de campanhas que deu a Roma o poder</p><p>sobre o mundo mediterrâneo.</p><p>(ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1995,</p><p>p. 58.)</p><p>Tendo como alvo a República Romana, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A desestruturação agrária em Roma, que estabeleceu sistemas de latifúndios, beneficiou</p><p>os grupos empobrecidos, uma vez que estes podiam abandonar o campo e se estabelecer</p><p>em cidades.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>68</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) As guerras constantes ajudaram as classes dominantes da Roma republicana a desviar a</p><p>atenção dos problemas fundiários derivados do latifundium nos séculos seguintes.</p><p>c) Foi por meio da intervenção dos irmãos Graco que o problema da reforma agrária foi</p><p>resolvido no século II, pois os poderes políticos foram transplantados ao senado e, assim,</p><p>Roma viu mais um século de paz.</p><p>d) Os tribunos da plebe tiveram um papel importante no processo da reforma agrária</p><p>romana, possibilitando a transformação do modo de vida de maneira a permitir que todo</p><p>pequeno agricultor transformasse sua propriedade em um Domus.</p><p>e) O domínio social e econômico das cidades provinha de delicada relação entre a</p><p>manutenção de sistemas agrários em que a mão de obra escrava era aproveitada de forma</p><p>esporádica e a utilização ocasional de grandes extensões de terra.</p><p>6. GABARITO</p><p>1- E</p><p>2- A</p><p>3- C</p><p>4- D</p><p>5- E</p><p>6- C</p><p>7- A</p><p>8- C</p><p>9- E</p><p>10- D</p><p>11- D</p><p>12- D</p><p>13- D</p><p>14- D</p><p>15- B</p><p>16- B</p><p>17- D</p><p>18- D</p><p>19- D</p><p>20- C</p><p>21- B</p><p>22- B</p><p>23- A</p><p>24- A</p><p>25- D</p><p>26- A</p><p>27- A</p><p>28- B</p><p>29- D</p><p>30- B</p><p>31- D</p><p>32- B</p><p>33- B</p><p>34- C</p><p>35- B</p><p>36- B</p><p>37- C</p><p>38- C</p><p>39- C</p><p>40- A</p><p>41- C</p><p>42- C</p><p>43- B</p><p>44- C</p><p>45- E</p><p>46- D</p><p>47- C</p><p>48- A</p><p>49- C</p><p>50- E</p><p>51- B</p><p>69</p><p>130</p><p>AULA 00: ANTIGUIDADE</p><p>7. LISTA DE QUESTÕES ENEM- COMENTADAS</p><p>(ENEM – 2017)</p><p>TEXTO I</p><p>Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas</p><p>juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem</p><p>precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas</p><p>não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da</p><p>força ou de pequenas concessões.</p><p>FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013</p><p>(adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das</p><p>principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de</p><p>450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é</p><p>um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e</p><p>arbítrio dos poderosos.</p><p>FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).</p><p>O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na</p><p>ideia de que a</p><p>a) discussão de preceitos formais estabeleceu</p><p>a democracia.</p><p>b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias</p><p>c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.</p><p>d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.</p><p>e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.</p><p>Comentários:</p><p>Olha que questão interessante. Compara aspectos da vida política de Grécia e Roma. Não</p><p>é uma questão tão simples. Mas tem técnicas. Quando se trata de questões comparativas,</p><p>você deve caracterizar cada elemento a ser comparado. Nesse caso, trata-se de decifrar as</p><p>realidades sociopolíticas tratadas nos textos I e II. Depois disso, ver o que há de</p><p>convergência, ou o que é comum, entre essas realidades.</p><p>- Sobre o Texto I: Trata-se das Reformas Políticas propostas pelo legislador grego Sólon,</p><p>Diante dos abusos e da concentração de poder e privilégios pela aristocracia, começou uma</p><p>série de revoltas. Veja que o texto diz que “exigência de redistribuição de terras e o</p><p>cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos</p><p>proprietários de terra por meio da força”. Relembre quais foram essas reformas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>70</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Sobre o texto II: As desigualdades econômicas e políticas entre patrícios e plebeus</p><p>causavam uma situação tensa em Roma. Portanto, por mais que houvesse previsão para</p><p>participação política de diferentes grupos sociais, a questão da desigualdade social</p><p>impactava a disputa equilibrada de interesses. Assim, patrícios conseguiam continuar</p><p>aprovando leis que os beneficiavam. Em diversos outros momentos, alguns mais tensos e</p><p>outros menos, houve Revoltas Plebeias. É nesse contexto que foi aprovada a Lei das 12</p><p>Tábuas:</p><p>450 a.C.: Lei das 12 Tábuas – até então, o direito era oral e baseado nas tradições populares.</p><p>Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e dos poderes</p><p>das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser escritas. Foi feita a</p><p>compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa situação possibilitou</p><p>que as leis se tornassem mais acessíveis a parcelas mais amplas da população.</p><p>Concluindo a análise, os dois textos apresentam um contexto institucional de mudança na</p><p>legislação que permitiu um caminho de igualdade jurídica. Tempo isso em mente, agora</p><p>vamos à análise de cada alternativa:</p><p>a) Em nenhum dos casos há o estabelecimento da democracia. Na Grécia, por exemplo, a</p><p>democracia ocorreu algumas décadas depois.</p><p>b) Em nenhum dos casos a aristocracia foi desarticulada. A igualdade jurídica tornou a vida</p><p>social mais complexa porque foi inserindo mais estratos sociais na política e na vida civil.</p><p>c) A sociedade já estava organizada, contudo, com grandes níveis de desigualdades.</p><p>d) Olha que interessante, as mudanças não foram no campo da MORAL, mas sim no</p><p>campo das INSTITUIÇÔES. Leis são instituições porque moldam a forma como a sociedade</p><p>se organiza.</p><p>e) Bingo, essa é a correta. Justifica-se por tudo o que comentamos acima.</p><p>Gabarito: E</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>71</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>(ENEM LIBRAS – 2017)</p><p>TEXTO I</p><p>Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei</p><p>a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda</p><p>e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei</p><p>executá-los, pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação</p><p>inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura,</p><p>pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.</p><p>Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor,</p><p>ao imperador Trajano. Cerca do ano 111 d.C. Disponível em: www.veritatis.com.br. Acesso</p><p>em: 17 jun. 2015 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião</p><p>que o apóstolo Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que</p><p>seguem esta norma tomem o nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais</p><p>consideramos dementes e insensatos, assumirão a infâmia da heresia, os lugares de suas</p><p>reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em primeiro lugar pela divina</p><p>vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.</p><p>Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média:</p><p>textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.</p><p>Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois</p><p>momentos distintos. Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da</p><p>seguinte prática:</p><p>a) Ausência de liberdade religiosa.</p><p>b) Sacralização dos locais de culto.</p><p>c) Reconhecimento do direito divino.</p><p>d) Formação de tribunais eclesiásticos.</p><p>e) Subordinação do poder governamental.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão que aborda a histórica cultural e política, pois aborda o aspecto da</p><p>religião, mais precisamente as políticas do Estado Romano em relação à religião. Além disso,</p><p>trata-se de uma questão de comparação de dois contextos históricos distintos representados</p><p>por cada um dos textos. Veja que o comando quer que você identifique o que é permanente,</p><p>comum entre 2 cenários distintos.</p><p>Analisemos os textos. No texto I, fala-se em perseguição das pessoas que professavam a</p><p>religião cristã. O texto II trata sobre a perseguição aos não cristãos, depois que esta religião</p><p>se tornou oficial no Império Romano.</p><p>Logo, o que permanece de um contexto para o outro é a política de intolerância religiosa e,</p><p>portanto, de perseguição às pessoas que professam determinada fé.</p><p>Tendo essa avaliação em mente, vamos à análise das alternativas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>72</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>a) Bingo. Segundo o que comentamos, os dois textos tratam sobre a intolerância religiosa.</p><p>b) Nenhum dos dois textos fala em sacralização de espaços religiosos.</p><p>c) Direito Divino é uma teoria desenvolvida durante a Idade Moderna e não na Antiguidade.</p><p>d) Os tribunais eclesiásticos, como o Tribunal da santa Inquisição surgiu na Idade Média.</p><p>e) Olha essa alternativa escorregadia. Nos dois casos há a descrição de políticas de estado.</p><p>Mas era a religião que estava subordinada ao poder governamental e não o contrário.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM – 2016)</p><p>Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie</p><p>de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase</p><p>todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras</p><p>palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a</p><p>ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse</p><p>conhecimento?</p><p>POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.</p><p>A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a</p><p>a) ampliação do contingente de camponeses livres.</p><p>b) consolidação do poder das falanges hoplitas.</p><p>c) concretização do desígnio imperialista.</p><p>d) adoção do monoteísmo cristão.</p><p>e) libertação do domínio etrusco.</p><p>Comentários:</p><p>Sabemos que um dos capítulos mais importantes da História romana é o processo de</p><p>expansão territorial. Primeiro como República, fase de maior expansão. O texto fala em</p><p>desígnio imperialista, desenvolvido principalmente a partir da República, quando Roma</p><p>domina todas as terras em torno do Mar Mediterrâneo, passando a chamá-lo de Mare</p><p>Nostrum.</p><p>E depois como Império, quando ocorreu sua decadência. Tendo isso em mente, vamos à</p><p>análise das alternativas:</p><p>a) Essa alternativa está errada porque o processo de ocupação territorial tem como</p><p>consequência a ampliação do escravismo e não do trabalho livre.</p><p>b) As falanges hoplitas são da Grécia Antiga e não da Roma</p><p>Traje Militar - Espartano Hoplita</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>73</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Hoplitas eram cidadãos-soldados. Viviam na Grécia Antiga. O termo</p><p>Hoplita advém do escudo que esses soldados carregavam, o hóplo.</p><p>Falange é termo utilizado devido à forma como os hoplitas lutavam,</p><p>qual seja, em colunas. Formavam densas colunas para lutar corpo-</p><p>a-corpo. No filme 300 vemos os hoplitas espartanos lutando contra</p><p>os Persas. Já viram esse filme. Sugiro, é bom para visualizarmos um</p><p>pouco sobre aquele momento histórico.</p><p>c) Essa alternativa está mal escrita, já que a expansão e conquista tratada por Políbio em</p><p>seu texto não foi fruto do Império, mas, sobretudo, da República. Mas, quando pensamos</p><p>na prática de dominação e conquista que marcou a expansão territorial, então, podemos</p><p>falar em práticas imperialistas. Nesse sentido, esse é o gabarito da questão.</p><p>d) O período tratado por Políbio não havia cristianismo. A religião romana era politeísta.</p><p>e) Os etruscos são povos originários da península itálica e constituíra a última dinastia da</p><p>Monarquia romana, período anterior à expansão de que trata Políbio.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM PPL – 2016)</p><p>Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos</p><p>povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de</p><p>si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em</p><p>virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na</p><p>guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.</p><p>CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.</p><p>A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na</p><p>Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma</p><p>a) mão de obra especializada protegida pela lei.</p><p>b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.</p><p>c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.</p><p>d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.</p><p>e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>74</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>O texto fala sobre a amplitude da escravidão na Roma Antiga. O comando da questão lhe</p><p>pede para a posição e a condição dos escravos nessa sociedade. Levando em consideração</p><p>as informações do texto jurídico, passemos à análise de cada alternativa.</p><p>a) Os escravos não ocupavam algum trabalho especializado, mas poderiam fazer qualquer</p><p>coisa. Além disso, seu trabalho não era protegido porque o escravo é considerado uma</p><p>mercadoria.</p><p>b) Essa alternativa é confusa, mas, segundo o texto, o ex-cidadão pode ser considerado</p><p>aquele que se vendeu e se tornou uma mercadoria. Então, entre os escravos tem sim ex-</p><p>cidadão.</p><p>c) Erradíssimo. Não há critério para tornar-se cidadão. A única distinção é a jurídica, a</p><p>escravidão não é determinada pela etnia.</p><p>d) Correto. Ser escravo é condição jurídica de mercadoria.</p><p>e) Os escravos não compõem uma comunidade separada. Como falamos na alternativa</p><p>anterior, são um grupo constituído juridicamente pela condição de mercadorias.</p><p>Gabarito: D</p><p>(ENEM 2016)</p><p>A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito</p><p>costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o</p><p>devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de</p><p>Roma.</p><p>CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.</p><p>A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os</p><p>plebeus</p><p>a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.</p><p>b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.</p><p>c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.</p><p>d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.</p><p>e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão clássica. Cobra o conhecimento sobre as leis de conquista plebeias na</p><p>Roma Antiga. Vamos lembrar das principais leis que garantiram direitos aos plebeus</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>75</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Tendo isso em mente, o único gabarito possível é a alternativa E.</p><p>Gabarito: E</p><p>(ENEM CANCELADO – 2009)</p><p>A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era</p><p>considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias</p><p>(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A</p><p>lei dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a</p><p>de nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita</p><p>a dita composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa</p><p>por terminada e mantenha-se a amizade.”</p><p>ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976</p><p>(adaptado).</p><p>A justificativa da lei evidencia que</p><p>a) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.</p><p>b) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.</p><p>c) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.</p><p>d) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.</p><p>e) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.</p><p>Comentários:</p><p>Mais uma questão que é basicamente interpretação de texto. Sendo assim, vamos</p><p>destrincha-lo juntos. O texto discorre sobre as punições dos lombardos para quem</p><p>cometesse algum crime grave. A lei do momento citado estabelecia reparações pecuniárias,</p><p>ou seja, uma penalidade financeira aos criminosos. A comparação feita é com as leis</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>76</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>anteriores, que permitiam uma vingança. Para esse povo, a vingança só trazia inimizades e</p><p>fomentava a perpetuação do conflito. Assim, a reparação em dinheiro colocava um ponto</p><p>final na questão e mantinha as amizades. Tendo isso em mente, vamos analisar as</p><p>alternativas:</p><p>a) Incorreta. A lei determinava um outro tipo de resolução ao litígio em que a lei fosse a</p><p>responsável maior pela punição do culpado.</p><p>b) Incorreta. A intenção era modificar com maior rigor uma tradição que já se fazia presente</p><p>entre os antepassados.</p><p>c) Correta. A lei criada tinha por objetivo enfraquecer as várias querelas que se arrastavam</p><p>por motivo de vingança. Com a lei, o preestabelecimento da punição seria uma forma de</p><p>refrear os litígios resolvidos por meio de critérios pessoais.</p><p>d) Incorreta. Esse episódio aponta que a visão negativa dos romanos em relação aos</p><p>bárbaros encobre toda uma riqueza de valores e práticas desenvolvidas entre esses povos.</p><p>e) Incorreta. Essa distinção entre os homens não é especificada no texto.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM – 2001)</p><p>O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.</p><p>- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.</p><p>- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus</p><p>nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia noite</p><p>e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais</p><p>ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da</p><p>educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.</p><p>Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São</p><p>Paulo: Cia das Letras, 1997.</p><p>O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano</p><p>do Ocidente, tem sido usado como</p><p>marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,</p><p>que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que</p><p>a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.</p><p>b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.</p><p>c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.</p><p>d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.</p><p>e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.</p><p>Comentários:</p><p>Se a Idade Média durou 1 000 anos e estes equivalem a 10 horas, cada hora, no caso,</p><p>corresponde a 100 anos (1 século). Se as Grandes Navegações tiveram início em 1415 depois</p><p>de Cristo (tomada de Ceuta pelos portugueses), dentro da equivalência estabelecida na</p><p>questão, elas começaram pouco depois das quatorze horas. Por aproximação, podemos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>77</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>afirmar que a alternativa a) deve ser considerada correta. Vejamos o que está errado nas</p><p>outras:</p><p>b) A Idade Moderna tem início em 1453 com a tomada de Constantinopla pelos Turcos</p><p>Otomanos (é importante frisar que há um grande debate entre historiadores sobre o início</p><p>da Idade Moderna, no entanto, para fins de vestibular, é essa a data que levamos em</p><p>consideração). Como cada século equivale a uma hora, a Idade Moderna teve início entre</p><p>quatorze e quinze horas.</p><p>c) O Cristianismo começou a ser propagado ainda no século III, antes do início da Idade</p><p>Média.</p><p>d) Paulo saiu em peregrinação ainda antes da meia noite.</p><p>e) Os mosteiros perderam o monopólio da educação às dez horas, que equivale</p><p>aproximadamente ao ano 1000. A Idade Média acaba apenas quatro séculos depois.</p><p>Gabarito: A</p><p>8. LISTA DE QUESTÕES DA PROFE. ALÊ LOPES – COMENTADAS</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Estendi os limites de todas as províncias do povo romano fronteiriças de nações que</p><p>escapavam à obediência ao Império. Restabeleci a ordem nas províncias das Gálias, das</p><p>Espanhas, na Germânia. Juntei o Egito ao Império, recuperei a Sicília, a Sardenha e as</p><p>províncias além do Adriático”.</p><p>Adaptado de: FREITAS, G. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, [s.d.]</p><p>v.1, p. 96-7.</p><p>Neste depoimento, o Imperador Augusto (27 a. C.-14 d.C.) descreve a “Pax Romana”,</p><p>nome dado a um período marcado</p><p>a) pela crise e fragmentação do Império causadas pelas invasões bárbaras e pelas tensões</p><p>sociais internas.</p><p>b) pela democratização do poder, por meio da supremacia do Senado e acesso dos</p><p>plebeus a política.</p><p>c) pela estabilidade das instituições, riqueza econômica e cultura, manutenção da</p><p>expansão e relativa paz interna.</p><p>d) pela conquista romana de entrepostos e portos vitais para o monopólio do comércio</p><p>no mar Mediterrâneo.</p><p>e) pela adoção do cristianismo como religião oficial do império.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, repare que os anos citados pelo enunciado. O discurso faz parte de um</p><p>depoimento do primeiro imperador romano, Otavio Augusto, que ascensão ao poder por meio</p><p>de um golpe. Com isso, Roma deixou de ser uma República para se tornar um vasto Império</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>78</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>cujo poder estava centralizado na figura do imperador. Nesse momento, a sociedade e a</p><p>economia romana tinham seus pilares na expansão territorial por meio da guerra, na</p><p>propriedade da terra, no comércio e na escravidão. Entretanto, os anos finais da República</p><p>vivenciaram uma crise desse modelo, que gerava uma massa de plebeus livres, porém</p><p>miseráveis, despossuídos e desempregados. Paralelamente, os generais dos exércitos se</p><p>aproveitavam de sua popularidade e importância para o funcionamento da economia romana</p><p>para buscar mais poderes políticos. No fim, a República foi derrubada pelas próprias disputas</p><p>envolvendo interesses de patrícios, plebeus e generais. No meio desses conflitos, Otavio viu a</p><p>oportunidade para realizar seu golpe e tomar o poder. Com isso, vejamos o que envolveu a</p><p>“Pax Romana” posta em prática por esse governante:</p><p>a) Incorreta. Realmente, havia uma crise causada pelo desgaste do modelo econômico romano</p><p>(guerras, terras, escravos e comércio) que intensificou as disputas entre as classes sociais.</p><p>Contudo, nesse momento o Império não foi fragmentado. Pelo contrário, o movimento</p><p>centralizador iniciado por Otavio Augusto garantiu a estabilidade necessária para mantê-lo</p><p>unificado por mais alguns anos.</p><p>b) Incorreta. Na verdade, ocorreu o contrário. Ao declarar-se imperador, Otavio Augusto</p><p>centralizou o poder, diminuindo as prerrogativas do Senado de outras instituições. Os plebeus</p><p>não perderam direitos políticos, mas isso não significava grande coisa uma vez que o Senado</p><p>já não era mais autoridade máxima do Estado romano.</p><p>c) Correta! “Pax Romana” significa literalmente “Paz Romana”, nome dado ao período em que</p><p>Otavio Augusto governou o Império. Como o nome já diz, foi um momento caracterizado pela</p><p>pacificação dos conflitos internos na sociedade romana, o que só foi possível graças à</p><p>centralizado empreendida pelo imperador. Ele se dedicou a implantar uma política de</p><p>administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o aprimoramento do controle</p><p>das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação e para o sucesso de Roma.</p><p>As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo, atingiram</p><p>uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio foi criar</p><p>uma burocracia administrativa, com critério censitário.</p><p>d) Incorreta. Isso ocorreu ainda durante o período republicano, com o projeto Mare Nostrum.</p><p>e) Incorreta. Jesus Cristo, fundador do cristianismo, realmente nasceu, viveu e realizou suas</p><p>pregações durante o século I, porém foi provavelmente após a morte de Otavio, ocorrida em</p><p>14 d. C., quando o profeta ainda seria muito jovem. Nos primeiros séculos de existência da</p><p>religião cristã, ela foi independente do Estado romano e até mesmo perseguida por ele, visto</p><p>suas discordâncias em relação à religião romana e ao funcionamento da sociedade como um</p><p>todo. Somente cerca de trezentos anos depois, durante o governo do imperador Constantino,</p><p>que o cristianismo foi legalizado no império, tendo seu culto permitido pelo Édito de Milão, em</p><p>313 d. C. Ainda, coube ao imperador Teodósio fazer dessa a religião oficial do império, em 380</p><p>d. C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>79</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>“Reflitas em que esse a quem chamas teu servo, nascido da mesma semente, vive sob o</p><p>mesmo céu, respira da mesma maneira, da mesma maneira vive e da mesma morre! Tanto</p><p>podes tu vê-lo livre como ele a ti escravo [...]. Não quero me meter numa questão imensa e</p><p>dissertar sobre o tratamento dos escravos, com os quais somos extremamente orgulhosos,</p><p>cruéis e injuriosos. Em suma, a minha doutrina é esta: vive com um inferior da mesma maneira</p><p>que quererias que um superior vivesse contigo. Todas as vezes que te lembrares dos teus</p><p>poderes sobre o teu servo, outras tantas te lembrem os do teu senhor sobre ti”.</p><p>SÊNECA. Carta a Lucílio, 47, 10-11. In: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Romana:</p><p>antologia da cultura latina. Coimbra: Universidade de Coimbra/Instituto de Estudos</p><p>Clássicos, 1994, p. 227-228.</p><p>No decorrer dos séculos I a III d. C., a atitude com relação aos escravos se modificou em</p><p>Roma. Essa mudança estava relacionada principalmente à</p><p>a) vitória da revolta de Spartacus.</p><p>b) conquista de direitos políticos pelos plebeus.</p><p>c) ascensão dos generais na política romana.</p><p>d) popularização do hedonismo entre a plebe romana.</p><p>e) difusão do estoicismo na elite romana.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, já sabe, né? Atenção às datas informadas! O enunciado</p><p>fala no intervalo entre os</p><p>séculos I a III d. C., momento em que Roma era um Império (27 a. C.-476 d. C.). Com isso, já</p><p>podemos eliminar as alternativas “a”, “b” e “c”, por uma questão cronológica. A rebelião de</p><p>Spartacus, levado a cabo por escravos, ocorreu entre 72 e 71 a. C.; os plebeus conquistaram mais</p><p>direitos políticos entre 494 e 300 a. C.; e a ascensão dos generais na política romana ocorreu entre</p><p>os séculos II e I a. C. Portanto, são eventos que se deram todos durante o período republicano de</p><p>Roma (509-27 a. C.). Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que a escravidão era um dos</p><p>pilares da economia e da sociedade romanas. No período imperial, os escravos eram somente os</p><p>prisioneiros de guerra feitos durante a expansão militar, além dos filhos de escravos. Essa</p><p>população era a mais utilizada em todos os tipos de atividades, seja no campo ou nas cidades.</p><p>Por incrível que pareça, a situação social do escravo podia variar bastante, havendo alguns que</p><p>eram até mais ricos e influentes do que alguns cidadãos romanos. Contudo, ainda assim, todo</p><p>escravo era tratado como um ser inferior e era desprovido de direitos. Com isso em mente,</p><p>vejamos o que acarretou a mudança de tratamento da sociedade em relação a eles:</p><p>d) Incorreta. O hedonismo foi uma doutrina filosófica que teve origem no período helenístico entre</p><p>os gregos, mas que influenciou muito os romanos que se inspiravam na civilização grega de várias</p><p>formas. O período helenístico se passou entre os séculos IV e II a. C., quando Roma era uma</p><p>República. Apesar disso, alguns poetas e filósofos romanos do império, como Horácio,</p><p>continuaram reproduzindo muito do que o hedonismo pregava. Trata-se de uma doutrina, ou</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>80</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>filosofia de vida, que defende a busca por prazer como finalidade da vida humana. Buscar prazer</p><p>é o que move as paixões, os desejos e todo o mecanismo da vida, sendo, portanto, a primeira e</p><p>mais completa ponte para a finalidade última da vida: a felicidade. Durante a Antiguidade Clássica,</p><p>o hedonismo ganhou diversos contornos e significados ao longo do tempo, dando à luz diferentes</p><p>posições sobre seus preceitos. Nessa época, os hedonistas mais influentes foram os filósofos</p><p>gregos Aristipo de Cirene, fundador da doutrina, e Epicuro de Samos. O primeiro acreditava o</p><p>prazer era um bem em si mesmo, podendo ser usado intensamente para alcançar a felicidade e</p><p>diminuir a dor. O segundo defendia que a moderação do prazer, argumentando que existia dois</p><p>tipos de prazer: o natural e o não natural. Os prazeres naturais levavam à verdadeira felicidade e</p><p>estavam ligados ao intelecto e no enobrecimento do espírito. Os não naturais estão ligados àquilo</p><p>que sai do controle da pessoa ou surgem, muitas vezes, por convenção social. Eles são efêmeros</p><p>e podem gerar vicio, o que tira a liberdade individual das pessoas. Sexo, poder, riqueza, fama e</p><p>entorpecentes são alguns desses prazeres não-naturais. De qualquer forma, note que dificilmente</p><p>essa filosofia pregaria uma vida melhor para os escravos caso isso fosse contra a busca pelos</p><p>prazeres de seus donos.</p><p>e) Correta! O estoicismo também é uma doutrina filosófica de origem helenista que chegou ao</p><p>conhecimento dos romanos e obteve sua admiração. Essa doutrina pregava a ideia de que o</p><p>homem integra uma ordem racional que coordena o universo. Dotado de uma alma racional, o ser</p><p>humano era entendido como um ser divino. A partir dessa concepção, os estoicos elaboraram</p><p>uma ética que defendia que todo indivíduo merecia respeito por ser dotado dessa alma racional,</p><p>independentemente de sua condição de nascimento ou posição social. Não se engane, os estoicos</p><p>não reivindicavam o fim da escravidão como um todo. Apenas defendiam um tratamento mais</p><p>humano para os escravos, inclusive defendendo a limitação do direito dos senhores de castiga-</p><p>los.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)</p><p>Após unificar a Península Itálica sob seu comando, a República Romana se dirigiu para o</p><p>norte da África, mais especificamente para a cidade de Cartago. A rivalidade entre romanos</p><p>e cartagineses levou às chamadas Guerras Púnicas. Sua principal motivação foi o interesse</p><p>dos romanos</p><p>a) em defender seu território da expansão cartaginesa que visava conquistar toda a</p><p>Europa.</p><p>b) em assumir o controle de uma importante cidade sagrada para a religião romana.</p><p>c) em obter mais terras para realizar uma reforma agrária e extinguir as disputas entre</p><p>plebeus e patrícios.</p><p>d) pelas terras férteis da Sicília bem como a intensão de monopolizar o comércio</p><p>marítimo no Mediterrâneo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>81</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>e) pelo controle do Egito e da Mesopotâmia, regiões ricas em minérios e com acervos</p><p>culturais inestimáveis.</p><p>Comentários</p><p>Apesar do enunciado não apontar nenhuma data, há algumas informações nele que nos</p><p>permitem localizar o tema da questão no tempo. Fala-se na unificação da Península Itálica sob</p><p>domínio romano, entre os séculos V e III a. C., e das Guerras Púnicas, uma série de guerras</p><p>entre romanos e cartagineses entre 264 e 146 a. C. Portanto, realmente, trata-se do período</p><p>em que Roma era uma República (509-27 a. C.). Ainda, vale mencionar que Cartago era uma</p><p>cidade de origem fenícia, localizada na atual Tunísia, no norte da África. Lembra que os fenícios</p><p>era um povo formado por exímios comerciantes e navegadores? Então, guarde essa informação</p><p>e vejamos qual era o interesse dos romanos da disputa com eles:</p><p>a) Incorreta. Os cartagineses não pretendiam invadir Roma, muito menos conquistar a Europa.</p><p>Queriam apenas manter o controle sobre os entrepostos e portos que já dominavam, nas costas</p><p>do mar Mediterrâneo, vitais para o comércio marítimo na região.</p><p>b) Incorreta. Nem Cartago, nem a Sicília, eram cidades sagradas para a religião romana. O</p><p>interesse nelas era econômico.</p><p>c) Incorreta. Não havia intenção da República Romana em realizar uma reforma agrária no</p><p>período das Guerras Púnicas. Somente após esses conflitos que essa pauta ganhou força na</p><p>política romana, com a eleição dos irmãos Graco, Tibério (134 a. C.) e Caio (124 a. C.).</p><p>d) Correta! A Sicília era uma ilha à sudoeste da Península Itália. Esta era muito pobre em terras</p><p>cultiváveis. Por isso, os romanos se dedicaram tanto a expandir seus territórios não só pelo mar</p><p>Mediterrâneo, mas pelos continentes europeu, asiático e africano. Afinal, a terra era um dos</p><p>pilares da economia romana, origem de grande parte dos produtos comercializados na</p><p>república. A Sicília, mesmo sendo uma ilha, apresentava terras ideais para o plantio, que</p><p>poderia ser revertido em mercadoria e lucro. Além disso, a ilha, assim como Cartago, estava</p><p>localizada em posições estratégicas no mar Mediterrâneo para o comércio marítimo na região.</p><p>Ter controle sobre essas localidades significava ter maior controle sobre todo esse comércio</p><p>marítimo.</p><p>e) Incorreta. Essas regiões só foram definitivamente incorporadas ao domínio romano durante</p><p>o período imperial.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“A preservação da [honra] [...] da mulher justificava um sacrifício pessoal, a [honra][...] era</p><p>então um dever do ideal de mulher romana [...] Contudo a [honra] [...] era também um bem,</p><p>que uma vez conquistado deveria ser preservado, mesmo que assim o fossem às custas de</p><p>grandes sacrifícios individuais, como a perda da vida de [Lucrécia]”.</p><p>LIMA, Alessandra Carbonero. Exempla romanos: homens de gloria e mulheres e honor.</p><p>Disponível em: www.hottopos.com. Acesso em 16 jun. 2009.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>82</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>De acordo com o texto e o contexto abordado, era dever da mulher romana</p><p>a) exercer a autoridade na família extensa.</p><p>b) exercer responsabilidades políticas.</p><p>c) administrar a vida financeira da comunidade.</p><p>d) agir honestamente</p><p>e se manter casta.</p><p>e) atender ao chamado da guerra, se necessário.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, repare que a questão é sobre a civilização romana, que perdurou desde o</p><p>século VI a. C. ao V d. C., passando por várias fases diferentes no seu desenvolvimento. Lucrécia</p><p>(?-509 a. C.), mencionada no final do trecho, foi uma lendária dama romana contemporânea à</p><p>queda da Monarquia romana. Sua história é contada pelo historiador romano Tito Lívio, que viveu</p><p>no século I a. C., quando Roma deixava de ser uma República para se tornar um Império. De</p><p>qualquer forma, a história de Lucrécia conta que ela era filha do prefeito de Roma e foi estuprada</p><p>pelo filho do rei Tarquínio, o Soberbo. Ela acabou cometendo suicídio na frente do marido e de</p><p>seu pai, clamando por vingança pela desonra que sofreu. Com isso em mente, vejamos qual era o</p><p>dever da mulher romana:</p><p>a) Incorreta. Em Roma, a família não se resumia ao núcleo “pai, mãe e filhos”, mas era uma</p><p>família extensa que também incluía agregados, escravos, animais e todos os bens da casa. No</p><p>entanto, era uma família patriarcal, ou seja, a autoridade era exercida pelo homem, o pai. Assim,</p><p>a família englobava tudo o que estava sob seu controle.</p><p>b) Incorreta. As mulheres não foram consideradas cidadãs a maior parte da história romana</p><p>e, portanto, não tinham direitos políticos. A cidadania foi sendo expandida conforme os domínios</p><p>e o número de habitantes do império também se expandia. O último passo foi o Édito de Caracala,</p><p>em 212 d. C., nos últimos séculos da civilização romana. Com isso, o direito de cidadania foi</p><p>estendido a todos os habitantes livres do Império.</p><p>c) Incorreta. As finanças, em geral, também eram legadas aos homens. Ainda mais as</p><p>finanças públicas.</p><p>d) Correta! Não apenas a família, mas a sociedade romana como um todo era patriarcal. Os</p><p>homens tinham muito mais liberdade do que as mulheres, tanto dentro quanto fora do casamento.</p><p>Muito semelhante à educação grega, as mulheres romanas eram ensinadas a cuidar</p><p>adequadamente dos afazeres domésticos e se manter fiel ao marido. Isso era a honra feminina.</p><p>Não à toa, Lucrécia se matou ao ter sua honra maculada.</p><p>e) Incorreta. As mulheres romanas não eram ensinadas para a guerra, mas sim para serem</p><p>mães e esposas.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>83</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>A expansão do Império Macedônico, liderada por Alexandre Magno, deu origem à</p><p>civilização helenística caracterizada pela</p><p>a) fusão de elementos culturais oriundos da civilização romana e dos povos germânicos nos</p><p>primeiros séculos da era cristã.</p><p>b) adoção de símbolos e rituais africanos à religião cristã, por meio do sincretismo de deuses</p><p>pagãos e santos católicos.</p><p>c) difusão do islamismo sunita por toda a costa mediterrânea, que foi capaz de subjugar os</p><p>bizantinos no leste e os ibéricos no oeste durante o medievo.</p><p>d) disseminação da cultura grega pelo oriente enquanto promovia a abertura do mundo</p><p>grego às culturas orientais.</p><p>e) derrota dos romanos, que passaram a ter sua cultura discriminada e perseguida,</p><p>obrigando-os a adotar a religião do conquistador.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, note que o mapa exposto pela questão representa a própria expansão do Império</p><p>Macedônio no século IV a. C. Lembre-se que a Macedônia era um reino a nordeste da Grécia, mas</p><p>que a conquistou e se expandiu rumo ao oriente, subjugando fenícios, hebreus, persas, egípcios,</p><p>chegando até as fronteiras da Índia e da China. Alexandre Magno, ou Alexandre, o Grande, foi o</p><p>principal imperador macedônico que mais expandiu seus territórios. Com isso em mente, vejamos,</p><p>o que caracterizava a civilização helenística por ele promovida:</p><p>a) Incorreta. Esse processo ocorreu depois da queda e incorporação do Império Macedônico pelos</p><p>romanos, marcando o final da antiguidade e o início da Idade Média.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>84</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) Incorreta. Ainda não existia cristianismo quando a civilização helenística foi concebida. Porém,</p><p>de fato, o helenismo envolvia incorporação de elementos culturais africanos, sobretudo egípcios,</p><p>mas não só, como veremos.</p><p>c) Incorreta. O islamismo também não existia no período em que Alexandre Magno expandiu seus</p><p>territórios. Lembre-se que Maomé fundou a religião islâmica apenas no século VII d.C., mais de</p><p>mil anos depois de os macedônios terem sucumbido aos romanos.</p><p>d) Correta! Um dos primeiros povos que foram conquistados pela expansão macedônica foram os</p><p>gregos, que já estavam sob seu domínio quando Alexandre foi coroado. Inclusive, o novo</p><p>imperador tinha tido professores gregos e mantinha um deles ainda como seu conselheiro:</p><p>Aristóteles. De fato, ele e seu povo se encantaram pela cultura grega clássica, incorporando vários</p><p>elementos à sua própria civilização. Mais que isso, eles promoveram valores e costumes gregos</p><p>por todos os territórios que tomaram. Igualmente, permitiram-se ser influenciados pela cultura</p><p>desses territórios na medida que se mostrava fascinante e conveniente para a manutenção de seus</p><p>domínios. Desse intercâmbio cultural surgiu o helenismo.</p><p>e) Incorreta. Na realidade, foram os macedônicos que sucumbiram aos romanos, conforme estes</p><p>expandiam seus territórios por meio da conquista militar desde o século VI a. C. Por volta do</p><p>século III e II a. C., os romanos tomaram controle sobre toda a costa do Mediterrâneo.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>A respeito da Roma Antiga, no que diz respeito ao período de Otávio Augusto no governo</p><p>de Roma, é considerado (a) uma de suas realizações</p><p>a) o estímulo a edificações de tijolo.</p><p>b) a extinção da política do “Pão e Circo” em prol da cultura da paz.</p><p>c) o reconhecimento do cristianismo.</p><p>d) a construção de um sistema de participação política em função da renda anual do cidadão.</p><p>Comentários</p><p>Para refrescar a memória:</p><p>Alto Império</p><p>(sec. I a.C- III</p><p>d.C)</p><p>CRISE DO</p><p>SÉCULO III</p><p>Baixo Império (sec.</p><p>III d.C - V d.C)</p><p>• FIM DO</p><p>IMPÉRIO</p><p>ROMANO</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>85</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>O primeiro dos Imperadores do período do Alto Império Romano foi Otávio Augustus. Sua</p><p>política foi conhecida como Pax Romana, pois ele iniciou o período da paz em Roma. Ele também</p><p>se dedicou a implantar uma política de administração pública na vasta extensão territorial,</p><p>inclusive com o aprimoramento do controle das finanças. Essa era uma questão fundamental para</p><p>a consolidação e para o sucesso de Roma.</p><p>As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo,</p><p>atingiram uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio</p><p>foi criar uma burocracia administrativa, com critério censitário, isto é, ele criou a divisão censitária</p><p>da cidade, relacionando posição social e participação política com a renda dos romanos.</p><p>Com isso, ele atingia dois objetivos:</p><p>✓ aumentar o controle sobre o Império;</p><p>✓ garantir privilégios às classes sociais ricas (patrícios e nobilitas). Veja, querida e querido</p><p>aluno, ele ganhou muitos likes dessa galera que há muito se sentia desprestigiada por</p><p>generais plebeus ou com práticas de apelo aos plebeus revoltosos. Espertinho, né?</p><p>Do ponto de vista político, vale reforçar ainda que Otávio Augusto manteve o aspecto de</p><p>poder da República, com o Senado. Porém, a instituição tinha presença simbólica, pois o poder</p><p>real, de fato, estava nas mãos do Imperador.</p><p>Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para</p><p>o terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração</p><p>de poder e de títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa</p><p>transição. Veja OS TÍTULOS:</p><p>- Primeiro Cidadão</p><p>- Chefe do Senado</p><p>- Princeps (o primeiro e o mais eminente)</p><p>Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR</p><p>- Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!</p><p>Além disso, Otávio promoveu uma intervenção do Estado nos costumes familiares, pois</p><p>incentivou a constituição de famílias e a condenação de mulheres adúlteras. Não por menos, as</p><p>estátuas expostas não eram somente do Imperador, dele próprio, mas também de seus familiares.</p><p>Sobre essa questão dos costumes, veja como havia uma tática política por trás, segundo os</p><p>Professores Dra. Ana Teresa M. Gonçalves e Dr. Rodrigo S. M. Oliveira (UFG)11:</p><p>Em sua estratégia contra Marco Antônio, Otávio se apresentou como protetor e</p><p>mantenedor da tradição, associando-se aos costumes romanos e ao deus Apolo. Enquanto</p><p>isto, ele destacava em seus discursos as preferências de Antônio pelo Oriente, a</p><p>11 GONÇALVES, Ana Teresa M. OLIVEIRA, Rodrigo S. M. A ordem astral: a ação do princeps Otávio</p><p>Augusto pela legitimidade do seu poder. Revista Hélade, v. 3, n. 1, p. 11-26 p. 13.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>86</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>associação deste com uma divindade estrangeira, Dionísio, e sua relação adúltera com</p><p>Cleópatra. Dessa forma, M. Antônio fere o que John A. Lobur (2008, p. 15) nomeia de</p><p>“sensibilidade romana”.</p><p>Otávio Augustus também precisou encontrar uma forma de atenuar as amplas tensões</p><p>sociais que dominavam Roma e outras cidades do Império. Quero que você saiba que em Roma</p><p>viviam mais de 1.200.000 pessoas e na Península Itálica toda por volta de 7.500.000 pessoas. Cara,</p><p>isso é muita gente para uma cidade da Antiguidade!! Bomba relógio, concordam?</p><p>Dessa forma, o Imperador criou a política de distribuição do trigo e ampliação de</p><p>espetáculos de jogos, disputas e combates entre gladiadores. Você já deve ter escutado</p><p>a famosa expressão: “Política do Pão e Circo”. Alguns historiadores afirmam que essa</p><p>política era parte de uma tentativa de despolitização e manobra dos poderosos para</p><p>afastar os plebeus e as pessoas empobrecidas das questões políticas. Quem nunca</p><p>assistiu ao filme Gladiador e não torceu para o General Maximus?</p><p>Articula uma coisa aqui comigo: lembra dos irmãos Graco e de suas propostas de</p><p>reforma agrária e distribuição de lotes públicos? Agora compara com a política do pão e</p><p>circo! Reflita sobre as principais diferenças entre elas. Isso tem um cheirinho de questão</p><p>bem difícil, hein?</p><p>Só dou uma dica: uma solução pensava o problema de forma mais estrutural, mexer</p><p>no sistema romano; outra, uma medida paliativa, para acalmar os ânimos. Sacou?</p><p>Podemos relacionar essas duas políticas de Otávio, burocratização do estado e “pão e circo”,</p><p>com elementos estruturais arquitetônicos surgidos em Roma:</p><p> construção de prédios públicos destinados aos espetáculos, como o Coliseu – que</p><p>até hoje tem ruínas para visitarmos ;</p><p> construção de estradas. Calcula-se que existiram mais de 80 mil quilômetros de</p><p>estradas pavimentadas interligando as diversas regiões. Manu, isso é muita coisa,</p><p>né? Eram ruas e mais ruas de paralelepípedo. Hoje, podemos caminhar nelas. É</p><p>conhecida na Itália como Via Ápia Antiga.</p><p> construção dos Aquedutos, responsáveis por transportar água de locais distantes até</p><p>os centros urbanos.</p><p>Com relação ao ornamento, Roma não correspondia, absolutamente, à majestade do</p><p>Império e, além disso, estava exposta às inundações, como também aos incêndios. Porém,</p><p>Augusto fez dela uma cidade tão bela que pode se envaidecer, principalmente por ter</p><p>deixado uma cidade de mármore no lugar onde encontrara uma de tijolos.</p><p>(Adaptado de Suetônio, A Vida dos Doze Césares. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 91.)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>87</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Com essa administração, intensificada pelas vias de comunicação, no plano econômico, o</p><p>comércio entre as províncias se desenvolveu intensamente. Também foi criada uma moeda</p><p>comum para garantir a estabilidade da economia.</p><p>Só para não esquecermos do SENADO, os senadores também tiveram suas atribuições na vida</p><p>político-administrativa de Roma diminuídas. Repare que, de século em século, o SENADO se</p><p>transformou em uma instituição quase que figurativa.</p><p>Via Ápia</p><p>Sabe aquele velho ditado “todas as estradas</p><p>levam à Roma”? Então, existe uma explicação para essa</p><p>expressão: a existência da Via Ápia. Isso mesmo</p><p>querida e querido aluno! A Via Ápia é uma estrada que,</p><p>originalmente, foi criada por Appius Claudius, em 321</p><p>a.C., para conectar a cidade de Roma e Cápua. Assim,</p><p>contemplar-se-ia a necessidade econômica do</p><p>transporte de mercadoria e facilitaria a locomoção do exército romano. Mas, como todo</p><p>espaço geográfico está propício a transformações devido a mudança da realidade, a</p><p>rodovia modernizou seu pavimento e aumentou, chegando a fazer ligação de Roma até</p><p>o Oriente Médio, Grécia e Egito. Ou seja, se comparado com a atualidade, essa</p><p>construção não chega a ser especial, mas para a tecnologia e contexto histórico daquele</p><p>período, o bagulho era cabuloso demais!!! Tão cabuloso que a Via Ápia foi nomeada</p><p>como Regina Viarium ( a rainha de todas as estradas ). Dessa forma, o pessoal mais</p><p>chique do role percebeu, e como não são bobos nem nada, foram agregando à região</p><p>as vilas luxuosas e mausoléus. Além disso, foram surgindo tavernas e hotéis para os</p><p>viajantes que passavam pela região. Hoje em dia, a Via Ápia pode ser visitada. Dizem</p><p>que é um museu à céu aberto mesmo</p><p>A Arte em Roma</p><p>A arte pode ser usada como um instrumento pelo qual transforma o mundo a</p><p>sua volta, assim como, ela pode ser influenciada pelo próprio mundo (“via de mão</p><p>dupla”). Dessa forma, muitos estudiosos sobre a história romana buscam</p><p>entendimentos por meio da arte do período. São os estilosos historiadores da arte!</p><p>Inicialmente, a Arte da Roma Antiga foi influenciada pelo povo etrusco, que, por</p><p>sua vez, dominou a região da península itálica em um período anterior. Assim, a</p><p>temática popular do cotidiano foi refundada. Posteriormente, os romanos tiveram como</p><p>referencial a cultura grega, que buscava o ideal de beleza. Mas, apesar do legado</p><p>artístico que outros povos deixaram para a população em questão, eles desejavam criar</p><p>seu próprio estilo em diversas áreas da arte. Ou seja, os caras tinham a cabeça para</p><p>frente e não se conformavam em ser apenas um rostinho bonito na estátua. Vamos ver</p><p>algumas inovações:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>88</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Arquitetura</p><p>A arquitetura, por exemplo, pôde se desenvolver porque a tecnologia da</p><p>engenharia era muito avançada para a época. Com o advento do concreto, criou-se</p><p>construções em tamanhos gigantescos. Além disso, aqueles velhos pilares gregos não</p><p>eram práticos e “eram coisa do passado, a moda agora era”... os arcos redondos (</p><p>introduzidos pelos etruscos durante a monarquia, porém, mais desenvolvidos pelos</p><p>romanos no futuro ).</p><p>Sua formação simples e sistema de distribuição de peso possibilitava a criação</p><p>de mais vãos com menos pilares e ainda reduzia o preço investido no projeto. Dessa</p><p>maneira, esses arcos foram influentes para a produção de outros arranjos</p><p>arquitetônicos, como a cúpula e a abóboda. A partir disso, diversas construções e</p><p>monumentos foram realizadas, tais como: anfiteatros, templos, termas, aquedutos,</p><p>entre outros. Pois é, os caras estavam inspirados e o bagulho era muito black mirror.</p><p>Pintura</p><p>Outra área do campo artístico da Roma Antiga era a pintura. Levantamos</p><p>algumas características:</p><p>• As paredes eram cobertas por gesso pintado. Assim, parecia-se com placas de</p><p>mármore, as quais só gente chique tinha devido ao alto custo da matéria-prima. Para</p><p>você ver, querido vestibulando, que já naquela época existia a famosa gambiarra.</p><p>• A casa romana não possuía janelas. Então, os caras entravam na pira de pintá-</p><p>las na parede, criando um grande mural de paisagens com pessoas, animais.</p><p>• A realidade era valorizada através da representação de</p><p>cada detalhe. Então,</p><p>eles eram detalhistas.</p><p>Literatura, História e Filosofia</p><p>Já o meio literário está dividido em muitos gêneros entre prosa e poesia. Sabe-</p><p>se que a partir do século III a.C surgem as primeiras obras, as quais basicamente</p><p>traduziam os escritos helenísticos.</p><p>Foi no período do fim da República e começo do Império que a literatura teve o</p><p>seu auge. No reinado de Augusto os escritores eram bancados pelo próprio Estado.</p><p>Virgílio e Horácio, por exemplo, eram figuras renomadas da Roma.</p><p>Já na historiografia, Tito Lívio era influenciado pelas Guerras Púnicas e elevou o</p><p>heroísmo do povo romano através da retórica.</p><p>Por fim, a filosofia, junto a teóricos como Cícero, baseava-se em explicar a</p><p>natureza e os seus fenômenos.</p><p>Após Otávio Augusto, que reinou até 14 d.C., outros imperadores assumiram o poder: Tibério (14</p><p>a 37 d.C. ); Calígula (37 a 41 d.C.); Nero (54 a 68 d.C.); Marco Aurélio e Trajano (161 a 192 d.C.).</p><p>Agora sim, vamos às alternativas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>89</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>a) falso, pois Otávio substituiu os tijolos pelo mármore.</p><p>b) falso, pois ele inaugurou esta política.</p><p>c) errado. Esta aqui não está comentado na síntese acima. Quem reconheceu o cristianismo foi</p><p>Constantino. A crise do Império no final do século III exigia novas formas de controle da</p><p>população. Por isso, no ano de 313 d.C., o Imperador Romano Constantino se converteu ao</p><p>cristianismo e publicou o Édito de Milão. Leia um trecho do documento:</p><p>Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem</p><p>quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a</p><p>Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os</p><p>nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos</p><p>súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião</p><p>que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu</p><p>modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais</p><p>favores.”</p><p>d) é o nosso Gabarito.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)</p><p>Estamos imersos nas referências à cultura clássica, da Grécia e da Roma antigas, mesmo sem</p><p>nos darmos conta. Isso porque há a retomada, de tempos em tempos, dos temas</p><p>relacionados a esse tempo histórico. O mais íntimo do ser humano - seus sentimentos,</p><p>desejos e frustrações – tem sido pensado à luz da tragédia grega, da literatura erótica latina</p><p>grega, das artes antigas e de suas representações. Karl Marx se doutorou com a tese sobre</p><p>Demócrito e usou muitos dos seus conhecimentos gregos e romanos para pensar questões</p><p>sociais. No campo da ciência, Epicuro está na base da teoria da Física Quântica.</p><p>Adaptado de Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. Ed. Contexto, 2018.</p><p>No que se refere ao campo da política, Grécia e Roma deixaram, respectivamente, como</p><p>legados ao Mundo Ocidental</p><p>a) A noção de República e Democracia</p><p>b) A noção de cidadania e de democracia.</p><p>c) A noção de que todo regime político evolui sempre da aristocracia para a democracia e</p><p>de que o poder se organiza em instituições.</p><p>d) A noção de Democracia e República</p><p>e) A perspectiva da eterna luta de classes que move o mundo.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>90</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Essa é uma questão clássica que cobra conhecimentos sobre o contexto histórico da</p><p>Antiguidade Clássica e como reverbera como legado para a humanidade em momentos</p><p>históricos posteriores.</p><p>Como traz o texto são múltiplos os campos influenciados por Grécia e Roma, contudo,</p><p>atente-se: o comando fala sobre as questões de ordem política. Além disso, usa a expressão</p><p>respectivamente, de tal maneira que você deveria falar do legado grego e, em seguida, do</p><p>romano.</p><p>Vamos direito à análise das alternativas:</p><p>a- Errado. Aqui os legados estão invertidos porque os República é Roma e Democracia é</p><p>Grécia.</p><p>b- Errado. Aqui temos dois legados importantes, mas de um modo geral, cidadania,</p><p>participação política e democracia estão relacionados à experiência grega, embora Roma</p><p>tenha conhecido grandes lutas entre patrícios de plebeus pelo direito à igualdade jurídica</p><p>e política.</p><p>c- Errado e o erro está em adotar uma noção evolucionista em relação ao regime político:</p><p>aristocracia SEMPRE para democracia. Regimes políticos avançam e retrocedem.</p><p>Guardem isso. No que se refere à Roma está correto.</p><p>d- Gabarito. Sempre comento que, no que se refere à política, os legados gregos e romanos</p><p>se complementam. Fica com Grécia a discussão e os exemplos sobre Regime Político e</p><p>sobre cidadania; já para Roma coube a questão das instituições – isso devido ao papel</p><p>longevo do Senado como instituição organizadora do poder político romano.</p><p>e- Errado. Na abordagem marxista isso é assim considerado. O motor da história seria a luta</p><p>entre classes sociais distintas. Contudo, isso não está relacionado com a pergunta.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Profe Alê Lopes/2020)</p><p>A partir de 235 até 284, o Império Romano foi dilacerado por conflitos armados. A partes</p><p>urbanas das cidades foram amuralhadas, com a diminuição da área e da população urbanas.</p><p>Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. São Paulo: Ed. Contexto, 2018, p. 145.</p><p>O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a</p><p>saber:</p><p>a) O êxodo rural</p><p>b) A ruralização da sociedade</p><p>c) O avanço do cristianismo</p><p>d) A concentração do poder político</p><p>e) A diminuição da importância da vida privada</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>91</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Vejam, queridos alunos, essa é uma questão que exige conhecimento sobre as causas e</p><p>fenômenos que marcaram a transição da antiguidade para a Idade Média e as novas formas de</p><p>socialização.</p><p>Vamos lembrar: entre os séculos III e V, Roma estava em decadência. Desse modo, a crise</p><p>escravista e a insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais</p><p>vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a derrocada dos romanos,</p><p>a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões romanas. Vulnerável, a</p><p>escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para enfraquecer Roma.</p><p>Essas experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da</p><p>sociedade romana ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo, sobretudo, a</p><p>partir da constituição do colonato. O desfecho dessa ruralização desemboca na ordem feudal.</p><p>Veja, na Grécia e, depois, em Roma, as instituições políticas eram abertas à participação</p><p>dos cidadãos. Elas foram tão importantes que ficavam localizadas no ponto mais alto da cidade-</p><p>estado – a Acrópole!</p><p>Pois bem, a ruralização da sociedade, naquele</p><p>contexto, levou à falência desse modelo</p><p>político do espaço público. Houve uma</p><p>alteração do espaço em que se tomavam as</p><p>decisões, veja o esquema:</p><p>Alguns historiadores interpretam essa mudança como um regresso no desenvolvimento da</p><p>política pública. Esse cenário rural e privado era propício para a adaptação dos povos germânicos</p><p>devido às suas características culturais.</p><p>Listo abaixo os principais aspectos da formação da nova sociedade feudal dos quais você</p><p>não pode esquecer:</p><p>Tendo tudo isso em mente, vamos à análise das alternativas:</p><p>a) Aqui há uma inversão: não foi êxodo rural, mas êxodo urbano – ou seja, as pessoas</p><p>saíram da cidade e foram para o campo e não o contrário.</p><p>1- a ruralização da sociedade - o declínio da cidade e do</p><p>comércio;</p><p>2- a descentralização política com o estabelecimento de</p><p>relações sociais, políticas e militares de vassalagem;</p><p>3- a servidão que caracterizou as relações entre senhores e camponeses</p><p>plebeus.</p><p>4 - a vassalagem que caracterizou a relação entre senhores</p><p>feudais</p><p>Espaço</p><p>Privado</p><p>Espaço</p><p>Público</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>92</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) Gabarito! Conforme explicação nos comentários.</p><p>c) Embora seja verdade, não é o processo descrito no texto.</p><p>d) O Fenômeno político de desconcentração do poder político, e não o contrário.</p><p>e) Conforme o texto, a influência dos germânicos e o processo de ruralização</p><p>fortaleceram as relações privadas da vida social e não o oposto.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>“Trata-se de homens juridicamente livres; contudo, a falta de qualificação cívica que os</p><p>agravava os leva a se colocarem sob a proteção de alguém mais poderoso, o patrono, que</p><p>lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças. (...) Esse tipo de</p><p>relacionamento não é de forma alguma exclusivo de Roma: ele existe no seio de muitas</p><p>sociedades antigas e medievais. (...) Desde o momento em que as casas de alvenaria do</p><p>Fórum começaram a substituir as cabanas de adobe do Palatino, a aristocracia dá início,</p><p>primeiro sob Tarquínio, o Antigo, e continuando depois sob Sérvio Túlio, à efetivação de um</p><p>compromisso histórico, avaramente ligado aos benefícios que julga poder extrair do grupo</p><p>minoritário mais remediado da plebe. A criação dos comícios centuriais fornece-nos a prova</p><p>disso. No entanto, toda boa aliança política não pode prescindir de uma base econômica.</p><p>ROULAND, Norbert. Roma, Democracia Impossível? Brasília: Editora UnB. 1997. p. 47-48.</p><p>O texto faz referência a relação conhecida como</p><p>a) exploração.</p><p>b) clientelismo.</p><p>c) servidão.</p><p>d) opressão.</p><p>e) dominação.</p><p>Comentários</p><p>Para identificarmos a relação a que o texto faz referência, temos que lembrar da composição social</p><p>da Roma Antiga. Em particular, dois trechos chaves desta questão nos ajudam a identificar sobre</p><p>qual grupo social a análise está direcionada: “a proteção de alguém mais poderoso, o patrono,</p><p>que lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças” e “grupo minoritário mais</p><p>remediado” são passagem chaves. Vamos lembrar:</p><p>Com relação à divisão social, havia uma estratificação hierárquica formada por 4 grupos sociais:</p><p>os PATRÍCIOS, os PLEBEUS, os CLIENTES e os ESCRAVOS.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>93</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>➢ Os plebeus eram pequenos camponeses, proprietários de pequenas terras que</p><p>produziam, praticamente, para sua subsistência. Era comum os plebeus contraírem</p><p>grandes dívidas com os patrícios, especialmente nos períodos em que eram</p><p>convocados para guerras de conquista ou para defender a cidade de alguma ameaça</p><p>exterior. Por terem que deixar suas pequenas propriedades para atuarem nessas</p><p>guerras, estas perdiam sua capacidade produtiva. Assim, ao voltarem para sua terra,</p><p>após o conflito, os plebeus faziam altos empréstimos para poderem recuperar a terra</p><p>e a produção. Se, por qualquer motivo, os plebeus não pagassem as dívidas viravam</p><p>escravos.</p><p>➢ Já os clientes eram plebeus agregados aos patrícios. Em geral, moravam na</p><p>propriedade dos patrícios e lhes serviam em funções de altíssima confiança. Por isso,</p><p>detinham alguns privilégios e oportunidades de negócios que os plebeus não-</p><p>agregados não possuíam. Por exemplo, nunca viravam escravos por dívidas. Por isso,</p><p>ao longo do tempo, os clientes enriqueceram!</p><p>➢ Por último, os escravos eram plebeus endividados- como falamos antes. Os povos</p><p>derrotados em guerras também poderiam virar escravos, mas, neste momento,</p><p>encontravam-se em número reduzido em Roma. Foi no período republicano que a</p><p>expansão territorial e as guerras de conquistas tiveram maior importância e, por isso,</p><p>o número de escravos aumentou. Veremos melhor esse processo na próxima seção.</p><p>Diante dessa composição social, o texto faz referência aos clientes e à relação de clientelismo.</p><p>Gabarito, letra B.</p><p>Já as demais alternativas, apesar de também se tratar de relações sociais elas não atendem ao</p><p>que o texto do enunciado direciona especificamente.</p><p>a) exploração é uma relação econômica em que alguém ganha sobre o trabalha alheio, ela pode</p><p>existir nas mais variadas formações histórico-sociais.</p><p>c) servidão, é uma relação própria do período feudal.</p><p>d) opressão, em geral, é um conceito usado para designar relações de dominação raciais (racismo),</p><p>de gênero (machismo), dentre outras.</p><p>e) dominação é um conceito genérico que envolve o exercício de poder em que uma força tem a</p><p>capacidade de influenciar outras.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>patrícios</p><p>cleintes</p><p>plebeus</p><p>escravos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>94</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Quais as duas principais civilizações Ocidentais da Antiguidade?</p><p>a) França e Itália</p><p>b) Grécia e Itália</p><p>c) Roma e Balcãs</p><p>d) Grécia e Roma</p><p>e) Mesopotâmia e Europa</p><p>Comentários:</p><p>Pessoal, essa questão é memorização. Pensou em Antiguidade Ocidental, pensou em</p><p>Antiguidade Clássica, logo, Grécia e Roma!</p><p>Vamos comentar as alternativas:</p><p>a- França e Itália não existiam. Suas atuais regiões, em partes foram ocupadas pelos</p><p>Romanos.</p><p>b- Grécia está correta, mas Itália não.</p><p>c- Roma certo. Balcãs é a região geográfica onde fica a Grécia.</p><p>d- Gabarito.</p><p>e- Errado pois se trata de duas regiões e não civilização.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:</p><p>a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as</p><p>relações entre a Igreja Católica e o Estado.</p><p>b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite</p><p>romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a</p><p>aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.</p><p>c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,</p><p>cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar</p><p>guerras.</p><p>d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.</p><p>e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a</p><p>centralização do poder nas mãos do imperador.</p><p>Comentários:</p><p>a) Correto. O sentido dessa mudança foi a condução da Igreja e do Estado a um acordo,</p><p>tolerando o cristianismo e mantendo os cultos pagãos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>95</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) a afirmação está correta. Reforço que a Monarquia Romana foi o regime político que se</p><p>desenvolveu a partir do processo de ocupação da Península Itálica. Entre os séculos VIII e VII a.C.,</p><p>os Etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, a cidade de ROMA, baseada na atividade agrícola.</p><p>Os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia e eram proprietários de terras.</p><p>c) Correto, o Senado foi uma instituição que perdurou durante as três fases (Monarquia,</p><p>República e Império). Porém, foi durante a República que ele foi aperfeiçoado e assumiu</p><p>protagonismo na condução da vida política e administrativa de Roma.</p><p>d) Falso, pois as Guerras Púnicas foram um conflito entre Roma e Cartago em função da</p><p>disputa pelo controle do Mediterrâneo.</p><p>e) Correto. Vamos lembrar um trecho da aula, logo após a disputa pelo poder no final do</p><p>2º Triunvirato. Acompanha comigo:</p><p>Otávio (Otávio Augusto) conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana</p><p>– e passou a ser reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.</p><p>Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o</p><p>terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de poder e de</p><p>títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição. Veja OS TÍTULOS:</p><p> - Primeiro Cidadão</p><p> - Chefe do Senado</p><p> - Princeps (o primeiro e o mais eminente)</p><p> Em 27 a.C. – Recebe</p><p>o título de IMPERADOR</p><p> - Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>O destino da Europa foi decidido há dois mil anos, nas margens setentrionais da atual Tunísia.</p><p>Qual seria hoje a sua conformação e a sua imagem se, e, 202 a.C, Cipião, Africano, não</p><p>tivesse desbaratado, em Zama, as tropas de Cartago, comandadas por Aníbal?</p><p>ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível? Ed. UNB, 1981, p. 101.</p><p>No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:</p><p>a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as</p><p>relações entre a Igreja Católica e o Estado.</p><p>b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite</p><p>romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a</p><p>aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.</p><p>c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,</p><p>cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar</p><p>guerras.</p><p>d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>96</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a</p><p>centralização do poder nas mãos do imperador.</p><p>Comentários:</p><p>Cobrar a alternativa incorreta não é o padrão da FGV, mas treino é treino, então, é melhor</p><p>se preparar para imprevistos. Acompanha comigo,</p><p>a) Correto. O sentido dessa mudança foi a condução da Igreja e do Estado a um acordo,</p><p>tolerando o cristianismo e mantendo os cultos pagãos.</p><p>b) a afirmação está correta. Reforço que a Monarquia Romana foi o regime político que se</p><p>desenvolveu a partir do processo de ocupação da Península Itálica. Entre os séculos VIII e VII a.C.,</p><p>os Etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, a cidade de ROMA, baseada na atividade agrícola.</p><p>Os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia e eram proprietários de terras.</p><p>c) Correto, o Senado foi uma instituição que perdurou durante as três fases (Monarquia,</p><p>República e Império). Porém, foi durante a República que ele foi aperfeiçoado e assumiu</p><p>protagonismo na condução da vida política e administrativa de Roma.</p><p>d) Falso, pois as Guerras Púnicas foram um conflito entre Roma e Cartago em função da</p><p>disputa pelo controle do Mediterrâneo.</p><p>e) Correto. Vamos lembrar um trecho da aula, logo após a disputa pelo poder no final do</p><p>2º Triunvirato. Acompanha comigo:</p><p>Otávio (Otávio Augusto) conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana</p><p>– e passou a ser reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.</p><p>Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o</p><p>terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de poder e de</p><p>títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição. Veja OS TÍTULOS:</p><p> - Primeiro Cidadão</p><p> - Chefe do Senado</p><p> - Princeps (o primeiro e o mais eminente)</p><p> Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR</p><p> - Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>Sobre a questão agrária na Roma antiga, é correto afirmar que:</p><p>a) Na fase final da República romana, a desestruturação agrária, que estabeleceu sistemas</p><p>de latifúndios, beneficiou os plebeus, uma vez que eles puderam se estabelecer em terras</p><p>que eram do Estado.</p><p>b) A partir das propostas dos irmãos Graco o problema da reforma agrária encontrou uma</p><p>saída satisfatória para a aristocracia reunida no Senado e os plebeus aglutinados no Tribuno</p><p>da Plebe, principalmente porque essas reformas ocorreram durante a fase republicana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>97</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>c) A mão de obra para as explorações que emergiram do século III a.C. em diante era</p><p>abastecida pela série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo.</p><p>d) A principal causa do aumento da propriedade fundiária dos nobilitas foi o barateamento</p><p>das terras dos camponeses as quais, em seguida, eram compradas pelos grandes</p><p>proprietários.</p><p>e) Os patrícios, que formavam uma aristocracia de proprietários de terra, estabeleceram uma</p><p>relação de senhoria e vassalagem com os plebeus que trabalhavam no campo.</p><p>Comentários</p><p>Em Roma predominou o trabalho escravo, o qual era ampliado por meio da subjugação de</p><p>povos conquistados.</p><p>a) falso, pois foi iniciado o regime do colonato.</p><p>b) errado, pois os interesses da plebe não foram atendidos de modo que a grande</p><p>propriedade de terra seguiu como característica do Império Romano até sua ruína.</p><p>d) errado, pois a principal causa foram as conquistas por meio da guerra.</p><p>e) falso, pois esse tipo relação social somente passará a existir no feudalismo.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020</p><p>“Antes a alegria de viver estava nas ruas e nos grandes monumentos urbanos; agora se</p><p>refugia nas casas e nas cabanas. Antes, com suas leis, tropas e edis*, o Império se honrara</p><p>em facilitar a vida pública como ideal de vida; agora, com os reinos germânicos, dilui-se o</p><p>culto da urbanidade em proveito da vida privada. Para os recém-chegados, os germanos,</p><p>quase tudo é de domínio privado.” (*Administradores públicos plebeus)</p><p>ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental, p. 403.</p><p>O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a</p><p>saber:</p><p>a) O êxodo rural</p><p>b) A ruralização da sociedade</p><p>c) O avanço do cristianismo</p><p>d) A concentração do poder político</p><p>e) A diminuição da importância da vida privada</p><p>Comentários:</p><p>Vejam, queridos alunos, essa é uma questão que exige conhecimento sobre as causas e</p><p>fenômenos que marcaram a transição da antiguidade para a Idade Média e as novas formas de</p><p>socialização.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>98</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Vamos lembrar: entre os séculos III e V, Roma estava em decadência. Desse modo, a crise</p><p>escravista e a insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais</p><p>vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a derrocada dos romanos,</p><p>a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões romanas. Vulnerável, a</p><p>escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para enfraquecer Roma.</p><p>Essas experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da</p><p>sociedade romana ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo, sobretudo, a</p><p>partir da constituição do colonato. O desfecho dessa ruralização desemboca na ordem feudal.</p><p>Veja, na Grécia e, depois, em Roma, as instituições políticas eram abertas à participação</p><p>dos cidadãos. Elas foram tão importantes que ficavam localizadas no ponto mais alto da cidade-</p><p>estado – a Acrópole!</p><p>Pois bem, a ruralização da sociedade, naquele</p><p>contexto, levou à falência desse modelo</p><p>político do espaço público. Houve uma</p><p>alteração do espaço em que se tomavam as</p><p>decisões, veja o esquema:</p><p>Alguns historiadores interpretam essa mudança como um regresso no desenvolvimento da</p><p>política pública. Esse cenário rural e privado era propício para a adaptação dos povos germânicos</p><p>devido às suas características culturais.</p><p>Listo abaixo os principais aspectos da formação da nova sociedade feudal dos quais você</p><p>não pode esquecer:</p><p>Tendo tudo isso em mente, vamos à análise das alternativas:</p><p>a) Aqui há uma inversão: não foi êxodo rural, mas êxodo urbano – ou seja, as pessoas</p><p>saíram da cidade e foram para o campo e não o contrário.</p><p>b) Gabarito! Conforme explicação nos comentários.</p><p>c) Embora seja verdade, não é o processo descrito no texto.</p><p>d) O Fenômeno político</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Censor_romano</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Censor_romano</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Censor_romano</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditador_romano</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>9</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Sobre as ASSEMBLEIAS, anote o seguinte:</p><p>Assembleia Curial, era responsável por assuntos religiosos;</p><p>Assembleia Centurial reunia a organização militar de Roma, sendo dividida em</p><p>centúrias (98 centúrias patrícias e 95 centúrias plebeias);</p><p>Assembleia Tribal era responsável por assuntos civis e dividida por região (35</p><p>Assembleias Tribal);</p><p>Assembleias da Plebe, ou Conselhos da Plebe, eram o espaço em que os plebeus</p><p>votavam leis. No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões</p><p>que afetassem os plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais –</p><p>sobre todas as questões de Roma – também podiam ser discutidos e votados nesse</p><p>espaço político dos plebeus.</p><p>Desses tipos de ASSEMBLEIAS, com certeza, a CENTURIATA era a mais importante</p><p>politicamente. O critério para esta divisão era censitário, ou seja, em cada camada podia participar</p><p>pessoas com determinada renda. Logo, não havia uma distribuição harmônica do número de</p><p>pessoas em cada camada já que o número de plebeus era muito maior que o número de patrícios.</p><p>Além da característica de organização militar, a CENTURIATA possuía as seguintes competências:</p><p>• eleger os cargos da MAGISTRATURA;</p><p>• votar leis referentes à declaração de guerra e de paz;</p><p>• decretar a pena capital (de morte) aos cidadãos romanos.</p><p>Observe a seguir o Sistema censitário de distribuição de votos na Assembleia:</p><p>A distribuição dos votos em cada camada era proporcional à riqueza (era um critério censitário,</p><p>não se esqueça disso), e não à quantidade de pessoas de cada grupo social. Por isso, muitos</p><p>historiadores afirmam que mesmo com o fim da Monarquia não houve alteração substancial na</p><p>distribuição de poder em Roma. Assim, o poder foi exercido majoritariamente na aristocracia</p><p>patrícia e nas camadas mais ricas da sociedade devido ao fato de ocuparem os cargos do SENADO</p><p>e a maioria dos cargos mais importantes. Dessa forma, os estudiosos desse assunto classificam a</p><p>República romana como uma “República Aristocrática”.</p><p>Veja que havia grande desigualdade em Roma e, por vezes, os plebeus se sentiam</p><p>marginalizados das principais decisões da República. Essa situação era uma fonte de tensão social</p><p>permanente. Roma era uma “panela de pressão”. Os plebeus estavam prontos para a insurgência!</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>10</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>O resultado desses conflitos, ao longo da história romana, alterou a participação política e o</p><p>sistema de votação nessas instituições. Os plebeus, especialmente os mais enriquecidos,</p><p>lograram êxito e ampliaram sua participação nos processos decisórios em Roma. Veremos isso</p><p>mais adiante, quando tratarmos dos impactos da expansão territorial e militar romana.</p><p>Vamos lá, muita atenção na próxima seção da aula, pois vou explicar os conflitos entre</p><p>plebeus e patrícios e as leis que surgiram ao longo do tempo.</p><p>1.2.2 – Lutas sociais e conquistas da plebe</p><p>As desigualdades econômicas e políticas entre patrícios e plebeus causavam uma situação</p><p>tensa em Roma. Apesar de o poder não estar completamente concentrado no grupo dos patrícios,</p><p>como vimos acima, estes detinham diversos privilégios não acessíveis aos plebeus.</p><p>Perry Anderson afirma que a estrutura de poder não era exatamente oligárquica na forma</p><p>- em relação às instituições - e sim profundamente aristocrática no conteúdo das leis e da política,</p><p>“pois atrás dela configura-se uma estratificação econômica da sociedade romana de ordem</p><p>bastante diversa” (1989, p. 56).</p><p>Portanto, por mais que houvesse previsão para participação política de diferentes grupos</p><p>sociais, a questão da desigualdade social impactava a disputa equilibrada de interesses. Assim,</p><p>patrícios conseguiam continuar aprovando leis que os beneficiavam. Um exemplo disso, é a</p><p>existência da escravidão por dívidas, até 326 a.C., que assolava o plebeu mais empobrecido. Na</p><p>ampla maioria das vezes essas dívidas eram contraídas com os patrícios.</p><p>Contudo, o funcionamento e a proteção militar da cidade dependiam dos plebeus, já que eles</p><p>garantiam a superioridade numérica das forças militares em Roma. Por isso, nas primeiras</p><p>décadas republicanas, nesse contexto conflituoso, os plebeus foram percebendo sua</p><p>importância para a cidade e iniciaram uma série de lutas sociais e políticas que durariam mais de</p><p>cem anos.</p><p>Vejamos como começou:</p><p>Em 494 a.C., portanto 15 anos após a queda da Monarquia, os plebeus fizeram uma espécie</p><p>de greve (paralisação coletiva de atividade profissional). Essa mobilização ficou conhecida como</p><p>Revolta do Monte Sagrado. Todos os plebeus saíram da cidade deixando-a desprotegida e</p><p>desabastecida. Subiram uma montanha chamada Monte Sagrado. De lá, emitiram exigências</p><p>pedindo ampliação na participação política dos plebeus nas instituições políticas da República.</p><p>Caso não fossem atendidos, construiriam uma nova cidade.</p><p>O desfecho desse conflito foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE. Era um cargo no</p><p>SENADO a ser ocupado por um Plebeu, eleito entre os mesmos. Lembra-se de que, até antes da</p><p>Revolta, no Senado, só podiam participar os patrícios? Então, agora, os plebeus também podiam!</p><p>Eram 2 vagas de Tribuno da Plebe. Eles tinham a função de vetar leis que fossem inapropriadas</p><p>para a classe que representavam.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>11</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Em diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos, houve Revoltas Plebeias.</p><p>Acompanhe abaixo a cronologia e o significado de cada uma dessas conquistas, cujo sentido</p><p>histórico foi aumentar a participação política dos plebeus, bem como garantir mais direitos de</p><p>cidadania a esse grupo. Se liga aí!!</p><p>450 a.C.: Lei das 12 Tábuas – até então, o direito era oral e baseado nas tradições</p><p>populares. Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e</p><p>dos poderes das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser</p><p>escritas. Foi feita a compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade, sendo</p><p>aplicada a patrícios e plebeus. Essa situação possibilitou que as leis se tornassem mais</p><p>acessíveis a parcelas mais amplas da população.</p><p>445 a.C.: Lei da Canuleia – essa norma tornava legal o casamento entre grupos sociais</p><p>distintos, ou seja, patrícios e plebeus podiam se casar. Isso potencializou a ascensão social</p><p>dos plebeus enriquecidos. Com o tempo, essa relação matrimonial entre esses dois grupos</p><p>sociais deu origem a um terceiro grupo conhecido como nobilitas.</p><p>367 a.C.: Lei de Licínia – essa lei marcou outro momento importante da história política das</p><p>lutas dos plebeus por maior participação nas instituições da República. A partir dela, os</p><p>Plebeus puderam ocupar o maior cargo da Magistratura, o de Cônsul. Em 366 a.C. foi eleito</p><p>o primeiro Consul Plebeu. Foi a partir da Lei Licínia que dois cônsules passaram a ser eleitos:</p><p>um patrício e um da plebe. Além disso, a mesma lei definiu que as terras conquistadas em</p><p>guerra deveriam ser distribuídas e extinguiu a escravidão por dívidas de um plebeu a um</p><p>proprietário rural.</p><p>326 a.C.: Lei de Poetélia Papiria – garantiu direitos civis aos plebeus, pois aboliu a</p><p>possibilidade de escravidão por dívidas de uma forma geral. Por meio dessa lei não a</p><p>pessoa que deve, mas seus bens é que podiam ser responsabilizados pelos seus débitos ou</p><p>por débitos alheios. Ou seja, o corpo não podia mais ser submetido a ponto de ser</p><p>escravizado em razão de dívidas. Com isso, os plebeus não ficavam completamente</p><p>submetidos aos grupos mais ricos.</p><p>300 a.C.: Lei de Ogúlnia – essa norma dizia respeito a outro elemento fundamental da vida</p><p>social</p><p>de desconcentração do poder político, e não o contrário.</p><p>1- a ruralização da sociedade - o declínio da cidade e do</p><p>comércio;</p><p>2- a descentralização política com o estabelecimento de</p><p>relações sociais, políticas e militares de vassalagem;</p><p>3- a servidão que caracterizou as relações entre senhores e camponeses</p><p>plebeus.</p><p>4 - a vassalagem que caracterizou a relação entre senhores</p><p>feudais</p><p>Espaço</p><p>Privado</p><p>Espaço</p><p>Público</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>99</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>e) Conforme o texto, a influência dos germânicos e o processo de ruralização</p><p>fortaleceram as relações privadas da vida social e não o oposto.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)</p><p>No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões que afetassem os</p><p>próprios plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais – sobre questões de</p><p>Roma – também podiam ser discutidos e votados nesses espaços políticos dos plebeus. No</p><p>que diz respeito a essa mudança,</p><p>a) a crescente noção de cidadania disseminada entre todas as classes sociais foi determinante</p><p>para aumentar o espaço de participação decisória dos plebeus.</p><p>b) um dos fatores determinantes para essa mudança foram as lutas sociais que resultaram</p><p>em leis garantidoras.</p><p>c) a presença proporcional de plebeus no Senado romano contribuiu decisivamente para a</p><p>maior participação da plebe na vida política.</p><p>d) apesar do avanço político, socialmente a estrutura se manteve, com destaque para a</p><p>permanência da escravidão por dívida.</p><p>e) a reforma agrária viabilizou o crescimento do poder econômico dos plebeus e,</p><p>consequentemente, aumento do poder político, favorecendo a maior participação nos</p><p>processos decisórios em Roma.</p><p>Comentários</p><p>Para responder à questão, vamos retomar um importante historiador. Perry Anderson afirma</p><p>que a estrutura de poder em Roma Antiga não era exatamente oligárquica na forma - em</p><p>relação às instituições - e sim profundamente aristocrática no conteúdo das leis e da política,</p><p>“pois atrás dela configura-se uma estratificação econômica da sociedade romana de ordem</p><p>bastante diversa” (1989, p. 56). No caso, uma referência direta às disputas entre patrícios e</p><p>plebeus.</p><p>Sob essa dinâmica conflitiva, em 494 a.C., portanto 15 anos após a queda da monarquia, os</p><p>plebeus fizeram uma espécie de greve (paralisação coletiva de atividade profissional) a fim</p><p>de alterar às condições a que estavam submetidos. Essa mobilização ficou conhecida como</p><p>Revolta do Monte Sagrado. Todos os plebeus saíram da cidade deixando-a desprotegida e</p><p>desabastecida. Subiram uma montanha chamada Monte Sagrado. De lá, emitiram exigências</p><p>pedindo ampliação na participação política dos plebeus nas instituições políticas da</p><p>República. Caso não fossem atendidos, construiriam uma nova cidade. O desfecho desse</p><p>conflito foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE. Era um cargo no SENADO a ser ocupado</p><p>por um Plebeu, eleito entre eles. Lembra-se de que, até antes da Revolta, no Senado, só</p><p>podiam participar os patrícios? Então, agora, os plebeus também podiam! Eram 2 vagas de</p><p>Tribuno da Plebe. Eles tinham a função de vetar leis que fossem inapropriadas para a classe</p><p>que representavam.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>100</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Nas primeiras décadas republicanas, em meio ao contexto conflituoso entre os segmentos</p><p>sociais, os plebeus foram percebendo sua importância para a cidade e iniciaram uma série</p><p>de lutas sociais e políticas que durariam mais de cem anos.</p><p>a) falso. Por mais que houvesse previsão para participação política de diferentes grupos</p><p>sociais, a questão da desigualdade social impactava a disputa equilibrada de interesses.</p><p>Assim, patrícios conseguiam continuar aprovando leis que os beneficiavam. Um exemplo</p><p>disso é a existência da escravidão por dívidas – que durou até 326 a.C. Ou seja, não havia</p><p>um compartilhamento de ideia de cidadania a ponto de ser efetivada as igualdades políticas,</p><p>sociais e econômicas.</p><p>b) correta. 287 a.C.: Lei de Hortênsia – estabeleceu que as decisões das Assembleias da</p><p>Plebe teriam força de lei. Assim, as decisões dos plebeus eram válidas não somente para</p><p>eles, mas também para todo o povo de Roma, sem obrigatoriedade da aprovação dos</p><p>senadores. Plebis scitum era como se chamava o novo princípio legal que os plebeus</p><p>acrescentaram ao Direito Romano a partir da Lei de Hortênsia. Essa "lei imposta pelo povo"</p><p>é o modelo de todos os "plebiscitos”. Com a imposição do plebis scitum em 287 a.C.</p><p>terminaram as lutas sociais em Roma e iniciou-se uma época áurea para a cidade.</p><p>c) falso, pois os patrícios eram maioria no Senado, sendo que a plebe teve, durante a maior</p><p>parte do tempo, representantes no Senado, as duas vagas de Tribuno da Plebe.</p><p>d) falso. 326 a.C.: Lei de Poetélia – garantiu direitos civis aos plebeus, pois aboliu a</p><p>possibilidade de escravidão por dívida. Com isso, os plebeus não ficavam completamente</p><p>submetidos aos grupos mais ricos.</p><p>e) falso, pois não houve a reforma agrária.</p><p>Gabarito: B</p><p>9. LISTA DE QUESTÕES APROFUNDAMENTO - COMENTADAS</p><p>(UECE 2020)</p><p>Lúcio Sérgio Catilina (108 a.C.-62 a.C.) protagonizou vários episódios para tornar-se cônsul</p><p>de Roma. No final de 63 a.C., tentou dar um golpe de estado para tomar o poder. O evento</p><p>ficou conhecido como a Conjuração de Catilina., marcando uma fase crucial na história</p><p>romana por representar um dos momentos de profunda crise nas</p><p>A) instituições republicanas da época.</p><p>B) relações conflituosas entre o exército e a elite romana.</p><p>C) incursões imperialistas da cidade de Roma.</p><p>D) alas mais progressistas do senado.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>101</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Essa questão está inserida dentro da cronologia final do período Republicano. As condições</p><p>sociais dos plebeus, devido a enorme expansão militar do exército, estavam caóticas e muitos</p><p>acabaram por se tornar escravos devido suas dívidas. Havia uma enorme concentração fundiária e</p><p>as tensões sociais aumentavam.</p><p>As legislaturas romanas já não davam conta de resolver os problemas do povo romano,</p><p>com diversos escândalos de corrupção e assassinatos políticos, Diante desse contexto de</p><p>instabilidade política e de descrédito das instituições Republicanas, especialmente do SENADO,</p><p>os generais romanos começaram a se destacar e, cada vez mais, ocupavam espaços políticos</p><p>importantes. Alguns generais eram muito carismáticos, outros tinham origem plebeia e, assim,</p><p>ganhavam muito prestígio entre as camadas mais baixas. Caio Mario, por exemplo, foi um general</p><p>defensor da plebe, eleito Cônsul por sete vezes. Além disso, também havia generais que eram</p><p>apoiados pela aristocracia patrícia, como Sila (ou Sula), e atuavam politicamente para defender os</p><p>interesses das camadas altas da sociedade romana. Sob esse quadro, é possível afirmar que</p><p>grande parte da sociedade romana apoiava um governo formado por generais.</p><p>Isso seria a embrião do Império Romano.</p><p>Mediante a isso, passamos as alternativas:</p><p>A) Correto, como mencionado nos comentários as instituições romanas passavam por uma</p><p>profunda crise que marcaria o fim da República e o início do Império.</p><p>B) Incorreto, a maior parte dos descontentes estavam na plebe e no exército, não nas elites</p><p>romanas que representavam o Senado.</p><p>C) Incorreto, os romanos já praticavam excursões imperialistas e estavam em franca expansão,</p><p>mas não é sobre isso que a questão aborda.</p><p>D) Incorreto, a ala de Catilina não era a mais progressista do Senado.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE 2020)</p><p>Desde a Antiguidade, o norte da África tem relevância comercial, o que o tornou alvo de</p><p>disputa expansionista. A cidade de Cartago, por exemplo, ocupou posição predominante</p><p>durante muito tempo, mas, após vários combates, foi derrotada em 146 a.C. no episódio</p><p>que ficou conhecido como</p><p>A) Guerras Púnicas, que culminaram na supremacia de</p><p>Roma no Mediterrâneo.</p><p>B) Guerras Mercenárias, que possibilitaram a fuga de africanos em massa para Ibéria.</p><p>C) Guerras Médicas, que permitiram aos persas adentrar na África.</p><p>D) Guerras da Mauritânia, que culminaram na vitória de reinos berberes no norte da África.</p><p>Comentários</p><p>A guerra contra Cartago foi uma das principais batalhas travadas pelo exército romano no</p><p>contexto de sua expansão político-militar. Depois de passar o 1º Momento de unificação dos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>102</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>povos da Península Itálica, no século IV e III a.C., motivado pela necessidade de organizar o</p><p>abastecimento de produtos e por eliminar as ameaças regionais, ocorreram as Guerras Púnicas.</p><p>Cartago era uma cidade de origem fenícia que ficava no Norte da África. Portanto,</p><p>podemos afirmar que ela tinha um papel importante no comércio marítimo no Mar Mediterrâneo.</p><p>Para que Roma concretizasse seu Projeto Mare Nostrum (dominar territórios banhados pelo</p><p>mediterrâneo para controlar todo o comércio marítimo dessa região) era necessário conquistar o</p><p>lugar ocupado por Cartago, até então. Foi nesse contexto que desencadeou essa guerra.</p><p>Visto isso, passamos as alternativas:</p><p>A) Correto, após a batalha contra os cartagineses não havia exércitos para combater o romano, e</p><p>Roma passou a ter o controle sobre todo o Mar Mediterrâneo, continuando seu processo de</p><p>expansão territorial.</p><p>B) Incorreto, muitos africanos cartagineses se tornaram escravos dos povos romanos no contexto</p><p>da derrota na Guerra.</p><p>C) Incorreto. Essa guerra não envolveu o povo Persa.</p><p>D) Incorreto, o conflito em que se insere Cartago não é contra os povos berberes e sim romanos.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE/2018)</p><p>As Guerras Púnicas, que se constituíram por uma série de combates entre Roma e Cartago</p><p>no período entre o século III e o século II a.C., assinalaram uma mudança radical na história</p><p>de Roma e do mundo antigo, porque</p><p>a) mesmo tendo Roma sofrido algumas derrotas, triunfou com as vitórias de Aníbal.</p><p>b) os conflitos entre Roma e Cartago duraram mais de um século.</p><p>c) após o fim do conflito, Roma se aproximou de uma civilização mais avançada e rica.</p><p>d) redesenhou toda a organização do mundo antigo e Roma transformou-se na grande</p><p>potência do Mediterrâneo.</p><p>Comentário</p><p>Lembre-se de que Cartago era uma cidade de origem fenícia que ficava ao Norte da África. Ela</p><p>tinha um papel importante no comércio marítimo no Mar Mediterrâneo. Para que Roma</p><p>concretizasse seu Projeto Mare Nostrum (dominar territórios banhados pelo mediterrâneo para</p><p>controlar todo o comércio marítimo dessa região) era necessário conquistar o lugar ocupado por</p><p>Cartago, até então. Assim, nas Guerras Púnicas, ocorridas entre 264-146 a.C, Roma e Cartago</p><p>disputavam, principalmente, a hegemonia no mar Mediterrâneo. Forma 3 Guerras Púnicas.</p><p>No final do conflito, na 3ª Guerra Púnica, Roma venceu Cartago e expandiu muito seu poder,</p><p>conquistando um vasto território.</p><p>Considerando esse contexto das Guerras Púnicas, vamos começar pela alternativa B.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>103</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Por que a letra B está errada se, de fato, o conflito durou mais de um século? Veja, caro e cara</p><p>aluna, temos que entender o que o enunciado pede. Está sendo cobrado uma explicação do</p><p>porquê houve uma mudança radical na história de Roma e do mundo antigo. A resposta “os</p><p>conflitos entre Roma e Cartago duraram mais de um século” não diz nada sobre a pergunta, é</p><p>como se te perguntassem o motivo de você ter escolhido determinado curso de graduação e você</p><p>respondesse: “sim, eu nasci na virada do século XX para o século XXI”. Ou seja, não é porque o</p><p>item diz algo certo que ele responde ao que se pede no enunciado. Atenção, a reposta tem que</p><p>fazer sentido.</p><p>Da mesma forma, a alternativa A não tem sentido, pois Aníbal foi o chefe dos cartagineses e</p><p>Cartago foi derrotada por Roma. Agora, é preciso ressaltar: Aníbal marchou sobre o território</p><p>romano impondo diversas derrotas às tropas de Roma em batalhas que, na prática, chegaram a</p><p>humilhar o exército inimigo. Porém, enquanto Aníbal marchava em direção a Roma, o general</p><p>romano Cipião invadia Cartago. Aníbal retornou para defender Cartago, mas o líder cartaginense</p><p>acabou derrotado na Batalha de Zama pelo próprio Cipião, em 202 a.C.</p><p>A alternativa C, até esboça um certo sentido, mas há muitos relativismos que temos de considerar</p><p>e até mesmo dúvidas do sentido da alternativa em relação à pergunta feita no enunciado. Os</p><p>relativismos envolvem a compreensão do que seria uma “civilização mais avançada”. De fato, para</p><p>os patrícios a prosperidade com o expansionismo romano chegou, mas para a plebe e os escravos,</p><p>não. Por sinal, a desigualdade social gerada no fim da República Romana foi uma das crises que</p><p>levou ao fim da fase republicana e início do Império. Com relação à coerência da alternativa com</p><p>a pergunta do enunciado, veja que também é solicitada uma percepção sobre mudança na história</p><p>do mundo antigo. Dessa forma, a frase da alternativa C está restrita à Roma.</p><p>Por isso, a alternativa D nos apresenta uma resposta mais completa e recheada de sentido,</p><p>principalmente porque reflete a disputa de hegemonia entre Cartago e Roma, ou seja, Roma</p><p>venceu e consolidou-se como potência.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE 2017)</p><p>Plutarco atribuiu ao Tribuno da Plebe, Tibério Graco, o seguinte discurso dirigido aos pobres</p><p>de Roma:</p><p>“As feras que atravessam os bosques da Itália têm cada uma seus abrigos e suas tocas; os</p><p>que lutam e morrem pela defesa da Itália só têm o ar e luz e nenhuma outra coisa mais. Sem</p><p>teto para se abrigar, eles vagueiam com seus filhos e suas mulheres. Os enganam seus</p><p>generais quando, nas batalhas, os estimulam a combater pelos templos de seus deuses, pelas</p><p>sepulturas de seus pais. Isto porque, de um grande número de romanos, não há um só que</p><p>tenha o seu altar doméstico nem seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar</p><p>a opulência e o luxo de outros, e, quando dizem que são senhores de todo o mundo, eles</p><p>não são donos sequer de um pedaço de terra”.</p><p>Apud Plutarco. Vidas Paralelas. Tomo VI. P. 209-210. Disponível em:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>104</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obr</p><p>a=6712</p><p>Com essas palavras, o Tribuno Tibério Graco nos informa que Roma</p><p>a) possuía uma grande camada social desprovida de acesso à propriedade, contudo, era essa</p><p>camada que garantia o sucesso militar e o poderio das elites romanas.</p><p>b) tinha uma organização social baseada numa justa distribuição da riqueza e era alicerçada</p><p>pelo poderio militar.</p><p>c) tinha uma sociedade baseada na tradição de culto aos antepassados e todos os romanos</p><p>tinham sua terra e um lugar para cultuar seus entes.</p><p>d) vivia sobre uma constante tensão social em função do apoio irrestrito dos pobres aos</p><p>militares, já que estes garantiam ao povo a propriedade da terra, mesmo a contragosto dos</p><p>latifundiários.</p><p>Comentários</p><p>O texto de Plutarco remete às consequências sociais da expansão romana ocorrida durante a</p><p>República, 509-27 a.C. Em decorrência desta expansão, inúmeras transformações ocorreram na</p><p>sociedade. Dentre elas, o aumento da desigualdade social. As terras conquistadas pelos exércitos</p><p>formados por plebeus tonaram-se propriedades públicas, ou seja, do Estado. Dessa forma,</p><p>embora responsável pela sustentação material do Estado, o homem humilde e pobre foi o maior</p><p>prejudicado com esta expansão. Confirma-se essa percepção no seguinte trecho: “Eles combatem</p><p>e morrem para alimentar a opulência e o luxo de outros (...)”.</p><p>Diante disso, o gabarito é a alternativa A. Vamos ver o que está errado nas demais.</p><p>B - a parte “organização social baseada numa justa distribuição da riqueza” invalida essa</p><p>alterantiva, pois a sociedade</p><p>romana possuía desigualdade social.</p><p>C – o trecho “todos os romanos tinham sua terra” deixa a alternativa errada, pois, como vimos, as</p><p>terras conquistas em guerras ficavam, em sua maioria, com o Estado. Além disso, os patrícios eram</p><p>grandes proprietários de terra.</p><p>D – a parte da frase que sugere que o povo tinha propriedade de terra está errada.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE - 2015)</p><p>O episódio da violência exercida por Sexto Tarquínio contra Lucrécia, mulher de Colatino,</p><p>um dos nobres romanos, narra e celebra em tom comemorativo “a expulsão dos Tarquínios”</p><p>como a libertação da tirania. Este evento marca</p><p>A) o fim da Monarquia em Roma.</p><p>B) o início da estrutura gentílica romana.</p><p>C) o estabelecimento das leis das XII Tábuas.</p><p>D) a guerra contra os samnitas e o domínio da Itália central.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>105</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Comentários</p><p>Essa questão aborda um período de transição política em Roma. A Monarquia entrou em</p><p>decadência porque alguns reis etruscos se sobrepuseram política e militarmente ao Senado e aos</p><p>patrícios. O último rei foi Tarquínio, o Soberbo, mencionado no enunciado. Ele foi deposto em</p><p>509 a.C. por uma insurreição de patrícios que o acusaram, dentre outros, de desrespeitar a</p><p>aristocracia patrícia. Nesse processo, a Monarquia foi abolida e o SENADO passou a ser o Poder</p><p>Supremo em Roma.</p><p>Com isso, passamos a adentrar um período que chamamos de República Romana. Dessa</p><p>forma, vamos as alternativas:</p><p>A) Correto, como falado nos comentários, o episódio narra a destituição do último rei de Roma, e</p><p>a passagem da Monarquia para a República.</p><p>B) Incorreto, as estruturas gentílicas romanas se transformaram diante do período republicano e</p><p>o aumento de poder do Senado. Porém, os líderes dessas comunidades continuaram sendo</p><p>influentes na sociedade.</p><p>C) Incorreto. As “Leis das XII Tábuas”, trata-se da publicação de normais que, até 451 a. C., eram</p><p>de conhecimento dos patrícios. A publicação foi uma exigência dos plebeus, com destaque para</p><p>o plebeu Terentílio. A Lei das Doze Tábuas reúne sistematicamente todo o direito que era</p><p>praticado na época. Contém uma série de definições sobre direitos privados e procedimentos,</p><p>considerando a família e rituais para negócios formais. Não tem a ver com o acontecimento.</p><p>D) Incorreto. O domínio da Itália central já tinha ocorrido bem antes desse período, quando Roma</p><p>começa expandir seus territórios.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE - 2014)</p><p>“[...] com seus 10 a 15 mil habitantes, a Pompeia dos anos 70 d.C. apresentava-se como uma</p><p>cidadezinha provinciana enriquecida. Possuía uma agricultura desenvolvida, que alguns</p><p>autores consideram capitalista devido à sua orientação para o mercado. No campo,</p><p>predominavam fazenda escravistas voltadas para a produção de mercadorias, trigo, azeite e,</p><p>principalmente, vinhos de diversas qualidades: populares, aromatizados, para aperitivo,</p><p>medicinais, para citar apenas alguns. A criação de gado e a floricultura também eram</p><p>praticadas no campo. As principais manufaturas encontravam-se concentradas no interior do</p><p>recinto urbano: fábricas de cerâmica, construção civil, tinturarias, lavanderias, manufaturas</p><p>têxteis e de confecções, de conservas de peixe e panificadoras. Embora não possamos falar</p><p>em revolução industrial, não cabe dúvida que a urbanização ligava-se ao papel articulador</p><p>do mercado numa economia baseada no consumo de massa.”</p><p>FUNARI, Pedro Paulo A. A vida quotidiana na Roma antiga. São Paulo: Annablume, 2003.</p><p>p.54-55.</p><p>No fragmento acima, Pedro Paulo de Abreu Funari se refere a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>106</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>A) uma cidade medieval que vivenciou o lento processo de transição da economia rural e</p><p>agrícola do feudalismo para uma economia urbana e mercantil da modernidade.</p><p>B) uma cidade romana que viveu o seu apogeu no período do Império, com grande pujança</p><p>econômica e desenvolvimento urbano grandioso, até sua destituição pela erupção vulcânica</p><p>do monte Vesúvio.</p><p>C) uma colônia inglesa na América que se desenvolveu autonomamente em relação a sua</p><p>metrópole, praticando comércio com áreas vizinhas e diversificando suas atividades</p><p>econômicas.</p><p>D) uma cidade europeia que teve seu desenvolvimento econômico ligado ao processo de</p><p>industrialização de manufaturas têxteis e de confecções desenvolvidas a partir da evolução</p><p>técnica oportunizada pela revolução industrial moderna.</p><p>Comentários</p><p>A cidade de Pompeia fazia parte dos territórios romanos durante o período mencionado</p><p>pelo autor. Ela foi uma cidade de enorme enriquecimento como abordado no excerto, porém teve</p><p>seu desenvolvimento freado devido a uma enorme erupção em um vulcão próximo ao local.</p><p>Achados arqueológicos intactos foram encontrados nas proximidades dessa área e comprovam</p><p>muito do que autores antigos falam sobre essa cidade.</p><p>Exposto isso, passamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. O momento mencionado não se trata da época medieval.</p><p>B) Correto. Como aborda Funari, era uma região de riquíssimo desenvolvimento econômico e</p><p>cultural, porém um acidente natural causou a morte da maioria de sua população.</p><p>C) Incorreto. Não se trata do período abordado do texto.</p><p>D) Incorreto, pois a cronologia histórica está dentro da Idade Antiga e a industrialização como</p><p>conhecimentos se início a partir do século XVIII.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE - 2012)</p><p>As Guerras Púnicas foram uma série de combates entre Roma e Cartago entre o III e o II</p><p>séculos a.C.; receberam esse nome, porque os romanos chamavam os cartagineses de</p><p>púnicos. Tiveram importância significativa na história de Roma e do mundo antigo, porque</p><p>A) Roma não superou várias derrotas para Aníbal.</p><p>B) o embate entre Roma e Cartago durou muito tempo, mais de um século.</p><p>C) após a vitória, Roma entrou em contato com diversas civilizações e adquiriu maior</p><p>progresso.</p><p>D) Roma se afirmou como primeira potência e dominou política e culturalmente os povos do</p><p>Mediterrâneo.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>107</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Essas guerras foram de extrema importância para as legiões romanas, visto que a partir da</p><p>derrota dos cartaginenses, Roma emendou uma série de vitórias militares por toda a região</p><p>Mediterrânica e passou a dominar esse mar e a influenciar os povos que ali viviam.</p><p>Dessa forma, olhemos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. Os romanos superaram o principal líder de Cartago, o Comandante Aníbal, e</p><p>impuseram uma derrota dolorosa aos cartagineses, que tiveram muitos de seus povos</p><p>escravizados por Roma.</p><p>B) Incorreto. As guerras púnicas duraram exatamente um século, não mais que isso.</p><p>C) Incorreto. A noção de progresso era diferente, e Roma passou a ter mais contato com outros</p><p>povos, impondo sua cultura a esses.</p><p>D) Correto. Os romanos após as guerras púnicas se afirmaram como a principal potência da região</p><p>e dominaram vários povos indo da Península Ibérica até o Mediterrâneo Oriental.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE 2012)</p><p>Os séculos III e IV d.C. marcaram uma transformação decisiva na história romana. Durante</p><p>esse período começou a maturação de elementos da crise política, econômica e demográfica</p><p>que modificaram, profundamente, o quadro da sociedade imperial e determinaram o seu</p><p>fim.</p><p>Com relação ao término do império romano do ocidente, considere os seguintes fatores:</p><p>I. Impulso de populações estrangeiras que avançavam as fronteiras do norte e do leste que</p><p>nem sempre o exército conseguia combater.</p><p>II. Devastações, peste, empobrecimento da população, concentração de riquezas nas mãos</p><p>de poucos e mudança no poder político-social.</p><p>III. Solução dada por Diocleciano e Constantino aos problemas estruturais, com a imposição</p><p>do cristianismo como religião oficial do império.</p><p>IV. Concessão de direitos civis a todos os habitantes do império para conter a crise moral.</p><p>Está correto o contido em</p><p>A) I, III e IV apenas.</p><p>B) I e II</p><p>apenas.</p><p>C) II, III e IV apenas.</p><p>D) I, II, III e IV.</p><p>Comentários</p><p>Para entendermos o que causou a crise no Império Romano precisamos entender o</p><p>principal motivo para que isso tenha ocorrido. Por volta do século II d.C. o Império se encontrava</p><p>no máximo de sua expansão política, e de acordo com o historiador Perry Anderson, houve uma</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>108</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>provincianização do poder. Os territórios muito extensos eram difíceis de serem controlados por</p><p>um Imperador, então muitos grupos passaram a ter o poder político e econômico de determinadas</p><p>regiões. Também houve o aumento significativo da sociedade romana, porém muitos eram</p><p>impossibilitados de participar politicamente. Diante disso surgiram dois movimentos, um primeiro</p><p>foi do Imperador Caracala de conceder cidadania a todos os habitantes livres do Império, e anos</p><p>depois Trajano fechou as fronteiras. Essa medida, porém, desencadeou anos depois uma crise no</p><p>sistema escravista romano (principal engrenagem da sociedade romana), e por consequência uma</p><p>crise econômica também. Isso trouxe pestes, pobreza, concentração de riquezas, devastações e</p><p>pouca estabilidade social. Outros povos passaram a adentrar nas fronteiras romanas e o Império</p><p>começou a se enfraquecer.</p><p>Diante disso analisemos as IV afirmativas:</p><p>I. Correto, com as crises escravistas, sociais e econômicas, Roma passou a não ter mais controle</p><p>sobre suas fronteiras, permitindo que mais povos entrassem em seus domínios.</p><p>II. Correto. As crises econômicas e sociais trouxeram todos esses fatores evidenciados nos</p><p>comentários.</p><p>III. Incorreto. Esses governantes não foram os responsáveis por impor o cristianismo como a</p><p>religião oficial do Império.</p><p>IV. Incorreto. A concessão de direitos civis foi dada só aos homens livres, e não todos os habitantes</p><p>do Império.</p><p>Portanto, a resposta correta é a letra B.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE - 2010)</p><p>Constantino é considerado por inúmeros historiadores o último grande imperador romano,</p><p>ascendeu ao poder após derrotar seu rival Maxêncio na batalha de Ponte Milvio em Roma</p><p>(312) e a sua atuação política influenciou de modo determinante a história sucessiva.</p><p>Sobre as ações políticas de Constantino é correto afirmar</p><p>A) aumentou o exército romano e tornou o Cristianismo a religião oficial do Estado.</p><p>B) se auto proclamou imperador absoluto e papa, presenteou o exército com ricas doações.</p><p>C) dividiu o exército com um número maior de legiões e concedeu à Igreja cristã muitos</p><p>poderes.</p><p>D) reorganizou o exército e concedeu aos cristãos liberdade de culto.</p><p>Comentários</p><p>O imperador Constantino foi um exímio líder político e militar, em meio a crise do Período</p><p>Imperial. Entre seus principais feitos estão conceder liberdade de culto aos cristãos e mudar a</p><p>capital do Império de Roma para Bizâncio, batizando a cidade com seu nome, passando a se</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>109</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>chamar Constantinopla. Assim, deslocou boa parte do exército para a área continental do Império,</p><p>aprofundando a crise na parte ocidental.</p><p>Com base nisso, passamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto, ele não foi o imperador responsável por decretar o cristianismo como a religião oficial</p><p>do Estado Romano.</p><p>B) Incorreto, nessa época de crise, ele tinha menos poder do que gostaria, e fez mudanças</p><p>estruturais do poder romano para se perpetuar no poder, não tendo relação com Papa e com</p><p>doações ao exército.</p><p>C) Incorreto. Não dividiu o exército e não concedeu inúmeros poderes a igreja cristã, só a aceitou</p><p>em seus territórios.</p><p>D) Correto, reorganizou os exércitos em torno da nova capital do Império, Constantinopla e</p><p>concedeu liberdade aos cristãos como mencionado nos comentários.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE - 2010)</p><p>Entre os séculos VI e VIII, passaram a figurar no contexto histórico da Europa povos que até</p><p>então estavam às margens, que eram conhecidos como “bárbaros”: germanos, francos,</p><p>godos, lombardos, hunos etc. Estes povos consolidaram seu poder e formaram reinos</p><p>independentes, dando início a uma nova fase da história do mundo ocidental. Assinale a</p><p>afirmação verdadeira.</p><p>A) o termo “bárbaro” era utilizado para reconhecer e glorificar aqueles povos que</p><p>negociaram com os romanos e alternaram, com estes, a posição de poder.</p><p>B) A palavra “bárbaro” era empregada por gregos e romanos para delimitar o que para eles</p><p>significava povos não civilizados.</p><p>C) Os diferentes povos, oriundos de locais geograficamente distantes, se autodenominação</p><p>bárbaros.</p><p>D A denominação “bárbaros” foi empregada especificamente pelos historiadores para</p><p>contrapor a “romanos”.</p><p>Comentários</p><p>O termo bárbaro, vem do grego antigo, e significava não grego. Porém com a expansão da cultura</p><p>romana, que está intrinsicamente ligada a cultura grega, os latinos passaram a usar essa</p><p>denominação também para todos os povos que não falavam latim. Assim, todos os povos que</p><p>viviam fora das fronteiras do império eram chamados de bárbaros.</p><p>Diante disso, olhemos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. Era geralmente um termo associado a povos não civilizados. Além disso, esses grupos</p><p>não alternavam o poder com os romanos, e sim eram subjugados.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>110</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>B) Correto, como falado acima, era um termo que tinha uma conotação preconceituosa de</p><p>incivilidade aos povos que não falavam grego e latim.</p><p>C) Incorreto, esse termo era somente utilizado para povos culturalmente não latinizados.</p><p>D) Incorreto, esse termo existe desde aquele tempo. Não foi uma palavra criado pelos</p><p>historiadores.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE 2007)</p><p>A história política da Roma antiga é dividida em três etapas: a Monarquia, a República e o</p><p>Império.</p><p>Sobre a participação dos plebeus no Regime Republicano, é correto afirmar:</p><p>a) a instalação da República foi um ato revolucionário dos plebeus, que afastaram os patrícios</p><p>do poder, criando a Assembleia Popular.</p><p>b) a criação da Assembleia da Plebe resultou da resistência dos plebeus contra o controle</p><p>do poder político republicano nas mãos dos patrícios.</p><p>c) o envolvimento da plebe na "res publica" (coisa pública) romana rompeu com a estrutura</p><p>social, afastando os patrícios do poder.</p><p>d) o controle do poder pelos plebeus, criando leis populares, justificou o apoio dos patrícios</p><p>à instalação do Império de Júlio César.</p><p>Comentários</p><p>Vamos analisar cada alternativa, pois a questão demanda um bom conhecimento sobre a história</p><p>romana.</p><p>A – Aqui precisamos saber como Roma saiu da fase monárquica e entrou na fase republicana. Para</p><p>nos ajudar, vamos lembrar de um trecho da aula:</p><p>A Monarquia entrou em decadência porque alguns reis etruscos se sobrepuseram</p><p>política e militarmente ao Senado e aos patrícios. O último rei foi Tarquínio, o Soberbo.</p><p>Ele foi deposto em 509 a.C. por uma insurreição de patrícios que o acusaram, dentre</p><p>outros, de desrespeitar a aristocracia patrícia. Nesse processo, a Monarquia foi abolida</p><p>e o SENADO passou a ser o Poder Supremo em Roma.</p><p>Repare, então, que foram os patrícios que instalaram a República e não “um ato revolucionário</p><p>dos plebeus” como afirma a alternativa. Por isso, a letra A está errada.</p><p>B – De acordo com a parte teórica do livro digital, explique que, em 494 a.C., portanto 15 anos</p><p>após a queda da monarquia, os plebeus fizeram uma espécie de greve (paralisação coletiva de</p><p>atividade profissional). Essa mobilização ficou conhecida como Revolta do Monte Sagrado. Todos</p><p>os plebeus saíram da cidade deixando-a desprotegida e desabastecida. Subiram uma montanha</p><p>chamada Monte Sagrado. De lá, emitiram exigências pedindo ampliação na participação política</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>111</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>dos plebeus nas instituições políticas da República. Caso não fossem atendidos, construiriam uma</p><p>nova</p><p>cidade.</p><p>O desfecho desse conflito foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE.</p><p>Assim como na Revolta do Monte Sagrado, em diversos outros momentos, alguns mais tensos e</p><p>outros menos, houve Revoltas Plebeias contrárias ao controle do poder político dos patrícios.</p><p>Diante disso, a alternativa B está correta. Mas, atenção, você ainda não deve marcar o Gabarito e</p><p>passar para a próxima questão, pois tem que ter certeza de que as outras alternativas estão</p><p>erradas. OK?</p><p>C – a participação dos plebeus na vida política nem rompeu a estrutura social hierarquiza, em que</p><p>os patrícios estavam no topo da pirâmide, nem afastou os patrícios do poder.</p><p>D – a alternativa erra ao afirmar que o poder político passou a ser controlado pelos plebeus.</p><p>Houve, de fato, uma tensão fruto da participação dos plebeus na política, fato que contribuiu para</p><p>a crise da República. Mas, isso não significou que eles dominaram a política.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UVA 2019)</p><p>Os gladiadores ficaram famosos por seus sangrentos combates nos circos romanos. Durante</p><p>o Império Romano, esses violentos espetáculos faziam parte de uma política que recebeu o</p><p>nome de Pão e Circo. (Divalte, 2011).</p><p>Essa política, de que fala a citação, ainda é muito recorrente nos nossos dias. Identifique a</p><p>alternativa que melhor caracteriza essa prática romana:</p><p>A) Foi uma política cultural romana voltada para a valorização da atividade circense.</p><p>B) Foi uma política pública romana que objetivava amenizar as desigualdades sociais,</p><p>distribuindo alimento (trigo) e lazer gratuito para as camadas populares.</p><p>C) Foi uma estratégia política dos líderes romanos para conter as revoltas sociais, distribuindo</p><p>alimento (trigo) e lazer gratuito para as camadas populares.</p><p>D) Foi uma prática de distribuição de alimentos durante os eventos culturais muito recorrente</p><p>no cotidiano romano.</p><p>Comentários</p><p>Um dos primeiro Imperadores de Roma foi Otávio Augustus. Sua política foi conhecida como</p><p>Pax Romana, pois ele iniciou o período da paz em Roma. Ele se dedicou a implantar uma política</p><p>de administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o aprimoramento do</p><p>controle das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação e para o sucesso</p><p>de Roma. As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo,</p><p>atingiram uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio</p><p>foi criar uma burocracia administrativa, com critério censitário. Ele também implementou a</p><p>medida mencionada no enunciado, como uma forma de atenuar as amplas tensões sociais que</p><p>dominavam Roma e outras cidades do Império, visto que o Império havia se expandido muito.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>112</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Portanto o “Pão e circo” foi uma política de distribuição do trigo e ampliação de espetáculos de</p><p>jogos, disputas e combates entre gladiadores. Essa era uma tentativa de despolitização e</p><p>manobra dos poderosos para afastar os plebeus e as pessoas empobrecidas das questões</p><p>políticas.</p><p>Assim, passamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto, foi uma estratégia política para tirar o foco da população de questões mais</p><p>importantes como participação política e distribuição de renda.</p><p>B) Incorreto, parece uma medida social, porém enquanto isso o Imperador garantia a</p><p>manutenção dos privilégios das classes ricas patrícias.</p><p>C) Correto, como exposto foi uma forma de desviar o foco da população para questões mais</p><p>importantes. Em troca disso foi oferecido lazer gratuito e comida para os cidadãos da plebe.</p><p>D) Incorreto. Essa política não era recorrente até então, e só existiu durante a Pax Romana.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA 2017)</p><p>Roma foi a sede de um poderoso Império. Mas decaiu com o correr do tempo. No ano 476,</p><p>um povo estrangeiro, a quem os romanos chamavam de bárbaro, a conquistou. Este</p><p>acontecimento marcou o:</p><p>A) início da Idade Antiga.</p><p>B) início da Idade Média.</p><p>C) fim da Idade Média.</p><p>D) início da Idade Moderna.</p><p>Comentários</p><p>Ao final da do século V, o Império Romano estava completamente transformado, com a ocupação</p><p>dos territórios por diversos povos germânicos, os romanos já não possuíam o poder político e</p><p>econômico que tinham em anos atrás. A civilização romana prosperava no Oriente, porém no</p><p>Ocidente, diversas crises sociais, econômicas e políticas marcavam a desintegração de suas áreas.</p><p>Entre os séculos III e V, a crise escravista e a insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram</p><p>o Império Romano mais vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se</p><p>a derrocada dos romanos, a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões</p><p>romanas. Vulnerável, a escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para</p><p>enfraquecer Roma. Além disso, a adoção do colonato e as invasões germânicas, contribuíram</p><p>decisivamente para o processo de ruralização da sociedade. As pessoas passaram a optar pela</p><p>vida no campo. O desfecho disso desemboca na ordem feudal. O ato final foi em 476 d.C., quando</p><p>um povo germânico, os hérulos, derrotou o último Imperador da Roma Ocidental: Rômulo</p><p>Augusto. Foi o fim da Antiguidade e início da Idade Média. Dessa forma, a resposta correta é a</p><p>letra B.</p><p>Gabarito: B</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>113</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>UVA (2017)</p><p>Calendário é sistema que estabelece um modo de conta o tempo. Diferentes povos criaram</p><p>calendários de acordo com seus conhecimentos, critérios e necessidades. Não se sabe</p><p>exatamente quando foi criado o primeiro calendário. O calendário que usamos tem como</p><p>ponto de referência o:</p><p>A) descobrimento do Brasil.</p><p>B) nascimento de Cristo.</p><p>C) aparecimento do homem.</p><p>D) aparecimento da escrita.</p><p>Comentários</p><p>Para entendermos o calendário atuais que é usado na maior parte do ocidente, precisamos</p><p>entender a religião cristã. Ela começou a se desenvolver na Palestina, uma província que passou</p><p>a ser ocupada pelos romanos a partir de 64 a.C. e governada por Herodes, o Grande. Nela nasceu</p><p>um homem chamado Jesus Cristo, que diziam ser o filho de Deus. Ele pregava o monoteísmo e</p><p>era contra as crenças religiosas romanas, em um tempo em que o Imperador era Otávio Augusto.</p><p>Tempos depois de sua morte, com a expansão e crescimento do cristianismo, a religião cristã</p><p>passou a ser a oficial do Império e a data do nascimento de Jesus foi assumida como o ano Zero</p><p>do calendário cristão.</p><p>Dessa forma, vamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. O calendário como conhecemos passou a ser adotado pela Igreja e pelos povos</p><p>cristãos com base no nascimento de Cristo em não pelo descobrimento do Brasil.</p><p>B) Correto. Como abordado acima.</p><p>C) Incorreto. Até hoje não temos uma data exata para datar o aparecimento do homem e não é o</p><p>referencial do calendário.</p><p>D) Incorreto. O aparecimento da escrita é um marco para a divisão da História e da Pré-História,</p><p>e não do calendário ocidental.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UVA - 2014)</p><p>Na época da República Romana, a plebe passou a exigir direitos políticos, sociais e religiosos.</p><p>Resultou daí uma luta entre as classes sociais romanas.</p><p>Assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>A) A luta entre o povo e a aristocracia senatorial resultou na morte dos irmãos Graco.</p><p>B) O período inicial da República Romana foi marcado pelos conflitos entre patrícios e</p><p>plebeus.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>114</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>C) A Lei das Dozes Tábuas não era uma carta de liberdades populares, mas a consolidação</p><p>dos antigos costumes como a prisão por dívida.</p><p>D) Constantemente os plebeus eram vítimas dos processos judiciais, pois estavam à mercê</p><p>dos cônsules que interpretavam a lei.</p><p>Comentários</p><p>Durante o tempo de expansão militar na República Romana, enquanto as instituições eram</p><p>aperfeiçoadas, as crises políticas internas entre patrícios e plebeus se aprofundavam. Isso gerou</p><p>enormes tensões sociais</p><p>a partir do momento que o enorme número de escravos por dívidas, as</p><p>concentrações fundiárias e as enormes quantidades de populações plebeias ociosas, reivindicaram</p><p>direitos políticos. Isso gerou revoltas e brigas, que culminaram em diversas reformas políticas a</p><p>fim de contornar o caos social que o Império enfrentava.</p><p>Nesse sentido, estão as questões:</p><p>A) Correto, os irmãos Graco, Tibério e Caio, eleitos como tribunos da Plebe sofreram várias</p><p>tentativas de assassinatos pelos seus opositores, sendo os dois assassinados por outros senadores.</p><p>B) Correto. Diversos embates entre essas duas classes fizeram surgir na República romana o cargo</p><p>de tribuno da Plebe para representar os anseios da população plebeia no Senado Romano.</p><p>C) Incorreto. As “Leis das XII Tábuas”, reúne sistematicamente todo o direito que era praticado</p><p>na época. Contém uma série de definições sobre direitos privados e procedimentos, considerando</p><p>a família e rituais para negócios formais.</p><p>D) Correto. Isso porque o direito era oral e baseado nas tradições populares. Assim, havia</p><p>situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e dos poderes das pessoas</p><p>envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser escritas. Foi feita a compilação e</p><p>harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa situação possibilitou que as leis se tornassem</p><p>mais acessíveis a parcelas mais amplas da população.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA - 2014)</p><p>Tendo como figura central Jesus Cristo, o cristianismo começou a ser pregado na época de</p><p>Tibério. Combatido tenazmente pelo Império romano, sofreu violentas perseguições.</p><p>Obtendo liberdade pelo Édito de Milão, em 313, veio a se tornar religião oficial do Estado</p><p>no governo de:</p><p>A) Constantino.</p><p>B) Diocleciano.</p><p>C) Teodósio.</p><p>D) Nero.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>115</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>No início do cristianismo, com ênfase no século II, a religião se desenvolveu gradualmente,</p><p>penetrou vastas camadas da sociedade e até mesmo as fileiras do exército romano. Mas, no século</p><p>III, os Imperadores Maximino, Décio e Valeriano declararam guerra ao cristianismo. Dentre as</p><p>motivações políticas para vetar o cristianismo nos territórios romanos estava a pregação cristã</p><p>contra a escravidão. Ou seja, o cristianismo passou a questionar uma base estrutural do sistema</p><p>econômico romano. Repare que esse elemento da crítica cristã é um dos pontos de encontro com</p><p>o período de crise e decadência de Roma. Apesar da perseguição do século III, ocorreu que o</p><p>cristianismo cresceu e alguns governantes romanos calcularam que mais valeria a pena aliar-se a</p><p>ele do que o combatê-lo. Além disso, a crise do Império no final do século III exigia novas formas</p><p>de controle da população. Por isso, no ano de 313 d.C., o Imperador Romano Constantino se</p><p>converteu ao cristianismo e publicou o Édito de Milão. Em 325 d.C. Constantino promoveu o</p><p>Concílio de Nicéia. Uma reunião para definir quais seriam as crenças e as condutas dos cidadãos</p><p>romanos. Nesse cenário de reconhecimento do cristianismo, ele concedeu direito de culto aos</p><p>cristãos no Império e no ano de 380 d.C., o Imperador Teodósio, por meio do Édito de</p><p>Tessalônica, declarou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano. Com base nisso,</p><p>portanto a resposta correta é a letra C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA - 2010)</p><p>A sociedade romana, durante a República, caracterizou-se:</p><p>A) pelo domínio político-social dos sacerdotes.</p><p>B) como uma sociedade de castas, isentas de mobilidade social,</p><p>C) pela conquista de direitos políticos, jurídicos e religiosos por parte dos plebeus.</p><p>D) pelo desaparecimento da escravidão.</p><p>Comentários</p><p>Essa questão aborda uma das principais características da República Romana: as lutas sociais e</p><p>conquistas da Plebe. As desigualdades econômicas e políticas entre patrícios e plebeus causavam</p><p>uma situação tensa em Roma. Apesar de o poder não estar completamente concentrado no grupo</p><p>dos patrícios, estes detinham diversos privilégios não acessíveis aos plebeus. Perry Anderson</p><p>afirma que a estrutura de poder não era exatamente oligárquica na forma - em relação às</p><p>instituições - e sim profundamente aristocrática no conteúdo das leis e da política, “pois atrás dela</p><p>configura-se uma estratificação econômica da sociedade romana de ordem bastante diversa”</p><p>(1989, p. 56).</p><p>Portanto, por mais que houvesse previsão para participação política de diferentes grupos sociais,</p><p>a questão da desigualdade social impactava a disputa equilibrada de interesses. Assim, patrícios</p><p>conseguiam continuar aprovando leis que os beneficiavam. Um exemplo disso é a existência da</p><p>escravidão por dívidas, até 326 a.C., que assolava o plebeu mais empobrecido. Na ampla maioria</p><p>das vezes essas dívidas eram contraídas com os patrícios. Contudo, o funcionamento e a proteção</p><p>militar da cidade dependiam dos plebeus, já que eles garantiam a superioridade numérica das</p><p>forças militares em Roma. Por isso, nas primeiras décadas republicanas, nesse contexto</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>116</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>conflituoso, os plebeus foram percebendo sua importância para a cidade e iniciaram uma série de</p><p>lutas sociais e políticas que durariam mais de cem anos.</p><p>O desfecho desses conflitos foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE. Esse era um cargo no</p><p>SENADO a ser ocupado por um Plebeu, eleito entre eles. Até antes as Revoltas, no Senado só</p><p>podiam participar os patrícios. Com a criação do Tribuno da Plebe se surgiu uma resistência contra</p><p>a classe patrícia. Mesmo assim, em diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos,</p><p>houve Revoltas Plebeias.</p><p>Diante disso, vamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. Os sacerdotes não eram os mais poderosos durante a República, e sim os senadores,</p><p>em especifico os cônsules.</p><p>B) Incorreto. As classes sociais romanas poderiam ascender socialmente dependendo de qual</p><p>grupo pertencia. Porém os escravos eram os que tinham mais dificuldade para conquistar essa</p><p>mobilidade.</p><p>C) Correto, como dissertado nos comentários, esse período marcou diversos embates em torno</p><p>de busca de direitos civis na sociedade romana.</p><p>D) Incorreto. a escravidão foi a base da vida em Roma.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA - 2010)</p><p>O desaparecimento do Império Romano, no século V, um dos mais colossais que a História já</p><p>presenciou, suscita uma série de debates e dúvidas:</p><p>Muitas razões contribuíram para o esfacelamento do Império Romano. Entre elas podemos citar:</p><p>A) o enfraquecimento do governo, provocado pelas lutas pelo poder.</p><p>B) a concentração em mãos dos patrícios dos direitos religiosos, políticos e jurídicos.</p><p>C) a ideia de autoridade absoluta de Estado.</p><p>D) a aplicação dos jus civile a todas as populações do Império.</p><p>Comentários</p><p>Essa questão aborda um problema enfrentado pelos romanos a partir do século III. O fechamento</p><p>das fronteiras e o fim da política de expansão territorial foi consequência de dificuldades militares</p><p>e econômicas para manter o império, bem como sua vastíssima extensão e a pressão de forças</p><p>políticas exteriores à Capital. Portanto, podemos pensar que o modelo expansionista havia</p><p>chegado ao seu esgotamento. Contudo, o sistema romano era alimentado pelos despojos dessas</p><p>conquistas, que não haveria mais de abastecer Roma. Isso gerou consequências que aceleraram a</p><p>desintegração política, econômica e social do Império Romano.</p><p>A principal consequência do fim da expansão foi uma crise do sistema escravistas. Foram 700 anos</p><p>utilizando a mão de obra escrava para sustentar a economia. A dependência que a estrutura</p><p>produtiva adquiriu desse tipo de mão de obra fez com que todos os setores sentissem as</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>117</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>consequências da diminuição do número de escravos e o consequente aumento do custo pela sua</p><p>aquisição. Essa situação gerou insuficiência produtiva, aumento do custo dos</p><p>produtos e, assim,</p><p>do custo de vida nas cidades. Portanto, podemos afirmar que a crise do sistema escravista gerou</p><p>uma crise econômica.</p><p>Esse cenário também enfraqueceu o poderio econômico do estado romano que se sustentava,</p><p>por meio dos impostos cobrados dos cidadãos. Assim, com o fim das invasões, a preocupação do</p><p>governo foi fortalecer a fronteira para garantir a segurança do Império. Mas, para isso, era</p><p>fundamental ter um grande, bom e equipado exército, mas não havia como tê-lo uma vez que o</p><p>estado estava cada vez menos monetizado. Acrescenta-se que, essa situação com a manutenção</p><p>do exército se aplicava às demais estruturas político-administrativas do Império. Portanto, havia</p><p>uma crise de sistema político e da capacidade de manter a governabilidade do vasto império. Isso</p><p>gerou nos anos seguintes o ingresso de povos germânicos em territórios romanos aumentou ainda</p><p>mais a crise política em Roma.</p><p>Com base nisso, portanto, passamos as questões:</p><p>A) Correto. As brigas de poder político causaram tumulto e mais problemas para o Império,</p><p>chegando a um ponto que o Imperador já não havia mais poder para nada.</p><p>B) Incorreto. A concentração de poder já não estava na mão dos patrícios naquele momento.</p><p>Diversos grupos acabaram por ganhar direitos. O Império estava se esfacelando.</p><p>C) Incorreto. O Estado Romano estava frágil sua autoridade de outrora já era questionado por</p><p>grupos não latinos.</p><p>D) Incorreto. Não foi toda a população que ganhou direitos políticos no Império. Os escravos</p><p>permaneceram sem direitos.</p><p>Gabarito: A</p><p>(PUCRS/2018)</p><p>Com relação às regiões do Império Romano assinaladas no mapa, considere as afirmativas a</p><p>seguir.</p><p>.</p><p>I. A região 1 era a que apresentava a</p><p>maior concentração populacional</p><p>durante a pax romana, período</p><p>marcado pela edificação de obras</p><p>monumentais nas cidades.</p><p>II. A região 2 era dominada pelos</p><p>pastores e agricultores que</p><p>constituíam os povos germanos,</p><p>sendo ainda hoje uma área de</p><p>planície agricultável integrada, desde</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>118</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>1992, pelo sistema Reno-Meno-Danúbio, que liga o Mar Negro ao Mar do Norte.</p><p>III. A região 3, de clima mediterrâneo, corresponde ao Magreb – que se estende da atual</p><p>Líbia, a oeste, ao Egito, a leste – e se caracterizou pela produção de cereais, especialmente</p><p>trigo, durante o Império Romano, sendo que hoje se caracteriza pelo cultivo de videiras e</p><p>oliveiras.</p><p>IV. As regiões 1 e 3, por apresentarem grande diversidade climática e de solo, favoreceram,</p><p>durante os séculos I e II d.C., a obtenção de diversos insumos, como metais e tecidos, que</p><p>circulavam pelo Império Romano por meio do comércio marítimo e terrestre.</p><p>Estão corretas apenas as afirmativas</p><p>a) I e III.</p><p>b) II e IV.</p><p>c) I, II e IV.</p><p>d) II, III e IV.</p><p>Comentários</p><p>O item III contém um erro de localização geográfica, pois o Magreb fica na porção ocidental norte</p><p>do continente africano, diferente do apontado no mapa do enunciado da questão. Dá uma</p><p>conferida:</p><p>Repare que o Magreb é formado por Marrocos, Tunísia, Argélia, Mauritânia e Saara Ocidental.</p><p>Os demais itens estão corretos.</p><p>I – é a indicação da cidade de Roma, o principal centro urbano do domínio imperial romano. Em</p><p>Roma viviam mais de 1.200.000 pessoas e na Península Itálica toda, por volta de 7.500.000</p><p>pessoas.</p><p>II – indica corretamente a localização dos povos germânicos. Lembre-se de que as invasões</p><p>bárbaras possuem origem a partir daí. Repare, também, que há uma espécie de limite fronteiriço.</p><p>IV – a afirmação destaca o papel do comércio a partir das duas principais regiões que mantinham</p><p>relações comerciais.</p><p>Gabarito: C</p><p>(PUCSP/2018)</p><p>Considere os textos abaixo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>119</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>“[...] Amúlio expulsa seu irmão e apodera-se do trono. Depois deste crime, cometeu outro:</p><p>ele extermina todos os filhos varões do irmão e, sob o pretexto de honrar sua sobrinha Réia</p><p>Sílvia, colocando-a entre as vestais, ele tira toda a esperança de se tornar mãe condenando-</p><p>a à virgindade perpétua.</p><p>Mas acredito que o destino estava encarregado da fundação de uma cidade tão poderosa:</p><p>era a ele que cabia lançar os alicerces deste vasto império que iguala o dos deuses. [...]”</p><p>Tito Livio – História de Roma, livro I, p.10. - Texto traduzido e adaptado de TITO LÍVIO.</p><p>Historia de Roma desde su fundación. (Ab urbe condita).</p><p>http://historicodigital.com/download/tito%20livio%20i.pdf, acesso em 07/11/17</p><p>“Os romanos foram honrados em quase todas as nações: impuseram as leis da sua</p><p>hegemonia a muitos povos: hoje, as letras e a história celebram-nos em quase todas as raças.</p><p>Não têm motivo para queixar-se da justiça do Deus supremo e verdadeiro: eles receberam</p><p>sua recompensa...; os judeus, que tinham morto Cristo, foram justamente entregues aos</p><p>romanos, para a glória destes. Aqueles, que pelas suas virtudes, [...] procuraram e obtiveram</p><p>a glória terrestre deviam vencer aqueles que, com seus enormes vícios, mataram e recusaram</p><p>o dispensador da verdadeira glória e da Cidade Eterna.”</p><p>Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Livro V, cap. XVIII, p. 527. - Texto adaptado:</p><p>http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/Cidade-de-Deus-Agostinho.pdf. Acesso em</p><p>07/11/17</p><p>Os textos foram escritos por cidadãos romanos, em diferentes épocas, e tratam momentos</p><p>distintos da história de Roma. No entanto, eles concordam que:</p><p>a) a dominação militar de Roma sobre outros povos não seria duradoura.</p><p>b) o poder de Roma dependeu da conquista militar e da aceitação das leis.</p><p>c) a explicação para o imenso poderio romano é de ordem religiosa.</p><p>d) o crime e os vícios dos fundadores de Roma foram os fundamentos do império.</p><p>Comentários</p><p>O texto I apresenta conotações mitológicas e faz uma referência explícita a deuses. O texto II,</p><p>por sua vez, reforça o papel do cristianismo diante da história romana e reforça a existência de</p><p>um único Deus. O ponto comum entre os textos é a explicação religiosa para o sucesso de</p><p>Roma. Nesse sentido, o gabarito é a letra C.</p><p>a) não há essa premonição nos textos. O texto I, por exemplo, nem faz menções a conflitos</p><p>terrenos de caráter militar.</p><p>b) embora a afirmação faça sentidos, pois o Império romano exercia a dominação militar e</p><p>desenvolveu um corpo de leis, não dá para inferir essas informações dos dois textos do</p><p>enunciado.</p><p>c) Gabarito.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>120</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>d) Veja que há crime sim mencionado nos dois textos, porém não é possível falar em “vícios</p><p>dos fundadores”. Os textos não abordam “vícios”. Então, repare, caro e cara aluna, basta um</p><p>errinho para invalidar a alternativa.</p><p>Gabarito: C</p><p>(PUCSP/2017)</p><p>Sobre a criação da República Romana, em 509 a.C., é correto afirmar:</p><p>a) apesar do regime republicano, o Cônsul romano concentrava os poderes em suas mãos e</p><p>não precisava ouvir as Assembleia de patrícios para tomar decisões importantes.</p><p>b) o Estado romano passou a ser dirigido por dois Cônsules, que dividiam o poder com o</p><p>Senado e com a Assembleia Popular.</p><p>c) a República romana instalou, pela primeira vez na História, um regime representativo e</p><p>democrático, onde todos, sem distinção, poderiam participar de todos os órgãos de</p><p>governo.</p><p>d) o consulado e o senado eram formados por patrícios, mas a Assembleia Popular, órgão</p><p>mais importante e poderoso da República, era formado por todos, inclusive mulheres,</p><p>estrangeiros e escravos.</p><p>Comentário</p><p>Questão clássica sobre as</p><p>instituições romanas. Reveja o</p><p>Esquema:</p><p>➢ SENADO: Formado por</p><p>patrícios, com cargos vitalícios. Com</p><p>certeza, o órgão mais poderoso de</p><p>toda a história romana. Com</p><p>desigualdades, a depender do</p><p>momento, foi a instituição que</p><p>existiu na Monarquia, na República e</p><p>no Império.</p><p>➢ MAGISTRADO: Diversos cargos relacionados com a execução (olho: concepção diferente</p><p>do que é a magistratura hoje em</p><p>dia). Eram eleitos por patrícios e plebeus, contudo, o peso</p><p>do voto desses grupos sociais era censitário. Ou seja, os votos dos patrícios tinham maior</p><p>valor. O mais importante cargo da Magistratura era o consulado. Eram dois Cônsules.</p><p>➢ ASSEMBLEIA: A mais importante era Centuriata, responsável pela guerra e por escolher os</p><p>membros para os cargos da magistratura.</p><p>Quero que você saiba que esse novo arranjo político-institucional conformou a República – uma</p><p>nova maneira de organizar o poder na qual este era exercido por meio de instituições com o</p><p>objetivo de organizar a coisa pública – res-publica, em latim. Assim, o Senado, a Magistratura e as</p><p>In</p><p>st</p><p>it</p><p>u</p><p>iç</p><p>õ</p><p>es</p><p>ro</p><p>m</p><p>an</p><p>as</p><p>Senado</p><p>Magistrado</p><p>Assembleia</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>121</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Assembleias compunham essa nova estrutura de organização política-administrativa. Nesse</p><p>modelo não havia concentração de poder nas mãos de uma única pessoa.</p><p>Tendo em vista as informações acima, o item correto só pode ser o item B.</p><p>a) está errada porque, durante a República, o Senado foi uma instituição que funcionou com</p><p>destaque no arranjo de poder. As características suscitadas neste item rementem mais ao Império.</p><p>c) falso. Antes da República romana tivemos o modelo democrático grego.</p><p>d) há dois erros: um sobre o exagero destaque à Assembleia Popular, a qual não foi o órgão mais</p><p>importante da República; outro, sobre a participação dos escravos na Assembleia Popular, a qual</p><p>era composto por plebeus e mulheres não participavam.</p><p>Gabarito: B</p><p>(PUCRS/ 2016)</p><p>Considere as afirmativas sobre as reformas no Império Romano promovidas por Diocleciano</p><p>e seus sucessores, no século III d.C.</p><p>I. As reformas visavam enfrentar a grave crise econômica e política por que passava o</p><p>Império, reforçando a autoridade imperial e reestruturando o Estado por meio da</p><p>incorporação de concepções orientais às instituições romanas.</p><p>II. No período de Diocleciano, os exércitos imperiais foram drasticamente reduzidos,</p><p>restando a metade do número anterior de legiões, com o intuito de reforçar o poder civil,</p><p>concentrado na classe senatorial.</p><p>III. Durante o período, um grande número de estrangeiros, particularmente os germanos,</p><p>passou a ser admitido no exército romano, alguns dos quais chegando ao oficialato</p><p>profissional e compondo uma nova aristocracia provincial.</p><p>Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e III, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>Comentários</p><p>Inicialmente, lembre-se de que a ampliação e a consolidação do Império, o surgimento do</p><p>cristianismo, o esgotamento do modelo escravista e, por fim, a desagregação territorial com a</p><p>chegada de povos não-romanos fazem desse período de 501 anos bastante intenso para se</p><p>estudar. Nesse sentido, quero que tome nota da periodização que os estudiosos fazem acerca do</p><p>Império Romano:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>122</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Diante disso, as reformas de Diacleciano que são referidas no enunciado ocorreram no final</p><p>do Alto Império, pois o Imperador Diocleciano governou de 284-305 d.C. Neste contexto, o</p><p>Império estava em profunda crise econômica e política, fato que levou Diocleciano a elaborar</p><p>inúmeras reformas para reorganizar a administração do Império. Assim ele criou:</p><p>• uma política de descentralização militar e administrativa, com a incorporação de</p><p>“estrangeiros” às legiões;</p><p>• dividiu o império para facilitar a administração criando a Tetrarquia, ou seja, havia</p><p>imperadores que governavam 4 regiões administrativas. O lema era “dividir para</p><p>governar”.</p><p>• Reorganizou os conselhos imperiais.</p><p>• Separou o exército em tropas sedentárias e móveis. Incorporou ao exército romano</p><p>muitos bárbaros germanos.</p><p>• Reorganizou o sistema tributário. Para tentar controlar a crise inflacionária do</p><p>aumento acelerado do custo de vida impôs uma lei: Edito Máximo - Congelamento</p><p>do preço dos alimentos.</p><p>Gabarito: C</p><p>(PUCCAMP/2016)</p><p>Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como</p><p>crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou</p><p>pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos,</p><p>valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o</p><p>africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na</p><p>segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa,</p><p>destacaram em obras suas o tema da escravidão.</p><p>(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio.</p><p>São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)</p><p>Alto Império</p><p>(sec. I a.C- III</p><p>d.C)</p><p>CRISE DO</p><p>SÉCULO III</p><p>Baixo Império (sec.</p><p>III d.C - V d.C)</p><p>• FIM DO</p><p>IMPÉRIO</p><p>ROMANO</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>123</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>A escravidão, com características diferenciadas, também existiu na Roma Antiga, onde, a</p><p>partir do século IV a.C., houve a:</p><p>a) repulsa dos cidadãos romanos a escravos que não fossem de cor branca ou de regiões</p><p>diferentes da Europa, uma vez que outras raças eram consideradas bárbaras e não confiáveis.</p><p>b) ocorrência de grandes revoltas bem-sucedidas, integradas por escravos fugidos e ex-</p><p>escravos, a exemplo da liderada pelo gladiador Espártaco.</p><p>c) concentração de escravos nas colônias, uma vez que na capital, após a instituição do</p><p>Direito Romano, passaram a vigorar restrições a essa prática.</p><p>d) intensificação dos casos em que um plebeu se tornava escravo pelo não pagamento de</p><p>suas dívidas e impostos, apesar deste segmento social possuir alguns direitos políticos.</p><p>e) presença crescente de escravos provenientes do aprisionamento em guerras de conquista,</p><p>em virtude da expansão territorial.</p><p>Comentários</p><p>Veja que o Examinador só quis enrolar o candidato com o texto do enunciado. Era possível</p><p>ir direto ao assunto cobrado, sem a necessidade de você ler e, eventualmente, se embanana</p><p>todo. Aprenda essa, isso é uma tentativa de desvio de foco.</p><p>Bem, sobre a escravidão em Roma, os romanos praticavam o escravismo de guerra. Por</p><p>deste, a população dominada ao longo do processo de expansão era feita escrava. O número</p><p>de escravizados foi ampliado com a expansão dos territórios romanos, principalmente na</p><p>porção territorial do norte da África e Oriente. Os bárbaros também estavam submetidos à</p><p>escravização dos romanos. Por isso, a letra A está errada. Sem contar que essa alternativa</p><p>alega que os romanos tinham repulso a escravos “não-brancos”. Interessante essa questão,</p><p>pois o critério para a escravização não era racial, mas sim a partir das conquistas territoriais</p><p>e de guerra.</p><p>b) de fato ocorriam grandes revoltas, porém, Roma conseguiu sufocar boa parte delas,</p><p>principalmente a que é mencionada na alternativa, a Revolta de Spartacus, que ocorreu entre</p><p>os anos de 73 e 70 a.C. A maioria dos revoltosos foi morta e a parte pequena dos</p><p>sobreviventes foi crucificada ao longo da Via Áppia.</p><p>c) falsa a afirmação, pois em Roma também havia escravos para servir de mão de obra na</p><p>administração pública e na casa dos patrícios.</p><p>d) os escravos não tinham direitos políticos.</p><p>e) é o Gabarito.</p><p>Gabarito: E</p><p>(PUCCAMP/2016)</p><p>Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a</p><p>Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas</p><p>portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>124</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera tamen” (Liberdade, ainda que tardia), do</p><p>poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.</p><p>(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação.</p><p>São</p><p>Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261)</p><p>O texto, ao se referir ao poeta Virgílio, nos remete a um período da história da Roma Antiga:</p><p>o Império Romano. Durante esse período, foram características do Estado romano:</p><p>a) recuperação de antigas práticas do período anterior, como a escravidão em grande escala,</p><p>e o imperialismo econômico romano.</p><p>b) introdução de novos ideais baseados na economia de mercado, na condenação da guerra</p><p>e na valorização da democracia romana.</p><p>c) transformação da estrutura administrativa nas cidades, fragmentação dos latifúndios e</p><p>penetração dos bárbaros no Império.</p><p>d) centralização político-administrativa nas mãos do imperador, utilização da política do “pão</p><p>e circo” e adoção da Pax Romana.</p><p>e) participação de todos os cidadãos romanos nas instituições políticas, uma educação</p><p>humanista e conquista do Mediterrâneo.</p><p>Comentários</p><p>O império romano tem início com a tomada de poder por parte dos generais, os quais se</p><p>sagram, passando a controlar a política romana, inclusive o Senado. Durante o governo do</p><p>primeiro Imperador, Otário Augusto, a política do “pão e circo” e a pax romana se destacaram.</p><p>Além disso, ele se dedicou a implantar uma política de administração pública na vasta extensão</p><p>territorial, inclusive com o aprimoramento do controle das finanças. Essa era uma questão</p><p>fundamental para a consolidação e para o sucesso de Roma. As conquistas territoriais</p><p>anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo, atingiram uma dimensão difícil de</p><p>controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio foi criar uma burocracia</p><p>administrativa, com critério censitário. Com isso, ele atingia dois objetivos:</p><p>✓ aumentar o controle sobre o Império;</p><p>✓ garantir privilégios às classes sociais ricas (patrícios e nobilitas). Veja, querida e querido</p><p>aluno, ele ganhou muitos likes dessa galera que há muito se sentia desprestigiada por</p><p>generais plebeus ou com práticas de apelo aos plebeus revoltosos. Espertinho, né?</p><p>Assim, nosso gabarito é a letra D. Sobre as demais:</p><p>a) Olha que afirmação maldosa, pois Roma exerceu essa condição, porém, durante o próprio</p><p>Império. Anteriormente, reinou o período da República, no qual havia escravidão, mas não as</p><p>características de um Estado Imperialista.</p><p>b) Não, o Estado monopolizava a economia, a guerra fazia parte das estratégias de governo e a</p><p>democracia não foi valorizada, pois o Senado perdeu a importância.</p><p>c) errado, pois as grandes propriedades de terras foram mantidas e ampliadas durante o Império</p><p>Romano.</p><p>d) é o nosso Gabarito.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>125</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>e) falso, pois se o Senado passou a ser controlado, o que diremos dos demais cidadãos? Durante</p><p>o Império Romano prevaleceram práticas autoritárias de governo.</p><p>Gabarito: D</p><p>(PUCRS/2015)</p><p>Após o período das guerras civis que marcaram o final da República na Roma Antiga, o</p><p>principado de Otávio Augusto inaugurou o período imperial com uma série de reformas</p><p>administrativas, políticas e militares. Dentre tais reformas, NÃO é correto apontar</p><p>a) a profissionalização do exército, com a liberação dos camponeses do serviço militar.</p><p>b) a nomeação de funcionários remunerados para os cargos do sistema fiscal nas províncias.</p><p>c) extinção das principais instituições republicanas, como o Senado e o Tribunato da Plebe.</p><p>d) a abertura do acesso às magistraturas para membros de famílias provincianas.</p><p>e) a criação das províncias sob administração imperial nas fronteiras não pacificadas do</p><p>império.</p><p>Comentários</p><p>Embora enfraquecido, o Senado foi uma instituição que se manteve ativa durante os três períodos</p><p>da história Romana. Durante a aula, até sugeri que ele assumiu características de uma instituição</p><p>figurativa na fase do Império, pois passou a ser controlado e perdeu a importância política. Dessa</p><p>forma, nosso Gabarito é a alternativa C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIVESP/2020)</p><p>Construído com concreto e areia, o Coliseu é o maior anfiteatro já construído e está situado</p><p>a leste do Fórum Romano. A respeito do Império Romano, leia as afirmativas abaixo e dê</p><p>valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).</p><p>( ) Com a morte de Nero, sobreveio um ano de guerras civis, após o qual assumiu Vespasiano,</p><p>general da família dos Flávios. Teve início, então, o período de maior esplendor do Império</p><p>Romano.</p><p>( ) Com Vespasiano, novas cidades surgiram e o modo de vida romano passou a ser adotado</p><p>nas mais distantes províncias.</p><p>( ) O Império em sua fase de esplendor enfrentaria, sobretudo, problemas de outras</p><p>naturezas, como epidemias, incêndios e até a destruição da cidade de Pompeia em 79 d.C.</p><p>( ) As lutas de gladiadores, iniciadas durante a República, tornaram-se um evento</p><p>extremamente popular. Diversos anfiteatros, como o Coliseu, em Roma, foram construídos</p><p>em todo o Império para a realização desses espetáculos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>126</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>a) V, V, V, V</p><p>b) F, V, F, V</p><p>c) V, V, V, F</p><p>d) F, F, V, V</p><p>e) V, F, F, V</p><p>Comentários</p><p>A primeira e a segunda afirmações são V, conforme a seguinte passagem da aula:</p><p>“Após Otávio Augusto, que reinou até 14 d.C., outros imperadores assumiram o poder: Tibério</p><p>(14 a 37 d.C ); Calígula (37 a 41 d.C.); Nero (54 a 68 d.C.); Marco Aurélio e Trajano (161 a 192</p><p>d.C.). Os anos de 69 d.C. a 96 d.C. foram marcados por certa estabilidade, quando estiveram à</p><p>frente do Império membros da dinastia flaviana, que foi iniciada por Vespasiano (governo de 69 a</p><p>79 d.C). Esse período da dinastia flaviana ficou conhecido como a Idade do Ouro do Império</p><p>Romano. O período de relativa estabilidade e prosperidade chegou até o ano de 192 d.C, ao final</p><p>do governo de Trajano.</p><p>Nesse contexto, o estudioso inglês Perry Anderson afirma que houve um processo de</p><p>“provincialização” do poder central do Império (...)”</p><p>Na sequência, a terceira afirmação, também em torno do período da dinastia flaviana, afirma que</p><p>houve incidentes em Roma. De fato, a erupção do Vesúvio arrasou a cidade de Pompeia em 79 d.</p><p>C. Além disso, Tito, filho de Vespasiano, enfrentou problema de ordem social e natural. Seu</p><p>governo, que durou até 81 d. C, se deparou com: incêndio sobre Roma, a erupção do Vesúvio e</p><p>uma peste que castigou o Império Romano.</p><p>Por fim, a última frase também é V.</p><p>Gabarito: A</p><p>(PISM - MÓDULO I/2016)</p><p>Esse é um fragmento de uma obra produzida no século I a.C.:</p><p>“Os romanos apossavam-se de escravos através de procedimentos extremamente legítimos: ou</p><p>compravam do Estado aqueles que fossem vendidos “debaixo de lança” como parte do botim;</p><p>ou um general poderia permitir àqueles que fizessem prisioneiros de guerra conservá-los,</p><p>juntamente com o resto do produto do saque”.</p><p>Dionísio de Halicarnasso. História Antiga dos Romanos, IV, 24. - Citado em CARDOSO, C.</p><p>Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003. p. 141.</p><p>Em relação à escravidão na Roma antiga, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) Os escravos possuíam entre si uma forte identidade étnica e cultural, pois apresentavam uma</p><p>origem territorial africana única.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>127</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>b) O número de escravos diminuiu fortemente com o processo expansionista, pois havia a</p><p>prática de libertá-los em massa para que se tornassem soldados.</p><p>c) A utilização da mão de obra escrava dos derrotados de guerra foi ampliada com o término da</p><p>prática de escravizar indivíduos livres por dívidas.</p><p>d) Revoltas de escravos durante a crise republicana, como a liderada por Espártaco, se</p><p>caracterizaram por serem movimentos urbanos limitados à cidade de Roma.</p><p>e) A escravidão foi abolida em definitivo pelo Édito Máximo do imperador Otávio Augusto no</p><p>contexto em que o Cristianismo tornou-se a religião oficial.</p><p>Comentários</p><p>A mão de obra escrava</p><p>foi amplamente utilizada em Roma. Durante a monarquia, os</p><p>escravos eram, em sua enorme maioria, plebeus endividados. Os povos derrotados em</p><p>guerras também poderiam virar escravos, no entanto, encontravam-se em número</p><p>reduzido nesse momento. Em Em 326 a.C., com a criação da Lei de Poetélia, foi abolida a</p><p>escravização de plebeus por dívidas.</p><p>A partir da expansão territorial no século IV (sendo, portanto, no período republicano), a</p><p>prática de escravizar os povos conquistados se tornou comum, afinal, ocorriam muitas</p><p>guerras de conquistas. Assim o número de escravizados aumentou substancialmente. Com</p><p>isso, sabemos que a alternativa correta é letra C). Vejamos o que está errado nas demais:</p><p>A) Os escravizados não possuíam uma identidade étnica comum.</p><p>B) A expansão romana resultou em um enorme aumento da quantidade de escravizados.</p><p>D) Ocorreu uma série de revoltas de escravos, tanto nas cidades quanto no mundo rural.</p><p>E) Tudo errado aqui. Quando a escravidão por dívidas foi abolida, o cristianismo nem</p><p>existia em Roma. Tal religião só se tornou oficial do Império Romano no século IV.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UFPR/2019)</p><p>Leia o trecho abaixo, escrito por Agostinho de Hipona (354-430) em 410, sobre a devastação</p><p>de Roma:</p><p>Não, irmãos, não nego o que ocorreu em Roma. Coisas horríveis nos são anunciadas:</p><p>devastação, incêndios, rapinas, mortes e tormentos de homens. É verdade. Ouvimos muitos</p><p>relatos, gememos e muito choramos por tudo isso, não podemos consolar-nos ante tantas</p><p>desgraças que se abateram sobre a cidade.</p><p>Santo Agostinho. Sermão sobre a devastação de Roma. Tradução de Jean Lauand.</p><p>Disponível em: <http://www.hottopos.com/mp5/agostinho 1.htm#_ftn2>. Acesso em 11 de</p><p>agosto de 2018.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>128</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Considerando os conhecimentos sobre a história do Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.) e</p><p>as informações do trecho acima, assinale a alternativa que situa o contexto histórico em que</p><p>ocorreram os problemas relatados sobre Roma e a sua consequência para o Império, entre</p><p>os séculos IV e V.</p><p>a) Trata-se do contexto das invasões dos povos visigodos, sendo uma das causas do final do</p><p>Império Romano do Oriente.</p><p>b) Trata-se do contexto dos saques de povos vândalos, sendo uma das causas do final do</p><p>Sacro Império Romano-Germânico.</p><p>c) Trata-se do contexto das pilhagens de povos ostrogodos, sendo uma das causas do final</p><p>do Império Bizantino.</p><p>d) Trata-se do contexto das incorporações de povos vikings, sendo uma das causas do final</p><p>do Sacro Império Romano do Oriente.</p><p>e) Trata-se do contexto das invasões de povos bárbaros, sendo uma das causas do final do</p><p>Império Romano do Ocidente.</p><p>Comentário</p><p>Caríssimo, essa questão é conteudista. Santo Agostinho (354-430) viveu durante o contexto da</p><p>profunda crise que contribuiu para o fim do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. O cenário</p><p>foi caracterizado por uma crise econômica, política, escravista, êxodo urbano e,</p><p>consequentemente, ruralização da sociedade, etc. Entre tantos problemas, o Império Romano</p><p>sofreu com uma intensa onda de “invasões bárbaras” marcadas por muita violência, na sua fase</p><p>final. Santo Agostinho de Hipona descreve este momento.</p><p>Portanto, para responder à questão, você precisaria lembrar de que esta fase violenta da invasão</p><p>dos povos não-romanos (germânicos ou bárbaros) acelerou e intensificou o final o Império Romano</p><p>do Ocidente. O Império Bizantino é sinônimo para o Império Romano do Oriente e,</p><p>diferentemente do Império Romano do Ocidente, manteve a centralização política, as fronteiras</p><p>intactas e conseguiu evitar as invasões de outros povos. Sacro Império Romano do Oriente é uma</p><p>formação política na região da atual Alemanha que se deu devido a fragmentação do Reino</p><p>Franco, na Alta Idade Média (não se desespere, esse conhecimento você construirá nas aulas</p><p>seguintes de idade média, ok)</p><p>Gabarito: E</p><p>(UFPR/2018)</p><p>Leia o texto a seguir:</p><p>Foi a República Romana que primeiro uniu a grande propriedade agrícola com a escravidão</p><p>em grupos no interior em maior escala. O advento da escravidão como um modo de</p><p>produção organizado inaugurou – como na Grécia – a fase clássica que distinguia a civilização</p><p>romana, o apogeu de seu poder e de sua cultura. Mas enquanto na Grécia isso havia</p><p>coincidido com a estabilização da pequena agricultura e de um compacto corpo de cidadãos,</p><p>em Roma foi sistematizado por uma aristocracia urbana a qual já gozava de um domínio</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>129</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>social e econômico sobre a cidade. O resultado foi a nova instituição rural do latifundium</p><p>escravo extensivo. A mão de obra para as enormes explorações que emergiam do século III</p><p>a.C. em diante era abastecida pela espetacular série de campanhas que deu a Roma o poder</p><p>sobre o mundo mediterrâneo.</p><p>(ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1995,</p><p>p. 58.)</p><p>Tendo como alvo a República Romana, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A desestruturação agrária em Roma, que estabeleceu sistemas de latifúndios, beneficiou</p><p>os grupos empobrecidos, uma vez que estes podiam abandonar o campo e se estabelecer</p><p>em cidades.</p><p>b) As guerras constantes ajudaram as classes dominantes da Roma republicana a desviar a</p><p>atenção dos problemas fundiários derivados do latifundium nos séculos seguintes.</p><p>c) Foi por meio da intervenção dos irmãos Graco que o problema da reforma agrária foi</p><p>resolvido no século II, pois os poderes políticos foram transplantados ao senado e, assim,</p><p>Roma viu mais um século de paz.</p><p>d) Os tribunos da plebe tiveram um papel importante no processo da reforma agrária</p><p>romana, possibilitando a transformação do modo de vida de maneira a permitir que todo</p><p>pequeno agricultor transformasse sua propriedade em um Domus.</p><p>e) O domínio social e econômico das cidades provinha de delicada relação entre a</p><p>manutenção de sistemas agrários em que a mão de obra escrava era aproveitada de forma</p><p>esporádica e a utilização ocasional de grandes extensões de terra.</p><p>Comentários</p><p>Uma questão de história sempre nos coloca em um tempo e em um espaço. Assim, a primeira</p><p>coisa que você deve fazer é capitar isso na questão. No caso, trata-se de Roma República. Com</p><p>isso, mobilizamos nosso conhecimento de que esse momento é marcado pelas guerras de</p><p>conquista, expansão territorial, concentração fundiária, consolidação do modo de produção</p><p>escravista e empobrecimento massivo dos plebeus. Tendo essa análise em mente, vamos para a</p><p>análise de cada item:</p><p>• Item A faz duas conexões erradas, pois, a desestruturação agrária não cria latifúndio. Ainda</p><p>que o criasse, isso não seria bom para os grupos empobrecidos, pois estes são expulsos da</p><p>terra porque substituídos por escravos.</p><p>• Item B afirma que as guerras constantes do período republicano – até aqui correto – foram</p><p>uma forma de desviar a atenção em relação aos problemas fundiários (desigualdade,</p><p>miséria, fome). De certa forma, isso está certo, pois, as conquistas geravam riqueza para</p><p>distribuir o trigo e gladiadores para os espetáculos de arena. Política do Pão e Circo. Esse</p><p>é um item correto.</p><p>• Item C afirma que a reforma agrária foi resolvida no século II. Informação incorreta, pois,</p><p>como vimos ambos foram assassinados e suas políticas, mesmo aprovadas foram</p><p>revogadas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>• Item D, também, afirma que a reforma agrária foi uma realidade. Sabemos que não houve</p><p>reforma agrária em Roma, ao contrário, houve a formação do latifúndio.</p><p>• Item E está erradona! A mão de obra escrava foi usada esporadicamente? Aff... O próprio</p><p>texto da questão explica que a mão de obra foi usada sistematicamente e em grande escala</p><p>e, por isso, constituiu-se em modo de produção escravista, em Roma.</p><p>Gabarito: B</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS</p><p>e dos direitos civis dos cidadãos: o direito à igualdade religiosa. Na Roma Antiga, os</p><p>plebeus não podiam adorar diretamente os deuses mais importantes. O historiador Fustel</p><p>de Coulanges afirma sobre as religiões politeístas da antiguidade que: “Não somente não</p><p>oferecia à adoração dos homens a um único deus, mas ainda seus deuses não aceitavam a</p><p>adoração de todos os homens”3. Na prática, isso significava que plebeus não podiam</p><p>ocupar postos religiosos mais relevantes. Essa Lei concedeu igualdade religiosa a todos,</p><p>permitindo que os plebeus, enfim, alcançassem altos cargos sacerdotais.</p><p>287 a.C.: Lei de Hortênsia – estabeleceu que as decisões da Assembleia tinham força de</p><p>lei. Com isso, as decisões da Assembleia da Plebe passaram a valer para todo o território</p><p>3 Fustel de Coulanges. A cidade antiga. http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cidadeantiga.html.Acesso</p><p>em 4-02-2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>12</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>romano. É dessa força da Plebe que vem a noção de “plebiscito”, isto é, uma decisão válida</p><p>para o todo.</p><p>Contudo, as mudanças no contexto, decorrentes da expansão territorial romana, também</p><p>foram responsáveis por alterar as relações sociais e políticas vigentes no início da República.</p><p>(ENEM – 2013)</p><p>Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de</p><p>uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios</p><p>manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram</p><p>eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles</p><p>viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.</p><p>COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.</p><p>A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada</p><p>à</p><p>a) adoção do sufrágio universal masculino.</p><p>b) extensão da cidadania aos homens livres.</p><p>c) afirmação de instituições democráticas.</p><p>d) implantação de direitos sociais.</p><p>e) tripartição dos poderes políticos.</p><p>Comentários:</p><p>O texto faz referência à Lei das 12 Tábuas, um conjunto de leis elaboradas no período da</p><p>República romana, por pressão dos plebeus. Até então, o direito era oral e baseado nas</p><p>tradições populares. Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos</p><p>interesses e dos poderes das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram</p><p>a ser escritas. Foi feita a compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa</p><p>situação possibilitou que as leis se tornassem mais acessíveis a parcelas mais amplas da</p><p>população. Vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. O direito de participar da esfera política ainda ficou restrito aos homens livres.</p><p>b) Correta. Bem, é a menos errada, mas também não está 100% correta. A Lei das XII Tábuas</p><p>não tratava da cidadania; na verdade, os plebeus já eram cidadãos antes desse evento, uma</p><p>vez que participavam das Assembleias Tributa, Curiata e Centuriata, além de elegerem os</p><p>tribunos da plebe. A cidadania foi estendida a todos os homens livres, dentro dos domínios</p><p>romanos, pelo Edito de Caracala, em 212d.C.</p><p>c) Incorreta. Roma não vivia uma democracia.</p><p>d) Incorreta. As leis apenas passaram da tradição oral para a forma escrita, não havendo,</p><p>assim, uma implantação de direitos sociais.</p><p>e) Incorreta. A Lei das Doze Tábuas não está relacionada a partição do poder político.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>13</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Gabarito: B</p><p>1.2.3 – Expansão Territorial</p><p>Nesse tempo todo, enquanto as instituições romanas eram aperfeiçoadas e as crises</p><p>políticas internas entre patrícios e plebeus se aprofundavam, o Senado e os Cônsules organizaram</p><p>um processo de expansão territorial de Roma.</p><p>Sim, caro aluno e aluna, tratou-se das famosas conquistas territoriais romanas, as quais</p><p>mudaram completamente a estrutura política, econômica e social de Roma. Essa é a principal</p><p>característica do período Republicano. Esse processo pode ser dividido em 3 momentos:</p><p>CRESCIMENTO DA ESCRAVIDÃO, DISPUTAS POR TERRAS E PODER DO EXÉRCITO ROMANO</p><p>Depois de passar o 1º Momento de unificação dos povos da Península Itálica,</p><p>motivado pela necessidade de organizar o abastecimento de produtos e por</p><p>eliminar as ameaças regionais, ocorreram as Guerras Púnicas. Esse assunto, embora</p><p>não seja tão recorrente é importante ser lembrado porque evidencia o momento</p><p>em que povos da Antiguidade Oriental e Ocidental se cruzaram.</p><p>Cartago era uma cidade de origem fenícia que ficava no Norte da África. Portanto, podemos</p><p>afirmar que ela tinha um papel importante no comércio marítimo no Mar Mediterrâneo. Para que</p><p>Roma concretizasse seu Projeto Mare Nostrum (dominar territórios banhados pelo mediterrâneo</p><p>para controlar todo o comércio marítimo dessa região) era necessário conquistar o lugar ocupado</p><p>por Cartago, até então.</p><p>Processo de expansão</p><p>territorial romana</p><p>Projeto Mare Nostrum</p><p>1- Unificação de todo o</p><p>território da Península Itálica</p><p>Séc. IV ao III a.C.</p><p>2- Conquista de terras na costa</p><p>do Mar Mediterrânea. 3 guerras</p><p>contra Cartago, conhecidas como</p><p>Guerras Púnicas</p><p>264 a.C. até 146 a.C</p><p>3- Expansão pelo</p><p>Mediterrâneo Oriental e na</p><p>Península Ibérica</p><p>Século II e I a.C.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>14</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Cartago ficava muito próxima à Ilha de Sicília – aliás, Cartago dominava esta Ilha Italiana.</p><p>Por isso, a cidade fenícia conseguia monopolizar a movimentação marítima entre os povos do</p><p>mediterrâneo Ocidental e Oriental.</p><p>Agora, articula comigo:</p><p>Essa posição não é bem estratégica?</p><p>Não é útil tanto para Cartago quanto para os romanos?</p><p>Vocês acham que os cartagineses iriam abrir mão de controlar o comércio marítimo no</p><p>mediterrâneo?</p><p>Se suas respostas para as perguntas acima foram SIM, SIM e NÃO, você está ligado que</p><p>isso só podia dar em guerra, certo? Pois bem, a causa das Guerras Púnicas (Roma versus Cartago)</p><p>foi essa disputa pela hegemonia comercial na região do Mediterrâneo.</p><p>O primeiro round começou em torno da posse da Sicília. E demorou muito para essa “treta”</p><p>acabar (ei, não vá escrever treta na prova, hein?). Entre 246-146 a.C. Roma e Cartago travaram</p><p>batalhas que dariam muitos capítulos de alguma série da Netflix.</p><p>O último capítulo dessa história real foi Roma, em 146 a.C., atacando definitivamente</p><p>Cartago que, durante 3 anos, defendeu-se até ser completamente destruída. Diz a lenda (lenda</p><p>mesmo porque trabalhos arqueológicos na região não conseguem encontrar o local exato dessa</p><p>batalha) que o General Romano, Cipião Emiliano, deu ordem para matar todos os soldados e toda</p><p>a população. Os sobreviventes teriam sido escravizados e a terra salgada para que nela nada mais</p><p>germinasse (meio lenda mesmo, porque o sal era mega caro naquela época, mas vai que...).</p><p>Depois de eliminar a principal “concorrência”, segue o terceiro momento do processo de</p><p>expansão territorial romana. Roma partiu para dominar regiões na Península Ibérica e no</p><p>Mediterrâneo Oriental - nas terras do Império Macedônio. Também chegou a conquistar o Egito</p><p>(em 30 a.C.).</p><p>De qualquer maneira, o objetivo de tornar Roma hegemônica no Mar Mediterrâneo passou</p><p>a ser uma realidade, tanto que foi implementado uma moeda romana com a inscrição “mare</p><p>nostrum” para a realização do comércio marítimo nessa região. Há alguns historiadores que</p><p>afirmam ter se consolidado uma política imperialista (política de dominação – veja a explicação do</p><p>conceito no final da aula, na seção Dicionário Conceitual) por parte de Roma.</p><p>Essa longa experiência de expansão territorial acarretou várias consequências. Vamos</p><p>começar a discuti-las?</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>15</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE</p><p>AULA</p><p>Bem, querido e querida vestibulando, chegamos ao final da nossa aula demonstrativa.</p><p>Espero que vocês tenham gostado dessa forma de estudar história. A intenção foi mostrar a vocês</p><p>que é possível – e necessário – gabaritar.</p><p>Viu, deixa eu falar uma última coisa: Não existe solução mágica para mandar bem na prova.</p><p>Apesar disso, existem estratégias que, se utilizadas com afinco e dedicação, podem realizar</p><p>sonhos!! Uma ótima professora, um excelente material e um acertado planejamento</p><p>individualizado, conforme sua necessidade e suas potencialidades, podem ser o diferencial.</p><p>Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação.</p><p>E nessa jornada eu orientarei você, sempre!</p><p>Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei rapidinho! E não se esqueça</p><p>de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais</p><p>conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!</p><p>Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para ajudar</p><p>na sua preparação!</p><p>Um grande abraço estratégico, Alê</p><p>II</p><p>1.2.3.1 – Consequências da expansão romana</p><p>Pensa comigo: expandir território por meio de guerras significava, na prática, conquistar</p><p>terras e pessoas, certo? Essas foram as duas medidas de riqueza na República Romana. Assim, a</p><p>expansão do território romano, por meio das conquistas que comentamos anteriormente, deu</p><p>origem a uma nova sociedade com nova estrutura econômica e social.</p><p>Leia o que escreve o professor Perry Anderson:</p><p>“O crescimento prematuro da República Romana seguiu o curso normal de qualquer</p><p>Cidade-Estado clássica ascendente: guerras locais com cidades rivais, anexação de</p><p>terras, sujeição de “aliados”, fundação de colônias. Em aspecto crítico, no entanto, o</p><p>expansionismo romano se distinguia em princípio da experiência grega”4</p><p>Perry Anderson afirma, na citação acima, que o expansionismo romano se distinguia da</p><p>experiência grega. Em quais aspectos? Você é capaz de dizer?</p><p>Veja bem, a expansão grega, especialmente a ateniense, teve um sentido ligado à</p><p>fundação de colônias para a consolidação do comércio marítimo. Além disso, a escala de</p><p>conquistas era infinitamente menor, uma vez que, na Grécia, não havia Estado centralizado. Já</p><p>em Roma, os objetivos eram: conquistar terras para a agricultura, mão de obra escrava e, por</p><p>consequência, controlar o comércio do Mar Mediterrâneo. Tudo isso em grande escala!! Por fim,</p><p>Roma era uma República com uma estrutura centralizada de poder – como vimos. Fica MUITO</p><p>ligado nessas comparações.</p><p>Economicamente, a agricultura de subsistência ganhou escala mercantil e o máximo</p><p>controle da terra pelos grandes proprietários. Os novos territórios conquistados foram</p><p>incorporados como propriedade privada dos já enriquecidos nobilitas. Assim, os historiadores</p><p>afirmam que houve aumento da concentração fundiária, ou seja, poucas pessoas detinham grande</p><p>parte dos latifúndios que se formavam nesse processo. As riquezas advindas das conquistas não</p><p>eram distribuídas de maneira igualitária, harmônica ou proporcional à participação da população</p><p>nas guerras. Tal situação levou os pequenos lavradores à falência, pois não podiam concorrer com</p><p>os latifundiários que mantinham sua produção em larga escala por meio do trabalho escravo.</p><p>- Mas, Profe Alê, porque os plebeus também não podiam ficar com as terras, eles não foram</p><p>para as guerras?</p><p>Querida e querido aluno, para entender isso devemos nos atentar para o modo como</p><p>estava organizado esse processo de expansão territorial. Preste atenção:</p><p>Não havia apenas um único exército romano, centralizado a partir do SENADO ou da</p><p>MAGISTRATURA. As conquistas territoriais eram parte de empreendimentos privados</p><p>4 ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989, p. 51</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>16</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>organizados por pessoas muito enriquecidas. No entanto, cada guerreiro arcava individualmente</p><p>com seus instrumentos de guerra - como escudos, capacetes e espadas. A maioria da população</p><p>era formada por plebeus, então, eram estes que garantiam a força numérica de Roma sobre seus</p><p>conquistados. Sacou? Aliás, uma prática que vinha desde o período da Monarquia.</p><p>E quem era o plebeu, meus caros? Só para lembrar porque já falamos dele,</p><p>lá na seção sobre Monarquia, ele era o pequeno proprietário que, na maioria</p><p>das vezes, hipotecava suas poucas terras para conseguir financiar as</p><p>investidas militares de conquista e, com isso, tentar acompanhar a expansão</p><p>romana. Tratava-se de um investimento. Ou seja, o plebeu era um pequeno</p><p>empreendedor que assumia sozinho todos os riscos pela empreitada.</p><p>Acontece que as “campanhas militares” (incursões de tentativa de conquista sobre</p><p>territórios fora de Roma), geralmente, eram organizadas pelos grandes proprietários – patrícios e</p><p>nobilitas, não era isso? Então, ao final da conquista - quando bem-sucedida - eram estes que</p><p>ficavam com a amplíssima maioria das riquezas conquistadas – quer fossem terras, quer fossem</p><p>pessoas (os escravizados).</p><p>Ao plebeu endividado, na maioria das vezes, caberia entregar suas terras como parte do</p><p>pagamento de suas dívidas e ir para a cidade em busca de alguma colocação profissional.</p><p>Sob esse cenário de concentração fundiária, muitos plebeus passaram a ficar ociosos nas</p><p>cidades, sem oportunidades! Em outras palavras, ocorreu o êxodo rural em direção às cidades.</p><p>- Mas Profe, aff Alê, por que a cidade não oferecia oportunidade? Não “tô” entendendo!</p><p>Calma, querida e querido aluno!!! Para entender essa questão vamos acrescentar</p><p>uma nova informação. Vamos comigo!!</p><p>No contexto das conquistas militares, consolidou-se o modo de produção</p><p>escravista, ou seja, a estrutura econômica/produtiva passou a utilizar a mão de obra</p><p>escrava em larga escala. Tudo em Roma era operacionalizado com escravos, mas, agora,</p><p>os conquistados, subjugados nas guerras, passavam a trabalhar na agricultura, como</p><p>artesãos, em atividades domésticas, no comércio, como gladiadores e, até mesmo, como</p><p>professores! UAU!</p><p>Diferentemente da escravidão entre os povos do Oriente Próximo, na Roma Antiga o</p><p>escravo era uma riqueza privada ou uma mercadoria comercializável nos mercados especializados.</p><p>Há documentos estatísticos da época que dão conta da entrada de milhares de escravos por dia</p><p>em Roma. Um estudo demográfico sobre a Itália, de P.A Brunt, Italian Manpower, estima que em</p><p>225 a.C. havia 600 mil escravos; já em 43 a.C. esse número chegou a 3 milhões para uma</p><p>população em torno de 7 milhões!!!!</p><p>É por isso que ao plebeu não restava oportunidade, afinal, todas as atividades antes</p><p>exercidas por plebeus livres passaram a ser realizadas por escravos conquistados nas guerras pela</p><p>expansão territorial. Percebe o problema e a bola de neve que se formava? Lembre-se, também,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>17</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>que os plebeus conquistaram o direito de não serem escravizados por dívidas (seção 1.2.2 do Livro</p><p>Digital).</p><p>Então, agora, vamos pensar juntos: imagine as duas condições, a dos plebeus e a dos</p><p>escravos, como uma engrenagem que produzia uma determinada situação social. Qual seria o</p><p>produto dessa interação entre plebeus, escravos, patrício e nobilitas no contexto das conquistas</p><p>territoriais? Amplas tensões sociais, Bixo!!</p><p>O produto desse contexto e dessas interações</p><p>foi uma cidade abrigando uma massa de</p><p>ociosos miseráveis, os plebeus, que não</p><p>encontravam empregos. E os escravos,</p><p>igualmente miseráveis!</p><p>Assim, em 133 a.C., os plebeus elegeram um</p><p>Tribuno da Plebe que tinha como plataforma</p><p>política a reorganização da distribuição das</p><p>terras públicas – reforma agrária. Essa figura era</p><p>o famoso Tibério Graco. Leia um trecho do</p><p>discurso de Tibério sobre os plebeus:</p><p>"Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar, a luz e mais nada (...). Lutam</p><p>e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outro, mas embora sejam chamados</p><p>senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu."5</p><p>Quero chamar sua atenção para o fato de que a proposta de Tibério tratava sobre terras</p><p>públicas e não sobre as privadas. A proposta da Lex Sempronia Agraria estabelecia que nenhum</p><p>cidadão podia possuir mais do que 125 hectares de terras públicas e que todas as terras além deste limite</p><p>seriam confiscadas. Os patrícios ocupantes dos cargos do SENADO se opuseram à ideia.</p><p>A proposta de Tibério foi a distribuição de pequenos lotes para os pobres para que</p><p>plantassem e comessem. Sem apoio no SENADO, Tibério contou com a aprovação das leis na</p><p>Assembleia, apesar da resistência de patrícios e nobilitas. No entanto, não foi colocada em prática</p><p>porque os patrícios sabotaram a destinação de recursos para viabilizar a reforma agrária e porque</p><p>5 Tibério Graco apud ANDERSON, Passagem da antiguidade ao feudalismo, 1989, p.60.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula</p><p>01 – Antiguidade II</p><p>18</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Tibério e mais 300 de seus seguidores foram assassinados a pauladas por uma multidão a mando</p><p>de alguns senadores mais radicais. Segundo o historiador grego Plutarco (46 d.C. a 120 d.C.), esse</p><p>linchamento foi o primeiro ato de violência civil em Roma.</p><p>Alguns anos mais tarde, em 124 a.C., o irmão de Tibério, Caio Graco, também foi eleito</p><p>Tribuno da Plebe. Tal como seu irmão, sua plataforma era diminuir a desigualdade social e a</p><p>situação insustentável dos plebeus na cidade romana. Porém, diferentemente de Tibério, Caio</p><p>teve mais êxito e conseguiu aprovar:</p><p>✓ a lei de distribuição de lotes públicos.</p><p>✓ um subsídio para a venda do trigo – que era a base da refeição da população pobre urbana.</p><p>Além disso, Caio Graco sabia que seus maiores opositores estavam no SENADO, portanto,</p><p>para resolver o problema pela raiz era necessário descentralizar o poder político fortalecendo</p><p>outros grupos e outras instituições.</p><p>Assim, Caio fez uma série de propostas que objetivavam fortalecer o poder político dos</p><p>cavaleiros – generais comerciantes enriquecidos com algumas conquistas romanas. Estes eram</p><p>favoráveis às medidas para amenizar as tensões geradas pela desigualdade social e pela miséria</p><p>urbana, as quais, como vimos, eram decorrentes da concentração de terras e de riquezas.</p><p>Nesse contexto, os cavaleiros se tornaram responsáveis pelas operações financeiras e</p><p>pela cobrança de impostos, bem como passaram a integrar o tribunal do júri. Essas</p><p>medidas foram precursoras de uma situação que veremos adiante: o poder político</p><p>acumulado pelo exército.</p><p>Caio foi eleito duas vezes, na terceira eleição foi assassinado. Na sequência, suas</p><p>medidas foram revogadas. Entretanto, suas ideias não podiam ser apagadas, pois tinham ganhado</p><p>mentes e corações de uma parcela significativa da sociedade romana! Os seguidores do Caio</p><p>Graco organizaram um grupo, algo como um “partido”, conhecido como “os populares”. Os</p><p>populares faziam oposição ao grupo político dos senadores chamado de “os melhores”. As</p><p>tensões sociais só aumentariam daí em diante.</p><p>Diante de um contexto de instabilidade política e de descrédito das instituições</p><p>Republicanas, especialmente do SENADO, os generais romanos começaram a se destacar e, cada</p><p>vez mais, ocupavam espaços políticos importantes. Alguns generais eram muito carismáticos,</p><p>outros tinham origem plebeia e, assim, ganhavam muito prestígio entre as camadas mais baixas.</p><p>Caio Mario, por exemplo, foi um general defensor da plebe, eleito Cônsul por sete vezes.</p><p>Além disso, também havia generais que eram apoiados pela aristocracia patrícia, como Sila (ou</p><p>Sula), e atuavam politicamente para defender os interesses das camadas altas da sociedade</p><p>romana. Sob esse quadro, é possível afirmar que grande parte da sociedade romana apoiava um</p><p>governo formado por generais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>19</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Você está percebendo que a situação política em Roma era insustentável? Percebe que</p><p>apesar de ser uma República, as instituições desse regime político já não serviam às novas</p><p>configurações da estrutura econômica, social e política? É, querido e querida, estamos próximos</p><p>de ver o desfecho da República Romana. Fiquem espertos!!</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes)</p><p>“O crescimento prematuro da República Romana seguiu o curso normal de qualquer Cidade-</p><p>Estado clássica ascendente: guerras locais com cidades rivais, anexação de terras, sujeição</p><p>de “aliados”, fundação de colônias. Em aspecto crítico, no entanto, o expansionismo romano</p><p>se distinguia em princípio da experiência grega”</p><p>ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989,</p><p>p. 51</p><p>O expansionismo romano é diferente do expansionismo grego porque</p><p>a) O escravismo foi um fenômeno apenas na expansão romana.</p><p>b) A expansão grega foi mais extensa que a romana.</p><p>c) A romana fez parte de um projeto de conquista de todo o Mediterrâneo, enquanto a Grega</p><p>limitou-se às ilhas do mar Egeu.</p><p>d) A expansão romana gerou um Estado centralizado, já na Grécia isso não ocorreu.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão comparativa entre o processo de expansão da Grécia e de Roma. Vamos</p><p>analisar cada uma das alternativas para identificar o que está correto.</p><p>a)Errado. A escravidão, fruto da expansão, ocorreu nas duas civilizações, apesar da escala ser</p><p>diferente.</p><p>b)Errado. Ocorreu o oposto. O estudo dos mapas da expansão mostram que a expansão</p><p>Romana atingiu o Norte da África e a Ásia.</p><p>c)Errado. A expansão grega atingiu o Mar Mediterrâneo também, sobretudo, na ocupação</p><p>da Península Itálica – a chamada Magna Grega.</p><p>d)Correto. A expansão é marca da República e teve, como continuidade da centralização do</p><p>poder, a formação do Império. Já na Grécia, a expansão gerou outras cidades-estados ou</p><p>colônias gregas, mas nunca existiu uma centralização política marcada pela formação de um</p><p>único Estado.</p><p>Gabarito: D</p><p>(ENEM 2020)</p><p>Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a República</p><p>em harmonia e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou dominação; o</p><p>medo do inimigo mantinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim que o medo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>20</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>desapareceu dos espíritos, introduziram-se os males pelos quais a prosperidade tem</p><p>predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.</p><p>O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C, manteve</p><p>correspondência com o processo de :</p><p>Demarcação de terras públicas.</p><p>Imposição da escravidão por dívidas.</p><p>Restrição de cidadania por parentesco.</p><p>Restauração de instituições ancestrais.</p><p>Expansão das fronteiras extrapeninsulares.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão de contextualização. Para isso você deve sempre buscar a</p><p>TEMPORALIDADE e o TEMA. O texto menciona logo no início que “até a destruição de</p><p>Cartago”. Assim, de cara, devemos pensar no Projeto Mare Nostrum – projeto de expansão</p><p>romana com o objetivo de dominar e controlar o comércio marítimo. Ess projeto se deu na</p><p>segunda fase da expansão romana, logo depois, da unificação de todos os povos latinos e</p><p>sabinos da Península Itálica. Logo, meu povo, seguindo essa interpretação, a única alternativa</p><p>que corresponde é a letra E. Nenhuma das demais alternativas expressa esse projeto de</p><p>dominação marítimaextrapeinsular.</p><p>Gabarito: E</p><p>1.2.4 – Crise da República</p><p>Percebam que as instituições republicanas não estavam sendo capazes de dar uma solução</p><p>republicana para as tensões sociais e políticas que marcaram o último século da Era antes de Cristo</p><p>(século I a.C.). Por isso, nesse contexto de crise republicana, houve a ascensão dos generais ao</p><p>poder político. Tome nota dessa informação e vamos ver como isso ocorreu. Espera, alguém</p><p>perguntou algo?</p><p>- Mas, Profe, o que seria uma possível solução republicana?</p><p>Podemos adotar uma perspectiva geral e dizer que uma resposta republicana</p><p>para uma crise política e social seria os governantes primarem pelo diálogo e</p><p>pela transparência na busca do equilíbrio político a fim de harmonizar os</p><p>interesses e as expectativas dos diferentes grupos sociais em disputa. Tudo</p><p>isso sem nunca esquecer que a solução final deve servir ao interesse público.</p><p>Aliás, os próprios romanos, algumas vezes, dedicaram-se a estudar quais seriam as melhores</p><p>mudanças institucionais para solucionar crises políticas, como quando foi criado o Tribuno da</p><p>Plebe. A tradição romana do estudo das leis e das instituições é referência até os dias atuais, é a</p><p>base do Direito Ocidental. Continuemos!</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>21</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Em 107 a.C., como dito acima, o carismático General Mário foi eleito Consul. No seu mandato,</p><p>procurou</p><p>amenizar as tensões sociais por meio do acolhimento de demandas populares. Veja:</p><p>✓ profissionalizou o exército;</p><p>✓ criou uma carreira com hierarquia e ascensão de cargos;</p><p>✓ criou o soldo (salário);</p><p>✓ definiu critérios para distribuir as riquezas das conquistas;</p><p>✓ instituiu o direito a um pedaço de terra para soldados que completassem 25 anos de</p><p>carreira.</p><p>Isso representava uma garantia aos plebeus, pois lhes dava condições de sobrevivência.</p><p>Consequentemente, mais pessoas foram atraídas para as carreiras militares de modo que o</p><p>número de soldados cresceu. Nesse sistema de salários e recompensas, os comandantes eram os</p><p>responsáveis por remunerar as tropas, elemento que facilitava a obediência e a lealdade de seus</p><p>subordinados.</p><p>Veja, embora as medidas do General Mário tivessem sido fundamentais</p><p>para amenizar as tensões sociais com os plebeus, a guerra entre os plebeus</p><p>e o grupo “dos melhores” continuava cada vez mais forte a ponto de uma</p><p>iminente guerra civil estourar em plena Roma. Isso porque, o problema era</p><p>estrutural, do sistema romano como um todo.</p><p>Então, em 86 a.C., outro general apareceu no cenário. Foi o General Sila, incontestável</p><p>aliado dos Senadores patrícios conservadores, aqueles que não desejavam mudanças! Ele invadiu</p><p>Roma, fechou o Senado, instaurou um regime ditatorial e iniciou uma perseguição aos “os</p><p>populares” para atender aos interesses de seus parceiros.</p><p>Porém, Sila não ficou muito tempo no poder. Em 79 a.C., ele abandonou o posto. Não</p><p>aguentou a pressão das exigências de parte dos patrícios, das revoltas plebeias, das revoltas dos</p><p>escravos, em suma, dos conflitos entre “os populares” e “os melhores”. Será que era mais fácil</p><p>vencer uma guerra do que resolver crises políticas internas?</p><p>Nos anos subsequentes, vários generais tentaram comandar o poder em Roma.</p><p>UMA REVOLTA ESCRAVISTA EM ROMA</p><p>Estamos falando bastante das revoltas sociais impulsionadas pelos plebeus e homens livres em</p><p>geral. Mas quero que você se lembre-se de que foram centenas as revoltas de escravos contra o</p><p>sistema que os subjugava. A mais famosa dela, que inclusive inspirou filmes, foi a de Spartacus. A</p><p>Revolta de Spartacus ocorreu entre os anos de 73 e 70 a.C. Esse período histórico está inserido</p><p>no auge da escravização na República de Roma e nas mudanças político-sociais da época. No</p><p>meio desse fuzuê todo, o que ninguém contava era com um simples gladiador na região de Cápua</p><p>chamado Spartacus. Você não sabe, gente.... o cara já tinha uma tendência a ser “o loco das</p><p>ideias” e ficava doutrinando contra a escravidão! A liderança de Spartacus, somada ao cansaço da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>22</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>vida humilhante como mercadoria, fez ele virar um “mito”. Então, ele elabora um plano:</p><p>primeiramente, organizou uma pequena revolta com os que compartilhavam da mesma realidade.</p><p>Já o governo romano apenas mandou algumas tropas para abafar o caso, botando muita pouca</p><p>fé nesse movimento. Assim, Spartacus e seus parceiros ganharam a batalha e ainda conseguiram</p><p>mais marginalizados e descontentes para somar.</p><p>Dessa vez, o exército romano massacrou. A maioria dos revoltosos foi morta e a parte pequena</p><p>dos sobreviventes foi crucificada ao longo da Via Áppia (dá uma olhadinha mais abaixo nas</p><p>informações sobre a via Áppia) com a intenção de mostrar ao resto da população o que</p><p>aconteceria se saíssem da casinha. “Os loucos das ideias” não tinham vez em Roma.</p><p>6</p><p>Até que em, 59 a.C., surgiu um general que é famoso até os</p><p>dias de hoje: Júlio César!!!</p><p>Júlio César era sobrinho do General Mário e, como o tio, tinha</p><p>grande carisma entre a população romana. Habilidoso</p><p>politicamente, ele assumiu como Cônsul em meio a uma forte</p><p>instabilidade política.</p><p>Ele sabia que seria muito difícil governar sozinho. Assim,</p><p>articulou a divisão do cargo de Cônsul em 3 partes, fruto de</p><p>uma aliança entre ele, Pompeu e Marco Crasso. Isso significou</p><p>uma desconcentração do poder de direção de Roma, pois</p><p>seria um governo formado por 3 pessoas, na verdade, 3</p><p>generais.</p><p>Esse governo dos 3 generais ficou conhecido como 1º</p><p>Triunvirato e durou de 60 a. C. a 53 a.C. De certa forma, essa</p><p>formação procurava representar a diversidade de forças políticas e interesses presentes no</p><p>contexto. Veja no esquema os generais que formaram o triunvirato:</p><p>6 Fonte: https:<//www.shutterstock.com/pt/download/confirm/267726527?size=medium_jpg>. Acesso</p><p>em 7-02-2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>23</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Apesar dessa tentativa, Pompeu –</p><p>ligado aos interesses senatoriais – tinha</p><p>relações estremecidas com Júlio César. Em 54</p><p>a.C., Crasso morreu em uma Batalha .</p><p>Nesse momento, o Senado tentou reaver sua</p><p>importância política e nomeou Pompeu como</p><p>único Cônsul, acabando com a fórmula do</p><p>triunvirato de César. Por sua vez, César, que</p><p>estava em Batalha na Gália, voltou com sua</p><p>legião para Roma e iniciou uma guerra civil.</p><p>Venceu e proclamou-se ditador romano!!!!</p><p>O Governo de Júlio César, entre 54</p><p>a.C. e 44 a.C., foi marcado por uma</p><p>concentração de poder em suas mãos. O SENADO (que, vamos combinar: já estava no pó da</p><p>rabiola – como diríamos lá no interior) teve seu poder diminuído. Evidentemente, as conspirações</p><p>contra César foram muitas! Em 44 a.C., quando nomeado pelo SENADO ditador vitalício</p><p>(permanência no cargo até o fim da vida da pessoa), ele foi assassinado sob encomenda de um</p><p>grupo de senadores incomodados com a concentração de poderes nas mãos de César.</p><p>Logo na sequência da morte de César, em 43 a.C., um novo triunvirato se formou, o 2º</p><p>Triunvirato. Os generais dessa formação eram de confiança de Júlio César, inclusive, um deles –</p><p>Otávio – era seu sobrinho. Mas, cuidado com essa informação: até aqui já deu para perceber que,</p><p>nesse finalzinho de República, ninguém confiava em ninguém. E com razão, né? Além disso, havia</p><p>algo de diferente nesse governo tripartido: cada um desses generais recebeu uma parte do</p><p>vastíssimo território romano para governar. Vejamos o novo triunvirato e a parte do território que</p><p>foram designados a exercer seu poder:</p><p>A história conta que Otávio exilou Lépido, que não voltou mais a aparecer nesse cenário.</p><p>Enquanto isso, Marco Antônio estava no Egito. Conheceu a poderosa Cleópatra. Os dois se uniram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>24</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>com a intenção de concentrar poder. Marco Antônio achava que teria acesso a mais recursos</p><p>disponíveis no vale fértil do Egito e a rainha egípcia acreditava que, com Marco Antônio, ela</p><p>poderia recuperar o legado do antigo império macedônico – que já estava praticamente todo</p><p>dominado por Roma.</p><p>Mas isso não entrava nos planos do grande Otávio, pois, na prática, o sucesso de Marco</p><p>Antônio e de Cleópatra acabaria enfraquecendo-o. A situação piorou quando, no Ocidente,</p><p>chegou a notícia de que Marco Antônio reivindicava ser o verdadeiro herdeiro de César.</p><p>Imediatamente, Otávio responde: herdeiro sou eu!!! Brincadeiras à parte, Otávio realmente</p><p>declarou guerra Marco Antônio, pois via seu casamento com Cleópatra como uma traição a Roma</p><p>e uma ameaça direta ao seu poder.</p><p>Surpreendentemente, como um Shakespeare anacrônico, Cleópatra e Marco A. se</p><p>suicidam!</p><p>Otávio conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana – e passou a ser</p><p>reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.</p><p>Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o</p><p>terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de</p><p>poder e de títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição.</p><p>Veja OS TÍTULOS:</p><p>- Primeiro Cidadão</p><p>- Chefe do Senado</p><p>- Princeps (o primeiro e o mais eminente)</p><p>Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR</p><p>- Augustos (o mais ilustre) – este</p><p>último só atribuído aos deuses, até então!</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)</p><p>“O vínculo entre os legionários e o comandante começou progressivamente a assimilar-se ao</p><p>existente entre patrão e cliente na vida civil: a partir da época de Mário e Sila, os soldados</p><p>procuravam os seus generais para a reabilitação econômica, e os generais usavam os</p><p>soldados para incursões políticas. Os exércitos tornaram-se instrumentos de comandantes</p><p>populares e as guerras começaram a ser aventuras privadas de cônsules ambiciosos: Pompeu</p><p>na Bitínia, Crasso na Pátria, César na Gália, determinaram os seus próprios planos</p><p>estratégicos de conquista ou agressão. As rivalidades de facções que tradicionalmente</p><p>dilaceravam a política municipal transferiam-se consequentemente para a cena militar, muito</p><p>mais vasta do que os confins da própria Roma. O resultado inevitável foi a eclosão de guerras</p><p>civis em larga escala.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>25</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Ao mesmo tempo, se a desgraça camponesa foi o subsolo da turbulência militar e da</p><p>desordem no fim da República, a situação miserável das massas urbanas agudizou</p><p>marcadamente a crise do poder senatorial”.</p><p>ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto: Afrontamento, 1976, p. 50.</p><p>A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Em um contexto de instabilidade política e de descrédito das instituições republicanas, os</p><p>generais começaram a se destacar e ocupar espaços políticos importantes.</p><p>b) Roma dominava grande parte do mundo conhecido, e os militares não exerciam uma</p><p>função importante para manter esse território sob as ordens da capital romana.</p><p>c) O Senado fazia oposição à expansão militar e defendia maior autonomia das províncias</p><p>romanas em detrimento do poder central, dominado pelos generais</p><p>d) A população mais pobre se opunha à ascensão política dos generais, pois estes eram</p><p>contrários às propostas do cônsul Mário, que acolhiam as demandas populares.</p><p>Comentários</p><p>Repare que o texto está comentando sobre o final da República Romana, a qual durou de</p><p>509 a. C. a 27 a. C. A crise desse sistema de governo, cujo fim daria origem ao Império, se</p><p>deu no século I a. C. Nesta época, Roma dominava grande parte da Europa, do Oriente</p><p>Médio e do Norte da África. Na verdade, seu sistema econômico, político e social era todo</p><p>baseado na expansão territorial, por meio de ações militares. O objetivo era obter mais terras</p><p>para a produção agrícola ao mesmo tempo que se fazia escravos para nelas trabalhar e</p><p>buscava-se controlar o comércio nesse vasto território. Com isso em mente, vejamos qual a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) Correta! Durante a crise da República, os militares exerciam uma função importante para</p><p>continuar a expansão e manter esse vasto território sob as ordens dos governantes romanos.</p><p>As glórias conquistadas pelo exército romano acabaram se transformando em intervenções</p><p>diretas na política republicana, na medida em que o prestígio dos militares acabou levando-</p><p>os a ocupar cargos políticos. Lembre-se, também, de que Roma vivia a intensificação de crises</p><p>estruturais (concentração de terras, aumento da população escrava, plebeus ociosos e</p><p>miseráveis) que evidenciavam os limites de sua organização política, social e econômica.</p><p>Diante disso, alguns generais se destacaram atendendo demandas populares, como o</p><p>general Mário citado no texto. Outros, como o general Sila, alinharam-se aos patrícios, e</p><p>implantaram ditaduras antipopulares.</p><p>b) Incorreta. Acabamos de ver que, sim, os militares desempenhavam uma função muito</p><p>importante, visto que a civilização romana se fundamentava na expansão territorial e na</p><p>manutenção do controle militar sobre seu vasto território.</p><p>c) Incorreta. É importante lembrar que o Senado era em grande parte composto por patrícios,</p><p>apesar dos plebeus terem conseguido maior participação ao longo da República, como a</p><p>instituição do cargo de Tribuno da Plebe. Ainda assim, os interesses patrícios tinham mais</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>26</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>força naquela instituição. Como a riqueza e o poder desses senadores vinham da sua posse</p><p>sobre grandes quantidades de terra, é evidente que eles eram favoráveis à expansão.</p><p>Recorde que foi justamente durante o período republicando, quando o Senado era a</p><p>autoridade máxima, que a expansão romana mais cresceu, monopolizando o comércio</p><p>marítimo no Mediterrâneo.</p><p>d) Incorreta. Na realidade, os generais eram figuras controversas. De fato, havia tanto aqueles</p><p>que defendiam as aspirações sociais das camadas inferiores, como Mário, quanto os que</p><p>representavam os interesses conservadores dos patrícios, como Silas. De qualquer forma,</p><p>sem dúvidas, os generais contavam com o apoio considerável da plebe e dos mais pobres.</p><p>Gabarito: A</p><p>1.3 – IMPÉRIO ROMANO: 27 A.C. – 476 D.C.</p><p>O período do Império Romano foi bastante extenso, de 27 a.C. até 476 d.C e, como sempre</p><p>acontece com grandes períodos históricos, houve uma série de transformações. A ampliação e</p><p>consolidação do Império, o surgimento do cristianismo, o esgotamento do modelo escravista e,</p><p>por fim, a desagregação territorial com a chegada de povos não-romanos fazem desse período</p><p>de 501 anos bastante intenso para se estudar. Para começar, quero que tome nota da</p><p>periodização que os estudiosos fazem:</p><p>1.3.1- Alto Império</p><p>O Alto Império é caracterizado por ser um período de esplendor romano, com avanço na</p><p>organização administrativa, no direito, nas artes, na literatura e na arquitetura. Os imperadores</p><p>desse período eram comandantes do exército. Além disso, desde Otávio, com seu título de</p><p>augustus (divino), aos imperadores era atribuído um caráter divinizado de sua pessoa.</p><p>Alto Império</p><p>(sec. I a.C- III</p><p>d.C)</p><p>CRISE DO</p><p>SÉCULO III</p><p>Baixo Império (sec.</p><p>III d.C - V d.C)</p><p>• FIM DO</p><p>IMPÉRIO</p><p>ROMANO</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>27</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>Como visto, o primeiro dos Imperadores desse período foi Otávio Augustus. Sua política</p><p>foi conhecida como Pax Romana, pois ele iniciou o período da paz em Roma. Ele se dedicou a</p><p>implantar uma política de administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o</p><p>aprimoramento do controle das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação</p><p>e para o sucesso de Roma.</p><p>As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo,</p><p>atingiram uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio</p><p>foi criar uma burocracia administrativa, com critério censitário. Com isso, ele atingia dois objetivos:</p><p>✓ aumentar o controle sobre o Império;</p><p>✓ garantir privilégios às classes sociais ricas (patrícios e nobilitas). Veja, querida e querido</p><p>aluno, ele ganhou muitos likes dessa galera que há muito se sentia desprestigiada por</p><p>generais plebeus ou com práticas de apelo aos plebeus revoltosos. Espertinho, né?</p><p>Otávio Augustus também precisou encontrar uma forma de atenuar as amplas tensões</p><p>sociais que dominavam Roma e outras cidades do Império. Quero que você saiba que em Roma</p><p>viviam mais de 1.200.000 pessoas e na Península Itálica toda por volta de 7.500.000 pessoas. Cara,</p><p>isso é muita gente para uma cidade da Antiguidade!! Bomba relógio, concordam?</p><p>Dessa forma, o Imperador criou a política de</p><p>distribuição do trigo e ampliação de</p><p>espetáculos de jogos, disputas e combates</p><p>entre gladiadores. Você já deve ter escutado a</p><p>famosa expressão: “Política do Pão e Circo”.</p><p>Alguns historiadores afirmam que essa política</p><p>era parte de uma tentativa de despolitização e</p><p>manobra dos poderosos para afastar os plebeus</p><p>e as pessoas empobrecidas das questões</p><p>políticas. Quem nunca assistiu o filme Gladiador</p><p>e não torceu para o General Maximus?</p><p>Podemos relacionar essas duas políticas de Otávio, burocratização do estado</p><p>e “pão e circo”,</p><p>com elementos estruturais arquitetônicos surgidos em Roma:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>28</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p> construção de prédios públicos destinados</p><p>aos espetáculos, como o Coliseu – que até hoje tem</p><p>ruínas para visitarmos ;</p><p> construção de estradas. Calcula-se que</p><p>existiram mais de 80 mil quilômetros de estradas</p><p>pavimentadas interligando as diversas regiões.</p><p>Manu, isso é muita coisa, né? Eram ruas e mais ruas</p><p>de paralelepípedo. Hoje, podemos caminhar nelas.</p><p>É conhecida na Itália como Via Áppia Antiga.</p><p> construção dos Aquedutos, responsáveis</p><p>por transportar água de locais distantes até os</p><p>centros urbanos.</p><p>Com essa administração, intensificada pelas vias</p><p>de comunicação, no plano econômico, o comércio</p><p>entre as províncias se desenvolveu intensamente.</p><p>Também foi criada uma moeda comum para</p><p>garantir a estabilidade da economia.</p><p>Um pouco mais sobre Via Ápia...</p><p>Sabe aquele velho ditado “todas as estradas levam à Roma”? Então, existe</p><p>uma explicação para essa expressão chamada Via Ápia. Isso mesmo querido</p><p>vestibulando. A Via Ápia é uma rodovia que, originalmente, foi criada pelo censo Appius</p><p>Claudius em 321 a.C. para conectar a cidade de Roma e Cápua. Assim, seria contemplada a</p><p>necessidade econômica do transporte de mercadoria e a facilidade de locomoção do exército</p><p>romano. Mas, como todo espaço geográfico está propício a transformações devido a mudança</p><p>da realidade, a rodovia modernizou seu pavimento e aumentou, chegando a fazer ligação de</p><p>Roma até o Oriente Médio, Grécia e Egito. Ou seja, se comparado com a atualidade, essa</p><p>construção não chega a ser especial, mas para a tecnologia e contexto histórico desse período o</p><p>bagulho era cabuloso demais!!! Tão cabuloso que a Via Ápia foi nomeada como Regina Viarium</p><p>(a rainha de todas as estradas). Dessa forma, o pessoal mais chique do role percebeu, e como</p><p>não são bobos nem nada, foram se agregando na região do entorno com vilas luxuosas e</p><p>mausoléus. Além disso, foram surgindo tavernas e hotéis para os viajantes que passassem pela</p><p>região.</p><p>Só para não esquecermos do SENADO, os senadores também tiveram suas atribuições na</p><p>vida político-administrativa de Roma diminuídas. Repare que, de século em século, o SENADO se</p><p>transformou em uma instituição quase que figurativa.</p><p>Após Otávio Augusto, que reinou até 14 d.C., outros imperadores assumiram o poder:</p><p>Tibério (14 a 37 d.C ); Calígula (37 a 41 d.C.); Nero (54 a 68 d.C.); Marco Aurélio e Trajano (161 a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>29</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>192 d.C.). Durante os séculos que se seguiram houve continuidade do processo de expansão</p><p>territorial. Contudo, o descontrole sobre as áreas conquistadas e a desconcentração de poder</p><p>aumentaram.</p><p>O estudioso inglês, Perry Anderson, afirma que houve um processo de “provincialização”</p><p>do poder central do Império. Para o historiador, a composição do Senado e a origem dos</p><p>imperadores demonstram esse argumento – muitos deles eram originários da região onde hoje é</p><p>a Espanha e o norte da França, como é o caso de Trajano e Marco Antonio, últimos imperadores</p><p>da fase expansionista. Uma das explicações para essa situação é a vastidão do Império Romano.</p><p>Havia grande dificuldade de ampliar as fronteiras devido à distância e ao custo desse</p><p>empreendimento.</p><p>Além disso, as classes dirigentes e ricas de muitas cidades conquistadas por Roma (que,</p><p>inclusive, tiveram o papel de controlar os escravos de seus próprios territórios) iniciaram um</p><p>processo de exigência de cidadania romana. Exatamente isso! Povos conquistados por Roma,</p><p>durante todos esses séculos reivindicavam sua efetiva participação política e os privilégios de ser</p><p>um romano. Contudo, essa conquista apenas foi alcançada no século III d.C., em 212 d.C., quando</p><p>o Imperador Caracala concedeu cidadania romana a praticamente todos os habitantes livres do</p><p>Império.</p><p>Assim, por volta de 192 d.C., ao final do Governo de Trajano, ocorreram as últimas</p><p>anexações do Império e se chegou a fase final do apogeu romano. As fronteiras foram fechadas!!</p><p>Isso mesmo, minha gente: era o fim do grande período de conquistas romanas. Daquele momento</p><p>em diante a preocupação passou a ser assegurar os limites fronteiriços do vasto Império.</p><p>A questão para Roma (e para você entender, meus caro e cara) é que a origem do</p><p>crescimento econômico e de todo esplendor romano estava ligado às guerras de</p><p>conquistas - lembram-se de que as duas grandes riquezas de Roma eram terra e</p><p>escravos? Como fazer para manter o Império quando a fonte de riqueza seca? Essa</p><p>é a discussão da nossa próxima seção!</p><p>1.3.2 - Crise do século III e Baixo Império</p><p>Vamos pensar um pouco comigo: o fechamento das fronteiras e o fim da política de</p><p>expansão territorial foi consequência das causas que elencamos acima – dificuldades militares e</p><p>econômicas para manter o império, bem como sua vastíssima extensão e a pressão de forças</p><p>políticas exteriores à Capital. Portanto, podemos pensar que o modelo expansionista havia</p><p>chegado ao seu esgotamento. Contudo, o sistema romano era alimentado pelos despojos dessas</p><p>conquistas, que não haveria mais de abastecer Roma. Isso gerou consequências que aceleraram a</p><p>desintegração política, econômica e social do Império Romano. O Século III da Era Cristã mostrou</p><p>a intensidade dessa crise. Vejamos!</p><p>A principal consequência do fim da expansão foi uma crise do sistema escravistas. Foram</p><p>700 anos utilizando a mão de obra escrava para sustentar a economia. A dependência que a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 01 – Antiguidade II</p><p>30</p><p>130</p><p>AULA 01: ANTIGUIDADE II</p><p>estrutura produtiva adquiriu desse tipo de mão de obra fez com que todos os setores sentissem</p><p>as consequências da diminuição do número de escravos e o consequente aumento do custo pela</p><p>sua aquisição. Essa situação gerou insuficiência produtiva, aumento do custo dos produtos e,</p><p>assim, do custo de vida nas cidades. Portanto, podemos afirmar que a crise do sistema escravista</p><p>gerou uma crise econômica.</p><p>Esse cenário também enfraqueceu o poderio econômico do estado romano que se</p><p>sustentava, inclusive, por meio dos impostos cobrados dos cidadãos. Menos conquistas, menos</p><p>despojos, menos produção e comércio...menos impostos!</p><p>Por que é importante frisar isso? Porque</p><p>com o fim das invasões, a preocupação do</p><p>governo foi fortalecer a fronteira para garantir a</p><p>segurança do Império. Mas, para isso, era</p><p>fundamental ter um grande, bom e equipado</p><p>exército. E como tê-lo se o estado estava cada</p><p>vez menos monetizado? Percebem as</p><p>contradições que vão se acumulando com o do</p><p>fim da expansão territorial? Acrescenta-se que,</p><p>essa situação com a manutenção do exército se</p><p>aplicava às demais estruturas político-</p><p>administrativas do Império. Portanto, havia uma</p><p>crise de sistema político e da capacidade de</p><p>manter a governabilidade do vasto império.</p><p>1.3.2.1 - Cristianismo: das catacumbas ao apogeu</p><p>Para a historiografia, há um inegável paralelo entre a evolução do cristianismo e a queda</p><p>de Roma. O historiador Rostovtzeff estabelece que “à medida que a decadência do império se</p><p>acentuava, a força da Igreja crescia”7. Mas vejamos um pouco sobre o desenvolvimento e a relação</p><p>que os romanos mantiveram com as ideias cristãs.</p><p>A religião cristã começou a se desenvolver na Palestina, uma província que passou a ser</p><p>ocupada pelos romanos a partir de 64 a.C. e governada por Herodes, o Grande. Basta você se</p><p>lembrar de que Jesus Cristo nasceu no tempo do Imperador Otávio Augusto e que a data do</p><p>nascimento de Jesus foi assumida como o ano Zero do calendário cristão (adotado praticamente</p><p>em todo o ocidente) – vimos isso no comecinho da aula 00.</p><p>Antes do surgimento do cristianismo, a religião de Roma e de seus Imperadores era</p><p>politeísta, baseada em pressupostos da mitologia greco-romana. Além disso, ainda segundo o</p><p>historiador</p>